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Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Agrárias

Licenciatura em Química

Eronildo Alves Pinto Junior


Gustavo Rossoni Ruy
Samuel O. Nicoli
Flávia Sobreira

Relatório 10. Equilíbrio Ácido-Base.

1. INTRODUÇÃO
As soluções podem ser ácidas, neutras ou básicas. A acidez de uma solução
aquosa é de fundamental importância em química. Dissociação de ácidos
fracos pode ser descritas em termos das teorias de Arrhenius e ou Bronsted-
Lowry. Em qualquer dos casos a condição de equilíbrio é que a expressão da
Lei da ação das massas seja igual à constante de dissociação Ka+ . Quanto
mais fraco um ácido, menor será sua constante de dissociação. Ácidos
polipróticos têm mais de um próton disponível por molécula e, por tanto, sofrem
dissociação em etapas, tendo cada etapa sua própria constante de
dissociação.
A condição de equilíbrio da dissociação de um ácido fraco pode ser usada para
calcular as concentrações das espécies de solutos presentes em solução
destes ácidos. Por meio destes cálculos pode ser mostrado que a presença de
uma concentração apreciável de ânion de um ácido fraco em uma solução
reprime a dissociação do ácido. Esta é uma ilustração do princípio de Le
Châtelier chamada íon do efeito comum.
Bases fracas se dissociam em água da mesma maneira que ácidos fracos, só
que com um aumento de concentração de íons hidróxido, em vez de com
aumento de íons hidrogênio (hidrônio). Uma base fraca e comum e importante
é a amônia. Em suas soluções aquosas as espécies moleculares não-
dissociadas foram formuladas com NH3 ou como NH4OH, embora se acredite
hoje que ambas são formada excessivamente simplificada.
Cálculos de bases fracas se baseiam na igualdade da Lei da ação das massas
e a constante de dissociação da base Kb.
O pH de uma solução é definido como –log[H+]. A escala de pH fornece uma
maneira conveniente de expressar a acidez ou basicidade de uma solução que
pode variar num intervalo de mais de 1016.

2. OBJETIVOS

• Medir o pH de umsa solução utilizando-se de dois processos:


indicadores visuais ácido-base e potenciômetro.
• Comparar os dois processos de medida de pH;
• Efetuar os cálculos com os valores de pH encontrados na determinação
das constantes de equilíbrio Ka e Kb;

3. MATERIAIS E REAGENTES

• 15 tubos de ensaio
• 10 béqueres
• Pipetas graduadas de 2ml
• Potenciômetro (pHmetro)
• Alaranjado-de-metila
• Amarelo-de-alizarina
• Azul-de-bromofenol
• Azul-de-bromotimol
• Azul-de-timol
• Fenolftaleína
• Timolftaleína
• Verde-de-bromocresol
• Vermelho-de-metila
• Ácido clorídrico (HCl) [0,1 mol/L]
• Ácido Acético (HOAc) [0,1 mol/L]
• Acetato de Sódio (NaOAc) [0,1 mol/L]
• Hidróxido de Sódio (NaOH) [0,1 mol/L]
• Cloreto de Amônio (NH4Cl) [0,1 mol/L]

4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

4.1. Procedimento I
Numerou-se 4 tubos de ensaio (de 1 a 4) e adicionou-se a cada um deles 2ml
da solução de HOAc. Após este passo adicionaram-se em cada tubo, algumas
gotas dos seguintes indicadores:
• Tubo 1: azul-de-timol
• Tubo 2: alaranjado-de-metila
• Tubo 3: azul-de-bromofenol
• Tubo 4: verde-de-bromocresol

Observou-se a coloração resultante e anotaram-se os resultados observados.


Reservou-se.

4.2. Procedimento II
Repetiu-se o procedimento anterior, substituindo apenas o acetato de sódio
pelo HCl. Os indicadores do procedimento I foram mantidos.
Observou-se a coloração formada e anotaram-se os resultados observados.
Reservou-se.

4.3. Procedimento III


Repetiu-se o mesmo procedimento das experiências anteriores. Utilizou-se a
solução de NaOH e substituiu-se os indicadores anteriores por:
• Tubo 1: azul-de-timol
• Tubo 2: fenolftaleína
• Tubo 3: timolftaleína
• Tubo 4: amarelo-de-alizarina
Observou-se a coloração formada e anotaram-se os resultados observados.
Reservou-se.

4.4. Procedimento IV
Repetiu-se o procedimento realizado no procedimento I. Utilizando, contudo, a
solução de acetato de sódio. Os mesmos indicadores do procedimento I foram
utilizados.
Observou-se a coloração formada e anotaram-se os resultados observados.
Reservou-se.

4.5. Procedimento V
Repetiu-se o procedimento realizado no procedimento I. Utilizando, contudo, a
solução de cloreto de amônio. Os indicadores utilizados no procedimento atual
foram:
• Tubo 1: azul-de-bromofenol
• Tubo 2: verde-de-bromocresol
• Tubo 3: vermelho-de-metila
• Tubo 4: azul-de-bromotimol
Observou-se a coloração formada e anotaram-se os resultados observados.
Reservou-se.

4.6. Procedimento VI
Utilizou-se um potenciômetro (pHmêtro) para medir o pH exato das substâncias
utilizadas no procedimento anterior. Anotaram-se, então, os resultados obtidos.
Importante destacar neste procedimento que cada grupo mediu o pH de uma
substância diferente (distribuída pelo professor). Sendo que o grupo deste
relatório ficou responsável pela medida do pH da solução de ácido acético.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Procedimento I
Após a adição de cada indicador, utilizado no procedimento I, observaram-se
as seguintes colorações para cada tubo contento a solução de ácido acético e
com base na tabela 10.1 do livro de práticas pode-se deduzir o pH de cada um
deles. Assim temos:

• Tubo 1 (Ácido acético + azul-de-timol)


Com a adição deste indicador a solução do tubo 1 apresentou uma
coloração amarelo claro. Com base na tabela do livro pode-se concluir que
o ácido acético apresenta um pH próximo a 2,8, pois este indicador
apresenta uma mudança de cor (vermelho para amarelo) quando o pH da
solução está entre 1,2 e 2,8.

• Tubo 2 (Ácido acético + alaranjado de metila)


Ao adicionar este indicador à solução de ácido acético do tubo 2, a mistura
apresentou uma coloração, não identificada com exatidão, na faixa de
vermelho e alaranjado. Pode-se então fazer uma previsão do pH da
solução deste tubo, pois como descrita na tabela do livro de prática este
indicador apresenta um intervalo para mudança entre 3,1 e 4,4 (vermelho
para alaranjado), fez-se uma média então do pH obtendo 3,75 (lembrando
que isto é apenas uma previsão do valor do pH).

• Tubo 3 (Ácido acético + azul de bromofenol)


Ao adicionar este indicador à solução de ácido acético do tubo 3, a mistura
apresentou uma coloração amarelo esverdeado. De acordo com a tabela do
livro de prática este indicador apresenta um intervalo de mudança de pH
entre 3,0 a 4,6 (amarelo para violeta). Com base na coloração apresentada
concluiu-se que o pH da solução, com este indicador, está próximo de 3
(lembrando que isto é apenas uma previsão do pH da solução).
• Tubo 4 (Ácido acético + verde de bromocresol)
Ao adicionar este indicador à solução de ácido acético, a solução
apresentou uma coloração amarelo escuro. De acordo com a tabela do livro
de prática este indicador apresenta uma mudança de cor quando o intervalo
de pH está entre 4,0 a 5,6 (amarelo para azul). Com base na coloração
apresentada,fez uma previsão do pH da solução deste tubo concluindo
assim que o pH está próximo de 4.

Para este procedimento a utilização destes indicadores se mostrou de grande


eficiência para a constatação do pH da solução de ácido acético. Fazendo uma
média, em cima de cada previsão de pH, pode-se concluir que o pH da solução
de ácido acético esta entre 3,38 (novamente lembrando que isto é apenas uma
previsão, valores mais exatos são obtidos com a utilização de um
potenciômetro)

5.2. Procedimento II
Após a adição de cada indicador, utilizado no procedimento II, observaram-se
as seguintes colorações para cada tubo contento a solução de ácido clorídrico
e com base na tabela 10.1 do livro de práticas pode-se deduzir o pH de cada
um deles. Montou-se então uma tabela com os dados obtidos:

Intervalo de pH Mudança de Coloração pH


(livro de cor (livro de obtida previsto
prática) prática) (experimento)
Tubo 1 1,2 a 2,8 Vermelho para Rosa Abaixo
(HCl + azul de amarelo de 1,2
timol)
Tubo 2 3,1 a 4,4 Vermelho para Vermelho Aprox.
(HCl + alaranj. alaranjado 3,1
De metila)
Tubo 3 3,0 a 4,6 Amarelo para Amarelo Aprox.
(HCl + azul de violeta 3,0
bromofenol)
Tubo 4 4,0 a 5,6 Amarelo para amarelo Aprox.
(HCl + verde de azul 4,0
bromocresol)

Os indicadores utilizados se mostraram eficientes para detecção do pH da


solução de ácido clorídrico, ficando cada um deles na faixa da mudança de pH
mostrada do livro de práticas. Uma média da previsão do pH do HCl nos dá um
valor aproximado de 2,7 (apenas uma média das previsões do pH do HCl).

5.3. Procedimento III


Após a adição de cada indicador, utilizado no procedimento III, observaram-se
as seguintes colorações para cada tubo contento a solução de NaOH e com
base na tabela 10.1 do livro de práticas pode-se deduzir o pH de cada um
deles. Montou-se então uma tabela com os dados obtidos:

Intervalo de pH Mudança de Coloração pH


(livro de cor (livro de obtida previsto
prática) prática) (experimento)
Tubo 1 8,0 a 9,6 Amarelo para Azul escuro Acima
(NaOH + azul azul de 9,6
de timol)
Tubo 2 8,0 a 10,0 Incolor para Laranja X
(NaOH + vermelho
fenolftaleína)
Tubo 3 9,4 a 10,6 Incolor para Violeta X
(NaOH + azul
timolftaleína)
Tubo 4 10,1 a 12,0 Amarelo para Azul claro X
(NaOH + vermelho
amarelo de
alizarina)

Com base nos dados da tabela pode-se verificar que os tubos 2, 3 e 4


apresentaram uma coloração fora da faixa mostrada no livro, sendo portanto
ineficazes na constatação do pH da solução. Só foi possível fazer uma previsão
do pH da solução com base no indicador de azul de timol (único a mostrar uma
coloração na faixa de mudança de cor do livro).
O grupo chegou então a conclusão que, um erro (humano) ocorreu durante o a
realização do procedimento, o que pode ter ocasionado essa falta de dados do
pH da solução de NaOH.

5.4. Procedimento IV

Após a adição de cada indicador, utilizado no procedimento III, observaram-se


as seguintes colorações para cada tubo contento a solução de acetato de sódio
e com base na tabela 10.1 do livro de práticas pode-se deduzir o pH de cada
um deles. Montou-se então uma tabela com os dados obtidos:

Intervalo de Mudança de Coloração pH


pH (livro de cor (livro de obtida previsto
prática) prática) (experimento)
Tubo 1 1,2 a 2,8 Vermelho para Amarelo X
(NAOAc + azul de amarelo
timol)
Tubo 2 3,1 a 4,4 Vermelho para Laranja X
(NaOAc + alaranj. alaranjado
De metila)
Tubo 3 3,0 a 4,6 Amarelo para Violeta X
(NaOAc + azul de violeta
bromofenol)
Tubo 4 4,0 a 5,6 Amarelo para Azul X
(NaOAc + verde azul
de bromocresol)

Os indicadores utilizados neste procedimento se mostraram ineficazes para a


previsão do pH da solução de NaOAc. Isso ocorreu pois o grupo utilizou os
mesmo indicadores do Procedimento I, e isso fez com que o pH se mostrasse
de forma errada para cada tubo.

5.5. Procedimento V

Após a adição de cada indicador, utilizado no procedimento V, observaram-se


as seguintes colorações para cada tubo contento a solução de NH4Cl e com
base na tabela 10.1 do livro de práticas pode-se deduzir o pH de cada um
deles. Montou-se então uma tabela com os dados obtidos:

Intervalo de Mudança de Coloração pH


pH (livro de cor (livro de obtida previsto
prática) prática) (experimento)
Tubo 1 3,0 a 4,6 Amarelo para Violeta Aprox.
(NH4Cl + azul de violeta 4,6
bromofenol)
Tubo 2 4,0 a 5,6 Amarelo para Verde X
(NH4Cl + verde de azul
bromocresol)
Tubo 3 4,4 a 6,2 Vermelho para Rosa Aprox.
(NH4Cl + amarelo 4,4
vermelho de
metila)
Tubo 4 6,2 a 7,6 Amarelo para Amarelo Aprox.
(NH4Cl + azul de azul 6,2
bromotimol)

Os indicadores utilizados nos tubos 1, 3 e 4 se mostraram eficientes para a


detecção da previsão de pH da solução de NH 4Cl, pois como visto na tabela a
coloração apresentada por essa solução ficou na faixa de mudança de cor
exposta no livro de práticas. O indicador verde de bromocresol foi ineficaz pois
a solução apresentou uma coloração fora da faixa de mudança de cor sendo
assim impossível de fazer uma previsão do pH com a utilização deste
indicador. Concluiu-se então que o pH do NH4Cl está entre 4,4 e 6,2.
5.6. Procedimento VI
Como descrito no procedimento cada grupo foi responsável pela detecção do
pH de cada uma das substâncias. Ao utilizar o pHmetro foi possível identificar
com maior precisão o pH de cada solução utilizada no experimento. Assim
montou-se a tabela abaixo com os valores de pH encontrados:

Solução pH obtido (potenciômetro)


HOAc 2,875
NaOH 12,778
NaOAc 8,854
NH4Cl 6,25
HCl 1,008

O ácido acético apresentou um pH maior que o HCl pois a sua ionização é


mais baixa, característica de ácidos fracos. E por ser um ácido forte o HCl
apresenta um alto índice de ionização fazendo assim com que seu pH seja
mais baixo pois a [H+] é maior que na solução de ácido acético.
Para mostrar a diferença entre os valores do pH das soluções de NaOAc e
NH4Cl serão descritas as equações de equilíbrio destas substâncias.

Para a solução de NaOAc:


1. H3CCOONA(s) + H2O(l) Na+(aq) + H3CCOO-(aq)
2. H3CCOO- (aq) + H2O(l) H3CCOOH(aq) + OH-(aq)
Base Ácido Ácido Básico

3. Eq.Global: H3CCOONA(s) + 2 H2O(l) Na+(aq) + H3CCOOH(aq) + OH-(aq)

Para a solução de NH4Cl:


1. NH4Cl(s) + H2O(l) NH4+(aq) + Cl-(aq)

2. NH4+(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + NH3(aq)


Ácido Base Ácido Base

3.Eq. Global: NH4Cl(s) + 2 H2O(l) H3O+(aq) + Cl-(aq) + NH3(aq)


Com essas equações constatou-se que a solução de NaOAc comportou-se
como uma base de Bronsted – Lowry liberando íons OH - fazendo assim com
que a solução apresentasse um pH mais elevado. A solução de NH4Cl
comportou-se como um ácido de Bronsted – Lowry liberando íons H+ fazendo
assim com que o pH ficasse mais baixo.

Para calcularmos a constante de ionização da solução de HOAc temos que:

H3CCOOH(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + : H3CCOO-(aq)

pH = 2,875
Assim, temos que:
[H+] = - log 10-2,875 mol.L-1
[H+] = 2,875 mol.L-1

Com isso:

Ka = [H+(aq)].[H3CCOO-(aq) ]
[H3CCOOH(aq)]

Ka = 2,875 x 2,875
0,1

Ka = 8,265

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