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Fortaleza / CE
2017
LUCAS BUFFAT SALES
Fortaleza / CE
2017
LUCAS BUFFAT SALES
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. M.Sc. Ítalo Linhares Salomão (Orientador)
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
_________________________________________
Profa. M.Sc. Elaine Cristina R. Ponte
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
_________________________________________
Esp. Leonardo Araújo Rodrigues
Examinador Externo
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, à Deus, por ser meu guia e por sempre colocar pessoas
em meu caminho que tanto contribuem para o meu engrandecimento pessoal e profissional.
Aos meus pais, Christianne Sales e Serge Buffat, à minha madrasta, Silvana Santos,
e ao meu padrasto, Eduardo Odecio, por todo amor que eles têm por mim, pela educação que
me proporcionaram e por sempre me apoiarem e me guiarem na melhor direção para o
cumprimento dos meus objetivos e realização de sonhos.
Aos meus irmãos, Rafael e Alice, que estão sempre ao meu lado, e ao meu falecido
irmão, Luis Eduardo, presente no meu coração e na minha memória, agradeço pelos risos e por
me fazerem ser uma pessoa mais leve e paciente.
À toda a minha família, pelo amor e confiança em mim depositados, constituindo
base sólida para a construção da minha personalidade e educação.
À minha namorada, Amanda, que me acompanhou nessa minha jornada final da
graduação, pelo apoio e carinho de sempre, me trazendo serenidade em momentos difíceis.
Aos grandes amigos e colegas que a universidade me proporcionou contato, dentre
eles, Ariell Mattos, Cláudio Henrique, Lucas Florêncio, Lauro Cezar, Lucas Moura, Matheus
Gradvohl, Mateus Mota, Haikel Busgaib e outros, pelo conhecimento compartilhado e pelas
habilidades adquiridas.
A todos meus amigos, Paulo Lobo, Lucas Navarro, Igor Bertoldo, Mário Alves,
Ozimiro Neto, Eron Theilacker, Petrus Tiveron, Igor Bernadinho e Henrique Guimarães, pela
amizade, pelos momentos inesquecíveis e pelas muitas gargalhadas, que apesar da distância
geográficas de alguns, vão continuar presentes em minha vida.
Ao Programa Ciências Sem Fronteiras, por me permitir viver a maior e mais
enriquecedora experiência da minha vida universitária.
Aos meus companheiros de trabalho na Impacto, Luis Filipe, Valter, Ian e Caracas,
por todo aprendizado, pelo apoio do tema do trabalho e pelos momentos de boas conversas.
Ao meu orientador, professor Ítalo Salomão, pela paciência, compreensão,
oportunidade, apoio e confiança a mim dedicado durante a elaboração deste trabalho.
Ao Alex Amarante e ao seu grupo de pesquisa PMI, pelo apoio ao tema e pelo
conhecimento compartilhado.
Aos professores que participaram da banca avaliadora.
À Universidade de Fortaleza, pelo incentivo à pesquisa e ao conhecimento
transmitido no decorrer desses anos acadêmicos.
Por fim, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste
trabalho.
“O contexto mudou, os atores mudaram e
produzir mais em menos tempo, com menos
recursos, com a qualidade requerida ao longo da
vida útil do edifício e de forma sustentável
somente é possível com os princípios da
industrialização da construção, que vão além da
padronização, da coordenação modular e da
mecanização”. CARDOSO, Francisco F.;
BARROS, Mércia M. S. Botura de, 2011.
RESUMO
O setor da construção civil brasileiro é conhecido pelo uso intensivo da mão de obra, que está
cada vez mais cara, pela informalidade, pela falta de produtividade, pelo desperdício e pelo uso
de métodos construtivos ultrapassados. Somando a isso, o mercado brasileiro foi imerso em
uma das maiores crises financeiras de sua história, tendo o setor da construção civil como um
dos pivôs desse cenário, gerando imediato acirramento da concorrência e “guerra de preços”.
Nesse cenário, as empresas que tem conseguido se sobressair são exatamente aquelas que
conseguem oferecer soluções mais econômicas aos seus clientes. No mercado brasileiro, as
fôrmas para concreto armado compõem cerca de 45% dos custos das obras de estruturas de
concreto armado, mesmo assim, são poucas as construtoras que possuem um projeto bem
detalhado e preciso de fôrmas, resultando em desperdícios, falta de planejamento e atrasos.
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi incorporar os preceitos da Modelagem da Informação
da Construção (BIM) no produto fôrma industrializada de pilar da empresa Impacto, solução
sustentável que reduz o uso e desperdício gerado pelo uso da madeira e que possui uma alta
produtividade na execução de pilares de concreto armado, que devido a sua complexidade, a
sua representação gráfica no CAD 2D é carente de informações e requer muito tempo no seu
desenvolvimento. Pode-se dizer que os benefícios mais imediatos do BIM é a maior eficiência
e produtividade na documentação do projeto, que através dos parâmetros, informações como
quantitativos, relatórios e cronogramas são geradas de forma automática e mais precisa. O
processo de modelagem seguiu alguns manuais e normas nacionais e internacionais,
priorizando a performance do componente em vez da sua aparência. Antes da modelagem
propriamente dita, foi realizado um planejamento da família, em seguida, pelo fato da fôrma de
pilar do respectivo trabalho já ter sido modelada com em um outro software CAD, foi preciso
adaptar o desenho antes de ser exportado para o Revit, para que se pudesse inserir todas as
famílias aninhadas, parâmetros, regras e vínculos no editor de famílias. O objeto BIM mostrou-
se eficaz quanto a sua automatização e flexibilidade de montagem no projeto, a geração de
quantitativos e a performance da família na plataforma BIM, porém, por ser ainda um produto
novo no mercado e por não se trabalhar efetivamente com BIM na empresa, carente quanto a
atribuição de informações para planejamento 4D, para manutenção e para logística.
The Brazilian construction industry is known for the intensive use of labor, which is becoming
more expensive, informal, lack of productivity, waste and the use of outdated construction
methods. Beside this, the Brazilian market is immersed in one of the biggest financial crises of
its history, having the construction sector as one of the pivots of this scenario, generating
immediate competition intensification and "price war". In this scenario, the companies that have
managed to stand out are exactly those that manage to offer more economic solutions to their
clients. In the Brazilian market, reinforced concrete formworks make up about 45% of the costs
of the works of reinforced concrete structures, even so, few construction companies have a very
detailed and precise design of the formworks, resulting in wastage, lack of planning and delays.
In this way, the purpose of this work was to incorporate Building Information Modeling (BIM)
precepts into the Impacto´s industrialized formwork for columns, a sustainable solution that
reduces the use and waste generated by the use of wood and which has a high productivity in
the execution of reinforced concrete columns, which due to its complexity, its graphic
representation in 2D CAD lacks informations and requires a lot of time in its development. One
can say what is faster and more immediate of BIM is greater efficiency and productivity in
project documentation, that through parameters, informations as quantities, reports and
timelines are generated automatically and more accurately. The modeling process followed
some manuals and national and international standards, prioritizing the performance of the
component instead of its appearance. Before the modeling itself, a family planning was carried
out, then, due the column formwork of the respective work had already been modeled with
another CAD software, it was necessary to adapt the drawing before being exported to Revit,
so you could enter all nested families, parameters, rules, and links in the family editor. The BIM
object proved to be effective in terms of its automation and flexibility of assembly in the project,
the generation of quantities and the family performance in the BIM platform, however, for being
a new product in the market and for not working effectively with BIM in the company, it lacks
informations for 4D planning, for maintenance and for logistics.
Keywords: BIM, BIM object, componentes library, parametric modeling, automatic quantity
take-off, industrialized column formwork, formwork design.
LISTA DE FIGURAS
2D 2 Dimensões
3D 3 Dimensões
4D 4 Dimensões
AIA American Institute of Architects
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AEC Arquitetura, Engenharia e Construção
API Aplication Programing Interface
BIM Building Information Modeling
CAD Computer Aided Design
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CUB Custo Unitário Básico
EAP Estrutura Analítica de Projeto
GSA General Services Administration
IAM Inventor Assembly File
ICC Indústria da Construção Civil
IFC Industry Foundation Classes
IPT Inventor Part File
ISO International Organization for Standardization
LOD Level Of Development
MEP Mechanical, eletrical and plumbing
NBR Norma Brasileira
NBS National Building Specification
ND Nível de Desenvolvimento
PP Polipropileno
RFA REVIT Family
RFT REVIT Family Template
RTE REVIT Template File
RVT REVIT File
SAT Standard ACIS Text
TXT Text
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16
3.1 Materiais..................................................................................................................................30
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, principalmente nos países mais desenvolvidos, os processos da
construção vêm passando por uma renovação tecnológica expressiva, com o crescente uso de
equipamentos e de tecnologia de informação.
A tecnologia Modelagem da Informação da Construção ou Building Information
Modeling (BIM) passou a ser percebida pela indústria da construção civil como um facilitador
para uma integração avançada dos processos de projeto e das partes interessadas, que traz um
novo patamar tecnológico e de produtividade. “Quando implementado de maneira apropriada,
o BIM facilita um processo de projeto e construção mais integrado que resulta em construções
de melhor qualidade com custo e prazo de execução reduzidos” (EASTMAN et al., 2014, p.18).
O processo básico de modelagem em aplicativos que utilizam a metodologia BIM são
desenvolvidos através da seleção de componentes em bibliotecas (internas do aplicativo,
importadas ou criadas pelo próprio usuário). Estes simulam, computacionalmente, a geometria,
materiais, dimensões, características e quaisquer outros parâmetros de um objeto construído ou
a construir.
Se um componente BIM necessário não está disposto localmente, pode ser buscado em
repositórios especializados ou no site do fabricante. Se ainda assim não puder ser obtido, deverá
ser modelado previamente antes que o elemento construtivo a que se refere possa ser inserido.
No Brasil, ainda são poucos fabricantes que iniciaram o desenvolvimento de bibliotecas
de componentes BIM correspondente ao seu catálogo de produtos, muitos por que ainda
desconhecem o BIM ou por que não sabem como fazê-lo. Além disso, muitos dos componentes
que foram modelados possuem excesso ou carência de informações e detalhes, que deixam o
modelo sobrecarregado, e problemas de parametrização.
Em contrapartida, há esforços em andamento para criar normas, empreendidos pela
Comissão de Estudo Especial de Modelagem da Informação da Construção da ABNT
(ABNT/CEE-134) que dão diretrizes para o desenvolvimento de bibliotecas digitais.
O presente trabalho aborda a modelagem da informação da construção a um tipo de
produto envolvido no processo construtivo de uma estrutura de concreto armado. O produto
escolhido foi a forma de pilar da empresa Impacto, existem diversas empresas que fornecem
este mesmo produto, mas com suas características particulares, que devido a sua complexidade,
a sua representação gráfica no CAD 2D é carente de informações e requer muito tempo no seu
desenvolvimento. Em contrapartida, algumas das empresas desse segmento desenvolveram o
seu próprio software para reduzir a sua complexidade, ELPOS e PERI CAD da empresa PERI
17
GmbH, e Tipos 7.0 da DOKA GmbH são alguns exemplos de softwares desenvolvimentos para
o uso particular da firma.
1.1 Justificativa
Tendo em vista que o conjunto fôrmas e escoramentos chega a representar 45% dos
custos da estrutura de obras predais (NAKAMURA, 2014) e que o custo da mão de obra há
uma representatividade cada vez maior nos custos diretos na construção de um
empreendimento, representando mais de 50% do CUB global na média nacional (BRASIL,
2015), diversas empresas, como as de fôrmas e cimbramentos, procuraram inovar em seus
produtos para simplificar a montagem e a desforma, diminuir a mão-de-obra, aumentar a
produtividade e fornecer soluções que sejam reutilizáveis.
Com a adição de novos acessórios, encaixes, reforços, diminuição do seu peso, etc, a
evolução desses produtos tornaram a representação gráfica para projeto cada vez mais
complexa, difícil de ser representada, com bastante incidência de erros e um processo
demorado. Em contrapartida, as maiores empresas destes segmentos passaram a adotar o BIM,
que segundo Kannan (2015, tradução nossa): permite a representação digital mais precisa do
objeto do que CAD 3D, reduz a complexidade, oferece mudanças paramétricas e otimiza a
execução dos projetos.
Adotar o BIM significa tomar a decisão de inovar e vem provocando uma profunda
reorganização no setor da construção em todo o mundo e segundo Maier (2015, tradução nossa):
no setor de fôrmas, BIM vai além que do que uma representação em 3D.
“As organizações parecem ter seus próprios padrões BIM, cada uma tratando seus dados
de forma diferente, de modo que a interoperabilidade fica limitada” (AEC MAGAZINE, 2014,
tradução nossa).
“No Brasil, o cenário ainda é incipiente. Somente grandes empresas, como Deca, Docol
e Tigre, oferecem famílias de objetos BIM correspondentes aos seus produtos. E, mesmo estas
bibliotecas pioneiras não têm um alto nível de sofisticação e inteligência.” (CATELANI, 2016).
Na Figura XX, o software AutoCad é apenas uma ferramenta de suporte, e não uma
solução BIM propriamente dita.
Dentre as diversas ferramenta ilustradas acima, foi escolhida o Revit da AutoDesk, por
ser o atual líder no mercado no segmento de edificações no Brasil (CBIC, 2016), que possui
diversos produtos integrados para modelagem Revit Architecture (Arquitetura), Revit Structure
(Estrutura, adotado no trabalho) e Revit MEP (Instalações); documentação (layout e impressão),
levantamento de quantitativos, geração de legendas e tabelas, geração de câmeras e passeio
interativos dentro do modelo, e renderização.
A plataforma Revit possui interoperabilidade com os diversos produtos que compõem a
oferta da AutoDesk, listado na Tabela 2.1, destacando-se o Robot (análise estrutural),
Navisworks (simulação 4D e checagem de interferências), Dynamo (plug in do Revit que facilita
trabalhos de parametrização de projetos, automatização de ferramentas e de análises
preliminares) e o Inventor (modelagem para projeto mecânico).
Segundo Eastman et al. (2014), os principais pontos fortes e pontos fracos da plataforma
Revit são:
PONTOS FORTES
Fácil de aprender;
Interface bem projetada e amigável;
Amplo conjunto de bibliotecas de objetos desenvolvidos por terceiros.
PONTOS FRACOS
Modelos lentos quando maiores de 200 megabytes, por ser um sistema baseado em
memória;
Limitações nas regras paramétricas que lidam com ângulos;
Não suporta superfícies curvas complexas.
Tabela 2.1 – Formatos de arquivos gerados e lidos, e homologação de importação ifc do Revit
FORMATO DE FORMATO DE CERTIFICAÇÃO IFC
PRODUTO
ARQUIVOS GERADOS ARQUIVOS LIDOS IMPORTAÇÃO
*.dwg, *.dxf, *.dgn,
*.sat, *.dwf, *.dwfx,
*.adsk, *.fbx, *.txt,
*.gbXML, *.IFC,
*.rvt, *.rfa,
*.mdb, *.accdb, *.txt,
*.adsk, *.rte, *.rft
*.csv, *.xls, *.xlsx,
Autodesk ® Revit® *.dwg, *.dxf, CV2.0
*.xlsm, *.xlsb,
*.dgn, *.sat,
*.sqlserver, *.jpg,
*.skp, *.XML
*.tif, *.bmp, *.tga,
*.png, *.avi, *.nwc 5,
*odbc, *.rvt, *.rfa,
*.rte, *.rft
Dentre as avaliações feitas para esta ferramenta, o aspecto de maior consideração feito
neste trabalho foi o fato de a forma do pilar da empresa Impacto ter sido modelada no Inventor,
uma solução para prototipagem digital de equipamentos mecânicos e objetos de desenho
industrial, que por ser da companhia AutoDesk, possui uma boa interoperabilidade com o Revit.
2.2 Extensibilidade
As plataformas BIM, segundo Eastman et al. (2014), são acessíveis e podem ter suas
funcionalidades estendidas ou criadas por diversas maneiras, por meio de scripts (macros),
integrações com o MS-Excel, especialmente interligando tabelas de quantitativos extraídas da
ferramenta BIM, e escritas de códigos através de uma interface de programação de aplicações
(Application Programming Interface – API), para produzir aplicativos ou Apps.
Segundo CBIC (2016), uma API permite que um software tenha uma comunicação e
interação com outro software por meio de um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos que
expõem uma certa funcionalidade, sem que se envolvam em detalhes da implementação do
software, mas que apenas usem os seus serviços.
O uso de APIs tem se generalizado nos conhecidos plug-ins ou add-ins, que são módulos
de extensões que adicionam funcionalidades específicas, criadas, geralmente, sob demanda. As
APIs podem ser desenvolvidas em diversas linguagens de programação e segundo Kilkelly
(2013, tradução nossa), a plataforma API do Revit é compatível com a linguagem C#, VB.Net,
Python e Ruby, e permitem que tarefas repetitivas sejam automatizados, como renomeação de
famílias, e que a funcionalidade do software seja estendida.
“Você pode precisar de uma ferramenta específica para uma tarefa única. Personalizar
o Revit permite que você crie, explore e analise coisas que você não podia fazer com o software
original. ” (KILKELLY, 2013, p.3, tradução nossa).
Segundo CBIC (2016), algumas ferramentas BIM anunciam que todas as suas APIs são
acessíveis. A Autodesk, por exemplo, permite que amadores ou profissionais publiquem ou
vendam seus Apps desenvolvidos na Autodesk App Store1, representando um mercado de
bastante expansão, possuindo, atualmente, mais de 700 add-ins para a plataforma Revit.
No setor de formas, por envolver componentes de bastante complexidade, são
amplamente otimizados por meio de funcionalidades estendidas, sejam elas por macros,
interligações de planilhas com MS-Excel ou APIs. Segundo Lawan (2015), a criação de
componentes complexos com API permitiu reduzir a complexidades das fórmulas dentro das
1
https://apps.autodesk.com/en
27
2.3 Interoperabilidade
A interoperabilidade permite que a troca de arquivos dos softwares BIM distintos das
diversas disciplinas necessárias para o desenvolvimento de um empreendimento seja de forma
segura, harmônica, concisa, e que mantenha a integridade dos dados.
Segundo buildingSMART (2017, tradução nossa): “[…] IFC que permite manter e
trocar dados relevantes entre diferentes softwares.”
O formado de arquivo IFC está em constante evolução para que seja utilizado em todos
os tipos de projetos. A versão IFC2x3 lançada em 2006 é a mais utilizada atualmente, pois é a
qual a maioria das plataformas BIM está homologada (CBIC, 2016), embora já tenha lançada
as versões, segundo a buildingSMART (2017), IFC4 (2013), IFC4 Add1 (2015) e Add2 (2016),
e em fase de planejamento, a IFC5, para atingir projetos de infraestrutura.
2
http://buildingsmart.org/
28
Segundo Eastman et al. (2011), o IFC não foi desenvolvido para exportar
parametrizações e regras complexas de um objeto, diante disso, componentes como as fôrmas
para concreto armado necessitarão de um pouco de edição quando exportados, porém, o produto
a ser modelado no trabalho por ser um modelo autoral, não há a necessidade de compartilhar as
parametrizações do objeto no modelo para entrega.
3. FUNDAMENTOS DOS OBJETOS BIM
Conforme explicitado anteriormente, o BIM é uma tecnologia baseada em objetos
virtuais (componentes), paramétricos e inteligentes que representam a construção real a ser
construída.
Antes de se desenvolver um componente, é preciso entender alguns conceitos básicos
de como os materiais, objetos, montagens e projetos se inter-relacionam no BIM.
30
3.1 Materiais
Os materiais carregam informações sobre a composição, desempenho físico e aparência
de cada sólido usado no componente. Materiais estes, como aço, vidro, plástico, madeira, que
além de carregarem propriedades mecânicas para análises estruturais, podem ser atribuídas
informações referente à sua aparência e ao seu desempenho térmico e energético, para
simulação de desempenho do empreendimento.
3.3 Montagens
As montagens são constituídas por vários materiais e objetos BIM que são conectadas
entre se e que trabalham em conjunto, formando um sistema que carrega as informações em
coletivo. Qualquer mudança na montagem, seja ela de pequena ou grande proporção, resultará
em um sistema diferente (WEYGANT, 2011).
Os objetos BIM de fôrmas de concreto armado são geralmente constituídos de diversos
outros produtos que trabalham em conjunto, representando uma montagem.
3.4 Parâmetros
Componentes paramétricos ou com atributos são aqueles objetos em BIM que podem
ter suas características alteradas para atender às necessidades específicas de um projeto sem
necessidade de redesenho, podendo suas representações 2D, 3D e textuais serem
automaticamente ajustadas.
“Capacidade de entrada, acesso, modificação e extração de informações de forma rápida
e fácil, sem ter que olhar para os gráficos atuais. Os parâmetros podem controlar mais que as
dimensões, tendo a capacidade de controlar materiais, dados de especificação e desempenho
(WEYGANT, 2011, p.23) ”.
Os parâmetros podem ser de tipos ou de instância, quando são de tipos, figura 3.1,
todos os objetos inseridos independentemente de estarem selecionados ou não, serão alterados,
sendo de “instância”, alterações serão refletidas apenas naqueles objetos selecionados.
Figura 3.1 – Parâmetros de tipos Revit
Fonte: do Autor
Diferentes tipos de parâmetros podem ser associados aos componentes BIM, conforme
tabela 3.2, para diferentes fins e, dependendo do software BIM a ser utilizado. Os mais
utilizados são os de dimensão, que pode atribuir diversos valores para o mesmo objeto, textuais,
32
como especificações, numéricos, tais como dados relativos a desempenho térmico ou acústico,
ou ligações para documentos externos, como manual de uso, termo de garantia, especificações
mais detalhadas ou um detalhe construtivo.
Os parâmetros aceleram o processo de projetar, pois as decisões podem estar definidas
no começo do projeto, permitindo ao usuário atribuir propriedades arbitrárias que podem ser
posteriormente facilmente alteradas, ou limitando a possibilidade de escolhas de atributos para
um determinado componente (WEYGANT, 2011).
Tabela 3.2 – Tipos de parâmetros mais comuns das plataformas BIM
TIPOS DE PARÂMETROS MAIS COMUNS
complexas que podem fazer com que mostre um aviso, controlar gráficos e dados, retornar
valores de performance, ou condicionar o número de componentes quando este atingir uma
determinada propriedade (WEYGANT, 2011).
A criação de vínculos pode ser bastante útil para limitar o que pode e não pode ser feito,
e estabelecer comportamentos dos objetos, porém, o seu excesso pode confundir o usuário,
limitar o componente de forma exagerada, e no pior dos casos, causar lentidão no modelo, pois
o software precisa compilar toda vez cada vínculo presente no projeto a cada decisão dentro do
modelo, assim, quanto mais vínculos, maior o tempo de computação.
A plataforma BIM deve ser utilizada como uma ferramenta melhor que o CAD, portanto
deve-se evitar de adicionar regras de forma demasiada que causam lentidão no software e que
impossibilitem as escolhas do usuário.
34
3.6.1 Famílias
Na plataforma Revit, software BIM adotado nesse trabalho, todos os componentes
fazem parte de uma família e de uma estrutura hierárquica, figura 3.3, dividida em categoria,
família, tipo e instância (AUBIN, 2011).
Categoria: está no topo da hierarquia e controla toda organização, visibilidade,
representação gráfica e tabulação das famílias que compõem o modelo de construção, e
é subdivida em anotação, que incluem itens como texto, dimensões e anotações, e em
modelo, que incluem paredes, portas, vigas, etc.
Subcategoria: as categorias que definem a exibição padrão da família (espessura
da linha, cor da linha, padrão de linha e atribuição de material da geometria da
família) não podem ser renomeadas, criadas ou deletadas, porém, subcategorias
podem ser criadas nas categorias para controlar a exibição de diferentes
componentes de uma família.
Família: agrupa todos os objetos BIM do projeto, incluindo seus parâmetros, vínculos,
gráficos e documentos. Existem três tipos de famílias, do Sistema, as Carregáveis e as
No Local.
Do Sistema: componentes pré-definidos no Revit que não podem ser manipulados,
criados ou deletados pelo usuário de extensões RVT3 ou RTE4.
Carregáveis: diferentemente das Famílias do Sistema, elas podem ser
completamente customizadas pelo usuário, criadas no editor de família Revit usando
arquivos templates5 de extensões RFT6 e salvas como arquivo único de extensão de
arquivo RFA7, carregadas ou deletadas no projeto.
No Local: famílias customizadas pelo usuário que se diferenciam das carregáveis
por serem criadas diretamente no projeto pela ferramenta Modelar no Local, não
podendo ser exportadas para outros projetos.
Tipo: representação específica da família com parâmetros, gráficos e documentação
definidos e iguais para todas as ocorrências desse recurso.
3
RVT: Revit File
4
RTE: Revit Template File
5
Templates: Arquivo com configurações pré-definidas para um novo projeto
6
RFT: Revit Family Template
7
RFA: Revit Family
35
3.6.2 Elementos
De acordo com a Autodesk (2017), tudo no Revit é denominado como elemento, figura
3.5, que por sua também são referidos como famílias e são divididos em classes e subclasses,
figura 3.4.
Fonte: do Autor
37
3.6.3 Parâmetros
Na plataforma Revit os parâmetros são divididos em quatro tipos, figura 3.6, do sistema,
de projeto, da família e compartilhados (KNITTLE, 2017).
Fonte: do Autor
8
Tag: Anotações para identificação dos elementos em um desenho.
38
“Esses objetos precisam ser de qualidade específica, e conectar com objetos genéricos
e especificações técnicas associadas que ajudam no plano de trabalho digital” (NBS, 2017, p.6,
tradução nossa).
Diante desse cenário, no Reino Unido foram implementadas normas que buscam
padronizar e disseminar o BIM por todo o país, como as normas BS8541, PAS1192:2013 e
BS1192. Algumas iniciativas privadas, como a própria AutoDesk, a National Building
Specification9 (NBS) e a BIMStore10, empenharam-se na criação de manuais, que atendem as
normas britânicas, para criação de objetos BIM, permitindo que projetistas modelem
componentes BIM com consistência de dados, portabilidade, desempenho e qualidade, e de
bibliotecas digitais, reunindo os objetos BIM de diversos fabricantes que podem ser facilmente
baixados.
São listados pela BIMStore (2017) os erros mais comuns na criação dos objetos BIM:
Famílias extensas com muitos tipos que não incluem catálogos tipo;
9
https://www.thenbs.com/
10
https://www.bimstore.co.uk/
39
11
http://bimforum.org/
41
Fonte: do Autor
43
12
Byte: Unidade de informação digital equivalente a oito bits.
13
Bitmaps: Imagens formadas por pixels indicados para representação de imagens com alto nível de
detalhes.
44
Importar esses arquivos parece uma solução mais prática do que remodelar no Revit,
porém, esses elementos criados em outras ferramentas precisam passar por algumas
modificações, caso contrário, serão importados elementos tridimensionais estáticos e não
paramétricos, que não podem ser editados e que possuem uma elevada complexidade
geométrica, comprometendo a performance da plataforma BIM (AUTODESK, 2009).
Levando em conta apenas as soluções da AutoDesk, até o lançamento do Revit 2015 e
do Inventor 2014, um arquivo CAD importado era um desenho estático não editável, utilizado
apenas para servir como base na criação de um componente no Revit, para detalhes
bidimensionais ou para geometrias complexas não paramétricas, como pessoas, carros, etc.
A partir do Revit 2015, os componentes modelados de outros arquivos CAD puderam
ser editáveis no Revit, quando importados no formato de arquivo SAT, e posteriormente
“explodidos” (BIMStore, 2017), e a partir do Inventor 2014, tornou-se possível exportar os
componentes com os parâmetros e no formato de arquivo nativo, conforme a figura 4.4, do
Revit (.rfa) (SMITH, 2013), porém, segundo BIMStore (2016), essas conversões raramente
funcionam para estruturas complexas, apenas para objetos básicos.
Os componentes modelados em outras ferramentas, geralmente, possuem um elevado
nível de detalhamento, ND 400, possuindo muitas características de propriedade intelectual do
fabricante e detalhes irrelevantes para os projetos fornecidos aos clientes da AEC. Diante disso,
é necessário simplificar toda geometria do componente, retirando todas as curvas, componentes
pequenos e escondidos, evitando que o arquivo seja grande, que comprometem a performance
da plataforma BIM, e as características de propriedade intelectual da empresa, deixando apenas
as características necessárias para o cliente.
Figura 4.4 – Ferramentas de exportação do Inventor 2015 para o Revit.
Fonte: do Autor
45
Fonte: do Autor
i) Salve a família e teste no modelo, verificando se a sua inserção no projeto e a sua
representação gráfica estão apropriadas.
j) Na criação de famílias que incluem um grande número de tipos, acima de oito
(BIMStore 2016), deve-se criar Catálogo de Tipos14, figura 4.9.
Figura 4.9 – Catálogo de Tipo de uma Porta
14
Catálogo de Tipos: Arquivo de texto externo (.txt) que contém os parâmetros e os seus respectivos
valores, que criam os diferentes tipos de uma família. Quando salvas no mesmo diretório do arquivo do
componente, é exibida uma lista de tipos da família antes que o componente seja carregado, permitindo carregar
somente os tipos necessários para o projeto, resultando um arquivo de projeto de menor tamanho. Além disso,
fornecem um meio externo de edição da família.
48
Além disso, atribuir um número a uma categoria específica tornou-se uma solução
programável para que o computador interprete as informações sem erros, surgindo assim,
diversos esforços para elaborar um sistema numérico de classificação relativa à indústria da
construção de abrangência nacional, como o UNIFORMAT16, o MASTERFORMAT17(Estados
Unidos e Canadá) e o UNICLASS18(Reino Unido), e de abrangência internacional, como o
OmniClass19.
15
Taxonomia: Estudo científica responsável por determinar a classificação sistemática de diferentes
coisas em categorias.
16
http://www.uniformat.com/
17
http://www.masterformat.com/
18
https://www.thenbs.com/services/our-tools/introducing-uniclass-2015
19
http://www.omniclass.org/
49
20
ISO 12006-2: Construção de edificação – Organização de informação da construção – Parte 2: Estrutura
para classificação de informação.
50
Fonte: do Autor
Figura 4.11 – Exportando componentes com classificação OmniClass no Inventor 2016
Fonte: do Autor
52
Identificador Classificação
NORMA GRUPO TEMA ASSUNTO Classificação
do assunto OmniClass
NBR 15965-1:2011 - Terminologia e estrutura - - - -
Materiais M 0M 41
NBR 15965-2:2012 0 Características dos objetos
Propriedades P 0P 49
Fases F 1F 31
NBR 15965-3:2014 1 Processos Serviços S 1S 32
Disciplinas D 1D 33
Funções N 2N 34
NBR 15965-4
2 Recursos Equipamentos Q 2Q 35
(andamento)
Componentes C 2C 23
NBR 15965-5 Elementos E 3E 21
3 Resultados da construção
(andamento) Construção R 3R 22
NBR 15965-6 Unidades e espaços da Unidades U 4U 11 e 12
4
(andamento) construção Espaços A 4A 13 e 14
NBR 15965-7:2015 5 Informação da construção Informação I 5I 36
Quatro das setes partes da norma já foram publicadas, que quando concluídas, poderão
ser utilizadas ao longo de todo o ciclo de vida de um empreendimento, para criação de estruturas
analíticas de projetos (EAPs) padronizadas e codificadas, e interpretadas por diferentes
softwares, figura 4.12, visando evitar ou minorar as perdas decorrentes das trocas de
informações, interpretações imprecisas e facilitar a interoperabilidade entre os diferentes
sistemas informatizados (CBIC, 2016).
53
Figura 4.12 – Aplicação classificação da NBR 15965 para codificação de composições de custos
para orçamentos
5. FÔRMA DE PILAR
No Brasil, a maioria dos sistemas produtivos utilizados no setor da construção civil é
caracterizada pela informalidade, alta geração de resíduos e consequentes danos de grande
magnitude causados ao meio ambiente, consumindo em torno de 75% de todos os recursos
naturais no país (LAURIANO, 2013).
A norma que estabelece os procedimentos e as condições de uso das fôrmas é a ABNT
NBR 15696:2009, definindo-as como:
“Estruturas provisórias que servem para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as
ações provenientes das cargas variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto
fresco, até que o concreto se torne autoportante” (ABNT NBR 15696, 2009, p.2).
As fôrmas para pilar amplamente aplicadas na construção civil brasileira são as
convencionais, constituída de chapas de madeira compensada (plastificada ou resinada), e
cimbramentos mistos, podendo ser metálicos ou de madeira. Essas fôrmas de madeira
necessitam o emprego de mão de obra especializada na sua elaboração, pois seu processo de
montagem requer carpinteiros, tempo, precisão e experiência para atingir a qualidade desejada.
Além do aspecto da mão de obra e do tempo demandado em sua montagem, essas fôrmas
utilizam madeiras, impactando diretamente no aspecto sustentável e ambiental.
Segundo ABNT NBR 15696:2009, as fôrmas, além das de madeiras, podem ser de
chapas plásticas, PVC, chapas de aço ou de alumínio, devendo respeitar os seguintes critérios:
Resistência a cargas provenientes do seu peso próprio, do concreto, das pressões
laterais do concreto fluido, das vibrações do concreto e as decorrentes de
equipamentos do adensamento do concreto, do lançamento do concreto, das demais
cargas acidentais provenientes de trabalhadores e equipamentos, e das pressões de
vento referentes à norma ABNT NBR 6123:2013;
Ter rigidez para assegurar o formato e as dimensões das peças da estrutura projetada,
respeitando minimamente as tolerâncias indicadas na ABNT NBR 14931:2003;
Ser suficientemente estanques, evitando a perda de finos durante a concretagem,
admitindo-se como limite o surgimento do agregado miúdo da superfície do concreto,
e garantindo o acabamento superficial desejado.
A norma NBR 15696:2009 também recomenda que o impacto ambiental da execução
de fôrmas realizadas em uma obra deve ser reduzido ao mínimo e que se deve dar preferência
para equipamentos industrializados que apresentam uma vida útil maior e que minimize o uso
de madeiras, e que o uso de madeira nesses sistemas só se justifica na falta de soluções em
55
Porém, diante da atual crise econômica nacional e com o custo da mão de obra tendo
uma representatividade cada vez maior nos custos diretos na construção de um
empreendimento, representando mais de 50% do CUB global na média nacional (BRASIL,
2015), há o aumento da exigência do mercado em desenvolver soluções alternativas para o
desenvolvimento de fôrmas que possam moldar elementos mais complexos, que sejam mais
econômicas, práticas, com maior potencial de reutilização e de acordo com as práticas
ambientais, para tornar-se mais competitivo a nível global.
A fôrma de pilar da Impacto, figura 5.1, foi dimensionada de acordo com os critérios da
norma ABNT NBR 15696:2009 com respeito a limitação da pressão do concreto fluido
admissível, e consiste em painéis modulares de alumínio e plástico que conectam entre si de
21
http://www.impactoprotensao.com.br/
56
forma prática, por meio de tirantes “T” ou garras de aço (dependendo das dimensões do pilar),
tanto lateralmente como transversalmente, possibilitando a montagem de inúmeras dimensões,
visando atender a demanda de pilares retangulares em projetos estruturais.
Figura 5.1 – Fôrma para Pilar da Impacto
22
Plasterit: Produto patenteado da Impacto utilizado para moldar o concreto para as lajes, que consiste
em uma placa plástica com as dimensões de 61 x 61 cm, onde sua parte é lisa, que determina o acabamento da
superfície do concreto, e sua parte inferior nervurada para garantir maior resistência aos esforços solicitantes.
57
1 2
5 3
A
4 1-Perfil Macho 2-Perfil Fêmea
6
2440
650
6-Parafuso
GRADE DE SUPORTE EM ALUMÍNIO 5-Perfil L Lateral Sextavado Inox
23
Barras de Ancoragem: Produto utilizado para o travamento de fôrmas, utilizada em conjunto com porcas
fundidas em ambos os lados ou com flange soldada em uma das extremidades, proporcionando rigidez e segurança
nas fôrmas.
58
As placas plásticas são fixadas à grade de suporte por encaixe tipo gaveta entre os perfis
“Macho” e “Fêmea” e por parafusos para plásticos nos furos dos perfis “L” Horizontal,
garantindo sua fixação e impossibilitando que elas se movam tanto verticalmente como
horizontalmente, figura 5.3.
Figura 5.3 –Plasterit
5.1.2 Montagem
Segundo Yazigi (2009) e PINI (2009), as fôrmas de pilar industrializada adotada no
Brasil devem ser montadas com os seguintes processos:
a) Locar os eixos do pilar a partir das referências topográficas;
b) Remover a nata endurecida de cimento na superfície da base dos pilares a serem
executados;
c) Locar e fixar ao piso o gastalho, geralmente de madeira, que servirão de guia e
permitirão o travamento do pé dos painéis da face do pilar, figura 5.4;
59
i) Aprumar o pilar por meio de ajustes nas escoras laterais dos painéis, nas duas
direções, ou por meio de aprumadores, figura 5.7.
Figura 5.7 –Instalação do aprumador de pilar
A fôrma de pilar da Impacto, devido ao espaçamento dos furos nas placas plásticas e
aos furos nos perfis “Macho” e “Fêmea” da grade de suporte, podem ser fixados a cada 5 cm,
figura 5.8, fornecendo uma grande gama de combinações para as dimensões dos pilares.
Quando um uma das dimensões da peça estrutural de concreto ultrapassar o limite que
um painel disponha, será realizado o encaixe lateral entre os perfis “Macho” e “Fêmea”,
juntamente com o auxílio de um tirante “T” que transpassa os dois perfis (através de um furo
existente) e uma porca metálica que proporcionará um aperto entre as peças, figura 5.9.
O encaixe e a fixação transversal dos painéis são realizados por meio da garra de aço,
que transpassa transversalmente o furo do plasterit de um dos painéis enquanto a sua “garra” se
fixa no furo do perfil “Fêmea” paralelo do outro painel, figura 5.10, ou por meio de um tirante
“T”, dependendo da dimensão da peça, que transpassa o furo do plasterit de um painel e o furo
do perfil “Fêmea” do outro, figura 5.11. Ambos tipos de encaixe são apertados por meio de uma
porca metálica.
Figura 5.8 – Montagem fôrma de pilar da Impacto
DETAIL C DETAIL H
DETAIL B
6. MODELAGEM
algumas modificações antes de ser exportado para o Revit para que suas propriedades e
geometrias sejam reconhecidas.
Figura 6.1 – Montagem de 120x30cm da fôrma de pilar modelada no Inventor
24
IAM: Inventor Assembly File
25
IPT: Inventor Part File
66
Fonte: do Autor
Figura 6.3 – Elementos que constituem o aprumador da fôrma de pilar
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
opção, convertendo a montagem num único componente que contém diversos sólidos
independentes que representam a montagem original.
Figura 6.6 – Conversão de arquivos de montagem (IAM) do painel para peça única (IPT)
Fonte: do Autor
Figura 6.7 – Conversão de arquivos de montagem (IAM) do aprumador para peça única (IPT)
Fonte: do Autor
A partir do Inventor 2014, arquivos de extensão IPT puderam ser facilmente exportados
em RVT, formato de arquivo nativo do Revit, através da aba “BIM” e “Ambientes”, figura 6.8,
que fornecem comandos para definir conexões, para instalações elétricas e hidrossanitárias,
69
Fonte: do Autor
Com os desenhos do painel e do aprumador convertidos em IPT, antes de exportar o
arquivo, é preciso verificar se todos os sólidos do desenho serão reconhecidos no Revit. Para
isso, utiliza-se o comando “Verificar operações no Revit”, figura 6.9 e 6.10, que emite um
relatório identificando se cada elemento do modelo é compatível no Revit.
No presente trabalho, verificou-se que nenhum elemento dos desenhos será compatível
no Revit, pois esta ferramenta não suporta chanfros, filetes e geometrias complexas, em
contrapartida, o relatório emitido sugere em utilizar a ferramenta “Reconhecer operações do
Revit” na aba “Ambientes”, para representar o modelo com as operações compatíveis pelo
Revit.
70
Fonte: do Autor
Figura 6.10 – Relatório de verificações das operações do Revit do painel
Fonte: do Autor
A ferramenta “Reconhecer operações do Revit” permite converter os diferentes tipos de
geometria criados no Inventor para torná-los compatíveis com aqueles que estão disponíveis no
software Revit, pelos comandos de remoção de detalhes, de vazios, de reconhecimento das
geometrias do modelo e criação de invólucros. Tendo em vista que se deve priorizar a
performance da família e que este não ultrapasse 1000kbyte, procurou-se simplificar o painel e
o aprumador por completo, figura 6.11 e 6.12, retirando todos os vazios, furos, detalhes,
nervuras das placas plásticas, etc, pois, além de serem irrelevantes para o projeto, aumentam o
tamanho do arquivo.
71
Fonte: do Autor
Figura 6.12 – Simplificação e reconhecimento das geometrias do aprumador
Fonte: do Autor
72
Figura 6.13 – Verificação das operações no Revit do painel após simplificação e reconhecimento
das geometrias
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
73
Fonte: do Autor
Tendo em vista que a convenção de nomes e unidades são fundamentais para a
padronização digital, BIMStore (2017) lista algumas recomendações, de acordo com a norma
britânica BS8541-1:2012, para a nomeação do arquivo da família, dentre elas:
Criar nomes únicos e que identifique o produto no mundo real;
Se possível, não inclua a categoria da família no nome do arquivo;
Use letras maiúsculas no início da palavra;
Mantenha o nome do arquivo o menor possível;
74
Fonte: do Autor
Observa-se que o tamanho dos arquivos exportados para o Revit é menor que 1000kbyte,
ou seja, apesar de serem um desenho bastante complexo, figura 6.17 e 6.18, com as
simplificações da geometria no Inventor obteve-se uma família que não comprometerá a
performance do projeto.
Figura 6.17 – Família painel no Revit
Fonte: do Autor
26
CamelCase: Prática de escrever palavras compostas ou frases, onde cada palavra é iniciada com
maiúsculas e unidas sem espaços.
75
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
76
Figura 6.20 – Planos de referência, pontos de origem, parâmetros e legendas do painel gerados
automaticamente da exportação do Inventor para o Revit
Fonte: do Autor
Entretanto, muitas dessas informações geradas de forma automática são irrelevantes ou
carentes, comprometendo a performance e a aplicação do objeto BIM. Diante disso, decidiu-se
apagar todos os planos de referência, parâmetros, legendas, etc, figura 6.21, deixando apenas a
geometria do mesmo, sendo as informações relevantes para a família acrescidas posteriormente.
77
Figura 6.21 – Limpeza dos dados do painel e aprumador gerados automaticamente do Inventor
Fonte: do Autor
Com o desenho limpo, inicia-se o processo de modelagem indicado no item 4.2, porém,
com algumas alterações, pois a geometria do objeto já foi importada.
Pelo fato de a fôrma de pilar não pertencer a nenhuma categoria pré-definida e a
nenhuma classificação OmniClass, o desenho foi exportado automaticamente para o Revit de
forma semelhante a um arquivo template de modelo genérico, figura 6.22, pertencendo assim,
a categoria de modelos genéricos, e exigindo nenhum critério ou hospedeiro para seja inserido
no projeto.
Figura 6.22 – Limpeza dos dados gerados automaticamente do Inventor
Fonte: do Autor
O manual da BIMStore (2016) recomenda que sejam criadas subcategorias para os
diferentes tipos de geometrias ou sólidos de uma família, para atribuir as diferentes espessuras
de linhas, cores e materiais do desenho no projeto.
O ideal, é atribuir subcategorias para cada peça do painel da forma, placa plástica e
grade de alumínio, porém, a importação de um desenho do Inventor possui o problema de ser
78
representado como um elemento único, não sendo possível caracterizar diferentes subcategorias
para os diferentes sólidos. Consequentemente, o painel e o aprumador no Revit serão tratados
como um único sólido, de mesma subcategoria, propriedade e material.
Diante disso, criou-se uma subcategoria denominada “FormaPilar_Painel” que
representa todo o painel modelado, figura 6.23, e “FormaPilar_Aprumador” para o aprumador,
figura 6.23.
Figura 6.23 – Criação de subcategoria para o painel
Fonte: do Autor
Figura 6.24 – Criação de subcategoria para o aprumador
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Tendo em vista que as propriedades físicas dos materiais para a criação do objeto BIM
do respectivo trabalho são irrelevantes, e que um material pode ser aplicado por meio de um
parâmetro ou por meio de uma categoria e subcategoria no Revit, mas que o painel e o
aprumador importados são representados como um único sólido, de mesma categoria e
subcategoria, decidiu-se utilizar o comando de “Pintura” da aba “Modificar” para deixar os
desenhos importados esteticamente parecidos com o produto real.
Além disso, recomenda que o nome do material deve seguir a seguinte convenção:
80
<Tipo de Acabamento>_<Fabricante>_<Código>_<Descrição>
Diante disso, levando em conta as recomendações do BIMStore (2017) e a padronização
existente dos arquivos da empresa Impacto, os materiais dos componentes do painel e do
aprumador foram criados e aplicados conforme a figura 6.26 e 6.27.
Figura 6.26 – Pintura das superfícies da família do painel
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
81
Pelo fato do painel e do aprumador não precisarem de parâmetros que alterem as suas
propriedades geométricas, foi redefinido apenas o ponto de origem dos desenhos, planos de
referências e cotas que definem as suas geometrias, figura 6.28 e 6.29, para a criação da família
fôrma de pilar.
Figura 6.28 – Definição do ponto de origem e geometria do painel a partir dos planos de
referência
Fonte: do Autor
Figura 6.29 – Definição do ponto de origem e geometria do aprumador a partir dos planos de
referência
Fonte: do Autor
82
Figura 6.30 – Criação novo arquivo RFA a partir de um template de modelo genérico
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
84
Fonte: do Autor
O próximo passo é colocar os planos de referência, criados pelo comando “Plano de
referência” que definem a geometria a ser projetada, porém, pelo fato da geometria do objeto
ser uma família importada já modelada, no presente trabalho, os planos de referência e seus
travamentos com a geometria foram definidos após o carregamento da família do painel e do
aprumador pelo comando “Carregar Família”, conforme ilustrado na figura 6.33.
85
Fonte: do Autor
Tendo em vista que a montagem da dimensão fôrma de pilar se deve através das
combinações dos painéis que se encaixam lateralmente e transversalmente por meio das garras
de aço e tirantes “T”, e que a menor dimensão do pilar dificilmente ultrapassará a 55
centímetros, maior medida atendida por um painel sem a necessidade de um outro painel
complementar, na maior dimensão do pilar, que ultrapassa, geralmente, 55 centímetros de
comprimento, executou-se o comando “Matriz” do painel e do aprumador inseridos
inicialmente, para simular o encaixe lateral dos paineis, e na menor dimensão, foi inserido um
novo painel e aprumador transversalmente ao primeiro painel, definindo em seguida, novos
planos de referência e travamentos, quando necessários, conforme ilustrado na figura 6.34.
Figura 6.34 – Criação da maior dimensão e menor dimensão da fôrma de pilar
Fonte: do Autor
Em seguida, repetiu-se a inserção de novos paineis e aprumadores, a execução do
comando “Matriz”, a criação de novos planos de referência e dos travamentos para fazer o
fechamento da fôrma de pilar, ilustrado na figura 6.35.
86
Fonte: do Autor
Após a inserção de todos os planos de referências e das famílias que fazem parte da
montagem da fôrma de pilar, foram colocadas cotas entre os planos criados para criar as
relações paramétricas, conforme ilustrado na figura 6.36.
Figura 6.36 – Criação de cotas para as relações paramétricas
Fonte: do Autor
Em seguida, foram criadas legendas nas cotas da dimensão maior e menor para atribuir
algum parâmetro, fazendo com que o objeto BIM se torne adaptativo às diversas dimensões de
pilares dos projetos de concreto armado.
A família fôrma de pilar do respectivo trabalho, por ser um objeto BIM que será
utilizado em diversos projetos e por necessitar que suas propriedades sejam registradas para
quantificação, foram criados parâmetros compartilhados que serão salvos em um arquivo de
texto externo, conforme ilustrado na figura 6.37.
87
Fonte: do Autor
Nas cotas, foram atribuídos parâmetros compartilhados de instância, figura 6.38,
fazendo com que as dimensões dos pilares sejam listadas nas tabelas de quantificação e por ser
de instância, o objeto BIM pode ser inserido com diferentes dimensões no projeto, dependendo
do pilar.
Figura 6.38 – Atribuição de parâmetros nas legendas das cotas
Fonte: do Autor
88
Fonte: do Autor
Entretanto, o comando “Matriz” só pode ter um valor inteiro de dois ou superior, diante
disso, criou-se fórmulas condicionais que mantenham um parâmetro de matriz de no mínimo
dois, mesmo que o valor calculado seja um ou zero. Ou seja, mesmo se o pilar tiver um
comprimento menor que 55 centímetros, aparecerão dois painéis, conforme ilustrado na figura
6.40.
89
Figura 6.40 – Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros de instância nas matrizes
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Figura 6.42 – Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros booleanos nos componentes
sobrepostos
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Além disso, a empresa Impacto não fornece aprumadores para a fôrma de pilar, sendo
responsabilidade da construtora solicitar o equipamento de sua preferência. Diante disso, é
preciso criar parâmetros de instância booleanos nos aprumadores da família fôrma de pilar que
podem ser ativados ou desativados de acordo com o projeto, figura 6.44.
Apesar de a empresa Impacto não fornecer aprumadores à construtora, é preciso
quantificar esses dispositivos, pois muitas vezes, a empresa Impacto solicita o aprumador de
uma empresa parceira. Diante disso, os parâmetros booleanos serão ativados por meio de
parâmetros de número e formulações condicionais para que seja possível a criação de
parâmetros e fórmulas que quantifiquem esse material, conforme ilustrado na figura 6.45.
91
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
92
A fôrma de pilar da Impacto consegue fazer qualquer tipo de pilar quadrilátero com
medidas múltiplas de 5cm. Porém, no respectivo trabalho não foi possível implementar alguma
condicional que impeça que a família faça medidas não atendidas pela fôrma de pilar. Em
contrapartida, criou-se uma família de anotação que mostra as medidas de instância da família
fôrma de pilar no projeto, permitindo que o projetista identifique rapidamente se o pilar do
projeto pode ser construído com a fôrma de pilar ou não.
A criação de uma família de anotação segue o mesmo processo de modelagem do item
4.2, porém, de forma mais simplificada, precisando definir, inicialmente, o arquivo template
apropriado, que no presente trabalho, foi escolhido o arquivo template de anotação genérica
métrica, por não precisar de uma categoria específica para ser inserido, figura 6.46.
Figura 6.46 – Criação novo arquivo RFA a partir de um template de anotação genérica métrica
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Em seguida, a anotação criada foi carregada, inserida e travada nos planos de referência
que se encontram na família fôrma de pilar, e atribuído os parâmetros do texto com os
parâmetros das cotas “Lmaior” e “Lmenor”, conforme a figura 6.48.
Figura 6.48 – Anotação carregada e com os parâmetros atribuídos na família fôrma de pilar
Fonte: do Autor
Porém, a anotação criada será utilizada apenas para o projetista verificar se a fôrma de
pilar atende ou não as medidas do pilar, sendo as anotações de projeto colocadas posteriormente
com outra escala e configuração, diante disso, criou-se um parâmetro booleano de instância
“LegendaDimensão” que ativa ou desativa as propriedades gráficas da anotação criada, figura
6.49.
94
Figura 6.49 – Anotação na família fôrma de pilar e parâmetro booleano que ativa ou desativa sua
propriedade gráfica
Fonte: do Autor
Para concluir a modelagem da fôrma de pilar, falta atribuir os parâmetros
compartilhados de número com formulações para as quantificações de materiais. Há a
possibilidade de quantificar os painéis e os aprumadores sem criar fórmulas ou parâmetros de
número, bastando ativar o parâmetro “compartilhado” da família, figura 6.50, porém, esse
método apenas indica a quantidade total do elemento no projeto e não lista as porcas, garras de
aço, tirantes “T” e barras de ancoragem que também devem ser quantificados, pelo fato de não
terem sido modelados.
Figura 6.50 – Ativar ou desativar o compartilhamento da família para a sua listagem em tabelas
Fonte: do Autor
Além disso, a quantificação por meio de fórmulas e parâmetros compartilhados permite
que as quantidades dos materiais sejam listadas por conjuntos de fôrma de pilar, sendo mais
fácil de planejar a logística de entrega de material e planejar as montagens dos painéis.
Para facilitar a seleção dos parâmetros que serão listados nas tabelas de quantificação,
nos parâmetros compartilhados de quantificação foram colocados prefixos “Imp”, que
95
Fonte: do Autor
Com a quantificação dos painéis e com os parâmetros de medidas do pilar, seguindo a
mesma metodologia, criou-se parâmetros de número compartilhado com formulações
condicionais para a quantificação dos outros elementos utilizados na montagem da fôrma de
pilar, figura 6.52.
Figura 6.52 – Parâmetros compartilhado de instância para quantificação dos elementos da fôrma
de pilar
Fonte: do Autor
Com a modelagem da fôrma de pilar concluída, salvou-se o arquivo da família seguindo
as convenções de nome da BIMStore (2017), dentre elas:
Criar nomes únicos e que identifique o produto no mundo real;
Se possível, não inclua a categoria da família no nome do arquivo;
Use letras maiúsculas no início da palavra;
Mantenha o nome do arquivo o menor possível;
Ao acrescentar informações no nome, considere a ordem em que as descrições são
listadas;
96
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
97
Salve o arquivo com um nome diferente, para que o banco de dados do arquivo possa
ser recompilado, figura 6.56.
Figura 6.56 – Salvando o arquivo com outro nome
Fonte: do Autor
27
TQS: Sistema computacional gráfico destinado à elaboração de projetos de estruturas de concreto
armado, protendido e em alvenaria estrutural.
98
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
99
Para isso, inseriu a família fôrma de pilar nos pilares múltiplos de 5cm do pavimento de
teste, verificando o seu ponto de inserção, relação com os outros elementos do projeto, suas
representações gráficas, suas relações paramétricas e o seu desempenho na plataforma BIM,
figura 6.59.
Figura 6.59 – Família fôrma de pilar inserido no pavimento tipo de teste
Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
100
A partir dos testes executados, foi possível fazer algumas conclusões em relação aos
quatro aspectos citados por Weygant (2011), tabela 6.1.
As informações
paramétricas foram
Pelo fato de não haver
extraídas de forma
restrições comportamentais, Após a implementação do
Informações, relações automática e com precisão
as dimensões gráficas do BIM em toda a empresa,
paramétricas e vínculos nas tabelas de quantitativos.
objeto atendem qualquer acrescentar parâmetros
INFORMAÇÃO ou regras Com os parâmetros que
dimensão de 0x0cm a para o planejamento 4D,
comportamentais do ativam ou desativam suas
55x315cm, enquanto deveria parâmetros para logística de
componente. propriedades gráficas, o
atender apenas medidas material e de manutenção.
objeto BIM se adapta a
múltiplas de 5cm.
qualquer situação no
projeto.
O objeto BIM do espectivo
trabalho, por possuir muitas
Por não haver restrições
possibilidades de montagem,
comportamentais, foi
foi modelado com vários
preciso inserir uma família
parâmetros de instância,
de anotação no objeto BIM
para ser inserido a gosto do
que mostra de forma rápida
Os diferentes tipos da projetista, em vez de fazer
e clara as dimensões de
família e o desempenho vários tipos da família, ou
MONTAGEM FINAL instância da família quando
da um catálogo de tipo. Apesar
inserida no projeto, para que
plataforma BIM. de possuir muitos
o projetista considere Desenvolver algum API ou
parâmetros para se
apenas as medidas múltiplas utilizar o software Dynamo
comportar dessa maneira, o
de 5cm, atendidas pela para estabeler regras
tamanho do arquivo da
fôrma de pilar da empresa comportamentais na família
família não comprometerá a
Impacto. fôrma de pilar, que limitem a
perfomance da plataforma
inserção da família nos
BIM.
pilares com dimensões
O projeto testado possui
múltiplas de 5cm e que
muitos desníveis e algumas
evitem conflitos com outros
vigas invertidas nos
Testar o componente elementos.
Não apresentou nenhum pavimentos, diante disso,
BIM em um projeto,
problema gráfico ou de algumas famílias da fôrma
reavaliando a aparência,
desempenho, apesar de ser de pilar inseridos ficaram
suas limitações e
IMPLEMENTAÇÃO uma família bastante sobrepondo essas
desempenho, e a sua
complexa, possuindo muitos estruturas, sendo preciso
capacidade de ser
parâmetros e elementos alterar o seu deslocamento
implementada em
aninhados. nas propriedades de
projetos futuros.
"restrições" para evitar
conflito com essas
estruturas.
Fonte: do Autor
101
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 Conclusões
O trabalho aqui desenvolvido, tendo em vista que o BIM vem provocando uma profunda
reorganização no setor da construção em todo o mundo e que no setor de fôrmas, há o aumento
da exigência do mercado em desenvolver soluções de fôrmas modulares, teve como objetivo
desenvolver um componente BIM da fôrma de pilar industrializada da empresa Impacto no
Revit, seguindo algumas normas nacionais e internacionais, e manuais elaborados por
incentivos governamentais e por organizações não governamentais.
Antes da modelagem propriamente dita, foi realizado um planejamento da família no
Revit a ser modelada, levantando algumas informações como, seu propósito, uso, parâmetros
necessários, nível de detalhe e como se relacionará com os outros elementos do projeto.
A fôrma de pilar do respectivo trabalho já tinha sido modelado em um outro software
CAD, o Inventor, utilizado para prototipagem de projetos mecânicos, que por ser também da
AutoDesk, possui uma boa interoperabilidade com o Revit, com um elevado nível de
detalhamento, ND 400, possuindo muitas características de propriedade intelectual da empresa
e detalhes irrelevantes para os projetos fornecidos aos clientes da AEC, assim, antes da sua
exportação para a plataforma BIM, foi preciso simplificar do desenho, retirando as
características de propriedade intelectual, pequenos detalhes, vazios, e verificar a
compatibilidade das geometrias e propriedades do desenho com o Revit.
Após a sua importação, modelou-se a família fôrma de pilar a partir do aninhamento das
famílias que compõem a montagem da fôrma de pilar, os painéis e os aprumadores, definindo
planos de referências, travamentos e parâmetros com formulações condicionais que ativam ou
desativam propriedades gráficas, que quantificam os elementos da família e que definem as
suas dimensões de montagem.
O processo de modelagem foi desenvolvido de forma gradual, na tentativa e no erro,
testando e tomando as devidas ações corretivas, verificando todas as relações paramétricas,
pontos de inserção, vistas, gráficos do modelo, formulações e informações de quantificação, e
procurando deixar componente BIM com o tamanho de arquivo menor que 1000kbyte, para
garantir a performance da plataforma BIM quando inserido no modelo.
Testou-se o objeto BIM finalizado em um projeto exportado do TQS de um edifício que
utilizará as fôrmas da Impacto para a sua execução, sendo possível identificar algumas
limitações e pontos que poderiam ser melhorados.
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Pelo fato da família fôrma de pilar possuir famílias que foram importados de outro
software CAD e que as fôrmas para concreto armado não são categorizadas por padrão no Revit,
não foi possível atribuir subcategorias de todos os elementos pertencentes ao objeto BIM e nem
a categoria correta para a fôrma de pilar; sem uso de programação ou de algum API, não foi
possível atribuir restrições comportamentais na família fôrma de pilar para ser inserido somente
quando o pilar possuir medidas múltiplas de 5cm e para evitar conflitos com outros elementos
do modelo; pelo fato de o BIM ainda está em processo de estudo na empresa, não há
informações suficientes para atribuir parâmetros na família para o planejamento 4D, para
logística de material e de manutenção.
Porém, essas limitações identificadas estão relacionadas com fatores internos da
empresa, que só serão solucionados após a implementação do BIM nos processos da firma, e
pela limitação do software utilizado, que necessita de programação ou API para algumas
operações mais avançadas. Diante disso, a família fôrma de pilar modelada conseguiu atender
o objetivo esperado do trabalho, mostrando-se eficaz quanto a sua automatização e flexibilidade
de montagem no projeto, a geração automática de quantitativos e a performance da família na
plataforma BIM, mesmo possuindo muitos parâmetros, formulações condicionais, famílias
aninhadas e geometrias complexas.
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