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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

FERNANDO ROMEIRO DE PAULA

ANÁLISE DA INTEROPERABILIDADE BIM ENTRE DOIS SOFTWARES PARA


ELABORAÇÃO DE PROJETOS ESTRUTURAIS EM CONCRETO ARMADO DE
UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL

CAMPO MOURÃO

2019
ii

FERNANDO ROMEIRO DE PAULA

ANÁLISE DA INTEROPERABILIDADE BIM ENTRE DOIS SOFTWARES PARA


ELABORAÇÃO DE PROJETOS ESTRUTURAIS EM CONCRETO ARMADO DE
UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado à Disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso 2, do Curso Superior em Engenharia Civil do
Departamento Acadêmico de Construção Civil –
DACOC - da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná – UTFPR para obtenção do título de bacharel em
engenharia civil.

Orientador: Prof. Dr. Douglas Fukunaga Surco.

Coorientadora: Profa. Dra. Thelma P. B. Vecchi.

CAMPO MOURÃO

2019
iii

Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Campo Mourão
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Construção Civil
Coordenação de Engenharia Civil

TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
ANÁLISE DA INTEROPERABILIDADE BIM ENTRE DOIS SOFTWARES PARA
ELABORAÇÃO DE PROJETOS ESTRUTURAIS EM CONCRETO ARMADO DE UM
EDIFICÍDIO RESIDENCIAL
por
Fernando Romeiro de Paula
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado às 10h20min do dia 10 de Dezembro de 2019
como requisito parcial para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL, pela Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho
aprovado.

Prof. M.Sc. Angelo Giovanni Bonfim Prof. Dr. Marcelo Rodrigo Carreira
Corelhano
( UTFPR ) ( UTFPR )

Profª. Drª. Thelma Pretel Brandão Vecchi Prof. Dr. Douglas Fukunaga Surco
( UTFPR ) ( UTFPR )
Co-orientador Orientador

Responsável pelo TCC: Prof. Me. Valdomiro Lubachevski Kurta

Coordenador do Curso de Engenharia Civil:


Prof. Dr(a). Paula Cristina de Souza

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso.


iv

Dedico esta, bem como todas as minhas demais


conquistas, à minha família, por sua capacidade
de acreditar е investir em mim. Mãe, seu
cuidado е dedicação me deram, em alguns
momentos, а esperança para seguir. Pai e irmão,
suas presenças significaram segurança е certeza
de que não estou sozinho nessa caminhada. Ao
professor Douglas pela paciência nа orientação
е incentivo que tornaram possível а conclusão
deste trabalho.
v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pela minha vida e por permitir que eu chegasse até
aqui, através de sua graça e bondade proporcionando-me sabedoria e proteção.

Aos meus pais, Wilson e Sônia, e a meu irmão, Fábio, que são minha base, pela
educação, apoio, amor e carinho, proporcionando-me essa oportunidade de estudo. Sou
eternamente grato por todas as orações e confiança.

A toda minha família, que incentivaram meus estudos e contribuíram de alguma forma
para minha formação e, principalmente, pelo carinho.

Ao meu amigo de moradia, Iago, por estar sempre ao meu lado e por me aguentar nos
momentos difíceis em todos esses anos.

Aos meus colegas de turma e amigos, em especial ao Henry, Andrei e Ruan, por fazerem
os meus dias serem mais leves durante a graduação, pela vivência diária e experiências
compartilhadas.

A todos aqueles que de alguma forma acompanharam, ajudaram e vivenciaram junto


comigo o desenvolvimento deste trabalho, pela compreensão e apoio.

Ao meu orientador professor Douglas, por toda paciência, incentivo, conhecimento


transmitido durante o curso e principalmente no trabalho de conclusão de curso e auxílio para
meu crescimento como profissional. Ao professor Giovanni que com paciência e clareza ajudou
em alguns momentos de dúvidas.

Aos professores da UTFPR Campus Campo Mourão por todo conhecimento técnico
transmitido e adquirido ao longo destes anos de graduação.

A todos vocês, por fazerem parte da minha vida e por contribuírem para minha formação
humana e profissional, minha eterna gratidão.
vi

RESUMO

Na atualidade, é evidente a crescente industrialização no setor de construção da


engenharia civil. Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, os computadores com
maior velocidade e capacidade de processamento de dados, propiciam o desenvolvimento de
softwares aplicados a metodologia BIM (Building Information Modeling). Neste contexto,
arquiteto, engenheiros e construtores têm se comunicado de maneira precisa com base no
modelo tridimensional, virtual e paramétrico. As informações do modelo podem fornecer
subsídios necessários para orçamento, previsão de insumos e ações nas fases construtivas. Com
isso, iniciativas privadas e públicas apresentam interesse em modernizar o processo do projeto
como um todo, com confiabilidade de informações independente do porte das obras. Nesse
cenário, novas ferramentas e soluções são utilizadas, a partir da ideia de interoperabilidade para
desenvolvimento de projetos, de forma colaborativa, independente do software de origem. Em
um projeto estrutural, cada engenheiro o desenvolve da sua maneira; da mesma forma os
softwares possuem suas diferenças e particularidades, mesmo que baseados em um
procedimento teórico comum. Em vista disso, o presente trabalho objetiva comparar a
interoperabilidade e a análise de cálculo e dimensionamento entre os softwares TQS® e
Eberick® de projetos estruturais consagrados no mercado brasileiro, com o estudo de caso de
um edifício de múltiplos pavimentos, com estrutura em concreto armado. Ao finalizar esse
estudo, conclui-se que ambos os softwares obtiveram resultados satisfatórios, tendo em vista as
diferenças de configurações, critérios e considerações adotadas por cada um.

Palavras chaves: Interoperabilidade BIM, Dimensionamento estrutural.


vii

ABSTRACT

Nowadays, the increasing industrialization in the civil engineering construction sector


is evident. With the development of information technology, the computers with higher speed
and data processing capacity, enable the development of software applied to the BIM (Building
Information Modeling) methodology. In this context, architect, engineers and builders have
communicated precisely based on the three-dimensional, virtual and parametric model. The
model information can provides necessary subsidies for budgeting, input forecasting and
actions in the construction phases. With this, private and public initiatives are interested in
modernizing the project process as a whole, with reliable information regardless of the size of
the constructions. In this scenario, new tools and solutions are used, based on the idea of
interoperability for project development, collaboratively, regardless of the source software. In
a structural project, each engineer develops it in his own way; Similarly, software has its
differences and particularities, even if based on a common theoretical procedure. Thus, the
present work aims to compare the interoperability and the calculation and design analysis
between the TQS® and Eberick® software of well-known structural projects in the Brazilian
market, with the case study of a multi-storey building with reinforced concrete structure. In the
end of this study, it was concluded that both software obtained satisfactory results, considering
the differences of configurations, criteria and considerations adopted by each one.

Keywords: BIM Interoperability, Structural Sizing.


viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema estrutural em concreto armado de uma garagem. ...................................... 27


Figura 2: Discretização da figura 2........................................................................................... 27
Figura 3: Comportamento linear na estrutura. .......................................................................... 30
Figura 4: Comportamento não-linear na estrutura. ................................................................... 30
Figura 5: Combinações. ............................................................................................................ 35
Figura 6: Domínios de deformação na ruina. ........................................................................... 36
Figura 7: Histórico de versões do formato IFC. ....................................................................... 43
Figura 8: Planta baixa pavimento tipo (área = 248,93 m2). ...................................................... 50
Figura 9: Cargas e detlahamento no poço do elevador. ............................................................ 53
Figura 10: Ganchas a considerar na casa de máquinas. ............................................................ 54
Figura 11: Detalhamento casa de máquinas. ............................................................................ 54
Figura 12: Ponto base do projeto. ............................................................................................. 55
Figura 13: Exportar RTQ.......................................................................................................... 56
Figura 14: Exportação do modelo arquitetônico em RTQ. ...................................................... 56
Figura 15: Ponto base do projeto (0,0). .................................................................................... 57
Figura 16: Exportação via IFC Revit-Eberick/ Ponto base do projeto. .................................... 58
Figura 17: Interface TQS. ......................................................................................................... 59
Figura 18: Menu Edifício. ........................................................................................................ 59
Figura 19: Importando RTQ. .................................................................................................... 60
Figura 20: Criando novo edifício.............................................................................................. 60
Figura 21: Pavimentos criados no TQS automaticamente........................................................ 60
Figura 22: Modelo 3D importado no software TQS. ............................................................... 61
Figura 23: Dados do Edifício. .................................................................................................. 62
Figura 24: Edição dos pavimentos. .......................................................................................... 63
Figura 25: Sequência para início da modelagem. ..................................................................... 64
Figura 26: Modelador Estrutural com referencia 2D importada. ............................................. 64
Figura 27: Lançamento dos Pilares. ......................................................................................... 65
Figura 28: Pilares lançados. ...................................................................................................... 65
Figura 29: Lançamento das vigas. ............................................................................................ 66
Figura 30: Vigas Lnaçadas. ...................................................................................................... 66
Figura 31: Iserção automática das cargas de parede................................................................. 67
Figura 32: Contorno das vigas para o lançamento das lajes. .................................................... 68
ix

Figura 33: Lajes após o lançamento. ........................................................................................ 68


Figura 34: Diferentes tipos de laje. ........................................................................................... 69
Figura 35: Vinculações de lajes. ............................................................................................... 69
Figura 36: Lançamento do patamar da escada.......................................................................... 70
Figura 37: Lances da escada. .................................................................................................... 70
Figura 38: Escadas TQS. .......................................................................................................... 71
Figura 39: Exemplo de retirada dos valores das Cargas de fundação. ..................................... 72
Figura 40: Vinculação de para fundação. ................................................................................. 72
Figura 41: Pilares sem os blocos de fundação. ......................................................................... 73
Figura 42: Inserindo blocos de fundação. ................................................................................. 73
Figura 43: Pilares e blocos de fundação. .................................................................................. 74
Figura 44: Consistência de planta/ Processar o pavimento. ..................................................... 74
Figura 45: Detalhe casa de máquinas. ...................................................................................... 75
Figura 46: Corte esquemático elevador. ................................................................................... 75
Figura 47: 3D estrutural/ 3D em conjunto. ............................................................................... 76
Figura 48: Processamento Global. ............................................................................................ 77
Figura 49: Visualizador de erros. ............................................................................................. 78
Figura 50: Modelo VI para análise de esforços. ....................................................................... 79
Figura 51: Análise de grelha por paviemento lajes treliçada unidirecional e maciça. ............ 80
Figura 52: Edição Rápida de Armaduras, sub-sistema TQS-Pilar. .......................................... 82
Figura 53: Edição Rápida de Armaduras, sub-sistema TQS-Vigas.......................................... 84
Figura 54: Edição Rápida de Armadura, sub-sistema TQS-Lajes ............................................ 86
Figura 55: Edição de Dados de Blocos..................................................................................... 88
Figura 56: Planta de Locação. .................................................................................................. 90
Figura 57: Exportando arquivo IFC.......................................................................................... 91
Figura 58: Abrindo uma Nova edificação com modelo externo. ............................................. 92
Figura 59: Novo Projeto passo 1/3 ........................................................................................... 92
Figura 60: Etapa 2 de 3 com dados dos pavimentos e suas respectivas alturas ....................... 93
Figura 61: Plano de corte. ......................................................................................................... 93
Figura 62: Modelo 3D visualizado apartir do arquivo IFC com os pavimentos definidos (janela
direita)....................................................................................................................................... 94
Figura 63: configuraçoes das ações ELU e ELS. ..................................................................... 94
Figura 64: Exemplo de máscara 2D automaticamente gerada. ................................................ 95
x

Figura 65: Definindo mascara 2D referência para o pavimento tipo 2. ................................... 96


Figura 66: lançamento de um pilar no pavimento tipo 2 .......................................................... 97
Figura 67: Lançamento dos pilares. .......................................................................................... 97
Figura 68: Lançamento de vigas com cargas de parede. .......................................................... 98
Figura 69: Lançamento das vigas. ............................................................................................ 98
Figura 70: Contorno das vigas para lançamento das lajes. ....................................................... 99
Figura 71: Laje após o lançamento. .......................................................................................... 99
Figura 72: Lajes Eberick......................................................................................................... 100
Figura 73: Configurações da laje. ........................................................................................... 100
Figura 74: Vínculos de aopio para altereções quando necessario. ......................................... 101
Figura 75: Lançamento dos patamares e lances da escada. .................................................... 101
Figura 76: Croqui intermediário para lançamento de escadas. ............................................... 102
Figura 77: Verificação do lançamento.................................................................................... 102
Figura 78: Cópia dos pavimentos. .......................................................................................... 103
Figura 79: Pavimento Térreo. ................................................................................................. 103
Figura 80: Convertendo pilares em pilares de fundação. ....................................................... 104
Figura 81: Pavimento térreo com pilares de fundação e vigas baldrames.............................. 105
Figura 82: Detalhe Casa de Máquinas. ................................................................................... 105
Figura 83: Corte esquemático. ................................................................................................ 106
Figura 84: Modelos 3D ........................................................................................................... 106
Figura 85: Análise da estrutura Modelo integrado. ................................................................ 107
Figura 86: Modelo de pórtico espacial (viga + pilares). ......................................................... 108
Figura 87: Grelha 3D de lajes treliçadas + lajes maciças para análise. .................................. 109
Figura 88: Modelo integrado (Deslocamentos). ..................................................................... 110
Figura 89: Critérios de dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais. ........... 111
Figura 90: janela de Dimensionamento de Pilares. ................................................................ 112
Figura 91: Janela de Dimensionamento de Vigas. ................................................................. 113
Figura 92: Edição de armadura da viga V5. ........................................................................... 114
Figura 93: Janela de Dimensionamento de Lajes ................................................................... 115
Figura 94: Confgurando estacas. ............................................................................................ 116
Figura 95: Impacto da consideração das estacas na análise estrutural. .................................. 117
Figura 96: Dimensionamento – Blocos. ................................................................................. 118
Figura 97: Planta de locação. .................................................................................................. 119
xi

Figura 98: Exportação Arquivo IFC. ...................................................................................... 122


Figura 99: Cargas na fundação por pilares. ............................................................................ 132
xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Apresentação dos programas a serem utilizados na pesquisa................................... 49


Tabela 2: Cargas Acidentais. .................................................................................................... 51
Tabela 3: Cargas de revestimento............................................................................................. 51
Tabela 4: Cargas de cobertura. ................................................................................................. 52
Tabela 5: Cargas poço do elevador........................................................................................... 52
Tabela 6: Cargas na casa de máquinas. .................................................................................... 53
Tabela 7: Diferenciais entre os softwares. .............................................................................. 123
Tabela 8: Consumo de concreto (m3) por pavimento. ........................................................... 124
Tabela 9: Consumo de aço (Kg) por pavimento. .................................................................... 124
Tabela 10: Momentos fletores prositvos nas lajes. ................................................................. 125
Tabela 11: Flechas totais com fluencia................................................................................... 126
Tabela 12: Armaduras adicionais. .......................................................................................... 126
Tabela 13: Momento fletor máx. positivo, AS calculado viga V1, barras sm edição. ........... 128
Tabela 14: Momento fletor máx., AS calculado viga VB 9, barras sm ediç,ão. .................... 128
Tabela 15: Momento negativo, AS calculado viga VB 9, barras sm edição. ......................... 128
Tabela 16: Taxa de armadura % dos pilares pavimento tipo 1. .............................................. 129
Tabela 17: Cargas totais na fundação. .................................................................................... 131
Tabela 18: Gama Z. ................................................................................................................ 132
xiii

LISTA DE SIGLAS

ABECE Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BIM Building Information Modeling
CAD Computer aided design
CEB Comitê Europeu do Concreto
DXF Drawing Exchange Format
ELS Estados-Limites de Serviços
ELU Estados-Limites Últimos
FIP Federação Internacional da Protensão
IFC Industry Foundation Classes
ISSO International Organization for Standardization
NB-1 Normas Brasileira para o projeto e execução de estruturas de
concreto armado
NBR Normas Brasileiras
NLF Não linearidade física
NLG Não linearidade geométrica
xiv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 17

1.1 Objetivos ......................................................................................................................... 19


1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 19
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 19
1.2 Justificativa ..................................................................................................................... 19
1.3 Estrutura do trabalho .................................................................................................... 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 22

2.1 Projeto Estrutural: bases para o dimensionamento e verificação ............................. 22


2.1.1 Histórico do Concreto Armado ................................................................................. 22
2.1.2 Projetos estruturais ..................................................................................................... 24
2.1.3 Características e propriedades básicas do concreto estrutural .............................. 31
2.1.4 Dimensionamento de uma estrutura ......................................................................... 32
2.1.5 Estados-limite .............................................................................................................. 33
2.1.6 Ações permanentes e variáveis .................................................................................. 34
2.1.7 Combinações das ações ............................................................................................... 34
2.1.8 Estádios ........................................................................................................................ 35
2.1.8.1 Hipóteses para Cálculo ............................................................................................ 35
2.2 Softwares de modelagem, cálculo e detalhamento ...................................................... 36
2.2.1 CAD/TQS® ................................................................................................................... 36
2.2.2 Eberick® ....................................................................................................................... 37
2.2.3 Autodesk Revit® .......................................................................................................... 38
2.3 BIM (Building Information Modeling) ........................................................................ 38
2.4 Interoperabilidade BIM ................................................................................................. 39
2.4.1 Formato IFC ................................................................................................................ 41
2.4.2 Interoperabilidade TQS® ........................................................................................... 43
2.4.3 Interoperabilidade Eberick® ...................................................................................... 44
2.5 O Projeto estrutural visto por diferentes soluções ...................................................... 45

3 MÉTODOS ........................................................................................................................ 48

3.1 Procedimentos e técnicas para as análises ................................................................... 48


xv

3.2 Recurso computacionais e softwares ............................................................................ 49

4 ESTUDO DO CASO ......................................................................................................... 50

4.1 Projeto Arquitetônico .................................................................................................... 50


4.2 Carregamentos ............................................................................................................... 50
4.2.1 Cargas acidentais adotadas ........................................................................................ 51
4.2.2 Cargas Permanentes ................................................................................................... 51
4.3 Exportação do Projeto Arquitetônico .......................................................................... 55
4.3.1 Revit-TQS .................................................................................................................... 55
4.3.2 Revit-Eberick .............................................................................................................. 57
4.4 Modelagem e dimensionamento da estrutura .............................................................. 58
4.4.1 Modelagem com CAD/TQS®...................................................................................... 58
4.4.1.1 Interface do CAD/TQS® .......................................................................................... 58
4.4.1.2 Importando arquivo RTQ ....................................................................................... 60
4.4.1.3 Configurações do modelo estrutural ...................................................................... 61
4.4.1.4 Lançamento da estrutura ........................................................................................ 63
4.4.1.5 Configuração e critérios .......................................................................................... 76
4.4.1.6 Processamento global da estrutura, avisos e erros ............................................... 77
4.4.1.7 Análise de resultados e relatórios gráficos ............................................................ 78
4.4.1.8 Dimensionamento e detalhamento ......................................................................... 81
4.4.1.9 Plotagem ................................................................................................................... 89
4.4.1.10 Exportação do modelo estrutural em arquivo IFC ............................................... 90
4.4.2 Modelagem com AltoQi Eberick® ............................................................................. 91
4.4.2.1 Interface .................................................................................................................... 91
4.4.2.2 Configurações do modelo estrutural ...................................................................... 94
4.4.2.3 Lançamento da Estrutura ....................................................................................... 95
4.4.2.4 Análise da Estrutura, processamento, avisos e erros ......................................... 107
4.4.2.5 Análise de resultados e relatórios gráficos (Pórtico unifilar e grelhas) ............ 108
4.4.2.6 Dimensionamento e detalhamento ....................................................................... 110
4.4.2.7 Plotagem ................................................................................................................. 118
4.4.2.8 Análise Estrutural .................................................................................................. 120
4.4.2.9 Modelo de Cálculo ................................................................................................. 121
4.4.2.10 Exportação do modelo estrutural em arquivo IFC ............................................. 121
xvi

5 ANÁLISES DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES ................................................. 123

5.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 123


5.1.1 Diferenciais ................................................................................................................ 123
5.1.2 Consumo de Materiais .............................................................................................. 124
5.1.3 Lajes ........................................................................................................................... 125
5.1.4 Vigas ........................................................................................................................... 127
5.1.5 Pilares ......................................................................................................................... 129
5.1.6 Fundações .................................................................................................................. 130
5.1.7 Gama-Z ...................................................................................................................... 132

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 133

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 136


17

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, dentro do universo da engenharia civil, são utilizados diversos programas


computacionais que facilitam a execução de diferentes tarefas e projetos que esta profissão
abrange. No entanto, no meio de tantas opções, deve-se escolher a que mais se enquadra para
um determinado objetivo. Como a estrutura constitui-se dos elementos fundamentais para a
sustentação da edificação, é evidente a necessidade do uso de um software de ótima precisão
para que se tenha um bom resultado como projeto estrutural.

Apesar de tantos programas em que se apresentam várias alternativas a serem


empregadas, constituintes de interfaces e modo de configurações diferentes, deve-se ter muita
cautela. É de extrema importância que o engenheiro detenha o conhecimento teórico e prático
para resolver possíveis problemas, e tenha conhecimento para fazer as modelagens corretas,
pois nenhum software é capaz de elaborar um projeto sozinho, apenas realiza o processamento
das informações editadas pelo usuário e gera os resultados conforme o método de cálculo a que
foi programado para executar.

Na contemporaneidade é pouco provável que projetos estruturais sejam realizados sem


o auxílio das ferramentas computacionais. Um projeto estrutural modelado em um programa
computacional apresenta resultados precisos e simula o comportamento físico da estrutura de
forma mais próxima da realidade, e, dependendo do software, pode-se fornecer o
dimensionamento e o detalhamento dos seus elementos. Na década de 70, projetos dessa
natureza eram calculados e desenhados manualmente, demandando muito tempo para a sua
conclusão.

Como é sabido, o processo de desenvolvimento do projeto de uma edificação é


dividido em diversas especialidades, como o projeto de arquitetura, estruturas, elétrico,
hidráulico entre outros. O desenvolvimento destes projetos como um todo envolve diversos
profissionais, cada qual especializado em sua área. Cada profissional usualmente elabora seu
projeto e trabalho separadamente, o que muitas vezes decorre de falta de comunicação entre os
mesmos, passando por desapercebido alguns detalhes, por não haver uma forma integrada e
completa entre as informações dos projetos. Essa comunicação ineficaz pode gerar uma fraca
cooperação e erros nos documentos do projeto, resultando em gastos extras, atrasos em prazos
e perda de qualidade. É evidente que projetos com qualidade e melhor comunicação entre as
18

suas diversas disciplinas e profissionais capacitados é ponto essencial para que seja possível a
redução de custos durante todas as fases de uma nova construção.

Desta forma, a interoperabilidade entre softwares se faz cada vez mais necessário na
indústria da construção, e, dessa maneira, é importante realizar estudos e análises em relação a
qualidade e desenvolvimento dessa interoperabilidade, a qual pode ser entendida como “a
liberdade de desenvolver seus projetos de forma colaborativa, independente do software de
origem”. Com a primordialidade de melhorar o processo de trabalho da construção civil em
nível mundial, nasceu o BIM (Building Information Modeling), cuja aplicação revolucionou a
construção civil, através da criação de modelos 3D e da introdução dos conceitos de
Coordenação e Colaboração entre as disciplinas de projetos, proporcionando uma melhor
cooperação entre os profissionais, gerando uma plataforma que contempla todas as informações
do ciclo de vida de uma construção. A partir dessa plataforma foi criado um formato de arquivo
padrão, o IFC (Industry Foundation Classes), capaz de proporcionar a interoperabilidade entre
diversos softwares da indústria e uma melhor cooperação entre os diversos profissionais e
projetos.

Nesse cenário em que a cada dia surgem novas ferramentas e soluções, indaga-se qual
seria a melhor opção a ser utilizada em novos projetos estruturais. Sabe-se da existência de
dificuldades pelas limitações de cada aplicação, em relação a todas as disciplinas e a
coordenação de um projeto. Assim, a evolução dos padrões de arquivos para intercâmbio de
informações é fundamental.

Neste contexto, dentro das nuances de um projeto estrutural, este trabalho de conclusão
de curso tem como principal objetivo apresentar e comparar o funcionamento da
interoperabilidade BIM, ou seja, na interação entre os softwares, com avaliação do intercâmbio
de informações, soluções e características encontradas em dois programas computacionais para
o dimensionamento de um edifício de múltiplos pavimentos, levando em consideração os
Estados limites últimos (ELU) e Estados limites de serviço (ELS), e demonstrar uma pequena
revisão quanto ao arranjo estrutural, comportamento dos materiais, dimensionamento,
verificação de acordo com a NBR 6118:2014, e sobre a interoperabilidade entre softwares.

Assim sendo, o método utilizado para desenvolver este trabalho baseia-se em análises
computacionais em que, através de um projeto arquitetônico, é possível realizar a exportação
de acordo com as interações desenvolvidas entre os programas e desenvolver a modelagem
19

estrutural igualitária em ambos os softwares de cálculo estrutural de um edifício de múltiplos


pavimentos em concreto armado para seguidamente realizar comparações. Os softwares foram
utilizados conforme as limitações dos programas, sendo eles, CAD/TQS® e Eberick® para fazer
as análises e interpretar os resultados e o Autodesk Revit®, para desenvolvimento do projeto
arquitetônico.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar a interoperabilidade BIM de dois softwares de cálculo estrutural em concreto


armado tendo como base um projeto arquitetônico para ambos.

1.1.2 Objetivos específicos

− Desenvolver um projeto arquitetônico utilizando o software Autodesk Revit.


− Identificar os principais aspectos relacionados a definição do arranjo estrutural, análise,
comportamento de materiais, dimensionamento e verificação de edifícios em concreto
armado.
− Apresentar as principais características e diferenças entres os programas CAD/TQS®,
Eberick®.
− Comparar as soluções quanto aos esforços, dimensionamento das armaduras de pilares,
vigas e lajes, forças axiais transmitidas dos pilares à fundação, e o fluxo de trabalho entre
os softwares (amigabilidade).

1.2 Justificativa

Diante da grande oferta e alto desenvolvimento dos programas de cálculo estrutural e


de arquitetura, a escolha de qual utilizar é muito importante, pois tem-se a disposição de
diferentes configurações de interfaces, diferentes formas de troca de informações entre
programas de desenho arquitetônicos e possíveis divergências de resultados do projeto para
uma mesma estrutura, quando comparados aos resultados de diferentes programas. Essas
variações podem ter relevância quanto ao consumo de materiais ou quanto ao detalhamento
final dos elementos, pois resultados precisos geram otimização e economia com segurança.
Deve-se levar em conta também o fluxo de trabalho de cada programa.
20

A coordenação de projetos é fator de sucesso para um empreendimento, tanto para os


profissionais contratados quanto para o contratante. Nos dias atuais, trabalhar fora desse
contexto torna-se oneroso. No trabalho com softwares que se comunicam e compartilham
informações, o acompanhamento entre projetos de diferentes disciplinas pode ser feito em
tempo real, além de que imprevistos, mudanças e as consequentes adaptações são realizadas
por todos os profissionais envolvidos a partir da coordenação.

Com o decorrer do estudo do BIM, dirigiu-se essa pesquisa para focar na


interoperabilidade entre os softwares, pois esta prática está crescendo cada vez mais no trabalho
dos engenheiros no Brasil, que usam formato de arquivo padrão IFC, plugins disponibilizados
pelos desenvolvedores de alguns programas, e análise de resultados fornecidos polos programas
de cálculo.

1.3 Estrutura do trabalho

O desenvolvimento da pesquisa encontra-se organizado em seis capítulos. A partir de


um objetivo geral, quatro objetivos específicos foram traçados, em que cada um irá gerar um
capítulo de revisão bibliográfica. A partir disso, tem-se o embasamento para escrever sobre o
método e materiais que serão usados na pesquisa.

A seguir, a descrição detalhada de cada um dos capítulos:

Capítulo 1 – Introdução - Foram apresentados a introdução, os objetivos gerais e


específicos do tema proposto, além da justificativa que aponta a importância da pesquisa.

Capítulo 2 – Fundamentação teórica - Apresentação da revisão bibliográfica das


principais pesquisas realizadas sobre a teoria das estruturas, segundo a ABNT NBR 6118:2014
apresentação das características dos programas utilizados para comparações entre resultados
físicos obtidos em um edifício e relatos sobre trabalhos já realizados relacionados com os
objetivos desta pesquisa. Também é discorrido sobre o BIM, interoperabilidade entre softwares
e sua importância atualmente, o que leva à escrita do modelo padrão IFC e sua principal
funcionalidade usada na pesquisa.

Capítulo 3 – Método e Materiais - Apresenta-se o método empregado para atingir nossos


objetivos, os procedimentos a serem tomados e programas a serem utilizados.
21

Capítulo 4 – Estudo de caso - Apresentação do projeto arquitetônico, as principais


cargas a serem aplicadas no modelo, desenvolvimento da compatibilização entre os programas
arquitetônico e estrutural, e modelagem da estrutura nos softwares de cálculo.

Capítulo 5 – Resultados e discussões - Análise dos resultados obtidos pelos programas


apresentados.

Capítulo 6 – Considerações finais - Por fim, neste capítulo foram explicitadas as


principais considerações concludentes deste trabalho.

Capítulo 7 – Referências Bibliográficas - Neste capítulo apresentou-se as referências


dos materiais base para o desenvolvimento deste trabalho.
22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo apresentam-se os principais aspectos relacionados ao concreto armado,


parte da teoria das estruturas, comportamento dos elementos estruturais mediante as ações
aplicadas, bem como valores a serem utilizados segundo a NBR 6118:2014 . Discorre-se ainda
sobre os programas elencados para a pesquisa, sua utilização e desempenho, e sobre
interoperabilidade BIM.

2.1 Projeto Estrutural: bases para o dimensionamento e verificação

Projeto estrutural pode-se definir como o processo de projetar, distribuir, interligar,


analisar e dimensionar os elementos de um sistema estrutural destinado a suportar com
segurança um conjunto de cargas sem exceder os limites dos materiais empregados.

É função do projetista responsável e qualificado realizar o projeto estrutural, sendo a


estrutura responsável por grande parte da segurança do edifício. É necessário que o
dimensionamento atenda determinados requisitos de qualidade e segurança, como a resistência
exigida e o desempenho para sua funcionalidade e solicitação, durabilidade, compatibilização
com outros projetos sempre que possível e praticidade na execução.

2.1.1 Histórico do Concreto Armado

O Concreto Armado é combinação de dois materiais conhecidos pela humanidade,


concreto e aço, sendo o último geralmente utilizado para suprir a deficiência do concreto quanto
resistência a tração.

Segundo Fusco (2008), após a revolução industrial, a qual trouxe o surgimento do


cimento Portland e o aço laminado, surge o concreto armado, em meados do século XIX.
Presume-se que a primeira peça deste composto “Cimento Armado” ocorreu na construção de
um barco, na França no ano de 1849.

Conforme Kaefer (1998), na Inglaterra, em 1854, um fabricante de gesso e cimento


francês chamado Willian Boutland Wilkinson, obteve a patente de um sistema de lajes
nervuradas que demonstrou o domínio dos princípios básicos de funcionamento do concreto
armado ao dispor barras (ou cabos) de aço nas regiões tracionadas das vigas.
23

Em 1867, Joseph Monier construía seus vasos de concreto armado com uma certa
similaridade do método utilizado por Lambot para a armação de sua canoa de concreto, fato
que leva a crer que o primeiro sofreu influência do segundo. Entretanto, existem divergências
quanto a este fato. O mais provável é que Monier, um jardineiro que fabricava vasos e tubos
de concreto desde 1849, ao considerar que seus vasos eram muito frágeis, começou a mergulhar
na massa de concreto uma malha de aço.

Na década de 1870, Hyatt, um fabricante americano de grades para calçada, teve contato
a primeira vez com o concreto armado na França, quando deixou seu país devido a problemas
políticos. Entusiasmado, lançou-se posteriormente a experimentar o concreto como nova
maneira de construir painéis para calçadas em Londres. Hyatt foi efetivamente o grande
precursor do concreto armado e, possivelmente, o primeiro a compreender profundamente a
necessidade de uma boa aderência entre os dois materiais, bem como o posicionamento correto
(nas áreas tracionadas) das barras de ferro para que este material pudesse colaborar
eficientemente na resistência do conjunto concreto-aço.

Em 1904, a Associação Germânica de Arquitetos e Engenheiros, juntamente com a


Associação Alemã do Concreto, iniciaram o projeto preliminar de normalização para
dimensionamento, execução e ensaio de estruturas de concreto armado.

Em 1906, a França promulga suas normalizações, de forma bastante liberal,


expressando o desejo de encorajar as experiências e o avanço da tecnologia. Tensões máximas
admissíveis para aço, ferro e diferentes tipos de concreto foram estabelecidas em valores
conservadores para a época, gerando várias críticas.

Em 1917, normas para a utilização do concreto armado foram desenvolvidas nos


Estados Unidos por uma junta, que incluía representantes do “American Society for Testing and
Materials” e organizações dos engenheiros civis, engenheiros ferroviários e fabricantes de
cimento.

De acordo com Fusco (2008), a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) foi
criada em 1940, como consequência da elaboração da própria NB-1 (Norma para o projeto e
execução de estruturas de concreto armado). O CEB (Comitê Europeu do Concreto) foi criado
na década de 1950, do qual o Brasil passou a fazer parte. A FIP (Federação Internacional da
Protensão) também teve origem nessa época. Em trabalho conjunto coordenado pelo CEB,
24

abordando os mais variados temas técnicos e científicos ligados às estruturas de concreto, foi
feita a revisão total de todas as ideias referentes ao concreto estrutural.

A primeira síntese dos resultados obtidos pelo trabalho coordenado pelo CEB foi
elaborada em 1970, com a publicação das Recomendações Internacionais CEB-FIP/70.

Em 1973 é realizado, em Lisboa, o Curso Internacional CEB-FIP para a divulgação


sistemática dos novos conhecimentos, ministrado para cinquenta pessoas do mundo, que
pudessem retransmiti-los aos seus respectivos países.

Em 1978 surge a segunda sistematização de conhecimentos, com a publicação do


Código Modelo CEB-FIP para estruturas de concreto armado. No mesmo ano, já sob forte
influência dessas ideias, termina a revisão da NB-1, surgindo a NB-1/78, que exerceu forte
influência sobre a engenharia nacional de estruturas.

Em 1990 dá-se a divulgação de nova sistematização, consolidada pela publicação do


Código Modelo CEB-FIP/90.

Em 1998, juntaram-se as duas associações, CEB e FIP, formando a FIB, “Fédération


Internationale du Béton”, que permanece até hoje liderando o progresso das estruturas de
concreto.

Em suma do breve levantamento histórico da concepção do Concreto armado, vê-se


que, devido sua evolução, essa mistura é utilizada em diversos campos. Para adaptá-lo aos
diversos usos, o homem criou vários tipos de concretos adicionando diferentes tipos de
materiais e de acordo com sua aplicação.

É um material extraordinário, de qualidades plásticas bastante conhecidas, pois se molda


praticamente a qualquer forma. Tem boa resistência a compressão, resiste bem ao fogo, e é
muito durável, podendo desempenhar o papel de material estrutural por séculos, se utilizado
adequadamente (GRAZIANO, 2005).

2.1.2 Projetos estruturais

Projeto estrutural, de forma simplificada, é um trabalho preponderantemente intelectual.


Exige-se conhecimento teórico e prático, envolvendo alta responsabilidade de quem o conduz,
25

sendo dividido em quatro etapas a partir de um desenho arquitetônico: concepção e sistema


estrutural, análise estrutural, dimensionamento e detalhamento e emissão de plantas finais.

Segundo a NBR 6118:2014 item 5.2.1, a qualidade da solução adotada deve ainda
considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas, estruturais e de integração com
os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado e outros), explicitadas pelos
responsáveis técnicos de cada especialidade, com a anuência do contratante.

Concepção estrutural

Segundo Pinheiro (2007), a concepção estrutural, ou simplesmente estruturação,


também chamada de lançamento da estrutura, consiste em escolher um sistema estrutural que
constitua a parte resistente do edifício.

Essa etapa, uma das mais importantes no projeto estrutural, implica em escolher os
elementos a serem utilizados e definir suas posições, de modo a formar um sistema estrutural
eficiente, capaz de resistir aos esforços oriundos das ações atuantes e transmiti-los ao solo de
fundação.

A solução estrutural adotada no projeto deve atender aos requisitos de qualidade


estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente, ao desempenho em serviço
e à durabilidade da estrutura. A concepção estrutural deve levar em conta também a finalidade
da edificação e atender as condições impostas pela arquitetura.

O projeto arquitetônico representa, de fato, a base para a elaboração do projeto


estrutural. Este deve prever o posicionamento dos elementos de forma a respeitar a distribuição
dos diferentes ambientes nos diversos pavimentos. A definição da forma estrutural parte da
localização dos pilares e segue com o posicionamento das vigas e das lajes, nessa ordem,
sempre levando em conta a compatibilização com o projeto arquitetônico.

Nas plantas de formas (formas da laje) já deve estar contemplado: o dimensionamento


dos diversos elementos estruturais quanto aos seus respectivos estados limites; com a
verificação necessária para garantir a estabilidade global da estrutura e o respeito aos estados
limites em serviço (deslocamentos verticais, horizontais e vibrações) (ABECE -
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA E CONSULTORIA ESTRUTURAL,
2006).
26

Após a determinação da concepção estrutural, é demarcada uma numeração para as


peças estruturais, sendo efetuadas por hábito da esquerda para direita e de cima para baixo. Os
pilares são numerados para coincidir em toda prumada, já as vigas e lajes são feitas por
pavimento (ADÃO e HEMERLY, 2010).

Sistema estrutural

Inúmeros são os tipos de sistemas estruturais que podem ser utilizados. A escolha do
sistema estrutural depende de fatores técnicos e econômicos, dentre eles: capacidade do meio
técnico para desenvolver o projeto e para executar a obra, e disponibilidade de materiais, mão-
de-obra e equipamentos necessários para a execução.

Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2007), elementos estruturais são peças como
lajes, vigas e pilares que compõem uma estrutura, geralmente com uma ou duas dimensões
preponderantes sobre as demais. O modo como são arranjadas pode ser chamado de Sistema
Estrutural.

A interpretação e análise do comportamento real de uma estrutura é complexa e difícil,


e nem sempre possível. Dessa maneira para se montar modelos físicos e matemáticos se faz a
discretização da estrutura desmembrando-a em elementos cujo comportamento já é conhecido,
facilitando o estudo. Com o advento dos computadores e programas sofisticados de cálculos
estruturais, em muitos casos é possível um estudo global da estrutura.

Conforme Carvalho e Figueiredo Filho (2007), uma estrutura pode ser imaginada como
a de uma garagem de carros como mostra a Figura 1, onde a laje de concreto (plana) suporta
seu peso, revestimentos e mais algumas cargas acidentais. As vigas recebem os esforços das
lajes e transmitem esse carregamento, juntamente com seu peso próprio, para os pilares que
recebem todas as cargas (com o peso próprio) e descarregam nas fundações.
27

Sistema real:

Figura 1: Esquema estrutural em concreto armado de uma garagem.

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2007).

A Figura 2 mostra o sistema físico e matemático que possibilita o cálculo e o


detalhamento dos diversos elementos em concreto armado que a estrutura ficou dividida.

Figura 2: Discretização da figura 2.

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2007).

Concluindo, o sistema estrutural de um edifício deve ser projetado de modo que seja
capaz de resistir não só às ações verticais, mas também às ações horizontais que possam
provocar efeitos significativos ao longo da vida útil da construção. É importante destacar que
28

os cálculos devem seguir a seguinte sequência: lajes, vigas, pilares e fundações chegando ao
esforço que a fundação transmite no solo. No entanto quando se trata de execução a sequência
é inversa.

− Lajes

Em termos gerais, as lajes são classificadas como elementos planos bidimensionais, que
são aqueles onde duas dimensões, o comprimento e a largura, são da mesma ordem de grandeza
e muito maiores que a terceira dimensão, a espessura. Para cálculo de lajes deve-se levar em
conta a NBR 6118:2014 item 13.2.4.

As ações são comumente perpendiculares ao plano da laje, podendo ser divididas em


distribuídas na área, distribuídas linearmente ou forças concentradas. Embora menos comuns,
também podem ocorrer ações externas na forma de momentos fletores, normalmente aplicados
nas bordas das lajes. As ações são normalmente transmitidas para as vigas de apoio nas bordas
da laje, mas eventualmente também podem ser transmitidas diretamente aos pilares, quando são
chamadas lajes lisas (BASTOS, 2015).

− Vigas

Vigas são “elementos lineares em que a flexão é preponderante” NBR 6118:2014 item
14.4.1.1. Portanto, os esforços predominantes são: momento fletor e força cortante. Nos
edifícios, em geral, as vigas servem de apoio para lajes e paredes, conduzindo suas cargas até
os pilares.

As cargas a serem consideradas são o peso próprio da viga, as cargas aplicadas através
das lajes, as paredes sobre essas vigas, eventualmente pilares e outras vigas que aplicam carga
concentrada sobre elas. São três tipos de apoios a serem considerados: primeiro gênero
(simples), segundo gênero (rótulas) e terceiro gênero (engaste), mas deve-se ter em mente que
essa classificação é teórica já que na prática não ocorre exatamente conforme essa concepção
(ADÃO e HEMERLY, 2010).

− Pilares

Segundo Pinheiro (2007), pilares são elementos estruturais lineares de eixo reto,
usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes
e cuja função principal é receber as ações atuantes nos diversos níveis e conduzi-las até as
fundações. Junto com as vigas, os pilares formam os pórticos, que na maior parte dos edifícios
29

são os responsáveis por resistir às ações verticais e horizontais e garantir a estabilidade global
da estrutura.

De acordo com Graziano (2005), pilares são elementos preponderadamente


comprimidos e dispostos normalmente na posição vertical. Como os pilares são responsáveis
pelo suporte de outros elementos estruturais, sua importância ao equilíbrio é incontestável,
devendo receber um tratamento de maior cuidado no projeto e execução.

É preciso tomar cuidado no projeto de detalhamento das armaduras e na execução, pois


esses elementos podem romper por esmagamento de forma brusca e sem aviso prévio, levando
a ruína toda a edificação. Para o cálculo de pilares segue-se a NBR 6118:2014 item 13.2.3, e
também no item 18.4.

Análise estrutural

Trata-se, com toda a certeza, da etapa mais importante de todo o processo de elaboração
de um projeto estrutural, pois são com seus resultados que o dimensionamento e detalhamento
dos elementos são realizados, bem como o comportamento em serviço do edifício avaliado
(KIMURA, 2007).

A análise estrutural é a etapa do projeto estrutural na qual é feita uma previsão do


comportamento da estrutura. Todas as teorias físicas e matemáticas resultantes da formalização
da Engenharia Estrutural como ciência são utilizadas na análise estrutural (MARTHA, 2017).

De acordo com o item 14.2.1 da NBR 6118:2014, o objetivo da análise estrutural


corresponde a determinação dos efeitos das ações em uma estrutura, com a finalidade de efetuar
verificações dos estados-limites últimos e de serviço. A análise estrutural permite estabelecer
as distribuições de esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos, em uma parte ou
em toda a estrutura.

− Análise Elástica Linear

A análise elástica linear é o primeiro tipo de análise que se aprende durante a graduação.
Nesse tipo de análise, considera-se que os materiais que constituem a estrutura assumem
comportamento elástico linear.
30

A elasticidade é definida como a propriedade que um elemento tem de se deformar ao


receber ações externas e, assim que cessada as ações, o elemento volta a sua configuração
inicial. Ter um comportamento elástico-linear significa que o material tem propriedades
elásticas e que sua deformação é proporcional a intensidade das ações externas como
exemplifica a Figura 3.

Figura 3: Comportamento linear na estrutura.

Fonte: Kimura (2007).

− Análise não linear

Conforme a NBR 6118:2014 item 14.5.5, na análise não linear, considera-se o


comportamento não linear dos materiais. Toda a geometria da estrutura, bem como todas as
suas armaduras, precisam ser conhecidas para que a análise não linear possa ser efetuada, pois
a resposta da estrutura depende de como ela foi armada.

Segundo Kimura (2007), na análise não linear como exemplifica a Figura 4 o


deslocamento não é proporcional ao acréscimo de carga. A resposta da estrutura em termos de
deslocamentos teria um comportamento não-linear à medida que o carregamento fosse
aplicado.

Figura 4: Comportamento não-linear na estrutura.

Fonte: Kimura (2007).


31

O que provoca o comportamento da análise não linear se divide em dois fatores na


estrutura à medida que o carregamento é aplicado, sendo estes: a alteração das propriedades dos
materiais que compõem a estrutura designada de “não linearidade física” (NLF); a alteração da
geometria da estrutura, designada “não linearidade geométrica” (NLG).

No caso da não linearidade física em edifícios de concreto armado, as propriedades dos


materiais envolvidos - concreto e aço - se alteram à medida que o carregamento é aplicado à
estrutura, gerando uma resposta não-linear da mesma.

Para que a influência da não-linearidade geométrica na análise de um edifício seja


plenamente compreendida, é necessário entender o que são os efeitos de segunda ordem. O
correto é considerar o equilíbrio de forças após as deformações causadas pelo carregamento,
isto é, na posição deformada. Esse tipo de análise é denominado de "análise em segunda ordem"
e os seus efeitos (deslocamentos e esforços resultantes) são chamados dе "efeitos de 2a ordem"
(KIMURA, 2007).

2.1.3 Características e propriedades básicas do concreto estrutural

Concreto estrutural ou Concreto Armado é composto do concreto simples com


armaduras de aço. O concreto simples é um material composto por água, cimento e agregados.
Essa associação resulta em:

− Pasta: cimento + água


− Argamassa: pasta + agregado miúdo
− Concreto: Argamassa + agregado graúdo

Para a massa especifica segundo NBR 6118:2014 para efeito de cálculo, pode-se adotar
para o concreto simples o valor 2400 kg/m3 e para o concreto armado 2500 kg/m3 .

Segundo Pinheiro (2007), sabe-se da Resistência dos Materiais que a relação entre
tensão e deformação, para determinados intervalos, pode-se considerar linear (Lei de Hooke),
ou seja, 𝜎 = 𝐸𝜀, sendo 𝜎 a tensão, ɛ a deformação específica, e o 𝐸 o módulo de Elasticidade.
A NBR 6118:2014 item 8.2.8, apresenta valores estimados para modulo de elasticidade em
função do 𝑓𝑐𝑘 , em que as classes de resistência a compressão varia de 0 a 90 MPa na norma
brasileira.
32

O coeficiente de Poisson para tensões de compressão menores que 0,5 ∙ 𝑓𝑐 e de tração


menores que 𝑓𝑐𝑡 , pode ser adotado 𝜗 = 0,2 (PINHEIRO, 2007).

Quanto ao módulo de elasticidade do aço, na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo


fabricante, o módulo de elasticidade do aço pode ser admitido igual a 210 GPa conforme NBR
6118:2014, item 8.3.5.

2.1.4 Dimensionamento de uma estrutura

O cálculo, ou o dimensionamento, de uma estrutura deve garantir que ela suporte, de


forma segura, estável e sem deformações excessivas, todas as solicitações a que está submetida
durante sua execução e utilização (CARVALHO e FILHO, 2007).

Métodos clássicos

Nesses métodos, são determinadas as solicitações (M, V e N) correspondentes às cargas


de utilização, calculam-se as tensões máximas correspondentes a essas solicitações, adotando
um comportamento completamente elástico dos materiais. Essas tensões máximas são então
limitadas a uma fração de resistência dos materiais (tensões admissíveis), e dessa forma, a
segurança da estrutura é garantida.

Métodos de cálculos na ruptura (Estados-Limites)

Nesses métodos, a segurança é garantida fazendo com que as solicitações


correspondentes às cargas majoradas (solicitações de cálculo), sejam menores que as
solicitações últimas de ruptura. Quantos as condições analíticas de segurança, a NBR
6118:2014 item 12.5.2, diz que as resistências não devem ser menores que as solicitações, e
devem ser verificadas em relação a todos os estados-limites e todos os tipos de carregamentos
especificados, respeitando a condição:

𝑹𝒅 ≥ 𝑺𝒅 (1)

Resumidamente, o método consiste em adotar valores característicos paras as


resistências e para as ações; cobrir os demais elementos de incertezas existentes no cálculo
estrutural pela transformação dos valores característicos em valores de cálculo: minoram-se as
33

resistências e majoram-se as ações. Os valores característicos e de cálculos das resistências é


definido com clareza no capítulo 12 da NBR 6118:2014.

2.1.5 Estados-limite

Para cálculo de estruturas de concreto os estados-limites utilizados são: Estados-limites


últimos, e Estados-limites de Serviço.

Estados-limites últimos:

São aqueles que correspondem à máxima capacidade portante da estrutura, ou seja, sua
simples ocorrência determina a paralização ou o esgotamento da capacidade resistente, no todo
ou em parte, do uso da construção. São exemplos:

− perda de equilíbrio como corpo rígido: tombamento, escorregamento ou levantamento;


− resistência ultrapassada: ruptura do concreto;
− escoamento excessivo da armadura: εs > 1,0%;
− aderência ultrapassada: escorregamento da barra;
− transformação em mecanismo: estrutura hipostática;
− flambagem;
− instabilidade dinâmica – ressonância;
− fadiga − cargas repetitivas.

Estados-limites de serviço:

São caracterizados pelo fato da estrutura apresentar desempenho inadequado para a


função a que se destina, relacionado ao conforto do usuário, à durabilidade, aparência e boa
utilização das estruturas. Sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos estruturais que
não respeitam condições especificadas para o uso normal da construção ou que são indícios de
comprometimento da durabilidade. Podem ser citados como exemplos:

− danos estruturais localizados que comprometem a estética ou a durabilidade da estrutura


- fissuração;
− deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou o seu aspecto
estético - flechas;
34

− vibrações excessivas que causem desconforto a pessoas ou danos a equipamentos


sensíveis.

2.1.6 Ações permanentes e variáveis

Para o cálculo de um edifício, devem ser consideradas todas as ações que irão produzir
efeitos significativos na sua estrutura. Ações são causas que provocam esforços ou deformações
nas estruturas. Na prática, as forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas
como se fossem as próprias ações, sendo as forças chamadas de ações diretas e as deformações,
ações indiretas (PINHEIRO, 2007).

Na NBR 6118:2014, esse assunto é inteiramente abordado na seção 11 - Ações. Segundo


Pinheiro (2007), as ações permanentes são aquelas que ocorrem com valores constantes ou com
pequena variação em torno da média, durante praticamente toda a vida da construção.

Quanto as ações variáveis são aquelas cujos valores têm variação significativa em torno
da média, durante a vida da construção, e atuam somente por um período da vida da edificação.
Este assunto está detalhado na NBR 6118:2014 item 11.4.

2.1.7 Combinações das ações

Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período
preestabelecido. Em todas as combinações, as ações permanentes devem ser tomadas em sua
totalidade; das ações variáveis devem ser tomadas apenas as parcelas que produzem efeitos
desfavoráveis para a segurança (CARVALHO e FILHO, 2007).

Apesar dos sistemas computacionais estarem preparados para analisar e visualizar os


resultados de ações de forma isolada, o que é muito bom para interpretar o comportamento da
estrutura perante as mesmas, para o projeto estrutural em si, o que vale realmente são as
combinações como exemplo a Figura 5. Afinal de contas, todos os elementos que compõem a
estrutura devem ser dimensionados e verificados para ações atuando de forma conjunta, como
na vida real (KIMURA, 2007).
35

Figura 5: Combinações.

Fonte: Kimura (2007).

As combinações das ações necessárias às verificações nos estados-limites último, e de


serviço, estão definidas na NBR 8681:2003.

2.1.8 Estádios

De acordo com Pinheiro (2007) o procedimento para se caracterizar o desempenho de


uma seção de concreto consiste em aplicar um carregamento, que se inicia do zero e vai até a
ruptura. Às diversas fases pelas quais passa à seção de concreto, ao longo desse carregamento,
dá-se o nome de estádios. Distinguem-se basicamente três fases distintas: estádio I, estádio II e
estádio III, sendo o último mais usual para o dimensionamento.

Geralmente é no estádio III que é feito o dimensionamento, situação em que denomina-


se “cálculo na ruptura” ou “cálculo no estádio III”.

2.1.8.1 Hipóteses para Cálculo

As hipóteses para cálculo no estado-limite ultimo de elementos lineares sujeito a


solicitações normais estão no capítulo 17 da NBR 6118:2014.

A deformação de escoamento do aço (𝜀𝑦𝑑 ) CA-25, 50 e 60, tem alongamento


convencional de 10‰, enquanto a deformação de esmagamento do concreto a ruptura (𝜀𝑐𝑢 ) de
3,5‰ (CLÍMACO, 2008).

Uma peça linear de concreto armado em uma situação normal é requerida em diferentes
estados-limites últimos e modos de ruptura, conforme as dimensões da peça e características
dos materiais utilizados. Um ELU (Estado Limite Último) acontece quando a deformação
36

específica convencional máxima do aço ou do concreto, ou ambos ocorrem, portanto,


dimensionando a peça para se adequar a segurança estabelecida pelo ELU, estabelecidas de
duas formas: “situações convencionais de ruptura, com os domínios de deformação; e com os
valores de cálculo, que modificam esforções e resistências características por coeficientes de
majoração ou minoração” (CLÍMACO, 2008).

Figura 6: Domínios de deformação na ruina.

Fonte: Pinheiro (2003).

De acordo com Carvalho e Figueiredo Filho (2007), na Figura 6 “a reta a e os domínios


1 e 2 correspondem ao estado-limite último por deformação plástica excessiva; os domínios 3,
4, 4ª, 5 e a reta b correspondem ao estado-limite último por ruptura convencional”.

2.2 Softwares de modelagem, cálculo e detalhamento

Os softwares mais utilizados no Brasil para projetos estruturais em concreto armado são
o CAD/TQS® da empresa TQS Informática® e o Eberick® da empresa AltoQi®.

2.2.1 CAD/TQS®

O CAD/TQS®, é um dos programas mais utilizados em escritórios de engenharia para


cálculo estrutural, composto por um conjunto de ferramentas para cálculo, englobando todas as
etapas de um projeto, desde a concepção estrutural, passando pelas análises de esforços, flecha,
dimensionamento e detalhamento das armaduras, até a emissão das plantas finais. É destinado
a projetos de concreto armado, concreto protendido, alvenaria estrutural e estruturas pré-
37

moldadas. É desenvolvido pela TQS informática Ltda.®, que lançou sua primeira versão do
programa CAD/TQS® na década de 80.

Seu desenvolvimento é baseado principalmente nas normas técnicas de concreto armado


NBR 6118:2014, sendo completado pelas outras normas existentes, o tornando muito eficaz.
Compatível com qualquer sistema operacional Windows, constituinte de uma plataforma gráfica
própria, não dependendo de nenhum outro software com plataforma tipo CAD, e pode ser
facilmente instalado em uma máquina individual, ou em uma rede de computadores.

A empresa fabricante do programa realça, que é de extrema importância que o


engenheiro tenha conhecimento sobre o comportamento das estruturas, enfatizando que o
projeto estrutural se trata de um trabalho preponderantemente intelectual, exigindo
conhecimento teórico e prático, que envolve grandes responsabilidades e inúmeros desafios.
Pois esse sistema computacional, por mais sofisticado que seja, é apenas uma ferramenta
auxiliar. A responsabilidade pelo projeto é sempre do Engenheiro que o manipula.

2.2.2 Eberick®

Outro software proposto como solução para projetos estruturais pautado neste trabalho
é o Eberick®, desenvolvido desde 1996 para ambiente Windows, da AltoQi® fundada em 1989
cujo primeiros produtos foram o PROVIGA, PROPILAR, PROLAJE e PROINFRA. O eberick
é vinculado a plataforma BIM para elaboração de projetos em concreto armado moldado in-
loco, pré-moldado, alvenaria estrutural e estruturas mistas com recursos que abrange todas as
etapas do projeto. Este programa faz a modelagem da estrutura, a análise, o dimensionamento
das peças estruturais, a compatibilização com as demais disciplinas do projeto e a geração de
pranchas finais, contendo os detalhamentos das armaduras e plantas de formas.

De acordo com a AltoQi (2019) a utilização de um programa de computador em


situações reais de projeto de estruturas implica em muita responsabilidade e experiência por
parte do usuário. O sistema deverá ser utilizado por profissionais habilitados e competentes,
como ferramenta de auxílio ao projeto. Nenhum programa, é capaz de substituir totalmente o
trabalho, as considerações e o julgamento do engenheiro.
38

2.2.3 Autodesk Revit®

O Autodesk Revit é um software constituinte de uma plataforma BIM e permite o


desenvolvimento e criação de projetos na concepção de um modelo tridimensional que faz
associação aos componentes construtivos de uma edificação (esquadrias, mobílias, objetos em
geral etc.) (SANTANA, 2019).

O Revit dá suporte para a elaboração de projetos multidisciplinares, documentando a


construção de forma que todas as informações necessárias estejam inseridas num ambiente
exclusivo no software. Por ser um software possuinte de uma plataforma BIM, possibilita a
importação e exportação de arquivos, vinculando seus dados com variados formatos de arquivo,
por exemplo, DWG, DGN, IFC (AUTODESK 2017, SANTANA, 2019).

A ferramenta permite que técnicos, designers, arquitetos e engenheiros tenham espaço


para trabalhar em modelos específicos de suas respectivas áreas. No campo da arquitetura
proporciona a visualização em alto impacto, criando modelos tridimensionais e renderizações
realísticas, permitindo um alto nível de detalhamento e isso faz com que a ideia do projetista
fique mais clara e transpasse de forma rápida e transparente ao cliente (SANTANA, 2019).

O software possibilita a criação de modelos estruturais inteligentes e detalhados, de


forma que o projeto seja modelado o mais próximo de como será executado na prática.
Composto por várias funções que auxiliam na simulação de sistemas estruturais formando o
modelo físico estrutural e, a partir deste modelo é criado automaticamente o modelo analítico
estrutural. (AUTODESK 2018, SANTANA, 2019).

Dentre os softwares para a modelagem do projeto arquitetônico e vinculado a


metodologia BIM são o Revit® da empresa Autodesk®, Archicad® da empresa Graphisoft®,
Vectorworks da empresa Nemetschek North America etc.

2.3 BIM (Building Information Modeling)

BIM - Modelo de Informação da Construção, é uma tecnologia promissora desenvolvida


na indústria de arquitetura, engenharia e construção. Com o BIM um modelo virtual detalhado
de uma construção é construído de forma digital. Quando completo, o modelo construído
digitalmente contém dados relevantes e a geometria necessária para dar suporte à construção, à
fabricação e a tomada de melhores decisões durante a fase da construção de uma edificação.
39

Quando implementado de maneira apropriada, o Modelo de Informação da Construção traz


facilidade ao processo do projeto e construção integrados que produz uma edificação de
qualidade com custo e prazo reduzidos (TRAZZI e SOVAT, 2016).

De acordo com Trazzi e Sovat (2016), esse modelo possui um conceito importante que
são os objetos paramétricos, em que as informações se encontram interligadas por via de
relações paramétricas o que significa que as alterações nas geometrias associadas dos objetos
são processadas em tempo real em todo o modelo, evitando a propagação de erros e
dinamizando os processos de atualização. Os objetos têm também a habilidade de se vincular
ou receber, divulgar ou exportar conjuntos de atributos, como materiais da estrutura, geometria,
dados térmicos, e outras informações para diferentes aplicações de modelos.

É uma metodologia de trabalho fundamentada num modelo digital virtual, onde é


possível simular o produto final de uma construção abrangendo toda a informação das
diferentes especialidades envolvidas na empreitada (ESTEVES, 2012, BARBOSA, 2014).

Com a tecnologia BIM os edifícios são construídos virtualmente, colaborando todas as


fases do Projeto, permitindo uma aperfeiçoada análise e controle dos processos construtivos e
monitorização da operacionalidade do edifício na fase de exploração. Quando concluídos os
modelos, é possível ter a geometria precisa e os dados necessários para a construção, fabricação
e aquisição dos materiais para a execução do projeto de um edifício (EASTMAN et al., 2011,
BARBOSA, 2014).

Além da definição da geometria e dos materiais, os modelos de projeto em BIM têm a


competência de suportar a análise estrutural e energética, o planejamento do processo
construtivo, análise de custos, entre outros, assim, o projeto e a construção de um edifício são
um trabalho de equipe que envolve diversas especialidades (SILVA , 2013, BARBOSA, 2014).

2.4 Interoperabilidade BIM

Atualmente o planejamento ocupa uma posição primordial no ciclo de vida de um


Projeto (ou empreendimento), tanto na perspectiva dos proprietários da obra como na
perspectiva de empresas de construção. No planejamento da construção deve-se identificar as
atividades do projeto, estimar os períodos de execuções, definir as dependências entre
atividades, identificar recursos e capacidades disponíveis dos mesmos e determinar os custos
de execução.
40

É necessário então desenvolver um bom planejamento, sendo a base para que o


orçamento, apresentado no fim da empreitada, esteja de acordo com o esperado e para que não
hajam falhas nos prazos e nos custos. Um planejamento bem detalhado é a chave para o
andamento do ciclo de vida do projeto sem erros.

Assim, a indústria da construção ao longo dos últimos anos tem apresentado vários
avanços tecnológicos, o que fez com que os intervenientes no ciclo de vida do projeto se fossem
adaptando à realidade e encontrassem uma via de procura sucessiva de novos desafios e
tecnologias.

Os Projetos Integrados distinguem-se pela colaboração eficaz entre todos os


intervenientes da empreitada, desde a concepção até à entrega final do projeto. Possui um
conceito base que é a equipe de projeto trabalhar em conjunto com os outros intervenientes,
utilizando-se de ferramentas colaborativas que têm à sua disposição para garantir que o projeto
corresponda consideravelmente com os requisitos do proprietário da obra na redução de tempo
e custo (BARBOSA, 2014).

De acordo com Eastman et al. (2014, KRETSCHMER, 2018), a interoperabilidade


identifica a necessidade de passar dados entre aplicações, com um objetivo em comum para
contribuírem em conjunto com o trabalho a fazer. Ela também pode eliminar a necessidade de
replicar a entrada de dados que já foram gerados e facilitando fluxos de trabalho e automação.

Algumas das soluções que não são definidas por padrão proprietário de um software ou
empresa, podem ser caracterizadas como OpenBIM. De acordo com a BuildingSMART , o
OpenBIM é uma abordagem universal a respeito da colaboração das diversas etapas de projeto,
execução e operação de produtos da construção baseada em padrões e fluxos de trabalho abertos
(KRETSCHMER, 2018).

Essa abordagem permite versatilidade nos processos por não depender de softwares
específicos, viabiliza uma base de dados universal acerca dos produtos fornecidos, bem como
possibilita e facilita o acesso para avaliação do ciclo de vida dos empreendimentos. Dada a
oferta de várias empresas em serviços de OpenBIM, o setor tende a ser mais competitivo
(BUILDINGSMART, 2018, KRETSCHMER, 2018).

Nenhum programa pode suportar sozinho todas as tarefas pertencentes aos projetos e
produções da indústria da construção. A fim de melhorar a colaboração da equipe de
41

profissionais envolvida no empreendimento, as interfaces abertas dos softwares utilizados


devem permitir a importação de dados imprescindíveis e a exportação de dados em diversos
formatos, para fazer uso da interoperabilidade com outras aplicações e trabalhos.
Interoperabilidade representa um dos fortes motivos para os erros de orçamentos (TRAZZI e
SOVAT, 2016).

Na situação atual do setor de Engenharia Civil, cada participante possui as próprias


ferramentas computacionais onde cria o seu projeto específico e procura estabelecer com cada
um dos intervenientes a partilha das informações do projeto (PISSARRA, 2010). Esta
dificuldade de partilha de informação, devido às ferramentas informáticas serem de
softwarehouses distintas, é um dos fatores limitantes do uso do BIM. Portanto, a
interoperabilidade surge como a capacidade de identificar os dados necessários para serem
passados entre aplicações informáticas (EASTMAN et al., 2011, BARBOSA, 2014).

Neste trabalho será abordada a Interpolaridade BIM para o desenvolvimento do projeto


estrutural nos softwares, em que no contexto BIM, a interoperabilidade define-se como a
capacidade de transmissão de dados entre aplicações, partilha de informação, bem como a
capacidade de várias aplicações trabalharem conjuntamente podendo assim também reduzir os
custos dos projetos.

Atualmente há duas formas de fazer essa interoperabilidade: usar somente programas


de uma determinada empresa, como no caso da Autodesk® que se comunicam bem entre si
(Revit, AutoCAD, ROBOT, etc.); ou usar softwares de diversas empresas que podem trocar
dados entre si usando padrão e arquivo comuns a vários programas. No caso da
interoperabilidade entre Revit-Eberick tem-se o principal modelo, o modelo IFC, que vem
sendo adotado como um padrão internacional. Este representa geometria, relações, processos e
materiais, fabricação, dentre outras propriedades e, no caso da interoperabilidade Revit-TQS
permite-se pelo modelo IFC, como também através de plugins disponibilizados pelos
fabricantes do programa.

2.4.1 Formato IFC

O IFC (Industry Foudation Classess), é um formato aberto e independente de arquivo


padrão de compartilhamento de informações que pode ser lido por diversos softwares e não é
detido pelos fabricantes. Este formato padrão é baseado em objetos e projetado para armazenar
42

e tratar todas as informações da construção ao longo do seu ciclo de vida. Atualmente é


desenvolvido pela BuildingSMART, organização internacional sem fins lucrativos que visa
melhorar o intercâmbio de informações entre aplicações informáticas utilizadas na indústria de
arquitetura, engenharia e construção. O formato IFC é registrado atualmente na sua última
versão pela ISO como ISO-PAS 16739 e está próximo de se tornar norma oficial.

A “BuildingSMART Alliance”, fundada em 2006 como uma expansão da “International


Alliance for Interporability”, tem trabalhado com o objetivo de definir um formato padrão para
a interoperabilidade de dados. Dos estudos executados, o grupo ajudou a estabelecer o IFC, que
define eletronicamente os elementos de um edifício num formato que possa ser compartilhado
entre aplicações. Para além desta missão, a “BuildingSMART Alliance”, em parceria com o
National Institute of Building Sciences, está a implementar o uso de standards abertos que
representam um ambiente neutro onde todos os intervenientes se podem juntar para desenvolver
o nível de cadeia de valor da indústria (Hill, 2007, BARBOSA, 2014).

Segundo Trazzi e Sovat (2016), a garantia de passagem de dados dos objetos em


modelos de formato IFC é abrangente, mas as totais possibilidades de informações na indústria
da construção são ainda maiores, levando assim ao modelo ter certas limitações. Os modelos
quando traduzidos para o IFC são compostos basicamente de: geometria, relações e
propriedades. Com relação a geometria, as simples são asseguradas pelo modelo, porem as
geometrias complexas constituídas estão sujeitas a serem transportadas com erros. Já para as
relações entre objetos não são conhecidos erros, parecendo englobar todas as necessidades
atuais, como atribuir relações, composição e decomposição, associação de informações a
objetos, definição de relações genéricas e conectividade entre elementos. Para o terceiro
componente, as propriedades, existe uma quantidade de propriedade de produtos reais muito
grande para se conseguir agrupar em um modelo só. Deste modo, há várias omissões e erros.
Para contornar esse problema foram criadas propriedades mais comuns as necessidades normais
(portas, janelas, vigas, custos etc.) e propriedades mais específicas podem ser inseridas e criadas
pelo utilizador e interligadas com as disponíveis.

A primeira normalização do formato IFC foi difundida em 1997 e desde então, está
sendo alvo de melhorias com o lançamento de novas versões conforme mostra a Figura 7. A
versão mais recente do modelo de dados da buildingSMART é designada por IFC4
(BuildingSMART, 2014, BARBOSA, 2014).
43

Figura 7: Histórico de versões do formato IFC.

Fonte: Krauss e Ribeiro (2019).

2.4.2 Interoperabilidade TQS®

O BIM tem ênfase na modelagem 3D em todas as disciplinas, sendo que cada elemento
possui informações atreladas a ele. Em BIM tem-se a possibilidade de se trabalhar em um
modelo único, em que toda a cadeia de profissionais que desenvolvem o modelo pode estar
trabalhando em cima de um mesmo conceito.

Segundo Lima (2018) da equipe de desenvolvimento da empresa TQS® INFOMÁTICA


Ltda., o que o contratante espera do modelo estrutural é o modelo físico 3D com atributos, ou
seja, que ver a escada, rampas, furos, shafts, piscinas, quadro de forças etc., ou seja os atributos
que possa geras os quantitativos de volume, taxa de armadura, dente outros. O contratante não
está interessado no modelo de cálculo, ou como foi efetuado as contas para chegar à resistência
necessária.

Conforme Lima (2018) a TQS® trabalha com BIM desde a versão 14 (V14, 2008),
possuindo dois meios principais de troca de informações com outros programas: via arquivo
IFC (principal formato de interoperabilidade) e comunicação direta com outros programas via
plugin com Revit, Tekla e SketchUp.

No caso de plugin Revit-TQS pode exportar todo modelo estrutural com as


características de cada elemento como por exemplo vigas com trecho em arco, vigas e pilares
pré-moldados, blocos de alvenaria estrutural, escadas, eixos de locação, dentre outros.

No plugin Revit-TQS no caso no modelo de arquitetura são exportado as plantas de


pisos como referências 2D na posição correta, anotações geradas pelo arquiteto, que se
44

comporta como uma máscara para o lançamento da estrutura, o modelo 3D arquitetônico, a


detecção das paredes arquitetônicas e a suas transformações em cargas e a interpretação de
tubos detectando colisões dos tubos em elementos estruturais definindo um furo e calculando o
elementos estruturais.

Conforme Lima (2018) a importação da arquitetura também é possível via IFC, não só
do Revit, mas também de outros softwares de modelagem BIM, trazendo para o TQS com as
referências e informações 2D e 3D.

O plugin pode ser usado para a exportação do modelo estrutural do Revit para o TQS
compatibilizando toda a estrutura sem que precise do lançamento estrutural no software
CAD/TQS® e apenas fazer edições necessárias a verificação da estrutura e lançamento de
cargas. Além da abundância de informações, na atual versão do programa e do plugin, algumas
formas de modelagem mais complexas já são suportadas. No TQS® v21 já é possível lançar
escadas denominadas somente volume, apenas para fins de compatibilização, não sendo
conferido detalhamento a elas. Quanto à exportação de elementos, supre-se de forma satisfatória
as necessidades de obras comuns (TQS, 2018ª, KRETSCHMER, 2018).

2.4.3 Interoperabilidade Eberick®

Segundo a AltoQi® (2019b) o Eberick possui recursos que permite importar e exportar
o modelo estrutural em formato IFC (OpenBIM), contendo as informações geométricas dos
elementos estruturais, bem como classe de concreto, cobrimento, classe de agressividade, taxa
de armadura para as vigas e pilares, entre outros dados para realizar a compatibilização BIM
com as demais disciplinas. Estes arquivos são compatíveis com uma vasta diversidade de
softwares de compatibilização de projetos existentes no mercado permitindo a detecção de
interferência e a análise de todo o ciclo de vida da construção.

O programa possui recursos que permitem importar e visualizar modelos 3D externos


(Q3D ou IFC), possibilitando utilizá-los como referência externa na execução dos projetos no
Eberick®. Com isso, é possível extrair um “corte” no modelo 3D IFC, como o intuito de obter
de forma automática as plantas de referência 2D de cada pavimento da edificação.

Essa funcionalidade permite ainda importar diversas disciplinas de projeto e usá-las


como referência (máscara) para o lançamento e verificações de interferências, facilitando o
trabalho de forma integrada com as disciplinas de construção.
45

2.5 O Projeto estrutural visto por diferentes soluções

Neste capítulo apresenta-se sobre algumas discussões e trabalhos que utilizaram a


mesma linha de pensamento, onde projeta-se um edifício de multipavimentos em concreto
armado com foco nas soluções obtidas por diferentes ferramentas computacionais.

No trabalho de conclusão de curso realizado por Silva e Cruz (2017) cujo título é
“Estudo comparativo de dimensionamento estrutural de um edifício em concreto armado entre
dois softwares” faz-se a comparação entre os programas Eberick®, e o CAD/TQS®, dizendo
que basicamente executam as mesmas funções de dimensionamento estrutural, constatando
algumas particularidades nos resultados.

Dentre os programas em referência as comparações quanto aos materiais, sabe-se que


dentre eles poderá existir um mais econômico, e quanto as verificações das solicitações é
possível encontrar diferenças. De acordo com Silva e Cruz (2017), para a verificação dos
momentos fletores portou-se diferença entre os programas, onde os momentos fletores positivos
eram próximos, porém, os momentos fletores negativos encontraram diferenças consideráveis.
A verificação de flechas em laje e nas vigas, diagnosticou que o Eberick® obtém resultados
maiores que o CAD/TQS®. Assim de acordo com os desenvolvedores do trabalho foi julgado
que o software TQS® se sobressaiu em bons resultados, boa interação programa-usuário e
suporte técnico.

Outro trabalho de Vergutz e Custódio (2010), fez a comparação entre o CAD/TQS®,


Eberick®, e CYPECAD®. Como se sabe, as divergências são passíveis e pode ocorrer e segundo
os autores, diagnosticou-se uma diferença considerável quanto ao consumo de concreto e aço
que os programas usam na estrutura. Acredita-se que essas diferenças estão relacionadas aos
critérios existentes nos programas com relação ao arranjo das armaduras.

Apesar do alto desenvolvimento e oferta dos programas de cálculo estrutural em que um


dos seus objetivos são otimizar tempo e estrutura com segurança, a escolha de qual utilizar e
dominar é fundamental, pois é de suma importância saber interpretar os resultados. Segundo
Vergutz e Custódio (2010), no decorrer da elaboração da problemática, concluíram que de fato
os programas de cálculo estrutural estão disponíveis para o aumento de produtividade de
projetos e no auxílio das considerações a que podem estar sujeitas as estruturas de concreto.
Nota-se que o uso desses programas, exige do usuário um bom nível de conhecimento técnico,
46

e normativo, que associado à experiência trará sucesso na elaboração de uma estrutura racional
e econômica.

Ainda de acordo com Vergutz e Custódio (2010), os softwares de cálculo estrutural para
estruturas de concreto armado mais utilizados no Brasil atualmente são o Eberick®, o
CYPECAD® e o CAD/TQS®. Excelentes programas do ramo e muito reconhecidos no mercado.
Atualmente, permitem a integração com a plataforma BIM e são específicos para análise
estrutural, sendo dispensáveis à confecção de um projeto arquitetônico e outros projetos
complementares.

Para um escritório de engenharia que confecciona várias disciplinas de projeto, a


aquisição de um software de cálculo estrutural pode se tornar muito elevada quando somada à
aquisição dos demais softwares.

Em virtude dos diferenciais de critérios entre os programas, pode-se afirmar que os


programas apresentam ao final do projeto, resultados muito diferentes. Verificam-se que os
programas de cálculo de estruturas de concreto não substituem o papel do engenheiro, e é ainda
necessário que este pense e tome as decisões cabíveis diante dos problemas que podem surgir
durante a elaboração de um projeto estrutural (VERGUTZ e CUSTÓDIO, 2010).

Tem-se também outro trabalho semelhante, descrito por Silva (2018), cujo título é
“Análise comparativa entre dois softwares de dimensionamento estrutural em concreto armado:
Estudo de caso de uma obra de pequeno porte”, em que utiliza dois programas comerciais
utilizados no Brasil sendo eles CYPECAD® e Eberick®. O estudo de Silva (2018) tomou-se
como base uma estrutura real no qual utilizou os mesmos parâmetros para o lançamento da
estrutura. Ideia semelhante será considerada como parte do método utilizado neste presente
trabalho.

Assim como uma das proposta desse trabalho é o dimensionamento para os Estados
Limites Últimos, e Estados Limites de Serviço, Silva (2018) utilizou-se dos mesmos para o
dimensionamento e como resultados observou-se que o programa CYPECAD®, apresentou-se
um dimensionamento mais conservador.

No Capítulo 2.5 foi exposto alguns trabalhos correlacionados à proposta desse trabalho
de conclusão de curso, trazendo as principais ideias semelhantes e conclusões dos resultados
47

que obtiveram no dimensionamento de estruturas em concreto armado utilizando determinados


programas.
48

3 MÉTODOS

Foi desenvolvido um projeto arquitetônico de um edifício de múltiplos pavimentos


contendo um pavimento térreo, quatro andares de pavimentos tipo, cobertura, casa de máquinas
e caixa d’água para fins residenciais no software Autodesk® Revit.

Para fazer o uso da interoperabilidade BIM, é necessário criar o arquivo tipo IFC de
forma que sejam utilizadas as informações do projeto arquitetônico em outros softwares para a
elaboração dos projetos complementares. Neste trabalho serão utilizados os softwares de
dimensionamento estrutural TQS® e Eberick®, que utilizarão o arquivo IFC gerado partir do
software Revit®.

Procura-se assim analisar em cada um dos softwares, nos quesitos de ambiente de


trabalho e manipulação de dados, a interoperabilidade, fluxo de trabalho da estrutura até chegar
ao dimensionamento da estrutura.

Após o processamento da estrutura em cada programa, foram estudados os modelos de


análises os resultados gerados, realizando as comparações dos esforços nas lajes, vigas, pilares,
fundações e o dimensionamento da armadura da estrutura, determinando assim as possíveis
semelhanças e divergências entre as soluções.

3.1 Procedimentos e técnicas para as análises

A modelagem da estrutura foi de acordo com a NBR 6118:2014 com o lançamento do


mesmo modelo nos dois softwares citados, com adequações de modo a melhorar o modelo em
termos aplicados à sua execução.

Para os cálculos utilizou-se resistência do concreto 𝑓𝑐𝑘 30 Mpa (C30), classe de


agressividade ambiental II (moderada-urbana), aço CA 50, para o qual seguiu-se algumas
referências, como Pinheiro (2007), para o pré dimensionamento da geometria. As seções dos
pilares são todas retangulares, vigas de seção retangular e lajes pré-moldadas treliçadas de
concreto armado exceto as lajes em balanço sendo lajes maciças.

Para os critérios de cargas, foi adotado a NBR 6120:2019, e casos de combinação


seguidos de acordo com a NBR 6118 (2014), utilizados de acordo com o padrão de cada
software.
49

A ação do vento foi considerada de forma simplificada, com a velocidade de 45 m/s de


acordo com as isopletas de velocidade básica conforme a NBR 6123:1988. Os parâmetros para
análise das ações horizontais foram utilizados de acordo com o padrão dos programas então
utilizados para este estudo.

3.2 Recurso computacionais e softwares

De acordo com os objetivos apresentados neste trabalho, utilizou-se de recurso


computacional e definiu-se alguns softwares, de acordo com suas funcionalidades, conforme a
Tabela 1: Apresentação dos programas a serem utilizados na pesquisa.

Tabela 1: Apresentação dos programas a serem utilizados na pesquisa.

Licença e Método de Projeto NBR


Software Projeto
versão Análise 6118
Estudantil; Projeto
Revit - -
2019 Arquitetônico
Projeto Estrutural
Estudantil; Matricial e MEF
CAD/TQS® em Sim
V21 (lajes)
Concreto Armado
Projeto Estrutural
Eberick® Next Pro 2020 Matricial em Sim
Concreto Armado
Fonte: Autoria própria.
50

4 ESTUDO DO CASO

4.1 Projeto Arquitetônico

O projeto elaborado para este trabalho considera um edifício residencial de múltiplos


pavimentos composto do pavimento térreo, quatro pavimentos tipo, cobertura, casa de
máquinas e caixa d`água, desenvolvido para realização do comparativo entre os softwares em
questão. Cada pavimento tipo são constituídos de dois apartamentos, que possuem dois quartos,
um banheiro, sala, cozinha e lavanderia, tendo o pé direito de 3,20 metros. O projeto do edifício
foi desenvolvido no template arquitetura do Revit. As etapas referentes ao processo de
modelagem arquitetônica não foram abordadas por não serem o foco deste trabalho. Na Figura
8 é mostrada a planta baixa do pavimento tipo que foi tomada como base para o
desenvolvimento da modelagem estrutural.

Figura 8: Planta baixa pavimento tipo (área = 248,93 m2).

4.2 Carregamentos

Para as cargas atuantes na edificação foram obedecidos os parâmetros de uso e ocupação


de um edifício residencial, obtendo alguns valores de referência da NBR 6120:2019.

Os carregamentos utilizados foram divididos em cargas acidentais, permanente, vento e


peso próprio, sendo este último estimado pelos próprios softwares.
51

4.2.1 Cargas acidentais adotadas

Na Tabela 2 apresenta-se valores de cargas acidentais considerados em toda estrutura


de acordo com a NBR 6120:2019.

Tabela 2: Cargas Acidentais.

Carga acidental
Categoria de uso considerada
(kN/𝒎𝟐 )
Sacada 2,50
Dormitório, banheiro, sala, cozinha e corredor interno 1,50
Lavanderia 2,00
Corredor com acesso ao público e escadas 3,00
Casa de Máquinas 7.50
Carga acidental de coberturas 1,00
Carga Acidental Barrilete 1,50

Observação: o elevador utilizado não possui Casa de Máquinas.

4.2.2 Cargas Permanentes

No projeto apresentado serão utilizadas cargas produzidas pelo revestimento, carga de


cobertura (estrutura mais o telhado), alvenaria e cargas do elevador, cujos os parâmetros de
peso específico foram obtidos através NBR 6120:2019 , e do elevador de acordo com o manual
do fabricante.

Revestimento pavimento tipo

Segue-se os valores apresentados na Tabela 3.

Tabela 3: Cargas de revestimento.

Peso Revestimento
Espessura
Camadas específico por camada
(cm)
(kN/𝒎𝟑 ) (kN/𝒎𝟐 )
Revestimentos de pisos de
edifícios residenciais e
comerciais (Piso + camada 5 - 1,00
de regularização)
Revestimento 2 19,00 0,38
Peso total (kN/𝒎𝟐 ) 1,38
52

Cobertura

Na Tabela 4 apresentam-se valores de cargas considerados no pavimento cobertura.

Tabela 4: Cargas de cobertura.

Revestimento
Espessura Peso específico
Camadas por camada
(cm) (kN/𝒎𝟑 )
(kN/𝒎𝟐 )
Telhamento - - 1,00
Revestimento 2,0 19,00 0,38
Peso total considerado (kN/𝒎𝟐 ) 1,38

Paredes

As paredes são constituídas de blocos cerâmicos descrito como tijolo furado na NBR
6120:2019 na tabela 2. Para as cargas lineares, como peso da alvenaria sobre a viga, foi adotado
para o dimensionamento o peso específico de 14,00 kN/𝑚3 .

Elevador

O elevador social considerado neste trabalho foi da marca Atlas Schindler S. A., com
capacidade de 600 kg (8 pessoas), percurso máximo de 60 metros e velocidade de 1,00 m/s.
Possui um motor de pequeno porte, utilizando menor espaço e dispensa-se a construção da casa
de máquinas, como mostra a Figura 11, de acordo com o catálogo apresentado no site do
fabricante. As cargas a serem consideradas de aplicação no poço do elevador e casa de máquinas
foram consideras segundo o fabricante da “Planta de Instalação – Dimensões Gerais”.

− Poço do elevador

Na Tabela 5 apresentam-se as cargas consideras no projeto estrutural, de acordo com o


fabricante do elevador (Figura 9).

Tabela 5: Cargas poço do elevador

Cargas Área (𝐦𝟐 ) Carga/área (kN/𝒎𝟐 )


Cargas Verticais 4,00 39,60
Regularização +
Impermeabilização 4,00 1,00
𝟐 40,60
Peso total considerado (kN/𝒎 )
53

Figura 9: Cargas e detlahamento no poço do elevador.

Fonte: Atlas Schindler (2009).

− Casa de Máquinas

A Tabela 6 apresenta as cargas consideras no projeto estrutural, de acordo com o


fabricante do elevador (Figura 10).

Tabela 6: Cargas na casa de máquinas.

Cargas Área (𝐦𝟐 ) Cara/área (kN/𝒎𝟐 )


Cargas Verticais 4 22,00
Regularização +
Impermeabilização 4 1,00
𝟐 23,00
Peso total considerado (kN/𝒎 )
54

Figura 10: Ganchas a considerar na casa de máquinas.

Fonte: Atlas Schindler (2009).

Como mostra o posicionamento dos ganchos no teto do poço do elevador, em notas na


planta de instalação do elevador, pede-se para considerar 22000 N de cargas em cada gancho
para dimensionamento da laje.

Figura 11: Detalhamento casa de máquinas.

Fonte: Atlas Schindler (2009).


55

Na Figura 11 apresenta-se o detalhamento da casa de máquinas descrito no manual


disponibilizado pelo fabricante.

4.3 Exportação do Projeto Arquitetônico

A partir do projeto arquitetônico definido desenvolvido no software Revit® versão


estudantil 2019, foi realizado a exportação do modelo para os softwares utilizados.

4.3.1 Revit-TQS

Primeiramente deve-se instalar o plugin disponibilizado gratuitamente TQS®


INFORMÁTICA, 2019b, no site “https://store.tqs.com.br”, de acordo com a versão do Revit®
que está sendo utilizado podendo assim exportar arquivos entre ambos. Esse plugin, ao baixar
e executar será instalado automaticamente dentro do programa Revit® em forma de um menu
“TQS” na barra de tarefas conforme mostra Figura 13. Assim, o meio de exportação do arquivo
foi via plugin Revit-TQS.

Primeiramente, dentro do Revit deve-se colocar o ponto de origem do projeto no ponto


(0;0) em algumas das plantas de pisos, de acordo com a sequência: “Visibilidade/Sobreposição
gráfica – Terreno - Ponto base do projeto” como mostra a Figura 12.

Figura 12: Ponto base do projeto.

Dentro do menu “TQS”, é feito a exportação, como mostra a Figura 13.


56

Figura 13: Exportar RTQ.

Após clicar em “Exportar RTQ”, aparecerá uma janela em que é necessário fazer
algumas configurações de acordo com suas peculiaridades, conforme descrito na Figura 14.

Figura 14: Exportação do modelo arquitetônico em RTQ.


57

Ao clicar “Exportar” automaticamente pedirá para salvar o RTQ em uma pasta que seja
de seu conhecimento para abri-la no programa TQS® posteriormente. Se tudo for exportado
corretamente aparecerá uma mensagem dizendo que a exportação foi feita com sucesso.

4.3.2 Revit-Eberick

Será gerado o arquivo IFC de forma genérica a partir do software Revit. O processo para
o início da geração será mostrado na Figura 15 e Figura 16.

Primeiramente dentro do Revit deve-se colocar o ponto de origem do projeto no ponto


(0;0) em algumas das plantas de pisos, de acordo com a sequência: “Visibilidade/Sobreposição
gráfica – Terreno - Ponto base do projeto”.

Figura 15: Ponto base do projeto (0,0).

Após realizado a atualização do ponto base devemos salvar o modelo do Revit em um


arquivo IFC. Segue a sequência dentro do Revit: “Arquivo – Exportar – IFC”. Após realizar a
sequência abrira uma janela para que sejam escolhidas as opções como mostra na Figura 16.
58

Figura 16: Exportação via IFC Revit-Eberick/ Ponto base do projeto.

Após clicar em “Exportar”, se não ocorrer nenhum erro, não aparecerá nenhuma
mensagem, apenas esperar o Revit® gerar o arquivo IFC.

4.4 Modelagem e dimensionamento da estrutura

O modelo a ser analisado possuirá a mesma concepção estrutural em todos os


programas. A seguir será descrito sobre as formas de exportações do projeto arquitetônico,
modelado em Revit® para os dois softwares detalhando o que foi exportado e o que foi
importado pelo software estrutural para assim desenvolver o lançamento da estrutura nos
programas definidos.

4.4.1 Modelagem com CAD/TQS®

A nova versão do TQS® V21 utilizada para o desenvolvimento deste trabalho conta com
uma interface baseada num conceito bastante importante da área de desenvolvimento de
sistemas profissionais, chamado WYSIWYG (What You See Is What You Get - o que você vê
é o que você tem), em que, no Modelador Estrutural, o trabalho de definir uma estrutura fica
muito mais claro e agradável, atualizado, seguindo as tendências do mercado mundial de
programas de cálculo, proporcionando uma experiência intuitiva e satisfatória.

4.4.1.1 Interface do CAD/TQS®

No menu superior do software como mostra a Figura 17 temos as ferramentas principais


subdivididas por menus, como “Sistemas” em que tem-se os subsistemas “TQS Lajes”, “TQS
59

Vigas”, “TQS Pilar”, “TQS Fundação” em que, ao clicar em qualquer um dos subsistemas, ele
abre novas ferramentas referentes ao subsistema escolhido, podendo-se fazer o
dimensionamento e detalhamento dos elementos separadamente. Por isso, os chamados
“Sistemas TQS” de forma global, agregam todas as ferramentas necessárias para criar o modelo,
calcular, analisar, dimensionar e gerar o detalhamento da estrutura de concreto armado.

Figura 17: Interface TQS.

No menu “Edifício” (ver Figura 18) pode-se criar um edifício e editá-lo. Esse menu
possui critérios gerais que podem ser utilizados; o processamento da estrutura globalmente pode
ser feito. Além disso, o menu apresenta resumo estrutural, visualização 3D, dentre outras séries
de ferramentas.

Figura 18: Menu Edifício.

No menu “Interfaces BIM” encontram-se as ferramentas para as importações de


estruturas ou arquitetônicos de acordo com os softwares compatíveis, também via “IFC”, pode-
se fazer a exportação da estrutura para plataformas BIM, ou seja, a interoperabilidade BIM
encontra-se nessa aba.
60

4.4.1.2 Importando arquivo RTQ

Na sequência são mostrados os processos para a modelagem no programa TQS® a partir


do arquivo IFC. No menu principal (Figura 19): “Interfaces BIM – Revit - Importar/sincronizar
modelo Revit” é apresentada uma janela “Abrir” para que busque o arquivo RTQ gerado e salvo
no processo anterior.

Figura 19: Importando RTQ.

Ao Abrir o RTQ aparece a mensagem da Figura 20, e, ao clicar “Sim” aparecera a Figura
21. Então, os pavimentos devem ser escolhidos para que sejam importados e criados no TQS®.
Neste trabalho foram importados desde a planta térreo até a planta da caixa d’água.

Figura 20: Criando novo edifício.

Figura 21: Pavimentos criados no TQS automaticamente.


61

Após a importação, o programa irá informar os níveis e as plantas pisos desenvolvidos


em Revit e abrirá, de acordo com cada pavimento e níveis já estabelecidos, apresentando as
plantas de pisos como uma máscara 2D dentro do modelador estrutural, servindo de base para
fazer o lançamento estrutural. Ainda devido a importação o programa gera o modelo 3D
arquitetônico (Figura 22) e importa as paredes que posteriormente podem ser lançadas em
forma de cargas diretamente na estrutura.

Figura 22: Modelo 3D importado no software TQS.

Outra opção pode ser feita utilizando o arquivo “IFC”. Cabe ao profissional definir o
fluxo de trabalho que melhor lhe atende, caso venha a usar algum desses programas.

4.4.1.3 Configurações do modelo estrutural

Após os processos citados anteriormente serem realizados com êxito, através das plantas
apresentadas, realiza-se a entrada de dados no sistema clicando no item “Editar Edifício” em
suas respectivas abas como mostra Figura 23.
62

Figura 23: Dados do Edifício.

Na aba modelo seleciona-se o modelo mais adequado para o cálculo e dimensionamento


do edifício, sendo selecionado para este edifício o modelo VI. Segundo TQS® Informática
(2019), o modelo VI faz com que as lajes sejam utilizadas nas análises globais do edifício.

Ao selecionar a aba “Pavimentos”, foram definidos os pavimentos e informações


básicas de projeto. Edita-se o nome dos pavimentos ou considera-o como o proveniente da
importação, seleciona-se o número do projeto de acordo com seu planejamento, o número de
pisos que se quer que sejam repetidos desse mesmo pavimento tipo em seu edifício, o que
facilita seu fluxo de trabalho, pois as alterações feitas em um pavimento, automaticamente serão
alteradas nos outros pavimentos respectivamente, como exemplificado na Figura 24 (o
pavimento tipo do edifício em questão é igual para os quatro andares da edificação). Ajusta-se
também o pé-direito dos pavimentos, e a classe em que se encontram de acordo com os critérios
do programa. Em cada pavimento, há a possibilidade de criação de pisos auxiliares para
definição de patamares de escadas.
63

Figura 24: Edição dos pavimentos.

Na aba “materiais” seleciona-se a classe do concreto desejada para vigas/lajes, pilares e


fundações e a classe de agressividade ambiental. Na aba “Cobrimento”, são analisados e
selecionados os cobrimentos.

Na aba de “cargas”, definem-se os coeficientes ponderadores das ações do peso próprio


e permanente. Apesar de geradas automaticamente pelo programa, as combinações podem ser
editadas, criadas e acompanhadas pelo engenheiro.

Na aba “Vento” configura-se o vento, tendo como referência a NBR 6123:1988. O


programa calcula o coeficiente de arrasto automaticamente de acordo com a estrutura, aplicando
os coeficientes ponderadores S1, S2, S3, e a velocidade do vento de acordo com as isopletas de
velocidade básica apresentadas na norma.

4.4.1.4 Lançamento da estrutura

Todo o lançamento da estrutura de um edifício de concreto no sistema CAD/TQS® é


realizado através de um sistema (formas TQS) específico, chamado “Modelador Estrutural”, o
qual segue a sequência: “Projeto-TCC (1) – Pavimentos (2) – Pavimento Tipo (3) – Modelador
Estrutural” como mostra a Figura 25. Dentro do Modelador Estrutural (4), desenhos de
referência dos arquivos importados da planta de piso que servem de base para o lançamento dos
elementos que formarão a estrutura estarão dispostos automaticamente.
64

Figura 25: Sequência para início da modelagem.

No “Modelador Estrutural” mostrado na Figura 26 as principais ferramentas a serem


utilizadas são a de inserir pilares, vigas e lajes, fundações e cargas, podendo ser realocadas e
otimizadas conforme o projetista preferir.

Figura 26: Modelador Estrutural com referencia 2D importada.

Após efetuadas as configurações gerais do edifício faz-se o lançamento da estrutura. No


modelador estrutural define-se o posicionamento dos elementos estruturais seguindo a
referência 2D importada e inserções de cargas permanente e acidentais em todos os pavimentos
da edificação.
65

4.4.1.4.1 Pilar

Para a inserção dos pilares no Sistema CAD/TQS® conforme Figura 27 edita-se dentro
da aba de pilares (1) “Dados de pilares” (2) os formatos e detalhes do pilar que será inserido
clicando em OK. Durante o lançamento (3) é possível fazer a alteração do ponto de inserção
dos pilares em que o cursor localiza os pontos de intersecção da referência 2D tendo nove
opções de localização do pilar apenas apertando a tecla “F2”, assim como a sua orientação
apertando “F4”, agilizando o lançamento de pilares de mesmas dimensões com diferentes
orientações.

Figura 27: Lançamento dos Pilares.

Figura 28: Pilares lançados.


66

4.4.1.4.2 Vigas

Para o lançamento de vigas, conforme Figura 29, edita-se (1) a viga define-se a
geometria da viga primeiramente e coloca as cargas de alvenaria no valor já absoluto por metro
(2) clicando em “OK”, e em (3) faz-se o lançamento em que o sistema CAD/TQS® detecta
automaticamente os apoios e cruzamentos entre vigas. Durante o lançamento é possível fazer a
alteração do ponto de inserção das vigas, pela face ou pelo eixo, facilitando o processo.

Figura 29: Lançamento das vigas.

Figura 30: Vigas Lnaçadas.

Devido à importação do arquitetônico via plugin pode-se fazer a inserção das cargas de
alvenaria direto em toda a estrutura através da sequência dentro do modelador estrutural:
67

“Instalações – Paredes – Importar” como mostra Figura 31, escolhendo o mesmo “RTQ”
importando do arquitetônico e configurando o valor de tf/m2 para gerar o valor de carga linear
a ser aplicada. Deve-se tomar cuidado pois as cargas serão aplicadas de acordo com a altura e
largura que a parede foi modelada no projeto arquitetônico sem desconto das alturas das vigas.

Figura 31: Iserção automática das cargas de parede.

4.4.1.4.3 Lajes

Uma vez que a estrutura (vigas e pilares) do pavimento tipo estão de acordo com o
projeto arquitetônico como mostra Figura 32 serão lançadas as lajes. O “Modelador Estrutural”
detecta automaticamente os contornos fechados para o lançamento da laje e no caso de lajes em
balanço usa-se a ferramenta para definição de bordo livre.
68

Figura 32: Contorno das vigas para o lançamento das lajes.

Figura 33: Lajes após o lançamento.

No caso das lajes é possível o lançamento de diversos tipos de lajes conforme Figura
34, sendo que nesse projeto utilizou-se de lajes pré-fabricadas treliçadas e lajes maciças em
balanço. Nas lajes treliçadas, pode-se fazer o posicionamento das nervuras para trazer a
modelagem parecida com a realidade. Sobre as lajes já foram lançadas todas as sobrecargas
distribuídas permanentes e acidentais como mostra Figura 34.
69

Figura 34: Diferentes tipos de laje.

Após os lançamento das lajes possui a possibilidades de alteração posterior dos vínculos
que foram considerados pelo programa para apoiadas como no caso de lajes treliçadas, dentro
do modelador estrutural, de lajes “Vincular” como mostra a Figura 35.

Figura 35: Vinculações de lajes.

4.4.1.4.4 Escadas

− Abrir a edição de dados do edifício e dentro de “Pavimentos” e habilitar a opção


“Elementos inclinados/pisos auxiliares” criando um nível auxiliar na altura desejada do
patamar da escada.
− Lançamento da viga necessária no nível criado.
70

− Lançamento de bordo livre e inserindo o patamar posteriormente já com as sobrecargas


aplicadas conforme Figura 36.
− Lançar os lances defina os dados com espessura, passo e o espelho juntamente com as
sobrecargas como mostra a Figura 37 e reconhecer os contornos dos elementos inclinados
primeiramente do piso superior sendo a viga, posteriormente selecione os elementos de
contorno inclinado, e clico com botão direito indo para o pavimento inferior para
selecionar o elemento de contorno inferior e defina um ponto, lançado assim a escada.

Figura 36: Lançamento do patamar da escada.

Figura 37: Lances da escada.


71

Figura 38: Escadas TQS.

4.4.1.4.5 Fundações

Para o lançamento das fundações primeiramente deve-se analisar quantas estacas irão
em cada bloco, e para isso precisa-se da planta de cargas da fundação, observando qual é a
reação de apoio de cada pilar. Para obter-se essa planta primeiramente faz-se um processamento
global da estrutura de “Somente esforços”. Essa planta pode-se obter conforme a sequência:
“Sistemas - Pórtico-TQS - Plantas de Carga”. A obter a planta de acordo com a combinação
para cargas de fundações e analisando os valores dentro da pasta “Espacial” do edifício com o
nome de “Reações de pórticos em desenho” tenho extensão em .dwg com o nome de
PORLID.dwg.
72

Figura 39: Exemplo de retirada dos valores das Cargas de fundação.

Após análise dos valores e detectado a quantidade de estacas por blocos e definindo os
valores geométricos destes de acordo com os estudos e sondagens realizadas no solo, dentro do
“Modelador estrutural”, primeiramente converte-se os vínculos dos pilares que nascem de
“Vinculado na fundação/Solo” para “Em pilar/bloco/sapata/tubulão”.

Figura 40: Vinculação de para fundação.


73

Figura 41: Pilares sem os blocos de fundação.

Após esse procedimento faz o lançamento dos blocos com as dimensões desejadas pelos
projetistas e quantidade de estacas com diâmetros e profundidade necessárias por blocos.

Figura 42: Inserindo blocos de fundação.


74

Figura 43: Pilares e blocos de fundação.

4.4.1.4.6 Renumeração e análise de consistência

Posteriormente ao lançamento dos elementos estruturais como vigas, pilares, lajes e


escadas do pavimento é possível renumerá-los para um melhor entendimento na leitura do
projeto e na execução dele.

Em seguida clica-se no item “Consistência da Planta”. Nesta etapa o programa fornece


os avisos a respeito de erros de linearidade geométrica ou condições previstas na NBR
6118:2014, sendo feito as correções dos erros da consistência do modelo de acordo com as
necessidades. Após as correções clica-se ao lado em “Processar o Pavimento”, em que se tudo
estiver de acordo com os critérios do programa e da norma vigente utilizada, o software gerará
um relatório e este pavimento estará pronto para o processamento global da estrutura. Esses
dois processos de “Consistência de planta” e “Processar o pavimento” deve-se repetir em todos
os pavimentos da edificação.

Figura 44: Consistência de planta/ Processar o pavimento.


75

4.4.1.4.7 Elevador

Como detalhe do projeto será mostrado a consideração do projeto do elevador na


concepção estrutural mostrando o detalhamento da casa de máquinas conforme o fabricante.

Figura 45: Detalhe casa de máquinas.

Como mostra a Figura 45 foram lançado vigas na altura de 220 cm conforme mostra a
Figura 46 segundo as especificações do fabricante.

Figura 46: Corte esquemático elevador.

Fonte: Atlas Schindler (2009).


76

4.4.1.4.8 Visualizador 3D

A seguir na aba “Visualização do modelo 3D”, faz-se a visualização minuciosa do seu


projeto verificando se todo o lançamento estrutural está correto de acordo com o que foi
idealizado no projeto. Pode-se verificar o lançamento 3D juntamente com o modelo
arquitetônico importado

Figura 47: 3D estrutural/ 3D em conjunto.

4.4.1.5 Configuração e critérios

De acordo com TQS® Infomática (2019) a análise estrutural realizada pelo CAD/TQS é
baseada num modelo integrado (grelhas + pórticos espaciais) que considera: ligações viga-pilar
flexibilizadas, não-linearidade física (fissuração do concreto), não-linearidade geométrica
(Gama-Z ou P-Delta), processo construtivo, offsets-rígidos automáticos, modelos especiais
para vigas de transição, plastificações automáticas nos apoios, dentre outras características. As
configurações de critérios são feitas de forma automática pelo software para atender melhor as
condições de projeto, e aparentemente tudo já vem predefinido conforme a norma, entretanto,
o TQS dá a permissão para que esses critérios possam ser configurados de forma manual, desde
a entrada de dados, dimensionamento e o detalhamento das armaduras. Existem inúmeros
critérios de projeto e desenho permitindo que o cálculo da estrutura seja gerado inteiramente de
forma customizada e de acordo com as regras definidas pelo engenheiro estrutural.
77

4.4.1.6 Processamento global da estrutura, avisos e erros

Ao fim de todo lançamento da estrutura, ajustes dos critérios e dados lançados, etapas
essas de responsabilidade do projetista, basta então processar a estrutura, com um simples
comando chamado “Processamento Global”. Os cálculos são realizados de forma automática,
sendo possível já ativar o dimensionamento e detalhamento, porém, é recomendado que seja
feito um processamento antes do dimensionamento, para que o engenheiro análise e verifique
a estrutura e os resultados gerados pelos cálculos e realizar alterações se necessário. Se tudo
estiver correto, basta gerar um novo processamento global com a opção de dimensionamento e
detalhamento selecionada.

Figura 48: Processamento Global.

Após o Processamento Global, o sistema CAD/TQS® dispõe de um outro recurso,


chamado “Visualizador de Erros”, que fornece ao engenheiro diversas informações do cálculo
de um edifício. Além de uma descrição detalhada dos problemas detectados durante o
processamento, o sistema lista possíveis soluções para eles tudo de forma gráfica e organizada.
78

Figura 49: Visualizador de erros.

Os avisos/erros são classificados de acordo com a sua gravidade em: Leve, Médio e
Grave. Os erros definidos como “Grave” obrigatoriamente precisam ser verificados e
solucionados pelo Engenheiro, pois podem comprometer a segurança da estrutura.

4.4.1.7 Análise de resultados e relatórios gráficos

A análise do comportamento estrutural de um edifício calculado por um sistema


computacional é complexa e importante. O Engenheiro precisa certificar se os resultados
obtidos estão de acordo com o esperado. No CAD/TQS® através de relatórios e visualizadores
gráficos.

Baseado no lançamento de dados do engenheiro durante a concepção estrutural, o


sistema gera automaticamente modelos estruturais (grelha e pórtico espacial) em 3D necessário
para que o edifício seja analisado. Os relatórios apresentam um passo-a-passo de como o
resultado dos elementos estruturais foi obtido.

Através dos visualizadores de grelha e pórtico espacial, é possível visualizar diagramas


de deslocamentos, esforços (força normal, forças cortantes, momento torsor e momentos
fletores), as reações de apoio e as cargas aplicadas. A escala dos diagramas, o controle do
tamanho e precisão dos valores que são apresentados no pórtico 3D, a visualização de elementos
79

por tipo e direção é controlada por parâmetros que podem ser ligados e desligados a qualquer
momento.

A visualização pode ser feita por diversos tipos de vista: espacial, lateral, em planta ou
em uma perspectiva qualquer. Todos os diagramas podem ser visualizados através de um
esquema de gradiente de cores. Através de cercas, é possível selecionar graficamente uma
região da estrutura a ser visualizada e na visualização do pórtico espacial, é possível fazer a
seleção dos pisos a serem mostrados. No visualizador do pórtico espacial, para edifícios
calculados com o Modelo VI, além das vigas e pilares, é possível ativar o desenho das barras e
os respectivos diagramas de deslocamentos e solicitações nas lajes.

Figura 50: Modelo VI para análise de esforços.

A visualização de isovalores de deslocamentos também pode ser desenhada com regiões


preenchidas. No visualizador de grelha, com o Modelo VI, em pavimentos com repetição, é
possível analisar os resultados em todos os pisos como deslocamentos e os esforços através de
curvas de isovalores.

Além de todos os casos de carregamentos e combinações (ELU e ELS), é possível


também visualizar diagramas correspondentes as envoltórias dentro do item “Espacial” na
interface principal do programa onde tem-se a opção de pórtico espacial do “Modelo ELU” e
do “Modelo ELS”. Como norma a correta avaliação dos ELU (ruína) e de Serviço (flecha,
fissuração, vibração), obrigatória no projeto de um edifício de concreto armado, depende
diretamente dos resultados da análise estrutural. Nessas situações, última e de serviço, são
80

gerados dois pórticos espaciais, ELU e ELS, cada qual direcionado para um tipo de verificação
específica.

Segundo a TQS® Informática (2019) no Modelo VI, devido à unificação de todos os


elementos num único modelo espacial, as condições ELU e ELS ficaram representadas de forma
mais clara, pois, além das vigas e pilares já presentes no pórtico espacial, os elementos contidos
nos pavimentos (lajes) passaram a levar em consideração essa distinção. Portanto, no Modelo
VI, temos: Pórtico ELU e Pórtico ELS, ambos contemplando adequadas condições de rigidezes
de todos os elementos (vigas, pilares e lajes).

Com o Pórtico ELU, é avaliada a estabilidade global e são obtidas as solicitações para
o dimensionamento das vigas, pilares e lajes. O Pórtico ELS, são verificados os deslocamentos
laterais do edifício e as vibrações geradas pelo vento. Também com o modelo ELS, agora com
a presença das lajes, avaliam-se as flechas e vibrações nos pavimentos.

Dentro de cada pavimento temos os arquivos de modelos de grelhas para análises dos
esforços do “Modelo ELU” do “Modelo ELS” sendo esse modelo um conjunto de mini vigas
que formam uma estrutura plana trazendo valores próximos da realidade.

Figura 51: Análise de grelha por paviemento lajes treliçada unidirecional e maciça.
81

No caso da análise em serviço de flechas e fissuração num pavimento (que será


apresentado posteriormente), existe um visualizador específico através do qual é possível
visualizar graficamente as armaduras, as flechas imediatas, as flechas após a construção das
alvenarias, as flechas totais com fluência e as aberturas de fissuras. Além disso, há um modo
de visualização que facilita bastante a verificação se os deslocamentos nas vigas, lajes e paredes
estão dentro dos limites especificados pela NBR 6118:2014.

Para uma avaliação do desempenho em serviço de uma estrutura, é aconselhável utilizar


análises não-lineares, que considerem características como: combinações de ações adequadas,
fissuração do concreto, presença de armaduras e fluência. Além da usual análise linear-elástica,
o sistema CAD/TQS dispõe de uma ferramenta, chamada Grelha não-linear. Leva em conta a
fluência, ou deformação lenta do concreto, através formulação prescrita na NBR 6118:2014
(baseada no coeficiente). Também está disponível uma formulação baseada na correção das
deformações do diagrama Tensão-Deformação.

4.4.1.8 Dimensionamento e detalhamento

Em seguida a análise estrutural do edifício os esforços solicitantes de todas as


combinações últimas são transferidos automaticamente para cada um dos elementos estruturais
constituintes da estrutura. São transferidos também os efeitos de cargas de vento, imperfeiçoes
geométricas e os esforços globais de segunda ordem. Para ocorrer o dimensionamento e
detalhamento basta fazer o processamento global da estrutura escolhendo a opção “Esforços e
Armaduras” processando todos os elementos estruturais dimensionando-os.

“Todos elementos são então automaticamente dimensionados e detalhados de acordo


com as solicitações transferidas e com os critérios de projeto definidos (cobrimentos,
espaçamentos, ...)” (TQS® INFORMÁTICA, 2019).

Conforme a TQS® Infomática (2019), quanto ao detalhamento, apesar dos desenhos das
armações dos elementos sejam gerados de forma completa, o engenheiro pode otimizar e refinar
o dimensionamento e detalhamento das armaduras através de editores gráficos inteligentes,
tendo a possibilidade inclusive de fazer uma verificação local das alterações realizadas.
82

TQS-Pilar

O subsistema CAD/Pilar segue a norma de concreto armado NBR 6118:2014. É uma


ferramenta utilizada para edição, verificação e análise dos pilares lançados e calculados, já
considerando automaticamente as imperfeiçoes geométricas globais e locais segundo os
critérios definidos e que podem ser editados pelo engenheiro. O dimensionamento leva em
consideração a fluência de forma automática e também os efeitos locais de segunda ordem em
que é possível conferir toda a geração de cargas globais e locais, além do dimensionamento
através da Análise dos efeitos de segunda ordem (TQS® INFORMÁTICA, 2019).

O Editor de Esforços, Geometria e Armaduras do subsistema CAD/PILAR, oferece


recursos e calculadoras que possibilitam fazer a simulação de situações específicas, utilizando
ou não os critérios já definidos ou mesmo dos resultados obtidos, tais como os esforços do
pórtico espacial. Com o Editor de Esforços, Geometria e Armaduras é possível editar e conferir
todos os dados de dimensionamento/detalhamento dos pilares.

Figura 52: Edição Rápida de Armaduras, sub-sistema TQS-Pilar.

Com este editor pode-se escolher o pilar e o lance que quer analisar escolhendo quantos
lances quer analisar na mesma tela da interface. Dentro dessa interface são apresentados todos
detalhamentos das barras de armadura podendo fazer edições alterando os diâmetros de
armaduras e fazer a verificação das novas armaduras colocadas através da aba “Cálculos”;
83

“Verificar seção”. É possível, avaliar a alteração do fcks, criar esforços diretamente no pilar,
visualizar as curvas de iteração dos esforços ao longo do pilar, a verificação do
dimensionamento de um pilar pelos diversos métodos disponíveis em atendimento à NBR
6118:2014, inclusive efeitos localizados em faixas de uma lâmina de um pilar de seção
qualquer.

Segundo TQS® Informática (2019), o editor permite a análise, edição e verificação de


diversos tipos de pilares pelos métodos preconizados pela NBR 6118:2014 (pilar-padrão com
curvatura aproximada, rigidez aproximada, acoplado a diagramas N,M,1/r ou Método Geral),
permitindo uma flexibilidade muito grande em termos de verificação. Caso seja feita alguma
alteração, é possível refazer as verificações sobre os pilares, de modo a garantir o seu adequado
dimensionamento. O dimensionamento dos pilares é feito com a utilização da chamadas Curvas
de Iteração Força Normal X Momento.

TQS-Vigas

Os esforços nas vigas são obtidos através de um modelo de pórtico espacial, carregado
com ações de vento, ações de peso próprio da estrutura (lajes-grelha, vigas e pilares) e possíveis
sobrecargas. Os esforços obtidos do Pórtico-TQS (forças cortantes, momentos fletores e
torsores e forças normais) são então transferidos para o CAD/Vigas para o dimensionamento e
detalhamento dos elementos. Esses esforços são transferidos em forma de envoltórias de
diversos carregamentos e o dimensionamento são calculadas armaduras longitudinais (positivas
e negativas) e transversais de acordo com a envoltória de esforços da viga.

Conforme TQS® Informática (2019) o dimensionamento à flexão é feito de maneira


automática pelo subsistema CAD/Vigas. Para este dimensionamento é adotado um processo
iterativo, que sempre leva em conta o centro de gravidade real das armaduras (camada simples
ou em várias camadas). Pode ser feito por Flexão Simples ou Flexão Composta Normal. A
flexão simples é utilizada quando não há grandes influências de esforços normais na estrutura
sendo o caso da maioria dos edifícios de pequeno e médio porte que são projetados. No caso da
Flexão Composta Normal, sua utilização é muito importante quando os pavimentos apresentam
elementos inclinados ou esforços de retração/dilatação térmica que sejam significativos nos
carregamentos da estrutura. O Sistema CAD/TQS verifica as armaduras para esta situação.
Após o dimensionamento à Flexão Composta Normal é possível acessar o Relatório de
Dimensionamento de FCN com as verificações e alterações de armaduras.
84

Segundo TQS® Informática (2019), o dimensionamento ao cisalhamento segue as


especificações da NBR 6118:2014 é feito para todos os vãos das vigas, de forma independente,
sendo possível a escolha entre os dois modelos de cálculo: Modelo I - com bielas à 45º - e
Modelo II - com bielas entre 30º e 45º. São dimensionados estribos (para força cortante),
armaduras de suspensão (caso de apoio viga-viga), armaduras de tirante (caso de vigas
penduradas). Quanto ao dimensionamento à torção também é feito de acordo com a NBR
6118:2014, sendo tratados os seguintes casos: Torção de Compatibilidade e Torção de
Equilíbrio. O sistema detalha automaticamente os estribos necessários para combater os
esforços de cisalhamento e torção somando a quantidade necessária para cada esforço e
escolhendo a quantidade adequada de ramos a ser detalhada; os estribos de torção são
detalhados ou não com transpasse ao lado, e os demais estribos apenas com ganchos.

Todas as armaduras são verificadas de forma a se adotar a armadura mínima pelo


M1dmín (nos casos de área de aço muito pequena), conforme recomendado pela NBR
6118:2014 e a armadura lateral, ou de armadura de pele, é dimensionada por vão.

O detalhamento e desenho das vigas é feito de maneira automática. Quando se faz


necessário, há um Editor Rápido de Armaduras, específico para vigas, com comandos voltados
diretamente para os “ferros” presentes nestes elementos.

Figura 53: Edição Rápida de Armaduras, sub-sistema TQS-Vigas.


85

Dentro da interface “Edição Rápida de Armadura” seleciona-se a viga que quer analisar
de determinado pavimento. Pode-se analisar o detalhamento do dimensionamento com ou sem
os digramas separados. Como mostra a figura acima, é possível alterar o espaçamento dos
estribos, alterar a bitola de uma barra, unir duas barras, acrescentar barras, estribos ou grampos
etc. Ainda dentro do Editor Rápido de Armaduras existem calculadoras de flexão e
cisalhamento, para conferência das armaduras alteradas. Para casos de alteração de armaduras
de flexão de uma viga a verificação à flexão composta de todas as seções pode ser feita
automaticamente.”

Para conferência dos dados e resultados, é possível ter acesso a um Relatório Geral que
apresenta os principais dados utilizados nos dimensionamentos feitos pelo CAD/Vigas em que
são gerados ainda relatórios de dimensionamento separados, para cada etapa do
dimensionamento. Em caso de problemas de dimensionamento, o sistema apresenta uma
mensagem de erro no desenho dessas vigas através de uma tarja de aviso, com a mensagem
“IMPOSSÍVEL DIMENSIONAR”, sem que o processamento seja interrompido. Assim o
usuário pode saber onde houve o erro e tomar os procedimentos adequados para sua solução.

TQS-Lajes

O subsistema CAD/Lajes analisa laje maciça convencional, nervuradas retangulares ou


trapezoidais, treliçadas, planas ou lisas, cogumelos e protendidas. Todo o
dimensionamento/detalhamento é feito com base na NBR 6118:2014. O cálculo das armaduras
pode ser baseado em modelos de grelha ou elementos finitos, ou através de processos
simplificados.

Os processos simplificados permitem o cálculo rápido de lajes através de métodos


aproximados, devendo ser usados exclusivamente para lajes de pequenas dimensões e
comportamento bem conhecido. Já, o dimensionamento baseado no método de grelha é permite
um cálculo mais preciso de qualquer tipo de pavimento, seja ele simples ou complexo sendo
recomendado o uso do processo de grelha para todos os casos (TQS® INFORMÁTICA, 2019).

O dimensionamento e detalhamento de lajes é realizado interativamente através do


Editor de Esforços e Armaduras, que possibilita a criação de faixas de esforços em posições
diferentes da laje e armação para estas faixas, modificação de esforços calculados e obtenção
de detalhamento, geração de armaduras positivas em lajes de largura variável etc.
86

No sistema CAD/TQS, projetos estruturais pode também ser compostos por lajes
treliçada. Desde o lançamento de dados, passando pela análise de esforços, dimensionamento e
detalhamento; e finalmente, gerando as tabelas de quantitativos e os desenhos finais. Possui um
catálogo de armações treliçadas e blocos de enchimentos tornando a entrada de dados facilitada,
e com a possibilidade de editar de acordo com a região no qual seu projeto estrutural será
efetuado.

Todas as lajes treliçadas de um pavimento, uni ou bidirecionais, são lançadas e


analisadas em conjunto, através de um único modelo estrutural (grelha). No dimensionamento
à flexão, o programa calcula automaticamente a área de armadura complementar necessária em
cada uma das vigotas treliçadas. O dimensionamento ao cisalhamento é automático, sendo
realizada uma verificação se o sinusóide da treliça pode ou não ser considerado no cálculo.

Através de um editor gráfico específico, é possível editar e otimizar o dimensionamento


das armações de forma fácil e interativa. Existem comandos para a distribuição e desenho
automático de linhas de escoramento de acordo com um determinado espaçamento definido nos
critérios. Passadas as etapas de entrada de dados, dimensionamento, detalhamento e cálculo,
obtém-se automaticamente os seguintes desenhos finais: planta de locação de vigotas, planta de
armaduras adicionais, planta de fabricação de vigotas, tabela de enchimentos, tabela de vigotas
e resumo de aço.

Figura 54: Edição Rápida de Armadura, sub-sistema TQS-Lajes


87

Dentro de “Edição Rápida de armadura” no TQS-Lajes, pode-se analisar armaduras na


direção x e y, pode-se analisar as armaduras necessária por faixas em que o programa já detalha
o modelo de treliça armada que foi usado para o cálculo apresentando as armaduras
complementar dentro da treliça armada. Na aba “Treliçadas/Mistas” pode-se escolher a faixa e
alterar as treliças que o programa escolheu criando treliças ou usando já dispostas na biblioteca,
pode-se também ver os diagramas de momentos positivos e negativos nas direções desejadas.
Pode editar as armaduras lajes maciças, e posterior as alterações pode verificar todas as
armaduras.

O Editor de Esforços e Armaduras foi planejado principalmente para armação de lajes


calculadas pelo processo de grelha. O dimensionamento feito através de faixas de esforços, que
podem ser homogeneizadas (conforme critério do engenheiro), otimiza enormemente o
consumo de armaduras. Para o dimensionamento das armaduras positivas, tanto em lajes
maciças quanto nervuradas, é possível ainda especificar uma armadura de base. Neste caso, o
Editor de Esforços calculará e mostrará as regiões onde é preciso complemento para esta
armadura. Ainda dentro do Editor de Esforços e Armaduras é possível se ter acesso a
calculadora de flexão normal e de cisalhamento, para eventuais verificações (TQS®
INFORMÁTICA, 2019).

TQS-Fundações

De acordo com TQS® Informática (2019) através do módulo CAD/Fundações é possível


calcular, dimensionar e detalhar os elementos de fundação de um projeto (blocos sobre estacas
e sapatas de fundação). Para o caso de solução com sapatas de fundação, pode-se também
efetuar o pré-dimensionamento dos elementos. A partir da definição da geometria dos
elementos, através do Modelador Estrutural, e dos carregamentos, provenientes do pórtico
espacial flexibilizado, o sistema automaticamente disponibiliza todos os dados para que o
usuário possa então efetuar as análises e os detalhamentos destes elementos. Com o Editor de
Dados de Blocos sobre Estacas é possível alterar a geometria e carregamentos dos blocos já
lançados ou ainda criar.

Através do processamento de um projeto de fundações, o engenheiro passa a ter, à sua


disposição, todos os relatórios para sua análise. Depois da análise do processamento e possíveis
correções, basta processar a geração automática dos desenhos dos elementos (TQS®
INFORMÁTICA, 2019).
88

Figura 55: Edição de Dados de Blocos.

Para o lançamento da fundação primeiramente é necessário fazer o processamento


global da estrutura, o cálculo dos esforços. Após o cálculo através da planta de cargas de
fundação que se encontra dentro do subsistema “TQS-Pórtico”. A planta de carga é apresentada
com um desenho onde estão representados a locação dos pilares e a tabela de reações. De posse
dos resultados e da sondagem do terreno os elementos estruturais de fundação e sua geometria
poderão ser definidos pelo engenheiro projetista.

É possível verificar os esforços atuantes nos blocos sobre estacas e sapatas através de
relatórios detalhados, gerados após o processamento, sendo possível também o "rastreamento"
das cargas desde suas origens até as aplicações no modelo (o pórtico espacial) analisando qual
reação ele utilizou de todas as envoltórias criadas pelo software dimensionando para a mais
crítica de normal e momentos atuantes. Também no relatório analisa-se os critérios de normas
que software utilizou para o dimensionamento, critérios estes que podem ser editados. Assim
como todos os outros elementos estruturais possui Editor Rápido de Armaduras de Blocos que
é possível incluir, alterar ou excluir algumas configurações das armaduras nos detalhamentos
nos desenhos de amaduras de blocos.

Conforme TQS® Informática (2019) o subsistema CAD/Fundações efetua o


dimensionamento da armadura necessária, o detalhamento e desenho de plantas de armação
para blocos sobre estacas de uma a doze estacas. Dependendo do número de estacas, os blocos
podem ser retangulares, triangulares, pentagonais e hexagonais. São definidos, como dados de
89

entrada para cada bloco, a altura da fundação, as dimensões do bloco (comprimento, largura e
altura), a quantidade e o diâmetro das estacas. O dimensionamento dos blocos é feito por dois
métodos: Para blocos com até 6 estacas: utiliza-se o Método Simplificado das Bielas em Blocos
Considerados Rígidos (com ângulo ótimo entre 45 e 55º); para blocos com mais de 6 estacas:
utiliza-se um dimensionamento à Flexão Normal.

4.4.1.9 Plotagem

Após o processamento e detalhamento dos elementos estruturais, através do “Editor de


Plantas” na aba “Plotagem”, integrado à extração de tabela de aços e plotagem, é o responsável
pelo agrupamento dos desenhos, inserção de tabelas de aços e carimbos em que o próprio
software vem com o carimbo de fácil preenchimento, e finalização para a impressão final.
Dentro do editor de plantas pode-se acessar cada desenho de planta independente, editar um
desenho dentro da própria planta, geração automática da tabela de aços e atualização quando
necessário, e distribuição automática dos desenhos dos elementos que pode ser customizada
polo engenheiro calculista.

O programa também possui uma ferramenta de pré-visualização de plotagem, neste


modo o desenho é interpretado na tela como seria após a impressão em fundo branco, com
espessuras e estilos de linha conforme a escala, hachuras e fontes de texto. Com essa opção é
possível verificar se não haverá “borrões” no desenho, devida à superposição de linhas com
diferentes espessuras, além de outras verificações com relação a estética do desenho.

Para extração de plantas de formas no TQS, após fazer todas as alterações (criação de
informações) desejadas dentro do modelador estrutural na aba “Acabamentos” pode-se então
dentro do mesmo layout, no item “Salvar desenho atual (DWG)” salvar a planta em uma pasta,
em que dentro do layout principal do TQS ele apresentara essas plantas criadas no item “Outros
desenhos”. Para fazer a edição de desenho dessa planta criada, clique duas vezes, para que ela
abra em um outro layout, onde não trabalhara com elementos estruturais, e sim trabalhara com
linhas textos e hachuras que representam os elementos, podendo assim fazer a limpeza desejada
de acordo com os critérios do projetista para facilitar a leitura das plantas.

Pode-se também fazer a montagem desses desenhos editados em pranchas. Para geração
de plantas, dentro do layout principal, no item “Plotagem”; “Geração de plantas”, em que ele
abrira os critérios que o software usa para geração das informações dessas plantas, podendo
90

editá-los. Para editar as plantas vá em “Plotagem”; “Editor de Plantas” em que ele abrirá uma
interface para realizar as montagens das plantas.

Figura 56: Planta de Locação.

Pode também montar as plantas de detalhamento dos elementos estruturais dentro de


“Editor de Plantas” como descrito acima.

4.4.1.10 Exportação do modelo estrutural em arquivo IFC

A exportação do modelo é feita através do menu “Interfaces BIM” e segue a sequência


base descrita na Figura 57. Entre a sequência 1 e 2 o programa pede o local para salvar o
arquivo, sendo que após a escolha segue como demonstrado.
91

Figura 57: Exportando arquivo IFC.

− Conteúdo das informações do arquivo IFC

Além das informações do espaço, geometria são exportadas as principais informações


para gerar o BIM 4D e 5D. Entre as principais informações são: Seções dos elementos
estruturais, volume, taxas de armaduras, classe do concreto, cobrimento, entre outros.

Não é exportada a configuração espacial das armaduras.

4.4.2 Modelagem com AltoQi Eberick®

A nova versão do Eberick® 2020 utilizada para o desenvolvimento deste trabalho conta
com uma nova interface com ribbons de acesso rápido aos comandos, moderna e mais atual
seguindo as tendências mundiais de software, tendo-se uma experiência de uso agradável e
intuitiva.

4.4.2.1 Interface

Dispõe de uma base CAD, um menu com diversos botões e ferramentas de captura que
nos auxiliam a realizar o lançamento estrutural, sem a necessidade de parâmetros especiais,
sendo possível configurar as teclas de atalho que reduzem o tempo gasto no lançamento. Possui
ainda uma visualização atualizada do pórtico tridimensional que favorece o entendimento da
92

estrutura lançada. Na Figura 58 é mostrada o menu Arquivo para iniciar o lançamento da


estrutura utilizando o arquivo IFC gerado no software Revit®.

Figura 58: Abrindo uma Nova edificação com modelo externo.

Após clicar em “Nova edificação com modelo externo” automaticamente entrara na


janela para buscar o arquivo IFC e através da opção “Modelo 3D (*.ifc)”, vincula-se o arquivo
IFC no programa, importando automaticamente todos os pavimentos e suas respectivas alturas.
Após segue-se a sequência de três passos, sendo o primeiro a identificação do edifício no
programa conforme Figura 59.

Figura 59: Novo Projeto passo 1/3

Ao clicar em avançar será apresentado os pavimentos da edificação com um todo com


as alturas e níveis tais como definidos no projeto arquitetônico em Revit como mostra Figura
60. Nesta etapa pode ser editado os nomes dos pavimentos e suas alturas.
93

Figura 60: Etapa 2 de 3 com dados dos pavimentos e suas respectivas alturas

Na etapa 3 de 3 mostrada na Figura 61 está informado à altura do corte para gerar as máscaras
(2D) de cada pavimento o que ajudará o lançamento da estrutura.

Figura 61: Plano de corte.

Após clicar em “Ok” ele cria a edificação e traz o modelo arquitetônico em 3D como
referência para poder analisar a compatibilização entre o modelo estrutural e arquitetônico após
o lançamento. Dentro do menu “Estruturas” ao pedirmos para gerar o modelo 3D, ele gerara o
3D do modelo arquitetônico do arquivo carregado.
94

Figura 62: Modelo 3D visualizado apartir do arquivo IFC com os pavimentos definidos (janela direita)

4.4.2.2 Configurações do modelo estrutural

Após as entradas geométricas do modelo é necessário verificar as configurações do


sistema relacionadas ao modelo estrutural e posteriormente o lançamento da estrutura e cargas.
Essas configurações encontrem-se no menu “Estrutura – Projeto”.

No item “Ações” pode-se configurar os coeficientes multiplicadores e redutores das


ações nas combinações ELU e ELS, sendo que o próprio programa geras as combinações
automáticas e caso queira fazer uma combinação especifica segue como mostra a Figura 63.

Figura 63: configuraçoes das ações ELU e ELS.


95

Em materiais e durabilidade, seguindo a NBR 6118:2014, configura-se a classe de


agressividade ambiental, a resistência do concreto a ser utilizado e as valores de bitola mínimos
e máximo para cada elemento estrutural.

Na aba “Vento...”, seguindo a NBR 6123:1988, configura-se a velocidade do vento de


acordo da localização da construção e os coeficientes necessários de acordo com a característica
da edificação. O programa calcula o coeficiente de arrasto automaticamente de acordo com o
desenho geométrico.

4.4.2.3 Lançamento da Estrutura

Devido ao “Plano de corte” gerado contendo todas as informações do modelo 3D


importado, o programa irá planificar esse corte em desenhos 2D através de máscaras com
escalas e dimensões corretas, de acordo com o ponto de origem do projeto configurado no
arquitetônico, eliminando assim a etapa de ter que carregar todos os desenhos em todos os
respectivos pavimentos. O programa faz esse processo automaticamente, como mostra a Figura
64.

Figura 64: Exemplo de máscara 2D automaticamente gerada.

O lançamento estrutural é a etapa que se ajusta a posição preliminar dos elementos


estruturais, fazendo a melhor compatibilização com o projeto arquitetônico. Para se iniciar o
lançamento dos elementos estruturais seleciona-se o pavimento em que se deseja iniciar o
lançamento, geralmente pelo térreo ou um dos pavimentos tipos. A seguir é ativado o desenho
96

que servirá de máscara para o lançamento da estrutura no pavimento específico. Na janela


Edificação (esquerda) selecione “Croqui (1) – Desenho (2) – Referências (3)” selecione o nome
correspondente do desenho, neste caso “Projeto-TCC”, em seguida selecione o menu
“Lançamento (4)” abrindo uma janela (5) de lançamento.

Figura 65: Definindo mascara 2D referência para o pavimento tipo 2.

4.4.2.3.1 Pilar

Para esse edifício iniciou-se o lançamento da estrutura no pavimento tipo 2 com a


disposição dos pilares de acordo com a sequência: “Lançamento – Pilar”; e escolhe-se a
vinculação de acordo com a situação que se encontra (rotulado, engastado, apenas MB ou
apenas MH), e as suas dimensões. O posicionamento das seções transversais dos pilares é feito
com base no projeto arquitetônico, definindo um vértice fixo que após clicado no ponto
desejado o pilar pode ser centralizado ou ainda se tem nove opções de posicionamento em
relação ao ponto fixo sendo escolhido a posição desejada com o movimento do mouse.
97

Figura 66: lançamento de um pilar no pavimento tipo 2

Figura 67: Lançamento dos pilares.

4.4.2.3.2 Vigas

As vigas retangulares são lançadas selecionando a primeira e a última conectividade (nó


do pilar), sendo que o programa detecta automaticamente os pilares intermediários. Neste
lançamento das vigas podem ser incluídas as cargas de paredes sobre as vigas inseridas
automaticamente ao configurar o peso específico da parede, espessura e altura, ainda tendo a
opção de colocar vazios nas paredes caso queira descontar as aberturas das esquadrias. Como é
mostrada na Figura 68 com lançamento de uma parede de 275 cm de altura, com espessura de
20 cm e sem aberturas.
98

Figura 68: Lançamento de vigas com cargas de parede.

Figura 69: Lançamento das vigas.

4.4.2.3.3 Lajes

Uma vez que a estrutura (vigas e pilares) do pavimento tipo esteja de acordo com o
projeto arquitetônico, pode-se lançar as lajes (Figura 71) em que o programa detecta
automaticamente o contorno para o lançamento como mostra a Figura 70.
99

Figura 70: Contorno das vigas para lançamento das lajes.

Figura 71: Laje após o lançamento.

Quanto as lajes, o programa traz inúmeras opções, conforme a Figura 72. Para esse
edifício utilizou-se das lajes pré-moldadas treliçada, com a configuração mostrada na Figura
73, definindo as cargas sobre elas.
100

Figura 72: Lajes Eberick.

Figura 73: Configurações da laje.


101

As lajes quando lançadas estão simplesmente apoiadas, com possibilidade de alteração


posterior (de alguns tipos de lajes), destes vínculos para engastamento em vigas na aba
“Modelo” dentro de lajes.

Figura 74: Vínculos de aopio para altereções quando necessario.

4.4.2.3.4 Escada

− Criar pavimento intermediário dentro do pavimento do croqui.


− Lançamento da viga necessária no nível criado.
− Criar os nós do apoio das barras adicionais necessárias, que representam contornos
utilizados para delimitar bordos livres para lançar a laje do patamar conforme Figura 75.
− Lançar os lances como exemplo na Figura 75 do pavimento superior ao nível
intermediário e deste ao pavimento inferior sequencialmente selecionando a primeira
linha sendo o apoio acima, linhas laterais definindo a largura do lance e pavimento
inferior o apoio do lance; e
− engastar todos os lances aos patamares dentro da aba “Modelo”.

Figura 75: Lançamento dos patamares e lances da escada.


102

Figura 76: Croqui intermediário para lançamento de escadas.

4.4.2.3.5 Renumeração e verificação da estrutura

Posteriormente ao lançamento dos elementos estruturais básicos, vigas, pilares escadas


e lajes, de um pavimento é possível renumerá-los para um melhor entendimento na leitura do
projeto e na execução do mesmo.

Após finalizar o lançamento do pavimento tipo é necessário fazer a verificação da


consistência para verificar se não tem nenhum problema de alinhamento das barras, nós
duplicados, para poder copiar para os outros pavimentos. Dentro da aba “Lançamento” possui
o botão “Verificar alinhamento” e tem o botão “Verificar lançamento” que verifica erros de
lançamento do pavimento, que se houver e não for corrigido o programa não faz a discretização
e processamento da estrutura.

Figura 77: Verificação do lançamento.


103

Após verificar todo o lançamento através dos itens disponibilizados pelo software, faz-
se a cópia dos elementos estruturais para os pavimentos que os possuem nas mesmas posições,
ou seja, copia-se os pavimentos tipos. Realiza-se dentro da aba “Edificação” clica-se com o
botão esquerdo do mouse em “Croqui” e selecione no submenu “Copiar croqui”, seleciona para
quais os pavimentos serão copiados como a Figura 78.

Figura 78: Cópia dos pavimentos.

4.4.2.3.6 Fundação

A cópia da estrutura para pavimento Térreo será apenas os “Pilares” para fazer o
lançamento das vigas conforme o projeto arquitetônico e transformar os pilares em pilares de
fundação.

Figura 79: Pavimento Térreo.


104

Para o lançamento dos pilares de fundação deve-se converter todos os pilares que
nascem no térreo em pilares de fundação, clicando com o botão esquerdo no pilar e escolhendo
conforme mostra a Figura 80.

Figura 80: Convertendo pilares em pilares de fundação.

Os pilares de fundação, são com o vínculo de apoios rotulado, cuja altura do pilar é
configurada automática de acordo com o nível do térreo estabelecidos no início do projeto,
colocando as dimensões do pilar e escolhendo o tipo de fundação, que para esse estudo foi
blocos sobre estaca.
105

Figura 81: Pavimento térreo com pilares de fundação e vigas baldrames.

4.4.2.3.7 Elevador

Como detalhe do projeto será mostrada a consideração do projeto do elevador na


concepção estrutural mostrando o detalhamento da casa de máquinas conforme o fabricante.

Figura 82: Detalhe Casa de Máquinas.

Como mostra a Figura 83, foram lançadas as vigas na altura de 220 cm, segundo as
especificações do fabricante.
106

Figura 83: Corte esquemático.

Fonte: Atlas Schindler (2009).

4.4.2.3.8 Visualizador 3D

O modelo criado (lançado) em cada pavimentos podem ser gerado em um pórtico 3D,
que permite visualizar a estrutura inteira, destacar regiões para facilitar o entendimento da
geometria proposta, e visualizar a estrutura juntamente com outras disciplinas como o
arquitetônico importadas através de um arquivo IFC.

Figura 84: Modelos 3D


107

4.4.2.4 Análise da Estrutura, processamento, avisos e erros

O botão “Processar” - processamento da estrutura, se encontra no menu “Estruturas”,


primeiramente é realizada uma análise estática da estrutura, depois a determinação dos
deslocamentos em todos os elementos, e por fim, o dimensionamento destes elementos
conforme a figura abaixo:

Figura 85: Análise da estrutura Modelo integrado.

Quando não é possível para o Eberick® calcular ou detalhar corretamente algum


elemento estrutural, ou existe alguma situação de detalhamento que possa não ser abrangida
pelo programa, o usuário é alertado através de um código de erro e o projetista deve executar
as alterações necessárias para o prosseguimento do dimensionamento. Sempre que ocorrer um
erro aparecerá um aviso que o identifica e mostra uma possível solução para um melhor cálculo.
Eles estão subdivididos em cinco tipos de mensagens, e são emitidos através de uma janela de
mensagens, ou, no caso de elementos com erros de dimensionamento, quando é pedido o
detalhamento do elemento, ocasião em que é emitida uma caixa de mensagens contendo o erro
do elemento. Clicando no botão “Ajuda”, ou ao se efetuar um clique duplo no erro exibido nas
janelas de mensagens, o Eberick® imediatamente abre a ajuda correspondente ao erro.

Em uma situação como esta, deve-se analisar e corrigir o erro indicada da melhor
maneira possível. Após o processamento da estrutura pode-se analisar os resultados dentro na
aba “Estruturas” em “Análises” e pode gerar relatórios dentro dessa aba quando aberta.
108

4.4.2.5 Análise de resultados e relatórios gráficos (Pórtico unifilar e grelhas)

É de responsabilidade do engenheiro fazer a interpretação dos dados e para isso é


necessário checá-los com integridade para possíveis alterações. Através dos visualizadores
gráficos, grelhas para lajes e pórtico para vigas e lajes, o projetista pode obter uma melhor
visualização do comportamento estrutural, como esforços cortantes, fletores, axiais e até
mesmo os deslocamentos individuais de cada elemento.

Em consoante AltoQi® (2019c) o Eberick® possui dois modelos de análise de esforços


e deslocamentos: os modelos de pórtico espacial (viga + pilares) e grelha 3D para análise de
lajes, e o modelo integrado (análise de lajes + vigas + pilares). O pórtico espacial é composto
pelas vigas e pilares da edificação, em que os resultados podem ser visualizados em um pórtico
tridimensional unifilar para cada combinações dentro de “Estruturas”; “Pórtico unifilar”.

Essa representação é importante para se fazer a análise da estrutura para validar a


estrutura através dos dados oferecidos pelo programa. Pode-se analisar através do pórtico
unifilar toda a estrutura, pode-se visualizar de diferentes vistas, pode-se ver por pavimentos em
3D ou fazer cortes através da janela de cortes e ver somente a seleção em 3D, dentre outros.
Através desses modos de visualização pode-se verificar valores do “Modelo ELU” (Axiais,
Fletores, Torçores, Cortantes e Deslocamentos) e do “Modelo ELS” (Axiais, Fletores, Torçores,
Cortantes e Deslocamentos) e as combinações que se deseja analisar. Pode-se também alterar a
escala para que se tenha na legenda dos menores aos maiores valores da análise e multiplicar
os valores através da escala para melhor análises da estrutura.

Figura 86: Modelo de pórtico espacial (viga + pilares).


109

Pode-se também fazer a análise de grelha por pavimento. Na aba “Edificação” dentro
do pavimento que quer analisar, entra em “Lajes” e clique na opção “Grelha”. O programa
utiliza o método de analogia de grelhas que são paneis constituídos por “vigotas” que se
entrelaçam criando faixas com solicitações de esforços para cada linhas. Dentro da visualização
das grelhas pode-se analisar os seguintes modelos: “Modelo elástico”, “Modelo Fissurado”,
“Modelo dimensionamento” e “Modelo cisalhamento”.

Figura 87: Grelha 3D de lajes treliçadas + lajes maciças para análise.

No “Modelo Integrado” não existe a separação da análise das grelhas das lajes e do
pórtico, sendo um modelo único dos pórticos trabalhando juntamente com as grelhas, gerando
análises mais refinadas e mais próximas do comportamento real da estrutura.
110

Figura 88: Modelo integrado (Deslocamentos).

O software ainda gera relatórios de como o cálculo foi realizado, quais os


deslocamentos, esforços e dimensões. Além de um consumo individual de materiais para os
elementos.

4.4.2.6 Dimensionamento e detalhamento

Uma vez realizada a modelagem, edifício calculado e verificado os valores dos pórticos
unifilares, o programa faz o dimensionamento dos elementos estruturais pelo método dos
estados limites últimos de acordo com a NBR 6118:2014.

Em referência aos critérios de dimensionamento e detalhamento o programa segue a


norma vigente no caso a NBR 6118:2014. Case sejam necessárias algumas alterações nos
critérios de cada elemento estrutural encontra-se dentro da aba “Estrutura”; “Projeto”;
“Dimensionamento” e “Detalhamento” conforme figura respectivamente:
111

Figura 89: Critérios de dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais.

Quanto aos elementos com erros de dimensionamento, serão destacados nas janelas de
dimensionamento sendo que para cada erro apresenta-se informações que auxiliam na solução
dos problemas.

De acordo com a AltoQi® (2019c) o Eberick® gera o detalhamento completo dos


elementos estruturais disponibilizando opções para adequar os desenhos às preferências de cada
projetista, permitindo escolher armaduras sugeridas pelo programa. Cada elemento conta com
configurações permitindo o refinamento dos detalhamentos.

Pilares

O método de cálculo, no Eberick®, para determinação dos efeitos de segunda ordem em


pilares de concreto armado é o método do pilar padrão com rigidez aproximada. Com este
método de cálculo se considera uma não-linearidade geométrica e uma não-linearidade física,
que deve ser examinada através de uma expressão que se aproxima da rigidez. Observa-se ainda
o dimensionamento das armaduras nas dimensões X e Y e as armaduras resistentes ao
cisalhamento, estribos. Segundo Altoqi® (2019c) o dimensionamento dos pilares, considerando
a envoltória das diversas combinações de carregamentos.

Conforme AltoQi® (2019c) o dimensionamento de pilar no Eberick é conforme a norma


vigente e se baseia na obtenção dos momentos internos resistentes de uma seção transversal
112

com base na armadura previamente dimensionada (aqui chamado “processo da linha neutra”).
O princípio básico deste processo é o de pesquisar uma posição da linha neutra para que deixe
a seção em equilíbrio, ou seja, a somatória das cargas verticais (carga aplicada e reações no
concreto e na armadura) igual a zero e somatória dos momentos em qualquer direção também
igual a zero. Com isto, obtém-se os momentos resistentes e comparam-se aos momentos
aplicados. Caso forem maiores, a seção será considerada suficiente para resistir aos esforços
aplicados.

Figura 90: janela de Dimensionamento de Pilares.

Vigas

Conforme AltoQi® (2019c), O dimensionamento das vigas é feito pelo ELU de acordo
com a normas vigente baseado nos seguintes pontos (simplificadamente):

− No meio de cada vão e sobre os apoios são tomados momentos fletores máximos para
dimensionamento;
− Calcula-se a armadura necessária para resistir a cada um destes momentos máximos;
− Devido à variação no diagrama, pode-se cortar algumas das barras, apenas cobrindo o
diagrama.

O cálculo é feito com base na envoltória dos diagramas, utilizando as combinações


últimas e de serviços. No dimensionamento da armadura longitudinal lava-se em consideração
113

o centro de gravidade das barras. Quanto ao dimensionamento à torção e armaduras de


suspensão é de acordo com a NBR 6118:2014.

Este dimensionamento possui a possibilidade de exibir cada um dos diagramas de


esforços solicitantes, dos quais são obtidos os resultados das armaduras. Pode-se analisar as
bitolas das armaduras, onde pode fazer uma verificação de todas as barras consideradas para o
detalhamento do elemento estrutural, pode-se ainda excluir, incluir ou editar os diâmetros das
barras a serem utilizadas.

Figura 91: Janela de Dimensionamento de Vigas.

Conforma mostra figura acima, foi tomado como exemplo a viga 5, alterando as
armaduras fornecidas pelo dimensionamento do programa, pelas armaduras que o próprio
programa traz como opções para alterar, dentro dos campos “As pos inferior” e “As pos
superior” no campo “Vão”, e no campo “Nó”, alterou-se em “As negativo superior”. Essas
alterações são feitas de acordo a experiência do projetista.
114

Figura 92: Edição de armadura da viga V5.

No detalhamento das vigas são apresentadas as armaduras longitudinais positivas,


negativas, transversais, armaduras de pele e construtivas quando necessário. É possível gerar
detalhamento das vigas em pranchas com recursos de edição e atualização automática da
relação do aço.

Lajes

Conforme a AltoQi® (2019c), quando o item “Modelo para cálculo”, na configuração


Análise-Painéis de lajes, está definido para “Completo”, o AltoQi Eberick calcula a armadura
necessária em cada ponto do modelo de grelha do pavimento. Esses valores definem dois
diagramas, “Armadura inferior” e “Armadura superior”, pertencentes ao grupo Modelo
dimensionamento da janela de Grelha 3D. Com base nesses valores, o detalhamento das
armaduras pode ser feito de diversas formas, configuradas em Detalhamento-Lajes.

No “Modelo Completo”, mais preciso, o programa obtém os esforços em cada barra da


grelha e calcula, ponto a ponto, a composição entre os momentos de flexão e torção, obtendo
esforços finais para dimensionamento que já cobrem os momentos volventes nas lajes.

O detalhamento das lajes, pelo Modelo Completo, inclui, além da armadura positiva das
lajes e da armadura negativa nas continuidades, regiões de armadura superior em qualquer
ponto da laje no qual exista a ocorrência de um momento negativo não coberto pela armadura
das continuidades, como, por exemplo, sobre pilares ou em cantos reentrantes da laje.

No dimensionamento das lajes pré-moldadas considera a posição de cada vigota na


montagem da grelha 3D e o detalhamento é gerado incluindo os comprimentos e armações, as
armaduras adicionais e uma relação de aço contendo todas as listas e armações do pavimento.
115

No detalhamento é indicada a disposição das vigotas nos pavimentos, definindo a posição de


cada elemento para montagem da laje.

Dentro do pavimento desejado na aba “Edificação” após o processamento e


dimensionamento de toda a estrutura escolha a opção “Lajes”. Nesta interface analisa-se as lajes
que passaram e as que não passaram no dimensionamento, tendo a opção que de calcular todas
a lajes novamente dentre outras opções.

Figura 93: Janela de Dimensionamento de Lajes

Fundação

No Eberick® podem ser lançadas, dimensionadas e detalhadas fundações isoladas do


tipo bloco sobre estacas, sapatas e tubulões. No caso de blocos são calculadas a quantidade
necessária de estacas automaticamente para atender aos esforços verticais e horizontais da
estrutura, de acordo com as características das estacas configuradas pelo engenheiro no
programa. O programa também permite o dimensionamento de bloco de fundações com estacas
tracionadas para pequenos valores de tração. A configuração das estacas é realizada no menu
Configurações – Projeto - Dimensionamento – Blocos. Clicando no botão Propriedades entra
na janela mostrada na Figura 94.
116

Figura 94: Confgurando estacas.

Segundo AltoQi® (2017) o dimensionamento das fundações é efetuado pelo Método das
Tensões Admissíveis. Por isso, os valores de carregamento apresentados referem-se às
combinações não majoradas. As combinações de fundação podem ser verificadas no menu
“Configurações – Ações – Combinações - Definir combinações”, na aba “Fundações” mostra
as combinações de carga para fundações que serão relacionadas na “Planta de Cargas”.

Quanto as vinculações, de acordo com as características desta, muda o comportamento


da estrutura, é importante que seja bem definida, sobretudo no que diz respeito ao vínculo das
fundações com o solo. Esse vínculo pode ser definido na janela de lançamento da fundação,
alterando o item “Vínculo apoio”.

Conforme AltoQi® (2017) no vínculo rotulado, as fundações estão travadas a


deslocamentos verticais e horizontais, porém não estão travadas à rotação, podendo rotacionar
livremente. Nessa vinculação não se encontra momentos fletores, uma vez que o solo não
oferece travamento à rotação da fundação. No vínculo engastado o nó inferior da fundação é
restringido tanto ao deslocamento como à rotação em X, Y e Z. Na fundação poderão ocorrer
forças horizontais e momentos fletores na base.

De acordo AltoQi® (2017) com o vínculo personalizado permite que defina quais os
tipos de restrição a sua fundação terão. Selecionando-o, você pode clicar em “...” para definir
essas características. Na janela que se abre, é possível definir cada uma das direções como livre,
fixa ou elástico. Tanto o apoio Elástico quanto o vínculo Elástico podendo simular a interação
117

solo estrutura adotando coeficientes de mola. Estes coeficientes podem ser determinados com
base em valores padronizados (tabelas e ábacos), ensaio de prova de carga em placa ou através
do deslocamento da fundação (recalque).

Pode-se também configurar as camadas de solo das fundações. Para o lançamento de


tubulão ou de bloco com a estaca considerada no modelo estrutural, é necessário informar ao
Eberick quais são as camadas de solo nas quais o tubulão ou à estaca estão inseridos. Estas
informações serão utilizadas pelo Eberick para construir um modelo estrutural no qual as barras
que representam a estaca/tubulão estarão apoiadas em molas, com a rigidez calculada de acordo
com os dados informados pelo usuário (ALTOQI, 2017).

É importante ressaltar que através da consideração da interação solo – estrutura, obtêm-


se análises estruturais mais realistas na verificação dos estados limites, uma melhor avaliação
dos recalques diferenciais e absolutos das fundações e da redistribuição dos esforços na
estrutura. Em alguns casos, principalmente quando existem cargas horizontais elevadas
aplicadas à base da estrutura, ou quando o solo possui reduzida resistência ao recalque
horizontal, esta idealização pode fazer com que o modelo sem estacas apresente resultados que
diferem da realidade da estrutura. (ALTOQI, 2017).

Pode-se lançar o bloco de fundação com geometria fixa, em que será considerado para
a análise da edificação, a presença das estacas no modelo estrutural. Dessa forme consegue-se
analisar a estrutura no modelo de pórtico unifilar 3D, como mostra a Figura 95.

Figura 95: Impacto da consideração das estacas na análise estrutural.

Fonte: https://suporte.altoqi.com.br/hc/pt-br/articles/360008096153-Impacto-da-consideração-das-estacas-na-
análise-estrutural, (2019).
118

Para estudo deste trabalho, o vínculo de fundação com o solo foi considerado rotulado,
em que a fundação é travada a deslocamentos verticais e horizontais, porém não estão travadas
a rotação. Após processamento da estrutura dentro da aba “Edifício” dentro de “Térreo”
encontra o item “Blocos” abrindo a aba de dimensionamento dos blocos sobre estacas de acordo
com a figura a seguir:

Figura 96: Dimensionamento – Blocos.

4.4.2.7 Plotagem

Após dimensionamento e cálculo da estrutura, é necessário gerar as pranchas para a


plotagem dos projetos. O software gera as pranchas automaticamente a partir do menu
“Estrutura – Pranchas”, pode-se gerar as pranchas de forma e detalhamento de todos os
elementos estruturais podendo escolher o item de atualizar para que caso ocorra alterações na
estrutura, ele faz automaticamente as alterações nas pranchas então geradas. A partir de cada
uma das janelas de dimensionamento de elementos (Vigas, Pilares e Lajes, escadas, fundação
e reservatórios), pode-se gerar os detalhamentos referentes ao pavimento selecionado. Podemos
também incluir, excluir, mover e reordenar as pranchas. As pranchas são separadas por
elemento estrutural de cada pavimento e possuem informações detalhadas sobre cada
componente do projeto. Nas janelas de dimensionamento dos elementos, pode-se gerar os
detalhamentos referente a cada elemento de maneira individualizada ou completa em folhas
independentes.
119

De acordo com a AltoQi® (2019c) o programa gera as plantas de forma de acordo com
a geometria da estrutura permitindo incluir algumas informações automáticas como:

− Cotas automáticas na planta de formas.


− Desenho de cargas, fundações e eixos de locação.
− Desníveis de lajes, continuidade dos pilares.
− Tabelas com opcionais com dimensões e cargas.
− Adicionar cortes indicando os desníveis nas formas, dentre outros.

Após o programa gerar automaticamente as pranchas de detalhamento aparece também


um relatório com avisos e erros dos determinados elementos que estão sendo gerado as pranchas
para caso necessário, fazer as correções cabíveis. Dentro da aba de prancha podemos alterar os
critérios da geração de pranchas, como o tamanho, margens, o tipo de ordenação, a relação e
resumo de aço.

A pranchas de forma pode ser gerada automaticamente na janela “Edifício” e dentro de


cada pavimento tem a opção “Forma”, gerando automaticamente a planta de forma. Podemos
editá-las colocando cotas caso necessário, textos, dentre outros.

Para a geração da planta de locação, cargas e corte esquemático automaticamente da


estrutura deve-se ir dentro da aba de “Estruturas”; “Detalhamento” e escolher a opção de planta
desejada.

Figura 97: Planta de locação.


120

Todos os desenhos podem ser exportados em extensão .dwg e .dxf caso o projetista
queira fazer a montagem das plantas e pranchas em outros programas dentro do menu
“Arquivos – Exportar - Exportar DWG/DXF”.

4.4.2.8 Análise Estrutural

Segundo a AltoQi® (2019c) a análise estrutural é feita pelo método matricial da rigidez
direta, cujo objetivo é determinar os efeitos das ações na estrutura para que possam ser feitas
as verificações dos estados limites últimos e de utilização. Os resultados da análise,
basicamente, são os deslocamentos nodais, os esforços internos e as reações nos vínculos de
apoio.

As condições de equilíbrio da estrutura (para o modelo com geometria indeformada)


devem ser garantidas pelo usuário, uma vez que o sistema não gera solução para estruturas
hipostáticas. O Eberick® executa para o modelo uma análise estática linear de primeira ordem,
o que significa:

− O sistema considera que os materiais tenham comportamento físico elástico linear para
todos os pontos da estrutura, isto é, supõe que em nenhum ponto sejam ultrapassados os
limites de proporcionalidade do material para tensões em serviço.
− O sistema não leva em conta ações que variam com o tempo, decorrente de vibrações,
sismos etc.
− O sistema analisa apenas uma hipótese de carga, ficando, portanto, restrito aos casos em
que a alternância de cargas variáveis pode ser considerada desprezível. De modo geral,
isso ocorre nas edificações em que as cargas variáveis representam, no máximo, 20% do
valor da carga total do edifício.
− O sistema não leva em conta a variação da estrutura devido às ações na determinação dos
resultados dos deslocamentos e dos esforços. Os deslocamentos obtidos a partir das ações,
em um primeiro cálculo, modificam a geometria inicial da estrutura. O efeito das ações,
que permanecem atuando nesta estrutura deformada, iria alterar novamente todos os
esforços internos, inclusive os deslocamentos. Esse efeito é conhecido como efeito de 2ª
ordem. Caso ocorram variações superiores a 10% nos valores dos esforços internos, este
efeito passa a ser importante e não deve ser desprezado. Nestes casos, a interação entre
as cargas normais e os momentos fletores pode ser importante.
121

− Para o modelo de estrutura deformada, o equilíbrio deverá ser verificado por um processo
de estabilidade global que avalie os efeitos de segunda ordem, que podem surgir na
estrutura devido a deslocamentos horizontais que alterem de maneira significativa os
esforços internos. O processo de verificação utilizado pelo Eberick é simplificado,
baseado na norma NBR 6118:2014. Caso o coeficiente Gama-Z seja superior ao valor
limite, a estrutura pode ser considerada deslocável.

4.4.2.9 Modelo de Cálculo

Conforme a AltoQi® (2019c), há muito tempo os projetistas dividem a estrutura dos


edifícios em partes para poder analisá-la. Na maioria das estruturas, é possível separar os
pavimentos e aplicar as reações destes em vários pórticos planos, ou em apenas um pórtico
espacial que represente a estrutura para o cálculo dos efeitos das cargas verticais e horizontais,
bem como a estabilidade global do edifício.

A sistemática na qual se baseia o sistema é a de modelar a estrutura através de um pórtico


espacial composto pelas vigas e pilares da edificação. Neste processo, os elementos são
representados por barras ligadas umas às outras por nós. Cada pilar e cada trecho de viga são
compostos por barras do pórtico, de onde são obtidos os esforços solicitantes para o
dimensionamento. Os painéis de lajes são calculados de forma independente do pórtico.

O cálculo da estrutura é feito da seguinte forma:

− Os painéis de lajes são montados e calculados, de acordo com o processo configurado.


− As reações das lajes são transmitidas às vigas em que se apoiam.
− É montado o pórtico espacial da estrutura, recebendo o carregamento calculado pelas
lajes.
− O pórtico é processado e os esforços solicitantes são utilizados para o detalhamento dos
elementos estruturais.

4.4.2.10 Exportação do modelo estrutural em arquivo IFC

A exportação do modelo é feita através do menu “Arquivo (1)” e segue a sequência


como mostra a Figura 98. No item 3 pode-se escolher a exportação completa ou por pavimentos
da edificação, no item 4 pode-se escolher um software específico para exportar o arquivo IFC
122

ou exportar em modelo genérico e no item 5 pode configurar as propriedades do arquivo de


acordo com o software que se quer exportar.

Figura 98: Exportação Arquivo IFC.

− Conteúdo das informações do arquivo IFC

Além das informações do espaço, geometria são exportadas as principais informações


para gerar o BIM 4D e 5D. Entre as principais informações são: Seções dos elementos
estruturais, volume, taxas de armaduras, classe do concreto, cobrimento etc.

Não é exportada a configuração das armaduras no elemento estrutural.


123

5 ANÁLISES DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES

5.1 Considerações iniciais

Visando a máxima semelhança entre as configurações dos sistemas, ainda assim


ocorreram diferenças nos resultados, devido ao modo de verificação, cálculo e análise
característica de cada software. O TQS® e o Eberick® utilizam o sistema de grelhas
discretizadas para a análise das lajes, no entanto, os softwares possuem peculiaridades e
características únicas.

Para os cálculos realizados foi considerado laje pré-moldada treliçada em todos os


pavimentos, exceto nas lajes em balanço das sacadas e lajes da casa de máquinas e poço do
elevador, as vigas e os pilares conforme foram estabelecidos nos dois programas de maneira
que fossem as mesmas dimensões em ambos. Todos os elementos estruturais possuem as
mesmas dimensões, e os carregamentos aplicados são análogos em ambos os programas.

Todos os resultados obtidos foram adquiridos dos resumos e relatórios fornecidos pelos
programas em estudo.

5.1.1 Diferenciais

Na Tabela 7 apresentam-se os principais diferenciais observados entre os softwares de


cálculo.

Tabela 7: Diferenciais entre os softwares.

Descrição TQS Eberick


Interface Ribbons, intuitiva Ribbons, intuitiva
Importações do arquivo do Revit Plugin RTQ IFC
Importação (automática) dos pavimentos Sim Sim
Planta de piso
Máscara 2D Corte na geometria 3D
importada
Direto na viga com as
Cargas de paredes automáticas Importa do RTQ
dimensões da parede
Modelo integrado Sim Sim
Edição da armadura Sim Sim
Geometria das fundações para blocos Manual Automática
Cálculo do número de estacas por bloco Manual Automática
Montagem de pranchas Automática Automática
Exportação em arquivo IFC Sim Sim
124

5.1.2 Consumo de Materiais

Depois das análises, foram aferidas as relações de quantidade de materiais por


intermédio dos relatórios gerados pelos programas, como mostra os valores na Tabela 8 e
Tabela 9. Os resultados estão dispostos por pavimento com valores totais considerando as lajes,
vigas, pilares e escadas de acordo com as características de cada pavimento não sendo
considerado a caixa d`água e fundações.

Tabela 8: Consumo de concreto (m3) por pavimento.

Concreto (m3)
Pavimentos
TQS Eberick
Casa de Máquinas 3,00 3,40
Cobertura 35,40 36,10
Pavimento Tipo 4 35,40 36,10
Pavimento Tipo 3 35,40 36,10
Pavimento Tipo 2 35,40 36,10
Pavimento Tipo 1 35,40 36,10
Térreo 13,80 16,60
Total 193,80 200,5
Relação
1,035
Eberick/TQS

Tabela 9: Consumo de aço (Kg) por pavimento.

Aço (Kg)
Pavimentos
TQS Eberick
Casa de Máquinas 226,90 250,29
Cobertura 1734,70 1651,86
Pavimento Tipo 4 2421,73 2206,62
Pavimento Tipo 3 2421,73 2347,65
Pavimento Tipo 2 2421,73 2463,12
Pavimento Tipo 1 2421,73 2675,52
Térreo 1145,00 1228,95
Total 12793,50 12824,01
Relação
1,002
Eberick/TQS
125

Tendo em vista os dados das tabelas anteriores observamos que, quanto ao consumo de
aço os valores são próximos e, quanto ao volume concreto, houveram diferenças em torno de
3% em relação a estrutura como um todo.

Efetuada a analogia de consumo de materiais entre os softwares, comparando os


resultados de valores totais do Eberick® x TQS®, conclui-se que, no resultado final de consumos
os valores são muito próximos, porém, quanto ao volume de concreto e aço, o que corresponde
ao menor valor é o TQS®.

5.1.3 Lajes

Em ambos os sistemas foi utilizado o método de analogia de grelhas para o cálculo de


lajes, porém, suas diferenças de abordagem e exclusividades na forma de aplicação do método
que os tornam únicos. Para o efeito construtivo foi considerado laje pré-moldada treliçada
unidirecional TR 12645 e em ambos os softwares com preenchimento de EPS Unidirecional
H12/40/120, e laje maciça em balanço. Para efeito comparativo iremos apresentar valores
máximos de momento positivos x, valores máximos de flechas e consideração de armadura
adicional de vigotas treliçadas por laje, sendo analisados os valores do primeiro pavimento tipo.

Os resultados para momentos positivos finais foram calculados obtendo a Tabela 10,
contendo a comparação Eberick x TQS.

Tabela 10: Momentos fletores prositvos nas lajes.

Lajes Momento fletor


Relação
(tfm/m)
Eberick/TQS
TQS Eberick
L1 0,98 0,88 0,898
L2 0,45 0,42 0,933
L3 0,67 0,64 0,955
L4 0,20 0,22 1,100
L5 0,72 0,71 0,986
L6 0,45 0,42 0,933
L7 0,98 0,88 0,898
L8 0,50 0,35 0,700
L9 0,15 0,14 0,933
L10 0,16 0,15 0,934
L11 0,14 0,14 1,000
L12 0,14 0,14 1,000
L13 0,16 0,15 0,934
L14 0,15 0,14 0,933
126

L15 2,14 1,47 0,687


L16 1,74 1,18 0,678
L17 0,29 0,29 1,000
L18 1,76 1,19 0,676
L19 2,14 1,47 0,687
L20 1.05 0,60 0,571
L21 1,01 0,57 0.564

Para momento fletor positivo na direção x, percebe-se que os resultados foram


semelhantes ou próximos para algumas lajes, e para outros valores mais distintos, em que na
relação final o programa TQS® ficou com valores maiores de momentos.

Para os resultados de flechas totais considerando valores de fluência, fez-se a


comparação da laje L15 e L16 considerando a maior flecha nos meios dos vãos sem influências
das flechas das vigas contendo a comparação TQS® x Eberick® em que os resultados (Tabela
11) são obtidos através da análise de grelhas não lineares levando em consideração a armadura
no cálculo de flechas e critérios configurados trazidos como padrão dos programas.

Tabela 11: Flechas totais com fluencia.

Lajes Axial (cm) Relação


TQS Eberick Eberick/TQS
L15 2,90 3,40 1,17
L16 2,20 2,35 1,07

Os dois softwares apresentam suas diferenças, como é possível visualizar na Tabela 11,
onde o TQS® obteve valores menores na laje L15 e L16. Analisando as flechas os dois
programas fazem o cálculo da flecha total em laje levando em conta a fluência do concreto, ou
seja, é a soma da flecha instantânea mais a flecha diferida, trazendo valores de deslocamentos
mais próximos a realidade. É uma análise complexa com a necessidade de aprofundamento
sobre o estudo em cada software.

Na Tabela 12 apresentam-se as armaduras adicionais nas vigotas treliçadas consideradas


no dimensionamento das lajes.

Tabela 12: Armaduras adicionais.

Lajes Armadura x (mm)


127

Treliçadas TQS Eberick


L1 2 ϕ 5,0 1 ϕ 6,0
L2 - 1 ϕ 5,0
L3 1 ϕ 5,0 1 ϕ 5,0
L4 2 ϕ 5,0 1 ϕ 5,0
L5 1 ϕ 5,0 1 ϕ 6,0
L6 - 1 ϕ 5,0
L7 2 ϕ 5,0 1 ϕ 6,0
L8 - 1 ϕ 5,0
L9 - 1 ϕ 5,0
L10 - 1 ϕ 5,0
L11 - 1 ϕ 5,0
L12 - 1 ϕ 5,0
L13 - 1 ϕ 5,0
L14 - 1 ϕ 5,0
L15 2 ϕ 8,0 2 ϕ 8,0
L16 2 ϕ 6,3 2 ϕ 6,0
L17 1 ϕ 5,0
L18 1 ϕ 10,0 2 ϕ 6,3
L19 2 ϕ 8,0 2 ϕ 8,0

Através desses resultados conclui-se que no TQS trouxe resultados mais econômicos
quanto ao dimensionamento das vigotas treliçadas, para valores de momentos houve uma certa
alternância entre os programas, chegando a valores iguais em determinados casos e quanto aos
valores de flechas totais observa-se valores desiguais, no entanto são valores que caso editar
alguns critérios específicos dos programas, valores customizados de acordo com engenheiro
projetista podem alterar totalmente o deslocamento final.

5.1.4 Vigas

Nos programas através dos relatórios do dimensionamento das vigas para o primeiro
efeito comparativo será através dos momentos fletores máximos e “As” calculado para os
momentos máximos nos vãos da Viga V1 descritos na Tabela 13.
128

Tabela 13: Momento fletor máx. positivo, AS calculado viga V1, barras sm edição.

Viga V1 Momento Máx. As Calculado As efetivo


Trechos positivo (tf.m) (cm2) Barras(mm)
TQS Eberick TQS Eberick TQS Eberick
1 3,20 2,64 1,84 1,53 3 ϕ 10 2 ϕ 10
2 5,20 5,87 3,03 3,66 4 ϕ 10 5 ϕ 10
3 3,50 1,67 2,05 0,95 3 ϕ 10 3ϕ8
4 5,10 2,75 3,03 1,62 4 ϕ 10 4ϕ8
5 5,30 5,96 3,05 3,63 4 ϕ 10 2 ϕ 16
6 3,60 2,85 2,08 1,68 3 ϕ 10 4ϕ8

Analisando os resultados, tem-se que os momentos fletores de cálculo para


dimensionamento se mostram diferentes, sendo que a grande causa para essas diferenças pode
ser justificada pela discretização das lajes que cada programa possui suas peculiaridades e
critérios diferentes, o que acaba ocasionando diferenças na distribuição de esforços nas vigas.
Outro aspecto que justifica as diferenças de resultados pode ser explicado pelas considerações
de rigidez entre as vigas e pilares que cada programa realiza lavando em conta as considerações
da NBR 6118:2014.

Para segundo efeito comparativo, será feito o estudo da viga baldrame VB9, devido ao
caso de possuírem as mesmas dimensões e os mesmos carregamentos lineares, sem aplicação
de lajes, como mostra os valores da Tabela 14 e Tabela 15.

Tabela 14: Momento fletor máx., AS calculado viga VB 9, barras sm ediç,ão.

Viga VB9 Momento Máx. As Calculado As efetivo


Trechos (tf.m) (cm2) Barras(mm)
TQS Eberick TQS Eberick TQS Eberick
1 2,00 1,82 1,16 1,04 2 ϕ 10 3ϕ8
2 2,20 1,83 1,28 1,04 2 ϕ 10 3ϕ8

Tabela 15: Momento negativo, AS calculado viga VB 9, barras sm edição.

Viga VB9 Momento Máx. As Calculado As efetivo


Nó (tf.m) (cm2) Barras(mm)
TQS Eberick TQS Eberick TQS Eberick
1 4,20 4,36 2,51 2,67 2 ϕ 12,5 6ϕ8
2D 4,20 4,39 2,52 2,69 2 ϕ 12,5 6ϕ8
129

2E 4,40 4,39 2,70 2,69 3 ϕ 12,5 6ϕ8


3 2,70 3,70 1,59 2,23 2 ϕ 10 3 ϕ 10

Apesar de números próximos pode-se analisar que essa diferença nos momentos
negativos, em maior parte, se dá pela forma como os softwares consideram a ligação viga-pilar.

Observa-se também que a estrutura entre os esforços gerados pelos programas conduz
a escolha de bitolas de armaduras diferentes, e desta forma essas diferenças podem refletir, de
maneira indireta no custo da estrutura.

5.1.5 Pilares

Através dos relatórios de cálculos, foi se analisado também a taxa (%) de armadura
considerado nos pilares do pavimento tipo 1 nos dois softwares, como mostra a Tabela 16:

Tabela 16: Taxa de armadura % dos pilares pavimento tipo 1.

Taxa (%) Relação


Pilar
TQS Eberick Eberick/TQS
P1 0,55 0,55 1
P2 0,47 0,47 1
P3 0,47 0,47 1
P4 0,47 0,47 1
P5 0,47 0,47 1
P6 0,47 0,47 1
P7 0,55 0,55 1
P8 0,47 0,47 1
P9 0,47 0,94 2
P10 0,47 0,47 1
P11 0,47 0,47 1
P12 0,74 1,21 1,635
P13 0,74 0,94 1,270
P14 0,47 0,47 1
P15 0,47 0,47 1
P16 0,47 0,47 1
P17 2,51 2,81 1,20
P18 2,51 2,81 1,20
P19 0,47 0,47 1
P20 0,47 0,47 1
P21 0,47 0,47 1
P22 0,47 0,47 1
P23 0,55 0,55 1
130

P24 0,55 0,55 1


Total 16,22 17,96 1,11

Tendo em vista os resultados da Tabela 16, os quais foram consultados nos memoriais
de cálculo dos programas, observa-se que houve em grande parte dos pilares taxas de armaduras
semelhantes, embora forças normais de cálculo diferente apresentaram resultados de aço finais
próximos, apresentando-se uma maior diferença nos pilares P9 e P12.

5.1.6 Fundações

Para efeito de comparação deve-se levar em consideração sobre alguns itens normativos.
Conforme a NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas preconiza, no item 4.3.1, diz
que: “Um tipo de carregamento é especificado pelo conjunto das ações que têm probabilidade
não desprezível de atuarem simultaneamente sobre uma estrutura durante um período de tempo
preestabelecido”; “Em cada tipo de carregamento as ações devem ser combinadas de diferentes
maneiras, a fim de que possam ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura.
Devem ser estabelecidas tantas combinações de ações quantas sejam necessárias para que a
segurança seja verificada em relação a todos os possíveis estados limites da estrutura”.

E conforme a NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações, no item 5.1, diz que:
“Para o caso do projeto de fundações ser desenvolvido em termos de fator de segurança global,
devem ser solicitados ao projetista estrutural os valores dos coeficientes pelos quais as
solicitações em termos de valores de projeto devem ser dividas, em cada caso, para reduzi-las
às solicitações características”; “Os esforços devem ser fornecidos no nível do topo das
fundações (...), devendo ficar bem caracterizado esse nível”.

Com relação à ligação da estaca com o fundo do bloco normalmente é admitido que a
estaca tenha seu topo rotulado.

No caso do TQS® não há opção de edição para rotular ou não o topo das estacas (exceto
SISE’s), dessa forma são consideradas sempre rotuladas. No entanto, a vinculação dos blocos
também pode ser definida no editor de fundações em função do número de estacas, assim, os
blocos (conjunto de estacas) é que serão admitidos como um vínculo. Pode-se rotular em x e y
bloco sobre uma estaca, rotular x ou y bloco sobre duas estacas e engastar x e y para blocos
sobre 3 ou mais estacas não colineares.
131

No caso do Eberick® configura-se qual é o vínculo a ser adotado na ponta da estaca das
fundações. Para esse projeto em questão foi considerado o vínculo rotulado em que as
fundações se encontram travadas a deslocamentos verticais e horizontais, porém não estão
travadas à rotação, podendo rotacionar livremente.

A seguir (Tabela 17), observa-se os valores das cargas axiais com valores características
emitidas dos pilares à fundação conforme as envoltórias e resultados retirados dos relatórios
dos softwares, com a comparação Eberick x TQS.

Tabela 17: Cargas totais na fundação.

Pilares Axial (tf) Relação


TQS Eberick Eberick/TQS
P1 41,88 44,59 1,065
P2 83,26 84,97 1,021
P3 77,69 79,33 1,021
P4 51,70 58,64 1,134
P5 65,58 56,74 0,865
P6 84,84 85,54 1,008
P7 41,41 43,94 1,061
P8 41,52 45,31 1,091
P9 60,53 69,30 1,145
P10 52,82 64,79 1,241
P11 58,28 52,77 0,905
P12 99,93 99,51 0,996
P13 57,06 75,32 1,320
P14 89,42 82,85 0,927
P15 71,68 74,56 1,040
P16 70,94 73,97 1,043
P17 124,73 118,87 0,953
P18 124,23 119,68 0,963
P19 85,45 84,56 0,990
P20 56.94 62,31 1,094
P21 57,49 62,24 1,083
P22 85.64 84,48 0,986
P23 39,83 43,76 1,098
P24 38,62 43,00 1,113
Total 1661,47 1711,03 1,030
132

Figura 99: Cargas na fundação por pilares.

140

120
ORÇAS NORMAIS (tf)

100

80

60

40

20

Pilares

TQS Eberick

A comparação (Figura 99) mostra semelhança nos valores entre os modelos das cargas
axiais calculados pelo Eberick® e TQS®. Segundo os relatórios, os pilares P17, P18, com
maiores carregamentos em ambos os softwares obtiveram diferenças em torno de 9%. Como
observado no resultado final ao somar todas as cargas obtém-se resultado com diferenças em
torno de 3%.

5.1.7 Gama-Z

Valores de Gama-Z, trazidos nos relatórios de cálculos pelos programas descritos na


Tabela 18:

Tabela 18: Gama Z.

Gama Z TQS Eberick


0o 1,12 1,20
90o 1,05 1,07
180o 1,12 1,20
270o 1,05 1,07

Em ambos os softwares o parâmetro α deste edifício indica que a estrutura é de nós


móveis e para efeito de verificação da capacidade de rotação dos elementos estruturais, este
edifício foi considerado deslocável.
133

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o desenvolvimento deste trabalho pode-se concluir que os programas de cálculo


estrutural estão disponíveis para o aumento de produtividade e agilidade nos projetos
estruturais. No entanto, é fato que para se fazer um projeto estrutural é fundamental o
conhecimento teórico, técnico e normativo sobre os principais aspectos relacionados a definição
do arranjo estrutural, análise, e verificação de edifícios em concreto armado. Devido ao projeto
ser altamente sensível as considerações dos projetistas nos programas, o uso da experiência na
tomada de decisões pode-se trazer projetos otimizados.

Esta pesquisa também levantou alguns conceitos teóricos e práticos para a


interoperabilidade entre softwares de diferentes empresas. A capacidade de interoperabilidade
e troca de informações entre programas usados no mercado, trouxe para este trabalho o
experimento entre os softwares Revit-Eberick, e Revit-TQS, todos usados no mercado
brasileiro. Utilizou-se do formato padrão IFC para o Eberick, e via plugin para o TQS.

No caso do Eberick® observa-se uma boa interoperabilidade entre eles, com praticidade
e qualidade utilizando o formato IFC é possível trocar dados de projetos do programa Revit,
mantendo propriedades com boa qualidade para a geometria. Concluiu-se que o formato IFC
proporciona compatibilidade entre esses dois programas de boa qualidade para os aspectos
geométricos e dimensionais, sem apresentar nenhum erro, permitindo a reimportação do
arquivo IFC caso haja alterações na arquitetura.

No caso do TQS® ressalta-se que o plugin consegue captar e transmitir dados em ambos
os sentidos de importação e exportação. O recurso de importação de paredes se mostrou de
grande valia ao processo detectando as três dimensões e é necessário informar o peso de parede
por m2. Permite-se a alteração dinâmica do carregamento, sendo a atualização automática
provida em todas as instâncias de carregamentos posicionados, bem como a exclusão e
reimportação no caso de alterações na arquitetura.

A capacidade de interoperabilidade e troca de informações entre programas analisados


permitiu a conclusão que ambos os softwares são eficientes, e que, ao final, a interoperabilidade
é a máscara 2D fiel do projeto arquitetônico.

O Eberick® e o CAD/TQS®, são softwares conceituados nacionalmente que executam


de maneira geral as mesmas funções de dimensionamento estrutural de edifícios, cujo a análise
134

comparativa constatou particularidades e nota-se que para suas utilizações é importante que o
usuário conheça muito bem a ferramenta, sabendo manipulá-lo de maneira correta
principalmente no surgimento de erros.

Apesar das diferenças de alguns critérios entre os programas, algumas considerações de


combinações, discretização dos modelos de análise, pode-se afirmar que os programas
apresentam no final, resultados parecidos, em que em alguns pontos o Eberick® apresentou
valores maiores, no entanto em outros quesitos o TQS® apresentou valores maiores. Em relação
aos materiais, apesar de números muito próximos o TQS® demonstrou ser mais econômico
nesse estudo de caso e quanto a análise de esforços, o comportamento da estrutura chega-se a
ser muito semelhante em determinadas situações.

Em razão dos resultados obtidos e a experiência adquirida na utilização dos sistemas do


Eberick® e do CAD/TQS® neste estudo de caso, nota-se que o softwares estão em alto nível
trazendo resultados compatíveis, e uma boa interação programa-usuário e suporte técnico, em
que em ambas versões utilizadas trazem propostas intuitivas na modelagem, e para analises de
resultados deve-se aprofundar nos critérios, configurações do software escolhido para melhor
entendimento do comportamento da estrutura e claro adquirir experiência com o programa.

Finalizando, sabe-se que apesar da evolução tecnológica que trouxeram as ferramentas


computacionais, os programas de cálculos de estrutura de concreto não substituem o papel do
engenheiro, é ainda necessário que este pense e tome as decisões cabíveis diante dos problemas
e saiba de forma aprofundada sobre o funcionamento da estrutura que pode surgir ao longo das
etapas da elaboração de um projeto estrutural. O programa é unicamente uma ferramenta de
auxílio, e o projetista responsável pelo projeto. Deve-se levar em conta também os custos de
cada software para uma empresa, onde muitos empresários e projetistas ficam receosos em
adquirir esses programas que podem pesar no orçamento.

Concluindo, ambos os casos estudados da interoperabilidade não estão em versões finais


nos programas, estando-se em crescente desenvolvimento. Para atualizar-se em fluxos de
trabalhos diferentes e modernos, buscando a produção de projetos de forma compatibilizada,
requer-se tempo de adaptação e treinamento. Metodologias e ferramentas inovadoras
desenvolvidas para melhorar o fluxo de trabalho de um projetista são de suma importância. Para
isso é preciso vivência com as novas ferramentas para alcançar rapidez do procedimento padrão
de utilização de um determinado software, e com a incorporação do BIM, traz-se excelência ao
135

processo de desenvolvimento de projetos, competitividade e, sobretudo, atualização ao


profissional quanto aos novos nichos de autuação no mercado.

Em vista do que foi estudado fica a sugestão para trabalhos futuros: i) compatibilização
(BIM 3D) dos projetos arquitetônico, estrutural e complementares; ii) gerar quantitativos para
fins de orçamento e programação de obra (BIM 4D e 5D).
136

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