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UNIVERSIDADE DE SALAMANCA

AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NA ESCOLA

SUA UTILIZAÇÃO E CONTRIBUTO NA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO

Sandra M.ª G. Antunes

Viseu, Fevereiro de 2007


UNIVERSIDADE DE SALAMANCA

AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NA ESCOLA

SUA UTILIZAÇÃO E CONTRIBUTO NA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO

Trabalho realizado no âmbito do


Módulo de Metodologia da Investigação
Doutoramento em Educação de Pessoas Adultas

Prof. Doutor Antonio Victor Martín

Sandra M.ª G. Antunes

Viseu, Fevereiro de 2007


ÍNDICE

I – OBJECTO E OBJECTIVOS DO PROJECTO.............................................................................4


I.1 – Título/tema do Projecto .........................................................................................4
I.2 – Delimitação da Abordagem ....................................................................................4
I.3 – Justificação do Projecto ..........................................................................................5
I.4 – Apresentação do problema de investigação ...........................................................7
I.5 – Eventual estrutura do trabalho .............................................................................10

II – ASPECTOS METODOLÓGICOS DO PROJECTO .................................................................12


II.1 – Métodos de abordagem e procedimentos ...........................................................12
II.2 – Técnicas utilizadas ...............................................................................................12
II.3 – Delimitação do Universo/Amostra ......................................................................13

III – REVISÃO DA LITERATURA/ENQUADRAMENTO TEÓRICO .............................................14


III.1 – A importância da educação tecnológica..............................................................14
III.2 – O conceito de Cidadania .....................................................................................16

IV – CRONOGRAMA ............................................................................................................19

BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................20
I – OBJECTO E OBJECTIVOS DO PROJECTO

I.1 – Título/tema do Projecto

As Tecnologias de Informação na Escola: a sua utilização e contributo na Educação para a


Cidadania.

I.2 – Delimitação da Abordagem

Entre as novas necessidades e exigências enfrentadas pelos alunos que frequentam o sistema de
ensino português aquelas que reportam ao acesso e familiaridade com os novos meios de
comunicação e informação assumem-se como incontornáveis. A divulgação e expansão massivas
das inovações tecnológicas invadiram, flagrantemente, os mais diversos espaços de vivência social
– do plano transnacional ao nacional e, deste, ao local nos seus mais ramificados níveis.

É neste contexto que as tecnologias de informação e comunicação se integraram nas escolas e


nos curricula. A introdução da tecnologia ao nível das escolas é reveladora da importância que lhe
é socialmente atribuída: existe a necessidade concreta de apetrechar os indivíduos com o
conhecimento tecnológico imprescindível à utilização adequada das novas tecnologias.

A introdução da tecnologia nas escolas caracterizou-se pela sua rapidez, reduzida racionalização e
por uma definição muito estrita de literacia tecnológica – limitadamente associada à sua vertente
computacional. Todavia, falar de tecnologia em educação obriga-nos a deslocar para além da
imagem de um mero artefacto ou de uma máquina para falarmos em tecnologia enquanto uma
componente da vida social, uma componente com significado e implicações sociais. Assim, a
vertente aqui directamente abordada é aquela que se relaciona com o papel da tecnologia na
educação, investigando os seus significados, as suas utilizações ou apropriações e as suas
consequências, concretamente no que reporta à sua relação com a questão da igualdade e às
representações sociais de cidadania dos alunos.

O problema subjacente a este projecto é, por conseguinte, o de apurar a metodologia de ensino e


utilização das tecnologias de informação e comunicação nas escolas portuguesas, os tipos de
tecnologia que são utilizados e ensinados, os objectivos que presidem à sua utilização e o perfil
dos docentes responsáveis por essa área.

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Procurar-se-á, ainda, caracterizar o perfil do aluno que utiliza as novas tecnologias e, dentro deste
grupo, detectar diferentes percursos de aprendizagem e utilização, tendo em conta variáveis
como a idade, o sexo, a classe social de origem, a sua origem geográfica, a sua orientação
religiosa, entre outras a considerar oportunamente, procurando detectar a existência de uma
reprodução de desigualdades sociais, étnicas e/ou sexuais.

Finalmente, relacionar-se-ão os diversos percursos de aprendizagem e as diferentes tipos e


índices de utilização das tecnologias de informação e comunicação, em contexto escolar, com a
edificação de representações sociais de cidadania, utilizando, para este efeito, indicadores como a
interiorização de valores culturais e sociais, a noção de pertença a uma comunidade, a noção de
existência de diferentes escalas espacio-sociais como a local, a nacional e a transnacional, a pré-
noção de cidadania e a participação em movimentos associativos estudantis enquanto
reveladores de uma predisposição para o exercício de uma cidadania activa, por parte dos alunos.

No que se refere às limitações que o estudo poderá encerrar parece-nos relevante assinalar que:

1) Este estudo será limitado a alunos do 3ºciclo do ensino básico na medida em que
consideramos ser a partir deste nível etário que a exposição às novas tecnologias
informativas e comunicacionais se torna mais flagrante e, portanto, mais susceptível de
ter um papel activo na reprodução de desigualdades e na diferenciada edificação de uma
representação social de cidadania;

2) A dificuldade inerente à captação dos “quadros mentais” ou das representações sociais


de cidadania dos alunos e professores. Acreditamos, todavia, ser possível, através do
recurso a técnicas de recolha de dados de cariz humanístico-interpretativo como sejam a
criação de grupos de discussão e a aplicação de escalas de atitudes, contornar o problema
com relativa desenvoltura.

3) A coordenada temporal, na medida em que o estudo implica uma cronologia


consonante com o calendário lectivo, de modo a permitir a recolha dos dados.

I.3 – Justificação do Projecto

O estudo do processo inerente ao ensino e à utilização das tecnologias de informação e


comunicação nas escolas portuguesas pode proporcionar informações muito úteis para
percebermos a forma como a sua introdução está a ser experimentada pelos diversos agentes
educativos.

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Segundo estudos efectuados na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos tal introdução não foi
acompanhada de uma reflexão crítica das suas implicações e consequências, redundando na
incapacidade de prevenir a sua má utilização e apropriação. O desvio mais frequentemente
apontado por aqueles sociólogos que, como Michael Apple (1987), se preocuparam com esta
questão é o de que ela terá trazido consigo uma visão excessivamente centrada em torno da
utilização educativa do artefacto tecnológico, esquecendo a natureza social e cultural do mesmo.
Tal posição terá conduzido a um “tecnoromanticismo” incapaz de reflectir criticamente sobre o
seu impacto sócio-cultural na formação dos alunos.

O presente estudo poderá contribuir para uma desmistificação da virtual neutralidade tecnológica
ao evidenciar que a tecnologia é um fenómeno social e cultural capaz de:

- dotar os alunos de valores culturais;

- permitir um acesso crítico aos media;

- desenvolver um sentido de pertença a diferentes níveis de comunidade (local, nacional,


europeu) e de solidariedade e responsabilidade para com eles;

- possibilitar experiências e destrezas interculturais;

- sensibilizar para a participação na sociedade democrática.

Consideramos ser possível, desta forma, evidenciar o potencial das novas tecnologias de
informação e comunicação na edificação de valores culturais e sociais estreitamente associados a
um sentido de cidadania cada vez mais fluído, desterritorializado e interculturalizado.

Em simultâneo, desejamos evidenciar a relação que se estabelece entre o nível de exposição


(contacto e utilização) às tecnologias educativas e algumas variáveis como o sexo e a classe social
de origem dos alunos, contribuindo para revelar a não neutralidade sócio-cultural dos artefactos
tecnológicos e, logo, as suas implicações.

No sentido que lhe queremos atribuir, as tecnologias de informação, e mais concretamente a


utilização da internet nas escolas, têm o importante papel de fornecer aos alunos novas
experiências sociais, uma nova e mais abrangente percepção do mundo e das suas possibilidades
e horizontes. Sendo, por isso mesmo, preponderantes para a interiorização e pré-representação
do sentido de cidadania.

De um ponto de vista mais pessoal e sensitivo, o interesse por esta temática decorre, numa
primeira instância, do fascínio suscitado pelas imensas potencialidades educativas decorrentes da
experiência com as tecnologias de informação e comunicação, considerada a nossa actividade

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profissional enquanto professores e, numa segunda instância de algumas reflexões e
preocupações suscitadas por investigações que anteriormente desenvolvemos em torno do
conceito e das práticas de cidadania. Assim, o tema proposto para este estudo procura reflectir
sobre a relação que se estabelecerá entre ambos os eixos teóricos – tecnologias de informação e
comunicação e edificação de uma pré-noção de cidadania – num contexto de ensino formal.

I.4 – Apresentação do problema de investigação

De que forma estão a ser utilizadas, pelos alunos, as novas tecnologias de informação e
comunicação existentes nas escolas? Que relação existe entre a sua utilização e a reprodução
social e cultural das desigualdades sociais e culturais? Finalmente, que implicações tem essa
relação nas representações sociais de cidadania dos alunos?

Considerado o problema de investigação que acabamos de expor parece-nos imprescindível


analisar alguns eixos teóricos e conceitos, em torno dos quais se estrutura o tema do presente
projecto. Três conceitos orientadores merecem reflexão atenta: educação; cidadania e TIC..

O principal objectivo da educação é o desenvolvimento do potencial humano, da pessoa como um


todo, possibilitando aos indivíduos participar tão plenamente quanto possível na vida cultural,
económica, política e social da comunidade com a qual se identificam. Neste sentido, falar em
educação implica reportarmo-nos a duas vertentes analiticamente distintas mas funcionalmente
inter-relacionadas: a colectiva e a individual.

De um ponto de vista colectivo, a educação é entendida como o processo a partir do qual uma
sociedade exerce sobre as gerações mais jovens uma influência e uma acção genérica, ampla e
sistemática, orientada no sentido de lhes transmitir a cultura que sustenta a sua existência
colectiva.

De um ponto de vista individual, a educação deve ser perspectivada como o processo segundo o
qual a pessoa humana, individualmente considerada, se forma e desenvolve até ao máximo das
suas capacidades e potenciais, adquirindo, por intermédio desse processo, as disposições,
destrezas e capacidades que lhe são necessárias para a integração no seio de uma dada
comunidade.

A igualdade de oportunidades na educação tem sido uma questão extremamente debatida e


investigada aos mais diversos níveis, reportando-se aos processos e mecanismos a partir dos quais
a escola promove a não-reprodução das desigualdades sociais em desigualdades escolares. A
temática da igualdade de oportunidades na educação tem-se concretizado e acumulado em

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projectos e decretos relativos à igualdade educativa aos mais diversos níveis – a um nível sócio-
económico, a um nível étnico, a um nível religioso e a um nível sexual.

Numa primeira abordagem ao problema da nossa pesquisa importa referir que ele se enquadra
nesta vertente da investigação em educação, questionando os processos a partir dos quais a
escola promove a igualdade educativa entre os alunos que a frequentam ou se, pelo contrário, os
seus processos persistem em reproduzir as desigualdades sociais em desigualdades escolares.

O laço existente entre educação e cidadania é muito forte: em primeira instância, a introdução da
educação pública foi, com certeza, um elemento chave na emergência do conceito e percepção
modernos de cidadania ao fornecer a base de sustentação para uma participação e integração
social informadas. No actual contexto de transformação sociocultural e económica, atravessado
pelas sociedades contemporâneas, é evidente e urgente a tarefa de apetrechar os indivíduos com
a informação, o conhecimento, as destrezas e as qualidades que lhes são necessários à sua eficaz
integração e inserção social.

Os contextos formais da escola fornecem os conceitos e as práticas de educação cívica e político-


social que são necessários, embora não auto-suficientes, à aprendizagem da cidadania. Este
elemento do currículo é fornecido de diferentes formas e em diferentes etapas mas, tipicamente,
enfatiza o ensino e a aprendizagem cognitiva: os jovens podem adquirir informação e
conhecimento acerca das instituições e práticas democráticas nos seus contextos nacionais,
regionais e locais.

Estes são instrumentos indispensáveis para a aprendizagem de uma cidadania activa, mas não
bastam por si só, já que: possuir informação relativa à cidadania não é equivalente a ter a
capacidade e o acesso necessários ao seu exercício; a dimensão não formal do ensino e os seus
contextos de aprendizagem, em particular aqueles ligados à vida associativa da sociedade civil,
podem com maior frequência e eficácia incorporar a dimensão do exercício e da experiência de
cidadania em conjunto com a competência cognitiva; a crescente importância de destrezas
comunicativas e interculturais junto com a capacidade de responder positivamente a ambientes
em transformação expandem o âmbito e a relevância da aprendizagem de uma cidadania activa.

Neste nível, o ensino da cidadania não é suficiente – é a aprendizagem da mesma que se constitui
como essencial. O que deve implicar não apenas o desenvolvimento de uma compreensão
intercultural mas também a aquisição de competências operacionais – e ambas são melhor
conseguidas através de prática e de experiência. A aprendizagem de uma cidadania activa deve
possibilitar o acesso às competências e às destrezas de que os jovens necessitarão para fazer face

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à modernização tecnológica, à globalização política, cultural e económica e, muito
concretamente, aos mercados de trabalho transnacionais. Em simultâneo, as competências
sociais e comunicativas que integram novas necessidades e exigências e que fluem dos contextos
laborais e pedagógicos em transformação constituem-se como pontos de importância crucial para
viver em mundos cultural, etnica e linguisticamente plurais.

Desta forma, é urgente equacionar com seriedade os mecanismos e processos através dos quais a
escola promove a capacitação dos mais jovens, participando no ensino e favorecendo a
aprendizagem do seu sentido de cidadania. Esta é, em essência, a justificação para a nossa
abordagem pedagógica à cidadania: que processos educativos estão a ser desenvolvidos, ao nível
das escolas portuguesas, que possibilitam quer a motivação quer a capacitação dos mais jovens
para o desenvolvimento de uma imagem ou representação social de cidadania significativamente
democrática e transnacional? Parece-nos que a este nível as Tecnologias de Informação e
Comunicação assumem um importante papel, precisamente o que nos propomos investigar com
este projecto.

As hipóteses de investigação que, neste momento, se nos apresentam como centrais são:

- O grau e o tipo de utilização das tecnologias de informação e comunicação em contexto


escolar, por parte dos alunos, estão directamente relacionados com a sua utilização em
contexto extra-escolar;

- A utilização das tecnologias de informação e comunicação de uma forma geral varia


consideravelmente em função do nível socioeconómico, da idade e do sexo dos alunos,
no sentido em que à medida que aumentam a idade e o nível socioeconómico dos
mesmos aumenta e melhora o nível de utilização das tecnologias e de que os rapazes
manifestam uma maior destreza e apetência pela sua utilização;

- As diversas representações sociais de cidadania estão associadas à utilização das


tecnologias de informação e comunicação no sentido em que por ela são ampliadas em
consciência e em prática efectiva;

- Os professores que trabalham com as tecnologias de informação e comunicação


participam enquanto mediadores no processo de ensino-aprendizagem e o seu perfil
(idade, sexo, antiguidade, formação, representação social de cidadania) funcionam como
elemento explicativo adicional para o sucesso/insucesso dos seus alunos e para as suas
representações sociais de cidadania;

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- A localização geográfica e a caracterização socioeconómica das escolas são também
factores explicativos do nível e tipo de utilização das tecnologias de informação e
comunicação e, por conseguinte, das representações sociais de cidadania dos seus alunos.

Assim sendo, as principais variáveis/conceitos do nosso estudo parecem ser:

- Classe social de origem dos alunos (profissão, rendimento económico, nível de


habilitações literárias dos pais);

- Sexo dos alunos;

- Idade dos alunos;

- Representações sociais de cidadania dos alunos;

- Localização geográfica das escolas;

- Caracterização socioeconómica das escolas;

- Formação dos professores;

- Antiguidade dos professores;

- Idade dos professores;

- Sexo dos professores;

- Representações sociais de cidadania dos professores;

-…

I.5 – Eventual estrutura do trabalho

Considerado o problema de investigação para o qual nos propomos obter resposta, os eixos
teóricos que nos orientam e a pesquisa empírica que projectamos vir a realizar, acreditamos que
o trabalho final poderá vir a ter a seguinte estrutura:

- uma introdução que sumariamente apresente o tema, os objectivos da pesquisa, e as razões que
orientaram a escolha do tema;

- um primeiro capítulo que refira as questões de investigação, a abordagem e metodologia


utilizadas para a parte prática;

- um segundo capítulo caracterizador do eixo teórico da educação;

- um terceiro capítulo que apresenta o conceito de cidadania e a sua relação com a educação;

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- um quarto capítulo que enquadre todas as questões relativas às tecnologias de informação e
comunicação e à sua relação complexa com os contextos educativos e a educação para a
cidadania;

- um capítulo de apresentação e análise dos dados;

- as conclusões.

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II – ASPECTOS METODOLÓGICOS DO PROJECTO

II.1 – Métodos de abordagem e procedimentos

Dada a natureza multidimensional do nosso objecto de estudo, o presente trabalho será


desenvolvido, simultaneamente, na metodologia própria aos estudos exploratório-descritivos e
explicativo-causais: a) por um lado, temos como finalidades a caracterização da população em
análise e o estabelecimento de relações entre variáveis; b) por outro lado, visamos a identificação
dos factores ou variáveis que determinam ou que contribuem para a edificação de
representações sociais de cidadania diferenciadas.

As pesquisas a efectuar na investigação desdobram-se em dois momentos: um primeiro momento


consagrado à pesquisa exploratória em que se procura obter uma maior familiaridade com o
objecto de estudo, incluindo-se aqui a pesquisa bibliográfica e a realização de entrevistas
exploratórias, visando o enquadramento teórico-conceptual do objecto e a construção do modelo
de análise, e um segundo momento destinado ao trabalho de campo e inerente recolha de dados,
bem como a sua posterior análise.

II.2 – Técnicas utilizadas

Importa considerar a necessidade de utilizar diversos instrumentos de recolha de dados como


grupos de discussão e inquéritos por questionário, de modo a recolher dados primários,
não-disponíveis, à data desta investigação.

Os questionários visam a recolha de informação relativa à caracterização e às atitudes e


comportamentos dos alunos e professores envolvidos em experiências de utilização de
tecnologias de informação. O tratamento e a análise dos dados resultantes desta técnica serão
efectuados com recurso ao programa SPSS for Windows 14.0 (Statistical Package for Social
Sciences).

Os grupos de discussão serão mais direccionados para a recolha de dados, que pelo seu carácter
subjectivo (as representações sociais dos alunos e professores relativamente à noção de
cidadania), sugerem uma análise de conteúdo de cariz mais compreensivo, utilizando, por
exemplo, o programa QSR Nud*ist 4.

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II.3 – Delimitação do Universo/Amostra

Quanto à população considerada nesta pesquisa ela circunscreve-se aos alunos e professores das
escolas-sede de agrupamento do 3º ciclo do Ensino Básico da rede de ensino escolar português.

A amostra a seleccionar a partir deste relativamente vasto universo será de tipo probabilístico ou
representativo e dentro deste será a amostra estratificada ponderada, por considerarmos: 1) a
necessidade de que os resultados a obter com este estudo sejam passíveis de generalização, o
mesmo é dizer que o estudo tenha validade externa; 2) a importância de algumas variáveis
relativas à tipologia das escolas que se nos afiguram pertinentes para garantir a representação de
diferenciados perfis de alunos, professores, contextos educativos e índices de exposição (contacto
e utilização) às tecnologias de informação e comunicação, ao nível da amostra.

A selecção dos agrupamentos (escolas) dependerá naturalmente da disponibilidade das entidades


competentes para o efeito e de alguns critérios que consideramos a priori relevantes para o
estudo:

1. a localização em meio rural/urbano

2. a localização em área litoral/interior

3. a dimensão das escolas

4. a caracterização socioeconómica da população estudantil

5. a existência e utilização de tecnologias de informação e comunicação, concretamente


da ligação à Internet.

Estes critérios são perfeitamente flexíveis e passíveis de sofrer reajustamentos e adendas.

Perfeitamente conscientes do que propomos, sabemos que o “acaso” poderá levar-nos a


confrontar situações, agora imprevistas, mas susceptíveis de encerrar grandes potencialidades e
informações para futuros ajustes e redefinições das ideias agora apresentadas.

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III – REVISÃO DA LITERATURA/ENQUADRAMENTO TEÓRICO

A revisão de literatura que a seguir se apresenta é fruto das primeiras leituras efectuadas, tendo
por base uma selecção bibliográfica que foi orientada para a elaboração do quadro
teórico-conceptual necessário à fase documental do presente trabalho.

Procurou-se, de alguma forma, seguir a lógica que subjaz da articulação existente entre os
diversos eixos teóricos presentes no trabalho. Assim, apresentam-se algumas informações
relativas aos conceitos e às relações existentes entre educação e tecnologia, tecnologia e
igualdade de oportunidades na educação e, finalmente, sobre o conceito de cidadania.

III.1 – A importância da educação tecnológica

No respeitante à relação existente entre Educação e Tecnologia são de destacar os trabalhos de


Medway (1993) e de Jenkins (1993) segundo os quais a introdução da tecnologia nos contextos
educativos terá resultado de uma conjugação de pressões de ordem económica, social e
educacional. Os mesmos trabalhos informam sobre a complexidade inerente à definição do
conceito de tecnologia e às questões que se demarcam e acompanham a sua introdução e
utilização ao nível das escolas.

A consulta de um artigo de Mackay (1991) revelou-se de extrema importância para um melhor


entendimento das questões que ressaltam de uma qualquer análise ou reflexão críticas sobre o
papel da tecnologia na educação, nomeadamente no que respeita à relação que se estabelece
entre as diversas tecnologias educativas e a questão da igualdade de oportunidades. É também
nesta linha de investigação que o trabalho de Cockburn (1991) e os de Olson (1987) e Dowling
(1991) se enquadram. O primeiro, relacionando directamente a utilização e apropriação das
tecnologias de informação ao nível da escola com as questões de gender, revela-nos a profunda
incapacidade do sistema educativo para fazer face às desigualdades que lhe pré-existem. Tal
incapacidade conduz a uma reprodução dessas mesmas desigualdades, acabando por ter um
impacto negativo nas possibilidades da população feminina aceder a postos de trabalho que
implicam uma elevada qualificação tecnológica. Os outros dois trabalhos procuram evidenciar a
relação negativa que se estabelece entre a tecnologia educativa e as crianças pertencentes a
classes sociais desfavorecidas ou a minorias étnicas.

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Na mesma linha de investigação de Cockburn (1991), trabalhos como os de Van Zoonen (1992) e
Light et al. (1994) sustentam que a tecnologia actual e, particularmente, a Tecnologia Informática
estão ancoradas em valores que na maioria das sociedades ocidentais são prerrogativas
masculinas: a objectividade, a racionalidade, a produtividade e a competição. No trabalho que
desenvolveram em situação experimental com crianças de ambos os sexos de 11-12 anos
constataram que ao nível do software informático existe uma marca social e cultural de gender
que leva a performance masculina a atingir valores muito mais elevados do que a feminina.

No trabalho de Apple (1987) torna-se bem patente a forma como as Novas Tecnologias utilizadas
ao nível das escolas britânicas estão a reproduzir e mesmo a amplificar certos padrões de
desigualdade. As desigualdades em termos de acesso e formas de utilização das tecnologias
educativas parecem estar a colar-se às desigualdades já existentes entre classes sociais, sexos,
grupos étnicos e regiões.

As conclusões a que chegaram os investigadores do Laboratory of Comparative Human Cognition


(1990) corroboram as anteriores, evidenciando que a utilização de microprocessadores na escola
parece estar a aumentar as desigualdades existentes entre os diversos grupos sociais. No estudo
que levaram a cabo, envolvendo 1.082 escolas dos E.U.A., estes investigadores verificaram que o
número de computadores colocados à disposição dos alunos aumenta à medida que vamos
subindo na estrutura social: os alunos de classe social média e alta têm à sua disposição mais
computadores do que os alunos de classe social baixa. Na mesma investigação, descobriram que a
utilização dada aos computadores também varia em função da população à qual se destinam: em
escolas com populações desfavorecidas os computadores são frequentemente utilizados em
programas de treino e prática, enquanto em escolas frequentadas por alunos de populações mais
favorecidas eles são primordialmente utilizados em programas de desenvolvimento cognitivo. O
gender dos alunos também se revelou uma variável explicativa ao nível da utilização de
computadores: as estudantes do sexo feminino, quando comparadas com os do sexo masculino,
envolvem-se em muito menor grau em quaisquer actividades que impliquem a utilização de
computadores.

Os trabalhos de Amy et al. (1990) e de Shashaani (1994) vêem reforçar esta ideia ao assinalar que
as mulheres se encontram subrepresentadas nos cursos universitários e nas pós-graduações em
ciências da computação. Aliás, diversos trabalhos indiciam que a situação aqui patenteada se
repete para lá dos contextos escolares (Collis, 1984; Reinen & Plomp, 1994).

Num outro conjunto de estudos, concluiu-se que as diferenças de atitudes face aos computadores
estão directamente relacionadas com a socialização familiar das crianças de ambos os sexos: as

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raparigas são socializadas com atitudes, estereótipos e representações sociais que concorrem
para a máxima de que a tecnologia, de uma forma geral, é um domínio masculino (Underwood &
Underwood, 1990; Shashaani, 1994). Esta representação ou estereótipo parece ser reforçada, ao
nível da escola, pelos professores e pela própria dinâmica particular das salas de aula onde se
trabalha com tecnologia computacional (Culley, 1988).

Em Portugal, a investigação no domínio da tecnologia educativa e das suas relações com a


questão das desigualdades parece não ter ainda exercido uma forte atracção sobre os
investigadores. Vislumbra-se, contudo, uma relativa preocupação em torno da introdução e
utilização da tecnologia nas escolas que se tem tornado manifesta em algumas dissertações de
mestrado e de doutoramento a que, lamentavelmente, ainda não acedemos.

III.2 – O conceito de Cidadania

No que concerne ao conceito de cidadania, a investigação que previamente efectuámos para um


ensaio realizado no âmbito do seminário Migrações, Mobilidade e Globalização do Programa de
Mestrado em Sociologia da Universidade de Coimbra, ao ter implicado um exaustivo
levantamento bibliográfico sobre a temática, revela-se, agora, de extrema utilidade. Razão pela
qual optámos pela apresentação da parte de definição conceptual do supracitado trabalho.

Decompondo o conceito moderno de cidadania nacional parece ser possível reconhecer três
contributos ou marcas significativos; a) uma marca de cidadania activa; b) uma marca de
cidadania passiva; c) e a sua expressão nacional.

A ideia (ou ideal) de uma cidadania activa aparece configurada no actual conceito de cidadania
nacional pela importância concedida ao poder reivindicativo do direito de voto e de participação
política. Na perspectiva de Walzer (1996), esta ideia resulta, no essencial, de uma interpretação
neoclássica do republicanismo Grego, de que Rousseau parece ser o principal expoente dando à
cidadania a sua base filosófica moderna, ao conceber o cidadão do Contrato Social como um
indivíduo livre e autónomo que elabora ou participa na elaboração das leis às quais livremente se
submete.

A marca ou ideia de cidadania passiva aparece inscrita na existência de um conjunto de direitos


concedidos e salvaguardados pelos Estados aos titulares do status de cidadão. Esta vertente da
cidadania tem a sua inspiração clássica no Império Romano, que reconhecia aos povos
conquistados, de uma forma mais ou menos selectiva, o estatuto de cidadãos, que consistia
basicamente em gozar da protecção da lei do império (Walzer, 1996).

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Esta perspectiva de cidadania liberal, mais passiva, que define o cidadão como um indivíduo
possuidor de um estatuto, um título, um direito ou um conjunto de direitos gozados
passivamente, foi implementada no séc. XVI quando na construção dos Estados Modernos se
procurou estender a autoridade real a populações diversas e divididas.

É desse período que advém a expressão nacional do conceito moderno de cidadania. O sistema
selectivo de privilégios, no qual assentavam as sociedades do Ancién Régime, não deixou espaço
para a concepção de direitos e obrigações comuns, substância da cidadania moderna. Todavia,
esse sistema de privilégios possuía em si mesmo uma ideia de cidadania, visto que todos os
indivíduos tinham direitos reconhecidos por lei ou costume dependendo da categoria social à qual
pertenciam, sendo essa categoria a unidade decisiva de pertença.

Ao longo deste período, a tentativa de centralização empreendida pelos monarcas face aos
senhores feudais conduziu a uma definição mais expansiva de quem era Francês e por oposição
estrangeiro1. De tal forma que, por alturas da Revolução Francesa, o estatuto de cidadão e de
nacional estava, ainda que de uma forma embrionária, substantivamente criado; para possuir a
qualité de franceses os indivíduos tinham de residir em território francês e, ou ter nascido em
França ou ter um pai Francês (Walzer, 1996).

Herdeira destes legados, a Revolução foi pioneira ao estabelecer – em substituição da lógica


feudal - uma igualdade perante a lei, isto é, uma classe de pessoas iguais, gozando de direitos e
obrigações comuns à escala nacional. Neste sentido, transformou a participação política de um
status especial gozado apenas por alguns, num status geral gozado, em princípio, por todos os
cidadãos nacionais. Criou a base ideológica do nacionalismo moderno, ao nivelar as distinções
legais dentro da nação, dando uma substância comum à cidadania - a igualdade civil - e definindo,
de uma forma precisa, quem era Francês e por oposição estrangeiro. E por último, mas não
menos importante, mediatizou e codificou a pertença ao Estado através da Constituição de 1971,
na qual ocorre a primeira delimitação formal de cidadania.

Assim, a ideologia e prática de cidadania que chega até nós funda-se na ideia de um conjunto de
indivíduos agrupados numa unidade nacional baseada num território, e que gozam, por
reconhecimento do Estado, de um conjunto de direitos e obrigações comuns, enquanto cidadãos
desse Estado.

1
Entenda-se que esta definição não foi empreendida por questões ideológicas, mas antes por questões práticas
relativas à matéria de heranças e ao então utilizado droit d’aubaine (Brubaker, 1992).

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Como se depreende, o conceito de cidadania tem sido comumente compreendido em termos
estáticos e institucionalmente determinados: ser um cidadão é primariamente uma questão de
legalidade de direitos e da sua expressão política.

Aprender a viver com a diferença e a diversidade está a tornar-se uma dimensão cada vez mais
central na prática de cidadania na Europa e no mundo. O que significa que o conceito de
cidadania está, ele próprio, a alterar-se para uma forma mais abrangente e fluida, na qual os
direitos sociais e legais continuam a fornecer a base essencial, mas no qual compreensões e
significações de cidadania culturalmente baseadas e negociadas se tornam mais proeminentes
(Soysal, 1996).

O conceito de cidadania está a tornar-se mais fluido e dinâmico, em conformidade com a


natureza das próprias sociedades europeias. As oportunidades de aprender e praticar a
autonomia, a responsabilidade, a co-operação e a criatividade impulsionam o desenvolvimento de
um sentido de esforço pessoal para confrontar e tolerar ambiguidades e oposições.

Em suma, isto implica uma concepção mais holista de cidadania, adequada às sociedades
modernas (ou pós-modernas), capaz de incorporar elementos legais, políticos, sociais e culturais
ao mesmo tempo que lida, criticamente, com a fundação de valores e identidades diversos e que
se interpõem. Esta situação requer a capacidade e o desejo de negociar significados e acções e
fazê-lo com um espírito reflexivamente crítico; e pressupõe que nenhum valor ou comportamento
seja, nesse processo, prima face excluído do escrutínio. A prática de uma cidadania activa foca-se
assim nesse processo de reflexão crítica e não está automaticamente pré-estruturada por uma
lista fixa de normas e valores.

É esta vertente cada vez mais premente de cidadania que se nos revela imprescindível enquadrar
no presente trabalho, concretamente na relação que ela estabelece com a educação e o sistema
educativo. Relação que acreditamos já ter deixado explícita anteriormente.

À data de entrega deste projecto foram já consultados os centros de documentação das


bibliotecas da Universidade do Minho, Universidade de Coimbra, Universidade Nova de Lisboa,
Universidade de Aveiro, Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, entre outros
centros documentais tais como o Programa Nónio Século XXI, a UNESCO e a Direcção Geral de
Educação da Comissão Europeia. A revisão de literatura que acabámos de expor é ainda muito
superficial e pretende apenas deixar transparecer as guidelines que se constituirão como fio
condutor do nosso trabalho. Estamos, por esta razão, plenamente conscientes da necessária
concretização e aprofundamento de muitas das ideias aqui apresentadas.

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IV – CRONOGRAMA

Entrega do projecto de investigação

Pesquisa bibliográfica

Pesquisa com recurso a entrevistas exploratórias

Elaboração da Problemática Teórica/Modelo de Análise

Elaboração dos inquéritos-piloto (alunos e professores)

Trabalho de campo: pré-teste do inquérito (alunos e professores)

Elaboração do Inquérito definitivo

Trabalho de campo: aplicação das técnicas de recolha aos professores


(questionário/grupos de discussão)
Tratamento e análise dos dados relativos aos professores (período de
férias lectivas)

Início da redacção do relatório de pesquisa já efectuada

Trabalho de campo: aplicação das técnicas de recolha aos alunos


(questionário/grupos de discussão)

Tratamento e análise dos dados relativos aos alunos

Conclusão da redacção do relatório de pesquisa

Entrega da versão preliminar do relatório

Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

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