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ELETRICISTA INSTALADOR

PREDIAL DE BAIXA-TENSÃO

SENAI – PB 1
FIEP - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA PARAÍBA
Presidente: Francisco de Assis Benevides Gadelha

SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DA PARAÍBA


Diretora Regional: Maria Gricélia Pinheiro de Melo
Diretor Administrativo Financeiro: José Aragão da Silva
Diretora de Operações: Maria Berenice de Figueiredo Lopes
Diretora de Planejamento e Marketing: Patrícia Gonçalves de Oliveira

2 SENAI - PB
FIEP
SESI
SENAI
IEL

Federação das Indústrias do Estado da Paraíba


Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional da Paraíba

ELETRICISTA INSTALADOR
PREDIAL DE BAIXA-TENSÃO

Campina Grande - PB
2012

SENAI – PB 3
É autorizada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou
sistema, desde que a fonte seja citada.

Este material foi atualizado, adequado e revisado pela equipe do SENAI -


Departamento Regional da Paraíba, tendo como referencial o Banco de Recursos
Didáticos do SENAI, bem como outras fontes bibliográficas citadas nas referências.

Informamos que não será permitida qualquer alteração neste material, sem que haja
autorização da UNIEP/PB.

Ficha Catalográfica

S491e SENAI/PB
Eletricista instalador predial de baixa-tensão./ Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial/ Departamento Regional da Paraíba. Campina Grande: SENAI/PB,
2012.
232 p.: Il.

Recurso Didático (Curso de qualificação Eletricista instalador predial).

1. Instalações Elétricas. 2. Eletricista. 3. Baixa-tensão. I. Título.

21 ed. CDD – 621.3194

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional da Paraíba

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UA0313

4 SENAI - PB
SUMÁRIO

1 Eletricidade............................................................................................... 11
2 Teoria eletrônica....................................................................................... 11
2.1 Eletrostática....................................................................................... 11
2.2 Carga elétrica...................................................................................... 12
2.3 Eletrização por atrito........................................................................... 13
2.4 Eletrização por contato....................................................................... 14
2.5 Eletrização por indução....................................................................... 14
2.6 Eletrização por pressão..................................................................... 14
2.7 Eletrização por calor........................................................................... 15
2.8 Eletrização por luz.............................................................................. 15
2.9 Descargas de cargas elétricas............................................................ 16
3 Grandezas elétricas.................................................................................. 18
3.1 Corrente elétrica.................................................................. ............... 18
3.2 Tensão elétrica.................................................................................... 20
3.3 Resistência elétrica............................................................................. 21
3.4 Potência elétrica.................................................................................. 23
4 Materiais condutores, isolantes e semicondutores................................... 24
5 Conversão de energia............................................................................... 28
6 Geração de energia elétrica...................................................................... 29
7 Transmissão de energia elétrica............................................................... 32
8 Distribuição de energia elétrica................................................................. 33
8.1 Geração, transmissão e distribuição de E. Elétrica............................ 34
9 Padrão de fornecimento de energia Monofásica e trifásica na
PB............................................................................................................. 34
10 Circuito elétrico......................................................................................... 38
11 Lei de OHM............................................................................................... 41
12 Associação de resistores.......................................................................... 42
12.1 Associação em série de resistores................................................... 42
12.2 Associação em paralelo de resistores.............................................. 43
12.3 Associação mista de resistores......................................................... 45
13 Leis de Kirchhoff....................................................................................... 47
13.1 1ª lei................................................................................................. 47
13.2 2ª lei.................................................................................................. 49
13.3 Aplicação das leis............................................................................. 52
14 Magnetismo............................................................................................... 56
14.1 Teoria de Weber.............................................................................. 57
14.2 Indução magnética – imantação....................................................... 57
14.3 Permeabilidade magnética............................................................... 58
15 Eletromagnetismo..................................................................................... 60
15.1 Fenômenos do Eletromagnetismo................................................... 60
15.2 Campo magnético em uma espira, solenóide e bobina.................... 61
15.3 Eletroímã........................................................................................... 63
15.4 Indução eletromagnética................................................................... 64
16 Normas técnicas...................................................................................... 66
17 Diagramas elétricos.................................................................................. 68
17.1 Digrama funcional............................................................................. 68
17.2 Diagrama multifilar............................................................................ 69
17.3 Diagrama unifilar............................................................................... 70

SENAI – PB 5
18 Aterramento............................................................................................. 72
18.1 Tipos de eletrodos............................................................................. 72
18.2 Fatores que influenciam na aterramento.......................................... 73
18.3 sist. de aterramento p/redes de distribuição de B.T......................... 76
19 Dimensionamento de condutores............................................................. 81
19.1 Dimensionamento dos condutores elétricos..................................... 81
19.2 Dispositivos de proteção................................................................... 83
20 Disp. de prot. contra sobrecarga de curto-circuito................ ................... 84
20.1 Fusíveis............................................................................................ 84
20.2 Disjuntores termomagnéticos............................................................ 86
20.3 Dispositivo diferencial residual (DR)................................................. 88
21 Emendas ou conexões em instalações elétricas...................................... 91
21.1 Isolação das emendas...................................................................... 94
22 Eletrodutos............................................................................................... 97
22.1 Dimensionamento dos eletrodutos.................................................. 101
23 Planejamento de uma instalação elétrica................................................ 102
23.1 Previsão de cargas da instalação elétrica........................................ 102
24 Divisão da instalação em circuitos........................................................... 104
24.1 Locação dos pontos elétricos........................................................... 105
24.2 Setores de uma instalação elétrica.................................................. 106
24.3 Localização dos quadros elétricos.................................................... 106
24.4 Divisão da instalação em circuitos terminais.................................... 107
24.5 Recomendações p/representação da tubulação e da fiação........... 107
25 Dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção.................. 108
26 Instalações elétricas................................................................................. 112
26.1 Cabos telefônicos............................................................................. 112
26.2 Tomada telefônica............................................................................ 114
26.3 Quadro de distribuição interno.......................................................... 116
26.4 Instalação de linha telefônica residencial......................................... 116
26.5 Defeitos na rede telefônica............................................................... 117
27 Introdução a luminotécnica...................................................................... 118
27.1 Definições de grandezas e unidades em luminotécnica................... 119
27.2 Radiações ultravioletas..................................................................... 121
27.3 Radiações infravermelhas................................................................. 122
27.4 Conceitos e grandezas fundamentais............................................... 122
27.5 Eficiência luminosa.......................................................................... 124
27.6 Intensidade luminosa........................................................................ 124
27.7 Iluminância e iluminamento............................................................... 125
27.8 Luminância....................................................................................... 126
27.9 Fluxo radiante.................................................................................. 127
27.10 Temperatura da cor......................................................................... 127
27.11 Fontes de luz artificial..................................................................... 129
28 Lâmpadas ............................................................................................... 130
28.1 Lâmpadas incandescentes............................................................... 130
28.2 Lâmpadas halógenas........................................................................ 134
28.3 Lâmpada infravermelho................................................................... 137
28.4 Lâmpadas de descarga................................................................... 138
29 Acessórios para lâmpadas........................................................................ 149
29.1 Receptáculos ou soquetes................................................................ 149
29.2 Plafoniers......................................................................................... 150

6 SENAI - PB
29.3 Luminárias......................................................................................... 150
29.4 Reatores............................................................................................ 151
29.5 Ignitores............................................................................................ 152
29.6 Starter............................................................................................... 153
30 Métodos de cálculo de iluminação............................................................ 154
31 Uso racional de energia elétrica................................................................ 162
31.1 Dicas para o uso correto da energia................................................. 162
31.2 Horário de ponta............................................................................... 165
31.3 Horário de verão............................................................................... 165
31.4 KWH- Quilo Watt Hora...................................................................... 166
31.5 PROCEL........................................................................................... 166
31.6 Dicas de segurança.......................................................................... 167
31.7 Acidente envolvendo eletricidade..................................................... 169
32 Noções de segurança em instalações e serviço em eletricidade............. 170
33 Tarefas...................................................................................................... 175
34 Anexos I Tarefas...................................................................................... 222
35 Anexos II Tabelas..................................................................................... 226
Referências............................................................................................... 234

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8 SENAI - PB
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Neste momento, você está iniciando seus estudos na área de Eletroeletrônica, no


curso Eletricista instalador predial de Baixa-Tensão do SENAI – Departamento
Regional da Paraíba.

Este módulo contém informações necessárias sobre o curso de Eletricista


instalador predial de Baixa-Tensão, que tem como objetivo levá-lo a conhecer os
princípios e normas técnicas, assim como, os componentes, os instrumentos, as
ferramentas e as máquinas utilizadas no dia-a-dia do profissional desta área.

O presente módulo é composto de tarefas, nas quais são apresentados conteúdos


técnicos necessários para a compreensão de conceitos básicos, a fim de
operacionalizar a realização da parte prática.

Trata-se de um material de referência, preparado com todo o cuidado para ajudá-lo


em sua caminhada profissional. Por isso, desejamos que ele seja, não apenas a
porta de entrada no mundo do trabalho, mas, que também indique os vários
caminhos que este mundo pode oferecer, quando se tem curiosidade, criatividade e
vontade de aprender.

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1 ELETRICIDADE

Você já imaginou o mundo sem eletricidade? Não existiria nenhum dos


equipamentos os quais você utiliza nem o rádio, nem a televisão; tampouco
existiriam as máquinas comandadas por computador e os robôs. A eletricidade está
presente no nosso cotidiano, porém não conseguimos vê-la, somente sentir os seus
efeitos. Os fenômenos elétricos e magnéticos são conhecidos há séculos. O poder
de atração que certas substâncias exerciam sobre outras sempre exerceu um
indiscutível fascínio entre filósofos e cientistas de todas as épocas. Há mais ou
menos 2500 anos atrás, o filósofo grego Tales observou que, quando se atritava um
pedaço de âmbar em um pedaço de couro macio, o âmbar era capaz de atrair
objetos leves, como penas ou pedaços de palha. Porém, ao ser atritado, o âmbar
adquiriu outra característica, além do brilho; adquiriu eletricidade. O nome
eletricidade vem dessa época, pois elétron era exatamente o nome do âmbar no
idioma grego.

No século XVI, William Gilbert, médico da rainha Izabel da Inglaterra, descobriu que
muitos outros corpos, quando atritados, adquirem a propriedade de atrair corpos
leves, isto é, se comportam como o âmbar. Para indicar que esses corpos estavam
se comportando como o âmbar, Gilbert dizia que estavam eletrizados. E com a
palavra eletrizada ele queria dizer "do mesmo modo que o electron". E chamou de
eletricidade a propriedade que aparece quando os corpos são atritados. Até hoje,
mantemos essas expressões: chamamos corpo eletrizado àquele que está com a
propriedade de atrair outros corpos, isto é, que manifesta eletricidade. E chamamos
corpo neutro àquele que não está eletrizado.

Afinal, o que é ELETRICIDADE?

A grande maioria dos autores define eletricidade como sendo a manifestação de


uma forma de energia associada a cargas elétricas paradas ou em movimento.

A linha de raciocínio que seguiremos em nosso estudo defende que a eletricidade


está dividida em três partes:

a) Eletrostática;
b) Eletrodinâmica;
c) Eletromagnetismo.

2 TEORIA ELETRÔNICA
2.1 Eletrostática

Estuda os fenômenos que ocorrem quando as cargas elétricas estiverem em


repouso. Todos os efeitos da eletricidade são consequências da existência de uma
partícula minúscula chamada “elétron”. Como ninguém pode realmente ver um
elétron, somente os efeitos que ele produz, denominamos esse estudo de “teoria
eletrônica”. Esta teoria afirma que todos os fenômenos elétricos ocorrem devido ao

SENAI – PB 11
movimento de elétrons de um lugar para outro, ou resultantes do excesso ou da falta
deles em um determinado lugar.

Para que possamos compreender melhor os fenômenos elétricos, precisamos saber


um pouco sobre a constituição da matéria.

Vamos começar definindo matéria, como sendo tudo aquilo que tem massa e ocupa
lugar no espaço, sendo formada por pequenas partículas chamadas de moléculas.
As moléculas são constituídas por partículas ainda menores chamadas de átomo,
que, por sua vez, era tida como a menor partícula do universo e que não poderia
mais se subdividir. Por isso, o nome átomo, que em grego significa “não divisível”.

Todas as variedades de matéria são constituídas por átomos de muitos tamanhos


diferentes. O modelo de átomo mais aceito cientificamente é o proposto pelo físico
dinamarquês Niels Bohr (1885 – 1962). (Figura 1.2)

Eletrosfera
(elétrons)

Núcleo
(prótons e nêutrons)

Figura 1.2 - Átomo

Os átomos são constituídos por partículas elementares, sendo as principais: os


prótons, os nêutrons e os elétrons. Os prótons são as cargas positivas (+), já os
nêutrons (que não tem carga) e os elétrons são as cargas negativas (-). Os prótons
e os nêutrons se encontram em aglomerados na parte central do átomo, chamado
de núcleo. Ao redor do núcleo, movimentam-se os elétrons.

2.2 Carga elétrica

Os cientistas mostraram que as cargas positivas e negativas


exercem forças umas sobre as outras. A partir de
experiências científicas pode-se afirmar que: Cargas
elétricas de mesmo sinal repelem-se. E cargas elétricas de
sinais contrários atraem-se. (Figura 2.2)
Figura 2.2 – Atração e
repulsão das cargas

12 SENAI - PB
Dizemos que um corpo está eletricamente neutro quando tem o número de prótons
igual ao de elétrons, ou seja, possuem o mesmo número de cargas positivas (+) e
negativas (-). Considere um corpo com maior número de prótons em relação ao
numero de elétrons; ele é denominado corpo carregado positivamente. Caso o
numero de elétrons seja maior, relacionado ao número de prótons, dizemos que o
corpo está carregado negativamente. (Figura 3.2 a, b e c)

(a) (b) (c)


Átomo eletricamente Átomo carregado Átomo carregado
neutro (ou em equilíbrio) positivamente negativamente

Figura 3.2 – Cargas elétricas dos átomos

Na natureza, todos os átomos são eletricamente neutros. Para se originar uma carga
positiva ou negativa, o elétron terá que se movimentar, enquanto que as cargas
positivas do núcleo permanecem imóveis. Vejamos adiante, métodos utilizados para
causar o movimento dos elétrons nos materiais. Esses métodos são chamados de
eletrização.

2.3 Eletrização por atrito

A fricção é a principal fonte conhecida como eletricidade estática. Quando dois


corpos são atritados entre si, há o movimento de elétrons. O material que cede
elétrons fica carregado positivamente, enquanto que o que recebe elétrons fica
carregado negativamente.

Exemplo: Atritando-se um bastão de vidro contra uma flanela de algodão, o bastão


de vidro perderá elétrons, que serão recebidos pela flanela de algodão. Então, o
bastão de vidro ficará com carga positiva (eletrizado positivamente). (Figura 4.2)

Após o
atrito.

Figura 4.2 – Eletrização por atrito

SENAI – PB 13
2.4 Eletrização por contato

Se um objeto possuir uma carga elétrica estática, ele influenciará todos os outros
objetos próximos. Essa influência poderá ser exercida por contato ou por indução. A
carga positiva significa falta de elétrons e sempre atraí elétrons de outros materiais,
enquanto que a carga negativa significa excesso de elétrons e sempre repele
elétrons de outros materiais. Aproximando-se um corpo neutro (B) em um corpo
carregado negativamente (A), as cargas de sinais iguais, na área de contato entre os
corpos, se afastarão e as cargas de sinais diferentes serão atraídas. Algumas das
cargas negativas passaram de um corpo para o outro, que continuará carregado
negativamente, porém, com menos excesso de elétrons. (Figura 5.2)

Após o contato, os dois


Colocando-os em contato, corpos estarão eletrizados
A (negativo) e B as cargas de A (-) passam negativamente.
(neutro) estão
para B.
isolados.

Figura 5.2 – Eletrização por contato

2.5 Eletrização por indução

Um corpo que está carregado eletricamente, ao ser aproximado a um corpo neutro,


sem tocá-lo, separa as cargas deste último. As cargas de sinais diferentes se atraem
para o ponto mais próximo entre os corpos, havendo assim a separação das cargas
positivas e negativas do corpo neutro. (Figura 6.2)

(1) (2)

(3) (4)

Figura 6.2 – Eletrização por indução

2.6 Eletrização por pressão

Cristais de certos materiais, quando submetidos a pressão, produzem movimento


das cargas elétricas. O exemplo mais comum é o quartzo.

14 SENAI - PB
Se um cristal de quartzo for colocado entre duas placas metálicas de natureza
diferentes e, sobre as mesmas, for aplicada uma pressão, será detectada a
presença de movimento das cargas elétricas dos materiais envolvidos. Esse
movimento será proporcional à pressão aplicada sobre as placas metálicas.

Apesar do uso da pressão não ser viável para a produção em grande escala de
energia elétrica, ela é o princípio de funcionamento de pequenos aparelhos, como:
microfones, fonocaptores, sonares, etc. (Figura 7.2)

Pressão exercida sobre as placas

Terminais

Chapas metálicas Cristal de Quartzo +


_

Superfície

Figura 7.2 – Eletrização por pressão

2.7 Eletrização por calor

O calor também é conhecido por ser capaz de gerar movimento das cargas elétricas
entre metais de natureza diferentes. Ao emendarmos dois fios, um de cobre e outro
de alumínio, e aquecermos a emenda com uma fonte qualquer de calor, será
detectado, nas extremidades da emenda, um pequeno movimento entre as cargas
elétricas dos materiais. Na prática, esse procedimento não é utilizado para a
produção de energia elétrica, mas sim em dispositivos indicadores de calor,
utilizados para controlar a temperatura de fornos, estufas, painéis, aquecedores, etc.
(Figura 8.2)

Chapas metálicas
+
_ Terminais
soldadas

Fonte de calor

Figura 8.2 – Eletrização por calor

2.8 Eletrização por luz

Certas substâncias, ao serem atingidas pela luz, são capazes de produzir os


movimentos dos elétrons livres. Esse processo de produção de energia elétrica
através da luz é chamado de energia fotovoltaica ou, simplismente, fotocélula.

SENAI – PB 15
A fotocélula é um sanduíche metálico composto por três camadas de materiais em
forma circular. As camadas externas são formadas por ferro e por uma película
translúcida (capaz de permitir a passagem da luz). A camada central é feita de uma
liga de selênio. As camadas externas atuam como eletrodos. Quando a luz inside
sobre a liga de selênio, através do material translúcido, gera-se um movimento de
carga elétrica entre as camada externas.

Na prática, já podemos obter energia elétrica através da luz para a produção em


grande escala, assim como para equipamentos de pequeno porte, como
calculadoras, veículos, etc. (Figura 9.2)

Material translúcido
Entrada de luz
Liga de selênio
Ferro

+
Terminais _

Figura 9.2 – Eletrização por luz

2.9 Descarga de cargas elétricas

Por contato: Acontece quando existe o contato entre o


corpo eletrizado e o solo, através de um condutor. Exemplo
desse tipo de descarga é o aterramento elétrico. (Figura
10.2) Figura 10.2 – Descarga
elétrica por contato

Por arco: Quando dois corpos com cargas elétricas elevadas e diferentes são
aproximados, os elétrons do corpo carregado negativamente tendem a migrar para
o corpo carregado positivamente, podendo saltar de um corpo para o outro, mesmo
antes de haver o contato entre eles. Neste caso, haverá uma descarga em forma de
centelha ou arco elétrico. O raio é um exemplo desse tipo de descarga. (Figura 11.2)

Elétrons
migram p/ o
outro corpo sem
haver contato
entre eles.

Figura 11 – Descarga elétrica por arco

16 SENAI - PB
EXERCÍCIO

1º Assinale a alternativa correta. Podemos dizer que são exemplo de matéria:

a) Borracha, vidro e calor;


b) Luz, cobre e vapor;
c) Madeira, mica e amianto;
d) Eletricidade, luz e calor.

2º É a parte da ciência que estuda a eletricidade estática, produzida por cargas


elétricas de um corpo em repouso. A afirmação anterior refere-se a:

a) Eletrostática;
b) Eletrodinâmica;
c) Eletromagnetismo;
d) Eletropneumática.

3º É exemplo de geração de energia por ação química:

a) Fotocélula;
b) Cristais de quartzo;
c) Pirômetro;
d) Pilha voltaica.

4º Complete: Dizemos que um material com falta de elétrons está carregado


___________________. Já um material com excesso de elétrons está carregado
___________________.

5º Defina um corpo neutro.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6º Diga quais as formas que podemos utilizar para eletrizar um corpo. Em seguida,
comente sobre uma delas.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7º O que leva um corpo neutro a adquirir cargas elétricas?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

SENAI – PB 17
3 GRANDEZAS ELÉTRICAS

3.1 Corrente elétrica (I)

Entende-se por corrente elétrica, o movimento ou fluxo orientado das cargas


elétricas dentro de um condutor, provocado pelo desequilíbrio elétrico entre as
extremidades do material. (Figura 1.3 a e b)

(a) Elétrons desordenados (b) Elétrons ordenados

Figura 1.3 a e b – Elétrons no condutor

A unidade de medida utilizada para determinar a quantidade de corrente elétrica que


passa por um condutor ou por uma carga é o Ampère, que tem por símbolo a letra
A.

Exemplo: Intensidade da corrente elétrica = 10 Ampères I = 10 A

O instrumento utilizado para medição da intensidade da corrente elétrica é o


amperímetro.

Tipos de amperímetros: (Figura 2.3)

A
Figura 2.3 – Amperímetros

Esquema de medição: O amperímetro é conectado em série com a carga. (Figura


3.3)

Figura 3.3 – Ligação do amperímetro ao circuito

18 SENAI - PB
Corrente contínua

É o fluxo ordenado de elétrons sempre numa mesma direção. Esse tipo de corrente
é gerado por baterias, pilhas, dínamos, células solares e fontes de alimentação, pois
retificam a corrente alternada transformando-a em contínua. Normalmente são
utilizadas para alimentar aparelhos eletrônicos, rede telefônica e circuitos digitais.

Simbologia usual: CC – Corrente Contínua (em inglês: DCA - Direct Current


Alternate).

Dizemos que o circuito CC é polarizado, pois possui um pólo negativo ( - ) e outro


positivo ( + ). A intensidade da corrente cresce no início até um ponto máximo,
mantendo-se contínua, ou seja, sem alterar a polaridade. Quando desligada, diminui
até zero e extingue-se.

Representações gráficas: (Figuras 4.3)

Figura 4.3 – Formas de onda da CC

Corrente alternada

Na corrente alternada, o fluxo de elétrons inverte o seu sentido várias vezes por
segundo. A essa inversão de polaridade, damos o nome de frequência da CA, que
é medida em Hertz (Hz). Na corrente que dispomos em nossas residências, essa
troca de polaridade ocorre à uma frequência de 60 vezes/segundo, ou seja, 60 Hz.

Simbologia usual: CA – Corrente Alternada (em inglês: AC – Alternate Current).

Uma das formas de obtermos CA é diretamente da rede elétrica das


concessionárias.

A rede elétrica residencial é normalmente formada por uma fase e por um neutro,
conhecida como rede elétrica monofásica; já a rede elétrica de uso industrial é

SENAI – PB 19
composta por três fases e um neutro, uma vez que muitos dos motores industriais
são trifásicos. Esta rede é conhecida como rede elétrica trifásica.

Tipos de ondas CA: (Figuras 5.3)

Senóide Retangular Quadrada

Figuras 5.3 – Formas de onda da CA

3.2 Tensão elétrica (E ou U)

Quando, entre dois pontos de um condutor, existe uma diferença entre as


concentrações de elétrons, isto é, de carga elétrica, diz-se que existe uma diferença
de potencial elétrico ou uma tensão elétrica entre esses dois pontos. Em outras
palavras, a tensão elétrica é a "força" responsável pela movimentação de elétrons.

Para facilitar o entendimento do que seja a tensão elétrica, pode-se fazer um


paralelo desta com a pressão hidráulica. Quanto maior a diferença de pressão
hidráulica entre dois pontos, maior será o fluxo, caso haja comunicação entre estes
dois pontos. O fluxo (que em eletrodinâmica seria a corrente elétrica) será assim
uma função da pressão hidráulica (tensão elétrica). (Figura 6.3)

A B
Como registro fechado existe Ao abrir o registro, existirá
uma diferença de potencial uma força em busca do
hidráulico entre A e B equilíbrio hidráulico.

Figura 6.3 – Analogia da tensão elétrica com a água

A tensão é medida em volts V, através de um instrumento chamado voltímetro.

20 SENAI - PB
Esquema de medição: O voltímetro é conectado em paralelo com o circuito. (Figura
7.3)

Voltímetro

Voltímetro
Figura 7.3 – Conexão do voltímetro ao circuito

3.3 Resistência elétrica

É a capacidade que um corpo qualquer tem de se opor à passagem de corrente


elétrica por si, quando existe uma diferença de potencial aplicada.

Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor metálico, um número


muito elevado de elétrons livres passa a se deslocar nesse condutor. Nesse
movimento, os elétrons colidem entre si e também contra os átomos que constituem
o metal. Portanto, os elétrons encontram uma certa dificuldade para se deslocar, isto
é, existe uma resistência à passagem da corrente no condutor.

A unidade de medida utilizada para a resistência elétrica é o Ohm, simbolicamente


representado pela letra grega Ω (ômega). Usualmente, o instrumento que determina
a resistência elétrica de um material é o Ohmímetro, porém, para medirmos
resistências altíssimas, usamos o megohmetro (considerado um teste de isolador
elétrico). (Figura 8.3)

MΩ

Ohmímetro Megohmetro

Figura 8.3 – Unidades de medidas

Esquema de ligação: Ambos são conectados em paralelo com a carga, quando a


mesma estiver desenergizada e desconectada do circuito. (Figura 9.3)

Figura 9.3 – Conexão do Ohmímetro a carga e


conexão do Ohmímetro à resistência.

SENAI – PB 21
Fatores que influenciam na resistência elétrica dos materiais

a) Natureza do material – Cada material apresenta uma resistência específica,


conforme sua composição química. Para levar em conta esse fator, associa-se a
cada tipo de material um parâmetro denominado resistividade.

Resistividade: É a resistência de um material qualquer, com um comprimento de 1 m


e a secção de 1 mm2, a uma temperatura de 20 ºC.

TABELA 1 - Resistividade dos principais condutores

Material Resistividade (Ω)


Prata 0,00158
Cobre 0,0178
Ouro 0,024
Alumínio 0,0292
Bronze 0,067
Latão 0,067
Níquel 0,087
Platina 0,106
Estanho 0,115
Constantan 0,5
Tungstênio 0,55
Zinco 0,56
Mercúrio 0,96
Grafite 13

b) Comprimento do material – Quanto maior o comprimento do material, maior


será a resistência elétrica oferecida pelo mesmo.

c) Área da secção – Quanto maior a área da secção do material, menor a


resistência elétrica oferecida pelo mesmo.

d) Temperatura do material – Quanto maior a temperatura aplicada ao material,


maior será a resistência elétrica oferecida pelo mesmo. Em alguns materiais o
aumento da temperatura não causa modificações na intensidade da resistência
oferecida.

Sendo assim, a fórmula que representa as relações entre a resistência elétrica e os


fatores citados acima é:

R - Resistência elétrica em Ω
L ρ - Resistividade em Ω. m
R=ρ
S L - Comprimento em m
S - Secção transversal em mm2

22 SENAI - PB
Exemplo:

Calcule a resistência elétrica de um condutor de cobre com 100 m de comprimento e


1,5 mm2 de secção transversal.

Dados:

R =? L
ρ = 0,017 Ω R=ρ = 0,017 x 100 = 1,13 Ω
S 1,5
L= 100 m
S = 1,5 mm2

3.4 Potência elétrica

Potência é definida como sendo a capacidade de realizar trabalho em um


determinado tempo.

Potência elétrica (P) é o trabalho realizado pela corrente elétrica em uma unidade
de tempo, sendo também conhecido como trabalho elétrico. Em outras palavras,
potência elétrica é uma grandeza que mede a rapidez com que a energia elétrica é
transformada em outra forma de energia.

Um filamento de lâmpada, ao ser percorrido pela corrente elétrica, ela acende e


aquece. A luz e o calor produzidos nada mais são do que o resultado da potência
elétrica, que foi transformada em potência luminosa (luz) e potência térmica (calor).

Unidades de medida da potência elétrica:

 Potência ativa – W (Watt)


 Potência aparente – VA (Volt-Ampére)
 Potência reativa – VAR (Volt-Ampére resistivo)
 Potência mecânica – CV (Cavalo vapor)
 Potência mecânica – HP (Horse power)

Transformação de Potência Mecânica em Potência Ativa:

1 CV  736 W 1 HP  746 W

Cálculo da Potência Elétrica

P=ExI

SENAI – PB 23
TABELA 2 - Múltiplos e submúltiplos das unidades de medidas elétricas:

Grandeza Nome Símbolo Relação


Microampére A 0,000001 A
Submúltiplos
Miliampére mA 0,001 A
Corrente Ampére A 1A
Quiloampére KA 1000 A
Múltiplos
Mega-Ampére MA 1000000 A

Microvolt V 0,000001 V
Submúltiplos
Milivolt mV 0,001 V
Tensão Volt V 1V
Quilovolt KV 1000 V
Múltiplos
Megavolt MV 1000000 V

Micro Ohm Ω 0,000001 Ω


Submúltiplos
Mili Ohm mΩ 0,001 Ω
Resistência Ohm Ω 1Ω
Quilo Ohm KΩ 1000 Ω
Múltiplos
Mega Ohm MΩ 1000000 Ω

Microwatt W 0,000001 W
Submúltiplos
Miliwatt mW 0,001 W
Potência Watt W 1W
Quilowatt KW 1000 W
Múltiplos
Megawatt MW 1000000 W

4 MATERIAIS CONDUTORES, ISOLANTES e SEMICONDUTORES

Os condutores de eletricidade são meios materiais que permitem facilmente a


passagem de cargas elétricas. Eles se caracterizam pela camada de valência dos
átomos que constituem o material. Essa camada de valência é a última camada de
distribuição dos átomos. Nos condutores a grande distância entre essa última
camada e o núcleo, faz com que os elétrons tenham facilidade de se deslocar para
um átomo vizinho, em virtude das forças que ocorrem no interior dos átomos. Esses
elétrons que abandonam o átomo são chamados de “elétrons livres”. Os metais em
geral são bons condutores de eletricidade, pois eles possuem muitos elétrons livres.
O carvão e a água são algumas das substâncias não-metálicas que também podem
ser usadas como condutores. (Figura 1.4)

Figura 1.4 – Material condutor

24 SENAI - PB
Os materiais isolantes fazem o papel contrário dos condutores, pois são materiais
nos quais não há facilidade de movimentação de cargas elétricas, ou seja, é preciso
uma força muito grande para retirar algum elétron de sua órbita. Alguns exemplos de
materiais não condutores ou isolantes são: couro, vidro, borracha, plástico, papel,
baquelita, mica, madeira, algodão, porcelana, etc.

Os materiais semicondutores são sólidos cristalinos que apresentam condutividade


elétrica intermediária entre condutores e isolantes. Os elementos semicondutores
podem ser tratados quimicamente para transmitir e controlar uma corrente elétrica.
Seu emprego é importante na fabricação de componentes eletrônicos, tais como
diodos, transistores, nanocircuitos, etc. Portanto, atualmente, o elemento
semicondutor é primordial na indústria eletrônica e confecção de seus componentes.
O exemplo mais comum é o silício. (Figuras 2.4)

Diodo Transistor Microchip


Figura 2.4 – Material semicondutor

EXERCÍCIO:

1º Corrente elétrica é:

a) ( ) o movimento de átomos nos condutores;


b) ( ) o movimento de nêutrons nos condutores;
c) ( ) o movimento de elétrons nos condutores;
d) ( ) N.D.R.

2º Unidade de medida da corrente elétrica é:

a) ( ) miliampère b) ( ) quiloampère
c) ( ) volt d) ( ) Ampère

3º A corrente elétrica é representada pela letra:

a) ( )A b) ( )E c) ( ) I d) ( )R

4º O instrumento de medida da corrente elétrica é o:

a) ( ) amperímetro b) ( ) voltímetro
c) ( ) ohmímetro d) ( ) correntímetro

SENAI – PB 25
5º Faça as conversões dos valores para a unidade mais adequada:

a) 5000 A _________________
b) 0,0010 A _________________
c) 5780 mA _________________
d) 0,000000008 KA _________________
e) 50000000 A _________________

6º A tensão elétrica é:

a) ( ) a força que movimenta os elétrons no condutor;


b) ( ) a força que movimenta os prótons no condutor;
c) ( ) a força que movimenta os condutores;
d) ( ) o movimento dos elétrons no condutor;
e) ( ) N.D.R.

7º A unidade de medida da tensão elétrica é:

a) ( ) Coulomb b) ( ) watt
c) ( ) volt d) ( ) Ohm

8º O instrumento de medição da tensão elétrica é o:

a) ( ) wattímetro b) ( ) amperímetro
c) ( ) régua de medir tensão d) ( ) voltímetro

9º A tensão elétrica é representada pela letra:

a) ( )A b) ( )W c) ( )V d) ( )E

10º Faça as conversões:

a) 0,250 KV _____________
b) 851000 KV _____________
c) 69000 KV _____________
d) 0,100 V _____________
e) 0,000048 V _____________

11º Resistência elétrica é:

a) ( ) a movimentação de corrente nos condutores;


b) ( ) a diferença de potencial entre dois pontos do circuito;
c) ( ) a dificuldade encontrada pela corrente ao atravessar um material;
d) ( ) a facilidade encontrada pela corrente ao atravessar um material.

12º A unidade de medida da resistência elétrica é:

a) ( ) MHO b) ( ) HOM
c) ( ) SIEMENS d) ( ) OHM

26 SENAI - PB
13º O instrumento utilizado para medir a resistência elétrica é o:

a) ( ) voltímetro b) ( ) amperímetro
c) ( ) resistômetro d) ( ) ohmímetro

14º A resistência elétrica é representada pela letra:

a) ( )S b) ( )Ω c) ( )V d) ( )R

15º Quando precisamos medir a resistência elétrica de um elemento, o mesmo


deverá estar:

a) ( ) desenergizado
b) ( ) energizado
c) ( ) conectado a outro elemento
d) ( ) desconectado do circuito e desenergizado

16º Quais os fatores que alteram os valores de resistência elétrica?

a) ( ) Natureza do material, comprimento, secção, temperatura;


b) ( ) Comprimento, natureza do material, secção, umidade;
c) ( ) Secção, temperatura, voltagem, sujeira;
d) ( ) Nada altera a resistência elétrica de um material.

17º Quais os elementos que melhor conduzem energia elétrica?

a) ( ) Ouro e cobre b) ( ) Prata e alumínio


c) ( ) Alumínio e cobre d) ( ) Ouro e prata

18º Defina:

a) Material condutor
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

b) Material isolante
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

c) Semicondutor
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

19º O enunciado da Lei de Ohm afirma que:

a) ( ) a corrente é igual à tensão e menor que a resistência;


b) ( ) a corrente é diretamente proporcional a resistência e inversamente
proporcional à tensão;
c) ( ) a corrente é diretamente proporcional a tensão e inversamente
proporcional à resistência;

SENAI – PB 27
d) ( ) é proibido fazer instalação com o circuito energizado.

20º Qual a fórmula fundamental da Lei – de – Ohm?

a) ( )I=E/R b) ( )I=ExR
c) ( )P=ExI d) ( )R=ExI

21º Calcule e registre os valores de resistência dos materiais:

Material Comp.(m) Secção (mm2) Resistividade(Ω) Resistência(Ω)

Cobre 180 3 0,017 


Tungstênio 75 0,8 0,050 
Alumínio 530 30 0,03 

5 CONVERSÃO DE ENERGIA

A Lei de Conservação da Energia, em síntese, mostra que “num sistema isolado a


energia interna permanece constante”, ou ainda que “a energia não pode ser criada
nem destruída, apenas transformada de uma forma para outra”. (Figura 1.5)

ENERGIA ENERGIA
TÉRMICA Pilha / QUÍMICA
Bateria
Termostato Resistência
Elétrica

ENERGIA Eletrólise
ELÉTRICA
Lâmpada
Motor
Elétrico Dínamo
Sensor
ENERGIA Fotoelétrico ENERGIA
LUMINOSA MECÂNICA

Figura 1.5 – Conservação da energia

Formas de energia

Existem várias formas ou modalidades de energia, citaremos algumas:

a) Energia mecânica

Energia cinética: É associada ao movimento dos corpos. Ex: a energia das


correntes de água, do vento, etc.

28 SENAI - PB
Energia potencial: É associada à posição em que se encontra o corpo. Ex: energia
da água represada, dos elásticos, molas, etc.

b) Energia elétrica: É a forma mais prática de energia, pois pode ser transportada
a grandes distâncias pelos condutores (fios e cabos). Essa energia pode ser
transformada em outras modalidades de energia, sem muitas dificuldades e com
custos relativamente baixos.

c) Luz e calor: A energia luminosa e a energia térmica são fáceis de serem


“sentidas”. Ex: o sol, a luz de uma lâmpada incandescente e o calor.

d) Energia química: É associada às reações químicas nos materiais para a


produção de energia elétrica. Quando dois materiais de naturezas diferentes são
colocados em uma solução ácida, produzem energia elétrica. Ex: pilhas e
baterias.

e) Energia nuclear: Consiste no uso controlado das reações nucleares para a


obtenção de energia a fim de realizar movimento, calor e geração de eletricidade.
Existem duas formas de aproveitar a energia nuclear para convertê-la em calor: a
fissão nuclear, cujo núcleo atômico se subdivide em duas ou mais partículas, e a
fusão nuclear, na qual, ao menos, dois núcleos atômicos se unem para produzir
um novo núcleo. A principal vantagem da energia nuclear é o não lançamento de
gases tóxicos na atmosfera, eximindo-se pela responsabilidade pelo aumento do
efeito estufa.

6 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Fontes geradoras de energia elétrica

As formas de produção diferenciam-se de acordo com a fonte geradora, o impacto


no meio ambiente e a viabilidade econômica. As fontes podem ser não-renováveis
ou renováveis. As não-renováveis correspondem aos recursos naturais finitos no
meio ambiente, como o urânio, o manganês e os combustíveis fósseis (petróleo,
carvão mineral e gás natural); já as renováveis, uma vez exploradas pelo homem, se
reconstituem espontaneamente ou por meio de práticas de conservação. Entre elas,
estão o sol, o ar e a água.

Devido ao grande potencial hidráulico do Brasil, a maior parte da energia elétrica


gerada, provém de hidroelétricas, estimando-se mais de 150 milhões de KW (Quilo
Watts), que corresponde a aproximadamente 90 % de toda energia produzida.

 Usinas hidroelétricas

Converte em eletricidade a energia de movimento de correntes de água. O


dispositivo de conversão é formado por uma turbina acoplada a um gerador.

SENAI – PB 29
A turbina para geração de energia elétrica é constituída de um eixo, dotado de pás.
Estas podem ser acionadas por água corrente e, então, o seu eixo entra em rotação
e move a parte interna do gerador, fazendo aparecer, por um fenômeno denominado
indução eletromagnética. Como exemplos de grandes usinas hidroelétricas
brasileiras, podemos citar as usinas de Paulo Afonso, Ilha Solteira, Jupiá, Furnas e
Itaipú. (Figura 1.6)

Gerador

Turbina

Figura 1.6 – Esboço de uma hidroelétrica

 Usina termoelétrica e usina nuclear

Nas usinas termoelétricas, o gerador é acionado pelo vapor d’água que sai de uma
caldeira aquecida, para aquecer essa caldeira, através do calor desenvolvido na
queima de combustíveis fósseis. Assim, temos a transformação da energia térmica
em energia elétrica. As usinas nucleares funcionam como as usinas termoelétricas.
A única diferença é que, nas usinas nucleares, o calor utilizado para produzir o vapor
que aciona o gerador é obtido por meio de reações químicas nucleares, que se
desenvolvem em um reator atômico. Portanto, nestas usinas, temos a transformação
de energia nuclear (química) em energia elétrica. (Figura 2.6)

Figura 2.6 – Usina nuclear

30 SENAI - PB
 Usina eólica

A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e


disponível em todos os lugares. A energia eólica é a energia obtida pelo movimento
do ar, pela força dos ventos. Atualmente, no Brasil, é um processo de produção de
energia que vem sendo largamente estudado. (Figura 3.6)

Figura 3.6 – Usina eólica

 Usina de energia maremotriz

É um sistema de geração de energia


elétrica, no qual se utiliza o movimento de
fluxo das marés para movimentar uma
comporta, que está diretamente ligada a
um sistema de conversão, proporcionando
assim a geração de eletricidade. As marés
servem para gerar eletricidade que é
obtida a partir do movimento regular, a
cada 12 horas de elevação (fluxo) e
abaixamento (refluxo) do nível do mar.
(Figura 4.6)
Figura 4.6 – Usina maremotriz

 Usina solar

A usina solar é uma forma de obtenção de energia ecológica, pois capta a luz do sol
e a transforma em energia, sem causar danos ao meio ambiente. Exigi-se que o
local de sua instalação seja aplainado e liberado de obstáculos. Geralmente suas
instalações se situam em regiões ensolaradas, de pouca nebulosidade. Por vezes,
se situam em clima seco, onde não existe volume de água suficiente para manter
em funcionamento uma hidrelétrica convencional.

SENAI – PB 31
Porém, esta usina não funciona a noite e, ao nascer do sol e no poente, sua
eficiência cai drasticamente. Sua utilização ainda é apenas relegada a um segundo
plano, apenas fornecendo energia elétrica suplementar às redes de distribuição.
(Figura 5.6)

Controlador de cargas

Placa
Conversor fotovoltaica

Banco de baterias

Figura 5.6 – Célula solar

7 TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O transporte de energia elétrica do ponto de geração aos centros consumidores é


chamado de transmissão de energia elétrica. Normalmente, essa energia é
produzida na fonte geradora com uma tensão de 13,8 KV, nos geradores trifásicos
de corrente alternada. Mas, por uma série de fatores, principalmente, econômicos,
deve ser elevada a valores padronizados em função da potência a ser transmitida e
das grandes distâncias até os centros consumidores.

Dessa forma, junto à fonte geradora, existe uma subestação elevadora que elevará
a tensão de 13,8 KV em corrente alternada para valores específicos de transmissão.
As tensões mais utilizadas nas linhas de transmissão são: 69 KV, 78 KV, 230 KV,
400 KV, 500 KV. A partir de 500 KV, normalmente, é feito um estudo de viabilidade
econômica para determinar se vai ser utilizada a tensão alternada ou contínua.
Temos como exemplo, a usina de Itaipu que possui uma subestação retificadora
numa tensão de 600 KV. (Figuras 1.7 e 2.7)

Figura 1.7 – Subestação Figura 2.7 – Linha de transmissão

32 SENAI - PB
8 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

É a parte do sistema elétrico já dentro dos centros de utilização (cidades, bairros,


indústrias). A distribuição começa na subestação abaixadora, onde a tensão de linha
de transmissão é baixada para valores padronizados nas redes de distribuição
primária (11 KV, 13.8 KV, 15 KV, 34.5 KV).

A parte final de um sistema elétrico é a subestação abaixadora ou transformador


abaixador para baixa tensão que recebendo a tensão primária e transforma-a para
tensão de utilização (380/220 V, 220/127 V), de acordo com a região. (Figuras 1.8 e
2.8)

Figura 1.8 – Rede primária (3 condutores)


Rede secundária (4 condutores)

Figura 2.8 – Transformador

SENAI – PB 33
8.1 Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

Veja na figura 3.8, o percurso que a energia elétrica faz, desde a geração, até a
chegada em sua casa.

Subestação
elevadora Subestação
abaixadora

Linhas de
transmissão
Transformador
secundário

Usina Hidro- Elétrica


Centros
consumidores

Figura 3.8 – Geração, transmissão e distribuição


de energia elétrica

9 PADRÃO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA MONOFÁSICA E


TRIFÁSICA PELA CONCESSIONÁRIA NO ESTADO DA PARAÍBA

As concessionárias de energia fornecem energia elétrica para os consumidores, de


acordo com a carga (KW) instalada e em conformidade com a legislação em vigor –
Resolução nº. 456 “Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica” de
29/11/00, da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica.

Tensões de fornecimento

O fornecimento de energia a partir de redes de distribuição será feito segundo as


normas da concessionária local (ENEGISA), nas seguintes tensões:

Quadro nº 1 – Tensões de fornecimento

Quantidade de Tensão entre os


Categoria Potência instalada
condutores condutores
2 condutores
Monofásico 220 V 0 a 15 KW
(fase + neutro)
4 condutores
Trifásico 220 V / 380 V 15 a 75 KW
(3 fases + neutro)

34 SENAI - PB
Obs.: Os consumidores serão atendidos com o padrão monofásico 2 fios (fase +
neutro) de 220 V, com carga instalada até 15 KW, caso não conste. (Figuras 1.9 e
2.9)

 Motor monofásico com potência superior a 2 CV (ou HP);


 Máquina de solda a transformador com potência superior a 2 KVA.

Figura 1.9 - Padrão de altura da rede (em mm), Imagem extraída da (NDU 001 –
Concessionária ENERGISA)

“Eu não procuro saber as respostas, procuro


compreender as perguntas.”
(Confúcio)

SENAI – PB 35
Figura 2.9 - Padrão monofásico de distribuição de energia elétrica (Imagem extraída
da NDU 001 – Concessionária ENERGISA)

36 SENAI - PB
EXERCÍCIO

1º O que são fontes geradoras de energia elétrica?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

2º Cite algumas formas de energia que podemos transformar em energia elétrica e


onde elas são transformadas.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

3º Cite alguns exemplos de hidroelétricas brasileiras.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4º Comente sobre os meios ecologicamente mais corretos de geração de energia


elétrica.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5º Descreva, na seqüência correta, o percurso que a energia elétrica faz até chegar
às residências.

1-_____________________________
2-_____________________________
3-_____________________________
4-_____________________________
5-_____________________________
6-_____________________________

SENAI – PB 37
10 CIRCUITO ELÉTRICO

Circuito é todo percurso que representa um caminho fechado. Circuito elétrico é o


caminho fechado por onde pode circular a corrente elétrica. Para que um circuito
elétrico possa existir precisamos ter: (Figura 1.10)

a) Fonte geradora
b) Consumidor elétrico
c) Condutor elétrico
d) Dispositivo de manobra

(c) (d) (c)

(a) (b)

(c)
Figura 1.10 – Componentes de um circuito elétrico

a) Fonte Geradora: É aquela que gera ou produz energia elétrica a partir de outro
tipo de energia. Ex: pilhas, baterias, gerador.

b) Consumidor elétrico: É o elemento do circuito que transforma energia elétrica


em outro tipo de energia. Ex: lâmpadas, motores, eletrodomésticos.

c) Condutor elétrico: É aquele que faz a ligação entre o consumidor e a fonte,


permitindo a circulação da corrente. Ex: fios, cabos, barramentos.

d) Dispositivo de manobra: É aquele que opera ou manobra o circuito,


Interrompendo, ou permitindo, a passagem da corrente elétrica. Ex: interruptor,
botão, etc.

Circuito fechado - É o circuito que tem continuidade, e que dá passagem à corrente


elétrica. (Figura 2.10)

Circuito aberto - É o circuito que não tem continuidade, que está interrompido.
(Figura 3.11)

Figura 2.10 - Circuito fechado, corrente circula. Figura 3.10 - Circuito aberto, corrente não circula.

38 SENAI - PB
Tipos de circuito

Tem-se uma associação de consumidores quando há dois ou mais destes,


conectados à mesma fonte e/ou dispositivo de proteção. Os tipos de associações ou
circuitos são:

 Circuito Série;
 Circuito Paralelo;
 Circuito Misto.

Circuito série

Consideram-se consumidores ligados em série, quando estão ligados com a fonte,


seguidos do outro. (Figura 4.10)

I
I

I
Figura 4.10 – Lâmpadas ligadas em série

Observa-se que o terminal de saída do primeiro consumidor é conectado ao terminal


de entrada do segundo, e o terminal de saída do segundo, ao terminal de entrada do
terceiro e assim sucessivamente.

Assim, é possível deduzir que o circuito série apresenta apenas um caminho para a
passagem da corrente elétrica; logo, se esse caminho for interrompido, ou seja, se
um dos consumidores queimar ou for desconectado, a corrente deixará de circular e,
consequentemente, todos os outros consumidores deixarão de funcionar. (Figura
5.10)

I=0

Figura 5.10 – Lâmpada desconectada (circuito aberto)

SENAI – PB 39
Circuito paralelo

Diz-se que um circuito é paralelo quando todos os terminais de entrada dos


consumidores encontram-se conectados em um ponto em comum, e todos os
terminais de saída encontram-se conectados a outro ponto em comum. Geralmente
estes pontos em comum são os terminais da fonte de alimentação. (Figura 6.10)

I
I

Figura 6.10 – Circuito paralelo (mais de um caminho para a corrente elétrica)

Como podemos observar, ao contrário da ligação em série, o circuito paralelo


oferece vários caminhos para a passagem da corrente elétrica, o que significa que,
se um dos consumidores queimar ou for desconectado, os outros continuarão
funcionando normalmente.

Circuito misto

São consideradas associações mistas àquelas em que encontramos consumidores


conectados, tanto em série quanto em paralelo. Nesse tipo de circuito, observamos
que a corrente total, ora tem um único caminho para percorrer, ora tem mais de um.
(Figura 7.10)

I
I
(a)
(b)
Figura 7.10 – Circuito misto

40 SENAI - PB
11 LEI DE OHM

A Lei de Ohm estabelece uma relação entre as grandezas Tensão (E), Corrente (I)
e Resistência (R) em um circuito. Ela é a lei básica da eletricidade e da eletrônica.

Enunciado:

“A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é


diretamente proporcional à diferença de potencial e
inversamente proporcional a resistência elétrica do circuito.”
George Simon Ohm

Sempre que se conhecem dois valores em um circuito, o terceiro valor pode ser
determinado pela Lei de Ohm.

Representação matemática da Lei de Ohm:

E
R=
I
Tensão E E=RxI
Corrente = Resistência
R I
E
I=
R

Nota: Quando os valores de um circuito estiverem expressos em


múltiplos ou submúltiplos das unidades, devem ser convertidos
para as unidades fundamentais (Volt, Ampère e Ohm), antes de
serem usados nas equações.

Exemplo:

Uma lâmpada utiliza uma alimentação de 6 V e tem 3,6 K de resistência. Qual a


corrente que circula pela lâmpada quando ela é ligada?

Solução: Como os valores de V e R já estão nas unidades fundamentais (Volt e


Ohm), aplicam-se os valores na equação:

Transformando-se: R = 36 K = 3600 

I=E/R I = 6 / 3600 I = 0,001666 A ou I = 1,66 mA

SENAI – PB 41
EXERCÍCIO

1º Uma lâmpada utiliza uma alimentação de 6 V e tem 36  de resistência. Qual a


corrente que circula pela lâmpada quando ela é ligada?

2º O motor de um carrinho de autorama atinge rotação máxima, quando recebe 9 V


da fonte de alimentação. Nesta situação, a corrente do motor é de 230 mA. Qual é a
resistência do motor?

3º Um resistor de 22 k foi conectado a uma fonte cuja tensão de saída é


desconhecida. Um miliamperímetro, colocado em série no circuito, indicou uma
corrente de 0,75 mA. Qual a tensão na saída da fonte?

12 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Resistor é um elemento presente no circuito, constituído de material de baixa


condutibilidade elétrica, cuja função é oferecer resistência elétrica, transformando
energia elétrica em calor. (Figura 1.12)

Figura 1.12 - Resistor

Uma associação de resistores é como se fosse um grupo de trabalho em que


houvesse um representante. Esse representante é a resistência total, que é
representada por: RT.

Resistência Total ou Equivalente (RT) é a aquela que substitui todas as outras


resistências dos resistores da associação sem alterar a corrente elétrica que
atravessa a associação. Os resistores presentes em qualquer uma das associações
serão representados por: R1, R2, R3,..., Rn.

Usaremos o resistor como um consumidor genérico para as seguintes associações:


Série; Paralelo; Mista.

12.1 Associação em série de resistores

Muitas vezes, nos circuitos elétricos, aparecem resistências ligadas uma, seguida de
outra. Desse modo dizemos que as resistências estão associadas em série. As
lâmpadas usadas na decoração das árvores de Natal, por exemplo, geralmente são
associadas desta maneira.

42 SENAI - PB
A resistência total de uma associação em série é igual ao somatório das resistências
dos resistores na associação.

RTOTAL = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

Exemplo: Observe o circuito abaixo:


Resistência
equivalente
ou total
R1 = 10 Ω R2 = 15 Ω

RT = R1 + R2 + R3

R3 = 5 Ω

Fazendo a substituição dos valores, temos: RT = R1 + R2 + R3 = 10 + 15 + 5 = 30 Ω.

Observamos que a resistência equivalente da associação em série é sempre maior


que qualquer uma das resistências da associação.

Podemos pensar em substituir os três consumidores por um único consumidor que


realize a mesma função dos três juntos, ou seja, um consumidor equivalente, o que
corresponde a um resistor de 30 Ω.

12.2 Associação em paralelo de resistores

Devemos verificar numa associação de resistores em paralelo, o número de


resistores presentes na associação, pois existe mais de uma fórmula para o cálculo
da resistência total nesse tipo de associação.
Associação em paralelo de vários resistores com
R valores de resistência iguais, onde R é o valor da
REQ =
n resistência e n, o numero de resistores.

Associação em paralelo de dois resistores com valores


R1 x R2
REQ = de resistência diferentes.
R1 + R2

1 Associação em paralelo de vários resistores


REQ =
1 + 1 + 1
com valores de resistência diferentes.
R1 R2 R3

SENAI – PB 43
Exemplo 1:

R1= R2= R3= R 20


20 Ω 20 Ω 20 Ω RT = = = 6,66 Ω
n 3

Exemplo 2:

R1= R2= R1 x R2 25 x 5 125


25 Ω 5Ω RT = = = = 4,16 Ω
R1 + R2 25 + 5 30

Exemplo 3:

R1= R2= R3= R4=


15 Ω 25 Ω 30 Ω 10 Ω

1
RT =
1 + 1 + 1 + 1 =
R1 R2 R3 R4
1
= =
1 + 1 + 1 + 1
15 25 30 10
1
= =
0,06 + 0,04 + 0,03 + 0,1

1 = 4,34 Ω
=
0,23

Nota: Perceba que, numa associação de resistores em paralelo, a


resistência total é sempre menor que a resistência elétrica de qualquer
resistor do circuito.

44 SENAI - PB
12.3 Associação mista de resistores

Devemos perceber, logo à primeira vista, o(s) trecho(s) em série e/ou em paralelo da
associação. Esse será o ponto de partida para o cálculo da resistência total da
associação. (Figura 2.12)

Resistores
Trecho A em série

Trecho B

Figura 2.12 - Associação mista de resistores

Atribuindo valores aos resistores da associação da figura 3.12, temos:

R1= 12 Ω R2= 3 Ω

R4= 10 Ω

R3= 3 Ω R5= 3 Ω

Figura 3.12 - Associação mista de resistores

Para facilitar nossos cálculos, começaremos calculando as resistências equivalentes


dos trechos A e B, respectivamente, denominaremos de RA e RB. Aplicando a
fórmula para o cálculo da resistência total de uma associação em série.

RA = R1 + R2 = 12 + 3 = 15 Ω RB = R3 + R5 = 3 + 3 = 6 Ω

E substituindo os resistores R1 e R2 por RA, e R3 e R5 por RB, temos: (Figura 4.12)

Relacionando RA, RB e R4 em
RA= 15 Ω paralelo temos a RT do circuito.

R4= 10 Ω

RB= 6 Ω

Figura 4.12 - Associação mista de resistores

SENAI – PB 45
Como você já deve ter percebido, após substituirmos os dos resistores equivalentes
nos trechos A e B, temos uma associação totalmente em paralelo, formada por três
resistores. Para chegar à resistência total dessa associação, usaremos a fórmula:

1 1 1
RT = = = =
1 1 1 1 + 1 + 1 0,06 + 0,1 + 0,16
+ +
RA R4 RB 15 10 6

1
= = RT = 3,12 Ω
0,32

EXERCÍCIO

1º Identifique as associações em série, paralela e mista. Em seguida, encontre as


resistências equivalentes:

10 Ω
30 Ω 25 Ω
a) b)
30 Ω

15 Ω 25 Ω 90 Ω 75 Ω

72 Ω 10 mΩ 5Ω
c) d)
90 µΩ 25 Ω

150 kΩ 20 MΩ 120 MΩ
e) f)
4000 Ω 20kΩ
150 kΩ
21 kΩ
300 mΩ 0,86 KΩ 20 Ω

46 SENAI - PB
13 LEIS DE KIRCHHOFF

Ao ligar um aparelho, a corrente flui por muitos caminhos e a tensão, fornecida pela
fonte de energia, se distribui pelos diversos componentes. Esta distribuição de
corrente e tensão obedece fundamentalmente as duas Leis de Kirchhoff.

13.1 - 1ª Lei de KIRCHHOFF (Lei dos nós ou lei das correntes)

“A soma algébrica das correntes que chegam a um nó é igual à


soma algébrica das correntes que saem desse nó.”
Gustav Kirchhoff

Através dos conhecimentos obtidos com os estudos da primeira Lei de Kirchhoff e


da, já estudada, Lei de Ohm, podemos determinar a corrente em cada um dos
componentes associados em paralelo.

Características do Circuito Paralelo

Os circuitos paralelos apresentam algumas características particulares. Verifica-se


que, tanto a lâmpada L1 como a lâmpada L2, têm os terminais de entrada e de saída,
respectivamente, ligados aos pólos da fonte de alimentação. Dessa forma, cada uma
das lâmpadas (L1 e L2) está diretamente conectada à fonte de alimentação,
recebendo a mesma tensão nos seus terminais. (Figura 1.13)

L1 L2

Figura 1.13 – Tensões dos consumidores

Nota: No circuito totalmente paralelo, a intensidade da tensão é a mesma para todos os


consumidores. Por essa razão, a tensão em um circuito totalmente paralelo é designada,
simplesmente, pela notação “E”.

ETOTAL = E1 = E2 = E3 = En

SENAI – PB 47
A função da fonte de alimentação nos circuitos é fornecer a tensão e a corrente
elétrica necessárias para o funcionamento dos consumidores.

Quando um circuito possui apenas uma fonte de alimentação, a corrente fornecida


por esta fonte é denominada de corrente total, representada pela notação IT, nos
esquemas. (Figura 2.13)

IT

IT

Figura 2.13 – Corrente total

Para a fonte de alimentação, não é importante se os consumidores são lâmpadas,


resistores ou aquecedores. A corrente que a fonte fornece (IT) depende apenas,
segundo a Lei de Ohm, da sua tensão (E) e da resistência total (RT) que os
consumidores apresentam, ou seja:

E
IT =
RT

A partir do nó, a corrente total (IT) fornecida pela fonte divide-se para percorrer todos
os caminhos do circuito. Neste caso específico, ela se dividirá em duas, pois só há
dois caminhos. Essas correntes são chamadas de correntes parciais e podem ser
denominadas de I1 (para a lâmpada L1) e I2 (para a lâmpada L2). (Figura 3.13)

I1 I2
IT
L1 L2

IT

Figura 3.13 – Correntes parciais

A forma como a IT se divide, a partir do nó, depende unicamente das resistências


das lâmpadas. A lâmpada de menor resistência permitirá a passagem de uma maior
parcela da corrente.

IT =?
I1 =? I2 =?
Exemplo:
E = 100 V
R1 = 100 Ω R2 = 200 Ω

Por se tratar de um circuito totalmente paralelo, sabemos que a intensidade da


tensão da fonte será a mesma para todos os consumidores. Assim: E = 100 V

48 SENAI - PB
O valor da corrente que circula em cada ramal pode ser calculada através da Lei de
Ohm, uma vez que, se conhece a tensão aplicada e a resistência de cada lâmpada.
E 100
I1 = I1 = I1 = 1 A
R1 100
E 100
I2 = I2 = I2 = 0,5 A
R2 200

Nota: Perceba que, como a resistência de L2 é maior que a de L1, a intensidade da corrente
que passa pela L2 será menor que a de L1.
I2 < I 1

IT =?
I1 = 1 A I2 = 0,5 A

E = 100 V
R1 = 100 Ω R2 = 200 Ω

Observando-se os valores das correntes no nó, verificamos que as correntes que


saem somadas originam um valor igual ao da corrente que entra.

ITOTAL = I1 + I2 + I3 +...+ In

Essa afirmativa é válida para qualquer nó de um circuito elétrico, sendo conhecida


como a primeira Lei de Kirchhoff.

IT = I1 + I2 = 1 + 0,5 = 1,5 A

1,5 A 0,5 A
1A
100 Ω 200 Ω
E = 100 V

IT = 1,5 A

13.2 - 2ª Lei de KIRCHHOFF

“A soma das quedas de tensão nos componentes de uma associação série


é igual à tensão aplicada nos seus terminais extremos.”
Gustav Kirchhoff

SENAI – PB 49
A segunda Lei de Kirchhoff se refere à forma como a tensão se distribui nos circuitos
série. (Figura 4.13)

ET E1

E2
Figura 4.13– Tensão elétrica no circuito série

Características do Circuito Série:

 O circuito série se caracteriza por possibilitar um caminho único para a circulação


da corrente elétrica. Como existe um único caminho, a mesma corrente que sai
da fonte passa através da lâmpada L1, da lâmpada L2 e retorna à fonte. Isto
significa que um amperímetro, ao ser colocado em qualquer ponto do circuito, o
valor indicado pelo instrumento será o mesmo. (Figura 5.13)

Figura 5.13 – Corrente elétrica no circuito série

Nota: A intensidade da corrente é a mesma ao longo de todo o circuito série.


Por essa razão, a corrente que circula em um circuito série é designada
simplesmente pela notação “I”.

ITOTAL = I1 = I2 = I3 =...= In

 A forma de ligação das cargas, uma após a outra, dá ao circuito outra


característica importante. Caso uma das lâmpadas (ou qualquer outro tipo de
carga) seja retirada do circuito ou tenha o seu filamento rompido, o circuito
elétrico ficará aberto e a corrente cessará, ou seja, no circuito série, o
funcionamento de cada um dos componentes depende do restante.

Resumindo: O circuito série apresenta três características importantes: (1)


fornece apenas um caminho para a circulação da corrente elétrica; (2) a corrente
tem o mesmo valor em qualquer ponto do circuito e (3) o funcionamento de cada
consumidor depende do restante.

50 SENAI - PB
A corrente que circula em um circuito série pode ser determinada com o auxílio da
Lei de Ohm. Para determinar a corrente no circuito série através da Lei de Ohm,
deve-se usar a tensão nos terminais da associação e a sua resistência total.

R 1 = 25 Ω
L1
Exemplo: ET = 100 V

L2
R 2 = 75 Ω

Temos assim: RT = R1 + R2 = 25 + 75 = 100 Ω

ET 100
Seguindo a Lei de Ohm, temos: I= I= I=1A
RT 100

Pelo fato de não estarem com os dois terminais ligados diretamente à fonte, a
tensão nos componentes de um circuito série é diferente da tensão da fonte de
alimentação. O valor da tensão em cada um dos componentes é sempre menor do
que a tensão de alimentação. Esta parcela da tensão, que fica sobre cada
componente do circuito, é denominada de queda de tensão no componente. A
queda de tensão é representada pela notação E1, E2...

A queda de tensão em cada componente de uma associação série pode ser


determinada pela Lei de Ohm, quando se dispõe da corrente no circuito e dos seus
valores de resistência. (Figura 6.13)

Temos: E1 = I x R1 = 1 x 25 = 25 V E2 = I x R2 = 1 x 75 = 75 V

L1
R 1 = 25 Ω

ET = 100 V E1 = 25 V
L2
R 2 = 75 Ω

E2 = 75 V
Figura 6.13 – Associação em série

Pode-se dizer que, em um circuito série, a queda de tensão é proporcional ao valor


do resistor, ou seja:

 O consumidor de maior resistência fica com a parcela maior de tensão;


 O consumidor de menor resistência fica com a menor parcela de tensão.

SENAI – PB 51
13.3 Aplicação das leis DE KIRCHHOFF e OHM em circuitos mistos

As Leis de Kirchhoff, juntamente com a Lei de Ohm, permitem que se determinem as


tensões ou correntes em cada um dos componentes de um circuito misto. (Figura
7.13)

Figura 7.13 – Circuito misto

Os valores elétricos de cada componente do circuito podem ser determinados a


partir da execução da sequencia de procedimentos, a seguir:

 Determinação da resistência equivalente.


 Determinação da corrente total.
 Determinação das tensões ou correntes nos elementos do circuito.

R1 = 10 Ω R3 = 10 Ω
Exemplo: ET = 20 V
R2 = 20 Ω R4 = 40 Ω

 Determinação da resistência equivalente ou total:

Encontraremos as resistências equivalentes dos consumidores ligados em série:

RA = R1 + R2 = 10 + 20 = 30 Ω ET = 20 V RA = 30 Ω RB = 50 Ω
RB = R3 + R4 = 10 + 40 = 50 Ω

52 SENAI - PB
Substituindo os consumidores R1 e R2 por RA, e R3 e R4 por RB, temos um circuito
paralelo. Usando a fórmula da resistência equivalente de consumidores em paralelo,
temos:

RA x RB 30 x 50 1500
RT = RT = RT = RT = 18,75 Ω
RA + RB 30 + 50 80

 Determinação da corrente total do circuito:

ET 20
IT = IT = IT = 1,066 A
RT 18,75

ET = 20 V RT = 18,75 Ω

Determinação das tensões do circuito:

EA 20
IA = IA = IA = 0,666 A
RA 30
EB 20
IB= IB = IB = 0,4 A
RB 50

IT
IA IB
ET RA RB

IT

Considerando que RA equivale as resistências R1 e R2, e que RB equivale as


resistências R3 e R4, conectadas em série, podemos afirmar que a corrente IA
equivale a I1 e I2 e a corrente IB equivale a I3 e I4.

IA = I1 = I2 = 0,666 A
IB = I3 = I4 = 0,4 A

SENAI – PB 53
Sabendo-se a corrente e a resistência de cada uma, pode-se encontrar as tensões
através da Lei de Ohm.

IT
I1 E1 I3 E3
ET R1 R3
I2 I4
E2 E4
R2 R4
IT

E1 = I1 x R1 = 0,666 x 10 = 6,66 V E3 = I3 x R3 = 0,4 x 10 = 4 V


E2 = I2 x R2 = 0,666 x 20 = 13,32 V E4 = I4 x R4 = 0,4 x 40 = 16 V

Obs.:
E1 + E2  20 V
ET = 20 V
E3 + E4 = 20 V

EXERCÍCIO

1º Quais as principais características de um circuito série?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2º Complete:

a) O resistor de maior resistência fica com uma parcela _____________ de tensão.


O resistor de menor resistência fica com uma ____________ parcela de tensão.

b) A soma das ____________ nos componentes de uma associação série é igual à


______________aplicada nos seus terminais extremos.

c) A tensão em uma associação em paralelo ________________ , já a corrente


elétrica __________________ para todos os consumidores.

d) A ___________________ em uma associação série de resistores é a mesma


para todos os consumidores.

54 SENAI - PB
3º Determine o valor das correntes e tensões que circulam em cada resistor e a
corrente total dos circuitos abaixo.

a)

12 V 15 Ω 15 Ω 15 Ω 10 Ω

150 Ω

b)

36 V
25 Ω 100 Ω

80 Ω

c)

100 V 80 Ω 80 Ω

80 Ω

10 Ω 30 Ω
d)
10 Ω
20 Ω 30 Ω

200 V

SENAI – PB 55
14 MAGNETISMO

O magnetismo tem importância fundamental na maior parte dos equipamentos


eletroeletrônicos, como geradores de energia, motores elétricos, transformadores,
disjuntores, cartões magnéticos, eletroeletrônicos em geral e muitos outros
equipamentos que usam efeitos magnéticos para desempenhar uma série de
funções importantes. (Texto extraído e adaptado de: Tipler, P. A. Física, vol. 2, 2ª ed. Ed.
Guanabara Dois, 1982).

Tudo começou quando em tempos remotos, foi descoberta


pelos gregos, nas proximidades da cidade de Magnésia,
uma rocha que tinha o poder de atrair para si pequenos
materiais que continham ferro em sua composição química.
Essa rocha foi chamada de Magnetita, e pela sua
capacidade de atrair esses materiais recebeu o nome de
Magnetismo. As rochas que apresentam essas
propriedades magnéticas são denominadas imãs naturais.
Se um imã natural se movimentar ordenadamente por um Figura 1.14 - Magnetita
pedaço de ferro, este último se magnetizará e formará um
imã artificial. (Figura 1.14)

Define-se magnetismo como sendo o estudo dos materiais magnéticos (imãs


naturais). Trata-se de uma força invisível que se pode apreciar pelos efeitos que
produz. O campo magnético ao redor de um imã pode ser explicado sob a forma de
linhas de força invisíveis, que deixam o imã em um ponto e entram em outro ponto.
Estes pontos são chamados de pólos. A região central, entre os pólos norte e sul do
imã, não é dotada de propriedades magnéticas, Sendo conhecida como zona neutra.
(Figura 2.14)
Pólos Norte e Sul

Zona neutra Linhas de força


magnéticas

Figura 2.14 – Imã natural

As linhas de forças magnéticas são invisíveis,


podendo ser vistos apenas os seus efeitos. Os
espectros de um imã podem ser observados,
cobrindo-o com uma folha de papel, ou plástico (de
espessura fina) e, em seguida, espalhando limalha de
ferro sobre o papel. (Figura 3.14)
Figura 3.14 – Espectro das
linhas de força magnéticas

56 SENAI - PB
Observe que as limalhas se distribuem, segundo um padrão definido, e formam um
conjunto de linhas em torno dos pólos do imã, indicando assim a distribuição das
linhas de força que constituem o campo magnético.

O campo magnético de um imã pode ser explicado através de linhas de força, que
apresentam as seguintes propriedades:

 Saem do pólo norte do imã;


 Entram no pólo sul do imã;
 Não se cruzam;
 Formam um circuito fechado;
 São invisíveis.

14.1 Teoria de WEBER

Em 1260, o francês Petrus Peregrinus observou que os pólos de um imã não


existem separadamente. Cortando-se um imã em duas partes iguais, observa-se
que cada uma delas constitui um novo imã que, embora menor, tem sempre dois
pólos. É possível continuar esse processo de divisão, até que se chegue a um ponto
em que se encontre o átomo ou molécula do material de que o imã é feito.

A teoria de Weber defende que toda substância magnética é composta de ímãs


muito pequenos, chamados de Ímãs Elementares. Um material magnetizado terá a
maioria de seus ímãs elementares organizados em fileiras, com o pólo norte de cada
átomo ou molécula, apontando em uma direção, e a face do pólo sul em direção
oposta. Um material com átomos ou moléculas, assim alinhados, terá pólos
magnéticos efetivos. (Figura 4.14)

Figura 4.14 – Inseparabilidade dos pólos do imã

14.2 Indução magnética - Imantação

É o fenômeno provocado pela proximidade de um


material neutro a um campo magnético. Como podemos
ver na figura 5.14, o ímã induz magneticamente (imanta)
as esferas de ferro e estas, sucessivamente, imantam
umas as outras e atraem-se.
Figura 5.14 – Imantação
das esferas

SENAI – PB 57
Quando uma barra de ferro encontra-se próximo de um imã, o campo magnético faz
com que a barra se transforme temporariamente em um imã. Isto acontece porque,
na presença de um campo magnético (ou campo indutor), os domínios magnéticos
do ferro, que normalmente estão orientados em todas as direções ao longo da barra,
ficam orientados em uma direção predominante, como em um imã. Esta situação
está demonstrada na figura 6.14 a e b.

Figura 6.14 a – Barra imantada Figura 6.14 b – Barra não imantada

Se aproximarmos dois pólos de naturezas iguais, sentiremos uma força de repulsão


entre eles. Já, ao aproximarmos pólos de natureza diferentes, será produzida uma
força de atração entre eles. Esse fenômeno de atração e repulsão entre os pólos
advém do ao campo magnético que envolve o imã. (Figuras 7.14 a e b)

a - Pólos diferentes se atraem


b - Pólos iguais se repelem

Figura 7.14 a e b - Atração e repulsão de imãs

14.3 Permeabilidade magnética

A permeabilidade magnética de um material é uma medição da facilidade com que


as linhas de campo podem atravessar um dado material. Podemos entender a
permeabilidade magnética como sendo um conceito similar ao conceito da
condutividade elétrica dos materiais.

Se um material não magnético, como vidro ou cobre, for colocado na região das
linhas de campo de um ímã, haverá uma imperceptível alteração na distribuição das
linhas de campo. Entretanto, se um material magnético, como o ferro, for colocado
na região das linhas de campo de um ímã, estas passarão através do ferro, ao invés
de se distribuírem no ar, ao seu redor. Isso ocorre porque elas se concentram com
maior facilidade nos materiais magnéticos. (Figura 8.14 a)

Este princípio é usado na blindagem magnética de elementos e instrumentos


elétricos sensíveis que podem ser afetados pelo campo magnético. (Fig. 8.14 b)

58 SENAI - PB
Assim, um material na proximidade de um ímã pode alterar a distribuição das linhas
de campo magnético. Esta alteração se deve a uma grandeza associada aos
materiais chamada de Permeabilidade Magnética,μ. (Figura 8.14 a e b)

Linhas de campo Ferro doce

Linhas de campo
.
Ferro doce

Instrumento
Sensível

Vidro

Figura 8.14a – Alteração na Figura 8.14b – Blindagem magnética


distribuição das linhas de força
magnética

Não existem isolantes para as linhas de força magnética. Elas passam através de
qualquer substância, até mesmo no vácuo. Todavia, elas se estabelecem com mais
facilidade em substâncias, como o ferro. Este fato possibilita a concentração de
linhas de força onde se desejar utilizá-las. O seu desvio de uma área ou instrumento
é bastante utilizada em caixas de som e autofalantes de TV.

Classificação das substâncias quanto ao comportamento magnético

As substâncias são classificadas em quatro grupos, quanto ao seu comportamento


magnético:

 Ferromagnéticas
 Paramagnéticas
 Diamagnéticas

Substâncias Ferromagnéticas

Seus imãs elementares sofrem grande influência do campo magnético indutor de


modo que, ficam majoritariamente orientados no mesmo sentido do campo
magnético aplicado e são fortemente atraídos por um ímã. Exemplos: ferro, aços
especiais, cobalto, níquel e algumas ligas.

Substâncias Paramagnéticas

Seus imãs elementares ficam fracamente orientados no mesmo sentido do campo


magnético indutor. Surge, então, uma força de atração fraca entre o imã e a
substância paramagnética. Exemplos: alumínio, manganês, estanho, cromo, platina,
paládio, oxigênio líquido, etc.

SENAI – PB 59
Substâncias Diamagnéticas

Substâncias diamagnéticas são aquelas que, quando colocadas próximas a um


campo magnético indutor proveniente de um imã, os seus imãs elementares sofrem
uma pequena influência, de modo que, eles ficam fracamente orientados em sentido
contrário ao campo externo aplicado. Surge, então, entre o imã e substância
diamagnética, uma força de repulsão fraca. Exemplos: cobre, água, mercúrio, ouro,
prata, bismuto, antimônio, zinco, etc.

15 ELETROMAGNETISMO

Até o início do século XIX, acreditava-se que não existia relação entre os fenômenos
elétricos e magnéticos. Em 1820, um professor e físico dinamarquês, chamado Hans
Christian Oersted (1777 – 1851), observou que uma corrente elétrica era capaz de
alterar a direção de uma agulha magnética de uma bússola.

Quando havia corrente elétrica no fio, Oersted verificou que a agulha magnética
movia-se, orientando-se numa direção perpendicular ao fio, e evidenciando a
presença de um campo magnético produzido pela corrente. Esse campo originava
uma força magnética capaz de mudar a orientação da bússola. A este campo
magnético de origem elétrica, chamamos de Campo Eletromagnético.
Interrompendo-se a corrente, a agulha retornava a sua posição inicial, ao longo da
direção norte-sul. Observou-se, então, a existência de uma relação entre a
eletricidade e o magnetismo. (Figura 1.15)

Figura 1.15 – Desvio da agulha da bússola

“Todo condutor percorrido por corrente elétrica, cria em torno


de si um campo eletromagnético.”
Hans Christian Oersted

15.1 Fenômenos do eletromagnetismo

Os cientistas concluíram que, se uma corrente elétrica é capaz de gerar um campo


magnético, um campo magnético também é capaz de gerar corrente elétrica.

60 SENAI - PB
São três os principais fenômenos eletromagnéticos que regem todas as aplicações
do eletromagnetismo:

I. Condutor percorrido por corrente elétrica produz campo magnético;


II. Campo magnético provoca ação de uma força magnética sobre um condutor
percorrido por corrente elétrica;
III. Fluxo magnético variante, sobre um condutor, gera (induz) corrente elétrica.

No mesmo ano que Oersted comprovou a existência de um campo magnético


produzido pela corrente elétrica, o cientista francês André Marie Ampère (em
meados de 1831) preocupou-se em descobrir as características desse campo.

Quando o condutor retilíneo é percorrido por uma corrente elétrica, pode-se observar
pela orientação das agulhas das bússolas, a existência de um campo que o envolve
longitudinalmente (ao longo de seu comprimento). As linhas de campo magnético
que o representam são círculos concêntricos.

Essas linhas de campo magnético são linhas envoltórias concêntricas e orientadas.


O sentido das linhas de campo magnético produzido pela corrente no condutor é
dado pela Regra de Ampère.

A Regra de Ampère, também chamada de Regra da Mão Direita, é usada para


determinar o sentido das linhas do campo magnético, considerando-se o sentido
convencional da corrente elétrica. (Figura 2.15)

Regra de Ampère – Regra da Mão Direita

Mão direita envolvendo o condutor com o polegar apontando para o


sentido convencional da corrente elétrica, os demais dedos indicam o
sentido das linhas de campo que envolve o condutor.

Linhas de campo

Figura 2.15 - Lei de Ampère e regra da mão direita (Fonte: Chiquetto e Parada; Física
Eletricidade vol.3 ed. Scipione, 1992).

15.2 Campo magnético em uma espira, solenóide e bobina

Se um condutor é enrolado, formando uma volta completa, temos uma espira.


Fazendo-se voltas iguais do condutor, lado a lado, e espaçadas entre si em uma

SENAI – PB 61
única camada, tem-se um solenóide, como mostra a figura 3.15. E fazendo-se várias
camadas de espiras uma sobre as outras, tem-se uma bobina, como mostra a figura
4.15.

Um condutor em forma de espira circular quando percorrido por corrente elétrica, é


capaz de concentrar as linhas de campo magnético no interior da espira. Isso
significa que a densidade de campo magnético resultante no interior da espira é
maior que a produzida pela mesma corrente no condutor retilíneo.

Figuras 3.15 e 4.15 – Representação do campo magnético gerado por uma


espira circular percorrida por corrente. (Giancoli. Physics for engineers and
scientists)

Para a determinação do campo magnético no centro de uma espira circular, a regra


da mão direita também é válida. O polegar indica o sentido da corrente elétrica na
espira e os demais dedos da mão direita, o sentido das linhas de campo magnético
que envolve o condutor da espira circular. (Figura 5.15)

S I

Figura 5.15 - Solenóide e campo magnético com os dois pólos

Em uma bobina os campos magnéticos individuais, que estarão no mesmo sentido,


somam-se, formando um campo magnético de maior intensidade e estabelecendo
um pólo norte e outro sul. Este campo funcionará como um imã fraco. (Figura 6.15)

I I

Figura 6.15 – Campo magnético na bobina

62 SENAI - PB
15.3 Eletroímã

É um dispositivo que utiliza corrente elétrica para gerar um campo magnético,


semelhante àqueles encontrados nos ímãs naturais. É constituído por uma bobina
de fio com um núcleo de ferro, de modo que, quando circula uma corrente pela
bobina, se estabelece um campo magnético que se concentra no núcleo de ferro. A
corrente na bobina gera pólos magnéticos nas extremidades do núcleo. (Figura 7.15)

Figura 7.15 – Eletroímã

Força magnética entre condutores paralelos

Quando dois condutores próximos e paralelos são percorridos por corrente elétrica,
surge uma força, devido à interação entre os campos eletromagnéticos por eles
gerados, (Figura 8.15 a e b)

Essa força poderá ser de atração ou de repulsão conforme os sentidos das


correntes nos condutores. Aplicando a Regra de Fleming para ação motriz (Regra da
Mão Esquerda), podemos verificar que a força é de atração quando os condutores
são percorridos por correntes de mesmo sentido e de repulsão quando percorridos
por correntes de sentidos contrários.

I I
I I

Figura 8.15 a – Correntes iguais e de mesmo Figuras 8.15 b – Correntes iguais e de


sentido, (os campos magnéticos se somam) sentido contrário, (os campos magnéticos
se anulam)

SENAI – PB 63
15.4 Indução eletromagnética

Em 1820, Oersted descobriu que uma corrente elétrica produz campo magnético. A
partir dessa descoberta, o inglês Michael Faraday e o americano Joseph Henry
dedicaram-se a obter o efeito inverso, ou seja, obter corrente elétrica a partir do
campo magnético.

É o fenômeno que origina a produção de uma tensão num meio ou corpo exposto, a
um campo magnético variável (ou em movimento), ou o corpo em movimento
submetido a um campo magnético estático. Este fenômeno foi descoberto por
Michael Faraday que o expressou, indicando que a intensidade da tensão induzida é
proporcional à variação do fluxo magnético (Lei de Faraday).

Em outras palavras, o movimento do corpo ou condutor é necessário, porque o


campo magnético do imã só produzirá uma corrente elétrica quando o mesmo
“cortar” o condutor provocando movimento dos elétrons.

Um meio prático para mantermos um movimento constante do condutor ou do imã, é


realizar um movimento circular ao condutor no interior do campo magnético. Este é o
princípio de funcionamento de um gerador elétrico.

A eletricidade produzida como uma tensão é chamada de Tensão Induzida, pois


este método de obtê-la é conhecido como indução. E esta tensão induzida produzirá
uma corrente do tipo alternada (CA) quando as extremidades do condutor formam
um circuito fechado. (Figura 9.15)

Eixo giratório Bobina de fio


Imã

Escovas
Anéis coletores

Saída CA

Figura 9.15 - Condutor movendo se no campo magnético.

Fatores que determinam a intensidade da tensão induzida

Para aumentar a intensidade da tensão induzida, que é produzida pelo gerador,


poderemos utilizar três artifícios:

1. Aumentar a intensidade do campo magnético do imã, ou seja, desenvolver um


imã mais potente;

64 SENAI - PB
2. Aumentar o comprimento do condutor que corta o campo magnético, criando
uma bobina de fio;

3. Aumentar a velocidade de “corte” do condutor em relação ao campo magnético,


ou seja, quanto mais rápido for o movimento, maior será a tensão e mais intensa
será a corrente. E invertendo–se o sentido do movimento do condutor a
polaridade da tensão também é invertida e, portanto, o sentido da corrente.

EXERCÍCIO

1º Responda corretamente as questões abaixo:

a) O que é eletromagnetismo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

b) O que acontece com o sentido das linhas de força, quando se inverte a corrente
aplicada a um condutor?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

c) O que se pode afirmar sobre a intensidade do campo magnético em um condutor


cuja corrente circulante se torna cada vez maior?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

d) Defina Bobina:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

e) O que é solenóide?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2° Quais fatores influenciam na intensidade do campo magnético em uma bobina?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3° O que acontece com o campo magnético gerado por uma bobina quando se
coloca um núcleo de ferro no seu interior?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

SENAI – PB 65
16 NORMAS TÉCNICAS

Antes de conceituarmos Normas Técnicas, vamos inicialmente explicar o processo


chamado de normalização.

O que é normalização?

Normalização é a maneira de organizar atividades pela criação e utilização de regras


e normas, visando contribuir para o desenvolvimento econômico e social de uma
nação. Tal conceito, já era aplicado desde o momento em que o homem começou a
viver em comunidade, pois houve a necessidade da utilização de normas de
convivência, padronização de uma linguagem e de comportamento. O registro da
história da normalização, referente à segurança no uso de equipamentos elétricos,
data do século passado, e está relacionado à criação da Comissão Eletrotécnica
Internacional (IEC - International Electrotechnical Commission), em Londres (1906).
É referenciada como sendo a mais antiga organização de normalização, já criada.

Com abertura dos mercados e intensificação do comércio internacional, a


normalização tem adquirido importância crescente como instrumento para a
competitividade, o desenvolvimento tecnológico e a inovação determinando assim a
padronização e o surgimento das normas.

O que é norma técnica?

De acordo com especialistas internacionais, norma técnica é um documento


estabelecido por consenso e aprovado por um organismo, reconhecido, que
fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para
atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de
ordenação em um dado contexto.

As normas devem ser baseadas em resultados consolidados pela Ciência,


Tecnologia e pelas Experiências Acumuladas, visando à otimização de benefícios
para as empresas e para a comunidade.

A função básica das normas é estabelecer "O QUÊ" e "COMO FAZER".

As normas internacionais são normas técnicas estabelecidas por um organismo


internacional de normalização, para aplicação em âmbito mundial. Existem diversos
organismos internacionais de normalização em campos específicos, como a ISO (a
maioria dos setores), a IEC (área elétrica e eletrônica) e a ITU (telecomunicações).

No Brasil, tais normas são elaboradas pela Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT), denominadas de Normas Brasileiras (NBR’s). As NBR’s são
desenvolvidas por Comitês Brasileiros da ABNT (ABNT/CB) ou por Organismos de
Normalização Setorial (ONS) credenciados. Exemplos de alguns comitês:

ABNT/CB 02 ABNT/CB 03 ABNT/CB 09 ABNT/CB 10 ABNT/CB 15 ABNT/CB 17


Const. Civil Eletricidade Combustíveis Química Mobiliário Têxtil

66 SENAI - PB
Os comitês Brasileiros de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações
(COBEI), que tem como objetivos:

 Promover, coordenar e facilitar a elaboração de Normas Técnicas da ABNT na


área eletroeletrônica;

 Participar nos Comitês Técnicos da IEC, através das Comissões de Estudo do


ABNT/CB 03;

 Coordenar a interação entre a ABNT/CB03 e a IEC.

A principal norma utilizada pelo Eletricista de instalação de prédios é a NBR 5410


que se refere às instalações elétricas de baixa tensão que, por sua vez, tem a
finalidade de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado
da instalação e a conservação dos bens. É aplicada na execução e manutenção das
instalações elétricas de edificações de uso residencial, comercial, público, industrial,
de serviços, agropecuário, hortigranjeiros, bem como das edificações pré-fabricadas,
áreas descobertas externas às edificações, reboques de acampamento (trailers),
locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas de canteiros de
obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias.

Outras normas e regulamentos

As normas são inicialmente de uso voluntário, mas sua regulamentação a torna de


uso obrigatório.

Normas regulamentadoras (NR) – SSMT/MTb (Ministério do Trabalho).

 NR-10 em 10.01.02: “Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser


observadas no projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação,
as normas técnicas estabelecidas pelos órgãos oficiais competentes e, na falta
destas, as normas internacionais vigentes”.

 Portaria nº 456/00 - ANEEL/MME (Agência Nacional de Energia Elétrica).

 Art. 3º-1a: “Efetivado o pedido de fornecimento à concessionária, esta


cientificará o interessado quanto à obrigatoriedade de observância, nas
instalações elétricas da unidade consumidora, das normas [...] Oficiais [...] da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e das normas e padrões da
concessionária, postos a disposição do interessado”.

 Lei Federal nº8078/90 – Código de Defesa do consumidor.

 Art. 39 - VIII: “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, colocar no


mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas
não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT ou outra
entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial - CONMETRO”.

SENAI – PB 67
 Art. 12 – “Responsabilidade pelo fornecimento do PRODUTO. O fornecedor não
poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria
saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou
segurança.”

17 DIAGRAMAS ELÉTRICOS

Podemos definir diagrama elétrico, como sendo a representação gráfica dos


diversos componentes de uma instalação elétrica que, através do uso de símbolos e
convenções definidos em normas, facilitam a leitura e a interpretação de um projeto
elétrico bem como a execução da instalação.

Para a execução de um serviço de instalação elétrica, o eletricista deverá ter em


mãos um projeto em que serão descritos os diversos elementos que fazem parte da
instalação, como:

 A localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos e


indicações dos circuitos a que estão ligados;

 A localização dos quadros e centros de distribuição;

 O trajeto e dimensões dos eletrodutos e condutores;

 Um diagrama discriminando os circuitos, seção dos condutores, dispositivos de


manobra e proteção;

 As características do material a ser empregado.

É de fundamental importância que o profissional da área de eletricidade conheça as


técnicas de elaboração e interpretação de um projeto, que são estabelecidas através
de normas pela ABNT. Dentre as normas utilizadas está a NBR 5444.

Tipos de diagramas

Dentre os tipos de diagramas esquemáticos existentes para representação das


instalações elétricas prediais, citaremos três:

 Diagrama funcional;
 Diagrama multifilar;
 Diagrama unifilar.

17.1 Diagrama funcional

É a representação gráfica que mostra todos os componentes da instalação em


detalhes, sua montagem, interruptores, conexões e condutores. Esse tipo de

68 SENAI - PB
diagrama é de fácil compreensão e interpretação. Nele, conseguimos identificar a
sequência funcional do circuito. (Figura 1.17)

Figura 1.17 – Modelo de diagrama funcional

17.2 Diagrama multifilar

É um diagrama bastante parecido com o funcional, porém os componentes da


instalação elétrica, tais como: fios, emendas, interruptores e lâmpadas, são
representados com clareza através de símbolos, não considerando sua posição
física na instalação. (Figura 2.17)

Figura 2.17 – Modelo de diagrama multifilar

SENAI – PB 69
17.3 Diagrama unifilar

Nesse diagrama, o sistema elétrico é expresso de forma simplificada, em que todos


os componentes são representados por símbolos, indicando o trajeto das tubulações
e condutores, os pontos de luz, tomadas, quadros de medição e distribuição.

O diagrama unifilar é o mais utilizado em instalações elétricas prediais geralmente é


representado em uma planta arquitetônica, mostrando a posição física real da
instalação. (Figura 3.17 a e b)

(b)
(a)

PLANTA BAIXA
sem escala

Figuras 3.17 a e b – Modelos de diagrama unifilar

Os símbolos gráficos utilizados neste diagrama são estabelecidos pela norma NBR
5444, uniformizando e facilitando a interpretação do projeto elétrico. Veja nas
tabelas: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 a simbologia utilizada no diagrama unifilar da instalação
elétrica predial de acordo com a norma NBR 5444.

EXERCÍCIO

1º Diferencie diagrama funcional e multifilar.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2º O que é um diagrama elétrico?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

70 SENAI - PB
3º Qual a norma da ABNT que define os símbolos gráficos a serem usados em
plantas baixas, nas instalações elétricas prediais? Comente sobre a importância da
normalização dos símbolos.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4º Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira.

( ) Luz incandescente no teto


a)
( ) Interruptor simples

( ) Condutor fase
b) ( ) Quadro geral de luz e força

( ) Condutor terra

c) ( ) Lâmpada fluorescente no teto

( ) Condutor neutro

( ) Condutor retorno
d)

e)

f)

SENAI – PB 71
18 ATERRAMENTO

Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no mesmo


potencial, de modo que a tensão entre o aterramento e o equipamento seja zero.

Principais objetivos do aterramento:

 Proporcionar um caminho de escoamento de descargas atmosféricas para a


terra;
 Escoar as cargas estáticas geradas nas carcaças dos equipamentos, evitando
que o operador sofra um choque elétrico;
 Fazer com que os dispositivos de proteção sejam mais sensibilizados e isole
rapidamente as falhas na terra.

Corrente de Fuga

Chama-se de corrente de fuga, a corrente elétrica que flui de um condutor para outro
e/ou para a terra, quando o condutor energizado encosta na carcaça do
equipamento ou em outro condutor sem isolação.

As principais causas de corrente de fuga elétrica são: emendas malfeitas nos


condutores ou mal isoladas, condutores desencapados ou com isolação desgastada
pelo tempo, conexões inadequadas ou malfeitas, aparelhos defeituosos e consertos
improvisados, além de erros na instalação, como avarias e danos diversos ou ainda
o uso de materiais de má qualidade.

Sistema de Aterramento

É o conjunto de condutores, hastes, placas e conectores interligados, circundados


por elementos que dissipem para a terra as correntes de fuga. Há diversos tipos de
sistemas, e a aplicação de um ou de outro vai depender da importância do sistema
de energia envolvido, da resistividade do solo e do custo.

Para a execução do aterramento, utilizamos uma haste de aterramento que


normalmente é feita em aço revestida de cobre. Seu comprimento pode variar de 1,5
a 4,0 m. As de 2,4 m são as mais utilizadas e podem ser prolongadas com
conectores de emenda.

Se um único eletrodo não for o suficiente para garantir um bom aterramento, devem-
se colocar quantos mais forem necessários, até que a resistência do sistema de
terra esteja adequada. O posicionamento dos eletrodos deve garantir uma distância
mínima que deverá ser igual ao comprimento da haste.

18.1 Tipos de eletrodos

A escolha do tipo de eletrodo a ser utilizado no aterramento depende das condições


do solo encontrado no local. No Brasil, os eletrodos mais usados são os do tipo
Copperwel.

72 SENAI - PB
Disposição das Hastes

O sistema mais eficiente de aterramento é o sistema de malha de terra, que é o ato


de fincar mais de uma haste ao solo, interligando-as. (Figura 1.18 a, b e c)

a – Conector b – Haste cobreada

Tampa da caixa

Saída do fio

c – Caixa de inspeção

Figuras 1.18 a, b e c – Tipos de hastes

18.2 Fatores que influenciam no aterramento

São vários os fatores que devem ser analisados para execução do aterramento:

 O tipo de solo e sua resistividade;


 O material de que é feito a haste;
 O teor de umidade apresentado pelo solo;
 A temperatura do solo;
 A compactação do terreno e pressão;
 A composição e a concentração de sais e/ou matéria orgânica, dissolvidos no
solo;
 O comprimento da haste.

SENAI – PB 73
Tipo de solo e respectiva resistividade

A resistividade do solo varia com o tipo de solo, a mistura de diversos tipos de solo,
o teor de umidade, a temperatura, a compactação, a pressão, a composição química
dos sais dissolvidos na água retida e a concentração dos sais dissolvidos na água
retida.

Tratamento químico do solo

Quando não conseguimos um valor de resistência desejado, por conta das


características apresentadas pelo solo, podemos aumentar o número de hastes ou
mudar o método de aterramento para outro mais eficiente, mas quando esse valor
não for conseguido, devemos pensar em tratar quimicamente o solo. O tratamento
químico do solo apresenta uma desvantagem. Com o passar do tempo, o solo
absorve os elementos adicionados e sua resistência tende a aumentar. Portanto,
essa alternativa deve ser o último recurso. (Figura 2.18)

Existem vários produtos que podem ser colocados no solo para diminuirmos a
resistividade do solo. Dentre eles, os mais encontrados no mercado são: o gel para
aterramento, o sal grosso e a bentônita.

Procedimentos de Execução:

Figura 2.18 – Procedimentos para execução do tratamento químico

74 SENAI - PB
Conforme recomendação dos fabricantes, devemos efetuar uma escavação de
aproximadamente 0,50 m de diâmetro por 0,50 m de profundidade, cravar a haste no
centro e misturar metade do solo retirado da escavação com o gel. (Figura 3.18)

Figura 3.18 – Procedimentos para execução do tratamento químico

Em seguida, jogar a mistura (solo e gel) dentro da escavação adicionar cerca de 25


litros de água e misturar novamente. Após essa operação deverá ser colocada a
caixa de inspeção, efetuar a conexão do condutor à haste.

Medindo a resistência de aterramento

O instrumento utilizado para se medir à resistência do solo é o terrômetro. Existem


três tipos de terrômetros: (Figura 4.18)

 O terrômetro de três pontos para medição somente da resistência;

 O terrômetro de quatro pontos para medição não só da resistência, como


também da resistividade do terreno;

 Terrômetro com garras ou tipo alicate, cujas medições são feitas diretamente na
haste.

Figura 4.18 – Tipos de terrômetro

As normas, de uma maneira geral, especificam que as resistências de aterramento


podem ser calculadas ou medidas. O cálculo da resistência é feito partindo-se das
medições da resistividade. O valor dessa resistividade deve ser o mais baixo
possível para o tipo de terreno no qual vai ser implantado.

SENAI – PB 75
A norma NBR-7117 especifica a medições da resistividade pelo método de Wenner
cravando no solo 4 hastes alinhadas e separadas pela mesma distância. Depois,
ligando-se essas hastes a um terrômetro de quatro terminais, dois externos para
corrente e dois internos para potencial. (Figura 5.18)

Figura 5.18 – Medição da resistência


do solo com o terrômetro

18.3 Sistemas de aterramento para redes de distribuição de B.T.

O aterramento dos sistemas de distribuição de energia em baixa tensão é


denominado, conforme determina a NBR-5410, nas seguintes formas: Sistema TN
(TN-S, TN-C-S, TN-C); sistema TT e sistema IT.

Esquema TN

O sistema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as


massas ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. A norma indica
três tipos de esquema TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção, a saber:

a) Sistema TN-S: o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos: (Figura


6.18)

Figura 6.18 – Aterramento tipo TN - S

76 SENAI - PB
b) Sistema TN-C-S: as funções de neutro e de proteção são combinadas em um
único condutor. (Figura 7.18)

Figura 7.18 – Aterramento tipo TN - C- S

c) Sistema TN-C: as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único


condutor, na totalidade do sistema. (Figura 8.18)

Aterramento da Massas Massas


alimentação
Figura 8.18 – Aterramento tipo TN - C

Esquema TT

O sistema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando às


massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s)
do eletrodo de aterramento da alimentação. (Figura 9.18 e 10.18)

Aterramento da Massas Massas


alimentação

Figura 9.18 – Aterramento tipo TT

SENAI – PB 77
Massas Massas

Aterramento da
alimentação
Figura 10.18 – Aterramento tipo TT

Esquema IT

No esquema IT, todas as partes vivas são isoladas da terra, ou um ponto da


alimentação é aterrado através de impedância. As massas da instalação são
aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades:

a) No mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se existente;

b) Em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque não há eletrodo de


aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento das massas
é independente do eletrodo de aterramento da alimentação. (Figuras 11.18 a
15.18)

Impedância

Massas
Aterramento da alimentação

Figura 11.18 – Aterramento tipo IT - Figura 12.18 – Aterramento tipo IT -


Sem aterramento da alimentação Alimentação aterrada através de impedância

78 SENAI - PB
Impedância Impedância
Massas

Massas
Aterramento da Aterramento da
alimentação alimentação

Figura 13.18 – Aterramento tipo IT - Figura 14.18 – Aterramento tipo IT -


Massas aterradas em eletrodos separados Massas coletivamente aterradas em eletrodo

Impedância

Aterramento da Massas
alimentação

Figura 15.18 – Aterramento tipo IT -


Massas coletivamente aterradas no mesmo
eletrodo da alimentação

SENAI – PB 79
EXERCÍCIO

1º O que você entende por aterrar um equipamento?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2º O que é uma malha de aterramento?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3º Cite três vantagens em se ter um equipamento aterrado.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4º Como os pára-raios podem proteger as pessoas contra as descargas


atmosféricas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5º Cite três características de um solo adequado para se fazer um aterramento?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6º Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda:


a) Sistema TT ( ) Condutor neutro e de proteção distintos;
b) Sistema TN-S ( ) Somente a massa é aterrada;
c) Sistema IT ( ) Condutor de proteção é único para todos;
d) Sistema TN-C ( ) Condutor de proteção é exclusivo para aterramento
e) Condutor N ( ) Condutor com a função de neutro e proteção.

7º Comente sobre a importância de se instalar a caixa de inspeção no sistema de


aterramento.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

80 SENAI - PB
19 DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES

Nas instalações elétricas em geral os condutores são insubstituíveis na função de


transportar a energia elétrica, necessária ao bom funcionamento de todos os
equipamentos que necessitamos. Por isso, os condutores devem ser de excelente
qualidade e utilizados corretamente, de acordo com a finalidade a que se destinam.
A norma NBR 5410/97 – Instalações elétricas de baixa tensão fornece as
medidas necessárias.

Tipos e aplicações dos condutores elétricos

Devido à grande diversidade de utilização, os condutores elétricos são fabricados


em diversos tipos, cuja finalidade é atender com eficiência as mais variadas
aplicações.

Dependendo da tensão, os condutores servem para:

 Baixa tensão (até 1000 V CA e 1500 V CC);


 Média tensão (de 1000 V a 25000 V);
 Alta tensão (acima de 25000 V).

Neste trabalho, só citaremos os condutores para baixa tensão, pois são os que
usamos normalmente nas instalações prediais.

Seções mínimas dos condutores elétricos

A NBR 5410/ 97 estabelece os seguintes critérios com relação às seções mínimas


para os condutores fase, neutro e terra.

 Condutor fase;
 Condutor neutro: se existir deve possuir a mesma seção do condutor fase;
 Condutor terra: a mesma do condutor fase.

19.1 Dimensionamento dos condutores elétricos

Assim como o diâmetro de um cano é função da quantidade de água que passa em


seu interior, a bitola de um condutor depende da quantidade de corrente elétrica que
por ele circula. Além disso, toda vez que há circulação de corrente, o condutor se
aquece, devido ao "atrito" dos elétrons em seu interior. No entanto, há um limite
máximo de aquecimento suportado pelo fio ou cabo, acima do qual, ele começa a se
deteriorar. Nessas condições, os materiais isolantes se derretem, expondo o
condutor de cobre e podendo provocar choques e causar incêndios.
Para evitar que os condutores se aqueçam acima do permitido, devem ser
instalados disjuntores ou fusíveis nos quadros de luz. Esses dispositivos funcionam
como uma espécie de "guarda-costas" dos cabos, desligando automaticamente a
instalação, sempre que a temperatura nos condutores começar a atingir valores
perigosos.

SENAI – PB 81
Dessa forma, o valor do disjuntor ou fusível (que é expresso sempre em Ampères –
A) deve ser compatível com a bitola do fio, sendo que ambos dependem da corrente
elétrica que circula na instalação.

Fonte: Instituto Brasileiro do Cobre / Pirelli / Ficap S/A – set/98.

Vejamos algumas definições importantes, para que possamos desempenhar a


atividade de dimensionar os condutores para uma instalação.

Corrente de projeto (IB) - É a corrente máxima prevista em um circuito nas


condições normais de funcionamento. É a corrente utilizada para a maioria dos
cálculos (queda de tensão, dispositivo de proteção, condutores,...).

Capacidade de condução de corrente (Iz) - É a corrente máxima que pode ser


conduzida continuamente por um condutor, em condições especificadas, sem que a
sua temperatura em regime permanente ultrapasse um valor especificado.

Tabela 1 - Comprimento máximo dos circuitos

Comprimento máximo do circuito em função da


Capacidade de
Seção nominal queda de tensão (m)
condução de
(mm2) Eletroduto não-metálico Eletroduto metálico
corrente (A)
127 V 220 V 127 V 220 V
1,5 15,5 8m 14 m 7m 12 m
2,5 21 10 m 17 m 9m 15 m
4 28 12 m 20 m 10 m 17 m
6 36 13 m 23 m 12 m 21 m
10 50 32 m 56 m 29 m 50 m
16 68 37 m 64 m 33 m 57 m
25 89 47 m 81 m 38 m 66 m
35 111 47 m 81 m 41 m 71 m
50 134 50 m 86 m 44 m 76 m
70 171 54 m 94 m 46 m 80 m
95 207 57 m 99 m 49 m 85 m
120 239 59 m 102 m 51 m 88 m
150 275 60 m 103 m 50 m 86 m
185 314 60 m 104 m 51 m 88 m
240 369 60 m 104 m 47 m 82 m
300 420 58 m 100 m 45 m 78 m

82 SENAI - PB
19.2 Dispositivos de proteção

Qualquer instalação elétrica está sujeita a defeitos, que podem provocar acidente,
sendo, portanto, necessária a existência de um sistema de proteção e segurança
adequados, a fim de evitá-los. Como vimos anteriormente, a NBR 5410 tem a
finalidade de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado
da instalação e a conservação dos bens, ou seja, visa à proteção contra os perigos e
o funcionamento anormal da instalação, tais como:

 Proteção contra sobrecorrentes;


 Proteção contra choques elétricos;
 Proteção contra sobretensões e subtensões;
 Proteção contra falta de fase.

Todas as instalações elétricas de baixa tensão devem ser projetadas e executadas


de forma que possam conduzir a corrente calculada em projeto, isto é, a corrente
prevista, conduzida por um circuito durante seu funcionamento normal.

Porém, estas instalações estão sujeitas as condições anormais de funcionamento,


provocadas por defeitos que poderão elevar o valor da intensidade de corrente
elétrica que circula pelos condutores em relação ao valor da intensidade de corrente
de projeto, que foi utilizado como base para o dimensionamento da instalação. A
norma NBR 5410 define estas condições de funcionamento anormais como sendo
uma sobrecorrente, devendo a instalação possuir algum dispositivo que ofereça
proteção contra este tipo de defeito ocasional. Estas condições de sobrecorrentes
encontram-se subdivididas em sobrecargas e curtos-circuitos.

De acordo com as normas brasileiras, as definições para sobrecorrente, correntes


de sobrecarga e corrente de curto-circuito são:

 Sobrecorrente: Corrente cujo valor excede o valor nominal. Para condutores, o


valor nominal é a capacidade de condução de corrente;

 Corrente de sobrecarga: Sobrecorrente em um circuito, sem que haja falta


elétrica;

 Corrente de curto-circuito: Habitualmente, é uma corrente com valor muitas


vezes acima do valor nominal.

As instalações elétricas, em particular os condutores, podem suportar uma


sobrecarga, ou seja, suportam valores de corrente considerados como elevados,
durante algum tempo, sem sofrerem qualquer deterioração. No entanto, por ser uma
condição anormal, esta corrente deverão ser detectadas e interrompidas por
dispositivos adequados.

Nas condições de curto-circuito, a intensidade de corrente assume valores


bastante elevados em relação à corrente de projeto podendo as instalações elétricas
suportar estas condições de funcionamento durante um tempo muito curto, sem
sofrerem qualquer deterioração. Portanto, nesta condição anormal, estas correntes

SENAI – PB 83
deverão ser detectadas e interrompidas pelos dispositivos de proteção, muito
rapidamente.

Conforme a NBR 5410, todos os condutores vivos devem ser protegidos por um ou
mais dispositivos de seccionamento automático contra sobrecargas e curtos-
circuitos. Os dispositivos de proteção, neste caso, protegem os condutores e não
garante a proteção dos equipamentos ligados a esses condutores. Os equipamentos
a eles ligados devem ter sua proteção específica e, se necessário, incorporada no
equipamento.

A norma NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão - no item 5.3, proteção
contra sobrecorrentes, determina os critérios para utilização de fusíveis e disjuntores
na proteção contra sobrecorrentes de cabos elétricos. A norma determina ainda que
estas proteções possam ser feitas por um único dispositivo, que garante
simultaneamente a proteção contra correntes de sobrecarga e contra correntes de
curto-circuito, ou por dispositivos distintos.

20 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA CORRENTES DE


SOBRECARGA E CONTRA CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO

Esses dispositivos de proteção devem ser capazes de interromper qualquer


anormalidade da corrente, presumida no ponto em que o dispositivo for instalado.

20.1 Fusíveis

São dispositivos de proteção destinados a interromper a corrente que circula em um


circuito elétrico no caso de curto-circuito ou sobrecarga de longa duração. Eles são
formados por um corpo de material isolante, no qual está inserida uma lâmina de um
metal de baixo ponto de fusão chamado de elo fusível, intercalado em um ponto
determinado do circuito. E este fusível se funde por calor quando a intensidade de
corrente elétrica aumenta em razão de um curto-circuito ou sobrecarga.

Tipos de fusíveis (segundo a característica de desligamento)

Existem vários modelos de fusíveis, sendo mais utilizados os fusíveis do tipo


Cartucho, Diazed e o NH (Niederspannungs Hochleitungs).

 Efeito rápido - É destinada a proteção de circuitos em que não ocorre variação


considerável de corrente, quando o circuito é acionado. Ex. circuitos puramente
resistivos;

 Efeito retardado - São fusíveis que suportam por alguns segundos a elevação
do valor da corrente. Caso típico que ocorre na partida de motores em que a
corrente de partida pode atingir de 5 a 7 vezes a corrente nominal.

84 SENAI - PB
Fusível tipo cartucho

É o tipo mais comum de fusível, bastante utilizado em residências. O seu elo é


constituído por um fio metálico e o seu corpo isolante é fabricado em papel,
porcelana ou vidro. Em alguns casos, é possível encontrar areia fina no seu interior,
e esta serve para dispersar o calor do elo do fusível. (Figura 1.20)

Figura 1.20 – Fusível tipo cartucho

Fusíveis tipo “D” - DIAZED

É um dos mais antigos fusíveis, denominado Diazed, sendo chamado em alguns


países, simplesmente, de “Zed” ou ainda de “Garrafa”. A designação oficial a ser
usada é tipo D. (Figuras 2.20 e 3.20)

Características:

 Categoria de utilização - Ação retardada e ultrarrápida;


 Tensão nominal – 500 V em corrente alternada;
 Elemento fusível - Liga cobre ou prata;
 Área de contato - Liga latão com tratamento de superfície em níquel;
 Corpo - Material cerâmico;
 Faixa de atuação – 2 A a 63 A em 500 V.

Figura 2.20 – Fusível Diazed

Figura 3.20 – Conjunto para


fusível Diazed

SENAI – PB 85
Fusíveis “NH”

Foram desenvolvidos na Europa e denominados NH, com contato tipo lâmina para
encaixar. Os NH’s podem ser montados como lâminas (facas) de seccionador,
constituindo uma chave fusível; eliminando a necessidade de uma chave
seccionadora em serie com uma base de fusíveis; e diminuindo assim o espaço
ocupado.

Os fusíveis NH têm indicador de operação, que é constituído por um fio fino em


paralelo com o elo fusível, e a indicação é feita por um pistão ou uma bandeira. A
corrente é praticamente toda conduzida pelo elo fusível, de modo que após o
rompimento deste, a corrente passa a ser conduzida pelo fio que romperá em um
intervalo de tempo desprezível, após a interrupção do elo. (Figura 4.20)

Figuras 4.20 – Fusíveis NH

20.2 Disjuntores termomagnéticos

São dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e interrupção de


corrente, quando surgem no circuito condições anormais de trabalho, como curto-
circuito ou sobrecargas.

Os disjuntores apresentam grande vantagem em relação aos fusíveis, quando um


curto-circuito. Se ocorrer um desarme do disjuntor, após a verificação e reparo no
defeito ocorrido, basta acionar a alavanca de acionamento para que o dispositivo
volte a operar, não sendo necessária sua substituição, como ocorre com os fusíveis.
(Figura 5.20)

Disjuntores padrão NEMA Disjuntores padrão IEC

Figura 5.20 – Disjuntores termomagnéticos

86 SENAI - PB
Características elétricas

a) Monopolar;
b) Bipolar;
c) Tripolar.

O disjuntor deve possuir dois elementos de acionamento ou disparo com


características distintas para cada tipo de falha:

a) Disparador térmico contra sobrecargas - Consiste em uma lâmina bimetálica


(dois metais de coeficientes de dilatação diferentes), que ao ser percorrido por uma
corrente acima de sua calibragem, aquece e entorta, acionando o acelerador de
disparo que desliga o disjuntor.

b) Disparador magnético contra curtos-circuitos - È formado por uma bobina


(tubular ou espiralada), intercalada ao circuito, que ao ser percorrido por uma
corrente de curto-circuito, cria um campo magnético que atrai a armadura,
desligando instantaneamente o disjuntor.

A combinação desses dois disparadores protege o circuito elétrico contra correntes


de alta intensidade e de curta duração, que são as correntes de curto-circuito
(disparador magnético), e contra as correntes de sobrecarga (disparador térmico).

Partes do disjuntor termomagnético. (Figura 6.20)

Figura 6.20 – Partes do disjuntor

SENAI – PB 87
Seletividade

Numa instalação elétrica, os disjuntores têm por finalidade principal proteger os


condutores dos respectivos circuitos contra correntes de sobrecarga e de curto-
circuito. Nessas condições, tais dispositivos devem ser coordenados (seletividade)
com os condutores a serem protegidos. (Figura 7.20)

Figura 7.20 – Disposição de dispositivos de proteção

A proteção de uma instalação deverá ser coordenada de tal forma que atuem, em
primeiro lugar, as proteções mais próximas às cargas e, as demais, seguindo a
sequência. Caso contrário, um problema em um ponto da instalação poderá
ocasionar uma interrupção do fornecimento geral de energia. Assim, não poderemos
ter no Quadro de Distribuição de um Circuito - QDC de uma residência, disjuntores
de 50 A, se o disjuntor geral instalado no “Padrão de Entrada” for de 40 A.

20.3 Dispositivo diferencial residual – DR

A Norma NBR 5410 da ABNT determina que devam ser utilizados os Dispositivos
Diferenciais Residuais – DR de alta sensibilidade (inferior a 30 mA), com o objetivo
de proteger as pessoas e animais domésticos contra os choques elétricos, nos
circuitos elétricos:

Casos em que o uso de dispositivo DR é obrigatório

 Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais, contendo


banheira ou chuveiro;

 Os circuitos, que alimentem tomadas situadas em áreas externas à edificação;

 Os circuitos que em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados


em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais
dependências internas molhadas ou sujeitas a umidade.

A proteção dos circuitos por DR pode ser realizada individualmente ou por grupos de
circuitos. As condições gerais de instalação devem obedecer às prescrições
descritas a seguir:

88 SENAI - PB
 O circuito magnético dos dispositivos DR deve envolver todos os condutores
vivos do circuito, inclusive o neutro. Por outro lado, o Condutor de Proteção (PE
ou terra) correspondente deve passar exteriormente ao circuito magnético. Os
condutores de proteção não podem ser seccionados;

 Os dispositivos DR devem ser selecionados e os circuitos elétricos, divididos de


forma tal que, as correntes de fuga para a terra, susceptíveis de circular durante
o funcionamento normal das cargas alimentadas, não possam provocar a
atuação desnecessária do dispositivo. (Figura 8.20)

Dispositivo DR Dispositivo DR ou Disjuntor DR


bipolar tetrapolar bipolar

Figura 8.20 – Disjuntor residual diferencial

Outros dispositivos de proteção

Além dos dispositivos mostrados até o momento, poderemos utilizar outros


componentes elétricos destinados à proteção, geralmente empregados nas
instalações industriais:

 Relé de sobrecarga;
 Relé de falta de fase;
 Disjuntor motor.

Dimensionamento de um disjuntor

Sempre que temos de dimensionar um disjuntor, devemos conhecer a:

 Corrente nominal da carga (IN);


 A capacidade máxima de condução de corrente dos condutores.

A corrente de operação de um disjuntor é 30 % maior que a corrente nominal do


circuito. O cálculo da corrente nominal do circuito deve ser feito, através da
utilização da Lei de Ohm.

SENAI – PB 89
Onde: P – Potência E – Tensão IN – Corrente Nominal

P
IN = ID = IN + (IN x 0,30)
E

Exemplo: Calcular o valor do disjuntor para um circuito, cuja potência é 4,4 KW,
alimentado por uma tensão de 220 V.

Dados: P 4400 = 20 A
IN = =
E 220
P = 4,4 KW = 4400 W
E = 220 V ID = IN + (IN x 0,30) = 20 + (20 x 0,30) = 20 + 6 = 26 A
IN = ?
Comercialmente, o disjuntor mais próximo do valor
ID = ?
calculado é o de 25 A

EXERCÍCIO

1º Quais as consequências de um mau dimensionamento dos condutores da


instalação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2º Quais os tipos mais usuais de fusível? Explique como atuam.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3º Qual a diferença de um disjuntor em relação ao fusível em uma residência?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4º Dimensione os condutores e os disjuntores para as situações abaixo:

a) Um chuveiro elétrico de potência 3200 W conectado em uma tensão de 220 V.

b) Três refletores de potencias 400 W, uma freezer de 0,75 CV, ambos conectados a
uma rede elétrica de 220 V.

90 SENAI - PB
c) 20 lâmpadas incandescentes de 100 W e 03 ventiladores de 1 HP, ambos
conectados a uma rede de 110 V.

21 EMENDAS OU CONEXÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Em geral, as emendas ou conexões são inevitáveis. A sua execução pode trazer


tanto problemas, elétricos como mecânicos. Para evitar esses problemas é
necessário executá-las, obedecendo a certos critérios que permitem a passagem da
corrente elétrica, sem perda de energia. As recomendações básicas são:

 Remover a isolação do fio, de tal forma que seja o suficiente para no ato de
emendá-los, não ocorrer falta e nem sobra. Aproximadamente 50 vezes o
diâmetro do condutor; (Figura 1.21)

50 x d
d (diam. em mm)

Figura 1.21 – Desencape do fio

 Após remover a isolação, o fio deve estar completamente limpo, isto é, isento de
pó, partículas de massa de reboco, tintas, substâncias oleosas, etc.

 As emendas devem ser feitas, de modo que, a firmeza delas independa do


material isolante, e ser bem apertada, proporcionando ótima resistência
mecânica e ótimo contato elétrico;

 As emendas devem ser soldadas, visando o aumento da resistência mecânica, e


da área de contato e evitando a oxidação.

Emenda de condutores em prosseguimento

Esta operação consiste em unir fios para prolongar linhas, sendo eles rígidos
flexíveis ou uma mistura de ambos. (Figuras 2.21 e 3.21)

Figura 2.21 – Emenda de prosseguimento Figura 3.21 – Emenda de prosseguimento


entre fios rígidos entre fios rígidos e flexíveis

SENAI – PB 91
Emenda de condutores em derivação

Este tipo de emenda tem como objetivo unir o extremo de um fio (ramal) numa
região intermediária (rede), para tomar uma alimentação elétrica. (Figura 4.21)

Figura 4.21 – Emenda de derivação entre fios rígidos

Emenda de condutores em “rabo-de-rato”

Este tipo de emenda é utilizado para unir condutores em instalações embutidas, e as


mesmas só deverão ser feitas, exclusivamente, dentro das caixas de passagem e
nunca dentro das tubulações. (Figura 5.21)

Figura 5.21 – Emenda rabo-de-rato entre fios rígidos

Outros tipos de conexões:

Conectores. (Figuras 6.21 e 7.21)

Figura 6.21 – Conector tipo barra Figura 7.21 – Conector tipo SAK

92 SENAI - PB
Olhal

Quando se deseja conectar fios diretamente aos bornes de elementos, tais como
interruptores, tomadas, receptáculos, dispositivos de proteção e controle,
barramentos de quadro, etc., executa-se essa operação por meio do olhal. (Figuras
8.21, 9.21 e 10.21)

Figura 8.21 – Olhal

Figura 9.21 – Olhal de fio

Nota: O olhal deve ser sempre colocado no sentido de aperto do parafuso,


como mostra a figura abaixo, com o objetivo de não se abrir ao se apertar o
parafuso.

(a) (a) (b) (b) (b) (c) (c) (c) (c) (c)

Figura 10.21 – Terminais

a) Tipo pino
b) Tipo forquilha
c) Tipo olhal

SENAI – PB 93
Solda

É uma liga de dois materiais, o estanho e o chumbo. Conforme a proporção de cada


um desses dois elementos, a solda pode ser usada para a realização de diversos
trabalhos.

As ligas (misturas) de materiais usadas nos trabalhos de eletricidade para soldagem


de emenda, terminais, etc., apresentam baixo ponto de fusão, na proporção de 67 %
de estanho e 33 % de chumbo. Com esta proporção, a solda se funde a uma
temperatura aproximada de 170 ºC. (Figura 11.21)

Figura 11.21 – Solda de liga de estanho

A solda pode ser encontrada em formato de barras ou fios. A encontrada em forma


de fios tem diâmetros que variam entre 0,8 a 1,5 mm, sendo a mais usada em
eletrônica. Apresenta uma proporção de 60 % de estanho e 40 % de chumbo e
possui no seu interior núcleo de resina que tem por finalidade facilitar a aderência da
solda nos locais em que deve ser aplicada.

É utilizada, por exemplo, para unir condutores (fios) elétricos dando à emenda as
seguintes propriedades:

 Boas condições de condutibilidade elétrica (bom contato elétrico);


 Impedir o processo de oxidação;
 Resistir melhor aos esforços mecânicos.

21.1 Isolação das emendas

Os materiais isolantes podem se apresentar em vários formatos: forma de fita, de


tubo termo contrátil ou em forma líquida. O isolante mais utilizado é a fita, que pode
ser de borracha (autofusão) ou plástica.

A fita isolante plástica (Figura 12.21 a) é uma tira de material plástico, possuindo
em um dos lados uma substância adesiva a base de borracha, sensível à pressão. É
fabricada em diversas cores: branca, amarela, azul, verde, vermelha e preta. Há
também na textura líquida (Figura 12.21 b). Sendo aplicada para a recomposição da
camada isolante ou para a cobertura de cabos elétricos em emendas e
acabamentos, nas instalações em geral. Recomendada em situações abrigadas.

94 SENAI - PB
A fita isolante de borracha (Figura 21.21 c) é uma tira elástica fabricada com
diversos compostos de borracha e não possui adesivos. Possui como característica
a “autofusão”, isto é, ela se funde quando sobreposta, formando uma massa lisa e
uniforme. É aplicada para reposição da camada isolante de cabos elétricos em
emendas e terminações expostas aos efeitos do tempo.

Figura 12.21 a – Fita isolante Figura 12.21 b – Fita Figura 12.21 c – Fita de
isolante líquida borracha
(alta fusão)

Nota: É recomendado esticar bem a fita no momento da


isolação e fazer três camadas de isolante na emenda.

SENAI – PB 95
EXERCÍCIO

1º Quais as vantagens que o cobre pode oferecer em relação ao uso do alumínio, na


confecção dos fios e cabos elétricos.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2º Qual a diferença entre fio rígido e flexível? Em quais situações podemos utilizar
cada um deles?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3º Complete:

Um condutor de 14 AWG em mm2 é o ______, já o 12 AWG em mm2 é o ______.

4º Qual a diferença entre a fita isolante e a fita de alta fusão, no sentido de aplicação
na instalação elétrica?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5º Qual a importância de soldar os condutores após a emenda?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

96 SENAI - PB
22 ELETRODUTOS

A norma NBR IEC 50 referente ao Vocabulário Eletrotécnico Internacional, define


eletroduto como sendo o elemento de linha elétrica fechado, de seção circular ou
não, destinado a conter condutores elétricos providos de isolação, permitindo tanto a
enfiação como a retirada destes.

Os eletrodutos apresentam como principais funções:

1. Propiciar aos condutores proteção contra impactos mecânicos;

2. Propiciar aos condutores proteção contra ataques do meio ambiente, agentes


agressivos, dispersos no meio ambiente (sais, ácidos, gases, óleos, etc.);

3. Fornecer ao meio uma proteção contra os perigos de incêndio, resultantes de


eventuais superaquecimentos dos condutores ou arcos voltaicos;

4. Proporcionar aos condutores um envoltório metálico aterrado (no caso de


eletrodutos metálicos), a fim de evitar perigos de choque elétrico.

Classificação dos eletrodutos

Os eletrodutos podem ser classificados, quanto:

1. Ao material:

 Não metálicos – PVC, plástico com fibra de vidro, polipropileno, polietileno de alta
densidade;

 Metálicos - aço carbono galvanizado ou esmaltado, alumínio e metálicos flexíveis;

2. À flexibilidade: rígidos e flexíveis;

3. À forma de conexão: roscáveis e soldáveis.

4. À espessura da parede: parede fina, e parede grossa.

Eletrodutos de PVC rígido roscáveis (parede grossa)

Os eletrodutos de PVC rígido roscáveis são


fabricados na cor preta, com comprimento comercial
de 3 metros, nos diâmetros referenciais de: 1/2”,
3/4”, 1”, 1 1/4”, 1 1/2”, 2”, 2 1/2”, 3” e 4”. É feito com
um material anti-chama que atende aos requisitos
das normas NBR 5410 e NBR 15465. Possui uma
linha de conexões e acessórios para derivações. Figura 1.22 – Eletroduto
(Figuras 1.22, 2.22 e 3.2) roscável de PVC

SENAI – PB 97
Curva 90° Curva 90° Curva 180° Luva Bucha e arruela
curta longa metálica

Figura 2.22 – Peças de PVC rígido

Caixa 2 x 4” Caixa 4 x 4” Caixa 6 x 6”


(retangular) (quadrada) (octogonal com fundo móvel)

Figura 3.22 - Acessórios para tubulações rígidas

Eletrodutos de PVC rígido soldáveis (parede fina)

Os eletrodutos de PVC rígido soldáveis são fabricados na cor preta, com


comprimento comercial de 3 metros, nos diâmetros referenciais de 20, 25 e 32 mm.
É um material antichama, que atende aos requisitos das normas NBR 5410 e NBR
15465. (Figura 4.22)

Eletroduto soldável Luva de pressão Curva de 90º Curva de 90º


de PVC
Figura 4.22 – Eletroduto
soldável de PVC

Eletrodutos de PVC flexíveis corrugados

Os eletrodutos flexíveis corrugados são fabricados em PVC e possuem elevada


resistência ao amassamento, mesmo quando instalados em lajes de concreto. São
aplicados embutidos em paredes, lajes e pisos, podendo ser utilizado em instalações
elétricas residenciais, comerciais e industriais. De acordo com a norma NBR 15.465,

98 SENAI - PB
existem os eletrodutos de PVC flexíveis série leve,
de coloração amarela, para instalações que
exigem leve esforço mecânico de compressão,
podendo ser utilizados em paredes de tijolos e
outros. Além dos de série reforçada, de coloração
laranja, para instalações que exigem esforço
mecânico médio, podendo ser utilizados em lajes e
pisos. (Figura 5.22)
Figura 5.22 – Tubulação em PVC
flexível

Eletrodutos flexíveis para tubulações subterrâneas

Os eletrodutos para uso em instalações subterrâneas de energia e


telecomunicações possuem alta resistência à compressão. Estão disponíveis nos
diâmetros de 30, 50, 75, 100, 125 e 150 mm. Além de ser fornecido com arame guia
de aço galvanizado e revestido em PVC, quando comparado com outros tipos de
tubulações subterrâneas, apresentam vantagens em relação ao custo. (Figura 6.22)

Figura 6.22 – Tubulação em PVC flexível para pisos

Eletrodutos metálicos rígidos

Os eletrodutos metálicos rígidos são tubos de aço, com ou sem costura longitudinal,
galvanizados interna e externamente, que, de acordo com a espessura da parede,
podem ser classificados em leve, médio ou pesados. Comercialmente, são
adquiridos em barras de 3 metros com diferentes diâmetros. (Figura 7.22)

Os tubos se destinam, geralmente, a instalações elétricas industriais, sendo usados


de forma aparente com um conjunto de conexões, acessórios e caixas de
passagem.

Figura 7.22 – Tubulação metálica

SENAI – PB 99
Conexões e acessórios para instalações aparentes. (Figura 8.22)

Figura 8.22 – Acessórios para tubulações metálicas

Eletrodutos metálicos flexíveis

Os eletrodutos metálicos flexíveis são formados por uma cinta de aço galvanizado,
enrolada em espiras meio sobrepostas e encaixadas, de tal forma que, o conjunto
proporcione boa resistência mecânica e grande flexibilidade. Esses eletrodutos são
fabricados com um revestimento de PVC a fim de proporcionar maior resistência e
durabilidade. Podem ser adquiridos comercialmente em metros ou em rolos de até
100 m. São aplicados nas instalações expostas em máquinas, motores e
equipamentos industriais, principalmente, os que possuam algum tipo de vibração.
(Figura 9.22)

Figura 9.22 – Eletroduto metálico


flexível
Canaletas

As canaletas são utilizadas em instalações elétricas prediais aparentes, em que a


mudança de layout ocorre com frequência em ampliações de instalações que não
estavam previstas. O seu se dá quando não é possível quebrar paredes ou não se
quer ter muitos gastos com a realização de obras.

100 SENAI - PB
Produzidas em PVC rígido e poliestireno de alto impacto, proporciona ao sistema,
segurança contra fuga de correntes ou choques. A linha é composta por canaletas
de diferentes larguras (com ou sem divisão central), caixas de sobrepor, matajuntas,
interruptores, tomadas, tomadas para telefone, tomadas para rede de informática e
cigarras, entre outros. (Figura 10.22)

Figura 10.22 – Canaletas

22.1 Dimensionamento de eletrodutos (Tabela em anexo)

De acordo com a norma NBR 5410, a taxa máxima de ocupação em relação à área
da secção transversal dos eletrodutos não deve ser superior a: (Figura 11.22)

 53 % para um condutor ou cabo;


 31 % para dois condutores ou cabos;
 40 % para três condutores ou cabos.

Diâmetro externo do
tubo

Figura 11.22 – Capacidade de alocação de condutores


em eletroduto

“Perder tempo em aprender coisas que não


interessam, priva-nos de descobrir coisas
interessantes.”

Carlos Drummond de Andrade

SENAI – PB 101
23 PLANEJAMENTO DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA

Para executar corretamente qualquer tipo de trabalho, deverá ser feito um


planejamento: o que fazer e como deverá ser feito, e quais os materiais que serão
utilizados. Dessa forma poderemos executar o trabalho com melhor qualidade,
eficiência e segurança, reduzindo o tempo de execução e o custo. O planejamento
para a execução de uma instalação elétrica residencial deverá ter, como base, os
seguintes passos:

 Utilizar um diagrama ou esquema elétrico da instalação a ser executada;

 Analisar e interpretar os diagramas, identificando os símbolos dos componentes


elétricos, o traçado dos eletrodutos, os condutores e a separação dos circuitos
elétricos;

 Descrever a ordem de execução dos serviços, observando os pontos que


merecem destaque e programando o tempo necessário para a execução desses
serviços;

 Descrever as ferramentas, equipamentos e instrumentos a serem utilizados;

 Observar as especificações dos materiais elaborando uma listagem que


contenha o quantitativo desses materiais;

 Elaborar a relação de equipamentos de proteção individual necessários para o


desenvolvimento das atividades, descrevendo as precauções com relação à
segurança no trabalho;

 Descrever quais as normas técnicas e os catálogos de fabricantes que


deveremos ter em mãos e que poderão ser consultados para fundamentar a
execução dos serviços.

Obs.: As planilhas e os roteiros de planejamento das atividades encontram-se em


anexo no final deste módulo.

23.1 Previsão de cargas da instalação elétrica

Todos os aparelhos elétricos solicitam uma determinada potência da rede elétrica. O


objetivo da previsão de cargas é a determinação da potência, e da quantidade e a
localização de todos os pontos de consumo de energia elétrica da instalação. A
estimativa preliminar da carga é feita com base na utilização da instalação e na
densidade de carga W/m² (Watts por metro quadrado). Os valores apresentados na
tabela são estatísticos e referem-se às cargas de iluminação.

A NBR – 5410/90 estabelece condições mínimas, adotadas para quantificação,


localização e potência dos pontos de iluminação e tomadas em habitações.

102 SENAI - PB
 Iluminação

a) Condições para se estabelecer a quantidade mínima de pontos de luz:

 Prever pelo menos um ponto de luz no teto para cada recinto, comandado por
interruptores;

 Arandelas no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do boxe.

b) Condições para se estabelecer a potência mínima de iluminação:

 Recintos com área menor ou igual a 6 m²: atribuir um mínimo de 100 VA;

 Recintos com área superior a 6 m²: atribuir um mínimo de 100 VA para os


primeiros 6 m², acrescidos de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.

Nota: A NBR – 5410/90 não estabelece critérios para iluminação


de áreas externas. Esta caberá ao projetista e ao cliente.

Exemplo: Qual a carga de iluminação incandescente a ser instalada numa sala de


3,5 m de largura e 4 m de comprimento?

Área da sala: 3,5 m x 4 m = 14 m2

Carga para a iluminação: Para os primeiros 6 m2, atribuir 100 VA. Para os outros 8
m2, 60 VA + 60 VA. A carga total será: 100 VA + 60 VA + 60 VA = 220 VA

Nota: A potência da iluminação do ambiente poderá variar de acordo


com fatores, como: pé-direito, cor das paredes e do teto do cômodo.

 Tomadas

a) Condições para se estabelecer a quantidade mínima para Tomadas de Uso


Geral (TUG’s):

 Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m²: no mínimo uma


tomada;

 Cômodos ou dependências com área superior a 6 m²: no mínimo uma tomada


para cada 5 m ou fração de perímetro, espaçada tão uniforme quando possível;

 Cozinhas e copas: uma tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro,


independente da área;

SENAI – PB 103
 Banheiros: no mínimo uma tomada junto ao lavatório, com uma distância mínima
de 60 cm do box, independente da área;

 Subsolos, varandas, garagens ou sótãos: no mínimo uma tomada, independente


da área.

b) Condições para se estabelecer a potência mínima de TUG’s:

 Banheiros, cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes:


atribuir 600 VA para as três primeiras tomadas e 100 VA para cada uma das
excedentes;

 Demais cômodos ou dependências: atribuir 100VA por tomada.

c) Condições para se estabelecer a quantidade de Tomadas de Uso Específico


(TUE’s):

As tomadas de uso específico são aquelas destinadas à ligação de equipamentos


fixos ou estacionários. A quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o
número de aparelhos de utilização.

d) Condições para se estabelecer a potência de TUE’s:

Deve-se atribuir, para cada TUE, a potência nominal do equipamento a ser


alimentado.

Quadro nº 2 – Tabela de Carga (Preencha o quadro 2 com os dados do projeto).

DIMENSÕES TUE
CÔMODO ÁREA PERÍMETRO ILUMINAÇÃO TUG Aparelho Potência
(m2) (m)

24 DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS

A norma vigente, a NBR 5410/97 – “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”,


determina que sejam separados os circuitos elétricos de TUG e os de iluminação.

Deverá ser previsto um circuito elétrico, também separado, para cada equipamento
elétrico de corrente nominal superior a 10 A (1.270 VA em 127 V e 2200 VA em 220
V), como os chuveiros elétricos, os fornos elétricos, os fornos de microondas, etc.

É importante que uma instalação elétrica seja dividida em circuitos elétricos parciais,
para facilitar: a inspeção, a manutenção e a proteção, que será melhor
dimensionada, reduzindo as quedas de tensão e aumentando a segurança.

104 SENAI - PB
Se na residência tiver um só circuito para toda a instalação elétrica, o disjuntor
deverá ser de grande capacidade de interrupção de corrente, sendo que um
pequeno curto-circuito poderá não ser percebido por ele.

Entretanto, se na residência tiver diversos circuitos, dimensionados adequadamente,


com vários disjuntores de capacidades de interrupção de correntes menores, àquele
pequeno curto-circuito poderá ser percebido pelo Disjuntor do circuito em questão,
que o desligará. Com isso somente o circuito onde estiver ocorrendo um curto-
circuito ficará desligado (desenergizado).
(Texto extraído e adaptado do Manual de Instalações Elétricas Residenciais Cemig 001/2003)

Nota: A norma NBR 5410/97 determina que o condutor neutro terá que ser único
para cada circuito elétrico, isto é, cada circuito elétrico deverá ter o seu próprio
condutor neutro. Este condutor só poderá ser seccionado, quando for
recomendado por esta norma.

24.1 Locação dos pontos elétricos

Tendo sido definidos todos os pontos de utilização de energia elétrica da instalação,


a sua locação em planta será feita, através de simbologia gráfica. Ao fazer a
locação dos pontos em planta, o projetista deverá estar atento às seguintes
recomendações:

a) Fazer o desenho, utilizando um gabarito específico para projetos de instalações


elétricas, e a simbologia apropriada para cada ponto de utilização, que é
colocada ao lado de cada ponto com a sua respectiva potência;
b) Observar o projeto arquitetônico, o projeto estrutural e os demais projetos de
utilidades da residência, evitando locar pontos elétricos sobre elementos
estruturais (pilares ou vigas de concreto);
c) Observar o layout detalhado no projeto de ambientação ou, na ausência deste,
manter uma interlocução com o cliente, visando localizar os pontos de maneira a:

 Distribuir uniformemente os pontos de iluminação geral;


 Distribuir uniformemente as tomadas de uso geral;
 Prever a localização de tomadas sobre as eventuais bancadas, existentes em
copas, cozinhas, áreas de serviço e banheiros;
 Localizar de maneira apropriada os comandos dos pontos de luz.

“Feliz aquele que transfere o que


sabe e aprende o que ensina.”

Cora Coralina

SENAI – PB 105
EXERCÍCIO

01. Em uma residência, há a necessidade de se instalar, nos seguintes cômodos:

Sala de estar - um interruptor conjugado com tomada para comandar uma lâmpada;
Sala de TV e som - três tomadas monofásicas;
Quarto 1, 2 e 3 - um interruptor paralelo para comandar uma lâmpada e
incandescente, duas tomadas monofásicas 2P+T;
Banheiros – um interruptor conjugado com tomada para comandar uma lâmpada e
uma tomada 2P+T para chuveiro, comandada por interruptor bipolar;
Cozinha – um interruptor de duas secções com tomada para comandar duas
lâmpadas e 3 tomadas 2P+T;
Área externa – uma fotocélula para comandar 3 lâmpadas fluorescentes.

Complete a planta-baixa com a simbologia UNIFILAR dos condutores. Desenhe os


diagramas MULTIFILAR de cada instalação e calcule a corrente total do circuito,
adotando 40 W para as lâmpadas, 4400 W para o chuveiro e 100 W para as
tomadas.

24.2 SETORES DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA

Circuito Elétrico - É o conjunto de equipamentos e condutores elétricos, ligados a


um mesmo dispositivo de proteção.

Dispositivo de Proteção - É um equipamento elétrico que atua, automaticamente,


pela ação de dispositivos sensíveis, quando o circuito elétrico encontra-se submetido
às condições anormais, com o objetivo de evitar ou limitar danos a um sistema ou
equipamento elétrico. Os principais dispositivos de proteção em instalações prediais
são os disjuntores termomagnéticos, os disjuntores diferenciais residuais e os
fusíveis.

Circuitos Terminais - Os circuitos terminais partem dos quadros de distribuição e


são conectados diretamente aos terminais da carga (lâmpadas, tomadas, aparelhos
elétricos e motores).

24.3 Localização dos quadros elétricos

Quadro Terminal de Residências (Apartamentos e Casas)

O quadro de distribuição terminal em residências deve estar localizado:

a) Em ambiente de serviço ou circulação;


b) Em local de fácil acesso.

106 SENAI - PB
24.4 Divisão da instalação em circuitos terminais

 Limitar as consequências de uma falha, que provocará apenas o seccionamento


do circuito defeituoso;

 Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção;

 Fazer com que cada circuito possa ser seccionado, sem risco de realimentação,
independente de outros circuitos;

 Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos


de utilização que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos
terminais distintos para iluminação e tomadas;

 Devem ser previstos circuitos independentes para as TUG`s da cozinha, copa e


área de serviço;

 Equipamentos que absorvam corrente igual ou superior a 10 A devem possuir


TUE`s;

 Deve ser previsto um circuito exclusivo para cada TUE;

 A potência dos circuitos, com exceção de circuitos exclusivos para TUE’s, deve
estar limitada a 1200 VA em 127 V, ou 2200 VA em 220 V;

Em instalação com duas ou três fases, as cargas devem ser distribuídas


uniformemente entre as fases, de modo a obter-se o maior equilíbrio possível.

24.5 Recomendação para a representação da tubulação e da fiação

Orientações para o traçado de tubulações

a) A partir do Quadro de Distribuição, iniciar o traçado dos eletrodutos, procurando


os caminhamentos mais curtos e evitando o cruzamento de tubulações;

b) Devemos procurar interligar, inicialmente, os pontos de luz de todos os recintos;

c) Interligar os interruptores e tomadas ao (s) ponto (s) de luz de cada recinto;

d) Devemos evitar que as caixas, embutidas no teto, estejam interligadas a mais de


seis eletrodutos e que as caixas retangulares, embutidas nas paredes, se
conectem com mais de quatro eletrodutos;

e) Devemos limitar um máximo de cinco circuitos, para cada trecho de eletroduto,


pois, do contrário, poderemos vir a ter diâmetros elevados para os eletrodutos;

f) Em algumas ocasiões, é recomendável a utilização de tubulações embutidas no


piso, para o atendimento de circuitos de tomadas baixas e médias.

SENAI – PB 107
25 DIMENSIONAMENTOS DE CONDUTORES E DISPOSITIVOS DE
PROTEÇÃO

O dimensionamento de condutores tem por objetivo a determinação do valor da sua


seção nominal (bitola), de modo que possa transportar a corrente necessária ao
funcionamento do circuito, sem que haja sobre aquecimento nos condutores.

Para realizar o dimensionamento dos condutores é necessário seguir as seguintes


etapas:

 Calcular a corrente elétrica de cada circuito;


 Determinar o fator de agrupamento de cada circuito;
 Calcular a corrente corrigida de cada circuito;
 Determinar o a bitola do condutor em função da condução de corrente.

Cálculo da corrente de projeto (IB)

Deve-se determinar o valor da corrente, para a qual será dimensionado o condutor.


Esse valor é determinado pela corrente de projeto e, para cada circuito, ela é
determinada por meio da seguinte expressão:

IB = P ÷ E

Fator de agrupamento (f)

A corrente de projeto indica qual é a corrente elétrica que será transportada pelo
condutor. Essa corrente elétrica que passa pelo condutor, localizado dentro do
eletroduto, provoca um aquecimento, que é dissipado dentro do eletroduto. Quanto
maior for à quantidade de circuitos dentro do eletroduto, menor será a capacidade
de dissipar o calor, causando o super aquecimento do circuito e prejudicando a
capacidade de condução de corrente do condutor. Para solucionar este problema, a
NBR 5410/04 estabelece que seja feita a correção da corrente elétrica em função do
número de circuitos agrupados no interior do eletroduto. Deve-se seguir todo o
trajeto desse circuito e identificar em qual trecho do percurso há um maior
agrupamento de outros circuitos.

Cálculo da corrente corrigida (IC)

A corrente corrigida de um circuito é o valor da corrente de projeto em função do


agrupamento. Para calcular o valor da corrente corrigida de um circuito, basta aplicar
a seguinte fórmula:

IC = IB ÷ f

108 SENAI - PB
Quadro Nº 3 – Dimensionamento de Condutores (Preencha o quadro 3 com as
informações do projeto)

Fator de Corrente Secção dos


Tensão Potência Corrente de
Circuito agrupamento corrigida condutores
V W projeto (Ib)
(f) (Ic) mm2
Nº Tipo

Exemplo: Vejamos, no diagrama seguinte, como identificar o número de circuito por


tubulação. (Figura 1.25)

Cozinha

Figura 1.25 – Planta baixa com os circuitos nas tubulações.

Os círculos tracejados mostram o circuito e seus percursos. Podemos considerar


uma corrente de projeto de 30 A para a cozinha da casa e, no trecho apontado pela
seta, constatar que estão passando 02 circuitos distintos. Assim observamos que o
valor para dois circuitos é de f = 0,8.

SENAI – PB 109
Usando as fórmulas, temos:

IB = P ÷ E = 30ª IC = IB ÷ f = 30 / 0,8 = 37,5A

Concluímos que a corrente a ser considerada para dimensionarmos os condutores


e os respectivos dispositivos de proteção é de 37,5A.

Depois de dimensionar os condutores dos circuitos e seus respectivos eletrodutos, é


necessário determinar a proteção dos circuitos, devido à probabilidade de ocorrerem
sobre correntes e curto-circuito.

A NBR 5410/04 estabelece que “os condutores devem ser protegidos por um ou
mais dispositivos de seccionamento automático contra sobrecargas e curto-circuito”.

Quadro Nº 4 – Informações sobre os cômodos do projeto (Preencha o quadro 4


com as informações do projeto)

Dimensões Tue
Cômodo Iluminação Tug Aparelho Potência
Área (m2) Perímetro (m)

“As pessoas que vencem neste mundo são as que


procuram as circunstâncias de que precisam e, quando
não as encontram, as criam.”

George Bernard Shaw

110 SENAI - PB
EXERCÍCIO

1º Complemente os diagramas abaixo de acordo com a simbologia estabelecida na


NBR 5444.

Diagrama 1:

Diagrama 2.

SENAI – PB 111
26 INSTALAÇÕES DE TELEFONE

26.1 CABOS TELEFÔNICOS

Os cabos telefônicos da rede externa e da rede interna utilizam fios metálicos. Estes
fios transportam os sinais elétricos, ou seja, transportam as informações na forma de
variações de tensão. São constituídos por alguns pares, algumas dezenas ou até
3600 pares de fios. Estes pares de fios, ou pares metálicos, são, na realidade, dois
fios paralelos, geralmente de cobre e isolados um do outro.

Para a identificação e diferenciação destes pares de fios, emprega-se um código de


cores específico, que veremos adiante. Existe diferença entre os cabos telefônicos
quanto à quantidade de pares que formam cada cabo (capacidade) e, também,
quanto à utilização. Assim, existem cabos específicos para uso na rede externa,
bem como, cabos para utilização na rede interna.

Cabos Telefônicos Externos

Os cabos telefônicos usados na rede externa são,


geralmente, formados por uma grande quantidade de
pares metálicos, com capa externa de cor preta,
constituída por lâmina de alumínio, recoberta por uma
camada de material plástico. Desta forma, eles
possuem alta resistência (proteção contra) às condições
ambientais, tais como: chuva, umidade, calor e
mecânicas (de movimentação e impacto). (Figura 1.26) Figura 1.26 – Cabo Externo
CTP APL

São adequados para instalações externas, aéreas ou subterrâneas. Os cabos


telefônicos para uso na rede externa recebem a designação de cabos CTP APL ou
CCE APL.

Cabos Telefônicos Internos

Os cabos telefônicos empregados na rede interna, ou


seja, dentro das edificações são protegidos da umidade
por uma capa externa com menor resistência do que a
usada nos cabos da rede externa. (Figura 2.26)
Figura 2.26 – Cabo
Interno CCI

Os cabos telefônicos internos possuem a capa externa na cor cinza. Isto serve para
diferenciá-lo do cabo da rede externa, que tem a cor preta. Sua capacidade, ou seja,
a quantidade de pares metálicos por cabo é menor que a capacidade dos cabos
telefônicos usados na rede externa, chegando até 1200 pares metálicos. Os cabos
telefônicos para uso na rede interna recebem a designação de cabos CCI ou CI.

112 SENAI - PB
Código de Cores

Os cabos telefônicos metálicos usados na rede telefônica possuem diversos pares


de fios metálicos (dezenas ou até milhares). Para que se consiga identificar um
determinado par de fios, utilizado numa linha telefônica, é empregado um código de
cores. Os pares que formam o cabo são divididos em cinco gamas (conjuntos) e seis
cores diferentes. Como existem apenas cinco gamas e cinco cores diferentes, a
cada vinte e cinco pares a sequência se repete e estes pares são arrumados dentro
do cabo em camadas. Desta forma, para que os pares metálicos de cabos com mais
de 25 pares possam ser identificados deve-se abrir o cabo em camadas, de fora
para dentro.

Fio Externo (Fio FE)

Constituído por dois condutores paralelos de liga de cobre, isolados com material
resistente, já que é usado na rede externa, sujeito à condições ambientais adversas
como: chuva, sol, trepidação e esforços mecânicos entre outros. O fio FE é indicado
para ligações aéreas entre a caixa terminal de poste e o Ponto de Terminação de
Rede (PTR), localizado na entrada da casa do assinante. (Figuras 3.26 (a, b e c) e
4.26)

(a) (b) (c)

Figura 3.26 - a) Rolo de Fio FE; b) Fio FE desencapado; c) Fio FE preso ao esticador

Figura 4.26 – Rede telefônica externa e interna

SENAI – PB 113
26.2 Tomada telefônica

Na tomada telefônica é realizada a ligação dos dois fios do fio FI com o fio do
telefone. (Figura 5.26 a e b)

(a) (b)

Figura 5.26 – a) Tipos de tomadas telefônicas;


b) Fio de telefone com terminal RJ 11

Os conectores usados nos fios dos telefones atuais seguem padrões americanos,
diferentes dos adotados anteriormente no Brasil. O conector utilizado é o RJ-11
(conector de encaixe com 4 terminais). Em função desta mudança, as tomadas
telefônicas foram modificadas ou adaptadas.

 Tomada Telefônica Padrão – Fêmea

Possuem quatro terminais para ligação de fios, mas só são usados dois terminais
para ligar o fio FI (fio “a” e fio “b”). (Figura 6.26 a e b)

Figura 6.26 a – Tomada Figura 6.26 b – Tomada


Telefônica padrão (fechada) Telefônica padrão (aberta)

Os terminais usados para a conexão do fio FI são os de número 1 e 2, conforme


assinalados nas figuras 6.26 a e b.

114 SENAI - PB
 Tomada Padrão Macho com adaptador para conector RJ11

São tomadas que fazem a adaptação (transformação) das ligações feitas nos pinos
para os terminais do conector RJ11 fêmea, de forma a possibilitar a conexão com o
fio do telefone. (Figura 7.26)

Frente Costa

Figura 7.26 – Detalhes do plugue da Tomada


telefônica (frente e costas)

 Telefônica Padrão Fêmea

Tomada Telefônica com adaptador para conector RJ11. São tomadas que já
possuem o conector RJ11 fêmea incorporado nela. O fio do telefone é encaixado
diretamente no conector RJ11. Não necessitam, portanto, de tomada telefônica
macho. (Figura 8.26 a e b)

(a) (b)

Figura 8.26 – a) Tomada Telefônica Padrão com adaptador para conector


RJ11 - b) Tomada Telefônica Padrão com adaptador RJ11 aberta, mostrando
onde conectar o fio FI.

SENAI – PB 115
26.3 Quadro de distribuição interno

É equivalente ao PTR. No Quadro de Distribuição


Interno, são instalados Blocos Terminais, responsáveis
pela interligação dos cabos telefônicos da Rede
Externa com os cabos da Rede interna em prédios ou
grandes instalações. A interligação entre os blocos
terminais é feita com fio FDG. (Figura 9.26)

Figura 9.26 - Quadro de


distribuição interno
Fio FDG (Fio Jumper)

É utilizado em Distribuidores Gerais, nas interligações de blocos de terminais em


Armários de Distribuição e em Quadros de Distribuição Internos. Fio FDG (Fio
Jumper). É utilizado em Distribuidores Gerais, nas interligações de blocos de
terminais em Armários de Distribuição e em Quadros de Distribuição Internos.

Blocos Terminais

Possibilitam a conexão elétrica entre pares de fios


telefônicos. São utilizados nos Quadros de Distribuição
Interno e nas Caixas de Distribuição. Interligam, por
meio de fio FDG, a rede externa com a rede interna,
assim como, após a ligação da caixa de distribuição
com o aparelho telefônico, através de fio FI. (Figura
10.26)
Figura 10.26 - Bloco
Terminal BL-10

Existem vários tipos de blocos terminais, tais como: CJ-10, “Miguelão”, BLI-10, M10
P, M10B e Tyco. Falaremos dos Blocos Terminais BLI-10 e M10 P e M10B Blocos
Terminais BLI-10. Permitem a conexão de 10 pares de fios. Os fios são enrolados
nos terminais metálicos com a ferramenta chamada de “conectador”, que também
pode ser usada para desconectar as ligações.

26.4 Instalação de linha telefônica residencial

Ao longo da rede telefônica, os cabos de maior capacidade (grande quantidade de


pares de fios) são subdivididos para atender a todas as ruas.

Esta subdivisão é chamada de “cabo lateral” ou “lateral”. Para que vocês entendam
melhor, imaginem a rede de distribuição de água da sua cidade. Nela temos um
grande cano que abastece um bairro inteiro e canos menores que são ramificações
(derivações), que chegam às residências.

116 SENAI - PB
Os cabos laterais da rede telefônica equivalem às ramificações dos canos que
abastecem as residências. Então, são estes cabos laterais de 10 ou 20 pares
telefônicos que chegam aos TPF e são ligados a 10 ou 20 residências.

Para diferenciar estes TPF instaladas ao longo da rede, cada um deles recebe uma
identificação própria que informa: qual o armário de distribuição (no caso da rede
flexível) ou o cabo (no caso de rede rígida), o lateral, o número de TPF e quais os
pares do cabo principal que estão interligados nessa caixa de distribuição. A partir
do TPF deverá ser instalado um par de fios FE até o PTR. Este par deverá ser preso
por esticadores ou passar através de tubulações subterrâneas (como vimos
anteriormente).

O fio FI (da rede interna) é ligado junto com o fio FE nos terminais do PTR e na
tomada telefônica. Agora, é só ligar o fio do telefone e usar.

26.5 Defeitos na rede telefônica

A rede telefônica, subdividida em Rede Externa e Rede Interna, está sujeita a uma
série de defeitos, que produzem uma degradação (diminuição) da qualidade da
comunicação, geram interferências (linha cruzada), ou até mesmo a interrupção total
da comunicação. Saber identificar os defeitos nas linhas telefônicas e seus efeitos
vai ajudá-lo a realizar de maneira mais rápida e eficiente, a manutenção e o reparo
da linha telefônica. Apresentaremos, a seguir, alguns tipos de defeitos mais comuns
nos cabos e nos pares de fios metálicos.

» Aberto;
» Curto;
» Terra.

Aberto – É causado pela interrupção ou rompimento de um ou ambos os fios


condutores do par telefônico. Desta forma, é quebrada a continuidade do circuito
telefônico e, consequentemente, o telefone não recebe, nem faz chamadas, ou seja,
não ocorre a comunicação entre o telefone e a central telefônica. Nas imagens
abaixo, o fio “a” está aberto, interrompido, e o fio “b” está bom, inteiro. (Figura 11.26)

Figura 11.26 - Aberto

SENAI – PB 117
Curto – É caracterizado quando os dois fios estão em contato entre si, causando um
retorno da corrente elétrica pelo curto-circuito. Nessa situação uma diminuição do
sinal. Conforme o tipo de curto-circuito poderá ocorrer uma grande degradação da
comunicação ou até mesmo a total impossibilidade de comunicação. (Figura 12.26)

Figura 12.26 - Curto

Terra – É o tipo de defeito caracterizado quando um ou mais condutores tem contato


com a blindagem do cabo, ou qualquer outro elemento aterrado, causando ruído na
linha telefônica e fuga de corrente do condutor “a” ou “b” para terra. Figura 13.26.

Figura 13.26 - Terra

27 INTRODUÇÃO A LUMINOTÉCNICA

Neste capítulo conceituaremos as principais grandezas e unidades da luminotécnica,


ou seja, aquelas indispensáveis à prática da arte de iluminar.

Conceituaremos as grandezas e adotaremos os símbolos de acordo com as normas


da Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT), bem como apresentaremos
as unidades legais.

Podemos observar em assuntos anteriores como, numa primeira aproximação,


podemos indicar os pontos de luz de recintos convencionais. Existem, porém,
ambientes interiores e exteriores que exigem uma iluminação compatível com a
utilização dos mesmos. Isto exige do projetista a elaboração de um estudo para o
qual são necessários conhecimentos básicos de luminotécnica.

118 SENAI - PB
A escolha do tipo de iluminação, dos tipos de lâmpadas e luminárias, sua potência e
quantidade, localização, distribuição, comando e controle acham-se
indiscutivelmente unidos ao projeto de instalações elétricas.

Apresentaremos detalhadamente os principais tipos de lâmpadas disponíveis


atualmente: lâmpadas incandescentes (convencionais e halógenas) e lâmpadas de
descarga (de baixa e de alta pressão). Um objetivo adicional desta seção é mostrar
a complexidade relacionada à comparação entre as diferentes lâmpadas, a qual
envolve diversas grandezas tais como eficácia luminosa, reprodução de cores, custo
de investimento e custo operacional das lâmpadas.

Finalmente apresentam-se os principais aspectos relacionados ao projeto de


iluminação, no qual são estabelecidos o tipo e o número de lâmpadas e luminárias
necessárias para obter uma iluminação adequada em função da aplicação. São
discutidos brevemente os principais métodos utilizados em projetos de iluminação: o
Método dos Lumens e o Método Ponto a Ponto.

27.1 Definições de grandezas e unidades utilizadas em luminotécnica

Ao se acender uma lâmpada elétrica emite uma série de radiações. Elas são
resultantes da transformação da energia elétrica em outras formas de energia:
radiações infravermelhas, ultravioletas e luz visível.

Luz

É uma modalidade da energia radiante que um observador verifica pela sensação


visual de claridade determinada no estímulo a retina, sob a ação da radiação, no
processo de percepção sensorial visual.

Características da luz visível:

 Move-se em ondas;
 Propaga-se em linha reta;
 É formada por partículas de energia chamadas fótons;
 Caminha em uma velocidade de 300.000 Km por segundo.

Espectro Visível

Examinando a radiação visível, verificamos que além da impressão luminosa,


obtemos também a impressão de cor. Essa sensação de cor está ligada aos
comprimentos de onda das radiações.

O espectro eletromagnético visível esta limitado, em um dos extremos pelas


radiações infravermelhas e no outro, pelas radiações ultravioletas. Pois elas têm a
capacidade de estimular a retina do olho humano, produzindo a sensação luminosa.

A faixa de radiações das ondas eletromagnéticas detectada pelo olho humano e


situa entre 380 nm e 780 nm. (1 nanometro = 10-9 m). Outra unidade para
comprimento de onda visível é o angstrom (1 Å = 10-10 m).

SENAI – PB 119
A cada comprimento de onda entre os limites inferior e superior pode ser associada
uma cor. A esta divisão damos o nome de espectro visível. Para se ter uma ideia do
que é o espectro visível, podem-se observar as faixas de onda no quadro abaixo:

Quadro 05 – Comprimento de Onda X Cor

Comprimento de Onda Cor


De 380 a 436 nm Violeta
De 436 a 495 nm Azul
De 495 a 566 nm Verde
De 566 a 589 nm Amarelo
De 589 a 627 nm Laranja
De 627 a 780 nm Vermelho

FIQUE POR DENTRO:

Recomendações práticas:

 Áreas de grande permanência de pessoas devem dominar as cores


neutras, para que não fatiguem e permitam ressaltar os elementos mais
importantes: máquinas, obstáculos, sinalizações, etc.
 Áreas de escassa permanência, como corredores, salas de reuniões,
admitem um tratamento cromático com cores mais intensas, segundo o
efeito que se quer reforçar, amplitude, intimidade, relaxamento, etc.
 Áreas com muito escassa permanência, como cantinas, halls, podem
tratar-se com cores atrevidas, fortes contrastes que por um lado
estimulem, separem e as caracterizem dos restantes ambientes.

Sistemas de iluminação

Os sistemas de iluminação podem classificar-se em vários grupos: (Figura 1.27)

Figura 1.27 - Espectro eletromagnético


120 SENAI - PB
 Frequências de 100.000 Hz (ponto central) são classificadas como ondas de
rádio;

 Frequências de 1.000.000.000 Hz (ponto central) são classificadas como


microondas (ondas muito pequenas, usadas em sistemas de internet via rádio,
comunicação entre satélites e fornos de microondas);

 Frequências de 1.000.000.000.000 Hz (ponto central) são classificadas como


infravermelho (muito usada para comunicação entre o controle remoto e a TV ou
som e em visão noturna, por ser muito parecida com a luz);

 Frequências de 1.000.000.000.000.000 Hz (ponto central) são classificadas


como luz visível. Ondas nessa frequência são vistas pelo olho humano como luz,
nas suas diversas cores;

 Frequências de 100.000.000.000.000.000 Hz (ponto central) são classificadas


como radiação ultravioleta. São as emissões solares que nos causam problemas
de pele, usadas em lâmpadas UV (conhecidas como “luz negra”) pelos seus
efeitos curiosos e para desinfecção de bactérias;

 Frequências de 10.000.000.000.000.000.000 Hz (ponto central) são


classificadas como raios-X. Mundialmente famosos pela sua aplicação na
medicina e em indústrias para inspeção de peças;

 Frequências de 1.000.000.000.000.000.000.000 Hz (ponto central) são


classificadas como radiação Gama. São ionizantes e nocivas ao corpo humano
e seres vivos. É a chamada “radiação nuclear” (juntamente com as emissões
Alfa e Beta).

As radiações com comprimento de onda imediatamente abaixo de 380 nm são


chamadas de radiação ultravioleta (100 a 380 nm) e logo acima de 780 nm são
chamadas de radiação infravermelho (780 a 1000 nm). O aparelho usado para
verificar o espectro visível de uma fonte de luz é chamado de espectrômetro.

27.2 Radiações ultravioletas

Caracterizam-se por sua elevada ação química atacando e descolorindo tintas,


vernizes, plásticos, etc. Normalmente essa radiação divide-se em três grupos:

 UV-A: Ultravioleta próximo ou luz negra (315 a 400 nm);


 UV-B: Ultravioleta intermediário (280 a 315 nm);
 UV-C: Ultravioleta remoto ou germicida (100 a 280 nm).

“O êxito começa no exato momento em que o homem decide o


que quer e começa a trabalhar para conseguí-lo.”

SENAI – PB 121
Quadro 06 – Aplicações Típicas Do Ultravioleta

Medicina Atuação sobre tecidos vivos e pigmentação da pele (B); efeito germicida (C).
Fotografia Grande efeito sobre o material fotográfico normal (A).
Identificação de substâncias pela fluorescência (A); combate ao mofo e fungos
Indústria (C); tratamento de águas (C); lâmpadas fluorescentes (C); vapor de mercúrio e
iodeto metálico (A); produção de ozona (C).
Bancos Identificação de papel moeda (A).
Teatro Efeitos especiais pela excitação de fluorescência (A).
No lar Desodorização de ambiente pelo ozona (C).

27.3 Radiações infravermelhas

São radiações invisíveis ao olho humano e seu comprimento de onda se situa entre
760 nm a 10.000 nm.

Caracterizam-se por se forte efeito calorífico e são radiações produzidas


normalmente através de resistores aquecidos ou por lâmpadas incandescentes
especiais cujo filamento trabalha em temperatura mais reduzida (lâmpadas
infravermelhas).

Quadro 07 - Algumas aplicações do infravermelho

Medicina Tratamento de luxações; ativamento da circulação; aquecimento.


Fotografia Fotografias com filmes sensíveis ao infravermelho.
Indústria Secagem de tintas, trigo, café, etc.
Bélicas Sistemas de orientação de foguetes.
No lar Aquecimento de ambientes, preparação de ambientes.

27.4 Conceitos e grandezas fundamentais

Ângulo sólido (ω)

Pode ser definido como aquele que, visto do centro


de uma esfera, percorre uma dada área sobre a
superfície dessa esfera. Ângulos sólidos assim
definidos são medidos em esferorradianos e
explicitados pela letra Ω. Trata-se do equivalente
tridimensional do ângulo ordinário, com o
esferorradiano (unidade de ângulo sólido, com o
símbolo sr) análogo ao radiano. Ângulos sólidos
também podem ser definidos como a elevação ao
quadrado dos graus ordinários. (Figura 2.27) Figura 2.27 – Ângulo sólido

122 SENAI - PB
Para calcular o ângulo sólido que um objecto, a partir do seu centro, subentende,
basta calcular o tamanho da área direcionada a partir do centro do objecto, sobre a
esfera que tem como centro o próprio objecto e dividir esse valor pelo quadrado do
raio dessa esfera.

Onde:

ω = Ângulo Sólido S
ω=
S = Área direcionada r2
r = Raio da esfera

Fluxo luminoso (Ф)

É a potência de radiação total emitida por uma fonte de


luz, ou é a potência de energia luminosa de uma fonte
percebida pelo olho humano. A unidade de medida do
Fluxo luminoso é o lúmen (lm).

O lúmen pode ser definido como o fluxo luminoso


emitido segundo um ângulo sólido de um esterradiano
(Sr), por uma fonte puntiforme de intensidade invariável
em todas as direções e igual à candela (cd). (Figura
Figura 3.27 – Fluxo luminoso
3.27)
emitido em todas as direções

As lâmpadas conforme seu tipo e potência apresentam fluxos luminosos diversos:

 Lâmpada incandescente de 100 W: 1000 lm;


 Lâmpada fluorescente de 40 W: 1700 a 3250 lm;
 Lâmpada vapor de mercúrio 250 W: 12.700 lm;
 Lâmpada multivapor metálico de 250 W: 17.000 lm

IMPORTANTE:

Esferorradiano - é uma unidade de medida suplementar e padrão no


Sistema Internacional de Unidades, utilizada para quantificar ângulos
sólidos.

Candela - é definida no SI como a intensidade luminosa emitida por uma


fonte, em uma dada direção, de luz monocromática de frequência 540 x
1012 Hertz e cuja intensidade de radiação em tal direção é de 1/683 watts
por esferorradiano. Essa frequência é percebida como luz verde, para a
qual o olho humano possui a melhor capacidade de absorção.

Fonte puntiforme de luz - Uma fonte de luz é chamada de puntiforme


quando suas dimensões não são tão importantes com relação à distância
existente entre a fonte dos olhos de quem está observando.

SENAI – PB 123
27.5 Eficiência luminosa (η)

É a relação entre o fluxo luminoso emitido por uma lâmpada e a potência elétrica
desta lâmpada.

Onde: η = Ф/P η = lm/W

η = Eficiência luminosa
P = Potência absorvida pela fonte luminosa
Ф = fluxo luminoso emitido pela fonte luminosa

 Lâmpada incandescente de 100 W: 10 lm/W


 Lâmpada fluorescente de 40 W: 42,5 lm/W a 81,5 lm/W.
 Lâmpada vapor de mercúrio de 250 W: 50 lm/W
 Lâmpada multivapor metálico de 250 W: 68 lm/W.

27.6 Intensidade luminosa: (I):

É a intensidade do fluxo luminoso projetado em uma determinada direção. A


intensidade luminosa é a grandeza de base do sistema internacional para
iluminação, e a unidade é a candela (cd). (Figura 4.27)

Figura 4.27 – Intensidade


luminosa em uma direção

Para melhor se entender a intensidade luminosa, é importante o conceito da curva


de distribuição luminosa.

Curva de distribuição luminosa - trata-se de um diagrama polar no qual se


considera a lâmpada ou luminária reduzida a um ponto no centro do diagrama e se
representa a intensidade luminosa nas várias direções por vetores, cujos módulos
são proporcionais a velocidades, partindo do centro do diagrama. A curva obtida
ligando-se as extremidades desses vetores é a curva de distribuição luminosa.

124 SENAI - PB
Costuma-se na representação polar, referir os valores de intensidade luminosa
constantes a um fluxo de 1000 lumens. (Figura 5.27)

Figura 5.27. – Curva de Distribuição de Intensidades


Luminosas para uma lâmpada fluorescente isolada (A)
ou associada a um refletor (B)

27.7 Iluminância ou iluminamento (E):

É a relação entre o fluxo luminoso incidente numa superfície e a superfície sobre a


qual este incide. No SI a unidade de medida para iluminância é o lux (lx),
relacionando-o, temos: 1 lx = 1 lm/m². Definido como o iluminamento de uma
superfície de 1 m2 recebendo de uma fonte puntiforme a 1m de distância, na direção
normal, um fluxo luminoso de 1lúmen, uniformemente distribuído. (Figura 6.27)

Figura 6.27 – Iluminância em


uma determinada área

Suponhamos que o fluxo luminoso incida sobre uma superfície. A relação entre este
fluxo e a superfície sobre a qual incide denomina-se iluminância. Esta iluminância
média vem a ser, portanto, a densidade de fluxo luminoso na superfície sobre a qual
este incide. O Inmetro denomina essa grandeza se iluminamento.

SENAI – PB 125
Onde:

E = Iluminância E = Ф/S
S = Área iluminada
Ф = Fluxo Luminoso Lux = Lúmen / metro quadrado

A iluminância calculada desta forma corresponde, na prática, ao valor médio, porque


o fluxo luminoso não se distribui uniformemente sobre a superfície. (Ver Tabela do
anexo).

Além disso, a iluminância média pode ser calculada por:

Onde:
ФT . η .d
E = Iluminância E=
ФT = Fluxo total de lâmpadas S
η = Fator de utilização OBS: η e d são fatores que iremos
d = Fator de depreciação
definir mais adiante.
S = Área do plano de trabalho

27.8 Luminância (L)

Medida em candelas por metro quadrado (cd/m²), é a intensidade luminosa


produzida ou refletida por uma superfície aparente. A luminância pode ser
considerada como a medida física do brilho de uma superfície iluminada ou de uma
fonte de luz, sendo através dela que os seres humanos enxergam.

A diferença é que a luminância é uma excitação visual, enquanto que o brilho é a


resposta visual; a luminância é quantitativa e o brilho é sensitivo. É a diferença entre
zonas claras e escuras que permite que se aprecie uma escultura; que se aprecie
um dia de sol. As partes sombreadas são aquelas que apresentam à menor
luminância em oposição às outras mais iluminadas.

Na prática, é a quantidade de luz dentro de um ambiente, que pode ser medida com
o auxílio de um luxímetro. Para obter conforto visual, considerando a atividade que
se realiza, são necessários certos níveis de iluminância médios. Os mesmos são
recomendados por normas técnicas (ABNT - NBR 5413).

Consideremos uma superfície iluminante ou que está sendo iluminada. Um


observador ao olhar para a superfície terá uma sensação de maior ou menor
claridade, a qual é detectada pelo olho e avaliada pelo cérebro. A medida dessa
sensação de claridade da superfície iluminada é denominada luminância. Seu valor
é obtido através da formula:

Onde: L = I /S . cos α
L = luminância [cd/m2] S = área da superfície [m2 ]
α = direção da observação [ ° ] I = intensidade luminosa [cd]

126 SENAI - PB
27.9 Fluxo radiante (P)

É a potência, ou a quantidade de energia transportada (transferida, emitida ou


recebida) por uma radiação. Suas unidades de medida são o Watt (W), Watt – hora
(Wh), Quilo Watt – hora (KWh) Joule (J), etc.

Índice de reprodução de cor – IRC

Refere-se à correspondência entre a cor real de um objeto ou superfície e sua


aparência diante de uma fonte de luz. A luz artificial, como regra, deve permitir ao
olho humano perceber as cores corretamente ou o mais próximo possível da luz
natural. Lâmpadas com IRC igual a 100 apresentam as cores com total fidelidade e
precisão. Quanto mais baixo o índice, mais deficiente é a reprodução das cores. Os
índices variam conforme a natureza da luz e são indicados de acordo com o uso de
cada ambiente. (Figura 7.27)

Figura 7.27 - Tonalidade de cor e reprodução de cores

27.10 Temperatura de cor

Temperatura de Cor é a grandeza que expressa à aparência de cor da luz, sendo


sua unidade o Kelvin (K). Quanto mais alta a temperatura de cor, mais branca é a
cor da luz. A luz quente é que tem aparência de cor amarelada e a temperatura de
cor baixa: (menor que 3000 K). A luz fria, ao contrário, tem aparência azul - violeta,
com temperatura de cor elevada: (6000 K ou mais). A luz branca natural é aquela
emitida pelo sol em céu aberto ao meio dia, cuja temperatura de cor é 5800 K.

SENAI – PB 127
FIQUE POR DENTRO
Vida média - É a medida aritmética do tempo de duração de cada lâmpada
ensaiada.

Vida custo / benefício - É o número de horas atingido quando houve


determinada depreciação do fluxo luminoso inicial do lote ensaiado,
decorrente da depreciação do fluxo luminoso de cada lâmpada e de suas
respectivas queimas.

Vida de uma lâmpada - O conceito de vida de uma lâmpada é dado em


horas, e é definido por critérios pré-estabelecidos, considerando sempre um
grande lote testado sob condições controladas e de acordo com as normas
pertinentes.

EXERCÍCIO

1º Como era a primeira lâmpada incandescente inventada por Thomas Alva Edison?
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___________________________________________________________________

2º Qual o invento deu origem às lâmpadas de descarga?


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___________________________________________________________________

3º Qual o comprimento de onda das cores verde e laranja?


___________________________________________________________________
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4º Quais as radiações que apresentam comprimento de onda na faixa de 100 a 380


nm e de 780 a 1000 nm respectivamente?
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

128 SENAI - PB
5º Uma lâmpada tem 100 W e emite um fluxo luminoso de 4000 lm. Qual sua
eficiência luminosa?

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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6º Qual a iluminância mínima exigida para um ambiente de trabalho normal?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

27.11 Fontes de luz artificial

Comparando a época que a luz artificial começou a ser utilizada com os dias atuais,
constata-se que foi grande o passo dado pela indústria da iluminação no século XX.

Desde a lâmpada criada por Thomas Edison até os produtos disponíveis hoje, houve
um avanço espantoso. De início, o invento enfrentou grandes barreiras à sua
utilização, principalmente por ser uma tecnologia que necessitava de novas
instalações.

Nos últimos anos, houve um avanço na utilização de sistemas mais eficientes,


certamente motivado pelo aumento nos custos da energia elétrica nos países
desenvolvidos. O investimento necessário para construir usinas e sistemas de
transmissão é tamanho que os governos adotam programas intensivos para
promover a utilização de equipamentos de utilização energeticamente mais
eficientes.

Recentemente foi decretada uma nova lei nos EUA para regulamentar a iluminação
sob seu aspecto energético. Foi simplesmente proibido o uso de sistemas de
iluminação com baixa eficiência, incluindo lâmpadas bastante utilizadas no Brasil,
como as incandescentes, as fluorescentes tradicionais, as de vapor de mercúrio e as
mistas. A mesma lei dá prazo para que as instalações antigas sejam reformadas e,
para motivar a população, prevê financiamento destinado à troca de sistemas, além
da aplicação de pesadas multas.

O motivo pelo qual essa resolução foi tomada é lógico: minimizar o consumo de
energia elétrica.

Os governos pretendem reduzir ao máximo os investimentos em eletricidade, que,


além dos custos financeiros, geram custos ambientais significativos. A estratégia
para atingir esses objetivos reside no desenvolvimento de novas fontes de luz,
equipamentos auxiliares, sensores e luminárias mais econômicas.

SENAI – PB 129
Eficiência energética

Símbolo: ηw (ou K, conforme IES) Unidade: lm / W (lúmen / watt)

As lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes Fluxos Luminosos que


elas irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem. Para poder
compará-las, é necessário que saibamos quantos lúmens são gerados por watt
absorvido. A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência Energética (antigo
“Rendimento Luminoso”). (Figura 8.27)

Figura 8.27 – Eficiência Energética (lm/W)

28 LÂMPADAS

Das fontes de luz artificial, as lâmpadas elétricas são as que apresentam maior
eficiência e possibilidades ilimitadas de se obter acolhedores e confortáveis. As
lâmpadas elétricas atuais são agrupadas em dois tipos principais

28.1 Lâmpadas incandescentes

As lâmpadas incandescentes possuem bulbo de vidro, em cujo interior existe um


filamento de tungstênio espiralado, que é levado à incandescência pela passagem
da corrente (efeito Joule). Sua oxidação é evitada pela presença de gás inerte
(Níquel e Argônio) ou vácuo dentro do tubo. O alto fluxo luminoso das novas

130 SENAI - PB
lâmpadas incandescente é obtido com filamentos de dupla espiralagem feitos de
tungstênio puríssimo, pois as exigências da nova norma NBR IEC 64, ao definir que
as novas lâmpadas incandescentes apresentem fluxo luminoso mais alto, obriga os
produtores a usarem essa tecnologia. (Figura 1.28)

2
1 – Filamento
2 – Meio Interno
3 – Bulbo
4 – Base 3

Figura 1.28 – Lâmpada Incandescente

O bulbo pode ser incolor ou leitoso, este último usado para reduzir a luminância ou
ofuscamento. A cor da luz é branco-avermelhada. Na reprodução de cores
sobressaem às cores amarela e vermelha. (Figura 2.28)

Figura 2.28 – Diversos tipos de bulbos de lâmpadas incandescentes

As bases têm por finalidade fixar mecanicamente a lâmpada em seu suporte e


completar a ligação elétrica ao circuito de iluminação. A maior parte das lâmpadas
usa a base de rosca tipo Edison. Elas são designadas pela letra E seguidas de um
número que indica aproximadamente seu diâmetro externo em milímetros. (Figura
3.28)

Figura 3.28 - Bases tipo Edison

SENAI – PB 131
As bases tipo baioneta são indicadas quando se deseja uma fixação que resista a
vibrações intensas (lâmpadas para trens e automóveis, etc.) ou nos tipos
“focalizados”, onde a fonte de luz tenha uma posição precisa num circuito óptico
(projetores de cinema, slides, etc.). Em casos particulares, são utilizadas bases de
desenho especial. As bases tipo baioneta são designadas pela letra B seguida de
seu diâmetro em milímetros. (Figura 4.28)

Figura 4.28. - Bases tipo Baioneta

Existem ainda as bases tipo pino as quais são designadas pela letra T, e são as
bases utilizadas pelas lâmpadas fluorescentes tubulares, e os números escritos
após a letra significam o diâmetro em mm. (Figura 5.28)

Figura 5.28 - Bases tipo Pino

O Filamento é um elemento feito de tungstênio, enrolado em forma helicoidal e


suportado por uma haste de vidro, onde se encontram os condutores internos e
emite luz quando aquecido a certa temperatura, pela passagem da corrente elétrica.
(Figura 6.28)

Figura 6.28 - Detalhe do Filamento


de Lâmpada incandescente

132 SENAI - PB
Tipos de lâmpadas incandescentes

As lâmpadas incandescentes são fabricadas em vários tipos e para diversas


aplicações:

 Lâmpadas para uso geral;


 Lâmpadas decorativas;
 Lâmpadas refletoras;
 Lâmpadas halógenas
 Lâmpadas infravermelhas.

Lâmpada para uso Geral

Essas lâmpadas são produzidas em acabamento do bulbo claro, branco difuso ou


leitoso ou colorido. As lâmpadas com acabamento branco difuso ou leitoso
proporcionam uma boa distribuição do fluxo luminoso, eliminando as sobras e
ofuscamento. (Figura 7.28)

Figura 7.28 – Lâmpada incandescente


Standard e Soft

Lâmpadas decorativas

Em ambientes onde queira uma iluminação de destaque ou de representação,


podem ser utilizadas esse tipo de lâmpada, que com suas formas harmoniosas,
proporcionam ao ambiente um aspecto de luxo e de beleza. Seja em preciosos
lustres, seja nos mais modernos abajures, decorações natalinas, as lâmpadas
decorativas são o “toque final” à iluminação escolhida. (Figura 8.28)

Figura 8.28 – Lâmpada incandescente


decorativa

SENAI – PB 133
Lâmpadas refletoras/defletoras ou espalhadas

São lâmpadas de alto rendimento luminoso, dimensões reduzidas e facho dirigido.


Possuem bulbos em formatos especiais e internamente revestidos de alumínio em
parte da sua superfície, de modo a concentrar e orientar o facho de luz. Existe um
tipo cuja calota do bulbo é prateada.

As lâmpadas de bulbo prateado orientam o facho luminoso no sentido da sua base e


dêem ser usadas com um refletor adequado que produza a reflexão da luz,
proporcionando iluminação indireta. (Figura 9.28)

Figura 9.28 – Lâmpada


incandescente refletora

8.2 Lâmpadas halógenas

As halógenas pertencem ao grupo das lâmpadas incandescentes de construção


especial, pois contem halogênio (iodo, flúor, bromo) dentro do bulbo, adicionado ao
gás criptônio, e funciona sob o princípio de um ciclo regenerativo que tem como
funções evitar o escurecimento, aumentar a vida útil e a eficiência luminosa da
lâmpada.

Em uma lâmpada incandescente normal, a alta temperatura do filamento causa


evaporação das partículas de tungstênio, que se condensam nas paredes internas
do bulbo causando seu escurecimento.

Nas lâmpadas halógenas, a temperatura do bulbo é suficientemente alta para evitar


a condensação do tungstênio evaporado. Este tungstênio combina com o halogênio
para formar um novo componente em forma de gás. Quando esse gás se aproxima
do filamento, é decomposto devido à alta temperatura, sendo que o tungstênio volta
a ser depositado novamente no filamento e o halogênio continua sua tarefa no ciclo
regenerativo.

“A coisa de maior extensão no mundo é o universo, a mais rápida


é o pensamento, a mais sábia é o tempo e mais cara e agradável
é realizar a vontade de Deus.”

Tales de Mileto

134 SENAI - PB
Modelos de lâmpadas halógenas. (Figura 10.28)

Figura 10.28 – Lâmpada incandescente halógenas

Características e Aplicações das lâmpadas halógenas

a) Lâmpada halógenas dicróica

As dicróicas e cápsulas em geral são utilizadas em aplicações mais específicas,


para dar destaque em algum elemento, mercadoria ou determinada atividade. A
lâmpada dicróica tem um refletor dicróico, que direciona o "pacote" ou facho de luz
gerado. A abertura de facho determina a aplicação da lâmpada dicróica: fachos mais
fechados para destaque de mercadorias ou objetos; fachos mais abertos para
complementação da iluminação geral. (Figura 11.28 e 12.28)

Figura 11.28 – Lâmpada Figura 12.28 – Facho de luz


halógenas Dicróica direcionado

As cápsulas, por sua compactação, são geralmente utilizadas em luminárias de


leitura ou em aplicações decorativas. Hoje o mercado dispõe de modelos com
diferentes aberturas de facho. Existem dicróicas que fornecem um foco mais
fechado, com abertura, por exemplo, de 8º ou 10º, e dicróicas que oferecem
abertura de facho mais aberto, ente 24º e 60º.

Em geral, para dar destaque em mercadorias mais finas, distintas e diferenciadas,


devem ser utilizadas lâmpadas com facho de 8º ou 10º. Em uma joalheria, por
exemplo, é comum destacar-se uma joia, utilizando-se uma lâmpada dicróica de 8º.
Para iluminação geral de ambientes, onde se tem pé direito mais elevado pode ser
utilizada em sancas, para dar um acabamento ou uma complementação à
iluminação geral feita por lâmpadas incandescentes ou de tecnologia fluorescente.

SENAI – PB 135
Temperatura de cor

Normalmente, navegam dentro de uma temperatura de cor próxima a da lâmpada


incandescente, entre 2.800 K e 3.100 K, visto que utilizam o mesmo princípio de
operação.

Consumo de energia

Em virtude de sua construção, as halógenas são mais econômicas que as lâmpadas


incandescentes, mas também geram calor, devido ao princípio que rege sua
operação: a luz é gerada através de aquecimento. A corrente elétrica passa pelo
filamento de tungstênio e, através do aquecimento deste filamento, gera-se luz.
Todas as lâmpadas que obedecem a este princípio não são economizadoras de
energia. Consomem mais que as fluorescentes ou as de descarga.

Vantagens

 IRC = 100 (equivalente às incandescentes e à luz natural do sol);


 Temperatura de cor entre 2.800 K e 3.100 K (bastante agradável);
 Variedade de formatos (permite um amplo leque de aplicações);
 Durabilidade (no caso de aplicações residenciais, comparada à lâmpada
incandescente). Uma lâmpada halógenas dura em média de 2 a 5 anos,
conforme o modelo utilizado e dentro de um tempo médio de utilização, enquanto
que uma incandescente dura um ano apenas.

Desvantagens

 Durabilidade. Comparada a tecnologias mais novas como lâmpadas de descarga


compactas ou fluorescentes compactas. Hoje existem lâmpadas fluorescentes e
de descarga que duram 8, 9, 10 mil horas, oferecendo melhor relação custo x
benefício na maior parte dos casos.
 Não são economizadoras de energia. Embora consumam menos que as
incandescentes, consomem muito mais que as compactas e as fluorescentes.
 Necessitam de transformador. Isso está sendo resolvido com as lâmpadas
halógenas de ligação direta à rede. Combinado com a operação direta na rede, a
disponibilização de dicróicas com base E-27 (mesma das incandescentes) torna
sua manutenção e utilização ainda mais simples e atrativa para consumidores
residenciais

Lâmpada halógenas Line (ou palito)

São lâmpadas halógenas lineares com bulbo tubular de quartzo. Utilizam tecnologia
de baixa pressão (de acordo com a norma IEC 357) e possuem bloqueador de raios
ultravioleta. Operam em tensão de rede (127 V ou 220 V) e podem ser dimerizadas.
Proporcionam uma luz branca morna, uniforme e brilhante. (Figura 13.28)

Figura 13.28 – Lâmpada halógenas palito

136 SENAI - PB
Aplicações: Ideais para iluminação decorativa de residências, hotéis,
estabelecimentos comerciais e similares, podendo ser utilizadas em área externas.
Estas lâmpadas devem ser utilizadas em luminárias fechadas (com vidro protetor).

28.3 Lâmpada infravermelho

As lâmpadas infravermelho têm como principal


característica emitir uma radiação que se encontra na faixa
de ondas curtas da radiação infravermelho. (Figura 14.28)

Aplicações: A tecnologia infravermelho é a escolha para Figura 14.28 – Lâmpada


inúmeras aplicações, como aquecimento, secagem, cura, Infravermelho
processamentos e muito mais. E é por isso que mais e
mais fabricantes e consumidores finais são beneficiados pelo calor infravermelho em
aplicações tais como; de criação animal a fabricação de semicondutores, de cabines
de infravermelho a preparo de alimentos, de secagem de tintas a modelagem de
plásticos.

EXERCÍCIO

1º Qual a diferença entre uma fonte de luz primária e uma secundária?


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2º Quais as partes principais de uma lâmpada incandescente comum?


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3º O que é usado como meio interno de uma lâmpada incandescente comum? Qual
sua função?
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4º O que difere uma lâmpada halógenas de uma incandescente comum?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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SENAI – PB 137
28.4 Lâmpadas de descarga

Nas lâmpadas de descarga utilizadas em iluminação, a luz é produzida pela


radiação emitida pela descarga elétrica através de uma mistura gasosa composta de
gás(es) inerte(s) e vapor(es) metálico(s). A mistura gasosa encontra-se confinada
em um invólucro translúcido (tubo de descarga) em cujas extremidades encontram-
se inseridos eletrodos (hastes metálicas ou filamentos) que formam a interface entre
a descarga e o circuito elétrico de alimentação.

A corrente elétrica através da descarga é formada majoritariamente por elétrons


emitidos pelo eletrodo negativo (catodo) que são acelerados por uma diferença de
potencial externa em direção ao eletrodo positivo (anodo) gerando colisões com os
átomos do vapor metálico. A energia transferida ao átomo pelas colisões elásticas
excita elétrons para órbitas mais elevadas e as colisões inelásticas provocam sua
ionização gerando novos elétrons. A subsequente transição do átomo para um
estado de menor energia é acompanhada da emissão de radiação. Dependendo da
sua distribuição espectral, esta radiação é utilizada como fonte de luz ou absorvida
por um revestimento, aplicado na parede interna do tubo de descarga (conhecido
genericamente por "fósforo"), que emite uma radiação com uma distribuição
espectral mais adequada.

Ao contrário da lâmpada incandescente, na qual o filamento metálico é um condutor


elétrico, na lâmpada a descarga o composto metálico responsável pela emissão de
radiação encontra-se em estado sólido ou líquido na temperatura ambiente e o gás
inerte no interior do tubo (conhecido como gás de enchimento ou “filling gas”) é
isolante.

Portanto, inicialmente é necessário um processo de ignição para o rompimento da


rigidez dielétrica da coluna gasosa. O calor gerado pela descarga através do gás
inerte nos instantes iniciais após a partida da lâmpada vaporiza o composto
metálico.

Existem vários tipos de lâmpadas de descarga, para atender às mais diversas


aplicações:

Fluorescentes; Vapor Metálico;


Luz mista; Multivapor Metálico;
Vapor de Mercúrio; Vapor de Sódio;
Lâmpada de Néon; Lâmpadas de Indução.

As lâmpadas a descarga podem ser classificadas pela pressão no interior do tubo


com a lâmpada em operação em:

 Lâmpadas de descarga de baixa pressão;


 Lâmpadas de descarga de alta pressão.

138 SENAI - PB
Lâmpada de descarga de baixa pressão

As lâmpadas à descarga de baixa pressão apresentam as seguintes características:

 Pressão dos vapores metálicos da ordem de 10-4 a 10-5 atmosferas;


 Densidade de potência da descarga de 0.5 W/cm a 2 W/cm;
 Eletrodos em forma de filamentos;
 Espectro da radiação caracterizado por bandas
 Tubo de descarga com diâmetro da ordem de cm e comprimento de dezenas de
Cm a metros.

Existem basicamente dois tipos de lâmpadas comerciais: as lâmpadas de descarga


de baixa pressão de vapor de mercúrio, conhecidas como lâmpadas fluorescentes, e
as lâmpadas de descarga de baixa pressão de vapor de sódio.

 Lâmpadas fluorescentes

Desenvolvida na década de 1940 e conhecida comercialmente como lâmpada


tubular fluorescente em função da geometria do seu tubo de descarga, este tipo de
lâmpada encontra aplicações em praticamente todos os campos de iluminação. O
tubo de descarga, de vidro transparente, é revestido internamente com uma camada
de pó branco, genericamente conhecido como "fósforo". O "fósforo" atua como um
conversor de radiação, ou seja, absorve um comprimento de onda específico de
radiação ultravioleta, produzida por uma descarga de vapor de mercúrio a baixa
pressão, para emitir luz visível.

Lâmpadas fluorescentes apresentam vantagens se comparadas com as lâmpadas


incandescentes comuns, pois emitem menos calor e possuem vida útil de 7500 a
12000 horas e maior eficiência energética luminosa. Os tipos mais usados são as
lâmpadas fluorescentes tubulares e as lâmpadas fluorescentes compactas. (Figura
15.28)

Figura 15.28 – Funcionamento da lâmpada fluorescente

"A sabedoria da vida não está em fazer aquilo que se


gosta, mas gostar daquilo que se faz."

Leonardo da Vinci

SENAI – PB 139
Princípio de funcionamento

Os elétrons ao se deslocarem de um filamento para outro, chocam-se com os


átomos de mercúrio, provocando a liberação de raios ultravioletas não visíveis.
Estas radiações transmitem-se em todas as direções e, em contato com a pintura
fluorescente interna do tubo, produz em radiação luminosa visível. As lâmpadas
fluorescentes são fabricadas em diversos formatos: (Figura 16.28)

 Lineares
 Circulares
 Compactas

Figura 16.28 – Lâmpadas Fluorescentes

Aplicações das lâmpadas fluorescentes: bibliotecas, indústrias, hospitais, lojas,


escolas, oficinas, supermercados, bancos, garagens, escritórios, residências, etc.
Substitui qualquer lâmpada incandescente comum com uma economia de aprox. 80
% no consumo de energia elétrica.

 Lâmpadas fluorescentes compactas

A lâmpada fluorescente compacta foi introduzida no mercado no início da década de


1980 para substituir a lâmpada incandescente. Estas lâmpadas apresentam alguns
detalhes construtivos que as diferenciam das lâmpadas fluorescentes tubulares
convencionais, porém, seu princípio de funcionamento é idêntico. Existem diversas
formas construtivas:

 Um tubo único curvado em “U”;


 Dois tubos independentes, unidos por uma ponte.

A estabilização da lâmpada é feita através de um reator


indutivo, conectado externamente. Algumas lâmpadas
já apresentam um reator incorporado na sua base, em
geral do tipo rosca Edison, que é utilizada em
lâmpadas incandescentes. O reator poder ser indutivo
ou eletrônico, sendo este último mais leve de forma a Figura 17.28 – Lâmpadas
reduzir o peso do conjunto. (Figura 17.28 e 18.28) Fluorescentes compactas

1x20 W = 15x100 W

Figura 18.28 – Comparação entre Lâmpadas incandescente e


Lâmpadas Fluorescentes

140 SENAI - PB
 Lâmpadas vapor de sódio de baixa pressão

Estas lâmpadas emitem uma luz amarela, e são as lâmpadas mais eficientes
atualmente existentes. É constituída por uma ampola, dentro da qual existe um
tubo de descarga em forma de U, com gás (neônio ou argônio) e sódio depositado
nas paredes. (Figura 19.28)
7

1 – Casquilho em material sintético;


2 – Cátodo em tripla espiral; 4
3 – Tubo de descarga em U;
4 – Estrutura de suporte ao tubo de
descarga; 6
5 – Suportes antivibratórios do tubo
de descarga;
6 – Retentores de sódio; 3
7 – Ampola com revestimento interno 5
refletor de infravermelhos. 1
2

Figura 19.28 – Lâmpadas vapor de


Sódio Baixa pressão

A ionização do gás desta lâmpada tem de ser feita com uma tensão relativamente
elevada (superior à da rede), pelo que se utiliza um transformador de dispersão,
para o seu arranque. Quando a lâmpada é ligada, a descarga através do gás
inerte emite uma luz vermelha. Com efeito, o gás inerte tem a função de provocar
o escorvamento, isto é, a descarga inicial através do tubo. O aquecimento vai
provocando a vaporização do sódio e a coloração da luz atinge finalmente o
amarelo. É uma lâmpada de arranque lento, que leva entre 7 a 15 minutos a atingir
o funcionamento normal. Para manter a temperatura no interior do tubo em U, este
é isolado termicamente do exterior, fazendo o vácuo entre o tubo e a ampola.

Características de Lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão

Dado o elevado rendimento desta lâmpada e o fraco espectro (com cores


praticamente só na zona do amarelo), ela é utilizada em iluminação de estradas,
túneis, zonas ao ar livre, etc.

 Emite praticamente uma só cor (amarelo-alaranjado);


 Não permite a distinção das cores dos objetos que ilumina (fraco índice de
restituição cromática), pois emite praticamente uma só cor;
 Tem elevado rendimento luminoso (da ordem de 150 lm/watt);
 Tem uma vida útil elevada (cerca de 9000 horas).

Lâmpadas de alta pressão

As lâmpadas à descarga de alta pressão, também conhecidas como lâmpadas HID


(High Intensity Discharge) utilizam vapores metálicos (em geral mercúrio e/ou sódio)

SENAI – PB 141
a pressões da ordem de 1 a 10 atmosferas e operam com uma densidade de
potência de arco da ordem de 20 a 200 W/cm. A radiação emitida pela descarga
apresenta uma distribuição espectral contínua, sobre a qual se encontram
superpostas as raias predominantes dos átomos que constituem o vapor metálico.
Os eletrodos são bastões irradiadores e o tubo de descarga tem dimensões
reduzidas (diâmetro de mm e comprimento de cm).

Existem basicamente três tipos básicos de lâmpadas comerciais:

a) a lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão;


b) a lâmpada de sódio de alta pressão;
c) as lâmpadas de alta pressão de vapores metálicos.

 Lâmpada de luz mista. (Figura 20.28)

Descrição

São lâmpadas de descarga de alta intensidade com formato ovóide, compostas por
um tubo de descarga de quartzo preenchido por vapor de mercúrio em alta pressão
conectado em série com um filamento de tungstênio. Não necessita de equipamento
auxiliar e não permitem dimerização.

Figura 20.28 – Lâmpadas de


Luz mista

Aplicações:

Iluminação geral de pequenos depósitos, galpões, garagens e similares.

A lâmpada de luz mista nasceu da necessidade de acrescentar a cor vermelha ao


espectro da lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão. Assim, esta lâmpada
tem além dos elementos anteriores, mais o filamento de tungstênio ligado em série
com um dos elétrodos principais.

Além disso, a ampola é revestida interiormente por fósforo que permite transformar
as radiações ultravioletas em radiações vermelhas. O filamento de tungstênio vem
também substituir o balastro na limitação da corrente, quando em funcionamento
normal. Estas lâmpadas podem, portanto, ser ligadas diretamente à rede,

142 SENAI - PB
contrariamente à anterior que precisa de um balastro e contrariamente às de vapor
de sódio que precisam de um transformador de dispersão ou de um ignitor
eletrônico. (Figura 21.28)
4
3

1 - Resistor De Ignição 2
2 - Tubo de descarga
3 - Filamento
4 - Bulbo 1

Figura 21.28. – Partes da Lâmpada


de Luz Mista

Características de Lâmpadas de luz mista

 Custo elevado.
 Tem um rendimento luminoso um pouco mais elevado (50 a 60 % mais).
 Tem um espectro mais equilibrado.
 Tem maior índice de restituição cromática.
 Tem uma vida útil bastante mais elevada (cerca de 6000 h).
 É utilizada frequentemente em iluminação de: Vias Públicas, Jardins, Praças,
Estacionamentos, etc.

 Lâmpada vapor de mercúrio

Consta de um tubo de quartzo ou vidro duro contendo uma pequena quantidade de


mercúrio e gás argônio, com 3 eletrodos – dois principais e um auxiliar, colocados
nas extremidades do tubo. O eletrodo auxiliar e o principal juntamente com o gás
argônio estabelecem um arco de ignição preliminar que vaporiza o mercúrio. Forma-
se, em seguida, o arco luminoso definitivo entre os dois eletrodos principais. (Figura
22.28)

Figura 22.28 – Lâmpada


Vapor de mercúrio

SENAI – PB 143
O bulbo é revestido internamente por uma camada de fluorescente de fosfato de ítrio
vanadato, o que transforma a radiação ultravioleta em luz avermelhada, que melhora
a reprodução das cores e distribui uniformemente a luz do tubo por toda a superfície
do bulbo, evitando ofuscamento à visão. Detalhes internos da lâmpada vapor de
mercúrio: (Figura 23.28)

4
1- Reatância
2 - Resistor de Ignição
3 - Eletrodo principal 3
4 - Eletrodo auxiliar
2

1
~
Figura 23.28 – Detalhes da
Lâmpada vapor de mercúrio

 Lâmpada vapor de sódio

O tubo de descarga desta lâmpada é constituído de sódio e uma mistura de gases


inertes (neônio e argônio) a uma determinada pressão suficiente para obter uma
tensão de ignição baixa. A descarga ocorre num invólucro de vidro tubular a vácuo,
coberto na superfície interna por uma camada de óxido de índio. Esta camada age
como um refletor infravermelho.

São lâmpadas que possuem como característica fundamental a sua grande


eficiência luminosa, muito superior a qualquer outro tipo de fonte de luz
policromática para uso generalizado. A aparência de cor desse tipo de lâmpada é
branco – amarelado, agradável, possuindo longa vida média, desde que o
acendimento seja prolongado ou contínuo. (Figura 24.28)

Figura 24.28 – Lâmpada vapor de sódio

Devido ao excesso de sódio e também à adição de mercúrio, as suas


características são diferentes:

 Tem bom rendimento (cerca de 110 fm/W), embora inferior ao da baixa pressão;
 Razoável fator de reprodução das cores, pelo que são utilizadas em iluminação
externa, como: aeroportos, jardins, parques, etc.;
 Tem uma vida útil de cerca de 9 000 horas;
 A temperatura de funcionamento desta lâmpada oscila pelos 700 ºC.

144 SENAI - PB
 Lâmpadas de vapor metálico

A lâmpada de vapor metálico HPMH (High Pressure


Metal Halide) é construtivamente semelhante à lâmpada
de mercúrio de alta pressão, ou seja, utiliza um tubo de
descarga de sílica fundida inserida no interior de um
bulbo de quartzo transparente. Os modelos mais comuns
são do tipo lapiseira. (Figura 25.28)

O tubo de descarga contém vapor de mercúrio, um gás


para ignição (argônio) e haletos metálicos. A temperatura
de vaporização dos metais é em geral superior à máxima
temperatura suportável pelo material do tubo de
descarga. Já o metal na forma de um haleto vaporiza a
uma temperatura significativamente inferior. Geralmente
utilizam-se iodetos, pois são quimicamente menos
reativos. A adição de metais introduz raias no espectro
que melhoram as características de reprodução de cores
da lâmpada. Um ciclo regenerativo similar ao das Figura 25.28 – Lâmpada
vapor metálico
lâmpadas incandescentes halógenas ocorre nas
lâmpadas HPMH.

A maioria das lâmpadas com potências entre 70 e 400 W utilizam os mesmos


ignitores e reatores das lâmpadas HPS. As lâmpadas de vapor metálico apresentam
uma eficácia luminosa de 65 a 100 lm/W e um índice de reprodução de cores
superior a 80. A sua vida útil é em geral inferior a 8000 horas. São comercialmente
disponíveis lâmpadas de 70 W a 2000 W, sendo utilizadas em aplicações onde a
reprodução de cores é determinante, como por exemplo, em estúdios
cinematográficos, iluminação de vitrines e na iluminação de eventos com
transmissão pela televisão.

Aplicações:

Iluminação pública; Estádios;


Iluminação de hangares; Outdoor;
Parques de exposições; Monumentos;
Postos de gasolina.

Comparativo

Conforme verificamos, as lâmpadas diferem bastante umas das outras, não só na


sua constituição como no seu funcionamento e, afinal, no conjunto de
características que apresentam quando em funcionamento.

Se, por um lado, é importante que uma lâmpada consuma pouca energia, por outro
é agradável que a lâmpada proporcione um bom ambiente. No fim de contas, cabe
sempre a cada um de nós decidirmos o que, no momento e no local, é mais
importante.

SENAI – PB 145
Quadro 08 – Comparação entre lâmpadas de diversos funcionamentos

Tipo de Lâmpada
Índice de Número de
(A) Ampola transparente Rendimento Luminância
restituição horas de vida
(B) Ampola com revestimento difusor ou (lm/W) (cd/m2)
cromática (%) útil
fluorescente

Incandescente normal 100 W (A) 14 Muito boa - 100 1000 700

Incandescente normal 100 W (B) 13 Muito boa - 100 1000 3

Incandescente c/ halogênio 100 W (A) 30 Muito boa - 100 100 1500

Incandescente c/ halogênio 100 W (B) 22 Muito boa - 100 2000 1000

Mercúrio alta pressão 400 W (A) 49 Média - 20 9000 460

Mercúrio alta pressão 400 W (B) 54 Média - 40 9000 12

Mista de 250 W (B) 22 Média - 40 5000 5

Sódio alta pressão 400 W (A) 110 Média - 25 9000 600

Sódio alta pressão 400 W (B) 107 Média - 25 9000 25

Halogenetos metálicos 400 W (A) 75 Excelente - 65 8000 600

Halogenetos metálicos 400 W (B) 70 Excelente - 65 8000 14

Fluorescente 40 W 65 Muito boa - 95 7500 0.8

Sódio baixa pressão 180 W 150 Má 9000 10

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas,


alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se
a derrota, do que formar fila com os pobres de
espírito que nem gozam muito nem sofrem
muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta
que não conhece vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

146 SENAI - PB
EXERCÍCIOS

1º Explique o funcionamento básico de uma lâmpada de descarga.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

2º Como são divididas as lâmpadas de descarga?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

3º Quais as vantagens da lâmpada fluorescente em miniatura para a incandescente


comum?
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

4º Qual a lâmpada que apresenta melhor eficiência luminosa, a fluorescente ou a


vapor de mercúrio? Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

5º Quais lâmpadas necessitam de esperar um certo tempo para que ocorra


novamente ignição após terem sido apagadas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

SENAI – PB 147
6º Quais as diferenças de uma lâmpada a vapor de sódio de baixa pressão para
uma de alta pressão?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

7º Porque a lâmpada de vapor metálico é muito utilizada em áreas esportivas e


similares?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

8º O que define a cor em uma lâmpada neon?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

9º Por que não devemos ficar expostos diretamente à radiação emitida por uma
lâmpada germicida?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________

148 SENAI - PB
29 ACESSORIOS PARA LÂMPADAS

29.1 Receptáculos ou soquetes

São dispositivos que servem para fixação das lâmpadas por suas bases, permitindo
a sua alimentação facilitando a sua substituição.

São também conhecidos como suporte para lâmpadas ou porta-lâmpada. Existem


no comercio, vários tipos, os quais podem ser utilizados de acordo com a situação
da instalação e o tipo da lâmpada. (Figuras 1.29 e 2.29)

Figura 1.29 – Soquetes para lâmpadas


Fluorescentes (Fotos: FAME)

Figura 2.29 – Soquetes e receptáculo para


base E - 27

FIQUE POR DENTRO

 Antes de adquirir um destes acessórios acima, observe os seguintes detalhes:


 O produto tem o nome do fabricante?
 O material é ferroso? (caso seja, desista da compra)
 As conexões para os fios são firmes?
 Se depois de instalado as partes energizadas ficam protegidas de um contato acidental

SENAI – PB 149
29.2 Plafoniers

São dispositivos destinados a suportar os receptáculos ou soquetes para lâmpadas


incandescentes ou fluorescentes compactas, os globos (PVC, ou vidro) e dar
condições de fixação de todo o conjunto ao teto ou parede. Os plafoniers podem ser
de alumínio fundido, de ferro oxidado ou PVC. (Figura 3.29)

Figura 3.29 – Tipos de Plafoniers

29.3 Luminárias

São aparelhos destinados a distribuir, filtrar e controlar a luz gerada por uma ou mais
lâmpadas, que contenham todos os equipamentos e acessórios necessários para
fixar e alimentar essas lâmpadas.

Existem luminárias para diversas finalidades e destinadas às lâmpadas


incandescentes, fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de sódio, etc.

Tipos de Luminárias. (Figura 4.29)

Figura 4.29 – Alguns tipos de Luminárias

150 SENAI - PB
29.4 Reatores

O reator é uma indutância ligada em série com a lâmpada. E auxilia o funcionamento


das lâmpadas de descargas (exceto Luz mista), com a finalidade de proporcionar as
condições de partida e de maneira a controlar ou estabilizar a corrente do circuito.

O reator provoca um aumento na tensão durante a ignição e uma redução na


intensidade da corrente, durante o funcionamento da lâmpada. Consiste
essencialmente e, uma bobina, com núcleo de ferro, ligada em série com a
alimentação da lâmpada ou através de circuito eletrônico.

Tipos de reatores

 Reatores Eletromagnéticos

Reator é um aparelho indutor com núcleo de cobre que transforma a tensão da rede
na potência correta. Sua aplicação mais comum é com lâmpadas de flúor tubulares.
Mas também são utilizados largamente em diversos tipos de lâmpadas de descarga,
como HQI, HPS e HPI. Produzem o efeito de reatância em um fluxo elétrico,
transformando-o por um momento em ondas eletromagnéticas em suas bobinas
internas, e em seguida retornando por efeito de indução a condição de eletricidade.
Consistem em várias voltas de fio de cobre esmaltado em torno de um núcleo, que
pode ser de material metálico (por exemplo, ferrite) ou de ar (ausência de material
sólido no núcleo). Como característica, um reator dificulta a passagem de corrente
alternada e não atua significativamente sobre a passagem de corrente contínua,
sendo assim utilizado como filtro onde não se deseja os efeitos da corrente
alternada.

a) Reator para circuitos convencionais

O reator do tipo convencional é magnético e


necessita de um dispositivo auxiliar
denominado de “Starter”. É usado para ligar
e desligar os eletrodos da lâmpada. (Figura
5.29)
Figura 5.29 – Reator convencional

b) Reator para circuitos de partida rápida

O reator do tipo partida rápida é também


magnético. A lâmpada fluorescente é
acesa mais rapidamente do que quando é
utilizado o reator tipo convencional. Eles
possuem enrolamentos separados para
aquecerem os eletrodos da lâmpada
continuamente. (Figura 6.29) Figura 6.29 – Reator de partida rápida

SENAI – PB 151
c) Reatores Eletrônicos

O reator do tipo eletrônico é muito eficiente. Devido


as suas características dos componentes
semicondutores atuais serem extremamente
confiáveis, mais leves, com dimensões reduzidas,
longa vida. Os reatores eletrônicos possibilitam
uma economia de 60 % de energia, usando-se
controladores eletrônicos de iluminação. Devido a
sua alta frequência, apresentam uma partida ou
ignição com pré-aquecimento dos eletrodos das Figura 7.29 – Reator eletrônico
lâmpadas de forma mais eficiente, aumentando a
vida média em até 50 %, quando comparados aos
reatores eletromagnéticos. (Figura 7.29)

29.5 Ignitores

São dispositivos de partida para lâmpadas de vapor metálico e de sódio de alta


pressão. (Figura 8.29)

Figura 8.29 – Alguns tipos de Ignitores

Nota:

 Os ignitores são próprios para uma rede elétrica de 50 ou 60 Hz;


 Na instalação deverão ser obedecidas necessariamente as indicações para
ligação dos terminais, conforme esquema no próprio ignitor;
 Os equipamentos auxiliares para lâmpadas de sódio e valores metálicos
poderão ficar no máximo a 14 metros das lâmpadas;
 Deverão ser instalados abrigados das intempéries;
 Logo após a partida da lâmpada, o ignitor é desligado automaticamente.

152 SENAI - PB
O circuito eletrônico do ignitor possui componentes sensíveis à temperatura, sendo a
temperatura máxima permitida na carcaça de 85 °C.

 Ignitor SON 50: para lâmpada Vapor de Sódio de alta pressão de 50 a 400 W;
 Ignitor SON 53: para lâmpada Vapor de Sódio de alta pressão de 1000 W;
 Ignitor M 51: para lâmpada Vapor Metálico de 250/400 W tipo HPI e HPI/T (para
lâmpadas Philips);
 Ignitor M 52: para lâmpada Vapor Metálico de 1000 a 2000 W tipo HPI/T
(Para lâmpadas Philips);
 Ignitor M54: para lâmpadas HPI (T) de 2.000 W, 380/440 V - 126689 (código
Philips);
 Ignitor 50 N: para toda linha de lâmpadas Vapor de Sódio até 1000 W, Metálicas
de 150 W e Metálicas compatíveis com Osram ou BLV até 1000 W;
 Ignitor 70 N: para lâmpada Vapor Metálico de 35 a 70 W.

29.6 Starter

É um interruptor térmico automático de descarga, destinado a ligar ou desligar os


eletrodos da lâmpada. Quando ele está fechado, os filamentos são aquecidos,
ionizando o vapor de mercúrio existente dentro do tubo; e ao abrir é dada a partida
na lâmpada, ou seja, a corrente elétrica deixa de passar pelo starter e começa a
circular entre os filamentos e a lâmpada que emite a luz.

O tipo mais comum de starter consiste em um pequeno bulbo de vidro, contendo em


seu interior gás (argônio ou neônio), dois eletrodos, sendo um fixo e o outro uma
lâmina bimetálica recurvada que se deforma sob a ação do calor e um capacitor
para impedir a radiointerferência. O conjunto é encerrado num invólucro de alumínio
ou de plástico e apresenta dois terminais na parte inferior para as conexões em
receptáculo ou soquete próprio. (Figura 9.29)

Figura 9.29 – Detalhes de um Starters

O pré-aquecimento é usado para facilitar a ionização dos gases dentro do tubo,


reduzindo a tensão requerida para fazer saltar o arco elétrico.

SENAI – PB 153
O starter é usado somente em circuitos convencionais, ou seja, em conjunto com
reatores convencionais. Devendo-se utilizar o modelo ou tipo adequado para cada
potência de lâmpada.

30 MÉTODOS DE CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO

Pode-se determinar o número de luminárias necessárias para produzir determinado


iluminamento, das seguintes maneiras:

1ª) Pela carga mínima exigida por normas;


2ª) Pelo método dos lumens;
3ª) Pelo método das cavidades zonais;
4ª) Pelo método do porto por ponto.

Método de calculo de iluminação pela carga mínima exigida por normas

Para iluminar grandes recintos como oficinas e salas de aula, é necessário distribuir
as lâmpadas corretamente. Deve-se considerar, no entanto, a utilização de
lâmpadas com o número de watts existentes no comércio e a economia da
instalação. Examine a tabela do anexo, que apresenta o iluminamento mínimo por
metro quadrado (m2). Suponhamos, agora, que uma sala de aula de 12 x 6 (igual a
72 m²) deve ser iluminada e, de acordo com a tabela, são necessários 30 W/m².
Necessitamos, portanto, de 2.160W.

Para encontrarmos o número de pontos de luz, vamos considerar que as luminárias


são do tipo difuso geral. A distância entre luminárias desse tipo deverá ser de duas
vezes a altura útil, ou seja, a distância que vai do plano de trabalho à luminária.
(Figura 1.30)

Figura 1.30 – Descrição das alturas utilizadas no cálculo de


iluminação

154 SENAI - PB
Assim, a distância entre as luminárias, no exemplo apresentado acima, deverá ser
de 4,50 m, ou seja, duas vezes 2,25 m.

Então se dividindo os lados da área a ser iluminada por 4,50 m, teremos:

12 6
4,5
≅ 3 (aproximadamente três) e 4,5 ≅ 2 (aproximadamente dois).

Teremos, desta forma, 6 pontos de luz, teremos 360 W por ponto. Como não se
encontra, comercialmente, lâmpadas de 360 W, deveremos optar por lâmpadas de
300 W. Isso nos leva a aumentar o número de pontos de luz, para compensar a
menor potência por ponto. Se utilizarmos 8 pontos, teremos um total de 8 vezes 300,
que é igual a 2.400 W. O aumento da potência total de 2.160 W para 2.400 W será
compensado, com o tempo, pela redução da eficiência das luminárias.

Observações:

1º - Quando a altura do plano de trabalho não for bem definida, consideremos a


altura útil equivalente ao pé direito.

2º - Como regra geral, se deve aproximar os números fracionários para o número


inteiro imediatamente superior. Ex.: Se o resultado for 3,3 arredondaremos para 4.

A maneira mais prática de distribuir os pontos de luz é desenhar a planta baixa do


recinto, em escala (exemplo, 1:100) e dividir a área de modo que as distâncias entre
lâmpadas sejam iguais e entre lâmpadas e paredes sejam a metade. (Figura 2.30)

Figura 2.30 – Marcação dos pontos de iluminação na planta-baixa

Método dos lumens

Agora, estamos em condições de entrar no método dos lumens, os quais dividirão


nas etapas apresentadas a seguir.

SENAI – PB 155
 Seleção da Iluminância*

De acordo com a NBR-5413 da ABNT, alguns níveis recomendados para iluminação


de interiores constam da Tab.16. Segundo a mesma fonte, as atividades foram
divididas em três faixas: A, B, C e cada faixa com três grupos de iluminâncias,
conforme o tipo de atividade, A seleção da iluminância específica para cada
atividade é feita com auxilio das Tabelas em Anexo do seguinte modo:

a. analisa-se a característica da tarefa e escolhe-se o seu peso (Tabela em Anexo);

b. somar os valores encontrados, algebricamente, considerando o sinal;

c. quando o valor final for -2 ou -3, usa-se a iluminância mais baixa do grupo; usa se
a iluminância superior do grupo quando a soma for +2 ou +3; nos outros casos usa-
se o valor médio.

Exemplo 1:

Oficina de inspeção de aparelhos de TV, ocupada por pessoas de menos de 40 anos de


idade, a velocidade e precisão são importantes e a refletância do fundo da tarefa é de 80 %.

Somatório dos pesos:

Idade = -1
Velocidade e precisão = 0
Refletância do fundo da tarefa = -1

Total = -2

Então usaremos a iluminância mais baixa do grupo, ou seja, 1000 luxes (Faixa B - Tarefas
com requisitos especiais).

 Escolha da Luminária

Esta etapa depende de diversos fatores, tais como: objetivo da instalação


(comercial, industrial, domiciliar etc.), fatores econômicos, razões da decoração,
facilidade de manutenção etc. Para esse objetivo, torna-se indispensável à consulta
de catálogos dos fabricantes.

A fim de tornar mais objetivo nosso estudo, transcrevemos as Tabelas 19 e 20 (em


anexo) do “General Electric”, com as quais faremos, adiante, um exemplo de cálculo
de iluminamento.

Nas luminárias fluorescentes é comum o “pisca-pisca” resultante do efeito


estroboscópico, que pode ser muito atenuado quando se usa número par de
lâmpadas e reatores duplos de alto fator de potência.

156 SENAI - PB
 Determinação do índice do Local (Tabela em Anexo)

Este índice relaciona as dimensões do recinto, comprimento, largura e altura de


montagem, ou seja, altura da luminária em relação ao plano do trabalho, de acordo
com o tipo de iluminação (direta, semidireta, indireta e semi-indireta).

ATENÇÃO: *Iluminância é o mesmo que iluminamento, não confundir com


“luminância”.

Definição de iluminância da NB-57: “Limite da razão do fluxo luminoso recebido pela


superfície em torno de ponto considerado, para a área da superfície, quando esta
tende para zero.

 Determinação do Coeficiente de Utilização (Tabela em Anexo)

De posse do índice do local, estamos em condições de achar o coeficiente de


utilização. Este coeficiente relaciona o fluxo luminoso inicial emitido pela luminária
(fluxo total) e o fluxo recebido no plano de trabalho (fluxo útil); por isso, depende das
dimensões do local, da cor do teto, das paredes e do acabamento das luminárias.

Para encontrar o coeficiente de utilização, precisamos entrar na tabela com a


refletância dos tetos e paredes:

- Teto branco - 75 %
- Teto claro - 50 %
- Paredes brancas - 50 %
- Paredes claras - 30 %
- Paredes médias - 10 %

 Determinação do Fator de Depreciação (Tabela em Anexo)

Este fator, também chamado fator de manutenção, relaciona o fluxo emitido no fim
do período de manutenção da luminária e o fluxo luminoso inicial da mesma. É
evidente que, quanto melhor for à manutenção das luminárias (limpeza e
substituições mais frequentes), mais alto será este fator, porém mais dispendioso.

 Fluxo Total e Número de Luminárias

Uma vez percorridas as cinco etapas anteriores, estamos em condições de chegar o


número de luminárias necessárias para determinado nível de iluminamento. Para
isso usaremos as seguintes fórmulas:

𝑆𝑥𝐸 𝛷
𝛷= e 𝑛=
𝑢𝑥𝑑 𝜑

SENAI – PB 157
Onde:

Φ = fluxo luminoso total, em lumens;


S = área do recinto, em metros quadrados;
E = nível de iluminamento, em luxes ou iluminância; (Tabela em anexo)
u = fator de utilização ou coeficiente de utilização; (Tabela em anexo)
d = fator de depreciação ou de manutenção; (Tabela em anexo)
n = número de luminárias;
φ = fluxo por luminárias, em lumens.

Observação: O fator de depreciação deve ser estimado da seguinte maneira:

a) Manutenção deficiente

(d = 0,45 = tipo c/ plástico)


(d = 0,55 = tipo c/ colmeia)

b) Manutenção boa

(d = 0,65 = tipo c/ plástico)


(d = 0,70 = tipo c/ colmeia)

Como dado prático toma-se a distância entre luminárias, o dobro da distância entre a
luminária e a parede. Para pé direito normal (3 m) e sistema indireto, a distância
entre as luminárias deve ser aproximadamente a da altura de montagem acima do
piso.

 Determinação da Refletância Aproximada de Superfícies (GE - Dados


Essenciais para Cálculos de Iluminação)

A) Condições para leitura do fotômetro. (Figura 3.30)

Papel branco fosco


encostado à superfície.

Fotômetro afastado 7,5


cm da superfície e com
a célula voltada para a
parede.

Figura 3.30 – Manuseio correto do Fotômetro

158 SENAI - PB
B) Etapas para determinação da refletância

1ª ETAPA - leitura feita com o papel branco fosco. Exemplo: 100 lux.
2ª ETAPA - leitura feita retirando-se o papel branco fosco. Exemplo: 40 lux.
40
3ª ETAPA - determinação da refletância da superfície. 𝑥 0,75 = 0,30 𝑜𝑢 30%
100

NOTA: a refletância aproximada de um papel branco fosco é de 75 %.

Exemplo 2:

Desejamos iluminar eletricamente uma oficina de 10,50 X 42 metros, pé direito, 4,60


m. A oficina destina-se à inspeção de aparelhos de TV, operação esta realizada em
mesas de 1,00 m. Desejamos usar lâmpadas fluorescentes em luminárias
industriais, com 4 lâmpadas de 40 W - 120 V cada. O teto e as paredes são
brancos.

1º) Iluminância: 1000 luxes (requisitos essenciais) (ver Ex. 1).


2º) Luminária escolhida: industrial, com 4 lâmpadas de 40 watts (Tabela em anexo).
3º) Índice do local: B

Obs.: Admitindo a montagem das luminárias a 2,60 m acima das mesas, teremos
que pendurá-las a 1 m do teto.

4º) Coeficiente de utilização: 0,76


5º) Fator de depreciação: 0,70

10,50 𝑥 42 𝑥 1000
𝛷= = 829.000 𝑙𝑢𝑚𝑒𝑛𝑠.
0,70 𝑥 0,76

Usando luz branca fria, bulbo T-12, temos:

φ = 4 x 3000 = 12.000 lumens por luminária.

829.000
𝑛= ≈ 70 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠
12.000

Ver a disposição dos aparelhos na figura 4.30.

Figura 4.30 - Disposição dos aparelhos: 14 carreiras.

SENAI – PB 159
EXERCICIO

1º Registre, nos espaços adequados, os números necessários para a correta


iluminação de uma garagem com 12 x 20 e pé direito de 3 m.

a) Potência mínima por m²;


b) Potência necessária: área total x potência mínima por m²;
c) Número de pontos de luz;
d) Potência por lâmpada.

2º Marque, na planta abaixo, os pontos de luz, de acordo com as respostas do


exercício anterior, considerando que cada quadrícula corresponde a um metro (1 m).

160 SENAI - PB
3º Calcular pelo método dos lumens o nível de iluminamento e determinar a quantidade de luminárias, lâmpadas e potências nos
recintos da planta-baixa abaixo. Observação: luminária modelo 15 da Tabela em anexo, lâmpada fluorescente do tipo luz do dia.

SENAI – PB 161
31 USO RACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA

Não se pode imaginar o mundo atual sem a eletricidade. A energia elétrica é


fundamental no nosso dia a dia. Seja no trabalho, em casa ou nos momentos de
lazer, ela está presente em nossa vida 24 horas, proporcionando conforto, bem-estar
e segurança. Mesmo quando estamos dormindo, a geladeira continua funcionando e
as ruas continuam iluminadas. Justamente porque a nossa vida depende tanto
desse tipo de energia, devemos estar conscientes tanto dos benefícios, quanto dos
perigos e desperdícios que o uso incorreto pode causar.

Mais de 38 milhões de residências são abastecidas por energia elétrica, em todo o


Brasil. Estima-se que cada consumidor desperdiça cerca de 10 % da energia
fornecida, seja por hábitos adquiridos ou pelo uso ineficiente dos eletrodomésticos.

Com o intuito de promover a utilização dos equipamentos com melhor desempenho


e economia de energia, além de estimular uma mudança de hábito por parte dos
moradores, damos algumas dicas para mostrar que o combate ao desperdício é
mais fácil do que parece.

31.1 Dicas para o uso correto da energia

 Lâmpadas

 Na hora de comprar novas lâmpadas, dê preferência àquelas fluorescentes


compactas ou circulares para cozinha, área de serviço, garagem e qualquer outro
local que fique com as luzes acesas mais de 4 horas por dia. Este tipo de
lâmpada, além de consumir menos energia, dura 10 vezes mais;

 Evite acender lâmpadas durante o dia. Abra a janela e aproveite ao máximo a luz
do dia;

 Pinte paredes e tetos com cores claras, que refletem melhor a luz, diminuindo a
necessidade de iluminação artificial;

 Utilizar iluminação dirigida (luminárias de mesa) para leitura e trabalhos manuais;

 Apague as lâmpadas que não estiver utilizando, salvo aquelas que contribuem
para sua segurança.

 Ferro Elétrico

 O ferro elétrico deve ser ligado, preferencialmente, quando houver uma grande
quantidade de roupa para passar;

 Evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos outros aparelhos estejam
ligados, pois ele sobrecarrega a rede de energia elétrica;

 Siga as instruções de temperatura para cada tipo de tecido;

162 SENAI - PB
 Regule a temperatura, no caso dos ferros automáticos. As roupas mais delicadas
devem ser passadas primeiro. No final, depois de desligar, o calor do ferro pode
ser aproveitado para passar algumas roupas leves.

 Geladeira/Freezer

 O consumidor deve observar, quando for comprar


geladeira ou freezer, se o produto tem o Selo
PROCEL de Economia de Energia. (Figura 1.31)

 A instalação do aparelho deve ser feita em local


bem ventilado, evitando a proximidade com o fogão
e com aquecedores ou áreas expostas ao sol.
Esses eletrodomésticos devem ter um espaço
mínimo de 20 cm dos lados, acima e no fundo, no
Figura 1.31 – Selo PROCEL
caso de instalação entre armários e paredes;

 Ao escolher um novo aparelho, leve em conta também as instruções da etiqueta


laranja que indica o consumo médio mensal;

 Não utilize a parte traseira do refrigerador para secar panos e roupas;

 Regule o termostato adequadamente para estações frias do ano. Consulte o


manual do fabricante;

 Faça degelo sempre que a camada de gelo atingir a espessura de,


aproximadamente, 1 cm;

 A borracha de vedação da porta deve estar sempre em bom estado, evitando


fuga de ar frio;

 Os alimentos, quando quentes, não devem ser guardados no refrigerador ou no


freezer. Não use recipientes sem tampa;

 O seu aparelho deve ser protegido dos raios solares e mantido o mais afastado
possível do calor do fogão;

 As portas da geladeira ou do freezer não devem ficar abertas por tempo


prolongado. O usuário deve arrumar os alimentos de forma há perder menos
tempo para encontrá-los;

 Retirem de uma só vez, todos os alimentos de que necessite;

 As prateleiras não devem ser forradas com plásticos ou vidros, pois isso dificulta
a circulação interna do ar;

 Não desligue sua geladeira ou freezer à noite, para ligar na manhã seguinte;

 Conserve limpas as serpentinas;

SENAI – PB 163
 Quando se ausentar de casa por tempo prolongado, esvazie a geladeira e/ou
freezer e desligue-os da tomada.

 Televisão

 Não deixe o aparelho ligado se ninguém estiver assistindo. Se a televisão tiver


programação, use o timer quando quiser dormir com ela ligada;

 Chuveiro elétrico

 Este é um dos aparelhos que mais consome energia. O ideal é evitar o seu uso
no horário de ponta, entre 17 e 22 horas;

 Deixe a chave na posição menos quente (verão), pois assim você economiza
cerca de 30 % de energia. Um banho na posição inverno gasta 1 kWh em 11
minutos;

 Feche a torneira para se ensaboar;

 Não tente aproveitar uma resistência queimada, pois isso acarretará aumento de
consumo e é perigoso;

 Limpe periodicamente os orifícios de saída de água;

 Limite seu tempo debaixo de água quente.

 Ar condicionado/ventilador

 Procure os modelos que tenham o Selo PROCEL de Economia de Energia. Eles


fazem uma boa diferença na conta de energia, principalmente, no verão, quando
o ar condicionado chega a representar um terço do consumo de energia da casa;

 Dimensione adequadamente o aparelho para o tamanho do ambiente;

 Regule adequadamente o termostato, mantendo a temperatura desejada num


ambiente;

 Desligue o aparelho, quando o ambiente ficar desocupado;

 Mantenha janelas e portas fechadas, quando o aparelho estiver funcionando,


para evitar a troca de calor;

 Evite o calor do sol no ambiente, fechando cortinas e persianas. Não tape a


saída de ar do aparelho;

 Mantenha limpos os filtros do aparelho, para não prejudicar a circulação do ar;

 Quando instalar o aparelho, exposto aos raios solares instale uma proteção, sem
bloquear as grades de ventilação;

164 SENAI - PB
 Desligue-o

 Sempre que se ausentar por muito tempo do local onde está instalado.

 Máquina de lavar roupa/louça e secadora

 Economize água e energia, lavando, de uma só vez, a quantidade máxima de


roupa ou louça indicada pelo fabricante;

 Use a dose certa de sabão especificada no manual, para evitar repetir operações
de enxágue.

 Aparelho de som

 Ouça sua música, mas, se deixar o local, desligue o aparelho;

 Computador/Vídeo cassete

 Faça a instalação adequada para computador com aterramento;

Nota: Deixe o aparelho desligado, quando não estiver sendo utilizado.

31.2 Horário de ponta

É o horário em que as linhas de transmissão estão mais sobrecarregadas. A partir


das 17 às 21 horas, é quando as pessoas estão chegando em casa e ligando luzes,
televisão, chuveiro, ferro de passar, microondas, lavadora de roupas, lava-louça, ar
condicionado, torradeira e outros aparelhos. Nessa mesma hora, entra em operação
a iluminação pública.

Nesse horário, com as linhas sobrecarregadas, pode acontecer um apagão (os


geradores das usinas se desligam automaticamente em caso de sobrecarga). A falta
de energia pode trazer problemas para seu conforto, e segurança, tanto em casa
quanto nos hospitais, e em toda parte. Por isso, é necessário tomar alguns cuidados.

Em vez de ligar ao mesmo tempo muitos aparelhos, use a energia eficientemente.


No horário de ponta, procure não ligar aparelhos de alta potência, que "puxam"
muita energia, como, por exemplo, o chuveiro. Precisando ligar os aparelhos, ligue-
os por menos tempo, e um de cada vez.

31.3 Horário de verão

O horário de verão é uma medida implantada com o objetivo de reduzir o consumo


de energia e diminuir a demanda no horário de pico de consumo, através do melhor
aproveitamento da luz solar. Com este aproveitamento permite-se, em termos de
Brasil, uma economia de energia da ordem de 1 % e no horário de ponta, de 3,5 a 5
%.

SENAI – PB 165
No horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora. Com isso, passamos
a ter os dias mais longos, e há um natural deslocamento de carga, diminuindo o pico
da demanda. Com o horário de verão, as cargas de iluminação pública e das
residências passam a entrar após as 19 horas, quando o consumo industrial começa
a cair. Com isso, há redução de carga nesse horário.

O horário de verão tem efeito significativo apenas para os estados mais ao Sul do
país. Quanto mais próximo da linha do Equador, menor o efeito da medida. Por isso,
ele é restrito aos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

31.4 KWH – Quilo watt hora

Um quilowatt equivale a 1000 (KW) e tem como símbolo kW. É uma unidade de
potência elétrica, ou seja, é a capacidade de consumo de energia. Uma lâmpada de
potência igual a 40 W tem 0,040 kW.

É a potência (medida em watts) da lâmpada multiplicada por um tempo. O consumo


é medido, normalmente, em quilowatt/hora (kWh). Uma lâmpada de potência igual a
40 W consome por hora 0,040 kWh.

Quando quiser saber quanto tempo um equipamento, eletrodoméstico ou instalação


leva para consumir 1 kWh, basta dividir 1 kWh pela potência do equipamento.

31.5 PROCEL

O Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, criado em 1985 pelos


Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio, é gerido por uma
Secretaria Executiva, subordinada à Eletrobrás. Em 1991, o PROCEL foi
transformado em Programa de Governo, tendo sua abrangência e responsabilidade
ampliada.

O objetivo do PROCEL é promover a racionalização da produção e do consumo de


energia elétrica, eliminando os desperdícios, reduzindo os custos, concorrendo para
a melhoria da qualidade de produtos e de serviços e reduzindo os impactos
ambientais.

O consumo de alguns eletrodomésticos, como geladeira, freezer e aparelhos de ar


condicionado, são medidos todo ano por um centro de pesquisas do Governo. Os
campeões em economia, nas suas respectivas categorias, ganham o Selo do
PROCEL de Economia de Energia. Na hora da compra, dê preferência a esses
produtos. Também, há o Selo PROCEL INMETRO de iluminação para lâmpadas
fluorescentes compactas e circulares. Para ter direito de usar o Selo, o fabricante
deve oferecer garantia de 1 ano contra defeitos de fabricação e assegurar um fluxo
mínimo de iluminação.

166 SENAI - PB
31.6 Dicas de segurança

O uso seguro, sem desperdício da energia elétrica, pode melhorar a sua qualidade
de vida, preservar o meio ambiente e reduzir o consumo de energia.

Em casa:

 Quando for fazer algum reparo na instalação de sua casa, desligue os disjuntores
ou a chave geral;

 Não ligue muitos aparelhos na mesma tomada, através de "benjamins", isto pode
provocar aquecimento nos fios, desperdiçando energia e podendo causar curtos-
circuitos;

 As extensões e os cabos de aparelhos devem estar sempre em boas condições;

 Nunca mexa no interior do televisor, mesmo que ele esteja desligado;

 Nunca mexa em aparelhos com as mãos molhadas ou com os pés em lugares


úmidos;

 Não coloque facas, garfos ou qualquer objeto de metal dentro de aparelhos


elétricos ligados;

 Se você tiver crianças em casa, todo cuidado é pouco. Não deixe que elas
mexam em aparelhos elétricos ligados, toquem em fios e, muito menos, ponham
os dedinhos em tomadas ou coloquem fios elétricos na boca;

 Ao trocar a lâmpada, não toque na parte metálica;

 Fios mal isolados na instalação podem provocar incêndios, além do desperdício


de energia elétrica;

 Não passe os fios elétricos debaixo dos tapetes;

 Desligue os aparelhos corretamente, usando sua tecla ou botão de ligar e


desligar. Nunca puxe a tomada pelo fio;

 Aparelhos elétricos nos banheiros é um grande risco. Utilize apenas rádios,


secadores e barbeadores a pilha;

 Sua casa está protegida por fusíveis ou disjuntores, instalados na caixa do


medidor ou no quadro de distribuição. Eles foram especialmente projetados para
desligar o circuito em caso de defeito. Nunca bloqueie as chaves dos disjuntores
ou substitua os fusíveis por arame, moeda, papel de cigarro, etc.;

 A utilização de ferramentas elétricas requer cuidados especiais. Siga as


instruções do fabricante e, nunca, improvise extensões ou emenda dos fios;

SENAI – PB 167
 As antenas de rádio e TV devem ser instaladas, de maneira que, não toquem ou
caiam sobre os fios da rede elétrica;

 Ferros de construção, trilhos de cortina, escadas e outros objetos metálicos


também representam perigo e devem ser movimentados longe dos fios elétricos.

Pipas:

 Soltar papagaio é uma brincadeira divertida, mas é preciso brincar longe dos fios
elétricos. Como os fios dos postes não são encapados, a linha do papagaio pode
ser um grande perigo se estiver suja, molhada ou com cerol. A linha poderá
conduzir eletricidade e a brincadeira pode terminar em tragédia.

Árvores

 Subir em árvores é divertido, mas certifique-se de que não existam fios por perto.
Se os galhos da árvore encostar nos fios, estes poderão conduzir eletricidade e
acabar com a brincadeira. O mesmo cuidado deve ser tomado na hora de se
podar ou cortar uma árvore.

Acidentes automobilísticos

 Infelizmente, são muito comuns os acidentes automobilísticos envolvendo rede


elétrica. No caso de colisão com poste, não saia do carro, se o fio estiver sobre
ele poderá tomar um choque, ao tocar o chão e o carro ao mesmo tempo, pois
fechará um curto-circuito. Se tiver mesmo que abandonar o carro, pule com os
dois pés juntos o mais longe possível do carro. Se você não for à vítima, e sim a
testemunha do acidente, instrua as pessoas do carro sobre como proceder para
sair dele;

 Caminhões altos podem tocar a rede elétrica e, neste caso, ficam energizados.
Não toque no caminhão.

Descarga atmosférica

 O raio ou relâmpago é o fenômeno atmosférico mais espetacular oferecido pela


natureza. Ele, tanto pode danificar equipamentos e instalações elétricas como
também matar pessoas, sem se quer atingi-las diretamente. Aqui, você
encontrará um pequeno resumo de procedimentos para se proteger, e proteger
também edificações, equipamentos e instalações elétricas.

O que você deve fazer dentro de casa

 Não tome banho durante as tempestades;


 Não use chuveiro ou torneira elétrica;
 Evite contato com qualquer objeto que possua estrutura metálica, tais como
fogões, geladeiras, torneiras, canos, etc.;
 Evite ligar aparelhos e motores elétricos, para não queimar os equipamentos;
 Afaste-se das tomadas e evite usar o telefone;

168 SENAI - PB
 Desconecte das tomadas os aparelhos eletrônicos, tais como televisão, som,
computadores, etc.;
 Permaneça dentro da sua casa até a tempestade terminar;
 Desligue os fios de antenas dos aparelhos.

O que você deve fazer fora de casa

 Evite contato com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefônicas,
linhas de energia elétrica e qualquer objeto ou estrutura metálica;

Afaste-se dos seguintes locais:

 Tratores e outras máquinas agrícolas;


 Motocicletas, bicicletas e carroças;
 Campos abertos, pastos, campos de futebol, piscinas, lagos, lagoas, praias,
árvores isoladas, postes, mastros, etc.;
 Permaneça dentro do seu veículo, caso o mesmo tenha teto de estrutura
metálica.

31.7 Acidentes envolvendo eletricidade

O choque elétrico acontece quando há a passagem de uma corrente elétrica por um


corpo em contato com um objeto eletrificado, provocando queimaduras, parada
respiratória ou, até mesmo, paralisia cardiorrespiratória. Pelo fato da energia elétrica
ser invisível, qualquer pessoa menos avisada pode se transformar em vítima de um
acidente, envolvendo eletricidade. Vejamos como proceder:

 Desligue imediatamente a eletricidade. Se não for possível, interrompa o contato


da vítima com a corrente elétrica, utilizando material não-condutor seco (pedaço
de madeira, corda, borracha ou pano grosso). Nunca use objeto metálico ou
úmido;

 Se as roupas da vítima estiverem em chamas, deite a vítima no chão e cubra-a


com um tecido bem grosso, para apagar o fogo. Outra opção é fazê-la rolar no
chão. Não a deixe correr;

 Localize as partes do corpo comprometidas. Lembre-se que toda queimadura


elétrica tem uma "porta de entrada" (por onde entrou a corrente no corpo) e uma
"porta de saída" (parte do corpo que fez contato com a terra);

 Resfrie os locais afetados somente com água fria em abundância ou com panos
molhados por vários minutos. Não aplique manteiga, gelo, pomada ou pasta de
dente nos ferimentos;

 Em queimaduras de 2º e 3º graus, não perfure as bolhas, não descole as roupas


grudadas, nem dê líquidos ou comidas à vítima. Procure um médico
imediatamente;

SENAI – PB 169
 Para saber se a pessoa está respirando, aproxime o ouvido à boca dela e
observe o movimento do tórax (a parada respiratória leva à morte no período de
3 a 5minutos). Verifique também se ela teve parada cardíaca, sentindo a
pulsação nos punhos, pescoço ou virilha.

32 NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E


SERVIÇOS EM ELETRICIDADE – NR-10

10.8.8 os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem


possuir treinamento especifico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em insta elétricas, de
acordo com o estabelecido no anexo 2 desta normal regulamentadora. Deve ser
feito um curso básico com Carga horária de 40 h.

Normas regulamentadoras é um conjunto de regras e medidas que devem ser


seguidas por um determinado grupo de pessoas na execução de alguns
procedimentos, de forma segura, insto é, uma norma estabelece padrões que
garantam a segurança das pessoas.

A seguir, estudaremos um pouco mais sobre a NR-10 que estabelece regras para a
segurança dos trabalhadores que exercem atividades relacionadas à energia
elétrica. Os itens 10.1.1 e 10.1.2 foram extraídos da norma original.

1. Norma regulamentadora Nº 10 segurança em instalações e serviços em


eletricidade*1.

10.1 Objetivo e campo de aplicação

10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e condições


mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que,
direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade.

10.1.2. Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo,


incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das
instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades,
observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes
e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

1
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 598, de 07 de dezembro de 2004. Altera a Norma
Regulamentadora nº 10 que trata de Instalações e Serviços em Eletricidade, aprovada pela Portaria nº 3.214,
de 1978, que passa a vigorar na forma do disposto no Anexo a esta Portaria. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, 08 dez. 2004. Seção 1.

________.Ementas: Portaria nº 126, de 03 junho 2005. Inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa e as
respectivas infrações para os subitens da NR-10. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília, 06 jun. 2005.
Seção 1.

170 SENAI - PB
2. Técnicas de análise de riscos elétricos

A NR-10 define como medidas de controle, no item 10.2.1, que em todas as


intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de
controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de risco,
de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.

No capítulo 10.6, segurança em instalações elétricas energizadas, no item 10.6.4, é


estipulado que “sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a
entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos, devem ser
elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e
respectivos procedimentos de trabalho”.

Tabela 2 – Resumo dos riscos elétricos e adicionais com suas principais medidas de
controle

RISCO ELÉTRICO PRINCIPAIS MEDIDAS DE CONTROLE

Desenergização, tensão de segurança, barreiras, invólucros, luvas, bota


Choque elétrico
de segurança, capacete.

Arco elétrico Protetor facial e vestimenta


Não possuir implantes eletrônicos no corpo e/ou próteses metálicas,
Campos eletromagnéticos
blindagens

RISCOS ADICIONAIS PRINCIPAIS MEDIDAS DE CONTROLE

Trabalho em altura Cinto de segurança com trava queda e linha de vida

Ambiente confinado Treinamento específico

Área classificada Treinamento específico

Instalação elétrica em
Projeto e materiais certificados
ambiente explosivo

Sobretensões transitórias Dispositivos contra surtos (DPS)

Descargas atmosféricas SPDA e interrupção dos trabalhos a céu aberto

Eliminação a partir do uso de ionizadores, aterradores e mantas


Eletricidade estática
dissipadoras

Umidade Desumidificação

Flora Remoção, considerando os critérios de preservação do meio ambiente

Impedimento da circulação ou entrada nas instalações elétricas e


Fauna
controle de pragas

SENAI – PB 171
3. Equipamentos de proteção coletiva – EPC

Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e


adotadas prioritariamente medidas de proteção coletiva para garantir a segurança e
a saúde dos trabalhadores.

As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desenergização


elétrica, e na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança, conforme
estabelece a NR-10.

Essas medidas visam à proteção não só de trabalhadores envolvidos com a


atividade principal que será executada e que gerou o risco, como também à
proteção de outros funcionários que possam executar atividades paralelas nas
redondezas ou até de passantes, cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco
existente.

Tabela 3 – Equipamentos e sistemas de proteção coletiva


Equipamento destinado à execução de aterramento temporário,
Conjunto de aterramento visando à equipotencialização e proteção pessoal contra a
energização indevida do circuito em intervenção.
Tapetes de borracha
isolantes Acessório utilizado principalmente em subestações, sendo aplicado
na execução da isolação contra contatos indiretos, minimizando
assim as conseqüências por uma falha de isolação nos
equipamentos.

http://www.3atapetes.com.br
Características: fita plástica colorida em poliestileno, com listras
laranja e preta intercaladas.
Fita de sinalização
Utilizada interna e externamente na sinalização, interdição,
balizamento ou demarcação em geral por indústrias, construtoras,
transportes, órgãos públicos ou empresas que realizam trabalhos
externos.
Leve, resistente, dobrável e de fácil instalação, é fornecida em rolo
de 200 m de comprimento e 70 mm de largura, podendo ser afixada
http://www.portseg.net
em cones e tripés.
Cores: laranja/preto

Cone em PVC para Características: utilizado para sinalizar, isolar, balizar ou interditar
sinalização
áreas de tráfego ou serviços com extrema rapidez e eficiência.
Fornecido em poliestileno/PVC ou borracha, é altamente durável e
resistente a intempéries e maus-tratos.
Cores: laranja/branco
http://www.ggkitborrachas.co

172 SENAI - PB
m.br
Correntes de sinalização e isolamento em plástico ABS de alta
Correntes para sinalização durabilidade, resistência mecânica e contra altas temperaturas.
em ABS Excelente para uso externo, não perdendo a cor ou descascando
com a ação de intempéries. Fabricadas nos tamanhos pequenos e
grandes, nas cores laranja, branco, ou as duas cores mescladas.
Garantia contra defeitos de fabricação de 15 anos. Indicados para
uso na construção, decoração, isolamento e sinalização de áreas,
http://brpplasticos.mercados nas mais diversas aplicações, como em docas, ancoradouros,
hops.com.br/ estacionamentos, rodovias, pedágios, bancos, parques, shopping
centers, supermercados, etc.
São utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e situação
dos equipamentos (equipamentos energizados, não manobre este
Placas de sinalização
equipamento sobrecarga, etc.), visando assim à proteção de
pessoas que estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que
venham a manobrar os sistemas elétricos.
Protetores de borracha ou PVC para redes elétricas
Anteparos destinados à proteção contra contatos acidentais em redes aéreas são utilizados na
execução de trabalhos próximos a ou em redes energizadas.

4. Equipamentos de proteção individual – EPI

Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva


forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser
adotados equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos e adequados às
atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR-6, a norma
regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego relativa a esses
equipamentos. As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,
considerando-se, também, a condutividade, a inflamabilidade e as influências
eletromagnéticas.

É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em


suas proximidades, principalmente se forem metálicos ou facilitem a condução de
energia.

Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego. O EPI deve ser usado quando:

 Não for possível eliminar o risco por outros meios;


 For necessária complementar a proteção coletiva.

SENAI – PB 173
Tabela 4 – Equipamentos de proteção individual – EPI

Exemplos de EPI´s
Equipamento destinado à proteção contra elementos que venham a
Óculos de segurança
prejudicar a visão, como, por exemplo, descargas elétricas.
Equipamento destinado à proteção contra quedas de objetos e
contatos acidentais com as partes energizadas na instalação. O
Capacetes de segurança
capacete para uso em serviços com eletricidade deve ser classe B
(submetido a testes de rigidez dielétrica a 20 kV).
Elas podem ser testadas com inflador de luvas para verificação da
existência de furos e por injeção de tensão de testes.
As luvas isolantes apresentam identificação no punho, próximo da
Luvas isolantes
borda, marcada de forma indelével, que contém informações
importantes, como a tensão de uso, por exemplo, nas cores
correspondentes a cada uma das seis classes existentes.
Elas podem ser testadas com inflador de luvas para verificação da
existência de furos, e por injeção de tensão de testes.
Calçados (botinhas, sem As luvas isolantes apresentam identificação no punho, próximo da
biqueira de aço) borda, marcada de forma indelével, que contém informações
importantes, como a tensão de uso, por exemplo, nas cores
correspondentes a cada uma das seis classes existentes.
Equipamento destinado à proteção contra queda de pessoas, sendo
obrigatória sua utilização em trabalhos acima de 2 m de altura. Pode
ser basicamente de dois tipos: abdominal e de três pontos (pára-
Cinturão de segurança quedista).
Para o tipo paraquedista, podem ser utilizados trava-quedas
instalados em cabos de aço ou flexíveis fixados em estruturas a
serem escaladas.
Equipamento destinado a minimizar as consequências de ruídos
prejudiciais à audição.
Protetores auriculares
Para trabalhos com eletricidade, devem ser utilizados protetores
apropriados, sem elementos metálicos.
Equipamento destinado à utilização em áreas confinadas e sujeitas a
Máscaras/respiradores
emissão de gases e poeiras.

174 SENAI - PB
Procedimentos de desenergização

Toda empresa deve elaborar, aprovar e divulgar (distribuir) o procedimento de


desenergização obedecendo a sequência indicada a seguir:

a. Seccionamento – confirmar se o circuito desligado é o alimentador do circuito a


ser executada a intervenção, mediante a verificação dos diagramas elétricos e
folha de procedimentos e a identificação do mesmo em campo.

b. Impedimento de reenergização – verificar as medidas de impedimento de


reenergização aplicadas, que sejam compatíveis ao circuito em intervenção,
como: abertura de seccionadoras, afastamento de disjuntores de barras, relés de
bloqueio, travamento por Chávez, utilização de cadeados.

c. Constatação da ausência de tensão – é feita no próprio ambiente de trabalho


através de: instrumentos de medições dos painéis (fixo) ou instrumentos
detectores de tensão (observar sempre a classe de tensão desses instrumentos).
Verificar se os EPIs e EPCs necessários para o serviço estão dentro das normas
vigentes e se as pessoas envolvidas estão devidamente protegidas.

d. Instalação de aterramento temporário – verificar a instalação do aterramento


temporário quanto à perfeita equipotencialização dos condutores do circuito ao
referencial de terra, com a ligação destes a esse referencial com equipamentos
apropriados.

e. Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada – verificar a


existência de equipamentos energizados nas proximidades do circuito ou
equipamento a sofrer intervenção, verificando assim os procedimentos, materiais
e EPIs necessários para a execução dos trabalhos, obedecendo à tabela de zona
de risco e zona controlada. A proteção poderia ser feita por meio de obstáculos
ou barreiras, de acordo com a análise de risco.

f. Instalação da sinalização de impedimentos de energização – confirmar se foi


feita a instalação da sinalização em todos os equipamentos que possam vir a
energizar o circuito ou equipamento em intervenção. Na falta de sinalização de
todos os equipamentos, esta deve ser providenciada.

33 TAREFAS

1ª Tarefa - Instalação de lâmpada comandada por interruptor simples

Interruptores

São dispositivos de manobra utilizados para abrir, fechar ou comutar um circuito


elétrico (basicamente aparelhos de iluminação), tais como lâmpadas
incandescentes, fluorescentes, entre outras. Esses dispositivos são usados para
comandar manualmente um circuito de iluminação de apenas um ponto.
SENAI – PB 175
Tipos de interruptores

Podem ser classificados quanto à forma de instalação em externos, de embutir,


pendente ou instalado diretamente nos aparelhos elétricos; quanto ao número de
teclas em interruptores de uma, duas, três teclas (seções) ou mais, dependendo do
modelo; e, ainda, quanto à montagem do interruptor que pode ser com teclas
modularizadas ou não. (Figura 1.33)

Interruptor Interruptor de 1, 2, 3 secções Interruptor Interruptor com


externo (montado de embutir) com várias teclas modulares
teclas para montar
Figura 1.33 - Interruptores

Capacidade de condução da corrente


No momento da escolha de um interruptor, devemos observar a capacidade de
condução dos contatos internos, que varia de acordo com o tipo. Os de uso externo
são de 5 A e os de embutir são de 10 A. Estes valores normalmente vêm impressos
no corpo do interruptor e não devem ser ultrapassados, pois poderão danificar os
contatos internos, causando sua inutilização. (Figura 2.33)

Figura 2.33 - Detalhes internos do interruptor

176 SENAI - PB
Normalmente são instalados a uma altura média de 1,20 m, para serem operados
confortavelmente. O receptáculo tem a vantagem de suportar altas temperaturas,
devido a sua constituição de porcelana, porém é frágil contra impactos mecânicos. O
soquete tem a vantagem de ser mais resistente contra impactos mecânicos (a
exemplo de quedas), porém não suporta altas temperaturas, devido a sua
constituição de plástico. (Figuras de 3.33 a 5.33)

Layout

Figura 3.33 - Layout

Diagrama
multifilar QD N F

Figura 4.33 – Diagrama multifilar

Diagrama 1 1 a 1 a a
unifilar
-1- 100 w
1

QD

a
1

FiguraSENAI – PB unifilar
5.33 – Diagrama 177
2ª Tarefa - instalação de tomada 2P + T

Tomada 2P + T

Uma tomada elétrica é o ponto de conexão que fornece a eletricidade principal a um


plugue macho, conectado a ela. As mais comuns têm dois terminais, utilizados em
cicuitos monofásicos, um para a fase e outro para o neutro. Algumas também têm
um terceiro, denominado "ligação de terra" ou, simplesmente, "terra".

As correntes elétricas máximas para as tomadas geralmente são de 10, 15 ou 20 A.


A tensão elétrica normalmente é de 250 V.

As alturas, comumente citadas pela norma 5410, são as de 0,30 m (tomada baixa),
1,2 à 1,5 m (tomada média) e 2 m acima (tomada alta). (Figura 6.33 e 7.33)

Tomada 2P +
T (padrão Tomada 2P + T (novo Plugues (novo padrão ABNT
antigo) padrão ABNT - NBR1436) NBR1436)

Figura 6.33 – Tomadas 2P +T

Diagrama multifilar

F
N
T

Figura 7.33 – Diagrama multifilar

178 SENAI - PB
3ª Tarefa - lâmpada comandada por interruptor simples conjugado com
tomada. (Figuras 8.33, 9.33 e 10.33)

Layout

Figura 8.33 – Layout

Diagrama
multifilar
QD N F N T F
1 2

Figura 9.33 – Diagrama multifilar

1 2 1 a 1 a a
Diagrama
unifilar
1 -1- 100 w

QD a
1

a
1

Figura 10.33 – Diagrama unifilar

SENAI – PB 179
4ª Tarefa - instalação de lâmpada comandada por interruptor de duas e três
secções. (Figura 11.33 a 15 33)

N
F

Figura 11.33 – Diagrama multifilar (duas lâmpadas)

N
F

Figura 12.33 – Diagrama multifilar (Três lâmpadas)

180 SENAI - PB
Diagrama 1 a 1 a b a 1 a a

unifilar
-1- 100 w -1- 100 w -1- 100 w
1

b
QD a
1

a b

Figura 13.33 – Diagrama unifilar

Diagrama 1 a 1 b c b 1 c c
unifilar
-1- 100 w -1- 100 w -1- 100 w
1

QD c
b
a
1

a b

Figura 14.33 – Diagrama unifilar

Diagrama
multifilar QD N F

Figura 15.33 – Diagrama multifilar

SENAI – PB 181
5ª Tarefa - instalação de lâmpada comandada por interruptores paralelos

Interruptores paralelos

São interruptores que servem para comandar circuitos de iluminação por dois pontos
distintos. Apresentam os mesmos princípios de construção dos interruptores
simples, mas possuem três terminais de ligação, sendo um terminal comum e dois
para comutação. Eles são conhecidos também como interruptores “Three way”.
(Figura 16.33)

Figura 16.33 – Interruptor paralelo

Aplicação

Normalmente, são aplicados em ambientes que necessitem de controle da


iluminação por dois pontos, proporcionando maior conforto para o usuário, bem
como, minimizando os desperdícios de energia. Podemos destacar o seu uso nas
escadas, corredores e quartos. (Figuras 17.33 e 18.33)

Instalação

Figura 17.33 - Instalação

Layout

Figura 18.33 - Layout

182 SENAI - PB
6ª Tarefa - Instalação de luminária fluorescente

Esquemas de ligação

Partida convencional

 Ligação simples para uma lâmpada. (Figura 19.33)

Figura 19.33 - Ligação com reator convencional


para uma lâmpada

 Ligação para duas lâmpadas. (Figura 20.33)

Figura 20.33 - Ligação com reatores


convencionais para duas lâmpadas

Partida rápida

 Ligação para uma lâmpada. (Figura 21.33)

Figura 21.33 - Ligação com reator de partida rápida


para uma lâmpada

SENAI – PB 183
 Ligação para duas lâmpadas. (Figura 22.33)

Figura 22.33 - Ligação com reator de partida rápida para duas lâmpadas

Partida eletrônica (ultrarrápida)

 Ligação para uma lâmpada. (Figura 23.33)

Figura 23.33 - Ligação com reator eletrônico para uma lâmpada

 Ligação para duas lâmpadas. (Figura 24.33)

Figura 24.33 - Ligação com reator eletrônico para duas lâmpadas

184 SENAI - PB
7ª Tarefa - Campainha comandada por botão pulsador

A campainha é um aparelho que, quando energizado, emite um sinal sonoro ou um


ruído. Ela tem a finalidade de atrair a atenção ou chamar pessoas. Geralmente, são
instaladas em residências, anunciando um visitante; em colégios e fábricas,
alertando os horários. Para se acionar uma campainha ou cigarra, utiliza-se um
interruptor especial, que, através do seu acionamento, restabelece a passagem de
corrente elétrica no circuito. A campainha ou cigarra deve ser acionada apenas por
um curto intervalo de tempo, por isso os pulsadores utilizados para o seu
acionamento são providos de um mecanismo (mola) que força a abertura dos
contatos, imediatamente, após o acionamento do interruptor. (Figuras 25.33 a 28.33)

Figura 25.33 – Tipos de cigarra e botão

Layout

Figura 26.33 - Layout

SENAI – PB 185
1 1 a 1 a

a
-1-

Diagrama
a unifilar
QD
1

Figura 27.33 – Diagrama unifilar

QD N F

Diagrama
multifilar

Figura 28.33 – Diagrama multifilar

186 SENAI - PB
8ª Tarefa - Instalação de quadro medidor monofásico

É instrumento de medidas elétricas que mostra a quantidade de trabalho realizado


pela corrente elétrica, em um determinado circuito monofásico. (Figuras 29.33, 30.33
e 31.33)

Figura 29.33 – Medidor de consumo de energia elétrica (KWh)

Esquema de ligação

Saída para carga

Entrada de energia da
concessionária

Figura 30.33 - Esquema de ligação do medidor a rede e à carga

Diagrama unifilar

CARGAS DIVERSAS

Figura 31.33 – Diagrama unifilar

SENAI – PB 187
9ª Tarefa - Instalação de quadro de distribuição monofásico para 3 disjuntores

É utilizado para abrigar os disjuntores e os barramentos utilizados na distribuição de


circuitos pela instalação elétrica. É fabricado em PVC ou em metal, sendo, neste
último, obrigatório o aterramento do mesmo. Com relação à capacidade de
disjuntores que ele pode abrigar, podemos encontrar comercialmente quadros para
1, 2, 3, 6, 9, 12, 24, ... disjuntores. (Figuras 32.33, 33.33 e 34.33)

Figura 32.33 – Quadros de distribuição

Esquema de ligação

Barramento de
terra

PE
Disjuntor Disjuntores parciais
geral
Circuitos
R
parciais

N
Barramento de
neutro

Figura 33.33 - Esquema de ligação

Diagrama unifilar

Figura 34.33 – Diagrama unifilar

188 SENAI - PB
10ª Tarefa - Instalação de lâmpada comandada por interruptores paralelos e
intermediários

São interruptores que trabalham em conjunto com os interruptores paralelos e


apresentam os mesmos princípios de construção dos interruptores simples, mas
possuem seis bornes, sendo dois terminais para a comutação interna (não há
conexão de condutor). Eles são conhecidos também como interruptores “Fourway”.
(Figuras 35.33 a 39.33)

Figura 35.33 – Interruptor intermediário

Aplicação

Normalmente, são aplicados em ambientes que necessitem de controle da


iluminação por três ou mais pontos, proporcionando maior conforto para o usuário,
bem como, minimizando os desperdícios de energia. Podemos destacar o seu uso
nas escadas, corredores e quartos.

Figura 36.33 – Instalação

SENAI – PB 189
Layout

Figura 37.33 – Layout

Diagrama
multifilar QD N F

Figura 38.33 – Diagrama multifilar

1 1 1 1
1 12 12 34
a a

Diagrama -1- 100 w


unifilar 1

QD 1 a
1
1 2
2
3 3

4 4

a a a

Figura 39.33 – Diagrama unifilar

190 SENAI - PB
11ª Tarefa - instalação de tomadas 3P + N + T. (Figura 40.33)

R
S
T
N
PE

R S

N T

PE

Figura 40.33 – Diagrama multifilar

Obs.: Sugerimos a utilização do layout da tarefa 2.

SENAI – PB 191
12ª Tarefa - Instalação de lâmpada incandescente comandada por Dimmer

Variador de luminosidade

É um dispositivo, também conhecido como Dimmer, que permite controlar o fluxo


luminoso das lâmpadas incandescentes, além de prolongar a vida útil destas. O
brilho da lâmpada será reduzido pelo Dimmer, bem como, a sua potência,
proporcionando assim uma economia de energia elétrica. (Figuras 41.33 a 44.33)

Dimmer rotativo Dimmer deslizante

Figura 41.33 - Dimmer

Aplicação

É utilizado, exclusivamente, para controlar a luminosidade de lâmpadas


incandescentes, que são normalmente aplicadas em ambientes que necessitam de
maior conforto em relação à luminosidade tais como: suítes, quartos de crianças,
restaurantes, etc.

Tipos de variadores de luminosidade

Vamos conhecer três tipos de variadores de luminosidade:

 Variador de luminosidade rotativo;


 Variador de luminosidade deslizante;
 Variador de luminosidade de toque ou sensitivo.

Alguns modelos permitem sua instalação em qualquer lâmpada de natureza


incandescente, como as lâmpadas halógenas e dicróicas, com transformador de
núcleo de ferro. Possibilita ainda o controle da iluminação em mais de um ponto,
através da instalação de um pulsador adicional e a memorização do último nível de
iluminação; a lâmpada será sempre acionada no mesmo nível em que foi desligada.

192 SENAI - PB
Layout

Figura 42.33 – Layout

Diagrama
multifilar QD N F

Figura 43.33 – Diagrama multifilar

1 1 a 1 a a
Diagrama
unifilar -1- 100 w
1

QD
a
1

sa
Figura 44.33 – Diagrama unifilar

SENAI – PB 193
13ª Tarefa - Instalação de lâmpada comandada por interruptor de minuteria

Minuteria Eletrônica

O interruptor de minuteria é um dispositivo utilizado no comando de um sistema de


iluminação e acionado pela ação humana ele desliga-se, automaticamente, após um
tempo que poderá ser previamente ajustado, não permitindo que a iluminação fique
acesa desnecessariamente e proporcionando assim um menor consumo energia
elétrica. (Figuras 45.33 a 50.33)

Figura 45.33 – Tipos de minuteria

Aplicação

Indicado para uso em halls de edifícios, escadas, corredores, garagens e demais


locais, onde a iluminação será usada por um curto período de tempo.

Tipos

Inicialmente eram utilizadas minuterias eletromecânicas ou eletropneumáticas, que,


hoje, foram substituídas vantajosamente pelas minuterias eletrônicas. Algumas são
acionadas através de botão de minuteria, outras usam-se um botão sensitivo.

Especificações técnicas - São seguidas de acordo com as recomendações do


fabricante.

Esquema de ligação
Minuteria
sensitiva

Neutro
1 2 3 4
BOTÃO
OPCIONAL
Fase

Figura 46.33 – Diagrama unifilar

194 SENAI - PB
Figura 47.33 – Esquema

Layout

Figura 48.33 – Layout

SENAI – PB 195
Diagrama
multifilar QD N F

Figura 49.33 – Diagrama multifilar

1 1 a 1 a a

Diagrama
unifilar -1- 100 w
1

QD
a
1

M
a

Figura 50.33 – Diagrama multifilar

196 SENAI - PB
14ª Tarefa - Instalação de lâmpada comandada por relé fotoelétrico

Relé fotoelétrico

É ideal para a iluminação de fachadas, vitrines, painéis e é bastante útil na


iluminação pública, pois, enquanto houver luz natural, ela mantém as lâmpadas
apagadas. Ao cessar a luz natural, o relé fotoelétrico fecha o circuito, permitindo a
passagem da corrente elétrica pelo circuito e, consequentemente, acendendo as
lâmpadas até que a luz natural ou outra fonte de luz volte a incidir sobre o relé.
(Figuras 51.33, 52.33 e 53.33 )

Figura 51.33 – Relé fotoelétrico

Diagrama
multifilar

Figura 52.33 – Diagrama multifilar

Diagrama 1 1 a 1 a a
unifilar
-1- 100 w
1

QD

a
1

Figura 53.33 – Diagrama multifilar

SENAI – PB 197
15ª Tarefa - Instalação de lâmpada comandada por sensor de presença

Sensor de presença

Este dispositivo detecta a variação brusca de radiação de infravermelho no


ambiente, emitida pelo corpo humano, acionando, automaticamente, uma carga
elétrica. Possibilita o comando automático de um sistema de iluminação, quando
houver passagem de pessoas no ambiente, mantendo a iluminação funcionando por
um tempo que pode ser ajustado e, em seguida, desligando-a. Isso proporciona uma
considerável economia de energia elétrica. (Figuras 54.33 a 57.33)

Figura 54.33 – Sensor de presença

Aplicação

Os sensores são ideais para serem usados em locais de passagens de pessoas,


com a garagem, cozinha, despensa, hall, corredores e escadas, evitando que a
lâmpada permaneça acesa quando não houver pessoas no ambiente, o que acarreta
uma economia de energia elétrica de até 75 %. Deve ser instalado a uma altura de 2
metros para que não diminua sua área de atuação.

Temporização

Em alguns modelos, é possível programar o tempo de acionamento através de


jumpers ou trimpot e podem possuir, internamente, um relé fotossensível que será
programado, se o dispositivo funcionar no período diurno e noturno, ou só no
noturno. O tempo a ser ajustado varia de um fabricante para outro.

Especificações técnicas

Quando for instalar de um sensor de presença, deverá ser consultado o manual do


fabricante deverá ser consultado, devido a diversidade de modelos, formas de
ligação e especificações técnicas.

198 SENAI - PB
Esquema de ligação

Modelo com dois fios Modelo com três fios

Neutro Neutro
Preto Preto
Azul
Fase Preto Verm.
Fase

Figura 55.33 – Esquema de ligação

Layout

Figura 56.33 – Layout

Diagrama
unifilar 1 1 a 1 a a

-1- 100 w
1

QD

a
1

Figura 57.33 – Diagrama unifilar

SENAI – PB 199
16ª Tarefa - instalação de interfone

São aparelhos destinados a comunicação entre os lados interno e externo de uma


residência, proporcionando maior segurança.

Instalação

1 – Fixar as duas partes (Porteiro interno e externo no local desejado e efetuar as


ligações, conforme esquema); (Figura 58.33)

2 – Faça as ligações das duas partes, observando a posição de cada fio. Utilize três
fios de cores diferentes ou cabo CCI de 2 pares. Use as cores azul e laranja para
terminais 1 e 2 e una os fios brancos do CCI para o terminal 3; (Figura 58.33)

3 – Antes de ligar o porteiro na rede elétrica, o cabeamento CCI já deve está


conectado; (Figura 58.33)

4 – Selecione a tensão correta na chave CH3 conforme desenho abaixo e conecte


os dois fios na rede elétrica; (Figura 58.33)

5 - Ligue o fecho magnético de 12 V de acordo com a figura 58.33.

6 – Com o fone no gancho, aperte o botão de campainha do porteiro externo para


verificar o sinal de chamada; retire o fone do gancho e faça um teste de
comunicação; (Figura 58.33)

Interfone
Porteiro Externo
CH3
110 V – 220 V
110 V

220 V

Alimentação R 12

1 2 3 Ajuste

3
5 2
Tecla de
4 1 acionamento
Cabo CCI de 2 pares da fechadura.

Fecho Magnético

Figura 58.33 – Esquema de ligação do


porteiro eletrônico de três fios

200 SENAI - PB
7 – Se, durante o teste de comunicação, o porteiro interno apresentar um apito de
microfonia, abra o interfone e ajuste o componente R12 da placa de circuito até
sumir a microfonia; (Figura 58.33)

8 - Para abrir o portão automaticamente, basta pressionar o botão que aciona a


fechadura, localizado no painel do porteiro interno. Com o fone fora do gancho,
pressione o botão do fecho, continuamente, por 2 segundos e verifique se houve
destravamento do mesmo. (Figura 58.33)

Obs.: Observar as recomendações do fabricante, devido à variedade de modelos.

17ª Tarefa - Quadro de medição trifásico. (Figuras 59.33 e 60.33)

Esquema de ligação

Figura 59.33 – Esquema de ligação de


medidor de consumo elétrico trifásico

Diagrama unifilar

Figura 60.33 – Diagrama unifilar

SENAI – PB 201
18ª Tarefa - Quadro de distribuição trifásico

É utilizado para abrigar os disjuntores e os


barramentos, que são utilizados na distribuição de
circuitos pela instalação elétrica. É fabricado em
PVC ou em metal, sendo, neste ultimo, obrigatório
o aterramento do mesmo. (Figuras 61.33, 62.33 e
63.33)

Com relação à capacidade de disjuntores que ele


pode abrigar, podemos encontrar comercialmente
quadros para 1, 2, 3, 6, 9, 12, 24 ... disjuntores.
Figura 61.33 – Quadro de distribuição

Esquema de ligação

Barramento de
terra

PE
Disjuntor Geral
R

S Circuitos parciais

N
Barramento de
neutro

Figura 62.33 – Esquema de ligação

Diagrama unifilar

Figura 63.33 – Diagrama unifilar

202 SENAI - PB
19ª Tarefa - Instalação de motores monofásicos e trifásicos com chave de
partida direta e chave reversora

1 - Motores elétricos monofásicos (fase auxiliar)

Os motores monofásicos de fase auxiliar são um dos vários tipos de motores


monofásicos existentes. Utilizados, principalmente, em máquinas, como moto
bombas, compressores, furadeiras, serras, cortadores de grama, etc., são, em geral,
máquinas de pequeno porte, já que são fabricados normalmente em potências de
até 2 CV. É raro serem encontrados acima desta potência, pois a utilização de
motores trifásicos fica economicamente mais viável.

O estator desses motores é constituído, resumidamente por dois bobinados,


chamado bobinado principal (ou de trabalho) e bobinado auxiliar (ou de partida
arranque). Na partida do motor, os dois bobinados ficam energizados; tão logo o
motor atinja a sua velocidade, o bobinado de arranque é desligado, permanecendo
em funcionamento somente as bobinas de trabalho.

A bobina de arranque do motor possui, ligado em série consigo, um capacitor e um


interruptor automático e é normalmente feita com fio mais fino. O interruptor
automático que na maioria dos motores é formado por um interruptor centrífugo
associado a um platinado, embora não seja o único modelo existente, desliga a
bobina de arranque, após a partida do motor. Já o capacitor, faz com que surja no
interior do motor um campo magnético girante, que impulsionará a partida do motor.

Para que possa funcionar em duas tensões diferentes (110 ou 220 V), a bobina de
trabalho desses motores é dividida em duas, tendo a possibilidade de as partes
serem conectadas em série ou em paralelo, de acordo com a tensão da rede
elétrica. Cada parte deve receber no máximo 110 V, que corresponde à menor
tensão de funcionamento do motor. A inversão da rotação é feita invertendo-se o
sentido da corrente na bobina auxiliar, ou seja, trocando-se o terminal 5 pelo 6.
(Figura 64.33)

Motor monofásico de fase auxiliar

Figura 64.33 – Motor elétrico

SENAI – PB 203
Esquema de ligação. (Figura 65.33)

Motor monofásico de fase auxiliar

5 6 5 6

1 2 3 4 1 2 3 4

L1 L2 L1 L2

Para inverter a rotação, troca-se 5 por 6

1 2 3 4 5 6
U V W X Y Z

M
1~
Figura 65.33 – Bornearia e ligação 110/220 V

Partida direta manual

O motor pode partir a plena carga e com a corrente de pico, elevando-se de 5 a 6


vezes a corrente nominal, conforme o tipo e o número de pólos. O dispositivo de
atuação consiste, simplesmente, de uma chave monofásica ou trifásica, de acordo
com o caso. (Figura 66.33)

Figura 66.33 – Chave liga-desliga manual

204 SENAI - PB
Prós...

• Econômica (basicamente utiliza uma chave).

Contras...

• Indicada somente para motores de pequena capacidade;


• Não atenua o pico de partida;
• De acordo com a potência, o comando à distância se torna inadequado.

Ligação de motor monofásico, 6 terminais, 220 V com chave de partida direta e


reversora manual (Marca MAR-GIRIUS CONTINENTAL). (Figura 67.33)

L1
F 110 V 220 V
5 6 5 6

1 2 3 4 1 2 3 4

L1 L2 L1 L2
L2
N

Liga/Desliga
Figura 67.33 – Fechamento de chave reversora (adaptação
para liga-desliga manual)

Partida direta com e sem reversão de motor monofásico de 6 terminais. (Figura 68.33)

Figura 68.33 – Chave reversora manual

SENAI – PB 205
Instalação de motor monofásico de 6 terminais com e sem reversão. (Figura 69.33 e
70.33)

4 F 4 F 1 2 3 4 5 6
U V W X Y Z

6 2/3 6 2/3
M
5 1/N 5 1/N 1~
Com reversão 220 V Sem reversão 220 V

Figura 69.33 – Fechamento interno da chave reversora

Sugestão de layout

Diagrama unifilar

Figura 70.33 – Diagrama unifilar

Motores elétricos trifásicos

Os motores elétricos trifásicos são os mais utilizados na indústria, por terem o


melhor custo benefício na comparação com os demais (evidentemente que nas
aplicações compatíveis). Esses motores são alimentados por redes trifásicas, o que
originou seu nome, tendo vários tipos e formas de ligações.

Tensão de funcionamento

Os motores elétricos são fornecidos com, 6, 9 ou 12 terminais religáveis, de modo


que possam funcionar ao menos em dois tipos de tensões. (Exemplos: 220/380 V -
380/660 V - 440/760 V)

206 SENAI - PB
Correntes no motor trifásico

O motor trifásico é um consumidor de carga elétrica equilibrada. Isto significa que


todas as suas bobinas são iguais, ou seja, têm a mesma potência, são para a
mesma tensão e, consequentemente, consomem a mesma corrente. Logo, as
correntes medidas nas três fases deverão ter o mesmo valor.

Corrente nominal (In)

A corrente nominal é lida na placa de identificação do motor, ou seja, aquela em que


o motor absorve da rede quando funcionando à potência nominal, sob tensão e
freqüência nominais.

Corrente de partida (Ip/In)

Os motores elétricos solicitam da rede de alimentação, durante a partida, uma


corrente de valor elevado, da ordem de 6 a 10 vezes a corrente nominal.

Ligação estrela e triângulo

Este tipo de ligação exige seis terminais do motor, e serve para quaisquer tensões
nominais duplas, desde que, a segunda seja igual à primeira, multiplicada por √3.
(Exemplos: 220/380 V - 380/660 V - 440/760 V)

Forma de ligação do bobinado do motor trifásico de 6 terminais: (Figura 71.33)

R 2 S
R 1
1 2 3
5
1 6 4 6

4 3
4 5 6 2 5 S 3
T
Bobinas e bornes T
do motor trifásico Ligação triângulo (Δ) Ligação estrela (Y)

1 2 3 4 5 6
U V W X Y Z

M
3~
Figura 71.33 – Ligação estrela e triângulo

SENAI – PB 207
Invertendo a rotação

Em qualquer motor trifásico, a inversão do sentido de rotação é feita, trocando-se na


“alimentação” duas fases quaisquer entre si (uma permanece inalterada). (Figura
72.33)

L1
R
Ligação Y Ligação Δ
L1 L2 L3 L1 L2 L3

S L2
1 2 3 1 2 3

4 5 6 6 4 5
T L3

Com reversão 380V

Figura 72.33 – Diagrama multifilar

20ª Tarefa - Instalação de motores monofásicos e trifásicos com chave


magnética para partida direta

Contactor

São dispositivos de manobra mecânica, acionados eletromagneticamente, que


permitem a partir de um circuito de comando, efetuar o controle de cargas. Ou seja,
permitem a manobra de cargas de alta potência, a partir de uma corrente baixa.
(Figura 73.33)

Contato móvel
Contato fixo (terminal de
ligação)
Núcleo do magnético
(móvel)
Terminais da Bobina eletromagnética
bobina
A1 e A2 Núcleo do magneto
(fixo)

Figura 73.33 - Contactor

208 SENAI - PB
Funcionamento

A bobina eletromagnética, quando alimentada por um circuito elétrico, forma um


campo magnético que, concentrando-se no núcleo magnético fixo, que atrai o núcleo
móvel. Como os contatos móveis estão acoplados mecanicamente com o núcleo
móvel, o deslocamento deste último, no sentido do núcleo fixo, desloca consigo os
contatos móveis. Quando o núcleo móvel se aproxima do fixo, os contatos móveis
também devem se aproximar dos fixos, de tal forma que, no fim do curso do núcleo
móvel, estejam em contato e sob pressão suficiente, as peças fixas e móveis do
sistema de comando elétrico, fechando ou abrindo seus contatos principais e
auxiliares.

Sua velocidade de fechamento tem seu valor dado pela resultante da força
magnética, proveniente da bobina e da força mecânica das molas de separação, que
atuam em um sentido contrário. As molas são assim as únicas responsáveis pela
velocidade de abertura do contactor, função que ocorre quando a bobina magnética
não estiver sendo alimentada, ou quando o valor da força magnética for inferior á
força das molas.

Identificação de terminais em componentes de acionamento para circuitos


auxiliares

A identificação é feita por dois (2) dígitos, compostos pelo algarismo de origem de
localização e pelo algarismo seqüencial de função.

Os algarismo de localização são contados em sequência, começando por 1.

A identificação numérica se aplica a contatos abridores e fechadores. (Figura 74.33)

Figura 74.33 – Identificação numérica

Os contactores auxiliares têm normalizado, também, o posicionamento físico dos


contatos. (Figura 75.33)

Figura 75.33 – Identificação dos bornes do contactor

SENAI – PB 209
Nos contactores auxiliares, assim como, nos contactores para motores, o
posicionamento físico dos contatos auxiliares é livre. (Figura 76.33)

Figura 75.33 – Contatos principais e auxiliares

Relés térmicos

Os relés térmicos são dispositivos para proteger,


controlar ou comandar um circuito elétrico, atuando
sempre pelo efeito térmico, provocado pela
corrente elétrica. (Figura 76.33)

Figura 76.33 - Relé térmico

Elemento básico do relé térmico

Os relés térmicos têm como elemento básico o “bimetal”. Esse elemento é


constituído de duas lâminas finas (normalmente ferro e níquel), sobrepostas e
soldadas.

Funcionamento dos relés térmicos

Quando dois metais de coeficientes de dilatação diferentes são unidos em


superposição, temos um par metálico. Se esses metais forem em forma de tiras,
teremos um par metálico (ou bimetal), com a conformação apropriada para o relé.

Em virtude da diferença do coeficiente de dilatação, um dos metais se alonga mais


que o outro. Por estarem rigidamente unidos, o de menor coeficiente de dilatação
provoca um encurvamento do conjunto para o seu lado, afastando o conjunto de um
ponto determinado.

Esse movimento pode ser usado para diversos fins, como disparar um gatilho para
abrir um circuito.

O gatilho tem a função de fazer com que a abertura ou fechamento dos contatos seja
o mais rápido possível, a fim de que o arco elétrico não provoque a soldagem ou o
desgaste dos contatos.

210 SENAI - PB
Aplicação dos relés térmicos

As características dos bimetais aplicados aos relés permitem aos mesmos o controle
de:

 Sobrecarga na proteção de motores;


 Controle da temperatura ambiente;
 Temporização, quando usados juntamente com uma bobina de duplo bobinado,
ou seja, bobina de contactor com o secundário.

Relés térmicos com retenção

Os relés térmicos são encontrados a partir de 0,1 até 1000 A. São relés que
possuem dispositivos que travam as lâminas bimetálicas na posição desligada, após
a sua atuação. Para recolocá-los em funcionamento, é necessário soltar
manualmente a trava, que se consegue ao apertar e soltar um botão. O relé então
estará novamente pronto para funcionar.

Botões - São chaves de comando manuais que tem por finalidade interromper ou
estabelecer momentaneamente, por pulso, um circuito de comando, para iniciar,
interromper um processo de automação. Podem ser montadas em caixas para
sobreposição ou para montagem em painéis.

Os botões podem acionar diversos contatos ao mesmo tempo, abridores e


fechadores. Externamente, é construída com proteção contra ligação acidental, sem
proteção ou com chave tipo fechadura, denominada comutador de comando.

As botoeiras, protegidas, possuem uma guarnição que impede a ligação acidental e


possuem longo curso para a ligação. Aquelas com chave são do tipo comutador, que
tem por finalidade impedir que qualquer pessoa ligue o circuito. Elas podem ser
ainda do tipo pendente. Nesse caso, sua utilização destina-se a comando de pontes
rolantes, talhas elétricas ou, ainda, máquinas operatrizes em que o operador tem que
ligá-las em varias posições diferente. Elas possuem um formato anatômico.

Constituição interna do botão. (Figura 77.33)

Contatos NF

Símbolo

Bornes Bornes

Contatos NA Mola

Figura
BOTÃO – Botão pulsador
77.33PULSADOR

SENAI – PB 211
Identificação de botões segundo a IEC 73 e VDE 0199

Quadro 7– Normas de cores

COR SIGNIFICADO APLICAÇÕES


Parada de um ou mais motores;
Parada de unidades de uma máquina;
Parar
Parada de ciclo de operação;
Vermelho Desligar
Parada em caso de emergência;
Emergência
Desligar em caso de sobreaquecimento
perigoso.
Partida de um ou mais motores;
Partir
Verde ou Partida de unidades de uma máquina;
Ligar
Preto Operação por pulsos;
Pulsar
Energizar circuitos de comando.
Retrocesso;
Amarelo Intervenção
Interromper condições anormais.
Qualquer Reset de relés térmicos;
Azul ou função, exceto Comando de funções auxiliares, que não
Branco as citadas tenham correlação direta com o ciclo de
acima operação da máquina.

Normas gerais para botões

As botoeiras são marcadas e coloridas, conforme a codificação estabelecida por


normas, para se indicar a sua função. Deve ser instaladas bem a mão, na altura
prevista, e dispostas fisicamente na posição e espaçamento corretos, quando se
instalarem várias botoeiras.

Quando são usados botões de comando para acionamento a distância, de


equipamento de manobra de baixa tensão, é importante que esses botões sejam
identificados por cores nas funções de “liga” e de “desliga” e por eventuais símbolos
complementares, que facilitem e acelerem o comando que se quer realizar.

O botão “desliga” deve ficar sob o botão “liga”, na posição vertical. Essa disposição
também é recomendada em diversos outros países. As botoeiras pendentes,
instaladas em pontes rolantes, trazem as indicações dos movimentos que o guincho
executa.

212 SENAI - PB
Chave magnética para partida direta de motor monofásico. (Figura 78.33)
CHAVE MAGNÉTICA PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR MONOFÁSICO

Diagrama de força

3 - 380 V - 60 H Z
R
S
T

F1 F2

L1(1) L2(3) L3(5)

C1
T1(2) T2(4) T3(6)

L1(1) L2(3) L3(5)

FT 1
T1(2) T2(4) T3(6)

M
M1 1

Figura 78.33 – Diagrama de força

SENAI – PB 213
Chave magnética para partida direta de motor monofásico. (Figura 79.33)
CHAVE MAGNÉTICA PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR MONOFÁSICO

Diagrama de comando

1 N - 220 V - 60 HZ
R

F21

95
FT 1
96
1
B0
2

3 13
B1 C1
4 14

a1
C1
a2

Figura 79.33 – Diagrama de comando

214 SENAI - PB
CHAVE
Chave magnética para MAGNÉTICA
partida diretaPARA PARTIDA
de motor DIRETA
trifásico. (Figura 80.33)
DE MOTOR TRIFÁSICO

Diagrama de força

3 - 380 V - 60 H Z
R
S
T

F1 F2 F3

L1(1) L2(3) L3(5)

C1
T1(2) T2(4) T3(6)

L1(1) L2(3) L3(5)

FT 1
T1(2) T2(4) T3(6)

M
M1 3

Figura 80.33 – Diagrama de força

SENAI – PB 215
Chave magnética para partida direta de motor trifásico. (Figura 81.33)
CHAVE MAGNÉTICA PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR TRIFÁSICO

Diagrama de comando

1 N - 220 V - 60 HZ
R

F21

95
FT 1
96
1
B0
2

3 13
B1 C1
4 14

a1
C1
a2

Figura 81.33 – Diagrama de comando

216 SENAI - PB
21ª Tarefa - Instalação de motor bomba monofásico e trifásico com chave
magnética e chave bóia

Chave boia

É um instrumento utilizado na detecção e controle


de nível, em tanques ou reservatórios, onde são
armazenados materiais líquidos como água,
produtos químicos (agressivos ou não), óleos, entre
outros, bem como, em automação de dispositivos
elétricos (bombas ou válvulas).

É importante que o comando liga/desliga de uma


bomba de água, seja feita através de uma chave
boia, pois além de facilitar a vida das pessoas, evita Figura 82.33 – Chave bóia
o desperdício de água e economiza energia
elétrica.

A chave é composta basicamente por três itens: invólucro, cabo e contrapeso. No


interior do invólucro, fabricado em material termoplástico (PP), encontram-se uma
pequena ampola de mercúrio com dois contatos elétricos. Conforme o nível do
líquido sobe ou desce, esta ampola acompanha a inclinação da boia, fazendo com
que o mercúrio se mova e feche ou abra os contatos no interior da bóia.

Há dois tipos de boias: a boia para o nível superior (boia superior) e a boia de nível
inferior (boia Inferior), sendo a primeira com os contatos fechados na posição de
repouso, e a segunda com os contatos abertos na posição de repouso. (Figura
83.33)

Contatos Fechados Contatos Abertos

Boia Inf.

Ampola com
mercúrio

Nível da água

Nível da água

Figura 83.33 – Fechamento interno da boia inferior

SENAI – PB 217
Chave magnética e chave boia para partida direta de motor monofásico.
(Figura 84.33) CHAVE MAGNÉTICA E CHAVE BÓIA
PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR MONOFÁSICO
Diagrama de força

3 - 380 V - 60 H Z
R
S
T

F1 F2

L1(1) L2(3) L3(5)

C1
T1(2) T2(4) T3(6)

L1(1) L2(3) L3(5)

FT 1
T1(2) T2(4) T3(6)

M
M1 1

Figura 84.33 – Diagrama de força

218 SENAI - PB
Chave magnética e chave boia para partida direta de motor monofásico.
(Figura 85.33) CHAVE MAGNÉTICA E CHAVE BÓIA
PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR MONOFÁSICO
Diagrama de comando

1 N - 220 V - 60 HZ
R

F21

95
FT 1
96

1
B0
2

3 13
B1 C1
4 14

a1
C1
a2

Figura 85.33 – Diagrama de comando

SENAI – PB 219
Chave magnética e chave boias para partida direta de motor trifásico. (Figura
86.33) CHAVE MAGNÉTICAE CHAVE BÓIAS
PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR TRIFÁSICO
Diagrama de força
3 - 380 V - 60 H Z
R
S
T

F1 F2 F3

L1(1) L2(3) L3(5)

C1
T1(2) T2(4) T3(6)

L1(1) L2(3) L3(5)

FT 1
T1(2) T2(4) T3(6)

M
M1 3

Figura 85.33 – Diagrama de forma

220 SENAI - PB
Chave magnética e chave boias para partida direta de motor trifásico. (Figura
87.33) CHAVE MAGNÉTICA E CHAVE BÓIA
PARA PARTIDA DIRETA
DE MOTOR TRIFÁSICO
Diagrama de comando

1 N - 220 V - 60 HZ
R

F21

95
FT 1
96
Chave seletora

1
B0
2

3 13
B1 C1
4 14

a1
C1
a2

Figura 87.33 – Diagrama de comando

SENAI – PB 221
ANEXOS I

LAYOUT E DIAGRAMAS

222 SENAI - PB
ETAPAS DE EXECUÇÃO
PONTOS
ORDEM E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES TEMPO
CRÍTICOS

SENAI – PB 223
QUANTITATIVO DE MATERIAIS DE CONSUMO
ITEM DISCRIMINAÇÃO QUANT. UNID.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
RELAÇÃO DE FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
ITE
DISCRIMINAÇÃO QUANT. UNID.
M
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.

224 SENAI - PB
RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
ITE
DISCRIMINAÇÃO QUANT. UNID.
M
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
PRECAUÇÕES REFERENTES A SEGURANÇA
ATIVIDADES E PRECAUÇÕES

FONTES E NORMAS DE REFERÊNCIA


FONTE/ NORMA UTILIZADA APLICAÇÃO NAS ATIVIDADES

SENAI – PB 225
ANEXOS II

226 SENAI - PB
SENAI – PB 227
228 SENAI - PB
SENAI – PB 229
230 SENAI - PB
SENAI – PB 231
232 SENAI - PB
SENAI – PB 233
REFERÊNCIAS

CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 15. ed. Cidade-Estado: Editora LTC, 2007.

COTRIM, Ademaro Alberto. Instalações elétricas. 4. ed. Cidade-Estado: Pearson


Brasil, 2003.

GUSSOW, Milton. Eletricidade básica. 2. ed. Cidade-Estado: Editora Makron


Books, 1997.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Transmissão de energia. Física: parte II. Rio
de janeiro: Ao Livro Técnico, 1968, p.872-874.

NISKIER, Júlio. Manual de instalações elétricas. 1. ed. Cidade-Estado: Editora


LTC, 2005.

NISKIER, Júlio; MANCITYRE, Archibald Joseph. Instalações elétricas. 4. ed.


Cidade-Estado: Editora LTC, 2000.

SOUZA, José Rubens Alves de. Instalações elétricas em locais de habitação.


Cidade-Estado: Editora Aranda, 2007.

Normas

NBR 05410 - 2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão


NBR IEC 50 - 1997 - Vocabulário Instalações Elétricas em Edificações
NBR 05471 - 1986 - Condutores Elétricos
NBR 05444 - 1989 - Símbolos Elétricos
NBR 05419 - 2001 - Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas
NBR 14136 -2002 - Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250
V em corrente alternada – Padronização
NBR 15465 -2008 Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de
baixa tensão - Requisitos de desempenho
NBR IEC 60050(826)-1997 - Vocabulário eletrotécnico internacional - Capítulo 826:
Instalações elétricas em edificações
NBR 05413 - 1992 - Iluminação de Interiores

Manuais

Seminários Técnicos 2003 - Eletricista e Técnicos - Proteção contra os efeitos das


correntes elétricas do choque elétrico e aterramento da instalação de baixa tensão.
SIEMENS

Seminários Técnicos 2003 - Eletricista e Técnicos - Proteção das instalações contra


sobretensão de origem atmosféricas “Raios” utilizando os dispositivos DPS
SIEMENS

234 SENAI - PB
Sites

ANEEL. www.aneel.gov.br - acesso 19/11/08

BIGARELLI, Wilson. MRN dá início à nova ampliação da capacidade. Brasil -


acesso 19/11/08

CEMIG. www.cemig.com.br - acesso 19/11/08

ELETROBRAS. www.eletrobras.gov.br - acesso 20/11/08

ELETRO PAULO www.eletropaulo.com.br- acesso 20/11/08

FURNAS. www.furnas.gov.br- acesso 20/11/08

SENAI – PB 235
SENAI – DR
UNIEP – Unidade de Educação Profissional

Gerente da UNIEP:
Adjair Maia Lourenço

Gerente da unidade operacional:


Felipe Vieira Neto

Equipe Técnica UNIEP:


Aline Alves S. da Costa
Djair Araújo Furtado
Márcia Lopes Barreto

Equipe Técnica da unidade operacional:


Alexsandro Santos de Figueiredo
Florivaldo Barbosa da Silva
Walber Bruno Braz da Silva

Conteudistas:
Antonio Carlos Monteiro de Lucena
Francisco Fernandes Junior
Helder Eduardo dos Santos
Ivan Sidney de Oliveira
Josinaldo Silva da Paz
Osaneide Ferreira Crispim
Rafhael Braz da Silva
Walber Bruno Braz da Silva

Digitador:
Walber Bruno Braz da Silva

Revisão Gramatical:
Thiago Matias Farias de Lima

Normalização Bibliográfica:
Heliane Maria Idalino Silva

Capa:
Hélio Soares

236 SENAI - PB

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