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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE EDUCAÇÃO VISUAL

DIOGO JANUÁRIO DIOGO

A UTILIZAÇÃO DO CURTA-METRAGEM COMO UM


RECURSO PARA A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A
VIOLÊNCIA ESCOLAR

Beira
2021
I

DIOGO JANUÁRIO DIOGO

A UTILIZAÇÃO DO CURTA-METRAGEM COMO UM RECURSO


PARA A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA ESCOLAR

Projecto de TCC apresentado à Faculdade de


Ciências e Tecnologia, Curso de Licenciatura em
Educação Visual com habilitações em Design e
Multimédia, Extensão da Beira, como requisito parcial
para a obtenção do grau académico de Licenciado em
Educação Visual

Orientado por:

Beira
2021
II

Resumo

O presente projecto de TCC visa estudar a potencialidade do curta-metragem na conscientização sobre a


violência escolar como um recurso didáctico. Este tema enquadra-se na 9ª Classe, V Unidade Temática,
Comunicação Visual. O estudo pautou pela busca de várias obras e pesquisas para sustentar a ideia da
utilização do curta-metragem no Processo de Ensino-Aprendizagem e as principais obras consultadas são de
De Alcântara (2014), Freitas (2017), Venturini & Madeiros (2018) e Venturini (2017). Sobre o uso do curta-
metragem como recurso educativo, a metodologia a ser usada será mista, atentando-se para a pesquisa de
campo e a bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos e exploratória quanto aos objectivos. Recorrer-
se-á a uma amostra de 20 alunos escolhidos por conveniência. A população a ser estudada será de alunos da
Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba da 9ª Classe. Como instrumentos de recolha de dados serão
inseridos dois testes de motivação e dois testes de aprendizagem, com o intuito de medir o nível de motivação
dos alunos e testar o nível de conhecimento dos alunos antes e depois da intervenção do pesquisador. Com
este projecto, espera-se contribuir para a melhoria da forma de conscientização ligada a Violência Escolar
utilizando o Curta-Metragem.

Palavras-chave: Curta-metragem, Conscientização, Recurso Didáctico, Violência Escolar.


1

Índice

Resumo ............................................................................................................................................. II

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3

1.1. Delimitação do tema .................................................................................................................. 4

1.2. Justificativa ................................................................................................................................ 4

1.3. Problematização......................................................................................................................... 5

1.4. Hipóteses ................................................................................................................................... 6

1.5. Objectivos .................................................................................................................................. 7

1.5.1. Objectivo geral: ...................................................................................................................... 7

1.5.2. Objectivos específicos............................................................................................................. 7

CAPÍTULO II-MARCO TEÓRICO ................................................................................................ 8

2.1 Revisão da literatura ................................................................................................................... 8

2.2 Fundamentação teórica ............................................................................................................. 10

2.2.1. Breve historial do curta-metragem....................................................................................... 10

2.2.2. Finalização e Pós-Produção ................................................................................................ 11

2.3 Violência Escolar ...................................................................................................................... 15

2.3.1. Classificação da Violência Escolar ...................................................................................... 16

2.3.2. Tipos de Violência Escolar ................................................................................................... 17

2.4 Potencialidade didáctico-pedagógica do curta-metragem ........................................................ 17

CAPÍTULO III-METODOLOGIAS .............................................................................................. 19

3.1. Tipo de pesquisa ...................................................................................................................... 19

3.1.2. Quanto aos objectivos .......................................................................................................... 19

3.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos ..................................................................................... 19

3.1.4. Quanto a natureza ................................................................................................................ 19


2

3.1.5. Quanto a abordagem ............................................................................................................ 20

3.2. Método de pesquisa ................................................................................................................. 20

3.2.1. Método dedutivo ................................................................................................................... 20

3.2.2. Método Hipotético-Dedutivo ................................................................................................ 21

3.2.3. Técnicas de recolha de dados ............................................................................................... 21

3.3. População e amostra ................................................................................................................ 21

3.4. Ferramentas gráficas ................................................................................................................ 21

4. Resultados esperados .................................................................................................................. 23

5. Cronograma de actividades ........................................................................................................ 23

6. Orçamento .................................................................................................................................. 24

Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 25


3

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

O presente projecto de pesquisa intitulado A utilização do curta-metragem como um recurso


para a conscientização sobre a violência escolar, tem como objectivo estudar a potencialidade do
uso do curta-metragem para conscientizar as pessoas a cerca da violência escolar.

Pelo seu género curto, impactante e preciso, o curta-metragem atrai a atenção de praticamente todas
as camadas, pois é possível transmitir uma vasta gama de informações em um espaço de tempo
relativamente muito curto à um número considerável de pessoas. Com a presente pesquisa pretende-
se avaliar o quão é importante o curta-metragem na difusão de informações baseado em audiovisual.
Pois este é considerado por especialistas como sendo uma boa ferramenta para a motivação e para
a assimilação de diversos tipos de conteúdos.

O curta-metragem, por ser uma produção menor, permite discutir assuntos da actualidade de forma
mais fácil e rápida. É um formato que permite urgência. Entretanto, a sua aplicação torna-se
fundamental no que concerne o desenvolvimento de aptidões de análise, observação e reflexão
crítica. Assim como pontuam Pontuschka et al, (2009) e (Napolitano, 2013) citados por Freitas
(2017), um filme pode servir de mediação na construção da noção de tempo e concretização do
espaço. Ao usar o cinema no ensino, além de torná-lo mais interessante, ajudará o estudante a
ampliar e/ou adquirir novas habilidades. Entre elas o desenvolvimento da capacidade crítica e
sociocultural.

Este projecto está disposto em três capítulos dos quais, o primeiro capítulo engloba a Delimitação
do tema, Justificativa, Problematização, Hipóteses e Objectivos. O segundo capítulo comporta o
Marco teórico e o terceiro e último capítulo comporta as Metodologias de pesquisa, Resultados
esperados, Cronograma de actividades e finalmente o Orçamento e Referências bibliográficas.
4

1.1. Delimitação do tema

No que concerne a delimitação espacial da pesquisa, esta será realizada na Província de Sofala,
Cidade da Beira, concretamente na Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, localizada no
Bairro do Esturro na Avenida Armando Tivane, n° 1502, que limita a sul pela Rua Victor Gordon.
No que tange a delimitação espacial, a pesquisa será realizada nos meses de Dezembro de 2021 à
Março de 2022, com duração de quatro meses. Em termos de contextualização, ela enquadra-se no
Sistema Nacional de Educação do Ensino Secundário Geral, 9ª Classe, na Disciplina de Educação
Visual, na Unidade Temática 5: Comunicação Visual. A população a ser estudada será de alunos
da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba.

1.2. Justificativa

A escolha do tema justifica-se pelo facto do proponente ter vivenciado momentos constrangedores
durante as actividades desenvolvidas em certas escolas referentes às Práticas Pedagógicas e Estágio
Pedagógico. Onde recorrentemente, notou-se a imposição de certos alunos para com os outros,
oprimindo-os verbalmente, psicologicamente e/ou emocionalmente. Ademais, tal violência não se
restringia a questões físicas ou emocionais, mas sim, ia mais além até a violência contra
propriedades e patrimônio público, que é o caso de pinchar as paredes, quebrar vidros e entre
outros.

Com as aulas de Ética e Legislação, alicerçadas com as aulas de Cadeiras que exigem o manuseio
de softwares de captação e edição de vídeos, o proponente viu uma possibilidade para desta feita,
fazer uma intervenção que seja acessível a todos e em praticamente qualquer lugar (casa, escola,
local de trabalho, etc.) com base no uso de diversas plataformas (Facebook, Twitter, Whatsapp,
etc.) e equipamentos (DVDs, Celulares, Laptops, etc.).

O curta-metragem, além de seus conceitos e características, deve ser pensado como um instrumento
de crítica social, na medida em que cumpre uma função na sociedade. E, no entanto, é neste contexto
que Venturini & Madeiros (2018), assumem que as características de um curta-metragem vão muito
além do seu formato. Outras propriedades relacionadas à sua curta duração conferem-lhe
peculiaridades discursivas importantes, como o reduzido número de personagens e diálogos,
condensação narrativa que, por sua vez, leva à condensação da linguagem e da acção; tempo da
5

história, na maioria dos casos, linear; verossimilhança com a realidade, grande carga emotiva e
sugestiva.

E, pela sua natureza cinematográfica, é grande a possibilidade de veicular conteúdos culturais com
valores educativos. E segundo De Alcântara (2014), é por esta razão que, torna-se uma fonte
inesgotável e valiosa para trabalhar aspectos da interação humana, como cultura e linguagem.
Pois então, o estudo do tema supracitado faz-se extremamente imprescindível visto a sua urgência,
na medida em que este visa resolver vários problemas práticos da sociedade, associados à violência
escolar, desvalorização dos valores éticos e morais, vandalismo, e a violência no seu sentido mais
amplo.

O tema em questão propõe se contribuir activa e positivamente para a sociedade e para a educação,
pois utilizar-se-á de uma ferramenta de divulgação de informações muito pragmática, simples e
precisa, cuja ferramenta é o curta-metragem, a partir de um vídeo sucinto abordando a violência
escolar.

1.3. Problematização

No mundo contemporâneo, é constantemente notória a personalização de atitudes de violência,


desonestidade, falta de respeito para com o próximo e para com as propriedades e patrimônios
públicos, uso e abuso de poder por parte de alunos e /ou agentes implicados no PEA que ferem
com a sensibilidade dos outros, implicando, impondo-se ou sentindo-se superiores em relação aos
outros por motivos triviais como a cor da pele, crença religiosa, idade, orientação sexual e entre
outros. Comportamentos estes irrelevantes para pessoas que respeitam os valores humanos, e
criando desta forma certo conflito de ideologias, pois as pessoas que respeitam os valores, jamais
poderiam partilhar o mesmo ambiente com este tipo de pessoas.

Mais importante ainda, a violência escolar está impregnada em todas relações implicadas no PEA
(relações verticais e horizontais).

Assim, de acordo com o exposto por Blanchard & Peace (1993):

Ambos concordamos que o comportamento ético está relacionado com o


amor-próprio. Ambos acreditamos que as pessoas que se sentem bem
6

consigo próprias preenchem a condição indispensável para resistir às


pressões do exterior e para fazer o que está certo em vez do que é apenas
conveniente, popular ou lucrativo. Acreditamos que, em qualquer negócio,
uma moral forte é meio caminho andado para o sucesso. Acreditamos que
os gestores éticos são os gestores campeões (Blanchard & Peace, 1989).

Partindo desta premissa, o mais preocupante é a forma pela qual a abordagem e o tratamento da
violência escolar é negligenciada nos vários círculos sociais e principalmente na escola,
sucumbindo assim à comportamentos desonestos, antiéticos, desonrosos e antimorais, um dos
factores que leva a maior parte das pessoas que não entendem bem do assunto, achar que a
educação sobre este ou outro tipo de violência é apenas tratada nas escolas, ao passo que esta deve
ser tomada à cabo a partir de casa, até qualquer outro círculo social.

O Homem é antes de mais, um ser social. Daí que, os pais, os filhos e todos, devem perceber que
têm algum dever ético e moral para com a sociedade. Pois, se esta negligência à violência escolar
persistir, passar-se-á a não pautar pela prática responsável o que resultará num colapso social e um
atentado aos direitos humanos. Eis, porém, como proposta estratégica para a conscientização sobre
a violência escolar o uso do curta-metragem como ferramenta para a efectivação desta educação.
É no contexto deste problema que se faz o levantamento da seguinte pergunta de pesquisa:

• Qual é a potencialidade do curta-metragem como recurso para a conscientização


sobre a violência escolar?

1.4. Hipóteses

1.4.1. Hipótese primária


• O recurso a curta-metragem pode melhorar a compreensão dos indivíduos a cerca da
violência escolar.

1.4.2. Hipóteses secundárias


• Possivelmente a utilização do curta-metragem pode ser uma estratégia para a difusão de
boas regras de convivência;
7

• O curta-metragem produzido facilitará a aprendizagem de pessoas de diferentes camadas


etárias no que tange a violência escolar.

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo geral:

• Investigar a potencialidade do uso do Curta-Metragem como recurso para conscientização


sobre a Violência Escolar.

1.5.2. Objectivos específicos

• Descrever os procedimentos de produção do Curta-Metragem;


• Produzir Curta-Metragem sobre Violência Escolar;
• Integrar o Curta-Metragem na conscientização sobre a Violência Escolar na 9a classe,
Unidade Temática 5: Comunicação Visual;

• Avaliar a potencialidade do Curta-Metragem como um recurso didáctico na conscientização


sobre a Violência Escolar.
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CAPÍTULO II-MARCO TEÓRICO

2.1 Revisão da literatura

Ribeiro (2013), fez um estudo sobre A curta-metragem como recurso didáctico para a aula de E/LE
onde visava apurar quais as relutâncias em explorar este recurso e fundamentar (teórica e
pragmaticamente) os benefícios da sua utilização, a partir dos níveis de iniciação. Ademais, buscou
demonstrar que as investigações efectuadas sobre o uso de filmes nas aulas atestam o seu potencial
para desenvolver as competências linguísticas, pragmáticas e comunicativas, socioculturais e
interculturais. Este estudo vai ajudar a exaltar as potencialidades do curta-metragem como recurso
didáctico e, por outro, sublinhar a pertinência de usá-la desde os níveis iniciais de educação.

Venturini & Madeiros (2018), fizeram um estudo sobre Curta-Metragens como ferramenta
tecnológica na educação inclusiva que pretendia evidenciar o curta-metragem como sendo uma
ferramenta tecnológica que está presente nos espaços/tempos da educação. Com este ensaio,
concluiram que este género institui novas formas de se perceber a realidade trazendo novos
caminhos para ter experiências, ou seja, o cinema desperta sentimentos nobres de amizade, de apego
e de amor que proporcionam novas emoções e relações, capazes de transformar o ser humano. Este
estudo fortificará a ideia de que o curta-metragem facilita o PEA.

Lopes & Nanemann (2015), desenvolveram um estudo sobre O curta-metragem como instrumento
de ensino dos direitos humanos nas aulas de língua portuguesa com o intuito de entusiasmar os
alunos a conhecerem seus deveres e direitos, para se tornarem cidadãos actuantes na sociedade, bem
como recriar práticas pedagógicas renovadas, a fim de atender a demanda da sociedade actual,
recorrendo ao curta-metragem, género com capacidade de crítica social, mediante sequências
didácticas, marcas multimodais e produção audiovisual. Esta pesquisa ajudará a perceber que este
género possibilita difundir e reflectir sobre os direitos fundamentais da pessoa.

De Matos (2018), fez um estudo sobre A curta-metragem como recurso didáctico na aula de
português língua estrangeira, do qual constactou que há múltiplas possibilidades do curta-metragem
no desenho de actividades motivadoras, voltadas para o estudo de conteúdos variados, para o
exercício integrado das actividades de língua primárias e para o desenvolvimento das diferentes
competências mobilizadas na situação de comunicação. Com este estudo evidencia-se a existência
9

de uma série de vantagens no uso didáctico e metodológico do audiovisual, e deste, aproveitar-se-


á das estratégias do uso do curta-metragem como recurso para educação.

Pinheiro (2011), com o objectivo de investigar o impacto dos recursos audiovisuais no processo
ensino-aprendizagem, desenvolveu um estudo sobre A produção audiovisual como ferramenta de
aprendizagem. Desta pesquisa, concluiu que no projecto dos curtas-metragens, percebe-se que a
aprendizagem acontece de forma significativa na medida em que os alunos se sentem envolvidos,
tocados, desafiados e motivados a produzir algo. Esta pesquisa ajudará na medida em que expõe a
potencialidade motivacional e interactiva do curta-metragem.

Venturini (2017) no seu trabalho sobre Produção de curtas metragens como recurso para educação
inclusiva foi capaz de constactar que o curta-metragem pode ser visualizado além de um recurso
tecnológico para ilustrar ou aprofundar conteúdos, elucidando-o como espaço de convivência que
educa, forma, faz pensar, estimula o desenvolvimento das habilidades e competências criativas e
significativas das pessoas com deficiência para o processo de inclusão. Esta pesquisa ajudará a tecer
a ideia do curta-metragem como um forte recurso e/ou ferramenta de acolhimento, educação e
inclusão, traspondo fronteiras físicas e intelectuais.

De Alcântara (2014) desenvolveu um estudo sobre Curta-metragem: gênero discursivo propiciador


de práticas multiletradas, onde concluiu que às motivações que levam os docentes a fazer uso do
cinema nas aulas de linguagem, é o facto de estes serem movidos pela necessidade da busca por
novos mecanismos que proporcionassem a eles o uso pedagógico de elementos socioculturais, dos
quais seus alunos fossem consumidores em situações reais, levando-os, consequentemente, a se
sentirem incluídos no PEA. Este estudo ajudará a entender que o uso do cinema na esfera
educacional aproxima o educando da realidade e este assimila melhor.

Hennig & Medeiros (2009), fizeram um estudo sobre Perspectiva educativa da produção de curta-
metragem em aulas de literatura, onde pretendiam analisar o impacto das produções audiovisuais
nas pessoas desde as camadas mais jovens. Com o estudo constactaram que inserindo mídias no
contexto educativo, representa a possibilidade de ruptura do paradigma tradicional, onde o aluno se
comporta de maneira passiva para um modelo constructivista, cujos sujeitos se comportam de
maneira activa, mobilizando sua capacidade crítica, criativa e reflexiva. Este estudo ajudará a
10

evidenciar o potencial de aulas usando recursos audiovisuais como uma ferramenta de ensino
libertadora.

Freitas (2017) na sua dissertação sobre Produção de curtas-metragens nas aulas de Geografia,
pretendia demonstrar que é possível a construção de saberes geográficos a partir do uso do cinema,
empoderando os estudantes a se expressarem por meio da produção de curtas-metragens. Ademais,
notou que a partir de uma concepção de ensino, que leve em conta a realidade dos estudantes a
escola contribui para formação de saberes que são essenciais na formação de sujeitos participativos
e agentes sociais. Este estudo contribuirá para perceber a crucial importância da cultura digital na
educação e o seu impacto no mundo contemporâneo.

2.2 Fundamentação teórica

2.2.1. Breve historial do curta-metragem

Faz-se imprescindível aqui descrever o percurso desta arte falando da sua origem e o seu percurso.

Nos primórdios da história do cinema, a definição do curta-metragem era associada


a uma limitação técnica. Dessa forma, a produção de curtas não era uma questão
de escolha de seus produtores; ao contrário, tratava-se da única forma possível de
realização cinematográfica naquele momento embrionário das produções
cinematográficas. Mais de cem anos se passaram, as possibilidades e aparatos
tecnológicos se multiplicaram, os avanços estéticos vieram e algumas das
características e critérios que identificavam um curta-metragem naquela época
ainda são válidos até hoje: um curta-metragem é definido pela sua extensão (de
Alcântara, 2014).

O nascimento do cinema é composto de obras que hoje são consideradas curtas. Citando dois
grandes clássicos, tem-se Viagem à Lua1 de Georges Méliès e O Grande Roubo do Trem2 de Edwin
Porter, o primeiro com 14 e o outro com 12 minutos. Com o passar dos anos as produções foram
ficando maiores: um dos marcos fora o audacioso O Nascimento de Uma Nação3 de David Griffith,
com 190 minutos.

1
Le Voyage Dans La Lune. França: Star, 1902.
2
The Great Train Robbery. EUA: Edison,1903.
3
The Birth of a Nation. EUA: D.W. Griffth&Epoch, 1915
11

No entanto, filmes curtos, com menos de 20 minutos, permearam toda a história da indústria
cinematográfica, afirmando o grau de sua importância para realizadores e espectadores. A
comprovação disso veio em 1928 com Um Cão Andaluz4, de Luis Buñel, um dos principais filmes
da história do cinema, com apenas 16 minutos.

O termo curta-metragem começou a ser utilizado nos Estados Unidos ainda na década de 1920,
quando boa parte das produções já começava a exceder o tempo padrão de até 15 minutos. Para
Moletta (2009,) o curta-metragem cinematográfico se trata:

(…) de uma forma breve e intensa de contar uma história ou expor um personagem.
(…) tem como principais características a precisão, a coerência, a densidade e a
unidade de acção ou impressão parcial de uma experiência humana. (Moletta,
2009).

Todavia, esse conceito foi adquirindo propriedades controversas. Cada vez mais surgiam posições
díspares e opiniáticas em torno da definição de um curta-metragem. Segundo definição da maioria
dos dicionários, esse tipo de produção é definido como Filme Curto, cuja duração é geralmente
inferior a 30 minutos.

2.2.2. Finalização e Pós-Produção

Conforme ressalta Reggiani5, a produção de um vídeo, de qualquer tipo, é dividida em 3 etapas:


pré-produção, produção e pós-produção.

A pré-produção acontece nos bastidores de um filme ou vídeo. Ela antecede a gravação e é


importante para alinhar todas as equipes que participam do projecto (dependendo do porte da
produção, até centenas de profissionais podem estar envolvidos).

Nessa etapa é feito o levantamento dos equipamentos e materiais necessários, o local de gravação,
o roteiro, organização das diárias de gravação e a documentação. Uma boa preparação na pré-
produção pode economizar muito trabalho no processo de filmagem.

4
Um Chien Andalou. França, 1928.
5
Formada em audiovisual e especialista em marketing digital. Disponível em:
https://www.voxeldigital.com.br/blog/pos-producao-filmagem-de-videos/
12

A segunda etapa é a produção: luz, câmara, acção. Ela é a captação de imagem e som. Quanto mais
bem estruturada ela for, mais tranquila será a gravação. As cenas pensadas no roteiro são colocadas
em prática e filmadas pelos equipamentos previamente seleccionados. Lembrando que, para
optimizar a produção, as cenas não precisam ser gravadas na ordem do roteiro, pois podem ser
ordenadas na edição.

Por último, na pós-produção, o vídeo toma sua forma. Ela é o processo de montagem e finalização
do vídeo. Os principais passos são: edição de vídeo, correção de cor, acréscimo de elementos
gráficos, animação e tratamento do som.

Selecção e decupagem: O primeiro passo após as gravações é seleccionar os melhores takes obtidos
nas filmagens. A partir disso, se inicia a escolha da minutagem que será utilizada no vídeo final, ou
seja, realiza-se o processo de decupagem.

A escolha de cenas pode estar prevista no roteiro ou surgir de forma espontânea no momento da
filmagem. O importante na decupagem é a selecção do material de maior qualidade técnica,
coerente dentro da narrativa proposta e que transmita a mensagem desejada.

Essa etapa pode ser feita diretamente nos softwares de edição de vídeo.

• Edição de vídeo:

A edição de vídeo, também conhecida como montagem, é feita a partir da inserção das cenas em
uma narrativa. Nela, os excessos das gravações são excluídos do vídeo final e ajustes finos de cortes
são feitos.

Os cortes são o encontro entre dois takes. Nesse momento, a escolha do frame exacto de transição
é importante para, por exemplo, dar continuidade a um movimento gravado em duas posições por
câmeras diferentes.

Os softwares mais comuns para as edições de vídeo são o Adobe Premiere, AVID Media
Composer ou Vegas Pro. Estes são programas completos que permitem as funções:

• Linha do tempo com sistema de camadas de vídeo e áudio;


• Possibilidade de manter ou desvincular o áudio do vídeo;
• Precisão de cortes de cenas;
13

• Efeitos de transição básicos;


• Pequenos ajustes e correções na imagem e som.

Após a edição, as cenas ficam organizadas e o corpo do vídeo final toma forma. Nos próximos
passos, podem ser agregados, então, elementos que melhoram a qualidade do vídeo final.

• Tratamento de Imagem e correção de cor:

Muitas vezes, as cenas são gravadas em diferentes ambientes ou horários do dia, o que influencia
na cor da imagem. Quando esses vídeos são montados em sequência, a mudança de coloração se
torna perceptível. Por isso, a etapa de correção de cor tem como principal objectivo a
homogeneização das cenas.

Os programas de edição de vídeo possuem ferramentas nativas que exercem a função básica de
correção de cor, além de possibilitarem a adição de plug-ins como o Colorista. Porém, o DaVinci
Resolve é um software específico para o tratamento de imagem e correção de cor. Os principais
ajustes de qualidade da imagem que podem agregar valor ao vídeo final são:

• Exposição;
• Brilho e sombras;
• Contraste;
• Ruído de imagem;
• Balanceamento de branco.

A colorização utilizada como estética do vídeo é chamada de gradação. Cores quentes, como o tom
amarelado, despertam a sensação de conforto no espectador. Já as cores frias, como o tom azulado,
transmitem assepsia.

• Design:

Elementos gráficos, como o terço-inferior (barra de informações), ícones, transições e vinhetas


proporcionam dinamismo ao vídeo e consequentemente o aumento da atenção do espectador. Esses
elementos são primeiro criados em imagens estáticas pelos softwares Adobe Illustrator e Adobe
Photoshop:
14

• Ícones e Logotipos;
• Formas geométricas;
• Texturas;
• Ilustrações.

Os elementos gráficos estáticos são exportados ou transferidos para o programa de animação no


passo a seguir.

• Animação:

A animação, ou motion graphics, é definida pela movimentação de um objecto dentro de um


período de tempo. A animação pode compor as cenas junto ao material gravado, por exemplo, como
GCs (Gerador de Caracteres) de apresentação; ou ser acrescentada como em cenas extras.

As transições de cenas com elementos gráficos animados possibilitam inúmeras criações para
dinamizar o vídeo. O software mais utilizado é o Adobe After Effects:

• Animação de letterings: títulos, créditos, terços inferiores e demais informações escritas;


• Animações de logotipos e ícones;
• Transições;
• Efeitos especiais;
• Composições de vídeos e imagens;

Nas animações pode ser interessante a inserção de efeitos sonoros para impulsionar a narrativa e
transmitir o tom da mensagem desejada.

• Som:

Quando presente, o áudio passa pelas mesmas etapas da imagem: selecção e posicionamento das
faixas de áudio; tratamento de ruídos e ambiência; e adição de efeitos sonoros. Os softwares
de edição de vídeo têm um alcance limitado no tratamento de áudio, embora sejam os responsáveis
prioritários pela sincronização das faixas de áudio e vídeo no momento da exportação. Os softwares
mais comuns para tratamento de som são Adobe Audition e Pro Tools, que possuem:

• Linha do tempo com sistema de camadas de áudio;


15

• Precisão de corte;
• Redução de ruído;
• Efeitos de áudio.

Toda a sonoplastia (foley), efeitos sonoros e música podem ser adicionados ao vídeo na pós-
produção, sem a necessidade de ser captado no momento da gravação.

• Exportação:

Por último, todos os elementos do vídeo, efeitos e áudio são unificados em um único programa.
Geralmente são utilizados os softwares de edição de vídeo ou de animação para a exportação do
vídeo final.

2.3 Violência Escolar

A violência está presente de diferentes formas no contexto social no decorrer da história da


humanidade. Em concordância com o exposto por Minayo (1994), não se conhece nenhuma
sociedade onde a violência não tenha estado presente.

O termo violência possui origem no latim (violentia) significando força. Segundo o Dicionário
Houaiss de Língua Portuguesa, violência é “a acção ou efeito de violentar, empregar força física
(contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém), acto violento, crueldade, força”.
(Houaiss, 2008).

Na visão de Gadotti, Freire e Guimarães:

A violência é relação de dominação, de exploração, de opressão, quer se faça


através de meios drásticos ou não. É, a um tempo, desamor e óbice ao amor
(Gadotti et al, 1989).

Dessa premissa, destaca-se que violento, é então, o dominador e seu poder é injustificado porque
desumaniza os sujeitos em relação.

A Organização Mundial de Saúde (2002) define violência como:


16

(...) o uso intencional de força física ou poder, sob a forma de ameaça ou real,
contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que
resulta ou tem uma grande chance de resultar em lesão, morte, dano psicológico,
alterações no desenvolvimento ou privações (OMS, 2002).

Entretanto, existe uma pluralidade de conceitos e de significados sobre o termo violência, por isso
torna-se difícil definir um conceito único para o referido termo. Isso faz com que falar sobre
violência nos dias actuais, seja sem dúvida algo cuja dificuldade maior está em definir de forma
completa um termo que a noção compreende coisas muito diferentes.

Porém, de certa forma Abramovay e Rua (2002) apontam que, apesar da complexidade do termo e
da dificuldade de conceituação, existe um consenso básico. Todo acto de agressão, física, moral,
institucional, que tenha como alvo a integridade do(s) indivíduo(s) ou grupo(s) é considerado acto
de violência.

Para clarificar mais sobre a violência escolar menciona-se Priotto & Boneti (2009) citados por Dos
Santos (2016):

São todos os actos ou acções de violência, comportamentos agressivos e


antissociais, incluindo conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, actos
criminosos, marginalizações, discriminações, dentre outros praticados por, e entre
a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, familiares e estranhos à
escola) no ambiente escolar.

2.3.1. Classificação da Violência Escolar

Nos comentários de Esquierro (2011):

As violências são classificadas sob duas formas: exógenas (violência na escola) e


endógenas (violência da escola). A violência exógena é aquela que vem de fora
para dentro da escola, ou seja, tráfico de drogas, pichação, depredação etc. A
violência endógena é aquela que o professor ou a escola em geral pratica contra o
aluno, ou seja, falta de diálogo, humilhação por meio de apelidos e formas de
punição, falta de preparação da aula, limitando-se a passar apenas os conteúdos
exigidos etc. (Esquierro, 2011).
17

2.3.2. Tipos de Violência Escolar

A violência nas escolas se manifesta de diversas maneiras e conhecê-las e compreendê-las são


atitudes fundamentais para a busca de meios para solucioná-las.

Nas escolas, as violências podem se evidenciar por meio de agressões e constrangimentos físicos,
verbais, sociais e simbólicos que se manifestam, entre outras, nas seguintes formas:

a) físicos: empurrões, cutucões, socos, pontapés, esbarrões;


b) verbais: apelidos, deboches, ameaças;
c) sociais: exclusão, isolamento, descaso;
d) simbólicos: desigualdades, preconceitos, discriminação, relações de poder, currículos
hegemônicos, monoculturais e etnocêntricos.

Eyng (2009) citado por Esquierro (2011), ressalta que também pode ser identificada a violência
contra o patrimônio e equipamentos públicos, como pichação, depredação e vandalismo. Estas,
embora não sejam dirigidas directamente contra a pessoa, afectam os sujeitos na esfera individual
e social.

2.4 Potencialidade didáctico-pedagógica do curta-metragem

Importa frisar que a potencialidade educativa dos meios de comunicação de massa e,


particularmente os audiovisuais, é notória e é inquestionável, pois, tornou-se um fenómeno
adoptado em todas partes do mundo. Em um cenário contemporâneo como este, a escola não tem
como isentar-se deste contexto midiático, e tudo indica para propostas curriculares que defendem
três formas de educação midiática: educar pela, com e para a mídia.

Como aponta Venturini (2017) citando Valentini & Soares (2010), vivemos em um período
marcado pelas constantes mudanças e avanços tecnológicos, proporcionando assim facilidade e
velocidade no acesso à informação e a comunicação.

Assim sendo, a escola também está sendo revolucionada com base na sua relação com o cinema.
Pois, segundo Oliveira (2015) citado por Venturini (2017) o curta-metragem proporciona uma nova
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forma de criar, multiplicando possibilidades, inspirações e pesquisa no processo de criação ao


introduzir elementos da história que facilitam a imaginação.

Para apoiar esta ideia, cita-se De Alcântara (2014) que sublinha que quando analisamos uma
narrativa por meio de um curta-metragem, podemos perceber facilmente a riqueza de elementos
linguísticos e extralinguísticos, próprios da interação humana, o que nos faz aproximar do texto
fílmico e seus mecanismos. A este respeito, coloca-nos a percepção de que as imagens que
constituem o texto nos remetem automaticamente a um universo cultural reconhecidamente nosso
ou próximo de nós, ou seja, aproxima-nos da realidade.

Assim como demonstra-se que o curta-metragem é um recurso motivacional, capaz de criar no


sujeito uma capacidade de reflexão e análise crítica, este recurso torna-se imprescindível no
contexto educacional quando também olhamos para o que Paulo Freire em seu amplo legado
salienta:

(…) ensinar não é transmitir conhecimento, é criar as possibilidades para


sua própria produção ou construção (FREIRE,1996).

O curta-metragem no seu auge, mostra-se como um recurso de grande potencialidade de produção


de conhecimento, pois, estimula práticas que aumentam a capacidade de interpretação e uso de
diferentes linguagens.
19

CAPÍTULO III-METODOLOGIAS

3.1. Tipo de pesquisa

3.1.2. Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos esta pesquisa é exploratória, visto que aproveitar-se-á do levantamento
bibliográfico e entrevistas aos alunos do ensino secundário e professores do ensino secundário, que
ajudarão a tornar o problema da pesquisa mais explícito, em termos de formas de intervenção tendo,
em conta que população estudada será de adolescentes. E como qualquer exploração, a pesquisa
exploratória depende da intuição do explorador (neste caso, da intuição do pesquisador). Por ser um
tipo de pesquisa muito específica, quase sempre ela assume a forma de um estudo de caso (GIL,
2008).

3.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos esta pesquisa é bibliográfica e pesquisa de campo.


Pesquisa bibliográfica, pois, far-se-á consulta e colecta de informações a partir de textos, livros,
artigos e vários outros materiais de carácter científico já publicados que abordam sobre o mesmo
assunto. Pesquisa de campo, pois, basear-se-á na busca minuciosa dos conhecimentos científicos, à
luz da realidade do local a ser desenvolvido o estudo (Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba),
com vista a recolha de informações pertinentes à pesquisa com o uso de questionário formulado
com questões fechadas.

Para poder acessar as fontes a ser consultadas o proponente vai utilizar as técnicas de fechamento e
resumo.

3.1.4. Quanto a natureza

Quanto a natureza, a pesquisa será aplicada, partindo da premissa de que esta desenvolverá
conhecimentos relacionados com a produção de curta-metragem de carácter educativo, no caso de
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violência escolar, pois, o tema em estudo está ligado à aplicação destes conhecimentos no
quotidiano dos alunos.

3.1.5. Quanto a abordagem

Quanto a abordagem a pesquisa é de carácter misto (quantitativa e qualitativa). Quantitativa, pois,


envolverá dados estatísticos, que vão permitir mensurar os dados e traduzir os dados da
amostra em números, gráficos estatísticos e tabelas onde estes dados serão quantificados. E
qualitativa, pois, far-se-á uma análise dos aspectos subjectivos de fenómenos sociais e do
comportamento dos alunos.

Conforme refere Dalfovo (2008), as pesquisas quali-quantitativas levam como base de seu
delineamento as questões ou problemas específicos. Adoptam tanto em um quanto em outro a
utilização de questionários e entrevistas. Esta permitirá a obtenção de uma análise mais profunda
do assunto da pesquisa. Ademais, pretende-se com esta pesquisa fazer a combinação das duas
abordagens com o intuito de fazer uma análise mais profunda da conscientização sobre a violência
escolar.

3.2. Método de pesquisa

Para a concretização do presente projecto de TCC recorrer-se-á aos seguintes métodos de pesquisa:
Método Dedutivo e Método Hipotético-Dedutivo.

3.2.1. Método dedutivo

Este método permitirá que se faça uso da dedução com o intuito de ter certa conclusão a respeito de
determinadas premissas. Ademais, permitirá a construção de um raciocínio lógico, com vista a
garantir a veracidade da conclusão se as premissas forem verdadeiras.
21

3.2.2. Método Hipotético-Dedutivo

Este método permitirá que se chegue a um grau de certeza igual das hipóteses supracitadas,
testando-as com o intuito de construir um conhecimento absolutamente certo e demonstrável de
acordo com o grau de clareza das hipóteses.

3.2.3. Técnicas de recolha de dados

As técnicas de recolha de dados a serem aplicadas nesta pesquisa são: observação, inquérito e
entrevista. A técnica de observação, permitirá a colecta de dados para conseguir informações sob
determinados aspectos da realidade usando a técnica de inquérito, onde os alunos serão submetidos
a testes de motivação 1 e 2, e testes de aprendizagem 1 e 2. Os alunos serão submetidos primeiro
ao teste de motivação 1, com o intuito de avaliar o nível de motivação dos alunos no seu interesse
em aprender sobre a violência escolar com curta-metragem. Em seguida introduzir-se-á o teste de
aprendizagem 1 que permitirá fazer um diagnóstico psicopedagógico nos alunos no que tange o seu
grau de conhecimento sobre a violência escolar.

Após a intervenção do proponente, introduzir-se-á o teste de aprendizagem 2 e moticação 2, para


avaliar-se o grau de assimilação do conteúdo leccionado com recurso a Curta-Metragem no ensino
da violência escolar e para se saber o quão os alunos ficaram motivados após a utilização do Curta-
Metragem como recurso didáctico. Os testes serão aplicados em uma amostra de 20 alunos.

3.3. População e amostra

A população a ser estudada será composta por alunos da Escola Secundária Mateus Sansão
Mutemba, 9ª Classe. A amostra será de uma turma. E o critério de selecção da amostra, será por
conveniência.

3.4. Ferramentas gráficas

Para a produção do curta-metragem serão utilizados utilizadas as seguintes ferramentas:


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Adobe Premiere6: esta ferramenta vai auxiliar na edição das cenas captadas e nos arranjos finais de
pós-produção (cortes, transições, correção de cor, etc.) para a sua exportação e divulgação.

Adobe Audition7: esta ferramenta irá auxiliar no tratamento de som (remoção de ruído e adição de
efeitos sonoros).

Adobe After Effects8: esta ferramenta será útil na medida em que será empregue para adição de pós
efeitos de animação ou motion graphics.

Gravador de Som9: este aplicativo vai auxiliar na gravação das falas dos personagens.

6
Adobe Premiere – é um programa de computador, da empresa Adobe Systems, que é empregado para edição de vídeos
profissionais.
7
Adobe Audition – é um programa de computador, da empresa Adobe Systems, designado estação de trabalho de
áudio digital, com multipistas, ambiente não destrutivo de edição de e mistura, assim como edição waveform
(destrutiva), que é empregado profissionalmente para tratamento de som.
8
Abobe After Effects – é um programa de criação de gráficos com movimento e efeitos visuais da empresa Adobe
Systems.
9
Gravador de Som- é um aplicativo de smartfone gratuito que permite gravar e editar sons.
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4. Resultados esperados

Com o presente projecto de pesquisa, espera-se minimizar os problemas vivenciados em várias


escolas relacionados à violência escolar, desenvolvendo novas formas de conscientizar e educar os
alunos utilizando-se do curta-metragem. Espera-se de igual modo alcançar activa e efectivamente
o objectivo de contribuir para a melhoria da forma de produção de conhecimentos relacionados com
a violência escolar para os alunos, professores e todos agentes implicados no processo de ensino-
aprendizagem enquanto seres sociais e agentes activos comprometidos em contribuir positivamente
para a sociedade e, para a educação em particular. Ademais, espera-se com o presente estudo tornar
fácil, prática e sucinta a forma de mediação de conhecimentos relacionados a violência escolar
tendo o curta-metragem como um recurso didáctico poderoso de intervenção em sala de aula, pois,
este material é um recurso motivacional e cria nos sujeitos o espírito de interesse e pesquisa.

5. Cronograma de actividades

Meses (2021-2022)
Actividades
Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Escolha do tema e
x x
pesquisa bibliográfica

Trabalho de campo x x x x

Compilação de dados x x

Redação da
x x x
monografia

Revisão linguística x x

Entrega da monografia x

Defesa da monografia x
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6. Orçamento

Material Quantidade Preço

Câmera profissional 1 500Mt/dia=10.000Mt

Tripé 1 3.000Mt

Folhas A4 Uma resma 350Mt

Computador 1 0

Flash 1 750Mt

Impressão Indeterminado Indeterminado

Total ----------- 14.100,00Mt


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Referências Bibliográficas

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BLANCHARD, Kenneth; PEACE, N. Vincent. (1989). O poder da gestão ética. Difusão Cultural.
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teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, Vol.2, Nº 4, p.01- 13, Sem II.
ISSN 1980-7031.

DE ALCÂNTARA, Jean Carlos Dourado de. (2014). Curta-metragem: gênero discursivo


propiciador de práticas multiletradas. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagem).
Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá.

DE MATOS, Catarina Raposo Santos. (2018). A curta-metragem como recurso didáctico na aula
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DOS SANTOS, Helena. A Violência Presente nas Relações entre Alunos e Professores no
Contexto Escolar: Um Estudo Bibliográfico. Artigo apresentado como trabalho de conclusão do
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FREIRE, Paulo. (1996). Pedagogia da autonomia. Paz e Terra. São Paulo.

FREITAS, Daniel Assis. (2017). A Produção de Curtas-Metragens nas Aulas de Geografia.


Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
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Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade
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