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APARECIDA DE GOIÂNIA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES
APARECIDA DE GOIÂNIA
2022
ii
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
CDU 625
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Aos 02 dias do mês de setembro de 2022, às 14 horas, por meio de sessão pública remota, em sala virtual da
Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), da Universidade Federal de Goiás (UFG), na cidade de Aparecida de Goiânia,
na presença da Banca Examinadora presidida pelo Prof. Dr. Robinson Andrés Giraldo Zuluaga e formada pelos
examinadores: 1- Prof. Dr. João Paulo Souza Silva e 2- Prof. Dr. Liosber Medina Garcia, o discente Bruno dos Santos
Pereira apresentou o Trabalho de Conclusão de Curso intitulado por “Avaliação da influência do intemperismo nas
propriedades de um lastro ferroviário”, como parte dos requisitos necessários à aprovação na disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso 2, do Curso de Graduação em Engenharia de Transportes. Aberta a sessão pública,
o candidato teve a oportunidade de expor o trabalho por 20 minutos e, após a exposição, o discente foi
arguido oralmente pelos membros da banca e ouviu sugestões para os procedimentos restantes do trabalho. A seguir,
em sessão fechada - levando em consideração os seguintes critérios: cumprimento do cronograma estabelecido;
qualidade técnica do trabalho; adequação dos procedimentos metodológicos; coerência do texto; adequação do texto
em relação à norma escrita; qualidade da apresentação oral; e, desempenho na arguição oral - cada um dos
professores atribuiu uma nota, individualmente, ao(à) discente para o trabalho escrito e para a apresentação oral:
Presidente da Banca Examinador 1 Examinador 2 Média Final
Trabalho Escrito 10,0 10,0 10,0 10,0
Apresentação Oral 10,0 10,0 10,0 10,0
Por fim, nada mais havendo digno de registro, eu, o Presidente da Banca, lavrei a presente ata do ocorrido que, lida e
aceita como expressão fiel da verdade, vai assinada por mim e pelos demais integrantes da banca.
Documento assinado eletronicamente por Robinson Andrés Giraldo Zuluaga, Professor do Magistério Superior,
em 12/09/2022, às 14:16, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº
10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por João Paulo Souza Silva, Professor do Magistério Superior, em
12/09/2022, às 14:21, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº
10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por Liosber Medina Garcia, Professor do Magistério Superior, em
12/09/2022, às 16:26, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº
10.543, de 13 de novembro de 2020.
Assinatura do autor
Ciente e de acordo:
v
Em especial, in memorian, dedico este
trabalho a minha mãe, eternamente
amada e querida.
vi
AGRADECIMENTOS
A minha mãe Maria da Glória (in memorian), por todo amor, carinho e ensinamentos.
Tenho a plena certeza que tive A MELHOR MÃE DO MUNDO e serei eternamente grato por
tudo.
Ao meu pai Valdivino de Souza e minha irmã Beatriz dos Santos, por todo apoio,
ensinamentos e pela oportunidade de realizar a tão sonhada graduação. VOCÊS SÃO OS
MELHORES!
Ao meu amigo e orientador Robinson Zuluaga, pelas contribuições ao longo da graduação
e no desenvolvimento deste trabalho, pelas diversas oportunidades e conselhos que me deu ao
longo dessa jornada.
A minhas amigas Brunna Rodrigues, Letícia Gonçalves e Natália Correia, pelo
companheirismo e apoio ao longo dessa jornada, vocês foram essenciais em todas as minhas
conquistas. E aos demais amigos e colegas de curso também deixo meus agradecimentos, por
todas as atividades e experiências compartilhadas.
A minha tia Maria Valdira, meu tio Durvaldo Rock e sua família, por me acolher em sua
residência, tornando possível o desenvolvimento deste trabalho.
A todos os amigos e familiares que me ajudaram direta e indiretamente quando precisei
Henrique Tormin, Vitória Ribeiro, Larissa Paiva, Letícia Gomes, Gabriela Souza e Everton
Pereira.
A todos os professores do curso de Engenharia de Transportes, por todo o conhecimento
e experiencias transmitidas, em especial, ao professor Alex Mota que me concedeu a
oportunidade de participar de um projeto de extensão, além de todos os ensinamentos
transmitidos.
Ao Laboratório de Infraestrutura (InfraLab) da UnB e todos seus integrantes, por me
permitir utilizar seus equipamentos, materiais e espaço, tornado possível o desenvolvendo deste
trabalho. Em especial, ao Everton, Debora e Amanda por todo apoio e ensinamentos ao longo
do desenvolvimento desta pesquisa.
vii
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do intemperismo nas propriedades de um lastro
ferroviário. Para tanto, foi feita uma campanha de ensaios de caracterização física e mecânica
do agregado em seu estado original e após ciclos de envelhecimento artificial. Estes ensaios,
teve como função caracterizar o lastro ferroviário em estudo, bem como avaliar influência do
intemperismo nas propriedades morfológicas e mecânicas deste material. Como resultados,
obteve-se a caracterização do lastro ferroviário, segundo as especificações da norma ABNT
NBR 5564 (2021), onde o material atendeu a todos os critérios exigidos pela norma, exceto
pela composição granulométrica. Em relação à influência do intemperismo nas propriedades
mecânicas, pode-se observar que os agregados após trinta ciclos de intemperismo apresentam
redução na resistência ao desgaste e ao choque. No entanto, em relação as propriedades
morfológicas, avaliada pelo método de análise de imagem dinâmica, não foi possível mensurar
está influência, devido principalmente a alta resistência à intempérie do material. Todavia, o
presente trabalho alcançou avanços satisfatórios em relação a avaliação do intemperismo nos
agregados de lastro ferroviário, como na aplicação do método de análise de imagem dinâmica.
viii
ABSTRACT
The objective of this work was to evaluate the influence of weathering on the properties of a
railway ballast. For that, a campaign of tests of physical and mechanical characterization of the
aggregate was carried out in its original state and after artificial aging cycles. These tests had
the function of characterizing the railway ballast under study, as well as evaluating the influence
of weathering on the morphological and mechanical properties of this material. As a result, the
characterization of the rail ballast was obtained, according to the specifications of the ABNT
NBR 5564 (2021) standard, where the material met all the criteria required by the standard,
except for the granulometric composition. Regarding the influence of weathering on the
mechanical properties, it can be observed that the aggregates after thirty cycles of weathering
show a reduction in wear and shock resistance. However, in relation to the morphological
properties, evaluated by the dynamic image analysis method, it was not possible to measure this
influence, mainly due to the high weather resistance of the material. However, the present work
achieved satisfactory advances in relation to the evaluation of weathering in railway ballast
aggregates, as in the application of the dynamic image analysis method.
ix
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
x
3.3.2 Avaliação da resistência ao choque .................................................................................... 30
3.4 AVALIAÇÃO DO ENVELHECIMENTO ARTIFICIAL .............................................. 31
3.4.1 Determinação da resistência à intempérie ........................................................................ 31
5 CONCLUSÕES........................................................................................................ 64
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1. Distribuição granulométrica do lastro ferroviário, estabelecida pela norma brasileira
(ABNT NBR 5564, 2021). ......................................................................................................... 6
Tabela 2.2. Valores limites para algumas propriedades de agregados utilizados em lastros
ferroviários. ................................................................................................................................ 8
Tabela 2.3. Parâmetros escolhidos para análise e suas propriedades equivalentes. ................. 13
Tabela 2.4. Fontes de contaminação da camada de lastro. ....................................................... 18
Tabela 3.1. Classificação da forma das partículas. .................................................................. 26
Tabela 3.2. Intervalos granulométrico e massa mínima de amostra para ensaio. .................... 28
Tabela 3.3. Peneiras para separação das partículas de argila e materiais friáveis das partículas.
.................................................................................................................................................. 28
Tabela 3.4. Especificações do recipiente. ................................................................................ 29
Tabela 4.1. Características dos agregados utilizados na pesquisa............................................ 33
Tabela 4.2. Tempo gasto para realização do processo caracterização dos por cada método. .. 36
Tabela 4.3. Tempo gasto por amostra para realização de cada ensaio de forma...................... 37
Tabela 4.4. Resultados de massa específica aparente, porosidade aparente e absorção de água,
para o material em estudo......................................................................................................... 38
Tabela 4.5. Resultado da porcentagem de material pulverulento, para o material em estudo. 38
Tabela 4.6. Resultado do teor de argila, para o material em estudo......................................... 39
Tabela 4.7. Resultado do limite de massa unitária no estado solto, para o material em estudo.
.................................................................................................................................................. 39
Tabela 4.8. Características mecânicas dos agregados utilizados na pesquisa. ......................... 39
Tabela 4.9. Resultado de resistência ao desgaste no estado inicial, para o material em estudo.
.................................................................................................................................................. 40
Tabela 4.10. Resultado de resistência ao choque no estado inicial, para o material em estudo.
.................................................................................................................................................. 45
Tabela 4.11. Resultado de resistência à intempérie no estado inicial, para o material em estudo.
.................................................................................................................................................. 49
xii
LISTA DE FIGURAS
xiii
Figura 4.3. Curva granulométrica dos agregados em estudo, pelo método de análise de imagem
dinâmica. .................................................................................................................................. 35
Figura 4.4. Resultados dos ensaios de forma das partículas, pelos métodos de calibre,
paquímetro e análise de imagem dinâmica. ............................................................................. 37
Figura 4.5. Ensaio de resistência ao desgaste: amostra antes do ensaio (a), equipamento de
Abrasão Los Angeles (b) e amostra após o ensaio (c). ............................................................. 40
Figura 4.6. Caracterização granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência ao desgaste.
.................................................................................................................................................. 41
Figura 4.7. Comparação dos resultados de relação de forma (por fração), antes e depois do
ensaio de resistência ao desgaste. ............................................................................................. 42
Figura 4.8. Comparação dos resultados de esfericidade (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência ao desgaste. ........................................................................................................ 43
Figura 4.9. Comparação dos resultados de angularidade (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência ao desgaste. ........................................................................................................ 43
Figura 4.10. Comparação dos resultados de textura superficial (por fração), antes e depois do
ensaio de resistência ao desgaste. ............................................................................................. 44
Figura 4.11. Ensaio de resistência ao choque: amostra antes do ensaio e equipamento Treton
(a), e amostra após o ensaio (b). ............................................................................................... 45
Figura 4.12. Caracterização granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência ao choque.
.................................................................................................................................................. 46
Figura 4.13. Comparação dos resultados de esfericidade (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência ao choque. .......................................................................................................... 46
Figura 4.14. Comparação dos resultados de relação de forma (por fração), antes e depois do
ensaio de resistência ao choque. ............................................................................................... 47
Figura 4.15. Comparação dos resultados de angularidade (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência ao choque. .......................................................................................................... 48
Figura 4.16. Comparação dos resultados de textura superficial (por fração), antes e depois do
ensaio de resistência ao choque. ............................................................................................... 48
Figura 4.17. Distribuição granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência à intempérie.
.................................................................................................................................................. 50
Figura 4.18. Comparação dos resultados de esfericidade (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência à intempérie. ...................................................................................................... 50
Figura 4.19. Comparação dos resultados de relação de forma (por fração), antes e depois do
ensaio de resistência à intempérie. ........................................................................................... 51
Figura 4.20. Comparação dos resultados de angularidade (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência à intempérie. ...................................................................................................... 52
xiv
Figura 4.21. Comparação dos resultados de textura superficial (por fração), antes e depois do
ensaio de resistência à intempérie. ........................................................................................... 52
Figura 4.22. Resultados de resistência à intempérie aos 5 e 30 ciclos, para o material em estudo.
.................................................................................................................................................. 53
Figura 4.23. Agregado de terroso presente na amostra 3, no ensaio de resistência à intempérie.
.................................................................................................................................................. 54
Figura 4.24. Distribuição granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência à intempérie
para 5 e 30 ciclos. ..................................................................................................................... 54
Figura 4.25. Resultados da esfericidade antes e após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência à
intempérie, para o material em estudo. .................................................................................... 55
Figura 4.26. Resultados da relação de forma antes e após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência
à intempérie, para o material em estudo. .................................................................................. 55
Figura 4.27. Resultados da angularidade antes e após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência à
intempérie, para o material em estudo. .................................................................................... 56
Figura 4.28. Resultados da textura superficial antes e após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência
à intempérie, para o material em estudo. .................................................................................. 56
Figura 4.29. Resultados de resistência ao desgaste no estado inicial, e após 5 e 30 ciclos, para
o material em estudo. ............................................................................................................... 57
Figura 4.30. Caracterização granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência ao desgaste
para 5 e 30 ciclos. ..................................................................................................................... 58
Figura 4.31. Resultados da esfericidade após o ensaio de resistência ao desgaste no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 58
Figura 4.32. Resultados da relação de forma após o ensaio de resistência ao desgaste no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 59
Figura 4.33. Resultados da angularidade após o ensaio de resistência ao desgaste no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 59
Figura 4.34. Resultados da textura superficial após o ensaio de resistência ao desgaste no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 60
Figura 4.35. Resultados de resistência ao choque no estado inicial, 5 e 30 ciclos, para o material
em estudo.................................................................................................................................. 61
Figura 4.36. Caracterização granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência ao choque
para 5 e 30 ciclos. ..................................................................................................................... 61
Figura 4.37. Resultados da esfericidade após o ensaio de resistência ao choque no estado inicial,
5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ................................................................................. 62
Figura 4.38. Resultados da relação de forma após o ensaio de resistência ao choque no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 62
xv
Figura 4.39. Resultados da angularidade após o ensaio de resistência ao choque no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 63
Figura 4.40. Resultados da textura superficial após o ensaio de resistência ao choque no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo. ..................................................................... 63
xvi
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
SÍMBOLOS
Letras Latinas
xvii
RI Resistência à intempérie
A Área do topo do corpo de prova
m Porcentagem de material mais fino que a peneira de 75 μm
P Força máxima de ruptura
T Resistência ao choque
V Volume do recipiente
Letras Gregas
xviii
Avaliação da Influência do Intemperismo nas Propriedades Morfológicas de um Lastro Ferroviário
1 INTRODUÇÃO
O modo ferroviário é um dos elementos fundamentais para fomentar uma nova dinâmica
no transporte nacional de cargas, devido a sua grande capacidade de transporte e, por prover
um planejamento logístico eficiente, quando atrelado à multimodalidade (CNT, 2011). É
indicado para o transporte de grandes volumes de carga a longas distâncias, por se tratar de um
transporte econômico e seguro, quando comparado aos demais modos (CNT, 2013; PAULA,
2016). Assim, observando as características geográficas e econômicas do Brasil, caracterizada
pela produção de commodities, cujo escoamento demanda o deslocamento por longas
distâncias, a exploração do sistema ferroviário desempenha papel fundamental na economia do
país (CNT, 2011).
Nesse sentido, para comportar o carregamento e proporcionar um tráfego eficiente, a
ferrovia é constituída por diversos elementos, tais como: material rodante, trilhos, dormentes,
lastro, sublastro e subleito (NABAIS, 2014). Destes, o lastro é um dos principais, sendo o
responsável por suportar as tensões provenientes dos dormentes e distribuir para as camadas
subjacentes, além de facilitar a drenagem da via, assegurando durabilidade, segurança e
conforto à via permanente (NABAIS, 2014). Dessa forma, o agregado que compõe a camada
de lastro deve resistir aos esforços transmitidos, ter elasticidade para dissipar os choques,
possuir resistência às intempéries, e, ser formado por material de baixa porosidade e pouco
permeável.
Os agregados são materiais granulares, que não possuem forma ou volume definidos,
sendo amplamente utilizado em obras de engenharia. Devido às suas dimensões e propriedades,
esse é um componente predominante de diversos materiais e estruturas, tais como revestimento
asfáltico, lastro ferroviário, concreto e filtros (CAVALCANTI; PARAHYBA, 2012;
DIÓGENES, 2018). A utilização dos agregados na constituição do lastro ferroviário, faz com
que os mesmos fiquem expostos e sujeitos à ação constante de intempéries, fazendo com que,
os estudos envolvendo alterabilidade sejam tão essenciais, quanto os de caracterização
geomecânicas dos materiais (REMÉDIO, 2017). Assim, a resistência e a durabilidade do
agregado podem se alterar, em decorrência da intensidade do intemperismo sofrido
(REMÉDIO, 2017), tal que essas alterações se manifestam pela desagregação e pela
decomposição do agregado.
A desagregação consiste em um mecanismo físico, que ocasiona no agregado a perda de
coesão e, a decomposição de um mecanismo físico-químico, que implica em modificações na
natureza dos minerais de forma progressiva (REMÉDIO, 2017). Ambas as alterações
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nas primeiras ferrovias, os trilhos, que formavam a via permanente, eram firmados em
uma base rígida composta por maciços rochosos e apresentavam sérios problemas, dentre os
quais, a falta de nivelamento e a vida útil, tanto da própria via quanto dos equipamentos
utilizados nas fases de construção e manutenção. Logo, percebeu-se a necessidade de uma base
resiliente, capaz de absorver os impactos decorrentes das solicitações dos trens, que
possibilitasse a conservação do nivelamento da via, a transmissão dos esforços e de cargas, de
forma uniforme ao solo, que fornecesse estabilidade lateral e longitudinal à pista, e, que
permitisse drenagem eficaz do sistema (CLAISSE; CALLA, 2006; DIÓGENES, 2016).
Até a década de 1970, uma variedade de materiais foi utilizada como lastro, junto com
rocha. Sendo que, para a seleção dos materiais da camada de lastro, o custo e a disponibilidade
eram tidos como fatores mais importantes, onde qualquer material disponível localmente e
barato era utilizado.
Atualmente, a camada de lastro é formada de agregados oriundo da britagem de rocha
nobre, resistente, com esqueleto granulométrico permeável, de preferência com pouca alteração
pelos agentes atmosféricos e químicos (baixa alterabilidade), consumida em grandes volumes,
de custo elevado e, em alguns locais, de difícil obtenção (DIÓGENES, 2016).
Camada formada por material granular, o lastro é localizado acima do sublastro ou,
imediatamente, sobre o subleito. De acordo com Klincevicius (2011), as principais funções do
lastro são:
Conforme a ABNT NBR 5564 (2021), a graduação do material que compõe a camada de
lastro deve permitir o escoamento da água e evitar o excesso de finos, visto que maiores
quantidade de finos influenciam na permeabilidade e na rigidez do lastro. Assim, a graduação
do lastro deve ser verificada de acordo com a ABNT NBR 17054 (2022), como mostra a Tabela
2.1, levando em consideração o preenchimento de vazios, para assegurar a distribuição
uniforme de cargas.
Tabela 2.1. Distribuição granulométrica do lastro ferroviário, estabelecida pela norma brasileira
(ABNT NBR 5564, 2021).
Lado da malha da peneira de acordo com Porcentagem em massa acumulada
a ABNT NBR NM ISO 3310-1 (%)
Mm Padrão A Padrão B
63,5 0-0 0 – 10
38,0 30 - 65 40 – 75
De acordo com VALEC (2018), o lastro deve ser constituído de fragmentos duros, densos,
resistentes e duráveis, com granulometria adequada e composição homogênea. As
especificações das faixas granulométricas, estabelecidas pela norma, utilizam como
fundamentação técnica as disposições da norma ABNT NBR 5564 e, como complementação
desta, as normas da AREMA, na sua última revisão existente, além de critérios julgados
cabíveis pela própria instituição.
Segundo AREMA (2013), a graduação do material que forma a camada de lastro deve
fornecer suporte uniforme para a os trilos e dormentes, proporcionar drenagem adequada e, ao
mesmo tempo, facilitar a manutenção da via. Diante disso, a distribuição granulométrica
preferencialmente utilizada em lastro, são uniforme, como pode ser observado na Figura 2.2,
onde são expressas as graduações recomendadas pela AREMA (2013) e pela ABNT NBR 5564
Figura 2.2. Limites granulométricos para vias principais das normas AREMA (2013 e ABNT NBR
5564 (2011).
Tabela 2.2. Valores limites para algumas propriedades de agregados utilizados em lastros ferroviários.
Valor
Característica ABNT (Calcário) VALEC
Calcítico Dolomítico (Calcário)
Cúbica Cúbica -
Forma média das partículas
15% 15% 10%
Partículas não cúbicas (máximo)
2600 kg/m³ 2650 kg/m³ 2400 kg/m³
Massa específica aparente (mínima)
2,00% 2,00% 1,00%
Absorção de água (máxima)
2% 2% 1%
Porosidade aparente (máxima)
10% 10% 5%
Resistência à intempérie (máxima)
Resistência ao choque (índice de tenacidade
25% 25% 20%
Treton máximo) а
Teor de fragmentos macios e friáveis
5% 5% 5%
máximo а
1% 1% 1%
Material pulverulento (máximo)
0,50% 0,50% 0,50%
Torrões de argila (máximo)
1250 kg/m³ 1250 kg/m³ -
Limite de massa unitária no estado solto
Resistência ao desgaste (abrasão Los Angeles
30% 30% 40%
máxima)
NOTA 1 (a) Verificação opcional.
Fonte: ABNT NBR 5564 (2021); VALEC (2018).
No Brasil, costuma-se caracterizar a forma dos agregados para uso em lastro ferroviário
com base em ensaios normatizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
por instituições estrangeiras, como a American Society for Testing and Materials (ASTM).
Segundo a norma ABNT NBR 5564 (2011), a determinação da forma dos fragmentos é
analisada quanto à esfericidade da partícula do agregado, onde a mesma é avaliada diante
relações entre dimensões, perpendiculares entre si, como o comprimento (a), a largura (b) e a
espessura (c) (Figura 2.4). Por meio destas relações, cada partícula é classificada quanto aos
quatro tipos de forma: cúbica, alongada, lamelar ou alongada-lamelar.
Segundo a norma ASTM D4791 (2010), a forma dos agregados é avaliada diante da
relação de largura para espessura, ou proporção de largura para comprimento. Tais relações
permitem que cada partícula seja classificada, quanto aos quatro tipos de forma: não alongada
e não lamelar; alongada; lamelar; e, alongada-lamelar. Sendo que, para composição de lastros
ferroviários deve-se evitar agregados de forma alongada e lamelar.
Nesse sentido, observa-se que a metodologia tradicional utilizada para a caracterização
dessas propriedades apresenta diversas limitações, requer um intenso trabalho manual e não
proporcionam resultados precisos.
Figura 2.5. Aggregate Image Measurement System (a) e agregados sendo testados (b).
A caracterização das propriedades de forma por meio do AIMS foi utilizada por diversos
pesquisados. Cui et al. (2018), avaliaram os efeitos da variedade morfológica de agregados no
comportamento do pavimento asfáltico, e utilizaram do AIMS para quantificar as características
morfológicas dos agregados. Xiao et al. (2018), analisaram a morfologia dos agregados miúdos
e a textura superficial por meio do AIMS.
No entanto, Diógenes (2018), ressalta a limitação do AIMS em relação ao tamanho
suportado das partículas (dimensão máxima de 25,4 mm). Visto isso, ao observar as partículas
de lastro ferroviário, que podem chegar até 63,0 mm, este método se mostra incapaz de realizar
a caracterização do lastro.
equipamento são os seguintes: câmera, funil, bandeja vibratória, luz estroboscópica e o sistema
de análise de dados.
Figura 2.7. Esquema do processo de análise das partículas, no equipamento PartAn3D Maxi.
As vibrações das partículas no alimentador vibratório permitem que elas caiam com
velocidade rotacional, de modo que diferentes orientações das partículas possam ser capturadas
pela câmera na zona de detecção (Figura 2.8). Um arquivo de vídeo do processo de teste e
análise é gravado automaticamente, podendo ser recarregado e analisado posteriormente. A
distribuição das partículas e o resumo dos parâmetros morfológicos para cada partícula são
então calculados e relatados pelo sistema de análise de dados.
Visto que o sistema fornece diversos parâmetros, foram selecionados os que possuem
maior equivalência com as propriedades a serem analisadas, sendo estes parâmetros
apresentados na Tabela 2.3. Está seleção ocorreu através da comparação metodológica e da
revisão bibliográfica em outros estudos.
Figura 2.10. Esquema considerado pelo software para determinação do comprimento, largura e
espessura.
.
Fonte: MICROTRAC (2017).
∑ βn
Angularidade = (2)
𝑛
Área da partícula
Textura Superficial = Área do casco convexo (3)
variam em dimensão de 0,16 a 135 mm, e caracteriza o tamanho, forma, textura superficial e
outras qualidades da partícula (o sistema é capaz de caracterizar mais de 30 parâmetros
morfológicos).
Assim sendo, vale ressaltar a necessidade de observar cada ferrovia pela carga
transportada e o local em que está inserida, tendo em vista, que a depender do tipo de carga e
as características do local a contaminação por outras fontes podem apresentar maior relevância
(SILVA, 2018).
arranjos das partículas, das concentrações de força nas superfícies das partículas e do tratamento
das partículas (TOLPPANEN, 2001).
Segundo Frazão (2007) e Remédio (2017), agregados de diferentes formas e volumes e
diferentes naturezas são amplamente utilizados como material em diversas áreas da engenharia,
sendo a resistência e a durabilidade as principais propriedades para utilização do mesmo, e que
podem se alterar em função do tempo devido a intensidade do intemperismo sofrido. Entende-
se intemperismo como o conjunto de processos físicos e químicos que promovem a degradação
e alteração de um material.
Para Klincevicius (2011), os processos intempéricos físicos e químicos que contribuem
para a degradação do lastro, estão ligados à interação entre os minerais dos agregados e o clima
da região. A degradação devido aos processos mecânicos, como congelamento e degelo, não é
um problema no caso da maior parte das ferrovias brasileiras, visto o clima do país, excetuando-
se o extremo sul do país, porém apenas alguns dias do ano. No entanto, os processos químicos,
que alteram a composição mineral dos agregados, estão relacionados a mineralogia dos grãos,
o grau de exposição à água da chuva, a quantidade de poluição atmosférica e a exposição
climática, logo, é um problema enfrentado pelas ferrovias brasileiras.
Visto isso, a compreensão dos processos intempéricos que afetam estes materiais se
mostra essencial para prever e/ou prevenir o que ocorrerá com o agregado. Para isto, existem
diversos ensaios para simular os processos de intemperismo nos agregados, sendo algum deles
listados abaixo (COSTA, 2007; COSTA et al., 2010):
Além disso, alguns autores utilizaram alguns destes ensaios para mensurar as alterações
dos processos intempéricos nas propriedades do lastro ferroviário.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O esquema apresentado na Figura 3.1 mostra uma visão geral da metodologia que foi
adotada para que o objetivo do trabalho fosse alcançado. Primeiramente, foram realizados os
ensaios de caracterização do material, conforme as especificações da norma ABNT NBR 5564
(2021). Em seguida, realizados os procedimentos de caracterização dos parâmetros
morfológicos com o material em diferentes condições de intemperismo.Estes procedimentos de
caracterização morfológica ocorreram da seguinte maneira: antes e depois da execução do
ensaio de resistência à intempérie, após 5 e 30 ciclos, as amostras foram submetidas aos ensaios
de resistência ao choque (índice de tenacidade Treton) e de resistência ao desgaste (Abrasão
Los Angeles). Ademais, essas as amostras, nas três condições mencionadas, tiveram seus
parâmetros morfológicos caracterizados através do ensaio de análise de imagem dinâmica,
antes e após a realização de cada ensaio.
A análise de imagem dinâmica dos agregados foi realizada por meio do analisador de
partículas dinâmico – PartAn3D Maxi, apresentado na Figura 3.2. Vale ressaltar que todos os
ensaios necessários para concepção deste estudo foram realizados no Laboratório de
Infraestrutura (INFRALAB) da Universidade de Brasília (UNB).
3.1 MATERIAL
Figura 3.3. Pilha de lastro ferroviário em que o material de estudo foi amostrado.
Por último, foram tomadas as massas de material retido em cada uma das peneiras
utilizadas e o fundo do conjunto, onde por meio destes dados foram calculadas as porcentagens
médias, retida e acumulada, em cada peneira; onde foi possível construir a curva granulométrica
do material ensaiado.
O ensaio de caracterização da forma das partículas foi realizado por três métodos
distintos, sendo eles os seguintes: calibre, paquímetro e análise de imagem dinâmica. Visto isso,
foram realizados os seguintes processos descritos nos subtópicos seguintes.
O ensaio de caracterização da forma das partículas pelo método do calibre, descrito pelo
Anexo I da norma ABNT NBR 5564 (2021), foi realizada nas amostras de lastro ferroviário,
buscando parametrizar e classificar os agregados quanto a sua forma. Neste método, cada umas
das partículas são ensaiadas no equipamento de calibre, conforme apresentado na Figura 3.6,
Por último, foram calculadas as quantidade e porcentagens de partículas que ocupam cada
classificação segundo as especificações da norma ABNT NBR 5564 (2021).
Figura 3.7. Dimensões da partícula de agregado a serem medidas (a) e o paquímetro utilizado (b).
Msec
ρa = M (4)
sat −Msub
M −M
ηa = M sat−M sec × 100 (5)
sat sub
Msat − Msec
αa = × 100 (6)
Msec
mi − mf
m= × 100 (7)
mi
A norma ABNT NBR 7218 (2010) especifica o ensaio para determinação do teor de argila
em torrões e materiais friáveis. Neste ensaio, a massa a ser ensaiada foi definida de acordo com
os intervalos granulométricos do material, conforme apresentado na Tabela 3.2.
Tabela 3.3. Peneiras para separação das partículas de argila e materiais friáveis das partículas.
Intervalos granulométricos ensaiados
Abertura das peneiras
(mm)
≥ 1,18 e < 4,75 600 μm
≥ 4,75 e < 9,5 2,36 mm
≥ 9,5 e < 19,0 4,75 mm
≥ 19 e < 37,5 4,75 mm
≥ 37,5 4,75 mm
Fonte: ABNT NBR 7218 (2010).
O teor de argila em torrões e materiais friáveis (mt ) de cada intervalo granulométrico foi
calculado pela Equação 8, e o teor de argila em torrões e materiais friáveis da amostra total pela
média ponderada destes intervalos.
m1 − m2
mt = × 100 (8)
m1
O Método C da norma ABNT NBR 16972 (2021) descreve o ensaio para determinação
da massa unitária no estado solto. Para realização deste ensaio foi necessário a utilização de um
recipiente que atenda as especificações apresentadas na Tabela 3.4, estabelecidas de acordo
com a dimensão máxima característica dos agregados ensaiados.
mar − mr
ρap = (9)
V
O ensaio de resistência ao desgaste solicitado pela norma ABNT NBR 5564 (2021) trata-
se do ensaio de abrasão Los Angeles, estabelecido pela norma ABNT NBR 16974 (2022). Para
realização deste ensaio a massa da amostra, as esferas de aço e o número de rotações necessárias
foram definidas de acordo com a graduação do material ensaiado.
Após a separação deste material, o mesmo foi pesado obtendo assim sua massa (mse ).
Em seguida, a amostra foi colocada no interior da máquina de abrasão Los Angeles, juntamente
com as esferas de aço e em sequência, foram realizadas as rotações. Ao encerrar as rotações
necessárias, os materiais passaram na peneira com abertura de malha de 1,7 mm, onde o
material retido na peneira foi lavado e secado em estufa. Por fim, foi determinada a massa de
amostra retida (mre ), e calculada a porcentagem de perda de massa por abrasão (Pa ) pela
Equação (10).
mse − mre
Pa = × 100 (10)
mse
O ensaio de resistência ao choque, regido pelo Anexo E da norma ABNT 5564 (2021),
utiliza do aparelho Treton para determinar a resistência ao choque do agregado de lastro. Neste
ensaio, os corpos de prova foram escolhidos da fração passante na peneira de 19 mm e retidos
na peneira de 16 mm, formados por 60 fragmentos, separados em três conjuntos de 20
fragmentos cada. Posteriormente, os corpos de prova foram pesados, com intuito de determinar
suas massas iniciais (min ). Em seguida, no aparelho Treton, os corpos de prova foram
submetidos a dez choques provocados por queda livre em 380 mm de uma massa de 16 kg. O
material obtido do procedimento anterior foi lavado em água corrente na peneira de 1,7 mm e
seco em estufa. Após resfriado, foi determinado a massa final (mfi ) do corpo de prova.
Por fim, foi calculada a resistência ao choque dos três conjuntos de fragmentos pela
Equação 11, onde a média aritmética dos três conjuntos representa a resistência ao choque total
da amostra.
min − mfi
T= mfi
× 100 (11)
Especificado pelo Anexo C da norma ABNT NBR 5564 (2021), o ensaio de determinação
da resistência à intempérie busca avaliar a perda em massa do lastro ferroviário ao ataque
químico. Para realização deste ensaio foram preparadas amostras de acordo com suas
respectivas frações, onde os mesmos foram submersos em uma solução de sulfato de sódio
(Figura 3.9a), previamente preparada conforme o Anexo C da norma ABNT NBR 5564 (2021),
por no mínimo 16 horas. Em sequência, os corpos de prova foram retirados da imersão e
colocados na estufa por no mínimo 2 horas (Figura 3.9b). Sendo que, este procedimento de
saturação na solução de sulfato de sódio e secagem na estufa foram realizados por 5 vezes
(ciclos).
Figura 3.9. Ensaio de resistência à intempérie: imersão na solução de sulfato de sódio (a) e secagem
em estufa (b).
Além disso, a cada ciclo do ensaio foram realizadas avaliações qualitativas das amostras,
efetuando análises visuais das partículas. Por último, após os 5 ciclos foi calculado a resistência
à intempérie (R I ) pela relação entre o peso inicial (mi ) e o peso final (mf ) dos corpos de prova
ensaiados (Equação 12).
mi − mf
RI = × 100 (12)
mi
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A caracterização das propriedades físicas dos agregados, por meio das especificações da
norma ABNT NBR 5564 (2021), está apresentada na Tabela 4.1. Observa-se que, o material
utilizado na pesquisa atende todas as premissas estabelecidas pela norma, exceto pela
composição granulométrica que não atendeu aos limites exigidos.
4.1.1 Granulometria
tradicional, assim como pelo método de análise de imagens dinâmica. Conforme mencionado
anteriormente, foram separadas três amostra para realização do ensaio de granulometria, sendo
elas com os respectivos pesos, 31,1 kg, 27,8 kg e 28,9 kg.
Figura 4.2. Curva granulométrica dos agregados em estudo, pelo método convencional.
100%
90% NBR - Padrão A
80% NBR - Padrão A
70% Amostra 1
60% Amostra 2
Passante
Amostra 3
50%
Média
40%
30%
20%
10%
0%
10 100
Abertura da peneira (mm)
Figura 4.3. Curva granulométrica dos agregados em estudo, pelo método de análise de imagem
dinâmica.
Passante
Passante
Passante
100%
90%
80%
70%
60%
Passante
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10 100
Abertura da peneira (mm)
outro material disponível, optou-se em dar continuidade no estudo com este material. Vale
destacar que ambos os métodos apresentaram resultados similares para as curvas
granulométricas, como pode ser observado na Figura 4.3.
Além disso, ao se comparar os tempos necessários para realizar a caracterização
granulométrica (Tabela 4.2), desconsiderando o tempo gasto em estufa que se mantém igual
para ambos os métodos, o tempo gasto pelo método de análise de imagem dinâmica mostrou-
se muito inferior ao método convencional, uma redução de cerca de 95% no tempo gasto para
caracterização. Desse modo, recomenda-se considerar a aplicação deste método para
caracterização granulométrica, tanto para lastro ferroviário quanto para os outros agregados.
Tabela 4.2. Tempo gasto para realização do processo caracterização dos por cada método.
Tempo necessário
Método de ensaio
(min/amostra)
Peneiramento manual 360
Análise de imagem Dinâmica 20
Fonte: Autor (2022).
A Figura 4.4 expõe os resultados dos ensaios de forma das partículas, executado conforme
descrito na norma ABNT NBR 5564 (2021), pelos métodos do calibre, paquímetro e análise de
imagem dinâmica. Os valores encontrados foram próximos para os três métodos citados,
obtendo as seguintes porcentagens para partículas não cúbicas, 10,0%, 13,0% e 10,0%, para os
respectivos métodos, calibre, paquímetro e análise de imagem dinâmica. De acordo com as
especificações da norma ABNT NBR 5564 (2021), a porcentagem de partículas não cúbicas
deve ser inferior a 15,0%. Desta maneira, o material atende as especificações da norma pelos
três métodos aplicados.
Vale mencionar que os ensaios de forma das partículas, pelos métodos do calibre e análise
de imagem dinâmica, foram realizados para três amostras, já pelo método do paquímetro apenas
para uma única amostra, visto o tempo limitado de pesquisa.
Destaca-se que o método de análise de imagem dinâmica apresentou resultado próximos
aos ensaios que são utilizados, atualmente, para caracterização da forma das partículas.
Ademais, os tempos gastos pelos três métodos mencionados anteriormente foram avaliados,
conforme apresentado na Tabela 4.3. Os ensaios pelos métodos do paquímetro e calibre
mostraram-se mais onerosos, em comparação ao método de análise de imagem dinâmica que
apresentam uma redução de, aproximadamente, 97% e 96% do tempo gasto para os respectivos
métodos. Visto que, este método possui um procedimento de prática e rápida execução,
futuramente, pode ser considerado sua utilização na realização deste tipo de caracterização.
Figura 4.4. Resultados dos ensaios de forma das partículas, pelos métodos de calibre, paquímetro e
análise de imagem dinâmica.
100%
90%
80%
70%
Partícullas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Análise de Imagem
Calibre Paquímetro
Dinâmica
Não Lamelares e Não Alongadas 90% 87% 90%
Lamelares e Alongadas 0% 0% 0%
Alongadas 3% 2% 2%
Lamelares 7% 11% 8%
Tabela 4.3. Tempo gasto por amostra para realização de cada ensaio de forma.
Tempo necessário
Método de ensaio
(min/amostra)
Calibre 480
Paquímetro 720
Análise de imagem dinâmica 20
Fonte: Autor (2022).
máximo de 2,00%, onde para o material em estudo foi obtido o valor de 0,19%. Visto isso, o
material atende as especificações da norma.
Tabela 4.4. Resultados de massa específica aparente, porosidade aparente e absorção de água, para o
material em estudo.
Dados / Resultados Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Média Desvio P.
Massa seca (kg) 0,23 0,24 0,21 0,23 0,01
Massa submersa (kg) 0,14 0,15 0,14 0,14 0,01
Massa saturada (kg) 0,23 0,24 0,21 0,23 0,01
Massa específica aparente (kg/m³) 2717,36 2749,57 2714,61 2727,18 19,44
Porosidade aparente (%) 0,38 0,51 0,66 0,52 0,14
Absorção de água (%) 0,14 0,19 0,25 0,19 0,05
Fonte: Autor (2022).
A Tabela 4.5 apresenta os resultados obtidos para três amostras no ensaio de determinação
de material pulverulento, realizado de acordo com os procedimentos apresentados pela norma
ABNT NBR 16973 (2021). De acordo com as especificações da norma ABNT NBR 5564
(2021), o teor de material mais fino que peneira de 75 μm deve ser de no máximo 1,0%. O
material em estudo apresentou o valor de 0,074%, atendendo o limite especificado pela norma.
O ensaio de torrões de argila foi realizado para três amostras, com base nos procedimentos
descritos na norma ABNT NBR 7218 (2010). De acordo com a especificação da norma ABNT
5564 (2021), os torrões de argila devem ser de no máximo 0,50%. Os resultados obtidos para
as três amostras ensaiadas estão apresentados na Tabela 4.6, sendo o valor médio de torrões de
argila de 0,07%. Visto isso, o material em estudo atendente as especificações.
A Tabela 4.7 apresenta os resultados obtidos para três amostras para o limite de massa
unitária no estado solto, realizado de acordo com as especificações do Método C da norma
ABNT NBR 16972 (2021) e avaliado segundo o limite apresentado pela norma ABNT NBR
5564 (2021). O valor médio obtido foi de 1.444,2 kg/m³, atendendo os limites especificados
pela norma brasileira.
Tabela 4.7. Resultado do limite de massa unitária no estado solto, para o material em estudo.
Dados / Resultados Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Média Desvio P.
Massa do recipiente vazio (kg) 18,304 18,304 18,304 18,304 -
Massa do recipiente com o agregado (kg) 65,448 65,891 65,131 65,490 0,382
Volume do recipiente (m³) 0,033 0,033 0,033 0,033 -
Massa unitária no estado solto (kg/m³) 1442,923 1456,482 1433,221 1444,209 11,684
Fonte: Autor (2022).
A caracterização das propriedades mecânicas dos agregados, por meio das especificações
da norma ABNT NBR 5564 (2021), está exposta na Tabela 4.8. Observa-se que, o material
utilizado na pesquisa atende todas as premissas estabelecidas pela norma brasileira.
O ensaio de resistência ao desgaste (abrasão Los Angeles) foi realizada segundo a norma
ABNT NBR 16974 (2022). A Figura 4.5 apresenta a amostra antes da realização do ensaio
(Figura 4.5a), o equipamento utilizado (Figura 4.5b) e a amostra após a realização do ensaio
(Figura 4.5c). Onde o material enquadrou-se na graduação F, sendo submetido a 1.000 rotações
com 12 esferas de 5.000 g.
Figura 4.5. Ensaio de resistência ao desgaste: amostra antes do ensaio (a), equipamento de Abrasão
Los Angeles (b) e amostra após o ensaio (c).
A Tabela 4.9 expões os resultados alcançados para três amostras no ensaio de resistência
ao desgaste. Segundo a especificação da norma ABNT NBR 5564 (2021), o material deve ter a
perda de massa por abrasão máxima de 30,0%. O material de lastro em estudo apresentou uma
perde de massa por abrasão média de 17,0%, atendendo as especificações da norma.
Tabela 4.9. Resultado de resistência ao desgaste no estado inicial, para o material em estudo.
Dados / Resultados Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Média Desvio P.
Massa inicial seca (g) 10054,4 10011,0 10038,4 10034,6 21,9
Massa pós desgaste (g) 8385,5 8307,7 8301,9 8331,7 46,7
Perda de massa por abrasão (%) 16,6 17,0 17,3 17,0 0,4
Fonte: Autor (2022).
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0 10 20 30 40 50 60
Abertura da peneira (mm)
Após a realização do ensaio de abrasão Los Angeles, as relações de forma das partículas
exibem comportamento semelhantes, onde os agregados miúdos gerados pela quebra
apresentam a forma menos cúbica (relação de forma mais próxima de 0) em comparação aos
agregados da fração graúdo que tornaram-se mais cúbicos (relação de forma mais próxima de
1), conforme pode ser observado na Figura 4.7. De maneira similar, a esfericidade apresentou
grandes variações, mostrando um aumento significativo nesta propriedade na fração graúda dos
agregados (Figura 4.8), demostrando que o processo de desgaste tornou esta parcela do material
mais esféricas. Destaca-se que está alteração pode ser observada, principalmente, nos agregados
maiores, frações de 19,0 à 37,5 mm.
Figura 4.7. Comparação dos resultados de relação de forma (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência ao desgaste.
0.50
Espessura/Comprimeto
0.40
0.30
1,70 4,75 12,50 19,00 25,00 37,50
Agregado
Agregado graúdo
miúdo
Pré Los Angeles - - - - 0.451 0.452
Pós Los Angeles 0.395 0.414 0.446 0.460 0.497 0.502
Retido - Abertura da peneira (mm)
0.75
Largura/Comprimeto
0.70
0.65
1,70 4,75 12,50 19,00 25,00 37,50
Agregado
Agregado graúdo
miúdo
Pré Los Angeles - - - - 0.717 0.680
Pós Los Angeles 0.685 0.675 0.672 0.707 0.726 0.718
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.8. Comparação dos resultados de esfericidade (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência ao desgaste.
0.95
Esfericidade
0.90
0.85
1,70 4,75 12,50 19,00 25,00 37,50
Agregado
Agregado graúdo
miúdo
Pré Los Angeles - - - - 0.903 0.901
Pós Los Angeles 0.908 0.905 0.913 0.925 0.934 0.937
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.9. Comparação dos resultados de angularidade (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência ao desgaste.
60
Angularidade
35
10
1,70 4,75 12,50 19,00 25,00 37,50
Agregado
Agregado graúdo
miúdo
Pré Los Angeles - - - - 16.301 14.643
Pós Los Angeles 55.359 33.285 21.619 17.184 14.161 12.033
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.10. Comparação dos resultados de textura superficial (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência ao desgaste.
1.00
Textura superficial
0.95
0.90
1,70 4,75 12,50 19,00 25,00 37,50
Agregado
Agregado graúdo
miúdo
Pré Los Angeles - - - - 0.970 0.970
Pós Los Angeles 0.981 0.976 0.978 0.984 0.985 0.986
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.11. Ensaio de resistência ao choque: amostra antes do ensaio e equipamento Treton (a), e
amostra após o ensaio (b).
De acordo com a especificação da norma ABNT NBR 5564 (2021), o material deve
apresentar uma perda de massa por choque máxima de 25%. O material de lastro ferroviário
em estudo apontou uma perda de massa por choque média de 4,22%, atendendo aos critérios
da norma.
Tabela 4.10. Resultado de resistência ao choque no estado inicial, para o material em estudo.
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0 5 10 15 20 25
Abertura da peneira (mm)
Figura 4.13. Comparação dos resultados de esfericidade (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência ao choque.
0.95
Esfericidade
0.90
0.85
1,70 4,75 12,50 16,00
Agregado miúdo Agregado graúdo
Pré Treton 0.00 0.00 0.00 0.93
Pós Treton 0.86 0.85 0.90 0.92
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.14. Comparação dos resultados de relação de forma (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência ao choque.
0.80
Largura/Comprimeto
0.70
0.60
1,70 4,75 12,50 16,00
Agregado miúdo Agregado graúdo
Pré Treton - - - 0.74
Pós Treton 0.62 0.61 0.72 0.71
Retido - Abertura da peneira (mm)
0.60
Espessura/Comprimeto
0.40
0.20
1,70 4,75 12,50 16,00
Agregado miúdo Agregado graúdo
Pré Treton 0.00 0.00 0.00 0.54
Pós Treton 0.28 0.29 0.44 0.50
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.15. Comparação dos resultados de angularidade (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência ao choque.
65
Angularidade
40
15
2 5 13 16
Agregado miúdo Agregado graúdo
Pré Treton - - - 18
Pós Treton 58 36 25 20
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.16. Comparação dos resultados de textura superficial (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência ao choque.
1.00
Textura superficial
0.95
0.90
1,70 4,75 12,50 16,00
Agregado miúdo Agregado graúdo
Pré Treton - - - 0.98
Pós Treton 0.97 0.95 0.97 0.97
Retido - Abertura da peneira (mm)
Tabela 4.11. Resultado de resistência à intempérie no estado inicial, para o material em estudo.
70%
60%
Passante
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10 20 30 40 50 60
Abertura da peneira (mm)
Figura 4.18. Comparação dos resultados de esfericidade (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência à intempérie.
0.91
Esfericidade
0.89
0.87
0.85
12.5 19.0 25.0 37.5
Pré Intempérie 0.90 0.90 0.89 0.90
Pós intempérie 0.89 0.90 0.90 0.90
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.19. Comparação dos resultados de relação de forma (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência à intempérie.
0.70
Largura/Comprimento
0.68
0.65
12.50 19.00 25.00 37.5
Pré Intempérie 0.68 0.66 0.66 0.695
Pós intempérie 0.67 0.66 0.66 0.694
Retido - Abertura da peneira (mm)
0.50
Espessura/Comprimento
0.45
0.40
0.35
12.50 19.00 25.00 37.5
Pré Intempérie 0.40 0.42 0.43 0.471
Pós intempérie 0.39 0.42 0.44 0.462
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.20. Comparação dos resultados de angularidade (por fração), antes e depois do ensaio de
resistência à intempérie.
25
Angularidade
20
15
12.5 19.0 25.0 37.5
Pré Intempérie 21 19 18 15
Pós intempérie 21 19 17 15
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.21. Comparação dos resultados de textura superficial (por fração), antes e depois do ensaio
de resistência à intempérie.
Textura superficial
0.97
0.95
12.50 19.00 25.00 37.5
Pré Intempérie 0.97 0.97 0.97 0.968
Pós intempérie 0.97 0.97 0.97 0.968
Retido - Abertura da peneira (mm)
Figura 4.22. Resultados de resistência à intempérie aos 5 e 30 ciclos, para o material em estudo.
5.0%
30 ciclos; 4.2%
4.5%
4.0%
Resistência à intempérie
3.5%
3.0%
2.5%
2.0%
1.5%
5 ciclos; 0.5%
1.0%
0.5%
0.0%
5 ciclos 30 ciclos
Destaca-se a variação observada entre as três amostras ensaiadas até os 30 ciclos, que
pode ser justificada principalmente pela presença de alguns agregados de terrosos presentes na
amostra 3, conforme apresentado na Figura 4.23. Este tipo de material apresenta menor
resistência à intempérie, em comparação ao material em estudo, ocasionando está redução na
resistência desta amostra.
Esta alta resistência à intempérie do material de lastro ferroviário em estudo, obteve
reflexo na caracterização morfológicas dos agregados. Onde, após a realização dos 30 ciclos do
ensaio de resistência à intempérie, as propriedades de esfericidade, angularidade e textura
superficial não sofreram alterações consideráveis que pudessem ser associadas à ação do ensaio
de resistência à intempérie.
Destaca-se neste ensaio de resistência à intempérie, que a distribuição granulométrica não
sofreu alterações significativas que pudessem ser atribuídas à ação da solução de sulfato de
sódio, como pode ser observado na Figura 4.24.
Figura 4.24. Distribuição granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência à intempérie para 5 e
30 ciclos.
100%
90% Pré intempérie (5 ciclos)
Pós intempérie (5 ciclos)
80%
Pré intempérie (30 ciclos)
70%
Pós intempérie (30 ciclos)
60%
Passante
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Abertura da peneira (mm)
As Figuras 4.25, 4.26, 4.27 e 4.28 apresenta os resultados obtidos para as propriedades
de esfericidade, relação de forma, angularidade e textura superficial, respectivamente; antes e
após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência à intempérie. Aponte-se que as pequenas variações
apresentadas entre as curvas são devido aos desvios ocasionados pelo procedimento de
amostragem.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.75 0.80 0.85 0.90 0.95 1.00
Esfericidade
Figura 4.26. Resultados da relação de forma antes e após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência à
intempérie, para o material em estudo.
100% 100%
90% 90%
80% 80%
70% 70%
Partículas
Partículas
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
0.00 0.30 0.60 0.90 0.10 0.30 0.50 0.70
Largura/Comprimento Espessura/Comprimento
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Angularidade
Figura 4.28. Resultados da textura superficial antes e após 5 e 30 ciclos do ensaio de resistência à
intempérie, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.90 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.96 0.97 0.98 0.99 1.00
Textura superfícial
O ensaio de resistência ao desgaste (abrasão Los Angeles) foi realizada de acordo com a
norma ABNT NBR 16974 (2022), utilizando os agregados submetidos a 5 e 30 ciclos de
imersão na solução de sulfato de sódio e secagem em estufa. A Figura 4.29 apresenta os
resultados obtidos para as amostras submetidas ao ensaio de resistência ao desgaste, nos três
estados (inicial, após 5 ciclos e após 30 ciclos), afim de comparar as possíveis mudanças.
Conforme já mencionado, o material deve ter a perda de massa por abrasão máxima de
30,0%, para atender os critérios da norma ABNT NBR 5564 (2021). O material de lastro em
estudo, submetido a 5 e 30 ciclos de envelhecimento artificial, obteve uma perde de massa por
abrasão média de 16,5 e 17,8%, respectivamente, ambos atendendo as especificações da norma.
Figura 4.29. Resultados de resistência ao desgaste no estado inicial, e após 5 e 30 ciclos, para o
material em estudo.
20.0% Inicial; 17.0% 5 ciclos; 16.5% 30 ciclos; 17.8%
18.0%
16.0%
Resistência ao desgaste
14.0%
12.0%
10.0%
8.0%
6.0%
4.0%
2.0%
0.0%
Inicial 5 ciclos 30 ciclos
Figura 4.30. Caracterização granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência ao desgaste para 5
e 30 ciclos.
100%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0 10 20 30 40 50 60
Abertura da peneira (mm)
Figura 4.31. Resultados da esfericidade após o ensaio de resistência ao desgaste no estado inicial, 5 e
30 ciclos, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.75 0.80 0.85 0.90 0.95 1.00
Esfericidade
Figura 4.32. Resultados da relação de forma após o ensaio de resistência ao desgaste no estado inicial,
5 e 30 ciclos, para o material em estudo.
100% 100%
90% 90%
80% 80%
70% 70%
Partículas
Partículas
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
0.30 0.50 0.70 0.90 0.10 0.30 0.50 0.70
Largura/Comprimento Espessura/Comprimento
Figura 4.33. Resultados da angularidade após o ensaio de resistência ao desgaste no estado inicial, 5 e
30 ciclos, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0
Angularidade
No geral, observa-se que não houve influência significativa dos ciclos de envelhecimento
artificial nas propriedades morfológicas dos agregados. Visto que, os materiais em estado
inicial e após 5 e 30 ciclos, submetidos ao ensaio de abrasão Los Angeles, apresentaram
resultados similares para as propriedades de esfericidade, relação de forma, angularidade e
textura superficial. A baixa alteração destas propriedades pode ser justificada, principalmente,
pela alta resistência à intempérie apresentada pelo agregado em estudo.
Figura 4.34. Resultados da textura superficial após o ensaio de resistência ao desgaste no estado
inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.90 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.96 0.97 0.98 0.99 1.00
Textura superfícial
Figura 4.35. Resultados de resistência ao choque no estado inicial, 5 e 30 ciclos, para o material em
estudo.
10.00%
9.00%
8.00%
Resistência ao choque
7.00%
30 ciclos; 5.47%
6.00%
5 ciclos; 4.07%
5.00% 0 ciclos; 4.22%
4.00%
3.00%
2.00%
1.00%
0.00%
0 ciclos 5 ciclos 30 ciclos
Figura 4.36. Caracterização granulométrica, antes e depois do ensaio de resistência ao choque para 5 e
30 ciclos.
100%
Pré Treton (Média)
90%
Pós Treton (0 ciclos)
80%
Pós Treton (5 ciclos)
70%
Pós Treton (30 ciclos)
60%
Peneiras
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0 5 10 15 20 25
Abertura da peneira (mm)
Figura 4.37. Resultados da esfericidade após o ensaio de resistência ao choque no estado inicial, 5 e
30 ciclos, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.70 0.75 0.80 0.85 0.90 0.95 1.00
Esfericidade
Figura 4.38. Resultados da relação de forma após o ensaio de resistência ao choque no estado inicial,
5 e 30 ciclos, para o material em estudo.
100% 100%
90% 90%
80% 80%
70% 70%
Partículas
Partículas
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
0.2 0.4 0.6 0.8 0.10 0.30 0.50 0.70
Largura/Comprimento Espessura/Comprimento
Figura 4.39. Resultados da angularidade após o ensaio de resistência ao choque no estado inicial, 5 e
30 ciclos, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0
Angularidade
Figura 4.40. Resultados da textura superficial após o ensaio de resistência ao choque no estado inicial,
5 e 30 ciclos, para o material em estudo.
100%
90%
80%
70%
Partículas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0.85 0.87 0.89 0.91 0.93 0.95 0.97 0.99
Textura superfícial
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Janeiro, 2021.
ABNT NBR 16972: Agregados – Determinação da massa unitária e do índice de vazios. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2021.
ABNT NBR 16973: Agregados – Determinação do material fino que passa pela peneira de 75 μm
por lavagem. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2021.
ABNT NBR 16974: Agregados graúdo – Ensaio de abrasão Los Angeles. Associação Brasileira de
Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2022.
ABNT NBR 17054: Agregados – Determinação da composição granulométrica – Método de ensaio.
Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2022.
ABNT NBR 5564: Via Férrea – Lastro-Padrão – Requisitos e Métodos de Ensaio. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2014.
ABNT NBR 5564: Via Férrea – Lastro-Padrão – Requisitos e Métodos de Ensaio. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 2021.
ABNT NBR 7218: Agregados – Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis.
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