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Campina Grande, PB
11 de Julho de 2019
Elias Gabriel Almeida Farias Alves
Campina Grande, PB
11 de Julho de 2019
*
Elias Gabriel Almeida Farias Alves
Campina Grande, PB
11 de Julho de 2019
À Magnólia e a Solon,
em que tenho o privilégio
de chama-los de pais.
Agradecimentos
Ao Deus trino, sem o qual não teria forças nem sequer para viver.
Aos meus pais, Magnólia e Solon, que sempre acreditaram e se esforçaram para
que eu pudesse ter as melhores oportunidades de ensino, sem eles, eu não seria quem eu
sou e eu não tenho palavras para dizer o quão importantes são para mim. Amo vocês.
Agradeço a toda a minha familia por sempre estarem presente e me ajudarem
quando precisei. Ao meu Irmão Matheus que sempre esteve se orgulhando do irmão que
tem e as minhas mães de coração Bia e Cocoi que sempre me apoiaram e oraram por mim
durante toda minha caminhada.
Aos meus amigos e colegas de curso, sem eles eu não teria chegado ao fim de enge-
nharia elétrica, como sempre foi dito e repetido inúmeras vezes: "Não se termina elétrica
sozinho"e realmente não termina! Agradeço pela força, o apoio e as alegrias presenciadas
nesses anos de graduação.
Aos meus amigos de inicio de curso: Alison, Arllan, Brenda, Camila e Darlanny.
Aprendi a amar cada um de uma forma muito especial, vocês foram a base de todo o
sucesso que tenho.
Agradeço a toda coordenação de engenharia elétrica, em especial a Adail e Tchai,
que nunca mediram esforços para ajudar em qualquer situação.
Ao professor Pablo, que no final de todo processo, me abraçou e me fez concluir
essa jornada.
E finalmente a todos que de maneira direta ou indireta estiveram torcendo para a
concretização desse sonho.
“ [Eu] Pensava que nós seguíamos caminhos
já feitos, mas parece que não os há.
O nosso ir faz o caminho.“
C.S. Lewis
Resumo
Idealmente, as cargas devem ser constantemente alimentadas com tensão e frequência
constante de tal forma satisfazer às exigências dos consumidores. Para isso o estudo de
estabilidade de tensão é indispensável. Nesse contexto, este trabalho aborda uma meto-
dologia para apresentar e determinar soluções para a análise da estabilidade transitória
em sistemas elétricos de potência. Para avaliar o desempenho do cálculo do transitório
eletromecanico foi utilizado um modelo reduzido de sistema de potência, composto por
um sistema barra infinita ligado a linha de transmissão e ao gerador de indução. Além
disso com o software Matlab foram implementados soluções para o problema tanto na uti-
lização de métodos númericos de equações diferenciais (Euler, Runge-Kutta e trapezoidal)
e na criação de uma interface gráfica interativa que mostra o diagrama unifilar do sistema
e as opções de entrada de dados de interesse do usuário. Para avaliar o desempenho da
metodologia de cálculo de transitórios eletromecânicos e da interface, simulações foram
feitas.
ED Equação Diferencial
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Etapas e cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 EMBASAMENTO TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1 Análise de Estabilidade em sistemas elétricos de potência . . . . . . 16
2.1.1 Formulação Geral do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1.2 A equação de Oscilação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1.3 Estabilidade estática de uma máquina sincrona . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1.4 Critério das áreas iguais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Métodos de Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2.1 Método de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2.2 Método de Runge-Kutta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2.3 Método Trapezoidal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3 ANÁLISE E SIMULAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1 Análise e Simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
12
1 Introdução
Dentro de sistemas de potência algumas ações devem ser tomadas, conforme elen-
cadas em (KEYHANI, 2010):
• Problemas de controle;
• Problemas econômicos;
• Problemas de simulação.
1.1 Objetivos
O objetido deste trabalho é a construção de um aplicação no MATLAB que simule
o comportamento de uma máqina síncrona durante um transitório, em que será feita uma
análise das perdas de estabilidade. Como objetivos especificos pode-se destacar:
– Estabilidade Transitória
– Estabilidade a Pequenas Perturbações;
– Estabilidade de Tensão.
• Implementação da aplicação;
Tabela 1 – Cronograma de execução para um período de seis meses. (Fevereiro até Julho)
Etapa/Período 2 3 4 5 6 7
TCC1 x x x
TCC2 x x x x
TCC3 x x
TCC4 x x
TCC5 x
16
2 Embasamento teórico
Algumas características do sistema devem ser observados para uma boa aproxi-
mação matemática:
��m
�� = � = �� − �� , (2.1)
��
em que:
� = Momento de inércia, em ��.�
�� = Velocidade angular do rotor, em ���/�
�� = Torque acelerado, em �.�
�� = Torque mecânico, em �.�
�� = Torque elétrico, em �.�
Na equação 2.1, tanto �� quanto �� são positivos para o caso de um gerador.
��� (�)
æ� (�) = , (2.3)
��
�2 �� (�) �2 � (�)
� = � = �� − �� = �� , (2.5)
��2 ��2
1 2
����
�= 2
[������/� �]. (2.7)
������
onde:
æ���� - Velocidade síncrona (O índice ’m’ indica que é uma grandeza mecânica)
[rad/s]
������ - Potência aparente nominal do gerador [VA]
Para as máquinas reais, a constante � tem a vantagem de ser expressa dentro de
um intervalo bastante estreito, normalmente entre 1 e 10 p.u., enquanto J varia muito,
dependendo da geração e da unidade. Resolvendo a equação 2.1.2 para J e usando a
equação ,
æ� (�) �2 Ó� (�)
2� = ���.�. (�) − ���.�. (�) = ���.�. (�). (2.8)
��� ��2
æ� (�)
� (�) = . (2.9)
���
�
Ð(�) = Ð� (�), (2.10)
2
�
æ(�) = æ� (�), (2.11)
2
Capítulo 2. Embasamento teórico 19
�
Ó(�) = Ó� (�). (2.12)
2
Isolando � na equação ficamos
2�������
�= 2
. (2.13)
���
2� �æ�
= � � − �� , (2.14)
æ0 ��
Em 2.14, æ� é a velocidade elétrica em rad/s.
Esta equação pode ser escrita de diversas formas. Para o presente estudo, o objetivo
é avaliar as variações da velocidade. Considerando que a velocidade æ�0 é constante, tem-se
a equivalência �æ��
r
= �∆æ
��
r
. É possível então reescrever a equação 2.6 na forma:
�∆æ� 1
= (�� − �� )
�� 2� (2.15)
�Ó
= æ0 ∆æ� .
��
em que:
∆æ� = æ� − æ�0 [rad/s]
�� = Potência mecânica de entrada [p.u.]
�� = Potência elétrica de entrada [p.u.]
� = Constante de inércia [s]
Ó = Ângulo do rotor [rad]
� = Tempo [s]
Para que os alternadores possam suportar variações graduais de carga, sem perda
de sincronismo, os ângulos rotóricos são normalmente de cerca de 60◇ elétricos, o que
deixa uma margem de 30◇ elétricos para cobrir o sistema de transmissão, como se verá
posteriormente.
Consideremos um alternador trifásico ligado a um barramento de potência infinita
através de uma linha de reatância X (reatância de transferência). A resistência e a reatân-
cia capacitiva da linha foram desprezadas. Na figura 1 está feita a representação unifilar
do sistema referido.
�2 Ó
� = �� − �� , (2.16)
��2
��
�� = ���Ó = ���� ���Ó. (2.17)
�� + �
Admitamos que o sistema está em funcionamento estável a fornecer potência
��0 = �� .
�2 ∆Ó
� = �� ˘(�� + ∆� ) = −∆�,
��2
Ou reescrita como
�2 ∆Ó
� + (Ó�� /�Ó)0 ∆Ó = 0,
��2
ou
[� �2 + (Ó� �/�Ó)0 ]∆Ó = 0. (2.18)
Em que
�
�= .
��
A estabilidade do sistema para pequenas perturbações é determinada pela equação
característica
��2 + (��� /�Ó)0 ) = 0,
Enquanto (��� /�Ó)0 for positivo as raízes são imaginários puros e conjugadas pelo
que o sistema é oscilatório em torno de Ó0 . A resistência da linha e das bobinas amorte-
cedoras do alternador, cujo efeito não foi considerado no modelo analisado, originam que
Capítulo 2. Embasamento teórico 22
as oscilações do sistema sejam amortecidas. Assim, o sistema será estável, para pequenos
acréscimos de potência enquanto
Quando (��� /�Ó)0 for negativo, as raízes da equação 2.18 são reais, uma positiva
e outra negativa, mas de igual amplitude. O ângulo de carga crescerá indefinidamente
após a ocorrência de uma pequena perturbação e o sincronismo é rapidamente perdido.
O sistema será então instável para (��� /�Ó)0 < 0
Por isso, (��� /�Ó)0 é designado como o coeficiente de sincronização.
Como já foi referido, a perda do sincronismo traduz-se na prática numa pulsa-
ção de corrente entre o alternador e o barramento de potência infinita à medida que os
pólos entram e saem do sincronismo. Na realidade, o ângulo de carga não crescerá inde-
finidamente porque o alternador será desligado da rede pelas proteções, mal a perda de
sincronismo se tenha verificado.
Considerando |�| e |� | como se mantendo constantes, o sistema será instável se
��
���Ó0 < 0, (2.20)
�
ou
Ó0 > 90◇ .
Em teoria, A potência máxima que pode ser transmitida, sem perda de estabilidade
(estabilidade estática), ocorre para
Ó0 = 90◇ ,
e é dada por
|�||� |
��á� = . (2.21)
�
Se o sistema está funcionando abaixo do limite de estabilidade estática (condição
dada pela equação 2.19), após a ocorrência de uma pequena perturbação, pode oscilar
por um período longo no caso de o amortecimento ser baixo. Oscilações persistentes são
um risco para a segurança do sistema. Nos estudos de estabilidade transitória procura-se
exatamente analisar as condições de amortecimento do sistema.
A análise feita é também aplicável a sistemas mais complexos em que a ação dos
reguladores das turbinas e da excitação dos alternadores, são consideradas. As equações
Capítulo 2. Embasamento teórico 23
�2 Ó æ0
= (�� − �� ), (2.22)
�� 2 2�
Fazendo as devidas manipulações matemáticas, temos que a equação 2.22 fica:
︃
�Ó æ0 ︁ Ó
= (�� − �� )�Ó. (2.23)
�� � Ó0
A equação 2.23 dá velocidade relativa da máquina com relação a uma referência
rotativa em sincronismo, como na definição do ângulo Ó.
É analisada a estabilidade da máquina após a ocorrência de uma falta em seus
terminais, seguida da eliminação da mesma. Durante a falta, o ângulo de torque da má-
quina cresce. Para que haja estabilidade, o ângulo de torque deve parar de crescer. Nesse
momento, a velocidade dada pela equação 2.23 deve ser nula e a aceleração também ou até
mesmo negativa. Então, para um rotor que se está acelerando, a condição de estabilidade
é que exista um valor Ó��� tal que:
︁ Ó
(�� − �� )�Ó = 0. (2.24)
Ó0
A equação 2.24 pode ser interpretadacomo a área sob a curva da potência entre Ó0
e Ó��� . Assim, as condições de estabilidade por meio do critério das áreas iguais são:
� ′ = � (�, �),
�(�0 ) = �0 .
��+1 = �� + ℎ,
��+1 = �� + ℎ� (�� , �� ).
�1 = ℎ� (�, �),
�2 = ℎ� (� + Ðℎ, � + Ñ�1 ).
onde:
• �1 = ℎ� (�, �);
• �2 = ℎ� (� + ℎ, � + �1 ).
1
�(� + ℎ) = �(�) + (�1 + 2�2 + 2�3 + �4 ),
6
onde:
• �1 = ℎ� (�, �);
• �2 = ℎ� (� + ℎ2 , � + �1
2
);
• �3 = ℎ� (� + ℎ2 , � + �2
2
);
• �4 = ℎ� (� + ℎ, � + �3 ).
Capítulo 2. Embasamento teórico 26
��
= � (�, �)
��
do qual se deseja obter a solução no instante ��+1 a partir de sua solução conhecida
no instante �� .
Integrando a equação acima no intervalo �� e ��+1 , ficamos:
︁ �n+1
� (��+1 , ��+1 ) + � (�� , �� )
� (�, Ú)�Ú = ∆�,
�n 2
onde ∆� = ��+1 − �� .
Resultando em:
3 Análise e Simulações
Fonte: Autor.
• � = 0.9�.�.
• � = 0.436�.�.
Capítulo 3. Análise e Simulações 28
R� (��) X� (��) X� (��) X′� (��) X′� (��) X� (��) T′�0 (�) H(s)
0 0,8 0,6 0,3 0,6 0,2 6 3,6
Tabela 2 – Dados dos geradores do sistema de 3 barras
• �� = 1̸ 28.34◇
• �� = 0.9̸ 0◇
�� 0, 9 − 0, 436�
�� = ( )=
�1 1̸ − 28, 34
Com os dados, calcula-se a tensão do gerador por meio do método das malhas
� ̸ Ó = �1 + ��� ��
� ̸ Ó = 1, 37̸ 51, 51◇
Para obtenção dos valores de tensão e corrente nos eixos d e q, utiliza-se a trans-
formação � − � para � − �:
︀ ︀ ︀ ︀︀ ︀ ︀ ︀
�
︁ �1 ︀
���Ó −���Ó ︀ ︁ ��1 ︀ ︁0, 232︀
=︁ = (3.1)
��1 ���Ó ���Ó ��1 0, 972
︀ ︀ ︀ ︀︀ ︀ ︀ ︀
�
︁ �1 ︀ = ︁
���Ó −���Ó ︀ ︁ ��1 ︀ ︁0, 634︀
= (3.2)
��1 ���Ó ���Ó ��1 0, 774
�� = �� �� + �� �� + �� ��2 = 0, 9�.�.
︀ ︀ ︀ ︀ ︀ ︀︀ ︀ ︀ ︀
�′ � � −��′ ︀ ︁��1 ︀ ︁ 0 ︀
︁ � ︀ = ︁ �1 ︀ + ︁ � =
��′ ��1 ��′ �� ��1 1, 1458
︁ ⎡�
� = ∆æ Ó ��′ (3.3)
︁ ⎡�
� = ��1 ��1 ��1 ��1 ��1 ��1 ��2 ��2 ��1 ��1 (3.4)
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 6 – Ângulo do rotor - tempo mínimo para instabilidade
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Capítulo 3. Análise e Simulações 34
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Capítulo 3. Análise e Simulações 35
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Capítulo 3. Análise e Simulações 36
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
37
4 Conclusão
Referências
ANDERSON, P. M. Paul m., power systems control and stability. 1977. Citado na
página 12.
KUNDUR, P. Power system control and stability. 1994. Citado na página 27.
RASMUSSEN, N. Reliability models for electric power systems. 2011. Citado na página
12.