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BEIRA
2023
SANTOS SÉRGIO BRIDGE
BEIRA
2023
DECLARAÇÃO
Eu, SANTOS SÉRGIO BRIDGE declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio
trabalho e está a ser submetida para a obtenção da Licenciatura em Engenharia Civil na
Universidade Uni-Zambeze.
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma outra
universidade.
________________________________________________
Khanimambo.
Em memória do meu pai e irmã
Sérgio Tomé F. Bridge e Filomena Santos Bridge
Epígrafe
Nikola Tesla
Índice
CAPITULO 1 ........................................................................................................................... 12
IX. Justificativa......................................................................................................................... 14
X. Hipótese ............................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 17
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 72
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 86
7. Referências ........................................................................................................................... 88
8. ANEXOS .............................................................................................................................. 90
9. Apêndices ............................................................................................................................. 93
AVALIAÇÃO FINAL.............................................................................................................. 96
I. RESUMO
PET – Poliéster
PE – Polietileno
PP – Polipropileno
PA – Poliamida
B – Largura da fundação
fa, fcr, fmr, fm – fatores de redução parcial para a degradação ambiental (química e biológica),
para fluência (Tmax/Tref), danos mecânicos de instalação e incerteza estatística na determinação
do geossintético, respetivamente
Ir, Irc, Irr – índice de rigidez, índice de rigidez crítico e índice de rigidez reduzido do solo,
respectivamente
I – Comprimento do reforço
Pp – Força passiva
Pu – Capacidade de carga
q – Sobrecarga
S – Recalque
σ- Tensão
ν- Coeficiente de poisson
CAPITULO 1
VII. Introdução
A execução de obras civis sejam elas, vias de comunicação, edifícios sobre solos de
origem aluvionar, saturados, argilosas, solos altamente compressíveis e com muito baixa
capacidade de carga tem aumentado em nosso país. Tais solos são chamados de “solos moles”.
Quando carregados e devido a sua elevada compressibilidade, os solos moles podem sofrer
grandes assentamentos que podem prejudicar em grande medida o desempenho de tais obras, e
isso pode conduzi-las ao seu colapso. As veze a construção sobre esses solos não pode ser
evitado, pelo que, faz-se necessário o estudo de soluções que permitam vencer de forma segura,
sustentável e econômica essas limitações.
Actualmente, por conta da escassez de áreas que ofereçam condições condignas para
a construção de obras, leva-nos a utilização de áreas problemáticas para fins de construção.
Deste modo, a construção surge em locais onde os solos não possuam uma boa capacidade de
carga a necessidade da execução de estruturas de fundação.
Nos últimos tempos temos acompanhado uma série de eventos indesejados seja em
obras viárias, edifícios, pontes. Os eventos catastróficos podem variar de mais fracos aos mais
fortes, como por exemplo: Fissuramentos por conta de recalques diferenciais até mesmo o
desabamento da estrutura.
O sector da construção é muito vasto, e sendo vasto traz consigo uma serie de soluções
para a contenção solos, como por exemplo a terra armada, solos grampeados, solos envelopados
até mesmo murros de contenção. Cada uma dessas técnicas traz consigo um determinado tipo
de material, geometria e até mesmo um(a) processo/técnica construtivo(a) diferenciado(a),
porém são desenvolvidas para o memo fim.
13
IX. Justificativa
Os materiais geossintéticos oferecem soluções econômicas e tecnicamente avançadas
em obras de terra e fundações. O uso de materiais geossintéticos significa menor volume de
transporte de solos e melhor relação custo benefício. Isso acontece por ser uma alternativa
viável frente a soluções como substituição de camadas espessas de aterro. Para as fundações
superficiais, esses materiais trabalham de modo a melhorar o suporte do solo.
X. Hipótese
14
XI. Objectivos da pesquisa
Avaliar o emprego dos materiais geossintéticos no reforço dos solos moles para o aumento de
resistência e diminuição da deformação do maciço de fundação para fins de redução de custos
de execução de infra-estrutura, daí expor a importância da utilização dos geossintéticos no
aumente da capacidade de carga em solos.
15
XII. Estrutura da Monografia
Capítulo 1- Introdução
Capítulo 2
O segundo capitulo capítulo fará uma breve apresentação da fundamentação teórica referentes
ao tema em estudo.
Capítulo 3
16
CAPÍTULO 2
2. Revisão bibliográfica
2.1.1. Geossintéticos
Breve histórico
Conceitos
Segundo Lopes, Barroso, & Neves, (2020) “Geossintético” é um termo genérico para
descrever um material, em que pelo menos um dos seus componentes é fabricado a partir de
um polímero sintético, na forma de folha, tira ou estrutura tridimensional, utilizado em contacto
com o solo ou outros materiais em obras de engenharia civil.
18
2.1.2. Matérias-primas e suas propriedades
Segundo Lopes, Barroso, & Neves (2020), na sua definição de geossintéticos foi
referido que na sua constituição faziam parte “polímeros Sintéticos”. A palavra polímero tem
origem grega: poli (muitos) e mero (partes: unidade de repetição). Assim, os polímeros são
macromoléculas compostas por dezenas de milhares de moléculas (chamadas monômeros)
repetidas, ligadas entre si quimicamente. A forma como essa ligação é conseguida tem nome
de polimerização.
A forma (aleatória, alternada, por blocos, ramos, etc.) como se dá essa repetição é que
define as propriedades do polímero resultante.
19
projecto. A tabela 1. demonstra as funções de vários geossintéticos empregados em obras
geotécnicas.
Aplicações
Separação Proteção Filtração Drenagem Erosão Reforço Impermeabilização
Geotêxteis X X X X X X X
Geogrelhas X - - - - X -
geomenbranas X - - - - - X
georredes - X - X - - -
Geocomposto
betonílico - - - - - - X
argiloso
Geocéula - X - - X X -
Geotubo - - - - - - -
Geofibras - - - - - X -
20
As características finais do geossintético não são diretamente relacionadas à
composição química e a estrutura do polímero empregado no processo de fabricação.
O emprego dos geossintéticos nas obras civis abrange diversas áreas, sejam elas em
drenagens profundas e superficiais, canalizações, aterros sobre solos moles, pavimentação,
murros de contenção, barragens, controle de erosão, áreas verdes, áreas de esporte, reforço em
fundações e muitas outras (ABNT, 2001) apud (Lima, 2016).
2.1.4.1. Geotêxtil
De acordo com VERTEMATTI (2004), os geotêxteis são produtos têxteis
bidimensionais permeáveis e flexíveis, compostos de fibras cortadas, filamentos contínuos,
monofilamentos, laminetes ou fios, formando estruturas tecidas, não tecidas ou tricotadas, cujas
propriedades mecânicas e hidráulicas permitem várias aplicações numa obra geotécnica.
21
entrelaçamento mecânico com agulhas (agulhado), por fusão parcial (termoligado), com o uso
de produtos químicos (resinados) ou por reforço (reforçado). (Benjamim, 2006)
Os geotêxteis são os geossintéticos com maior campo de actuação, possuindo uma gama de
aplicação muito grande na engenharia, não somente geotécnica, como também em outras áreas,
como estruturas e hidráulica. Como por exemplo, os geotêxteis podem ser utilizados como
elementos de separação (construção de rodovias com diferentes solos), como elemento filtrante
(substituição de filtros de areia naturais), ou até mesmo como elemento impermeável a líquidos
ou vapores, quando impregnados com asfalto.
22
2.1.4.2. Geogrelhas
As geogrelhas são materiais geossintéticos com estruturas planas com forma de grelha,
em cujas aberturas se promovem o imbricamento do solo, conforme mostra a figura 2. As
geogrelhas são mais rígidas que os geotêxteis e, portanto, seu emprego é quase que
exclusivamente para reforço, embora possam ser utilizadas em casos específicos como
elemento de separação. ABRAMENTO, (1998) apud Benjamim, (2006).
Poucas desvantagens limitam o uso desse material, como por exemplo, a necessidade
de se utilizar algum sistema contra erosão em conjunto com geogrelha em muros com face
envelopada. Em geral, para muros de pequenas alturas (4,0 m), as geogrelhas apresentam um
custo um pouco mais elevado do que os muros construídos com geotêxtil.
23
às geogrelhas fabricadas com polímeros, praticamente eliminam o fenômeno de deformação
sob carregamento constante (fluência). (Benjamim, 2006).
2.2.1. Introdução
24
Quando uma massa de solo é carregada verticalmente, ela sofre deformações
verticais de compressão e deformações laterais de extensão (tração). Contudo, se a massa
de solo estiver reforçada, os movimentos laterais são limitados pela reduzida
deformabilidade do reforço. (MACCAFERRI, 2014, p. 145)
25
Figura 3: Ilustração gráfica comparando a deformação de um solo sem material de reforço com um solo
reforçado. (MACCAFERRI, 2014 )
26
Ao ser carregado verticalmente com o mesmo copo plástico, parcialmente preenchido
com areia (70% do volume), é possível observar que o cone formado pela areia se desmorona
de imediato, devido à falta de resistência interna e restrição lateral Figura 4.b).
O mesmo experimento foi realizado reforçando a areia com 3 camadas de uma fina
malha de polipropileno (figura c). nesse caso, a areia foi compactada com a mesma umidade e
energia similar ao experimento anterior. O objetivo da introdução da malha do polipropileno
consiste na restrição dos movimentos laterais causados por um carregamento vertical externo.
27
Figura 4 Experimento empírico para ilustrar o conceito de reforço de solo. (MACCAFERRI, 2014).
28
Os valores de resistência e rigidez à tração desempenhada pelo geossintético na obra
são funções da taxa de deformação imposta aos corpos de prova (velocidade de tracionamento
nos ensaios) e da temperatura ambiente.
Quanto maior a interação mecânica do geossintético com o solo, maior será sua
eficiência como elemento de reforço, pois maior será a ancoragem e a mobilização da sua
resistência à tração (VERTEMATTI, 2004).
De um modo geral, amostras exumadas de obras com mais de 20 anos de vida mostram
que os geossintéticos apresentam degradação ambiental desprezível, sendo a expectativa de
vida, em alguns casos, de centenas de anos. No entanto, quando existem elementos agressivos
ou combinações capazes de desencadear a perda gradual de suas características mecânicas, os
29
geossintéticos podem ser fornecidos com características extremamente resistentes aos ataques
químicos e microbiológicos (VERTEMATTI, 2004).
O conceito de Fator de Redução assume que ocorre uma significativa redução nas
propriedades dos geossintéticos, advinda das condições de transporte, manuseio, armazenagem,
instalação e solicitações durante a vida útil da obra.
30
A propriedade funcional (Tk) de um determinado geossintético pode ser determinada
pela razão entre a propriedade índice (Ti) e o fator de redução total (fT). O fator de redução total
(fT) é dado pelo produto dos fatores de redução parciais, definidos por função e tipo de
aplicação.
Factor de redução devido à degradação química e biológica pelo meio ambiente (fa);
𝑇𝑖 (2.1.0)
𝑇𝑓 =
𝑓𝑓 𝑓𝑒 𝑓𝑑
Em suma, os factores de redução indicam a razão entre a propriedade funcional sob condições
específicas de projecto. O factor de redução total é composto pelo conjunto dos factores de
redução parciais obtidos pra cada condição. A análise de sistemas de solo reforçado tem
adoptado os factores de redução parciais (ou factores de segurança parciais), ao invés de um
único fator de segurança total, como é usual em outras áreas de geotécnica. O motivo da adoção
de factores de redução parciais deve-se às inúmeras variais que intervêm as propriedades
mecânicas dos reforços e condições de serviço. (MACCAFERRI, 2014).
Os valores são assumidos analisando cada tipo de solicitação de forma isolada através
dos Fatores de Redução Parciais:
Onde:
Na prática, busca-se determinar qual o menor Tmáx (resistência à tração máxima) que
atende a equação:
32
processo de transferência de carga se dá principalmente pelo “atrito” entre o solo e o elemento
de reforço.
33
Figura 6: Elemento de ruptura idealizado. (Benjamim, 2006)
34
Figura 7 - Resistência ao cisalhamento vs orientação ao reforço (JEWELL, 1996 apud Benjamim, 2006)
A figura 7 mostra que a orientação óptima para o reforço é θopt =90º - φ (JEWELL,
1996) apud (Benjamim, 2006). Essa inclinação e possível de se obter para os casos dos reforços
inclusos no solo in situ. Tal como a técnica de solo pregado executada em taludes em corte, em
que é possível variar a inclinação buscando uma maior eficiência. Porém, no caso de aterros
compactados, o processo construtivo determina que esses sejam instalados na posição
horizontal.
Por esta razão, nos últimos anos, diversos autores têm realizado ensaios de laboratório
visando o estudo da possibilidade de utilização da possibilidade de utilização de solos coesivos
em aterros, sendo os resultados favoráveis, em especial quando os reforços utilizados são
geossintéticos.
Na pratica se verifica que existem alguns tipos de obras que já são típicas pela
necessidade do uso de reforços geossintéticos, entre elas se apresentam, as estruturas de
contenção em solo reforçado, os aterros sobre solos moles, os aterros estaqueados, as obras de
reforço de base de pavimentos. A seguir essas obras serão apresentadas de maneira sucinta,
cabendo aos outros volumes que seguem esse manual detalha-las e orienta-las sob o uso das
metodologias de dimensionamento atualmente empregadas.
36
2.4.1. Elementos de reforços aplicados em fundações
Binquet e Lee (1975a, 1975b) fizeram vários estudos com modelos reduzidos
reforçando um tipo de solo com tiras metálicas, e introduziram o conceito da taxa de capacidade
de carga, o BCR (“Bearing Capacity Ratio”), definido pela equação:
𝑞𝑟
𝐵𝐶𝑅 = (2.1.5)
𝑞𝑢𝑙𝑡
37
tipo de solo do modelo, comprimento e número de camadas de reforço, tipos de reforços
empregados, entre demais outros parâmetros. (Constancio, 2010).
Em função da ampla área de pesquisa dos solos reforçados, é possível encontrar ainda
grande quantidade de estudos relevantes. De maneira geral, todos os estudos citados indicam
ganhos do ponto de vista da deformabilidade, bem como do ponto de vista da capacidade de
carga, mas segundo Fabrin e Queiroz (1999) apud (Constancio, 2010), que apresentam
resultados de comparações entre modelos numéricos e reduzidos, existe a recomendação de que
o comportamento dos solos reforçados precisa ser mais estudado.
A real intenção dessa parte do trabalho não e ir afundo de toda temática da capacidade
de carga de fundações superficiais, mas sim mostrar os elementos fundamentais a compreensão
deste estudo.
Segundo (Velloso & Lopes, 2004), O solo deve ser capaz de suportar as cargas
colocadas sobre ele, sem que haja ruptura e os recalques devem ser toleráveis para a estrutura.
Deste modo, num projeto de fundações, é de extrema importância a correta quantificação dos
esforços que o solo suporta e os recalques que ele apresentará.
A capacidade de carga de um solo pode ser determinada por três enfoques distintos:
capacidade de carga na ruptura (valor de capacidade de carga para qual o terreno se rompe por
cisalhamento), capacidade de carga máxima (valor de capacidade de carga para o qual o solo
suportará, sem risco de ruptura, um dado carregamento não considerando eventuais recalques
que possam ocorrer) e capacidade de carga admissível (leva em consideração os recalques).
(Constancio, 2010).
38
2.5.1. Teoria de Terzagthi
Segundo BERBERIAN (2015), Terzaghi partindo-se dos trabalhos de Prandtl (1921)
e Reissmer (1924) apresentou a equação tradicional para o cálculo da capacidade de carga, de
uma fundação superficial. Terzaghi (1943) define dois modos de ruptura do maciço de solo, se
o solo é compacto ou rijo tem-se a ruptura geral (brusca), em outro extremo se o solo é fofo ou
mole tem-se a ruptura local (não evidencia uma ruptura nítida).
Como o problema passa a ser o de uma faixa (sapata corrida) de largura definida,
carregada uniformemente, localizada na superfície horizontal de um maciço semi-infinito,
Terzaghi (1943) montou o estado de equilíbrio plástico dessa situação, na iminência da ruptura,
realizando o equilíbrio de esforços gerados.
Onde:
2
qr . Kg/cm Capacidade de carga e ruptura do solo (capacidade de carga do sistema);
2
c . Kg/cm Coesão do Solo, dentro da zona de plastificação;
q0 . Kg/cm
2
Sobrecarga (tensão geostática ao nível de base da fundação);
39
.
B cm Menor dimensão (Largura ou diâmetro) da fundação;
γ . Kg/cm
2
Peso específico aparente do solo, dentro da zona de plastificação.
Sendo:
𝑎2 (2.2.1)
𝑁𝑞 = 𝜙
2.𝑐𝑜𝑠 2 (45+ )
2
𝜙 (2.2.2)
(0.75𝜋− ) tan 𝜙
𝑎= 𝑒 2
𝑵𝑐 = 𝑐𝑜𝑡𝜙 (2.2.3)
Os valores dos parâmetros sc e sγ, adequados para cada situação indicados na tabela 3.
SAPATA
40
Reissner (1924) expressou que:
𝜙 (2.2.5)
𝑁𝑞 = 𝑒 𝜋𝑡𝑎𝑛∅ 𝑡𝑎𝑛2 (45 + )
2
De acordo com Batista (2004) para o cálculo da carga última, segundo a teoria de
Meyerhof (1951, 1963), temos a equação 9 para carregamentos verticais e equação 10 para
carregamentos inclinados:
𝜙 (2.2.10)
𝑁𝑞 = 𝑒 𝜋𝑡𝑎𝑛𝜙 tan2 (45 + )
2
A tabela 4 a seguir traz equações de para o cálculo dos valores sc, sq, sγ, dc, dq, dγ, ic, iq, iγ, para
cada situação:
41
Tabela 4: Equações para o cálculo dos parâmetros a serem usados no método de Meyerhof (1951, 1963).
(Batista, 2004).
0,2. 𝑘𝑝 . 𝐵 𝐷 𝛼
𝑠𝑐 = 1 + 𝑑𝑐 = 1 + 0,2. √𝑘𝑝 . 𝑖𝑐 = 𝑖𝑞 = 1 −
𝐿 𝐵 900
ϕ=0 𝑠𝑞 = 𝑠𝛾 = 1 𝑑𝑞 = 𝑑𝛾 = 1 𝛼 2
𝑖𝛾 = (1 − )
𝜙
ϕ≥0 𝐵 𝐷
𝑠𝑞 = 𝑠𝛾 = 1 + 0,1. 𝑘𝑝 . 𝑑𝑞 = 𝑑𝛾 = 1 + 0.1. √𝑘𝑝 .
𝐿 𝐵
𝜙 (2.2.12)
𝑘𝑝 = tan2 (45 + )
2
Sapata Sc Sq Sγ
Rectangular B Nq B B
1 + ( )( ) 1 + ( ) tanϕ 1 − 0,4 ( )
L Nc L L
Vesic é um dos principais autores sobre o tema capacidade de carga de fundações. Dos
seus muitos trabalhos publicados, Vesic (1975) merece destaque.
42
Vesic (1975) considera três modos de ruptura do maciço de solo de um elemento
isolado de fundação: ruptura geral, ruptura local e ruptura por puncionamento, ilustrados pela
Figura
A ruptura por puncionamento, ao contrário, não é fácil de ser observada (Figura 8c).
Com a aplicação da carga, o elemento estrutural de fundação tende a afundar
significativamente, em decorrência da compressão do solo subjacente. O solo externo a área
43
carregada praticamente não é afetado e não há movimento do solo na superfície. O equilíbrio
da fundação no sentido vertical e horizontal é mantido.
Para sapatas, ocorre ruptura geral em solos pouco compressíveis (areias compactas e
argilas rijas) e ruptura por puncionamento em solos muito compressíveis (areias fofas e argilas
moles). Mas, além da compressibilidade do solo, o modo de ruptura também depende da
profundidade. Assim, para tubulões e estacas pode ocorrer ruptura por puncionamento mesmo
em areia compacta, dependendo da profundidade.
44
É possível observar que, a partir de D/B* = 4,5, sempre ocorrerá ruptura por
puncionamento, independente da compacidade da areia.
Para o caso de ruptura diferente da geral, que ocorre em solos fofos ou moles, a sapata
penetra significativamente no terreno antes do estado de equilíbrio plástico ser atingido ao
longo de toda a superfície de ruptura e a correspondente curva tensão recalque não exibe uma
ruptura bem definida.
Para o caso de sapata corrida em tais solos, Terzaghi (1943) propõe a utilização de
valores reduzidos (φ e c) dos parâmetros de resistência do solo, de modo que o valor passa a
valer 2/3 de seu valor original. Com o ângulo de atrito minorado a 2/3 de seu valor original, os
fatores de carga conseqüentemente também são minorados e podem também ser obtidos na
Tabela 5, com sua respectiva minoração.
Coesão
De modo a tornar possível a estimativa do valor da coesão não drenada (Cu), quando
não desposemos de ensaios de laboratório, Teixeira e Godoy (1996) apud Constancio (2010),
sugerem a seguinte correlação com o índice de resistência a penetração (N) do SPT (Standard
penetration test):
Cu = 10 N (kpa)
Onde:
Ângulo de atrito
45
Para a adoção do ângulo de atrito interno da areia, pode-se utilizar a Figura 10 (Mello,
1971) apud Constancio (2010), que mostra correlações estatísticas entre os pares de valores (N
v σ,) e os prováveis valores de Φ. v σ é a tensão efetiva na cota de obtenção de N.
Figura 10: Ângulo de atrito interno. (MELLO, 1971 apud CONSTANCIO 2010)
φ = 28° + 0,4N
φ = 20N +15°
Peso especifico
Tabela 6: Peso específico de solos argilosos. (GODOY, 1972 apud CONSTANCIO, 2010)
≤2 Muito mole 13
3-5 Mole 15
6-10 Média 17
11-19 Rija 19
≥ 20 Dura 21
Tabela 7: Peso específico de solos arenosos. (GODOY, 1972 apud CONSTANCIO, 2010)
Existem vários métodos para o cálculo de capacidade de carga de fundações rasas com
reforços, mas no presente trabalho buscou-se analisar 3 desses métodos.
47
Figura 11: Parâmetros geométricos do problema. (Das et al., 1996 apud Batista, 2004).
𝑏 𝑏
𝛼𝑏 = 0,0625 + 0,75 𝑝𝑎𝑟𝑎 ≤ 4 (2.3.2)
𝐵 𝐵
𝑑 𝑑
𝛼𝑑 = 0,2 + 0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 ≤ 1,4 (2.3.3)
𝐷 𝐷
𝑑 𝑑
𝛼𝑑 = 0,057 + 0,9 𝑝𝑎𝑟𝑎 1,4 ≤ ≤ 1,75 (2.3.4)
𝐷 𝐷
ℎ ℎ
𝛼ℎ = 1,1 − 0,45 𝑝𝑎𝑟𝑎 ≤ 0,08 (2.3.5)
𝐵 𝐵
𝐵𝐶𝑅𝑢
𝐵𝐶𝑅′𝑢 = (2.3.6)
0.78
Figura 12: Ábaco para a obtenção de αu. (Das et al., 1996 apud BATISTA, 2004).
48
A análise feita por FABRIN (1999) apud BATISTA (2004), que envolve o estudo
paramétrico do método, um dos problemas desse método está na obtenção do valor BCRu que
deve ser feita através de ensaios de laboratório com a seguinte disposição geométrica de reforço:
O método de Binquet e Lee (1975) foi desenvolvido com base nos estudos realizados
em modelo reduzido para tiras metálicas. Segundo Binquet e Lee (1975) apud Constancio
(2010), três mecanismos de ruptura distintos podem ser observados nos solos reforçados com
geossintéticos em função do número de camadas de reforço e da distância da primeira camada
em relação a fundação.
Nota-se que o espaçamento nas camadas de reforço dos estudos de Binquet e Lee
(1975) foi h/B = 0,3.
49
Figura 13: Tipos de ruptura. (BINQUET e LEE, 1975b apud CONSTANCIO, 2010).
𝑅𝑦 𝑇𝑓 (2.3.7)
𝑇𝐷 ≤ ( , )
𝐹𝑆𝑦 𝐹𝑆𝑓
Onde:
50
• FSy e FSf são factores parciais de segurança referentes à ruptura e
arrancamento respetivamente;
Figura 14: Distribuição de tensões abaixo da sapata. (BINQUET e LEE, 1975b apud
CONSTANCIO, 2010).
Figura 15: Plano de ruptura adotado. (BINQUET e LEE, 1975b apud CONSTANCIO, 2010).
51
Figura 16: Dimensões dos componentes da teoria de solos reforçados . (BINQUET e LEE, 1975b
apud CONSTANCIO, 2010).
52
1 𝑞
𝑇(𝑧,𝑁) = (𝐽. 𝐵 − 𝑙. ∆𝐻). 𝑞0 . ( − 1) (2.3.9)
𝑁 𝑞0
Figura 17: Ábaco para a determinação de J, I e M. (BINQUET e LEE, 1975b apud CONSTANCIO,
2010).
𝑋
∫0 0 𝜎𝑧 𝑑𝑥
𝐽=( ) (2.3.10)
𝑞.𝐵
𝐼 = (𝜏𝑚á𝑥 ) (2.3.11)
𝑞
53
fy
R y = (LDR). t. FS (2.3.12)
y
𝑞
𝑇𝑓(𝑧) = 2𝑓(𝐿𝐷𝑅) [𝑀. 𝐵. 𝑞0 ( ) + 𝛾(𝐿 − 𝑥0 )(𝑧 + 𝐷)] (2.3.14)
𝑞0
𝐿
∫ 𝜎𝑧 𝑑𝑥
𝑀=(0 ) (2.3.15)
𝑞.𝐵
Importa referir que o peso próprio do solo atuando no reforço é tido como sobrecarga.
Segundo a análise paramétrica realizada por Fabrin (1999) apud Batista (2004), o método
indicou ser pouco sensível a variação do posicionamento da primeira camada de reforço. Um
resultado incoerente foi o aumento da resistência ao arrancamento com o aumento da largura da
fundação, sob mesmo carregamento.
54
2.6.3. Método de Dixit e Mandal (1993)
Este método constitui-se de uma extensão da proposta de Garber e Baker (1977) apud
Batista (2004). A solução inicia-se pela formulação das equações de equilíbrio de esforços
horizontais, verticais e de momentos, satisfazendo as condições de equilíbrio limite. O método
tem por base as seguintes hipóteses:
X0 = -1 (2.3.18)
𝐵
𝑙= (2.3.19)
2
55
Figura 19: Definição do problema (Dixit e Mandal., 1993 apud Batista, 2004).
Onde:
𝑄̂0 (𝜙)
𝑁𝛾 = (2.3.21)
2
𝑁𝑐 = 𝐾(𝜙). 𝑁𝛾 (2.3.22)
𝑁𝑞 = 1 + 𝜓. 𝑁𝑐 (2.3.23)
̂ 𝑐̂=0
𝑄̂0 = 𝑄| (2.3.24)
𝑄̂
𝑘(𝜙) = 𝑐̂ ( ̂ − 1) (2.3.25)
𝑄0
para detalhes das funções 𝑄̂(𝑥), 𝑐̂ , e demais variáveis, ver Fabrin (1999), que também
realizou análise paramétrica do método, obtendo os resultados abaixo descritos.
Inicialmente a análise foi feita para a condição não reforçada utilizando o método de
Garber e Baker (1977). Os resultados indicaram uma pequena variação da função k para valores
56
de pequenos. À medida que aumentamos o valor de a variação de Nc e Nq se torna mais
significativa, principalmente para valores de 𝑐̂ menores que 5.
Por tanto os factores de capacidade de carga não são função apenas do ângulo de atrito
do solo, conforme afirmam os autores, mas sim uma aproximação aceitável para determinadas
̂ > 5). É possível também afirmar que os factores Nc e Nq praticamente não
condições ((𝑐
sofreram alterações com a inclusão do reforço , podendo ser considerados constantes.
Assim, o único fator de capacidade de carga que é o Nᵧ. com relação ao posicionamento
Fabrin (1999) chegou à conclusão que o método so apresenta boa aproximação para os valores
𝑢
≤ 1,5. Isso ocorre porque considera-se o aumento de suporte directamente proporcional ao
𝐵
𝑢
aumento de , mas isso é válido até um certo limite.
𝐵
Também é importante notar que pelo método de Dixit e Mandal (1993) o reforço não
apresenta melhoria para solos puramente coesivos. Somente para solos com ângulos de atrito
em torno de 10º começa a surtir efeito, atingindo-se um máximo de BCR para ângulos em torno
de 20º, a partir de onde o BCR começa a decair. Tal resultado aparenta ser não coerente.
57
❖ Limite rígido: Quando a profundidade da primeira camada de reforço é maior que certo
valor, de modo que o reforço passa a agir como um limite rígido, dessa forma a ruptura irá
ocorrer acima da camada de reforço;
❖ Efeito de confinamento ou restrição lateral: Devido ao deslocamento relativo entre o solo
e o reforço uma força de fricção é induzida na interface, adicionalmente um
intertravamento pode ser desenvolvido pela iteração entre o solo e o reforço,
conseqüentemente a deformação lateral do solo reforçado é restringida, tendo como
resultado uma redução na deformação vertical do solo.
Os dois primeiros modos de ruptura podem ser evitados deixando o espaçamento entre
a primeira camada de reforço (u) e o espaçamento vertical entre reforços (h) suficientemente
pequenos.
Esse tipo de ruptura ocorre num sistema de solo resistente apoiado em solo de menor
resistência. O comprimento da zona reforçada deve ser maior que o da zona não reforçada e a
razão d/B deve ser relativamente pequena.
Figura 21: Ruptura de fundação em sistema de duas camadas de solos. (CHEN, 2007 apud constancio, 2010)
59
Figura 22: Ruptura de fundação em sistema de duas camadas de solos com reforços horizontais.
(CHEN, 2007 apud CONSTANCIO, 2010).
onde:
1
𝑞𝑏 = 𝑐𝑐 . 𝑁𝑐 + 𝑞𝑁𝑞 + 𝛾𝑏 𝐵𝑁𝛾 (2.3.27)
2
Onde:
60
q é a sobrecarga (q = γt (Df + d))
𝜋 𝜙
𝑁𝑞 = tan2 ( + ) 𝑒 𝜋𝑡𝑔𝜙 (2.3.28)
4 2
(𝑁𝑞 −1)
𝑁𝑐 = (2.3.29)
𝑡𝑎𝑛𝜙
1 𝐾𝑝𝐻
𝑃𝑝 = ( 𝛾𝑡 . 𝑑2 + 𝛾𝑡 . 𝐷𝑓 𝑑) (2.3.31)
2 𝑐𝑜𝑠𝛿
2 ∑𝑁
𝑖=1 𝑇𝑖 𝑡𝑎𝑛𝛿
Δ𝑞𝑇 = (2.3.32)
𝐵
Como:
61
A determinação de δ e ca não é simples. Eles variam ao longo da profundidade da
superfície de ruptura vertical de punção. Normalmente um valor médio é adotado para análise.
Esses valores dependem do embutimento da fundação, da espessura da camada de solo superior
e do comprimento relativo das camadas superiores e inferiores. Para análises preliminares
𝜙𝑡
adota-se 𝛿 = ; o valor de pode ser adotado como ca= 0,75c , onde t c é a coesão na zona
2
reforçada. O coeficiente de empuxo na punção, Ks, e a adesão do solo, ca , podem ser obtidos
através das Figuras 24 e 25, respectivamente.
Figura 23: Coeficiente de empuxo na punção sob carregamento vertical. (MEYERHOF; HANNA, 1978 apud
CONSTANCIO, 2010)
62
Figura 24: Variação de ca sob carregamento vertical. (MEYERHOF; HANNA, 1978 apud CONSTANCIO,
2010)
Figura 25: Ruptura na zona reforçada. (CHEN, 2007 apud CONSTANCIO, 2010)
63
Figura 26: Ruptura na zona reforçada com reforço horizontal. (CHEN, 2007 apud CONSTANCIO, 2010)
1
𝑞𝑢(𝑅)= 𝑞𝑢(𝑏) + Δ𝑞𝑇 = 𝐶. 𝑁𝑐 + 𝑞𝑁𝑞 + 𝛾𝐵𝑁𝛾 + Δ𝑞𝑇 (2.3.37)
2
Onde:
C- é a coesão;
q- é a sobrecarga;
A figura 28 expressa as forças que actuam na face ac e bc: sendo assim Pp a força
passiva e C a força coesiva.
Onde: Ppc; Ppq; Ppγ e PpT são as forças passivas devido a coesão (c), sobrecarga
q, peso especifico γ e força de tracção no reforço T.
64
Figura 27: Forças passivas na cunha de solo abc. (SHARMA et al., 2009 apud CONSTANCIO, 2010)
As deduções das forças Ppc; Ppq; Ppγ e C podem ser encontradas em vários livros de
fundações. Considerando o digrama de corpo livre da cunha de solo bcgd (Figura 28), as forças
por unidade de comprimento da cunha bcdg devido à força tração do reforço T incluem os
termos PpT, as forças de tensão TL e TR e a força resistente ao longo espiral logarítmica cd, F.
Figura 28: Diagrama de corpo livre da cunha de solo bcdg. (SHARMA et al., 2009 apud CONSTANCIO,
2010)
65
A espiral logarítmica cd é descrita pela seguinte equação:
𝑟 = 𝑟0 𝑒 𝜃𝑡𝑎𝑛𝜙 (2.3.39)
Onde:
F é a força resistente que faz um ângulo φ com a direção normal da espiral logarítmica.
𝐵/4
𝑃𝑝𝑡 𝑐𝑜𝑠𝜙 𝜋 𝜙 = (𝑇𝐿 − 𝑇𝑅 )𝑢 x 1 (2.3.40)
cos ( 4 + 2 )
𝜋 𝜙
4(𝑇𝐿 −𝑇𝑅 )𝑢.cos( 4 + 2 )x 1
𝑃𝑝𝑡 = (2.3.41)
𝐵𝑐𝑜𝑠𝜙
𝜋 𝜙
∆𝑞𝑇 𝐵x1 = 2𝑃𝑝𝑇 sin ( + ) (2.3.42)
4 2
𝜋 𝜙
2𝑃𝑝𝑇 sin( 4 + 2 ) 4(𝑇𝐿 −𝑇𝑅 )𝑢
∆𝑞𝑇 = = (2.3.43)
𝐵x1 𝐵2
66
Figura 29: Diagrama de corpo livre da cunha de solo abc.
Figura 30: Variação do parâmetro xTR com o ângulo de atrito do solo φ. (CHEN, 2007 apud CONSTANCIO,
2010).
67
A figura 30 mostra que a distância XTR é maior que 2B quando o ângulo de atrito do
solo é maior que 250, porem, a essa distância a força de tracção no reforço pode ser desprezada.
Desse modo a força de tracção TR pode ser tomada como zero e a expressão final do aumento
da capacidade de carga, ΔqT, pode ser simplificada como:
4𝑇𝐿 𝑢 4𝑇𝑢
∆𝑞𝑇 = = (2.3.44)
𝐵2 𝐵2
4𝑇𝑖[𝑢+(𝑖−1)ℎ]
∆𝑞𝑇 = ∑𝑁
𝑖=1 (2.3.45)
𝐵2
1 4𝑇𝑖[𝑢+(𝑖−1)ℎ]
𝑞𝑢(𝑅) = 𝑐. 𝑁𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 + 𝛾𝐵𝑁𝛾 + ∑𝑁
𝑖=1 (2.3.46)
2 𝐵2
12𝑇𝑖[𝑢+(𝑖−1)ℎ]𝑟𝑇
𝑞𝑢(𝑅) = 1,3𝑐. 𝑁𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 + 0,4𝛾𝐵𝑁𝛾 + ∑𝑁
𝑖=1 (2.3.47)
𝐵2
𝑢+(𝑖−1)ℎ 𝜋 𝜙 𝐵 𝜋 𝜙
[1−2 𝐵
tan( 4 + 2 )] 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢+(𝑖−1)ℎ< 2 tan( 4 + 2 )
Onde: 𝑟𝑇 = | 1 𝑢+(𝑖−1)ℎ 𝐵 𝜋 𝜙
(2.3.48)
2
− 2𝐻 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢+(𝑖−1)ℎ≥ 2 tan ( 4 + 2 )
𝑓
𝜋 𝜙
𝐵
𝐻𝑓 = 𝜋 𝜙 𝑒 ( 4 + 2 )𝑡𝑎𝑛𝜙 𝑐𝑜𝑠𝜙 (2.3.49)
2 cos( 4 + 2 )
68
2) Avaliação da tensão no reforço
Segundo CONSTANCIO (2010), quando não se faz o uso de strain gages para a
medição da deformação ao longo do reforço, ou seja, em condições cotidianas de projeto, torna-
se necessária uma estimativa da tensão mobilizada no reforço.
Solo arenoso
Figura 31: Distribuição simplificada de recalques verticais em areia (CHEN, 2007 apud CONSTANCIO, 2010)
Assume-se que o reforço abaixo da fundação se move uniformemente de acordo com a linha
bc. O reforço localizado fora de certo limite (linhas aa’ e dd’) tem um deslocamento considerado
desprezível. Á inclinação de limites de fronteira aa’ e dd’ podem ser tomados como 2:1
(vertical: horizontal), que tem a mesma configuração da distribuição de simplificada de tensões
2:1.
69
𝑞−𝛾𝐷𝑓
𝐼𝜀𝑝 = 0,5 + 0,1√ (2.3.50)
𝜎𝑣𝑝 ′
′ 𝐵
𝜎𝑣𝑝 = 𝛾 (𝐷𝑓 + ) (para sapata quadrada) (2.3.51)
2
′
𝜎𝑣𝑝 = 𝛾(𝐷𝑓 + 𝐵) (para sapata corrida) (2.3.52)
Onde:
B- Largura da sapata.
Figura 32: Diagrama de distribuição do fator de influência de deformação. (SCHMERTMANN et al.,1978 apud
CONSTANCIO, 2010)
𝐼𝜀 Δ𝑧
𝑆𝑒 = 𝐶1 . 𝐶2 . 𝐶3. (𝑞 − 𝛾𝐷𝑓 ) ∑ (2.3.53)
𝐸𝑠
𝛾𝐷𝑓
𝐶1 = 1 − 0,5 (2.3.54)
𝑞−𝛾𝐷𝑓
𝑡
𝐶2 = 1 + 0,2 log ( ) (2.3.55)
0,1
70
Solo Argiloso
Procedimento de cálculo para fundações em solos moles altamente compressíveis e com muito
baixa capacidade de carga:
Tabela 8- Recomendação de parâmetros para layouts de reforço(CHEN, 2007 apud CONSTANCIO, 2010)
𝑞𝑢(𝑅)
𝑞𝑎(𝑅) = (2.3.56)
𝐹𝑠
Fs é o factor de segurança.
71
➢ Se a capacidade de carga admissível para a fundação do solo reforçado, qa(R) for
menor que a pressão de carregamento, q, devem ser repetidos os passos 1 a 9.
CAPÍTULO 3
3.1. Introdução
Breve Histórico
A cidade está localizada numa região pantanosa, junto à foz do rio Púnguè, e sobre
alongamentos de dunas de areia ao longo da costa do Índico. A vegetação natural é caracterizada
por terras baixas e litoral com mangais.
72
Figura 33: Planta de localização. (Google Earth).
3.3. Climas
3.4. Solos
73
3.4.1. Características
Os solos da Beira, a sua maior parte são constituídos por sedimentos aluvionares,
marinho e fluviais de idade recente e de grande espessura, que estão condicionados ao relevo
plano com pequenas depressões, que permitem a acumulação de água.
São solos argilosos finos lodosos, inconsistente e salinos sem nenhuma utilidade para
a prática de agricultura, mas que permitem o desenvolvimento da fauna e flora marinha.
• Solos aluvionares;
• Solos argilosos finos lodosos;
• Solos hidromorficos.
74
Figura 34: Solos da Cidade da beira. (MARTINHO, 2020)
Solos aluvionares
São os solos formados a partir dos materiais carregados pelos cursos de água e
depositados nas suas margens após as cheias.
A maior parte da área de estudo é constituída por uma base de sedimentos aluvionares
marinhos e fluviais da idade recente e de grande espessura. Estes sedimentos constituem a base
a partir da qual se desenvolvem como a distribuem os solos supracitados dependem das
condições locais sobretudo, relevo, hidrologia e da própria interferência humana.
Solos hidro-mórficos
Na faixa arenosa costeira, em áreas baixas mais ou menos planas, para onde afluem as
águas que drenam das encostas arenosas circunjacentes, constitui regra geral o aparecimento de
solos hidromórficos orgânicos.
São solos cinzentos muito escuros a negros, com matéria orgânica, fofos (estremecendo
com o andar), de textura variando entre arenosa e argilosa, e com abundância de água, que
impede a rápida decomposição da matéria orgânica e pelo seu elevado teor em matéria orgânica
ardem quando bem secos.
75
Figura 35: tipo de solo predominante na cidade da beira. fonte (Autor)
Para a realização deste trabalho, a metodologia aplicada foi baseada em pesquisas, livros,
teses, normas, manuais técnicos para a revisão bibliográfica. O estudo de caso foi realizado. Os
dados obtidos para a realização do estudo de caso foram: com base em ensaios laboratoriais (com
fotos extraídas in Situ)
A pesquisa delimitou-se em uma parcela do bairro Estoril que apresenta um certo tipo de
solo deformável e muito baixa permeabilidade. O solo da zona de estudo e um tipo de solo
maioritariamente argilosa “escura” e com baixa capacidade de carga.
Parâmetros de cálculo
76
Para que seja possível a execução do cálculo do incremento da capacidade de carga com o uso
de geossintéticos recorreu-se a ensaios de laboratoriais de modo a saber os limites de consistência,
não havendo a possibilidade de se fazer um SPT. Vale ressaltar que a recolha das amostras foi
feita a uma profundidade de cerca de 60cm de profundidade.
Ensaios de Laboratório
Em laboratório, foi ensaiado o solo da região em questão e assim foi possível determinar o
limite de Liquidez, Limite de plasticidade e o indicie de consistência afim de poder encontrar a
coesão do solo, e o ângulo de atrito afim de efectuar o cálculo da capacidade de carga e o
incremento das geogrelhas.
Limite de plasticidade
Amostra 1 2 3 4 5
Amostra úmida (g) 26.66 25.55 26.78 25.99 25.87
Amostra Seca (g) 26.13 25.04 26.03 25.26 25.04
Água (g) 0.5332 0.511 0.74984 0.72772 0.82784
Solo (g) 4.0468 2.959 3.95016 3.18228 2.96216
Tara (g) 22.08 22.08 22.08 22.08 22.08
umidade (%) 13.2% 17.3% 19.0% 22.9% 27.9%
Limite de Liquidez
Amostra 1 2 3 4 5
Amostra úmida (g) 61.13 68.49 63.15 64.57 61.12
Amostra Seca (g) 51.9605 56.78 52.74 53.27 50.61
Água (g) 9.1695 11.71 10.41 11.29 10.51
Solo (g) 29.9605 35.18 30.73 31.27 28.61
Tara (g) 22 22 22 22 22
Umidade (%) 31% 33% 34% 36% 37%
Número de golpes 44 41 36 32 26
77
Tabela 12: Resultados dos ensaios. fonte (Autor)
Embutimento ..........................................................................................Df = 0
Altura útil.................................................................................................h = 20 cm
78
Com os dados acima é possível fazer uma prescrição do cálculo da capacidade de carga com as
geogrelhas.
10 Passo: Definir as tensões nas diferentes camadas (dados esses foram extraídos na
fixa técnica de Geogrelhas, BIDIM com o uso da norma “ASTM-American Society for Testing
and Materials”)
T1=20KN/m T2=20KN/m
20 Passo: Calcular a capacidade de carga última do solo não reforçado (Argila Mole), pelo
método de Mayehrof
𝑞𝑏 = 1,3𝐶. 𝑁𝑐 + 𝛾. 𝐻. 𝑁𝑞 + 0,4. 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾
𝑞𝑏 = 25 ∗ 10,98 + 17,6 ∗ 3,94 ∗ 0.60 + 0.4 ∗ 17.6 ∗ 0,60 ∗ 1.13 = 403.23 𝐾𝑃𝑎
𝜙1 15
Φ=15º; 𝛿 = = = 7.50
2 2
4𝐶𝑎𝑑 2
2𝐷𝑓 𝐾𝑠 𝑡𝑎𝑛𝜙1 4 ∑𝑁
𝑖=1 𝑇𝑖 . 𝑡𝑎𝑛𝛿
𝑞𝑢(𝑅) = 𝑞𝑏 + + 2𝛾𝑡 𝑑 (1 + ) − 𝑑. 𝛾1 +
𝐵 𝑑 𝐵 𝐵
79
4∗18.75∗0.60 2∗0 0,75∗𝑡𝑎𝑛150
𝑞𝑢(𝑅) = 403.23 + + 2 ∗ 17.6 ∗ 0,602 ∗ (1 + 2 ∗ )∗ − 0.60 ∗
0.60 0.60 0.60
4∗(20+20)∗𝑡𝑎𝑛7.50
17.6 +
0,60
Assim podemos constatar que a capacidade de carga do solo sofreu um acréscimo usando duas
camadas de reforço de cerca de 113.33 Kpa devido a parcela das geogrelhas desse modo
podemos dizer que teve um ganho muito considerável.
• A capacidade de carga da sapata depende do solo, sapatas com geometrias idênticas em solos
diferentes, a capacidade de carga não será a mesma!
De acordo com (Do Nascimento, 2010), é feito com base na seguinte sequência;
80
dos rolos e estes podem precisar de içamento mecânico para o seu manuseio. Nestes
casos aconselha-se muito cuidado para prevenir danos ao material;
➢ As bobinas são envolvidas em filme de polietileno preto, visando mitigar os esforços
advindos das operações de manuseio e transporte;
➢ A área onde será aplicada a geogrelha deve ser devidamente preparada, estando toda
área limpa, plana e isenta de materiais que possam puncionála.
➢ A geogrelha deve ser desenrolada, no próprio local ou em suas proximidades; podendo
ser feito manualmente ou com auxílio mecânico; a parte livre da geogrelha deve ser
fixa da por pinos, estacas ou pesos na posição exacta do reforço.
➢ A geogrelha deve ser posicionada de forma que a urdidura (longitudinal) de maior
resistência coincida com a de maior solicitação da estrutura. Sendo esta informação
essencial no corpo do projecto. A geogrelhas deve estar totalmente esticada, sem
apresentar ondulações em nenhum ponto.
➢ O solo utilizado na cobertura da geogrelha deve ser espalhado e compactado, de modo
que não haja formação de dobras nem movimentação da mesma. Para que se possa
efetuar um bom controle de compactação do solo em campo tem-se que atentar para
os seguintes aspectos:
• Tipo de solo;
• Espessura da camada;
• entrosamento entre as camadas;
• número de passadas;
• tipo de equipamento;
• umidade do solo;
• grau de compactação alcançado.
➢ A espessura da camada lançada não deve exceder a 30cm, sendo que a espessura da camada
compactada deverá ser menor que 20cm.
➢ Deve-se realizar a manutenção da umidade do solo o mais próximo possível da umidade ótima.
➢ Deve-se garantir a homogeneização do solo a ser lançado, tanto no que se refere à umidade quanto
ao material.
➢ Com a finalidade de uma melhor interação entre o solo natural existente e a camada de aterro,
executar um escalonamento (escavações na forma de degraus) do terreno original antes dos serviços
81
de aterro e compactação, para que haja um bom “imbricamento” entre o material lançado e
compactado (terrapleno) e o natural remanescente.
➢ O maquinário utilizado na compactação, nunca deve operar diretamente sobre a geogrelha; deve-
se considerar uma espessura de solo de cobertura da ordem de 15cm, para efetivamente dar-se início
ao tráfego de máquinas sobre a área coberta; as máquinas devem evitar grandes velocidades e para
das bruscas, visando restringir movimentações da geogrelha durante a construção do aterro.
82
4. Análise e discussão de Resultados
Ganho
Nr de Camadas Sem reforço (Kpa) Com reforço (Kpa)
(Kpa) %
1 403.23 498.96 95.73 23.7%
2 403.23 516.56 113.33 28.1%
3 403.23 534.16 130.93 32.5%
4 403.23 551.76 148.53 36.8%
5 403.23 569.36 166.13 41.2%
500.00
400.00
300.00
200.00
100.00
0.00
1 2 3 4 5
Com base nos resultados, pode-se inferir que o número de camadas de geogrelha
adicionado à fundação tem um impacto significativo nos ganhos de resistência alcançados. Os
resultados mostram que a primeira camada de geogrelha melhora a resistência da fundação em
23,70%, enquanto a segunda camada fornece um aumento adicional de 4,40%. Os ganhos de
Capacidade de Carga se tornam menos significativos com cada camada adicional de geogrelha.
No entanto, o número ótimo de camadas de geogrelha necessário para cada projeto pode variar
com base em vários factores, como a natureza do solo mole, os requisitos de capacidade de
carga e o orçamento geral do projeto.
Além disso, é importante observar que, embora os resultados do estudo indiquem que
a adição de geogrelha pode melhorar a resistência da fundação, o processo de instalação é
igualmente importante. Técnicas adequadas de instalação são críticas para alcançar os ganhos
de resistência desejados. Por exemplo, a geogrelha deve ser instalada em uma profundidade e
orientação adequadas para garantir que ela reforce efetivamente o solo.
O estudo fornece uma base sólida para pesquisas adicionais sobre o uso de materiais
geossintéticos no reforço de fundações em solos moles. Os resultados sugerem que a geogrelha
pode ser uma opção eficaz para melhorar a resistência desses tipos de solos.
84
No entanto, é importante lembrar que o uso de materiais geossintéticos pode ter
benefícios a longo prazo em termos de manutenção e durabilidade da fundação.
O processo de fabricação das geogrelhas pode gerar emissões de carbono, uma vez
sendo fabricados com materiais sintéticos. Além disso, a instalação das geogrelhas pode exigir
o uso de equipamentos pesados e a movimentação do solo, o que pode causar perturbações
ambientais locais.
85
5. CONCLUSÕES
No presente capítulo, serão apresentadas as principais Conclusões obtidas com esta
pesquisa.
Com todos os dados apresentados nessa pesquisa podemos afirmar que a inclusão de reforço no
solo com materiais geossintéticos geram a diminuição da compressibilidade do solo;
Baseando-se nos resultados obtidos pelo cálculo da capacidade de carga última e o cálculo do
incremento oferecidos pela geogrelha, acredita-se que as geogrelhas são muito eficazes no para
o aumento da capacidade de carga em solos moles.
86
`6. Recomendações
Para a execução de estruturas reforçadas por geossintéticos recomenda-se:
87
7. Referências
Lopes, M. d., Barroso, M., & Neves, J. (2020). Geossintéticos em Engenharia Civil (1a ed.,
Vol. sd). (M. B. Maria da Graça Lopes, Ed.) Lisboa- PT, Portugal.
Batista, N. A. (18 de Novembro de 2004). Fundação Rasas Reforçadas com Geossinteticos. São
José dos Campos -, Brasíl.
Batista, N. A. (2004). Fundações Rasas Reforçadas com Geossintéticos. São Paulo- SP.
MACCAFERRI. (2014). Manual Tecnico- Reforço de Solos. São Paulo, Brasil: Maccaferri do
Brasil.
MARANGON, M. (2018). Capacidade de Carga dos Solos . Brasil: UFJF- Universidade Juiz
de Fora.
O autarca. (19 de Agosto de 2016). Cidade da Beira. Cidade da Beira. (C. Falume, Ed.) Beira,
Sofala, Moçambique. Acesso em 20 de 03 de 2023, disponível em
https://macua.blogs.com/files/autarca_19-08-2016.pdf
Sá Marques , J. a., & Sousa, J. J. (2011). Hidráulica Urbana (3 ed.). Coimbra: Imprensa da
Universidade de Coimbra.
Solotrat. (2015). Manual de serviços geotécnicos (6a ed.). São Paulo- Brasil.
Velloso, D. A., & Lopes, F. R. (2004). FUNDAÇÕES (2 ed., Vol. I). Rio de Janeiro: Oficina de
textos.
89
8. ANEXOS
Anexo 1: Factores de capacidade de carga. (Constancio, 2010)
90
Anexo 2: Índice de Consistência. (Rocha, S/D, p. 21)
91
Anexo 3: Tipos de solos e seus respectivos ângulos de atrito e peso específico
Nr. De Golpes
N (SPT) Coesão não Drenada
Solos Índice de consistência (IC)
Su (kg/cm2)
Argilas
muito mole ≤2 γ0 < 0.1
Mole 2–4 0-25 0.1-0.25
Média 4–8 0.25-0.5 0.25-0.5
Rija 8 - 15 0.5-0.75 0.5-1.0
Muito Rija 15-30 0.75-1.0 1.0-2.0
Dura ≥30 > 1.0 > 2.0
92
9. Apêndices
Apêndice A: Imagens tiradas no laboratório
93
Apêndice B:Gráfico resumo do ganho da capacidade de carga Fonte: (Autor)
160.00 40.0%
140.00 35.0%
120.00 30.0%
100.00 25.0%
80.00 20.0%
60.00 15.0%
40.00 10.0%
20.00 5.0%
0.00 0.0%
1 2 3 4 5
94
Apêndice C: Orçamento para Terraplanagem
Planilha orçamentaria
Obra Terraplanagem, Estoril - Beira
Endereço Estoril- Beira
5/10/23 Lote de 1050 m2 (30x35 m2)
2.0 Total
2.1 Total sem Iva 1,537,750.00 MZN
2.2 IVA (17%) 261,417.50 MZN
95
AVALIAÇÃO FINAL
Prof. Dr. Engº. Albano Sâlzon Maparagem, docente na faculdade de Ciências e Tecnologia, da
Universidade Zambeze, vem na qualidade de orientador da Monografia de Licenciatura
submetida por Santos Sérgio Bridge, com o tema “AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE
MATERIAIS GEOSSINTÉTICOS NO REFORÇO DE FUNDAÇÕES RASAS EM SOLOS
MOLES”, declarar que os objectivos previstos no âmbito da sua monografia foram concluídos
com sucesso.
96