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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Curso de Engenharia de Processamento Mineral

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO PRE-SCALP DMC ATRAVÉS DA


AVALIAÇÃO DO TEOR DE CINZAS DO REJEITO, ESTUDO DO
CASO DA EMPRESA JINDAL AFRICA

DE:

HANIFA RIBEIRO CASSAMO

TETE,Abril 2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Curso de Engenharia de Processamento Mineral

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO PRE-SCALP DMC ATRAVÉS DA


AVALIAÇÃO DO TEOR DE CINZAS DO REJEITO, ESTUDO DO
CASO DA EMPRESA JINDAL AFRICA

DE:

HANIFA RIBEIRO CASSAMO

Monografia apresentada à Comissão avaliadora da


Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e
Mineralogia da Universidade Católica de
Moçambiquecomo exigência parcial para a obtenção
do grau de Licenciatura em Engenharia de
Processamento Mineral, sob orientação do Eng.
Paulo Saize.

TETE, Abril 2021


I. DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE

Declaro, por minha honra, que a presente monografia é o resultado do trabalho por mim
realizado, fruto da investigação individual com a orientação do meu supervisor em 2021.
Declaro ainda que este trabalho é original e obedece todas as regras metodológicas universais
e específicas em vigor na Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia da
Universidade Católica de Moçambique.
Declaro, por fim, que este trabalho nunca foi apresentado em alguma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico e, por isso, nenhuma parte deste trabalho pode ou
poderá ser reproduzida sem a autorização do autor ou da Universidade Católica de
Moçambique.

Tete,aos12 de Abril de 2021

O Estudante

__________________________________

(Hanifa Ribeiro Cassamo)

O Supervisor

___________________________________

(Paulo Saize)

I
II. DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Allah, por ser


essencial em minha vida, autor do meu destino, meu
guia e meu socorro na hora da angústia, ao Faizal A.
Mussá, a Aissa I.R. Cassamo e ao Kiandro R. Cassamo,
que com muito carinho e amor incondicional durante
todo o percursoacadémico não mediram esforços para
que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
II
Essa vitória é nossa

III. AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à Allah (Deus), pela saúde, força e coragem nesta longa
caminhada, pelas condições e oportunidades que encontrei pelo caminho e determinação para
alcançar o objectivo almejado.

Aos meus pais Isaac Cassamo e Isabel D.J. Ribeiro, pelos ensinamentos da vida, pelo carinho
e amor incondicional, principalmente por acreditarem e confiarem nas minhas capacidades.

Ao meu parceiro FaizalAlyMussa e a minha irmã Aissa Isabel Ribeiro Cassamo, que sempre
me ampararam nos diversos obstáculos dessa longa caminhada, e, acreditaram em mim
quando nem eu mais acreditava.

Ao meu filho KiandroRianneCassamo, peço desculpa pelo sofrimento causado devido as


horas de ausência e por falta da merecida atenção, agradeço-te filho pois mesmo distante
deste-me forças para continuar.

À toda minha família em geral, pela capacidade de acreditar е apostar em mim. Em especial
aos meus irmãos Jossub T.R. Cassamo, Aissa I.R. Cassamo e Isaac Cassamo Júnior, aos meus
sobrinhos RayuKarimoCassamo, Aylton C. Bento e Caio C. Bento, e aos que não mencionei
que sempre tiveram fé em mim e nas minhas capacidades e sempre me incentivaram a seguir
os meus sonhos.

A Mota-Engil em especial ao Engenheiro Acácio Pereira pois esse percurso teve inicio devido
a confiança em mim depositada, ao Engenheiro Ricardo Ribeiro e ao Paulo Silva, que
sustentaram o meu trabalho contribuindo para o meu crescimento pessoal e profissional, me
auxiliando a superar as barreias dessa trajectória e acima de tudo a confiança em mim
depositada.

A UCM-FAGRENM pela formação, e na disponibilização de livros, laboratório, aulas


práticas, e melhores condições de aprendizagem.

Aos docentes da UCM – FAGRENM pela colaboração e esforço na minha formação e que
durante muito tempo me ensinaram e mostraram o quanto estudar é bom.

III
Um especial agradecimento a todos os Docentes que juntos andamos de mãos dadas e foram a
minha melhor companhia, em particular aos supervisores MCs Leandro Peres que me
encaminhou ao longo do desenvolvimento do estágio e Eng. Paulo Saize, pela orientação na
realização desta Monografia.

Um agradecimento caloroso aos colegas da turma pelo incentivo e pelo apoio constante,
agracio ate pelas divergências que tivemos nesta longa estrada pois foi devido a grande
cumplicidade que hoje chegamos a meta final, em especial aos colegas Augusto Pedro e
Milvan Boaventura pois nesse percurso os tive como irmãos de todos os momentos não havia
dificuldade que não fosse superada e tristeza que prevalece em vocês encontrei
companheirismo, ao Amadeu José Tomás e ao Robate que foram muito importantes e sempre
estiveram presentes no momento do fim do curso o meu trabalho de estagio e monografia só
foi possível graças a vocês.

IV
IV. EPÍGRAFE

“A imaginação é mais importante que a ciência,


porque a ciência é limitada, ao passo que a
imaginação abrange o mundo inteiro”.
(Albert Einstein)

V
V. RESUMO

Único parágrafo, num máximo de 300 palavras, espaçamento simples.

Palavras-chave:(mínimo três e máximo cinco)

VI
VI.ABSTRAC

VII
VII. ÍNDICE GERAL

I. DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE...............................................................................I

II. DEDICATÓRIA....................................................................................................................II

III. AGRADECIMENTOS.......................................................................................................III

IV. EPÍGRAFE..........................................................................................................................V

V. RESUMO.............................................................................................................................VI

VI. ABSTRAC........................................................................................................................VII

VII. ÍNDICE GERAL............................................................................................................VIII

VIII. ÍNDICE DE FIGURAS...................................................................................................IX

IX. ÍNDICE DE TABELAS.......................................................................................................X

X. ÍNDICE DE GRÁFICOS.....................................................................................................XI

XI. LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS.............................................................XII

XII. GLOSSÁRIO..................................................................................................................XIII

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO................................................................................................1

1.1.Contextualização...............................................................................................................1

1.2. Justificativa.......................................................................................................................1

1.3 Objectivos..........................................................................................................................1

1.3.1 Objectivo Geral...........................................................................................................1

1.3.2.Objectivos Específicos...............................................................................................1

1.4. Problemática e questão- problema...................................................................................2

1.5. Hipótese............................................................................................................................2

1.6.Relevância da investigação...............................................................................................3

1.6.1. Relevância académica................................................................................................3

1.6.2. Relevância social.......................................................................................................3

VIII
1.6.3. Relevância pessoal.....................................................................................................3

1.7.Estrutura da monografia....................................................................................................3

CAPÍTULO II. CARACTERIZAÇÃO FISÍCO-GEOGRÁFICA E GEOLOGICA DA...........4

2.1. Breve introdução..............................................................................................................4

2.1.1. Localização geográfica do Distrito de Changara.......................................................4

2.1.2. Hidrologia e Clima....................................................................................................5

2.1.3. Geomorfologia e Solos..............................................................................................5

2.1.4. Fauna e vegetação......................................................................................................6

2.1.5. População, vias de acesso e comunicação.................................................................6

2.1.6. Geologia da região.....................................................................................................7

CAPÍTULO III: REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................8

3.1. Breve introdução..............................................................................................................8

3.2.Separação em meio denso.................................................................................................8

3.2.1.Tipos de meio denso...................................................................................................8

3.3. Eficiência........................................................................................................................14

3.3.1. Eficiência do ciclone em meio-denso......................................................................14

3.4. Eficiência de separação..................................................................................................16

3.4.1. Grau de eficiência....................................................................................................17

3.4.2. Densidade de separação (50)...............................................................................18

CAPÍTULO VI: METODOLOGIA DE ESTUDO...................................................................19

4.1. Breve introdução............................................................................................................19

4.2. Tipo de estudo e modelo de análise de dados................................................................19

4.3. Pesquisa bibliográfica....................................................................................................20

4.4. Trabalho de campo.........................................................................................................20

4.4.1. Instrumentos usados................................................................................................20

4.5. Realização dos ensaios...................................................................................................20

4.6. Composição do trabalho final........................................................................................20

IX
4.7. Limitações do estudo......................................................................................................20

CAPITULO V. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS...............................................22

5.1. Breve introdução............................................................................................................22

5.2. Apresentação de dados...................................................................................................22

5.2.1. Procedimento para ensaios de análise granulométrica............................................22

5.2.2. Procedimento para ensaios de análise Imediata dó carvão mineral.........................25

5.3.Análise e interpretação de dados.....................................................................................29

CAPITULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................31

X
VIII. ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1- Mapa de localização da área em estudo......................................................................4
Figura 2- Tambor de meio denso de fabricação WEMCO.......................................................11
Figura 3- Ciclone de meio denso..............................................................................................12
Figura 4-Unidade de dynawhirlpool– DWP.............................................................................13
Figura 5-Curvas de partição relativas a uma separação ideal (esquerda) e real (direita).........17
Figura 6-Curvas de Tromp mostrando os índices de avaliação de desempenho independentes
...................................................................................................................................................18
Figura 7- Imagem dos crivos e o vibrador com crivos.............................................................22
Figura 8 -Nitrogénio; B- Gás Oxigénio e C- Analisador Termogravimetrico (DTG-60).........25

XI
IX. ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1- Analise Granulometrica............................................................................................23
Tabela 2- Análise granulométrica.............................................................................................23
Tabela 3-Ilustração das variáveis para a análise imediata........................................................25
Tabela 4-Teores das análises imediatas....................................................................................26
Tabela 5-Teores das análises imediatas....................................................................................27

XII
X. ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e o material passante
em percentagem........................................................................................................................23
Gráfico 2-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e o material passante
em percentagem........................................................................................................................24
Grafico 3-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e as cinzas................26
Grafico 4-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e as cinzas................27

XIII
XI. LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

XIV
XII. GLOSSÁRIO

XV
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1.Contextualização

Para França, Luz e Sampaio (2010), a mineração é a maior fornecedora de produtos para
uso do homem no seu quotidiano. A obtenção desses produtos está associada aos desafios
em todas as suas adversidades, sejam esses técnicos, ambientais, humanos, dentre outros.
Como resultado surge a necessidade de um aperfeiçoamento contínuo das novas práticas de
mineração e, consequentemente, do processamento de minerais com foco na indústria
mineral.

Para (Lucas, 1981), citado por Braga, Campos,eLuz(2016),a separação em meio denso é
um dos métodos importantes de concentração gravítica aplicado na separação de minerais.
Neste tipo de separação, o meio denso a ser utilizado pode ser constituído de líquidos
orgânicos, soluções de sais inorgânicos ou, ainda, de uma suspensão de sólidos insolúveis
dispersos em água.

1.2. Justificativa.

Os ciclones em meio denso desempenham uma função muito importante no processo de


concentração de carvão mineral, permitindo o aproveitamento de massas de material que
seriam descartados, neste contexto é muito relevante a analise da eficiência dos ciclones de
meio denso para possibilitar a obtenção de conhecimentos inerentes as qualidades e
quantidades do seus produtos e estudar os factores que possam estar ligados a perda de
carvão mineral assim reduzindo as hipóteses de perdas do mesmo. Neste contexto é
importante analisar os factores envolvidos no desempenho do ciclone para evitar a perda
do carvão mineral.

1.3 Objectivos

1.3.1 ObjectivoGeral
 Analisar a eficiência do Pre-scalpDMC da plantaDMS2 de processamento de
carvão mineral da Empresa Jindal África.

1
1.3.2.ObjectivosEspecíficos
 Determinar a eficiência do Pre-scalp DMC para comparar as necessidadesda
empresaJindal África com os resultados experimentais da eficiência global de
separaçcão e perda de carga;
 Avaliar os factores que influenciam na eficiência do ciclone em meio denso;
 Determinar os teores de cinza, humidade, carbono fixo e material volátil do rejeito
de carvão mineral da planta de processamento da empresa Jindal-Africa com base
em análises laboratoriais.

1.4. Problemática e questão- problema

O processamento de carvão mineral consiste na combinação de diversas operações


unitárias com intuito de separar no máximo possível o carvão mineral do rejeito (material
não desejado), para tal, existem vários factores envolvidos para garantir uma boa separação
atendendo às exigências do mercado, e estes precisam de monitoramento adequado de
modo a resultar uma produção de qualidade.O carvão mineral bruto, apresenta uma
diversidade granulométrica o que implica na adequação do método de concentração de
acordo com o tamanho do material, assim, o processamento de carvão mineral compreende
três circuitos para o seu aproveitamento, circuito dos grossos, dos finos e dos ultrafinos.

Com base num estudo feito de análise imediata de carvão mineral da amostra de rejeito do
circuito dos grossos da empresa Jindal Africa, constatou-se uma perda significativa de
carvão mineral, observou-se isso com base nos resultados obtidos durante o estágio, visto
que a empresa requer que no rejeito as cinzas estejam no intervalo de 50 a 60% para ser
descartado, mas, as cinzas encontradas estavam abaixo de 50%. Existem diversos factores
que influenciam no problema de perda significativa de carvão mineral para fluxo do
rejeito. Assim, surge a questão:

Qual é a causa da perda de carvão mineral para fluxo do rejeito do circuito dos grossos da
empresa Jindal Africa?

1.5. Hipótese
O crescimento da demanda faz com que concentradores sejam alimentados com minérios
mais complexos e mais pobres, consequentemente mais difíceis de tratar. O

2
aproveitamento desses minérios requer métodos de tratamento mais elaborados o que
implica em maiores custos operacionais e redução da margem de lucro das empresas. O
investimento em pesquisa mostra-se fundamental para assegurar a eficiência do Pre-
scalpDMC da planta de processamento de carvão mineral da empresa Jindal África, de
modo a garantir a sua produtividade e a evitar perdas do carvão mineral. Portanto:

A. Suspeita-se que a perda surja pelos diversos factores que influenciam na eficiência
do ciclone de meio denso.

1.6.Relevância da investigação

1.6.1. Relevância académica

Durante as aulas adquiri conhecimentos científicos, a partir dos quais pude conceber
conhecimentos mais compactos para intender e interpretar problemas existentes durante
o processamento do carvão mineral e interpretar o funcionamento pleno dos
equipamentos usados no processo, visto que o ciclone em meio denso tem uma
dinâmica bastante complexa e possui diversas variáveis que afectam a separação, o
estudo em causa será de grande auxílio para a consolidação dos conhecimentos
anteriormente adquiridos.

1.6.2. Relevância social

A província de Tete, é muito privilegiada com recursos minerais de elevado valor. A maior
reserva de carvão mineral em Moçambique, se encontra localizada no distrito de Moatize e
Changara na província de Tete, assim sendo constitui relevância o aproveitamento
máximopossível e sustentável deste recurso com vista a explora-lo evitando o maior nível
de descarte do material de valor económico e injectando grandes receitas ao estado que a
mesma originara um grande desenvolvimento socioeconómico da província e do pais.

1.6.3. Relevância pessoal

Considerando as variáveis de conhecimento científico na ausência de conhecimentos


práticos, neste trabalho será desenvolvido uma mentalidade que será de grande importância
a nível profissional, a principal relevância deste estudo é a consolidação dos

3
conhecimentos obtidos durante a carreira estudantil possibilitando a resolução de
problemas na área de processamento mineral.

1.7.Estrutura da monografia

4
CAPÍTULO II. CARACTERIZAÇÃO FISÍCO-GEOGRÁFICA E GEOLOGICA
DAÁREA EM ESTUDO

2.1. Breve introdução

O presente capítulo faz uma abordagem descritiva inerente as características físicas da


região em estudo, no que concerne a hidrogeologia, clima, hidrografia, flora, vias de
acesso, os jazigos e ocorrências minerais e o enquadramento geológico da região em
estudo.

2.1.1. Localização geográfica do Distrito de Changara

O distrito de Changara está localizado a sul do rio Zambeze, com a Sede-Luenha a 96 Km


da cidade capital da província, confinando a Norte com os distritos de Cahora Bassa,
Chiúta, Moatize e cidade de Tete; a Este com a República do Zimbabwe e distritos de
Mágoè e Cahora Bassa e a Sul com a província de Manica através do rio Luenha.

A superfície do distrito1 é de 6.640 km 2 e a sua população está estimada em 184 mil


habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 27,7
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 228 mil habitantes. MAE,
(2014)

5
Figura 1- Mapa de localização da área em estudo

Fonte: MAE, (2014).

A empresa JSPL (JindalSteel&PowerLimited) localiza se a uma distância de 96 km a partir


da cidade de Tete, tendo como ponto de partida na bomba Petrotete do Steia, estrada essa
que da acesso a sede de Chitima e a vila do Songo onde está localizada a Hidroeléctrica de
Cahora-Bassa, concretamente nos arredores das comunidades de Nhantsanga, e de
Chirodzi, na estrada nacional (N301) que liga á estrada nacional N7 dando acesso a
República do Zimbabwe e a República do Malawi, passando pela cidade de Tete e outras
estradas secundárias e terciárias que ligam as sedes dos distritos e os seus postos
administrativos.

2.1.2. Hidrologia e Clima

O clima é predominantemente do tipo “Seco de Estepe com Inverno Seco – BSw”


(classificação de Köppen), com duas estações distintas, a estação chuvosa (muito curta) e a
seca (muito longa) MAE, (2014).

A precipitação média anual na estação mais próxima (cidade de Tete) é cerca de 644 mm,
enquanto a evapotranspiração potencial média anual está na ordem de 1.626 mm. A maior
queda pluviométrica ocorre sobretudo no período compreendido entre Dezembro de um

6
ano a Fevereiro do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição,
quer durante o ano, quer de ano para ano, e a temperatura média está na ordem dos 26.5ºC.
As médias anuais máxima e mínima são de 32.5 e 20.5ºC, respectivamente MAE, (2014).

A temperatura elevada agrava consideravelmente as condições de fraca precipitação nestas


regiões provocando deficiências de água para o crescimento normal das plantas (culturas).

2.1.3. Geomorfologia e Solos

Geomorfologicamente o distrito ocorre parcialmente no vasto Complexo Gnaisso-


Granitico do Moçambique Belt onde sobressaem em forma de “Inselbergs” as rochas
intrusivas do Pós-Karroo. Destas geoformas de terreno resultam vários agrupamentos de
solos destacando-se os seguintes: solos castanho-acinzentados, castanho-avermelhados de
textura média e os argilosos vermelhos derivados de rochas calcárias de profundidade
moderada, e ao longo das linhas de drenagem, ocorrem solos mais recentes – os
aluvionaresde texturas média a fina ou simplesmente de textura estratificada MAE,(2014).

7
2.1.4. Fauna e vegetação

Existem no distrito três principais tipos de vegetação natural ainda pouco explorados,
nomeadamente: Floresta mista de Combretúm, Mopane e Embondeiro, aberta de Ziziphu; e
Seminatural MAE,(2014).

A exploração das florestas é feita pelos habitantes das zonas rurais que aproveitam o
combustível lenhoso para o uso doméstico e, também, por madeireiros nacionais e
estrangeiros no corte de madeira, na sua maioria ilegais. Todavia, não há informação que
alerte para a possível extinção de alguma espécie florestal.

O Posto Administrativo de Chioco é o que detém a maior parte de recursos minerais e


florestais, seguido de Marara e Luenha, que apresentam um grande potencial de Chanfuta,
Monzo, Chanato, Umbila e o Pau-ferro, por sinal as espécies mais procuradas, tanto no
mercado nacional como no internacional MAE,(2014).

Changara possui uma importante fauna-bravia constituída por várias espécies de animais
de grande, médio e pequeno portes, nomeadamente: Elefantes, Hipopótamos, Búfalos,
Leopardos, Rinocerontes, Leões, Cudos, Zebras, Pala-Palas, Hienas, Porco-Espinhos,
Macacos, Cabritos do mato e Crocodilos.

Grande parte desta riqueza localiza-se no Posto Administrativo de Chioco, região do


distrito onde ocorrem frequentemente conflitos Homem-animal. O Governo Distrital
alocou armas de fogo nessas zonas, como meio de defesa de pessoas e bens MAE,(2014).

2.1.5. População, vias de acesso e comunicação

A superfície do distrito3 é de 6.640km2 e a sua população está estimada em 184


milhabitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de
27,7hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 228 mil habitantes MAE,
(2014).
A região é atravessada pela Estrada Nacional (EN258), que liga a Cidade de Tete, a Vila
do Songo.

8
A região, está ligada ao resto do mundo através das redes de telefonia móvel, tais como:

 Rede de telefonia móvel Moçambique Celular (Mcel)


 Rede de telefonia móvel Vodacom
 Rede de telefonia móvel Movitel

2.1.6. Geologia da região

A região em estudo é formada pela série gabro-anortítica do complexo ígneo de Tete no


Cretácico (Cretácico Sedimentar Inferior), onde há deposição dos sedimentos grosseiros no
Graben do Zambeze. Fazem parte dos depósitos continentais que durante o intervalo de
tempo compreendido entre o Carbónica Superior e Triásico Superior se acumulam no
continente Gondwana, onde atingiram uma potência superior a 7000m. Estes depósitos que
iniciaram por formações do tipo glacial têm larga representação em Moçambique no vale
do rio Zambeze – Tete. Aos sedimentos glaciares sobrepõe-se a espessura da fácies
Continentais, com muitos restos vegetais e por vezes com importantes camadas de hulhas
interestratificadas (MECONHA E SANDICAL, 2008, pág.10).

9
CAPÍTULO III: REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Breve introdução

Este capítulo é inerente a fundamentação teórica que cinge-se na descrição de teorias


inerentes a amostragem e análises imediatas do carvão mineral, seus tipos, o processo de
amostragem, assim como os estudos inerentes a eficiência dos ciclones.

3.2.Separação em meio denso

O processo de separação em meio denso (heavy media separation) possui elevada


eficiência, mesmo considerando a sua limitada faixa granulométrica de aplicação. A
principal aplicação deste processo consiste na eliminação de parte da ganga após britagem,
realizando uma pré-concentração com o objetivo de reduzir os custos do tratamento
posterior. Além disso, esses processos são também aplicados na obtenção de concentrado
final, adequado ao tratamento metalúrgico (minerais metálicos) ou diretamente para
consumo (carvão).
Segundo Aquino, Braga eOliveira (2007), a concentração em meio denso consiste na
separação dos minerais de diferentes densidades contidos em um dado minério, através de
um meio com densidade intermediária à dos minerais, de forma que os minerais com
densidade inferior ao meio flutuem e aqueles com densidade superior afundem. O princípio
é, portanto, muito simples e pode ser ilustrado com o seguinte exemplo: uma mistura de
galena (d = 7,5 g/cm3), fluorita (d = 3,18 g/cm3), calcita (d = 2,72 g/cm3) e quartzo (d =
2,65 g/cm3) colocada em um meio com densidade 2,9 g/cm3 nos fornecerá uma fração
flutuada constituída de calcita e quartzo e outra afundada contendo galena e fluorita.

3.2.1.Tipos de meio denso

Segundo Aquino, Braga eOliveira (2007), para separação dos minerais podem ser
utilizados os seguintes tipos de meio denso:

i. Soluções aquosas de sais inorgânicos;


ii. Líquidos orgânicos;
iii. Suspensões de sólidos em água.

10
3.2.1.1.Soluções Aquosas de Sais Inorgânicos

As primeiras aplicações dos processos de separação em meio denso foram realizadas com
soluções aquosas de sais inorgânicos, para purificação de carvão, tais como os Processos
Lessing, Bertrand e Belknap. Os principais sais inorgânicos utilizados foram: cloreto de
cálcio (CaCl2) e cloreto de zinco (ZnCl2) Aquino, Braga eOliveira (2007).

3.2.1.2.Líquidos Orgânicos

Segundo Aquino, Braga eOliveira (2007), os líquidos orgânicos são comumente utilizados
em laboratório, para estudos preliminares de concentração e determinação do grau de
liberação dos minerais que compõem um minério. Esses líquidos são tóxicos, corrosivos,
possuem baixa pressão de vapor e, consequentemente, provocam grandes perdas por
volatilização e, por isso, não são usados industrialmente.

3.2.1.3.Suspensões de Sólidos em Água

Os meios densos utilizados industrialmente são preparados segundo uma suspensão aquosa
de sólidos finamente moídos que têm as seguintes propriedades:

Densidade relativamente alta – a fim de obter uma polpa com densidade suficiente à
separação dos minerais mais pesados;

Friabilidade – o suficiente para moagem dos sólidos a uma granulometria fina e, portanto,
permaneçam em suspensão;

Resistência à abrasão – para minimizar a geração de partículas coloidais e, portanto, de


difícil recuperação no circuito;

Fácil recuperação dos finos de minério retidos na polpa de meio denso – estes finos
prejudicam a separação dos minerais pelo aumento da viscosidade da polpa de meio denso.

11
Os sólidos que preenchem todos ou a maioria dos requisitos mencionados e, portanto, os
mais usados industrialmente são: magnetita, ferro-silício e galena.

Atualmente, a galena tem a sua aplicação restrita a poucas instalações industriais, em


decorrência da sua recuperação por flotação ser baixa, devido ao excesso de finos
produzidos na moagem. Isto resulta em perda do meio denso (galena) e,
consequentemente, variação na densidade da polpa. Em função dessas dificuldades a
galena, foi substituída pela magnetita e ferro-silício, como meio denso.

O principal avanço na aplicação dos meios densos ferrosos foi a possibilidade de sua
separação dos finos do minério, por meio do processo de separação magnética.
Considerando que a magnetita tem uma densidade de 5,0 a 5,2 g/cm3, permitindo a
obtenção de uma polpa com densidade máxima de 2,5 g/cm3, sua utilização como meio
denso fica restrita apenas à separaçãode minerais de baixa densidade, tais como: grafita,
gipsita e, principalmente, carvão (Aplan, 1985).

3.2.2. Aplicação do processo de meio denso

Segundo Aquino, Braga eOliveira (2007), embora o princípio de separação por meio denso
seja bastante simples, sua aplicação em escala industrial depende de uma série de fatores
de ordem tecnológica e áximor. Os principais fatores tecnológicos dependem
principalmente das características mineralógicas do minério, como a seguir.

3.2.2.1. Diferença de Densidade

De uma maneira geral, pode-se dizer que, quanto maior a diferença entre as densidades dos
minerais útil e de ganga, melhor é a separação. No entanto, é possível a separação de
minerais que tenham uma diferença de densidade de apenas 0,2 unidades. Esta diferença é
inferior à necessária para separação em operações de concentração gravítica, como a
jigagem, permitindo a concentração de maneira mais eficiente, por meio denso, de todos os
minerais que possam ser separados por jiguesAquino, Braga eOliveira (2007).

12
3.2.2.2. Granulometria de Liberação

Para a concentração em meio denso, os minerais úteis devem estar liberados dos minerais
da ganga em uma granulometria acima de (0,3 mm) 48 malhas, tamanho limite para
obtenção de um bom desempenho na separação por este processo. Em função disso, pode-
se afirmar que a separação em meio denso somente é possível quando os minerais úteis não
estão disseminados na rocha, Aquino, Braga eOliveira (2007).

3.2.2.3. Densidade do Meio


Segundo Aquino, Braga eOliveira (2007), as suspensões de meio denso atualmente
utilizadas na concentração de minerais abrangem uma faixa de densidade entre 1,25 e 3,40
g/cm3. Esta faixa de densidade pode ser obtida utilizando suspensões de magnetita, mistura
de magnetita com ferro-silício e ferro-silício puro. A magnetita é utilizada para suspensões
com densidade máxima de 2,2 g/cm3, a mistura de magnetita com ferro-silício para a faixa
de densidade de 2,2 a 2,9 g/cm3 e ferro-silício puro para suspensões com densidade de 2,9
a 3,4 g/cm3.

3.2.3. Equipamentos de separação

Segundo Sampaio e Tavares (2005), considerando a diversidade de aplicações do processo


de separação por meio denso, foi desenvolvido um grande número de equipamentos por
diferentes fabricantes. A seguir estão descritos os principais equipamentos utilizados na
indústria mineral.

3.2.3.1. Tambor

Existem vários tipos de tambor de meio denso, tais como: WEMCO, HARDINGE,
DREWBOY e HEBERADSCHEIDER. No entanto, o princípio de separação desses
tambores é semelhante, por isso será analisado apenas o tambor do tipo WEMCO, Aquino,
Braga eOliveira (2007).

Conforme consta na Figura 2, este tipo de separador é constituído de um tambor, no qual o


minério e a polpa de meio denso são alimentados separadamente. As partículas de minério
de densidade superior à da polpa de meio denso afundam e são transportadas pelo
movimento giratório do tambor, da parte inferior para a superior, através de placas
13
inclinadas e perfuradas, fixadas na superfície interna do tambor. Ao atingir a parte superior
do tambor, este material desprende-se e cai sobre uma calha, quedescarrega, com ajuda de
um fluxo de meio denso, a fração de material afundado, Aquino, Braga eOliveira (2007).

Por outro lado, as partículas dos minerais leves, com densidade inferior à do meio denso,
flutuam e são arrastadas do tambor pelo próprio meio.

Figura 2- Tambor de meio denso de fabricação WEMCO

Fonte: Aquino, Braga eOliveira (2007).

3.2.3.2. Ciclone de Meio Denso


O primeiro ciclone foi patenteado em 1891 e sua utilização industrial foi consolidada
apenas após a segunda guerra mundial em indústrias minerais (KAIPRECH áxim., 2005).

Segundo Kaiprechet al. (2005), a grande aplicabilidade dos ciclones está principalmente
direcionada à indústria de extração e processamento mineral, compreendendo tanto a
separação sólido-líquido quanto a separação de partículas por diferença de tamanho ou
massa específica.

A introdução massiva de ciclones em circuitos de moagens e classificação se deu, de fato,


nas décadas de 1960 a 1980 (SILVA, 1989).

Para Aquino, Braga eOliveira (2007), o ciclone de meio denso, conforme a Figura, é
idêntico a um hidrociclone e, portanto, constituído de uma parte cilíndrica e outra áximo.
Esses equipamentos são fabricados com diâmetros de 350 a 750 mm, e sua capacidade de
processamento vária de 50 a 200 t/h, podendo alcançar até 800 t/h com a utilização de

14
módulos múltiplos. Operam com pressões de 6,0 a 20,0 lb/pol2, sendo a faixa mais
adequada entre 14 e 15 lb/pol2. O minério pode ser alimentado na faixa granulométrica
compreendida entre 50,0 e 0,5 mm. Entretanto, a faixa de tamanho mais adequada é de
20,0 a 0,5 mm.

Figura 3- Ciclone de meio denso.

Fonte: Aquino, Braga eOliveira (2007).

Para separação das partículas minerais, a mistura de meio denso e minério é alimentada
tangencialmente na seção cilíndrica. As partículas leves, flutuadas, movem-se em direção
ao eixo longitudinal do ciclone e são arrastadas pelo vórtice formado em seu centro para o
orifício de saída na extremidade superior (overflow). As partículas pesadas, afundadas,
movem-se num vórtice formado ao longo da parede áximo até o orifício de saída na sua
extremidade inferior (underflow),Aquino, Braga eOliveira (2007).

3.2.3.3. Dynawhirlpool

O equipamento, conforme mostrado na Figura 4, consiste essencialmente de um cilindro de


comprimento e diâmetro definidos, aberto nas extremidades e com dois tubos laterais. O
DWP é usualmente instalado com uma inclinação do cilindro da ordem de 25º na
separação de minérios e de 15º para carvão, Aquino, Braga eOliveira (2007).

15
Segundo Sampaio e Tavares (2005), o minério é alimentado na parte superior do aparelho
(1) com um pouco do meio denso desviada da tubulação principal para facilitar o
escoamento do material. A maior parte do meio denso é alimentada, sob pressão,
tangencialmente ao cilindro pela abertura (2). O movimento ascendente do meio denso
produz um vórtice ao longo do cilindro, criando um gradiente de densidade na direção da
descarga do material afundado e da parede do cilindro.

Para Aquino, Braga eOliveira (2007), a separação do material ocorre ao longo da face
interna do vórtice. As partículas de minério flutuadas deslizam para baixo pela face interna
do vórtice e são descarregadas numacâmara de expansão acoplada na abertura (3). Por
outro lado, as partículas de minério afundadas são levadas pela força centrífuga para a face
externa do vórtice e transportadas em direção à parte superior do cilindro, na qual são
descarregadas com o meio denso (4). A densidade do meio denso do afundado é maior que
a do flutuado.

Figura 4-Unidade de dynawhirlpool– DWP.

Fonte: Aquino, Braga eOliveira (2007).

3.3. Densidade e reologia do meio denso


Além da densidade, as características mais importantes do meio-denso são a estabilidade e
o comportamento reológico, as quais são inter-relacionadas. Estabilidade está associada à

16
tendência dos sólidos formadores de sedimentarem, de modo que ela apresenta uma
relação inversa com a velocidade de sedimentação dos sólidos sob a ação do campo
dominante (Alberto, 2016).

É geralmente recomendável que o meio apresente alta estabilidade. Caso contrário, se os


sólidos sedimentam muito rapidamente, então separadores, tubulações e bombas serão
soterrados e elevados gradientes de densidade existirão, tornando impossível uma
separação precisa. Evidentemente, quanto maior a estabilidade da suspensão, menor a
agitação necessária e menor a probabilidade de que partículas finas e outras com densidade
próxima à do meio sejam deslocadas devido às correntes (Sampaio e Tavares, 2005).

Com isso, as propriedades inerentes a reologia de uma suspensão são influenciadas pelos
seguintes fatores (Campos at al, 2004):

 Viscosidade do meio fluido


 Concentração de sólidos;
 Tamanho e forma das partículas;
 Forças de interação entre as partículas.

O tipo de comportamento reológico do meio-denso determina a natureza da resistência


oferecida ao movimento de uma partícula. Esta resistência pode ocorrer somente devido à
viscosidade, como no caso de fluidos newtonianos, pseudoplásticos e dilatáveis, ou mais
ainda devido à tensão de cisalhamento crítica, como no caso de fluidos de Bingham e
pseudoplásticos com tensão crítica (Sampaio e Tavares, 2005).

Como se pode observar, com o aumento da concentração de sólidos ocorre o aumento da


densidade da suspensão, contudo, na prática há um limite. Isso se deve a viscosidade da
suspensão atingir o limite em que a fluidez do meio fica comprometida, dificultando a
separação dos minerais, sendo assim, o limite da concentração de sólidos varia entre 70 e
86% em peso. Os minerais geralmente utilizados na preparação das suspensões são: barita,
quartzo moído, magnetita moída, ferro-silício moído ou atomizado, chumbo atomizado e
argilas (Campos at al, 2004).

Características como a densidade, forma, distribuição granulométrica e propriedades


físicas e químicas, como energia superficial, coercividade, permeabilidade e grau de
oxidação afetam na reologia do meio, assim como, as características físicas e
mineralógicas do meio influenciam as operações de meio denso. As propriedades

17
hidrodinâmicas do material a ser separado em condições operacionais; as propriedades
reológicas da suspensão sob condições operacionais; a granulometria do material a ser
separado e a densidade do meio de separação; a viscosidade e o limite de escoamento da
suspensão que idealmente devem ser o mais baixo possível; a estabilidade da suspensão
que deve ser a mais alta possível, são propriedades em que o desempenho de uma
separação está relacionado (Campos, at al, 2004).

3.3.1. Influência da reologia do meio denso na separação

Segundo Sampaio e Tavares (2005), A concentração em meio-denso oferece uma


alternativa mais direta e precisa, pois a separação é realizada em um fluido com densidade
intermediária às dos constituintes que se deseja separar.

Assim, existe uma diferença no sentido do vetor de velocidades de translação de diferentes


partículas, o qual somente depende da partícula ser mais leve ou mais densa que o meio

A fim de se atingir uma alta precisão de separação em equipamentos de concentração a


meio-denso, o material a ser separado deve ser capaz de se deslocar através da suspensão e
reportar ao produto afundado ou flutuado. Caso alguma partícula for incapaz de realizar
este movimento, permanecendo parada no meio-denso, a sua separação eficiente será
impossível. Além disso, se a sua velocidade de sedimentação for muito reduzida, de
maneira que a turbulência presente dificulta a sua separação, então a partícula será
descarregada aleatoriamente.

Desta maneira, pode-se facilmente identificar pelo menos três motivos pelos quais a
separação de dois materiais em um meio-denso com densidade intermediária pode não
ocorrer perfeitamente:

 A existência de uma tensão mínima que a partícula precisa exercer a fim de iniciar
o movimento em fluidos não-newtonianos;
 O tempo insuficiente para a separação das partículas e o efeito da viscosidade na
separação;
 A ação de correntes dispersivas que causam a remistura das camadas separadas,
prejudicando a separação.

A influência da viscosidade na velocidade de sedimentação da partícula depende,


essencialmente, do regime hidrodinâmico: enquanto partículas não sofrem qualquer

18
influência da viscosidade no regime de Newton, aquelas que se deslocam no regime de
Stokes sofrem influência significativa da viscosidade do meio.

Para Sampaio e Tavares (2005), Afirmam que a fim de efetuar a sua separação em
produtos com diferentes densidades, torna-se necessário controlar a velocidade de
escoamento do fluido, o que faz com que esses processos sejam intrinsecamente
dinâmicos.

3.4. Eficiência
Considerando que o conceito de eficiência é um conceito utilizado por diferentes ciências
(ciências económicas, pela sociologia, pelas ciências da gestão e da administração),
poderse-á dizer que é um conceito polissémico. (Viana, 2010, p. 301)

Para a autora acima identificada a eficiência revela a relação entre os recursos consumidos
e os resultados que se pretendem alcançar com vista à otimização dos meios em função dos
fins. Afirmando que o conceito de eficiência está associado ao conceito de eficácia,
relacionando os fins ou resultados alcançados com os objetivos previamente definidos.

Para Bilhim a eficiência não é o mesmo que eficácia. “A eficiência preocupa-se com os
meios, os procedimentos e os métodos utilizados, que precisam de ser planeados e
organizados a fim de concorrerem para a otimização dos recursos disponíveis, não sendo
dada relevância aos fins”. (Bilhim, 2008, p. 399)

3.4.1. Eficiência do ciclone em meio-denso


Segundo Medronho (1988), citado por Da Silva (2014), tanto as propriedades geométricas
do ciclone, as propriedades físicas do sólido e do fluido bem como as condições de
operação são fatores de influência nas condições de eficiência de um ciclone.

Para Da Silva (2014), o classificador recebe o material e tem a finalidade de separá-lo em


dois produtos. Intuitivamente, um classificador 100% eficiente separaria toda a fração
acima de uma malha desejada como underflow e todo o restante como overflow.

Segundo King (2001), nenhum classificador opera perfeitamente e não divide uma
população de partículas em duas frações de tamanhos particulares e bem definidos, ou seja,
algumas partículas de granulometria superior à malha especificada vão para o overflow,
assim como partículas finas são incorporadas ao underflow.

19
Segundo Braga, Campos e Luz. (2010), para um bom desempenho das operações de
separação em meio denso sãonecessários, principalmente: uma boa preparação da
alimentação; vazão de alimentação adequada ao equipamento; controle da densidade de
corte; controle granulométrico do material usado no meio denso (ferrosilício ou magnetita,
os mais usados); controle da pressão de entrada da alimentação (caso, por exemplo, dos
ciclones de meio denso); controle da pressão de entrada do meio denso e pressão de saída
dos pesados (caso da separação em DWP).

Existem diversos métodos para avaliar o desempenho das operações de separação em meio
denso na indústria, principalmente no caso do beneficiamento de carvões. Estes métodos
estão distribuídos nos chamados critérios dependentes e critérios independentes.

Os critérios dependentes mais usados, são apresentados a seguir.

Segundo Braga, Campos e Luz. (2010), a eficiência orgânica: existem diversas formas de
definir a eficiência de separação de um equipamento ou de uma usina de beneficiamento;
uma muito usada na separação de carvões é a eficiência de recuperação ou eficiência
orgânica, proposta por Fraser e Yancey:

Recuperação de carvão lavado


E ( % )= ×100
Recuperação teórica

Segundo Braga, Campos e Luz. (2010),a recuperação teórica é a percentagem de carvão


contido na alimentação com o mesmo teor de cinzas do carvão lavado. Este dado pode ser
tirado da curva de lavabilidade do carvão em questão.

Material deslocado total: define-se como material deslocado total, a quantidade de material
de rejeito presente no concentrado, somado à quantidade de material de concentrado
presente no rejeito, guardando-se as devidas proporções entre concentrado e rejeito. Essas
quantidades são medidas em termos percentuais. Quanto menores as proporções de
material deslocado, melhor o desempenho do equipamento.As medidas são feitas com base

20
na densidade de corte do equipamento e em testes densimétricos realizados em laboratório,
com os produtos da separação (concentrado e rejeito).

3.5. Eficiência de separação

Existem diversos métodos para avaliar o desempenho das operações de separação em meio
denso na indústria, principalmente no caso do beneficiamento de carvões. Estes métodos
estão distribuídos nos chamados critérios dependentes e critérios independentes.

Nos critérios chamados dependentes O emprego das principais fórmulas de eficiência


requer que o rendimento do processo seja conhecido. No caso do beneficiamento de
carvão, por outro lado, a qualidade dos produtos é avaliada pela proporção de resíduo após
a calcinação, conhecido como o teor de cinzas.

Considerando que o rendimento do concentrado (Yc) é determinado tal que Yc +Yr = 1e


que YcTc+YrTr=Ta , representado pelo esquema abaixo, tem-se: (Sampaio e Tavares,
2005)citado em(Alberto, 2016).

Tr−Ta
Yc= ×100 %
Tr−Tc

21
Diagrama 1: Diagrama esquemático de separação em dois produtos
Fonte: Sampaio e Tavares (2005) citado em(Alberto, 2010).

As fórmulas de eficiência de separação básicas comparam os resultados reais obtidos,


comaqueles de uma análise de afunda-flutua da alimentação. Exemplos são as eficiências
de recuperação e de separação.

Existam muitas formulas já propostas para avaliar o desempenho de processosde separação


gravimétrica a International Standards Organization(ISSOSatandard, 1975) estabeleceu
para o beneficiamento gravimétrico de carvão , que os seguintes conceitos devem ser
usados em conjunto na avaliação do desempenho (Osborne, 1988):

 A eficiência de recuperação ou o erro de teor (ou de cinzas);


 O material deslocado em cada produto;
 A densidade de separação;
 O desvio provável médio (Ep);

Os critérios independentes da performance caraterística de uma unidade debeneficiamento não


dependem significativamente da composição densimétrica do carvão, daalimentação ou da
densidade de separação. Estes critérios são derivados da curva de partiçãode aparelho de
concentração, também conhecidas como curvas de Tromp (Rubio, 1988) citado por(Alberto,
2016).

3.5.1. Grau de eficiência

Se a recuperação em massa for encontrada para cada partícula de tamanho “x” da


alimentação, é definida uma função que é normalmente independente da distribuição
granulométrica dos sólidos, a qual é constante para determinadas condições operacionais.

22
A função, ou curva assim obtida, tem o formato de um “S”, quando representada
graficamente em função do diâmetro da partícula (Alberto, 2016).

Esta curva é conhecida como a curva de Tromp, também conhecida como curva de
partição, curva de erro, ou ainda como curva de distribuição de massa, que relaciona o
coeficiente de partição (correspondente à percentagem do material da alimentação de cada
densidade que reporta ao produto afundado) com a densidade, como representa a figura
abaixo (Sampaio& Tavares, 2005)

Figura 5-Curvas de partição relativas a uma separação ideal (esquerda) e real (direita)

Fonte: (Sampaio & Tavares, 2005) citado em (Alberto, 2016).

Segundo Sampaio e Tavares (2005), A construção da curva de Tromp pode ser obtidatanto
a partir das análises densimétricas dos produtos, quanto a partir do uso de traçadores
densimétricos. A técnica mais precisa para medir distribuições densimétricas é a separação
por afunda-flutua e para que ela forneça dados úteis na montagem da curva de Tromp,
éessencial que os produtos dos provenientes dos equipamentos sejam fracionados nas
mesmasdensidades e ao longo do mesmo intervalo, de modo a evitar a necessidade de
interpolaçãodos resultados.

Sampaio e Tavares, 2005, Afirmam ainda que além das distribuições densimétricas dos
produtos, a montagem da curva de Tromp também requer o conhecimento do balanço de

23
massas do processo. Este pode ser determinado pela pesagem dos produtos ou – mais
usualmente – pelo balanço metalúrgico.

Assim, segundo Souza áxim (2013), “A análise das curvas de partição é uma maneira
simples e confiável de compreender os mecanismos de separação, dando suporte tanto aos
modelos empíricos quanto aos modelos físicos”. Aliadas com a caracterização da
alimentação, as curvas de partição fornecem resultados essenciais para controlo do
processo podendo ser utilizados a distribuição granulométrica das espécies presentes, o
teor global e teor por faixa de tamanho, além da distribuição mássica dos produtos, como
dados de entrada.

3.5.2. Densidade de separação

A densidade de separação representa a densidade na qual uma partícula presente na


alimentação tem a mesma probabilidade de reportar ao produto afundado ou flutuado. Na
curva de Tromp, a densidade de separação é a densidade na qual o coeficiente de partição é

50%. A densidade de separação é uma importante variável de controlo do processo. Na


figura 19, a densidade relativa de separação (50) é 1,79, para esta situação específica
segundo (Sampaio & Tavares, 2005)

Figura 6-Curvas de Tromp mostrando os índices de avaliação de desempenho independentes

Fonte: Sampaio e Tavares, 2005em (Alberto, 2016).

24
CAPÍTULO VI: METODOLOGIA DE ESTUDO

4.1. Breve introdução

O presente capítulo apresenta conteúdos inerente as metodologias utilizadas para a


execução desta monografia desde as suas respectivas fases da pesquisa que envolveram os
métodos usados para a elaboração da monografia, então neste contexto destacam se as
seguintes fases, as pesquisas bibliográficas, a amostragem, a realização dos ensaios
laboratoriais e elaboração da monografia.

4.2. Tipo de estudo e modelo de análise de dados


No que concerne a bordagem metodológica desta pesquisa, a mesma apresenta uma
abordagem de natureza quantitativa, facto este nota se porque o do objecto de estudo ser
uma realidade objectiva e o investigador um observador distante.

Para Gerhardt& Silveira (2009), a pesquisa quantitativa considera a compreensão da


realidade através da análise de dados brutos, tais dados são obtidos através de amostras
colhidas dentro da população, o que permite que o resultado da análise seja generalizado
para toda a população.

No que concerne a natureza, a pesquisa é de natureza aplicada, pois segundo (Gerhardt&


Silveira, 2009, p. 35) objectiva a produção de informações que terão aplicação prática para
solução de problemas vividos no local da pesquisa, assim sendo poderá permitir o reajuste
de algumas variáveis operacionais no ciclone em meio denso assim permitindo com que o
seu funcionamento seja mais eficiente e haja menos perda do concentrado.

No que tange aos procedimentos, o projecto apresentou uma pesquisa de áximor


experimental.

Segundo Gil (2007 citado em Gerhardt& Silveira, 2009) afirma que este tipo de pesquisa
visa determinar um objecto de estudo claro, selecionar as variáveis que poderiam nalgum
momento influencia-lo, definir as formas de controlo e de observação dos possíveis efeitos
que a variável pode causar no objecto. Assim, foi determinado o objecto de estudo (o
rejeito do ciclone de meio denso) e as variáveis que influenciam no seu comportamento. O
universo em estudo cita na empresa Jindal-Africae as amostras de carvão mineral colhidas
no rejeito do ciclone de meio denso são o objecto de estudo principal para esta pesquisa.

25
4.3. Pesquisa bibliográfica
A presente fase fundamenta se na busca e investigação dos conceitos importantes para a
pesquisa, a pesquisa foi realizada tendo como base consultas bibliográficas de diversas
obras pela internet (manuais, artigos, teses, dissertações, monografias) bem como livros
encontrados na biblioteca da faculdade.

4.4. Trabalho de campo


Está fase teve a duração de seis meses (Outubro ate Março), neste período foram
desenvolvidas varias actividades de amostragem que consistiam na colecta de amostras de
carvão mineral obtido na correia transportadora de rejeito vindo do ciclone na empresa
Jindal-Africa, ainda nesta fase foram feitas as analises laboratoriais das amostras.

4.4.1. Instrumentos usados


Os instrumentos que foram usados para a colecta e análise das amostras são: sacos
plásticos, caderneta de campo, lápis, papel, pás, balanças, bandejas, provetes, máximo,
analisador termo gravimétrico, quarteador e maquina calculadora.

4.5. Realização dos ensaios


Esta fase desenvolveu se em um período de seis meses (Outubro a Marco) e nela, foram
efectuados os ensaios laboratoriais de carvão mineral coletados na empresa Jindal Africa,
estas amostras foram analisadas no laboratório da Universidade Católica de Moçambique
Faculdade Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia.

4.6. Composição do trabalho final


Esta fase envolveu processo decompilação, análise e interpretação dos dados obtidos nos
ensaios laboratoriais, sendo o produto dos ensaios apresentado em forma de tabelas e
gráficos. O trabalho final foi processado com o uso do computador, dos softwares
pertinentes, os quais foram devidamente referenciados no trabalho final.

4.7. Limitações do estudo

A presente monografia teve como principais limitações as seguintes:


A carência de certos equipamentos para análises laboratoriais como peneiras, equipamento
vibratório para peneira, forno para redução de humidade das amostras, cadinho, fazendo
com que deve-se se deslocar para outro laboratório para realizar certas análises,
insuficiência de matérias na biblioteca que falam sobre o tema em causa.

26
Colaboração limitada por parte dos operadores da empresa e a não disponibilização de
certos dados importantes para o estudo em causa.

27
CAPITULO V. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

5.1. Breve introdução


Este capítulo faz a descrição da planta de processamento onde o problema ocorre, a
apresentação dos dados colectados, a descrição dos procedimentos para a realização dos
ensaios, assim como a interpretação dos resultados obtidos nos mesmos em forma gráficos.

5.2. Apresentação de dados


A empresa JSPL (Jindal Steel & Power Limited) localiza se a uma distância de 96 km a
partir da cidade de Tete, esta empresa esta voltada a extracção de carvão mineral e o seu
processamento com a finalidade de obter dois produtos que são o carvão térmico e o
carvão metalúrgico.

Nas operações de processamento mineral existem vários processos de ajuste e adequação


para possibilitar a obtenção dos produtos desejados, esses processos são:

 Cominuição (redução granulométrica feita por britagem);


 Classificação por peneiramento (divisão das partículas por classes
granulométricas);
 Concertação por meio denso (separação das partículas grosseiras por classes de
espécies rejeito e concentrado);
 Concertação densimétrica (usando espirais concentradores);
 Flotação (concentração das partículas ultra-finas baseando se nas propriedades
físico-quimica das superfícies das partículas);
 Desaguamento (separação sólido-Liquido para a redução da humidade no produto
e para o reaproveitamento da agua).

Para esta monografia os dados analisados estão centrados no processo de concentração por
meio denso usando ciclones, efetuando analises laboratoriais dos rejeitos obtidos no
ciclone de meio denso do modulo 2 (D2).

28
Figura 7:Vista lateral do Ciclone de Meio Denso

Fonte: Autora, 2021.

Figura 8:Vista frontal do Ciclone de Meio Denso

Fonte: Autora, 2021

29
5.2.1. Procedimento para ensaios de análise granulométrica

Nos ensaios de análise granulométrica, devem ser considerados o peso da amostra


utilizada, o tempo e a precisão do ensaio, além da forma como será conduzido o ensaio: a
seco, a húmido ou a forma combinada húmido/seco. Na determinação do peso da amostra,
deve ser considerado o tipo de amostra, o teor do mineral minério, a granulometria do
material, entre outros. (Almeida áxim., 2007)

Para ensaios de análise granulométrica utilizou-se oito crivos de diferentes aberturas, o


crivo de maior abertura (19mm) que os outros sete serviu de referência em função da série
Tyler, para definir-se o tamanho do crivo a seguir depois do crivo de referência na posição
decrescente, dividiu-se 19mm por √2, e o resultado obtido foi considerado como o
tamanho do crivo a seguir, este por sua vez também foi dividido por √2 assim
sucessivamente até atingiu-se a quantidade dos crivos que foram necessários.

Submeteu-se aos ensaios de análise granulométrica 3260g da amostra, que equivale às duas
alíquotas seleccionadas durante o processo de quarteamento, quando submetido este
material, devido a sua variedade do tamanho das partículas, teve-se certas quantidades do
material retido em cada peneira e o passante da última peneira caindo na panela dos crivos.
Depois de organizada a sequência dos crivos, colocou-se no vibrador automático para
promover a vibração que facilita o peneiramento

Figura 9- Imagem dos crivos e o vibrador com crivos

30
Fonte: Autor, 2020

Após o peneiramento feito por vibrador automático, removeu-se os crivos e fez-se


crivagem manual para cada crivo de modo a efectivar a separação por tamanho.

Foi necessário conhecer-se a quantidade do material para melhor monitorar a massa de


entrada e de saída, onde devem ser iguais ou com diferença de 5% de perda do material na
massa de saída.

Portanto, a tabelaabaixo apresenta os detalhes da análise granulométrica, abertura de cada


crivo e a quantidade do material retido e o passante e com o seu respectivo balanço
mássico para ver a possível perda do material.

Amostra 1:

Abertura das Massa Retida Retida


Peneiras (g) Simples [%] Acumulada [%] Passante [%]
19 mm 834,82 25,73 25,73 74,27
13,2 mm 392,98 12,11 37,84 62,16
5,6 mm 709,81 21,88 59,72 40,28
4 mm 181,39 5,59 65,31 34,69
2 mm 320,7 9,88 75,20 24,80
1 mm 281,33 8,67 83,87 16,13
85 µm 52,38 1,61 85,48 14,52
212 µm 326,14 10,05 95,54 4,46
- 144,8 4,46 100,00 0,00
Total Geral 834,82 100,00 100 74,27

Tabela 1- Analise Granulométrica

Fonte: Autora, 2020

O gráfico abaixo ilustra a curva de partição da amostra 1 depois de ser submetida a análise
granulométrica, sendo em função das aberturas dos crivos utilizados versus a percentagem
do material passante, segundo os dados que constam na tabela acima o gráfico explica que
na abertura de 19mm teve-se 74,27% de passantes, no crivo de 13,2mm de abertura com
62,16% de passantes, observando, a percentagem dos passantes vai reduzindo na medida
que o tamanho da abertura do crivofor menor.

31
Curva Granulométrica
74.27
80.00
70.00 62.16
60.00
Passante %

50.00 40.28
40.00 34.69
30.00 24.80
16.13 14.52
20.00
10.00 4.46
0.00
0.00
19 mm 13,2 mm 5,6 mm 4 mm 2 mm 1 mm 85 µm 212 µm -

Abertura das Peneiras

Gráfico 1- Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e o material passante em
percentagem

Fonte: Autora, 2020

Amostra 2colectada no dia 23 de Fevereiro de 2021

Abertura Soma de
das Retida [%] Retida
Peneiras Massa (g) Simples Acumulada [%] Passante [%]
19 mm 741,82 32,98 32,98 67,02
13,2 mm 352,02 15,65 48,63 51,37
5,6 mm 598,33 26,60 75,23 24,77
4 mm 160,64 7,14 82,37 17,63
2 mm 201,7 8,97 91,34 8,66
1 mm 136,22 6,06 97,39 2,61
85 µm 12,88 0,57 97,97 2,03
212 µm 39,66 1,76 99,73 0,27
- 6,07 0,27 100,00 0,00
Total Geral 741,82 100,00 100 67,02

Tabela 2- Análise granulométrica

Fonte: Autora, 2020.

O gráfico abaixo também ilustra a curva de partiçãoem função das aberturas dos crivos
versus a percentagem do material passante, mas sendo da amostra 2durante a análise
granulométrica, comos dados presentes na tabela acima o gráfico nos mostra que na
abertura de 19mm teve-se 67.02% de passantes, no crivo de 13,2mm de abertura com

32
51.37% de passantes, também pode observar-se que a percentagem dos passantes tende a
reduzir na medida que o tamanho da abertura do crivofor menor.

Curva Granulométrica
80.00
67.02
70.00
60.00 51.37
50.00
Passante %

40.00
30.00 24.77
17.63
20.00
8.66
10.00 2.61 2.03 0.27 0.00
0.00
19 mm 13,2 mm 5,6 mm 4 mm 2 mm 1 mm 85 µm 212 µm -
Abertura das Peneiras

Gráfico 2-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e o material passante em percentagem

Fonte: Autora, 2020

Assim, feito o ensaio da análise granulométrica, a seguir fez-sea análise imediata para cada
faixa granulométrica retida em cada peneira que fez parte do ensaio e até a faixa passante
da última peneira.

Amostra 3

A tabela abaixo e o respectivo gráfico constaminterpretaçãodos dados obtidos durante a


análisegranulométrica da amostra 3.

Abertura das Retida Retida


Peneiras Massa (g) Simples [%] Acumulada [%] Passante [%]

19 mm 701,9 24,96 24,96 75,04

13,2 mm 603,85 21,48 46,44 53,56

5,6 mm 316,87 11,27 57,71 42,29

4 mm 572,35 20,35 78,06 21,94

33
2 mm 232,4 8,26 86,33 13,67

1 mm 167,8 5,97 92,29 7,71

85 µm 17,9 0,64 92,93 7,07

212 µm 88,15 3,13 96,06 3,94

- 110,65 3,94 100,00 0,00

Total Geral 2811,87 100,00 674,78 225,22


Tabela 3- Análise granulométrica

Fonte: Autora, 2020.

Curva Granulométrica
75.04
80.00
70.00
60.00 53.56
50.00 42.29
Passante %

40.00
30.00 21.94
20.00 13.67
7.71 7.07
10.00 3.94
0.00
0.00
19 mm 13,2 mm 5,6 mm 4 mm 2 mm 1 mm 85 µm 212 µm -
Abertura das Peneiras

Gráfico 3- Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e o material passante em
percentagem

Fonte: Autora, 2020

Analisando a curva do gráfico, ela mostra que na medida em que a abertura do crivo reduz
a percentagem do passante tende a reduzir.

34
5.2.2. Procedimento para ensaios de análise Imediata dó carvão mineral
O equipamento que foi utilizado para a realização da análise imediata é chamado
deAnalisadorTermo gravimétrico (DTG-60), este equipamento foi programado para fazer
todas as análises imediatas (cinzas, material volátil, humidade inerente, e carbono fixo)
duma forma sequenciada e atendendo os parâmetros necessários para cada análise, por
exemplo a temperatura, tempo de duração para cada tipo de análise.

O analisador Termo gravimétrico funciona com botija de oxigénio e botija de nitrogénio


canalizados nele para a geração de temperaturas necessárias. Abaixo segue a imagem do
Analisador Termogravimetrico (DTG-60) e depoisarevisãobibliográfica que enfatiza a
análise imediata.

Figura 10–Nitrogénio; B- Gás Oxigénio e C- Analisador Termogravimetrico (DTG-60)

Fonte: Autora, 2020


Para completar cadaanálise imediata, foi necessária uma hora e trinta e cinco minutos,
depois de completa, abaixo segue a tabela que mostra as variáveis analisadas, a taxa da
alteração da temperatura, a temperatura constante, tempo de duração e o gás para
temperatura necessária.

Variáveis Taxa daalteração Temperaturaconstante Tempo de Gás para


da temperatura duração temperatura
[C/min] [min]

35
Inicial 5.00 50.0 30 Nitrogénio

Humidade 5.00 107.0 20 Nitrogénio

Material 5.00 900.0 15 Nitrogénio


volátil

Cinzas 0.00 900.0 30 Oxigénio

Tabela 4-Ilustração das variáveis para a análise imediata

Fonte: Autora,2020
Abaixo tem-se a tabela que mostra os dados dos resultados das variáveis analisadas para a
amostra 1 colectada no dia 12 de Outubro de 2020. Foram feitas para nove faixas
granulométricas.

Análise Imediata

Abertura das Umidade Material Carbono Cinza Cinza


Peneiras Total Volátil Fixo [%] (g) Total [%]

19 mm 0,19 21,19 42,78 35,84 299,20 100

13,2 mm 1,1 19,88 23,47 55,55 218,30 100

5,6 mm 0,13 18,68 24,95 56,24 399,20 100

4 mm 1,02 18,71 19,95 60,32 109,41 100

2 mm 0,2 16,83 18,54 64,43 206,63 100

1 mm 2,83 22,28 33,81 41,08 115,57 100

850 µm 0,29 18,5 28,91 52,3 27,39 100

212 µm 0,92 22,71 26,33 50,04 163,20 100

(-)212 µm 1,63 22,46 18,21 57,7 83,55 100

36
Média 0,92 20,14 26,33 52,61   100

Total 9,23 201,38 263,28 526,11 1622,45 1000

Tabela 5-Teores das análises imediatas

Fonte: Autora, 2020.

Abaixo tem a representação gráfica da interpretação da variabilidade das cinzas para cada
faixa granulométrica envolvida na análise da amostra1, portanto, com os dados presentes
na tabela acima, observando a curva do gráfico, nas algumas das faixas granulométricas as
cinzas tendem a ser altas em relação as outras faixas, como por exemplo na faixa
granulométrica de +19mm com 35,84% de cinzas e a faixa de -2mm a 1mm com 41,08 de
cinzas, essas duas faixas mostram cinzas baixas, enquanto, as faixas granulométricas de
-4mm a +2mm com 64,43%cinzas, -5,6mm a +4mm com 60,32% de cinzas, -212µm com
57,70% de cinzas, estas faixas e as outras restantes apresentam cinzas altas.

Variabilidade das Cinzas (%)


70 64.43
60.32 57.7
55.55 56.24
60 52.3 50.04
50 41.08
35.84
40
Cinzas (%)

30 Cinza [%]
20 Tendência
10
0
19 mm 13,2 5,6 4 mm 2 mm 1 mm 850 212 (-)212
mm mm µm µm µm

Abertura das Peneiras

Grafico4-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e as cinzas

Fonte: Autora, 2020.

A tabela abaixo mostra os resultados da análise imediata da amostra 2, onde apenas foram
feitas sete faixas granulométricas, diferentemente da amostra 1.

37
Análise Imediata

Abertura
das Umidad Materia Carbon Cinza Cinza Total
Peneiras e Total l Volátil o Fixo [%] (g) [%]

19 mm 1,24 19,93 24,97 53,86 399,54 100

13,2 mm 2,5 18,93 23,85 54,72 192,63 100

5,6 mm 0,82 25,63 26,1 47,45 283,91 100

4 mm 2,77 20,44 29,9 46,89 75,32 100

2 mm 0,99 24,99 17,72 56,3 113,56 100

1 mm 1,77 23,94 29,34 44,95 61,23 100

850 µm 2,7 17,78 23,56 55,96 7,21 100

212 µm 0,83 26,16 23,12 49,89 19,79 100

Média 1,7025 22,225 24,82 51,25   100

Total 15,3225 200,025 223,38 461,2725 1153,18 900

Tabela 6-Teores das análises imediatas

Fonte: Autora, 2020.

A representação gráfica abaixo consiste na interpretação da variabilidade das cinzas da


amostra 2, conforme os dados que constam na tabela acima, como ilustra a curva do
gráfico abaixo, também algumas das faixas granulométricas as cinzas tendem a ser altas
em relação as outras faixas, típico na amostra 1, mas na amostra 2as faixas granulométricas
de +19mm com 53,26% de cinzas, de -19mm a +13,2mm com 54,32% cinzas, -1mm a
850µm com 55,96% de cinzas, estas faixas apresentam cinzas altas, enquanto a faixa

38
granulométrica de-850µm a+212µm com 36,08 de cinzas e as três faixas remanescentes
mostram cinzas baixas.

Variabilidade das Cinzas (%)


60 54.72 56.3 55.96
53.86
55 49.89
47.45 46.89
50 44.95
45
40
Cinzas (%)

35
30 Cinza [%]
25 Tendência
20
15
10
5
0
19 mm 13,2 5,6 mm 4 mm 2 mm 1 mm 850 µm 212 µm
mm
Abertura das Peneiras

Gráfico5-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e as cinzas

Fonte: Autora, 2020

Amostra 3

Abaixo temos a tabela que ilustra dados da análise imediata da amostra 3, e segue em
diante o gráfico que interpreta os mesmos.

Análise Imediata

Abertura
das Umidad Material Carbono Cinza Cinza Total
Peneiras e Total Volátil Fixo [%] (g) [%]

19 mm 1,7 20,03 17,47 60,8 426,76 100

13,2 mm 2,35 19,45 23,85 54,35 328,19 100

5,6 mm 0,88 28,7 16,87 53,55 169,68 100

4 mm 2,77 24,46 16,42 56,35 322,52 100

39
2 mm 0,76 26,89 23,45 48,9 113,64 100

1 mm 1,02 28,37 21,84 48,77 81,84 100

850 µm 1,15 17,78 27,47 53,6 9,59 100

212 µm 0,74 26,16 23,8 49,3 43,46 100

Média 1,4 24,0 21,4 53,2   100

Total Geral 12,79 215,82 192,57 478,82 1495,68 900

Tabela 7-Teores das análises imediatas

Fonte: Autora, 2020.

Variabilidade das Cinzas (%)


65
60.8
60 56.35
54.35 53.55 53.6
55 49.3
48.9 48.77
50
45
40
Cinza (%)

35 Cinza [%]
30 Tendência
25
20
15
10
5
0
19 mm 13,2 mm 5,6 mm 4 mm 2 mm 1 mm 212 µm 850 µm

Abertura das Peneiras

Gráfico 6-Representação gráfica em função das aberturas das peneiras e as cinzas

Fonte: Autora, 2020

Observando no gráfico acima, nota-se que amostra 3 apresenta que das oito distribuições
granulométricas, duas contem alto teor de cinzas em relação as seis outras.

40
5.3.Análise e interpretação de dados
São discutidos, nesta parte, os resultados experimentais obtidos para identificar a
ineficiência do ciclone de meio denso em estudo, de acordo com a planificação
experimental adoptado, no qual são apresentados alguns cálculos e discutidos no sentido de
provar a perda de carvão misto para o fluxo de rejeito.

5.3.1. Análise química para a determinação dos parâmetros de eficiência.

Com os resultados obtidos procedeu-se fazendo-se uma análise profunda com base nos
dados obtidos, para avaliar os resultados obtidos durante o estudo se combinam com as
requisições da empresa nas propriedades analisadas nas amostras em estudo.

Portanto, os resultados obtidos durante o estudo, quando comparados com asrequisições da


empresa, mostram que das nove distribuições granulométricas analisadas na amostra 1,
duas apresentam resultados que indicam a presença significativa do carvão mineral no
rejeito.As tabelas 8 e 9abaixo ilustram os dados que a empresa requer e os dados obtidos
nosprocedimentos experimentais.

Amostra 1

Resultados
Padrão da empresa do estudo

Abertura
Intervalo s das Cz na A Cz no C
Faixa Granul. peneiras (%) (%) Cz R (%) Cz R (%)

(+)19 19mm 35 a 45 - ˃55 35,84

[(-)19 +13.2] 13,2mm 35 a 45 - ˃55 55,55

[(-)13,2 +5.6] 5,6mm 35 a 45 - ˃55 56,24

[(-) 5.6 +4] 4,0mm 35 a 45 - ˃55 60,32

[(-) 4 +2] 2,0mm 35 a 45 - ˃55 64,43

41
[(-) 2 +1] 1,0mm 35 a 45 - ˃55 41,08

[(-)1 +0.85] 850µm 35 a 45 - ˃55 52,30

[(-)0.085 +212] 212µm 35 a 45 - ˃55 50,04

-212 - 35 a 45 - ˃55 57,70

Media   52,61

Tabela 8-Teores das cinzas padrão da empresa e resultados do estudo

Fonte: Autora, 2020.

Amostra 2

Resultados
Padrão da empresa do estudo

Aberturas
Intervalo das Cz na A Cz no C
Faixa Granul. peneiras (%) (%) Cz R (%) Cz R (%)

(+)19 19mm 35 a 45 - ˃55 53,86

[(-)19 +13.2] 13,2mm 35 a 45 - ˃55 54,72

[(-)19 +13.2] 5,6mm 35 a 45 - ˃55 47,45

[(-) 5.6 +4] 4,0mm 35 a 45 - ˃55 46,89

[(-) 4 +2] 2,0mm 35 a 45 - ˃55 56,30

[(-) 2 +1] 1,0mm 35 a 45 - ˃55 44,95

[(-)1 +0.85] 850µm 35 a 45 - ˃55 55,96

42
[(-)0.085 +212] 212µm 35 a 45 - ˃55 49,89

Media     51,25

Tabela 9-Teores das cinzas padrão da empresa e resultados do estudo

Fonte: Autora, 2020.

43
Amostra 3

Resultados
Padrão da empresa do estudo

Aberturas
Intervalo das Cz na A Cz no C
Faixa Granul. peneiras (%) (%) Cz R (%) Cz R (%)

(+)19 19mm 35 a 45 - ˃55 60,8

[(-)19 +13.2] 13,2mm 35 a 45 - ˃55 54,35

[(-)13,2 +5.6] 5,6mm 35 a 45 - ˃55 53,55

[(-) 5.6 +4] 4,0mm 35 a 45 - ˃55 56,35

[(-) 4 +2] 2,0mm 35 a 45 - ˃55 48,90

[(-) 2 +1] 1,0mm 35 a 45 - ˃55 48,77

[(-)1 +0.85] 850µm 35 a 45 - ˃55 53,60

[(-)0.085 +212] 212µm 35 a 45 - ˃55 49,30

Media   53,20

Tabela 10-Teores das cinzas padrão da empresa e resultados do estudo

Fonte: Autora, 2020.

Após os dados obtidos nas analises imediatas, as tabelas a cima fazem uma comparação
entre os resultados obtidos nas analises laboratoriais do que se tem vivido no processo e
doa parâmetros estabelecidos pela empresa, neste contexto com base nas medias de cada
amostra percebe se que a media de cinzas da amostra 1 da tabela 8 é de 52.31% enquanto
que o estabelecido pela empresa como cinzas deve ser ˃55 % o que demistra que o
processo estadecorendo com alguma ineficiencia causando uma perda notavel do carvao
mineral, o mesmo acontece com a amostra 2 da tabela 9 que teve uma media de 51.25 de
44
cinzas o que esta muito abaixo dos padroes estabelecidos pela empresa demostrando uma
perda de carvao assim como amostra 3 da tabela 10 que teve uma media de 53.20 de cinzas
o que esta fora dos padroes estabelecidos pela empresa que assume como rejeito todo o
amaterial que tem teores de cinza acima de 55%, este evento demostra que o processo de
concentacao por meio denso das 3 amostras não foi eficiente tendo alguns factores
influenciando a eficiência.

5.3.2. Determinação da eficiência do Pre-scalp DMC


Fazendo uma avaliação da eficiência do beneficiamento de carvão em ciclone de meio
denso (pre-scalpDMC da planta da jindal com a designação D2) através da caraterização
acima das cinzas dos seus produtos, especificamente o rejeito, nota-se que as suas cinzas
estao baixas quando comparadas com as cinzas do rejeito requeridas pela empresa,
portanto, isto mostra que a uma perda de carvão para o rejeitado, o que consequentemente
prova a ineficiência do DMC pre-scalp. Para melhor clarificar a ineficiência do DMC pre-
scalp, abaixo temos o gráfico que prova a presença de carvão no rejeitado através da
comparação das cinzas obtidas durante os procedimentos experimentais com as cinzas do
rejeito requeridas pela a empresa, e em diante temos a determinação da eficiência do Pre-
scalp DMC para comparar as necessidades da empresa Jindal África com os resultados
experimentais da eficiência global de separação e perda de carvão.

Gráfico

Fórmula da eficiência do ciclone em meio denso

Recuperação de carvão lavado


E ( % )= ×100
Recuperação teórica

Onde:

45
O recuperação teórica representa, essencialmente, a proporção de materialflutuado (no caso
em que o concentrado é o produto flutuado) ou afundado (no caso em que oconcentrado é o
afundado) com mesmo teor que o concentrado.

A tabela abaixo ilustra os dados de recuperaçãomássica obtidos no dia de coleta de cada


amostra, os mesmos permitiram para a determinação da eficiênciado Pre-scalp DMC D2.

Amostra 1
Resultados do estudo
Alimentacao (t/h) 220
Concentrado (t/h) 80
Rejeito (t/h) 140
Ec experimental (%) 61,54

Amostra 2
Resultados do estudo
Alimentacao (t/h) 200
Concentrado (t/h) 78
Rejeito (t/h) 122
Ec experimental (%) 60

Amostra 3
Resultados do estudo
Alimentacao (t/h) 210
Concentrado (t/h) 72
Rejeito (t/h) 138
Ec experimental (%) 55,38

Media das Ec's experimentais 58,97

Tabela – Determinação da eficiênciado Pre-scalp DMC D2

Fonte: Autora, 2021

Amostra 1

80 t/h
E ( % )= × 100 %
130t /h

E ( % )=61,54 %

Amostra 2

73t /h
E ( % )= × 100 %
130t /h

E ( % )=60%

46
Amostra 3

92t /h
E ( % )= × 100 %
130t /h

E ( % )=55,38%

Os resultados da eficiencia do Pre-scalp DMC D2, para a amostra 1 encontrou-se 61,54%,


para amostra 2 a eficiencia foi de 60% e por ultimo teve-se 55,38 % de eficiencia para
amostra 3, portanto, comparando estes resultados com os dados considerados dentro dos
parâmetros operacionais da empresa, ou seja, com o intervalo de percentagem que indica
boa eficiência do Pre-scalp DMC D2 para a empresa Jindal Africa, nota-se baixa eficiência
do ciclone conforme nos resultados experimentais das três vezes de colecta da amostra.
Vejamos na tabela e no gráfico abaixo.

Resultados esperados pela empresa

Alimentacao (t/h) 240

Concentrado (t/h) 130

Rejeito (t/h) 110

Ec esperada pela empresa (%) 70- 80

Tabela – Dados da eficiência Pre-scalp DMC D2 fornecidos pela empresa

Fonte: Jindal Africa, 2021

Na tabela abaixo temos os dados do registo da sala do controle especificamente o controle


da densidade de corte e pressao do Pre-scalp DMC D2 da planta de producao de carvao
mineral da empresa Jindal Africa,

Controle das densidades de corte pressao do Pre-scalp DMC D2

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3

Shift 1 Shift 2 Shift 3

47
Pressure Pressure Pressure
Density kPa   Density kPa   Density kPa

Set- Set- Set- Set- Set-


hora poin Actu poin Actu hora poin Actu Set- Actu hora poin Actu poin Actu
s t al t al s t al point al s t al t al

06:0 1,52 14:0 1,52 22:0 1,52


0 5 1,52 135 133 0 5 1,51 135 135 0 5 1,51 135 133

07:0 1,52 15:0 1,52 23:0 1,52


0 5 1,52 135 135 0 5 1,51 135 135 0 5 1,50 135 130

08:0 1,52 16:0 1,52 00:0 1,52


0 5 1,48 135 130 0 5 1,49 135 130 0 5 1,47 135 125

09:0 1,52 17:0 1,52 01:0 1,52


0 5 1,45 135 125 0 5 1,45 135 125 0 5 1,49 135 127

10:0 1,52 18:0 1,52 02:0 1,52


0 5 1,46 135 127 0 5 1,46 135 127 0 5 1,48 135 127

11:0 1,52 19:0 1,52 03:0 1,52


0 5 1,46 135 128 0 5 1,49 135 129 0 5 1,51 135 134

12:0 1,52 20:0 1,52 04:0 1,52


0 5 1,47 135 130 0 5 1,47 135 130 0 5 1,49 135 130

13:0 1,52 21:0 1,52 05:0 1,52


0 5 1,45 135 126 0 5 1,50 135 133 0 5 1,48 135 127

Med 1,47 Med 1,48 Med 1,49


ia   6   129 ia   5   131 ia   1   129
tabela
fonte:

Na tabela acima, o registo feito do andamento das variaveis operacionais( densidade de


corte e pressao do ciclone), foi no intervalo de uma em uma hora conforme a empresa tem
feito, no entento, observando nas algumas horas as variaveis nao atendem ao indicado, isso
para os tres turnos (shift), por exemplo no shift 1 x amostra 1 a media das densidades de
corte é de 1,476 g/cm3 enquanto que o indicado ou o set-point é de 1,525 g/cm 3, assim, o
turno durante a producao, por nao ter mantido as densidades de corte no set-point ou nos

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seus aproximados, houve perda de carvao mineral para o rejeito sendo comprovado isso
pelas cinzas encontradas no rejeito da amostra 1, 52,61% de cinzas (o requerido pela
empresa, as cinzas devem estar acima de 55%), a pressao do ciclone em media foi de 129
kPa estando abaixo do indicado pela empresa (135kPa), e consequentemente a eficiencia
do pre-scalp DMC encontrada sendo de 58% muito abaixo do esperado pela empresa (70%
a 80%).

Nas amostras 2 e 3, também nota-se a perda de carvao para o rejeito, isto é observado com
base nos dados destas amostras, a amostra 2 tem a media das densidades de corte
1,485g/cm3, pressao do ciclone em media é de 131 kPa (aproximado do set-point), 51,25
% de cinzas e a eficiencia estando nos 60%, para esta amostra apenas nota-se uma variavel
(densidade de corte) operacional afectando a eficiencia do ciclone, assim, contribuindo
para a perda do carvao mineral. Para a amostra 3, a pressao do ciclone em media é de 129
kPa, a media das densidades de corte de 1,491g/cm 3, com 53,20 % de cinzas e a eficiencia
do ciclone de 58%, com estes dados quando comparados com as necessidades da empresa
observa-se a perda do carvao mineral para o rejeitado.

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VI. CONCLUSAO E RECOMENDACOES

6.1. Conclusao

Esta monografia consistiu na analise da eficiência do Pre-scalp DMC da planta DMS2 de


processamento de carvão mineral da Empresa Jindal África, sendo este o objectivo do
estudo pertinente nesta monografia, foram envolvidos varios metodos de modo a responder
o estudo, onde baseou-se na analise fisica e quimica do material (rejeito) obtido no ciclone
em estudo de modo a responder a perda do carvao para o rejeito por causa da ineficiencia
do ciclone, onde recorreu-se às variaveis operacionais do ciclone para melhor provar o
problema que estudou-se.

Portanto, com a abordagem presente nesta monografia conclui-se que:

 Algumas das variaveis operacionais (especificamente a densidade de corte para


todas as amostras e a pressao do ciclone para amostra 1 e 2) do ciclone de meio
denso nao atendiam o que foi estabelecido pela empresa;
 Quanto às condicoes do material alimentado no ciclone estudado, notou-se a
presenca significativa de particulas abaixo de 0,8mm e abaixo de 212 µm durante
as analises granulometricas feitas, onde causam a contaminacao do meio denso
utilizado na concentracao, consequentemente impactando negativamente a
eficiencia do ciclone. A empresa requer material com tamanhos abaixos de 50mm e
acima de 0,8mm;
 Quanto à eficiência do ciclone de meio denso para o estudo de caso adoptado, o
mesmo tem baixas eficiências nas tres vezes durante acolecta das amostra, nao
atendendo o desejado pela empresa, conforme resultados numéricos experimentais.
Desta forma, a validação da predição da eficiência do Pre-scalp DMC D2 foi
apenas qualitativa com base nas analises quimicas do material obtido neste ciclone.

6.2. Recomendacoes

Com as conclusoes tiradas nesta monografia, recomenda-se que a empresa:

 Realização de novos experimentos da eficiencia da peneira de deslamagem do


modulo D2 com melhoria no sistema de alimentação de sólidos no circuito dos
grossos de forma a garantir o controle das particulas finas abaixo de 0,8mm de
tamanho para evitar a contaminacao do meio denso impactando na densidade de
corte indicada pela empresa;

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 Desenvolvimento de uma unidade experimental de ciclone Pre-scalp DMC e
avaliar a sua eficiência global de separação, e demais seus parâmetros de operação;
 Adopcao de novo periodo de controle dos parâmetros operacionais (densidade de
corte, pressao de ciclone, niveis dos tanques, vazao de alimentacao, condicoes do
material), ao invés de controlar-se no intervalo de uma em uma hora, passar a fazer
o controle no máximo no intervalo de trinta em trinta minutos;
 Dar treinamento operacional adequado aos colaboradores para garantir maior
produtividade dos mesmo e producao de qualidade;
 Fazer controle rapido ( num periodo de quatro horas, correspondentes à metade de
cada turno) das propriedades quimicas que qualidade de carvao mineral.

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CAPITULO VII: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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