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F de Curso
C – EA006
E
João Gorenste
G in Dedeccca – RA 033493
0
jdedeccca@gmaail.com
O
Orientad
dor: Vivaaldo Fern a Costa – (19) 35521-3752
nando da 2
Faaculdade de
d Engenhharia Elétriica e de Computaçãão – FEEC
C/UNICAM
MP
Sumário
o
Introduçção.................................................................................................................................................... 4
Objetiivos ................................................................................................................................................. 4
Metoddologia ............................................................................................................................................ 4
I - A Maatriz Energétiica Mundial ................................................................................................................ 6
Substiituição do Caarvão pelo Petróleo no sééc. XX ................................................................................. 6
Tendêências no connsumo de eneergia no munndo ...................................................................................... 8
Carrvão Minerall ................................................................................................................................... 9
Petrróleo.............................................................................................................................................. 11
Gáss Natural ........................................................................................................................................ 15
Hiddroeletricidadde .............................................................................................................................. 18
II - Deseenvolvimentoo Histórico do
d Setor Eléttrico Brasileiiro .................................................................. 22
Justifiicativa para as
a limitaçõess do estudo ............................................................................................. 22
A economia brasilleira até 19733 ............................................................................................................ 23
A situuação energéttica até 19733 ............................................................................................................. 24
A crisse energética de 1973-19983 ......................................................................................................... 29
A crisse energética e a economiia brasileira ....................
. ...................................................................... 30
Desennvolvimento do setor eléttrico brasileirro a partir dee 1973 ............................................................ 31
Alteraações no setoor elétrico a partir
p de 1988 ....................................................................................... 34
Troca de Governoo e Reforma do
d Modelo ............................................................................................. 41
III - A Matriz
M Energéética Mundiaal, o Históricco do Setor Elétrico E e o Futuro
F da Eneergia Eólica no
Brasil ......................................................................................................................................................... 43
Desennvolvimento da Energia Eólica
E no Muundo .................................................................................. 43
IV - Asppectos Técniccos de Turbinnas e Parquees Eólicos .......................................................................... 47
Configgurações de Turbinas e Parques
P Eóliccos .................................................................................... 47
Métodos de Conntrole ........................................................................................................................ 47
Desennvolvimento Histórico daas Arquiteturras ...................................................................................... 49
Métoddos de previssão ............................................................................................................................. 50
Métodos para a previsão de médio e curtto-prazo ............................................................................ 51
Previsão da Eletricidade Geerada....................................................................................................... 52
Curvaa de Potênciaa ................................................................................................................................. 54
A indúústria de turbbinas eólicass de grande porte
p no Brassil ................................................................... 55
Regraas para conexxão de parquees eólicos aoo SIN ................................................................................. 56
V - O Prroinfa e a Energia Eólica no Brasil............................................................................................... 60
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
I
Introduçã
ão
A utilização de
d quantidaades crescenntes de enerrgia é uma dasd principaais caracteríssticas do
desenvoolvimento econômico,
e seja ele baseado em modelos capitalistas
c ou não. A energia
elétrica é atualmennte uma daas energias mais impo ortantes, e toda
t econoomia que prrocure o
crescimmento depende de um siistema elétrrico interligado eficientte, que fornneça eletricidade em
quantidaade suficiennte e de quaalidade, a baaixo custo.
Enntre as diferentes fontees de energiia para geraação de elettricidade, see pode realiizar uma
divisão entre as rennováveis e não-renováv
n veis em méédio prazo, sendo que m mundialmen nte estas
últimas predominaam, para a geração dee eletricidad de ou não. O sistema elétrico brrasileiro,
exceçãoo à regra, seendo baseaddo principalm mente na geeração hidrooelétrica, see consolidouu através
de décaadas de deseenvolvimentto, desenvoolvimento marcado
m porr etapas bemm definidas,, como a
construçção das granndes usinass ou a liberaalização do mercado. Cada
C etapa, através do processo
p
históricoo, possibiliitou a ocorrrência e geerou as neccessidades propulsoras
p da etapa seguinte.
s
Desse modo,
m a crisse financeira que se iniicia a partirr da década de 70 levouu a liberalizzação da
década de 90. Obvviamente, fatores
fa exterrnos, nacion nais como internacion
i ais, tiveram
m grande
influênccia nos rumoos tomados pelo setor elétrico.
e
O
Objetivos
M
Metodologia
a
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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A terceira etapa
e permite relacionnar as duaas primeirass, fornecenndo o conttexto do
desenvoolvimento da
d energia eólica
e no exxterior, sem
mpre em um
m papel secuundário e menor
m do
que o exercido
e pelos combusstíveis fósseeis, e relem mbra a impoortância dass fontes ren
nováveis
para a matriz
m enerrgética brassileira. Assiim, se permmite conheccer o quadrro atual daa energia
eólica no
n mundo.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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I - A Mattriz Energ
gética Mu
undial
Poor outro lado, o carvãão é ainda hoje, em certos países, uma daas principaiis fontes
primáriaas para a geeração de energia
e elétrrica, uma fu
unção que elee não reallizaria até a difusão
das usinnas termoelétricas, maais de cem m anos apóss o início da d Revoluçção Industrial (mas
quando houve a necessidade
n de geraçãoo de eletriciidade o carrvão foi rappidamente utilizado
u
nessas usinas,
u o quue é apenas natural parra uma fontee energéticaa então tão onipresentee na vida
quotidiaana). Ele serria parcialm
mente (e tem
mporariamen nte) substituuído na geraação elétricaa, com o
desenvoolvimento ded um novo conversor, a usina hidrroelétrica, que q utiliza ccomo fonte primária
o que fooi então chaamado de huulha branca,, em oposição ao carvãão (hulha): a água.
Essse termo é uma boa indicação de d outra caaracterísticaa do séc. XIIX. Já foraam feitas
diversass referênciaas ao papel central
c do carvão
c mineeral no processo produttivo de entãão, mas é
preciso notar que o carvão, além de ser a principal fonte
f energéética, foi duurante a maior parte
daquelee século a únnica fonte capaz
c de foornecer enerrgia a baixoo preço, nãoo sujeita a variações
v
sazonais ou interruupções bruscas de forrnecimento,, e em granndes quantiidades. Apeesar dos
combusstíveis fósseeis não-sóliidos (petrólleo e gás) terem subsstituído o ccarvão como fontes
capazess de garantirr uma energgia de qualiidade, eles não
n viriam a exercer ppapel tão do ominante
na matrriz energética de qualqquer país, apesar
a da dependência
d a dessas fonntes de eneergia ser
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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É importantee notar ainnda que a lenha exeerceu um papel p impoortante com mo fonte
energétiica mesmo em regiões e períodos onde o uso o do carvão foi importaante, e aind
da exerce
um papeel fundamenntal em muitas regiõess do mundo,, mas esta nãon é capaz de fornecerr energia
nas quaantidades e qualidade necessárias
n ocessos econômicos m
para os pro modernos, e portanto
não exeerce no imagginário a meesma atraçãão que as ou
utras fontes mencionadaas.
OEP ‐ Mundo
M (2006)
Derivados de
o
petróleo
‐1%
Gás Natu
ural
20% Nuclear
N
6% Hidráu
ulica
2%
%
Petróleo e LG
GN
34% Renovváveis
Combustívveis e Lixo
10
0%
Carvão/TTurfa
26%
Outros
1%
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Informaçãão, Estatística
a e Energia
Ao se analisar
a dados e estatísticaas da oferta e consumo de d energia no mundo, é prreciso estar atentoa à
confiabiilidade das innformações, e ter em mentee que mesmo organismos internacionaiss de reputação o podem
apresenttar resultadoss diferentes, devido a differenças meto odológicas ouu por utilizarrem fontes de d dados
diferenttes. Por exempplo, o consummo de energia mundial
m em 20 006, segundo a Agencia Intternacional dee Energia
(IEA) foi
f de 8084,55 Mtep [IEA KWES, 2008, p.37], enq quanto que seegundo a BP Statistical Review
R o
consummo chegou a 100843,0 Mtep [BP, [ 2008, p.440] uma diferrença de 26%!! E ainda a IEEA considera a energia
solar e eólica,
e e a prooveniente de combustíveis
c r
renováveis (leenha) e do lixoo, o que a BP não faz. Outrros dados
possuemm incertezas innerentes, commo as estimativvas de reservaas convencionnais de petróleeo, onde o estoque de
cada caampo pode serr estabelecidoo com alta coonfiabilidade, mas possuiráá sempre umaa margem de erro, ou
onde, seendo uma infoormação sensíível, os goverrnos ou compaanhias exploraadoras podem m não estar disspostos a
fornecerrem todas as informações
i c
corretas [WECC, 2007, p. 47]]
Além disso,
d a elabollaração de esttatísticas anuaais em energiia é um fenôm meno relativaamente recentte (assim
como ass estatísticas econômicas,
e o contas nacionais, desenv
ou volvidas a parttir da década dde 20), cuja trradição é
mais anntiga em certoos países (e ainda
a inexistennte em outross). Assim, paara o Brasil, ddados mais co ompletos
estão diisponíveis a partir
p de 1940,, e o primeiroo estudo extennso do consum mo e da ofertaa de energia non Brasil
data de 1973, quandoo foi publicadda a Matriz Ennergética Brasileira – MEB (dados de 19770) [Leite, 2007, p. 89
e p. 1944].
A IEA tem
t inclusive detectado um m queda na quaalidade das infformações dissponíveis relattivas à energiaa, devido
à diminuuição do conhhecimento dos profissionaiis que atuam na n área e à libberalização doo mercado de energia,
uma tenndência munddial desde a década de 800, e que conccorreu para multiplicar
m o número de atores
a do
mercadoo, dificultandoo a consolidaação das inforrmações e mu uitas vezes im
mpedindo o accesso a estas devido a
questões de confidenncialidade. Cooncomitantem mente, a reduçção das verbaas dos organiismos que reaalizam a
coleta e tratamento dos dados coontribui para a pior qualid dade dos dadoos energéticoos, justamentee em um
período onde a matriiz energética mundial
m podee passar por trransformações profundas, e onde inform mação de
qualidadde será cruciaal para a tomaada de decisõões por parte da sociedade e dos governnos [IEA ESM M, 2004,
p.3].
Tendências no
n consumo de energiia no mund
do
Assim, atualm
A mente a maatriz energéética mundiial se caracteriza por uuma predom
minância
das fonntes fósseis de energiaa, principalm mente dos derivados de
d petróleoo, mas sem exercer
papel tãão central coomo o carvãão até o iníccio do sec. XX.
X
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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Assim, enquanto que a OEP munddial de eneergia dobrouu, a particiipação das energias
A
fósseis, carvão, pettróleo (e derrivados) e gás
g natural, passou de 86,78 % paraa 80,8 %, e portanto
a depenndência munndial dessass fontes nãoo se alterou significativvamente. Esssa diferençça se deu
principaalmente graaças a difussão da enerrgia nuclearr para a gerração de ennergia elétrica, mas
esse nãoo é um fennômeno munndial, havenndo grandes diferenças entre por exemplo a França,
onde a energia nuuclear é responsável por p aproxim madamentee 80% da ggeração de energia
elétrica,, e o Brasil,, onde apesaar de existirrem centraiss eletronuclleares, elas rrepresentam
m apenas
uma peqquena parceela da energgia elétrica gerada.
g
Carvão Min
neral
O consumo mundial de d carvão mineral em m 2006 foii de 4360,0 Mtec (to oneladas
equivaleentes de caarvão), ou seja,
s 3052,00 Mtep. A China resppondeu porr mais de um u terço
(39,9%)), consuminndo 1218,2 Mtep
M de carrvão, um au umento de 10,2%
1 em rrelação a 20
005 [IEA
COAL, 2008]. O segundo
s maaior consum midor, os EUUA, consum miram 18,0% % do total mundial,
m
ou 549,6 Mtep. Am mbos os paísses utilizam
m o carvão mineral
m prinncipalmente para a prod
dução de
energia elétrica: oss EUA utiliizam 91,6% % da OEP proveniente
p do carvão para a proddução de
energia (consumindo 920,4 t de carvão-vapor em 2006), 2 e a China,
C que utiliza quaantidades
significaativas tambbém no setorr metalúrgicco, 56,8%.
O terceiro maior
m consum
midor, a Índdia, não utilizou em 20006 metadee da quantiddade que
os EUA A utilizaram
m, e o conssumo de ouutros paísess em carvãão é muito menor, gerralmente
abaixo de
d 100 Mtec, exceto paara, além doos três paísees mencionaados, Alemanha, Japão
o, Rússia
e Áfricaa do Sul.
Observada naa década dee 90, a quedda do consu umo chinês, de 929,0 M Mtec em 19 995 para
893,8 Mtec
M em 20000 [IEA CO OAL 2008], relacionadaa com ganhhos em eficiiência energ gética, se
revelou ser uma teendência effêmera, e deesde então o consumoo praticamennte dobrou (1724,3
Mtec em m 2006). Isso levou até mesmo um m autor pou uco propennso a dar umm peso exceessivo às
suas preevisões a não
n anteverr essa rápidda retomadaa da voraciidade chineesa por carv vão, e a
conseqüüente quedaa da relaçãoo R/P (o Coonselho Mu undial de Ennergia – CM ME – estimaava uma
relação de 180 anoos em 20022) [Smil, 20006c, p. 229 9]. Assim, mesmo
m exisstindo aindaa carvão
suficiennte para umm longo peeríodo, é difícil
d realizzar uma prrevisão sobbre a tendêência do
consummo – o do China
C provvavelmente ainda cresccerá a taxaas expressivvas –, e cerrtamente
impossíível realizarr uma estimmativa infalíível, mas allguns paísess poderão eenfrentar prroblemas
de abasttecimento, devendo
d reccorrer à impportação (a relação chiinesa R/P ppara o carvãão duro é
de aprooximadamennte 30 anoss), e a tenddência dos preços futuuros dependerá dos cu ustos de
extraçãoo. Por exemmplo, a relaçção entre reecursos (as reservas
r adicionais reccuperáveis, mas não
econommicamente dados
d os preços
p preseentes) e reservas econnomicamennte recuperááveis de
carvão duro é de 5,5 [WEC C SoER, 2007], indiccando que ainda existte uma quantidade
expressiiva a ser extraída caso a tecnologia seja desen nvolvida, e os custos reeduzidos.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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quantidaade de gasees de efeitoo estufa, e outros polu uentes, emiitidos por kkWh) [WEC C SoER,
2007, p.
p 4]. Num contexto em e que com mpromissoss importanttes de reduução (ou ao o menos
contençção) da emisssão de GE EE devem seer tomados por todos os o grandes eemissores mundiais
m
se se deeseja mitigar os efeitoos futuros dod aquecim mento globaal, certamennte a eficiên ncia das
UTEs a carvão (se a escolha dod modelo energético
e continuar a favorecer
f esssas usinas) será um
dos fatoores cruciais para atinggir os objettivos (juntammente com a aplicaçãoo de tecnologias de
captura e estocagemm de carbonno, CEC). Porém,
P é preeciso notar que a utilizzação de usiinas com
tecnologgias de meelhor desem mpenho deppende não somente da d construçção destas, mas da
formaçãão dos operradores e da qualidadee do carvão o (que depeende não soomente do tipo t mas
tambémm da presençça de impurezas).
Peetróleo
Emm 2006, a oferta de petróleo crru nos Estaados Unidoos represenntou 21% da d oferta
mundiall, contra 188% para o carvão, maas a oferta interna da China, maiior consumidora de
carvão do
d mundo (quase
( 40% da demandda mundial),, representoou somente 8,8% (send
do que os
chineses compõem m 20% da poopulação muundial) [IEA
A NON/OEC CDS, 2008]][UN POP, 2008].
Poorém, enquuanto que a maior paarte da pop pulação dee países deesenvolvidos utiliza
veículoss automotorres (mesmo que através do transpo orte coletivoo), este nãoo é o caso geeral para
todas ass populaçõees dos paísess de desenvvolvimento econômico
e médio ou bbaixo. Isso ses reflete
na diferrença de utiilização do carvão (mineral) e do petróleo enntre países da OCDE e o resto
do muundo (apessar de algguns paísees-membross da Organização dde Cooperração e
Desenvoolvimento Econômicoo não poderem ser co onsiderados plenamentte desenvollvidos –
especiallmente Méxxico, Turquuia e algunss países do Leste Europpeu – a dem manda destes não é
grande o suficiennte para im mpedir a comparação
c o). Enquantto que os países daa OCDE
demanddaram 37% do d carvão mundial
m em 2006, eles responderam m então porr 57%% da
demandda por petrólleo.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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H
Hidrocarbonet
tos, Tipos de Petróleo e Derivados
O petróleo
p existee sob diversas formas : Ele não possui uma
u composiçção padrão, m mas certos tipo os são mais
valoorizados do queq outros, jáá que a demaanda por deriivados de petróleo é razooavelmente esstável (e.g.
veícculos automottores não podeem funcionar com gasolinaa ou diesel, e muitas
m UTE ffuncionam som mente com
óleoo combustível). A tendênciaa atual é de auumento da pro ocura por petrróleos mais leeves, já que oss derivados
dem
mandados atuaalmente são leves (queroosene, gasolin na) e o refinno de petróleeos mais lev ves produz
natuuralmente um ma maior propporção dessess derivados, sem necessiddade de se reealizar o craq queamento
cataalitico. Além disso existem m variações do tipo de petróleo mais adequado eentre regiões - a frota
autoomotiva europpéia é composta majoritariiamente por veículas
v movidos a diesel ((com exceçõees, como o
Reinno Unido), ennquanto que os Estados Unidos utilizam largamente a gasolina. Já nno Brasil, a demanda de
diessel é maior quue a de gasolinna, já que o trransporte rodo
oviário (princcipal meio de transporte braasileiro) de
merrcadorias utilizza majoritariaamente esse coombustível [ECL, 2007] [BE EN, 2008, p.771].
A densidade
d eneergética dos hidrocarboneto
h os variam emm função da quantidade de átomos de carbono e
hidrrogênio presenntes na moléccula. O metanno (CH4) e o etano (C2H6), ) muito volááteis e gases nas
n CNTP,
form
mam os gasess de petróleoo, primeiros produtos
p resu
ultantes da deestilação atmoosférica do petróleo.
p O
proppano e butanoo, também gasses nas CNTP Ps, são facilm
mente liquidificcáveis e form
mam o que com mumente é
chammado de gases liquefeitos de
d petróleo – GLP.
G Estes quuatro hidrocarbbonetos com aaté 4 átomos de
d carbono
(C1-4) compõem m normalmentee o gás naturaal, apesar desste ser composto normalmeente em grand de parte de
metano [Smil, 20008][ECL, 20007].
Os hidrocarboneetos superiorees (C5+) são líquidos ou sólidos nas CNTP. A ggasolina é no ormalmente
mposta, no Braasil, por HCs C4-12, o queerosene por HCs
com H C10-14 e o diesel C100-16. É imporrtante notar
que esses são valoores indicativos, já que os padrões
p de quualidade dos coombustíveis nnão são determminados em
funçção somente dad composiçãoo em hidrocarrbonetos, mas outros parâm metros como poonto de fulgorr, índice de
octaanagem (para a gasolina) ou o de cetano (para
( o diesell), volatilidadee e fluidez [B
BR, 2008]. Deesse modo,
cadaa refinaria podde utilizar um
m portfolio de petróleos
p paraa obter o produuto final desejjado.
Os petróleos do oriente médiio são considderados médio os, com uma densidade poor volta de 0,850-0.870
m3, enquanto que os petróleos do mar do Norte, na Europa, são mais leves (aaproximadam
g/cm mente 0,835
m3), e a denssidade do cruu da África Setentrional, ainda mais leve,
g/cm l beira 0,,805 g/cm3. O petróleo
veneezuelano é mais pesado, asssim como o brasileiro
b em geral (apesarr dos reservatóórios recém-d
descobertos
na bacia
b de Camppos apresentarrem um óleo mais
m leve) [EC CL, 2007].
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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De
emanda M
Mundial po
or Derivad
dos de Pettróleo (20
006)
Índia
Russsia 3,4%
Brasil 3,3
3%
2,6% Outros
RU 41,9%
%
2,1%
Japão
5,9%
China
8,6%
A demanda mundial de d derivadoos de petró óleo é marrcada por dduas desigu ualdades
principaais, sendo a primeirra logicam mente a concentraçãão do connsumo noss países
desenvoolvidos, enqquanto que estes
e não sãão os maiorees produtorees. Dentro ddesse grupo
o, a outra
desiguaaldade é o consumo
c deesproporcioonal dos Estados Uniddos, que ressponde por 24% do
consummo final munndial.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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um custo (às vezees importannte) para esste, e deveem ser consseqüentemeente utilizad dos para
orientarr o desenvoolvimento econômico de certos setores, viisando-se sempre a efficiência
energétiica a longo prazo, senndo portantoo necessário
o analisar see incentivos ao aumen
nto desta
não reprresentariam
m uma despeesa mais adeequada por parte
p do Estado.
O consumo médio
m de umma frota dee veículos, para
p um paíís já desenvvolvido, só se altera
lentameente, já que novos veícculos (em teoria
t mais eficientes),, precisam substituir os
o carros
antigos.. Enquanto que o conssumo médioo de um carrro novo naa Alemanhaa em 2004 era de 7
l/100 kmm, o consuumo da frotaa era de quuase 8, em média. Gannhos de eficiência de veículos
novos ded frotas quue aumentaam rapidam mente, como a chinesaa ou a braasileira (estaa última
cresceu em 37% no n período 1995-2004) representaam então uma u grandee oportunidaade para
conter o consumo de derivaddos de petrróleo, mais do que em m países dee motorizaçção mais
antiga [WEC
[ EEP, 2008, p. 29],
2 [Leite,, 2007, p.614]. Se, appesar dessaas vantagens, forem
introduzzidos veícullos com um
m consumo médio
m maioor do que o econômica e tecnologiicamente
possívell, estes veículos contribuirão na contenção da reduçãoo do consum mo médio da d frota,
com connseqüênciass duradouraas – sendo importante considerar que o conssumo médio o de um
veículo depende nãão somente da tecnologia empreg gada, mas taambém da cclasse de veeículo, já
que granndes carros como utilittários esporrtivos e cam
minhonetes consomem
c m
mais para uma
u dada
distânciia percorridda. Como veremos
v maais adiante, o tempo dee vida relattivamente longo
l de
cada veículo novo (9 anos e 2 meses paraa a frota braasileira em 2007
2 [Sindiipeças, 2008, p.12])
implica escolhas na n hora de introdução
i destes veícculos da meesma maneiira que o teempo de
vida da infraestrutuura de geraação de eneergia (que costuma
c serr maior, passsando de 25
2 anos)
implica realizar um ma escolhaa por uma determinad da tecnologia para um m longo perríodo de
tempo [Stern, 20066, p.222].
H um conseenso entre as
Há a diversas análises
a quee tratam da relação R/P
P para o pettróleo de
que se está
e perto do d momentoo onde a prrodução iráá começar a cair (se esste momentto já não
chegou)), o chamaddo ‘pico do petróleo’. Segundo o CME, a reelação R/P ppara o petró óleo era,
em 20005, de 41 annos, portannto menos do d que paraa o carvão. Porém é ppreciso utiliizar esta
medida com cuidaddo, já que nãon é possívvel deixar ded utilizar o petróleo ab
abruptamentte, e esta
medida simplifica demasiadaamente a reealidade, já que existeem diversoss tipos de petróleo,
p
sendo que a classsificação mais pertinnente paraa esta anállise é aquuela entre petróleo
convenccional e nãão convenciional (o pettróleo pesad do e viscosso, de extraação difícil, é mais
poluentee), sendo que
q a parte deste
d último na produção mundiaal pode vir a crescer. Ocorrem
O
reavaliaações das reeservas consstantementee, com novoos recursos (reservas addicionais poossíveis)
constanntemente senndo contabiilizados, a medida
m que novas tecnnologias e o preço crescente do
petróleoo cru permittem a explooração viáveel economiccamente de campos
c novvos ou antig
gos.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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G Deedecca
G Naturall
Gás
Uma rede de distribuiçãão e armazennamento dee gás naturaal é portantoo uma infraeestrutura
U
complexxa, que se bem consttruída perm mite evitar, pelo menos em um pprimeiro insstante, a
interruppção a quee, como diversos
d caasos demon nstram, esttão sujeitoss todos oss países
dependeentes do forrnecimento estrangeiroo de gás nattural, por esste ser aindda hoje um mercado
m
pouco integradoo, com consumidoores cativ vos. No futuro a integraação e
descomp
mpartimentallização dos mercados serás feita prrincipalmennte através ddo desenvollvimento
de novoos campos gazíferos
g e da
d instalaçãão de novos gasodutos e principalm mente do trransporte
de gás natural
n liquuefeito. Outtras tecnoloogias, como gas-to-liquuids e gás nnatural commprimido
podem participar
p d transportte, mas aindda não são economicam
do e mente vantaajosas [WEC C SoER,
2007, p.154].
p É prreciso notarr ainda quee a rigidez do sistemaa não afeta somente os o países
consummidores, maas também m os fornnecedores, muitas veezes depenndentes daa renda
proporccionada pelaa exportaçãoo.
17
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
H
Hidroeletric
cidade
A primeira usina
u hidroeelétrica modderna data de
d 1882, daata da entraada em operração de
uma UH HE em Wiscconsin, EUA A. Desde enntão o desennvolvimentoo dessas usiinas sofreu diversas
mutaçõees. Inicialmmente pequeenas unidaddes próxim mas dos cenntros de coonsumo (cid dades, e
muito freqüenteme
f ente a indústria), com uma capaccidade de geração
g baixxa para os padrões
atuais (ddezenas de KW), eram m a norma, e a iniciativaa destes projjetos era noormalmente local. A
partir da
d década de d 30 comeeça a fase de d construção de usinaas de maioor porte, com m apoio
governaamental, e a retirada de d serviço dasd usinas mais
m antigaas. Conjuntaamente, a partirp do
início do
d séc. XX começa a integração,
i em poucoss países, dos sistemas elétricos atrravés de
linhas de
d transmisssão – essa teendência, asssim como a construçãão das granddes UHE, começará
então em m momentoos diferentees segundo o país, send do comum um começoo muito maais tardio
(ou aindda inexistennte) [Enc. Of Energy, 2004, p.303]].
18
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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O Desen
nvolvimento Histórico dass Grandes Baarragens
A geraação de eletriccidade não é a unica razãoo para se consstruir barrageens. Estas exisstiam muito antes
a da
nova applicação surgiir, sendo utilizzadas para conntrole de ench
hentes, irrigaçãão e fornecimento de água potável.
p
Ainda assim, o séc. XX viu uma aceleração
a na construção ded grandes barrragens (com m mais de 15 meetros de
3
altura ou
o de altura entre
e 5 e 10 metros
m e com um reservatórrio de mais de d 3 mi m seggundo a defin nição da
Comisssão Internacioonal de Granddes Barragenss), com um piico na décadaa de 70 e um declínio posteerior no
númeroo de construçõões, existindo atualmente mais
m de 45 mil grandes barraagens
Apesarr de proporcioonarem benefí fícios importanntes como aceesso à eletriciidade e água ppotável, as baarragens
também m podem provvocar grandes deslocamentoos de população, extinção de d espécies, e perda de terraas, além
desses benefícios nãon serem obbrigatoriamennte distribuíd
dos igualmentte entre os m mais afetado os pelas
construuções e o restoo da populaçãão – o contráriio sendo maiss usual -, além muitas vezes grandes
m de requerer m
financiiamentos.
Este deesenvolvimennto é paralelo, claro, à impoortância cresccente das quesstões ambienttais e da partiicipação
da sociiedade na disccussão de outrros grandes projetos, que eram
e frequenteemente ignoraadas ou exerciam um
papel menor.
m Obviam mente, para issto ser possíveel é preciso um
ma forma de governo
g onde eexiste a possib
bilidade
de disccussão e princcipalmente o reconhecimen
r nto de que possições contrárrias não são aapenas possíveeis, mas
inevitááveis.
O proccesso de consttrução das graandes barragenns é atualmentte portanto maais complexo,, e frequentem
mente as
objeçõees dos defensores das connstruções tratta não da op posição a elass, mas do temmpo necessárrio para
aprovaação do projetto. Porém, see projetos pottencialmente benéficos devvem ser apoiados e acelerrados, é
precisoo transparênciaa por parte doo Estado, respeeito às normass ambientais, compensação à população afetada,
envolvimento de todda a sociedadee na discussãoo, medidas qu ue frequentemmente melhoraam projetos – mesmo
porquee existe muitass vezes também m o apoio a eles
19
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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Assim, a hidroeletrici
A h idade exerce hoje normalment
n e um pappel secund dário no
fornecimmento de energia
e eléttrica, atuanndo em mu uitos paísess como cappacidade dee ajuste,
permitinndo que outtras fontes de
d energia, como a térrmica, possaam ser utilizzadas com um grau
de eficiiência ótim
mo. Segundoo a IEA, em e 2006 a energia hiidráulica fooi responsáável pela
geraçãoo de 16% daa produção de eletriciddade, e de apenas
a 2,2%% da oferta pprimária dee energia
mundiall. Em 1973 21% da eleetricidade e 1,8% da oferta
o primáária de energgia eram dee origem
hidráuliica. A regressão da partticipação naa produção de eletriciddade concom
mitante à proogressão
na OPEE pode ser exxplicada peelo fato de que
q a produçção de eletrricidade muundial cresceeu muito
mais raapidamente do que a OPE dessde 1973. Enquanto a última ddobrou, a primeira p
praticam
mente quintuuplicou – o que signifi fica que hou
uve na verdade um graande crescim mento da
capaciddade instaladda de geração hidroeléétrica neste período (a produção
p m
mais do que dobrou,
passanddo de 1284 TWh
T para 3028
3 TWh),, mas esta não
n conseguuiu acompannhar a demaanda por
energia elétrica [IE
EA KWES, 2008,
2 p.24].
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
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21
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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II - Desenvolv
D vimento Histórico
H do Setor Elétrico B
Brasileiro
o
Ju
ustificativaa para as lim
mitações doo estudo
A situação atual
a do seetor energéttico brasileeiro possui então alguumas caractterísticas
marcanttes cujas origens
o poddem ser traaçadas ao início
i da atividade ecconômica mercantil
m
brasileirra, como a tradição
t do plantio da cana-de-açú
c úcar, sempree presente nna história brasileira
b
modernna, mas cuja incursão relevante na n esfera energética
e é comparatiivamente reecente –
porém tendo
t exercido indiretaamente outrras influênciias nesta, por ter sido e ser uma atividade
a
econômmica brasileeira importtante. Outroos eventoss, como o desenvolvvimento por atores
m tomado o rumo atual - nem a
privados e estatais da indústriia elétrica e petrolíferaa não teriam
dimensãão - sem a reorientação
r o das prioriidades dos governos
g quue ocorreu na primeiraa metade
do séc. XX.
X
Essta parte obbjetiva, porttanto o estuudo dos settores energééticos mais importantees para a
situaçãoo atual da inndústria da energia eléétrica e eóliica, principaalmente dessde a décad
da de 70,
embora isto impliqque também m o estudo do contexto o econômicco e social que provoccaram as
diversass políticas e desenvolviimentos quee influenciaaram estas inndústrias.
A crise polítiica (1961-19964) que o Brasil viveuu desde a reenúncia de JJânio Quad
dros até a
deposição do seu vice,
v emposssado com dificuldades
d s em 1961, João Goulart– cada um u eleito
por chappas presidennciais diferentes – é um
m exemplo de como nãão se pode aanalisar a ecconomia
indepenndentementee dos aconttecimentos que marcaam a históriia brasileiraa. Efetivam mente, as
conseqüüências do golpe
g militaar de 1964 podem
p ser vistas
v ainda hoje.
h
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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Apesar dissoo, o períoddo de 19688 a 1973 foi marcaddo no Brassil por um intenso
A
crescim
mento da ecoonomia, a umau taxa anuual média de
d 11,2 %, graças
g ao fiim da crise política,
as reformas do iníccio do goverrno militar, a conjunturra internacional favoráável e a partticipação
estrangeeira. Porém
m o período é marcado por p um cresscimento daa dívida extterna brasileeira, que
passou de 3,8 paraa 12,6 bilhõões de US$ entre 1968 8 e 1973 [LLACERDA, 2006, p.12 24]. Esse
aumentoo de 8,8 bi b US$ nãoo pode ser explicado pela necesssidade de financiameento das
importaações brasileeiras cresceentes (inclussive de ben
ns de capitall que viriam
m a promov ver o PSI
de bens de consum mo duráveis e posteriorrmente seriaa justamentee um dos gaargalos estrruturais),
já que o saldo do balanço dee pagamentoos é então positivo. Efetivamentee, dois terço os desse
endividaamento forram utilizaddos para a constituiçãão de reserrvas, que eembora necessárias,
seriam no final doo período muito maioores do que as necessárias paraa a sustentaação das
importaações em caaso de crisee externa [L LACERDA, 2006, p.1554]. Num qquadro internacional
favorável, com baiixos juros, o governo pode ter ju ulgado ser favorável eesta políticaa, mas o
endividaamento a juuros pós-fixxados torna o país vuln nerável a choques na taaxa de juross – o que
seria o caso.
c
O governo brasileiro
b nãão foi entãoo o único a adotar essee comportam mento – a partir
p de
1970 a dívida de muitos paííses subdessenvolvidos aumentariaa consideraavelmente, mas em
1990 ass maiores dívidas
d externas perteenciam ao Brasil,
B Méxxico e Arggentina [Ho obsbawn,
1994, p.422]. A dívvida externa brasileira cresceria após
a a consttituição de rreservas do
o período
de 19688-1973 por outras razzões, e conttinuaria a crescer
c apóós a inflexãão da taxa de juros
internaccionais a parrtir de 19799.
O ano da primmeira crise petrolífera pode ser coonsiderado um divisor de águas no estudo
da histtória energgética brasiileira. Tantto pelos efeitos
e desssa crise e que prov vocariam
posterioormente muudanças no modelo eneergético braasileiro quaanto por serr o ano de auge do
chamaddo ‘milagree brasileirro’, quanddo já se podia disstinguir o aparecimeento de
estranguulamentos estruturais
e n economiia, principaalmente no setor de prrodução de bens de
na
capital. Efetivameente, a situuação econôômica brasiileira seria mais erráática a parttir desse
momentto, com inteerações entrre esta e a matriz
m de con
nsumo de energia
e brasiileira.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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Oferta Inte
erna Bruta de Energia ‐ Fontes Prrimárias ‐ 19
973 (tep)
Produtos da
Cana
Lenha 6%
38%
Outrass Fontes
Carvãão
0
0%
Metalúrrgico Hid
dráulica
2% 6%
Carvão
o Vapor Petróleo
1
1% 47%
Gás N
Natural
0%
0
Jáá a grande im
mportância do petróleoo na OIBE (38,78
( milhõões de tep), apesar de não
n ser a
principaal fonte de energia paara a geraçção elétrica (UHE reprresentavam m em 1974 75% da
capaciddade instaladda de geraçção [BEN 2008, p.122]], e entre ass UTE havia aquelas a carvão-
d produçãoo nacional), teria efeitoos relevantes no balançço de pagam
vapor, de mentos apóss 1973 (a
produçãão brasileiraa de petróleo representaava aproximmadamente apenas um quarto do consumo c
[LEITE E, 2007, p.5880]). Os prooblemas de balanço de pagamentoos se refletirriam posteriiormente
na situaação econômmica brasileiira e na saúúde financeirra das comppanhias do ssetor elétricco.
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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brasileirro, marcadoo por momeentos como a fundação o da CHESF F em 1945, Furnas em 1957 ou
Eletrobrrás em 19662, e que coontinuaria até
a a décad da de 80. Este processso, que sign nificou a
transferrência do empreended
e dorismo na expansão do setor das d empresaas privadass para o
Estado (tanto a nívvel federal como estaddual), repressentou tambbém a interrligação de diversos
sistemass isolados, unificação da freqüênncia em 60 Hz, H reestrutturação dass empresas do setor
inclusivve com a esttatização dee muitas deelas, criação
o dos órgãoss coordenaddores da operação e
do plaanejamento. Obviamennte, houvee resistênccia de gruupos intereessados, co omo as
concesssionárias esttrangeiras e nacionais privadas
p de energia, exxemplificadaa no longo processo
p
de criaçção da Eletroobrás, que se
s estenderiia por dez annos [FONSE ECA, 1983, p.96].
Emm 1930, a capacidadee instalada de d geração de energiaa elétrica noo Brasil eraa de 779
MW [M MELLO, 20001, p.230] , sendo 80% % desta de origem
o hidrroelétrica. C
Com a revolução de
30, ocorrre uma muudança de paradigma,
p j que com
já m o código dasd águas dde 1934 o Estado
E se
torna responsável
r pela conncessão do direito de d exploraçção de quuedas d’águ ua para
aproveittamento hiddroelétrico. Em 1933 jáá havia sido o extinta a cláusula-our
c ro, instrumeento que
até então permitia asseguraar a lucratiividade das empresass do setorr (majoritarriamente
estrangeeiras) de flutuações
f no câmbioo, estabeleccendo que as tarifass fossem ajustadasa
parcialm
mente em função
f do preço do ouro, ajusttado mensaalmente [LE EITE, 2007 7, p.58].
Segundoo o novo cóódigo das ágguas, as tariifas seriam ajustadas ded acordo coom o custo histórico
h
das com
mpanhias (em m função doos investimmentos realizzados anteriiormente), qque seria a forma
f de
cálculo adotada até a década de 90. Porrém esta fo orma de cállculo não reealizava a correção
c
monetárria dos ativos das coompanhias em função o da inflaçção, ameaçando comp prometer
seriameente a rentabbilidade desstas no casoo de inflaçãão forte. Em
m 1939 é constituído taambém o
Conselhho Nacionall de Águas e Energia Elétrica,
E CNA AEE, ligadoo ao gabineete presidenccial.
Apesar da mudança
A m do quadro leggislativo, duurante a déccada de 19330 o govern no ainda
não atuuava ativaamente no sentido de d expand dir a capaacidade insstalada, co ontrolada
principaalmente porr companhiias privadass. Assim, segundo
s Leeite, a época foi marcaada pela
mudançça do quadrro institucioonal, alta innflação (quee compromeetia as tariffas, calculad das pelo
custo hiistórico nãoo-atualizadoo) e dificulddades em se obter os eqquipamentoss necessárioos para a
expansãão do sistem ma através do parque industrial nacional ouu por impoortação, fato ores que
levaram
m a deteriooração dos serviços do d setor e a diminuuição do riitmo de ex xpansão.
Efetivammente, foraa das áreass mais dessenvolvidas (RJ e SP P), era baixxo o intereesse das
compannhias em exxpandir a oferta,
o princcipalmente diante da incerteza
i dee lucrativid
dade dos
empreenndimentos. Em 1945 a capacidaade instalad da era de 1342
1 MW ((80% comp posto de
hidroeléétricas) [MEELLO, 2001, p.232], sendos que o ritmo de expansão
e noo qüinqüêniio 1940-
1945 foora de 1,1%%. Em 1940 duas comppanhias, a Brazilian
B Traction, Lighht and Pow wer (mais
conheciida como Liight), holdinng constituíída em 1912 para agruupar empressas atuantess em São
Paulo e Rio de Jaaneiro, e a American Foreign & Power Co. (Amforp)) detinham 58% da
capaciddade, atuanddo nos estaados de Sãoo Paulo, Rio R de Janeiiro e em aalgumas cap pitais da
federaçãão.
O período dod Estado Novo foi marcado por p diversaas crises noo fornecim
mento de
eletriciddade, comoo racionameento na áreea da CPFL
L (interior de São Pauulo). Embo
ora estes
problemmas não tenhham sido posteriormennte complettamente elim
minados [LE
ESSA, 2001, p.26],
26
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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G Deedecca
Poorém a tenddência a paartir de 19445 não seriaa mais a dee expansão do sistemaa elétrica
através da atuaçãoo das compaanhias privvadas. Comeeçava um período
p de atuação do Estado,
positivoo, e que em 1973 resulttaria numa capacidade instalada de
d mais de 118 GW [BE EN 2008,
p.122].
As Centrais Elétricas
A E dee Furnas forram criadas em 1957, com
c a particcipação do governo
paulistaa e mineira, além de emmpresas priivadas, mass como emppresa controlada pelo governo
federal. Em 1962 foi
f constituída a Eletrobbrás, empreesa holding e controladora então de Furnas
e da CHHESF, além de outras companhias menores.
27
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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O aumento da
d participaçção do Estaddo na formaação bruta de d capital fiixo do setorr elétrico
só foi possível com
m a criação de
d novos mecanismos
m de financiaamento. Em 1954, um ano a após
o envio do projetoo ao Congreesso, foi criiado o Fund do Federal de Eletrificcação, admiinistrado
pelo BNNDE (fundaado em 19522) , que com m os recurssos arrecadaados atravéss do Impostto Único
sobre a Energia Elétrica, IUEEE, visava permitir às empresas
e púúblicas inveestir na expaansão do
setor. 400% do IUEE era destinnado ao funndo federal, pertencenddo 50% aos estados e o restante
aos munnicípios. O FFE recebbia ainda reecursos da Taxa de Despacho
D A
Aduaneiro e de pelo
menos 4% do Impposto do Consumo
C (sua principaal fonte de recursos) [FONSECA A, 1983,
p.193]. Uma críticaa a esse méttodo de finaanciamento foi o fato ded o IUEE nnão ser iniciialmente
um impposto ad vaalorem (sobbre o valor cobrado) mas m uma taaxa pré-detterminada, expondoe
assim parte
p da arrrecadação do
d FFE à corrosão
c in
nflacionária.. É importaante lembraar que a
remunerração das emmpresas pello custo histtórico sofriaa então do mesmo
m probblema. O cáálculo do
IUEE seeria modificcado em 19663 para ad valorem,
v peermitindo prroteger este da inflaçãoo.
Emm 1962 o IUEE passoou para a reccém-criada Eletrobrás,, então agennte centralizzador da
política do governno federal de d expansãoo do setor elétrico.
e Coom a criaçãão do Minisstério de
Minas e Energia em m 1960, a política
p enerrgética do governo
g passou a ser cooordenada porp essas
duas insstituições. Foi
F igualmeente criado o empréstim mo compulssório ad vallorem sobree a conta
de eletrricidade, tammbém para capitalizarr a Eletrobrrás. Em 19664 se impleementou a correçãoc
monetárria dos ativvos das commpanhias doo setor de en nergia elétrrica, impediindo que a corrosão
c
inflacionária afetassse a remunneração desttas (já que a tarifa era calculada
c peelo custo hiistórico).
Em 19771 criou-se a Reserva Global de Reversão, outra taxa sobre as coompanhias do setor
para finnanciar a exxpansão do mesmo.
m Junntamente coom reformaas do emprééstimo comp pulsório,
do IUEE E, de redução do imposto de renda das companhias, isennção do impposto de imp portação
de equippamentos, estas
e mediddas represenntaram um incentivo importante
i ppara a expaansão da
geraçãoo, transmissãão e distribbuição de elletricidade. Já as trataçções para a construção o de uma
UHE em m Sete Quuedas, moviimento quee se inicia em 1962, culminariam m em 1973 3 com a
aprovaçção dos texxtos legais sobre Itaippu, cuja con nstrução coomeçaria em m 1975, daatando a
primeiraa operação de 1983 [L Leite, 20077, p. 217]. Com
C a lei de
d Itaipu fooi também criada a
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Conta de
d Consumoo de Combuustíveis, CC CC, que ob
bjetivava reppartir entre todas as geradoras
hidroeléétricas do sistema
s o custeio
c das UTE do sistema,
s necessárias pporém de utilização
somentee complemeentar às UHHE.
O segundo choque
c do petróleo, reesultado daa Revoluçãoo Iraniana dde 1978-19
979 e da
guerra entre
e Irã e Iraque (quee começa em m 1980), prrovoca outrro aumento de preços. Entre o
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O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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De fato, o balanço
b de pagamentos
p s se torna deficitário
d a partir de 1974, e o balanço
comerciial, até 19772 estável em torno do d equilíbrio, se tornaa fortementte deficitárrio. Esse
desequilíbrio não foif causadoo apenas peelas importaações de peetróleo, já qque data daa mesma
época o II Plano Nacional
N dee Desenvolvvimento (PND), deciddido pelo gooverno miliitar para
resolverr os gargaloos econômiccos descritoos acima e que então surgiam
s devvido à insufficiência
dos setoores de proodução de matéria-prim
m ma e de beens de capiital. Além do mais, parte
p das
importaações de equuipamentoss e serviçoss visava jusstamente paaliar a depeendência externa do
país emm petróleo – o investiimento da Petrobrás, que se dessloca então para a plaataforma
continenntal brasileiira, de 558 milhões de US$ em 19 972 (dólares de 1994) passa para 1086 mi
US$ em m 1975 e see manteria acima de um u bilhão de d dólares até
a 1989 [L Leite, 2007,, p.585].
Além disso,
d pesavaam outros fatores
f com
mo a fuga dee capitais e posteriorm
mente o aum mento de
juros.
Apesar de muitos
A m autorees considerrarem que o II PND, queq personifficava a decisão do
governoo pela ‘fugaa para frentte’ [Lacerdaa, 2006, p.1
133], ter siddo uma deccisão incorrreta num
momentto de desaceleração daa economia mundial, o Plano avaliiava a crisee como duraadoura, e
procuraava fornecerr uma respoosta heteroddoxa às dificculdades ecconômicas bbrasileiras. Porém a
propostaa do governno militar nãão poderia ser
s um projeto apoiadoo socialmennte, e, lançan ndo mão
extensivvamente doo endividam mento exterrno, colocarria as emprresas estataais em dificculdades
financeiiras quandoo do aumennto dos juroos internacionais que se s verifica a partir do final de
30
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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1979, com a mudaança da pollítica do Baanco Centraal americano – os juroos nominaiss passam
então dee pouco menos de 10% % para 16% ao ano (apeesar do pataamar de 19770 já represeentar um
aumentoo destes frennte ao inícioo da décadaa de 1960) [Aglietta,
[ 20008, p.108]..
A situação dasd empresaas estatais dod setor elétrico se alteera a partir de 1974 devido às
dificulddades da ecconomia brrasileira. A simultaneidade das crises
c econôômica e ennergética
levaria a sucessivaas alteraçõees da políticca nacional para o setoor, e finalm
mente a situ
uação do
setor eléétrico seria o principal argumento para as refo
ormas liberaais da décadda de 1990.
Desenvolvim
mento do seetor elétricoo brasileiro
o a partir de 1973
O período quue começa em e 1973, últtimo ano do o chamado ‘milagre braasileiro’, é marcado
m
tanto peela situaçãoo econômicaa mais instáável quanto
o pela maioor deterioraçção da situaação das
compannhias do seetor elétricco. Obviam mente estass duas caraacterísticas se influen nciaram,
particularmente noo que diz respeito à intervençção estatal sobre as companhiaas como
instrum
mento de políítica de conntrole inflacionário.
Assim, não se
A s pode deteerminar um ma causa úniica para a inflação.
i Muuitos desses fatores
favoreceeram o aummento da innflação, enqquanto que a economiaa, se adaptanndo a um ambiente
a
de preçços crescenntes, criou mecanismoos que ao mesmo teempo em qque permittiam um
crescim
mento econôômico num ambiente desfavorável (é notávvel que a eeconomia brasileira b
tenha suuportado peeríodo inflaccionário tãoo longo) tam
mbém favorreciam a esttabilização em altos
patamarres [Lacerda, 2006, p.175]. São os o chamado os fatores acceleradores e mantened dores da
econommia, parte daa teoria da inflação
i ineercial desen
nvolvida enttão. Segunddo esta, a ad
daptação
dos ageentes econômicos instiituía mecannismos que permitiam a convivênncia com a inflação
31
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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Ennquanto quue certos attores foramm favorecid dos pela altta inflação do período o, como
grandess empresas, outros, commo as empreesas de servviço públicoo, viram suaa situação financeira
se degraadar, já que não podiam
m ajustar livvremente su
uas tarifas.
32
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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Seegundo Fonnseca et al, a Eletrobráás exerce até 1975 um papel impoortante de aporte
a de
recursoss ao setor, mas
m somente apenas a partir
p desta data a sua função
f de fi
financiadoraa adquire
proporçções mais relevantes.. Sua parrticipação no n aporte de recurssos em fo orma de
financiaamentos passsa de 26,2% % em 19733 para 33,3% % em 1977 [Fonseca, 1983, p.197 7]. Além
disso, esses
e financiamentos, apoiados
a iniicialmente por
p uma caaptação de rrecursos com m atores
nacionaais privadoss por partee da Eletrobrás, passaam a ser apoiados
a maajoritariameente por
recursoss externos. Isto é condizente com m a conjun ntura internaacional (a ttaxa de juro
os ainda
estava relativamen
r nte baixa, e os chamaddos ‘petrod dólares’ abuundavam) e com a política do
governoo, que via non aporte dee recursos estrangeiros
e s tanto uma forma de eequilibrar o balanço
de pagaamentos coomo uma forma f de sustentar
s o desenvolvvimento ecoonômico. Assim,
A a
participação de empréstimos
e s de instittuição finaanceiras esstrangeiras (e crescen ntemente
privadas) no aportee de recursoos à Eletrobrás passa dee 3,3% em 1973 para 221,8% em 1978, um
ano antees do início do períodoo de aumento dos juros internacionnais.
Década marccada por um m crescimennto econôm mico instáveel e por divversas tentaativas de
controlee inflacionáário, por vezzes através do congelaamento de preços,
p o ‘choque heterrodoxo’,
nela a situação daas empresass do setor elétrico dee deteriorouu ainda maais. Por exeemplo, a
rentabilidade efetivva das comppanhias do setor passo ou de 8,6% para 4,2% de 1978 paara 1986,
podendoo haver loggicamente grandes
g differenças enttre diferenttes empresaas e regiõess [Leite,
2007, p.590]. É interessante leembrar que por décadass a remunerração do settor havia se baseado
em umaa rentabilidaade entre 100 e 12% doo custo histó órico, o quee indica quee mesmo emm 1978 a
rentabilidade médiaa estava abaaixo dos paddrões considerados sauudáveis. Na década de 80 ainda
existiramm outros prroblemas que
q dificultaaram a reallização de novos n projeetos, como a maior
dificulddade em contrair emprréstimos internacionais a condiçõões aceitáveis (princip palmente
depois da moratórria brasileirra de 1987)) e impassees de ordem m ecológicaa e social, como a
resistênncia das communidades ribeirinhas afetadas pela criação de reservaatórios. Parra Lessa,
mesmo o efeito daa corrosão das d tarifas pelap inflaçãão não podee ser compaarado ao effeito que
teve a innclusão, peelo FMI, doos empréstim mos estataiss como form ma de finannciamento público
p e
portantoo passíveis de controlee para a reduução da dív vida do govverno [Lessaa, 2001, p.2 29], fator
33
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
A
Alterações n setor eléttrico a parttir de 1988
no
Cap
pacidade Instalada ‐ Brrasil 1974‐2
2007
1
120
1
100
Capacidade Instalada (GW)
80
60
40
20
0
74 75 76 77 78 79 80 811 82 83 84 85 86
8 87 88 89 90 91
9 92 93 94 95 96 97 98 99 00
0 01 02 03 04 05
0 06 07
TOTAL Total SP / P
PIE APE TERMO H
HIDRO
34
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Crescim
mento Anuall de Variáve
eis no Setorr Elétrico
2
20,0%
1
15,0%
Crescimento Anual (% a.a.)
1
10,0%
5,0%
0,0%
75 76
6 77 78 79 80 81
1 82 83 84 85 86
8 87 88 89 90 91
9 92 93 94 95
5 96 97 98 99 00
0 01 02 03 04 05
0 06 07
‐5,0%
‐1
10,0%
Transfo
ormação paraa EE Capacidade In
nstalada Oferta de Eletricidade
e
Fig. II.4:
I Crescim
mento anuaal da geraçãoo de energiaa elétrica e capacidade instalada (ccom a
particcipação braasileira de Ittaipu) 1974--2007 – Fonnte: [BEN, 22008]
O fim da déccada de 80, num períoddo em que a inflação se s agravou e a crise do setor se
tornou mais patennte, coincidde com umaa mudança nos pensaamentos político e eco onômico
brasileirros dominanntes. Definee-se mais precisament
p e então o projeto
p de reeforma do Estado
E e
da econnomia, com m uma maior participaação da iniciativa priivada. Apessar da partticipação
privada (e principalmente esttrangeira) não
n ser um ma novidadee no planejamento eco onômico
brasileirro – vide o plano de metas
m de JK ou o períod
do ditatoriall pós-64, o que se sisteematizou
35
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
então foi
f o recuoo da interfeerência estaatal de seto ores econômicos – atté então a política
econôm
mica brasileiira tinha siddo normalm mente desennvolvimentiista, com foorte interveenção do
Estado, aliada muittas vezes aoo apoio estraangeiro.
36
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
- Manter e aprimorar a eficiênciaa com quee recursos são empreggados pelo setor e
inncentivar o emprego
e otiimizado da eletricidadee pela econoomia como um todo; e
37
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Q
Quadro II.1: O Processoo de Privatizzação do Seetor Elétricoo no Estado de São Pau
ulo
O quadro II.1 esquemattiza o proceesso de priv vatização daas empresass de energiaa elétrica
no estaddo de São Paulo,
P que reverte
r a teendência de estatizaçãoo em vigor até então. Como
C se
pode veer, a maioriaa das empreesas derivaddas da Eletrropaulo e da
d CESP sãoo privatizad das entre
1997 e 1999, mas a CTEEP é privatizada
p apenas em 2006, aconntecimento pportanto reccente.
38
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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G Deedecca
Resta analisaar o restantte dos instrrumentos e instituiçõees que comp mpuseram a reforma
liberal do
d setor elétrico dos annos 90. Um
m dos primeiiros passos foi a supresssão da equ ualização
tarifáriaa em 1993, sendo a paartir de entãão as tarifaas ajustadass por empreesa [ANEEL L, 2008,
p.26], ato
a acompaanhado da supressão do critério o do custoo histórico para avaliiação da
remunerração das concessionárrias. Este crritério tinhaa sido a basee para o cállculo das tarrifas por
mais dee meio sécullo, tendo sua origem noo código das águas de 1934.
1
Esssas são enntão as granndes alteraçções que anntecederam as grandes mudanças no setor
elétrico a partir de 1995, de quando
q dataa a criação das
d novas innstituições que estruturrariam o
o
funcionnamento da indústria. Com
C a lei n 8.987 (sob bre os serviiços públicoos) e a lei no 9.074,
de 19955, foram esttabelecidas as primeiraas bases da reforma. Determinou-sse a necessiidade da
realizaçção de licitaação para a outorga daas concessõees de geração, transmiissão e distrribuição,
‘defininndo novos critérios de d concessãão; criando o a figura do produttor indepen ndente e
consum midores livrees e garantiindo o livree acesso aos sistemas de transmisssão e distrribuição’
[Da Silvva, 2006, p.61].
p A seggunda lei veersa princippalmente a abertura maaior do merrcado de
energia elétrica e sobre a reggulamentaçção das con ncessões, allém de estaabelecer as normas
39
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
gerais que
q autorizaam a desesttatização daas empresaas estatais do
d setor eléétrico, proceesso que
como visto só tomma forma a partir
p daqueele ano (apeesar do decrreto de privvatização daa Light e
Escelsa ser anteriorres).
Seegundo o noovo modeloo, a comerccialização daa energia erra realizadaa através de acordos
bilateraiis (para connsumidores cativos), seendo as difeerenças com
mercializadaas através do
d MAE,
o chammado mercaddo spot (e cujos preços estavam m mais sujeeitos a oscillações). Ho ouve um
período de adaptaçção para a fixação
f do preço
p margginal da eneergia até 20001, quando o MAE
passou a funcionar efetivamennte, em plenna crise enerrgética. Naa verdade o MAE, em seu s curto
período de vida, appresentou reesultados muuito aquém do se poderria desejar.
40
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
após a crise de 1998/1999), esses fatores provocaram uma queda conntínua do nível n dos
reservattórios da reegião SE/CO O no final da década de 90 [Leeite, 2007, 3320], maiorr parque
geradorr hidroelétriico do paíss, e a crise só foi evittada em 20000 graças ao bom regime de
chuvas daquele anno. Clarameente, os prooblemas esstruturais doo setor eléttrico que datamd da
década de 80 tam mbém foramm cruciais para
p a crisee de energiia – os rellatórios RE-SEB já
indicavaam em 96 queq era grannde o riscoo de que um ma se vivencciasse uma crise energ gética no
final daa década. Já que uma reeestruturaçãão do setor era
e necessárria, resta saaber se uma reforma
liberal – onde se prrocurava accentuar a cooncorrência - deveria seer implemenntada num contexto
c
de dificculdades naa oferta – apesar
a de que
q então uma u situaçãão de confoforto da cappacidade
instaladda provavelmmente apenaas postergarria os probleemas que see verificaramm mais tard
de.
Jáá no início de
d 2001 as chuvas nãoo foram satiisfatórias (aa Energia N
Natural Aflu
uente nos
reservattórios da região SE nãoo foi superiior a 70% da
d média dee longo term mo, nos 4 primeiros
p
meses), e gargaloss no SIN nãon permitiiram a tran nsmissão dee energia dde reservatóórios em
melhorees condiçõees, como os do Sul, para a região Sudeste. Em janeiro dde 2001 o nível
n dos
reservattórios da reggião SE/CO gião NE 38,1% [ONS, 22001, p.26].
O era de 29,55% e da reg
Emm 2003, o novo govverno federaal iniciou o processo de elaboraação de mais m uma
reformaa do setor elétrico, claramente motivado
m peelas deficiêências do m
modelo libeeral, que
tinham se tornadas patentes. Após
A um período de disscussão com m atores do setor, o mo
odelo foi
enviadoo ao congressso e as diveersas leis quue o compõem aprovaddas em 20044.
42
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
III - A Matriz
M Eneergética Mundial,
M o Históricco do Setoor Elétricco e o
Futuuro da Ennergia Eó
ólica no Brasil
Como procurra deixar claaro a introddução sobre as principaais fontes ennergéticas mundiais,
m
a matrizz energéticaa mundial hoje
h em dia se baseiaa principalm mente em coombustíveiss fósseis
não-rennováveis (noo prazo quee nos intereessa). Nestee quesito o Brasil é um ma exceção, já que,
apesar de
d lançar mão
m continuuamente dos combustív veis fósseiss, 45,9 % dda oferta in
nterna de
energia vem de fonntes renovávveis [BEN, 2008].
2
mento da En
Desenvolvim nergia Eóliica no Mun
ndo
Apesar de a energia
A e eóliica ser utilizzada há muiito tempo coomo força mmotriz para diversos
processoos industriaais e para a navegação – conform me indicado na introduçção – sua utilização
para a geração dee eletricidadde é relativvamente reccente, datanndo a prim meira turbinna eólica
construíída para essse fim de 1891
1 [Ackerrmann, 200 05, p.9]. O período
p de crise energ
gética da
década de 70, aliaado à cresccente imporrtância das questões ambientais
a em muitoss países,
renovouu o interessse pelo dessenvolvimennto de fon ntes alternattivas de ennergia, inclu
usive na
geraçãoo de energiaa e nos métoodos de utiliização (no Brasil,
B por exemplo,
e prrocurou-se diminuir
d
a utilizaação de deerivados de petróleo através
a da substituição
s o de processsos industrriais por
outros que
q utilizasssem eletriciddade).
Conjuntamennte, a partir de 1994 see nota uma decolagem m da indústriia da energiia eólica
alemã, ano em quue se instaloou pouco menos
m de 400MW.
4 Effetivamente,, depois dee 1995 a
capaciddade instaladda anualmente tem se mantido accima de 5000 MW, e a ppartir de 20 00 acima
de 15000 MW – seendo que a tendência futura nesse país é, seegundo o Innstituto Aleemão da
Energiaa Eólica, DEWI,
D de desenvolvim
d mento princcipalmente dos parquees eólicos offshore
[DEWI WESC, 2008].2 Outrra caracteríística importante do desenvolvim
d mento do mercado
m
alemão foi o surgim mento de novos fabriccantes de turrbinas (Eneercon e Siem mens Wind Power),
inclusivve com a inntrodução de
d novas teccnologias como
c a utiliização de ggeradores sííncronos
sem caixxa de engreenagens [EWWEA WE, 2009,
2 p.74].
2008 naa China foi de 6298,0 MW, e este país tem dobrado a capacidade instalada total t nos
últimos três anos [W
WWEA WE ER, 2008]. Assim,
A o qu
ue se nota é que o cresccimento mu
undial do
mercadoo da enerrgia eólicaa (29% em m 2008) não n mais se deve principalmente ao
desenvoolvimento deste
d na Europa,
E apeesar dessa região ainnda represeentar um mercado
m
importaante – no futturo especiaalmente para tecnologiaas offshore – mas sim aaos EUA e à China.
Inndiscutivelm
mente, a paartir de enttão começaa uma fasee particular, caracterizzada por
escalas industriais mais imporrtantes e altterações no paradigmaa tecnológicco, e que see estende
até hojee, porém coom uma muutação dos principais atores
a do mercado.
m Oss grandes mercados
m
nacionaais atuais sãão, em ordeem de importância, EU UA, Alemannha, Espanhha, China e Índia, o
que indiica uma trannsformaçãoo importantee desde o finnal da décadda de 90. Seegundo pesquisa do
DEWI, para comppanhias doo setor novvos mercad dos como China,
C Índiia, Itália e França
ganharãão importânncia na receiita dessas coompanhias [DEWI WE ESC, 2008].. Além dos atores já
mencionnados, existte atualmennte um grannde interessee pelo deseenvolvimentto da energiia eólica
em muiitos outros países
p – doos 76 paísess monitorad
dos pela WW WEA em 22008, 26 instalaram
nesse anno mais dee 50 MW. É importannte ressaltarr que as prrincipais forrmas indicaadas por
compannhias do setoor para a coonquista de novos merrcados são joint-ventur
j res e a instaalação de
subsidiáárias locais – a exportaação de equipamentos não
n é uma forma
f eficieente, segunddo estas.
Isso podde se expliccar pelo fatoo de o desennvolvimento
o da energiaa eólica em
m muitos loccais ser o
fruto de políticas públicas ativas
a – quue freqüentemente exxigem, com mo no Brassil, uma
participação da inddústria nacional, com por p exemplo índices de d nacionaliização mínimos dos
equipammentos utiliizados. Exisstem tambéém claras vantagens
v emm se optar por uma produção
p
nacionaal, quando esta
e é tecniica-economicamente possível, e desvantagen
d ns em se su uprir um
mercadoo em crescim mento atravvés somentee da importaação de equuipamentos.
muitas dificuldadees se devem m mais a ‘nnovos regu ulamentos e atrasos buurocráticos’ do que
dificulddades de finaanciamentoo [WWEA 23/06/2009]
2 . Ainda asssim, até o teerceiro quad
drimestre
de 20099, a produçãão de turbinnas nos EUA A estava atráás do ritmo verificado em 2008, apesara da
instalação de umaa capacidade adicionall de 1,649 MW nessee quadrimesstre – maio or do no
mesmo período de 2009 [AW WEA, 20/09/2009]. O mesmo m aconttece na Eurropa, onde, segundo
a EWEA A, prevê-see para o anno de 2009 a instalaçãão de uma capacidadee total pratiicamente
igual à de 2008 – com
c os efeitos da crisee sendo posttergados paara 2010 [EW WEA, 21/08/2009].
Assim, é possívell dizer que se a crisee econômicca não afettou o ritmoo de instalações, a
produçãão, que servve de termôm metro para futuras
f instalações foi afetada pelaa crise. Aléém disso,
apesar da
d crise ecoonômica signnificar umaa queda no nível n de creescimento do consumo previsto
de eletriicidade, é im
mportante lembrar
l quee a energia eólica, muitas vezes deesenvolvidaa através
de políticas de inceentivo, acabba por substiituir, parciaalmente, uniidades de geeração existtentes.
46
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
IV
V - Aspecttos Técnicos de Tu
urbinas e Parques E
Eólicos
Configuraçõões de Turb
binas e Parques Eólico
os
Tabela IV
V.1 : Princip
pais Arquiteeturas
Velocidade
V Caixa dee Potência
Arqu
uitetura ontrole
Co Roto
or
Variável Engrenageens Reativa
1. GAGE
G Não Sim Estol/P
Passo/Ativo Consome Gaio
ola
2. GARB
G Limitada Sim Passo
P Consome Bobinaado
Controle
3. GADA
G Limitada Sim Passo
P Bobinaado
Limitado
Bobinado
o/Imãs
4. GS Sim Não Passo
P Controlável
Permaneentes
M
Métodos de Controle
C
Configuraç
ções de Turbinas
A primeira turbina,
t porr gaiola dee esquilo, é simples e portanto a mais baraata de se
fabricarr – porém apresenta inconvenienntes, princip palmente o grande connsumo de potência
p
reativa e a impossibbilidade de se realizar qualquer ajuuste de veloocidade quaando com o controle
de estoll – represenntando assimm uma perdda de energ gia. Ela podde utilizar qqualquer méétodo de
controlee da potênciia, sendo quue o controle ativo por estol tem see tornado coomum. Com mo esta é
uma connfiguração barata,
b este método de controle é economicam
e mente possível.
Turbinas dee rotor bobinado perm mitem o ajusste da resisttência dessee, e sem a utilização
de escoovas (o conttrole pode ser
s realizaddo opticameente, como com a tecnnologia Optti-slip da
Vestas), o que dim minui os cuustos de maanutenção. Assim obtéém-se um m método de controle
limitadoo da velociddade atravéés do ajustoo do escorregamento do d gerador. Além disso, como
esta connfiguração utiliza
u habittualmente um
u controle de passo obbtém-se maais outro meeio de se
regular a velocidadde e a potência fornecidda pela máqquina, já quee com o conntrole de velocidade
pode-see otimizar a potênciaa em funçção da velocidade do d vento. A Ainda assiim, esta
configuuração consome potênccia reativa,, exigindo muitas vezzes a instalaação de baancos de
capacitoores, como para a tecnnologia de GAGE.
G Com a configuraações de velocidade
mo todas as
variávell, o método de controlee utilizado é o de passoo – e como não
n há isolaação elétrica entre a
rede e o gerador isso
i significca que paraa esta conffiguração brruscas variaações de veento são
transmittidas para a rede – o quue porém lim
mita o estresse mecânicco sobre a eestrutura.
O gerador assíncrono
a duplamen nte alimenttado combina caracterrísticas do GS
G e do
GARB. Através daa utilização de conversores AC-AC C (usualmeente back-too-back [Ack
kermann,
2005, p.74])
p para a alimentaçção do rotorr bobinado (o que exigge escovas e implica custos
c de
manutennção mais elevados)
e é possível realizar um controle de velocidade
v em uma gama mais
ampla do
d que com m o GARB,, mas aindaa limitada. O conversoor de freqüência usuallmente é
48
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
projetaddo para lidaar com 25-440% da pottência nomiinal do geraador. Segunndo [Multon, 2004,
Ω
p.15], para
p uma reelação de velocidades
v s Ω , onde Ω eΩ ocidades
são as velo
Ω
máximaa e mínima possíveis, respectivam
r mente, Ω 2 exige um m conversorr de frequênncia com
25% daa potência nominal,
n e um
u Ω 3 exige
e um dee 33%. Assim, os custoos com o co onversor
em relaação à últim
ma configurração são consideravel
c lmente reduuzidos – um ma clara vaantagem.
Além disso,
d é posssível realizzar o contrrole da pottência reatiiva do sisteema. O sistema de
controlee é o mesm mo que parra o GARB B (de passso), e apressenta as mesmas vanttagens e
desvanttagens quanto às variaçções de ventto.
Poor fim, o geerador sínccrono, a arqquitetura maais complexa, realiza a isolação eléétrica do
geradorr eólico attravés de um u converrsor de freeqüência. Isso I permitte a operaação em
velocidaades menorres, o que significa quue esta con nfiguração normalmennte não aprresenta a
caixa dee engrenageem, outra fonte
f imporrtante de cu ustos de maanutenção eem turbinas eólicas.
Ela perrmite tambéém um conntrole total da velocid dade da turrbina e um m gerenciam mento da
potênciaa reativa prooduzida ou consumida. A maior desvantagem
d m desse sisteema é obviaamente o
custo prroduzido peela necessiddade de se ter
t um conv versor de freqüência caapaz de lidaar com a
potênciaa nominal da máquinna. Atualmeente, O con ntrole de passo,
p usuall nessa arqquitetura,
permite o controlee da potênncia, enquannto que o isolamentoo elétrico pproporcionaado pelo
converssor reduz a flutuação de d potênciaa fornecida à rede devvido a variaações no reegime de
ventos.
Desenvolvim
mento Históórico das Arquitetura
A s
O conceito mais
m aplicaddo pelos fabrricantes din namarquesess (principalm mente Vestas) era o
do geraador assíncrrono de gaaiola de esqquilo – e como c os suurtos eólicoos dinamarqqueses e
californnianos se baasearam, enntre 1980 e meados da d década de d 90, nesttas máquinaas, estas
foram por
p muito tempo
t o deesign dominnante, e atéé 2000 tinhaam a maiorr parte de mercado
m
[Ackerm mann, 2005, p.65]. Enttão o geraddor assíncro ono duplameente alimenntado o ultrapassou,
mas a queda
q da parrticipação de
d mercado do d GAGE era e contínuaa desde 1995 [Hansen, 2007], e
paralelaamente se verificou o abandono
a doo GARB, qu ue com a teecnologia O
Opti-slip já ocupou
o a
a
posição de 2 tecnoologia maiss utilizada (até
( 1998). A tendência clara tem m sido o dom mínio de
tecnologgias de vellocidade vaariável com m controle de d passo, taanto com G GADA quan ndo GS.
Assim, em 2004 ass partes de mercado
m desssas arquiteeturas eram de 54,8% e 18,3%. Naa época o
futuro para
p os geraadores síncrronos era inncerto [Han nsen, 2007],, mas a possterior adoçãão dessa
configuuração pelass empresas GE Wind (com ( o mod delo 2.5xl de
d 2006, dee imãs perm manentes
[WEM]) e Mitsubbishi permittia antever uma maio or participaçção. Efetivamente, seg gundo a
EWEA,, a parte de mercado em m 2007, enttre as dez maiores
m com
mpanhias do setor, era ded 30,6%
para os geradores síncronos
s coontra 56,5%
% para os GADA
G [EW
WEA WE, 20009, p.74]. Portanto
atualmeente as conffigurações queq utilizam m converso ores de freqqüência (pello menos em m parte)
responddem por mais de 80% da d produçãoo de turbinaas. A grandee parte de m mercado doss GADA
não perm mite preverr se o geraddor síncronoo pode vir a se tornar a arquiteturaa mais usuaal, mas o
aumentoo do númeero de exiggências por parte dos operadoress dos sistem mas de trannsmissão
quanto à qualidade da eletriccidade e roobustez das máquinas pode aumeentar a atraatividade
desse coonceito. Além do mais, recentem mente a Vesstas, a maioor fabricantee mundial (mais
( de
49
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
20% doo mercado),, anunciou o seu modelo V112-3 3.0MW, quee, ao contráário dos an
nteriores,
utiliza o GS com coonversor pleeno e caixa de engrenaagens.
Juuntamente com
c essa traansformaçãoo qualitativaa das turbinnas elétricass, tem havid
do, como
mencionnado, umaa alteração contínua na potência nominal destas, fator direetamente
relacionnado com o aumento doo diâmetro dasd pás. En nquanto que em 1995 o maior diâm metro era
de 50m (o modelo V44 da Veestas, de 19996, tinha 44 4m), em 20005 ele era de 126m [G GH apud
EWEA WE, 20099, p.73], allém de já existirem projetos paara protótippos com 150m de
diâmetrros. Entre as
a diferentess configurações não há nem houvve diferenças significaativas de
potênciaa média, exxceto para oso GARB, queq não pu uderam acom mpanhar a ppotência média dos
outros conceitos
c a partir
p de 20000 [Hansenn, 2007].
M
Métodos de previsão
Esste estudo envolve avvaliar o perrfil de venttos do locaal, seja atravvés de estaações de
mediçõees in loco – a melhor solução,
s atraavés da utillização de métodos
m commputacionais para a
simulaçção dos venntos no loccal ou por meio m de daados de esttações de m medições prróximas.
Finalmeente, podem m estar dispooníveis atlaas eólicos daas regiões de
d interessee, mas as ressoluções
destes atlas
a não peermitem quee sejam o únnico meio de d avaliar se um local é adequado o. Para o
Brasil, estão dispooníveis o Atlas
A do Pootencial Eó ólico Brasileiro de 2001, elaboraado pelo
CRESE ESB, e o relaatório “Solaar and Windd Energy Reessource Asssessment inn Brazil”, ellaborado
pelo INNPE no quaddro do projeto SWERA A, e publicado em 20008. Porém eestudo da força
fo dos
ventos não
n é suficciente, já quue é precisso relacionaar estes daddos com a geração dee energia
elétrica..
Frreqüentemeente o mercaado spot nãoo está adequ uado às neccessidades ddesses atorees, já que
os contrratos do meercado day--ahead podeem ser firm mados com várias
v horass de anteced dência –
no ambiente Nord Pool Elspoot da rede escandinava,, os contrattos devem sser concluíd dos até o
meio-diia do dia annterior à enntrega da ennergia, apessar de haverr o ambientte Nord Pool Elbas
para negociações parap a horaa seguinte. Em
E outros países as regras
r podem m ser aindaa menos
favoráveis à energgia eólica [A Ackermannn, 2005, p.3 393]. Assimm, caso o pprodutor eóllico seja
obrigaddo legalmennte a compeensar toda diferença
d ntre a energgia contratadda e a efetivamente
en
entreguee, a necesssidade de se s manter contratos
c paara o acessso à energiaa reserva ouo de se
comprarr a energia no mercado spot podee acarretar custos
c impoortantes. Oss custos de um erro
da previisão deverãão ser pagoss por algum ator, mas importa anaalisar se o innteresse quee oferece
a energiia eólica nãão justifica que
q estes cuustos sejam socializadoos entre os aatores (commpanhias,
governoo e consumiidores) paraa viabilizar o incentivo a essa fonte. É também m interessan nte notar
que os prazos
p estabbelecidos paara a negociiação em mercados
m de eletricidadee não corresspondem
necessaariamente aoos requisitoos de operaação do sisstema : “O sistema baaseado em geração
hídrica na Escandinávia, por exemplo,
e teecnicamentee não requeer uma prevvisão de 36 horas já
que o siistema hidrooelétrico poode ajustar a geração nuuma fração de hora. Poorém, a operração do
mercadoo requer um ma previsão de 36 horass” [Ackermann, 2005, p.366].
p
O ambiente brasileiro,
b c
como se verrá mais detaalhadamentee, apesar dee regular a diferença
d
entre geeração prevista e demaanda efetivaa através de mecanismoos de mercaado (com a geração
semanall dos preçoss de liquidaação de diferrenças, PLD D), desenvoolveu soluçõões alternatiivas para
a produução de eletrricidade porr fonte eólica que efetiivamente coontornam esssa questão o – o que
não signnifica que não
n haja inteeresse em melhores
m méétodos de prrevisão da ggeração eólicca.
M
Métodos parra a previsãão de médiio e curto-p
prazo
A previsão ded médio e curto-prazzo da geraçção eólica se s divide eem duas paartes : A
previsãoo do regimee de ventos e a utilizaçãão desses daados para prrever a eletrricidade gerrada.
- Modelos
M físsicos – Essee método uttiliza variáv
veis físicas e meteorolóógicas (tempperatura,
pressão, relevo geeral e outras previsõess) para, atraavés de um m modelo fí físico da atm
mosfera,
determinar a veloccidade e direeção do vennto em pon ntos represenntativos. A mesoescalaa (acima
51
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
- Modelos estatísticos
e – Através da utilização de sériees históricass das condiições do
vento no
n local dee interesse,, esse métoodo procurra prever a condição futura atrravés do
tratamennto dessas informaçõe
i s, seja atravvés de méto odos auto-reegressivos ((possivelmeente com
média móvel) – AR(MA), filtros dee Kalman ou outross métodos estatístico os. Esse
procedimmento já fornece
f umma previsão das condiições locaiss de vento, não neceessitando
portantoo de refinam
mento. O modelo
m estattístico maiss simples é o de persisstência, quee assume
que a coondição futuura será iguual à atual.
- Métodos
M por correlaçção – Esse método utiliza previsõões das condições de ventov em
outros locais
l representativos para
p determ
minar as con
ndições locaais futuras ddo vento, uttilizando
séries históricas
h paara determinar a correelação entree essas infoormações. AAssim, o traatamento
estatístico desse método
m podee ser mais complexo do que parra modelos estatísticoss de um
único síítio, e a escoolha dos loccais tem umma grande in
nfluência noos resultado..
- Métodos Avançados
A – Esta classsificação in
nclui a utiliização de m
métodos com mo redes
neurais artificiais e lógica fuzzzy para reallizar a previisão, normalmente atravvés da utilizzação de
grandess bases de daados para reealizar o treeinamento dos
d modeloss (otimizaçãão dos parâm metros).
Normalmentee, modelos físicos são melhores que modeloss estatísticoss para a preevisão de
N
médio-pprazo (a parrtir de algum
mas horas) enquanto métodos
m esttatísticos têm
m boa perfo
formance
para o curto-prazoo (poucas horas ou menos),
m deevido à inéércia do sistema atmo osférico.
Obviam
mente, métoodos estatístticos são particularmeente vulnerááveis a muddanças bruscas das
n caso de tempestadees rápidas – que, poddendo diminnuir bruscaamente a
condiçõões, como no
produçãão eólica, devem serr corretameente previstas. Os métodos
m avaançados, aiinda em
desenvoolvimento, têm
t reveladdo serem cappazes de sup perar os méétodos mais tradicionaiss.
Prrevisão da Eletricidad
de Gerada
Em
m mãos doos resultadoos da simuulação dos ventos (freeqüentemennte provenieentes de
modeloss físicos doos modelos numéricos dos serviçços de previisão meteorrológica, nu umerical
weatherr program – NWP) e daas séries hisstóricas, o próximo
p passso é prever a potência que será
entreguee pelos parqques eólicoss para cada período de interesse.
52
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
2500 0
0,6
0
0,5
2000
0
0,4
Potência (kW)
1500
Eficiência
0
0,3
1000
0
0,2
500
0
0,1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 131 14 15 16 6 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Velocidade d
do Vento (m/ss)
diferençças (para um
ma turbina com
c controlle de passo), mas aquelles entre 0 – 15 m/s pro
ovocarão
desvios importantees entre a pootência entreegue e a preevista.
Os métodos de
d previsão da geração são os segu
uintes :
Curva de Pootência
54
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
1600
0 0,45
1400
0 0,4
1200
0 0,35
0,3
Potência (kW)
1000
0
Eficiência
0,25
800
0
0,2
600
0
0,15
400
0 0,1
200
0 0,05
0 0
4 5 6 7 8 9 10 11 12
2 13 14 15 5 16 17 18 8 19 20 21
1 22 23 24
4 25
Velocidade do V
Vento (m/s)
Cada curva ded potência apresenta uma u velocid dade de ventto nominal, uma de enttrada em
operaçãão e uma dee saída. Usuualmente, a velocidade nominal see situa na faaixa de 12 - 16 m/s,
enquantto que tipiccamente a velocidade
v de saída é de 25 m/s e a de enntrada 3 -5 5 m/s. É
importaante notar que
q se umaa turbina saai de operaação quanddo o vento atinge 25 m/s, ela
normalmmente voltaará a operarr somente comc uma veelocidade alguns m/s mmenor. Além m disso,
muitos fabricantes
f oferecem ou
o estão dessenvolvendo o mecanism
mos para baiixar graduallmente a
potênciaa da máquinna em fortess ventos, coomo por exeemplo a alem
mã Enerconn.
A indústria de
d turbinass eólicas dee grande po
orte no Braasil
Até recentem
A mente, era baixa a preseença dos faabricantes de
d turbinas eeólicas no Brasil.
B A
Wobben Windpow wer, subsiddiária da aleemã Enercoon, está insttalada em S
Sorocaba, SPP, desde
meados da década de 90 e insttalou uma fábrica
fá no po orto de Pecéém em 20022. Até o moomento o
maior modelo
m fabrricado é o E-70,
E de 23300 kW. A produção é direcionaada para o mercado
m
brasileirro, mas taambém exiistem alguuns modelo os e encom mendas parra parquess latino-
americaanos, e há umma exportação significcativa de páás para a Euuropa. A Woobben pode fabricar
55
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
A argentina Impsa
I Win nd inauguroou em 2008 sua fábricaa de geradorres eólicos no porto
de Suappe, PE. Prevvisto iniciallmente paraa a fabricaçãão de geraddores de 1,55 MW, a fabricação
nacionaal significouu então a innstalação noo Brasil do segundo fabbricante de turbinas eó
ólicas de
grande porte,
p com capacidade para a proddução de 20 00 geradoress anuais [CRRESESB, 12/2008].
Todos oso modeloss da empreesa se baseeiam na con nfiguração de geradorr síncrono de imãs
permaneentes, sem caixa
c de enggrenagens.
A South Am merican Wiind Energyy (S.A.W.E E), instaladaa em São Paaulo e Cubaatão, SP,
fabrica “'torres eóliicas, fundaçções, chassis e seus com p a Améérica do Sul, Europa
mponentes para
e costa leste dos Esstados Uniddos”, e possuui projeto para
p uma unnidade no G Guarujá, SP [SAWE,
2009]. Sua
S capaciddade é de atéé 250 torress de aço porr ano.
Em m 2009 a GE
G Wind anunciou
a a fabricação a partir de janeiro de 2010 de geradores
eólicos através da adaptação de sua linhha de monttagem em Campinas,
C SP. Apesarr de não
divulgarr a capacidaade total de produção, o índice de nacionalizaação dos gerradores seráá de pelo
menos 60%, seguundo a emppresa [ABE EEolica, 30/10/2009]. Apesar de não revelar quais
modeloss serão fabbricados naa unidade, todos os modelos da d empresaa são baseados na
arquitettura do gerrador assínncrono dupllamente aliimentado, exceto
e o úúltimo, baseeado no
geradorr síncrono de imãs perm manentes.
R
Regras paraa conexão de
d parques eólicos ao SIN
S
56
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Controle da freqüência
Qualidade da tensão
Robustez da
d conexão
A regulamenntação da potência
p attiva forneciida deve visar
v o resppeito dos contratos
c
firmadoos e o atendiimento da demanda
d (taanto em quaalidade da ennergia comoo quantidadde), além
de evitaar o sobrecaarregamentoo do sistemaa de transmmissão. Na verdade,
v o ccontrole da potência
p
ativa inj
njetada é umm dos métoodos centraiis para asseegurar a quaalidade da ttensão e o controle
freqüênncial. A mannutenção daa qualidadee da tensão passa tambbém pelo coontrole da potência
reativa fornecida
f ouu consumidda pelo geraador, além do
d controle das
d harmônnicas.
Jáá a robusteez da conexxão se refe fere ao com mportamentoo do geraddor eólico frente a
instabiliidades na reede, como por exempllo o tempo máximo peermitido paara a reconeexão dos
geradorres quando ocorre
o uma falha, e o riitmo de reto
omada do foornecimentoo de potênciia.
O operador alemão
a E.O
On Netz pubblicou em 2006
2 o seu novo códiggo para con nexão ao
sistema de transm missão [E.O On Netz, 2006]. Para determinaar a regulam mentação extra
e de
conexãoo para os geradores
g d energia (que se sobrepõe aoss requisitos gerais quee devem
de
respeitaar todas as unidades conectadas)
c ), o operador separa os o geradorees entre “geradores
síncronoo conectadoo diretamennte à rede”” (tipo 1) e todos os outros (tippo 2). Obviamente,
qualqueer turbina eóólica (indeppendentemente de sua arquitetura)) é classificada como tipo
t 2, já
que messmos geradoores eólicoss síncronos são isolados da rede peelo conversoor AC/AC.
57
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Além disso, os geradorres devem ser capazess de forneccer potênciaa ativa paraa a rede
A
mesmo no caso de queda da freqüência
f p
para 49 Hz (o sistema europeu fuunciona com
m 50 Hz)
durante períodos menores
m que 60 s [E.Onn Netz, 2006
6, p.11].
No Brasil, as
N a regras para
p conexxão de gerradores ao sistema dde transmisssão são
estabeleecidas peloss procedimeentos de redde, elaborad NS. Geradores elétricos devem
dos pelo ON
respeitaar todas as regras estabelecidas para unidaades conecttadas ao siistema (módulo 2).
Devido à sua impoortância, o quadro 6 do d módulo 3 dos proceedimentos dde rede (Reequisitos
Técnicoos Mínimos para Conexxão à Redee Básica) é fornecido
f n anexo 1, e algumas critérios
no
de descoonexão resuumidos na figura
f IV.4.
58
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
No Brasil, em
N e novembbro de 2009, a maio or capacidade instalaada de gerração de
eletriciddade por fonnte eólica está
e concenntrada nos estados
e do Rio
R Grandee do Sul e do d Ceará
(150 e 255,030
2 MWW de potênncia outorgaada em proojetos já em
m operação [SIGEL, 20 009]. Os
150 MW W de potênccia do RS corresponde
c em aos três parques eólicos de Sanngradouro, Índios e
Osório, instalados no municíípio de Osóório, maiorr complexoo eólico braasileiro. Segundo a
Ventos do Sul Eneergia, operaddora dos paarques, a en
nergia geradda pelas turbbinas em 34
4,5 kV é
elevadaa através dee uma subeestação inteerna para 230
2 kV e entãoe transmmitida ao ponto
p de
conexãoo com o cirrcuito 230 kV k da CEE
EE, numa subestação distante
d de 8,5 km, atrravés de
uma linhha de transmmissão de 200
2 MVA dee capacidad de [VSE, 20009].
O segundo maior
m parquue eólico brasileiro,
b o de Praia Formosa, em Camoccim, CE,
entrou em
e operaçãoo em agostoo de 2009. Com
C 50 gerradores Suzzlon S-88 dee 2,1 MW, tem
t uma
capaciddade contrattada de 1044,4 MW noo âmbito daa primeira fase do Prroinfa. O co omplexo
também k da rede básica por uma
m é conectaddo ao circuiito de 230 kV u linha dde 120 MVA [SIIF,
2009][OONSb, 20099].
59
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
V - O Proinfa e a Energ
gia Eólicaa no Brasiil
Comparativamente a ouutros paísess com grand des sistemaas elétricos interligadoos, como
Estadoss Unidos e Alemanha,
A a história da geração de
d eletricidaade por fontte eólica no Brasil é
recente.. Como desccrito anterioormente, poor muito tem mpo a expannsão do setoor elétrico brasileiro
b
se baseoou principaalmente na exploração dos recurssos hídricoss, com o coontínuo aum mento da
escala dos
d projetoss de geraçãoo, e com a crescente
c paarticipação empreended
e dora do Estado, que
substituuiu a iniciativa privadaa a partir dee 1930 e priincipalmentte a partir dda Repúblicca Nova.
Este moodelo de dessenvolvimeento foi um fator determ minante parra o crescimmento da cap pacidade
instaladda que se verifica entãoo [Da Silva, 2006, p.88]]. A utilizaçção dos sítioos mais adeq
quados e
da resisstência de movimentos
m s sociais ceertamente contribuiu para
p a exaustão do parradigma,
mas, como demonsstrado, foi principalmen
p nte a situaçãão econômiica do Estaddo, principaal ator do
segmento, que provvocou as dificuldades que q levariam m à reformaa do setor elétrico dos anos 90.
Até entãão, a presennça da energgia eólica noo Brasil era pouco signnificante.
O Proinfa obbjetivava, em
e sua prim meira fase,, promover a instalaçãão de 3300 MW de
capaciddade instaladda divididoss igualmentte entre as três
t fontes energéticas
e prioritárias. Assim,
cabia à energia eóólica 1100 MW, mas a legislação o incluía dispositivos
d para perm mitir uma
maior flexibilidad
f de na contrratação doss projetos, dispositivoos que com mo se veráá foram
utilizadoos em favorr da energiaa eólica e em
m detrimento das UTE a biomassa.
Innicialmente também nãão se previaa uma limittação da cappacidade innstalada porr Estado.
Ainda hoje,
h existe uma grandde concentraação de parq ques eólicoos no Brasil, principalm
mente no
Ceará e Rio Grandde do Sul. Certamente,
C estas regiõees possuem
m alguns doss maiores po otenciais
eólicos do país, o que
q justificaa essa conceentração, já que outros estados do Nordeste e também
Santa Catarina
C aprresentam aggora projetoos de explorração do pootencial eóllico em um ma escala
60
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
muito maior
m que outros
o estaddos. É lógicco estes prrojetos se concentraram m nas regiõ ões mais
promisssoras, onde médias maiis altas de vento
v permiitem a viabiilidade econnômica do projeto
p –
mas inffluem no deesenvolvimeento da energia eólica também fattores políticco-econômiicos, que
podem sers tão impoortante quannto os fatorres exclusivamente técnnicos. Assim m, Wachsmann et al
indica que
q até 20022 o foco da pesquisa em m sítios eóliicos no Braasil era o Ceeará, princip
palmente
porque este foi o primeiro a realizar uma coletaa precisa e confiávell de dados eólicos
[Wachsm mann, 20033]. Apesar disso, com a lei nº 10 0.762/2003 foi determiinado um limite de
20% daa capacidadee instalada total
t contraatada por esttado, o que poderia serr ignorado caso
c não
existisseem projetoss suficientes para atender esse criitério na prrimeira cham mada. O critério de
seleção dos projeetos seria o prazo reemanescentee da Licennça Ambienntal de Insstalação,
posterioormente modificado pela L10.762 para a antig guidade desta.
O Proinfa visava
v o desenvolvim
d mento iguall das três fontes alteernativas, sendo a
participação de produtores
p independeentes não-aautônomos (aquele ccuja socied dade “é
controlaada ou coliggada de conncessionáriaa de geraçãão, transmisssão ou disttribuição dee energia
elétrica””, L10.438//2002) limiitada a até 50% de cada projetoo, o que nãão deixou de d atrair
críticas de grupos interessadoos no prograama (ver [F FOLHA, 211/04/2002]).. Esta resollução foi
posterioormente relaxada pela L 10.762, que a resttringe à prrimeira etappa do programa. A
L10.4388 exigia um ma nacionaalização míínima de 50% 5 para os equipam mentos no caso de
participação de fabbricantes no
n projeto, outra mediida criticadaa mas que foi posteriiormente
endureccida pela L110.762, que exigiu paraa a primeiraa fase um ínndice de 60% e para a segunda
90% parra todos os projetos beneficiados.
O valor econnômico da teecnologia esspecífica daa fonte (VET TEF) para ddeterminadoos para a
fonte eóólica no Prooinfa foi deefinido pela portaria nº 45/2004 doo MME e eestá especifi
ficado na
tabela V.1.
V
FCR
R Vetef (R
R$/MWh) Piso (R$/MW
Wh)
FCR ≤ 0,324041 204,35
FCR
Rmin < FCR
R < FCRmax Equaçãão 150,45
Seegundo a mesma
m portarria, o facor de capacidaade de referrência deve ser calculad
do por:
1
100
87
760
Onde ER é a energiaa de referêência para a central geradora eeólioelétricaa (valor
contratuual), p as peerdas até o ponto
p de connexão, CP mo energétiico próprio da usina
C o consum
(excluíddas as perdaas), e P a pootência instaalada da CG
GEE [MME,, 2004].
62
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
63
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Cabe ainda ressaltar quee o contratoo estabeleciddo com a Eletrobrás peermite um atraso
a de
180 dias para a entrada em opperação, e a rescisão é à discriçãoo da Eletrobbrás. Além disso, o
prazo paara entrada em operaçãão foi estenndido pela leei nº 11.4933 de 2009 paara 30 de deezembro
de 20100 [Eletrobrás, 2004].
Abbri
Ano J
Jan. Fev. Março Maio Junho Julho
o Agosto Set. Out. Nov. Dezz. Total
l
208,3
2006 - - - - - 50,0 42,1
1 7,2 59,0 - - 50,0
0
10,2
2007 - - - - - - - - - - 10,2 -
89,3
2008 - - - - - - - - 25,6 - 16,5 47,2
2
266,9
2009 2
22,4 44,4 12,3 - - - - 133,2 - 54,6 - -
Seegundo a avaliação
a d agosto de
de d 2009 do Proinfa, 12,5%
1 dos projetos ainda não
haviam iniciado a construçãoo, totalizanddo 18,1% dad potência contratadaa, e 4,9% (4
4,4% da
potênciaa) estavam sub júdice ou
o em rescissão contratu
ual.
Av
Avaliação daa Primeira Fase do Prroinfa
O relatório Sustentabilid
S dade Energgética do Grreenpeace fornece
f umaa boa recappitulação
dos prinncipais prooblemas quee encontrouu o Proinfaa em seu desenvolvim
d mento, e cerrtamente
esses prroblemas poodem se reppetir na seguunda fase [GGreenpeacee, 2008]. Coomo cita o relatório,
r
algumass das quesstões foram m corrigidaas, pelo meenos parciaalmente, coomo a queestão do
financiaamento do BNDES
B e daatas limites para o proccesso de selleção.
O segundo problema,
p o índice de nacionalização, é maais complexxo. Certameente, um
índice de
d nacionaalização maais baixo poderia
p facilitar a insstalação de empreendiimentos,
através da importtação de aerogerador
a res, mas um u program ma que proocura incen ntivar o
desenvoolvimento da d energia eólica em longo prazzo certamennte deve aalmejar forttalecer a
indústria nacional. A produçãão de geraddores é, claaro, o princcipal setor aafetado pello índice
mínimoo, já que outtros segmenntos, como a parte do siistema de trransmissão, de painéis elétricos
e de conntrole estãoo muito mais desenvollvidos no Brasil.
B Ao see notar quee todo país com um
nível dee penetraçãoo eólico ou mercado siignificativoo possui pelo menos um m grande faabricante
de geraadores (incluusive Índiaa e China), percebe-se a importânncia destes para o fom mento da
energia eólica. Umma indústria nacional siggnifica equiipamentos mais
m baratos e de forneecimento
mais seguro, menoos vulneráveel a choquees externos,, além da existência dee um corpo o técnico
tão neceessário quaanto os equuipamentos. O problem ma foi que até recentem mente, 20008, havia
apenas umu fabricannte nacionaal de aerogeeradores, a Wobben,
W o que dificulttou a condu
ução dos
projetoss.
Apesar da modificação
A m dos limitess mínimos para o VET TEF, quanddo a fonte eólica,
e a
tecnologgicamente menos
m desennvolvida noo Brasil, corrretamente recebeu
r ommaior limite inferior,
este liimite aindda foi coonsiderado baixo pelos p proddutores [GGreenpeace,, 2008,
p.11][FOOLHA,19/006/2007]. Scchaeffer et al prevêem uma diminnuição dos ccustos de in nstalação
para parrques eólicoos e um auumento do fator
f de cappacidade paara projetos futuros [Scchaeffer,
2001], mas
m apesar de se podeer consideraar normal a exigência de preços m mais favorááveis por
parte doos empreenddedores, os atrasos veriificados no Proinfa inddicam que effetivamentee o baixo
preço coontribuiu paara a diminuuição do intteresse nos projetos.
p
N
Novo Quadrro Regulatóório para o Desenvolv
vimento dass Fontes Allternativas
O 2º Leilão de
d Energiaa de Reserva
Como o goveerno deu seqqüência à prrimeira fasee do Proinfaa idealizadaa pela adminnistração
anteriorr, e então manteve
m a política
p de fomento das
d fontes alternativas
a com os leeilões de
reserva (primeiro com
c UTEs a biomassa e PCHs e posteriorme
p ente com U UEEs), podee haver a
impresssão de que esta
e é efetivvamente a segunda etap pa do Proinnfa. Mas o vvalor a ser pago
p aos
produtoores é determ
minado, porr lei, pelo VETEF,
V o que
q não é o caso dos leeilões de en nergia de
reserva (LER), e oso contratos, que deverriam ser cellebrados com a Eletrobbrás, o serãão com a
CCEE. O Proinfa II I ainda devve ser teoriicamente im
mplementaddo pelo governo federaal, mas a
66
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Innicialmente, pela
p portaria nº 147 de 2009, o MM
ME determiinou a data de 25 de no
ovembro
de 20099 para realizzação do 2ºº leilão de energia
e de reserva (leilão 03/2009), mas essaa data foi
posterioormente modificada parra 14 de dezzembro pelaa portaria nºº 408 de 20009.
A
Aqueles em
mpreendimenntos que o desejasseem podiam m indicar o interesse em se
conectaarem através das Instaalações de Transmissão
T o de Intereesse Exclussivo de Cenntrais de
Geraçãoo para Coneexão Compaartilhada (IC CG), o que levaria os empreendim mentos interessados
a comppartilhar oss custos da d conexãoo à rede básica. Seggundo estuudo da EP PE, 383
empreenndimentos indicaram o interessse em se conectarem m à rede através dee ICGs,
represenntando a graande maioriia. Baseadoo na posiçãoo desses emppreendimenntos, a EPE estimou
a “posssibilidade dad implanttação de 29 2 coletoraas e 27 suubcoletoras (estas deestinadas
exclusivvamente a usinas
u de fonnte alternattiva – N.A.)”” [EPE, 20009].
R
Resultado dee Leilões Anteriores
A a 2º Leilão
ao o de Energiia de Reserrva
67
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
João Gorenstein
G Deedecca
Em
m 2007 se realizou o 1º leilão de d fontes allternativas, que tratou exclusivam mente da
geraçãoo por PCHs e usinas a biomassa
b (bbagaço de cana
c e biommassa de criaadouro avíccola) por
meio daa modalidadde de energgia nova (A A-3). 638,3 MW foram m comerciallizados, ou 55% do
total habbilitado, o que
q o relatóório do Instituto Acende Brasil connsiderou “decepcionantte” [AB,
2007]. O total coomercializaado, mais da d metade dos emprreendimentoos habilitad dos, não
caracterriza exatam mente um fracasso – é mais importannte a baixxa quantid dade de
empreenndimentos habilitados.
h . O IAB taambém indica que o preçop médioo (134,99 R$/MWh
R
para as PCHs e 1338 R$/MWhh para a biomassa) é baixo b e sim
milar ao verrificado parra outros
leilões de
d energia nova,
n de fonnte convencional.
O leilão de energia
e de reserva de dezembro de 2009 é o segundo LER realizzado até
hoje. O primeiro, de
d 2008, coomercializouu energia prroveniente de d biomassaa, com conttratos de
15 anoss e entrada em
e operaçãão entre 2010 e 2012, comc a contrratação a paartir de 2012
2 de 548
MW méédios (1 MW W médio = 1 lote) – os o contratoss são por diisponibilidaade de energ gia. Mas
desses, apenas 4299 MW foraam habilitaados, pois seiss empreeendimentos foram inab bilitados
devido ao
a desrespeeito de índicces financeirros mínimo
os dos balannços das emppresas respo onsáveis
[ANEEL L, 2008], o que represeenta uma paarcela imporrtante da pootência conttratada (21%
%).
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G Deedecca
- Entraves
E d caráter técnico,
de t com
mo problem
mas na obtenção da Liccença Ambiiental de
Instalaçção e Licençça de Operaação, e problemas com a conexão à rede básicca.
A condição financeira
f do projetoo e o comprrometimen nto dos emp preendedorres estão
intimammente interliigados. O sucesso de um u empreen ndimento eóólico depennde em grannde parte
da realização de estudos dee viabilidadde técnica--ecônomica prévios, e os custos destes
implicamm a particcipação ativva da emppresa respo onsável. Jáá este com mprometimen nto está
diretam
mente relacioonado com a existênciia e a consstância de políticas
p púúblicas de in
ncentivo
para viaabilizar o prrojeto. A paarticipação de atores responsáveiss por projettos importan
ntes e já
implanttados, comoo SIIF Éneergies e Enerfin,
E é positiva
p parra o leilãoo. Paralelam
mente, a
exigênccia da realização das meedições a 500 metros dee altura não é simples, e pode deseencorajar
certos investidores
i s, mas porr outro laddo além dee assegurarr uma maiior solidez a este,
certameente o invvestimento inicial necessário desencorajar
d rá atores ddesinteressaados da
instalação do projeeto e que proocurem apennas revendeer o contratoo.
70
O Setor Elétricoo e a Energia Eólica no Braasil
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2
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G Deedecca
Anexo
o1
Tabelaa A1.1 - Req
quisitos Téccnicos Mínim
mos para Geradores
G Eóólicos. Fontte : [ONSa, 2009]
D
Descrição Requisitto técnico mín
nimo Benefíccio
freqüênccia não nominaal atuaçãoo dos relés de subfreqüênciaa e geradores quando de déficit
d de
segunddos. completaamente ou em
sobrefrreqüência tempporizados.
segunddos.
2. Geração/absorção de
d No ponnto de conexãoo, a central geeradora Participaação efetiva no
o controle
necessáários para, em
m potência ativ
va margens de estabilidad
de de
abaixo::
3. Operaação em regim
me de No ponnto de conexãoo da central geeradora: Evitar o ddesligamento da usina
de subttensão e sobreetensão
temporrizados.
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4. Particiipação em SE
EP Possibiilidade de descconexão autom
mática ou Minimizaar conseqüênccias de
caso de ilhamento.
5. Potênccia ativa de saaída Para tennsões no pontto de conexão entre Garantir a disponibilid
dade de
eólica não
n será admitida redução na
n sua geração eeólica em situ
uações de
(gradieentes de freqüêência ≤
0,5% /m
min e de tensãão ≤ 5% /min)) .
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