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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PROJECTO DE UMA CRECHE DE 12 (DOZE) SALAS COM ACESSIBILIDADE


ARQUITETÔNICA

O AUTOR: DANIEL PANZO PINTO

Orientador(a):Debora Fio

Uíge/2023
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DO UÍGE

ÁREA DE FORMAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE TÉCNICO DESENHADOR PROJECTISTA

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

PROJECTO DE UMA CRECHE DE 12 (DOZE) SALAS COM ACESSIBILIDADE


ARQUITETÔNICA

Autor: Daniel Panzo Pinto

Orientador(a): Arq. Debora Fio

UÍGE/2023
Daniel Panzo Pinto

PROJECTO DE UMA CRECHE DE 12 (DOZE) SALAS COM ACESSIBILIDADE


ARQUITETÔNICA

Relatório de Prova de Aptidão Profissional apresentado a


Área de formação de Construção Civil do Instituto Médio
Politécnico do Uíge, para a obtenção do grau Técnico
Médio Desenhador Projectista, realizado sob orientação
da Prof ARQ Debora Fio

Aprovado em_______de_________________de________.

Nota_______valores

BANCA EXAMINADORA

(Presidente da Mesa de Júri)

(1º Vogal)

Prof. Arq. Debora Fio

UÍGE,2023
ÍNDICE

DEDICATÓRIA .......................................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. ii
ABSTRACT ............................................................................................................................................ iv
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................................. v
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................ vi
LISTA DE ACRÓNIMOS ..................................................................................................................... vii
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................ viii
1.1.ENQUADRAMENTO DO TEMA ............................................................................................... 1
1.2.PROBLEMÁTICA ........................................................................................................................ 2
1.3.JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA ......................................................................... 2
1.4.HIPOTESES .................................................................................................................................. 2
1.5.OBJECTIVOS GERAL E ESPECIFICOS.................................................................................... 3
OBJECTIVO GERAL. .................................................................................................................... 3
OBJECTIVOS ESPECIFICOS. ...................................................................................................... 3
1.6.METODOLÓGIA ......................................................................................................................... 3
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. ...................................................................................................... 5
2.1.CONCEITOS ................................................................................................................................ 5
2.2.EVOLUÇÃO HISTÓRICA SOBRE O TEMA............................................................................. 7
2.3.TIPOLOGIAS ............................................................................................................................... 8
2.4.IMPACTO SOCIAL ..................................................................................................................... 9
2.5.IMPACTO AMBIENTAL .......................................................................................................... 10
2.6.IMPACTO ECONÓMICO .......................................................................................................... 11
2.7.LEGISLAÇÃO ............................................................................................................................ 11
3.REFERÊNCIAS PROJECTUAIS ...................................................................................................... 16
3.1.ESTUDO DE CASO ................................................................................................................... 16
4.CONDICIONANTES PROJECTUAIS/CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA/ANÁLISE DA
ÁREA. ................................................................................................................................................... 18
4.1.CARACTERISTÍCAS DO TERRENO ...................................................................................... 18
4.2.CONDICIONANTES AMBIENTAIS/CLIMÁTICAS (VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO) ...... 18
Clima e condições meteorológicas médias do Uíge no ano todo. ......................................................... 18
4.3.CONDICIONANTES LEGAIS .................................................................................................. 21
4.4.PLANO DIRECTOR/LEGISLAÇÃO ........................................................................................ 21
4.5.NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÉNDIOS ............................................................... 21
4.6.NORMAS DE ACESSIBILIDADE ............................................................................................ 21
5.ANTEPROJECTO ARQUITECTÔNICO ......................................................................................... 22
5.1.HISTÓRIA DO MUNICÍPIO ..................................................................................................... 22
5.2.ANÁLISE DO ENTORNO ......................................................................................................... 23
5.12.Memoria Descritiva e Justificativa ............................................................................................ 23
5.12.1.Dados gerais do edifício ..................................................................................................... 23
5.12.2.Inserçao urbanística ............................................................................................................ 24
5.12.3.Soluçoes funcionais-socioespaciais .................................................................................... 25
5.12.4.Soluçoes de conforto ambiental ......................................................................................... 26
5.12.5.Sistema construtivo ............................................................................................................ 27
5.12.6.Instalaçoes prediais ............................................................................................................ 27
5.12.7.Sistema de protecção e combate contra incêndio ............................................................... 28
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 29
DEDICATÓRIA

A minha mãe e meus tios por esta dura jornada académica, estando eles próximos, pacientes,
disponíveis e participativos em prol das atividades realizadas com carácter educativo, palavras
não compensam tudo quanto deram em meu benefício, carinho mostrado em tempos em que
foi necessário nesta dura jornada académica.

i
AGRADECIMENTOS

À Deus pai Todo-Poderoso que me deu a vida e me manteve vivo com muita fé, força e
esperança para continuar focado num só objectivo e nunca desistir.

Aos me tios, Tubias Zua e Inês Carolina, a minha mãe Feliciana Panzo que levaram tudo de
forma séria e compreensível na realização do trabalho.

Aos meus familiares e amigos em especial a minha tia Izilda, meu tio Mayamona, meus
irmãos João da Rocha, Edna, e Avelino que tiveram a plena confiança em mim, e
contribuíram de diversas formas me motivando com as suas sugestões que foram muito
importantes.

A minha orientadora, Arq. Debora Fio pela sua disponibilidade, paciência, bondade, atenção,
amor, carinho, e pelos seus conhecimentos sistematizados que me sérvio de um grande apoio.

Aos professores do Instituto Médio Politécnico do Uíge, pelas suas experiências e


competências nas suas áreas de formação, que tudo fizeram para transmitir conhecimentos
que me serviu e servirão de suporte para a vida.

À todos que directa ou indirectamente contribuíram para a minha formação.

O meu muito obrigado.

ii
RESUMO

Com o objectivo de desenvolver um projecto de uma creche com acessibilidade


arquitectónica, face à escassez de creches com acessibilidade arquitectónica no município do
Uíge, desencadeou-se um estudo com recurso ao Levantamento de Referenciais Teóricos e
Projetuais, Diagnóstico da Área e Entorno imediato e o Estudo de caso, concretizados a partir
do processador de texto Microsoft Office Word, AutoCad, SkecthUp e a Maquete física que
permitiu a obtenção do prjecto de uma creche-Centro infantil educacional de 12 salas no
bairro catapa, numa área de 4800 m2, cuja a implementação colocará a disposição dos
habitantes do municipio do Uíge, uma Creche com acessibilidade arquitetônica que
proporcionará melhor inclusão de crianças com mobilidade condicionada.

Palavras-chave: Creche, Acessibilidade Arquitetônica, Município do Uíge.

iii
ABSTRACT

With the aim of developing a project for a daycare center with architectural accessibility,
given the economy of daycare centers with architectural accessibility in the municipality of
Uíge, a study was launched using the Survey of Theoretical and Design References, Diagnosis
of the Area and Immediate Surroundings and the Case study, carried out using the Microsoft
Office Word word processor, AutoCad, SkecthUp and the physical model that allowed
obtaining the project for a 12-room educational nursery-child center in the Catapa
neighborhood, in an area of 4800 m2, whose will implement, at the disposal of the inhabitants
of the municipality of Uíge, a kindergarten with architectural accessibility that will provide
the best inclusion of children with conditioned mobility.

Keywords: Nursery, Architectural Accessibility, Municipality of Uíge.

iv
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Planta estudo de caso ................................................................................................. 16


Figura 2 Perspectivas estudo de caso ....................................................................................... 17
Figura 3-Salas de aulas ............................................................................................................. 17
Figura 4-Local do terreno ......................................................................................................... 23

v
LISTA DE TABELAS

vi
LISTA DE ACRÓNIMOS

RGEU- Regulamento Geral das Edificações Urbanas

LBSEE- Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino

INE-Instituto Nacional de Estatísticas

SPDA – Sistema de proteção contra descargas atmosférica.

NBR- Norma Brasileira

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

ONU- Organização das Nações Unidas

FNLA- Frente Nacional de Libertação de Angola

vii
GLOSSÁRIO

Planta Baixa: é desenho técnico que representa uma visão de cima de uma construção,
mostrando a disposição e distribuição dos cómodos, paredes, portas, janelas e outros
elementos estruturais.

Renderização: é o processo que permite obter imagens digitais resultantes de modelos


tridimensionais, por meio de softwares específicos. Essas imagens visam simular ambientes
de forma foto realista, materiais, luzes, bem como objectos de um projrcto e de um modelo
3D.

AutoCad: projectos e desenhos auxiliados por computador(CADD), é uma tecnologia para


design e documentação técnica que substitui o desenho manual por um processo
automatizado.

SkectUp: é um software próprio para criação de modelos em 3D no computador

Cortes: é representação vertical da edificação, serve para mostrar os compartimentos internos


de um projecto, a altura do peitoril,tamanho das portas, entre outras informações que não
ficam aparentes na planta baixa.

Alçados: é a representação gráfica do edifício, obtido por projecção ortogonal num plano
vertical orientado segundo uma direcção seleccionada.

Rampas: são superfícies de piso, longitudinais ao caminhamento, com pelo menos 5% de


inclinação

Piso Tátil: superfície táctil ou pavimento táctil são faixas em alto relevo fixadas no chão para
fornecer auxilio na locomoção pessoal de deficientes visuais.

Braile: é um sistema de escrita táctil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão

viii
1.INTRODUÇÃO

1.1.ENQUADRAMENTO DO TEMA
A creche desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil e na promoção da
igualdade de oportunidades. Além de oferecer cuidados e atenção adequados às crianças
pequenas, as creches têm um impacto significativo no seu desenvolvimento cognitivo,
emocional e social. Elas contribuem para a formação de habilidades essenciais e fornecem um
ambiente seguro e estimulante para o crescimento saudável das crianças (Melhuish, 2010).

A acessibilidade arquitectónica é um tema de extrema importância quando se trata de garantir


a inclusão e a igualdade de oportunidades para todas as pessoas. Nas escolas infantis, em
particular, é fundamental assegurar que o ambiente físico seja acessível a todas as crianças,
independentemente de suas habilidades ou limitações (Sassaki, 2006)

A Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) define a Pré-Escola como sendo a
base da educação, que cuida da primeira infância, numa fase da vida em que se devem realizar
as acções de condicionamento e de desenvolvimento psico-motor, atende crianças dos três
meses aos seis anos de idade, compreendendo a Classe de Iniciação, dos cinco aos seis anos.

No contexto de Angola, o Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) desempenha


um papel crucial na definição das directrizes e normas relacionadas à acessibilidade
arquitectónica. O RGEU estabelece os requisitos técnicos para a construção de edifícios,
garantindo a segurança, a funcionalidade e a acessibilidade das estruturas urbanas.

De acordo com a Lei n.º 10/16: Lei das Acessibilidades, que estabelece as normas gerais,
condições e critérios para as pessoas com deficiência ou com mobilidade condicionada, diz
que a promoção da acessibilidade constitui um elemento fundamental para a qualidade de vida
das pessoas, sendo um meio imprescindível para o exercício dos direitos que são conferidos a
qualquer membro de uma sociedade, isso significa que a acessibilidade é um direito
constitucional e que todo mundo tem o direito de ir e vir, com autonomia, segurança e
conforto.

Essa mesma lei define acessibilidade como a possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de edificações, dos espaços,
mobiliários, equipamento urbano, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por
pessoa com deficiência ou com mobilidade condicionada, e define ainda Acessibilidade
arquitectónica, forma de acessibilidade sem barreiras ambientais físicas, nas residências, nos
edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos, nos meios de transporte individual
ou colectivo.

A arquitectura tem uma grande importância na criação de ambientes de ensino mais efectivos,
responsáveis por fornecer as condições físicas necessárias para que os ambientes frequentados
pelas crianças sejam locais onde é possível ter uma interacção divertida, que estimula a
criatividade e incentiva o desenvolvimento da personalidade e assim aumentando
consideravelmente o interesse da criança pelo aprendizado (Nascimento, 2012).

1
1.2.PROBLEMÁTICA
O município do Uíge apesar de possuir alguns espaços direccionados à educação infantil,
nota-se no casco urbano e periferias, escassez de creches com acessibilidade arquitectónica
para pessoas com mobilidade condicionada. Segundo dados do Censo Populacional de 2014,
o município conta com aproximadamente 581 835 (Quinhentos e Oitenta e Um Mil e
Oitocentos e Trinta e Cinco) habitantes e clama por mais ambientes com tal acessibilidade.

De acordo com Hershfield e McGuire (2016), a acessibilidade arquitectónica é uma questão


crucial nas creches, pois afecta directamente o acesso das crianças a espaços educativos e
recreativos. As barreiras arquitectónicas, como escadas sem corrimãos, portas estreitas e
banheiros inacessíveis, podem limitar a mobilidade e a participação de crianças com
deficiências físicas.

Face à problemática supracitada surge a seguinte indagação:

Como elevar o grau de creches arquitectonicamente acessíveis no município do Uíge?

1.3.JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA


A realização deste trabalho justifica-se pelo grande interesse e necessidade social do tema,
concepção arquitetônica de um espaço dedicado à educação infantil, como também pela busca
de boas soluções para esses espaços, considerando a importância de espaços com
acessibilidade, qualidade para lazer e recreação das crianças

De acodo com a Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) de Angola-Lei n.°
17/16 de 7 de Outubro-, ARTIGO 9° O Sistema de Educação e Ensino tem carácter universal,
pelo que, todos os indivíduos têm iguais direitos no acesso, na frequência e no sucesso escolar
nos diversos níveis de ensino, desde que sejam observados os critérios de cada Subsistema de
Ensino, assegurando a inclusão social a igualdade de oportunidades e a equidade, bem como a
proibição de qualquer forma de discriminação

De acordo com os dados do senso realizado pelo INE (RESULTADOS DEFINITIVOS DO


RECENSEAMENTO GERAL DA POPULAÇÃO E DA HABITAÇÃO DE ANGOLA,2014)
constatou-se que 2,5% da população é deficiente, corespondente a 656.258 pessoas com
deficiência em Angola, isto é, mais de meio milhão de pessoas, no entanto é possível
constatar o significativo número de pessoas que necessitam de espaços adequados capazes de
suprir suas distintas necessidades. Nesse contexto é de extrema importância projectar espaços
e edificações urbanas, tornando-os acessíveis e capazes de atender as demandas de toda a
população permitindo que todas as pessoas possam usufruir de forma digna e segura dos
espaços (CUNHA,2019), justificando assim, a necessidade de um projeto neste sentido

1.4.HIPOTESES
Escolas com ambientes acessíveis promovem a inclusão e o desenvolvimento pleno das
crianças com deficiência.

O aprendizado do aluno está relacionado com o conforto do ambiente.

2
Escolas que não possuem acessibilidade arquitectónica enfrentam desafios na inclusão de
crianças com deficiência.

Escolas com projectos arquitectónicos inclusivos beneficiam não apenas crianças com
deficiência, mas também toda a comunidade escolar.

Se for desenvolvido um projecto de uma creche com acessibilidade arquitectónica no


município do Uíge, então, se elevará o grau de creches arquitectonicamente acessíveis.

1.5.OBJECTIVOS GERAL E ESPECIFICOS.

OBJECTIVO GERAL.
Desenvolver um projecto de uma creche com acessibilidade arquitectónica no município do
Uíge.

OBJECTIVOS ESPECIFICOS.
1. Construir um embasamento teórico sobre a criação de espaços arquitetônicos
adequados e com acessibilidade;
2. Elaborar um projecto arquitetônico relevando as condicionantes locais como: entorno,
fatores bioclimáticos, legislação municipal;
3. Elaborar um programa de necessidades e fluxograma com o objetivo de tornar o
projeto com suas condições obrigatórias e satisfatórias;

1.6.METODOLÓGIA
Para ter melhor compreensão do trabalho, serão utilizados alguns artifícios metodológicos,
sendo estes:
Levantamento de Referenciais Teóricos e Projetuais: Coleta de informações voltadas ao tema
deste trabalho e, também, elementos arquitetônicos, na qual tem por finalidade obter as
informações necessárias para o entendimento do assunto e lançamento da proposta;
Diagnóstico da Área e Entorno imediato: Consiste no levantamento e análise de dados do
terreno, entorno e cidade - história, clima, acessos, mapa de usos, imagens fotográficas - com
a finalidade de ter um maior entendimento, para seguir com um programa de necessidades,
dimensionamento projetual e proposta de qualidades.
Estudo de caso: Análises e visita em estabelecimentos relacionados ao tema, para que se tenha
maior compreensão, conhecimento e informações.
Depois de entender melhor sobre o assunto, o espaço e quem vai utilizar esse espaço, iniciou-
se o desenvolvimento do projeto. Esta etapa foi dividida em duas fases: Pré projeto e Projeto.
A fase de pré projeto iniciou-se da definição do partido arquitetônico, diretrizes projetuais,
programa de necessidades, pré-dimensionamento e fluxogramas, seguida de, setorização,
organização espacial, e fluxos de carros e pedestres para entender as problemáticas do local
através croquis e programas de desenho e edição de imagens como AutoCAD, Sketchup e
Word. Após o melhor entendimento do terreno e seu entorno, começaram a ser desenvolvidas
alternativas de projeto. Após a escolha e desenvolvimento da melhor alternativa foi feito o
desenho técnico final, especificando disposições dos mobiliários, estrutura, cobertura e
esquadrias. As seguintes representações foram desenvolvidas: plantas, cortes, alçados e

3
perpectivas, feitos através do programa AutoCAD 2017. Em seguida o desenvolvimento da
maquete virtual através do programa Sketchup 2019, para representação e compreensão do
ambiente em 3D e para gerar imagens perspectivas do projeto, sendo algumas renderizadas
através do programa V-ray, a maquete física. E por último a elaboração do memorial
descritivo.

4
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

2.1.CONCEITOS
A creche é um espaço fundamental para o desenvolvimento das crianças nos primeiros anos
de vida, proporcionando cuidados, estímulos e aprendizado. No entanto, é essencial que as
creches sejam projetadas levando em consideração a acessibilidade arquitetônica, de modo a
garantir que todas as crianças, independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou
cognitivas, possam participar plenamente das atividades e se beneficiar do ambiente
educacional. Diversos conceitos são relevantes para compreender e promover uma creche de
qualidade. Neste contexto, destacam-se as seguintes abordagens e teorias:

A acessibilidade arquitetônica refere-se à criação de espaços físicos que possam ser usados
por todas as pessoas, independentemente de suas limitações. Essa abordagem é baseada no
princípio do design universal, que busca criar ambientes inclusivos desde o início, eliminando
barreiras e promovendo a igualdade de acesso.

Segundo Santoro (2012), a acessibilidade arquitetônica é uma dimensão fundamental para


garantir a inclusão e a participação social das pessoas com deficiência. Ele destaca que a falta
de acessibilidade pode limitar o acesso das crianças com deficiência às atividades
educacionais, restringindo seu desenvolvimento e sua interação com os demais colegas.

Um dos principais conceitos relacionados à acessibilidade arquitetônica em creches é a


adaptação dos espaços físicos. É importante que as salas de aula, áreas de recreação e demais
ambientes sejam projetados levando em consideração as necessidades de todas as crianças.
Por exemplo, é necessário garantir a presença de rampas ou elevadores para facilitar o acesso
de crianças em cadeiras de rodas ou com mobilidade reduzida. Além disso, é importante que
os corredores sejam amplos o suficiente para permitir a circulação livre e segura de todos.

De acodo com a Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino (LBSEE) de Angola-Lei n.° 17/16
de 7 de Outubro-, ARTIGO 9° O Sistema de Educação e Ensino tem carácter universal, pelo que,
todos os indivíduos têm iguais direitos no acesso, na frequência e no sucesso escolar nos diversos
níveis de ensino, desde que sejam observados os critérios de cada Subsistema de Ensino,
assegurando a inclusão social a igualdade de oportunidades e a equidade, bem como a proibição de
qualquer forma de discriminação.(Diário da República, p3994-3995)

Teoria Sociocultural de Vygotsky: Segundo Vygotsky, o desenvolvimento infantil ocorre por


meio das interações sociais e da participação em atividades culturais. Ele enfatiza a
importância dos adultos e dos pares na mediação do aprendizado das crianças. Conforme
Vygotsky (1978), "O desenvolvimento não pode ser separado do contexto social e cultural em
que ocorre".

Abordagem Construtivista de Piaget: Piaget defende que as crianças constroem seu


conhecimento ativamente, por meio de suas experiências sensoriais e interações com o
ambiente. Para ele, o aprendizado é um processo ativo e contínuo. Segundo Piaget (1975), "O
principal objetivo da educação é criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e não
simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram".

5
Pedagogia de Reggio Emilia: Originária da cidade italiana de Reggio Emilia, essa abordagem
enfatiza a importância do ambiente, das interações sociais e da expressão artística na
aprendizagem das crianças. A pedagogia de Reggio Emilia valoriza a curiosidade, a
autonomia e a participação ativa das crianças em seu próprio processo de aprendizado. Como
afirmam Edwards, Gandini e Forman (1998), "As crianças são vistas como construtoras de
conhecimento e têm a capacidade de expressar suas ideias e pensamentos por meio de muitas
'linguagens'".

Abordagem Holística: Essa perspectiva enfatiza o desenvolvimento integral das crianças,


contemplando aspectos físicos, cognitivos, emocionais e sociais. Segundo Rinaldi (2006), "A
educação deve abordar a criança como um todo, considerando seus diferentes aspectos e
necessidades".

Teoria Ecológica do Desenvolvimento de Bronfenbrenner: Essa teoria destaca a influência do


ambiente e das interações sociais no desenvolvimento infantil. Bronfenbrenner (1979)
argumenta que as crianças estão imersas em diferentes sistemas, como a família, a creche, a
comunidade, entre outros, e que todos esses sistemas interagem e influenciam o seu
desenvolvimento.

De acordo com Ferreira (2015), a adaptação dos espaços deve incluir também a utilização de
materiais e mobiliários adequados. Por exemplo, cadeiras e mesas com alturas ajustáveis
podem permitir que as crianças em cadeiras de rodas participem das atividades de forma
confortável e integrada. Da mesma forma, é necessário garantir a presença de equipamentos e
brinquedos adaptados, que possam ser utilizados por todas as crianças, promovendo a
interação e o desenvolvimento de habilidades motoras.

Outro aspecto importante é a sinalização adequada. É fundamental que as creches tenham


sinalizações visuais e táteis que orientem as crianças e auxiliem na sua autonomia. Isso inclui
placas com informações em Braille, pisos táteis e indicações visuais claras para os diferentes
espaços e áreas da creche.

Nesse contexto, a arquiteta Lopes (2018) destaca que a acessibilidade arquitetônica em


creches vai além das questões estruturais, englobando também a atenção aos detalhes e a
sensibilização dos profissionais que atuam nesses espaços. Os profissionais devem estar
preparados para lidar com a diversidade e promover a inclusão, adaptando suas práticas
pedagógicas e estimulando o respeito e a valorização das diferenças.

A acessibilidade arquitetônica é a condição para que as pessoas possam entrar, circular e utilizar
com segurança e autonomia os espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, promovendo a
igualdade de oportunidades e a inclusão social." (MIRANDA, 2015, p. 48)

Majumdar (2015) destaca que "a falta de acessibilidade arquitetônica nas creches pode
resultar em segregação e exclusão de crianças com necessidades especiais". Sem estruturas
adaptadas, essas crianças podem se sentir isoladas e enfrentar dificuldades em participar
plenamente das atividades com as outras crianças.

Segundo Earle e Garcia (2018), "a ausência de adaptações físicas adequadas nas creches pode
prejudicar o desenvolvimento global das crianças com necessidades especiais". A falta de
6
espaços adequados para a movimentação, o acesso limitado a materiais e brinquedos
adaptados e a falta de banheiros acessíveis podem comprometer a aprendizagem e o bem-estar
dessas crianças.

A importância da acessibilidade arquitetônica em creches também é ressaltada por Sandall,


Schwartz e Joseph (2017), que afirmam que "a criação de ambientes inclusivos e acessíveis é
fundamental para promover a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento pleno de todas
as crianças". Ambientes adaptados e estruturas acessíveis não apenas beneficiam crianças com
necessidades especiais, mas também criam um ambiente mais acolhedor e enriquecedor para
todas as crianças.

O Desenho Universal é um conceito que visa criar ambientes, produtos e serviços acessíveis e
utilizáveis por todas as pessoas, independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou
cognitivas. Ele busca eliminar barreiras e promover a inclusão, permitindo que todos tenham
igualdade de oportunidades e participação plena na sociedade (Enciclopédia Livre).

O Desenho Universal não se limita a adaptar produtos e ambientes existentes, mas busca
antecipar as necessidades e diversidades dos usuários desde a concepção inicial. Edward
Steinfeld, especialista em Desenho Universal, enfatiza que "o Desenho Universal é um
conceito baseado no entendimento de que a diversidade humana é uma constante e que o
design deve refletir essa realidade." (Steinfeld, 2012).

A inclusão social é um conceito fundamental para uma sociedade justa e igualitária, que busca
garantir a participação plena e igual de todos os indivíduos, independentemente de suas
características ou condições sociais. Ela envolve o reconhecimento e o respeito à diversidade,
promovendo a igualdade de oportunidades e o acesso aos direitos e recursos necessários para
o desenvolvimento humano (Enciclopédia Livre).

Um dos principais defensores da inclusão social é Amartya Sen, economista e filósofo


indiano, que afirma que "a inclusão social não é apenas um aspecto de justiça social, mas
também é crucial para o desenvolvimento humano." (Sen, 2000). Segundo Sen, a inclusão
social não se trata apenas de garantir o acesso a recursos materiais, mas também de promover
a liberdade e a capacidade de cada indivíduo realizar seu potencial.

2.2.EVOLUÇÃO HISTÓRICA SOBRE O TEMA


A evolução histórica do tema creche com acessibilidade arquitetônica é marcada por avanços
significativos no reconhecimento da importância da inclusão e da criação de ambientes
acessíveis para todas as crianças. Ao longo do tempo, diversas abordagens e perspectivas
contribuíram para essa evolução. A seguir, serão apresentados alguns marcos históricos e
referências relevantes nessa trajetória:

Necessidades das mães trabalhadoras: As creches surgiram como uma solução para as mães
que precisavam trabalhar fora de casa e não tinham condições de cuidar de seus filhos durante
esse período. Segundo Penn (2006), "as creches fornecem um ambiente seguro e confiável
para as crianças enquanto suas mães trabalham, permitindo que elas conciliem suas
responsabilidades profissionais com o cuidado parental".

7
Movimento de Educação Nova: No início do século XX, o Movimento de Educação Nova
influenciou a concepção e a organização das creches, valorizando a importância do ambiente
e do cuidado individualizado às crianças. Destacam-se as contribuições de Maria Montessori,
que defendia a ideia de uma educação baseada na liberdade e na autonomia da criança
(Montessori, 1912).

Movimento da Educação Infantil: No final do século XIX e início do século XX, surgiram
movimentos que reivindicavam a criação de espaços educacionais para crianças pequenas.
Destacam-se as contribuições de Froebel, que enfatizou o papel do brincar e da atividade
lúdica na educação infantil (Froebel, 1826).

Declaração Universal dos Direitos Humanos: A Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948 reforçou a importância da igualdade e da não discriminação, estabelecendo direitos
fundamentais para todas as pessoas, incluindo as crianças. A acessibilidade arquitetônica
como um direito passou a ser reconhecida nesse contexto (Organização das Nações Unidas,
1948).

Movimento pelos Direitos das Pessoas com Deficiência: A luta pelos direitos das pessoas com
deficiência impulsionou avanços significativos na acessibilidade arquitetônica, incluindo as
creches. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela
Assembleia Geral da ONU em 2006, destaca a importância de promover ambientes acessíveis
em todas as esferas da vida, incluindo a educação (Organização das Nações Unidas, 2006).

Legislação e Normas Técnicas: Em muitos países, a legislação e as normas técnicas passaram


a exigir a acessibilidade arquitetônica em creches e outros espaços públicos. Por exemplo,
aqui em Angola, Lei n.º 10/16: Lei das Acessibilidades, traz diretrizes para a acessibilidade
em edificações, incluindo as creches.

Pesquisas e Estudos: Diversos estudos e pesquisas têm contribuído para a compreensão da


importância da acessibilidade arquitetônica em creches. Autores como Santoro (2012) e
Ferreira (2015) destacam a necessidade de adaptação dos espaços físicos, a utilização de
materiais e mobiliários adequados, além da importância da formação dos profissionais para
lidar com a diversidade e promover a inclusão.

A evolução histórica do tema creche com acessibilidade arquitetônica reflete a crescente


conscientização sobre a importância da igualdade de acesso e oportunidades para todas as
crianças. Essa evolução é resultado de uma combinação de movimentos sociais, marcos
legais, normas técnicas e pesquisas que buscam promover um ambiente inclusivo e acessível
para o desenvolvimento infantil.

2.3.TIPOLOGIAS
As creches desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil, proporcionando
cuidado e educação para crianças em idade pré-escolar. Ao longo do tempo, diferentes
abordagens e tipologias de creche surgiram, refletindo a evolução das teorias e práticas
educacionais. Neste texto, exploraremos algumas dessas tipologias:

8
Creche tradicional: A creche tradicional é caracterizada por uma abordagem que prioriza o
cuidado básico e a supervisão das crianças. Nesse modelo, o foco está na satisfação das
necessidades básicas, como alimentação, higiene e segurança. Segundo Bruner (1977), "as
creches tradicionais têm como objetivo principal a proteção e o conforto das crianças,
garantindo-lhes um ambiente seguro".

Creche pedagógica: A creche pedagógica vai além do cuidado básico e enfatiza a dimensão
educativa. Nesse modelo, os educadores planejam atividades que estimulam o
desenvolvimento cognitivo, motor, socioafetivo e linguístico das crianças. Segundo Vygotsky
(1978), "a creche pedagógica deve ser um ambiente que proporcione desafios e oportunidades
de aprendizado, promovendo o desenvolvimento das habilidades infantis".

Creche Montessoriana: A abordagem montessoriana na creche, desenvolvida por Maria


Montessori, valoriza a autonomia e a independência das crianças. Nesse modelo, o ambiente é
projetado para permitir a livre escolha de atividades e o desenvolvimento das habilidades
motoras e cognitivas por meio do uso de materiais educativos específicos. Segundo
Montessori (1912), "a creche montessoriana busca criar um ambiente rico em estímulos, onde
as crianças possam explorar e aprender por si mesmas".

Creche Waldorf: A creche Waldorf baseia-se nos princípios da pedagogia de Rudolf Steiner.
Nesse modelo, a ênfase está na valorização do desenvolvimento integral da criança,
contemplando aspectos físicos, emocionais e espirituais. A creche Waldorf proporciona um
ambiente acolhedor, com atividades artísticas e lúdicas, que visam estimular a imaginação e a
criatividade. Segundo Steiner (1907), "a creche Waldorf busca cultivar a individualidade e a
expressão livre da criança, por meio de uma abordagem holística de educação".

Após esta apresentação dos tipos de creches eu escolho o modelo da creche pedagógica, por
ser uma modelo que visa estimular o desenvolvimento cognitivo, motor, socioafetivo e
linguístico das crianças e por ser a que mais se adequa a nossa realidade.

2.4.IMPACTO SOCIAL
No contexto das creches em Angola, a adoção de práticas de acessibilidade arquitetônica tem
um impacto social significativo. Neste texto, exploraremos o impacto social da creche com
acessibilidade arquitetônica em Angola.

Inclusão de Crianças com Deficiência: A creche com acessibilidade arquitetônica desempenha


um papel fundamental na inclusão de crianças com deficiência em Angola. Segundo Silva
(2018), "a adoção de medidas de acessibilidade nas creches permite que crianças com
deficiência participem plenamente das atividades educacionais e sociais, promovendo seu
desenvolvimento e proporcionando uma experiência inclusiva".

Empoderamento das Famílias: A creche com acessibilidade arquitetônica empodera as


famílias de crianças com deficiência, oferecendo um ambiente seguro e acolhedor. De acordo
com Amado (2015), "a acessibilidade arquitetônica nas creches proporciona às famílias um
sentimento de segurança e tranquilidade, permitindo que confiem na qualidade do cuidado e
educação oferecidos, além de promover sua participação ativa no processo educativo".

9
Empoderamento das Mulheres: A creche desempenha um papel importante no
empoderamento das mulheres angolanas, permitindo que elas participem ativamente da força
de trabalho. Segundo Miescher (2011), "a disponibilidade de creches confiáveis e acessíveis
permite que as mulheres trabalhem fora de casa, aumentando sua independência econômica e
seu papel na sociedade".

Sensibilização e Conscientização: A creche com acessibilidade arquitetônica desempenha um


papel importante na sensibilização e conscientização da sociedade em relação às necessidades
das pessoas com deficiência. Segundo Miranda (2019), "a visibilidade da acessibilidade nas
creches cria oportunidades para a sensibilização da comunidade em geral, promovendo uma
cultura de respeito, inclusão e valorização da diversidade".

Impacto no Desenvolvimento Social: A creche com acessibilidade arquitetônica tem um


impacto positivo no desenvolvimento social das crianças, promovendo interações inclusivas e
enriquecedoras. De acordo com Costa (2020), "a acessibilidade nas creches permite que as
crianças com deficiência sejam vistas como membros ativos da comunidade, facilitando a
construção de amizades, o desenvolvimento de habilidades sociais e a valorização da
diversidade".

Redução da Pobreza e Desigualdade: A creche desempenha um papel significativo na redução


da pobreza e da desigualdade social em Angola. Segundo Monteiro (2016), "a creche oferece
oportunidades iguais de acesso à educação e cuidado infantil, independentemente do status
socioeconômico das famílias, contribuindo para a redução das desigualdades e para a
promoção da equidade".

2.5.IMPACTO AMBIENTAL
A preservação do meio ambiente é um desafio global e a conscientização sobre o impacto
ambiental das construções tem se tornado cada vez mais importante. Em Angola, as creches
desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil, mas é essencial considerar o
impacto ambiental dessas instituições.

Construções sustentáveis para reduzir o impacto ambiental

A construção sustentável é essencial para minimizar os impactos negativos no meio ambiente. As


creches devem ser projetadas considerando a eficiência energética, o uso de materiais sustentáveis
e a gestão adequada de resíduos. (Autor: United Nations Environment Programme, Relatório
Global de Construções Sustentáveis)

Preservação dos recursos naturais e ecossistemas "As creches devem ser construídas levando
em conta a preservação dos recursos naturais locais, como a água e a vegetação. A
implementação de sistemas de captação de água da chuva e o uso de paisagismo sustentável
podem contribuir para a conservação dos ecossistemas locais." (Autor: United Nations
Development Programme, Guia de Construção Sustentável)

Redução das emissões de gases de efeito estufa "As creches podem adotar medidas para
reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como a utilização de fontes de energia
renovável, o uso de isolamento térmico eficiente e a promoção de práticas de transporte

10
sustentável para os funcionários e famílias." (Autor: World Green Building Council, Relatório
sobre Eficiência Energética em Edifícios)

Educação ambiental nas creches "As creches têm um papel importante na educação ambiental
das crianças. Ao incorporar práticas sustentáveis no dia a dia da creche, como a separação
adequada dos resíduos e o estímulo à conservação dos recursos naturais, é possível promover
a consciência ambiental desde a infância." (Autor: United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization, Guia de Educação Ambiental).

2.6.IMPACTO ECONÓMICO
Além do seu impacto social e ambiental, as creches também possuem um impacto econômico
significativo. Essas instituições desempenham um papel fundamental na promoção do
desenvolvimento econômico, tanto a curto quanto a longo prazo.

Estímulo à participação econômica das famílias "Ao fornecer serviços de creche de qualidade,
as famílias têm a oportunidade de participar plenamente na força de trabalho, contribuindo
para o crescimento econômico do país. O acesso à creche permite que os pais trabalhem e
aumentem sua renda, impulsionando o desenvolvimento econômico." (Autor: World Bank,
Relatório sobre Desenvolvimento Mundial)

Geração de empregos no setor de cuidado infantil "A expansão das creches em Angola
implica na criação de novos empregos no setor de cuidado infantil. Desde professores e
assistentes de creche até funcionários de apoio administrativo, o setor de creches oferece
oportunidades de trabalho e contribui para a redução do desemprego." (Autor: United Nations
Children's Fund, Relatório sobre o Estado Mundial da Infância)

Desenvolvimento de habilidades e capital humano "Investir em creches de qualidade resulta


no desenvolvimento de habilidades e no capital humano da próxima geração. Isso contribui
para a formação de uma força de trabalho qualificada e produtiva no futuro, impulsionando o
crescimento econômico sustentável." (Autor: James Heckman, Prêmio Nobel de Economia)

Estímulo ao empreendedorismo e crescimento de setores relacionados "A expansão das


creches também cria oportunidades para o empreendedorismo, como a abertura de creches
privadas e o desenvolvimento de indústrias relacionadas, como a produção de alimentos para
crianças e a fabricação de brinquedos educativos. Isso estimula o crescimento de setores
econômicos complementares." (Autor: International Finance Corporation, Estudo sobre o
Setor de Cuidados Infantis)

2.7.LEGISLAÇÃO
Lei n.º 10/16: Lei das Acessibilidades, que estabelece as normas gerais, condições e critérios
para as pessoas com deficiência ou com mobilidade condicionada.

Artigo 1º (Objecto)

A presente Lei estabelece as normas gerais, condições e critérios para as pessoas com
deficiência com mobilidade condicionada.

11
ARTIGO 2.º (Âmbito de aplicação)

1. A presente Lei é aplicável à acessibilidade sobre:

a) Os espaços interiores e exteriores, mediante a eliminação de barreiras arquitectónicas nos


edifícios, espaços e equipamentos urbanos;

b) À circulação e utilização de rede de transportes públicos, transportes especiais e outros


meios de transporte apropriados;

c) À informação e comunicação sem barreiras;

d) À relação interpessoal sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações;

e) À utilização, sem barreiras, dos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo, trabalho,


saúde, lazer e de recreação;

f) À utilização sem barreiras dos métodos e técnicas de estudo, de trabalho, de acção


comunitária e de educação dos filhos

2. As condições de acessibilidade a satisfazer no projecto e na construção de espaços


públicos, equipamentos colectivos e edifícios públicos e habitacionais, previstas no presente
Diploma, aplicam-se às instalações e respectivos espaços circundantes da administração
pública e do sector privado.

ARTIGO 4.º (Princípios gerais)

A Lei da Acessibilidade assenta nos seguintes princípios:

a) Respeito pela dignidade humana;

b) Respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiência e/ou com mobilidade
condicionada

c) Efectiva participação e inclusão de todos na vida social;

d) Não discriminação;

e) Pleno Exercício dos direitos e Liberdades fundamentais

ARTIGO 5.º (definições)

mm) «Percurso acessível», trajecto contínuo, desobstruído e sinalizado, que permite a


interligação entre os ambientes externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser
utilizado de frma autónoma e segura por todas as pessoas, independentemente da sua
condição de deficiência ou mobilidade condicionada ou reduzida. O percurso acessível
externo pode incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de travessia de peões,
rampas, etc. O percurso acessível interno pode incorporar portas, corredores, pisos, rampas,
escadas, elevadores, etc;

12
xx) «Rampa», inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido do percurso.
Consideram-se rampas acessíveis aquelas com declividade até 6%;

ARTIGO 7.º (Edifícios públicos ou privados destinados ao uso colectivo)

1. A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso


colectivo devem ser executadas de modo a que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida.

2.Para fins do disposto neste artigo, na construção, ampliação ou reforma de edifícios


públicos ou privados destinados ao uso colectivo devem ser observados os seguintes
requisitos mínimos de acessibilidade:

a) A existência de áreas externas ou internas a edificação, destinadas à garagem e ao


estacionamento de uso público, reserva com vagas próximas dos acessos de circulação de
peões, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas com deficiência ou
dificuldade de locomoção

b)Acesso ao interior da edificação livre de barreiras arquitectónicas e de obstáculos que


impeçam ou dificultem a acessibilidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade
reduzida;

c) a existência de itinerários que comuniquem horizontal e verticalmente todas as


dependências e serviços do edifício, entre si e com o exterior, com requisitos de acessibilidade
a que se refere a presente Lei;

d) Existência de edifícios com pelo menos um sanitário acessível, distribuindo-se os seus


equipamentos e acessórios de maneira que possam ser utilizados por pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida.

3. As condições referidas no número anterior, aplicam-se também aos edifícios,


estabelecimentos e equipamentos de utilização pública e via pública.

ARTIGO 10.º (Parques de diversões) Os parques de diversões, públicos e privados, devem


adaptar, no mínimo, 5% de cada brinquedo e equipamento para para facilitar a sua utilização
por pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, tanto quanto tecnicamente possível.

ARTIGO 27.º (Planos de estudos e programas de ensino)

ARTIGO 29.º (Colocação em edifícios)

É obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Acessibilidade em edifícios: a) Que


ofereçam condições de acesso natural ou por meio de rampas construidas com as
especificações contidas na presente Lei;

b) Cujas formas de acesso e circulação não estejam impedidadas as pessoas com deficiência
ou com mobilidade condicionada, em virtude da existência de degraus, soleiras e demais
obstáculos que dificultem a sua locomoção;

13
c) Que tenham porta de entrada e de acesso a espaços principais de acordo com a função; d)
Que tenham corredores ou passagens com largura mínima de 120cm (cento e vinte
centímetros);

e) Que tenham elevador cuja largura da porta seja, no mínimo, de 90cm (noventa
centímetros); f) Que tenham instalações sanitárias apropriados ao uso de pessoas com
deficiência ou mobilidade condicionada.

ARTIGO 30.º (Identificação de serviços)

1. O Símbolo Internacional de Acessibilidade é colocado para identificação de serviços cujo


o uso seja comprovadamente adequado ao adaptado ás pessoas com deficiência.

2. Nos termos do disposto no artigo 29.º e no número anterior, é obrigatório a colocação de


símbolo para a identificação dos seguintes locais e serviços, de entre outros de interesse
comunitário:

a) Sede dos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial, bem como suas
representações nas províncias, municípios, distritos e comunas;

b) Instalações onde funcionam órgãos ou entidades públicas, quer sejam de administração ou


de prestação de serviços;

c) Edifícios residenciais, comerciais ou de escritórios;

d) Estabelecimentos de ensino em todos os níveis;

e) Hospitais, clínicas e demais estabelecimentos do género:

f) Bibliotecas; g) Supermercados, centros comerciais e lojas;

h) Edifícios destinados ao lazer, tais como estádios, cinemas, clubes, teatros e parques
recreativos;

i) Auditórios para convenções, congressos e conferências;

j) Estabelecimentos bancários;

k) Estabelecimentos de restauração e prestadores de serviços análogos;

l) Estabelecimentos hoteleiros e meios complementares de alojamento turístico;

m) Sindicatos e associações profissionais;

n) Terminais aeroportuários, marítimos, rodoviários e ferroviários;

o) Igrejas e demais templos religiosos;

p) Cartórios Notariais e Conservatórias;

14
q) Todos os veículos de transporte colectivo, que possibilitem o acesso e que ofereçam vagas
adequadas para à pessoa com deficiência ;

r) Veículos que sejam conduzidos por pessoas com deficiência ou que possam transporta;

s) Locais e respectivas vagas para estacionamento, as quais devem ter largura útil não inferior
a 2,5m (dois metros e meio);

t) Instalações sanitárias compatíveis com o uso da pessoa com deficiência e a mobilidade da


sua cadeira de rodas;

u) Elevadores cuja abertura da porta tenha, no mínimo, 90cm (noventa centímetros) e de


dimensões internas mínimas de 110cm x 140cm (cento e dez centímetros por cento e quarenta
centímetros);

v) Telefones com altura máxima do receptáculo de moedas ou ranhura para cartão, bem como
o painel de marcação de números, a uma altura do piso compreendida entre 1m e 1,30m (um
metro e um metro e trinta centímetros), que utilizem números do teclado com referência táctil
e em Braille, e estejam localizados junto de um percurso acessível;

w) Bebedouros adequados;

x) Vias e logradouros públicos que configurem rota de trajecto possível e elaborado para a
pessoa com deficiência ou com mobilidade condicionada

y) Serviços de pagamento de produtos de telecomunicações, nos serviços de voz e de dados;

z) Terminais de telecomunicações, fundamentalmente nos computadores (Hardwares).

1. O sistema de educação deve garantir a inclusão, nos cursos de formação de professores e


nos níveis básico, médio e superior, do ensino da Língua Gestual Angolana, como parte
integrante dos planos de estudos e programas de ensino.

No contexto internacional, diversos documentos e convenções podem influenciar a legislação


nacional. Por exemplo, a Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações
Unidas (ONU) é um tratado importante que estabelece os direitos das crianças, incluindo o
direito à educação de qualidade e ao desenvolvimento integral.

15
3.REFERÊNCIAS PROJECTUAIS
O processo de escolha do referencial arquitectónico considerou as seguintes características:
uso de cores; solários, ambientes com acessibilidade, a ligação suave entre os banheiros e
salas de aulas, forma com pátio central ou semi pátio. Assim foi escolhido o projecto
proinfancia tipo 2 por representar muito bem essas ideias.

3.1.ESTUDO DE CASO
Este é um projecto oriundo do governo brasileiro chamado Programa proinfancia, que busca
melhorar a qualidade da infraestrutura e do ambiente educacional nas creches e pré-escolas
públicas do país. O programa foi lançado em 2007 e já passou por diversas fases e
actualizações desde então.

O proinfancia tem como objectivo principal promover a educação de qualidade na primeira


infância, garantindo espaços adequados e seguros para o desenvolvimento das crianças. O
programa é voltado para construção, reforma e ampliação de unidades de educação infantil.

É um projecto que tem uma conexão interessante entre as salas de aulas e solários, salas de
aulas e banheiros, presença de banheiros acessíveis a pessoas com deficiência ou mobilidade
condicionada e uma boa ligação entre berçários e salas de amamentação

Figura 1 Planta estudo de caso

16
Quanto a volumetria, as escolas de Ensino Infantil do Tipo 2 são térreas e possuem 2 blocos
distintos, sendo eles: bloco A, bloco B. Os 02 blocos juntamente com o pátio coberto são
interligados por circulação coberta. Na área externa estão o playground, jardins, o castelo
d’água e a área de estacionamento. Utilizando formas geométricas e cores azul, amarelo, e
vermelho, tornando-o de carácter carater infantil, possui uma linguagem arquitectónica
simples, telhado de duas águas com platibanda.

Fonte:www.olinda.pe.gov.br

Figura 2 Perspectivas estudo de caso

Tendo boa entrada de iluminação nos ambientes.

Fonte:www.orzil.org

Figura 3-Salas de aulas

17
4.CONDICIONANTES PROJECTUAIS/CONTEXTUALIZAÇÃO DA
ÁREA/ANÁLISE DA ÁREA.

4.1.CARACTERISTÍCAS DO TERRENO
A análise das características de um terreno desempenha um papel fundamental no processo de
planejamento e desenvolvimento de projetos. Compreender as particularidades e
peculiaridades do terreno é essencial para tomar decisões informadas e efetivas na concepção
de empreendimentos imobiliários, agrícolas e de infraestrutura.

O terreno está localizado próximo a demanda, apresenta baixa declividade tem abastecimento
de água e energia eléctrica da rede pública, não se notou nenhum obstáculo não removível.

4.2.CONDICIONANTES AMBIENTAIS/CLIMÁTICAS (VENTILAÇÃO E


INSOLAÇÃO)
A importância das condicionantes ambientais e climáticas é amplamente reconhecida no
campo da arquitetura e do urbanismo. Como afirmou o arquiteto e urbanista Le Corbusier, "O
sol é o único arquiteto. A luz é o único elemento da arquitetura" (Le Corbusier, 1923).
Compreender e aplicar princípios de ventilação e insolação na concepção de projetos
arquitetônicos e urbanísticos contribui não apenas para o conforto humano, mas também para
a sustentabilidade ambiental.

Portanto, as condições ambientais e climáticas, incluindo a ventilação e a insolação, são


elementos fundamentais na criação de ambientes saudáveis, confortáveis e energeticamente
eficientes. Ao considerar esses aspectos desde o início do processo de planejamento e projeto,
é possível promover espaços que atendam às necessidades humanas, respeitem o meio
ambiente e contribuam para uma melhor qualidade de vida.

Abaixo serão apresentados dados clímáticos obtidos atravez do Weather Spark que dá
Relatórios meteorológicos detalhados que dão a você a visão completa do clima típico de
qualquer localidade.

Clima e condições meteorológicas médias do Uíge no ano todo.


No Uíge, a estação com precipitação é morna, abafada e de céu encoberto; a estação seca é
quente e de céu parcialmente encoberto. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 15
°C a 32 °C e raramente é inferior a 13 °C ou superior a 34 °C (weather spark)

Temperatura média no Uíge

A estação quente permanece por 2,2 meses, de 29 de julho a 4 de outubro, com temperatura
máxima média diária acima de 31 °C. O mês mais quente do ano em Uíge é setembro, com a
máxima de 32 °C e mínima de 18 °C, em média.

A estação fresca permanece por 3,3 meses, de 10 de novembro a 21 de fevereiro, com


temperatura máxima diária em média abaixo de 28 °C. O mês mais frio do ano em Uíge
é julho, com a máxima de 15 °C e mínima de 30 °C, em média.

Ventos

18
Esta seção discute o vetor médio horário de vento (velocidade e direção) em área ampla a 10
metros acima do solo. A sensação de vento em um determinado local é altamente dependente
da topografia local e de outros fatores. A velocidade e a direção do vento em um instante
variam muito mais do que as médias horárias.

A velocidade horária média do vento em Uíge passa por variações sazonais pequenas ao
longas do ano.

A época de mais ventos no ano dura 5,0 meses, de 4 de maio a 6 de outubro, com velocidades
médias do vento acima de 7,2 quilômetros por hora. O mês de ventos mais fortes em Uíge
é agosto, com 8,1 quilômetros por hora de velocidade média horária do vento.

A época mais calma do ano dura 7,0 meses, de 6 de outubro a 4 de maio. O mês de ventos
mais calmos em Uíge é novembro, com 6,1 quilômetros por hora de velocidade média horária
do vento.

A direção média horária predominante do vento em Uíge varia durante o ano.

O vento mais frequente vem do leste durante 3,3 meses, de 9 de abril a 17 de julho, com
porcentagem máxima de 63% em 12 de maio. O vento mais frequente vem do sul durante 3,6
semanas, de 17 de julho a 11 de agosto, com porcentagem máxima de 41% em 6 de agosto. O
vento mais frequente vem do oeste durante 7,9 meses, de 11 de agosto a 9 de abril, com
porcentagem máxima de 62% em 1 de janeiro.

Sol

A duração do dia em Uíge não varia significativamente durante o ano, cerca de 34 minutos a
mais ou a menos de 12 horas no ano inteiro. Em 2023, o dia mais curto é 21 de junho, com 11
horas e 41 minutos de luz solar. O dia mais longo é 22 de dezembro, com 12 horas e 34
minutos de luz solar.

O dia em que o sol nasce mais cedo é 15 de novembro, às 05:30. O nascer do sol mais
tarde ocorre 44 minutos depois, às 06:14 em 16 de julho. O dia em que o sol se põe mais
cedo é 25 de maio, às 17:48. O dia em que o sol se põe mais tarde ocorre 38 minutos depois,
às 18:26 em 30 de janeiro.

Chuva

Para demonstrar a variação entre os meses e não apenas os totais mensais, mostramos a
precipitação de chuva acumulada durante um período contínuo de 31 dias ao redor de cada dia
do ano. Uíge tem variação sazonal extrema na precipitação mensal de chuva.

O período chuvoso do ano dura 9,4 meses, de 31 de agosto a 11 de junho, com precipitação de
chuva de 31 dias contínuos mínima de 13 milímetros. O mês mais chuvoso em Uíge
é novembro, com média de 210 milímetros de precipitação de chuva.

O período sem chuva do ano dura 2,6 meses, de 11 de junho a 31 de agosto. O mês menos
chuvoso em Uíge é julho, com média de 1 milímetro de precipitação de chuva.

19
Umidade

Baseamos o nível de conforto de umidade no ponto de orvalho, pois ele determina se a


transpiração vai evaporar da pele e, consequentemente, esfriar o corpo. Pontos de orvalho
mais baixos provocam uma sensação de mais secura. Pontos de orvalho mais altos provocam
uma sensação de maior umidade. Diferente da temperatura, que em geral varia
significativamente do dia para a noite, o ponto de orvalho tende a mudar mais lentamente.
Assim, enquanto a temperatura pode cair à noite, um dia abafado normalmente é seguido por
uma noite abafada.

Uíge tem variação sazonal extrema na sensação de umidade.

O período mais abafado do ano dura 8,2 meses, de 24 de setembro a 1 de junho, no qual o
nível de conforto é abafado, opressivo ou extremamente úmido pelo menos em 24% do
tempo. O mês com mais dias abafados em Uíge é março, com 27,9 dias abafados ou pior.

O mês com menos dias abafados em Uíge é julho, com 0,3 dia abafados ou pior. Terminam
aqui os dados fornecidos pelo Weather Spark.

O município do Uíge, localizado na província de mesmo nome em Angola, apresenta


particularidades climáticas que impactam diretamente as condições ambientais e o conforto
térmico dos espaços construídos. Buscarei abordar a influência da ventilação e insolação
como condicionantes ambientais na região, destacando a importância de considerá-las no
processo de planejamento e projeto.

Características Climáticas do Uíge: O município do Uíge possui um clima tropical úmido,


com temperaturas médias elevadas ao longo do ano e uma estação chuvosa bem definida.
Essas características climáticas impactam diretamente as necessidades de ventilação e
insolação nos espaços construídos.

A ventilação adequada é essencial para garantir a renovação do ar, o conforto térmico e a


qualidade do ambiente interior. No Uíge, devido às altas temperaturas e à umidade relativa do
ar, estratégias de ventilação natural, como o uso de aberturas estrategicamente posicionadas,
sombreadores e correntes de ar, são fundamentais para promover o conforto e minimizar o uso
de sistemas de climatização artificial.

A insolação correta é crucial para aproveitar a iluminação natural, reduzir a dependência de


iluminação artificial e proporcionar conforto visual aos ocupantes dos espaços. No Uíge, é
importante considerar a orientação dos edifícios, a presença de elementos sombreadores
naturais e a localização de janelas e aberturas para aproveitar ao máximo a luz solar e
minimizar o ganho de calor excessivo.

Considerações no Planejamento e Projeto: O conhecimento das condicionantes ambientais,


como ventilação e insolação, deve ser aplicado no planejamento e projeto de edifícios e
espaços urbanos no município do Uíge. Estratégias de design bioclimático, como o uso de
materiais adequados, sombreamento inteligente e disposição correta de aberturas, podem

20
contribuir para um ambiente construído mais sustentável, confortável e energeticamente
eficiente.

4.3.CONDICIONANTES LEGAIS

4.4.PLANO DIRECTOR/LEGISLAÇÃO
Enquanto instrumento de gestão e controlo operativo, o PDM revela-se crucial para um
crescimento coerente, sustentável e equitativo das populações e do território em geral. O PDM
do Uíge começou por ser elaborado através do levantamento de informação de vários níveis e
fontes, para que se pudesse ter um conhecimento mais profundo da realidade local, e com o
qual se pudessem diagnosticar os principais problemas, carências e potencialidades do
Município. O entendimento da vocação do Uíge como pólo administrativo e territorial da
zona norte de Angola pode vir a revelar-se estratégia fundamental para o futuro deste
território.

4.5.NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÉNDIOS


Decreto Presidencial n.º 195/11: Estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndios
em edifícios

4.6.NORMAS DE ACESSIBILIDADE
As normas de acessibilidade desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão e
igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades
físicas, sensoriais ou cognitivas. Esse campo tem evoluído significativamente nas últimas
décadas, impulsionado pelo reconhecimento dos direitos humanos e pela conscientização
sobre a importância de criar ambientes acessíveis.

As normas de acessibilidade surgiram como resposta à exclusão sistemática de pessoas com


deficiência em diversos aspectos da vida. Elas visam eliminar barreiras físicas,
comunicacionais e atitudinais, possibilitando a participação plena e efetiva de todos.

Com base a Lei n.º 10/16: Lei das acessibilidade a cessibilidade é definida como “Condição
para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas
e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida”.

O projeto arquitetônico baseado nessa lei e na norma ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, prevê além dos espaços com
dimensionamentos adequados, todos os equipamentos de acordo com o especificado na
norma, tais como: barras de apoio, equipamentos sanitários, sinalizações visuais e táteis.
Tendo em vista a legislação vigente sobre o assunto, o projeto prevê:

• Rampa de acesso, que deve adequar-se à topografia do terreno escolhido;

• Piso tátil direcional e de alerta perceptível por pessoas com deficiência visual;

• Sanitários para adultos (feminino e masculino) portadores de necessidade especiais;

21
• Sanitário para crianças portadoras de necessidades especiais. Observação: Os sanitários
contam com bacia sanitária específica para estes usuários, bem como barras de apoio nas
paredes e nas portas para a abertura / fechamento de cada ambiente.

5.ANTEPROJECTO ARQUITECTÔNICO

5.1.HISTÓRIA DO MUNICÍPIO
O município do Uíge, situado na província de mesmo nome em Angola, possui uma história
rica e diversificada que remonta a séculos atrás. A cidade do Uíge é a capital da província e
desempenhou um papel importante no desenvolvimento político, social e econômico da
região.

O Uíge tem suas origens em tempos pré-coloniais, com a presença de diferentes grupos
étnicos, como os bakongo e os umbundu. Durante o período colonial português, o município
do Uíge teve um desenvolvimento significativo, impulsionado pela exploração agrícola e
pelos recursos naturais da região.

Segundo o historiador José Redinha, "O Uíge foi um dos pontos de concentração da economia
colonial, destacando-se pela produção de café e pela existência de grandes propriedades
agrícolas. Essa atividade agrícola trouxe uma dinâmica econômica e social para a região"
(Redinha, 2003).

Durante o processo de luta pela independência de Angola, o município do Uíge teve um papel
importante como um dos centros de resistência contra o domínio colonial. A Frente Nacional
de Libertação de Angola (FNLA), um dos movimentos de libertação, teve forte presença na
região, e o Uíge foi palco de importantes eventos históricos durante essa época.

Além disso, a cidade do Uíge é conhecida por sua riqueza cultural e artística. A literatura
angolana teve representantes importantes originários do município, como Ruy Duarte de
Carvalho, que descreveu poeticamente a história e a cultura do Uíge em sua obra "Vou lá
visitar pastores" (Carvalho, 2010).

A história do município do Uíge é uma parte essencial da história de Angola, e como destacou
o escritor e primeiro presidente de Angola, Dr.António Agostinho Neto: "O Uíge é um reflexo
da diversidade cultural e da luta pela liberdade que caracteriza todo o povo angolano. É um
símbolo da nossa identidade como nação" (Neto, 1978).

Em síntese, o município do Uíge possui uma história marcante, desde suas origens pré-
coloniais até sua participação na luta pela independência de Angola. Sua importância
econômica, sua riqueza cultural e a contribuição de seus escritores e intelectuais tornam o
Uíge um local de grande significado na história do país.

O Uíge é um município que vem se expandindo e aumentando a sua população. Com esse
crescimento, aumenta também a necessidade de equipamentos para atender a esta população.

22
5.2.ANÁLISE DO ENTORNO
A análise do entorno de um terreno envolve a avaliação de diversos aspectos, como a
topografia, a vegetação, a infraestrutura, o uso do solo, a acessibilidade, o contexto cultural e
histórico, entre outros. Essa análise permite identificar oportunidades e restrições que podem
influenciar o projeto, bem como compreender as demandas e necessidades da comunidade
local.

Catapa é um bairro do município do Uíge que vem se expandindo e aumentando sua


população. Com esse crescimento aumenta também a necessidade de equipamentos para
atender a esta população, como creche pública. O terreno foi escolhido por estar estar na via
pública, por ser do estado, e um possível local para a construção de algum equipamento
público. Ele se localiza próximo ao hospital do Catapa numa rua asfaltada, possui 80 metros
de frente (comprimento) voltado na posição nordeste, por 60 metros de largura.

O terreno em questão, no lado norte está localizado o hospital do Catapa, a escola do Catapa á
aproximadamente 400 metros do terreno e o conjunto habitacional, no noroeste o parlamento,
no este o pavilhão multiuso á aproximadamente 700 metros, o lado oeste e sul com vários
terrenos vazios e algumas plantações

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

Figura 4-Local do terreno

5.12.Memoria Descritiva e Justificativa

5.12.1.Dados gerais do edifício


O Projeto, desenvolvido para o bairro Catapa, tem capacidade de atendimento de até 368
crianças, em dois turnos (matutino e vespertino), ou 184 crianças em período integral. As
escolas de educação infantil são destinadas a crianças na faixa etária de 0 a 6 anos e 11 meses,
distribuídos da seguinte forma:

Creche - para crianças de 0 até 3 anos e 11 meses de idade, sendo:

• Creche I – 0 até 11 meses

• Creche II – 1 ano até 1 ano e 11 meses

• Creche III – 2 anos até 3 anos e 11 meses

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Pré-escola – para crianças de 4 até 6 anos e 11 meses de idade O partido arquitetônico
adotado foi baseado nas necessidades de desenvolvimento da criança, tanto no aspecto físico,
psicológico, quanto no intelectual e social. Foram levadas em consideração as diversidades
que temos no país, fundamentalmente em aspectos ambientais, geográficos e climáticos, em
relação às densidades demográficas, os recursos socioeconómicos e os contextos culturais de
cada local, de modo a propiciar ambientes com conceitos inclusivos, aliando as características
dos ambientes internos e externos (volumetria, formas, materiais, cores, texturas) com as
práticas pedagógicas, culturais e sociais.

Foi considerada como ideal a implantação da creche em terreno retangular com medidas de
80m de comprimento por 60m de largura. Com a finalidade de atender ao usuário principal,
no caso, as crianças na faixa etária definida, o projeto adotou os seguintes critérios:

Facilidade de acesso entre os ambientes;

Segurança física, que restringe o acesso das crianças desacompanhadas em áreas como
cozinha, lavanderia, , central de gás, luz e telefonia;

Circulação entre os espaços com no mínimo de 80cm, com garantia de acessibilidade em


consonância com a ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos;

Setorização por faixa etária, com a adoção de salas de atividades exclusivas, para a promoção
de atividades específicas de acordo com as necessidades pedagógicas;

Ambientes de integração e convívio entre crianças de diferentes faixas etárias tais como:
pátios, solários e áreas externas;

Interação visual por meio de elementos de transparência como instalação de visores nas
portas, esquadrias com peitoril baixo e elementos vazados nos solários;

Equipamentos destinados ao uso e escala infantil, respeitando as dimensões de instalações


adequadas, como vasos sanitários, piam, bancadas e acessórios em geral. Tais critérios
destinam-se a assegurar o conforto, saúde e segurança dos usuários na edificação, e
independem das técnicas construtivas e materiais aplicados.

5.12.2.Inserçao urbanística
Para definir a implantação (inserção) do projeto no terreno a que se destina, devem ser
considerados alguns parâmetros indispensáveis ao adequado posicionamento que irá
privilegiar a edificação das melhores condições:

Características do terreno: avaliar dimensões, forma e topografia do terreno, existência de


vegetação, mananciais de água e etc.

Localização do terreno: privilegiar localização próxima à demanda existente, com vias de


acesso fácil, evitando localização próxima a zonas industriais, vias de grande tráfego ou zonas
de ruído; Garantir a relação harmoniosa da construção com o entorno, visando o conforto

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ambiental dos seus usuários (conforto higrotérmico, visual, acústico, olfativo/qualidade do
ar);

Adequação da edificação aos parâmetros ambientais: adequação térmica, à insolação,


permitindo ventilação cruzada nos ambientes de salas de aula e iluminação natural;

Adequação ao clima local: considerar as diversas características climáticas em função da


cobertura vegetal do terreno, das superfícies de água, dos ventos, do sol e de vários outros
elementos que compõem a paisagem a fim de antecipar futuros problemas relativos ao
conforto dos usuários;

Características do solo: conhecer o tipo de solo presente no terreno possibilitando


dimensionar corretamente as fundações para garantir segurança e economia na construção do
edifício. Para a escolha correta do tipo de fundação, é necessário conhecer as características
mecânicas e de composição do solo, mediante ensaios de pesquisas e sondagem de solo;

Topografia: Fazer o levantamento topográfico do terreno observando atentamente suas


características procurando identificar as prováveis influências do relevo sobre a edificação,
sobre os aspectos de fundações, conforto ambiental, assim como influência no escoamento
das águas superficiais;

Localização da Infraestrutura: Avaliar a melhor localização da edificação com relação aos


alimentadores das redes públicas de água, energia elétrica e esgoto, neste caso, deve-se
preservar a salubridade das águas dos mananciais utilizando-se fossas sépticas quando
necessárias localizadas a uma distância de no mínimo 300m dos mananciais.

Orientação da edificação: buscar a orientação ótima da edificação, atendendo tanto aos


requisitos de conforto ambiental e dinâmica de utilização da Creche quanto à minimização da
carga térmica e a consequente redução do consumo de energia elétrica. Além disso, a área
exposta à maior insolação deve ser compatível com a posição de solários, e com a entrada do
sol nos ambientes internos favorecendo o desenvolvimento das crianças. A correta orientação
deve levar em consideração o direcionamento dos ventos favoráveis, brisas refrescantes,
levando-se em conta a temperatura média no verão e inverno característica do Município.

5.12.3.Soluçoes funcionais-socioespaciais
Para a elaboração do projeto e definição do partido arquitetônico foram condicionantes alguns
parâmetros, a seguir relacionados:

Programa arquitetônico – elaborado com base no numero de usuários e nas necessidades


operacionais cotidianas da creche, proporcionando uma vivencia completa da experiência
educacional adequada a faixa etária em questão;

Distribuição dos ambientes – a distribuição do programa se dá por uma setorização clara dos
conjuntos funcionais dos ambientes e previsão dos principais fluxos e circulações; A
setorização prevê tanto espaços para atividades particulares, restritas a faixa etária e ao grupo
e a interação da criança em atividades coletivas. A distribuição dos blocos prevê também a
interação com o ambiente natural;

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Volumetria– Derivada do dimensionamento dos ambientes e da tipologia de coberturas
adotada, a volumetria é elemento de identidade visual do projeto;

Áreas e proporções dos ambientes internos – Os ambientes internos foram pensados sob o
ponto de vista do usuário infantil. Os conjuntos funcionais do edifício da creche são
compostos por salas de atividades/repouso/banheiros. As salas de atividades são amplas,
permitindo diversos arranjos internos em função da atividade realizada, e permitindo sempre
que as crianças estejam sob o olhar dos educadores. Nos banheiros, a autonomia das crianças
está relacionada à adaptação dos equipamentos as suas proporções e alcance;

Layout – O dimensionamento dos ambientes internos e conjuntos funcionais da creche foi


realizado levando-se em consideração os equipamentos e mobiliário adequados a faixa etária
específica e ao bom funcionamento da creche;

Tipologia das coberturas – foi adotada solução simples de telhado em duas águas, com
platibandas, de fácil execução em consonância com o sistema construtivo adotado, e laje
impermeabilizada;

Esquadrias – foram dimensionadas levando em consideração os requisitos de iluminação e


ventilação natural em ambientes escolares, utilizou-se também.

Funcionalidade dos materiais de acabamentos – os materiais foram especificados levando em


consideração os seus requisitos de uso e aplicação: intensidade e características do uso,
conforto antropodinâmico, exposição a agentes e intempéries;

Especificações das cores de acabamentos – foram adotadas cores que privilegiassem


atividades lúdicas relacionadas a faixa etária dos usuários;

Especificações das louças e metais – para a especificação destes foi considerada, a facilidade
de instalação/uso e a disponibilidade. Foram observadas as características físicas, durabilidade
e facilidade de manutenção.

5.12.4.Soluçoes de conforto ambiental


As diversidades climáticas no território nacional são inúmeras. As particularidades locais
devem ser observadas e as necessidades de conforto espacial e térmico atendidas. É, pois, de
fundamental importância que o edifício proporcione a seus ocupantes um nível desejável de
conforto ambiental, o que tem início com a realização de um projeto de implantação adequado
que privilegie a adequação da edificação aos parâmetros ambientais.

Alguns elementos construtivos acessórios e opcionais de controle de ventilação, e melhoria do


conforto térmico, para serem adotados conforme a necessidade climática do município onde
se construirá a creche:

Janelas altas com a finalidade de proporcionar iluminação e ventilação extras, pé-direito alto,
ventilação cruzada e solários são alguns dos artifícios bem presentes nesse projecto como
soluções para conforto ambiental.

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5.12.5.Sistema construtivo
Para a implementação do projeto será utilizado o sistema construtivo convencional com
estrutura de concreto e dois tipos de cobertura, uma com platibanda e estruturas metálicas e
outra em laje impermeabilizada, fechamentos externos e internos em alvenaria de blocos de
concreto.

Como premissas de projeto foram adotadas as seguintes considerações:

−Garantia de acessibilidade a pessoa com mobilidade condicionada e necessidades especiais


em consonância com a Lei n.º 10/16: Lei das Acessibilidades e a ABNT NBR 9050;

−Utilização de materiais que permitam a fácil higienização e que propiciem fácil manutenção,
além de boa resistência a impactos;

O emprego adequado de técnicas e de materiais de construção, valorizando as reservas


nacionais com enfoque na sustentabilidade.

Levando-se em conta esses fatores e como forma de simplificar e agilizar a execução da obra,
o sistema construtivo adotado alia técnicas convencionais a aplicação de componente
industrializados amplamente difundidos, a saber:

Estrutura de concreto armado; • Alvenaria de blocos de concreto (2 furos, dimensões


nominais: 9x19x19cm, 9x19x39cm e 14x19x39cm:);

Forros de gesso;

Telhas termo acústico de preenchimento em PIR, apoiadas em estrutura metálica de cobertura.

Laje impermeabilizada, com espessura de 12cm.

5.12.6.Instalaçoes prediais
Instalçoes prediais são sistemas e equipamentos que garantem o fornecimento de água,
esgoto, energia, telefone e prevenção de combate a incêndios em edifício ou conjunto de
edifícios.

Hidráulica

Para o abastecimento de água potável dos estabelecimentos de ensino, foi considerado um


sistema indirecto, ou seja, a água proveniente da rede pública.

Instalações de gás

Os ambientes destinados ao projeto de instalação de gás são cozinha e lactário. Serão


instalados um fogão de 4 bocas com forno, do tipo doméstico, no lactário e de um de 6 bocas
com forno, do tipo semi-industrial, na cozinha.

Eléctrica

Para o abastecimento de energia eléctrica dos estabelecimentos de ensino, foi considerado um


sistema indirecto, ou seja, energia também proveniente da rede pública.
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Instalações de climatização

O sistema de climatização visa o atendimento às condições de conforto em ambientes que não


recebem ventilação natural ideal para o conforto dos usuários. As soluções adotadas foram:

Nos ambientes de baixa ventilação: adoção de equipamento simples de ar condicionado;

Demais ambientes: adoção de ventiladores de teto e previsão para condicionamento de ar


futuro (locais onde a temperatura média assim determine a necessidade).

Instalações de cabeamento estruturado

A instalação de cabeamento estruturado visa atender as necessidades de um serviço adequado


de voz e dados para a edificação. O Projeto prevê tomadas RJ-45, incluindo os pontos
destinados a telefones, e 2 pontos para acesso (AP-Access Point) para rede sem fio (WLAN –
Wireless Local Área Network). Deverá ser instalado um Rack de telecomunicações na sala
específica para este fim conforme projeto. Dentro do Rack serão instalados os patch panel´s
de dados e voz, Modems, roteadores e switch, devendo ser realizada uma organização de todo
o sistema. Todos deverão ser testados e encontrar-se em perfeitas condições.

5.12.7.Sistema de protecção e combate contra incêndio


classificação de risco para as edificações que compreendem os estabelecimentos de ensino é
de risco leve, segundo a classificação internacional, a seguir serão apresentados alguns
sistemas de protecção contra incêndio utilizados nesse projecto:

Hidrantes: sistema de proteção compreendendo os reservatórios d’água, canalizações, bombas


de incêndio e os equipamentos de hidrantes.

Sinalização de segurança: as sinalizações auxiliam as rotas de fuga, orientam e advertem os


usuários da edificação.

Extintores de incêndio: para todas as áreas da edificação os extintores deverão atender a cada
tipo de classe de fogo A, B e C. A locação e instalação dos extintores constam da planta baixa
e dos detalhes do projeto.

Iluminação de emergência: o sistema adotado foi de blocos autônomos de LED, com


autonomia de 2 horas, instalados nas paredes, conforme localização e detalhes indicados no
projeto.

SPDA – Sistema de proteção contra descargas atmosférica.

Lembrete: Este sistema de incêndio deverá ser validado pelo corpo de bombeiros municipal.
O representante deverá realizar as alterações necessárias até a aprovação.

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José Eduardo Agualusa - Escritor angolano que aborda a história e a cultura angolanas em
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Libertação Nacional em Angola".

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