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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR


Centro de Ciências Tecnológicas – CCT
Curso: Engenharia Civil
Trabalho de conclusão de curso

LUCAS BUFFAT SALES

CRIAÇÃO DE OBJETO PARAMETRIZADO DE FÔRMA


INDUSTRIALIZADA DE PILAR ATRAVÉS DE UMA PLATAFORMA
BIM

Fortaleza / CE
2017
LUCAS BUFFAT SALES

CRIAÇÃO DE OBJETO PARAMETRIZADO DE FÔRMA INDUSTRIALIZADA DE


PILAR ATRAVÉS DE UMA PLATAFORMA BIM

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


banca examinadora como requisito parcial à
obtenção do título de graduado em Engenharia
Civil.
Área de concentração: Estruturas.
Orientador: Prof. M.Sc. Ítalo Linhares
Salomão

Fortaleza / CE
2017
LUCAS BUFFAT SALES

CRIAÇÃO DE OBJETO PARAMETRIZADO DE FÔRMA INDUSTRIALIZADA DE


PILAR ATRAVÉS DE UMA PLATAFORMA BIM

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


banca examinadora como requisito parcial à
obtenção do título de graduado em Engenharia
Civil.
Área de concentração: Estruturas.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. M.Sc. Ítalo Linhares Salomão (Orientador)
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

_________________________________________
Profa. M.Sc. Elaine Cristina R. Ponte
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

_________________________________________
Esp. Leonardo Araújo Rodrigues
Examinador Externo
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, à Deus, por ser meu guia e por sempre colocar pessoas
em meu caminho que tanto contribuem para o meu engrandecimento pessoal e profissional.
Aos meus pais, Christianne Sales e Serge Buffat, à minha madrasta, Silvana Santos,
e ao meu padrasto, Eduardo Odecio, por todo amor que eles têm por mim, pela educação que
me proporcionaram e por sempre me apoiarem e me guiarem na melhor direção para o
cumprimento dos meus objetivos e realização de sonhos.
Aos meus irmãos, Rafael e Alice, que estão sempre ao meu lado, e ao meu falecido
irmão, Luis Eduardo, presente no meu coração e na minha memória, agradeço pelos risos e por
me fazerem ser uma pessoa mais leve e paciente.
À toda a minha família, pelo amor e confiança em mim depositados, constituindo
base sólida para a construção da minha personalidade e educação.
À minha namorada, Amanda, que me acompanhou nessa minha jornada final da
graduação, pelo apoio e carinho de sempre, me trazendo serenidade em momentos difíceis.
Aos grandes amigos e colegas que a universidade me proporcionou contato, dentre
eles, Ariell Mattos, Cláudio Henrique, Lucas Florêncio, Lauro Cezar, Lucas Moura, Matheus
Gradvohl, Mateus Mota, Haikel Busgaib e outros, pelo conhecimento compartilhado e pelas
habilidades adquiridas.
A todos meus amigos, Paulo Lobo, Lucas Navarro, Igor Bertoldo, Mário Alves,
Ozimiro Neto, Eron Theilacker, Petrus Tiveron, Igor Bernadinho e Henrique Guimarães, pela
amizade, pelos momentos inesquecíveis e pelas muitas gargalhadas, que apesar da distância
geográficas de alguns, vão continuar presentes em minha vida.
Ao Programa Ciências Sem Fronteiras, por me permitir viver a maior e mais
enriquecedora experiência da minha vida universitária.
Aos meus companheiros de trabalho na Impacto, Luis Filipe, Valter, Ian e Caracas,
por todo aprendizado, pelo apoio do tema do trabalho e pelos momentos de boas conversas.
Ao meu orientador, professor Ítalo Salomão, pela paciência, compreensão,
oportunidade, apoio e confiança a mim dedicado durante a elaboração deste trabalho.
Ao Alex Amarante e ao seu grupo de pesquisa PMI, pelo apoio ao tema e pelo
conhecimento compartilhado.
Aos professores que participaram da banca avaliadora.
À Universidade de Fortaleza, pelo incentivo à pesquisa e ao conhecimento
transmitido no decorrer desses anos acadêmicos.
Por fim, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste
trabalho.
“O contexto mudou, os atores mudaram e
produzir mais em menos tempo, com menos
recursos, com a qualidade requerida ao longo da
vida útil do edifício e de forma sustentável
somente é possível com os princípios da
industrialização da construção, que vão além da
padronização, da coordenação modular e da
mecanização”. CARDOSO, Francisco F.;
BARROS, Mércia M. S. Botura de, 2011.
RESUMO

O setor da construção civil brasileiro é conhecido pelo uso intensivo da mão de obra, que está
cada vez mais cara, pela informalidade, pela falta de produtividade, pelo desperdício e pelo uso
de métodos construtivos ultrapassados. Somando a isso, o mercado brasileiro foi imerso em
uma das maiores crises financeiras de sua história, tendo o setor da construção civil como um
dos pivôs desse cenário, gerando imediato acirramento da concorrência e “guerra de preços”.
Nesse cenário, as empresas que tem conseguido se sobressair são exatamente aquelas que
conseguem oferecer soluções mais econômicas aos seus clientes. No mercado brasileiro, as
fôrmas para concreto armado compõem cerca de 45% dos custos das obras de estruturas de
concreto armado, mesmo assim, são poucas as construtoras que possuem um projeto bem
detalhado e preciso de fôrmas, resultando em desperdícios, falta de planejamento e atrasos.
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi incorporar os preceitos da Modelagem da Informação
da Construção (BIM) no produto fôrma industrializada de pilar da empresa Impacto, solução
sustentável que reduz o uso e desperdício gerado pelo uso da madeira e que possui uma alta
produtividade na execução de pilares de concreto armado, que devido a sua complexidade, a
sua representação gráfica no CAD 2D é carente de informações e requer muito tempo no seu
desenvolvimento. Pode-se dizer que os benefícios mais imediatos do BIM é a maior eficiência
e produtividade na documentação do projeto, que através dos parâmetros, informações como
quantitativos, relatórios e cronogramas são geradas de forma automática e mais precisa. O
processo de modelagem seguiu alguns manuais e normas nacionais e internacionais,
priorizando a performance do componente em vez da sua aparência. Antes da modelagem
propriamente dita, foi realizado um planejamento da família, em seguida, pelo fato da fôrma de
pilar do respectivo trabalho já ter sido modelada com em um outro software CAD, foi preciso
adaptar o desenho antes de ser exportado para o Revit, para que se pudesse inserir todas as
famílias aninhadas, parâmetros, regras e vínculos no editor de famílias. O objeto BIM mostrou-
se eficaz quanto a sua automatização e flexibilidade de montagem no projeto, a geração de
quantitativos e a performance da família na plataforma BIM, porém, por ser ainda um produto
novo no mercado e por não se trabalhar efetivamente com BIM na empresa, carente quanto a
atribuição de informações para planejamento 4D, para manutenção e para logística.

Palavras chaves: BIM, objeto BIM, biblioteca de componente, modelagem paramétrica,


quantificação automática, fôrma de pilar industrializada, projeto de fôrmas.
ABSTRACT

The Brazilian construction industry is known for the intensive use of labor, which is becoming
more expensive, informal, lack of productivity, waste and the use of outdated construction
methods. Beside this, the Brazilian market is immersed in one of the biggest financial crises of
its history, having the construction sector as one of the pivots of this scenario, generating
immediate competition intensification and "price war". In this scenario, the companies that have
managed to stand out are exactly those that manage to offer more economic solutions to their
clients. In the Brazilian market, reinforced concrete formworks make up about 45% of the costs
of the works of reinforced concrete structures, even so, few construction companies have a very
detailed and precise design of the formworks, resulting in wastage, lack of planning and delays.
In this way, the purpose of this work was to incorporate Building Information Modeling (BIM)
precepts into the Impacto´s industrialized formwork for columns, a sustainable solution that
reduces the use and waste generated by the use of wood and which has a high productivity in
the execution of reinforced concrete columns, which due to its complexity, its graphic
representation in 2D CAD lacks informations and requires a lot of time in its development. One
can say what is faster and more immediate of BIM is greater efficiency and productivity in
project documentation, that through parameters, informations as quantities, reports and
timelines are generated automatically and more accurately. The modeling process followed
some manuals and national and international standards, prioritizing the performance of the
component instead of its appearance. Before the modeling itself, a family planning was carried
out, then, due the column formwork of the respective work had already been modeled with
another CAD software, it was necessary to adapt the drawing before being exported to Revit,
so you could enter all nested families, parameters, rules, and links in the family editor. The BIM
object proved to be effective in terms of its automation and flexibility of assembly in the project,
the generation of quantities and the family performance in the BIM platform, however, for being
a new product in the market and for not working effectively with BIM in the company, it lacks
informations for 4D planning, for maintenance and for logistics.

Keywords: BIM, BIM object, componentes library, parametric modeling, automatic quantity
take-off, industrialized column formwork, formwork design.
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Ciclo de vida de um empreendimento baseado em BIM............................... 20


Figura 2.2 Prática tradicional de troca de dados X Prática em BIM............................... 21
Figura 2.3 Os 25 casos de usos BIM.............................................................................. 22
Figura 2.4 Soluções BIM da Autodesk.......................................................................... 23
Figura 2.5 Soluções BIM da Nemetschek..................................................................... 24
Figura 2.6 Soluções BIM da Trimble & Tekla.............................................................. 24
Figura 2.7 Soluções BIM da Bentley............................................................................. 24
Figura 2.8 Organização conceitual das entidades IFC................................................... 28
Figura 2.9 Entidades do Domínio IFC4 Gerenciamento da Construção........................ 29
Figura 3.1 Parâmetros de tipos Revit............................................................................. 31
Figura 3.2 Parâmetros e vínculos ou regras................................................................... 33
Figura 3.3 Hierarquia dos componentes Revit.............................................................. 35
Figura 3.4 Hierarquia dos elementos do Revit............................................................... 35
Figura 3.5 Ilustração dos elementos no Revit................................................................ 36
Figura 3.6 Tipos de parâmetros do Revit....................................................................... 37
Figura 4.1 Componente de uma porta com famílias aninhadas..................................... 42
Figura 4.2 Esquadria representada por desenho 2D quando vista em plano.................. 42
Figura 4.3 Algumas plataformas CAD utilizados para prototipagem e fabricação
digital........................................................................................................... 43
Figura 4.4 Ferramentas de exportação do Inventor 2015 para o Revit........................... 44
Figura 4.5 Criação dos planos de referência.................................................................. 45
Figura 4.6 Criação dos parâmetros................................................................................ 46
Figura 4.7 Criação dos vínculos e restrições da geometria............................................ 46
Figura 4.8 Definindo as características de exibição das geometrias 2D e 3D................ 47
Figura 4.9 Catálogo de Tipo de uma Porta.................................................................... 47
Figura 4.10 Sistema de Classificação OmniClass no Revit 2016.................................... 51
Figura 4.11 Exportando componentes com classificação OmniClass no Inventor 2016. 51
Figura 4.12 Aplicação classificação da NBR 15965 para codificação de composições
de custos para orçamentos............................................................................ 53
Figura 5.1 Fôrma para Pilar da Impacto........................................................................ 56
Figura 5.2 Grade de Suporte em Alumínio.................................................................... 57
Figura 5.3 Plasterit........................................................................................................ 58
Figura 5.4 Gastalho metálico para fôrma de pilar.......................................................... 59
Figura 5.5 Travamento da fôrma com barra de ancoragem........................................... 59
Figura 5.6 Checagem do prumo da fôrma..................................................................... 60
Figura 5.7 Instalação do aprumador de pilar................................................................. 60
Figura 5.8 Montagem fôrma de pilar da Impacto.......................................................... 61
Figura 5.9 Montagem transversal com tirante “T”........................................................ 62
Figura 5.10 Montagem transversal com garra de aço...................................................... 62
Figura 5.11 Montagem lateral com tirante “T”................................................................ 62
Figura 6.1 Montagem de 120x30cm da fôrma de pilar modelada no Inventor............... 65
Figura 6.2 Elementos que constituem o painel da fôrma de pilar................................... 66
Figura 6.3 Elementos que constituem o aprumador da fôrma de pilar........................... 66
Figura 6.4 Criação do nível de detalhe ND 350............................................................. 67
Figura 6.5 Seleção de componentes relevantes para a família do painel e aprumador... 67
Figura 6.6 Conversão de arquivos de montagem (IAM) do painel para peça única
(IPT)............................................................................................................ 68
Figura 6.7 Conversão de arquivos de montagem (IAM) do aprumador para peça única
(IPT)............................................................................................................ 68
Figura 6.8 Ferramentas de interoperabilidade BIM do Inventor.................................... 69
Figura 6.9 Relatório de verificações das operações do Revit do painel......................... 70
Figura 6.10 Relatório de verificações das operações do Revit do painel......................... 70
Figura 6.11 Simplificação e reconhecimento das geometrias do painel.......................... 71
Figura 6.12 Simplificação e reconhecimento das geometrias do aprumador................... 71
Figura 6.13 Verificação das operações no Revit do painel após simplificação e
reconhecimento das geometrias................................................................... 72
Figura 6.14 Verificação das operações no Revit do aprumador após simplificação e
reconhecimento das geometrias................................................................... 72
Figura 6.15 Exportando os desenhos do Inventor para o Revit........................................ 73
Figura 6.16 Nomeação do arquivo da família do painel e do aprumador......................... 74
Figura 6.17 Família painel no Revit................................................................................ 74
Figura 6.18 Família aprumador no Revit......................................................................... 75
Figura 6.19 Planos de referência, pontos de origem, parâmetros e legendas do
aprumador gerados automaticamente da exportação do Inventor para o
Revit............................................................................................................ 75
Figura 6.20 Planos de referência, pontos de origem, parâmetros e legendas do painel
gerados automaticamente da exportação do Inventor para o Revit............... 76
Figura 6.21 Limpeza dos dados do painel e aprumador gerados automaticamente do
Inventor....................................................................................................... 77
Figura 6.22 Limpeza dos dados gerados automaticamente do Inventor.......................... 77
Figura 6.23 Criação de subcategoria para o painel.......................................................... 78
Figura 6.24 Criação de subcategoria para o aprumador................................................... 78
Figura 6.25 Desenho do painel e do aprumador sem material e aparência atribuídos...... 79
Figura 6.26 Pintura das superfícies da família do painel................................................. 80
Figura 6.27 Pintura das superfícies da família do aprumador.......................................... 80
Figura 6.28 Definição do ponto de origem e geometria do painel a partir dos planos de
referência.................................................................................................... 81
Figura 6.29 Definição do ponto de origem e geometria do aprumador a partir dos
planos de referência..................................................................................... 81
Figura 6.30 Criação novo arquivo RFA a partir de um template de modelo genérico...... 83
Figura 6.31 Subcategorias importadas das famílias carregadas para o novo arquivo
RFA............................................................................................................. 83
Figura 6.32 Definição do ponto de origem...................................................................... 84
Figura 6.33 Definição do ponto de origem...................................................................... 85
Figura 6.34 Criação da maior dimensão e menor dimensão da fôrma de pilar................. 85
Figura 6.35 Fechamento da fôrma de pilar...................................................................... 86
Figura 6.36 Criação de cotas para as relações paramétricas............................................ 86
Figura 6.37 Criação dos parâmetros compartilhados...................................................... 87
Figura 6.38 Atribuição de parâmetros nas legendas das cotas......................................... 87
Figura 6.39 Parâmetro de instância para as matrizes....................................................... 88
Figura 6.40 Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros de instância nas
matrizes....................................................................................................... 89
Figura 6.41 Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros booleanos nas
matrizes....................................................................................................... 89
Figura 6.42 Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros booleanos nos
componentes sobrepostos............................................................................ 90
Figura 6.43 Aprumadores executados nas fôrmas de pilar.............................................. 90
Figura 6.44 Parâmetros booleanos e fórmulas condicionais para desativar ou ativar
propriedades gráficas dos aprumadores....................................................... 91
Figura 6.45 Ativando e desativando propriedades gráficas dos aprumadores................. 91
Figura 6.46 Criação novo arquivo RFA a partir de um template de anotação genérica
métrica......................................................................................................... 92
Figura 6.47 Criação de anotação paramétrica para a fôrma de pilar................................ 93
Figura 6.48 Anotação carregada e com os parâmetros atribuídos na família fôrma de
pilar.............................................................................................................. 93
Figura 6.49 Anotação na família fôrma de pilar e parâmetro booleano que ativa ou
desativa sua propriedade gráfica.................................................................. 94
Figura 6.50 Ativar ou desativar o compartilhamento da família para a sua listagem em
tabelas.......................................................................................................... 94
Figura 6.51 Parâmetro de número compartilhado de instância para quantificação dos
painéis.......................................................................................................... 95
Figura 6.52 Parâmetros compartilhado de instância para quantificação dos elementos
da fôrma de pilar.......................................................................................... 95
Figura 6.53 Nomeação do arquivo da família fôrma de pilar........................................... 96
Figura 6.54 Auditar o arquivo da família........................................................................ 96
Figura 6.55 Limpar não utilizados do arquivo................................................................. 96
Figura 6.56 Salvando o arquivo com outro nome............................................................ 97
Figura 6.57 Arquivo RVT exportado do TQS de teste..................................................... 98
Figura 6.58 Pavimento tipo de teste................................................................................ 98
Figura 6.59 Família fôrma de pilar inserido no pavimento tipo de teste.......................... 99
Figura 6.60 Tabela de quantidades dos elementos da família fôrma de pilar................... 99
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Formatos de arquivos gerados e lidos, e homologação de importação ifc


do Revit........................................................................................................ 25
Tabela 3.1 Classes de informações incorporados em um Objeto BIM........................... 30
Tabela 3.2 Tipos de parâmetros mais comuns das plataformas BIM............................. 32
Tabela 4.1 Conceitos de Nível de Desenvolvimento (ND)............................................ 41
Tabela 4.2 Sistema de Classificação OmniClass........................................................... 50
Tabela 4.3 Estrutura de classes da NBR 15965 52
Tabela 6.1 Conclusões dos aspectos de qualidade da família fôrma de pilar 100
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2D 2 Dimensões
3D 3 Dimensões
4D 4 Dimensões
AIA American Institute of Architects
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AEC Arquitetura, Engenharia e Construção
API Aplication Programing Interface
BIM Building Information Modeling
CAD Computer Aided Design
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CUB Custo Unitário Básico
EAP Estrutura Analítica de Projeto
GSA General Services Administration
IAM Inventor Assembly File
ICC Indústria da Construção Civil
IFC Industry Foundation Classes
IPT Inventor Part File
ISO International Organization for Standardization
LOD Level Of Development
MEP Mechanical, eletrical and plumbing
NBR Norma Brasileira
NBS National Building Specification
ND Nível de Desenvolvimento
PP Polipropileno
RFA REVIT Family
RFT REVIT Family Template
RTE REVIT Template File
RVT REVIT File
SAT Standard ACIS Text
TXT Text
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16

1.1 Justificativa ..............................................................................................................................17

2. MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO .......................... 19

2.1 Ferramentas de criação de modelos BIM .................................................................................22

2.2 Extensibilidade .........................................................................................................................26

2.3 Interoperabilidade ...................................................................................................................27

3. FUNDAMENTOS DOS OBJETOS BIM ......................................................... 29

3.1 Materiais..................................................................................................................................30

3.2 Objetos BIM .............................................................................................................................30

3.3 Montagens ...............................................................................................................................31

3.4 Parâmetros ..............................................................................................................................31

3.5 Vínculos ou regras comportamentais .......................................................................................32

3.6 Componentes no Revit .............................................................................................................34


3.6.1 Famílias ................................................................................................................................ 34
3.6.2 Elementos ............................................................................................................................ 35
3.6.3 Parâmetros ........................................................................................................................... 37

4. BOAS PRÁTICAS DE CRIAÇÃO DOS OBJETOS BIM ............................. 38

4.1 Planejando o objeto BIM..........................................................................................................39


4.1.1 Recomendações para o Nível de Desenvolvimento (ND) .................................................... 40
4.1.2 Recomendações para famílias aninhadas ............................................................................ 42
4.1.3 Recomendações de exibição e de gráficos dos elementos .................................................. 42
4.1.4 Recomendações para o tamanho do arquivo da família ..................................................... 43
4.1.5 Recomendações para arquivos CAD importados de outros softwares ................................ 43

4.2 Fluxo de criação dos objetos BIM .............................................................................................45

4.3 Padronização da Informação Digital .........................................................................................48


4.3.1 Sistema de Classificação OmniClass ..................................................................................... 49
4.3.2 Sistema de Classificação ABNT NBR 15965 .......................................................................... 52

4.4 Controle de Qualidade .............................................................................................................53

5. FÔRMA DE PILAR ........................................................................................... 54

5.1 Fôrma de Plástico Reciclado para Pilar .....................................................................................55


5.1.1 Painel Modular ..................................................................................................................... 56
5.1.2 Montagem ............................................................................................................................ 58
6. MODELAGEM ................................................................................................... 63

6.1 Formulações iniciais e planejamento do objeto BIM ................................................................63

6.2 Exportando do Inventor para o Revit .......................................................................................64

6.3 Configurando o objeto exportado para o Revit ........................................................................75

6.4 Criação da família fôrma de pilar .............................................................................................82

6.5 Controle de qualidade da família fôrma de pilar ......................................................................97

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 101

7.1 Conclusões .............................................................................................................................101

7.2 Sugestões para Trabalhos Futuros..........................................................................................102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 103


16

1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, principalmente nos países mais desenvolvidos, os processos da
construção vêm passando por uma renovação tecnológica expressiva, com o crescente uso de
equipamentos e de tecnologia de informação.
A tecnologia Modelagem da Informação da Construção ou Building Information
Modeling (BIM) passou a ser percebida pela indústria da construção civil como um facilitador
para uma integração avançada dos processos de projeto e das partes interessadas, que traz um
novo patamar tecnológico e de produtividade. “Quando implementado de maneira apropriada,
o BIM facilita um processo de projeto e construção mais integrado que resulta em construções
de melhor qualidade com custo e prazo de execução reduzidos” (EASTMAN et al., 2014, p.18).
O processo básico de modelagem em aplicativos que utilizam a metodologia BIM são
desenvolvidos através da seleção de componentes em bibliotecas (internas do aplicativo,
importadas ou criadas pelo próprio usuário). Estes simulam, computacionalmente, a geometria,
materiais, dimensões, características e quaisquer outros parâmetros de um objeto construído ou
a construir.
Se um componente BIM necessário não está disposto localmente, pode ser buscado em
repositórios especializados ou no site do fabricante. Se ainda assim não puder ser obtido, deverá
ser modelado previamente antes que o elemento construtivo a que se refere possa ser inserido.
No Brasil, ainda são poucos fabricantes que iniciaram o desenvolvimento de bibliotecas
de componentes BIM correspondente ao seu catálogo de produtos, muitos por que ainda
desconhecem o BIM ou por que não sabem como fazê-lo. Além disso, muitos dos componentes
que foram modelados possuem excesso ou carência de informações e detalhes, que deixam o
modelo sobrecarregado, e problemas de parametrização.
Em contrapartida, há esforços em andamento para criar normas, empreendidos pela
Comissão de Estudo Especial de Modelagem da Informação da Construção da ABNT
(ABNT/CEE-134) que dão diretrizes para o desenvolvimento de bibliotecas digitais.
O presente trabalho aborda a modelagem da informação da construção a um tipo de
produto envolvido no processo construtivo de uma estrutura de concreto armado. O produto
escolhido foi a forma de pilar da empresa Impacto, existem diversas empresas que fornecem
este mesmo produto, mas com suas características particulares, que devido a sua complexidade,
a sua representação gráfica no CAD 2D é carente de informações e requer muito tempo no seu
desenvolvimento. Em contrapartida, algumas das empresas desse segmento desenvolveram o
seu próprio software para reduzir a sua complexidade, ELPOS e PERI CAD da empresa PERI
17

GmbH, e Tipos 7.0 da DOKA GmbH são alguns exemplos de softwares desenvolvimentos para
o uso particular da firma.

1.1 Justificativa

As fôrmas são produtos temporários na obra que modelam a estrutura de concreto


armado, definindo a sua geometria, prumo, esquadro e nível. No mercado brasileiro, há as
fôrmas tradicionais de madeira, executados in loco, e os sistemas industrializados.

Tendo em vista que o conjunto fôrmas e escoramentos chega a representar 45% dos
custos da estrutura de obras predais (NAKAMURA, 2014) e que o custo da mão de obra há
uma representatividade cada vez maior nos custos diretos na construção de um
empreendimento, representando mais de 50% do CUB global na média nacional (BRASIL,
2015), diversas empresas, como as de fôrmas e cimbramentos, procuraram inovar em seus
produtos para simplificar a montagem e a desforma, diminuir a mão-de-obra, aumentar a
produtividade e fornecer soluções que sejam reutilizáveis.

Com a adição de novos acessórios, encaixes, reforços, diminuição do seu peso, etc, a
evolução desses produtos tornaram a representação gráfica para projeto cada vez mais
complexa, difícil de ser representada, com bastante incidência de erros e um processo
demorado. Em contrapartida, as maiores empresas destes segmentos passaram a adotar o BIM,
que segundo Kannan (2015, tradução nossa): permite a representação digital mais precisa do
objeto do que CAD 3D, reduz a complexidade, oferece mudanças paramétricas e otimiza a
execução dos projetos.

Os componentes em BIM simulam, graficamente, as características visuais, técnicas e


funcionais de um objeto real a ser construído ou a construir, e segundo a PERI Gmbh, uma das
maiores fornecedoras multinacionais de estruturas temporárias para concreto armado, os
maiores benefícios da implantação da tecnologia na empresa foi a possibilidade de simular os
custos e o cronograma da construção, digitalmente, ainda na fase do planejamento, por meio da
introdução de alguns parâmetros adicionais de custos e tempo ao componente 3D, gerando
modelos 4D e 5D.

A maior vantagem do BIM é que os parâmetros de execução permitem simular um modelo de


construção 3D ainda no início do planejamento. Desta forma, as maiores perguntas dos
envolvidos de uma construção, onde, quando, por que e quanto custa, tornam-se visíveis desde
o planejamento até posterior a obra. (PERI Gmbh, 2017, tradução nossa).
18

Adotar o BIM significa tomar a decisão de inovar e vem provocando uma profunda
reorganização no setor da construção em todo o mundo e segundo Maier (2015, tradução nossa):
no setor de fôrmas, BIM vai além que do que uma representação em 3D.

A qualidade de um projeto em BIM depende da qualidade dos componentes do mesmo,


porém, muitos destes são modelados de forma demasiada, sem padrões internacionais ou
nacionais.

“As organizações parecem ter seus próprios padrões BIM, cada uma tratando seus dados
de forma diferente, de modo que a interoperabilidade fica limitada” (AEC MAGAZINE, 2014,
tradução nossa).

Essa carência de padronização compromete as duas particularidades que o projeto em


BIM se diferencia do CAD 3D, a parametrização e a interoperabilidade. No Brasil, o problema
é ainda maior, as referências técnicas brasileiras para o mercado desenvolver seus objetos não
foram concluídas, não há grandes iniciativas nas universidades para preparar seus futuros
profissionais e os profissionais presentes são resistentes quanto a ideia de mudar todo o seu
Sistema para implementar o BIM.

“No Brasil, o cenário ainda é incipiente. Somente grandes empresas, como Deca, Docol
e Tigre, oferecem famílias de objetos BIM correspondentes aos seus produtos. E, mesmo estas
bibliotecas pioneiras não têm um alto nível de sofisticação e inteligência.” (CATELANI, 2016).

Nesse trabalho, foram desenvolvidos componentes de fôrmas de pilar modularizado da


empresa Impacto em uma ferramenta BIM, seguindo algumas normas nacionais e
internacionais, guias elaborados por incentivos governamentais e por organizações não
governamentais.
19

2. MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO


As projeções bidimensionais (plantas, cortes e vistas) de algum objeto, passaram a ser
facilmente realizadas por meio de softwares CAD 2D e 3D, mas que nem sempre permitiam a
correta visualização e a perfeita compreensão do que estava sendo criado ou projetado.
“Embora esses métodos tenham aumentado o intercâmbio oportuno de informações, eles
fizeram pouco para reduzir a gravidade e a frequência dos conflitos causados pelos documentos
em papel” (EASTMAN et al., 2014, p.19).
Ainda que o surgimento dos softwares de desenhos bidimensionais e tridimensionais
permitiram uma maior produtividade dos profissionais e uma redução de erros, inconsistências,
imprecisão e incertezas, estes fatores ainda continuam frequentes nesses modelos tradicionais,
resultando em improvisos durante a execução, custos adicionais, atrasos e eventuais litígios
judiciais.
De acordo com Eastman et al (2014), a modelagem paramétrica iniciou-se nos anos
1980, presente nas indústrias de manufatura e aeroespaciais que viram os benefícios potenciais
em termos de capacidade integrada de análise, redução de erros e o movimento em direção à
automação da fábrica, enquanto a maior parte da ICC não reconheceu os seus benefícios,
adotando a geração digital de documentos de construção tradicionais em 2D.
Os sistemas CAD de modelagem de sólidos eram funcionalmente poderosos, mas em
geral ultrapassavam o poder computacional disponível, e alguns aspectos de produção, como a
geração de desenhos e relatórios, não eram bem desenvolvidos. O projeto de objetos 3D era
caro e considerado estranho conceitualmente para a maior parte dos projetistas, que ficavam
mais confortáveis projetando em 2D, só disseminando quando passou a ter uma oferta de
microcomputadores com a capacidade necessária e preços compatíveis com o mercado da
construção, bem como um mínimo de normalização.
No Brasil, o BIM está presente, de forma tímida, desde 1996, quando o escritório de
arquitetura Marcos Acayaba, em São Paulo, utilizou o software ArchiCAD para elaboração dos
seus projetos executivos e para representação 3D (NAKANISHI, 2007), tendo se expandido na
última década e demonstrando resultados significativos nas empresas que o adotaram.
Contudo, por falta de informações adequadas ou por uma visão mais tradicionalista, a
adoção do BIM ainda encontra resistência por parte de profissionais, construtoras e
incorporadoras.
A principal diferença entre um projeto baseado em BIM dos métodos tradicionais, é que
estes são um produto de uma representação gráfica de desenhos e informações que direcionam
20

as próximas fases de um empreendimento, através do trabalho de forma consecutiva e


assíncrona dos profissionais envolvidos.
Em contrapartida, o projeto em BIM é a partir da reprodução virtual dos objetos reais
através de modelos que contêm parâmetros e informações que englobam dados externos,
processos de execução e dentre outras informações relevantes para simulações e análises de
cada etapa do ciclo de vida de um empreendimento, através da coordenação das partes
envolvidas de forma colaborativa e síncrona.
“Ele promove a colaboração entre todos os membros de uma equipe de projeto e abre a
porta para que membros adicionais adicionem informações relevantes ao projeto antes do
desenvolvimento considerável ter ocorrido” (WEYGANT, 2011, p. 3).
Existem diversas definições sobre BIM, sendo uma das mais difundidas o da
Administração de Serviços Gerais dos Estados Unidos ou General Services Administration
(GSA), que define o BIM como:
O desenvolvimento e o uso de um modelo digital de dados, não apenas para documentar o projeto
de uma construção, mas também para simular a construção e a operação de uma nova construção
ou de uma instalação já existente que se deseje modernizar. O modelo de informações de
construção resulta de um conjunto de dados referentes aos objetos, que são representações
inteligentes e paramétricas dos componentes da instalação. A partir desse conjunto de dados,
vários usuários podem extrair visões apropriadas para a realização das suas análises específicas
e o embasamento dos seus correspondentes feedbacks que possibilitam a melhoria da concepção
do projeto. (U.S., 2007, 1: p.3, tradução nossa)
Por definição, BIM é aplicável a todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde a
concepção e a conceituação de uma ideia, passando pelo desenvolvimento do projeto e
incluindo a construção até o descomissionamento, como o reuso ou demolição, como ilustrado
na Figura 2.1.
Figura 2.1 – Ciclo de vida de um empreendimento baseado em BIM

Fonte: Eastman (2011


21

Isso se deve através de um modelo de informação de construção (Modelo BIM), que é


uma representação digital multidimensional das características físicas e funcionais de uma
edificação ou instalação, uma consolidação de informações resultantes da evolução do projeto
por meio de um trabalho colaborativo, onde um profissional pode aproveitar o mesmo modelo
para atuar em fases subsequentes do ciclo de vida de um empreendimento.
Existem diferentes maneiras de compartilhar e trocar dados e informações, a grande
diferença quando se compara com as práticas tradicionais realizadas pela ICC, baseadas apenas
em documentos, é que a adoção BIM permite que se trabalhe com o chamado “modelo
federado” ou “modelo compartilhado”, ilustrado na Figura 2.2 a seguir.

Figura 2.2 – Prática tradicional de troca de dados X Prática em BIM

Fonte: Adaptado de CBIC (2016)


Diferentes modelos BIM poderão ser desenvolvidos, segundo o seu uso ou objetivo, e
em diferentes fases do ciclo de um empreendimento, dependendo da evolução do projeto.
Geralmente, desenvolvem-se modelos BIM específicos para cada uma das principais disciplinas
que compõem uma construção, como arquitetura, estrutura, instalações hidráulicas e elétricas,
e no referente trabalho, um modelo para o projeto de fôrmas, dentre outros.
Em 2010, buildingSMART, livre instituição formada para regulamentar os padrões de
comunicação entre os agentes de projeto BIM, desenvolveu juntamente com a universidade de
Pensilvânia, um manual de implantação de BIM em uma organização, onde foram identificados
os 25 principais usos para o BIM, figura 2.3, organizados de acordo com as correspondentes
grandes fases do ciclo de desenvolvimento de um empreendimento.
22

Figura 2.3 – Os 25 casos de usos BIM

Fonte: Cic Research Group (2010, apud CBIC, 2016, p. 98)

Como a tecnologia BIM atua em todo o ciclo de vida de um empreendimento,


considerando todas as atividades, produtos, elementos e processos, são necessários diversos
aplicativos para atender cada etapa, com diferentes especialidades, isso só é possível graças ao
intercâmbio de informações entre as ferramentas BIM pelo formato de arquivo neutro Industry
Foundation Classes (IFC), desenvolvido também pela buildingSMART.
O objetivo geral do uso do BIM nos projetos de fôrmas é a otimização na troca de
informações e no processo de projeto, a partir da quantificação automática, elaboração de
projetos mais precisos, detalhados e parametrizados, detecção de conflitos e da simulação
virtual de execução pelo planejamento em 4D.

2.1 Ferramentas de criação de modelos BIM


Existem diversas soluções BIM disponíveis no mercado, cada uma com suas
particularidades e funcionalidades específicas no uso em fluxos de trabalho de um
empreendimento. Por ser uma ferramenta complexa, para facilitar a compreensão do que é BIM,
CBIC (2016) lista cinco pontos do que não são Modelagem de Construção da Informação:
23

 Possibilitar apenas a modelagem e a visualização gráfica em 3D;


 Não extrair de forma automática quantidades e atualizações, e nem realizar simulações
e análises;
 Não possuir objetos paramétricos e inteligentes que permitem atualização automática
do modelo quando são modificados ou alterados;
 Não realizar relatórios e atualizações de forma intuitiva nas revisões ou modificações;
 Não possuir gestores de banco de dados integrados que forneçam, automaticamente,
outras formas de “visualização” das alterações de informações do modelo, sejam por
meio de imagens tridimensionais, tabelas, relatórios ou documentos.
Segundo Eastman et al. (2014), uma ferramenta BIM gera um modelo de construção
digital 3D que pode dar suporte a múltiplas vistas, constituída por objetos paramétricos e
inteligentes, e que é interoperável, permitindo que seja exportado ou importado para outros
tipos de softwares BIM envolvidos no fluxo de trabalho de um empreendimento.
São listados abaixo as soluções disponíveis no mercado brasileiro no primeiro trimestre
do ano de 2016 nas diferentes etapas de um ciclo de vida de uma edificação:
Figura 2.4 – Soluções BIM da Autodesk

Fonte: CBIC (2016)


24

Na Figura XX, o software AutoCad é apenas uma ferramenta de suporte, e não uma
solução BIM propriamente dita.

Figura 2.5 – Soluções BIM da Nemetschek

Fonte: CBIC (2016)


Figura 2.6 – Soluções BIM da Trimble & Tekla

Fonte: CBIC (2016)


Figura 2.7 – Soluções BIM da Bentley

Fonte: CBIC (2016)


25

Dentre as diversas ferramenta ilustradas acima, foi escolhida o Revit da AutoDesk, por
ser o atual líder no mercado no segmento de edificações no Brasil (CBIC, 2016), que possui
diversos produtos integrados para modelagem Revit Architecture (Arquitetura), Revit Structure
(Estrutura, adotado no trabalho) e Revit MEP (Instalações); documentação (layout e impressão),
levantamento de quantitativos, geração de legendas e tabelas, geração de câmeras e passeio
interativos dentro do modelo, e renderização.
A plataforma Revit possui interoperabilidade com os diversos produtos que compõem a
oferta da AutoDesk, listado na Tabela 2.1, destacando-se o Robot (análise estrutural),
Navisworks (simulação 4D e checagem de interferências), Dynamo (plug in do Revit que facilita
trabalhos de parametrização de projetos, automatização de ferramentas e de análises
preliminares) e o Inventor (modelagem para projeto mecânico).
Segundo Eastman et al. (2014), os principais pontos fortes e pontos fracos da plataforma
Revit são:
 PONTOS FORTES
 Fácil de aprender;
 Interface bem projetada e amigável;
 Amplo conjunto de bibliotecas de objetos desenvolvidos por terceiros.
 PONTOS FRACOS
 Modelos lentos quando maiores de 200 megabytes, por ser um sistema baseado em
memória;
 Limitações nas regras paramétricas que lidam com ângulos;
 Não suporta superfícies curvas complexas.
Tabela 2.1 – Formatos de arquivos gerados e lidos, e homologação de importação ifc do Revit
FORMATO DE FORMATO DE CERTIFICAÇÃO IFC
PRODUTO
ARQUIVOS GERADOS ARQUIVOS LIDOS IMPORTAÇÃO
*.dwg, *.dxf, *.dgn,
*.sat, *.dwf, *.dwfx,
*.adsk, *.fbx, *.txt,
*.gbXML, *.IFC,
*.rvt, *.rfa,
*.mdb, *.accdb, *.txt,
*.adsk, *.rte, *.rft
*.csv, *.xls, *.xlsx,
Autodesk ® Revit® *.dwg, *.dxf, CV2.0
*.xlsm, *.xlsb,
*.dgn, *.sat,
*.sqlserver, *.jpg,
*.skp, *.XML
*.tif, *.bmp, *.tga,
*.png, *.avi, *.nwc 5,
*odbc, *.rvt, *.rfa,
*.rte, *.rft

Fonte: Adaptado de CBIC (2016)


26

Dentre as avaliações feitas para esta ferramenta, o aspecto de maior consideração feito
neste trabalho foi o fato de a forma do pilar da empresa Impacto ter sido modelada no Inventor,
uma solução para prototipagem digital de equipamentos mecânicos e objetos de desenho
industrial, que por ser da companhia AutoDesk, possui uma boa interoperabilidade com o Revit.

2.2 Extensibilidade
As plataformas BIM, segundo Eastman et al. (2014), são acessíveis e podem ter suas
funcionalidades estendidas ou criadas por diversas maneiras, por meio de scripts (macros),
integrações com o MS-Excel, especialmente interligando tabelas de quantitativos extraídas da
ferramenta BIM, e escritas de códigos através de uma interface de programação de aplicações
(Application Programming Interface – API), para produzir aplicativos ou Apps.
Segundo CBIC (2016), uma API permite que um software tenha uma comunicação e
interação com outro software por meio de um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos que
expõem uma certa funcionalidade, sem que se envolvam em detalhes da implementação do
software, mas que apenas usem os seus serviços.
O uso de APIs tem se generalizado nos conhecidos plug-ins ou add-ins, que são módulos
de extensões que adicionam funcionalidades específicas, criadas, geralmente, sob demanda. As
APIs podem ser desenvolvidas em diversas linguagens de programação e segundo Kilkelly
(2013, tradução nossa), a plataforma API do Revit é compatível com a linguagem C#, VB.Net,
Python e Ruby, e permitem que tarefas repetitivas sejam automatizados, como renomeação de
famílias, e que a funcionalidade do software seja estendida.
“Você pode precisar de uma ferramenta específica para uma tarefa única. Personalizar
o Revit permite que você crie, explore e analise coisas que você não podia fazer com o software
original. ” (KILKELLY, 2013, p.3, tradução nossa).
Segundo CBIC (2016), algumas ferramentas BIM anunciam que todas as suas APIs são
acessíveis. A Autodesk, por exemplo, permite que amadores ou profissionais publiquem ou
vendam seus Apps desenvolvidos na Autodesk App Store1, representando um mercado de
bastante expansão, possuindo, atualmente, mais de 700 add-ins para a plataforma Revit.
No setor de formas, por envolver componentes de bastante complexidade, são
amplamente otimizados por meio de funcionalidades estendidas, sejam elas por macros,
interligações de planilhas com MS-Excel ou APIs. Segundo Lawan (2015), a criação de
componentes complexos com API permitiu reduzir a complexidades das fórmulas dentro das

1
https://apps.autodesk.com/en
27

famílias, diminuir a quantidade de dados, ter um melhor controle gráfico e melhorar


interoperabilidade com as soluções CAD.

2.3 Interoperabilidade
A interoperabilidade permite que a troca de arquivos dos softwares BIM distintos das
diversas disciplinas necessárias para o desenvolvimento de um empreendimento seja de forma
segura, harmônica, concisa, e que mantenha a integridade dos dados.

“A interoperabilidade representa a necessidade de passar dados entre aplicações,


permitindo que múltiplos tipos de especialistas e aplicações contribuam para o trabalho em
questão” (EASTMAN et al, 2014, p. 82).

Dentre os diferentes métodos e protocolos de intercâmbio de informações entre as


ferramentas BIM, destaca-se o IFC ou Industry Foundation Classes, desenvolvido pela
buildingSMART2, antiga International Alliance for Interoperability (IAI), uma associação
organizada pela Autodesk em 1998, com o objetivo inicial de provar os benefícios da
interoperabilidade entre os diversos softwares da indústria da construção (buildingSMART,
2017), tornando-se, em 1997, uma organização internacional sem fins lucrativos, conduzida
pela indústria, com o objetivo de publicar um modelo de dados de produtos AEC neutro, IFC,
que responde em todo o ciclo de vida de um empreendimento (EASTMAN et al, 2014), e que
atualmente, defende a abordagem universal para projetos realizados em colaboração por
padrões e fluxos de trabalhos abertos, conhecidos como soluções OpenBIM.

Segundo buildingSMART (2017, tradução nossa): “[…] IFC que permite manter e
trocar dados relevantes entre diferentes softwares.”

O IFC é um formato de arquivo, certificado pela ISO (16739:2013), orientado a objetos


3D, aberto, neutro e padronizado, desenvolvido utilizando a linguagem de modelagem de dados
chamada EXPRESS, criado para viabilizar a interoperabilidade e o trabalho colaborativo entre
as diferentes ferramentas BIM da AEC (CBIC, 2016).

O formado de arquivo IFC está em constante evolução para que seja utilizado em todos
os tipos de projetos. A versão IFC2x3 lançada em 2006 é a mais utilizada atualmente, pois é a
qual a maioria das plataformas BIM está homologada (CBIC, 2016), embora já tenha lançada
as versões, segundo a buildingSMART (2017), IFC4 (2013), IFC4 Add1 (2015) e Add2 (2016),
e em fase de planejamento, a IFC5, para atingir projetos de infraestrutura.

2
http://buildingsmart.org/
28

O IFC é concebido como um “modelo estrutural extensível” que abrange todas as


informações de construção no seu ciclo de vida. Os componentes, quando exportados em
modelo IFC, são organizados hierarquicamente em tipos e subtipos, associados com sua
geometria, relações e propriedades, compondo um extenso modelo de dados referenciado a
objetos, conforme ilustrado na figura 2.8.
“O IFC consiste em uma biblioteca de definições e propriedades de objetos que podem
ser usadas para representar um projeto de construção e apoiar o uso dessas informações de
construção para um propósito específico” (EASTMAN et al., 2011, p.115, tradução nossa).

Figura 2.8 – Organização conceitual das entidades IFC

Fonte: buildingSMART (2017, apud CBIC, 2016, p. 79)


 Entidades de Base ou recursos: definem os objetos comumente utilizados na ICC,
compondo as propriedades dos elementos, como geometria, topologia, materiais,
medidas e participantes. Esse esquema de dados são refenciados nas outras camadas
superiores, podendo formar diversas novas classes de um objeto.
 Núcleo: essa camada contém os relacionamentos fundamentais para todas as demais
especificações de aspecto dos modelos.
 Elementos compartilhados ou interoperabilidade: fornece objetos e
relacionamentos mais específicos, compartilhados por múltiplos domínios.
 Domínios específicos: definem objetos específicos para as diferentes áreas de atuação
da construção.
29

Explorando o domínio “Gerenciamento da Construção” na documentação do IFC4,


figura 2.9, encontra-se a entidade que representa as fôrmas para concreto armado, o
IfcConstructionProductResource, que define os produtos que são utilizados temporariamente
na execução de uma construção.
Figura 2.9 – Entidades do Domínio IFC4 Gerenciamento da Construção

Fonte: Adaptado de buildingSMART (2017)

Segundo Eastman et al. (2011), o IFC não foi desenvolvido para exportar
parametrizações e regras complexas de um objeto, diante disso, componentes como as fôrmas
para concreto armado necessitarão de um pouco de edição quando exportados, porém, o produto
a ser modelado no trabalho por ser um modelo autoral, não há a necessidade de compartilhar as
parametrizações do objeto no modelo para entrega.
3. FUNDAMENTOS DOS OBJETOS BIM
Conforme explicitado anteriormente, o BIM é uma tecnologia baseada em objetos
virtuais (componentes), paramétricos e inteligentes que representam a construção real a ser
construída.
Antes de se desenvolver um componente, é preciso entender alguns conceitos básicos
de como os materiais, objetos, montagens e projetos se inter-relacionam no BIM.
30

3.1 Materiais
Os materiais carregam informações sobre a composição, desempenho físico e aparência
de cada sólido usado no componente. Materiais estes, como aço, vidro, plástico, madeira, que
além de carregarem propriedades mecânicas para análises estruturais, podem ser atribuídas
informações referente à sua aparência e ao seu desempenho térmico e energético, para
simulação de desempenho do empreendimento.

3.2 Objetos BIM


Os objetos BIM são componentes autônomos que carregam todas as informações
necessárias para representar um determinado produto e que não precisam de componentes
adjacentes para serem entendidos.
Segundo NBS (2014), um objeto BIM é a combinação de:
 Informações que definem o produto;
 Geometria que representa as características físicas do produto;
 Dados comportamentais como zonas de detecção, manutenção e eliminação que
permitem que o objeto BIM seja posicionado em orientação ou localização específica,
conforme o produto real;
 Dados de visualização que dão ao objeto uma aparência reconhecível.
Ou seja, um objeto BIM incorpora diferentes informações geométricas, paramétricas,
especificações e representações gráficas 2D e 3D, tabela 3.1, para representar um produto real
tanto em aparência, quanto em comportamento e uso.

Tabela 3.1 – Classes de informações incorporados em um Objeto BIM


Informações Geométricas
Nível de detalhamento Ponto de inserção
Geometria Volume de acesso
Nível de precisão Renderização
Unidade de medida Entradas e saídas
Informações Paramétricas
Dimensionamento e posicionamento paramétrico, variacional
Vínculos e restrições geométricas dinâmicas
Regras de adaptação e reação a mudanças
Especificações
Especificações técnicas, funcionais e semânticas
Parâmetros para simulações e análises de engenharia
Parâmetros para orçamentação
Normas técnicas e padrões atendidos
Representações Bidimensionais (2D-plantas,vistas e cortes)
Diversas resoluções bidimensionais (2D)
Essencial para geração da documentação do projeto

Fonte: Adaptado de CBIC (2016)


31

3.3 Montagens
As montagens são constituídas por vários materiais e objetos BIM que são conectadas
entre se e que trabalham em conjunto, formando um sistema que carrega as informações em
coletivo. Qualquer mudança na montagem, seja ela de pequena ou grande proporção, resultará
em um sistema diferente (WEYGANT, 2011).
Os objetos BIM de fôrmas de concreto armado são geralmente constituídos de diversos
outros produtos que trabalham em conjunto, representando uma montagem.

3.4 Parâmetros
Componentes paramétricos ou com atributos são aqueles objetos em BIM que podem
ter suas características alteradas para atender às necessidades específicas de um projeto sem
necessidade de redesenho, podendo suas representações 2D, 3D e textuais serem
automaticamente ajustadas.
“Capacidade de entrada, acesso, modificação e extração de informações de forma rápida
e fácil, sem ter que olhar para os gráficos atuais. Os parâmetros podem controlar mais que as
dimensões, tendo a capacidade de controlar materiais, dados de especificação e desempenho
(WEYGANT, 2011, p.23) ”.
Os parâmetros podem ser de tipos ou de instância, quando são de tipos, figura 3.1,
todos os objetos inseridos independentemente de estarem selecionados ou não, serão alterados,
sendo de “instância”, alterações serão refletidas apenas naqueles objetos selecionados.
Figura 3.1 – Parâmetros de tipos Revit

Fonte: do Autor
Diferentes tipos de parâmetros podem ser associados aos componentes BIM, conforme
tabela 3.2, para diferentes fins e, dependendo do software BIM a ser utilizado. Os mais
utilizados são os de dimensão, que pode atribuir diversos valores para o mesmo objeto, textuais,
32

como especificações, numéricos, tais como dados relativos a desempenho térmico ou acústico,
ou ligações para documentos externos, como manual de uso, termo de garantia, especificações
mais detalhadas ou um detalhe construtivo.
Os parâmetros aceleram o processo de projetar, pois as decisões podem estar definidas
no começo do projeto, permitindo ao usuário atribuir propriedades arbitrárias que podem ser
posteriormente facilmente alteradas, ou limitando a possibilidade de escolhas de atributos para
um determinado componente (WEYGANT, 2011).
Tabela 3.2 – Tipos de parâmetros mais comuns das plataformas BIM
TIPOS DE PARÂMETROS MAIS COMUNS

Dimensão Texto Hyperlinks Inteiro


Criação de um nome específico para Permite atribuir valores nas Permitem adicionar links externos Parâmetros de números inteiros que
a dimensão que pode atribuir propriedades informativas, ao objeto que são abertos em algum são utilizados geralmente em
diversos valores, representando as indentificações e em alguns outros navegador específico. arrrays ou para contar um número
diversas dimensões que um objeto parâmetros do objeto. Frequentemente utilizados para total de um componente específico.
pode representar. atribuir propriedades que são Diferenciam-se do parâmetro de
alterados constantemente. número, por estes lidarem com
cálculos.
Área Número Booleanos (sim/não) Ângulos e Inclinações
Em muitos casos são Os parâmetros numéricos permitem Parâmetros ou checkboxes(caixas de Parâmetros de ângulos e inclinações
automaticamente determinados, que uma propriedade seja seleção) que são geralmente permitem criar alterar orientação de
mas em algumas exceções, deve-se categorizado usando um número utilizados para ativar ou desativar um objeto ou alterar sua dimensão
parametrizar a área baseada na específico para atender às propriedades gráficas ou um outro relativo ao seu ângulo ou inclinação.
dimensão. necessidades do projeto. componente associado ao objeto.

Fonte: Adaptado de Weygant (2011)

3.5 Vínculos ou regras comportamentais


Os objetos BIM, além de conterem todas as informações importantes sobre si mesmos,
possíveis regras comportamentais com outros componentes com os quais eles se relacionam
diretamente podem ser programadas e ajustadas em softwares BIM para garantir a coerência
construtivas de uma solução projetada (CBIC, 2016).
Vínculos e regras são feitas por fórmulas inseridas em um parâmetro que referenciam
um ou mais outros parâmetros em uma equação, com o objetivo principal de limitar a
possibilidade de erro do usuário.
Um bom exemplo disso, é o componente de uma janela de vidro. Em vez de criar um catálogo
com todas as larguras e comprimentos da peça de vidro, a geometria pode ser bloqueada com a
estrutura da janela, então quando a estrutura mudar de tamanho, o vidro muda por consequência.
Ao menos que o tamanho do vidro seja necessário, não é prático adicionar parâmetros de
dimensão ao componente. A criação de equações para determinar as propriedades é, muitas
vezes, mais efetiva do que ter múltiplos parâmetros que podem ocasionar erros ao componente
(WEYGANT, 2011, p.34, tradução nossa).
A regra mais utilizada é a de igualdade, que permite que duas ou mais dimensões,
localização e parâmetros de texto do componente sejam resultantes de uma equação, figura 3.2.
Além disso, podem ser elaboradas regras condicionais que permitem a criação de equações
33

complexas que podem fazer com que mostre um aviso, controlar gráficos e dados, retornar
valores de performance, ou condicionar o número de componentes quando este atingir uma
determinada propriedade (WEYGANT, 2011).

Figura 3.2 – Parâmetros e vínculos ou regras

Fonte: Adaptado de Weygant (2011)

A criação de vínculos pode ser bastante útil para limitar o que pode e não pode ser feito,
e estabelecer comportamentos dos objetos, porém, o seu excesso pode confundir o usuário,
limitar o componente de forma exagerada, e no pior dos casos, causar lentidão no modelo, pois
o software precisa compilar toda vez cada vínculo presente no projeto a cada decisão dentro do
modelo, assim, quanto mais vínculos, maior o tempo de computação.

A plataforma BIM deve ser utilizada como uma ferramenta melhor que o CAD, portanto
deve-se evitar de adicionar regras de forma demasiada que causam lentidão no software e que
impossibilitem as escolhas do usuário.
34

3.6 Componentes no Revit

3.6.1 Famílias
Na plataforma Revit, software BIM adotado nesse trabalho, todos os componentes
fazem parte de uma família e de uma estrutura hierárquica, figura 3.3, dividida em categoria,
família, tipo e instância (AUBIN, 2011).
 Categoria: está no topo da hierarquia e controla toda organização, visibilidade,
representação gráfica e tabulação das famílias que compõem o modelo de construção, e
é subdivida em anotação, que incluem itens como texto, dimensões e anotações, e em
modelo, que incluem paredes, portas, vigas, etc.
 Subcategoria: as categorias que definem a exibição padrão da família (espessura
da linha, cor da linha, padrão de linha e atribuição de material da geometria da
família) não podem ser renomeadas, criadas ou deletadas, porém, subcategorias
podem ser criadas nas categorias para controlar a exibição de diferentes
componentes de uma família.
 Família: agrupa todos os objetos BIM do projeto, incluindo seus parâmetros, vínculos,
gráficos e documentos. Existem três tipos de famílias, do Sistema, as Carregáveis e as
No Local.
 Do Sistema: componentes pré-definidos no Revit que não podem ser manipulados,
criados ou deletados pelo usuário de extensões RVT3 ou RTE4.
 Carregáveis: diferentemente das Famílias do Sistema, elas podem ser
completamente customizadas pelo usuário, criadas no editor de família Revit usando
arquivos templates5 de extensões RFT6 e salvas como arquivo único de extensão de
arquivo RFA7, carregadas ou deletadas no projeto.
 No Local: famílias customizadas pelo usuário que se diferenciam das carregáveis
por serem criadas diretamente no projeto pela ferramenta Modelar no Local, não
podendo ser exportadas para outros projetos.
 Tipo: representação específica da família com parâmetros, gráficos e documentação
definidos e iguais para todas as ocorrências desse recurso.

3
RVT: Revit File
4
RTE: Revit Template File
5
Templates: Arquivo com configurações pré-definidas para um novo projeto
6
RFT: Revit Family Template
7
RFA: Revit Family
35

 Instâcia: representação de um Tipo com parâmetros, gráficos e documentação


definidos, onde as propriedades desse recurso são exclusivas da sua instalação.

Figura 3.3 – Hierarquia dos componentes Revit

Fonte: adaptado de Knittle (2017)

3.6.2 Elementos

De acordo com a Autodesk (2017), tudo no Revit é denominado como elemento, figura
3.5, que por sua também são referidos como famílias e são divididos em classes e subclasses,
figura 3.4.

Figura 3.4 – Hierarquia dos elementos do Revit

Fonte: Adaptado de Autodesk (2017)


36

 Elementos de Modelo: representa as geometrias tridimensionais que são visíveis nas


vistas do modelo. Exemplos: paredes, janelas, portas, lajes, rampas, etc.
 Elemento Hospedeiro: elementos que podem receber, apoiar ou providenciar
estrutura para outros elementos do modelo.
 Elemento Componente: elementos de modelo que representam, geralmente,
produtos manufaturados, inseridos no projeto de forma independente ou que
requerem um hospedeiro.

 Elementos de Dados: elementos tridimensionais visíveis somente em 2D que não


podem ser editados, utilizados para estabelecer coerência, limites e extensões no projeto.
Exemplos: cortes, elevação, vistas em planta, chamadas de detalhe, etc.
 Elementos de Vista Específica: elementos bidimensionais que compõem as vistas 2D
do projeto que servem para documentação e que não aparecem automaticamente nas
vistas do modelo.
 Elementos de Anotação: componentes 2D que documentam o modelo e que
mantém a escala do arquivo, aparecendo somente nas vistas em que foram
adicionadas. Exemplos: dimensão, notas e símbolos.
 Detalhes: família bidimensional que geralmente representa um elemento de modelo
de forma mais detalhada.
Figura 3.5 – Ilustração dos elementos no Revit

Fonte: do Autor
37

3.6.3 Parâmetros
Na plataforma Revit os parâmetros são divididos em quatro tipos, figura 3.6, do sistema,
de projeto, da família e compartilhados (KNITTLE, 2017).

 Parâmetros do Sistema ou System Parameters: parâmetros pré-definidos que não


podem ser alterados, e são disponíveis em tags8, tabelas, projetos e famílias.

 Parâmetros de projeto ou Project Parameters: parâmetros criados e personalizados a


um projeto, que quando adicionados, caracterizam todos os componentes da categoria
especificada do projeto, e são disponíveis em tabelas e não em tags.

 Parâmetros de família ou Family Parameters: parâmetros criados e personalizados no


editor de famílias, que não são disponíveis em tabelas e tags e presentes apenas nas
famílias onde foram editadas.

 Parâmetros compartilhados ou Shared Parameters: parâmetros criados em um


arquivo de texto externo, que são disponíveis em tags e tabelas, compartilhados para
múltiplas famílias e projetos.
Figura 3.6 – Tipos de parâmetros do Revit

Fonte: do Autor

8
Tag: Anotações para identificação dos elementos em um desenho.
38

4. BOAS PRÁTICAS DE CRIAÇÃO DOS OBJETOS BIM


A qualidade de um projeto em BIM depende da qualidade dos objetos BIM, porém,
muitos destes são modelados de forma incorreta, sem padrões internacionais ou nacionais,
apresentando erros, carência de informações e causando instabilidade na plataforma BIM.

“Esses objetos precisam ser de qualidade específica, e conectar com objetos genéricos
e especificações técnicas associadas que ajudam no plano de trabalho digital” (NBS, 2017, p.6,
tradução nossa).

Diante desse cenário, no Reino Unido foram implementadas normas que buscam
padronizar e disseminar o BIM por todo o país, como as normas BS8541, PAS1192:2013 e
BS1192. Algumas iniciativas privadas, como a própria AutoDesk, a National Building
Specification9 (NBS) e a BIMStore10, empenharam-se na criação de manuais, que atendem as
normas britânicas, para criação de objetos BIM, permitindo que projetistas modelem
componentes BIM com consistência de dados, portabilidade, desempenho e qualidade, e de
bibliotecas digitais, reunindo os objetos BIM de diversos fabricantes que podem ser facilmente
baixados.

São listados pela BIMStore (2017) os erros mais comuns na criação dos objetos BIM:

 Falta de planejamento antes da criação da família;

 Relações paramétricas desnecessárias;

 Níveis elevados de detalhes geométricos e subutilização de configurações de


visibilidade;

 Uso de geometrias sólidas em vez de geometrias bidimensionais nas vistas em


plano;

 Uso excessivo de fórmulas, matrizes e vazios;

 Uso excessivo de famílias aninhadas;

 Famílias extensas com muitos tipos que não incluem catálogos tipo;

 Teste inadequado da família;

 Importar geometria de arquivos CAD de outros softwares.

9
https://www.thenbs.com/
10
https://www.bimstore.co.uk/
39

4.1 Planejando o objeto BIM


O uso pretendido da família no projeto determina a extensão do componente, pois de
forma geral, quanto maior a complexidade do projeto, maior o tamanho do arquivo e menor a
performance do computador, a escolha da performance dos componentes em vez da sua
aparência é um excelente critério de modelagem (WEYGANT, 2011). Diante disso, antes de
iniciar a modelagem, de acordo com o manual da BIMStore (2017), é preciso responder algumas
perguntas em relação ao produto a ser modelado para que não ocorra problemas futuros:
a) O componente é um produto genérico ou um produto manufaturado
específico?
Geralmente, objetos de produtos manufaturados necessitam de menos parâmetros que
os componentes de produtos genéricos que, por já serem definidos pelo fabricante, economizam
na necessidade de colocar propriedades editáveis pelo usuário.
b) Qual o propósito e o uso da família?
Tendo em vista que quanto maior o tamanho do arquivo, pior a performance, o tempo
de carregamento e a regeneração do componente, são definidos as representações gráficas e o
Nível de Desenvolvimento (ND) necessários do componente, a partir da fase do ciclo de vida e
do tipo de empreendimento do projeto em que são utilizadas.
c) Que tipos de parâmetros a família precisa?
O uso de parâmetros desnecessários aumenta o tamanho do arquivo e diminuem a
performance da ferramenta BIM.
d) A família precisa de um elemento hospedeiro?
Como a família se relacionará com os outros objetos do modelo determina o tipo de
template a ser utilizado na criação do componente.
e) Qual o Nível de Desenvolvimento (ND) do objeto?
São volume de gráficos e informações agregados a família, quanto maior o nível de
detalhe do objeto, pior a performance da ferramenta BIM.
40

4.1.1 Recomendações para o Nível de Desenvolvimento (ND)


Conforme o projeto avança e incorpora um maior volume de informações, são
fornecidos modelos com maior nível de precisão, exigindo um maior grau de detalhamento do
projetista na modelagem de um componente até alcançar uma descrição completa e precisa do
projeto.
Diante disso, foi desenvolvido pela American Institute of Architects (AIA) em 2008, o
conceito de Level Of Development (LOD) ou Nível de Desenvolvimento (ND). Em 2011, o
conceito foi melhorado e publicado pela BIMForum11, organização que busca padronizar,
facilitar e acelerar a adoção do BIM na indústria da AEC.
“O nível de detalhe é essencialmente a quantidade de detalhes incluídos no elemento
modelo” (BIMFORUM, 2016, p.11).
O ND é composto por cinco categorias que variam de acordo com a complexidade do
projeto, conforme a tabela 4.1, e descreve um padrão para o desenvolvimento dos diversos tipos
de sistemas, montagens e componentes BIM, permitindo que tanto os modelos proprietários
quanto os modelos entregáveis sejam corretamente especificados nos diversos estágios do
processo de projeto e construção, por consequência, esse conceito é muito utilizado na definição
do escopo de contratação de serviços de modelagem BIM realizados por terceiros (CBIC,
2016).

11
http://bimforum.org/
41

Tabela 4.1 – Conceitos de Nível de Desenvolvimento (ND)

ND DEFINIÇÃO APLICAÇÃO EXEMPLO

O elemento pode ser representado


graficamente por um símbolo ou outra
Cálculos estimativos de áreas, de
100 representação genérica. Facilita o uso da
custos e de análises gerais.
plataforma BIM para futuros detalhes e
desenvolvimento do projeto.

O elemento é representado graficamente


de forma genérica em termos de Estudos preliminares; possuem
200 quantidades, tamanho, forma, localização informações gerais para análises e
e orientação. Informações não gráficas extração de quantitativos gerais.
podem anexadas.

Geração dos documentos


O elemento é representado graficamente
tradicionalmente utilizados nos
de forma específica em termos de
processos de contratação e
300 quantidade, tamanho, forma, localização e
construção de um empreendimento;
orientação. Informações não gráficas
extração de quantitativos para
podem anexadas.
orçamento preliminar.

O elemento é representado graficamente


Em relação ao ND 300, incorpora
de forma específica em termos de
mais informações sobre os
quantidade, tamanho, forma, localização,
componentes de montagem;
350 orientação e interfaces com outros
análises e compatibilizações mais
elementos de construção também
precisas; extração de quantitativos
específicos. Informações não gráficas
mais precisos para medição.
podem anexadas.

O elemento é representado graficamente


de forma específica em termos de Incorporam todas as especificações
quantidade, tamanho, forma, localização e de todos os componentes de
400 orientação com detalhes, fabricação, montagem do elemento; extração
montagem e informações de instalação. de quantitativos para as operações
Informações não gráficas podem de montagem.
anexadas.

O elemento é uma representação gráfica


do campo em termos de tamanho, forma, projeto as built ; parâmetros
localização, quantidade e orientação. hyperlinks para manuais, termos de
500
Informações não gráficas podem garantia, site de fornecedores ou de
anexadas. Representação simplificada manutenção.
para não sobrecarregar os arquivos.

Fonte: Adaptado de BIMForum (2016)


42

4.1.2 Recomendações para famílias aninhadas


As famílias aninhadas, figura 4.1, são aquelas famílias com parâmetros não
compartilhados que são incorporadas dentro de uma outra família de acordo com as
necessidades do usuário e que se comportam com o resto do elemento como uma única unidade,
não sendo possível editar, identificar ou tabular essas famílias separadamente (AUTODESK,
2017).
Figura 4.1 – Componente de uma porta com famílias aninhadas

Fonte: BIMStore (2017)


A incorporação de famílias aninhadas aumenta o tamanho do arquivo e afeta a
performance da ferramenta BIM, diante disso, BIMStore recomenda que:
 Em vez famílias aninhadas, modelar todas as geometrias necessárias da família como
elemento único;
 Limitar o uso da família aninhada para dois níveis de superfícies diferentes;
 Utilizar famílias aninhadas somente quando utilizados em diversos componentes;
 Não aninhar mais que seis famílias em um componente.

4.1.3 Recomendações de exibição e de gráficos dos elementos


Tendo em vista que as geometrias visíveis da família se alteram de acordo com as vistas
do projeto, muitos detalhes gráficos associados ao componente são poucos relevantes ou
ocultos.
Nas plataformas BIM, é possível representar o componente a partir de um desenho 2D,
de um desenho 3D, de símbolos, ou ocultar os elementos do componente de pouca relevância
no projeto, procurando um maior desempenho da ferramenta BIM, sem que desrespeite o nível
de informações procurado, conforme a figura 4.2.
Figura 4.2 – Esquadria representada por desenho 2D quando vista em plano.

Fonte: do Autor
43

4.1.4 Recomendações para o tamanho do arquivo da família


Como explicado anteriormente, é preciso balancear a quantidade de detalhes e de
informações de um componente com o seu objetivo e com o tipo e tamanho do projeto em que
será inserido.
Clauss (2016) recomenda que o tamanho do arquivo do componente não ultrapasse
2000kbyte12, menor que 1000kbyte é o ideal, e BIMStore (2017) lista algumas medidas para
manter o tamanho do arquivo o menor possível, pois cada família tem sua particularidade e
precisa manter sua qualidade em função do seu objetivo.
 Substituir as famílias paramétricas extensas por famílias individuais menores que
podem ser combinadas, porém, muitas combinações podem comprometer ainda mais a
performance da plataforma BIM e a produtividade do projetista;
 Utilizar as ferramentas de limpar e auditar nos arquivos da família antes de serem
inseridos no projeto;
 Evitar o uso de famílias aninhadas;
 Evitar o uso de materiais customizados e bitmaps13;
 Modelar apenas o que é necessário e no Nível de Desenvolvimento (ND) apropriado;
 Remover desenhos CAD ou imagens durante a criação do componente;
 Jamais exploda desenhos CAD dentro da família;
 Após a conclusão da modelagem do componente, salvar o arquivo com outro nome
para remover arquivos temporários que foram gerados durante a criação do
componente.

4.1.5 Recomendações para arquivos CAD importados de outros softwares


Muitos equipamentos mecânicos e produtos utilizados na construção civil, como
fôrmas, gruas, sistemas de refrigeração, equipamentos elétricos, hidrossanitários, etc, já foram
modelados ou são modelados em algum outro software CAD, figura 4.3, que possuem mais
ferramentas e comandos intuitivos de modelagem.
Figura 4.3 – Algumas plataformas CAD utilizados para prototipagem e fabricação digital.

Fonte: BIMStore (2017)

12
Byte: Unidade de informação digital equivalente a oito bits.
13
Bitmaps: Imagens formadas por pixels indicados para representação de imagens com alto nível de
detalhes.
44

Importar esses arquivos parece uma solução mais prática do que remodelar no Revit,
porém, esses elementos criados em outras ferramentas precisam passar por algumas
modificações, caso contrário, serão importados elementos tridimensionais estáticos e não
paramétricos, que não podem ser editados e que possuem uma elevada complexidade
geométrica, comprometendo a performance da plataforma BIM (AUTODESK, 2009).
Levando em conta apenas as soluções da AutoDesk, até o lançamento do Revit 2015 e
do Inventor 2014, um arquivo CAD importado era um desenho estático não editável, utilizado
apenas para servir como base na criação de um componente no Revit, para detalhes
bidimensionais ou para geometrias complexas não paramétricas, como pessoas, carros, etc.
A partir do Revit 2015, os componentes modelados de outros arquivos CAD puderam
ser editáveis no Revit, quando importados no formato de arquivo SAT, e posteriormente
“explodidos” (BIMStore, 2017), e a partir do Inventor 2014, tornou-se possível exportar os
componentes com os parâmetros e no formato de arquivo nativo, conforme a figura 4.4, do
Revit (.rfa) (SMITH, 2013), porém, segundo BIMStore (2016), essas conversões raramente
funcionam para estruturas complexas, apenas para objetos básicos.
Os componentes modelados em outras ferramentas, geralmente, possuem um elevado
nível de detalhamento, ND 400, possuindo muitas características de propriedade intelectual do
fabricante e detalhes irrelevantes para os projetos fornecidos aos clientes da AEC. Diante disso,
é necessário simplificar toda geometria do componente, retirando todas as curvas, componentes
pequenos e escondidos, evitando que o arquivo seja grande, que comprometem a performance
da plataforma BIM, e as características de propriedade intelectual da empresa, deixando apenas
as características necessárias para o cliente.
Figura 4.4 – Ferramentas de exportação do Inventor 2015 para o Revit.

Fonte: do Autor
45

4.2 Fluxo de criação dos objetos BIM


Após o planejamento do objeto a ser modelado, como a definição do seu uso e propósito,
dos parâmetros necessários, de como se comportará com os outros componentes do modelo e
do seu ND, AutoDesk (2009) recomenda o fluxo de trabalho a seguir na criação de uma família,
com o objetivo de ajudar a garantir que o conteúdo seja modelado de forma eficiente e menos
propenso a erros.
a) Criar o novo arquivo RFA a partir de um arquivo template RFT apropriado, que
possui algumas configurações pré-definidas que aceleram o processo de
modelagem, como categorias, forma de hospedagem, planos de referência e
parâmetros.
b) Definir subcategorias para ajudar no controle de exibição das geometrias da
família.
c) Criar o “esqueleto” ou estrutura que define a família:
 Definir o ponto de origem (de inserção) da família.
 Colocar planos de referência para fazer o desenho da geometria, figura 4.5.

Figura 4.5 – Criação dos planos de referência.

Fonte: Aubin (2011)

 Coloque as cotas para criar as relações paramétricas, figura 4.6.


 Defina legendas nas cotas para criar os parâmetros de instância ou de tipo que
serão utilizados.
 Testar a estrutura dos planos de referência, manipulando-os no ambiente de
modelagem e verificando se todos os vínculos entre as cotas definidas estão
consistentes.
46

Figura 4.6 – Criação dos parâmetros

Fonte: Aubin (2011)


d) Defina a variação dos tipos de família pela especificação dos diferentes
parâmetros.
e) Crie a geometria do componente em um plano de referência para a criação dos
sólidos e vazios, e, quando necessários, restrinja os limites da geometria com os
planos de referência, figura 4.7.
Figura 4.7 – Criação dos vínculos e restrições da geometria.

Fonte: Aubin (2011)


f) Teste o novo modelo, verificando se as relações criadas se comportam de forma
consistente.
g) Repita as etapas anteriores até que a geometria da família esteja completa.
h) Especifique as características de exibição das geometrias 2D e 3D através das
subcategorias nas configurações dos estilos de objetos, figura 4.8.
47

Figura 4.8 – Definindo as características de exibição das geometrias 2D e 3D.

Fonte: do Autor
i) Salve a família e teste no modelo, verificando se a sua inserção no projeto e a sua
representação gráfica estão apropriadas.
j) Na criação de famílias que incluem um grande número de tipos, acima de oito
(BIMStore 2016), deve-se criar Catálogo de Tipos14, figura 4.9.
Figura 4.9 – Catálogo de Tipo de uma Porta

Fonte: adaptado de AutoDesk (2010)

14
Catálogo de Tipos: Arquivo de texto externo (.txt) que contém os parâmetros e os seus respectivos
valores, que criam os diferentes tipos de uma família. Quando salvas no mesmo diretório do arquivo do
componente, é exibida uma lista de tipos da família antes que o componente seja carregado, permitindo carregar
somente os tipos necessários para o projeto, resultando um arquivo de projeto de menor tamanho. Além disso,
fornecem um meio externo de edição da família.
48

4.3 Padronização da Informação Digital

Os avanços das tecnologias da informação e comunicação modificaram os hábitos da


sociedade no que tange a troca de informações, em contrapartida, o seu rápido avanço trouxe
problemas que envolvem a recuperação da informação e a preservação da memória
institucional.

Segundo CBIC (2016), a padronização das informações utilizadas é fundamental para


viabilizar o trabalho realmente colaborativo no BIM, evitando assim, as perdas de informações,
falsas interpretações, retrabalhos e a falta de interoperabilidade entre os diferentes sistemas
informatizados.

“Não basta apenas ter a informação em um modelo. As informações devem ser


universalmente compreensíveis e acessíveis, caso contrário, serão úteis apenas para os
indivíduos que colocaram a informação originalmente no modelo” (WEYGANT, 2011, p. 37,
tradução nossa).

Segundo Weygant (2011), a taxonomia15 e a convenção de nomes e unidade são


aspectos fundamentais para a padronização digital. BIM, por ser um ambiente de trabalho
integrado e por se trabalhar com uma elevada quantidade de arquivos gerados por diferentes
pessoas, sem uma abordagem lógica que agrupe todos esses documentos, muitos deles poderão
ser perdidos, mal interpretados e refeitos pela falta de organização, diante desse cenário,
iniciativas públicas, como a implementação da norma britânica BS8541-1, e iniciativas privadas
como os manuais da AutoDesk, da National Building Specification (NBS), BIMStore e da CBIC,
com referência a norma NBR 15965 em desenvolvimento, estabeleceram boas práticas nas
convenções de nomes e unidades para os componentes BIM.

Além disso, atribuir um número a uma categoria específica tornou-se uma solução
programável para que o computador interprete as informações sem erros, surgindo assim,
diversos esforços para elaborar um sistema numérico de classificação relativa à indústria da
construção de abrangência nacional, como o UNIFORMAT16, o MASTERFORMAT17(Estados
Unidos e Canadá) e o UNICLASS18(Reino Unido), e de abrangência internacional, como o
OmniClass19.

15
Taxonomia: Estudo científica responsável por determinar a classificação sistemática de diferentes
coisas em categorias.
16
http://www.uniformat.com/
17
http://www.masterformat.com/
18
https://www.thenbs.com/services/our-tools/introducing-uniclass-2015
19
http://www.omniclass.org/
49

No Brasil, há esforços em andamento, empreendidos pela Comissão de Estudo Especial


de Modelagem da Informação da Construção da ABNT (ABNT/CEE-134), para desenvolver a
ABNT NBR 15965, que é a primeira Norma BIM brasileira que trata sobre um sistema de
classificação das informações. Esta norma brasileira, em desenvolvimento, está correlacionada
com a classificação da OmniClass e a norma ISO 12006-220, e será composta por 13 tabelas de
diferentes conteúdos de informações para ser utilizada por toda a indústria da construção civil.

4.3.1 Sistema de Classificação OmniClass


Criado pela indústria norte-americana da AEC, OmniClass é uma série de tabelas, tabela
4.2, que permitem que a informação dentro de um modelo seja facilmente organizada de
diversas maneiras, desde a organização de materiais, produtos, informações de projetos,
bibliotecas digitais e arquivos, até o fornecimento de uma estrutura de classificação para bancos
de dados eletrônicos, permitindo que as informações de um modelo sejam facilmente
compartilhadas, interpretadas e modificadas entre os diversos membros envolvidos ao longo do
ciclo de vida de um empreendimento (OMNICLASS, 2017).
OmniClass consiste em 15 tabelas, organizadas com base das outras séries de padrões e
formatos aceitos pela indústria da AEC, como a UNIFORMAT e a MASTERFORMAT, e
estruturadas seguindo a norma internacional ISO 12006-2, permitindo múltiplas formas de
relacionamento entre as classes, de forma a atender às diferentes necessidades ao longo do
aprofundamento das decisões de projeto e ao longo de todo o ciclo de vida da construção.
A partir do Revit 2010, a plataforma BIM passou a ter parâmetros do sistema de
classificação da OmniClass pré-definidos no sistema, figura 4.10, e a partir do Inventor 2014,
tornou-se possível classificar e exportar os componentes modelados com os parâmetros do
sistema de classificação OmniClass para o Revit, viabilizando a harmonização na classificação
das informações para um trabalho colaborativo no BIM, figura 4.11.

20
ISO 12006-2: Construção de edificação – Organização de informação da construção – Parte 2: Estrutura
para classificação de informação.
50

Tabela 4.2 – Sistema de Classificação OmniClass

TABELAS OMNICLASS DEFINIÇÃO EXEMPLOS


Table 11 - Construction Entities by Function Classificação global de um empreendimento 11-17 00 00 – Commercial Facilities
baseado na sua função. 11-17 24 00 – Retail Commercial Facilities
11-17 24 11 – Department Store
11-17 24 14 – Specialty Store
Table 12 – Construction Entities by Form Classificação global de um empreedimento 12-11 00 00 – Buildings
baseado na sua forma e aparência. 12-11 17 00 – High-rise Buildings
12-11 17 11 – High-rise Free-standing Buildings
12-11 17 11 11 – High-rise Point Tower
Table 13 – Spaces by Function Classificação das áreas ou espaços delineados 3-55 00 00 – Commerce Activity Spaces
de um empreendimento baseado na sua função. 13-55 11 00 – Office Spaces
13-55 11 11 – Office Service
13-55 11 13 – Dedicated Enclosed Workstation
Table 14 – Spaces by Form Classificação das áreas ou espaços delineados 14-11 00 00 – Fully Enclosed Spaces
de um empreendimento baseado na sua forma e 14-11 11 00 – Rooms
aparência. 14-11 11 11 – Room
14-11 11 14 – Lobby
Table 21 – Elements Classificação dos componentes dentro de um 21-02 10 – Superstructure
projeto de construção baseado nas suas 21-02 10 10 – Floor Construction
categorias elementares. 21-02 10 10 10 – Floor Structural Frame
21-02 10 10 20 – Floor Decks, Slabs, and Toppings
Table 22 – Work Results Classificação dos produtos colocados em um 22-07 00 00 – Thermal and Moisture Protection
empreendimento resultantes de um processo ou 22-07 46 00 – Siding
de um trabalho. 22-07 46 16 – Aluminum Siding
22-07 46 23 – Wood Siding
Table 23 – Products Classificação dos componentes ou montagens 23-17 00 00 – Openings, Passages, and Protection Products
incorporados na construção. 23-17 13 00 – Windows
23-17 13 13 – Windows
23-17 13 15 – Wood Windows
Table 31 – Phases Classificação das fases do ciclo de vida de um 31-20 00 00 – Design Stage
empreendimento. 31-20 20 00 – Design Development Phase
31-20 20 11 – Detailed Design Phase
31-20 20 24 – Product Selection Phase
Table 32 – Services Classificação das atividades, processos e 32-49 00 00 – Documentation Services
procedimentos associados ao ciclo de vida de 32-49 11 00 – Modeling
um empreendimento. 32-49 11 13 – Creating BIM Content
32-49 11 23 – Creating BIM Schedules
Table 33 – Disciplines Classificação das áreas de prática e das 33-41 00 00 – Construction
especialidades dos participantes que realizam os 33-41 11 14 – Subcontracting
processos e procedimentos que ocorrem 33-41 11 14 14 – Carpentry
durante o ciclo de vida de um empreendimento. 33-41 11 14 21 – Plumbing Subcontracting
Table 34 – Organizational Roles Classificação das funções organizacionais 34-35 00 00 – Execution Roles
ocupadas pelos participantes que realizam os 34-35 21 00 – Tradesperson
processos e procedimentos que ocorrem 34-35 21 14 – Laborer
durante o ciclo de vida de um empreendimento. 34-35 21 14 11 – Skilled Laborer
Table 35 – Tools Classificação dos recursos não permanentes 35-51 00 00 – Physical Tools
utilizados nos processos e procedimentos que 35-51 11 00 – Construction Tools
ocorrem durante o ciclo de vida de um 35-51 11 31 – Power Tools
empreendimento. 35-51 11 31 11 – Cutting Power Tools
Table 36 – Information Classificação dos diferentes dados referenciados 36-71 00 00 – Project Information
utilizados no ambiente digital. 36-71 67 00 – Project Cost Information
36-71 67 13 – Cost-estimate Information
36-71 67 13 11 – Element-based Cost Estimates
Table 41 – Materials Classificação dos materiais que compõem os 41-30 00 00 – Solid Compounds
diversos componentes de uma construção. 41-30 30 00 – Plant Materials
41-30 30 14 – Materials From Trees
41-30 30 14 11 – Timber
Table 49 – Properties Classificação das propriedades associadas aos 49-81 00 00 – Performance Properties
materiais que compõem os diversos 49-81 31 00 – Strength Properties
componentes de uma construção. 49-81 31 21 – Bond Strength
49-81 31 43 – Flexural Strength

Fonte: Adaptado de OmniClass (2017)


51

Figura 4.10 – Sistema de Classificação OmniClass no Revit 2016

Fonte: do Autor
Figura 4.11 – Exportando componentes com classificação OmniClass no Inventor 2016

Fonte: do Autor
52

4.3.2 Sistema de Classificação ABNT NBR 15965


A norma ABNT NBR 15965 – Sistema de classificação da informação da construção, a
primeira norma BIM brasileira que trata o sistema de classificação das informações,
correlacionada com a classificação OmniClass e estruturada conforme a ISO 12006-2, terá,
quando completa, 13 tabelas classificadas em 6 grupos, de diferentes conteúdos que descrevem
uma construção, aplicável para o segmento das edificações, infraestrutura e setor industrial
(ABNT, 2011).
A NBR 15965, quando completa, será constituída por sete partes, tabela 4.3, cada uma
com um conjunto de tabelas com características semelhantes e relacionadas seguindo uma
lógica comum, que assim como a Omniclass, poderão ser combinadas entre si para descrever
detalhadamente tudo relacionado à indústria da construção civil brasileira.
“Assim como o da Omniclass, não é um sistema apenas hierárquico de classificação,
mas um sistema ‘facetado’ ou multimatricial, no qual é preciso combinar os conteúdos de várias
tabelas para se alcançar uma especificação correta e detalhada” (CBIC, 2016, p.62).

Tabela 4.3 – Estrutura de classes da NBR 15965

Identificador Classificação
NORMA GRUPO TEMA ASSUNTO Classificação
do assunto OmniClass
NBR 15965-1:2011 - Terminologia e estrutura - - - -
Materiais M 0M 41
NBR 15965-2:2012 0 Características dos objetos
Propriedades P 0P 49
Fases F 1F 31
NBR 15965-3:2014 1 Processos Serviços S 1S 32
Disciplinas D 1D 33
Funções N 2N 34
NBR 15965-4
2 Recursos Equipamentos Q 2Q 35
(andamento)
Componentes C 2C 23
NBR 15965-5 Elementos E 3E 21
3 Resultados da construção
(andamento) Construção R 3R 22
NBR 15965-6 Unidades e espaços da Unidades U 4U 11 e 12
4
(andamento) construção Espaços A 4A 13 e 14
NBR 15965-7:2015 5 Informação da construção Informação I 5I 36

Fonte: Adaptado de ABNT (2011)

Quatro das setes partes da norma já foram publicadas, que quando concluídas, poderão
ser utilizadas ao longo de todo o ciclo de vida de um empreendimento, para criação de estruturas
analíticas de projetos (EAPs) padronizadas e codificadas, e interpretadas por diferentes
softwares, figura 4.12, visando evitar ou minorar as perdas decorrentes das trocas de
informações, interpretações imprecisas e facilitar a interoperabilidade entre os diferentes
sistemas informatizados (CBIC, 2016).
53

Figura 4.12 – Aplicação classificação da NBR 15965 para codificação de composições de custos
para orçamentos

Fonte: CBIC (2016)

4.4 Controle de Qualidade


O controle de qualidade é um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento dos
componentes BIM, que por se tratarem de uma representação digital de um produto real,
poderão fazer parte de um contrato de construção, devendo ser completos, claros, concisos e
consistentes, respeitando as tolerâncias típicas de uma construção, além de garantirem a
performance da plataforma BIM quando inseridos no modelo, caso contrário, dados incorretos
poderão acarretar a execução errada do produto na construção e comprometerão o desempenho
do software.
Segundo Weygant (2011), a qualidade dos componentes deve ser analisada em quatro
aspectos:
 Qualidade do Gráfico: Dimensões, pontos de inserção, relações com outros objetos
BIM e as representações gráficas;
 Qualidade da Informação: Informações, relações paramétricas e vínculos ou regras
comportamentais do componente;
 Qualidade na Montagem Final: Os diferentes tipos da família e o desempenho da
plataforma BIM;
 Qualidade da Implementação: Testar o componente BIM em um projeto,
reavaliando a aparência, suas limitações e desempenho, e a sua capacidade de ser
implementada em projetos futuros.
54

5. FÔRMA DE PILAR
No Brasil, a maioria dos sistemas produtivos utilizados no setor da construção civil é
caracterizada pela informalidade, alta geração de resíduos e consequentes danos de grande
magnitude causados ao meio ambiente, consumindo em torno de 75% de todos os recursos
naturais no país (LAURIANO, 2013).
A norma que estabelece os procedimentos e as condições de uso das fôrmas é a ABNT
NBR 15696:2009, definindo-as como:
“Estruturas provisórias que servem para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as
ações provenientes das cargas variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto
fresco, até que o concreto se torne autoportante” (ABNT NBR 15696, 2009, p.2).
As fôrmas para pilar amplamente aplicadas na construção civil brasileira são as
convencionais, constituída de chapas de madeira compensada (plastificada ou resinada), e
cimbramentos mistos, podendo ser metálicos ou de madeira. Essas fôrmas de madeira
necessitam o emprego de mão de obra especializada na sua elaboração, pois seu processo de
montagem requer carpinteiros, tempo, precisão e experiência para atingir a qualidade desejada.
Além do aspecto da mão de obra e do tempo demandado em sua montagem, essas fôrmas
utilizam madeiras, impactando diretamente no aspecto sustentável e ambiental.
Segundo ABNT NBR 15696:2009, as fôrmas, além das de madeiras, podem ser de
chapas plásticas, PVC, chapas de aço ou de alumínio, devendo respeitar os seguintes critérios:
 Resistência a cargas provenientes do seu peso próprio, do concreto, das pressões
laterais do concreto fluido, das vibrações do concreto e as decorrentes de
equipamentos do adensamento do concreto, do lançamento do concreto, das demais
cargas acidentais provenientes de trabalhadores e equipamentos, e das pressões de
vento referentes à norma ABNT NBR 6123:2013;
 Ter rigidez para assegurar o formato e as dimensões das peças da estrutura projetada,
respeitando minimamente as tolerâncias indicadas na ABNT NBR 14931:2003;
 Ser suficientemente estanques, evitando a perda de finos durante a concretagem,
admitindo-se como limite o surgimento do agregado miúdo da superfície do concreto,
e garantindo o acabamento superficial desejado.
A norma NBR 15696:2009 também recomenda que o impacto ambiental da execução
de fôrmas realizadas em uma obra deve ser reduzido ao mínimo e que se deve dar preferência
para equipamentos industrializados que apresentam uma vida útil maior e que minimize o uso
de madeiras, e que o uso de madeira nesses sistemas só se justifica na falta de soluções em
55

equipamentos industrializados ou pela inviabilidade financeira do uso destes equipamentos.


Algumas fôrmas de outros materiais, como de aço e de alumínio, já foram inseridas no mercado
brasileiro nos últimos anos, mas devido a quantidade exacerbada de peças, o peso e o custo do
sistema, essas soluções não conseguiram se inserir plenamente no mercado.

Porém, diante da atual crise econômica nacional e com o custo da mão de obra tendo
uma representatividade cada vez maior nos custos diretos na construção de um
empreendimento, representando mais de 50% do CUB global na média nacional (BRASIL,
2015), há o aumento da exigência do mercado em desenvolver soluções alternativas para o
desenvolvimento de fôrmas que possam moldar elementos mais complexos, que sejam mais
econômicas, práticas, com maior potencial de reutilização e de acordo com as práticas
ambientais, para tornar-se mais competitivo a nível global.

A empresa Impacto Protensão21, reconhecida no mercado da construção civil pelo


desenvolvimento de soluções plásticas e metálicas modularizados mais produtivas, econômicas
e enxutas para as construções, possui mais de 17 pedidos de patentes dos quais 5 já foram
aprovados, dentre elas, a fôrma de pilar constituído de materiais recicláveis, de plástico e
alumínio. Desenvolvido em 2017, a fôrma de pilar da Impacto foi elaborada para suprir a
necessidade do mercado e para implementar uma solução sustentável que reduz o uso e o
desperdício gerado pelo uso da madeira, de alta produtividade na execução de pilares de
concreto armado, com ampla reutilização, de fácil montagem e com preço abaixo dos produtos
similares disponíveis no mercado.

5.1 Fôrma de Plástico Reciclado para Pilar


A fôrma utilizada para construção de pilares de concreto armado do presente trabalho é
de autoria da empresa Impacto. Consiste em um produto que utiliza plástico reciclado e
alumínio, de fácil montagem, simplificando o processo de construção de pilares, e reutilizável,
prolongando a vida útil do produto e reduzindo o descarte de materiais, visando reduzir o uso
de materiais não reutilizáveis na construção civil, tais como madeira e metal, e os impactos
gerados ao meio ambiente, beneficiando as construtoras com a realização de uma produção
mais enxuta e tornando-as mais competitivas na indústria da construção civil.

A fôrma de pilar da Impacto, figura 5.1, foi dimensionada de acordo com os critérios da
norma ABNT NBR 15696:2009 com respeito a limitação da pressão do concreto fluido
admissível, e consiste em painéis modulares de alumínio e plástico que conectam entre si de

21
http://www.impactoprotensao.com.br/
56

forma prática, por meio de tirantes “T” ou garras de aço (dependendo das dimensões do pilar),
tanto lateralmente como transversalmente, possibilitando a montagem de inúmeras dimensões,
visando atender a demanda de pilares retangulares em projetos estruturais.
Figura 5.1 – Fôrma para Pilar da Impacto

Fonte: Impacto (2017)

5.1.1 Painel Modular


 Grade de Suporte em Alumínio
A estruturação dos painéis que compõem a fôrma consiste em uma grade de suporte de
alumínio de dimensão 65 x 244 cm, composta de Perfis “L”, Perfil “Macho” e Perfil “Fêmea”
conectados por meio de parafusos sextavados em inox, que recebem quatro placas plásticas,
também conhecidas como plasterits22, suportando as cargas provenientes do processo de
concretagem, conforme ilustrado na figura 5.2.

22
Plasterit: Produto patenteado da Impacto utilizado para moldar o concreto para as lajes, que consiste
em uma placa plástica com as dimensões de 61 x 61 cm, onde sua parte é lisa, que determina o acabamento da
superfície do concreto, e sua parte inferior nervurada para garantir maior resistência aos esforços solicitantes.
57

Figura 5.2 – Grade de Suporte em Alumínio

1 2

5 3

A
4 1-Perfil Macho 2-Perfil Fêmea

6
2440

DETAIL A 3-Perfil L Horizontal

Número do Ítem Descrição


1 Perfil Macho
2 Perfil Fêmea
3 Pefil L Horizontal
4-Perfil L Furada
4 Pefil L Furada
5 Perfil L Lateral
6 Parafuso Sextavado Inox

650
6-Parafuso
GRADE DE SUPORTE EM ALUMÍNIO 5-Perfil L Lateral Sextavado Inox

Fonte: Impacto (2017)

 Placas Plásticas ou Plasterits


As placas de plástico reciclado da Impacto garantem o acabamento da superfície do
concreto quando concretado, possuem como matéria-prima um polímero amplamente aplicado
na indústria, o Polipropileno. Os grãos do polímero reciclado são injetados em moldes de aço
que formam as placas desejadas. Essas placas possuem dimensão de 61 cm x 61 cm, sendo uma
de suas faces lisa, que proporcionam o acabamento das peças concretadas, enquanto a outra
possui nervuras que melhoram o desempenho estrutural da peça.
Cada plasterit possui furos centrais espaçados a cada 5 cm que servem de passagem aos
tirantes ou garras de aço transversais à fôrma. Esses furos servem para conectar outro painel
transversalmente, formando as medidas do pilar, ou para aumentar a estabilidade do sistema
montado, transpassando uma barra de ancoragem 23ao outro painel paralelo.

23
Barras de Ancoragem: Produto utilizado para o travamento de fôrmas, utilizada em conjunto com porcas
fundidas em ambos os lados ou com flange soldada em uma das extremidades, proporcionando rigidez e segurança
nas fôrmas.
58

As placas plásticas são fixadas à grade de suporte por encaixe tipo gaveta entre os perfis
“Macho” e “Fêmea” e por parafusos para plásticos nos furos dos perfis “L” Horizontal,
garantindo sua fixação e impossibilitando que elas se movam tanto verticalmente como
horizontalmente, figura 5.3.
Figura 5.3 –Plasterit

Fonte: Impacto (2017)

5.1.2 Montagem
Segundo Yazigi (2009) e PINI (2009), as fôrmas de pilar industrializada adotada no
Brasil devem ser montadas com os seguintes processos:
a) Locar os eixos do pilar a partir das referências topográficas;
b) Remover a nata endurecida de cimento na superfície da base dos pilares a serem
executados;
c) Locar e fixar ao piso o gastalho, geralmente de madeira, que servirão de guia e
permitirão o travamento do pé dos painéis da face do pilar, figura 5.4;
59

Figura 5.4 – Gastalho metálico para fôrma de pilar.

Fonte: PINI (2009)


d) Limpar e aplicar desmoldante nas fôrmas que serão utilizadas;
e) Posicionar os primeiros painéis, adotando como referência o gastalho preso ao
piso;
f) Montar os painéis de acordo com as instruções do fabricante para adquirir a
dimensão de projeto do pilar;
g) Quando necessário, travar os painéis com barras de ancoragem dentro de um tubo
de PVC para isolar a barra do concreto, figura 5.5;
Figura 5.5 –Travamento da fôrma com barra de ancoragem

Fonte: adaptado de PINI (2009)


h) Checar o prumo da parte superior e inferior da fôrma, figura 5.6;
60

Figura 5.6 –Checagem do prumo da fôrma

Fonte: adaptado de PINI (2009)

i) Aprumar o pilar por meio de ajustes nas escoras laterais dos painéis, nas duas
direções, ou por meio de aprumadores, figura 5.7.
Figura 5.7 –Instalação do aprumador de pilar

Fonte: PINI (2009)


61

A fôrma de pilar da Impacto, devido ao espaçamento dos furos nas placas plásticas e
aos furos nos perfis “Macho” e “Fêmea” da grade de suporte, podem ser fixados a cada 5 cm,
figura 5.8, fornecendo uma grande gama de combinações para as dimensões dos pilares.
Quando um uma das dimensões da peça estrutural de concreto ultrapassar o limite que
um painel disponha, será realizado o encaixe lateral entre os perfis “Macho” e “Fêmea”,
juntamente com o auxílio de um tirante “T” que transpassa os dois perfis (através de um furo
existente) e uma porca metálica que proporcionará um aperto entre as peças, figura 5.9.
O encaixe e a fixação transversal dos painéis são realizados por meio da garra de aço,
que transpassa transversalmente o furo do plasterit de um dos painéis enquanto a sua “garra” se
fixa no furo do perfil “Fêmea” paralelo do outro painel, figura 5.10, ou por meio de um tirante
“T”, dependendo da dimensão da peça, que transpassa o furo do plasterit de um painel e o furo
do perfil “Fêmea” do outro, figura 5.11. Ambos tipos de encaixe são apertados por meio de uma
porca metálica.
Figura 5.8 – Montagem fôrma de pilar da Impacto

Fonte: Impacto (2017)


62

Figura 5.9 – Montagem transversal com tirante “T”

Fonte: Impacto (2017)

Figura 5.10 – Montagem transversal com garra de aço

DETAIL C DETAIL H

Fonte: Impacto (2017)

Figura 5.11 – Montagem lateral com tirante “T”

DETAIL B

Fonte: Impacto (2017)


63

6. MODELAGEM

6.1 Formulações iniciais e planejamento do objeto BIM


Como descrito no item 4, a qualidade de um projeto em BIM depende da qualidade dos
objetos modelados, diante disso, o planejamento antes da modelagem é fundamental e para isso,
algumas informações, como tipo de produto, propósito, uso, parâmetros, tipo de hospedeiro e
nível de desenvolvimento da família, devem ser levantadas.
A fôrma utilizada para construção de pilares de concreto armado do presente trabalho é
um produto manufaturado, constituído de painéis modulares de alumínio e plástico de
dimensões fixas, consequentemente, na sua modelagem não necessitam de parâmetros editáveis
para as suas dimensões.
A implementação do BIM no projeto de fôrmas tem como objetivo atender às
construtoras e as empreiteiras de execução da superestrutura, substituindo os projetos
tradicionalmente elaborados em CAD 2D, por meio do desenvolvimento de modelos BIM
parametrizados que reproduzem a construção real de forma mais precisa, que gerem
quantitativos, relatórios e cronogramas automáticos e precisos, que detectem conflitos
estruturais e que troquem informações entre as disciplinas envolvidas de forma colaborativa,
além de representar um diferencial competitivo para todos os envolvidos.
Os projetos de fôrmas possuem, em geral, muitas peças, detalhes e propriedades, que
solicitam do projetista a utilização de vários arquivos em Excel e outros softwares para a sua
quantificação, fluxo de caixa, controle de entrega e recebimento do material, dentre outros, e a
fôrma de pilar, possui uma quantidade ainda maior de peças na sua montagem, que variam de
acordo com a dimensão e possuem infinitas combinações.
Além disso, na maioria dos casos, por serem mais caras, não é viável uma construtora
adquirir fôrmas de pilares industrializadas para atender um pavimento todo e concretar todos
os pilares ao mesmo tempo, prática adotada quando utilizado fôrmas de madeira convencional.
Para se tornar viável ao construtor, é preciso planejar a ordem dos serviços envolvidos
na execução da superestrutura, concretando em um dia alguns pilares, desformando-os nos
outros dias, liberando uma frente de trabalho para a execução das fôrmas das lajes,
reaproveitando os painéis nos outros pilares e assim por diante. Sendo assim, o construtor
precisa somente de alguns jogos de fôrmas para os pilares, reaproveitando-os diversas vezes
em todo o empreendimento.
Diante disso, a fôrma de pilar, um produto complexo e com bastante detalhes, precisa
ser modelada de forma que priorize a performance do modelo, que possua parâmetros
64

necessários para a quantificação automática, a representação gráfica da montagem e o


planejamento da execução das fôrmas em obra.
A fôrma de pilar a ser modelada, por ser um produto modular e com medidas pré-
determinadas, não necessitam de parâmetros editáveis para as suas dimensões, e sim, de
parâmetros Booleanos (sim/ não) para ativar ou desativar propriedades gráficas dos
componentes de acordo com a dimensão do pilar e parâmetros compartilhados de número
combinadas com fórmulas, que controlam os parâmetros Booleanos e retornam dados utilizados
nos quantitativos.
A maneira como a família se relaciona com os outros objetos do modelo determina o
tipo de template a ser utilizado na criação do componente, sendo uma etapa muito importante,
pois depois de escolhido, o tipo de hospedeiro não poderá ser alterado.
Existem três tipos de opções de templates a serem utilizados, aqueles que representam
exatamente o tipo de hospedeiro a ser utilizado, como os de base em parede e em piso, os que
são genéricos, que não necessitam exatamente de um hospedeiro, e os que são baseados em face
ou em linha.
Como no Revit não possui a categoria de fôrmas e que a fôrma de pilar, quando
modelado, será colocado em um pilar que pode ser modelado na categoria de estrutura ou de
arquitetura, o template a ser escolhido para a modelagem será modelo genérico, por não
depender de um hospedeiro específico, podendo ser inserido no projeto em qualquer lugar.
Tendo em vista que quanto maior o nível de detalhe do objeto, pior o processamento
computacional, é preciso escolher um ND que incorpore um nível suficiente de informações
para uma descrição precisa do projeto e que não sobrecarregue o modelo.
Dentre os diversos níveis de desenvolvimento, do nível 300 para o 400, há uma transição
de um objeto genérico para um produto específico que possui muitas informações e detalhes
que se aproximam do produto real, sendo recomendado por Clauss (2016) para produtos
manufaturados específicos o ND 350, que em relação ao ND 400, não incluem detalhes de
fabricação, de propriedade intelectual do fabricante e irrelevantes para os projetos fornecidos
aos clientes da AEC.

6.2 Exportando do Inventor para o Revit


O desenho da fôrma de pilar da empresa Impacto, figura 6.1, foi modelado com ND 400
no software Inventor da AutoDesk, possuindo características de propriedades intelectual da
empresa e detalhes de fabricação, sendo preciso simplificar o desenho e, além disso, fazer
65

algumas modificações antes de ser exportado para o Revit para que suas propriedades e
geometrias sejam reconhecidas.
Figura 6.1 – Montagem de 120x30cm da fôrma de pilar modelada no Inventor

Fonte: Impacto (2017)


A dimensão do pilar é formada através das diferentes possibilidades de montagens dos
painéis com aprumadores, sendo estes elementos, os objetos a serem simplificados e adaptados
para o Revit. Em seguida, parâmetros, regras e vínculos serão acrescentados para formar um
objeto 3D adaptativo que simule as diversas combinações para formar as medidas dos pilares.
Os tirantes “T”, garras de aço, porcas e barras de ancoragem, por serem elementos de
pequena dimensão, não serão modelados para montagem da fôrma de pilar, pois podem
sobrecarregar a família. Além disso, apenas a quantificação desses elementos são informações
relevantes para o projeto, obtida por meio de parâmetros de número e fórmulas.
O desenho do painel e do aprumador, figura 6.2 e 6.3, por serem elementos constituídos
pela montagem de diversos outros elementos, são arquivos de extensão IAM24, precisando
serem convertidos em arquivo IPT25, representação do desenho por apenas um componente,
pois essa extensão, a partir do Inventor 2014, possui uma ferramenta de exportação em RVT.

24
IAM: Inventor Assembly File
25
IPT: Inventor Part File
66

Figura 6.2 – Elementos que constituem o painel da fôrma de pilar

Fonte: do Autor
Figura 6.3 – Elementos que constituem o aprumador da fôrma de pilar

Fonte: do Autor

O nível de detalhe do painel e do aprumador, ND 400, possui alguns elementos como


parafusos, chanfros, filetes, pequenas peças, detalhes e furos que são informações de
propriedade intelectual e irrelevantes para o projeto de fôrmas, devendo ser ocultados ou
simplificados. Para isso, criou-se um novo nível detalhe, ND 350, que apresenta apenas os
elementos necessários para a família, ilustrado na figura 6.4.
67

Figura 6.4 – Criação do nível de detalhe ND 350

Fonte: do Autor

Em seguida, na aba “Simplificar”, utilizou-se o comando “Incluir componentes” para


selecionar os elementos necessários que serão vinculados nesse nível de detalhe criado e que
serão convertidos em um único elemento, conforme ilustrado na figura 6.5.
Figura 6.5 – Seleção de componentes relevantes para a família do painel e aprumador

Fonte: do Autor

Após selecionado os componentes relevantes, utilizou-se o comando “Criar peça


simplificada” para converter o desenho do formato IAM para IPT, figura 6.6 e 6.7.
Existem três tipos de conversões, transformar tudo em um corpo sólido único com
uniões entre faces planas mescladas, um corpo sólido único com junções entre faces planas
permanentes ou manter cada sólido como um corpo independente. No presente trabalho, como
o desenho do painel e do aprumador são compostos por outros elementos, escolheu-se a terceira
68

opção, convertendo a montagem num único componente que contém diversos sólidos
independentes que representam a montagem original.
Figura 6.6 – Conversão de arquivos de montagem (IAM) do painel para peça única (IPT)

Fonte: do Autor

Figura 6.7 – Conversão de arquivos de montagem (IAM) do aprumador para peça única (IPT)

Fonte: do Autor

A partir do Inventor 2014, arquivos de extensão IPT puderam ser facilmente exportados
em RVT, formato de arquivo nativo do Revit, através da aba “BIM” e “Ambientes”, figura 6.8,
que fornecem comandos para definir conexões, para instalações elétricas e hidrossanitárias,
69

simplificação e reconhecimento da geometria e de dados do modelo, e exportação do arquivo


para RFA, IFC ou ADSK.
Figura 6.8 – Ferramentas de interoperabilidade BIM do Inventor

Fonte: do Autor
Com os desenhos do painel e do aprumador convertidos em IPT, antes de exportar o
arquivo, é preciso verificar se todos os sólidos do desenho serão reconhecidos no Revit. Para
isso, utiliza-se o comando “Verificar operações no Revit”, figura 6.9 e 6.10, que emite um
relatório identificando se cada elemento do modelo é compatível no Revit.
No presente trabalho, verificou-se que nenhum elemento dos desenhos será compatível
no Revit, pois esta ferramenta não suporta chanfros, filetes e geometrias complexas, em
contrapartida, o relatório emitido sugere em utilizar a ferramenta “Reconhecer operações do
Revit” na aba “Ambientes”, para representar o modelo com as operações compatíveis pelo
Revit.
70

Figura 6.9 – Relatório de verificações das operações do Revit do painel

Fonte: do Autor
Figura 6.10 – Relatório de verificações das operações do Revit do painel

Fonte: do Autor
A ferramenta “Reconhecer operações do Revit” permite converter os diferentes tipos de
geometria criados no Inventor para torná-los compatíveis com aqueles que estão disponíveis no
software Revit, pelos comandos de remoção de detalhes, de vazios, de reconhecimento das
geometrias do modelo e criação de invólucros. Tendo em vista que se deve priorizar a
performance da família e que este não ultrapasse 1000kbyte, procurou-se simplificar o painel e
o aprumador por completo, figura 6.11 e 6.12, retirando todos os vazios, furos, detalhes,
nervuras das placas plásticas, etc, pois, além de serem irrelevantes para o projeto, aumentam o
tamanho do arquivo.
71

Figura 6.11 – Simplificação e reconhecimento das geometrias do painel

Fonte: do Autor
Figura 6.12 – Simplificação e reconhecimento das geometrias do aprumador

Fonte: do Autor
72

O processo de simplificação consiste em remodelar o desenho com geometrias


compatíveis com o Revit sobrepondo o modelo original, ocultando-o em seguida. Após
simplificar toda a geometria, verificou-se novamente pelo comando “Verificar operações no
Revit”, se a nova geometria e seus parâmetros foram reconhecidas no Revit, figura 6.13 e 6.14.

Figura 6.13 – Verificação das operações no Revit do painel após simplificação e reconhecimento
das geometrias

Fonte: do Autor

Figura 6.14 – Verificação das operações no Revit do aprumador após simplificação e


reconhecimento das geometrias

Fonte: do Autor
73

Observa-se que todas as novas geometrias remodeladas pela ferramenta “Reconhecer


operações do Revit” foram reconhecidas, sendo incompatível apenas o desenho original, que
não será exportado, quando foi convertido para o arquivo com extensão IPT.
Após a verificação de compatibilidade do desenho com a plataforma Revit, utilizou-se
o comando “Exportar componentes de construção” para exportar as propriedades geométricas,
vistas 2D, conectores, parâmetros e outras propriedades do desenho, aparecendo uma caixa de
diálogo, figura 6.15, que possibilita escolher o tipo de arquivo a ser exportado, RVT, ADSK ou
IFC, preencher propriedades do modelo, definir orientação do desenho e especificar a categoria
OmniClass, explicado no item 4.3.1, entretanto, somente a tabela 23, produtos, é categorizada
no Revit, enquanto a fôrma de pilar, por ser uma estrutura temporária que é utilizada para os
processos que ocorrem durante o ciclo de vida de um empreendimento se enquadraria na tabela
35, diante disso, o desenho foi exportado como modelo genérico, sem classificação OmniClass.
Figura 6.15 – Exportando os desenhos do Inventor para o Revit

Fonte: do Autor
Tendo em vista que a convenção de nomes e unidades são fundamentais para a
padronização digital, BIMStore (2017) lista algumas recomendações, de acordo com a norma
britânica BS8541-1:2012, para a nomeação do arquivo da família, dentre elas:
 Criar nomes únicos e que identifique o produto no mundo real;
 Se possível, não inclua a categoria da família no nome do arquivo;
 Use letras maiúsculas no início da palavra;
 Mantenha o nome do arquivo o menor possível;
74

 Ao acrescentar informações no nome, considere a ordem em que as descrições são


listadas;
 Use CamelCase26 o caractere sublinhado (_) para separar palavras no lugar do
espaçamento;
Além disso, exige que as famílias devem seguir o seguinte formato:
 <Fonte>_<Tipo>_<Produto>_<Diferencial/ Descrição>_<2D se necessário>
Diante disso, levando as recomendações do BIMStore (2017) e a padronização existente
dos arquivos da empresa Impacto, o arquivo RVT foi nomeado conforme a figura 6.16.
Figura 6.16 – Nomeação do arquivo da família do painel e do aprumador

Fonte: do Autor
Observa-se que o tamanho dos arquivos exportados para o Revit é menor que 1000kbyte,
ou seja, apesar de serem um desenho bastante complexo, figura 6.17 e 6.18, com as
simplificações da geometria no Inventor obteve-se uma família que não comprometerá a
performance do projeto.
Figura 6.17 – Família painel no Revit

Fonte: do Autor

26
CamelCase: Prática de escrever palavras compostas ou frases, onde cada palavra é iniciada com
maiúsculas e unidas sem espaços.
75

Figura 6.18 – Família aprumador no Revit

Fonte: do Autor

6.3 Configurando o objeto exportado para o Revit


Dependendo da complexidade do desenho, a importação do desenho do Inventor é uma
solução mais prática do que modelar no Revit, pois economiza bastante trabalho na criação dos
objetos BIM, porém, o modelo tem que passar por algumas modificações antes de ser utilizado.
Na família do painel do presente trabalho, planos de referência, pontos de origem,
parâmetros e legendas foram gerados automaticamente do Inventor, conforme a figura 6.19 e
6.20.
Figura 6.19 – Planos de referência, pontos de origem, parâmetros e legendas do aprumador
gerados automaticamente da exportação do Inventor para o Revit

Fonte: do Autor
76

Figura 6.20 – Planos de referência, pontos de origem, parâmetros e legendas do painel gerados
automaticamente da exportação do Inventor para o Revit

Fonte: do Autor
Entretanto, muitas dessas informações geradas de forma automática são irrelevantes ou
carentes, comprometendo a performance e a aplicação do objeto BIM. Diante disso, decidiu-se
apagar todos os planos de referência, parâmetros, legendas, etc, figura 6.21, deixando apenas a
geometria do mesmo, sendo as informações relevantes para a família acrescidas posteriormente.
77

Figura 6.21 – Limpeza dos dados do painel e aprumador gerados automaticamente do Inventor

Fonte: do Autor
Com o desenho limpo, inicia-se o processo de modelagem indicado no item 4.2, porém,
com algumas alterações, pois a geometria do objeto já foi importada.
Pelo fato de a fôrma de pilar não pertencer a nenhuma categoria pré-definida e a
nenhuma classificação OmniClass, o desenho foi exportado automaticamente para o Revit de
forma semelhante a um arquivo template de modelo genérico, figura 6.22, pertencendo assim,
a categoria de modelos genéricos, e exigindo nenhum critério ou hospedeiro para seja inserido
no projeto.
Figura 6.22 – Limpeza dos dados gerados automaticamente do Inventor

Fonte: do Autor
O manual da BIMStore (2016) recomenda que sejam criadas subcategorias para os
diferentes tipos de geometrias ou sólidos de uma família, para atribuir as diferentes espessuras
de linhas, cores e materiais do desenho no projeto.
O ideal, é atribuir subcategorias para cada peça do painel da forma, placa plástica e
grade de alumínio, porém, a importação de um desenho do Inventor possui o problema de ser
78

representado como um elemento único, não sendo possível caracterizar diferentes subcategorias
para os diferentes sólidos. Consequentemente, o painel e o aprumador no Revit serão tratados
como um único sólido, de mesma subcategoria, propriedade e material.
Diante disso, criou-se uma subcategoria denominada “FormaPilar_Painel” que
representa todo o painel modelado, figura 6.23, e “FormaPilar_Aprumador” para o aprumador,
figura 6.23.
Figura 6.23 – Criação de subcategoria para o painel

Fonte: do Autor
Figura 6.24 – Criação de subcategoria para o aprumador

Fonte: do Autor

Apesar de que muitos parâmetros e propriedades foram gerados de forma automática do


Inventor, o material e a aparência dos desenhos não foram extraídos, conforme ilustrado na
figura 6.25, um objeto sem cor e sem material atribuído.
79

Figura 6.25 – Desenho do painel e do aprumador sem material e aparência atribuídos

Fonte: do Autor

Tendo em vista que as propriedades físicas dos materiais para a criação do objeto BIM
do respectivo trabalho são irrelevantes, e que um material pode ser aplicado por meio de um
parâmetro ou por meio de uma categoria e subcategoria no Revit, mas que o painel e o
aprumador importados são representados como um único sólido, de mesma categoria e
subcategoria, decidiu-se utilizar o comando de “Pintura” da aba “Modificar” para deixar os
desenhos importados esteticamente parecidos com o produto real.

Para a execução dessa pintura, primeiramente, é preciso criar ou selecionar o material a


ser aplicado na geometria, por meio da aba “Gerenciar” e do comando “Materiais”. Seguindo
as boas práticas de criação de famílias da BIMStore (2017), algumas recomendações devem ser
tomadas para a nomeação dos materiais, evitando assim, a sobreposição de materiais.

 Os materiais devem indicar o seu fabricante, tipo, cor e acabamento;

 Manter os nomes mais curtos possíveis;

 Sempre se possível, utilizar os materiais padrão do Revit, duplicando-os e os


renomeando para a sua aplicação;

 Utilize CamelCase e o caractere sublinhado (-) em vez de espaços entre as palavras.

Além disso, recomenda que o nome do material deve seguir a seguinte convenção:
80

 <Tipo de Acabamento>_<Fabricante>_<Código>_<Descrição>
Diante disso, levando em conta as recomendações do BIMStore (2017) e a padronização
existente dos arquivos da empresa Impacto, os materiais dos componentes do painel e do
aprumador foram criados e aplicados conforme a figura 6.26 e 6.27.
Figura 6.26 – Pintura das superfícies da família do painel

Fonte: do Autor

Figura 6.27 – Pintura das superfícies da família do aprumador

Fonte: do Autor
81

Pelo fato do painel e do aprumador não precisarem de parâmetros que alterem as suas
propriedades geométricas, foi redefinido apenas o ponto de origem dos desenhos, planos de
referências e cotas que definem as suas geometrias, figura 6.28 e 6.29, para a criação da família
fôrma de pilar.
Figura 6.28 – Definição do ponto de origem e geometria do painel a partir dos planos de
referência

Fonte: do Autor

Figura 6.29 – Definição do ponto de origem e geometria do aprumador a partir dos planos de
referência

Fonte: do Autor
82

Após definido seus pontos de inserção e planos de referência, os desenhos estão


completos, pois as outras etapas de criação dos objetos BIM referem-se à criação dos sólidos e
parâmetros, que no caso do painel e do aprumador, já foram importados do Inventor e não há
necessidade de parâmetros editáveis para as suas dimensões, e sim, de parâmetros para as suas
propriedades gráficas e quantitativos, que serão considerados na criação da família fôrma de
pilar.

6.4 Criação da família fôrma de pilar


A fôrma de pilar é um produto modular formado pelas inúmeras combinações entre os
elementos que o constituem, paineis, aprumadores, tirantes “T”, garras de aço e porcas. Diante
disso, sua família no Revit é obtida por meio de parâmetros, regras e vínculos entre diversos
componentes que simulam as diversas combinações que formam as medidas dos pilares, ou
seja, é uma família aninhada que incorpora outras famílias para formar um único elemento.
Tendo em vista que se deve priorizar a performance do componente, os desenhos dos
pequenos elementos que formam a fôrma de pilar, tirantes “T”, garras de aço e porcas, não
serão incorporados na família fôrma de pilar, apenas os aprumadores e painéis, sendo
significativo apenas as suas informações numéricas para os quantitativos que podem ser obtidos
por meio dos parâmetros compartilhados e fórmulas.
Com a família do painel e do aprumador devidamente modelados, a fôrma de pilar pode
ser modelada a partir dos processos indicado no item 4.2.
O template escolhido para a fôrma de pilar é o modelo genérico, não dependendo de
nenhum hospedeiro específico para ser inserido no projeto, pois, além de o Revit não possuir
categoria para fôrmas, o pilar no Revit, pode ser modelado tanto na categoria de estrutura ou
quanto de arquitetura. Diante disso, escolheu-se um template que atende a todos os casos, figura
6.30.
83

Figura 6.30 – Criação novo arquivo RFA a partir de um template de modelo genérico

Fonte: do Autor

Os componentes do aprumador e do painel, quando carregados para o novo arquivo


RFA, importam suas respectivas subcategorias e configurações gráficas definidas de acordo
com o item 6.31, contudo, não há necessidade de criar mais subcategorias para o controle de
exibição das geometrias da família fôrma de pilar.
Figura 6.31 – Subcategorias importadas das famílias carregadas para o novo arquivo RFA

Fonte: do Autor
84

Seguindo a metodologia do manual da AutoDesk (2009), a criação do esqueleto do


objeto BIM começa pela definição do ponto de origem da família a ser projetada. O ponto de
origem é definido pela interseção de dois planos de referência com o parâmetro “Define a
origem” marcada. Quando o template para a criação da família é escolhido, ele gera
automaticamente dois planos de referência que definem o ponto de inserção da família, figura
6.32.
Figura 6.32 – Definição do ponto de origem

Fonte: do Autor
O próximo passo é colocar os planos de referência, criados pelo comando “Plano de
referência” que definem a geometria a ser projetada, porém, pelo fato da geometria do objeto
ser uma família importada já modelada, no presente trabalho, os planos de referência e seus
travamentos com a geometria foram definidos após o carregamento da família do painel e do
aprumador pelo comando “Carregar Família”, conforme ilustrado na figura 6.33.
85

Figura 6.33 – Definição do ponto de origem

Fonte: do Autor

Tendo em vista que a montagem da dimensão fôrma de pilar se deve através das
combinações dos painéis que se encaixam lateralmente e transversalmente por meio das garras
de aço e tirantes “T”, e que a menor dimensão do pilar dificilmente ultrapassará a 55
centímetros, maior medida atendida por um painel sem a necessidade de um outro painel
complementar, na maior dimensão do pilar, que ultrapassa, geralmente, 55 centímetros de
comprimento, executou-se o comando “Matriz” do painel e do aprumador inseridos
inicialmente, para simular o encaixe lateral dos paineis, e na menor dimensão, foi inserido um
novo painel e aprumador transversalmente ao primeiro painel, definindo em seguida, novos
planos de referência e travamentos, quando necessários, conforme ilustrado na figura 6.34.
Figura 6.34 – Criação da maior dimensão e menor dimensão da fôrma de pilar

Fonte: do Autor
Em seguida, repetiu-se a inserção de novos paineis e aprumadores, a execução do
comando “Matriz”, a criação de novos planos de referência e dos travamentos para fazer o
fechamento da fôrma de pilar, ilustrado na figura 6.35.
86

Figura 6.35 – Fechamento da fôrma de pilar

Fonte: do Autor

Após a inserção de todos os planos de referências e das famílias que fazem parte da
montagem da fôrma de pilar, foram colocadas cotas entre os planos criados para criar as
relações paramétricas, conforme ilustrado na figura 6.36.
Figura 6.36 – Criação de cotas para as relações paramétricas

Fonte: do Autor
Em seguida, foram criadas legendas nas cotas da dimensão maior e menor para atribuir
algum parâmetro, fazendo com que o objeto BIM se torne adaptativo às diversas dimensões de
pilares dos projetos de concreto armado.
A família fôrma de pilar do respectivo trabalho, por ser um objeto BIM que será
utilizado em diversos projetos e por necessitar que suas propriedades sejam registradas para
quantificação, foram criados parâmetros compartilhados que serão salvos em um arquivo de
texto externo, conforme ilustrado na figura 6.37.
87

Figura 6.37 – Criação dos parâmetros compartilhados

Fonte: do Autor
Nas cotas, foram atribuídos parâmetros compartilhados de instância, figura 6.38,
fazendo com que as dimensões dos pilares sejam listadas nas tabelas de quantificação e por ser
de instância, o objeto BIM pode ser inserido com diferentes dimensões no projeto, dependendo
do pilar.
Figura 6.38 – Atribuição de parâmetros nas legendas das cotas

Fonte: do Autor
88

Após a inserção dos parâmetros referentes às dimensões do pilar, foram criados


parâmetros de família, que não serão listadas em tabelas, para as matrizes criadas para a maior
dimensão do pilar, figura 6.39.
Pelo fato do painel ter um tamanho limitado, podendo atender até 55 centímetros, foram
criados parâmetros de instância com fórmulas que ativam o comando “matriz” de acordo com
a dimensão do pilar. Caso a maior dimensão do pilar ultrapassar 55 centímetros, o parâmetro
ativará um outro painel lateral com aprumador, fazendo com que atenda a dimensão solicitada.
Porém, levando em conta que a maior dimensão do pilar não pode exceder a cinco vezes
a menor dimensão, de acordo com a NBR6118:2014, se não é considerado pilar-parede, e que
a menor dimensão do pilar será constituída por apenas um painel que atende 55 centímetros, a
maior dimensão do pilar não poderá ultrapassar 275 centímetros. Diante disso, a fórmula que
das matrizes dos paineis e aprumadores ativará até cinco painéis, que atende até o comprimento
de 315cm.
Figura 6.39 – Parâmetro de instância para as matrizes

Fonte: do Autor
Entretanto, o comando “Matriz” só pode ter um valor inteiro de dois ou superior, diante
disso, criou-se fórmulas condicionais que mantenham um parâmetro de matriz de no mínimo
dois, mesmo que o valor calculado seja um ou zero. Ou seja, mesmo se o pilar tiver um
comprimento menor que 55 centímetros, aparecerão dois painéis, conforme ilustrado na figura
6.40.
89

Figura 6.40 – Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros de instância nas matrizes

Fonte: do Autor

Devido a essa limitação do Revit, é preciso atribuir parâmetros booleanos de instância


com formulações condicionais às matrizes criadas para tornar o conjunto visível somente
quando a maior dimensão do pilar for maior que 55 centímetros, figura 6.41.
Figura 6.41 – Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros booleanos nas matrizes

Fonte: do Autor

Em seguida, é preciso inserir novos componentes dos paineis e aprumadores na maior


dimensão do pilar, sobrepondo os componentes das matrizes, travando a geometria e inserindo
novos planos de referência, quando necessário, com parâmetros booleanos de instância com
formulações condicionais para tornar os novos componentes inseridos visíveis somente quando
a dimensão do pilar for menor que 55 centímetros, figura 6.42.
90

Figura 6.42 – Teste família fôrma de pilar 50x55cm com parâmetros booleanos nos componentes
sobrepostos

Fonte: do Autor

Porém, na construção de um empreendimento, muitos pilares são de canto ou de borda,


e dependendo do tipo de aprumador a ser utilizado, por decisão do engenheiro da obra,
executam-se as fôrmas de pilar com aprumadores somente em algumas faces da fôrma a ser
concretada, figura 6.43.
Figura 6.43 – Aprumadores executados nas fôrmas de pilar

Fonte: do Autor

Além disso, a empresa Impacto não fornece aprumadores para a fôrma de pilar, sendo
responsabilidade da construtora solicitar o equipamento de sua preferência. Diante disso, é
preciso criar parâmetros de instância booleanos nos aprumadores da família fôrma de pilar que
podem ser ativados ou desativados de acordo com o projeto, figura 6.44.
Apesar de a empresa Impacto não fornecer aprumadores à construtora, é preciso
quantificar esses dispositivos, pois muitas vezes, a empresa Impacto solicita o aprumador de
uma empresa parceira. Diante disso, os parâmetros booleanos serão ativados por meio de
parâmetros de número e formulações condicionais para que seja possível a criação de
parâmetros e fórmulas que quantifiquem esse material, conforme ilustrado na figura 6.45.
91

Figura 6.44 – Parâmetros booleanos e fórmulas condicionais para desativar ou ativar


propriedades gráficas dos aprumadores

Fonte: do Autor

Figura 6.45 – Ativando e desativando propriedades gráficas dos aprumadores

Fonte: do Autor
92

A fôrma de pilar da Impacto consegue fazer qualquer tipo de pilar quadrilátero com
medidas múltiplas de 5cm. Porém, no respectivo trabalho não foi possível implementar alguma
condicional que impeça que a família faça medidas não atendidas pela fôrma de pilar. Em
contrapartida, criou-se uma família de anotação que mostra as medidas de instância da família
fôrma de pilar no projeto, permitindo que o projetista identifique rapidamente se o pilar do
projeto pode ser construído com a fôrma de pilar ou não.
A criação de uma família de anotação segue o mesmo processo de modelagem do item
4.2, porém, de forma mais simplificada, precisando definir, inicialmente, o arquivo template
apropriado, que no presente trabalho, foi escolhido o arquivo template de anotação genérica
métrica, por não precisar de uma categoria específica para ser inserido, figura 6.46.

Figura 6.46 – Criação novo arquivo RFA a partir de um template de anotação genérica métrica

Fonte: do Autor

Quando o template para a criação da família é escolhido, é gerado automaticamente dois


planos de referência que definem o ponto de inserção da anotação. Em seguida, inseriu entre os
dois planos de referência um texto paramétrico a partir do comando “legenda”, que terá como
parâmetros de instância a dimensão do maior lado do pilar, representado pela letra “a”, e do
menor lado do pilar, representado pela letra “b”, conforme ilustrado na figura 6.47.
93

Figura 6.47 – Criação de anotação paramétrica para a fôrma de pilar

Fonte: do Autor
Em seguida, a anotação criada foi carregada, inserida e travada nos planos de referência
que se encontram na família fôrma de pilar, e atribuído os parâmetros do texto com os
parâmetros das cotas “Lmaior” e “Lmenor”, conforme a figura 6.48.
Figura 6.48 – Anotação carregada e com os parâmetros atribuídos na família fôrma de pilar

Fonte: do Autor
Porém, a anotação criada será utilizada apenas para o projetista verificar se a fôrma de
pilar atende ou não as medidas do pilar, sendo as anotações de projeto colocadas posteriormente
com outra escala e configuração, diante disso, criou-se um parâmetro booleano de instância
“LegendaDimensão” que ativa ou desativa as propriedades gráficas da anotação criada, figura
6.49.
94

Figura 6.49 – Anotação na família fôrma de pilar e parâmetro booleano que ativa ou desativa sua
propriedade gráfica

Fonte: do Autor
Para concluir a modelagem da fôrma de pilar, falta atribuir os parâmetros
compartilhados de número com formulações para as quantificações de materiais. Há a
possibilidade de quantificar os painéis e os aprumadores sem criar fórmulas ou parâmetros de
número, bastando ativar o parâmetro “compartilhado” da família, figura 6.50, porém, esse
método apenas indica a quantidade total do elemento no projeto e não lista as porcas, garras de
aço, tirantes “T” e barras de ancoragem que também devem ser quantificados, pelo fato de não
terem sido modelados.
Figura 6.50 – Ativar ou desativar o compartilhamento da família para a sua listagem em tabelas

Fonte: do Autor
Além disso, a quantificação por meio de fórmulas e parâmetros compartilhados permite
que as quantidades dos materiais sejam listadas por conjuntos de fôrma de pilar, sendo mais
fácil de planejar a logística de entrega de material e planejar as montagens dos painéis.
Para facilitar a seleção dos parâmetros que serão listados nas tabelas de quantificação,
nos parâmetros compartilhados de quantificação foram colocados prefixos “Imp”, que
95

representam o nome Impacto, e seguiu-se as convenções de nomes para os parâmetros da


BIMStore (2017), dentre elas:
 Mantenha os nomes dos parâmetros o mais curto possível;
 Evite abreviação;
 Use letras maiúsculas no início da palavra;
 Evite usar símbolos nos nomes dos parâmetros, incluindo: + - / \ * () "'<> | ^ $ {} [];
 Não inclua unidades no nome.
Tendo em vista que a quantidade de painéis depende da dimensão do pilar, criou-se
primeiramente o parâmetro compartilhado de número deste elemento, figura 6.51.
Figura 6.51 – Parâmetro de número compartilhado de instância para quantificação dos painéis

Fonte: do Autor
Com a quantificação dos painéis e com os parâmetros de medidas do pilar, seguindo a
mesma metodologia, criou-se parâmetros de número compartilhado com formulações
condicionais para a quantificação dos outros elementos utilizados na montagem da fôrma de
pilar, figura 6.52.
Figura 6.52 – Parâmetros compartilhado de instância para quantificação dos elementos da fôrma
de pilar

Fonte: do Autor
Com a modelagem da fôrma de pilar concluída, salvou-se o arquivo da família seguindo
as convenções de nome da BIMStore (2017), dentre elas:
 Criar nomes únicos e que identifique o produto no mundo real;
 Se possível, não inclua a categoria da família no nome do arquivo;
 Use letras maiúsculas no início da palavra;
 Mantenha o nome do arquivo o menor possível;
 Ao acrescentar informações no nome, considere a ordem em que as descrições são
listadas;
96

 Use CamelCase o caractere sublinhado (_) para separar palavras no lugar do


espaçamento;

 <Fonte>_<Tipo>_<Produto>_<Diferencial/ Descrição>_<2D se necessário>


Diante disso, levando as recomendações do BIMStore (2017) e a padronização existente
dos arquivos da empresa Impacto, o arquivo RVT foi nomeado conforme a figura 6.53.
Figura 6.53 – Nomeação do arquivo da família fôrma de pilar

Fonte: do Autor

Observa-se que o tamanho do arquivo da família ultrapassou 1000kbyte, podendo


comprometer o desempenho computacional do Revit quando inserido em grandes quantidades
no projeto. Em contrapartida, a AutoDesk (2017) orienta alguns procedimentos para reduzir o
tamanho dos arquivos:

 Abrir o arquivo com a opção “Auditar” selecionada, figura 6.54;


Figura 6.54 – Auditar o arquivo da família

Fonte: do Autor

 Na aba “Gerenciar”, utilizar o comando “Limpar não uttilizados”, figura 6.55;


Figura 6.55 – Limpar não utilizados do arquivo

Fonte: do Autor
97

 Salve o arquivo com um nome diferente, para que o banco de dados do arquivo possa
ser recompilado, figura 6.56.
Figura 6.56 – Salvando o arquivo com outro nome

Fonte: do Autor

Após executar os procedimentos de redução, o arquivo novo foi renomeado e o arquivo


antigo substituído. Observa-se que o tamanho do arquivo da família da fôrma de pilar passou a
ter 880kbyte, não ultrapassando o valor limite de 1000kbyte, obtendo-se uma família, que apesar
de ser bastante complexa, com famílias aninhadas e com bastante formulações condicionais,
não comprometerá a performance do projeto.

6.5 Controle de qualidade da família fôrma de pilar


Tendo em vista que o objeto BIM deve possuir todas as informações importantes para
um projeto e ao mesmo tempo, garantir a performance da plataforma BIM, verificou-se os
quatro aspectos de qualidade listado por Weygant (2011) em um projeto de estrutura exportado
do TQS27 de um edifício que utilizará as fôrmas da Impacto para a sua execução, figura 6.57.

27
TQS: Sistema computacional gráfico destinado à elaboração de projetos de estruturas de concreto
armado, protendido e em alvenaria estrutural.
98

Figura 6.57 – Arquivo RVT exportado do TQS de teste

Fonte: do Autor

Para a avaliação da família fôrma de pilar, testou-se o objeto BIM em um pavimento


tipo do projeto de estrutura exportado, figura 6.58.
Figura 6.58 – Pavimento tipo de teste

Fonte: do Autor
99

Para isso, inseriu a família fôrma de pilar nos pilares múltiplos de 5cm do pavimento de
teste, verificando o seu ponto de inserção, relação com os outros elementos do projeto, suas
representações gráficas, suas relações paramétricas e o seu desempenho na plataforma BIM,
figura 6.59.
Figura 6.59 – Família fôrma de pilar inserido no pavimento tipo de teste

Fonte: do Autor

Além das suas propriedades gráficas e paramétricas, gerou-se uma tabela de


quantitativos com os parâmetros compartilhados criados para verificar a consistência dos dados,
figura 6.60.
Figura 6.60 – Tabela de quantidades dos elementos da família fôrma de pilar

Fonte: do Autor
100

A partir dos testes executados, foi possível fazer algumas conclusões em relação aos
quatro aspectos citados por Weygant (2011), tabela 6.1.

Tabela 6.1 – Conclusões dos aspectos de qualidade da família fôrma de pilar

ASPECTO DE QUALIDADE DESCRIÇÃO SITUAÇÃO PONTOS FRACOS CONCLUSÃO

Pelo fato de ser um objeto


Modelar a família do painel
Por não haver nenhuma importado de outro
e do aprumador no Revit,
categoria no Revit referente software CAD, não foi
Dimensões, pontos de sem ser por meio da
às fôrmas para concreto possível atribuir
inserção, relações com importação de outro
armado, escolheu-se o subcategorias de todos os
GRÁFICO outros objetos software CAD, para que seja
template de modelo elementos pertencentes ao
BIM e as possível atribuir
genérico, assim, o objeto objeto BIM, apresentando
representações gráficas. subcategorias para cada
pode ser inserido no projeto limitações quanto ao
elemento da família fôrma
sem nenhuma restrição. controle de suas
de pilar.
representações gráficas.

As informações
paramétricas foram
Pelo fato de não haver
extraídas de forma
restrições comportamentais, Após a implementação do
Informações, relações automática e com precisão
as dimensões gráficas do BIM em toda a empresa,
paramétricas e vínculos nas tabelas de quantitativos.
objeto atendem qualquer acrescentar parâmetros
INFORMAÇÃO ou regras Com os parâmetros que
dimensão de 0x0cm a para o planejamento 4D,
comportamentais do ativam ou desativam suas
55x315cm, enquanto deveria parâmetros para logística de
componente. propriedades gráficas, o
atender apenas medidas material e de manutenção.
objeto BIM se adapta a
múltiplas de 5cm.
qualquer situação no
projeto.
O objeto BIM do espectivo
trabalho, por possuir muitas
Por não haver restrições
possibilidades de montagem,
comportamentais, foi
foi modelado com vários
preciso inserir uma família
parâmetros de instância,
de anotação no objeto BIM
para ser inserido a gosto do
que mostra de forma rápida
Os diferentes tipos da projetista, em vez de fazer
e clara as dimensões de
família e o desempenho vários tipos da família, ou
MONTAGEM FINAL instância da família quando
da um catálogo de tipo. Apesar
inserida no projeto, para que
plataforma BIM. de possuir muitos
o projetista considere Desenvolver algum API ou
parâmetros para se
apenas as medidas múltiplas utilizar o software Dynamo
comportar dessa maneira, o
de 5cm, atendidas pela para estabeler regras
tamanho do arquivo da
fôrma de pilar da empresa comportamentais na família
família não comprometerá a
Impacto. fôrma de pilar, que limitem a
perfomance da plataforma
inserção da família nos
BIM.
pilares com dimensões
O projeto testado possui
múltiplas de 5cm e que
muitos desníveis e algumas
evitem conflitos com outros
vigas invertidas nos
Testar o componente elementos.
Não apresentou nenhum pavimentos, diante disso,
BIM em um projeto,
problema gráfico ou de algumas famílias da fôrma
reavaliando a aparência,
desempenho, apesar de ser de pilar inseridos ficaram
suas limitações e
IMPLEMENTAÇÃO uma família bastante sobrepondo essas
desempenho, e a sua
complexa, possuindo muitos estruturas, sendo preciso
capacidade de ser
parâmetros e elementos alterar o seu deslocamento
implementada em
aninhados. nas propriedades de
projetos futuros.
"restrições" para evitar
conflito com essas
estruturas.

Fonte: do Autor
101

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 Conclusões
O trabalho aqui desenvolvido, tendo em vista que o BIM vem provocando uma profunda
reorganização no setor da construção em todo o mundo e que no setor de fôrmas, há o aumento
da exigência do mercado em desenvolver soluções de fôrmas modulares, teve como objetivo
desenvolver um componente BIM da fôrma de pilar industrializada da empresa Impacto no
Revit, seguindo algumas normas nacionais e internacionais, e manuais elaborados por
incentivos governamentais e por organizações não governamentais.
Antes da modelagem propriamente dita, foi realizado um planejamento da família no
Revit a ser modelada, levantando algumas informações como, seu propósito, uso, parâmetros
necessários, nível de detalhe e como se relacionará com os outros elementos do projeto.
A fôrma de pilar do respectivo trabalho já tinha sido modelado em um outro software
CAD, o Inventor, utilizado para prototipagem de projetos mecânicos, que por ser também da
AutoDesk, possui uma boa interoperabilidade com o Revit, com um elevado nível de
detalhamento, ND 400, possuindo muitas características de propriedade intelectual da empresa
e detalhes irrelevantes para os projetos fornecidos aos clientes da AEC, assim, antes da sua
exportação para a plataforma BIM, foi preciso simplificar do desenho, retirando as
características de propriedade intelectual, pequenos detalhes, vazios, e verificar a
compatibilidade das geometrias e propriedades do desenho com o Revit.
Após a sua importação, modelou-se a família fôrma de pilar a partir do aninhamento das
famílias que compõem a montagem da fôrma de pilar, os painéis e os aprumadores, definindo
planos de referências, travamentos e parâmetros com formulações condicionais que ativam ou
desativam propriedades gráficas, que quantificam os elementos da família e que definem as
suas dimensões de montagem.
O processo de modelagem foi desenvolvido de forma gradual, na tentativa e no erro,
testando e tomando as devidas ações corretivas, verificando todas as relações paramétricas,
pontos de inserção, vistas, gráficos do modelo, formulações e informações de quantificação, e
procurando deixar componente BIM com o tamanho de arquivo menor que 1000kbyte, para
garantir a performance da plataforma BIM quando inserido no modelo.
Testou-se o objeto BIM finalizado em um projeto exportado do TQS de um edifício que
utilizará as fôrmas da Impacto para a sua execução, sendo possível identificar algumas
limitações e pontos que poderiam ser melhorados.
102

Pelo fato da família fôrma de pilar possuir famílias que foram importados de outro
software CAD e que as fôrmas para concreto armado não são categorizadas por padrão no Revit,
não foi possível atribuir subcategorias de todos os elementos pertencentes ao objeto BIM e nem
a categoria correta para a fôrma de pilar; sem uso de programação ou de algum API, não foi
possível atribuir restrições comportamentais na família fôrma de pilar para ser inserido somente
quando o pilar possuir medidas múltiplas de 5cm e para evitar conflitos com outros elementos
do modelo; pelo fato de o BIM ainda está em processo de estudo na empresa, não há
informações suficientes para atribuir parâmetros na família para o planejamento 4D, para
logística de material e de manutenção.
Porém, essas limitações identificadas estão relacionadas com fatores internos da
empresa, que só serão solucionados após a implementação do BIM nos processos da firma, e
pela limitação do software utilizado, que necessita de programação ou API para algumas
operações mais avançadas. Diante disso, a família fôrma de pilar modelada conseguiu atender
o objetivo esperado do trabalho, mostrando-se eficaz quanto a sua automatização e flexibilidade
de montagem no projeto, a geração automática de quantitativos e a performance da família na
plataforma BIM, mesmo possuindo muitos parâmetros, formulações condicionais, famílias
aninhadas e geometrias complexas.

7.2 Sugestões para Trabalhos Futuros


Para complementação dos estudos referente à criação de um objeto parametrizado de
fôrmas modulares para concreto armado em uma plataforma BIM, recomenda-se realizar
estudos nos seguintes assuntos:
 Complementar a família fôrma de pilar com parâmetros de produtividades nas
equipes para simulação 4D;
 Complementar a família fôrma de pilar com parâmetros para logística e manutenção
do produto;
 Realizar um estudo para criação de objeto BIM para fôrmas e cimbramentos de
lajes.
103

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