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No actual estado da arte desta tecnologia, ela só encontra viabilidade económica em aplicações de
pequeno porte em sistemas rurais isolados (Iluminação, bombeamento de água etc), serviços profissionais
(retransmissores de sinais, aplicações marítimas) e produtos de consumo (relógio, calculadoras).
Porém, sabe-se que o mercado fotovoltaico é ainda uma fracção do que poderia ser, visto que
existe uma parcela significativa da população mundial, cerca de 1 bilhão de habitantes ou
aproximadamente 20% da população mundial, localizadas principalmente nas áreas rurais, que não têm
acesso a electricidade.
Pesquisas feitas nos últimos 10 anos, resultando em aumento da eficiência dos módulos e
diminuição considerável nos custos de produção, sinalizam boas perspectivas futuras, inclusive para
aplicações de maior porte. Este futuro depende também do aumento das pressões mundiais para a
utilização de fontes energéticas renováveis e limpas e a continuidade da linha de pensamento
governamental dos países industrializados que buscam uma diversificação das fontes de suprimento
energético.
Este trabalho está dividido em duas partes, procura apresentar informações básicas relacionadas ao
fundamento da energia solar fotovoltaica incluindo, princípio de funcionamento, principais aplicações,
projecto, custos, bem como um panorama geral da utilização dos sistemas fotovoltaicos para
bombeamento de água no mundo.
Este trabalho possui dois grandes objectivos que é dimensionar e projectar um sistema
fotovoltaico para uma residência rural com bomba de água.
Para este projecto usaremos propriamente os sistemas isolados ou autónomos (offgrid), pois que para
uma área rural nem sempre consta energia eléctrica de rede ou concessionaria de energia.
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OBJECTIVO GERAL
Projectar um sistema fotovoltaico para uma residência rural com bombagem de água.
OBJECTIVO ESPECÍFICO
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ENERGIA SOLAR
Energia solar é o nome dado a qualquer tipo de capitação de radiação proveniente do sol e
posterior transformação em alguma forma utilizável pelo homem. É a fonte de quase todos os recursos
energéticos da terra.
Existem diversas maneiras de se converter a energia solar e uma delas é através do efeito
fotovoltaico que ocorre em dispositivos que são chamados de células fotovoltaicas.
EFEITO FOTOVOLTAICO
O efeito fotovoltaico foi relatado primeiramente em 1839 pelo físico francês Edmond Becquerel,
que observou o surgimento de uma diferença de potencial nas extremidades de um material semicondutor
quando exposto à luz. A partir de 1956, momento das novas descobertas da micro-electrônica, começaram
a ser produzidas as primeiras células fotovoltaicas industriais. Devido a seu alto custo e baixa eficiência,
não eram viáveis em aplicações residenciais, comerciais e mesmo industriais de pequeno porte.
Um de seus primeiros usos significativos foi em satélites, onde o custo não é factor limitante e a
quantidade de radiação solar é contínua e de alta intensidade.
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS
As células fotovoltaicas são produzidas com material semicondutor, ou seja, material com valor
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condutividade entre isolantes e condutores.2 São caracterizados por terem banda de valência e condução
separadas por uma faixa de energia (gap) menor ou igual a 3V.
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O principal representante dos semicondutores é obtido através da dopagem de silício. 4Este é
encontrado naturalmente em forma de areia, e através de métodos adequados obtêm-se o cristal puro de
silício.5O cristal de silício possui 4 electrões na sua camada de valência em ligação covalente e não possui
electrões livres, caracterizando portanto um mal condutor de electricidade.
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O cristal de silício é então adicionado de outros elementos para alterar suas características,
processo este chamado de dopagem. Dopando o silício com um elemento como o fósforo, que possui 5
electrões na camada de valência, a cada átomo de fósforo adicionado resulta em um electrão livre na
banda de condução. Isto caracteriza um material semicondutor de tipo N, ou portador de carga negativa.
Se por outro lado, adicionamos um elemento com 3 electrões na camada de valência, como o
Boro, teremos lacunas de electrões facilmente preenchidas por electrões ligados a átomos vizinhos
movendo as lacunas, ou cargas positivas, caracterizando um material semicondutor tipo P.
Separadamente, cada material semicondutor tipo N ou P é electricamente neutro. Ao unir-se um
semicondutor tipo P a um condutor tipo N, ou mesmo utilizando uma única estrutura de silício e dopando-
se uma extremidade com um elemento doador e outra com um elemento receptor, cria-se uma junção P-
N. Nesta região, os electrões livres da porção N do semicondutor movem-se para a região P preenchendo
as lacunas. Como a princípio as duas partes eram electricamente neutras, com o decorrer desta migração
de electrões da região tipo N para a região tipo P cria-se um potencial eléctrico negativo na região P e
positivo na região N. Esta migração ocorre até que a diferença de potencial entre as regiões cria uma
campo eléctrico que actua como barreira impedindo a migração de electrões e estabelecendo um
equilíbrio eléctrico.
Este valor de campo eléctrico de equilíbrio estabelece o valor do gap de energia necessária para
que novamente um electrão atravesse a junção.
Quando a junção é exposta à incidência de fotões com energia maior que o gap, ocorre a geração
de pares electrão-lacuna. Se isto ocorre onde o campo eléctrico é diferente de zero ocorre a aceleração de
cargas, e os electrões na região P movem-se para a região N, gerando uma corrente através da junção.
Neste caso, gera-se uma ddp nos terminais externos das junções, e se forem conectadas através de um
condutor cria-se uma circulação de corrente.
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ESTRUTURA DE UMA CÉLULA FOTOVOLICA
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As células fotovoltaicas são construídas utilizando-se uma fina camada de óxido de silício,
transparentes e com alta condutividade eléctrica. 7Estas células são fabricadas em sua maioria sendo
constituídas de cristais monocristalinos, policristalinos ou amorfos.
SILÍCIO MONOCRISTALINO
SILÍCIO POLICRISTALINO
O processo de fabricação de células de silício policristalino é menos rigoroso que das células de
silício policristalino, o que acarreta uma perda na eficiência, chegando no máximo a 12,5%, mas ganha-se
no baixo custo de fabricação. Consiste na fusão de silício em moldes e resfriado lentamente, onde os
átomos se reorganizam não em um único, mas em vários cristais ( Figura 3.1).
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Figura 2.1. Célula de silício policristalino
SILÍCIO AMORFO
As células de silício amorfo são as de mais baixo custo, produzidas a partir da disposição de
camadas finas de silício sobre vidro ou outros substratos.
Apresenta alto grau de desordem entre os cristais, desse modo atingindo baixas taxas de eficiência,
entre 5% e 7%. Outra desvantagem é sua acelerada deterioração.
Estas células se diferenciam das de outras tecnologias pela espessura das lâminas de material
semicondutor utilizado em suas estruturas (geralmente na faixa de 1 µm contra 300 a 400 µm das células
de C-Si).
Estes filmes finos são depositados sobre substratos de baixo custo, como vidro, aço, inox e alguns
plásticos.
Entre os materiais e tecnologias utilizados para construção de filmes finos estão o silício amorfo
(a-Si), Telureto de Cádmio (CdTe), Disseleneto de Cobre e Índio (CIS) e Arseneto de Gálio (GaAs).
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Figura 2.2. Célula Fotovoltaica de filme fino
Existem para isto planilhas que orientam passo a passo o dimensionamento do sistema.
Para aplicações de médio e grande porte, onde os custos envolvidos são consideráveis, o projecto
de um sistema fotovoltaico tem que ser baseado em métodos de cálculos mais complexos, onde faz
necessário representar a carga e os níveis de radiação solar muitas vezes em base diária, numa
representação casada entre ambos para que se faça um dimensionamento óptimo do sistema, ou seja, ao
menor custo e com níveis de confiabilidade desejados, e também com a finalidade de medir e acompanhar
o desempenho dos sistemas ao longo do tempo. Neste caso existem ferramentas computacionais que
dimensionam o sistema fotovoltaico, em aplicações autônomas, híbridas e em conexão com a rede
eléctrica, de tal forma que cargas, radiação solar e sistema gerador são representados de uma forma mais
detalhada, inclusive com a representação das perdas dos diversos componentes.
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Figura 3. Sistema isolado ou autónomo com armazenamento cc.
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Na prática, os sistemas autónomos precisam de acumular energia, para compensar as diferenças
existentes no tempo entre a produção de energia e a sua procura. As baterias recarregáveis são
consideradas apropriadas como acumuladores de energia. Em geral, a utilização de acumuladores obriga a
que se torne indispensável a utilização de um regulador de carga adequado que faça a gestão do processo
de carga, de forma a proteger e garantir uma elevada fiabilidade e um maior tempo de vida útil dos
acumuladores. Assim sendo, um sistema autónomo típico consta dos seguintes componentes:
1. Gerador fotovoltaico
2. (um ou vários módulos fotovoltaicos, maioritariamente dispostos em paralelo)
3. Regulador de carga
4. Acumulador
5. Consumidor
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A tecnologia de conversão de energia solar fotovoltaica possibilita o uso de energia eléctrica em
locais remotos. As principais aplicações dessa configuração de SFV são o atendimento residencial que
não possui rede eléctrica convencional, bombeamento de água, sistemas de telecomunicações e
monitoramento remotos, além de formas mais pontuais como cercas eléctricas e dessalinização de água
(PINHO e GALDINO, 2014).
Em locais que existe rede eléctrica, um SFI também pode ser utilizado visando o atendimento de
cargas específicas com o intuito de reduzir o consumo de energia eléctrica, por exemplo, em redes de
iluminação pública mais actuais.
A energia solar pode ser utilizada para inúmeras aplicações, em função dos níveis de potência
requeridos pela carga (no caso da energia solar fotovoltaica) e principalmente das especificidades do local
onde serão instalados os colectores solares (energia solar térmica) ou os módulos fotovoltaicos (energia
solar fotovoltaica). Algumas destas aplicações são:
a) Geração de calor;
b) Geração de electricidade nas formas directa e indirecta;
c) Sistemas fotovoltaicos conectados (interligados) a rede eléctrica;
d) Sistemas fotovoltaicos autônomos (isolados);
e) Sistemas de geração híbrida.
No caso da geração de calor teremos basicamente o aquecimento de fluidos diversos, a partir das
ondas de radiação infravermelha (principalmente) concentradas através de colectores solares térmicos
(colectores termosolares). Esta aplicação está relacionada tipicamente com a energia solar térmica.
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ARRANJOS FOTOVOLTAICOS
O arranjo fotovoltaico é também uma fonte variável de tensão, de maneira que a tensão de
funcionamento depende da carga a ser utilizada. As cargas pequenas e que têm uma boa relação entre
demanda de energia e intensidade solar, muitas vezes, podem ser conectadas directamente a um arranjo
fotovoltaico, dispensando bateria e controlador de carga. Um conjunto moto-bomba (que pode ser
submerso ou de superfície) accionado, por exemplo, por um pequeno motor de 12V (CC), pode ser
conectado directamente ao arranjo fotovoltaico.
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VANTAGENS DA APLICAÇÃO
Bombas de água accionadas por meio de geração fotovoltaica são viáveis para abastecimento
regular e confiável de regiões remotas. Ao comparar-se o custo de bombas de água utilizando geração
fotovoltaica com sistemas a Diesel, as “bombas solares” são, geralmente, consideradas mais baratas, para
vazões menores do que 50 m3 por dia e alturas manometricas menores do que 20 metros (muito embora
isto varie com as condições locais, níveis de insolação diário e custo do combustível).
Para uma operação eficiente, é necessário que as características de tensão e corrente da bomba
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combinem-se bem com a saída do arranjo fotovoltaico. Para isso, basicamente, existem três formas de
conectar as bombas ao arranjo. A mais simples é acoplar directamente a entrada da bomba à saída do
arranjo. A outra, é interpor baterias entre a entrada da bomba e a saída do arranjo, e a terceira, é usar
controladores electrónicos. 16As principais aplicações para Sistemas Fotovoltaicos de bombeamento de
água são:
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SISTEMAS DE BOMBEAMENTO DE ÁGUA
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Um sistema de bombeamento tradicional é constituído basicamente por conjunto motobomba e
reservatório.
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Em sistemas de bombeamento fotovoltaico são acrescidos os geradores fotovoltaicos e o
dispositivo de condicionamento de potência. Nesses sistemas, segundo Pinho e Galdino (2014), de forma
geral, a água é elevada até reservatórios, que são dimensionados em função da autonomia necessária
(semelhante às baterias). Eles possuem diversas aplicações, tais como irrigação, abastecimento
residencial, esgotamento e na pecuária em bebedouros para animais. As principais vantagens são o
accionamento por energia não poluente, operação autônoma, custo de operação, baixa manutenção e
longa vida útil (MORALES, 2011).
A aplicação da energia fotovoltaica para bombeamento de água surge como uma alternativa ao
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bombeamento através de motores à diesel, estes utilizam combustível fóssil nocivo ao meio ambiente,
precisam de frequente manutenção e estão sujeitos à variação no preço do combustível.
A constituição dos dois tipos difere apenas no uso de baterias pelo sistema indirecto, contudo, com
vistas ao menor custo total do sistema, o sistema directo é mais usual, reservando-se a aplicação indirecta
apenas quando é necessário realizar o bombeamento em horário sem insolação. Além disso, o sistema
directo pode usar ou não um conversor de potência. A Figura 6 apresenta as configurações em ambientes
de bombeamento fotovoltaico, as linhas mais espessas destacam a modalidade mais utilizada.
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Figura 5. Configurações utilizadas em SFVB.
Dessa forma, Pinho e Galdino (2014) sugerem o dimensionamento em duas etapas. A primeira
consiste na estimativa do consumo de água, que pode ser destinada tanto para o consumo humano quanto
para dessedentação animal e cultivo agrícola, para se chegar à vazão necessária de bombeamento. Em
seguida, dimensionar o sistema de geração.
Para se calcular os valores dessa segunda etapa é necessário apresentar alguns conceitos acerca do
bombeamento, são eles:
Altura estática (he): definida como a distância entre o nível do solo e o nível da água em repouso;
Altura dinâmica (hd): distância entre o nível do solo e o nível da água durante o bombeamento;
Altura do reservatório (hr): distância do ponto superior do reservatório ao solo;
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Altura manométrica (hm): soma da altura dinâmica com a altura do reservatório.
O atrito entre o fluido bombeado e a tubulação, tanto em relação ao comprimento do tubo (ht)
quanto em relação aos outros elementos (hc) que fazem parte do sistema de condução do fluido, implicam
em perdas de carga. Essas perdas são dadas em metros, ou seja, equivale a uma maior distância a ser
percorrida, além disso, mais energia necessária ao sistema. Os 35 fabricantes de tubos e conexões
fornecem tabelas para a consideração desses valores de perdas.
Portanto, é necessário calcular a altura manométrica corrigida (hmc) por meio da Equação 1.
ℎ𝑚c = ℎm + ℎ𝑡 + ℎ𝑐 (1)
em que EH é dada em Wh/dia, 2,725 representa uma constante quando o fluido bombeado é agua e Q é a
vazão em m³/dia.
Dividindo-se a vazão pelo número de horas que o SFVB funciona chega-se à vazão em m³/h.
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O último passo é encontrar a potência do gerador fotovoltaico (PFV) em Wp, por meio da
Equação 4, esta considera o número de horas de sol pleno (HSP) médio anual de radiação no plano do
gerador.
A unidade HSP indica a quantidade de horas que a irradiância permanece constante em 1 kW/m²
por dia.
Convertendo cada 1000 litros em 1 m³, chega-se a uma vazão de 5,75 m³/dia.
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DEFINIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
BOMBAS
Existem duas categorias principais de bombas que podem ser usadas em Sistemas fotovoltaicos
isolados: centrífugas e volumétricas (de deslocamento positivo). Elas têm características e princípios de
funcionamento diferentes.
a) b)
BOMBAS CENTRÍFUGAS
Em geral, as bombas centrífugas são adequadas para aplicações que exigem grandes volumes de
água (elevadas vazões) e pequenas alturas manométricas (reservatórios superficiais ou cisternas).
Possuem pás ou impelidores que giram em alta velocidade, criando pressão e forçando o fluxo de água
.
As bombas centrífugas são projectadas para alturas manométricas fixas e sua saída de água
aumenta com o aumento da velocidade de rotação das pás. A eficiência destas bombas descresce para
alturas manométricas e vazões distantes do seu ponto de projecto.
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O desempenho de uma bomba centrífuga conectada directamente ao arranjo fotovoltaico é muito
sensível ao valor da radiação solar. Assim, quando o nível de insolação se reduz, a corrente do arranjo cai
e o motor gira mais lentamente.
As bombas centrífugas são adequadas à uma ampla faixa de valores de vazão. Existem sistemas
instalados com capacidades que vão até cerca de 1000 m3/h.
BOMBAS VOLUMÉTRICAS
Os tipos de bombas volumétricas mais usados em Sistemas Fotovoltaicos são as bombas de pistão
com contrapeso (também chamadas de bombas jack ou bombas donkey) e as bombas de cavidade
progressiva (algumas vezes, chamadas de bombas de parafuso).
As características de operação das bombas volumétricas não se ajustam tão bem com a saída do
arranjo fotovoltaico quanto as das centrífugas. Por isso, não são muito adequadas para ligação directa aos
arranjos fotovoltaicos, uma vez que a corrente necessária muda a cada ciclo da bomba. Pequenas
mudanças nos níveis de insolação sobre o arranjo fotovoltaico diminuirão a velocidade do motor mas não
reduzirão sua capacidade para atingir a altura manométrica necessária, como acontece no caso das
bombas centrífugas. Por este motivo, uma bomba do tipo deslocamento positivo tem condições de atingir
a altura manométrica desejada e continuar bombeando água, ao longo de todo dia.
Controladores electrónicos são recomendados para os outros tipos de bombas; porém, são
extremamente necessários para bombas volumétricas. Eles irão ajustar o ponto de operação do arranjo
fotovoltaico, de modo a fornecer a máxima corrente para a partida do motor. Muitos modelos de
controladores apresentam um seguidor do ponto de máxima potência (MPPT). Estes controladores
possuem um dispositivo electrónico “inteligente”, responsável por transformar a saída do arranjo e “casá-
la” com a potência de entrada da bomba. Eles permitem a operação para uma extensa faixa de níveis de
insolação, alturas manométricas e vazões de água. Em adição, solucionam o problema de partida das
bombas volumétricas. Estes controladores electrónicos consomem, tipicamente, de 4 a 7% da potência de
saída do arranjo fotovoltaico.
Baterias também podem ser usadas entre a bomba volumétrica e o arranjo fotovoltaico para
fornecerem uma tensão estável, para partida e operação da bomba. Além disso, permitem a partida do
motor, mesmo quando os níveis de insolação estiverem baixos. Na maioria da vezes, os controladores e as
baterias não são dimensionados para permitir o bombeamento de água durante a noite, mas somente para
dar estabilidade à operação do sistema.
As bombas volumétricas são, geralmente, instaladas quando se necessita de vazões na faixa de 0,3
- 40 m3/dia e alturas manométricas de 10-500 metros.
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BATERIAS
Os equipamentos mais usados como forma de armazenar energia produzida através de painéis
solares são as baterias.
Usam-se baterias secundárias (recarregáveis) num sistema fotovoltaico uma vez que se pretende
recarregar as baterias através do uso de um painel fotovoltaico. As baterias primárias são usadas apenas
até serem descarregadas, não sendo possível o seu recarregamento.
No entanto, nem todas as baterias são recomendáveis no que toca ao uso integrado no sistema
fotovoltaico, tendo estas, obviamente, de serem recarregáveis.
As principais características que uma bateria deve apresentar para ser usada em aplicações
fotovoltaicas são: alta capacidade de carga e descarga, alta eficiência energética, alta longevidade, pouca
manutenção e baixo custo. Através desta análise, facilmente se chega à conclusão que as baterias
tradicionais não se adaptam, de uma forma satisfatória, para esta finalidade.
Várias são as causas que levam à diminuição da longevidade das baterias, das quais as mais
comuns estão listas a posterior:
• Carga acima da tensão máxima da bateria, levando a morte prematura
• Aumento da temperatura
• Falta de espaçamento entre baterias
• Tensão de flutuação abaixo do limite inferior estipulado
• Existência de ripple (ondulação residual)
• Falta de manutenção
• Estratificação do ácido
• Sulfatação
• Perda de matéria activa
• Corrosão
• Auto descarga, durante um longo período de desuso
INVERSORES
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b) Conversores autocomutados: o processo de comutação passa a depender de um sinal de controle gerado
por um circuito interno ao inversor.
A potência do inversor, no caso do sistema conectado à rede, vai definir a quantidade de potência
injectada na rede. O arranjo fotovoltaico que alimentará a entrada do inversor é dimensionado a partir da
potência de pico fornecida pelas placas. A potência de pico das placas é superior a potência do inversor
para prever as possíveis perdas.
CONTROLADORES
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TOTAL (Wh/dia) 6360,6
Com o total da demanda que a residência tem, é possível obter as dimensões dos componentes que
compõem o projecto e todo o impacto económico e estrutural desse sistema fotovoltaico.
Viu-se então a necessidade de conhecer o nosso nível de irradiação solar média de potência
produzida anualmente na província de Luanda que é de 1400kwh/m/ano.
Para se seleccionar qual tipo de módulo será usado nos projectos fotovoltaicos, deve se ter
conhecimento de que cada painel solar tem uma capacidade diferente de geração, a escolha do painel é
devida a quantidade desejada de capacidade de geração de acordo com o consumido diariamente
(Tabela 4).
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Carga instalada 1953,2 W
Radiação (Média
anual)
1400
KWH/M/ANO
Tensão de operação
do sistema C.C.
12 V
Eficiência do 97 %
cabeamento
Eficiência das
Baterias
100 %
Eficiência do 100 %
Inversor
Tabela 4. Parâmetros
para dimensionamento
Desta maneira, a potência mínima para a geração, corrigida com os factores de eficiência dos
componentes, é:
P= [( C /R ) / (EFC*EFB*EFI ) ]
Sendo:
Existem diversos painéis solares para diversos tipos de soluções possíveis, para esse projecto, por
disponibilidade e encaixe no orçamento, escolheu-se utilizar doze módulos do CS6K-305M (Figura 7),
que possuem 305 W de potência nominal. As características eléctricas deste painel são disponibilizadas
na Tabela 5.
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Potência máxima 305 W
Tolerância 0%a+5%
Tensão de circuito
aberto
39,9 V
Tensão de Pico( Vmpp) 32,7 V
Considerando a configuração dos módulos, sua tensão de operação sendo 12V e corrente elétrica
máxima fornecida de 9,91 A, a seleção do controlador de carga se dá
pela fórmula:(GREENPRO, 2004)
Icontrolador = 1, 25 * 4 * 9, 91 = 49, 55 A
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Conforme o cálculo demonstra, o sistema necessitará de pelo menos um controlador de carga de
aproximadamente 50 A. Para a segurança da instalação e dos outros componentes do sistema
fotovoltaico, foram instalados dois controladores Fangpusun MPPT 100/50D (Figura 8), cada um
conectado a um par de placas fotovoltaicas e possuindo corrente de 50 A cada. A ficha técnica do
controlador segue na Tabela 6.
12 V
Tensão
50 A
Corrente Máxima
700 W
Potência Máxima
12V
Eficiência máxima
98%
Peso 1.6 Kg
Dimensões
186 x 125 x 83
(mm
Foi feito um cálculo para determinar o banco de baterias ideal para o sistema dimensionado, além
da quantidade e da forma de ligação entre elas. As equações utilizadas para o dimensionamento e a
escolha dessas baterias em específico, foram: (GREENPRO, 2004)
Energia armazenada:
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EA = Ec/Pd =6360,6/60% = 10601 Wh
Sendo:
EA - Energia armazenada no Banco (Wh)
Ec - Energia consumida diariamente (Wh)
Pd - Profundidade de descarga permitida (Admitido
um valor padrão para o tipo de bateria de
ácido-chumbo de 60%).
Visualizando a quantidade de energia que deverá ser armazenada pelas baterias, foi considerado
para o sistema dois dias de autonomia com a utilização padrão dos equipamentos eletrônicos dentro do
veículo, conferindo mais segurança para as viagens interestaduais.
Determinado a quantidade de energia que seria armazenada, foram feitos os últimos cálculos para
dimensionar o tamanho do banco de baterias:
Capacidade do banco:
Sendo:
CBanco - Capacidade de carga do banco de baterias (Ah)
EA - Energia armazenada no banco de baterias (Wh)
V Banco - Tensão operante do banco (V)
Sendo:
NBP - Número de baterias ligadas em paralelo
NBP - Capacidade de carga do banco de baterias ( CBanco Ah)
CBat - Capacidade de carga de cada bateria
De acordo com os cálculos, quatro baterias CL - 225 HD (Figura9), todas ligadas em paralelo, se
encaixam perfeitamente na demanda e garantem ainda mais segurança e autonomia para a residência no
mínimo para dois dias menos activos, com baixa radiação, do sistema fotovoltaico. A ficha técnica da
bateria se apresenta na Tabela 7.
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Tensão 12 V
C rate 20
RC (min) 350
CCA (A) 1050
Peso 46,60 kg
Profundidade de 60%
Descarga (DoD)
Dimensões 511 x 215 x 240
(mm)
Tabela 7. Ficha técnica da bateria CL-
225 HD
Fig
ura 11. Bateria Cral CL - 225 HD .
Para diminuir ainda mais o custo do projecto, foi optado por um inversor de onda senoidal
modificada, por seu uso ser restrito para os sistemas independentes, é uma excelente opção para abaixar o
custeio. A capacidade do inversor deve superar a potência do maior consumo dos equipamentos que
demandam carga do sistema. Para isso, o dimensionamento do inversor ideal para o projecto consiste em
ser no mínimo acima da potência do sistema, sempre levando em conta um factor de segurança de 30%. A
fórmula a seguir evidencia isso:
Sendo:
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Pinv - Potência mínima do inversor
Pequip. - Potência dos equipamentos no sistema
Fseg - Factor de segurança de 30%
A utilização do inversor SP - 2500 (Figura 10) foi determinada para necessidades futuras no
aumento de demanda do veículo de recreação, o inversor manterá o funcionamento sem a necessidade de
uma troca precoce. Além disso, a escolha desse inversor foi para controlar e suportar os picos de demanda
do veículo de recreação, que seriam da geladeira, utilização da bomba de água e no uso do microondas. A
Tabela 8, indica a ficha técnica do equipamento.
Potência 2500 W
Eficiência > 85 %
Assim com o dimensionamento feito temos o nosso sistema pronto e preparado para ser projectado
em qualquer área rural da província de Luanda.
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Figura13. Diagrama de bloco em representação do sistema proposto.
CONCLUSÃO
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Conclui-se, portanto que o sistema fotovoltaico bem como suas aplicações têm uma grande
importância a nível mundial, mas propriamente nas regiões em que a falta de electricidade e o
abastecimento de água é total. Tem-se o sistema fotovoltaico como fonte de energia renovável para a
geração de energia eléctrica e o abastecimento de água nestas áreas onde não é possível ter a energia da
rede convencional e água para consumo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Geração Solar Fotovoltaica Conceitos Básicos - Prof. Eng. Dennys Lopes Alves.
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