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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM FÍSICA

JOSÉ ROBERVAL DE SOUZA BEZERRA

EXPERIMENTOS DE MAGNETISMO PARA ENSINO MÉDIO

SOBRAL
2022
JOSÉ ROBERVAL DE SOUZA BEZERRA

EXPERIMENTOS DE MAGNETISMO PARA ENSINO MÉDIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Física do Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade
Estadual Vale do Acaraú, como requisito parcial
à obtenção do grau de licenciado em Física.

Orientador: Prof. Dr. Marcos José Pe-


reira Alves

SOBRAL
2022
JOSÉ ROBERVAL DE SOUZA BEZERRA

EXPERIMENTOS DE MAGNETISMO PARA ENSINO MÉDIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Física do Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade
Estadual Vale do Acaraú, como requisito parcial
à obtenção do grau de licenciado em Física.

Aprovada em: 13 de Julho de 2022

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Marcos José Pereira Alves (Orientador)


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Prof. Dr. Antônio Neudson Lima Marques


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)

Prof. Me. Emerson Ferreira de Almeida


Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
Dedico este trabalho a minha avó falecida Rita
de Cássia Vasconcelos Bezerra, que sempre acre-
ditou na minha educação.
“Um deslumbramento dessa natureza experimen-
tei quando era criança de quatro ou cinco anos e
meu pai me mostrou uma bússola. Que a agulha
se comportasse daquela maneira decidida não se
encaixava de modo algum com a natureza dos
fatos, que pudesse encontrar um lugar no mundo
inconsciente dos conceitos. Ainda me lembro ou
ao menos acredito que me lembro de que essa
experiência deixou uma impressão profunda e
duradoura em mim. Algo muito escondido devia
existir por trás das coisas..”
(Albert Einstein)
RESUMO

Neste trabalho foi desenvolvido experimentos de baixo custo sobre os fenômenos magnéticos
com o intuito de ensinar a física do magnetismo no ensino médio. Inicialmente foi elaborado uma
breve introdução histórica do magnetismo e suas aplicações, explicando como é produzido os
ímãs na indústria, suas características e finalidades, e definido alguns conceitos do magnetismo
como o campo magnético, linhas de campo magnético, domínios magnéticos, suscetibilidade
magnética, diamagnetismo, paramagnetismo e ferromagnetismo. Foi mostrado um problema
que abrange a maioria das escolas públicas brasileiras, que é a falta de um laboratório de
ciências convencional, e como solução a esse problema foi apresentado atividades de práticas
experimentais para o ensino médio, que utiliza roteiros de experimentos de baixo custo sobre
magnetismo. Esses roteiros de experimentos foram utilizando para produzir vídeos-experimentos
que auxiliam na aprendizagem da física do magnetismo no ensino médio.

Palavras-chave: Magnetismo. Materiais magnéticos. Experimento de baixo custo.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ilustração do comportamento de uma partícula imersa num campo magnético 13


Figura 2 – Ilustração de um eletroímã e um ímã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 3 – Ímãs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 4 – Ilustração Campo magnético da terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 5 – Ilustração domínios magnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 6 – Gráfico do senso escolar 2020 de dependências . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 7 – Bússola de baixo custo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 8 – Código QR da bússola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 9 – Recipiente, ímãs, limalha e madeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 10 – Linhas de campo com polos diferentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 11 – Linhas de campo com polos iguais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 12 – Código QR das linhas de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 13 – lixa, prego e limalha de ferro fina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 14 – Cartão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 15 – Cartão e ímã de neodímio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 16 – código QR domínios magnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 17 – Materiais para montar o pendulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 18 – Pêndulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 19 – Código QR do pendulo de Curie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 20 – Experimento diamagnetismo da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 21 – Código QR do diamagnetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores de alguns campos magnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14


Tabela 2 – Valores de susceptibilidade magnética de algumas substâncias . . . . . . . . 19
Tabela 3 – Valores da temperatura de Curie em algumas substâncias . . . . . . . . . . 21
LISTA DE SÍMBOLOS

⃗B Campo magnético
⃗E Campo elétrico
⃗E
F Força elétrico

q Carga
⃗B
F Força magnética

G Gauss

Ba Campo externo aplicado

I Corrente elétrica

µ⃗L Momento de dipolo magnético

A Área da espira

n̂ Verso perpendicular ao plano da orbita do elétron

X Suscetibilidade magnética

M Momento de magnetização por unidade de volume do material

C Constante de Curie

T Temperatura
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 PRINCIPIOS DO MAGNETISMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1 Força magnética sobre uma carga em movimento . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3 Linhas de Campo Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 MATERIAIS MAGNÉTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1 Domínios magnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.2 Tipos de Magnetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.3 A Influência da temperatura no magnetismo . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4 EXPERIMENTOS DE BAIXO CUSTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1 Bússola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.2 Linhas de campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.3 Domínios magnéticos de um cartão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.4 Pêndulo de Curie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.5 Diamagnetismo da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
11

1 INTRODUÇÃO

No século VI a.C o filósofo grego Tales de Mileto escreveu um dos primeiros


registros sobre a pedra-ímã afirmando que ela teria uma alma no seu interior capaz de mover
o ferro, os outros povos também registraram esse fenômeno. Na China, o primeiro registro foi
publicado por um grupo de estudiosos em 240 a.c, Lü Shih Chhun Chhiu (Anais da primavera
e do outono de Mestre Lü). Em Roma, o primeiro registro foi feito pelo filósofo Lucrécio (c.
98-c. 55 a.c) ele escreveu o livro De rerum natura (sobre a natureza das coisas) onde descreveu
a interação da pedra-ímã com argolas de ferro e limalha de ferro. Cerca de 1200 a.C surgem
os olmecas nas áreas costeiras do México, eles não deixarão nenhum registro escrito, mais os
arqueólogos encontrarão evidencias de que o povo olmeca conhecia as propriedades magnéticas
da pedra-ímã, através de objetos intrigantes como as estatuas com pedra-ímã, uma delas é a
de um jaguar com polos magnéticos em cada pata, também foi encontrado uma barra polida
magnética de 3,5 cm que alguns estudiosos especulam ser a bússola mais antiga do mundo
(GUIMARÃES, 2011).
No século I a.C. O filósofo Lucrécio escreveu um poema sobre a origem do nome
magnetismo, segundo ele a palavra surgiu na província Magnésia, localizada no norte da Grécia,
pois nessa região existia um tipo de rocha chamada magnetos, que tinha a capacidade de atrair
pedaços de ferro. A primeira aplicação do magnetismo foi nas bússolas, no século XI d.C. pelos
chineses na navegação (GUIMARÃES, 2011). Nos dias atuais podemos citar uma infinidade
de aplicações de materiais magnéticos, por exemplo nos motores elétricos, geradores, alto-
falantes, cartões de crédito, discos rígidos e etc. O desenvolvimento de novas aplicações é o
resultado do estudo das propriedades magnéticas dos materiais e as interações entre os materiais
e o campo magnético (HALLIDAY et al., 2011). Os materiais podem ser classificados de
acordo com a forma que interagem com um campo magnético externo, sendo que existem três
comportamentos básicos, para cada comportamento existe uma classe de materiais, denominados
de, diamagnéticos , paramagnéticos e ferromagnéticos. (GUIMARÃES; OLIVEIRA, 2009).
A física é uma ciência experimental que investiga, e tem como objetivo compreender
a natureza. O desenvolvimento de atividades práticas no ensino de física é essencial para uma
compreensão satisfatória dos alunos. Pensando nisso e vendo a precariedade das escolas Brasilei-
ras, neste trabalho foi desenvolvido experimentos de baixo custo para o ensino de magnetismo,
com aplicação no ensino médio. No decorrer dos capítulos foram abordados os respectivos
assuntos, capítulo dois definimos o campo magnético a força magnética, mostramos as fontes de
12

campo magnético os vários ímãs existentes e como o campo magnético é representado através
de linhas de campo inclusive o da terra. No capítulo três foi explicado como surge os domínios
magnéticos e o comportamento dos materiais magnéticos, diamagnéticos, paramagnéticos e
ferromagnético. Também abordamos no mesmo capítulo a temperatura de Curie, explicando a
influência da temperatura nos materiais ferromagnéticos. No capítulo quatro foi apresentado o
senso escolar de 2020, que mostra a triste realidade da falta de laboratório de ciências nas escolas
Brasileiras, construímos roteiros de experimentos de baixo custo apresentando o funcionamento
dos mesmos em vídeos, e por fim foi criado um questionário opcional para a avaliação da
aprendizagem dos alunos, após a aplicação das atividades práticas experimentais.
13

2 PRINCIPIOS DO MAGNETISMO

2.1 Força magnética sobre uma carga em movimento

Para definir o campo elétrico ⃗E em um ponto qualquer do espaço, é necessário


⃗E que age em uma partícula com carga q imersa no campo,
observar e medir a força elétrica F
F⃗E
com isso podemos escrever a equação ⃗E = q . Podemos tentar definir o campo magnético ⃗B
da mesma forma que o campo elétrico, mas no magnetismo observa-se que a força magnética
⃗B age sobre uma partícula carregada em movimento imersa num campo magnético. Quando
F
a partícula carregada movimenta-se com uma velocidade perpendicular ao campo magnético,
conforme a figura 4, observamos que o módulo de ⃗B é dado da seguinte forma:

FB
B=
|q|v

Uma partícula carregada entrando, sob diferentes ângulos, em uma região que
apresenta um campo magnético externo, verifica-se que o módulo da força magnética é máximo
em 90◦ e tem um valor nulo em 0◦ e 180◦ , verificou-se também que a resultante da força é
⃗B da seguinte
sempre perpendicular a velocidade, portanto podemos escrever o modulo de F
forma, FB = |q|vB senφ , onde φ é o ângulo entre a velocidade e o campo.

Figura 1 – Ilustração do comportamento de uma partícula imersa num


campo magnético

Fonte: (FORÇA. . . , )

A unidade de campo ⃗B no SI (Système International d’Unités) é newton por coulomb


metro por segundo, essa unidade é chamada de tesla (T), expressando em termos de equação
newton
temos: T = tesla = metro ,
coulomb· segundo
a tabela 1 mostra o valor de alguns campos magnéticos, existe
uma outra unidade que pode representar o valor de ⃗B no CGS (centímetro-grama-segundo) é o
gauss (G), que equivale a 10−4 T (HALLIDAY RESNICK, 2009).
14

Tabela 1 – Valores de alguns campos magnéticos


Localização Campo Magnetico

Na superfície de uma estrela de nêutrons 108 T


Perto de um grande eletroímã 1, 5T
Na superfície da Terra 10−4 T
No espaço sideral 10−10 T
Em uma sala magneticamente blindada 10−14 T
Fonte: (HALLIDAY RESNICK, 2009)

2.2 Campo magnético

Podemos obter uma fonte de campo magnético ⃗B através de um eletroímã ou um


ímã, conforme ilustrado na figura 2.

Figura 2 – Ilustração de um eletroímã e um ímã

Fonte: (ELETROÍMÃ, )

O eletroímã é constituído por um fio condutor enrolado em torno de um núcleo de


ferro, tal que cada volta de fio é chamada de espira e quanto mais espiras mais forte será o campo
magnético. O núcleo de ferro tem a finalidade de potencializar o campo formado pelas espiras,
esse campo é gerado quando introduzimos uma corrente elétrica I no fio condutor (HALLIDAY
RESNICK, 2009). primeira pessoa que detectou a presença de campo magnético em um fio com
corrente foi o cientista dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851), ele fez essa descoberta
em 1820 quando aproximou uma bússola um fio que conduzia energia elétrica, Oersted descreveu
seus resultados em um trabalho, da seguinte forma:

A agulha mágica, embora contida em uma caixa, foi perturbada; mas como o
efeito foi muito pequeno, e teria de, antes de sua lei ter sido descoberta, ser
aparentemente muito irregular, os experimentos não deixaram uma impressão
forte na plateia.

(GUIMARÃES, 2011)
15

O ímã é uma fonte de campo magnético comum no nosso cotidiano, existe ímãs
naturais e artificiais: os ímãs naturais são encontrados na natureza, em forma de minérios,
exemplo a magnetita também conhecido como pedra-ímã, esse tipo de ímã tem um campo
magnético fraco e os ímãs artificiais são produzido nas industrias tendo um campo magnético
forte, a intensidade desse campo vai depender do tipo de liga metálica que foi construído o ímã.
Existe três materiais com propriedades intrínsecas que são insubstituível na hora de construir um
ímã, pelo menos um deles deve fazer parte da liga metálica, que são o ferro, níquel e cobalto,
com a liga metálica pronta basta colocar a mesma na presença de um eletroímã com campo
magnético forte, com isso os átomos da liga metálica serão organizados conforme o campo
magnético aplicado e na sequencia temos um ímã permanente.
Na indústria brasileira é possível encontrar quatro tipos de ímãs, cada um com
características e aplicações diferentes, o primeiro e mais comum é o ímã de neodímio conforme
mostra na figura 3 a, sua liga metálica é feita com os elementos neodímio, ferro e boro, de
todos os ímãs ele é o que possui a maior capacidade de atração magnética, um ímã de neodímio
com um tamanho pouco maior que uma moeda de 25 centavos é capaz de sustentar um objeto
ferromagnético de 10kg, porém são frágeis podem perder sua capacidade de atração quado
expostos a temperaturas de 80ºC, a choques mecânicos, e sofrem corrosão com facilidade por
isso são revestidos com outro material para protegê-los. No nosso cotidiano é comum ver ímãs
de neodímio em bolsas, tampas de perfumes, artesanato, ele é aplicado também em motores,
geradores, equipamentos de rastreamento, imagens de ressonância magnética, fechaduras de
portas e outros. O segundo é o ímã de ferrite conforme mostra a figura 3 b, sua liga metálica é
feita com os elementos ferro, boro, bário, estrôncio ou molibdênio, ele não tem uma capacidade
de atração magnética forte, para conseguir a mesma “força” do ímã de neodímio é preciso ter
um um volume 18 vezes maior, as vantagens do ímã de ferrite é o baixo custo, sua resistência
a corrosão e a temperatura, a qual pode chegar a aproximadamente 300ºC, ele tem muitas
aplicações, mas a principal aplicação deles é em alto-falantes, em formatos de anéis. O terceiro é
o ímã de alnico conforme mostra na figura 3 c, sua liga metálica foi descoberta na década de
1920, ela é feita com os elementos ferro, alumínio, níquel e cobalto, sua principal aplicação é
na indústria automobilística, em motores elétricos, pequenos geradores, válvulas, velocímetros,
tacógrafos, medidores de energia elétrica entre outros. O quarto é o ímã de samário cobalto
conforme mostra na figura 3 d, sua liga metálica é feita com samário um elemento de terras
raras, sua capacidade de atração é pouco menor que a do ímã de neodímio, ele é resistente a
16

oxidação e pode resistir a temperaturas de 250ºC a 350ºC, sua desvantagem é ser mecanicamente
frágil quebrando facilmente, não pode passar por processos de usinagem e ele tem um alto custo
(KOIMAS, ).

Figura 3 – Ímãs

Fonte: (KOIMAS, )

2.3 Linhas de Campo Magnético

O campo magnético exerce uma força que interage a distância com ímãs e cargas
elétricas em movimento. O cientista Michael Faraday foi o primeiro a examinar os padrões
formados por limalha de ferro na presença do campo magnético de um ímã, ele representou
esses padrões através das linhas de campo magnético (GUIMARÃES, 2011). Essas linhas de
campo são representadas de forma que a direção do vetor campo magnético é sempre tangente
as linhas de campo, a intensidade do campo é proporcional a densidade de linhas, ou seja, nos
pólos de um ímã onde o campo tem um valor maior existe um pequeno espaçamento entre as
linhas e na medida que se afasta do pólo do ímã o campo diminui e o espaçamento entre as linhas
aumentam, as linhas não se cruzam e formam ciclos fechados entre os pólos, no exterior do ímã
as linhas vão do pólo norte ao pólo sul e no interior do ímã as linhas vão do pólo sul ao pólo
norte (HALLIDAY RESNICK, 2009).
A terra também possui um campo magnético que pode ser representado por linhas de
campo, esse campo pode ser detectado com o auxílio de uma bússola, pois sua agulha sempre está
alinhada aproximadamente na direção norte-sul geográfico, onde o lado norte da bússola é atraído
pelo polo sul magnético da terra que está aproximadamente localizado no polo norte geográfico,
17

e o mesmo acontece para o lado sul da bússola que é atraído pelo pólo norte magnético que se
encontra aproximadamente no pólo sul geográfico conforme a figura 4 (HALLIDAY RESNICK,
2009).

Figura 4 – Ilustração Campo magnético da terra

Fonte: (PÓLOS. . . , )
18

3 MATERIAIS MAGNÉTICOS

3.1 Domínios magnéticos

Sabemos que o fluxo de elétrons através de uma espira de cobre gera campo magné-
tico e consequentemente um momento de dipolo magnético, perpendicular ao plano da espira.
Nos materiais o campo magnético pode ser produzido pelas correntes orbitais de seus átomos.
Bem, para facilitar a compreensão, podemos observar o átomo mais simples que conhecemos
o átomo de hidrogênio, pois ao redor do seu núcleo existe apenas um elétron e quando esse
elétron orbita o núcleo do átomo faz um movimento análogo ao da espira. Esse único elétron do
hidrogênio é capaz de gerar um momento de dipolo magnético, dado por µ⃗L = IAn̂ onde I é a
corrente elétrica, A é a área da espira e n̂ é o verso perpendicular ao plano da órbita do elétron.
A unidade de µ⃗L no SI é ampère metro quadrado A · M2 , esse tratamento também se estende
a átomos com mais de um elétron orbitando no seu núcleo, os momentos de dipolo atômicos
interagem entre si, tal que nos materiais ferromagnéticos esses momentos de dipolos formam um
alinhamento preferencial em certas regiões microscópicas que funcionam como pequenos ímãs,
chamado de domínio magnético (HALLIDAY et al., 2011), a figura 5 (c) ilustra um material
com vários domínios magnéticos, apontando em sentidos aleatórios.

Figura 5 – Ilustração domínios magnéticos

Fonte: adaptado de (FERRI, 2010)

3.2 Tipos de Magnetismo

Suscetibilidade vem da palavra suscetível, que tem como primeiro significado no


dicionario do Google.
19

Capaz ou passível de receber, de experimentar, de sofrer certas impressões ou


modificações ou de adquirir determinadas qualidades.

No magnetismo não é diferente, a suscetibilidade magnética mostra como um mate-


rial é afetado quando está na presença de um campo magnético e o quanto ele é afetado, onde
M
é demostrado pela equação X = Ba onde M é a magnetização a qual é o momento de dipolo
magnético resultante por unidade de volume do material e Ba é o campo externo aplicado, note
que que M e Ba tem a mesma dimensão portanto X é uma grandeza adimensional (KITTEL,
1978), na tabela 2 é possível ver o valor da suscetibilidade de alguns materiais.

Tabela 2 – Valores de susceptibilidade magnética de algumas


substâncias
Substância Suscetibilidade Classificação

He (gás, 20ºC, 1 atm) −9, 85 · 10−6 diamagnético


Diamante (C) −22, 00 · 10−6 diamagnético
Cobre (Cu) −9, 63 · 10−6 diamagnético
Sílicia fundida (SiO2 ) −11, 28 · 10−6 diamagnético
PVC −11, 28 · 10−6 diamagnético
H2 O −9, 035 · 10−6 diamagnético
Bismuto (Bi) −166 · 10−6 diamagnético
Alumínio (Al) 22 · 10−6 paramagnético
O2 (gás, 20ºC, 0209 atm) 0, 373 · 10−6 paramagnético
Aço (carbono) 1 · 102 ferromagnético
Fe (99,95%) 2 · 105 ferromagnético
Aço para núcleo de transformador 4 · 103 ferromagnético
Fonte: (LESCHE, 2021)

Diamagnetismo é um tipo curioso de magnetismos que aparece na maioria dos


materiais, quando o material diamagnético está na presença de um campo magnético externo, os
seus dipolos se alinham no sentido contrário do campo magnético externo, conforme ilustração
da figura 5 (a), assim tendendo a expulsar o campo magnético externo do seu interior, conse-
quentemente o valor da sua suscetibilidade magnética será negativo, e baixo, conforme a tabela
2.
Paramagnetismo surge em uma quantidade reduzida de materiais, quando os mate-
riais paramagnéticos são postos na presença de um campo magnético externo, os seu dipolos
tendem a se alinharem no mesmo sentido do campo magnético externo, conforme ilustrado
na figura 5 (b), com esse alinhamento surge uma pequena força de atração, fazendo com que
o material tenda a se aproximar da fonte de campo magnético externo, essa pequena força
de atração também pode ser observadas na tabela 2, pois a suscetibilidade magnética desses
materiais tem um valor baixo.
20

Ferromagnetismo é o tipo de magnetismo mais conhecido, pois ele é bem perceptível,


quando um material ferromagnético é colocado na presença de um campo magnético externo,
os seus domínios magnéticos se alinham fortemente no sentido do campo magnético externo
conforme ilustrado na figura 5 (c), com esse alinhamento surge uma força de atração, fazendo
com que o material seja atraído fortemente para a fonte do campo externo, a suscetibilidade
com valor alto conforme a tabela 2, outra característica bem interessante desses materiais é a
capacidade de seus domínios ficarem alinhados permanentemente depois de serem expostos a
um campo magnético muito forte, na temperatura ambiente.

3.3 A Influência da temperatura no magnetismo

As primeiras agulhas de bússolas eram magnetizadas temporariamente por contato,


utilizando uma pedra-ímã, a primeira descrição de um guia ensinado a construir um ímã perma-
nente, afim de usá-lo como bússola, está em um tratado militar Wu Ching Tsung Yao (Coleção
das mais importantes técnicas militares) escrito na China em 1044 d.C., no tratado explica:

O método da carruagem não é mais conhecido, mas, no método do peixe, uma


fina folha de ferro é cortada na forma de um peixe com duas polegadas de com-
primento e meia polegada de largura, com uma cabeça e uma cauda pontudas.
Esse é então aquecido num fogo de carvão e, quando estiver vermelho rubro,
é retirado-o segurando pela cabeça com uma pinça de ferro e colocado de tal
modo que a cauda aponte para o norte. Nessa posição, é resfriado bruscamente
com água em uma bacia, de modo que a cauda permaneça submersa por vários
décimos de polegada. É então mantido numa caixa bem fechada. Para usá-lo,
um pequeno vaso cheio de água é arranjado num local sem vento, e o peixe é
pousado o mais paralelamente possível na superfície da água, de modo a flutuar,
e então ele apontará para o sul.

Um outro método de magnetizar a agulha, é chamado de magnetização remanescente,


acontece devido o alinhamento de alguns domínios com o campo magnético da terra, no momento
que o material é resfriado após um aquescimento prévio, portando quando o material era resfriado
de forma brusca acabava deixando alguns domínios “enrijecidos” apontando no mesmo sentido
do campo da terra, fazendo assim que a agulha se tornasse um ímã.
Existe uma temperatura para cada material ferromagnético onde a vibração dos
átomos é grande o suficiente para fazer com que o material perca por completo o alinhamento
preferencial dos seus domínios magnéticos e passa a se comportar como um material paramagné-
tico quando ele está a essa temperatura, chamada de temperatura de Curie ou ponto de Curie,
dado pela equação X = CT , onde X é a Suscetibilidade, C é a constante de Curie e T a temperatura,
na tabela 3 é possível ver a temperatura de Curie de alguns materiais, ou seja, a suscetibilidade
21

do material cai a medida que a temperatura aumenta esse fenômeno foi publicado em um artigo
em 1895 por um físico francês Pierre Curie (1859-1906).

Tabela 3 – Valores da temperatura de Curie em


algumas substâncias
Substância Temperatura de Curie

Ferro (Fe) 769,85ºC


Cobalto (Co) 1114,85ºC
Níquel (Ni) 354,05ºC
Gadolínio (Gd) 19,35ºC
Óxido de cromo (CrO2 ) 113,35ºC
Brometo de cromo III (CrBr3 ) -240,6ºC
Fonte: Adaptado de (KITTEL, 1978)
22

4 EXPERIMENTOS DE BAIXO CUSTO

Um laboratório de física é sem dúvidas uma das melhores ferramentas pedagógicas


no ensino de física, pois proporciona aos alunos um melhor entendimento e entusiamo, mas para
montar um laboratório é necessário um auto investimento monetário, segundo o senso escolar
2020 do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) apenas
12% das escolas brasileiras tem laboratório de ciências conforme o gráfico da figura 6 (QEDU, ),
para minimizar essa realidade os professores de física recriam experimentos utilizado materiais
de baixo custo afim de complementar os conteúdos vistos em sala e aumentar o entusiamo dos
alunos, nas próximas sessões veremos alguns exemplos de experimentos de baixo custo.

Figura 6 – Gráfico do senso escolar 2020 de dependências

Fonte: (QEDU, )

4.1 Bússola

Sabemos que a terra se comporta como um grande ímã por conta de suas interações
magnética, a hipótese mais aceita a respeito desse comportamento magnético diz que ele ocorre
devido o movimento de cargas elétricas no núcleo da terra. Quando um ímã em forma de barra é
pendurado por um fio ele é alinhado espontaneamente com o campo magnético da terra o polo
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sul do ímã aponta para o polo norte magnético da terra e o polo norte do ímã aponta para o
polo sul magnético da terra, o mesmo alinhamento ocorre com a agulha de uma bussola que
não deixa de ser um ímã. Com auxílio de uma bússola pode-se introduzir conteúdos no ensino
médio como campo magnético da terra e polos magnetíticos de um ímã. É possível construir
uma bússola com materiais simples, a da figura 10 por exemplo pode ser feita com os seguintes
materiais, um pedaço de madeira para servir de base, um pedaço de fio rígido de cobre, pois
ele não sofre atração magnética, um parafuso auto atarraxante com arruela ou um prego para
fixar o fio na madeira, um pedaço de linha, uma agulha de costura e um ímã. Para deixar a
bússola funcionando é necessário imantar a agulha da seguinte forma, escolha um lado do ímã e
friccione varias vezes um lado qualquer da agulha sempre do meio da agulha até a borda, repita
a operação com o outro lado da agulha friccionando o outro lado do ímã, após imantar a agulha
ela se alinhará com o campo magnético da terra, ficando no sentido norte-sul, se soubermos qual
o norte e o sul geográficos de onde estamos localizados é possível descobrir as polaridades do
ímã, por exemplo se a ponta da agulha (lado perfurante) apontar para o sul geográfico, quando
aproximarmos uma das faces do ímã a bússola, se a ponta da agulha for atraída então aquela face
é o polo norte se a ponta for repelida então aquela face é o polo sul.

Figura 7 – Bússola de baixo custo

Para visualizar o video do experimento da bússola em funcionamento basta acessar


o link: https://drive.google.com/file/d/1y7KCcxv-nFDfRE-jpcq5C3dps2trapxq/view ou apontar
a câmera de um smartfone para a figura 8 do código QR.
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Figura 8 – Código QR
da bússola

4.2 Linhas de campo magnético

As pessoas não podem tocar ou sentir um campo magnético, o que podemos fazer é
“visualizar” utilizando alguns métodos, por exemplo verificar a indicação de uma bussola em
diferentes posições ao redor de um ímã, outra forma de “visualizar” é lançando limalha de ferro
ao redor de um ímã com esse método é possível ver as linhas de campo magnético entre os polos.
Explicar linhas de campo magnético no ensino médio utilizando métodos tradicionais como
quadro e pincel requer dos alunos muita habilidade em experimentos mentais para compreender,
pois é um assunto abstrato, mas é possível facilitar essa aprendizagem utilizando um experimento
de baixo custo feito com materiais simples, um recipiente plástico com fundo plano, dois ímãs
de ferrite com o polo norte identificado de vermelho, limalha de ferro e dois pedaços de madeira,
conforme a figura 9.

Figura 9 – Recipiente, ímãs, limalha e madeiras

Para montar o experimento basta posicionar os ímãs com o polo sul de um ímã
apontando para o polo norte do outro ímã entre as madeiras, colocar o recipiente plástico sobre
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as madeiras e salpicar limalha de ferro dentro do recipiente, com isso podemos visualizar as
linhas de campo magnética, o resultado obtido para esse posicionamento de polos é as linhas de
campo se atraindo, por isso a limalha tende a se concentrar no centro do recipiente conforme a
figura 10.

Figura 10 – Linhas de campo com polos diferentes

Pode-se repetir o experimento utilizando outro posicionamento para os ímãs, colo-


cando o polo norte de um ímã apontando para o polo norte do outro ímã, nesse posicionamento
as linhas de campo tendem a se afastar, por isso o desenho formado pela limalha de ferro fica
diferente do desenho formado no experimento anterior conforme a figura 11.

Figura 11 – Linhas de campo com polos iguais

Para visualizar o video do experimento linhas de campo magnético em funci-


onamento basta acessar o link: https://drive.google.com/file/d/1c6G0HJoH7hn8mecYfNp-_
_iswAGZGAgY/view?usp=sharing ou apontar a câmera de um smartfone para a figura 12 do
código QR.
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Figura 12 – Código QR
das linhas de campo

4.3 Domínios magnéticos de um cartão

Nos cartões bancários existem uma tarja magnética com pequenas regiões magneti-
záveis, essas regiões são magnetizadas afim de formar um código binário, capas de armazenar
todas as informações bancarias de seu portador, essas informações são detectadas nos caixas
eletrônicos por uma bobina enrolada num núcleo de ferro que por sua vez libera sinais elétricos
para um computador decodificador. Com o auxílio de um cartão magnético e um pouco de lima-
lha de ferro fina, é possível explicar a alunos do ensino médio o que são domínios magnetíticos e
suas aplicações em armazenamento de dados, nas fitas magnéticas e discos regidos, o primeiro
passo para fazer esse experimento é obter uma limalha de ferro fina, para isso é necessário algum
objeto de ferro e uma lixa com granulometria fina, para friccioná-los até obter a limalha, nesse
experimento foi utilizado um prego e alguns pedaços de lixa com granulometria 211 ou seja a
lixa tem 211 grãos por centímetro quadrado, conforme a figura 13.

Figura 13 – lixa, prego e limalha de ferro


fina

Na sequência é preferível higienizar o cartão com um pano umedecido de álcool,


pois a gordura das mãos pode atrapalhar no resultado, depois basta colocar a limalha sobre
a tarja magnética do cartão em uma posição horizontal e espalhar com pequenas batidas no
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cartão sem tocar na tarja, após deixar a limalha uniforme, pode-se deixar o cartão na posição
vertical e dar algumas batidas para o excesso de limalha cair, o resultado obtido é pequenos
bastonetes magnéticos capas de atrair a limalha de ferro funcionando como pequenos ímãs com
polos positivos e negativos conforme a figura 14 formando uma serie de códigos binários, que
carregam informações do cartão, essas informações são lidas quando os cartões são inseridos em
caixas eletrônicos e leitoras de cartão nos comércios.

Figura 14 – Cartão

Apos terminar o experimento e limpar novamente o cartão com álcool, é possível


apagar as informações armazenadas de forma magnética, para verificar isso, o cartão foi marcado
no meio e friccionando um ímã de neodímio apenas no lado direito do cartão, é possível verificar
que uma pequena atração entre o ímã e a faixa magnética pois as faixas magnéticas são formadas
por uma fina camada metálica feitas com óxidos de ferro ou de cromo, depois basta repetir o
processo colocando a limalha de ferro sobre a faixa magnética e verificar que as informações
do lado direito do cartão foram apagadas conforme a figura 15. A cabeça de leitura de um
disco rígido trabalha de uma forma similar apagando e gravando dados no disco rígido de forma
magnética.

Figura 15 – Cartão e ímã de neodímio


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Para visualizar o video do experimento domínios magnéticos basta acessar o link:


https://drive.google.com/file/d/1SPtCNzkruPFgxKh8v-HjmWCuQatAyCjX/view?usp=sharing ou
apontar a câmera de um smartfone para a figura 16 do código QR.

Figura 16 – código QR
domínios magnéticos

4.4 Pêndulo de Curie

Exite um campo magnético induzido M nos matérias ferromagnéticos, quando eles


estão submetidos a um campo magnético B externo, isso ocorre por conta da magnetização dos
dipolos no interior do material, essa magnetização pode ser zero ou diferente de zero, vai depender
da temperatura, o ferro por exemplo, na temperatura ambiente tem uma magnetização diferente
de zero, pois ele interage com qualquer ímã, acima de 769,85ºC ele não tem magnetização e não
consegue interagir com ímãs. Portanto existe uma temperatura para cada material ferromagnético
chamada de temperatura de curie ou ponto de curie na qual a agitação dos dipolos magnéticos é
grande o suficiente para fazer com que o material perca sua magnetização. O pêndulo de Curie é
uma pequena máquina térmica e magnética, com o auxílio desse equipamento simples pode-se
introduzir conteúdos no ensino médio como a temperatura de Curie e suscetibilidade magnética,
é possível construí-lo com materiais simples, o da figura 18 por exemplo pode construído com os
seguintes materiais, um pedaço de madeira para servir de base, um raio danificado da roda de
uma motocicleta que pode ser encontrado na sucata de oficinas mecânicas dobrado em forma
de “L” ou uma haste metálica qualquer que possa ser dobrada, um fio fino de cobre pois ele é
resistente ao calor e não sofre atração magnética, uma pequena vela, um pequeno pedaço de
madeira para apoiar a vela, um ímã de ferrite e o fundo de uma agulha de costura que pode ser
cortada com um alicate, conforme a figura 17.
Para montar o experimento é simples basta furar a madeira com uma furadeira ou
com um prego para introduzir o raio, é preferível fazer um pequeno friso na ponta externa do
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Figura 17 – Materiais para montar o pendulo

raio com o auxílio de uma serra ou uma lima para o pêndulo oscilar com facilidade, apoiar o ímã
na lateral do raio sobre a madeira, prender uma ponta de um pequeno pedaço de fio de cobre no
friso do raio e a outra ponta no fundo da agulha afim de que o fundo da agulha possa ser atraído
pelo ímã, por fim basta posicionar a vela em baixo do fundo da agulha e acendê-la, quando o
fundo da agulha aquece chegando no ponto de curie ela perde suas propriedades magnéticas e
deixa de ser atraída pelo ímã, quado resfria volta a ser atraído fazendo um movimento periódico.
O ideal nesse experimento e usar um material de níquel pois ele tem um ponto de Curie menor
que o do ferro conforme a tabela 3, o fundo da agulha utilizado nesse experimento tem um ponto
de curie maior que o níquel pois as agulhas são feitas de aço que é constituído principalmente de
ferro e carbono, mas como o fundo da agulha tem um volume muito pequeno a vela consegue
aquecê-lo com facilidade.

Figura 18 – Pêndulo
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Para visualizar o video do experimento Pêndulo de Curie em funcionamento basta


acessar o link: https://drive.google.com/file/d/1-GxNRQ2r3q9EPd_pAUTjigpQ9HeBwOZR/
view?usp=sharing ou apontar a câmera de um smartfone para a figura 19 do código QR.

Figura 19 – Código QR
do pendulo de Curie

4.5 Diamagnetismo da água

É fácil explicar ferromagnetismo no ensino médio pois seus efeitos são bem percep-
tíveis no nosso cotidiano, entretanto essa realidade não se aplica ao diamagnetismo que tem
um efeito fraco, esse efeito é uma pequena força de repulsão entre um material diamagnético e
um ímã, ocasionada pelos domínios magnéticos do material que tendem a alinhasse na mesma
direção e sentido contrario, por exemplo, quando aproximamos o polo norte de um ímã em um
material diamagnético, surge uma pequena magnetização induzida dentro do material o lado que
está voltado para o ímã fica com a mesma polaridade norte, ou seja os campos sempre ficam
em sentidos diferentes ocasionando uma repulsão. para facilitar a aprendizagem dos alunos
é possível construir um experimento capas de verificar o efeito diamagnético da água, essa
construção é feita com materiais simples conforme a figura 20, dois pedaço de madeira para
servir de base, um raio danificado da roda de uma bicicleta que pode ser encontrado na sucata
de oficinas mecânicas dobrado em forma de “L” ou uma haste metálica qualquer que possa ser
dobrada, duas seringas de 3ml, alguns ímãs de neodímio retirados de discos rígidos e leitores de
DVD, um pedaço de linha, um pequeno prego e cola instantânea. Para montar o experimento
é simples basta furar a madeira maior com uma furadeira ou com um prego para introduzir o
raio, é preferível fazer um pequeno friso na ponta externa do raio com o auxílio de uma serra ou
uma lima para facilitar na hora de prender uma ponta da linha, a outra ponta da linha ficará presa
nas bases das seringas após unidas com cola instantânea e enchê-las com água, depois pode-se
fazer uma base para apoiar os ímãs, bastando apenas enfiar o prego na ponta da madeira menor
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para fixar os ímãs, na sequência basta aproximar os ímãs em uma das seringas e ver a força de
repulsão que age entre os dois.

Figura 20 – Experimento diamagnetismo da água

Para visualizar o video do experimento diamagnetismo da água em funcionamento


basta acessar o link: https://drive.google.com/file/d/1L7Tpmj_lv3Np6NDMHOJGhFqyrEjZCh3w/
view?usp=sharing ou apontar a câmera de um smartfone para a figura 21 do código QR.

Figura 21 – Código QR
do diamagnetismo
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5 CONCLUSÃO

Neste trabalho de conclusão de curso, foi apresentado uma breve historia do magne-
tismo suas aplicações, evoluções tecnológicas, com enfase em materiais magnéticos e atividades
práticas experimentais para o ensino médio utilizado materiais de baixo custo, afim de suprir a
falta de um laboratório convencional, utilizando essa temática foi possível construir experimentos
capazes de contribuir no ensino de alguns assuntos do magnetismo como, campo magnético,
polos magnéticos, linhas de campo magnético, domínios magnéticos e materiais diamagnéticos,
espero que a aplicação desses experimentos possa entusiasmar alunos, criando neles a vontade
de observa e investigas os fenômenos naturais e que esses experimentos possam fazer parte de
um roteiro de experimentos de baixo custo que abranja todo o magnetismo.
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REFERÊNCIAS

ELETROÍMÃ. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/eletroima.htm.

FERRI, F. A. Síntese e caracterização de filmes à base de Si e Ge dopados com espécies


magnéticas. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, 2010.

FORÇA magnética. Disponível em: https://www.gestaoeducacional.com.br/


forca-magnetica-o-que-e/.

GUIMARÃES, A. P. A pedra com alma: a fascinante história do magnetismo. [S. l.]:


Civilização Brasileira, 2011.

GUIMARÃES, A. P.; OLIVEIRA, I. Magnetismo e ressonância magnética em sólidos. São


Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; KRANE, K. S. Física. Vol. 3 . [S. l.]: Grupo Gen-LTC, 2011.

HALLIDAY RESNICK, J. W. Fundamntos de Física. Vol. 3 . [S. l.]: Grupo Gen-LTC, 2009.

KITTEL, C. Introdução à física do estado sólido, 5ª edição. 1978.

KOIMAS. Qual a diferenca entre os tipos de imas. Disponível em: https://www.koimas.com.


br/qual-a-diferenca-entre-os-tipos-de-imas/.

LESCHE, B. FIII 10 02 Ferromagnetismo, paramagnetismo e diamagnetismo. 2021.

PÓLOS magnéticos da Terra. Disponível em: https://www.infoescola.com/eletromagnetismo/


polos-magneticos-da-terra/.

QEDU. Matrículas e Infraestrutura. Disponível em: https://www.qedu.org.br/brasil/


censo-escolar?year=2020&dependence=0&localization=0&education_stage=0&item=.
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Dica de questionário para avaliação

1. Cite quais são as fontes de campo magnético que você conhece.

2. Explique por qual motivo as bussolas se alinham em uma determinada direção?

3. Desenhe na imagem do ímã abaixo a configuração das linhas de campo magnético.

4. Uma bussola é colocada no ponto “x” entre dois ímãs conforme a figura abaixo, marque a
alternativa que representa a orientação da agulha da bussola nesse ponto.

a) b) c) d)

5. Descreva o que são domínios magnéticos.


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6. Explique o que é temperatura de Curie?

7. Explique o que é suscetibilidade magnética?

8. Marque a alternativa que representa a classificação de alguns materiais citados abaixo.


(a) Diamagnéticos. ( ) Alumínio e magnésio.
(a) Paramagnéticos. ( ) Ferro e cobalto.
(a) Ferromagnéticos. ( ) Água e cobre.

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