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Eletrônica - Uniube
Eletrônica
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
CDD 621.381
Sobre os autores
Sumário
VI UNIUBE
Apresentação
Caro(a) aluno(a),
VIII UNIUBE
Bons estudos.
Dispositivos
Capítulo Fonética: a sonoridade
1 semicondutores: diodo
da língua inglesa
de junção e transistor
bipolar de junção
Newton Gonçalves Garcia / Renata de Oliveira
2 UNIUBE
Objetivos
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você
esteja apto(a) a:
Esquema
Diodos de junção: características gerais
UNIUBE 3
4 UNIUBE
Segundo Boylestad (2004, p. 3), “um semicondutor é, portanto, o material que tem
um nível de condutividade entre os extremos de um isolante e de um condutor”.
UNIUBE 5
Para a primeira situação, a lacuna dará à rede uma característica positiva, de-
vido à ausência de uma carga negativa, e irá aceitar um elétron livre. Por esse
motivo, as impurezas trivalentes são chamadas de átomos aceitadores.
6 UNIUBE
Uma vez que o diodo tenha sido construído, tem-se acesso aos materiais se-
micondutores por meio de terminais externos que são ligados aos materiais
extrínsecos. O comportamento do diodo, a partir de agora, será decorrente de
como uma fonte de tensão externa será ligada a ele. Esse processo ganha o
nome de polarização, sendo possíveis para o diodo três situações:
UNIUBE 7
8 UNIUBE
Região de depleção
diminuída
UNIUBE 9
Região de depleção
aumentada
Atividade 1
c) Explique como um diodo pode ser polarizado diretamente e qual a dinâmica das
cargas nessa situação.
10 UNIUBE
• ID é a corrente no diodo;
UNIUBE 11
12 UNIUBE
IMPORTANTE!
UNIUBE 13
Veja-os, a seguir.
VD
RD =
ID
A representação da curva característica, com o respectivo ponto de operação,
pode ser observada na Figura 8, a seguir.
14 UNIUBE
Exemplo 1
Resoluções
a) VD = 0,5V
Pelo gráfico, para uma tensão de 0,5V tem-se uma corrente de, aproximada-
mente, 5mA, ou pouco acima de 5mA (≈5,5mA). Assim, tem‑se:
0,5V
=
RD @ 91W
5,5mA
b) VD = 0,8V
Pelo gráfico, para uma tensão de 0,8V tem-se uma corrente de 40mA. Assim,
tem-se:
0,8V
RD= = 20W
40mA
c) VD = -10V
UNIUBE 15
Pelo gráfico, para uma tensão de -10V (onde o sinal negativo indica apenas
polarização reversa) tem-se uma corrente de -1mA (onde o sinal negativo indica
apenas corrente reversa). Assim, tem-se:
−10V
=
RD = 10 M W
−1m A
Observe que na polarização direta, à medida que a tensão de polarização
cresce, a corrente aumenta e a resistência diminui, ambas de forma rápida. Já
na polarização reversa, a resistência aumenta substancialmente.
Atividade 2
16 UNIUBE
Característica
do diodo
Linha tangente
Ponto Q
(Operação cc)
Ponto Q
∆Vd
As variações que ocorrem na tensão e na corrente são finitas, por isso o uso
do símbolo ∆ junto às grandezas. Observe que a variação da tensão é de baixa
amplitude, tal que é possível traçar uma reta tangente ao ponto de operação
Q (definido por um valor CC). Assim, pode-se determinar o valor da resistência
CA (rd), como sendo:
∆Vd
rd =
∆I d
Exemplo 2
Resolução
Com base no gráfico, tem-se uma variação de tensão de, aproximadamente, 1,4V
– 1,2V = 0,2V, e uma variação de corrente de 12mA – 8mA = 4mA, resultando em:
0, 2V
rd= = 50W
4mA
UNIUBE 17
20
15
∆Id 10
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 VD (V)
∆Vd
18 UNIUBE
Observe que, agora, tem-se uma variação maior da tensão, o que proporciona
uma variação ainda maior da corrente, denominada de variação ponto a ponto.
Uma de suas características é que não é possível traçar uma reta tangente de-
vido à grande variação sofrida pela corrente. A resistência CA média pode ser
calculada da seguinte forma:
∆Vd
rAV =
∆I d ponto a ponto
Dessa forma, pode-se afirmar que o circuito equivalente de um diodo irá pro-
porcionar uma melhor compreensão de seu funcionamento em um circuito,
facilitando o emprego de técnicas tradicionais de análise de circuitos. Deve-se
ressaltar que, devido ao uso de circuitos equivalentes, a resposta obtida a par-
tir de técnicas de análise de circuitos será uma resposta aproximada, que irá
depender do circuito onde o dispositivo estiver inserido.
UNIUBE 19
Observe que pelo circuito equivalente linear por partes, o diodo é representado
por uma fonte VT, contrária à polarização VD aplicada, representando a queda
direta no diodo, uma resistência rAV responsável pela inclinação na curva do
diodo e pelo símbolo do diodo ideal, indicando o sentido único de condução. Os
três elementos citados foram corretamente selecionados e dispostos de modo
a representar o funcionamento do diodo. Tenha em mente que se trata apenas
de uma representação simbólica do dispositivo com o objetivo de análise, e não
uma substituição real do dispositivo em um circuito.
20 UNIUBE
Por meio de uma análise semelhante à realizada com rAV, a queda de tensão
apresentada pelo diodo na polarização direta também pode ser desprezada em
aplicações em que as tensões envolvidas no circuito onde o diodo está inserido
são muito maiores do que a queda de tensão direta VT. Dessa forma, assim que
o diodo for polarizado diretamente, a condução de corrente será instantânea. A
Figura 14, a seguir, ilustra o circuito equivalente ideal.
UNIUBE 21
Atividade 3
Existem vários tipos de diodos utilizados nas mais diversas aplicações. Con-
tudo, dois desses diodos merecem destaque na eletrônica: o diodo zener e o
diodo emissor de luz (LED – do inglês Light‑Emitting Diode).
22 UNIUBE
A Figura 15, a seguir, ilustra a região de operação do diodo zener, assim como
mostra o seu símbolo elétrico com polarização conveniente.
A máxima corrente reversa suportada por um diodo zener deverá ser calculada
com base na informação fornecida pelo fabricante sobre a máxima potência
(PZM) que o zener poderá dissipar. Caso a corrente máxima (IZM) seja excedida,
o zener poderá ser danificado permanentemente.
Como pode ser observado pelo gráfico, como a curva da corrente reversa é
praticamente paralela ao eixo vertical, significa que mesmo que a corrente pelo
zener aumente, a tensão VZ será mantida constante.
UNIUBE 23
Para que um LED emita luz, ele precisa ser polarizado diretamente, sendo que
a corrente que irá percorrer o componente deverá ser limitada a um valor conve-
niente, normalmente pela utilização de um resistor ligado em série com o LED.
24 UNIUBE
O diodo basicamente funciona como uma chave semicondutora que não pode ser
controlada, ou seja, quando está polarizado diretamente é uma chave fechada e
quando está reversamente polarizado, uma chave aberta. As afirmações feitas
quanto à semelhança do diodo com uma chave são verdadeiras considerando
o circuito equivalente ideal do diodo. A Figura 17, a seguir, ilustra as situações
de chave fechada e chave aberta, respectivamente.
UNIUBE 25
A corrente ID que passa pelo diodo é a mesma que passa pela carga R. Aplicando
a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha, tem-se:
E − VD − VR =0 → E =VD + I D ⋅ R
Como para se traçar uma reta são necessários dois pontos, podemos adotar um
ponto sobre o eixo de VD (ID = 0A) e outro sobre o eixo de ID (VD = 0V), ou seja:
Para I D = 0 A, tem-se: E = VD + 0 ⋅ R → VD = E I
D =0 A
E
Para VD =0V , tem-se: E =0 + I D ⋅ R → I D =
R VD =0V
Pelo gráfico, pode-se observar que o ponto que marca a intersecção entre a reta
de carga do circuito e a curva característica do diodo é justamente o ponto de
operação (ponto Q) do diodo. Com o auxílio do gráfico, determinam-se os valores
de ID e VD. O índice Q colocado junto às coordenadas do ponto de operação é
justamente para indicar que os valores são relativos ao ponto Q.
26 UNIUBE
Uma vez que para VD = 0V a corrente vale E/R, se o valor da carga do circuito
for alterado, o ponto sobre o eixo de ID também será alterado, alterando conse-
quentemente o ponto Q.
Exemplo 3
UNIUBE 27
Atividade 4
4,8kW.
Refaça o exemplo 3, agora, considerando que a carga dobrou, ou seja, é R = 4,8k
28 UNIUBE
Exemplo 4
Resolução
12 − 0, 7
E = VD + I D ⋅ R → 12 = 0, 7 + I D ⋅ 2, 4k → I D = @ 4, 71mA
2, 4k
VR =E − VD =12 − 0, 7 =11,3V
VR =E − VD =I D ⋅ R →
VR = I D ⋅ R = 4, 71m ⋅ 2, 4k @ 11,3V
UNIUBE 29
Para configurações nas quais um diodo está ligado em paralelo com outro(s)
diodo(s), ocorrerá uma divisão da corrente entre os diodos ligados em paralelo.
Observe o exemplo 5, da Figura 23, a seguir.
Exemplo 5
Resolução
Uma vez que o diodo esteja diretamente polarizado, a tensão sobre ele será de
0,7V e, uma vez que VO é a tensão sobre o resistor R2, que está em paralelo
com os diodos D1 e D2, VO também será igual a 0,7V. Assim, a corrente I2 pode
ser calculada como segue:
VO 0, 7
=
I2 = = 0, 7 mA ou 700 m A
R2 1k
Pelo circuito, vê-se que I1 é a corrente total do circuito e vale:
E − VD 12 − 0, 7
=I1 = = 41,85mA
R1 270
Uma vez que foi indicado que D1 e D2 são ambos de silício, será assumido que
ID1 e ID2 serão iguais. Portanto:
41,85m − 0, 7 m
I=
D1 I=
D2 @ 20,57 mA
2
30 UNIUBE
IMPORTANTE!
Deve ficar claro que a suposição de que ID1 e ID2 são iguais é um caso ideal, visto que
apenas diodos com curvas características idênticas terão a mesma corrente quando
ligados em paralelo. Caso contrário, aquele diodo que possuir uma tensão de pola-
rização direta menor irá conduzir uma corrente maior, fato comprovado através da
análise da curva característica do diodo.
Atividade 5
Dado o circuito da Figura 24, a seguir, determine o valor de I e o valor de VO. Para a
análise dos diodos, utilize o circuito equivalente simplificado.
UNIUBE 31
A palavra retificar significa “tornar reto, alinhar” e é justamente esta a ideia dos
circuitos retificadores que serão estudados.
A maioria das cargas industriais e uma parte das cargas residenciais necessitam
de corrente alternada (CA) para funcionarem. Contudo, em algumas aplicações,
uma corrente contínua (CC) é requerida e, nesse caso, o retificador é parte cons-
tituinte de uma fonte de alimentação CC. Uma vez que a alimentação de tensão,
seja na indústria ou na residência, é feita em corrente alternada, a maneira mais
simples de se obter a corrente contínua é fazer uma conversão CA-CC.
O uso de diodos como elementos retificadores talvez seja a aplicação mais co-
nhecida desses componentes. Retificadores que utilizam apenas diodos como
elementos de retificação são conhecidos como retificadores não controlados.
Existem outros tipos de retificadores como os controlados, que empregam
chaves semicondutoras controladas e os retificadores semicontrolados, que
misturam diodos e chaves semicondutoras controladas.
Nas análises que seguem, o diodo será considerado ideal, ou seja, quando
diretamente polarizado não há queda de tensão e reversamente polarizador,
funciona como uma chave aberta, bloqueando totalmente a corrente reversa.
Antes do estudo dos circuitos retificadores, será realizada uma breve explanação
sobre transformadores.
1.7.1 Transformadores
32 UNIUBE
valor fornecido pela rede elétrica é fixo e pode ser aumentado, diminuído ou
mesmo mantido igual para ser utilizado em um projeto por meio do uso de um
transformador. Observe a ilustração da Figura 25, a seguir.
Em que:
Exemplo 6
Resolução
V1 Nüüüüü
Tem-se que: = → = → V2 = @ 12V
V2 N 2 V2 1 10, 6
UNIUBE 33
Outro tipo de transformador é o com derivação central, ou, com tap central. A
Figura 26, a seguir, ilustra tal transformador.
34 UNIUBE
UNIUBE 35
Vm 2
VO= = 0,318 ⋅ Vm 2
avg
π
Considerando o circuito equivalente simplificado do diodo de silício:
VOavg =
(Vm 2 − 0, 7 ) = 0,318 ⋅ (Vm 2 − 0, 7 )
π
Atividade 6
Atividade 7
Com base no circuito da Figura 27, desenhe a forma de onda no diodo D para dois
períodos do sinal no primário.
36 UNIUBE
que atinja a região de ruptura reversa (região zener). O diodo retificador deverá
ter uma PIV ≥ Vm2 para que não corra o risco de ser danificado. A relação entre
a PIV e Vm2 pode ser deduzida aplicando-se a lei de Kirchhoff para tensões ao
longo da malha do secundário do transformador, considerando o diodo rever-
samente polarizado.
UNIUBE 37
38 UNIUBE
Uma vez que os dois semiciclos foram retificados, deduz-se que a tensão média
do sinal retificado será o dobro daquela obtida para o retificador de meia-onda,
ou seja:
2 ⋅ Vm 2
=
VOavg = 0, 636 ⋅ Vm 2
π
Não esquecendo que, caso seja necessário considerar a queda de tensão direta
no diodo, deverão ser considerados dois diodos, ou seja:
Atividade 8
Demonstre que o valor médio da tensão retificada em onda completa vale 0,636
0,636×Vm2.
UNIUBE 39
Uma vez que o transformador possui a relação de espirais de 1:2, caso seja
medida a tensão total no secundário, leria-se 2×V1. Se a medição fosse feita a
partir da derivação até uma das extremidades, leria-se apenas V1. Na Figura
33, estão ilustradas as etapas de retificação.
40 UNIUBE
Exemplo 7
Sabendo que a amplitude (valor de pico) do sinal antes de ser retificado é de 17V,
determine o tipo de retificador de onda completa utilizado. Justifique a resposta.
Resolução
UNIUBE 41
Atividade 9
Com relação à Figura 34, responda: qual o valor da tensão média do sinal retificado?
42 UNIUBE
UNIUBE 43
Na simulação do circuito foi utilizado uma fonte com 17V de pico, um capacitor de
15mF e uma carga de 1kW. Observe as figuras 38 e 39, nas quais foram utilizados
capacitores de 60mF e 1mF, respectivamente. Atente-se ao fato de que quanto
maior o capacitor, se mantida a carga, menor a oscilação do sinal filtrado. Essa
oscilação recebe o nome de ripple.
44 UNIUBE
Atividade 10
UNIUBE 45
46 UNIUBE
Perceba que a tensão Vab é a tensão sobre a resistência de carga que forma um
divisor de tensão com Rs. Agora, existem duas possibilidades;
Vab < Vz → zener desligado
Vab ≥ Vz → zener ligado
Se o zener estiver “desligado” (Vab < VZ), ele estará operando como uma chave
aberta e não haverá corrente circulando por ele (IZ = 0A) e, como consequência,
PZ = 0W. O circuito resultante será formado pela fonte Vi em série com Rs + RL.
Contudo, se o zener estiver “ligado”, ele fixará a tensão em VZ, o que resultará
em VL = VZ. Assim:
VL VZ
=
IL =
RL RL
Do lado esquerdo de Rs, a tensão vale Vi e, do lado direito, VZ (pois o zener está
ligado), o que resulta em uma diferença de potencial de Vi - VZ. Assim:
VRs Vi − Vz
=
I =
Rs Rs
UNIUBE 47
Deve-se comparar o valor de IZ encontrado com o valor de IZM, pois IZ deve ser
menor ou igual a IZM.
Exemplo 8
Dados: Vi =
12V , Rs =
100W , RL =W
1k , VZ =
9V e PZM =
500mW
Resolução
RL 1k
=
Vab = ⋅ Vi ⋅12 @ 10,91V → Vab ≥ VZ → Portanto, o zener está ligado.
Rs + RL 100 + 1k
Como o zener está ligado, ele irá fixar a tensão em 9V, que é a tensão zener.
Como a carga está ligada em paralelo com o diodo zener, tem-se:
VL VZ 9
VL = VZ = 9V → I L = = → IL = = 9mA
RL RL 1k
Para o resistor Rs, pode-se dizer que há uma diferença de potencial de Vi - VZ,
ou seja, VRs = 3V. Assim, tem-se:
VRs 3
=
I = = 30mA , o que resulta em: I Z =I − I L =30m − 9m =21mA
Rs 100
A corrente máxima que pode circular pelo zener é calculada a partir de sua
potência máxima, ou seja:
PZM 500m
I ZM = = = 55,56mA → I Z < I ZM → PZ < PZM
VZ 9
Dessa forma, pode-se afirmar que o zener está operando dentro de seus limites.
48 UNIUBE
No primeiro caso, tanto Vi quanto RL eram fixos. Agora, será considerada uma
carga variável. Este fato irá alterar o funcionamento do circuito uma vez que será
necessário determinar uma faixa de valores os quais a carga poderá assumir, ou
seja, será necessário determinar um RLmin e um RLmax. Deve-se considerar que
dentro dessa faixa de RL, o zener está ligado e operando dentro de seus limites.
No entanto, IL está diminuindo, já que RL está crescendo. Para onde está indo
o excesso de corrente? Para o diodo zener.
UNIUBE 49
RL
Para que o diodo zener esteja ligado: Vab ≥ VZ → V= ⋅ Vi
Rs + RL
ab
RLmin
O zener irá ligar exatamente em RLmin, ou =
seja: VZ ⋅ Vi
Rs + RLmin
Note que Vab foi substituído por VZ, já que o cálculo está sendo realizado para
RL = RLmin. Resolvendo para RLmin, tem-se:
VZ
=
RL min ⋅ Rs
Vi − VZ
Quando o zener acaba de ligar (RL = RLmin), considera-se que a corrente que
passa pelo diodo é praticamente zero ou vale zero.
Agora, para o cálculo de RLmax, deve-se considerar que a corrente que irá circular
pelo zener, quando RL = RLmax, será IZM. Nesta situação, tem-se:
I L =−
I I ZM → Neste caso, I L pode ser chamada de I Lmin , o que resulta em:
VZ VZ
R= =
I L min I − I ZM
L max
50 UNIUBE
Atividade 11
Para o circuito da Figura 42, determine a faixa de valores que RL poderá assumir, tal
que o zener esteja ligado e operando dentro de seus limites.
Dados: Vi =
=12V , Rs==100
W W , V=Z =9V e P=ZM =50mW
Como último caso, tem-se a tensão de entrada variável para uma carga fixa. O
mesmo tipo de análise realizada para o caso anterior pode ser realizado aqui.
Primeiramente, determina-se em qual situação o diodo estará ligado e então
determina-se a condição máxima, quando IZ = IZM. A Figura 43 ilustra um circuito
com Vi variável e RL fixo.
UNIUBE 51
Se for considerada uma tensão Vi muito baixa, o diodo zener não estará ligado.
Portanto, deve-se determinar uma tensão Vimin, tal que o zener ligue com essa
tensão, ou seja:
RL RL
=Vab ⋅ Vi →=
VZ ⋅ Vi min
Rs + RL Rs + RL
=
Vi min
( Rs + RL ) ⋅V
Z
RL
A partir do valor de Vimin, o diodo estará ligado.
Uma vez que o diodo zener esteja ligado, a tensão aplicada à carga estará fixa
em VZ e sendo RL fixo, a corrente IL também será fixa. Como Vi está aumentando,
a diferença de potencial sobre Rs está aumentando. Uma vez que Rs é fixo, a
corrente I está aumentando e fazendo com que IZ também aumente. Quando IZ
atingir o seu valor máximo, IZM, aquele valor de Vi será também o máximo que
a fonte poderá assumir, ou seja, Vimax.
Vi −−VZ V −− VZ
I= = →→Quando:
Q uando : I Z= = I ZM →→ I= = I ZM++ I L →→ V= i = Vi max →→ I= = i max
Rs − Rs
V −− = → = → = + → = → =
++ = =
Vi max − VZ
I ZM + I L =
Rs
Vi max= ( I ZM + I L ) ⋅ Rs + VZ
Atividade 12
Para o circuito da Figura 43, determine a faixa de valores que Vi poderá assumir, tal
que o zener esteja ligado e operando dentro de seus limites.
Rs=
Dados: Rs =
=
= W
WW
100 W , RR
=W
=W
LL =W
=W
1kk ==
, VVZZ =
=
9VV==ee PPZM
ZM =
=50mW
mW
52 UNIUBE
Como podem ser observados, os terminais foram designados por letras maiúscu-
las que significam Emissor (E), base (B) e coletor (C). O porquê da denominação
de cada terminal ficará evidente a partir do estudo da operação do transistor.
A base, camada central da estrutura, é a mais estreita das três camadas e tam-
bém a menos dopada. Essas características influenciarão em sua capacidade
UNIUBE 53
54 UNIUBE
UNIUBE 55
Uma análise da figura anterior permite que a lei de Kirchhoff para correntes seja
aplicada, resultando em:
I=
E IC + I B
Uma vez que a corrente de coletor é formada tanto por portadores majoritários
como por portadores minoritários, pode-se escrever para IC:
=I C I Cmajoritários + I CO
Em que:
56 UNIUBE
Resumo
Referência
BOYLESTAD, R. L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2004.
Configurações, regiões
Capítulo de operação e circuitos
2 de polarização dc do
transistor bipolar de
junção
Virgílio de Melo Langoni
Introdução
No capítulo anterior, “Dispositivos semicondutores: diodo de junção e
transistor bipolar de junção”, foram abordados os conceitos básicos a
respeito dos dois principais dispositivos semicondutores que compõem
os equipamentos eletrônicos de forma geral. Foi visto que o diodo de
junção PN e o transistor bipolar de junção possuem muito em comum,
uma vez que os materiais base de ambos são os semicondutores e que
o funcionamento de ambos os dispositivos está baseado na polarização
direta e na polarização reversa das junções PN. Com relação aos TBJs
foram vistos dois tópicos: a construção e a operação do TBJ.
58 UNIUBE
Objetivos
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você
esteja apto(a) a:
Esquema
Configurações dos transistores bipolares de junção e regiões
de operação
2.1 Configuração base-comum
2.2 Configuração emissor-comum
2.3 Configuração coletor-comum
2.4 Algumas características das configurações com relação à
amplificação
UNIUBE 59
Uma vez que os transistores são dispositivos de três terminais, para se des-
crever o comportamento de uma determinada configuração serão necessários
dois conjuntos de características: um conjunto que caracteriza a entrada e outro
conjunto que caracteriza a saída.
60 UNIUBE
Tendo como base um transistor NPN, pode ser observado pela Figura 1 que a
entrada é tomada entre a junção base-emissor (B-E) e, de acordo com as po-
laridades indicadas, a junção B-E está polarizada diretamente. Assim, o gráfico
dos parâmetros de entrada será semelhante ao gráfico de um diodo polarizado
diretamente. A Figura 2 ilustra o conjunto de características de entrada.
UNIUBE 61
Pode ser visto pelo gráfico que para uma mesma tensão VBE, quanto maior a
tensão VCB, maior será a corrente IE. Isto decorre do fato de que um aumento
em VCB (tensão de polarização reversa) irá ocasionar um aumento na corrente
de coletor para emissor, o que ocasionará um aumento na corrente de emissor.
Suponha agora que uma tensão VCB tenha sido fixada. Aplicando o método linear
por partes nesta curva, obtemos a aproximação ilustrada na Figura 3, a seguir:
62 UNIUBE
VBE @ 0,7V
Até o momento pôde ser observado que a junção B-E do transistor está pola-
rizada diretamente e que a junção B-C está reversamente polarizada. Quando
o transistor possui suas junções polarizadas das formas antes mencionadas,
dizemos que o transistor opera em uma região denominada de região ativa,
sendo sua principal aplicação em amplificadores lineares.
UNIUBE 63
Por meio do gráfico apresentado, pode ser observada região ativa antes mencio-
nada. Observamos ainda outras duas regiões de operação: a região de corte e a
região de saturação. A região de corte é definida como aquela em que a corrente
de coletor é praticamente igual a zero. Se observarmos a Figura 5 veremos que a
região de corte está indicada abaixo da linha onde IE = 0 mA. Quando temos esta
condição, a corrente de coletor (IC) será devida apenas à corrente de saturação
reversa designada por ICBO ou ICO, que é a corrente de coletor para base com
64 UNIUBE
IMPORTANTE!
IC @ I E
Essa aproximação será utilizada em toda a análise que se segue para os tran-
sistores bipolares de junção. Observe que se trata apenas de uma aproximação,
pois na realidade essas duas correntes possuem uma leve diferença que é justa-
mente a corrente da base (IB). Existe um parâmetro conhecido como parâmetro
alfa (a), que mede quão próximos IC e IE (apenas portadores majoritários) são,
ou seja:
IC
a CC =
IE
UNIUBE 65
O índice CC que acompanha o parâmetro alfa é para indicar que se trata de uma
relação entre valores em corrente contínua, uma vez que existe esse mesmo
parâmetro para valores em corrente alternada (aCA).
Exemplo 1
Resolução
I C 3,98m
a CC
= = = 0,995
IE 4m
Atividade 1
66 UNIUBE
UNIUBE 67
(Região de corte)
68 UNIUBE
A região de corte, por sua vez, é definida como aquela região abaixo da curva de
IB = 0mA. Pelo gráfico, podemos ver que essa região é definida por uma corrente
denominada de ICEO, que significa corrente de coletor para emissor com a base
aberta (IB = 0mA). Observe o equacionamento a seguir:
a IB I a (0) I I CBO
I C ⋅ (1 − a=
) a I B + ICBO → I= + CBO → I= + CBO=
C
(1 − a ) (1 − a ) C
(1 − a ) (1 − a ) (1 − a )
I CBO
I CEO =
(1 − a ) I B =0 m A
O índice CC foi omitido em a, mas está claro que estamos tratando de valores em
corrente contínua.
1
Podemos escrever ICEO da seguinte forma:=
I CEO ⋅ I CBO
1−a
Você deve estar lembrado que a é um valor próximo da unidade. Dessa forma,
1 – a resultará em um valor próximo de zero, o que fará com que o quociente seja
um valor relativamente alto. Por exemplo, se assumirmos a = 0,996, teremos:
UNIUBE 69
1
I CEO = ⋅ I CBO =250 ⋅ I CBO
1 − 0,996
I E = I C + I B ; I C = bCC ⋅ I B ⇒ I E = bCC ⋅ I B + I B
∴ I E = I B ⋅ ( bCC + 1)
Exemplo 2
Supondo que a corrente de coletor para base com emissor aberto vale 2mA e
que a = 0,996, determine o valor da corrente de coletor para emissor com a
base aberta.
70 UNIUBE
Resolução
2m A
Corrente de coletor para base com o emissor aberto: ⇒ ICBO =
I 2 ⋅ 10−6
Logo, tem-se:=
I CEO =
CBO
= 500m A ou 0,5mA
(1 − a ) 1 − 0, 996
Atividade 2
a) Calcule a máxima corrente contínua de coletor que pode circular pelo transistor a 25ºC.
c) À 25ºC, calcule o valor da corrente de coletor para base com o emissor aberto.
Atividade 3
Com base no gráfico da Figura 8, calcule o valor aproximado de bCC para VCE = 10V
e IB = 40mA.
Atividade 4
UNIUBE 71
Você pode constatar que o coletor está conectado ao terra e que as polaridades
das tensões e os sentidos das correntes foram indicados de forma coerente.
72 UNIUBE
UNIUBE 73
Com relação à fase do sinal amplificado, esta configuração é a única que irá
inverter a fase do sinal na saída em relação à fase do sinal na entrada.
74 UNIUBE
Atividade 5
Atividade 6
Circuitos de polarização
Como foi estudado, existem três regiões de interesse em que o transistor pode
operar, cada uma com suas características:
UNIUBE 75
Novamente, você pode ter chegado à conclusão que, então, será necessário
um circuito de polarização que estabilize o ponto de operação do transistor, ou
seja, que seja imune às possíveis variações que possam fazer com que o ponto
Q saia de sua posição. Mas uma pergunta pode surgir: quais seriam essas va-
riações? O principal problema é o ganho em corrente contínua, ou seja, o bCC.
76 UNIUBE
temperatura e isso quer dizer que variando a temperatura onde o transistor está
inserido, o bCC irá variar.
Agora uma pergunta para você: o que aconteceria com o ponto de operação se, após
projetarmos e montarmos um circuito de polarização que não fosse imune às variações
em bCC, o transistor se danificasse e fosse necessário substituí-lo por outro transistor?
UNIUBE 77
78 UNIUBE
Vamos começar nossa análise (lei de Kirchhoff para tensões) em VBB (VBB =
VCC), passando por RB e pela junção B-E, até chegarmos ao terminal de terra,
ou seja, vamos aplicar a LKT na malha base-emissor.
Vamos resolver a equação 2.1.1 para a corrente da base, uma vez que de acordo
com o gráfico dos parâmetros de saída da configuração emissor-comum, IB é o
parâmetro de entrada.
VCC − VBE
VCC − I B ⋅ RB − VBE = 0 → I B = (equação 2.1.2)
RB
De posse da tensão VCC e da resistência RB, por meio da equação 2.1.2 encon-
tramos a corrente da base. Lembre-se de que VBE = 0,7V.
Neste ponto é bom esclarecer que a notação com índice duplo indica uma dife-
rença de potencial, que no caso de VBE é VB – VE. A notação com índice simples
indica que é um valor de tensão com relação ao potencial de terra, ou seja, VE,
por exemplo, indica a tensão do terminal emissor para o terminal terra. Observe
que no circuito de polarização fixa o emissor está conectado diretamente ao
potencial de terra, ou seja, VE = 0V, portanto:
VBE =
VB − VE → VBE =
VB − 0V → VBE =
VB (equação 2.1.3)
IMPORTANTE!
Observe que VB não é a tensão sobre o resistor RB, assim como veremos adiante
que VC não é a tensão sobre o resistor RC. Analise a Figura 11 e chegará a essas
conclusões.
UNIUBE 79
I C bCC ⋅ I B
= (equação 2.1.4)
Para determinarmos VCE vamos aplicar a lei de Kirchhoff para tensões na malha
coletor-emissor, começando em VCC, passando por RC e VCE até chegarmos ao
terminal de terra.
Agora estamos de posse dos dois valores que determinam o ponto de operação
do transistor. Uma vez que estes dois valores indicam a localização do ponto Q,
é prática colocarmos o índice Q para que isso fique evidente, ou seja, I CQ e VCEQ . A
Figura 12 ilustra o ponto Q em algum lugar da região ativa.
80 UNIUBE
Observe que pelo ponto Q passa uma curva de IB (também identificado pelo
índice Q) cujo valor foi determinado pela equação 2.1.2.
Exemplo 3
Resolução
UNIUBE 81
V − VBE
VCC − VRB − VBE =0 → VCC − I B ⋅ RB − VBE =0 → I B = CC
RB
12 − 0, 7
=IB @ 16, 62 m A
680k
VCE =
12 − 1, 66m ⋅ 2, 7k @ 7,52V
I B = 16, 62 m A
Q
Assim, temos: I CQ = 1, 66mA
VCEQ = 7,52V
Graficamente, temos a Figura 15 a seguir:
VCE (V)
82 UNIUBE
VCC
VCE = VCC − I C ⋅ RC → 0 = VCC − I C ⋅ RC → I C = (equação 2.1.7)
RC
VCC
Saturação ⇒ I Csat =
RC V
CE = 0V
Observe que foi adicionado o índice sat para indicar que não se trata de uma corrente
de coletor qualquer, mas sim da corrente de saturação.
UNIUBE 83
VCC 12
I=
Csat = = 4, 44mA
RC 2,7 k
Outro ponto a ser determinado está sobre o eixo VCE. Isto implica em IC = 0A e,
novamente recorrendo à equação 2.1.6, temos:
A equação 2.1.8 nos diz que, quando a corrente coletor for igual a zero a queda
de tensão entre coletor-emissor será igual à tensão da fonte VCC. Sabemos que
a corrente de coletor dificilmente será igual a zero, pois mesmo que a corrente
de base seja igual a zero, ainda assim teremos a corrente ICEO (corrente de
fuga) que determinará uma pequena queda de tensão em RC. Como resultado,
temos que VCE será ligeiramente menor do que VCC. Contudo, novamente, é
uma excelente aproximação afirmarmos que se IC = 0A, VCE = VCC. Pelo gráfico
da Figura 8, podemos ver que nesta situação, o ponto de operação se encontra
na região de corte, ou seja:
Corte ⇒ VCEcorte =
VCC I =0 A
C
84 UNIUBE
VCEcorte =
VCC → VCEcorte =
12V
UNIUBE 85
Atividade 7
86 UNIUBE
UNIUBE 87
Vale lembrar que para nossas análises temos considerado VBB = VCC.
Como feito anteriormente, vamos resolver esta equação para a corrente da base
(IB), pois esta corrente é o parâmetro de entrada da configuração em emissor-
-comum. Contudo, diferentemente da situação anterior, temos agora duas cor-
rentes na equação, IB e IE. Para resolvermos esse impasse vamos nos lembrar
da lei de Kirchhoff aplicada às três correntes no transistor, ou seja: I=
E IC + I B .
Agora, relembremos da relação entre as correntes IB e IC, que afirma: =I C b CC ⋅ I B
. Pronto, agora vamos substituir a relação entre as correntes IB e IC na igualdade
entre as três correntes:
VCC − VBE
IB = (equação 2.2.3)
RB + ( bCC + 1) ⋅ RE
Como bCC é muito maior do que 1, podemos aproximar a equação 2.2.3 para:
VCC − VBE
IB = (equação 2.2.4)
RB + bCC ⋅ RE
Observe que pela equação 2.2.3 (ou, pela equação 2.2.4), a resistência do
emissor aparece no circuito da corrente da base, só que multiplicada pelo fator
(bCC + 1). A este fato chamamos de resistência refletida, pois apesar de a
88 UNIUBE
I C bCC ⋅ I B
= (equação 2.2.5)
Neste ponto, você pode estar questionando: o que ganhamos inserindo um resistor
no emissor, se ainda dependo de bCC?
UNIUBE 89
ganho. Isto indica que, embora exista certa estabilidade em relação às variações
em bCC, contudo, ainda não é uma independência.
Antes de resolvermos a equação 2.2.6, vamos substituir IE por IC, pois sabemos
que é uma boa aproximação afirmarmos que IC @ IE e, assim, ficamos com ape-
nas uma corrente na equação final. Assim, temos:
VCC − I C ⋅ ( RC + RE ) − VCE =
0
PARADA OBRIGATÓRIA
A equação 2.2.7 se difere da equação 2.1.6 apenas no fato de que há uma queda
de tensão a mais na malha, ou seja, IC×RE. Outro fato que podemos perceber
neste circuito de polarização é que, uma vez que o emissor não está diretamente
ligado ao terra, não podemos afirmar que VB será igual a VBE. Vejamos então
como fica agora.
90 UNIUBE
Corte ⇒ VCEcorte =
VCC I =0 A
C
VCC
IC = (equação 2.2.10)
( RC + RE )
Portanto, escrevemos que:
V
Saturação ⇒ I C sat =CC
( RC + RE ) VCE = 0V
Exemplo 4
UNIUBE 91
Resolução
5 − 0, 7
=IB @ 5, 24 m A
470k + 350k
VCE @ 10,13V
92 UNIUBE
I CQ = 1,83mA
Ponto Q =
VCEQ = 10,13V
Na saturação, temos:
VCC 18
=
I Csat = @ 4,19mA
RC + RE 3,3k + 1k
IMPORTANTE!
Existem algumas situações quando estamos projetando um circuito em que será ne-
cessário adotar um valor de resistor ou de tensão para que consigamos chegar a um
circuito que satisfaça uma determinada condição. É o caso do circuito de polarização
UNIUBE 93
Atividade 8
94 UNIUBE
PESQUISANDO NA WEB
Para obter informações a respeito dos componentes vistos neste capítulo, visite o site
<http://www.datasheetcatalog.com> e busque seus datasheets.
Resumo
Referências
BOGART JR., Theodore F. Dispositivos e circuitos eletrônicos. São Paulo: Makron Books,
2001. v. 1 e 2.
Circuitos de
Capítulo polarização dc do
3 transistor bipolar de
junção
Virgílio de Melo Langoni
Introdução
No capítulo “Configurações, regiões de operação e circuitos de polariza-
ção dc do transistor bipolar de junção”, foram estudadas as configura-
ções em que os transistores podem se apresentar, suas características
de entrada e de saída, assim como as regiões de operação do transistor.
Foram estudados ainda os circuitos de polarização fixa e de polarização
estável do emissor.
96 UNIUBE
chaves, ou seja, ora estão ligados, ora estão desligados. Mas, o que isso
quer dizer: “ligados” e “desligados”? Responderemos a essa questão
matematicamente e também utilizando a reta de carga.
Objetivos
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você
esteja apto(a) a:
Esquema
3.1 Circuito de chaveamento transistorizado
3.2 Circuito de polarização por divisão de tensão
3.2.1 Análise exata
3.2.2 Análise aproximada
3.3 Circuito de polarização dc com realimentação de tensão
3.3.1 Outro circuito de polarização dc com realimentação de tensão
Quando estudamos o diodo, vimos que ele pode ser comparado a uma chave,
uma vez que possui dois estados: o de condução (polarizado diretamente) e o
de não condução (polarizado reversamente). Contudo, não há controle quanto
UNIUBE 97
Agora veremos o uso do transistor bipolar de junção (TBJ) como chave eletrônica
que, diferentemente do diodo, pode ser controlado para conduzir ou para não
conduzir. Observe o circuito da Figura 1:
Nesta situação (VBB = 0V), não há corrente de base (IB), de onde podemos
deduzir que:
I C= b CC ⋅ I B → I C= b CC ⋅ 0= 0 A
98 UNIUBE
Essa situação (IC = 0A, VC = VCCV) indica que o transistor está operando no
corte. Podemos dizer que o transistor está desligado, uma vez que não está
conduzindo corrente (IC = 0A).
Agora, precisamos aplicar uma tensão VBB (como na Figura 1), tal que o tran-
sistor ligue, ou seja, passe a operar na saturação. Para que isso aconteça, a
corrente de base deve tal que:
VCC
I C = bCC ⋅ I B → I C ≥ I Csat → I C ≥
RC
IMPORTANTE!
Não se deve confundir a corrente de saturação com a máxima corrente que o transistor
suporta. A primeira é decorrente da configuração de um circuito, a segunda é uma
característica inerente ao componente, normalmente informada nas folhas de dados.
Uma vez que uma tensão VBB apropriada seja aplicada, uma corrente de base irá
aparecer, dando origem também a uma corrente de coletor, tal que matematica-
mente IC ≥ ICsat. A palavra matematicamente foi utilizada, pois apenas em cálculos
podemos encontrar uma corrente de coletor maior do que ICsat. Vamos analisar.
UNIUBE 99
Como IC = bCC×IB, podemos pensar da seguinte forma: para que IC seja igual
à ICsat, será necessário que o transistor apresente um valor de bCC, tal que
bCC×IB = ICsat (supondo um circuito com valores de resistores predefinidos).
Podemos chamar esse ganho de bCCsat, sendo este o ganho máximo ao qual
o transistor irá responder. Para melhor compreender, vamos a um exemplo.
Exemplo 1
Resolução
Podemos ver que o sinal de controle possui dois níveis: 0V e +5V. De imediato
sabemos que quando VBB = 0V, o transistor irá para o corte e a tensão VC será
igual a VCC. Agora, resta-nos analisar o circuito quando VBB = 5V. Vamos aplicar
a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha B-E:
V −V
VBB − VRB − VBE =0 → VBB − I B ⋅ RB − VBE =0 → I B = BB BE −
− − = → − ⋅ − RB = → =
−
= = m 5 − 0, 7
= I B = 430 m A
10k
De onde encontramos:
100 UNIUBE
V 10
O valor de ICsat pode ser calculado do circuito: I Csat =CC → I Csat = =10mA
RC 1k
Observe que a corrente IC calculada é mais de 4 vezes o valor de ICsat. Assim,
se utilizássemos um amperímetro para medir a corrente de coletor, mediríamos
10mA e não 43mA. Nesse caso, a tensão VC cai a zero.
Algo importante a ser observado, é que este circuito funciona como um circuito
inversor:
Exemplo 2
UNIUBE 101
Resolução
VBB − VBE
VBB − VRB − VBE =0 → VBB − I B ⋅ RB − VBE =0 → RB = I
B
Portanto:
R = 5 − 0, 7 @ 64,5k W
B
66, 67 m
O circuito fica:
Quando VBB = 5V, a corrente no coletor será de 10mA (ICsat) e o LED acenderá.
102 UNIUBE
Não é desejável que um circuito que foi projetado para operar como chave, passe
a não operar como chave. Novamente, o problema é a variação em bCC. Uma
forma de se evitar esse problema é supor um valor bem pequeno para o ganho.
Um valor prático adotado em projetos é bCC = 10. Mas por que adotar um valor
UNIUBE 103
tão baixo para o ganho sendo que na verdade ele é bem maior? Vamos refazer
o Exemplo 2, agora supondo que bCC = 10.
IC 10m
IB = → IB = = 1mA
bCC 10
Observe que utilizamos não o valor real do ganho (bCC = 150), e sim o valor de
projeto. Vamos recalcular RB:
VBB − VBE 5 − 0, 7
RB = → RB = = 4,3k W
IB 1m
Veja que o valor de RB diminuiu bastante.
O circuito está tentando drenar 150mA, mas satura em 10mA. Suponha que
o transistor queime e seja substituído por um com um ganho de 100. A nova
corrente de coletor fica:
104 UNIUBE
Atividade 1
Polarize um transistor para operar como chave (calcule RC e RB). Dados: VCC = 15V,
ICsat = 30mA, bCC = 350 e VBB = sinal digital (0V ou +5V).
UNIUBE 105
Uma vez que nossa análise está baseada apenas em corrente contínua, o circuito
que iremos trabalhar não contempla os capacitores, como ilustra a Figura 8:
Existem duas análises que podem ser realizadas no circuito de polarização por
divisão de tensão: uma conhecida como análise exata e outra conhecida como
análise aproximada.
A análise exata, como o próprio nome sugere, pode ser aplicada a qualquer cir-
cuito de polarização por divisão de tensão. A análise inicia determinando o circuito
equivalente de Thévenin à esquerda do terminal da base. Observe a Figura 9:
106 UNIUBE
UNIUBE 107
R2
ETh =VR2 → ETh = ⋅ VCC (Tensão de Thévenin)
R1 + R2
Uma vez que foram determinadas a resistência e a tensão de Thévenin, pode-
mos substituir o circuito à esquerda do terminal da base pelo seu equivalente,
como ilustrado na Figura 12.
108 UNIUBE
ETh − VBE
IB = (equação 2.1.1)
RTh + bCC ⋅ RE
Aparentemente sim, mas observe que a corrente da base também depende do ganho
(que está em seu denominador) e de RTh. Mas qual a influência de RTh na estabilidade
do circuito?
UNIUBE 109
Podemos perceber que se RTh for mantido muito menor do que bCC . RE, a
resistência de Thévenin praticamente não irá influenciar no denominador e,
consequentemente, também não irá influenciar em IB. Quanto maior RTh em
comparação a bCC . RE, maior a sensibilidade do circuito às variações no ganho.
110 UNIUBE
Exemplo 3
a) Dado o circuito da Figura 14, levante sua reta de carga incluindo o ponto
de operação e a curva de IB.
Resolução
a)
56k ⋅ 5, 6k
R=Th R1 / / R2 → R= Th
56k + 5, 6k
@ 5, 09k W
Parâmetros de Thévenin =
= 5, 6k
R2 5,6 k W → =
ETh V= ETh ⋅ 24 @ 2,18V
56k + 5, 6k
UNIUBE 111
Agora, aplicamos a lei de Kirchhoff para tensões ao longo das malhas B-E e C-E
para determinarmos o ponto de operação.
I CQ = 1, 45mA
Ponto Q =
V = 17,19V
CEQ
VCEcorte = 24V
Para a reta de carga temos: VCC 24
=
I Csat → I Csat
= @ 5,11mA
RC + RE 3, 7 k + 1k
112 UNIUBE
b)
O procedimento se repete, alterando apenas o valor do ganho. Como os parâ-
metros de Thévenin não são alterados ao se alterar o ganho, RTh, ETh e o circuito
resultante são mantidos iguais aos da letra a). A reta de carga também não é
modificada ao se alterar o ganho e, portanto, também permanece como na letra
a) Passemos, então, aos cálculos de IB, IC e VCE:
Vale ressaltar que mesmo com uma variação grande no ganho, o ponto de
operação permaneceu quase inalterado, demonstrando que o circuito PDT é
realmente pouco sensível às variações no ganho, uma vez escolhido correta-
mente os parâmetros do circuito.
UNIUBE 113
c)
250k ⋅ 50k
R=Th R1 / / R2 → R= Th
250k + 50k
@ 41, 7 k W
Parâmetros de Thévenin =
= 50k
ETh VR=2 50 k W → =
ETh ⋅ 24 @ 4V
250k + 50k
114 UNIUBE
Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões ao longo das malhas B-E e C-E, temos:
ETh − VBE 4 − 0, 7
=IB − = → IB @ 11,31m A
= RTh + bCC ⋅ R= E → 41, 7 k −+ 250 ⋅1k @ m
+ b− ⋅ −+ ⋅
== b ⋅ →= =
→ ⋅ m@ @ m
I C = bCC +⋅ IbB →⋅ I C = 250 ⋅11,31m @+ 2,83⋅mA
= − ⋅( + ) → = − ⋅( + )@
= =b ⋅ − → ⋅ ( += ) ⋅→ m =@ − ⋅( + )@
VCE = VCC − I C ⋅ ( RC + RE ) → VCE = 24 − 2,83m ⋅ ( 3, 7 k + 1k ) @ 10, 7V
Atividade 2
UNIUBE 115
A análise exata, como dito anteriormente, pode ser aplicada a qualquer circuito
de polarização por divisão de tensão. Contudo, sob certas condições, a chamada
análise aproximada pode ser aplicada na resolução de circuitos PDT.
116 UNIUBE
Se b CC ⋅ RE >>R 2 então I B → 0 A, I1 @ I 2
A afirmação anterior fica mais clara se lembrarmos que a corrente elétrica sempre
“procura” por um caminho de menor resistência. Mas, vem a pergunta: muito
maior quanto? Podemos utilizar um fator de 10 vezes, no mínimo, ou seja:
Uma vez que a tensão do emissor foi determinada, podemos calcular a corrente
do emissor:
UNIUBE 117
VE
IE = (equação 2.1.6)
RE
Agora, podemos utilizar a relação entre IC e IE, que diz:
IC @ I E
Vamos a um exemplo?
Exemplo 4
Resolução
118 UNIUBE
A corrente IC fica:
VE V − VBE 2,18 − 0, 7
=IE , como : I C @ I E → I C @ B → I C @ = 1, 48mA
RE RE 1k
A tensão VCE fica:
I CQ = 1, 48mA
Ponto de operação =
V = 17, 04V
CEQ
Compare esses valores obtidos com aqueles obtidos através da análise exata.
UNIUBE 119
Como a corrente de base foi considerada nula em nossa análise, sua curva não
foi mostrada no gráfico.
Exemplo 5
Dado o circuito PDT da Figura 24, determine seu ponto de operação (ICQ e VCEQ)
através das análises exata e aproximada. Compare os resultados obtidos.
Resolução
80k ⋅ 8k
RTh = R1 / / R2 → RTh = = 7, 27 k W
80k + 8k
8k
ETh = VR2 → ETh = ⋅18= 1, 64V
80k + 8k
120 UNIUBE
ETh − VBE 1, 64 − 0, 7
=
Calculando IB, temos: IB = → IB @ 10, 77 m A
RTh + bCC ⋅ RE 7, 27 k + 100 ⋅ 0,8k
Apesar de a condição ter sido satisfeita, veja que estamos no limite! Bom, vamos
aos cálculos.
8k
VB = VR2 → VB = ⋅18= 1, 64V
80k + 8k
1, 64 − 0, 7
I C @ 0,8k @ 1,18mA
Ponto Q =
V =−
CE 18 1,18m ⋅ ( 5, 6k + 0,8k ) @ 10, 45V
UNIUBE 121
Atividade 3
Dado o circuito da Figura 26, determine o seu ponto de operação e desenhe sua reta
de carga, incluindo o ponto Q.
122 UNIUBE
Exemplo 6
Resolução
Sabemos os valores de ICsat e de VCEcorte, sendo que este último é igual a VCC.
Foi estipulado que o ponto de operação deve ser na metade da reta de carga,
portanto:
1 1
VE = ⋅ VCC → VE = ⋅ 24 = 2, 4V
10 10
UNIUBE 123
2, 4
I C @ I E → VE = RE ⋅ I E → RE = = 480W
5m
A corrente de saturação nos dá:
VCC V 24
I Csat = → RC = CC − RE → RC = − 480 = 1,92k W
RC + RE I Csat 10m
Falta agora determinarmos R1 e R2. Uma vez que conhecemos VE, podemos
encontrar VB:
R2 R2 24
=
VB ⋅ VCC → 3,1
= ⋅ 24 → R1 + =
R2 R2 ⋅ → R1 @ 6, 74 ⋅ R2
R1 + R2 R1 + R2 3,1
Apenas com os dados disponíveis não é possível calcularmos um valor exato
para R1 e R2. Uma dica para encontrarmos valores coerentes para R1 e R2 é nos
basearmos na condição necessária para a análise aproximada. Sabemos que:
Daíencontramosque: b CC ⋅ RE ≥ 10 ⋅ R2 → b CC ⋅ 480 ≥ 10 ⋅ R2 → R2 ≤ 48 ⋅ b CC
R2 ≤ 48 ⋅ b CC → R2 ≤ 48 ⋅ 300 → R2 ≤ 14, 4k W
124 UNIUBE
Temos agora uma ideia de valores que podem ser adotados. Não é usual tra-
balhar com valores de R2 muito baixos, por isso vamos ficar com valores acima
de 1kW. Analisando circuitos práticos, perceberemos uma das seguintes ordens
de grandeza dos resistores:
Como se trata apenas de um exemplo, este circuito não está inserido em nenhum
circuito maior e, portanto, não há outros dados disponíveis que poderiam existir
como, por exemplo, em um sistema amplificador. Para resolver este exemplo,
vamos supor um valor intermediário ao intervalo antes determinado:
14, 4k − 1,92k
=
R2 = 6, 24k W
2
Através da relação antes determinada entre R1 e R2, temos:
R1 = 6, 74 ⋅ R2 → R1 = 6, 74 ⋅ 6, 2k @ 41,8k W
UNIUBE 125
Por fim, a potência dissipada por um transistor pode ser calculada através dos
valores que definem o ponto de operação, ou seja:
=
PQ VCEQ ⋅ I CQ
126 UNIUBE
Observe que podemos substituir as correntes I´C e IE, ficando apenas em função
da corrente de base. Façamos então.
VCC − I C' ⋅ RC − I B ⋅ RB − VBE − I E ⋅ RE = 0 → VCC − bCC ⋅ I B ⋅ RC − I B ⋅ RB − VBE − bCC I B ⋅ RE = 0
VCC − I B ⋅ RB + bCC ⋅ ( RC + RE ) − VBE =
0
UNIUBE 127
VCC − VBE
IB = (equação 3.1)
RB + bCC ⋅ ( RC + RE )
VCC − VBE
Fixa IB = (I)
RB
VCC − VBE
Estável do emissor IB = (II)
RB + bCC ⋅ RE
VCC − VBE
IB =
RB + bCC ⋅ ( RC + RE )
Com realimentação de tensão (III)
128 UNIUBE
I C b CC ⋅ I B
A corrente de coletor vale: = (equação 3.2)
Exemplo 7
bCC = 400
bCC = 300
bCC = 100
UNIUBE 129
Resolução
a)
Agora, aplicando a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha C-E, temos:
VCC − VRC − VCE − VE = 0 → VCC − I C ⋅ RC − VCE − I C ⋅ RE = 0 → VCE = VCC − I C ⋅ ( RC + RE )
VCE =18 − 3,16m ⋅ ( 3,3k + 1k ) @ 4, 41V
I CQ = 3,16mA
Assim: Ponto Q =
V = 4, 41V
CEQ
b)
Agora, aplicando a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha C-E, temos:
VCC − VRC − VCE − VE = 0 → VCC − I C ⋅ RC − VCE − I C ⋅ RE = 0 → VCE = VCC − I C ⋅ ( RC + RE )
VCE =18 − 2,95m ⋅ ( 3,3k + 1k ) @ 5,32V
I CQ = 2,95mA
Assim: Ponto Q =
VCEQ = 5,32V
130 UNIUBE
c)
Agora, aplicando a lei de Kirchhoff para tensões ao longo da malha C-E, temos:
VCC − VRC − VCE − VE = 0 → VCC − I C ⋅ RC − VCE − I C ⋅ RE = 0 → VCE = VCC − I C ⋅ ( RC + RE )
VCE =18 − 1,92m ⋅ ( 3,3k + 1k ) @ 9, 74V
I CQ = 1,92mA
Assim: Ponto Q =
V = 9, 74V
CEQ
Podemos perceber que na medida em que a influência de RB no denominador
cresce, a variação do ponto de operação também aumenta. Observe que da letra
a) para a letra b) a variação no ponto de operação é bem menor se comparada
à variação que houve da letra a) para a letra c).
Atividade 4
Dado o circuito da Figura 32, determine seu ponto de operação para bCC = 200,
sabendo que, quando bCC = 400, o transistor opera com os seguintes valores: ICQ =
3,56mA e VCEQ = 7,98V.
UNIUBE 131
132 UNIUBE
Lembrando que I=
'
C I C b CC ⋅ I B , a equação fica:
I C + I B , onde I C >> I B , e que =
I C b CC ⋅ I B
= (equação 3.1.2)
Vamos a um exemplo.
UNIUBE 133
Exemplo 8
Resolução
Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões ao longo das malhas B-E e C-E, te-
remos:
VCC − VBE 12 − 0, 7
=IB = → IB @ 7,51m A
RB − bCC ⋅ RC 680k + 250 ⋅ 3,3k
I C = b CC ⋅ I B → I C = 250 ⋅ 7,51m @ 1,88mA
I CQ = 1,88mA
Ponto Q =
V = 5,8V
CEQ
134 UNIUBE
Atividade 5
Resumo
Referência
BOYLESTAD, R. L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2004.
Introdução
Nos capítulos anteriores, vimos que os transistores (TBJ) são deno-
minados bipolares ou de junção. Seu conceito básico é a capacidade
de amplificar sinais elétricos e sua construção básica é feita em três
regiões semicondutoras, que recebem o nome de coletor (C), Emissor
(E) e base (B).
Cada uma das junções se comporta como diodos, mas, quando aplica-
mos corrente em uma determinada entrada, temos um comportamento
diferente, pois podemos obter um aumento ou corte na passagem da
corrente entre os terminais, controlando uma grande quantidade de
corrente e obtendo um baixíssimo consumo.
136 UNIUBE
Diferente dos transistores (TBJ), que utilizam uma corrente elétrica para
controlar a passagem de outra corrente elétrica, as junções de Dreno
(D) e a Fonte (S) permitem a passagem de uma corrente elétrica e a
Porta (G) controla esta passagem por um campo elétrico. Desse modo,
praticamente não existe um consumo de corrente elétrica pela Porta (G).
Bom estudo!
Objetivos
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você
esteja apto(a) a:
Esquema
Transistor de unijunção
4.1 Características básicas
UNIUBE 137
Transistor de unijunção
Comparando com os TBJ, podemos ver que eles têm uma impedância de entrada
altíssima que varia de um a centenas de mega ohms. Estas são mais estáveis
à variação de temperatura, sua amplificação é mais linear, mas a variação de
tensão de saída é menor, portanto os TBJ têm uma sensibilidade muito maior
a sinais injetados.
138 UNIUBE
UNIUBE 139
Emissor(E)
Emissor (E) Emissor (E)
Emissor (E)
P P Estrangulam ento
Estrangulamento
Base
Base11 (B1) Base11 (B1)
Base
Entre a interligação da Base 1 (B1) com a Base 2 (B2) não existe nenhuma jun-
ção para que a corrente atravesse. Assim, temos uma resistência pura, a qual
podemos constatar utilizando as pontas de prova de um multímetro, cujo valor
varia de 4KΩ a 15KΩ.
140 UNIUBE
A segunda é a tensão que existe no ponto entre a ligação do diodo com os dois
resistores, determinada pela relação intrínseca. Essa relação é dada pela jun-
ção entre os dois resistores onde está ligado o diodo. Esta relação intrínseca é
abreviada por “η”. Dessa forma, se a divisão dos resistores for exatamente ao
meio, temos uma relação intrínseca de 0,5. Porém, se a resistência de R1 for
60% e R2 for de 40%, então teremos uma relação intrínseca de 0,6. Para um
transistor unijunção comum, essa relação pode variar entre 0,5 a 0,8.
UNIUBE 141
Exemplo 1
Se aplicarmos 10V entre a Base 1 (B1) e a Base 2 (B2) e a sua relação intrínseca
for de 0,5, então teremos:
0,5 * 10 = 5V
5 + 0,6 = 5,6V
Então, temos que aplicar 5,6V para vencer os dois obstáculos e tornar o uni-
junção condutor.
142 UNIUBE
Exemplo 2
Se aplicarmos 15V entre a Base 1 (B1) e a Base 2 (B2) e a sua relação intrínseca
for de 1, então teremos:
0,6 * 15 = 9V
Mas, a junção:
9 + 0,6 = 9,6V
Então, temos que aplicar 9,6V para vencer os dois obstáculos e tornar o uni-
junção condutor.
Exemplo 3
Calculando a relação:
Exemplo 4
Se aplicarmos 12V entre a Base 1 (B1) e a Base 2 (B2) e a sua tensão de con-
dução for 4V, então teremos:
4V ‑ 0,6 = 3,4V
Calculando a relação:
UNIUBE 143
Exemplo 5
Para uma relação intrínseca de 0,4 e a sua tensão de condução for 6V, então
teremos:
6V ‑ 0,6 = 5,4V
Calculando a relação:
144 UNIUBE
Volts
R1
R3
0 Tem po
Volts Q1 Volts
Carga
Desc arga C1
0
R2
Tem po 0 Tem po
Disparo
UNIUBE 145
F = 1/(R*C)
Exemplo 6
F=1/1
F = 1 Hz
146 UNIUBE
Exemplo 7
F = 1 / 0,01
F = 100 Hz
Exemplo 8
1 / 200Hz = C1 * 100*103
C1 = 0,005 / 100*103
C1 = 50nF
UNIUBE 147
Exemplo 9
1 / 1*103 Hz = C1 * 1*106
C1 = 0,001 / 1*106
C1 = 1nF
Exemplo 10
1 / 900 Hz = 10*10‑9 * R3
R3 = 0,0011 / 10*10‑9
R3 = 111,1KΩ
Esse tipo de oscilador tem uma característica especial: ele não apresenta tanta
variação na frequência do oscilador com a alteração da tensão de alimentação.
Ou seja, se aplicarmos 20% a mais de tensão de alimentação no oscilador, a
sua frequência terá sido alterada em apenas 2%.
O FET tem dois modelos: o Canal N possui um canal feito com semicondutor
tipo N e uma junção P. Quando construímos um FET de Canal P, este é feito
por um material semicondutor tipo P e por uma junção N, o que provoca uma
mudança no seu comportamento.
148 UNIUBE
CANAL N CANAL P
UNIUBE 149
Fonte (S
Fonte (S)
)
Junção
Junção
depleção Canal
Canal
depleção
Porta
Porta (G)
P P
FET
Dreno
Dreno (D)
(D)
Aplicando uma tensão inversa na Porta (G) em relação à Fonte (S), obtemos
um aumento da depleção que reduz o fluxo de corrente pelo canal. A Figura 11
mostra as curvas de um FET, relacionando a tensão injetada na Fonte (S) e a
limitação da corrente que passa pelo canal, de acordo com a tensão na porta
que é dada por (Vgs).
Amper
Vgs = 0V
10
Vgs = -1V
8
Vgs = -2V
6
Vgs = -3V
4
Vgs = -4V
2
Volts
3 6 9 12 15 18 21 24
{
Região Linear
Região Linear Região Ruptura
Região Ruptura
150 UNIUBE
Logo depois, existe o ponto de saturação onde acontece o pinch‑off, que leva
praticamente à estabilização da corrente, não importando qual seja tensão inje-
tada no canal. Dessa forma, também podemos utilizar este transistor como um
regulador de corrente. A última região é a faixa de ruptura, ponto que mostra a
subida repentina da corrente da mesma forma que um diodo ligado reversamente.
Se um FET for de 4mS, isso quer dizer que temos uma relação de 4mA/V. Dessa
forma, para cada variação de 1V na Porta (G), terá uma mudança de 4mA no
canal da Fonte (S) para o Dreno (D).
2. a porta comum é onde a Porta (G) está ligada no comum. A entrada de sinal
está ligada no Dreno (D) e a saída na Fonte (S) com um resistor.
UNIUBE 151
3. o dreno comum (D) fica de uma forma que o dreno está ligado ao comum por
um resistor e entre eles temos o ponto de saída. Assim, o sinal entra pela
Porta (G) e a alimentação pela Fonte (S).
Por causa desse alto valor, esse tipo de amplificador tem uma impedância de
entrada altíssima, a qual se diferencia dos amplificadores com transistores TBJ e,
devido a essa característica, esse amplificador se aproxima das válvulas comuns.
O capacitor C1 é utilizado para permitir que o sinal de áudio passe para a Porta
(G) do FET e não permita sinais contínuos que são prejudiciais à qualidade do
amplificador.
Por sua vez, o capacitor C3 está em paralelo com o R2 da passagem direta para
o sinal de áudio para o terra. O resistor R1 limita a corrente de saída do sinal e o
152 UNIUBE
Lembre-se de que este circuito é um pré-amplificador. Então, temos que ligar a saída
em outra etapa.
Agora, falaremos dos MOSFETs (do inglês, Metal Oxide Semiconductor Field
Effect Transistors), ou “transistores de efeito de campo metal-oxido-semicondutor”.
O MOSFET tem quase as mesmas características do FET quando se encontra
polarizado e quando trabalha sua curva é linear. Mas, ele apresenta algumas
particularidades que, por isso, justificam que esse condutor seja explicado se-
paradamente.
A Figura 14, a seguir, mostra o símbolo adotado para representar os dois prin-
cipais tipos de MOSFET e suas ligações, o Canal N e o Canal P.
UNIUBE 153
CANAL N CANAL P
Sobre o Canal N, temos uma placa finíssima feita com óxido de silício, que
serve como isolante. Assim, origina-se seu nome: transistor de efeito de campo
de óxido metal semicondutor. Sobre o material isolante, há um eletrodo que é
ligado à entrada da Porta (G) por um condutor metálico.
Junção
depleção
Canal
Dreno (D)
N
Substrato
Substrato
Porta (G) SS
N P
Fonte
Fonte(S)
(S)
N
SiO 2
154 UNIUBE
O controle do MOSFET é dado pela injeção de tensão na Porta (G) que influen-
cia na condutibilidade do Canal N, ou seja, se aplicarmos cada vez mais tensão
positiva na Porta (G), atraímos mais elétrons da camada de depleção para o
Canal N, aumentando os portadores e diminuindo a resistência elétrica. Se hou-
ver a injeção de uma tensão negativa na Porta (G), os elétrons do canal serão
repelidos para a camada de depleção, diminuindo os portadores e aumentando
a resistência do Canal N.
PONTO-CHAVE
Para o manuseio de um MOSFET, temos que tomar bastante cuidado com a ener-
gia estática do nosso corpo ou materiais que vão manipular o componente, pois a
alimentação do circuito onde será instalado o componente ou, até do ferro de solda,
pode conter certa carga da rede elétrica. Essas cargas elétricas podem danificar per-
manentemente o transistor, destruindo o isolante de óxido de silício. Ao manusear um
MOSFET, devemos manter todos os seus contatos em curto, para evitar a diferença
de cargas elétricas do canal para a Porta (G) até que ele seja instalado no circuito
permanentemente.
UNIUBE 155
PARADA OBRIGATÓRIA
Antes de prosseguir com seu estudo sobre o assunto, faça um resumo sobre os di-
ferentes tipos de transistores vistos até o momento.
IMPORTANTE!
156 UNIUBE
Normalmente, é utilizado um resistor que faz este arranjo. Ele também costuma
servir como proteção para o circuito e pode variar entre 500KΩ a 10MΩ ou mais.
Esta forma de ligação é uma das poucas que podem ser solucionadas utilizando
o método matemático e gráfico.
Observe a Figura 16. Ela nos mostra um circuito da forma mais simples, caracterís-
tico do circuito com polarização fixa. Seus capacitores, C1 e C2, funcionam como
acoplamento e comportam circuitos abertos para corrente contínua e circuitos em
curto para sinais de baixa impedância, passando apenas o sinal desejado.
UNIUBE 157
Então, podemos afirmar que a corrente que passa pelo resistor R1 IR1 ≈ 0A, se
aplica à lei de ohms. Para descobrirmos a queda de tensão nesse resistor, temos:
R1 * IR1 = VR1
R1 * 0A = VR1
VR1 = 0V
A queda de tensão do resistor é 0V. Por essa análise, podemos retirar o resistor
R1 e ligarmos diretamente a fonte VGG na Porta (G), como mostra a Figura 17,
a seguir:
158 UNIUBE
ID (Am per)
IDSS
¼ IDSS
VGS (Volts)
VP ½ VP
Figura 18: Curva de transferência de Shockley.
Q
IDQ
VGS (Volts)
VP VGS = -VGG
Figura 19: Curva de transferência de Shockley.
A Fonte (S) está ligada diretamente ao terra VS = 0V. Então, podemos afirmar:
VG = VGS
UNIUBE 159
VDS = VD ‑ VS
VDS = VD ‑ 0V
VDS = VD
Amper
160 UNIUBE
Exemplo 11
a) VS = 0V
ID = 12mA 1 ‑ ‑2V
2
‑10V
ID = 12mA (0,8)2
ID = 7,68mA
VR2 = 7,68mA * 1K
VR2 = 7,68V
UNIUBE 161
VD = 20V ‑ 7,68V
VD = 12,32V
Exemplo 12
ID (Am per)
12 IDSS
10
Q 8
IDQ = 7,5mA
6
4
¼ IDSS = 3mA
VGS (Volts) 2
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1
VP ½ VP VGS = -VGG
a) VS = 0V
c) IDQ = 7,5mA
VR2 = 7,5V
162 UNIUBE
VD = 20V ‑ 7,5V
VD = 12,5V
Exemplo 13
a) VS = 0V
1 ‑ ‑2V
2
ID = 6mA
‑9V
ID = 6mA(0,7)2
ID = 2,7mA
UNIUBE 163
VR2 = 2,7mA * 2K
VR2 = 5,33V
VD = 18V ‑ 5,33V
VD = 12,66V
Exemplo 14
Pelo modo gráfico do circuito da Figura 23, conforme mostra a Figura 24:
ID (Am per)
6 IDSS
5
Q 3
IDQ = 2,5mA
2
¼ IDSS = 1,5mA
VGS (Volts) 1
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1
a) VS = 0V
c) IDQ = 2,5mA
164 UNIUBE
VR2 = 5V
VD = 18V ‑ 5V
VD = 13V
Exemplo 15
a) VS = 0V
UNIUBE 165
2
c) ID = IDSS 1 ‑ VGS
Vp
ID = 12mA 1 ‑ ‑2,5V
2
‑15V
ID – 6mA(0,83)2
ID = 8,33mA
VR2 = 14,16V
VD = 25V ‑ 14,16V
VD = 10,83V
Para projetar um circuito com polarização fixa como vimos anteriormente, te-
mos que utilizar duas fontes, dificultando sua construção. Já os circuitos com
polarização por divisor de tensão eliminam a necessidade de duas fontes. Sua
configuração praticamente é igual a de um amplificador que utiliza transistor
TBJ, porém seu análise é bem diferente, partindo do princípio que IG ≈ 0A, para
os FET, mas, com TBJ, o valor de IB pode afetar toda a análise do circuito.
166 UNIUBE
A análise dos resistores para a divisão de tensão pode ser feita separadamente
da forma que a Figura 27 mostra em destaque no círculo pontilhado, por causa
da corrente IG ≈ 0A. Dessa forma, não tem corrente sendo drenada no divisor.
Então, IR1 = IR2. Aplicando-se a regra de divisor de tensão, temos:
VG = R2*Vcc
R1+R2
UNIUBE 167
+ VCC
R1 RD
G
Q1
+ - S
VGS
+ +
R2 VG VRS RS
- -
VG ‑VGS ‑ VRS = 0V
VGS = VG ‑ VRS
VGS = VG ‑ ID*RS
VGS = VG
168 UNIUBE
0V = VG ‑ ID*RS
ID = VG / RS
Com estes dois pontos, podemos traçar uma reta para interceptar a curva de
transferência e obter o ponto Q, que vai definir a corrente ID e a tensão VGS de
operação do FET, como mostra a Figura 28:
ID (Am per)
IDSS
Q
IDQ VGS = 0V
ID = VG / RS
VGS = VG - ID*RS
ID = 0A
VGS = VG
UNIUBE 169
ID (Am per)
IDSS
Exemplo 16
+20V
170 UNIUBE
e ½ VP. Com este ponto, podemos construir a curva resultante, por meio da
equação de Shockley:
ID = ¼ IDSS VGS = ½ VP
Logo após ter construído a curva de transferência, devemos definir a reta que
marca o ponto de operação do FET.
VG = R2*Vcc
R1+R2
320KW*20V
VG =
3MW+320KW
VG = 6AM
3,32MW
VG = 1,92V
VGS = VG ‑ ID*RS
Para ID = 0A:
VGS = 1,92V
0V = 1,92V ‑ ID*1KΩ
ID = 1,92mA
UNIUBE 171
Q 6 IDQ = 4,90mA
4 ¼ IDSS = 3mA
2 ID = 1,92mA
V
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6
VRD = 9,8V
b) VD = VCC ‑ VRD
VD = 20V ‑ 9,8V
VD = 10,2V
VRS = 4,9V
172 UNIUBE
d) VDS = VD ‑ VS
VDS = 5,3V
e) VDG = VD ‑ VG
VDS = 8,28V
Temos que levar em conta que utilizando o método por gráfico, a aproximação
depende da escala.
Exemplo 17
+24V
UNIUBE 173
ID = ¼ IDSS VGS = ½ VP
VG = R2*Vcc
R1+R2
VG = 270KW*24V
2MW+270KW
VG = 6,48M
2,27MW
VG = 2,85V
VGS = VG ‑ ID*RS
Para ID = 0A:
VGS = 2,85V
0V = 2,85V ‑ ID*2KΩ
ID = 1,42mA
174 UNIUBE
Q 4
IDQ = 3mA
3
¼ IDSS = 2mA
2
ID = 1,42mA
1
VGS (Volts)
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 33 4 5 6 7
VRD = 6V
b) VD = VCC ‑ VRD
VD = 24V ‑ 6V
VD = 18V
VRS = 6V
d) VDS = VD ‑ VS
UNIUBE 175
VDS = 18V ‑ 6V
VDS = 12V
e) VDG = VD ‑ VG
VDS = 9.15V
Exemplo 18
+24V
ID = ¼ IDSS VGS = ½ VP
176 UNIUBE
R2*Vcc
VG =
R1+R2
VG = 320KW*24V
1MW+320KW
7,68M
VG =
1,32MW
VG = 5,81V
VGS = VG ‑ ID*RS
Para ID = 0A:
VGS = 5,81V
0V = 5,81V ‑ ID*1KΩ
ID = 5,81mA
UNIUBE 177
ID (Ampe r) 16 IDSS
14
12
10
Q IDQ = 7,8mA
8
6 ID = 5,81mA
4 ¼ IDSS= 4m A
2 V
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7
7,8V = 7,8mA * RD
RD = 1KΩ
b) VD = VCC ‑ VRD
VD = 24V ‑ 7,8V
VD = 16,2V
VRS = 7,8V
d) VDS = VD ‑ VS
178 UNIUBE
VDS = 16,2V
e) VDG = VD ‑ VG
VDS = 10,39V
Exemplo 19
Calcule os valores do circuito da Figura 36. Para isso, construa a curva resultante
da representação da equação de Shockley:
ID = ¼ IDSS VGS = ½ VP
UNIUBE 179
R2*Vcc
VG =
R1+R2
VG = 470KW*12V
1,1MW+470KW
5,64M
VG =
1,57MW
VG = 3,59V
VGS = VG ‑ ID*RS
Para ID = 0A:
VGS = 3,59V
0V = 3,59V ‑ ID*2,2KΩ
ID = 1,63mA
180 UNIUBE
Os valores quiescentes são IDQ = 4,90mA e VGSQ = 3,80V. Dessa forma, podemos
calcular o restante.
VRD = 3,51V
b) VD = VCC ‑ VRD
VD = 12V ‑ 2,45V
VD = 9,54V
VRS = 8,58V
UNIUBE 181
d) VDS = VD ‑ VS
VDS = 0,96V
e) VDG = VD ‑ VG
VDS = 5,59V
Resumo
Neste capítulo tivemos uma visão geral sobre transistores de junção. Conhece-
mos suas principais características e funcionamento, calculamos seus valores,
faixa de trabalho, bem como o comportamento dos osciladores e amplificadores
utilizando esse tipo de transistor. Aprendemos como calculamos circuitos com
polarização fixa e por divisor de tensão, assim como as quedas de tensão e cor-
rentes. Valores para o bom e correto funcionamento de um amplificador de áudio
e sinal de radio frequência. Alguns desses transistores podem ser analisados por
uma equação matemática. Desse modo, vimos como é construído um gráfico
para análise de um FET e como encontrar o ponto quiescente aproximado para
que o transistor trabalhe na sua faixa linear. Este diagrama indica os valores de
corrente e tensão sobre ele para cálculos finais.
182 UNIUBE
Atividades
Atividade 1
Determine os valores para o circuito da Figura 38, pelo modo matemático de
Shockley:
a) VGSQ
b) IDQ
c) VDS
d) VD
e) VG
f) VS
UNIUBE 183
Atividade 2
Com base na Figura 39, a seguir, calcule:
2.1 Para 9V entre a Fonte (S) e o Dreno (D) e a relação intrínseca for de 0,6.
Calcule a tensão de condução no Dreno (G).
2.2 Para 18V entre a Fonte (S) e o Dreno (D) e a tensão de condução for 10V.
Calcule a relação intrínseca.
Atividade 3
Um oscilador utiliza um capacitor de 4,7pF e um resistor de 3MΩ. Calcule a
frequência gerada.
Atividade 4
Para um oscilador de 500Hz e um resistor de 10KΩ, identifique qual é o capa-
citor a ser usado.
Referências
BRAGA. Newton C. Curso prático de eletrônica. 2. ed. São Paulo: Saber, 1995.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4. ed. São Paulo: Markon Books, 2001.