Você está na página 1de 141

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

VANILSON RODRIGUES DE ARAÚJO ALVES

AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE ÀS NORMAS NR 10 E NBR 14039 DAS


SUBESTAÇÕES ABRIGADAS DO CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA -
UFPI

TERESINA
2019
VANILSON RODRIGUES DE ARAÚJO ALVES

AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE ÀS NORMAS NR 10 E NBR 14039 DAS


SUBESTAÇÕES ABRIGADAS DO CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA - UFPI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Elétrica do
Centro de Tecnologia da Universidade Federal
do Piauí, como requisito parcial à obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Bartolomeu Fer-


reira dos Santos Junior.

TERESINA
2019
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
Divisão de Processos Técnicos

A474a Alves, Vanilson Rodrigues de Araújo.


Avaliação de conformidade às normas NR 10 e NBR 14039 das
subestações abrigadas do Campus Ministro Petrônio Portella /
Vanilson Rodrigues de Araújo Alves. – 2019.
140 f.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Piauí,


Centro de Tecnologia, Bacharelado em Engenharia Elétrica,
Teresina, 2019.
“Orientação: Prof. Dr. Bartolomeu Ferreira dos Santos Júnior”

1. Subestações abrigadas. 2. NR 10. 3. NBR 14039.


4. Instalações elétricas. 5. Conformidade. I. Título.

CDD 629.8
VANILSON RODRIGUES DE ARAÚJO ALVES

AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE ÀS NORMAS NR 10 E NBR 14039 DAS


SUBESTAÇÕES ABRIGADAS DO CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA - UFPI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Elétrica do
Centro de Tecnologia da Universidade Federal
do Piauí, como requisito parcial à obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Elétrica.

Aprovada em: 13 de Junho de 2019

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Bartolomeu Ferreira dos Santos


Junior. (Orientador)
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Prof. Dr. Aryfrance Rocha Almeida


Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Prof. Esp. Josildo Lima Portela


Universidade Federal do Piauí (UFPI)
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado saúde, força e perseverança para superar as
dificuldades.
Aos meus pais, pelo amor e carinho incondicional e por terem me ensinado valores,
que me fazem ser quem sou hoje. Também pelo esforço, que não foi pouco, para que eu pudesse
alcançar o sonho de ser engenheiro eletricista.
A minha irmã, Vanessa Rodrigues, pelo carinho e parceria nestes muitos anos
morando juntos, longe dos nossos pais.
Aos todos os meus amigos e colegas de ambiente profissional que fiz durante a
graduação, que fizeram com que o fardo parecesse mais leve, ao compartilhar comigo vivências
e histórias de sucesso e fracasso. Aos "Migos Estudiosos", em especial, aos Ricardo Cruz,
Diógenes Victor e Antônio Galeno, pela parceria e fraternidade.
Aos professores da graduação, com os quais tive a oportunidade de aprender conteú-
dos de engenharia, e entender o tipo de profissional que eu quero, ou não, ser. Aos técnicos de
laboratório pela ajuda e ensinamentos compartilhados.
A engenheira Cristiana de Sousa Leite, da Divisão de Manutenção e Infraestrutura
da UFPI, pela solicitude e paciência durante a coleta de dados para este trabalho.
Ao Prof. Dr. Bartolomeu Ferreira dos Santos Junior, pela orientação e apoio na
elaboração deste trabalho.
“Nobody said it was easy, no one ever said it
would be this hard”
(The Scientist - Coldplay.)
RESUMO

Este trabalho apresenta uma análise e avaliação das instalações elétricas das subestações abrigadas
do campus Ministro Petrônio Portella da Universidade Federal do Piauí, de acordo com o que
expõem as normas NR 10 e NBR 14039. As subestações são avaliadas através da checagem
de uma lista de pontos (checklist), elaborada com base nas normas, visando um diagnóstico da
situação atual das subestações do campus. Com o trabalho foi possível a identificação dos pontos
de não-conformidade, sendo sugeridas adequações necessárias para que se atenda às normas
vigentes. Também é apresentado o projeto de adequação de uma das subestações avaliadas.

Palavras-chave: Subestações abrigadas. NR 10. NBR 14039. Instalações elétricas. Conformi-


dade.
ABSTRACT

This work presents an analysis and evaluation of the electrical installations of the sheltered
substations of the Ministro Petrônio Portella campus of the Federal University of Piauí, in
accordance with the provisions of NR 10 and NBR 14039. The substations are evaluated by
checking a list of points (checklist), elaborated based on the norms, aiming at a diagnosis of the
current situation of the substations of the campus. With this work it was possible to identify the
points of nonconformity, suggesting the necessary adjustments to meet the current standards.
Also is presented the adequacy project of one of the evaluated substations.

Keywords: Sheltered substations. NR 10. NBR 14039. Electrical installations. Conformity.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sistema simplificado de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. 29


Figura 2 – Elementos da entrada de serviço de uma unidade consumidora. . . . . . . . 31
Figura 3 – Vista superior de uma subestação com ramal de entrada subterrâneo. . . . . 32
Figura 4 – Sistema coletor de óleo com barreira corta chamas. . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 5 – Componentes de um cabo unipolar da classe até 35 kV com blindagem de
fios metálicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 6 – Muflas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 7 – Detalhes construtivos dos para-raios de resistor não-linear. . . . . . . . . . . 37
Figura 8 – Buchas de passagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 9 – Isolador do tipo pedestal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 10 – Chave tripolar de abertura em carga ou interruptor seccionador. . . . . . . . 40
Figura 11 – Disjuntores de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 12 – Relé digital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 13 – Transformadores de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 14 – Transformadores de potencial indutivo (grupo 1). . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 15 – Transformadores de corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 16 – Área de circulação nas subestações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 17 – Trajetória de circulação de ar em uma SE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 18 – Luminárias de Emergência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 19 – Vista da subestação Biblioteca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 20 – Vista da subestação Bancos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 21 – Vista da subestação CCE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 22 – Vista da subestação CCE-2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 23 – Vista da subestação CCHL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 24 – Vista da subestação CCN-II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 25 – Vista da subestação CT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 26 – Vista da subestação LIB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 27 – Resultados da aplicação do checklist. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 28 – Resultado da avaliação SE LIB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Figura 29 – Esboço da planta baixa da SE LIB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Figura 30 – Resultado da avaliação SE CCN-II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Figura 31 – Esboço da planta baixa SE CCN-II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Figura 32 – Resultado da avaliação da SE CCE-2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 33 – Esboço da planta baixa SE CCE-2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 34 – Resultado da avaliação da SE Biblioteca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 35 – Esboço da planta baixa SE Biblioteca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 36 – Resultado da avaliação da SE CT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Figura 37 – Esboço da planta baixa SE CT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Figura 38 – Resultado da avaliação da SE CCHL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 39 – Esboço da planta baixa SE CCHL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 40 – Resultado da avaliação da SE CCE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Figura 41 – Esboço da planta baixa SE CCE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Figura 42 – Resultado da avaliação da SE Bancos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 43 – Esboço da planta baixa SE Bancos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Figura 44 – Planta baixa da SE Biblioteca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Figura 45 – Placas de sinalização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Figura 46 – Vista das aberturas de ventilação de SE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Figura 47 – Diagrama de isolinhas de iluminância. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Figura 48 – Diagrama unifilar da subestação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Figura 49 – Parâmetros de rede de distribuição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores dos espaçamentos para instalações internas. . . . . . . . . . . . . . 55


Tabela 2 – Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação
da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor. . . . . . . . . 59
Tabela 3 – Dimensionamento de transformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Tabela 4 – Dimensionamento de condutores do ramal de ligação e ramal de entrada-
13,8kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Tabela 5 – Dimensionamento de condutores (cobre) do ramal de entrada subterrâneo-
13,8kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Tabela 6 – Dimensões de barramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Tabela 7 – Dimensionamento de barramento de cobre de subestações abrigadas . . . . 67
Tabela 8 – Terminais unipolares de média tensão 15k V a 25 kV. . . . . . . . . . . . . 68
Tabela 9 – Dimensionamento de fusíveis HH de média tensão para chaves seccionadoras
de abertura sob carga classe 15 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Tabela 10 – Características constantes para dimensionamento de para-raios . . . . . . . 71
Tabela 11 – Relações nominais para TCs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Tabela 12 – Tabulação dos Resultados da aplicação do checklist . . . . . . . . . . . . . 84
Tabela 13 – Características da carga conectada à SE Biblioteca. . . . . . . . . . . . . . 102
Tabela 14 – Resultado da aplicação do checklist para as oito SEs . . . . . . . . . . . . . 126
Tabela 15 – Checklist adaptado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Tabela 16 – Seção mínima dos condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Tabela 17 – Condutor neutro em circuitos trifásicos a quatro fios. . . . . . . . . . . . . 134
Tabela 18 – Seção mínima do condutor de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Tabela 19 – Temperaturas características dos condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Tabela 20 – Tipos de linhas elétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Tabela 21 – Número de condutores a ser considerados em função do tipo de circuito . . 135
Tabela 22 – Fatores de correção para temperaturas diferentes de (30◦ C) para linhas não
subterrâneas e de (20◦ C) para linhas subterrâneas. . . . . . . . . . . . . . 136
Tabela 23 – Fatores de correção para agrupamento de circuitos ou cabos multipolares . . 136
Tabela 24 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de alumí-
nio com isolação de PVC, à 70 ◦ C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
Tabela 25 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de cobre
com isolação de PVC, à 70 ◦ C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Tabela 26 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de cobre
com isolação de XLPE ou EPR, à 70 ◦ C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Tabela 27 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de alumí-
nio com isolação de XLPE ou EPR, à 70 ◦ C. . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE LIB. . . . . . . . . . . . . . . 86


Quadro 2 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE CCN-II. . . . . . . . . . . . . 89
Quadro 3 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE CCE-2. . . . . . . . . . . . . 91
Quadro 4 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE Biblioteca. . . . . . . . . . . 93
Quadro 5 – Dimensões ísicas mínimas e aeridas da SE CT. . . . . . . . . . . . . . . . 95
Quadro 6 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE CCHL. . . . . . . . . . . . . 97
Quadro 7 – Dimensões mínimas e dimensões aferidas da SE CCE. . . . . . . . . . . . 99
Quadro 8 – Dimensões mínimas e dimensões aferidas da SE Bancos. . . . . . . . . . . 101
Quadro 9 – Ficha técnica do transformador utilizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Quadro 10 – Ficha técnica das muflas terminais utilizadas. . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Quadro 11 – Ficha técnica dos isoladores utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Quadro 12 – Ficha técnica dos para-raios utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Quadro 13 – Ficha técnica do disjuntor de baixa tensão utilizado. . . . . . . . . . . . . 106
Quadro 14 – Ficha técnica do disjuntor de potência utilizado. . . . . . . . . . . . . . . . 108
Quadro 15 – Ficha técnica do TC utilizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Quadro 16 – Ficha técnica do TP utilizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Quadro 17 – Ficha técnica da chave seccionadora utilizada. . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Quadro 18 – Ficha técnica da luminária utilizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Quadro 19 – Ficha técnica da luminária de emergência (aclaramento) utilizada. . . . . . 117
Quadro 20 – Formulário de Vistoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1 Aspectos Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.2.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.2.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.4 Estrutura do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2 NORMAS BRASILEIRAS APLICÁVEIS EM SUBESTAÇÕES ABRI-
GADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1 Norma regulamentadora 10 (NR 10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 NBR 14039 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 NBR 5410 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3 SUBESTAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2 Tipos de subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.1 Classificação quanto ao nível de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.2 Classificação quanto a relação dos níveis de tensão de entrada e saída . . . 27
3.2.3 Classificação quanto ao tipo construtivo dos equipamentos . . . . . . . . . 28
3.2.4 Classificação quanto ao tipo de comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2.5 Classificação quanto ao tipo de instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2.6 Classificação quanto a função no sistema elétrico . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Subestações de consumidor de média tensão . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.1 Partes componentes de uma subestação de consumidor . . . . . . . . . . . 30
3.3.1.1 Entrada de serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.1.2 Ramal de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Equipamentos e acessórios de uma subestação . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.4.1 Subestação em alvenaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.2 Equipamentos de média tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4.2.1 Condutores em média tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4.2.2 Mufla terminal primária ou terminações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4.2.3 Barramentos Primários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4.2.4 Para-raios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4.2.5 Bucha de passagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4.2.6 Isoladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.4.2.7 Chave seccionadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.4.2.8 Disjuntores de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4.2.9 Relés de Proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.4.2.10 Transformadores de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.4.2.11 Transformador de potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4.2.12 Transformador de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.4.3 Equipamentos de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.4.3.1 Cabos de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.4.3.2 Disjuntores de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.4.3.3 Quadros gerais de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4 O PROJETO DE UMA SUBESTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1 Localização da subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1.1 Determinação do centro de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.2 Estudo da carga alimentada pela subestação . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.2.1 Analisador de rede elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2.2 Demanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2.2.1 Fator de demanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2.3 Fator de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.3 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas e de aterramento . . 52
4.3.1 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas . . . . . . . . . . . . . 52
4.3.2 Aterramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.4 Dimensionamento físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4.1 Altura da subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4.2 Porta de acesso principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4.3 Corredores de controle e manobra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.4.4 Dimensões dos postos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.4.4.1 Posto de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.4.4.2 Posto de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.4.4.3 Posto de transformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.5 Sistema de ventilação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.6 Sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.6.1 Iluminação natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.6.2 Iluminação artificial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.6.3 Iluminação de segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.7 Sistemas de proteção contra incêndios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.8 Dimensionamento dos equipamentos e acessórios . . . . . . . . . . . . . 61
4.8.1 Dimensionamento do transformador de Potência . . . . . . . . . . . . . . 61
4.8.2 Dimensionamento do disjuntor de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.8.3 Dimensionamento dos condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.8.3.1 Dimensionamento dos condutores de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . 62
4.8.3.1.1 Seção mínima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.8.3.1.2 Capacidade de condução de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.8.3.1.3 Queda de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.8.3.1.4 Capacidade de condução de corrente de curto-circuito por tempo limitado . 65
4.8.3.2 Dimensionamento dos condutores de média tensão . . . . . . . . . . . . . . 65
4.8.3.3 Dimensionamento do alimentador do QGBT . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.8.3.4 Dimensionamento dos barramentos primários . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.8.4 Dimensionamento das muflas terminais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.8.5 Dimensionamento dos isoladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.8.6 Dimensionamento do disjuntor de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.8.7 Dimensionamento da chave seccionadora de média tensão . . . . . . . . . 69
4.8.8 Dimensionamento dos para-raios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.8.9 Dimensionamento do transformador de corrente . . . . . . . . . . . . . . 71
4.8.10 Dimensionamento dos relés . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.8.10.1 Ajuste da unidade temporizada de fase (51F) . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.8.10.2 Ajuste da unidade instantânea de fase (50F) . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.8.10.3 Ajuste da unidade temporizada do neutro (51N) . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.8.10.4 Ajuste da unidade instantânea do neutro (50N) . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.8.11 Dimensionamento do transformador de potencial . . . . . . . . . . . . . . 75
4.8.12 Dimensionamento do QGBT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5 SUBESTAÇÕES NO CMPP – UFPI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
5.1 Subestação BIBLIOTECA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
5.2 Subestação BANCOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
5.3 Subestação CCE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.4 Subestação CCE-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.5 Subestação CCHL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.6 Subestação CCN-II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
5.7 Subestação CT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
5.8 Subestação LIB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
6 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
6.1 O checklist utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
6.2 O formulário de vistoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
6.3 Procedimento durante as visitas de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
7 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
7.1 Avaliação de conformidade as normas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
7.1.1 Avaliação da subestação LIB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
7.1.2 Avaliação da subestação CCN-II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
7.1.3 Avaliação da subestação CCE-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
7.1.4 Avaliação da subestação Biblioteca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
7.1.5 Avaliação da subestação CT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
7.1.6 Avaliação da subestação CCHL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
7.1.7 Avaliação da subestação CCE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
7.1.8 Avaliação da subestação Bancos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
7.2 Projeto de adequação da subestação Biblioteca . . . . . . . . . . . . . . 102
7.3 Dimensionamento dos equipamentos e acessórios . . . . . . . . . . . . . 103
7.3.1 Dimensionamento do transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
7.3.2 Dimensionamento dos condutores do ramal de entrada subterrâneo . . . . 104
7.3.3 Dimensionamento do barramento primário . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
7.3.4 Dimensionamento das muflas terminais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
7.3.5 Dimensionamento dos isoladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
7.3.6 Dimensionamento dos para-raios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
7.3.7 Dimensionamento do disjuntor de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . 106
7.3.8 Dimensionamento do QGBT e seu alimentador . . . . . . . . . . . . . . . 106
7.3.8.0.1 Seção mínima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
7.3.8.0.2 Capacidade de condução de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
7.3.8.0.3 Queda de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
7.3.8.0.4 Capacidade de condução de corrente de curto-circuito . . . . . . . . . . . . 107
7.3.8.0.5 Escolha do alimentador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
7.3.8.0.6 Escolha do QGBT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
7.3.9 Dimensionamento do disjuntor de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
7.3.10 Dimensionamento do transformador de corrente . . . . . . . . . . . . . . 108
7.3.11 Dimensionamento do transformador de potencial . . . . . . . . . . . . . . 109
7.3.12 Dimensionamento e ajuste do relé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.3.12.0.1 Ajuste da unidade temporizada de fase (51F) . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.3.12.0.2 Ajuste da unidade instantânea de fase (50F) . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.3.12.0.3 Ajuste da unidade temporizada de neutro (51N) . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.3.12.0.4 Ajuste da unidade instantânea de neutro (50N) . . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.3.13 Dimensionamento da chave seccionadora de média tensão . . . . . . . . . 111
7.3.14 Dimensionamento físico da subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
7.3.14.1 Altura da subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
7.3.14.2 Porta de acesso principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
7.3.14.3 Corredor de controle e manobra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
7.3.14.4 Posto de transformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
7.3.14.5 Posto de Proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
7.3.14.6 Posto de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
7.3.14.7 Arranjo físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
7.3.15 O sistema de sinalização e de proteção contra incêndio . . . . . . . . . . . 113
7.3.16 O sistema de ventilação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
7.3.17 O sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
7.3.17.1 Iluminação artificial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
7.3.17.2 Iluminação de emergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
7.3.18 Diagrama unifilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
8 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . 119
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
APÊNDICE A – Formulário de vistoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
APÊNDICE B – Resultado da aplicação do ckecklist . . . . . . . . . . . . 126
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
ANEXO A – Checklist Adaptado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
ANEXO B – Parâmetros de rede de distribuição . . . . . . . . . . . . . . 132
ANEXO C – Tabelas de referência para dimensionamento de cabos de baixa
tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
19

1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos Gerais

Uma Subestação (SE) pode ser definida como uma parte de um sistema elétrico de
potência, concentrada em um determinado local, composta por um conjunto de condutores e
equipamentos com a função de alterar as características da energia elétrica como a tensão e a
corrente, possibilitando a sua distribuição às unidades consumidoras. (SILVA, 2013)
Todos os componentes assim como instalações das subestações devem estar em
estado adequado de funcionamento, com equipamentos operando em suas condições nominais
e instalações dentro dos padrões estabelecidos pelas normas vigentes. Aliando isso à prática
de manutenções corretivas e preventivas pode-se reduzir problemas como a interrupção do
fornecimento de energia elétrica, possibilidades de curto-circuito e explosões, risco de avarias
nos equipamentos, como também aumentar a segurança para os trabalhadores que operam
diretamente na subestação e nas suas proximidades.
As principais normativas brasileiras (NBRs) aplicáveis em subestações abrigadas
são as NBR 5410 e NBR 14039 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que
normatizam respectivamente as instalações elétricas em baixa e média tensão. Como também a
Norma Regulamentadora no 10 (NR-10) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata
da segurança em instalações e serviços em eletricidade.
Neste trabalho o foco é a análise e avaliação das instalações elétricas das subestações
abrigadas do Campus Ministro Petrônio Portella (CMPP) da Universidade Federal do Piauí
(UFPI), de acordo com o que expõem as normas vigentes.
As subestações foram avaliadas através de um checklist, elaborado com base nas
normas visando um diagnóstico da situação atual das SEs do campus. Com a identificação dos
pontos de não-conformidade são sugeridas adequações necessárias para que se atenda às normas
vigentes. Também é apresentado o projeto de adequação de uma das subestações com objetivo
de torná-la mais segura, confiável e adequada as normativas.
20

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O trabalho visa analisar as subestações abrigadas do campus Ministro Petrônio


Portella da Universidade Federal do Piauí, de acordo com o que expõem as normas vigentes e
propor adequações necessárias para o cumprimento das normas.

1.2.2 Objetivos Específicos

O trabalho tem os seguintes objetivos específicos:


• apresentar a situação das instalações elétricas das SEs abrigadas do campus.
• confrontar a situação das instalações das subestações com a regulamentada pela
NR 10 e NBR 14039.
• identificar as não-conformidades e sugerir melhorias para a adequação as normas.
• apresentar um projeto de adequação de uma das subestações com objetivo de
torná-la mais segura, confiável e adequada as normativas.

1.3 Justificativa

O trabalho constitui uma interessante ferramenta de estudo sobre subestações, em


específico, à SEs abrigadas. Dado que traz uma revisão bibliográfica sobre o tema e elenca as
principais normas aplicáveis as subestações abrigadas.
A motivação para o trabalho se deu durante o estágio curricular obrigatório, do autor,
no departamento de manutenção da UFPI, em que percebeu-se a necessidade de um estudo
sobre o conjunto de subestações abrigadas do CMPP. Principalmente quanto seus pontos de
conformidade e não-conformidades às normas vigentes, com ênfase na situação de segurança
para os trabalhadores que as operam nelas diretamente como também ao meio e que estão
inseridas.
Então se faz necessária uma avaliação das instalações do conjunto de subestações
abrigadas do CMPP, visando a identificação dos pontos de não-conformidades com as normas
para adequá-los aos padrões normativos em possíveis futuras atualizações das instalações.
A UFPI também não dispõe de documentação atualizada que identifique as insta-
lações das subestações abrigadas e seus respectivos equipamentos. O trabalho vai contribuir
21

para uma atualização das informações disponíveis sobre as instalações e equipamentos das
subestações do campus.

1.4 Estrutura do Trabalho

A estrutura do trabalho foi dividida em oito capítulos e alguns anexos e apêndices


cujo os conteúdos são detalhados a seguir.
O primeiro capítulo apresenta uma introdução, contendo os aspectos gerais, os
objetivos e a estrutura do trabalho.
O segundo capítulo tem uma revisão normativa citando as principais normas nacio-
nais que regem a adequação das subestações. Esse capítulo aborda o que está especificado na
norma para aspectos elétricos, físicos e de segurança nas instalações.
O terceiro capítulo traz uma revisão bibliográfica dos principais conceitos de uma
subestação. São abordados os tipos, as características, funções e os principais equipamentos que
compõem uma subestação abrigada.
No quarto capítulo são apresentados métodos e cálculos para o correto dimensi-
onamento do arranjo físico e determinação dos equipamentos de uma subestação abrigada,
apresentando um passo-a-passo para ser seguido em um projeto.
O quinto capítulo traz um panorama geral da atual situação das subestações abrigadas
do CMPP da UFPI, especificando suas características e expondo as informações atuais disponíveis
sobre de cada uma delas.
O sexto capítulo explica a metodologia aplicada para a avaliação das instalações das
SEs abrigadas. Nele é apresentada uma lista de pontos a serem avaliados durante a pesquisa de
campo para a identificação dos pontos de não-conformidade às normas.
No sétimo capítulo, são apresentados os resultados das avaliações das instalações
das SEs, bem como pontos que podem ser melhorados e ajustados para maior adequação às
disposições normativas. Neste capítulo é apresentada uma proposta de projeto de adequação da
subestação Biblioteca.
No oitavo capítulo são apresentadas conclusões e observações sobre os resultados do
trabalho assim como sugestões de trabalhos e intervenções futuras.
22

2 NORMAS BRASILEIRAS APLICÁVEIS EM SUBESTAÇÕES ABRIGADAS

Segundo Silva (2013), no que diz respeito as subestações abrigadas, e suas respectivas
instalações elétricas e equipamentos são aplicáveis normas, dentre as quais as principais são:
(a) As Normas Brasileiras elaboradas pela ABNT:
• NBR 5410: instalações elétricas de baixa tensão.
• NBR 14039: instalações elétricas de média tensão de 1 kV a 36,2 kV.
(b) As Normas Regulamentadoras instituídas pelo MTE:
• NR 10: segurança em instalações e serviços em eletricidade. Como tam-
bém as seguintes normas referenciadas pela NR 10, que são de aplicação
recomendada para aspectos específicos, elencadas a seguir:
– NR 6: equipamentos de proteção individuais (EPI).
– NR 17: ergonomia.
– NR 23: proteção conta incêndios.
– NR 26: sinalização de segurança.

2.1 Norma regulamentadora 10 (NR 10)

A Norma Regulamentadora no 10 (NR-10) estabelecida pelo Ministério do Trabalho


e Emprego aborda pontos sobre segurança em instalações elétricas e serviços em eletricidade.
É aplicada nas fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de
projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer
trabalhos realizados nas suas proximidades. (MTE, 2004)

A NR-10 estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a imple-


mentação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade. (MTE, 2004)

O texto da NR-10 estabelece que as empresas são obrigadas a manter os esquemas


unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações
do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.(SANTOS, 2012)
A NR-10 traz em seu texto, no subitem 10.2.8.2, recomendações de medidas de
proteção coletivas que compreendem prioritariamente, conforme estabelecido na norma, a
desenergização elétrica, e quando não for possível, o emprego da tensão de segurança. No
que concerne as medidas de proteção individual a NR-10 estabelece que, caso as medidas de
23

proteção coletivas forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem
ser adotados os equipamentos de proteção individuais adequados as atividades desenvolvidas,
conforme disposto na NR-6.

Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2.,


devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação
das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento
automático de alimentação, bloqueio do religamento automático. (MTE, 2004)

Visando garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, as insta-


lações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas
e inspecionadas com supervisão de um profissional autorizado. Em questões organizacionais
os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de equipamentos e instalações
elétricas devem ser exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente proibido utilizá-los
para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos. (MTE, 2004)
A NR-10 também contempla aspectos que tratam a respeito de iluminação e ergono-
mia estabelecendo que uma iluminação adequada e uma posição de trabalho segura devem ser
garantidas ao trabalhador, conforme estipulado na NR-17. Medidas de proteção contra incêndios
e explosões também são recomendadas pela NR 10, e devem ser aplicadas conforme o disposto
na NR-23.
É apontado na NR-10 que a sinalização de segurança deve obedecer ao disposto
na NR-26, que visa advertir e identificar os ricos existentes as instalações e serviços em ele-
tricidade. De forma a atender, estre outras, a identificação de circuitos elétricos; travamentos
e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; restrições e impedimentos de
acesso; delimitações de áreas; sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos
e de movimentação de cargas; sinalização de impedimento de energização; identificação de
equipamento ou circuito impedido. (MTE, 2004)

2.2 NBR 14039

A NBR 14039 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina os


requisitos mínimos para o projeto e execução de instalações de média tensão com tensão nominal
de 1,0 kV a 36,2 kV, de modo a garantir e continuidade de serviço. Abrangendo as instalações
de geração, distribuição e utilização de energia elétrica prescrevendo as exigências mínimas que
as instalações elétricas de média tensão devem obedecer visando a conservação dos bens e meio
24

ambiente e para que não haja perturbação das instalações vizinhas e danos a pessoas e animais.
(ABNT, 2003)
Segundo Silva (2017), alguns itens da norma podem ser usados para avaliar as
instalações elétricas, no que diz respeito à proteção contra contatos indiretos, à natureza dos
dispositivos de proteção, à proteção contra sobretensão, à identificação dos componentes, à
documentação da instalação e à manutenção e operação das instalações elétricas de média tensão.
As medidas de proteção contra contatos indiretos visam impedir o choque elétrico em
casos em que uma massa condutora da instalação normalmente não energizada, por ocasião de
algum defeito ou mal funcionamento na isolação básica de um componente se torna energizada. A
proteção contra contatos indiretos deve ser garantida pelo aterramento e pela equipotencialização
que tem suas condições especificadas na norma. (ABNT, 2003)
Na proteção contra sobrecorrentes é considerada como proteção geral o dispositivo
entre o ponto de entrada de energia e a origem da instalação em média tensão. Esta proteção
deve atender as condições mínimas descritas nas normas para os casos em que a capacidade
instalada da subestação seja menor ou igual a 300 kVA e os casos em que a potência instalada
seja superior a 300 kVA.
No primeiro caso, a proteção geral na média tensão deve ser realizada por meio de
um disjuntor acionado através de relés secundários com as funções 50 e 51, fase e neutro ou por
meio de uma chave seccionadora e fusível, sendo que, neste caso, adicionalmente, a proteção
geral, na baixa tensão deve ser realizada através de disjuntor. No segundo caso, a proteção geral
na média tensão deve ser realizada exclusivamente por meio de um disjuntor acionado através de
relés secundários com as funções 50 e 51, fase e neutro. (ABNT, 2003)
As instalações elétricas de média tensão devem estar protegidas contra sobretensões
no intuito de não comprometer a segurança das pessoas, nem a integridade das próprias instala-
ções e dos equipamentos. Os condutores vivos também devem ser protegidos contra correntes de
curto-circuito que possam provocar danos, e também devem ser protegidos contra correntes de
sobrecarga. (ABNT, 2003)
A Norma Brasileira 14039 também estabelece que os componentes da instalação
devem estar devidamente identificados, e dispostos em posições que permitam sua devida
identificação, a menos que não haja qualquer possibilidade de confusão.
A NBR 14039 também traz conceitos de manutenção e operação dos equipamentos
visando à segurança dos trabalhadores, do ambiente de trabalho e uma diminuição dos riscos
25

relativos a falhas dos equipamentos devido à falta de manutenção. Também são abordadas na
norma as exigências mínimas de documentação que a execução e um projeto em média tensão
deve conter. (SILVA, 2017)
A NBR 14039 tem seu capítulo 9 voltado para normatização das subestações, mais
especificamente o item 9.2 tem-se os cuidados e procedimentos que devem ser seguidos no
projeto elétrico de uma subestação do tipo abrigada.
De acordo com a norma NBR 14039 as SEs abrigadas necessitam ter característica
de construção definitiva, devem ser de materiais incombustíveis e de estabilidade adequada, com
condições de bem-estar e segurança aos operadores, quando estes se fazem necessários. Devem
estar localizadas em locais que possibilitem o fácil acesso a pessoas, materiais e equipamentos,
para operação e manutenção. Também devem ter de dimensões, ventilação e iluminação (natural
ou artificial) adequadas para operação e manutenção.
As suas instalações devem atender a requisitos de segurança e precisam estar de-
vidamente protegidas contra danos acidentais decorrentes do meio ambiente. A disposição
dos equipamentos deve oferecer condições adequadas de operação, segurança e facilidade de
substituição. Também por questão de segurança são estabelecidas na norma o distanciamento
mínimo entre as partes vivas das instalações.(ABNT, 2003)
A normativa também estabelece que no interior das subestações deve estar dispo-
nível, em local acessível, um esquema geral da instalação. Além disso deve estar devidamente
sinalizada com placas advertindo o “Perigo de morte”, tanto externamente nos possíveis locais de
acesso à SE, e internamente nos possíveis locais de acesso as partes energizadas.(ABNT, 2003)
Na NBR 14039 é normatizado que a iluminação artificial nas SE abrigadas deve
existir e obedecer aos níveis de iluminamento fixados na NBR 5413 (a NBR 5413 foi substituída
pela NBR ISO/CIE 8995-1). Além disso, as subestações abrigadas devem ser providas de
iluminação de segurança com autonomia de duas horas, bem como sistemas de ventilação
(natural, sempre que possível, ou forçada), sendo que as aberturas para a ventilação natural
devem estar convenientemente dispostas para promover a circulação do ar.

2.3 NBR 5410

A NBR 5410 da Associação Brasileira de Normas Técnicas estabelece as condições


a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de
pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens.
26

A norma estabelece os requisitos para um projeto de uma instalação elétrica de baixa


tensão fixando condições que as instalações devem atender.
No seu estudo "Aplicação das normas para a adequação de subestação"Simionato
(2015) dá ênfase na questão dos quadros de distribuição e painéis. Deste enfoque a NBR 5410
faz a seguinte consideração:

Deve ser verificada a estrutura dos quadros e painéis, observando-se seu estado
geral quanto a fixação, integridade mecânica, pintura, corrosão, fechaduras e
dobradiças. Deve ser verificado o estado geral dos condutores e cordoalhas de
aterramento.(ABNT, 2004)

A NBR 5410 também normatiza o dimensionamento dos circuitos de distribuição e


terminais, as proteções contra choques elétricos e contra efeitos térmicos, a escolha, regulagem e
localização dos dispositivos de proteção e dos dispositivos de seccionamento e comando.(ABNT,
2004)
27

3 SUBESTAÇÕES

3.1 Definição

Segundo Mamede Filho (2017), uma subestação é um conjunto de condutores


aparelhos e equipamentos destinados a modificar as características da energia elétrica, permitindo
a sua distribuição aos pontos de consumo em níveis adequados de utilização.
A resolução normativa no 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
define subestação como uma parte do sistema elétrico de potência que compreende os dispositivos
de manobra, controle, proteção, transformação e demais equipamentos, condutores e acessórios,
abrangendo obras civis estruturas de montagem que, de forma geral, são destinados a controlar o
fluxo de potência, realizar proteção do sistema elétrico e modificar as características da energia
elétrica, tensão e corrente, para valores adequados de utilização. (ANEEL, 2010)

3.2 Tipos de subestação

As subestações podem ser classificadas dependendo de vários fatores. Muzy (2012)


traz em seu trabalho “Subestações Elétricas” algumas classificações de acordo com: o nível
de tensão, a relação entre os níveis de entrada e saída, a função no sistema elétrico, o tipo de
instalação, o tipo construtivo de equipamento e o tipo de comando. De maneira geral, elas são
explanadas a seguir:

3.2.1 Classificação quanto ao nível de tensão

Quanto ao nível de tensão as subestações podem ser classificadas como:


• baixa tensão: níveis de tensão até 1 kV.
• média tensão: níveis de tensão entre 1 kV e 34,5 kV.
• alta tensão: níveis de tensão entre 34,5 kV e 230 kV.
• extra-alta tensão: níveis maiores que 230 kV.

3.2.2 Classificação quanto a relação dos níveis de tensão de entrada e saída

Quanto a relação dos níveis de tensão de entrada e saída, as subestações podem ser
classificadas em: de manobra, abaixadora e elevadora.
As subestações de manobra são aquelas que realizam o seccionamento ou manobra
28

dos circuitos elétricos, elas são responsáveis por isolar uma parte do sistema para manutenção
de linhas, evitar a propagação do defeito ou controlar o fluxo de potência. As SEs abaixadoras
geralmente são localizadas próximas ao centro de carga e são responsáveis pela diminuição dos
níveis de tensão para atender a distribuição. Já as SEs elevadoras ficam localizadas próximas à
geração, e cabem a elas a elevação dos valores de tensão para serem distribuídos ao longo das
linhas. (FRANÇA, 2012)

3.2.3 Classificação quanto ao tipo construtivo dos equipamentos

Considerando o tipo construtivo de equipamentos as subestações podem ser classifi-


cadas em: convencionais e em cabine metálica (ou blindada).
As subestações convencionais são instaladas a céu aberto e têm o ar como meio
isolante entre os diversos equipamentos. As subestações de cabine metálica (ou blindada)
têm estrutura mais compacta, e contam com um meio isolante diferente do ar, uma alternativa
encontrada foi o gás hexafluoreto de enxofre (SF6 ).

3.2.4 Classificação quanto ao tipo de comando

Quando considerado o tipo de comando, as subestações podem ser classificadas em:


com operador, semi-automatizadas, e automatizadas.
As subestações com operador necessitam de um operador no local para seu funci-
onamento. As subestações semi-automatizadas também possuem operador local, no entanto,
existem computadores ou intertravamentos eletromecânicos que impedem operações indevidas.
Já as SEs automatizadas são supervisionadas à distância por intermédio de computadores.

3.2.5 Classificação quanto ao tipo de instalação

Considerando o tipo de instalação as subestações podem ser classificadas como: ao


tempo (ou externas), abrigadas (ou internas), blindadas.
As subestações ao tempo (ou externas) são aquelas que ficam ao ar livre, sujeitas as
intempéries. As subestações abrigadas (ou internas) são aquelas construídas em locais abrigados,
ou seja, não expostas ao tempo. As configurações em que todos os equipamentos de alta/média
tensão da SEs estão protegidos por invólucros metálicos são classificadas como blindadas.
(FRANÇA, 2012)
29

3.2.6 Classificação quanto a função no sistema elétrico

Mamede Filho (2017) no seu livro "Instalações Elétricas Industriais"diz que, em


termos gerais, as subestações podem ser classificadas como:
• subestação central de transmissão: é construída próximas as usinas produtoras
de energia elétrica. Tem por finalidade elevar o nível de tensão fornecido pelos
geradores para transmitir a potência gerada aos grandes centros de consumo.
• subestação receptora de transmissão: é construída próximo aos grandes blocos
de carga e está conectada, através da linha de transmissão, à subestação central
de transmissão ou à outra SEs intermediária.
• subestação de subtransmissão: é alimentada pela SEs receptora e é responsável
por suprir diretamente os transformadores de distribuição e a subestações de
consumidor. Geralmente, é construída no centro do bloco de carga e dela se
originam os alimentadores de distribuição primários.
• subestação de consumidor: é responsável por suprir os pontos finais de con-
sumo. Elas são construídas em propriedade particular, sendo supridas pelos
alimentadores de distribuição primários.
A figura 1 mostra um esquema simplificado de geração, transmissão e distribuição
de energia elétrica destacando a posição de cada tipo de subestação.

Figura 1 – Sistema simplificado de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Fonte – Mamede Filho (2017).


30

3.3 Subestações de consumidor de média tensão

As SEs de consumidor de média tensão são aplicadas a pequenas e médias indústrias


cuja a demanda máxima não supere o valor normatizado pela ANEEL.(MAMEDE FILHO,
2017). Que estabelece que os consumidores devem ser supridos em média tensão quando a carga
instalada for superior a 75 kW, e a demanda a ser contratada para o fornecimento, for igual ou
inferior a 2500 kW. (ANEEL, 2010)

3.3.1 Partes componentes de uma subestação de consumidor

Segundo Mamede Filho (2017), em geral as SE de consumidor de média tensão


apresentam os seguintes componentes:

3.3.1.1 Entrada de serviço

Compreende o trecho do circuito entre o ponto de derivação da rede de distribuição


pública e os terminais da medição. Ela é composta pelo ponto de ligação, ramal de ligação e
ponto de entrega. Na figura 2, o ponto de ligação é identificado pelo ponto A, o ponto de entrega
corresponde ao ponto B e o ramal de ligação é o trecho compreendido entre os pontos A e B.
O ponto de ligação é o ponto de onde deriva o ramal de ligação que, por sua vez,
conforme definido na Resolução 414 da ANEEL (2010) é "o conjunto de condutores e acessórios
instalados pela distribuidora entre o ponto de derivação de sua rede e o ponto de entrega".
Mamede Filho (2017) resalta que o ramal de ligação é o trecho do circuito aéreo, e não deve ser
confundido com um trecho de circuito subterrâneo, que, caso existente, é denominado ramal de
entrada subterrâneo.
O ponto de entrega é a conexão do sistema elétrico da distribuidora com a unidade
consumidora, situa-se no limite da via pública com a propriedade onde esteja localizada a unidade
consumidora, salvo exceções previstas na Resolução 414 da ANEEL. (ANEEL, 2010)

3.3.1.2 Ramal de entrada

Conforme definido na Resolução 414 da ANEEL (2010), o ramal de entrada é o


"conjunto de condutores e acessórios instalados pelo consumidor entre o ponto de entrega e a
medição ou a proteção de suas instalações".
31

Figura 2 – Elementos da entrada de serviço de uma unidade consumidora.

Fonte – Mamede Filho (2017).

Segundo Mamede Filho (2017) o ramal de entrada pode ser definido diferentemente,
em função do tipo de subestação. O ramal de entrada aéreo é aquele constituído de condutores
nus suspensos em estruturas para instalações aéreas. Já o ramal de entrada subterrâneo é aquele
constituído de condutores isolados, instalados dentro de um duto, ou diretamente enterrados no
solo.

3.4 Equipamentos e acessórios de uma subestação

Os equipamentos e acessórios de uma subestação podem ser divididos, de acordo


com o seu nível de tensão, em dois grupos: equipamentos de média e alta tensão, e equipamentos
de baixa tensão.
Em uma subestação de consumidor de média tensão os equipamentos de média/alta
tensão são os transformadores, disjuntores de potência, chaves seccionadoras, isoladores, muflas,
para-raios, condutores de média tensão. Para a baixa tensão os equipamentos são os quadros
gerais de baixa tensão (QGBT), os disjuntores e condutores de baixa tensão. (SILVA, 2013)
32

3.4.1 Subestação em alvenaria

Segundo Mamede Filho (2017) as subestações em alvenaria são o tipo mais co-
mum de subestação industrial. Elas são divididas em compartimentos, mostrados na figura 3,
denominados pontos ou cabines, cada um com uma função definida sendo eles:
• posto de medição primária: é aquele destinado aos equipamentos auxiliares
da medição, como transformadores de corrente e de potencial. Esse posto
é de uso exclusivo da concessionária devendo estar devidamente lacrado, de
modo a não permitir acesso de pessoas estranhas a companhia fornecedora. As
normas de fornecimento das concessionárias estabelecem os padrões dos suportes
necessários para os equipamentos de medição.
• posto de proteção primária: é destinado a instalação das chaves seccionadoras,
fusíveis ou disjuntores responsáveis pela proteção geral e seccionamento da
instalação.
• posto de transformação: é aquele destinado a instalação dos transformadores de
força, podendo ou não conter equipamentos de proteção individual.
Para subestações com potência instalada superior a 500 kVA, em liquido isolante
inflamável devem ser construídos mecanismos com objetivo de limitar a quantidade de óleo a ser
queimado, em um eventual caso de incêndio.

Figura 3 – Vista superior de uma subestação com ramal de entrada subterrâneo.

Fonte – Adaptado de Mamede Filho (2017)


.
33

Nesse caso devem ser construídas barreiras incombustíveis entre os transformadores e


demais aparelhos assim como dispositivos adequados para drenar ou conter o líquido proveniente
de um eventual rompimento de um tanque. (MAMEDE FILHO, 2017)
A figura 4, mostra o esquema de sistema básico de coletor de óleo com barreira corta
chamas.

Figura 4 – Sistema coletor de óleo com barreira corta chamas.

Fonte – Mamede Filho (2017)


.

O sistema corta fogo deve ser construído com material incombustível e resistente a
elevadas temperaturas. Os dutos de escoamento devem ser de ferro galvanizado ter 75 mm de
diâmetro. Quanto ao recipiente de coleta de óleo deve ter uma área plana igual a seção transversal
do transformador, ou ter dimensões reduzidas, nesse caso, deve haver um declive minimo de
10% no piso, no sentido do recipiente, a fim de coletar o óleo em caso de rompimento. O tanque
ser capaz de armazenar todo o volume de óleo contido no transformador. Quando existirem mais
de um transformador, pode-se construir apenas um tanque, sendo que ele deve estar ligado aos
recipientes de coleta de óleo através de sistemas corta-chamas. (MAMEDE FILHO, 2017)
34

3.4.2 Equipamentos de média tensão

3.4.2.1 Condutores em média tensão

A maioria das instalações industriais emprega o cobre como elemento condutor dos
fios e cabos elétricos. Os fios e cabos são isolados com diferentes tipos de compostos isolantes
sendo os mais empregados o PVC (cloreto de polivinila), o EPR (etilenopropileno) e o XLPE
(polietileno reticulado). (MAMEDE FILHO, 2017)
Os cabos de média tensão podem ser instalados de várias maneiras, conforme
estabelecido no item 6.2.5.1 da NBR 140139. (ABNT, 2003) Para um dimensionamento correto
do cabo devem ser considerados fatores de correção: por temperatura ambiente, por agrupamento,
por resistividade térmica do solo (para os cabos enterrados) e pelo método escolhido para a
instalação. (SILVA, 2013)
Nas instalações elétricas das subestações de consumidor de média tensão a utilização
de condutores primários (tensão superior a 1kV) se dá, basicamente, no ramal subterrâneo que
interliga a rede de média tensão com a subestação consumidora.
Para a faixa de média tensão, os cabos devem possuir uma blindagem que é de
fundamental importância para a uniformização das linhas de campo elétrico. (MAMEDE FILHO,
2013). Na figura 5 são mostrados os componentes de um cabo unipolar, ilustrando a aplicação
da blindagem.

Figura 5 – Componentes de um cabo unipolar da classe até 35 kV com blindagem de fios


metálicos.

Fonte – Mamede Filho (2013).


35

3.4.2.2 Mufla terminal primária ou terminações

Segundo Mamede Filho (2013), uma mufla terminal primária ou terminação é um


dispositivo destinado a restabelecer as condições de isolação da extremidade de um condutor
isolado quando este é conectado a um condutor nu, amenizando os campos elétricos gerados
nessas transições.
Há no mercado uma grande variedade de muflas, as mais antigas e tradicionais
são as de corpo de porcelana vitrificada com enchimento de composto elastomérico. Esse
tipo de mufla pode ser singelo ou trifásico. O primeiro destina-se as terminações dos cabos
unipolares, já o segundo é destinado às terminações em cabos tripolares. Atualmente as muflas
de material contrátil quente ou frio são uma alternativa viável de substituição das terminações
tradicionais, visto a simplicidade da emenda e facilidade de execução e compatibilidade de
preços. (MAMEDE FILHO, 2013)
O conjunto de figuras 6, mostra, em 6a e 6b, a vista externa de uma mufla de
porcelana e de uma termocontrátil, respectivamente.

Figura 6 – Muflas

(a) Mufla terminal de porcelana. (b) Mufla termocontrátil.

Fonte – Mamede Filho (2013).

Sempre que ocorrer uma transição do tipo de isolamento é aplicada a utilização de


muflas. (SILVA, 2013) No caso das subestações abrigadas são usadas nos cabos de entrada e saída
e na conexão direta entre os condutores e equipamentos, tais como disjuntores, transformadores
e chaves. (MAMEDE FILHO, 2013)
36

3.4.2.3 Barramentos Primários

Segundo Mamede Filho (2017), os barramentos são elementos de seção transversal,


geralmente de formato retangular ou circular, instalados no interior de quadros de comando ou
em subestações abrigadas, blindadas e ao tempo com a finalidade de coletar as correntes que
chegam da fonte e distribuí-las aos diversos alimentadores a eles conectados.
Os barramentos primários são equipamentos que fazem conexão entre os cubículos
pertencentes da subestação, com a função de transportar potência. Eles podem ser construídos
em barras de seção retangular de cobre ou em vergalhão de cobre. (SILVA, 2013)

3.4.2.4 Para-raios

Os para-raios são equipamentos que tem a função de proteger os sistemas elétricos


no caso de ocorrência de surtos de tensão, devido à descargas atmosféricas ou por manobras na
rede.
Seu funcionamento é bem simples, a partir de um determinado valor de sobretensão
no sistema elétrico, o para-raio passa a se comportar como um condutor, descarregando parte da
corrente para a terra. (SILVA, 2013)
Em uma subestação abrigada com entrada aérea, normalmente os para-raios são
instalados na parte externa da edificação, logo na entrada da linha, junto às buchas de passagem
de média tensão. Em caso de entrada subterrânea, em geral, são instalados os pára-raios junto às
muflas de entrada da subestação. (SILVA, 2013)
A figura 7, mostra o interior de um para-raio a resistor não-linear, detalhando suas
principais partes componentes.
A proteção dos equipamentos elétricos contra descargas elétricas pelos acontece
graças as propriedades de não linearidade dos componentes dos quais são fabricados. Atualmente
existem dois elementos de características não-lineares dos quais são constituídos os para-raios: o
carbonato de silício (SiC) e o óxido de zinco (ZnO). (MAMEDE FILHO, 2013)
Para o dimensionamento e especificação de um conjunto de para-raios é necessário
conhecer as seguintes informações como: tensão nominal, corrente de descarga, tipo construtivo,
frequência nominal, tensão máxima disruptiva sob impulso atmosférico e de manobra, máxima
tensão residual de descarga e o método de instalação. (SILVA, 2013)
37

Figura 7 – Detalhes construtivos dos para-raios de resistor não-linear.

Fonte – Mamede Filho (2013).

3.4.2.5 Bucha de passagem

As buchas de passagem são elementos isolantes instalados em cubículos metálicos


ou de alvenaria, ou em equipamentos diversos. Cuja finalidade é permitir a passagem de um
circuito de um ambiente para outro. (MAMEDE FILHO, 2013)
Elas devem ser capazes de transportar as correntes dos equipamentos, em regime nor-
mal e de sobrecarga, de manter a isolação, tanto para tensões normais quanto para sobretensões,
e de resistir a esforços mecânicos. (D’AJUZ et al., 1985)
De acordo com Mamede Filho (2013), as bucha de passagem podem ser classificadas
quanto ao seu tipo de instalação e à sua construção.
Quanto a instalação elas podem ser para o uso exterior, interior e exterior-interior.
As buchas de passagem para uso exterior, exemplificada na figura 8a, são as aquelas que os
dois terminais estão expostos ao meio exterior. Quando seus dois terminais estão em ambiente
abrigado são chamadas de buchas para uso interior, exemplificadas na figura 8b. São denominadas
buchas de passagem para meio interior-exterior aquelas que um dos terminais etá exposto ao
tempo, enquanto o outro está em meio abrigado, conforme mostra a figura 8c. (MAMEDE
38

FILHO, 2013)

Figura 8 – Buchas de passagem

(a) Bucha de passagem para uso exterior. (b) Bucha de passagem para uso interior.

(c) Bucha de passagem para uso interior-


exterior.

Fonte – Fonte: Mamede Filho (2013).

Na classificação quanto à construção, aquelas feitas com finalidade de assegurar


a distribuição uniforme das linhas de campo elétrico são chamadas de buchas de passagem
condensivas. Aquelas que não dispõem de elementos para distribuir as linhas de força do campo
elétrico são chamadas de buchas de passagem sem controle de campo elétrico, elas constituem a
maioria das buchas de média tensão utilizadas em subestações industriais e em equipamentos.
(MAMEDE FILHO, 2013)
Para a especificação de uma bucha de passagem, são necessárias as seguintes in-
formações: tensão nominal, tensão suportável a seco e sob chuva, nível básico de impulso e o
método de instalação. (ABNT, 1889)

3.4.2.6 Isoladores

Os isoladores são elementos sólidos com propriedades mecânicas capazes de suportar


os esforços produzidos pelos condutores, e características elétricas que o permitem exercer a
função de isolar condutores, quando submetidos a uma diferença de potencial em relação à terra
39

ou em relação a outro condutor de fase. (MAMEDE FILHO, 2013)


Existem diversos tipos e classificações de isoladores, como, por exemplo, classifica-
ção por características construtivas (isolador de porcelana e de vidro temperado), classificação
pelas propriedades elétricas e mecânicas (isolador roldana, de pino, de disco, de apoio).
Nas subestações, os isoladores têm a função de suportar e interligar os condutores
elétricos de um cubículo para o outro. Aqueles que são utilizados como suporte dos barramentos,
na isolação das chaves seccionadoras e como apoio das lâminas condutoras são denominados
isoladores de apoio. As subestações abrigadas usam comumente os isoladores de apoio do tipo
pedestal em porcelana vitrificada, conforme mostrado na figura 9. (MAMEDE FILHO, 2013)

Figura 9 – Isolador do tipo pedestal.

(a) Isolador do tipo pedestal (b) Isolador do tipo pedestal


para uso interno. para uso externo.

Fonte – Adaptado de Mamede Filho (2013).

3.4.2.7 Chave seccionadora

As chaves seccionadoras, por definição são dispositivos mecânicos destinados à


proteger de sobrecorrentes os circuitos primários. Elas têm a capacidade de, ao abrir os fechar
seus contatos, interromper ou estabelecer dois circuitos de um sistema elétrico.
Em condições normais, com seus contatos fechados, elas devem manter a condução
de sua corrente nominal, sem sobreaquecimento. Basicamente a seccionadora é uma extensão do
condutor, que se desloca quando acionado, abrindo e fechando através dos contatos fixo e móvel.
Normalmente em média tensão seu controle é manual através de alavanca ou bastão. (BONFIM,
40

2016)
No contexto de subestações, elas são, de modo geral, instaladas à montante do
disjuntor, a fim de permitir manobras nos circuitos elétricos com ou sem carga, e isolar os demais
equipamentos instalados na subestação. (SILVA, 2013)
As chaves seccionadoras podem ser constituídas de um polo (unipolar) ou três polos
(tripolar). Para o segundo tipo, o mecanismo de abertura deve ser simultâneo para os três polos.
Existem vários tipos de abertura das seccionadoras, como lateral simples, central, vertical, etc.
Para a escolha do tipo de abertura deve-se considerar a função exercida e as condições de onde
será instalada a seccionadora. (MAMEDE FILHO, 2013).
A figura 10, mostra uma chave tripolar com abertura em carga.

Figura 10 – Chave tripolar de abertura em carga ou interruptor seccionador.

Fonte – Mamede Filho (2013).

Segundo Mamede Filho (2013), as chaves seccionadoras podem ser divididas em:
chaves para uso interno, e para uso externo. O primeiro tipo é destinado à operação de subestações
de consumidor abrigadas, de pequeno e médio porte. Já as de uso externo são destinadas à
operação em redes de distribuição, ou ainda em subestações de instalação externa.
Segundo D’Ajuz et al. (1985) as chaves podem ser classificadas de acordo com
as funções que desempenham nas subestações em: seccionadoras, chaves terra, chaves de
operação em carga e chaves de aterramento rápido. As seccionadoras podem operar quando
41

forem insignificantes as correntes ou a variação de tensão entre seus terminais e têm a função de
isolar equipamentos, manobrar circuitos e servir de by-pass. As chaves terra são destinadas à
aterrar os componentes do sistema de manutenção. As chaves de operação em carga destinam-se
a abrir ou fechar determinados circuitos em carga. As chaves de aterramento rápido são de
aplicação rara nas redes, sendo destinadas à aterrar de forma rápida os componentes energizados
do sistema em situação de sinistro.
Para o dimensionamento e especificação de uma chave seccionadora, é preciso
conhecer os valores de tensão e corrente nominal, frequência nominal, tipo de operação, valores
suportáveis de correntes de curta duração tanto para efeito térmico como dinâmico, nível básico
de impulso e o tipo de acionamento. (ABNT, 2001)

3.4.2.8 Disjuntores de Potência

Os disjuntores são equipamentos destinados à interrupção e restabelecimento das


correntes elétricas num determinado ponto do circuito. Sua instalação deve ser acompanhada dos
respectivos relés, que são elementos responsáveis pela detecção das correntes, tensões, potência,
etc. do circuito, que será discutido na secção 3.4.2.9. (MAMEDE FILHO, 2013)
A função principal dos disjuntores é a interrupção de correntes de falta tão rapida-
mente quanto possível, de forma a minimizar os possíveis danos causados aos equipamentos
pelos curto-circuitos. (D’AJUZ et al., 1985)
Segundo Mamede Filho (2013), os disjuntores podem ser classificados quanto ao
sistema que utilizam para interrupção do arco elétrico sendo classificados como: disjuntores
a óleo, que podem ser de grande ou pequeno volume, disjuntores a ar, disjuntores a vácuo e
disjuntores a SF6 . Quanto ao sistema de acionamento, os disjuntores podem ser manuais ou por
sistemas à distância. Alguns sistemas de acionamento são: mola, solenoide, ar comprimido,
e hidráulico. A figura 11 mostra em 11a e 11b, respectivamente, um disjuntor a PVO e um
disjuntor à vácuo.
Segundo (MAMEDE FILHO, 2013), para a especificação e dimensionamento de um
disjuntor de potência é preciso conhecer os valores de tensão, corrente e frequência nominais,
correntes e potências de interrupção, tempo de interrupção, tensão suportável de impulso e tipos
de construção e comando.
42

Figura 11 – Disjuntores de potência.

(a) Disjuntor a pequeno volume de óleo. (b) Disjuntor a vácuo.

Fonte – (a) Mamede Filho (2013) e (b) Redes Compactas material elétrico, disponível em:
https://postescuritiba.com.br/produto/disjuntor-a-vacuo/, acesso março de 2019.

3.4.2.9 Relés de Proteção

Os relés de proteção são equipamentos que têm como objetivo coordenar e atuar
nos outros dispositivos de proteção, como, disjuntores e chaves seccionadoras. Eles possuem
características que diferenciam uma situação de operação normal ou anormal. Caso seja detectada
alguma anomalia no circuito (sobrecarga, curto-circuito, subtensão, etc.), que possa danificar os
equipamentos dentro de uma subestação, os relés têm a função de interromper esse circuito de
uma forma segura e rápida.(SILVA, 2013)
Existe uma variedade grande de relés e a escolha do tipo a ser utilizado depende
sistema em que será instalado. De acordo com sua forma construtiva, eles podem ser classifi-
cados como: eletromagnéticos, eletrodinâmicos, de indução, térmicos, eletrônicos e digitais.
Atualmente os relés digitais, exemplificado na figura 12, vêm sendo amplamente utilizados em
projetos de sistemas de potência por apresentarem uma maior confiabilidade e coordenação do
sistema de proteção. (SILVA, 2013)
O relé de sobrecorrente, que é um tipo de relé comumente encontrado em SE de
consumidor de média tensão atua, de maneira instantânea ou temporizada, para correntes acima
de um valor pré-ajustado no equipamento. Uma vez a sobrecorrente detectada, um sinal é enviado
para o disjuntor, para que ele abra. (STROBEL, 2013)
43

Figura 12 – Relé digital.

Fonte – Schweitzer Engineering Laboratories (SEL), disponível em: https://selinc.com/pt/products/700G/, acesso


em março de 2019.

Antigamente a funcionalidade do relé de sobrecorrente era obtida por um processo


eletromecânico, através de um circuito eletromagnético chamando relé primário. Atualmente,
tal pratica é proibida e só é vista em instalações mais antigas, sendo que agora, os circuitos
utilizados para esse tipo de monitoramento são digitais ou eletrônicos. (STROBEL, 2013)
De acordo com a NBR 14039, a proteção de sobrecorrente instantânea e temporizada
deve ser garantida em qualquer sistema elétrico. O relé digital possui várias funções, entre elas,
as de proteção de sobrecorrente instantânea e temporizada, função 50 e 51, fase e neutro. Existem
outras funções de proteção que podem vir a serem utilizadas, tais como: diferencial, direcional,
distância, sincronismo, sobretensão, subtensão, etc., no entanto, depende de das necessidades e
condições do sistema.(SILVA, 2013)

3.4.2.10 Transformadores de Potência

Os transformadores de potência são equipamentos de operação estática, que, por


meio de indução eletromagnética, transferem energia de um circuito (chamado primário) para
outro (chamado secundário), em mesma frequência, porém, em tensões e correntes diferentes.
(MAMEDE FILHO, 2013)
Em uma subestação abaixadora, o transformador tem a função de transformar a
tensão primária de média tensão em tensões menores compatíveis para alimentar os equipamentos
instalados, sem que haja alteração na frequência. (SILVA, 2013)
Existem diversos tipos e classificações para os transformadores de potência. De
acordo com Mamede Filho (2013), eles podem ser classificados quanto ao número de fases
(monofásico, trifásicos), ao tipo de ligação (triângulo, estrela e zigue-zague), quanto ao meio
isolante (a seco e em líquido isolante).
44

Quanto ao meio isolante os transformadores podem ser classificados em à seco


e em líquido isolante. Os transformadores em líquido isolante, exemplificado na figura 13a,
são empregados, geralmente, em sistemas de distribuição e em plantas industriais, os líquidos
isolantes usados são o óleo mineral ou o silicone, que têm baixa viscosidade e são destinados à
refrigeração do transformador. Já os transformadores a seco, exemplificados na figura 13b, tem o
custo mais elevado em comparação com os em líquido isolante. Eles são geralmente utilizados
em instalações onde há o perigo iminente de incêndio, ou que requeiram um maior nível de
segurança contra explosões. (MAMEDE FILHO, 2013)

Figura 13 – Transformadores de potência

(a) Transformador de liquido


isolante (óleo mineral ou si- (b) Transformador de potência
licone) trifásico. trifásico a seco.

Fonte – Larroyd Trasnformadores, disponível em: http://larroyd.com.br/portfolio-item/transformador-a-oleo/,


acesso março de 2019.

Segundo D’Ajuz et al. (1985), na especificação dos transformadores, os seguintes


aspectos devem ser considerados: os níveis de tensão de transformação, a potência a ser transfe-
rida, as faixas de variação das tensões, as faixas aceitáveis de impedância, as sobretensões, os
níveis de curto circuito, e as características ambientais e do sistema.

3.4.2.11 Transformador de potencial

Os transformadores de potencial (TPs) são equipamentos que permitem os instru-


mentos de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário produzir
uma tensão de isolamento de acordo com a rede à qual estão ligados.(MAMEDE FILHO, 2013)
Os TPs têm a função de isolar o circuito de baixa tensão (secundário) do circuito de alta tensão
(primário) e reduzir a tensão do circuito primário para uma tensão secundária compatível com os

instrumentos de medição e proteção, padronizada em 115 V ou 115 3. (SILVA, 2013)
45

O TPs são empregados indistintamente nos sistemas de medição e proteção de


energia elétrica, sendo utilizados para suprir equipamentos que apresentam alta impedância, tais
como voltímetros, relés de tensão, bobinas de tensão de medidores de energia, etc. Geralmente
são instalados junto aos transformadores de corrente. (MAMEDE FILHO, 2013)
Para a aplicação em sistemas de potência eles podem ser classificados em dois tipos
básicos: transformadores de potencial indutivos (TPI), transformadores de potencial capacitivo
(TPC).(D’AJUZ et al., 1985)
Os transformadores de potencial são fabricados conforme o grupo de ligação re-
querido, as tensões (primária e secundária) necessárias e com o tipo de instalação.(MAMEDE
FILHO, 2013).
Segundo Silva (2013), para o dimensionamento e especificação de um TP, e cumprir
a normativa vigente, é preciso conhecer: os valores de tensão nominal primária e secundária, o
nível básico de impulso, a classe de exatidão e a carga nominal.
O conjunto de figuras 14, mostra em 14a e 14b, transformadores de potencial, do
tipo indutivo, em óleo mineral e com isolação a seco, respectivamente.

Figura 14 – Transformadores de potencial indutivo (grupo 1).

(a) TPI do grupo 1, em óleo mi- (b) TPI do grupo 1, com isola-
neral. ção a seco.

Fonte – Mamede Filho (2013).

3.4.2.12 Transformador de corrente

Os transformadores de corrente (TCs) são equipamentos que permitem os instru-


mentos de medição e proteção do sistema elétrico funcionarem adequadamente sem que seja
necessário possuírem correntes nominais de acordo com a corrente de carga do circuito em que
estão ligados. (MAMEDE FILHO, 2013)
46

Os TCs suprem os relés e medidores com quantidades de corrente proporcionais aos


circuitos de potência, mas suficientemente reduzidas, de forma que estes instrumentos podem
ser fabricados relativamente pequenos, do ponto de vista do isolamento, por essa razão os TCs
juntamente com os TPs, apresentados na seção 3.4.2.11, são chamados de transformadores de
instrumentos. (D’AJUZ et al., 1985)
Na sua forma mais simples os TCs possuem um primário, geralmente com poucas
espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal transformada é de normalmente 5 A.
(MAMEDE FILHO, 2013)
Os transformadores de corrente podem ser de vários tipos e modelos, devendo ser
escolhido o tipo que mais se adeque ao uso pretendido. Usualmente eles são classificados quanto
à sua função em: TC para serviço de medição e TC para serviço de proteção.
Os TCs para serviço de medição são utilizados na medição de corrente ou energia,
sendo responsáveis por transformar as correntes da carga primária, numa corrente com valor
menor, como também, proteger os instrumentos medidores. Os mesmos têm como característica
importante, o fato de possuírem uma maior precisão sendo capazes de disponibilizar fielmente
a corrente a ser medida. Os TCs para serviço de proteção possuem uma menor precisão, eles
têm a função de transformar as altas correntes do circuito primário, em pequenas correntes, no
secundário conectado aos relés, que são responsáveis pela proteção do circuito. (SILVA, 2013)
Outra classificação dos transformadores de corrente leva em consideração as suas
características construtivas, podendo ser do tipo: barra, enrolado, janela, bucha, com núcleo
divido, com vários núcleos, com vários enrolamentos primários. (D’AJUZ et al., 1985)
O conjunto de figuras 15, mostra em 15a e 15b, transformadores de corrente do tipo
barra e janela, respectivamente.

Figura 15 – Transformadores de corrente.

(a) TC do tipo barra. (b) TC do tipo janela.

Fonte – Mamede Filho (2013).


47

3.4.3 Equipamentos de baixa tensão

3.4.3.1 Cabos de baixa tensão

Os cabos de baixa tensão tem basicamente a mesma função que os de média tensão,
que é distribuir energia elétrica por todo o sistema. São diversas as forma que são fabricados,
cada um própria para uma determinada aplicação.
Usualmente, os cabos de baixa tensão possuem material condutor de cobre ou
alumínio. Seu isolamento é realizado através de materiais sólidos extrudados, quanto ao tipo de
material usado em sua fabricação, os cabos se classificam em: cabos termoplásticos e termofixos.
O primeiro tipo, tem como material isolante o cloreto de polivinila, mais conhecido como PVC,
podendo suportar, em operação normal, temperaturas de até 70 ◦ C. O segundo tipo, tem como
material isolante o polietileno reticulado (XLPE) ou a borracha etilenopropileno (EPR), que em
condições normais de operação suportam até 90 ◦ C. (MAMEDE FILHO, 2013)
Os cabos de baixa tensão também podem ser classificados como unipolar, multipolar.
Para uma seção menor que 16mm2 , podem ser usados os cabos multipolares devido à facilidade
de instalação, porém para uma seção superior a 16mm2 é aconselhável utilizar cabos unipolares
devido à flexibilidade durante a instalação. (CREDER, 2013).
Segundo a NBR 5410, ao se dimensionar cabos de baixa tensão deve-se atender aos
seguintes critérios: seção mínima, capacidade de condução de corrente, queda de tensão. Além
de considerar questões ambientais e características da instalação levando em conta a temperatura,
maneira da disposição dos condutores, etc.

3.4.3.2 Disjuntores de baixa tensão

Os disjuntores de baixa tensão tem função semelhante aos disjuntores de potência,


ou seja, realizam manobra e proteção dos circuitos. Sendo capazes interromper um circuito,
automaticamente ou ao comando do operador, quando percorridos por uma corrente superior
a sua corrente nominal. Os disjuntores de baixa tensão operam para situações de correntes de
sobrecarga e de curto-circuito.
Existem diversos tipos e modelos de disjuntores, o que os diferenciam são as suas
curvas características e onde serão aplicados. A escolha deve ser feita de acordo com a carga e o
tipo de circuito em que serão destinados.
De acordo dom seu número de polos podem ser classificados em: monopolares,
48

bipolares e tripolares. Tendo em consideração sua tensão de operação eles podem ser; disjuntores
abertos ou em caixa moldada. em instalações prediais de baixa tensão, são mais utilizados são os
disjuntores termomagnéticos em caixa moldada, cujos materiais utilizados em sua fabricação,
geralmente, são o poliéster e a poliamida. (CAVALIN; CERVELIN, 2011)
Para a especificação e dimensionamento de um disjuntor de baixa tensão, é preciso
conhecer os valores da tensão e da corrente nominal, a frequência nominal, a capacidade de
interrupção, o acionamento e o tipo construtivo e de montagem. (SILVA, 2013)

3.4.3.3 Quadros gerais de baixa tensão

O quadro Geral de baixa tensão (QGBT) é um o quadro, painel ou caixa modular,


dotado de barramentos, destinados a abrigar os equipamentos de seccionamento, proteção
instrumentação e comando da instalação. Dele saem os circuitos que vão alimentar as cargas
diversas.
49

4 O PROJETO DE UMA SUBESTAÇÃO

De acordo com Mamede Filho (2013), qualquer projeto elétrico de instalação indus-
trial deve considerar os seguintes aspectos:
• flexibilidade: capacidade de permitir mudanças, sem um grande comprometi-
mento das instalações existentes.
• acessibilidade: facilidade de acesso a todas a máquinas e equipamentos.
• confiabilidade: sistemas que asseguram a proteção à integridade física dos opera-
dores, bem como dos equipamentos.
• continuidade: a instalação deve ter o mínimo de interrupção total ou em qualquer
um de seus circuitos.
Para iniciar um projeto de subestação é necessário fazer um levantamento de um
conjunto de informações que vão incidir sobre o sistema ao qual a subestação estará ligada, tais
como os níveis de potência ativa e reativa, a regulação da tensão, o nível do curto-circuito do
sistema, entre outros. (SILVA, 2013)
O planejamento e projeto de uma SE deve sempre garantir a segurança dos seus
operadores, como também, a preservação das instalações e equipamentos. Deve proporcionar
um espaço de trabalho adequado e que permita, de forma segura, a operação e manutenção
dos equipamentos, bem como um espaço seguro no entorno das partes vivas do circuito. Os
equipamentos devem estar corretamente dimensionados para suportar as correntes de carga e de
curto circuito máximo, sem que haja danos. (KHAN; KHAN; AHMED, 2007)
É importante no projeto de uma SE, observar as normas de fornecimento da conces-
sionária de energia elétrica local. Neste trabalho são utilizada as normas técnicas da Equatorial
Energia - Piauí, também sendo consideradas recomendações de outras concessionárias.

4.1 Localização da subestação

Devem ser levados em conta alguns aspectos para a escolha de local para instalação
de uma SE. De maneira geral, a localização ideal é o centro de carga, devem ser consideradas as
condições de acesso para as linhas de subtransmissão, o espaço necessário para o uso presente e
futuras expansões, deve ser realizado um estudo do solo, observando as regras de uso e ocupação,
verificando as condições para um sistema de aterramento adequado na área. Também devem ser
avaliados os impactos ambientais que serão causados.
50

4.1.1 Determinação do centro de carga

O processo de localização do centro de carga é definido pelo cálculo do baricentro


dos pontos considerados como de carga puntiforme e correspondentes a potência demandada por
cada bloco de carga.
Uma metodologia de cálculo apresentada por Mamede Filho (2017), para a determi-
nação do centro de carga é:
1. representação do sistema em um plano cartesiano, em que os blocos de carga são represen-
tados por cargas puntiformes, com potência igual a demandada por cada bloco, e com suas
respectivas distância em relação à origem.
2. cálculo das coordenadas do centro de carga, definido pelo cálculo do baricentro dos pontos
considerados, conforme as equações 4.1 e 4.2.
X1 × P1 + X2 × P2 + ... + Xn × Pn
X= , (4.1)
P1 + P2 + ... + Pn

Y1 × P1 +Y2 × P2 + ... +Yn × Pn


Y= , (4.2)
P1 + P2 + ... + Pn
onde, P é a potência demandada, e X e Y as coordenadas da carga puntiforme.
As coordenadas X e Y calculadas, respectivamente, pelas equações 4.1 e 4.2, indicam
o local da subestação no ponto de vista da carga. No entanto, devem ser considerados na alocação
da subestação fatores como a proximidade com depósitos de materiais combustíveis, facilidade
de acesso ao local, entre outros. (MAMEDE FILHO, 2017)

4.2 Estudo da carga alimentada pela subestação

Para iniciar o projeto de uma SE é necessário obter informações sobre as cargas


instaladas no sistema. O estudo das cargas é de fundamental importância para o projeto, pois
conhecendo o comportamento das cargas em relação ao tempo é possível realizar o dimensio-
namentos dos condutores, transformadores entre outros equipamentos da subestação. (SILVA,
2013)
Na elaboração de um projeto de uma SE é necessária a aplicação de alguns fatores,
chamados de fatores de projeto. Se tais valores forem omitidos, as potências de alguns equipa-
mentos podem ser superestimadas havendo um superdimensionamento do projeto. (MAMEDE
FILHO, 2017)
51

4.2.1 Analisador de rede elétrica

Um analisador de energia é um instrumento usado para medir o fluxo de potência em


um sistema elétrico, detalhando o funcionamento de redes elétricas. Ele mede tensão e corrente
do barramento e também calcula potência, consumo e demanda, além do conteúdo harmônico
provocado por cargas eletrônicas.
O analisador de energia é uma ferramenta importante no estudo da carga alimentada
por uma subestação.

4.2.2 Demanda

Segundo ANEEL (2010), demanda pode ser definida como a "média das potências
elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em
operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado expressa em
quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kvar), respectivamente."
Entende-se por demanda máxima ( Dmáx ), a maior de todas as demandas que ocorrem
durante um período de tempo. A demanda média ( Dméd ) pode ser definida como a média das
demandas, levando em consideração um período de tempo específico. Quando a demanda é
imposta por um grupo de cargas, ela passa a ser denominada demanda diversificada, sendo
equivalente à soma das demandas do grupo, tendo seus valores médio e máximo calculados
conforme o raciocínio descrito à priori.

4.2.2.1 Fator de demanda

O fator de demanda é a relação entre a demanda máxima do sistema e a carga total


conectada a ele, que é a soma das potências nominais contínuas dos aparelhos consumidores de
energia elétrica.
Matematicamente, o valor do fator de demanda é determinado pela equação 4.3. O
resultado obtido é uma grandeza adimensional e usualmente menor que a unidade.

Dmáx
Fd = , (4.3)
Pinst

onde: Dmáx é a demanda máxima da instalação em kW ou kVA e Pinst a potência da carga


conectada, em kW ou kVA.
O fator de demanda possibilita mostrar como a carga está se comportando durante
52

certo intervalo de tempo, ou seja, esse fator possibilita projetar de uma forma mais econômica os
equipamentos pertencentes a uma subestação. (SILVA, 2013)

4.2.3 Fator de carga

O fator de carga é a determinado pela razão entres a demanda média, durante um


intervalo de tempo, e a demanda máxima registrada no mesmo período. (MAMEDE FILHO,
2017)
O fator de carga, obtido através da equação 4.4, tem valor entre zero e um, e mede o
grau no qual a demanda máxima foi mantida no intervalo de tempo considerado.
Dmédia
Fc = , (4.4)
Dmáx
onde Dmédia é a demanda média do período em kW ou kVA e Dmáx é a demanda máxima da
instalação em kW ou kVA.

4.3 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas e de aterramento

Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) e de aterramento


são primordiais para o desempenho satisfatório e suficientemente seguro de uma instalação
elétrica. Sendo de fundamental importância, principalmente nas edificações que concentram
muitos equipamentos ou pessoas.
O projeto dos SPDA das subestações abrigadas constitui um fator essencial para o
desempenho satisfatório da planta industrial. Estes sistemas têm a função de proteger pessoas,
instalações e equipamentos de possíveis fenômenos naturais (raios) ou avarias da instalação
(curtos-circuitos), bem como contribuir para a minimização das paradas na produção. (PESSOA,
2012)

4.3.1 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

O SPDA tem objetivo de garantir a preservação e a continuidade de funcionamento


dos equipamentos e a proteção de vidas humanas.
De acordo com a NBR 5419-1 da ABNT (2015b), uma proteção ideal para estruturas
é envolver completamente a estrutura a ser protegida por uma blindagem contínua perfeitamente
condutora, aterrada e de espessura adequada, e, além disso, providenciar ligações equipotenciais
adequadas para as linhas elétricas e tubulações metálicas que adentram na estrutura nos pontos
53

de passagem pela blindagem. Tal prática, impede que a corrente da descarga elétrica e seu campo
eletromagnético associado penetre a estrutura, evitando efeitos eletrodinâmicos e térmicos, bem
como, centelhamentos e sobretensões nos sistemas internos.
Dentre os materiais comumente utilizados nos sistemas de proteção contra descargas
atmosféricas, destacam-se o cobre, alumínio, aço comum e galvanizado, chumbo, latão e bronze.
Aplicáveis nas diversas partes e elementos do sistema, devendo ser escolhidos levando em
consideração as características ambientais, a compatibilidade entre os metais, padronizações,
disponibilidade e custos. (PESSOA, 2012)

4.3.2 Aterramento

Segundo Pessoa (2012), a filosofia de aterramento geralmente aplicada em SEs


abrigadas é o neutro do secundário do transformador abaixador aterrado por resistência. Sendo
que, para o secundário em média tensão se adota um resistor de baixo valor ôhmico (RBVO), e
para o secundário em baixa tensão emprega-se um resistor de alto valor ôhmico (RAVO). Os
RBVO suportam por 10s uma corrente nominal de falta na ordem de centenas de ampères. Já os
RAVO podem conduzir uma corrente de 1 a 5 ampères continuamente.
No contexto industrial é comum encontrar o secundário do transformador abaixa-
dor solidamente aterrado. O impacto da escolha do método de aterramento está diretamente
relacionado com a corrente que circula pelo mesmo e aos efeitos decorrentes.(PESSOA, 2012)
De acordo com Mamede Filho (2017), devem ser ligados à malha terra, construída
sob o terreno que está localizada a SE, as seguintes partes do sistema elétrico:
• neutro do transformador,
• para-raios instalados nas extremidades do ramal de ligação,
• carcaças e suportes metálicos dos equipamentos elétricos, tais como, transforma-
dores, disjuntores e motores, etc.,
• estruturas metálicas em geral.
A metodologia mais utilizada para o cálculo da malha de terra em subestações é
descrita por Pessoa (2012) como a determinação dos seguintes aspectos:
• estratificação do solo;
• resistividade e espessura da camada superficial do solo (concreto, no caso das
subestações abrigadas);
• corrente máxima de curto-circuito fase-terra;
54

• tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra;


• valor máximo da resistência de aterramento, de modo que esta seja capaz de
sensibilizar o sistema de proteção.

4.4 Dimensionamento físico

Para um dimensionamento físico adequado de uma SE é necessário conhecer as


dimensões de todos os equipamentos a serem instalados, bem como os afastamentos mínimos
estipulados na NBR 14039 da ABNT (2003). As dimensões dos cubículos primários devem ser
adequadas para a instalação dos equipamentos e sua eventual manutenção ou remoção, tal como
permitir livre circulação dos trabalhadores e execução de manobras de forma segura. (SILVA,
2013)
É interessante, também, conhecer os padrões da concessionária local, pois cada
uma possui suas próprias normas sobre a construção e o arranjo de subestações de consumidor.
(SILVA, 2013)

4.4.1 Altura da subestação

A Equatorial Energia (2017) estabelece um valor mínimo de 3 m para a altura de uma


SE. De acordo com Mamede Filho (2017), para determinar a altura mínima de uma subestação
abrigada utiliza-se a equação a seguir:

Hse = Ht + Hac + Hc + Hi + Hab , (4.5)

onde:
• Hse : altura da subestação (mm),
• Ht : altura do transformador (mm),
• Hac : distância entre chave seccionadora e o dispositivo de proteção (mm),
• Hc : altura da chave seccionadora (mm),
• Hi : altura do isolador (mm),
• Hab : afastamento do barramento (mm).

4.4.2 Porta de acesso principal

As subestações devem possuir portas metálicas com abertura para fora e altura
mínima de 2,10 m. (MAMEDE FILHO, 2017) A largura mínima para uma porta de uma SE é
55

calculada por:

L p = Dt + 600, (4.6)

onde L p é a largura mínima da porta, em mm, e Dt a dimensão do transformador, em mm. Quando


houver mais de um transformador na subestação deve-se considerar o de maior dimensão.

4.4.3 Corredores de controle e manobra

A ABNT (2003), na NBR 140139, normatiza que "os corredores de controle e


manobra e os locais de acesso devem ter dimensões suficientes para que haja espaço livre mínimo
de circulação de 0,70 m, com todas as portas, na pior condição ou equipamentos extraídos em
manutenção".
Há basicamente duas opções de disposição das áreas de circulação em uma SE
abrigada de alvenaria. Na primeira, a área de circulação é apenas por um lado, essa disposição é
esquematizada na figura 16a. A segunda opção tem área de circulação por mais de um lado, essa
disposição é mostrada na figura 16b. Os espaçamentos mínimos para ambas situações é descrito
na tabela 1.

Tabela 1 – Valores dos espaçamentos para instalações internas.


Dimensões mínimas
(mm)
D 300 Distância entre a parte viva e um anteparo vertical.
160 Distância mínima fase-fase e fase-terra, considerando a tensão nominal supor-
A
tável de impulso atmosférico de 95 kV.
180 Distância mínima fase-fase e fase-terra, considerando a tensão nominal supor-
tável de impulso atmosférico de 110 kV.
R 1200 Altura mínima de uma parte viva com circulação.
H 2700 Altura mínima de uma parte viva com circulação.
K 2000 Altura mínima de anteparo horizontal.
F 1700 Altura mínima de anteparo vertical.
J E +300 Altura mínima de uma parte viva sem circulação.
Dimensões máximas
(mm)
E 300 Distância máxima entre a parte inferior de um anteparo vertical e o piso.
M 1200 Altura dos punhos de acionamento manual.
Fonte - Adaptado de Mamede Filho (2017).
56

Figura 16 – Área de circulação nas subestações.

(a) Circulação por um lado.

(b) Circulação por mais de um lado.

Fonte – (MAMEDE FILHO, 2017).

4.4.4 Dimensões dos postos

4.4.4.1 Posto de medição

Segundo (MAMEDE FILHO, 2017), o posto de medição deve possuir dimensões


mínimas de 1,60 x 2,00 m. Conforme dito anteriormente, deve-se atentar às regras estabelecidas
pela concessionária de energia.
57

4.4.4.2 Posto de proteção

Conforme Mamede Filho (2017) o posto de proteção deve possuir as seguintes


dimensões mínimas, calculadas pela equação:

Dcp = Dd + 1000, (4.7)

onde Dcp é a dimensão do posto de proteção (comprimento ou largura), em mm, e Dd é a


dimensão do disjuntor referida à direção em que se deseja medir a dimensão do posto, em mm.

4.4.4.3 Posto de transformação

De acordo com (MAMEDE FILHO, 2017), o posto de transformação deve ter as


seguintes dimensões mínimas, obtidas pela equação:

Dct = Dt + 1000, (4.8)

onde Dct é a dimensão do posto de transformação (comprimento ou largura), em mm, e Dt a


dimensão do transformador (comprimento ou largura), em mm.

4.5 Sistema de ventilação

A ABNT (2003) define na NBR 14039 que "as aberturas para ventilação natural
devem ser convenientes e dispostas, de modo a promover a circulação do ar".
Os equipamentos da SE dissipam calor devido ao efeito Joule. Logo, faz-se necessá-
rio um sistema de ventilação dentro da subestação, seja ela natural ou forçada.
Para evitar a entrada de chuva, enxurrada, corpos estranhos, amimais, etc. a NBR
14039 estabelece que as aberturas para a ventilação devem se situar, no mínimo, 20 cm acima
do piso exterior, serem construídas em forma de chicana e protegidas externamente por tela
metálica, com malha de abertura mínima de 5 mm e máxima de 13 mm. (ABNT, 2003)
Na disposição das aberturas para ventilação Mamede Filho (2017) recomenda que
deve-se dispor a abertura para entrada de ar, sempre que possível, abaixo da linha central do
corpo do equipamento, e a abertura de saída de ar na parte superior do posto, o mais próximo
possível do teto. Conforme esquematizado na figura 17.
58

Figura 17 – Trajetória de circulação de ar em uma SE.

Fonte – Mamede Filho (2017).

Também é importante saber qual a direção predominante do vento no local da


instalação, para que neste lado sejam, preferencialmente, dispostas as entradas de ar. No caso de
Teresina, segundo Maciel e Medeiros (2010), os ventos predominantes tem orientação sudeste e
nordeste.
As aberturas de ventilação superior e inferior devem ser colocadas em paredes
opostas, para permitir a circulação de ar dentro da SE. Para estas aberturas, Mamede Filho
(2017), propõe que sejam atribuídos 0,30 m2 para cada 100 kVA de potência instalada.

4.6 Sistema de iluminação

A NBR 14039 estabelece que as subestações abrigadas devem ser dotadas de sistemas
de iluminação natural sempre que possível e iluminação artificial, obedecendo aos níveis de
iluminamento fixados pela NBR 5413 (a NBR 5413 foi cancelada em 3013 e substituída pela
NBR ISO/CIE 8995-1:2013). Elas também devem ser providas de iluminação de segurança, com
autonomia de 2h. (MAMEDE FILHO, 2017)

4.6.1 Iluminação natural

Para a iluminação natural do ambiente da SE podem ser utilizadas janelas e vidraças.


A ABNT (2003), na NBR 14039, estabelece que, para este fim, as mesmas devem ser fixas
e protegidas por meio de telas metálicas resistentes, com malhas de, no mínimo, 5 mm e, no
59

máximo, 13 mm. Caso seja utilizado vidro aramado, a tela de proteção é dispensável.

4.6.2 Iluminação artificial

No interior de uma subestação abrigada deve existir um sistema de iluminação


artificial. Segundo a norma de fornecimento de energia elétrica em média tensão da Equatorial
Energia - Piauí, no caso de iluminação artificial, os pontos de luz deverão ser distribuídos de
maneira a garantir um iluminamento médio de 60 lux no interior da subestação.
A ABNT (2013b), recomenda requisitos de iluminação para diversos ambientes e
atividades, na tabela 2, é mostrado o que foi estabelecido para as subestações, no tocante à
iluminância mantida na superfície de referência do ambiente (Em ), em lux, ao índice limite de
ofuscamento unificado (UGRL ) e ao índice de reprodução de cor mínimo (Ra ).

Tabela 2 – Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da


iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor.
Subestações
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade Em (lux) UGRL Ra
Instalação de abastecimento de combustíveis 50 28 20
Casa da caldeira 100 28 40
Salas de máquinas 200 25 80
Salas auxiliares, por exemplo: sala das bombas, sala dos 200 25 60
capacitores, quadro de chave de distribuição etc.
Salas de controle 500 16 80
Fonte - Adaptado de ABNT (2013b).

4.6.3 Iluminação de segurança

A NBR 14039 estabelece que uma SE abrigada deve contar com um sistema de
iluminação de emergência, com autonomia mínima de 2h.
No âmbito das SE abrigadas, a iluminação de emergência tem função de sinalizar de
forma inequívoca, a porta de saída. Ela também deve garantir, sem interrupção, iluminação para
serviços de manutenção e reparos dos equipamentos da SE. Basicamente esse sistema é composto
por luminárias de balizamento, e aclaramento para continuidade de atividade, exemplificadas,
respectivamente, nas figuras 18a e 18b.
As luminárias de aclaramento para continuidade de atividade devem garantir que
o nível de iluminamento do sistema não seja inferior a 70% do nível da iluminação normal.
Já as luminárias de balizamentos que tem função de indicar as rotas de fuga, em situações de
60

emergência, deve ter fluxo luminoso de no mínimo 30 lumens. (ABNT, 2013a)

Figura 18 – Luminárias de Emergência.

(a) Luminária de balizamento. (b) Luminária de aclaramento.

Fonte – SEGURIMAX, disponível em: https://segurimax.com.br/produtos/luminaria-de-emergencia, acesso em


abril de 2019.

4.7 Sistemas de proteção contra incêndios

A ABNT (2015a), estabelece na NBR 13231, Proteção contra incêndios em subesta-


ções elétricas, os requisitos mínimos exigidos para proteção de incêndios em uma SE. Algumas
das exigências mínimas são citadas, a seguir:
• extintores portáteis e sobrerrodas;
• paredes corta-fogo em transformadores, reatores de potência e reguladores de
tensão;
• vias de acesso para veículos de emergência
• sistema de contenção de liquido isolante, para todos os equipamentos que pos-
suam volume maior ou igual a 100 litros.
A ABNT (2015a), estabelece que os conjuntos de transformadores, de reatores de
potência e reguladores de tensão, bem como unidades individuais destes equipamentos, devem
ser protegidos com extintores de incêndio de pó com capacidade de 50 kg. Os extintores devem
ser instalados em locais de fácil acesso, sinalizados, abrigados contra intempéries e devidamente
identificados.
A Equatorial Energia (2017), estabelece que é obrigatória a instalação de proteção
contra incêndios, utilizando, no mínimo, um extintor de 12 kg, adequado para o uso em ele-
tricidade, instalado do lado de fora da subestação, junto à porta, e protegido de intempéries,
adicionalmente pode ser instalado outro extintor na parte interna.
61

4.8 Dimensionamento dos equipamentos e acessórios

A seguir serão discutidas metodologias de dimensionamento dos principais equipa-


mentos de uma subestação de consumidor, tendo como base a literatura da área e os parâmetros
estabelecidos na norma técnica de fornecimento de energia elétrica em média tensão da Equatorial
Energia (2017).

4.8.1 Dimensionamento do transformador de Potência

Para o dimensionamento de um transformador de potência é necessário saber-se o


valor de demanda de potência da carga a ser alimentada.
Segundo Equatorial Energia (2017), deve arredondar-se a demanda calculada em
KVA, para a unidade imediatamente superior, devendo o transformador ser padronizado igual ou
imediatamente superior ao valor de demanda. Para seu dimensionamento deve ser aplicada a
tabela 3, mostrada a seguir, que já considera um aumento de 10% da demanda calculada em kVA
com relação ao valor do transformador.

Tabela 3 – Dimensionamento de transformadores


Demanda
Transformador recomendado (kVA)
calculada (kVA)
Até 33 30
34 a 49 45
50 a 82 75
83 a 124 112,5
125 a 165 150
166 a 248 225
249 a 330 300
331 a 550 500
551 a 825 750
826 a 1100 1000
1101 a 1375 1250
1376 a 1650 1500
1651 a 2200 2000
2201 a 2717 2500
Fonte - Equatorial Energia (2017).

Determinada a potência nominal do transformador, considerando faixas de valores


comerciais, e o tipo de isolamento, o transformador pode ser especificado tendo por base um
catálogo de produtos de um fabricante.
62

4.8.2 Dimensionamento do disjuntor de baixa tensão

No dimensionamento e especificação do disjuntor de proteção, instalado à montante


do quadro geral de baixa tensão, é preciso conhecer a corrente nominal que alimenta o QGBT,
isto é, a corrente do secundário do transformador, determinada pela equação 4.9, bem como
a corrente de curto circuito do transformador no lado de baixa, calculada pela equação 4.10.
(SILVA, 2013)
S
Ins = √ , (4.9)
3 ×Vns
Ins
Icc−sec = × 100, (4.10)
Z%
onde:
• Ins é a corrente nominal no secundário do transformador, em A,
• Icc−sec é a corrente de curto-circuito do transformador no lado secundário,
• Vns é a tensão nominal do transformador no lado do secundário, em kV.
• S é a potencia nominal do transformador, em kVA
• Z% é a impedância percentual do transformador.
O disjuntor a ser dimensionado deve ser capaz de interromper um circuito com uma
corrente nominal superior ao valor calculado pela equação 4.9 e de suportar uma corrente de
curto-circuito de até o valor encontrado através da equação 4.10. Com base nesses parâmetros, e
dispondo de um catálogo de um fabricante é feita sua especificação.

4.8.3 Dimensionamento dos condutores

4.8.3.1 Dimensionamento dos condutores de baixa tensão

O dimensionamento dos condutores de baixa tensão é feito com base na corrente


que irá passar por estes e outros fatores como fator de agrupamento, queda de tensão permitida,
tipo de acionamento, tipo de duto, ventilação, temperatura, frequência e tipo de cabo que será
utilizado como condutor.
A NBR 5410, no que diz respeito ao dimensionamento de condutores de baixa tensão,
diz que a escolha da seção transversal deve seguir os seguintes critérios:
• seção mínima,
• capacidade de condução de corrente,
• queda de tensão,
63

• capacidade de condução de corrente de curto-circuito por tempo limitado.


Uma vez avaliados os critérios acima, deve escolher-se o condutor que apresentar o
maior valor de seção.

4.8.3.1.1 Seção mínima

A ABNT (2004), na NBR 5410, regulamenta as seções mínimas admitidas para os


condutores em instalações de baixa tensão. Estas são mostradas na tabela 16, do anexo C. Os con-
dutores neutro e de proteção também têm valores de seção mínima, mostradas, respectivamente,
nas tabelas 17 e 18, do anexo C.

4.8.3.1.2 Capacidade de condução de corrente

O primeiro passo para o dimensionamento da seção do condutor pelo método da


capacidade de condução de corrente é escolher o tipo de isolação dos condutores que serão
utilizados. Isso determina a qual temperatura máxima estes podem estar quando submetidos a
regime de serviço contínuo, sobrecarga, ou situação de curto-circuito, conforme mostrado na
tabela 19, do anexo C.
O segundo passo é verificar a maneira como os condutores estarão instalados. A
NBR 5410 traz uma tabela com diferentes tipos de métodos de instalação, alguns deles são
apresentados na tabela 20, do anexo C.
O terceiro passo é verificar o número de condutores carregados no circuito, nessa
análise é considerada apenas condutores fase e neutro, não levando em consideração o condutor
de proteção. A tabela 21, do anexo C, aponta o número de condutores a ser considerado para
cada tipo de circuito.
O quarto passo é o cálculo da corrente de projeto. Para circuitos monofásicos e bifási-
cos simétricos é utilizada a equação 4.11, para circuitos trifásicos equilibrados e desequilibrados,
são aplicadas, respectivamente, as equações 4.12 e 4.13.
Pn
Ip = , (4.11)
V × f p×η
Pn
Ip = ,, (4.12)
3 ×V × f p × η
Pn
Ip = √ , (4.13)
3 ×V × f p × η
onde:
64

• I p é a corrente de projeto do circuito, em ampères,


• Pn é a potência elétrica nominal do circuito, em watts,
• V é a tensão, entre fase e neutro ou entre fases, em volts,
• η é o rendimento,
• fp é o fator de potência.
No quinto passo deve ser calculada a corrente de projeto corrigida, definida pela
equação 4.14, onde são considerados o fator de correção de temperatura (FTC) e o fator de
correção devido ao agrupamento de condutores (FCA), disponíveis, respectivamente, nas tabelas
22 e 23, do anexo C.

Ip
I p0 = , (4.14)
Ft × Fa

onde:
• I p é o valor da corrente de projeto,
• I p0 é o valor corrigido da corrente de projeto,
• Fa é o fator de agrupamento,
• Ft é o fator de temperatura.
O sexto passo consiste em determinar através das tabelas 24, 25, 26 e 27, a bitola do
condutor. levando em consideração os parâmetros anteriormente discutidos.

4.8.3.1.3 Queda de tensão

A ABNT (2004) diz que em instalações alimentadas diretamente por subestação de


transformação ou transformador é arbitrado um limite de 7% na queda de tensão, que é calculada
pela seguinte equação.

tensão de entrada − tensão na carga


Queda de tensão percentual (e%) = × 100. (4.15)
tensão de entrada

Segundo Creder (2013), para a determinação da seção do condutor pelo método da


queda de tensão, aplica-se para sistemas monofásicos a equação 4.16 e para sistemas trifásicos a
equação 4.17.
1
S = 2ρ × (P1 l1 + P2 l2 + ... + Pn ln ), (4.16)
(e%)V f2n
√ 1
S = 3ρ × (P1 l1 + P2 l2 + ... + Pn ln ), (4.17)
(e%)V f2f
65

onde:
1 ohms × mm2
• ρ é a resistividade do material do condutor, para o cobre é ,
58 m
• Pn é a potência em watts,
• l é o comprimento em metros,
• e% é o valor da queda de tensão percentual,
• V f n é o valor da tensão entre fase neutro, em volts,
• V f f é o valor da tensão entre fases, em volts.

4.8.3.1.4 Capacidade de condução de corrente de curto-circuito por tempo limitado

Segundo Mamede Filho (2017), a seção mínima de um condutor pode ser determi-
nada para uma correte de curto-circuito particular, sendo calculada através da equação a seguir.


T ×I
S= s e  cs , (4.18)
234 + T f
0, 34 × log
234 + Ti

onde:
• Ics é a corrente simétrica de curto circuito em kA,
• Te é o tempo de eliminação de defeito,
• T f é a temperatura máxima de curto-circuito suportada pela isolação do condutor,
em (◦ C),
• Ti é a temperatura máxima admissível pelo condutor em regime normal de
operação, em (◦ C).
As variáveis T f e Ti são determinadas através da tabela 19, do anexo C.

4.8.3.2 Dimensionamento dos condutores de média tensão

o dimensionamento dos condutores de média tensão é feito de forma análoga aos de


baixa tensão, no enatnto estão disponíveis nos manuais das concessionárias, tabelas que facilitam
o dimensionamento dos mesmos.
O dimensionamento dos condutores do ramal aéreo de ligação é feito com cabos de
alumínio nu ou protegidos. A tabela 4 traz os critérios para o seu dimensionamento.
Quanto ao ramal de entrada, caso a SE seja servida por ramal aéreo, utilizam-se
condutores de alumínio e se o ramal for subterrâneo, são usados condutores de cobre. O
66

dimensionamento dos mesmos é dado nas tabelas 4 e 5.

Tabela 4 – Dimensionamento de condutores do ramal de ligação e ramal de entrada- 13,8kV


Cabo de alumínio nu
Seção nominal kVA máximo admissível
(AWG/MCM) CA CAA
4 2988 3036
2 4016 4087
1/10 5426 5498
Cabo protegido
Seção nominal kVA máximo admissível
(mm2 ) XLPE
50 4279
120 7577
185 9943
Fonte - Adaptado de Energisa (2012).

Tabela 5 – Dimensionamento de condutores (cobre) do ramal de entrada subterrâneo- 13,8kV


Seção nominal kVA máximo admissível
(mm) EPR XLPE
25 2844 2940
35 3418 3538
50 4039 4183
70 4996 5115
Fonte - Adaptado de Energisa (2012).

Os cabos subterrâneos ao serem dimensionados devem ser isolados para 15kV e


25kV, unipolares, rígidos, próprios para instalação em locais não abrigados e sujeitos à umidade.
(ENERGISA, 2012).

4.8.3.3 Dimensionamento do alimentador do QGBT

O dimensionamento do alimentador do quadro geral de baixa tensão é feito de acordo


com a metodologia descrita na seção 4.8.3.1.
Conforme descrito por Silva (2013) para determinar a seção mínima dos condutores
do alimentador de QGBT é necessário conhecer:
• o tempo de acionamento do disjuntor de baixa tensão,
• o tempo de acionamento do disjuntor de baixa tensão,
• o valor da corrente simétrica de curto-circuito,
• a temperatura máxima para serviço contínuo,
67

• a temperatura limite de curto-circuito.

4.8.3.4 Dimensionamento dos barramentos primários

Mamede Filho (2017), no livro "Instalações Elétricas Industriais"traz a tabela 6,


que mostra os valores de seção dos barramentos ao levar-se em conta a potência nominal da
subestação.

Tabela 6 – Dimensões de barramento


Potência dos Vergalhão de cobre
Barramento retangular de cobre
transformadores Seção Diâmetro
(kVA) pol mm mm2 mm
Até 700 1/2 x 1/8 12,70 x 3,175 25 5,6
De 701 a 2500 3/4 x 3/16 19,05 x 4,760 35 6,6
Fonte - Mamede Filho (2017)

Em um projeto de uma SE também deve ser apontado o afastamento mínimo dos


barramentos entre fase/fase e fase/terra, sendo considerado o afastamento entre as extremidades
mais próximas. Tais valores são identificados por "A", nos esquemáticos da figura 16, cujas
dimensões mínimas são mostradas na tabela 1.
Silva (2013) destaca que é importante verificar se há alguma exigência da concessi-
onária local a respeito do dimensionamento dos barramentos primários. A Equatorial Energia
(2017), traz a tabela 7 para ser aplicada no dimensionamento de barramentos de cobre de uma
subestação abrigada.

Tabela 7 – Dimensionamento de barramento de cobre de subestações abrigadas


Seção do tubo ou Vergalhão
Potência Fio
barra retangular nominal
(kVA) (mm2 )
(mm2 ) (pol)
Até 800 25 30 1/4"
De 801 a 1500 50 30 3/8"
De 1501 a 2000 50 40 3/8"
De 2000 a 2500 50 60 3/8"
Fonte: Equatorial Energia (2017).

O padrão de cores adotado pela Equatorial Energia - Piauí para a pintura e identifica-
ção do barramento primário é o mesmo determinado pela NBR 14039, em que:
• fase A: vermelha,
• fase B: branca,
68

• fase C: marrom.

4.8.4 Dimensionamento das muflas terminais

É obrigatório o uso de muflas terminais, tanto na estrutura de derivação do ramal,


quanto dentro da subestação.
Para a instalação de cabos de média tensão (EPR ou XLPE) devem ser utilizados
terminais unipolares de média tensão conforme o descrito na tabela 8.

Tabela 8 – Terminais unipolares de média tensão 15k V a 25 kV.


Instalação externa Instalação interna
Termocontráteis (com saia) termocontráteis
Modulares (com saia) Modulares
Contráteis a frio (com saia) Contráteis a frio
- Enfaixados
Fonte - (ENERGISA, 2012)

Baseando-se na tabela 8, deve ser consultado um catálogo de um fabricante e


especificados os terminais unipolares.

4.8.5 Dimensionamento dos isoladores

No dimensionamento dos isoladores de média tensão deve-se levar em consideração


o seu tipo construtivo, o método de instalação, o material de isolação, a classe de tensão, o nível
básico de impulso e suas dimensões físicas.
Segundo Silva (2013), em uma SE abrigada, para passagem e suporte dos barramen-
tos através dos cubículos os isoladores de média tensão a serem empregados devem ser do tipo
pedestal de porcelana.
Com base nas características discutidas nessa seção, ao consultar-se um catálogo
de um fabricante de isoladores, é possível dimensionar-se e especificar os isoladores a serem
utilizados em uma subestação.

4.8.6 Dimensionamento do disjuntor de potência

Para o dimensionamento e especificação do disjuntor de média tensão é necessário


dispor de dois parâmetros, que são a corrente nominal primária do transformador, determinada
69

pela equação 4.19, e a potência de curto-circuito no ponto de alimentação da subestação.

S
Inp = √ , (4.19)
3 ×Vnp

onde:
• Inp : corrente nominal no primário do transformador, em ampère,
• S: potência nominal aparente do transformador , ou conjunto de transformadores,
em VA,
• Vnp : tensão nominal no lado do primário, em volts.
Conforme descrito na seção 3.4.2.8, são diversas as possíveis formas de acionamento
dos disjuntores de potência. A NBR 14039 ressalta que quando a potência instalada da SE for
superior a 300 kVA, a proteção geral contra sobrecorrentes deve ser realizada exclusivamente por
meio de disjuntor acionado através de relés secundários com as funções 50 e 51, fase e neutro.
(ABNT, 2003)
Dispondo de um catálogo de um fabricante de disjuntores de potência, bem como de
relés de proteção, deve-se escolher disjuntores com valor comercial mais próximo da corrente
nominal e que satisfaça todas as condições necessárias do projeto, e relés de proteção com a
corrente de ajuste compatível com a corrente nominal calculada para o acionamento do disjuntor
caso ocorra alguma anomalia no sistema.

4.8.7 Dimensionamento da chave seccionadora de média tensão

De acordo com Energisa (2012), para cada unidade transformadora de uma SE


abrigada deve ser utilizada uma chave seccionadora tripolar, com abertura sob carga base fusível
tipo HH, que são dimensionado conforme a tabela 9.
Para o dimensionamento de uma chave seccionadora de média tensão, a corrente
nominal tem que ser a mais próxima dos valores comerciais encontrados da corrente do circuito
obtida, que é calculada pela equação 4.19, discutida anteriormente. Outro ponto a ser considerado
é a capacidade de suportar a corrente de curta duração simétrica sem que hajam danos, tal corrente
é calculada pela equação a seguir:

Scc
Icc−prim = √ , (4.20)
3 ×Vnp

onde:
• Icc−prim : corrente de curta duração simétrica;
70

• Scc : potência simétrica de curto circuito no ponto de entrega da concessionária;


• Vnp : tensão nominal no lado do primário.
Logo, a especificação da chave seccionadora deve levar em consideração a corrente
nominal calculada pela equação 4.19, e ser capaz de suportar a corrente de curta duração, calcu-
lada pela equação 4.20. Com base nos aspectos discutidos nesta seção e dispondo de um catálogo
de um fabricante de chaves seccionadoras é possível, então, realizar o seu dimensionamento e
especificação.

Tabela 9 – Dimensionamento de fusíveis HH de média tensão para chaves seccionadoras de


abertura sob carga classe 15 kV
Potência Nominal do Corrente nominal do fusível
transformador (kVA) HH de média tensão (A)
75 6
112,5 8
150 10
225 16
300 25
500 40
750 63
1000 80
Fonte - Equatorial Energia (2017).

4.8.8 Dimensionamento dos para-raios

Segundo a Equatorial Energia (2017), em SEs abrigadas em cabine de alvenaria, caso


possuam entrada aérea, os para-raios devem ser instalados junto às buchas de passagem de média
tensão, no ponto de derivação do ramal. Caso possuam entradas subterrâneas, os para-raios
devem ser instalados no ponto de derivação do ramal, também sendo recomendada a instalação
de para-raios junto as muflas no interior da SE. Na existência de linhas aéreas, após a unidade de
transformação, há a necessidade de instalação de para-raios nas suas extremidades. Também é
obrigatória a instalação de para-raios de baixa-tensão, o mais próximo possível da saída de baixa
tensão do transformador.
A CEMIG (2013) traz em seu manual de distribuição de média tensão que a proteção
contra descargas atmosféricas e sobretensões deve ser efetuada por para-raios com características
constantes, mostradas na tabela 10, e com invólucro polimétrico, composto por blocos resistores
de ZnO, sem centelhadores e equipados com desligadores automático.
Levando em consideração as características anteriormente discutidas, e dispondo de
71

Tabela 10 – Características constantes para dimensionamento de para-raios


Características dos para-raios 13,8 kV
Tensão nominal 12 kV
Corrente nominal 10 kA
Tensão residual máxima para corrente íngreme
48 kV
(10 kA - 1 µs de frente)
Tensão residual máxima para corrente de descarga nominal
43 kV
(10 kA - 8/20)
Fonte - (CEMIG, 2013).

um catálogo de um fabricante de para-raios é possível realizar o dimensionamento e especificação


do grupo de para-raios de uma SE.

4.8.9 Dimensionamento do transformador de corrente

Kindermann (2005) diz que dimensionar um transformador de corrente é determinar


a sua relação de transformação. E para isso deve-se calcular a corrente primária do TC, de acordo
com dois critérios.
(a) Critério da carga nominal do alimentador (regime permanente)

∑ Sn
In = √ , (4.21)
3 ×Vn

onde:
• In : é a corrente nominal do transformador,
• Sn : é a potência de cada transformador que compõe a subestação,
• Vn : é a tensão de fornecimento do consumidor.
(b) Critério de curto-circuito (regime transitório)

Icc máx
IPTC = , (4.22)
FSC

em que:
• Icc máx : é a corrente de curto-circuito máxima no ponto de entrega do
consumidor,
• FSC: é o fator de sobrecorrente que equivale a 20 ANSI,
• IPTC : é a corrente primária do TC.
72

Após avaliar os dois critérios deve-se escolher o maior valor de corrente encontrado,
e adotar o valor superior mais próximo de corrente mostrada na tabela 11. Esse valor representa
a corrente primária do TC.
Considerando que a corrente secundária do TC é igual a 5 A (valor padronizado no
Brasil), obtêm-se a relação de transformação do TC, pela seguinte equação:

IPTC
RTC = , (4.23)
5

em que:
• RTC: é a relação de transformação do TC,
• IPTC : é a correte primária do TC,

Tabela 11 – Relações nominais para TCs


Corrente Corrente Corrente
primária Relação primária Relação primária Relação
nominal nominal nominal nominal nominal nominal
(A) (A) (A)
5 1:1 100 20:1 1000 200:1
10 2:1 150 30:1 1200 240:1
15 3:1 200 40:1 1500 300:1
20 4:1 250 50:1 2000 400:1
25 5:1 300 60:1 2500 500:1
30 6:1 400 80:1 3000 600:1
40 8:1 500 100:1 4000 800:1
50 10:1 600 120:1 5000 1000:1
60 12:1 800 160:1 6000 1200:1
75 15:1 8000 1600:1
Fonte - Mascarenhas (2016).

4.8.10 Dimensionamento dos relés

4.8.10.1 Ajuste da unidade temporizada de fase (51F)

A corrente de ajuste da unidade temporizada de fase do relé (51F), deve ser maior
que a corrente de sobrecarga admitida pelo transformador, usualmente permite-se que o valor de
sobrecarga oscile entre 10 e 50% do máximo da capacidade nominal do transformador, devendo-
se escolher o fator que representa essa sobrecarga admissível na instalação, este é conhecido
como fator de segurança (FSG), cujos valores variam entre 1,1 e 1,5. (MAMEDE FILHO;
MAMEDE, 2011)
73

Para o cálculo da corrente máxima de sobrecarga multiplica-se a corrente nominal


do transformador pelo fator de segurança. Ademais, a corrente de ajuste tem que ser menor que a
corrente de curto-circuito mínima no trecho protegido.(MASCARENHAS, 2016) Assim, deve-se
obedecer a seguinte relação:

FSG × In I
≤ Ia juste 51F ≤ cc mín , (4.24)
RTC RTC

em que:
• FSG: é o fator de segurança,
• In : é a corrente nominal do transformador,
• Ia juste 51F : é a corrente de ajuste da unidade temporizada do relé,
• Icc mín : é a corrente de curto-circuito mínima no trecho protegido.
• RTC: é a relação de transformação do TC,
Para determinar a corrente primária de acionamento da unidade temporizada de fase
, faz-se:

Iacionamento 51F = Ia juste 51F × RTC, (4.25)

onde:
• Iacionamento 51F : é a corrente de acionamento da unidade temporizada de fase,
• Ia juste 51F :é a corrente de ajuste da unidade temporizada de fase,
• RTC: é a relação de transformação do TC.

4.8.10.2 Ajuste da unidade instantânea de fase (50F)

A corrente de ajuste da unidade instantânea de fase do relé (50F), deve ser superior a
corrente de magnetização do transformador, que é de 8 a 12 vezes o valor da corrente nominal
do transformador. Além disso, a corrente de ajuste deve ser menor que a corrente assimétrica de
curto circuito. (MAMEDE FILHO; MAMEDE, 2011) Desta forma, tem-se a seguinte relação:

(8 a 12) × In I
≤ Ia juste 50F ≤ cc ass mín , (4.26)
RTC RTC

onde:
• In : é a corrente nominal do transformador,
• RTC: é a relação de transformação do TC,
• Ia juste 50F : é a corrente de ajuste da unidade instantânea de fase do relé,
74

• Icc ass mín : é a corrente de curto-circuito assimétrica mínima.


Para encontrar a corrente de acionamento da unidade instantânea de fase, faz-se:

Iacionamento 50F = Ia juste 50F × RTC, (4.27)

onde:
• Iacionamento 50F : é a corrente de acionamento da unidade instantânea de fase,
• Ia juste 50F : é a corrente de ajuste da unidade instantânea de fase do relé,
• RTC: é a relação de transformação do TC.

4.8.10.3 Ajuste da unidade temporizada do neutro (51N)

A corrente de ajuste da unidade temporizada do neutro (51N) deve ser superior


a corrente de desequilíbrio do sistema. Há uma corrente que circula pelo neutro advinda do
desequilíbrio entre fases, geralmente o valor admissível para a mesma é de 10 a 30% do valor da
corrente nominal do transformador. (MAMEDE FILHO; MAMEDE, 2011)
Para calcular a corrente de desequilíbrio multiplica-se o fator de desequilíbrio pela
corrente nominal do transformador. Além disso, o ajuste deve ser inferior a menor corrente
simétrica de curto-circuito. (MASCARENHAS, 2016) Assim:
FDS × In I
≤ Ia juste 51N ≤ cc mín , (4.28)
RTC RTC
onde:
• FDS é o fator de desequilíbrio,
• In : é a corrente nominal do transformador,
• RTC: é a relação de transformação do TC,
• Ia juste 51N : é a corrente de ajuste da unidade temporizada de neutro do relé,
• Icc mín : é a corrente de curto-circuito simétrica mínima.
Para determinar a corrente de acionamento da unidade temporizada do neutro faz-se:

Iacionamento 51N = Ia juste 51N × RTC, (4.29)

onde:
• Iacionamento 51N : é a corrente de acionamento da unidade temporizada do neutro,
• Ia juste 51N : é a corrente de ajuste da unidade temporizada de neutro do relé,
• RTC: é a relação de transformação do TC.
75

4.8.10.4 Ajuste da unidade instantânea do neutro (50N)

A corrente de ajuste da unidade instantânea do neutro (50N) deve ser superior


à corrente de desequilíbrio, que tem seu valor em torno de 10 a 30% da corrente nominal.
(MASCARENHAS, 2016) A corrente de ajuste do relé, também deve ser menor que a corrente
de curto monofásico do trecho. (MAMEDE FILHO; MAMEDE, 2011) Logo:

FDS × In Icc 1φ mín


≤ Ia justes 50N ≤ , (4.30)
RTC RTC

onde:
• FDS: é o fator de desequilíbrio,
• In : é a corrente nominal do transformador,
• RTC: é a relação de transformação do TC,
• Ia juste 50N : é a corrente de ajuste da unidade instantânea de neutro do relé,
• Icc 1φ mín : é a corrente de curto-circuito monofásico mínima do trecho.
Para determinar a corrente de acionamento da unidade instantânea do neutro faz-se:

Iacionamento 50N = Ia juste 50N × RTC, (4.31)

onde:
• Iacionamento 50N : é a corrente de acionamento da unidade instantânea do neutro,
• Ia juste 50N : é a corrente de ajuste da unidade instantânea de neutro do relé,
• RTC: é a relação de transformação do TC.

4.8.11 Dimensionamento do transformador de potencial

No dimensionamento dos transformadores de potencial, com finalidade de alimentar


os relés secundários de proteção deve-se especificar: a classe de tensão, o nível básico de impulso,
a frequência nominal, as tensões primária e secundária, a classe de exatidão. (SILVA, 2013)
Deve-se verificar as condições do circuito e com base num manual de um fabricante escolher um
TP adequado.

4.8.12 Dimensionamento do QGBT

O QGBT deve possuir um barramento principal, de cobre eletrolítico, isolado,


horizontal, com a capacidade de condução de corrente em regime permanente e de suportar os
76

esforços resultantes da corrente de curto-circuito. Todos seus barramentos devem ser trifásicos,
fixados rigidamente à estrutura por meio de suportes isolantes e possuírem uma identificação por
cores, ou seja, uma cor para cada fase. (SILVA, 2013)
77

5 SUBESTAÇÕES NO CMPP – UFPI

O Campus Ministro Petrônio Portella da Universidade Federal do Piauí é um con-


sumidor alimentado em média tensão 13,8 kV. Possuindo, em abril de 2019, 65 unidades de
subestações aéreas e oito unidades de SEs abrigadas distribuídas na extensão da rede de média
tensão do campus. A medição da concessionária é realizada em apenas um cubículo de medição,
logo após o ponto de entrada, por isso não há nas SEs postos de medição.

5.1 Subestação BIBLIOTECA

Mostrada da figura 19, a subestação "Biblioteca"está localizada por trás do prédio da


Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco (Biblioteca Central). Ela tem potência
instalada de 1000 kVA. Sobre esta unidade não há disponível nenhum diagrama ou documentação
de projeto.

Figura 19 – Vista da subestação Biblioteca.

Fonte – Elaborado pelo autor


.

5.2 Subestação BANCOS

Mostrada na figura 20, a subestação "Bancos"é localizada entre o Espaço Rosa dos
Ventos e o prédio do curso de Moda e Desing. Possui potência instalada de 300 kVA. Sobre esta
subestação a UFPI não dispõe de documentação de projeto e digramas unifilares.
78

Figura 20 – Vista da subestação Bancos.

Fonte – Elaborado pelo autor


.

5.3 Subestação CCE

Mostrada na figura 21, a subestação "CCE"está localizada perto do estacionamento


do Centro de Ciências da Educação (CCE), próxima ao bloco de Pós graduação do CCE, e logo
ao lado da xerox Bambu. Possui potência instalada de 600 kVA. Sobre esta SE não há disponível
documentação de projeto e digramas unifilares.

Figura 21 – Vista da subestação CCE.

Fonte – Elaborado pelo autor


.

5.4 Subestação CCE-2

Mostrada na figura 22, a subestação "CCE-2"está localizada próxima à Escola de


Música Adalgisa Paiva, no CCE. Possui potência instalada de 1000 kVA, mas com apenas 500
kVA operantes. Sobre esta subestação a UFPI não dispõe de documentação de projeto e digramas
79

unifilares.

Figura 22 – Vista da subestação CCE-2.

Fonte – Elaborado pelo autor


.

5.5 Subestação CCHL

Mostrada na figura 23, a subestação "CCHL"está localizada próxima ao estaciona-


mento do Centro de Ciências Humanas e Letras. Possui potência instalada de 600 kVA. Sobre
esta SE a UFPI não dispõe de nenhum diagrama ou documentação de projeto.

Figura 23 – Vista da subestação CCHL.

Fonte – Elaborado pelo autor


.
80

5.6 Subestação CCN-II

Mostrada na figura 24, a subestação "CCN-II"está localizada próxima ao bloco de


Engenharia dos Materiais, no Centro de Ciências de Natureza II (CCN-II). Possui potência
instalada de 1300 kVA. Sobre esta SE a UFPI possui um projeto, que contém sua planta baixa e
detalhes de uma reforma que aconteceu recentemente na unidade, o mesmo foi disponibilizado
ao autor para consulta. No entanto, não há disponível diagrama unifilar da SE.

Figura 24 – Vista da subestação CCN-II.

Fonte – Elaborado pelo autor


.

5.7 Subestação CT

Mostrada na figura 25, a subestação "CT"está localizada no estacionamento do Centro


de Tecnologia (CT). Possui potência instalada de 825 kVA. Sobre ela não há disponibilidade de
nenhum diagrama ou documentação de projeto.

Figura 25 – Vista da subestação CT.

Fonte – Elaborado pelo autor


.
81

5.8 Subestação LIB

Mostrada na figura 26, a subestação "LIB"está localizada ao lado do Laboratório de


Imunogenética e Biologia Molecular (LIB), no Centro de Ciências da Natureza (CCN). Possui
potência instalada de 1200 kVA. Sobre essa SE a UFPI não dispõe de nenhum diagrama ou
documentação de projeto.

Figura 26 – Vista da subestação LIB.

Fonte – Elaborado pelo autor


.
82

6 METODOLOGIA

Este trabalho é baseado em um estudo de caso desenvolvido no Campus Ministro


Petrônio Portella da Universidade Federal do Piauí, no qual busca-se avaliar as subestações
abrigadas do campus tendo por base as normas NBR 14039 e NR 10 .
A primeira etapa do estudo concentrou-se no levantamento das normas aplicáveis
em subestações abrigadas, e de outros trabalhos já desenvolvidos sobre o tema, bem como da
literatura que aborda os aspectos teóricos das SEs abrigadas, suas instalações e respectivos
equipamentos.
A segunda fase da pesquisa concentrou-se na avaliação das SEs abrigadas do campus.
Para instrumentalizar o processo a avaliação das instalações das subestações e identificar de forma
prática as conformidades e não-conformidades durante as aplicações em campo, a metodologia
utilizada nesse trabalho foi semelhante a aplicada por Santos (2012), também empregada de
forma adaptada por Silva (2017), que utiliza um checklist avaliando os itens quanto a sua situação
quando confrontados com as normas NR 10 e NBR 14039.
Após realizadas as vistorias das oito unidades de subestações abrigadas do campus,
buscou-se traçar um perfil de cada uma, evidenciando seu índice de adequação e explicitando
seus pontos de não-conformidade, algumas propostas de intervenções e melhorias também são
sugeridas.
A título de ilustração e de fixação dos conceitos e métodos discutidos no escopo do
trabalho, foi escolhida a subestação Biblioteca, e para ela elaborado um projeto de adequação,
com objetivo de torná-la adequada as normas vigentes e por conseguinte mais segura e confiável.
Para o projeto são utilizados os critérios e métodos apresentados no capítulo 4.

6.1 O checklist utilizado

Neste trabalho a lista de verificação implementada é uma versão adaptada do checklist


de Santos (2012). O checklist utilizado é mostrado no anexo A.
A utilização da list de verificações como metodologia de avaliação é adequada ao
tipo de análise, visto à grande quantidade de itens a serem avaliados. Através do checklist, os
pontos averiguados podem ser classificados como: atendem, não atendem, atendem parcialmente
ou não se aplica.
83

6.2 O formulário de vistoria

Para padronizar as informações colhidas durante as visitas em campo foi elaborado


um formulário de vistoria, que é apresentado no apêndice A. Através deste formulário toma-se
nota de alguns dos equipamentos e das dimensões físicas das subestações, que foram aferidas
durante as vistorias.

6.3 Procedimento durante as visitas de campo

Para a aplicação da lista de verificação foram realizadas visitas in loco, e nelas foram
feitos registros fotográficos das subestações, a fim de documentar seu panorama atual e registrar
os pontos de não-conformidades encontrados.
Durante as vistoria foram identificados os componentes das subestações, bem como
aferidas algumas das dimensões físicas das mesmas. Todas as informações angariadas foram
anotadas em formulários de vistoria, conforme descrito anteriormente.
84

7 RESULTADOS

7.1 Avaliação de conformidade as normas

Neste trabalho foram avaliadas as oito subestações abrigadas do Campus Ministro


Petrônio Portella da UFPI, o estudo foi feito tendo em vista as normas vigentes. Conforme
descrito no capítulo 6, foi utilizado um checklist para instrumentalizar a análise.
Uma visão geral do atual panorama das SEs abrigadas do CMPP em relação à
legislação vigente é apresentada na tabela 12 e na figura 27. No apêndice B está disponível, na
íntegra, a avaliação feita para cada uma das unidades.

Tabela 12 – Tabulação dos Resultados da aplicação do checklist


Número de ítens Situação Proporção de
Subestação
avaliados Não Atende adequação
Atende
atende parcialmente
LIB 35 17 13 5 48, 57%
CCN-II 36 14 17 5 38, 89%
CCE-2 36 10 20 6 27, 78%
Biblioteca 36 8 23 5 22, 22%
CT 36 8 21 7 22, 22%
CCHL 35 7 20 8 20, 00%
CCE 35 6 20 9 17, 14%
Bancos 36 5 23 8 13, 89%
Fonte - Elaborado pelo autor.

Figura 27 – Resultados da aplicação do checklist.

Fonte – Elaborado pelo autor


.
85

Analisando a tabela 12 e o gráfico da figura 27, é possível verificar que, quanto aos
quesitos avaliados, o índice de adequação é menor que 50% para todas as unidades.
A subestação LIB, com 48, 57% dos itens adequados às normativas, é a unidade
que possui maior índice de conformidade, assim como, menor índice de inadequação. As
SEs Bancos e Biblioteca foram as que tiveram maior valor proporcional (63, 89%) de itens em
não-conformidade com as normas.
Nota-se também que, a quantidade de itens que atendem parcialmente as normas,
nas unidades CCHL, CT e CCE, é superior à quantidade de itens que atendem. E, nas outras
unidades, também representam parcela significativa do montante. Logo, infere-se que, com
algumas intervenções pode-se melhorar, consideravelmente, a proporção de adequação das SE às
normas.
A seguir, é apresentado o perfil de adequação de cada uma das subestações.

7.1.1 Avaliação da subestação LIB

O resultado da avaliação da SE LIB por meio do checklist é apresentado na figura


28. O nível de adequação dessa SE é de 48, 57%. Entre os itens que foram avaliados como
inconformes, destacam-se os relacionados a falta de diagrama unifilar.

Figura 28 – Resultado da avaliação SE LIB.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Não há disponível na unidade um diagrama unifilar das instalações da SE, como


normatizado na NBR 14039. Também não estão disponíveis nos registros da UFPI documentação,
diagramas e plantas de projeto da subestação.
Os sistemas de ventilação natural e de iluminação artificial da subestação são adequa-
dos, com a ressalva de que não há tela metálica nas aberturas para ventilação, conforme previsto
86

pela norma.
A subestação LIB é composta por um posto de entrada, um posto de proteção,
dois postos de transformação, de 600 kVA cada, além de contar com uma sala com gerador,
assim como esquematizado na figura 29. No quadro 1, são apresentadas as dimensões mínimas
requisitadas, conforme explicado na seção 4.4 e as dimensões medidas durante a vistoria.

Figura 29 – Esboço da planta baixa da SE LIB.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Quadro 1 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE LIB.


Dimensões mínimas (mm) Dimensões aferidas (mm)
Corredor de manobra
Largura 2120 2130
Porta
Largura 2020 2980
Altura 2100 2130
Pé direito
Altura 3170 3470
Posto de proteção
Comprimento 1456 3300
Largura 1569 1900
Posto de transformação (600 kVA)
Comprimento 3120 3300
Largura 2420 2980
Posto de transformação (600 kVA)
Comprimento 3120 3300
Largura 2420 3020
Fonte - Elaborado pelo autor.
87

Pelas informações expostas no quadro 1, pode-se afirmar que a subestação LIB


possui um dimensionamento físico adequado, com todas as dimensões cumprindo os requisitos
mínimos de projeto.
É importante destacar que os transformadores da SE são a óleo isolante, e não foi
verificada a existência de mecanismos de contenção de óleo, que são exigidos pela norma devido
ao volume de óleo do conjunto de transformadores.
A unidade não possui sistema de iluminação de emergência e a sinalização de
advertência da SE é feita de forma parcial. Quanto ao sistema de proteção contra incêndios, há
na SE um extintor de incêndios (6 Kg), junto a porta de acesso principal.
Visando melhorar sua avaliação, segure-se a elaboração do diagrama unifilar e dispo-
nibilização deste na subestação, a instalação de iluminação de emergência, a complementação da
sinalização com a fixação de placas advertindo aos perigos e indicando as restrições de acesso, a
verificação, de forma mais minuciosa, da existência de mecanismos de contenção de óleo, em
caso negativo, proceder a instalação dos mesmos.

7.1.2 Avaliação da subestação CCN-II

O resultado a avaliação da SE através do checklist é mostrado na figura 30. Conforme


pode-se perceber, o índice de adequação dessa unidade é de 38, 89%. Expressiva parte dos itens
que receberam avaliação negativa são devidos à falta de sinalização e do diagrama unifilar.

Figura 30 – Resultado da avaliação SE CCN-II.

Fonte – Elaborado pelo autor.

A subestação CCN-II, não possui diagrama elétrico unifilar nas suas dependências,
conforme estipula a NBR 14039. A universidade também não possui esse documento em
seus arquivos. Existe documentado sobre essa unidade apenas uma planta baixa, com detalhes
88

explicativos da recente reforma que aconteceu na SE.


Conforme mostra a figura 31, a SE CCN-II possui ramal de entrada subterrâneo, um
posto de entrada e proteção e dois postos de transformação, com transformadores a óleo isolante
de 300 e 1000 kVA, respectivamente. O quadro 2 faz-se um comparativo entre as dimensões da
subestação aferidas no dia da vistoria e as dimensões mínimas requeridas.

Figura 31 – Esboço da planta baixa SE CCN-II.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Analisando o quadro 2, tem-se que a as medidas aferidas satisfazem, na maior parte


dos itens, as prescrições mínimas, com exceção da largura da porta e o comprimento do posto
de transformação de 1000 kVA. Quanto a largura da porta, a NBR 14039 estabelece um valor
mínimo de 80 cm, levando em consideração este critério, a largura da porta está adequada,
entretanto, considerando os critérios de projeto da seção 4.4.2, a largura da porta da SE CCN-II
é um pouco menor do que deveria ser. O sentido de abertura da porta também não é adequado,
visto que a mesma não abre para fora.
Os sistemas de iluminação artificial e de ventilação são satisfatórios e adequados as
normativas. A SE não possui sistema de iluminação de emergência, nem sistema de proteção
contra incêndios.
89

Quadro 2 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE CCN-II.


Dimensões mínimas (mm) Dimensões aferidas (mm)
Corredor de manobra
Largura 2162 3440
Porta
Largura 2062 1990
Altura 2100 2100
Pé direito
Altura 3300 3780
Posto de proteção
Comprimento 1420 3110
Largura 1690 1790
Posto de transformação (300 kVA)
Comprimento 2690 3550
Largura 2240 2330
Posto de transformação (1000 kVA)
Comprimento 3650 3550
Largura 2462 2750
Fonte - Elaborado pelo autor.

Como proposta de intervenção para melhorar o nível de conformidade da subestação


sugere-se que seja elaborado o diagrama unifilar da SE, sejam instalados sistemas de iluminação
de emergência, sistemas de proteção contra incêndios e sinalizações e advertências quanto aos
ricos e restrições de acesso.

7.1.3 Avaliação da subestação CCE-2

O resultado da avaliação da SE CCE-2 pelo checklist é mostrado na figura 32. O


índice de conformidade da SE de 25%. Dentre os itens que foram avaliados negativamente
destacam-se os relacionados à falta de diagrama unifilar da unidade, sinalização e inadequação
da proteção geral em média tensão.
Assim como esquematizado na figura 33, a SE CCE-2 é composta por um posto
de entrada, um posto de proteção e dois postos de transformação de 500 kVA, sendo que em
um deles do transformador está desativado temporariamente. No quadro 3 são apresentadas as
dimensões mínima requisitadas e as dimensões aferidas no dia da vistoria.
Analisando o quadro 3 percebe-se que todos os postos possuem largura um pouco
inferior às dimensões mínimas requeridas. A largura da porta também é um pouco menor que a
largura mínima de projeto, no entanto, satisfaz o critério da NBR 14039 que estipula uma largura
mínima de 80 cm. O sentido de abertura da porta é inadequado pois esta abre para dentro.
90

Figura 32 – Resultado da avaliação da SE CCE-2.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Figura 33 – Esboço da planta baixa SE CCE-2.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Não foi identificada na subestação nenhum mecanismo de contenção de óleo, bem


como placas de sinalização, sistemas de proteção contra incêndio e de iluminação de emergência.
Quanto à iluminação artificial, existem luminárias instaladas na unidade, entretanto estas estão
sem lâmpadas. O sistema de ventilação é adequado, porém as aberturas para ventilação não
possuem tela protetora, assim como pedido pela norma. Quanto à localização, a unidade é a de
mais difícil acesso, pois não exitem vias e acesso direto até a mesma. Também foi verificado que
algumas partes metálicas, tais como grades e porta não estão devidamente aterradas.
91

Quadro 3 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE CCE-2.


Dimensões Minimas Dimensões aferidas
Corredor de manobra
Largura 2120 3400
Porta
Largura 2020 1980
Altura 2100 2100
Pé direito
Altura 3120 3590
Posto de proteção
Comprimento 1420 3480
Largura 1690 1370
Posto de transformação (500 kVA)
Comprimento 2840 3480
Largura 2420 2150
Posto de transformação (500 kVA)
Comprimento 2840 3480
Largura 2420 2140
Fonte - Elaborado pelo autor.

Outro ponto de não-conformidade a ser destacado é a proteção geral em média


tensão, que é realizada por meio de um disjuntor e chave seccionadora à fusível, no entanto,
pela potência da SE deveria ser feita através de disjuntor acionado por relés secundários com as
funções 50 e 51, fase e neutro.
Como propostas de intervenção para melhorar a adequação da SE, sugere-se a
correção da proteção geral em média tensão, a construção de mecanismos de contenção de óleo,
a instalação das lâmpadas nas luminárias existentes, bem como implementação de sistemas
de iluminação de emergência, sinalização e de proteção contra incêndios, instalação de telas,
adequadas à norma, nas janelas para ventilação, a correção no sentido de abertura da porta, o
aterramento de todas as estruturas metálicas, como porta e eletrocalhas, que não se encontrem
devidamente aterradas e a elaboração do diagrama unifilar da SE e disponibilização deste nas
suas dependências.

7.1.4 Avaliação da subestação Biblioteca

O resultado da avaliação da SE Biblioteca pelo checklist é apresentado na figura 34.


A unidade apresentou 22, 22% dos itens avaliados em conformidade com as normas. Dentre os
quesitos apontados como inconformes destacam-se os relacionados a falta de diagrama unifilar,
sinalização, sistema de ventilação e inadequação da proteção geral em média tensão.
92

Figura 34 – Resultado da avaliação da SE Biblioteca.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Conforme esquematizado na figura 35, a SE Biblioteca tem potência instalada


de 1000 kVA e é composta por um posto de entrada, um posto de proteção e um posto de
transformação. No quadro 4 são mostradas as dimensões mínimas de projeto e as dimensões
aferidas na vistoria.

Figura 35 – Esboço da planta baixa SE Biblioteca.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Analisando o quadro 4 constata-se que a altura da SE é inferior a altura mínima de


projeto, a largura do posto de proteção é menor que o valor mínimo calculado e as dimensões do
93

Quadro 4 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE Biblioteca.


Dimensões Minimas Dimensões aferidas
Corredor de manobra
Largura 2162 2350
Porta
Largura 2062 2590
Altura 2100 2110
Pé direito
Altura 3300 3190
Posto de proteção
Comprimento 1420 2630
Largura 1690 1640
Posto de transformação (1000 kVA)
Comprimento 2840 2630
Largura 2462 2430
Fonte - Elaborado pelo autor.

posto de transformação são inferiores aos valores mínimos.


A unidade não possui um sistema de ventilação e por isso seu interior é muito quente,
também não existem sistemas de contenção de óleo isolante e de iluminação de emergência.
Quanto ao sistema de proteção contra incêndios, há na SE um extintor (6 Kg).
Há na unidade depósito de materiais e entulho, parte das eletrocalhas encontram-se
desprotegidas, não há sinalização quanto aos riscos nem às restrições de acesso. Também não há
na unidade, nem nos registros da UFPI, o diagrama unifilar da instalação. Algumas das partes
metálicas, tais como eletrocalhas e porta não encontram-se devidamente aterradas.
A proteção geral em média tensão da SE também é inadequada, pois esta deveria
ser realizada através de disjuntor, acionado por relé secundário com as funções 50 e 51, fase e
neutro, entretanto, ela é feita por disjuntor e chave seccionadora a fusível.
Como sugestão de intervenção, aconselha-se realizar uma limpeza da unidade, remo-
vendo todos os materiais alheios a SE, fazer o aterramento das partes metálicas, como porta e
eletrocalhas, instalar um sistema de ventilação adequado, bem como sistemas de iluminação de
emergência, de contenção de óleo isolante e de sinalização. Também é necessária a adequação
das dimensões dos postos, principalmente do posto de transformação. Para evitar mudanças
estruturais, pode-se substituir o transformador por um à seco que possui dimensões mais reduzi-
das. Além disso, é essencial a adequação da proteção geral de média tensão e a elaboração do
diagrama unifilar da unidade.
94

7.1.5 Avaliação da subestação CT

O resultado da avaliação da subestação CT é mostrada na figura 36. O grau de


adequação da unidade é de 22, 22%. Dentre os pontos considerados como inconformes destacam-
se os relacionados com a falta de diagrama unifilar e de sistema de sinalização, bem como a
inadequação da proteção geral em média tensão.

Figura 36 – Resultado da avaliação da SE CT.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Assim como mostrado na figura 37, a SE CT é composta por um posto de entrada,


um posto de proteção e três postos de transformação, sendo um de 300 kVA e dois de 225 kVA.
O quadro 5 mostra as dimensões mínimas de projeto e as dimensões aferidas da unidade na
vistoria.

Figura 37 – Esboço da planta baixa SE CT.

Fonte – Elaborado pelo autor.


95

Quadro 5 – Dimensões ísicas mínimas e aeridas da SE CT.


Dimensões Mínimas Dimensões aferidas
Corredor de manobra
largura 1940 2700
Porta
Largura 1840 1470
Altura 2100 2440
Pé direito
Altura 2860 2950
Posto de proteção
Comprimento 1420 2070
Largura 1690 1660
Posto de transformação (300 kVA)
Comprimento 2690 2070
Largura 2240 2000
Posto de transformação (225 kVA)
Comprimento 2690 2070
Largura 2240 1870
Posto de transformação (225 kVA)
Comprimento 2530 2070
Largura 1930 1840
Fonte - Elaborado pelo autor.

Analisando o quadro 5 percebe-se que as dimensões dos postos de transformação


são inferiores as dimensões de projeto mínimas requeridas. O mesmo acontece para a largura do
posto de proteção e da porta. Para a porta, esta satisfaz a a largura mínima de 80 cm fixada na
NBR 14039, no entanto, a largura é inferior ao valor mínimo, quando considerado o critério de
projeto.
A proteção geral de média tensão da subestação é inadequada, pois não utiliza
disjuntor acionado por relé secundário com as funções 50 e 51, fase e neutro, sendo aplicado
disjuntor e chave seccionadora a fusível. Não há na subestação mecanismos de contenção de
óleo, que é necessário visto ao volume de óleo isolante do conjunto de transformadores da SE.
Na SE há iluminação artificial, porém a mesma não atente as necessidades da unidade.
Existe um sistema de ventilação, no entanto as aberturas para ventilação não cumprem os critérios
da norma, pois não são em forma de chicana, e não estão dispostas de forma a promover a
circulação do ar. Foi verificado depósito de materiais alheios a subestação e entulho na unidade.
Na subestação não há sistemas de iluminação de emergência, proteção contra in-
cêndios e sinalização, também não está disponível em suas dependências, nem nos arquivos da
universidade, o diagrama unifilar da instalação. Alguns dos componentes metálicos, tais como
96

grades de proteção e porta, não estão aterrados.


Como proposta de intervenção para melhoria da adequação da subestação recomenda-
se a adequação da proteção geral em média tensão, melhoria do sistema de iluminação artificial
e de ventilação, instalação de sistemas de proteção contra incêndios, iluminação de emergência,
contenção de óleo e de sinalização, o aterramento das partes metálicas não aterradas, a elaboração
do diagrama unifilar da SE e disponibilização deste na unidade.

7.1.6 Avaliação da subestação CCHL

O resultado da avaliação a SE CCHL é apresentado na figura 38, esta unidade


apresentou 20% dos itens do checklist em conformidade com as normas. Dentre os pontos
inconformes destacam-se os relacionados a falta de diagrama unifilar e de sinalização, bem como
a inadequação da proteção geral em média tensão.

Figura 38 – Resultado da avaliação da SE CCHL.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Conforme esquematizado na figura 39, a SE CCHL é composta por um posto de


entrada, um posto de proteção e dois postos de transformação de 300 k VA cada. O quadro 6 traz
as dimensões mínimas requeridas para a unidade e as dimensões medidas in loco.
Pelo quadro 6 percebe-se que as dimensões dos postos de transformação são inferi-
ores aos valores mínimos de projeto. Também são menores que o valor mínimo de projeto as
larguras do posto de proteção e da porta. Quanto a largura da porta, esta está adequada ao critério
de valor mínimo da NBR 14039, pois é maior que 80 cm, entretanto não satisfaz os critérios de
projeto, apresentando uma largura um pouco inferior à requerida.
A proteção geral em média tensão da SE é inadequada, visto que deveria ser realizada
por disjuntor acionado por relé secundário com as funções 50 e 51, fase e neutro, no entanto,
97

Figura 39 – Esboço da planta baixa SE CCHL.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Quadro 6 – Dimensões físicas mínimas e aferidas da SE CCHL.


Dimensões mínimas Dimensões aferidas
Corredor de manobra
Largura 1940 2740
Porta
Largura 1840 1500
Altura 2100 2370
Pé direito
Altura 2860 3170
Posto de proteção
Comprimento 1660 2160
Largura 1378 1160
Posto de transformação (300 kVA)
Comprimento 2690 2160
Largura 2240 2060
Posto de trasnformação (300 kVA)
Comprimento 2690 2160
Largura 2240 2050
Fonte - Elaborado pelo autor.

é realizada com disjuntor e chave seccionadora a fusível. Na unidade não há mecanismos de


contenção de óleo, que é exigido visto o volume de óleo isolante dos transformadores.
A SE possui sistema de iluminação artificial, mas este não proporciona uma ilumi-
nação adequada do ambiente. Não há na unidade sistemas de iluminação de emergência e de
proteção contra incêndio, existe na unidade um extintor de incêndios desativado, junto a um
amontoado de materiais, situação que também configura um ponto de não-conformidade.
Algumas das partes metálicas da unidade não encontram-se devidamente aterradas,
98

tais como grades de proteção e porta. Existe um sistema de ventilação na SE, no entanto, as
aberturas de ventilação não são em forma de chicana, assim como prevê a norma, e as aberturas
não estão disposta de forma a promover a circulação de ar.
Como sugestões de intervenção visando melhorar o grau de conformidade da subes-
tação recomenda-se a adequação da proteção geral em média tensão, a instalação de sistemas
de iluminação de emergência, sinalização, contenção de óleo e proteção contra incêndios, a
limpeza da unidade, removendo todos os materiais alheios a SE e entulhos, o aterramento
das partes metálicas que não estejam devidamente aterradas, a adequação das aberturas para
ventilação, a melhoria no sistema de iluminação artificial e a elaboração do diagrama unifilar e
disponibilização do mesmo nas dependências da SE.

7.1.7 Avaliação da subestação CCE

O resultado da avaliação da subestação CCE através do checklist é apresentada na


figura 40. A unidade apresentou 17, 14% dos itens avaliados em conformidade com a norma.
Dentre as não-conformidades destacam-se a inexistência de diagrama unifilar da instalação, a
falta de sinalização e a inadequação da proteção geral em média tensão.

Figura 40 – Resultado da avaliação da SE CCE.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Assim como mostrado na figura 41, a SE é composta por um posto de entrada, um


posto de proteção e dois postos de transformação de 300 kVA cada. O quadro 7 apresenta as
dimensões de projeto mínimas exigidas e as dimensões medidas no dia da visita à unidade.
Fazendo a análise do quadro 7 percebe-se que as dimensões dos postos de transfor-
mação são inferiores aos valores mínimos de projeto. O mesmo acontece para a largura do posto
de proteção. A largura da porta também é inferior ao valor mínimo de projeto, no entanto atende
99

Figura 41 – Esboço da planta baixa SE CCE.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Quadro 7 – Dimensões mínimas e dimensões aferidas da SE CCE.


Dimensões mínimas Dimensões aferidas
Corredor de manobra
largura 1940 2790
Porta
Largura 1840 1510
Altura 2100 2420
Pé direito
Altura 2860 3200
Posto de proteção
Comprimento 1420 1980
Largura 1690 1470
Posto de transformação (300 kVA)
Comprimento 2690 1980
Largura 2240 2090
Posto de transformação (300 kVA)
Comprimento 2690 1980
Largura 2240 2090
Fonte - Elaborado pelo autor.

ao requisito mínimo de 80 cm estipulado na NBR 14039.


O sistema de iluminação artificial da unidade, não atende totalmente às necessidades
na SE. A unidade possui sistema de ventilação, no entanto este não cumpre as recomendações da
norma, pois as aberturas para ventilação não são em formato de chicana e não estão dispostas de
forma a promover a circulação do ar.
Foi verificado depósito de material alheio a SE e entulho na unidade, assim como
infiltrações no teto. Outros pontos de não-conformidade a serem destacados são a inadequação
100

da proteção geral em média tensão, a inexistência de um disjuntor geral de baixa tensão no


QGBT e a falta de mecanismos de contenção de óleo isolante.
A SE não conta com sistemas de iluminação de emergência, bem como de proteção
contra incêndios e de sinalização e advertências aos riscos existentes e às restrições de acesso.
Não existe documentado o diagrama unifilar da instalação.
As propostas de intervenção sugeridas para a SE são a adequação da proteção geral
em média tensão, melhoria nos sistemas de ventilação e iluminação artificial, instalação de
sistemas de iluminação de emergência, sinalização, proteção contra incêndios e contenção
de óleo, limpeza da unidade e remoção dos materiais alheios a subestação, aterramento das
partes metálicas que não se encontrem devidamente aterradas, conserto das infiltrações no teto,
dimensionamento e instalação de um disjuntor geral de média tensão, elaboração do diagrama
unifilar da instalação e disponibilização do mesmo na unidade, ampliação dos postos de proteção
e transformação, ou substituição dos transformadores a óleo por transformadores a seco e o
disjuntor PVO por disjuntor a vácuo que são mais compactos.

7.1.8 Avaliação da subestação Bancos

O resultado da avaliação da SE Bancos é apresentado na figura 42. O grau de


conformidade da Unidade é de 19, 89%. Dos itens considerados como inconformes destacam-se
a falta de diagrama unifilar e de sinalização e problemas na estrutura física da SE.

Figura 42 – Resultado da avaliação da SE Bancos.

Fonte – Elaborado pelo autor.

A subestação Bancos é composta por um posto de entrada, um posto de proteção,


um posto de transformação de 300 k VA e um posto reserva, conforme esquematizado na figura
43. As dimensões físicas mínimas requeridas e as dimensões medidas na vistoria da SE são
101

mostradas no quadro 8.

Figura 43 – Esboço da planta baixa SE Bancos.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Quadro 8 – Dimensões mínimas e dimensões aferidas da SE Bancos.


Dimensões mínimas Dimensões aferidas
Corredor de manobra
Largura 1940 3100
Porta
Largura 1840 1500
Altura 2100 2120
Pé direito
Altura 2860 3060
Posto de proteção
Comprimento 1420 1700
Largura 1690 1430
Posto de transformação (300 kVA)
Comprimento 2690 1700
Largura 2240 2000
Fonte - Elaborado pelo autor.

Pela análise do quadro 8 percebe-se que as dimensões do posto de transformação


são menores que os valores mínimos requeridos. Também são inferiores a largura do posto de
transformação e da porta, com a ressalva de que a largura da porta se adequa ao valor mínimo de
80 cm estipulado na NBR 14039.
Na unidade existe um sistema de iluminação artificial, no entanto as luminárias
encontram-se soltas e com fiação exposta. Há também na SE um sistema de ventilação, mas
este não cumpre os requisitos da norma, pois as aberturas para ventilação não possuem tela de
102

proteção e nem estão disposta a fim de proporcionar a circulação de ar na unidade, sendo que
uma das janelas encontra-se totalmente aberta e desprotegida. Parte das estruturas metálicas, tais
como, porta e grade de proteção das canaletas, não se encontram devidamente aterradas.
A SE não possui sistemas de iluminação de emergência, sinalização, proteção contra
incêndios e contenção de óleo. A estrutura corre risco de desabamento, e por isso foram instaladas
escoras na laje, estas por sua vez obstruem o espaço de trabalho em frente aos equipamentos de
manobra, também foram verificadas infiltrações no teto e depósito de entulho e materiais alheios
à SE.
Como proposta de intervenção sugere-se que seja elaborado o diagrama unifilar
da instalação e que o mesmo seja disponibilizado na unidade, reparo à estrutura do teto e
conserto das infiltrações, adequação e melhoria nos sistemas de iluminação artificial e ventilação
existentes, limpeza da unidade com remoção de qualquer material alheio a SE, instalação de
sistemas de sinalização, iluminação de emergência, proteção contra incêndios e de contenção de
óleo, aterramento das partes metálicas quem não estejam devidamente aterradas, ampliação dos
postos de proteção e transformação, ou substituição dos equipamentos por outros mais compactos
como disjuntor a vácuo e transformadores a seco.

7.2 Projeto de adequação da subestação Biblioteca

Para ilustração dos métodos discutidos no trabalho, nesta seção é apresentada uma
proposta de um projeto de adequação da subestação Biblioteca.
Sobre as características elétricas da carga atualmente conectada à subestação, fo-
ram conseguidos, junto ao Departamento de Manutenção da Universidade, os seguintes dados
apresentados na tabela 13, obtidos através do analisador Minipa ET - 5051EC, com medições
realizadas entre os dias 22 e 29 de março de 2019.

Tabela 13 – Características da carga conectada à SE Biblioteca.


Demanda (kW)
Média 317,1
Máxima 342,7
Fator de Potência
Máximo 0,994
Mínimo 0,654
Fonte - Elaborado pelo autor.

Sobre as características elétricas da concessionária, relativas ao ponto de entrega,


103

foram conseguidas as seguintes informações, datadas de ano de 2017, apresentadas na íntegra no


anexo B:
• tensão máxima de operação: 15 kV;
• tensão nominal de fornecimento: 13,8 kV;
• frequência nominal: 60 Hz;
• potência simétrica de curto-circuito no ponto de entrega da concessionária: 69,65
MVA;
• nível básico de impulso: 95 kV crista;
• corrente de curto-circuito trifásico: 2917,42 A;
• corrente de curto-circuito bifásico: 2526,49 A;
• corrente de curto-circuito monofásico: 142,82 A;

7.3 Dimensionamento dos equipamentos e acessórios

O dimensionamento dos equipamentos nessa seção segue os critérios e métodos


discutidos no capítulo 4.

7.3.1 Dimensionamento do transformador

A tabela 13 traz os valores atuais de fator de potência e potência demandada da


subestação Biblioteca. Dela podemos calcular, conforme mostrado na equação 7.1, a potência
aparente demandada.
P 342, 7
S= = = 524 kVA. (7.1)
f p 0, 654
onde:
• S: potência aparente;
• P: potência ativa;
• fp: fator de potência.
Considerando uma margem de crescimento e aumento da demanda em 30%, tem-se
o valor de 681,2 kVA. Logo, pela tabela 3, o transformador para a subestação deve ser de 750
kVA.
Foi escolhido um transformador a seco, pois este apresenta dimensões mais reduzidas
e não necessita de dispositivos de contenção de óleo, a ficha técnica do mesmo é apresentada no
quadro 9.
104

Quadro 9 – Ficha técnica do transformador utilizado.


Características
Potência nominal 750 kVA
Tipo a seco
Proteção IP20
Classe de Tensão (kV) 15 kV
Tensão Primária 13,8/13,2/12,6/12,0/11,4 kV
Tensão Secundária 380/220 V
Primário Triângulo (delta)
Secundário Estrela com neutro acessível
Deslocamento Angular 30◦
Frequência nominal 60 Hz
Corrente de excitação 1,2%

Impedância a 75 C 6%
Comprimento (C) 2000 mm
Largura (L) 1200 mm
Altura (A) 1750 mm
Peso 2300 kg
Fonte: WEG (2019).

7.3.2 Dimensionamento dos condutores do ramal de entrada subterrâneo

Tendo por base a tabela 5, é proposta a instalação de um condutor de cobre singelo


(unipolar), com isolação classe 15 kV do tipo EPR 90◦ C e com seção de 25 mm2 .

7.3.3 Dimensionamento do barramento primário

Levando em consideração a tabela 7, o barramento primário deve ser constituído de


vergalhão de cobre com seção do tubo ou barra retangular de 30 mm2 . Identificados através do
padrão de cores: vermelha para fase A, branca para a fase B e marrom para fase C, respeitando a
distância mínima entre fases e entre fase e terra de 160 mm, conforme estipulado na tabela 1.

7.3.4 Dimensionamento das muflas terminais

Baseando-se na tabela 8, o terminal termocontrátil escolhido é do tipo mufla terminal


unipolar termocontrátil, para cabo de 25 mm2 , com saia para instalação externa, e sem saia
para instalação interna, cujas especificações técnicas são dadas no quadro 10. Devendo serem
instaladas tanto na estrutura de derivação do ramal quanto dentro da subestação, em conjunto de
4, sendo uma por fase, mais uma reserva.
105

Quadro 10 – Ficha técnica das muflas terminais utilizadas.


Características
Modelo TM-20-50
Classe de tensão 12 a 20 kV
Nível básico de impulso 95 kV
Seção do cabo unipolar 25 a 50 mm2
Altura 270 mm
Fonte: Prysmian (2019).

7.3.5 Dimensionamento dos isoladores

Os isoladores de média tensão escolhidos para o uso no projeto, são isoladores do


tipo pedestal de époxi. No quadro 11 é apresentada a ficha técnica dos isoladores adotados.

Quadro 11 – Ficha técnica dos isoladores utilizados.


Características
Tipo construtivo Pedestal
Método de instalação Interna
Material de isolação Epóxi
Nível básico de impulso (kV) 95 kV
Classe de tensão 15 a 17,5 kV
Altura 150 mm
Fonte: Schak (2019b).

7.3.6 Dimensionamento dos para-raios

Devem ser instalados junto às buchas de passagem de média tensão, no ponto de


derivação e junto as muflas, no interior da SE, um conjunto de para-raios, um para cada fase, com
invólucro polimétrico, composto por blocos resistores de ZnO, sem centelhadores, equipados
com desligadores automáticos e com as características construtivas mostradas na tabela 10. A
ficha técnica dos para-raios recomendados para o projeto é mostrada na tabela 12.

Quadro 12 – Ficha técnica dos para-raios utilizados.


Características
Modelo PBP 15/10
Tipo construtivo ZnO
Classe de tensão 15 kV
Corrente de descarga (kA) 10
Altura 306 mm
Fonte: Balestro (2019).
106

7.3.7 Dimensionamento do disjuntor de baixa tensão

Utilizando as equações 4.9 e 4.10 e os dados do transformador da tabela 9, calcula-se


a corrente nominal no secundário do transformador e a corrente de curto circuito do transformador
no lado secundário:

S 750
Ins = √ =√ = 1140, 85 A, (7.2)
3 ×Vns 3 × 380
Ins 1140, 85
Icc−sec = × 100 = × 100 = 19010 A, (7.3)
Z% 6

Logo, o disjuntor a ser especificado deve ser capaz de interromper uma corrente
nominal de 1140,85 A e de suportar uma corrente de curto-circuito de até 19,01 kA.
A ficha técnica do disjuntor utilizado no projeto é mostrada no quadro 13.

Quadro 13 – Ficha técnica do disjuntor de baixa tensão utilizado.


Características
Modelo Compact NS1250N
Tipo construtivo Caixa moldada
Tipo de montagem Fixo
Tipo de controle Alavanca articulada
Número de polos 3
Categoria de uso B
Corrente nominal 1250 A
Frequência nominal 50/60 Hz
Tensão máxima de serviço 690 V
Capacidade de corte (220/240 V) 52 kA
Capacidade de corte nominal em serviço (220/240 V) 65 kA
Fonte: Schneider-Eletric (2019).

7.3.8 Dimensionamento do QGBT e seu alimentador

No dimensionamento dos condutores de baixa tensão do circuito alimentador do


QGBT, considerou-se a temperatura ambiente em 40◦ C (Ft = 0, 91), o método de instalação
como leito, a utilização de cabos unipolares isolação EPR (método F, pela tabela 20) e, pela
tabela 23, o fator de agrupamento utilizado é de 0,82. Foram testados os critérios explicados na
seção 4.8.3.1, e escolheu-se o de maior bitola para utilização no projeto
107

7.3.8.0.1 Seção mínima

De acordo com a tabela 16, a seção mínima para o cabo do alimentador é de 2, 5 mm2 .

7.3.8.0.2 Capacidade de condução de corrente

Calculando a corrente de projeto e aplicando os fatores de correção tem-se:


S 750 k
Ip = √ =√ = 1140, 85 A, (7.4)
3 ×V 3 × 380
Ip 1140, 85
I p0 = = = 1528, 88 A. (7.5)
Fa × Ft 0, 91 × 0, 82
Consultando a tabela 26, tem-se que devem ser utilizados três cabos de seção de
240 mm2 .

7.3.8.0.3 Queda de tensão

Pelo cálculo da queda de tensão, considerando um comprimento de 10 metros,


tem-se:
1
173, 2 × ρ × lc × I p 173, 2 × 58 × 10 × 1140, 85
Sc = = = 29, 89 mm2 (7.6)
3 ×V f f 3 × 380

Pelo critério da queda de tensão o cabo a ser utilizado é de 30 mm2 .

7.3.8.0.4 Capacidade de condução de corrente de curto-circuito

Aplicando a equação 4.18, utilizando Te = 0, 3s, Ics = 19, 01 kA, T f = 250◦ C e


Ti = 90◦ C, tem-se:
√ √
Te × Ics 0, 3 × 19, 01 k 2
S= s  = s   = 75, 33mm (7.7)
234 + T f 234 + 250
0, 34 × log 0, 34 × log
234 + Ti 234 + 90

Por esse critério a seção mínima a ser utilizada é de 95 mm2 .

7.3.8.0.5 Escolha do alimentador

O método com maior área de seção transversal foi o da capacidade de condução de


corrente. Então no projeto são adotados cabos de 240 mm2
108

7.3.8.0.6 Escolha do QGBT

O quadro geral de baixa tensão escolhido para o projeto é construído em chapas de


aço, estrutura tipo armário modular, instalação de sobrepor com placa para montagem e porta
com fechadura do tipo fecho rápido, índice de proteção mínimo IP-55.
Os barramentos para as três fases, neutro e terra, deverão ser feitos com barras
retangulares uniformes de cobre eletrolítico com alta condutibilidade e identificados por padrão
de cores.

7.3.9 Dimensionamento do disjuntor de potência

No dimensionamento do disjuntor de média tensão, através da equação 4.19 é


calculada a corrente nominal primária do transformador, sendo:
S 750 k
Inp = √ = Inp = √ = 31, 38 A (7.8)
3 ×Vnp 3 × 13, 8 k
Também deve ser levada em consideração o valor da potência simétrica de curto-
circuito no ponto de alimentação. Para tal, levou-se em consideração os parâmetros da rede de
distribuição do ponto de entrega da concessionária para a universidade, tendo um valor de 69,65
MVA.

Quadro 14 – Ficha técnica do disjuntor de potência utilizado.


Características
Modelo MAF 15.6
Tensão Nominal (kV) 15
Corrente nominal (A) 630
Capacidade nominal de interrupção (MVA) 350
Nível básico de impulso (kV) 95 kV
Tempo de abertura (ms) 70
Tempo de fechamento (ms) 100
Altura (mm) 96
Largura (mm) 690
Profundidade (mm) 420
Fonte: Beghim (2014).

7.3.10 Dimensionamento do transformador de corrente

Os transformadores de corrente devem retratar com fidelidade as correntes de defeito.


Para seu dimensionamento se deve calcular através das equações 4.21 e 4.22. Na situação em
109

questão tem-se:

∑ Sn 750 k
In = √ =√ = 31, 38 A, (7.9)
3 ×Vn 3 × 13, 8 k
Icc máx 2917, 42
IPTC = = = 145, 87 A ≈ 150 A. (7.10)
FSC 20
Assim a Relação de transformação, calculada pela equação 4.23 é dada por:

IPTC 150
RTC = = = 30 : 1. (7.11)
5 5

O quadro 15 mostra a ficha técnica do transformador de corrente escolhido para o projeto.

Quadro 15 – Ficha técnica do TC utilizado.


Características
Modelo 4NF01 12-2BC20
Tipo construtivo Barra
Classe de tensão (kV) 15
Corrente primária nominal (A) 50
Corrente secundária nominal (A) 5
Fator térmico nominal 1,2 In
Classe de exatidão 3%
Fonte: Siemens (2019).

7.3.11 Dimensionamento do transformador de potencial

No projeto, os transformadores de potencial servirão para alimentar os relés secun-


dários de proteção. Para tal, foi escolhido, com base nos critérios apresentados na seção 4.8.11,
o TP cujas características técnicas são mostradas no quadro 16.

Quadro 16 – Ficha técnica do TP utilizado.


Características
Modelo TPA15 (Instrumenti)
Classe de tensão (kV) 15
Tensão primária (V) √ 2200 a 13800
Tensão secundária (V) 115 3; 110; 115; 220; 230
Potência Térmica 500 VA
Nível de Isolamento (NI) 34-95 kV
Exatidão 0,3 P 75 / 1,2 P 200
Fonte: Instrumenti (2019).
110

7.3.12 Dimensionamento e ajuste do relé

O relé utilizado no projeto é o URPE 7104 PEXTRON, que é um relé de sobrecorrente


trifásico mais neutro com amperímetro e registro de corrente de curto-circuito.

7.3.12.0.1 Ajuste da unidade temporizada de fase (51F)

A corrente de ajuste da unidade temporizada de fase, conforme explicado na seção


4.8.10.1, deve obedecer a seguinte relação:

FSG × In I 1, 3 × 31, 38 142, 82


≤ Ia juste 51F ≤ cc mín ∴ ≤ Ia juste 51F ≤ ∴ 1, 395 A ≤ 4, 760 A.
RTC RTC 30 30
(7.12)

7.3.12.0.2 Ajuste da unidade instantânea de fase (50F)

A corrente de ajuste da unidade instantânea de fase, conforme explicado na seção


4.8.10.2, deve obedecer a seguinte relação:
(8 a 12) × In I 10 × 31, 38 2917, 42
≤ Ia juste 50F ≤ cc ass mín ∴ ≤ Ia juste 50F ≤ ∴
RTC RTC 30 30
10, 46 A ≤ Ia juste 50F ≤ 87, 52 A. (7.13)

7.3.12.0.3 Ajuste da unidade temporizada de neutro (51N)

A corrente de ajuste da unidade temporizada de neutro, conforme explicado na seção


4.8.10.3, deve obedecer a seguinte relação:
FDS × In I 0, 2 × 31, 38 291, 42
≤ Ia juste 51N ≤ cc mín ∴ ≤ Ia juste 51N ≤ ∴
RTC RTC 30 30
0, 209 A ≤ Ia juste 50F ≤ 87, 522 A. (7.14)

7.3.12.0.4 Ajuste da unidade instantânea de neutro (50N)

A corrente de ajuste da unidade instantânea de neutro, conforme explicado na seção


4.8.10.4, deve obedecer a seguinte relação:

FDS × In Icc 1φ mín 0, 2 × 31, 88 142, 82


≤ Ia justes 50N ≤ ∴ ≤ Ia justes 50N ≤ ∴
RTC RTC 30 30
0, 209 A ≤ Ia juste 50F ≤ 4, 761 A. (7.15)
111

7.3.13 Dimensionamento da chave seccionadora de média tensão

No dimensionamento da chave seccionadora, atenta-se na corrente nominal, que


deve ser, em valores comerciais, a mais próxima do valor calculado anteriormente na equação
7.9.
Também devem ser consideradas a capacidade de suportar a corrente de curta duração
simétrica sem que hajam danos, calculada pela equação 4.20. Para o caso em questão, ela é dada
por:

Scc 69, 65 M
Icc−prim = √ =√ ≈ 2914 A. (7.16)
3 ×Vnp 3 × 13, 8 k

As características técnicas da chave adotada no projeto são mostradas no quadro


17, a seguir. A mesma possui um sistema de bloqueio mecânico com fechadura, para impedir
manobras não autorizadas no seccionador.

Quadro 17 – Ficha técnica da chave seccionadora utilizada.


Características
Modelo MODELO SFBCH
Número de fases 3
Acionamento Manual
Classe de tensão (kV) 15
Nível de Isolamento (NI) 95 kV
Corrente In 400
Material dos isoladores Epóxi
Altura (mm) 505
Largura (mm) 782
Profundidade (mm) 282
Fonte: Schak (2019a).

Uma vez especificada a chave a potência nominal do transformador, determina-


se os fusíveis HH de média tensão para as chaves seccionadoras através da tabela 9. Para o
transformador de 750 kVA tem-se um fusível HH 63A.

7.3.14 Dimensionamento físico da subestação

7.3.14.1 Altura da subestação

A altura da subestação é calculada através da equação 4.5. Substituindo os as


informações de altura dos equipamentos utilizados. E utilizando Hac com um valor de 500 mm
112

tem-se:

Hse = Ht + Hac + Hc + Hi + Hab = 1750 + 500 + 505 + 150 + 160 = 3065 mm. (7.17)

Pelo cálculo da equação 7.17, a altura para mínima necessária para a subestação é de
3,065 m. Para o projeto será adotada uma altura de 3,20 m.

7.3.14.2 Porta de acesso principal

De acordo com os critérios discutidos na seção 4.4.2, a porta de acesso principal da


SE deve ter uma altura de 2,10 m e a valor mínimo para sua largura é calculado pela equação 4.6,
considerando a maior dimensão dos transformador adotado no projeto, tem-se:

L p = Dt + 600 = 2000 + 600 = 2600 mm. (7.18)

Então, o valor adotado no projeto para a largura da porta de acesso principal da SE é


de 2,60 m de largura. E a mesma deve ser de material metálico, com sentido de abertura para
fora.

7.3.14.3 Corredor de controle e manobra

Levando em consideração os critérios discutidos na seção 4.4.3 e considerando as


dimensões dos equipamentos, tem-se que a largura do corredor Lc da SE deve ser 700 mm maior
que a maior dimensão de todos equipamentos, sendo:

Lc = Dt + 700 = 2000 + 700 = 2700 mm. (7.19)

No projeto é adotado um valor de 3 metros para a largura do corredor.

7.3.14.4 Posto de transformação

Considerando as dimensões dos transformador adotado e o seu posicionamento


dentro do posto, bem como os critérios discutidos na seção 4.4.4.3. A largura e a profundidade
do posto de transformação são calculadas, respectivamente, por:

Dct = Dt + 1000 = 1200 + 1000 = 2200 mm (largura), (7.20)

Dct = Dt + 1000 = 2000 + 1000 = 3000 mm (pro f undidade). (7.21)

Adota-se , então, uma profundidade de 3 m e uma largura de 2,2 m para o posto de


transformação do projeto.
113

7.3.14.5 Posto de Proteção

Com base no que foi discutido na seção 4.4.4.2, a largura e profundidade mínimas
para o posto de proteção podem ser calculadas por:

Dcp = Dd + 1000 = Dcp = 690 + 1000 = 1690 mm (largura), (7.22)

Dcp = Dd + 1000 = Dcp = 420 + 1000 = 1420 mm (pro f undidade). (7.23)

Para o projeto de adotou-se uma largura de 1,70 m e uma profundidade de 3,0 m,


que é o valor mínimo de profundidade para o posto de transformação.

7.3.14.6 Posto de entrada

O posto de entrada do projeto tem largura de 1,50 m e uma profundidade de 3,0 m,


assim como nos demais postos.

7.3.14.7 Arranjo físico

A planta baixa, contendo o arranjo físico proposto para a subestação é apresentada


na figura 44, a seguir:

7.3.15 O sistema de sinalização e de proteção contra incêndio

A subestação deve estar devidamente sinalizada, advertindo quanto aos perigos


elétricos e as restrições de acesso. As sinalizações devem estar expostas em local de fácil
visualização.
Neste projeto, adotou-se na porta principal de acesso, placas de advertência da
restrição de acesso, identificação da subestação e de aviso da obrigatoriedade do uso de EPIs e,
junto às partes vivas, placas sinalizando os riscos de choque elétrico e perigo de morte. Similares
as mostradas na figura 45.
Conforme o exposto na seção 4.7, devem ser instalados na SE extintores de incêndio
de pó com capacidade de 50 Kg, em locais de fácil acesso, sinalizados, abrigados contra
intempéries e devidamente identificados.
114

Figura 44 – Planta baixa da SE Biblioteca.

Fonte – Elaborado pelo autor.

7.3.16 O sistema de ventilação

Assim como discutido na seção 4.5 é de praxe que sejam atribuídos 0,30 m2 de
abertura para ventilação a cada 100 kVA de potência instalada.
Considerando valores inteiros, tem-se que a subestação deve ter, no mínimo, 2, 4m2
de aberturas para ventilação. Nesse projeto elas totalizam 2, 5 m2 As mesmas devem ser em
formato de chicana e estarem protegidas por telas metálicas com malhas de, no mínimo, 5 mm e,
no máximo, 13 mm.
A figura 46 mostra vistas laterais da SE projetada, em que se pode ver as aberturas
de ventilação. O sistema de ventilação é composto por janelas em formato de chicana, com tela
de proteção, oito delas com 0, 25mm2 e uma de 0, 5mm2 .

Fonte: Elaborado pelo autor.


115

Figura 45 – Placas de sinalização.

(b) Sinalização de restrição de


(a) Sinalização de identificação. acesso.

(c) Sinalização da obrigatoriedade do (d) Sinalização dos riscos de choque


uso dos EPIs. elétrico.

Fonte – (a) Towbar (2019); (b) Vinil-studio (2019); (c) Aerotex (2019); (d) Aplica (2019).

7.3.17 O sistema de iluminação

7.3.17.1 Iluminação artificial

O sistema de iluminação projetado é composto por duas luminárias, cujas caracteris-


ticas técnicas são dadas no quadro 18. Simulando a configuração proposta através do software
DIALux evo 8.1 obteve-se um iluminamento médio de 214 lux, que satisfaz os critérios da tabela
2. Na figura 47 é mostrado o diagrama de isolinhas de iluminância obtido na simulação.

7.3.17.2 Iluminação de emergência

No sistema de iluminação de emergência projetado tem-se uma luminária de aclara-


mento, cujas características técnicas são dadas no quadro 19.
116

Figura 46 – Vista das aberturas de ventilação de SE.

(a) Vista da frente.

(b) Vista do fundo.

Quadro 18 – Ficha técnica da luminária utilizada.


Características
Modelo CAA01-E1110
Tipo Fluorescente tubular
Relação de saída de luz 70,2%
Fluxo luminoso da lâmpada (lm) 8300
Fluxo luminoso da luminária (lm) 5812
Potência (W) 125
Fonte: Lumicenter (2019).

7.3.18 Diagrama unifilar

A figura 48 mostra o diagrama unifilar da SE, que deve estar disponível no interior
da subestação em local que permita sua consulta.
117

Figura 47 – Diagrama de isolinhas de iluminância.

Fonte – Elaborado pelo autor.

Quadro 19 – Ficha técnica da luminária de emergência (aclaramento) utilizada.


Características
Modelo WE-LED 3000
Tipo LED injetado em ABS
Fluxo luminoso (lm) 3212
Potência (W) 18
Sensor de luminosidade Sim
Bateria 12 V de gel e selada
Fonte: Wetzel (2019).
118

Figura 48 – Diagrama unifilar da subestação.

Fonte – Elaborado pelo autor.


119

8 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Na avaliação de conformidade às normas vigentes do conjunto de subestações do


CMPP da UFPI conclui-se que o nível de conformidade das mesmas, considerando os quesitos
avaliados, é baixo, sendo, em todas as unidades, inferior a 50% .
Dentre as não-conformidades destaca-se a falta de diagrama unifilar das instalações
de todas as SEs, bem como qualquer documento ou projeto que identifique os equipamentos e
instalações das SEs.
As subestações não encontram-se devidamente sinalizadas, verificou-se a existência
de sinalização de advertência, de forma parcial, apenas na SE LIB. Quanto aos sistemas de
proteção contra incêndios, apenas as subestações LIB e Biblioteca possuem extintores de
incêndios, mas estes são de volume inferior ao exigido pela norma.
A proteção geral em média tensão é inadequada na maior parte das unidades, estando
correta apenas nas subestações LIB e CCN-II. Todas as subestações tem transformadores a óleo
isolante, no entanto, só foi identificado mecanismos de contenção de óleo na SE CCN-II.
Os sistemas de ventilação satisfazem de forma parcial as exigências normativas.
Apenas a subestação CCN-II estava adequada quanto este quesito, as demais, com exceção da SE
Biblioteca, que não possui sistema de ventilação, apresentam aberturas para ventilação, mas estas
estão totalmente abertas, ou não são no formato de chicana, ou não possuem tela de proteção.
Quanto aos sistemas de iluminação, nenhuma SE possui sistema de iluminação de
emergência. Há em todas as unidades sistemas de iluminação artificial, porém, com exceção da
SE LIB, as unidades não possuem luminárias suficientes, ou as mesmas estão quebradas ou sem
lâmpadas.
Quanto à questões estruturais verificou-se infiltrações nos tetos das subestações
Bancos e CCE, sendo que na primeira há escoras segurando a laje, pois a mesma corre risco de
desabamento. Há depósito de entulho e material alheio a subestação nas unidades Biblioteca,
CT, CCE e Bancos.
Quanto às dimensões físicas, apenas a SE LIB tem dimensões que satisfazem os
critérios mínimos. As demais possuem dimensões inferiores, com destaque para a SE CCE, na
qual os postos de transformação são pequenos para as dimensões dos transformadores, que ficam
a poucos centímetros da grade de proteção.
A principal dificuldade encontrada no trabalho foi a falta de documentos, diagramas
e projetos das subestações.
120

Uma análise da carga conectada as subestações, carregamento dos transformadores,


fator de potência e qualidade de energia, metodologia de manutenção e análise da viabilidade
financeira das adequações são sugestões para trabalhos futuros que podem corroborar com os
resultados obtidos nesta pesquisa.
121

REFERÊNCIAS

AEROTEX. Placas de Sinalização: advertências e proibições. 2019. Dis-


ponível em: <https://www.aerotexextintores.com.br/advertencia-e-proibicoes/
1306-placa-seguranca-obrigatorio-o-uso-de-epi-19cm-x-28cm-ps264>. Acesso em:
25 de maio de 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução Normativa no 414: Direitos e


deveres dos consumidores e distribuidoras. Brasília, 2010. 86 p.

APLICA. Placas de Sinalização perigo e risco de choque elétrico.


2019. Disponível em: <https://www.aplicaplaca.com.br/produto/5_perigo/
placa-sinalizacao-perigo-risco-de-choque-eletrico.html>. Acesso em: 25 de maio de
2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5034: Buchas para tensões


alternadas superiores a 1 kV. Rio de Janeiro, 1889.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 62271-102:


Seccionadores de chaves de aterramento. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14039: Instalações elétricas


de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro, 2003. 65 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de


baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 209 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10898: Sistemas de


iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação


de ambientes de trabalho parte 1: Interior. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13231: Proteção contra


incêndios em subestações elétricas. Rio de Janeiro, 2015. 39 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419-1: Proteção contra


descargas atmosféricas parte 1: Princípios gerais. Rio de Janeiro, 2015. 77 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6855: Transformadores de


potencial indutivos - requisitos e ensaios. Rio de Janeiro, 2018.

BALESTRO. Catálogo de Produtos: Para-raios de óxido de zinco polimétrico


(silicone). 2019. Disponível em: <http://www.balestro.com.br/wp-content/uploads/2015/05/
Para-raios-Oxido-Zinco-Polim-silicone-PBP.pdf>. Acesso em: 26 de maio de 2019.

BEGHIM. Catálogo de Produtos: Disjuntor a vácuo. 2014. Disponível em: <http:


//www.beghim.com.br/catalogos/cat_disjmaf_completo.pdf>. Acesso em: 26 de maio de 2019.

BONFIM, M. Chaves Seccionadoras - O que são? Quais os Tipos? 2016. Dis-


ponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/chaves-seccionadoras-o-que-s%C3%
A3o-quais-os-tipos-marcelo-bonfim/>. Acesso em: 20 de março de 2019.
122

CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais: conforme norma NBR 5410:
2004. 21. ed. São Paulo: Ed. Érica, 2011.

COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS. Fornecimento de Energia Elétrica em


Tensão Secundária - Rede de Distribuição Aérea Edificações Individuais. Belo Horizonte,
2013.

CREDER, H. Instalações elétricas. 15. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

D’AJUZ, A. et al. Equipamentos elétricos: especificação e aplicação em subestações de


alta tensão. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, 1985.

ENERGISA. Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária. [S.l.], 2012.

EQUATORIAL ENERGIA. Fornecimento de Energia Elétrica em Média Tensão (15 kV e


36,2 kV). [S.l.], 2017.

FRANÇA, R. d. C. Projeto de Modernização de Subestação Consumidora. Monografia


(Projeto de Graduação) — Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2012.

INSTRUMENTI. Catálogo de Produtos: Transformadores de Potencial. 2019. Disponível


em: <http://www.instrumenti.com.br/index.php/pt/downloads/category/17-epoxi-15kv-242kv>.
Acesso em: 27 de maio de 2019.

KHAN, S.; KHAN, S.; AHMED, G. Industrial Power Systems. [S.l.]: Crc Press, 2007.

KINDERMANN, G. Proteção de sistemas elétricos de potência. Florianópolis: Edição do


autor, 2005. v. 1.

LUMICENTER. Catálogo de produtos: Lâmpadas T8. 2019.

MACIEL, A. C.; MEDEIROS, R. M. Estudo da direção predominante do vento em teresina -


piauí. CONNEPI, 2010.

MAMEDE FILHO, J. Manual de Equipamentos Elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro: Grupo


Gen-LTC, 2013.

MAMEDE FILHO, J. Instalações Elétricas Industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: Grupo


Gen-LTC, 2017.

MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. Rio de


Janeiro: Grupo Gen-LTC, 2011.

MASCARENHAS, L. R. Uma metodologia para o dimensionamento de proteção contra


sobrecorrente de subestações superiores a 300 kVA. Monografia (Trabalho de Graduação) —
Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2016.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 10: Segurança em instalações e serviços


em eletricidade. Brasília, 2004. 14 p.

MUZY, G. L. C. d. O. Subestações Elétricas. Monografia (Projeto de Graduação) — Escola


Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
123

PESSOA, A. R. M. Projeto de Aterramento e S.P.D.A de Subestações Abrigadas.


Monografia (Trabalho de Especialização) — Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.

PRYSMIAN. Catálogo de Acessórios: Terminal modular de média tensão. 2019. Disponível


em: <https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/files/42.Terminal%20Modular%
20%E2%80%93%20TM.pdf>. Acesso em: 13 de maio de 2019.

SANTOS, E. C. d. S. Inspeção e adequação das instalações elétricas e procedimentos de


trabalho de uma empresa à norma regulamentadora NR-10. Monografia (Trabalho de
Conclusão de Curso) — Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2012.

SCHAK. Catálogo de Produtos: CHAVE SECCIONADORA TRIPOLAR – ABERTURA


COM CARGA E COM BASE FUSÍVEL – USO INTERNO –. 2019. Disponível em:
<http://schak.com.br/?product=chave-seccionadora-tripolar-modelo-sfbch>. Acesso em: 27 de
maio de 2019.

SCHAK. Catálogo de Produtos: Isoladores Epóxi. 2019. Disponível em: <http:


//schak.com.br/?product=isolador-epoxi>. Acesso em: 26 de maio de 2019.

SCHNEIDER-ELETRIC. Catálogo de Disjuntores. 2019. Disponível em: <https:


//www.se.com/br/pt/product/34006/disjuntor-ns2000n-3p-fx-mic2.0/>. Acesso em: 22 de maio
de 2019.

SIEMENS. Catálogo de Produtos: Transformadores de Corrente. 2019. Disponível em:


<https://w3.siemens.com.br/automation/br/pt/dispositivos-baixa-tensao/transformadores/
transformadores-de-corrente/Documents/0001.pdf>. Acesso em: 26 de maio de 2019.

SILVA, M. J. R. d. Projeto elétrico básico de uma subestação industrial típica na classe


15 kV. Monografia (Trabalho de Graduação) — Faculdade de Engenharia do Campus de
guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Guaratinguetá, 2013.

SILVA, R. G. d. Avaliação das instalações elétricas das subestações de média tensão de


uma indústria de acordo com as normas NBR 14039 e NR 10. Monografia (Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização) — Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Londrina, 2017.

SIMIONATO, P. G. Aplicação das normas para adequação de subestação. Monografia


(Trabalho de Graduação) — Faculdade de Engenharia do Campus de guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Guaratinguetá, 2015.

STROBEL, F. de C. Monitoramento de Subestações de Consumidor de Média Tensão.


Monografia (Trabalho de Graduação) — Centro Tecnológico, Universidade de Santa Catarina,
Florianópolis, 2013.

TOWBAR. Towbar: Placas de sinalização. 2019. Disponível em: <http://www.towbar.com.


br/loja3/MaisProduto.asp?im=n&Produto=3038&placas_de_sinalizacao=SUBESTA%C7%
C3O%20-%20M%C9DIA%20TENS%C3O.> Acesso em: 27 de maio de 2019.

VINIL-STUDIO. Placas de Sinalização. 2019. Disponível em: <https://www.vinilstudio.com.


br/placas/placa-aviso-proibido-acesso>. Acesso em: 25 de maio de 2019.
124

WEG. Catálogo de Transformadores da WEG. 2019. Disponível em: <http://ecatalog.weg.


net/tec_cat/tech_transf_ficha.asp>. Acesso em: 19 de maio de 2019.

WETZEL. Catálogo de produtos: Iluminação de emergência. 2019.


125

APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE VISTORIA

Quadro 20 – Formulário de Vistoria


Subestação ______________________ Data __\__\____
Lista de Equipamentos
Equipamento Especificação Observações
1-
2-
3-
4-
5
Dimensões físicas (m)
comprimento largura
Corredores de controle e de manobra
largura altura
Porta
Altura (pé direito)
Postos
1-
2-
3-
4-
5-
6-
Observações
126

APÊNDICE B – RESULTADO DA APLICAÇÃO DO CKECKLIST

Tabela 14 – Resultado da aplicação do checklist para as oito SEs


Subestação
Item LIB CCN-II CCE-2 Biblioteca CCHL CT CCE Bancos

1 N N N N N N N N
2 S S S S S S S P
3 S S P S S S S S
4 P N N N N N N N
5 S N N N N N N N
6 P N N N N N N N
7 N N N N N N N N
8 N N N N N N N N
9 N N N N N N N N
10 N N N N N N N N
11 N N N N N N N N
12 S S S S P P S N
13 S P N S P P P N
14 P S P N P P S P
15 N N N N N N N N
16 S S S N P P P P
17 S S S N N N P P
18 S S S P S S P P
19 S S S S S S S S
20 S S S S S S S S
21 S N N S S S S S
22 N P P N N N N N
23 S N N N N N N N
24 S S S S S S P S
25 N/A P P N N/A N N/A N
26 S N N N N N N N
27 N N N N N N N N
127

28 N N N P N N N N
29 P P P P P P N P
30 S P P P P P P P
31 N S N N N N N N
32 P N N N N N N N
33 N N N N N N N N
34 S S P N P P P P
35 S S S P P P P N
36 N N N N N N N N

N-Não; S-Sim; P-Pacialmente; N/A-Não se aplica.

Fonte – Elaborado pelo autor.


128

ANEXO A – CHECKLIST ADAPTADO

Tabela 15 – Checklist adaptado.


Item da Aspectos Avaliados
Descrição do item
norma Observações e
Situação
Recomendações

1 Item A sala ou subestação está identificada?


10.10.1-c
NR 10
2 Item 9.1.2 As subestações são de materiais incombustí-
NBR 14039 veis, de construção definitiva e estabilidade
adequada?
3 Item 9.1.3 Estão localizadas de forma a permitir o fácil
NBR 14039 acesso a pessoas, materiais e equipamentos
para manutenção e operação?
4 Item 9.1.6 Existe sinalização restringindo a entrada de
NBR 14039 pessoas não autorizadas, sendo permitida
entrada somente de pessoal autorizado?
5 Item 9.1.9 Estão visíveis sinalizações de advertência
NBR 14039 quanto aos riscos elétricos e à restrição ou
impedimento de acesso?
6 Item 9.1.9 Existem placas fixadas com os dizeres "Pe-
NBR 14039 rigo de Morte"e respectivo símbolo, exter-
namente, nos possíveis locais de acesso e,
internamente nos possíveis acesso às partes
energizadas?
7 Item 9.1.10 Há, no interior da subestação, em local dis-
NBR 14039 ponível, um esquema geral da instalação?
8 Item 6.1.7.1 Os diagramas unifilares estão disponíveis na
NBR 14039 sala ou subestação?
9 Item 6.1.7.1 Os diagramas unifilares estão atualizados?
NBR 14039
129

10 Item 10.2.3 Nos diagramas unifilares estão representa-


NR 10 dos os dispositivos de proteção, secciona-
mento e intertravamento?
11 Item 10.2.3 No diagrama unifilar está representado o sis-
NR 10 tema de aterramento adotado para a instala-
ção?
12 Item 9.2.1.2 Os espaços em frente aos equipamentos de
NBR 14039 manobra estão mantidos livres?
13 Item 9.2.1.3 Existe iluminação artificial adequada?
NBR 14039
14 Item 9.2.1.3 As janelas e vidraças utilizadas são fixas e
NBR 14039 protegidas por meio de telas metálicas resis-
tentes?
15 Item 9.2.1.3 Existe iluminação de segurança (autonomia
NBR 14039 mínima de 2 h)?
16 Item 9.2.1.4 As subestações possuem ventilação natural
NBR 14039 ou forçada?
17 Item 9.2.1.7 As aberturas para ventilação natural estão
NBR 14039 dispostas, de modo a promover a circulação
do ar?
18 Item As aberturas para ventilação estão dispostas
9.2.1.10 a fim de evitar a entrada de chuva, enxurrada
NBR 14039 e corpos estranhos?
19 Item Nas entradas subterrâneas, do lado externo,
9.2.1.11 o cabo é protegido por eletroduto metálico,
NBR 14039 classe pesado, no trecho exposto, até a altura
mínima e 3 m acima do nível do solo?
20 Item 9.2.2 As subestações são providas de portas metá-
NBR 14039 licas com dimensões mínimas de 0,80 m x
2,10 m ?
130

21 Item 9.2.2 As portas abrem para fora?


NBR 14039
22 Itens 9.3.2.1 A área da subestação está cercada por alam-
e 9.3.2.2 brado de tela adequado (altura mínima de 2
NBR 14039 m e malha inferior a 50 mm)?
23 Item 4.1.5.1 Existe um botão de desligamento de emer-
NBR 14039 gência da energia da sala ou subestação?
24 Item 5.1.1 Há proteção contra contatos diretos por meio
NBR 14039 de isolação das partes vivas, barreiras ou
invólucros, por meio de obstáculos ou por
colocação fora de alcance?
25 Item 5.1.2 Bandejas, eletrocalhas e leitos estão aterra-
NBR 14039 dos?
26 Item 5.3.2 A proteção geral em média tensão é ade-
NBR 14039 quada?
27 Item 5.4 A sala ou subestação dispõe de um sistema
NBR 14039 de proteção contra descargas atmosféricas?
28 Item 5.4 Nos dispositivos de seccionamento estão
NBR- identificadas as posições de ligado, desli-
14039 gado e bloqueado?
29 Item 10.3.9 Nos dispositivos de manobra as posições
NR 10 desligado (vermelho) e ligado (verde) estão
identificadas?
30 Item 5.4.2 As estruturas metálicas, alambrados, portas,
NBR 14039 painéis, equipamentos e componentes elétri-
cos estão aterrados?
31 Item 5.8 Se necessária a proteção contra fuga de lí-
NBR 14039 quido isolante. Ela é adequada?
32 Item 6.1.5.1 Os equipamentos e painéis elétricos estão
NBR 14039 identificados?
131

33 Item 6.1.5.3 Os cabos e circuitos estão, devidamente


NBR 14039 identificados com tag number, cores ou ani-
lhas?
34 Item 8.2.2.1 O estado de conservação e sustentação
NBR 14039 dos leitos, eletrocalhas e eletrodutos é ade-
quado?
35 Item 8.2.2.2 A sala ou subestação está limpa?
NBR 14039
36 Item 10.5.1 Está disponível na sala ou na subestação
NR 10 um dispositivo de aterramento temporário
para equalização de potencial dos circuitos
energizados?

Fonte – Adaptado de Santos (2012).


132

ANEXO B – PARÂMETROS DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO


133

Figura 49 – Parâmetros de rede de distribuição.


134

ANEXO C – TABELAS DE REFERÊNCIA PARA DIMENSIONAMENTO DE CABOS


DE BAIXA TENSÃO

Tabela 16 – Seção mínima dos condutores


seção mínima do
Tipo de linha Utilização do circuito
condutor mm2
1,5 Cu
Circuitos de iluminação
Condutores e 16 Al
Instalações
cabos isolados 2,5 Cu
fixas Circuitos de força
16 Al
em geral
Circuitos de sinalização e
0,5 Cu
circuitos de controle
10 Cu
Circuitos de força
Condutores nus 16Al
Circuitos de sinalização e
4 Cu
circuitos de controle
Para um equipamento Como especificado na
Linhas flexíveis
específico norma do equipamento
com
Para qualquer outra aplicação 0,5 Cu
cabos isolados
Circuitos a extrabaixa tensão
0,75 Cu
para aplicações especiais
Fonte: Adaptado de (ABNT, 2004).

Tabela 17 – Condutor neutro em circuitos trifásicos a quatro fios.


Seção dos condutores -fase Seção mínima do condutor neutro
(mm2 ) (mm2 )
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
Fonte: Creder (2013)
135

Tabela 18 – Seção mínima do condutor de proteção


Seção mínima do condutor
Seção dos condutores -fase
de proteção correspondente
(mm)
(mm)
S ≤ 16 S
16 < S ≤ 35 16
S>35 S/2
Fonte: Creder (2013)

Tabela 19 – Temperaturas características dos condutores


Temperatura Temperatura Temperatura
máxima para limite de limite de
Tipo de isolação
serviço contínuo sobrecarga curto-circuito
◦ ◦
(condutor) - C (condutor) - C (condutor) - ◦ C

PVC até 300 mm2 70 100 160


PVC maior que 300 mm2 70 100 140
EPR 90 130 250
XLPE 90 130 250
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).

Tabela 20 – Tipos de linhas elétricas


Descrição Método de re-
ferência
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular B1
embutido em alvenaria.
Cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em alvenaria. B2
Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede ou espaçado desta C
menos de 0,3 vezes o diâmetro do cabo.
E (multipolar)
Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre suportes horizontais, eletro-
F (unipolar)
calha aramada ou tela.
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).

Tabela 21 – Número de condutores a ser considerados em função do tipo de circuito


Número de condutores
Esquema de condutores vivos do circuito
carregados a ser adotado
Monofásico a dois condutores 2
Monofásico a três condutores 2
Duas fases sem neutro 2
Duas fases com neutro 3
Trifásico sem neutro 3
Trifásico com neutro 3 ou 4
Fonte: ABNT (2004).
136

Tabela 22 – Fatores de correção para temperaturas diferentes de (30◦ C) para linhas não subterrâ-
neas e de (20◦ C) para linhas subterrâneas.
Isolação
Temperatura (◦ C)
PVC XLPE ou EPR
10 1,22 1,15
15 1,17 1,12
20 1,12 1,08
25 1,06 1,04
35 0,94 0,96
40 0,87 0,91
45 0,79 0,87
50 0,71 0,82
55 0,61 0,76
60 0,50 0,71
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).

Tabela 23 – Fatores de correção para agrupamento de circuitos ou cabos multipolares


Número de circuitos ou cabos multipolares
9 12 16
Forma de agru- 1 2 3 4 5 6 7 8 a a a > 20
pamento dos 11 15 19
condutores
Em feixe ao ar li- 1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52 0,50 0,45 0,41 0,38
vre ou sobre su-
perfície; embuti-
dos em condutos
fechados
Camada única so- 1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71 0,70
bre parede piso,
ou em bandeja
não perfurada ou
prateleira
Camada única no 0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62 0,61
teto
Camada única em 1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72 0,72
bandeja perfurada
Camada única em 1,00 0,87 0,87 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,78
leito, suporte, etc
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).
137

Tabela 24 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de alumínio com


isolação de PVC, à 70 ◦ C.
Métodos de instalação
Seções
B1 B2 C E F
nominais
Condutores carregados
mm2
(2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (3)*
16 60 53 54 48 66 59 73 61 73 62 65
25 79 70 71 62 83 73 89 78 98 84 87
35 97 86 86 77 103 90 11 96 122 105 109
50 118 104 104 92 125 110 135 117 149 128 133
70 150 133 131 116 160 140 173 150 192 166 173
9 181 161 157 139 195 170 210 183 235 203 212
120 210 186 181 160 226 297 244 121 273 237 247
150 241 214 206 183 261 227 282 245 316 274 287
185 275 245 234 208 298 259 322 280 363 315 330
240 324 288 274 243 352 305 380 330 430 375 392
300 372 331 313 278 406 351 439 381 497 434 455
400 446 397 372 331 488 422 528 458 600 526 552
500 512 456 425 378 536 486 608 528 694 610 640
630 592 527 488 435 653 562 705 613 808 711 640
800 687 612 563 502 761 654 822 714 944 832 875
1000 790 704 643 574 878 753 948 823 1092 965 1015
* condutores justapostos
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).
138

Tabela 25 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de cobre com


isolação de PVC, à 70 ◦ C.
Métodos de instalação
Seções
B1 B2 C E F
nominais
Condutores carregados
mm2
(2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (3)*
0,5 9 8 9 8 10 9 11 9 11 8 9
0,75 11 10 11 10 13 11 14 12 14 11 11
1 14 12 13 12 15 14 17 14 17 14 14
1,5 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18,5 22 18 18
2,5 24 21 23 20 27 24 30 25 31 25 25
4 32 28 30 27 36 32 40 34 41 34 34
6 41 36 38 34 46 41 51 43 53 45 45
10 57 50 52 46 63 57 70 60 73 63 63
16 76 68 69 62 85 76 94 80 99 85 85
25 101 89 90 80 112 96 119 101 131 114 114
35 125 110 111 99 138 119 148 126 162 143 143
50 151 134 133 118 168 144 180 153 196 174 174
70 192 171 168 149 213 184 232 196 251 225 225
95 232 207 201 179 258 223 282 238 304 275 275
120 269 239 232 206 299 259 328 276 352 321 321
150 309 275 265 236 344 299 379 319 406 372 372
185 353 314 300 268 392 341 434 364 463 427 427
240 415 370 361 313 461 403 514 430 546 507 507
300 477 426 401 358 530 464 593 497 629 587 587
400 571 510 47 425 634 557 715 597 754 689 698
500 656 587 545 486 729 642 826 689 868 789 789
630 758 678 626 559 843 743 958 798 1005 855 905
800 881 788 723 645 978 865 1118 930 1169 971 1119
1000 1012 906 827 738 1125 996 1292 1073 1346 109 1296
* condutores justapostos.
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).
139

Tabela 26 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de cobre com


isolação de XLPE ou EPR, à 70 ◦ C.
Métodos de instalação
Seções
B1 B2 C E F
nominais
Condutores carregados
mm2
(2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (3)*
0,5 12 10 11 10 12 11 13 12 13 10 10
0,75 15 13 15 13 16 14 17 15 17 13 14
1 18 16 17 15 19 17 21 18 21 16 17
1,5 23 20 22 19,5 24 22 26 23 27 21 22
2,5 31 28 30 26 33 30 3 32 37 39 30
4 42 57 40 35 45 40 49 42 50 40 42
6 54 48 51 44 58 52 63 54 65 53 55
10 75 66 69 60 80 71 86 75 90 74 77
16 100 88 91 80 107 96 115 100 121 101 105
25 133 17 119 105 138 119 149 127 161 135 141
35 164 144 146 128 171 147 185 158 200 169 176
50 198 175 175 154 209 179 225 192 242 207 216
70 253 222 221 194 269 229 389 246 310 268 279
95 306 269 265 233 328 278 352 298 377 328 342
120 354 312 305 268 382 322 410 346 437 383 400
150 407 358 349 307 441 371 473 399 504 444 464
185 464 408 395 348 506 424 542 456 575 510 533
240 546 481 462 407 599 500 641 538 679 607 634
300 628 553 529 465 693 576 741 621 783 703 736
400 751 661 628 552 835 692 892 745 940 823 868
500 864 760 718 631 966 797 1030 859 1083 946 998
630 99 879 825 725 1122 923 1196 995 1254 1088 1151
800 1158 1020 952 837 1311 1074 1396 1159 1460 1252 1328
1000 1332 1173 1088 957 1515 1237 1613 1336 1683 1420 1511
* condutores justapostos.
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).
140

Tabela 27 – Capacidades de condução de corrente, em ampère, de um condutor de alumínio com


isolação de XLPE ou EPR, à 70 ◦ C.
Métodos de instalação
Seções
B1 B2 C E F
nominais
Condutores carregados
mm2
(2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (2) (3) (3)*
16 79 71 72 64 84 76 91 77 90 76 79
25 105 93 94 84 101 90 108 97 121 103 107
35 130 116 115 103 126 112 135 120 150 129 135
50 157 140 138 124 154 136 164 146 184 159 165
70 200 179 175 156 198 174 211 187 237 206 215
95 242 217 210 188 241 211 257 227 289 253 264
120 281 251 242 216 280 245 300 263 337 296 308
150 323 289 277 248 324 283 346 304 389 343 358
185 368 330 314 281 371 323 397 347 447 395 413
240 433 389 368 329 439 382 470 409 530 471 492
300 499 447 421 377 508 440 543 471 613 547 571
400 597 536 500 448 612 529 654 566 740 663 694
500 687 617 573 513 707 610 756 652 856 770 806
630 794 714 658 590 821 707 879 755 996 899 942
800 922 830 760 682 958 824 1026 879 1164 1056 1106
1000 1061 955 870 780 1108 950 1186 1012 1347 1226 1285
* condutores justapostos.
Fonte: Adaptado de ABNT (2004).

Você também pode gostar