Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
178
Palavras-chave: Metodologias Ativas. Defesa Civil. COVID-19.
ABSTRACT
This article aims to present the results of interventions, of the active methodologies
subcommittee, created by the Civil Defense of the State of Santa Catarina, and which,
during the COVID-19 pandemic, guided municipal and state school teachers regarding
remote activities and return to face-to-face activities. The foundation was based on the
neuroscience of learning, and on primary sociodramas as an active methodology,
through the guidelines provided in the tutorial. The methodology started with the
creation of a tutorial of active methodologies (didactic orientations); realization of
“institutional sociodramatic lives” (Civil Defense of Santa Catarina and State
Department of Education) for teachers of the state public school system in the state of
Santa Catarina; and, activities developed by teachers. At the end, the teachers
expressed their emotional state in relation to returning to classes, while others
produced other activities, with their students in the classroom in public schools.
1 INTRODUÇÃO
179
Esse contexto acabou por exigir tanto das instituições de ensino, quanto da
comunidade escolar diferentes níveis de resiliência, bem como, novas exigências para
continuidade das respectivas atividades na modalidade remota, em plena implantação
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e a retomada da utilização de
metodologias ativas para os processos de ensino e aprendizagem.
Assim, padrões pré-estabelecidos de ensino, aprendizagem e de avaliação
tiveram que ser repensados rapidamente. Essas adaptações promoveram diversas
psicopatologias (depressão, ansiedade, etc), que em muitos casos, se tornaram óbices
ao pleno desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem, tanto para
professores, quanto para alunos e familiares comprometendo a saúde mental dos
mesmos, conforme será descrito adiante, a partir da neurociência da aprendizagem.
As contribuições da neurociência da aprendizagem, a realização dos
sociodramas e o protocolo do sociodrama pedagógico, foram os fundamentos e
recursos utilizados para repensar os processos de ensino e aprendizagem, bem como,
alertar a comunidade escolar sobre as implicações do “ensino remoto emergencial”
(ERT – Emergency Remote Teaching) conforme Doulakis et Alexoupoulos (2021) na
vida de relações de professores e alunos.
Essas ocorrências reforçam de um lado, a iatrogenia (promoção de doenças
e disturbios psicológicos e psiquiátricos) decorrente do isolamento e do
distanciamento social, e por outro lado, a necessidade de utilização de outros recursos
didáticos e pedagógicos com metodologias ativas sociátricas (promoção de saúde e
bem estar), minimizando a ocorrência de psicopatologias em professores e alunos da
rede pública tornando os processos de ensino e aprendizagem mais saudáveis e
criativos.
A partir das considerações realizadas anteriormente, a estrutura temática dessa
publicação, ficou assim organizada: a) na primeira parte foram apresentadas algumas
considerações e avanços da neurociência da aprendizagem (implicações neurológicas
decorrentes do processo de isolamento social na área da educação, e dos processos
de ensino e aprendizagem no contexto da pandemia da COVID-19), que reforçam os
cuidados necessários a serem dedicados aos professores e aos seus alunos, com
extrema exigência técnica e alto nível de adaptação; b) a apresentação básica do
R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 7, p. 178-209, nov-dez. 2021.
180
sociodrama como metodologia ativa para processos de ensino e aprendizagem
híbridos, na segunda parte, apontou-se como perspectiva integrativa entre educação
e saúde através da socionomia e do sociodrama; c) a apresentação do ‘Tutorial de
Metodologias Ativas para Contextos de Eventos Extremos” realizado na terceira parte,
como um guia de orientações didáticas, despertou nos professores da rede pública
municipal e estadual do estado de Santa Catarina, a existência de um caminho para o
momento presente, diante das exigências do ensino remoto emergencial (ERT); d) a
descrição das atividades, “lives” e sociodramas na quarta parte promoveram o
engajamento de professores e alunos nas suas escolas, através do desenvolvimento
de atividades presenciais; e, e) a apresentação de um protocolo de sociodrama
primário, na quinta parte como metodologia de ensino, para ser utiizado e adaptado
nas disciplinas ministradas pelos professores.
181
expressão cunhada por Doulakis et Alexoupoulos (2021). Por sua vez, o ERT foi a
modalidade predominante de ensino no Brasil e no estado de Santa Catarina, durante
o processo de isolamento e de distanciamento social decorrente da pandemia da
COVID-19, principalmente nas instituições de ensino públicas.
O ERT, na maioria dos casos, apenas reproduziu o modelo tradicional,
adaptando às ferramentas digitais e online, recortes de conteúdos, saberes, práticas e
uma mistura não muito clara de métodos. A capacidade docente foi subaproveitada,
sendo causa de “bournout”, estresse e fadiga, além do abandono de docentes e alunos
em relação aos recursos tecnológicos necessários para as atividades. Existe ainda
alguma dificuldade em termos de suporte técnico, no manuseio da diversidade das
demandas dos educadores, e, de diferenças geracionais na percepção e uso das
tecnologias por alunos e professores (DOUKAKIS; ALEXOPOULOS, 2021).
Várias dificuldades surgiram nesse contexto de adaptação ao ensino
emergencial remoto, tais como: a) falhas tecnológicas (microfones, vídeos, e conexões
com a internet que não funcionaram perfeitamente); b) softwares que não
apresentaram bom desempenho; c) ruídos de comunicação, tendo em vista a menor
capacidade de interações; d) redução da percepção sensorial e análise do conteúdo
não verbal; e) maior exigência cognitiva para perceber, agir e minimizar o
desentendimento informativo; f) ausência de um senso de lugar que gerasse
identidade com as atividades que estavam sendo realizadas; e, g) redução de convívio
social entre professores e alunos.
Todas as disfunções descritas anteriormente reforçam as análises de Riva,
Wiederhold e Mantovani (2021) quando apontam os pilares da organização cerebral
humana, quais sejam: a) o estudo e o trabalho ocorriam em locais físicos dedicados a
natureza dessas respectivas atividades (salas de aula, escritórios, etc) que oferecem
o senso de lugar, organização do espaço, memórias episódicas, de trabalho e de
procedimentos; b) a aprendizagem e o trabalho ocorriam sob supervisão com objetivos
e metas; e, c) a aprendizagem e o trabalho eram distribuídos e compartilhados com os
membros de um grupo criando uma identidade.
A localização das memórias de espaço e lugar são realizadas por redes neurais
específicas, localizadas na área “CA4” do hipocampo, podendo ser comparadas aos
R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 7, p. 178-209, nov-dez. 2021.
182
sistemas de posicionamento global (GPS), que são equipamentos tecnológicos que
através de aplicativos proporcionam a localização de lugares, constituindo-se em
“redes neurais especiais GPS´s”.
Por sua vez, essas “redes neurais especiais GPS´s” respondem pelas
coordenadas espaciais, relacionadas as memórias espaciais das nossas atividades
diárias (percorrer o trajeto feito em casa para relembrar onde deixou um objeto, bem
como, o trajeto de ir e vir da escola). Essas experiências são armazenadas no
hipocampo de onde partem as lembranças e a imaginação.
A experiência de nossas memórias episódicas, cujo córtex entorrinal está
bastante correlacionado, oferece muito dos componentes do que referimos como
“memória autobiográfica”, ou seja, uma reconstrução e edição dos eventos de nossas
vidas e cotidianos em locais específicos. É importante caracterizar nesse contexto de
ERT, os papéis funcionais que os docentes, gestores (diretores(as), coordenadores
(as) e supervisores (as) desempenhavam: a) cumprir e coordenar esforços para atingir
metas e objetivos; b) possibilitar insights, empatia e cooperação; e, c) distribuir, delegar
e orientar tarefas. Todas essas atividades se tornaram mais exigentes, e com prazos
de cumprimento mais curtos.
Considerando que as videoconferências se decuplicaram enquanto meio de
relação entre professores e alunos, Riva; Wiederhold; Mantovani (2021) apontam que
as mesmas provocam um contingenciamento da responsividade, fadiga e
transferência de responsabilidades, além da limitação de visualizar apenas faces, ou
ainda, a total ausência de feedback quando os vídeos estão desligados, diminuindo
significativamente nossa identidade de grupo e possíveis insights da atividade
colaborativa.
Quando estamos envolvidos em atividades grupais, como numa sala de aula,
dois tipos especiais de células estão envolvidas: a) os “neurônios espelhos” que são
células bimodais, responsáveis tanto pelo planejamento e execução de muitas ações,
quanto pela observação do que os outros fazem, através da avaliação de suas
expressões (movimentos do corpo, expressões faciais, entonação da voz e aumento
dos recursos cognitivos); e, b) os “neurônios de von economo” (spindle cells), que são
células afinadas e longas, com apenas um dendrito em cada extremidade, localizadas
R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 7, p. 178-209, nov-dez. 2021.
183
particularmente no “giro do cíngulo anterior” (tomada de decisões morais, avaliação
das emoções) e, ínsula frontal (empatia, persuasão). Essas células nervosas são
ativadas fortemente quando ocorre contato visual, o olhar mútuo, entonação vocal e
comunicação não verbal.
Pode-se verificar a partir das análises anteriores, que muitas das atividades que
eram desenvolvidas no ambiente escolar, mudaram completamente exigindo um
esforço de adaptação concentrado, para atender as demandas dos processos de
ensino e aprendizagem, durante o isolamento e o afastamento social decorrente da
pandemia da COVID-19. Visando nortear os professores da rede pública do estado de
Santa Catarina, com relação aos impactos do isolamento social e da utilização do ERT,
Dikker et. al., (2017), ao realizar uma pesquisa que será descrita a seguir, descreveu
os resultados relativos aos comportamentos dos alunos submetidos a determinados
contextos de ensino e aprendizagem, que poderá ser tomado como orientação para
outras estratégias de ensino e aprendizagem pelos professores da rede pública de
ensino.
Dikker et. al., (2017) para fazer estudos de “imageamento cerebral” utilizando a
técnica de "hiperscanneamento” (neuroimagens produzidas a partir de dois ou mais
cérebros simultaneamente, enquanto estão engajados numa mesma atividade),
realizou o seguinte experimento: a) avaliou a atividade cerebral de 12 (doze) alunos de
uma série final do ensino secundário nos Estados Unidos, ao longo de um semestre,
em 11 (onze) sessões, utilizando aparelhos portáteis de Eletroencefalografia – EEG,
nos ambientes naturais da sala de aula; b) considerou 4 (quatro) contextos de
aprendizagem para avaliação: a) contexto 1: (o professor lendo suas notas sobre a
lição); b) (contexto 2: (alunos assistindo a um pequeno vídeo instrucional sobre o
assunto); contexto 3: c) (o professor dando aulas para os alunos), e; d) contexto 4: (os
alunos participando de um grupo de discussão acerca de um tópico).
Os resultados do experimento apontaram que as atividades de “assistir vídeos”
e “ participar de “grupos de discussão” tiveram maior nível de sincronicidade (maior
interação entre os estudantes, empatia e afinidade grupal demonstrando a natureza
interativa da cognição humana) cerebral entre os alunos, a partir da técnica de
imageamento, Assim, atividades na modalidade de ensino remoto emergencial que
R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 7, p. 178-209, nov-dez. 2021.
184
exijam o grupo em atividades integradas, propiciam maior nível de desempenho em
processos de ensino e aprendizagem.
Nessa perspectiva, Tomaselo et. al., (1995) e Battacharya (2017) destacam a
necessidade de atividades que envolvam, o que eles denominam de “atenção
conjunta” em ambientes virtuais de aprendizagem, ou seja, promover ambientes
virtuais de apredizagem que ao simularem o ambiente real de situação, aumentam o
contato visual, o olhar mútuo, e o aumento da percepção dos alunos durante a
realização das atividades. Por outro lado, a redução do contato não verbal diminui a
sincronicidade dos cérebros e da ativação de áreas relacionadas ao senso de
propósito, criatividade e inovação, e o resultado final é que os alunos “não se
engajam”, ou seja, não se mobilizam para a ação e/ou desenvolvimento das atividades.
Outra estratégia para engajamento dos alunos, no contexto do ERT apontada
por Wagner (2010), e porque não dizer, também para os processos de formação
continuada para os professores da rede estadual de ensino, grifos nossos, seria adotar
a criação de “comunidades de práticas”. O conceito de “comunidades de práticas”
foi desenvolvido por Wenger (1998, 2002a, 2002b, 2010) e diz respeito, no caso em
discussão, a um grupo de alunos ou professores, que se reúnem periodicamente, por
possuírem um interesse comum no aprendizado e na aplicação do que foi aprendido
acerca de uma área do conhecimento.
Nessa perspectiva, para se utilizar as “comunidades de práticas” como
estratégia para engajamento dos alunos e professores, conforme Wenger
(1998,2002a, 2002b, 2016) é preciso identificar: a) as áres de interesses dos alunos e
professores nas temáticas a serem tratadas (domínio); b) a (comunidade) resultante
da eleição das áreas de interesse pelos alunos/professores. Assim, num mesmo grupo
de professores/alunos podem existir diferentes comunidades; e, c) as (práticas) que
serão utilizadas para resolução dos problemas levantandos pela comunidade, o que
depende exclusivamente dos conhecimentos (ferramentas, informações, estilos,
linguagem, histórias, documentos) e níveis de compreensão de cada comunidade.
É nesse contexto que Wagner (2010) aponta os jogos de videogame, como, por
exemplo “Fortnite” (2011) ou “Among Us” (2018), como recurso tecnológico para
desenvolvimento de comunidades de práticas bem sucedidas, simulando o
R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 7, p. 178-209, nov-dez. 2021.
185
desenvolvimento de uma ação grupal sem um local físico dedicado. Convém ressaltar,
que os jogos devem ser utilizados para atingir objetivos de aprendizagem relacionados
as temáticas dos planos de ensino. Torna-se também importante que a construção dos
domínios de interesse, baseados em outros recursos didáticos como robótica,
desenho, teatro, audiovisual, música sejam utilizados para mobilizar as “comunidades
de práticas” para desenvolver uma solução para um problema levantado pelo próprio
grupo de alunos/professores.
Portanto, localizar espaço temporalmente um grupo se torna importante, para o
desenvolvimento das atividades didáticas e pedagógicas, e nessa perspectiva Gaggioli
et. al (2012,2015) utiliza o termo “networked flow” para explicitar uma experiência
coletiva através de uma zona colaborativa de desenvolvimento proximal, onde as
ações dos indivíduos e da coletividade apresentam um senso de presença social
estabelecido, inclusive quando a presença física se fizer reduzida ou ausente.
Entretanto, ainda se está muito distante da proposta de Doukakis e Alexopoulos
(2021), que privilegia a criação de um ecossistema de suporte tecnológico
educacional, que privilegie uma proposta de design educacional simples e sistemática,
para os processos de ensino e aprendizagem, e onde o ERT não se constitui somente
como transferência de conhecimento de um meio para o outro, pura e simplesmente.
Algumas tecnologias de inteligência artificial que associam recursos de audio e
video alinhadas as exigências da neurociencia educacional, já conseguem interromper
a seqüência de um vídeo, em diferentes imagens e ângulos dos participantes,
customizando a atenção conjunta de acordo com o fluxo informacional. Logo, tornar
alunos e professores “avatares” utilizando realidade virtual ou aumentada, num
ambiente virtual de aprendizagem (AVA) ativa os “neurônios GPS’s” promovendo
empatia, desenvolvimento de relacionamentos melhores, mais autênticos e saudáveis.
Mais recentemente, o conceito de “fluxo” de Nakamura e Csikszentmihalyi
(2014) tratando de “estado de concentração profunda”, com foco no “aqui e agora”
motiva e engaja, professores e alunos. Concomitantemente Culbertson, et. al., (2015)
chamam esse processo de “fluxo de contágio” havendo senso de compreensão
mútua, alta motivação intrínseca e compartilhamento de emoções positivas.
As ações para engajamento deverão mobilizar a coordenação motora (mãos,
R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 7, p. 178-209, nov-dez. 2021.
186
olhos, corpos, trocas vocais e de entonação, confirmação e reconfirmação do contato
estabelecido), integração tornada possível através dos sociodramas e das
metodologias ativas, como perspectiva sociátrica para o desenvolvimento saudável
dos processos de ensino e aprendizagem em contextos não somente de eventos
extremos.
187
proposta fosse consequente metodologicamente. A socionomia se subdivide em 3
(tres) grandes áreas: a) a sociodinâmica que fundamenta analisa a dinâmica das
relações grupais através da teoria dos papéis; b) a sociometria que analisa as relações
grupais através do teste sociométrico; e, c) a sociatria que estabelece os mecanismos
de cura grupal através dos sociodramas, que no caso em discussão são aplicáveis
para processos de ensino e aprendizagem nas escolas, através das temáticas dos
planos de ensino, conforme Figura 1, numa perspectiva didática e pedagógica e não
clínica.
A socionomia ainda é pouco conhecida nos meios universitários e até na
Pedagogia. Essa condição exige que o locus terapêutico do qual é seu fundamento,
seja dirigido para o âmbito pedagógico, para assim se garantir, a aplicabilidade da
pesquisa – ação, através dos métodos de ação profunda, orientada para os conteúdos
relacionados as diversas disciplinas dos diferentes níveis letivos.
Psicodrama em
Grupo
Teoria dos
Psicodrama de
Papéis
Grupo
Sociodrama
Teste Recursos
Sociométrico Didáticos
•Sociometria •Métodos
•Técnicas
•Jogos
188
Diniz (1995); Fava (1997); Szymanski e Malufe (1997); Siqueira (1997); Furlan (1997);
Yozo (1996); Fava (2005); Teixeira (2020); e, Romãna (1968,1985,1996,2004).
Para a realização dos sociodramas pedagógicos são considerados: os 5
(cinco) instrumentos (Diretor, protagonista, público, egos auxiliares e cenários); as 3
(três) etapas (aquecimento que se subdivide em específico e inespecífico,
dramatização e compartilhamento). A etapa de processamento ocorre somente em
processos pedagógicos para avaliação do desempenho do professor e não dos alunos;
os 3 (três) contextos (social grupal e psicodramático); e, a utilização de técnicas
clássicas e contemporâneas, jogos e métodos (sociodrama) conforme Figura 2. A
integração entre os instrumentos, etapas, contextos e técnicas de um sociodrama
pedagógico, devem estar sempre integradas e orientados para “ação”, dependendo
do contexto dramático, para tratamento da temática dos planos de ensino.
•Instrumentos •Contextos
Cenário
Protagonista Sociais
Diretor Grupais
Ego-auxiliar Psicodramáticos
Público
Aquecimento Concretização
Dramatização Iniciadores
Compartilhamento Tomada de Papéis
Processamento Solilóquio
Sociodrama
•Etapas Sociometria •Técnicas
•Método
189
identidade entre os alunos, bem como, as temáticas a serem tratadas através dos
sociodramas.
Para que professores da rede pública de ensino, bem como, gestores em
proteção e defesa civil integrem os 5 (cinco) instrumentos, as 3 (três) etapas, os 3
(três) contextos, e, utilizem as técnicas clássicas e contemporâneas, jogos e métodos
(sociodrama) é necessário uma formação continuada.
190
o que são metodologias ativas, no contexto das discussões atuais sobre educação, e
das propostas educacionais mais recentes, que colocam em discussão novos desafios,
para o setor educacional; b) na segunda parte foram apresentadas as escolas da
pedagogia, bem como, a proposição de uma nova escola pedagógica, que ainda
precisa ser validada cientificamente, chamada “escola socioemocional socionômica”;
c) na terceira parte se estabeleceu a relação entre a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais associados ao contexto
da pandemia da COVID-19; d) na quarta parte foi apresentado um inventário de
plataformas virtuais gratuitas, que os professores poderiam utilizar para o
desenvolvimento de atividades em salas de aula; e) Alguns tipos de recursos digitais
foram apresentados na quinta parte, com o intuito de diversificar a prática docente; f)
as modalidades de metodologias ativas foram apresentados na sexta parte; e, por fim,
g) foi apresentado um protocolo de sociodrama pedagógico integrando metodologias
ativas, a BNCC e as habilidades socioemocionais, para adaptar nas aulas.
191
Figura 4 – Tutorial de Metodologias ativas para Contextos de Eventos Extremos
192
Figura 5 – Apresentação Estadual do Plancon-Edu e do Tutorial
A descrição das atividades terá por objetivos apresentar alguns dos resultados
que foram desenvolvidos espontaneamente: a) após a realização das “lives
sociodramáticas” relacionadas ao “Curso Descentralizado de Formação Continuada
para Profissionais da Educação: Planejamento, Avaliação e Metodologias”; b) através
da “live” (sociodrama pedagógico) realizada com alguns professores de algumas
escolas da rede pública do estado de Santa Catarina, ainda no contexto do “Curso
Descentralizado de Formação Continuada para Profissionais da Educação:
193
Planejamento, Avaliação e Metodologias”; e, c) atividades realizadas pelos professores
com alunos em suas respectivas escolas, a partir da replicação das atividade e técnicas
realizadas através dos sociodramas nas “lives”.
194
O objetivo da Secretaria de Estado da Educação foi trabalhar com as três
modalidades descritas anteriormente, sendo que a primeira (100% presencial) foi
aplicada nas escolas que dispuserem de salas de aula com infraestrutura adequada,
para realizar o distanciamento de 1,5 metros exigidos entre as carteiras dos alunos.
No caso dos professores que estavam enquadrados nos grupos de risco foram
apresentadas duas possibilidades: a) para os anos iniciais do ensino fundamental será
necessário contratação de profissional ACT; e, b) para os anos finais do ensino
fundamental e médio, a respectiva disciplina seria ministrada de maneira remota.
195
Figura 7 – Live Habilidades Socioemocionais e Sociodrama
196
Escolas (NEPRE), em parceria com um membro do subcomitê de metodologias ativas
da Defesa Civil Estadual, promoveu um sociodrama com os professores da Escola de
Educação Básica Senador Renato Ramos da Silva, no município de Palhoça, no estado
de Santa Catarinapara o desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
197
espirrar cubra o nariz e a boca com lenço ou a parte interna do cotovelo, mas não
esconda a generosidade que salva
198
Dentre as atividades realizadas pelos alunos, se pode citar: a) levantamento dos
objetivos da escola para o século XXI, ou seja, traduções de sentimentos dos alunos
relativos a que tipo de escola querem para o século XXI; b) apresentações em
powerpoint sobre temáticas tratadas nos sociodramas. Em alguns casos, as
psicopatologias (ansiedade) surgiram como temáticas decorrentes da pandemia da
COVID-19; c) orientações sanitárias nas calçadas e acesso à escola; e, d) ao realizar a
atividade os alunos sentiram-se parte do processo de construção da escola do século
XXI.
199
Fonte: Fotos cedidas pela Professora de uma escola da 1º Gerência Regional de Educação do Município
de São Miguel do Oeste no estado de Santa Catarina, 2021.
200
5.2.3 Compartilhamento de Professores da Rede Estadual de Ensino acerca de
sua participação no Sociodrama “Abertura para Novas Experiências”.
201
Professora da Coordenadoria Regional de Educação da Grande Florianópolis:
Quero agradecer a regional de Florianópolis, e, em especial mandar bastante força
para o pessoal da minha escola que estão muito angustiados, aflitos. Obrigado, força
e obrigado por essa tarde!
202
Figura 11 – Protocolo de Sociodrama Pedagógico Primário
Unidade Escolar:
Desenvolver as novas perspectivas do corpo, da Dramatizar sobre as possibilidades do corpo. Por Consiste em desenhar um corpo humano e colar figuras ou
mente e do ambiente, onde cada órgão do corpo trás de cada órgão, uma metáfora da vida que órgão e relacionar sua função aos objetivos de aprendizagem.
humano é visto como metáforas conectadas à representa o caráter do grupo. Incluir fatos, O papel do Corpo Humano é uma das técnicas da Pedagogia
arte, à literatura, à música, à astronomia, à subjetividade, ressonância, atitudes, motivações, Socioemocional Socionômica para o desenvolvimento de
história e às ciências. segredos e sonhos. Relacionar as funções do corpo papéis.
Ressignificar suas histórias de vida e com a função de cada um no contexto da
sobrevivência, influenciadas por suas ideologias, dramatização.
pela atmosfera, pelo clima, pela tensão, pelos
valores e, ainda, pela tomada de decisão.
Pode se iniciar pelas bases teóricas, pela No aquecimento específico, o grupo é o Dramatizar sobre as possibilidades da vida. Por trás de cada
introdução do componente curricular, ou pela protagonista, pode iniciar com um aquecimento conflito uma solução, uma história a ser contada, de
retomada do componente anterior ao encontro. físico. sobrevivência, de fragilidade de recuperação ou de
resiliência.
(HSE01) Buscar experiências Conservação Cultural Orientar os alunos para que ajam com flexibilidade e em torno de seus interesses,
permitindo-se descolar, desenrolar, desembotar, imaginar e criar.
(HSE02) Conscienciosidade Tomada de Papel Orientar os alunos a serem cuidadosos, organizados, honrados, justos, honestos, e
autônomos.
(HSE03) Extroversão Criatividade/Espontaneidade Orientar os alunos a serem desinibidos, desembaraçados e, comunicativos,
confiantes e sociáveis.
(HSE04) Amabilidade Telesensibilidade Orientar os alunos a serem atenciosos, simpáticos, gentis, solidários, amorosos,
educados, empáticos; ter afinidade, sintonia, compreensão e identificação.
(HSE05) Estabilidade Emocional Seinismo. Orientar os alunos a serem equilibrados emocionalmente em suas atividades e terem
firmeza, segurança, solidez, superação, persistência, constância e resiliência às
situações limites.
Assinatura do Professor _________________________________ Carimbo da unidade escolar, assinado pela direção.
203
c) após as questões didáticas e pedagógicas estarem definidas é que parte
para o planejamento e realização dos sociodramas através das suas etapas
(aquecimento (inespecífico e específico, dramatização e compartilhamento), que por
uma questão de demarcação didática dos objetivos dessa publicação não serão
apresentadas nesse momento. E, por fim, a integração entre os conceitos
socioemocionais/socionomicos e os objetivos a serem atingidos.
Assim, será necessário correlacionar as 5 (cinco) habilidades socioemocionais
(abertura para novas experiências, conscienciosidade, extroversão, amabilidade e
establidade emocional) da BNCC, com cada um dos conceitos da socionomia
(conserva cultural; tomada de papel; espontaneidade/criatividade; tele/sensibilidade;
e, neurotização e seinismo) para tornar possível a realização dos sociodramas.
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
204
impulso fornecido pelos professores e pela técnicas utilizadas, produzindo vídeos; e,
g) as habilidades socioemocionais numa perspectiva sociodramática se colocaram
como perspectiva para processos de ensino e aprendizagem, em acordo com as
diretrizes internacionais da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência
e Cultura (UNESCO).
A partir dos resultados descritos anteriormente verificou-se que os
professores precisam de processos de formação continuada, com metodologias
ativas, dentre as quais, o sociodrama pedagógico para cumprimento dos requisitos
descritos na BNCC.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
205
Coordenadorias Regionais de Educação (COREDEC´S); e, f) privilegiar atividades que
fortaleçam a integração grupal e o desenvolvimento de habilidades de convívio social.
REFERÊNCIAS
CULBERTSON, S. S., FULLAGAR, C. J., SIMMONS, M. J., & ZHU, M. Contagious Flow:
Antecedents and Consequences of Optimal Experience in the Classroom. Journal of
Management Education, 39(3), 319–349. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1177/
1052562914545336. Acesso em 22/10/2021.
DIKKER S., WAN, L., DAVIDESCO, I., KAGGEN, L., OOSTRIK, M., MCCLINTOCK, J.,
ROWLAND J., MICHALAREAS G., VAN BAVEL, J.J., DING, M. POEPPEL, D. Brain-to-
Brain Synchrony Tracks Real-World Dynamic Group Interactions in the Classroom,
Current Biology, V.27 (9), 2017, Pages 1375-1380, ISSN 0960-9822. Disponível em
https://doi.org/10.1016/j.cub.2017.04.002 .Acesso 22/10/2021.
DINIZ, Gleidemar J.R. Diniz. Psicodrama Pedagógico e teatro educação. São Paulo:
Ícone, 1995. p.31
206
com psicodrama na prática pedagógica. São Paulo: Ágora, 1997.
FURLAN, Maria de Lurdes. Pedagogia da Alegria: meu encontro com Moreno. In:
Haidar, Elisete Marta Denadai, da Costa, Maria Cristina Machado. In: Puttini,
Escolástica Fornari, Lima Luzia Mara Lima. Ações Educativas: Vivências com
psicodrama na prática pedagógica. São Paulo: Ágora, 1997.
GAGGIOLI, A., MAZZONI, E. MILANI, L., RIVA, G. The creative link: investigating the
relationship between social network índices, creative performance and flow in blended
teams. Computers in Human Behavior, 42, pp. 157-166. 2015. Disponível em: doi:
10.1016/j.chb.2013.12.003. Acesso em: 22/10/2021.
LIMA, Maria Silva Leme, Liske, Ligia Pizzolante Liske. Para Aprender no Ato:
Técnicas Dramáticas na Educação. São Paulo: Ágora, 2004.
NAKAMURA, J., CSIKSZENTMIHALYI, M. (2014). The Concept of Flow. Flow and the
Foundations of Positive Psychology,pp. 239–263. 2014. Disponível
em: doi:10.1007/978-94-017-9088-8_16. Acesso em: nov.2020.
207
III.
TOMASELLO, M. Joint attention as social cognition. In: Joint attentions: Its origins and
role in development. Org: Moore, C., Dunhan, P.J.. Psychology Press. New York,
1995. pp. 103-130.
WAGNER, T. The global achievement gap: Why even our best schools don’t teach
the new survival skills our children need-and what we can do about it. Hachette,
UK, 2010.
208
YOZO, Ronaldo Yudi K. 100 Jogos para Grupos: uma abordagem psicodramática
para empresas, escolas e clínicas. São Paulo: Ágora, 1996.
Referências de Games
.https://www.epicgames.com/fortnite/pt-BR/home Acesso em 22/10/2021
https://www.epicgames.com/store/pt-BR/p/among-us. Acesso em 22/10/2021.
Referências de Legislações
Lei n° 18.032 de 08 de dezembro de 2020
http://dados.sc.gov.br/dataset/covid-19-leis-estaduais/resource/728df4aa-d5f9-4204-
925c-e9a54b4d24a3. Acesso em 22/10/2021.
Decreto n° 1.003, de 14 de dezembro de 2020
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=405979. Acesso em 22/10/2021.
Portaria SES/SD n° 750 de 25/09/2020
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=401908. Acesso em 22/10/2021.
209