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1

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Câmpus Pato Branco
Departamento Acadêmico de Elétrica
Curso de Engenharia Elétrica

APOSTILA DE ELETROMAGNETISMO

Profa. Dra. Filomena Barbosa


Rodrigues Mendes
filomena@utfpr.edu.br
Fone: 3220-2571

Pato Branco
2023
2

Filomena Barbosa Rodrigues Mendes

APOSTILA DE ELETROMAGNETISMO
3

Este trabalho é dedicado aos meus


queridos pais: Leontina dos Ramos R.
M. Barbosa e Jesuíno Barbosa (in
memoriam).
4

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida.


À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, aos colegas do
Departamento Acadêmico de Elétrica e do Departamento Acadêmico de
Matemática, pela compreensão e suporte oferecido para a realização
desta apostila.
Aos meus Pais Jesuíno (in memoriam) e Leontina, pelo amor e
carinho.
Ao meu esposo Fredy, e minhas filhas, Lesly e Ketty, pelo apoio,
pelas sábias sugestões e alegria contagiante.
Aos meus irmãos e irmãs, por saberem superar a distância e
apoiar este desafio.
De forma geral, agradeço enormemente àqueles que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a elaboração desta apostila.
5

Sucesso é ir de fracasso em fracasso, sem perder


entusiasmo.
(Winston Churchill, 1874-1965)
6

RESUMO

O conteúdo desta apostila abrange matemática vetorial, grandezas


eletromagnéticas, eletrostática, magnetostática e magnetodinâmica.
Eletromagnetismo é uma disciplina oferecida no curso de Engenharia
Elétrica. O objetivo da disciplina é capacitar o acadêmico a
compreender os princípios da eletrostática, magnetostática e
magnetodinâmica a partir das equações de Maxwell.

Palavras-chave: Teorema da divergência. Teorema de Stokes. Campo


elétrico. Indução magnética. Corrente induzida.
7

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Noções matemáticas vetoriais:


• vetor e escalar;
• sistema de coordenadas (cartesiana, cilíndrica e esférica);
• operador nabla, gradiente, divergente e rotacional;
• equações de Maxwell;
• operadores de segunda ordem;
• equações de Maxwell sob a forma local, integral e aplicada a
meios quaisquer.
Grandezas eletromagnéticas fundamentais:
• grandezas eletromagnéticas em meios isotrópicos, anisotrópicos
e no vácuo: permeabilidade;
• permissividade;
• campo elétrico;
• campo magnético;
• indução elétrica;
• indução magnética;
• densidade superficial de corrente;
• densidade volumétrica de carga;
• condutividade elétrica.
Eletrostática:
• equações de Maxwell para eletrostática;
• campo elétrico;
• potencial elétrico;
• teorema de Gauss – a partir da equação de Maxwell;
• campos conservativos e não conservativos;
• refração de campos elétricos;
• efeito de pontas;
• efeito corona;
• rigidez dielétrica;
• capacitância e capacitor;
• equações de Laplace e Poisson;
• exemplos.
Magnetostática:
• equações de Maxwell para magnetostática;
• lei de Ampère - a partir das equações de Maxwell;
• lei de Biot-Savart;
8

• refração de campos magnéticos;


• propriedades magnéticas da matéria - classificação dos
materiais magnéticos;
• magnetização de materiais, imãs permanentes;
• analogia entre circuitos elétricos e magnéticos;
• indutância e indutor;
• exemplos.
Magnetodinâmica:
• equações de Maxwell para magnetodinâmica;
• equações da quase estática;
• lei de Faraday;
• lei de Lenz;
• penetração de campos variáveis em condutores;
• blindagem;
• perdas no cobre e no ferro;
• interação entre grandezas elétricas e mecânicas: força sobre um
condutor; força sobre cargas; força pela variação de energia;
energia de um campo magnético; o tensor de Maxwell; o vetor
de Poynting; aplicações.
9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Cubo. ................................................................................................22


Figura 2 – Retângulo. ........................................................................................23
Figura 3 – Paralelepípedo. .................................................................................24
Figura 4 – Sistema cartesiano. ...........................................................................27
Figura 5 – Sistema esférico. ...............................................................................28
Figura 6 – Sistema cilíndrico. ............................................................................29
Figura 7 – Divisões do eletromagnetismo. .........................................................35
Figura 8 – Campo elétrico. ................................................................................36
Figura 9 – Campo magnético. ............................................................................37
Figura 10 – Meios com permeabilidades magnéticas diferentes. .......................37
Figura 11 – Condutor retilíneo...........................................................................38
Figura 12 – Núcleo e espira condutora. .............................................................42
Figura 13 – Interdependência das equações de Maxwell. ..................................44
Figura 14 – Campo magnético e indução magnética. ........................................48
Figura 15 – Capacitor. .......................................................................................54
Figura 16 – Campo elétrico. ..............................................................................57
Figura 17 – Força em q´devido o campo elétrico de q. ......................................58
Figura 18 – Movimento da carga de teste q´. .....................................................59
Figura 19 – Bloco de material condutor.............................................................61
Figura 20 – Refração do campo elétrico. ...........................................................62
Figura 21 – Refração do campo elétrico. ...........................................................63
Figura 22 – Variação angular entre os campos elétricos. ...................................65
Figura 23 – Refração do campo elétrico. ...........................................................65
Figura 24 – Carga induzida em condutor. ..........................................................66
Figura 25 – Carga pontual. ................................................................................66
Figura 26 – Comportamento das grandezas elétricas. ........................................67
Figura 27 – Capacitor. .......................................................................................68
Figura 28 – Ponta condutora. .............................................................................69
Figura 29 – Capacitor. .......................................................................................71
Figura 30 – Placa positiva do capacitor. ............................................................72
Figura 31 – Fio infinito carregado. ....................................................................75
Figura 32 – Fio infinito carregado. ....................................................................76
Figura 33 – Meia casca esférica carregada. .......................................................77
Figura 34 – Condutor retilíneo...........................................................................80
Figura 35 – Espira circular.................................................................................81
Figura 36 – Refração do campo magnético. ......................................................82
Figura 37 – Circuito magnético equivalente. .....................................................83
Figura 38 – Circuito elétrico x circuito magnético. ...........................................84
Figura 39 – Efeito de borda. ..............................................................................85
Figura 40 – Núcleo retangular. ..........................................................................86
Figura 41 – Núcleo laminado.............................................................................87
Figura 42 – Fluxo disperso. ...............................................................................88
Figura 43 – Analogia entre as grandezes elétricas e as magnéticas. ..................89
10

Figura 44 – Núcleo de aço-níquel-cromo. ......................................................... 91


Figura 45 – Núcleo de aço laminado M-19. ...................................................... 91
Figura 46 – Tensão elétrica. .............................................................................. 93
Figura 47 – Campo elétrico. .............................................................................. 94
11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Produto interno entre vetores cartesianos e cilíndricos. ...................32


Tabela 2 – Produto interno entre vetores cartesianos e esféricos. ......................33
Tabela 3 – Fator de empihamento. .....................................................................86
12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

cc – Corrente contínua
ca – Corrente alternada
sd – Sem data
Ex – Exemplo
LCK – Lei de corrente de Kirchhoff
LTK – Lei de tensão de Kirchhoff
13

LISTA DE SÍMBOLOS

V Tensão elétrica ou volume


P Potência ativa ou permeância
H Campo magnético
B Indução magnética
µ Permeabilidade magnética
µr Permeabilidade magnética relativa
µ0 Permeabilidade magnética do vácuo
ϕ Fluxo magnético ou ângulo
ϕres Fluxo magnético residual
S Área da seção transversal
lm Caminho magnético médio
N Número de espiras
I Corrente elétrica
i Corrente elétrica
Id Corrente elétrica de deslocamento
Fmm Força magnetomotriz
Fe Força elétrica
Fm Força magnética
e Tensão induzida
r Resistência elétrica ou raio
R Resistência elétrica
ℜ Relutância
f Frequência
A Área da seção transversal
FP Fator de potência
J Densidade de corrente elétrica
D Indução elétrica
E Campo elétrico
ρ Densidade volumétrica de carga, raio em coordenadas cilíndricas,
resistividade elétrica
ρs Densidade superficial de carga
ε Permissividade elétrica
εr Permissividade elétrica relativa
σ Condutividade elétrica
Q Carga elétrica
ql Densidade linear de carga
qs Densidade superficial de carga
qv Densidade volumétrica de carga
14

T Tempo de acomodação de cargas livres ou torque


k Rigidez dielétrica
C Capacitância
w Energia
u Velocidade
G Condutância
15

SUMÁRIO

LISTA DE SÍMBOLOS .................................................................. 13


SUMÁRIO ....................................................................................... 15
1 POR QUE ESTUDAR ELETROMAGNETISMO? .................. 18
2 MATEMÁTICA VETORIAL ..................................................... 19
2.1 ESCALAR, VETOR E CAMPO VETORIAL....................................... 19
2.2 DERIVAÇÃO VETORIAL ................................................................... 19
2.2.1 Gradiente, Divergente e Rotacional através do Operador Nabla . 19
2.2.2 Exemplos............................................................................................ 20
2.2.3 Gradiente ........................................................................................... 20
2.2.4 Exercícios ........................................................................................... 21
2.2.5 Divergente .......................................................................................... 21
2.2.6 Exemplos............................................................................................ 22
2.2.7 Exercícios ........................................................................................... 22
2.2.8 Rotacional .......................................................................................... 22
2.2.9 Exercícios ........................................................................................... 23
2.2.10 Exemplos.......................................................................................... 23
2.2.11 Operadores de Segunda Ordem..................................................... 24
2.2.12 Exercícios ......................................................................................... 25
2.2.13 Operadores Aplicados à Duas Funções ......................................... 25
2.2.14 Exemplos.......................................................................................... 25
3 GRANDEZAS COMPLEXAS .................................................... 26
3.1 EXEMPLO ............................................................................................ 26
3.2 DERIVAÇÃO TEMPORAL ................................................................. 26
3.3 EXEMPLO ............................................................................................ 26
4 SISTEMAS DE COORDENADAS ............................................. 27
4.1 SISTEMA DE COORDENADAS CARTESIANO ............................... 27
4.2 SISTEMA DE COORDENADAS ESFÉRICO ..................................... 27
4.3 SISTEMA DE COORDENADAS CILÍNDRICO ................................. 29
5 CONVERSÃO DE VETORES .................................................... 31
5.1 DE COORDENADAS CILÍNDRICAS PARA CARTESIANAS ......... 31
5.2 DE COORDENADAS CARTESIANAS PARA CILÍNDRICAS ......... 32
5.3 DE COORDENADAS ESFÉRICAS PARA CARTESIANAS ............. 32
5.4 DE COORDENADAS CARTESIANAS PARA ESFÉRICAS ............. 33
5.5 EXERCÍCIOS ........................................................................................ 34
6 GRANDEZAS ELETROMAGNÉTICAS .................................. 35
6.1 GRANDEZAS FÍSICAS DO ELETROMAGNETISMO ...................... 36
6.2 EXEMPLO ............................................................................................ 37
6.3 RELAÇÕES CONSTITUTIVAS .......................................................... 38
6.4 EQUAÇÕES DE MAXWELL NA FORMA LOCAL .......................... 39
6.4.1 Exemplo ............................................................................................. 40
6.5 EQUAÇÕES DE MAXWELL NA FORMA INTEGRAL .................... 40
6.5.1 Primeira Equação ............................................................................. 40
16

6.5.2 Exemplo ............................................................................................. 41


6.5.3 Segunda Equação .............................................................................. 41
6.5.4 Terceira Equação .............................................................................. 41
6.5.5 Exemplo ............................................................................................. 42
6.5.6 Quarta Equação ................................................................................ 42
6.5.7 Equações de Maxwell na Forma Integral ....................................... 43
7 SIMPLIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE MAXWELL ......... 44
7.1 ELETROTÉCNICA OU QUASE ESTÁTICA...................................... 45
7.2 EXERCÍCIOS........................................................................................ 46
7.3 EQUAÇÕES DE MAXWELL NO VÁCUO ........................................ 46
7.4 EQUAÇÕES EM MEIOS COM EPSILON ZERO E MI ZERO .......... 47
7.5 EQUAÇÕES DE MAXWELL EM MEIOS ANISOTRÓPICOS .......... 48
8 SATURAÇÃO .............................................................................. 50
9 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS ..................................... 51
10 POTENCIAL ESCALAR ELÉTRICO .................................... 52
10.1 EXEMPLO .......................................................................................... 52
11 POTENCIAL VETOR MAGNÉTICO .................................... 53
12 EXEMPLOS ............................................................................... 54
13 CURIOSIDADES ....................................................................... 55
14 EXERCÍCIOS ............................................................................ 56
15 ELETROSTÁTICA ................................................................... 57
15.1 CARGA ESTÁTICA ........................................................................... 57
15.1.1 Campo Elétrico ............................................................................... 57
15.1.2 Força sobre uma Carga .................................................................. 58
15.1.3 Potencial Escalar Elétrico V .......................................................... 58
15.1.4 Corrente Elétrica ............................................................................ 60
15.2 REFRAÇÃO DO CAMPO ELÉTRICO .............................................. 61
15.3 CARGAS INDUZIDAS EM CONDUTORES .................................... 66
15.4 EXEMPLO .......................................................................................... 66
15.5 RIGIDEZ DIELÉTRICA ..................................................................... 67
15.6 EFEITO DAS PONTAS ...................................................................... 69
15.7 EFEITO CORONA.............................................................................. 70
15.8 CAPACITOR ...................................................................................... 71
15.8.1 Capacitância .................................................................................... 71
15.8.2 Exemplo ........................................................................................... 71
15.8.3 Energia de um Capacitor ............................................................... 73
15.9 EQUAÇÕES DE LAPLACE E POISSON .......................................... 74
15.10 EXEMPLOS ...................................................................................... 74
15.10.1 O Fio Infinito Carregado ............................................................. 75
15.10.2 Meia Casca Esférica Carregada .................................................. 77
15.11 TEMPO DE ACOMODAÇÃO DE CARGAS LIVRES ................... 79
15.11.1 Exemplos ....................................................................................... 79
15.12 EXERCÍCIOS .................................................................................... 79
16 MAGNETOSTÁTICA ............................................................... 80
17

16.1 ASPECTOS GERAIS .......................................................................... 80


16.2 REFRAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO ......................................... 81
16.3 EXERCÍCIOS ...................................................................................... 82
16.4 CIRCUITOS MAGNÉTICOS ............................................................. 82
16.4.1 Fator de Empilhamento .................................................................. 85
16.4.2 Compensação da Área do Entreferro ............................................ 87
17 MAGNETODINÂMICA ........................................................... 90
17.1 ASPECTOS GERAIS .......................................................................... 90
17.2 EXERCÍCIOS ...................................................................................... 90
17.3 EXEMPLOS ........................................................................................ 90
17.4 EXERCÍCIOS ...................................................................................... 92
17.5 EXEMPLO .......................................................................................... 92
17.6 FÓRMULAS GERAIS ........................................................................ 92
18 EXERCÍCIOS ............................................................................ 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCIPAIS .................. 96
ANEXO A – Lista de Exercícios .................................................... 98
A.1 LISTA DE EXERCÍCIOS 1 ....................................................... 98
A.2 LISTA DE EXERCÍCIOS 2 ....................................................... 100
A.3 LISTA DE EXERCÍCIOS 3 ....................................................... 103
A.4 LISTA DE EXERCÍCIOS EXTRA 1......................................... 105
A.5 LISTA DE EXERCÍCIOS 4 ....................................................... 106
A.6 LISTA DE EXERCÍCIOS 5 ....................................................... 109
A.7 LISTA DE EXERCÍCIOS 6 ....................................................... 113
A.8 LISTA DE EXERCÍCIOS EXTRA 2......................................... 117
ANEXO B – Curvas Características do Material ......................... 119
18

1 POR QUE ESTUDAR ELETROMAGNETISMO?

Na profissão, em um sistema de geração, de transmissão, de


distribuição e de utilização de energia elétrica (usina hidroelétrica)
encontramos geradores síncronos, transformadores e motores. Estas
máquinas elétricas têm um núcleo de material ferromagnético. Este
núcleo serve de caminho para o fluxo magnético tal como o fio de cobre
serve de caminho para a corrente elétrica. O campo magnético acopla o
sistema elétrico ao sistema mecânico. O engenheiro eletricista atua em
ambientes que contêm dispositivos eletromagnéticos.
Durante o curso de Engenharia Elétrica, os conceitos de
eletromagnetismo serão aplicados nas seguintes disciplinas:
• máquinas elétricas 1;
• máquinas elétricas 2;
• máquinas elétricas 3;
• análise de circuitos (onde se estuda o caso escalar sendo
uma teoria mais simples).
O Eletromagnetismo utiliza os conceitos vistos em cálculo e as
aplicações do eletromagnetismo são numerosas:
• envolvem o movimento de ondas, estudo das linhas de
transmissão e teoria de circuitos;
• a luz pode ser estudada pelo eletromagnetismo, então
podemos dizer que os instrumentos ópticos são
aplicações do eletromagnetismo;
• o aquecedor solar transforma energia solar em energia
térmica porque a radiação eletromagnética transporta
energia;
• o forno de micro-ondas gera campos elétricos variantes
no tempo (micro-ondas);
• celular capta e gera campos eletromagnéticos e essas
ondas eletromagnéticas transportam comunicação entre
duas pessoas que podem estar em lugares distantes;
• o trem maglev consegue levitar e deslocar devido a força
magnética de campos atrativos e repulsivos.
Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONA UM GPS (
LEARNENGINEERING, s.d.).
19

2 MATEMÁTICA VETORIAL

Para entender o eletromagnetismo a partir das equações de


Maxwell veremos: divergente, gradiente, rotacional, circulação, teorema
da divergência e teorema de Stokes.

2.1 ESCALAR, VETOR E CAMPO VETORIAL

Escalares são grandezas que não estão associadas a uma direção e


a um sentido. Estão associadas a uma intensidade. Ex: massa, tempo.
Vetores são grandezas que estão associadas a intensidade, direção
e sentido. Ex: velocidade, aceleração, força.
Campo vetorial é um vetor definido em toda região. Ex:
velocidade de um gás num tubo, campo elétrico, campo magnético. Não
confunda, uma força aplicada num ponto do corpo, é um vetor pontual.

2.2 DERIVAÇÃO VETORIAL

Seja uma função escalar f(x,y,z) com derivadas parciais. O


operador nabla  em coordenadas cartesianas é o vetor
     
= i + j + k =  , ,  que não tem significado, por si só.
x y z  x y z 

2.2.1 Gradiente, Divergente e Rotacional através do Operador


Nabla

O operador nabla é um vetor: pode interagir com vetor e com


escalar. Seja uma função escalar U(x,y,z) com derivadas parciais. Seja
( )
um vetor A = Ax , Ay , Az cujas componentes dependem de (x,y,z).
Nabla interage com vetor:
• via produto escalar  A = divA e o resultado é escalar;
• via produto vetorial   A = rotA e o resultado é vetor;
Nabla interage com escalar:
• via produto U = gradU e o resultado é vetor.
20

2.2.2 Exemplos

Resolver os seguintes exemplos:


• mostrar que em coordenadas cartesianas se cumpre:
A A A
o divA = x + y + z
x y z
 A A   A A   A A 
o rotA =  z − y  i +  x − z  j +  y − x  k
 y z   z x   x y 

U U U
o gradU = i+ j+ k
x y z

2.2.3 Gradiente

Seja um ponto M com coordenadas x,y,z: M(x,y,z). Seja uma


função U(x,y,z), com derivadas parciais, que depende do ponto M. dU é
a variação de U quando passamos de M(x,y,z) para M´(x+dx,y+dy,z+dz).
A variação de U é:
U U U
dU = dx + dy + dz
x y z
Seja o vetor dM = M  − M
Então resulta que:
dM = ( dx, dy, dz ) = dl
Em que dl é o diferencial de comprimento em coordenadas
cartesianas.
Logo, temos que:
dU = gradU dM
Qual é o significado do gradiente?
• seja uma superfície tal que para cada ponto U =
constante. gradU é ortogonal à superfície de U constante;
• sentido do gradiente: sejam duas superficies, a primeira
com U = U1 e a segunda com U = U2 sendo U2 > U1.
gradU aponta na direção de U crescente;
• como dU = gradU dM então se gradU e dM forem
colineares então teremos a máxima variação de U (dU é
máximo).
21

2.2.4 Exercícios

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 1


apresentada no Anexo A.1:
• 5.

2.2.5 Divergente

Seja uma superfície s submetida a um campo vetorial A . Seja n


um vetor unitário e ortogonal a ds. ds vetor área elementar apresenta 3
componentes. Em coordenadas cartesianas tem-se:
(
ds = dydzi + dxdzj + dxdyk )
O sentido de n depende da superfície:
• para uma superfície aberta temos 2 orientações;
• para uma superfície fechada, n aponta para fora do
volume.

Para que serve o teorema da divergência?


O teorema da divergência mostra uma relação entre a integral
dupla (de superfície) e a integral tripla (de volume) para calcular o fluxo
de um vetor através de uma superfície:
=  A dS =  ( divA) dV
S (V ) V

O fluxo de A através da superfície fechada S(V) é igual à integral


do divergente de A no volume V que a superfície S envolve.
Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONA UM
SATÉLITE DE TV? ( , ).
Qual é a interpretação física do fluxo de um vetor através de uma
superfície?
Em Engenharia Elétrica calcular o fluxo de um vetor através de
uma superfície permite obter o fluxo magnético em Wb, a corrente
elétrica em A e a carga em C:
 =  B dS I =  J dS Q =  D dS
S (V ) S (V ) S (V )
22

2.2.6 Exemplos

Calcular  A dS para
S (V )
a superfície S do cubo limitado pelos

planos: x = 0, x = 1, y = 0, y = 1, z = 0, z = 1 com
( )
A = 2 yzi − ( x + 3 y − 2) j + x2 + z k . A Fig. 01 apresenta a superfície do cubo.

Figura 1 – Cubo.

Fonte: JUNQUERA (s.d.).

2.2.7 Exercícios

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 2


apresentada no Anexo A.2:
• 1;
• 9.

2.2.8 Rotacional

O rotacional de um vetor está relacionado à campos de


velocidade, campos de forças eletromagnéticas e medida do movimento
angular de fluídos. Seja um campo vetorial A circulando ao longo de
uma linha. Seja dl uma parcela elementar da linha com dl = ( dx, dy, dz )
em coordenadas cartesianas. É possível determinar a circulação de A ao
longo da linha.
Para que serve o teorema de Stokes?
O teorema de Stokes mostra uma relação entre a integral simples
(de linha) e a integral dupla (de superfície) para calcular a circulação de
um vetor ao longo de uma linha:
C= 
L(S )
(
A dl =  rotA dS
S
)
23

Dito de outra forma, o fluxo do rotacional de A através da


superfície aberta S é igual à circulação de A ao longo da linha L(S) que
limita S.
Qual é a interpretação física da circulação de um vetor ao longo
de uma linha?
Em Engenharia Elétrica calcular a circulação de um vetor ao
longo de uma linha permite obter a corrente elétriva em A:
I= 
L( S )
H dl

Para definir bem um campo de vetores é necessário conhecer seu


rotacional e seu divergente.
Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONA UM
PAINEL SOLAR? (LEARNENGINEERING, s.d.).

2.2.9 Exercícios

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 2


apresentada no Anexo A.2:
• 8;
• 14.

2.2.10 Exemplos

Resolver os seguintes exemplos:


• para o campo vetorial F = xi + yj + z 2k calcular sua
circulação ao longo do retângulo 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 4, z =
4 no sentido anti-horário. O retângulo pode ser
observado na Fig. 02;

Figura 2 – Retângulo.

Fonte: ( ).
24

• para o campo vetorial F = ( x2 y,2 xz, z 2 ) calcular o fluxo de


F através do paralelepípedo delimitado pelos planos
coordenados e pelos planos x = 1, y = 2, z = 3. Na Fig. 03
pode ser observado o paralelepípedo;

Figura 3 – Paralelepípedo.

Fonte: ( ).

2.2.11 Operadores de Segunda Ordem

Para os operadores de segunda ordem tem-se as seguintes


combinações:

Os operadores laplaciano escalar e laplaciano vetorial , 


definem equações parciais de segunda ordem. Logo, descrevem
distribuição de campos onde a energia do sistema é minimizada:
• campos eletromagnéticos: campo elétrico, campo
magnético ou campo eletromagnético;
25

• campos mecânicos: para resolver problemas de


transmissão de calor, escoamento de fluídos e análise de
tensões.
Estas equações são de problemas reais com difícil solução
analítica. Assim, utilizam-se métodos numéricos para obter soluções
aproximadas: elementos finitos e diferenças finitas.

2.2.12 Exercícios

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 2


apresentada no Anexo A.2:
• 5a.
2.2.13 Operadores Aplicados à Duas Funções

Sejam U e V duas funções escalares: f(x,y,z)


Sejam A e B vetores que dependem de (x,y,z). Temos os
seguintes operadores aplicados a duas funções:

2.2.14 Exemplos

Mostrar que:
grad (UV ) = (UgradV ) + (VgradU )
26

3 GRANDEZAS COMPLEXAS

Um número complexo é dado por: c = a + j b com


j = −1
Utilizamos números complexos no estudo do regime permanente
senoidal (fasores).
A relação de Euler é: e jwt = cos ( wt ) + jsen ( wt )
A pulsação em rad/s é: w = 2πf
Seja uma função harmônica dada por:
V (t ) = V0 cos( wt +  )
 
amplitude fase
Por Euler temos:
V (t ) = e (V0 e j ( wt + ) ) = e (V0e jwt e j )
Suprimindo o termo do domínio temporal e deixando V flutuar
nos complexos podemos escrever fasorialmente:
V = V0e j = V0

3.1 EXEMPLO

(BASTOS, 2004) Seja a função V(t)=100cos(120πt+600).


Determinar o fasor de tensão.

3.2 DERIVAÇÃO TEMPORAL

Quando trabalhamos com grandezas harmônicas utilizamos muito


V ( t ) que recái em jwV.
t

3.3 EXEMPLO

Demonstrar que V ( t ) no domínio do tempo é jwV no domínio da


t
frequência.
Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONA UMA
ANTENA ( , ).
27

4 SISTEMAS DE COORDENADAS

Dependendo da geometria do problema é mais conveniente


utilizar o sistema de coordenadas cartesiano, esférico ou cilíndrico.

4.1 SISTEMA DE COORDENADAS CARTESIANO

Na Fig. 04 se pode observar um sistema de coordenadas


cartesiano.

Figura 4 – Sistema cartesiano.

Fonte: ( ).

Para o sistema cartesiano tem-se que:


• variáveis: x, y, z;
• ponto: P(x,y,z);
• vetores unitários: i , j , k ;
dl = ( dx, dy, dz )
• elemento diferencial de comprimento: ;
dS = ( dydz, dxdz, dxdy )
• elemento diferencial de área: ;
• elemento diferencial de volume: dV = dxdydz

4.2 SISTEMA DE COORDENADAS ESFÉRICO

Na Fig. 05 se pode observar um sistema de coordenadas esférico.


28

Figura 5 – Sistema esférico.

Fonte: ( ).

Para o sistema esférico tem-se que:


• variáveis: r , , 
• ponto: P ( r , ,  ) ;
• vetores unitários: er , e , e ;
• para converter do sistema esférico para o cartesiano:
 x = rsen cos 

 y = rsen sen
 z = r cos 

• para converter do sistema cartesiano para o esférico:

r = x 2 + y 2 + z 2

 −1 z
 = cos
 r
 −1 y
 = tg
 x
• vetor posição esférico com vetores unitários cartesiano:
(
r = rsen cos i + rsen sen j + r cos k )
• deslocamento elementar:
dr = drer + rd e + rsen de
;
• elemento diferencial de área:
dS = r sen d der + rsen d dre + rd dre
2
;
elemento diferencial de volume: dV = r sen drd d
2

f 1 f 1 f
gradf = er + e + e
• gradiente: r r  rsen 
29

1 (r 2 Fr ) 1 ( sen F ) 1 ( F )
divF = + +
• divergente: r 2 r rsen  rsen 
• rotacional:
1  F  1  1 Fr  (rF )  1   (rF ) Fr 
RotF =  ( sen F ) −  er +  −  e +  −  e
rsen     r  sen  r  r  r  

• laplaciano:
1  2 F 1  F 1 2 F
F = (r )+ 2 ( sen )+ 2
r r
2
r r sen   r sen  2

Observação: assistir o Video – COORDENADAS ESFÉRICAS (


, ).

4.3 SISTEMA DE COORDENADAS CILÍNDRICO

Na Fig. 06 se pode observar um sistema de coordenadas


cilíndrico.

Figura 6 – Sistema cilíndrico.

Fonte: ( ).

Para o sistema cilíndrico tem-se que:


• variáveis:  ,  , z ;
• ponto: P(  ,  , z ) ;
e ,e ,e
• vetores unitários:   z ;
• para converter do sistema cilíndrico para o cartesiano:
 x =  cos 

 y =  sen
z = z

• para converter do sistema cartesiano para o cilíndrico:
30

 = x2 + y 2

 −1 y
 = tg
 x
z = z

• vetor posição cilíndrico com vetores unitários cartesiano:
r =  cos i +  sen j + zk
dl = d  e +  de + zk
• deslocamento elementar: ;
• elemento diferencial de área:
dS =  d dze + d  dze +  d  d k
;
• elemento diferencial de volume: dV =  d d  dz
f 1 f f
gradf = e + e + k
• gradiente:     z
1 (  F ) 1 F Fz
divF = + +
• divergente:     z
• rotacional:
 1 Fz F   F Fz  1   (  F ) F 
RotF =  −  e +  −  e +  − k
   z   z       
1  F 1 2 F 2 F
F = ( )+ 2 +
• laplaciano:      2 z 2

Observação: assistir o Video – COORDENADAS


CILÍNDRICAS ( , ).
31

5 CONVERSÃO DE VETORES

O teorema da divergência e o teorema de Stokes envolvem


vetores. Dependendo da geometria do problema estes teoremas podem
ser aplicados em coordenadas cartesianas, esféricas ou cilíndricas
conforme a conveniência. Por este motivo é interessante saber converter
o vetor dado para os diferentes sistemas de coordenadas. Não existe
conversão direta de coordenadas esféricas para cilíndricas. É necessário
passar inicialmente de esféricas para cartesianas e posteriormente de
cartesianas para cilíndricas. Não existe conversão direta de cilíndrica
para esférica. É necessário passar inicialmente de cilíndricas para
cartesianas e posteriormente de cartesianas para esféricas.

5.1 DE COORDENADAS CILÍNDRICAS PARA CARTESIANAS

F = F e + F e + Fz ez
Dada (com variáveis  ,  , z ) para obter
F = Fx i + Fy j + Fz k
(com variáveis x, y, z) basta calcular:
 Fx = F  i

 Fy = F  j

 Fz = F  k
Para calcular Fx tem-se:

Fx = ( F e + F e + Fz ez )  i

( ) ( ) (
= F ( e  i ) + F ( e  i ) + Fz ( ez  i ) ) (1)

Os produtos internos entre os vetores unitários apresentam os


i  e = cos 
resultados da Tabela 1. Por exemplo . Estes produtos
internos são substituídos em (1) para calcular Fx. Os passos realizados
para calcular Fx são analogamente seguidos para calcular Fy e Fz.
32

Tabela 1 – Produto interno entre vetores cartesianos e cilíndricos.

Fonte: ( ).

5.2 DE COORDENADAS CARTESIANAS PARA CILÍNDRICAS

F = Fx i + Fy j + Fz k
Dada (com variáveis x, y, z) para obter
F = F e + F e + Fz ez
(com variáveis  ,  , z ) basta calcular:
 F = F  e

 F = F  e

 Fz = F  ez
Para calcular F tem-se:

(
F = Fx i + Fy j + Fz k  e )
( )
=  Fx ( i  e )  +  Fy ( j  e ) +  Fz k  e 
 (2)

Os produtos internos entre os vetores unitários apresentam os


 i  e = cos 
resultados da Tabela 1. Por exemplo . Estes produtos
internos são substituídos em (2) para calcular F . Os passos realizados
para calcular F são analogamente seguidos para calcular F e Fz .

5.3 DE COORDENADAS ESFÉRICAS PARA CARTESIANAS

F = Fr er + F e + F e
Dada (com variáveis r, ,  ) para obter
F = Fx i + Fy j + Fz k
(com variáveis x, y, z) basta calcular:
33

 Fx = F  i

 Fy = F  j

 Fz = F  k
Para calcular Fx tem-se:

Fx = ( Fr er + F e + F e )  i

( ) ( ) (
= Fr ( er  i ) + F ( e  i ) + F ( e  i ) ) (3)

Os produtos internos entre os vetores unitários apresentam os


resultados da Tabela 2. Por exemplo er  i = sen cos  . Estes produtos
internos são substituídos em (3) para calcular Fx. Os passos realizados
para calcular Fx são analogamente seguidos para calcular Fy e Fz.

Tabela 2 – Produto interno entre vetores cartesianos e esféricos.

Fonte: ( ).

5.4 DE COORDENADAS CARTESIANAS PARA ESFÉRICAS

Dada F = Fxi + Fy j + Fz k (com variáveis x, y, z) para obter


F = Fr er + F e + F e
(com variáveis r, ,  ) basta calcular:
 Fr = F  er

 F = F  e

 F = F  e
Para calcular Fr tem-se:

(
Fr = Fx i + Fy j + Fz k  er )
 ( )
=  Fx ( i  er )  +  Fy ( j  er )  +  Fz k  er 
 (4)
34

Os produtos internos entre os vetores unitários apresentam os


resultados da Tabela 2. Por exemplo er  i = sen cos  . Estes produtos
internos são substituídos em (4) para calcular Fr. Os passos realizados
para calcular Fr são analogamente seguidos para calcular F e F .

5.5 EXERCÍCIOS

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 2


apresentada no Anexo A.2:
• 12;
• 15.

Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONA A


INTERNET? ( , ).
35

6 GRANDEZAS ELETROMAGNÉTICAS

As ondas eletromagnéticas e o campo criado por um íman são


regidos pelas 4 equações de Maxwell mais as equações constitutivas
(que introduzem as características do material). As equações de
Maxwell são muito abrangentes, resolvem inúmeros problemas e são
equações simples. Mas, situações físicas com geometrias complexas e as
características dos materiais podem gerar problemas difíceis. Vamos
falar de eletromagnetismo a partir das equações de Maxwell para que se
possa dominar a ferramenta. Várias situações físicas são casos
particulares das equações de Maxwell.

Na Fig. 7 é possível observar as divisões do eletromagnetismo.


Cada nuvem é uma situação particular das equações de Maxwell. No
eletromagnetismo de baixas frequências são estudados os motores
elétricos, relés, transformadores, disjuntores. É um estado quase
estacionário. Estudam-se campo elétrico e magnético em separado. No
eletromagnetismo de altas frequências estudam-se as ondas
eletromagnéticas e a propagação da energia nelas. O campo elétrico e
magnético são dependentes (não se separam).

Figura 7 – Divisões do eletromagnetismo.

Fonte: ( ).
36

6.1 GRANDEZAS FÍSICAS DO ELETROMAGNETISMO

As equações de Maxwell envolvem grandezas físicas locais


(podem existir em todos os pontos do universo). As grandezas
eletromagnéticas são:
• campo elétrico E ;
• indução elétrica ou densidade de fluxo elétrico D ;
• campo magnético H ;
• indução magnética ou densidade de fluxo magnético B ;
• densidade superficial de corrente J ;
• densidade volumétrica de carga  ;
Temos ainda as grandezas que representam o material:
• permeabilidade magnética µ;
• permissividade elétrica ε;
• condutividade elétrica σ.
O campo elétrico E é formado por uma carga ou um conjunto
de cargas elétricas Q sem movimento. É um campo de vetores e sua
unidade é V/m. O campo elétrico pode ser observado na Fig. 8.

Figura 8 – Campo elétrico.

Fonte: BASTOS (2004).

Para o campo magnético H temos que: se a carga ou o


conjunto de cargas anterior se movimentar, gera-se um campo
magnético. Como carga em movimento é corrente elétrica, então a
corrente elétrica gera campo magnético. Ímãs e variações de campo
elétrico também geram campo magnético. O campo magnético é um
campo de vetores e sua unidade é A/m. O campo magnético pode ser
observado na Fig. 9.
37

Figura 9 – Campo magnético.

Fonte: BASTOS (2004).

A indução magnética B é um campo vetorial. Então vamos


calcular o fluxo de B através da superfície S:

A permeabilidade magnética µ de um meio é a capacidade que o


meio tem de deixar passar mais ou menos fluxo magnético. E temos que
B =  H que é uma relação constitutiva.
A indução magnética é um campo de vetores e sua unidade é T
(tesla). O fluxo magnético é um escalar e sua unidade é Wb (weber). A
permeabilidade magnética é um escalar e sua unidade é H/m (Henry
por metro). A permeabilidade do ar é 0 = 4 10 . A permeabilidade
−7


r =
relativa é 0 .

6.2 EXEMPLO

Na Fig. 10 podem ser observados dois meios com dimensões iguais mas
  2 . Obter a expressão do fluxo
com permeabilidades diferentes sendo 1
magnético em cada material.

Figura 10 – Meios com permeabilidades magnéticas diferentes.

Fonte: BASTOS (2004 ).


38

Quanto maior for a permeabilidade magnética do meio maior é a


sua indução magnética e consequentemente maior será o fluxo que passa
em sua seção. Logo, B é indução porque é a capacidade de induzir fluxo
no meio.

6.3 RELAÇÕES CONSTITUTIVAS

A indução elétrica D e a permissividade elétrica ε contam com a


seguinte analogia:
B→D
 →
Como B =  H então D =  E . A permissividade elétrica ε do meio
varia pouco comparando com a permeabilidade magnética µ. Em
problemas práticos relativos à:
• campos elétricos E e induções elétricas D : nos
interessamos mais no campo elétrico;
• campos magnéticos H e induções magnéticas B : nos
interessamos mais na indução magnética.

A permissividade elétrica do ar é  0 = 8,854 10 ( F / m) . A


−12


r =
permissividade elétrica relativa é 0 .
A indução elétrica D é um campo de vetores e sua unidade é
C/m2 (coulomb por metro quadrado).
A permissividade elétrica ε é um escalar e sua unidade é F/m.
Para a densidade superficial de corrente J , seja um condutor
retilíneo, com seção S, percorrido por uma corrente I e mostrado na Fig.
11.

Figura 11 – Condutor retilíneo.

Fonte: ( ).

u é um vetor unitário perpendicular à S, com mesmo sentido da


fluidez da corrente.
Define-se J = Ju
39

A densidade superficial de corrente é um vetor e sua unidade é


A/m2.
Para a densidade volumétrica de carga temos: se um conjunto de
carga Q oucupa um volume V então a densidade volumétrica média de
carga é:
Q
=
V
Se as cargas não estiverem distribuídas uniformemente no
volume tem-se que:
( )
Q =   dV =  divD dV
V V

Q é o fluxo de D atraves da superfície que envolve o volume.


A densidade volumétrica de carga ρ é um escalar e sua unidade é
C/m3.
Para a condutividade elétrica σ tem-se que: em problemas de
campos elétricos temos meios dielétricos ou isolantes (caracterizados
por ε e por sua rigidez dielétrica) e meios condutores (caracterizados por
sua condutividade). A condutividade elétrica do material é a capacidade
que o meio tem de conduzir mais ou menos corrente. Define-se a lei de
Ohm na forma local
J =E
A condutividade elétrica σ é um escalar e sua unidade é S/m.
Assim, as relações de passagem ou constitutivas que
complementam as equações de Maxwell são:
J =E B = H D =E

6.4 EQUAÇÕES DE MAXWELL NA FORMA LOCAL

As equações de Maxwell na forma local envolvem derivadas do


espaço e do tempo. Estas equações escritas de forma compacta para
facilitar as manipulações matemáticas são:
40

 D
rotH = J +
 t
divB = 0

rotE = − B
 t

divD = 

As equações de Maxwell são quatro:


• a primeira rotH = J + D estabelece que o campo
t
magnético pode ser gerado a partir da corrente (J) e a
partir da variação no tempo da indução elétrica;
• a segunda divB = 0 estabelece que o fluxo magnético é
conservativo (fluxo que entra no volume é igual ao fluxo
magnético que sái do volume);
• a terceira rotE = − B estabelece que o campo elétrico
t
pode ser gerado da variação no tempo da indução
magnética;
• a quarta divD =  estabelece que a indução elétrica é
divergente. Logo, seu fluxo não é conservativo (o fluxo
elétrico que entra no volume é diferente do fluxo elétrico
que sái do volume).

6.4.1 Exemplo

Deduzir a equação da continuidade elétrica.

6.5 EQUAÇÕES DE MAXWELL NA FORMA INTEGRAL

As equações de Maxwell na forma de integrais facilitam a


resolução analítica dos problemas.

6.5.1 Primeira Equação

Para obter a forma integral de rotH = J + D integrar na superfície


t
e aplicar o Teorema de Stokes:
41

6.5.2 Exemplo

(BASTOS, 2004) seja um caso estático e um fio infinito


percorrido por uma corrente I. Calcular o campo magnético gerado por
este fio a uma distância r do fio.
Observar que:

6.5.3 Segunda Equação

Para obter a forma integral de divB = 0 aplicar integral de


volume e o teorema da divergência:
 (divB)dV =  B  dS = 0
V S (V )

O fluxo de B é conservativo ( o fluxo de B que entra no volume


é igual ao fluxo de B que sái deste volume).

6.5.4 Terceira Equação

B
rotE = −
Para obter a forma integral de t integrar na superfície e
aplicar o Teorema de Stokes:
B
 (rotE )  dS = 
S L(S )
E  dL =  −
S
t
 dS
42

6.5.5 Exemplo

Para B alternado determinar a tensão elétrica u em uma espira de


material condutor enrolada em um núcleo de material magnético. O
núcleo mantém B constante em sua seção S. B depende do tempo e não
de sua posição na superfície. A espira está em contato com o núcleo,
mas isolada eletricamente deste. A estrutura pode ser observada na Fig.
12.

Figura 12 – Núcleo e espira condutora.

Fonte: ( ).

Observar que:

Uma variação de fluxo gera uma fem na espira que envolve a


seção onde o fluxo variou. A lei de Faraday corresponde a uma equação
de Maxwell.

6.5.6 Quarta Equação

Para obter a forma integral de divD =  integrar no volume e


aplicar o teorema da divergência:

O fluxo do vetor indução elétrica através da superfície S que


envolve o volume V é igual à carga contida neste volume.
43

6.5.7 Equações de Maxwell na Forma Integral

Com o exposto, tem-se as seguintes formas das equações de


Maxwell:
44

7 SIMPLIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE MAXWELL

As 4 equações de Maxwell e as 3 relações constitutivas formam


um sistema fechado de equações que devem ser resolvidas
simultaneamente. Para simplificar estas equações precisamos entender a
dependência entre elas. Esta dependência pode ser observada na Fig. 13.

Figura 13 – Interdependência das equações de Maxwell.

Fonte: ( ).

Seja um domínio de estudo com diferentes materiais: ar com


ε0 e µ0, material dielétrico ou isolante com ε1, material magnético e
condutor com σ e µ1, 2 placas condutoras, uma com tensão elétrica
senoidal no tempo e outra aterrada. Uma das placas apresenta  que
varia senoidalmente. As cargas variam com o tempo devido a variação
da tensão elétrica. No fio elétrico circula uma corrente alternada com J .
Nesta situação temos as seguintes relações entre as equações
apresentadas na Fig. 13:
• inicialmente J gera H e no material magnético e
condutor este H gera B ;
• este B obedece a segunda equação de Maxwell;
• como B varia no tempo então este gera E no material
magnético e condutor;
• este E obedece a terceira equação de Maxwell;
• no material magnético e condutor este E gera um J
adicional através de (7) que altera o campo magnético
inicial.
45

Sobre a variação da carga entre as 2 placas temos que:


• as cargas geram D via quarta equação de Maxwell;
• como  varia no tempo então D também varia no
tempo;
D
• neste caso o termo novamente modifica o campo
t
magnético;
• no material isolante teremos E com duas parcelas: uma
parcela proveniente da terceira equação de Maxwell e a
outra proveniente da sexta equação.

7.1 ELETROTÉCNICA OU QUASE ESTÁTICA

Seja um sistema físico descrito pela função G (r , t ) que depende do


tempo e de sua posição no espaço com c a velocidade da luz. Para suas
derivadas temporal e espacial temos que:
1 G
 grad (G )
c t
As partes móveis da estrutura das máquinas não se deslocam na
velocidade da luz então a velocidade v dos materiais é v << c. Temos
ainda que:

1 1 B2
 0 E 2 
2 2 0 (5)

Para (5) o termo da esquerda é a densidade volumétrica de


energia de campo elétrico e o termo da direita é a densidade volumétrica
de energia de campo magnético. A equação (5) conduz à:
grad ( E )  c grad ( B)
Vamos mostrar que em baixas frequências os campos elétrico e
magnético são independentes.
dD
 H
Temos ainda que dt
e dD  J . Assim rotH = J + D
dt t
pode ser modificada para rotH = J .

Desprezando o termo D temos:


t
46

Para este caso, temos 2 sistemas independentes:

7.2 EXERCÍCIOS

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 3


apresentada no Anexo A.3:
• 2.

7.3 EQUAÇÕES DE MAXWELL NO VÁCUO

Como no vácuo não existe matéria, logo temos ε0,


µ0 e não temos correntes nem cargas: J = 0,  = 0. As equações de
Maxwell no vácuo são:
47

D
Equacoes de Maxwell rotH =
t
no divB = 0
B
Vacuo rotE = −
t
divD = 0
B = 0 H
D = 0E

Este sistema de equações de Maxwell no vácuo é equivalente à:

7.4 EQUAÇÕES EM MEIOS COM EPSILON ZERO E MI ZERO

Neste caso J e  podem ser diferentes de zero. As equações de


Maxwell em materiais com ε0 e µ0 são:
48

D
Equacoes de Maxwell rotH = J +
t
 E
em meios divB = 0 rotH = J +  0
 t
B
com  0 e 0 rotE = −
t
divH = 0

 H
divD =  → rotE = − 0
 t
B = 0 H  
D = 0E divE = 
 0

J =E J =  E

7.5 EQUAÇÕES DE MAXWELL EM MEIOS ANISOTRÓPICOS

Seja um material cuja permeabilidade magnética predomina em


uma certa direção. Para:

Neste caso na Fig.14 podem ser observados os comportamentos


do campo magnético e da indução magnética.

Figura 14 – Campo magnético e indução magnética.

Fonte: ( ).
49

H e B apresentam uma defasagem angular. Logo, a relação


B =  H onde a permeabilidade é um escalar, não é uma fórmula geral.

Assim, é necessário definir o tensor de permeabilidade :
• caso não exista interdependência de variáveis temos:
x 0 0   Bx   Bx    x H x 
 =  0  y 0  B =  By 
B  =  H 
 y  y y
 0 0  z   Bz  B=  H  Bz    z H z 
• para material isotrópico temos:

• caso exista interdependência de variáveis temos:


  xx  xy  xz    x  xy  xz 
   
 =   yx  yy  yz  =   yx  y  yz 
  zx  zy  zz    zx  zy  z  B=  H

 x    x H x +  xy H y +  xz H z 
B
 B  =  H +  H +  H 
 y   yx x y y yz z

 Bz    zx H x +  zy H y +  z H z 

Assim, a anisotropia dificulta o estudo de materiais magnéticos.


O conceito de anisotropia vale para: µ, ε e σ.
50

8 SATURAÇÃO

Existe ainda o fenômeno da saturação. Isto é, a permeabilidade


magnética não é constante, ela depende do campo magnético existente
B =  (H ) H
no material .
Assim, temos as equações mais gerais de Maxwell para meios
quaisquer:

D
rotH = J +
t
divB = 0
B
rotE = −
t
divD = 
B =  (H ) H
D=  E
J=  E
51

9 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Um material com os parâmetros µ, ε e σ pode ser:


• linear: se os parâmetros do material independem de E ou
H;
• não linear: caso contrário;
• homogêneo: se os parâmetros do material independem
das variáveis de espaço;
• não homogêneo: caso contrário;
• isotrópico: se os parâmetros do material independem da
direção;
• anisotrópico: caso contrário.
52

10 POTENCIAL ESCALAR ELÉTRICO

O uso de potenciais é muito frequente para calcular campos. O


potencial escalar elétrico permite determinar campos elétricos em
problemas estáticos. O potencial escalar elétrico tem um único valor
para cada ponto no espaço. O campo sendo um vetor tem 3 valores para
cada ponto no espaço. Assim definimos:

10.1 EXEMPLO

Calcular a distribuição da tensão elétrica na estrutura de um


capacitor (SILVA, 2021).
53

11 POTENCIAL VETOR MAGNÉTICO

Em problemas onde J  0 define-se um potencial vetor A tal


que B = rotA .
54

12 EXEMPLOS

Resolver os seguintes exemplos:


• na Fig. 15 tem-se um circuito contendo um capacitor de
placas planas com seção S. A distância entre as placas é
d. Entre estas existe um dielétrico com ε. Determinar as
correntes de condução e de deslocamento no capacitor;

Figura 15 – Capacitor.

Fonte: ( ).

• para o campo elétrico no vácuo E = E0te−t k calcular a


2

corrente de deslocamento atravessando uma área de


0,1m2 no plano xy de –z a z em t = 0 s;
• Para um campo magnético H ( r , t ) = H 0 cos ( wt −  z ) i
determinar o vetor campo elétrico para J = 0 ;
• para H ( r , t ) = 50 cos (109 t − 5 y ) k 10−3
A/m calcular o vetor campo elétrico no domínio da
frequência para J = 0 e ε = ε0;
• para µ = 10-5 H/m, ε = 4x10-9 F/m, σ = 0, ρv = 0 calcular
k tal que os campos abaixo satisfaçam as equações de
Maxwell D = 6i − 2 yj + 2 zk nC/m2
H = kxi + 10 yj − 25zk A/m.
55

13 CURIOSIDADES

Algumas pessoas relatam apresentar hipersensibilidade


eletromagnética. Afirmam sentir alguns sintomas como dores de cabeça
e dores no joelho quando estiverem próximas à instalações elétricas.
Algumas pessoas já buscaram moradias em locais distantes das
instalações elétricas, em cavernas e afirmam o desaparecimento dos
sintomas. Entretanto, a situação ainda não encontrou amparo científico.
Existem algumas aplicações curiosas do uso do campo elétrico
como no controle de migração de peixes. Barras metálicas são colocadas
no mar e energizadas.
56

14 EXERCÍCIOS

Resolver os exercícios da lista extra 1 apresentada no Anexo A.4.

Observação: realizar a prova 1 da disciplina de


Eletromagnetismo.
57

15 ELETROSTÁTICA

Em baixas frequências podemos estudar campos elétricos e


magnéticos separadamente desprezando o termo dD/dt nas equações de
Maxwell. As equações de Maxwell para a estrostática são:

divD = 

D =  E

O excesso de campo elétrico danifica os equipamentos e pode
colocar vidas em risco. Já o excesso de campo magnético não.
O campo elétrico se estabelece via variação da tensão V (acúmulo
de cargas + e - em diferentes partes do domínio de estudo).

15.1 CARGA ESTÁTICA

15.1.1 Campo Elétrico

Seja uma carga positiva, apresentada na Fig. 16, ou um conjunto


de cargas estáticas q. Determinar o vetor campo elétrico gerado pela
carga.

Figura 16 – Campo elétrico.

Fonte: BASTOS (2004).

A carga q gera um campo elétrico E divergente no espaço.


divD =  na forma integral é  D dS = q (teorema de Gauss) em que
S (V )
S(V) é a superfície que envolve o volume que contem q. Seja V uma esfera de
raio r. No vácuo
q
E= (6)
4 0 r 2
58

q r q
E= = r
4 0 r r 4 0 r 3
2

15.1.2 Força sobre uma Carga

Experimentalmente sabemos que uma carga q submetida a um


campo elétrico E sofre a ação de uma força F . Isto é:
F = qE
Se o campo elétrico for gerado por uma carga q então a carga
q´sofre a ação de uma força, ou seja:
q
F = q r
4 0 r 3
A lei de Coulomb dá o módulo desta força:
q
F = q
4 0 r 2
Em que r é a distância entre q´e q. O sistema com as cargas pode
ser observado na Fig. 17.

Figura 17 – Força em q´devido o campo elétrico de q.

Fonte: BASTOS (2004).

15.1.3 Potencial Escalar Elétrico V

O trabalho dw exercido pela força é:


dw = F  dl

Em que dl está relacionado ao deslocamento de q´.


O trabalho por unidade de carga é:
59

dw F
=  dl = E  dl
q q 

Este trabalho por unidade de carga é o potencial V:

dV = −E  dl (7)

Se o campo elétrico varia no trajeto temos que:


V2 l2 l2

 dV = − E  dl → V2 − V1 = −  E  dl
V1 l1 l1
(8)

Vamos deslocar a carga de teste q´ afastando de q como pode ser


observado na Fig. 18.

Figura 18 – Movimento da carga de teste q´.

Fonte: BASTOS (2004).

Neste caso temos:


l2 r2 r2
q q q
V2 − V1 = −  r  dl = −  r  dr = −  rdr cos 0
l1
4 0 r 3
r1
4 0 r 3
r1
4 0r
3

q 1 1
r2
q
V2 − V1 = −  dr =  − 
r1
4 0 r 2
4 0  r2 r1 

O ângulo entre E e dl é zero graus já que o campo elétrico se


desenvolve do maior potencial V1 para o menor potencial V2. V2 – V1 é
negativo e por isso foi incluído um sinal negativo em (7).
Vimos que dU = gradU  dM e dV = −E  dl então para U = V e M =
l temos que E = − gradV .
60

Uma carga pontual q gera um campo elétrico num ponto distante


r da carga. Determinar a tensão elétrica no ponto r.
E = − gradV e integrando temos:
V1

 E  dl = − ( gradV )  dl = −  dV = − (V1 − V0 )
V0

V1 − V0 = −  E  dl
Para uma carga pontual q que gera o campo elétrico e para dl = dr
temos:
r1 r1
q q
V1 − V0 = −  E  dl = −  r  dr = −  rdr cos 0
r0
4 0 r 3
r0
4 0r
3

q 1 1
V1 − V0 =  − 
4 0  r1 r0 

Se V0 = 0 para r0 ∞ tem-se:
q 1
V1 =  
4 0  r1  (9)
q
V1 =
4 0 r

15.1.4 Corrente Elétrica

Seja um caminho fechado feito de fio condutor de seção


transversal S, comprimento L transportando uma corrente elétrica I.
Como J =  E , R =  L e  = então temos que:
1
S 
J RS
E= = J = J
 L
A circulação C de E ao longo do circuito é:
RS RS RSJ
C =  E  dl =   L 
J .dl = Jdl cos 0 = dl =RSJ
L L
Como JS = I então

C = RI
(10)
61

De (8) e (10) temos que:


l2 =l1

V2 − V1 = − 
l1
E  dl = RI = 0 → I = 0

Isto ocorre já que no caminho fechado V2 = V1.

Na Fig.19 pode ser observado um bloco de material condutor


submerso a um campo eletrostático.

Figura 19 – Bloco de material condutor.

Fonte: .

Haverá movimento de carga no bloco. Mas o campo eletrostático


não é capaz de manter uma corrente elétrica circulando. Para sustentar
uma corrente precisamos de uma fonte de energia. A corrente elétrica é
o movimento permanente de elétrons no circuito.

15.2 REFRAÇÃO DO CAMPO ELÉTRICO

Quando o campo elétrico passa de um meio para outro meio pode


sofrer uma variação de direção. Este efeito é chamado refração
Sejam dois meios com permissividades elétricas diferentes. O
campo elétrico incide no meio 1 e sái pelo meio 2 como pode ser
observado na Fig. 20. Na fronteira entre os dois meios existe uma carga
estática uniformemente distribuída. Como a carga está na superfície
fronteira vamos definí-la por sua densidade superficial de carga ρs.
Suponha que não exista variação temporal de grandezas. Observar que o
ângulo entre a componente normal do campo elétrico e dl é 90 graus.
Calcular os campos tangenciais.
62

Figura 20 – Refração do campo elétrico.

Fonte: BASTOS (2004).

Para calcular as componentes tangenciais e normais do campo


elétrico vamos utilizar as seguintes equações de Maxwell:
D
rotH = J + =J
t
divB = 0
B
rotE = − =0
t
divD = 
B = H
D =E
J =E
Seja a superfície S perto da fronteira entre os meios da Fig. 20.
B
rotE = − = 0 . Aplicando o teorema de Stokes temos:
t
 ( )
E  dl =  rotE  dS = 0
L(S ) S

Desprezando as circulações de E nos lados menores de L(S)


temos:


L( S )
E  dl =  E1  dl +  E2  dl = 0
C1 C2
(11)

Observar que:
63

( ) (
E1  dl = E1t + E1n  dl = E1t  dl + E1n  dl ) ( ) (12)
( E1t dl cos 0 ) + ( E1n dl cos 90 ) = E1t dl
( ) ( ) (
E2  dl = E2t + E2 n  dl = E2t  dl + E2 n  dl ) (13)
( E2t dl cos180) + ( E2n dl cos 90) = − E2t dl
De (11), (12) e (13) temos:

L(S )
E  dl =  E1t dl −  E2t dl = 0
L1 L2


L(S )
E  dl = E1t L1 − E2t L2 = 0

 E  dl = ( E1t − E2t ) L = 0 → E1t = E2t


L(S )
Logo, as componentes tangenciais do campo elétrico se
conservam.
Como divD =  vamos associar um volume muito pequeno perto da
fronteira como se pode observar na Fig. 21. O ângulo entre a componente
normal da indução elétrica e a superfície é 90 graus.

Figura 21 – Refração do campo elétrico.

Fonte: BASTOS (2004).

Seja um volume V contendo cargas. Pelo teorema da divergência temos


que
q=  D  dS =  ( divD ) dV =   dV =  S
S (V ) V V
s f
64

A carga q está contida em Sf parte da fronteira cortada pelo


cilindro. Observar que:
 D  dS =  D  dS +  D
S (V ) S1
1
S2
2  dS +  D3  dS = s S f
S3

Como o cilindro está na fronteira e apresenta altura pequena


então o fluxo de D em S3 é considerado nulo. Consequentemente:
 D  dS =  D  dS +  D
S (V ) S1
1
S2
2  dS = s S f (14)

Observar que:
( )
D1  dS = D1t + D1n  dS = D1t  dS + D1n  dS ( ) ( ) (15)
( D1t dS cos 90 ) + ( D1n dS cos180 ) = − D1n dS
( )
D2  dS = D2t + D2 n  dS = D2t  dS + D2 n  dS ( ) ( ) (16)
( D2t dS cos 90 ) + ( D2n dS cos 0 ) = D2n dS
De (14), (15) e (16) temos que:

S (V )
D  dS = −  D1n dS +  D2 n dS =  s S f
S1 S2

 D  dS = − D  dS + D  dS =  S
S (V )
1n
S1
2n
S2
s f

 D  dS = − D
S (V )
1n 1 S + D2 n S 2 =  s S f

 D  dS = − D
(17)
1n S f + D2 n S f =  s S f
S (V )

− D1n + D2 n =  s
−1 E1n +  2 E2 n =  s
 2 E2 n − 1 E1n =  s
Quando a fronteira não tiver cargas estáticas ρs = 0 e neste caso
s = 0 → 1E1n =  2 E2 n e E1t = E2t
Para ρs = 0 a Fig. 22 representa a variação angular entre E1 e E2 .
E1 e E2 não estão na mesma direção.
65

Figura 22 – Variação angular entre os campos elétricos.

Fonte: BASTOS (2004).

Na Fig. 22 observar que E1t = E2t, e como ε1E1n = ε2E2n então E1n
e E2n têm mesma direção e módulos diferentes. Segue que:
E E
tan 1 = 1t e tan  2 = 2t
E1n E2 n
tan 1 E1t E2 n E2 n 1 1 E1n
= = =
tan  2 E1n E2t E1n E1n  2
tan 1 1
=
tan  2  2
Geralmente a variação da direção do campo elétrico não é muito
importante. Na Fig. 23 se pode observar a refração do campo elétrico.

Figura 23 – Refração do campo elétrico.

Fonte: BASTOS (2004).

Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONAM OS


CABOS DE FIBRA ÓTICA? ( , ).
66

15.3 CARGAS INDUZIDAS EM CONDUTORES

Se um condutor se encontra no mesmo potencial, o campo


elétrico no seu interior é nulo E = − gradV = 0 . Isto acontece na gaiola
de Faraday. Ao envolver uma região por uma gaiola condutora o campo
elétrico no interior da gaiola é nulo.
Seja um campo elétrico homogênio no espaço. Colocando um
material condutor (placa) neste espaço haverá separação de cargas
elétricas como se pode observar na Fig. 24.

Figura 24 – Carga induzida em condutor.

Fonte: BASTOS (2004).

15.4 EXEMPLO

Seja uma carga pontual Q colocada no interior de uma esfera


condutora oca e neutra como se pode observar na Fig. 25. Avaliar o
campo elétrico.

Figura 25 – Carga pontual.

Fonte: BASTOS (2004).


67

No interior da esfera (na região rb – ra) o campo elétrico é nulo. O


campo elétrico devido a carga elétrica Q é igual e oposto ao campo
elétrico devido a carga induzida.
EQ + Ei = 0
Como consequência disso, no interior da esfera o potencial
elétrico V permanece constante.
E = 0 = − gradV → V = cte
Em ra e rb temos as densidades superficiais de carga. Lembrar
que o campo elétrico e o potencial elétrico diminuem com o aumento do
raio (6) e (9). Com isso, o comportamento do campo elétrico, da tensão
elétrica e das densidades superficiais de carga podem ser observados na
Fig. 26.

Figura 26 – Comportamento das grandezas elétricas.

Fonte: BASTOS (2004).

15.5 RIGIDEZ DIELÉTRICA

Muitos dispositivos estão sujeitos à altas variações de tensão. Por


exemplo, em equipamentos de alta tensão E = − gradV assume um papel
importante.
Em certas partes do equipamento podem existir campos (ou
gradientes de potencial) de grandes intensidades. Se estes campos
68

excederem um certo limite, prejudicamos o equipamento. Assim, vamos


definir a rigidez dielétrica k de um isolante.
Seja um isolante colocado entre 2 placas metálicas separadas pela
distância l. Vamos submeter estas placas a uma tensão V como se pode
observar na Fig. 27.

Figura 27 – Capacitor.

Fonte: BASTOS (2004).

Aplicando V haverá um acúmulo de cargas positivas e negativas


nas placas. Aumentando esta tensão V, vamos atingir uma tensão crítica
Vc. Neste momento haverá um acúmulo de cargas entre as duas placas
de forma a criar uma corrente ou arco elétrico entre as placas,
perfurando assim o isolante. Neste ponto o isolante perde suas
propriedades de isolação (o isolante passa a conduzir). Logo k = Vc/ l em
V/m. k é a rigidez dielétrica e representa a tensão máxima que um
isolante pode suportar, por unidade de comprimento, sem ocorrer
ruptura do isolante.
Logo, é importante conhecermos os campos elétricos no
equipamento e em particular os campos mais intensos. Quando
conhecemos a distribuição de campos, conseguimos fazer um
dimensonamento racional do dispositivo: ele será mais seguro porque
E  k e terá forma geométrica otimizada. Teremos um equipamento
seguro, compacto e mais barato.
Um campo elétrico excessivo pode danificar o equipamento e é
nocivo à segurança dos seres vivos que estão na região onde se localiza
este campo.
69

15.6 EFEITO DAS PONTAS

O efeito das pontas é associado ao efeito corona. Na área de alta


tensão, este efeito causa campos elétricos intensos que podem causar a
ruptura do dielétrico que está em contato com a ponta.
Na Fig. 28 se pode observar uma ponta condutora. Mostrar como
uma ponta A gera um campo elétrico elevado em relação a outra ponta B
menos aguda.

Figura 28 – Ponta condutora.

Fonte: BASTOS (2004).

qa e qb são as cargas das esferas. Para simplificar vamos


considerar as pontas a e b como duas semiesferas de raios ra e rb. Como
a peça é condutora então está sujeita ao mesmo potencial elétrico V.
Desta forma o campo elétrico no interior da peça é nulo.
V = cte → E = − gradV = 0
Seja Ea o campo elétrico produzido pela esfera de raio ra com a
mesma densidade superficial de carga ρa da peça. Seja Eb o campo
elétrico produzido pela esfera de raio rb com a mesma densidade
superficial de carga ρb da peça. De (9) segue que:
qa qb
Va = Vb =
4 0 ra 4 0 rb
Como Va = Vb então:
qa qb qa qb q r
= → = → a = a (18)
4 0 ra 4 0 rb ra rb qb rb
A densidade superficial de carga é a carga por unidade de área. A
área da esfera é 4πr2. Desta forma segue que:
70

qa qb a qa rb 2
a = b = → =
4 ra 2 4 rb 2 b qb ra 2
(19)
De (18) e (19) segue que:
 a ra rb 2  r
= → a = b (20)
b rb ra 2
b ra
De (17) vimos que  2 E2 n − 1 E1n =  s . Como dentro da peça
condutora o campo elétrico é nulo então E1n = 0. Assim:
  a =  0 Ea
 2 E2 n =  s → 
 b =  0 Eb (21)
a Ea
=
b Eb
De (20) e (21) segue que:
Ea rb r
= → Ea = b Eb
Eb ra ra
Como ra é menor que rb então Ea é maior que Eb. O campo
elétrico é mais intenso na ponta mais aguda.

15.7 EFEITO CORONA

Seja um condutor carregado com carga elétrica e envolvido pelo


ar. O efeito corona é a perda de carga que ocorre com a inonização desse
ar. As cargas positivas atraem as cargas negativas do ar (meio que
envolve o condutor). O ar próximo da ponta torna-se condutor fazendo
corrente elétrica passar da ponta para o ar. Isto produz uma luz ou um
som estridente. Para o ar com E = 3x106 V/m teremos este fenômeno
podendo variar com a pressão, temperatura, umidade, pureza do ar, etc.
O efeito corona deve ser evitado:
• é uma perda de energia (formação de correntes
parasitas);
• a ponta sofre modificações físico-químicas;
• dependendo do ambiente, condições atmosféricas
(poluição), geometria e constituição física do
equipamento, o efeito corona pode expandir gerando
arcos elétricos de maior intensidade e extensão.
71

Observação: assistir o Video – COMO FUNCIONA SEU


CELULAR? ( , ).

15.8 CAPACITOR

15.8.1 Capacitância

Sejam duas placas condutoras paralelas, de seção S, separadas por


uma distância d. Entre elas vamos colocar um dielétrico de
permissividade ε. Vamos ligar as placas a uma fonte de tensão V como
se pode observar na Fig. 29.

Figura 29 – Capacitor.

Fonte: BASTOS (2004).

Aplicando V surge um acúmulo de cargas +Q e -Q nas placas.


Aplicando 2V teremos +2Q e -2Q. Não ultrapassando a tensão crítica
(que provoca a ruptura do isolante) temos Q/V = 2Q/2V = cte. Esta
constante é chamada capacitância C:
Q
C=
V
15.8.2 Exemplo

Calcular a capacitância do capacitor apresentado na Fig. 29.


72

C = Q / V. Inicialmente vamos calcular o campo elétrico e com


este resultado vamos avaliar a tensão elétrica V e a capacitância C. Para
este cálculo vamos considerar que o campo elétrico entre as placas é
constante: independe da distância as placas e não sofre o efeito de
bordas. Sendo assim vamos considerar cada placa como um plano
infinito carregado por sua dendidade superficial de carga ρs. Na Fig. 30
se pode observar a placa positiva.

Figura 30 – Placa positiva do capacitor.

Fonte: BASTOS (2004).

As equações de Maxwell para a estrostática são:



divD = 

D =  E

O teorema da divergência nos leva a:
Q=  D  dS =   dV
S (V ) V

Q= 
S (V )
 E  dS

V é o volume do paralelepípedo apresentado na Fig. 30. Vamos


calcular a integral dupla considerando 3 superfícies: S1 frontal, S2
posterior, S3 todas as laterais. Para S1 e S2 equidistantes do plano então
E1 = E2 = E.
Q=   E  dS →   E  dS +   E
S (V ) S1
1
S2
2  dS +   E3  dS = Q
S3

  E dS cos 0 +   E dS cos 0 +   E dS cos 90 = Q


S1
1
S2
2
S3
3

 E1S1 +  E2 S2 = Q
Q
E S +E S = Q → E =
2 S
73

A carga contida no volume é a mesma contida na interseção do


volume com o plano: Q = qs S. Para a placa positiva do capacitor temos:
Q qS q
E= →E= s →E= s
2 S 2 S 2

Na placa positiva do capacitor, o campo elétrico é divergente e


tem módulo E1 = qs / (2ε). Na placa negativa do capacitor, o campo
elétrico é convergente e tem módulo E2 = qs / (2ε). Desta forma, o
campo elétrico no exterior das placas é nulo. Entre as placas os campos
elétricos apresentam a mesma direção e por isso são somados
qs qs qs
E = E1 + E2 = + =
2 2 

Com o campo elétrico entre as placas podemos calcular a


variação da tensão elétrica entre estas:
V1 − V0 = −  E  dl
qs qs qs
V = −  Edl cos 0 = − 
 
dl = − dl = − d
 
O módulo da tensão elétrica entre as placas é V = qsd / ε. A
capacitância do capacitor é dada por:
Q q S S
C= = s =
V qs d d

Note que a capacitância do capacitor depende da escolha do
dielétrico (ε), das dimensões das placas (S) e da distância entre estas (d).

15.8.3 Energia de um Capacitor

Para carregar um capacitor com uma carga Q é necessário


energia. Suponha que no tempo t de 0 à T a carga q se eleve de 0 à Q e a
tensão v varia de 0 à V. Então a energia necessária para carregar o
capacitor é dada por:
T T Q Q V
dq V 2 C Q2 Q2
w =  vidt =  v dt =  vdq =  vd (Cv) =  vCdv = C = =
0 0
dt 0 0 0
2 2 C 2 2C

A energia w pode ser também vista como a energia necessária


para criar um campo elétrico entre as placas do capacitor. A densidade
volumétrica de energia é:
74

w w 1 V2 1 1 S 2 2
= = C = E d
vol Sd Sd 2 Sd 2 d
w 1 2
= E
vol 2
Esta fórmula da densidade volumétrica de energia é geral, vale
para todo campo elétrico E criado num dielétrico com permissividade ε.
De uma maneira geral, a potência dissipada por um elemento é
dada por:

P =  J EdV
V

15.9 EQUAÇÕES DE LAPLACE E POISSON

Seja um domínio sem variação temporal de grandezas. Então


podemos definir um potencial escalar V tal que: E = − gradV
 V  V
 +  = −
A equação de Poisson é: x x y y
e para resolvê-la precisamos conhecer as condições de contorno (tensões
impostas nas fronteiras dos domínios), geometria existente,
permissividades e cargas estáticas. Em (SILVA, 2021) se pode
acompanhar uma aplicação da equação de Poisson.
Se não existirem cargas estáticas (ρ = 0) e se no domínio de
estudo existir um único meio dielétrico temos a equação de Laplace:
 2V  2V
+ =0
x 2 y 2 e neste caso a fonte geradora de campo elétrico vem das
condições de contorno (impondo tensões).

15.10 EXEMPLOS

Calcular a distribuição da tensão elétrica em uma máquina


copiadora (BENETTI, 2022). Nesta fonte é possível acompanhar uma
aplicação da equação de Laplace.
75

15.10.1 O Fio Infinito Carregado

Seja o fio infinito carregado com uma carga. A carga está


definida por sua densidade linear de carga ql. Calcular o campo elétrico
a uma distância R do fio.
Vamos calcular o campo elétrico utilizando dois métodos.
Para o primeiro método seja a Fig. 31.

Figura 31 – Fio infinito carregado.

Fonte: .

O fio é constituído por uma infinidade de cargas pontuais dq.


Cada carga dq produz um campo elétrico dE no ponto P. Uma carga
pontual q produz um campo elétrico, a uma distância r, dado por (6):
q
E=
4 0 r 2

Para nosso caso temos:


dq q dl
dE = = l 2
4 0 r 2
4 0 r
Seja outra dq situada simetricamente em relação ao ponto 0. As
componentes verticais de dE serão anuladas permanecendo apenas a
componente dEr . Observando a Fig. 31 notamos que:
76

dEr = dE cos 
ql dl l R
dEr = cos  tan  = cos  = l = R tan 
4 0 r 2 R r
R
dl = R ( tan  ) dl = R sec2  d r=
´

cos 
2
 1 
ql R sec  d
ql R    d
cos  
2
dEr = cos  =  cos 
2 2
 R   R 
4 0   4 0  
 cos    cos  
q cos  d
dEr = l
4 0 R
Integrando a última equação temos que:


2
ql cos  d ql
 dEr =  =  −2
sen
4 0 R 4 0 R 2

2

ql
Er =
2 0 R
Para o segundo método seja o fio infinito carregado com uma
carga mostrado na Fig. 32. Vamos aplicar o teorema de Gauss. Como
existem vários pontos distanes R do fio então vamos utilizar um cilindro
como superfície gaussiana.

Figura 32 – Fio infinito carregado.

Fonte: .
77

Q=  D  dS =   dV
S (V ) V

Q= 
S (V )
 E  dS

Nas bases do cilindro temos:


D  dS = DdS cos90 = 0
Na lateral do cilindro temos:
D  dS = DdS cos 0 = DdS
Então segue que:
Q=  D  dS =  D  dS + 
S (V ) Bases Lateral
D  dS = 0 + 
Lateral
DdS

A carga Q no interior do volume é qlh:


ql h = 
Lateral
 0 EdS =  0 E 
Lateral
dS =  0 E 2 Rh

ql
E=
 0 2 R

15.10.2 Meia Casca Esférica Carregada

Calcular o campo elétrico E no ponto P criado pela meia casca


esférica condutora, carregada com uma carga Q como se pode observar
na Fig. 33.

Figura 33 – Meia casca esférica carregada.

Fonte: BASTOS (2004).


78

A área da esfera é 4πR2, a área da meia casca esférica é 2πR2 e a


densidade superficial de carga é:
Q
qs =
2 R 2
Apenas a componente vertical de dE não será anulada. Uma
carga pontual q produz um campo elétrico, a uma distância r, dado por
(6):
q
E=
4 0 r 2
Para nosso caso teremos:
dq q dS
dE = = s 2
4 0 R 2
4 0 R
(22)
q dS
dEr = dE cos  = s 2 cos 
4 0 R
Na casca esférica r é constante. Em cordenadas esféricas temos
que:
dS = ( r 2 sen d d , rsen d dr , rd dr )
(23)
dS = ( r 2 sen d d , 0, 0 )
De (22) e (23) temos:
qs R 2 sen
dEr = cos  d d
4 0 R 2

2 2
qs
Er =
4 0  sen cos  d  d
0 0

2
qssen2 2
Er = 
4 0 0 2
d  d 
0

qs 1 Q
Er = =
4 0 4 0 2 R 2
Q
Er =
8 0 R 2
79

15.11 TEMPO DE ACOMODAÇÃO DE CARGAS LIVRES

Seja um bloco condutor homogêneo. Uma certa quantidade de


carga, colocada neste bloco, vai se distribuir na superfície do bloco. O
tempo necessário para este movimento de carga é:

T=

15.11.1 Exemplos

Resolver os seguintes exemplos:


• determinar o tempo de acomodação de cargas no cobre

sendo
 = 0,58 108 S / m  =  0 ;
• seja um material isolante (mica com
 = 10 S / m  r = 6 ) determinar o tempo de
−16

acomodação de cargas na mica.

15.12 EXERCÍCIOS

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 4


apresentada no Anexo A.5:
• 2;
• 4;
• 5a;
• 7.

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 6


apresentada no Anexo A.7:
• 1 da parte eletrostática;
80

16 MAGNETOSTÁTICA

16.1 ASPECTOS GERAIS

Uma carga carga q submersa num campo elétrico E experimenta


uma força elétrica Fe :
Fe = qE
Uma carga q, com velocidade u, se movimenta dentro de um
campo magnético com indução magnética B e experimenta uma força
magnética Fm :
Fm = qu  B
Um segmento de fio de comprimento l carregando uma corrente I
e submetido a um campo magnético com indução magnética B
experimenta uma força magnética Fm :
Fm = lI  B
Uma bobina de N espiras, área A transportando uma corrente I é
colocada em uma região com indução magnética B. B e o vetor
orthogonal á área da bobina performam um ângulo ϴ. A bobina
experimenta um torque T:
T = NIABsen
Um condutor linear de cumprimento l e carregando uma corrente
i gera a uma distância r um campo magnético H. Na Fig. 34 pode ser
observada a expressão do campo magnético.

Figura 34 – Condutor retilíneo.

Fonte: ULABY ().


81

Uma espira circular de raio a conduzindo uma corrente i produz


no ponto P(0,0,z) um campo magnético. A expressão do campo
magnético pode ser observada na Fig. 35.

Figura 35 – Espira circular.

Fonte: ULABY ().

16.2 REFRAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO

Analogamente à refração do campo elétrico tem-se a refração do


campo magnético. As expressões dos campos normais e tangenciais
podem ser observadas na Fig. 36.
82

Figura 36 – Refração do campo magnético.

Fonte: ULABY ().

16.3 EXERCÍCIOS

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 6


apresentada no Anexo A.7:
• 4 da parte magnetostática;

16.4 CIRCUITOS MAGNÉTICOS

A corrente NI de uma bobina enrolada sobre um núcleo produz


um fluxo magnético que percorre o comprimento médio fechado do
núcleo. Durante seu percurso o fluxo vence a oposição oferecida pelo
material do núcleo. Essa oposição é chamada relutância do material ℜm
e está representada na Fig. 37.
83

Figura 37 – Circuito magnético equivalente.

Fonte: GONZALES (2001).

Existe uma analogia entre os circuitos elétricos e magnéticos.


Para os circuitos elétricos a tensão E também chamada de Fem
impulsiona a circulação de uma corrente elétrica I que vence uma
resistência R. Segundo a lei de Ohm a relação entre Fem e corrente é:

Fem = E = RI

Analogamente nos circuitos magnéticos a corrente total aplicada


ao núcleo NI também chamada Fmm cria e impulsiona a circulação de um
fluxo magnético Ø vencendo uma relutância ℜ do núcleo e ranhuras
(entreferros) desde que se feche o circuito. Da mesma forma a relação
entre Fmm e fluxo é:

Fmm = NI = ℜØ (24)

Onde: Fmm é a força magnetomotriz do circuito; Ø é o fluxo


magnético no circuito e ℜ é a relutância do ferro do núcleo.
Como Ø = BA , B = µH e H = NI / lm então de (24) temos:

ℜ = lm / (µA)

Onde ℜ é a relutância do núcleo e ranhuras (entreferros) em


Aesp/wb (ampere espiras por weber).
Como µr = µ / µ0 então temos que:

ℜ = lm / (µrµ0A)

A relutância equivalente de n relutâncias conectadas em série é:


84

ℜeq = ℜ1 + ℜ2 +... + ℜn
A relutância equivalente de n relutâncias conectadas em paralelo
é:
(1/ℜeq) = (1/ℜ1) + (1/ℜ2) +... + (1/ℜn)

A condutância elétrica G = 1 / R então a permeância é o inverso


da relutância P = 1 / ℜ. O análogo magnético da condutividade elétrica
σ é a permeabilidade magnética µ. A Fig. 38 mostra a analogia entre um
circuito elétrico e um circuito magnético.

Figura 38 – Circuito elétrico x circuito magnético.

Fonte: GONZALES (2001).

O cálculo do fluxo no núcleo através da análise de circuitos


magnéticos nos leva sempre a resultados aproximados. Esta falta de
exatidão se deve a:
• a separação das lâminas através de camadas finas de
isolante aumenta a seção do núcleo. A seção do núcleo
compacto é menor que a seção do núcleo laminado;
• o conceito de circuito magnético assume que todo o
fluxo está compreendido dentro do núcleo magnético.
Infelizmente isto não é verdade. A permeabilidade do
núcleo ferromagnético é 2000 a 6000 vezes maior que a
do ar. Mesmo assim uma pequena fração do fluxo sái do
núcleo e fica no ar ao redor. Este fluxo chama-se fluxo
disperso e influencia o desenho das máquinas elétricas;
• para determinar a relutância utilizamos o caminho médio
e a seção transversal do núcleo. Estas suposições não
levam em consideração as deformações nas esquinas;
• a permeabilidade dos materiais ferromagnéticos varia
segundo a quantidade de fluxo que já têm. Isto introduz
erro nos cálculos;
85

• a seção transversal efetiva do ar no entreferro é maior


que a do núcleo devido ao efeito de borda do campo
magnético no entreferro como se pode observar na Fig.
39. g é o comprimento do entreferro.

Figura 39 – Efeito de borda.

Fonte: GONZALES (2001).

Am < An < Ag
Em que: Am é a seção transversal do material do núcleo sem
considerar as ranhuras devido a laminação (isolantes); Ag é a seção
tranversal do entreferro ou ar; An é a seção transversal do núcleo
laminado (inclui Am mais a seção dos isolantes ou ranhuras entre
lâminas).
Para compensar estes erros introduz-se o fator de empilhamento e
a compensação da área do entreferro.

16.4.1 Fator de Empilhamento

Quando um núcleo é construído com lâminas separadas entre si


por camadas de isolantes, aumenta-se a área da seção transversal do
núcleo e seu volume. O fator de empilhamento fa é dado por:
fa = Volume do material / Volume real do núcleo
Para um núcleo retangular a seção transversal pode ser observada
na Fig. 40.
86

Figura 40 – Núcleo retangular.

Fonte: GONZALES (2001).

Para núcleos retangulares com seção transversal An uniforme em


todo o caminho médio do núcleo temos:
Al A
fa = m m = m (25)
Anlm An
O fator de empilhamento varia com a espessura t das lâminas
porque quanto menor t maior será a seção do núcleo por causa do
aumento das camadas de isolante. A Tabela 3 mostra alguns valores de
fator de empilhamento.

Tabela 3 – Fator de empihamento.

Fonte: GONZALES (2001).

Para levar em conta a diminuição da área útil do ferro devido ao


isolante que cobre as lâminas faz-se Am =faAn.
Seja um núcleo retangular laminado onde a é a largura do núcleo,
b é a profundidade do núcleo (ferro mais isolante), bm é a profundidade
do ferro. Então temos que:
bm = nt
Onde: n é o número de lâminas do núcleo e t é a espessura das
lâminas.
87

Assim Am = abm = ant e An = a.b . Logo, de (25) temos que fa = nt


/ b ou seja
b = nt / fa (26)
Assim An = ant / fa ou n = Anfa / (at) ou ainda t = Anfa / (an). Na
Fig. 41 se pode observar um núcleo laminado.

Figura 41 – Núcleo laminado.

Fonte: GONZALES (2001).

16.4.2 Compensação da Área do Entreferro

O efeito de borda surge onde existe entreferro e pode ser


observado na Fig. 42. Os fluxos separam-se e a área transversal que eles
percorrem neste momento aumenta. Esta dispersão de linhas é
considerada aumentando a seção do entreferro em relação a seção do
núcleo de acordo com a seguinte fórmula empírica:
Ag = (a+g)(b+g) (27)
Onde: a e b são as dimensões dos lados da seção do núcleo e g é
o comprimento do entreferro.
88

Figura 42 – Fluxo disperso.

Fonte: GONZALES (2001).

O efeito de borda aumenta com o comprimento do entreferro. De


(26) e (27) temos que:
Ag = (a+g)(g+(nt/fa))
Para resolver circuitos magnéticos aplicam-se as leis de Kirchhoff
para circuitos magnéticos e são consultadas as curvas características do
material do núcleo apresentadas no Anexo B:
Lei dos nós (correntes)  = 0
Lei das malhas (tensões): NI =  Hl
Na Fig. 43 se pode observar a analogia entre as grandezas de um
circuito elétrico e as grandezas de um circuito magnético.
89

Figura 43 – Analogia entre as grandezes elétricas e as magnéticas.

Fonte: .
90

17 MAGNETODINÂMICA

17.1 ASPECTOS GERAIS

Para uma bobina de N espiras, atravessada pelo fluxo magnético


Ø, a tensão induzida V é dada por:

Em que u é a velocidade em m/s e B é a indução magnética em


T.

17.2 EXERCÍCIOS

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 6


apresentada no Anexo A.7:
• 3 da parte magnetodinâmica;

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 5


apresentada no Anexo A.6:
• 1a;
• 1g.

17.3 EXEMPLOS

Resolver os seguintes exemplos:


• O núcleo apresentado na Fig. 44 é feito de aço-níquel-
cromo. Determinar a força magnetomotriz para resultar
um fluxo de 100000 maxwell; o número de espiras da
bobina se a corrente for de 10A e a indutânica da bobina.
91

Figura 44 – Núcleo de aço-níquel-cromo.

Fonte: GONZALES (2001).

• A Fig. 45 mostra um núcleo de aço laminado M-19 com


um entreferro de 0,25cm e um enrolamento com 400
espiras. O fator de empilhamento é de 0,92. Os dados
mostrados estão cotados em cm. Desprezar o fluxo
disperso nas esquinas. Determinar a corrente de
excitação para produzir um fluxo de 6,0x10-4Wb no
núcleo e o número de lâminas utilizadas no núcleo se a
espessura é de 0,5mm.

Figura 45 – Núcleo de aço laminado M-19.

Fonte: GONZALES (2001).


92

17.4 EXERCÍCIOS

Resolver os seguintes exercícios da lista de exercícios 5


apresentada no Anexo A.6:
• 2.

17.5 EXEMPLO

Projetar e implementar um indutor CA de 127 V; 3 A; 60 Hz;


1,15 T; 90 por cento de rendimento e 50 graus Celsius de elevação de
temperatura (CORREIA, 2021).

Observação: assistir o Video – MEDIDAS ELÉTRICAS EM UM


TRANSFORMADOR MONOFÁSICO (PINTO, 2022).

17.6 FÓRMULAS GERAIS

Na Fig. 46 se podem observar as fórmulas que permitem calcular


a tensão elétrica. O somatório é aplicado para calcular a tensão elétrica
para uma distribuição discreta de carga. A integral é aplicada para
calcular a tensão elétrica de uma distribuição contínua de carga podendo
ser linear, superficial ou volumétrica.
93

Figura 46 – Tensão elétrica.

Fonte: ().

Na Fig. 47 se podem observar as fórmulas que permitem calcular


o campo elétrico. O somatório é aplicado para calcular o campo elétrico
para uma distribuição discreta de carga. A integral é aplicada para
calcular o campo elétrico de uma distribuição contínua de carga
podendo ser linear, superficial ou volumétrica.
94

Figura 47 – Campo elétrico.

Fonte: ().
95

18 EXERCÍCIOS

Resolver os exercícios da lista extra 2 apresentada no Anexo A.8.

Observação: realizar a prova 2 da disciplina de


Eletromagnetismo.
96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCIPAIS

[1] BASTOS, João Pedro Assumpção, Eletromagnetismo para


Engenharia: estática e quase estática. 3a edição. Florianópolis:
Editora da UFSC, 2012.
[2] TALLEDO, Arturo, Teoria de Campos Electromagneticos. Lima:
Editorial Ciencias S. R. Ltda, 1987.
[3] GONÇALVES, Mirian Buss, FLEMMING, Diva Marília, Cálculo
C: funções vetoriais, integrais curvilíneas, integrais de
superfície. 3a edição. São Paulo: Makron Books, 2000.
[4] HAYT, William H., BUCK, Jr. John A., Eletromagnetismo. 7a
edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
[5] REITZ, John R., MILFORD, Frederick J., CHRISTY, Robert W.,
Fundamentos da Teoria Eletromagnética. Rio de Janeiro: Editora
Campus, 1991.
[6] SADIKU, Matthew N. O. Elementos de Eletromagnetismo. 3. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2004.
[7] HAYT JUNIOR, William. Eletromagnetismo. 4. ed. Rio de
Janeiro, RJ: LTC, 1994.
[8] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl.
Fundamentos de Física. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2009.
[9] MORETTO, Vasco Pedro. Eletricidade e Eletromagnetismo. 7. ed.
São Paulo: Ática, 1989.
[10] FOWLER, Richard J. Eletricidade: princípios e aplicações. São
Paulo, SP: Makron, 1992.
[11] PAUL, Clayton R. Introduction to Electromagnetic
Compatibility. 2nd ed. New York: J. Wiley, 2006.
[12] EDMINISTER, Joseph A. Eletromagnetismo. São Paulo: McGraw-
Hill, 1980.
[13] VIDEOS. Disponível em:
https://www.youtube.com/user/LearnEngineeringTeam/videos.
Acesso em: 2020.
[14] PHOTOS. Disponível em: https://morguefile.com/photos.
[15] SALVADOR GONZALES, M. Máquinas Elétricas Estáticas.
Lima: Salvador Editores. Vol 1. 2001.
[16] SALVADOR GONZALES, M.L. Máquinas Elétricas Estáticas.
Lima Salvador Editores. Vol 2. 2001.
[17] CIRCUITOS magnéticos. Disponível em:
https://www.studocu.com/en/document/universidad-nacional-de-
salta/america-1/mandatory-assignments/circuitos-magneticos-aca-
les-dejo-ejercicios-resueltos-por-el-profesor-alvarez/3183373/view.
97

[18] CIRCULACION y flujo. Disponível em:


https://personales.unican.es/junqueraj/JavierJunquera_files/Fisica-
1/1.9Circulacion_y_flujo.pdf
[19] BENETTI, Eduarda. Cálculo da distribuição da tensão elétrica
em uma máquina copiadora. TCC (Graduação em Engenharia
Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato
Branco, 2022.
[20] SILVA, Matheus Soltau da. Distribuição da tensão elétrica na
estrutura de um capacitor. TCC (Graduação em Engenharia
Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato
Branco, 2021.
[21] CORREIA, Viviane Custodio. Indutor de corrente alternada:
cálculo, simulação e testes. TCC (Graduação em Engenharia
Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato
Branco, 2021
[22] PINTO, João V. A. Medidas elétricas em um transformador
monofásico. TCC (Graduação em Engenharia Elétrica) –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2022.
[23] ULABY, Fawwaz T., RAVAIOLI, Umberto, Fundamentals of
Applied Eletromagnetics. 7a edição. Pearson.
98

ANEXO A – Lista de Exercícios

A.1 LISTA DE EXERCÍCIOS 1

1. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Determinar o gradiente


(
dos campos escalares abaixo. (Resposta: 4 x,4 y,−2 z ; )
(1, e ,0) ; (x, y, z ) ).
y

• ( )
f ( x, y , z ) = 2 x 2 + y 2 − z 2
• g ( x, y ) = x + e y
f ( x, y, z ) = (x 2 + y 2 + z 2 )
1

2
2. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Calcular o gradiente de
f ( x, y) = 2 x 2 + y 2 em P(2,−1) . (Resposta: (8,−2,0) ).

3. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Em uma esfera metálica


( )
de raio 3, a temperatura T x, y, z em cada ponto é
proporcional à distância do ponto até a superfície da esfera. O
coeficiente de proporcionalidade é 1. Calcular o gradiente de
(
T x, y, z . )
Resposta:
 −x −y −z 
 , , 
 x2 + y2 + z2 x +y +z
2 2 2
x + y2 + z2
2 
 
4. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Determinar um vetor
normal à superfície z = x2 + y2 no ponto P(1,0,1) .
(Resposta: P(2,0,−1)).
5. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Seja
f ( x, y, z ) = z − x 2 − y 2 estando em (1,1,2) que direção e
sentido deve ser tomado para que f cresça mais rapidamente.
f
Qual é o valor máximo de (1,1,2) .(Resposta: (− 2,−2,1)
S
; 3).
99

6. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Seja


T ( x, y, z ) = 10 − x 2 − y 2 − z 2 uma distribuição de
temperatura numa região do espaço. Uma partícula P1
localizada em P1 (2,3,5) necessita esquentar-se o mais rápido
possível. Outra partícula P2 localizada em P2 (0,−1,0)
necessita esfriar-se o mais rápido possível. (Resposta:
(− 4,−6,−10) ; (0,−2,0) ; 152 ; 2).
• Qual a direção e o sentido que P1 deve tomar?
• Qual a direção e o sentido que P2 deve tomar?
• Qual a taxa máxima de crescimento da temperatura
em P1 ?
• Qual a taxa máxima de decrescimento da temperatura
em P2 ?

7. (TALLEDO, 1987) A temperatura de uma certa região do


espaço é descrita por
 x2 y2 z2  0
f ( x, y, z ) = A + + . C . Determinar a
 4 9 4 
razão da mudança da temperatura no ponto (1,3,1) ao longo da
direção (1,2,1) 1
. (Resposta: 0,95A).
6
100

A.2 LISTA DE EXERCÍCIOS 2

1. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Dado o campo vetorial


 
(
f ( x, y, z) = 2 x 4 , e xy , xyz ) calcular divf . (Resposta:
8 x 3 + xe xy + xy ).
2. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Dado o campo vetorial
 
f calculardivf . (Resposta: 8 x 3 + xe xy , 2senxcosx,
1+ x
4 xy 2 + 3xz + y 2 , ).
 x
a. f ( x, y) = (2 x 4 , e xy );

b. f ( x, y) = (sen 2 x,2 cos x ) ;

c. f ( x, y) = (2 x 2 y 2 ,3xyz , y 2 z ) ;

d. f ( x, y, z) = (ln( xy), x, z ) .
3. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Um fluído escoa em
movimento uniforme com as velocidades dadas. Determinar

divv . (Resposta: 0, 0).
a.

(
v = z 2 , x, y 2

);
b. v = (2, x,−1) .

4. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Determinar a


divergência do campo vetorial. (Resposta: 3-y, 2(x-y), 2(x + y
+ z)).

a. f ( x, y, z) = (2 x + 4 z, y − z,3x − yz ) ;

b. (
f ( x, y, z) = x 2 + y 2 , x 2 − y 2 ;

)
c. ( )
f ( x, y, z) = x 2 , y 2 , z 2 .
5. (TALLEDO, 1987) Provar que:
 
a. para qualquer campo vetorial (
F , div rotF = 0 ;

)
b. para qualquer campo escalar f, rot (gradf ) = 0 .
101

6. (TALLEDO, 1987) Determinar o rotacional de



F = (0,0, cx ) . (Resposta: (0, -c, 0)).

7. (GONÇALVES e FLEMMING, 2000) Um escoamento é


representado pelo campo de velocidade

( )
v = 10 x,−10 y,30 . Mostrar que o escoamento é
irrotacional.
  
8. (TALLEDO, 1987) Seja F = rer + rsene e C a
 
circunferência com r = 1 e  =  . Determinar
4
 • dl .
C
F

(Resposta:  ).
9. (TALLEDO, 1987) Determinar o fluxo do campo vetorial
   2R 2
F = r 2 er + R 2 cose . (Resposta: 4R ;
4
).
4
a.através da esfera de raio R;
b.através do semicírculo de raio 1, centrado na origem e
no plano  =  .
4
10. (TALLEDO, 1987) Para os campos vetoriais e escalares em
coordenadas esféricas calcular:

a. Div(r 4 r ) ;
1
b. (ln r ) . (Resposta: 7r 4 , ).
r2
11. (TALLEDO, 1987) Se S for qualquer superfície fechada que

envolve um volume V e F = (ax, by, cz ) . Provar que
 
 F • da = (a + b + c)V
S

12. (TALLEDO, 1987) Para o campo vetorial A = (2 y,− z,3x)
a. representá-lo em coordenadas esféricas especificando
Ar , A , A ;

b. calcular o fluxo de A através de uma esfera de raio 5
centrada na origem;
102


c. calcular a circulação de A através de uma
circunferência de raio 2 centrada na origem e
localizada no plano xy. (Resposta: 0, − 8 ).

13. (TALLEDO, 1987) Seja F = rer + R cose

a. calcular o fluxo de F através do cilindro fechado de
altura 2h, raio R e centrado na origem;

b. avaliar a circulação de F através da circunferência C
com r = 1 e  =  . (Resposta: (6 − 4) R 2 h , 0).
3

14. (TALLEDO, 1987) Seja o campo vetorial em coordenadas


 
esféricas F = kr onde k é uma constante.
 
a. calcular DivF e rotF ;

b. obter um campo escalar f tal que F = gradf ;

c. obter a expressão para o campo vetorial A tal que
  
F = rot A . Justificar. (Resposta: 3k; 0 ;
k 2
( x + y 2 + z 2 ) + cte ; impossível).
2

15. (TALLEDO, 1987) Mostrar que o campo vetorial


  
F = ( yz, zx, xy) é irrotacional ( rot F = 0 ) e solenoidal (
   
DivF = 0 ) e encontrar um campo vetorial A tal que rot A = F .
(Resposta: A = ( xz 2 + x y , yx 2 + y z , zy 2 + z x ) ).
2 2 2

2 2 2
 

16. (TALLEDO, 1987) Calcular F • dl desde (0, 0, 0) até (1, 2,

4) se F = ( x 2 , y, xz − y)
a. ao longo do segmento de reta que une os dois pontos;
b. ao longo da curva x = t2, y = 2t, z = 4t3. (Resposta:
11/3; 7/3).
103

A.3 LISTA DE EXERCÍCIOS 3

1. (Bastos, 2004) Mostrar que para qualquer superfície fechada S



  D  

S

temos  J +

 • dS = 0 .
t 
 
2. (Bastos, 2004) Comparar os módulos de D e J para
t

f = 60Hz, 1kHz, 1MHz, 1GHz nos seguintes


casos:
a. cobre:  = 5,8  107 S / m,  =  0
b. Chumbo:  = 0,5  107 S / m,  =  0
c. Água do mar:  = 4S / m,  = 81 0
d. Terra:  = 10−3 S / m,  = 10 0 . (Resposta:
−16
5,75  10−17 ; 6,67  10 −8
; 6,76  10 ; 3,33  10−6 ;
−14 −5
9,58  10−16 ; 1,11 10 ; 1,13  10 −6 ; 5,55  10 ;

−3
9,58  10−13 ; 1,11  10−11 ; 1,13  10 ; 5,55  10−2 ;

9,58  10−10 ; 1,11  10−8 ; 1,13 ; 55,5 ).


3. (Bastos, 2004) Escreva as equações de Maxwell para campos
magnéticos produzidos por densidades de correntes e de cargas
constantes.
4. (Bastos, 2004) Mostrar que para uma região sem fontes (
  
J = 0 e  = 0 ) uma indução uniforme B = B0 sen(wt)i
não satisfaz as equações de Maxwell.
5. (Bastos, 2004) Mostrar que em regime senoidal para regiões

sem fontes ( J = 0 e  = 0 ), as duas equações de Maxwell
utilizando a divergência podem ser demonstradas a partir das
duas equações envolvendo o rotacional.
6. (Bastos, 2004) Mostrar que em regime estático, para meios

homogênios e sem cargas estáticas, podemos obter divD = 0 a
 
partir de rotH = J .
104

 
7. (Bastos, 2004) Um campo elétrico E = 100 cos(109 t )i V/m é
aplicado num dielétrico possuindo  r = 25 . Calcular o valor
de pico da densidade de corrente de deslocamento do
dielétrico? (Resposta: 22,14 A/m2).
8. (Bastos, 2004) Calcular os valores de A e de  para que os
 
campos E = 120 cos(106 t − x) j V/m e
 
H = A cos(106 t − x)k A/m, satisfaçam as equações
de Maxwell num meio linear, isotrópico e homogénio
caraterizado por  r = 4 , r = 4 ,  = 0 . Não há correntes
nem cargas no domínio de cálculo. (Resposta: 0,32; 0,04).
 −4 
B = 20e j (10 t +10 z ) i é
4
9. (Bastos, 2004) A indução magnética
imposta num material com  r = 9 e r = 1 . Assuma que não

existem fontes ( J = 0 e  = 0 ) no material. Utilizando as
equações de Maxwell, calcular no material:

a. E = ?

b. H = ?
  −8 j (104 t +10−4 z ) 
c. D = ? (Resposta:  0, 20 10 e ,0  V/m;
 9 0 0 
 
 20e j (10 t +10 
4 −4
z)
 ,0,0  A/m;
 0 
 
 20 10 −8 e j (10 t +10 
4 −4
z)
 0, ,0  c/m2).
 0 
 
10. (Bastos, 2004) O campo elétrico
 
E = 10 cos(10 t − 50 z)i é aplicado num material com
6

 r = 4 e r = 1 . Considerando J = 0 e  = 0 calcular no
material:

a. H = ?
b.

(
B = ? (Resposta: 0, 1250 cos(10 t − 50 z ), 0
6
)
A/m; (0,  50 10 −5
cos(10 t − 50 z ), 0
6
) T).
105

A.4 LISTA DE EXERCÍCIOS EXTRA 1

1. ( , ) Para A = x 2i + yzj + zxk calcular sua circulação ao


longo da trajetória y = x , z = x desde a origem até o ponto
2 3

(1,1,1). (Resposta: 22/21. Dica: parametrizar x = t, y = t2, z =


t3).
2. ( , ) Para o circuito abaixo determinar a expressão da
resistência equivalente Req entre a e b em função de R.
(Resposta: 1,44R. Dica: truncar na primeira repetição).

3. ( , ) Para A = ( 2 y + 3) i + xzj + ( yz − x ) k calcular a


circulação de A ao longo da trajetória que une os pontos
(0,0,0), (0,0,1), (0,1,1), (2,1,1). (Resposta: 10. Dica: calcular
por trechos).
4. ( , ) Seja o campo vetorial F = cos  er + 0e + 0e . Calcular

 F dl ao longo da reta que une os pontos (0,0,0) e (2,1,1).


(Resposta: 1. Dica: converter para cartesiano e parametrizar x =
2t, y = t, z = t).
5. ( , ) Seja o campo vetorial
F =   ( cos  + sen  ) + 2 z  cos  sen  e  +
 2 3 3

  2 ( sen 2 cos  − cos 2  sen ) + z  ( cos 2  − sen 2 )  e +  z 2 +  2 cos  sen  e z


   
Seja S a superfície do paralelepípedo limitado pelos planos:
S1 : x = 0; S2 : y = 0; S3 : z = 0; S4 : z = c; S5 : y = b; S6 : x = a
. Calcular o fluxo de F através de S. (Resposta: abc(a+b+c).
Dica: Converter para cartesiano).
106

A.5 LISTA DE EXERCÍCIOS 4

1. (Bastos, 2004) Seja o fio semi-infinito abaixo, com densidade



linear de cargar ql . Calcular o campo elétrico E criado pelo fio
 ql  ql 
no ponto P. (Resposta: E = i − j V / m ).
4 0 R 4 0 R

2. (Bastos, 2004) O disco abaixo é carregado com densidade superficial



de carga qs . Calcular o campo elétrico E no ponto P. (Resposta:
   q  b 
E = 0e + 0e + s 1 − ez V / m ).

2 0  a2 + b2 

3. (TALLEDO, 1987) Para uma tensão elétrica em coordenadas esféricas



dada por V (r ) = 5 x10 6 r 3 V . Determinar a carga total dentro de uma
107

esfera de raio 1m centrada na origem. (Resposta:

Q = −1,66 x10 −3 C ).

4. (TALLEDO, 1987) Seja um anel de raio a e densidade linear de carga


ql (positiva). Determinar a tensao em pontos do eixo perpendicular ao
 Q
anel. (Resposta: V (r ) = V ).
4 0 a 2 + z 2

5. (TALLEDO, 1987) Seja uma distribuição de carga linear e uniforme


ql de comprimento 2L.
a. Calcular o campo elétrico num ponto A = (x, 0, 0) na mesma
reta do segmento carregado.
b. Calcular o campo elétrico num ponto B = (0, y, 0) sobre uma
reta perpendicular ao segmento carregado e que passa pelo
  ql 1 
seu centro. (Resposta: E =2 L 2 i V / m ;
4 0  x − 2 Lx 
 q  
E = l 2 L  j V / m );
1
4 0  y L2 + y 2 
 
;

6. (TALLEDO, 1987) Qual é o campo elétrico no centro de uma casca


esférica de raio R se a metade de sua superfície tem densidade
superficial de carga uniforme q s e a outra metade tem 2 qs ?
 q 
(Resposta: E = s k V / m ).
4 0

7. (TALLEDO, 1987) Na regiao compreendida entre 2 cilindros coaxiais


de raios R e 3R existe uma distribuição volumétrica de carga
r . Mas r é a distancia de qualquer ponto ao eixo
qv (r ) =  0
2R
comum dos cilindros. Qual é a diferença de potencial entre as
108

superfícies cilíndricas de raios R e 3R? (Resposta:

V = 142,6 x10 9  0 R 2 V ).
8. dd
109

A.6 LISTA DE EXERCÍCIOS 5

1. (GONZALES, 2001) Para os circuitos magnéticos abaixo desenhar a


forma análoga a circuitos elétricos e determinar a expressão da Fm m
sabendo que m = 2 x10−3 e 0 = 4x10−7 . Em a) e f) considerar
m  g , em e) considerar mc  g . (Resposta:
    g l 
a) Fmm =   gB + gA  B b) Fmm = lm H m + gH g c) Fmm = m  + m
 2   0 S g m Sm  ).
 
 mA   mA g  2g
=  mB +  e) Fmm =  + mB  B f) Fmm = 
2 
d ) Fmm
  mA +  g  0 S g
 
 26 26 
´´ ´´

 
g 10´´
− g  S  S
g ) Fmm = + + m´´ A m C´´  
 0 S g m S B 26 26 
 + 
  S
m A  m SC 
110

2. (BASTOS, 2004) Os circuitos magnéticos abaixo apresentam


entreferros em série (a) e em paralelo (b). Calcular os campos
magnéticos h1 e h2 assumindo µferro>>µar. Os campos são constantes
nos entreferros e sem espraiamento. S é a seção transversal do
entreferro. (Resposta: h = NI h = NI h = NI h = NI ).
1 2 1 2
2e 2e e e

(a) (b)

3) (BASTOS, 2004) Dados os circuitos magnéticos (a), (b), (c)


considerando µferro>>µar, desprezando o espraiamento do campo nas
111

bordas calcular os campos magnéticos nos entreferros e o fluxo


magnético gerado pela bobina. (Resposta:
NI 60 S 9 NI 6 NI 4 NI 4 NI
= h1 = h1 = h2 = h3 = h4 =
19e 19e 19e 19e 19e
NI 90 S 7 NI 9 NI NI 3NI 3NI
= h1 = h2 = h3 = h4 = h5 =
16e 16e 16e 4e 16e 16e
NI 50 S 2 NI 3NI 3NI 5NI ).
= h1 = h2 = h3 = h4 =
11e 11e 11e 11e 11e

(b) (c)

4) (BASTOS, 2004) Dado o circuito magnético abaixo calcular os


campos magnéticos nos entreferros sendo S = 4 cm2, e = 1mm, I = 2A,
N = 100 espiras. Considerar o campo magnético sempre perpendicular
112

a seção transversal do entreferro. Considerar µferro>>µar. (Resposta:


h1 = 107901Aesp / m h2 = 38149 Aesp / m h3 = 38149 Aesp / m ).
h4 = 53950 Aesp / m h5 = 53950 Aesp / m

5) (BASTOS, 2004) Seja o circuito magnético abaixo. Considerar


µferro>>µar. Considerar o campo magnético perpendicular a seção
transversal. Para NI = 300 Aesp, R = 2 cm, e = 1mm calcular os
campos magnéticos nos entreferros. (Resposta:
h11 = 157868 Aesp / m h12 = 157868 Aesp / m h2 = 142131Aesp / m ).
113

A.7 LISTA DE EXERCÍCIOS 6

Eletrostática:
1- (ULABY, ) Para a figura abaixo obter E1 se E2 = 2i − 3 j + 3k
V/m com 1 = 2 0 e  2 = 8 0 . O contorno não tem cargas.
(Resposta: E1 = 2i − 3 j + 12k V/m).

2- (ULABY, ) Repetir o exercício anterior para uma fronteira com


densidade superficial de carga s = 3,54 10−11 C/m2. (Resposta:
E1 = 2i − 3 j + 13,95k V/m).

Magnetostática:
1- (ULABY, ) Uma partícula carregada com carga q tem velocidade u e
se move num meio com campos uniformes E = Ei e B = Bj .
Determinar a velocidade tal que a partícula não experimente força.
E
(Resposta: u= k (m/s)).
B
2- (ULABY, ) Um fio horizontal com 0,2Kg/m transporta uma corrente
de 4 A na direção i . Se o fio for colocado numa região com indução
magnética uniforme B qual a direção e o módulo mínimo de B para
levantar magneticamente o fio para cima verticalmente? (Resposta:
0, 49 j (T)).
3- (ULABY, ) Uma bobina quadrada de 100 espiras e lados de 0,5m de
comprimento está em uma região com B = 0,2 T. Se o torque
114

magnético máximo na bobina é 4x10-2 Nm qual é a corrente que flui


na bobina? (Resposta: 0,008 (A)).

4- (ULABY, ) Um condutor retilíneo semi-infinito ao longo de z = 0 e


z =  conduz uma corrente i na direção de z+. Calcular o campo
i
magnético num ponto distante r do fio. (Resposta: H = e
2 r
(A/m)).
5- (ULABY, ) Uma espira circular conduz uma corrente de 4 A. Se o
campo magnético no centro da espira é 20 A/m determinar o raio da
espira se:
a. a espira tem 1 volta
b. a espira tem 10 voltas. (Resposta: 0,1 m e 1 m).
6- (ULABY, ) A bobina quadrada abaixo tem 1 volta, 40 cm de lado e
conduz uma corrente de 5 A. Calcular o campo magnético no centro
da espira. (Resposta: H = −11, 25k (A/m)).

7- (ULABY, ) O nióbio metálico torna-se um supercondutor com


resistência elétrica 0 quando é resfriado abaixo de 9 Ko. Seu
comportamento supercondutor cessa quando a indução magnética em
sua superfície excede 0,12 T. Determinar a corrente máxima que um
fio de nióbio com 0,1mm de diâmetro pode conduzir e permanecer
supercondutor. (Resposta: 30 A).
115

8- (ULABY, ) Para a figura abaixo determinar o ângulo entre H1 e


n2 = k se H 2 = 3i + 2k A/m,  r1 = 2 ,  r 2 = 8 , J = 0 .
(Resposta: 20,60).

Magnetodinâmica:
1- (ULABY, ) Para a bobina mostrada abaixo determinar a tensão
induzida se B = B0 cos( wt ) j . (Resposta: 0 V).

2- (ULABY, ) Uma bobina quadrada de 10 voltas com 20 cm de lado está


submetida a B = 100 x2 cos(103 t ) k . Determinar a corrente no
circuito abaixo se R = 1000 Ω. (Resposta: -133,4sen(103t) mA).
116

3- (ULABY, ) A bobina retangular abaixo está situada no plano xy e se


movimenta com velocidade u = −5 j m/s no interior de uma indução

magnética B = 0, 2e−0,1 y k T. Para R = 5 Ω calcular a corrente I no


instante em que os lados das bobinas estão em y1 = 4 m e y2 = 4,5 m.
Desprezar a resistência interna da bobina. (Resposta: 0,012 A).

4- (ULABY, ) Um mau condutor tem  = 100 S/m e  = 4 0 . Em


qual frequência angular w a amplitude da densidade de corrente de
condução j é igual a amplitude da densidade de corrente de
deslocamento jd ? (Resposta: 2,82x1012 rad/s).
117

A.8 LISTA DE EXERCÍCIOS EXTRA 2

Para o campo elétrico E =


0  r r 3  demonstrar que o
1.  − e
 0  3 5a 2  r
máximo valor do campo elétrico ocorre quando r = 0,745a. (Dica:
dE d 2 E avaliada
calcular = 0 para obter os pontos críticos. Se
dr dr 2
no ponto crítico é < 0 então o ponto crítico é ponto de máximo).
2. Para o circuito magnético abaixo determinar a corrente necessária
para obter um fluxo de 0,005 Wb. A bobina tem 50 espiras, o
núcleo é de aço com baixo teor de carbono e apresenta os pontos
H, B tabelados. (Resposta: 12,9 A. Dica: fazer uma interpolação.
Para os pontos tabelados (x1, y1) e (x2, y2) determinar as
coordenadas do ponto (x,y) para x1 < x < x2. Fmm = LmHm.
 x − x1  
y = y1 +   ( y2 − y1 )  . Para 1,39 T temos 1467
 x2 − x1  
Aesp/m).

H 20 40 80 160 300 600 1200 2000 3000 6000


Aesp/m
B(T) 0,02 0,2 0,6 0,9 1,1 1,24 1,36 1,45 1,51 1,6

3. Repetir a questão anterior se incluirmos um entreferro de 3mm no


núcleo. (Resposta: 72,98 A. Dica: Lm = Lmanterior – 3. An = ab = Am. Ag =
(a+g)(b+g)).
118

4. Para o circuito abaixo determinar a expressão da relutância


equivalente nos terminais a e b. (Resposta: 0,46R. Dica: na malha 3, as
relutâncias R, R, R estão conectadas em delta. Converter o delta em
estrela).

5. Para o circuito magnético abaixo determinar o valor da Fmm3.


(Resposta: 20 Aesp. Dicas: fazer associações de relutâncias e
determinar os fluxos magnéticos).

6. Para o ciruito magnético abaixo com 3 relutâncias desejamos que Fmmo


= (Fmm1 + Fmm2) / 6. Se Ro = 1 determinar o valor de R1. (Resposta: 4.
Dicas: redesenhar o circuito, aplicar lei de corrente de Kirchhoff,
aplicar lei de tensão de Kirchhoff nas malhas 1 e 2, aplicar lei de Ohm.
Somar as duas leis de tensão).

7. Seja um capacitor formado por uma esfera de raio R1 e por uma casca
esférica de raio interno R2 com (R1 < R2). Determinar a diferença de
potencial entre as armaduras e a capacitância do capacitor. (Resposta:
Q  R2 − R1   RR 
U =   C = 4 0  1 2  . Dicas: utilizar
4 0  R1 R2   R2 − R1 
coordenadas esféricas,
2
Q Q
E= er U =  E dl C= ).
4 0 r 2
1
U
119

ANEXO B – Curvas Características do Material


120
121
122
123

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