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ESTUDO DO POTENCIAL DA CASCA DE EUCALIPTO COMO ADSORVENTE DE BAIXO

CUSTO PARA REMOÇÃO DE METAIS PESADOS EM ÁGUAS RESIDUAIS

ORLANDO NIXON MALAI MOÇAMBIQUE


Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Curso de Engenharia de Processos Industriais

Orlando Nixon Malai Moçambique

ESTUDO DO POTENCIAL DA CASCA DE EUCALIPTO COMO


ADSORVENTE DE BAIXO CUSTO PARA REMOÇÃO DE METAIS
PESADOS EM ÁGUAS RESIDUAIS

Beira, Setembro de 2023


Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Curso de Engenharia de Processos Industriais

Orlando Nixon Malai Moçambique

Orientador: Prof. Doutor Eng.º Salvador Carlos Grande

Monografia submetida à faculdade de

Ciências e Tecnologia, Universidade

Zambeze, Beira, em cumprimento dos

requisitos para a obtenção de grau de

licenciatura em engenharia de

Processos industriais.

Beira, Setembro de 2023


Avaliação final-parecer do orientador

Salvador Carlos Grande, Professor do departamento de Engenharia de Processos

Industriais na Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Zambeze, vem na

qualidade de orientador da Monografia de Licenciatura submetida por Orlando Nixon Malai


Moçambique com o tema: “Estudo do potencial da casca de eucalipto como absorvente de baixo
custo para remoção de metais pesados em águas residuais”. Declaro que os

Trabalhos previstos no âmbito da sua monografia foram concluídos com sucesso.


Assim, o trabalho apresentado pelo candidato reúne a qualidade científica e as
condições necessárias para que o estudante seja submetido à prova de defesa para obter o
Grau de Licenciado em Engenharia de Processos Industriais.

Universidade Zambeze ______ de Setembro de 2023

_________________________________________
(Prof. Doutor Eng.º Salvador Carlos Grande)

I
Declaração de honra
Eu, Orlando Nixon Malai Moçambique, declaro que esta monografia é resultado do
O meu próprio trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de licenciado na
Universidade Zambeze, beira. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau
Ou para avaliação em nenhuma outra universidade.

Beira, aos ____ de Maio de 2023

_______________________________________

II
Dedicatória

Dedico este trabalho a meus pais António Armando Malai Moçambique e


Teresa Maria Chaincomo Mucavel Moçambique por terem me acompanhado
E ajudado nesta fase da minha vida, dedico a meus irmãos Milton, Dickson, Elton,
John, Calina, Carina, Olivia e Ernestina, a Kárin minha melhor amiga e acima de tudo e todos
À Deus por ser um socorro bem presente.

III
Agradecimentos

Quero em primeiro lugar agradecer a Deus por todo cuidado e por dar-me saúde, sabedoria e
inteligência para saber vencer os obstáculos e dificuldades durante este período de formação, por
ser um socorro bem presente, não permitindo que eu passa-se por grandes afliçōes, mas suportando-
me em tudo.

Agradecer a meu orientador Prof. Doutor Eng.º Salvador Carlos Grande pelo auxílio incondicional
me dando sempre que necessário as diretrizes para avançar com esse trabalho, até a realidade que se
tornou, por se mostrar disponível para auxiliar incansavelmente até nos feriados nas minhas
dificuldades

Agradecer aos docentes que exaustivamente estiveram-me auxiliando, em especial aos docentes
prof. Doutor. Salvador Carlos Grande, Msc. Eng. Nicolau Chirindza, Doutora Carolina Elias, Msc.
Stelio Mountinho e ao Msc. Torres Jaquissone, Doutor Naftal Jose Naftal, por fornecer matérias
fora e na sala de aulas que foram cruciais para escolha deste tema e desenvolvimento desta
monografia e pelo apoio em várias dificuldades por mim enfrentadas.

Agradecer aos meus colegas e amigos por sempre que necessário se mostrarem prontos para ajudar
e pelos momentos por nos vividos que ficaram para sempre na minha memória, agradecer a minha
chefe de turma durante esses anos por inúmeras vezes explicar-me matérias em que me encontrava
em grandes dificuldades Heloissy Mascarenhas, a Sara Rosangela, Dinis Abel que em muitas vezes
não foi somente um amigo, mas um verdadeiro irmão, Alvez Nhumaio, Ahamada Dias, Iracema
Nhamuave, Virgílio Baros, Esmael Cotê, Alexandre Manuel, Priscila Uareno, Mimoso Matos Rema,
Israel Nhancale, Inacia Ngomane, Solange Radane, Justo Elias pelo seu apoio.

Agradecer aos meus pais por sempre garantirem que eu pudesse formar-me ainda que com pouco
que eles possuíam, agradecer também a minha cunhada Olivia Moçambique por se mostrar presente
quando aos primeiros faltou condições, meu primo Helder Moçambique, minha cunhada Sylke por
me receberem na sua casa ao meu primo Edson Moçambique.

Muito Obrigado,

IV
Epígrafe

Sonhe e ouse sonhar, você nunca ira além dos sonhos


Marcos António Feliciano

V
Índice

Dedicatória ......................................................................................................................................... III

Agradecimentos .................................................................................................................................IV

Epígrafe ............................................................................................................................................... V

Índice ................................................................................................................................................ 6

Resumo................................................................................................................................... 10

Abstract .............................................................................................................................................. 11

Lista de tabelas ................................................................................................................................... 12

Lista de Figuras .................................................................................................................................. 12

1. CapítuloI......................................................................................................................................... 13

1.1. Introdução ............................................................................................................................... 13

1.2. Justificativa ............................................................................................................................. 13

1.3. Problematização ...................................................................................................................... 14

1.4. Hipóteses ................................................................................................................................. 15

1.5. Objetivos ................................................................................................................................. 15

1.5.1. Objectivo geral ......................................................................................................................... 15

1.5.2. Objectivos específicos...................................................................................................... 15

1.6. Estrutura do Trabalho .............................................................................................................. 16

2.1. Metais Pesados ........................................................................................................................ 17

2.2. Principais Fontes de Contaminantes ....................................................................................... 17

2.2.1. Ocorrência e Liberação no Meio Ambiente ..................................................................... 17

2.2.2. Actividades de Mineração ................................................................................................ 18

2.2.3. Erosão do Solo ................................................................................................................. 18

2.2.4. Agricultura ....................................................................................................................... 19

2.1.5. Fontes Industriais .................................................................................................................... 20

2.3. Toxicidade dos Contaminantes Inorgânicos ............................................................................ 21

2.3.1. Bioimportância e Biotoxicidade....................................................................................... 22

6
2.4. Legislação Para Contaminantes Inorgânicos em Águas ......................................................... 26

2.5. Técnicas Convencionais Para a Remoção de Metais Pesados de Águas Residuais ................ 27

2.5.1. Precipitação Química ....................................................................................................... 27

2.5.2. Troca Iônica...................................................................................................................... 28

2.5.3. Filtração por membrana ................................................................................................... 28

2.5.4. Métodos Biológicos ......................................................................................................... 29

2.5.5. Flutuação .......................................................................................................................... 29

2.5.6. Osmose Reversa e Nanofiltração ..................................................................................... 29

2.5.7. Remoção Por Adsorsão de Metais Pesados de Águas Residuais ..................................... 29

2.6. Biossorsão ............................................................................................................................... 32

2.6.1. Fatores que Afetam a Biossorsão ..................................................................................... 34

2.6.1.1. pH. ............................................................................................................................. 34

2.6.1.2. Concentração do Biossorvente. ................................................................................. 34

2.6.1.3. Concentração do Metal. ............................................................................................ 35

2.6.2. Isoterma e Cinética de Adsorção. ..................................................................................... 35

2.6.3. Modelo de isotérmica de adsorção ................................................................................... 35

2.7. Casca de Eucalipto .................................................................................................................. 40

2.7.1. Caracterização Química da Casca de E. Globulus ........................................................... 40

3.1. Metodologia ............................................................................................................................ 42

3.1.1. Buscar de Fontes .............................................................................................................. 42

3.1.2. A Colecta de Dados .......................................................................................................... 42

3.1.3. Fase da Análise e Interpretação de Dados ........................................................................ 42

3.1.4. Aspectos Éticos ................................................................................................................ 42

3.2. Método 1 ................................................................................................................................. 42

3.2.1. Sorbato ............................................................................................................................. 42

3.2.2. Sorvente ........................................................................................................................... 42

3.2.3. Efeito da Dosagem do Adsorvente ................................................................................... 43

3.2.4. Efeito da Temperatura ...................................................................................................... 43

7
3.2.5. Estudos de equilíbrio ........................................................................................................ 43

3.3. Método 2 ................................................................................................................................. 43

3.3.1. Preparação do Adsorvente (Pó de Casca de Eucalipto) ................................................... 44

3.3.2. Preparação das Soluções .................................................................................................. 44

3.3.3. Selecção do Melhor Adsorvente: ..................................................................................... 44

3.3.4. Efeito do Tamanho das Partículas do Adsorvente: ........................................................... 44

3.3.5. Efeito da Quantidade de Adsorvente ................................................................................ 44

3.3.6. Efeito do aumento da concentração de iões metálicos ..................................................... 45

3.3.7. Efeito da temperatura na adsorção ................................................................................... 45

3.3.8. Efeito da velocidade de agitação na adsorção .................................................................. 45

3.3.9. Efeito do pH na adsorção ................................................................................................. 45

3.4. Método 3 ................................................................................................................................. 46

3.4.1. Caracterização de Casca de Eucalipto ............................................................................. 46

3.4.1.1. Preparação da Casca de Eucalipto. ........................................................................... 46

3.4.2. Productos Químicos ......................................................................................................... 47

3.4.3. Equipamentos ................................................................................................................... 47

3.4.4. Preparação da Amostra de Águas Residuais .................................................................... 48

3.4.5. Experiências de Absorção por Lotes ................................................................................ 48

3.4.6. pH ..................................................................................................................................... 49

3.4.7. Tempo de Contacto .......................................................................................................... 49

3.4.8. Dose de Adsorvente ......................................................................................................... 49

3.4.9. Isotérmica de Adsorsão .................................................................................................... 49

3.5. Método 4 ................................................................................................................................. 50

3.5.1. Materiais e Métodos ......................................................................................................... 50

3.5.2. Preparação do Biossorvente ............................................................................................. 50

3.5.3. Limitações para Continuidade ......................................................................................... 51

3.5.3.1. Reagentes Químicos. ............................................................................................................. 51

3.5.3.2. Equipamentos. ....................................................................................................................... 51

8
4.1. Efeitos do pH .......................................................................................................................... 52

4.2. Efeitos da Dosagem ................................................................................................................ 52

4.3. Temperatura de Contacto ........................................................................................................ 53

5.1. Conclusão ................................................................................................................................ 54

5.2. Sugestões ................................................................................................................................. 55

9
Resumo

A industrialização, a modernização, a mineração e actividades agrícolas praticadas de forma


errada contribuem com à descarga de diversos poluentes no ambiente, criando assim um risco a vida
dos seres humanos e do ecossistema. A poluição da água é uma das questões muito importantes com
que os seres humanos estão a lidar ultimamente, por isso métodos para tratamento de águas
residuais são prioridades, nesses últimos anos buscam-se métodos inovadores com o objectivo de
alcançar um ambiente aquático cada vez menos contaminado, e atingir padrões ou limites
estabelecidos em determinados ecossistemas, com isso buscam-se desenvolver métodos que
possuam na sua característica o lado económico e, por outro lado, eficiente. Com isso este trabalho
pretende avaliar o potencial da casca de eucalipto como um biossorvente sustentável para a remoção
desses contaminantes inorgânicos. Foram analisados em foco três trabalhos de pesquisa em que tem
como objectivo a remoção de substâncias inorgânicas das águas residuais e do corante verde
malaquita. No primeiro foi analisado o estudo sobre a adsorsão do cobre presente nas águas
residuais das minas de Ezana, na Tanzânia os parâmetros selecionados foram o pH, a dosagem de
adsorvente e o tempo de contacto. A percentagem mais elevada de remoção de Cu (ii) alcançada foi
de 92%. Neste estudo, os dados de adsorsão foram bem ajustados ao modelo de isoterma de
langmuir e no segundo artigo foi analisado o estudo da remoção de verde malaquita um
determinado corante em solução aquosa, as experiências de cinética de sorção foram estudadas em
modo descontínuo em várias concentrações iniciais de corante, dosagens de adsorvente e
temperaturas. Os dados de sorção de equilíbrio da verde malaquita (VM) pela casca de eucalipto
foram analisados neste trabalho pelos modelos de isoterma de Langmuir e Freundlich. Os resultados
indicam que tanto as equações de langmuir como as de freundlich fornecem uma boa correlação dos
dados experimentais, mas a expressão de Langmuir ajusta-se melhor aos dados de equilíbrio. A
capacidade máxima de sorção da casca de eucalipto foi de 59,88 mg g-1 a 20 oC e esse estudo
também foi efectuada em batelada. A capacidade de adsorsão aumenta com a diminuição do
tamanho das partículas do adsorvente. As condições óptimas para a adsorsão máxima são atingidas
com 2,0 g de adsorvente, 40 ppm de concentração de iões metálicos, à temperatura ambiente, com
um tempo de contacto de 90 minutos, com uma velocidade de agitação de 300 RPM e a um pH 2.
Concluindo assim que as cascas de eucalipto possuem um grande potencial como adsorvente, se
mostrando eficiente tanto na remoção de metais pesados como na remoção de corantes orgânicos.

Palavras-chave: biossorvente, casca de eucalipto, águas residuais, eficiência de remoção, metais


pesados

10
Abstract

Industrialization, modernization, mining and poorly practiced agricultural activities


contribute to the discharge of various pollutants into the environment, thus creating a risk to the life
of humans and the ecosystem. Water pollution is one of the most important issues that human
beings are dealing with lately, and therefore methods for wastewater treatment are a priority. In
recent years, innovative methods have been sought with the aim of achieving an increasingly less
contaminated aquatic environment, and to achieve standards or limits set in certain ecosystems.
Therefore, this work aims to evaluate the potential of eucalyptus bark as a sustainable biosorbent for
the removal of these inorganic contaminants. In the first one, the study on the adsorption of copper
in the ozana mine wastewater was analyzed. The selected parameters were pH, dosage of adsorbent
and contact time. The highest percentage of Cu(ii) removal achieved was 92%. In this study, the
adsorption data were well fitted to the Langmuir model isotherm s in the second paper the study of
the removal of malachite green a certain dye in aqueous solution was analyzed, the sorption kinetics
experiments were studied in batch mode at various initial dye concentrations, adsorbent dosages and
temperatures. The equilibrium sorption data of malachite green (GM) by eucalyptus bark were
analyzed in this work by Langmuir and Freundlich isotherm models. The results indicate that both
langmuir and freundlich equations provide good correlation of the experimental data, but the
langmuir expression fits the equilibrium sorption data better. The maximum sorption capacity of
eucalyptus bark was 59.88 mg g-1 at 20 oC and the study also in which a adsorption was carried out
in batch. The adsorption capacity increases with decreasing adsorbent particle size. The optimum
conditions for maximum adsorption are achieved with 2.0 g of adsorbent, 40 ppm concentration of
metal ions, at room temperature, with a contact time of 90 minutes, with a stirring speed of 300
RPM and at pH 2. Thus, it was concluded that eucalyptus bark has a great potential as an adsorbent,
proving to be efficient both in the removal of heavy metals and in the removal of organic dyes.

Keywords: biosorbent, eucalyptus bark, wastewater, removal efficiency, heavy metals

11
Lista de tabelas

Quadro 1 Vantagens e desvantagens do uso de biosorventes ............................................................. 33

Quadro 2 Os modelos de isotérmica de adsorção. ............................................................................. 35

Quadro 3 Resumo de alguns artigos da literatura sobre remoção de contaminantes inorgânicos por
biossorventes ...................................................................................................................................... 37

Quadro 4. Composição química da casca de Eucalipto Globulos...................................................... 41

Quadro 5. Equipamentos utilizados neste trabalho experimental ...................................................... 50

Quadro 6 Faixa de pH óptimo na remoção de metais pesados .......................................................... 52

Lista de Figuras

Figura 1 Tecnologias aplicadas no tratamennto de águas residuais ................................................... 31

Figura 2 Procedimento Laboratorial resumo de preparação da casca de Eucalto .............................. 47

Anexos

Anexo A Quadro referente a Biotoxidade e Bioimportância dos metais pesados ............................. 60

Anexo B Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e seus riscos para a saúde
publica ................................................................................................................................................ 62

12
1. Capítulo I

1.1. Introdução

A água ocupa uma grande parte da superfície da terra, mas nem toda essa água é proveitosa
para o consumo humano, uma parte dessa água é salubre, e outra de difícil acesso, assim sendo a
água que se encontra disponível para as actividades do homem é aquela presente em rios, lagos, e
subterrânea, mas grande parte dessa água tem sofrido alterações nas suas características tornando-a
imprópria para o consumo e para o uso em actividades industriais, sobrevivência dos organismos
aquáticos, recriação, agricultura.

Um aumento nos processos industriais levou à liberação imoderada de metais pesados no


meio-ambiente e isso tornou-se uma grande apreensão ambiental global (Kadirvelu et al., 2001).
Efluentes industriais de metalização, actividades de mineração, fundição, bateria, fabricação,
acabamento de superfície, couro, electro-osmose, produção de energia e combustível, fertilizantes,
pesticidas, metalurgia, galvanoplastia, electrólise, aparelho eléctrico, tratamento de superfície de
metal, indústrias de fabricação e impressão de pigmentos são alguns dos lugares onde metais
pesados como cádmio, zinco, cobre, chumbo e níquel podem ser encontrados (Kadirvelu et al.,
2003; Bhutiani, 2016).

A poluição por metais pesados tornou-se uma grande preocupação ambiental nos últimos
anos (Volesky & Naja, 2007), a água é, contudo, um recurso renovável e com isso alguns trabalhos
foram desenvolvidos para tratar a água para ser reutilizada pelo homem, e muitas dessas técnicas
são insustentáveis em muitos países em vias de desenvolvimento, e tem-se o desejo de continuar
trazendo formas que sejam viáveis principalmente para o nosso pais que é um pais em
desenvolvimento. Neste trabalho vai se abordar uma forma alternativa para o tratamento de águas a
partir de biossorventes que são uma tecnologia sustentável.

1.2. Justificativa

A água é um dos bens mais preciosos que a natureza proporciona ao homem, ela é usada
para diversas actividades, desde actividades domésticas, para irrigação, recriação e actividades
industriais que nos fornecem diversos bens, serviços e produtos para o nosso dia-á-dia e para o
bem-estar do homem, contudo muitas destas actividades transformam as propriedades da água
tornando-a imprópria para o consumo humano, regadio, e até actividades de recreação, entre outras.

A água é um recurso renovável, e existem hoje muitas formas de tratamento destas águas segundo o
fim pretendido, contudo, os sistemas de tratamento de águas residuais precisam de valores elevados

13
para sua montagem, operação e manutenção, alguns deles completamente inviáveis para realidade
do nosso, pais. Águas estas que se juntam a rede de esgotos e são transportadas para as bacias de
retenção, ETAR, rios, por serem aguas pluviais e urbanas elas são ricas em matéria orgânica
(advinda das actividades antropológicas) e matéria inorgânica (advinda das actividades
antropológicas e naturais), nutrientes, metais pesados, dificultando a autodepuração destas aguas, o
que pode causar problemas como a eutrofização, maus odores, acabando com a estética e
dificultando a navegação nos rios e lagos artificiais, mortandade dos organismos vivos presentes
nesse ecossistema, provocando doenças ao homem até a morte, poucos estudos são realizados
visando o tratamento destas águas no nosso, pais utilizando um método não convencional, eficiente
e que seja viável para o nosso, pais, como o uso de biossorventes naturais para o tratamento destas
aguas, por isso esse projecto tem como responsabilidade apresentar um sistema de tratamento
dessas aguas que seja de baixo custo de implementação, manutenção, operação e amigo do
ambiente.

1.3. Problematização

Os metais pesados encontrados no meio-ambiente são caracterizados por sua alta toxicidade
para a flora e fauna. Isso os tornou visivelmente um desafio intermitente para a qualidade da água e
do solo (Da fonseca et al, 2006). Os metais pesados podem ser cancerígenos e tóxicos. Os metais
pesados não podem ser degradados, ao contrário da maioria dos poluentes orgânicos que podem ser
decomposto biologicamente ou quimicamente. Esses metais, além de serem nocivos aos organismos
quando limites específicos são ultrapassados, também demonstraram uma tendência a acumular nos
tecidos (Förstner & Wittmann, 2012). O acúmulo de metais pesados no ecossistema é uma grande
preocupação para os ambientalistas, especialmente devido às suas propriedades recalcitrantes e não
biodegradáveis(Sinha et al., 2010). Porque metais pesados são depositados e concentrados nos
tecidos gordurosos de organismos superiores devido à sua natureza lipofílica, organismo que
consome continuamente presas contaminadas como alimento acabará por ter uma concentração
aumentada desses metais pesados para limite que terão um efeito prejudicial e tóxico

Organismos maiores comendo organismos menores experimentam acúmulo na concentração


de metais pesados em seus tecidos. Este é outro efeito relacionado a bioacumulação. A
biomagnificação é um fenómeno em que um aumento na concentração de substâncias em
organismos vivos maiores ao longo do tempo no topo da cadeia alimentar ocorre. Portanto,
a biomagnificação ocorre quando o metal passa pela cadeia alimentar para um nível trófico superior
e atinge a concentração além do nível aceitável, pelo que equilíbrio permanece nocivo entre um
organismo e seu ambiente, as concentrações podem ser alcançado em níveis tróficos superiores

14
entre os principais predadores, como águias, carnívoros e seres humanos, quando esse equilíbrio
não existe mais (Volesky & Naja, 2007).

Os metais pesados ainda que estejam presentes em quantidades diluídas e não rastreáveis na
superfície e fontes de água subterrânea, eles são, no entanto, priorizados como principais poluentes
inorgânicos no ambiente, devido às suas propriedades tóxicas para formas de vida superiores e sua
capacidade de se mover ou ser movidos livres e facilmente em ecossistemas aquáticos. Os métodos
como Eletrodiálise, precipitação química, ultrafiltração e osmose reversa, entre outros, são os mais
convencionais para a eliminação de metais pesados da água industrial, no entanto, a maioria dos
países em desenvolvimento enfrenta as deficiências, como a baixa utilização e os altos custos desses
métodos (Mashangwa, 2016).

Neste caso tem como pergunta de pesquisa “teria a casca de eucalipto potencial
como biossorvente de baixo custo para remoção de metais pesados em águas residuais para
substituir os métodos convencionais?

1.4. Hipóteses

1. Os metais pesados podem se estar acumulando ao longo dos tempos em lagos, rios e poços de
água próximos aos locais de mineração, afectando a qualidade da água.

2. A emissão de metais pesados pode estar directamente ligado as actividades mineiras em muitas
partes de Moçambique e pode causar a degradação da condição de vida e do ecossistema local.

1.5. Objetivos

1.5.1. Objectivo geral

Estudar o potencial da casca de eucalipto como biossorvente de baixo custo para remoção de metais
pesados em águas residuais

1.5.2. Objectivos específicos

⚫ Identificar as principais fontes de contaminantes contendo metais pesados.

15
⚫ Identificar os principais metais pesados, seus benefícios e malefícios tanto para o homem como
para o meio-ambiente
⚫ Descrever os principais métodos de tratamento de metais pesados em contraste com a
biossorsão
⚫ Comparar os principais métodos de preparação do biossorvente e a sua eficiência de remoção

1.6. Estrutura do Trabalho

Esta Monografia é composta por cinco capítulos, descritos a seguir:

1. No primeiro capítulo, dá-se a construção teórica da


pesquisa, onde envolve a introdução, buscando trazer uma breve contextualização sobre o tema, a
justificativa da escolha do tema, a problematização, a hipótese e os objectivos do presente trabalho
científico;
2. O segundo capítulo é abordada a revisão de literatura, que consiste na organização
sistemática dos principais conceitos que sustentam a presente pesquisa;
3. O terceiro capítulo é onde estão descritas as principais metodologias nas quais são
descritos os procedimentos metodológicos em cada fase da pesquisa;
4. O quarto capítulo foi descrito para a apresentação dos resultados e as consequentes
discussões dos resultados com vista a alcançar os objectivos da pesquisa;
5. Neste quinto e último capitulo é apresentada a conclusão deste trabalho onde são
sintetizados os resultados desta pesquisa com o fim de trazer a resposta sobre a problemática
apresentada, também se apresenta neste capítulo as recomendações para as pesquisas e estudos
futuros referente ao tema em estudo.

16
2. Capítulo II - Revisão de Literatura

2.1. Metais Pesados

Os metais pesados podem ser descritos como todos os grupos de metais e metaloides que
possuem uma estrutura atômica e densidade superior a 4 g/cm³ ou metais e metaloides aqueles que
são cinco ou mais vezes maiores que água (Duffus, 2002). Elementos metálicos que têm uma
densidade comparativamente alta e são venenosos e/ou tóxicos em baixas concentrações também
podem ser referidos como metais pesados (Lenntech, 2004). As propriedades químicas de vários
metais pesados são, no entanto, os fatores mais influentes em comparação com a densidade
exemplos de metais pesados incluem prata (Ag), Chumbo (Pb), Zinco (Zn), Cádmio (Cd), Níquel
(N i), Arsênico (As), Cobalto (Co), Ferro (Fe), Cromo (Cr) e elementos do grupo da platina. Metais
pesados são comumente encontrados em fundações de rochas disseminadas e têm a maior
acessibilidade em biorredes aquáticas e terrestres que estão em contato direto e interação com o solo
e as rochas, e em fração moderada também pode ser encontrada na atmosfera como material
particulado ou vapores (Babel et al., 2003; Tariq, 2016).

A coordenação química dos metais também pode ser usada para definir metais pesados e
classifica metais pesados como metais de classe B que se enquadram em oligoelementos não
essenciais que são considerados altamente tóxico (Sharma & Agrawal, 2005). No entanto, é
importante notar que, com esta classificação o efeito de qualquer substância ou metal em um
sistema biológico sempre depende da concentração de sua acessibilidade às células desse sistema,
portanto, essas substâncias ou os metais nem sempre são tóxicos (Nagajyoti et al., 2010).

2.2. Principais Fontes de Contaminantes

2.2.1. Ocorrência e Liberação no Meio Ambiente


A poluição por metais pesados pode emanar de fontes antropogênicas e/ou naturais que
incluem fontes agrícolas, industriais, efluentes domésticos e fontes atmosféricas. A ampla
disseminação de metais pesados no ambiente emana de suas múltiplas aplicações medicinais,
industriais, domésticas, agrícolas e Tecnológicas (Nagajyoti et al., 2010; Mashangwa, 2016).
Inúmeras indústrias produzem e liberam resíduos, compostos de diferentes metais pesados, no meio
ambiente e incluem electro-osmose, eletrólise, indústria e aplicação de fertilizantes e pesticidas,
produção de energia e combustível, metalurgia, ferro e aço, indústria de acabamento de superfícies,
galvanoplastia, couro, fotografia, aeroespacial, fabricação de eletrodomésticos, tratamento de

17
superfícies metálicas e indústrias de instalação de energia atómica, para mencionar algumas. Dos
mencionados acima, drenagem ácida de mina associada à geração de energia a carvão; operações de
mineração; resíduos da indústria de galvanoplastia e geração de energia nuclear (mineração e/ou
processamento de urânio e geração de resíduos especiais) parecem ser os alvos prioritários no
mundo industrializado. Metais tóxicos (como Cd, Hg, Ni, Cr, Pb, Zn, Sn, Cu, As, Co), metais
preciosos (como Pd, Pt, Ag, Au, Ru) e radionuclídeos (como U, Th, Ra) são as principais categorias
de interesse nos metais pesados (Mashangwa, 2016).

2.2.2. Actividades de Mineração


O setor industrial na África do Sul com o maior impacto na qualidade da água em volume é
a mineração. Flutuações no pH, aumento do teor de metais, aumento da salinidade e aumento da
carga de sedimentos são alguns dos efeitos da mineração. As águas subterrâneas poluídas
descarregadas nos riachos, nas áreas de mineração ao redor de Joanesburgo, contribuem com até
20% do fluxo do córrego e as consequências da água contaminada das minas podem ir até 10 km
além da fonte (Mashangwa, 2016).

Os metais pesados causam poluição ambiental, muito comum em áreas de mineração e


locais de minas antigas, onde a poluição diminui com o aumento da distância desses locais,
conforme demonstrado pelo trabalho realizado por (Mashangwa, 2016). Estes metais pesados
podem ser facilmente lixiviados e podem ser transportados por águas ácidas a jusante e/ou
escoamento para rios e córregos, de áreas de mineração, poluindo indiscutivelmente os corpos
d'água (Duruibe et al., 2007). Por esses córregos e rios, esses metais são transportados como parte
fundamental de depósitos suspensos ou como espécies dissolvidas na água, potencialmente
instigando os efeitos tóxicos. Esses metais podem posteriormente ser depositados em sedimentos do
leito do rio ou lixiviados em águas subterrâneas e contaminar os rios e corpos d'água. Poços e furos
localizados perto de locais de mineração, contêm metais pesados em níveis que ultrapassam o
padrão de água potável, ver padrões de água potável em Moçambique no Anexo1. As operações de
mineração descarregam vários metais pesados dependendo do tipo de atividade de mineração. Por
exemplo, as minas de carvão são as principais fontes de arsénio, cádmio e ferro que suplementam o
solo ao redor da jazida. O uso de mercúrio em minas de ouro e a implantação de grandes
quantidades de mercúrio de antigas minas têm sido apontadas como uma fonte notável desse
contaminante para o meio ambiente (Dias, 2002; Nagajyoti et al., 2010).

2.2.3. Erosão do Solo


Foi demonstrado que a erosão do solo contribui para a contaminação por metais pesados,
sendo o vento e a água os dois principais agentes da erosão do solo. Durante a chuva, os metais

18
pesados ligados aos sedimentos são dispersos no solo. A água que contém agroquímicos com
concentrações elevadas de metais deixa cair este metal ligado a sedimentos no solo
simultaneamente à medida que leva à erosão (Kaizer & Osakwe, 2010). Os metais pesados também
podem ser coletados e disseminados no meio ambiente devido à erosão durante o escoamento.
Resíduos de metais pesados também podem ser levados para sistemas de drenagem e,
consequentemente, para rios adjacentes durante a chuva (Taiwo et al., 2011). É também de notar
que, algumas partículas de aerossóis (colóides de finas partículas sólidas ou gotículas líquidas, no ar
ou outro gás) podem transportar diferentes tipos de poluentes; como metais pesados. Estes
geralmente podem se acumular nas superfícies das folhas em forma de partículas e podem
posteriormente entrar na planta através de estômatos nas folhas (Mashangwa 2016).

2.2.4. Agricultura
A agricultura é vista como outra fonte de poluição por metais pesados, especialmente pelos
fertilizantes inorgânicos e orgânicos. As fontes mais importantes de metais pesados para o solo
agrícola incluem pesticidas, águas de irrigação, lodo de esgoto e calagem. Outras fontes como
fungicidas, fertilizantes fosfatados e fertilizantes inorgânicos apresentam diferentes níveis de Cd,
Cr, Ni, Pb e Zn, dependendo de suas várias fontes. Muitas doenças de plantas são controladas
usando pesticidas à base de metais pesados e esses pesticidas são berços da poluição por metais
pesados no solo. O uso frequente de fertilizantes e produtos químicos agrícolas está associado à
longa persistência de metais pesados e pode levar ao acúmulo de alguns metais, embora as
concentrações de metais pesados no solo agrícola pareçam ser muito pequenas. Metais pesados
dissolvidos podem ser transportados para campos agrícolas através da irrigação com água
contaminada com esgoto ou efluentes industriais, embora a maioria desses metais pesados não
represente um risco para os seres humanos por meio do consumo das culturas, o cádmio nas plantas
recebe atenção especial, pois se acumula nas folhas em níveis muito altos, que podem ser ingeridos
por animais ou seres humanos. O acúmulo de metais pesados geralmente ocorre nas raízes das
plantas, mas também pode ocorrer em toda a planta.

A maioria dos sistemas de irrigação é feita de forma a permitir que até 30% da água usada
para irrigação não seja absorvida, mas saia do campo como fluxo de retorno. O fluxo de retorno
então se juntaria às águas subterrâneas ou sairia da superfície do campo na forma de água residual.
A necessidade de manter o fluxo do rio ou direitos de água a jusante fez com que a água residual às
vezes fosse redirecionada para os riachos. No entanto, geralmente a água residual é recolhida e
armazenada até ser utilizada novamente ou enviada para outro campo. A água residual é geralmente
mantida em pequenos lagos ou reservatórios, onde metais pesados podem se acumular e ter um
impacto negativo nas comunidades aquáticas.

19
A adição de metais como Mn, Zn, Cu e Co contidos no esterco animal e Zn, Cu, Pb, Cd, Ni
e Cr no lodo de esgoto nutre o solo. A taxa de aplicação do esterco e/ou lodo, porém com sua
concentração de elementos e características do solo, pode levar ao aumento de metais pesados em
solo agrícola. A aplicação de aditivos como composto, lixo e fertilizantes à base de nitrato também
aumenta o acúmulo de metais pesados (Tariq et al., 2016). Também é digno de nota que, ao
contrário da calagem que aumenta os níveis de metais pesados encontrados no solo, fertilizantes de
nitrato, composto e lixo contribuem menos (Tariq et al., 2016).

2.1.5. Fontes Industriais

Processos de refino de metais, massas de entulho e rejeitos, transporte de minérios, fundição


e acabamento de metais e reprocessamento de metais são algumas das outras fontes industriais de
metais pesados no meio ambiente. Metais em forma de partículas e vapor são emitidos do
processamento em alta temperatura durante a fundição de metais e seus minérios. Metais pesados
como Pb, Cd, Cu, Sn e Zn em seus vapores se misturam com a água do ar e podem formar aerossóis
que podem ser dispersos pelo vento por deposição seca ou precipitados na chuva por deposição
húmida, gerando assim poluentes do solo e /ou água. Alguns metais pesados como Cu, Se, B, Cd,
Cs e Ni entram no meio ambiente através do fornecimento de energia em usinas elétricas como
usinas de queima de carvão, usinas nucleares e combustão de petróleo. Processamento de
polímeros, têxteis, electrónicos, preservação de madeira e criação de papel são outras fontes
industriais de produção de metais pesados. As plantas que foram contaminadas por crescer abaixo
das linhas de energia com altas concentrações de Cu foram relatadas como tóxicas até mesmo para
os animais.

O acabamento da superfície e a deposição de metal para maior vida útil dos objetos e para
embelezamento são realizados por meio de um processo importante, a saber, a galvanoplastia.
Embora dependentes dos requisitos específicos dos artigos, metais como níquel, cobre, zinco e
cromo são frequentemente usados para galvanoplastia. Quantidades significativas de íons metálicos
são transportadas para o efluente durante a lavagem dos tanques de galvanoplastia. Por exemplo, o
elemento encontrado em efluentes de fundição à base de zinco, refinarias de prata, galvanoplastia e
indústrias de produção de baterias de armazenamento é o níquel (Mashangwa 2016).

As indústrias que se concentram em pigmentos, metalização, polímeros e baterias também


enfrentam alta exposição ao cádmio. O contato humano importante com o cádmio, através da
ingestão de alimentos agrícolas contaminados, pode ser devido à poluição por cádmio derivada das
emissões de cádmio produzido nas indústrias e da introdução desse metal no esgoto, lamas, águas
subterrâneas e fertilizantes (Young, 2005). A queima de lixo municipal que contém polímeros e
baterias de níquel-cádmio também pode resultar em exposição ao cádmio no ar.

20
O zinco metálico é um constituinte de várias ligas, juntamente com as usadas para fundição,
assim como o latão e o bronze, também usados para revestir metais como ferro e aço. Muitos
componentes elétricos de utensílios domésticos contêm muitas ligas de zinco. O pó de zinco
metálico pode ser liberado de efluentes provenientes de metalurgia e galvanoplastia, empresas
químicas e de impressão, uma vez que é amplamente utilizado para revestimentos de tinta, como
catalisador e também usado extensivamente como agente redutor e/ou precipitante em química,
especialmente nas áreas orgânica e analítica (Mashangwa 2016).

2.3. Toxicidade dos Contaminantes Inorgânicos

Os metais podem ser tóxicos para a população microbiana em concentrações


suficientemente altas, no entanto, alguns metais como prata, mercúrio, cádmio e cobre são
marcadamente mais tóxicos mesmo em níveis muito baixos. Entre os metais pesados tóxicos,
destacam-se o mercúrio, o chumbo e o cádmio, “chamados os três grandes”, devido ao seu grande
impacto no meio ambiente. Arsénio, cobre, cromo e zinco também são tóxicos; chumbo e cádmio
são metais neurotóxicos potentes.

A química e a toxicologia desses metais pesados são complexas e interessantes. Por


exemplo, o cromo tem propriedades benéficas e prejudiciais. Dois estados estáveis de oxidação do
cromo persistem no ambiente, Cr(iii) e Cr(vi), que possuem toxicidade, mobilidade e
biodisponibilidade contrastantes (Igwe et Al 2006). Enquanto o Cr(iii) é relativamente inócuo e
imóvel, o Cr(vi) se move rapidamente através do solo e ambientes aquáticos e é um forte agente
oxidante capaz de ser absorvido pela pele (Igwe et al 2006). O cromo hexavalente, Cr(vi), é a forma
tóxica de cromo liberada durante muitos processos industriais, incluindo galvanoplastia, curtimento
de couro e fabricação de pigmentos. O cromo trivalente, Cr(iii), é um elemento essencial necessário
para o metabolismo normal de carboidratos e lipídeos. Sua deficiência leva ao aumento dos fatores
de risco associados ao diabetes e doenças cardiovasculares, incluindo níveis elevados de insulina
circulante, glicose, triglicerídeos, colesterol total e comprometimento da função imunológica,
levando a hemorragia, insuficiência respiratória e lesões hepáticas. Ao contrário dos sintomas de
deficiência, vários fatores tornam a contaminação por cromato uma questão de intensa preocupação,
particularmente seu caráter tóxico, mutagénico carcinogênico e terartogenico.

A forma mais grave de toxicidade de Cd em humanos é o “itai-itai”, uma doença


caracterizada por dores excruciantes nos ossos. Outras implicações do Cd para a saúde em humanos
incluem disfunção renal, dano hepático e hipertensão, no entanto, foi sugerido que o estado

21
nutricional geral (em vez do mero conteúdo de Cd nos alimentos) é um fator mais crítico na
determinação da exposição ao Cd.

Foi demonstrado que Zn e Cu inibem competitivamente a absorção de Cd pelas células, a


ingestão diária recomendada de Zn situa-se entre 4 e 16 mg, dependendo da idade, sexo e estado
fisiológico. O Zn é um elemento essencial ao homem, sendo um cofator de muitos sistemas
enzimáticos (Igwe et al 2006). Foi relatado que inibe competitivamente a absorção de Pb nas
células.

O Chumbo é um veneno de metal pesado que forma complexos com grupos oxo em enzimas
para afetar praticamente todas as etapas do processo de síntese de hemoglobina e metabolismo de
porfirina (Igwe et al 2006). Níveis tóxicos de Pb no homem têm sido associados a encefalopatia,
convulsões e retardo mental.

O cobre, um dos metais pesados mais utilizados, é empregue principalmente nas indústrias
elétrica e de galvanoplastia, e em maiores quantidades é extremamente tóxico para os organismos
vivos. A presença de íons de Cobre(ii), causa sérios problemas toxicológicos, geralmente é
conhecido por se depositar no cérebro, pele, fígado, pâncreas e miocárdio (Davis et al., 2000).

A poluição por mercúrio resulta das indústrias metalúrgicas, químicas e de acabamento de


metais (igwe et al., 2005). O mercúrio na forma líquida não é perigoso e é usado em várias
indústrias, na forma de vapor, o mercúrio torna-se muito venenoso ataca os pulmões, os rins e o
cérebro o vapor atravessa o sangue-cérebro e a corrente sanguínea.

O arsénico afeta a pele, causando câncer de pele em sua forma mais grave. Um grande surto
de dermatose arsénico, que foi relatado em algumas partes do estado de bengala ocidental na índia,
foi associado a altos níveis de arsénico em águas de poços tubulares (0,2-2,0 mg/l). O arsênio
ocorre principalmente como As(iii) e As(v). Os oxi-ânions do arseniato (v) podem existir em quatro
diferentes espécies de arsenato como H3AsO4, H2AsO4 , HAsO4 e AsO4 estão na faixa de pH <2, 3-
6, 8-10 e >12, respectivamente (Igwe et al 2006), afetando assim a toxicidade.

A toxicidade do níquel no homem ainda é desconhecida, portanto, o completo entendimento


sobre os efeitos nocivos causados pela liberação de metais tóxicos no meio ambiente e o surgimento
de leis de proteção ambiental mais severas, têm incentivado estudos sobre remoção/recuperação de
metais pesados de soluções aquosas por meio da biossorção.

2.3.1. Bioimportância e Biotoxicidade


Os metais pesados nas águas superficiais e subterrâneas são classificados como os principais
poluentes inorgânicos do meio ambiente devido à sua mobilidade nos ecossistemas marinhos e à sua
toxicidade para formas de vida superiores. Embora possam estar presentes em quantidades diluídas

22
e não rastreáveis, sua obstinação e consequente tenacidade em corpos marinhos fazem com que
processos naturais como a biomagnificação, possam provocar um aumento nas concentrações
desses metais a tal ponto que passem a apresentar fisionomias tóxicas. Alguns metais, no entanto,
não são afetados por nenhum outro processo biodegradativo ou ligados a outros complexos. Isso
permite que esses metais sejam detectados em seu estado elementar. Em ambos os casos, os íons
metálicos não podem ser mineralizados.

Enquanto metais pesados em altas concentrações podem ser tóxicos tanto para a flora quanto
para a fauna, metais pesados como ferro, cobre, manganês, níquel, cobalto e zinco chamados de
micronutrientes essenciais são elementos essenciais tanto para plantas quanto para animais em
baixas concentrações e quantidades (Mashangwa 2016). A acessibilidade de metais pesados em
meio, no entanto, varia, mas se a absorção desses mesmos metais for além das necessidades do
organismo, isso resulta em efeitos tóxicos (Monni et al., 2000). Esses elementos também são
chamados de oligoelementos ou metais-traço devido à sua presença em requisitos mínimos (10 mg
kg-1) nos organismos. Embora os metais pesados essenciais tenham papéis bioquímicos e
fisiológicos em plantas e animais, eles também podem ser tóxicos. Eles estão envolvidos em
reações redox e são partes essenciais e componentes de várias enzimas e complexos enzimáticos e
isso forma duas das funções mais importantes dos metais pesados essenciais (Nagajyoti et al.,
2010).

O cobre, por exemplo, é um metal pesado essencial requerido por plantas superiores e algas,
predominantemente para a fotossíntese (Magajyoti et al., 2010). No fotossistema das plantas, o Cu é
um componente integral como doador primário de elétrons. O cobre em humanos é essencial
principalmente para o sistema imunológico, a saúde do esqueleto, o sistema nervoso, o metabolismo
do Fe e o desenvolvimento dos glóbulos vermelhos. Também faz parte dos sistemas redox e da
eliminação de radicais livres. Está envolvido em 12 metaloenzimas e alguns genes que regulam
fatores de transcrição dependentes de Cu, a hemorragia gastrintestinal, hematúria, hemólise
intravascular, metahemoglobinemia, toxicidade hepatocelular, insuficiência renal aguda e oligúria
sinalizam toxicidade ao Cu.

O zinco está presente em algumas proteínas como a Anidrase carbónica, álcool


desidrogenase, superóxido dismutase e na polimerase. Este elemento é principalmente necessário
para manter a integridade do ribossomo. Desempenha um papel significativo na formação de
carboidratos e catalisa os processos de oxidação nas plantas. Zinco, um cofator da RNA polimerase;
desempenha um papel estrutural na maioria dos fatores de transcrição. É vital para a síntese de
DNA e proteínas, divisão e crescimento celular, bem como para a reprodução masculina e feminina

23
e funções neurológicas (Hansch & Mendel, 2009). Competência imunológica prejudicada, aumento
da prevalência de infecções na infância, crescimento e desenvolvimento prejudicados,
especialmente entre bebês, crianças e adolescentes, são todos os efeitos colaterais da deficiência de
Zn. Efeitos toxicológicos como anemia sideroblástica, leucopenia e anemia microcítica hipocrômica
são amplamente atribuídos à deficiência de cobre induzida por zinco. Também foi relatado que altos
níveis de zinco podem possivelmente perturbar a homeostase de outros elementos essenciais.

O níquel é outro micronutriente essencial e importante que auxilia na absorção de ferro, bem
como no metabolismo de adrenalina e glicose, hormônios, lipídios e membrana celular. Também
melhora a resistência óssea e também pode desempenhar um papel na produção de glóbulos
vermelhos em organismos vivos. É um constituinte da enzima urease, que é crucial para o
funcionamento eficaz da enzima e, desta forma, para a boa saúde dos animais. Doenças como
câncer de pulmão, nariz e ossos são causadas por maiores concentrações de níquel, enquanto o
envenenamento agudo de Ni (ii) causa falta de ar, respiração rápida e cianose.

O cromo é vital no metabolismo dos carboidratos como constituinte do fator de tolerância à


glicose, um complexo ácido didicotínico-glutationa, que aumenta a ação da insulina (Martens &
Chesterman, 1991). O contato com o Cr causa úlceras cutâneas indolores, enquanto a toxicidade
leva a quadros graves de dermatite. Os compostos de cromo podem ser sensibilizadores, bem como
irritantes. Este elemento também é reconhecido como um agente causador de câncer em humanos. A
exposição repetida ao Cr(vi), mesmo em doses baixas, pode levar a anormalidades hepáticas graves,
toxicidade hematológica e insuficiência cardiovascular.

O cobalto é um componente da vitamina B12 que só é sintetizado por bactérias no rúmen e é


importante nas células, como nos tecidos formadores de sangue da medula óssea onde ocorre a
divisão ativa. É um constituinte de proteínas contendo heme, como hemoglobina, mioglobina e
citocromo, e muitas outras proteínas contendo ferro não heme com funções muito importantes em
muitos processos metabólicos. Anemia perniciosa e efeitos graves no sistema nervoso são causados
por uma deficiência neste elemento. Efeitos pulmonares e cardíacos e dermatite foram observados
após exposição a altos níveis de cobalto. Efeitos tóxicos no fígado e nos rins também foram
observados (Mashangwa 2016).

O ferro é importante na fisiologia animal, pois é uma parte vital da hemoglobina que
transporta oxigênio nas células vermelhas do sangue. A deficiência leva à anemia e também pode
levar ao aumento da absorção de elementos potencialmente perigosos, como Cd e Pb. Órgãos
internos, especificamente o cérebro e o fígado, são danificados como resultado da acidose
metabólica devido à toxicidade do ferro. Quando ocorre envenenamento por ferro, também pode

24
resultar em choque hipovolêmico causado pela poderosa capacidade do ferro de dilatar os vasos
sanguíneos (Allen, 2002).

O manganês está envolvido no metabolismo de aminoácidos, colesterol e carboidratos e na


formação óssea. É um componente de seis enzimas importantes e afeta o desempenho de outras
enzimas, como glicosiltransferases e xilosiltransferases, que estão envolvidas tanto na formação
óssea quanto na síntese de proteoglicanos atua também como um ativador enzimático (atsdr, 2012).
Desempenha um papel vital nas reações de enzimas como a desidrogenase málica e a
descarboxilase oxalosuccínica e também é necessária para a divisão da água no fotossistema II e
para superóxido disumutase (Nagajyoti et al., 2010). O sistema nervoso e os efeitos reprodutivos
são causados pela exposição a altos níveis de manganês.

O selênio tem funções antioxidantes e anti-inflamatórias e faz parte do metabolismo dos


hormônios tireoidianos. Possui valiosas propriedades de desintoxicação e desempenha um papel
crítico na prevenção de algumas infecções. Os suplementos de selênio são capazes de prevenir a
cardiomiopatia e a osteopatia. A exposição oral repetida a altas concentrações de compostos de
selênio pode causar selenose; uma doença caracterizada por perda de cabelo, fragilidade das unhas e
defeitos neurológicos.

O cádmio é uma toxina cumulativa e não tem uma função valiosa reconhecida no corpo
humano (Wang et al., 2013). O Cd, ao contrário do elemento acima mencionado, requer apenas
níveis mais baixos de exposição para produzir toxicidade para o rim. A toxicidade tem um efeito
prejudicial para os túbulos proximais de cada néfron de uma maneira que é mostrada principalmente
pelo vazamento de proteínas de baixo peso molecular e íons essenciais na urina. Embora altos
níveis de exposição possam ser a raiz da doença pulmonar obstrutiva, pneumonite por cádmio,
osteomalacia, osteoporose e aumento da pressão arterial e disfunções miocárdicas, a exposição a
longo prazo em humanos pode levar à disfunção renal (Duruibe et al., 2007). O nível de exposição a
compostos contendo cádmio pode governar os sintomas, incluindo náusea, dispnéia, cólicas
abdominais e fraqueza muscular. O edema pulmonar e a morte podem resultar da exposição severa a
este elemento (União europeia, 2002).

O mercúrio é comumente visto como um dos metais mais letais no meio ambiente. Após a
entrada do mercúrio na cadeia alimentar, ocorre progressivamente um grande acúmulo de
compostos de mercúrio nos organismos. Indústrias como baterias, termômetros, cosméticos, tubos
de luz fluorescente, pesticidas e produtos farmacêuticos (Krishnan & Sree, 2013) cloro-álcalis,
tintas, celulose, refino de petróleo, processamento de borracha e fertilizantes são as principais fontes
de poluição por mercúrio no meio ambiente. Os efeitos teratogênicos que causam deformidades na
prole, atingindo em grande parte o sistema nervoso são causados pelo metil mercúrio. Retardo

25
mental, paralisia cerebral e convulsões também foram observados em crianças. A distribuição
anormal do cromossomo resultante da quebra do cromossomo e da interferência na divisão celular
causada por defeitos genéticos é um dos efeitos colaterais do mercúrio. Isso causa dor torácica e
dispneia, perturba a função pulmonar e renal, causando mau funcionamento de ambos.

Os efeitos do chumbo podem durar toda a vida e são vistos como uma grande ameaça à
saúde, especialmente para as crianças. Alguns desses efeitos incluem danos ao sistema nervoso,
crescimento infantil e dificuldades de aprendizagem. Embora seja apontado que a maior parte do
chumbo ingerido é eliminado do corpo humano pela urina, ainda existe o risco de acúmulo,
principalmente em crianças. Uma diminuição na produção de hemoglobina, distúrbios renais,
articulares, reprodutivos e cardiovasculares e danos a longo prazo no sistema nervoso podem ser
observados na toxicidade do acúmulo de chumbo (Galadima, et al., 2010).

2.4. Legislação Para Contaminantes Inorgânicos em Águas

Devido aos problemas que os contaminantes inorgânicos podem causar a saúde humana,
torna-se prioritário reduzir ou eliminar a contaminação causada pela descarga de águas residuais
contendo substâncias perigosas no meio aquático. Desta forma, foram implementadas normas para
protecção das águas, de modo que as descargas de efluentes tenham o menor impacto possível nos
recursos hídricos. Ao nível europeu, a directiva quadro da água prevê medidas contra a
contaminação química das águas superficiais, estabelecendo uma lista das substâncias prioritárias
que representam risco para o ambiente aquático (REF DQA/WFD). A classificação das substâncias
tem em consideração avaliações de eco toxicidade aquática e de toxicidade humana por vias de
exposição ao meio aquático. São usados dados resultantes de monitorização ambiental, e elementos
que indiquem potencial contaminação ambiental, tais como, volume de produção e utilização da
substância em causa.

No anexo VIII, relativo à lista dos principais contaminantes, verifica-se nos pontos 7 e 8 a
referência aos metais e ao arsénio e respectivos compostos. No anexo X, relativo à lista das
substâncias prioritárias no domínio da política da água, são encontrados o cádmio, o chumbo e o
mercúrio, e respectivos compostos, sendo o cádmio e o mercúrio identificados como substâncias
perigosas prioritárias (REF DQA/WFD). E necessário tomar medidas específicas para combater a
contaminação da água por elementos que apresentem um risco e para esses elementos as medidas
tem como finalidade reduzir gradualmente, ou no caso das substâncias perigosas prioritárias,
eliminar gradualmente, as descargas, emissões e perdas de substâncias identificadas. São
apresentadas propostas para controlar as emissões e, segundo o artigo 11o, e prioritário tomar
medidas para cumprir as normas de qualidade ambiental regulamentadas (REF DQA/WFD).

26
Ao nível nacional não existe uma lei em si ou um decreto que esteja voltado a
regulamentação dos padrões de emissão de metais para o meio-ambiente ou especificamente para
corpos de água, contudo o boletim da república lei no 16/91 se 03 de Agosto estabelece que:

1. Toda a actividade susceptível de provocar a contaminação ou degradação do domínio


publico hídrico e em particular o despejo de águas residuais, dejectos de outras substâncias nas
águas do domínio publico fica dependente de autorização especial.

2. Por regulamento serão estabelecidos padrões de qualidade de efluentes, dos corpos


hídricos receptores, sistemas tecnológicos e métodos para tratamentos conjuntos e individuais de
águas, podendo ser suspensas as actividades contaminadoras ou encerrados estabelecimentos
enquanto não forem implementadas essas medidas.

3. Serão fixados, também por regulamento, os limites qualitativos e quantitativos a partir dos
quais as operações de despejo ficam dependentes de autorização do ministro da construção e águas,
a conceder após ouvidas as entidades interessadas.

4. As águas residuais não poderão ser evacuadas sem tratamento prévio quando, no estado
bruto, possam afectar o bom funcionamento da rede pública de saneamento ou das instalações de
depuração.

2.5. Técnicas Convencionais Para a Remoção de Metais Pesados de Águas Residuais

Diferentes tecnologias de tratamento de águas residuais foram investigadas para a remoção


de metais das águas residuais, para cumprir as concentrações máximas permitidas de acordo com a
regulamentação ambiental e para minimizar os efeitos tóxicos de metais pesados após a descarga
em corpos aquáticos. As tecnologias convencionais de tratamento mais usadas para a remoção de
metais pesados de águas residuais incluem precipitação química, floculação, extração por solvente,
coagulação, troca iônica, adsorsão, ultrafiltração, osmose reversa, filtração por membrana,
eletrodiálise, recuperação evaporativa e adsorção. (Singha &Das 2011)

2.5.1. Precipitação Química

Este método de tratamento de água é considerado um dos métodos mais aplicados na


remoção de metais pesados de efluentes inorgânicos por ser de simples operação. Esta técnica
convencional leva à formação de precipitados de metais pesados, tais como; hidróxidos, fosfatos,
sulfetos e carbonatos (ou seja, esses precipitados são insolúveis). A partir daí, a solução de metais
dissolvidos é reagida com um precipitante, partículas mais finas são produzidas na precipitação

27
química. Os precipitantes, coagulantes e processos de floculação são usados para aumentar o
tamanho das partículas finas a serem removidas como lodo (Fu & Wang 2011). O tratamento com
hidróxido é a técnica de precipitação comumente usada porque é um precipitante relativamente
simples, barato (cal) e fácil de controlar o pH automaticamente. A solubilidade de hidróxidos
metálicos distintos é reduzida para pH na faixa de 8,0 a 11,0 (Gunatilake 2015). A utilização de
coagulantes no processo de precipitação aumenta o custo da operação, pois requer armazenamento
químico e tratamento do lodo. Um exemplo de uma reação química geral simples que elucida a
precipitação química é o seguinte na equação abaixo;

Metal+ hidróxido ↔precipitação de metal


2.5.2. Troca Iônica

A troca iônica é uma tecnologia de tratamento de água e efluentes que envolve a troca
reversível de íons entre íons solúveis em uma fase líquida e uma fase sólida. Este método é
amplamente aplicado em água e águas residuais, tecnologia de amaciamento de tratamento, em que
magnésio, cálcio, bem como cátions polivalentes, sofrem troca com sódio (Jorgensen 2002). A
tecnologia também é usada para remover contaminantes específicos da água, como bário, nitratos,
rádio e arsênico (As). O tratamento de água e efluentes por troca iônica é feito pela passagem de
água bruta por um leito de resinas feitas de compostos orgânicos polimerizados. Uma vez esgotadas
as resinas de troca iônica, a regeneração é necessária. Para realizar o processo de regeneração, é
feita uma retrolavagem rápida das resinas para remover as partículas finas que se desprenderam da
produção de água. A salmoura também é adicionada ao fluxo de retrolavagem. Preocupações com a
baixa eficiência de remoção de contaminantes durante a regeneração, contaminantes de remoção
seletiva tornam o método de troca iônica desfavorável.

2.5.3. Filtração por membrana

Existem diferentes tipos de filtrações por membrana. Esses sistemas incluem; microfiltração,
ultrafiltração e nanofiltração. A microfiltração e a ultrafiltração são normalmente utilizadas para a
remoção de turbidez e sólidos suspensos. O método é eficaz para a remoção de cádmio (Cd (ii)) e
zinco (Zn (ii)) em condições alcalinas (pH 9,0) usando dietilaminoetil celulose (Trivunac &
Stevanovic 2006). No entanto, preocupações com o alto custo do equipamento e custo de
manutenção tornam o método inadequado. Além disso, o processo de filtração por membrana
também está associado à geração de lodo, tornando o método desfavorável (Joshi 2017). Os custos
obtidos nas pesquisas e desenvolvimentos atuais (Englehardt et al., 2013) indicam um custo de
capital de 632500,00Mtn convertido a metical para 1,51m3d-1 para o sistema de ultrafiltração.

28
2.5.4. Métodos Biológicos
A remoção de metais pesados de águas residuais por métodos biológicos envolve o uso de
técnicas biológicas. Segundo (Gunatilake 2015), os microrganismos desempenham um papel vital
na sedimentação de sólidos na solução durante a eliminação de poluentes dos efluentes. Esses
organismos são empregados em lodos ativados, filtros biológicos e lagoas ou lagoas de
estabilização. Algumas outras técnicas biológicas incluem biossorção, biopolímeros e subprodutos.
Os tratamentos biológicos são ecologicamente corretos, as melhores técnicas na remoção de
poluentes e são mais baratos, no entanto, o método biológico requer ácidos graxos voláteis
suficientes por suplementação de carbono na zona de fermentação, que é bastante trabalhosa.

2.5.5. Flutuação
A flotação envolve o uso de surfactantes que desempenham um papel em fazer com que
materiais não ativos de superfície se tornem ativos de superfície. Os materiais tensoativos formam
um produto que é eliminado pela formação de espuma da solução através de um gás. Os estudos de
remoção de metais pesados usando técnicas de espuma têm sido documentados por vários
pesquisadores. Os méritos do método de flutuação incluem sua simplicidade, produção de lodo
concentrado e minúsculo. Preocupações com a redução da eficiência da flotação devido ao aumento
da força iônica e do tamanho das partículas em solução tornam o método desfavorável.

2.5.6. Osmose Reversa e Nanofiltração


A osmose reversa é uma tecnologia de tratamento de água que remove contaminantes de
efluentes envolvendo pressões para forçar moléculas de água através de uma membrana semi-
permeável. Materiais amplamente utilizados nestes processos são derivados celulósicos e derivados
de poliamida. Este é um método de remoção eficiente, mas as membranas frequentemente se
degradam devido ao cloro e estão associadas a dificuldade de limpeza ou regeneração (Kim et al
2009). A nanofiltração funciona pelo princípio da exclusão de carga e retenção de certos íons. A
separação de espécies orgânicas não carregadas é influenciada pela distribuição de poros em um
filtro e pelo tamanho da membrana. O uso dessa técnica é limitado por ser cara (Amin et AI 20060.
Por exemplo, estima-se que o custo de capital da infraestrutura e do sistema de pré-tratamento seja
de 20 303,25mtn convertido em (m3·d-1) (Côté Monti 2005).

2.5.7. Remoção Por Adsorsão de Metais Pesados de Águas Residuais


O método amplamente utilizado para a remoção de metais pesados de águas residuais é a
precipitação química. No entanto, a utilização de produtos químicos e o aumento de quantidades de
lodo, exigindo descarte regular, tornam o método de precipitação indesejado. É necessária uma
nova tecnologia alternativa que não requer produtos químicos caros e manutenção regular.
Consequentemente, são necessários novos adsorventes com alta capacidade adsortiva,

29
ecologicamente corretos e fáceis de manusear, que não requeiram o uso de produtos químicos e
manutenção regular. A investigação de vários tipos de meios adsorventes, como sorventes (cascas
ativadas, folhas, raízes), materiais naturais (lama vermelha, areias) e produtos residuais (cinzas
volantes, escórias de fundição de cobre) foram feitas.

30
1.Tecnologia disponível

2.Aplicável em várias áreas Vantagens


1.Precipitação
3.Experiências bem-sucedidas
Tecnologia Física
2.Troca iónica
4.Cinetica Conhecida
Química e
Águas Composição 3. Flotação
Residuais
Electroquímica
4.Absorção
1.método caro e ineficiente
Física 5.Filtração Desvantagens
Biológica 2.Não se recupera para Reutilização
6.Electrocoagu
Química lação 3. Lama com alta concentração de metais, o que torna difícil a
Sua eliminação
Metais pesados

(Zn,Pb,Cu,Au,Mg) 1.Baixo custo


Como remover Vantagens
2.Fácil implementar
metais
1.Biorremediação 3.Alta taxa de remoção
Pesados de Aguas
2.Fitorremediação 4.Não requer químicos ou Corrente Eléctrica
Residuais Tecnologia
3. Zonas Húmidas 5. Não produz lama toxica
Biológica
4.Biosorção
1.Baixa taxa de remoção quando a

concentração dos metais e alta Desvantagens

2.Os poluentes podem ser tóxicos aos microorganismos e


Figura
Figura1 1.
Tecnologias aplicadas
Tecnologias nono
aplicadas tratamennto
tratamento de
de águas
águas residuais
residuais plantas

Fonte: adaptada de Flórez e Gallo 2019 3.Em todos casos de implementação dos Processos biológicos é
feita em escala Laboratorial e não real

31
2.6. Biossorsão

A biossorsão é um processo pelo qual os metais pesados são removidos por meio de um
processo de ligação passiva com microorganismos não vivos, incluindo bactérias, fungos e
leveduras (parvathi et al. 2007) e outras categorias de biomassa que são hábeis em efetivamente
acumular e concentrar metais a partir de soluções aquosas muito diluídas (gadd, 1993). É uma
alternativa à fitorremediação e degradação microbiana (parvathi et al. 2007). As seguintes vantagens
são relatadas em relação biossorventes: Eliminação seletiva de metais em uma ampla faixa de pH e
temperatura, uma variedade de afinidades metálicas que podem eliminar uma variedade de cátions
metálicos, uma rápida cinética de adsorção e dessorção e baixo custo de operação, alta eficiência
para concentração diluída soluções, uma quantidade insignificante de lodo químico ou biológico,
sem nutrientes suplementares requeridos e a possibilidade de reciclagem de biossorventes e
recuperação de metais (Vilar et al., 2007).

Os constituintes desses biomateriais são principalmente proteínas, carboidratos e compostos


fenólicos e possuem grupos funcionais como carboxilas, hidroxilas e aminas que são capazes de
ligar-se aos íons metálicos. Esses grupos funcionais são responsáveis pela sorção de pesados metais
nesses biomateriais (choi & yun, 2006). Os biossorventes podem ser compostos de biomassa
composta por diferentes tipos de microorganismos que podem ser usados como biossorventes ou
produzido usando mídia de crescimento barata ou adquirido de outra forma como subproduto das
indústrias (Ahluwalia & Goyal, 2007).

Um biossorvente que é abundante na natureza, requerendo pouco processamento, perdeu seu


valor económico ou valores de processamento adicionais ou é um derivado ou resíduo de uma
indústria diferente, pode considerado de “baixo custo”. O grau de obrigatoriedade de processamento
e disponibilidade local do sorventes individuais determina o custo (Ramachandra et Al., 2005).
Certos materiais, como produtos residuais, materiais naturais e biossorventes, foram avaliados e
proposto para remoção de metal. Adsorventes não convencionais têm potencial, pois são sorventes
sempre disponíveis, de baixo custo e eficientes para diversos metais pesados. Alta capacidade e taxa
de adsorsão, alta seletividade para várias concentrações, e também cinética rápida são alguns das
vantagens que os tornam materiais excepcionais para fins ambientais (Apiratikul e Pavasant, 2008).
Há, portanto, uma necessidade de procurar adsorventes baratos não convencionais viáveis para
atender à crescente demanda de limpeza ambiental atribuível ao maior quantum de metais pesados
no ambiente, independentemente do número de dados laboratoriais disponíveis (Ramachandra e
outros, 2005). A biossorsão possui algumas vantagens, assim como, desvantagens relativamente a
outras Técnicas, que estão descritas na tabela 3.

32
Quadro 1 Vantagens e desvantagens do uso de biosorventes
Referencias
Vantagens Custo reduzido, eficaz na remoção de contaminantes com baixa (al-qahtani 2016;
concentração, simples, flexível e de rápida operação; ahmaruzzaman
2011; farooq et
- em muitos casos produz efluentes tratados de alta qualidade e
as lamas concentradas de difícil eliminação são minimizadas; Al. 2010;
purkayastha et al.
- a biossorção é reversível e o contaminante inorgânico pode ser
2014; ramrakhiani et
dessorvido facilmente, possibilitando a regeneração dos
al.
biossorventes e recuperação dos iões metálicos retidos;
2017; raval et al.
- os biossorventes são encontrados facilmente como
2016; sud et al.
desperdícios ou subprodutos;
2008; bartczak et
- o biossorvente pode ser modificado para aumentar o número
Al. 2015; fu & wang
de locais de ligação ativos disponíveis, aumentando assim a
2011)
eficiência;
- não necessita de meios de crescimento;
- usar biossorventes a partir de resíduos com boas características
já mencionadas, oferece vantagens em relação aos outros
sorventes disponíveis e contribui para a minimização de
resíduos.
Desvantages - as características dos biossorventes não podem ser (ahmaruzzaman
biologicamente controladas; 2011; farooq et al.
2010;
- o biossorvente precisa de dessorver o metal para ser
reutilizado; Purkayastha et al.
2014; ramrakhiani et
- para tornar o processo viável economicamente à escala
al. 2017;
industrial, tem que haver mais estudos no sentido de
recuperação dos contaminantes inorgânicos e a regeneração dos Raval et al. 2016;
biossorventes; sud et al. 2008; de
gisi et al. 2016)
- o fato de haver poucos estudos com amostras de efluentes
reais, representa uma forte limitação para aplicações à escala
industrial;
- os efluentes industriais geralmente contêm multielementos,
isto é, são sistemas competitivos. A presença de um segundo
componente implica que ambos estejam a competir pelos
mesmos locais de ligação no biossorvente, diminuindo a
eficiência;
- o descarte final do biossorvente carregado de contaminantes é
preocupante a nível ambiental. As respostas convencionais à sua
eliminação envolvem armazenagem, deposição em aterro ou

33
incineração, o que por sua vez contamina o ambiente e por isso
Mais estudos têm que ser feitos a este nível.
Fonte: Andreia e Teixeira 2017

2.6.1. Fatores que Afetam a Biossorsão


Concentração inicial de íons metálicos, tempo de contato, temperatura, pH e concentração
de biomassa em solução são os principais fatores que afetam os processos de biossorsão (Das et al.,
2008). Todos esses fatores se somam dependendo do tempo de contato disponível para os locais
ativos a serem saturados, a temperatura na faixa de 20 a 35 graus não tem efeito no processo de
biossorsão, mas diminui com o aumento da temperatura acima de um valor crítico. A energia
cinética dos íons metálicos pode aumentar com o aumento da temperatura, o que facilitaria a
fixação dos íons metálicos à superfície do biossorvente. Pesquisa realizada por (Sag e Kutsal 2000)
mostrou que a ligação de íons ao biossorvente superfície a baixa temperatura é mais rápida e
reversível devido à baixa exigência de energia.

2.6.1.1. pH.

De grande importância na sorção de íons metálicos é o pH. O pH afeta a química da solução do


metal, mais especialmente com a especiação do metal, a atividade dos grupos funcionais e o estado
do local ativo no material biossorvente a biomassa física também pode ser afetado, pois o pH pode
causar uma mudança estrutural no material biossorvente. É geralmente aceito que a biossorsão de
cátions metálicos como Pb, Mn, Al, Co, Cd, Zn e Ni aumentam com o aumento do pH, porém os
íons de metais que possuem tendência para formar fortes ligações covalentes, como Hg, Ag, Au
pode mostrar uma redução na ligação com pH crescente ou pH pode não ter efeito significativo
(Schiewer & Patil, 2008; Sen e outros, 2016). Portanto, o pH é visto como um fator central
parâmetro no processo de biossorsão.

2.6.1.2. Concentração do Biossorvente.

A concentração do biossorvente é outro fator que pode afetar a biossorsão. Como o biossorvente a
dosagem aumenta, a absorção de metal aumenta proporcionalmente, como resultado do aumento da
área de superfície do adsorvente que por sua vez aumenta o número de sítios disponíveis para
ligação (Aravind et al., 2015). A concentração de material particulado em solução parece interferir
na absorção exata, para baixos valores de concentração de material particulado na solução parece
intervir entre os locais de ligação (Das et al., 2008).

34
2.6.1.3. Concentração do Metal.

A concentração de metal desempenha um papel fundamental no processo de sorção. Em íon


metálico inicial mais alto concentrações a quantidade de íons adsorvidos é maior do que a
quantidade em concentrações mais baixas uma vez que existem mais sítios de ligação para
interação, portanto, há uma maior força motriz em níveis mais altos concentrações entre a interface
sólida e líquida que podem permitir a transferência de massa (Iram & Abrar, 2015). É também
digno de nota que outros íons sorvíveis na solução possivelmente irão competir com o íon metálico
de interesse para os diferentes sítios de sorção de superfície, assim, a ligação do íon metálico de
interesse é reduzido, no entanto, a quantidade de inibição também dependeria do força de ligação
dos diferentes íons metálicos à biomassa (zheng et al., 2015).

2.6.2. Isoterma e Cinética de Adsorção.


A cinética de adsorsão e os modelos isotérmicos são descritos nesta revisão para melhor
entender o desempenho dos materiais adsortivos em relação aos adsorvatos.

2.6.3. Modelo de isotérmica de adsorção


Os modelos isotérmicos descrevem a relação entre o equilíbrio do estado líquido adsorvato e
a quantidade de adsorsão de equilíbrio no estado sólido a uma temperatura específica (tabela 5).
Essas isotermas são prontamente úteis para analisar a adsorsão do adsorvente capacidades e
eficiência. As isotermas de adsorsão foram determinadas através de vários modelos: Langmuir,
freundlich, sips, dubinin–radushkevish, linear (lei de henry), modelos redlich-peterson e temkin
(Ugwu et al 2020)
Quadro 2 Os modelos de isotérmica de adsorção.

Modelo de Modelo de Expressão linear Parâmetro


isoterma de isoterma
adsorção

Modelo de Todos os sítios 𝐶𝑒 1 𝐶𝑒 Qe é a capacidade de adsorção (mg/g)


langmuir adsortivos ativos = + em
𝑞𝑒 𝑞𝑚 𝑘𝑙 𝑞𝑚
Possuem ligação Equilíbrio; Ce é o adsorvato
equivalente
Concentração de equilíbrio (mg/l); qm
Energia e um único
adsorvato É a capacidade de adsorção da
monocamada
Só pode ligar com um
ativo (mg/g), kl é a adsorção

Local por vez. Constante de equilíbrio (l/mg).


Adequado para

Adsorvente

35
monocamada

Modelo de Este modelo descreve 1 Qe é o equilíbrio de adsorção


freundlich melhor 𝑙𝑛(𝑞𝑒 ) = ( ) 𝑙𝑛(𝑐𝑒 )
𝑛 Capacidade do adsorvente (mg/g); n é
A adsorção não ideal + 𝑙𝑛(𝑘𝑓 )
A constante de freundlich; kf é o
Sistemas e fornece
insights Constante de freundlich e ce é a

No exponencial Concentração de equilíbrio de


adsorvato
Distribuição na
superfície ativa (mg/l)

Sites. Adequado para


multicamadas

Adsorção

Modelo de sips Um híbrido do (𝐾𝑠 𝐶𝑒 )𝑛𝑠 (𝑞𝑚 ) Qe é o equilíbrio de adsorção


freundlich 𝑞𝑒 =
1 + (𝐾𝑠 𝐶𝑒 ) Capacidade (mg/g); ce é a adsorção
E as isotermas de
langmuir. Concentração de equilíbrio (mg/l);
qm
Reduz adequadamente
ao É a capacidade de adsorção do sips
(mg/g);
Adsorção freundlich
Ks é a adsorção de langmuir
Comportamento e
efetivamente Constante de equilíbrio (l/mg); ns é

Prevê monocamada Relacionado com a heterogeneidade


de freundlich
Sistema de adsorção
por Fator (nf) [ns = 1nf].

Modo langmuir em alta

Concentrações do

Adsorver

Fonte: Motitswe et al 2022

Na literatura é notório o elevado estudo de sorventes de baixo custo para remoção de


Contaminantes inorgânicos em águas contaminadas. Diferentes formas de material vegetal barato
E não vivo, como as cascas têm sido amplamente investigados como potenciais biossorventes
(Sud et al. 2008). Na tabela 6 encontram-se resumidos alguns detalhes e resultados de trabalhos
Publicados sobre biossorventes à base de cascas e a sua capacidade para remover alguns
Contaminantes inorgânicos.

36
Quadro 3 Resumo de alguns artigos da literatura sobre remoção de contaminantes inorgânicos por biossorventes
Referência Biossorvente Tipo de Ph T(ºc) Pré-tratamento do V(solução a Tempo de [contaminant % remoção Tipo de
Água biossorvente m(solvente) / Remoção es] (capacidade de Sistema
tratar) Sorção)
(Al-qahtani Casca de Solução 2-10 28 As cascas foram secas a 0,1-2,0 g/ 25 ml 5 – 120min 10-100 mg/l Kiwi: Mono
2016) Banana, Sintética (6) 40ºc durante 6 dias. Valor ótimo: (60min) Cd(ii)=78% Elementar
Kiwi, Com água Depois moídos e (2 g em 10 mg/l) Cr(iii)=98%
Tangerina Destilada Peneirados a 1 e 2mm Zn(ii)=57%
Tangerina:
Cd(ii)=73%
Cr(iii)=96%
Zn(ii)=52%
Banana:
Cd(ii)=44%
Cr(iii)=55%
Zn(ii)=32%
(Abdolali et Vários Solução 2-5,5 25 Lavagem, secagem num Biossorvente: 5 15min – 5h [metal]o = 50 Cd(ii) 31,73 mg/g Solução multi
Al. 2016) Biossorventes Sintética Forno a 105ºc e moagem g/l Mg/l Cu(ii) 41,06 mg/g Metal
Com água A (< 75 μm, 75-150 μm, Dose de Pb(ii) 76,25 mg/g
Milli-q 150-300 μm > 300 μm ) Biossorvente: Zn(ii) 26,63 mg/g
(0,2- 20) g/l
(Bhatti et Cascas de Solução 2-5 30– Tamanho das partículas: Dose 5–160min 10–100 mg/l Zr(iv)=42,02 mg/g Mono
Al. 2016) Citrinos Sintética (3,5) 60 0,25 mm biossorvente (40min) [metal]0 = Elementar
Com água (0,05–0,25 g/l) 90mg/l
Ultra pura
(Ali et al. Casca de Solução 3 25 Acrilonitrilo 1–5 g/l 120min Cr(vi)=400 Cr(vi) : 96% Mono
2016) Banana Sintética (CH2=CH-C≡N) adsorvente mg/l Elementar
Modificada Com água (gbps)
(gbps) Destilada Valor ótimo: (4
g/l)
(Liang et al. Casca de Sol. Sintética 2-7 25 Casca de laranja com 0,5g em 100 ml 180min [ ]o = (50 a 1 Cu2+ =77,60 mg/g Mono
2010) Laranja com Com água Adição de dissulfeto de de (20 min) 000 Cd2+ =76,57 mg/g Elementar
Xantato (xop) Duplamente Carbono (CS2) Sol. Mg/l) com 50 Pb2+ =218,34
Destilada e [m2+]o=50mg/l Mg fixos de Mg/g
Hepes (para [pb2+]o xop Zn2+ =49,85 mg/g
=100 Ni2+ =15,45mg/g

37
Mg/l (5g/l)

(Feng et Casca de Solução 2-6,5 16 – Casca de laranja 0,100 g de scop 120 min [cu(ii)]o = 25- Cu(ii): Mono
Al. 2009) Laranja Aquosa (5,3) 60 Modificada Com 25 ml de 800 Scop=72,73mg/g Elementar
(25) Quimicamente (scop) Solução de cu(ii) Mg/l Op = 44,28mg/g
Com naoh e cacl2 50 mg/l (50 mg/l) Dessorção:
Cu(ii) = 94,8%
(Li et al. Casca de Solução 6 25 0,1-0,2mm 4,3g/l 120min 0,001-0,005 Cd(ii): 0,90 Mono
2007) Laranja Sintética Area superfície: 0,02 g de Mol/l Mol/kg Elementar
Modificada Com água 128,7m2/g Adsorvente, em Desadsorção de
Com ácido Destilada 15ml de solução Cd(ii): 94% com
Cítrico Aquosa 0,15 mol/l hcl
(Feng et al. Casca de Solução 2-7 30 Modificação com 2g/l 180min 50–970mg/l Cu(ii): Mono
2009) Laranja Aquosa (5,5) Soluções saturadas de 0,050g 50ml da Op: 44,28mg/g Elementar
Modificada E águas Naoh e ca(oh)2 (cop) + adsorvente amostra Opaa: 289mg/g
Quimicamente Residuais Hno3 + nitrato amónio Com 25ml Do efluente Op: 68,6%
Galvanoplast Cerico + metil acrilato + solução tem: Opaa: 94,6%
Ia Solução quinona De cobre em [cu(ii)]=14,33 97,1% de cu(ii) no
(opma). (opma) + 100ml Mg/l Efluente
Naoh= (opaa)
(sha et al. Casca de Solução 2-7 25 < 0.45 mm Cinético: 90min 50–1000 mg/l Cu(ii): Mono
2009) Laranja Sintética 60g de op seco é pré- 5 g/l sorvente (20min) Op: 50,94 Elementar
Modificada Com água Tratado com naoh e 0,05g de Mop:70,67 mg/g
Com ácido Duplamente Etanol... Ácido mercapto sorvente Cd(ii):
Mercapto - Destilada - acético é adicionado a Em 10ml de cu2+ Op: 47,60 mg/g
Acético 30g do produto do pré- Ou cd2+ Mop:136,05
Tratado seco (mop). Mg/g
(Feng et al. Casca de Solução 2-7 30 Opaa = op com hidrólise 0,050g de 180min 50–1200mg/l Pb2+= 476,1 mg/g Multi
2011) Laranja Aquosa (5,5) Do copolimero Biossorvente em 92,2% Elementar
Modificada Enxertado, sintetizado 25ml de sol. De Cd2+= 293,3 mg/g
Com Por interação de acrilato Metais pb2+, cd2+ 93,6%
Copolimero De metilo com ligação e Ni2+= 162,6 mg/g
(opaa) Cruzada com op Ni2+ em vf 100ml 92,2%
(Schiewer Casca de Solução 5 21-25 Protonação: Suspende-se Dosagem de 180min [pb(ii)]o= (20- Pb(ii): 658 mg/g Mono
& Balaria Laranja Sintética O sorvente em 0,1m Adsorvente: 400mg/l) >90% Elementar
2009) Original e Com água Hno3 (10g de cascas/l) 0,1-1,0g/l
Protonada Duplamente Em 3h e seca-se a 40ºc
Deionizada Para remover os catiões

38
(Krishna & Casca de Solução 1-10 30-50 63-125 μm Msorvente=0,4 g 120min [cr(vi)]=1000 Cr(vi):7,784mg/g Mono
Sree 2013) Maçã Sintética em (3) [sorvente]=5-30 (50min) mg/ 90,47% Elementar
Água Mg/l L
Destilada 0,1-0,6mg em [cr(vi)]o=5
50ml mg/l
De solução.
(Calero et Al Casca de Solução 5 25 Moido, tamizado e 100 mg/L de Caudal 6 (Cu2+ ) Cu(ii):17,46 mg/g Mono
2012) Pinheiro Sintética em classificado por concentração mL/min e 500mg/l Elementar
Água tamanhos <1mm inicial 4,4cm de h
Destilada de Cu (II)
Fonte: Adaptado de Andreia e Teixeira 2017

39
2.7. Casca de Eucalipto

O eucalipto é a fonte de biomassa mais importante para as indústrias de celulose, que geram
grandes quantidades de resíduos de casca de biomassa. Este subproduto tem sido utilizado como
biossorvente para absorção de diversos metais. Casca de eucalipto globulus (E. globulus) pré-
tratada com ácido sulfúrico foi utilizada com sucesso na remoção de Pb(II) e Cd(II), atingindo
capacidades de 26,12 mg g–1 para Pb(II) e 35,65 mg g–1 para Cd(II). Em outro estudo, E.
camaldulensis Dehn. A casca foi investigada quanto à sorção de Cu(II) e Pb(II) após impregnação
com ácido fosfórico e carbonização. As capacidades encontradas foram 54,02 mg g−1 e 184,41 mg
g−1 para Cu(II) e Pb(II), respectivamente. Cr(VI) foi completamente removido por biocarvão de
casca de E. globulus na dose de 2 g dm-3 de águas subterrâneas contaminadas (concentração inicial
de Cr(VI) de 25 g dm-3). ( Fabre et al., 2019 )

2.7.1. Caracterização Química da Casca de E. Globulus


A composição química da casca de e. Globulus utilizada nesta investigação está detalhada na
Quadro 4. O principal componente encontrado foram os glucanos com 39,9%, seguido das
xilanas/mananas com 23,0% e da lignina com 21,0%. Em relação ao teor de glucanas, observam-se
diferenças no teor total quando comparado com outra pesquisa. Neiva et al. (2018) relataram um
teor de glucanas de 37,5%, enquanto que miranda et al. (2012) relataram 56%. Essa diferença pode
ser explicada pelas variações dos locais de crescimento e das idades das árvores avaliadas. O teor de
lignina de 21% é ligeiramente semelhante se for comparado com as pesquisas relatadas por neiva et
al. (2018) e por fernandes et al. (2014), que relataram valores de 21,9% e 21,4%, respectivamente.
A casca é geralmente rica em extrativos - incluindo solventes orgânicos e solúveis em água - e
polifenólicos. O teor de extrativos foi de 6,4%, o que é consistente com os resultados obtidos por
neiva et al. (2018), que extraíram com água, e miranda et al. (2012), que relataram um teor de
extrativos de 5,3% usando um solvente polar. A casca pode conter uma percentagem significativa de
cinzas e de extractivos solúveis em álcali (miranda et al., 2012) que não foram determinados, o que
está expresso na tabela 6 como outros componentes. Esta percentagem pode variar entre 5% e 6%
para a casca de e. Globulus, como descrito por (Neiva et al.,2018).

40
Quadro 4. Composição química da casca de Eucalipto Globulos
Componente Miranda, 2012 Fernández, 2014 Neiva, 2018 Andrade, 2021
Lignina, % 16.9 21.4 21.9 21.0
Glucanas, % 56.0 41.0 37.5 39.9
Xilema/mananas, % 23.7 13.5 23.6 23.0
Outros, % - 19.8 10.4 9.7
Fonte: Andrade et al 2021

41
3. CAPITULO III- METODOLOGIA

3.1. Metodologia

Este trabalho foi feito em base em revisão bibliográfica que segundo Gil (2008, p50) É
constituído por material cientifico já elaborado e obedeceu as seguintes fases:

3.1.1. Buscar de Fontes


Os artigos utilizados estão disponíveis no google académico em formato pdf, publicados nos
últimos 14 anos (2009-2023). Na sua maioria foram usados artigos de autores dos 4 continentes,
disponíveis online em formato completo.

3.1.2. A Colecta de Dados


3.1. Leitura exploratória de todo material selecionado que consistiu em uma leitura rápida
para verificar a relevância das informações
3.2. Leitura selectiva( que constituía em ler as partes realmente necessárias ao presente
trabalho)
3.3. Registro das informações extraídas das fontes analisadas.
3.1.3. Fase da Análise e Interpretação de Dados
Nesta fase foi organizada a informação e feito um resumo com o objectivo de obter as
respostas ao problema que se propôs.

3.1.4. Aspectos Éticos


Foram mencionados neste trabalhos todos autores que consultados e os dados colectados
foram usados apenas para finalidades científicas

3.2. Método 1

3.2.1. Sorbato
O corante básico catiónico (c.i. 42000; verde basico 4), sal de oxalato de verde malaquita,
(fórmula molecular C52H56N4O12, FW 929), foi obtido da merck e utilizado sem qualquer outra
purificação. Apresenta a estrutura deste corante.

3.2.2. Sorvente
A casca recolhida foi lavada várias vezes com água destilada para remover partículas de
sujidade e materiais solúveis em água. O processo de lavagem foi continuado até que a água de
lavagem não contivesse cor. Os materiais lavados foram então completamente secos numa estufa a
80oC durante 24 horas. As cascas secas foram então cortadas em pequenos pedaços, esmagadas e

42
peneiradas para eliminar partículas finas (<0,5 mm). O material obtido foi lavado repetidamente
com água destilada (condutividade 0,5 ms cm1 e ph 6) até que a água de lavagem não contivesse
cor e a sua absorvância uv/vis (200-700 nm) fosse igual a zero e a condutividade eléctrica e o pH
permanecessem constantes. Finalmente, o material obtido foi seco numa estufa de circulação de ar a
80oC durante 2 horas.

Ar circulante a 80oC durante 2 dias e armazenado num dissecador até ser utilizado. A
estrutura da superfície da casca de eucalipto foi analisada por microscopia electrónica de varrimento
(MEV) em duas ampliações diferentes. O exame da estrutura textural das partículas da casca de
eucalipto pode ser observado a partir das fotografias de MEV com ampliações de 1000 e 5000 e a
casca de eucalipto apresenta uma morfologia de superfície tipo caverna, irregular e rugosa.

𝐶0 − 𝐶𝑒
𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑚𝑜çã𝑜 = 𝑥100
𝐶0
Em que co e ce (mg l-1) são as concentrações inicial e de equilíbrio do corante na fase líquida,
respectivamente

3.2.3. Efeito da Dosagem do Adsorvente


Amostras de casca de eucalipto (0,2, 0,4, 0,6, 0,8 e 1,0 g) foram adicionadas a 200 ml de
solução de corante. A concentração inicial do corante foi de 50 mg l-1 (pH 5) a uma temperatura
constante (20oC) e agitação (400 rpm).

3.2.4. Efeito da Temperatura


O efeito da temperatura (a 20, 35 e 50oC) na sorção do verde malaquita pelo sorvente de
casca de eucalipto foi estudado a 0,4 g de sorvente e concentração inicial de verde malaquita de 50
mg l-1 (pH 5) durante 8 h de tempo de contacto.

3.2.5. Estudos de equilíbrio


A isotérmica de sorção em lote foi efectuada adicionando uma quantidade fixa de sorvente
(0,4 g) a 200 ml de diferentes concentrações iniciais (25-300 mg l1) de solução de corante a pH 5.
As suspensões foram agitadas a 400 rpm e a 20oC durante 8h até se atingir o equilíbrio. Foram
retiradas amostras aquosas das soluções e as concentrações foram determinadas.

3.3. Método 2

Foram realizadas experiências para investigar os parâmetros para a optimização da extracção


de Cr(vi) da solução de amostra, utilizando uma balança er-120a, um medidor de pH Hanna pH 211
(com eléctrodo de vidro), um moinho eléctrico. Espectrómetro de absorção atómica Perkin e Elmer
analyst 100.

43
3.3.1. Preparação do Adsorvente (Pó de Casca de Eucalipto)
Após a separação da casca de eucalipto da árvore, esta foi lavada com água destilada e seca
numa estufa a 105 °c durante a noite. A casca seca foi moída num moinho até se tornar um pó fino

3.3.2. Preparação das Soluções


Prepararam-se 1000ppm de solução-mãe de K2Cr2O7 (Riedel-de Haen) dissolvendo 2,82g de
K2Cr2O7 em água destilada. Efectuaram-se diluições sucessivas das soluções-mãe para criar
soluções-padrão de 5-50ppm.

3.3.3. Selecção do Melhor Adsorvente:


A solução de amostra de crómio com uma concentração de 40ppm e um volume de 50ml foi
recolhida à temperatura ambiente (10oC) em seis copos diferentes. A quantidade de um grama de
diferentes adsorventes, por exemplo, casca de eucalipto, bagaço, casca de arroz, cascas de bombax
ceiba, palhas de trigo e folhas de ficus religiosa, foi adicionada em diferentes béqueres durante uma
hora e agitada suavemente. Depois de uma hora, todas as soluções foram filtradas e submetidas ao
espectrómetro de absorção atómica para medir a absorvância do crómio (vi) e a percentagem de
absorção foi calculada para cada amostra utilizando soluções padrão.

3.3.4. Efeito do Tamanho das Partículas do Adsorvente:


A solução de amostra de 50ml de 40ppm de crómio foi tratada à temperatura ambiente (10oC) em
três copos diferentes. A quantidade de um grama de diferentes malhas de eucalipto, por exemplo,
10-30, 30-50, 50-80mesh, foi adicionada em diferentes béqueres durante uma hora e agitada
suavemente. Depois de uma hora, todas as soluções foram filtradas e submetidas ao espectrómetro
de absorção atómica para medir a absorvância do crómio (vi) e a % de absorção foi calculada para
cada solução utilizando soluções padrão. A malha de 50-80mesh foi considerada a melhor de todas.

3.3.5. Efeito da Quantidade de Adsorvente


Uma solução de amostra de 50ml de 40ppm de crómio foi tratada em nove copos diferentes, limpos
e secos, à temperatura ambiente (10oC). O efeito da dose de adsorvente foi estudado através da
adição de casca de eucalipto finamente pulverizada em diferentes quantidades, variando de 0,5g a
4,5g. Todos os frascos foram agitados num agitador orbital a 150rpm durante uma hora. As soluções
foram filtradas para remover o adsorvente e os filtrados foram submetidos ao espectrómetro de
adsorsão atómica (aanalyst 100) para medir a absorvância do Cr (vi) a 340nm. A percentagem de
adsorsão foi calculada para cada solução utilizando soluções padrão.

44
3.3.6. Efeito do aumento da concentração de iões metálicos
As soluções de amostra de 50ml com concentrações de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 e 80ppm e um
volume de 50ml de cada uma foram tratadas em oito copos diferentes à temperatura ambiente
(10oC). Foram colocados 2g de adsorvente em cada copo e agitados suavemente. Foram preparadas
oito soluções de amostra de dicromato de potássio com concentrações de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70,
80ppm, com um volume de 50ml cada, que foram colocadas em oito copos diferentes com 2g de
adsorvente em cada copo à temperatura ambiente. Estes foram agitados suavemente Agitação suave
com varetas de vidro durante algumas vezes. Estes foram filtrados após 1hora e a sua absorvância
foi registada utilizando o espectrómetro de absorção atómica.

3.3.7. Efeito da temperatura na adsorção


50ml de soluções de amostra de crómio a 40 ppm com 2g de adsorvente em cada copo foram
deixados em repouso a diferentes temperaturas, por exemplo, 0oC, 10oC (temperatura ambiente),
20oC, 30oC, 40oC e 50oC, com agitação suave. Após 90 minutos, as soluções foram filtradas. A
percentagem de adsorção foi calculada para cada amostra por espectrómetro de adsorção atómica.
Isto revelou que a melhor temperatura para adsorção é 10oC (temperatura ambiente) e que a
temperatura elevada não teve influência positiva na extracção de Cr (vi) da solução de amostra.

3.3.8. Efeito da velocidade de agitação na adsorção


As experiências foram efectuadas em condições semelhantes às mencionadas nas
experiências anteriores. As soluções de amostra de crómio foram deixadas a agitar a diferentes
velocidades de agitação, por exemplo, 100, 200, 300, 500, 700, 900rpm. Após 90minutos, as
soluções foram filtradas. A percentagem de absorção foi calculada para cada amostra através do
espectrómetro de adsorsão atómica. Isto revelou que a melhor taxa de agitação para a adsorsão é de
300rpm.

3.3.9. Efeito do pH na adsorção


Foram realizadas experiências semelhantes para investigar o efeito do PH com as soluções
de amostra de crómio com 50ml de 40ppm com 2g de adsorvente em cada copo, a 10oC durante
90minutos e 300rpm com diferentes pH ajustados, variando de 2,3,4,5,6,7,8,9,10. Após 90minutos,
as soluções foram filtradas. A percentagem de absorsão foi calculada para cada amostra por
espectrómetro de adsorsão atómica. Isto revelou que o melhor pH para a adsorsão é 2. As
experiências em branco foram efectuadas regularmente em todas as experiências. Cada experiência
foi repetida cinco vezes e os resultados apresentados são o valor médio de todas.

45
3.4. Método 3

3.4.1. Caracterização de Casca de Eucalipto


Os eucaliptos são perenes em todas as estações, crescem rapidamente, estão disponíveis
localmente, são baratos e enormes disponível em quase todos os lugares. Devido à consideração de
custo, é usado como um adsorvente que é um parâmetro importante para a seleção e projeto deste
processo de adsorsão (Saliba et al.,2001) estudaram os benefícios das cascas de eucalipto para a
adsorsão de íons de metais pesados e corantes.

Adsorsão de cobre por carvão ativado pelas cascas de Eucalipto tem o pH ótimo 5 e atingiu
o equilíbrio dentro de 45 min para todo o intervalo de concentração (0,1-10 mm). Além disso,
akmal et al., (2014) o sistema de biossorsão de íons Cu(ii) de solução aquosa usando pó de casca de
eucalipto em pH valores (pH>5), e diminuiu drasticamente o rendimento de biossorsão. O desvio do
pH pode ser explicado considerando a carga de superfície no biossorvente. A mais alta eficiência de
biossorsão para íons Cu(ii) em pó de casca de eucalipto foi observado em pH 5,0. Em valores de pH
mais elevados (>6) por promover maior capacidade de adsorsão, diminui a repulsão entre os cátions
e a superfície carregada positivamente. Portanto, a maior adsorsão geralmente ocorre em níveis de
pH elevados. No entanto, nesta faixa de pH, a formação de hidrolisados insolúveis espécies
(CuOH)+, (PbOH)+, Cu(OH)2 e Pb(OH)2, esta condição muitas vezes não é clara, pois o metal
precipitação pode levar a um mal-entendido para a capacidade de adsorsão.

3.4.1.1. Preparação da Casca de Eucalipto.

A preparação da casca de espécies de árvores de eucalipto que foram recolhidas na zona local de
Addis ababa e lavadas, secas em estufa e trituradas em pequenas partículas. Nestes estudos, a
amostra foi esmagada manualmente em pequenos pedaços e seca à luz do sol durante 3 dias. Foi em
seguida, foi lavada com água destilada para remover alguns materiais estranhos (poeiras).
Finalmente, Pó da casca foi seco numa estufa a 105oC durante 24 horas

46
Amostra de casca Casca lavada com água
Seca em estufa
coletada destilada

Dissecador Moinho centrífugo

Casca triturada e peneira Banho de água quente


Malha 0,5-1mm
500µm com H2SO4

Po de casca tratada

Figura 2 Procedimento Laboratorial resumo de preparação da casca de Eucalipto

Fonte: Autor

3.4.2. Productos Químicos


A maioria dos produtos químicos era de grau analítico e os produtos químicos eram
recolhidos no laboratório Ezana Gold mining development plc e lojas de produtos químicos em
Adis Abeba e a maior parte deles Eram de qualidade analítica. NaOH e H2SO4 foram utilizados para
ajustar o pH da solução e o pré-tratamento da casca de eucalipto por H2SO4. Ao longo dos estudos
experimentais, a água destilada foi a principal solvente para realizar os experimentos. Al2(SO3)3,
FeCl3, dicromató de potássio foram utilizados para a determinação da COD e KI, AgNO3 para Para
a determinação de cianeto por titulometria nas águas residuais de saída; e HNO3, HClO4 e HF
Também foram utilizados para a digestão da amostra de águas residuais.

3.4.3. Equipamentos
O equipamento principal, como reator de batelada, foi usado para remoção de metal pesado
usando adsorvente, agitador, FAAS (gases: acetileno + ar) obtido de Ezana (Mekelle, Meli) modelo
NovAA400P, Alemanha para estimativa da concentração de íons metálicos. O equipamento como
recipiente hermético, forno secador, banho de aquecimento, micropipeta, agitadores mecânicos,
vidraria comum de laboratório (frascos, copo), COD (digestor, sugador), instrumento analítico
utilizado para a preparação do sorvente. Instrumentos analíticos como balança digital para medição
de peso e medidor de pH para leitura de pH também foram usados. O titrimétrico usando solução
padrão para titular cianeto, medidor de turbidez usado para determinar a turbidez da amostra e do
digestor para COD.

47
3.4.4. Preparação da Amostra de Águas Residuais
A amostra de águas residuais foi recolhida na fábrica de extracção de ouro de ezana e
descarregada na barragem seleccionando quatro locais (sul, oeste, norte e leste da entrada na
barragem). Para o transporte e a e recolha da amostra, foram utilizadas garrafas de plástico e as
garrafas foram limpas com ácido HNO3 e água destilada. A concentração das águas residuais de
quatro locais e o valor máximo obtido para o Cu (71ppm) na saída leste do chorume para a
barragem. A análise foi efectuada por espectroscopia de chama atmosférica de chama (ECA).

Determinação de metais pesados (Cu, Fe, Mn, Pb, Cd, Cr, Ni, Co e Zn) a amostra em branco
foi determinada transferindo 100ml de água destilada para um copo, de modo a para permitir uma
correção do branco. Primeiro, a amostra de água foi digerida com 100cm3 e depois colocada num
copo e, finalmente, foram adicionados 5ml de HNO3 concentrado. Em seguida, o copo foi colocado
numa placa de aquecimento e evaporou-se durante cerca de 20minutos, depois os copos foram
arrefecidos e, sucessivamente, foram adicionados mais 5ml de HNO3 concentrado. Os copos foram
fechados com vidro de relógio e também colocados na placa de aquecimento. O aquecimento foi
continuado e, até as soluções apresentarem uma cor clara e límpida, adicionou-se uma pequena
quantidade de HNO3. De HNO3. A água destilada foi utilizada para lavar a parede do copo e o vidro
de relógio e, finalmente, para remover alguns materiais insolúveis. Finalmente, para remover alguns
materiais insolúveis que poderiam entupir o atomizador, as amostras foram filtradas. Os elementos
que foram acreditados na instituição laboratorial ezana foram Au, Ag, Cu, Zn, Ni, Pb e Co. No
entanto, os outros elementos não acreditados (Mn, Fe, Cr e Cd) eram possíveis de ler mudando a
chama. As amostras de Cu (ii) e Pb (ii) (40ml) foram adicionadas a frascos cónicos de 250ml e
10ml de HNO3, respectivamente, durante 6horas e a uma temperatura de 90-100OC no digestor.
Diluição com um balão de 100ml e colocadas em tubos de ensaio, sendo depois lidas por
espectroscopia de adsorção atómica (EAA).

3.4.5. Experiências de Absorção por Lotes


A eficiência de adsorsão em percentagem e em miligramas de cobre adsorvido por grama de
adsorvente foi calculada:

𝐶0 − 𝐶𝑒
𝑅= 𝑥100
𝐶0
Onde % R é a percentagem de remoção, Co é a concentração inicial e Cf a concentração após a
adsorsão.
𝑐0 − 𝑐𝑒
𝑄 = 100𝑣 ∗
𝑚

48
Onde Q é a remoção de iões metálicos em mg/g, Co é a concentração inicial, Cf é a concentração
após a adsorsão, m é a massa de adsorvente em gramas e v é o volume de água residual utilizado
durante a adsorsão.

Adsorsão, m é a massa de adsorvente em grama e v é o volume de água residual utilizado durante a

Experiência.

3.4.6. pH
Para determinar o efeito do pH no processo de adsorsão, para encontrar o pH óptimo, foram
experiências foram efectuadas em três níveis de pH (2, 5, 8), e o pH da solução foi ajustado por adição
de NaOH 0,1m e H2SO4, conforme necessário. Estas experiências foram realizadas com diferentes
tempos de contacto, mantendo a dose de adsorvente constante e diferentes doses de adsorvente,
mantendo o tempo de contacto constante, o agitador a 175rpm e à temperatura ambiente, as experiências
foram realizadas em três ensaios e os resultados óptimos.

3.4.7. Tempo de Contacto


A eficácia da adsorsão é afectada pelo tempo de contacto e o valor óptimo seleccionado para o
processo foi estudado realizando a experiência com 30, 90 e 150minutos de contacto do adsorvente. A
amostra de águas residuais para vários pH, mantendo constante a quantidade de dosagem de adsorvente
para várias doses de adsorvente, mantendo o pH constante. No entanto, a velocidade de agitação em
rpm, temperatura ambiente, tamanho das partículas e concentração inicial constantes ao longo das
experiências. Estas durações foram seleccionadas porque muitos estudos na literatura mostram que um
tempo de contacto demasiado não terá uma alteração significativa na adsorsão.

3.4.8. Dose de Adsorvente


As doses seleccionadas para a remoção de cu são 0,6, 1,8 e 3g, e o efeito da dose de adsorvente
na percentagem de eficiência de remoção do pó de casca de árvore foi estudado e as experiências foram
realizadas com diferentes pH, mantendo o tempo de contacto constante e com diferente tempo de
contacto, mantendo o pH constante.

3.4.9. Isotérmica de Adsorsão


Esta isotérmica descreve a interacção de equilíbrio entre a concentração de adsorvato na fase
líquida e a superfície do adsorvente numa determinada condição. A descrição da forma como os
poluentes se relacionam com os materiais adsorventes, expressão das propriedades da superfície,
habilidades (capacidade) dos adsorventes, a concepção efectiva dos sistemas de adsorsão. Assim, são
fundamentais para a optimização do mecanismo de adsorsão. Neste estudo, o resultado experimental foi
analisado com base em duas Isotérmicas (langmuir e freundlich). Os dados de adsorsão para a remoção

49
de cobre foram correlacionados com os modelos de adsorsão de langmuir (C e/Qe) vs (Ce) e freundlich de
logCe vs Logqe Isoterma de adsorsão.

3.5. Método 4

3.5.1. Materiais e Métodos

Para realização deste trabalho utilizou-se um material, presentes nos Laboratórios de Engenharia de
Processos Industriais e Engenharia Civil, outros trazidos por colegas que estão em trabalhos de
pesquisa similar, na tabela 5 estão listados todos os equipamentos Utilizados.

Quadro 5. Equipamentos utilizados neste trabalho experimental

Material Marca / Modelo

1. Agitador Eletromagnético de peneiras Matest/ YGM15418

2. Balança Analítica Matest/ V075-13

3. Embalagens Plásticas

4. Estufa

5. Liquidificador Sonifer/Sf-8009

6. Pilador de Alho

Fonte: Autor

3.5.2. Preparação do Biossorvente

As cascas de Eucalipto foram colhidas em uma quinta no bairro de Inhamizua, após a


colheita foram pesadas e colocadas a secar numa estufa feita a nível da faculdade, por um período
24 horas seguidas, durante uma semana, para que o processo fosse mais rápido fui necessário a
redução do tamanho da matéria para acelerar o processo de desidratação.

Apos secagem a matéria foi transportada para o laboratório de Engenharia de Processos


industriais onde com a ajuda de um pilador de alho reduziu-se ainda mais o tamanho, com o fim de
obter um tamanho que pudesse ser triturado em um Liquidificador, usou-se um liquidificador de

50
marca e modelo acima mencionado nas velocidades 1 e 2 para evitar o super aquecimento do
equipamento, após esse trabalho de redução de granulometria passou-se para fase seguinte, essa
realizada no laboratório de Engenharia Civil. Com apoio de um agitador Eletromagnético de
peneiras obteve-se a matéria prima com as seguintes granulometrias 850mm, 425mm, 250mm para
o fim desejado, assim essa matéria prima foi armazenada em embalagens plásticas cuidadosamente
seladas e etiquetadas .

3.5.3. Limitações para Continuidade


Como base para realização deste trabalho tivemos como base o trabalho realizado por
Mebrahtom Hagos e outros que consiste em remover o cobre das aguas residuais das minas de ouro
em Ezana usando cascas de Eucalipto como biosorvente e para continuidade do trabalho de
pesquisa registraram-se algumas dificuldades que são listadas detalhadamente nas linhas abaixo.

3.5.3.1. Reagentes Químicos.

Para realização desta pesquisa eram necessários alguns produtos químicos em grau Analítico
e que não foi possível ter na sua maioria como Al2(SO3)3, FeCl3, dicromato de potássio que seria
fundamentais para a determinação da COD e KI, AgNO3 para a determinação de cianeto por
titulometria nas águas residuais de saída; e HNO3, HClO4 e HF seriam também utilizados para a
digestão da amostra de águas residuais.

3.5.3.2. Equipamentos.

Neste trabalho deveria ser usado um reator em batelada, para remoção de metal pesado
usando adsorvente, um agitador, FAAS (gases: acetileno + ar), para estimar a concentração de íons
metálicos. Os equipamentos como recipiente hermético, forno secador, banho de aquecimento,
micropipeta, agitadores mecânicos, COD (digestor, sugador), instrumento analítico utilizado para a
preparação do sorvente. Instrumentos analíticos como balança digital deveria ser utilizado para
medição de peso e medidor de pH para leitura de pH também constituíram uma necessidade. O
titrimétrico para titular cianeto, medidor de turbidez usado para determinar a turbidez da amostra e
do digestor para COD também formam o conjunto dos equipamentos que eram de extrema
importância para continuação deste trabalho e por isso se tornaram uma limitante para seu avanço.

51
4. Capítulo IV- Resultados e Discussão

4.1. Efeitos do pH

Tanto hagus et al.(2020) tanto e khatoon et al.(2009) concordam que o pH influência nas
performance da adsorsão, e os resultados desenvolvidos mostram que a adsorsão diminui com o
aumento do pH e que o valor máximo de adsorsão de 98,4% da adsorsão e com o pH 2. Isso porque
em meio acido verifica-se uma competição entre o ião OH+ e o metal pesado a ser adsorvido, e o
primeiro será a espécie dominante em altos valores de pH fazendo com que o potencial liquido da
superfície do adsorvente diminua o que vai também diminuir as forças eletrostáticas do adsorvente e
dos iōes do metal enfraquecendo assim o processo de biossorsão (khatonn et al 2020), hagus et
al.(2020) concorda em afirmar que o pH baixo e o optimo para adsorsão, contudo em sua
abordagem afirma que o pH obedece a seguinte sequência pH 5 (90min, 1,8g) >pH 8 (90min,
3g)>pH 2 (150min, 1,8g) descordando assim de khaton et al.(2020) considerando um pH 5 optimo
para o processo de biossorsão, e isto pode dever-se ao facto de um maior aumento do pH conduzir à
precipitação em vez da adsorsão. A capacidade de absorção do metal também aumentou devido à
presença de grupos funcionais carregados negativamente na superfície do adsorvente, resultando em
aumento dos sítios de ligação com o aumento do PH a figura ilustra as faixas de maior desempenho.

Quadro 6 Faixa de pH óptimo na remoção de metais pesados


Faixa de pH óptimo Referencia
Cobre 3-6 Hagos et al.(2020)
Verde malaquita 5 Boutemedjet &hamdaoui
(2009)
Crómio 2 Khatoon et al.(2009)
Fonte: Autor

4.2. Efeitos da Dosagem

O resultado revela que com um aumento na dose do biossorvente ira aumentar a capacidade
de sorsão do metal pelas cascas do eucalipto (CE) com base nas doses 0,6g, 150min, pH 5, 1,8g,
90min, pH 5 e 3g, 30min, pH 5 os resultados foram 77,25%, 92% e 79,75%, respectivamente. O
aumento da percentagem de remoção pode dever-se à disponibilidade de mais locais activos na
superfície do adsorvente hagos et al.(2020) assim também acontece quando se faz experimentos em
relação ao verde malaquita a quantidade aumentando a dose se obtém uma maior capacidade de

52
adsorsão por cascas de eucalipto (CE) com o aumento da dose contudo existe uma excessão, a
quantidade de VM sorvida no equilíbrio diminui de 24,41 para 9,92 mg g-1com o aumento da
dosagem do adsorvente entre 0,2 e 1 g/200 ml.

O aumento da dose de sorvente a uma concentração constante de corante e volume


constantes do corante levará à insaturação dos locais de através do processo de sorção. Em
proporções mais elevadas de casca de eucalipto em relação à concentração do corante, á uma sorção
superficial na superfície do adsorvente que produz uma menor concentração de corante na solução
do que quando a relação entre a casca de eucalipto e o corante é menor. Isto deve-se ao facto de que
isto acontece porque uma massa fixa de casca de eucalipto só pode sorver uma certa quantidade de
corante. Portanto, quanto maior for a dosagem do sorvente, maior é o volume de efluente que uma
massa fixa de casca de eucalipto pode purificar. A diminuição da quantidade de verde malaquita
(vm) sorvida com o aumento da dose de sorvente é devida à divisão do fluxo ou ao gradiente de
concentração entre as concentrações de vm na solução e na superfície do adsorvente. Além disso,
esta diminuição pode ser pode ser atribuída à sobreposição ou agregação dos locais de, resultando
numa diminuição da área total da superfície do sorvente disponível para o corante e um aumento no
de difusão (Boutemedjet & Hamdaoui 2009)

4.3. Temperatura de Contacto

A baixa temperatura, ou seja, a 0oC, a energia cinética dos iões metálicos é baixa e observa-
se uma menor adsorsão de iões metálicos à medida que a temperatura aumenta, a energia cinética
dos iões metálicos na solução também aumenta, pelo que o número máximo de iões metálicos
atinge a superfície do adsorvente. No entanto, o aumento da temperatura provoca a dessorção,
porque a energia cinética dos iões metálicos na solução aumenta de tal forma que estes começam a
desprender-se da superfície do adsorvente. Assim, a adsorsão máxima ocorreu a 10oC. Esta foi a
melhor temperatura para a adsorsão (Khatoon et al. 2009) contudo essa dessorsão não acontece com
o verde malaquita em que as temperaturas óptimas variam, tanto a capacidade de sorção como a
percentagem de remoção de verde malaquita (vm) aumentam com o aumento da temperatura,
indicando que a sorção é um processo endotérmico. Isto pode ser resultado do aumento da
mobilidade do corante com o aumento da temperatura. Além disso, o aumento da capacidade de
sorção pode dever-se ao à melhoria da interacção de sorção entre os locais activos do sorvente e os
iões sorvidos, à criação de novos locais de adsorção ou ao aumento da taxa de difusão intrapartícula
das moléculas de verde malaquita (vm) nos poros do sorvente a temperaturas mais elevadas
(Boutemedjet & Hamdaoui 2009).

53
5. Capítulo V- Conclusão e Sugestão

5.1. Conclusão

Este trabalho, tinha como objectivo o estudo do potencial da casca de eucalipto como
absorvente para remoção de metais pesados em águas residuais, foram analisadas três metodologias
em foco, três trabalhos de pesquisa em que visa a remoção de substâncias inorgânicas das águas
residuais e do corante verde malaquita. No primeiro foi analisado o estudo sobre a adsorsão do
cobre presente nas águas residuais das minas de ozana, osozana, os parâmetros seleccionados
foram o pH, a dosagem de adsorvente e o tempo de contacto. A percentagem mais elevada de
remoção de Cu (ii) alcançada foi de 92%. Neste estudo, os dados de adsorção foram bem ajustados
ao modelo de isoterma de langmuir e no segundo artigo foi analisado o estudo da remoção de verde
malaquita um determinado corante em solução aquosa, as experiências de cinética de sorção foram
estudadas em modo descontínuo em várias concentrações iniciais de corante, dosagens de
adsorvente e temperaturas. Os dados de sorção de equilíbrio do verde malaquita (vm) pela casca de
eucalipto foram analisados neste trabalho pelos modelos de isoterma de langmuir e freundlich. Os
resultados indicam que tanto as equações de langmuir como as de freundlich fornecem uma boa
correlação dos dados experimentais, mas a expressão de langmuir ajusta-se melhor aos dados de
equilíbrio. A capacidade máxima de sorção da casca de eucalipto foi de 59,88 mg g -1 a 20 oC e esse
estudo também foi efectuada em batelada. A capacidade de adsorsão aumenta com a diminuição do
tamanho das partículas do adsorvente. As condições óptimas para a adsorsão máxima são atingidas
com 2,0g de adsorvente, 40ppm de concentração de iões metálicos, à temperatura ambiente, com
um tempo de contacto de 90minutos, uma velocidade de agitação de 300rpm e a um pH 2. A casca
de eucalipto é uma matéria prima com disponibilidade local, amiga da natureza e de baixo custo,
apresenta muitas vantagens tendo em vista a economia do nosso pais, sendo que nas três
metodologias estudadas as cascas de eucalipto se mostraram com uma alta taxa de remoção.

Concluindo assim que as cascas de eucalipto possuem um grande potencial como


adsorvente, se mostrando eficiente tanto na remoção de metais pesados como na remoção de
corantes orgânicos.

54
5.2. Sugestões

Para o sucesso e aprimoramento de estudos futuros ligados ao tratamento de águas residuais


usando casca de eucalipto com biossorvente recomenda-se os

seguintes tópicos para melhor optimização:

1. O tamanho das partículas é um factor muito importante a ser verificado antes do


experimento em larga escala, pois ele afecta directamente no processo verificou-se que partículas de
50-80 Mesh apresentam melhor desempenho em relação a um tamanho inferior.

2. O tempo recomendado para o processo e 90min porque quando ultrapassa este tempo os
locais activos do adsorvente já estão totalmente ligados aos iões metálicos e havendo atingido esse
tempo não vai se registar um aumento significativo na % da adsorsão, portanto, 90min e o tempo
recomendado.

3. Quando se trata da sorsão do verde malaquita ha que ter cuidado com a dose a se usar
porque uma dose excessiva pode em vez de aumentar a eficiência do processo reduzi-la, o
acréscimo na dosagem nem sempre significa uma maior taxa de adsorsão.

4. É também importante saber os diferentes metais presentes na á residual em estudo porque


outros íons solvíveis na solução possivelmente irão competir com o íon metálico de interesse para
os diferentes sítios de sorção de superfície.

55
Referências Bibliográficas
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Outras referencias

Boletim da republica, lei no 16/91 - 3 de agosto de 1991

59
Anexo A Quadro referente a Biotoxidade e Bioimportância dos metais pesados
1. Biotoxidade e Bioimportância dos metais pesados

Metal Bioimportância Toxicidade Fontes

Cromo Agente oxidante absorvido pela -Diabetes ; Galvanoplastia,


pele: curtimento de
-Doenças cardiovascular couro, fabricação
Metabolismo normal de de pigmentos
carboidratos e lipídios Níveis;

-Elevados de insulina
circulante, glicose;

Comprometimento total da
imunológica;

-Mutagénico

-Carcinogénico

-insuficiência respiratória

Cadmio - Doença itai-itai Galvanoplastia,


caracterizada por dor nos fundição,
ossos processamento,
pigmentos,
-Disfunção renal; plasticos,
mineração
-Dano hepatico e
hipertensão

É vital para a síntese de DNA e


Zinco proteínas, divisão e Causa "Febre da fumaça Processos de
do metal" De curto prazo, mineração e
crescimento celular, bem como
manufatura
para a reprodução masculina e Desconforto
feminina e funções gastrointestinal, náuseas e
neurológicas diarreia

Níquel Auxilia na adsorsão de ferro, Reduz a função pulmonar, Fabricação de


bem como no metabolismo de

60
adrenalina e glicose, câncer de pulmão, sulfato de cobre,
hormônios, lipídeos e
membrana celular. Bronquite crónica, Galvanoplastia,
dermatite, asma crónica. metal não ferroso,
Melhora a resistência óssea mineração
Pode desempenhar um papel na O envenenamento agudo
produção de glóbulos de ni (ii) causa falta de ar,
vermelhos em organismos respiração rápida e cianose
vivos. É um constituinte da
enzima urease, que é crucial
para o funcionamento eficaz da
enzima e, desta forma, para a
boa saúde dos animais

Mercúrio Corrosivo para a pele, Erupções


olhos, músculos, vulcânicas,
neurológico incêndios
florestais, bateria,
E distúrbios renais termômetros,
cosméticos, tubos
Retardo mental, paralisia de luz
cerebral e convulsões fluorescente,
também foram observados pesticidas e
em crianças produtos
farmacêuticos
cloro-álcalis,
tintas, celulose,
refino de
petróleo,
processamento de
borracha e
fertilizantes

Arsénio Depressão da medula Fundição,


óssea, hemólise, fígado mineração,
produção de
Tumores, sintomas energia de
gastrointestinais,
Combustíveis
Funções do sistema fósseis,
cardiovascular e nervoso sedimentos
rochosos
Distúrbios

Requerido por plantas


Cobre superiores e algas, Dor epigástrica, náuseas, Galvanoplastia,
vómitos, graves tintas e pigmentos
predominantemente para a
processamento de
fotossíntese Diarreia, tumores metal, fabricação
É também cofator da oxidase, de aço e

61
mono e dioxigenase e de pulmonares, cancerígeno, enlatamento
enzimas que participam da
remoção dos radicais Mutagênico, teratogênico Indústria
superóxido Hemorragia gastrintestinal,
Essencial principalmente para hematúria, hemólise
o sistema imunológico intravascular,
metahemoglobinemia,
toxicidade hepatocelular,
insuficiência renal aguda e
oligúria sinalizam
toxicidade ao cu.

Chumbo Anemia, lesão cerebral, Fabricação de


anorexia, mal-estar, perda baterias,
pigmentos
De apetite
Galvanoplastia,
munição

Fonte: Adaptado de Igwe et al 2006 & Mashangwa 2016

Anexo B Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e seus riscos para a saúde
publica
Parte A - Para a água tratada destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de
abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou navios cisternas, ou utilizada numa
empresa da indústria alimentar.

1 - Parâmetros microbiológicos

Parâmetro Limite máximo Unidades Riscos para saúde Pública

admissível

Coliformes totais Ausente NMP*/100 ml Doenças

N.°de colónias/ 100 ml Gastrointestinais

Coliformes fecais Ausente NMP*/100 ml Doenças

N.° de colónias/100 ml Gastrointestinais

62
Vibrio cholerae Ausente 1000 ml Doenças

Gastrointestinais

(NMP): Número Mais Provável

2- Parâmetros físicos e organolétpticos

Parâmetro Limite máximo admissível Unidade Riscos para saúde


publicado

Cor 15 TCU Aparência

Cheiro Inodor Sabor

Condutividade 50-2000 microhmo/cm

PH 6,5-8,5 Sabor, corrosão, irritação da


pele

Sabor Insípido

Sólidos totais 1000 mg/l Sabor, corrosão

Turvação 5 NTU Aparência, dificulta a


desinfecção

3-Parâmetros químicos

Parâmetros Limite máximo admissível Unidades Riscos para saúde publica

Amoníaco 1,5 mg/l Sabor e cheiro desagradável

Alumínio 0,2 mg/l Afecta o sistema locomotor e


causa anemia

Arsénico 0,01 mg/l Cancro de pele

Antimónio 0,005 mg/l Cancro no sangue

63
Bário 0,7 mg/l Vasconstricao e doenças
cardiovasculares

Boro 0,3 mg/l Gastroenterites e eritremas

Cádmio 0,003 mg/l Vasonstricao urinaria

Cálcio 50 mg/l Aumenta a dureza da Agua

Chumbo 0,01 mg/l Intoxicação aguda

Cianeto 0,07 mg/l Bócio e paralisia

Cloretos 250 mg/l Sabor desagradável e


corrosão

Cloro residual total 0,2-0,5 mg/l Sabor e cheiro desagradável

Cobre 1,0 mg/l Irritação intestinal

Crómio 0,05 mg/l Gastroenterites, hemorragias


e convulsões

Dureza total 500 mg/l Depósitos, corrosão e


espumas

Fósforos 0,1 mg/l Aumenta a proliferação dos


microorganismos

Ferro total 0,3 mg/l Necrose Hemorrágica

Fluoreto 1,5 mg/l Afecta o tecido esquelético

Matéria orgânica 2,5 mg/l Aumenta a proliferação dos


micro-organismos

Magnésio 50 mg/l Sabor desagradável

Manganes 0,1 mg/l Anemia, afecta o sistema


nervoso

64
Mercúrio 0,001 mg/l Distúrbios reunais e
neurológicos

Molibdenio 0,07 mg/l Distúrbios urinários

Nitrito 3,0 mg/l Reduz o O2 no sangue

Nitrato 50 mg/l Reduz o O2 no sangue

Níquel 0,02 mg/l Eczema e intoxicações

Sódio 200 mg/l Sabor desagravel

Sulfato 250 mg/l Sabor e corrosão

Selenio 0,01 mg/l Doenças cardiovasculares

Sólidos totais dissolvidos 1000 mg/l Sabor desagradável

Zinco 3,0 mg/l Aparência e sabor


desagradável

Pesticidas totais 0,0005 mg/l Intoxicação e distúrbios de


varias ordens

Hidrocarbonetos aromáticos 0,0001 mg/l Sabor desagradável,


policíclicos intoxicações e distúrbios de
varias ordens

Parte B- Para a água destinada ao consumo humano fornecida por fontes de abastecimento público
sem tratamento

Parâmetro Limite máximo Unidades

admissível

Coliformes totais - NMP*/100 ml

65
N.°de colónias/ 100 ml

Coliformes fecais 0-10 NMP*/100 ml

N.° de colónias/100 ml

Vibrio cholerae Ausente 1000 ml

2- Parâmetros físicos e organolétpticos

Parâmetro Limite máximo admissível Unidade

Cor 15 TCU

Cheiro Inodor

Conductividade 50-2000 microhmo/cm

PH 6,5-8,5

Sabor Insípido

Sólidos totais 1000 mg/l

Turvação 5 NTU

3-Parâmetros químicos

Parâmetros Limite máximo admissível Unidades

Amoníaco 1,5 mg/l

Alumínio 0,2 mg/l

66
Arsénico 0,01 mg/l

Antimónio 0,005 mg/l

Bário 0,7 mg/l

Boro 0,3 mg/l

Cádmio 0,003 mg/l

Cálcio 50 mg/l

Chumbo 0,01 mg/l

Cianeto 0,07 mg/l

Cloretos 250 mg/l

Cloro residual total 0,2-0,5 mg/l

Cobre 1,0 mg/l

Crómio 0,05 mg/l

Dureza total 500 mg/l

Fósforos 0,1 mg/l

Ferro total 0,3 mg/l

Fluoreto 1,5 mg/l

Matéria orgânica 2,5 mg/l

Magnésio 50 mg/l

Manganes 0,1 mg/l

Mercúrio 0,001 mg/l

67
Molibdenio 0,07 mg/l

Nitrito 3,0 mg/l

Nitrato 50 mg/l

Níquel 0,02 mg/l

Sódio 200 mg/l

Sulfato 250 mg/l

Selenio 0,01 mg/l

Sólidos totais dissolvidos 1000 mg/l

Zinco 3,0 mg/l

Pesticidas totais 0,0005 mg/l

Hidrocarbonetos aromáticos 0,0001 mg/l


policiclicos

68

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