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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS

CAMPUS GOIÂNIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

PAULO VENÂNCIO CUNHA ROSA

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE PATOLOGIAS RELACIONADAS A


IMPERMEABILIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS VERTICAIS DE MÚLTIPLOS
PAVIMENTOS.

Goiânia, GO
2021

1
ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE PATOLOGIAS RELACIONADAS A
IMPERMEABILIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS VERTICAIS DE MÚLTIPLOS
PAVIMENTOS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação de
Engenharia Civil, do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de
Goiás, Campus Goiânia, como parte
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Me. Glydson Ribeiro


Antonelli

Goiânia, GO
2021

2
R788a Rosa, Paulo Venâncio Cunha.
Análise da ocorrência de patologias relacionadas a impermeabilização em edifícios verticais de
múltiplos pavimentos / Paulo Venâncio Cunha Rosa. – Goiânia: Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás, 2021.
97 f. : il.

Orientador: Prof. Me. Glydson Ribeiro Antonelli.

TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) – Curso de Bacharelado em Engenharia Civil, Coordenação


do Curso de Engenharia Civil, Departamento das Áreas Acadêmicas III, Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás.

1. Construção civil - patologia. 2. Impermeabilização em edifícios. I. Antonelli, Glydson Ribeiro


(orientador). II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. III. Título.

CDD 690

Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Alisson de Sousa Belthodo Santos CRB1/ 2.266
Biblioteca Professor Jorge Félix de Souza,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia.

CESSÃO DE DIREITOS

AUTOR: Paulo Venâncio Cunha Rosa


TÍTULO: Análise da ocorrência de patologias relacionadas a impermeabilização em edifícios verticais
de múltiplos pavimentos.
ANO: 2021

É concedida ao Instituto Federal de Goiás permissão para reproduzir cópias deste Trabalho de
Conclusão de Curso e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte dessa trabalho pode ser
reproduzida sem autorização por escrito do autor.

______________________________________
Paulo Venâncio Cunha Rosa
Rua Claudio da Costa, nº SN, Qd 50ª, Lt 0, Conjunto Morada Nova
CEP 74423-420 – Goiânia – GO – Brasil.
venanciopcr@gmail.com

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
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SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS

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impressão, a título de divulgação da produção técnico-científica no IFG.

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[ ] Tese [ ] Artigo Científico
[ ] Dissertação [ ] Capítulo de Livro
[ ] Monografia – Especialização [ ] Livro
[X] TCC - Graduação [ ] Trabalho Apresentado em Evento
[ ] Produto Técnico e Educacional - Tipo: ___________________________________

Nome Completo do Autor: PAULO VENÂNCIO CUNHA ROSA


Matrícula: 20161011050222
Título do Trabalho: ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE PATOLOGIAS RELACIONADAS A
IMPERMEABILIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS VERTICAIS DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS

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entregue seja baseado em trabalho financiado ou apoiado por outra instituição
que não o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.

Goiânia, 19/03/2021.
Local Data

_____________________________________________________________
Assinatura do Autor e/ou Detentor dos Direitos Autorais

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Paulo Venâncio Cunha Rosa

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE PATOLOGIAS RELACIONADAS A


IMPERMEABILIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS VERTICAIS DE MÚLTIPLOS
PAVIMENTOS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação de
Engenharia Civil, do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de
Goiás, Campus Goiânia, como parte
dos requisitos necessários para
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil

Aprovado em 19 de março de 2021:

Glydson Ribeiro Antonelli, Me. (IFG)


(Orientador)

Antônio Henrique Capuzzo Martins, Dr. (IFG)

Humberto Rodrigues Mariano, Me. (IFG)

Goiânia, GO
2021

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DEDICATÓRIA

Esse trabalho dedico a Edimar Vieira (in


memoriam), um dos maiores homens que
eu tive a honra de conhecer e uma das
minhas grandes inspirações.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que possibilitou e guiou a minha trajetória


até esse momento. Agradeço também a todos que, de alguma forma, contribuíram
para a conclusão da minha graduação acadêmica, de uma maneira especial,
agradeço:
- a minha mãe Eliane, minha maior fonte de inspiração, que sempre esteve ao
meu lado em todos os momentos difíceis, me dando força e motivação para seguir
em frente;
- aos meus tios Adelubes, Paulo e Tia Tuka por proporcionarem, todas as
condições, conforto e segurança necessários a minha graduação e por serem meus
grandes exemplos de seres humanos;
- a minha namorada Ariane, que percorreu ao meu lado todo o curso, sempre
me encorajando e apoiando;
-aos meus grandes amigos: Brenno Gadelha, Leonardo Zanelati, Matheus
Felipe, Rafael Camões e William Martins, por todos os conselhos, ajuda e apoio
durante a graduação.
- aos meus mentores, fonte de inspiração e agora colegas de profissão:
Gessika Geremias, Humberto Dutra e Luiz Adriano. Por todo o conhecimento
transmitido durante esses anos.
- aos meus colegas de faculdade a minha gratidão por viverem ao meu lado
as incertezas, as lutas e as vitórias nesses últimos cinco anos, dentre os quais faço
questão de citar: Alisson Henrique, Fellipe Alves, Clara Carolina, Igor Ferreira,
Johnny Carlos, Lucas Rodrigues, Ludmilla Diniz, Paulo Sérgio e Wayron Neves.
- ao meu professor orientador de TCC e amigo, Glydson Antonelli, pela ajuda
imprescindível durante os último anos, pelos inúmeros conselhos não apenas
acadêmicos, mas também profissionais, sendo para mim modelo e exemplo de
engenheiro e cidadão;
- a Engenheira Paula Mayara, que além de ser uma grande inspiração de
profissional dentro da engenharia, colaborou imensamente com a pesquisa, na qual
sem a sua contribuição não teria sido possível a realização.

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EPÍGRAFE

“Na adversidade uns desistem enquanto os


outros batem recordes”
(Ayrton Senna)

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RESUMO

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE PATOLOGICAS RELACIONADAS A


IMPERMEABILIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS VERTICAIS DE MÚLTIPLOS
PAVIMENTOS

AUTOR: Paulo Venâncio Cunha Rosa


ORIENTADOR: Glydson Ribeiro Antonelli

O presente trabalho de conclusão do curso analisa as ocorrências patológicas


relacionadas a impermeabilização em edifícios verticais de múltiplos pavimentos. A
patologia é na construção civil a área que estuda os mecanismos e anomalias dentro
da edificação, investigando essas ocorrências, denominadas de manifestações
patológicas. Por meio dessa área de estudo, o trabalho desenvolve através de
visitas técnicas a análise de ocorrências patológicas envolvendo impermeabilização
em edifícios verticais com múltiplos pavimento na cidade de Goiânia. Objetivado em
descrever de maneira detalhada as principais manifestações patológicas em
sistemas de impermeabilização o trabalho aborda as prováveis causas,
consequências e transtornos gerados. Por fim expõe a análise de todos os dados e
situações levantado, com os malefícios e a importância de se evitar a ocorrência
dessas situações patológicas. Para se executar esses objetivos o trabalho utilizou-se
de uma metodologia cronológica que consistiu primeiro em um embasamento
teórico denso, por meio de revisão bibliográfica seguida da aplicação dessas
informações e dados para levantamento e análise de ocorrências patológicas em
campo, por meio de visitas técnicas a edifícios verticais na cidade de Goiânia. Nesse
cenário, os resultados obtidos na pesquisa foram satisfatórios, evidenciando dados
estatísticos, situações e causas abordadas durante a fase de Revisão Bibliográfica,
além dos transtornos gerados pelas manifestações patológicas ligadas a
impermeabilização registradas in loco. Por tais conjuntura, o trabalho expôs dados
que comprovam a importância do tema, bem como a exposição das consequências,
situações e prováveis causas das patologias de impermeabilização.

Palavras-chave: Patologia. Manifestações patológicas em sistemas de


impermeabilização. Consequência.

9
ABSTRACT

ANALYSIS ON THE PATHOLOGICAL OCCURENCES RELATED TO THE


WATERPROOFING OF MULTIPLE FLOORS VERTICAL BUILDINGS.

AUTHOR: Paulo Venâncio Cunha Rosa


ADVISOR: Glydson Ribeiro Antonelli

The present undergraduate dissertation adresses an analysis on the pathological


occurences related to the waterproofing of multiple floors buildings. In civil
engineering, pathology is the field that studies mechanisms and anomalies inside the
building investigating these occurances denominated as "pathological
manifestations". Through this field, the present study develops through technical
visits an analysis of pathological occurences involving the waterproofing in multiple
story buildings Goiânia. With the goal of describing, in a detailed way, the main
pathological manifestations in waterproofing systems, the study tackles it's probable
causes, consequences and disturbances. Lastly it expose an analysis of all the data
and situations beforementioned, with it's hazards and the importance of evading the
said pathological occurences. To execute these goals, the study utilized a
chronological methodology which consisted primarily in a dense theoretical basis,
done through a bibliographical review. This was followed by applying the found
information and data into the analysis of pathological occurences in the field,
observed through technical visits to the buildings in Goiânia. In this scenario, the
obtained research results were satisfactory, evidencing the statistical data, situations
and causes described in the bibliographical review, not to mention the disturbances
generated by the pathological manifestations related to waterproofing conditions
registered on-site. Through this conjucture, the study exposes data that proves the
importance of approaching this subject matter and all it's causes and coming
consequences.

Key words: Pathology. Pathological manifestations in waterproofing systems.


Consequences.

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LISTA DE FIGURAS

Figura1 – Demolição do piso de uma área de lazer para reexecutar a


impermeabilização................................................................... 22

Figura 2 – Curva de distribuição de defeitos em impermeabilização ao


longo do tempo........................................................................ 24

Figura 3 – Principais causas de problemas levantados na pesquisa de


campo...................................................................................... 25

Figura 4 – Sistema de impermeabilização rígida ou flexível..................... 38

Figura 5 – Sistema de impermeabilização ............................................... 39

Figura 6 – Diagrama de Pareto– Levantamento das principais não-


conformidades encontradas em edifícios na cidade de São
Paulo.......................................................................................... 46

Figura 7 – Gráfico do custo relativo ao longo do tempo............................. 47

Figura 8 – Tendência dos custos de prevenção e manutenção................. 48

Figura 9 – Fissuração da calçada do térreo............................................... 56

Figura 10- Percolação da água no teto do Subsolo 1 ................................ 56

Figura 11- Degradação da tubulação de gás ............................................. 57

Figura 12- Local de ocorrência da fissura na laje (planta).......................... 57

Figura 13- Projeto de impermeabilização da região .................................. 58

Figura 14- Retirada do Reboco e da textura............................................... 59

Figura 15- Serviço de reparo da calçada fissura........................................ 60

Figura 16- Manta sem abaulamento na mureta ......................................... 61

11
Figura 17- Entrada do prédio ..................................................................... 62

Figura 18- Floreira ..................................................................................... 62

Figura 19- Port Cochere............................................................................. 63

Figura 20- Projeto de impermeabilização da floreira ................................. 64

Figura 21- Tubulação de irrigação ............................................................. 65

Figura 22- Local danificado ........................................................................ 65

Figura 23- Impermeabilização na região da tubulação de irrigação .......... 66

Figura 24- Caixa de inspeção elétrica ........................................................ 67

Figura 25- Faísca na caixa de inspeção elétrica ........................................ 68

Figura 26- Umidade na caixa de inspeção elétrica .................................... 69

Figura 27- Piso com manchas ................................................................... 69

Figura 28- Tubulação e piso do Subsolo I ................................................. 70

Figura 29- Piscina ...................................................................................... 70

Figura 30- Remoção do revestimento da piscina ....................................... 71

Figura 31- Umidade na viga parede da piscina ......................................... 71

Figura 32- Piso abaixo da proteção da piscina .......................................... 72

Figura 33- Região que sofreu intervenção ................................................. 73

Figura 34- Local afetado na piscina ........................................................... 74

Figura 35- Manchas de oxidação na região da tubulação da piscina ........ 74

Figura 36- Tubulação danificada na piscina .............................................. 75

12
Figura 37- Degradação do tubo galvanizado ............................................. 75

Figura 38- Tubulação trocada .................................................................... 76

Figura 39- Impermeabilização da mureta refeita ....................................... 76

Figura 40- Região abaixo do reservatório .................................................. 78

Figura 41- Viga com presença de eflorescência ........................................ 78

Figura 42- Piso após o gotejamento próximo a casa de máquinas ........... 79

Figura 43- Produtos de percolação da água .............................................. 80

Figura 44- Local de ocorrência das manifestações patológicas ................ 81

Figura 45- Mancha na textura .................................................................... 81

Figura 46- Perfuração da manta ................................................................ 82

Figura 47- Instalação de cabos fixados em bases impermeabilizadas 83


com manta ................................................................................

Figura 48- Formação das manchas ........................................................... 84

13
LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Cronograma histórico com as evoluções das técnicas de


impermeabilização.................................................................... 32

Quadro 2– Modelo de questionário empregado no levantamento de


campo....................................................................................... 51

14
LISTA DE TABELAS

Tabela1– Motivos para reforma em edificações ao longo do


tempo...................................................................................... 49

15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AEI Associação de Engenharia de Impermeabilização
AIW Australian Institute of Waater proofing
IBI Instituto Brasileiro de Impermeabilização
IFG Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

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Sumário

1. IMPERMEABILIZAÇÃO. ....................................................................................... 19
1.1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................... 19
1.2 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA. .................................................................... 21
1.3 OBJETIVO........................................................................................................... 26
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 26
1.3.2 Objetivos Específicos. ...................................................................................... 26
1.4 DELINEAMENTO DO PROCESSO DE PESQUISA ........................................... 27
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 28
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ................................................................................. 29
2.1 IMPERMEABILIZAÇÃO ...................................................................................... 29
2.1.1Conceito ............................................................................................................ 29
2.1.2 Contexto histórico ............................................................................................. 30
2.1.3 Importância da impermeabilização ................................................................... 33
2.2TIPOS DE UMIDADE ........................................................................................... 34
2.2.1Umidade Acidental ............................................................................................ 34
2.2.2 Umidade Ascensional ....................................................................................... 34
2.2.3 Umidade de construção .................................................................................... 35
2.2.4 Umidade de infiltração ...................................................................................... 35
2.2.5 Umidade de condensação ................................................................................ 36
2.3 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO ............................................................... 36
2.3.1 Importância do Projeto de impermeabilização .................................................. 36
2.3.2 Locais necessários a impermeabilização ......................................................... 38
2.3.3 Tipos de impermeabilização ............................................................................. 38
2.3.4 Observações construtivas no projeto................................................................ 41
2.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ................................................................... 42
2.4.1 Definição........................................................................................................... 42
2.4.2 Origens ............................................................................................................. 43
2.4.3 Consequências das manifestações patológicas ............................................... 44
2.4.4 Procedimento corretivo nas mantas de impermeabilização. ............................. 44
2.4.5 Custos de intervenção e correção do problema ............................................... 45
3 METODOLOGIA DE PESQUISA. ......................................................................... 49

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3.1 PARÂMETRO E CONSIDERAÇÕES .................................................................. 49
3.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 50
3.3 SISTEMA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ...................................................... 53
3.3.1 Incidência de problemas................................................................................... 53
3.3.2 Origem dos problemas ..................................................................................... 53
3.3.3 Efeitos e Consequências dos problemas patológicos ...................................... 54
3.3.4 Sistemas de impermeabilização utilizados. ...................................................... 54
4 RESULTADOS E DISCUSÕES. ........................................................................... 55
4.1 EDIFÍCIO A ......................................................................................................... 55
4.2 EDIFÍCIO B ......................................................................................................... 61
4.3 EDIFÍCIO C ......................................................................................................... 77
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 84
6 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 87
ANEXO ...................................................................................................................... 90

18
1. IMPERMEABILIZAÇÃO.

1.1 INTRODUÇÃO.

Definida no tópico 3.39 da ABNT NBR 9575 (ABNT,2010), a


impermeabilização é uma série de técnicas e serviços construtivos, que possuem
como finalidade proteger a construção contra as ações deletérias de fluídos,
umidade e vapores. Seu sucesso está intrinsecamente ligada a qualidade dos
materiais ou da própria gestão e execução da obra, além da capacidade de
manutenção do edifício em uso.
Por conta dessas finalidades, desde a pré história buscava-se métodos de
impermeabilização, pois já se tinha a preocupação em relação a umidade, vez que
os homens que habitavam nas cavernas conviviam com a água que ascendia do
solo para as paredes das habitações. Dessa maneira, durante a evolução humana,
civilizações buscaram a superação desse problema em suas construções, tendo
como exemplo os egípcios e com grande influência para o mundo ocidental, a
impermeabilização feita pelo Império Romano. Em Roma, era utilizado diversos
métodos para o isolamento das construções em relação a penetração da água,
desde o uso de clara de ovo, sangue e óleos. Sendo possível visualizar resquícios
dessa impermeabilização até os dias atuais em coliseus, saunas e aquedutos
romanos. Já nas cidades do período colonial no Brasil, existem igrejas e pontes em
que foi utilizado na argamassa de assentamento das pedras, óleo de baleia como
um recurso plastificante. Porém sempre utilizando métodos empiricos e execução
amadora (VEDACIT, 2010).
Já nos dias atuais a construção civil dispõe de inúmeros produtos
desenvolvidos com alta tecnologia especifica para evitar a ação indesejada da água.
De acordo com o Manual Técnico da Vedacit (VEDACIT, 2010) com o auxílio desses
materiais, o custo do processo de impermeabilização frente ao orçamento da obra
está sendo gradativamente reduzido, quando planejado anteriormente. Com a
disponibilidade e acessibilidade a esses produtos, a impermeabilização ganha
gradualmente destaque na construção civil e passa a fazer parte dos projetos,
cronograma de planejamento e preocupação com a execução.
Nesse cenário contemporâneo de evolução nos métodos e materiais de
construção, também houve um crescente aumento da competitividade entre

19
empresas do mercado imobiliário, simultâneo a oscilações de demanda por
imóveis.Tais fatos produziram alterações na postura das construtoras a fim de se
manterem competitivas no mercado, que adotaram a diminuição dos custos ao
máximo para produzir uma taxa de caixa confortável e lucro satisfatório
(OLIVEIRA,2015).
Dentre as medidas utilizadas para promover essa redução está a utilização de
novas tecnologias que industrializam o processo construtivo, como por exemplo a
utilização de elementos pré-moldados, bem como da popularização da parede de
concreto ou pela sobreposição de vários serviços ao mesmo tempo, diminuindo
assim o cronograma de execução, porém aumentando as chances de erros. Além do
uso de outros métodos ineficientes, ocorrentes, como a precarização dos serviços
contratados e a utilização de materiais de baixa qualidade. Assim, para as duas
últimas medidas, a construtora torna-se mais suscetível a erros, consequentemente
a retrabalhos (OLIVEIRA,2015).
Por essas conjunturas de aumento da concorrência, simultâneo a elevação
dos padrões de qualidade e concomitante a redução dos custos tanto de obra
quanto de pós obra. É imprescindível uma impermeabilização eficiente, que possua
como produto uma maior vida útil a edificação e uma valorização do imóvel frente as
outras opções no mercado. Essa apreciação da construção é produto da diminuição
do custo de produção e eliminação da possibilidade de problemas futuros. Para
possibilitar isso é imprescidível o planejamento da impermeabilização, vez que
quando executada no decorrer da obra é mais fácil e economicamente mais barato
do que reparar após a conclusão da construção. Além disso, a umidade presente
produz ambientes com aparências desagradáveis, seja pela presença de manchas,
bolores e oxidação o que resulta em um meio insalubre e de desvalorização do
imóvel, com possibilidades mais complexas para reparos (RIGHI, 2009).
Mesmo com todos esses avanços técnicos da construção civil a umidade nos
empreendimentos ainda continua sendo uma preocupação constante e um fato a ser
combatido, vez que seus efeitos negativos geram imenso transtorno. Porém a
desinformação a respeito das técnicas e materiais de impermeabilização aliado ao
grande dinamismo no setor, são os principais responsáveis por diversos problemas,
que produzem índices de insucessos no processo (RIGHI, 2009).

20
A negligência por parte das construtoras ao dedicarem sua atenção a
impermeabilização e suas manifestações patológicas apenas no final da obra,
provoca falhas, resultados essas, da falta de previsão dos detalhes, do improviso e
da ausência de planejamento em relação a impermeabilização. Dentre todos esses
problemas o de maior destaque é a falta de impermeabilização, negligenciado pelo
fato de estar fora do alcance visual após a edificação estar concluída, coberta pelo
acabamento final, porém o revestimento presente nesse acabamento é um dos
elementos mais afetados e causadores de custos elevados a construtora e traumas
para os ocupantes da edificação (RIGHI, 2009).
Por conta desses fatores, os custos devem ser analisados na escolha e na
execução dos sistemas de impermeabilização, vez que esses métodos ganham
destaque quando tem-se a ocorrência de problemas e então é necessário promover
intervenções. Por tais conjunturas é fundamental a atenção desde o planejamento
até o acompanhamento da execução dos serviços de impermeabilização, devido ao
alto custo agregado pelas patologias para realizar as reparação dessa. Fato esse,
estudado (Righi, 2009) ao expor que quanto maior o atraso para o planejamento e
execução do processo de impermeabilização maior o risco de erro e
consequentemente mais oneroso, com um produto final que pode chegar a custar
15 vezes mais por conta das reparações e perdas de material.
Consequentemente, a patologia da impermeabilização na construção de
empreendimentos mostra-se uma área de estudo fundamental para a Engenharia
Civil, sendo um campo que garante aos usuários o conforto, tornando os ambientes .

1.2 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA.

A presença da impermeabilização é de notória importância na durabilidade


das construções. Vez que os agentes resultantes da água e os poluentes existentes
no ar provocam danos irreversíveis a estrutura da edificação e prejuízos financeiros
com custos e traumas para os usuários e construtores, como explícitados na figura
1.

21
Figura 1– Demolição do piso de uma área de lazer para reexecutar a impermeabilização.

Fonte: ANTONELLI, 2002

Nesse sentido os estudos que envolvem a impermeabilização são importantes


para a integridade física do usuário e para a segurança da edificação. Com essa
mesma vertente expositiva é enfatizado a importância das etapas de
impermeabilização e considera que os mesmos são serviços complexos e
imprescidíveis dentro da construção civil, sendo portanto um setor que exige uma
razoável experiência (RIGHI, 2009 apud PICCHI,1986).
Deve-se assim atentar aos detalhes, vez que baseados nos possíveis
prejuízos, esses assumem um papel importante em que a mínima falha, mesmo que
de maneira pontual, pode comprometer todo o serviço já executado e finalizado.
Além disso, decorrente da rápida evolução dos materiais e sistemas de
impermeabilização, com projetos cada vez mais complexos e minunciosos, exige a
necessidade de projetistas especializados (RIGHI, 2009 apud PICCHI,1986).
Essa conjuntura de evolução dos materiais já existe no Brasil, com a
presença de diversos produtos impermeabilizantes de qualidade e desempenho
variáveis, com marcas, origens e métodos de aplicação distintos, sendo que alguns
ainda não normatizados. Por conta disso, deve-se estabelecer um estudo profundo
com a analise de todos os parâmetros técnicos, ações físicas e químicas envolvidas,
para uma posterior e adequada escolha do sistema impermeabilizante que será
utilizado na construção (IBI, 2020).

22
Pois dessa maneira, os problemas com a umidade, comuns tanto em
edificações novas como em construções antigas, que podem trazer elevados
prejuízos às construtoras, aos proprietários e usuários podem ser previnidos. Já que,
ao conhecer os mecanismos causadores de manifestações patológicas, bem como
as suas consequências, atenta-se mais aos detalhes e se de qualquer maneira a
manisfestação patologica acontecer, faz se necessário o conhecimento acerca dos
métodos de reparo para que o tratamento adequado seja realizado de maneira que
os danos à edificação não sejam progressivos (IBI, 2020).
Sendo assim, como os problemas com a umidade são comuns em edificações
novas e antigas e podem trazer elevados prejuízos às construtoras, aos proprietários
e aos usuários. O conhecimento acerca dessas falhas que podem ocorrer em
sistemas de impermeabilizações é importante em primeira instância para a
prevenção, pois, conhecer os mecanismos causadores de manifestações
patológicas, bem como as suas consequências, a fim de evitar futuros problemas.
Em último caso, quando a falha está presente no sistema, se faz necessário o
conhecimento acerca dos métodos de reparo para que o tratamento adequado seja
realizado (RIGHI, 2009).
Em pesquisa realizada em mais de 50 edifícios na cidade de São Paulo, com
os dados gráficos presentes na Figura 2 pela representação de uma curva de
distribuição da quantidade de defeitos observados na impermeabilização a longo
prazo, essa análise demonstram que mesmo após cinco anos da conclusão da obra,
ainda há incidências de problemas ligados a impermeabilização em níveis altos, com
casos de acréscimo nos indíces a partir do segundo ano. Comportamento esse
justificado pela pesquisa como produto de manutenções mais frequentes nos jardins,
com trocas de plantas e por conseguinte maior incidência de danificação nas
impermeabilizações. Além de reparos em lajes do térreo e cobertura principalmente
próximos aos ralos, locais onde a impermeabilização foi executada de maneira
inadequada (BERNADES et al.,1998).

23
Figura 2 – Curva de distribuição de defeitos em impermeabilização ao longo do tempo)

Fonte: BERNADES et al.,1998

Produto da imprudência ou da falta de conhecimento dos gestores, além da


pouca qualificação da mão de obra e a não utilização das normas que abordam os
sistemas de impermeabilização, na construção civil de maneira mais específica no
canteiro de obra, existe uma diferença entre a teoria e o que verdadeiramente é
aplicado na prática e por esses fatos, ocorrem posteriormente a execução de
reparos e reimpermeabilizações para combater as patólogias que surgem (RIGHI,
2009).
Outro problema relevante destacado em pesquisa realizada por Antonelli
(2002) deve-se a concentração dos problemas identificados em vários edifícios
sendo seis causas principais, relacionadas a impermeabilização. Em questão,
arremate inadequado de ralos e tubulações, fissuras na estrutura e no rodapé das
paredes. Além de perfurações na impermeabilização, proteção mecânica
inadequada e até a falta de impermeabilização. Na figura 3 está um gráfico que
associa essas causas ao percentual de ocorrência.
Neste gráfico problemas frequentes como as fissuras nos rodapés da parede
desmonstram a necessidade de previsõs básicas definidas em projeto, como a
espessura maior de revestimento, além de como proceder de maneira correta ao
embutir o material impermeabilizante nas paredes. Outro problema frequente que
pode também ser evitado com a presença de um projeto bem detalhado e elaborado

24
está no arremate inadequado dos ralos, que é um erro sistemático que acontece
geralmente na execução do não embutimento do material impermeabilizado no
interior da tubulação de captação de água e ralos quando não se aprofundam uma
pequena parte da impermeabilização no interior do tubo (ANTONELLI, 2002).

Figura 3– Principais causas de problemas levantados na pesquisa de campo.

Fonte: ANTONELLI, 2002

Esses imprevistos compromentem de maneira veemente o orçamento da


obra, vez que há estudos (VEDACIT, 2010) que a execução da impermeabilização
durante a obra é o mais recomendado, tendo um valor médio de 3% do custo total
da edificação.
Dado esse com percentuais de custos infímos em relação aos problemas que
surgem após a apresentação de patologias, pois caso ocorra um imprevisto,

25
materiais complementares como argamassas e revestimentos cerâmicos serão
desperdiçados. (VEDACIT, 2010).
Por todas essas conjunturas, a pesquisa torna-se relevante e justificavél a fim
de se conhecer e executar os procedimentos da impermeabilização de maneira
correta e normativa e em caso de surgimento de eventos patologicos, seja possível
fazer a intervenção correta no sistema de impermeabilização. Com a análise de
situações de manifestações patológicas na impermeabilização em condomínios
verticais na cidade de Goiânia.

1.3 OBJETIVO

1.3.1 Objetivo Geral

O Objetivo geral deste trabalho é estudo de caso em um empreedimento


vertical que apresenta a presença de manifestações patologicas ligadas a
impermeabilização com a abordagem de forma detalhada as principais
manifestações patologicas ligadas a impermeabilização encontrados na construção
civil, com a abordagem de situações encontradas in loco, com a exposição dados
que possibilitam a análise de possíveis causas, descrição dos transtornos gerados
na região.

1.3.2 Objetivos Específicos.

 Fundamentar e ampliar os conhecimentos relacionados as causas,


consequências e reparo de patologias relacionadas a impermeabilização.
 Levantar dados e estabelecer parâmetros comparativos entre as ocorrências
de patologias.
 Conhecer variados métodos de aplicação de impermeabilização, dificuldades
de execução e os procedimentos de manutenção da camada impermeável.
 Relacionar os métodos de execução e manutenção dos serviços ao
aparecimento de patologias.
 Estabelecer comparações dos dados levantados in loco com as informações
obtidas na fundamentação teórica, como forma de estabelecer possíveis

26
causas, as consequências físicas e químicas dessas ocorrências patológicas e
os transtornos gerados por essa situação.

1.4 DELINEAMENTO DO PROCESSO DE PESQUISA

O trabalho foi dividido em duas partes, sendo a primeira etapa da pesquisa


constituída da busca de embasamento teórico, a fim de ampliar os conhecimentos
em relação aos sistemas de impermeabilização e as manifestações patologicas.
Concomitante auxiliar na compreensão inicial do tema a ser desenvolvido. Essa fase
foi fundamentada em pesquisas científicas, com a utilização de artigos técnicos,
processos de execução e inspeção de serviços relacionados a impermeabilização,
dissertações acadêmicas, manuais técnicos dos fabricantes de materiais, além das
versões das normas NBR 9574 (Execução de impermeabilização), NBR 9575
(Impermeabilização – Seleção e Projeto), NBR 10844 (Instalações prediais de água
pluviais), NBR 5674 (Manutenção de edificações), NBR 6118 (Projeto de estruturas
de concreto - Procedimento) e a NBR 15575 (Desempenho de edificações
habitacionais).
Nessa primeira fase foi abordado especificamente os processos de
impermeabilização, com os vários materiais disponíveis no mercado, bem como as
condições e pré requisítos para a escolha do tipo mais adequado ao processo,
considerando as váriaveis de custo, execução e manutenção. Além disso foi exposto
a necesssidade, importância e os detalhes necessários acerca da elaboração do
projeto de impermeabilização e a correta execução do processo. Com o destaque
também aos estudos acerca das manifestações patológicas.
Após a revisão bibliográfica, foi iniciado a segunda parte do trabalho, com os
estudos direcionados ao campo, para investigar manifestações patológicas de
impermeabilização encontradas na edificação. O levantamento das manifestações
patológicas foi realizado na cidade de Goiânia, com visitas as edificações através de
uma construtora parceira da pesquisa que disponibilizou os seus dados de
assistência técnica pós obra, sendo um total de 3 edificações incluídas na amostra.
Com o propósito de investigar essas ocorrências, foi realizado vistorias nos locais,
com levantamento fotográfico epreenchimento de questionários a fim de estabelecer
diagnósticos para identificar sintomas, mecanismos, causas e origens das

27
manifestações patológicas. Bem como as principais consequências desses eventos
patológicos para a vida útil da edificação.
Por fim foi promovida a organização dos dados coletados para a elaboração
de uma síntese dos eventos patológicos. Dessa maneira, para cada caso analisado
foi realizado um diagnóstico com a identificação e caracterização do problema
encontrado, com indicações de possíveis causas para tal patologia suas
consequências a edificação e ao meio, bem como os transtonros gerados.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura do trabalho está desenvolvida em modelo monografico,


subdividido em seis capítulos, mais o tópico de anexo, nos elementos textuais
delineados em Impermeabilização, Revisão Bibliográfica, Metodologia de Pesquisa,
Resultado e Discussões, Conclusão e por fim as Referências Bibliográficas. O
capítulo 1 denominado de Impermeabilização, expõe a introdução que mostra uma
visão geral da pesquisa realizada, contextualizando a problemática envolvida no
tema, contendo também, a delimitação do trabalho, justificativas e a importância
para o objetivos tantos gerais quanto específicos alcançados pela pesquisa.
Já o capítulo 2 apresenta a Revisão Bibliográfica utilizada para fundamentar
o trabalho e os métodos de coleta do trabalho. Isso por meio inicialmente da
conceituação completa sobre a impermeabilização, com uma retrospectiva histórica,
além da abordagem sobre as aplicações e importância dos sistemas
impermeabilizantes. Em seguida é apresentado de maneira detalhada os principais
tipos de mecanismos de atuação da água como constituinte das ações patológicas
nas edificações, em questão, as umidades de infiltração, acidental, ascensional,
umidade de construção e de condensação. Concomitante a isso, o trabalho explora
a importância do projeto de impermeabilização. Por fim ainda nesse capítulo há uma
exposição das manifestações patológicas, com foco na abordagem das causas,
consequências e possibilidade de procedimentos corretivos.
A Metodologia de Pesquisa presente no capítulo 3 explora as considerações e
estratégias para a obtenção, sistematização e ánalise de dados. Dividida em duas
estapas, cuja primeira é a obtenção das informações em um levantamento de caso
seguido de uma organização e análise desses dados em uma segunda etapa. Para

28
executar esse processo é definido critérios e parâmetros para pesquisa e análise
nessa metodologia.
A pesquisa de campo é iniciada no capítulo 4, em que é colocado em prática
todas as estratégias estabelecidas no capítulo anterior, feita uma análise in loco dos
eventos patológicos pra levantamento de dados. Com a contextualização da
problemática, relacionando aos principais erros de execução, elaboração de projetos
e manutenção da impermeabilização e identificado o problema em cada caso
especifico, com exposição das prováveis causas que geraram a patologia e os
efeitos físicos e químicos em cada situação, além das conseqências tanto
economicas quanto de maneira social para os usuários. Ainda no quarto capítulo há
um delineamento da pesquisa de campo, por meio de um questionário para
levantamento de dados presente nos anexos com as definições expostas na
metodologia de pesquisa. Por fim a organização e sitematização das análises feitas,
atendendo aos critérios estabelecidos no metodologia de pesquisa, fundamentado
no material téorico já obtido na revisão bibliográfica e com a utilização de fotos,
relatos e do questionário para levantamento de dados elaborado.
As considerações finais foram feitas no capítulo 5, denominado de Conclusão,
com as análises dos resultados apresentados no capitulo anterior, estabelecendo
uma comparação do cenário presenciado in loco com as informações apresentadas
anteriormente na fundamentação teórica. Bem como as limitações dos resultados e
a proposta para futuros trabalhos, relacionados a seleção de intervenções viáveis a
essas situações de patologias. Além de expor por meio do cenário apresentado em
relação as ocorrências patológicas de impermeabilização, a contribuição do trabalho
para a comunidade.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

2.1 IMPERMEABILIZAÇÃO

2.1.1 Conceito
O Instituto Brasileiro de Impermeabilização fundamenta o processo como a
utilização de técnicas e produtos específicos, que possuem como finalidade final a

29
proteção das áreas dos imóveis sucetivéis a ação da água. Dessa maneira, esse
processo promove a proteção dos materiais contra a ação deleteria da água, pela
formação de uma barreira contra a propagação da umidade (IBI, 2017).
Outra definição de impermeabilização complementar a essas é a que
fundamenta o processo como um ato de execução com o efeito de colmatar, selar e
vedar materiais porosos bem como as falhas de materiais oriundas de movimentos
estruturais ou por deficiências em técnicas de execução ou de preparo (BARBOSA,
2018 apud CUNHA,1997).

2.1.2 Contexto histórico

A retrospectiva histórica acerca da busca por opções de impermeabilização


demonstra a importância desse processo, vez que seu desenvolvimento está
intrinseco ao da própria humanidade, com grandes civilizações e impérios
enfatizando sua importância nas construções. Dessa maneira são inúmeros, os
exemplos de aplicações de técnicas com osobjetivos de construir superfícies
impermeáveis durante a história. Como bem explicitado pela Associação de
Engenharia de Impermeabilização (AEI,2020) existem referências a processos
impermeabilizantes na Bíblia no livro de Gênesis, com passagens que demonstram
o uso de betume para impermeabilizar barcos.
Já a primeira grande civilização que se tem relato da aplicação de sistemas
de impermeabilização no passado é no Império Egípcio, que segundo estudos da
Australian Institute of Waterproofing (BARBOSA, 2018, apud AIW,2017), já faziam o
uso desses sistemas em 3600a.C, para superar as cheias anuais que o rio Nilo
submetia em suas margens. Processo baseado na utilização de material betuminoso
nos blocos de fundação de calcário, como símbolo dessa eficiência, está a pirâmide
de Gizé com seu interior em excelentes condições de umidade.
Esse material betuminoso foi a base para a produção de sistemas de
impermeabilização durante a antiguidade e até a Revolução Industrial, vez que, a
eficiência desses betumes na obtenção de superfícies impermeáveis eram
satisfatórias. Entretanto a primeira utilização para impermeabilização desse material
em coberturas, de maneira semelhante ao executado na construção civil hoje,
ocorreu apenas na Suécia em 1790, com a utilização de tábuas revestidas com

30
papel e impermeabilizadas com alcatrão. Já em meados do século XIX na América
do Norte foi aderido feltros impregnados de alcatrão nas coberturas das construções
(BARBOSA, 2018 apud PICCHI,1986).
Porém, é só a partir do século XX, com rítmo acelerado desenvolvido pelas
linhas de produção com reflexos diretos na indústria de polímeros sintéticos, buscou-
se a diversificação dos materiais, com diferentes tecnologias, propriedades e
possibilidades de aplicação, promovendo de maneira notória a ampliação da
quantidade dos tipos de sistemas de impermeabilização (BARBOSA, 2018, apud
AIW,2017).
Esse mesmo período de modernização de impermeabilizantes coincidiu com
o uso das primeiras construções em concreto armado, já no século XX, além do
estabelecimento de novos conceitos arquitetônicos, com estruturas mais esbeltas
trabalhando mais à flexão. Por conta disso houve um desenvolvimento de novas
técnicas de impermeabilização para que o material utilizado fosse capaz de absorver
movimentações estruturais. Foi quando desenvolveu-se já na década de 30, as
emulsões asfálticas para impermeabilização, muito utilizadas até os dias atuais
(MORAES,2002).
Ainda nos anos de 1930 e inserido nessa moderna perspectiva na qual a
arquitetura estava fundamentada, houve um intenso progresso em relação as
ciências dos materiais voltados a impermeabilização, com o desenvolvimento de
elastômeros com os populares nomes de Polisopreno e o Neoprene. Ou seja,
elementos que apresentam desempenho mais compatível com os movimentos das
estruturas (MORAES,2002 apud RESENDE, 1991).
Já os sistemas de impermeabilização feitos in loco, perderam popularidade na
década de 60 do século passado, produtos do alto custo da mão de obra e da
velocidade frenética nas quais as construções eram submetidas.O que contribuiu
para o desenvolvimento de sistemas pré-fabricados inicialmente em mono camadas
e posteriormente sistemas alternativos como as mantas asfálticas, as butílicas e as
mantas de PVC (MORAES, 2002), periodos esses esquematizados no Quadro 1.

31
Quadro 1 – Cronograma histórico com as evoluções das técnicas de impermeabilização

Fonte: Autor

No cenário brasileiro os relatos de sistemas de impermeabilização datam das


caravelas dos descobridores portugueses, que possuiam estopa, breu, pez, resina e
alcatrão constituindo o processo de calafetagem realizado por profissionais
especializados denominados calafetes (AEI,2020). Além disso, os Fortes no litoral
do Nordeste fizeram uso de óleo de baleia misturado com cal e areia como técnicas
para conter as ações do mar, vez que formavam argamassas com baixa
permeabilidade e alta resistência (ARANTES,2007).

32
Porém é no fim do século XIX que há as primeiras impermeabilizações com
piche e asfaltos no Brasil, feitas por especialistas vindos da Europa. Seguindo as
tendências construtivas mundiais, na década de 50 começou a ser utilizado no país
impermeabilizações a base de emulsões asfálticas, mantas butílicas, resinas
epoxídicas e mantas de PVC. Entretanto, apenas nos anos 60 que começou a
utilizar o se lastômeros nos sistemas de impermeabilização, coma utilização do neo
prene e do hypalon em solução. É nesse período também que um grupo de
pesquisa em conjunto a ABNT elaboram estudos iniciais para o que hoje são as
normas técnicas e contribuindo posteriormente, no ano de 1975 para o surgimento
de uma entidade com o papel fundamental de difusão dessas normas e organização
das pesquisas na área, o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI, 2020).

2.1.3 Importância da impermeabilização

Dentre os principais fatores relevantes acerca da impermeabilização está a


contribuição para a durabilidade da construção, com o controle de gases, vapores e
líquidos. Sendo que neste último grupo, encontra-se a água que é um dos principais
agentes de deterioração dos edifícios. Esse elemento possui a capacidade de
atuação direta em ferragens, rebocos e pinturas, produzindo reações químicas com
essas substâncias de carater básico ou ácido, além da presença também de sais
que são prejudiciais a essa estrutura da edificação (Arantes, 2007).
Além disso, a impermeabilização contribui de maneira veemente para a
garantia da salubridade dos ambientes da construção, assegurando os índices e
críterios de higiene do local, evitando o aparecimento de fungos e mofos. Assim
como contribui para evitar o desgaste físico e mental do morador com o surgimento
dos eventos patológicos (Soares, 2014).
Diante das inúmeras possíbilidades de manisfesfestações patológicas ligadas
ao tema, a importância da impermeabilização é indiscutivel. Seja na promoção do
controleda umidade no prolongamento da vida útil da construção ou no fato
deproporcionar um ambiente agradável e confortável ao usuário e até na valorização
do imóvel.

33
2.2 TIPOS DE UMIDADE

Por todas as conjunturas apresentadas, nota-se a necessidade veemente de


se combater a propagação da umidade nas construções. Nesse cenário existem
vários tipos de umidades, com origens e processos de expansão direferentes, sendo
necessário seu conhecimento a fim de combater sua propagação.

2.2.1 Umidade Acidental

A umidade acidental é formada por meio de imprevistos no funcionamento do


sistema hidraúlico da edificação, seja no vazamento dos diversos tipos de tubulação
como as de águas pluviais, de recalque, esgoto ou em reservatórios, o que gera
dessa maneira infiltrações. Por conta disso, a probabilidade de ocorrência de tipo de
umidade aumenta em edifícios com avançada idade de construção e com poucas
incidências de manutenção, vez que ocorre nesse caso falhas no funcionamento do
material devido a data de validade de suas propriedades, já vencidas (RIGHI, 2009).

2.2.2 Umidade Ascensional

Já a Ascensional também denominada na literatura acadêmica como


Umidade de Terreno é caracterizada pela situação em que a água provinda do solo
ascende em paredes, nos elementos como tijolos e concretos porosos e pisos.Ou
seja é quando a água sobe por capilaridade em um fluxo vertical. Tais efeitos são
produtos do lençol freátivo ou de influência da própria umidade contida no solo do
terreno em períodos de precipitação pluvial elevada (MAGALHÃES,2008).
Dessa maneira, no processo de capilaridade quanto menor o diâmetro dos
vasos capilares maior a ascenção da água. Isso até o momento em que ela entra em
equilíbrio de força com a gravidade, ou seja quando a resultante das somatórias das
mísulas é igual à força gravitacional (QUERUZ,2007). Além disso, essa ascenção
também é influenciada pelas condições do ambiente em relação a evaporação e
dependente também do tipo de material, em relação a sua permeabilidade,
porosidade e no caso das paredes da quantidade de água presente no seu interior
(MAGALHÃES, 2008).

34
2.2.3 Umidade de construção

Chamada também de umidade de obra é definida por Queruz (2007) como


uma manifestação com origens internas nos materiais da construção, como
alvenaria, madeira, argamassa e outros por ocasião da execução do serviço. Com a
água conservada internamente no próprio material que após ocorrer o equilíbrio dos
materiais com o ambiente se exterioriza. Exemplificado nas argamassas de reboco,
ao transferirem o excesso de umidade contido nelas para a porção interna das
alvenarias, que por sua vez, necessitam portanto de um prazo maior em relação a
própria cura do reboco para entrar em equilíbrio com o ambiente interno. Além disso,
no concreto mesmo após o seu endurecimento a água não evapora totalmente,
permanecendo resquícios de redes capilares com água no poros menores e ar ou
vapor no interior dos poros maiores (QUERUZ, 2007).
Produto dessas umidades são manifestações comuns como mancha nas
paredes e nos rejuntes de piso, resultados da água de assentamento durante até
seis meses após a aplicação. Ou seja, esse tipo de umidade gera segundo Nappi
(2002) anomalias tanto de maneira localizadas quanto generalizadas na construção,
como manchas ou até expansão de materiais. Porém ainda segundo o Nappi essa
percolação diminui de acordo com o tempo e tende a acabar rápido dependendo do
clima no qual a construção está inserida.

2.2.4 Umidade de infiltração

Encontrada também com o nome de umidade de precipitação, trata-se da


passagem da umidade da face externa para a parte interna da construção, através
de pequenas trincas, aberturas ou falhas de interfaces dos elementos construtivos.
Como por exemplo, vedação insuficiente, falhas nos planos das paredes, portas ou
janelas, facilitando a percolação da água (RIGHI,2009).
Geralmente é produto da água da chuva que combinada com a componente
horizontal do vento, aumenta a pressão de infiltração e por consequência a
percolação da água o que resulta na intensificação dos efeitos (RIGHI,2009).

35
2.2.5 Umidade de condensação

A umidade de condensação ocorre em locais com altos índices de


concentração de umidade no ar aliado a superfícies que estejam com a temperatura
abaixo do ponto de orvalho, sempre com temperaturas inferiores em relação ao
ambiente. Esse fenômeno acontece através da redução da capacidade do ar de
absorver umidade, assim quando se atinge a temperatura de condensação e com a
variação do grau de pressão e orvalho no ar, o gás se condensa em névoa e então
atinge o ponto de orvalho, que tem como produto o aparecimento da umidade
condensada nos ambientes construtivos (RIGHI,2009) e (QUERUZ, 2007).
Em relação a esse tipo de umidade sua occorencia é mais comum em locais
fechados com altos índices de umidade do ar como saunas, banheiros e cozinhas.
Também é possível afirmar que o comportamento da condesação da água depende
do tipo de material presente no local. Vez que, materiais com maior densidade
sofrem mais com o efeito da condesação da água e já nos materiais menos denso
os índices de ataques são menores. Entretanto esse tipo de umidade se apresenta
em maneiras mais superficiais nos elementos construtivos sem a presença de
grandes profundidades nesses locais (QUERUZ, 2007).

2.3 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

2.3.1 Importância do Projeto de impermeabilização

A concepção do projeto de impermeabilização é defendida e validada por


diversos autores, pesquisa e instituições ligadas a construção civil, pois da mesma
maneira que há projetos arquitetônicos, estruturais, de instalações hidrossanitárias e
elétricas, com detalhamentos completos, existe também a necessidade de explicitar
os locais, materiais e métodos de execução do sistema de impermeabilização. Ou
seja, para assegurar a durabilidade da construção e a qualidade da
impermeabilização é tão imprescindível o seu projeto quanto qualquer outro serviço
(PIEPER, 1992).
Sendo que, a concepção desse projeto de impermeabilização deve vir
simultânea a análise e concepção do arquitetônico. Pois dessa maneira, as

36
dificuldades e particularidades da execução podem ser previstas e adequadas ainda
na fase de projeto, o que proporciona uma redução gradual da possibilidade de
retrabalho e ajustes após a execução (PIEPER, 1992).
Dentre as funções importantes que esse projeto irá exercer está a
colaboração com a execução e os custos da obra. Vez que no canteiro o serviço
deve corresponder ao detalhamento especificado no projeto e contribuir para a
análise de algum problema verificado durante a execução. Para isso, o projeto
facilita a análise e visualização se a preparação da estrutura esta apta a receber a
impermeabilização; Se os materiais especificados no projeto são os mesmos
presentes no local, com atenção para a espessura e o tipo do elemento
impermeabilizante; Se a execução está sendo feita de maneira correta, com
procedimentos de sobreposição, tempo de secagem, arremates pontos críticos como
os ralos, método de aplicação, cumprimento do tempo dos testes de estanqueidade;
Bem como parâmetros e técnicas para a garantia da qualidade do lugar, além de
assegurar um consumo adequado ao orçado e planejado anteriormente (RIGHI,
2008).
De acordo com a NBR 9575 (2010), o projeto de impermeabilização completo
deve possuir o projeto básico e o executivo.
O primeiro deve conter os aspectos informativos que geraram a opção pelas
técnicas e tipos de impermeabilização adotados, esse projeto deve ser desenvolvido
concomitante a elaboração do arquitetônico para serem feitas as compatibilizações
necessárias, a fim de evitar a possibilidade de interferências no futuro. Já após a
liberação do projeto de arquitetura legal e antes do ínicio da execução da fundação o
projeto executivo fornecerá informações descritivas dos tipos de impermeabilização
adotados para a execução e os dados gráficos e informativos de maneira integral,
necessários para a obra (NBR 9575, 2010).
Sendo assim, a presença do projeto impermeabilização resulta na diminuição
das ocorrências patologicas além de proporcionar mais controle a execução. Além
disso dados explicitam que a falta do projeto de impermeabilização é responsável
posteriormente por 42% dos problemas relacionados ao sistema (Antonelli, 2002).

37
2.3.2 Locais necessários a impermeabilização

De acordo com o Instituto brasileiro de impermeabilização toda estrutura, bem


como partes dela que possuam contato com água de maneira constante ou
esporádica e em todos os seus estados, seja ele líquido ou vapor, deve possuir a
impermeabilização (IBI, 2020). Os ambientes inseridos neste cenário são lajes,
terraços e sacadas, marquises, paredes externas sob efeito de intempéries (chuva,
neve e ventos), juntas de dilatação estrutural, subsolos. Além de banheiros, piscinas,
floreiras, áreas de serviço, saunas, caixas d’água, poços de elevador, paredes e
pisos em contato com o solo (IBI, 2020).

2.3.3 Tipos de impermeabilização

A impermeabilização possui diversos tipos de sistemas e divisões dentro


desses, definidos de acordo com as suas concepções, maneira de serem
empregados, materiais e métodos de execução (VEDACIT,2010).
Dessa maneira em relação aos sistemas de impermeabilização, pode-
sedividi-lós em rígidos que são os não sujeitos a fissuração e os flexíveis sujeitos a
movimentação (Fig 4). Já em relação a aderência ele é divido em aderido, semi-
aderido e flutuante (VEDACIT,2010).

Figura 4– Sistema de Impermeabilização rígida ou flexível

(Fonte VEDACIT, 2010:, p. 17)

38
Assim, de acordo com a NBR 9575/2010 a impermeabilização rígida é
definida como uma série de materiais e produtos que não possuem propriedade de
flexibilidade compatíveis aos movimentos da estrutura, formado por argamassa com
aditivo impermeabilizante, polimérica e argamassa impermeável (VEDACIT,2010),
são aplicados em elementos não sujeitos a fissuração ou a grandes movimentos.
Nesse caso, a sua aplicação é sugerida para locais estavéis na edificação de
maneira a não comprometer o sistema impermeabilizante, além de contra indicação
a locais com forte exposição solar, grande variação térmica ou vibração. São
exemplos práticos desses locais descritos pelo IBI (2020) os reservatórios, piscinas,
alicerces de fundações, poços de elevadores, subsolos, pisos em contato com o
solo, reservatórios enterrados e paredes de encostas.
Já a impermeabilização flexível é o oposto da anterior, ou seja são conjunto
de materiais que possuem a capacidade de trabalho ou movimento, ideais para
locais em que há movimentação da estrutura com adaptações à plasticidade do
material, com absorção de deformações sem comprometer suas propriedades de
impermeabilização, já que não apresenta rasgamento, fissura ou falhas. Além de
aplicação em locais com alto indices de dilatações térmicas (Fig 5), como por
exemplo, lajes de cobertura, terraços, calhas de concreto, áreas frias, banheiros,
cozinhas, áreas de serviço, abóbadas e reservatórios elevados (IBI 2020).
O tipo flexível é constituído por manta e membrana asfáltica, tintas,
membranas acrílicas e de poliuretano dentre outros (NBR 9575, 2010).

Figura 5– Sistema de Impermeabilização.

.Fonte:VEDACIT,2010, p. 17

39
A produção do sistema flexível pode acontecer de duas maneiras são elas as
moldadas no próprio local de execução da impermeabilização, chamadas de
membranas ou produzidas de maneira pré-fabricadas denominada de mantas. As
fabricadas in loco podem ou não ser estruturadas, utilizando como material estrutural
a tela de poliéster, véu de fibra de vidro e outros tipos de materiais selecionados e
dimensionados de acordo com as solicitações de cada local e correspondente as
especificações do projeto (RIGHI, 2008).
As membranas possuem em relação as mantas a vantagem de não
apresentar emendas, dificultando futuros problemas na impermeabilização. Porém
as membrans demandam um maior controle acerca da qualidade do material e da
execução, com exigência em relação a espessura e a quantidade de produto
aplicado por metro quadrado (CICHILLE, 2004).
Já em relação a aderência ao substrato, o sistema de impermeabilização é
classificado como aderido, semi-aderido e flutuante. De maneira mais especifica, o
sistema aderido é quando um conjunto de materiais são totalmente fixados no
substrato através da fusão com o próprio material, por colagem com uso de adesivos
ou por meio de asfalto quente (NBR 9575, 2010). Esse sistema possui como
vantagem a facilidade de se localizar eventuais vazamentos ou falhas presentes na
impermeabilização, isso é possivel pois a água não percola para grandes distâncias,
vez que o substrato está aderido a impermeabilização (ANTONELLI, 2019).
O sistema semi-aderido também conhecido como parcialmente aderido é
quando a impermeabilização não está totalmente fixada no substrato do local,
aderida apenas em pontos específicos como ralos (NBR 9575, 2010). Dessa
maneira a água consegue uma percolação maior em relação a distância do local
danificado (ANTONELLI, 2019).
O terceiro tipo de sistema em relação a aderencia é o Flutuante, que se trata
de uma impermeabilização cuja sua base não está totalmente fixada ao substrato da
edificação, nessa situação a aderência acontece apenas em locais específicos como
ralos, rodapés e tubulações. Esse sistema é utilizado em locais onde a estrutura
sofre deformidades significativas, dessa maneira a estrutura não exerce grande
influência na impermeabilização (ANTONELLI, 2019).
Com isso, para a elaboração e execução de um projeto de impermeabilização
que corresponda as determinações as quais foram projetadas, deve-se atentar

40
independente do tipo de sistema adotado as suas particularidades, tanto em relação
a técnica de execução quanto as especificações dos materiais e suas
propriedades.Vez que há utilização de cada sistema é específica para o local de
acordo com a função a se exercer. O Instituto Brasileiro de impermeabilização (IBI),
exemplifica tal recomendação quanto a aplicação para os materiais com superfícies
minerais como pedras, cerâmicas porosas, tijolos e o próprio concreto. Sendo
indicado para esses, a utilização de impermeabilização do tipo verniz acrílico, base
ou solvente, com aplicação direta na superfície e para tijolos localizados em áreas
externas, a sugestão é quanto ao uso de resinas acrílicas, vez que essas além de
proteção contra umidade possuem forte resistência a radiaçāo ultra violeta. Pois
dessa maneira ocorre a melhor proteção contra infiltrações, umidades e vazamentos
com uma repelência efetiva conta a água.
Outro destaque importante em relação a correta aplicação dos tipos de
impermeabilização se refere ao custo dessa, que segundo dados do IBI (2020)
corresponde por apenas um porcento do valor total do orçamento de um banheiro,
por exemplo. Vez que, o rejunte recebe essa umidade e pode comprometer outros
serviços e áreas próximas do banheiro, com formação de bolhas na pintura,
agressão ao forro de gesso e até desplacamento de revestimentos, o que gera
índices de custo de reparo, desperdicio e transtornos aos proprietários.

2.3.4 Observações construtivas no projeto

O Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) orienta que para um projeto


de impermeabilização em total conformidade com as normas da ABNT concomitante
a qualidade exigida nos demais projetos, como nos de instalações hidrossanitária e
elétrica. Esse projeto deve conter um projetista capacitado para a sua elaboração,
de maneira a ser o responsável pela análise dos projetos básicos da obra, com a
exposição clara dos locais que serão impermeabilizados e com a devida atenção as
estruturas que receberão essa impermeabilização. Por conseguinte, iniciar as
análises preliminares dos sistemas mais adequados e viáveis para cada caso, ao
mesmo tempo promover a compatibilização com os demais projetos a fim de
localizar e superar eventuais interferências, para dessa maneira apresentar um
projeto definitivo.

41
Para promover essa compatibilização o projetista deve executar comparações
entre os projetos e estar atento as informações contidas tanto na arquitetura, quanto
no tipo de estrutura e fôrmas, nas interferências encontradas entre as instalações
hidraúlicas e elétricas, no paisagismo e em outros projetos. Além disso, deve estar
atento ao posicionamento da camada de impermeabilização na configuração do
sistema e prever as possibilidades de manutenção futuras proporcionando locais
possíveis a isso (IBI, 2020).
Ainda de acordo com a NBR 9575 (2010) é definido que o projeto executivo
de impermeabilização deve ser divido em duas composições, sendo essas a de
desenho e a de texto, que são complementares. Na composição de desenho a
norma define como imprescendíveis a presença de plantas de locação, com o
detalhamento dos locais e a identificação desses sistemas. Bem como a presença
de gráficos com detalhes específicos e genéricos que descrevam essas soluções.
Já a composição de texto dentro do projeto de impermeabilização é
responsável pela presença dos memoriais descritivos, de materiais e dos tipo de
camadas de impermeabilização, dos procedimentos de execução, bem como
apresentar planilhas de quantitativos de materiais, serviços e de metodologias para
o controle e inspeção da execução, sendo também de grande proveito quando
apresenta as maneiras de manutenção dessa impermeabilização (NBR 9575, 2010).
Além disso segundo a NBR15575, 2013 no tópico referente aos requisitos de
manutenibilidade do edifício e de seus sistemas enfatiza a necessidade do edifício
manter e permitir a capacidade de inspeção prediais e as intervenções de
manutenções que deverão ser previstas no Manual de Uso. Por conta disso os
projetos já devem ser desenvolvidos considerando maneiras para que os sistemas
executados na edificação possuam condições de acesso para a manutenção, o que
possibilita a diminuição de danos ao sistemas de impermeabilização já executados.

2.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

2.4.1 Definição

A patologia é definida no caso da construção civil como a área que estuda os


mecanismo e anomalias dentro da edificação, por isso é uma ciência que investiga

42
as origens dessas ocorrências na impermeabilização. Por conta disso, as
manifestações patologicas são as consequências dessas patologias, sendo assim
são resultado do processo da deterioração da construção, com mecanismos de
degradação como eflorescência, fissuras e outras (GIORDANI, 2006).

2.4.2 Origens

As origens para o surgimento das manifestações patologicas podem ser


inúmeras, desde aspectos mais gerais como execução errônea, materiais
inadequados até erros na concepção do projeto. De maneira mais especifica, pode-
se destacar as fissuras no rodapé das paredes e na própria estrutura, além de
infiltrações próxima aos ralos e tubulações até casos de ausência de
impermeabilização, perfuração da camada impermeável e proteção mecânica
ineficiente.
De acordo com dados levantados por Antonelli (2002) acerca da presença de
manisfestações patológicas, as maiores origens de problemas detectados são na
etapa de execução e fiscalização, dados esses que representam 45% da origem dos
problemas. Ainda segundo o autor, o maior reponsável por esses índices é a mão de
obra não qualificada o que resulta em falhas. Principalmente resultado de
transpasses inadequados, imprimação em substrato não regularizado
adequadamente, sujo ou úmido no momento da aplicação e também em diversos
casos, pela ausência da camada separadora do substrato e da impermeabilização
ou da execução inadequada da proteção mecânica.
Já ao considerar o aparecimento de manifestações patológicas originadas por
conta de projetos os índices correspondem a 42%. Justificado pela grande
incidência de materiais com especificação incorreta e até ausência de
impermeabilização em locais necessários. De maneira menos constante, porém com
grande relevância, 5% da incidência de problemas está na ineficiência dos materiais,
seja por envelhecimento, perda de elásticidade ou até por deterioração. Ainda nesse
contexto, os 8% restantes são de casos com origens não identificadas (ANTONELLI,
2002).

43
2.4.3 Consequências das manifestações patológicas

O Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) descreve como principais


consequências para a edificação a infiltração de água, que provoca uma série de
consequências patológicas. Como a corrosão de armaduras, degradação do
concreto e da argamassa, formação de eflorescência, danos na pintura, geração de
mofo, bolor e quando próximo a instalações elétricas pode provocar curto circuitos.
Outra consequência de caráter secundário são em relação as questões
fincanceiras com a desvalorização do imóvel devido as manifestações patológicas.
Com os altos custos de recuperação e manutenção nas obras que segundo dados
apresentados pelo IBI superam 2,5% do PIB (IBI, 2020).

2.4.4 Procedimento corretivo nas mantas de impermeabilização.

A manta asfáltica de acordo com Sena (2020) é o material mais utilizado para
executar processos de impermeabilização em lajes no Brasil. Sendo que este
material possui diversas variações tanto em sua composição, quanto espessura e
estruturas e com essas caractérisicas refletindo diretamente no desempenho da
manta. Por conta dessa grande váriedade de produtos e aplicações, a manta
asfáltica é amplamente utilizada e a ABNT NBR-9952 estabelece requisitos e
critérios para o seu uso. (Sena et al.,2020).
O primeiro passo para fazer a correção de qualquer manifestação patologica
é a observação. Dentre as principais dificuldades para se efetuar um tratamento
adequado do problema está na dificuldade de identificação da área afetada e não
apenas no reparo do problema. Isso acontece principalmente nas
impermeabilizações com mantas, a água penetra em um local e depois percorrre a
manta e o concreto, percolando no local em que este é mais poroso e não
necessariamente próximo do ponto de origem. Entretanto, em sistemas com
interpenetrações como os revestimentos com argamassa impermeáveis isso não
ocorre, ou seja, a mancha acontece próximo ao vazamento (BARBOSA, 2018, apud
VERÇOZA, 1985). Não obstante, na maioria dos casos apenas o exame visual é

44
suficiente para localizar a área danificada e executar os devidos procedimentos
corretivos.
A execução desses procedimentos corretivos para impermeabilização com
mantas podem serem feitos de duas maneiras, são elas os reparos locais e a
reimpermeabilização total. Essa primeira possibilidade de acordo com MORAES
(2002) é pouco eficiente e descrita como procedimentos fracassados. Para a opção
de reexecução o autor enúmera as etapas a serem cumpridas que são a demolição
do acabamento, com a retirada da proteção mecânica, limpeza do local com a
remoção do entulho gerado, em conseguinte retirar a impermeabilização, aplicar a
nova camada impermeabilizante, colocar a camada separadora e produção
mecânica e por fim instalar o novo acabamento.
Mesmo assim, há casos em que a reimpermeabilização total não é viável seja
por motivos econômicos ou técnicos, por conta disso, faz se necessário o
conhecimento acerca das técnicas de impermeabilização utilizadas na construção a
fim de promover um estudo para encontrar uma solução viável (MORAES ,2002).

2.4.5 Custos de intervenção e correção do problema

O custo da impermeabilização para a construção quando esta é feita junto a


execução da obra é mais econômico e gera menos transtornos que quando
executada posteriormente. Ou seja, se o processo for de caracter preventivo e não
corretivo é orçado em aproximadamente 3% do valor total da construção, isso já
incluso os gastos com projeto, materiais e execução. Número esse significamente
menor quando comparado a outros serviços como a estrutura, que corresponde a
25%. Ademais, problemas com manifestações patológicas de impermeabilização,
além de reduzir a vida útil da construção atingem os demais serviços da obra como
a estrutura, alvenaria, revestimento e pintura (VEDACIT,2010).
Em um cenário que leva em consideração os dados levantados acerca da
qualidade e o custo das não-conformidades em obras de edifícios residenciais na
cidade de São Paulo feitos por BERNADES et al. (1998), o serviço de
impermeabilização está entre os maiores índices de não-conformidades com
critérios em relação a incidência versus custo, atrás apenas de itens relacionados às
instalações hidro-sanitárias e às paredes, visualizados na Figura 6.

45
Figura 6- Diagrama de Pareto – Levantamento das principais não-conformidades encontradas em
edifícios na cidade de São Paulo

(Fonte: BERNADES et al., 1998)

Tais conjunturas comprovam que quando executada fora do planejamento ou


tardiamente maior será o valor, com a possibilidade de o custo de intervenção
corretiva corresponder a maior fatia orçamentária. A lei de Sitter demonstra esse
crescimento do custo através de uma progressão geométrica com a divisão das
etapas em quatro cenários, a fase de projeto, execução, manutenção preventiva e a
manutenção corretiva que acontece após o surgimento do problema (IANTAS,
2010). Dessa maneira cada período na Figura 7 corresponde a determinado custo
que sofre variação de acordo com o tempo.

46
Figura 7 - Gráfico do custo relativo ao longo do tempo.

Fonte: IANTAS (2010 apud Helene, 2003)

As áreas expostas no gráfico corresponde a fase de Projeto com as decisões


iniciais de estudos de viabilidade e elaboração do projeto, considerando detalhes
construtivos, especificações de materiais e técnicas. Essa parte corresponde no
gráfico ao número 1. A outra etapa, refere-se a execução, nesse momento é exposto
através da imagem que a decisão tomada no momento da execução aumenta em
cinco vezes o custo, caso essa mesma atitude fosse tomada durante o período de
projeto, ou seja em um momento com maior possibilidade de adaptação as
propostas.
Já as outras etapas se referem as manutenções, sendo a preventiva que é
quando as decisões são feitas com antecedencia durante a execução é cinco vezes
menor quando relacionada a medida corretiva. Entretanto, se comparada a fase
inicial de projeto essa etapa de manutenção tem índices de custos 25 vezes maior
se fosse tomada a atitude na fase anterior, por se tratar de uma etapa mais maleavél
as adaptações. Além disso, os problemas patológicos possuem características de
agravamento evolutiva com o passar do tempo.
Por fim, uma intervenção tardia na impermeabilização como forma de
manutenção corretiva que correspondem a trabalhos de diagnóstico, reparo e

47
proteção das áreas expostas as manifestações patológicas, correspondem a custos
cerca de 125 vezes maiores em relação a possibilidade de intervenção na fase de
projeto.
Outro gráfico que representa essa tendência de crescimento do custo em
relação ao tempo considerando as incognitas de intevenção preventiva e corretiva
reforçando a lei de Sitter é exposto na figura 8.

Figura 8 - Tendência dos custos de prevenção e manutenção.

Fonte: BARBOSA (2018 apud VEDACIT, 2017)

O produto desse cenário de manisfestações patologicas é que após a obra


pronta, os problemas ligados a impermeabilização correspondem a maioria dos
motivos relacionado as reformas nas construções principalmente nos 3 anos iniciais
após a conclusão e com destaque até os 6 anos depois da entrega. Dados esses
exposto na Tabela 1.

48
Tabela 1 - Motivos para reforma em edificações ao longo do tempo.

Fonte: BARBOSA (2018 apud VIAPOL, 2015)

3 METODOLOGIA DE PESQUISA.

3.1- PARÂMETRO E CONSIDERAÇÕES

A metodologia de pesquisa de campo adotada no trabalho é constituida em


duas etapas, sendo a primeira etapa composta pelo levantamento de campo,
visando analisar as principais manifestações patológicas ligadas a
impermeabilização em edifícios, habitados na cidade de Goiânia-GO, bem como
investigar suas origens, causas e efeitos. Já na segunda etapa é feita a organização
dos dados para a elaboração de um estudo, com resumo de locais, as possíveis
causas e as manifestações patológicas. Bem como as sugestões de métodos viáveis
para o reparo dos problemas patológicos relacionados a impermeabilização.
O primeiro passo foi o contato com os prestadores de serviços de empresas
ligadas a impermeabilização e as construtoras da região. Momento em que foi

49
buscado uma colaboração dessas empresas da cidade de Goiânia com a pesquisa,
na qual através de critérios de viabilidade na obtenção de dados, buscou-se uma
amostra de três edifícios para estudo, situados em dois setores diferentes na cidade
de Goiânia, no Setor Marista e no Setor Bueno.
A seguir é exposto os parâmetros estabelecidos que forão utilizados na
seleção dos edifícios, como a maneira de coleta dos dados e informações. Além dos
fundamentos adotados para a análise, organização e interpretação desses dados
levantados. De maneira mais específica, tais dados consideraram também o acesso
às informações relativas à impermeabilização, obtidas por meio da empresa
prestadora do serviço ou diretamente da construtora e até mesmo dos profissionais
da própria construtora responsáveis pela manutenção do pós obra.
O segundo parâmetro adotado foi a opção por edificações que possuiam
áreas comuns de lajes descobertas, sendo estas locais de piscina, quadra de
esportes, playground, sauna, jardins e outros.
Outro critério relevante que foi levado em consideração para a escolha é o do
tempo de uso da edificação, com intervalos entre seis meses a quinze anos. Com
um padrão construtivo estabelecido em médio padrão, composto por apartamentos
de três quartos.

3.2–COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados foi adaptado de Antonelli (2002) para o cenário da


pesquisa um questionário, no qual visou-se proporcionar mais agilidade na aquisição
das informações de campo. Dessa maneira, a obtenção de informações ficou
padronizada. Para isso, além do modelo adotado (Quadro 2) foi anexado a coleta de
dados, imagens das ocorrências. Com o objetivo de registrar de maneira visual as
principais manifestações patológicas e o ambiente na qual essas estão presentes.
Neste questionário, foi exposto dados relevantes dos edifícios, como a
identificação, a fim de manter o sigílo das empresas e dos edifícios a nomeação dos
empreendimentos foi em Edifício A, B e C. Além disso, no registro consta a data de
visita aos locais, nos meses de Novembro de 2020 até Feveiro de 2021, período
esse que a região de Goiânia registra presença de chuvas, o que possibilitou maior
probabilidade de identificação de problemas patológicos ligados a
impermeabilização.

50
Questões ligadas ao processo de impermeabilização também foram
considerados no questionário, como a presença ou não de projeto específico a
execução do serviço. Também foi questionado o tipo de sistema sendo estes
flutuantes, aderente ou outros a serem especificados. Explorou-se ao mesmo tempo
os tipos de acabamentos que estão sobre a impermeabilização, as consequências
provindas do aparecimento de eventos patológicos e os locais de presença dessas
ocorrências.
O questionário ainda explora as possíveis ocorrências e responsabilidades do
pós obra, com indagações acerca de reparos e se esses foram feitos durante a
execução do prédio. Busca saber também, se a responsabilidade é dos próprios
condôminos, da construtora, da prestadora do serviço de impermeabilização ou até
do material fornecido. Com foco na possibilidade de o condomínio ter causado
algum dano na impermeabilização em serviço posterior à entrega e se os
responsavéis pela adminstração do local utilizam soluções paliativas para evitar
respingos de água em locais com infiltração como subsolos, com a utilização de
objetos como calhas e telhas. Em um dos tópicos, existe a abordagem em relação a
garantia da empresa aplicadora do material impermeabilizante em oferecer esse
apoio de maneira documentada, superior a cinco anos após a execução.

Quadro 2– Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Continua)

Levantamento de Campo

Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): ............................................................................................
Setor: ...........................................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: .........................................................................
Data da visita: ..............................................................................................................

Local da detecção da patologia de impermeabilização:


☐ Reservatório
☐ Caixas de gordura
☐ Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte

51
Quadro 2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Conclusão)

☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) ..........................................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
☐ Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
☐Flutuante ☐Aderente
☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
☐ Argamassa ☐ Material cerâmico ☐ Granito ☐Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.

☐ Infiltrações na periferia de ralos e tubulações


☐ Manchas de umidade
☐ Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
☐ Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
☐ Infiltrações através das trincas na estrutura
☐ Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
☐ Envelhecimento e deterioração do material
Foram feitos reparos na impermeabilização?
☐ Sim, durante a execução da obra
☐ Sim, após a obra concluída e antes da entrega aos moradores
☐ Sim, após a entrega aos moradores
☐ Não
O condomínio causou algum dano na impermeabilização em serviço posterior à
entrega?
☐ Sim, que tipo? ....................................................................... ☐Não
A empresa que executou a impermeabilização oferece garantia de 5 anos
documentada?

☐ Sim ☐Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?
☐ Sim ☐Não

Fonte: ANTONELLI, 2002 (adaptado)

52
3.3- SISTEMA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

A fim de facilitar a análise dos dados e otimizar a velocidade de coleta dos


desses, foi estabelecido padrões de referências e análise dos levantamentos de
campo, considerações e definições de itens presentes no levantamento, através do
quadro 2.

3.3.1 - Incidência de problemas

Para verificar a incidência do problema, foram considerados três níveis de


intensidade, sendo estes:
Nível bom, que trata de locais da edificação que não posssuem e nem existe
a posssibilidade de surgimentos de problemas, relacionados a impemeabilização.
O nível intermediário de incidência, foi descrito como expectativa de
problemas. Ou seja, se refere a locais com grande possibilidade de ocorrência de
manifestações patológicas, porém que até no momento não ocorreram. Esse cenário
trata de locais com ausência de impermeabilização, proteção mecânica ineficiente,
presença de fissuras na estrutura, rodapé e paredes.
Por fim, os problemas de incidência visíveis, definido como manifestação em
superfícies de lajes, tetos ou paredes como manchas de umidade, corrosão de
armadura, eflorescência e lixiviação do concreto e outros.

3.3.2 Origem dos problemas

Em relação a descrição e critérios adotados para estabelecer a origem dos


problemas patológicos ligados a impermeabilização, essas ocorrências foram
divididas em quatro cenários e tratado durante a pesquisa como cenários possíveis
e prováveis, nunca relatados como origens conclusivas. Sendo a primeira delas com
origem provinda de execução, nessa situação, foram consideradas falhas na
execução e na fiscalização ou recebimento do serviço, como a presença de
arremates em ralos sem os critérios de estaqueidade e qualidade definidos por
norma, além da existência de emendas mal executadas no encontro de mantas, bem
como substrato úmido ou a preparação falha para a aplicação do sistema

53
impermeabilizante e também proteção mecânica ineficiente sobre o processo de
impermeabilização.
Outro critério utilizado está relacionado ao Projeto de Impermeabilização, vez
que esse recurso é fundamental para a execução de um sistema eficiente, pois de
acordo com a ABNT NBR 9575 esse projeto deve conter conteúdo gráfico, detalhes
contrutivos e especificações de materiais. Dessa maneira qualquer erro ou equívoco
no estabelecimento dessas especificações geram problemas na execução e
inviabilizam a garantia da qualidade na impermeabilização.
O outro fator é em relação aos materiais, que quando possíveis são avaliados
no local e estabelecido análises como a de envelhecimento do produto, perda de
elasticidade e até a própria deterioração da substância. É importante enfatizar que
não foi feito ensaios para constatar os problemas e sim apenas verificação visual.
Além desses, foi estabelecido um critério quanto ao uso, a fim de identificar a
origem desses problemas por meio da análise de perfurações na laje, seja por
passagem de sistemas hidráulicos, fixação de acessórios para proteção como
guarda corpo ou corrimão e até a fixação de brinquedos em lajes já
impermeabilizadas.
Ainda nesses critérios, outro caso é a não identificação de nenhum evento
patológico ou a incerteza quanto a origem com os dados coletados, para evitar
esses erros de avaliação nos resultados, esses eventos são classificados como de
origem não identificada.

3.3.3- Efeitos e Consequências dos problemas patológicos

Nessa questão são estabelecidos as principais consequências da percolação


da água provocada pela falha ou até pela ausência de impermeabilização. Nesse
cenário estão inseridos efeitos patológicos como eflorescência, lixiviação no
concreto, corrosão da armadura e formação de manchas de umidade.

3.3.4- Sistemas de impermeabilização utilizados.

Por fim foi relacionado a identificação dos sistemas de impermeabilização dos


empreendimentos, sendo esses divididos em três grupos. Sendo o primeiro o

54
sistema flutuante, composto pelas mantas, seja ela do tipo asfáltica, butílica ou
polimérica. O outro sistema considerado no levantamento de dados será o aderente,
constituidos pelos asfaltos oxidados ou elastoméricos e por fim a consideração de
outros sistemas como os produtos cristalizantes.

4 RESULTADOS E DISCUSÕES.

4.1 EDIFÍCIO A

De acordo com a metodologia proposta pela pesquisa, a primeira etapa para


o estudo foi o contato com várias construtoras e empresas que executam serviços
de impermeabilização. Sendo que, apenas uma Construtora aceitou participar da
pesquisa.
Neste Cenário, a construtora parceira da pesquisa, está a mais de 30 anos
atuando no desenvolvimento de edifícios de alto padrão na cidade de Goiânia.
Possuí implantado Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), certificação ISO 9001 e
PBQP-Habitat (programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) Nível A
- execução de Obras.
Nesse caso, a visita ao edifício A, nome fictício dado ao empreendimento,
ocorreu no mês de Dezembro do ano de 2020, cuja suas características são a
metragem quadrada de 158 m², possuindo 30 pavimentos tipos com 3
apartamentos por pavimento e mais um pavimento misto entre apartamentos e área
comum, totalizando 92 apartamentos no empreendimento, localizado no Setor
Marista em Goiânia e cuja entrega do empreendimento foi no mês de Maio do ano
de 2016, com uma ampla área comum (piscina,quadra e floreiras), com a presença
de muita área verde.
A identificação do problema na impermeabilização foi detectado na primeira
visita ao empreendimento, que de maneira inicial tratra-se de uma infiltração de
água por meio de uma fissura que resulta em um gotejamento de água pluvial em
cima de uma vaga de garagem no pavimento inferior desmonstado nas figuras 9, 10
e 11.

55
Figura 9 – Fissura na calçada do Térreo

Fonte: Autor, 2021

Figura 10 – Percolação da água no Teto Subsolo 1

Fonte: Autor, 2021

56
Figura 11 – Degradação da tubulação de gás

Fonte: Autor, 2021

Após uma análise mais técnica do fenômeno, foi notado na laje do pavimento
térreo do empreendimento a presença de fissuras com abertura superior a 1mm.
Local esse, que fica acima de uma vaga de garagem no subsolo I e que propricía a
percolação da água pluvial. Vez que, na projeção do pavimento Térreo esse local
está descoberto. Situação mostrada nas figuras 12 e 13 .

Figura 12 – Local de ocorrência da fissura na laje (Planta)

Fonte: Construtora parceira, 2021

57
Com a detecção da infiltração acima da vaga de garagem no Subsolo I, foi
analisado a possível correlação da origem dessa água com a fissura na superfície
superior da estrutura que fica em uma área aberta, próximo a calçada e também do
muro de divisória do condomínio.
Entretanto por meio do levantamento de informações obtidos pelo
questionário presente no Anexo A1 a região fissurada da calçada em que se origina
a percolação da água pluvial, possuí sistema de impermeabilização prevista em
projeto, sendo realizada por uma empresa especilizada e com a presença de
impermeabilização do tipo flutuante, com manta asfáltica de 4 mm.
Sendo assim, na região não deveria acontecer a infiltração, conforme é
evidênciado no projeto de impermeabilização fornecido pela construtora parceira e
conforme mostra a Figura 13, o que leva a hipotése de que o sistema de
impermeabilização com manta asfáltica não está exercendo sua função de
impermeabilização de maneira plena.

Figura 13 - Projeto de impermeabilização da região

Fonte: Construtora parceira, 2021

58
Toda essa conjuntura, conforme já havia sido relatada na primeira parte do
trabalho no contexto da revisão bibliográfica, gera inúmeros efeitos, sendo que as
consequências decorentes das manifestações patológicas ligadas ao sistema de
impermeabilização são várias, desde os transtornos aos moradores, imagem
negativa do empreendimento até o custo financeiro do reparo da patologia de
impermeabilização.
Nesse caso específico do Edifício A, o transtorno ao usuário foi
principalmente devido a situação de infiltração da água ser exatamente na vaga de
garagem no subsolo 1. Dessa maneira havia gotejamento com a ocorrência de
chuvas intensas em cima dos veículos estacionados no local. Além dessa situação,
temos também a deterioração dos materiais presentes ali como armaduras e a
propria tubulação metálica. Situações essas já demonstado na Figura 11
anteriormente.
A outra consequência do problema na impermeabilização é o custo. Vez que
nessa situação especifica para solucionar e até identificar o problema, foi necessário
deslocar uma equipe ao local, com as ferramentas adequadas, remover o reboco e
textura além de parte do piso e reexecutar a impermeabilização assim como os
outros acabamentos danificados para sanar o problema. Essa situação é
demonstrada na figura 14 e 15.

Figura 14 – Retirada do Reboco e textura

Fonte: Autor, 2021

59
Figura 15 –Serviço de reparo da calçada fissurada

Fonte: Autor, 2021

Ainda em relação ao transtorno gerado pela patologia, foi executada pela


equipe a restauração da calçada que estava com a presença da fissura para
difilcultar a entrada de água, bom como a resconstituição da manta que quando ia
de encontro com a canaleta apenas subia os 40 cm, ou seja, não fazia o
abaulamento dentro dessa (Fig 16).
Dessa maneira, uma das possíveis causas do não funcionamento do sistema
de impermeabilização pode ser decorrente dessa ausência. Sendo assim a equipe
responsável optou por fazer o abaulamento.

60
Figura 16 – Manta sem abaulamento na mureta.

Fonte: Autor, 2021

4.2 EDIFÍCIO B

O outro empreendimento no qual foi verificado a existência de situações


patológicas também se localiza no Setor Marista e foi construído pela mesma
construtora do Edifício A, concluído em Junho de 2017. Com apartamento de
metragem quadrada de 160, possuindo uma torre com 136 apartamento. Além de
contar com uma área comum ampla, com três piscinas, sendo uma aquecida. Esse
segundo local em estudo recebeu o nome fictício de Edifício B, a fim de manter o
sigílo no nome do empreendimento e da construtora parceira e ao mesmo tempo
diferenciar dos demais locais de estudo.
Nesse edifício foi verificado mais de uma ocorrência de eventos patológicos
ligados ao sistema de impermabilização. Sendo que a primeira incidência é

61
verificada já na entrada do condomínio, originada na região da floreira e tendo como
resultado a infiltração de água no teto do Subolo I, logo abaixo dessa região
conforme mostra as Figuras 17 e 18.

Figura 17 – Entrada do prédio

Fonte: Autor, 2020

Figura 18 – Floreira

Fonte: Autor, 2020

A delimitação da região de análise ocorreu após analisar a infiltração de água


no Subsolo abaixo do térreo, na superfície da laje de forro, executada em concreto

62
armado e imediatamente abaixo da projeção de uma floreira localizada no pavimento
superior, com sistema de irrigação automático, conforme figura 18.
Nesse local na superfície inferior da laje do pavimento térreo, já dentro das
vagas de garagem do subsolo I, observou-se grande presença de infiltração de água
na abertura da caixa de inspeção da instalação elétrica. Além da formação de
eflorescências de coloração amarelo escuro, nas lajes, bem como nas regiões
próximas aos sistemas hidrossanitários da corrosão da armadura na laje.
Concomitante a essas observações foi levantado os dados através do
questionário presente no Anexo B1. Pelo qual foi constatado que apesar de o
edifício ser relativamente novo com menos de 5 anos ele sofreu modificações após a
entrega feita pelos moradores. No qual a entrada do 1Port Cochere, que ficava muito
próximo a pista de rolamento e que não possibilitava um embarque confortável aos
portadores de necessidades especiais, conforme esquematizado na figura 19, no
qual foi recuada a fim de proporcionar mais espaço.

Figura 19 – Port Cochere

Fonte: Autor , 2020

1 Denominação utilizada para a porta de entrada de um edifício no qual os carros podem entrar pela
rua.

63
Situação essa que possibilita alguma modificação no nível de estanqueidade
da manta. Já dentro da floreira foi analisado no levantamento de dados que uma
tubulação de irrigação que alimentava esta, estava danificada que causou
vazamento constantes na estrutura.
A presença de estanqueidade da região foi verificada através do projeto de
impermeabilização do local (Figura 20) fornecido pela construtora e confirmada,
sendo projeto elaborado e realizado por uma empresa especilizada e com a
presença de impermeabilização do tipo flutuante mais especificamente com manta
asfáltica de 4 mm.

Figura 20 – Projeto de Impermeabilização da floreira

Fonte: Construtora Parceira, 2020

Outra constatação feita com base em análise dos projetos e visualização da


região de projeção da floreira é que a vegetação desse jardim é irrigada de maneira
automática, possuindo presença de tubulações aéreas no Subsolo e de sistemas de
alimentação de água dentro da própria região de floreira já demonstrado na figura
19. Local esse onde foi notado na tubulação de irrigação (Figura 21) e a ausência de
uma impermeabilização adequada conforme figura 22.

64
Figura 21 – Tubulação de irrigação

Fonte: Autor, 2020

Figura 22 – Local danificado

Fonte: Construtora parceira, 2020

Os transtornos gerados estão ligados a necessidade de estancar a infiltração


na laje com a interferência na floreira na região de alimentação da irrigação. Assim,

65
foi necessário a remoção de toda a terra e vegetação da floreira e o escareamento
do concreto da laje para troca da tubulação que tinha sua conexão junto a laje.
Concluída a etapa anterior foi realizado a impermeabilização da região
novamente como demonstrado na Figura 23, através de intervenções sugeridas pela
Norma NBR 10844 de Instalações Prediais e pela NBR 12190 que trata da Seleção
das Impermeabilização e pela NBR 9574- Execução de impermeabilização. Nesse
sentido foi executado um poste de concreto para a sustentação da tubulação de
irrigação e pela execução de uma manta no entorno dessa estrutura.
Com essas intervenções é nítido também as consequências financeiras
desses transtornos, com deslocamento de equipe, intervenção no local com custos
de mão de obra e material.

Figura 23 –Impermeabilização na região da tubulação de irrigação

Fonte: Autor, 2020

66
Outra peculiaridade observada nessa ocorrência patológica está relacionada
a infiltração da água em uma caixa de inspeção da instalação elétrica, o que
representa não apenas um transtorno aos moradores mas também um risco a
segurança. Já que em uma situação dessa é possivél a ocorrência de curtos
circuitos e riscos de choques. O que possui consequências graves a segurança dos
usuários e técnicos responsáveis pela manutenção. Essa situação de perigo de
choques elétricos foi verificada no momento em que um eletricista da assistência
técnica da construtora foi abrir a tampa da caixa e verificou a incidência de faíscas
elétricas no local. Conforme representado pela Figuras 24 e 25.

Figura 24 – Caixa de inspeção elétrica

Fonte: Autor, 2020

67
Figura 25 – Faísca na caixa de inspeção elétrica

Fonte: Autor, 2020

Outra consequência está ligada a degradação dos materiais e incomodo aos


moradores, já que o problema além de atingir o subsolo, foi necessário uma
intervenção na região das floreiras que ficam em frente ao edifício e
consequentemente acarreta uma imagem negativa para o condomínio e a
construtora responsável pela execução, conforme visto nas Figuras 26, 27 e 28.

68
Figura 26 – Umidade na caixa de inspeção elétrica

Fonte: Autor, 2020

Figura 27 – Piso com manchas

Fonte: Autor, 2020

69
Figura 28 – Tubulação e piso do Subsolo 1

Fonte: Construtora parceira, 2020

A ocorrência da segunda patologia vivenciada na visita ao edifício B, ocorreu


na região da piscina aquecida, com a detecção visual de uma infiltração na laje
abaixo desta, demonstrado tanto na Figuras 29 ,30, 31 e 32.

Figura 29 – Piscina

Fonte: Autor, 2020

70
Figura 30 –Remoção do revestimento da piscina

Fonte: Autor, 2020

Figura 31 – Umidade na viga parede da piscina

Fonte: Construtora parceira, 2020

71
Figura 32 – Piso abaixo da projeção da piscina

Fonte: Autor, 2020

Em Dezembro de 2020, na região abaixo da área de lazer, localizada no


Segundo pavimento, foi detectado a percolação de água na viga parede, próximo a
projeção da piscina, localizada no mesmo andar.
A região da piscina é feita em concreto armado, conforme notado na Figura
28, inclusive o elemento estrutural, viga parede, que está apresentando infiltração
em uma de suas aberturas estruturais e está sendo revestida com revestimento
cerâmico.
No segundo caso patológico do edifício, com a utlização da tabela de
levantamento de dados conforme Anexo B2 com obtenção de informações
especificas a região da piscina coberta e após constatação de vazamentos de água
nas vigas e lajes próximos a essa piscina, decidiu-se então isolar a área da piscina
para análise mais detalhada. Nesse sentido, a piscina foi esvaziada e constatado
revestimentos ôcos na parede do local e tubulações com presença de oxidação na
saída de água. Situação visualizada pela figura 33.

72
Figura 33 – Região que sofreu intervenção.

Fonte: Construtora Parceira , 2020

Em todo esse cenário, os transtornos encontrados foram inúmeros, podendo-


se destacar de imediato a questão estética, vez que a pintura da garagem do
Subsolo I foi afetada pela formação de manchas de infiltração.
Além das consequências a estrutura, já que a formação dessas manchas
escuras no subsolo são resultados da corrosão da armadura na laje.
Essa manifestação patológica teve um custo elevado segundo a empresa,
sendo neste caso necessário o isolamento da área e paralização das atividades do
local para os moradores. Além do esvaziamento completo da água da piscina.
Já nas intervenções físicas, além do deslocamento de uma equipe com
materiais e ferramentas utilizados na intervenção, foi necessário a remoção de uma
parte considerável do revestimento da piscina que se encontrava com som cavo,
aproveitando também para verificar as possíveis interferências na manta, conforme
figura 34.

73
Figura 34 – Local afetado na piscina

Fonte: Autor, 2020

A outra consequência imadiata foi a necessidade da troca da tubulação da


saída de água que estava furada, sendo necessário também refazer o arremate do
local, conforme evidênciado nas figuras 35, 36 e 37.

Figura 35 – Manchas de oxidação na região da tubulação da piscina

Fonte: Autor, 2020

74
Figura 36 – Tubulação danificada na piscina

Fonte: Autor, 2020

Figura 37 – Degradação do tubo galvanizado

Fonte: Autor, 2020

75
Mais precisamente, foi feita a substituição dessa tubulação de saída de água
de material galvanizado para o inox. Com a finalidade de oferecer maior resistência
a ao contato com o cloro presente na água da piscina, conforme figuras 38 e 39 .

Figura 38 – Tubulação trocada

Fonte: Autor, 2020

Figura 39 – Impermeabilização da mureta refeita

Fonte: Autor, 2020

76
Em relação ao revestimento, este foi retirado como também a argamassa de
fundo e assentamento do local e logo em seguida foi reexecutado o revestimento. Já
quanto a manta de impermeabilização após a análise, foi considerado inicialmente
que estava em perfeitas condições e só possibilitou a percolação da água para o
pavimento inferior em decorrência da presença da emenda existente na meia cana,
que é a divisa da manta presente no piso com a parede.
Todas essas ações foram extremamente custosas e geraram vários
transtornos aos moradores, inclusíve o período em que esses não puderam utilizar a
piscina até que o problema fosse solucionado.

4.3 EDIFÍCIO C
O terceiro edifício visitado, para a análise das ocorrências patológicas
localiza-se no Setor Bueno e também foi construído e entregue recentemente pela
mesma construtora dos prédio anteriores, sendo a data de conclusão em Março de
2020. Caracterizado pela enorme área verde com a presença de 4 (quatro) praças,
com apartamentos de 122 m², sendo um total de 142 unidades na torre. Esse
terceiro edifício em análise recebeu o nome ficticio de Edifício C, com a mesma
finalidade e seguindo os padrões anteriores.
Assim como nos edifícios anteriores, foi utilizado nesse, o quadro padronizado
na metodologia e presente nos anexos, para o levantamento de dados.
Nesse edifício foram encontrados até o momento dois problemas patológicos,
sendo que a ambas as manisfestações patológicas estão na região da cobertura
próximas ao reservatório.
Nesse cenário, primeiro caso está localizado abaixo do reservatório superior
da torre, na superfície da laje deste, que é estruturado por duas células de reserva
de água independentes de concreto armado. Essas manisfestações patologicas são
representadas pela figura 40. Com ramificações das manifestações na laje e viga da
região conforme demonstram a figura 41. Com consequências patológicas também
no piso da região (Figura 42) , que sofre com o gotejamento da água que percola
através da viga e laje da estrutura.

77
Figura 40 – Região abaixo do reservatório

Fonte: Autor, 2020

Figura 41 – Viga com presença de eflorescência

Fonte: Autor, 2020

78
Figura 42 –Piso após o gotejamento próximo a Casa de Máquinas

Fonte: Autor, 2020

Conforme demonstrado pelas figuras 40, 41 e 42 e levantado as informações


por meio do questionário presente no Anexo C1, obteve-se informações necessárias
para uma análise mais ampla da ocorrência da patologia de impermeabilização.
Foi verificado nesse cenário que as situações patológicas de eflorescência e
formação de estalactites, assim como as manchas de coloração amarela ficavam
imediatamente abaixo do reservatório superior, portanto esse foi o local de análise
delimitado para o estudo.
Sendo que a origem da água é provável de uma infiltração que esta sofreu
após um transbordamento do reservatório ocasionado pelo mal funcionamento da
boia automática concomitante a presença do extravasor de água posicionado de
maneira equivocada acima do cintamento da manta de impermeabilização.
Nessa situação específica as consequência da infiltração da água na laje,
decorrente da percolação da água advinda do reservatório resulta no surgimento de
situações patológicas que provocam a degradação do material e da estrutura, com o
transporte de sais que atacam a estrutura. Vez que as manchas visualizadas de
coloração amarelas, provenientes da trajetória da umidade que resulta em uma
diminuição da alcalinidade do meio. Já que ao implicar a diminuição da alcalinidade
do meio ao permear o concreto carreia consigo o hidróxido de cálcio Ca(OH)2,
possibilitando o desencadeando da corrosão da armadura.

79
Além disso, outro transtorno é em relação a estética (Figura 43), já que esses
sintomas patológicos não possuem uma apresentação visual agradável.
Concomitante a todas essas situações, ainda existe o econômico, já que o local
deve passar por intervenções de reparo que geram custos financeiros e que por se
tratar de um local abaixo do reservatório provavelmente será necessário o
esvaziamento dessa célula por um período de tempo, situação essa que prejudica o
morador.

Figura 43 – Produto da percolação da água

Fonte: Autor, 2020

O segundo caso patológico também presente no edifício C bem como na


região próxima ao reservatório. Entretanto a ocorrência desses eventos é
independente ao relato do caso anterior e está localizado na parte externa do
reservatório, demonstrado pela figura 44.

80
Figura 44– Local da ocorrência das manifestações patológicas

Fonte: Autor, 2020

Nesse cenário houve o aparecimento de diversas manchas, eflorescências e


bolores na textura, resultante da presença de umidades na região da textura.
Conforme evidênciado pela Imagem 45. Essas manchas decorrentes da água pluvial
que percola através das falhas na camada de impermeabilização que após se
condensarem dentro da argamassa de revestimento retornam por capilaridade a
superfície da parede e possibilita o aparecimento de crescimento de fungos cujo
nutriente metabólico é o magnésio e outras substâncias ácidas provocando dessa
maneira o aparecimento de material de suporte como no caso evidenciado pela
forma de manchas verdes.

Figura 45 – Mancha na textura

Fonte: Autor, 2020

81
Nas ocorrências patológicas externas ao reservatório, foi notado através de
análise visual e coleta de dados com o questionário presente no Anexo C2 que
mesmo possuindo impermeabilização prevista em projeto e de acordo com as
normas vigentes, era comum ver nas paredes pintadas com texturas, a presença de
manchas esverdiadas como indicativo de percolação da água e próximo a essas
regiões também era comum observar interferência por parte dos moradores quanto
por parte da própria construtora no período de contrução da obra.
As interferências dos moradores ficou por parte da perfuração da manta
asfáltica para a instalação e fixação das antenas de televisão e internet, como
exemplicado na figura 46 e 47.

Figura 46 – Perfuração da manta

Fonte: Autor, 2020

82
Figura 47 – Instalação de cabos fixados em bases impermeabilizadas com manta

Fonte: Autor, 2020

Além da interferência dos próprios moradores, é provável que a própria


construtora tenha perfurado a manta para instalação de guarda corpo de proteção
conforme visto na figura 47, para fazer o cintamento do sistema de proteção contra
descarga atmosfericas. Situações essas que provavelmente contribuem para a
percolação da água pluvial das paredes região da cobertura e para o aparecimento
das manchas de infiltração.
A consequência para esse segundo caso de patologia da impermeabilização
apresentado no Edifício C é em relação as manchas verdes localizadas nas paredes
do reservatório (Fig 48), que são em sua maioria estéticas visto que a textura fica
comprometida com o aparecimento e propagação das manchas. Além da
mobilização financeira para reparar a textura danificada e combater os pontos com
defeito no sistema de impermeabilização.

83
Figura 48 – Formação das manchas

Fonte: Autor, 2020

5 CONCLUSÃO

Por todas essas conjunturas apresentadas na pesquisa em campo é possível


relacionar as ocorrências patológicas as informações obtidas na pesquisa com o
levantamento bibliográfico realizado no trabalho.
Dessa maneira, conforme exposto durante a primeira parte do trabalho,
existe uma negligência das construtoras na atenção ao sistema de
impermeabilização e suas eventuais manifestações patológicas. O que após a
ocorrência da patologia conforme pesquisa já citada por Righi (2009), resulta em um
prejuízo financeiro grande, vez que, os elementos mais afetados e causadores de
custos elevados são os revestimentos que ficam sobre a impermeabilização.
Conforme exemplicado nas situações presenciadas no muro do edifício A e na
piscina do Edifício B, locais em que houve grandes transtornos.

84
Através de ocorrências análisadas in loco, comprova-se na prática o que
diversas pesquisas expuseram na primeira parte do trabalho, que torna-se
fundamental a atenção desde o planejamento até o acompanhamento da execução
dos serviços de impermeabilização, devido ao alto custo agregado pelas patologias
para realizar as reparações.
Ainda em relação aos transtornos financeiros evidênciados nas visítas de
campo, seja com o deslocamento de equipe, utilização de ferramentas e perda de
material e custo de aquisição de novos materiais, foi evidênciado ainda pela
pesquisa de Righi (2009) que quanto maior o atraso para o planejamento e
execução do processo de impermeabilização maior a probabilidade de erro e por
conseguinte mais maior o custo, com um produto final que pode chegar a custar 15
vezes mais por conta das reparações e perdas de material.
As consequências de caráter secundário citadas na revisão bibliográfica em
pesquisa do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (2020) são em relação as
questões financeiras com a desvalorização do imóvel devido as manifestações
patológicas. Ou seja, além dos problemas eventuais como a redução da vida útil da
construção atingem os demais serviços da obra como a estrutura, alvenaria,
revestimento e pintura (VEDACIT,2010). Ainda há os transtornos gerados aos
moradores como ocorreu no caso da piscina que precisou ficar interditada até que o
problema fosse solucionado. Além da propaganda negativa e animosidade entre a
construtura e o condôminio como ocorreu no caso da manifestação patológica ligada
a floreira do Edifício B e do muro do local A. Ambas as situações ocorreram na
entrada dos prédios.
Nesse cenário e concomitante a divisão de etapas para explicar o
crescimento do custo através de uma progressão geométrica proposta pela lei de
Sitter e exposta no levantamento teórico na primeira parte do trabalho, será
comparado as possíveis origens das ocorrências a fase de projeto, execução,
manutenção preventiva e a manutenção corretiva (a qual acontece após o
surgimento do problema). Que acrescentado a pesquisa já exposta no trabalho de
Antonelli (2002), traz de maneira mais específica outras seis causas principais,
relacionadas a impermeabilização. Como o arremate inadequado de ralos e
tubulações, fissuras na estrutura e no rodapé das paredes. Além de perfurações na

85
impermeabilização, proteção mecânica inadequada e até a falta de
impermeabilização.
De acordo com a metodológia proposta pela pesquisa na primeira etapa do
trabalho todos os níveis dos problemas se classificaram como incidências visíveis,
vez que foram análisadas visualmente em lajes, vigas e paredes. Com ocorrência de
manchas de umidade, eflorescência e corrosão da armadura.
Em relação a descrição e critérios adotados para estabelecer a origem dos
problemas patológicos ligados a impermeabilização no primeiro cenário relatado na
revisão bibliográfica e verificado na visita de campo como possível e prováveis,
nunca relatados como origens conclusivas. Sendo que a primeira delas com origem
provinda de execução notada no Edifício A, situação em que não foi feito a
abaulamento da manta sobre a mureta de canaleta, com falha também no
recebimento do serviço, a outra situação de provável erro na execução foi com o
deslocamento do port cochere e possível danificação na manta asfáltica no Edifício
B.
Outro critério utilizado está relacionado ao Projeto de Impermeabilização, vez
que esse recurso é fundamental para a execução de um sistema eficiente, pois de
acordo com a ABNT NBR 9575 e na situação encontrada no Edifício C em que é
provavél que houve inflitração da água na estrutura após o reservatório superior do
edifício transbordar o extravasor ficar acima da cinta de fixação do sistema de
impermeabilização, diminuindo sua eficácia. Na outra ocorrência patológica
registrada no Edifício C é em relação ao projeto que não detalhou tal situação,
porém foi utilizado um critério relacionado ao uso, com a finalidade de identificar a
origem desses problemas por meio da análise de perfurações na laje
impermeabilizada e nessa situação em particular, ocorreram a fixação na manta do
Guarda Corpo de proteção e de antenas de transmissão de televisão e telefone.
Por fim, o último fator descrito na metodologia do trabalho para identificar
possíveis origens patológicas são em relação aos materiais, no caso da pesquisa de
campo, no Edifício B no local da piscina a perfuração da tubulação de alimentação
de água, composta de tubo galvanizado. Fato que possíbilitou o alagamento da
manta até que a água percolasse para fora do sistema através do encontro das
mantas na região de meia cana. Situação essa que possivelmente teria sido evitada

86
com a utilização de uma tubulação de alimentação da piscina feita de material Inox,
que é mais resistente ao cloro da água.
Todas essas situações levantadas na revisão bibliográfica e vivenciadas no
campo por meio das visitas aos locais de ocorrências patológicas. Reafirmam a ideia
de que a área de estudo de patologias de impermeabilização mostra-se uma área
fundamental para a Construção Civil, pois está diretamente relacionada ao conforto,
salubridade e funcionalidade dos locais.
Por conta desse contexto torna-se inprescíndivel o estudo e a pesquisa nessa
área de patologia da impermeabilização sendo até sugerido para títulos de pesquisa
futuros através da análise desses estudos de casos expostos, a análise e
elaboração de possibilidades de solução as patologias retratadas, de maneira a
buscar uma alternativa menos invasiva ao local e financeiramente mais viável.

6 REFERÊNCIAS

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da Impermeabilização. Disponível em: <http://aei.org.br/historia-da-
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manifestações patológicas de lajes impermeabilizadas em edifícios habitados
de Goiânia-Go. IX Encontro Nacional do Ambiente Construído. Foz do Iguaçu.
2002.

ANTONELLI, G.R. Impermabilização de lajes térreas em edifícios


residenciais.Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil. Universidade Federal
de Goiás – EEC/UFG, Goiânia, 2002.

ANTONELLI, G.R. 2019. Notas de aula da disciplina Tecnologia das Construções II.
IFG, Goiânia.

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construção civil. Escola de Engenharia da UFMG, Belo Horizonte.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575 -


Impermeabilização - Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2010.

87
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575- Edificações
habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos gerais -. Rio de Janeiro, 2013.

Barbosa, Rafael Madeira Estevam. Patologia da impermeabilização em


edificações: aspectos técnicos e metodológicos.Trabalho de Conclusão de
Curso em Engenharia Civil. Escola Politécnica Universidade Federal do Rio de
Janeira – UFRJ, Rio de Janeiro, 2018.

BERNARDES, Cláudio et al. Qualidade e o custo das não-conformidades em


obras de construção civil. 1. ed. São Paulo, PINI,1998.

CINCHINELLI, G. A evolução das membranas moldadas in loco. Téchne, São


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GIORDANI, Andréia Zanatta. Levantamento e Diagnóstico das Manifestações


Patológicas em Fachadas de Edificações localizadas no Campus da UFSC.
Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil. Universidade Federal de
Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 2016.

IBI – Instituto Brasileiro de impermeabilização. Disponível em


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IBI– Instituto Brasileiro de impermeabilização. 2017. O que é impermeabilização?


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Acessado em: 01/04/2020.

IBI– Instituto Brasileiro de impermeabilização. 2017. Impermeabilização no


contexto da NBR 15575 Disponível em:
<https://ibibrasil.org.br/2017/10/17/impermeabilizacao-no-contexto-da-nbr-15575/>.
Acessado em: 02/04/2020.

IBI– Instituto Brasileiro de impermeabilização. 2020. Como desenvolver e


implementar um projeto de impermeabilização?.Disponível em:
<https://ibibrasil.org.br/duvidas-frequentes/>. Acessado em: 02/04/2020.

IANTAS, Lauren Cristina.Estudo de Caso: Análise de Patologias Estruturais em


Edificação de Gestão Pública. Monografia (Especialização em Construção de
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MAGALHÃES, Daniel Teixeira. Inspecção, diagnóstico e controle da ascensão


capilar de águas do terreno pelas alvenarias: Aplicação na Igreja de Cidadelhe.

88
Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil. Universidade de Trás-os-montes e
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MORAES, Claudio Roberto Klein de. Impermeabilização de lajes de cobertura:


Levantamento dos principais fatores envolvidos na ocorrência de problemas
na cidade de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, 2002.

NAPPI, Sérgio Castello Branco. Uma solução alternativa para prorrogação da


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em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina – UFRSC,
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dos sistemas de impermeabilizantes:um estudo de.Trabalho de Conclusão da
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PIEPER, R. Só se nota a impermeabilização quando ela não existe. Revista


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QUERUZ,F.Contribuição para indentificação dos principais agentes e


mecanismos de degradação em edificações da Vila Belga. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Maria-UFSM,
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patologias, prevenções e correções. Dissertação de mestrado em Engenharia
Civil - Universidade Federal de Santa Maria- UFSM, 2009.

SOARES, Felipe Flores .Aimportância do Projeto de Impermeabilização em


Obras de Construção Civil.Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.

SENA, GILDEON OLIVEIRA et al. Patologia das construções. 1. ed. Salvador, 2B,
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VEDACIT.2010 – Manual técnico de impermeabilização de estruturas.6 ed.


Disponível em:<http://www.vedacit.com.br>. Acesso em: 30/03/2020.

89
ANEXO

QUESTIONÁRIO EMPREGADO NO LEVANTAMENTO DE


CAMPO

Anexo A1- Dados referentes a primeira situação patológica do Edifício A.


Anexo B1- Dados referentes a primeira situação patológica do Edifício B.
Anexo B2- Dados referentes a segunda situação patológica do Edifício B.
Anexo C1- Dados referentes a primeira situação patológica do Edifício C.
Anexo C2- Dados referentes a segunda situação patológica do Edifício C.

90
Anexo A1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Continua)

Levantamento de Campo

Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício A..................................................................
Setor: Marista...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Maio de 2016...................................................
Data da visita: Janeiro de 2021................................................................................
Local da detecção da patologia de impermeabilização:
☐ Reservatório
☐ Caixas de gordura
☐ Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte
☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) Base da alvenária: Vedação de alvenária.............................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
X Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
X Flutuante ☐Aderente ☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
X Argamassa X Material cerâmico ☐ Granito ☐ Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.
X Infiltrações na periferia de ralos e tubulações
X Manchas de umidade
☐ Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
☐ Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
X Infiltrações através das trincas na estrutura
☐ Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
☐ Envelhecimento e deterioração do material
Foram feitos reparos na impermeabilização?

☐ Sim, durante a execução da obra


☐ Sim, após a obra concluída e antes da entrega aos moradores
☐ Sim, após a entrega aos moradores
X Não

91
Anexo A1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Conclusão)

O condomínio causou algum dano na impermeabilização em serviço posterior à entrega?


☐ Sim, que tipo?..................................... X Não
A empresa que executou a impermeabilização oferece garantia de 5 anos documentada?
X Sim ☐Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?
X Sim ☐Não

Fonte: ANTONELLI, 2002 (adaptado)

Anexo B1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Continua)

Levantamento de Campo

Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício B..................................................................
Setor: Marista...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Junho de 2017...................................................
Data da visita: Dezembro de 2020................................................................................

Local da detecção da patologia de impermeabilização:


☐ Reservatório
☐ Caixas de gordura
☐ Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte
X Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) ..........................................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
X Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
X Flutuante ☐Aderente ☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
☐ Argamassa ☐ Material cerâmico ☐ Granito X Concreto

92
Anexo B1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Conclusão)

Efeitos visivéis da patologia no local detectado.

X Infiltrações na periferia de ralos e tubulações


☐ Manchas de umidade
☐ Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
☐ Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
☐ Infiltrações através das trincas na estrutura
☐ Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
☐ Envelhecimento e deterioração do material

Foram feitos reparos na impermeabilização?


☐ Sim, durante a execução da obra
☐ Sim, após a obra concluída e antes da entrega aos moradores
X Sim, após a entrega aos moradores
☐ Não
O condomínio causou algum dano na impermeabilização em serviço posterior à entrega?
X Sim, que tipo? ....................................................................... ☐Não

A empresa que executou a impermeabilização oferece garantia de 5 anos documentada?


X Sim ☐Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?
Sim X Não

Fonte: ANTONELLI, 2002 (adaptado)

Anexo B2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Continua)

Levantamento de Campo

Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício B..................................................................
Setor: Marista...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Junho de 2017...................................................
Data da visita: Dezembro de 2020................................................................................

93
Anexo B2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Conclusão)

Local da detecção da patologia de impermeabilização:


☐ Reservatório
☐ Caixas de gordura
X Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte
☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) ..........................................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
X Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
X Flutuante ☐Aderente ☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
☐ Argamassa ☐ Material cerâmico ☐ Granito X Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.

X Infiltrações na periferia de ralos e tubulações


X Manchas de umidade
X Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
X Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
☐ Infiltrações através das trincas na estrutura
☐ Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
☐ Envelhecimento e deterioração do material
Foram feitos reparos na impermeabilização?

☐ Sim, durante a execução da obra


☐ Sim, após a obra concluída e antes da entrega aos moradores
☐ Sim, após a entrega aos moradores
X Não
O condomínio causou algum dano na impermeabilização em serviço posterior à
entrega?
☐ Sim, que tipo? ....................................................................... X Não
A empresa que executou a impermeabilização oferece garantia de 5 anos
documentada?
X Sim ☐Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?
X Sim ☐Não

Fonte: ANTONELLI, 2002 (adaptado)

94
Anexo C1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Continua)

Levantamento de Campo

Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício C..................................................................
Setor: Bueno...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Março de 2020...............................................
Data da visita: Dezembro de 2020.............................................................................

Local da detecção da patologia de impermeabilização:


X Reservatório
☐ Caixas de gordura
☐ Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte
☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) ..........................................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
X Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
X Flutuante ☐Aderente ☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
☐ Argamassa ☐ Material cerâmico ☐ Granito X Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.

☐ Infiltrações na periferia de ralos e tubulações


X Manchas de umidade
X Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
X Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
☐ Infiltrações através das trincas na estrutura
X Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
X Envelhecimento e deterioração do material

95
Anexo C1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Conclusão)

Foram feitos reparos na impermeabilização?

X Sim, durante a execução da obra


☐ Sim, após a obra concluída e antes da entrega aos moradores
☐ Sim, após a entrega aos moradores
☐ Não

O condomínio causou algum dano na impermeabilização em serviço posterior à


entrega?
☐ Sim, que tipo? ....................................................................... X Não
A empresa que executou a impermeabilização oferece garantia de 5 anos
documentada?
X Sim ☐ Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?

X Sim ☐ Não

Fonte: ANTONELLI, 2002 (adaptado)

Anexo C2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Continua)

Levantamento de Campo

Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício C..................................................................
Setor: Bueno...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Março de 2020...............................................
Data da visita: Janeiro de 2021................................................................................

Local da detecção da patologia de impermeabilização:


☐ Reservatório
☐ Caixas de gordura
☐ Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte
☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) COBERTURA .........................................................

96
Anexo C2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo

(Conclusão)

A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?


X Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
X Flutuante ☐Aderente ☐Outros (quais?) ......................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
☐ Argamassa ☐ Material cerâmico ☐ Granito X Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.
☐ Infiltrações na periferia de ralos e tubulações
X Manchas de umidade
☐ Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
☐ Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
☐ Infiltrações através das trincas na estrutura
X Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
X Envelhecimento e deterioração do material

Foram feitos reparos na impermeabilização?

☐ Sim, durante a execução da obra


☐ Sim, após a obra concluída e antes da entrega aos moradores
☐ Sim, após a entrega aos moradores
☐ Não
O condomínio causou algum dano na impermeabilização em serviço posterior à
entrega?
X Sim, que tipo? Perfuração da manta para instalação de antenas de televisão

A empresa que executou a impermeabilização oferece garantia de 5 anos


documentada?
X Sim ☐ Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?
☐ X Sim ☐ Não

Fonte: ANTONELLI, 2002 (adaptado)

97

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