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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Orientador(a):Debora Fio
Uíge/2023
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DO UÍGE
UÍGE/2023
Daniel Panzo Pinto
Aprovado em_______de_________________de________.
Nota_______valores
BANCA EXAMINADORA
(1º Vogal)
UÍGE,2023
ÍNDICE
DEDICATÓRIA .......................................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. ii
ABSTRACT ............................................................................................................................................ iv
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................................. v
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................ vi
LISTA DE ACRÓNIMOS ..................................................................................................................... vii
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................ viii
1.1.ENQUADRAMENTO DO TEMA ............................................................................................... 1
1.2.PROBLEMÁTICA ........................................................................................................................ 2
1.3.JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA ......................................................................... 2
1.4.HIPOTESES .................................................................................................................................. 2
1.5.OBJECTIVOS GERAL E ESPECIFICOS.................................................................................... 3
OBJECTIVO GERAL. .................................................................................................................... 3
OBJECTIVOS ESPECIFICOS. ...................................................................................................... 3
1.6.METODOLÓGIA ......................................................................................................................... 3
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. ...................................................................................................... 5
2.1.CONCEITOS ................................................................................................................................ 5
2.2.EVOLUÇÃO HISTÓRICA SOBRE O TEMA............................................................................. 7
2.3.TIPOLOGIAS ............................................................................................................................... 8
2.4.IMPACTO SOCIAL ..................................................................................................................... 9
2.5.IMPACTO AMBIENTAL .......................................................................................................... 10
2.6.IMPACTO ECONÓMICO .......................................................................................................... 11
2.7.LEGISLAÇÃO ............................................................................................................................ 11
3.REFERÊNCIAS PROJECTUAIS ...................................................................................................... 16
3.1.ESTUDO DE CASO ................................................................................................................... 16
4.CONDICIONANTES PROJECTUAIS/CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA/ANÁLISE DA
ÁREA. ................................................................................................................................................... 18
4.1.CARACTERISTÍCAS DO TERRENO ...................................................................................... 18
4.2.CONDICIONANTES AMBIENTAIS/CLIMÁTICAS (VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO) ...... 18
Clima e condições meteorológicas médias do Uíge no ano todo. ......................................................... 18
4.3.CONDICIONANTES LEGAIS .................................................................................................. 21
4.4.PLANO DIRECTOR/LEGISLAÇÃO ........................................................................................ 21
4.5.NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÉNDIOS ............................................................... 21
4.6.NORMAS DE ACESSIBILIDADE ............................................................................................ 21
5.ANTEPROJECTO ARQUITECTÔNICO ......................................................................................... 22
5.1.HISTÓRIA DO MUNICÍPIO ..................................................................................................... 22
5.2.ANÁLISE DO ENTORNO ......................................................................................................... 23
5.12.Memoria Descritiva e Justificativa ............................................................................................ 23
5.12.1.Dados gerais do edifício ..................................................................................................... 23
5.12.2.Inserçao urbanística ............................................................................................................ 24
5.12.3.Soluçoes funcionais-socioespaciais .................................................................................... 25
5.12.4.Soluçoes de conforto ambiental ......................................................................................... 26
5.12.5.Sistema construtivo ............................................................................................................ 27
5.12.6.Instalaçoes prediais ............................................................................................................ 27
5.12.7.Sistema de protecção e combate contra incêndio ............................................................... 28
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 29
DEDICATÓRIA
A minha mãe e meus tios por esta dura jornada académica, estando eles próximos, pacientes,
disponíveis e participativos em prol das atividades realizadas com carácter educativo, palavras
não compensam tudo quanto deram em meu benefício, carinho mostrado em tempos em que
foi necessário nesta dura jornada académica.
i
AGRADECIMENTOS
À Deus pai Todo-Poderoso que me deu a vida e me manteve vivo com muita fé, força e
esperança para continuar focado num só objectivo e nunca desistir.
Aos me tios, Tubias Zua e Inês Carolina, a minha mãe Feliciana Panzo que levaram tudo de
forma séria e compreensível na realização do trabalho.
Aos meus familiares e amigos em especial a minha tia Izilda, meu tio Mayamona, meus
irmãos João da Rocha, Edna, e Avelino que tiveram a plena confiança em mim, e
contribuíram de diversas formas me motivando com as suas sugestões que foram muito
importantes.
A minha orientadora, Arq. Debora Fio pela sua disponibilidade, paciência, bondade, atenção,
amor, carinho, e pelos seus conhecimentos sistematizados que me sérvio de um grande apoio.
ii
RESUMO
iii
ABSTRACT
With the aim of developing a project for a daycare center with architectural accessibility,
given the economy of daycare centers with architectural accessibility in the municipality of
Uíge, a study was launched using the Survey of Theoretical and Design References, Diagnosis
of the Area and Immediate Surroundings and the Case study, carried out using the Microsoft
Office Word word processor, AutoCad, SkecthUp and the physical model that allowed
obtaining the project for a 12-room educational nursery-child center in the Catapa
neighborhood, in an area of 4800 m2, whose will implement, at the disposal of the inhabitants
of the municipality of Uíge, a kindergarten with architectural accessibility that will provide
the best inclusion of children with conditioned mobility.
iv
LISTA DE FIGURAS
v
LISTA DE TABELAS
vi
LISTA DE ACRÓNIMOS
vii
GLOSSÁRIO
Planta Baixa: é desenho técnico que representa uma visão de cima de uma construção,
mostrando a disposição e distribuição dos cómodos, paredes, portas, janelas e outros
elementos estruturais.
Alçados: é a representação gráfica do edifício, obtido por projecção ortogonal num plano
vertical orientado segundo uma direcção seleccionada.
Piso Tátil: superfície táctil ou pavimento táctil são faixas em alto relevo fixadas no chão para
fornecer auxilio na locomoção pessoal de deficientes visuais.
Braile: é um sistema de escrita táctil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão
viii
1.INTRODUÇÃO
1.1.ENQUADRAMENTO DO TEMA
A creche desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil e na promoção da
igualdade de oportunidades. Além de oferecer cuidados e atenção adequados às crianças
pequenas, as creches têm um impacto significativo no seu desenvolvimento cognitivo,
emocional e social. Elas contribuem para a formação de habilidades essenciais e fornecem um
ambiente seguro e estimulante para o crescimento saudável das crianças (Melhuish, 2010).
A Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) define a Pré-Escola como sendo a
base da educação, que cuida da primeira infância, numa fase da vida em que se devem realizar
as acções de condicionamento e de desenvolvimento psico-motor, atende crianças dos três
meses aos seis anos de idade, compreendendo a Classe de Iniciação, dos cinco aos seis anos.
De acordo com a Lei n.º 10/16: Lei das Acessibilidades, que estabelece as normas gerais,
condições e critérios para as pessoas com deficiência ou com mobilidade condicionada, diz
que a promoção da acessibilidade constitui um elemento fundamental para a qualidade de vida
das pessoas, sendo um meio imprescindível para o exercício dos direitos que são conferidos a
qualquer membro de uma sociedade, isso significa que a acessibilidade é um direito
constitucional e que todo mundo tem o direito de ir e vir, com autonomia, segurança e
conforto.
Essa mesma lei define acessibilidade como a possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de edificações, dos espaços,
mobiliários, equipamento urbano, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por
pessoa com deficiência ou com mobilidade condicionada, e define ainda Acessibilidade
arquitectónica, forma de acessibilidade sem barreiras ambientais físicas, nas residências, nos
edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos, nos meios de transporte individual
ou colectivo.
A arquitectura tem uma grande importância na criação de ambientes de ensino mais efectivos,
responsáveis por fornecer as condições físicas necessárias para que os ambientes frequentados
pelas crianças sejam locais onde é possível ter uma interacção divertida, que estimula a
criatividade e incentiva o desenvolvimento da personalidade e assim aumentando
consideravelmente o interesse da criança pelo aprendizado (Nascimento, 2012).
1
1.2.PROBLEMÁTICA
O município do Uíge apesar de possuir alguns espaços direccionados à educação infantil,
nota-se no casco urbano e periferias, escassez de creches com acessibilidade arquitectónica
para pessoas com mobilidade condicionada. Segundo dados do Censo Populacional de 2014,
o município conta com aproximadamente 581 835 (Quinhentos e Oitenta e Um Mil e
Oitocentos e Trinta e Cinco) habitantes e clama por mais ambientes com tal acessibilidade.
De acodo com a Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) de Angola-Lei n.°
17/16 de 7 de Outubro-, ARTIGO 9° O Sistema de Educação e Ensino tem carácter universal,
pelo que, todos os indivíduos têm iguais direitos no acesso, na frequência e no sucesso escolar
nos diversos níveis de ensino, desde que sejam observados os critérios de cada Subsistema de
Ensino, assegurando a inclusão social a igualdade de oportunidades e a equidade, bem como a
proibição de qualquer forma de discriminação
1.4.HIPOTESES
Escolas com ambientes acessíveis promovem a inclusão e o desenvolvimento pleno das
crianças com deficiência.
2
Escolas que não possuem acessibilidade arquitectónica enfrentam desafios na inclusão de
crianças com deficiência.
Escolas com projectos arquitectónicos inclusivos beneficiam não apenas crianças com
deficiência, mas também toda a comunidade escolar.
OBJECTIVO GERAL.
Desenvolver um projecto de uma creche com acessibilidade arquitectónica no município do
Uíge.
OBJECTIVOS ESPECIFICOS.
1. Construir um embasamento teórico sobre a criação de espaços arquitetônicos
adequados e com acessibilidade;
2. Elaborar um projecto arquitetônico relevando as condicionantes locais como: entorno,
fatores bioclimáticos, legislação municipal;
3. Elaborar um programa de necessidades e fluxograma com o objetivo de tornar o
projeto com suas condições obrigatórias e satisfatórias;
1.6.METODOLÓGIA
Para ter melhor compreensão do trabalho, serão utilizados alguns artifícios metodológicos,
sendo estes:
Levantamento de Referenciais Teóricos e Projetuais: Coleta de informações voltadas ao tema
deste trabalho e, também, elementos arquitetônicos, na qual tem por finalidade obter as
informações necessárias para o entendimento do assunto e lançamento da proposta;
Diagnóstico da Área e Entorno imediato: Consiste no levantamento e análise de dados do
terreno, entorno e cidade - história, clima, acessos, mapa de usos, imagens fotográficas - com
a finalidade de ter um maior entendimento, para seguir com um programa de necessidades,
dimensionamento projetual e proposta de qualidades.
Estudo de caso: Análises e visita em estabelecimentos relacionados ao tema, para que se tenha
maior compreensão, conhecimento e informações.
Depois de entender melhor sobre o assunto, o espaço e quem vai utilizar esse espaço, iniciou-
se o desenvolvimento do projeto. Esta etapa foi dividida em duas fases: Pré projeto e Projeto.
A fase de pré projeto iniciou-se da definição do partido arquitetônico, diretrizes projetuais,
programa de necessidades, pré-dimensionamento e fluxogramas, seguida de, setorização,
organização espacial, e fluxos de carros e pedestres para entender as problemáticas do local
através croquis e programas de desenho e edição de imagens como AutoCAD, Sketchup e
Word. Após o melhor entendimento do terreno e seu entorno, começaram a ser desenvolvidas
alternativas de projeto. Após a escolha e desenvolvimento da melhor alternativa foi feito o
desenho técnico final, especificando disposições dos mobiliários, estrutura, cobertura e
esquadrias. As seguintes representações foram desenvolvidas: plantas, cortes, alçados e
3
perpectivas, feitos através do programa AutoCAD 2017. Em seguida o desenvolvimento da
maquete virtual através do programa Sketchup 2019, para representação e compreensão do
ambiente em 3D e para gerar imagens perspectivas do projeto, sendo algumas renderizadas
através do programa V-ray, a maquete física. E por último a elaboração do memorial
descritivo.
4
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
2.1.CONCEITOS
A creche é um espaço fundamental para o desenvolvimento das crianças nos primeiros anos
de vida, proporcionando cuidados, estímulos e aprendizado. No entanto, é essencial que as
creches sejam projetadas levando em consideração a acessibilidade arquitetônica, de modo a
garantir que todas as crianças, independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou
cognitivas, possam participar plenamente das atividades e se beneficiar do ambiente
educacional. Diversos conceitos são relevantes para compreender e promover uma creche de
qualidade. Neste contexto, destacam-se as seguintes abordagens e teorias:
A acessibilidade arquitetônica refere-se à criação de espaços físicos que possam ser usados
por todas as pessoas, independentemente de suas limitações. Essa abordagem é baseada no
princípio do design universal, que busca criar ambientes inclusivos desde o início, eliminando
barreiras e promovendo a igualdade de acesso.
De acodo com a Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) de Angola-Lei n.° 17/16
de 7 de Outubro-, ARTIGO 9° O Sistema de Educação e Ensino tem carácter universal, pelo que,
todos os indivíduos têm iguais direitos no acesso, na frequência e no sucesso escolar nos diversos
níveis de ensino, desde que sejam observados os critérios de cada Subsistema de Ensino,
assegurando a inclusão social a igualdade de oportunidades e a equidade, bem como a proibição de
qualquer forma de discriminação.(Diário da República, p3994-3995)
5
Pedagogia de Reggio Emilia: Originária da cidade italiana de Reggio Emilia, essa abordagem
enfatiza a importância do ambiente, das interações sociais e da expressão artística na
aprendizagem das crianças. A pedagogia de Reggio Emilia valoriza a curiosidade, a
autonomia e a participação ativa das crianças em seu próprio processo de aprendizado. Como
afirmam Edwards, Gandini e Forman (1998), "As crianças são vistas como construtoras de
conhecimento e têm a capacidade de expressar suas ideias e pensamentos por meio de muitas
'linguagens'".
De acordo com Ferreira (2015), a adaptação dos espaços deve incluir também a utilização de
materiais e mobiliários adequados. Por exemplo, cadeiras e mesas com alturas ajustáveis
podem permitir que as crianças em cadeiras de rodas participem das atividades de forma
confortável e integrada. Da mesma forma, é necessário garantir a presença de equipamentos e
brinquedos adaptados, que possam ser utilizados por todas as crianças, promovendo a
interação e o desenvolvimento de habilidades motoras.
A acessibilidade arquitetônica é a condição para que as pessoas possam entrar, circular e utilizar
com segurança e autonomia os espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, promovendo a
igualdade de oportunidades e a inclusão social." (MIRANDA, 2015, p. 48)
Majumdar (2015) destaca que "a falta de acessibilidade arquitetônica nas creches pode
resultar em segregação e exclusão de crianças com necessidades especiais". Sem estruturas
adaptadas, essas crianças podem se sentir isoladas e enfrentar dificuldades em participar
plenamente das atividades com as outras crianças.
Segundo Earle e Garcia (2018), "a ausência de adaptações físicas adequadas nas creches pode
prejudicar o desenvolvimento global das crianças com necessidades especiais". A falta de
6
espaços adequados para a movimentação, o acesso limitado a materiais e brinquedos
adaptados e a falta de banheiros acessíveis podem comprometer a aprendizagem e o bem-estar
dessas crianças.
O Desenho Universal é um conceito que visa criar ambientes, produtos e serviços acessíveis e
utilizáveis por todas as pessoas, independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou
cognitivas. Ele busca eliminar barreiras e promover a inclusão, permitindo que todos tenham
igualdade de oportunidades e participação plena na sociedade (Enciclopédia Livre).
O Desenho Universal não se limita a adaptar produtos e ambientes existentes, mas busca
antecipar as necessidades e diversidades dos usuários desde a concepção inicial. Edward
Steinfeld, especialista em Desenho Universal, enfatiza que "o Desenho Universal é um
conceito baseado no entendimento de que a diversidade humana é uma constante e que o
design deve refletir essa realidade." (Steinfeld, 2012).
A inclusão social é um conceito fundamental para uma sociedade justa e igualitária, que busca
garantir a participação plena e igual de todos os indivíduos, independentemente de suas
características ou condições sociais. Ela envolve o reconhecimento e o respeito à diversidade,
promovendo a igualdade de oportunidades e o acesso aos direitos e recursos necessários para
o desenvolvimento humano (Enciclopédia Livre).
Necessidades das mães trabalhadoras: As creches surgiram como uma solução para as mães
que precisavam trabalhar fora de casa e não tinham condições de cuidar de seus filhos durante
esse período. Segundo Penn (2006), "as creches fornecem um ambiente seguro e confiável
para as crianças enquanto suas mães trabalham, permitindo que elas conciliem suas
responsabilidades profissionais com o cuidado parental".
7
Movimento de Educação Nova: No início do século XX, o Movimento de Educação Nova
influenciou a concepção e a organização das creches, valorizando a importância do ambiente
e do cuidado individualizado às crianças. Destacam-se as contribuições de Maria Montessori,
que defendia a ideia de uma educação baseada na liberdade e na autonomia da criança
(Montessori, 1912).
Movimento da Educação Infantil: No final do século XIX e início do século XX, surgiram
movimentos que reivindicavam a criação de espaços educacionais para crianças pequenas.
Destacam-se as contribuições de Froebel, que enfatizou o papel do brincar e da atividade
lúdica na educação infantil (Froebel, 1826).
Declaração Universal dos Direitos Humanos: A Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948 reforçou a importância da igualdade e da não discriminação, estabelecendo direitos
fundamentais para todas as pessoas, incluindo as crianças. A acessibilidade arquitetônica
como um direito passou a ser reconhecida nesse contexto (Organização das Nações Unidas,
1948).
Movimento pelos Direitos das Pessoas com Deficiência: A luta pelos direitos das pessoas com
deficiência impulsionou avanços significativos na acessibilidade arquitetônica, incluindo as
creches. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela
Assembleia Geral da ONU em 2006, destaca a importância de promover ambientes acessíveis
em todas as esferas da vida, incluindo a educação (Organização das Nações Unidas, 2006).
2.3.TIPOLOGIAS
As creches desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil, proporcionando
cuidado e educação para crianças em idade pré-escolar. Ao longo do tempo, diferentes
abordagens e tipologias de creche surgiram, refletindo a evolução das teorias e práticas
educacionais. Neste texto, exploraremos algumas dessas tipologias:
8
Creche tradicional: A creche tradicional é caracterizada por uma abordagem que prioriza o
cuidado básico e a supervisão das crianças. Nesse modelo, o foco está na satisfação das
necessidades básicas, como alimentação, higiene e segurança. Segundo Bruner (1977), "as
creches tradicionais têm como objetivo principal a proteção e o conforto das crianças,
garantindo-lhes um ambiente seguro".
Creche pedagógica: A creche pedagógica vai além do cuidado básico e enfatiza a dimensão
educativa. Nesse modelo, os educadores planejam atividades que estimulam o
desenvolvimento cognitivo, motor, socioafetivo e linguístico das crianças. Segundo Vygotsky
(1978), "a creche pedagógica deve ser um ambiente que proporcione desafios e oportunidades
de aprendizado, promovendo o desenvolvimento das habilidades infantis".
Creche Waldorf: A creche Waldorf baseia-se nos princípios da pedagogia de Rudolf Steiner.
Nesse modelo, a ênfase está na valorização do desenvolvimento integral da criança,
contemplando aspectos físicos, emocionais e espirituais. A creche Waldorf proporciona um
ambiente acolhedor, com atividades artísticas e lúdicas, que visam estimular a imaginação e a
criatividade. Segundo Steiner (1907), "a creche Waldorf busca cultivar a individualidade e a
expressão livre da criança, por meio de uma abordagem holística de educação".
Após esta apresentação dos tipos de creches eu escolho o modelo da creche pedagógica, por
ser uma modelo que visa estimular o desenvolvimento cognitivo, motor, socioafetivo e
linguístico das crianças e por ser a que mais se adequa a nossa realidade.
2.4.IMPACTO SOCIAL
No contexto das creches em Angola, a adoção de práticas de acessibilidade arquitetônica tem
um impacto social significativo. Neste texto, exploraremos o impacto social da creche com
acessibilidade arquitetônica em Angola.
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Empoderamento das Mulheres: A creche desempenha um papel importante no
empoderamento das mulheres angolanas, permitindo que elas participem ativamente da força
de trabalho. Segundo Miescher (2011), "a disponibilidade de creches confiáveis e acessíveis
permite que as mulheres trabalhem fora de casa, aumentando sua independência econômica e
seu papel na sociedade".
2.5.IMPACTO AMBIENTAL
A preservação do meio ambiente é um desafio global e a conscientização sobre o impacto
ambiental das construções tem se tornado cada vez mais importante. Em Angola, as creches
desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil, mas é essencial considerar o
impacto ambiental dessas instituições.
Preservação dos recursos naturais e ecossistemas "As creches devem ser construídas levando
em conta a preservação dos recursos naturais locais, como a água e a vegetação. A
implementação de sistemas de captação de água da chuva e o uso de paisagismo sustentável
podem contribuir para a conservação dos ecossistemas locais." (Autor: United Nations
Development Programme, Guia de Construção Sustentável)
Redução das emissões de gases de efeito estufa "As creches podem adotar medidas para
reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como a utilização de fontes de energia
renovável, o uso de isolamento térmico eficiente e a promoção de práticas de transporte
10
sustentável para os funcionários e famílias." (Autor: World Green Building Council, Relatório
sobre Eficiência Energética em Edifícios)
Educação ambiental nas creches "As creches têm um papel importante na educação ambiental
das crianças. Ao incorporar práticas sustentáveis no dia a dia da creche, como a separação
adequada dos resíduos e o estímulo à conservação dos recursos naturais, é possível promover
a consciência ambiental desde a infância." (Autor: United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization, Guia de Educação Ambiental).
2.6.IMPACTO ECONÓMICO
Além do seu impacto social e ambiental, as creches também possuem um impacto econômico
significativo. Essas instituições desempenham um papel fundamental na promoção do
desenvolvimento econômico, tanto a curto quanto a longo prazo.
Estímulo à participação econômica das famílias "Ao fornecer serviços de creche de qualidade,
as famílias têm a oportunidade de participar plenamente na força de trabalho, contribuindo
para o crescimento econômico do país. O acesso à creche permite que os pais trabalhem e
aumentem sua renda, impulsionando o desenvolvimento econômico." (Autor: World Bank,
Relatório sobre Desenvolvimento Mundial)
Geração de empregos no setor de cuidado infantil "A expansão das creches em Angola
implica na criação de novos empregos no setor de cuidado infantil. Desde professores e
assistentes de creche até funcionários de apoio administrativo, o setor de creches oferece
oportunidades de trabalho e contribui para a redução do desemprego." (Autor: United Nations
Children's Fund, Relatório sobre o Estado Mundial da Infância)
2.7.LEGISLAÇÃO
Lei n.º 10/16: Lei das Acessibilidades, que estabelece as normas gerais, condições e critérios
para as pessoas com deficiência ou com mobilidade condicionada.
Artigo 1º (Objecto)
A presente Lei estabelece as normas gerais, condições e critérios para as pessoas com
deficiência com mobilidade condicionada.
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ARTIGO 2.º (Âmbito de aplicação)
b) Respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiência e/ou com mobilidade
condicionada
d) Não discriminação;
12
xx) «Rampa», inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido do percurso.
Consideram-se rampas acessíveis aquelas com declividade até 6%;
b) Cujas formas de acesso e circulação não estejam impedidadas as pessoas com deficiência
ou com mobilidade condicionada, em virtude da existência de degraus, soleiras e demais
obstáculos que dificultem a sua locomoção;
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c) Que tenham porta de entrada e de acesso a espaços principais de acordo com a função; d)
Que tenham corredores ou passagens com largura mínima de 120cm (cento e vinte
centímetros);
e) Que tenham elevador cuja largura da porta seja, no mínimo, de 90cm (noventa
centímetros); f) Que tenham instalações sanitárias apropriados ao uso de pessoas com
deficiência ou mobilidade condicionada.
a) Sede dos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial, bem como suas
representações nas províncias, municípios, distritos e comunas;
h) Edifícios destinados ao lazer, tais como estádios, cinemas, clubes, teatros e parques
recreativos;
j) Estabelecimentos bancários;
14
q) Todos os veículos de transporte colectivo, que possibilitem o acesso e que ofereçam vagas
adequadas para à pessoa com deficiência ;
r) Veículos que sejam conduzidos por pessoas com deficiência ou que possam transporta;
s) Locais e respectivas vagas para estacionamento, as quais devem ter largura útil não inferior
a 2,5m (dois metros e meio);
v) Telefones com altura máxima do receptáculo de moedas ou ranhura para cartão, bem como
o painel de marcação de números, a uma altura do piso compreendida entre 1m e 1,30m (um
metro e um metro e trinta centímetros), que utilizem números do teclado com referência táctil
e em Braille, e estejam localizados junto de um percurso acessível;
w) Bebedouros adequados;
x) Vias e logradouros públicos que configurem rota de trajecto possível e elaborado para a
pessoa com deficiência ou com mobilidade condicionada
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3.REFERÊNCIAS PROJECTUAIS
O processo de escolha do referencial arquitectónico considerou as seguintes características:
uso de cores; solários, ambientes com acessibilidade, a ligação suave entre os banheiros e
salas de aulas, forma com pátio central ou semi pátio. Assim foi escolhido o projecto
proinfancia tipo 2 por representar muito bem essas ideias.
3.1.ESTUDO DE CASO
Este é um projecto oriundo do governo brasileiro chamado Programa proinfancia, que busca
melhorar a qualidade da infraestrutura e do ambiente educacional nas creches e pré-escolas
públicas do país. O programa foi lançado em 2007 e já passou por diversas fases e
actualizações desde então.
É um projecto que tem uma conexão interessante entre as salas de aulas e solários, salas de
aulas e banheiros, presença de banheiros acessíveis a pessoas com deficiência ou mobilidade
condicionada e uma boa ligação entre berçários e salas de amamentação
16
Quanto a volumetria, as escolas de Ensino Infantil do Tipo 2 são térreas e possuem 2 blocos
distintos, sendo eles: bloco A, bloco B. Os 02 blocos juntamente com o pátio coberto são
interligados por circulação coberta. Na área externa estão o playground, jardins, o castelo
d’água e a área de estacionamento. Utilizando formas geométricas e cores azul, amarelo, e
vermelho, tornando-o de carácter carater infantil, possui uma linguagem arquitectónica
simples, telhado de duas águas com platibanda.
Fonte:www.olinda.pe.gov.br
Fonte:www.orzil.org
17
4.CONDICIONANTES PROJECTUAIS/CONTEXTUALIZAÇÃO DA
ÁREA/ANÁLISE DA ÁREA.
4.1.CARACTERISTÍCAS DO TERRENO
A análise das características de um terreno desempenha um papel fundamental no processo de
planejamento e desenvolvimento de projetos. Compreender as particularidades e
peculiaridades do terreno é essencial para tomar decisões informadas e efetivas na concepção
de empreendimentos imobiliários, agrícolas e de infraestrutura.
O terreno está localizado próximo a demanda, apresenta baixa declividade tem abastecimento
de água e energia eléctrica da rede pública, não se notou nenhum obstáculo não removível.
Abaixo serão apresentados dados clímáticos obtidos atravez do Weather Spark que dá
Relatórios meteorológicos detalhados que dão a você a visão completa do clima típico de
qualquer localidade.
A estação quente permanece por 2,2 meses, de 29 de julho a 4 de outubro, com temperatura
máxima média diária acima de 31 °C. O mês mais quente do ano em Uíge é setembro, com a
máxima de 32 °C e mínima de 18 °C, em média.
Ventos
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Esta seção discute o vetor médio horário de vento (velocidade e direção) em área ampla a 10
metros acima do solo. A sensação de vento em um determinado local é altamente dependente
da topografia local e de outros fatores. A velocidade e a direção do vento em um instante
variam muito mais do que as médias horárias.
A velocidade horária média do vento em Uíge passa por variações sazonais pequenas ao
longas do ano.
A época de mais ventos no ano dura 5,0 meses, de 4 de maio a 6 de outubro, com velocidades
médias do vento acima de 7,2 quilômetros por hora. O mês de ventos mais fortes em Uíge
é agosto, com 8,1 quilômetros por hora de velocidade média horária do vento.
A época mais calma do ano dura 7,0 meses, de 6 de outubro a 4 de maio. O mês de ventos
mais calmos em Uíge é novembro, com 6,1 quilômetros por hora de velocidade média horária
do vento.
O vento mais frequente vem do leste durante 3,3 meses, de 9 de abril a 17 de julho, com
porcentagem máxima de 63% em 12 de maio. O vento mais frequente vem do sul durante 3,6
semanas, de 17 de julho a 11 de agosto, com porcentagem máxima de 41% em 6 de agosto. O
vento mais frequente vem do oeste durante 7,9 meses, de 11 de agosto a 9 de abril, com
porcentagem máxima de 62% em 1 de janeiro.
Sol
A duração do dia em Uíge não varia significativamente durante o ano, cerca de 34 minutos a
mais ou a menos de 12 horas no ano inteiro. Em 2023, o dia mais curto é 21 de junho, com 11
horas e 41 minutos de luz solar. O dia mais longo é 22 de dezembro, com 12 horas e 34
minutos de luz solar.
O dia em que o sol nasce mais cedo é 15 de novembro, às 05:30. O nascer do sol mais
tarde ocorre 44 minutos depois, às 06:14 em 16 de julho. O dia em que o sol se põe mais
cedo é 25 de maio, às 17:48. O dia em que o sol se põe mais tarde ocorre 38 minutos depois,
às 18:26 em 30 de janeiro.
Chuva
Para demonstrar a variação entre os meses e não apenas os totais mensais, mostramos a
precipitação de chuva acumulada durante um período contínuo de 31 dias ao redor de cada dia
do ano. Uíge tem variação sazonal extrema na precipitação mensal de chuva.
O período chuvoso do ano dura 9,4 meses, de 31 de agosto a 11 de junho, com precipitação de
chuva de 31 dias contínuos mínima de 13 milímetros. O mês mais chuvoso em Uíge
é novembro, com média de 210 milímetros de precipitação de chuva.
O período sem chuva do ano dura 2,6 meses, de 11 de junho a 31 de agosto. O mês menos
chuvoso em Uíge é julho, com média de 1 milímetro de precipitação de chuva.
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Umidade
O período mais abafado do ano dura 8,2 meses, de 24 de setembro a 1 de junho, no qual o
nível de conforto é abafado, opressivo ou extremamente úmido pelo menos em 24% do
tempo. O mês com mais dias abafados em Uíge é março, com 27,9 dias abafados ou pior.
O mês com menos dias abafados em Uíge é julho, com 0,3 dia abafados ou pior. Terminam
aqui os dados fornecidos pelo Weather Spark.
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contribuir para um ambiente construído mais sustentável, confortável e energeticamente
eficiente.
4.3.CONDICIONANTES LEGAIS
4.4.PLANO DIRECTOR/LEGISLAÇÃO
Enquanto instrumento de gestão e controlo operativo, o PDM revela-se crucial para um
crescimento coerente, sustentável e equitativo das populações e do território em geral. O PDM
do Uíge começou por ser elaborado através do levantamento de informação de vários níveis e
fontes, para que se pudesse ter um conhecimento mais profundo da realidade local, e com o
qual se pudessem diagnosticar os principais problemas, carências e potencialidades do
Município. O entendimento da vocação do Uíge como pólo administrativo e territorial da
zona norte de Angola pode vir a revelar-se estratégia fundamental para o futuro deste
território.
4.6.NORMAS DE ACESSIBILIDADE
As normas de acessibilidade desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão e
igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades
físicas, sensoriais ou cognitivas. Esse campo tem evoluído significativamente nas últimas
décadas, impulsionado pelo reconhecimento dos direitos humanos e pela conscientização
sobre a importância de criar ambientes acessíveis.
Com base a Lei n.º 10/16: Lei das acessibilidade a cessibilidade é definida como “Condição
para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas
e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida”.
O projeto arquitetônico baseado nessa lei e na norma ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, prevê além dos espaços com
dimensionamentos adequados, todos os equipamentos de acordo com o especificado na
norma, tais como: barras de apoio, equipamentos sanitários, sinalizações visuais e táteis.
Tendo em vista a legislação vigente sobre o assunto, o projeto prevê:
• Piso tátil direcional e de alerta perceptível por pessoas com deficiência visual;
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• Sanitário para crianças portadoras de necessidades especiais. Observação: Os sanitários
contam com bacia sanitária específica para estes usuários, bem como barras de apoio nas
paredes e nas portas para a abertura / fechamento de cada ambiente.
5.ANTEPROJECTO ARQUITECTÔNICO
5.1.HISTÓRIA DO MUNICÍPIO
O município do Uíge, situado na província de mesmo nome em Angola, possui uma história
rica e diversificada que remonta a séculos atrás. A cidade do Uíge é a capital da província e
desempenhou um papel importante no desenvolvimento político, social e econômico da
região.
O Uíge tem suas origens em tempos pré-coloniais, com a presença de diferentes grupos
étnicos, como os bakongo e os umbundu. Durante o período colonial português, o município
do Uíge teve um desenvolvimento significativo, impulsionado pela exploração agrícola e
pelos recursos naturais da região.
Segundo o historiador José Redinha, "O Uíge foi um dos pontos de concentração da economia
colonial, destacando-se pela produção de café e pela existência de grandes propriedades
agrícolas. Essa atividade agrícola trouxe uma dinâmica econômica e social para a região"
(Redinha, 2003).
Durante o processo de luta pela independência de Angola, o município do Uíge teve um papel
importante como um dos centros de resistência contra o domínio colonial. A Frente Nacional
de Libertação de Angola (FNLA), um dos movimentos de libertação, teve forte presença na
região, e o Uíge foi palco de importantes eventos históricos durante essa época.
Além disso, a cidade do Uíge é conhecida por sua riqueza cultural e artística. A literatura
angolana teve representantes importantes originários do município, como Ruy Duarte de
Carvalho, que descreveu poeticamente a história e a cultura do Uíge em sua obra "Vou lá
visitar pastores" (Carvalho, 2010).
A história do município do Uíge é uma parte essencial da história de Angola, e como destacou
o escritor e primeiro presidente de Angola, Dr.António Agostinho Neto: "O Uíge é um reflexo
da diversidade cultural e da luta pela liberdade que caracteriza todo o povo angolano. É um
símbolo da nossa identidade como nação" (Neto, 1978).
Em síntese, o município do Uíge possui uma história marcante, desde suas origens pré-
coloniais até sua participação na luta pela independência de Angola. Sua importância
econômica, sua riqueza cultural e a contribuição de seus escritores e intelectuais tornam o
Uíge um local de grande significado na história do país.
O Uíge é um município que vem se expandindo e aumentando a sua população. Com esse
crescimento, aumenta também a necessidade de equipamentos para atender a esta população.
22
5.2.ANÁLISE DO ENTORNO
A análise do entorno de um terreno envolve a avaliação de diversos aspectos, como a
topografia, a vegetação, a infraestrutura, o uso do solo, a acessibilidade, o contexto cultural e
histórico, entre outros. Essa análise permite identificar oportunidades e restrições que podem
influenciar o projeto, bem como compreender as demandas e necessidades da comunidade
local.
O terreno em questão, no lado norte está localizado o hospital do Catapa, a escola do Catapa á
aproximadamente 400 metros do terreno e o conjunto habitacional, no noroeste o parlamento,
no este o pavilhão multiuso á aproximadamente 700 metros, o lado oeste e sul com vários
terrenos vazios e algumas plantações
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Pré-escola – para crianças de 4 até 6 anos e 11 meses de idade O partido arquitetônico
adotado foi baseado nas necessidades de desenvolvimento da criança, tanto no aspecto físico,
psicológico, quanto no intelectual e social. Foram levadas em consideração as diversidades
que temos no país, fundamentalmente em aspectos ambientais, geográficos e climáticos, em
relação às densidades demográficas, os recursos socioeconómicos e os contextos culturais de
cada local, de modo a propiciar ambientes com conceitos inclusivos, aliando as características
dos ambientes internos e externos (volumetria, formas, materiais, cores, texturas) com as
práticas pedagógicas, culturais e sociais.
Foi considerada como ideal a implantação da creche em terreno retangular com medidas de
80m de comprimento por 60m de largura. Com a finalidade de atender ao usuário principal,
no caso, as crianças na faixa etária definida, o projeto adotou os seguintes critérios:
Segurança física, que restringe o acesso das crianças desacompanhadas em áreas como
cozinha, lavanderia, , central de gás, luz e telefonia;
Setorização por faixa etária, com a adoção de salas de atividades exclusivas, para a promoção
de atividades específicas de acordo com as necessidades pedagógicas;
Ambientes de integração e convívio entre crianças de diferentes faixas etárias tais como:
pátios, solários e áreas externas;
Interação visual por meio de elementos de transparência como instalação de visores nas
portas, esquadrias com peitoril baixo e elementos vazados nos solários;
5.12.2.Inserçao urbanística
Para definir a implantação (inserção) do projeto no terreno a que se destina, devem ser
considerados alguns parâmetros indispensáveis ao adequado posicionamento que irá
privilegiar a edificação das melhores condições:
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ambiental dos seus usuários (conforto higrotérmico, visual, acústico, olfativo/qualidade do
ar);
5.12.3.Soluçoes funcionais-socioespaciais
Para a elaboração do projeto e definição do partido arquitetônico foram condicionantes alguns
parâmetros, a seguir relacionados:
Distribuição dos ambientes – a distribuição do programa se dá por uma setorização clara dos
conjuntos funcionais dos ambientes e previsão dos principais fluxos e circulações; A
setorização prevê tanto espaços para atividades particulares, restritas a faixa etária e ao grupo
e a interação da criança em atividades coletivas. A distribuição dos blocos prevê também a
interação com o ambiente natural;
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Volumetria– Derivada do dimensionamento dos ambientes e da tipologia de coberturas
adotada, a volumetria é elemento de identidade visual do projeto;
Áreas e proporções dos ambientes internos – Os ambientes internos foram pensados sob o
ponto de vista do usuário infantil. Os conjuntos funcionais do edifício da creche são
compostos por salas de atividades/repouso/banheiros. As salas de atividades são amplas,
permitindo diversos arranjos internos em função da atividade realizada, e permitindo sempre
que as crianças estejam sob o olhar dos educadores. Nos banheiros, a autonomia das crianças
está relacionada à adaptação dos equipamentos as suas proporções e alcance;
Tipologia das coberturas – foi adotada solução simples de telhado em duas águas, com
platibandas, de fácil execução em consonância com o sistema construtivo adotado, e laje
impermeabilizada;
Especificações das louças e metais – para a especificação destes foi considerada, a facilidade
de instalação/uso e a disponibilidade. Foram observadas as características físicas, durabilidade
e facilidade de manutenção.
Janelas altas com a finalidade de proporcionar iluminação e ventilação extras, pé-direito alto,
ventilação cruzada e solários são alguns dos artifícios bem presentes nesse projecto como
soluções para conforto ambiental.
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5.12.5.Sistema construtivo
Para a implementação do projeto será utilizado o sistema construtivo convencional com
estrutura de concreto e dois tipos de cobertura, uma com platibanda e estruturas metálicas e
outra em laje impermeabilizada, fechamentos externos e internos em alvenaria de blocos de
concreto.
−Utilização de materiais que permitam a fácil higienização e que propiciem fácil manutenção,
além de boa resistência a impactos;
Levando-se em conta esses fatores e como forma de simplificar e agilizar a execução da obra,
o sistema construtivo adotado alia técnicas convencionais a aplicação de componente
industrializados amplamente difundidos, a saber:
Forros de gesso;
5.12.6.Instalaçoes prediais
Instalçoes prediais são sistemas e equipamentos que garantem o fornecimento de água,
esgoto, energia, telefone e prevenção de combate a incêndios em edifício ou conjunto de
edifícios.
Hidráulica
Instalações de gás
Eléctrica
Extintores de incêndio: para todas as áreas da edificação os extintores deverão atender a cada
tipo de classe de fogo A, B e C. A locação e instalação dos extintores constam da planta baixa
e dos detalhes do projeto.
Lembrete: Este sistema de incêndio deverá ser validado pelo corpo de bombeiros municipal.
O representante deverá realizar as alterações necessárias até a aprovação.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Case of Creches. In Gender and Decolonization in the Congo: The Legacy of Patrice
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José Eduardo Agualusa - Escritor angolano que aborda a história e a cultura angolanas em
suas obras;
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