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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

RAPHAELLA GONÇALVES TEIXEIRA, RU 3306288, TURMA 2020/02

ESTÁGIO SUPERVISIONADO HÍBRIDO - EXTENSÃO

PETROLINA-PE
2021
RAPHAELLA GONÇALVES TEIXEIRA, RU 3306288, TURMA 2020/02

ESTÁGIO SUPERVISIONADO HÍBRIDO - EXTENSÃO

Relatório de ESTÁGIO
SUPERVISIONADO HÍBRIDO da
disciplina de Estágio Supervisionado em
Educação Infantil apresentado ao curso de
Licenciatura em Pedagogia – Segunda
Licenciatura, do Centro Universitário
Internacional UNINTER.

PETROLINA-PE
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3

2 O PROJETO DE EXTENSÃO ................................................................ 4

2.1 ESTADO DA ARTE ................................................................................. 5

2.2 CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA ...................... 8

2.3 MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO ................................................. 10

2.4 PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS ............................................. 12

2.4.1 Práxis ..................................................................................................... 12

2.4.2 Relatório de evidências ........................................................................ 18

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 47

REFERÊNCIAS....................................................................................... 48
3

1 INTRODUÇÃO

Diante do contexto da pandemia do COVID-19, o Centro Universitário


Internacional – UNINTER, seguindo as bases legais, possibilitou aos estudantes de
graduação a realização do estágio supervisionado em Educação Infantil na
modalidade híbrida. Nesse sentido, o estudante poderia escolher entre três
modalidades: Extensão, Ensino e Iniciação Científica. A modalidade percorrida a ser
descrita e fundamentada neste trabalho foi a extensão, que possibilitou ao estudante
de graduação aliar teoria e prática mediante a aplicação dos conhecimentos
construídos na graduação.
Nesse importante processo de transição que caracteriza o estágio
supervisionado, a modalidade extensão possibilitou, além da aplicação dos
conhecimentos adquiridos ao longo da formação, uma importante devolutiva à
comunidade que foi beneficiada com acesso gratuito a diferentes temas e reflexões
que perpassam a educação infantil.

Frente a proposta de desenvolver um curso de extensão voltado para a


comunidade e com temáticas relacionadas à Educação Infantil, foi desenvolvido o
curso de extensão intitulado “POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA:
EDUCAÇÃO INFANTIL E INTERSETORIALIDADE”.

O objetivo geral do curso de extensão foi: Apresentar aos estudantes de


Pedagogia e aos profissionais da educação infantil uma discussão acerca das
políticas públicas para a Primeira Infância.

Os objetivos específicos foram:

1. Apresentar e discutir a temática da criança e da infância na perspectiva da


Antropologia da Criança, tendo como base as contribuições da antropóloga
Clarice Cohn em seu livro “Antropologia da Criança”, de 2005;

2. Introduzir a principal e mais recente legislação que trata sobre as políticas


públicas para a primeira infância, a saber, o Marco Legal para a Primeira
Infância (Lei Federal n° 13.257 de de 08 de março de 2016);

3. Debater a BNCC Educação Infantil na Prática;


4

4. Trazer as contribuições do profissional da Pscicologia Herberth Mascarenhas


para o debate sobre as políticas públicas para a primeira infância e a importância
da educação infantil e a intersetorialidade.

O tema das políticas públicas para a primeira infância foi escolhido tendo em
vista sua fundamental importância para refletir a atuação dos profissionais e a
concretização do acesso das crianças aos seus direitos fundamentais. A educação
infantil é umas das políticas públicas de maior importância para a garantia do
desenvolvimento humano pleno na infância, sendo as experiências vivenciadas
nesta etapa da vida marcantes e condicionantes das futuras experiências de
aprendizado. As políticas públicas para a infância, por sua vez, são construídas
social, cultural e historicamente e são estruturadas a partir da concepção que se tem
sobre as crianças e a infância.

Nesse sentido, para compreender as políticas públicas para a infância faz-se


necessário entender a concepção de criança e de infância que fundamenta os
princípios e as diretrizes que as orientam. Desse modo, a proposta do curso de
extensão desenvolvido se fez pertinente e alinhada ao público alvo, a saber,
pedagogas e pedagogos em formação e demais profissionais que atuam no âmbito
da educação infantil e das políticas públicas para a primeira infância, trazendo uma
contribuição que articulou a discussão sobre a concepção de criança e da infância
ao longo do tempo; a principal e mais recente legislação que dispõe sobre as
políticas públicas para a primeira infância, a saber, o Marco Legal para a Primeira
Infância (Lei Federal n° 13.257 de de 08 de março de 2016); a BNCC Educação
Infantil que é baseada nos princípios do Marco Legal; e uma reflexão sobre a
Educação Infantil e a Intersetorialidade com as demais políticas públicas para a
Primeira Infância a partir da contribuição de um profissional da Psciologia.

2 O PROJETO DE EXTENSÃO

O projeto de extensão perpassou as etapas preconizadas pelo estágio


Supervisionado na modalidade extensão. Sendo assim, foram realizados na
elaboração e execução do projeto desde momentos de identificação do público até a
produção de evidências das atividades realizadas.
5

A modalidade de ação do curso de extensão foi online, teve elaboração de


ficha de inscrição em formulário online, e o período de inscrição foi do dia
06/02/2021 a 08/02/2021. O curso foi realizado do dia 08 a 06 de fevereiro de 2021,
contemplando o seguinte cronograma:

08/02/2021: VÍDEO 1 no YouTube – APRESENTAÇÃO DO CURSO E PALESTRA


SOBRE “A criança e a infância na perspectiva da Antropologia da Criança”;

09/02/2021: VÍDEO 2 no YouTube - PALESTRA SOBRE “O Marco Legal da Primeira


Infância – Avanços e Desafios”;

10/02/2021: VÍDEO 3 no YouTube: APRESENTAÇÃO SOBRE A BNCC Educação


Infantil na Prática;

11/02/2021: VÍDEO 4 no YouTube: ENTREVISTA COM O PSCÓLOGO HERBERTH


MASCARENHAS.

O número estimado de participantes foi de dez pessoas, mas o curso


alcançou ao todo 25 participantes que concluíram os 4 dias de curso.

2.1 ESTADO DA ARTE

A temática das políticas públicas para a primeira infância é um amplo objeto


de investigação nas mais diversas áreas de conhecimento. Uma pesquisa no banco
de periódicos dos dados da CAPES1 (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior) com os termos “política pública primeira infância”, resultou em
1370 periódicos brasileiros com revisão de pares.
As produções acadêmicas se localizam entre perspectivas que dão um
panorama histórico do desenvolvimento de políticas públicas para a primeira
infância, em pesquisas que fundamentam num nível econômico, social e do
desenvolvimento humano a importância de planejar políticas públicas de qualidade
voltadas à garantia do desenvolvimento integral na primeira infância, em estudos de
casos de políticas públicas em estados e municípios de diversos países, além da
análise e caracterização de políticas públicas para a primeira infância nos diversos
1
https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php?
option=com_pmetabusca&mn=88&smn=88&type=m&metalib=aHR0cHM6Ly9ybnAtcHJpbW8uaG9zdGVkLm
V4bGlicmlzZ3JvdXAuY29tL3ByaW1vX2xpYnJhcnkvbGlid2ViL2FjdGlvbi9zZWFyY2guZG8/
dmlkPUNBUEVTX1Yx&Itemid=124
6

setores: educação, saúde, assistência social, direitos humanos, meio ambiente,


dentre outros.
Fundamentado no escopo das pesquisas que reconhecem a primeira infância
como um marco fundamental do desenvolvimento humano, Brito (et al., 2018)
colabora ao afirmar que o
período que compreende os seis primeiros anos de vida,
denominado de primeira infância, é uma etapa de extrema
importância, durante a qual a criança passa por significativos
processos de desenvolvimento, que são influenciados pela realidade
e o contexto nos quais está inserida. Entre esses processos, estão: o
crescimento físico, o amadurecimento cerebral, a aquisição dos
movimentos, o desenvolvimento da capacidade de aprendizado e a
iniciação social e afetiva. (BRITO, et al., 2018, p. 2).

Dada a importância das políticas públicas que garantam a integralidade no


atendimento à criança na primeira infância, a intersetorialidade surge como um norte
fundamental, como uma estratégia para efetivar esse atendimento integral.
Conforme afirma Laffite (org., et aI., 2015), há uma evolução nas formas de atender
as crianças na Primeira infância, que passa da atenção global à setorial. Isso quer
dizer que
Nos primeiros tempos do atendimento às crianças (principalmente
órfãs, abandonadas e das famílias que viviam em situação de
pobreza) – nos meados do século XIX, não havia separação nítida
entre cuidados de saúde, educação, assistência social. Quem
cuidava da criança cuidava de todas as suas necessidades, isto é, da
pessoa inteira. (LAFFITE, et al., 2018, p. 10)

Ao longo do tempo, foram surgindo as especializações em setores


responsáveis por estudar e atender distintas situações e necessidades. Desse
modo,

O olhar das ciências focado em aspectos particulares da vida e


desenvolvimento infantil foi gerando especialidades. Na psicologia
surgiu a psicologia infantil; na medicina, a pediatria; na sociologia, a
sociologia da infância; na pedagogia, a pedagogia da infância; na
antropologia, a antropologia da criança etc. (LAFFITE, et al., 2018, p.
10)

Seguindo este percurso, as políticas públicas também se especializaram em


diversos ministérios, secretarias e áreas. O que pode incorrer numa fragmentação
no atendimento à criança, uma vez que o “atendimento por setores estanques e as
especializações que só enxergam seu ponto de interesse contribuem para formar
7

uma visão fracionada de criança. Em vez de se ver a pessoa inteira, vê-se apenas
uma fração dela” (LAFFITE, et al., 2018, p. 12).
Nesse contexto, a intersetorialidade como estratégia busca dar relevância às
interdependências e da convergência dos setores, órgãos e ações.
[...] a atenção à criança pode ser muito mais profunda e qualificada
porque conta com as especializações profissionais e setoriais, e ser
mais eficiente e eficaz porque os setores e os especialistas das
diferentes áreas (re)começam a dialogar, a articular as ações com
vistas a um atendimento integral e integrado. A intersetorialidade
propõe uma nova maneira de abordar os problemas: partir da visão
holística da criança (pessoa, cidadã, sujeito de direitos), em vez de
objeto de várias áreas de intervenção; valorizar o conhecimento
especializado e a especialização profissional; e articulá-los num
projeto conjunto, num plano integrado de atenção integral. (LAFFITE,
et al., 2018, p. 14-15)

Frente ao exposto, a proposta efetivada no curso de extensão “Políticas


Públicas para a Primeira Infância: educação infantil e intersetorialidade”, proporciona
o acesso democrático ao conhecimento das políticas públicas para além da
educação infantil e em articulação com esta. Ao abordar a concepção de criança a
partir da Antropologia da Criança, traz um importante marco especializado para
compreensão social e antropológica da infância.
Seguindo a proposta com a apresentação do Marco Legal da Primeira Infância
(Lei Federal n° 13.257 de 08 de março de 2016), o curso possibilitou difundir e
conhecer a legislção mais recente e avançada no que concerne à concepção de
infância e aos princípios que devem fundamental a elaboração de políticas públicas
para a primeira infância.
O Marco Legal preconiza, dentre outras coisas, que “as políticas públicas
voltadas ao atendimento dos direitos das crianças de zero a seis anos sejam
elaboradas e executadas com vistas ao atendimento integral” (BRITO, et al., 2018,
p. 2-3). Conhecendo o Marco Legal, profissionais que trabalham ou trabalharão com
a educação infantil poderão estar instrumentalizados a articular a oferta de
atendimento às crianças e suas famílias de modo mais qualificado e inetgralizado.
No escopo da discussão sobre educação infantil, o curso dá ênfase também à
BNCC (Base Nacional Comum Cuirricular) - Educação Infantil na prática, abordando
esse importante documento, que também decorre e está integrado ao Marco Legal
da Primeira Infância, trazendo a contribuição da gestora da Creche Municipal Jolinda
de Almeida Pereira, Luliane da Conceição e de vídeos de especialistas que
8

aprofundam e explicam os 5 campos de experiência na educação infantil trazidos


pela BNCC.

E para fechar e sintetizar a discussão, ao final do curso há a importante


contribuição do psicólogo Herberth Mascarenhas da Silva (Bacharel em Psicologia,
Especialista em Gestão de Recursos Humanos nas Organizações) que em
entrevista relata sua vasta experiência em políticas públicas para a Primeira
Infância, e traz, a partir de explicações e exemplos práticos, como efetivar o
atendimento integral à criança por meio do diálogo intersetorial.

2.2 CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA

Na construção conceitual da proposta e dos fundamentos do curso de


extensão, foram utilizados diferentes recursos. Neste tópico será abordado o vídeo
“A história da Infância”, no canal do Colégio Móbile 2. O tema central desse vídeo é a
concepção de infância ao longo e diferentes períodos históricos e contextos sociais.
Trata-se de um tema histórico que aborda aspectos políticos, religiosos, morais ou
sociais envoltos na concepção e na estruturação dos direitos da criança nos dias
atuais.
O vídeo traz o contexto urbano e rural, predominando o contexto urbano e
predomina o uso de imagens com texto e obras de arte ao longo do tempo que
denotam a concepção de criança vigente na época.
A temática central é introduzida a partir da proposta de desnaturalização da
infância, tomando-a enquanto uma construção social. Para tanto, o vídeo aborda a
infância dividida em três partes até chegar à noção atual de infância de direitos, ou
seja, a da criança enquanto sujeito social.
Após assistir ao vídeo, foi possível estabelecer relações com conhecimentos
prévios adquiridos ao longo da segunda licenciatura, uma vez que o vídeo ilustra e
sintetiza como a infância foi tratada ao longo do tempo e como as mudanças foram
graduais, lentas e como ainda hoje resquícios de posturas disciplinadoras, que
preconizam a memorização, conteudistas e não dialogadas estão presentes na

2
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ab2ZFnqu4dg Acesso em: fevereiro de 2021.
E em 13min.45s – 23min.40s do vídeo https://www.youtube.com/watch?v=1ouQ5A6-TM8
9

prática profissional e nas desigualdades sociais que crianças de diferentes estratos


sociais experienciam no acesso a direitos básicos.
O vídeo aborda os diferentes métodos de ensino e o quanto estes refletem a
educação infantil. Desse modo, é imprescindível que os profissionais da pedagogia
tenham elucidadas as concepções que pautam sua prática docente, para que
possam aderir e aderir à uma prática alinhada à noção de infância e da criança
enquanto sujeito de direitos, levando em conta as ciências e pesquisas nesta área.
No curso de extensão o vídeo foi utilizado especificamente na abordagem da
Criança e a Infância na perspectiva da Antropologia da Criança, trazendo uma
importante contribuição na construção de uma interlocução entre teoria e prática, ou
seja, entre as ações realizadas no âmbito da educação infantil e as concepções de
infância embasadas teórica, científica e pedagogicamente.

1. FICHA TÉCNICADO DOCUMENTÁRIO/FILME


Documentário:
A HISTÓRIA DA INFÂNCIA
Título Original:
A HISTÓRIA DA INFÂNCIA
Ano: 2014 País: BRASIL Idioma: PORTUGUÊS Duração: 9 min. 52s.

Gênero: Cor: colorido Idade recomendada: Não possui clssificação


Documentário indicativa mínima.

Palavras-chave: história da infância.

Direção: Júlia Takeuti, Denise Mendes Produção: Colégio Móbile

Elenco Principal: Narração – Júlio Ribeiro.

Informações de Produção3: trabalho de iniciação científica do Colégio Móbile.

Restrições: Não possui.

Sinopse: Colégio Móbile - A HIstória da Infância - por Júlia Takeuti - Orientação: Denise Mendes - 3B, 2014. A infância é a
fase da vida da qual boa parte das pessoas deseja retornar. As boas lembranças e bons sentimentos que normalmente temos
dessa fase nos fazem pensar por que desejavamos crescer rápido quando crianças. Mas a infância, considerada hoje essencial,
nem sempre existiu. Como será que ela se desenvolve ao ponto de chegar em sua condição atual?
Conteúdos Explícitos4: Infância como Conteúdos Implícitos5: teoria do conhecimento
construção social; Lugar privilegiado da pedagógico, pedagogia como ciência, teorias da

3
Informações de produção:são informações como locações, custos de produção, adaptações de livros, entre outras e que
possibilitam ao professor contextualizar o uso da obra. Essas informações também podem estabelecer ações interdisciplinares
com outras áreas;
10

infância hoje; Infância no período industrial, na educação: na críticas, crítico-reprodutivistas, criticas ou


modernidade; 3 etapas da infância: Infância progressistas.
negada – séc. XV, infância industrializada –
sé. XVII e XVIII, e infância de direitos –
atualmente. As diferentes infâncias
condicionadas pelas classes sociais e pela
desigualdade; concepções pedagógicas sobre
aprendizado e desenvolvimento da criança;
Contribuição das novas ciências – psicologia,
pedagogia, psicanálise.
Interdisciplinaridade com outras áreas6: História, psicologia, psicanálise, sociologia.

Observações:

2.3 MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO

O curso de extensão “Políticas públicas para a Primeira Infância: educação


infantil e intersetorialidade”, produto do Estágio supervisionado em Educação
Infantil, teve como resultado um curso com 4 vídeos-aula voltados para pedagogas e
pedagogos em formação, bem como a profissionais que trabalham com a educação
infantil e políticas públicas voltadas para a Primeira Infância.
O produto resultante do projeto de extensão aqui desenvolvido é de natureza
teórico-conceitual, em formato de vídeo. Aqui será apresentado o primeiro dos
vídeos do curso, explicitando o processo de elaboração desde o planejamento até a
execução, bem como os autores e referências lidas que dialogam com a linha de
pesquisa de Formação de Professor: - Formação inicial, formação continuada e qualidade de
ensino.

4
Conteúdos explícitos: são aqueles conteúdos que a narrativa apresenta de forma clara e direta, ou seja, que o aluno
identifica sem dificuldades. Podem representar um desdobramento do Assunto;
5
Conteúdos implícitos: são aqueles que de alguma forma podem ser subentendidos na narrativa. Não ocupam uma cena
principal, porém fazem parte, implicitamente, da história. Podem surgir em diálogos, ações, figurinos, cenários, músicas ou
outras formas.
6
Interdisciplinaridade com outras áreas: relaciona as áreas que podem estabelecer diálogos com a área principal. A
interdisciplinaridade ocorre ou, pode ser proposta, a partir da área de formação do professor que propõe a utilização do
documentário.
11

O vídeo em questão intitula-se “AULA 1: A Criança e a Infância na perspectiva


da Antropologia da Criança” e pode ser acessado pelo Link:
https://www.youtube.com/watch?v=1ouQ5A6-TM8. A gravação deste vídeo foi
precedida pela leitura do livro “Antropologia da Criança”, da antropóloga Clarice
Cohn (2005) e contou também com o recurso do vídeo “A história da Infância” (2014)
que ilustrra e reforça argumentos já trazidos por Cohn (2005).
O vídeo inicia-se com a apresentação do curso, dos objetivos e do público-alvo.
Logo após, há a exibição do vídeo “A história da Infância” (2014) e em seguida a fala
da estudante Raphaella, que retoma os principais pontos trazidos no vídeo, a saber:

 A Infância é socialmente construída;


 Tendemos a NATURALIZAR as construções sociais;
 Noção antropológica de cultura;
 Sentimentos: amor materno e infância;
 Infância negada séc. XV;
 Infância industrializada XVI – XVIII;
 Infância de Direitos – atualmente.

Ainda dentro da discussão suscitada pelo vídeo, algumas questões são


colocadas para que os participantes reflitam sobre sua prática e sua formação:
 Qual a concepção de infância que você educadora ou educador compartilha?
 Como essa concepção se concretiza em sua prática docente?
 Há permanências das concepções de infância do período industrial nos dias
atuais?
 Disciplina, vigilância, punições, memorização, repetição ainda estão
presentes nas práticas escolares?
12

A partir daí, foi realizada uma breve apresentação da autora 7 do livro que é a
principal referência da aula, e o conteúdo do livro foi apresentado e discutido a partir
dos pontos que serão abordados no tópico 2.4.1 (práxis). O vídeo segue ainda com
indicação do livro “Etnografia da Prática escolar”, de Marli Elisa Dalmazo Afonso de
André, que aborda a contribuição dos estudos do tipo etnográfico voltados ao
cotidiano escolar oferecem para repensar e reconstruir o saber didático. O livro traz
os princípios da pesquisa e questões éticas que possibilitam aos pedagogos em
formação colocarem em prática o olhar antropológico em sala de aula e no
desenvolvimento de pesquisas, observando as crianças e ouvindo o que elas têm a
dizer sobre o mundo, e tomando a criança como um sujeito “capaz de refletir, de ter
suas próprias posições e ações” (DAYRELL, 2007, p. 161).
Como é possível perceber na descrição de um dos 4 materiais que são produtos
do curso de extensão desenvolvido na disciplina de estágio supervisionado em
Educação Infantil, o processo de produção conceitual é extenso e muito profícuo
para a formação profissional do graduando e envolve pesquisas em bases de dados,
produção conceitual, a produção material e a atuação gravada em vídeo que fica
como colaboração e democratização do conhecimento para a comunidade em geral.

2.4 PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS

O tema do projeto de extensão apresentado nesse relatório foi abordado a


partir de 4 temáticas principais: a antropologia da criança, o Marco Legal da Primeira
Infância (Lei nº 13.257/2016), a BNCC Educação Infantil e Intersetorialidade.
Neste subitem, há um texto de fundamentação teórica sobre essas temáticas
que foram escolhidas para abordar o tema do projeto de extensão. Em seguida, há a
apresentação do relatório de evidências.
7
Clarice Cohn é professora adjunta do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos. Coordenou o Observatório da Educação Escolar
Indígena da UFSCar, com financiamento CAPES, e o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Antropologia da
Criança (LEPAC), tendo feito parte, nesta mesma universidade, da Comissão de Ações Afirmativas e,
posteriormente, do Grupo Gestor do Programa de Ações Afirmativas. Possui graduação em Ciências Sociais
(1994), mestrado (2000) e doutorado em Antropologia Social (2006) pela Universidade de São Paulo, e é Pós-
Doutora pela Universidade Paris Nanterre (2016). É associada da Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
e membro do Public Issues and Action Committee “questões públicas e comitê de ação” (PIAC) ligado à
associação internacional de antropologia Society for the Anthropology of Lowland South America “Sociedade
para a Antropologia das Terras Baixas da América do Sul” (SALSA). Tem experiência de pesquisa, docência e
orientação na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena. Pesquisa com os Mebengokré-Xikrin,
povo indígena de língua Jê que vive no Pará, e atua principalmente nos seguintes temas: antropologia, etnologia
indígena, estudos Jê, crianças indígenas, antropologia da criança, antropologia da educação e educação escolar
indígena. Fonte: https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/89452/clarice-cohn/
13

2.4.1 Práxis

O tema das políticas públicas para a primeira infância – educação infantil e


intersetorialidade está vinculado às pesquisas sobre de Formação de Professor -
Formação inicial, formação continuada e qualidade de ensino. Para contemplar essa ampla
temática, o caminho percorrido foi delimitado em 4 subtemas relacionados entre si: A
antropolgia da criança8, o Marco Legal da Primeira Infância Infância (Lei nº 13.257/2016)9,
a BNCC Educação Infantil10 e Intersetorialidade11.
Para abordar os conceitos centrais da antropologia da criança, foram
estudadas e utilizadas como base o livro da antropóloga Clarice Cohn, intitulado
“Antropologia da Criança”. Neste livro, a autora aborda como historicamente as
crianças foram consideradas em estudos pioneiros da antropologia, até chegar ao
que ela denomina de “nova antropologia da criança”. O estudo de Cohn (2005) é de
fundamental importância ao elucidar como as concepções sobre criança e infância
moldam a maneira como elas são tratadas nas mais diversas políticas públicas.
Desse modo, os estudos pioneiros em antropologia da criança davam ênfase à
formação do tipo específico de personalidade no tocante à relação entre indivíduo e
sociedade, em termos de sua formação. Interessavam-se em estudar como os
modos de ninar, de ensinar e de disciplinar os comportamentos eram definidores de
padrões culturais, determinantes na formação da personalidade adulta e ideal de
suas sociedades (COHN, 2005).

Ou seja, predominada uma tendência nas escolas Escola de Cultura e


Personalidade e culturalista norte-americana em buscar compreender no
comportamento humano o que era natural, inato, universal versus o que era cultural,

8
AULA 1: A Criança e a Infância na perspectiva da Antropologia da Criança. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=1ouQ5A6-TM8
9
AULA 2: Marco Legal da Primeira Infância – Avanços e Desafios. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=H6mUDPylvkQ
10
AULA 3 - BNCC Educação Infantil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9M03pSkVuRE

11
AULA 4: Entrevista com o Psicólogo Herberth Mascarenhas - Primeira Infância e Intersetorialidade. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y5Jq-9pb_D8
14

adquirido, particular. Os estudos estavam focados em como a criança é formada e


adquire competências culturais esperadas para a vida adulta, em como ocorria a
aquisição de cultura e competências. Havia aí um pressuposto de cisão entre vida
adulta e vida da criança, supondo um fim último do processo de desenvolvimento: a
vida adulta (COHN, 2005).

A Escola funcional-estruturalista de Radcliffe-Brown, britânica, por sua vez, se


interessava pelas práticas e pelo processo de socialização das crianças, não pela
formação da personalidade ideal da sociedade Buscam entender a delimitação dos
papeis e das relações sociais que estão na base das práticas e do processo de
socialização dos indivíduos. A sociedade é aqui compreendida como um sistema de
papeis e relações sociais que podem ser observados, descritos e analisados pelo
pesquisador. Tais papeis e relações sociais definem o lugar do indivíduo na
sociedade e se ligam a outros para reproduzir a totalidade social e as gerações que
se sucedem e vão assumindo um papel social que lhes antecede e define seu status
e posição na sociedade (COHN, 2005).

Ou seja, as crianças dos estudos estrutural-funcionalista: protagonizam um papel


que não definem. Sendo assim, suas ações e representações simbólicas não
precisam ser estudadas para definir seu lugar no sistema: são dadas pelo próprio
sistema. Nessa perspectiva, são estudados os grupos de mesma faixa etária, as
passagens de status e seu papel funcional dentro da sociedade e estudam-se
apenas as relações entre agentes de socialização visando a aquisição de
competências para realizar um papel social (COHN, 2005).

Há então uma concepção de criança sem papel ativo, mas como receptáculo de
papeis funcionais que desempenham ao longo do processo de socialização nos
momentos apropriados. É a partir de 1960 que surge uma nova antropologia da
criança, na qual o conceito de cultura, de sociedade, de agência, ou de ação social
deixa de ser considerada como algo empiricamente observável: costumes, crenças,
valores, que “não é mensurável ou detectável em um lugar apenas - é o que faz com
que as pessoas possam viver em sociedade compartilhando sentidos” (COHN, 2005,
p. 19). Ou seja, a cultura é tomada como um sistema simbólico acionado pelos
atores sociais a cada momento para dar sentido a suas experiências (COHN, 2005).
15

É a partir dessa nova concepção de cultura que passa a ser possível entender o
lugar das crianças nos novos estudos compreendendo o contexto cultural como
sendo um sistema simbólico que está em constante transformação e mudança.
Sendo assim, a cultura e a sociedade não são mais uma totalidade apenas a ser
reproduzida, mas um conjunto estruturado em constante produção de relações e
interações. O que muda a perspectiva também sobre a criança, uma vez que, em
vez de receptáculos de papéis e funções sociais, os indivíduos passam a ser vistos
como atores sociais (COHN, 2005)

São atores sociais não por atuarem ou reproduzirem um papel social


preestabelecido, mas por atuarem na sociedade, recriando-a a todo momento.
Nesse sentido, os indivíduos não são mais compreendidos como intérpretes de
papeis sociais que não criaram, mas como indivíduos que criam seus papeis
enquanto vivem em sociedade.

Revisados os conceitos-chave da antropologia, é possível uma nova visão sobre


as crianças que passam de

seres incompletos, treinando para a vida adulta, encenando papeis


sociais enquanto são socializados ou adquirindo competências para
sua personalidade social, passam a ter um papel ativo na definição
de sua própria condição (COHN, 2005, p.21)

É a partir daí que as crianças são consideradas como seres sociais plenos
com legitimidade de sujeitos nos estudos que são feitos sobre elas nas mais
diversas áreas do conhecimento. Desse modo as crianças passam a ser
consideradas em três aspectos: como ator social, como produtora de cultura e na
definição da condição social da criança. É nesse sentido também que a autora
elucida que fala numa antropologia da criança e não da infância, pois a infância é
modo de pensar a criança construído social e historicamente e varia de cultura para
cultura.

Os novos estudos da antropologia da criança irrompem com um novo paradigma


que toma a criança enquanto atuante, “que tem um papel ativo na constituição das
relações sociais em que se engaja, não sendo, portanto, passiva na incorporação
dos papeis e comportamentos sociais” (COHN, 2005, p. 28). A criança deixa então
de ser vista em termos de um devir: nem é um adulto em miniatura, nem está
treinando para a vida adulta, mas é um ser único e completo, que “interage
16

ativamente com os adultos e as outras crianças, com o mundo, sendo parte das
relações e dos papéis sociais que assume” (COHN, 2005, p. 28).

Cohn (2005) salienta ainda que a autonomia das crianças é relativa, com
relações possíveis e outras não. Contudo, a autora explica que “de acordo com a
margem de manobra que lhes é dada culturalmente, as crianças [...] constroem
grande parte das relações sociais” (COHN, 2005, p. 28).

É a partir dessa virada teórica na antropologia que toma a cultura enquanto um


sistema simbólico que é possível pensar em vez de como as crianças incorporam e
aprendem as coisas, em como a criança formula sentido ao mundo. E nesse
perspectiva, a criança não sabe menos que o adulto, sabe coisas diferentes e não
são apenas produzidas pela cultura, mas também produtoras de cultura com relativa
autonomia cultural em relação aos adultos, uma vez que elaboram seus sentidos a
partir do “sistema simbólico compartilhado com os adultos” (COHN, 2005, p. 35).

Elucidado caminho e a construção do entendimento atual da criança como


sujeito, adentramos na temática da legislação mais atual que trata das políticas
públicas para a Primeira Infância - Lei Federal n° 13.257 de 08 de março de 2016.
Essa legislação dialoga com o debate tecido pela antropologia da criança uma vez
que se vale da concepção de criança como sujeito e como produtora de cultura.

A partir das contribuições de Almeida (2016) é possível compreender a


importância de abordar o tema das políticas públicas para a primeira infância e a
concepção de infância que cada profissional carrega uma vez que

apenas as legislações não estão sendo suficientes para mudar a


condição das crianças no Brasil, o seu reconhecimento como cidadãs
é um requisito indispensável para que Políticas Públicas para a
Primeira Infância sejam efetivadas, e para que tenham em sua base
de formulação o delineamento de ações e programas permanentes,
que garantam às crianças condições de vida plena e saudável, ou
seja, que se configurem como “Políticas de Estado”, e que se
mantenham independentemente de qualquer governo, de qualquer
partido político (ALMEIDA, 2016, p. 134).

Para tanto, é preciso que seja mudada a “ótica dos adultos sobre as crianças,
se as enxergarmos como sujeitos de direitos, tanto quanto os adultos, direitos que
são próprios das crianças, ou seja, diferentes dos adultos (ALMEIDA, 2016, p. 134).

Almeida (2016) disserta ainda sobre a necessidade de consolidar um outro


17

estatuto para a infância, um estatuto de reconhecimento de sua


condição de categoria social que tem uma identidade própria,
diferente, mas nem por isso inferior às outras categorias, tais como
as dos adolescentes, adultos e idosos. Que assim como todas as
outras precisa ser respeitada e incluída como categoria da história
humana que tem um valor em si, aliás, que é preponderante para a
formação humana e ética de todo e qualquer cidadão (ALMEIDA,
2016, p. 134).

Desse modo, ao analisar o marco legal da primeira infância, Almeida reforça o


que foi tratado na aula 1, a de que a antropologia da criança, bem como a Sociologia
da Infância contribuem para a “mudança de olhar do adulto sobre as crianças, e para
que juntos possamos garantir a efetividade das legislações a elas destinadas”
(ALMEIDA, 2016, p. 134).

Ou seja, a garantia de direitos expressa pelo Marco Legal da Primeira


Infância dialoga com os pressupostos teóricos dos novos estudos sociais da
infância, nos quais a criança é enxergada como sujeito social e ator social de seu
processo de socialização, construtora de sua infância, de forma plena.

Resgatando a criança de uma perspectiva biologizante e psicologizante,


Almeida afirma que é necessário compreender a criança em seu contexto social, ou
seja, essa criança pertence a uma classe social e diversos marcadores sociais que
interagem com sua experiência (ALMEIDA, 2016). Para ilustrar esse aspecto,
durante a aula 2 fora exibido o vídeo A Infância no Brasil”, produzido pelo Canal
Meteoro12. Em seguida a exibição do vídeo, foram lançadas aos participantes
algumas questões para reflexão formuladas por Almeida (2016, p. 136):

 Como assegurar que os adultos reconheçam as diversas infâncias e


respeitem os modos de ser das diversas crianças?

 Como garantir que o interesse superior das crianças seja respeitado,


conforme apregoa a lei do Marco Legal da Primeira Infância?

 Como fazer prevalecer o respeito às necessidades de proteção, cuidado e


educação da criança?

Após a discussão sobre o vídeo, os principais artigos da Lei N°13.257, de 18


de março de 2016 – Marco Legal da Primeira Infância, foram lidos e debatidos tendo

12
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=S6kpdu-j-FI Acesso em maio de 2021.
18

em vista os avanços e os desafios que traz às políticas públicas para a primeira


infância, sobretudo no tocante educação infantil.

Coerente com a temática proposta no curso de extensão, a Aula 03 abordou a


Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Educação Infantil, trazendo o contexto e
as inovações trazidas pela BNCC, abordando os seis direitos de aprendizagem que
ela preconiza, bem como os campos de experiência da Educação Infantil. É
importante frisar que a BNCC Educação Infantil está totalmente articulada aos
pressupostos e noções de criança trazidas pelo marco legal da primeira infância,
que em seu Art. 15. estabelece a “Criação de condições e meios para que a criança
desde a primeira infância tenha acesso à produção cultural e seja reconhecida como
produtora de cultura” (Lei N°13.257, de 18 de março de 2016).

Desse modo, para fundamentar a discussão dessa aula doi utilizado como
referencial o material “BNCC na prática: tudo que você precisa saber sobre a
educação infantil” (Nova Escola, 2018). Também foram trazidos vídeos com falas e
experiências de especialistas que têm relação com cada direito de aprender.

Por fim e como uma síntese e articulação entre os temas já trabalhados, a


Aula 04, foi uma entrevista com o Psicólogo Herberth Mascarenhas da Silva, que
trouxe a partir da estratégia da intersetorialidade, uma apresentação sobre a política
pública de Assistência Social e também da Saúde, demonstrando de que modo o
professor ou professora de Educação Infantil, bem como os demais atores escolares
envolvidos, podem colocar em prática a intersetorialidade e sua importância para
efetivação dos direitos das crianças. O conceito de intersetorialidade que o
especialista abordou, dialoga e confirma a concepção já trazida neste relatório a
partir das contribuições de Laffite (et al., 2018).
O psicólogo abordou também as principais políticas públicas para a primeira
infância atualmente, os maiores desafios para implementação dessas políticas
públicas, abordando os aspectos sociais, culturais e as situações sociais que
atravessam as famílias e desembocam em desigualdades sociais. O psicólogo
salientou ainda a importância de profissionais da educação infantil conhecerem as
políticas púbicas presentes no município onde atuam para que haja a oferta de um
atendimento integral à criança, que como já mencionado no tópico “Estado da Arte”,
19

é um ser integral com demandas de diferentes ordens que ao não dialogarem


incorrem num risco de fragmentação do sujeito (LAFFITE, et al., 2018).

2.4.2 Relatório de evidências

Nome da ação: Curso de extensão intitulado “POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A


PRIMEIRA INFÂNCIA: EDUCAÇÃO INFANTIL E INTERSETORIALIDADE”

Ementa – O curso teve duração de 4 horas e foi exibido através de vídeos


postados na plataforma YouTube. O curso foi dividido em 4 momentos de
aproximadamente uma hora cada. No momento 1 foi realizada a presentação do
curso e discussão do tema “A criança e a infância na perspectiva da Antropologia da
Criança”, abordado a partir do livro “Antropologia da Criança”, da antropóloga Clarice
Cohn (2005). Houve também exibição do vídeo “A história da Infância”.

No momento 2 foi bordado o tema: “O Marco Legal da Primeira Infância –


Avanços e Desafios” a partir da apresentação da Lei Federal n° 13.257 de 08 de
março de 2016 e dos vídeos: “O Começo da Vida” e “A Infância no Brasil”. No
momento 3 foi apresentado o tema “BNCC Educação Infantil na Prática”, com a
contribuição da gestora da Creche Municipal Jolinda de Almeida Pereira, Luliane da
Conceição. E no 4º e último momento foi realizada uma entrevista com o psicólogo
Herberth Mascarenhas da Silva que abordou o tema “Políticas públicas para a
primeira infância: educação infantil e intersetorialidade”.

Período de realização: Início - Final: 08/02/2021 a 11/02/2020.

Número de inscritos e participantes: 25 inscritos, 25 participantes que


concluíram os 4 momentos do curso.
Lista de participação, conforme consta:

FICHA DE FREQUÊNCIA – PROJETO DE EXTENSÃO

CENTRO UNIVERSOTÁRIO INTERNACIONAL UNINTER


20

Estágio Supervisionado – Frequência Projeto de Extensão

NOME DO ALUNO – RU: RAPHAELLA GONÇALVES TEIXEIRA, RU 3306288

CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA: SEGUNDA LICENCIATURA

ESTÁGIO: EDUCAÇÃO INFANTIL

HORAS: 100 HORAS

LISTA DE FREQUÊNCIA PARA CERTIFICAÇÃO DE 8 HORAS

NOME COMPLETO E-MAIL

Adrianna Maria Bezerra da Silva adriannamariab@gmail.com

Aline Silva Morbeck alsmorbeck@yahoo.com.br

Ana Carla Castro Bombonati accbombonati1@gmail.com

Ana Clara Feitosa Campos clara.fcamposs@gmail.com

André Felipe Campos Lima andref.campos.lima@gmail.com

Bárbara de Souza Silva bbsouza32@gmail.com

cheino alves caetano cheino@hotmail.coom

Claudio Gomes da Conceição claudiogomes084@gmail.com

Ebbe humberta Fernandes Lima ebbelima@gmail.com

Edijane dos Santos Oliveira edijaneoliver@outlook.com

Erick Henrique Araújo de Moraes erick.henrique@outlook.com

Gabriela Silva Morbeck Santos gabrielamorbeck.med@gmail.com

Graziela Ferreira da Silva Pinto graziela.moura.pinto@gmail.com

Herberth Mascarenhas da Silva herberthnevasca@hotmail.com

Jaciel Alison de Godoi Silva prof.jacielalison@gmail.com

Joabe Nunes dos Santos joabe.nunes@hotmail.com

Junieques batista dos santos junieques@gmail.com

Lucenildo Vicente nildovicente@hotmail.com

Luliana da Conceição lulicerlley@hotmail.com


21

Marcivania Nunes da Silva marcivanianunes@bol.com.br

Maria das Graças Silva Morbeck gracamorbeck@gmail.com

Martha Malaquias da Silva marthamalaquias@outlook.com

Taciany da Silva Barros tacy_ibo@hotmail.com

Tatiana Souza da Silva Oliveira tatianasouza991@gmail.com

Tony Carlos Bento dos Santos tonybentosantos1@gmail.com

Além da listagem você irá colocar os dados de repercussão nas mídias sociais:

Em três momentos distintos é necessário fazer print da tela e demonstrar o número de


participantes.

1. Momento 01: ao término da atividade


2. Momento 02: dois dias após a realização da atividade
3. Momento 03: cinco dias após a realização da atividade

Dados de repercussão a partir de print das telas:

PRINT MOMENTO 01, AULA 1 - AO TÉRMINO DA ATIVIDADE

LINK DO VÍDEO COMPARTILHADO POR E-MAIL E POR MENSAGEM DE


WHATSAPP A TODOS OS INSCRITOS NO DIA 08/02/2021:
https://www.youtube.com/watch?v=1ouQ5A6-TM8
22
23

PRINT MOMENTO 01, AULA 2 - AO TÉRMINO DA ATIVIDADE


24

LINK DO VÍDEO COMPARTILHADO POR E-MAIL E POR MENSAGEM DE


WHATSAPP A TODOS OS INSCRITOS NO DIA 09/02/2021:
https://www.youtube.com/watch?v=H6mUDPylvkQ
25
26

PRINT MOMENTO 01, AULA 3 - AO TÉRMINO DA ATIVIDADE

LINK DO VÍDEO COMPARTILHADO POR E-MAIL E POR MENSAGEM DE


WHATSAPP A TODOS OS INSCRITOS NO DIA 10/02/2021:
https://www.youtube.com/watch?v=9M03pSkVuRE
27
28
29

PRINT MOMENTO 01, AULA 4 - AO TÉRMINO DA ATIVIDADE

LINK DO VÍDEO COMPARTILHADO POR E-MAIL E POR MENSAGEM DE


WHATSAPP A TODOS OS INSCRITOS NO DIA 11/02/2021:
https://www.youtube.com/watch?v=Y5Jq-9pb_D8
30
31
32

PRINT MOMENTO 02, AULA 1 – 2 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


10/02/2021
33
34
35

PRINT MOMENTO 02, AULA 2 – 2 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


11/02/2021
36
37

PRINT MOMENTO 02, AULA 3 – 2 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


12/02/2021
38

PRINT MOMENTO 02 AULA 4 – 2 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


13/02/2021
39
40

PRINT MOMENTO 03, AULA 1 – 5 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


13/02/2021
41
42
43

PRINT MOMENTO 03, AULA 2 – 5 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


14/02/2021
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PRINT MOMENTO 03, AULA 3 – 5 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


15/02/2021
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47

PRINT MOMENTO 03, AULA 4 – 5 DIAS APÓS A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE –


16/02/2021
48

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio Supervisionado em Educação Infantil da Segunda Licenciatura em


Pedagogia foram de suma importância para o desenvolvimento e a formação
profissional no âmbito da pedagogia. A partir do esforço e do trabalho mobilizado
nas instâncias de estudo, pesquisa, produção escrita e audiovisual, foi possível
aprender e fixar os conhecimentos adquiridos ao longo da formação.
Foi também um grande desafio apresentar diante desse novo cenário no qual
os recursos online são o principal meio de viabilizar o conhecimento e o
compartilhamento desses conhecimentos. Desafio este superado e que traz uma
experiência e um saber fazer concatenados com o contexto de pandemia, que exigiu
dos profissionais da educação a aprendizagem e o exercício de novas habilidades e
formas de ensinar mediadas pela tecnologia.
O curso de extensão resultante desse esforço vai ao sentido de contribuir
para a democratização e o acesso ao conhecimento, dando à comunidade em geral
uma devolutiva social do trabalho desenvolvido pelo Centro Universitário
Internacional – UNINTER.
Ainda que de modo remoto, o estágio também possibilitou um rico diálogo
interprofissional ao possibilitar ao estudante convidar profissionais e especialistas da
49

área para dialogarem sobre as temáticas. Desse modo, foi possível também obter
um aprendizado fundado em experiências práticas que aliadas aos estudos e a
produção conceitual realizadas fomentaram muito conhecimento e um trabalho de
verdadeiro aprofundamento teórico e prático.
Sendo assim, ter um curso de extensão com participação ativa da
comunidade como resultado desse estágio, possibilitou um importante crescimento
na trajetória de formação profissional. Um salto qualitativo na profissionalização, na
autonomia do graduando e no trabalho de articulação e mobilização dos
conhecimentos trabalhados ao longo de toda graduação, possibilitando a
visualização e aplicação prática desses conhecimentos nos mais diversos âmbitos
de atuação do pedagogo e em diferentes linhas de pesquisa.
Desse modo, o estágio na modalidade extensão cumpriu todos os objetivos
de formação e crescimento profissional dos estudantes.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ordália Alves. O Marco Legal da Primeira Infância: quais infâncias,


quais crianças?. In: AVANÇOS DO MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA.
Câmara do Deputados Centro de Estudos e Debates Estratégicos Primeira Infância:
2016, p. 133-141. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/altosestudos/pdf/obra-avancos-
do-marco-legal-da-primeira-infancia Acesso em: mar.2021.

BRITO, Raissa Freitas Gomes; PONTES, Herika Paiva; FROTA, Mirna Albuquerque.
Um retrato da primeira infância em situação de pobreza. Rev Bras Promoç
Saúde, 31(4): 1-8, out./dez., 2018. Disponível em:
https://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/8766/pdf Acesso em: mai.2021.

COHN, Clarice. Antropologia da criança. Jorge Zahar Ed.: Rio de Janeiro, 2005.

DAYRELL, Juarez. O jovem como sujeito social. In.: Juventude e


Contemporaneidade. – Brasília: UNESCO, MEC, ANPEd, 2007. p. 155- 176.

LAFFITE, Luzia Torres Gerosa; TUBELIS, Paula; MAIA, Shaila Vieira; DIDONET,
Vital. (Orgs.). A intersetorialidade nas políticas para a primeira infância. Rede
Nacional Primeira Infância, 2015. Disponível em:
https://undime.org.br/uploads/documentos/phpcrSG7h_55a64dbb2efb2.pdf Acesso
em mai.2021
50

Lei N°13.257, de 18 de março de 2016 – Marco Legal da Primeira Infância.


Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm#:~:text=1%C
2%BA%20Esta%20Lei%20estabelece%20princ%C3%ADpios,e%20diretrizes%20da
%20Lei%20n%C2%BA Acesso em: mai. 2021.

REVISTA NOVA ESCOLA. BNCC NA PRÁTICA: Tudo que você precisa saber sobre
Educação Infantil. Revista Nova Escola, 2018. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/12676/bncc-para-a-educacao-infantil-baixe-em-
pdf-um-livro-gratuito-sobre-todas-as-mudancas Acesso em mai.2021.

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