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Introdução:
Contudo, na gasolina também estão presentes, além dos compostos hidrocarbonados, outros
compostos, como o etanol, produtos oxigenados, compostos de nitrogênio e compostos metálicos,
por exemplo, formando uma mistura homogênea de hidrocarbonetos com esses demais
compostos. E como toda mistura homogênea a separação não pode ser realizada por filtração ou
decantação, sendo necessária a utilização do processo de destilação (o mais indicado seria a
fracionada), porém podendo ser também feita a destilação simples, com o intuito de separar os
compostos a por vaporização se valendo dos diferentes pontos de ebulição. Para os compostos
hidrocarbonetos da gasolina têm-se os seguintes pontos de ebulição:
O processo que será utilizado será um processo de reação química a partir de um indicador de
acidez, o alaranjado de metila. Embora existam diversos processos para indicação e controle da
concentração de íons de hidrogênio, como o potenciômetro, este que fora escolhido trata-se de
um processo visual. Isto é, a partir de uma reação entre o indicador e a substância a ser
analisada, deverá se ter uma indicação visual do índice de acidez. O alaranjado de metila é um
indicador de acidez que quando em contato com uma substância ácida, por meio de dissociação
eletrônica, confere um aspecto rosa ou vermelho à solução.
Todavia, é importante ressaltar que o método usado não será capaz de indicar o valor exato
do pH, nem se a solução tem outra característica: básica ou neutra, sendo apenas um indicador
de acidez. Para medição mais acurada e precisa do pH existem outros métodos, como o
potenciômetro e o peagâmetro.
Materiais e Métodos:
Materiais utilizados
i) coleta da amostra:
- Béquer de 250 ml
- Funil
- Arame (2)
- Cabeça de destilação
- Garra (2)
- Gasolina (100 ml)
- Manta de aquecimento
- Mufa (3)
- Papel alumínio
- Pérolas de vidro
- Tripé (3)
- Tela de amianto
- Termômetro de 0 a 200º C
- Unha
- Água destilada
- Alaranjado de metila
- Bastão de vidro
- Pipeta graduada de 5 ml
- Pera
- Resíduo da destilação
- Tubo de ensaio
Metodologia:
A equipe se dirigiu à capela para fazer a coleta da amostra. Apenas um membro do grupo
recolheu a amostra. Abaixou-se a tela protetora da capela e ligou-se o exaustor. O líquido foi
transferido do seu recipiente para um béquer graduado até atingir a marca de aproximadamente
100ml, depois, transferido para uma proveta graduada com exatidão de 100ml e com auxílio de
um funil, colocado no balão. O balão foi levado de volta para o sistema e encaixado novamente.
Foi colocada sobre a cabeça de destilação uma rolha e acoplado a ela o termômetro de gradação
entre 0o e 200o C. Foi colocado um pedaço de papel alumínio entre a unha e a proveta graduada
para evitar perda no produto. Por fim subiu-se a manta para finalizar o sistema, encaixando-a no
balão.
Com o sistema plenamente montado a manta foi ligada na eletricidade em uma saída de
110V. Aumentava-se gradualmente a temperatura até o ponto de cair a primeira gota destilada. A
partir desse momento foram medidos os tempos de destilação da primeira gota e a as
temperaturas subsequentes a cada 5ml de líquido destilado recolhido na proveta até chegar ao
volume especificado de 90ml. Ao final do processo, ao atingir o volume de 90 ml, a manta foi
desligada, e descida do tripé e com ajuda de um pano úmido (não molhado), houve o resfriamento
do balão para desmontagem do sistema e recolha do resíduo para segunda parte da prática.
Após o balão estar resfriado, levou-se até o outro extremo da bancada. Colocou-se em uma
proveta graduada um volume de água destilada que fosse aproximadamente o triplo do resíduo, o
resíduo da destilação também foi transferido para esta proveta. Fechando com o polegar a
proveta, agitou-se a mistura. Depois da separação de fases, tendo em vista a diferença de
densidade entre os líquidos, recolheu-se a solução aquosa com o auxílio de uma pipeta graduada
de 10ml e pera. Este volume foi transferido para um tubo de ensaio e nele adicionado duas, ou
três gotas de alaranjado de metila ( um indicador de acidez) e observou-se o resultado.
Aparelhagem:
Legenda da aparelhagem:
1- Tripé
2- Manta de aquecimento
3- Balão de fundo redondo
4- Cabeça de destilação
5- Termômetro
6- Rolha
7- Mangueira de água
8- Garra com mufa
9- Unha
10- Proveta graduada
11- Tela de amianto
Resultados e Discussão:
Não foi observado o momento da destilação da primeira gota, mas sua temperatura foi de
60oC. E os consequentes preenchimentos de cada bloco de 5ml se deram de acordo com a tabela
e gráficos abaixo.
o o
Volume de Gasolina Temperatura ( C) Volume de Gasolina Temperatura ( C)
destilada (mL) destilada (mL)
Primeira gota 60 70 86
5 64 75 88
10 68 80 90
15 68 85 137
20 70 90 144
25 71
30 72
35 74
40 76
45 76
50 76
55 76
60 78
65 81
Destilação gasolina
144
140
137
130
120
Temperatura o C
110
100
90 90
86 88
80 81
76 76 76 76 78
72 74
70 70 71
68 68
64
60 60
Volume mL
o
Hidrocarbonetos Temperatura de ebulição C
Pentano (C5H12) 36,1
Hexano (C6H14) 68,7
Heptano (C7H16) 98,4
Octano (C8H18) 125,6
Nonano (C9H20) 151
Decano (C10H22) 174,1
Ao analisar em conjunto a tabela que relaciona volume e temperatura, seu respectivo gráfico
e a tabela de pontos de ebulição, é possível visualizar que o maior volume se concentra entre as
temperaturas 68oC e 90oC, totalizando 60 mL da amostra, de tal forma representativa de uma
faixa de hidrocarbonetos correspondente ao hexano. Os primeiros 20 mL correspondem ao
pentano e outros compostos (metanol que tem seu ponto de ebulição a 64oC, por exemplo, que
podem estar contidos na mistura) e os últimos 10 mL a uma pequena fração de octano e heptano.
Desta feita, como apresentado na introdução, é possível dizer que se trata de uma gasolina de
baixa octanagem, tendo em vista que a maior parte do produto da destilação, 88% (80 mL) foi
obtido entre as temperaturas 60oC e 90oC, ou seja produtos contendo hidrocarbonetos entre 5 e 6
carbonos em sua cadeia. Para se obter uma gasolina de alta octanagem é necessário um
percentual de 87% de octanos, que neste caso correspondente apenas aos últimos 5 mL da
amostra destilada.
Do total da amostra, 100 mL, foi obtido como produto destilado 90 mL, e um resíduo de 6
mL, havendo um desperdício de 4 mL, essa diferença pode ter se dado por alguma falha na
montagem do sistema, vaporização incompleta ou perda para o ambiente.
Conclusão:
Notou-se que a amostra utilizada tinha uma coloração amarela, e que o produto
destilado era incolor. Isto se dá por adição de corantes na gasolina, produtos que não alteram a
composição, mas a torna visualmente diferente, uma estratégia das refinarias.
Com o produto da destilação e a análise dos seus componentes por meio de gráfico
com temperaturas de ebulição e volume recolhido, percebeu-se que se trata de uma gasolina de
baixa octanagem, e talvez alterada por uso de solventes apolares a base de hidrocarbonetos de
cadeias pequenas de carbono, tal como o hexano. Trata-se de uma gasolina que pode prejudicar
os motores dos carros que com ela forem abastecidos.
1- Qual seria a curva de destilação de uma gasolina que fosse constituída apenas por n-
hexano puro? Sendo constituída apenas por n-hexano, e se não houvesse alteração de pressão
no sistema, a temperatura permaneceria constante no ponto de ebulição desse composto, 68,7o C
durante todo o processo de destilação. Isso aconteceria por se estar trabalhando com uma
substância pura e não uma mistura homogênea. De tal forma que não haveria curva no gráfico,
apenas uma linha constante.
2- Por que uma gasolina de boa qualidade não deve conter compostos sulfurados? A
presença de compostos sulfurados produz danos para o ambiente, ao colocar mais enxofre no
ciclo da matéria, podendo causar aumento de chuvas ácidas; para as refinarias, podendo
acarretar corrosão nos tanques e equipamentos; bem como e para o veículos, também podendo
causar corrosão nos motores, e a formação de uma película viscosa nos tubos onde o líquido
passa.
3- Como, pela comparação das curvas de destilação de duas gasolinas, pode-se prever
qual deverá ser mais facilmente inflamável? As inclinações das curvas indicam a variação das
temperaturas iniciais e finais do processo de destilação. Sendo assim, se uma amostra possui
uma curva de inclinação dada sua temperatura inicial T0 e final Tf, e outra amostra possui a sua
curva de inclinação dada a sua temperatura inicial T0 e a final Tf+10o, a primeira amostra é mais
facilmente inflamável, tendo em vista que o seu ponto de fulgor (temperatura mais baixa em que
um composto se vaporiza em quantidade para ser inflamável com o ar ao entrar em contato com
uma chama) é mais baixo.
5- Por que deve-se manter o sistema aberto e não hermeticamente fechado? Em um sistema
hermeticamente fechado, a pressão interna será maior do que a externa. O aumento da pressão
acarreta maior instabilidade e mais colisão entre as moléculas podendo ocasionar vazamentos e
eventuais explosões.
Bibliografia consultada:
Destilação, aula 5
Em:<http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/10344804042012Quimica_Organic
a_Experimental_Aula_5.pdf). Acesso em 02 de abril de 2017
Aula 3, Alcanos
Em: <http://www.iqm.unicamp.br/sites/default/files/Aula%203%20Alcanos.pdf>. Acesso em 02 de
abril de 2017 copyright Prof. José Augusto
Indicadores de pH
Em: <http://www.ufpa.br/quimicanalitica/sindicador.htm>. Acesso em 03 de abril de 2017.