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RENOVÁVEIS
ORNILIA DA GRAÇA
ORNILIA DA GRAÇA
RENOVÁVEIS
O JÚRI:
“Declaro que este Trabalho de Diploma nunca foi apresentado na sua essência para
pessoal”
A autora
_______________________________________
(Ornilia Da Graça)
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS
I
LISTA DE GRÁFICOS
............................................................................................................................................ 44
Gráfico 4. Evolução do consumo per capita vs evolução do PIB per capita e acesso à rede
II
LISTA DE TABELAS
(2022). ................................................................................................................................ 47
III
LISTA DE ABREVIATURAS
• AT Alta Tensão
• AEP Áreas de Expansão Própria
• APIE Administração do Parque Imobiliário do Estado
• BT Baixa Tensão
• CME Conselho Mundial de Energia
• CCE Comissão das Comunidades Europeias
• CNAH Comissão Nacional de Assentamentos Humanos
• CTASR Comissão Técnica de Acompanhamento e Supervisão de Reassentamento
• CO2 Dióxido de Carbono
• DUAT Direito de Uso e Aproveitamento da Terra
• EDM Eletricidade de Moçambique
• EIA Estudo de Impacto Ambiental
• EAS Estudo Ambiental Simplificado
• FUNAE Fundo de Energia
• GW Gigawatt
• GNESD Rede Global par Energia e Desenvolvimento Sustentável
• kWh Quilowatt
• MW Megawatt
• MIREME Ministério dos Recursos Minerais e Energia
• MT Média Tensão
• MDL Mecanismos de desenvolvimento Limpo PIB Produto Interno Bruto
• PEDs Países em Vias de Desenvolvimentos
• PGA Plano de Gestão Ambiental
• PROLER Programa de Leilões de Energias Renováveis
• PAYGO Pay as You Go
• PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento SSC Sistemas
Solares Caseiros
• SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats
• U.A União Africana
IV
RESUMO
O presente trabalho final do curso tem como objectivo analisar os desafios de electrificação
por outro lado pretende avaliar quais os impactos destes projectos nas zonas rurais e
socioeconómico em Moçambique.
eletrificação e do programa energia para todos, especifica os seus impactos nas zonas rurais,
V
ABSTRAC
This final course work aims to analyze the challenges of rural electrification in
electrification projects supported by the use of renewable energy, and on the other hand
intends to assess what the impacts of these projects on rural and isolated areas, and the
Mozambique.
The object of study focused on the challenges and the problem of inequality in access to
electricity. The literature review starts by discussing the concepts of energy and
electrification and the Energy for All Programme, specifies its impacts on rural areas, legal
enterprises and finally highlights the electrification and development of rural areas in the
world.
VI
ÍNDICE GERAL
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ I
RESUMO ........................................................................................................................... V
ABSTRAC ....................................................................................................................... VI
1. Introdução .................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos.............................................................................................................. 4
1.3. Justificativa............................................................................................................ 5
3. Metodologia ............................................................................................................... 37
5. Conclusão................................................................................................................... 52
1. Introdução
O potencial energético de Moçambique é vasto e não se resume apenas ao carvão ou
gás natural. Moçambique tem grandes rios com enorme potencial para produzir energia.
Tem ventos fortes e constantes junto ao mar e nas regiões altas do interior. Tem sol ao
longo de todo o território nacional. Tem florestas, arrozais, palmares e áreas extensas e com
condições óptimas para a produção de cana-de-açúcar. Tem fontes termais com água a
temperaturas elevadas. Todas estas fontes renováveis podem ser convertidas em energia.
No final de 2020 a taxa de electrificação ligada à rede foi de 34%, previa-se que a taxa de
electrificação total fosse de 38%, segundo a Estratégia Nacional de Electrificação, e que a
população atingiria 32 milhões, segundo o FMI, ou seja, cerca de 20 milhões de
moçambicanos ainda não têm acesso à electricidade. Sob o Programa Energia para Todos,
o Governo vai assegurar que até 2024 mais 10 milhões de moçambicanos possam dispor
de electricidade pela primeira vez. O grande desafio será atingir a ambiciosa meta de acesso
universal até 2030 e implementar o considerável esforço adicional previsto entre 2025 a
2030, incluindo o contributo dos sistemas fora da rede.
Moçambique tem um extenso potencial para energias renováveis. O Atlas das Energias
Renováveis de Moçambique, publicado pelo FUNAE em 2014, indica um potencial total
de 23.026 GW que corresponde a 7.537 MW de projectos prioritários, entre os quais se
destacam 599 MW de solar, 5.645 MW de hídrica e 1.146 MW de eólica.
O consumo de electricidade per capita estabilizou em 2014 nos cerca de 200 kWh/ano, não
tendo sofrido o impacto nem da crise financeira que afectou o país entre 2014 e 2016 nem
do aumento da taxa de acesso à rede eléctrica. A taxa de acesso terá forçosamente
de aumentar nos próximos anos e a previsão do FMI aponta para um crescimento médio
anual do PIB per capita de 33% no próximo quinquénio, após uma quebra em 2021, que
1
compara com o crescimento médio anual de 54% entre 2000 e 2020, negativamente
influenciado pela crise financeira.
2
1.1. Problematização
A rede de distribuição de energia alinhado com novas políticas intersectoriais para a
expansão, nem sempre estão disponíveis nos novos bairros ou localidades. O acesso à
energia eléctrica é um dos objectivos do desenvolvimento sustentável para a década 2030.
Para ter energia eléctrica nas zonas remotas de difícil acesso, o sector privado junto com o
governo vem realizando vários projectos de produção, transmissão e distribuição de energia
eléctrica renovável. Em algumas régios onde a rede de distribuição não abrange a qualidade
de energia é muito péssima.
Alguma alternativa tem sido usada, como é o caso da adopção de geradores a diesel ou
gasolina. No seu funcionamento esses geradores libertam gases que contribuem para o
efeito estufa. Por outro lado, devido ao custo dos combustíveis, o consumidor acabar
pagando valores altos pelo serviço de fornecimento de energia.
Para a região escolhido como caso de estudo, a situação não é diferente. Neste contexto
surge então a seguinte pergunta de pesquisa:
• Até que ponto as novas fontes de energia são viáveis para a satisfação total das
necessidades do povo Moçambicano até o ano de 2030?
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1.2. Objectivos
Para responder à pergunta de pesquisa foram traçados os seguintes objectivos:
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1.3. Justificativa
A presente proposta visa analisar os riscos os desafios na electrificação até 2030, com vista
a garantir a acesso à energia eléctrica nas áreas periurbanas e rurais a nível nacional,
aproveitando e ampliando as redes existentes e instalando mini-redes fotovoltaicas em áreas
distantes da rede nacional existente.
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CAPÍTULO II– REVISÃO DA LITERATURA
2. Revisão de Literatura
Para a melhor compreensão dos assuntos que serão abordados mais adiantes nessa pesquisa
é preciso entendermos alguns conceitos relacionados com esses desafios, uma vez
que o trabalho tem como foco analisar os desafios na electrificação em que está previsto
que todos Moçambicanos terão acesso a energia eléctrica até 2030. Nesse capítulo será
apresentado o referencial teórico composto por assuntos relacionados ao tema.
2.1. Energia
O conceito científico de energia está associado a actividades comuns como queimar
combustíveis, carregar baterias ou máquinas a rodar. Estes e outros processos podem ser
descritos em forma de diversas formas de energia, tais como energia térmica (Calor),
energia química (em combustíveis ou baterias), energia cinética (em corpos em
movimento), energia eléctrica, energia potencial e várias outras.
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novas tecnologias e da sociedade de informação que constituem uma oportunidade que só
pode ser aproveitada com a energia. (CCE, 2002).
Actualmente, quase dois mil milhões de pessoas concentradas na periferia dos centros
urbanos e zonas rurais isoladas não têm acesso a serviços energéticos de base. É este o
paradoxo energético que carateriza o seculo XXI. Esta desigualdade perante a anergia afeta
nomeadamente dois terços da população africana, que em grande medida depende da
biomassa tradicional para o seu aprovisionamento energético (U.A, 2010)
Procurar a eficiência das energias renováveis nestas zonas é buscar a modernização das
zonas rurais e a longo prazo estas ações são benéficas a nível socioeconómico, (Cabraal,
2005).
Por outro lado, um dos desafios mais significativos para o desenvolvimento da economia
africana é o acesso à energia. Na realidade, diversos estudos sugerem que os recursos
energéticos de África são suficientes para cumprir a curto e médio prazo as necessidades,
tendo em conta os principais fatores como o crescimento demográfico e crescimento
económico ((CME), 2005). Salientar, ainda, as autoridades procuram a integração das
pequenas e medias empresas nos mercados locais para a promoção e comercialização das
tecnologias das energias alternativas nas zonas rurais e isoladas.
2.1.4. Em Moçambique
Em Moçambique, por exemplo, mais de 80% da população não tem acesso a energia
elétrica. Este problema é consequência da incapacidade de expandir a rede elétrica para
certas zonas mais distantes e isoladas. Por outro lado, é bastante oneroso para o governo
proporcionar acesso a eletricidade nestas zonas quando não existe perspetiva temporal de
7
retorno de capital investido uma vez que os seus habitantes são maioritariamente pobres.
((FUNAE), 2011)
Um dos objetivos da eletrificação passa pela erradicação da pobreza, pelo alívio dos
problemas sociais e pelo impulso das prioridades da população, e deve ser parte de uma
estratégia de desenvolvimento rural.
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A eletrificação das zonas rurais nos países em desenvolvimento é complexa e requer uma
grande quantidade de competências e equipamentos específicos. Os objetivos, o
planeamento, a realização e a operação de projetos de eletrificação rural não podem ser
separados de problemas como a pobreza, as preocupações de degradação ambiental, o
desenvolvimento rural e as necessidades de energia em geral (Zomers 2001).
É de salientar que embora haja limitações de carácter social, a aplicação destes instrumentos
proporciona vantagens sociais e económicas aos habitantes destas zonas.
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Figura 1. Elementos das Componentes 1 (densificação e extensão da rede existente) e 2
(mini-redes) sobrepostas à Rede Nacional de Transporte de Energia
II. Componente 2 – Electrificação fora da rede nacional – através de mini-redes
A componente dois (2) consiste na implantação de mini-redes de produção e distribuição
de energia em áreas aonde a ligação à rede nacional não é viável a curto e médio prazo.
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Esta componente será implementada pelo FUNAE através de parcerias público-privada
(PPP) com base em contractos de venda de energia a EDM.
O Projecto prevê 13 mini-redes constituídas por (i) central (ou planta) fotovoltaica, que terá
painéis solares e casa de baterias, e (ii) uma rede de distribuição de energia em média e
baixa tensão. Em termos indicativos, para efeitos do QPR, prevê-se que as centrais
fotovoltaicas poderão ocupar uma área de terreno que poderá variar de meio a um hectare,
e dependendo das condições locais cada rede poderá, por exemplo, ter 5 km de linhas
de média tensão para levar a energia da planta às comunidades e 16 km de baixa tensão
para entrega da energia às residências e negócios dos beneficiários.
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potência (ex. Cahora Bassa) até às subestações abaixadoras ligadas à
distribuição, como é o caso da Subestação de Infulene. A energia em AT, por ter
tensão elevada, requer maiores servidões e distância de afastamento de
segurança a outros objectos e pessoas.
c) Distribuição – Transmissão de energia em Média Tensão (MT) e Baixa
Tensão (BT) a partir das subestações abaixadoras ou centrais de geração de baixa
potência (ex. as minicentrais fotovoltaicas previstas no PROENERGIA). Estas
subestações, assim como os postos de transformação e/ou de secionamento reduzem
progressivamente a potência da corrente eléctrica até que esteja apta para os
consumidores. A energia na rede de distribuição tem, portanto, uma tensão
reduzida, requerendo menores distâncias de afastamento de segurança a obstáculos,
como edifícios, árvores ou outras linhas aéreas, o que facilita a sua instalação e o
desvio a eventuais obstáculos.
Com base nas explicações acima e imagens abaixo, as actividades do PROENERGIA estão
na parte final da cadeia de energia, direccionadas a entrega/distribuição de energia aos
consumidores.
As infraestruturas do PROENERGIA consistem em linhas de distribuição de energia de 0.4
a 33 kV. O MIREME, EDM e FUNAE ainda estão a definir as especificações da rede que
seja uniforme para a densificação e para a mini-rede, todavia, considerando as normas da
EDM em vigor e conforme figura abaixo, prevê-se que os postes de média tensão (de 1 a
33 kV) poderão ter uma altura de 12 metros dos quais dois ficam enterrados (ver figura).
Os postes de baixa tensão (abaixo de 1 kV) poderão ter altura de 8 metros com fundação
em 1.5 metros. Ambos postes poderão ser em madeira.
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• O estabelecimento de mecanismos tarifários compatíveis com a estrutura de custos
dos projectos;
• A necessidade de mecanismos simplificados para projectos de pequena dimensão;
O processo de revisão já foi iniciado em 2017, esperando-se que seja terminado em breve.
Entretanto em 2018 foi aprovada a Estratégia Nacional de Electrificação, que fixou o
objectivo de acesso universal até 2030. De acordo com a mesma, dentro das AEP – Áreas
de Expansão Própria (num raio <100m de uma linha de baixa tensão existente) a EDM é
obrigada a ligar qualquer cliente que solicite serviço. A construção de sistemas fora da rede
é da responsabilidade do FUNAE, sendo que a comercialização, operação e manutenção é
feita pela EDM, operadores privados ou pelas comunidades envolvidas. Tanto os projectos
do FUNAE como a extensão da rede da EDM fora das AEP são subsidiados por um novo
instrumento, a Conta de Electrificação, um fundo rotativo a criar pelo Governo com
recursos públicos, da Taxa de Electrificação e das receitas das concessões de produção de
electricidade. A nova abordagem da estratégia também prevê tarifas uniformes e
sustentáveis, que permitam recuperar os custos e que sejam periodicamente ajustadas.
Em termos mais amplos, o mercado da energia está abrangido pela Estratégia de Energia
aprovada em 2009, seguida da Estratégia de Desenvolvimento de Energias Novas e
Renováveis (2011). Também elas precisam de uma adaptação ao novo contexto, tendo já
sido iniciado o processo de revisão da Estratégia da Energia.
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Figura 3. Organização Actual do Sector.
2.3.2.1. Contexto Nacional Legal e Regulador
O princípio fundamental da Constituição da República de Moçambique (2004) é que os
recursos naturais e os meios de produção são propriedade pública de interesse colectivo.
Especificamente, a terra pertence ao Estado e o direito de uso apenas pode ser atribuído
pelo Estado. O artigo 111 clarifica que o Estado concessiona títulos de direito de uso da
terra e também reconhece e protege os direitos adquiridos por herança e por ocupação por
comunidades e indivíduos nacionais salvo havendo reserva legal ou se a terra tiver sido
legalmente atribuída à outra pessoa ou entidade.
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A Lei de Terras (Lei nº 19/1997) permite a todos os cidadãos moçambicanos, pessoas
colectivas (associações e empresas) e comunidades locais, o direito de uso e
aproveitamento da terra (artigo 10). O exercício deste direito pode ser feito de forma
individual ou coletiva. O referido diploma legal reconhece a legitimidade da ocupação sem
oposição em zonas rurais, pois neste caso de acordo com o artigo 12, constitui-se direito de
uso e aproveitamento da terra por meio do regime de ocupação sem oposição.
Os utentes da terra têm direito de possuir os respectivos títulos de uso e aproveitamento da
terra, sendo que estes são emitidos pelos Serviços Públicos de Cadastro, conforme disposto
pelo artigo 13 da Lei de Terras, mas deve-se ressalvar que não são necessários títulos para
confirmar os direitos de uso e aproveitamento da terra, aceitando-se apenas a posse sem
oposição por mais de dez anos no local, como garantia de uso e aproveitamento da terra.
Assim, a Lei reconhece e protege o direito de utilizar a terra adquirida por herança ou
ocupação, excepto em reservas designadas legalmente, ou em áreas que foram legalmente
transferidas para outra pessoa ou organismo. Todos os cidadãos têm direitos iguais e
deveres de acordo com a Lei, as mulheres têm direitos iguais aos homens em termos de
acesso à terra e à habitação.
Podem requerer o direito de uso e aproveitamento da terra para fins de exploração cidadãos
nacionais e estrangeiros, pessoas individuais e coletivas. A Lei estipula ainda que as
comunidades locais participam na gestão dos recursos naturais, na resolução de conflitos,
no processo de titularização, bem como na identificação e definição dos limites das terras
por elas ocupadas.
Os direitos existentes do uso e aproveito da terra podem terminar através de uma revogação
do direito por razões de interesse público, após o pagamento de uma compensação justa e,
no caso de benfeitorias existentes fixas, revertem a favor do Estado. Enquanto a Lei de
Terras confere a responsabilidade de alocação de direitos em diferentes níveis do Governo,
a revogação do direito de uso e aproveitamento da terra por motivos de interesse público
envolve a declaração de expropriação (DM nº 181/2010) que é emitida ao nível de Conselho
de Ministros.
A lei não refere a possibilidade de recorrer contra a revogação dos direitos. A Lei da Terra
refere que para a construção de infraestruturas pública incluindo linhas aéreas de
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electricidade se cria automaticamente uma Zona de Protecção Parcial de 50 metros de cada
lado do eixo. Os direitos do uso e aproveito da terra dentro da Zona de Protecção Parcial
não podem ser adquiridos, e somente actividades específicas podem ser promovidas
mediante uma Licença Especial emitida pelo Governador Provincial. Esta lei não especifica
o tamanho da Zona de Protecção Parcial em função da capacidade da linha de transporte de
electricidade, por exemplo entre 66 kV e 400 kV.
• Onde existe uma cotitularidade, o título pertence a todos os titulares de forma igual.
Quando um dos titulares morre, os outros titulares continuam como legítimos
titulares;
• A consulta entre os requerentes da terra e a comunidade local é obrigatória antes da
decisão de cedência feita pelo Governador da Província ou a autoridade superior;
• Os ocupantes da terra em boa-fé e as comunidades locais podem requerer para a
delimitação e título da propriedade. O processo de requerimento é simplificado e
uma autorização definitiva é dada em vez de uma autorização provisória; e,
• Aos detentores de títulos solicita-se que paguem uma taxa de autorização para o
direito do uso da terra, acrescido de um imposto anual. Os negócios de família e as
comunidades locais estão isentos de tais impostos.
A compensação por perdas incorridas como resultado de relocação é recomendada no
Regulamento da Lei de Terra. O artigo 17 constitui uma das principais bases do contexto
legal, particularmente no que se refere corredores de passagem sendo instaurados no
interesse público. Este indica que quando por motivo de necessidade de utilização de parte
de um terreno objecto do direito de uso e aproveitamento da terra, seja para a instalação de
condutores aéreos, superficiais ou subterrâneos de electricidade ou de outros, e houver
restrição desse direito, deverá a entidade pública ou privada indemnizar o titular do direito,
em quantia que represente o efectivo prejuízo pela não utilização da parte afectada,
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constituindo-se sobre ela a respectiva servidão. Esta servidão ainda deveria ser registada
no Cadastro Nacional de Terras e averbada no título. A expropriação para interesse público
e as modalidades de indemnização em Moçambique são orientadas pela legislação sobre a
terra bem como pelo Diploma Ministerial nº 181/2010 que se refere aos procedimentos para
implementação do processo de expropriação.
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cumprem com os planos de ordenamento territorial urbano, a continuarem a sua ocupação,
enquanto os que não podem ser razoavelmente incluídos devem ser priorizados na
atribuição de novas áreas de ocupação e compensados pelas suas perdas. A terra e a
propriedade urbana podem ser expropriadas para projectos de interesse nacional ou público,
e nestes casos a compensação é atribuída para a perda de propriedade.
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A Lei de Ordenamento Territorial nº 19/2007 é desenhada para promover o uso racional
e sustentável dos recursos naturais e a preservação do ambiente, através da providência de
instrumentos para o ordenamento e planeamento territorial, para promover qualidade de
vida em espaços rurais e urbanos, optimizar habitações, infraestruturas e sistemas de
serviços urbanos, segurança pública, e reduzir a vulnerabilidade a catástrofes
naturais e acidentes. Faz com que o ordenamento espacial seja obrigatório em áreas rurais
e identifica os mecanismos para a legalização de vários planos territoriais.
A Lei clarifica canais de recurso para os cidadãos com reivindicações justificadas contra o
uso de instrumentos de planeamento territorial, o direito de todos os cidadãos à informação,
incluindo detalhes do cadastro de planeamento e os processos, bem como os seus direitos
de participação na produção e implementação dos planos.
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reivindicações das partes afectadas contra a proposta de compensação podem
ser apresentadas.
Os factores para avaliação dos imóveis incluem tipo, localização, idade, valor a data da sua
construção e actual considerando a depreciação relevante. Os imóveis previstos são para
fins de habitação, comércio, indústria ou serviços, praia ou campo. A compensação terá em
conta, também, valores intangíveis (vias de comunicação e acessibilidade aos meios de
transporte) e a ruptura da coesão social (aumento da distância do novo local de
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reassentamento de estruturas sociais e do núcleo familiar habitual, cemitérios familiares,
plantas medicinais);
O potencial expropriado tem 30 dias, após recebimento da notificação, para apresentar uma
contraproposta do valor da indemnização. A indemnização deve ser paga em 12 meses
contados da notificação e, a tomada de posse dá-se no prazo de 60 dias após o pagamento
ter sido efectuado;
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bens para o novo local de residência; viver num espaço físico infraestruturado, com
equipamentos sociais; ter espaço para praticar as suas actividades de subsistência; e poder
dar opinião em todo o processo de reassentamento. De acordo com o Decreto nº 31/2012,
a aprovação do plano de reassentamento antecede a emissão da licença
ambiental afirmado no Art. 15, "a elaboração e aprovação do plano de reassentamento
precede a emissão da Licença Ambiental nos termos da legislação ambiental".
O Artigo 21 refere os seguintes elementos aos quais deve obedecer o Plano de
Reassentamento: A análise do perfil socioeconómico das famílias; A avaliação e análise
dos bens tangíveis e intangíveis; A definição do grau de afectação – quantitativa e
qualitativa; A definição de critérios de compensação; e a presentação de soluções que
permitam manter ou melhorar o actual nível de vida das famílias afectadas. Sobressai aqui
que, no âmbito do Projecto PROENERGIA, o proponente, a EDM, através da UIP, será
responsável pelo desenvolvimento e implementação dos Planos de Compensação e devera
suportar os custos do processo.
23
• Elaborar relatórios de monitoria e avaliação do processo de Reassentamento, tendo
em conta os planos previamente aprovados;
• Propor a notificação do proponente de uma actividade para prestar esclarecimentos
sobre o decurso do processo de Reassentamento;
• Mobilizar e sensibilizar a população sobre o processo de Reassentamento;
• Intervir em todas as fases do processo de Reassentamento, incluindo a respectiva
fiscalização;
• Consciencializar a população sobre os seus direitos e obrigações no processo de
Reassentamento;
• Dar uma apreciação dos relatórios de consulta pública e pronunciar-se sobre a
matéria de Reassentamento;
• Submeter a apreciação à CTASR e informação relativa ao seu funcionamento.
Note-se, no entanto, que, relativamente às competências das Comissões Provinciais e
Distritais de Reassentamento, o Decreto nº 155/2014 não define qualquer disposição
específica de supervisão de pequenos Planos de Compensação. No âmbito do
PROENERGIA estes serão tratados contemplando as disposições definidas para os Planos
de Reassentamento do Banco Mundial.
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Socioeconómica coincide com a elaboração do Relatório de Avaliação de Impacto
Ambiental. Ocorre antes que os detalhes de um projecto sejam conhecidos. Esta
etapa envolve a realização de censo da população e inventário da infraestrutura
potencialmente directa e indirectamente afectada, fazendo uma avaliação dos
potenciais impactos do projecto e do processo reassentamento e fazendo
recomendações sobre como melhorar e / ou mitigar tais impactos. A primeira fase
envolve também uma avaliação preliminar de áreas alternativas de acolhimento,
bem como a elaboração de disposições de planeamento e implementação para o
processo de reassentamento (i.e., mecanismos de reparação de queixas, arranjos
institucionais, critérios de elegibilidade e matriz de direitos, sistemas de consulta e
participação pública, acordos entre famílias afectadas e o proponente do projecto,
procedimentos de monitoria e acordos, etc.). Durante esta fase também são
redigidos os Termos de Referência para a elaboração do Plano de Reassentamento.
• Fase 2. Plano de Reassentamento: A segunda etapa, o Plano de Reassentamento,
inicia-se uma vez finalizado o Relatório do Estudo Físico e Socioeconómico e
seleccionadas as áreas de acolhimento (com base nas alternativas indicadas no
relatório da Fase 1). Esta etapa envolve a actualização do censo de pessoas e
inventário dos bens afectados, realizando estudos detalhados sobre áreas de
acolhimento seleccionadas (isto é, relacionadas a morfológica, ambiental,
sociocultural, uso da terra, ocupação e características históricas e os potenciais
impactos nas comunidades de acolhimento). Preparação e apresentação de projectos
técnicos e detalhes relacionados com o plano executivo e projecto executivo da
aldeia de reassentamento, casas de substituição e infraestrutura associada, bem
como a elaboração de directrizes para planos de desenvolvimento comunitário (que
é suposto também incluir restauração de meios de subsistência).
• Fase 3. O Plano de Acção para a Implementação do Reassentamento: A última fase
refere-se à elaboração do Plano de Acção para a Implementação do
Reassentamento, definido como o documento orientador do processo de
implementação do reassentamento e que deve incluir a matriz institucional (todos
os organismos envolvidos no processo do planeamento de implantação e das
respectivas tarefas e responsabilidades), o cronograma de execução, o orçamento
25
para implementação (incluindo os custos de construção da aldeia de reassentamento
e respectivas infraestruturas, bem como a compensação por bens tangíveis e
intangíveis perdidos para o projecto) para a transferência das famílias e dos
respectivos bens, a fase de obras civis, programas de capacitação e práticas
ambientais sólidas e programas de geração de emprego e geração de renda.
Participação e Consulta Pública: Um processo robusto de consulta pública durante o
processo de reassentamento é prescrito pelo Decreto nº 31/2012 e elaborado mais
amplamente pelo Diploma Ministerial nº 156/2014. O sistema de consulta pública deverá
criar condições para que as comunidades reassentadas e as comunidades de acolhimento
participem activamente durante todas as fases do processo de decisão em termos de
reassentamento e tenham acesso a todas as informações sobre o conteúdo dos estudos e o
processo de reassentamento. A participação inclui consultas e reuniões públicas e destina-
se a proporcionar às partes interessadas oportunidades para solicitar esclarecimentos e
formular sugestões e recomendações. O Decreto nº 31/2012 estabelece a exigência de pelo
menos quatro reuniões de consulta pública associadas ao processo de reassentamento, que
deverão ocorrer nos seguintes momentos:
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Assim, no contexto do Projecto actual os pequenos Planos de Compensação farão parte dos
Planos de Gestão Social de subprojectos classificados como de Categoria B ou C.
27
Acrescenta-se que, para além do que já disposto no QPR relativamente ao regulamento da
Lei da Terra no Decreto Nº 66/1998, estabelece que deve haver compensação justa paga
pela perda dos direitos de uso e aproveitamento da terra.
A Lei da Família nº 10/2004 estipula que ambos os parceiros podem legitimamente tratar
de transaccionar a propriedade enquanto salvaguardam os direitos do outro. Os bens
imóveis, tanto da pertença da esposa individualmente ou em propriedade comum, poderão
ser apenas transferidos a outros com a expressa autorização de ambos os parceiros:
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• Finalmente, sob o modelo de separação de bens, cada parte retém a posse dos seus
actuais e futuros activos e podem dispensá-los como entendem melhor.
A Lei da Protecção do Património Nacional nº 10/1988 tem como objectivo proteger
todo o património cultural, histórico e antiguidades nacionais. Este tipo de áreas protegidas
deve ser evitado na selecção dos sítios para os subprojectos.
Com vista a garantir a segurança de exploração das linhas a zona de protecção deve ter a
largura máxima de 30 m, para linhas de tensão nominal inferior a 66 kV e 50 m, para linhas
de tensão nominal igual ou superior a 66 kV.
29
vento a uma distância mínima de 4 m e nas condições de flecha máxima e simultaneamente
desviados pelo vento, as janelas, varandas e terraços deve-se manter a distância horizontal
mínima de 4 m.
Art. 80 trata de profundidade mínima de enterro dos cabos de linhas de tensão nominal
inferior a 66 kV, de um metro quando montados sob faixas de rodagem e de 0.7 m em todos
os outros locais. Os cabos de linhas de tensão nominal igual ou superior a 66 kV, devem
ser enterrados a uma profundidade mínima de 1,2 m quando montados sob faixas de
rodagem e de um metro em todos os outros locais. Todos os cabos enterrados devem ser
sinalizados por meio de um dispositivo de aviso colocado por cima deles.
30
servindo de suporte para a industrialização nacional, aumento do acesso à electricidade
através da Rede Eléctrica Nacional, e monetização dos recursos naturais com a exportação
de energia eléctrica para a região austral.
31
serviço, constituem uma boa alternativa de electrificação e requerem reduzidos
investimentos.
Por todas estas razões as energias renováveis constituem e deverão continuar a constituir
uma prioridade da política energética de Moçambique.
Em 2019 foi comissionada a primeiro central solar de Mocuba, a que se juntará em breve a
central de Metoro, já em construção, e posteriormente as centrais de Cuamba I, Cuamba II
e Mecufi, cujo CAE foi assinado, totalizando 147 MW de centrais solares, todas num
modelo de PPP. Entretanto surgiu a necessidade de criar um quadro regulatório mais
robusto para acelerar o investimento privado em projectos de energias renováveis.
32
Nesse sentido, o Governo de Moçambique lançou no final de Setembro de 2020 o primeiro
Programa de Leilões de Energias Renováveis, o PROLER.
Esta iniciativa inédita propõe tornar o sector das energias renováveis mais atractivo para o
investimento privado, aumentar a contribuição das fontes renováveis, garantir a
diversificação da matriz energética e assegurar o alcance do acesso universal. O programa
de leilões vai assegurar mais oportunidades para o sector privado, representando um novo
paradigma. O processo de licitação será transparente e visa promover uma competição entre
investidores que irá resultar na escolha de soluções de menor custo, assegurando assim
tarifas de energia eléctrica de menor custo possível para os consumidores finais. Foram
asseguradas condições atractivas ao investimento, nomeadamente: a existência de estudos
de viabilidade prévios; DUAT assegurado; facilitação de um pacote financeiro que visa
cobrir a participação da EDM no capital da joint-venture, a interligação a rede, a
implementação do plano ambiental e socioeconómico e assistência técnica adicional; para
além de garantias financeiras para cobrir o risco do off-taker.
A par deste processo de concursos, está em curso a revisão do quadro legal, nomeadamente
a Lei de Electricidade e o respectivo regulamento e a lei das Parcerias Público-Privadas,
numa perspectiva de simplificação. A revisão do código da rede eléctrica, incluindo
provisões para projectos de energias renováveis, também irá clarificar os requisitos deste
tipo de projectos.
33
Figura 4. Produtores Independentes de Energia
2.4.1. Projectos actuais
No segmento das mini-redes o envolvimento do sector privado ainda é muito diminuto e
apenas numa lógica de empreitadas públicas de construção e O&M, principalmente devido
a limitações de cariz regulatório. Para este segmento será especialmente importante a
revisão do quadro legal, para simplificação da concessão e licenciamento, clarificação de
questões tarifárias de operação e os limites de actuação de cada entidade. Dessa forma, às
76 mini-redes do FUNAE, correspondentes a mais de 6 MW, actualmente em
funcionamento ou construção, poderão rapidamente juntar-se novos projectos com maior
participação do sector privado, beneficiando do apoio de parceiros de cooperação e dos 7
programas por eles financiados, que já promoveram estudos de viabilidade para cerca de
50 locais.
34
Figura 5. Mini Redes
2.4.2. Operadores de mercado actuais
No passado, o mercado de SSC em Moçambique era insipiente, com a distribuição de
sistemas pelo FUNAE e venda de alguns equipamentos no mercado informal, de qualidade
variável e sem garantias ou instalação assegurada.
Desde 2017, que operadores privados começaram a comercializar SSC num esquema
PAYGO, já tendo vendido mais de 70.000 sistemas. Este valor está muito longe do
potencial de mercado estimado de 824 mil habitações com capacidade para os adquirir, que
poderia duplicar caso fosse adoptada uma política fiscal que isentasse este tipo de sistemas.
35
Figura 6. Características dos operadores privados de SSC em regime de PAYGO
actualmente em operação // Fonte: Consulta directa aos operadores
36
CAPÍTULO III - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
3. Metodologia
No anterior capítulo foi apresentado a revisão da literatura do projecto de investigação. Este
capítulo retrata a metodologia que foi utilizada para o desenvolvimento deste trabalho,
enquadra e aborda a importância de determinados conceitos usados no processo de
investigação, especificamente aborda o método do estudo de caso aplicado na investigação.
37
Entretanto, (Yin, 2013) aprofunda, e defende a escolha do estudo de caso para a
compreensão profunda de fenómenos de vida real, que sejam fortemente condicionados
pelo seu contexto. Permite ainda analisar um grande conjunto de variáveis, na medida em
que se baseia em múltiplas fontes convergentes e beneficia de desenvolvimentos teóricos
anteriores para conduzir a investigação. A distinção entre tipos de estudos de casos e para
a qual parece haver consenso entre autores. Segundo (Coutinho, 2011), será a classificação
em estudo de caso único e estudo de caso múltiplo. Assim como o próprio nome indica, o
primeiro tipo apenas analisa um único caso, enquanto o segundo debruça-se sobre vários
casos para a análise.
Durante a realização deste trabalho os dados foram tratados duma forma qualitativa, foi
assim determinado pelo fato da diversa informação pesquisada ser proveniente de crenças,
hábitos e opiniões patentes nas obras de diversos autores na área da eletrificação rural. A
investigação do trabalho em curso tem um carater qualitativo, uma vez que são analisados
38
contextos sociais, empresariais, comportamentos e características, considerando os
desenvolvimentos teóricos anteriores. O objetivo principal é analisar a potencialização da
implementação das energias novas e renováveis nas zonas rurais e se a aposta neste tipo de
energias em Moçambique é uma alternativa económica, social e ambientalmente
sustentável.
Portanto, estudo de caso foi a alternativa escolhida para a análise e compreensão da situação
a estudar, ou seja, a análise qualitativa dos projetos de eletrificação rural em Moçambique.
Definiu (Ponte, 2006), que caso de estudo é uma investigação que se assume como
particularística, isto é, que debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se
supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspetos, procurando descobrir o que há
nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a
compreensão global de um certo fenómeno de interesse. Contudo, (Ribeiro & M.S, 2011),
citando (Yin, 2013), vai mais longe ao afirmar que o estudo de caso é uma investigação
empírica que estuda um fenómeno contemporâneo dentro do contexto de vida real,
especialmente quando as fronteiras entre o fenómeno e o contexto não são absolutamente
evidentes e salienta que para tal se podem usar múltiplas fontes para recolher evidências e
informações desde que sejam apropriadas e possibilitem compreender o caso no seu
todo.
Contudo, (Paes, 2010), citando Yin, indica que o método do estudo de caso é o preferido
quando se pretende dar resposta a questões de, como? E porquê? Quando o investigador
tem pouco controlo sobre os acontecimentos, e quando o foco é um fenómeno a estudar no
seu contexto real.
39
3.2.1. Perguntas de Partida
Uma boa pergunta de partida deve exigir clareza, exequibilidade e pertinência, assim, como
anteriormente ilustrado (ponto 1.2. nos objetivos do capítulo da introdução) o presente
trabalho tem como perguntas de partida que representam um caminho a seguir neste
projecto de investigação:
De igual modo outras teorias abordam que o sucesso dos projectos de electrificação rural
depende em parte também das ações e das políticas governamentais. Sabe-se que o acesso
a energia é uma condição necessária para o desenvolvimento, o bem-estar, ou seja, e é uma
ferramenta essencial na luta contra pobreza.
40
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.1. Moçambique
Segundo a (OCDE, 2022), Moçambique continua a ser um exemplo de sucesso de transição
pós-conflito, com uma média de crescimento económico oito (8) porcento (%) desde o ano
2000 a 2006. O forte crescimento económico é principalmente impulsionado pelo
financiamento externo através de "mega - projetos" e de fluxos de ajuda de grande porte.
A figura acima mostra duma forma objetiva como Moçambique se encontra constituída
atualmente. De seguida, apresenta-se uma breve caraterização das energias de
Moçambique.
41
pode ser desenvolvido a um custo relativamente baixo. O maior potencial está na bacia do
rio Zambeze em pontos como Cahora Bassa Norte e Mphanda Nkuwa.
Até agora, foram desenvolvidos cerca de 2.200 MW. Além disso, o potencial de pequenas
centrais hidroelétricas é de 190 MW. Moçambique recebe uma quantidade considerável de
sol. Com uma radiação média anual de 5KWh / m² / dia, que oferece condições muito
favoráveis para a energia solar fotovoltaica e térmica de desenvolvimento.
Ao nível doméstico, a principal procura para a energia é para cozinhar e iluminar. A
principal fonte de energia para a maioria dos moçambicanos é a biomassa, especialmente
de combustível de madeira. Dentro das comunidades rurais, este recurso é responsável
por quase toda a energia consumida. Produção e utilização do carvão vegetal são difundidas
em pequenas aglomerações urbanas, capitais de distrito e cidades ao redor do maior e
cidades, (MEM, 2012).
A FUNAE surge como outra instituição pública, fundada em 1997, é suportada pelos
doadores, é na prática a responsável pela eletrificação rural fora da rede nacional,
principalmente usando sistemas geradores de diesel e Solares fotovoltaicos, poucas
Organizações não-Governamentais (ONGs) estão envolvidos na eletrificação rural
(Ahlborg, 2014)
42
objetivos bem definidos foi desde sempre um compromisso a ser cumprido por parte do
governo.
Actualmente, 99,22 % dos distritos têm fornecimento de energia eléctrica, entretanto após
uma análise da actual panorâmica da electrificação rural em Moçambique, constata-se que
o número de distritos com fonte eléctrica não se traduz no número de pessoas/famílias com
acesso as mesmas, existindo ainda uma enorme discrepância, ou seja, contudo, constata-se
que a percentagem de população a servir-se de energia elétrica baixa contínua. (MEM,
2012).
No final de 2020 a taxa de electrificação ligada à rede foi de 34%, previa-se que a taxa de
electrificação total fosse de 38%, segundo a Estratégia Nacional de Electrificação, e que a
população atingiria 32 milhões, segundo o FMI, ou seja, cerca de 20 milhões de
moçambicanos ainda não têm acesso à electricidade. Sob o Programa Energia para Todos,
o Governo vai assegurar que até 2024 mais 10 milhões de moçambicanos possam dispor
de electricidade pela primeira vez. O grande desafio será atingir a ambiciosa meta de acesso
universal até 2030 e implementar o considerável esforço adicional previsto entre 2025 a
2030, incluindo o contributo dos sistemas fora da rede.
O consumo de electricidade per capita estabilizou em 2014 nos cerca de 200 kWh/ano, não
tendo sofrido o impacto nem da crise financeira que afectou o país entre 2014 e 2016 nem
do aumento da taxa de acesso à rede eléctrica. A taxa de acesso terá forçosamente de
aumentar nos próximos anos e a previsão do FMI aponta para um crescimento médio anual
do PIB per capita de 33% no próximo quinquénio, após uma quebra em 2021, que compara
com o crescimento médio anual de 54% entre 2000 e 2020, negativamente influenciado
pela crise financeira.
43
A maior parte do consumo ainda é doméstico, seguido de consumo industrial e
posteriormente comercial. O consumo agrícola ainda é marginal
44
Gráfico 3. Evolução da produção de electricidade por fonte // Fonte: EDM
Gráfico 4. Evolução do consumo per capita vs evolução do PIB per capita e acesso à rede
eléctrica // Fonte: EDM e FMI
4.3. Análise SWOT – Eletrificação rural em Moçambique
A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) é uma ferramenta de
análise, onde se identificam elementos chave que permitem a elaboração de um diagnóstico
estratégico e o estabelecimento de prioridades de atuação de uma organização, de uma área
geográfica ou de um setor de atividade.
45
- Existência dum governo que evidência - População maioritariamente pobre é um
todos os esforços, interna e externamente obstáculo para conclusão destes projetos;
no sentido de apoiar os seus parceiros para - Fraco nível de escolaridade da população
minimizar o déficit de fornecimento de e elevado nível de analfabetismo;
energia elétrica no país; - O mercado energético é relativamente
- Políticas e legislação que permite a recente, podendo mesmo afirmar-se que se
flexibilização de projetos de doadores encontra em fase embrionária;
internacionais, de empresas privadas - Existência de barreiras a eletrificação
nacionais e estrangeiras que convergem rural como: geração de energia a curto
com os objetivos da radicação de pobreza prazo, fraca capacidade execução, falta de
através de eletrificação das zonas rurais; incentivos apropriados, custos elevados de
- Moçambique encontra-se junto a zona fornecimento de energia as famílias peri
costeira do oceano índico (permite o uso do urbanas e rurais, crescimento populacional;
mar), possui recursos abundantes para o - A falta de rede elétrica em algumas zonas
desenvolvimento das energias renováveis e mais distantes do país;
usufrui duma quantidade suficiente anual - Falta de Indústria e falta de
de radiação solar para desenvolver painéis competitividade no setor face aos preços
solares; baixos praticados pela central hidroelétrica
-Estabilidade política e as recentes de Cahora Bassa.
descobertas de recursos energéticos
funciona como maior plataforma de
atração de investimentos.
Oportunidades Ameaças
- Mecanismos de desenvolvimento Limpo - Prolongamento do atual cenário de crise
(MDL) e os mercados voluntários que que esta afetar o mundo cria entraves a
podem proporcionar investimentos de níveis de financiamento;
novos projetos; - (Re) direcionamento de investimentos
- Investimento futuro de mais centenas de dos doadores internacionais para outras
bilhões de dólares até 2030 do Banco economias emergentes como os BRICs1
- Elevados custos de Diesel é um fator
1
Conjunto de Países denominados como novas potências emergentes – Brasil, Rússia, India e China (BRIC)
46
Mundial, ONU, entre outros, para tornar limitativo, da logística e comunicação com
acessível a eletricidade no universo; os clientes devido as infraestruturas
- Por outro lado o mesmo cenário de crise precárias.
traduz-se numa oportunidade de
investimentos em Moçambique que
poderiam ser mais caros por motivos
financeiros.
2
Agentes interessados (diretos ou indiretos).
47
4.4.1. Impacto Social (Comunidade Rural)
Segundo a (UNESCO, 2022), com a eletrificação rural através dos sistemas
descentralizados, usando as novas energias renováveis é possível a promoção de igualdade
dos sexos, libertando as mulheres, e as crianças das cargas desproporcionais nas atividades
com as biomassas tradicionais. Contudo é importante citar que certas atividades evoluíram
duma natureza puramente obrigatória para uma natureza simplesmente de lazer explicada
pelas relações de teor antropológico.
Naturalmente, os objetivos sociais da eletrificação rural são dirigidos para a melhoria das
condições de vida da população rural, incluindo a criação de condições adequadas para a
educação e saúde, (Zomers 2001). Por outras palavras a eletrificação rural deve seguir, e
não conduzir, o desenvolvimento regional. Em ambos os casos a eletrificação rural é
planeados e executados em combinação com outras atividades de desenvolvimento rural,
sob certas circunstâncias sociais e políticas, e o seu êxito depende também do sucesso
doutras atividades. (Barnes, 1988).
(Oliveira, 2001), afirma que a chegada da eletricidade junto das comunidades rurais
provoca consideráveis modificações permitindo que a população tenha acesso a serviços
sociais básicos, tais como, fornecimento de água potável, saneamento, educação e sistemas
de comunicação, implicando uma modernização das zonas rurais e levando a um aumento
substancial da melhoria da vida das populações.
(Oliveira, 2001), explica ainda a forma como o acesso aos serviços sociais básicos se
desenvolve, nomeadamente:
48
• Com energia elétrica criam-se condições para o melhoramento da saúde de vida da
população com a construção de postos de saúde locais equipadas com tecnologias
necessárias; o nível de analfabetismo é colmatado com a construção de novas
escolas de ensino noturno passando a população disponível a dedicar-se
exclusivamente ao trabalho do campo e doméstico durante o dia;
• A eletricidade combate os fenómenos de migração êxodo-rural diminuindo a saída
da população jovem destas zonas para cidade mantendo assim uma força de trabalho
importante nas zonas rurais;
• Os habitantes passam a ter acesso a informação atualizada através do uso da
televisão e da rádio, a distância física entre as famílias torna-se reduzida com o
acesso aos serviços telefónicos, inicialmente não residências, com a instalação de
telefones públicos em locais estratégicos.
4.4.2. Impacto na Economia Rural
Uma gestão eficiente da eletrificação rural permite a promoção duma autoconfiança
económica das populações locais com a redução dos custos com as fontes importadas,
passando a gastar de forma racional parte das suas rendas em querosene, velas e baterias
no atendimento das suas necessidades energéticas, (UNESCO 2012).
De acordo com uma lista da NRECA2114 (1983), existem várias oportunidades nas zonas
rurais para melhorar a produtividade económica através do uso da eletricidade para se
conseguir benefícios sociais (Zomers 2001). Na sua análise, conclui este autor que a
eletrificação rural provoca um impacto maior sobre o desenvolvimento agrícola nos países
onde a irrigação é uma atividade abundante, e tem um impacto sobre o desenvolvimento
industrial e comercial com o surgimento de inúmeras empresas.
Ainda Zomers (2001), relata existência de provas que indicam que a eletrificação por si só
não é um catalisador de desenvolvimento económico e que existe pouca evidência que o
impacto da electrificação no crescimento agrícola por si só também não provoca o
aparecimento de atividades indústrias e comercias. Contudo é aceitável imaginar que ela
pode proporcionar um estímulo ao desenvolvimento da actividade económica
especialmente no sector dos serviços.
49
A electrificação das zonas rurais nos países em desenvolvimento promove o
desenvolvimento agrícola quando certos recursos complementares, tais como bombas
eléctricas e serviços financeiros são incluídos. Assim, e para (Zomers A. , 2003), é
importante selecionar zonas rurais preparadas para crescimento sustentado para a
electrificação uma vez que estas geralmente apresentam rápido crescimento da procura de
modo a melhor reafectação de recursos financeiros.
Entretanto Hourcade (1990) et al. argumentam que "quanto mais desenvolvida uma região,
maior o impacto da eletricidade no crescimento económico e "concluem que a eletrificação
rural é um" catalisador seletivo "no sentido em que as regiões com infraestruturas pré-
instaladas de energia (sistemas de transporte, água), colhem rapidamente os benefícios dos
efeitos estimulantes do que as zonas menos preparadas.
Nestas zonas passa a existir uma procura efectiva dos serviços por equipamentos e
construções, por outro lado também há uma procura de equipamentos por parte de certos
vendedores de equipamentos que auxiliam as fontes de energia renováveis. Toda esta
interação entre a procura e a oferta de bens essências (lâmpadas, televisores, telefones
aparelhos elétricos, geradores, refrigeradores) é atraído pela existência da electricidade
nestas zonas, dinamizando-se, indiretamente, a economia de base local.
(Schramm, 1993), argumentam que, em geral, a electrificação das zonas rurais não
contribui para a redução da pobreza, nem para a contenção da migração das zonas rurais
para áreas urbanas. Porém, beneficia principalmente os grupos de renda mais alta, embora
em alguns casos, grupos de baixa renda são beneficiados, indiretamente, como
beneficiários secundários através da introdução simultânea de irrigação e de outras medidas
de geração de renda.
50
4.4.3. Impacto sobre o meio ambiente
Com o acesso à energia elétrica através das novas energias renováveis, como parte
importante dum sistema de energia administrado e controlado localmente, tende a criar-se
condições benéficas para a proteção e gestão do meio ambiente local. (UNESCO 2012).
(Zomers A. , 2003), citando por (Vogel, 1993), revela que a eletrificação das zonas rurais
geralmente não evita a desflorestação a curto prazo após a eletrificação. A troca do uso da
lenha pela eletricidade para fins domésticos acontece numa escala muito reduzida e
limitada, devendo-se esse fenómeno ao fato das populações rurais não possuírem recursos
financeiros para a compra de aparelhos elétricos numa fase inicial.
Por outro lado, os hábitos de confeção dos alimentos na cozinha, a oportunidade de comprar
pequenas quantidades de combustível tradicional, e certo tipo de práticas agrícolas são os
principais motivos para a deflorestação, sendo nestes casos a população um dos principais
responsáveis pelo sucesso ou insucesso da gestão ambiental local (Zomers A. , 2003).
Ainda na sua pesquisa, (Zomers A. , 2003), 0 indica que a procura de lenha e/ou carvão
pelas zonas urbanas também tem um impacto sobre a deflorestação das zonas rurais mais
próxima.
Segundo Oliveira (2000), os meios energéticos rurais são principalmente constituídos por
combustíveis tradicionais como a lenha, madeira, carvão, e certos resíduos agrícolas. As
suas utilizações são em muitos casos ineficientes, trazem grande desperdício dos recursos
naturais e provocam consequências indesejáveis a saúde humana através de libertação de
fumos que se concentram no interior das casas após o uso para a cozinha e bem como para
iluminação. Analisando os fundamentos acima expostos, podemos concluir que a
substituição das fontes primitivas de energia, a par duma utilização mais eficiente das
mesmas, pode ser benéfica para o meio ambiente.
51
CAPÍTULO V – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5. Conclusão
O presente trabalho baseia-se no estudo de caso sobre a electrificação rural em
Moçambique no e pretende responder as questões como “Até que ponto podem os sistemas
de mini-redes hidroeléctricas ser eficientes na melhoria da electrificação rural e na
satisfação das necessidades locais em termos de abastecimento energético? Será que vale a
pena apostar nas energias novas e renováveis como alternativas socioeconómicas na
electrificação de Moçambique? Qual o impacto da electrificação rural no combate à
desflorestação em Moçambique?
Como podemos observar o número de famílias com acesso a electricidade ainda é baixo
embora 99% dos distritos já têm redes eléctricas e fontes de energias instaladas ainda,
verifica-se que mais de 80% da população ainda não tem acesso energia eléctrica.
O governo Moçambicano deve optar pelas práticas de Benchmarking 3 aos países que
tiveram algum sucesso na implementação dos programas de electrificação rural de forma
descentralizada.
3
Benchmarking é um processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos, serviços e processos de
trabalho das organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas com a finalidade
de comparar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria na organização que está realizando (ou
monitorando) o benchmarking.
52
vida das pessoas. É uma realidade que afecta mais de 20% da população mundial,
localizadas nas zonas rurais, maioritariamente do Sul de Asia, da América Latina e de
África, concretamente da Africa Subsaariana. Haanyika (2006), citando a PNUD
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) (2000) e GNESD (Rede Global
par Energia e Desenvolvimento Sustentável) (2004), reforça esta evidência indicando que
mais de 2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a formas comercias de energia,
incluindo a energia eléctrica e cozinham usando combustíveis tradicionais. Cita ainda que
a falta de acesso à energia eléctrica afecta a maioria das áreas rurais nos Países
Desenvolvidos;
Portanto, estudo de caso foi a alternativa escolhida para a análise e compreensão da situação
a estudar, ou seja, a análise qualitativa dos projetos de eletrificação rural em Moçambique.
53
a pobreza e outros tipos de problemas sociais, económicos e ambientais que afectam as
comunidades rurais.
5.1.Recomendações
É importante para trabalhos futuros que se dinamize a indústria e o comércio das
tecnologias de energias novas e renováveis, incentivando as pequenas e medias empresas a
apostarem nesta actividade, e simultaneamente subsidiando-as e concedendo-as de forma
controlada incentivos fiscais.
É necessário seleccionar tipos de biomassa com elevado teor energético a incluir na lista
de prioridades da biomassa desperdício de energia. Exemplos dessa biomassa são as cascas
de cocos e outros resíduos agrícolas (uso da energia de biomassa na produção de energia e
gás).
Também para este, é importante que os futuros estudantes pesquisadores estudem os tipos
possíveis de energias com maior potencial energético para produzir electricidade local.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mozambique–Grid-extension, off-grid, and renewable energy technologies.
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Barnes, D. F. (1988). Productive uses of energy for rural development. Annu. Rev. Environ.
Resour.
Cabraal, R. A. (2005). Productive uses of energy for rural development. Annu. Rev.
Environ. Resour., 30, 117-144.
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55
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institucional do setor elétrico brasileiro. Rio De Janeiro: Doctoral dissertation,
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Ribeiro, & M.S. (2011). Internacionalização Bancária - Destino Brasil - O Caso CGD;
Tese de Mestrado; ISCTE Business School - Instituto Universitário de Lisboa.
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energia-sustentavel-todos-onu-sustainable-energy-all-632826.shtml
Yin, R. K. (2013). Case study research: Design and methods. . Sage publications.
56