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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica

Dimensionamento De Uma Vassoura Mecânica Para Auxiliar No Processo De Limpeza


De Estradas E Passeios Caso De Estudo Conselho Municipal Da Cidade De Nampula.

Autor:
Narcisio Silva Jackson
Supervisor:
Teófilo Zemaoge, Eng.º
Co-supervisores:
Lourenço Matandire, Eng.º

Pemba, 2022
Universidade Lúrio
Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica

Dimensionamento De Uma Vassoura Mecânica Para Auxiliar No Processo De Limpeza


De Estradas E Passeios Caso De Estudo Conselho Municipal Da Cidade De Nampula.

i
Projecto apresentado ao Curso Licenciatura
em Engenharia Mecânica da Universidade
Lúrio, como cumprimento Do Requisito
Obrigatório Para Obtenção Do Grau De
Licenciado Em Engenharia Mecânica.

Autor:
Narcisio Silva Jackson
Supervisor:
Teofilo Zemaoge, Eng.º
Co-supervisores:
Lourenço Matandire, Eng.º

Pemba, 2022

PENSAMENTO
"O homem não vive como ele quer, por isso é obrigado a manter o equilíbrio entre a mente e
coração " (Manuel Fonbe).

ii
PÁGINA DE ACEITAÇÃO

_________________________________________

Presidente do Júri

_________________________________________

Secretário

_________________________________________

Vogal

Cidade e data:

iii
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Narcisio Silva Jackson, declaro por minha honra que esta monografia, é resultado do meu
próprio esforço e empenho. Está sendo submetido ao Departamento de Engenharia Mecânica
para efeitos de avaliação e defesa.

Declaro ainda que, são verdadeiras todas as informações que constam neste projecto.

Assinatura: ____________________________________________

Data: _________________________

iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por, mais uma vez, me proporcionar esse momento de buscar novos
conhecimentos, de ter-me dado forças nos momentos mais difíceis desta caminhada, e por me
conceder a graça da vida.

Agradeço a minha família, em especial aos meus pais Silva Jackson Mucheliua e Ana Maria
Adriano dos Santos, por eles terem passado a mim todos os ensinamentos e conhecimentos,
sendo a base fundamental para essa caminhada. Pois sei onde quer eles estejam sempre vão
torcer por mim e que Deus lhes dê eterno descanso.

Ao meu irmão Adriano Eliseu Chicra, minha avó Filomena Samuel e meu tio Raimundo
Adriano dos Santos, que com muita paciência, compreenderam os momentos em que tiveram
que me auxiliar nesta etapa, para superar as dificuldades.

Aos amigos, colegas e docentes, pelas oportunidades de compartilhar conhecimentos e


experiências, trocando ideias e sugestões que auxiliaram no desenvolvimento do trabalho.

v
DEDICATÓRIA
Em um primeiro momento dedico este trabalho a minha família, que me inspiraram a
compreender melhor os desafios que temos que enfrentar e visualizar o melhor caminho a ser
trilhado, com valores e princípios que nos dão sustentação para sermos o mais justo possível.

Dedico de coração aos meus docentes Teofilo Zemaoge e Lourenço Matandire que com
competências e extraordinárias capacidades buscaram sempre me auxiliar em todos os
momentos e me proporcionaram muitas lições e desafios que contribuiu para o
desenvolvimento do trabalho até aqui.

vi
Lista de Abreviaturas

vii
Índice de Tabelas

viii
Índice de figuras

ix
Índice
PENSAMENTO.........................................................................................................................ii
PÁGINA DE ACEITAÇÃO.....................................................................................................iii
DECLARAÇÃO DE HONRA..................................................................................................iv
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................v
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................vi
Lista de Abreviaturas...............................................................................................................vii
Índice de Tabelas....................................................................................................................viii
Índice de figuras........................................................................................................................ix
RESUMO................................................................................................................................xiii
ABSTRACT............................................................................................................................xiv
CAPÍTULO I: Introdução........................................................................................................15
1.1. Contextualização...........................................................................................................16
1.2. Problematização............................................................................................................17
1.3. Justificativa...................................................................................................................18
1.4. Delimitação Do Tema...................................................................................................19
1.5. Objectivos.....................................................................................................................20
1.5.1. Objectivo geral:.........................................................................................................20
1.5.2. Objectivos Específicos:.............................................................................................20
1.6. Hipóteses.......................................................................................................................21
CAPÍTULO II: Fundamentação Teórica..................................................................................22
2.1. A Evolução Da Limpeza Em Zonas Urbanas...............................................................23
2.1.1. Ruas e Estradas na Antiguidade................................................................................23
2.1.2. Urbanização Contemporânea De Moçambique.........................................................24
2.2. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos em Moçambique................................................26
2.2.1. Divisão Administrativa Da Cidade De Nampula......................................................27
2.2.2. Distribuição Territorial Da População Da Cidade De Nampula...............................27
2.3. Fontes de Resíduos Sólidos Nas Estradas.....................................................................28
2.3.1. Resíduos Naturais......................................................................................................28
2.3.2. Resíduos do Trânsito Rodoviário..............................................................................29
2.3.3. Resíduos Comportamentais.......................................................................................29
2.3.4. Resíduos Humano......................................................................................................29
2.4. Processo Actual de limpeza das ruas no município de Nampula..................................29

x
2.5. Descrição Dos Matérias Da Vassoura Mecânica..........................................................31
2.5.1. Eixos..........................................................................................................................31
2.5.1.1. Constituição Dos Eixos..........................................................................................31
2.5.1.2. Classificação Dos Eixos.........................................................................................31
2.5.1.3. Montagem De Eixos..............................................................................................33
2.5.1.4. Danos Típicos Sofridos Pelos Eixos segundo a SENAI........................................34
2.5.2. Correntes....................................................................................................................34
2.5.2.1. Tipos De Correntes................................................................................................35
2.5.2.2. Danos Típicos Das Correntes segundo a SENAI...................................................36
2.5.2.3. Manutenção Das Correntes segundo SENAI.........................................................37
2.5.3. Engrenagens..............................................................................................................38
2.5.3.1. Classificação Das Engrenagens.............................................................................39
2.5.3.2. Padronização das Engrenagens..............................................................................41
2.5.3.3. Fabricação das Engrenagens..................................................................................41
2.5.3.4. Materiais Para As Engrenagens.............................................................................43
2.5.4. Chapas Metálicas.......................................................................................................43
2.5.4.1. Critérios Para Escolha Das Chapas Metálicas Segundo Catalogo USP................44
2.5.4.2. Tipos De Chapas Metálicas...................................................................................45
2.5.5. Tubos Metálicos........................................................................................................46
2.5.5.1. Normalização Dos Tubos Metálicos......................................................................48
2.5.5.2. Tipos de Tubos Industriais.....................................................................................48
2.5.5.3. Processo De Fabricação Dos Tubos Segundo a Norma NBR 5580......................51
2.5.5.4. Material Para Produção Dos Tubos.......................................................................51
2.5.5.5. Aplicações..............................................................................................................52
2.5.5.6. Apresentação..........................................................................................................52
2.5.6. Rodas.........................................................................................................................52
2.5.6.1. Classificação Das Rodas.............................................................................................53
2.5.6.2. Constituição.................................................................................................................55
2.5.6.3. Como Seleccionar Uma Roda De Acordo Com Schioppa....................................58
2.5.6.4. Combinações das Montagens Mais Utilizadas......................................................60
2.5.7. Escovas Industriais....................................................................................................62
2.5.7.1. Como Escolher Uma Escova M&S Escovas Industriais.............................................63
2.5.7.2. Características E Vantagens Das Escovas Industriais Cilíndricas Segundo A M&S
Escovas Industriais...................................................................................................................63
xi
2.5.7.3. Tipos De Escova Cilíndrica Segundo A M&S Escovas Industriais......................64
2.5.7.4. Aplicações Da Escova PEAD De Aço...................................................................65
2.5.7.5. Aplicações Das Escovas Nylon.............................................................................66
2.5.8. Motor de Corrente Contínua......................................................................................68
2.5.8.1. Categorização Dos Motores Eléctricos..................................................................68
2.5.8.2. Princípio De Funcionamento.................................................................................69
2.5.8.3. Tipos De Motores DC............................................................................................70
2.6. Dimensionamento dos Elementos.................................................................................73
2.6.1. Dimensionamento das Engrenagem segundo a norma DIN 862 e 867..........................73
2.6.1.1. Critério De Desgaste..............................................................................................74
2.6.1.2. Critério De Resistência A Flexão No Pé Do Dente...............................................76
2.6.2. Dimensionamento dos Eixos Segundo A Norma DIN 1611....................................78
2.6.3. Dimensionamento das Correntes Segundo A Norma GOST-URSS........................81
CAPÍTULO III: Metodologias.................................................................................................84
CAPÍTULO IV: Apresentação de resultados...........................................................................86
CAPÍTULO V: Análise e Discussão de Resultados................................................................87
CAPÍTULO VI: Conclusão......................................................................................................88
Recomendações........................................................................................................................89
Referências Bibliográficas.......................................................................................................90
Anexos......................................................................................................................................91

xii
RESUMO

xiii
ABSTRACT

xiv
CAPÍTULO I: Introdução
A limpeza é necessidade básica de todos os seres humanos e é necessária que seja uma rotina
diária. A máquina convencional de limpeza de estradas e pisos pode ser usada em varias
situações tais como estradas, estações ferroviárias, aeroportos, hospitais, pontos de ônibus,
em vários edifícios, faculdades etc. Um varredor de estradas ou limpador de estradas
actualmente refere-se à ocupação de uma pessoa que efectua o processo de limpeza das ruas,
geralmente em uma área urbana. Os varredores de rua são empregados nas cidades desde que
o saneamento e a remoção de lixo se tornaram uma prioridade. Um varredor de rua usaria
uma vassoura e uma pá para remoção dos resíduos sólidos acumulados nas ruas.

Nos últimos anos, a limpeza está se tornando um factor importante para a melhoria de
qualquer nação e assim, para apoiar a causa pretendemos realizar um estudo, e elaborarmos
um projecto de dimensionamento de uma vassoura mecânica para o nosso caso de estudo que
é o município da cidade de Nampula que seu funcionamento será mecanicamente para
limpeza de estradas e passeios, esta vassoura mecânica será operada por um mínimo esforço
humano, o sistema é fixado com par de rodas que são conectados com a ajuda do eixo, o eixo
faz com que as rodas sejam conectadas umas às outras na qual as rodas são movidas para uma
posição desejada com a ajuda da mínima força manual do operador, o accionamento da
corrente é conectado às rodas e engrenagens em ambos os lados. A corrente é movida de
acordo com a roda e engrenagem fazendo assim a escova movendo-se na direcção oposta das
rodas com isso escova vassoura os resíduos presentes na estrada também despeja os resíduos
na caixa de chapa metálica (colector de lixo) caixa é removida para despejar os resíduos nos
locais apropriados. Alça pode ser ajustada para uma altura necessária e fornece três orifícios
de ajuste para ela. Fornecendo uma limpeza fácil e eficiente em pouco tempo, reduzindo os
esforços humanos. O mecanismo facilitará o processo de limpeza das estradas e passeios no
município da cidade de Nampula pois a varrição diária das vias públicas é imprescindível
priorizando as vias que necessitam de limpeza diária.

O projecto coloca-se no âmbito das acções de redução do impacto ambiental dos Resíduos
Sólidos Urbanos na cidade de Nampula, Moçambique, visando a implementação de um
modelo de boas práticas de soluções sustentáveis e de responsabilidade compartilhada na
gestão dos resíduos.
1.1. Contextualização
O processo de limpeza das ruas é uma ocupação tão simples e humilde que raramente atrai
colaboradores jovens interessados para os gestores responsáveis por tais actividades. É um
serviço para o qual uma grande variedade de ferramentas, equipamentos e métodos, estão
disponíveis, e é aquele em que há muitas vezes grande margem para economia financeira pela
introdução de métodos mais eficientes. Para accionamento desta vassoura mecânica é simples
e prático a partir de inversão de movimentos das engrenagens acopladas aos eixos com um
colector de lixo onde será depositado os resíduos. O projecto vai concentrar-se
principalmente no dimensionamento da vassoura mecânica, para facilitar no processo de
limpeza das estradas e passeios, do município da cidade de Nampula.

O Conselho Municipal da Cidade de Nampula (CMCN) através da Empresa Municipal de


Saneamento de Nampula (EMUSANA) já vêm realizando sucessivas iniciativas, com
diferentes parceiros, para o melhoramento do referido sector, essencial para o bom
funcionamento da sociedade e boa conservação do meio urbano. As maiores dificuldades
identificadas para a realização de uma Gestão Integrada de RSU no município, são:

 Falta de estruturas e meios adequados;


 Falta de capacidades e equipamentos adequados entre os trabalhadores do sector;
 Falta de educação e informação da população urbana com relação à importância do
seu papel neste processo;
 Dificuldade de envolver a iniciativa privada no processo e de regulamentar as
iniciativas existentes.

O projecto pretende proporcionar uma resposta à situação emergencial com a implementação


desta vassoura mecânica como um método alternativo para o conselho municipal da cidade
de Nampula relativa à gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).

Um ambiente limpo garante a existência contínua e sobrevivência de toda a vida na Terra


Limpando o ambiente reduz a poluição, protege ecossistemas únicos, previne a extinção de
espécies ameaçadas e conserva recursos (Lawrence, 2012).

Da mesma forma, a limpeza das estradas também é importante para um ambiente saudável e
segurança rodoviária. Normalmente, temos visto areia nas estradas que deve á má limpeza
das mesma que em maus tempos (épocas de ventos) cria partículas de poeira causando
problemas de saúde e acidentes nas estrada.

16
1.2. Problematização
Dos numerosos problemas ambientais existentes, o dos resíduos sólidos tomou-se um dos
maiores desafios da actualidade (Gutmann & Kristen, 2012). Com o crescimento da
população, houve um aumento na produção de bens e alimentos. Estes, por sua vez, à medida
que são produzidos e consumidos, acarretam uma geração cada vez maior de resíduos
sólidos, os quais, dispostos inadequadamente, trazem significativos impactos à saúde pública
e ao meio ambiente.

A poluição do ar é um dos problemas emergente e exponencialmente crescente. Segundo a


Organização Mundial da Saúde (OMS) um dos principais contribuintes da poluição do ar é
partícula da poeira do solo prejudicial. Essas partículas de poiras não são limpas a tempo
pelos funcionários do conselho municipal da cidade de Nampula. Porque dos quais, a poeira
aumenta em grande quantidade e é espalhada por veículos passageiros e vento local.

Os Sistemas de Limpeza Urbanos (SLUs) necessitam de avaliações periódicas de seu


desempenho, sendo assim, são necessárias informações consistentes para que sejam
formulados indicadores e índices, os quais, além de ajudar no equacionamento dos problemas
ligados à limpeza urbana, também constituirão elementos importantes para avaliar o
desenvolvimento social e ambiental dos municípios. O conselho municipal da cidade de
Nampula (CMCN) tem a responsabilidade de efectuar a limpeza nas estradas e passeios, por
possuir áreas de ocupação muito grande as vassouras tornam o processo muito lento.
Normalmente este processo não atrai colaboradores jovens segundo o estudo feito pelo
conselho municipal da cidade de Nampula a idade dos funcionários desta área na sua maioria
estão na faixa dos 45-60 anos idade isso faz com que o esforço físico deles seja muito braçal,
por tanto actualmente fazem grupos muito maiores 15 a 20 elementos no intuito de suprir a
demanda porem nem sempre isso acontece pois tem vezes que até as 7h ainda estão
efectuando o processo perturbando assim a movimentação dos munícipes. Pois esse processo
manual causa cansaço as mãos e até pode causar danos ao ombro, Por ser um processo
contínuo, produz fadiga e perigoso para a saúde do varredor devido a poeira em que ele esta
exposto, É um processo demorado e trabalhoso. Portanto

Como reduzir o tempo e esforço dos colaboradores no processo de limpeza das estradas
e passeios na cidade de Nampula?

17
1.3. Justificativa
Este estudo toma-se importante e justificável porque, com esta vassoura além de definir um
método alternativo de limpeza das estradas e passeios permite dar um avanço tecnológico
neste sector, funciona no princípio simples do movimento centrífugo de escova cilíndrica
jogando resíduos sólidos da superfície da estrada no recipiente, usa materiais locais e é barato
e também é eficiente. Como na sua maioria são idosos com esta vassoura mecânica reduzirá o
esforço deles, o tempo de operação, e também o número de elementos dos grupos de limpeza
pois um colaborador pode monitorar dois mecanismos. A escova cilíndrica é mais consistente
em relação as actuais, reduzindo assim os custos periódicos de compra de matérias de
limpeza tais como: vassouras, pás entre outros. Com redução do números dos elementos nos
grupos haverá a possibilidade dos colaboradores efectuarem escalas, dando-lhes descansos
longos, bem como o conselho municipal da cidade de Nampula pode reduzir o número de
colaboradores neste sector reduzindo assim os gastos totais neste processo.

Espera-se que este trabalho, cujos objectivos são expostos a seguir, possa auxiliar os gestores
da área em causa no conselho municipal da cidade de Nampula no planeamento estratégico
dos SLUs ajudando a definir novos objectivos, avaliar resultados, estabelecer e quantificar
novas metas.

18
1.4. Delimitação Do Tema
A cidade de Nampula situa-se, aproximadamente, no centro do espaço geográfico do distrito
que leva o mesmo nome (distrito de Nampula), um pouco deslocada para NE, e ocupa uma
área de 404 km2. De Este para Oeste tem uma extensão de 24,5km, entre os meridianos de
39.º 23’ 28’ e 39.º 10’ 00’ Este. No sentido N-S estende-se por 20,25km, desde a barragem
do rio Monapo, a uma latitude de 15.º 01» 35’S, até ao riacho Muepelume, no paralelo 15.º
13’ 15’ S. Nampula é a cidade capital da província do mesmo nome, em Moçambique, país
em que se localiza a província, é conhecida como a Capital do Norte. Administrativamente, a
Cidade de Nampula é um município, tendo um governo local eleito. O Município de
Nampula, Possui uma Superfície total de 404 km², com 6 Postos Administrativos Municipais
e 18 Bairros e tem 743 125 Habitantes (Censo, 2017).

Fig. 1: cidade de Nampula. Fonte: (Felio, 2014)

A vassoura será aplicada nas estradas e passeios da cidade de Nampula, priorizando – se as


vias mais movimentadas tais como:

 Avenida Paulo Samuel Kankhomba: CFM (Caminhos de Ferro de Moçambique) á


HCN (Hospital Central de Nampula);
 Avenida 25 de Setembro: Praça dos Heróis á Total;
 Avenida 3 de Fevereiro: Praça da Rotunda á Belenenses;
 Avenida do Trabalho: Faina á Rex;
 Rua dos sem medo: Prédio Carvalheira á Igreja São José.

NOTA: na fase do balanço económico vamos seleccionar uma das ruas para efectuar uma
análise financeira dos gastos inerentes a rua escolhida com método actual e com
implementação da vassoura mecânica.

19
1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo geral:


Dimensionar uma vassoura mecânica para auxiliar no processo de limpeza de estradas e
passeios.

1.5.2. Objectivos Específicos:


 Contextualizar a evolução da limpeza em zonas urbanas;
 Identificar o método actual de limpeza das estradas e passeios da cidade de Nampula;
 Descrever os componentes utilizados no mecanismo de varrer;
 Demostrar os cálculos do dimensionamento dos elementos da máquina;
 Ilustrar o layout da máquina de varrer;
 Analisar o estudo de viabilidade do projecto;
 Apresentar o orçamento geral do projecto e de manutenção.

20
1.6. Hipóteses
Os serviços de limpeza urbana foram desenvolvidos ao longo dos tempos, inicialmente, para
proporcionar protecção sanitária às populações urbanas e, mais actualmente, para também
proporcionar a protecção ambiental dos ecossistemas.

Apesar dos evidentes esforços realizados pelas administrações municipais, os serviços de


limpeza urbana (SLUs), na sua maioria, não tem proporcionado retomo ambiental
satisfatório, devido, principalmente a:

 Carência de planeamento e programas;


 Pessoal pouco qualificado;
 Recursos físicos e financeiros insuficientes ou mal aproveitados;
 Legislações antigas ou incompletas;
 Estruturas e instituições deficitárias;
 Aplicação de tecnologias inapropriadas;
 Falta de cobrança dos resultados por parte do usuário dos serviços.

A recuperação e a manutenção da qualidade ambiental dos ecossistemas não dependem


apenas da colecta selectiva, mas também da eficiente operação diária dos sistema de colecta e
de disposição final em todos os seus aspectos operacionais, administrativos, económicos e
financeiros. Equipamentos de colecta obsoletos ou desgastados, motores desregulados,
excesso de funcionários e desestimulados, altos custos das tarifas, alta inadimplência por
parte dos usuários, pouca cobrança ou desinteresse da população na qualidade dos serviços,
etc., são algumas variáveis operacionais que afectam a qualidade e a eficiência sanitária e
ambiental de qualquer serviço de limpeza urbana.

Em Moçambique, e na província de Nampula, os serviços de limpeza urbana são atribuições


das administrações Municipais, as quais se ressentem da falta do conhecimento de quais
variáveis serão ambientalmente importantes para ajudá-las a administrar com eficiência e
eficácia este sector. Sendo assim, propõe-se um mecanismo puramente mecânico que ira
ajudar no processo de limpeza nas estradas e passeios, com o objectivo de suprir a área de
ocupação em pouco tempo.

21
CAPÍTULO II: Fundamentação Teórica
Mesmo nas mais simples actividades humanas produzimos lixo. Isto se dá tanto na
preparação como ao fim da vida útil daquilo que é processado. Ao prepararmos nossos
alimentos, por exemplo, sobram cascas, folhas, peles, etc e, ao final, ossos, sementes e etc.
Tanto o lixo como os dejectos devem ser segregados e destinados a locais onde não criem
problemas para as actividades comunitárias.

Os Sistemas de Limpeza Urbanos (SLUs), diz para melhor percepção das vantagens e
desvantagens dos resíduos sólidos é necessário uma percepção dos seguintes termos:

 Colecta: principal actividade, corresponde a remoção dos resíduos produzidos na área


urbana dos municípios. Segundo JARDIM (1995), a colecta e o transporte para o local
de tratamento/disposição final são acções de grande visibilidade para a população,
tendo como objectivo impedir o desenvolvimento de vectores transmissores de
doenças, os quais encontram alimento e abrigo no lixo.
 Limpeza de ruas e logradouros públicos: segunda atribuição em importância para a
população, tem como objectivos: manter a limpeza dos municípios; prevenir
enchentes e assoreamento de rios e arroios; minimizar riscos à saúde.
 Transporte: é uma actividade distinta da colecta quando as distâncias de remoção até
os pontos de destinação final passam a ser longas. Quando as distâncias a serem
vencidas até o local de disposição final são grandes recomenda-se o uso de estações
de transferência ou de transbordo que limitam o percurso dos veículos colectores,
gerando maior economia e permitindo o transporte dos resíduos sólidos em veículos
com capacidade entre 40 e 60 m3 com custos unitários de transporte usualmente
reduzidos (JARDIM, 1995).
 Tratamento/disposição final dos resíduos sólidos: normalmente, esta operação é
efetuada imediatamente após a colecta. Quando o processamento tem por objectivo
fundamental a diminuição dos inconvenientes sanitários ao homem e ao meio
ambiente e o reaproveitamento de materiais e energia, diz-se então que os resíduos
sólidos foram submetidos a um tratamento. A disposição final corresponde a última
fase de um serviço de limpeza urbana.
 Serviços complementares: por exemplo, limpeza do sistema de captação de águas
pluviais, limpeza de monumentos, túneis, escadarias, abrigos, feiras, hospitais, capina,
entre outros.

22
Os problemas de saneamento não é uma abordagem recente pois é sabido que desde o inicio
da humanidade que é um dos grandes desafios de muitas populações em todo o mundo
principalmente em países subdesenvolvidos Moçambique é um deles.

2.1. A Evolução Da Limpeza Em Zonas Urbanas


Alguns autores costumam iniciar suas discussões sobre lixo a partir da Idade Média,
principalmente no período em que há um acentuado declínio das cidades na Europa. Esta
posição deixa de lado interessantes e decisivas informações sobre importantes cidades da
Antiguidade que têm uma contribuição significativa para se entender os princípios da limpeza
urbana. Ur, Atenas, Tebas, Roma, entre outras, não podem ser esquecidas. Não se deve
perder de vista que algumas delas alcançaram tamanho expressivo e que, certamente,
precisavam desenvolver técnicas para cuidar do seu lixo e dejectos.

É importante dar a conhecer também que pessoas estavam directamente vinculadas à


execução e à administração deste trabalho, e sobretudo como eram vistas socialmente. Esse
olhar nos ajuda a perceber como foram se formando estigmas e interdições que cercam ainda
hoje nossa relação com o lixo e os dejectos. Todavia, tentar determinar, com precisão, o que
se passou desde então é tarefa difícil, mesmo quando procuramos nos restringir a uma
determinada região. São séculos de práticas, atomizadas em aldeias e cidades que surgiram e
desapareceram, ou se modificaram radicalmente no correr do tempo. São diversos povos e
influências culturais em diferentes momentos de desenvolvimento e em variadas situações,
como secas, guerras, calamidades e pestes. Trata-se antes de buscar, nos limites da
documentação existente, indicações, em grandes linhas, de como se processou o trato com os
dejectos e o lixo.

2.1.1. Ruas e Estradas na Antiguidade


Cabe destacar que para a limpeza urbana foi importante o desenvolvimento, pelos romanos,
de uma infra-estrutura de ruas e estradas, assim como de sua conservação. Este é um aspecto
tido até hoje como fundamental, ao se discutir limpeza urbana. Apesar de Roma, segundo
Friedlander (s/d), não passar de uma “aldeia lacustre” nos idos de 520 a.C., aos poucos se foi
transferindo para as ruas e estradas uma perspectiva de conforto e salubridade.
Desenvolvendo vários tipos de calçamento e técnicas de construção, os romanos se tornaram
grandes construtores de ruas e estradas. Na verdade, o calçamento de ruas foi conhecido por
muitas civilizações da Antiguidade, apesar de como ressalta Hösel (s/d), e como até hoje em

23
muitas cidades é ainda o caso se cuidar mais das ruas principais e mais movimentadas, do que
das secundárias e periféricas.

Em Roma, foi a partir de 189 a.C. que se trabalhou intensamente na pavimentação de ruas. Já
em 45 a.C. encontramos leis precisas, determinando como se devia construir e conservar ruas.
A cidade foi dividida em regiões, para que as ruas fossem administradas. A Lex Julia (45
a.C.) indicava caber ao Estado a pavimentação das ruas, e as calçadas aos proprietários das
casas (incluindo pequenos prédios). Estes eram responsáveis de igual modo pela limpeza da
calçada até o meio da rua. Em caso de falta de cuidado, o serviço era executado pela cidade e
a conta enviada ao proprietário do trecho. Também deveria ter cuidado para que as águas
servidas não alcançassem as ruas. Entretanto, nem mesmo tais normas asseguravam a limpeza
das ruas. Uma das causas estaria no seu grande movimento, já que não se dera, segundo
Hösel, a devida atenção à relação e à harmonia entre ruas, prédios, densidade populacional e
de “trânsito”. Combinado à urbanização desordenada e às desigualdades sociais, este aspecto
compõe um quadro que, a despeito dos avanços técnicos, leis e esforços públicos, tende a
comprometer seriamente a limpeza urbana.

Fig. 2: prisioneiros transportando lixo, Hamburg, 1609. Fonte:( Hösel. Op.cit., p.67).

2.1.2. Urbanização Contemporânea De Moçambique


Moçambique situa-se na costa oriental da África Austral, no oceano Índico, e faz fronteira
com seis países (Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbabué, África do Sul e Suazilândia). Tem
uma faixa costeira de 2.700 km e uma área de 799.380 km 2, organizado em 10 principais
cidades: Niassa (cidade de Lichinga), Cabo Delegado (Pemba) e Nampula (Nampula), ao
norte; Zambézia (Quelimane), Tete (Tete), Manica (Chimoio) e Sofala (Beira), ao centro;

24
Maputo (capital do país), Gaza (Xai-Xai) e Inhambane (Inhambane), ao sul, como mostram a
Figura 6.

Fig. 3: Mapa de Moçambique com divisão administrativa de 10 províncias. Fonte: UN-HABITAT (2007).

A proporção da população urbana de Moçambique é estimada em 36%. Três quartos dessa


população são compostos de residentes informais que sobrevivem da agricultura de
subsistência ou do trabalho temporário. Os esforços governamentais reduziram a pobreza,
entre 1997 e 2003, de 70% para 54%. A migração contínua desde 1975, ano da independência
para as cidades, é o que ofusca o desenvolvimento nas zonas rurais. É imperioso dizer que as
principais cidades e a maioria da população se encontram ao longo do litoral de Moçambique,
com 2.470 km de extensão. Os serviços urbanos básicos estão fora do alcance da maioria
dessa população. Os relatórios do Banco Mundial reportam que a taxa de cobertura de
serviços básicos de colecta de resíduos sólidos atinge aproximadamente 30% dos residentes.
Apesar de não existirem dados exactos, acredita-se que seja correto assumir essa proporção.
Em 1990, o país adoptou uma nova constituição que substituiu a de 1975, levando
Moçambique a uma República Democrática, com a realização das primeiras eleições
democráticas em 1994. Assim, a partir momento, de cinco em cinco anos, ocorrem,
permanentemente, eleições presidenciais, legislativas e municipais (UN-HABITAT, 2007).

A urbanização contemporânea deve ser aqui entendida como o processo de formação do


espaço urbano do nosso tempo, mas o nosso tempo é vago. Dá-se como ponto de partida,
principalmente, a década de 1990, que foi decisiva na história de Moçambique,
profundamente influenciada pela introdução da economia de mercado (1990), pelo fim da
guerra civil (1992) e pela realização das primeiras eleições gerais (1994).

25
Em Moçambique, a área urbana é formada por 23 cidades e 68 vilas. Dentro desse espaço
urbano, surgiram mudanças significativas na urbanização moçambicana, que acabaram
alterando profundamente a paisagem urbana, com aparecimento, de um lado, de novas
configurações urbanas (condomínios e edifícios luxuosos de dois a três pisos) e, do outro
lado, de novos bairros, cada vez mais distantes dos centros urbanos, com ausência de serviços
públicos, asfaltamento, iluminação, transporte, educação e saúde. As características mais
predominantes nesse processo foram, nomeadamente: a dualidade urbana, a ruralidade no
urbano, a informalidade e o crescimento demográfico. A quantidade dos resíduos sólidos é
directamente proporcional ao número de habitantes de uma região.

2.2. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos em Moçambique


Falar de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos - GRSU é algo relativamente novo para
Moçambique, um país que conquistou sua independência política e administrativa em 1975.
Neste artigo abordaremos a questão da GRSU na escala municipal tendo como foco a Cidade
de Nampula, a capital do norte, pois a GRSU nesta cidade uma realidade, mesmo ainda sendo
uma utopia para muitas cidades de Moçambique até em África.

O lixo na cidade de Nampula como em muitas cidades africadas não é só um problema


ambiental, mas muitas vezes um problema social. A rápida urbanização, o crescimento dos
bairros sem nenhum serviço básico, os fluxos migratórios internos, sem planeamento entre
outros serviços básicos, têm desafiado a administração pública a enfrentar novas realidades.
Desafiados pelas demandas municipais, a administração municipal de Nampula tem buscando
formas de resolver este e outros problemas, sendo em grande parte a combinação deste
problema ambiental e social.

Estima – se que nesta cidade vivem mais de 7.400.000 habitantes, segundo a Direcção
Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos e Salubridade em média cada munícipe produz por
dia cerca de 1 kg de lixo e somente cerca de 7.400 Toneladas, são depositadas na Lixeira do
Matador (lixão).

Segundo Mertanen, Langa e Ferrari (2013) para onde vai o lixo produzido diariamente e que
não chega á lixeira? É com base neste questionamento que surge outra questão; de quem é
responsabilidade da GRSU? Este projecto não tem o propósito de responder directamente,
mas sim apresentar o cenário de GRSU na cidade de Nampula e avançar com clarificação
sobre as responsabilidades nesta gestão.

26
2.2.1. Divisão Administrativa Da Cidade De Nampula
A urbe de Nampula constitui um município e, administrativamente, tem equivalência a um
distrito. É formada por 6 postos administrativos urbanos que englobam 18 bairros, conforme
a tabela I. O município é dirigido pela Assembleia Municipal e pelo Presidente do Conselho
Municipal, eleitos por voto directo dos munícipes. No entanto, os chefes dos postos
administrativos urbanos são nomeados pelo governador da província, o que cria um
enviesamento do poder local autárquico e, por vezes, dificuldades de gestão e administração
urbanas.

Tabela I – Divisão administrativa da cidade de Nampula

Postos administrativos urbanos Bairros

Central Bombeiros; 25 de Setembro; 1 de Maio; Limoeiros;

Liberdade; Militar.

Muatala Muatala; Mutauhanha.

Muhala Muhala; Namutaqueliua; Muahivire.

Namicopo Namicopo; Mutava-Rex

Napipine Napipine; Carrupeia.

Natikiri Natikiri; Marrupaniua; Marrere.

Table I – Administrative organisation of the city of Nampula

O posto administrativo urbano Central, como o próprio nome indica, constitui o centro
geográfico, económico, administrativo e urbano da cidade, e corresponde à «cidade de
cimento», planeada, de desenvolvimento vertical, onde se situam as principais infra-
estruturas económicas, sociais e administrativas; a antiga cidade colonial, habitada,
exclusivamente, por população branca e alguma mulata e assimilada. Corresponde a um
modelo urbano tipicamente «ocidental», de planta ortogonal, estruturado em amplas
avenidas, com áreas residenciais e de serviços bem demarcadas.

2.2.2. Distribuição Territorial Da População Da Cidade De Nampula


Considerando as unidades territoriais administrativas intra-urbanas, os postos administrativos,
o aumento da população foi bastante diferente, conforme ilustram o quadro III e a figura 2. A
«cidade de cimento» (posto administrativo Central) e o posto administrativo de Natikiri, no
extremo ocidental da área urbanizada, foram os que menos cresceram ao longo do período
aqui considerado (1980-1997). Em Natikiri, em 1980 residia 20,4% da população da cidade,

27
mas 17 anos depois (1997) a população aqui residente representava, apenas, 10,8% dos
moradores de toda a cidade. Num período de 17 anos este posto administrativo teve apenas
um aumento absoluto de 3 mil habitantes, ao contrário de Napipine, por exemplo, que viu os
seus moradores acrescidos de mais 42.000. A situação naquele posto administrativo urbano
foi resultado das condições de insegurança, provocadas pela guerra civil, pois esta área estava
muito próxima de territórios rurais onde as acções dos rebeldes se faziam sentir com muita
frequência contra a população. Além disso, é uma área urbana muito periférica com poucas
ou nenhumas infra-estruturas urbanas e socioeconómicas. Por isso, não sendo atractiva, muita
da sua população migrava para as áreas urbanas vizinhas, com melhores condições de vida,
como Napipine, a NE e Muatala a SE.

Tabela II – Distribuição da população da cidade de Nampula por postos administrativos


urbanos (2007-2017).

1997 2007 2017 Aumento

Pop. % Pop. % Pop. % 1980 = 100

Central 10 992 7,5 14 458 6,2 16 229 5,3 147,6 (1,5 vezes)

Muatala 29 707 20,4 57 168 24,6 72 425 23,9 243,2 (2,4 vezes)

Muhala 32 394 22,2 54 485 23,5 80 006 26,4 247,0 (2,5 vezes)

Namicopo 16 458 11,3 14 463 6,2 33 557 11,1 203,8 (2,0 vezes)

Napipine 26 436 18,2 57 386 24,7 68 410 22,5 258,8 (2,6 vezes)

Natikiri 29 725 20,4 34 207 14,8 32 719 10,8 110,1 (1,1 vezes)

Total 145 722 100 232 167 100 303 346 100 208,2 (2,1 vezes)
Fonte: Serviços Provinciais de Estatística, Direcção Provincial do Plano, Nampula, 2012. Instituto Nacional de
Estatística, IV Recenseamento Geral da População e Habitação, 2017.

2.3. Fontes de Resíduos Sólidos Nas Estradas


Segundo o Feldmann (2012), os resíduos das ruas dividem – se em quatro categorias
principais:

2.3.1. Resíduos Naturais


Estes incluem poeira soprada de áreas não pavimentadas, às vezes de dentro da cidade e às
vezes de uma grande distância, e vegetação em decomposição, como folhas caídas, flores e

28
sementes que se originam de árvores e plantas da cidade. Os resíduos naturais não podem ser
evitados, mas podem ser controlados por medidas como a selecção criteriosa dos tipos de
árvores plantadas na cidade.

2.3.2. Resíduos do Trânsito Rodoviário


Veículos automotores depositam óleo, borracha e lama; além disso, há às vezes,
derramamento acidental da carga de um veículo. Animais puxando veículos depositam
excrementos na superfície da estrada. Os resíduos de trânsito são em grande parte inevitáveis,
mas algum controle legislativo é possível no casos de derramamento de carga e canteiros de
obras.

2.3.3. Resíduos Comportamentais


A principal fonte de resíduos é o lixo jogado por pedestres e resíduos domésticos ou
comerciais varridos ou jogados fora de instalações privadas em vez de ser colocado no
recipiente adequado para o efeito.

2.3.4. Resíduos Humano


A saliva e os excrementos de animais domésticos também se enquadram nesta categoria e
juntos oferecem risco à saúde, que surge de resíduos de rua devido à inalação de poeira
contaminada por saliva e excrementos secos.

2.4. Processo Actual de limpeza das ruas no município de Nampula


O método actual de limpeza de poeira e sujeira à beira da estrada é processo manual. No
processo, a limpeza das estradas é feita com a ajuda de uma vassoura para limpar a sujeira e
poeira. Uma pessoa continuamente faz uma acção de deslizar a vassoura no chão e a mesma
pessoa depois de acumular o lixo, recolhe com as próprias mãos para o balde até terminar a
sua área de ocupação, como mostrado na figura abaixo. Por vezes esse processo efeito em
duplas usando carrinhos de mão. Para além de trabalhoso leva muito tempo.

29
Fig. 4: processo de limpeza actual. Fonte (Autor).

Se observarmos esse processo, então podemos encontrar as seguintes limitações que são
dadas abaixo de:

 Este processo cansa a mão e até causar danos ao ombro;


 Por ser um processo contínuo, produz fadiga e perigoso para a saúde do varredor;
 É um processo demorado e trabalhoso.
 As partículas de poeira presentes na estrada, quando misturadas com a neblina e
forma smog, isso diminuem a visibilidade na estrada, o que resulta em manuseio
incorrecto e acidentes fatais.
 O contacto entre a superfície da estrada e a superfície de pneu reduz devido à
presença de camada de partículas de poeira entre eles, durante a travagem e viragem
do veículo, causa o problema como derrapagem.
 Partículas de poeira estranhas ao entrar nos olhos do condutor ou peão causa
desconforto e irritação que é um problema crítico ao dirigir ou andar em uma estrada
movimentada.

30
2.5. Descrição Dos Matérias Da Vassoura Mecânica

2.5.1. Eixos
De acordo com Gordo e Ferreira (2013, p197) "Eixos são elementos mecânicos utilizados
para articular um ou mais elementos de máquinas, quando móveis, os eixos transmitem
potência por meio do movimento de rotação".

Segundo Franceschi e Antonello (2014) eixos são elementos de máquinas utilizados para
suportarem componentes rotativos e ou transmitir potência ou movimento rotativo ou axial,
os eixos trabalham em condições extremamente variáveis de carregamento. Apresentam
normalmente forma cilíndrica (existem excepções). Podendo apresentar perfis lisos e
compostos, bem como se apresentarem com seções cheias ou vazadas, com grande variedade
de tamanhos, consequentemente podendo ser utilizados em diversos campos de aplicação na
engenharia.

Fig. 5: eixo de transmissão. Fonte: (Gordo & Ferreira 2013).

2.5.1.1. Constituição Dos Eixos


A maioria dos eixos é construídos de aço com baixo e médios teores de carbono. Os eixos
com médio teor de carbono exigem um tratamento térmico superficial, pois estarão em
contacto permanente com buchas, rolamentos e materiais de vedação. Existem eixos
fabricados com aços-liga, altamente resistentes (Gordo & Ferreira 2013).

2.5.1.2. Classificação Dos Eixos


De acordo com Gordo e Ferreira (2013) quanto à seção transversal, os eixos são circulares e
podem ser maciços, vazados, cónicos, roscados, ranhurados ou flexíveis.

a) Eixos maciços

31
Apresentam a seção transversal circular e maciça, com degraus ou apoios para ajuste das
peças montadas sobre eles. Suas extremidades são chanfradas para evitar o rebarbamento e
suas arestas internas são arredondadas para evitar a concentração de esforços localizados.

Fig. 6: Eixo Maciço. Fonte: (Gordo & Ferreira 2013).


b) Eixos vazados

São mais resistentes aos esforços de torção e flexão que os maciços. Empregam-se esses
eixos quando há necessidade de sistemas mais leves e resistentes, como os motores de aviões.

Fig. 7: Eixo vazado. Fonte: (Gordo & Ferreira 2013).


c) Eixos cónicos

Devem ser ajustados num componente que possua furo de encaixe cónico. A parte ajustável
tem formato cónico e é firmemente fixada por meio de uma porca. Uma chaveta é utilizada
para evitar a rotação relativa.

Fig. 8: Eixo cónico. Fonte: (Gordo & Ferreira 2013).


d) Eixos roscados

Possuem algumas partes roscadas que podem receber porcas capazes de prenderem outros
componentes ao conjunto.

32
Fig. 9: Eixo Roscado. Fonte: (Gordo & Ferreira 2013).

e) Eixos ranhurados

Apresentam uma série de ranhuras longitudinais em torno de sua circunferência. As ranhuras


engrenam-se com os sulcos correspondentes das peças a serem montadas neles. Os eixos
ranhurados são utilizados quando é necessário transmitir grandes esforços.

Fig. 10: Eixo Ranhurado. Fonte: (Gordo & Ferreira 2013).


f) Eixos flexíveis

Consistem em uma série de camadas de arame de aço enrolado alternadamente em sentidos


opostos e apertado fortemente. O conjunto é protegido por meio de um tubo flexível, e a
união com o motor é feita com uma braçadeira especial munida de rosca. Os eixos flexíveis
são empregados para transmitir movimento a ferramentas portáteis que operam com grandes
velocidades e com esforços não muito intensos.

NOTA: o eixo que será utilizado no projecto é o eixo maciço, pois as características dele são
as mais adequadas para o trabalho a desempenhar.

2.5.1.3. Montagem De Eixos


De acordo com a SENAI a montagem de eixos exige atenção, organização e limpeza
rigorosa. Além desses factores, os seguintes cuidados deverão ser observados:

 Efectuar limpeza absoluta do conjunto e do eixo para diminuir o desgaste por abrasão.

33
 Não permitir a presença de nenhum arranhão no eixo para não comprometer seu
funcionamento e não provocar danos no mancal.
 Colocar os retentores cuidadosamente para não provocar desgastes no eixo e
vazamentos de lubrificante.
 Não permitir a presença de nenhuma rebarba no eixo.
 Verificar se as tolerâncias das medidas do eixo estão corretas usando parquímetro ou
micrómetro.
 Pré-lubrificar todas as peça para que elas não sofram desgastes até o instante da
chegada do lubrificante quando a máquina for posta para funcionar.

2.5.1.4. Danos Típicos Sofridos Pelos Eixos segundo a SENAI


Os eixos sofrem dois tipos de danos: quebra e desgaste. A quebra é causada por sobrecarga
ou fadiga. A sobrecarga é o resultado de um trabalho realizado além da capacidade de
resistência do eixo. A fadiga é a perda de resistência sofrida pelo material do eixo, devido às
solicitações no decorrer do tempo.

O desgaste de um eixo é causado pelos seguintes factores:

 Engripamento do rolamento;
 Óleo lubrificante contaminado;
 Excesso de tensão na correia, no caso de eixos-árvore accionados por correias;
 Perda de dureza por superaquecimento;
 Falta de lubrificante.

2.5.2. Correntes
Segundo Franceschi e Antonello (2014, p.78) Correntes são elementos de máquinas
destinadas a transmitir movimentos e potência onde as engrenagens e correias não podem ser
utilizadas.

"As correntes transmitem força e movimento que fazem com que a rotação do eixo ocorra nos
sentidos horário e anti-horário, para isso, as engrenagens devem estar num mesmo plano. Os
eixos de sustentação das engrenagens ficam perpendiculares ao plano" (Gordo & Ferreira
2013, p.212).

34
Fig. 11: corrente de transmissão. Fonte: (Gordo & Ferreira, 2013).
A transmissão ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente com os dentes da
engrenagem. A junção desses elementos gera uma pequena oscilação durante o movimento.
O rendimento da transmissão de força e de movimento vai depender directamente da posição
das engrenagens e do sentido da rotação.

2.5.2.1. Tipos De Correntes


Segundo Gordo e Ferreira (2013) os tipos de correntes de transmissão mais utilizados são:
corrente de roletes, corrente de elos livres, corrente comum ou cadeia de elos.

a) Corrente de roletes

A corrente de roletes é semelhante à corrente de bicicleta. Ela pode possuir roletes


equidistantes e roletes gémeos, e é aplicada em transmissões quando não são necessárias
rotações muito elevadas.

Fig. 12: Corrente de Rolete. Fonte: (Gordo & Ferreira, 2013).

b) Corrente de dentes

A corrente de dentes é usada para transmissões de altas rotações, superiores às permitidas nas
correntes de rolete.

35
Fig. 13: Corrente de Dentes. Fonte: (Gordo & Ferreira, 2013).

c) Corrente de elos livre

A corrente de elos livres é uma corrente especial, usada em esteiras transportadoras. Só pode
ser empregada quando os esforços forem pequenos.

Fig. 14: Corrente de elos livre. Fonte: (Gordo & Ferreira, 2013).

d) Corrente comum ou cadeia de elos

A corrente comum ou cadeia de elos possui elos formados de vergalhões redondos soldados.
Esse tipo de corrente é usado para a suspensão de cargas pesadas.

Fig. 15: Corrente comum ou cadeia de elos. Fonte: (Gordo & Ferreira, 2013).

NOTA: a corrente que será utilizado no projecto é a corrente de roletes.

2.5.2.2. Danos Típicos Das Correntes segundo a SENAI


Os erros de especificação, instalação ou manutenção podem fazer com que as correntes
apresentem vários defeitos. O quadro a seguir mostra os principais defeitos apresentados
pelas correntes e suas causas.

DEFEITOS CAUSAS

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Excesso de ruído Desalinhamento; folga excessiva; falta de folga; lubrificação

Inadequada; mancais soltos; desgaste excessivo da corrente ou

das rodas dentadas; passo grande demais.

Mau assentamento Rodas fora de medida; desgaste; abraço insuficiente; folga excessiva;
entre a corrente e as depósito de materiais entre os dentes da roda.
rodas dentadas

Chicoteamento ou Folga excessiva; carga pulsante; articulações endurecidas; desgaste


vibração da corrente desigual.

Endurecimento Lubrificação deficiente; corrosão; sobrecarga; depósito de materiais


(engripamento da nas articulações; recalcamento das quinas dos elos; desalinhamento.
corrente)

Quebra de pinos, Choques violentos; velocidade excessiva; depósito de materiais nas


buchas ou roletes rodas; lubrificação deficiente; corrosão; assentamento errado da
corrente sobre as rodas.

Superaquecimento Excesso de velocidade; lubrificação inadequada; atrito contra


obstruções e paredes.

Queda dos pinos Vibrações; pinos mal instalados.

Quebra dos dentes Choques violentos; aplicação instantânea de carga; velocidade


das rodas excessiva; depósito de material nas rodas; lubrificação deficiente;
corrosão; assentamento errado da corrente nas rodas; material da roda
inadequado para a corrente e o serviço.

2.5.2.3. Manutenção Das Correntes segundo SENAI


Para a perfeita manutenção das correntes, os seguintes cuidados deverão ser tomados:

 Lubrificar as correntes com óleo, por meio de gotas, banho ou jato;


 Inverter a corrente, de vez em quando, para prolongar sua vida útil;
 Nunca colocar um elo novo no meio dos gastos;
 Não usar corrente nova em rodas dentadas velhas;
 Para efectuar a limpeza da corrente, lavá-la com querosene;

37
 Enxugar a corrente e mergulhá-la em óleo, deixando escorrer o excesso;
 Armazenar a corrente coberta com uma camada de graxa e embrulhada em papel;
 Medir ocasionalmente o aumento do passo causado pelo desgaste de pinos e buchas.
 Medir o desgaste das rodas dentadas;
 Verificar periodicamente o alinhamento.

2.5.3. Engrenagens

São rodas com dentes padronizados internos ou externos, utilizados para transmitir
movimento e força entre dois eixos. Sendo muitas vezes usadas quando se deseja variar o
número de rotações e ou sentido da rotação de um eixo para outro. A transmissão de
movimento tem normalmente como finalidade aproveitar o máximo de potência gerada em
trabalho mecânico útil (Antonello & Franceschi, 2014).

De acordo com Gordo e Ferreira (2013, p.234) "Engrenagens são rodas com dentes
padronizados que servem para transmitir movimento e força entre dois eixos, muitas vezes, as
engrenagens são usadas para variar o número de rotações e o sentido da rotação de um eixo
para o outro".

Fig. 16: Engrenagem. Fonte: (Gordo e Ferreira, 2013).


Dentre as maneiras mais comuns de movimentação de peças, o processo por meio de
engrenamento são os que apresentam o melhor rendimento. O processo de engrenamento
possibilita a transmissão do movimento entre eixos paralelos, cruzados ou a 90º, assim como
a redução ou ampliação de rotações com uma perda de potência muito reduzida.

38
O movimento de rotação entre as engrenagens ocorre quando as rodas (engrenagens) estão
engrenadas, ou seja, em contacto por meio de seus dentes, permitindo que haja rotação. As
engrenagens de um mesmo conjunto podem ter tamanhos diferentes, de forma que, quando
um par de engrenagens tem rodas de tamanhos diferentes, a engrenagem maior chama-se
coroa, e a menor de pinhão. Os materiais mais usados na fabricação de engrenagens são: aço-
liga-fundido, ferro fundido, cromo níquel, alumínio, bronze fosforoso, náilon (Antonello &
Franceschi, 2014).
Engrenamento – é o processo através do qual é possível accionar rodas dentadas e gerar
trabalho mecânico útil (Antonello & Franceschi, 2014, p.91).

Engrenamento indirecto – é aquele no qual a movimentação das rodas se realiza através de


correntes, conforme Figura

Fig. 17: engrenagem (Antonello & Franceschi, 2014).

Engrenamento directo – é processo o movimento das rodas se realiza sem auxílio de


correntes, ou seja, as rodas se acoplam directamente, obedecendo ao perfil do dentado de
cada uma delas.

Existe um sistema de transmissão composto pela coroa e pelo parafuso com rosca sem-fim
muito utilizado na mecânica, principalmente em casos em que é necessária a redução de
velocidade ou um acréscimo de força. Neste caso, temos como exemplos, os redutores de
velocidade, as talhas e as pontes rolantes. As engrenagens podem ser manufacturadas em
máquinas especiais e também nas fresadoras, onde as engrenagens são usinadas com fresas de
perfil constante denominadas fresas módulo.

39
2.5.3.1. Classificação Das Engrenagens
Os principais tipos de engrenagens empregadas na indústria e em equipamentos são:
engrenagens cilíndricas de dentes rectos ou frontais, engrenagens cilíndricas de dentes
helicoidais e engrenagens cónicas.

a) Engrenagens Cilíndricas De Dentes Rectos Ou Frontais

São engrenagens que apresentam dentados paralelos ao eixo geométrico da roda, sendo
empregadas para transmitir potências médias, com rotação variada. A engrenagem cilíndrica
de dentes rectos é considerada o tipo mais comum. A seguir estão dispostos, conforme as
Figuras 23 e 24, as partes de uma engrenagem de dentes rectos. Os dentes de uma
engrenagem são considerados a parte mais importante.

Fig. 18: Partes de uma engrenagem de dentes rectos. Fonte: (Antonello & Franceschi, 2014).

Fig. 19: Altura do dente de uma engrenagem de dentes rectos. Fonte: (Antonello & Franceschi, 2014).

Cremalheira – é uma barra provida de dentes, destinada a engrenar uma roda dentada.
Através desse sistema, pode-se transformar movimento de rotação em movimento rectilíneo e
vice-versa (Antonello & Franceschi, 2014, p.94).

Há dois tipos de cremalheira, as cremalheiras de dentes inclinados que acoplam-se a rodas


helicoidais e as de dentes perpendiculares que engrenam-se com as rodas de dentes rectos.

b) Engrenagens Cilíndricas De Dentes Helicoidais

Estas engrenagens se caracterizam pela inclinação do dentado em relação ao eixo geométrico


da roda, tendo como vantagens a alta resistência e trabalho silencioso. São utilizadas quando
há necessidade de grandes esforços como em caixa de redução, de câmbio, etc. Além disso,

40
permitem transmitir potências maiores com rotação variada. Entre as engrenagens helicoidais,
a aplicação da engrenagem para rosca sem fim se destaca quando se deseja uma redução de
velocidade na transmissão do movimento. As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais
possuem como característica a transmissão de rotação entre eixos diversos (não paralelos),
além de apresentarem um ruído menor do que as engrenagens cilíndricas com dentes rectos.

Fig. 20: Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais. Fonte: (https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images).

c) Engrenagens Cónicas

As engrenagens cónicas apresentam a forma de tronco de cone, e podem ter dentes retos ou
helicoidais, porém apresentam uma grande característica que é a transmissão de movimento
entre eixos ortogonais. Nestas engrenagens, o dente apresenta espessura variada decrescendo
da periferia para o centro da engrenagem.

Fig. 21: Engrenagem cónica de dentes helicoidais. Fonte:


http://yilmazfreze.com/wp-content/gallery/resim-galerisi/yilmaz11.jpg

Nota: as engrenagens que serão utilizadas no projecto serão as engrenagens de cilíndricas de


dentes rectos ou frontais.

2.5.3.2. Padronização das Engrenagens


As engrenagens, hoje em dia, são altamente padronizadas com relação à forma do dente e ao
tamanho. Diversas entidades de padronização estabelecem normas e directrizes, dentre estas
se destaca a AGMA – American Gear Manufacturers Association, ABNT e a DIN.

41
2.5.3.3. Fabricação das Engrenagens
Os processos utilizados normalmente para produção de engrenagens são: Usinagem,
Fundição e Conformação.

a) Usinagem

Pode ser divido em dois grupos: Usinagem com ferramenta:

A Usinagem com ferramenta de forma consiste na utilização da fresa módulo, fresa de fonta,
brochamento entre outros.

Usinagem por geração: É efetuada com a utilização de fresa caracol (hob), cremalheira de
corte entre outros. Consiste no processo mais utilizado na indústria.

Fig. 22: Processos de Usinagem utilizados na construção de engrenagens. Fonte: (Antonello & Franceschi, 2014).

b) Fundição

Consiste na deposição de material metálico liquefeito em formas. Entre os processos mais


utilizados estão o por gravidade, sob pressão e em camadas.

42
Fig. 23: Processos de fundição utilizados na construção de engrenagens. Fonte: (Antonello & Franceschi, 2014).
c) Conformação

Os processos mais utilizados são o forjamento, extrusão, trefilação, laminação e a


estampagem.

Fig. 24: Processos de fundição utilizados na construção de engrenagens. Fonte: (Antonello & Franceschi, 2014).

2.5.3.4. Materiais Para As Engrenagens


Normalmente se utiliza materiais metálicos resistentes na produção de engrenagens tais como
o aço de baixo ou médio carbono laminados a frio ou a quente, Ferro fundido nodular, Bronze
e aço inoxidável. Dentro os principais aços padrão SAE/AISI utilizados, estão o 1020, 1040,
1050, 3145, 3150, 4320, 4340, 8620 e 8640.

2.5.4. Chapas Metálicas


Aço é uma liga metálica constituída basicamente de ferro e carbono (de 0,002% m/m até
2,00% m/m, aproximadamente), obtida pelo refino de ferro-gusa em equipamentos
apropriados, com propriedades específicas, sobretudo de resistência e ductilidade (DIAS,
1998).

Os aços diferenciam-se entre si pela forma, tamanho e uniformidade dos grãos que o
compõem e, é claro, por sua composição química. Em sua composição, o aço contém certos

43
elementos residuais (enxofre, silício, fósforo, etc.) resultantes do processo de fabricação e
também outros elementos de liga, como manganês, cromo, níquel, propositadamente
adicionados à liga ferro-carbono para alcançar propriedades especiais (PARANHOS, 2010).

A adição de determinados elementos químicos produz aços com diferentes níveis de


resistência mecânica, soldabilidade, ductilidade, resistência à corrosão, entre outros. De
maneira geral, os aços possuem excelentes propriedades mecânicas: elevada resistência à
tracção, à compressão, à flexão, podendo ser laminado, forjado, estampado, estriado e suas
propriedades podem ainda ser modificadas por tratamentos térmicos ou químicos (DIAS,
1998).

Chapas Metálicas são amplamente utilizadas no universo metal mecânica, geralmente usadas
como invólucros de componentes ou para oferecer suporte a outros componentes, o objectivo
das chapas das chapas é especificar as funcionalidades dos recursos específicos, realiza a
transição entre duas geometrias utilizando chapa as configurações de chapas metálicas (Silva,
2021).

Normalmente são feitos de zinco, níquel, aços possuem diversas configurações.

Fig. 25: chapas metálicas. Fonte: (b_SAND40-250-SANDRINI-METALLI-269842-rel7fd97e8c).

NOTA: Trabalhando ou não no segmento industrial, você com certeza já deve ter visto a
aplicação de chapas de metal para alguma finalidade. Elas ocupam praticamente todos os
espaços hoje em dia do chão de fábrica ao piso utilizado em transportes públicos, por
exemplo as chapas serão escolhidas de acordo com a espessura para fazer (colector de lixo).

A variedade de aplicações aliada à sua durabilidade é o que torna esse tipo de chapa tão
incorporada ao segmento industrial, que precisa, necessariamente, de um material resistente
para as operações. Algumas chapas de metal podem também ser incorporadas a projectos
meramente por seu valioso aspecto estético, por sua aparência polida e brilhante. Seja para
isso ou para construções de estruturas, o que não dá para negar é o valor que esses materiais
agregam para o segmento.

44
As chapas metálicas se caracterizam por sua estrutura plana, e espessuras variadas. Elas estão
disponíveis no mercado a partir de diversos metais ou ligas metálicas, cada matéria-prima
com uma finalidade específica (Paranhos, 2010; Asamura, 1998).

Alumínio, aço inox, latão, bronze, cobre entre tantos outros são bons exemplos de materiais
que compõem as chapas de metal. Caracterizadas por sua aplicação ampla, essas chapas são
muito requisitadas para diversas construções. O material é escolhido dada a aplicação e
complexidade do projecto, mas a boa notícia é que sempre há bons recursos disponíveis para
oferecer a melhor chapa de metal para cada necessidade.

2.5.4.1. Critérios Para Escolha Das Chapas Metálicas Segundo Catalogo USP
Como já percebemos, as chapas metálicas não são uma grandeza física, muito pelo contrário.
Existem diversos materiais na qual são feitas as chapas metálicas, com espessuras,
durabilidade e resistência distintas. Antes de decidir qual chapa de metal usar para um
projecto, é fundamental entender quais são as principais características que elas apresentam
para uma tomada de decisão mais inteligente. Afinal, escolher a melhor estrutura metálica
para o seu projecto é uma maneira de conseguir mais eficiência e durabilidade no mesmo.

Mesmo se for para fim estético, é importante conhecer as características do material, pois é
necessário levar em conta o material na qual são feitas, espessuras, durabilidade, resistência a
corrosão. Para ajudar com essa tarefa, conheça a seguir os modelos mais famosos disponíveis
hoje para comercialização:

2.5.4.2. Tipos De Chapas Metálicas


a) Chapa de aço carbono

Bastante utilizadas para diversas fabricações em que não há tanta preocupação com a
corrosão. Muito comum no segmento de automóveis e carroceiras para as estruturas (nesse
caso, são geralmente cobertas com uma tinta que protege contra a oxidação). A vantagem
competitiva oferecida por essas chapas de metal está na sua resistência à tracção, superior ao
do cobre e do alumínio (Schaeffer; Nunes & Brito, 2017).

b) Chapa de aço galvanizado

Dentro da categoria de chapa de aço carbono, está a chapa de aço galvanizado. Trata-se de
uma estrutura feita de aço carbono que passou por um processo de galvanização. No
processo, o óxido de zinco é revestido na superfície externa do aço criando desta forma um

45
produto resistente à ferrugem. Esse tipo de material costuma ser utilizado para peças
automotivos e produtos que ficam expostos à água como baldes, equipamentos para estufas,
tubos de irrigação, embarcações marítimas, entre outros (Schaeffer; Nunes & Brito, 2017).

c) Chapa de aço inox

Muito comum também para diversas aplicações, trata-se de uma chapa metálica bastante
resistente à corrosão, pois, tem elementos de outras ligas incorporadas a sua estrutura (o que
lhe garante um preço maior e mais vantagens em comparação às chapas de metal citadas
anteriormente). O inox também pode estar associado a fins estéticos, como por exemplo, na
aplicação de electrodomésticos, contudo, não para por aí. Esse componente é muito utilizado
para construções de alta complexidade, como motores aeroespaciais, embarcações e
estruturas marítimas de alto desempenho. Os segmentos farmacêuticos e alimentícios também
costumam fazer uso do aço inox por ser de fácil higienização e não acumular organismos
causadores de doenças (Schaeffer; Nunes & Brito, 2017).

d) Chapa de alumínio

A chapa de alumínio é um material muito mais leve e menos espesso, contendo


aproximadamente 50% da densidade do aço. Por essa razão, é muito procurada para projectos
que exigem leveza e durabilidade. Um exemplo prático é o uso de chapas de alumínio na
construção de automóveis mais sustentáveis que tem o objectivo de reduzir o consumo de
combustível (Schaeffer; Nunes & Brito, 2017).

e) Chapa de cobre

O cobre é um material famoso especialmente por seu alto potencial de condutividade


eléctrica, apelo estético e flexibilidade para diversas aplicações. Por essa razão, suas chapas
podem ser utilizadas para peças de trabalho, equipamentos de solda, sistemas de bateria e na
decoração de interiores (Schaeffer; Nunes & Brito, 2017).

f) Chapa de bronze

Com alta resistência a corrosão, dureza elevada, bem como um alto ponto de fusão, as chapas
de bronze são predominantemente compostas por cobre e estanho. São ideais para a indústria
naval e aplicações diversas em projectos que sofrem com variações de temperatura. Outra
aplicação cada vez mais comum é seu uso em segmentos hospitalares, visto que o bronze
oferece uma condição em que vírus e bactérias são incapazes de sobreviver (Schaeffer; Nunes
& Brito, 2017).

g) Chapa de latão

46
O latão é uma peça brilhante obtida através da fusão entre o cobre e o zinco. Por ser bastante
maleável e resistente, as chapas de latão são muito utilizadas em diversos segmentos. Graças
a sua composição conter cobre, o latão possui elevada condutibilidade térmica e eléctrica,
bem como uma resistência elevada. Sua aplicação pode ser relacionada com caldeiras,
condutores de água, engrenagens, rolamentos, entre outros (Schaeffer; Nunes & Brito, 2017).

2.5.5. Tubos Metálicos


Segundo a NBR 5580 os Tubos Industriais, como o próprio nome diz, são usados em
processos industriais, principalmente na distribuição de gases, óleos, vapores, lubrificantes e
líquidos. Os modelos mais usados são constituídos de materiais de ferro, como o tubo de aço
carbono, podendo variar de diâmetro, espessura de parede e comprimento. Com o avanço da
tecnologia, houve um aprimoramento na fabricação dos Tubos Industriais, isso trouxe
resultados positivos nas estruturas das obras de construções metálicas.

Fig. 26: tubos metálicos. Fonte: (Catalogo_Tubos Industriais Mecanicos_WEB_VFINAL_9AGO17).

São tubos que podem ser utilizados como estruturas mistas (tubos preenchidos com
concreto), no qual ganham uma resistência extra diante de esforços de compressão. Tubos
Industriais proporcionam redução de pilares e fundações, ganho de espaço através de grandes
vãos livres, facilitam a administração devido a um sistema de montagem industrial de alta
precisão e diminuem significativamente os desperdícios, reduzem os prazos de construção, os
custos de gerenciamento do canteiro de obras e antecipam o retorno de capital (Thomazi &
Neto, 2007).

NOTA: os tubos que serão utlizados serão de secção quadrada para poder fazer a alça
(volante) e a estrutura da base.

Esses tubos, geralmente, são feitos de aço carbono ou aço inox, podendo ser galvanizados ou
não. São fornecidos em diversos formatos como, por exemplo: redondo, quadrado e
rectangular; além de possuírem variadas bitolas, são diversas as vantagens que os Tubos
Industriais oferecem, entre as principais podemos mencionar:

 Alta resistência;
 Aspecto moderno;

47
 Bom custo-benefício;
 Fácil manuseio;
 Leveza;
 Versatilidade; e
 Sustentabilidade.

Segundo Ponte (2003) os Tubos Industriais são muito versáteis, são ideais para fazer o
transporte de fluidos de uma bomba para o reservatório, por isso estão muito presentes em
diferentes tipos de indústrias como:

 Indústria alimentícia;
 Indústria de processamento;
 Indústria farmacêutica;
 Indústria química; e
 Indústria petroquímica.

Também são aplicados em estruturas metálicas, andaimes, colunas, estacas de fundação,


edificações industriais, comerciais e residenciais, shopping centers, aeroportos, pontes,
passarelas, instalações desportivas e de exposições, galpões, centros de distribuição, obras de
mobilidade urbana, torres de transmissão/telecomunicações, dentre muitos outros.

2.5.5.1. Normalização Dos Tubos Metálicos


Os Tubos Industriais passam por rigorosos testes de qualidade, comprovando sua resistência
e segurança nos projectos. Eles atendem normas nacionais e internacionais como:

 ASTM A 500: Graus: A, B e C;


 NBR 8261: Graus: A, B e C;
 EN 10305-3: Graus: E155 até E420;
 EN 10305-5: Graus: E155 até E420;
 NBR 6591;
 ASTM A 513;
 DIN 2394;
 DIN 2395; e
 NBR 5580.

48
2.5.5.2. Tipos de Tubos Industriais
Segundo Queiroz (2003), os Tubos Industriais são itens essenciais e estão divididos em dois
tipos diferentes: os tubos internos e os externos. Os internos são responsáveis por diferentes
tipos de processos de trabalho e os externos fazem o transporte e a distribuição.

Os tubos internos ficam no interior das instalações industriais, como: tubulações de processo,
de utilidades, de instrumentação e de transmissão hidráulica e de drenagem. Já os tubos
externos ficam na parte exterior das instalações industriais, como tubulações de transporte de
drenagem e de distribuição e colecta.

Existe ainda uma divisão de dois grupos, para as tubulações industriais, que são os tubos com
costura e sem costura, com diferenças em sua soldagem e aplicações. Há ainda outras
classificações para os Tubos Industriais, tais como:

I. Tubos Metálicos

Os tubos metálicos podem ser ferrosos e não ferrosos. Os ferrosos são: o aço carbono; aço-
liga; inoxidável; fundido; forjado; ligado e modular. E os não ferrosos são os tubos de cobre;
latões; níquel; alumínio; metal; chumbo; titânio e zircónio (este tipo de tubo é menos
utilizado devido ao seu custo).

Fig. 27: Tubos Metálicos. Fonte: http://yilmazfreze.com/wp-content/gallery/resim-galerisi/yilmaz11.jpg


II. Tubos Plásticos

Os tubos plásticos podem ser de diferentes materiais, mas encontramos principalmente os de:
PVC, polietileno, acrílico, epóxi e poliéster.

No geral, tubos plásticos são usados em processos mais simples, devido não serem tão
resistentes e duráveis como os tubos metálicos, além de serem utilizados em projectos
distintos.

49
Fig. 28: Tubos PVC. Fonte: http://yilmazfreze.com/wp-content/gallery/resim-galerisi/yilmaz11.jpg
NOTA: Actualmente é possível encontrar uma ampla gama de materiais, inclusive Tubos
Industriais, que conta com características técnicas específicas e para as mais variadas
aplicações. No projecto vamos utilizar tubos de aço carbono pois oferece diversas vantagens,
além de total versatilidade.

I.1. Tubos de Aço

Os Tubos de Aço são produtos muito resistentes e versáteis. São frequentemente usados na
construção civil, em processos de fabricação de produtos, obras arquitectónicas, decoração de
casas, entre muitos outros. São utilizados ainda em diferentes estruturas de galpões e
telhados, transporte de líquidos e/ou de gases, indústrias, revestimento de poços de petróleo,
como partes de máquinas leves e pesadas e equipamentos mecânicos.

Fig. 29: Tubos de aços carbono. Fonte: ().

Os principais modelos, são:

 Tubo Redondo;
 Tubo Schedule;
 Tubo Quadrado/Metalon; e
 Tubo Rectangular.

NOTA: É importante saber que as normas técnicas são diferentes para cada modelo, devido
as características e funções terem algumas particularidades.

50
Os Tubos Redondos são os mais comuns e utilizados para variados fins. Eles são
constituídos de aço carbono com costura longitudinal e soldados pelo processo de resistência
eléctrica de alta frequência, geralmente, utilizados em:

 Estruturas Metálicas;
 Fabricação de Móveis;
 Serralharias; e
 Usinagem.

Tubos Schedule também são fabricados com o aço carbono, utilizados para transportar
gases, vapores (ordinários), líquidos (não corrosivos e não abrasivos), materiais em
partículas, pastosos e granulados. No geral, são ideais para transportar fluidos corrosivos e
com exigências específicas de pressão e temperatura.

Tubos Quadrados conhecidos também como Metalon associam ele a versatilidade. Ele é
muito resistente, anticorrosivo, antioxidante e simples de higienizar. É fabricado com aço
carbono comum, com costura e formato quadrado. São óptimos para serem usados em
projectos que exijam precisão e segurança durante a execução. Podem ser utilizados em:

 Corrimão de escada;
 Decoração de ambientes internos de residências;
 Estruturas metálicas;
 Fundações; e
 Máquinas em geral.

Tubos de Aço Rectangulares são ideias para projectos que exijam resistência e durabilidade.
São comummente utilizados em equipamentos e máquinas como colunas de sustentação e
vigas, presentes também em:

 Estruturas Metálicas;
 Molduras; e
 Guias.

II.5.5.3. Processo De Fabricação Dos Tubos Segundo a Norma NBR 5580


O processo de fabricação pode ser realizado de cinco maneiras: Laminação, Extrusão e
Fundição, longitudinal e solda espiral.

A laminação é voltada para tubos de grandes diâmetros. O tubo é formado quando o material
é “empurrado” por cilindros que rotacional.

51
Na extrusão, a peça é “empurrada” contra uma matriz conformadora. Ela é mais empregada
para tubos com pequenos diâmetros.

Os processos de fundição dos Tubos Industriais são processos onde o material é despejado
em moldes, onde ele se solidifica adquirindo o formato do molde.

O processo longitudinal é o mais utilizado, e é feito ao longo de uma geratriz do tubo. Na


solda em espiral, a matéria-prima é uma bobina para todos os diâmetros, desde tubos
pequenos a tubulações de grande porte.

II.5.5.4. Material Para Produção Dos Tubos


Os tubos são produzidos a partir de bobinas de aço de baixo teor de carbono SAE/ABNT
1008/1012, laminadas a quente, frio ou zincadas, e soldados pelo processo de alta frequência,
atendendo às normas ABNT NBR 6591 e DIN EN 10305-3 (antiga DIN 2394).

II.5.5.5. Aplicações
Na indústria em geral, estruturas, móveis, aparelhos de ginástica, utensílios domésticos,
brinquedos, autopeças, construção civil, equipamentos agrícolas, serralheira, entre outros.

II.5.5.6. Apresentação
Comprimento padrão de 6.000 mm, embalados em pacotes de 500 kg ou 1.000 kg.

Fig. 30: perfis de tubos metálicos. Fonte: (Catalogo_Tubos Industriais Mecanicos_WEB_VFINAL_9AGO17).

II.5.6. Rodas
Segundo Fernandes (s/d) roda é um nome genérico dado, em aparelhos ou máquinas, à parte
circular que se move em volta de um eixo, e que, mais ou menos directamente, serve para
imprimir movimento.

De acordo com a Calson Group a roda é um elemento mecânico simples com vastas
aplicações no transporte e em máquinas mecânicas, caracterizada pelo movimento rotativo no
52
seu interior. A roda transmite de maneira amplificada para o eixo de rotação qualquer força
aplicada na sua borda, reduzindo a transmissão tanto da velocidade quanto da distância que
foram aplicadas. Similarmente, a roda transmite de maneira reduzida para a borda qualquer
força aplicada no seu eixo de rotação, amplificando a transmissão tanto da velocidade quanto
da distância que foram aplicadas.

Fig. 31: rodas nylon. Fonte: catalogo-rodas-e-rodizios da Nylon.

A roda é um elemento mecânico de forma circular, destinado a mover-se em volta de um eixo


e que é usado com diversos fins, em particular para ser instalado em diversos tipos de
equipamento, tendo em vista facilitar a sua movimentação (Tellure, 2007, p.23).

Para as aplicações que estamos a tratar, a relação D/B, sendo D o diâmetro da roda e B a sua
largura, toma normalmente valores entre 2,5 e 5,0 (Figura 27).

Fig. 32: roda série 62AL poliuretano e alumínio. Fonte: Tellure Rota S.p.A (Italia).

2.5.6.1. Classificação Das Rodas


Classificação toma em consideração o tipo de roda ou a sua função:

 Rodas padrão, montadas ou não em núcleos;


 Rodas montadas em flanges;
 Rodas fixadas por pressão;

53
 Rodas de carga;
 Rodas motrizes; e
 Rodas flangeadas (para operar sobre carris);
 Rodas semi pneumáticas
 Rodas Pneumáticas.

Podemos também classificar as Rodas em dois tipos básicos, de acordo com o tipo de
material que constitui o rasto:

 Rodas com rasto resiliente; e


 Rodas com rasto duro.

As rodas de piso resiliente (ou rodas macias), são por regra fabricadas com compostos com
base em elastómeros. São rodas silenciosas e que não causam quaisquer danos nos
pavimentos. Oferecem também condições de um transporte mais suave. Apresentam o contra
de exigirem um maior esforço de tracção (possuem uma maior resistência ao rolamento –
rolling resistance), o qual pode chegar a ser 3 vezes o esforço necessário para mover
equipamentos com rodas de rasto duro, com igual diâmetro e largura. Na Figura 28 mostra-se
a variação da resistência ao rolamento para rodas com vários tipos de materiais.

Fig. 33: resistência ao rolamento de rodas com diferentes materiais. Fonte: Tellure Roota S.p.A (Italia).

As rodas de rasto duro apresentam uma baixa resistência ao rolamento e são, portanto, bem
mais fáceis de movimentar. Apresentam o contra de serem mais ruidosas e de, face à sua
dureza, poderem causar algum desgaste ou danos (riscos, por exemplo) nos pavimentos e de
proporcionarem uma condição de transporte pouco ou mesmo nada suave.

As rodas podem também ser classificadas de acordo com o material que constitui a totalidade
da roda ou apenas o rasto. São os seguintes os materiais mais correntemente utilizados:

 Aço;
 Aço inoxidável;

54
 Alumínio;
 Ferro fundido;
 Borracha macia (compostos de borracha baseados em NR, SBR, CR, NBR, etc., ou
misturas destes tipos de borracha);
 Borracha dura ou ebonite (Hard Rubber = Ebonite);
 Borrachas de poliuretano;
 Borrachas de poliuretano termoplástico (TPU);
 Borrachas termoplásticas (TPR, TPE);
 Poliamida;
 Polipropileno;
 Resina fenólica.

Elas também podem ser classificadas em classe de carga a suportar:

Rodas para cargas leves:

(P ≤400 N) – movimentação mecânica (4 km/h).

(P ≤ 200 N) – movimentação manual.

Rodas para cargas médias:

(P ≤1200 N) – movimentação mecânica (4 km/h).

(P ≤ 450 N) – movimentação manual.

Rodas para cargas elevadas:

(P ≤4000 N) – movimentação mecânica (4 km/h).

(P ≤ 900 N) – movimentação manual.

Rodas para cargas muito elevadas:

(P ≤12000 N) – movimentação mecânica (4 km/h).

2.5.6.2. Constituição
As rodas (Fig. 36) são constituídas pelo rasto, a parte da roda que contacta com o pavimento,
e pelo núcleo, a parte da roda que suporta o rasto e possui, na sua parte central, o cubo, o qual
possui o orifício por onde vai passar o eixo de suporte e onde pode ser instalado um órgão de
rolamento (um rolamento de esferas ou de rolos cilíndricos, por exemplo). Quando as rodas
são fabricadas num único material, são designadas por rodas monolíticas.

55
Fig. 34: constituição de uma roda. Fonte: Tellure Roota S.p.A (Italia).

Fig. 35: constituição de uma roda Nylon. Fonte: RODIMAG equipamentos industriais LTDA.

Algumas rodas estão disposta a seguir na figura 31.

56
Fig. 36: Rodas com núcleo e sem núcleo. Fonte: Tellure Roota S.p.A (Italia).

Quando existe, o núcleo é fabricado com um material mais duro que o material do rasto.
Assim, temos:

Núcleo não diferenciado (o mesmo material constitui a roda e o núcleo). Estas rodas são
designadas por rodas monolíticas. Normalmente são produzidas com polímeros com elevada
dureza;

 Núcleo em chapa de aço estampada;


 Núcleo em ferro fundido;
 Núcleo em alumínio;
 Núcleo em polipropileno;
 Núcleo em poliamida.

Os núcleos em ferro ou em aço são muitas vezes galvanizados ou galvanizados e pintados. Na


Figura 37 são mostradas algumas configurações de núcleos em alumínio. Estes núcleos são
por vezes pintados.

Fig. 37: algumas configurações de núcleos de alumínio. Fonte: Tellure Roota S.p.A (Italia).

O rasto das rodas, ou seja, a parte da roda que está em contacto com o pavimento, pode
apresentar diversas configurações. A conjugação de uma adequada configuração do rasto com
57
as características físicas e mecânicas do material que o constitui, é decisiva no seu bom
desempenho funcional.

Fig. 38: alguns dos tipos mais frequentes de rastos. Fonte: Tellure Roota S.p.A (Italia).

Os rastos podem ser:

 Liso e plano;
 Liso e com arredondamentos mais ou menos acentuados;
 Plano e com ranhuras para maior tracção;
 Mais ou menos arredondado e com ranhuras para maior tracção;
 Com configurações especiais (para operar em carris, rodas-guia, etc.

II.5.6.3. Como Seleccionar Uma Roda De Acordo Com Schioppa


Para a melhor escolha na selecção das rodas ou rodízios Schioppa, obtendo óptima
resistência, durabilidade, ergonomia, suavidade e segurança na movimentação, informamos
abaixo os cuidados que devem ser tomados.

a) Cálculo da carga por roda

O primeiro passo é determinar correctamente a carga sobre cada roda ou rodízio, de acordo
com o projecto e as condições de uso do equipamento onde serão montados. Evitar exceder
os limites das capacidades de carga dos rodízios e rodas mostradas no catálogo é importante
para se conseguir a melhor performance dos produtos. A fórmula abaixo permite calcular a
carga sobre cada roda ou rodízio considerando alguns dos factores mais importantes.
P e + Pmc
C= ∙ S (1)
N

Onde:

C = Carga por roda ou rodízio (kg)

Pe = Peso do equipamento, carrinho ou estrutura (kg)

Pmc = Peso Máximo da carga a ser transportada (kg)

58
N = Número de rodas ou rodízios

S = Coeficiente de segurança (ver a tabela em anexo A)

O valor do coeficiente de segurança “S” deve ser entre 1,0 a 2,0 dependendo das condições
da aplicação.

b) Condições do Ambiente

O segundo passo é avaliar as condições do ambiente de trabalho das rodas ou rodízios, tais
como as temperaturas máximas e mínimas e a presença de produtos químicos que possam
provocar contaminações. Para auxiliar na escolha do material ideal para a roda, nas páginas
11 e 12 do guião prático do catalogo da Schioppa (no projecto anexos 9 e 10) temos tabelas
que mostram diversos tipos de produtos químicos e alguns dos materiais utilizados na
fabricação dos produtos Schioppa. Rodízios montados com garfos de aço inoxidável
proporcionam excelente vida útil em ambientes húmidos e com produtos químicos
agressivos.

c) Condições do Piso

É fundamental fazer uma análise do tipo e das condições do piso, identificar as


irregularidades da superfície e a presença de obstáculos. Deve se escolher a roda com o
material mais adequado para não danificar o piso, e com resistência para suportar a
agressividade da superfície, os choques e superar com facilidade os obstáculos. Para que o
nível de ruídos e as vibrações durante as movimentações sejam menores escolha rodas macias
e rodízios com molas.

d) Tipos de Rodagem

Partimos agora para o terceiro passo que é escolher o tipo de rodagem ideal. As rodas podem
ser fornecidas com cinco tipos de rodagens, que exercem grande influência na sua
performance. São elas, furo passante, bucha de nylon, bucha de bronze, rolamento de roletes
e rolamento de esferas. Para trabalhos com cargas leves e pouca movimentação, as rodas com
furo passante ou bucha de nylon são as mais adequadas e proporcionam óptima relação de
custo benefício. As com buchas de bronze devem ser utilizadas em condições de muita
humidade ou temperaturas extremas.

Os rolamentos de roletes são indicados para cargas leves e médias, facilitam o manuseio dos
equipamentos com tracção manual e o seu custo é baixo.

59
Rolamentos de esferas proporcionam maior facilidade para movimentação em todas as faixas
de cargas, maior resistência e durabilidade. Devem sempre ser utilizados nas rodas dos
equipamentos sujeitos a usos mais severos, com tracção mecânica e velocidades mais
elevadas. São fornecidos com uma blindagem com graxeia para lubrificação, ou duas
blindagens com lubrificação permanente. No caso de aplicações de alta severidade
(velocidades e cargas muito elevadas) onde esforços radiais e axiais estão presentes, podemos
fornecer sob consulta rodas com rolamentos de rolos cónicos.

NOTA: Os principais factores que contribuem para melhor facilidade de manuseio e


ergonomia são a dureza do material da sua banda de rodagem e o seu diâmetro. Quanto mais
duro for o material da banda de rodagem mais fácil será o seu giro, e quanto maior o seu
diâmetro mais facilmente ela roda em supera os obstáculos.

II.5.6.4. Combinações das Montagens Mais Utilizadas


a) Três giratórios

Utilizados em carrinhos de tambores e pequenas máquinas portáteis. Oferece excelente


manuseio em espaços reduzidos.

Fig. 39: Três giratórios. Fonte (catalogo da Schioppa).

b) Dois giratórios e dois fixos

É o sistema mais utilizado. Proporciona boa movimentação, tanto para distâncias curtas como
longas. Dica: Os rodízios giratórios devem ser montados no lado onde a força é aplicada no
equipamento.

Fig. 40: Dois giratórios e dois fixos. Fonte (catalogo da Schioppa).

c) Quatro fixos

60
É a montagem que apresenta menor custo. Requer, porém, um espaço maior para
movimentação. A utilização de quatro fixos não é recomendada para trajectos com rampas.

Fig. 41: Quatro fixos. Fonte (catalogo da Schioppa).

d) Dois fixos centrais e dois giratórios

Este sistema oferece, como principal vantagem, o giro suave e manobras precisas em
pequenos espaços. Atua com mais eficiência quando o rodízio fixo é mais alto que o
giratório.

Fig. 42: Dois fixos centrais e dois giratórios. Fonte (catalogo da Schioppa).

NOTA: A utilização de dois fixos centrais e dois giratórios não é recomendada para trajectos
com rampas.

e) Quatro giratórios e dois fixos

Usado em carrinhos de comprimento longo e cargas volumosas. Os rodízios fixos


proporcionam a redução e a distribuição da carga nos giratórios. Oferecem um bom controle
em deslocamento linear, e realizam manobras precisas em áreas restritas.

Fig. 43: Quatro giratórios e dois fixos. Fonte (catalogo da Schioppa).

NOTA: Para obter um resultado melhor na movimentação do equipamento, os fixos centrais


devem ser mais altos.

f) Quatro giratórios

61
Utilizado principalmente para a movimentação lateral. Dica: Para uma melhor performance
do carrinho, é imprescindível que o rodízio tenha bloqueio de giro direccional, o que
proporciona uma movimentação linear.

Fig. 44: Quatro giratórios. Fonte: ().

NOTA: no projecto iremos usar a combinação da alínea b, dois giratórios e dois fixos.

II.5.7. Escovas Industriais


As escovas industriais têm – se mostrado uma ferramenta eficiente em vários sectores da
indústria. Com inúmeras possibilidades de aplicação, essas ferramentas têm feito cada vez
mais parte do dia-a-dia das empresas do sector industrial, As escovas industriais são
ferramentas comummente usadas para acabamento de superfícies (Sacema, 2020).

Fig. 45: escovas cilíndricas. Fonte (M&S Escovas Industriais).


Das inúmeras funções, essas ferramentas são largamente utilizadas para:
 Remoção de rebarbas;
 Torneamento;
 Rectificação;
 Perfuração.
 Limpeza; e
 Acabamento.

62
2.5.7.1. Como Escolher Uma Escova M&S Escovas Industriais
Aplicadas para diferentes fins, escolher com precisão uma escova requer atenção nos
seguintes aspectos:

 Material do arame;
 Tipo de arame;
 Finalidade de uso;
 De que tipo de material as escovas são feitas.

As escovas industriais cilíndricas fazem parte de um grupo de escovas especiais. Isso


acontece porque essas escovas podem ser fabricadas de acordo com as especificações
fornecidas, conforme um projecto e propósito específico de uso.

De acordo com sua finalidade de uso, escovas industriais cilíndricas podem ser fabricadas
em:

 Arame de Latão;
 Arame de Aço Latonado;
 Arame de Aço Carbono;
 Arame de Aço Inox;
 Fibras Naturais; e
 Fibras Sintéticas.

Com filamentos grampeados ou costurados no suporte, as escovas industriais cilíndricas


oferecem opções de disposição de cerdas também de acordo com sua finalidade de uso.

NOTA: a M&S Escovas Industriais, é líder de mercado no ramo de escovas de potência


industrial, é possível encontrar as melhores e mais económicas soluções. A empresa
representa, desenvolve e comercializa escovas industriais nacionais e importadas, além de
oferecer sempre inovação e preços competitivos em toda sua linha.

2.5.7.2. Características E Vantagens Das Escovas Industriais Cilíndricas Segundo


A M&S Escovas Industriais
As escovas industriais cilíndricas oferecem muitas opções de tamanhos e suporte central.
Outro detalhe é a fabricação das cerdas das escovas industriais cilíndricas, que podem ser
fabricadas em materiais de alta durabilidade, tais como a crina e o nylon. Já a principal
vantagem das escovas industriais cilíndricas é a simplicidade no ato de acoplá-las e
desacoplá-las. Além disso, a facilidade de limpeza e lavagem são bons diferenciais.

63
Em grandes industriais a rotina de limpeza industrial com uma escova cilíndrica faz grande
diferença no momento de realizar todo o processo de higienização. Sendo altamente
procurada para funções como limpeza de esteiras, lixamento, remoção de rebarbas, e em
alguns casos é utilizada para a higienização de pisos.

a) Alta resistência: Independente do tipo da matéria-prima utilizada para a fabricação, a


qualidade do material é garantida, de modo que não haja rupturas quando a utilização
for excessiva e nem uma queda no desempenho da função.
b) O melhor desempenho: É facto que cada cliente procura um produto que melhor se
adequa a suas necessidades. Segundo a M&S Escovas Industriais tem como vantagem
da escova cilíndrica uma vida útil prolongada no qual o desempenho do produto não
se perca com a sua utilização.
c) Materiais de qualidade: os materiais são desenvolvidos por profissionais altamente
capacitados que sempre fazem as melhores escolhas para quem quer o melhor dos
produtos desenvolvidos.
d) Exclusividade: a exclusividade é uma das características que mais atraem os nossos
clientes. Dando a possibilidade para aqueles que procuram nossos serviços, escolher a
sua escova cilíndrica e a forma como ela será fabricada desde o tipo de material usado
nas cerdas até as medidas. A exclusividade, além de garantir um produto único,
assegura exactamente o desempenho que os clientes necessitam.
e) Versatilidade: existe grande variedade de escovas cilíndricas quanto ao material de
fabricação na M&S Escovas Industriais. Isso possibilita maior versatilidade quando se
adquire o produto. Independente das funções desejadas para a escova cilíndrica, a
M&S tem uma que irá se enquadrar perfeitamente em seus padrões de exigência.

2.5.7.3. Tipos De Escova Cilíndrica Segundo A M&S Escovas Industriais


As Escovas Cilíndricas podem ser desenvolvidas nas seguintes bases: PEAD (Polietileno de
Alta Densidade), Nylon e Sisal para Polimento.

a) PEAD (Polietileno de Alta Densidade)

Segundo Sacema (2020) as escovas industriais PEAD são ferramentas muito utilizadas para
acabamento de superfícies. Uma opção cada vez mais comum nas linhas de produção das
indústrias, podendo ser utilizadas manualmente ou atreladas a máquinas. Isso porque essas
ferramentas apresentam muita eficiência em trabalhos como limpeza (em geral), filtragem ou
composição de maquinários.

64
Fig. 46: escova cilíndrica de polietileno de alta densidade. Fonte:
(http://www.madmoura.com.br/imagens/uploads/produto/1/5Jv.jpg).
Existem vários modelos das escovas PEAD, de acordo com M&S Escovas Industriais os mais
comuns são:

 Trançadas;
 Rotativas;
 Tubulares;
 Chapéu-Chinês;
 Tipo Pincel;
 Onduladas;
 Manuais;
 Especiais e outros.

A escova PEAD de aço é, no geral, fabricada em fio de aço carbono, inox ou latão e se
destacam por realizar o movimento de rotação em volta de seu eixo principal. Largamente
usada pela indústria, essa escova é frequentemente usada em ferramentas manuais, eléctricas
e até pneumáticas. Nesse sentido, a escova de aço rotativa pode ser usada com
esmerilhadoras, furadeiras ou moto esmeril.

2.5.7.4. Aplicações Da Escova PEAD De Aço


Ideal para escovar, limpar e tirar ferrugem, a escova de aço pode ser aplicada em: Serviços de
rebarba, Preparação e polimento de superfícies e Remoção de tinta e ferrugem.

b) Nylon

A escova de Nylon padrão é composta por uma base de plástico que serve de apoio para as
cerdas de nylon que são fixadas na mesma. Este tipo de escova é padrão e comoventemente
vista em supermercados e lojas armarinhos (Sacema, 2020).

65
Fig. 47: escova cianídrica nylon. Fonte: (M&S Escovas Industriais).
Contudo, não existe um único tipo de escova de nylon, aquela bastante conhecida com a base
de plástico e cerdas fixadas, também existe escova com um longo cabo e suas curtas cerdas
são fixadas nesse cabo longilíneo. Esse tipo de escova de nylon é bastante utilizada por todos
aqueles que desejam realizar limpeza ou manutenção de algum aparelho que exige uma
precisão ou que tem pequenas cavidades.

As escovas feitas com cerdas de Nylon são populares para higienização de quase todos os
utensílios domésticos. Essa grande fama se deve ao fato da escova de Nylon conseguir
realizar com exactidão o processo de limpeza, e a maciez das cerdas garante que nenhum
objecto será danificado caso seja utilizada da maneira correta em qualquer peça, móvel ou
objecto.

De acordo com M&S Escovas Industriais, essas escovas são um sucesso de vendas,
independente do seu formato, e essa grande demanda se deve ao seu baixíssimo desgaste
natural, pois esses produtos que usam o nylon como sua matéria-prima, tem uma baixa
absorção da água, garantem um excelente desempenho tanto em ambientes secos ou
molhados, além de ter a sua vida útil bem longa.

2.5.7.5. Aplicações Das Escovas Nylon


As aplicações para a escova de Nylon abrasiva são das mais diversas possíveis. Seja para
remover impurezas de soldas, da pintura ou da oxidação natural, inclusive ferrugens. Enfim,
quaisquer tipos de sujeira. Além disso, também remove resíduos de materiais como
magnésio, madeira, níquel, entre outros. A escova de Nylon abrasiva é ideal para a limpeza
de superfícies que necessitam estar constantemente livres de quaisquer impurezas. A intenção
de se limpar as superfícies é de deixá-las com uma aparência mais adequada.

66
NOTA: Vale ressaltar que a escova de Nylon abrasiva funciona tanto para superfícies mais
planas, assim como para superfícies mais irregulares, ou seja, tem um campo enorme de
possibilidades.

A escova de Nylon abrasiva pode ter infinitas maneiras de ser utilizada. Exemplos de sua
utilidade:

 Acoplá-la a máquinas de variados tamanhos e formatos;


 Ser manuseada separadamente a fim de limpar cantos.
 Por produzirmos qualquer tipo de escova, procuramos saber qual é a real necessidade
do cliente em escova de nylon abrasiva e, desta forma, criamos uma peça sob medida
para que ela desempenhe seu papel de um jeito totalmente satisfatório.
c) Escova de sisal para polimento

A escova de sisal para polimento é um acessório vantajoso para melhorar os


equipamentos usados por vários sectores que desenvolvem diversificados tipos de
produtos. Assim, a escova de sisal para polimento realiza um trabalho de primeira
categoria nos equipamentos feitos com a utilização de matérias-primas, como metais
ferrosos e não ferrosos, aço inox, ferro, cobre, latão e até mesmo o alumínio.

Fig. 48: escova de Sisal para polimento. Fonte: (M&S Escovas Industriais).
A escova industrial de sisal para polimento é dirigida nas situações em que as pessoas
necessitam realizar um procedimento para desenferrujar itens e equipamentos ou fazer algum
método de revestimento. Pois, a escova de sisal para polimento elimina, sem dificuldades,
numerosas imperfeições da superfície dos objectos, tais como:

 Riscos;

67
 Ranhuras;
 Manchas;
 Falhas;
 Contornos.

NOTA: a escova ideal para o projecto é escova cilíndrica de cerdas de Nylon o diâmetro do
furo da escova deve estar de acordo com o diâmetro do eixo que será dimensionado.

2.5.8. Motor de Corrente Contínua


Os motores de corrente possuem grande versatilidade em seu controle da velocidade, que
pode ser implementado de forma bastante simples ao se actuar no nível de tensão aplicada.
Isto resultou, durante muito tempo, no uso preferencial destes motores para os processos de
automação. Uma importante classe de motores de corrente contínua, os de imãs permanentes,
é amplamente utilizada em servomecanismos. Há diversas formas de ligação de ligação de
motores de corrente contínua. Considere a Fig.44 na qual uma bobina, alojada em um rotor
confeccionado com material ferromagnético, se move com velocidade angular Ω [rd/s].
Admita ainda que há duas bobinas ligadas em série na parte fixa do dispositivo. Este conjunto
de bobinas são denominadas enrolamento de campo ou enrolamento de excitação. A parte
fixa é usualmente denominada estator e a parte móvel rotor.

Fig. 49: Bobina do rotor imersa em região magnetizada. Fonte: (Moura, 2014)

2.5.8.1. Categorização Dos Motores Eléctricos


De acordo com o tipo de alimentação os motores eléctricos podem ser divididos em motores
de corrente contínua (DC) e em motores de corrente alternada (AC). Esta categorização é
apenas uma convenção pois existem motores capazes de funcionar em AC ou DC, são assim
chamados de motores universais. A potência nominal é também usada para categorizar
motores, menos de 746 Watts que equivale a um cavalo de potência são denominados por
Motores Fraccionários de Potência (FHP). A tendência actual, com vista no controlo
electrónico, atrapalha um pouco mais esta designação, isto porque os drivers modernos

68
tornaram possível a comutação sem o uso das escovas no interior do motor. Para estes novos
tipos de motor, o circuito de controlo (driver circuit) é responsável por gerar correntes
sinusoidais alternadas ou simplesmente uma aproximação das mesmas. Um exemplo será o
motor de passo, que requer um circuito electrónico de controlo, externo.

2.5.8.2. Princípio De Funcionamento


Quando a bobina é alimentada, a corrente que a percorre, gera um campo magnético em torno
da armadura, e os ímanes do estator atraem ou repelem o rotor magnetizado, criando assim
um binário de rotação (ver Figura 45). No momento em que ocorre o alinhamento do rotor
com o íman permanente, o comutador inverte o sentido da corrente na bobina fazendo com
que esta seja repelida pelo estator.

Fig. 50:Princípio de funcionamento. Fonte: (Moura, 2014).


NOTA: O projecto irá utilizar um motor de corrente contínua (DC) estes motores são todos
constituídos pelos seguintes componentes básicos: o estator, o rotor, as escovas e o
comutador.

Fig. 51: Simples motor DC de dois pólos. Fonte: (Moura, 2014).


a) Estator

O estator gera um campo magnético estático à volta do rotor. Este campo magnético é gerado
através de ímanes permanentes ou enrolamentos electromagnéticos. Os diferentes tipos de
motores DC com escovas são identificados através dos constituintes do estator ou pela forma
como os enrolamentos electromagnéticos se encontram conectados à fonte de alimentação.

69
b) Rotor

O rotor, também designado por amadura, é constituído por um ou mais enrolamentos.


Quando estes enrolamentos são conectados a uma fonte de alimentação é gerado um campo
magnético. Os pólos, do campo magnético, do rotor são atraídos pelos pólos opostos gerados
pelo estator, originando uma rotação no rotor. À medida que o motor gira, a alimentação nos
enrolamentos é invertida constantemente para que os pólos magnéticos gerados pelo rotor não
se alinhem com os do estator, permitindo assim uma rotação contínua. Esta inversão na
alimentação é denominada por comutação.

c) Escovas e Comutador

Ao contrário de outros tipos de motores eléctricos (ex., DC sem escovas, AC de indução), os


motores DC com escovas não necessitam de um controlador para alternar a corrente dos
enrolamentos. Em vez disso, a comutação dos enrolamentos deste tipo de motor é efetuada
mecanicamente. Enquanto o motor gira, as escovas deslizam sobre o comutador, entrando em
contacto com diferentes segmentos do mesmo. Os segmentos são conectados a diferentes
enrolamentos do rotor e, por conseguinte, é gerado um campo magnético, dinâmico, no
interior do motor, desde que uma tensão seja aplicada através das escovas do motor.

2.5.8.3. Tipos De Motores DC


Segundo o Polidri (2009), os motores de corrente (DC) contínua são:

a) Motor De Excitação Separada

Quando a armadura de um motor DC gira dentro do campo do estator, é criada uma tensão
induzida no enrolamento da armadura. Num motor de corrente contínua, este efeito é
denominado por Força Contra-electromotriz (fcem). Usando a Lei de Faraday é possível
calcular a tensão gerada por esta força. O circuito de excitação e o circuito da armadura são
totalmente separados. A corrente de efeito de campo é fornecida a partir de uma fonte de
alimentação diferente da usada para a alimentação da armadura. A Figura 3 apresenta o
diagrama eléctrico de um motor de excitação separada.

Fig. 52: Motor de excitação separada. Fonte (Moura, 2014).

70
b) Motor De Excitação Em Série

Nos motores de excitação em série o circuito de excitação está directamente ligado à fonte de
alimentação e em série com a armadura do motor. Na Figura 4 é possível verificar que a
corrente da armadura passa através do enrolamento de efeito de campo, sendo assim
responsável pelo fluxo gerado. A velocidade do motor diminui de forma inversamente
proporcional à intensidade de corrente na armadura.

Fig. 53: Motor de excitação em série. Fonte: (Moura, 2014).


NOTA: Este tipo de motor é caracterizado por um torque inicial bastante elevado sendo,
geralmente, usado para arranques de cargas elevadas. No entanto é necessário ter em atenção
a velocidade do motor pois para baixas cargas a velocidade poderá aumentar para além de
limites estáveis, podendo causar a destruição do motor.

c) Motor De Excitação Em Paralelo

Nos motores de excitação em paralelo o circuito de excitação está directamente ligado à fonte
de alimentação e em paralelo com a armadura do motor. Nesta configuração, é apenas
necessário uma fonte de alimentação para ambos os circuitos, respectivamente, o circuito de
armadura e o circuito de efeito de campo, pois ambos se encontram em paralelo. Como o
enrolamento de efeito campo está em paralelo com o circuito da armadura, é possível utilizar
o mesmo tipo de condutor como no caso da excitação independente. A velocidade deste tipo
de motor poderá ser controlada mais facilmente, através da variação de tensão aplicada ao
enrolamento de efeito de campo. A Figura 49 apresenta o diagrama eléctrico de um motor de
excitação em paralelo.

Fig. 54: Motor de excitação em paralelo. Fonte: (Moura, 2014).

71
d) Motor De Excitação Composta
Relativamente às vantagens de ambos os motores, o motor de excitação em série tem uma
maior capacidade de torque, enquanto o motor de excitação paralela tem uma velocidade que
é mais facilmente controlável e mais estável para uma maior gama de cargas aplicadas. Estas
duas vantagens podem ser incluídas num único motor, utilizando ambas as formas de
excitação, em série e em paralelo, no mesmo motor, dando origem ao motor de excitação
composta. A Figura 50 apresenta o diagrama eléctrico de um motor de excitação composta.

O motor composto apresenta uma melhor resposta para cargas mais elevadas do que motor de
excitação em paralelo, isto deve-se ao aumento da corrente através dos enrolamentos de
efeito de campo em série. Devido ao enrolamento em série a intensidade do efeito de campo
aumenta, proporcionando um torque e velocidade mais elevados. O enrolamento adicionado
em paralelo irá limitar a velocidade máxima que o motor de excitação série tende a
ultrapassar para pequenas cargas e desta forma elimina a hipótese deste se autodestruir.

Fig. 55: Motor de excitação composta. Fonte: (Moura, 2014).


e) Motor De Ímanes Permanentes

O campo magnético de excitação dos motores de ímanes permanentes é gerado, como o nome
indica, por ímanes permanentes, desta forma não é necessário fornecer energia para gerar este
campo magnético. O fluxo magnético do estator permanece, essencialmente, constante para
qualquer valor de corrente na armadura e, por consequência, a relação entre a velocidade e
binário do motor é sensivelmente linear. A Figura 51 apresenta o diagrama do circuito
eléctrico, equivalente, do motor DC.

Fig. 56: Diagrama do circuito eléctrico do motor DC. Fonte: (Moura, 2014).

72
NOTA: Este tipo de motor é frequentemente usado em aplicações que requerem pequenos
motores em que não é necessário um controlo preciso, por exemplo, em brinquedos,
secadores de cabelo, sistemas de ar condicionado e muitas outras aplicações.

O projecto ira usar motores de fggggh

2.6. Dimensionamento dos Elementos

2.6.1. Dimensionamento das Engrenagem segundo a norma DIN 862 e 867


A razão da velocidade angular é igual à razão do raio de referência (primitivo) da
engrenagem de entrada para aquela da engrenagem de saída. Esta é chamada a Lei
Fundamental do Engrenamento.

Fig. 57: nomenclatura das engrenagens. Fonte: (Antonello & Franceschi, 2014).
a) Engrenagens Cilíndricas De Dentes Rectos:

São as engrenagens mais utilizadas, devido a sua facilidade de construção.

73
Fig. 58: características geométricas de uma engrenagem de dentes rectos. Fonte: (DIN 862).
O formulário das características geométricas também pode ser encontrado em (anexo A1).

Existem dois tipos de critérios para dimensionamento das engrenagens. Quanto ao desgaste e
quanto a resistência a flexão do pé de dente.

2.6.1.1. Critério De Desgaste


A expressão seguinte deve ser utilizada no dimensionamento de pinhões e engrenagens pelo
método de pressão (desgaste).

5 Mt i± 1
b ∙ d 0=5,72 ∙10 ∙ 2
∙ ∙ φ(2)
Padm i ±0,14

Sinal + é utilizado em engrenamentos externos.

Sinal – é utilizado em engrenamentos internos (planetários).

Onde:

 5,72.105 é uma pressão absoluta (Pa em N/mm²) pode estar escrita Pa= 5,72.1011
N/m²;
 b-Largura do dente [m],[mm];
 d0-diâmetro primitivo [m],[mm];
 Mt-Torque ou momento torsor [N.m],[N.mm];
 Padm-pressão admissível [Pa=N/m²],[N/mm²];
 i - Relação de transmissão Z2/Z1, d02/d01, n1/n2 [adimensional]
 fs ouφ -factor de serviço (Tabelado ver anexo→A2) [adimensional]
a) Torque ou momento torsor:
3
30 ∙ 10 P
Mt= ∙ ; [ N ∙ mm ] ( 3 )
π n

74
Onde:
P – potencia desejada[ CV ou W ];
n – numero de rotações [ rpm ] ;
b) Relação de transmissão:

Z 2 d 02 n1
i= = = (4)
Z 1 d 01 n2

Onde:

Z – número de dentes (1 – pinhão, 2 – coroa);


d 0 – Diâmetro primitivo (1 – pinhão, 2 – coroa);

n – numero de rotações (1 – pinhão, 2 – coroa);

c) Pressão Admissível ( Padm):

0,487 ∙ HB
Padm = 1
(5)
W 6

Onde:

HB-dureza Brinell (tabelado ver anexo→A3) [N/m²],[N/mm²];

W-factor de durabilidade [adimensional];

d) Factor de Durabilidade:
60 ∙ n p ∙ h
W= 6
( 6)
10

Onde:

n1-rotação do pinhão [rpm]

h-duração do par [horas] – (Normalmente entre 104 a 105 horas)

e) Relação entre a largura da engrenagem e o diâmetro primitivo (b/d0):

Biapoiada:

Em Balanço:

75
f) Módulos Normalizados (m) DIN 780:

2.6.1.2. Critério De Resistência A Flexão No Pé Do Dente


Somente o dimensionamento ao critério de desgaste é insuficiente para se projectar uma
engrenagem. É necessário que seja verificada à flexão no pé do dente. A engrenagem estará
apta para suportar os esforços da transmissão, quando a tensão actuante no pé do dente for
menor ou igual à tensão admissível do material indicado.

Tensão de Flexão no Pé do Dente (σ max)

A tensão actuante no pé do dente deve ser menor ou igual à tensão admissível do material
indicado. Pois se isto não ocorrer haverá falha do material devido ao sub-dimensionamento.

A formula que determina a intensidade da tensão é a que segue:

F t ∙q ∙ φ
σ max= ≤ σ material (7)
b∙m

Onde:
σ max-Tensão máxima actuante na base do dente [Pa=N/m²],[N/mm²]

Ft-Força tangencial [N]

mn-Módulo normalizado [m],[mm]

b-Largura do dente [m],[mm]

76
φ -Factor de serviço (Tabelado ver anexo → A2) [adimensional]

q-Factor de forma (Tabelado ver anexo → A4) [adimensional]

a) Carga Tangencial (Ft):

A carga tangencial é responsável pelo movimento das engrenagens, sendo também a carga
que origina momento flector, tendendo a romper por flexão o pé do dente.
M t 2∙ M t
F t= = (8)
r0 d0

Onde:

Ft-Força tangencial [N]


M t -Torque [N.mm]

r0-raio primitivo [mm]

d0-diâmetro primitivo [mm]

Fig. 59: forças actuantes no pé do dente das engrenagens. Fonte: ()


b) Carga Radial (Fr):

Atua na direcção radial da engrenagem. É determinada por meio da tangente do ângulo de


pressão α :
Fr
tgα= → F r =Ft ∙ tgα (9)
Ft

Onde:

Fr-Força radial [N]

77
Ft-Força tangencial [N]

α -ângulo de pressão [graus]

c) Carga Resultante (Fn):

Consiste na resultante das cargas radial e tangencial, sendo determinada por meio de
Pitágoras, como segue:

F n=√ Ft + F r (10)
2 2

d) Factor de Forma (q):

Este factor é obtido em função do tipo de engrenamento e do número de dentes ver anexo A4.
Muitas vezes é necessário utilizar a interpolação para se determinar o valor de q para um
valor intermediário de dentes.

2.6.2. Dimensionamento dos Eixos Segundo A Norma DIN 1611


O estudo e dimensionamento dos eixos é relativamente complexo. Isto acontece porque,
normalmente há uma grande quantidade de solicitações que este elemento pode sofrer. Por
exemplo, torções, flexões, esforços cortantes e esforços normais. Não há de forma
contundente uma única rotina que pode ser empregada para tal trabalho. Porem a escolhida
foi segundo a norma DIN 1611, porem um bom conhecimento na área de Mecânica (estática
e dinâmica) e Resistência dos Materiais é indispensável. Para o dimensionamento dos eixos
determina – se o diâmetro mínimo do eixo a partir da equação seguinte:

d min =2,17 ∙

3 b∙ Mi
σ fadm
(11)

Onde:
d min – Diâmetro mínimo do eixo [mm, m];

a) Factor de forma para os eixos (b):

Os factores de forma são obtidos a partir do tipo do eixo, existem dois casos:

Caso 1: b=1 → Para eixos maciços;


1
b=

( )
4
Caso 2: d∫ do pinhao → Para eixos vazados;
1−
d ext do pinhao

78
b) Momento ideal ( M i):

√ ( )
2
2a∙ Mt
M i= M r + (12)
2

Onde:

M t – é o momento torsor determina – se a partir da Eq. 2;

c) Momento resultante ( M r ):

As cargas em eixos de transmissão de rotação é predominantemente dois tipos:

 Torção devido ao torque transmitido a chamada Força Radial ( F r) que ee


determinada a partir da Eq. 9;
 Flexão devido às cargas transversais em engrenagens, polias e catracas a chamada
Força Tangencial ( F t) que é determinada a partir da Eq. 8;

Calculando-se a carga resultante.

Essas cargas normalmente ocorrem em combinação, porque, o torque transmitido pode estar
associado com forças nos dentes das engrenagens ou de catracas fixadas aos eixos. O carácter
de ambas as cargas pode ser fixo (constante) ou variar no tempo.

A teoria para o cálculo do momento resultante é o mesmo da teoria das vigas, para obter
determinamos os esforços internos e construímos os respectivos diagramas (força cortante e o
momento flector) porem tem duas particularidades:

Caso 1: quando o eixo possui um único par de engrenagens: determina – se os esforços


internos e os diagramas a partir da carga resultante obtida a partir da Eq. 10, e assim obtém –
se o momento resultante ( M r ).

Caso 2: quando o eixo possui um sistema de engrenagens interligadas: determina – se os


esforços internos e os diagramas a partir de dois planos, plano horizontal (devido a força
tangencial Ft) e plano vertical (devido a força radial Fr). Posteriormente determinar o
momento resultante ( M r ) a partir do momento resultante vertical e horizontal.

M r= √ M V + M H ( 13 )
2 2

d) Coeficiente de Bach (a )

σ fadm
a= ( 14 )
τ tadm

Onde:

79
σ fadm – tensão de ruptura ou tensão de flexão admissível;

τ tadm – tensão de escoamento ou tensão de torsão admissível.

NOTA: ambos os valores são extraídos da tabela devido o tipo de material na qual o eixo foi
fabricado.

e) Materiais Para Os Eixos

Normalmente se utiliza materiais metálicos resistentes na produção de eixos tais como:

 Aço de baixo ou médio carbono laminados a frio ou a quente: são os mais usuais,
devido ao facto de apresentar elevado módulo de elasticidade. Quando utilizados com
mancais de deslizamento, devem ser endurecidos superficialmente (total ou parcial);
 Ferro fundido nodular: empregado principalmente quando há engrenagens ou junções
integralmente fundidas ao eixo;
 Bronze e aço inoxidável: utilizados em ambientes corrosivos ou marítimos

80
2.6.3. Dimensionamento das Correntes Segundo A Norma GOST-URSS
O desgaste é o principal critério que deve ser levado em conta nas transmissões por correntes.
Os valores encontrados para a roda dentada e a corrente nesse critério asseguram o perfeito
funcionamento da transmissão. Considera-se a transmissão desgastada quando ocorrer
alongamento provocado pelo estiramento das talas e o desgaste das articulações, no momento
em que alongamento atingir aproximadamente 3% do comprimento original. Deve
dimensionar o número adequado de dentes para que a transmissão funcione adequadamente,
caso isto não ocorra, a transmissão pode ser comprometida ou o ruído pode aumentar
sensivelmente. Para que a corrente seja adequada numa transmissão segundo a norma verifica
– se:

 Numero máximo de dentes na qual a corrente seja empregada;


 Velocidade periférica da transmissão;
 Resistência mínima a tracção.

a) Número de dentes da Engrenagem menor (Pinhão)

Utiliza – se uma tabela que determina o número máximo de dentes da engrenagem menor
(pinhão) por meio da relação de transmissão.

81
Número mínimo de dentes:

 Rolos: Zmin ≥ 9
 Silenciosas Zmin ≥ 13

Número máximo de dentes:

 Rolos: Zmax ≤ 120


 Silenciosas Zmax ≤ 140

NOTA: no caso do projecto iremos usar correntes de rolos.

b) Velocidade da corrente (V c )

V c =Z 1 ∙ t ∙ n1 (15)

c) Passo (t)

Passo da Corrente – quanto menor melhor será a transmissão ver anexo (A6).

Rotação máxima (correias dentadas)

Passo 1,3mm 1,6mm 1,9mm 2,5mm 3,2mm

rpm (max) 3300 2650 2200 1650 1300

Velocidade periférica (não exceder)

 Rolos – Vp =12m/s;
 Dentadas – Vp =16m/s;
d) Carga de Ruptura ( F rup)

F rup=F t ∙ ns ∙ K (16)

e) Carga máxima na Corrente

Rolos:

82
Frup
F max= ( 17 )
ns ∙ k

Dentada:
F rup ∙ b
F max= ( 18 )
10 ∙ ns ∙ k

Onde:

Fmax – carga máxima que resiste a tracção (N);

Frup – carga de ruptura da corrente (N);

ns – Coeficiente de segurança;

K – factor de operação;

b – largura da corrente.

f) Coeficiente de segurança (ns)

g) Factor de operação – K

K=ks ∙ kl ∙ kpo (19 )

 Ks-Factor de serviço:

Ks Constante Moderados Fortes

1,0 1,3 1,5

 Kl – Factor de lubrificação:

Kl Contínua Periódica

1,0 1,2

83
 Factor de posição

Kpo Horizontal Inclinada

1,0 1,3

84
CAPÍTULO III: Metodologias
A metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste em estudar, compreender e
avaliar os vários métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa académica. Em um
nível aplicado, a metodologia examina, descreve e avalia os métodos e as técnicas de
pesquisa que possibilitam a colecta e o processamento de informações, visando ao
encaminhamento e à resolução de problemas e/ou questões de investigação (Freitas &
Prodanov, 2013, p.14).

Existem diferentes tipos de métodos científicos e tipos de pesquisa, para a realização de um


projecto. Para este projecto, será usada a metodologia comparativa, uma vez que existe um
processo de limpeza de estradas actualmente que é feita pelos colaboradores da área em
estudo do conselho municipal da cidade de Nampula. Com a proposta aponta como sendo a
estratégia mais adequada pelas vantagens que ela trás, entretanto, não se está dizer que o
método actual não são aplicáveis ou viáveis. Além disso, esta metodologia foi usada para
analisar a viabilidade da vassoura mecânica.

Quanto a natureza da pesquisa baseou-se numa pesquisa aplicada, como trata-se de uma
aplicação prática e o projecto gerou conhecimentos visando a aplicação prática, verificar a
teoria e auxiliar no esclarecimento de teorias existentes.

Quanto aos objectivos empregou-se a pesquisa exploratória, já que o projecto resolve um


problema, envolvendo assim um levantamento Bibliográfico que permitiu que seja obtido
todo material para o desenvolvimento do tema.

Quanto aos procedimentos usou-se uma pesquisa bibliográfica, uma vez que o projecto foi
desenvolvido com base em material já elaborado como livros e artigos científicos e com um
caso de estudo único.

Foram usadas duas normas com base no objectivo do projecto, que são:

DIN 862 e 867 (Deutsches Institut für Normung) Esta norma se concentra no
dimensionamento de engrenagens. Assim a norma foi usada para poder seleccionar melhor as
engrenagens ideais para o mecanismo de modo a evitar hipodimensionamento ou
híperdimensionamento através de expressões e consulta a tabelas patentes na norma a partir
da potência e número de rotações desejados.

DIN 1611 (Deutsches Institut für Normung) – esta norma foi desenvolvida com o objectivo
de seleccionar melhor os eixos de transmissão para o mecanismo. Através de expressões e
consulta a tabelas patentes na norma a partir do momento torsor (torque) que o operário ira

85
transmitir. A norma apresenta critérios de cálculo que devem ser seguidos ao realizar
qualquer projecto de uso de eixos.

Gost – URSS (Gost Union of Siviet Socialista Republics) – Assim a norma foi usada para o
dimensionamento de correntes de transmissão para o mecanismo. Através de expressões e
consulta a tabelas patentes na norma a partir dos dados das engrenagens pre – dimensionadas.

Catalogo Arcelor Mittal: para seleccionar Tubos Estruturais.

Catalogo Rod – Car: para seleccionar roda e rodízios.

Foram usados também suportes tecnológicos para realização do projecto destacando o uso
dos softwares Ftool e o Solidworks.

O software Solidworks é muito usado nos projectos de Engenharia, não sendo excepção
neste projecto, o software foi usado para a representação do Layout da vassoura mecânica
proposta, representando todos os componentes que serão interligados.

O Ftool é um software de cálculo estrutural que se destaca pela sua simplicidade e vertente
prática. Para o projecto nos permite a análise de estruturas pois poderemos obter diagramas
dos esforços e momentos assim como as forças e momentos máximos para o
dimensionamento dos eixos.

O pacote da Microsoft para edição do projecto.

86
CAPÍTULO IV: Apresentação de resultados

87
CAPÍTULO V: Análise e Discussão de Resultados

88
CAPÍTULO VI: Conclusão

89
Recomendações

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Referências Bibliográficas

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Anexos
A1: Características Geométricas DIN 862 e 867

A2: factor de serviço

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A3: Tabela de dureza Brinell dos matérias mais utilizados na fabricação de engrenagens:

A4: factor de forma

A5: Padronozacao das dimensões das correntes de Rolos

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A6: passo da corrente

A7: capacidade de transmissão de carga das correntes de rolos de acordo com o numero da
corrente ANSI

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A8: Coeficiente de segurança para as rodas

A9: Resistência Química De Materiais De Roda

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A10: materiais das rodas

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