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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ÉDERSON POSSOBOM PEREIRA

TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA EM SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO

Ijuí
2016
ÉDERSON POSSOBOM PEREIRA

TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA EM SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito para obtenção de
diploma de engenheiro eletricista pela
Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul.

Orientador: Professor Me Mário Noronha


Agert

Ijuí
2016
AGRADECIMENTOS

À minha esposa e companheira Denise. Pelo apoio, cuidado e


dedicação durante estes árduos seis anos de estudo. Meus filhos Filipe e
Júlia por ter sentido e compreendido minha ausência nas noites deste
período. Meus pais Nélio e Lenir por ter ensinado o caminho correto a
seguir. Meu colega e amigo Leoni dos Santos ao disponibilizar alguns
materiais de pesquisa para realizar este relatório. Ao professor Mário
Agert pela orientação.
RESUMO

A termografia infravermelha é uma poderosa técnica de manutenção


preditiva sendo muito empregada nas concessionarias de energia elétrica. Com a
utilização do termovisor é possível a detecção de defeitos em equipamentos no seu
estagio inicial e assim evitar a interrupção no fornecimento de energia, reduzindo
custos em manutenção e aumentando a confiabilidade do sistema elétrico.
Este trabalho de conclusão de curso mostra algumas imagens
infravermelhas reais coletadas por uma equipe de manutenção de subestação.
Estas imagens são de algumas conexões elétricas de equipamentos do sistema
elétrico de potência. Trata de que forma estas imagens são avaliadas para
posteriormente um acompanhamento da evolução e correção de um possível defeito
nas conexões elétricas dos equipamentos em questão.
ABSTRACT

The infrared thermography is a powerful predictive maintenance technique


being much employed in electric power utilities. With the use of the thermal imager is
possible the detection of defects in equipment in its initial stage and avoid the
disruption in the energy supply, reducing maintenance costs and increasing the
reliability of the electric system.
This final project shows some infrared images real collected by a team of
maintenance of substation. These pictures are of some electrical connections of
electric power system equipment. This is how these images are evaluated for later
monitoring the evolution and correction of a possible defect in the electrical
connections of the equipment in question.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Transferência de calor unidimensional por condução ...................... 12


Figura 2 - Processo de transferência de calor por convecção. (a) convecção forçada;
(b) convecção natural ....................................................................................... 13
Figura 3 - Resfriamento por radiação de um sólido quente .............................. 15
Figura 4 - Espectro eletromagnético ................................................................ 16
Figura 5 - Divisão do espectro magnético com exemplos de emissores de radiação
......................................................................................................................... 17
Figura 6 - Emitância radiante vs comprimento de onda ................................... 19
Figura 7 - Curvas de Planck ............................................................................. 21
Figura 8- Distâncias no ar que delimitam as zonas de risco, controlada e livre 36
Figura 9- Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e
livre. Com interposição de superfície de separação física adequada............... 36
Figura 10 - Inspeção qualitativa ....................................................................... 38
Figura 11 – Método por comparação da diferença de temperatura medida Δtm39
Figura 12 - Detectores de plano focal .............................................................. 44
Figura 13 - Configurações do sistema de escaneamento ................................ 45
Figura 14 - Ponte bolômetro ............................................................................. 48
Figura 15 - Detector piroelétrico ....................................................................... 49
Figura 16 – Termopilha .................................................................................... 50
Figura 17 - Câmera termográfica Flir série P ................................................... 51
Figura 18 - SE Guarita Disj 24-1 ...................................................................... 54
Figura 19 - Bucha 23 kV TR-3 SAG-2 .............................................................. 59
Figura 20 - Bobina debloqueio 230 kV SE GRT ............................................... 64
Figura 21 - Seccionadora 69 kV SE Guarita..................................................... 69
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores típicos para coeficientes de transferência de calor por convecção


......................................................................................................................... 14
Tabela 2-Emissividade de alguns materiais ..................................................... 23
Tabela 3 - Divisão da radiação infravermelha segundo a CIE e adotada pela ABNT
......................................................................................................................... 25
Tabela 4 - Algumas aplicações dos sistemas infravermelhos .......................... 30
Tabela 5- Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre .............. 35
Tabela 6- Tabela de providências em relação a conexões e contatos ............. 41
Tabela 7- Tabela de providências em relação a para-raios ............................. 42
Tabela 8 - Resumo características Flir P620.................................................... 53
LISTA DE ABREVIATURAS

CEEE-GT – Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica;


SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................4

INTRODUÇÃO ....................................................................................................9

1 PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................................11

1.1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO ......................................................................11

Figura 1 - Transferência de calor unidimensional por condução ...............12

1.2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO .....................................................................12

Figura 2 - Processo de transferência de calor por convecção. (a) convecção


forçada; (b) convecção natural ..................................................................13

1.3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO ........................................................................14

Figura 3 - Resfriamento por radiação de um sólido quente ........................15

2 TEORIAS DA RADIÇÃO ..............................................................................18

2.1 LEI DE PLANCK .....................................................................................................................18

2.2 LEI DO DESLOCAMENTO DE WIEN........................................................................................19

2.3 LEI DE STEFAN-BOLTZMANN ................................................................................................21

2.4 EMISSIVIDADE .....................................................................................................................22

3 RADIAÇÃO INFRAVERMELHA ..................................................................24

3.1 HISTÓRICO DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA .................................25

4 CONCEITO DE TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA .................................31

4.1 TERMOGRAFIA NO SISTEMA ELETRICO ................................................................................32

4.2 TERMOGRAFISTA .................................................................................................................32


4.3 LIMITAÇÕES DA TERMOGRAFIA ...........................................................................................33

4.4 RECOMENDAÇÕES ...............................................................................................................34

4.5 MÉTODOS DE INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA ...........................................................................37

4.6 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DAS ANOMALIAS TÉRMICAS ..................................................40


4.6.1 Anomalias térmicas em conexões e contatos.................................................................... 40
4.6.2 Anomalias térmicas em para-raios .................................................................................... 41
4.6.3 Anomalias térmicas em equipamentos ............................................................................. 42

5 TERMOVISORES .........................................................................................43

5.1 TECNOLOGIAS DE DETECÇÃO ...............................................................................................43


5.1.1 Matriz de plano focal (focal plane array- fpa) ................................................................... 44
5.1.2 Scanners .............................................................................................................................. 45

5.2 FAIXA DE TEMPERATURA.....................................................................................................46

5.3 RESOLUÇÃO ESPACIAL .........................................................................................................47

5.4 TIPOS DE DETECTORES .........................................................................................................47

5.5 TERMOVISOR FLIR P620.......................................................................................................50

6 TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA EM SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO


......................................................................................................................54

CONCLUSÃO ...................................................................................................74

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .....................................................................75


9

INTRODUÇÃO

O ser humano tornou-se totalmente dependente da eletricidade. Nos dias


atuais é praticamente impossível a sobrevivência sem o seu uso. Considerada um
bem de primeira necessidade para a população.
A eletricidade está presente desde a iluminação a partir da lâmpada
incandescente, a mais primitiva de todas, até a carga da bateria de um celular ou
laptop.
Os consumidores estão mais exigentes e conhecedores de seus direitos em
relação à qualidade e continuidade da eletricidade que recebem em suas casas.
Seguindo no mesmo sentido os órgãos fiscalizadores cada vez mais cobrando
responsabilidades das concessionárias.
As concessionárias detentoras do direito à exploração de energia sejam
geradoras, transmissoras ou distribuidoras precisam investir grandes quantidades de
recursos financeiros para propiciar uma eletricidade com qualidade e de forma
contínua para o consumidor final. Um recurso deve ser destinado à expansão e
outro investido em uma eficiente manutenção do sistema elétrico. Mantendo os
equipamentos em operação normal e evitando falhas é possível disponibilizar uma
energia elétrica com qualidade, continuidade e baixo custo.
Para garantir uma boa operação e evitar falhas, devem-se adotar algumas
medidas de manutenção. Dentre as quais podemos destacar a manutenção
preventiva. Consta em determinar através da orientação de fabricantes de que
intervenções nos equipamentos sejam programadas e periódicas com a finalidade
de substituir ou reparar componentes específicos dos equipamentos. Outra medida é
a manutenção preditiva, que só é realizada se a condição do equipamento requerer.
Diferentemente da manutenção preventiva, a manutenção preditiva não necessita
ser realizada em um intervalo regular podendo ser quando a condição do
equipamento a requerer. Este tipo de manutenção pode encontrar falhas em seus
estágios iniciais antes de tornarem-se com um grande potencial de interrupção no
fornecimento de energia elétrica.
A grande maioria das falhas ocasionadas no sistema elétrico de potencia é
devida a anormalidade térmica em componente elétrico. Isto faz com que a medição
10

da temperatura do componente seja constantemente monitorada através de análises


e diagnósticos através de uso do instrumento denominado termovisor.
Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas medidas de
temperaturas realizadas conexões elétricas de alguns equipamentos elétricos de
subestação e também os procedimentos adotados para determinar se estas
temperaturas podem ser caracterizadas como anomalias térmicas ou uma condição
normal de operação. As medidas que tratam este trabalho foram coletadas por uma
equipe qualificada de manutenção de subestação pertencente à empresa
transmissora de energia elétrica CEEE-GT. Utilizado como instrumento medidor de
temperatura um termovisor de marca Flir do modelo P620.
Este trabalho está dividido em seis capítulos distribuídos na disposição a
seguir. O capitulo um apresenta uma teoria inicial aos processos de transferência de
calor como a condução, convecção e radiação. Já em seguida no capitulo dois o
conceito de corpo negro é abordado com apresentação de algumas leis que regem o
principio de estudo da radiação. O capítulo três é dedicado à radiação infravermelha.
Apresenta um embasamento teórico a localização dentro do espectro infravermelho
e um registro histórico desde o descobrimento até seus primeiros usos. A
termografia infravermelha é estudada no capitulo quatro. Limitações da técnica são
apresentadas quando o uso é no sistema elétrico. E também alguns métodos de
inspeção termográfica. O capitulo cinco é dedicado ao termovisor. Instrumento
responsável pela coleta das informações necessárias para a realização deste
trabalho. E finalizando no capitulo seis, as medições de temperaturas realizadas
pela equipe de manutenção e os procedimentos adotados logo após a leitura.
11

1 PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

A ciência da transferência de calor está relacionada com a razão da troca de


calor entre corpos quentes e frios chamados fonte e receptor. Existem três maneiras
diferentes em que o calor pode se mover a partir da fonte para o receptor, mesmo
quando muitas aplicações de engenharia são combinações de dois ou três
processos. Há transferência de calor através da condução, convecção e radiação.
Esta ultima será a de maior abordagem deste trabalho.

1.1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO

A condução é a transferência de calor a partir de uma parte de um corpo a


uma temperatura mais elevada para outra parte do mesmo corpo a uma temperatura
inferior, ou a partir de um corpo a uma temperatura superior a outro corpo em
contato físico com ele, a uma temperatura inferior.
O processo de condução ocorre a nível molecular e envolve a transferência
de energia a partir das moléculas mais energéticas para aquelas com um nível
energético mais baixo. Isto pode ser facilmente visualizado nos gases, onde se nota
que a energia cinética média das moléculas nas regiões de alta temperatura é maior
do que a dos nas regiões de baixa temperatura. As moléculas mais energéticas, que
estão em movimento constante e aleatório, colidem periodicamente com moléculas
de um nível mais baixo de energia e trocam energia e momento.
Quando as moléculas estão constantemente colidindo, uma transferência de
energia das moléculas mais enérgicas para as moléculas menos energéticas deve
ocorrer. Na presença de uma gradiente de temperatura, a transferência de energia
por condução deve, então, ocorrer no sentido da diminuição da temperatura.
Nos líquidos, as moléculas são mais espaçadas do que nos gases, mas o
processo de troca de energia molecular é semelhante ao dos gases.
Nos sólidos não condutores de eletricidade, ou dielétricos, o calor é
conduzido por ondas de treliça causadas pelo movimento atômico. Enquanto nos
sólidos condutores de eletricidade, o calor é conduzido também devido ao
movimento de translação dos elétrons livres.
Os processos de transferência de calor podem ser quantificados em termos
de equações apropriadas. Estas equações podem ser usadas para calcular a
quantidade de energia a ser transferida por unidade de tempo.
12

Para o processo de condução, a equação é conhecida como Lei de Fourier.


Para a parede unidimensional plana mostrada na Figura 1, que tem uma distribuição
de temperatura ( ), a equação é expressa como:

= (equação 1)

Figura 1 - Transferência de calor unidimensional por condução

Fonte: (BERGMAN, LAVINE, et al., 2011)

O fluxo de calor ( / ), é a taxa de transferência de calor na direção


por unidade de área perpendicular à direção de transferência, e é proporcional ao
gradiente de temperatura, / , neste sentido. O parâmetro é uma propriedade
de transporte conhecido como a condutividade térmica / e é uma
característica da parede do material. O sinal menos é uma consequência do fato de
que o calor é transferido no sentido diminuir a temperatura.

1.2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO

A transferência de calor por convecção é devido ao movimento de um fluido.


O fluido frio adjacente a superfícies quentes recebe calor que logo se transfere ao
resto do fluido misturando-se com ele.
A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com
a natureza do fluxo. Falamos de convecção forçada quando o fluxo é causado por
meios externos, tais como por um ventilador, uma bomba, ou ventos atmosféricos.
Como um exemplo, considere a utilização de um ventilador para fornecer ar
de arrefecimento por convecção forçada de componentes elétricos quentes em uma
pilha de placas de circuito impresso Figura 2a.
13

Em contraste, por convecção livre ou natural, o fluxo é induzido pelas forças


de flutuação, que são devidos às diferenças de densidade causadas por variações
de temperatura no fluido. Um exemplo é a transferência de calor por convecção livre,
que ocorre a partir de componentes quentes em uma matriz vertical de placas de
circuito em ar Figura 2b. O ar que entra em contato com os componentes,
experimenta um aumento na temperatura e, por conseguinte, uma redução na
densidade. Uma vez que agora é mais leve do que o ar circundante, forças de
flutuação induzem um movimento vertical ascendente para os quais o ar quente das
placas é substituído por uma entrada de ar ambiente mais frio.

Figura 2 - Processo de transferência de calor por convecção. (a) convecção


forçada; (b) convecção natural

Fonte: (BERGMAN, LAVINE, et al., 2011)

Independentemente da natureza do processo de transferência de calor por


convecção, a equação adequada é da forma:
"
= ( ) (equação 2)
"
Onde , o fluxo de calor por convecção ( / ), é proporcional para a
diferença entre as temperaturas da superfície e dos fluidos, e ,
respectivamente. Esta expressão é conhecida como lei de Newton da refrigeração, e
o parâmetro ( / ) é denominado de coeficiente de transferência de calor por
convecção. Os valores para o coeficiente de transferência de calor por convecção
para os gases e líquidos está demonstrado na Tabela 1.
14

Tabela 1 - Valores típicos para coeficientes de transferência de calor por


convecção
Coeficiente de
Processo transferência de calor por
convecção ( / )
Convecção natural
Gases 2-25
Líquidos 50-1000
Convecção forçada
Gases 25-250
Líquidos 100-20000
Fonte: (BERGMAN, LAVINE, et al., 2011)

Este coeficiente depende das condições na camada limite, que são


influenciadas pela superfície geométrica, a natureza do movimento do fluido, e uma
variedade de propriedades de termodinâmica e transporte dos fluidos.

1.3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO

Considere um sólido que está inicialmente em uma temperatura superior à


do seu entorno , mas que em torno existe um vácuo (Figura 3). A presença do
vácuo impede a perda de energia a partir da superfície do sólido por condução ou
convecção. No entanto, a nossa intuição nos diz que o sólido vai esfriar e,
eventualmente, atingir o equilíbrio térmico com o seu entorno. Este arrefecimento é
associado com uma redução na energia interna armazenada pelo sólido e é uma
consequência direta da emissão de radiação térmica a partir da superfície.
Por sua vez, a superfície irá interceptar e absorver a radiação proveniente do
meio envolvente.
No entanto, se > a taxa de transferência de calor por radiação líquida
, é a partir da superfície, e a superfície vai esfriar até atingir .
15

Figura 3 - Resfriamento por radiação de um sólido quente

Fonte: (BERGMAN, LAVINE, et al., 2011)

Nós associamos radiação térmica com a taxa na qual a energia é emitida


pela matéria como um resultado da sua temperatura finita. Neste momento radiação
térmica está sendo emitida por toda a matéria que nos rodeia: pelos móveis e
paredes da sala, se você estiver dentro de casa, ou pelo solo, edifício, a atmosfera e
o sol se você estiver ao ar livre.
O mecanismo de emissão está relacionado à energia liberada como
resultado de oscilações ou transições dos muitos elétrons que constituem a matéria.
Estas oscilações são, por sua vez, sustentadas pela energia interna, e, por
conseguinte, a temperatura da matéria.
Então nós sabemos que a radiação se origina devido à emissão pela matéria
e que seu subsequente transporte não exige a presença de qualquer matéria. Mas
qual é a natureza desse transporte? Uma teoria vê a radiação como a propagação
de uma coleção de partículas denominadas fótons ou quanta. Alternativamente, a
radiação pode ser vista como a propagação de ondas eletromagnéticas.
O número de ondas que passam por um dado ponto na unidade de tempo, é
a frequência da radiação, e o produto da frequência pelo comprimento de onda é a
velocidade da onda. Para o vácuo, a velocidade de propagação da radiação é
próxima de 300 mil quilômetros por hora. Sendo o vácuo o melhor meio para sua
propagação. Para um meio particular, as propriedades estão relacionadas como
= ⁄ [μm], onde a propagação no vácuo = 2,998 × 10 ⁄ .
16

O espectro magnético visto na Figura 4, é dividido em várias regiões, que


são distinguidas pelos métodos usados para emissão e absorção de radiação. Estas
regiões são as ondas de rádio, as micro-ondas, infravermelho, visível, ultravioleta,
raios-x e raios gama.

Figura 4 - Espectro eletromagnético

Fonte: (BERGMAN, LAVINE, et al., 2011)

As ondas de raios gama, raios-x e radiação ultravioleta são de interesse


principalmente para a física de alta energia e engenharia nuclear. Enquanto as
micro-ondas e as ondas de rádio são de interesse da engenharia elétrica.
Já a região intermediária do espectro que se estende de aproximadamente
0,1 µm a 1000 µm e inclui uma porção das ultravioletas e toda região visível e
infravermelha, esta é denominada radiação térmica porque afeta o estado térmico e
temperatura da matéria.
Uma imagem mais detalhada do espectro eletromagnético pode ser
observada na Figura 5 onde vemos as diferentes divisões do espectro. A frequência
emitida por cada objeto do nosso cotidiano e também um comparativo do
comprimento da onda de uma dada frequência com algum objeto.
17

Figura 5 - Divisão do espectro magnético com exemplos de emissores de


radiação

Fonte: (Why are People Concerned About Electromagnetic Radiation


(EMF)?)

Na região de alta frequência do espectro (ultravioleta e além), a unidade de


comprimento de onda utilizado é a unidade de angstroms (Å), onde 1 Å = 10-10 m.
Na região de luz visível do espectro, tanto angstrom como o micro são
utilizados como unidades de comprimento de onda.
Na região de baixa-frequência (micro-ondas e ondas de rádio), as unidades
de comprimento de onda utilizadas são o milímetro (mm), o centímetro (cm), e o
metro (m).
18

2 TEORIAS DA RADIÇÃO

Neste capitulo do trabalho será abordado o conceito de corpo negro e


algumas leis que envolvem seu estudo.
Um corpo negro é, por definição, qualquer objeto que absorve
completamente toda radiação incidente sobre ele. Por outro lado, a radiação emitida
por um corpo negro em qualquer temperatura é o máximo possível. Um corpo negro
é, portanto, um ideal ou perfeito absorvedor e radiador de radiação, em todas as
temperaturas e para todos os comprimentos de onda. No trabalho de infravermelho
o corpo negro é utilizado como um padrão. A sua eficiencia na absorção e
irradiaçao, chamado fator de emissividade, é dita para ser igual à unidade. Qualquer
objeto, corpo negro ou de outra forma, cuja temperatura é acima do zero absoluto
irradia energia em todo o espectro IR. A quantidade e características espectrais da
energia irradiada IR dependem da temperatura absoluta do objeto e também sobre
sua natureza e acabamento da superfície. Uma superfície altamente polida como um
espelho de prata ou aluminio é um absorvedor e irradiador de energia extremamente
pobre, seu fator de emissividade está perto de zero. A superfície preta, áspera,
como fuligem é um absorvedor e radiador de energia altamente eficiente; seu fator
de emissividade é próximo da unidade. Objetos com fatores de emissividade menor
que a unidade são denominados corpos cinzentos, e a grande maioria dos objetos
encontrados na prática se enquadram nesta categoria. Uma cavidade enegrecida no
interior aborda o corpo negro perfeito.
A temperatura absoluta do objeto radiante, o pico do comprimento de onda
da radiação emitida, a forma da curva de intensidade de radiação versus
comprimento de onda, e o total de energia irradiada estão relacionados pelas
seguintes leis fundamentais da física. Estas leis aplicam-se a corpos negros.
Eles podem ser alterados de modo a aplicar-se a corpos cinzentos.

2.1 LEI DE PLANCK

A emissão de radiação por um corpo negro é descrita pela lei de Planck que
emprega os conceitos de termodinâmica e tem a forma

= ( ⁄ )
(equação 3)

Onde:
19

= emitância radiante do corpo negro, isto é, a força emitida por unidade de área
por comprimento de onda. [ ]
= temperatura absoluta do corpo negro [°K]
=comprimento de onda da radiação emitida
= 6,6256 × 10 [ ] é a constante de Planck
= 1,38054 × 10 [ ] é a constante de Boltzmann
= 2,998 × 10 [ ]
A Figura 6 mostra a emitância radiante para corpos negros a várias
temperaturas absolutas. A unidade do comprimento de onda para estas curvas está
em micrometro. Será visto que, como a temperatura do corpo negro aumenta, a
intensidade de energia radiante emitida aumenta rapidamente. Observamos que a
energia irradiada é zero para comprimentos de onda próximos de zero, aumentando
a um valor máximo e aproximando-se de zero para comprimentos de onda mais
longos.

Figura 6 - Emitância radiante vs comprimento de onda

Fonte: (HACKFORTH, 1960)

2.2 LEI DO DESLOCAMENTO DE WIEN


20

Derivando a equação de Planck em relação ao comprimento de onda ( ) e a


resolvendo para o valor máximo, obtemos ( ), o comprimento de onda em que
é máximo.
= (equação 4)

Onde
= 2897 ° é uma constante
[ ] : comprimento de onda em que ocorre a máxima emitância radiante do
corpo negro em uma determinada temperatura .
[° ] : temperatura absoluta do corpo negro
Esta é a lei do deslocamento de Wien. Isto afirma que o pico do
comprimento de onda da radiação multiplicado pela temperatura absoluta do
corpo negro é igual a uma constante. À medida que a temperatura de um corpo
negro aumenta, o pico do valor da radiação tende a comprimentos de onda mais
curtos.
A abaixo ilustra as curvas de Planck. A linha pontilhada representa o lugar
geométrico da emitância radiante máxima ( ).
21

Figura 7 - Curvas de Planck

Fonte: (GAUSSORGUES, 1994)

2.3 LEI DE STEFAN-BOLTZMANN

A emitância radiante total de um corpo negro a uma temperatura absoluta


pode ser obtida integrando em relação ao comprimento de onda ( ) entre =0
até = ∞ obtem-se
=∫ = (equação 5)

Onde,
[ ⁄ ] : emitância radiante total do corpo negro da superfície radiante;
[ ] : temperatura absoluta
[ ] = 5,673 × 10 constante de Stefan-Boltzmann.
22

Graficamente a emitância radiante total ( ) representa a área abaixo da


curva de Planck para uma dada temperatura específica.

2.4 EMISSIVIDADE

As leis acima foram derivadas de um corpo negro com uma emissividade de


1,0. No entanto, a maioria dos corpos encontrados na prática não é perfeita corpos
negros. Eles são corpos cinzentos que irradiam ou absorvem menos do que um
corpo negro à mesma temperatura. Sua emissividade é sempre menos do que a
unidade. O fator de emissividade de um objeto é uma medida de sua radiação (e de
absorção) eficiência. É definida como
= (equação 6)

Onde
= emitância radiante total de um corpo cinza;
= emitância radiante total de um corpo negro a uma mesma temperatura
absoluta.
Isto então é referido como a emissividade total, que é a razão da energia
irradiada pelo material à temperatura e a energia irradiada por um corpo negro à
mesma temperatura.
Corpos cinza não obedecem às leis que regem um corpo negro. Essas leis
devem ser alteradas por multiplicação do fator de emissividade. Assim, a lei de
Stefan-Boltzmann, aplicada a um corpo cinzento torna-se.
= (equação 7)

Onde,
= fator de emissividade de um corpo cinza
[ ]= temperatura absoluta
[ ] = 5,673 × 10 constante de Stefan-Boltzmann.

Esta é uma função do comprimento de onda, a direção de observação


relativa para a superfície e a temperatura da superfície.
Em geral, a emissividade espectral varia lentamente com comprimento de
onda no caso de objetos sólidos, mas oscila rapidamente no caso de gases e
23

líquidos. Além disso, a emissividade de uma superfície na faixa visível muitas vezes
não tem nenhuma relação com sua emissividade do infravermelho. Por exemplo, a
neve tem emissividade visível muito baixa, mas é um excelente corpo negro no
infravermelho. Esta propriedade permite um retorno bastante lento para o estado
líquido, mesmo sobre exposição ao sol. Na verdade, a maior parte da radiação solar
visível é difusa e refletida; a maior emissividade infravermelha permite a re-emissão
de energia infravermelha absorvida.
Os metais têm uma emissividade relativamente alta que aumenta
rapidamente com a temperatura. Até um óxido é formado na superfície do metal
quente. Outros materiais têm altas emissividades que tendem a diminuir com a
temperatura. Em todos os casos, a emissividade depende da superfície do material.
Na Tabela 2 abaixo é apresentado o valor da emissividade para alguns tipos
de materiais.

Tabela 2-Emissividade de alguns materiais


Emissividade
Temperatura
Material normal total
°C
(ε)
Alumínio polido 0 0,03
Alumínio polido 100 0,05
Alumínio anodizado 100 0,55
Ouro polido 100 0,02
Ferro polido 40 0,21
Ferro oxidado 100 0,64
Aço polido 100 0,07
Aço oxidado 100 0,79
Lâmpada negra 20 0,95
Papel branco 20 0,93
Madeira 20 0,9
Vidro polido 20 0,94
Pele humana 32 0,98
Água 1 0,92
Neve 0 0,8

Fonte: (GAUSSORGUES, 1994)


24

3 RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

A Radiação infravermelha é uma radiação eletromagnética. Ela é gerada


pela vibração e rotação dos átomos e moléculas dentro de qualquer material cuja
temperatura está acima do zero absoluto (0° K ou -273° C). Radiação infravermelha
viaja em linha reta para fora da fonte. Ela é propagada no vácuo, bem como em
meio físico, tal como ar, gases, líquidos ou sólidos. Ao contrário das "ondas de
calor," a radiação infravermelha não é transferida por convecção térmica ou
condução em meio físico. Muitas vezes a radiação infravermelha é referida como
"ondas de calor". Este termo é um termo impróprio. Ele surgiu do fato de que a
radiação infravermelha gera calor em qualquer objeto absorvente metido em seu
caminho desde que provoque vibrações ou rotações dentro da estrutura atômica do
objeto; mas assim como qualquer outra forma de radiação eletromagnética.
Objetos colocados no ponto focal de uma lente em um feixe de alta
intensidade de luz visível, ou perto da fonte de um feixe de radar de alta intensidade,
também se tornam aquecidos por um processo semelhante. Os perigos da
excessiva exposição corporal ao intenso raio-x ou feixes de radar são bem
conhecidos.
A banda de frequências de radiação infravermelha varia de
aproximadamente 1 milhão para 500 milhões de megaciclos. Esta se situa entre a
região de maior frequência da luz visível e a região de menor frequência de micro-
ondas. Consequentemente, radiação infravermelha apresenta algumas das
características de luz visível e de radar e ondas de rádio. Pode ser opticamente
focado e dirigido por lentes ou espelhos ou dispersas por prismas. Ao mesmo tempo
pode ser transmitido como ondas de rádio ou radar através dos materiais que são
opacos à luz visível.
A radiação infravermelha está localizada entre 0,78 µm e 1000 µm do
espectro eletromagnético, de outra forma, a partir do limite da região vermelha
visível em 0,78 µm até o início das micro-ondas em 1000 µm.
Com o resultado do desenvolvimento de novos dispositivos detectores de
infravermelho e materiais óticos, houve a necessidade de dividir a região
infravermelha. Mas até hoje não existe uma padronização dos limites e outras
subdivisões. Uma dezena ou mais propostas sobre a divisão da faixa do
infravermelho têm sido publicados na literatura. Uma divisão precisa da radiação
25

infravermelha é particularmente importante para qualquer livro sobre os


termovisores. Neste estudo será utilizada a divisão da radiação infravermelha da
International Lightining Vocabulary publicada pela International Lightining
Commission- CIE e adotada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,
demonstrada na figura abaixo:

Tabela 3 - Divisão da radiação infravermelha segundo a CIE e adotada pela


ABNT
Região Comprimento da onda

IR-A 0,78 µm – 1,4 µm


IR-B 1,4 µm – 3 µm
IR-C 3 µm – 1000 µm
Fonte: (CHRZANOWSKI, 2010)

Aproximadamente metade da energia no espectro solar recai sobre a


radiação infravermelha e é exagero dizer que é a fonte de vida na terra, bem como
uma fonte de catástrofes globais. Não é por acaso que a radiação infravermelha
também é chamada de térmico. Sem ela, a nossa Terra seria como uma bola de
neve sem vida. Por outro lado, a absorção de excesso de radiação solar na região
do infravermelho em diferentes períodos geológicos da Terra, levou ao
superaquecimento e dessecação do planeta e causou a máxima extinção de todos
os viventes.

3.1 HISTÓRICO DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

Após a descoberta por Sir Isaac Newton em 1666 que a luz branca passada
através de um prisma era dividida nas cores do espectro visível, a existência de
radiação para além do vermelho do espectro era conhecida. A emissão de
infravermelho a partir de uma chama de sódio foi observada por Thomas Melville em
1752.
Radiação infravermelha foi descoberta por acidente pelo astrônomo real do
Rei George III, o britânico William Herschel em seu estudo sobre o Sol em 1800. NO
princípio o objetivo era proteger os olhos dos raios solares ao observar o Sol.
26

Utilizando um prisma para separar as cores da luz solar, de azul para vermelho, ele
mediu a temperatura de cada cor usando termômetros de mercúrio muito sensíveis
com os bulbos pintados de preto. Para sua surpresa, observou que a elevação
máxima de temperatura ocorreu para além da faixa vermelha onde nenhuma
radiação era visível. Acabou concluindo que existia naquela região, uma luz invisível
aquecendo os termômetros. Para esta região deu o nome de espectro termométrico
e a radiação o nome de Calor Negro. Esta é a região do espectro eletromagnético
referido como infravermelho e reconhecida como a radiação eletromagnética.
Vinte anos depois, Seebeck descobriu o efeito termoelétrico, que
rapidamente levou a invenção do termopar por Leopoldo Nobili em 1829. Este
simples dispositivo de contato é baseado na premissa de que existe uma força
eletromotriz ou tensão, que ocorre quando dois metais diferentes entram em contato,
e que isto altera a resposta de um modo previsível com uma alteração na
temperatura. Melloni logo refinou o termopar em uma termopilha (uma disposição em
série de termopares) e focou radiação térmica sobre ele de tal maneira que ele
pudesse detectar uma pessoa a 9 metros afastada. Um dispositivo similar, chamado
de bolômetro, foi inventado 40 anos depois. Em vez de uma medição de diferença
de potencial, um bolômetro mede a mudança na resistência elétrica relacionada com
a temperatura. Em 1880, Longley e Abbot usaram um bolômetro para detectar uma
vaca a 300 metros de distância.
Em 1814 Fraunhofer tinha observado mais de 700 linhas de absorção
escuras no espectro infravermelho. Em 1835 Talbot, com sua declaração "Luz
atravessando um meio transparente é capaz de excitar movimento entre suas
partículas", tinha expressado, embora incorretamente, o princípio fundamental da
absorção ressonância.
Em 1905, Coblentz publicou detalhes de novas técnicas espectroscópicas e
do espectro de prisma de um grande número de sólido, líquido, e materiais gasosos.
Em 1840, John Herschel, filho do Sr. William Herschel, publicou um artigo
no qual descrevia um arranjo usado para gravar imagens infravermelhas do espectro
solar. Consistia de um prisma que projetava a luz do Sol sobre um papel fino preto,
imerso em uma solução de tinta com álcool. As ondas de luz absorvidas pelo papel
produziam diferentes taxas de evaporação da solução de tinta, e resultava em uma
rudimentar imagem estampada no papel. Produziu então a primeira imagem
infravermelha. Isto foi aprimorado por Marianus Czerny em 1929 criando assim o
27

dispositivo denominado evaporograph. Este consistia de um sistema para


processamento de imagem infravermelha causada por uma diferença de evaporação
de uma película de óleo. A imagem foi vista por reflexão da luz fora da película de
óleo.
Em 1900, muitas técnicas para a dispersão e detecção da radiação
infravermelha tinham sido concebidas. A radiação termopar e suas múltiplas
versões, a termopilha e o bolômetro constituíam os meios disponíveis de detecção
no momento.
Como a compreensão para as características do infravermelho e as técnicas
para detectar e medir a radiação tornou-se disponíveis, as aplicações começaram a
aparecer. No início, técnicas infravermelhas foram usadas somente em laboratório
nas investigações experimentais sobre a própria radiação. Mais tarde, astrônomos
começaram a usar detectores infravermelhos com seus telescópios para obter
estimativas da temperatura das estrelas e superfícies planetárias pela medição da
radiação infravermelhas a partir delas.
As primeiras aplicações de técnicas espectroscópicas de infravermelho para
a indústria química ocorreu na década de 1920. Por volta de 1935 o valor da
espectroscopia infravermelha como uma ferramenta analítica nos laboratórios de
química e nas indústrias petrolíferas foi plenamente realizado. No entanto, antes do
inicio da Segunda Guerra Mundial, os poucos espectroscópios infravermelhos eram
principalmente construídos a mão e usados em laboratórios, e os interesses nas
técnicas infravermelhas eram principalmente acadêmico.
A poderosa ferramenta de espectroscopia infravermelha para análises
químicas tem sido utilizada por muitos anos. O método tornou-se uma ciência
altamente desenvolvida, com uma variedade de instrumentos para a análise de
gases e líquidos por seus espectros de absorção de infravermelhos. Os sistemas
designados para os instrumentos de espectrografia de infravermelhos, como o
espectrógrafo, espectrofotômetro, e monocromador foram, a ainda são, evoluções
diretas dos laboratórios de física.
A indústria petrolífera depende muito do espectrômetro infravermelho para a
análise qualitativa e quantitativa de hidrocarbonetos por meio do infravermelho dos
diversos constituintes das misturas complexas.
Com o advento dos infravermelhos em aplicações militares, requisitos
adicionais foram trazidos para suportar, o que estava relacionado com o tamanho,
28

peso, o consumo de energia, e a manutenção dos dispositivos de campo. Em geral,


os dispositivos militares foram necessários para operar a velocidades muito maiores
do que as exigidas dos instrumentos de laboratório. Novos problemas de detecção
foram encontrados por causa das condições não ideais que prevalecem nas
situações militares.
Com a disponibilidade de detectores mais sensíveis e eficazes de radiação
infravermelha no início da guerra, a evolução começou lentamente a aparecer. Os
equipamentos infravermelhos mais avançados, que atingiram status operacional
durante a guerra, foram os sistemas Sniperscope e Snooperscope. Estes
dispositivos utilizavam tubos de imagem foto emissivas, para observar a reflexão
infravermelha a partir de cenas iluminadas por holofotes filtrados para cortar a luz
visível.
Sniperscopes foram utilizadas com sucesso como parte da mira de fuzis
para tiros à noite. Snooperscopes foram úteis para a condução de veículos com
faróis apagados durante a noite.
Na Alemanha, as potenciais aplicações de infravermelho foram plenamente
reconhecidas, e uma grande quantidade de investigação fundamental nas áreas
básicas de emissões, atenuação atmosférica, e radiação de fundo, bem como no
desenvolvimento de novos detectores de infravermelhos, materiais ópticos, sistemas
de varrimento foram realizadas em 1930.
Com o início da guerra em 1939, a intensidade de investigação em
infravermelho pela Alemanha foi muito acelerada. Principalmente em aplicações
militares. O mais elevado ponto deste trabalho foi o desenvolvimento de sistemas de
comunicação infravermelha para uso em terra e mar, faróis de aviões, e vários
detectores infravermelhos e sistemas de rastreamento para uso contra alvos
terrestres, navios e aeronaves.
Entre os dispositivos americanos podemos citar uma bomba guiada por
infravermelho que usava um bolômetro como sensor, diversas variedades de
dispositivos de comunicação, sistemas de varredura para detecção de alvos de
irradiação de calor, como tanques ou navios, e um dispositivo de mapeamento
térmico. A operação destes equipamentos deixou muito a desejar nesta época,
devido principalmente às limitações dos componentes e das técnicas disponíveis.
29

Na Tabela 4 há uma lista dos mais variados tipos de dispositivos


infravermelho relacionando alguns dos seus usos nas mais importantes áreas da
ciência e na indústria.
30

Tabela 4 - Algumas aplicações dos sistemas infravermelhos


Sistema infravermelho Aplicações
Termografia infravermelha, fotografia infravermelha;
medida remota de temperatura; determinação da
Radiômetro infravermelho e
temperatura das estrelas; controle de processos
pirômetro infravermelho
industriais e operações de linha de montagem
automática.
Análise de imagem térmica; medidas de emissividade;
detecção de pontos quentes em circuitos elétricos,
reatores, etc; controle de qualidade; detecção de
Câmera infravermelha
diferença de minuto de temperatura; medidas de
radiação de fundo; gradientes térmicos em reações
químicas; fotografia térmica militar.
Comprimento de onda único e investigações de banda
Monocromador
estreita com espectrômetro infravermelho,
infravermelho
microscópio, telescópio.
Estudo da estrutura molecular; investigação de
reações químicas; investigação de compostos
Espectrômetro infravermelho
complexos; análise química qualitativa e quantitativa;
estudos do estado sólido.
Medicina; bioquímica; pesquisa biológica; análise de
Microscópio infravermelho amostras de minuto e drogas substâncias raras -
perfumes, tecidos, células, sangue, fibras musculares.
Usado na detecção de alvos e rastreamento de
dispositivos; investigação do espectro solar; fotografia
Telescópio infravermelho
e estudo dos corpos celestiais; investigação de
satélites artificiais.
Aplicação para controle de incêndio, navios, veículos,
Pesquisa infravermelha e
aviões, foguetes, detecção de satélite; condução
sistemas de rastreamento
noturna e aplicação para reconhecimento.

Fonte: (HACKFORTH, 1960)


31

4 CONCEITO DE TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA

A termografia pode ser definida como uma técnica para retratar um objeto
utilizando a energia térmica radiante gerada a partir da superfície deste objeto. O
sistema utilizado para esta finalidade deve ser capaz de transformar uma imagem
infravermelha em uma imagem visível. A sua função é, portanto, criar uma imagem
visível com uma distribuição de brilho que é proporcional à radiação infravermelha
gerada pelo objeto. A instrumentação é constituída por uma câmara de
infravermelhos onde um sinal codificado de vídeo é gerado. E sinal pode ser
gravado em um dispositivo de armazenamento ou apresentado por meio de uma
imagem em um processo de descodificação em um ou mais monitores. A principal
diferença entre o circuito fechado de televisão (CCTV) e termografia é que a câmera
termográfica varre uma área para a radiação infravermelha invisível e não para a luz
visível. Baseia-se na radiação infravermelha, uma forma de radiação
eletromagnética com comprimentos de onda mais longos do que aqueles da luz
visível e realiza a aquisição e o processamento de informações térmicas a partir de
dispositivos de medição sem contato.
Termografia infravermelha foi desenvolvida como uma ferramenta para
medição da temperatura de vários tipos de superfícies. Aplicações notáveis incluem
detecção térmica de doenças como câncer e problemas circulatórios de seres
humanos, o mapeamento de superfícies quentes para detectar poluição térmica e
formações geológicas, e escaneamento remoto de edifícios para detectar perdas de
calor. Também utilizada detectar defeitos em alta corrente de conexões elétricas,
transformadores, e fornos de processamento de aço em ambientes industriais.
Os princípios fundamentais que tornam as imagens térmicas infravermelhas
possíveis estão na observação de que todos os objetos emitem uma distribuição de
radiação eletromagnética que está exclusivamente relacionada com a temperatura
do objeto. A temperatura é uma medida da energia interna dentro de um objeto, uma
média macroscópica da energia cinética (a energia de movimento) de átomos ou
moléculas do qual o objeto é composto.
32

4.1 TERMOGRAFIA NO SISTEMA ELETRICO

Nos sistemas elétricos os processos de liga e desliga provocam nas


conexões de metais mecanicamente conectadas, ciclos de aquecimento e
resfriamento, dilatação e contração, gerando folgas e maus contatos.
A passagem da corrente elétrica por zonas de mau contato produz um
aquecimento nas emendas ou conexões devido ao centelhamento ou perdas por
efeito Joule. Este aquecimento pode chegar a uma intensidade tal que faça fundir ou
romper as conexões ou emendas.
Desequilíbrios de cargas podem facilmente causar desequilíbrios de
correntes em sistemas polifásicos, o que fatalmente causa um desequilíbrio térmico
entre as fases. Uma fase sobrecarregada é facilmente detectada pela termografia
infravermelha.
A termografia é uma técnica que está sendo utilizada há pouco tempo no
setor elétrico. No Brasil não há norma que a regule em equipamentos de
subestação. Ficando cada empresa transmissora de energia responsável por um
método de análise termográfica. Neste trabalho será abordado o método utilizado
pela empresa CEEE-GT em seus próprios equipamentos.

4.2 TERMOGRAFISTA

Profissional responsável por realizar a inspeção termográfica. Este é o


elemento decisivo em uma inspeção de qualidade. Deve possuir formação adequada
com treinamento específico. Conhecer a operação e as características do termovisor
utilizado, como também o funcionamento dos equipamentos que serão
inspecionados. Ter conhecimento sobre a teoria básica que envolve a radiação
infravermelha e os processos de transferência de calor. Das influências do vento,
chuva e umidade e como elas afetam a distribuição térmica dos objetos em
ambientes abertos.
Em resumo o profissional deve estar motivado e ser qualificado, possuir um
alto treinamento e conhecimento para que possa ser capaz de detectar todas as
falhas possíveis e saber distinguir entre um real ou falso defeito.
33

4.3 LIMITAÇÕES DA TERMOGRAFIA

Os defeitos mais comuns em uma subestação de energia elétrica como de


alta resistência elétrica, curto-circuitos, desbalanceamento de carga, sobrecarga e
equipamentos instalados incorretamente podem ser detectados através da técnica
da termografia.
De posse do termovisor, não podemos sair realizando as medições sem
conhecer as influências e as limitações de que há nesta atividade. Estas influências
e limitações podem induzir a diagnósticos errados ou incapacidade em detectar
algum defeito. A baixa emissividade dos equipamentos sob análise, a variação da
corrente de carga, componentes de pequena dimensão a grandes distancias são
fatores que dificultam a inspeção. Já em ambientes abertos, além das mencionadas,
há as influencias ambientais como o vento, a temperatura ambiente, a chuva e
umidade podem interferir no resultado final das medidas.
Deve-se evitar a inspeção em dias chuvosos devido ao resfriamento do
objeto e a atenuação da radiação infravermelha incidente no detector do termovisor.
Em dias ventosos com velocidade do vento superior a 25 ⁄ ou 7 ⁄ as
medições ficam pouco confiáveis devido ao resfriamento provocado pelo vento
podendo mascarar pequenas anomalias térmicas principalmente no corpo isolante
de equipamentos.
Quando houver dúvida de que um ponto quente possa ser um reflexo, deve-
se mudar o ângulo de inspeção. Resistências de aquecimento, dentro de painéis,
geram reflexos e também aquecem a fiação e conexões próximas a ela, e devem ser
desligadas com antecedência mínima de 30 minutos, caso ocorra alguma dúvida
durante a inspeção.
Na ausência de emissividade informada pelo fabricante do equipamento a
ser inspecionado, deve-se utilizar de um modo geral o índice de = 0,75 para
inspeção e relatórios.
A distância deve ser a menor possível. Sempre observando a área de
segurança para equipamentos energizados. A menor distância traz como vantagem
a maior intensidade de radiação infravermelha incidente no detector do termovisor e
maior quantidade de pixels de medição incidindo no objeto focado.
Deve ser levada em conta a temperatura ambiente nas inspeções em
ambiente aberto especialmente no extremo verão e inverno. Um aumento ou uma
34

diminuição da temperatura resulta em uma variação da temperatura do objeto em


analise. Uma falha pode ter maior probabilidade de ocorrer em dias quentes. Ao
contrário, em dias frios uma falha que apresentaria um aumento de temperatura, em
dias frios pode não ser detectada.
A umidade relativa do ar quanto menor a umidade do ar, menor será a
perda de radiação infravermelha. Uma percentagem para a umidade favorável é
abaixo de 75%.
Para as análises realizadas em ambientes abertos, o vento também exerce
um papel importante no resultado final da inspeção. Vento com uma velocidade
considerada baixa pode afetar a temperatura do objeto em análise. Defeitos graves
podem ter a temperatura reduzida e aparentar em uma imagem térmica um
problema de pouca gravidade. Do contrário, se defeitos em estagio inicial apresentar
pequenos aumentos de temperatura podem não ser detectados na inspeção.

4.4 RECOMENDAÇÕES

Algumas recomendações devem ser seguidas para melhor aproveitamento


da inspeção termográfica.
O objetivo deste trabalho é apresentar alguns conhecimentos sobre a
técnica de termografia com vista à inspeção em subestação de alta tensão. E
necessariamente o profissional executor da inspeção deverá entrar na área
energizada da subestação. Alguns cuidados em relação à distância de segurança
devem ser observados. Por ser a termografia uma técnica sem contato físico com o
objeto alvo, recomenda-se trabalhar na zona livre, em caso de necessidade, o
termografista poderá acessar a zona controlada.
Abaixo na Tabela 5 está ilustrado os raios de delimitação das zonas de risco,
controlada e livre com a sua respectiva faixa de tensão nominal da instalação de
energia elétrica. Junto com umas figuras ilustrando a distância de segurança que
delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre.
35

Tabela 5- Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre


Faixa de Rr - raio de Rc - raio de
tensão delimitação delimitação
nominal da entre zona entre zona
instalação de risco e controlada e
elétrica em controlada livre em
kV em metros metros
<1 0,2 0,7
≥1 e <3 0,22 1,22
≥3 e <6 0,25 1,25
≥6 e <10 0,35 1,35
≥10 e <15 0,38 1,38
≥15 e <20 0,4 1,4
≥20 e <30 0,56 1,56
≥30 e <36 0,58 1,58
≥36 e <45 0,63 1,63
≥45 e <60 0,83 1,83
≥60 e <70 0,9 1,9
≥70 e <110 1 2
≥110 e <132 1,1 3,1
≥132 e <150 1,2 3,2
≥150 e <220 1,6 3,6
≥220 e <275 1,8 3,8
≥275 e <380 2,5 4,5
≥380 e <480 3,2 5,2
≥480 e <700 5,2 7,2
Fonte: (CEEE-GT, 2015)
36

Figura 8- Distâncias no ar que delimitam as zonas de risco, controlada e livre

Fonte: (CEEE-GT, 2015)

Figura 9- Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco,


controlada e livre. Com interposição de superfície de separação física adequada

Fonte: (CEEE-GT, 2015)


37

Onde:
ZL= zona livre;
ZR = zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de
técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados para o trabalho;
PE = ponto da instalação energizado;
SI = superfície isolante construída com material resistente e adotada de
todos os dispositivos de segurança.
Deve ser realizada no horário de pico do sistema (carga máxima),
independente do horário. Podendo ser realiza em horário noturno.
Para acompanhar serviços de linha viva, retirada de pontos quentes, na
instalação de jumper provisório, energização e energização de equipamentos.
Acompanhar desligamentos ou manobras que venham a acrescentar carga a
outros equipamentos (módulos de disjuntor e seccionadora de transferência).
Na energização de novas instalações ou equipamentos. Sendo o ideal no
momento da energização, uma hora, 24 horas e uma semana após.
No mínimo uma inspeção noturna por ano deve ser realizada para investigar
o corpo isolante de equipamentos. A inspeção deve ser em noite amena e sem
vento.
Realizar a inspeção trimestralmente.

4.5 MÉTODOS DE INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA

Existem basicamente dois métodos de inspeção termográfica conhecidos. O


método qualitativo e o método quantitativo. Sendo o quantitativo o mais comum
dentre eles.
O método qualitativo é bastante eficaz quando se pretende analisar o perfil
termográfico, sem em princípio considerar os valores de temperatura apresentados.
Neste caso, a atenção do termografista está detida basicamente à forma gráfica de
como a temperatura está distribuída sobre o corpo ou objeto inspecionado.
38

Figura 10 - Inspeção qualitativa

Fonte: CEEE-GT

Para a Figura 10 apresentada acima, é exibida uma imagem térmica de um


transformador de força. Onde a inspeção qualitativa está em uma análise geral do
equipamento na busca de diferenças de temperatura entre os diversos pontos do
equipamento.
Já o método quantitativo é dividido em dois sub métodos, que é o método
comparativo por diferença de temperatura medida e o método comparativo por
diferença de temperatura corrigida.
Para primeiro sub método é utilizada uma diferença de temperatura medida
(Δtm) como uma referência em um corpo ou um objeto que esteja em análise com
outro corpo ou objeto em perfeito funcionamento e realizar a comparação sob as
mesmas condições operacionais. Neste caso o que interessa é a diferença de
temperatura entre eles.
Como exemplo do método da diferença de temperatura medida podemos
observar na Figura 11 uma inspeção realizada em uma seccionadora de distribuição
onde é possível observar um ponto quente em um contato do polo da fase B. Sendo
assim é feita a comparação da temperatura encontrada neste polo da chave com a
temperatura dos demais polos da chave seccionadora.
39

Figura 11 – Método por comparação da diferença de temperatura medida


Δtm

Fonte: CEEE-GT

No método seguinte de comparação por diferença de temperatura corrigida,


a análise é feita levando em consideração a carga do sistema e a comparação da
diferença de temperatura medida entre dois corpos ou objetos. As medições não
devem ser realizadas quando a carga do sistema for inferior a 50% da nominal ou da
máxima nos últimos três meses, sendo observados os módulos que contenham
aumento de carga devido à sazonalidade. Tendo em vista a grande influência da
corrente elétrica no aumento da temperatura na anomalia térmica, recomenda-se
que a termografia seja realizada com carga maior que 50% da máxima. Para a
correção da temperatura em função do aumento da corrente, utiliza-se o seguinte
critério.
,
= [° ] (equação 8)

Sendo:
= temperatura corrigida [°C];
=diferença de temperatura medida entre dois pontos iguais em carga,
localização, tipo e aparência externa [°C];
=máxima corrente nominal histórica ou a máxima nos últimos três meses;
40

= corrente no instante da medição.

4.6 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DAS ANOMALIAS TÉRMICAS

Inicialmente é importante enfatizar que o termografista é um profissional


treinado, capacitado e habilitado para realizar a inspeção termográfica. Sendo capaz
de realizar toda e qualquer modificação nas providências apresentadas a seguir. E
caso julgue necessário, a intervenção no equipamento em falha deve ser realizada
com um tempo inferior aos apresentados nas tabelas a seguir. Devendo esta análise
ser respeitada e discutida em casos mais graves.
Este critério de avaliação foi elaborado através da empresa CEEE-GT sendo
tomado como referência para a avalição comparativa por diferença de temperatura
corrigida em seus equipamentos. Sendo o resultado encontrado comparado com
tabelas determinando o tipo de prioridade a ser tomada para cada situação de
anormalidade.

4.6.1 Anomalias térmicas em conexões e contatos

Durante a realização da inspeção termográfica, deve ser observada a


diferença de temperatura (Δtm) da conexão ou contato adjacente.
Nas prioridades 0, 1 e 2, deve-se avaliar a possibilidade de instalação de by-
pass na conexão ou contato em falha.
41

Tabela 6- Tabela de providências em relação a conexões e contatos


Prioridade de Temperatura
Providências
intervenção corrigida Δtc
Correção
quando houver
entre 30°C e oportunidade.
3 (oportunidade)
60°C Programar para
o próximo
desligamento
Executar
entre 60°C e correção no
2 (desejável)
80°C prazo máximo
de um ano
Executar
correção ou
entre 80°C e nova inspeção
1 (necessária)
120°C no prazo
máximo de 60
dias
Executar
correção ou
nova inspeção
0 (urgência) acima de 120°C
no prazo
máximo de 15
dias
Fonte: (CEEE-GT, 2015)

4.6.2 Anomalias térmicas em para-raios

Durante a realização da inspeção termográfica, deve ser observado à


diferença de temperatura (Δtm) dos para-raios adjacentes.
42

Tabela 7- Tabela de providências em relação a para-raios


Prioridade de Temperatura
Providências
intervenção corrigida Δtc
Correção
quando houver
entre 2°C e oportunidade.
3 (oportunidade)
10°C Programar para
o próximo
desligamento
Executar
entre 10°C e correção no
2 (desejável)
15°C prazo máximo
de um ano
Executar
correção ou
entre 15°C e nova inspeção
1 (necessária)
25°C no prazo
máximo de 60
dias
Executar
correção ou
nova inspeção
0 (urgência) acima de 25°C
no prazo
máximo de 15
dias
Fonte: (CEEE-GT, 2015)

4.6.3 Anomalias térmicas em equipamentos

Corpos isolantes de transformador de potencial indutivo, transformador de


potencial capacitivo, transformador de corrente, transformadores de força, bobinas
de bloqueio, disjuntores, banco de baterias e banco de capacitores, sendo
equipamentos de diferentes características, qualquer gera relatório para análise
em conjunto com o setor responsável pela manutenção dos mesmos.
Durante a realização da inspeção termográfica, deve ser observado à
diferença de temperatura do equipamento adjacente.
Atentar para equipamentos cuja falta de aquecimento aponta para o
problema como a falta de aquecimento de resistências em disjuntores a vácuo, baixo
nível de óleo em transformadores, além de radiadores de transformadores sem
aquecimento.
43

5 TERMOVISORES

São sistemas imageadores dotados de recursos para a análise e medição de


distribuições térmicas. Os termovisores compõem-se, em geral, de uma unidade de
câmera e de uma unidade de vídeo (display).
As medições termográficas são realizadas com a utilização de sistemas
infravermelhos, tendo como princípio a comparação entre as intensidades de
radiação provenientes do corpo observado e de uma referência de temperatura.
Uma correta escolha do termovisor para utilização em subestações depende
do conhecimento de algumas características técnicas do equipamento, do ambiente
onde será utilizado e do componente a ser inspecionado.
A temperatura do corpo a ser inspecionado vai definir em que faixa de
temperatura e comprimento de onda o termovisor deve responder. Distância e
dimensão do corpo define a resolução espacial e de medida. Enquanto a
temperatura do ambiente onde ocorre a inspeção determina a faixa de temperatura
do termovisor.

5.1 TECNOLOGIAS DE DETECÇÃO

Sistemas termográficos infravermelhos são essencialmente radiômetros


infravermelhos. Muitas vezes eles fornecem imagens infravermelha continuamente,
em tempo real, semelhante à imagem de "TV" fornecida por câmeras de vídeo
convencionais. A câmera em si contém, no mínimo, um detector e um componente
de formação de imagem. Sistemas completos termográficos também integram um
processamento de imagem e sistema de exposição. Um imageador de infravermelho
muitas vezes é chamado radiométrico quando é projetado para medição de
temperaturas. Imageadores não radiométricos são utilizados em aplicações que não
necessitam de medir as diferenças de temperaturas quantitativas, mas são
satisfeitas por uma exposição de imagem qualitativa. Por exemplo, este tipo de
câmera é usado para vigilância e visão noturna. Geradores de imagens não-
radiométricos não necessitam de extensa calibração, estabilidade térmica ou
capacidades de processamento de imagem, tornando-os mais baratos.
Os dois tipos básicos de imageadores infravermelhos são as matrizes de
plano focal e os scanners.
44

5.1.1 Matriz de plano focal (focal plane array- fpa)

Também conhecido como sistema fixo de detecção ou sem varredura. São


os tipos mais comuns de sistemas utilizados atualmente. Eles são análogos as
matrizes do dispositivo de carga acoplada (CCD) encontrados em câmeras de vídeo
portáteis, mas são sensíveis ao infravermelho, ao invés de radiação visível. Em uma
matriz de plano focal, cada pixel que compõe uma imagem infravermelha é medido
com um detector individual. Os detectores são organizados em uma matriz
bidimensional plana. Matrizes unidimensionais também são utilizadas, fornecendo
imagens de linha. A matriz é colocada no plano focal do sistema óptico (lente) da
câmera, como mostrado na Figura 12. Normalmente, o tamanho da matriz não
excede 1024 por 1024 pixels. No entanto, maiores matrizes são produzidas de forma
personalizada para usos especializados, tais como imagens astronômicas.
Operabilidade descreve o percentual de pixels funcionais em uma matriz. A
maioria dos processos de fabricação oferece operabilidade superior a 99%. Ainda
assim, a maioria das matrizes inevitavelmente contêm pixels ruins. Softwares
geralmente mascaram esse defeito por interpolação de dados ausentes dos pixels
vizinhos. Em contraste com os scanners, imageadores a matriz de plano focal são
mecanicamente mais robustas e fornecem uma melhor profundidade de campo e
campo de visão, como resultado de um simples design óptico. Não possuem partes
móveis, além de um simples ajuste de foco.

Figura 12 - Detectores de plano focal

Fonte: (GRIFFITH, TÜRLER e GOUDEY, 2001)


45

5.1.2 Scanners

Em um sistema de digitalização de imagens por varredura ou scanning, um


ou vários detectores são combinados com um sistema de simples ou duplos
espelhos. Imagens são adquiridas sequencialmente combinando medições
individuais. Várias unidades de detector são utilizadas em sistemas de imagem multi
espectrais, cada detector registra certa banda do espectro. Satélites Landsat antigos
são equipados com sistemas de digitalização multi-espectro. A Figura 13 mostra
dois designers de escaneamento. No sistema de espelho duplo, um único ponto de
medição é combinado em uma linha. Muitas linhas, em seguida, compõe a imagem
final.
Enquanto no sistema de único espelho, um único eixo adquire toda uma
linha de uma vez com um detector de matriz linear. Uma configuração de único eixo
de espelho verifica perpendicularmente à matriz linear para compor a imagem.
Alguns sistemas podem ser definidos para diferentes velocidades de digitalização;
taxas de quadro de 30 e 60 Hz são comuns.

Figura 13 - Configurações do sistema de escaneamento

Fonte: (GRIFFITH, TÜRLER e GOUDEY, 2001)


46

Sistemas de scanners têm a vantagem de ser capazes de adquirir matrizes


de imagem de qualquer tamanho. Muitas vezes, o fabricante fixa o tamanho da
matriz de imagem; no entanto, existem também sistemas que dinamicamente
configuram a cabeça de escaneamento para adquirir a matriz de imagem desejada.
Detectores de mercúrio cádmio telúrio (HgCdTe) são os mais frequentemente
utilizados detectores de elemento único em sistemas de escaneamento portátil,
embora qualquer detector com uma resposta suficientemente rápido dinâmica
poderia ser usado.
Scanners são delicados instrumentos mecânicos que não toleram vibração
ou uma alta movimentação do instrumento. Outra desvantagem é que a resposta
dinâmica do detector limita a inclinação máxima obtida em uma imagem em uma
determinada velocidade de varredura. Como resultado, as taxas de quadros são
relativamente baixas comparada as matriz de plano focal. Também, o tempo de
atraso de aquisição em toda a imagem pode representar um problema quando ele
está capturando eventos transientes rápidos.

5.2 FAIXA DE TEMPERATURA

Em uma subestação de alta tensão, a menor temperatura que pode ser


encontrada nos equipamentos e conexões é a ambiente. Enquanto a máxima
temperatura será próxima de fusão do metal utilizado nos equipamentos ou nas
conexões. Como exemplo tem-se o alumínio com uma temperatura de fusão em
aproximadamente 657,7°C.
Um termovisor comercializado na faixa de temperatura entre -20°C e 500°C
torna-se suficiente para aplicação em subestação de alta tensão. Dificilmente o limite
de 500°C será atingido em conexões elétricas. Temperaturas desta magnitude são
prejudiciais ao sistema elétrico.
Para temperaturas acima desta faixa, a radiação emitida pelo objeto começa
entrar na faixa de comprimento de onda visível. Assim pode ser vista a olho nu.
Com relação ao comprimento de onda utilizado nos termovisores disponíveis
no mercado encontra-se entre 3µm a 5µm e 8µm a 14µm.
47

5.3 RESOLUÇÃO ESPACIAL

É definida como a menor distância entre detalhes sobre o objecto, expressa


como um ângulo sólido, para o qual os detalhes ainda são vistos como separados.
Geralmente é o ângulo sólido elementar de análise do sistema que resulta de uma
combinação de fatores, como as funções de transferência da óptica, detector,
eletrônica, sistema de visualização e o olho do observador.
A função de transferência de um sistema é determinada pelo contraste na
imagem de um teste padrão com uma estrutura periódica de contraste unitário, e
depende da frequência espacial do padrão. O problema da resolução espacial pode
ser discutido em termos da capacidade do sistema para separar dois pequenos
objectos ou em termos da sua função de transferência de modulação.
Estas duas abordagens estão ligadas pela transformada de Fourier. Além
disso, este conceito está diretamente relacionado com a resposta temporal do
sistema através da velocidade de exploração espacial.

5.4 TIPOS DE DETECTORES


 BOLÔMETROS

Estes são detectores de calor, em que a radiação incidente produz uma


mudança de temperatura e, consequentemente, na condutibilidade. O bolômetro é
geralmente parte de uma ponte e a radiação incidente produz uma resposta di
enquanto uma corrente i flui no detector (esta corrente adiciona mais ruído devido a
suas próprias flutuações). Para evitar interferências devido às variações na
temperatura ambiente, a resistência R' é substituída por um elemento bolômetro da
mesma natureza como R.
48

Figura 14 - Ponte bolômetro

Fonte: (WOLFE e ZISSIS, 1978)

A ponte está equilibrada quando não há excesso de radiação ao detector


exposto. Uma radiação incidente, radiação infravermelha então irá causar um
aumento na temperatura do detector exposto, causando uma queda em sua
resistência. Isso desequilibra eletricamente a ponte, fazendo com que uma corrente
flua através de Rc.
Os materiais usados como bolômetros são metais ou semicondutores
(termistores).

 DETECTOR PIROELÉTRICO

Estes detectores são feitos de pastilhas de cristal que produzem cargas


elétricas de superfície quando aquecido. O sinal elétrico corresponde à remoção das
cargas através da condução de eletrodos depositados no cristal. Uma variação dT
na temperatura do cristal devido à absorção de radiação em um tempo dt produz
uma variação dq polarização da carga. O detector produz um sinal elétrico
proporcional à dq/dT e não pode ser usado em um fluxo contínuo.
49

Figura 15 - Detector piroelétrico

Fonte: (HACKFORTH, 1960)

O material piroelétrico mais comum é o sulfato de triglicina.


O detector piroelétrico é usado em tubos de imagem piroelétricos. A
distribuição de carga elétrica produzida pela distribuição de radiação infravermelha
na imagem do sulfato de triglicina é analisada pela neutralização com um feixe de
elétron que o examina e produz um sinal de vídeo padrão.
O sistema de produção deste tipo de imagem infravermelha tem uma largura
de banda espectral larga, e o detector não precisa de varredura mecânica. No
entanto, a detectividadeé baixa em comparação com detectores de quântica.
Finalmente, o detector ignora o componente contínuo do fluxo óptico, para que o
tubo não pode ser usado como um instrumento de medição em termografia, mas é
perfeitamente satisfatório para aplicações de vigilância.

 TERMOPILHAS

Um termopar consiste em um par de junções termelétricas de metais


diferentes. Uma junção é escurecida para receber a radiação infravermelha; a
variação de temperatura que resulta produz uma tensão de saída. A outra junção é
protegida da radiação infravermelha incidente e faz parte de um circuito de ponte
equilibrada para neutralizar os efeitos das mudanças nas condições ambientais.
Uma termopilha é composta por um grande número de termopares
conectados em série. As junções frias são mantidas a uma temperatura constante
50

pelo contato com um corpo de grande inércia térmica. O sinal óptico aquece as
outras junções, produzindo uma tensão entre os terminais do circuito.
Estes detectores são geralmente elementos de baixa impedância com uma
resistência máxima de alguns milhares de ohms e constante de tempo na ordem de
alguns milissegundos.
A Figura 16 mostra um esquema de um termopar composto de dois
materiais diferentes, A e B, conectados com um condutor elétrico, C. A junção, J1, é
anexado ao elemento responsivo que é irradiado com radiação infravermelha. Após
a absorção de radiação infravermelha, a temperatura do elemento responsivo
aumenta. Provocando o aquecimento em J1. Quando radiação está incidindo no
elemento responsivo está aquecendo-o, assim, uma corrente fluirá no circuito. Esta
corrente fluirá através da junção, e tendem a resfriá-lo pelo efeito Peltier.

Figura 16 – Termopilha

Fonte: (WOLFE e ZISSIS, 1978)

5.5 TERMOVISOR FLIR P620

Equipamento usado como objeto de estudo deste trabalho será o termovisor


da série P modelo P620 da marca Flir. Este instrumento de propriedade da empresa
CEEE-GT é utilizado pela equipe de manutenção de subestações localizada em
Santo Ângelo, RS.
51

Uma imagem comercial do aparelho com uma apresentação das principais


partes do equipamento está demonstrada logo abaixo.

Figura 17 - Câmera termográfica Flir série P

Fonte: (FLIR SYSTEMS, 2010)

Esta é uma câmera da mais alta tecnologia para o uso por concessionárias
de energia elétrica.
Devido a sua alta resolução, é possível o termografista operá-la a longas
distancias dos objetos ou em locais difíceis e perigosos. Até mesmo inspecionar
objetos muito pequenos localizados no chão ou em inspeções aéreas. Uma imagem
de alta qualidade permite que os detalhes que passavam despercebidos em objetos
a longas distancias, possam ser identificados de forma rápida e precisa.
Possibilitando as mais rápidas e melhores decisões. A resolução de 640 X 480
pixels garante uma imagem rica em detalhes. Sendo possível visualizar objetos duas
vezes mais longe do que uma câmera de 320 X 240 pixels
52

Ampla faixa de temperatura que permite medições de -40° C até 500° C e


uma alta sensibilidade térmica de 0,06° C. Esta faixa é totalmente compatível com a
temperatura encontrada em equipamentos do sistema elétrico.
Acompanha uma lente infravermelha com característica para o campo de
visão de 24° e uma distância focal mínima de 30 cm. É oferecida pelo fabricante a
possibilidade de intercambio da lente por outras com campo e visão de 7° e
distância focal mínima de 13,1 cm, campo de visão com 12° e distância focal mínima
de 7,6 cm e campo de visão de 45° e uma distância focal mínima de 1,9 cm. Assim
com a oportunidade se utilizar lentes maiores, o detector infravermelho da câmera
recebe mais radiação infravermelha. Resultando em imagens infravermelhas mais
nítidas.
Dispõe de um display luminoso LCD widescreen dobrável com uma
resolução de 5,6 polegadas e 1024 X 600 pixels. Sendo permitida ao usuário a
utilização com uma grande flexibilidade.

Abaixo na Tabela 8 é detalhada as principais características do termovisor


Flir P620. Um equipamento com aplicação na grande maioria do sistema elétrico.
53

Tabela 8 - Resumo características Flir P620


Desempenho da imagem
Resoluçao 640 X 480 pixels
Sensibilidade térmica a 30° C 0,06° C
Campo de visão/ distância focal 24° / 30 cm

Detector
Matriz de plano focal (FPA), faixa
microbolômetro resfriado de 640 X 480 pixels
espectral de 7,5 a 13 µm

Apresentação da imagem
Viewfinder inclinável/800 X 600 pixels
Display LCD widescreen de 5,6 pol / 1024 X 600 pixels

Medição
Faixa de temperatura padrão (-40° C a 500° C)
Precisão ± 2° C ou ± 2% de leitura

Especificações ambientais
Faixa de temperatura de operação (-15° C a 50°C)
Faixa de temperatura de
armazenamento (-40° C a 70°C)

Fonte: (FLIR SYSTEMS, 2010)


54

6 TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA EM SUBESTAÇÃO DE ALTA TENSÃO

Nesta parte do trabalho serão apresentadas e discutidas algumas imagens


termográficas coletadas no ano 2015 no período diurno e noturno pela equipe de
manutenção de subestações da empresa CEEE-GT. Estas imagens são de alguns
equipamentos do sistema elétrico de potência das subestações Santo Ângelo 2 e
Guarita.
A imagem seguinte ilustra uma inspeção realizada no mês março de 2015
durante o período diurno. Mostra a imagem visual e termográfica de um disjuntor de
230 kV. A localização desse disjuntor é na cidade de Redentora na subestação
Guarita.

Figura 18 - SE Guarita Disj 24-1

Fonte: CEEE-GT

A foto da esquerda mostra a imagem visual e a direita encontra-se a imagem


termográfica.
Esta análise foi realizada a uma distância de 15 m do equipamento com uma
temperatura ambiente de 30°C.
Foram tomados dois pontos de referência do equipamento, Ar1 e Ar2. As
temperaturas instantâneas destes pontos são: 45,7°C e 148,9°C respectivamente.
Neste trabalho será utilizado o método de análise termográfica de
comparação por diferença de temperatura corrigida estudado em tópicos anteriores.
Toma-se a diferença de temperatura entre o ponto de maior e o ponto de menor
temperatura. Sendo para esta situação, encontrada uma diferença de 103,2°C entre
55

o ponto Ar1 e Ar2. Isto corresponde ao = 103,2° . No momento da medição, a


corrente do equipamento estava em 595 A e registrada uma corrente máxima
histórica de 728 A.
Com posse destes valores é possível calcular a temperatura corrigida do
equipamento para ser avaliada a necessidade ou não de uma intervenção.
Calculada da seguinte forma:
, ,
728
= = 103,2 × = , °
595
Onde,
= temperatura corrigida pela carga;
= diferença entre a maior e menor temperatura de dois pontos;
= corrente no instante da medição;
= corrente máxima histórica do equipamento.
Calculada a temperatura corrigida, chegou-se a um valor de 139,7°C. Este
valor significa que no caso da corrente encontrada no momento da medição fosse a
máxima histórica de 728 A, a temperatura do ponto Ar2 estaria em
aproximadamente 185,4°C, ao invés de 148,91°C registrada nesta data.
Uma elevação da temperatura em contatos elétricos significa grande
problema para o equipamento como a fusão do metal a uma determinada
temperatura. Sendo com objetivo de evitar qualquer defeito no equipamento que
comprometesse o sistema, a equipe de manutenção determinou que a intervenção
no equipamento devesse ser em estado de urgência com um prazo máximo de sete
dias contados a partir da inspeção.
A partir do momento da inspeção neste equipamento, a equipe de
manutenção elaborou em relatório de inspeção termográfica para solicitar ao setor
de programação de intervenções o conserto deste ponto quente. Para a inspeção
em detalhe, o relatório está demonstrado logo abaixo.
56

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: GRT EQUIPAMENTO: DISJUNTOR
N. DE OPERAÇÂO: 24-1 CÓDIGO DO ATIVO: DIS.01291-4
MÓDULO: 24-1 TENSÃO: 230 kV I= 595 A I máx.= 728 A
CABO CONCETOR
LOCALIZAÇÃO: FASE: C VELOCIDADE DO VENTO: 2,1 m/s
ENTRADA
OBSERVAÇÕES: SE GRT 24-1 - F-C F-C
IMAGEM: IR_GRT_0002.jpg

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 103°C ESTADO: URGÊNCIA – 7 DIAS


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 139,7°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 45.7 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 148.9 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 30.0 °C
Humidade Relativa 64.0 %
Imagem Data 04/03/2015
Imagem Hora 11:37:55

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
148.9
04/03/2015 11:37:55 30.0 °C 45.7 °C
°C
- - - - 103,2 °C
57

A intervenção no equipamento foi autorizada dois dias após a análise.


Retirado o ponto quente do equipamento através da técnica ao potencial, uma nova
inspeção foi realizada encontrando os seguintes valores de temperatura para os
mesmos pontos inspecionados anteriormente de 56,5°C e 57,2°C para Ar1 e Ar2
respectivamente. Uma variação da temperatura de 0,7°C corrigida para 0,9°C.
O laudo da análise está demonstrado no documento abaixo.
58

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: GRT EQUIPAMENTO: DISJUNTOR
N. DE OPERAÇÂO: 24-1 CÓDIGO DO ATIVO: DIS.01291-4
MÓDULO: 24-1 TENSÃO: 230 kV I= 595A I máx.= 728A
CABO CONCETOR
LOCALIZAÇÃO: FASE: C VELOCIDADE DO VENTO: 2,1 m/s
ENTRADA
OBSERVAÇÕES: SE GRT 24-1 F-C - SERVIÇO REALIZADO
IMAGEM: IR_GRT_0023.jpg

62.6 °C
Ar2 60

50

40

30
Ar1

20

10.9

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 0,7 °C ESTADO: CORRIGIDA


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 0,9°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 56.5 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 57.2 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 36.0 °C
Humidade Relativa 56.0 %
Imagem Data 06/03/2015
Imagem Hora 13:35:19

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
06/03/2015 13:35:19 36.0 °C 56.5 °C 57.2 °C - - - - 0,7 °C
59

No mês de maio de 2015 foi realizada uma inspeção termográfica no


transformador de força TR-3 de tensão 230/23 kV localizado na subestação Santo
Ângelo 2. Realizada a medição termográfica nas três buchas de passagem de 23 kV
e detectado um ponto quente na fase B.
No momento da medição, a corrente instantânea nas buchas de passagem
era de 265 A sendo a máxima histórica de 600 A.
A distância do termografista ao objeto era de 15 m, a temperatura ambiente
estava em 25°C.

Figura 19 - Bucha 23 kV TR-3 SAG-2

Fonte: CEEE-GT

Na Figura 19 são apresentados três pontos como referência para a


temperatura, Ar1, Ar2 e Ar3 com os valores em 42,5°C, 261,7°C e 43,6°C
respectivamente.
A diferença de temperatura, , entre o ponto de maior e menor
temperatura ficou em 219,2°C.
Com base nestas informações, calculamos a temperatura corrigida a partir
da equação:
, ,
600
= = 219,2 × = , °
265

Calculada a temperatura corrigida, chegou-se a um valor de 746,18°C. Em


uma projeção da corrente no disjuntor para a máxima histórica de 600 A, a
temperatura aproximada da conexão estaria em 788,7°C.
60

Devido ao alto risco de defeito no equipamento, a equipe de manutenção


declarou o caso como de urgência e que uma solução deveria ser tomada em até 7
dias como é apresentado no relatório de inspeção abaixo.
61

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: SAG2 EQUIPAMENTO: BUCHA BT
N. DE OPERAÇÂO: BUCHA CÓDIGO DO ATIVO: TRF.00176-8
MÓDULO: TR-3 TENSÃO: 23 kV I= 265 I máx.= 600
LOCALIZAÇÃO: BUCHA FASE: B VELOCIDADE DO VENTO: 1.0
OBSERVAÇÕES: SE SAG2TR-3 BUCHA BT F-B
IMAGEM: IR_SAG2_0005.jpg

155.1 °C
150

Ar1 Ar2 Ar3 100

50

0
-10.6

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 219,2 °C ESTADO: URGENCIA – 7 dias


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 746,8°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 42.5 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 261.7 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 25.0 °C Ar3 Max. Temperature 43.6 °C
Humidade Relativa 45.0 %
Imagem Data 18/05/2015
Imagem Hora 15:20:39

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
261.7
18/05/2015 15:20:39 25.0 °C 42.5 °C
°C
43.6 °C - - - 219,2 °C
62

No dia seguinte acabou sendo programada a intervenção no transformador,


com consequência da retirada do ponto quente localizado na bucha de passagem da
fase B. Neste caso houve a necessidade do desligamento do equipamento. Sendo
de difícil execução pela técnica ao potencial ou ao contado devido à proximidade
entre as fases.
Realizada a retirada do ponto quente, uma nova inspeção foi realizada com
uma corrente instantânea de 270 A e encontrando o valor de temperatura para a
bucha de passagem da fase B em 31,3°C com o ponto de menor temperatura em
30,4°C.
A diferença de temperatura ( ) ficou em 0,9°C, com a diferença de
temperatura corrigida ( ) em 2,98°C. Pode-se observar no relatório apresentado
abaixo.
63

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: SAG2 EQUIPAMENTO: TR-3
N. DE OPERAÇÂO: TR-3 CÓDIGO DO ATIVO: TRF.00176-8
MÓDULO: TR-3 TENSÃO: 23 kV I= 270A I máx.= 600A
LOCALIZAÇÃO: BUCHA BT FASE: B VELOCIDADE DO VENTO: 1.0
OBSERVAÇÕES: SE SAG2 TR-3 BUCHA BT FASE "B"
IMAGEM: IR_SAG2_0001.jpg

57.9 °C

40
Ar1 Ar2 Ar3

20

-6.8

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 0,9 °C ESTADO: DESCONSIDERAR


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 2,98°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 30.4 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 31.3 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 25.0 °C Ar3 Max. Temperature 32.7 °C
Humidade Relativa 45.0 %
Imagem Data 19/05/2015
Imagem Hora 08:22:41

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
19/05/2015 08:22:41 25.0 °C 30.4 °C 31.3 °C 32.7 °C - - - 0.9 °C
64

Como próximo exemplo, está apresentada abaixo na Figura 20 uma imagem


termográfica e visual de uma bobina de bloqueio com tensão de 230 kV. É
conectada em série com o sistema.
Trata de um filtro de frequências. Tem como finalidade a separação das
frequências utilizadas pelos equipamentos de telecomunicação com a frequência do
sistema elétrico. A frequência de 60 Hz é injetada no barramento da subestação e as
altas frequências nos equipamentos de telecomunicação.
Esta análise foi realizada no mês de março de 2015 na subestação Guarita.
O equipamento está localizado no módulo da linha de transmissão Usina Hidrelétrica
Passo Fundo (UHPF).
A temperatura ambiente estava em 35°C com o operador do termovisor a
uma distância de 15 m do objeto.
No momento a corrente instantânea era de 174 A com uma máxima histórica
de 630 A.
Foram determinados dois pontos como referência para a temperatura.
Sendo o terminal de entrada da bobina de bloqueio denominado Ar1 e terminal de
saída como Ar2.
Realizada a medição com os valores de temperatura em 52,5°C para Ar1
82,6°C para o ponto Ar2.

Figura 20 - Bobina debloqueio 230 kV SE GRT

Fonte: CEEE-GT
65

O valor da diferença de temperatura ( ) entre os pontos Ar1 e Ar2 ficou


em 30,1°C. Com as informações coletadas até o momento podemos calcular a
diferença de temperatura corrigida ( ) para o valor de corrente máxima histórica.
, ,
630
= = 30,1 × = , °
174
Estes altos valores encontrados para a diferença de temperatura, tanto
relativo à corrente instantânea quanto a corrente máxima, foi determinante para a
equipe de manutenção pedir a intervenção no equipamento com urgência em um
prazo de até 7 dias. O relatório da inspeção está apresentado abaixo.
66

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: GRT EQUIPAMENTO: BOBINA DE BLOQUEIO
N. DE OPERAÇÂO: LT-UHPF CÓDIGO DO ATIVO:
MÓDULO: LT-UHPF TENSÃO: 230 kV I= 174A I máx.= 630A
LOCALIZAÇÃO: LADO TP ENTRADA FASE: B VELOCIDADE DO VENTO: 1.0
OBSERVAÇÕES: SE GRT LT-PFU BOBINA BLOQUEIO F-B
IMAGEM: IR_GRT_0005.jpg

60.2 °C
60

Ar1 Ar2
40

20

0
-3.2

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 30,1 °C ESTADO: URGENCIA – 7 dias


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 207,4°C

Parâmetros do Objecto Value Etiqueta Value


Emissividade 0.75 Ar1 Max. Temperature 52.5 °C
Distância do Objecto 15.0 m Ar2 Max. Temperature 82.6 °C
Temperatura Atmosférica 30.0 °C
Humidade Relativa 42.0 %
Imagem Data 17/03/2015
Imagem Hora 14:15:07

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
17/03/2015 14:15:07 30.0 °C 52.5 °C 82.6 °C - - - - 30,1 °C
67

O serviço programado para correção do ponto quente na bobina de bloqueio


aconteceu seis dias após a detecção do problema. Houve a necessidade de
desligamento para realizar a manutenção.
No momento a corrente instantânea do equipamento estava em 195 A.
Após a retirada do ponto quente, os novos valores para temperatura dos
pontos Ar1 e Ar2 ficaram em 33,6°C e 35,8°C respectivamente, com uma diferença
de temperatura ( ) de 2,2°C. O novo valor para a diferença de temperatura
corrigida para 630 A ficou em 12,78°C.
O relatório de manutenção está disponibilizado logo em seguida.
68

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: GRT EQUIPAMENTO: BOBINA DE BLOQUEIO
N. DE OPERAÇÂO: LT-UHPF CÓDIGO DO ATIVO:
MÓDULO: LT-UHPF TENSÃO: 230 kV I= 195A I máx.= 630A
LOCALIZAÇÃO: LADO TP ENTRADA FASE: B VELOCIDADE DO VENTO: 1,0
OBSERVAÇÕES: SE GRT LT-PFU BOBINA BLOQUEIO F-B
IMAGEM: IR_GRT_0008.jpg

49.4 °C

40

Ar2
Ar1 20

-7.5

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 2,2 °C ESTADO: NÃO CONSIDERAR


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 12,78°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 33.6 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 35.8 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 19.0 °C
Humidade Relativa 69.0 %
Imagem Data 22/03/2015
Imagem Hora 12:30:05

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
22/03/2015 12:30:05 19.0 °C 33.6 °C 35.8 °C - - - - 2,2 °C
69

A seguinte e última análise termográfica estudada será uma realizada no


mês de junho do ano 2015 na subestação Guarita.
O equipamento analisado é uma seccionadora com dupla abertura lateral de
tensão 69 kV.
No momento da inspeção, a temperatura ambiente estava em 25,1°C. A
posição do termografista era de 15 m do equipamento. A corrente instantânea na
seccionadora era de 1150 A e máxima histórica de 160 A
A imagem termográfica e visual do equipamento pode ser observada na
Figura 21 logo abaixo.

Figura 21 - Seccionadora 69 kV SE Guarita

Fonte: CEEE-GT

O termovisor utilizou três pontos como referência de temperatura. Sendo o


ponto Ar1 para um contato da fase B e os pontos Ar2 e Ar3 para os contatos da fase
C. Cada um destes pontos correspondente a uma conexão de entrada ou saída de
corrente da seccionadora.
Medida uma temperatura instantânea de 88,2°C, 27,6°C e 28,8°C que
referenciam os pontos Ar1, Ar2 e Ar3 na imagem termográfica.
A diferença de temperatura ( ) entre os pontos de maior e menor
temperatura, Ar1 e Ar2, ficou em 60,6°C. Com as informações de , corrente
instantânea e máxima corrente histórica podemos calcular a diferença de
temperatura corrigida ( ).
, ,
160
= = 60,6 × = , °
115
70

Com a diferença de temperatura ( ) e diferença de temperatura corrigida,


a equipe de manutenção determinou que a intervenção no equipamento devesse ser
feita com um prazo de até 60 dias. O relatório da inspeção está apresentado abaixo.
71

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: GRT EQUIPAMENTO: SECCIONADORA
N. DE OPERAÇÂO: 29-36 CÓDIGO DO ATIVO: SEC.01009-0
MÓDULO: LT-FWE TENSÃO: 69 kV I= 115A I máx.= 160A
LOCALIZAÇÃO: LADO DA BARRA FASE: B VELOCIDADE DO VENTO: 1.0
OBSERVAÇÕES: SE GRT LT-FWE SECC 29-36
IMAGEM: IR_GRT_0002.jpg

79.9 °C
Ar2

60

Ar3
40

Ar1
20

-19.6

NECESSÁRIO 60
TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 60,6 °C ESTADO:
DIAS
RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 99,45°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 88.2 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 27.6 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 25.1 °C Ar3 Max. Temperature 28.8 °C
Humidade Relativa 60.0 %
Imagem Data 27/06/2015
Imagem Hora 17:12:50
DATA DA MANUTENÇÃO: RESPONSÁVEL: RE:
CONCLUSÕES:...............................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................................................

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
27/06/2015 17:12:50 25.1 °C 88.2 °C 27.6 °C 28.8 °C - - - 60,6 °C
72

A retirada do ponto quente na seccionadora ocorreu em 15 de julho próximo.


Houve a necessidade de desligamento para realizar a manutenção.
Após a retirada do ponto quente, o novo valor para temperatura de Ar1 ficou
em 6,7°C. A diferença de temperatura ( ) entre Ar1 e o ponto Ar4, de maior
temperatura, foi calculado em 6,5°C. Utilizando os mesmos valores de corrente
instantânea de 115 A e máxima de 160 como referência, podemos calcular o novo
valor para a diferença de temperatura corrigida.
, ,
160
= = 6,56 × = , °
115
O relatório de manutenção está disponibilizado logo em seguida.
73

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
TERMOGRÁFICA
TESAN
SE / LT: GRT EQUIPAMENTO: SECCIONADORA
N. DE OPERAÇÂO: 29-36 CÓDIGO DO ATIVO: SEC.01009-0
MÓDULO: LT-FWE TENSÃO: 69 kV I= 115A I máx.= 160A
LOCALIZAÇÃO: LADO DA BARRA FASE: B VELOCIDADE DO VENTO: 1.0
OBSERVAÇÕES: SE GRT LT-PMI SECC 29-36 - RESOLVIDO
IMAGEM: IR_GRT_0017.jpg

26.1 °C

Ar3
20

Ar1
10
Ar2
Ar4
0

-10

-17.7

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA: 22.0 °C ΔT = 6,5 °C ESTADO: NÃO CONSIDERAR


RESPONSÁVEL: LEONI RE 36587-4 TEMP. CORRIGIDA: 10,67°C
Etiqueta Value
Parâmetros do Objecto Value
Ar1 Max. Temperature 6.7 °C
Emissividade 0.75
Ar2 Max. Temperature 6.6 °C
Distância do Objecto 15.0 m
Temperatura Atmosférica 25.1 °C Ar3 Max. Temperature 8.0 °C
Humidade Relativa 86.0 % Ar4 Max. Temperature 13.2 °C
Imagem Data 15/07/2015
Imagem Hora 10:09:04
DATA DA MANUTENÇÃO: RESPONSÁVEL: RE:
CONCLUSÕES:...............................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................................................

TEMPERATURA DO PONTO CORRENTE


DATA HORA T. AMB.
A ΔT RESPONSÁVEL
1 2 3 4 5 6
15/07/2015 10:09:04 25.1 °C 6.7 °C 6.6 °C 8.0 °C 13.2 °C - - 6,5 °C
74

CONCLUSÃO

A termografia é caracterizada como uma manutenção preventiva. Mas na


realidade pode-se denominar como uma manutenção preditiva, que nada mais é do
que uma manutenção realizada antes da preventiva.
A manutenção preditiva tem a vantagem de não haver a necessidade de
intervenção no sistema em análise. Sendo possível programar a manutenção
preventiva com o mínimo de impacto.
O termovisor tornou-se um equipamento de extrema necessidade para o
setor elétrico. Muitos possívies defeitos invisíveis ao olho nu podem ser descobertos
com a técnica da termografia.
O estudo da termografia é muito amplo e complexo e ainda há a
necessidade de maior exploração na língua portuguesa onde há uma grande
deficiência em material para pesquisa. As bibliografias existentes sobre o tema são
de um alto custo monetário e de sua maioria na língua inglesa.
Neste trabalho foi demonstrada a importância da termografia infravermelha
no setor elétrico. Muitos defeitos foram evitados nos equipamentos da empresa
CEEE-GT devido à constante manutenção preditiva através de análise infravermelha
realizada pela equipe de manutenção. Caso as anomalias térmicas não fossem
solucionadas em um tempo hábil, uma interrupção no fornecimento de energia
elétrica poderia ocorrer deixando milhares de clientes sem energia elétrica. Haja
vista que os equipamentos que foram utilizados como estudos deste trabalho são
responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica em várias cidades ou região do
estado do Rio Grande do Sul.
75

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BERGMAN, T. L. et al. Fundamentals of Heat and Mass Transfer.


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Warsaw: Military University of Technology, 2010.
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Infrared Devices and Techniques, 2014. 565-618.
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<https://www.emaze.com/@AZLFFCCW/CONDU%C3%87%C3%83O-
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Transfer. New York: McGraw-Hill, 1998.
WHY are People Concerned About Electromagnetic Radiation (EMF)?
Defender Shield. Disponivel em: <https://defendershield.com/learn/people-
concerned-emr/>. Acesso em: 06 Novembro 2016.
76

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Information and Analysis Center, 1978.

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