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Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIA) para o Projecto

de Expansão da Rede de Transporte de Energia através da


Linha de 220kV de Metoro – Montepuez– Marrupa (Lote 1)

TERMOS DE REFERÊNCIA (TdR)

Maputo, Agosto de 2021


0.1 2021-08-03 Versão draft Relatório TdR Equipa de EIAS Kostas Batos Bobby Wechsler

0.0 2021-05-19 Versão draft Relatório TdR Equipa de EIAS SilviuHarabagiu Bobby Wechsler

Versão Data Descrição Preparado por Verificado por Aprovado por


INDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3
1.1 Considerações Gerais ................................................................................................. 3
1.2 Objectivos dos Termos de Referência ........................................................................ 3
1.3 Identificação do Proponente ........................................................................................ 4
ESTRUTURA DO RELATORIO DE EIA ....................................................................... 4
2.1 Relatório de Estudo de Impacto Ambiental ................................................................. 4
METODOLOGIA GERAL DO EIA ................................................................................. 6
ESTUDOS ESPECIALIZADOS ..................................................................................... 8
4.1 Meio Físico .................................................................................................................. 8
4.1.1 Climatologia ............................................................................................................ 8
4.1.2 Qualidade do Ar ...................................................................................................... 9
4.1.3 Ambiente Sonoro .................................................................................................. 10
4.1.4 Recursos Hídricos Superficiais ............................................................................. 11
4.1.5 Geologia, Geomorfologia e Solos ......................................................................... 11
4.2 Meio Biótico ............................................................................................................... 11
4.2.1 Flora ...................................................................................................................... 12
4.2.2 Fauna .................................................................................................................... 12
4.3 Meio Macro EcossistÉmico ....................................................................................... 13
4.3.1 Uso Actual do Solo ............................................................................................... 13
4.3.2 Paisagem .............................................................................................................. 13
4.3.3 Resíduos Sólidos e Líquidos ................................................................................. 14
4.4 Meio Socioeconómico ................................................................................................. 14
4.4.1 Composição e fases do estudo ............................................................................. 14
4.4.2 Indicadores do estudo ........................................................................................... 15
4.4.3 Metodologia .......................................................................................................... 15
4.5 Estudo de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho......................................... 16
4.6 Estudo de Transporte e Circulação ........................................................................... 17
4.7 ANÁLISE DO PROJECTO E AS SUAS ALTERNATIVAS......................................... 17
PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA E DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES
INTERESSADAS E AFECTADAS (PI&As) ........................................................................ 18
5.1 Introdução ................................................................................................................. 18
5.2 Legislação Moçambicana .......................................................................................... 18
5.3 Objectivos do Envolvimento das PI&As .................................................................... 18
5.4 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS PI&As ................................................................ 19
5.4.1 Abordagem metodológica da Consulta Pública .................................................... 20
5.4.2 Organização das reuniões de Consulta Pública ................................................... 20

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Termos de Referência Page i
5.5 RELATÓRIO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 22
EQUIPE PROPOSTA PARA REALIZAÇÃO DOS ESTUDOS ESPECIALIZADOS E DO
REAS ................................................................................................................................. 22

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Descrição dos parâmetros seleccionados para avaliação de impactos. ............... 6


Tabela 2: Matriz de Significância do Impacto ...................................................................... 7

ACRÓNIMOS

AIA – Avaliação de Impacto Ambiental


AD – Área Directa Afectada
AID – Área de Influência Directa
AII – Área de Influencia Indirecta
ITS – Infecções de Transmissão Sexual
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
GdM – Governo de Moçambique
INE – Instituto Nacional de Estatística
MTA: Ministério da Terra e Ambiente, anteriormente designado por Ministério da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural (MITADER)MICOA, Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
(MICOA)
PGA – Plano de Gestão Ambiental
PI&A’s – Partes Interessadas e Afectadas
TdR – Termos de Referência
EPDA – Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito
OHL – Linha de Transporte Aérea
HVAC – Corrente Alternada em Alta Tensão
HVDC – Corrente Contínua em Alta Tensão

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Termos de Referência Page ii
INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais


A Electricidade de Moçambique E.P (EDM), empresa pública nacional de provisão de
energia eléctrica em Moçambique, pretende implementar um projecto para o reforço e
expansão da rede de transporte e distribuição de energia na região norte do país
compreendendo a construção de duas linhas de transporte aéreo (OHL) de energia
eléctrica de 220kV seguindo o traçado Metoro-Montepuez (110 km) e Montepuez-Marrupa
(175 km) e duas subestações de 220 kV abrangendo as províncias de Cabo Delgado e
Niassa (Lote 1) adiante designado por “o Projecto”.
O Projecto foi classificado como sendo de Categoria A (ver em anexo o ofício do Ministério
da Terra e Ambiente - MTA, através da Direcção Nacional do Ambiente - DINAB), o que
significa que é necessário a realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) completo.
Assim, de acordo com o mesmo Decreto Nº. 54/2015, é necessária a realização de um
Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA), complementado pelos
Termos de Referência (TdR), seguido de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
O presente documento descreve os Termos de Referência (TdR) para a preparação do
Relatório de Estudo de Impacto Ambiental do PROJECTO.

A elaboração dos TdR é regida pelo Decreto n° 54/2015 de 31 de Dezembro, que regula o
Processo de Avaliação do Impacto Ambiental, pelos Diploma Ministerial nº 129/2006
(Aprova a Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental) e Diploma Ministerial nº
130/2006, este último relacionado com o Processo de Participação Pública.

1.2 Objectivos dos Termos de Referência


• Garantir a consistência e profundidade dos estudos de especialidade a serem
desenvolvidos e a qualidade do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA);
• Identificar, descrever e avaliar os impactos ambientais associados à construção,
operação e desativação do empreendimento, tendo como foco as componentes
ambientais que serão directa e indirectamente afectadas;
• Propor medidas de controlo de impactos negativos e de potencialização dos
benefícios pela implementação do empreendimento, obedecendo aos padrões de
qualidade ambiental em vigor no País;
• Fornecer informação que possa ser usada na elaboração do Plano de Gestão e
Monitoria Ambiental, de forma a incorporar programas específicos de acordo com a
realidade actual da área de empreendimento, assim como de uma abrangência local
e regional, com propostas para uma óptima gestão do empreendimento;
• Descrever a metodologia que se pretende seguir para o processo de participação
pública.

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Termos de Referência 3
1.3 Identificação do Proponente
O proponente deste projecto é a Electricidade de Moçambique, E.P., empresa tutelada
pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia, adiante designada por EDM. A EDM é a
empresa pública nacional de provisão de energia eléctrica em Moçambique e tem como
missão “produzir, transportar, distribuir e comercializar energia eléctrica de boa qualidade,
de forma sustentável, para iluminar e potenciar a industrialização do país
O endereço do proponente do Projecto é:
• Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM)
• Direcção de Planeamento de Sistemas e Engenharia
• Av. Filipe Samuel Magaia Nr 368
• 1º andar, Caixa Postal 2532
• Maputo – Moçambique
• Telefone: +258 21 3536600
• Fax: +258 21 322074

O Proponente do Projecto é representado por:


• Dra. Belarmina Mirasse
• E-mail: belarmina.mirasse@edm.co.mz
• Telefone: (+258)213536600 / 353673

ESTRUTURA DO RELATORIO DE EIA


2.1 Relatório de Estudo de Impacto Ambiental
O REIA será conciso, compreensivo e objectivo, cobrindo cada um dos aspectos
ambientais de uma forma proporcional à sua importância. Fará uso de diagramas, mapas
temáticos, ilustrações, fotografias e outros gráficos para suportar o texto.
A estrutura do relatório será a seguinte:
Volume I: Resumo Não Técnico;
Volume II: Relatório principal com os seguintes conteúdos;

• Definição da actividade:
o Identificação do requerente;
o Justificação da necessidade da actividade
o Discussão das alternativas à actividade e justificação da opção seleccionada;
o informação resumida sobre projectos e actividades relacionados
• Descrição do Projecto
o Localização;
o Características e Memória Descritiva;
o Recursos necessários;
o Emissões e resíduos;
o Calendarização da implementação;
o Estimativa do investimento envolvido.
• Enquadramento legal da actividade e sua inserção nos planos de ordenamento
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Termos de Referência 4
territorial existentes para a área de influência directa da actividade
• Identificação da equipa de elaboração de EIA;
• Situação ambiental actual no local proposto, incluindo informações biofísicas,
económicas e sociais e as prováveis mudanças na situação ambiental com ou sem
a actividade planeada;
• Avaliação de impactos ambientais positivos e negativos resultantes da actividade,
com especial atenção à qualidade de vida dos grupos populacionais circundantes,
salvaguardando os recursos naturais, as interligações entre diferentes impactos
prováveis, as possibilidades de mitigar os impactos negativos e o plano de gestão
ambiental;
• Identificação de medidas de prevenção, correcção ou compensação dos impactos
negativos e de potenciação dos impactos positivos;
• Análise de riscos;
• Análise comparativa das alternativas para a actividade incluindo as vantagens e
desvantagens de cada uma;
• Avaliação global de impactos;
• Lacunas de conhecimentos;
• Plano de Gestão Ambiental, cobrindo também as vertentes da gestão de resíduos
e da resposta a emergências;
• Conclusões e recomendações;
• Bibliografia, mapas, fotografias, diagramas e representações esquemáticas
necessárias para facilitar a compreensão do texto principal;

Volume III: Plano de Gestão Ambiental, Plano de Monitorização;


Volume IV: Relatório do Processo de Participação Pública;

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Termos de Referência 5
METODOLOGIA GERAL DO EIA
A fase de caracterização da situação de referência consistirá na descrição das
condições de cada descritor ambiental no cenário actual, ou seja, em situação
imediatamente anterior à implementação do projecto, permitindo posteriormente compará-
la com um cenário futuro englobando a construção e exploração do Projecto para assim
se estimar o impacto ambiental resultante. Será ainda efectuada a evolução da situação
de referência sem o projecto (ou seja, a designada “alternativa-zero” em avaliação de
impacto ambiental).
A fase de identificação e avaliação de impactos permitirá perspectivar os efeitos
ambientais significativos que o projecto poderá acarretar sobre o ambiente.
A análise iniciar-se-á com a tarefa de identificação dos impactos, correspondendo à
predição da natureza das interacções entre o Projecto e a sua envolvente ambiental e
social, ou seja, as relações entre as acções do Projecto, causas primárias de impacto, e
os factores do meio, sobre os quais se produzem os efeitos.
Os parâmetros qualitativos e quantitativos são os seguintes: duração, efeito temporal, área
de abrangência, amplitude e significância dos impactos. Serão também desenvolvidos e
usadas várias técnicas e métodos de avaliação de impactos (matrizes de interacção, listas
de verificação), posteriormente aplicados a cada descritor ambiental. Os impactos serão
identificados em todas fases (construção, operação e desactivação) e listados em tabelas
para melhor leitura e posteriormente resumidas em quadros de impactos.
As potenciais mudanças no ambiente biofísico e sócio-económico da área de influência
directa e indirecta do projecto, serão identificadas e analisadas tendo em conta principais
características como a categoria do impacto, o tipo, duração, a área de cobertura, o efeito
temporal e a significância do impacto. Estes parâmetros foram seleccionados de acordo
com sua relevância para a análise dos impactos positivos e negativos. Os parâmetros
utilizados para avaliar os impactos estão descritos na tabela abaixo.
Tabela 1: Descrição dos parâmetros seleccionados para avaliação de impactos.

Parâmetros de Avaliação Categorização Qualitativa e Quantitativa


de Impactos
Tipo Positivos (+): quando os efeitos são benéficos

Negativos (-): quando os efeitos são adversos

Extensão Local (-1/+1): quando os impactos ocorrem na Área de Influência


Directa do projecto
Regional (-2/+2): quando ocorrem ou se manifestam na Área Influência
Indirecta do projecto
Estratégico (-3/+3): quando extrapolam as áreas do projecto

Duração Curta (-1/+1): se ocorre num intervalo de tempo limitado inferior a 1,5
anos
Média (-2/+2): se ocorre num intervalo de tempo limitado entre 1,5 a 5
anos
Permanente (-3/+3): Se ocorre num intervalo de tempo superior a 5
anos
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Termos de Referência 6
Amplitude Reduzida (-1/+1): perturbação reduzida sem modificação de processos
naturais/sociais
Moderada (-2/+2): perturbação parcial de processos naturais/sociais

Elevada (-3/+3): perturbação elevada de processos naturais/sociais e


com mudanças efectivas

Os impactos serão identificados e a significância será atribuída tendo em conta a


interacção entre os critérios de magnitude e os critérios de sensibilidade, como
apresentado na matriz de significância na Tabela abaixo:
Tabela 2: Matriz de Significância do Impacto

A significância dos impactos será discutida antes e depois da mitigação. Sempre que
possível a seguinte hierarquia de medidas de mitigação será aplicada:
• Mitigação / eliminação através do desenho;
• Escolha do local / tecnologia; e
• Aplicação de melhores práticas.
Após a avaliação dos impactos do projecto, a tarefa seguinte corresponde à identificação
das principais medidas de mitigação ambiental necessárias, que incluirão, idealmente,
medidas de prevenção dos impactos negativos, medidas de correcção para os impactos
negativos atenuáveis, medidas de compensação para os impactos negativos inevitáveis e
medidas de potenciação para os impactos positivos.
Pretender-se-á assim, sempre que possível, definir medidas tecnicamente aceitáveis,
praticáveis e eficientes em termos de custos para os impactos ambientais e sociais
identificados, de modo a evitar danos desnecessários ao ambiente, salvaguardar recursos
valiosos ou limitados, áreas naturais, habitats e ecossistemas e proteger as populações e
o seu ambiente social.
De seguida será elaborado o Plano de Gestão Ambiental (PGA) cujo objectivo será o de
controlar os potenciais impactos negativos no ambiente e maximizar os impactos positivos
nas fases de construção, operação e desactivação. A efectiva implementação do PGA irá
assegurar que a condução e a gestão das actividades do projecto sejam efectuadas de
uma forma ambientalmente sustentável.
O PGA também deverá ser eficaz, por forma a estabelecer com precisão os objectivos e
acções necessárias, abrangendo uma série de medidas de mitigação que possam evitar,
minimizar e prevenir determinados impactos, preservar os atributos ambientais presentes

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Termos de Referência 7
no local, e ainda reabilitar, restaurar e compensar os danos ambientais e sociais
decorrentes da implementação do projecto.
Para tal, o PGA deverá identificar claramente quais as medidas mitigadoras a aplicar em
cada uma das fases do projecto, identificando como e quando devem ser implementadas
e a responsabilização no cumprimento das medidas de mitigação propostas.

ESTUDOS ESPECIALIZADOS
Os aspectos a serem investigados em detalhe na fase subsequente do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) serão alcançados através de estudos especializados. Estes permitirão
conhecer a situação actual do ambiente na área de inserção do Projecto, previamente a
qualquer acção de construção.
Para tal, cada especialista fornecerá uma metodologia específica a ser empregue e a
informação do relatório deverá ser clara, concisa e cingida estritamente ao projecto em
questão. O conhecimento local deverá ser sempre levado em consideração e, sempre que
possível, incorporado nos relatórios.
Estes estudos compreenderão quer os trabalhos de campo (levantamentos in situ), quer
pesquisas bibliográficas e análises laboratoriais, de modo a assegurar que todos os
impactos potenciais sejam considerados em todas as fases de desenvolvimento do
empreendimento, nomeadamente:
• Fase de mobilização e construção;
• Fase de operação;
• Fase de desactivação.

4.1 Meio Físico

A caracterização do meio físico será realizada a partir de dados obtidos bibliograficamente


(cartografia topográfica, geológica, de solos, de áreas protegidas e habitats, dados de
qualidade das águas, entre outros) complementados com reconhecimento de campo e
levantamentos específicos, atendendo os tópicos que são descritos a seguir.

4.1.1 Climatologia

Este item deverá apresentar:


• Classificação climática da região do empreendimento;
• Comportamento das variáveis climáticas (variação mensal e anual): temperatura,
vapor de água, precipitação, humidade relativa do ar, insolação, evapotranspiração,
ventos. Os dados deverão ser de séries de dados actualizados;
• Séries históricas de eventos climáticos extremos: cheias, secas e ciclones;
• Análise da direcção e velocidade dos ventos.

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4.1.2 Qualidade do Ar
Os efeitos da qualidade do ar da construção poderão ocorrer da construção de novas
subestações e obras em subestações existentes, construção de fundações de torres e
quaisquer obras de construção de vias associadas, tais como as vias de acesso
provisórias. Os efeitos serão localizados e poderão incluir:
• Emissões associadas com a maquinaria e veículos usados no local – tipicamente
matérias de partículas (PM10) e óxidos de nitrogénio (NOx); e
• O pó decorrente de actividades de construção e movimentações de veículos – o pó
gerado pelas actividades de construção pode ser mecanicamente transportado para
fora do local (através do vento ou re-suspensão pelos veículos) onde pode sujar
propriedades e vegetação. Pode também decorrer de erosão provocada pelo vento
em depósitos de materiais e movimentação de terras.
Espera-se que as emissões associadas à maquinaria e veículos usados no local não
resultem em quaisquer efeitos adversos significativos sobre o ar, e que sejam temporários
e locais, e onde for viável localizados longe dos receptores.
A distância da fonte em que se sentem os efeitos do pó da construção depende da natureza
e dimensão das medidas de mitigação, ventos prevalecentes, e presença de protecção
natural, por exemplo, vegetação. De acordo com a USEPA1 (1996). base na natureza da
obras previstas aceita-se que os efeitos do pó são limitados dentro de 200 m da fonte e
por isso a avaliação do pó da construção será limitada à consideração dos receptores
dentro dessa distância
Neste contexto, propõe-se que os efeitos da qualidade do ar durante a fase de construção
sejam avaliados qualitativamente, usando uma abordagem baseada a identificação de
receptores potencialmente sensíveis e riscos associados para determinar a probabilidade
das emissões do pó causarem efeitos inconvenientes. Dar-se-á consideração às
actividades da construção propostas, condições meteorológicas básicas e sensibilidade de
receptores locais. Os locais serão classificados quanto a existência de um risco baixo,
médio ou alto dos efeitos inconvenientes do pó e serão propostas medidas de mitigação
com base no nível de risco identificado e de acordo com a orientação de boas práticas.
Ademais, a área envolvente do Projecto apresenta fraca densidade populacional, o que
suscita a um baixo potencial de perturbação do ambiente envolvente. Neste contexto, esta
especialidade será analisada com base na informação e dados históricos existentes ao
nível da área de estudo.

1
USEPA - United States Environmental Protection Agency (Agencia Norte Americana para a Protecção Ambiental)

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4.1.3 Ambiente Sonoro
Deverá efectuar-se uma avaliação do ambiente sonoro da área de estudo que permita a
determinação dos impactos resultantes da implementação do presente projecto.
Os efeitos do ruído da construção podem resultar do desenvolvimento de novas
subestações, torres, vias de acesso e ampliação de subestações existentes. Os efeitos
serão localizados e poderão incluir:
• Modernização das vias existentes e construção de novas vias de acesso
• Corte de árvores durante a preparação do terreno para as subestações e o trajecto
das linhas;
• Construção de áreas de trabalho e complexos de construção temporários;
• Construção de subestações;
• Construção de fundações de torres;
• Escavação e colocação de ligações por cabo
• Construção de espaços para puxar cabos;
• Remoção de espaços para puxar cabos;
• Erecção de torres; e,
• Tráfego de construção.
Espera-se que os efeitos do ruído associado ao estaleiro de obras e veículos não sejam
significativos dada a natureza temporária e localizada do trabalho de construção. Os
prováveis efeitos dependem principalmente de:
• Distância da fonte ao receptor;
• Nível da potência sonora do equipamento em uso;
• Duração das obras;
• Tempo em que o equipamento está ligado;
• Filtragem e/ou atenuação de solos moles; e
• Natureza e extensão das medidas de mitigação.
• Áreas e épocas de gestação ou nidificação dos animais
Para além do acima descrito, é geralmente aceite que os efeitos do ruído se limitam a 200
m da fonte (USEPA, 1996). Como tal, a avaliação do ruído da construção será limitada a
receptores que vão até essa distância. Os efeitos operacionais das subestações serão
limitados e é improvável que as linhas de transporte tenham um efeito notável. Portanto, à
semelhança do ruído de construção, as avaliações do ruído da subestação serão limitadas
aos receptores que vão até essa distância.
Propõe-se que os efeitos de ruídos durante as fases de construção e operação sejam
avaliados do ponto de vista qualitativo, usando uma abordagem baseada nos riscos para
determinar a probabilidade das emissões resultarem em incómodo. Irá incluir a
consideração das actividades de construção propostas, infra-estrutura operacional e
sensibilidade dos receptores locais. Os estaleiros de obras serão então classificados em
termos da probabilidade de baixo, médio ou alto risco de efeitos prejudiciais de ruídos.

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Termos de Referência 10
Medidas de mitigação serão propostas com base no nível de risco identificado e de acordo
com a orientação das boas práticas.

4.1.4 Recursos Hídricos Superficiais


A construção e a subsequente utilização das infra-estruturas do projecto (linhas de
transporte, vias de acesso e subestações) têm o potencial de ter impactos sobre os
recursos hídricos nas proximidades dos locais onde estes trabalhos serão realizados. A
avaliação dos recursos hídricos vai cobrir impactos potenciais na água subterrânea e de
superfície, incluindo o potencial impacto das cheias
Devido à grande área geográfica envolvida, será realizado um estudo de base
suplementado pelas constatações de uma pesquisa aérea, e possíveis visitas a locais
chave para se estabelecer as condições de base ao longo da rota proposta tanto para as
linhas de transporte como para as vias de acesso, incluindo características hidrológicas e
hidrogeológicas.
A recolha de dados e o estudo de base vão incluir:
• Cruzamento de informação sobre o fluxo dos rios,
• Dados sobre a qualidade da água, mapas do solo, risco de cheias, mapas
geológicos e hidrogeológicos.
Serão utilizadas todas as fontes de informação e relatórios publicados incluindo imagens
de satélite existentes. Contudo, grande parte da área é longínqua e escassamente
habitada e espera-se que a informação publicada seja limitada. As visitas aos locais,
quando realizadas, vão envolver somente uma pesquisa rápida e não vão envolver a
recolha de amostras do solo e da água, ou investigação do subsolo.
Elas vão confirmar a localização e o estatuto de potenciais receptores sensíveis
identificados durante a fase de recolha de dados.
A avaliação dos impactos sociais terá como fim a identificação de onde as comunidades
locais obtêm a sua água potável e água para outros fins, incluindo a irrigação e a água
para consumo do gado, de tal forma que os utilizadores concorrentes em termos de
localização e a procura aproximada sejam reconhecidas. Deve-se dar ênfase a determinar-
se a utilização da água na época seca, porque é nessa altura que os potenciais conflitos
em relação à água são mais sensíveis.

4.1.5 Geologia, Geomorfologia e Solos


Neste estudo serão descritos e mapeados, em escalas apropriadas, os seguintes temas:
• Geologia e Geomorfologia regional e local.
• Tectónica e Sismicidade;
• Mapeamento de solos.

4.2 Meio Biótico


O projecto em causa tem uma baixa probabilidade de provocar impactos significativos no
meio biótico, tendo em conta que o traçado da linha segue as linhas existentes e estradas,

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Termos de Referência 11
cujas áreas já se encontram relativamente perturbadas. Ressalva-se a possibilidade de
poder provocar impactos que poderão ser moderadamente significativos na comunidade
de avifauna, caso sejam afectadas espécies com elevado estatuto de protecção.
As linhas atravessarão também rios e planícies de inundação com um particular valor pela
sua flora e fauna e o seu uso nos movimentos migratórios de aves. Os impactos directos
e indirectos sobre a fauna e flora tornam a avaliação da biodiversidade existente uma parte
importante da AIAS.

O diagnóstico do meio biótico terrestre será elaborado com base em estudos existentes e
será complementado por levantamentos de campo. Os dados constantes previamente
levantados, serão actualizados com base no resultado do estudo especializado a ser
realizado. A análise, tanto da flora como da fauna, deverá cobrir os sistemas aquáticos
(rios, lagos/lagoas) existentes na área do projecto.

4.2.1 Flora
Os seguintes aspectos serão abordados:
• Caracterização local e regional da vegetação;
• Levantamento das espécies que ocorrem na área de influência do projecto, com os
seus nomes comuns e científicos;
• Identificação de espécies raras com ameaças de extinção, de interesse científico,
económico ou cultural.
A caracterização da situação de referência será assim constituída por:
• Recolha e tratamento de informação obtida através de pesquisa bibliográfica e
consulta de especialistas;
• Planificação e realização de trabalho de campo; e
• Análise e discussão dos resultados obtidos.

Tendo em conta a tipologia do projecto em causa, os grupos biológicos que se propõe


caracterizar são os habitats, a flora e, dentro das espécies de fauna, os vertebrados
terrestres e aquáticos, nomeadamente a herpetofauna (anfíbios e répteis), a avifauna, os
mamíferos e os peixes, com especial enfoque no grupo das aves.

4.2.2 Fauna

A caracterização da fauna será baseada na recolha e compilação de dados de estudos já


realizados, bem como em depoimentos de pessoas que vivem na área já há muito tempo.
Entretanto, os seguintes aspectos serão abordados:

• Identificar as espécies faunísticas (herpetofauna, avifauna, mamíferos), incluindo


espécies migratórias, residentes e transitórias, encontradas dentro da área de
estudo e na região em que esta se encontra;

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Termos de Referência 12
• Descrever e avaliar o potencial dos diferentes habitats ocorrentes na área de estudo
para a fauna (estado actual, níveis de degradação, adequação);
• Inventariar os principais grupos faunísticos na área de estudo e o seu respectivo
estado de conservação, em conformidade com a Lista Vermelha da IUCN2 e/ou
listadas como espécies protegidas de acordo com a legislação Moçambicana, em
especial as espécies susceptíveis de serem afectadas/perturbadas durante as fases
de construção e operação do projecto;
• Serão identificadas e cartografadas na área de estudo as zonas de ocorrência dos
habitats e espécies florísticas e faunísticas de maior valor para a conservação, de
modo a que estas possam ser evitadas pelo projecto ou, em caso de
impossibilidade, serem alvo de medidas de mitigação e/ou compensação
adequadas.

4.3 Meio Macro EcossistÉmico


4.3.1 Uso Actual do Solo
O uso actual do solo na área abrangida pelo projecto será apresentado através de mapas,
resultante da verificação in loco do actual uso do solo (pesquisa de campo) e mediante
consulta dos instrumentos de ordenamento e uso de terra a nível distrital. Os seguintes
aspectos serão descritos:
• Os usos dos solos existentes na área do Projecto;
• Os usos dos solos existentes nos arredores da área do projecto, particularmente os
usos de solo que serão sensíveis ao empreendimento;
• Uso do solo previsto nos planos de ordenamento territorial.

4.3.2 Paisagem
A zona de influência visual (ZIV) é definida como a extensão da visibilidade potencial para
ou de uma área ou característica específica. Contudo, a extraordinária escala do Projecto
proposto, as questões de acessibilidade sobre algumas das áreas e a falta de vias de
acesso, criam dificuldades na identificação da extensão real da ZIV. Assim, o âmbito
indicativo espacial foi definido, para fins do projecto, como uma área de aproximadamente
3 km a partir dos corredores de OHL e de 8km a partir das novas subestações existentes
e propostas para solucionar os impactos potenciais sobre as características das paisagens
existentes e da amenidade visual.
Será realizada uma avaliação da paisagem e da amenidade visual através de um estudo
de base e o trabalho de campo para providenciar informação suficiente, podendo prever-

2
IUCN -International Union for Conservation of Nature – União Internacional Para a Conservação da
Natureza

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Termos de Referência 13
se de forma exacta os níveis de impactos potenciais e avaliar-se a significância de tais
impactos.

4.3.3 Resíduos Sólidos e Líquidos

No que diz respeito a este estudo, propõe-se o seguinte:


• Caracterizar a produção de resíduos esperada com a implementação do projecto;
• Avaliar os riscos ambientais associados à gestão de resíduos no local;
• Providenciar uma descrição detalhada de como será aplicada a hierarquia da
gestão de resíduos;
• Identificar os resíduos líquidos provenientes de diversos usos e a sua deposição
final.

4.4 Meio Socioeconómico


4.4.1 Composição e fases do estudo
O Estudo Socioecómico será constituído por três elementos principais: (1) a caracterização
socioeconómica da situação de referência; (2) a identificação, discussão e classificação
dos potenciais impactos directos e indirectos das actividades do Projecto na situação de
referência socioeconómica, e (3) a definição das principais medidas de potenciação e
mitigação dos impactos positivos e negativos, respectivamente, a serem posteriormente
integrados no Plano de Gestão Ambiental.
Com base no traçado proposto para a linha de transporte de energia do Lote 1 e na
descrição das principais actividades a serem realizadas nas fases de construção, operação
e desactivação, deverão ser definidas as áreas de influência do projecto e estudadas as
alternativas, em especial relativamente ao traçado da linha em termos de impactos sociais.
As principais fases do estudo serão:
• Estudo de gabinete para conhecimento das actividades do Projecto, análise de
informação estatística e dados secundários relativos à Área de Influência Directa e
Indirecta do Projecto com enfâse na sua localização geográfica e nos sectores
sociais e económicos com maior ligação ao Projecto (planos de desenvolvimento
regional e local, planos de ordenamento do território, indústria e serviços,
transportes terrestres, por exemplo);
• Pesquisa de campo para recolha de dados primários e secundários que permitam
descrever a área de influência directa e indirecta do Projecto e identificar os
principais grupos e pessoas potencialmente afectados por o Projecto;

• Elaboração do relatório com a descrição da situação de referência e análise dos


potencias impactos e respectivas medidas de mitigação com base nos dados
compilados e analisados no estudo de gabinete e nas observações e informações
recolhidas na pesquisa de campo.

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Termos de Referência 14
• Integração no relatório do Estudo Socioeconómico das conclusões e contribuições
da reunião de Consulta Pública para apresentação das principais constatações e
propostas de medidas constantes no Estudo de Impacto Ambiental.

4.4.2 Indicadores do estudo


Resume-se em seguida os principais Indicadores do Estudo Socioeconómico, cujo foco
será na Área de Influência Directa do Projecto:
• Perfil demográfico da população do Distrito e Vila Sede do Distrito (sexo, idade, tipo
de família, grupos vulneráveis);
• Organização do Estado, da liderança e da população ao nível local;
• Acesso aos serviços e equipamentos sociais (saúde, educação, transportes,
comunicações);
• Uso da terra e recursos naturais
o Serviços de ecossistema e recursos naturais utilizados
o Regimes de propriedade da terra
o Planos de desenvolvimento e ordenamento do território
o Identificação de pessoas ou grupos potencialmente afectados pela perda
temporária ou definitiva da terra, bens físicos e outros recursos nela
existentes
• Economia local, estrutura económica e sectores de actividade, com ênfase em:
o Sectores de actividade e emprego
o Subsectores de energia, indústria, minas, agricultura e outros
o Transporte de pessoas e mercadorias
• Caracterização socioeconómica da população
• Património histórico e cultural

4.4.3 Metodologia
A Metodologia a ser utilizada será sobretudo qualitativa e basear-se-á na (1) recolha de
informação nos Serviços Distritais, (2) entrevistas semiestruturadas com informantes
privilegiados, (3) grupos focais com agregados familiares afectados pela perda de bens ou
recursos na área que será ocupada pelo Projecto e com líderes comunitários), 3) inquéritos
por questionário com agregados familiares afectados pela perda de bens ou recursos na
área que será ocupada pelo Projecto e com líderes comunitários), e (4) Registo fotográfico.
A recolha qualitativa será complementada por uma recolha de dados quantitativos, através
de um questionário curto (no máximo duas a quatro páginas), a ser feito de acordo com a
distribuição da amostra qualitativa.
O questionário recolherá dados quantitativos para complementar a descrição
sociodemográfica dos agregados familiares e as prácticas mais importantes, possibilitando
que os grupos focais abarquem informação mais qualitativa, ligada a sensibilidades,
constrangimentos sociais e individuais, preferências e opiniões, embora também permita
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Termos de Referência 15
a recolha de alguma informação numérica (por exemplo em relação às actividades de
rendimento e às estratégias de sobrevivência, por idade e por sexo).
O foco dos questionários e grupos focais será na Área de Influência Directa, onde
ocorrerão os impactos mais importantes.
As imagens a seguir mostram alguns exemplos dessa recolha de informação:

Figura 1: Mapeamento Participativo Calendário agrícola Estratégias de Sobrevivência

A abordagem qualitativa e quantitativa implicará vários passos metodológicos:


• Envio de correspondência para as sedes dos distritos pelo consultor antes de iniciar
o trabalho de mapeamento, de forma a garantir que a entrada da equipe no campo
seja oficializada com antecedência.
• Identificação dos intervenientes-chave para administração das entrevistas
semiestruturadas;
• Identificação das categorias a incluir nos grupos-foco de discussão (estão já
identificadas duas categorias: (Grupos de homens representantes de agregados
familiares e grupos de mulheres).
• Preparação de instrumentos de estudo/investigação: guião de observação, guião de
entrevistas semiestruturadas, guiões de grupos-foco de discussão (de acordo com
as categorias) e questionário aos agregados familiares;
• Treinamento da equipa de campo;
• Teste dos instrumentos de pesquisa;
• Organização dos dados qualitativos em matrizes e triangulação da informação;
• Entrada e análise dos dados quantitativos para efectuar a análise de dados - base
de dados no software CS Pro a exportar para o SPSS (Statistical Package for the
Social Sciences - Análise de Dados em Ciências Sociais).

4.5 Estudo de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho


O estudo de saúde ocupacional e segurança no trabalho irá efectuar uma avaliação
diagnóstica das actividades e equipamentos previstos no projecto, de modo a permitir a
determinação dos impactos resultantes da sua implementação relativamente a saúde e
segurança. O estudo incluirá as seguintes actividades:

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Termos de Referência 16
• Identificação e caracterização das actividades e equipamentos do projecto;
• Identificação e caracterização das fontes de risco existentes no projecto;
• Caracterização quantitativa e qualitativa dos riscos decorrentes da implementação
do projecto;
• Avaliação do potencial impacto do projecto relativamente à saúde e segurança no
trabalho, nas diferentes fases do projecto;
• Identificação das medidas de mitigação para os possíveis impactos negativos;
• Elaboração do Plano de Gestão de saúde e segurança no trabalho;
• Definir programa de monitorização de saúde e segurança no trabalho, incluindo
aspectos sobre COVID 19 e HIV.

O estudo será elaborado com enfoque para as actividades e equipamentos previstos no


projecto. Em todas as áreas abordadas serão identificados os impactos negativos e
positivos e propostas as medidas de mitigação/potenciação para cada um deles, para as
três fases de implementação do projecto, portanto na fase de construção, operação e
desactivação.

4.6 Estudo de Transporte e Circulação


O tráfego, transporte e acesso serão avaliados durante as fases de construção e operação
dos projectos propostos. As rotas de tráfego serão avaliadas e as áreas de mudança e
onde as medidas de mitigação são possíveis e relevantes serão identificadas.
Serão identificados potenciais efeitos do tráfego e do transporte como parte do processo
de AIAS. Os efeitos que se esperam que sejam significativos antes da implementação das
medidas de mitigação, serão abordados com profundidade, considerando as seguintes
fontes de impacto mais não limitado a:
• Movimento de camiões nos dois sentidos transportando material de construção (por
exemplo agregados e betão)
• Entrega de componentes da subestação (cargas anormais)
• Entrega de artigos para a instalação (por exemplo para a construção dos caminhos
de acesso e das linhas)

4.7 ANÁLISE DO PROJECTO E AS SUAS ALTERNATIVAS


Será incluída no Relatório de Estudo de Impacto Ambiental (REIA) uma análise do projecto
proposto e das suas componentes, bem como a análise do local, das vias de acesso,
processos e tecnologias, métodos de trabalho, implantação das infra-estruturas, plano de
trabalho das fases de construção, operação e encerramento, dimensões da instalação e
controlo de poluição, como também a alternativa de não implantação do empreendimento.

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Termos de Referência 17
PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA E DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES
INTERESSADAS E AFECTADAS (PI&AS)

5.1 Introdução
Este capítulo descreve o Processo de Consulta Pública proposto para ser seguido pelo
Consultor durante o EIA, e que será parte integrante da Avaliação de Impacto Ambiental
(AIA).
O processo de Consulta Pública tem como principal objectivo a auscultação do público em
geral e em particular dos indivíduos e instituições potencialmente relacionados com o
Projecto, em relação às sensibilidades, preocupações, opiniões e comentários sobre
qualquer assunto relacionado com este.

5.2 Legislação Moçambicana


As reuniões de Consulta Pública serão realizadas de acordo com os requisitos legislados
e respeitando todos os prazos e processos estabelecidos por Lei. Para tal, o Consultor
tomou como referência os seguintes documentos legislativos:
• O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
54/2015, de 31 de Dezembro, Artigo 15)
• A Directiva Geral para o Processo de Participação Pública na Avaliação de Impacto
Ambiental (Diploma ministerial Nº 130/2006 de 19 de Julho)
Neste contexto, as Reuniões de Consulta Pública serão feitas em paralelo com duas fases
cruciais de produção de Relatórios, sendo que a primeira ronda deverá acontecer durante
a preparação dos Estudos de Pré-Viabilidade e Definição do Âmbito e dos Termos de
Referência para o EIA e a segunda ronda durante a elaboração do Relatório do Estudo de
Impacto Ambiental e Social (EIA).
Ainda de acordo com a legislação, o Consultor que se encarrega da Consulta Pública
deverá cumprir alguns procedimentos considerados fundamentais:
• Identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As);
• Preparação e divulgação dos materiais para a consulta e convite do público a
participar com 15 dias de antecedência;
• Colocação à disposição das PI&As dos documentos e materiais produzidos que
serão objecto de consulta;
• Realização das reuniões de Consulta Pública;
• Elaboração dos relatórios das reuniões de Consulta Pública levadas cabo.

5.3 Objectivos do Envolvimento das PI&As


Ao envolver as Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) na Consulta Pública pretende-se
incluí-las em todo o processo do EIA, dando-lhes uma oportunidade para apresentar as
suas opiniões e pontos de vista acerca do Projecto, apresentar as suas dúvidas e

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Termos de Referência 18
questionamentos em todas as fases do processo de Avaliação de Impacto Ambiental,
criando nelas um senso de propriedade.
A Consulta Pública ajudará, portanto, a minimizar quaisquer receios ou possíveis
desconfianças das partes envolvidas ao possibilitar-lhes o acesso a informação directa,
aberta e transparente, e ao solicitar-lhes comentários e contribuições, permitindo que se
desenvolva um Processo de Participação Pública estabelecido na base da confiança.
Por outro lado, o seu envolvimento permite ao Consultor um maior acesso a informação
fundamental para a compreensão do contexto socio-ambiental da área do Projecto.
O Consultor deve relacionar-se com as PI&As na base de que elas têm o direito de
expressar as suas opiniões, expectativas e preocupações e de receber resposta às
questões colocadas.

5.4 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS PI&As


Será previamente estabelecido contacto com os Administradores de Distrito e os Chefes
de Posto para recolha de informação detalhada visando a elaboração de uma lista
identificando as partes interessadas e afectadas (PI&As) pelo Projecto e que devem ser
envolvidas no Processo de Consulta Pública e ser consultadas, auscultadas e informadas
sobre o Projecto.
Dadas as condições actuais vividas no contexto da pandemia Covid-19, este primeiro
contacto será estabelecido telefonicamente e por e-mail, tentando manter um diálogo
aberto com os informantes.
A informação obtida destes contactos será acrescentada na Base de Dados do Consultor,
que irá sendo actualizada ao longo do decurso da Avaliação de Impacto Ambiental.
Durante a elaboração da lista de intervenientes na Consulta Pública será analisada a
importância e a influência que cada uma das partes poderá ter sobre o Projecto.

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Termos de Referência 19
5.4.1 Abordagem metodológica da Consulta Pública
O diagrama a seguir apresentado ilustra a abordagem metodológica da Consulta Pública:

5.4.2 Organização das reuniões de Consulta Pública


Serão feitas duas Reuniões de Consulta Pública com a participação dos representantes
do governo local e da sociedade civil, tentando envolver todas as partes interessadas e
afectadas (PI&AS).
A primeira ronda de reuniões de Consulta Pública é o primeiro momento de interacção do
Proponente e do Consultor com as PI&As. Terá lugar para apresentação do EPDA e terá
o propósito de dar a conhecer os vários intervenientes do processo, apresentar o Projecto
com informações gerais sobre a concepção e os planos de implementação do Projecto e
apresentar as principais questões a serem estudadas no Estudo de Impacto Ambiental.
Este encontro permitirá não só o esclarecimento directo dos problemas e questões das
Partes Interessadas e Afectadas (PI&AS), como também a recolha dos seus contributos,
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Termos de Referência 20
comentários, sensibilidades e sugestões a serem incluídas nos Termos de Referência para
o EIA.
A segunda ronda de reuniões de Consulta Pública tem como objectivos apresentar as
principais conclusões do Estudo de Impacto Ambiental realizado (tendo o principal enfoque
nos potenciais impactos e nas medidas de mitigação e maximização propostas) e recolher
contributos, comentários e sugestões que possam enriquecer o EIA.
Note-se que durante a pesquisa do trabalho de campo será feita uma abordagem
preliminar às PI&AS (através de entrevistas individuais e colectivas e encontros de grupos
focais) envolvendo membros do Governo Local, líderes comunitários, agentes económicos
e as comunidades abrangidas pelo Projecto. Nessa abordagem será incluída uma
componente de informação sobre o Projecto e de consulta em relação às expectativas e
principais impactos esperados em relação ao Projecto.
As reuniões serão realizadas respeitando os procedimentos e prazos estabelecidos por
Lei:
• Todas as PI&As serão convidadas a participar das reuniões por carta convite, 15
dias antes da reunião. Junto com o convite seguirá uma cópia do Resumo Não
Técnico.

• Também 15 dias antes da reunião, durante 2 dias será colocado um anúncio


convidando todos os interessados a participar da reunião e a consultar o relatório
a ser apresentado. O anúncio será colocado nos órgãos de Comunicação Social
de maior cobertura e circulação, nomeadamente:
o Rádio Nacional e Delegações Provinciais das províncias envolvidas no
Estudo (RM)
o Rádio Comunitária Local (se houver)
o Jornal Notícias
o Jornal Diário de Moçambique

Nota: Os anúncios na rádio serão feitos em português e nas línguas locais.


• Serão colocadas duas cópias do relatório à disposição do público no Serviço
Provincial do Ambiente e no Serviço provincial de Infraestruturas nas respectivas
províncias e em cada uma das administrações dos Distritos abrangidos pelo
estudo, 15 dias antes da reunião.

• Será criada uma página Web onde estarão disponíveis as cópias electrónicas dos
relatórios.

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Termos de Referência 21
5.5 RELATÓRIO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Nas duas rondas de reunião de Consulta Pública estarão presentes o Proponente do
Projecto e o Consultor responsável pelo processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
Em cada reunião será feita uma apresentação do relatório em causa e serão registadas
numa acta todas as contribuições, opiniões e questões acerca do relatório e do Projecto.
Essas actas serão anexas ao Relatório de Participação Pública a ser elaborado. Todos os
depoimentos, preocupações, comentários e sugestões serão gravados e posteriormente
registados por escrito em relatórios de formato pergunta-resposta e serão tratadas com a
devida atenção
Em cada reunião será feito o registo dos participantes, um registo fotográfico da reunião e
serão distribuídos exemplares do Resumo Não Técnico e de uma ficha para comentários
adicionais, que deverá ser devolvida ao Consultor no prazo de uma semana, para permitir
que os comentários pertinentes sejam incorporados no Relatório de Participação Pública
que será submetido como anexo ao relatório final do EIA.

EQUIPE PROPOSTA PARA REALIZAÇÃO DOS ESTUDOS ESPECIALIZADOS E


DO REAS
A AIAS e serão efectuadas por uma equipe de consultores especializados. A equipa de
estudo é constituída por uma equipa de gestão do projecto e os seguintes especialistas:

• Coordenador Técnico/Ambientalista
• Especialista de geologia e solos
• Especialista de ecologia e biodiversidade
• Especialista de socioeconomia, reassentamento e participação pública
• Especialista de hidrologia e recursos hídricos
• Especialista de ruído e vibrações
• Especialista de qualidade do ar
• Especialista em GIS e Cartografia

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