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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MINAS

LUCAS RAFAEL DELCICO REZENDE

AVALIAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE PERFURAÇÃO E


DESMONTE NO PLANO DE FOGO DA MINERAÇÃO AURA
APOENA

CUIABÁ
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MINAS

AVALIAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE PERFURAÇÃO E


DESMONTE NO PLANO DE FOGO DA MINERAÇÃO AURA
APOENA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação em
Engenharia de Minas da Universidade
Federal de Mato Grosso como requisito
parcial para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia de Minas.

Orientador: Prof. Me. Pedro Henrique


Neuppmann

CUIABÁ – MT
2021

2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)
R467a Rezende, Lucas Rafael Delcico
Avaliação das operações de perfuração e desmonte no plano de
fogo da mineração Aura Apoena. / Lucas Rafael Delcico Rezende.
-- Cuiabá, MT, 2021.

49, p.

Orientador(a): Prof. Me. Pedro Henrique Neuppmann

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de


Minas) - Campus Universitário de Várzea Grande. Universidade
Federal de Mato Grosso.

1. Minério de ouro - extração. 2. Modelagem matemática de


Kuz-Ram. 3. Recuperação por amalgamação. 4. Desmonte de
rochas. I. Neuppmann, Pedro Henrique. II. Título.
CDU 622.2

Bibliotecário(a) Alex Almeida CRB 11.853


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

REGISTRO DE REUNIÃO

                                              ATA DE DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Nome do Aluno: Lucas Rafael Delcico Rezende

Data da defesa: 10/09/2021

Local: Sala Virtual: https://meet.google.com/oqm-bnqo-idi?authuser=0&hl=pt_BR e


https://meet.google.com/azb-evdy-cvs?hl=pt_BR

Hora de início: 13:27h                                                         Hora de fim: 14:58h

Banca examinadora:

Orientador Prof. Me. Pedro Henrique Neuppmann

Membro Prof. Dr. Eduardo Carlos Alexandrina

Membro Prof. Me. Carlos Eduardo Domingues da Mata

Membro Prof. Me. Lorrana Dias Ferreira

Título da monografia: “Avaliação das Operações de Perfuração e Desmonte no Plano de Fogo da


Mineração Aura Apoena”

Em sessão pública, após exposição de cerca de 34 minutos, o candidato foi arguido oralmente pelos membros
da banca tendo como resultado:

( ) Aprovação por unanimidade sem exigências;

(X) Aprovação condicionada ao atendimento das exigências constantes na folha de modificações no


prazo fixado pela banca de 20 (vinte) dias corridos;

( ) Reprovação;

e a nota 9,35 foi atribuída ao trabalho.

Na forma regulamentar foi lavrada a presente ata que é assinada abaixo pelos membros da banca na ordem
acima determinada e pelo aluno.

                                                                     

                                                                                                                                      Cuiabá - MT, 10 de
setembro de 2021.

Orientador Prof. Me. Pedro Henrique Neuppmann


Membro Prof. Dr. Eduardo Carlos Alexandrina
Membro Prof. Me. Carlos Eduardo Domingues da Mata
Membro Prof. Me. Lorrana Dias Ferreira
Discente Lucas Rafael Delcico Rezende
Docente da disciplina de TCC Mônica Aragona

                          

                                                         CORREÇÕES DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Nome do Aluno: Lucas Rafael Delcico Rezende

A banca examinadora condicionou a aprovação do Trabalho de Conclusão de Curso às seguintes correções:

As correções estão contidas nos manuscritos de defesa corrigidos pelos membros da banca e encaminhados
à docente da disciplina e ao discente.

O prazo para o cumprimento é de 20 (vinte) dias corridos, sendo o orientador o responsável pela
verificação do atendimento às exigências da banca.

                                                                                                                                          Cuiabá - MT, 10 de
setembro de 2021.

Documento assinado eletronicamente por EDUARDO CARLOS ALEXANDRINA, Docente da


Universidade Federal de Mato Grosso, em 29/09/2021, às 13:01, conforme horário oficial de
Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por LORRANA DIAS FERREIRA, Usuário Externo, em


30/09/2021, às 13:43, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por MONICA ARAGONA, Docente da Universidade Federal de


Mato Grosso, em 01/10/2021, às 08:38, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art.
6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por LUCAS RAFAEL DELCICO REZENDE, Usuário Externo, em
05/10/2021, às 09:10, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por CARLOS EDUARDO DOMINGUES DA MATA, Docente da


Universidade Federal de Mato Grosso, em 05/10/2021, às 14:06, conforme horário oficial de
Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por PEDRO HENRIQUE NEUPPMANN, Docente da


Universidade Federal de Mato Grosso, em 08/10/2021, às 13:34, conforme horário oficial de
Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site


http://sei.ufmt.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 3947497 e
o código CRC D5566D73.

Referência: Processo nº 23108.080478/2021-45 SEI nº 3947497


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por tudo que me proporcionou até hoje em minha vida e o que
ainda está por vir.

Agradeço aos meus pais, Odemir e Luzia, por terem sido a peça fundamental
nessa jornada, sem eles não seria possivel a conclusão desse sonho. Sempre
me apoiando e incentivando em todos os momentos nessa caminhada. Jamais
poderei recompensa-los por tudo o que fizeram comigo. Meu amor e gratidão
eterno a eles.

Aos meus irmãos Jéssyca, Mateus e Ana por todo o apoio dado e pela
participação durante esse grande passo em minha vida.

Agradeço a todos os meus amigos pelos bons momentos que passamos, dentro
e fora da universidade, pela troca de experiências e por todo apoio durante esta
jornada. Espero carregar esta amizade com vocês por muito tempo. Não cito
seus nomes por correr o risco de ser injusto com os que posso esquecer.

Ao meu orientador, supervisor e companheiro, Pedro Neuppmann, pelo incentivo


durante o curso e pela oportunidade concedida de trabalhar ao seu lado desde
2019 até o TCC, obrigado por todas as dicas e conversas - e paciência comigo -
que de alguma forma me ensinaram muito ao longo desta jornada.

Aos mestres pelos ensinamentos. A Universidade Federal de Mato Grosso por


todo o apoio oferecido durante a minha formação como engenheiro de minas.

A banca presente que está avaliando e propondo sugestões para a excelência


desse trabalho.

Ao grupo Aura Apoena e toda sua equipe, principalmente o coordenador de


operações da mina Sebastião Fernandes, pelo apoio e grande contribuição no
desenvolvimento deste projeto do início ao fim. Espero que este trabalho seja útil
e leve resultados positivos para empresa.

Por fim, obrigado a todos vocês! A sensação é de dever cumprido.

3
RESUMO
Este trabalho utilizou a modelagem matemática de Kuz-Ram, avaliando as
variações de parâmetros no plano de fogo considerando desmontes já
realizados. A extração do minério de ouro na mineradora tem tido como resposta
ao desmonte a presença de blocos de rochas, comumente chamados de
matacos, em alta proporção, forçando o uso de rompedores hidráulicos ou
desmontes secundários com uso de explosivos, elevando de forma imprevista
os custos da operação. Para a obtenção de uma boa fragmentação do maciço,
com características que sejam compatíveis com a produção e com os
equipamentos disponíveis na empresa, - principalmente o britador primário que
recebe o material da forma como foi desmontado - o plano de fogo a ser utilizado
deve ser bem definido. Neste fundamento, esta monografia objetiva a otimizar
os resultados dos desmontes pela mineradora, procurando analisar os
resultados da fragmentação do maciço, variando-se os parâmetros do plano de
fogo para um mesmo maciço rochoso, com o objetivo de se obter parâmetros de
avaliação de sua granulometria e analisar a melhor fragmentação possível para
a situação da mineradora.

Palavras chaves: Kuz-Ram, plano de fogo, fragmentação, desmonte secundário

4
ABSTRACT
This work used the Kuz-Ram mathematical modeling, evaluating the parameter
variations in the fire plane considering blasts already carried out. The extraction
of gold ore in the mining company has had, as a response to blasting, the
presence of blocks of rock, commonly called boulders, in high proportion, forcing
the use of hydraulic breakers or secondary blasting with the use of explosives,
unexpectedly raising costs of the operation. In order to obtain a good
fragmentation of the massif, with characteristics that are compatible with the
production and with the equipment available at the company, - especially the
primary crusher that receives the material as it was disassembled - the fire plan
to be used must be well defined. On this basis, this monograph aims to optimize
the results of blasting by the mining company, seeking to analyze the results of
mass fragmentation, varying the parameters of the fire plane for the same rock
mass, in order to obtain parameters for evaluating its granulometry and analyze
the best possible fragmentation for the mining company's situation.

Keywords: Kuz-Ram, fire plane, fragmentation, secondary blast

5
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Gráfico percentual de energia nas operações unitárias .................... 13


Figura 2. Mapa de Localização ........................................................................ 14
Figura 3. Parâmetros de um plano de fogo. ..................................................... 17
Figura 4. Exemplos de tipos de malhas de perfuração .................................... 19
Figura 5. Sequenciamento da metodologia adotada ........................................ 28
Figura 8. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 1 .......................... 36
Figura 9. Curva Granulométrica Real x Sugestão 1 ......................................... 37
Figura 10. Comparativo percentual da razão de carga .................................... 37
Figura 11. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 2 ........................ 39
Figura 12. Curva Granulométrica Real x Sugestão 2 ....................................... 40
Figura 15. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 4 ........................ 45
Figura 16. Curvas granulométricas Real x Sugestão 4......................................45

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1. Tabela de classificação geomecânicas para obtenção do fator de


rocha .............................................................................................................. 255
Tabela 1. Dados de entrada do plano de fogo ..................................................29
Tabela 2. Dados de entrada dos parâmetros do explosivo ............................... 30
Tabela 3. Classificações Geomecânicas ............................... ...........................31
Tabela 4. Análise Kuz-Ram ............................... ...............................................32
Tabela 5. Dados do Plano de Fogo fornecidos pela Aura Apoena.....................33
Tabela 6. Dados Kuz-Ram do plano de fogo da Aura Apoena...........................33
Tabela 7. Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 1................ .............35
Tabela 8. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 1................ .......................35
Tabela 9. Dados de entrada de litologia da rocha - Sugestão 1................ ........35
Tabela 10. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 1................ ........ ................ ........36
Tabela 11.Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 2.............. . .............38
Tabela 12. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 2.......................... ...........38
Tabela 13. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 2..................................................39
Tabela 14. Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 3............................41
Tabela 15. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 3......................................41
Tabela 16. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 3......................... .........................42
Tabela 17. Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 4............................44
Tabela 18. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 4......................................44
Tabela 19. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 4..................................................45

7
LISTA DE EQUAÇÕES

Eq. 1 Afastamento .......................................................................................... 20


Eq. 2 Espaçamento ........................................................................................ 20
Eq. 3 Subperfuração ....................................................................................... 21
Eq. 4 Profundidade do Furo ............................................................................ 21
Eq. 5 Tampão ................................................................................................. 21
Eq. 6 Razão de Carregamento em g/m3 ........................................................ 22
Eq. 7 Razão de Carregamento em g/t ............................................................ 22
Eq. 8 Fator de Rocha ...................................................................................... 25
Eq. 9 Equação de Tidman .............................................................................. 26
Eq. 10 Equação de Kuznetsov........................................................................ 26
Eq. 11. Indice de Uniformidade de Cunnigham .............................................. 27
Eq. 12 Equação de Rosin-Rammler ............................................................... 27

8
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 10
1.1. OBJETIVOS ........................................................................................ 12
1.1.1. Objetivo Geral ..................................................................................... 12
1.1.2. Objetivos Específicos.......................................................................... 12
1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................. 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................ 14
2.1. Mineração Aura Apoena...................................................................... 14
2.2. Desmonte de Rochas .......................................................................... 14
2.3. Desmonte com Explosivos .................................................................. 15
2.4. Explosivos ........................................................................................... 15
2.5. Desmontes secundários ...................................................................... 16
2.6. Plano de Fogo ..................................................................................... 16
2.6.1. Parâmetros do Plano de Fogo ............................................................ 18
2.6.1.9. Razão de Carga ou Razão de Carregamento .................................. 22
2.7. Mecanismos de Ruptura das Rochas por Explosivos ......................... 22
2.8. Modelo de Fragmentação Kuz-Ram.................................................... 24
3. METODOLOGIA ................................................................................. 28
4.0. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................... 33
5.0. CONCLUSÃO ........................................................................................ 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 48

9
1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios a vida do homem está ligada à dependência dos


recursos minerais tanto para a fabricação de utensílios como até mesmo seu
habitat, por meio de cavernas, grutas e abrigos naturais. Os primeiros seres
humanos tinham uma vida nômade, indo sempre em busca de locais com solos
férteis e ricos em minerais, desta forma garantindo seu desenvolvimento de
maneira sustentável (CAVADAS, 2012).
De todas as atividades humanas e econômicas, é impossível encontrar
qualquer atividade do dia-a-dia que não esteja rodeada por produtos que
surgiram da mineração, seja no desenvolvimento da engenharia e tecnologia ou
na construção civil de moradias, empreendimentos, lugares e cidades. Tudo que
se conhece hoje na cadeia produtiva do homem teve como base a extração de
minérios.
Para remover, modificar e transformar os recursos minerais para serem
usados na indústria, existe um fluxo de operações técnicas interligadas entre si,
que deve ser meticulosamente estudados e planejados, de modo que, um
empreendimento mineiro tenha uma otimização em seus processos, uma boa
produção e custos operacionais reduzidos.
Dentro de todo o ciclo de operações, a fase inicial da extração de minérios
dá-se por meio da execução de perfuração e desmonte. A operação de
perfuração de um maciço rochoso irá conduzir à primeira fase de qualidade do
desmonte anterior a detonação. Deve-se assegurar que os furos sejam
efetivamente desenvolvidos de acordo com o plano de fogo, mantendo todos os
parâmetros que foram pré-estabelecidos. O tamanho da malha, o grau de
inclinação e retilinidade dos furos são condições iniciais para um fogo de
sucesso.
A transformação dos corpos minerais de dimensões monumentais em
pequenos pedaços de rocha, para facilitar o transporte por caminhões ou
correias transportadoras, vem do processo de fragmentação da rocha. Existem
diferentes técnicas de fragmentação de maciços rochosos, desta forma, cabe ao
responsável técnico da mina encontrar o método correto de aplicação do
desmonte em sua lavra.

10
No estudo deste caso, o método adotado pela mineradora Aura Apoena é
o desmonte de rochas com uso de explosivos. Esse método é amplamente
utilizado nas mineradoras do Brasil e vem sendo empregado na mineração
desde o século XVII, sendo a maneira mais eficiente de fragmentar rochas, em
termos de custos e de energia.
O sucesso ou insucesso de um desmonte de rochas com explosivos,
influencia diretamente em todas as etapas subsequentes de carregamento,
transporte e britagem primária, podendo elevar ou reduzir os custos operacionais
destas etapas. Em vista disso, faz-se necessário o correto dimensionamento dos
parâmetros do plano de fogo, como afastamento, espaçamento e diâmetro dos
furos. De acordo com Lopes (2020), esses parâmetros, conhecidos como
variáveis controláveis, associados aos conhecimentos geomecânicos e
estrutural do maciço se fazem necessários para a determinação da orientação e
inclinação dos furos, assim como para a adequada escolha do explosivo, de
forma a evitar problemas como oversizes, overbreaks, underbreaks e danos ao
maciço remanescente.
Em função do exposto acima, este trabalho busca indicar melhorias no
plano de fogo da mineração de ouro Aura Apoena. Através do modelo
matemático Kuz-Ram, desenvolvido por Cunningham (1983), propõe-se neste
trabalho encontrar um plano de fogo ideal, com intuito de reduzir a formação de
matacos e o uso de rompedores hidráulicos, transtorno esse que vem afetando
os custos operacionais dentro da mineradora. Busca-se, com isso, o melhor
resultado possível na extração da rocha para beneficiamento do minério e,
posteriormente, a comercialização do produto proveniente dos processos de
britagem e moagem.

11
1.1. OBJETIVOS
1.1.1. Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo melhorar a fragmentação do material e
otimizar os recursos da Mineradora Aura Apoena. Através do modelo
matemático de Kuz-Ram, será proposto um plano de fogo ótimo que acarrete a
redução da quantidade de matacos, consequentemente, minimizando o uso do
rompedor hidráulico e da realização de desmontes secundários com explosivos
na mineradora.

1.1.2. Objetivos Específicos


 Analisar o plano de fogo adotado pela empresa;
 Aplicar o modelo empírico de Kuz-Ram para simulação de fragmentação;
 Avaliar a eficiência de fragmentação a partir da aplicação do método de
Kuz-Ram;
 Avaliar o grau de fragmentação a partir da análise da curva
granulométrica;
 Propor melhorias ao plano de fogo de modo a reduzir a quantidade de
matacos que estão sendo gerados na mineradora atualmente.

1.2. JUSTIFICATIVA
Um processo de mineração é gerenciado por uma cadeia de operações
diretamente interligadas e o resultado de cada etapa ditará como a operação
subsequente se comportará a partir da anterior. No topo dessa cadeia de
operações, têm-se a primeira fase de cominuição de rochas, a perfuração e
desmonte, procedimento fundamental para a maioria dos empreendimentos
mineiros.
O resultado de um desmonte de rochas é o primeiro procedimento que
influencia os custos das operações unitárias subsequentes: carregamento,
transporte, britagem, moagem e concentração. Hoje, o consumo de energia
elétrica representa um dos maiores custos dentro de um empreendimento
mineral, principalmente nas etapas de fragmentação. Portanto, reduzir estes
custos através de um melhor aproveitamento da energia utilizada na

12
fragmentação, promove porcentagens significativas na redução de custos
financeiros para o empreendedor.
Apesar de possuir despesas elevadas, a perfuração e desmonte,
comparada a outras operações, representam a menor porcentagem em custos
energéticos. Os percentuais do consumo energético dentro da um
empreendimento mineiro pode ser representado graficamente (Figura 1).

Figura 1. Gráfico percentual de energia nas operações unitárias


Fonte: Adaptado de CEEC the future (2019).

5%
5%

23%

67%

Moagem Carregamento e Transporte Concentração Perfuração e Desmonte

Posto isto, é possível observar o quão pouco a operação de


perfuração e desmonte representa dentro do todo. Desta forma, elevar
os custos de um plano de fogo para obter uma fragmentação ótima,
podem proporcionar um ganho de produção, aumentar a vida útil de
equipamentos e revestimentos, além de fazer com que as etapas
posteriores economizem energia com a cominuição.

13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Mineração Aura Apoena
A mineradora Aura Apoena, localizada no município de Pontes e Lacerda
– MT e fica à distância de 432 km da capital Cuiabá (Figura 2). Pertencente ao
grupo Aura Minerals, a Mineração Aura Apoena iniciou suas atividades no
município em junho de 2016, quando concluiu a aquisição da mina de ouro
Ernesto/Pau-a-Pique que pertencia à Serra da Borda Mineração e Metalurgia
(SBMM), subsidiária da Yamana Gold. Hoje é considerada uma das maiores
mineradoras do Estado de Mato Grosso no setor de extração de ouro. Prova
disso, é o fechamento anual de 2020, cuja produção foi de 71.643 onças de ouro.

Figura 2. Mapa de Localização

Fonte: Google Maps (2021).

2.2. Desmonte de Rochas

O desmonte de rochas consiste na fragmentação e desagregação de um


maciço rochoso previamente existente. Esse é alcançado introduzindo tensões
no terreno, aos quais, quando superiores às tensões de ruptura do material,
originam o seu fraturamento e consequente desagregação (GOMES, 2016). É a
etapa inicial do processo de extração até o beneficiamento mineral, uma
operação complexa e uma das principais responsáveis pelos custos da lavra de
uma mina e dos custos globais de uma mineradora. O desmonte pode ocorrer

14
de forma mecânica quando o material se apresenta friável na superfície ou com
a utilização de explosivos, como é o caso analisado neste trabalho.

2.3. Desmonte com Explosivos


O desmonte de rochas com uso de explosivos é amplamente utilizado em
minas a céu aberto no Brasil e no mundo, dado que este método é o que
apresenta a melhor fragmentação e a melhor viabilidade em termos de custos e
energia.
O objetivo essencial da utilização de um explosivo na retirada de rocha
consiste no fato dele possuir uma energia química concentrada, situada num
lugar apropriado e em quantidade suficiente, liberada de modo controlado no
tempo e no espaço, para poder alcançar a fragmentação do material rochoso
(IGME, 1987).
Para que o desmonte seja eficaz e a fragmentação do material resultante
seja adequada, é importante conhecer um vasto conjunto de fatores que incluem
as propriedades físicas das rochas, os parâmetros da perfuração e as
características do explosivo (CORREIA, 2011).
Desta forma, todo o procedimento de extração de rochas com uso de
explosivos torna fundamental a importância da presença de um responsável
técnico que possua conhecimento e esteja legalmente habilitado para realizar o
plano de fogo e conduzir a aplicação dos explosivos.

2.4. Explosivos
Explosivos são substâncias ou misturas em qualquer estado físico que,
quando são submetidas a uma causa térmica ou mecânica suficientemente
energética (calor, atrito, impacto etc.), se transformam, total ou parcialmente, em
gases, tendo como consequência um aumento repentino de pressão em um
intervalo de tempo muito curto, desprendendo uma considerável quantidade de
calor (SILVA, 2019). Alguns fatores devem ser levados em consideração na
seleção do explosivo, tais como:
 Dureza da rocha (dura, média ou branda);
 Tipo de rocha (ígnea, metamórfica ou sedimentar);
 Natureza da rocha (homogênea ou fraturada);

15
 Presença de água;
 Diâmetro dos furos;
 Região a que se destina (carga de fundo ou carga de coluna);
 Custo.

2.5. Desmontes secundários


A fragmentação inapropriada impacta na produção à medida em que se
produzem materiais maiores que as especificações dos equipamentos. Por
exemplo, nos britadores primários, quando a alimentação com rochas, cuja a
dimensão é maior que o equipamento, geram gargalos que, desta forma,
prejudicam a produção e o revestimento do equipamento. Similarmente, quando
há geração de material muito fino torna problemático o processo de
carregamento e transporte, pois demanda mais tempo para a realização de
carregamento do material para a caçamba do caminhão, prejudicando
novamente a produção e o tempo de ciclo dos equipamentos, pois, certamente
nesta situação, ocorrem filas entre os caminhões. Os fragmentos de dimensões
superiores ao porte de equipamentos da empresa, causam transtorno para
serem escavados, transportados e processados, portanto, devem ser tratados
como ineficiência do processo desta forma, devem ser remanejados para fora da
área de carregamento ou ser refragmentados por desmontes secundários.
Desmonte secundário representa atraso, aumento de custos e de dificuldades,
se comparado ao desmonte de rotina (SCOOT et al, 1996). Blocos ou matacões
remanescentes do desmonte primário são separados na operação de
carregamento e passarão pelo processo de fragmentação novamente, seja pelo
uso de um rompedor hidráulico ou com o uso de explosivos pelo método de
fogacho. Este, consiste na perfuração na porção central dos blocos,
posteriormente é preenchido com explosivos, geralmente com a razão de carga
na faixa de 0,075 a 0,110 kg/m3.

2.6. Plano de Fogo


Para Silva (2019), o plano de fogo deve ser calculado de forma rigorosa,
contudo deve ser ensaiado in situ e ajustado, caso necessário, em função dos

16
resultados obtidos, pois convém ter em conta que os maciços são heterogêneos
e cada caso constitui, por si só, um caso único.
A escolha do plano de fogo ideal deve ser ajustada de acordo com o porte
dos equipamentos da empresa que está efetuando o desmonte. Na lavra, o plano
de fogo deve ser elaborado de forma que atenda ao porte dos equipamentos da
perfuração, carregamento e transporte disponíveis. Já para a planta de
processamento mineral, o plano de fogo deve ser adequado para o tamanho da
boca do britador primário. Como abordado por Ricardo e Catalani (2007), de
nada adianta um plano de fogo bem executado e com baixo custo de explosivos
e de furação que não obedeça às necessidades da planta.
As variáveis consideradas fundamentais para o cálculo de um plano de
fogo são:
 Altura da bancada;
 Diâmetro do furo;
 Inclinação dos furos;
 Afastamento;
 Espaçamento;
 Tampão;
 Razão de carga.

Figura 3. Parâmetros de um plano de fogo.

Fonte: Silva (2019).

17
Suas disposições em uma bancada podem ser observadas abaixo (Figura 3).

2.6.1. Parâmetros do Plano de Fogo


2.6.1.1. Altura da Bancada
A escolha adequada da altura da bancada é de extrema importância para
o êxito da escavação, sendo um dos fatores que interferem no resultado da
fragmentação. Ela também determina o plano de fogo proposto para uma
determinada frente de lavra, no qual, por exemplo, podemos ter o aumento do
desvio de perfuração quando aumentamos a altura da bancada, comprometendo
a distribuição energética (FERREIRA, 2017).
De acordo com Ricardo e Catalani, (2007), a altura da bancada pode
chegar até 20 metros; entretanto, em minas de grande porte costuma-se mantê-
la em 15 metros, sendo que, em minas de pequeno porte pode chegar a 8
metros. A altura da bancada deve ser relacionada com o porte dos equipamentos
de perfuração, carga e transporte.

2.6.1.2. Diâmetro do Furo


Segundo Geraldi (2011), o diâmetro da perfuração a ser empregado está
relacionado com a malha utilizada. Quanto maior o diâmetro do furo, maior
poderá ser a área da malha de perfuração, atingindo assim, em uma menor
quantidade de furos, maior porção de material desmontado.
Contudo, como abordado por Silva (2019), no momento da escolha do
diâmetro da perfuração, deve-se levar em conta que os custos de perfuração são
significativos. Portanto, ao planejar o diâmetro dos furos é preciso analisar os
seguintes fatores: características do maciço rochoso, grau de fragmentação
requerido, limitações no nível de vibração e redução da sobrefraturação do
maciço remanescente.
Com base no diâmetro de perfuração, os desmontes em bancadas podem
ser classificados em:
 Desmontes de pequeno diâmetro: diâmetro entre 2 ½” e 6 ½”;
 Desmontes de grande diâmetro: diâmetro entre 7” e 18”.

18
2.6.1.3. Malha de Perfuração
Define-se como malha de perfuração a área resultante do produto das
distâncias (em metros) adotadas para a locação dos furos em uma frente de
escavação de rocha (GERALDI, 2011):

S (malha em m²) = A (afastamento) x E (espaçamento)

Segundo Morais (2004), a malha de perfuração apresenta uma grande


variação, dependendo do diâmetro de perfuração, das propriedades da rocha e
dos explosivos, do grau de fragmentação e lançamento requeridos e da altura
da bancada.
Segundo Silva (2009), a geometria das malhas de perfuração pode ser
quadrada, retangular, estagiada, triângulo equilátero ou malha alongada (Fig. 4).

Figura 4. Exemplos de tipos de malhas de perfuração

Fonte: Costa e Silva (2009).

 Malhas quadradas ou retangulares: por conta de seu formato, levam


menos tempo no ciclo de perfuração, pois o deslocamento furo a furo é
mais fácil. Ainda segundo Silva (2009), em alguns casos, as malhas
retangulares, por apresentarem espaçamento maior que o afastamento,
podem gerar ultralançamentos.
 Malha estagiada: devido à sua geometria de furos alternados, o ciclo de
perfuração leva mais tempo, por conta do deslocamento furo a furo, porém
possui melhor distribuição do explosivo no maciço rochoso.

19
 Malha triângulo equilátero: são malhas estagiadas que dispõem a relação
E (espaçamento) / A (afastamento) = 1,15. São indicadas para rochas
compactas e duras e possuem ótima distribuição da energia do explosivo
no furo.

2.6.1.4. Afastamento
Para Silva (2019), de todas as dimensões de um plano de fogo, o
afastamento é a mais crítica. Corresponde à menor distância que vai do furo à
face livre da bancada ou a menor distância de uma linha de furos a outra.
Ricardo e Catalani (2007) explicam que desvios que ocorrem pelas
perfurações resultam em um valor de afastamento no pé da bancada maior ou
menor que o valor de afastamento no topo da bancada, ocasionando má
distribuição de explosivos ao longo do maciço rochoso, contribuindo para gerar
diversos problemas operacionais como uma fragmentação grosseira,
fragmentação extremamente fina, ultralançamentos entre outros.
Diversos autores propuseram fórmulas e condições de análises para o
cálculo do afastamento. Na opinião de Silva (2019), uma fórmula empírica e
bastante útil para o seu cálculo, para diâmetros de até 5” (127 mm), é expressada
pela Eq. 1.

𝐴 = 0,0123 ∗ 2 ∗ + 1,5 ∗ 𝑑𝑒 (Eq. 1)

Em que:
A = afastamento;
𝜌𝑒 = densidade do explosivo (g/cm3);
𝜌𝑟 = densidade da rocha (g/cm3) ou (t/m3);
𝑑𝑒 = diâmetro do explosivo (mm).

2.6.1.5. Espaçamento
Segundo Geraldi (2011), o espaçamento é definido como a distância em
metros entre os furos de uma linha do fogo. A relação prática para seu
dimensionamento está ligada diretamente ao afastamento (A).
𝐸 = 1,3 ∗ 𝐴 (Eq. 2)

20
2.6.1.6. Subperfuração
A subperfuração é a extensão do furo, que ultrapassa a altura da bancada
ou linha de greide. A necessidade de subperfuração ocorre a fim de se evitar a
formação de repés ou engasgamento da rocha no pé da bancada. A remoção
destes repés dá-se por meio de desmontes secundários, levando à perda de
produção, maior consumo de explosivos, desgaste excessivo de brocas e
aumento de custos. A subperfuração pode ser calculada por:
𝑆 = 0,3 ∗ 𝐴 (Eq. 3)

2.6.1.7. Profundidade do Furo


É o comprimento total perfurado que, devido à inclinação do furo e à
subperfuração, será maior que a altura da bancada. O comprimento do furo
aumenta com a inclinação, entretanto diminui a subperfuração (SILVA, 2019). O
cálculo da profundidade é realizado através da seguinte expressão:

𝐻𝑓 = + 1− ∗𝑆 (Eq. 4)
( )

Em que:
HF = profundidade do furo;
HB = altura da bancada;
α = ângulo de inclinação dos furos
S = subperfuração

2.6.1.8. Tampão
É a parte superior da perfuração não é preenchida com explosivo, mas
carregada com material inerte tal como areia seca, pó de pedra e/ou brita. O
tampão tem a função de confinar os gases produzidos no momento do desmonte.
O confinamento adequado desses gases é de suma importância, pois garante a
eficácia do explosivo, além de controlar a sobrepressão atmosférica (RICARDO;
CATALANI, 2007). A altura do tampão é calculada através da seguinte equação:
𝑆 = 0,7 ∗ 𝐴 (Eq. 5)

21
2.6.1.9. Razão de Carga ou Razão de Carregamento
A razão de carregamento, ou consumo específico de explosivo, é a
quantidade de explosivos a ser utilizada por metro cúbico de rocha a desmontar
em uma detonação. Teoricamente, quanto maior a razão de carga em utilização,
maior será a fragmentação da rocha, se a malha for projetada corretamente. Esta
relação também se aplica à projeção da pilha de rocha detonada que se formará
na frente da bancada, pois quanto maior a razão de carga, maior será a projeção
da rocha detonada (GERALDI, 2011).
A razão de carga normalmente é expressa em g/m3 ou g/t, e pode ser
calculada a partir das seguintes expressões (MORAIS, 2004):

𝑅𝑐 = , 𝑒𝑚 𝑔/𝑚 (Eq. 6)

𝑅𝑐 = , 𝑒𝑚 𝑔/𝑡 (Eq. 7)
Onde:
Rc = razão de carregamento;
Qe = massa do explosivo em kg por furo;
A = afastamento;
E = espaçamento;
H = altura da bancada;
d = densidade da rocha em g/cm3.

2.7. Mecanismos de Ruptura das Rochas por Explosivos


De acordo com Silva (2019), a finalidade do desmonte de rochas por
explosivo é reduzir a rocha em vários fragmentos menores para que possam ser
escavados, transportados e britados pelos equipamentos disponíveis. Para isso,
são necessários quatros fatores:
 Fragmentação suficiente;
 Deslocamento, movimentação e lançamento da pilha;
 Redução dos problemas ambientais;
 Mínimo de dano ao maciço remanescente.

22
Durante a fragmentação, a rocha fica submetida à duas ações, a primeira
sucede logo após a detonação, que é quando ocorre o forte impacto em um curto
período de tempo, já a segunda é causada pela atuação dos gases gerados, que
surgem devido à alta temperatura e pressão com a liberação da energia
termoquímica dos explosivos.
O processo de fragmentações das rochas passa por 5 mecanismos de
ruptura, sendo eles:
 Detonação:
A detonação é o primeiro estágio de fragmentação de uma rocha – os
componentes de um explosivo consistem, geralmente, de um óleo e uma
combinação oxidante que, após a detonação, são convertidos em alta pressão e
alta temperatura de gases. A pressão na frente de detonação é da ordem de 1
GPa a 28 GPa, e a temperatura da ordem de 1600ºC a 3900ºC (MORAIS, 2004).

 Propagação das ondas de choque:


Segundo Langefors (1973 apud Morais, 2004), imediatamente após a fase
de detonação, ocorre a propagação das ondas de choque através da massa
rochosa. Essas ondas de choque se propagam com velocidades entre 2000 a
7000 m/s, dependendo da litologia da rocha e do explosivo utilizando, gerando
uma rápida expansão dos gases que impactam a parede do furo. Na sequência,
a onda de choque pode sofrer reflexões a partir de superfícies livres (face da
bancada ou planos de descontinuidade existentes na rocha). Para Silva (2019),
quando a onda de choque de compressão alcança uma superfície livre, são
geradas uma onda de tração e outra de cisalhamento. A onda de tração causa
os fissuramentos e faz a rocha se romper na superfície livre.

 Teoria da reflexão das ondas de choque:


A teoria da reflexão das ondas de choque baseia-se no fato de que a rocha
é sempre menos resistente à tração do que à compressão. A resistência à tração
é cerca de 10 a 15 vezes menor que a resistência à compressão. O pulso da
tensão compressiva, gerado pela detonação de uma carga explosiva, move-se
através da rocha em todas as direções com uma amplitude decrescente. Este
pulso é refletido na face livre e é convertido em uma tensão de tração, que

23
progride de volta ao ponto de origem, criando fraturas de tração no maciço
rochoso (MORAIS, 2004).

 Pressão dos gases:


Após a passagem da onda de choque, a pressão dos gases causa um
campo de tensão quase estático ao redor do furo. Durante ou após a formação
das fraturas radiais pela componente tangencial da onda de tração, os gases
começam a expandir-se e penetrar nas fraturas. As rachaduras radiais
estendem-se sob a influência da concentração de tensões nos extremos das
mesmas. O número e comprimento das fraturas abertas dependem da pressão
dos gases (JIMENO et al., 2003).

 Movimento do maciço rochoso


Em consequência das fases anteriores, a expansão dos gases promove
a movimentação dos blocos, separando-os e proporcionando o lançamento do
material (SILVA, 2012).

2.8. Modelo de Fragmentação Kuz-Ram


A elaboração de uma equação que possa estimar a granulometria
resultante de um desmonte de rochas, a partir dos dados de perfuração, das
propriedades dos explosivos utilizados, do plano de fogo e das características
do maciço foi proposta por diversos autores, entre eles, Kuzram e Lilly (FILHO,
2016).
As propriedades das rochas, as propriedades dos explosivos e as
variáveis geométricas do plano de fogo são combinadas usando cinco equações
que compõem o modelo de fragmentação Kuz-Ram (MORAIS, 2004). São elas:
Fator de Rocha, Equação de Tidman, Equação de Kuznetsov, Índice de
uniformidade de Cunningham e Equação de Rosin-Rammler.

2.8.1. Fator de Rocha


O fator de rocha foi desenvolvido originalmente por Lilly (1986) e
modificada por Cunningham (1987). É usado para ajustar o tamanho médio dos

24
fragmentos baseado no tipo de rocha, direção e mergulho das descontinuidades
com relação à frente livre do desmonte. O fator de rocha A é um índice de
blastabilidade do maciço rochoso (MORAIS, 2004). O fator é obtido através da
equação abaixo:
𝐴 = 0,06 (𝑅𝑀𝐷 + 𝑅𝐷𝐼 + 𝐻𝐹) (Eq. 8)
Sendo: RMD = descrição do maciço rochoso; RDI = índice de densidade
de rocha; HF = fator de dureza. O RMD determina a classificação do
maciço rochoso como friável, fraturado ou compacto.

O fator de rocha é obtido a partir de uma classificação geomecânica


completa (Quadro 1).

Quadro 5. Tabela de classificação geomecânicas para obtenção do fator de rocha

Sigla Descrição Classificação Índice


Friável 10
RMD Maciço Rochoso Fraturado JF
Maciço 50
JF Maciço fraturado JPS+ JPA
< 0,10 m 10
Espaçamento das
JPS 0,10 a MS 20
descontinuidades (m)
MS a DP 50
Oversize da britagem primária
MS
(m)
Parâmetros da malha de
DP
perfuração (m)
Horizontal 10
Mergulhando para fora da
face livre 20
Direção e mergulho com
JPA Direção perpendicular a
relação à face livre
face livre 30
Mergulhando para dentro
da face 40
Influência da densidade
RDI (densidade da rocha intacta, RDI = 25d – 50
3
g/cm )

25
Se E < 50 GPa HF = E/3
HF
Se E> 50 GPa HF = UCS/5
E Módulo de Young (GPa)
Resistência à compressão
UCS
uniaxial (MPa)
Fonte: Adaptado de Morais (2004)

2.8.2. Equação de Tidman


A quantidade de energia liberada pelo explosivo é calculada usando a
equação de Tidman, que foi apresentada na Teoria de detonação do explosivo
(MORAIS, 2004).

𝐸𝑟 = ( ) ∗ 𝑅𝑊𝑆 (Eq.9)
Sendo: ER = energia relativa por massa efetiva do explosivo; VODe =
velocidade de detonação efetiva do explosivo medida em campo (m/s);
VODn = velocidade de detonação nominal do explosivo (m/s); RWS =
energia relativa por massa comparada ao ANFO.

2.8.3. Equação de Kuznetsov


A quantidade de quebra que ocorre com uma conhecida quantidade de
energia de um explosivo pode ser estimada usando a equação de Kuznetsov
(MORAIS, 2004). O diâmetro médio da distribuição (X50) foi definido por
Cunningham em 1987.
, , ,
𝑋50 = 𝐴𝐾 𝑄𝑒 ( ) (Eq.10)
Sendo: X50 = tamanho médio da partícula (cm); A = índice de
blastabilidade (fator da rocha); K = razão de carga (kg/m3); Qe = massa
do explosivo utilizado (kg); ER = energia relativa em massa (RWS) do
explosivo comparada ao ANFO (igual a 100).
2.8.4. Índice de uniformidade de Cunningham
O índice de uniformidade de Cunningham representa a correlação entre
as várias configurações dos planos de fogo e o modelo de fragmentação de
rocha (MORAIS, 2004).

26
,
𝑛 = 2,2 − 14 [ ] 1− 𝑃 (Eq.11)
Sendo: B = afastamento (m); S = espaçamento (m); D = diâmetro do furo
(mm); W = desvio de perfuração (m); L = comprimento total da carga (m);
H = altura do banco (m). Para malha de perfuração quadrada, assume-se
P igual a 1,0 e para malha estagiada assume-se P igual a 1,1.

2.8.5. Equação de Rosin-Rammler


A equação tem o objetivo de determinar a distribuição de tamanho das
partículas da rocha fragmentada que pode ser determinada a partir do tamanho
médio, se o modelo de quebra é conhecido. O tamanho característico é
simplesmente um fator de escala. Se o tamanho característico (Xi) e o índice de
uniformidade (n) são conhecidos, então é possível calcular toda a curva
granulométrica da detonação (MORAIS, 2004).
, ( )
𝑃𝑖 = 100 [1 − 𝑒 ] (Eq.12)
Sendo: XI = tamanho da malha da peneira i (mm); X50 = tamanho médio
da partícula (mm); n = índice de uniformidade (mm); PI = passante no
tamanho XI (%).

27
3. METODOLOGIA
Os dados para realização deste estudo foram fornecidos pela empresa
Aura Apoena, que atua no Estado no seguimento de extração do minério de ouro.
Através de reuniões e contato com alguns membros da empresa, foi feito um
levantamento bibliográfico da litologia da mina, informações dos dados técnicos
dos explosivo e materiais para detonação utilizados e uma análise dos planos de
fogo que já foram executados pela empresa na lavra.
O desenvolvimento do trabalho dá-se por meio da implementação das
cinco equações do modelo matemático Kuz-Ram, conforme foi descrito no tópico
2.8. A partir da execução de simulações em alguns desmontes que já foram
executados pela empresa será gerado uma curva de distribuição granulométrica.
A curva gerada servirá como base para comparação de outras simulações com
parâmetros do plano de fogo pré-selecionadas para que, desta forma, seja
possível realizar uma comparação de fragmentação do material. Essa análise
fornece os preceitos para que, então, seja definida uma malha ideal de desmonte
com redução da quantidade de matacos gerados (Fig 6).

Figura 5. Sequenciamento da metodologia adotada

Modelagem matemática de Kuz-Ram nos


planos de fogo ja executados

Escolha de diferentes cenários para


simulação

Geração da curva granulométrica para


cada cenário gerado

Definição da malha ideal de desmonte

Fonte: Arquivo Pessoal

3.1. Planilhas de Aplicação do Modelo de Kuz-Ram


Para a aplicação do método foram elaboradas planilhas eletrônicas de
inserção de dados através do software Excel 2013. Nas planilhas de inserção
dos dados há células de coloração cinza, cuja função é receber as variáveis de
entrada fornecidas pelo usuário, e há células de coloração amarela, cuja função

28
é apresentar os resultados dos fatores que estão sendo calculados
automaticamente a partir dos dados que foram inseridos nos campos de cor
cinza.
O resultado final permitirá prever o impacto gerado na cominuição quando
se altera determinados parâmetros, substituindo desmontes reais por testes
pilotos.

3.1.1. Planilha 1 – Parâmetros geométricos do plano de fogo


A planilha de parâmetros geométricos (Tabela 7) possui células onde o
usuário vai inserir os dados de acordo com o plano de fogo adotado na lavra. A
princípio, seria adotada as equações 1 e 2 nas células de afastamento e
espaçamento, de forma que o cálculo destes parâmetros fosse realizado
automaticamente. Todavia, essas equações podem variar com as mudanças de
alguns fatores físicos da rocha, como grau de dureza, compressão da rocha ou
até mesmo com a mudança do diâmetro do bit de perfuração. Desta forma, ficou
decidido que essas duas células de entrada serão inseridas de forma livre pelo
usuário.
É de fundamental importância que os dados sejam inseridos nesta
planilha e que estejam condizentes com o plano de fogo adotado na empresa.
Tabela 1. Dados de entrada do plano de fogo
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS - PLANO DE FOGO
Descrição Símbolo Dados Unidade
Altura da Bancada H m
Diâmetro do Furo d mm
Afastamento A m
Espaçamento E m
Comprimento da Carga de Coluna CCc m
Comprimento da Carga de Fundo CCf m
Desvio de Perfuração W m
Volume de Rocha por Furo V 0 m^3
Tipo de Malha: Estagiada (1) ou Quadrada (2) P -

Fonte: Arquivo Pessoal

29
3.1.2. Planilha 2 – Parâmetros do Explosivo
Após o lançamento das variáveis geométrica do plano de fogo, segue para
a inserção dos parâmetros do explosivo, indicadores necessários no cálculo da
Equação de Tidman e do Kuznetsov (Fig 8).

Tabela 2. Dados de entrada dos parâmetros do explosivo

PARÂMETROS EXPLOSIVO - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Densidade do Explosivo da Carga de Coluna ƿCc t/m3
Densidade do Explosivo da Carga de Fundo ƿCf t/m3
Razão linear Carga de Coluna KCc kg/m
Razão Linear Carga de Fundo KCf kg/m
Massa do Explosivo da Carga de Coluna QCc kg/furo
Massa do Explosivo da Carga de Fundo QCf kg/furo
Razão de Carregamento K kg/m3
VOD Efetiva VODe m/s
VOD Nominal VODn m/s
RWS RWS %
Energia por Massa Relativa ao ANFO Er -
Fonte: Arquivo Pessoal

3.1.3. Planilha 3 – Classificação Geomecânicas


Nesta etapa, todas as células serão preenchidas de acordo com as
informações das características geológicas geomecânicas do maciço rochoso
(Fig. 9).

30
Tabela 3. Classificações Geomecânicas
CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICAS - AURA APOENA
Descrição Símbolo Classificação Índice Valores
Friável 10
Classificação do
RMD Fraturado JF
maciço rochoso
Maciço 50

Maciço fraturado JF JPS+JPA

Densidade da rocha d -

Horizontal 10
Mergulhando para fora da face livre 20
Direção e mergulho com relação a face livre JPA -
Direção perpendicular a fáce livre 30
Mergulhando para dentro da face livre 40
<0,10m 10
Espaçamentos das descontinuidades JPS 0,10 a MS 20 -
MS a DP 50

Influência da densidade RDI RDI = 25*d - 50

Se E < 50 Gpa HF = E/3


HF
Se E > 50 Gpa HF = UCS/5
Módulo de Young E -
Resistência a compressão uniaxial UCS -

Fonte: Arquivo Pessoal

3.1.4. Planilha 4 – Planilha Kuz-Ram


Após a alimentação de todas as planilhas, os resultados dos índices base
deste trabalho, que são o índice de uniformidade, fator da rocha, o tamanho
médio dos grãos e a porcentagem passante nas peneiras, serão apontados na
planilha de Kuz-Ram (Fig. 10). Com a planilha de Kuz-Ram preenchida, será
gerado de forma automática ao lado o gráfico da curva granulométrica de acordo
com os dados que estão sendo apresentados.
O valor adotado para abertura das peneiras corresponde ao valor máximo
da abertura do britador primário da empresa, que atualmente é de 68 cm de
abertura.

31
Tabela 4. Análise Kuz-Ram
ANÁLISE KUZ-RAM - MINERAÇÃO AURA APOENA
Índices Simbolo Peneira Unidade Valores
Indice de Uniformidade n - -
Fator da Rocha A - -
Tamanho Médio X50 - cm
1 cm %
2 cm %
3 cm %
4 cm %
5 cm %
6 cm %
7 cm %
s
o
8 cm %

sG

9 cm %
do

10 cm %
ho

15 cm %
an

P
m

20 cm %
Ta
do

25 cm %
o

30 cm %
çã
ui

35 cm %
rib
st

40 cm %
Di

45 cm %
50 cm %
55 cm %
60 cm %
65 cm %
68 cm %

Fonte: Arquivo Pessoal

3.2. Comparação de Dados


Para que haja uma análise comparativa das melhorias que surgirão com
aplicação da modelagem matemática, faz-se necessário que seja inserido na
planilha Kuz-Ram os dados de alguns fogos que já foram realizados na empresa,
que gerarão as curvas granulométricas.
A partir dessas curvas, serão realizados testes com diferentes parâmetros
de afastamento x espaçamento, razão de carga, dimensionamento do tamanho
do furo, até que seja encontrado a malha ideal para aquela determinada
litologia/bancada da mineradora.

32
4.0. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Aplicação Kuz-Ram no plano de fogo da Aura Apoena
Foram realizados o preenchimento das planilhas que foram demonstradas
acima com dados de 4 desmontes já realizados na seção de minério da Aura
Apoena (Fig. 11), dessa forma, foi gerado os valores correspondente às 5
equações que estruturam o modelo matemático de Kuz-Ram (Fig. 12), e também
as curvas granulométricas de cada plano de fogo (Fig. 13).
Tabela 5. Dados do Plano de Fogo fornecidos pela Aura Apoena

PLANO DE FOGO - MINÉRIO


Parâmetros Carga Carga Razão
Furo Afast Espaç Bancada
de fundo de coluna de carga
Fogo
pol m m m m m kgs/tn
Fogo 1
4,0 3,90 4,50 2,50 0,98 0,13 0,08
(Normal)

Fogo 2
4,0 3,45 4,00 2,50 0,86 0,24 0,11
(Denso)

Fogo 3
4,0 3,30 3,80 2,50 0,83 0,58 0,15
(Fechada)

Fogo 4
4,0 3,10 3,60 2,50 0,78 0,63 0,17
(Fechada)

Fonte: Arquivo Pessoal

Tabela 6. Dados Kuz-Ram do plano de fogo da Aura Apoena

Fogo Fogo Fogo Fogo Fogo


Kuz-Ram 1 2 3 4
n 1,99 1,98 1,94 1,96
A 5,34 5,34 5,34 5,34
X50 (cm) 40,33 56,88 46,26 41,85
Er 82,34 82,34 82,34 82,34
% Passante X50 51,28% 53,61% 55,22% 54,90%
% Passante Aber.
44,75% 62,34% 76,77% 83,25%
Máx. Britador
Fonte: Arquivo Pessoal

33
Figura 7. Curvas granulométricas do plano de fogo Aura Apoena

Fogo 1 Fogo 2 Fogo 3 Fogo 4


100,00
90,00
80,00
70,00
% Passante

60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0,01 0,1 1 10 100
mm

Fonte: Arquivo Pessoal


Com a aplicação do método de Kuz-Ram, é possível observar na
simulação dos 4 desmontes já realizados que há uma porcentagem
razoavelmente baixa de fragmentação de rochas. Com base na análise das
porcentagens de granulometria média (X50), das curvas granulométricas e da
porcentagem do material passante no primeiro estágio de britagem, certamente
houve à necessidade de um desmonte secundário no fogo 1, fogo 2 e fogo 3,
visto que, esses 3 desmontes apresentaram porcentagens relativamente baixa
de material passante no britador (menores que 80%), ou seja, grandes
quantidades resultante dessa fragmentação ficaram com granulometria maior
que a abertura máxima do britador primário (68 cm). Não significa que o fogo
número 4 apresenta ótimos resultados, porém, se comparado aos 3 primeiros
esse apresenta uma menor quantidade de custos secundários gerados do
desmonte principal.

4.1.1. Sugestão 1 – Malha ideal


A primeira sugestão de otimização da fragmentação baseia-se no cálculo
da malha ideal conforme é vista em literaturas sobre desmonte de rochas.
Fundamenta-se em encontrar um plano de fogo através das equações
demonstrados na seção 2.6.1. Para tal realização, é necessário somente
algumas informações iniciais como: densidade da rocha, densidade do explosivo
a ser utilizado, diâmetro do bit de perfuração e altura da bancada. Com esses 4
dados repassados pela Aura Apoena foi calculado a malha ideal, e a partir dos
dados obtidos nas planilhas do parâmetro geométrico e parâmetros do explosivo,

34
juntamente com os dados da classificação geomecânica foi encontrado os
resultados da planilha de Kuz-Ram (Tabela xx) e determinado a curva
granulométrica de fragmentação (Fig xx).
Tabela 7. Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 1

PARÂMETROS GEOMÉTRICOS - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Altura da Bancada H 2,5 m
Diâmetro do Furo d 101,6 mm
Afastamento A 3 m
Espaçamento E 2,90 m
Comprimento da Carga de Coluna CCc 0,92 m
Comprimento da Carga de Fundo CCf 0,39 m
Desvio de Perfuração W 0,1 m
Volume de Rocha por Furo V 21,75 m^3
Tipo de Malha: Estagiada (1) ou Quadrada (2) P 2 -
Fonte: Arquivo pessoal.

Tabela 8. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 1


PARÂMETROS EXPLOSIVO - PLANO DE FOGO
Descrição Símbolo Dados Unidade
Densidade do Explosivo da Carga de Coluna ƿCc 1,15 t/m3
Densidade do Explosivo da Carga de Fundo ƿCf 1,15 t/m3
Razão linear Carga de Coluna KCc 9,32 kg/m
Razão Linear Carga de Fundo KCf 9,32 kg/m
Massa do Explosivo da Carga de Coluna QCc 8,57 kg/furo
Massa do Explosivo da Carga de Fundo QCf 3,63 kg/furo
Razão de Carregamento K 0,56 kg/m3
VOD Efetiva VODe 4800 m/s
VOD Nominal VODn 5100 m/s
RWS RWS 93 %
Energia por Massa Relativa ao ANFO Er 82,38 -
Fonte: Arquivo pessoal.
Tabela 9. Dados de entrada de litologia da rocha - Sugestão 1
CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICAS - AURA APOENA
Descrição Símbolo Classificação Índice Valores
Friável 10
Classificação do
RMD Fraturado JF 50
maciço rochoso
Maciço 50

Densidade da rocha d - 2,6

Influência da densidade RDI RDI = 25*d - 50 15

Se E < 50 Gpa HF = E/3


HF 24
Se E > 50 Gpa HF = UCS/5
Módulo de Young E - 55
Resistência a compressão uniaxial UCS - 120
Fonte: Arquivo pessoal.

35
Tabela 10. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 1

ANÁLISE KUZ-RAM - MINERAÇÃO AURA APOENA


Índices Simbolo Peneira Unidade Valores
Indice de Uniformidade n - - 1,99
Fator da Rocha A - - 5,34
Tamanho Médio X50 - cm 15,93
1 cm % 0,28
2 cm % 1,10
3 cm % 2,45
4 cm % 4,31
5 cm % 6,64
6 cm % 9,40
7 cm % 12,57
os
8 cm % 16,07

sG

9 cm % 19,87
do

10 cm % 23,91
ho

15 cm % 45,83
an

P
m

20 cm % 66,29
Ta
do

25 cm % 81,66
o

30 cm % 91,28
çã
ui

35 cm % 96,37
rib
st

40 cm % 98,68
Di

45 cm % 99,58
50 cm % 99,88
55 cm % 99,97
60 cm % 99,99
65 cm % 100,00
68 cm % 100,00
Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 6. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 1

Fonte: Arquivo pessoal

36
Figura 7. Curva Granulométrica Real x Sugestão 1

Fonte: Arquivo pessoal

Analisando os resultados obtidos a partir da determinação da malha ideal,


conforme foi descrito na sugestão 1 é possivel notar resultados satisfatórios de
fragmentação, uma vez que, na abertura máxima do britador primário 100% do
material passaria. Entretanto, como houve um fechamento da malha outros
parâmetros do plano de fogo automaticamente são modificados, por exemplo, a
razão de carga. Realizando uma breve comparação entre a maior razão de carga
utilizada nos dados do plano de fogo que foram fornecidos (Rc = 0,17 kg/ton.) e
a razão de carga calculada a partir da mudança do afastamento e do
espaçamento (Rc = 0,56 kg/ton.), há um aumento significativo de 229% (Fig. Xx).

Figura 8. Comparativo percentual da razão de carga

Aumento Percentual
Razão de Carga Aura Apoena 0,17
Razão de Carga - Sugestão 1 0,56
Aumento % 229%
Fonte: Arquivo pessoal
E como este parâmetro da operação de desmonte de rochas é o mais importante
da ordem econômica, será necessário realizar um estudo de custos interno na
empresa para averiguar se compensa aderir a mudança proposta na sugestão
1, visto que, necessitária realizar mais furos, alocar mais explosivo, contudo, em
questões de fragmentação a mudança geraria bons resultados, eliminando os

37
custos com desmontes secundários se comparado aos desmontes que já foram
realizados na empresa.

4.1.2. Sugestão 2 – Malha 4 m x 4,50 m


Na segunda sugestão de otimização da fragmentação é proposto uma malha de
perfuração com afastamento e espaçamento um pouco maior do que o utilizado
na mineradora atualmente com objetivo de verificar quais resultados são obtidos
quando se aumenta esses dois parâmetros. Como os dados da planilha de
classificação geomecânicas se mantém constantes ao longo de todo o trabalho,
a planilha com os dados da litologia será demonstrada apenas na sugestão 1,
para que não haja repetição. Alterando apenas os dados dos parâmetros de
afastamento e espaçamento, os resultados obtidos foram:
Tabela 9.Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 2

PARÂMETROS GEOMÉTRICOS - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Altura da Bancada H 2,5 m
Diâmetro do Furo d 101,6 mm
Afastamento A 4 m
Espaçamento E 4,5 m
Comprimento da Carga de Coluna CCc 0,62 m
Comprimento da Carga de Fundo CCf 0,27 m
Desvio de Perfuração W 0,1 m
Volume de Rocha por Furo V 45 m^3
Tipo de Malha: Estagiada (1) ou Quadrada (2) P 2 -
Fonte: Arquivo pessoal
Tabela 10. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 2
PARÂMETROS EXPLOSIVO - PLANO DE FOGO
Descrição Símbolo Dados Unidade
Fonte: Arquivo pessoal
Densidade do Explosivo da Carga de Coluna ƿCc 1,15 t/m3
Densidade do Explosivo da Carga de Fundo ƿCf 1,15 t/m3
Razão linear Carga de Coluna KCc 9,32 kg/m
Razão Linear Carga de Fundo KCf 9,32 kg/m
Massa do Explosivo da Carga de Coluna QCc 5,78 kg/furo
Massa do Explosivo da Carga de Fundo QCf 2,52 kg/furo
Razão de Carregamento K 0,18 kg/m3
VOD Efetiva VODe 4800 m/s
VOD Nominal VODn 5100 m/s
RWS RWS 93 %
Energia por Massa Relativa ao ANFO Er 82,38 -

38
Tabela 13. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 2

ANÁLISE KUZ-RAM - MINERAÇÃO AURA APOENA


Índices Simbolo Peneira Unidade Valores
Indice de Uniformidade n - - 2,00
Fator da Rocha A - - 5,34
Tamanho Médio X50 - cm 36,33
1 cm % 0,05
2 cm % 0,21
3 cm % 0,47
4 cm % 0,83
5 cm % 1,29
6 cm % 1,86
7 cm % 2,52
os
8 cm % 3,28

sG

9 cm % 4,14
do

10 cm % 5,08
ho

15 cm % 11,09
an

P
m

20 cm % 18,86
Ta
do

25 cm % 27,88
o

30 cm % 37,56
çã
ui

35 cm % 47,33
rib
st

40 cm % 56,73
Di

45 cm % 65,38
50 cm % 73,01
55 cm % 79,51
60 cm % 84,85
65 cm % 89,09
68 cm % 91,15
Fonte: Arquivo pessoal

Figura 111. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 2

39
Figura 12. Curva Granulométrica Real x Sugestão 2

Fonte: Arquivo pessoal

A curva granulometria da sugestão 2 indica que realizar um desmonte de


rochas sobre essas condições na malha não traz modificações tão relevantes na
fragmentação. Comparado ao fogo número 4 que trouxe os melhores resultados,
a sugestão 2 traz consigo apenas um aumento de 7,9% do material que passaria
no britador primário. É um bom resultado de fragmentação, possui baixo custo
pois a razão de carga ficou bem reduzida e próxima ao que está sendo utilizado
atualmente, porém, deixaria uma pequena porção de matacões para trás,
levando a necessidade do uso de rompedor ou desmonte com explosivos,
elevando o custo da operação. Com este resultado é possivel estabelecer que
aumentar a malha para uma relação de afastamento x espaçamento acima do
que foi aplicado na sugestão 2 não é a opção mais viável para a empresa. Pois
conforme for aumentando esses dois parâmetros menor será a porcentagem de
material fragmentado que passaria no britador primário e maior será a
quantidade de material que necessitária de desmonte secundário.

4.1.3. Sugestão 3 – Malha 3,5 m x 4 m


Para a 3 proposta foi adotado uma malha mais próximo ao que está sendo
utilizado hoje na mineradora será utilizado como afastamento e espaçamento
uma média dos 4 desmontes que já foram realizados para que fique mais
próximo ao que está sendo utilizado na mineradora atualmente. Alterando

40
apenas os parâmetros de afastamento e espaçamento os resultados obtidos
foram:

Tabela 14. Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 3

PARÂMETROS GEOMÉTRICOS - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Altura da Bancada H 2,5 m
Diâmetro do Furo d 101,6 mm
Afastamento A 3,5 m
Espaçamento E 4,0 m
Comprimento da Carga de Coluna CCc 0,76 m
Comprimento da Carga de Fundo CCf 0,33 m
Desvio de Perfuração W 0,1 m
Volume de Rocha por Furo V 35 m^3
Tipo de Malha: Estagiada (1) ou Quadrada (2) P 2 -
Fonte: Arquivo pessoal

Tabela 15. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 3

PARÂMETROS EXPLOSIVO - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Densidade do Explosivo da Carga de Coluna ƿCc 1,15 t/m3
Densidade do Explosivo da Carga de Fundo ƿCf 1,15 t/m3
Razão linear Carga de Coluna KCc 9,32 kg/m
Razão Linear Carga de Fundo KCf 9,32 kg/m
Massa do Explosivo da Carga de Coluna QCc 7,08 kg/furo
Massa do Explosivo da Carga de Fundo QCf 3,08 kg/furo
Razão de Carregamento K 0,29 kg/m3
VOD Efetiva VODe 4800 m/s
VOD Nominal VODn 5100 m/s
RWS RWS 93 %
Energia por Massa Relativa ao ANFO Er 82,38 -
Fonte: Arquivo pessoal

41
Tabela 16. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 3

ANÁLISE KUZ-RAM - MINERAÇÃO AURA APOENA


Índices Simbolo Peneira Unidade Valores
Indice de Uniformidade n - - 1,99
Fator da Rocha A - - 5,34
Tamanho Médio X50 - cm 26,13
1 cm % 0,10
2 cm % 0,42
3 cm % 0,93
4 cm % 1,64
5 cm % 2,54
6 cm % 3,64
7 cm % 4,91
os
8 cm % 6,35

sG

9 cm % 7,96
do

10 cm % 9,72
ho

15 cm % 20,47
an

P
m

20 cm % 33,36
Ta
do

25 cm % 46,88
o

30 cm % 59,71
çã
ui

35 cm % 70,92
rib
st

40 cm % 80,02
Di

45 cm % 86,94
50 cm % 91,87
55 cm % 95,19
60 cm % 97,29
65 cm % 98,54
68 cm % 99,02
Fonte: Arquivo pessoal

Figura 13. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 3

Fonte: Arquivo pessoal

42
Figura 14. Curva Granulométrica Real x Sugestão 3

Fonte: Arquivo pessoal

Com base nos resultados exibidos na tabela 28 e na curva granulométrica


30, nota-se que essa configuração de malha sugerida traz bons resultados de
fragmentação chegando quase atingir os 100% da fragmentação extinguindo
completamente a formação de matacões. Contudo, essa relação de malha eleva
em 0,12 kg/ton a razão de carga se comparada a maior razão de carga utilizada
pela mineradora, que foi no desmonte 4. Assim como dito na sugestão número
1, elevar a razão de carga significa elevar os custos financeiros da operação de
desmonte, porém, nesta situação o aumento percentual foi relativamente
pequeno em relação ao que ocorreu na sugestão 1. Logo, esta sugestão parece
ser favorável principalmente levando em consideração o resultado de
fragmentação obtido, findando os transtornos que estão sendo gerados na
operação de desmonte atual.

4.1.4. Sugestão 4 – Aumento do diâmetro de perfuração


Na sugestão 4, foi utilizada a mesma ideia de manter a malha o mais
próximo da malha empregada na mineradora, realizando uma média entre o
afastamento e espaçamento dos 4 fogos e fazer uma alteração no bit de
perfuração, mudando de 4” (101,6 mm) para um de 5” (127 mm). Com isso
obteve-se os seguintes resultados:

43
Tabela 17. Dados da entrada do plano de fogo - Sugestão 4

PARÂMETROS GEOMÉTRICOS - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Altura da Bancada H 2,5 m
Diâmetro do Furo d 127 mm
Afastamento A 3,4 m
Espaçamento E 4 m
Comprimento da Carga de Coluna CCc 0,34 m
Comprimento da Carga de Fundo CCf 0,79 m
Desvio de Perfuração W 0,1 m
Volume de Rocha por Furo V 34 m^3
Tipo de Malha: Estagiada (1) ou Quadrada (2) P 2 -
Fonte: Arquivo pessoal

Tabela 18. Parâmetros do plano de fogo - Sugestão 4

PARÂMETROS EXPLOSIVO - PLANO DE FOGO


Descrição Símbolo Dados Unidade
Densidade do Explosivo da Carga de Coluna ƿCc 1,15 t/m3
Densidade do Explosivo da Carga de Fundo ƿCf 1,15 t/m3
Razão linear Carga de Coluna KCc 14,56 kg/m
Razão Linear Carga de Fundo KCf 14,56 kg/m
Massa do Explosivo da Carga de Coluna QCc 4,95 kg/furo
Massa do Explosivo da Carga de Fundo QCf 11,50 kg/furo
Razão de Carregamento K 0,27 kg/m3
VOD Efetiva VODe 4800 m/s
VOD Nominal VODn 5100 m/s
RWS RWS 93 %
Energia por Massa Relativa ao ANFO Er 82,38 -
Fonte: Arquivo pessoal

44
Tabela 1913. Resultados Kuz-Ram - Sugestão 4

ANÁLISE KUZ-RAM - MINERAÇÃO AURA APOENA


Índices Simbolo Peneira Unidade Valores
Indice de Uniformidade n - - 2,03
Fator da Rocha A - - 5,34
Tamanho Médio X50 - cm 30,01
1 cm % 0,07
2 cm % 0,28
3 cm % 0,64
4 cm % 1,15
5 cm % 1,81
6 cm % 2,60
7 cm % 3,54
os
8 cm % 4,62

sG

9 cm % 5,83
do

10 cm % 7,17
ho

15 cm % 15,57
an

P
m

20 cm % 26,16
Ta
do

25 cm % 37,93
o

30 cm % 49,86
çã
ui

35 cm % 61,09
rib
st

40 cm % 70,99
Di

45 cm % 79,23
50 cm % 85,71
55 cm % 90,57
60 cm % 94,02
65 cm % 96,36
68 cm % 97,35
Fonte: Arquivo pessoal

Figura 1514. Granulometria da rocha fragmentada - Sugestão 4

Fonte: Arquivo pessoal

45
Figura 16. Curvas granulométricas Real x Sugestão 4

Fonte: Arquivo pessoal

A curva granulometria da sugestão 4 indica que aumentar o bit de


perfuração em uma polegada muda positivamente o grau de fragmentação do
material. Entretanto, utilizar esta configuração de malha requer que alguns
outros parâmetros fossem alterados nessa situação, no caso a razão de carga,
que necessitou de um aumento de 10kg/ton a mais do que o usual utilizado. Após
algumas análises com diferentes tipos de malhas, este foi o resultado mais
impecável quando elevado o diâmetro de perfuração para 5” e também para
manter a razão de carga no nível adequado. Esta sugestão demonstrou também
ser favorável ser aplicada na lavra Aura Apoena.

46
5.0. CONCLUSÃO
Nenhuma empresa no ramo de mineração está desprovida de obter
resultados negativos em operações de desmonte. Geração de excesso de
materiais finos ou exageradamente grosseiros - backbreaks, overbreak, entre
outros problemas que podem ser associados a desmontes ineficazes.
Entretanto, tentar prever esses inconvenientes, através de modelos matemáticos
criados especificamente para esta área, muda as condições e qualidade na hora
de realizar um desmonte de rochas.
O modelo Kuz-Ram foi utilizado para simular possíveis malhas de
desmontes na mineradora Aura Apoena, para isto, foram analisados 4 tipos de
situações: malha ideal seguindo os parâmetros do plano de fogo, uma malha
mais aberta de 4 m x 4,5 m, uma mais próxima do que é utilizado 3,5m x 4 m e
uma trocando o diâmetro do bit de perfuração. Todos sendo comparados à curva
de fragmentação de 4 desmontes que já foram realizados anteriormente na
empresa.
Em relação à comparação com os fogos já realizados, todas as 4
sugestões trouxeram resultados positivos, alguns extinguindo e outros reduzindo
a necessidade do uso de um rompedor ou explosivos para aplicar em matacos
remanescentes do desmonte principal.
Para definir qual das 4 opções seria a mais ideal para a Aura Apoena, faz-
se necessário saber qual o percentual de custo máximo que a mesma quer ter
com a operação de perfuração e desmonte. Visto que, em todas as 4 situações
propostas, haveria uma elevação de custos na operação. Entretanto, aplicar
qualquer uma das sugestões tornaria o processo mais otimizado e produtivo para
empresa.
Isso pode contribuir com os planos futuros da mina, já que formações
rochosas podem se alterar bruscamente de uma bancada a outra. Prever a
fragmentação da rocha com antecedência e acuidade, torna a mina mais
lucrativa e organizada, já que a organização prévia de qualquer empreendimento
sempre traz bons resultados.

47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<https://auraminerals.com/pt-br/operations/production-pt-br/ernesto-pau-a-
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2017. 63 f. Monografia (Bacharel em Engenharia de Minas) – Universidade
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método de Kuz-ram: proposta para dimensionamento do plano de fogo de acordo
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GERALDI, J.L.P. O ABC das escavações de rocha. Rio de Janeiro. Ed.


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GOMES, J. P. M. A. Metodologia para Análise de Vibrações Provocadas por


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rochas nas escavações da Arena Pernambuco. 2012. 143 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Mineral) - Universidade Federal de Pernambuco,
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