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CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM ELETROTÉCNICA

LUIZ HENRIQUE DA SILVA FERREIRA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MODALIDADE TARIFÁRIA: UM ESTUDO DE CASO DO CAMPUS I


DA UFPB

João Pessoa
2021
ii

LUIZ HENRIQUE DA SILVA FERREIRA

MODALIDADE TARIFÁRIA: UM ESTUDO DE CASO DO CAMPUS I DA UFPB.

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à


Coordenação do Técnico Integrado em
Eletrotécnica do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do
grau de Técnico em Eletrotécnica.

Orientador:
Prof. Dsc. Leonardo Telino de Meneses

João Pessoa
2021
ii
iii

LUIZ HENRIQUE DA SILVA FERREIRA

ESTRUTURA TARIFÁRIA: UM ESTUDO DE CASO DO CAMPUS I DA UFPB

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à


Coordenação do Técnico Integrado em
Eletrotécnica do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do
grau de Técnico em Eletrotécnica.

Trabalho Aprovado em ____ / ____ / _______ pela banca examinadora:

______________________________________________
Prof. Leonardo Telino de Meneses, Dsc
Orientador, IFPB

______________________________________________
Prof. Vagner Fonseca da Nóbrega, Msc
Examinador(a), IFPB

______________________________________________
Prof. João Batista de Oliveira Silva, Msc
Examinador, IFPB

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iv

Dedico este trabalho aos meus pais.

iv
v

AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meus pais pelo apoio durante a elaboração do trabalho. Também
agradeço a equipe de engenheiros da Gerência de Eletricidade da Superintendência de
Infraestrutura da UFPB, pela prontidão em enviar os dados necessário para a conclusão
deste trabalho, bem como todas as outras informações relevantes. E também aos amigos
que me apoiaram e contribuíram para a elaboração deste trabalho.

v
vi

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Curva de carga típica de uma unidade consumidora ..................................... 17
Figura 2 – Consumo de energia elétrica por classe de consumo .................................... 21
Figura 3 – Perfil de carga por classe de consumo .......................................................... 22
Figura 4 – Triângulo das potências ................................................................................ 23
Figura 5 – Gráfico demonstrativo da composição da tarifa de energia elétrica ............. 23
Figura 6 – Gráfico demonstrativo da composição dos postos horários de energia elétrica
– ENERGISA-PB ........................................................................................................... 23
Figura 7 – Fluxograma – Tarifação horo-sazonal verde................................................. 32
Figura 8 – Fluxograma – Tarifação horo-sazonal azul ................................................... 33
Figura 9 – Fluxograma – Divisões de tarifas no Grupo A.............................................. 33
Figura 10 – Vista aérea do Campus I da UFPB .............................................................. 35
Figura 11 – Gráfico com os custos de energia elétrica ................................................... 38
Figura 12 – Demanda contratada x Demanda registrada - Ponta ................................... 40
Figura 13 – Demanda contratada x Demanda registrada – Fora Ponta .......................... 40
Figura 14 – Gráfico da carga típica da demanda diária do Campus I da UFPB............. 42

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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quadro de cargas típico de uma unidade consumidora residencial .............. 19
Tabela 2 – Quadro de demanda típico de uma unidade consumidora residencial .......... 20
Tabela 3 – Subgrupos do Grupo A ................................................................................. 28
Tabela 4 – Subgrupos do Grupo B ................................................................................. 28
Tabela 5 – Transformadores instalados no Campus I da UFPB ..................................... 36
Tabela 6 – Custos com energia elétrica .......................................................................... 38
Tabela 7 – Consumos e demandas registradas ............................................................... 38
Tabela 8 – Custo anual – Consumo e demandas - Comparativos .................................. 43
Tabela 9 – Custo total anual – Energia Elétrica - Comparativo ..................................... 44
Tabela 10 – Economia anual optando por H.S. verde .................................................... 44

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viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica


UFPB Universidade Federal da Paraíba
EPE Empresa de Pesquisas Energéticas
PB Paraíba
SIN Sistema Interligado Nacional
GE Gerência de Eletricidade
SINFRA Superintendência de Infraestrutura
Art. Artigo
TUG's Tomadas de uso geral
W Watts
kW Quilowatts
kVAr Quilovolt-àmpere-reativo
kVA Quilovolt-àmpere
h Horas
NDU Norma de Distribuição Urbana
ICMS Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
PIS Programa de Integração Social
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
REN Resolução Normativa
PRORET Procedimentos de regulação tarifária

viii
ix

SUMÁRIO
Agradecimentos ................................................................................................................ v
Lista de Ilustrações .......................................................................................................... vi
Lista de Tabelas .............................................................................................................. vii
Lista de Abreviaturas e Siglas ....................................................................................... viii
1 Introdução ................................................................................................................ 14
2 Fundamentação Teórica ........................................................................................... 16
2.1 Princípios de consumo energético ................................................................... 16
2.1.1 Potência Instalada ......................................................................................... 16
2.1.2 Potência elétrica e Consumo ........................................................................ 16
2.1.3 Demanda....................................................................................................... 17
2.1.4 Fator de Demanda ........................................................................................ 18
2.1.5 Classe de consumo ........................................................................................ 20
2.1.6 Fator de potência .......................................................................................... 22
2.2 Tarifação .......................................................................................................... 26
2.2.1 Conceito ....................................................................................................... 26
2.2.2 Grupos e subgrupos das unidades consumidoras ......................................... 28
2.2.3 Estrutura tarifária do grupo A ...................................................................... 29
2.2.3.1 Tarifação horosazonal verde ........................................................................ 31
2.2.3.2 Tarifação horosazonal azul .......................................................................... 32
2.2.4 Bandeiras tarifárias ....................................................................................... 33
3 A Rede de Distribuição da UFPB ............................................................................ 35
4 Metodologia ............................................................................................................. 37
5 Conclusão................................................................................................................. 46
Referências ..................................................................................................................... 47
APÊNDICE A ................................................................................................................ 49
ANEXO A ...................................................................................................................... 51

ix
14

1 Introdução
A economia é baseada em uma relação de produção e custo, diante disto a
redução no orçamento de empresas e instituições é fundamental. Dentro do processo de
produção a energia elétrica tem um papel primordial, pois é responsável por manter
todos os equipamentos necessários para o desenvolvimento das atividades econômicas
nas sociedades modernas. Com isso nasce a necessidade de criação de formas de
redução do consumo de energia elétrica para que haja diminuição de custos nos
orçamentos.
O consumo de energia elétrica varia de acordo com o perfil de cada tipo de
consumidor. Existindo diferenças na forma em que esse consumo acontece, dependendo
da carga instalada, tempo de uso, horários de uso etc. Pelo fato de o sistema elétrico
nacional ser interligado em seus 4 subsistemas, Nordeste, Sudeste/Centro-Oeste, Sul E
Norte, formando o SIN, é possível traçar um perfil geral de consumo no país. A partir
desse perfil nacional é feito uma média do consumo geral, servindo de base para a
tarifação, que considera um intervalo de 24horas, onde existe intervalos denominados
por horário de ponta, que é o horário onde há o maior consumo do dia, intermediário e
outro denominado horário Fora de Ponta, que compreende o resto do horário de um dia.
Sendo maior o custo de utilização da energia elétrica no horário de ponta e menor no
restante.
Diante do apresentando no parágrafo anterior, o SIN tem maior demanda de
energia no horário de ponta, isso faz com o que a ANEEL, junto com as
concessionárias, estabeleçam um modelo tarifário alternativo. Dessa forma,
consumidores que possuem uma utilização de energia elétrica mais intensa em horários
diferentes do horário de pico do perfil nacional, são beneficiados ou não penalizados,
por um custo menor com esse insumo. Assim consumidores que possuem o seu maior
nível de produção no horário da manhã, podem optar por outra modalidade de tarifação,
reduzindo seus custos com a energia elétrica. A energia elétrica faz parte de uma faixa
considerável dos custos de produção de uma empresa, indústria ou estabelecimento,
portanto é fundamental ter outras alternativas de tarifação, adequada a cada perfil,
visando a redução nos custos de produção. Para instituições ou estabelecimentos de
grande porte, que detêm grande potência instalada, o deslocamento do maior consumo
15

de energia para um intervalo de tempo com menor custo, oferece uma diferença muito
grande em termos de redução de custo.
Entendendo essa problemática, este trabalho pretende proporcionar uma análise
da modalidade de tarifação aplicada a uma unidade consumidora em uma instituição,
comparando-a com outra modalidade tarifária existente. Essa ação é primordial e de alta
relevância, do ponto de vista de redução de custos e otimização de recursos aplicados.
Diante do exposto é visível a importância da análise proposta, para uma adequada
contratação de fornecimento de energia.
Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo da modalidade tarifária vigente
no Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), comparando modalidades e
estimando, se houver, quais são os ganhos ou redução de custos, apresentando uma
possibilidade de troca da modalidade tarifária, observando o impacto econômico que
essa mudança poderá proporcionar.
No capítulo 2, são apresentados os conceitos mais importantes que foram
necessários para o desenvolvimento deste estudo. No capitulo 3 é feita uma
apresentação resumida da rede de distribuição do campus I da UFPB, seus componentes
e sua estrutura básica. No capítulo 4 será abordada a metodologia, onde serão descritos
todos os procedimentos e resultados alcançados, e no capítulo 5 será apresentado a
conclusão do trabalho.
16

2 Fundamentação Teórica
Foram necessários vários conceitos e estudos para a realização deste trabalho.
Este capítulo irá abordar os principais fundamentos para realização desta pesquisa.
Serão abordados conceitos os necessários para o entendimento da metodologia.

2.1 Princípios de consumo energético

2.1.1 POTÊNCIA INSTALADA

Potência é a quantidade de energia elétrica requisitada na unidade de tempo e é


dada em W. A potência instalada, portanto, é a soma de todas as potências nominais dos
aparelhos de uma determinada instalação elétrica.É fundamental saber qual é a potência
instalada em um determinado local para se calcular a de demanda.

2.1.2 POTÊNCIA ELÉTRICA E C ONSUMO

Quando se fala em despesa ou custo com energia elétrica, costuma-se falar sobre
o consumo de energia de determinados aparelhos, por isso o termo consumo se é mais
familiar do que demanda. Todo equipamento é munido por uma etiqueta, placa ou uma
ficha técnica, onde são caracterizadas por transmitir informações importantes daquele
equipamento. Dentre as diversas informações contidas, ela traz a potência elétrica dada
em W. Essa potência que é mostrada, significa quantos W será solicitado da rede
elétrica quando esse estiver em uso. O consumo de energia elétrica se entrelaça com o
conceito de potência elétrica. Na verdade é a própria potência utilizada ou consumida
em um intervalo de tempo, ou seja, consumo ou energia é a potência no tempo, e tem
por unidade Wh, conforme mostra a equação 1.

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑥 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (1)


Onde:
Consumo é dado e Watts-horas (Wh);
Potência é dada em Watts (kW);
Tempo é dado em horas(h).
17

Usando como exemplo uma lâmpada com potência de 20 W, pode-se dizer que o
consumo dessa lâmpada é de 20 W a cada hora de uso, portanto se essa lâmpada for
utilizada em média 6 horas por dia, pode-se dizer que ela tem um gasto de 120 Wh.
Considerando essa média diária de 6 horas de uso em um mês, teremos um gasto total
de 3.600 Wh. Como nossa conta de energia é faturada em kWh, se divide esse valor por
1000, resultando em um consumo mensal de 3,6 kWh. Dessa forma após fazer a soma
do consumo de todos os equipamentos de uma residência em um mês, chega-se a um
número específico de kWh que foram consumidos naquele mês, e esse valor nos é
cobrado na fatura de energia.

2.1.3 DEMANDA

O consumo elétrico não é a única grandeza aplicada ao faturamento de energia


elétrica. Como foi falado anteriormente, cada aparelho possui uma potência. Sendo o
consumo uma grandeza temporal, ou seja, dependente do tempo, se considerado que
uma carga fique ligada ininterruptamente dentro de um intervalo de tempo, ao gerar um
gráfico do consumo, que seria o Potência (Watts) x Tempo (horas), se obteria uma curva
contínua. No entanto na quase totalidade dos casos reais, em uma instalação, esse não é
o comportamento identificado. O que é observado é que não há uma simultaneidade na
operação das cargas. A curva de carga da Figura 1, apresenta as potências médias
medidas em intervalos de 15 em 15 minutos de uma unidade consumidora aleatória da
UFPB.
Figura 1 – Curva de carga típica de uma unidade consumidora.

Fonte:(Extraído do equipamento de gerenciamento de Energia - CCK - UFPB)


18

O comportamento da carga, indica variação nos valores de potência média, que


está de acordo com as características de uso e hábito da unidade consumidora. Assim,
cada a unidade consumidora tem perfil próprio e este varia durante o tempo.
Residências, industrias, comercio, instituições públicas e outros, apresentam perfis
diferentes e valores mínimos e máximos de potencia média, ou demanda, durante um
intervalo de tempo.
Portanto, demanda é a média das potências elétricas ativas ou reativas,
solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade
consumidora, durante um intervalo de tempo especificado[1]. Essa potência média, é
expressa em quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kVAr), respectivamente.
De acordo com a determinação da ANEEL (2010,) esse intervalo é de 15
minutos [2]. Aos consumidores do grupo A, que de acordo com a resolução Normativa
nº414 da ANEEL, são os consumidores que recebem fornecimento em tensão igual ou
maior que 2,3kV, além da cobrança do consumo de energia elétrica, também é feito a
cobrança da demanda elétrica contratada.

2.1.4 FATOR DE DEMANDA

Segundo a resolução normativa nº414/2010 da ANEEL, fator de demanda é a


razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo especificado e a potência
instalada na unidade consumidora[3], conforme mostra a equação 2.

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑘𝑊
𝐹𝐷 = (2)
𝑃𝑜𝑡 ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑘𝑊

Onde:

FD = Fator de Demanda

O que se procura descobrir com o fator de demanda, é a estimativa da


quantidade de equipamentos elétricos existentes, ou seja, a soma das potências nominais
destes, (seja ele residencial, comercial e industrial) que é usada de forma simultânea em
um determinado local numa instalação. Quanto mais próximo a 1 for o valor dessa
constante, maior será a taxa de utilização simultânea da potência instalada.
O fator de demanda é usado, normalmente, para o dimensionamento dos
condutores alimentadores, dispositivos de proteção, categorias de atendimento ou tipo
de fornecimento e demais características do consumidor. Não fosse considerado a
19

aplicação desse fator, sendo elaborado o dimensionamento considerando apenas a


potência instalada, em vez da demanda, na grande maioria dos casos haveria um super
dimensionamento de todos os elementos que compõem as entradas de energia e
quadros. Com base nisso usa-se o fator de demanda como uma estimativa do uso da
potência instalada para que os custos com as instalações elétricas sejam reduzidos.
Cada consumidor possui uma especificidade da carga, ou seja, uma natureza da
carga diferente. Por exemplo, os circuitos de tomadas de uso especifico de uma escola
que possui salas de aulas climatizadas. Considerando todas as salas de aulas são
ocupadas em um turno e seja usada a climatização, para o cálculo dos condutores de
alimentação e proteção do quadro que atende cada circuito dos equipamentos de
refrigeração das referidas salas, ao aplicar o fator de demanda, é necessária considerar
que todos esses equipamentos funcionarão simultaneamente. O fator de demanda tem
que ser definido, para esse caso, como 100% da potência instalada, pois há
possibilidade real de uso da potência instalada. Enquanto que numa residência, onde há
"n" números de tomadas, dificilmente haverá a necessidade de uso delas de forma
simultânea, dessa forma pode-se usar um fator de demanda mais baixo. Cada
consumidor tem uma especificidade da carga diferente e cabe ao projetista avaliar
cuidadosamente a necessidade de demanda de cada tipo de consumidor ao projetar uma
instalação elétrica. As tabelas 1 e 2, representam um exemplo hipotético de um quadro
de distribuição de uma unidade consumidora, sendo a tabela 1 o quadro de cargas, com
descrição da potência instalada e a tabela 2 com a demonstração dos fatores de demanda
aplicado, mediante o tipo das cargas dos circuitos, aplicando valores sugeridos por
tabelas da NDU 001.

Tabela 1 – Quadro de Cargas típico de uma unidade consumidora residencial.

Ilum. Ilum. Ilum. Tom. Tom. Tom. Tom. Tom. Pot. Pot.
Tensão
Circuito Descrição (W) (W) (W) (W) (W) (W) (W) (W) total. total.
(V)
7 9 10 100 184 280 312 750 (VA) (W)
1 Iluminação - 01 220 V 2 7 4 124 117
2 TUG's - 01 220 V 14 1556 1400
3 TUG'S - 02 220 V 10 1 1 1851 1592
TUE's - 01 Split
4 220 V 1 833 750
01 - Suíte
Total 4364 3859

Fonte:(Autoria própria)
20

Tabela 2 – Quadro de Demanda típico de uma unidade consumidora residencial.

Potência instalada Fator de demanda Demanda Demanda


Tipo de carga
(kVA) (%) (kVA) (kW)
Iluminação e TUG´s (Casas e
3.53 59 2.08 1.84
Apartamentos)
Condicionador de Ar tipo Split
0.83 100 0.83 0.76
(residencial)
Total 2.91 2.60

Fonte:(Autoria própria)

Para novas instalações elétricas, em geral, o projetista não terá os valores do


fator demanda único para aquela instalação, pelo desconhecimento da demanda máxima
do local. Entretanto os valores típicos do fator de demanda, são acessíveis em literaturas
especializadas ao qual o projetista pode recorrer e também em normas técnicas, que no
caso da Paraíba, é a NDU 001 da Energisa, onde contém os valores do fator de demanda
sugeridos dependendo da especificidade da carga.

2.1.5 CLASSE DE CONSUMO

Um aspecto importante a se ressaltar, são os diferentes perfis de cargas com a


devida analise das classes de consumo.
Para o melhor entendimento das parcelas integrantes da carga de energia elétrica
do sistema brasileiro, devem ser analisados os perfis horários de consumo de energia
elétrica de cada classe de consumo por faixa de tensão, considerando-se as
peculiaridades locais, além das alterações comportamentais e eventuais inovações ao
longo do período analisado. Quando se observa o comportamento distinto de cargas no
período de um ano, vamos constatar que estas se dão, principalmente, como
consequência das variações climáticas e dos diversos ciclos de atividade dos setores
produtivos. Se estas observações se restringirem para intervalos diários, há ainda mais
variações. A depender das particularidades de cada classe de consumo e de sua
dinâmica de evolução, associadas a questões como jornada de trabalho, iluminação
natural, hábitos de uso dos equipamentos, entre outros, a necessidade de consumo acaba
por variar no decorrer do dia.
As principais classes de consumidores no Brasil são: Residencial, Industrial,
Comercial, Rural, Poder Público, Iluminação Pública, Serviços Públicos, Consumo
21

Próprio e outros.A figura 2 apresenta a participação das classes com maior no consumo
de energia elétrica no Brasil em 2019.

Figura 2 – Consumo de energia elétrica por classe de consumo

Fonte: (EPE - 2020)

Cada uma das classes apresentam um perfil de consumo diário distinto, com
picos de uso em horários diferentes. Por exemplo, o perfil de consumo da unidade
consumidora tipo residencial, tem como pico de uso o início horário da noite, pelo fato
da maior presença das pessoas em suas residências e da maior necessidade de utilização
de equipamentos elétricos, como chuveiros, iluminação e outros. Enquanto os
consumidores do tipo comercial, tem um consumo maior durante o horário comercial,
que na maioria dos casos é das 7 horas até as 18 horas, e bem menor ou quase zero no
restante dos horários. Já os consumidores industriais diferem-se uns dos outros, pois
apresentam um perfil personalizado, a depender do ramo de produção e regime de
trabalho, o que possibilitam um consumo e demanda quase que constante,
independentemente do horário ou dia. A figura 3 apresenta o perfil de carga por classe
de consumo de energia elétrica no Brasil.
22

Figura 3 – Perfil de carga por classe de consumo

Fonte: (Planalto.gov)

2.1.6 FATOR DE POTÊNCIA

Para se chegar ao entendimento da definição do fator de potência, também


precisa-se entender a definição de potência ativa, potência reativa e potência aparente.
Além da potência ativa, que é dada em W e que foi descrita nos tópicos
anteriores, grande parte das cargas das unidades consumidoras consomem também
potência reativa, que é dada em VAr (Volt-Ampere Reativo).
Enquanto a potência ativa (W) é a potência que efetivamente realiza o trabalho,
gerando luz, calor, movimento, a potência reativa (VAr) é a responsável por gerar e
manter os campos magnéticos nos equipamentos de carga indutiva. Motores elétricos,
geradores, transformadores, fornos de indução são alguns dos diversos equipamentos
que são utilizados diariamente que necessitam da potência reativa para o
funcionamento.
Sendo assim, além da potência reativa não produzir trabalho ela também ocupa
espaço no sistema elétrico que poderia ser utilizado para mais fornecimento da potência
ativa a outros consumidores.
A potência aparente por sua vez, que é dada em VA (Volt-Ampere), é a potência
total que é a entregue a uma determinada carga, e é a soma vetorial da potência ativa
(W) e da potência reativa (VAr), conforme mostra a equação 3.
23

𝑆 2 = 𝑃2 + 𝑄 2 (3)
Onde:

S = Potência Aparente em kVA


P = Potência Ativa em kW
Q = Potência Reativa em kVAr

A relação entre estas potências pode ser visualizada no triângulo das potências
na figura 4:

Figura 4 – Triângulo das potências

Fonte:<https://blog.viewtech.ind.br/2019/07/31/rele-supervisor-de-cosseno-%CF%86-altronic/>, <2021>

No acionamento de cargas por corrente alternada, há uma defasagem entre


tensão e corrente, de onde se origina a potência reativa. Essa defasagem é chamada
de fator de potência, ou simplesmente o "cosseno" ou "Cos φ", sendo esse um número
que representa, a cada instante, o cosseno do ângulo de defasagem entre a corrente e a
tensão. Se um circuito for predominantemente constituindo por indutores ou cargas de
natureza indutiva, o fator de potência é denominado atrasado ou indutivo; se o circuito
for predominantemente constituindo por capacitores ou cargas de natureza capacitiva, o
fator de potência é denominado como avançado ou capacitivo.
Resumidamente, o que se descobre analisando o fator de potência é o quanto da
potência elétrica consumida está sendo usada em um trabalho útil. A equação que
descreve o fator de potência e mostra a relação entre a potência ativa e a potência
aparente, é dada por:
24

𝑊
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝐶𝑜𝑠 φ = (4)
𝑉𝐴

Onde:

Cos φ = Fator de Potência


W = Potência ativa
VA = Potência aparente

A razão entre essas potências,como foi mostrado na equação 4, indica a


eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência, ou seja, quanto mais próximo de
1 for este valor, maior será a utilização da potência ativa e menor será a quantidade de
potência reativa, indicativo de alta eficiência energética. Inversamente, um fator de
potência baixo indica baixa eficiência energética.
Fica claro que na existência de potência reativa em uma instalação, haverá um
valor atrelado de fator de potência. Inevitavelmente isso ocorrerá em praticamente todos
os tipos de instalações elétricas, conforme foi citado. No entanto, quando o fator de
potência é muito baixo, normalmente quando excede os valores regulamentados,
acarreta-se diversas consequências tanto ao consumidor, quanto para a concessionária,
sendo as principais;
Para o consumidor:
 Perdas na instalação;
 Quedas de tensão;
 Subutilização da capacidade instalada;
 Necessidades de aumento na seção métrica dos condutores e proteção;
 Limitação da dos transformadores de alimentação (Fornecimento em
média tensão - Grupo A);
 Acréscimo na conta de energia elétrica por operar com baixo fator de
potência (Fornecimento em média tensão - Grupo A).
Para a concessionária;
 Limitação da dos transformadores de alimentação na Distribuição;
 Quedas e flutuações de tensão aos circuitos de distribuição;
 Sobrecarga nos equipamentos de manobra;
 Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e
proteção.
25

Mediante ao exposto, existe a regulação por parte do estado. AANEEL


estabelece, na Resolução Normativa Nº 414/2010, nos artigos 95, 96 e 97, quanto ao
limite de referência do fator de potência e ao demais critérios de faturamento do reativo.
O regulamento citado determina como limite de referência, indutivo ou capacitivo, um
valor mínimo de 0,92 para o fator de potência da instalação para a unidades
consumidoras do Grupo A. Assim sendo, o consumidor que for aferido excedendo o
limite fixado, deverá ser aplicado cobranças, multa, estabelecida nos artigos 96 e 97 da
mesma norma.
O mesmo regulamento determina que a energia reativa indutiva deverá ser
medida ao longo das 24 horas do dia. A depender da concessionária de energia elétrica,
a medição da energia reativa capacitiva também poderá ser efetuada. Para esse caso, a
medição deverá ser feita durante um período de 6 horas consecutivas compreendidas
entre as 23h30min e as 06h30min, horário esse também fixado pela concessionária,
ficando, desse modo, a medição da energia reativa indutiva restrita ao período das 18
horas complementares ao período definido como de verificação da energia reativa
capacitiva.
O cálculo do fator de potência poderá ser feito de duas maneiras distintas:
 Avaliação mensal: Ocorrerá por meio de valores de energia ativa e reativa
medidos durante o ciclo de faturamento;
 Avaliação horária: Ocorrerá por meio de valores de energia ativa e reativa
medidos em intervalos de 1 hora, seguindo-se os períodos anteriormente
mencionados, para verificação da energia reativa indutiva e capacitiva.

O cálculo do fator de potência utilizado tanto para a avaliação mensal quanto


para a horária é apresentado na equação 5;

𝑘𝑉𝐴𝑟 𝑕
𝐹𝑃 = cos 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (5)
𝑘𝑊𝑕

Onde:
FP = Fator de Potência
Cos = Cosseno
Arctg = Arco tangente
kVArh = Quilovolt-àmpere-reativo-hora
kWh = Quilowatts-hora
26

2.2 Tarifação

2.2.1 CONCEITO

O entendimento de como é feito a cobrança do consumo de energia elétrica é um


passo importante para o consumidor evitar gastos desnecessários. Os consumidores de
energia elétrica pagam um valor,apresentado em uma conta emitida pela concessionária
de energia elétrica local, correspondente a quantidade de energia consumida no período
do mês anterior. Esse valor é dado multiplicando-se o valor gasto acumulado em kWh e
o preço unitário do kWh determinado pela concessionária, tendo a relação Reais x kWh
(R$ x kWh), como falado no início desse capítulo.
O preço unitário do kWh é regulado pela ANEEL para garantir que o
consumidor pague um valor justo, mas também para garantir um equilíbrio econômico à
concessionária, ao mesmo tempo que é assegurado um serviço com qualidade e
confiabilidade para todos os consumidores.
Os consumidores de energia elétrica que têm fornecimento em tensão primária
de distribuição, é feita por tarifação binômia, isto é, além da cobrança do consumo, é
cobrado também demanda de potência ativa. Nesta modalidade tarifária é celebrado um
contrato especifico com a concessionária, no qual se pactua o valor de demanda de
potência ativa pretendido pelo consumidor [4] em kW. Dependendo da modalidade
tarifária escolhida pelo consumidor atendido por tensão primária, o valor dessa cobrança
pode variar,por conta de particularidades dessa modalidade.
Somados ao consumo acumulado no mês e a demanda, o consumidor paga
outras taxas que são calculadas pela concessionária e inclusas na fatura de energia
elétrica, que são: os gastos com a compra de energia (custo do gerador), pela
transmissão (custos da transmissora) e pela distribuição (serviços prestados pela
distribuidora), além dos encargos setoriais e impostos [6], conforme mostrado na figura
5.
27

Figura 5 – Gráfico demonstrativo da composição da tarifa de energia elétrica.

Fonte:(ANEEL nas referências)

Onde:
Parcela A (Na cor azul): Compra de energia, transmissão e encargos setoriais;
Parcela B (Na cor vermelha): Distribuição de Energia;
Tributos (Na cor verde): ICMS e PIS/COFINS.

Baseado na Resolução Normativa (REN) nº 414/2010,algumas definições


precisam ser adicionadas ao tema demanda de potência ativa. Dentre elas:
 Demanda contratada: É a demanda de potência ativa ser obrigatória e
continuamente disponibilizada pela concessionária de energia local, a
partir do ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados
no contrato de fornecimento de energia e que deverá ser integralmente
paga, mesmo que não seja utilizada durante o período de faturamento,
expressa em quilowatts (kW).
 Demanda faturável: É o valor da demanda de potência ativa,
identificado de acordo com os critérios estabelecidos e considerada para
fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em
quilowatts (kW).
 Demanda medida: É o maior valor de demanda de potência ativa,
verificada por medição, integralizando intervalo de 15 minutos durante o
período de faturamento,expressa em quilowatts (kW).
28

2.2.2 GRUPOS E SUBGRUPOS DAS UNIDADES CONSUMIDORAS

No Brasil, as unidades consumidoras são divididas em dois grandes grupos:


Grupo A, ao qual é cobrado tarifa binômia, e o Grupo B, que é cobrado a tarifa
monômia, ou seja, enquanto o Grupo A é tarifado a demanda contratada e o consumo de
energia elétrica, o grupo B é cobrado apenas o consumo. Fazem parte do Grupo A
unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou
atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária,
caracterizado pela tarifa binômia e subdividido em subgrupos (ANEEL, 2018), como
mostrado na Tabela 3:

Tabela 3 – Subgrupos do Grupo A.


Grupo A
Subgrupo Característica
A1 ≥ 230 kV
A2 88 a 138 kV
A3 69 kV
A3a 30 a 44 kV
A4 2,3 a 25 kV
AS Subterrâneo

Fonte: (Autoria própria. Baseado em ANEEL, 2018.)

O grupo B é composto pelas unidades consumidoras com fornecimento em


tensão inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido em subgrupos
e classes (ANEEL, 2018) como mostrado na Tabela 4:

Tabela 4 – Subgrupos do Grupo B.

Grupo B
Subgrupo Classe
B1 Residencial
B2 Rural
B3 Outras classes
B4 Iluminação pública

Fonte:(Autoria própria. Baseado em ANEEL, 2018.)


29

2.2.3 ESTRUTURA TARIFÁRIA DO GRUPO A

Para a aplicação das modalidades tarifárias horárias é necessária o entendimento


da definição dos postos tarifários.Nas modalidades tarifárias do Grupo A, aplicam-se os
horários de Ponta e Fora Ponta. E na Tarifa Branca aplicada ao Grupo B, aplicam-se os
três postos tarifários: ponta, intermediário e fora ponta
Os postos tarifários são definidos pela concessionária, no seu processo de
revisão tarifária periódica, de acordo com a Resolução Normativa (REN) nº 414/2010,
art. 59, e os Procedimentos de Regulação Tarifária - PRORET.
 Horário (posto) de Ponta (P): Compreende o período ou intervalo
diário de 3h consecutivas, com exceção feita aos sábados, domingos e
feriados nacionais;
 Horário(posto) intermediário: Compreende o período ou intervalo de
horas adjacente ao horário de ponta, aplicado exclusivamente às unidades
consumidoras que optem pela Tarifa Branca. Pode variar de 1hora à
1h30min, antes e depois do horário de ponta;
 Horário (posto) Fora de Ponta (FP): Compreende o período ou
intervalo diário composto pelas horas consecutivas e complementares ao
horário de ponta e intermediário.
A figura 6 representa os postos horários aplicados na concessionária de energia
local do estado da Paraíba, ENERGISA S/A.
30

Figura 6 – Gráfico demonstrativo da composição dos postos horários de energia


elétrica - ENERGISA-PB S/A.

Fonte:(EPE - 2019)

Existe também o horário especial (também conhecido como período reservado),


aplicado às unidades consumidoras da subclasse rural irrigante ou aquicultura. O horário
especial é o período de 8h30min do dia que abrange toda a madrugada, em que a carga
destinada à irrigação ou aquicultura recebe um desconto na tarifa de acordo com a
região em que se localiza e o grupo tarifário a que pertence. A REN nº 414/2010, nos
artigos 53-J, 53-L, regulamenta esse desconto.
Os postos tarifários são aplicados apenas aos dias úteis. No final de semana,
sábado e domingo, bem como nos feriados nacionais, todo intervalo das 24h é
considerado como Fora de Ponta.
Os consumidores do Grupo A tem tarifa binômia, isto é, pagam pela demanda
contratada e pelo consumo de energia elétrica. E sua tarifação é dividida em duas
modalidades alternativas, que podem ser escolhidas pelo consumidor dependendo do
subgrupo em que está inserido e são:

 Tarifação Horo-Sazonal Verde;


 Tarifação Horo-Sazonal Azul.
31

Alguns consumidores que se enquadram no Grupo A e atendem os critérios do


Art.100 da Resolução Normativa Nº 418,podem optar por faturamento com aplicação da
tarifa do grupo B. [7]

2.2.3.1 TARIFAÇÃO HORO -SAZONAL VERDE

A tarifação horo-sazonal verde é disponível apenas para os consumidores dos


subgrupos A3a, A4 e AS.São aplicadas tarifas diferenciadas ao consumo de energia
elétrica de acordo com a hora do dia (horário de ponta e fora de ponta). A cobrança da
demanda, é feita com uma tarifa única de acordo com a demanda contratada e com o
horário que o maior valor foi registrado. O cálculo da tarifação do consumo é feito
conforme a equação 6:

𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 +


𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎
(6)

A tarifação de demanda, na tarifação horo-sazonal verde, é feita conforme a


equação 7:
𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 (7)

A demanda contratada é o valor de referência para o cálculo da demanda mensal,


mesmo que a demanda registrada seja inferior a esse valor. Caso a demanda medida do
mês seja maior que a contratada, o consumidor pagará para cada kW de ultrapassagem,
o dobro do valor da tarifa de demanda. Entretanto, segundo a Resolução Normativa
nº418, existe uma tolerância de 5% na ultrapassagem da demanda em que o consumidor
não será cobrado com a nova tarifa de ultrapassagem. O cálculo do valor de
ultrapassagem é feito pela equação abaixo:

𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 =
𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 − 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 (8)
32

Figura 7 – Fluxograma – Tarifação horo-sazonal verde.

Fonte: (Autoria própria.)

2.2.3.2 TARIFAÇÃO HORO -SAZONAL AZUL

A tarifação horo-sazonal azul é disponível para todos os consumidores dos


subgrupos do Grupo A, sendo obrigatório apenas para os subgrupos A1, A2 e A3.São
aplicadas tarifas diferenciadas ao consumo de energia elétrica, de acordo com a hora do
dia (horário de ponta e fora de ponta). Mas diferente da horo-sazonal verde, na azul a
cobrança da demanda também é influenciada pelo horário em que se utiliza (horário
ponta ou fora ponta), sendo gerado um valor para cada horário, de acordo com a
demanda registrada em tais horários. O cálculo da tarifação do consumo é feito pela
mesma equação utilizada na horo-sazonal verde. O cálculo utilizado para obtenção dos
valores da demanda ponta e fora ponta podem ser vistas na equação abaixo:

𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 +


𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 (9)

De igual forma, como na horo-sazonal verde, caso a demanda medida do mês


seja superior a demanda contratada, e ultrapasse a tolerância de 5% prevista, os
consumidores inseridos na modalidade horo-sazonal azul também pagarão pela
demanda ultrapassada. O cálculo do valor de ultrapassagem é feito da mesma forma em
que é feito na horo-sazonal verde.
33

Figura 8 – Fluxograma – Tarifação horo-sazonal azul.

Fonte:(Autoria própria)

Figura 9 – Fluxograma – Divisões de tarifas no grupo A.

Fonte:(Autoria própria)

2.2.4 BANDEIRAS TARIFÁRIAS

Desde o ano de 2015, as contas de energia passaram a trazer uma novidade: o


Sistema de Bandeiras Tarifárias, que apresenta as seguintes modalidades: verde,
amarela e vermelha. Essas cores indicam se haverá ou não acréscimo no valor da
energia elétrica a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de
geração. Cada modalidade apresenta as seguintes características:

 Bandeira verde: Em condições favoráveis de geração de energia. A


tarifa não sofre nenhum acréscimo;
 Bandeira amarela: Em condições de geração menos favoráveis. A tarifa
sofre acréscimo de R$ 0,01343 para cada quilowatt-hora (kWh)
consumidos;
34

 Bandeira vermelha-Patamar 1: Em condições mais custosas de


geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04169 para cada quilowatt-
hora kWh consumido.
 Bandeira vermelha-Patamar 2: Em condições ainda mais custosas de
geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,06243 para cada quilowatt-
hora kWh consumido.

Todos os consumidores das distribuidoras serão faturados pelo Sistema de


Bandeiras Tarifárias, com exceção daqueles localizados em sistemas isolados, como é
caso do estado de Roraima.
35

3 A Rede de Distribuição da UFPB

A Rede de distribuição do campus I da UFPB, é dividida em rede primária e


secundária. A tensão nominal da rede secundária é 380/220 V, enquanto da rede
primária é 13,8 kV, que é a mesma fornecida no ponto de entrega de energia da
concessionária local, em um cubículo de medição e disjunção abrigado, situado ao lado
da praça de esportes do mesmo campus, conforme ilustrado por uma seta azul e
retângulo vermelho na figura 10.
Figura 10 – Vista aérea do campus I da UFPB.

Fonte:Google Maps - 2021

A rede de distribuição secundaria, em baixa tensão, instalada no campus, é do


tipo aérea e construída com cabos multiplexados. Enquanto a rede de distribuição
primária, em média tensão, instalada no campus é do tipo aérea compacta e construída
com cabos protegidos, revestidos, porém não possui características de cabos isolados.
36

O Campus tem uma potência instalada em transformadores de 10.725 kVA,


sendo essa quantidade dividida em 82 de transformadores de potências nominais
diferentes, instalados de forma aérea e abrigada. Todas as informações foram fornecidas
e coletadas junto a equipe de engenheiros da GE-SINFRA-UFPB.
Na tabela 5 é listada quantidade de transformadores instalados e suas respectivas
potências nominais.

Tabela 5 – Transformadores instalados no Campus I da UFPB.


Qtd Potência (kVA)
3 30
8 45
18 75
12 112,5
25 150
13 225
3 300

Fonte: (Autoria própria)

.
37

4 Metodologia
A metodologia aplicada para a realização deste trabalho foi coletar os dados
referentes a demanda de potência ativa medida e ao consumo no Campus I da UFPB,
durante o período de abril de 2019 até março de 2020, baseada nas informações contidas
nas faturas fornecidas pela Energisa-PB, totalizando 12 meses analisados. Após o
levantamento e a organização desses dados, estes foram submetidos a um programa de
planilha eletrônica cedidos pelos engenheiros eletricistas da GE-SINFRA-UFPB, que
proporcionou a geração de gráficos e tabelas, bem como cenários de simulações. Para
tal, foi escolhido um período imediatamente anterior ao início da pandemia de Covid-
19, para que fosse analisado um cenário de uso normal das instalações do Campus I da
UFPB.
Conforme descrito na introdução deste trabalho, o objetivo era, aplicando a
metodologia citada, fazer um estudo da modalidade tarifária vigente no Campus I da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), comparando modalidades e estimando, se
houver, quais são os ganhos ou redução de custos, apresentando uma possibilidade de
troca da modalidade tarifária observando o impacto econômico que essa mudança
poderá proporcionar.
A unidade do Campus I da UFPB recebe um fornecimento de energia em
13,8kV, desta forma ela está inserida no subgrupo A4 de consumidores, ao qual a
possibilita optar por duas modalidades tarifárias; horo-sazonal azul ou horo-sazonal
verde. Entretanto, o modelo de tarifação atual vigente nessa unidade consumidora, é a
horo-sazonal azul.
O custo total e o custo de cada mês, com energia elétrica no campus I, durante o
período de abril de 2019 até março de 2020, podem ser vistos na tabela 6 e na figura 11.
38

Tabela 6 – Custos com energia elétrica.


Custo mensal
Mês Valor (R$)
Abr/19 1.089.104,21
Mai/19 1.011.692,94
Jun/19 851.146,48
Jul/19 843.500,31
Ago/19 876.717,92
Set/19 817.383,73
Out/19 762.401,68
Nov/19 881.117,99
Dez/19 863.973,94
Jan/20 608.708,93
Fev/20 848.218,91
Mar/20 888.538,45

Total 10.342.505,49

Fonte: (Autoria própria)

Figura 11 – Gráfico com os custos com energia elétrica.

1.200.000,00
abr/19
1.000.000,00 mai/19
jun/19
800.000,00
jul/19
ago/19
600.000,00
set/19

400.000,00 out/19
nov/19
200.000,00 dez/19
jan/20
0,00 fev/20
mar/20

Fonte: (Autoria própria)

A demanda contratada durante o período analisado para o horário de ponta foi de


2.853 kW, e para o horário fora de ponta de 4290 kW.
39

Os dados de consumo e demanda registradas, coletados nas faturas, durante o


período de abril de 2019 até março de 2020, podem ser vistos na tabela 7.

Tabela 7 – Consumo e Demandas registradas.


UFPB - CAMPUS I -Abril de 2019 até Março de 2020
Consumo (kWh) Demanda Medida (kW)
Mês Ponta Fora Ponta Ponta Fora Ponta
Abr/19 142.800 1.181.600 3.416 4.900
Mai/19 137.200 1.148.000 3.220 4.648
Jun/19 112.000 980.000 2.996 4.284
Jul/19 128.800 1.002.400 2.660 3.752
Ago/19 126.000 1.005.200 2.520 3.808
Set/19 114.800 974.400 2.464 3.780
Out/19 106.400 954.800 2.604 3.948
Nov/19 126.000 1.153.600 2.800 4.340
Dez/19 120.400 1.083.600 2.940 4.508
Jan/20 61.600 700.000 1.400 2.604
Fev/20 112.000 1.086.400 2.912 4.816
Mar/20 112.000 980.000 3.192 4.928

Fonte: (Autoria própria)

Na análise dos dados foi identificada a ocorrência de ultrapassagem dos valores


contratados para demandas em alguns meses, enquanto em outros há registros de
demanda abaixo dos valores contratados, conforme pode ser visto no gráfico da figura
12, no horário de ponta e Fora Ponta na figura 13, utilizando os dados da tabela 7.
40

Figura 12 –Demanda contratada x Demanda Registrada - Ponta

4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0

Contratada Registrada

Fonte: (Autoria própria)

Figura 13 – Demanda contratada x Demanda Registrada - Fora Ponta

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

Contratada Registrada

Fonte: (Autoria própria)

Observando ainda os gráficos das figuras 12 e 13, pode-se notar alguns aspectos
interessantes. Há uma similaridade no perfil de carga da instituição nos postos horários.
No que se refere a demanda, como já citamos, há uma variação da demanda
registrada em torno do valor contratado, conforme os dados da tabela 7 e figuras 12 e
13, que revela uma relação com a época do ano, uma característica sazonal, e demais
fatores. Nos meses com histórico de maior temperatura na cidade de João pessoa, a
41

demanda de potência ativa cresce ao ponto de ter ultrapassagem dos valores


contratados, ou seja, acima dos 5% de tolerância normatizado. Nos meses de inverno,
quando as temperaturas são mais amenas e há mais umidade, essa demanda cai
consideravelmente, em torno de 13% no horário de Ponta e 12% no Fora Ponta,
excluindo o mês de janeiro que diverge bastante o valor por condições peculiares.
Segundo informações coletadas junto a equipe de engenheiros da GE-SINFRA, esse
fenômeno acontece, principalmente, por conta que os equipamentos de refrigeração dos
ambientes, os ares condicionados, são a carga elétrica de maior predominância nas
instalações elétricas da instituição. Eles estimam, que existem em torno de 4.500 desses
equipamentos instalados nos mais diversos ambientes e que no período mais quente e
seco, estes funcionam de forma simultânea, elevando de maneira importante a demanda
por energia. Destaca-se também, no período avaliado, que o mês de janeiro teve uma
queda abrupta na demanda de energia. A justificativa é que normalmente, no calendário
das atividades da instituição, esse é o período reservado para recesso e férias dos
servidores técnico-administrativo, professores e alunos, repercutindo assim na baixa de
demanda energia.
A equipe de engenheiros da GE-SINFRA justifica que para a escolha dos valores
contratados, de demanda no horário de Ponta e Fora Ponta, são considerados todos os
aspectos aqui citados, garantindo um balanço financeiro entre os meses que há
ultrapassagens e os meses de baixa demanda, como o período mais úmido e de recessos
e férias acadêmicas.
Mediante tudo que já foi exposto e levando em consideração todos os aspectos
relevantes e os dados coletados apresentados na tabela 7, foi-se simulado por meio de
planilhas eletrônicas, um comparativo entre a modalidade tarifaria vigente, que é a horo-
sazonal azul e a modalidade horo-sazonal verde, para verificar qual a melhor opção para
instituição, que está enquadrada no Grupo A4 de tarifação.
Primeiramente, foi preenchida a planilha, cedida pela equipe da GE, inserindo
todos os dados das faturas emitidas pela concessionária energia, aplicando as tarifas,
impostos e valores registrados, para cada mês, no período de abril de 2019 até março de
2020. Como foi citado, a modalidade tarifária vigente da unidade consumidora
examinada, é a horo-sazonal azul com demanda contratada de 2.853 kW no horário de
Ponta e 4290 kW no horário Fora Ponta. Usando a mesma metodologia, foi preenchida
novamente a mesma planilha eletrônica, utilizando os mesmos dados, para cada mês, no
mesmo intervalo de 12 meses. No entanto o objetivo dessa segunda etapa de
42

preenchimento, era simular uma fatura emitida pela concessionária de energia, como se
a unidade consumidora do campus I da UFPB, fosse faturada na modalidade tarifaria
horo-sazonal verde. Para tal, como demanda contratada para essa simulação, foi
considerado o mesmo valor contratado do posto horário Fora Ponta da modalidade
vigente, que é 4290 kW. O principal motivo para se considerar esse valor, foi o perfil de
carga diário da instituição, conforme é ilustrado na figura 14.

Figura 14 - Gráfico da carga típica de demanda diária do campus I da UFPB

Fonte: (Extraído do equipamento de gerenciamento de Energia - CCK - UFPB - 2020)

O gráfico da figura 10 foi cedido pela equipe de engenheiros da GE-SINFRA-


UFPB e extraído do sistema de gerenciamento de energia implantando na instituição.
Este equipamento coleta, a cada 15 minutos, algumas grandezas diretamente do medidor
de energia da unidade consumidora, tais como demanda de potência ativa, consumo e
outros. Por meio desse gráfico, é possível notar que a demanda ativa cresce rapidamente
no início da manhã e atinge os maiores valores no intervalo das 09h45min as10h30min,
enquanto oscila no período da tarde não mais repetindo o maior pico do horário da
manhã. Notadamente os maiores valores de demanda são registrados no horário Fora
Ponta. Segundo a equipe de engenheiros citada, esse perfil de carga se repete
periodicamente em todos os dias úteis do mês. Esse foi o fator motivador para a escolha
do mesmo valor de demanda do contrato atual, para a simulação na modalidade horo-
sazonal verde. A planilha completa com todos os detalhes dessa simulação é
apresentada no apêndice A.
43

Na tabela 8 é apresentado parte dos resultados da simulação comparativa do


custo anual de consumo e demanda, no período examinado, relacionando os valores do
contrato atual na modalidade horo-sazonal azul, e como seria se a modalidade
contratada fosse a modalidade horo-sazonal verde.

Tabela 8 – Custo anual - Consumos e Demandas - Comparativo.


Custo Anual HS. Azul Custo Anual HS. Verde
Demanda Ponta 3.204.773,77 Demanda Ponta 0,00
Demanda F. Ponta 1.607.215,22 Demanda F. Ponta 1.625.873,21
Consumo Ponta 880.371,80 Consumo Ponta 3.745.842,15
Consumo F. Ponta 4.938.909,50 Consumo F. Ponta 4.953.554,15
Total no Ano 10.631.270,29 Total no Ano 10.325.269,51

Fonte: (Autoria própria)

Os resultados apresentados na tabela 8, de forma preliminar, já apontam como


vantajosa uma mudança tarifária da modalidade azul para a verde, mesmo sendo
avaliados só alguns componentes da composição da fatura. Na avaliação por item, a
modalidade azul prevalece como mais vantajosa, em 3 dos 4 componentes. No entanto,
pelo perfil da carga, os maiores registros de demanda ocorrem no horário Fora Ponta.
Como na modalidade verde a cobrança da demanda, é feita com uma tarifa única de
acordo com a demanda contratada e com o horário que o maior valor foi registrado, para
o caso do campus I da UFPB, a demanda a ser faturada sempre será no horário Fora
Ponta. Esse fato causa uma diferença significativa no custo total de consumo e
demanda, para esse caso estudado, favorecendo a readequação de modalidade atual.
Na tabela 9 é apresentado um resumo dos resultados da simulação comparativa.
É explicitado o custo total por mês e o total do período de abril de 2019 até março de
2020, completando 12 meses, levando em consideração todos os componentes da
composição tarifária de cada modalidade, incluindo os impostos, lançamentos e
serviços, bem como os devidos descontos. Fica confirmada que para uma adequada
contratação de fornecimento de energia e redução de custos com o insumo energia
elétrica, é evidente a necessidade de mudança da modalidade tarifária horo-sazonal azul
para a verde.
44

Tabela 9 – Custo total anual - Energia Elétrica - Comparativo.


Custos Mensais HS. Azul Custos Mensais HS. Verde
Mês Valor (R$) Mês Valor (R$)
Abr/19 1.089.104,21 Abr/19 1.004.501,27
Mai/19 1.011.692,94 Mai/19 977.061,35
Jun/19 851.146,48 Jun/19 805.848,18
Jul/19 843.500,31 Jul/19 867.343,69
Ago/19 876.717,92 Ago/19 898.152,00
Set/19 817.383,73 Set/19 820.731,42
Out/19 762.401,68 Out/19 746.945,28
Nov/19 881.117,99 Nov/19 899.783,16
Dez/19 863.973,94 Dez/19 863.336,87
Jan/20 608.708,93 Jan/20 527.422,15
Fev/20 848.218,91 Fev/20 833.668,27
Mar/20 888.538,45 Mar/20 796.646,45
Total 10.342.505,49 Total 10.041.440,10

Fonte: (Autoria própria – Com base nas faturas mensais da UFPB)

Foi observado pela simulação comparativa apresentada, que apenas com a


alteração da modalidade tarifária de horo-sazonal azul para a verde, poderá ser
alcançada uma economia anual de aproximadamente R$ 301.065,39. Esse valor, que é
ilustrado na tabela 10, poderá ser direcionado para suprir outras necessidades de grande
relevância para a instituição.

Tabela 10 – Economia anual – Optando por H.S. Verde.


HS. AZUL HS. VERDE
R$ 10.342.505,49 R$ 10.041.440,10
Economia Total:
R$ 301.065,39

Fonte: (Autoria própria)

Apesar de não ser o objeto desse estudo de caso, outros aspectos relevantes
foram notados nos dados analisados. O primeiro foi a constatação de ultrapassagem da
demanda contratada em alguns meses, nos horário Ponta e Fora Ponta, enquanto em
outros meses o valor de demanda ficou muito abaixo do valor contratado. Isso indica a
necessidade de um estudo para adequação dos valores contratados. O segundo aspecto,
foi a constatação da componente de Excedente de Energia Reativa na fatura de energia.
45

Essa ocorrência se deu em todos os meses do período analisado, com valores que
variavam a cada mês, e nos dois postos horários, conforme é ilustrado na tabela 11.

Tabela 11 - Excedente de Energia Reativa do campus I da UFPB


Mês Exced. Energia Exced. Energia Valor total
Reat. (kWh) Reat. (kWh) faturado (R$)
Ponta Fora Ponta
Abr/19 2.800 5.600 3.283,81
Mai/19 0 5.600 2.169,28
Jun/19 0 8.400 3.283,82
Jul/19 0 5.600 2.189,21
Ago/19 0 8.400 3.283,81
Set/19 0 8.400 2.810,19
Out/19 0 11.200 3.613,72
Nov/19 0 8.400 2.710,63
Dez/19 0 8.400 2.757,96
Jan/20 2.800 14.000 5.490,79
Fev/20 0 14.000 4.554,18
Mar/20 0 11.200 3.648,30
Total Geral (R$) 39.795,70
Fonte: (Autoria própria)

Quando é identificado o componente de Excedente de Energia Reativa na


fatura de energia, isso traduz que o limite de referência do fator de potência, indutivo ou
capacitivo, com valor mínimo de 0,92, foi ultrapassado. Quando esse fator é inferior a
0,92, o total pago poderia ser economizado com ações que eliminem essa penalização.
Conforme a equipe da GE-SINFRA, a UFPB já faz essas ações com o uso de um
equipamento chamado, banco de capacitores. No Campus I existem bancos de
capacitores instalados em vários pontos das instalações. No entanto a grande maioria
está no final da vida útil, e outros se encontram danificados, não cumprindo mais sua
função na instalação. Os valores pagos mensalmente pelo Excedente de Energia Reativa
podem ser vistos na tabela 11.
46

5 Conclusão
Para diminuição dos gastos com energia elétrica no Brasil é necessário estudos
ou projetos de eficiência energética nas unidades consumidoras, começando com pela
análise tarifária que é a forma de compreender a fatura de energia elétrica, ter ciência do
que está sendo cobrado e tomar decisões que lhe proporcionem o melhor custo-
benefício.
Mediante os estudos que foram feitos com base em Resoluções, Normas,
Manuais, livros escritos por especialistas do tema e outras fontes de pesquisas, foi visto
que é possível realizar o estudo da análise tarifária e descobrir a melhor modalidade
tarifária, de acordo com o perfil diário, mensal e anual de uma unidade consumidora,
visando o objetivo de reduzir custos de forma eficaz.
No estudo de caso da estrutura tarifária do campus I da UFPB, a comparação
constatou que a mudança da modalidade tarifária atual, a horo-sazonal azul, para a
modalidade tarifária horo-sazonal verde, permitirá uma redução nos gastos com energia
elétrica, se mantidas as mesmas características de utilização de energia, algo que está
consolidado há anos nessa unidade consumidora e que dificilmente passará por
mudanças bruscas a médio e longo prazo.
De forma geral, entendemos que os objetivos pretendidos neste trabalho foram
alcançados, pois com a pesquisa realizada para elaboração da fundamentação teórica,
bem como a busca e coleta das informações e dados da unidade consumidora estudada,
foi possível concluir qual a melhor opção tarifária para a instituição.
47

Referências

[1] Aneel (2021). Acesso em 15 de 02 de 2021, disponível em


Aneel:https://www.aneel.gov.br/documents/656827/15201072/ren2010414++Texto+Atualizado
+Compacto%28rev+823+2018%29/b8ad993e-d34a-1b5d-20da-5a912c9ee89f

Página 8.Art 2º - Definição: XX

[2] Aneel (2021). Acesso em 16 de 02 de 2021, disponível em


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Página 8. Art 2º - Definição: XXIII

[3]Aneel (2021). Acesso em 16 de 02 de 2021, disponível em Aneel:


https://www.aneel.gov.br/documents/656827/15201072/ren2010414+-
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5a912c9ee89f

Página 8. Art 2º - Definição: XXXIV

[4] Manual PROCEL – Página 14

[5] Aneel (2021). Acesso em 16 de 02 de 2021, disponível em Aneel:https://www.aneel.gov.br/bandeiras-


tarifarias

[6] Aneel (2021). Acesso em 23 de 02 de 2021, disponível em Aneel:https://www.aneel.gov.br/conteudo-


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tarifa/654800?inheritRedirect=false#:~:text=A%20tarifa%20de%20energia%2C%20calculada,ca
pacidade%20e%20garantir%20o%20atendimento.

[7] Aneel (2021). Acesso em 23 de 02 de 2021, disponível em Aneel:


https://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf Pág 164 Art 100

Frederico Ferreira de Vasconcelos - Manual de Tarifação de Energia Elétrica para prestadores de


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Creder, Hélio, 19262005


Instalações elétricas / Hélio Creder ; atualização e revisão Luiz Sebastião Costa. Rio de Janeiro : LTC,
2016.

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48

Aneel (2021). Acesso em 14 de 03 de 2021, disponível em Aneel:


https://www.aneel.gov.br/tarifas-consumidores/-/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/content/alta-
tensao/654800?inheritRedirect=false
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APÊNDICE A
Fatura consumidor HS Verde Abril\2019 Maio\2019 Junho\2019 Julho\2019 Agosto\2019 Setembro\2019
demanda contratada ponta 4290 4290 4290 4290 4290 4290
demanda contratada fora ponta 4290 4290 4290 4290 4290 4290
Demanda medida 4900 4648 4284 3752 3808 3780
Consumo (ponta + fora ponta) 1324600 1318800 1092000 1131200 1131200 1089200
consumo ponta 142800 137200 112000 128800 126000 114800
consumo fora ponta 1181800 1181600 980000 1002400 1005200 974400
Energia Reativa excedente ponta 2800 2800 0 0 0 0
Energia Reativa excedente fora ponta 5600 5600 8400 5600 8400 8400
tarifa demanda R$/kW 27,771328320 27,518487394 27,810854092 27,773690476 27,771299871 28,565486725
tarifa consumo ponta R$/kWh 2,672911869 2,648648148 2,672982825 2,672982900 2,672982758 2,688316017
tarifa consumo fora ponta R$/kWh 0,437231499 0,433251021 0,437231400 0,437231533 0,437231530 0,385351432
tarifa demanda ultrapassada R$/kW 56,734090909 56,734090909 55,621708184 55,547380952 55,542599742 57,130973450
tarifa demanda ponta - isenta - R$/kW 60,902897000 60,902897000 60,902897000 60,902897000 60,902897000 60,902897000
tarifa demanda fora ponta - isenta - R$/kW 20,378965000 20,378965000 20,378965000 20,378965000 20,378965000 20,378965000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000
total demanda medida R$ 136.079,51 R$ 127.905,93 R$ 119.141,70 R$ 104.206,89 R$ 105.753,11 R$ 107.977,54
total demanda não consumida R$ - R$ - R$ 122,27 R$ 10.963,88 R$ 9.822,66 R$ 10.393,27

total consumo ponta R$ 381.691,81 R$ 363.394,53 R$ 299.374,08 R$ 344.280,20 R$ 336.795,83 R$ 308.618,68


total consumo fora ponta R$ 516.720,19 R$ 511.929,41 R$ 428.486,77 R$ 438.280,89 R$ 439.505,13 R$ 375.486,44
total demanda ultrapassada R$ 34.607,80 R$ 20.310,80 R$ - R$ - R$ - R$ -
total energia reativa excedente ponta R$ 1.094,60 R$ 1.094,60 R$ - R$ - R$ - R$ -
total energia reativa excedente fora ponta R$ 2.189,21 R$ 2.189,21 R$ 3.283,81 R$ 2.189,21 R$ 3.283,81 R$ 3.283,81
Adicional de Bandeira Tarifária R$ - R$ 13.709,44 R$ 5.601,76 R$ 18.875,22 R$ 55.063,75 R$ 62.739,12

total fatura c/ impostos R$ 1.072.383,12 R$ 1.040.533,92 R$ 856.010,39 R$ 918.796,28 R$ 950.224,29 R$ 868.498,86


total fatura c/ descontos R$ 1.004.501,27 R$ 977.061,35 R$ 805.848,18 R$ 867.343,69 R$ 898.152,00 R$ 820.731,42
Fatura consumidor HS Verde Outubro\2019 Novembro\2019 Dezembro\2019 Janeiro\2020 Fevereiro\2020 Março\2020
demanda contratada ponta 4290 4290 4290 4290 4290 4290
demanda contratada fora ponta 4290 4290 4290 4290 4290 4290
Demanda medida 3948 4340 4508 2604 4816 4928
Consumo (ponta + fora ponta) 1061200 1279600 1204000 761600 1198400 1092000
consumo ponta 106400 126000 120400 61600 112000 112000
consumo fora ponta 954800 1153600 1083600 700000 1086400 980000
Energia Reativa excedente ponta 0 0 0 2800 0 0
Energia Reativa excedente fora ponta 11200 8400 8400 8400 14000 11200
tarifa demanda R$/kW 28,363567649 28,367216117 28,862486157 28,730952380 28,596113847 28,635012386
tarifa consumo ponta R$/kWh 2,660700918 2,661041329 2,707501298 2,695165413 2,682514652 2,686163003
tarifa consumo fora ponta R$/kWh 0,373548686 0,373596572 0,380119244 0,378387427 0,376611343 0,377123530
tarifa demanda ultrapassada R$/kW 56,727135298 56,734432234 56,734090909 57,461904760 56,734090909 56,734090909
tarifa demanda ponta - isenta - R$/kW 60,902897000 60,902897000 60,902897000 60,902897000 60,902897000 60,902897000
tarifa demanda fora ponta - isenta - R$/kW 20,378965000 20,378965000 20,378965000 20,378965000 20,378965000 20,378965000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000 0,390930000
total demanda medida R$ 111.979,37 R$ 123.113,72 R$ 130.112,09 R$ 74.815,40 R$ 137.718,88 R$ 141.113,34
total demanda não consumida R$ 6.969,61 R$ - R$ - R$ 34.358,93 R$ - R$ -

total consumo ponta R$ 283.098,58 R$ 335.291,21 R$ 325.983,16 R$ 166.022,19 R$ 300.441,64 R$ 300.850,26


total consumo fora ponta R$ 356.664,29 R$ 430.981,01 R$ 411.897,21 R$ 264.871,20 R$ 409.150,56 R$ 369.581,06
total demanda ultrapassada R$ - R$ - R$ 12.368,03 R$ - R$ 29.842,13 R$ 36.196,35
total energia reativa excedente ponta R$ - R$ - R$ - R$ 1.094,60 R$ - R$ -
total energia reativa excedente fora ponta R$ 4.378,42 R$ 3.283,81 R$ 3.283,81 R$ 3.283,81 R$ 5.473,02 R$ 4.378,42
Adicional de Bandeira Tarifária R$ 31.447,86 R$ 62.209,98 R$ 34.896,90 R$ 14.737,65 R$ 5.956,44 R$ -

total fatura c/ impostos R$ 794.538,11 R$ 954.879,72 R$ 918.541,20 R$ 559.183,79 R$ 888.582,68 R$ 852.119,42


total fatura c/ descontos R$ 746.945,28 R$ 899.783,16 R$ 863.336,87 R$ 527.422,15 R$ 833.668,27 R$ 796.646,45
50

Fatura consumidor HS Azul Abril\2019 Maio\2019 Junho\2019 Julho\2019 Agosto\2019 Setembro\2019


demanda contratada ponta 2853 2853 2853 2853 2853 2853
demanda contratada fora ponta 4290 4290 4290 4290 4290 4290
Demanda consumida ponta 3416 3220 2996 2660 2520 2464
demanda não consumida ponta -563 -367 -143 193 333 389
demanda ultrapassada ponta -563 -367 -143 193 333 389
Demanda consumida fora ponta 4900 4648 4284 3752 3808 3780
demanda não consumida fora ponta -610 -358 6 538 482 510
demanda ultrapassada fora ponta -610 -358 6 538 482 510
consumo ponta 142800,00 137200,00 112000,00 128000,00 126000,00 114800,00
consumo fora ponta 1181600,00 1148000 980000 1002400 1005200 974400
Energia Reativa excedente ponta 2800,00 2800,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Energia Reativa excedente ponta 5600,00 5600,00 8400,00 5600,00 8400,00 8400,00
tarifa demanda ponta R$/kW 82,99477400 82,99477400 82,99477400 82,99477400 82,99477400 82,99477400
tarifa demanda fora ponta R$/kW 27,77132700 27,77132700 27,77132700 27,77132700 27,77132700 27,77132700
tarifa consumo ponta R$/kWh 0,67218500 0,66606567 0,67218500 0,67218500 0,67218500 0,67218500
tarifa consumo fora ponta R$/kWh 0,43723100 0,43325108 0,43723100 0,43723100 0,43723100 0,43723100
tarifa demanda ultrapassada ponta R$/kW 165,98955000 165,98955000 165,98955000 165,98955000 165,98955000 165,98955000
tarifa demanda ultrapassada fora ponta R$/kW 55,54265000 55,54265000 55,54265000 55,54265000 55,54265000 55,54265000
tarifa demanda ponta - isenta - R$/kW 60,90289000 60,90289000 60,90289000 60,90289000 60,90289000 60,90289000
tarifa demanda fora ponta - isenta - R$/kW 20,37904000 20,37904000 20,37904000 20,37904000 20,37904000 20,37904000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000
total demanda ponta consumida R$ 283.510,15 R$ 264.810,24 R$ 248.652,35 R$ 220.766,10 R$ 209.146,83 R$ 211.519,06
total demanda ponta não consumida R$ - R$ - R$ - R$ 11.754,25 R$ 20.280,66 R$ 24.553,71
total demanda fora ponta consumida R$ 136.079,50 R$ 127.906,00 R$ 118.972,37 R$ 104.198,02 R$ 105.753,22 R$ 107.977,59
total demanda fora ponta não consumida R$ - R$ - R$ 122,27 R$ 10.963,92 R$ 9.822,70 R$ 10.712,00
total consumo ponta R$ 95.988,02 R$ 91.384,21 R$ 75.284,73 R$ 86.577,44 R$ 84.695,32 R$ 69.232,35
total consumo fora ponta R$ 516.632,15 R$ 497.372,25 R$ 428.486,94 R$ 438.280,92 R$ 439.505,17 R$ 375.486,46
total demanda ultrapassada ponta R$ 93.452,12 R$ 60.363,57 R$ 23.736,50 R$ - R$ - R$ -
total demanda ultrapassada fora ponta R$ 33.881,02 R$ 19.703,24 R$ - R$ - R$ - R$ -
total energia reativa excedente ponta R$ 1.094,60 R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -
total energia reativa excedente fora ponta R$ 2.189,21 R$ 2.169,28 R$ 3.283,82 R$ 2.189,21 R$ 3.283,82 R$ 2.810,19
Adicional de Bandeira Tarifária R$ - R$ 13.709,44 R$ 5.601,76 R$ 18.875,22 R$ 55.063,75 R$ 62.739,12

total excedentes de energia R$ 3.283,81 R$ 2.169,28 R$ 3.283,82 R$ 2.189,21 R$ 3.283,81 R$ 2.810,19


total fatura c/ impostos R$ 1.162.826,76 R$ 1.077.418,23 R$ 904.140,74 R$ 893.605,08 R$ 927.551,46 R$ 865.030,48
total fatura c/ descontos R$ 1.089.104,21 R$ 1.011.692,94 R$ 851.146,48 R$ 843.500,31 R$ 876.717,91 R$ 817.383,73
Fatura consumidor HS Azul Outubro\2019 Novembro\2019 Dezembro\2019 Janeiro\2020 Fevereiro\2020 Março\2020
demanda contratada ponta 2853 2853 2853 2853 2853 2853
demanda contratada fora ponta 4290 4290 4290 4290 4290 4290
Demanda consumida ponta 2604 2800 2940 1400 2912 3192
demanda não consumida ponta 249 53 -87 1453 -59 -339
demanda ultrapassada ponta 249 53 -87 1453 -59 -339
Demanda consumida fora ponta 3948 4340 4508 2604 4816 4928
demanda não consumida fora ponta 342 -50 -218 1686 -526 -638
demanda ultrapassada fora ponta 342 -50 -218 1686 -526 -638
consumo ponta 106400,00 126000,00 120400,00 61600,00 112000,00 112000,00
consumo fora ponta 954800 1153600 1083600 700000 1086400 980000
Energia Reativa excedente ponta 0,00 0,00 0,00 2800,00 0,00 0,00
Energia Reativa excedente ponta 11200,00 8400,00 8400,00 14000,00 14000,00 11200,00
tarifa demanda ponta R$/kW 82,99477400 82,99477400 82,99477400 82,99477400 82,99477400 82,99477400
tarifa demanda fora ponta R$/kW 27,77132700 27,77132700 27,77132700 27,77132700 27,77132700 27,77132700
tarifa consumo ponta R$/kWh 0,67218500 0,67218500 0,67218500 0,67218500 0,67218500 0,67218500
tarifa consumo fora ponta R$/kWh 0,43723100 0,43723100 0,43723100 0,43723100 0,43723100 0,43723100
tarifa demanda ultrapassada ponta R$/kW 165,98955000 165,98955000 165,98955000 165,98955000 165,98955000 165,98955000
tarifa demanda ultrapassada fora ponta R$/kW 55,54265000 55,54265000 55,54265000 55,54265000 55,54265000 55,54265000
tarifa demanda ponta - isenta - R$/kW 60,90289000 60,90289000 60,90289000 60,90289000 60,90289000 60,90289000
tarifa demanda fora ponta - isenta - R$/kW 20,37904000 20,37904000 20,37904000 20,37904000 20,37904000 20,37904000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000
tarifa ERE fora ponta - kWh 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000 0,39093000
total demanda ponta consumida R$ 222.131,96 R$ 238.882,15 R$ 255.205,52 R$ 120.972,76 R$ 250.442,26 R$ 274.896,58
total demanda ponta não consumida R$ 15.668,74 R$ 3.335,42 R$ - R$ 92.303,17 R$ - R$ -
total demanda fora ponta consumida R$ 111.979,44 R$ 123.113,73 R$ 130.112,12 R$ 74.815,51 R$ 137.718,99 R$ 141.113,40
total demanda fora ponta não consumida R$ 7.155,69 R$ - R$ - R$ 35.612,27 R$ - R$ -
total consumo ponta R$ 62.387,29 R$ 73.889,15 R$ 71.837,91 R$ 36.586,82 R$ 66.209,26 R$ 66.299,30
total consumo fora ponta R$ 356.664,34 R$ 430.981,01 R$ 411.897,30 R$ 264.871,24 R$ 409.150,62 R$ 369.581,10
total demanda ultrapassada ponta R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 58.389,68
total demanda ultrapassada fora ponta R$ - R$ - R$ 12.584,04 R$ - R$ 30.083,13 R$ 36.538,29
total energia reativa excedente ponta R$ - R$ - R$ - R$ 915,13 R$ - R$ -
total energia reativa excedente fora ponta R$ 3.613,72 R$ 2.710,63 R$ 2.757,96 R$ 4.575,66 R$ 4.554,18 R$ 3.648,30
Adicional de Bandeira Tarifária R$ 31.447,86 R$ 62.209,98 R$ 34.896,90 R$ 14.737,65 R$ 5.956,44 R$ -

total excedentes de energia R$ 3.613,72 R$ 2.710,63 R$ 2.757,96 R$ 5.490,79 R$ 4.554,18 R$ 3.648,30


total fatura c/ impostos R$ 811.049,04 R$ 935.122,07 R$ 919.291,75 R$ 645.390,21 R$ 904.114,88 R$ 950.466,65
total fatura c/ descontos R$ 762.401,68 R$ 881.117,99 R$ 863.974,04 R$ 608.708,93 R$ 848.218,91 R$ 888.538,45
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ANEXO A

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