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Maputo, 2021
Dimensionamento de Um Biodigestor de Pequena Escala Para Uso Doméstico
Como Alternativa da Escassez de Combustíveis
O JÚRI
“Declaro que este Trabalho de Diploma nunca foi apresentado na sua essência
para obtenção de qualquer grau académico e ele constitui o resultado da minha
pesquisa pessoal”
A autora
_______________________________________
(Nayara Salima Ussene Mahalambe)
ii
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo agradeço a Allah. S.W (Deus), por ter-me concedido saúde, forças e
resiliência para enfrentar todos os momentos difíceis, pelos momentos bons e
proveitosos que também pude desfrutar durante esse percurso e ter chegado até aqui,
de seguida agradeço aos meus pais por estarem presentes na minha vida, por terem
batalhado imenso para que eu me formasse, agradeço em especial a minha querida e
amada mãe por tudo, porque se for para detalhar tudo o que ela fez por mim levaria a
minha vida toda que não é pouco tempo, ela foi e é uma peça chave no meu percurso
como aluna, estudante e hoje como engenheira, tiveram noites que não dormi por conta
certos trabalhos e ela nalgumas delas esteve comigo me fazendo companhia, trazendo
água e comida, conversando e dizendo ‘’ força estuda, hoje não se é nada sem escola,
abdiquei do meu ensino superior para vos criar, velar por vocês nas noites, minha
retribuição será ver-vos graduados e empregados’’.
Agradeço aos meus irmãos por todo apoio, compreensão e carinho que dedicaram a
mim durante os quatros anos de formação, a minha mana Zulma que fora os conselhos,
era quem satisfazia os meus caprichos, era mana quero isto, a moda agora essa, preciso
de tais canetas coloridas e tal. A minha mais nova Muniba que rezava sempre para que
eu terminasse o curso, por que muitas vezes ela tinha de fazer as minhas tarefas quando
eu me ausentava estudando, e ela sempre fazia nalgumas vezes de cara amarrada, mas
sempre fazia, quando eu estivesse cansada de digitar certos trabalhos ela ajudava-me;
Agradeço ao meu Yasserzinho meu casula tão doce companhia e chata noutros
momentos, ele era meu entregador, quase tudo que eu precisasse eu pedia e ele trazia,
fez-me rir muito quando eu lia em voz alta para poder digitar e ele falava coisas sem
‘’sentido’’ e eu acabava por me atrapalhar. Agradeço aos meus muitos amigos por todo
apoio que me dedicaram cada um do seu jeito; Mario Chelengo, Helder, Crisaldo,
Abrahamo, Afuade, Vilma, Emidio e todos meus ex-colegas companheiros de estudo
e laser. Agradeço em especial o meu melhor amigo Amade Iassine Damão pelo apoio,
companhia e carinho, esteve comigo nos meus estudos, na elaboração da parte prática
do meu trabalho, dando ideias e conselhos.
iii
"O impacto da tecnologia da informação é tão difuso que os executivos se defrontam
com um problema difícil: excesso de informação".
Michael porter
iv
ÍNDICE
v
2.2.2. Objetivos da política de gestão de energias renováveis ................................... 17
2.2.3. Política e estratégia de biocombustíveis .......................................................... 18
2.3. Biomassas e bioenergias em Moçambique ......................................................... 18
2.4. Biogás e sua caracterização ................................................................................. 22
2.5. Composição do biogás ........................................................................................ 23
2.6. Etapas da Produção do biogás ............................................................................. 24
2.6.1. Digestão anaeróbica ......................................................................................... 24
2.6.1.1. Hidrólise ........................................................................................................ 24
2.6.1.2. Ácido génese ................................................................................................. 25
2.6.1.3. Acetogênese .................................................................................................. 25
2.6.1.4. Metanogênese................................................................................................ 25
2.6.2. Factores que influenciam na digestão anaeróbica ............................................ 26
2.6.3. Substrato para a produção de biogás ................................................................ 28
2.6.4. Potencial energético do biogás ......................................................................... 28
2.6.5. Uso do biogás ................................................................................................... 29
2.7. Biodigestor, breve historial ................................................................................. 31
2.7.1. Formas de abastecimento dos biodigestores .................................................... 32
2.7.2. Tipos de biodigestores ..................................................................................... 33
2.7.2.1. Biodigestor modelo Chinês ........................................................................... 33
2.7.2.2. Biodigestor modelo Indiano .......................................................................... 34
2.7.2.3. Biodigestor modelo Canadense ..................................................................... 35
2.7.2.4. Biodigestor modelo Caseiro .......................................................................... 36
2.8. Princípio de funcionamento dos biodigestores ................................................... 36
2.9. Biofertilizante ...................................................................................................... 37
CAPÍTULO 3 – ETAPA EXPERIMENTAL ............................................................ 38
3. Cálculo para o dimensionamento ........................................................................... 38
3.1. 1ª Experiência: .................................................................................................... 39
3.2. 2ª Experiência...................................................................................................... 39
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................. 41
4. Resultados .............................................................................................................. 41
4.1. Relação dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável com a produção do
biogás …………………………………………………………………………..41
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................... 43
5. Conclusões e Recomendações................................................................................ 43
vi
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 45
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
viii
ÍNDICE DE TABELAS
ix
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADA
CH₄ - Metano
d - Diâmetro
E – Energia
H – Altura
Hb – Altura do biodigestor
H2 – Hidrogénio
m- Massa
N₂ - Nitrogénio
r- Raio
T – Tempo
Vb – Volume do biodigestor
Vf – Volume do fluido
x
xi
RESUMO
Este trabalho terá como local de estudo o Bairro de Kampuane, Distrito de Boane na
Província de Maputo, numa residência familiar que se dedica a criação de gado bovino,
o que torna propício no desenvolvimento deste empreendimento. Será instalado um
biodigestor caseiro que tem a função de produzir gás metano para o uso doméstico.
xii
ABSTRACT
In recent years, in the world context, there has been a rush in the development of new
ways of producing clean and renewable energy, in order to create a balance between
nature and the needs of man. In view of this, this course work presents a method of
energy production through bovine excrement, since Mozambique presents agriculture
and livestock as one of the main activities, thus creating space for the use of this means
of producing energy mainly for domestic use.
This work will have as study place the Bairro de Kampuane, District of Boane in the
Maputo Province, in a family residence dedicated to the breeding of cattle, which
makes it conducive to the development of this enterprise. A homemade biodigestor
will be installed which has the function of producing methane gas for domestic use.
xiii
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1. Introdução
1.1. Contextualização
A energia eléctrica, como um direito básico de todo cidadão, é um insumo capaz de
promover o desenvolvimento social e económico regional (MOÇAMBIQUE, 2017).
O acesso à electricidade proporciona a integração da educação, saúde, saneamento,
abastecimento de água, melhoria nos processos produtivos de subsistência, a
estabilidade local, universalização da informação e a qualidade de vida (ALMEIDA,
et al., 2013; KAYGUSUZ, 2007).
Tem-se observado cada vez mais intensa e constante elevação da temperatura no nosso
planeta. Este aumento está relacionado à ação humana, especialmente após a revolução
industrial. Desde então houve um salto tecnológico e um crescimento sem precedentes
das civilizações, e consequentemente houve um aumento da poluição e consumo de
recursos naturais.
O carvão e o petróleo são muito utilizados pelas indústrias. Sua queima fornece a
energia que as indústrias necessitam para funcionar, impulsionando economias
gigantescas dos países industrializados. Porém a queima do carvão e do petróleo
também libertam quantidades muito grandes de dióxido de carbono (CO 2), um dos
gases poluentes que passa a fazer parte da atmosfera. Esses combustíveis fosseis são
fontes de energia esgotáveis e afectam negativamente o ambiente,
É actualmente um dos maiores desafios a ser alcançado na sua totalidade. No que tange
“O objectivo do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) 7 que afirma
que o acesso a energia confiável, sustentável e moderna deve ser fornecido para todos
até 2030. Os efeitos sobre o desenvolvimento socioeconómico pelo acesso seguram,
1
acessível e limpo da electricidade se destaca como benefícios educacionais, melhoria
de renda e saúde progresso”. (UAMUSSE, 2019,p.8)
Portanto, das energias renováveis acima citadas, a produção de biogás, faz parte da
energia da biomassa que é toda matéria orgânica de origem vegetal ou animal, utilizada
na produção de energia, ela é obtida através da decomposição de uma variedade de
recursos orgânicos, como plantas, madeira, resíduos agrícolas, restos de alimentos,
excrementos e até do lixo. Que a partir deles são derivados vários produtos como: o
Biogás, Etanol, Etanol celulósico, Biodiesel e Carvão vegetal.
2
1.2. Descrição do problema
Segundo Manso e Williams (1996), citado por MABOTE (2011, p. 9) ‘’A exploração
de recursos florestais em Moçambique é uma das actividades económicas mais
importantes para a sobrevivência das famílias rurais. Apesar de o País produzir
electricidade e gás natural, estes combustíveis não são acessíveis em todos os pontos
do país, bem como a maioria da população’’. Por isso, a biomassa lenhosa é a fonte
mais importante de energia nas zonas rurais como o caso do Bairro Kampuane. Mas
também nalgumas zonas urbanas mais carenciadas.
A destruição das florestas tem causado grande impacto nas mudanças climáticas do
nosso planeta. Como elas são responsáveis pelo armazenamento de grande parte do
carbono disponível no ambiente, a sua destruição afecta esse seu papel, contribuindo
para o aumento de carbono na atmosfera, na forma de gases, como o dióxido de
carbono. Além disso, o desmatamento é responsável por 12 a 20% das emissões
globais de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global.
3
1.3. Pergunta de pesquisa
De que forma a implementação do biodigestor pode impulsionar o desenvolvimento
do Município de Boane?
1.4. Hipóteses
H0: Através da implementação do biodigestor e posterior produção de biogás se pode
impulsionar o desenvolvimento do Município de Boane;
1.5. Objectivos
1.5.1. Objectivo Geral
• Dimensionar um biodigestor para o uso doméstico como alternativa da escassez
de combustíveis no Distrito de Boane Província de Maputo.
4
1.6. Justificativa
A biomassa é considerada uma das principais alternativas para a diversificação da
matriz energética nacional principalmente pelo facto de que o relevo, hidrografia e
clima tropical permitem o aproveitamento de diversas matrizes, como eólica, solar e
biomassa em destaque. Reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis. Os
biocombustíveis são derivados da biomassa renovável que podem substituir, parcial
ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores à
combustão ou em outro tipo de geração de energia. (NUBE, 2016; MABOTE, 2011)
Sem deixar de lado seu papel de produzir o biogás que pode ser usado nas residências
como fonte de energia para a cocção de alimentos, pode ser usado como fonte de
iluminação através de cadeeiros e ainda fornecer biofertilizantes para o uso na
agricultura durante o processo de produção. Além disso é uma mais-valia na economia
das famílias, uma vez que a implementação deste projecto tem custos relativamente
baixos, e somente reflectiria no início (na compra dos materiais e montagem), daí por
diante pode considerar-se hipoteticamente como uma energia grátis.
5
1.7. Metodologia
Para o desenvolvimento deste trabalho de licenciatura recorreu-se aos métodos de
pesquisa para obtenção de melhores resultados tais como:
• Método de pesquisa explorativa – tem por objectivo proporcionar maior
familiaridade com um problema, envolve levantamento bibliográfico, entrevista
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema (Clemente,
2007). Para efeitos nesse trabalho foram usadas pesquisas bibliográfica, com base
na leitura de arquivos em formato físico e electrónico como por exemplo a tese
de doutoramento: Electrification of rural Mozambique, (UAMUSSE);
Desenvolvimento Sustentável, (MOTA e MONTEIRO); Biodigestores Rurais,
(DEGANUT) entre outros, como constam na parte bibliográfica deste trabalho e
na revisão bibliográfica do mesmo, por serem fundamentais para a consolidação
dos termos teóricos e práticos.
Segundo (Clemente, 2007) uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra
descritiva, posto que a identificação de factores que determinam um fenómeno exige
que este esteja suficientemente descrito e detalhado.
6
Figura 1- Constituição e legenda do biodigestor
7
Figura 2- Excremento bovino
Por fim, o modelo de desenvolvimento sustentável que versa em três principais pontos
que são: Sustentabilidade Ambiental, Económico e Social no qual pensei no uso do
biodigestor como forma de melhorar a vida da população do bairro de Kampuane no
distrito de Boane. No que diz respeito ao combustível por eles utilizados para o uso
doméstico na cocção dos seus alimentos entre outras utilidades do mesmo, porém além
de beneficiar a eles directamente, também o uso desse mesmo biodigestor ajuda o
ambiente de tal forma que chega a reduzir a emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
A temperatura média anual é de 23.7ºC verificando-se que os meses mais frios são os
de Junho e Julho e os mais quentes Janeiro e Fevereiro. A amplitude térmica anual é
de 8.8ºC. A humidade relativa média anual é de 80.5%, variando de um valor máximo
de 86% em Julho a um valor mínimo de 73.5% em Novembro. A pluviosidade média
anual é de 752 mm variando entre os valores médios de 563,6 mm para o período
8
húmido e os 43,6 mm no período seco. O período húmido estende-se de Novembro a
Março e o período seco de Abril a Outubro. O Distrito é propenso a ciclones,
depressões, secas e cheias. (Boane, 2010)
9
1.7.2. Dimensionamento do Biodigestor Caseiro (de pequena escala)
1.7.2.1. Materiais necessários param construção do biodigestor
Sendo este um projecto de ordem sustentável, serão utilizadas matérias recicláveis para
a materialização do biodigestor caseiro. Usar-se-á como biodigestor um tambor de 220
Litros e como matéria-prima o excremento bovino, e serão acoplados a ele (tambor)
tubos que serviram de meio de entrada da matéria-prima, saída do gás e saída do
fertilizante. Abaixo seguem as tabelas 2 e 3 com os materiais necessários para o efeito
e seu preço no mercado.
10
Materiais Preços (em MT)
Tambor 1800
Tubo PVC Ø 110 750
Tubo PVC Ø 75 500
2 Curvas PVC Ø 110 165*2=330
Curvas PVC Ø 75 90
Válvula ‘’T’’ 45
Mangueira 200
Cola para PVC 100
Cola de Silicone 160
Bujão 10
Fita insolente 15
Tubo ¾ 100
Total 4.190.00
Tabela 2 - Preço dos materiais
11
1.7.3. Modelo de Desenvolvimento sustentável
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento, da ONU, em 1987, definiu a
sustentabilidade como “aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”
De acordo com (MOÇAMBIQUE, 2011) Uma sociedade moderna só ópera com o uso
de uma ou mais formas de energia. A racionalização do seu uso possibilita melhor
qualidade de vida, gerando competitividade, empregos e crescimento económico. Uma
política de acção referente à eficiência energética tem como meta o emprego de
técnicas e práticas capazes de promover o uso inteligente da energia, reduzir custos e
produzir ganhos na perspectiva do desenvolvimento sustentável.
12
outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e sua função
como fonte de energias renováveis.
13
CAPÍTULO 2 – REVISÃO LITERATURA
2. Revisão Literatura
14
problemas ambientais. A dependência da matriz energética mundial em relação
às fontes não renováveis de energia faz com que os reservatórios diminuam cada vez
mais devido à exploração intensa e desenfreada, criando uma escassez dos recursos
naturais. Por serem fontes não renováveis de energia, a disponibilidade dos
combustíveis fósseis está ameaçada, e, portanto, a produção de energia mundial
também.
31.90% 9.80%
22.10%
27.10%
15
2.2. Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis (2009)
A Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis (PDENR), aprovada
pela Resolução n.º 62/2009 de 14 de Outubro, foca-se na importância, no uso e
aproveitamento dos recursos energéticos renováveis disponíveis para a satisfação das
necessidades de energia e desenvolvimento sustentável em Moçambique, procurando
acelerar o acesso às formas modernas de energia, assim como criar uma plataforma de
investimento nesta área. Além de assumir que grande parte dos Moçambicanos
dependem da biomassa lenhosa, bem como da capacidade humana e animal, como
principais fontes de energia para satisfazer as suas necessidades energéticas básicas, a
PDENR reconhece que Moçambique não aproveita o seu potencial natural em energias
novas e renováveis e enfatiza a necessidade de melhorar o acesso da população
economicamente mais carenciada a essas energias. Segundo a PDENR, a noção de
energias novas e renováveis inclui, mas não está limitada, a energia humana e animal,
a biomassa, a energia hídrica, a radiação solar, o vento, as águas térmicas do subsolo
e as águas oceânicas. (ALER, 2017)
16
energéticos renováveis, como a tarifa de acesso à rede ou feed-in-tariff, identificando-
a como um instrumento regulamentar que permite um tratamento favorável ao
investimento no âmbito das energias novas e renováveis em rede e fora da rede,
diferenciando ambos os casos, e a implementação de incentivos e benefícios fiscais.
17
2.2.3. Política e Estratégia de Biocombustíveis
A Política e Estratégia de Biocombustíveis foi aprovada pela Resolução n.º 22/2009
de 21 de Maio, e pretende promover os biocombustíveis através da criação de uma
plataforma adequada, tendo como base dois princípios fundamentais: (i) “A promoção
e aproveitamento dos recursos agro-energéticos para a segurança energética e
desenvolvimento socioeconómico sustentável, contribuindo ao mesmo tempo para a
redução das emissões de Gases de Efeito Estufa que agravam o fenómeno do
aquecimento global, através da selecção e adopção de tecnologias e metodologias de
produção na agricultura e na indústria mais adequadas”, e (ii) “a necessidade de fazer
face à instabilidade, imprevisibilidade e volatilidade dos preços dos combustíveis
no mercado internacional, bem como reduzir a dependência do país em relação aos
combustíveis fósseis importados e o peso da factura das importações sobre a economia
nacional”.
Esta política veio definir estratégias para o desenvolvimento dos biocombustíveis (em
especial etanol e biodiesel) como forma de aproveitamento dos recursos naturais do
país e promoção do combate à pobreza, diversificando o mercado energético nacional
e procurando fontes energéticas menos poluentes que os combustíveis fósseis
tradicionais. (ALER, 2017)
A biomassa pode ser classificada em dois grandes grupos: (1) biomassa tradicional,
composta essencialmente pela lenha e resíduos naturais.
18
Figura 8-Biomassa tradicional
(2) Biomassa moderna, produzida a partir de processos tecnológicos avançados e
eficientes, tais como biocombustíveis líquidos e gasosos, briquetes, pellets, os cultivos
de espécies como o das florestas plantadas e o da cana-de-açúcar (MARAFON, 2016;
RAPOSO, 2015)
19
gerar-se 236.520 MWh (Vasco & Costa, 2009). Além disso, estima-se que é possível
produzir 3,1 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia de biocombustíveis sem
afectar a produção agrícola ou pôr em risco a biodiversidade (Vaz et al., 2011).
A biomassa florestal, utilizada para produção de energia eléctrica ou térmica, pode ser
proveniente de sobras ou resíduos de lenha da exploração convencional da madeira ou
proveniente de árvores que são colhidas após a plantação dedicada à exploração
florestal para fins energéticos. Segundo a avaliação da floresta do país existe um total
de 1,6 mil milhões de toneladas de biomassa lenhosa de origem natural disponível em
Moçambique, maioritariamente concentrada nas Províncias de Zambézia e Niassa
(Wisdom, 2007). Ainda de acordo com FUNAE e ATLAS (2013), o potencial
estimado para biomassa florestal residual com algum potencial para incorporação de
resíduos agro-industriais é de 1.006 MW. (ALER, 2017)
Por outro lado, o País dispõe de uma grande parte de produção pecuária (gado bovino),
com cerca de 205 612.00 cabeças de gado. (Estatística, 2013) houve um acréscimo
consoante os anos que foram passando, mas ainda são dados dispersos.
20
Figure 10- Esterco e gado bovino
Deste muitos anos, a biomassa tem sido uma das fontes de energia mais usada em
Moçambique, visto que aproximadamente cerca de 70% (maioria) da população
moçambicana habita nas zonas rurais (Estatistica, 2019), como mostra a matriz abaixo
8.10%
75.80%
Esta biomassa é usada de uma forma ineficiente, pela queima directa e constituindo
um perigo a saúde principalmente pela inalação do monóxido de carbono durante a
confeção dos alimentos, outro perigo é a emissão de dióxido de carbono para atmosfera
durante a sua combustão. Com a presente tecnologia proposto nesta tese de licenciatura
(Biodigestor) os resíduos agro-pecuários serão transformados em biogás pela reacção
21
de digestão anaeróbica (Eq 1), este gás é limpo e com menos efeitos para atmosfera
(WOOLLEN, 2016). Estima-se que os resíduos da actividade florestal a nível nacional
podem gerar energia atem 750 GWh (ALER, 2017).
22
Trata-se de um biocombustível renovável composto principalmente por metano (CH4)
apresentado na equação (1), dióxido de carbono e traços de outros gases. A bio
digestão pode reduzir o potencial poluente das emissões dos resíduos orgânicos com
alto teor de demanda bioquímica de oxigénio, dos gases do efeito estufa, óxidos de
nitrogénio e hidrocarbonetos, ao mesmo tempo em que é capaz de gerar como
subproduto do processo um adubo orgânico. O potencial energético do biogás esta
relacionado com a quantidade de metano presente no biogás, o que ira determinar o
seu poder calorífico.
O biogás apresenta um forte efeito corrosivo, sendo assim será necessário usar um
condensador e filtro antes de ser usado por consequência da presença de traços de
sulfeto de hidrogénio que por sua vez contem substâncias como enxofre que também
são consideras poluentes do ar de acordo com os padrões nacionais de qualidade do ar
(MICOA, 2012) mas também a reacção do enxofre produzido com humidade produzirá
o acido sulfídrico (H₂S) responsável pela corrosão (FNR, 2010; SALOMON; LORA,
2009) Citado por: (Mata, 2018)
23
Tabela 3 - Composição do biogás
2.6.1.1. Hidrólise
Na hidrólise a ligação molecular complexa como carbohidratos, proteínas e gorduras,
são quebradas por enzimas em um processo bioquímico, sendo liberadas por um grupo
específico de bactérias e dão origem há compostos orgânicos simples (monómeros)
como aminoácidos, ácidos graxos e açúcares como mostrado na equação 3.
𝐶4 𝐻6 𝑂3 𝑁2 − 𝑅1 − 𝑅2 + 𝐻2 𝑂 → 𝐶2 𝐻4 𝑂2 𝑁 − 𝑅1 + 𝐶2 𝐻4 𝑂2 𝑁 − 𝑅2
Proteínas Aminoácidos 1 Aminoácidos 2
24
2.6.1.2. Ácido génese
No ácido génese as substâncias resultantes da hidrólise são transformadas por bactérias
ácido génicas em ácido paranóico, ácido butanóico, ácido láctico e álcoois, assim como
hidrogénio e gás carbónico. A formação de produtos nesta fase também depende da
quantidade de hidrogénio dissolvido na mistura. Quando a concentração de hidrogénio
é muito alta, esta interfere negativamente na eficiência do ácido génese, o que causa o
acúmulo de ácidos orgânicos. Com isso, o pH da mistura é reduzido e o processo é
afectado.
2.6.1.3. Acetogênese
A acetogênese é a fase na qual os materiais resultantes da acidogênese são
transformados em ácido etanóico, hidrogénio e gás carbónico por bactérias
acetogênicas. Essa é uma das fases mais delicadas do processo, considerando que é
necessário manter o equilíbrio para que a quantidade de hidrogénio gerado seja
consumida pelas bactérias.
2.6.1.4. Metanogênese
Durante o metano génese na bio digestão anaeróbia, o ácido acético, o hidrogénio e
dióxido de carbono são finalmente convertidos em metano e gás entre os produtos
finais também são encontrados, o gás sulfídrico (H2S), água (H2O), a amónia (NH3)
carbónico, através da acção de microrganismos metano génicos. Nesta fase as bactérias
metalogenias metabolizam os ácidos voláteis produzidos na fase anterior. Desta forma,
a metano génese pode ser considerada como sendo uma respiração anaeróbia onde o
gás carbônico ou o grupo metil de compostos C-1, ou carbono do grupo metil do
acetato é o aceptor de electrões. A Figura 4 representa o conjunto dos processos
bioquímicos envolvidos na formação do biogás. (BARREIRA, 2003; Zenatti, 2019)
25
Figura 12- Fases da digestão anaeróbica
26
tempo de Retenção Hidráulica. Já a faixa mesofílica o tempo será maior devido
a faixa de temperatura reduzida (METZ, 2013)
• Humidade: O teor de água presente no biodigestor deve variar entre 60% e 90%
do peso do conteúdo total, tanto o excesso, quanto a falta de água são prejudiciais.
O teor da água vária de acordo com as diferenças apresentadas pelas matérias-
primas destinadas à fermentação (Mata, 2018).
27
anaeróbia ocorrem devido à inibição das bactérias formadoras de metano na
quarta fase (metanogênese) (Mata, 2018).
É importante ressaltar que existem divergências entre alguns autores referente aos
factores que influenciam a produção do biogás, porém existe uma proximidade nos
seus dizeres.
28
Tabela 4: Equivalência entre o biogás e outros combustíveis (Mata, 2018); (Silva &
Oliveira, 2010); (Deganutti, et al., 2008)
Biogás Outros combustíveis
0,61 Litros de gasolina;
0,58 Litros de querosene
1 metro cúbico 0,55 Litros de óleo diesel
0,45 Litros de gás de cozinha
0,79 Litros de álcool hidratado
Tabela 4- Equivalência entre o biogás e outros combustíveis
29
Para isso é necessário retirar do biogás, além da umidade e sulfeto de hidrogénio,
também o dióxido de carbono. Este processo é conhecido como purificação do bigas
que passa então a ter o nome de bio metano.
Biogás como fonte de hidrogénio- no último estágio de aproveitamento do biogás, o
metano pode passar por um processo de reforma para gerar hidrogénio. Assim como o
gás carbónico o hidrogénio pode ser usado para diferentes fins, é considerado como o
combustível do futuro. (Machado, 2016)
30
Além do mais o biogás nota-se muito económico comparado com os combustíveis
(carvão/lenha) que são utilizados na localidade, conforme os dados a seguir:
Se 1 mês tem 30 dias, 75Kg/30 =2.5 Kg. Nota-se um défice de 0.5Kg/ dia, o que num
mês contabiliza 15Kg. Daí que:
15Kg------------------- X
X = 100 MT
Desvantagens
• Necessidade de purificação do biogás para ser utilizado como biocombustível (bio
metano);
• Se a digestão anaeróbia for mal sucedida há a possibilidade de odor desagradável;
• Necessidade de uniformidade do substrato.
31
Índia foi o primeiro país a instalar biodigestores para a produção de biogás, de maneira
sistemática. A primeira unidade foi construída por volta de 1.908. Este país começou
seu programa de implantação de biodigestores em 1.951 e contava até 1.992 com cerca
de 160 mil unidades instaladas. A China, iniciou seu programa de implantação de
biodigestores na década de cinquenta e contava até 1.992 com cerca de 7,2 milhões de
unidades (BAUMANN & KARPE, 1980). Hoje a China possui cerca de 8 milhões de
unidades em funcionamento.
Apesar das diversas vantagens oferecidas por esses reatores, seu emprego apresenta
motivações específicas: no caso da China, destaca-se o biofertilizante como a razão
principal; nas Filipinas, o tratamento das águas residuárias de origem doméstica em
projetos de colonização; na Tailândia, para promover o saneamento; na Índia, a energia
do biogás e em Moçambique pode ser usado como forma de proporcionar a
diversificação no fornecimento de energia de forma acessível.
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Ressalta-se que, dentre as diversas possibilidades de utilização, os biodigestores rurais
poderão ser projetados com o objetivo principal de atendimento de uma ou mais
utilidades. Para tanto, são propostos diversos modelos que diferem, principalmente,
nas tecnologias associadas para obtenção de melhores rendimentos e nas
características que os tornam mais adequados ao tipo de resíduo que se pretende
utilizar e à frequência com que são obtidos, observando-se também a maneira como
serão operados os biodigestores. (Deganutti, et al., 2008)
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Figura 14- Biodigestor modelo chinês
Geralmente uma parcela de biogás é liberada para atmosfera para evitar grandes
pressões internas, por isso esses biodigestores não são usados para instalações de
grande porte (DEGANUTTI et al., 2002). Esse tipo de biodigestor requer um
abastecimento contínuo de matéria orgânica, e o substrato para produção de biogás não
deve apresentar percentagem de sólidos totais superiores a 8%, para evitar que ocorram
entupimentos. Não é um modelo para acúmulo de gás, devido a sua construção de
cúpula fixa, ocupa pouco espaço e sua construção em solos superficiais não é indicada.
(Silva & Oliveira, 2010)
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Figura 15- Biodigestor modelo indiano
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térmicas que os outros modelos. Sua utilização é recomendada para locais de clima
tropical, onde predominam temperaturas altas e constantes (MARI, 2014) citado por
(Matos, 2016)
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(biodigestor). Esse tem a função de acelerar o processo de bio digestão dando
condições ideais para a ação bacteriana responsável pelo processo.
Na maioria dos casos (depende do substrato usado), esse material passa cerca de 40
dias dentro do fermentador. Depois disso temos o biogás e o biofertilizante, esse
processo é baseado no princípio de prensa hidráulica. O biogás pode ser queimado em
motores especiais para a geração de energia térmica ou eléctrica.
2.9. Biofertilizante
Após o processo de obtenção de biogás no interior do biodigestor, o resíduo de
biomassa utilizada transforma-se em biofertilizante. O biodigestor libera carbono nos
elementos de CO2 e CH4, propiciando a geração de um biofertilizante rico em
nutrientes, com teores significativos de nitrogénio (N), fósforo (P) e potássio (K). É
um adubo orgânico livre de agentes causadores de doenças ou pragas, sem odores
desagradáveis, com potencial para melhorar as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo e de alta qualidade para uso agrícola, além de possuir baixo custo.
Este fertilizante pode substituir parcial oi totalmente o uso de adubos químicos.
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CAPÍTULO 3 – ETAPA EXPERIMENTAL
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3.1. 1ª Experiência:
Para tal foi feita a colecta do esterco, Daí com o auxílio de um balde de preferência o
20L (vasilhame que continha tinta) usado para fazer a mistura do esterco com a água
e também de um mexedor para auxiliar no processo de homogeneização.
No balde foi colocada a uma quantidade de esterco que ocupara cerca de 40% do
espaço do recipiente e os restantes 60% de água a cada mistura, esse processo foi
realizado até que o tambor (biodigestor) ficasse cheio de modo que não suportasse
mais enchimento (de acordo com os cálculos acima apresentados) e começasse a retirar
através do canal de saída.
NB: o biodigestor de facto não fica cheio, ele simplesmente quando chega a um ponto
ele não recebe mais a mistura de modo a deixar espaço de armazenamento do gás.
Isso ocorre por conta do princípio de vasos comunicantes Lei de Stevin que foi
empregue no processo de construção do biodigestor.
Posto isso é necessário verificar que não exista nenhuma saída ou entrada de ar, fora a
que foi dimensionada, fazer a ligação do tubo transportador do gás até ao fogão e
fechar a válvula.
Se possível deixar num ponto em que exista facticidade de receber radiação solar
sempre, porque como é sabido a temperatura é um dos factores chaves na produção
das bactérias produtoras deste gás e também diminui o tempo de retenção.
O primeiro enchimento foi realizado no dia 25 de Junho de 2020, posto isso aguardou-
se cerca de 25 dias para a deterioração da matéria orgânica. Posto isso fiz a primeira
experiência para apurar se houve produção ou não do biogás, e o resultado desta
experiência não foi satisfatório, aguardei mais 10 dias, fiz novamente o teste e não
houve combustão após a queima do gás.
Fiz uma verificação para apurar se não havia nenhum tipo de escapamento do gás.
Constatei que não havia ou não era visível por onde pudesse haver fuga. Levando em
consideração que eram excrementos meio seco, decidi fazer uma nova experiência com
excrementos mais hidratados (frescos) que os da primeira experiência.
3.2. 2ª Experiência
A segunda experiência deu início no dia 05 de Agosto do mesmo ano, no qual foram
seguidos os mesmos passos que o anterior, com a diferença de estado do esterco,
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anteriormente usei esterco meio seco (nem tão seco nem tão húmido) em relação a esta
experiência que foram usados frescos.
Fiz a colecta do esterco que fora expelido pelos animais durante a noite e nessa mesma
manhã fiz a, mistura e posterior enchimento, isso para assegurar que não se
desidratassem consoante o tempo.
Posto o processo de enchimento é seguido o tempo de retensão que desta vez foram de
45 dias, preferi prolongar um pouco mais os dias por conta da temperatura amena que
se fazia sentir nesses dias. Portanto no dia 19 de Setembro fiz a experiência para saber
se houvera produção do biogás.
Fiz a abertura da válvula e acendi com recurso de um fósforo, notou-se uma chama
mas não era muito visível, daí conectei ao fogão a gás e dali já era bem visível. Essa
última experiência foi bem-sucedida.
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CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
4. Resultados
O processo de produção de biogás ocorre a partir do 20 dias em caso de temperatura e
qualidade do material bovino favorável, noutros casos a partir dos 30 dias já se tem
uma boa quantidade de gás considerável. Daí pode-se abrir a válvula para que o gás
passe por um processo de filtragem, para que as impurezas sejam eliminadas da
composição do gás, em seguida pode-se o fazer uso do gás limpo, seguro e sustentável.
O terceiro (3º) objectivo refere-se a saúde e bem-estar para todos: com uso do
biodigestor caseiro é notória a melhoria na questão da diminuição de doenças tais
como a tosse que também pode ser originada através da fumaça emitida com o uso da
lenha, doenças cancerígenas pela inalação de fumaça e também causadas pela emissão
directa do CO₂, problemas na visão pelo contacto directo com o fumo. Fora que se
pode converter o biogás em energia eléctrica através de geradores, possibilitado a
melhoria no desempenho dos laboratórios e possibilitando pequenas cirurgias locais;
O quarto (4º) objectiva uma educação de qualidade: que se torna possível de se realizar
desde que se converta o biogás em energia eléctrica, proporcionando mais tempo de
estudos no período noturno, o uso de computadores, uso de fotocopiadoras e outras
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novas formas de aprendizado que com a ausência de energia eléctrica não eram
possíveis de se realizar;
O décimo terceiro (13º) objectivo que refente a tomada de medidas urgentes para
combater a mudança do clima e seus impactos: mas uma vez o biogás se torna um
meio bastante importante para sanar esses problemas climáticos, visto que com a
substituição de fontes fosseis e outras que emitam substâncias poluentes (que na sua
maioria são compostos por CO₂) para a atmosfera pelo biogás, haverá uma diminuição
dos buracos na camada de ozono o que irá reduzir a emissão directa de raios
ultravioletas que são bastante perigosos em todos os sentidos para os seres vivos.
O décimo quinto (15º) objectivo que reflete a necessidade de prover o uso sustentável
de recurso e ecossistemas terrestres e combater o desflorestamento: esse objectivo é
possível de se realizar usando o biodigestor um dos meios para a sua concretização
visto que não haverá necessidade do uso de lenhas bem como a do carvão que são
bastante utilizados como combustíveis domésticos na sua maioria em países em via de
desenvolvimento como Moçambique, será notória a redução no abate de árvores. Para
se ter em conta cerca de 217 000 hectares de floresta são convertidos anualmente para
outros usos, sendo a maioria para o uso como combustíveis, fazendo uma observação
é um número bastante elevado fora as que são abatidas noutros lugares do mundo.
Sem dúvidas a implementação do biodigestor é uma óptima aposta para satisfazer esse
e os outros ODSs aqui mencionados, não esquecendo que um dos principais papéis das
florestas é a de captar o CO₂, renovando o ar,
O uso de esterco seco não é muito eficiente, sendo melhor utilizá-lo fresco.
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CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5. Conclusões e Recomendações
A ONU através ODS 7 recomenda que todas as nações ou todo ser humano deve ter
acesso a energia e essa energia deve ser confiável, sustentável e moderna até 2030.
Apesar de Moçambique ser dos países mais pobres do mundo e com elevado potencial
energético, há esperança de atingir esse objectivo, uma vez que o governo tem através
das universidades implementadas investigações científicas nas áreas de fontes novas
de energia como é o caso do presente trabalho. Nas pesquisas de fontes alternativas há
evidências claras, de que as energias dessas fontes, estão a criar mudanças no sentido
de desenvolvimento socioeconómico como é o caso da saúde e educação
principalmente nas zonas rurais onde é encontrada a biomassa de excrementos de
animais (bovino, suíno, avícola).
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produção de biogás, pois pode contribuir para controlo de problemas ambientais
incluindo diminuição de poluição atmosférica, redução de gases de efeito de estufa e
diminuição do aquecimento global. Dentre vários benefícios de uso desta tecnologia,
destaca-se duas. Controlo ou gestão ambiental de resíduos orgânicos e municipais
igualmente a geração de energia limpa e renovável dentre outras vantagens
correlacionadas com outros objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALER, 2017. Energias renováveis em Moçambique: Relatório Nacional do ponto de
situação , Maputo: Associação Lusofona de Energias Renováveis.
Boane, G. D. d., 2010. Balanço Anual do Governo do Distrito de Boane, Maputo: s.n.
Estatal, M. d. A., 2012. Perfil do Distrito de Boane Província de Maputo, Maputo: s.n.
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2017/divulgacao-os-resultados-preliminares-iv-rgph-2017
[Acesso em 19 Agosto 2019].
KAYGUSUZ, K., 2007. Energy for sustainable development: Key issues and
challenges. Energy Sources, Part B: Economics, Planning and Policy. 2(1), pp. 73-83.
46
RIBEIRO, C. M., SOUZA, A. A. D. & ROSA, F. L. D. O. R., 2002. uma rede de
organizações do terceiro sector promovendo o desenvolvimento das fontes renováveis
no Brasil.. Energ. Meio Rural, 2(4), pp. 1-6.
47