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CUIABÁ-MT
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE
FACULDADE DE ENGENHARIA – FAENG
ENGENHARIA DE MINAS
CUIABÁ-MT
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
REGISTRO DE REUNIÃO
ATA DE DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Banca examinadora:
Título da monografia: Garimpo Ilegal e Permissão de Lavra Garimpeira: Uma Discussão sobre a
Legalidade dos Garimpeiros no Brasil
Em sessão pública, após exposição de cerca de 31 minutos, o candidato foi arguido oralmente pelos membros
da banca tendo como resultado:
( ) Reprovação;
Na forma regulamentar foi lavrada a presente ata que é assinada abaixo pelos membros da banca na ordem
acima determinada e pelo aluno.
Cuiabá - MT, 04 de
julho de2022.
As correções estão contidas nos manuscritos de defesa corrigidos pelos membros da banca e encaminhados
à docente da disciplina e ao discente.
O prazo para o cumprimento é de 7 (sete) dias corridos, sendo o orientador o responsável pela
verificação do atendimento às exigências da banca.
Cuiabá - MT, 04 de
julho de 2022
Documento assinado eletronicamente por bruno bessa guerra, Usuário Externo, em 20/07/2022, às
09:10, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de
13 de novembro de 2020.
Data: ____/____/____
Nota: ______
Banca Examinadora:
Com o término deste trabalho de conclusão de curso, não posso deixar de agradecer
primeiramente a Deus, por ter me proporcionado a escolha do curso de engenharia de minas,
que me tornou uma pessoa mais racional, criativo, detalhista e crítico. Primeiramente, gostaria
de agradecer aos meus pais, pelo apoio, ajuda e compreensão no decorrer da minha vida
acadêmica e ter acreditado no meu potencial. A minha família que sempre me apoio e estiverem
sempre ao meu lado, contribuindo para o meu crescimento nesta jornada. Aos meus
professores, André Luiz Agnes Stein, Caiubi Emanuel Souza Kuhn, Cinthia Serenotti
Brigante, Felipe Thomaz Aquino, Flávia Regina Pereira Santos de Siqueira, Frank Eduardo da
Silva Steinhoff, Frederico Ayres de Oliveira Neto, Lorrana Dias Ferreira, Gláucia Aparecida
Soares Miranda, Jânio Alves Ribeiro, Jésus Franco Bueno, Jose Fidel Matos Mandujano, Joyce
Aline de Oliveira Marins, Juliana Queiroz Borges de Magalhães Chegury, Júlio Cesar de
Carvalho Miranda, Luis Henrique Nery Januário, Maribel Valverde Ramirez, Mauro Lúcio
Naves Oliveira, Mônica Aragona, Paulo Henrique Souza Almeida, Perla Haydee da Silva,
Raoni Florentino da Silva Teixeira, Raulim de Oliveira Galvão, Rodrigo Lopes Costa, Roxana
Bedoya Prado, Thiago Miranda Tunes, Ursula Fabiola Rodríguez Zúñiga, Eduaro Carlos
Alexandrina, Dalila Pexe Plens, Elzio da silva Barboza, Gabrielle Aparecida de Lima, Renato
Blat Migliorini, Pedro Henrique Neuppmann, Ana Cláudia Franca Gomes, Cramer Almeida,
Agnes Cristina Oliveira Mafra, Mauricio Brito De Souza, Lucas, Douglas Vinicius Antunes
Rodrigues, Angelo Quintiliano Nunes Da Silva, Felipe Ribeiro Souza, Carlos Eduardo
Domingues Da Mata, Renata Conciani Nunes, Ivo Ferreira De Souza Junior, Joao Batista
Bezerra Ito, Lucas Campos Curcino Vieira, Vitor Otacílio De Almeida, sou grato a todos por
me tornar quem sou hoje. Aos meus amigos Felipe almeida, Tiago Siqueira, Gustavo Ale,
Wellington De Paula, pelo companheirismo e momentos de dificuldades e vários outros que
contribuíram para o meu crescimento pessoal e acadêmico. A minha orientadora Flávia Regina
Pereira Santos agradeço imensamente pela ajuda, compreensão e oportunidades no decorrer da
graduação e todo tempo disponibilizado para a elaboração desse trabalho. Agradeço aos
funcionários da UFMT tanto da PRAE quando do bloco da FAENG sempre me auxiliando e
sanando todas as dúvidas no decorrer da graduação. Por fim, agradeço a todos que contribuíram
para o meu desenvolvimento, pessoal, acadêmico e profissional.
RESUMO
No Brasil muitas vezes a extração mineral não regularizada e que funciona de forma
desordenada no território é confundida com garimpos. Garimpo, mineração ilegal e permissão
de lavra garimpeira são conceitos diferentes, mas atualmente há pouca bibliografia que
esclareça a diferença. Com o objetivo de esclarecer estes conceitos este trabalho apresentará
uma revisão bibliográfica sobre o assunto. Para isto foi realizada a busca em repositórios de
artigos científicos nacionais e internacionais em busca de trabalhos sobre a legislação para
lavra garimpeira, extração mineral ilegal e permissão de lavra garimpeira. No decorrer do
trabalho, foi exposto o contexto histórico do termo garimpo, diferença entre garimpo ilegal e
lavra garimpeira e os procedimentos de requerimento de lavra garimpeira junto a Agência
Nacional de Mineração. Concluiu-se que o termo garimpo é utilizado amplamente em artigos
científicos para se referir a mineração ilegal, mesmo as que não apresentam características de
garimpo artesanais e que são amplamente mecanizadas. Quando a mineração não é legalizada
ela pode gerar impactos ao meio ambiente e a sociedade, devido a não haver nenhum controle
do empreendimento. Neste trabalho destacamos as vantagens das lavras garimpeiras, em
comparação da extração mineral ilegal. As lavras garimpeiras autorizadas pela Agência
Nacional de Mineração são empreendimentos de mineração legalizados e que devem seguir as
normas ambientais e fiscais no território brasileiro.
In Brazil, mineral extraction that is not regularized and that works in a disorderly way
in the territory is often confused with mining. “Garimpo”, illegal mining and permission to
mine gold are different concepts, but currently there is little bibliography that clarifies the
difference. To clarify these concepts, this work will present a literature review on the subject.
For this, a search was carried out in repositories of national and international scientific articles
in search of works on the legislation for gold mining, illegal mineral extraction, and permission
for gold mining. In the course of the work, the historical context of the term mining was
exposed, the difference between illegal mining and gold mining and the procedures for
requesting gold mining with the National Mining Agency. It was concluded that the term
“garimpo” is widely used in scientific articles to refer to illegal mining, even those that do not
have artisanal mining characteristics and are largely mechanized. When mining is not legal, it
can generate impacts on the environment and society, due to the lack of any control over the
enterprise. In this work, we highlight the advantages of gold mining compared to illegal mineral
extraction. “Garimpeiros” authorized by the National Mining Agency are legalized mining
ventures that must comply with environmental and fiscal regulations in the Brazilian territory.
Figura 7 Lavra garimpeira com trilho para retirada dos blocos maiores de cascalho que
entram no processo de beneficiamento. ................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 11
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 11
1 INTRODUÇÃO
O termo garimpeiro são homens livres e sem bens que tiveram que ir em lugares ermos,
chamados de “grimpas”, lavravam distantes das autoridades do século XVIII, sendo assim, o
termo garimpeiros deram origem ao termo garimpeiro (DNPM, 2015).
O tema do trabalho foi escolhido, por ser um assunto de relevância econômica, social e
ambiental, visto que, é de grande importância conhecer o conceito de garimpo e garimpeiro e
11
as diferentes formas desse assunto no país, a mineração é um meio que fornece matéria prima
para todas as áreas da sociedade, portanto devemos conhecer melhor sobre ela.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
3 METODOLOGIA
Na etapa de revisão bibliográfica foi realizada uma pesquisa sobre os temas: lavra
garimpeira; garimpos ilegais; histórico de garimpos; impactos ambientais da mineração;
Legislação Mineral Brasileira. A pesquisa foi realizada em bases de busca de artigos científicos
como o Google Acadêmico, Periódico CAPES e SciELO. De maneira secundária foram
consultados: Leis, portarias, livros, resumos científicos e relatórios técnicos. Todos os
materiais bibliográficos foram obtidos gratuitamente.
Na segunda etapa foi usado o site SIGMINE da ANM (Agência Nacional de Mineração)
para obtenção dos dados relativos aos processos minerários atuais no estado de Mato Grosso.
Na terceira fase do trabalho os dados coletados nas etapas anteriores foram trabalhados
e foi realizado a escrita do texto utilizando Microsoft Word.
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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Legislação para lavra garimpeira
Ainda nos anos 1980, a criação do CONAMA, da Política Nacional da Avaliação dos
Impactos Ambientais em 1986, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) em 1989, com a criação de secretarias e conselhos estaduais e
municipais de meio ambiente, alterou a maneira de atuação de várias atividades produtivas que
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utilizam os recursos naturais. (Oliveira Lacerda & Saadi, 2017). Paisagem garimpeira no
planalto de Diamantina, Minas Gerais. Revista Espinhaço.).
A Política Nacional de Meio Ambiente, Lei n°6.938, iniciada em 1981, foi um marco
na evolução da legislação ambiental brasileira e carregou consigo a autonomia de criação de
territórios especialmente protegidos pelo poder público federal, estadual e municipal (BRASIL,
1981). Em 1989, a lei de Permissão de Lavra Garimpeira intentou um tratamento diferenciado
para a situação. Porém, ao mesmo tempo em que avançou, também recuou, não obstante,
amenizou a obrigação das atividades preliminares de pesquisa, e estabeleceu a preferência
pela garimpagem associativa, com prioridade para as cooperativas de garimpeiros autorizadas
a funcionar como empresas de mineração. Continuamente, o problema persistiu, porque, a
cooperativa não consegue ter bom consentimento por parte dos garimpeiros, pois trabalham
sozinhos ou em pequenos grupos de pessoas. Ademais, sendo uma empresa privada, a
cooperativa fica impedida de pleitear fundos sociais para prestar assistência às famílias
garimpeiras, além de, assumir obrigações financeiras, como os custos de licenciamento
ambiental, sem o qual não há concessão de lavra garimpeira (Oliveira Lacerda & Saadi, 2017).
Ainda assim, não foi um avanço, e a conflito continuou: Por conta da criação, no
quadro legal não induz o proprietário da terra a negociar com os garimpeiros,
dificultando a comprovação da origem da pedra. Sobre a parte ambiental, o cerco ao garimpeiro
teve início na década de 1990, quando um conjunto de Unidades de Conservação (UC ś )
municipais e estaduais foi criado em Minas Gerais. A lei de Crimes Ambientais (BRASIL,
1998) aumentou a tensão ao firmar como crime passível de pena e reclusão a extração de
recursos minerais sem autorização e todo ato que cause danos às UC ́s. No ano 2000, foi
realizado o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Lei n°9.985, o qual
estipula critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação,
divididas em UCs de proteção integral e de uso sustentável (BRASIL, 2000). Ao investigar a
criação dessas UC’s, notasse um processo impositivo e excludente, ineficaz referindo-se às
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Em 2006, foi criada a Lei da Mata Atlântica incluiu em seus domínios os campos
rupestres, a fitofisionomia predominante do planalto de Diamantina, esta lei define o termo
população tradicional como “população vivendo em estreita relação com o ambiente
natural, dependendo de seus recursos naturais para a sua reprodução sociocultural, por meio de
atividades de baixo impacto ambiental” (BRASIL, 2006). Esta mesma lei. Em 2007, foi
instituída a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais com o objetivo de tornar o desenvolvimento sustentável destes povos. Este
decreto define Povos e Comunidades Tradicionais.
no crime de usurpação mineral, em que são extraídos bens minerais pertencentes à União sem
a devida permissão. Assim, é possível afirmar que a extração mineral ilegal apresenta diversos
reflexos no cotidiano, entre eles os danos ambientais (Gonçalves Ribeiro & Iasbik ,2019).
É caracterizado pela Lei 11.685/2008, em seu artigo 2º, III, os minerais garimpáveis,
como: ouro, diamante, cassiterita, columbita, tantalita, wolframita, nas formas aluvionar,
eluvional e coluvial, scheelita, demais gemas, rutilo, quartzo, berilo, muscovita, espodumênio,
lepidolita, feldspato, mica e outros, entre outros minerais de ocorrência que vierem a ser
indicados, a critério do DNPM (BRASIL, 2008). Diretamente, “o garimpo, é uma extração
mineral com métodos rudimentares e tradicionais, sem embasamento do jazimento e sem
projeto técnico específico” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE et al., 2001, p. 1) com
pouca execução elaborada das atividades, há um reflexo no resultado de tal atuação e nos
impactos ambientais negativos que por vezes não são mitigados pela ausência de planejamento
da execução da atividade e carência de conhecimento técnico específico (MINISTÉRIO DO
MEIO AMBIENTE et al., 2001, p.4). Outra definição de garimpo, como foi citado
anteriormente, não corresponde à mineração no sentido técnico, mas sim a um processo arcaico
de extração de recursos minerais, caracterizado pela falta de conhecimento do jazimento e pela
falta de planejamento, de recursos técnicos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE et al.,
2001, p.5).
“A União é responsável pelo domínio sobre os recursos minerais, sobretudo por razões
estratégicas, e econômicas relevantes que produzem riquezas” (IASBIK; SILVA, 2017, p.
228). A Lei nº 9.605, do dia 12 de fevereiro de 1998, prega o Art. 55. Executar pesquisa, lavra
ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou
licença, não seguindo a lei, cabe detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único.
A pena também ocorre, quando o proprietário não recupera áreas degradas, nos termos da
autorização, permissão, licença. Concessão (BRASIL, 1998). De acordo com o referido tipo
penal, “tutela-se o ambiente ameaçado pela atividade extrativa de recursos minerais sem a
competente autorização, permissão, concessão ou licença” (PRADO, 2013, p. 298). Sobre os
sujeitos ativo/ passivo da referida conduta, o “sujeito ativo pode ser qualquer pessoa física, já
o sujeito passivo é a coletividade” (PRADO, 2013, p. 298). Nesse sentido, “o delito consiste
em realizar trabalhos de pesquisas, lavra ou extração de substâncias minerais, sem a competente
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida” (PRADO, 2013, p. 298).
Quando há extração de minério sem a autorização, o Estado Brasileiro deve coibir a prática de
atos atentatórios à legalidade e lesivos ao patrimônio público. O garimpeiro ilegal toma posse
para si riquezas minerais do Estado Brasileiro, e não ocorre a geração de riquezas e
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De acordo com a Lei nº 8.176/1991 estabelece que: Art. 2° Constitui crime contra o
patrimônio, na modalidade de usurpação, produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes
à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título
autorizativo com pena: detenção, de um a cinco anos e multa. § 1° Isso é da mesma maneira
para quem não possui autorização legal, adquirir, transportar, industrializar, tiver consigo,
consumir ou comercializar produtos ou matéria-prima (BRASIL, 1991).
O artigo 3º da Lei nº6.938/81 tem conceitos importantes, como: Art 3º - Para os fins
previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características
do meio ambiente; III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente
a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou
energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física
ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental; V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores,
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora (BRASIL, 1981).
O proprietário da terra não significa ser dono e ter direito de explorar o subsolo. No Art.
176 da Constituição Federal (1988) a distinção entre solo e subsolo é destacada: “As jazidas,
em lavra ou não, e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do
solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União.
O Art. 176 § 1º, quando formulado, deixa claro que as riquezas do subsolo são de
interesse nacional, prevendo o aproveitamento dos recursos minerais por brasileiros ou
empresas de capital nacional. Originalmente, o Art. 176 § 1º entende o subsolo como um bem
público, assegurado pela União a brasileiros.
No que diz respeito aos rígidos requisitos ambientais, uma abordagem que inclua os
atores sociais afetados e interessados deve ser priorizada, para não minarem paradigmas e
estratégias virtuosas de desenvolvimento (MILANEZ, 2013). Dessa forma, a minimização dos
impactos e conflitos ambientais, junto com à garantia de bem-estar das gerações futuras pelo
uso sustentado das rendas proporcionadas, pode apresentar a mineração como uma atividade
sustentável (ENRIQUEZ, 2009)
Figura 7 Lavra garimpeira com trilho para retirada dos blocos maiores de cascalho
que entram no processo de beneficiamento.
A recuperação de área minerada também é determinada pelos artigos 20, 176 e 225 da
Constituição Federal, pelo artigo 19 da Lei Federal Nº 7.805/1989, pelo Decreto Federal Nº
99.274/1990, e artigo 55 da Lei Federal Nº 9.605/1998, todos esses decretos visam a prevenção
de impactos ambientais (ROCHA 2015; BRASIL, 2016).
Dias (2007) apud Maimom (1992) diz que “a política ambiental e a pressão da
comunidade local e internacional estão entre as principais causas da mudança de
comportamento das empresas brasileiras”. Na relação da sustentabilidade no setor mineral
brasileiro, destaca-se o mercado exportador enquanto fator determinante, para a legislação e
dos instrumentos coercitivos (ENRÍQUEZ, 2009).
Para Noffs, Galli e Gonçalves (2000), a erosão ocorre quando há um desgaste ou ataque
das formações superficiais, que tira partículas das porções mais elevadas do globo; transporta
e deposita nas mais baixas depressões das encostas, vales e corpos d’água. Desenvolve-se e
evolui a partir da exposição dos solos, geralmente provocada pelo desmatamento. O solo então
sofre impacto direto das chuvas que promove a desagregação de suas partículas.
Tanto para o retorno do uso original do solo ou em condições para implantação de uso futuro,
e as partes envolvidas e afetadas pela mineração entrem em acordo (LIMA; FLORES; COSTA,
2006).
No estado de Mato Grosso com área de 903.357 km² e situado no centro – oeste do
Brasil, atualmente encontra-se cerca de 1673 pedidos de requerimento de pesquisa de acordo
com os processos minerários do Sigmine em junho de 2022 (ANM, 2022). Já o requerimento
de lavra garimpeira há 1016 pedidos, esses dados mostra o potencial mineral do estado e sua
importância para geração de empregos e fomento dos comércios nas cidades dos municípios
(Tabela 1).
Quantidade
9% 2% Registro de Extração
3%
Autorização de Pesquisa
2%
Concessão de Lavra
34%
Direito de Requerer a Lavra
17%
Lavra Garimpeira
Requerimento de Lavra
Requerimento de Lavra
Garimpeira
Requerimento de Pesquisa
2%
17% 1% Requerimento de Registro de
3% 10% Extração
Minério de Ferro 98
Minério de Magnésio 1
Minério Manganês 224
Minério Níquel 40
Minério de Nióbio 4
Minério de Ouro 4671
Minério de Platina 5
Minério de Tântalo 1
Minério de Titânio 6
Minério de Zinco 28
Níquel 61
Opala 1
Ouro 515
Quartzito 35
Quartzo 29
Saibro 2
Sais de Potássio 1
Sienito 117
Siltito 2
Tântalo 2
Tantalita 2
Terras Raras 1
Titânio 2
Turfa 47
Turmalina 5
Zinco 6
Fonte: Elaborado pelo autor.
4671
5000
4000
3000
2000 803
82 98 224 434
1000 31 1 40 4 5 1 6 28 20
0
1200
1016
1000
814
800
600
400
200 126
50 11
1 2 6 6
0
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL (1989). Lei Nº 7.805, de 18 de julho de 1989 Altera o Decreto-lei nº 227, cria
o regime de permissão de lavra garimpeira, extingue o Regime de Matrícula, e dá outras
providências
Brasil. 2000. Lei n. 9.985, de 18/07/2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II,
III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza e dá outras providências. (Lei do SNUC). [online] URL:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm
Gonçalves, R. J. A. F., & Mendonça, M. R. (2016). A vida pode mudar com a virada
da peneira: território e trabalho nos garimpos de diamantes em Coromandel-Minas
Gerais. Caminhos geo, 17(59), 177-206.
MATOS, Marcelo Gerson Pessoa. Políticas Públicas para Arranjos Produtivos Locais:
O Arranjo de Gemas de Teófilo Otoni – Minas Gerais. (Monografia em Economia).
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