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Licenciatura em Engenharia das Energias Renováveis

Avaliação de Impacte Ambiental

Estudo Preliminar de Impacte Ambiental


Parque Eólico da Gardunha

Thais Ismael Nº 20201654


Ângelo Semedo Nº20200274
Sandrina de Oliveira Nº 20121943

Docente:
Luís Quinta-Nova

Janeiro,2023
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Índice geral

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1 IDENTIFICAÇÃO E OBETIVO DO PROJETO ....................................................... 1
1.2 ENQUADRAMENTO DO PROJETO NO REGIME JURÍDICO DE AIA.................... 1
1.3 ESTRUTURA E ÂMBITO DO ESTUDO ................................................................ 2
1.4 METODOLOGIA GERAL .................................................................................... 3
2. DESCRIÇÃO DO PROJETO ........................................................................................ 4
2.1 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO ..................................................................... 4
2.2 OBRAS DE CONSTRUÇÃO DO PARQUE EÓLICO ............................................... 5
2.2.1 ACESSOS ....................................................................................................... 6
2.2.2 FUNDAÇÕES DOS AEROGERADORES EM BETÃO ARMADO......................... 7
2.2.3 PLATAFORMAS DE MONTAGEM E MANUTENÇÃO DOS AEROGERADORES 8
2.2.4 AEROGERADORES ........................................................................................ 8
2.2.5 EDIFÍCIO DE COMANDO/SUB-ESTAÇÃO .................................................... 10
2.2.6 INSTALAÇÔES ELÉTRICAS ........................................................................... 11
2.2.7 ESTALEIRO .................................................................................................. 11
2.3 PRODUÇÃO DE EFLUENTES, EMISSÕES E RESÍDUOS ..................................... 12
2.3.1 EFLUENTES E EMISSÕES............................................................................. 12
2.3.2 RESÍDUOS ................................................................................................... 12
3. CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DO PARQUE EÓLICO ............................................... 13
3.1 SOLOS ............................................................................................................ 13
3.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.......................................................................... 14
3.3 MORFOLOGIA DO TERRENO – DECLIVES....................................................... 15
3.4 FAUNA E FLORA ............................................................................................. 16
3.5 RUIDO ............................................................................................................ 17
4. AVALIAÇÃO DO IMPACTE AMBIENTAL ................................................................. 19
4.1 SOLOS ............................................................................................................ 19
4.1.1 FASE DE CONSTRUÇÂO .............................................................................. 19
4.1.2 FASE DE EXPLORAÇÃO ............................................................................... 19
4.1.3 FASE DE DESATIVAÇÃO .............................................................................. 20

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

4.2 OCUPAÇÃO/USO DO SOLO ............................................................................ 20


4.2.1 FASE DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 20
4.2.2 FASE DE EXPLORAÇÃO ............................................................................... 21
4.2.3 FASE DE DESATIVAÇÃO .............................................................................. 21
4.3 FAUNA E FLORA ............................................................................................. 21
4.3.1 FASE DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 21
4.3.2 FASE DE EXPLORAÇÃO ............................................................................... 21
4.3.3 FASE DE DESATIVAÇÃO .............................................................................. 22
4.4 RUIDO ............................................................................................................ 22
4.4.1 FASE DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 22
4.4.2 FASE DE EXPLORAÇÃO ............................................................................... 23
4.4.3 FASE DE DESATIVAÇÃO .............................................................................. 23
5. SINTESE DE IMPACTES AMBIENTAIS ..................................................................... 24
5.1 METODOLOGIA APLICADA ............................................................................. 24
5.2 RESULTADOS .................................................................................................. 25
5.3 CONCLUSÕES ................................................................................................. 28
6. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ..................................................................................... 28
6.1 FASE DE CONSTRUÇÃO .................................................................................. 28
6.2 FASE DE EXPLORAÇÃO ................................................................................... 30
6.3 FASE DE DESATIVAÇÃO .................................................................................. 31

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

1. INTRODUÇÃO

1.1 IDENTIFICAÇÃO E OBETIVO DO PROJETO

O presente documento constitui o Estudo Preliminar de Impacte Ambiental (EIA) de um


Parque Eólico na Gardunha e tem como principal objetivo compatibilizar o projeto com o
meio em que será inserido e selecionar a alternativa de implantação dos aerogeradores
mais favorável ambientalmente.
As zonas abrangidas pelo projeto pertencem aos seguintes concelhos: Fundão (Souto
da Casa, Alcongosta e Castelo Novo) e Castelo Branco (São Vicente da Beira).
O local de implantação do projeto corresponde a uma cumeada existente no Parque
Natural da Serra da Gardunha.
No projeto do Parque Eólico foram consideradas três soluções alternativas em termos
de número, potência e localização dos aerogeradores a instalar na cumeada selecionada
para a implantação do parque.
A subestação para receção da energia elétrica produzida pelos aerogeradores ocupará
o mesmo local, qualquer que seja a solução alternativa adotada.
Cada uma das três alternativas (A, B e C) prevê a instalação de 8 aerogeradores de 1300
kilowatts distribuídos ao longo dos terrenos disponíveis para a implantação do projeto,
correspondendo à instalação de uma potência total de 10,4 mil kilowatts e uma produção
média anual estimada de 27,1 milhões de kilowatts/hora.

1.2 ENQUADRAMENTO DO PROJETO NO REGIME JURÍDICO DE AIA

De acordo com a legislação em vigor, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de


31 de Outubro republicado pelo º 152-B/2017, de 11 de Dezembro (anexo II), este projeto
encontra-se sujeito a uma Avaliação de Impacte Ambiental por se tratar de um projeto que
se encontram numa “Área Sensível” (Rede Natura 2000 – Sítio de Interesse Comunitário
Serra da Gardunha PTCON0028) e apesar de se prever a instalação de menos de 10 torres,
o parque encontra-se a menos de 2km de um parque similar (Parque Eólico da Gardunha
II) conforme consultado no site da agência portuguesa do ambiente (figura1).

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Figura 1 - Localização do Parque Eólico da Gardunha II (https://siaia.apambiente.pt/AIA.aspx?ID=2307)

1.3 ESTRUTURA E ÂMBITO DO ESTUDO

O presente documento é estruturado nos seguintes capítulos:


• Capítulo 1 – Introdução, procede-se à identificação do projeto e da fase em que se
encontra, enquadramento do projeto no regime jurídico de AIA, e é descrita a metodologia
geral adotada para a elaboração do EIA e apresentada a respetiva estrutura;
• Capítulo 2 – Descrição Geral do Projeto, é descrita a localização e a conceção geral
do projeto, salientam-se os principais aspetos relacionados com potenciais interações no
ambiente.
• Capítulo 3 – Caracterização do Estado Atual do Ambiente, descreve-se o estado
atual do ambiente da área em estudo antes da implementação do projeto, analisando as
componentes ambientais mais suscetíveis de serem perturbadas pela construção e
exploração do mesmo, de acordo com o âmbito estabelecido;
• Capítulo 4 – Identificação e Avaliação de Impactes Ambientais, identificam-se e
avaliam-se os principais impactes decorrentes das fases de construção, exploração e
desativação do projeto;
• Capítulo 5 – Síntese de Impactes, apresenta-se a síntese de impactes identificados
em cada um dos descritores, em cada uma das fases do Projeto (construção, exploração e
desativação);
• • Capítulo 6 – Medidas de Minimização, identifica-se um conjunto de medidas que
permitem prevenir e minimizar os impactes negativos do projeto.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Complementarmente ao presente Relatório, o EIA contempla também Anexos nos


quais estão incluídos elementos considerados necessários para o complemento dos
aspetos descritos no presente Relatório.

1.4 METODOLOGIA GERAL

A definição da metodologia teve em conta a experiência e o conhecimento dos impactes


ambientais provocados por projetos deste tipo.
A caracterização e análise de cada fator ambiental seguiu seguinte a metodologia:
1. Obtenção dos elementos relativos ao estado atual da qualidade do ambiente da área de
estudo, necessários à definição do estado atual:
a) Análise da bibliografia temática disponível;
b) Análise da cartografia topográfica e temática da área de estudo, na escala 1/25 000
ou outras escalas disponíveis;
2. Produção de cartografia para enquadramento do projeto e específica nos domínios de
análise relevantes no caso em estudo;
3. Identificação das ações associadas ao projeto suscetíveis de causar impactes e
identificação e avaliação dos mesmos nas fases de construção, exploração e desativação
do projeto, com base em critérios que permitam a sua classificação;
4. Para os impactes expectáveis são propostas, sempre que possível, medidas de
minimização e compensação dos impactes negativos determinados pelo projeto, tendo-se
complementado essa informação com planos de monitorização ambiental.
Em termos de área de estudo considerou-se, em termos gerais, um buffer de 200m em
torno da área do parque eólico, tendo em conta as características do projeto e do local
onde se insere.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

2. DESCRIÇÃO DO PROJETO

2.1 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO

O Parque eólico de Gardunha localiza-se na serra da Gardunha, abrangendo as


freguesias de Souto da Casa e Castelo Novo, do concelho do Fundão, e São Vicente da Beira,
do concelho de Castelo Branco.
O Parque Eólico será constituído por 8 aerogeradores, cada um com potência de 1,3MW
unitária, perfazendo um total de 10,4MW, tendo uma estimativa de produção média anual
de 27,1GWh.
Foram estudadas três alternativas para a implantação dos aerogeradores. No quadro
abaixo apresentam-se a localização dos aerogeradores de cada alternativa de acordo com
as coordenadas X e Y do sistema ETRS_1989_Portugal_TM06.

Tabela 1 - Localização dos aerogeradores a implementar

Alternativa A X(m) Y(m)


1 51479,55 45307,69
2 51451,74 45493,69
3 51533,34 45662,68
4 51678,33 45800,38
5 51669,93 45973,38
6 51775,92 46172,17
7 51802,52 46365,47
8 51867,61 46553,17
Alternativa B X(m) Y(m)
1 51899,41 46750,26
2 51948,41 46940,46
3 52062,70 47103,96
4 52169,20 47273,16
5 52278,20 47429,76
6 52462,00 47507,66
7 52648,29 47580,46
8 52836,09 47648,36
Alternativa C X(m) Y(m)
1 52942,29 47809,26
2 53086,39 47945,96
3 53213,78 48100,06
4 53332,68 48260,86

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

5 53449,68 48423,16
6 53561,98 48588,16
7 53724,37 48669,87
8 53987,67 48730,17

A área de estudo é da ordem dos 65ha (para cada alternativa), no entanto a área
efetivamente utilizada para a instalação das plataformas dos aerogeradores, o edifício de
comando/subestação e caminhos de acessos é apenas uma percentagem muito reduzida
dessa área.

Figura 2 - Localização das 3 alternativas do Parque Eólico

2.2 OBRAS DE CONSTRUÇÃO DO PARQUE EÓLICO

o projeto prevê a instalação das seguintes estruturas:


- Acessos;
- fundações dos aerogeradores em betão armado;
- Plataformas de montagem dos aerogeradores;
- 8 aerogeradores;
- um edifício de comando/subestação;
- rede elétrica de cabos subterrâneos de interligação entre os aerogeradores e
a subestação.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

2.2.1 ACESSOS

O acesso ao parque eólico será efetuado através de caminhos existentes para


transportar as pás e as restantes componentes do projeto.
Na zona do Parque Eólico será necessário proceder à melhoria das condições dos
caminhos florestais e agrícolas e outros existentes designadamente quanto à regularização
do piso e algum tratamento da superfície de rodagem, através da pavimentação com uma
camada de toutvenant devidamente regada e compactada e uma melhoria do
correspondente sistema de drenagem das águas pluviais. Em locais pontuais haverá alguma
correção do traçado a fazer de forma a possibilitar a passagem dos meios de transporte
para a instalação dos equipamentos.
Para minimização da intervenção nos acessos, serão adotados meios de transporte, na
zona do parque, com menor necessidade de alargamento ou correção do traçado. Assim,
para o transporte das pás, será usado um camião com dimensões mais reduzidas equipado
com um “blade-lifter”.
Com esta tecnologia, embora bastante cara, os camiões de transporte serão de
dimensões reduzidas, conforme se pode ver na figura2, permitindo minimizar as
modificações em caminhos e demais estruturas que pudessem configurar-se como
obstáculos ao transporte.

Figura 2 - Tecnologia de transporte de pás "Blade-lifter"

Relativamente aos taludes de escavação e de aterro a criar adotar-se-á uma abordagem


conservadora no que se refere à inclinação dos taludes e as terras decorrentes da
escavação serão, na medida do possível, reutilizado na própria obra.
A título de exemplo apresentam-se um conjunto de imagem referentes à abertura de
um caminho de acesso

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Figura 3 - Abertura de um caminho de acesso

Associado à execução de caminhos de acesso, é necessário a execução de obras de


drenagem que consistem essencialmente na construção de aquedutos e valetas de
drenagem (exemplificado nas imagens seguintes).

Figura 4 - Valeta e construção de passagem hidráulica

2.2.2 FUNDAÇÕES DOS AEROGERADORES EM BETÃO ARMADO

A fase que precede a execução dos acessos consiste na execução dos maciços das
fundações das torres dos aerogeradores.
Esta fase prevê a execução de escavações e betonagens, conforme exemplificado na
figura 5.

Figura 5 - Execução da fundação de torre de um aerogerador

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

2.2.3 PLATAFORMAS DE MONTAGEM E MANUTENÇÃO DOS AEROGERADORES

Ao redor das fundações dos aerogeradores será feita uma plataforma ligada ao caminho
de acesso, com uma estrada firme e compacta, que servirá para a colocação das gruas
durante a montagem dos aerogeradores.
Para as operações de montagem dos aerogeradores e eventuais operações de grande
manutenção e reparação, serão executadas plataformas de trabalho no local de
implantação de cada um dos grupos aerogeradores, com as dimensões necessárias para
manipular os principais componentes dos aerogeradores, através de duas gruas de elevada
capacidade (e eventualmente uma terceira de menor capa- cidade), a utilizar durante as
operações de montagem (figura 6).

Figura 6 - Ocupação de uma plataforma de trabalho para montagem de um aerogerador

2.2.4 AEROGERADORES

A conversão de energia eólica em energia elétrica é efetuada nos aerogeradores, cuja


constituição principal se apresenta na figura seguinte:

Figura 7 - Constituição principal de um aerogerador

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

O rotor das máquinas é constituído no essencial por três pás em material plástico
adequado com cerca de 41m de comprimento. O movimento do rotor é transmitido ao
gerador, que se encontra ligado ao transformador localizado na parte inferior da torre que
tem uma altura de cerca de 85m.
A nacelle, instalada no topo da torre, alberga a maior parte dos equipamentos,
incluindo o de medição do vento e confere proteção contra a emissão de ruído, etc.
No local de implantação de cada aerogerador, após a finalização da plataforma,
procede-se a montagem da torre por troço(figura 8) e após a conclusão desta proceder-se-
á ao transporte e montagem da cabine e das pás (figura 9)

Figura 8 – Montagem de uma torre

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Figura 9 – Transporte e montagem da cabine e pás de um aerogerador

2.2.5 EDIFÍCIO DE COMANDO/SUB-ESTAÇÃO

A subestação para a receção da energia elétrica produzida pelos aerogeradores ocupará


o mesmo local, qualquer que seja a solução alternativa adotada (X-51761,78m; Y-
45960,88m).
O edifício de comando será de arquitetura singela, de um único piso, obedecendo, na
sua forma, cor e localização, a critérios de integração paisagística a serem definidos, em
fase de projeto de execução.
Terá as dimensões mínimas para conter os equipamentos necessários ao seu
funcionamento.

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2.2.6 INSTALAÇÔES ELÉTRICAS

A rede de média tensão que interliga os aerogeradores ao posto de corte no edifício de


comando, através dos respetivos postos de transformação, é subterrânea, constituída por
cabos enterrados em vala. Com a intenção de minimizar o impacte ambiental, as valas de
cabos serão sempre colocadas ao longo dos acessos existentes, ainda que este critério
imponha traçados mais extensos do que por vezes seria possível.

2.2.7 ESTALEIRO

O estaleiro (figura 10) terá fundamentalmente a finalidade para a construção do posto


de corte, pelo que a sua localização será próxima do local de construção deste.
Além da proximidade relativamente ao posto de corte, foram considerados os seguintes
pressupostos:
- não afetar áreas condicionadas;
- área com topografia menos acentuada, que implique menores movimentações de
terras;
- proximidade relativa a acessos existentes.

Figura 10 – Estaleiro de uma obra semelhante

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

2.3 PRODUÇÃO DE EFLUENTES, EMISSÕES E RESÍDUOS

2.3.1 EFLUENTES E EMISSÕES

Durante a fase de construção, em termos de efluentes, estes resultam essencialmente


das águas residuais provenientes das instalações sanitárias a instalar no estaleiro, quer seja
instalada uma fossa sética ou através da instalação de sanitários químicos portáteis.
Relativamente às emissões gasosas produzidas no decorrer da implementação do
projeto, estas resultam fundamentalmente da combustão de motores a gasolina e gasóleo
(viatura ligeiras, viaturas pesadas, alguns equipamentos, entre outros). Através da
circulação de viaturas, nos acessos maioritariamente de terra, são emitidas poeiras e
material particulado fino. A fase de construção é a fase com maior quantidade de emissões
gasosas libertadas devido à circulação de viaturas.
Na fase de exploração, os efluentes estão associados à utilização das instalações
sanitárias da subestação. Considera-se que o número de trabalhadores previstos na fase
de exploração é muito reduzido, pelo que se prevê que as quantidades de efluentes sejam
muito reduzidas durante o tempo de vida útil do Projeto.
Relativamente às emissões gasosas, estas serão mais reduzidas do que as que ocorrem
na fase de construção, uma vez que as atividades previstas (manutenção e/ou substituição
de peças) terão uma periodicidade espaçada no tempo.
Na fase de desativação, as atividades previstas são muito similares às da fase de
construção, pelo que se espera que existam quantidades semelhantes de efluentes e
emissões gasosas produzidas.

2.3.2 RESÍDUOS

Durante a fase de construção do parque eólico são produzidos vários tipos de resíduos,
associados essencialmente às seguintes atividades:
• Desmatação e limpeza do terreno;
• Implantação e operação do estaleiro;
• Operações de terraplenagem (execução de aterros e escavações);
• Construção da subestação, da linha elétrica de ligação e montagem dos
aerogeradores;
• Circulação e operação de veículos, máquinas e equipamentos afetos à obra;
• Colocação dos cabos elétricos enterrados

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Durante a fase de exploração, apenas as operações de manutenção do parque eólico


serão responsáveis pela produção de resíduos, em reduzidas quantidades. No caso das
linhas elétricas, durante a fase de exploração serão produzidos essencialmente resíduos
“verdes”, resultantes da manutenção das faixas de gestão de combustível.
Durante a fase de desativação, as ações geradoras de resíduos serão semelhantes a
algumas ações da fase de construção.

3. CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DO PARQUE EÓLICO

3.1 SOLOS

O solo está classificado segundo o sistema de classificação dos solos de Portugal, tendo
sido utilizada a carta de solos a escala 1:25000 (figura11).
A tabela 2 apresenta os tipos de solos existentes na área de estudo a sua
representatividade em cada uma das alternativas.

Tabela 2 - Tipos de solos presentes na área em estudo

Representatividade
Símbolo Denominação
Alternativa A Alternativa B Alternativa C

Arg Afloramento Rochoso de granitos ou 100% 100% 59%


quartzodioritos

Ar+Qg Afloramento Rochoso de granitos ou - - 41%


quartzodioritos + Solos Litólicos,
Húmicos, Para-Litossolos ou
Rankers, de granitos

Os solos litólicos são solos pouco evoluídos, formados a partir de rochas não calcárias.
São pouco profundos, frequentemente pobres em termos químicos e com baixo teor em
matéria orgânica. Solos litólicos húmicos – com um horizonte superficial úmbrico, de cor
escura e rico em matéria orgânica (do latim, umbra - sombra).

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Figura 11 – Solos existentes na área em estudo

3.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A caracterização da ocupação do solo teve por base a Carta de Uso e Ocupação do Solo
de Portugal Continental (COS) de 2018 desenvolvido pela Direção Geral do Território (DGT).
As categorias de usos do solo consideradas correspondem à classificação de Nível IV do
COS 2018 são descritas na tabela 3.

Tabela 3 - Categorias do uso do solo consideradas

Categorias Nível IV Descrição

Florestas em que a espécie dominante é o


Florestas de pinheiro bravo
pinheiro-bravo (Pinus pinaster).

Áreas naturais de vegetação espontânea,


pouco ou muito densa, em que o coberto
Matos
arbustivo (e.g. silvas, giestas, tojos) é
superior ou igual a 25%.

Áreas com pouca vegetação em que a


Rocha nua superfície coberta por rocha tem que ocupar
uma área superior ou igual a 90%.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

A figura 12 apresente as áreas ocupadas por cada categoria do uso do solo na área de
estudo. Verifica-se que as áreas da alternativa A e B são dominada por matos e no caso da
alternativa C é a rocha nua que predomina. Na tabela 3 é apresentado um quadro resumos
com as áreas ocupadas.

Figura 12 – Uso do solo na área em estudo

Tabela 4 - Área (ha) de cada uma das categorias de uso do solo na área de estudo

Alternativa A Alternativa B Alternativa C


Uso do solo
Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %

Florestas de 0 0 8,34 13 12,53 19


pinheiro-bravo

Matos 64,9 100 53,53 82 7,07 10

Rocha nua 0 0 3,76 5 48,06 71

Total 64,95 100 65,63 100 67,66 100

3.3 MORFOLOGIA DO TERRENO – DECLIVES

A partir do Modelo Digital do Terreno da zona em estudo foi calculado o respetivo mapa
de declives, mantendo o tamanho da célula de 12,5metros (figura 13). Para declives >25%
o risco de erosão é muito elevado e a própria implementação do projeto torna-se mais
difícil.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Figura 13 – Mapa de declives

Tabela 4 - Área (ha) de cada uma das categorias de declive na área de estudo

Alternativa A Alternativa B Alternativa C


Declive
Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %

<25%

>25%

Total 64,95 100 65,63 100 67,66 100

3.4 FAUNA E FLORA

A Serra da Gardunha faz parte da lista nacional de SIC (Sítios de Importância


Comunitária) da Rede Natura 2000, sendo considerada uma Zona Especial de Conservação
(ZEC) no âmbito da diretiva habitats (92/43/CEE), pois tem espécies de fauna e flora e
comunidades vegetais de elevada importância para a conservação.
Consultando o Plano Sectorial da Rede Natura 2000, mais precisamente o anexo B-I do
Dec. Lei n.º 49/2005 relativo aos Habitats naturais e semi-naturais existentes na serra da
Gardunha, Verifica-se que o habitats prioritário é a Florestas aluviais de Alnus glutinosa e
Fraxinus excelsior (cód. 91E0*). Sendo uma espécie presente nas margens dos cursos de
água, essa é inexistente na nossa área de estudo.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Os habitat existentes na zona de estudo são a Charnecas secas europeias (cód.4030) e


a Charnecas oromediterrânicas endémicas com giestas espinhosas (cód.4090) .

Figura 14 – Flora existente na área em estudo (https://www.icnf.pt/biodiversidade/natura2000/habitats)

Charnecas secas europeias Charnecas oromediterrânicas endémicas


com giestas espinhosas

Relativamente a flora, das espécies constantes do anexo B-II do Dec. Lei n.º 49/2005 de
24/02. a espécie prioritária é a Asphodelus bento-rainhae (cód. 1840). Sendo uma espécie
que só se encontra em altitudes de 530 a 810m, esta não se encontra na nossa zona de
estudo (cuja altitude >1000m).
Relativamente a fauna, das espécies constantes do anexo B-II do Dec. Lei n.º 49/2005
de 24/02, nenhuma será afetada pelo nosso projeto visto estas se encontrarem presentes
nas margens dos cursos de água, que são inexistentes na nossa área de estudo.

3.5 RUIDO

A poluição sonora constitui um dos principais fatores de degradação da qualidade de


vida e do bem-estar das populações.
Neste contexto, no âmbito do projeto propõe-se identificar os recetores sensíveis
localizados na área de potência influência acústica, efetuar a caraterização da situação de
referência, e avaliar a conformidade com os limites aplicáveis no âmbito do Regulamento
Geral do Ruído (RGR) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 9/2007, 17 de janeiro.
O Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro, atribui a competência aos Municípios (n.º 2
do artigo 6º do RGR), no âmbito dos respetivos Planos de Ordenamento do Território,
estabelecer a classificação, a delimitação e a disciplina das zonas sensíveis e das zonas
mistas, e em função dessa classificação devem ser respeitados os valores limite de
exposição (artigo 11º) junto dos recetores sensíveis existentes ou previstos, que se
sintetizam na tabela seguinte.

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Tabela 5 - Valores Limite de exposição ao ruído (RGR).

Limite de exposição Limite de exposição


Classificação Acústica
Lden Ln

Zona Mista – a área definida em plano municipal de 65 dB(A) 55 dB(A)


ordenamento do território, cuja ocupação seja afeta
a outros usos, existentes ou previstos, para além dos
referidos na definição de zona sensível.

Zonas Sensível – área definida em plano municipal de 55 dB(A) 45 dB(A)


ordenamento do território como vocacionada para
uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou
similares, ou espaços de lazer, existentes ou
previstos, podendo conter pequenas unidades de
comércio e de serviços destinadas a servir a
população local, tais como cafés e outros
estabelecimentos de restauração, papelarias e outros
estabelecimentos de comércio tradicional, sem
funcionamento no período noturno.

Para além dos valores limite de exposição referidos anteriormente, o RGR prevê ainda
limites de exposição para as atividades ruidosas permanentes (que não infraestruturas de
transporte) e atividades ruidosas temporárias.
Assim, o projeto do Parque Eólico, no âmbito do Regulamento Geral do Ruído (RGR),
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 9/2007, tem a verificar os limites legais estabelecidos para:
•Fase de construção ou desativação: Atividade Ruidosa Temporária (artigos 14.º e 15.º);
•Fase de Exploração: Atividade Ruidosa Permanente (artigo 11.º e artigo 13.º).
Após consulta do mapa de ruído do fundão, verifica-se que a nossa área de intervenção
se localiza em território classificado como zona mista, pelo que tem a verificar os seguintes
valores limite de exposição aplicáveis a zona mista: Lden ≤ 65 dB(A) e Ln ≤ 55 dB(A),
conforme estabelecido na aliena a), número 1, artigo 11º do RGR.
A envolvente das áreas de implantação dos aerogeradores do Parque Eólico,
apresentam ocupação típica de ambiente rural, com pequenos aglomerados habitacionais
e recetores sensíveis dispersos, com envolvente caraterizada por campos agrícolas,
cobertos por matos e floresta (árvores de grande porte).
Com o objetivo de identificar os recetores sensíveis, deverá proceder-se a avaliação do
ambiente sonoro dos conjuntos de recetores através de medições acústicas nos três
períodos de referência: período diurno (7h-20h), do entardecer (20h-23h) e noturno (23h-
7h).

18
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

4. AVALIAÇÃO DO IMPACTE AMBIENTAL

4.1 SOLOS

4.1.1 FASE DE CONSTRUÇÂO

Durante a fase de construção, os impactes sobre o solo e capacidade de uso do solo,


resultam essencialmente das ações de desmatação e decapagem do solo, movimentação
de terras para a instalação das várias infraestruturas do Projeto, nomeadamente
aerogeradores, plataformas de montagem, subestação, valas de cabo, apoios da linha
elétrica e acessos, montagem do estaleiro e circulação de veículos e maquinaria afeta à
obra.
Relativamente às ações de desmatação e decapagem do solo estas representam uma
área relativamente reduzida e afetarão maioritariamente áreas não agrícolas (florestais),
pelo que é considerado um impacte negativo, de magnitude reduzida, pouco significativo,
certo, direto, localizado, temporário e reversível.
As movimentações de terras associadas às ações de escavação e aterros para a
construção das infraestruturas do projeto, serão as estritamente necessárias, minimizando
assim os impactes desta natureza, pelo que o impacte é considerado negativo, pouco
significativo, permanente, irreversível, localizado e de moderada magnitude.
Relativamente à montagem de estaleiro e à circulação de veículos e maquinaria afeta à
obra, considera-se o impacte negativo da compactação dos solos, pouco significativo, de
reduzida dimensão, de caráter temporário, direto, localizado e de reduzida magnitude.
Associado ao funcionamento e à circulação de veículos e maquinaria afeta à obra, são
ações suscetíveis de ocorrer derrames acidentais de óleos, combustíveis ou outras
substâncias poluentes que podem originar contaminação pontuais no solo. A eventual
ocorrência de situações deste tipo representa um impacte negativo, direto, de magnitude
reduzida, de caráter temporário, reversível e localizado e significativo por se tratarem de
substâncias potencialmente perigosas. No entanto, a sua ocorrência e a gravidade dos seus
efeitos poderá ser minimizada se forem consideradas medidas de minimização.

4.1.2 FASE DE EXPLORAÇÃO

Durante a fase de exploração os impactes negativos previstos e avaliados relativamente


à fase de construção considerados permanentes, nomeadamente: ações de desmatação e
decapagem do solo; infraestruturas do Projeto; e acessos, irão manter-se.
Durante a fase de exploração do Projeto, é previsível uma redução das áreas afetas à
fase de construção, nomeadamente as associadas à instalação do estaleiro, às plataformas
de montagem dos aerogeradores e à instalação das valas de cabos.

19
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Durante a fase de exploração prevê-se que ocorram ações de manutenção, o que


poderá provocar ocasionalmente derrames acidentais de óleos e/ou combustíveis
decorrentes dessas operações. Estes terão que ser imediatamente contidos, de acordo com
as medidas de minimização propostas e os resíduos encaminhados para destino final
adequado, minimizando assim os impactes gerados. Estas situações em caso de ocorrência
representam um impacte negativo, direto, de magnitude reduzida, pouco significativo,
temporário, reversível e localizado.
Durante o período de exploração do Parque Eólico poderá haver a necessidade de
reparação ou substituição dos equipamentos e infraestruturas, podendo haver
necessidade de recorrer a gruas de grande dimensão, e consequentemente, à utilização
das plataformas renaturalizadas no final da fase de construção, constituindo-se assim um
impacte negativo, pouco significativo, localizado, provável, temporário, reversível, e de
reduzida magnitude, sendo minimizável após as ações de recuperação das plataformas.

4.1.3 FASE DE DESATIVAÇÃO

Durante a fase de desativação, os impactes previstos nos solos, serão semelhantes aos
impactes da fase de construção, uma vez que estarão associados às ações de desmontagem
e transporte das infraestruturas do Parque Eólico, prevendo-se a reposição das condições
naturais próximas da existente, pelo que se preveem impactes negativos pouco
significativos, diretos, temporários, localizados, prováveis e de magnitude reduzida.

4.2 OCUPAÇÃO/USO DO SOLO

A avaliação dos impactes em termos de usos do solo afetados tem uma natureza
qualitativa, embora se tenha efetuado uma quantificação das áreas dos diferentes usos do
solo afetados.

4.2.1 FASE DE CONSTRUÇÃO

As ações de desmatação, desarborização, escavações e terraplenagens previstas para


as áreas de implantação das plataformas dos aerogeradores, valas de cabos e acessos, irão
conduzir à destruição da vegetação presente nessas áreas. Para a instalação dos
aerogeradores prevê-se a destruição de áreas de matos e florestas de pinheiro-bravo. Para
a abertura das valas de cabos do parque eólico prevê-se também a perda de áreas de matos
e florestas de pinheiro-bravo.
O impacte resultante caracteriza-se como sendo negativo, direto, certo e de curto
prazo. A magnitude do impacte é reduzida e a sua significância baixa.

20
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

4.2.2 FASE DE EXPLORAÇÃO

Na fase de exploração, a presença dos aerogeradores, levam à impossibilidade de


regeneração das áreas de floresta. Este impacte classifica-se como negativo, direto, certo,
permanente, restrito, de magnitude reduzida, reversível, assumindo-se como pouco
significativo.

4.2.3 FASE DE DESATIVAÇÃO

Na fase de desativação, a recuperação paisagística leva à regeneração de áreas de


floresta e matos e à possibilidade de reposição de áreas agrícolas. Este impacte classifica-
se como positivo, indireto, certo, permanente, restrito, de magnitude reduzida, reversível,
assumindo-se como significativo.

4.3 FAUNA E FLORA

4.3.1 FASE DE CONSTRUÇÃO

As ações de desmatação, desarborização, escavações e terraplenagens previstas para as áreas


de implantação das plataformas dos aerogeradores, valas de cabos e acessos, irão conduzir à
destruição da vegetação presente nessas áreas. Para a instalação dos aerogeradores do Parque
Eólico da Neve prevê-se a destruição de áreas matos e pinhal jovem com matos. Para a abertura
das valas de cabos e acessos do parque prevê-se essencialmente a perda de áreas de matos, pinhal
jovem com matos e pinhal. Prevendo-se por isso a afetação do habitat de interesse comunitário
4030 4090, habitat comum em território nacional.
O impacte de destruição de vegetação caracteriza-se como sendo negativo, direto, certo e de
curto prazo. A magnitude do impacte é baixa e, contudo, este é um impacte significante, pois será
afetado um habitat de interesse comunitário (4030), embora seja um habitat comum no território
nacional.

4.3.2 FASE DE EXPLORAÇÃO

Durante a fase de exploração esperam-se poucos impactes adicionais sobre a flora e vegetação.
As movimentações de veículos na área do parque eólico poderão ser responsáveis pela
suspensão de uma pequena quantidade de poeiras, produção de gases de combustão e de outras
substâncias poluentes. Este é um impacte que foi identificado também na fase de construção e,
cujos efeitos esperados são semelhantes aos descritos para essa fase. Contudo prevê-se uma
magnitude ainda mais baixa, sendo este um impacte muito pouco significativo.
Tal como identificado na fase de construção, a presença de veículos na zona de implantação do
parque eólico poderá funcionar como facilitador da dispersão de espécies de caráter invasor.

21
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

Contudo, nesta fase as movimentações de veículos serão menores e, como tal, este é um impacte
muito pouco significativo.

4.3.3 FASE DE DESATIVAÇÃO

Durante a fase de desativação, deverá ocorrer a implementação de um plano de recuperação


paisagística de cariz ambiental, que permitirá tornar reversíveis alguns dos impactes referidos
anteriormente. A implementação do plano de recuperação paisagística irá promover a recuperação
da vegetação natural, facto que será potenciado pelo elenco vegetal preconizado neste plano. Este
é um impacte positivo, permanente, local, certo, de longo prazo, direto, reversível, de magnitude
moderada, significativo e minimizável.

4.4 RUIDO

A avaliação dos impactes será efetuada de um modo qualitativo e, sempre que possível
proceder-se-á à sua quantificação tendo por base a prospetiva dos níveis sonoros de ruído
ambiente associados à execução ou não do projeto.

4.4.1 FASE DE CONSTRUÇÃO

Na fase de construção do Parque Eólico decorrerão um conjunto de atividades ruidosas


temporárias, cuja emissão de níveis sonoros pode induzir alterações no ambiente sonoro
de referência.
Assim, durante esta fase, é expectável a ocorrência de um aumento temporário dos
níveis de ruído ambiente na envolvente dos locais de obra. As múltiplas operações e
atividades diferenciadas que integram as obras na fase de construção, geram níveis de
ruído, normalmente, temporários e descontínuos no espaço e no tempo, pelo que a
quantificação dos níveis de ruído nesta fase é difícil de determinar com rigor.
Durante esta fase serão levadas a cabo um conjunto de ações passíveis de gerarem
níveis sonoros com algum significado, nomeadamente:
•instalação e utilização dos estaleiros;
•circulação de viaturas, maquinaria e veículos pesados afetos à obra;
•trabalhos de desmatação e decapagem;
•construção dos acessos, da plataforma e fundação dos aerogeradores,
•execução das fundações dos aerogeradores (abertura de caboucos para as
fundações e betonagem dos maciços de fundação);
•montagem dos aerogeradores;

22
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

•movimentação de viaturas e máquinas para a execução das várias intervenções,


incluindo o transporte de materiais e de trabalhadores.
Assim, durante esta fase, é expectável a ocorrência de um aumento temporário dos
níveis de ruído ambiente na envolvente dos locais de obra. As múltiplas operações e
atividades diferenciadas que integram as obras na fase de construção, geram níveis de
ruído, normalmente, temporários e descontínuos em função de diversos fatores dificultam
a previsão, em termos quantitativos, dos níveis sonoros resultantes. De referir, ainda, que
o carácter transitório destas atividades induz nas populações uma maior tolerância,
relativamente a outras fontes de carácter permanente.
Tendo em conta o carácter intermitente e descontínuo do ruído gerado durante a fase
de construção, e a distância a que se localizam os recetores sensíveis mais próximos das
frentes de obra mais ruidosas, na fase de construção prevê-se que os impactes no ambiente
sonoro seja negativo, direto e indireto, provável, temporário, restrito, de magnitude
reduzida, reversível, parcialmente mitigável e pouco significativo.

4.4.2 FASE DE EXPLORAÇÃO

Durante a fase de exploração, o ruído resulta do funcionamento dos aerogeradores e


afetará
de forma mais ou menos relevante os recetores existentes em função da distância a
que estes se localizam, do nível de operação do conjunto de aerogeradores do parque e da
direção do vento, que influência a propagação sonora.

Prevê-se que o impacte no ambiente sonoro seja negativo, direto, provável,


permanente, restrito, de magnitude reduzida, reversível, parcialmente mitigável e pouco
significativo.

4.4.3 FASE DE DESATIVAÇÃO

A fase de desativação será caracterizada pela desativação e reabilitação das


infraestruturas em exploração. De forma análoga à fase de construção, as operações
associadas à desativação têm associada a emissão de níveis sonoros devido às atividades
ruidosas temporárias, limitadas no espaço e no tempo, onde se destaca a emissão sonora
de maquinaria pesada e circulação de veículos pesados.
prevê-se que o impacte no ambiente sonoro seja negativo, direto e indireto, provável,
temporário, restrito, de magnitude reduzida, reversível, parcialmente mitigável e pouco
significativo.

23
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

5. SINTESE DE IMPACTES AMBIENTAIS

5.1 METODOLOGIA APLICADA

Para análise dos impactos foi utilizada a Matriz de Leopold com algumas adaptações.
Foram considerados os impactos relacionados aos componentes do meio físico (solo,
relevo, uso e ocupação do solo), qualidade de vida (emissão de ruído) e ecologia (fauna e
flora). Os impactos foram avaliados quanto à natureza, à importância/magnitude, a
extensão, à duração e a reversibilidade, sendo posteriormente valorados conforme a
Tabela6. O Impacto total (IT) = S*(I+E+T+R).

Tabela 6 - Critérios de quantificação dos impactos

Sinal (S) Positivo (+1) Neutro (0) Negativo (-1)

Importância (I) Muito significativo (3) Pouco significativo (2) Irrelevante (1)

Dimensão espacial (E) Regional (3) Local (2) Pontual (1)

Dimensão temporal (T) Permanente (3) Médio prazo(2) Curto prazo (1)

Reversibilidade (R) Irreversível (3) Parcial (2) Reversível (1)

Foram efetuados os somatórios dos valores atribuídos aos impactos para uma das fases
do projeto e feita a comparação dos resultados para as três alternativas.

24
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

5.2 RESULTADOS

ALTERNATIVA A
FASE DE CONSTRUÇÃO FASE DE EXPLORAÇÃO

Construção dos edifícios de comando (movimentação de terras)


Abertura de valas para cabos (compactação do solo/erosão)

Implementação do estaleiro (movimentação de terras)


Abertura de acessos (compactação do solo/erosão)

Execução das fundações (movimentação de terras)

Implementação das torres (compactação do solo)


Transporte dos materiais (compactação do solo)

Utilização dos aerogeradores

Operações de manutenção

Movimentação de viaturas
TOTAL
critérios de avaliação S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT
FATORES AMBIENTAIS

Solos -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 2 -5 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 2 -5 -1 1 1 1 1 -4 0 0 0 0 0 0 -30

Ocupação do Solo -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 3 1 3 3 -10 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -54

Declives >25% -1 2 1 3 3 -9 -1 2 1 3 3 -9 -1 2 1 3 3 -9 -1 2 1 1 1 -5 -1 2 1 1 1 -5 -1 2 1 3 3 -9 -1 2 1 1 1 -5 0 0 0 0 0 0 -51

Fauna e Flora -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -55

Ruido -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 3 1 -9 -1 2 3 3 1 -9 -1 2 3 3 1 -9 -76

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

ALTERNATIVA B
FASE DE CONSTRUÇÃO FASE DE EXPLORAÇÃO

Construção dos edifícios de comando (movimentação de terras)


Abertura de valas para cabos (compactação do solo/erosão)

Implementação do estaleiro (movimentação de terras)


Abertura de acessos (compactação do solo/erosão)

Execução das fundações (movimentação de terras)

Implementação das torres (compactação do solo)


Transporte dos materiais (compactação do solo)

Utilização dos aerogeradores

Operações de manutenção

Movimentação de viaturas
TOTAL
critérios de avaliação S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT
FATORES AMBIENTAIS

Solos -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 2 -5 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 2 -5 -1 1 1 1 1 -4 0 0 0 0 0 0 -30

Ocupação do Solo -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 3 1 3 3 -10 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -54

Declives >25% -1 1 1 3 3 -8 -1 1 1 3 3 -8 -1 1 1 3 3 -8 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -46

Fauna e Flora -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -55

Ruido -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 3 1 -9 -1 2 3 3 1 -9 -1 2 3 3 1 -9 -76

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Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

ALTERNATIVA C
FASE DE CONSTRUÇÃO FASE DE EXPLORAÇÃO

Construção dos edifícios de comando (movimentação de terras)


Abertura de valas para cabos (compactação do solo/erosão)

Implementação do estaleiro (movimentação de terras)


Abertura de acessos (compactação do solo/erosão)

Execução das fundações (movimentação de terras)

Implementação das torres (compactação do solo)


Transporte dos materiais (compactação do solo)

Utilização dos aerogeradores

Operações de manutenção

Movimentação de viaturas
TOTAL
critérios de avaliação S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT S I E T R IT
FATORES AMBIENTAIS

Solos -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 2 -5 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 2 -5 -1 1 1 1 1 -4 0 0 0 0 0 0 -30

Ocupação do Solo -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 3 1 3 3 -10 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 2 -7 0 0 0 0 0 0 -55

Declives >25% -1 3 1 3 3 -10 -1 3 1 3 3 -10 -1 3 1 3 3 -10 -1 2 1 1 1 -5 -1 2 1 1 1 -5 -1 3 1 3 3 -10 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -56

Fauna e Flora -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 3 2 3 3 -11 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 1 1 -4 -1 1 1 3 3 -8 -1 3 1 1 1 -6 0 0 0 0 0 0 -55

Ruido -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 1 1 -7 -1 2 3 3 1 -9 -1 2 3 3 1 -9 -1 2 3 3 1 -9 -76

27
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

5.3 CONCLUSÕES

Verifica-se que a alternativa B apresenta um impacto menor (tabela 7).


Essa alternativa por ser mais próxima de caminhos existente e apresentar um menor
declive, apresenta-se nesta fase com a alternativa mais favorável do ponto de vista da
implementação e custo.

Tabela 7 - Resumo da matriz de impacto

Alternativa A Alternativa B Alternativa C


FATORES AMBIENTAIS

Solos -30 -30 -30

Ocupação do Solo -54 -54 -55

Declives >25% -51 -46 -56

Fauna e Flora -55 -55 -55

Ruido -76 -76 -76

TOTAL -266 -261 -272

6. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Neste projeto foram apresentadas diversas medidas de mitigação para cada fase, a
metida de mitigação tem como grande importância e objetivo, minimizar, evitar, antecipar
os efeitos adversos que o meio ambiente sofre na realização de grandes projetos, estas são
consideradas medidas de caracter obrigatório na realização de qualquer projeto.

6.1 FASE DE CONSTRUÇÃO

•A fase de construção deverá restringir-se às áreas estritamente necessárias, devem


proceder-se à balizagem prévia das áreas a intervencionar;
•Definir um sistema de drenagem que assegure a manutenção do escoamento natural
- passagens hidráulicas e/ou valetas no Parque Eólico;
•As valetas de drenagem não deverão ser em betão, exceto nas zonas que
tecnicamente não seja possível e seja devidamente justificável;

28
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

•Garantir a aspersão regular, em períodos secos e ventosos, das zonas de trabalho e


acessos, onde ocorre a produção, acumulação e re-suspensão de poeiras.
•Os trabalhos de limpeza e movimentação geral de terras deverão ser programados de
forma a minimizar o período de tempo em que os solos ficam descobertos e ocorram,
preferencialmente, no período seco. Caso contrário, deverão adotar-se as necessárias
providências para o controle dos caudais nas zonas de obras, com vista à diminuição da sua
capacidade erosiva;
•Nos períodos de maior probabilidade de ocorrência de precipitação muito intensa os
trabalhos de desmatação, movimentações de terras e de exposição do solo desprovido de
vegetação deverão ser suspensos. Desta forma pretende-se minimizar a erosão de origem
hídrica e as consequentes implicações que essa erosão provoca, nomeadamente o
transporte de sedimentos pelas águas superficiais que subsequentemente atingem as
linhas de água a jusante;
•Não interromper, em caso nenhum, o fluxo de linhas de água, independentemente da
sua maior ou menor expressão no terreno;
•Os trabalhos de escavações e aterros devem ser iniciados logo que os solos estejam
limpos, evitando repetição de ações sobre as mesmas áreas;
•As ações de desmatação, decapagem, limpeza e movimentações de terras devem ser
limitadas às zonas estritamente indispensáveis para a execução da obra. Se viável, deverá
optar-se por delimitar ou balizar estas áreas, de modo a ser evidente a desnecessária
afetação das áreas adjacentes. Deve ser evitada a utilização de áreas não intervencionadas
para áreas de apoio, mas, se tal não for possível, estas não deverão ser desmatadas. As
áreas a intervir, mas nas quais não será necessária a movimentação de terras, deverão ser
desmatadas através de corte raso (corta-matos) e rechega do material cortado;
•Sempre que a salvaguarda de exemplares arbóreos existentes no interior da área de
intervenção se afigurar possível, estes deverão ser devidamente identificados com cintas e
resguardados por vedações que abranjam, no mínimo, uma área coincidente com a
projeção da copa. As árvores na proximidade da área de intervenção, que possam ser
acidentalmente afetadas, deverão ser, no mínimo, identificadas com cintas de modo a não
serem afetadas pelas movimentações de máquinas e viaturas ou outras ações no decorrer
da obra;
•A biomassa vegetal e outros resíduos resultantes das atividades de desmatação devem
ser removidos e devidamente encaminhados para destino final, privilegiando-se a sua
reutilização sempre que não forem detetadas na proximidade espécies alóctones com
conhecido comportamento invasor e risco ecológico, de forma a evitar a sua propagação;
•Definição de uma rede de caminhos de acesso à obra e de circulação, usando sempre
que possível os acessos existentes;

29
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

6.2 FASE DE EXPLORAÇÃO

Apresenta-se, de seguida, uma série de medidas de gestão que devem ser adotadas
durante a fase de exploração e que são fundamentais para a mitigação de efeitos negativos
ou potenciação de impactes positivos.
•As ações relativas à exploração e manutenção deverão restringir-se às áreas já
ocupadas, devendo ser compatibilizada a presença do parque com as outras atividades
presentes;
•Para minimizar o risco de mortalidade no parque eólico, recomenda-se desde logo que
qualquer iluminação existente nos aerogeradores (com exceção da obrigatória para a
aeronáutica) esteja desligada ao longo da noite, para evitar efeitos de atração de algumas
espécies de quirópteros. Se por razões de segurança for necessário que a iluminação esteja
temporariamente ligada, recomenda-se que sejam utilizadas células de deteção de
movimento associadas a relógios, de modo que esteja ligada apenas por curtos períodos
de tempo (poucos minutos);
•Monitorização da regeneração natural da vegetação, preconizando-se medidas
adicionais de recuperação das áreas intervencionadas com o objetivo do restabelecimento
da vegetação autóctone que por sua vez promove a minimização do impacte na paisagem,
e a minimização da ação erosiva dos ventos e das chuvas. Através de opções simples, que
se baseiam fundamentalmente na execução de ações que favorecem a regeneração
natural, procura-se atingir os seguintes objetivos:
-Valorizar a paisagem no seu significado mais global, cuja qualidade ficou diminuída
pela execução da obra, o que consequentemente contribui para a comodidade humana,
tanto dos visitantes, como dos residentes nas suas proximidades;
- Proteger os taludes, tanto os de aterro como os de escavação, contra a erosão hídrica
e eólica.
A recuperação das zonas intervencionadas poderá ser obtida mais lentamente por um
processo de regeneração natural, ou poderá ser acelerada com recurso à execução de
hidrosementeiras.
Em regra geral, tem sido prática corrente deixar que se efetue uma regeneração
natural.
Assim, na presente situação do Parque Eólico, propõe-se que a recuperação das zonas
intervencionadas seja efetuada apenas à custa do seu recobrimento com terra vegetal. Ao
fim de dois anos, caso a vegetação regenere deficientemente, então será efetuada uma
reavaliação das condições naturais do terreno e propostas medidas de recuperação
complementares.

30
Estudo Preliminar de Impacte Ambiental - Parque Eólico da Gardunha

•Deverá ser garantida a manutenção e limpeza das valas de drenagem de águas pluviais
dos acessos internos do parque eólico;
•Para o ruido considera-se que são necessárias Medidas de Minimização de Ruído,
quando se prevê a ultrapassagem do valor limite de exposição (artigo 11.º do RGR) ou do
critério de incomodidade (artigo 13.º). Visto que no caso em estudo é expectável o
cumprimento dos limites legais junto de todos os recetores sensíveis, considera-se
desnecessária a definição de qualquer medida de minimização de ruído específica para esta
fase;
•Recomenda-se a definição e implementação de um plano de manutenção preventiva
que permita revisões periódicas das condições de funcionamento dos aerogeradores e,
consequentemente, evite que os seus níveis de potência sonora de origem mecânica sejam
incrementados;

6.3 FASE DE DESATIVAÇÃO

De modo geral, assume-se que a desmontagem e remoção dos elementos principais do


parque eólico (aerogeradores e subestação) produzam impactes similares aos da fase de
construção e, por conseguinte, careça de medidas de mitigação similares, quando
aplicáveis.
Face ao exposto, são propostas as seguintes medidas:
•Infraestruturas e acessos afetados na Fase de Desativação deverão ser alvo de
processos que assegurem a reposição das condições adequadas das mesmas, procedendo
à limpeza necessária dos caminhos utilizados durante esta fase;
•Deverá ser efetuada a manutenção dos acessos existentes, de modo a potenciar a
utilidade destes acessos, particularmente no que diz respeito ao combate a incêndios, além
do importante papel que representam como infraestruturas florestais;
•No que diz respeito ao ambiente sonoro, deverão ser cumpridas as medidas definidas
para a Fase de Construção.
•De forma similar ao indicado para a fase de construção, deve ser evitada a realização
de trabalhos de construção ou desativação em período noturno, para diminuir os fatores
de perturbação sobre a atividade dos quirópteros, e também o risco de atropelamento.
•Na fase de desativação preconiza-se: a eliminação de todas as estruturas superficiais
e limpeza de todos os materiais e resíduos, quer na área do Parque Eólico quer noutras
zonas onde se verifique a acumulação indevida; a modelação do terreno, eliminando todas
as plataformas criadas para implantação das estruturas, e a mobilização dos solos,
promovendo a sua descompactação.

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