Antenas Cúbicas

(II)
Cabo envernizado) e cobre entrançado com ou sem
O cabo com o qual se formam os quadros é, capa.
realmente, a antena em si, o boom e fibras são Os usados nas instalações elétricas nas
apenas os suportes. habitações são fáceis de encontrar.
Portanto, o cabo usado nos quadros será O cabo de cobre entrançado tem dois benefí-
o equivalente aos tubos de alumínio de uma cios, que são uma maior resistência mecânica e
yagi. um melhor transporte de energia de RF (menor
Quando se desenha uma antena cúbica, efeito pelicular).
faz-se calculando com um determinado cabo, Também é interessante um cabo que é de
da mesma forma que, quando se desenha uma cobre maciço mas tem núcleo de aço. Recebe
yagi, se calcula com alguns tubos de um de- vários nomes como Dx-Wire, Copperweld,
terminado material e, sobretudo, com determi- bi-metálico, etc. A sua principal vantagem é
nadas medidas (diâmetro). Se, numa yagi, for que, por ter um núcleo de aço, a sua resistência
trocado algum tubo de um elemento por outro mecânica é muito superior e a condutividade à
de distinto diâmetro, os ajustes mudarão. RF não fica afetada.
Da mesma forma, se as medidas (desenho) Os mais exigentes (ou os que vivem em
de uma cúbica forem calculadas com um de- lugares muito agressivos, perto do mar, zonas
terminado cabo, se for trocado algum por outro industriais, etc.) podem usar cabo de cobre
diferente, necessitará de um novo ajuste. Em entrançado, prateado (banhado de prata) e com
grandes alterações, a antena pode, inclusive, capa de teflon.
não funcionar bem. Em relação à potência, de seguida podemos
As duas variáveis mais afetadas serão o observar qual a potência máxima aproximada
diâmetro e fundo. que suporta um cabo de cobre segundo o seu
Por exemplo, se uma cúbica for desenhada diâmetro:
com cabo de cobre, de 1mm, sem isolamento,
e o mesmo for trocado por um cabo de 3mm
isolado a antena terá ressonância diferente e
necessitará de um novo ajuste, ou seja, encurtar
ou ampliar as circunferências dos quadros.
O mesmo acontece se for feito um cál-
culo com um programa de simulação (Mmana,
4NEC2, Eznec, etc.). Não devemos calcular
com um cabo e depois fazer a antena com outro
porque o resultado não será o mesmo. Poder até
se pode usar qualquer cabo, inclusive mesmo
que não seja de cobre ou alumínio. Pode ser
maciço, entrançado, com capa, sem capa, de
bobinar motores, inclusive há quem use fio de
solda (solda elétrica por fio). Os mais usados
são os de cobre maciço sem capa (fio de cobre

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 0,3211mm - AWG28 até 180W
0,6438mm - AWG22 até 750W
1,3mm - AWG16 até 3000W
2,6mm - AWG10 até 12,000 W
O efeito pelicular pelo qual a RF circula
apenas pelo exterior de um cabo maciço é maior
ou menor, dependendo da frequência.
Estas são as profundidades aproximadas:
0,055mm em 1,4MHz
0,0176 em 14MHz
0,0055mm em 144MHz
0,00322mm em 420MHz
Quanto mais baixa for a frequência, mais
entra a RF no cabo.
Alimentação
A única parte que fica é a alimentação e
ajuste. Aqui cada fabricante ou mestre tem a
sua preferência.
Concordo com o que dizia o John K3BB
(SK): devem cortar-se os fios dos quadros com
a máxima precisão, não necessita de qualquer
ajuste.
O que for intercalado entre o quadro exci-
tado e o coaxial irá provocar perdas adicionais
e, inclusive, com o tempo, problemas.
Para todas as antenas deve ser procurada
uma impedância que permita uma fácil ali-
mentação. Criar uma antena que necessite de
um adaptador de impedâncias é complicar sem
necessidade, uma vez que, tirando os modelos
de dois elementos, os restantes são todos fáceis
de levar aos 50Ohm.
Ainda assim, alguns fabricantes preferem
usar gamma-match, balun, ou outros tipos de
adaptações. Na teoria funcionam, mas, com
potência elevada e o passar do tempo, essas
adaptações voltam delicadas e fonte de pro-
blemas.
Portanto, o meu conselho é desenhar a
antena para 50Ohm e usar apenas um tipo de
balun ou choke na ligação ao coaxial, como,
por exemplo, o "Balun EA1DDO".
O choke de ferritas tipo W2DU é compatível
com o Balun EA1DDO e proporciona maior
rendimento, mínima complicação, não tem
problemas de potência, muito barato, pouco
peso, etc.
Um coaxial com o Balun EA1DDO e um
choke de ferritas, será o sistema mais eficaz,
simples, barato e suporta muita potência. De
qualquer forma, com o Balun EA1DDO será
suficiente.
Em DX-Wire Peter-DK1RP vende-se este
balun em kit em diferentes modelos desde 10
euros. Em The Wireman também vendem este
balun em kit com referência 833 por 10 euros,
pronto para incorporar a nossa cúbica.
Este balun não é mais do que 50 ferritas in-
troduzidas pelo seu interior, um pedaço de cabo
coaxial especial de teflon RG-303. Desta forma
pode facilmente ligar-se ao fim do coaxial
normal e, ao outro extremo, a antena. Cintando
tudo corretamente, fica perfeito. Por um pouco
mais podemos comprar já pronto para usar no
seu formato clássico com fichas, etc., tanto em
The Wireman com referência 823, como em
MFJ com referências 915 para intercalar no
coaxial ou 918 para instalar antes do coaxial.
Estes quatro baluns são exatamente iguais,
apenas muda a aparência. Se não preferirem o
kit e instalarem o balun terminado, devido ao
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peso, deverão fixá-lo com algumas cordas finas
ao boom, para que o peso do balun não car-
regue sobre o quadro. Se a cúbica for de várias
bandas, necessitaremos de um balun por cada
uma. Depois do meu conselho, é colocar um
comutador remoto de antenas para selecionar
a banda que quisermos.
Fazê-la nós próprios
Fabricar uma cúbica não é difícil. As me-
didas não são problema, uma vez que existem
muitas publicações onde estão publicadas ou,
sem ir mais longe, nesta mesma página existem
várias calculadoras onde calculam todas as
medidas necessárias para o seu fabrico.
Materiais, peças e reservas
O tema mecânico tem duas possibilidades:
comprar as peças ou fazermos tudo nós própri-
os. Também depende um pouco se queremos
uma simples cúbica de 2 elementos ou, pelo
contrário, pomos toda a carne na grelha e
optamos por uma de 4 ou mais elementos, onde
a parte mecânica já é mais delicada. Seja de
uma ou de outra forma, podemos fabricar nós
próprios as peças ou, senão, também podemos
comprá-las, uma vez que alguns fabricantes as
vendem soltas.
canas de bambu, mas usa-se fibra de vidro há
algum tempo.
Felizmente, atualmente vendem os tubos de
fibra em várias medidas, resistências, misturas
e qualidades.
De referir que, se alguém tiver dificuldade
em encontrar os tubos de fibra de vidro, também
podem usar as canas de pesca telescópicas.
Algumas são muito baratas e que são da China
(certifiquem-se se são de fibra de vidro, não de
carbono, que é condutor).
Suportes cabo
Normalmente, quando fazemos a própria
antena, costumamos encontrar soluções à me-
dida, dependendo dos materiais disponíveis e
das habilidades de cada um.
De qualquer forma, vou comentar algumas
formas de fixar os cabos às fibras.
A primeira solução será a formada por uma
abraçadeira, de preferência inoxidável, e um
pedaço de tubo plástico. A abraçadeira é como
a da foto, das utilizadas para mangueiras e
similares. O tubo pode ser qualquer um, em-
bora alguns utilizados em veículos (camiões)
sejam para ar à pressão e costumam ser bastante

Materiais, peças e reservas

Big Signal - Espanha, UE
Mastil-Boom - Espanha, UE
Martiplas - Espanha, UE
I0JXX - Itália, UE
Milag - Itália, UE
Sandpiper Aerial Technology Ltd. - UK,
UE
Gem Quad, Canadá
KVK Antenna Systems, Austrália
Qtenna W9SN, EE.UU.
Cubex/Tennadyne, EE.UU.
No tema materiais, o que sempre foi mais
complicado têm sido os suportes dos fios. Por
não poderem ser condutores, resolvemos sem-
pre como foi possível. No início, utilizámos

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resistentes. Depois, um pedaço de tubo de co-
bre, em forma de anel, serve para fixar o tubo
à abraçadeira.
A segunda solução é uma comentada re-
centemente pelo Joan - EA3FRI. É usar os
isoladores vendidos para as cercas elétricas para
gado (pastor elétrico).
Essas cercas levam um fio ou fita de alta
tensão, pelo que é fixado com isoladores plás-
ticos e estes são, por sua vez, fixados a umas
varas ou tubos espetados no solo.
Esses isoladores admitem varas ou tubos de
entre 9 e 14mm de diâmetro, pelo que podem
ser adaptados às pontas das fibras das nossas
cúbicas.
Comentar que são muito baratos (uma caixa
de 25 isoladores ronda os 6 euros) e permitem
soltar para deslocá-los pelas fibras e também
permitem colocar e tirar o cabo sem o cortar.
Encontram-se à venda na internet (procurar
"isoladores pastor elétrico"), soltos ou em
caixas de 25 unidades. Existem com o suporte
redondo para cabo ou plano para fita (ambos
servem para cabo).
De seguida, algumas fotos desses iso-
ladores:

Dicas e conselhos
- A opção de maior rendimento é que a cúbica seja monobanda. Até três bandas não há grande
interação enquanto forem bandas distantes (10-15-20), não bandas próximas (10-12-15). Mais de
três bandas baixa o rendimento por interação entre bandas.
- Quando tivermos mais de uma banda, é aconselhável utilizar um comutador remoto de an-
tenas, nunca ligar todas as antenas em paralelo, uma vez que baixa o rendimento.
- Utilizar sempre choke ou balun (se usarmos cable coaxial), nunca ligar uma cúbica direta-
mente ao coaxial.
*Adaptado do sítio de EA1DDO, Máximo Martin

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