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Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto.

Física – UFES

RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996.

FÍSICA 3

CAPÍTULO 28 – O CAMPO ELÉTRICO

09. O mostrador de um relógio possui cargas pontuais negativas q, 2q, 3q, ..., 12q fixas nas
posições dos numerais correspondentes. Os ponteiros do relógio não perturbam o campo. A que
horas o ponteiro das horas aponta no mesmo sentido do campo elétrico existente no centro do
mostrador? (Sugestão: Considere cargas diametralmente opostas.)
(Pág. 28)
Solução.
O esquema a seguir mostra os vetores campo-elétrico localizados no centro do relógio, devidos a
cada uma das cargas posicionadas ao longo da sua circunferência.
12q
11q q
E12
10q E11
2q
E10 E1
E2
9q E3 3q
E9
E4
E8
8q E5 4q
E7 E6

7q q
6q
As cargas diametralmente opostas geram campos que possuem a mesma direção e sentidos opostos
e que, portanto, podem ser somados facilmente.
kq 7kq 6kq
E17 E1 E7 i
2 7
i
2 7
i7
R R R2
Na equação acima, i7 é um vetor unitário localizado no centro do relógio e que aponta para a carga
7q.
2kq 8kq 6kq
E28 E2 E8 2 8
i 2 8
i i8
R R R2
A assim segue até o último par de campos.
6kq 12kq 6kq
E612 E6 E12 i
2 12 2
i12 i12
R R R2
Os vetores E17, E28, etc., são mostrados no esquema abaixo.

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a
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12q
11q q
E612
10q E511
2q
E410
9q E39 3q

E28
8q E17 4q

7q q
6q
A simetria envolvida na distribuição dos vetores mostra que a resultante aponta para o ponto médio
entre os marcadores 9 e 10 do relógio, portanto para às 09:30.

11. Na Fig. 4, considere um ponto situado a uma distância z do centro do dipolo, ao longo do seu
eixo. (a) Mostre que, para valores grandes de z, o campo elétrico é dado por

1 p
E
2 0 z3

(Compare com o campo num ponto situado sobre a bissetriz.) (b) Quais são a direção e o
sentido de E?

(Pág. 28)
Solução.
(a) Considere o esquema abaixo:
l
q q E E+
+ z
z
E E + E-

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a
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1 q 1 q
E 2
k 2
k
4 0 l 4 0 l
z z
2 2
q 1 1
E 2 2
k
0 2z l 2z l
8qlz
E 2
k
0 l 2 4z2
8 pz
E k
2 2 2
0 l 4z
Para valores de z l tem-se:
p
E k
2 0 z3
(b) A resposta do item (a) responde a esta questão.

14. A Fig. 24 mostra um tipo de quadrupolo elétrico. Ele consiste em dois dipolos cujos efeitos em
pontos externos não se cancelam completamente. Mostre que o valor de E sobre o eixo do
quadrupolo, para pontos situados à distância z do seu centro (suponha z >> d), é dado por

3Q
E
4 0 z4

onde Q (= 2qd2) é denominado momento de quadrupolo da distribuição de carga.

(Pág. 28)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:

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a
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d d z
E P E+
+ +
z
z1

z2
O campo elétrico (E) produzido pelo quadrupolo em P pode ser calculado por meio da soma dos
campos produzidos pelos dipolos que compõem o quadrupolo (E1 e E2).
E E1 E2
Os campos dos dipolos valem:
1 2qd
E1 i
4 0 z13
1 2qd
E2 i
4 0 z23
Sendo que as distâncias z1 e z2 são definidas por:
d
z1 z
2
d
z2 z
2
O módulo do campo E vale:

2qd 1 1
E 3 3
4 0 d d
z z
2 2
Multiplicando-se e dividindo-se o segundo membro desta equação por z3, teremos:
3 3
2qd d d
E 1 1
4 0 z3 2z 2z

Aplicando-se a expansão binomial (Apêndice H, pág. A-288) e omitindo-se os termos de ordem


superior (z d):
2qd 3d 3d
E 1 1
4 0 z3 2z 2z
2qd 3d 3.2qd 2 3Q
E
4 0 z3 z 4 0 z4 4 0 z4
Em notação vetorial:
3Q
E i
4 0 z4

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20. (a) Na Fig. 27, localize o ponto (ou pontos) em que o campo elétrico é nulo. (b) Esquematize
qualitativamente as linhas de força.

(Pág. 29)
Solução.
(a) É possível simplificar a resolução do problema ao reconhecer que somente há possibilidade de
encontrarmos pontos onde E = 0 ao longo da reta que une as duas cargas. Para localizarmos o(s)
ponto(s) onde E = 0, vamos resolver a Eq. (1), onde E+ e E são os módulos dos campos elétricos
gerados pelas cargas positiva e negativa, respectivamente.
E E (1)
1 5,0q 1 2,0q
4 0 xP21 4 0 xP2 2
5,0 2,0
(2)
xP21 xP2 2
Na Eq. (2), xP1 é a coordenada x do ponto P em relação à carga 1 ( 5q) e xP2 é a coordenada do
mesmo ponto em relação à carga 2 (+2q). Seja o seguinte esquema da situação, x21 é a coordenada
da carga 2 em relação à carga 1:
q1 q2
x21 P
+
xP1
xP2
A análise do esquema acima mostra que:
xP1 x21 xP 2
Lembrando que x21 é igual a a:
xP 2 xP1 a (3)
A Eq. (3) funciona perfeitamente para qualquer ponto localizado ao longo do eixo x. Substituindo-
se (3) em (2):
5, 0 2, 0
2 2
xP1 xP1 a
3, 0 xP21 10axP1 5a 2 0
Esta equação possui duas raízes:
xP11 0, 61257 a
xP12 2, 72076 a
As duas soluções obtidas satisfazem apenas ao critério de E+ = E , não de E+ + E = 0. Vamos
observar os vetores nos dois casos:

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a
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5q +2q
a E P E+
+

2,72a
x
P
+
E E

0,61a
Podemos notar que apenas xP1 2,72 a satisfaz ao critério estabelecido no enunciado do problema.

24. Mostre que a Eq. 27, que se refere ao campo elétrico de um disco carregado, em pontos situados
sobre o seu eixo, se reduz ao campo de uma carga pontual para z R.
z
Ez 1 (disco carregado) (27)
2 0 z 2 R2
(Pág. 29)
Solução.
Partindo-se da expressão inicial,
z
Ez 1 , (1)
2 0 z 2
R2
não podemos simplesmente fazer a aproximação z2 + R2 0, pois isso torna Ez = 0. Na verdade,
fazer z2 + R2 0 equivale a tornar z , e não z R. Para obter a aproximação correta, é preciso
expandir a expressão entre parênteses em termos do binômio de Newton, para em seguida truncá-la
no ponto correto. A expansão do binômio de Newton é:
2
n nx ! n n 1 x
1 x 1
1! 2!
Para isso, precisamos preparar para a expansão o termo negativo entre parênteses na Eq. (1).
1/ 2
z R2 n
1 2 1 x
2 1/ 2 z
z2 R
Na expressão acima, x = R2/z2 e n = 1/2. Podemos agora aplicar a expansão do binômio de
Newton.
1/ 2
R2 1 R2 1 3 R4 1 R2 3R 4
1 2 1 1
z 2 z2 2 2 z4 2 2z 2 8z 4
Para z R temos:
1/ 2
R2 R2
1 2 1 (2)
z 2z2
Substituindo-se (2) em (1):
R2 R2
Ez 1 1
2 0 2z2 4 0 z2
Explicitando-se a densidade superficial de cargas, :
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1 q R2
Ez
4 0 R2 z 2
1 q
Ez
4 0 z2

26. A que distância, ao longo do eixo de um anel carregado de raio R, a intensidade do campo
elétrico axial é máxima?
(Pág. 29)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:
Rd

dM
d R
dEz dEx

x dE
dEy
y

z x
O campo elétrico no ponto é dado por:
E dE dEx i dEy j dEz k dEx i dE y j dEz k
A simetria envolvida na situação mostra que as integrais em j e k são nulas.
E dEx i 0 0 dE cos i (1)
Na Eq. (1), a expressão de dE é obtida pela lei de Coulomb e a de cos pela análise do esquema
acima.
1 dq
dE
4 0 R x2 2
2

x
cos 1/ 2
R2 x2
Logo:
1 xdq
E 3/ 2
i (2)
4 0 R2 x2
A expressão de dq é obtida por meio da densidade linear de carga do anel .
q dq
2 R Rd
q
dq d (3)
2
Substituindo-se (3) em (2):

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1 q x
E d i
4 2 2 2 3/ 2
0 R x
Na expressão acima, somente é variável. Portanto, tudo o mais pode ser retirado de dentro da
integral.
1 q x 2 1 q x
E 3/ 2
d i 3/ 2
2 i
4 0 2 R2 x2 0 4 0 2 R2 x2
1 qx
E 3/ 2
i (4)
4 0 R2 x2
A Eq. (4) corresponde ao campo elétrico sobre o eixo do anel, a uma distância x do seu centro. O
valor de E é zero para x = 0 e também é zero para x = + . Como E é positivo nesse intervalo, torna-
se evidente que há um valor máximo que E atinge em algum lugar para 0 x + . Para achar o
valor de x que torna máximo o de E, módulo de E, basta calcular o valor de x que torna zero a
derivada de E em relação à x.
3/ 2 1/ 2
dE 1 R2 x2 3x 2 R 2 x2
3
0
dx 4 0 R2 x2
A expressão central será zero somente se:
3/ 2 1/ 2
R2 x2 3x 2 R 2 x2 0

R2 x2 3x2
R
x
2

27. (a) Qual é a carga total q que um disco de raio igual a 2,50 cm deve ter para que o campo
elétrico em sua superfície, no seu centro, seja igual ao valor em que a rigidez dielétrica do ar se
rompe, produzindo centelhas? Veja Tabela 1. (b) Suponha que cada átomo da superfície tenha
uma seção reta de área efetiva igual a 0,015 nm2. Quantos átomos estão localizados na
superfície do disco? (c) A carga em (a) resulta do fato de alguns átomos superficiais carregarem
um elétron em excesso. Qual é a fração dos átomos superficiais que precisa estar carregada
desta forma?

(Pág. 29)
Solução.

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O campo elétrico produzido por um disco uniformemente carregado ao longo da linha perpendicular
ao centro do plano do disco é dado por:

z
E 1 1/ 2
2 0 z2 R2

(a) O campo capaz de causar ruptura elétrica do ar vale E = 3 106 N/C (ver Tabela 1). Na
superfície do disco o campo vale:
Q
E
2 0 2 0 R2
Logo:
Q 2 0 R 2 E 1, 0431 10 7
C
7
Q 1 10 C 0,1 C
(b) O número de átomos na superfície do disco, n, é igual à área total, A, dividida pela área efetiva
de cada átomo, a.
A R2
n 1,30899 1017
a a
n 1,3 1017
(c) A fração f dos átomos superficiais é dada por:
nc
f (1)
n
Nesta equação, nc é o número de átomos carregados. Como os átomo eletricamente carregados
possuem carga +e, a carga total Q vale:
Q nc e
Logo:
Q
nc
e
Portanto:
Q 6
f 4,9804 10
ne
6
f 5 10
Isso é cerca de 5 átomos por milhão.

31. Um fino bastão não condutor, de comprimento finito L, possui uma carga total q,
uniformemente distribuída em toda a sua extensão. Mostre que E, no ponto P situado sobre a
mediatriz que aparece na Fig. 31, é dado por
q 1
E
2 0 y L2 4 y 2 1/ 2

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(Pág. 29)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:

dq,dy

y
L P dEx
x
y dEy dE

O campo elétrico no ponto P é dado por:


E dE dEx i dEy j dEx i dEy j
A simetria envolvida na situação mostra que a integral em j é nula.
E dEx i 0 dE cos i (1)
Na Eq. (1), a expressão de dE é obtida pela lei de Coulomb e a de cos pela análise geométrica do
esquema acima.
1 dq
dE
4 0 x2 y 2 2

x
cos 1/ 2
x2 y2
Logo:
1 xdq
E 3/ 2
i (2)
4 0 R2 x2
A expressão de dq é obtida por meio da densidade linear de carga do bastão.
q dq
L dy

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q
dq dy (3)
L
Substituindo-se (3) em (2):
1 qx L / 2 dy 1 qx L/2 dy
E 3/ 2
i 2 3/ 2
i
4 0 L L / 2 x2 y 2 4 0 L 0
x2 y2
L/2

1 qx y
E 1/ 2
i
2 0 L x2 x2 y 2
0

1 q
E 1/ 2
i
2 0 x 4 x2 L2
Podemos verificar facilmente que esta expressão se reduz à lei de Coulomb quando afastamos o
ponto P do bastão para distâncias muito maiores do que seu comprimento (x L).

34. Um bastão isolante “semi-infinito” (Fig. 34) possui uma carga constante por unidade de
comprimento . Mostre que o campo elétrico do ponto P forma um ângulo de 45o com o bastão,
e que este resultado é independente da distância R.

(Pág. 30)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:

dq,dy x
r
y
P dEx
R
dEy dE
O campo elétrico no ponto P é dado por:
E dE dEx i dEy j dEx i dEy j

E dE cos i dE sen j (1)


Na Eq. (1), a expressão de dE é obtida pela lei de Coulomb e a de cos pela análise geométrica do
esquema acima.

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1 dq
dE (2)
4 0 r2
Onde:
dq dy
R
r
cos
Logo:
1 cos 2 dy
dE (3)
4 0 R2
Podemos determinar uma expressão para dy partindo-se da relação:
y R tan
Derivando-se y em relação à :
R
dy d (4)
cos2
Substituindo-se (4) em (3):
1
dE d (5)
4 0 R
Substituindo-se (5) em (1):
1 /2 /2
E cos d i sen d j 1i 1j
4 0 R 0 0 4 0 R

E i j
4 0R 4 0R

Como as componentes i e j do vetor E são iguais, o ângulo é 45o. Este resultado não depende de
R, pois este termo está igualmente presente em ambas as componentes de E.

41. No experimento de Millikan, uma gota de raio 1,64 mm e densidade de 0,851 g/cm3 fica
equilibrada quando um campo elétrico de 1,92 x 105 N/C é aplicado. Determine a carga da gota,
em termos de e.

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(Pág. 30)
Solução.
Considere o seguinte esquema:

F Q, m
E y
R
x
P

Como a gota de óleo está em equilíbrio, as forças que atuam sobre a mesma, a força elétrica F e o
peso P, devem somar zero.
F P 0 (1)
A força elétrica vale:
F QE Q E j QEj (2)
O peso da gota vale:
4
P mgj Vgj R3 gj (3)
3
Substituindo-se (2) e (3) em (1):
4
QEj R3 gj 0
3
4 R3 g
Q 8, 0337 10 19 C
3E
19
Como a carga de um elétron vale e = 1,60 10 C, temos:
Q 5,021 e
Q 5e

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44. Um campo vertical uniforme E é estabelecido no espaço entre duas grandes placas paralelas.
Uma pequena esfera condutora de massa m é suspensa no campo, pendendo da extremidade de
um fio de comprimento L. Determine o período deste pêndulo, quando a esfera recebe uma
carga +q, se a placa inferior (a) está positivamente carregada e (b) está negativamente
carregada.
(Pág. 31)
Solução.
(a) Considere o seguinte esquema da situação:

y
F T
E z x
q, m
P

Vamos fazer o cálculo do período T por meio da freqüência angular do movimento harmônico
simples (MHS). Esta será obtida por meio da construção da equação diferencial do MHS, que por
sua vez tem sua origem na segunda lei de Newton.
τ Iα
Torques em relação ao ponto de suspensão, no eixo z:
z P F T mg sen L qE sen L 0 I z

O torque da tensão T em relação ao ponto de suspensão é nulo. O sinal negativo fora dos parênteses
indica o caráter restaurador do torque.
2d2
mg sen L qE sen L mL
dt 2
d2 qE 1
g sen 0
dt 2 m L
Para pequenas oscilações, é suficientemente pequeno para que seja aceitável a aproximação sen
.
d2 qE 1
2
g 0
dt m L
Esta é a equação diferencial do MHS, que tem a forma:
d2 2
0
dt 2
Logo:
2 qE 1
g
m L
Como o período é dado por:
2
T

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Temos finalmente:
L
T 2
qE
g
m
O sistema somente será capaz de oscilar se g qE/m.
(b) Neste caso, a força elétrica F tem o sentido y. A única conseqüência é o sinal do torque relativo
à força elétrica, agora positivo, que se propaga até o cálculo do período de oscilação.
L
T 2
qE
g
m

46. Um elétron é forçado a mover-se ao longo do eixo do anel carregado discutido na Seção 28-5.
Mostre que o elétron pode realizar pequenas oscilações através do centro do anel, cuja
freqüência é dada por
eq
4 0 mR 3
(Pág. 31)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:

R
+Q m, e

F P E x

O campo elétrico no ponto P gerado por um anel de cargas foi calculado na Seção 28.5 do livro e
vale:
qx
E i
2 2 3/ 2
4 0 x R
Um elétron de massa m e carga e colocado no ponto P estará sujeito a uma força cujo módulo é
dado por:
qex
F 3/ 2
4 0 x2 R2
A equação de movimento do elétron é dada pela segunda lei de Newton:
d 2x qex
F m 3/ 2
dt 2 4 x2 R2
0

________________________________________________________________________________________________________ 15
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d 2x qex
3/ 2
0
dt 2 4 2
R2
0m x

Para pequenas oscilações, temos x R, o que reduz a expressão acima a:


2
d x qe
x 0
dt 2 4 0 mR3
Esta é a equação diferencial do MHS, que tem a forma:
d 2x 2
x 0
dt 2
Logo:
qe
4 0 mR 3

48. Um dipolo elétrico, composto de cargas de módulo 1,48 nC separadas por 6,23 m, está imerso
num campo elétrico de 1.100 N/C. (a) Qual é o módulo do momento de dipolo elétrico? (b)
Qual é a diferença em energia potencial conforme o dipolo tenha orientação paralela e
antiparalela ao campo?
(Pág. 31)
Solução.
(a) O módulo do momento de dipolo vale:
p qd 1, 48 10 9 C 6, 23 10 6 m 9, 2204 10 15
C.m
15
p 9, 22 10 C.m
(b) A variação da energia potencial vale:
U U par U antipar
As energias potenciais das configurações paralela (Upar) e antiparalela (Uantipar) valem:
U par p par .E pE cos 0 pE
U antipar pantipar .E pE cos pE
Logo, o valor de U é:
11
U pE pE 2 pE 2,0284 10 J
11
U 2, 03 10 J

51. Determine o trabalho necessário para girar um dipolo elétrico de 180 o num campo elétrico
uniforme E, em termos do momento de dipolo p e do ângulo inicial 0 entre p e E.
(Pág. 31)
Solução.
Considere o seguinte esquema:

________________________________________________________________________________________________________ 16
a
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p +
Inicial
Ui E

Final
Uf E
+
p
O trabalho realizado pela força elétrica é dado por:
W U Uf Ui Ui U f (1)
As energias potenciais das configurações inicial (Ui) e final (Uf) do dipolo valem:
Ui pi .E pE cos 0 (2)
Uf p f .E pE cos 0 pE cos 0 pE cos 0 (3)
Substituindo-se (2) e (3) em (1):
W pE cos 0 pE cos 0 2 pE cos 0

Logo, o trabalho de um agente externo vale:


Wext W 2 pE cos 0

52. Determine a freqüência de oscilação de um dipolo elétrico, de momento p e momento de inércia


I, para pequenas amplitudes de oscilação em torno de sua posição de equilíbrio, num campo
elétrico uniforme E.
(Pág. 31)
Solução.
Considere o seguinte esquema:
p + y
z x
E

O torque gerado pelo campo elétrico E sobre o dipolo, cujo momento de dipolo é p, é dado por:
τ p E pE sen k
Aplicando-se a segunda lei de Newton, no eixo z:
d2
pE sen I
dt 2
Nesta equação, I é o momento de inércia do dipolo elétrico em relação em eixo de oscilação Para
pequenas amplitudes angulares, é válida a aproximação sen = .
d2 pE
2
0
dt I
Esta é a equação diferencial do MHS, que tem a forma:
d 2x 2
x 0
dt 2
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a
Resnick, Halliday, Krane - Física 3 - 4 Ed. - LTC - 1996. Cap. 28 – O Campo Elétrico
Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES

Nesta equação, é a freqüência angular da oscilação, e vale:


pE
I
A freqüência da oscilação, , vale:

2
Logo:
1 pE
2 I

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a
Resnick, Halliday, Krane - Física 3 - 4 Ed. - LTC - 1996. Cap. 28 – O Campo Elétrico

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