Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
licenciatura em engenharia de
Processos industriais.
_________________________________________
(Prof. Doutor Eng.º Salvador Carlos Grande)
I
Declaração de honra
Eu, Orlando Nixon Malai Moçambique, declaro que esta monografia é resultado do
O meu próprio trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de licenciado na
Universidade Zambeze, beira. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau
Ou para avaliação em nenhuma outra universidade.
_______________________________________
II
Dedicatória
III
Agradecimentos
Quero em primeiro lugar agradecer a Deus por todo cuidado e por dar-me saúde, sabedoria e
inteligência para saber vencer os obstáculos e dificuldades durante este período de formação, por
ser um socorro bem presente, não permitindo que eu passa-se por grandes afliçōes, mas suportando-
me em tudo.
Agradecer a meu orientador Prof. Doutor Eng.º Salvador Carlos Grande pelo auxílio incondicional
me dando sempre que necessário as diretrizes para avançar com esse trabalho, até a realidade que se
tornou, por se mostrar disponível para auxiliar incansavelmente até nos feriados nas minhas
dificuldades
Agradecer aos docentes que exaustivamente estiveram-me auxiliando, em especial aos docentes
prof. Doutor. Salvador Carlos Grande, Msc. Eng. Nicolau Chirindza, Doutora Carolina Elias, Msc.
Stelio Mountinho e ao Msc. Torres Jaquissone, Doutor Naftal Jose Naftal, por fornecer matérias
fora e na sala de aulas que foram cruciais para escolha deste tema e desenvolvimento desta
monografia e pelo apoio em várias dificuldades por mim enfrentadas.
Agradecer aos meus colegas e amigos por sempre que necessário se mostrarem prontos para ajudar
e pelos momentos por nos vividos que ficaram para sempre na minha memória, agradecer a minha
chefe de turma durante esses anos por inúmeras vezes explicar-me matérias em que me encontrava
em grandes dificuldades Heloissy Mascarenhas, a Sara Rosangela, Dinis Abel que em muitas vezes
não foi somente um amigo, mas um verdadeiro irmão, Alvez Nhumaio, Ahamada Dias, Iracema
Nhamuave, Virgílio Baros, Esmael Cotê, Alexandre Manuel, Priscila Uareno, Mimoso Matos Rema,
Israel Nhancale, Inacia Ngomane, Solange Radane, Justo Elias pelo seu apoio.
Agradecer aos meus pais por sempre garantirem que eu pudesse formar-me ainda que com pouco
que eles possuíam, agradecer também a minha cunhada Olivia Moçambique por se mostrar presente
quando aos primeiros faltou condições, meu primo Helder Moçambique, minha cunhada Sylke por
me receberem na sua casa ao meu primo Edson Moçambique.
Muito Obrigado,
IV
Epígrafe
V
Índice
Agradecimentos .................................................................................................................................IV
Epígrafe ............................................................................................................................................... V
Índice ................................................................................................................................................ 6
Resumo................................................................................................................................... 10
Abstract .............................................................................................................................................. 11
1. CapítuloI......................................................................................................................................... 13
6
2.4. Legislação Para Contaminantes Inorgânicos em Águas ......................................................... 26
2.5. Técnicas Convencionais Para a Remoção de Metais Pesados de Águas Residuais ................ 27
7
3.2.5. Estudos de equilíbrio ........................................................................................................ 43
3.4.6. pH ..................................................................................................................................... 49
8
4.1. Efeitos do pH .......................................................................................................................... 52
9
Resumo
10
Abstract
11
Lista de tabelas
Quadro 3 Resumo de alguns artigos da literatura sobre remoção de contaminantes inorgânicos por
biossorventes ...................................................................................................................................... 37
Lista de Figuras
Anexos
Anexo B Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e seus riscos para a saúde
publica ................................................................................................................................................ 62
12
1. Capítulo I
1.1. Introdução
A água ocupa uma grande parte da superfície da terra, mas nem toda essa água é proveitosa
para o consumo humano, uma parte dessa água é salubre, e outra de difícil acesso, assim sendo a
água que se encontra disponível para as actividades do homem é aquela presente em rios, lagos, e
subterrânea, mas grande parte dessa água tem sofrido alterações nas suas características tornando-a
imprópria para o consumo e para o uso em actividades industriais, sobrevivência dos organismos
aquáticos, recriação, agricultura.
A poluição por metais pesados tornou-se uma grande preocupação ambiental nos últimos
anos (Volesky & Naja, 2007), a água é, contudo, um recurso renovável e com isso alguns trabalhos
foram desenvolvidos para tratar a água para ser reutilizada pelo homem, e muitas dessas técnicas
são insustentáveis em muitos países em vias de desenvolvimento, e tem-se o desejo de continuar
trazendo formas que sejam viáveis principalmente para o nosso pais que é um pais em
desenvolvimento. Neste trabalho vai se abordar uma forma alternativa para o tratamento de águas a
partir de biossorventes que são uma tecnologia sustentável.
1.2. Justificativa
A água é um dos bens mais preciosos que a natureza proporciona ao homem, ela é usada
para diversas actividades, desde actividades domésticas, para irrigação, recriação e actividades
industriais que nos fornecem diversos bens, serviços e produtos para o nosso dia-á-dia e para o
bem-estar do homem, contudo muitas destas actividades transformam as propriedades da água
tornando-a imprópria para o consumo humano, regadio, e até actividades de recreação, entre outras.
A água é um recurso renovável, e existem hoje muitas formas de tratamento destas águas segundo o
fim pretendido, contudo, os sistemas de tratamento de águas residuais precisam de valores elevados
13
para sua montagem, operação e manutenção, alguns deles completamente inviáveis para realidade
do nosso, pais. Águas estas que se juntam a rede de esgotos e são transportadas para as bacias de
retenção, ETAR, rios, por serem aguas pluviais e urbanas elas são ricas em matéria orgânica
(advinda das actividades antropológicas) e matéria inorgânica (advinda das actividades
antropológicas e naturais), nutrientes, metais pesados, dificultando a autodepuração destas aguas, o
que pode causar problemas como a eutrofização, maus odores, acabando com a estética e
dificultando a navegação nos rios e lagos artificiais, mortandade dos organismos vivos presentes
nesse ecossistema, provocando doenças ao homem até a morte, poucos estudos são realizados
visando o tratamento destas águas no nosso, pais utilizando um método não convencional, eficiente
e que seja viável para o nosso, pais, como o uso de biossorventes naturais para o tratamento destas
aguas, por isso esse projecto tem como responsabilidade apresentar um sistema de tratamento
dessas aguas que seja de baixo custo de implementação, manutenção, operação e amigo do
ambiente.
1.3. Problematização
Os metais pesados encontrados no meio-ambiente são caracterizados por sua alta toxicidade
para a flora e fauna. Isso os tornou visivelmente um desafio intermitente para a qualidade da água e
do solo (Da fonseca et al, 2006). Os metais pesados podem ser cancerígenos e tóxicos. Os metais
pesados não podem ser degradados, ao contrário da maioria dos poluentes orgânicos que podem ser
decomposto biologicamente ou quimicamente. Esses metais, além de serem nocivos aos organismos
quando limites específicos são ultrapassados, também demonstraram uma tendência a acumular nos
tecidos (Förstner & Wittmann, 2012). O acúmulo de metais pesados no ecossistema é uma grande
preocupação para os ambientalistas, especialmente devido às suas propriedades recalcitrantes e não
biodegradáveis(Sinha et al., 2010). Porque metais pesados são depositados e concentrados nos
tecidos gordurosos de organismos superiores devido à sua natureza lipofílica, organismo que
consome continuamente presas contaminadas como alimento acabará por ter uma concentração
aumentada desses metais pesados para limite que terão um efeito prejudicial e tóxico
14
entre os principais predadores, como águias, carnívoros e seres humanos, quando esse equilíbrio
não existe mais (Volesky & Naja, 2007).
Os metais pesados ainda que estejam presentes em quantidades diluídas e não rastreáveis na
superfície e fontes de água subterrânea, eles são, no entanto, priorizados como principais poluentes
inorgânicos no ambiente, devido às suas propriedades tóxicas para formas de vida superiores e sua
capacidade de se mover ou ser movidos livres e facilmente em ecossistemas aquáticos. Os métodos
como Eletrodiálise, precipitação química, ultrafiltração e osmose reversa, entre outros, são os mais
convencionais para a eliminação de metais pesados da água industrial, no entanto, a maioria dos
países em desenvolvimento enfrenta as deficiências, como a baixa utilização e os altos custos desses
métodos (Mashangwa, 2016).
Neste caso tem como pergunta de pesquisa “teria a casca de eucalipto potencial
como biossorvente de baixo custo para remoção de metais pesados em águas residuais para
substituir os métodos convencionais?
1.4. Hipóteses
1. Os metais pesados podem se estar acumulando ao longo dos tempos em lagos, rios e poços de
água próximos aos locais de mineração, afectando a qualidade da água.
2. A emissão de metais pesados pode estar directamente ligado as actividades mineiras em muitas
partes de Moçambique e pode causar a degradação da condição de vida e do ecossistema local.
1.5. Objetivos
Estudar o potencial da casca de eucalipto como biossorvente de baixo custo para remoção de metais
pesados em águas residuais
15
⚫ Identificar os principais metais pesados, seus benefícios e malefícios tanto para o homem como
para o meio-ambiente
⚫ Descrever os principais métodos de tratamento de metais pesados em contraste com a
biossorsão
⚫ Comparar os principais métodos de preparação do biossorvente e a sua eficiência de remoção
16
2. Capítulo II - Revisão de Literatura
Os metais pesados podem ser descritos como todos os grupos de metais e metaloides que
possuem uma estrutura atômica e densidade superior a 4 g/cm³ ou metais e metaloides aqueles que
são cinco ou mais vezes maiores que água (Duffus, 2002). Elementos metálicos que têm uma
densidade comparativamente alta e são venenosos e/ou tóxicos em baixas concentrações também
podem ser referidos como metais pesados (Lenntech, 2004). As propriedades químicas de vários
metais pesados são, no entanto, os fatores mais influentes em comparação com a densidade
exemplos de metais pesados incluem prata (Ag), Chumbo (Pb), Zinco (Zn), Cádmio (Cd), Níquel
(N i), Arsênico (As), Cobalto (Co), Ferro (Fe), Cromo (Cr) e elementos do grupo da platina. Metais
pesados são comumente encontrados em fundações de rochas disseminadas e têm a maior
acessibilidade em biorredes aquáticas e terrestres que estão em contato direto e interação com o solo
e as rochas, e em fração moderada também pode ser encontrada na atmosfera como material
particulado ou vapores (Babel et al., 2003; Tariq, 2016).
A coordenação química dos metais também pode ser usada para definir metais pesados e
classifica metais pesados como metais de classe B que se enquadram em oligoelementos não
essenciais que são considerados altamente tóxico (Sharma & Agrawal, 2005). No entanto, é
importante notar que, com esta classificação o efeito de qualquer substância ou metal em um
sistema biológico sempre depende da concentração de sua acessibilidade às células desse sistema,
portanto, essas substâncias ou os metais nem sempre são tóxicos (Nagajyoti et al., 2010).
17
superfícies metálicas e indústrias de instalação de energia atómica, para mencionar algumas. Dos
mencionados acima, drenagem ácida de mina associada à geração de energia a carvão; operações de
mineração; resíduos da indústria de galvanoplastia e geração de energia nuclear (mineração e/ou
processamento de urânio e geração de resíduos especiais) parecem ser os alvos prioritários no
mundo industrializado. Metais tóxicos (como Cd, Hg, Ni, Cr, Pb, Zn, Sn, Cu, As, Co), metais
preciosos (como Pd, Pt, Ag, Au, Ru) e radionuclídeos (como U, Th, Ra) são as principais categorias
de interesse nos metais pesados (Mashangwa, 2016).
18
pesados ligados aos sedimentos são dispersos no solo. A água que contém agroquímicos com
concentrações elevadas de metais deixa cair este metal ligado a sedimentos no solo
simultaneamente à medida que leva à erosão (Kaizer & Osakwe, 2010). Os metais pesados também
podem ser coletados e disseminados no meio ambiente devido à erosão durante o escoamento.
Resíduos de metais pesados também podem ser levados para sistemas de drenagem e,
consequentemente, para rios adjacentes durante a chuva (Taiwo et al., 2011). É também de notar
que, algumas partículas de aerossóis (colóides de finas partículas sólidas ou gotículas líquidas, no ar
ou outro gás) podem transportar diferentes tipos de poluentes; como metais pesados. Estes
geralmente podem se acumular nas superfícies das folhas em forma de partículas e podem
posteriormente entrar na planta através de estômatos nas folhas (Mashangwa 2016).
2.2.4. Agricultura
A agricultura é vista como outra fonte de poluição por metais pesados, especialmente pelos
fertilizantes inorgânicos e orgânicos. As fontes mais importantes de metais pesados para o solo
agrícola incluem pesticidas, águas de irrigação, lodo de esgoto e calagem. Outras fontes como
fungicidas, fertilizantes fosfatados e fertilizantes inorgânicos apresentam diferentes níveis de Cd,
Cr, Ni, Pb e Zn, dependendo de suas várias fontes. Muitas doenças de plantas são controladas
usando pesticidas à base de metais pesados e esses pesticidas são berços da poluição por metais
pesados no solo. O uso frequente de fertilizantes e produtos químicos agrícolas está associado à
longa persistência de metais pesados e pode levar ao acúmulo de alguns metais, embora as
concentrações de metais pesados no solo agrícola pareçam ser muito pequenas. Metais pesados
dissolvidos podem ser transportados para campos agrícolas através da irrigação com água
contaminada com esgoto ou efluentes industriais, embora a maioria desses metais pesados não
represente um risco para os seres humanos por meio do consumo das culturas, o cádmio nas plantas
recebe atenção especial, pois se acumula nas folhas em níveis muito altos, que podem ser ingeridos
por animais ou seres humanos. O acúmulo de metais pesados geralmente ocorre nas raízes das
plantas, mas também pode ocorrer em toda a planta.
A maioria dos sistemas de irrigação é feita de forma a permitir que até 30% da água usada
para irrigação não seja absorvida, mas saia do campo como fluxo de retorno. O fluxo de retorno
então se juntaria às águas subterrâneas ou sairia da superfície do campo na forma de água residual.
A necessidade de manter o fluxo do rio ou direitos de água a jusante fez com que a água residual às
vezes fosse redirecionada para os riachos. No entanto, geralmente a água residual é recolhida e
armazenada até ser utilizada novamente ou enviada para outro campo. A água residual é geralmente
mantida em pequenos lagos ou reservatórios, onde metais pesados podem se acumular e ter um
impacto negativo nas comunidades aquáticas.
19
A adição de metais como Mn, Zn, Cu e Co contidos no esterco animal e Zn, Cu, Pb, Cd, Ni
e Cr no lodo de esgoto nutre o solo. A taxa de aplicação do esterco e/ou lodo, porém com sua
concentração de elementos e características do solo, pode levar ao aumento de metais pesados em
solo agrícola. A aplicação de aditivos como composto, lixo e fertilizantes à base de nitrato também
aumenta o acúmulo de metais pesados (Tariq et al., 2016). Também é digno de nota que, ao
contrário da calagem que aumenta os níveis de metais pesados encontrados no solo, fertilizantes de
nitrato, composto e lixo contribuem menos (Tariq et al., 2016).
O acabamento da superfície e a deposição de metal para maior vida útil dos objetos e para
embelezamento são realizados por meio de um processo importante, a saber, a galvanoplastia.
Embora dependentes dos requisitos específicos dos artigos, metais como níquel, cobre, zinco e
cromo são frequentemente usados para galvanoplastia. Quantidades significativas de íons metálicos
são transportadas para o efluente durante a lavagem dos tanques de galvanoplastia. Por exemplo, o
elemento encontrado em efluentes de fundição à base de zinco, refinarias de prata, galvanoplastia e
indústrias de produção de baterias de armazenamento é o níquel (Mashangwa 2016).
20
O zinco metálico é um constituinte de várias ligas, juntamente com as usadas para fundição,
assim como o latão e o bronze, também usados para revestir metais como ferro e aço. Muitos
componentes elétricos de utensílios domésticos contêm muitas ligas de zinco. O pó de zinco
metálico pode ser liberado de efluentes provenientes de metalurgia e galvanoplastia, empresas
químicas e de impressão, uma vez que é amplamente utilizado para revestimentos de tinta, como
catalisador e também usado extensivamente como agente redutor e/ou precipitante em química,
especialmente nas áreas orgânica e analítica (Mashangwa 2016).
21
nutricional geral (em vez do mero conteúdo de Cd nos alimentos) é um fator mais crítico na
determinação da exposição ao Cd.
O Chumbo é um veneno de metal pesado que forma complexos com grupos oxo em enzimas
para afetar praticamente todas as etapas do processo de síntese de hemoglobina e metabolismo de
porfirina (Igwe et al 2006). Níveis tóxicos de Pb no homem têm sido associados a encefalopatia,
convulsões e retardo mental.
O cobre, um dos metais pesados mais utilizados, é empregue principalmente nas indústrias
elétrica e de galvanoplastia, e em maiores quantidades é extremamente tóxico para os organismos
vivos. A presença de íons de Cobre(ii), causa sérios problemas toxicológicos, geralmente é
conhecido por se depositar no cérebro, pele, fígado, pâncreas e miocárdio (Davis et al., 2000).
O arsénico afeta a pele, causando câncer de pele em sua forma mais grave. Um grande surto
de dermatose arsénico, que foi relatado em algumas partes do estado de bengala ocidental na índia,
foi associado a altos níveis de arsénico em águas de poços tubulares (0,2-2,0 mg/l). O arsênio
ocorre principalmente como As(iii) e As(v). Os oxi-ânions do arseniato (v) podem existir em quatro
diferentes espécies de arsenato como H3AsO4, H2AsO4 , HAsO4 e AsO4 estão na faixa de pH <2, 3-
6, 8-10 e >12, respectivamente (Igwe et al 2006), afetando assim a toxicidade.
22
e não rastreáveis, sua obstinação e consequente tenacidade em corpos marinhos fazem com que
processos naturais como a biomagnificação, possam provocar um aumento nas concentrações
desses metais a tal ponto que passem a apresentar fisionomias tóxicas. Alguns metais, no entanto,
não são afetados por nenhum outro processo biodegradativo ou ligados a outros complexos. Isso
permite que esses metais sejam detectados em seu estado elementar. Em ambos os casos, os íons
metálicos não podem ser mineralizados.
Enquanto metais pesados em altas concentrações podem ser tóxicos tanto para a flora quanto
para a fauna, metais pesados como ferro, cobre, manganês, níquel, cobalto e zinco chamados de
micronutrientes essenciais são elementos essenciais tanto para plantas quanto para animais em
baixas concentrações e quantidades (Mashangwa 2016). A acessibilidade de metais pesados em
meio, no entanto, varia, mas se a absorção desses mesmos metais for além das necessidades do
organismo, isso resulta em efeitos tóxicos (Monni et al., 2000). Esses elementos também são
chamados de oligoelementos ou metais-traço devido à sua presença em requisitos mínimos (10 mg
kg-1) nos organismos. Embora os metais pesados essenciais tenham papéis bioquímicos e
fisiológicos em plantas e animais, eles também podem ser tóxicos. Eles estão envolvidos em
reações redox e são partes essenciais e componentes de várias enzimas e complexos enzimáticos e
isso forma duas das funções mais importantes dos metais pesados essenciais (Nagajyoti et al.,
2010).
O cobre, por exemplo, é um metal pesado essencial requerido por plantas superiores e algas,
predominantemente para a fotossíntese (Magajyoti et al., 2010). No fotossistema das plantas, o Cu é
um componente integral como doador primário de elétrons. O cobre em humanos é essencial
principalmente para o sistema imunológico, a saúde do esqueleto, o sistema nervoso, o metabolismo
do Fe e o desenvolvimento dos glóbulos vermelhos. Também faz parte dos sistemas redox e da
eliminação de radicais livres. Está envolvido em 12 metaloenzimas e alguns genes que regulam
fatores de transcrição dependentes de Cu, a hemorragia gastrintestinal, hematúria, hemólise
intravascular, metahemoglobinemia, toxicidade hepatocelular, insuficiência renal aguda e oligúria
sinalizam toxicidade ao Cu.
23
e funções neurológicas (Hansch & Mendel, 2009). Competência imunológica prejudicada, aumento
da prevalência de infecções na infância, crescimento e desenvolvimento prejudicados,
especialmente entre bebês, crianças e adolescentes, são todos os efeitos colaterais da deficiência de
Zn. Efeitos toxicológicos como anemia sideroblástica, leucopenia e anemia microcítica hipocrômica
são amplamente atribuídos à deficiência de cobre induzida por zinco. Também foi relatado que altos
níveis de zinco podem possivelmente perturbar a homeostase de outros elementos essenciais.
O níquel é outro micronutriente essencial e importante que auxilia na absorção de ferro, bem
como no metabolismo de adrenalina e glicose, hormônios, lipídios e membrana celular. Também
melhora a resistência óssea e também pode desempenhar um papel na produção de glóbulos
vermelhos em organismos vivos. É um constituinte da enzima urease, que é crucial para o
funcionamento eficaz da enzima e, desta forma, para a boa saúde dos animais. Doenças como
câncer de pulmão, nariz e ossos são causadas por maiores concentrações de níquel, enquanto o
envenenamento agudo de Ni (ii) causa falta de ar, respiração rápida e cianose.
O ferro é importante na fisiologia animal, pois é uma parte vital da hemoglobina que
transporta oxigênio nas células vermelhas do sangue. A deficiência leva à anemia e também pode
levar ao aumento da absorção de elementos potencialmente perigosos, como Cd e Pb. Órgãos
internos, especificamente o cérebro e o fígado, são danificados como resultado da acidose
metabólica devido à toxicidade do ferro. Quando ocorre envenenamento por ferro, também pode
24
resultar em choque hipovolêmico causado pela poderosa capacidade do ferro de dilatar os vasos
sanguíneos (Allen, 2002).
O cádmio é uma toxina cumulativa e não tem uma função valiosa reconhecida no corpo
humano (Wang et al., 2013). O Cd, ao contrário do elemento acima mencionado, requer apenas
níveis mais baixos de exposição para produzir toxicidade para o rim. A toxicidade tem um efeito
prejudicial para os túbulos proximais de cada néfron de uma maneira que é mostrada principalmente
pelo vazamento de proteínas de baixo peso molecular e íons essenciais na urina. Embora altos
níveis de exposição possam ser a raiz da doença pulmonar obstrutiva, pneumonite por cádmio,
osteomalacia, osteoporose e aumento da pressão arterial e disfunções miocárdicas, a exposição a
longo prazo em humanos pode levar à disfunção renal (Duruibe et al., 2007). O nível de exposição a
compostos contendo cádmio pode governar os sintomas, incluindo náusea, dispnéia, cólicas
abdominais e fraqueza muscular. O edema pulmonar e a morte podem resultar da exposição severa a
este elemento (União europeia, 2002).
O mercúrio é comumente visto como um dos metais mais letais no meio ambiente. Após a
entrada do mercúrio na cadeia alimentar, ocorre progressivamente um grande acúmulo de
compostos de mercúrio nos organismos. Indústrias como baterias, termômetros, cosméticos, tubos
de luz fluorescente, pesticidas e produtos farmacêuticos (Krishnan & Sree, 2013) cloro-álcalis,
tintas, celulose, refino de petróleo, processamento de borracha e fertilizantes são as principais fontes
de poluição por mercúrio no meio ambiente. Os efeitos teratogênicos que causam deformidades na
prole, atingindo em grande parte o sistema nervoso são causados pelo metil mercúrio. Retardo
25
mental, paralisia cerebral e convulsões também foram observados em crianças. A distribuição
anormal do cromossomo resultante da quebra do cromossomo e da interferência na divisão celular
causada por defeitos genéticos é um dos efeitos colaterais do mercúrio. Isso causa dor torácica e
dispneia, perturba a função pulmonar e renal, causando mau funcionamento de ambos.
Os efeitos do chumbo podem durar toda a vida e são vistos como uma grande ameaça à
saúde, especialmente para as crianças. Alguns desses efeitos incluem danos ao sistema nervoso,
crescimento infantil e dificuldades de aprendizagem. Embora seja apontado que a maior parte do
chumbo ingerido é eliminado do corpo humano pela urina, ainda existe o risco de acúmulo,
principalmente em crianças. Uma diminuição na produção de hemoglobina, distúrbios renais,
articulares, reprodutivos e cardiovasculares e danos a longo prazo no sistema nervoso podem ser
observados na toxicidade do acúmulo de chumbo (Galadima, et al., 2010).
Devido aos problemas que os contaminantes inorgânicos podem causar a saúde humana,
torna-se prioritário reduzir ou eliminar a contaminação causada pela descarga de águas residuais
contendo substâncias perigosas no meio aquático. Desta forma, foram implementadas normas para
protecção das águas, de modo que as descargas de efluentes tenham o menor impacto possível nos
recursos hídricos. Ao nível europeu, a directiva quadro da água prevê medidas contra a
contaminação química das águas superficiais, estabelecendo uma lista das substâncias prioritárias
que representam risco para o ambiente aquático (REF DQA/WFD). A classificação das substâncias
tem em consideração avaliações de eco toxicidade aquática e de toxicidade humana por vias de
exposição ao meio aquático. São usados dados resultantes de monitorização ambiental, e elementos
que indiquem potencial contaminação ambiental, tais como, volume de produção e utilização da
substância em causa.
No anexo VIII, relativo à lista dos principais contaminantes, verifica-se nos pontos 7 e 8 a
referência aos metais e ao arsénio e respectivos compostos. No anexo X, relativo à lista das
substâncias prioritárias no domínio da política da água, são encontrados o cádmio, o chumbo e o
mercúrio, e respectivos compostos, sendo o cádmio e o mercúrio identificados como substâncias
perigosas prioritárias (REF DQA/WFD). E necessário tomar medidas específicas para combater a
contaminação da água por elementos que apresentem um risco e para esses elementos as medidas
tem como finalidade reduzir gradualmente, ou no caso das substâncias perigosas prioritárias,
eliminar gradualmente, as descargas, emissões e perdas de substâncias identificadas. São
apresentadas propostas para controlar as emissões e, segundo o artigo 11o, e prioritário tomar
medidas para cumprir as normas de qualidade ambiental regulamentadas (REF DQA/WFD).
26
Ao nível nacional não existe uma lei em si ou um decreto que esteja voltado a
regulamentação dos padrões de emissão de metais para o meio-ambiente ou especificamente para
corpos de água, contudo o boletim da república lei no 16/91 se 03 de Agosto estabelece que:
3. Serão fixados, também por regulamento, os limites qualitativos e quantitativos a partir dos
quais as operações de despejo ficam dependentes de autorização do ministro da construção e águas,
a conceder após ouvidas as entidades interessadas.
4. As águas residuais não poderão ser evacuadas sem tratamento prévio quando, no estado
bruto, possam afectar o bom funcionamento da rede pública de saneamento ou das instalações de
depuração.
27
química. Os precipitantes, coagulantes e processos de floculação são usados para aumentar o
tamanho das partículas finas a serem removidas como lodo (Fu & Wang 2011). O tratamento com
hidróxido é a técnica de precipitação comumente usada porque é um precipitante relativamente
simples, barato (cal) e fácil de controlar o pH automaticamente. A solubilidade de hidróxidos
metálicos distintos é reduzida para pH na faixa de 8,0 a 11,0 (Gunatilake 2015). A utilização de
coagulantes no processo de precipitação aumenta o custo da operação, pois requer armazenamento
químico e tratamento do lodo. Um exemplo de uma reação química geral simples que elucida a
precipitação química é o seguinte na equação abaixo;
A troca iônica é uma tecnologia de tratamento de água e efluentes que envolve a troca
reversível de íons entre íons solúveis em uma fase líquida e uma fase sólida. Este método é
amplamente aplicado em água e águas residuais, tecnologia de amaciamento de tratamento, em que
magnésio, cálcio, bem como cátions polivalentes, sofrem troca com sódio (Jorgensen 2002). A
tecnologia também é usada para remover contaminantes específicos da água, como bário, nitratos,
rádio e arsênico (As). O tratamento de água e efluentes por troca iônica é feito pela passagem de
água bruta por um leito de resinas feitas de compostos orgânicos polimerizados. Uma vez esgotadas
as resinas de troca iônica, a regeneração é necessária. Para realizar o processo de regeneração, é
feita uma retrolavagem rápida das resinas para remover as partículas finas que se desprenderam da
produção de água. A salmoura também é adicionada ao fluxo de retrolavagem. Preocupações com a
baixa eficiência de remoção de contaminantes durante a regeneração, contaminantes de remoção
seletiva tornam o método de troca iônica desfavorável.
Existem diferentes tipos de filtrações por membrana. Esses sistemas incluem; microfiltração,
ultrafiltração e nanofiltração. A microfiltração e a ultrafiltração são normalmente utilizadas para a
remoção de turbidez e sólidos suspensos. O método é eficaz para a remoção de cádmio (Cd (ii)) e
zinco (Zn (ii)) em condições alcalinas (pH 9,0) usando dietilaminoetil celulose (Trivunac &
Stevanovic 2006). No entanto, preocupações com o alto custo do equipamento e custo de
manutenção tornam o método inadequado. Além disso, o processo de filtração por membrana
também está associado à geração de lodo, tornando o método desfavorável (Joshi 2017). Os custos
obtidos nas pesquisas e desenvolvimentos atuais (Englehardt et al., 2013) indicam um custo de
capital de 632500,00Mtn convertido a metical para 1,51m3d-1 para o sistema de ultrafiltração.
28
2.5.4. Métodos Biológicos
A remoção de metais pesados de águas residuais por métodos biológicos envolve o uso de
técnicas biológicas. Segundo (Gunatilake 2015), os microrganismos desempenham um papel vital
na sedimentação de sólidos na solução durante a eliminação de poluentes dos efluentes. Esses
organismos são empregados em lodos ativados, filtros biológicos e lagoas ou lagoas de
estabilização. Algumas outras técnicas biológicas incluem biossorção, biopolímeros e subprodutos.
Os tratamentos biológicos são ecologicamente corretos, as melhores técnicas na remoção de
poluentes e são mais baratos, no entanto, o método biológico requer ácidos graxos voláteis
suficientes por suplementação de carbono na zona de fermentação, que é bastante trabalhosa.
2.5.5. Flutuação
A flotação envolve o uso de surfactantes que desempenham um papel em fazer com que
materiais não ativos de superfície se tornem ativos de superfície. Os materiais tensoativos formam
um produto que é eliminado pela formação de espuma da solução através de um gás. Os estudos de
remoção de metais pesados usando técnicas de espuma têm sido documentados por vários
pesquisadores. Os méritos do método de flutuação incluem sua simplicidade, produção de lodo
concentrado e minúsculo. Preocupações com a redução da eficiência da flotação devido ao aumento
da força iônica e do tamanho das partículas em solução tornam o método desfavorável.
29
ecologicamente corretos e fáceis de manusear, que não requeiram o uso de produtos químicos e
manutenção regular. A investigação de vários tipos de meios adsorventes, como sorventes (cascas
ativadas, folhas, raízes), materiais naturais (lama vermelha, areias) e produtos residuais (cinzas
volantes, escórias de fundição de cobre) foram feitas.
30
1.Tecnologia disponível
Fonte: adaptada de Flórez e Gallo 2019 3.Em todos casos de implementação dos Processos biológicos é
feita em escala Laboratorial e não real
31
2.6. Biossorsão
A biossorsão é um processo pelo qual os metais pesados são removidos por meio de um
processo de ligação passiva com microorganismos não vivos, incluindo bactérias, fungos e
leveduras (parvathi et al. 2007) e outras categorias de biomassa que são hábeis em efetivamente
acumular e concentrar metais a partir de soluções aquosas muito diluídas (gadd, 1993). É uma
alternativa à fitorremediação e degradação microbiana (parvathi et al. 2007). As seguintes vantagens
são relatadas em relação biossorventes: Eliminação seletiva de metais em uma ampla faixa de pH e
temperatura, uma variedade de afinidades metálicas que podem eliminar uma variedade de cátions
metálicos, uma rápida cinética de adsorção e dessorção e baixo custo de operação, alta eficiência
para concentração diluída soluções, uma quantidade insignificante de lodo químico ou biológico,
sem nutrientes suplementares requeridos e a possibilidade de reciclagem de biossorventes e
recuperação de metais (Vilar et al., 2007).
32
Quadro 1 Vantagens e desvantagens do uso de biosorventes
Referencias
Vantagens Custo reduzido, eficaz na remoção de contaminantes com baixa (al-qahtani 2016;
concentração, simples, flexível e de rápida operação; ahmaruzzaman
2011; farooq et
- em muitos casos produz efluentes tratados de alta qualidade e
as lamas concentradas de difícil eliminação são minimizadas; Al. 2010;
purkayastha et al.
- a biossorção é reversível e o contaminante inorgânico pode ser
2014; ramrakhiani et
dessorvido facilmente, possibilitando a regeneração dos
al.
biossorventes e recuperação dos iões metálicos retidos;
2017; raval et al.
- os biossorventes são encontrados facilmente como
2016; sud et al.
desperdícios ou subprodutos;
2008; bartczak et
- o biossorvente pode ser modificado para aumentar o número
Al. 2015; fu & wang
de locais de ligação ativos disponíveis, aumentando assim a
2011)
eficiência;
- não necessita de meios de crescimento;
- usar biossorventes a partir de resíduos com boas características
já mencionadas, oferece vantagens em relação aos outros
sorventes disponíveis e contribui para a minimização de
resíduos.
Desvantages - as características dos biossorventes não podem ser (ahmaruzzaman
biologicamente controladas; 2011; farooq et al.
2010;
- o biossorvente precisa de dessorver o metal para ser
reutilizado; Purkayastha et al.
2014; ramrakhiani et
- para tornar o processo viável economicamente à escala
al. 2017;
industrial, tem que haver mais estudos no sentido de
recuperação dos contaminantes inorgânicos e a regeneração dos Raval et al. 2016;
biossorventes; sud et al. 2008; de
gisi et al. 2016)
- o fato de haver poucos estudos com amostras de efluentes
reais, representa uma forte limitação para aplicações à escala
industrial;
- os efluentes industriais geralmente contêm multielementos,
isto é, são sistemas competitivos. A presença de um segundo
componente implica que ambos estejam a competir pelos
mesmos locais de ligação no biossorvente, diminuindo a
eficiência;
- o descarte final do biossorvente carregado de contaminantes é
preocupante a nível ambiental. As respostas convencionais à sua
eliminação envolvem armazenagem, deposição em aterro ou
33
incineração, o que por sua vez contamina o ambiente e por isso
Mais estudos têm que ser feitos a este nível.
Fonte: Andreia e Teixeira 2017
2.6.1.1. pH.
A concentração do biossorvente é outro fator que pode afetar a biossorsão. Como o biossorvente a
dosagem aumenta, a absorção de metal aumenta proporcionalmente, como resultado do aumento da
área de superfície do adsorvente que por sua vez aumenta o número de sítios disponíveis para
ligação (Aravind et al., 2015). A concentração de material particulado em solução parece interferir
na absorção exata, para baixos valores de concentração de material particulado na solução parece
intervir entre os locais de ligação (Das et al., 2008).
34
2.6.1.3. Concentração do Metal.
Adsorvente
35
monocamada
Adsorção
Concentrações do
Adsorver
36
Quadro 3 Resumo de alguns artigos da literatura sobre remoção de contaminantes inorgânicos por biossorventes
Referência Biossorvente Tipo de Ph T(ºc) Pré-tratamento do V(solução a Tempo de [contaminant % remoção Tipo de
Água biossorvente m(solvente) / Remoção es] (capacidade de Sistema
tratar) Sorção)
(Al-qahtani Casca de Solução 2-10 28 As cascas foram secas a 0,1-2,0 g/ 25 ml 5 – 120min 10-100 mg/l Kiwi: Mono
2016) Banana, Sintética (6) 40ºc durante 6 dias. Valor ótimo: (60min) Cd(ii)=78% Elementar
Kiwi, Com água Depois moídos e (2 g em 10 mg/l) Cr(iii)=98%
Tangerina Destilada Peneirados a 1 e 2mm Zn(ii)=57%
Tangerina:
Cd(ii)=73%
Cr(iii)=96%
Zn(ii)=52%
Banana:
Cd(ii)=44%
Cr(iii)=55%
Zn(ii)=32%
(Abdolali et Vários Solução 2-5,5 25 Lavagem, secagem num Biossorvente: 5 15min – 5h [metal]o = 50 Cd(ii) 31,73 mg/g Solução multi
Al. 2016) Biossorventes Sintética Forno a 105ºc e moagem g/l Mg/l Cu(ii) 41,06 mg/g Metal
Com água A (< 75 μm, 75-150 μm, Dose de Pb(ii) 76,25 mg/g
Milli-q 150-300 μm > 300 μm ) Biossorvente: Zn(ii) 26,63 mg/g
(0,2- 20) g/l
(Bhatti et Cascas de Solução 2-5 30– Tamanho das partículas: Dose 5–160min 10–100 mg/l Zr(iv)=42,02 mg/g Mono
Al. 2016) Citrinos Sintética (3,5) 60 0,25 mm biossorvente (40min) [metal]0 = Elementar
Com água (0,05–0,25 g/l) 90mg/l
Ultra pura
(Ali et al. Casca de Solução 3 25 Acrilonitrilo 1–5 g/l 120min Cr(vi)=400 Cr(vi) : 96% Mono
2016) Banana Sintética (CH2=CH-C≡N) adsorvente mg/l Elementar
Modificada Com água (gbps)
(gbps) Destilada Valor ótimo: (4
g/l)
(Liang et al. Casca de Sol. Sintética 2-7 25 Casca de laranja com 0,5g em 100 ml 180min [ ]o = (50 a 1 Cu2+ =77,60 mg/g Mono
2010) Laranja com Com água Adição de dissulfeto de de (20 min) 000 Cd2+ =76,57 mg/g Elementar
Xantato (xop) Duplamente Carbono (CS2) Sol. Mg/l) com 50 Pb2+ =218,34
Destilada e [m2+]o=50mg/l Mg fixos de Mg/g
Hepes (para [pb2+]o xop Zn2+ =49,85 mg/g
=100 Ni2+ =15,45mg/g
37
Mg/l (5g/l)
(Feng et Casca de Solução 2-6,5 16 – Casca de laranja 0,100 g de scop 120 min [cu(ii)]o = 25- Cu(ii): Mono
Al. 2009) Laranja Aquosa (5,3) 60 Modificada Com 25 ml de 800 Scop=72,73mg/g Elementar
(25) Quimicamente (scop) Solução de cu(ii) Mg/l Op = 44,28mg/g
Com naoh e cacl2 50 mg/l (50 mg/l) Dessorção:
Cu(ii) = 94,8%
(Li et al. Casca de Solução 6 25 0,1-0,2mm 4,3g/l 120min 0,001-0,005 Cd(ii): 0,90 Mono
2007) Laranja Sintética Area superfície: 0,02 g de Mol/l Mol/kg Elementar
Modificada Com água 128,7m2/g Adsorvente, em Desadsorção de
Com ácido Destilada 15ml de solução Cd(ii): 94% com
Cítrico Aquosa 0,15 mol/l hcl
(Feng et al. Casca de Solução 2-7 30 Modificação com 2g/l 180min 50–970mg/l Cu(ii): Mono
2009) Laranja Aquosa (5,5) Soluções saturadas de 0,050g 50ml da Op: 44,28mg/g Elementar
Modificada E águas Naoh e ca(oh)2 (cop) + adsorvente amostra Opaa: 289mg/g
Quimicamente Residuais Hno3 + nitrato amónio Com 25ml Do efluente Op: 68,6%
Galvanoplast Cerico + metil acrilato + solução tem: Opaa: 94,6%
Ia Solução quinona De cobre em [cu(ii)]=14,33 97,1% de cu(ii) no
(opma). (opma) + 100ml Mg/l Efluente
Naoh= (opaa)
(sha et al. Casca de Solução 2-7 25 < 0.45 mm Cinético: 90min 50–1000 mg/l Cu(ii): Mono
2009) Laranja Sintética 60g de op seco é pré- 5 g/l sorvente (20min) Op: 50,94 Elementar
Modificada Com água Tratado com naoh e 0,05g de Mop:70,67 mg/g
Com ácido Duplamente Etanol... Ácido mercapto sorvente Cd(ii):
Mercapto - Destilada - acético é adicionado a Em 10ml de cu2+ Op: 47,60 mg/g
Acético 30g do produto do pré- Ou cd2+ Mop:136,05
Tratado seco (mop). Mg/g
(Feng et al. Casca de Solução 2-7 30 Opaa = op com hidrólise 0,050g de 180min 50–1200mg/l Pb2+= 476,1 mg/g Multi
2011) Laranja Aquosa (5,5) Do copolimero Biossorvente em 92,2% Elementar
Modificada Enxertado, sintetizado 25ml de sol. De Cd2+= 293,3 mg/g
Com Por interação de acrilato Metais pb2+, cd2+ 93,6%
Copolimero De metilo com ligação e Ni2+= 162,6 mg/g
(opaa) Cruzada com op Ni2+ em vf 100ml 92,2%
(Schiewer Casca de Solução 5 21-25 Protonação: Suspende-se Dosagem de 180min [pb(ii)]o= (20- Pb(ii): 658 mg/g Mono
& Balaria Laranja Sintética O sorvente em 0,1m Adsorvente: 400mg/l) >90% Elementar
2009) Original e Com água Hno3 (10g de cascas/l) 0,1-1,0g/l
Protonada Duplamente Em 3h e seca-se a 40ºc
Deionizada Para remover os catiões
38
(Krishna & Casca de Solução 1-10 30-50 63-125 μm Msorvente=0,4 g 120min [cr(vi)]=1000 Cr(vi):7,784mg/g Mono
Sree 2013) Maçã Sintética em (3) [sorvente]=5-30 (50min) mg/ 90,47% Elementar
Água Mg/l L
Destilada 0,1-0,6mg em [cr(vi)]o=5
50ml mg/l
De solução.
(Calero et Al Casca de Solução 5 25 Moido, tamizado e 100 mg/L de Caudal 6 (Cu2+ ) Cu(ii):17,46 mg/g Mono
2012) Pinheiro Sintética em classificado por concentração mL/min e 500mg/l Elementar
Água tamanhos <1mm inicial 4,4cm de h
Destilada de Cu (II)
Fonte: Adaptado de Andreia e Teixeira 2017
39
2.7. Casca de Eucalipto
O eucalipto é a fonte de biomassa mais importante para as indústrias de celulose, que geram
grandes quantidades de resíduos de casca de biomassa. Este subproduto tem sido utilizado como
biossorvente para absorção de diversos metais. Casca de eucalipto globulus (E. globulus) pré-
tratada com ácido sulfúrico foi utilizada com sucesso na remoção de Pb(II) e Cd(II), atingindo
capacidades de 26,12 mg g–1 para Pb(II) e 35,65 mg g–1 para Cd(II). Em outro estudo, E.
camaldulensis Dehn. A casca foi investigada quanto à sorção de Cu(II) e Pb(II) após impregnação
com ácido fosfórico e carbonização. As capacidades encontradas foram 54,02 mg g−1 e 184,41 mg
g−1 para Cu(II) e Pb(II), respectivamente. Cr(VI) foi completamente removido por biocarvão de
casca de E. globulus na dose de 2 g dm-3 de águas subterrâneas contaminadas (concentração inicial
de Cr(VI) de 25 g dm-3). ( Fabre et al., 2019 )
40
Quadro 4. Composição química da casca de Eucalipto Globulos
Componente Miranda, 2012 Fernández, 2014 Neiva, 2018 Andrade, 2021
Lignina, % 16.9 21.4 21.9 21.0
Glucanas, % 56.0 41.0 37.5 39.9
Xilema/mananas, % 23.7 13.5 23.6 23.0
Outros, % - 19.8 10.4 9.7
Fonte: Andrade et al 2021
41
3. CAPITULO III- METODOLOGIA
3.1. Metodologia
Este trabalho foi feito em base em revisão bibliográfica que segundo Gil (2008, p50) É
constituído por material cientifico já elaborado e obedeceu as seguintes fases:
3.2. Método 1
3.2.1. Sorbato
O corante básico catiónico (c.i. 42000; verde basico 4), sal de oxalato de verde malaquita,
(fórmula molecular C52H56N4O12, FW 929), foi obtido da merck e utilizado sem qualquer outra
purificação. Apresenta a estrutura deste corante.
3.2.2. Sorvente
A casca recolhida foi lavada várias vezes com água destilada para remover partículas de
sujidade e materiais solúveis em água. O processo de lavagem foi continuado até que a água de
lavagem não contivesse cor. Os materiais lavados foram então completamente secos numa estufa a
80oC durante 24 horas. As cascas secas foram então cortadas em pequenos pedaços, esmagadas e
42
peneiradas para eliminar partículas finas (<0,5 mm). O material obtido foi lavado repetidamente
com água destilada (condutividade 0,5 ms cm1 e ph 6) até que a água de lavagem não contivesse
cor e a sua absorvância uv/vis (200-700 nm) fosse igual a zero e a condutividade eléctrica e o pH
permanecessem constantes. Finalmente, o material obtido foi seco numa estufa de circulação de ar a
80oC durante 2 horas.
Ar circulante a 80oC durante 2 dias e armazenado num dissecador até ser utilizado. A
estrutura da superfície da casca de eucalipto foi analisada por microscopia electrónica de varrimento
(MEV) em duas ampliações diferentes. O exame da estrutura textural das partículas da casca de
eucalipto pode ser observado a partir das fotografias de MEV com ampliações de 1000 e 5000 e a
casca de eucalipto apresenta uma morfologia de superfície tipo caverna, irregular e rugosa.
𝐶0 − 𝐶𝑒
𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑚𝑜çã𝑜 = 𝑥100
𝐶0
Em que co e ce (mg l-1) são as concentrações inicial e de equilíbrio do corante na fase líquida,
respectivamente
3.3. Método 2
43
3.3.1. Preparação do Adsorvente (Pó de Casca de Eucalipto)
Após a separação da casca de eucalipto da árvore, esta foi lavada com água destilada e seca
numa estufa a 105 °c durante a noite. A casca seca foi moída num moinho até se tornar um pó fino
44
3.3.6. Efeito do aumento da concentração de iões metálicos
As soluções de amostra de 50ml com concentrações de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 e 80ppm e um
volume de 50ml de cada uma foram tratadas em oito copos diferentes à temperatura ambiente
(10oC). Foram colocados 2g de adsorvente em cada copo e agitados suavemente. Foram preparadas
oito soluções de amostra de dicromato de potássio com concentrações de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70,
80ppm, com um volume de 50ml cada, que foram colocadas em oito copos diferentes com 2g de
adsorvente em cada copo à temperatura ambiente. Estes foram agitados suavemente Agitação suave
com varetas de vidro durante algumas vezes. Estes foram filtrados após 1hora e a sua absorvância
foi registada utilizando o espectrómetro de absorção atómica.
45
3.4. Método 3
Adsorsão de cobre por carvão ativado pelas cascas de Eucalipto tem o pH ótimo 5 e atingiu
o equilíbrio dentro de 45 min para todo o intervalo de concentração (0,1-10 mm). Além disso,
akmal et al., (2014) o sistema de biossorsão de íons Cu(ii) de solução aquosa usando pó de casca de
eucalipto em pH valores (pH>5), e diminuiu drasticamente o rendimento de biossorsão. O desvio do
pH pode ser explicado considerando a carga de superfície no biossorvente. A mais alta eficiência de
biossorsão para íons Cu(ii) em pó de casca de eucalipto foi observado em pH 5,0. Em valores de pH
mais elevados (>6) por promover maior capacidade de adsorsão, diminui a repulsão entre os cátions
e a superfície carregada positivamente. Portanto, a maior adsorsão geralmente ocorre em níveis de
pH elevados. No entanto, nesta faixa de pH, a formação de hidrolisados insolúveis espécies
(CuOH)+, (PbOH)+, Cu(OH)2 e Pb(OH)2, esta condição muitas vezes não é clara, pois o metal
precipitação pode levar a um mal-entendido para a capacidade de adsorsão.
A preparação da casca de espécies de árvores de eucalipto que foram recolhidas na zona local de
Addis ababa e lavadas, secas em estufa e trituradas em pequenas partículas. Nestes estudos, a
amostra foi esmagada manualmente em pequenos pedaços e seca à luz do sol durante 3 dias. Foi em
seguida, foi lavada com água destilada para remover alguns materiais estranhos (poeiras).
Finalmente, Pó da casca foi seco numa estufa a 105oC durante 24 horas
46
Amostra de casca Casca lavada com água
Seca em estufa
coletada destilada
Po de casca tratada
Fonte: Autor
3.4.3. Equipamentos
O equipamento principal, como reator de batelada, foi usado para remoção de metal pesado
usando adsorvente, agitador, FAAS (gases: acetileno + ar) obtido de Ezana (Mekelle, Meli) modelo
NovAA400P, Alemanha para estimativa da concentração de íons metálicos. O equipamento como
recipiente hermético, forno secador, banho de aquecimento, micropipeta, agitadores mecânicos,
vidraria comum de laboratório (frascos, copo), COD (digestor, sugador), instrumento analítico
utilizado para a preparação do sorvente. Instrumentos analíticos como balança digital para medição
de peso e medidor de pH para leitura de pH também foram usados. O titrimétrico usando solução
padrão para titular cianeto, medidor de turbidez usado para determinar a turbidez da amostra e do
digestor para COD.
47
3.4.4. Preparação da Amostra de Águas Residuais
A amostra de águas residuais foi recolhida na fábrica de extracção de ouro de ezana e
descarregada na barragem seleccionando quatro locais (sul, oeste, norte e leste da entrada na
barragem). Para o transporte e a e recolha da amostra, foram utilizadas garrafas de plástico e as
garrafas foram limpas com ácido HNO3 e água destilada. A concentração das águas residuais de
quatro locais e o valor máximo obtido para o Cu (71ppm) na saída leste do chorume para a
barragem. A análise foi efectuada por espectroscopia de chama atmosférica de chama (ECA).
Determinação de metais pesados (Cu, Fe, Mn, Pb, Cd, Cr, Ni, Co e Zn) a amostra em branco
foi determinada transferindo 100ml de água destilada para um copo, de modo a para permitir uma
correção do branco. Primeiro, a amostra de água foi digerida com 100cm3 e depois colocada num
copo e, finalmente, foram adicionados 5ml de HNO3 concentrado. Em seguida, o copo foi colocado
numa placa de aquecimento e evaporou-se durante cerca de 20minutos, depois os copos foram
arrefecidos e, sucessivamente, foram adicionados mais 5ml de HNO3 concentrado. Os copos foram
fechados com vidro de relógio e também colocados na placa de aquecimento. O aquecimento foi
continuado e, até as soluções apresentarem uma cor clara e límpida, adicionou-se uma pequena
quantidade de HNO3. De HNO3. A água destilada foi utilizada para lavar a parede do copo e o vidro
de relógio e, finalmente, para remover alguns materiais insolúveis. Finalmente, para remover alguns
materiais insolúveis que poderiam entupir o atomizador, as amostras foram filtradas. Os elementos
que foram acreditados na instituição laboratorial ezana foram Au, Ag, Cu, Zn, Ni, Pb e Co. No
entanto, os outros elementos não acreditados (Mn, Fe, Cr e Cd) eram possíveis de ler mudando a
chama. As amostras de Cu (ii) e Pb (ii) (40ml) foram adicionadas a frascos cónicos de 250ml e
10ml de HNO3, respectivamente, durante 6horas e a uma temperatura de 90-100OC no digestor.
Diluição com um balão de 100ml e colocadas em tubos de ensaio, sendo depois lidas por
espectroscopia de adsorção atómica (EAA).
𝐶0 − 𝐶𝑒
𝑅= 𝑥100
𝐶0
Onde % R é a percentagem de remoção, Co é a concentração inicial e Cf a concentração após a
adsorsão.
𝑐0 − 𝑐𝑒
𝑄 = 100𝑣 ∗
𝑚
48
Onde Q é a remoção de iões metálicos em mg/g, Co é a concentração inicial, Cf é a concentração
após a adsorsão, m é a massa de adsorvente em gramas e v é o volume de água residual utilizado
durante a adsorsão.
Experiência.
3.4.6. pH
Para determinar o efeito do pH no processo de adsorsão, para encontrar o pH óptimo, foram
experiências foram efectuadas em três níveis de pH (2, 5, 8), e o pH da solução foi ajustado por adição
de NaOH 0,1m e H2SO4, conforme necessário. Estas experiências foram realizadas com diferentes
tempos de contacto, mantendo a dose de adsorvente constante e diferentes doses de adsorvente,
mantendo o tempo de contacto constante, o agitador a 175rpm e à temperatura ambiente, as experiências
foram realizadas em três ensaios e os resultados óptimos.
49
de cobre foram correlacionados com os modelos de adsorsão de langmuir (C e/Qe) vs (Ce) e freundlich de
logCe vs Logqe Isoterma de adsorsão.
3.5. Método 4
Para realização deste trabalho utilizou-se um material, presentes nos Laboratórios de Engenharia de
Processos Industriais e Engenharia Civil, outros trazidos por colegas que estão em trabalhos de
pesquisa similar, na tabela 5 estão listados todos os equipamentos Utilizados.
3. Embalagens Plásticas
4. Estufa
5. Liquidificador Sonifer/Sf-8009
6. Pilador de Alho
Fonte: Autor
50
marca e modelo acima mencionado nas velocidades 1 e 2 para evitar o super aquecimento do
equipamento, após esse trabalho de redução de granulometria passou-se para fase seguinte, essa
realizada no laboratório de Engenharia Civil. Com apoio de um agitador Eletromagnético de
peneiras obteve-se a matéria prima com as seguintes granulometrias 850mm, 425mm, 250mm para
o fim desejado, assim essa matéria prima foi armazenada em embalagens plásticas cuidadosamente
seladas e etiquetadas .
Para realização desta pesquisa eram necessários alguns produtos químicos em grau Analítico
e que não foi possível ter na sua maioria como Al2(SO3)3, FeCl3, dicromato de potássio que seria
fundamentais para a determinação da COD e KI, AgNO3 para a determinação de cianeto por
titulometria nas águas residuais de saída; e HNO3, HClO4 e HF seriam também utilizados para a
digestão da amostra de águas residuais.
3.5.3.2. Equipamentos.
Neste trabalho deveria ser usado um reator em batelada, para remoção de metal pesado
usando adsorvente, um agitador, FAAS (gases: acetileno + ar), para estimar a concentração de íons
metálicos. Os equipamentos como recipiente hermético, forno secador, banho de aquecimento,
micropipeta, agitadores mecânicos, COD (digestor, sugador), instrumento analítico utilizado para a
preparação do sorvente. Instrumentos analíticos como balança digital deveria ser utilizado para
medição de peso e medidor de pH para leitura de pH também constituíram uma necessidade. O
titrimétrico para titular cianeto, medidor de turbidez usado para determinar a turbidez da amostra e
do digestor para COD também formam o conjunto dos equipamentos que eram de extrema
importância para continuação deste trabalho e por isso se tornaram uma limitante para seu avanço.
51
4. Capítulo IV- Resultados e Discussão
4.1. Efeitos do pH
Tanto hagus et al.(2020) tanto e khatoon et al.(2009) concordam que o pH influência nas
performance da adsorsão, e os resultados desenvolvidos mostram que a adsorsão diminui com o
aumento do pH e que o valor máximo de adsorsão de 98,4% da adsorsão e com o pH 2. Isso porque
em meio acido verifica-se uma competição entre o ião OH+ e o metal pesado a ser adsorvido, e o
primeiro será a espécie dominante em altos valores de pH fazendo com que o potencial liquido da
superfície do adsorvente diminua o que vai também diminuir as forças eletrostáticas do adsorvente e
dos iōes do metal enfraquecendo assim o processo de biossorsão (khatonn et al 2020), hagus et
al.(2020) concorda em afirmar que o pH baixo e o optimo para adsorsão, contudo em sua
abordagem afirma que o pH obedece a seguinte sequência pH 5 (90min, 1,8g) >pH 8 (90min,
3g)>pH 2 (150min, 1,8g) descordando assim de khaton et al.(2020) considerando um pH 5 optimo
para o processo de biossorsão, e isto pode dever-se ao facto de um maior aumento do pH conduzir à
precipitação em vez da adsorsão. A capacidade de absorção do metal também aumentou devido à
presença de grupos funcionais carregados negativamente na superfície do adsorvente, resultando em
aumento dos sítios de ligação com o aumento do PH a figura ilustra as faixas de maior desempenho.
O resultado revela que com um aumento na dose do biossorvente ira aumentar a capacidade
de sorsão do metal pelas cascas do eucalipto (CE) com base nas doses 0,6g, 150min, pH 5, 1,8g,
90min, pH 5 e 3g, 30min, pH 5 os resultados foram 77,25%, 92% e 79,75%, respectivamente. O
aumento da percentagem de remoção pode dever-se à disponibilidade de mais locais activos na
superfície do adsorvente hagos et al.(2020) assim também acontece quando se faz experimentos em
relação ao verde malaquita a quantidade aumentando a dose se obtém uma maior capacidade de
52
adsorsão por cascas de eucalipto (CE) com o aumento da dose contudo existe uma excessão, a
quantidade de VM sorvida no equilíbrio diminui de 24,41 para 9,92 mg g-1com o aumento da
dosagem do adsorvente entre 0,2 e 1 g/200 ml.
A baixa temperatura, ou seja, a 0oC, a energia cinética dos iões metálicos é baixa e observa-
se uma menor adsorsão de iões metálicos à medida que a temperatura aumenta, a energia cinética
dos iões metálicos na solução também aumenta, pelo que o número máximo de iões metálicos
atinge a superfície do adsorvente. No entanto, o aumento da temperatura provoca a dessorção,
porque a energia cinética dos iões metálicos na solução aumenta de tal forma que estes começam a
desprender-se da superfície do adsorvente. Assim, a adsorsão máxima ocorreu a 10oC. Esta foi a
melhor temperatura para a adsorsão (Khatoon et al. 2009) contudo essa dessorsão não acontece com
o verde malaquita em que as temperaturas óptimas variam, tanto a capacidade de sorção como a
percentagem de remoção de verde malaquita (vm) aumentam com o aumento da temperatura,
indicando que a sorção é um processo endotérmico. Isto pode ser resultado do aumento da
mobilidade do corante com o aumento da temperatura. Além disso, o aumento da capacidade de
sorção pode dever-se ao à melhoria da interacção de sorção entre os locais activos do sorvente e os
iões sorvidos, à criação de novos locais de adsorção ou ao aumento da taxa de difusão intrapartícula
das moléculas de verde malaquita (vm) nos poros do sorvente a temperaturas mais elevadas
(Boutemedjet & Hamdaoui 2009).
53
5. Capítulo V- Conclusão e Sugestão
5.1. Conclusão
Este trabalho, tinha como objectivo o estudo do potencial da casca de eucalipto como
absorvente para remoção de metais pesados em águas residuais, foram analisadas três metodologias
em foco, três trabalhos de pesquisa em que visa a remoção de substâncias inorgânicas das águas
residuais e do corante verde malaquita. No primeiro foi analisado o estudo sobre a adsorsão do
cobre presente nas águas residuais das minas de ozana, osozana, os parâmetros seleccionados
foram o pH, a dosagem de adsorvente e o tempo de contacto. A percentagem mais elevada de
remoção de Cu (ii) alcançada foi de 92%. Neste estudo, os dados de adsorção foram bem ajustados
ao modelo de isoterma de langmuir e no segundo artigo foi analisado o estudo da remoção de verde
malaquita um determinado corante em solução aquosa, as experiências de cinética de sorção foram
estudadas em modo descontínuo em várias concentrações iniciais de corante, dosagens de
adsorvente e temperaturas. Os dados de sorção de equilíbrio do verde malaquita (vm) pela casca de
eucalipto foram analisados neste trabalho pelos modelos de isoterma de langmuir e freundlich. Os
resultados indicam que tanto as equações de langmuir como as de freundlich fornecem uma boa
correlação dos dados experimentais, mas a expressão de langmuir ajusta-se melhor aos dados de
equilíbrio. A capacidade máxima de sorção da casca de eucalipto foi de 59,88 mg g -1 a 20 oC e esse
estudo também foi efectuada em batelada. A capacidade de adsorsão aumenta com a diminuição do
tamanho das partículas do adsorvente. As condições óptimas para a adsorsão máxima são atingidas
com 2,0g de adsorvente, 40ppm de concentração de iões metálicos, à temperatura ambiente, com
um tempo de contacto de 90minutos, uma velocidade de agitação de 300rpm e a um pH 2. A casca
de eucalipto é uma matéria prima com disponibilidade local, amiga da natureza e de baixo custo,
apresenta muitas vantagens tendo em vista a economia do nosso pais, sendo que nas três
metodologias estudadas as cascas de eucalipto se mostraram com uma alta taxa de remoção.
54
5.2. Sugestões
2. O tempo recomendado para o processo e 90min porque quando ultrapassa este tempo os
locais activos do adsorvente já estão totalmente ligados aos iões metálicos e havendo atingido esse
tempo não vai se registar um aumento significativo na % da adsorsão, portanto, 90min e o tempo
recomendado.
3. Quando se trata da sorsão do verde malaquita ha que ter cuidado com a dose a se usar
porque uma dose excessiva pode em vez de aumentar a eficiência do processo reduzi-la, o
acréscimo na dosagem nem sempre significa uma maior taxa de adsorsão.
55
Referências Bibliográficas
Allen, L.H., 2002. Supplement: Forging Effective Strategies to Combat Iron Deficiency, Journal of
Nutrition, The American Society for Nutritional Sciences, 132, pp.813-
819.xx
Al-Ghouti, M.A., Da’ana, D.A., (2020) Guidelines for the use and interpretation of adsorption
isotherm models: A review. J. Hazard. Mater. , 393, 122383.
Amin, N., Kaneco, S., Katagawa, T,. Begum, A., Katsuma, H,.Suzuki, T., and Ohta,K.,(2006)
“Removal of arsenic in aqueous solutions by adsorption onto waste rice husk,’’ Industrial and
Engineering Chemistry Research,vol.45,pp.8105–8110
Englehardt, J,D., Wu,T.,and Tchobanoglous, G.,(2013) “Urban net-zero water treatment and
mineralization: Experiments, modeling, and design,” Water Research. Elsevier Ltd, vol.47,
pp.4680–4691
Andreia, F., Teixeira p., (2017) Biossorventes de baixo custo para remover contaminantes
inorgânicos prioritários de águas, Departamento de químic, tese de Mestrado, Aveiro
Förstner, U., & Wittmann, G,T. (2012) Metal pollution in the aquatic environment. Springer
Science & Business Media.
Bhutiani, R., Kulkarni, D.B., Khanna, D.R. and Gautam, A., 2016. Water quality, pollution source
apportionment and health risk assessment of heavy metals in groundwater of an industrial area in
North India. Exposure and Health, 8(1), pp.3-18.
Côté, P., Siverns, S., &Monti, S.,(2005) “Comparison of membrane-based solutions for water
reclamation and desalination,” Desalination,vol.182,pp.251–257
Davis JA, Volesky B, Vierra RHSF (2000). Sargassum seaweed as biosorbent for heavy metals.
Water Res. 34 (17): 4270-4278
Da Fonseca, M.G., de Oliveira, M.M. and Arakaki, L.N.,(2006). Removal of cadmium, zinc,
manganese and chromium cations from aqueous solution by a clay mineral. Journal of Hazardous
Materials, 137(1), pp.288-292.
De Freitas, G.R.; da Silva, M.G.C.; Vieira, M.G.A., (2019) Biosorption technology for removal of
toxic metals: A review of commercial biosorbents and patents. Environ. Sci. Pollut. Res. , 26,
19097–19118.
Dias, M.A., Lacerda, I.C.A., Pimentel, P.F., De Castro, H.F. and Rosa, C.A., 2002. Removal of
heavy metals by an Aspergillus terreus strain immobilized in a polyurethane matrix. Letters in
Applied Microbiology, 34(1), pp.46-50.
56
Duruibe, J.O., Ogwuegbu, M.O.C. and Egwurugwu, J.N., 2007. Heavy metal pollution and human
biotoxic effects. International Journal of Physical Sciences, 2(5), pp.112-118.
Fabre, E., Vale, C., Pereira, E., Silva, C. M., (2019) Experimental Measurement and Modeling of
Hg(II) Removal from Aqueous Solutions Using Eucalyptus globulus Bark: Effect of pH, Salinity and
Biosorbent Dosage
Fato, F.P.; Li, D.-W.; Zhao, L.-J.; Qiu, K.; Long, Y,T., (2019) Simultaneous Removal of Multiple
Heavy Metal Ions from River Water Using Ultrafine Mesoporous Magnetite Nanoparticles. ACS
Omega, 4, 7543–7549.
Flórez, E, C., Alonso, S., & Gallo, C., (2019) "Technologies applicable to the removal of heavy
metals from landfill leachate" Institute of Minerals and Materials Technology, Bhubaneswar
Förstner, U. and Wittmann, G.T., 2012. Metal pollution in the aquatic environment. Springer
Science & Business Media.
Fu, F. & Wang, Q., 2011) Removal of heavy metal ions from wastewaters: A review, Journal of
Environmental Management. Elsevier Ltd, vol.92, pp.407–418
Galadima, A. and Garba, Z.N., 2012. Heavy metals pollution in Nigeria: causes and
consequences. Elixir Pollution, 45(2012), pp.7917-7922.
Ghodbane,I. Nouri, I. Hamdaoui O. Chiha,M., (2008) kinetic and equilibrium study for the sorption
of cadmium(ii) ions from aqueous phase by eucalyptus bark, j. Hazard. Mater., 152, 148 – 158.
Gunatilake,S ,K.,(2015) Methods of Removing Heavy Metals from Industrial Wastewater, vol.1,
pp.12–18,
Hänsch, R. and Mendel, R.R., 2009. Physiological functions of mineral micronutrients (Cu, Zn, Mn,
Fe, Ni, Mo, B, Cl). Current opinion in plant biology, 12(3), pp.259-266.
Igwe, J.I., Abia, A., (2006) A bioseparation process for removing heavy metals from waste water
using biosorbents, University of Port-Harcourt, Nigeria
Jawed, A.; Saxena, V.; Pandey, L.M., (2020) Engineered nanomaterials and their surface
functionalization for the removal of heavy metals: A review. J. Water Process. Eng. , 33, 101009
Jorgensen, T,C., (2002) “Removal of ammonia from wastewater by ion exchange in the presence of
organic compounds,” MSc. thesis, Department of Chemical and Process Engineering, University of
Canterbury, Christchurch, New Zealand’, Graduate Theses and Dissertations
Joshi, C.N., (2017) “Heavy metals, conventional methods for heavy metal removal, biosorption and
the development of low-cost adsorbent,” European Journal of Pharmaceutical and Medical
Research, vol.4,pp.388–393,
57
Kadirvelu, K. and Namasivayam, C., 2003. Activated carbon from coconut coirpith as metal
7(2), pp.471-478
Kadirvelu, K., Thamaraiselvi, K. and Namasivayam, C., 2001. Removal of heavy metals from
industrial wastewaters by adsorption onto activated carbon prepared from an agricultural solid
waste. Bioresource Technology, 76(1), pp.63-65.
Kaizer, A. and Osakwe, S., (2010) Physicochemical Characteristics and Heavy Metal Levels in
Water Samples from Five River Systems in Delta State, Nigeria. Journal of Applied Sciences and
Environmental Management
Kim, M., Um, H, J., Bang, S,B., Lee, S, H., Oh, S.J., Han, J,H., Kim,K., Min, W, J., & Kim,Y, H.,
(2009) “Arsenic removal from Vietnamese groundwater using the arsenic-binding DNA aptamer,”
Environ Sci-Technol,vol.43,pp.1–13
Krishna, D. and Sree, R.P., 2013. Response surface modeling and optimization of chromium
(VI) removal from waste water using custard apple peel powder. Walailak Journal of Science
and Technology (WJST), 11(6), pp.489-496.
Martens, D.C. and Westermann, D.T., 1991. Fertilizer application for correcting micronutrient
deficiencies.
Mashangwa,T., (2019) An investigation into the efficacy of eggshells as a low cost adsorbent for the
removal of potentially toxic inorganic elements from aqueous solutions. Cape town
Mokokwe, G. Mpodi,E. Makoi, T., (2021) Chromium Adsorptive Removal From Industrial
Wastewater Using Various Reactive Media, Botswana International University of Science
&Technology, Palapye
Motitswe, M,G., Badmus, K, O., & Khotseng, L,.(2022) Development of Adsorptive Materials for
Selective Removal of Toxic Metals in Wastewater: Chemistry Department, University of the Western
Cape
Monni, S., Salemaa, M. and Millar, N., 2000. The tolerance of Empetrum nigrum to copper and
nickel. Environmental Pollution, 109(2), pp.221-229.
Nagajyoti, P.C., Lee, K.D., Sreekanth, T.V.M., (2010) Heavy metals, occurrence and toxicity for
plants: a review. Environmental Chemistry Letters
Singha, B., & Das, S, K. (2011) Biosorption of Cr (VI) ions from aqueous solutions: Kinetics,
equilibrium, thermodynamics and desorption studies,’’ Colloids and Surfaces B: Biointerfaces.
Elsevier B.V, vol. 84, pp.221–232,
58
Tariq, S.R., Shafiq, M. and Chotana, G.A., 2016. Distribution of Heavy Metals in the Soils
Associated with the Commonly Used Pesticides in Cotton Fields. Scientifica, Abbas.
Taiwo, A.M., Adeogun, A.O., Olatunde, K.A. and Adegbite, K.I., (2011)Analysis of
groundwater quality of hand-dug wells in peri-urban area of Obantoko, Abeokuta, Nigeria for
selected physico-chemical parameters. Pacific Journal of. Science and Technology
Tripathi, A.; Rawat Ranjan, M., (2015) Heavy Metal Removal from Wastewater Using Low Cost
Adsorbents. J. Bioremediat. Biodegrad., 6, 315.
Trivunac, K., & Stevanovic, S.,(2006) “Removal of heavy metal ions from water by complexation-
assisted ultrafiltration,”Chemosphere,vol.64,pp.486–491,
Ugwu, E.I.; Tursunov, O.; Kodirov, D.; Shaker, L.M.; Al-Amiery, A.A.; Yangibaeva, I.; Shavkarov,
F., 2020 Adsorption mechanisms for heavy metal removal using low cost adsorbents: A review. IOP
Conf. Ser. Earth Environ. Sci.
Volesky, B., & Naja, G., 2007. Biosorption technology: starting up an enterprise. International
Journal of Technology Transfer and Commercialisation, 6(2-4), pp.196-211.
Gunatilake, S, K.,(2015) “Methods of Removing Heavy Metals from Industrial Wastewater,” vol.1,
pp.12–18,
Wang, L., Chen, Z., Yang, J. and Ma, F., 2013. Pb(II) Biosorption by Compound Bioflocculant:
Performance and Mechanism. Desalination and Water Treatment, 1-9.
Outras referencias
59
Anexo A Quadro referente a Biotoxidade e Bioimportância dos metais pesados
1. Biotoxidade e Bioimportância dos metais pesados
-Elevados de insulina
circulante, glicose;
Comprometimento total da
imunológica;
-Mutagénico
-Carcinogénico
-insuficiência respiratória
60
adrenalina e glicose, câncer de pulmão, sulfato de cobre,
hormônios, lipídeos e
membrana celular. Bronquite crónica, Galvanoplastia,
dermatite, asma crónica. metal não ferroso,
Melhora a resistência óssea mineração
Pode desempenhar um papel na O envenenamento agudo
produção de glóbulos de ni (ii) causa falta de ar,
vermelhos em organismos respiração rápida e cianose
vivos. É um constituinte da
enzima urease, que é crucial
para o funcionamento eficaz da
enzima e, desta forma, para a
boa saúde dos animais
61
mono e dioxigenase e de pulmonares, cancerígeno, enlatamento
enzimas que participam da
remoção dos radicais Mutagênico, teratogênico Indústria
superóxido Hemorragia gastrintestinal,
Essencial principalmente para hematúria, hemólise
o sistema imunológico intravascular,
metahemoglobinemia,
toxicidade hepatocelular,
insuficiência renal aguda e
oligúria sinalizam
toxicidade ao cu.
Anexo B Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e seus riscos para a saúde
publica
Parte A - Para a água tratada destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de
abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou navios cisternas, ou utilizada numa
empresa da indústria alimentar.
1 - Parâmetros microbiológicos
admissível
62
Vibrio cholerae Ausente 1000 ml Doenças
Gastrointestinais
Sabor Insípido
3-Parâmetros químicos
63
Bário 0,7 mg/l Vasconstricao e doenças
cardiovasculares
64
Mercúrio 0,001 mg/l Distúrbios reunais e
neurológicos
Parte B- Para a água destinada ao consumo humano fornecida por fontes de abastecimento público
sem tratamento
admissível
65
N.°de colónias/ 100 ml
N.° de colónias/100 ml
Cor 15 TCU
Cheiro Inodor
PH 6,5-8,5
Sabor Insípido
Turvação 5 NTU
3-Parâmetros químicos
66
Arsénico 0,01 mg/l
Cálcio 50 mg/l
Magnésio 50 mg/l
67
Molibdenio 0,07 mg/l
Nitrato 50 mg/l
68