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Faculdade de Engenharia de Sorocaba

Pós Graduação em Estruturas para Construção Civil

Métodos Numéricos em Engenharia: Noções Básicas do Método


dos Elementos Finitos e Emprego do Mathcad

Prof. Msc. Germano Garravão de Freitas


Prof. Rosalvo Holtz Santos Junior

Sorocaba, 2018
SUMÁRIO

Exemplo 1 - Viga Engastada-Livre com carga pontual utilizando MEF e Mathcad................................. 2

Exemplo 2 - Viga Engastada-Livre com carga momento utilizando MEF e Mathcad.............................. 11

Exemplo 3 - Viga Bi-Engastada com carga pontual utilizando MEF e Mathcad...................................... 13

Exemplo 4.1 - Roteiro para verificação de flecha em viga retangular de C.A........................................ 16

Exemplo 4.2 - Roteiro para dimensionamento à compressão de perfil U .............................................. 19


1- Apresentação do Problema Exemplo 1

Visando uma melhor compreensão da ideia por tráz do Método dos Elementos Finitos e apresentação do
software Mathcad, será desenvolvido um exemplo aplicado a engenharia de estruturas através do uso desse
programa. O problema proposto consiste em uma viga engastada em um extremo e livre no outro, com vão de 3
metros submetida a uma carga pontual na sua extremidade, conforme Figura 1.

5
EI := 10

Figura 1:Apresentação do Problema Exemplo.

Para simplificação dos cálculos foi adotada uma discretização da barra em três elementos de um metro
cada apresentados na Figura 2. Cada nó apresenta dois graus de liberadade referentes ao esforço cortante e
momento fletor e foram enumerados conforme Figura 3.

elem 1 elem 2 elem 3

Figura 2: Discretização do Problema Exemplo.

elem 1 elem 2 elem 3

Figura 3: Graus de Liberdade de cada Elemeto.

A- Matriz de Rigidez dos Elementos

A Matriz de Rigidez Global deste exemplo é quadrada do tipo 8x8, devido ao total de grau de liberdade
presente na discretização. Para encontrá-la, incialmente é necessário definir a matriz de rigidez de cada elemento
(matriz 4x4) e aplicar uma transformação linear para que cada elemento contribua para a matriz de rigidez global.
Vale destacar que a matriz de rigidez dos elementos de viga será sempre igual e sua origem é brevemente
explicada na sequencia.
Pela lei de Hooke temos que [F] = [K]*[u] e considerando para o elemento de viga apresentado na Figura 4
chega-se em:

Figura 4: Esforços e Deslocamentos em cada Elemento.

2
 Fi   k11 k12 k13 k14   vi 
     
 Mi   k21 k22 k23 k24   θi 
 =    
 Fj   k31 k32 k33 k34
  vj 
M  k k42 k43 k44  θ 
 j  41   j

Para encontrar os valores da matriz de K uitliza-se a teoria do Slop Deflection Method. O resultado em
forma de equação é apresentado abaixo na Figura 5:

Figura 5: Esforços devido aos deslocamentos.

Ou seja, considerando o deslocamento e o giro iguais a 1 encontra-se momento igual a 6EI/L2 e reação
vertical de 12EI/L3 para cima do lado esquerdo e 12EI/L3 para baixo do lado direito, ambos para o primeiro caso.
Para o segundo caso, encontramos momento fletor de 4EI/L do lado esquerdo com reação vertical de
6EI/L2 e momento de 2EI/L com reação vertical de 6EI/L2 para baixo do lado direito.
Como temos 4 elementos por coluna da matriz de rigidez iremos aplicar o giro e deslocamento dos
dois lados da barra, ocasionando na manutenção dos valores dos esforços encontrados acima, mas com
inversão de sentidos.

Para a primeira coluna da Matriz temos (vi=1,θi=0,vj=0,θj=0):


Fi = vi*12EI/L3 + θi*6EI/L2 - vj*12EI/L3 + θj*6EI/L2

Para a segunda coluna da Matriz temos (vi=0,θi=1,vj=0,θj=0):

Mi = vi*6EI/L2 + θi*4EI/L - vj*6EI/L2 + θj*2EI/L

Para a terceira coluna da Matriz temos (vi=0,θi=0,vj=1,θj=0):


*notar que é a mesma da primeira
Fj = - vi*12EI/L3 - θi*6EI/L2 + vj*12EI/L3 - θj*6EI/L2 coluna alterando o sinal .

Para a quarta coluna da Matriz temos (vi=0,θi=0,vj=0,θj=1):

Mi = vi*6EI/L2 + θi*2EI/L - vj*6EI/L2 + θj*4EI/L

Colocando em forma matricial:

 Fi   vi 
   12EI/L3 6EI/L2 
-12EI/L3 6EI/L2  
 Mi   6EI/L2 4EI/L -6EI/L2 2EI/L   θi 
 =   
-6EI/L2 12EI/L3 -6EI/L2 
 Fj   -12EI/L3   vj 
 M   6EI/L2 2EI/L -6EI/L2 4EI/L  θ 
 j  j

Portanto, para o exercício será aplicada a matriz acima 3 vezes, sendo uma para cada elemento.

3
A.1 Matriz de Rigidez do Elemento 1

comprimento do elemento................................. L := 1

 12 6 -12 6
 L3 L2 L
3 2
L 
 6 4 6 2

 -   12 6 -12 6

 L2 L L
2 L 
6 4 -6 2 
k1 :=   =
 - 12 - 6 12 6
  -12 -6 12 -6 
-  6 
 L3 L2 L
3
L
2  2 -6 4 
 
 6 2
-
6 4 
 L2 L 2 L 
 L 

Usando um recurso para encontrar a contribuição do elemento 1 (matriz 4x4) na matriz Global (matriz 8x8):

matriz de transformação:

1 0 0 0 matriz transposta:
0 1 0 0

 
0 0 1 0  1 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0
Trans1 = 
T
Trans1 :=  
0 0 0 0
 0 0 1 0 0 0 0 0
0 0
0 
0 0  0 0 1 0 0 0 0
0 0 0 0
 
0 0 0 0

Para a encontrar a matriz do elemento 1 que será utilizada para compor a matriz global deve-se multiplicar
a matriz k1 (elemento 1) pela matriz de transoformação e posteriormente pela sua transposta, conforme
procedimento abaixo:

 12 6 -12 6 0 0 0 0
 6 4 -6 2 0 0 0 0

 
 -12 -6 12 -6 0 0 0 0
T
 6 2 -6 4 0 0 0 0
G1 := Trans1  k1  Trans1 =  
 0 0 0 0 0 0 0 0

 0 0 0 0 0 0 0 0
 0 0 0 0 0 0 0 0
 
 0 0 0 0 0 0 0 0

Portanto, a matriz G1 será a matriz de rigidez do elemento 1 a ser usada para encontrar a Matriz Global.

4
A.2 Matriz de Rigidez do Elemento 2

 12 6 -12 6 
 L3 L2 L
3 2
L 
 6 4 6 2

 -   12 6 -12 6

 L2 L L
2 L 
6 4 -6 2
k2 :=   = 
 - 12 - 6 12 6
  -12 -6 12 -6 
-  6 
 L3 L2 L
3
L
2  2 -6 4 
 
 6 2
-
6 4 
 L2 L 2 L 
 L 

Usando um recurso para encontrar a contribuição do elemento 1 (matriz 4x4) na matriz Global (matriz 8x8):

matriz de transformação:

0 0 0 0
0 0 0 0
 matriz transposta:
 
1 0 0 0
 0 0 1 0 0 0 0 0
0 1 0 0 
Trans2 :=   0 0 0 1 0 0 0 0
Trans2 = 
T
0 0 1 0
 0 0 0 0 1 0 0 0
0 0 0 1 0 
0  0 0 0 0 1 0 0
0 0 0
 
0 0 0 0

Para a encontrar a matriz do elemento 2 que será utilizada para compor a matriz global deve-se multiplicar
a matriz k2 (elemento 2) pela matriz de transoformação e posteriormente pela sua transposta, conforme
procedimento abaixo:

0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0

 
0 0 12 6 -12 6 0 0
T 0 0 6 4 -6 2 0 0
G2 := Trans2  k2  Trans2 =  
0 -12 -6 12 -6 0
0 0

0 0 6 2 -6 4 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
 
0 0 0 0 0 0 0 0

Portanto, a matriz G2 será a matriz de rigidez do elemento 1 a ser usada para encontrar a Matriz Global.

5
A.3 Matriz de Rigidez do Elemento 2

 12 6 -12 6

 L3 L2 L
3
L 
2
 6 4 6 2

 -   12 6 -12 6
 L2 L L
2 L 
6 4 -6 2
k3 :=   = 
 - 12 - 6 12 6
  -12 -6 12 -6 
-  6 
 L3 L2 L
3
L
2  2 -6 4 
 
 6 2
-
6 4 
 L 2 L 2 L 
 L 

Usando um recurso para encontrar a contribuição do elemento 1 (matriz 4x4) na matriz Global (matriz 8x8):

matriz de transformação:

0 0 0 0
0 0 0 0
 matriz transposta:
 
0 0 0 0  0 0 0 0 1 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Trans3 = 
T
Trans3 :=  
1 0 0 0
 0 0 0 0 0 0 1 0
0 0
0 
1 0  0 0 0 0 0 0 1
0 0 1 0
 
0 0 0 1

Para a encontrar a matriz do elemento 3 que será utilizada para compor a matriz global deve-se multiplicar
a matriz k3 (elemento 3) pela matriz de transoformação e posteriormente pela sua transposta, conforme
procedimento abaixo:

0 0 0 0 0 0 0 0 
0 0 0 0 0 0 0 0

 
0 0 0 0 0 0 0 0 
T 0 0 0 0 0 0 0 0 
G3 := Trans3  k3  Trans3 =  
-12
0 0 0 0 12 6 6

0 0 0 0 6 4 -6 2 
0 0 0 0 -12 -6 12 -6 
 
0 0 0 0 6 2 -6 4 

Portanto, a matriz G3 será a matriz de rigidez do elemento 1 a ser usada para encontrar a Matriz Global.

6
B- Matriz de Rigidez Global

A matriz de rigidez global (S1) é o resultado da soma das matrizes de rigidez de cada elemento na sua
forma 8x8, ou seja, G1 + G2 + G3.

 12 6 -12 6 0 0 0 0 
 6 4 -6 2 0 0 0 0

 
 -12 -6 24 0 -12 6 0 0 
 6 2 0 8 -6 2 0 0  Matriz de Rigidez Global
S1 := G1 + G2 + G3 =  
-12 -6 24 -12
 0 0 0 6

 0 0 6 2 0 8 -6 2 
 0 0 0 0 -12 -6 12 -6 
 
 0 0 0 0 6 2 -6 4 

C- Deslocamentos

Para encontrar os deslocamentos deve-se multiplicar a inversa da matriz de rigidez considerando que,
devido as condições impostas para restrição do deslocamento no elemento 1 (apoio = engaste), é possível reduzir
a matriz de rigidez global para uma matriz 6x6 (graus de liberdade 1 e 2 sem deslocamento) eliminando as linhas
e colunas referentes aos graus de liberdade 1 e 2. Com isso, chega-se na Matriz de Rigidez St na respectiva
Matriz Inversa.

 S1 2 , 2 S1
2, 3
S1
2, 4
S1
2, 5
S1
2, 6
S1 
2, 7 
S  -12 6
 13 , 2
S1
3, 3
S1
3, 4
S1
3, 5
S1
3, 6
S1
3, 7 
 24 0 0 0 
S   0 8 -6 2 0 0 
 14 , 2 S1 S S S S  
4 , 3 14 , 4 1 4 , 5 1 4 , 6 1 4 , 7  -12 -6 24 0 -12 6 
St :=   =
 S1 5 , 2 S1 S S S S1  6 2 0 8 -6 2 
5 , 3 15 , 4 1 5 , 5 1 5 , 6 5, 7   0 
  
0 -12 -6 12 -6

 S1 6 , 2 S1
6, 3
S1
6, 4
S1
6, 5
S1
6, 6
S1
6, 7   0 0 6 2 -6 4 
 
 S1 7 , 2 S1
7, 3
S1
7, 4
S1
7, 5
S1
7, 6
S1 
7, 7 

 0.333 0.5 0.833 0.5 1.333 0.5 


 0.5 1 1.5 1 
2.5 1
 
- 1  0.833 1.5 2.667 2 4.667 2  Transposta
St =
 0.5 1 2 2 4 2 
 1.333 2.5 4.667 4 9 4.5

 
 0.5 1 2 2 4.5 3 

D- Solicitação Externa
O vetor que representa as forças externas é apresentado abaixo (carga de 100 no grau de liberdade 7, com
sinal negativo por estar com sentido contrário ao adotado incialmente).

 0 
 0 
 
 0  T
Fext := Fext = ( 0 0 0 0 -100 0 )
 0 
 -100 
 
 0  7
Nota-se que, para realizar a multiplicação deve-se usar a matriz transposta do vetor Fext. Com isso,
encontram-se os deslocamentos referentes a cada grau de liberdade.

T
u s := Fext  St
-1 1

EI
( -3
= -1.333  10
-3
-2.5  10 -4.667  10
-3
-4  10
-3
-9  10
-3 -3
-4.5  10 )
E- Reações de Apoio

Para calcular as reações nos apoios deve-se usar o vetor de deslocamentos completo (incluindo os
deslocamento iguais a zero dos graus 1 e 2).

 0 
 0   0 
   0

 u s0 , 0   
   -1.333  10- 3 
 u s0 , 1   
   -2.5  10- 3 
u t :=  u s  = 
 0, 2   -4.667  10- 3 
 us   -3

 0, 3   -4  10 
 us   -3 
 0, 4   -9  10 
 us   -3 
 -4.5  10 
 0, 5 
T (
Reações := u t  S1 EI = 100 300 0 0 2.082  10
- 12 - 13
8.674  10 -100 1.041  10
- 12 )
Percebe-se que no grau de liberdade 1 a reação é vertical com sentido igual ao adotado inicialmente (+100)
e no 2 o valor é de 300, referente ao momento fletor de 100x3.

F- Esforços em cada Elemento

Para calcular as esforços nos elementos, deve-se multiplicar a matriz de rigidez de cada elemento pelo
respectivo deslocamento.

F.1 Elemento 1:

 u t0 , 0 
   0 
 ut   0 
1, 0 
u elem1 :=  = - 3 deslocamentos
 ut   -1.333  10 
 2, 0   -2.5  10- 3 
 ut   
 3, 0 

 100 
300 
Felem1 := k1  uelem1 EI = 
 -100 
 -200 
 
Os valores são referentes a cortante em 1, momento em 2, cortante em 3 e momento em 4.

8
F.2 Elemento 2:

 u t2 , 0   -1.333  10- 3 
 
 ut   -3 
3, 0  -2.5  10
u elem2 :=  =   deslocamentos
 ut   - 3
 4, 0   -4.667  10 
 ut   -4  10- 3 
 5, 0   

 100 
200 
Felem2 := k2  uelem2 EI = 
 -100 
 -100 
 
Os valores são referentes a cortante em 3, momento em 4, cortante em 5 e momento em 6.

F.3 Elemento 3:

 u t4 , 0   -4.667  10- 3 
 
 ut   -3 
5, 0  -4  10
u elem3 :=    deslocamentos
=
 ut   -3 
 6, 0   -9  10 
 ut   -4.5  10- 3 
 7, 0   

 100 
 100

Felem3 := k3  uelem3 EI =  
 -100 
 - 12 
 1.041  10 

Os valores são referentes a cortante em 5, momento em 6, cortante em 7 e momento em 8.

G- Comparação com as Equações da Estática

carga......................................... P := 100

vão da viga................................. Lv := 3

3
P Lv -3
Deslocamento Máximo: vmaximo := = 9  10 igual ao valor do grau de liberdade 7 no elemento 3.
3EI
2
P Lv -3
Rotação Máxima: θs := = 4.5  10 igual ao grau 8 do elemento 3.
2EI
2
P x
Equação da Linha Elástica: vs( x) := -1 
6EI
(
 3  Lv - x )

9
Plotando um gráfico da Linha Elástica comparando os resultados obtidos e as formulações da estática:

 0   0 
 ut2 , 0   -3
  0 
 -1.333  10  1
t :=  u  = z :=  
- 3
resultados MEF
 t4 , 0   -4.667  10  2 
   3 
 ut6 , 0  -3   
   -9  10 

-3
- 2 10

vs ( x) - 4 10- 3

t -3
- 6 10

-3
- 8 10

- 0.01
0 1 2 3
x, z

eq. estática
MEF
Figura 6: Comparação entre MEF e eq. da RM.

Analisando a Figura 6 observa-se que existe uma pequena diferença entre as curvas referentes aos
deslocamentos, podendo ser explicada pela discretização da barra em somente 3 elementos.

10
2- Apresentação do Problema Exemplo 2

O exemplo 2 consiste na mesma viga do problema 1 com aplicação de um Momento Fletor de 150 no nó 3
em conjunto com a carga de 100 do nó 4. Portanto, os passos apresentados são os mesmos do exemplo 1 com
alteração somente do vetor que representa as forças externas (item D do exemplo 1), que é apresentado abaixo
(carga de 100 no grau de liberdade 7, com sinal negativo por estar com sentido contrário ao adotado incialmente e
momento de 150 (sentido anti-horario) no grau 6).

 0 
 0 
 
 0  T
Fext := Fext = ( 0 0 0 150 -100 0 )
 150 
 -100 
 
 0 

Nota-se que, para realizar a multiplicação deve-se usar a matriz transposta do vetor Fext. Com isso,
encontram-se os deslocamentos referentes a cada grau de liberdade.

T
u s := Fext  St
-1 1
 ( -4
= -5.833  10
-4
-10  10 -1.667  10
-3 -4
-10  10 -3  10
-3
-1.5  10
-3 )
EI

E- Reações de Apoio

Para calcular as reações nos apoios deve-se usar o vetor de deslocamentos completo (incluindo os
deslocamento iguais a zero dos graus 1 e 2).

 0 
 0   0 
   0

 u s0 , 0   
   -5.833  10- 4 
 u s0 , 1   
   -10  10- 4 
u t :=  u s  = 
 0, 2   -1.667  10- 3 
 us   -4

 0, 3   -10  10 
 us   -3 
 0, 4   -3  10 
 us   -3 
 -1.5  10 
 0, 5 
T (
Reações := u t  S1 EI = 100 150 0 4.337  10
- 14
1.735  10
- 12
150 -100 7.806  10
- 13 )
Percebe-se que no grau de liberdade 1 a reação é vertical com sentido igual ao adotado inicialmente (+100)
e no 2 o valor é de 300, referente ao momento fletor de 100x3.

F- Esforços em cada Elemento

Para calcular as esforços nos elementos, deve-se multiplicar a matriz de rigidez de cada elemento pelo
respectivo deslocamento.

11
F.1 Elemento 1:

 u t0 , 0 
   0 
 ut   0 
1, 0 
u elem1 :=  = - 4 deslocamentos
 ut   -5.833  10 
 2, 0   -10  10- 4 
 ut   
 3, 0 

 100 
150 
Felem1 := k1  uelem1 EI = 
 -100 
 -50 
 
Os valores são referentes a cortante em 1, momento em 2, cortante em 3 e momento em 4.

F.2 Elemento 2:

 u t2 , 0   -5.833  10- 4 
 
 ut   -4 
3, 0  -10  10
u elem2 :=  =   deslocamentos
 ut   - 3
 4, 0   -1.667  10 
 ut   -10  10- 4 
 5, 0   

 100 
50 
Felem2 := k2  uelem2 EI = 
 -100 
 50 
 
Os valores são referentes a cortante em 3, momento em 4, cortante em 5 e momento em 6.

F.3 Elemento 3:

 u t4 , 0   -1.667  10- 3 
 
 ut   -4 
5, 0  -10  10
u elem3 :=    deslocamentos
=
 ut   -3 
 6, 0   -3  10 
 ut   -1.5  10- 3 
 7, 0   

 100 
 100

Felem3 := k3  uelem3 EI =   Os valores são referentes a cortante em 5, momento em 6,
 -100  cortante em 7 e momento em 8.
 - 13 
 7.806  10 
12
3- Apresentação do Problema Exemplo 3

O problema 3 proposto consiste em uma viga engastada nos dois extremos, com vão de 3 metros e
submetida a duas cargas pontuais, conforme Figura 7.

5
EI := 10

Figura 7:Apresentação do Problema Exemplo.

Para simplificação dos cálculos foi adotada uma discretização da barra em três elementos de um metro
cada apresentados na Figura 8. Cada nó apresenta dois graus de liberadade referentes ao esforço cortante e
momento fletor e foram enumerados conform Figura 9.

elem 1 elem 2 elem 3

Figura 8: Discretização do Problema Exemplo.

elem 1
elem 2 elem 3

Figura 9: Graus de Liberdade de cada Elemeto.

A- Matriz de Rigidez Global

A Matriz de Rigidez de cada Elemento (4x4) e a Matriz de Rigidez Global (8x8) são as mesmas dos
exercícios 1 e 2, pois o número de elementos e a rigidez foram mantidas. Apenas a condição de apoio foi alterada.
Com isso, a Matriz de Rgididez Global é:

 12 6 -12 6 0 0 0 0 
 6 4 -6 2 0 0 0 0

 
 -12 -6 24 0 -12 6 0 0 
 6 2 0 8 -6 2 0 0 
S1 := G1 + G2 + G3 =  
-12 -6 24 -12
 0 0 0 6

 0 0 6 2 0 8 -6 2 
 0 0 0 0 -12 -6 12 -6 
 
 0 0 0 0 6 2 -6 4 

13
B- Deslocamentos

Para encontrar os deslocamentos deve-se multiplicar a inversa da matriz de rigidez considerando que,
devido as condições impostas para restrição do deslocamento nos elementos 1 e 3 (apoio = engaste, restrição de
deslocamento nos graus de liberdade 1, 2, 7 e 8), é possível reduzir a matriz de rigidez global para uma matriz
4x4 eliminando as linhas e colunas referentes aos graus de liberdade 1, 2, 7 e 8. Com isso, chega-se na Matriz
de Rigidez St na respectiva Matriz Inversa.

 S1 2 , 2 S1 S S
2 , 3 12 , 4 1 2 , 5

   24 0 -12 6 
 S1 S1 S S  
3, 2 3 , 3 13 , 4 1 3 , 5  0 8 -6 2 
St :=  =
 S1 S1 S1 S1   -12 -6 24 0 
 4, 2 4, 3 4, 4 4, 5   
 
6 2 0 8
 S1 S1 S1 S1
 5, 2 5, 3 5, 4 5, 5 

 0.099 0.074 0.068 -0.093 



- 1  0.074 0.222 0.093 -0.111  Transposta
St =
 0.068 0.093 0.099 -0.074 
 -0.093 
 -0.111 -0.074 0.222 
O vetor que representa as forças externas é apresentado abaixo (carga de 100 no grau de liberdade 7, com
sinal negativo por estar com sentido contrário ao adotado incialmente).

 -10 
0 
Fext := 
T
Fext = ( -10 0 -10 0 )
 -10 
 0 
 
Nota-se que, para realizar a multiplicação deve-se usar a matriz transposta do vetor Fext. Com isso,
encontram-se os deslocamentos referentes a cada grau de liberdade.
T
u s := Fext  St
-1 1

EI
(
= -1.667  10
-5
-1.667  10
-5
-1.667  10
-5 -5
1.667  10 )
C- Reações de Apoio
Para calcular as reações nos apoios deve-se usar o vetor de deslocamentos completo (incluindo os
deslocamento iguais a zero dos graus 1 e 2).

 0   0 
   
 0  
0

 us   -1.667  10- 5 
 0, 0   
 us   -1.667  10- 5 
0, 1 
u t :=  = 
 us   -1.667  10- 5 
 0, 2   
 us  -5
 1.667  10 
 0, 3   
 0  
0

   0 
 0 

T
Reações := u t  S1 EI = ( 10 6.667 -10 0 -10 0 10 -6.667 )
14
D- Esforços em cada Elemento

Para calcular as esforços nos elementos, deve-se multiplicar a matriz de rigidez de cada elemento pelo
respectivo deslocamento.

D.1 Elemento 1:

 u t0 , 0 
   0 
 ut   0 
1, 0 
u elem1 :=  = - 5  deslocamentos
 ut   -1.667  10 
 2, 0   -1.667  10- 5 
 ut   
 3, 0 

 10 
6.667 
Felem1 := k1  uelem1 EI = 
 -10 
 3.333 
 

Os valores são referentes a cortante em 1, momento em 2, cortante em 3 e momento em 4.

D.2 Elemento 2:

 u t2 , 0   -1.667  10- 5 
 
 ut   - 5
3, 0  -1.667  10 
u elem2 :=  =  deslocamentos
 ut   - 5
 4, 0   -1.667  10 
 ut   1.667  10- 5 
 5, 0   

 -1.355  10- 15 
 -3.333 
Felem2 := k2  uelem2 EI =  
 1.355  10- 15 
 
 3.333 

Os valores são referentes a cortante em 3, momento em 4, cortante em 5 e momento em 6.

15
D.3 Elemento 3:

 u t4 , 0 
   -1.667  10- 5 
 ut  
5, 0  - 5  deslocamentos
u elem3 :=  =  1.667  10 
 ut   
0
 6, 0   
 ut   0 
 7, 0 

 -10 
-3.333 
Felem3 := k3  uelem3 EI = 
 10 
 -6.667 
 

Os valores são referentes a cortante em 5, momento em 6, cortante em 7 e momento em 8.

4- Exercicios Extras sobre Mathcad

4.1 Roteiro para verificação de flecha (ELS) em viga de seção retangular de concreto armado

A- Propriedades da Seção e dos Materiais

largura da viga............................................................................... b w := 15cm

altura da viga................................................................................ h := 40cm


h
distância do CG a fibra mais tracionada.......................................... yt := = 0.2 m
2
3
bw h 4 4
inércia da seção bruta................................................................... Ic := = 8  10  cm
12

coeficiente α para seção retandulgar............................................... α := 1.5

resistência caract. do concreto...................................................... fck := 20MPa


2
3
fct := 0.21  fck MPa
- 1
resistência à tração do concreto para verif. de formação de fissuras....
   MPa = 1.547 MPa
B- Momento de Fissuração

α fct Ic
M r := = 928.376  kN cm
yt

C- Verificação se haverá ou não fissura

kN kN
carga permanente............. gk := 14 carga variável.................... q k := 5
m m
kN
combinação rara.............. p d := gk + q k = 19
m

vão da viga....................... Lv := 4.8m


16
2
p d  Lv 3
momento solicitante considerando viga bi apoiada: M sd1 := = 5.472  10  kN cm
8

"VAI FISSURAR - ESTADIO II" if M sd1 > M r = "VAI FISSURAR - ESTADIO II"

"NÃO VAI FISSURAR - ESTADIO I" otherwise

D- Verificação de deformações excessivas (flecha)


2
3
fct1 := 0.3MPa   fck MPa
- 1
 = 2.21 MPa
resistência à tração do concreto..........

α fct1 Ic 3
momento de fissuração....................... M r1 := = 1.326  10  kN cm
yt

coeficiente de minoração das ações..... ψ2 := 0.4

kN
combinação quase permanente............ p d1 := gk + ψ2  qk = 16
m
2
p d1 Lv 3
momento solicitante para def excessiva.... M sd := = 4.608  10  kN cm
8

D.1- Momento de Inércia no Estádio II:

módulo de elasticidade do aço..... Es := 210000MPa


-1 4
módulo de elasticidade secante do concreto..... Ecs := 0.85 5600MPa  fck MPa = 2.129  10  MPa

Es 2
coeficiente αe αe := = 9.865 área de armadura As := 6.03cm altura útil da seção d := 36.7cm
Ecs

Momento Estático com relação a LN:

bw As d
b w1 := = 15 As1 := = 6.03 d 1 := = 36.7
cm 2 cm
cm
xc  -21.481775985182081603 
b w1 xc
2
( )
- αe As1  d 1 - xc solve , xc  
 13.550311335579886775 

x := 13.55cm escolher o valor maior que zero dentre os dois acima

17
3 2
b w x
+ b w x   + αe As ( d - x) = 4.432  10  cm
x 2 4 4
momento de inercia referente ao estadio II...... III :=
12   2

 Mr1 
3   M  3
 r1  4 4
momento de inércia equivalente..................... Ieq :=    Ic + 1 -    III = 4.517  10  cm
 
 Msd    Msd  
4
5 p d1 Lv
flecha imediata............................................. δi := = 1.15 cm
384 Ecs Ieq

D.2- Cálculo dos efeitos diferidos no tempo

tempo que deseja verificar a ocorrência da flecha (em meses)......... t := 71

tempo de escoramento (colocar em dias)...................................... t 0 := 28


t0
tempo de escoramento em proporção a 30 dias............................. t 0i := = 0.933
30

t 0.32
ξ f := 0.68 ( 0.996)  t if t  70 =2
2 otherwise
coefiientes função do tempo ξ........................................................ t0i 0.32
ξ i := 0.68 ( 0.996)  t 0i = 0.663

Δξ := ξ f - ξ i = 1.337

taxa de armadura de compressão (ρ=As'/bwd)................................ ρ´ := 0 armadura simples

Δξ
fator αf........................................................................................ αf := = 1.337
1 + 50 ρ´

flecha total.................................................................................. ( )
δt := δi  1 + αf = 2.688 cm

E- Comparação com os limites estabelecidos pela NBR 6118/2014

E.1 Aceitabilidade Visual - limite L/250

Lv
δlim := = 1.92 cm
250

"OK" if δt  δlim = "ERRO"

"ERRO" otherwise

E.2 Vibrações sentidas no piso (apenas carga acidental)- limite L/350

Lv
δlim1 := = 1.371 cm
350
4
5  q k Lv
δq := = 0.359 cm
384 Ecs Ieq

"OK" if δq  δlim1 = "OK"

"ERRO" otherwise 18
E.3 Evitar efeitos em elementos não estruturais

 Lv 
δlim2 := min , 1cm = 0.96 cm
 500 
4
5 gk Lv
δp := δt - = 1.682 cm
384 Ecs Ieq

"OK" if δp  δlim2 = "ERRO"

"ERRO" otherwise

4.2 Exemplo de Dimensionamento de perfil U a ser usado como Banzo em uma treliça com solicitação axial
de compressão de cálculo igual a 75 kN. As características geométricas são apresentadas no decorrer do
exercício.

Para o dimensionamento dos grupos de barras da treliça, foi adotado o aço MR 250 (ASTM A36) que
apresenta as seguintes propriedades físicas:
kN
Tensão de escoamento........................................... fy := 25
2
cm
kN
Tensão de ruptura.................................................. fu := 40
2
cm

kN
Módulo de elasticidade longitudinal......................... E := 20000
2
cm

kN
Módulo de elasticidade transversal.......................... Gs := 7700
2
cm

Coeficiente de Poison do aço.................................. ν := 0.3

3.1. VERIFICAÇÃO DO BANZO INFERIOR

Adotando perfil U 150 x 50 x 3,00 para o banzo inferior, temos:

Propriedades da Seção:
2
Altura da Alma............................. b w := 150mm Área bruta........................ Ag := 7.20cm

Espessura do perfil....................... t := 3.00mm 4


Inércia em x...................... Ix := 230.76cm

Comprimento da mesa.................. b f := 50mm


4
Inércia em y...................... Iy := 15.87cm
Altura do reforço........................... D := 0mm
4
Inércia a torção................. It := 0.216cm
Raio de giração em x.................... rx := 5.66cm
6
Coef. de empenamento...... Cw := 618.42cm
Raio de giração em y.................... ry := 1.48cm

Coord. x do CT............................. x0 := 2.59cm

Raio de giração polar.................... r0 := 6.40cm


19
Raio de giração mínimo................. ( )
rmin := min rx , ry = 1.48 cm

Raio de giração máximo................ ( )


rmax := max rx , ry = 5.66 cm

Kx := 1 Ky := 1 Kz := 1
Coeficiente de Flambagem............. (barras biapoiadas)

Comprimentos de Flambagem........ Lx := 303cm Lz := 151cm Ly := 151cm

Verificação da Esbeltez

Kx Lx
Esbeltez em torno de x.................................................. λx := = 53.534
rx

Ky Ly
Esbeltez em torno de y.................................................. λy := = 102.027
ry

Maior KL/r do conjunto................................................... ( )


λmax := max λx , λy = 102.027

Verificação: Valor máximo estabelecido por Norma.......... "OK" if λmax < 200 = "OK"

"ERRO" otherwise

Cálculo da Força Axial de Flambagem Global Elástica - Ne

2
π  E Ix
Nex := = 496.141  kN (Força axial de flambagem global elástica
( Kx Lx)
2 com relação ao eixo x)

2
π  E Iy
Ney := = 137.389  kN (Força axial de flambagem global elástica
( Ky Ly)
2 com relação ao eixo x)

 π2 C  E 
Nez :=  
1 w
+ Gs It = 171.313  kN (Força axial de flambagem global elástica
2  
 ( Kz Lz)
2 com relação ao eixo x)
r0

    x  2 
   0  
  4 Nex Nez  1 -   
Nex + Nez  
Nexz :=  1 -  1 -
  r0    = 159.027  kN(Força axial de flambagem
  x  2   
(Nex + Nez)
2 global elástica por flexo-torção)
 0    
2 1 -  
 
  r0  

( )
Ne := min Nex , Ney , Nez , Nexz = 137.389 kN (Força axial de flambagem
global elástica)

20
Cálculo da Força Axial Local Crítica - NL

Da tabela 9 da NBR 14762:2010 obtemos as equações para o cálculo do coeficiente de flambagem


local kl, o perfil U escolhido pertence ao "Caso a" da tabela:

Figura 10 - Parte da tabela 9 da NBR 14762:2010.

Para o caso A:

bf
η := = 0.333 → 0.1  η  1 , 0 ok!
bw

2 3 4 5 6
kL := 4 + 3.4η + 21.8η - 174.3η + 319.9η - 237.6η + 63.6η = 4.159 (Coeficiente de Flambagem
Local)

2
π E
NL := kL  Ag = 216.507  kN (Carga de Flambagem Local)
2
(
12 1 - ν  
2
)  btw 
 

Cálculo da Força Axial de Flambagem Distorcional - Ndist

De acordo com o item 9.3 da NBR 14762:2010, os perfis U simples (sem enrijecedores de borda) não
são passíveis de flambagem distorcional, dispensando-se portanto tal verificação.

Resistência à Compressão - Método da Seção Efetiva:

Força Axial Resistente à Flambagem Local-Global

0.5
 Ag fy 
Índice de esbeltez reduzido (flambagem global)............. λ0 :=   = 1.145
 Ne 

2
λ0
Fator de redução χ...................................................... χ := 0.658 if 0  λ0  1.5 = 0.578

0.877
otherwise
2
λ0

0.5
 χ Ag fy 
Índice de esbeltez reduzido do elemento....................... λp :=   = 0.693
 NL 

21
2
Área efetiva da seção tranversal..................... Aef := Ag if λp  0.776 = 7.2 cm

1 - 0.15   Ag otherwise


 λp( 0.8)  λp ( 0.8)
 

Coeficiente de minoração da resistência à compressão... γ := 1.20

χ fy Aef
Esforço resistente de cálculo....................................... Nc.rd := = 86.684 kN
γ

Força Axial Resistente à Flambagem Distorcional

Não se aplica

Força Axial Resistente de Cálculo

Força Solicitante de Cálculo............................................ Nsd := 74.58kN

Força Resistente de Cálculo............................................ Nrd := Nc.rd = 86.684 kN

Verificação Final: (
if Nrd > Nsd , "ok" , "verificar" = "ok" )
Nsd
= 0.86
Nrd

22

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