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Edital de Apoio a Projetos Integrados de Pesquisa em Áreas

Estratégicas (PIPAE) – PRP-USP

Área estratégica: Projetos em Ciência Cidadã

Projeto

Construindo Resiliência à Crise de Desinformações por meio da

Produção de Conhecimento em Ação Participativa com Base na

Comunidade Escolar

Bolsista: Arthur Augusto Pereira

N0 USP: 8535071

CPF: 418.925.458-45

Relatório final de atividades no período de vigência de bolsa

Período de vigência: Dezembro/2021 a Novembro/2022

São Paulo, novembro de 2022.


1. Introdução

Este relatório tem como finalidade apresentar as atividades realizadas

entre Dezembro de 2021 e novembro de 2022 no projeto de iniciação científica

“Construindo Resiliência à Crise de Desinformações por meio da Produção de

Conhecimento em Ação Participativa com Base na Comunidade Escolar” sob

coordenação do Prof. Dr. Agnaldo Arroio da faculdade da USP, vinculada ao

edital de apoio a projetos integrados de pesquisa em áreas estratégicas (PIPAE)

da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP.

O projeto toma corpo em resposta a ampla disseminação de notícias falsas

que as sociedades brasileira e mundial enfrentaram durante a pandemia de

COVID-19. De fato, a disseminação de notícias falsas se intensificou ao longo da

pandemia, incorporando e se mesclando com o discurso do negacionismo

científico. O Brasil é um dos países em que mais se acredita em informações

falsas do mundo (INSTITUTE, 2022), muitas delas relacionadas ao negacionismo

científico. (JÚNIOR; RAASCH; SOARES; RIBEIRO, 2020) É importante ressaltar

que as fake news tiveram papel central na intensificação da pandemia no Brasil,

onde a vacinação anti-covid tem sido alvo frequente (SENADO, 2022).

Nesse contexto, nosso projeto visa identificar como estudantes e

professores da educação básica e superior consomem e disseminam notícias

falsas associadas aos temas: mudanças climáticas e vacinas. Para isso, tomamos

como ponto de partida a pesquisa bibliográfica de conteúdos que tinham como

tema central essas duas palavras-chave em quatro segmentos de disseminação


de informação: artigos publicados em periódicos, notícias do jornal Folha de São

Paulo, vídeos nas plataformas Youtube e TicToc e podcasts do jornal Folha a fim

de se ter uma visão geral de como esses temas circulam nesses meios de

comunicação.

Em um segundo momento, realizamos um curso remoto de atualização

para professores sob o título: Combatendo desinformação e Fake News na sala

de aula. Esse curso teria a dupla função de: criar uma situação para coleta de

dados de nossa pesquisa e ao mesmo tempo atuar como curso formativo para o

aperfeiçoamento das práticas de ensino, onde os educadores participantes

envolveram-se nos aspectos do planejamento, aplicação e avaliação das ações

educativas para o combate à desinformação.

Por fim, aplicamos um questionário de modo online para alunos de

cursinhos populares a fim de fornecer informações para a pesquisa. Estas

informações incluem dados sobre as pessoas participantes (por exemplo idade,

gênero, e escolaridade) e sobre suas opiniões e concepções sobre os temas

desinformação, fake news, e assuntos relacionados aos Objetivos do

Desenvolvimento Sustentável, como, por exemplo, mudanças climáticas e

vacinas. Para respondê-lo, os estudantes precisavam concordar com o TCLE de

nossa pesquisa, que foi autorizado pela CEP do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP, conforme anexo.

Vale ressaltar que por conta das restrições sanitárias decorrentes da

pandemia de COVID-19 foi necessária uma adaptação devido à impossibilidade


de estar presente na universidade e nos demais locais físicos, de modo que as

atividades foram adaptadas para ocorrer remotamente.

2. Objetivos

2.1 Objetivos gerais

1. Investigar a desinformação aportada a estudantes dos níveis médio

e superior pelas redes sociais; além de professores da educação

básica.

2. Avaliar sua atuação como no combate a desinformação por meio de

produção de peças de informação embasadas pelo conhecimento

estabelecido na universidade;

3. Relacionar as características da Ciência Cidadã aplicáveis na

Educação junto à comunidade escolar.

2.2 Objetivos pontuais

1. Realizar pesquisa bibliográfica de materiais que tenham como tema

central as palavras-chave: mudanças climáticas e vacinas em quatro

segmentos de disseminação de informação: artigos publicados em

periódicos, notícias do jornal Folha de São Paulo, vídeos nas

plataformas Youtube e TicToc e podcasts do jornal Folha

2. Analisar como os artigos se distribuem de acordo com os descritores

escolhidos.

3. Reunir os dados gerados com os dos outros nichos de pesquisa a


fim de se identificar possíveis interseções dos diferentes meios de

disseminação com os descritores utilizados.

4. Reunir informações e contribuições de professores atuantes da

educação básica da rede pública de ensino sobre ensino e

desinformação.

5. Realizar curso formativo para o aperfeiçoamento das práticas de

ensino para professores atuantes da educação básica da rede

pública de ensino.

6. Aplicar e analisar questionário aplicado a alunos de cursinhos

populares sobre a temática da desinformação.

7. Relacionar os resultados obtidos nos três momentos da pesquisa:

pesquisa bibliográfica, curso para professores e questionário para

alunos de cursinhos populares.

3. Metodologia de pesquisa

Na primeira etapa, a equipe foi dividida em grupos de dois estudantes de

IC e um professor orientador, incumbidos de pesquisar sobre os temas escolhidos

nos quatro meios de disseminação de informação mencionados. Para isso, foi

criada uma planilha on-line disponível para todos os membros da equipe em que

eram lançados os dados coletados pelos quatro grupos. Nela também foram

incluídos os descritores de cada um dos segmentos. Meu grupo, orientado pelo

prof. Agnaldo Arroio da FE-USP, teve como alvo artigos científicos. A busca foi

realizada por papers em português e inglês, de origem nacional ou internacional.

As plataformas utilizadas para a busca dos artigos foram: Scielo, ERIC e


Copernicus. Além das palavras-chave: mudanças climáticas e vacinas, utilizamos

outras como escola, ensino e aprendizagem a fim de focar nossa pesquisa para

os temas associados à educação.

Ao longo da realização da pesquisa, a equipe foi identificando possíveis

descritores a fim de categorizar o conjunto de artigos levantados para análise e

associação com os materiais reunidos pelos outros grupos. Assim, foi realizada a

classificação dos papers de acordo com os seguintes descritores: origem, publisher,

título, data de publicação, país de origem, número de citações e palavras chaves. A

pesquisa reuniu um montante de 95 artigos, compilados em planilha eletrônica

disponível para todos os integrantes do grupo de pesquisa, de acordo com os

descritores escolhidos. Vale ressaltar que a escolha dos descritores utilizados foi

um processo interacional, isto é, que as categorias em cada descritor foram

construídas na medida em que os conteúdos foram classificados.

O curso para professores foi elaborado de modo que os encontros ocorreram

com momentos síncronos remotamente e assíncronos, ambos com o apoio da

plataforma e-cursos USP para registro das atividades e disponibilização dos

materiais de aula. O período de realização foi de 08/07/22 a 22/07/22, com uma

oferta de 80 vagas. Foram selecionados 65 professores de várias regiões do Brasil,

todos da rede pública, prioritariamente da área de Ciências da Natureza. Destes, 28

professores optaram espontaneamente por participar da pesquisa, formalizando sua

decisão por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa

foi aprovada pelo CEP do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de

São Paulo (processo CAAE: 56161822.1.0000.5473). O curso foi dividido em cinco


módulos: Módulo I: Produção e circulação de informação e desinformação, Módulo

II: Letramento midiático e Educação, Módulo III: Produção e validação do

conhecimento científico, Módulo IV: Recursos para ensino e aprendizagem e

Módulo V: Planejamento e compartilhamento de experiências formativas.

Realizamos então uma análise qualitativa das informações reunidas durante o

módulo IV, constituído do registro dos professores e suas percepções sobre

aprendizagem. Neste módulo, a atividade “Lab Vivo” (MARSON; FERREIRA; SILVA;

SILVA, 2021) foi ajustada para ser utilizada como componente deste curso para

professores; ocorrendo com atividades síncronas e assíncronas. Na atividade

assíncrona, os participantes assistiram uma videoaula com entrevistas de autores

especialistas em propostas de ensino que tratam de atividades de ensino sobre

combate à desinformação, ministrado pela Sociedade Brasileira para o Progresso

da Ciência em 2021. Nas atividades síncronas, os participantes assistiram a

gravação de uma peça de fake news, divulgada via redes sociais. Nesta peça, o

interlocutor afirma que inalar os vapores de uma solução aquosa de bicarbonato de

sódio previne a infecção por coronavírus por apresentar pH alcalino na faixa de 15 a

20. Os participantes então foram provocados a pensar em uma forma de confrontar

o conteúdo da peça de desinformação, elaborando hipóteses que pudessem ser

testadas com experimentos simples e reprodutíveis nas escolas. Assim, foi

apresentada uma proposta de experimento com suco de repolho roxo como

possibilidade para atividades experimentais de Química, especialmente como

indicador ácido-base e escala de pH (CUNHA; LIMA, 2022). O suco seria usado

como indicador ácido base, para testar a seguinte hipótese: a solução de

bicarbonato apresenta ph na faixa de 15-20 conforme divulgado na peça? Para


isso, foram utilizados alguns produtos domésticos para a construção da escala de

pH baseada em gradiente de cores com suco de repolho roxo. Na figura 1, pode-se

observar o gradiente de cores em função do pH obtido com uso do suco. Uma vez

construída a escala com produtos domésticos, testamos a hipótese apresentada,

conferindo que o pH medido foi 10, confirmando que os valores indicados na peça

de desinformação eram de fato falsos.

Figura 1: Gradiente de cores em função do pH obtido com suco de repolho roxo.

Na sequência, os participantes foram divididos em equipes, para juntos

elaborarem um rascunho de atividade em sala de aula sobre desinformação

científica. Por fim, todos deveriam registrar no diário de aula suas reflexões sobre a

temática abordada neste módulo, nossa fonte de informação para a pesquisa. Os

resultados obtidos neste curso foram apresentados no 30° edição do SIICUSP. O

texto apresentado consta como anexo 1.


Por fim, aplicamos o questionário online (anexo 1) com o TCLE e 41

perguntas para estudantes do cursinho popular da Escola Politécnica da USP. O

questionário foi aplicado para alunos da turma regular e intensiva, ambas remotas.

Utilizamos cerca de 50 minutos para explicação do projeto de pesquisa e aplicação

do questionário.

4. Resultados e discussão

Na primeira etapa, foram reunidos 263 itens distribuídos nos quatro

segmentos de cada grupo: vídeos nas plataformas Youtube e TicToc (102) artigos

publicados em periódicos (95), notícias do jornal Folha de São Paulo (37), e

podcasts do jornal Folha (29). A análise dos resultados revelou que, considerando

todos os segmentos, os vídeos formam o principal meio de distribuição dos

materiais analisados, cerca de 40% do conteúdo total.

Figura 2. Gráfico da distribuição dos materiais coletados nas quatro frentes de pesquisa: vídeos,

papers, grupo folha e podcasts.


Os conteúdos da pesquisa bibliográfica foram então reunidos em quatro

macro-assuntos designados por: fake news, saúde (vacinas), meio ambiente

(mudanças climáticas) e saúde e meio ambiente (ambos). Identificados agora em

macro-assuntos, o de maior ocorrência é: meio ambiente no segmento artigos

científicos (54 ítens), seguido de saúde no segmento vídeos (43); e meio ambiente

no segmento vídeos (34); fake news no segmento vídeos, saude no segmento

papers e meio ambiente no segmento folha vêm na sequência com 25, 22 e 21

ocorrências respectivamente. De fato, o discurso anti-ciência no âmbito dos

negacionistas das mudanças climáticas data de algumas décadas e já vem sendo

analisado a fim de se promover ações pró-ambientais em resposta aos

negacionistas (BAIN; HORNSEY; BONGIORNO; JEFFRIES, 2012).

Figura 3. Ocorrência absoluta dos macro-assuntos coletados na pesquisa, distribuídos por

segmentos: vídeos, papers, notícias da folha e podcasts.


Quanto ao ano de publicação, cerca de 60% datam de 2021, com as

primeiras ocorrências a partir de 2008 no segmento paper. Pode-se destacar

também que em 2021, houve um boom de ocorrências no segmento vídeos,

provavelmente associado ao amplo uso de plataformas como o youtube.com para a

disseminação de notícias sobre a pandemia. Em 2021 também, observa-se um

significativo aumento de materiais produzidos via vídeos e matérias do Grupo

Folha.

Figura 4. Gráfico da ocorrência relativa em função do ano de publicação de cada um dos

segmentos da pesquisa.

Sobre os resultados obtidos apenas pelo segmento de artigos científicos,

pode-se destacar as que dentre os 95 materiais pesquisados, as principais palavras

chaves encontradas são de artigos de procedência estrangeira, em inglês. As

principais são "students attitudes”, environmental educations, climate changes,

covid-19 e student atitudes, respectivamente. Em português, dentre as principais


ocorrências, pode-se citar: mudanças climáticas, educação ambiental, ensino,

educação em saúde e escola pública, explicitando que mudanças climáticas e

educação ambiental são os temas principais abordados. Artigos associados ao

tema vacina ocorrem em menor quantidade.

Figura 5. Ocorrência absoluta das palavras-chave encontradas nos artigos científicos pesquisados

em gráfico do tipo “nuvem de palavras” onde quanto maior a palavra, maior sua ocorrência no

espaço amostral.

Quanto ao número de citações, cerca de 50% dos artigos apresentam de 1 a

5 citações. Entretanto, ocorrem artigos de alto número de citações (maior que 100),

o que evidencia que esse tipo de informação não apresenta alta circulação, se

restringindo a um público específico, no caso pesquisadores científicos da área.


Figura 6. Gráfico em barras da ocorrência de artigos científicos em função do número de citações.

Quanto ao país de estudo e de publicação, percebemos que embora cerca

de 30% dos artigos tenham sido estudados no Brasil, a maioria é publicada nos

EUA o que evidencia a carência desse tipo de informação no país.


Figura 7. Gráficos em barras da ocorrência de artigos científicos em função do país de estudo e de

publicação.

No curso para professores, a partir da problematização levantada e da

proposta de hipótese e experimento apresentada, os participantes do curso

discorreram sobre os aprendizados acerca da aula. Algumas dessas respostas,

foram selecionadas como exemplo:

“Na aula de hoje aprendi que: partindo-se de uma peça de fake news é

possível conscientizar os estudantes do perigo da desinformação e, inclusive,

introduzir conceitos sobre o método científico (vide atividade de criação de

hipóteses, testagem e elaboração de conclusões que fizemos nesta aula);

relembrei o uso do repolho roxo como indicador de pH, além de ter aprendido

também que a água de feijão pode também ser utilizada; aprendi como montar um

padrão de referência com pHs conhecidos a partir de substância presentes no

dia-a-dia (sabonete íntimo, suco de limão, bicarbonato...), o qual pode ser usado
para estimar o pH de outras substâncias por meio da comparação das cores.”

“A aula de hoje foi importante para uma conexão necessária neste

compromisso da escola com a desinformação: relacionar as competências

midiática-informacionais com o currículo real da escola tradicional, organizada

majoritariamente por determinados conteúdos e principalmente conceitos

dispostos em disciplinas. Ficou então a lição, até mesmo esta escola tem vocação

para tratar da desinformação.

O que chamou atenção para além das conexões entre os conceitos (de

química) e a as competências midiática-informacionais, foi o modo como as

atividades foram organizadas, prezando por um caráter investigativo-experimental,

reforçando uma outra possibilidade de letramento fundamental para os dias de

hoje, que é o letramento científico com base no pensamento crítico-investigativo da

ciência.”

Por fim, na etapa final, foi realizada a aplicação do questionário online para

alunos do cursinho popular da Poli-USP. O questionário apresentava dez tópicos:

informações pessoais, notícias falsas aspectos gerais, círculos sociais, criadores de

de desinformação, disseminadores de desinformação, combate a desinformação,

credibilidade da desinformação, opositores a desinformação, o papel das mídias

sociais e detecção da desinformação. totalizando 41 perguntas. Após a aplicação

do questionário para as duas turmas, foram recebidas 25 respostas.

Cerca de 72% dos estudantes eram mulheres na faixa etária de 19 a 21

anos. Com 60% dos estudantes com ensino médio completo e 35% com o ensino

superior incompleto ou completo. Todos concordaram com a tese de que fake news

e desinformação trata-se de um problema para a sociedade. Cerca de 84% dos


estudantes utilizam as redes sociais como fonte de informação, mas também

utilizam outros websites de jornais ou impressos.

Figura 8. Gráfico em barras da ocorrência dos meios de comunicação utilizados.

Quanto à confirmação de veracidade das informações obtidas, cerca de 65%

respondeu que apenas às vezes confirma se a notícia é verdadeira ou falsa.

Interessante notar que oito estudantes responderam que costumam verificar a

veracidade da seguinte forma:

O modo de como foi escrito e como as palavras foram usadas;

Sim, quando se trata de um post veiculado em redes sociais procuro ler os comentários na
publicação para analisar os diferentes pontos de vista das pessoas que tiveram acesso a
publicação;

Quem está compartilhando e com qual finalidade compartilha;

Eu também costumo olhar os comentários das notícias, seja nas redes sociais ou no próprio
site publicado, pois o relato de alguém pode favorecer às minhas pesquisas em relação a
veracidade das informações ou para o caso delas estarem distorcidas e/ou tendenciosas.”
Quanto aos círculos sociais onde se comunicam sobre desinformação,

destaco as seguintes respostas:

“Discuto sempre com meus amigos e colegas de trabalho, pois têm a mesma idade que eu e
geralmente se informam de maneira similar.

Com meus familiares na faixa de 10 a 12 anos tento explicar para eles como olhar se é uma
fake News mostrando para os pais ou um adulto familiar antes deles falarem para seus
amiguinhos

Há sim, pessoas da minha igreja, geralmente através de minhas publicações nas redes sociais
alertando sobre essa desinformação

Mesmo falando pessoalmente, sempre acabamos postando e dando vazão para algum assunto
através das redes

Converso sobre desinformação com as pessoas que fazem parte do projeto social no qual eu
trabalho. Devido ao projeto ser voltado para crianças e suas famílias pobres, pretas e periféricas,
é uma obrigação

Questionados sobre os criadores de desinformação, 72% relatou que

acredita que as informações falsas sejam criadas com recursos profissionais

conforme com utilização de alta tecnologia e computação.

Figura 9. Gráfico em barras da ocorrência dos meios utilizados para a criação de

desinformação.
Ao mesmo tempo, 76% relatam que utilizam jornais, tv e rádio como fonte de

informação para combater fake news e desinformação; 64% utilizam aulas e

apenas cerca de 2% utilizam livros didáticos.

Figura 10. Gráfico em barras da ocorrência dos meios utilizados para a conferência de

desinformação.

Os resultados obtidos nas três etapas da pesquisa: levantamento

bibliográfico, curso para professores e aplicação do questionário para estudantes

do cursinho popular nos permitem levantar a tese que a escola é um local onde a

desinformação deve ser tratada, seja como fonte de informação para confrontá-la

ou como objeto de aula diretamente. Na pesquisa bibliográfica, fica evidente a

carência de artigos científicos sobre ensino e desinformação no Brasil, no que

tange a mudanças climáticas e vacinas. No curso para professores, vimos que os

professores participantes relataram uma carência sobre a temática na escola e

julgam importante ter o tema desinformação como objeto de aula; além de


destacarem a importância das práticas experimentais como forma de confrontar as

desinformações científicas. Por fim, no questionário aplicado aos estudantes do

cursinho popular, vimos que os estudantes recebem desinformação principalmente

pelas redes sociais e aplicativos de mensagem e que utilizam principalmente de

jornais e websites para a conferência da desinformação. A escola já é recorrida

como fonte de informação no que tange ao combate à desinformação mas não é a

principal fonte de confronto. Portanto, a escola pode ser local de encontro de uma

do ensino com a desinformação, já que pode articular a formação

midiática-informacional com a científica, fornecendo aos estudantes habilidades e

competências necessárias para o confronto das fake news, sobretudo as

científicas.

De acordo com Gomes, Penna e Arroio (2020), os letramentos midiático e

informacional são essenciais para uma formação emancipatória e autônoma dos

estudantes. Pois torna possível uma comunicação mais crítica dos envolvidos,

diminuindo os riscos de receptar e compartilhar desinformação sem a devida

análise de seu conteúdo. Segundo o autor, “Tais letramentos podem, assim,

viabilizar a interlocução do sujeito com a sociedade de modo que ele possa se

relacionar de maneira mais consciente com a mídia e por meio dela”

Segundo Sasseron, L. H., & de Carvalho, A. M. P. (2016), o letramento

científico, de modo análogo, conduz a formação dos estudantes em um sentido

emancipatório e crítico uma vez que está ancorado em três eixos estruturantes que

viabilizam essa formação. Segundo a autora, tratam-se (1) da compreensão básica

de termos, conhecimentos e conceitos científicos fundamentais; (2) da

compreensão da natureza das ciências e dos fatores éticos e políticos que


circundam sua prática; (3) do entendimento das relações existentes entre ciência,

tecnologia, sociedade e meio-ambiente. Vemos, portanto, que o letramento

científico está diretamente relacionado com uma formação cidadã e pode ser

utilizado como instrumento de combate a desinformação em sala de aula já que

seus eixos estruturantes estão diretamente relacionados à temática da formação

autônoma e cidadã.

Ainda segundo Gomes, Penna e Arroio (2020, a articulação dos letramentos

midiático e informacional com o letramento científico potencializa nos cidadãos uma

visão mais autônoma e crítica da realidade. Assim, juntos o letramento científico

como o midiático e o informacional contribuem para um melhor julgamento das

informações veiculadas na sociedade, capacitando os estudantes a autonomia e ao

exercício da cidadania de modo mais amplo.

5. Considerações finais

A experiência de iniciação à pesquisa realizada no PIPAE-USP na temática

das fake news científicas é muito significativa no momento em que nossa

sociedade enfrentou e enfrenta uma guerra verdadeira guerra midiática (MONSEES,

2020). Isso porque nos instrumentaliza como fonte de conhecimento e de

experiências de pesquisa científica, contribuindo para minha formação como

estudante, como químico, como professor de química e como cidadão.


6. Referências Bibliográficas

1. BAIN, Paul G.; HORNSEY, Matthew J.; BONGIORNO, Renata; JEFFRIES,

Carla. Promoting pro-environmental action in climate change deniers.

Nature Climate Change, [S.L.], v. 2, n. 8, p. 600-603, 17 jun. 2012. Springer

Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1038/nclimate1532.

2. CUNHA, Marcia B. da; LIMA, Fernanda O. A Saga do Repolho Roxo no

Ensino De Química. Quím. Nova Esc, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 294-304,

ago. 2022.

3. GOMES, Sheila Freitas; PENNA, Juliana Coelho Braga de Oliveira;

ARROIO, Agnaldo. Fake News Científicas: percepção, persuasão e

letramento. Ciência & Educação (Bauru), Bauro, v. 26, n. 1, p. 10-12, jul.

2020. FapUNIFESP (SciELO).

http://dx.doi.org/10.1590/1516-731320200018.

4. INSTITUTE, Ipsos Mori - Social Research. Fake news, filter bubbles,

post-truth and trust. Disponível em:

https://www.ipsos.com/sites/default/files/ct/news/documents/2018-09/fake-ne

ws-filter-bubbles-post-truth-and-trust.pdf. Acesso em: 25 maio 2022.


5. MARSON, Guilherme; FERREIRA, Paula; SILVA, Raniele Aparecida da;

SILVA, Ellen Maria da. Percursos entrelaçados: a travessia de

alunos-professores a professores-alunos. Prêmio Professor Rubens Murillo

Marques 2021: Experiências docentes em licenciaturas, [S.L.], p. 36-52,

2021. Fundação Carlos Chagas.

http://dx.doi.org/10.18222/fcc-pprmm2021_2.

6. MONSEES, Linda. ‘A war against truth’ - understanding the fake news

controversy. Critical Studies On Security, [S.L.], v. 8, n. 2, p. 116-129, 3 maio

2020. Informa UK Limited.

http://dx.doi.org/10.1080/21624887.2020.1763708.

7. Sasseron, L. H., & de Carvalho, A. M. P. (2016). ALFABETIZAÇÃO

CIENTÍFICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Investigações Em Ensino

De Ciências, 16(1), 59–77. Recuperado de

http://143.54.40.221/index.php/ienci/article/view/246

8. SOUSA JÚNIOR, João Henriques de; RAASCH, Michele; SOARES, João

Coelho; RIBEIRO, Letícia Virgínia Henriques Alves de Sousa. Da

Desinformação ao Caos: uma análise das fake news frente à pandemia do

coronavírus (covid-19) no brasil. Cadernos de Prospecção, [S.L.], v. 13, n.

2, p. 331, 16 abr. 2020. Universidade Federal da Bahia.

http://dx.doi.org/10.9771/cp.v13i2.35978
9. SENADO, Agência. Desinformação e fake news são entraves no

combate à pandemia. Disponível em:

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/07/05/desinformacao-e

-fake-news-sao-entrave-no-combate-a-pandemia-aponta-debate. Acesso

em: 13 jun. 2022.

8. Anexos

Anexo 1 - Instrumentos para coleta de dados - PIPAE

1. TCLE Online

O TCLE foi alterado significativamente tendo em vista as pendências apontadas no Parecer


Consubstanciado. Este TCLE será transposto para uma versão online construída na plataforma
Google Forms.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


Este é um convite para participar do projeto "Construindo Resiliência à Crise de Desinformações
por meio da Produção de Conhecimento em Ação Participativa com Base na Comunidade
Escolar", um projeto coordenado pel Prof. Dr. Agnaldo Arroio, Professor Associado da Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo.

Que documento é esse?


Esta é uma versão digital, online, de um termo de consentimento livre e esclarecido. Ao registrar a
resposta “Li, estou ciente e concordo em participar da pesquisa” no final deste documento, você
indicará que se dispõem a participar voluntariamente desta pesquisa, que entende seus objetivos e
sua forma de participação, seus riscos e benefícios, seus direitos como participante, e que autoriza a
utilização das informações coletadas para as finalidades da pesquisa. Mesmo após concordar com
este termo, você pode suspender seu aceite de participar da pesquisa a qualquer momento. Uma via
eletrônica deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinada pelo pesquisador, será
enviada ao seu email, e a outra permanecerá com a equipe de pesquisa. É muito importante que
você guarde esta via.

Por favor, leia com atenção as informações seguintes antes de assinalar sua resposta.
Se houver qualquer dúvida, contacte-nos para que possamos esclarecer suas questões.

Nome: Escreva aqui seu nome civil completo, sem abreviações [campo obrigatório]
e-Mail: escreva aqui seu email. Este email será utilizado em todas as nossas comunicações durante
a pesquisa. [campo obrigatório]
Quais os objetivos desta pesquisa?
<observância às pendências 5. em “Projeto” e 1. em “PB informação” no Parecer Consubstanciado>
O objetivo principal desta pesquisa é investigar a desinformação que chega aos estudantes dos
níveis médio e superior, e aos professores e professoras do sistema básico de ensino, pelas redes
sociais. Buscamos também conhecer a disposição destas pessoas para atuar no combate à
desinformação, por meio da produção de peças de informação embasadas pelo conhecimento
estabelecido na universidade, e relacionar as características da Ciência Cidadã aplicáveis na
Educação e difusão junto à comunidade escolar e de ensino superior.

Qual a justificativa para esta pesquisa?


Acreditamos que esta pesquisa trará informações importantes para que possamos propor ações
formativas mais efetivas, com foco na desinformação, para os sistemas básico (alunos e professores
nas escolas) e superior (universidades e faculdades) de ensino.

Quem são os e as participantes da pesquisa?


<observância às pendências 3. e 6. em “Projeto” e 1. em “TCLE” no Parecer Consubstanciado>
Participam desta pesquisa cursistas de cursinhos pré-vestibulares realizados por estudantes da USP,
estudantes de graduação da USP e professores e professoras do sistema básico de ensino, que
participam de ações formativas da USP, tais quais cursos de extensão e disciplinas de graduação.
As pessoas participantes devem ter dezoito anos completos.

É obrigatório participar?
A participação na pesquisa não é obrigatória. A participação é voluntária. Não há nenhum
pagamento, e não é exigido nenhum custo financeiro para participar. Participar ou não da pesquisa
também não atrapalha, nem beneficia, suas notas, presença ou qualquer outro fator relacionado à
aprovação ou avaliação do seu desempenho no seu curso ou disciplina. Você pode optar por não
participar. Pode começar a participar e desistir depois de ter começado. Pode ainda retomar uma
participação interrompida.

Como será a participação?


A participação é fornecer informações para a pesquisa. Estas informações incluem dados sobre as
pessoas participantes (por exemplo idade, gênero, e escolaridade) e sobre suas opiniões e
concepções sobre os temas desinformação, fake news, e assuntos relacionados aos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, como, por exemplo, mudanças climáticas e vacinas.

Como serão coletadas, armazenadas e utilizadas estas informações?


Estas informações serão coletadas de modo remoto, por meio de questionários digitais online, e pela
análise dos textos, imagens e demais produções nos cursos ou disciplinas de que participa. A
análise será exclusivamente para a pesquisa e sem qualquer relação com sua nota ou rendimento.
Algumas pessoas participantes da pesquisa poderão ser convidadas para uma entrevista voluntária
online.
<observância à pendência 2. em “TCLE” no Parecer Consubstanciado>
Estas pessoas serão selecionadas após a análise estatística dos dados fornecidos anteriormente. As
imagens das pessoas não serão gravadas na entrevista (câmera fechada), e o áudio da conversa
será transcrito para um texto. Sua privacidade e sua identidade serão confidenciais e protegidas.
Seu nome será retirado de todas as informações da pesquisa e será substituído por um código de
letras e números que não permite sua identificação.
<observância às pendências 4. em “Projeto”, 3. em “TCLE” e .7 em “PB informações” no Parecer
Consubstanciado>
Além disso, as informações serão encriptadas e guardadas fora da internet, em local de acesso
restrito, por até 5 anos. Depois serão destruídas. Durante este período, caso deseje, você poderá
solicitar uma cópia de suas informações. As informações serão analisadas e os resultados das
análises poderão ser publicados em artigos e eventos científicos, sempre em total anonimato, sem
identificação das pessoas participantes.
Quais os riscos ao participar?
Esta pesquisa pode tratar de assuntos sensíveis que causem desconforto, por razões pessoais,
religiosas ou culturais. Você pode ainda sentir algum cansaço ao participar de alguma etapa da
pesquisa. Estes riscos são considerados mínimos. Lembre-se que sua participação na pesquisa é
voluntária, e poderá interrompê-la quando desejar, sem precisar se justificar, e que as informações
da pesquisa são tratadas em confidencialidade. As informações coletadas para a pesquisa serão
realizadas de modo remoto. Não há necessidade de adquirir nenhum serviço ou equipamento extra
para participar da pesquisa, nem de se deslocar para um local especial. No caso de informações
coletadas em reuniões virtuais, você poderá indicar os horários e datas para sua participação.
A coleta de informações será realizada com recursos da plataforma Google. A empresa Google tem
uma boa reputação, mas o pesquisador responsável não tem controle de como a empresa Google
utiliza os dados que colhe dos usuários quando usam recursos da empresa. A política de privacidade
da empresa está disponível em: https://policies.google.com/privacy?hl=pt-BR . Ainda assim,
lembramos que, para minimizar este risco, as informações da pesquisa serão removidas da
plataforma Google e armazenadas em um computador desconectado da internet.
<observância às pendências 3. em “Projeto” e 6. em “PB informações” no Parecer
Consubstanciado>

Caso haja prejuízos, despesas, ou danos resultantes da sua participação na pesquisa,


ainda que não previstos inicialmente, como participante da pesquisa você tem direito ao
ressarcimento e indenização nos termos da Resolução n.º 466, de 12 de dezembro de
2012, do Conselho Nacional de Saúde. Caso isso ocorra você deve entrar em contato
com os pesquisadores pelas vias informadas neste documento.

Quais os benefícios ao participar?


Sua participação é importante e voluntária e vai gerar informações que serão úteis para
compreendermos e combatermos a desinformação. Considere que sua participação é uma
contribuição muito importante, que ajudará a universidade a melhor servir nossa sociedade. Você
não receberá nenhum pagamento para participar da pesquisa.

No caso de dúvidas, com quem eu falo?


Você poderá tirar dúvidas e fazer perguntas sobre a pesquisa com a equipe executora a qualquer
momento. O coordenador da pesquisa é o Prof. Dr. Agnaldo Arroio, e você pode contatá-lo na
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Av. da Universidade, 308 - Cep.: 05508-040,
Cidade Universitária - São Paulo, SP, Tel.: Telefone: (11) 3091-3099, ou pelo e-mail
agnaldoarroio@usp.br .

<observância à pendência 4 . em “TCLE” no Parecer Consubstanciado>

Poderá ainda entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos, do Instituto Federal de São Paulo (CEP/IFSP), e com a Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa (CONEP), quando pertinente. O CEP/IFSP situa-se à Rua Pedro
Vicente, 625, Canindé – São Paulo - SP, telefone: (11) 3775-4665, e-mail:
cep_ifsp@ifsp.edu.br. O Comitê de Ética em Pesquisa é um grupo de pessoas que
analisa, avalia e supervisiona pesquisas envolvendo seres humanos, de modo a proteger
e garantir os direitos, a segurança e o bem-estar dos participantes voluntários da
pesquisa.

Eu, tendo lido e compreendido os esclarecimentos acima, aceito participar desta pesquisa. Declaro
estar ciente: a) do objetivo desta pesquisa; b) de que todos os esforços serão feitos para preservar
minha identidade, e de que toda a informação obtida será estritamente confidencial; c) de que eu
tenho a liberdade de manifestar recusa em participar deste estudo em qualquer etapa do processo;
d) de que eu posso contar com as orientações que se fizerem necessárias antes e durante a
pesquisa; e) de que tenho direito a indenização e ressarcimento conforme da Resolução n.º 466, de
12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, caso ocorra dano decorrente de
participação na pesquisa.

( ) Li, estou ciente e concordo em participar da pesquisa


(identificação do participante, local e data registrados no sistema)

<observância às pendências 3. em “Projeto” e 6. em “PB informações” e 4. em “TCLE” no


Parecer Consubstanciado, foi inserido o texto que será apresentado ao participante após
a submissão do TCLE como formulário Google Forms>

Mensagem de confirmação de envio [recurso da plataforma Google Forms]


Obrigado pela sua resposta.
Enviaremos ao e-mail informado uma via digital deste documento assinada pelo pesquisador.
É muito importante que você guarde esta via consigo.
Entraremos em contato com você por meio do e-mail que você forneceu para iniciar sua participação
na pesquisa.

Caso haja dúvidas, contacte-nos: Prof. Dr. Agnaldo Arroio. Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo, Av. da Universidade, 308 - Cep.: 05508-040, Cidade Universitária - São Paulo, SP.
Tel.: Telefone: (11) 3091-3099, ou pelo e-mail agnaldoarroio@usp.br.

Você pode ainda entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, do
Instituto Federal de São Paulo (CEP/IFSP), e com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP), quando pertinente. O CEP/IFSP situa-se à Rua Pedro Vicente, 625, Canindé – São Paulo
- SP, telefone: (11) 3775-4665, e-mail: cep_ifsp@ifsp.edu.br.

2. Questionário para tomada de dados


< Dentre as alterações no plano de pesquisa original, foi inserido o questionário de coleta de
dados, para apreciação do CEP>

O questionário será transposto para uma versão online construída na plataforma Google Forms.
Além das respostas às questões, será coletado o endereço eletrônico do participante.
O questionário será distribuído como um link enviado para o endereço eletrônico do participante
registrado na ocasião do aceite ao TCLE eletrônico.
A tomada de dados com este questionário se iniciará apenas após a formalização da participação
na pesquisa registrada no TCLE.
À exceção das questões 1, 2 e 3, todas as questões envolvendo múltiplas alternativas serão
randomizadas.
O mesmo questionário será adotado para todos os segmentos de participantes previstos na
pesquisa.

Questionário de tomada de dados com participantes da pesquisa


1. Qual o seu gênero?
( ) Feminino ( ) Masculino ( ) Outro (Qual?) ( ) Prefiro não dizer

2. Qual sua idade?


( )18 anos ( )19 anos ( )20 anos ( )21 anos ( )22 anos ( )23 anos
( )24 anos
( ) 25 anos ( ) 26-30 anos ( ) 31-35 anos ( ) 36-40 anos ( ) 41-45 anos ( ) 46-50
anos
( ) 51-55 anos ( ) acima de 56 anos ( ) Prefiro não dizer

3. Qual sua escolaridade?


( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo
( ) Ensino Superior incompleto ( ) Ensino Superior completo ( ) Prefiro não dizer
4. Você sabe o que é fake news? E desinformação? Descreva cada uma delas.

5. Você considera as fake news e a desinformação um problema?


( ) sim ( ) não ( ) não sei dizer

Se respondeu “sim” à questão anterior:


5.1. Na sua opinião, quais problemas as fake news e a desinformação podem causar?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não
queira responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

5.2. Quais outros problemas da atualidade considera tão graves quanto às fake news e à
desinformação?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não
queira responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

6. Você já se sentiu prejudicada ou prejudicado por consequências das fake news ou outras
formas de desinformação?
( ) sim ( ) não ( ) não sei dizer

Se respondeu “sim” à questão anterior:


6.1. Conte brevemente como foi prejudicada ou prejudicado.
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não
queira responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

7. No instante em que uma informação chega até você, como avalia sua capacidade de
distinguir as notícias falsas das reais? Use a escala abaixo:
1 - Não sou capaz de diferenciar as notícias verdadeiras das falsas informações
10 - Consigo identificar e diferenciar totalmente as fake news)
()1 ()2 ()3 ()4 ()5 ()6 ()7 ()8 ()9 ( ) 10

8. Quais meios de comunicação você utiliza para manter-se informado?


( ) website ( ) redes sociais ( ) aplicativo de mensagens ( ) canais de vídeos na web
( ) podcasts não vinculados a emissoras de rádios ( ) emissoras de rádios
( ) podcasts de emissoras de rádios ( ) jornais impressos ( ) sites de jornais de
impressos ( ) revistas impressas ( ) sites de revistas impressas ( ) TV aberta
( ) canais de notícias da TV por assinatura ( ) outros canais de TV por assinatura
( ) streaming (Netflix, entre outros)
( ) outros. Descreva:

9. Costuma verificar a veracidade das informações que chega até você por diferentes vias?
( ) Nunca ( ) raramente ( ) de vez em quando ( ) quase sempre ( ) sempre
( ) não sei

10. Quando você recebe uma notícia por meio das redes sociais ou outro meio, que parte ou
partes da notícia costuma consultar?
quase de vez em raramente nunca não sei
sempre quando dizer

título

resumo, quando há

conteúdo completo

autor ou origem

fontes de informação, quando há

texto

imagens

outros (indique)

11. Com diferentes pessoas, com que frequência você conversa sobre fake news ou outra forma
de desinformação? Para cada círculo de pessoas, indique apenas uma alternativa.

quase de vez em raramente nunca não sei


sempre quando dizer

familiares

amizades próximas

colegas na escola ou faculdade

professoras ou professores, na
escola ou faculdade

no trabalho

outros (indique)

12. Com diferentes pessoas, como você se comunica quando o assunto é fake news ou
desinformação? Para cada círculo de pessoas, indique as alternativas que considera
importantes.

pessoal falando aplicativo em redes não me não sei


mente ao de sociais comunico com dizer
telefone mensagens estas pessoas
sobre isso

familiares

amizades
próximas

colegas na escola
ou faculdade

professoras ou
professores, na
escola ou
faculdade

no trabalho

outros (indique)

13. Nos diferentes círculos de pessoas com as quais você se relaciona, na maior parte das
vezes em que surge o assunto, quem inicia a conversa sobre fake news ou desinformação?
Para cada círculo de pessoas, indique as alternativas que considera importantes.

eu começo as outras pessoas não conversamos não sei


a conversa começam a sobre isso dizer
conversa

familiares

amizades próximas

colegas na escola ou
faculdade

professoras ou
professores, na escola
ou faculdade

no trabalho

outros (indique)

14. Nos diferentes círculos de pessoas com as quais você se relaciona, de onde vem o assunto
ou informação que começa a conversa sobre fake news ou desinformação? Para cada
círculo de pessoas, indique as alternativas que considera importantes.

eventos aulas, eventos aplicativ redes notícias novelas não sei


e palestr ou os de sociai no e séries dizer
reuniõe as ou reuniões mensag s rádio, na TV ou
s cursos religiosas ens TV, internet
sociais jornais
ou
internet

familiares

amizades
próximas

colegas na
escola ou
faculdade
professoras
ou
professores,
na escola ou
faculdade

no trabalho

outros
(indique)

15. Nos diferentes círculos de pessoas com as quais você se relaciona, como foi a reação das
pessoas quando você alertou sobre conteúdo que considerava ser fake news ou
desinformação?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

16. Existem muitos caminhos que trazem fake news e desinformação até nós. Quais das
seguintes fontes de informação você considera as mais comuns para propagar fake news e
desinformação? Marque mais de uma possibilidade se achar necessário.
( ) eventos e reuniões sociais ( ) aulas, palestras ou cursos ( ) eventos ou reuniões
religiosas
( ) aplicativos de mensagens ( ) redes sociais ( ) notícias no rádio, TV, jornais ou
internet
( ) novelas e séries na TV ou internet ( ) não sei dizer

17. Quando pensa nos CRIADORES de fakes news, como são? Você acredita que eles
pertencem a grupos, organizações ou instituições? Indique para cada grupo a alternativa
que considera mais adequada.
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

18. Pensando nas razões que levam os CRIADORES de fake news e desinformação a criá-las,
na sua opinião, quais seriam as razões mais comuns? Indique as opções que considera
mais apropriadas.
razões para criar fake news e desinformação nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

por convicção, acreditam mesmo no que estão criando


e acham que estão fazendo um boa ação

para obter vantagens econômicas para si mesmo

para obter vantagens econômicas para os grupos a que


pertencem

para obter vantagens políticas para si mesmo

para obter vantagens políticas para os grupos a que


pertencem
para ficarem mais famosos

para que os grupos a que pertencem fiquem mais


famosos

maldade/má fé

ignorância

outros (indique)

19. Pensando ainda nos CRIADORES de fake news e de desinformação, na sua opinião, quais
os recursos que eles usam para criar e espalhar fake news e desinformação?
( ) gambiarras caseiras ( ) equipamento profissional
( ) alta tecnologia, computadores poderosos ( ) todos os anteriores ( ) outros

20. Quando pensa nos DISSEMINADORES de fakes news, quem são? Você acredita que eles
pertencem a grupos, organizações ou instituições? Indique para cada grupo a alternativa
que considera mais adequada.
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

21. Pensando nas razões que levam os DISSEMINADORES de fake news e desinformação a
espalhá-las, na sua opinião, quais seriam as razões mais comuns? Indique as opções que
considera mais apropriadas.
razões para espalhar fake news e desinformação nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

por ingenuidade ou descuido, não sabem direito o que


estão fazendo

porque espalham qualquer coisa, sem parar para


pensar

por convicção, acreditam mesmo no que estão criando


e acham que estão fazendo um boa ação

para obter vantagens econômicas para si mesmo

para obter vantagens econômicas para os grupos a que


pertencem

para obter vantagens políticas para si mesmo

para obter vantagens políticas para os grupos a que


pertencem

para ficarem mais famosos

para que os grupos a que pertencem fiquem mais


famosos

outros (indique)
22. Pensando ainda nos DISSEMINADORES de fake news e de desinformação, na sua opinião,
quais os recursos que eles usam para espalhar fake news e desinformação? Indique as
opções que considera mais apropriadas.
( ) nenhum recurso, apenas conversas com amigos e conhecidos
( ) aplicativos comuns em celulares ou computadores
( ) sistemas de disparo em massa, com "robôs", nas redes sociais
( ) todos os anteriores
( ) outros

23. Existem muitos recursos que trazem informação para combater fake news e desinformação.
Quais das seguintes fontes de informação você considera as melhores para verificar fake
news e desinformação?
( ) eventos e reuniões sociais ( ) aulas, palestras ou cursos
( ) eventos ou reuniões religiosas
( ) aplicativos de mensagens ( ) redes sociais
( ) notícias no rádio, TV, jornais ou internet
( ) novelas e séries na TV ou internet ( ) não sei dizer ( ) outros

24. Quando pensa nas pessoas que COMBATEM fakes news, quem são? A que grupo,
organização ou instituição acredita que eles pertençam? Indique para cada grupo a
alternativa que considera mais adequada.
grupos ou organizações nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

pessoas comuns, agem sozinhas

escolas e educadores

universidades e centros de pesquisa

Grandes grupos financeiros, empresariais ou do


agronegócio

Governo ou seus órgãos, no Brasil

Governo ou seus órgãos, no exterior

Organizações Não Governamentais

Celebridades da mídia

Religiosos

Partidos políticos

Imprensa e jornalistas

Influenciadores digitais

outros (indique)
25. Pensando nas razões que levam as pessoas que COMBATEM fakes news e desinformação
a combatê-las, na sua opinião, quais seriam as razões mais comuns? Indique as opções que
considera mais apropriadas.
razões para combater fake news e desinformação nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

por convicção, acreditam mesmo no que estão fazendo


e acham que estão realizando uma boa ação

para obter vantagens econômicas para si mesmo

para obter vantagens econômicas para os grupos a que


pertencem

para obter vantagens políticas para si mesmo

para obter vantagens políticas para os grupos a que


pertencem

para ficarem mais famosos

para que os grupos a que pertencem fiquem mais


famosos

por acreditarem na democracia, nos direitos


humanos e no equilíbrio social

por acreditarem na educação e na ciência

por perceberem que as fake news representam


ameaças às sociedades contemporâneas, em
especial em contextos de eleições e de crises
(guerras, sanitárias, como pandemias, entre outras)

outros (indique)

26. Pensando ainda nas pessoas que COMBATEM fakes news e desinformação, na sua opinião,
quais os recursos que elas usam para combater fake news e desinformação? Indique as
opções que considera mais apropriadas.
( ) gambiarras caseiras ( ) equipamento profissional
( ) alta tecnologia, computadores poderosos ( ) todos os anteriores ( ) outros

27. Na sua opinião, quais dos seguintes fatores seriam os mais importantes para que as
pessoas ACREDITEM em uma fake news ou desinformação? Indique as alternativas que
considera mais adequadas.

fatores para acreditar em fake news e desinformação nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

as pessoas não estudaram o suficiente

as pessoas foram à escola, mas não aprenderam o que


era esperado
as pessoa não acompanham notícias

as pessoas são muito velhas

aa pessoa são muito jovens

medos e superstições das pessoas

crenças e religião das pessoas

ideias das pessoas sobre política

questões de costumes ou comportamentos das pessoas

o conteúdo da fake news é simples e fácil de entender

o conteúdo da fake news parece fazer sentido

o conteúdo da fake news é parecido com outros já


vistos

o conteúdo da fake news é divertido

o conteúdo da fake news é uma coisa fácil de fazer

o conteúdo da fake news é rápido de assistir

as pessoas confiam em, ou respeitam, quem enviou

as pessoas confiam no, ou respeitam, o suposto autor


da fake news

as pessoas se identificam com as pessoas que


aparecem na fake news

outros (indique)

28. Na sua opinião, quais dos seguintes fatores seriam os mais importantes para que as
pessoas ACREDITEM em informação para COMBATE de fake news? Indique as alternativas
que considera mais adequadas.

fatores para acreditar em fake news e desinformação nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

as pessoas estudaram o suficiente para entender

as pessoas acompanham notícias

as pessoas não são muito velhas

a pessoa não são muito jovens

as pessoas não acreditam em medos e superstições

crenças e a religião das pessoas


as ideias das pessoas sobre política

questões de costumes ou comportamentos das pessoas

o conteúdo é simples e fácil de entender

o conteúdo parece fazer sentido

o conteúdo é parecido com outros já vistos

o conteúdo é divertido

o conteúdo é uma coisa fácil de fazer

o conteúdo é rápido de assistir

as pessoas confiam em, ou respeitam, quem enviou

as pessoas confiam no, ou respeitam, o autor

as pessoas se identificam com as pessoas que


aparecem no material

outros (indique)

29. Pensando nas mídias sociais, quais as mais usadas para PROPAGAR fake news? Use a
escala abaixo:
1 - Não propaga fake news 5 - Só propaga fake news
Facebook ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Youtube ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Twitter ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Instagram ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Tik Tok ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Telegram ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Outro (indique) ( ) 1 ()2 ()3 ()4 ()5

30. Pensando nas mídias usadas para COMBATER fake news, quais são as mais utilizadas?
Use a escala abaixo:
1 - Não combate fake news 5 - Só combate fake news
Facebook ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Youtube ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Twitter ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Instagram ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Tik Tok ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Telegram ()1 ()2 ()3 ()4 ()5
Outro (indique) ( ) 1 ()2 ()3 ()4 ()5

31. Quais assuntos sobre os quais considera haver mais fake news?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]
32. Você se lembra de alguma fake news sobre mudanças climáticas? Qual foi? Como chegou
ao seu conhecimento ? Como verdade ou como alerta de fake news?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

33. Você se lembra de alguma fake news sobre vacinação? Qual foi? Como chegou ao seu
conhecimento? Como verdade ou como alerta de fake news?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

34. Quando você DESCONFIA que recebeu uma fake news ou desinformação, mas não tem
certeza, o quê faz?
ações diante de possível fake news nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

apago simplesmente

pergunto a amigos

pergunto ao professor

me informo sozinho em fontes que considero


confiáveis

pergunto a familiares

confirmo com quem me enviou

outros (indique)

35. Quando você tem certeza que recebeu uma fake news ou desinformação, o quê faz?
ações diante de fake news confirmada nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

apago simplesmente

alerto amigos e familiares

informo o professor

alerto quem me enviou

outros (indique)

36. Nas vezes em que tem certeza que recebeu uma fake news ou desinformação, o que
levantou sua suspeita?

fatores suspeitos para a fake news nunca às muitas sempre não sei
vezes vezes dizer

conteúdos muito diferentes dos ensinados na escola

conteúdos muito estranhos, que não parecem fazer


sentido

as pessoas que apresentam ou aparecem na fake news

a pessoa que me enviou

solicitações insistentes para repassar o conteúdo

apelo para medos e ameaças

apelo para questões religiosas

apelo para questões científicas falsas

apelo para meu dever ou obrigação

montagens de imagens mal feitas ou grosseiras

fontes estranhas de informação ou não citar nenhuma


fonte de informação

linguagem agressiva ou de baixo calão

outros (indique)

37. Alguma vez você já propagou fake news sem perceber?


( ) sim ( ) não ( ) não sei dizer
Se respondeu “sim” à questão anterior:

32.1 O que fez quando percebeu?


Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

32.2 Quais as razões você acha que foram as mais importantes para você ter acreditado na
fake news?
Caso não se lembre ou não saiba, escreva “Não sei” ou “Não me lembro”. Caso não queira
responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

38. Quais os aspectos você leva em consideração para considerar uma notícia real?
Caso não saiba, escreva “Não sei”. Caso não queira responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

39. Quais seriam as suas recomendações para que as pessoas não sejam vítimas de fake
news?
Caso não saiba, escreva “Não sei”. Caso não queira responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]
40. Se você fosse participar de ações de combate à fake news e desinformação, de que forma
gostaria de contribuir?
Caso não saiba, escreva “Não sei”. Caso não queira responder a questão, deixe em branco.
[ campo de resposta do tipo texto, com até 500 palavras ]

41. Leia as afirmações abaixo. Você concorda com elas? Indique seu grau de concordância:
Use a escala:
DF: discordo fortementeD: discordo I: indiferente, nem concordo, nem discordo
C: concordo CF: concordo fortemente

a. Há mais fake news em épocas eleitorais. DF D I C C

b. A educação é imprescindível para diferenciar as fake news das notícias reais.

c. Quanto mais famoso na mídia for uma pessoa, mais propensa é a ser alvo de
fake news.

d. Se não existissem redes sociais não existiriam fake news.

e. Os usuários com mais contas nas redes sociais são mais capacitados para
detectar e diferenciar fake news.

f. As fake news são sempre lançadas por grupos com claros interesses
económicos e políticos.

g. Os jovens entre 18 e 24 anos, são os que melhor identificam fake news, mais
do que os menores ou do que os adultos com mais idade.

h. Em geral, a população compartilha e difunde notícias sem as confirmar nem


prestar atenção à sua veracidade.

i. Estar bem e corretamente informados previne-nos de acreditar nas fake news.

j. Em épocas de crise surgem mais fake news.

k. O jornalismo/imprensa é imprescindível para diferenciar as fake news


das notícias reais.

l. Este questionário foi longo.

m. Este questionário foi fácil.

n. Este questionário foi cansativo.

o. Minhas respostas são importantes.


Anexo 2 - Pôster de apresentação na 30° versão SIICUSP

Combatendo Desinformação e Fake News na sala de aula

Curso para Professores

Atividade Lab Vivo e Respostas dos Professores

Arthur Augusto Pereira

Agnaldo Arroio, André Chaves de Melo Alves,

Guilherme Andrade Marson

Instituto de Química da Universidade de São Paulo

arthur.augusto@usp.br

Objetivos
Esta pesquisa faz parte do projeto Construindo Resiliência à Crise de Desinformações por meio da
Produção de Conhecimento em Ação Participativa com Base na Comunidade Escolar, financiado
pela PRP-USP no edital PIPAE 2022.
Nosso projeto toma corpo frente ao momento atual de amplo aumento do negacionismo científico, da
disseminação de desinformação e do discurso de ódio, que as sociedades brasileira e mundial
enfrentaram durante a pandemia de COVID-19. De fato, a disseminação de notícias falsas se
intensificou ao longo da pandemia, incorporando e se mesclando com o discurso do negacionismo
científico. O Brasil é um dos países em que mais se acredita em informações falsas do mundo
(INSTITUTE, 2022), muitas delas relacionadas ao negacionismo científico. (JÚNIOR; RAASCH;
SOARES; RIBEIRO, 2020) É importante ressaltar que as fake news tiveram papel central na
intensificação da pandemia no Brasil, onde a vacinação anti-covid tem sido alvo frequente
(SENADO, 2022). Assim, nesse contexto de intensificação da divulgação de desinformação é
necessário

criar ações para combatê-la. Dessa forma, nesta frente da pesquisa, nosso objetivo foi reunir
informações e contribuições de professores atuantes da educação básica da rede pública de ensino.
Para tanto, nosso grupo elaborou um curso de atualização para professores sob o título:
Combatendo desinformação e Fake News na sala de aula. Esse curso teria a dupla função de: criar
uma situação para coleta de dados de nossa pesquisa e ao mesmo tempo atuar como curso
formativo para o aperfeiçoamento das práticas de ensino. Trata-se de um curso formativo, para os
educadores participantes envolverem-se nos aspectos do planejamento, aplicação e avaliação das
ações educativas para o combate à desinformação.
Métodos e Procedimentos
O curso foi elaborado de modo que os encontros ocorreram com momentos síncronos remotamente
e assíncronos, ambos com o apoio do e-cursos USP para registro das atividades e disponibilização
dos materiais de aula. O período de realização foi de 08/07/22 a 22/07/22, com uma oferta de 80
vagas. Foram selecionados 65 professores de várias regiões do Brasil, todos da rede pública,
prioritariamente da área de Ciências da Natureza. Destes, 28 professores optaram espontaneamente
por participar da pesquisa, formalizando sua decisão por meio de um Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo CEP do Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia de São Paulo (processo CAAE: 56161822.1.0000.5473). O curso foi dividido em cinco
módulos: Módulo I: Produção e circulação de informação e desinformação, Módulo II: Letramento
midiático e Educação, Módulo III: Produção e validação do conhecimento científico, Módulo IV:
Recursos para ensino e aprendizagem e Módulo V: Planejamento e compartilhamento de
experiências formativas.
Neste trabalho, reportamos a análise qualitativa das informações reunidas durante o módulo IV,
constituído do registro dos professores e suas percepções sobre aprendizagem. Neste módulo, a
atividade “Lab Vivo” (MARSON; FERREIRA; SILVA; SILVA, 2021) foi ajustada para ser utilizada
como componente deste curso para professores; ocorrendo com atividades síncronas e assíncronas.
Na atividade assíncrona, os participantes assistiram uma videoaula com entrevistas de autores
especialistas em propostas de ensino que tratam de atividades de ensino sobre combate à
desinformação, ministrado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em 2021. Nas
atividades síncronas, os participantes assistiram a gravação de uma peça de fake news, divulgada
via redes sociais. Nesta peça, o interlocutor afirma que inalar os vapores de uma solução aquosa de
bicarbonato de sódio previne a infecção por coronavírus por apresentar pH alcalino na faixa de 15 a
20. Os participantes então foram provocados a pensar em uma forma de confrontar o conteúdo da
peça de desinformação, elaborando hipóteses que pudessem ser testadas com experimentos
simples e reprodutíveis nas escolas. Assim, foi apresentada uma proposta de experimento com suco
de repolho roxo como possibilidade para atividades experimentais de Química, especialmente como
indicador ácido-base e escala de pH (CUNHA; LIMA, 2022). O suco seria usado como indicador
ácido base, para testar a seguinte hipótese: a solução de bicarbonato apresenta ph na faixa de 15-20
conforme divulgado na peça? Para isso, foram utilizados alguns produtos domésticos para a
construção da escala de pH baseada em gradiente de cores com suco de repolho roxo. Na figura 1,
pode-se observar o gradiente de cores em função do pH obtido com uso do suco. Uma vez
construída a escala com produtos domésticos, testamos a hipótese apresentada, conferindo que o
pH medido foi 10, confirmando que os valores indicados na peça de desinformação eram de fato
falsos.

Figura 1: Gradiente de cores em função do pH obtido com suco de repolho roxo.

Na sequência, os participantes foram divididos em equipes, para juntos elaborarem um rascunho de


atividade em sala de aula sobre desinformação científica. Por fim, todos deveriam registrar no diário
de aula suas reflexões sobre a temática abordada neste módulo, nossa fonte de informação para a
pesquisa.

Resultados
A partir da problematização levantada e da proposta de hipótese e experimento apresentada, os
participantes do curso discorreram sobre os aprendizados acerca da aula. Algumas dessas
respostas, foram selecionadas como exemplo:
Resposta 1:

“Na aula de hoje aprendi que: partindo-se de uma peça de fake news é possível conscientizar os
estudantes do perigo da desinformação e, inclusive, introduzir conceitos sobre o método científico
(vide atividade de criação de hipóteses, testagem e elaboração de conclusões que fizemos nesta
aula); relembrei o uso do repolho roxo como indicador de pH, além de ter aprendido também que a
água de feijão pode também ser utilizada; aprendi como montar um padrão de referência com pHs
conhecidos a partir de substância presentes no dia-a-dia (sabonete íntimo, suco de limão,
bicarbonato...), o qual pode ser usado para estimar o pH de outras substâncias por meio da
comparação das cores.”

Resposta 2:

“A aula de hoje foi importante para uma conexão necessária neste compromisso da escola com a
desinformação: relacionar as competências midiática-informacionais com o currículo real da escola
tradicional, organizada majoritariamente por determinados conteúdos e principalmente conceitos
dispostos em disciplinas. Ficou então a lição, até mesmo esta escola tem vocação para tratar da
desinformação.
O que chamou atenção para além das conexões entre os conceitos (de química) e a as
competências midiática-informacionais, foi o modo como as atividades foram organizadas, prezando
por um caráter investigativo-experimental, reforçando uma outra possibilidade de letramento
fundamental para os dias de hoje, que é o letramento científico com base no pensamento
crítico-investigativo da ciência.”

Conclusões
A partir das respostas dos professores participantes da pesquisa fica evidente a necessidade cada
vez maior de trazer a temática do combate à desinformação científica para a sala de aula já que
trata-se de tema que impacta toda sociedade com múltiplas interfaces de análise e discussão no
âmbito da educação básica. Os professores relataram sobre a importância de utilizar a problemática
das fake news científicas como objeto de estudo em sala de aula, já que ao mesmo tempo que é
utilizada como tema de aula, atua como fonte de informação para o aluno, sua família e toda
comunidade escolar. Pode-se destacar também a importância do uso de experimentos simples e
acessíveis como forma de testar as hipóteses que surgirem como confronto à desinformação
científica e sua importância no processo de alfabetização científica dos estudantes.

Referências Bibliográficas
CUNHA, Marcia B. da; LIMA, Fernanda O. A Saga do Repolho Roxo no Ensino De Química. Quím.
Nova Esc, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 294-304, ago. 2022.

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em:
https://www.ipsos.com/sites/default/files/ct/news/documents/2018-09/fake-news-filter-bubbles-post-tru
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MARSON, Guilherme; FERREIRA, Paula; SILVA, Raniele Aparecida da; SILVA, Ellen Maria da.
Percursos entrelaçados: a travessia de alunos-professores a professores-alunos. Prêmio Professor
Rubens Murillo Marques 2021: Experiências docentes em licenciaturas, [S.L.], p. 36-52, 2021.
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SOUSA JÚNIOR, João Henriques de; RAASCH, Michele; SOARES, João Coelho; RIBEIRO, Letícia
Virgínia Henriques Alves de Sousa. Da Desinformação ao Caos: uma análise das fake news frente à
pandemia do coronavírus (covid-19) no brasil. Cadernos de Prospecção, [S.L.], v. 13, n. 2, p. 331, 16
abr. 2020. Universidade Federal da Bahia. http://dx.doi.org/10.9771/cp.v13i2.35978

SENADO, Agência. Desinformação e fake news são entraves no combate à pandemia. Disponível
em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/07/05/desinformacao-e-fake-news-sao-entrave-n
o-combate-a-pandemia-aponta-debate. Acesso em: 13 jun. 2022.

Agradecimentos

Esta pesquisa é financiada pela Pró-reitoria de Pesquisa - USP, por meio da bolsa de iniciação
científica concedida a Arthur Augusto Pereira.

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