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UM ESTUDO PARA A REVITALIZAÇÃO DOS BAIXIOS DE VIADUTOS

INTERVENÇÃO NO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK


UM ESTUDO PARA A REVITALIZAÇÃO DOS BAIXIOS DE VIADUTOS
INTERVENÇÃO NO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

Monografia apresentada a Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS,


Campus Conceição, como requisito para obtenção do diploma do grau de Bacharel
em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador Professor Tiago Seneme Franco

Renan Lobão São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil | Dez | 2023
DEDICATÓRIA

Nesta pequena, porém sincera declaração, dedico este trabalho


primeiramente a Deus, cuja presença me auxiliou nas minhas
escolhas, abrindo caminhos, me dando a confiança, e força frente
aos desafios e adversidades, me acompanhando rumo à realização
dos meus sonhos. Sem Deus, nada disso seria possível. Tenho a
certeza de que, sem a minha base familiar, este sonho não teria
sido realizado.

Dedico a finalização do meu trabalho especialmente aos meus


pais, Renato e Rosana e meus avós José e Áurea. Nenhuma
jornada seria completa sem o amor, orientação e apoio que vocês
compartilharam ao longo da minha vida. Cada conselho, cada
sorriso e cada gesto de carinho moldaram quem sou hoje. Sou
profundamente grato pela sabedoria que me transmitiram e pelo
amor incondicional que sempre me envolveu. Com amor e eterna
gratidão,

Renan
AGRADECIMENTOS

Quero expressar profundo agradecimento por cada momento Sinto-me imensamente grato por essa jornada e pelos
vivido ao longo dos cinco anos da minha trajetória na faculdade. profissionais que me guiaram, se tornando grandes amigos meus,
Essa jornada foi repleta de desafios, aprendizados e conquistas que Soraia Conceição de Souza, Douglas Alexandre Soares, Liliane
moldaram não apenas meu conhecimento acadêmico, mas também Terra Vivaqua, Nathally Costa, Valdir Oliveira, e William
meu crescimento pessoal. Durante esses anos, fui privilegiado por Pinheiro.
contar com professores dedicados e que me auxiliaram em
diversos momentos do curso, Ênio Moro Junior, Luciano F. Aos colegas de estágio, Gustavo, Leandro, Luan, Lucas, Rafael,
Santos e Tiago Seneme Franco, e aos colegas de classe Miguel, e Vithor, gostaria de expressar minha sincera gratidão por
Geovani e Giovanna, que contribuíram e me acompanharam tornarem minha experiência de estágio tão enriquecedora e
significativamente para a minha formação. Cada disciplina, projeto e memorável. A jornada foi mais significativa graças à colaboração,
desafio enfrentado foi uma peça fundamental nesse quebra-cabeça apoio e amizade de cada um de vocês.
chamado graduação.
À faculdade, aos professores, aos colegas de classe e aos colegas
Além disso, gostaria de expressar minha gratidão pela incrível de estágio, meu sincero obrigado por fazerem parte dessa
experiência que vivenciei durante meu estágio ao longo desses significativa fase da minha vida. Essa experiência deixará marcas
anos. As vivências no ambiente profissional acrescentaram uma indeléveis em minha jornada, e estou ansioso para aplicar tudo o
dimensão prática e realista ao conhecimento teórico adquirido na que aprendi em minha carreira futura.
faculdade.

As interações diárias no estágio não apenas aprimoraram minhas


habilidades técnicas, mas também me proporcionaram valiosas
lições sobre colaboração, resiliência e liderança. Cada desafio
superado, projeto concluído e momento compartilhado contribuiu
para o profissional que me tornei hoje.
RESUMO

A ideia parte do ponto de vista, onde a locação embaixo da estrutura dos viadutos de São Paulo, acabam por
ser desconfortáveis para quem frequenta, ou passa pelo próprio local, acabando por ser extremamente
deslocado de qualquer ambiente integrado à cidade. Dentre os problemas encontrados estão infiltrações,
plantas enraizadas na estrutura, desgastes no concreto e riscos de incêndio por conta da locação de barracos
de pessoas sem moradia que acabam se instalando embaixo dos mesmos.

A maioria dessas estruturas sofrem falta de inspeção e manutenção periódicas, onde, a longo prazo sofrerá
um possível colapso estrutural por conta de todos os problemas citados acima. Para uma possível resolução
dos problemas citados acima, poderão partir de ideias como transferir à iniciativa privada a área de baixo de
possíveis viadutos da cidade, por meio do lançamento de licitações, para que sejam ocupadas por atividades
para toda a população, implementando áreas que unifiquem todas as classes sociais em um só lugar, como
por exemplo a elaboração de um espaço planejado com todo um conceito concebido fornecendo atividades
de interesse público, como equipamentos culturais, de lazer ou esportivos.

Palavras chave: Viadutos; São Paulo; Estrutura; cidade; população; espaço; conceito; público.
ABSTRACT

The idea starts from the point of view, where the location under the structure of the viaducts in São Paulo,
ends up being uncomfortable for those who frequent, or pass by, the place itself, ending up being extremely
out of place from any environment integrated into the city. Among the problems encountered are infiltrations,
plants rooted in the structure, wear and tear on the concrete and fire risks due to the renting of shacks by
homeless people who end up settling under them.

Most of these structures suffer from lack of periodic inspection and maintenance, where, in the long term,
they will suffer a possible structural collapse due to all the problems mentioned above. For a possible
resolution of the problems mentioned above, ideas such as transferring to the private sector the area under
possible viaducts in the city, through the launch of tenders, so that they are occupied by activities for the
entire population, implementing areas that unify all social classes in one place, such as the development of a
planned space with an entire concept designed to provide activities of public interest, such as cultural, leisure
or sports facilities.

Keywords: Viaducts; São Paulo; structure; city; population; clear; concept; public.
SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................................... 11
2.0 COMO SURGIRAM OS VIADUTOS EM SÃO PAULO..................................................................................................................... 12
2.1 OS BAIXIOS NOS DIAS ATUAIS...................................................................................................................................................... 14
3.0 A DEFINIÇÃO DE ESPAÇO............................................................................................................................................................... 15
3.1 O CONCEITO DE LUGAR................................................................................................................................................................. 15
3.2 O TERMO PLACEMAKING................................................................................................................................................................ 15
4.0 ESTUDOS DE CASO SOBRE A REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS.................................................................................................... 16
4.1 ESTUDO DE CASO DO VIADUTO DO TERRAIN VAGUE............................................................................................................... 16
4.2 ESTUDO DE CASO DO VIADUTO CINQUENTA E DOIS................................................................................................................ 20
5.0 INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK.............................................................................................................. 23
5.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA................................................................................................................................................................. 26
5.2 REPRESENTAÇÃO TOPOGRÁFICA DA ÁREA................................................................................................................................ 28
5.3 ANÁLISE SETORIAL.......................................................................................................................................................................... 29
6.0 OS PROBLEMAS ENCONTRADOS NO VIADUTO ESCOLHIDO E REGIÃO................................................................................. 31
6.1 O TERMO “JUNKSPACE”................................................................................................................................................................. 31
6.2 A PRIORIZAÇÃO EM AUTOMÓVEIS................................................................................................................................................ 31
6.3 ARQUITETURA HOSTIL NA REGIÃO............................................................................................................................................... 32
6.4 A FALTA DE ILUMINAÇÃO NO LOCAL........................................................................................................................................... 32
7.0 PASSO A PASSO PARA A REVITALIZAÇÃO DE UMA ÁREA INÓSPITA...................................................................................... 33
7.1 A ANÁLISE DO ESPAÇO.................................................................................................................................................................. 33
7.2 O ENGAJAMENTO PÚBLICO........................................................................................................................................................... 33
7.3 O PLANEJAMENTO DE USO............................................................................................................................................................ 33
7.4 A PROCURA POR UM DESIGN SUSTENTÁVEL............................................................................................................................. 33
SUMÁRIO

7.5 INFRAESTRUTURA E ACESSIBILIDADE......................................................................................................................................... 34


7.6 ARTE E CULTURA............................................................................................................................................................................. 34
7.7 MOBILIDADE E CONECTIVIDADE................................................................................................................................................... 34
7.8 MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA......................................................................................................................................................... 34
7.9 PARCERIAS, FINANCIAMENTO, ECONOMIA E CONCLUSÃO..................................................................................................... 34
8.0 O PROJETO....................................................................................................................................................................................... 35
8.1 ACESSOS E CIRCULAÇÃO.............................................................................................................................................................. 35
8.2 CONTEXTUALIZAÇÃO...................................................................................................................................................................... 36
8.3 A COMPOSIÇÃO DA ÁREA.............................................................................................................................................................. 37
8.4 PLANTA BAIXA.................................................................................................................................................................................. 53
8.5 CORTES............................................................................................................................................................................................. 54
8.6 PERSPECTIVA EM MODELAGEM 3D.............................................................................................................................................. 55
9.0 CONCLUSÃO..................................................................................................................................................................................... 57
10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................................................... 58
1.0 | INTRODUÇÃO

Um viaduto é uma obra de engenharia construída com a função de É por isso que os viadutos das capitais brasileiras ficam sem
estabelecer uma passagem sobre uma via de comunicação seja nenhum tipo de integração com a cidade.
uma rua, estrada ou linha de comboio. É um tipo de ponte que
sobrepõe e visa a não interromper o fluxo rodoviário ou ferroviário, A lacuna que se forma no baixio de um viaduto, é a consequência
mantendo a continuidade da via de comunicação quando está a se de um espaço degradado e sem utilidade pública para a população.
deparar com e tem que transpor um obstáculo natural constituído
por depressão do terreno como estradas, ruas, e acidentes A questão encontra sua resolução com projetos de revitalização
geográficos, cruzamentos e outros, sem que este obstáculo seja dessas áreas para potencializar como um lugar de extensão urbana
obstruído. Os Viadutos são muito comuns em grandes metrópoles, e multiuso para todos.
onde normalmente o intenso tráfego de veículos de grandes
avenidas ou vias expressas não pode ser interrompido. Além de em A ideia de um novo modelo de construção e intervenção nesses
cidades que possuem muitos acidentes geográficos, onde o viaduto lugares, surge para quebrar esse estigma, de sensação negativa ao
serve para ligar dois pontos mais altos de uma determinada região. frequentá-los onde sempre acaba por afastar as pessoas.

Os Viadutos em geral são protagonistas na falta de integração Logo a ideia de abordar uma reforma propondo uma instalação de
com determinado espaço e região que se encontram alocados. Em equipamentos de prática esportiva e lazer – como pista de skate,
cidades planejadas para o automóvel como a maioria dos playground e bicicletários – a fim de integrar e proporcionar o uso
municípios em São Paulo, mais de um terço do terreno urbano é pelos habitantes de determinada região, transformando esse
consumida por vias expressas e quase dois terços do seu centro espaço integrado de fato à cidade, além de trazer resultados como
são ocupados por ruas, passagens livres, estacionamentos e garantir mais segurança e conforto aos cidadãos.
garagens. Nas cidades brasileiras de densidades mais altas, as
intervenções públicas têm buscado resolver, erroneamente, muito Partindo disso, o objetivo se tornará desenvolver um plano de
mais as demandas do transporte privado do que o transporte programas padrão, e conceitos diferentes, com a finalidade de
público, o que trouxe como consequência intervenções urbanas implementação para essas áreas inativas e transforma-las em locais
desajeitadas e a destruição de muitos vazios urbanos antes com o potencial de ocupação planejada.
importantes.

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2.0 | COMO SURGIRAM OS VIADUTOS EM SÃO PAULO

A capital de São Paulo tem 185 pontes e viadutos. Alguns deles conhecida a chácara baronesa de Tatuí (onde era plantado esse
com 60 anos. Em média, eles têm 40 anos. A cidade de São Paulo tipo de erva), que ficava próximo às plantações de chá da Índia.
do século XIX era uma cidade em crescimento. O ciclo do café
começava a refletir no aumento da cidade e na necessidade de Inaugurado apenas em 6 de novembro de 1892, na época, foi
modernizar sua estrutura onde a cidade que tinha 65 mil habitantes construído com estrutura metálica, que com o passar do tempo se
em 1890, passou para mais de 240 mil no começo do século XX. tornou inadequada, e inclusive com riscos de queda.

A construção do primeiro Viaduto do Chá vem na esteira dessa Por este motivo, ao lado da antiga estrutura foi construído um
segunda necessidade. Cruzar o Rio Anhangabaú, onde hoje está o novo viaduto, com a estrutura de concreto armado presente até os
vale, era uma tarefa cansativa. dias de hoje. Após a inauguração deste novo viaduto, em 1939, o
antigo foi desmontado.
O transporte puxado por animais precisava ser reforçado e, as
pontes que existiam, eram rudimentares e sua utilização ficava à A cidade de São Paulo crescia em um ritmo acelerado, e era
mercê das enchentes da época. Para sanar esse problema, em necessária uma solução igualmente rápida e eficaz para o
1877, o litógrafo e arquiteto francês Jules Victor André Martin crescente número de habitantes, visitantes, trabalhadores que a
pensou em uma solução que nivelasse a passagem e que modernização e desenvolvimento da cidade trazia.
resolvesse o problema.
No dia 2 de maio de 1908, a concorrência para construção do
O Viaduto do Chá foi o primeiro viaduto a ser construído na cidade viaduto Santa Ifigênia foi aberta, e Giulio Micheli apresentou a
de São Paulo, localizado no Vale do Anhangabaú, no centro da proposta vencedora com um projeto bastante detalhado e um
cidade. minucioso e preciso memorial de cálculo, e em 1910 finalmente
iniciou-se a construção do viaduto Santa Efigênia sendo assim o
A proposta da ponte sobre o vale foi apresentada à Intendência segundo viaduto da cidade, sendo inaugurado em 26 de julho de
Municipal em 1887. Seu nome derivou do Morro do Chá, como era 1913, para ligar o centro novo ao centro velho como fazia o
Viaduto do Chá.

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2.0 | COMO SURGIRAM OS VIADUTOS EM SÃO PAULO

Nos dias atuais, com a expansão da cidade e o crescimento da O projeto do Minhocão foi idealizado por Luiz Carlos Gomes
frota de veículos, a capital paulista vem quebrando sucessivos Cardim Sangirdadi, que era o arquiteto do Departamento de
recordes de congestionamento nos últimos anos, com extensões Urbanismo da Prefeitura de São Paulo em 1968.
equivalentes a viagens intermunicipais, com o passar dos anos
acabou-se por resultar nas inúmeras construções de pontes e Existem diversos projetos elaborados para solucionar a questão de
viadutos, assunto para o próximo tópico. falta de integração do viaduto João Goulart, como por exemplo,
esses projetos trariam maior qualidade na mobilidade urbana e
Para a conclusão deste tópico, no princípio, os primeiros viadutos lazer para a região e inverteria na lógica do elevado. Ao invés de
foram construídos com o objetivo de superar obstáculos naturais, privilegiar o transporte individual (carros), favoreceria o transporte
como grandes depressões e anomalias geológicas da própria público coletivo (VLT).
natureza, porém e como dito antes neste trabalho, este objetivo se
transformou, com a priorização dos veículos e rotas de fuga para Há propostas para criar uma via-parque e formular um corredor
ajudar na diminuição do congestionamento em massa, os viadutos para VLT que ligaria o Terminal Lapa ao centro. O enfoque seria a
se adaptaram para a função de transpor obstáculos artificiais, como substituição do uso dos carros por outros meios de transporte,
por exemplo uma avenida ou uma rodovia. Um grande exemplo como o transporte público coletivo e a bicicleta. Outra
dessa mudança de função na questão dos viadutos, é o elevado preocupação, seriam com os pedestres, ampliando as calçadas. O
denominado minhocão, sendo uma das primeiras obras nesse local ainda receberia obras de paisagismo e principalmente a
quesito radical, com a intenção de normalizar o trânsito. plantação de árvores no entorno da região do Minhocão.

O Minhocão foi inaugurado no dia 25 de janeiro de 1971, no


aniversário de São Paulo. A inauguração aconteceu 14 meses após
o início da sua construção. O prefeito da cidade na época era Paulo
Maluf.

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2.0 | COMO SURGIRAM OS VIADUTOS EM SÃO PAULO

2.1 | OS BAIXIOS NOS DIAS ATUAIS...

A cidade de São Paulo cresceu, e muitos caminhos tiveram suas


rotas alteradas, mas os diferentes níveis da cidade precisavam ser
vencidos, resultando nas intervenções urbanas responsáveis pelo
surgimento dos viadutos. São Paulo, conhecida como a cidade dos
viadutos, possui atualmente 145 viadutos e 39 pontes.

A questão referente à ocupação destes espaços residuais, sob os


viadutos da cidade de São Paulo surge da constatação que os
bairros situados em seu entorno, quando recebem as
infraestruturas, depois que se está consolidada, desenvolvem um
processo de deterioração, se isolando da cidade.

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3.0 | A DEFINIÇÃO DO ESPAÇO

3.1 | O Conceito de lugar 3.2 | Placemaking

Na geografia, é o conceito utilizado para definir uma realidade. Em tradução literal, “fazer lugares”. Sendo assim, os lugares são
Como o objeto da geografia é o espaço (geográfico), o contexto espaços públicos, em que a interação entre as pessoas e com a
estudado é chamado de lugar. A expressão “lugar” possui uma cidade é estimulada. Assim, caracteriza-se como um conjunto de
variedade de significados sendo um deles, onde as pessoas vivem, ferramentas utilizadas para melhorar um determinado espaço.
se relacionam, estabelecem seus vínculos afetivos.
O placemaking visa criar lugares chamativos e receptivos, que
Todo lugar está repleto de vínculos afetivos e de relações promovam interações sociais, estimulem a atividade econômica e
históricas, econômicas, sociais e naturais; nenhum lugar é melhorem a qualidade de vida das pessoas. Isso pode envolver a
considerado neutro. revitalização de praças, ruas, parques, áreas de lazer e outros
locais públicos.
Os lugares são moldados pelas interações entre as pessoas e o
ambiente ao longo do tempo, resultando em uma identidade única e O processo de placemaking geralmente inclui a identificação das
uma sensação de pertencimento. necessidades e desejos da comunidade, a análise do contexto local,
a criação de um plano de design e a implementação de
É sempre necessário compreender as relações que ali acontecem intervenções físicas no espaço.
e sua relação entre escalas maiores do global para o regional e
para o local. Valorizar a participação ativa das pessoas no planejamento e
gestão dos espaços públicos, faz parte deste conceito, permitindo
que elas se sintam conectadas e responsáveis pelo local.

No geral, o conceito de placemaking busca transformar espaços


públicos em locais mais inclusivos, atraentes e funcionais, que
atendam às necessidades e aspirações das pessoas que vivem,
trabalham ou visitam uma determinada área.

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4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

4.1 | INTERVENÇÃO “TERRAIN VAGUE” –PROJETO A8ERNA “Terrain vague” é uma expressão francesa inventada pelo catalão
Ignasi de Solà-Morales, acadêmico em urbanismo, para se referir
aos lugares abandonados, obsoletos ou degradados. Este é um
- Idealizado e projetado pelo escritório: NL Architects projeto de revitalização urbana que ocupa o espaço abaixo de uma
- Situa-se em Koogaan de Zaan, Zaanstad, Holanda rodovia elevada, A8 em Koogaan de Zaan, Holanda.
- A Data de Execução ocorreu no período do ano de 2003 a 2006
- Área: 22.500m² de espaço público, 1.500m² de comércio Para contextualizar, Koog é uma pequena cidade próxima de
- Orçamento: 2.100.000 de Euros. Amsterdam, nas margens do rio Zaan, um dos milhares que
compõem a geografia dos Países Baixos. No início dos anos 70,
começou-se a construir esta autoestrada elevada sobre pilotis para
atravessar o rio.

É como se fosse uma cadeia de intervenções de programas


públicos e equipamentos que aproveita a rodovia para configurar
um grande espaço urbano coberto. Esta série é composta por uma
pista de skate, uma galeria de graffiti, uma quadra poliesportiva, um
supermercado, uma floricultura e uma peixaria, estacionamentos
para 120 automóveis e uma pequena marina.

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4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

A intervenção coberta complementa-se com outros programas e Revestimento externo do supermercado é de chapas metálicas
elementos ao longo da borda da rodovia como, por exemplo, uma corrugadas para desincentivo perante as intervenções de graffiti
parada de ônibus, praças e o redesenho total da orla do rio, que nos muros e orientá-los para a pista de skate e a galeria.
havia sido degradada pelo recente adensamento não planejado da
borda. Os estacionamentos organizam-se em torno do volume do
supermercado para corrigir a forma desordenada e ineficiente em
que se estacionavam os automóveis no terreno baldio
anteriormente ao projeto.

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4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

Também, na região mais próxima do rio, criou-se uma pequena baía


que atua como marina, cancha aquática e entrada para o canal.

Área antes da intervenção.

Fachada do mercado integrado ao projeto.


18
4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

Projeto Ilustrativo representando fachada do projeto.


Situação do projeto.

Pista de Skate integrada ao projeto.

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4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

4.2 | Vencedor do concurso para requalificação de baixios de


viadutos em Belo Horizonte – Viaduto Cinquenta e Dois / ENTRE
Arquitetos.

- Competição para a Requalificação de baixios de viadutos em Belo


Horizonte
- Prêmio em Primeiro Lugar
- Arquitetos: Alecsander Gonçalves, Daniele de Souza Capella,
Vinícius Capella.
- Localização na Avenida Silva Lobo, Belo Horizonte - Minas Gerais,
Brasil
- Prefeitura de Belo Horizonte foi o órgão contratante.
- Área: 5100.0 m2
- O Projeto foi realizado em 2014

20
4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

O projeto se estrutura em duas fases de implantação, inicialmente A proposta para o viaduto Silva Lobo parte da manipulação da
a intervenção é feita no baixio do viaduto, e em sua segunda fase é topografia - natural e antrópica, positiva e negativa - para a criação
ampliada para o vazio urbano adjacente, com quadras de espaços de permanência e encontro. A estratégia visa adicionar
poliesportivas e de basquete, palco para apresentações, entre programas que gerem fluxos constantes no baixio do viaduto sem
outros equipamentos. Dessa forma, pretende-se transformar a bloquear as visuais sob o viaduto, de forma a garantir a sensação
imagem dessa região atualmente sub-utilizada para um ponto de de segurança dos usuários cotidianos e transeuntes.
centralidade, de encontro e de permanência para o lazer. Já há em
andamento uma petição pública com cerca de duzentas assinaturas
dos moradores locais para implementação de um parque na região
da segunda fase da proposta, uma área vazia de edificações e de
função social.

21
4.0 | ESTUDOS DE CASO SOBRE REVITALIZAÇÃO EM BAIXIOS

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5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

23
5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

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5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

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5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

5.1 | Localização da área.

A área se encontra situada no bairro Jardim no município de Santo André. O


Bairro jardim possui uma área de aproximadamente 171.691m² e faz divisa com
o centro de Santo André.

Situação da área selecionada para


realização da revitalização.

26
5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

JARDIM

Situação da área selecionada


para realização da revitalização.
A área selecionada em questão
possui 7.655,39m².

5.1 | Localização da área. CENTRO

O bairro Jardim em Santo André, São Paulo, é conhecido por ser um VILA BASTOS
bairro nobre e residencial. Ele possui uma infraestrutura com ruas
arborizadas, praças, e uma diversidade de serviços. O comércio local é
marcado por restaurantes, cafés, lojas sofisticadas e centros
comerciais. Além disso, o Jardim é caracterizado pela presença de
instituições educacionais renomadas e opções de lazer, como parques
e clubes, contribui para a qualidade de vida dos moradores.

27
5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

5.2 | Topografia da área

Topografia da área selecionada para a revitalização, com a ilustração do


projeto no local. Topografia da região de acordo com o dwg da base de
dados da prefeitura municipal de Santo André. Na respectiva imagem ao
lado, as cores indicam o nível e composição de diversas partes da área.

28
5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

5.3 | Análise Setorial

Levantamento teve como base, o arquivo em dwg


da área perimetral da prefeitura de Santo André no
objetivo de estudar o entorno do viaduto Juscelino
Kubitschek. Neste mapa observa-se uma análise
especificando a quantidade de tipos de uso para cada
lote em uma determinada área de aproximadamente
equivalente a 1km.

Com o estudo, nota-se a quantidade de áreas


utilizadas para veículos entrando no problema da
priorização dos mesmos.

RUAS A. PÚBLICA COMÉRCIO ESTACIONAMENTO FLUXOS

VIADUTOS A. VERDE RESIDENCIAL IGREJAS

Primeira versão do levantamento mais amplo da área realizada em agosto de 2023.

29
5.0 | INTRODUÇÃO AO VIADUTO JUSCELINO KUBITSCHEK

5.3 | Análise Setorial

Levantamento atualizado após uma nova vistoria


realizada no local, circulo aproximadamente em
500m de perímetro.

RUAS A. PÚBLICA COMÉRCIO ESTACIONAMENTO FLUXOS

VIADUTOS A. VERDE RESIDENCIAL IGREJAS

Versão definitiva para o levantamento realizada em agosto de 2023.

30
6.0 | OS PROBLEMAS DO VIADUTO ESCOLHIDO E REGIÃO

6.1 | Entendendo o termo “JUNKSPACE”. 6.2 | A Priorização em Automóveis

A construção desenfreada assombra o século XXI, a grande Os automóveis têm um impacto significativo no espaço urbano e
massa de construções resultaram em diversas sobras pela cidade, podem representar um desafio para a concepção de ambientes
onde essas sobras ficam sem integração e sentido com o resto, focados na integração com a cidade e o envolvimento de pessoas
virando depósitos, ou estacionamentos, gerando uma sensação de de todas as classes. Portanto os automóveis podem afetar
preenchimento sem conceito ou intenção de idealizar um lugar. negativamente o desenvolvimento urbano e sustentável.

Rem Koolhaas diz que “o espaço-lixo não busca por mais, é Na questão do uso do solo, os estacionamentos e vias dedicadas
apenas um excesso por si só.” E que não buscam por melhora, nem para automóveis ocupam uma quantidade considerável de espaço
piora, é apenas mais, para ter mais. Koolhaas argumenta que esse nas cidades, muitas vezes à custa de áreas verdes, parques ou
ambiente é caracterizado por excessos, desordens e falta de espaços públicos. Isso pode prejudicar a qualidade de vida dos
significado. Ele explora como a arquitetura moderna contribui para moradores, reduzir a biodiversidade e limitar áreas de lazer.
uma estética de consumo desenfreado, transformando cidades em
espaços caóticos e homogêneos. O autor destaca a prevalência de Com o estudo, nota-se a quantidade de áreas utilizadas para
espaços genéricos e anônimos, onde a identidade é perdida. veículos nesta região. O próprio baixio do viaduto Juscelino
Koolhaas também critica a padronização e a falta de autenticidade Kubitschek é atualmente usado como estacionamento.
na arquitetura contemporânea, questionando o verdadeiro
propósito por trás desses espaços.

O livro propõe uma reflexão sobre os desafios enfrentados pelo


design arquitetônico na era contemporânea, enfatizando a
necessidade de repensar e revitalizar o ambiente construído
fazendo todo o sentido no projeto proposto neste trabalho.

Baixio do viaduto Juscelino Kubitschek atualmente sendo usado como


estacionamento

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6.0 | OS PROBLEMAS DO VIADUTO ESCOLHIDO E REGIÃO

6.3 | Arquitetura Hostil na região 6.4 | A falta de iluminação no local

A arquitetura hostil em viadutos refere-se à implementação de A ausência de iluminação em um espaço urbano pode resultar em
elementos de design destinados a desencorajar certos áreas pouco seguras durante a noite, contribuindo para a sensação
comportamentos indesejados ou atividades, muitas vezes de insegurança entre os residentes e transeuntes. Isso também
associadas à população em situação de rua ou a práticas pode facilitar a ocorrência de crimes e afetar a mobilidade noturna,
consideradas indesejáveis. Esses elementos visam criar ambientes prejudicando a qualidade de vida urbana. Além disso, a falta de
menos acolhedores para evitar o uso inadequado de espaços iluminação pode obscurecer a beleza arquitetônica e os detalhes
públicos. Exemplos incluem: Instalação de assentos desconfortáveis urbanos que, durante o dia, contribuem para a estética da cidade.
ou angulares para impedir que as pessoas permaneçam por muito
tempo no local.

Essas medidas têm sido criticadas por sua falta de empatia e por
abordar sintomas, em vez de causas subjacentes de questões
sociais. O design urbano inclusivo e consultas com a comunidade
são essenciais para abordar as preocupações sociais de maneira
mais holística.

Exemplo de arquitetura hostil em viaduto local próximo a área escolhida para o


projeto

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7.0 | PASSO A PASSO PARA A REVITALIZAÇÃO DE UMA ÁREA INÓSPITA

7.1 | A Análise do espaço 7.4 | A Procura por um design sustentável

A avaliação e as condições atuais do espaço é crucial para Priorizar por um design verde e uma infraestrutura sustentável é
identificar as áreas que precisam de melhorias, e potenciais pontos certamente o próximo passo para compor o projeto. Insistir no uso
positivos. Antes de tudo, será necessário realizar um levantamento de materiais sustentáveis e práticas de construção ecológicas para
da área em um determinado perímetro, aconselhável dentro de minimizar o impacto ambiental durante a revitalização.
1km, para determinar quais serão os elementos e equipamentos
necessários para implantar no local escolhido. Um projeto de Água Eficiente á parte implementando práticas para
a conservação da água, como sistemas de captação de água da
Ex. Se por acaso dentro do perímetro do local escolhido para a chuva, irrigação eficiente e o uso de materiais permeáveis para
revitalização, já existir uma área para lazer incluindo equipamentos, reduzir o escoamento pluvial.
a proposta terá que visar outros meios de aproveitamento do
espaço, que ainda não existam na região. Pensar na eficiência energética como painéis solares e turbinas
eólicas, para reduzir a dependência de energia não renovável e
7.2 | O Engajamento comunitário e opinião pública diminuir as emissões de carbono.

Envolver a comunidade no processo é crucial. Realizar reuniões, Engaje a comunidade no processo de revitalização, promovendo a
pesquisas ou workshops para captar ideias e opiniões mesmo após conscientização sobre práticas sustentáveis e incentivando a
os primeiros estudos sobre a análise do espaço escolhido. participação ativa na manutenção do ambiente.

7.3 | O Planejamento de uso A Reciclagem e Gestão de Resíduos pode ser incluída em um


sistema eficaz de reciclagem e gestão de resíduos, incentivando a
Após o esboçar as primeiras ideias em conjunto com as reuniões reutilização e a reciclagem para minimizar a produção de resíduos.
e pesquisas, a definição do propósito do espaço revitalizado
(parque, área de lazer, cultural, etc.) já poderá ser concebida com
base nas necessidades e desejos da comunidade.

33
7.0 | PASSO A PASSO PARA A REVITALIZAÇÃO DE UMA ÁREA INÓSPITA

7.5 | Infraestrutura e acessibilidade Os acessos por meio de escadarias, rampas e elevadores entorno
do espaço também é uma ótima garantia para promover e garantir
Garanta uma infraestrutura sólida, como calçadas acessíveis, de a movimentação no espaço.
preferencia um circuito fluído entorno de toda a área a ser
revitalizada caso seja um local de convivência. 7.8 | Manutenção Sistemática

A iluminação adequada e espaços inclusivos para todas as idades Desenvolva um plano de manutenção contínua, envolvendo a
são determinantes para a permanência das pessoas. Incentivar o comunidade para garantir a sustentabilidade a longo prazo.
uso de meios de transporte sustentáveis, como caminhadas,
ciclismo e transporte público eficiente será fatídico para redução 7.9 | Parcerias, financiamento, economia e conclusão
das emissões de carbono promovendo um ambiente mais saudável
Buscar parcerias com empresas locais, organizações sem fins
7.6 | Arte e Cultura lucrativos ou órgãos governamentais para obter apoio financeiro e
recursos. Priorizar o apoio a negócios locais e práticas econômicas
Incorpore elementos artísticos e culturais, como murais, esculturas sustentáveis, fortalecendo a economia local e promovendo a
ou locais adequados para eventos, para assim, promover uma responsabilidade social junto com o desenvolvimento de programas
atmosfera vibrante. Uma área para intervenções, como por exemplo educacionais sobre a sustentabilidade, capacitando os residentes a
a implantação de um palco ou outro tipo de ambiente para eventos adotar práticas mais sustentáveis em seu cotidiano.
é um ótimo exemplo para um evento cultural.
Ao adotar essas medidas sustentáveis, é possível revitalizar um
7.7 | Mobilidade e Conectividade local de maneira a respeitar o meio ambiente e promover um
equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a conservação
Facilite o acesso ao espaço, considerando opções de transporte ambiental.
público, ciclovias ou estacionamento adequado.
Após todo esse processo, é importante a celebração de conclusão
do projeto com um evento inaugural, envolvendo a comunidade e
destacando as melhorias realizadas.
34
8.0 | O PROJETO

8.1 | Acessos e Circulação

O projeto conta com 3 principais


acessos para pedestres de forma
acessível sendo as seguintes:

1 - Rua Catequese | Ref. Diário do


Grande ABC / Igreja.

O Acesso ocorre por meio de uma faixa


estabelecida entre o Bar de esquina e o
palco implantado no projeto.

2 - Faixas de pedestres estabelecidas


entre a praça do IV Centenário para
passagem, para a avenida 15 de
novembro chegando na praça local do
projeto.

3 - Acessos estabelecidos pelos


módulos em estrutura metálica,
contendo escadaria e plataforma
elevatória para cadeirantes. Entre eles,
há um acostamento estabelecido na
superfície do viaduto.

35
8.0 | O PROJETO

8.2 | Contextualização

O Projeto foi pensado a partir da ideia


de acrescentar equipamentos e
ambientes que careciam no perímetro e
região do paço, com a ideia de
popularizar o espaço inóspito do baixio
do viaduto Juscelino Kubitschek. O
aspecto visual do projeto apresenta
espaços semicirculares, com cores
quentes predominantes na área do
palco e baixio, influenciando para um
local convidativo e “vivo”.

Imagens renderizadas das conexões que os


módulos de acesso exercem

36
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

O Palco

Um palco em uma praça pública deve ser


projetado para acomodar uma variedade de eventos
e apresentações. Aqui estão alguns dos elementos
essenciais considerados, ao implantar o palco para
o projeto.

A Área situada ao ar livre possuindo


aproximadamente 1.100m², tem como o objetivo
proporcionar uma boa acústica para quem se
assenta entorno do palco, além de promover Planta de localização da área do palco
interação social.

É Composto por um formato semicircular e


pinturas em cores quentes como o laranja e
amarelo, no objetivo de tornar um ambiente mais
vivo. Em seu entorno possui instalados postes de
luz duplo a cada 5 metros, além de possuir
balizadores em sua volta para tornar um ambiente
convidativo até mesmo de noite.

Corte transversal da área do palco no projeto. 37


8.0 | O PROJETO

Aspectos presentes no palco em questão :

Base - Possui uma base resistente para suportar o


peso de equipamentos, artistas e cenários.

Iluminação - Entorno iluminado por postes de luz e


balizadores.

Acesso para Pessoas com Mobilidade Reduzida -


Rampas ou acessos adequados para garantir a
inclusão de pessoas com mobilidade reduzida.

Área para Assentos ou Plateia - Um espaço aberto


ou arquibancadas para que o público possa assistir Planta de localização da área do palco

confortavelmente.

38
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Área de alimentação e Deck

Área centro da intervenção com aproximadamente


1.900m², onde ocorre a mudança em relação a
composição do ambiente, indo de um local cinza e
inóspito, onde era utilizado como estacionamento,
para uma grande área de alimentação, formado por
um piso em ripas de madeira, bancos e mesas de
concreto, além de um quiosque contendo uma
cozinha industrial para a preparação e venda de
iguarias.
Planta de localização da área de alimentação e deck no terreno.

Modelagem 3D do Deck situado na área Isométrica da área para alimentação no projeto


para alimentação no projeto 39
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Área de alimentação e Deck | Planta baixa dos respectivos módulos


localizados - Banheiro Público e Cozinha Industrial.

Seguintes plantas baixa dos respectivos módulos do banheiro localizado ao


deck próximo da área de intervenção artística do projeto, e da cozinha
industrial localizada no deck e área de alimentação.

Planta baixa da cozinha industrial no projeto

Planta do banheiro público do projeto


Planta de localização da área de alimentação e deck no terreno.
40
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Área para intervenção artística

Criar áreas com intervenção artística oferece benefícios como expressão


criativa, transformação estética, fortalecimento da identidade, engajamento
comunitário, resolução de problemas urbanos, estímulo à criatividade e
inovação, além de atrair turistas e investimentos, contribuindo para o
desenvolvimento cultural, social e econômico da região.

Planta de localização da área para manifestação artística nos pilares do Renders em modelagem 3D da área para manifestação artística
viaduto.

41
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Módulo de acesso com escadaria e elevador

Estrutura metálica composta por 6 pilares e 9 vigas metálicas, revestido por


esquadrias de vidro amarelo, tem o objetivo de promover o acesso do piso
superior do viaduto para o nível da praça, por meio de uma escadaria
também composta por estrutura metálica, e um elevador para pessoas com
mobilidade reduzida. Além de fornecer novos acessos, o módulo será
implantado afim de virar ponto de referencia para a praça.

Planta de localização do módulo para acesso a praça com escadaria e Imagens renderizadas das conexões que os módulos de acesso exercem
plataforma elevatória para pessoas com mobilidade reduzida.

42
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Módulo de acesso com escadaria e elevador

Planta baixa Isométrica

Corte tranversal Fachada frontal

43
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área Equipamentos presentes na área molhada do projeto :

A Área molhada 1. Equipamento de Aspersão - Estruturas que liberam água em


jatos intermitentes ou contínuos, criando padrões divertidos para as
Uma área molhada para crianças em uma praça geralmente crianças brincarem.
consiste em uma instalação projetada para proporcionar diversão
aquática segura. 2. Pisos Antiderrapantes - Superfícies seguras e antiderrapantes
para evitar escorregões acidentais durante as atividades aquáticas.
Uma área molhada sempre será uma ótima opção para as crianças
se divertirem ainda mais em períodos onde a temperatura está 3. Controle de fluxo de água - Sistemas que permitem o controle
elevada, os dias mais quentes e as chuvas menos frequentes do fluxo de água, ajustando a intensidade conforme a preferência e
pedem um ambiente nesses traços. segurança.

4. Área de descanso - Bancos ou áreas sombreadas para os pais


acompanharem as crianças enquanto brincam na área molhada.

5. Requisitos de segurança necessários - Implementação de


medidas de segurança, como profundidade controlada da água,
monitoramento adequado e sinalização apropriada.

Essas áreas proporcionam uma maneira lúdica e refrescante para


as crianças se envolverem ao ar livre, promovendo atividade física e
interação social, especialmente durante os dias quentes.

Planta de localização da área molhada e jardim de chuva

44
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

A Área molhada

A área molhada no projeto conta com aproximadamente 316m² e


surge como uma opção eficiente em relação ao seu uso, em dias
mais quentes fornecendo alívio térmico, entretenimento e interação
social.

Planta de localização da área molhada e jardim de chuva Imagem renderizada da área molhada implantada no projeto

45
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área 3. Pedras ou Materiais Porosos - Incorporação de pedras ou


outros materiais permeáveis para auxiliar na drenagem.
Implantação do jardim de chuva
Esses jardins desempenham um papel crucial na gestão
Um jardim de chuva é uma instalação paisagística projetada para sustentável da água, promovendo a recarga do lençol freático e
gerenciar o escoamento da água da chuva, promovendo a minimizando os impactos ambientais associados ao escoamento
absorção no solo e reduzindo o risco de enchentes. Este tipo de pluvial não gerenciado.
jardim é planejado para capturar, reter e filtrar a água da chuva,
incorporando características específicas.

O jardim de chuva ao lado da área molhada, foi pensado para o


projeto, na intenção de prevenir possíveis alagamentos ou poças
d’água no perímetro do terreno, contando com uma área
aproximada de 200m².

A Composição da seguinte área:


VEGETAÇÃO
1. Vegetação Específica - Seleção de plantas tolerantes a períodos
de inundação e secagem. Raízes densas ajudam a estabilizar o solo.
SOLO OU SUBSTRATO
2. Camadas de solo especiais - Uso de solos permeáveis e
camadas de substrato que facilitam a absorção da água.

PEDRAS PARA INFILTRAÇÃO

46
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

O Espelho D´água no projeto e seus benefícios

A inclusão de um espelho d'água pode oferecer várias


vantagens e benefícios significativos para o projeto, além
da estética e do paisagismo, onde, adiciona um toque de
beleza natural ao ambiente. Ele reflete o entorno, criando
um visual atraente e sereno. A presença da água pode
criar uma sensação visual de frescor, especialmente em
climas mais quentes. Isso contribui para um ambiente
mais agradável e convidativo.

A água tem propriedades relaxantes, e um espelho


d'água pode criar um ambiente tranquilo e pacífico. Isso é
benéfico para espaços de lazer e contemplação.

Um espelho d'água pode também atrair fauna e flora,


contribuindo para a biodiversidade local. Isso inclui aves,
peixes e plantas aquáticas, promovendo um ecossistema
Planta de localização do espelho d’água implantada no projeto
equilibrado.

47
8.0 | O PROJETO

Outros benefícios que o espelho d’água pode oferecer...

Regulação Térmica

A presença de água pode ajudar na regulação térmica, tornando o


ambiente mais confortável tanto no inverno quanto no verão.

O Espelhamento

O reflexo na água pode criar uma sensação de amplitude, dando a


impressão de que o espaço é maior. Isso é particularmente útil em
áreas urbanas onde o espaço pode ser limitado.

Melhoria da qualidade do ar

A presença de água pode contribuir para a melhoria da qualidade


do ar ao atuar como um filtro natural para partículas suspensas.

Efeito Terapêutico

A contemplação da água pode ter efeitos terapêuticos, ajudando a


reduzir o estresse e promover o bem-estar emocional.
Imagens renderizadas do espelho d’água implantado no projeto

48
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Área Pet no projeto e seus benefícios

Com a falta de um local apropriado no paço municipal, e com as


pessoas utilizando o estacionamento do mesmo, para passeio com
seus respectivos pet, a ideia partiu para um ambiente reservado de
aproximadamente 400m² com equipamentos específicos e muita
grama para os seus leais amigos.

Uma área pet em um ambiente promove o bem-estar animal,


fortalece vínculos entre proprietários, proporciona o exercício e
estímulo mental para animais, previne danos em áreas públicas,
promovendo a inclusão social e educação sobre cuidados animais,
contribuindo para a qualidade de vida na comunidade.

Planta de localização da área pet situada no projeto Planta baixa da área pet 49
8.0 | O PROJETO

Outros benefícios que uma área pet oferecer...

Exercício e Saúde

Oferece uma oportunidade para os animais de estimação se


exercitarem regularmente, o que é essencial para a saúde física e
mental deles.

Controle de Comportamento

Ao proporcionar um local designado para atividades, ajuda a


reduzir comportamentos indesejados em outras áreas públicas.

Estímulo Mental

Fornece estímulos visuais, olfativos e sociais que contribuem para


o desenvolvimento mental dos animais de estimação.

Inclusão Social

Torna espaços públicos mais inclusivos, atendendo também às


necessidades dos que possuem animais de estimação, promovendo
a coexistência harmoniosa.

Corte transversal da área pet

50
8.0 | O PROJETO

Academia ao ar-livre e seus benefícios

Uma academia ao ar livre proporciona acessibilidade, exercícios


em ambiente externo, variedade de equipamentos, integração
social, melhoria da saúde cardiovascular, estímulo mental,
disponibilidade flexível, manutenção física geral e incentivo à prática
regular, impactando positivamente a saúde física e mental da
comunidade.

Alguns desses benefícios...

Acessibilidade

Disponível gratuitamente para a comunidade, proporcionando uma


opção acessível para exercícios físicos.

Integração Social

Cria um espaço para interação social durante os exercícios,


promovendo uma sensação de comunidade e apoio mútuo.

Incentivo à Prática Regular

Ao ser facilmente acessível, incentiva a prática regular de atividade


física, o que é fundamental para a manutenção da saúde a longo
prazo.

51
8.0 | O PROJETO

8.3 | A Composição da área

Estrutura metálica como fechamento para o forro do baixio do


viaduto.

Uma estrutura metálica com 52 folhas de vidro sendo composta


por um esqueleto de metal, como aço ou alumínio, projetado para
sustentar as folhas de vidro de maneira segura.

As folhas de vidro seriam fixadas nos membros da estrutura,


proporcionando transparência e permitindo a entrada de luz natural.
Essa configuração seria instalada no vão das duas vias do viaduto.

52
8.0 | O PROJETO

8.4 | Planta baixa

53
8.0 | O PROJETO

8.5 | Cortes

Corte Longitudinal

54
Corte Transversal
8.0 | O PROJETO

8.6 | Perspectiva em modelagem 3D

55
8.0 | O PROJETO

8.6 | Perspectiva em modelagem 3D

56
9.0 | CONCLUSÃO

Em conclusão, a revitalização de baixios de viadutos e áreas


inóspitas não é apenas uma aspiração estética, mas uma
necessidade vital para o desenvolvimento urbano sustentável. Ao
transformar esses espaços negligenciados, não apenas elevamos o
apelo visual de nossas cidades, mas também promovemos
benefícios tangíveis.

A criação de parques, espaços de lazer e áreas verdes não


apenas melhora a qualidade de vida dos habitantes urbanos, mas
também contribui para o controle de inundações, promovendo a
biodiversidade e fomentando uma sensação de comunidade. Além
disso, a revitalização dessas áreas muitas vezes impulsiona o
turismo local, estimula a economia e revitaliza bairros antes
desfavorecidos.

A criação de ambientes agradáveis e acessíveis demonstra o


comprometimento com a sustentabilidade ambiental e social,
refletindo uma abordagem consciente para com o crescimento
urbano. Assim, investir na revitalização de baixios de viadutos e
áreas inexploradas não é apenas uma escolha estética, mas uma
estratégia inteligente para criar cidades vibrantes, saudáveis e
inclusivas.

57
10.0 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fontes: 5. "Projeto quer ocupar áreas sob viadutos de SP com atividades de


lazer e cultura".
1. "A Arquitetura Hostil nas cidades".
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/07/27/projeto-
https://www.politize.com.br/arquitetura-hostil-nas-cidades/ quer-ocupar-areas-sob-viadutos-de-sp-com-atividades-de-
lazer-e-cultura.html
2. "JUNKSPACE".
6. "Surgimento dos viadutos em São Paulo".
https://arquiteturascontemporaneas.wordpress.com/2015/11/11
/junkspace-espaco-lixo/ https://www.saopauloinfoco.com.br/viaduto-do-cha.

3. "Milhões de pessoas adotam pontes e viadutos como abrigo nas 7. "Um levantamento feito pelo Sindicato das Empresas de
grandes cidades. Só em São Paulo, mais de 14 mil vivem na rua." Arquitetura e Engenharia aponta que 73 pontes e viadutos de São
Paulo têm problemas estruturais como concreto se desfazendo,
https://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/08/moradores- buracos e ferrugem."
de-rua-ganham-projetos-de-inclusao-social-em-viadutos-de-
sp.html https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/veja-lista-das-pontes-e-
viadutos-de-sp-com-mais-problemas-segundo-estudo.html.
4. "Pontes e viadutos de SP têm infiltrações, desgastes e plantas
enraizadas nas estruturas". 8. "Urbanística dos Espaços Públicos sob Pontes e Viadutos da
Cidade de São Paulo. ... Com esta fusão, o universo inicial passou a
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2018/11/16/pontes-e- ser de 145 viadutos 39 pontes."
viadutos-de-sp-tem-infiltracoes-desgastes-e-plantas-
enraizadas-nas-estruturas.html https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wpcontent/uploads/2
016/12/BVD_NotaTecnica.pdf

58
10.0 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESTUDOS DE CASO:

Intervenção "Terrain vague" – Projeto A8erna

https://www.archdaily.com.br/br/01-135024/projeto-urbano-
a8erna-ativar-o-terrain-vague

Viaduto Cinquenta e Dois / ENTRE Arquitetos

https://www.archdaily.com.br/br/01-177720/vencedor-do-
concurso-para-requalificacao-de-baixios-de-viadutos-em-belo-
horizonte-nil-viaduto-number-3-viaduto-cinquenta-e-dois-
slash-entre-arquitetos

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