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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA


ENGENHARIA ELETRÔNICA

ADRIANO GIFONI CRUZ


CLAYTON FERNANDES DE CARVALHO
DENISE MINTE DE ALMEIDA
VINÍCIUS ANTÔNIO

SINALIZADOR ÁUDIO-VISUAL DE ANDARES PARA


ELEVADORES DE OBRA VIA WIRELESS

Santos - SP
Dezembro/2007
2

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA


FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ENGENHARIA ELETRÔNICA

ADRIANO GIFONI CRUZ


CLAYTON FERNANDES DE CARVALHO
DENISE MINTE DE ALMEIDA
VINÍCIUS ANTÔNIO

SINALIZADOR ÁUDIO-VISUAL DE ANDARES PARA


ELEVADORES DE OBRA VIA WIRELESS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
obtenção do título de Engenheiro Eletrônico
à Faculdade de Engenharia Elétrica da
Universidade Santa Cecília, sob a
orientação do Prof. Ms. Sandro Bastos.

Santos - SP
Dezembro/2007
3

ADRIANO GIFONI CRUZ


CLAYTON FERNANDES DE CARVALHO
DENISE MINTE DE ALMEIDA
VINÍCIUS ANTÔNIO

SINALIZADOR ÁUDIO-VISUAL DE ANDARES PARA ELEVADORES DE OBRA


VIA WIRELESS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para


obtenção do título de Engenheiro Eletrônico à Faculdade de Engenharia Elétrica da
Universidade Santa Cecília.

Data da aprovação: ____/___/______

Banca Examinadora:

___________________________________________________________________
Prof. Ms. Sandro Rodrigo Gonçalves Bastos
Orientador

___________________________________________________________________
Prof. Dr. João Inácio da Silva Filho

___________________________________________________________________
Prof. Ms. Ricardo Kenji Oi
4

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado aos nossos familiares,


amigos e professores que incentivaram os
nossos estudos acadêmicos.
5

AGRADECIMENTO

Prof. Ms. Sandro Bastos, pela orientação e atenção nos momentos em que
precisamos.

Deus, pela força que nos deu para seguirmos em frente, não nos permitindo
desistir.
6

Faça as coisas mais simples que puder, porém


não se restrinja a elas.
(Albert Einstein)
7

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi elaborar um sistema de sinalização áudio-visual


via wireless, em um elevador de obra, para otimizar a operação em uma
construção civil e melhorar a segurança no ambiente de trabalho do operador do
elevador e seus operários.
Utilizando o módulo transmissor RT4 (da Telecontrolli) e o Encoder
MC145026 (da Freescale), foi desenvolvido o sistema de transmissão que utiliza a
modulação ASK para transmitir as diferentes combinações de dados referentes a
cada pavimento, onde os transmissores se encontram.
O módulo receptor RR3 (da Telecontrolli) recebe os dados dos transmissores
e envia estes dados para o Decoder MC145027 (da Freescale), que decodifica os
sinais recebidos do RR3. Esses sinais também servem para ativar o clock do Flip
Flop tipo D (o TTL 74LS374), que armazena os dados já encaminhados e os que
serão recebidos. O pacote de dados recebido ativa uma sirene e é visualizado em
um display de 7 segmentos.
Os resultados obtidos foram favoráveis para o bom funcionamento do
circuito, não havendo empecilhos para o desenvolvimento do projeto.
Concluímos que para seu funcionamento ideal, a rede elétrica precisa estar
em perfeitas condições e estável, o sistema precisa estar abrigado e protegido das
intempéries.

PALAVRAS-CHAVE: Sinalização; wireless; elevador de obra.


8

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Sistema de roldanas utilizado no antigo Egito.....................................14


FIGURA 2 – Sistema de cremalheira utilizado Atualmente......................................25
FIGURA 3 – Sistema de acionamento atual.............................................................26
FIGURA 4 – Espectro do sinal modulante (de banda básica) M(f) e espectro S(f) do
sinal AM correspondente..........................................................................................31
FIGURA 5 – Modulação AM no domínio do tempo...................................................31
FIGURA 6 – Modulação ASK....................................................................................32
FIGURA 7 – Circuito elétrico do transmissor............................................................36
FIGURA 8 – Layout do transmissor..........................................................................37
FIGURA 9 – Circuito elétrico do receptor..................................................................37
FIGURA 10 – Layout do receptor..............................................................................38
FIGURA 11 – Circuito do RT4...................................................................................39
FIGURA 12 – Foto e dimensões do RT4..................................................................40
FIGURA 13 – Sugestão de montagem para o RT4..................................................40
FIGURA 14 – Diagrama de blocos do RR3..............................................................41
FIGURA 15 – Pinagem do CI RR3...........................................................................42
FIGURA 16 – Foto do componente RR3..................................................................43
FIGURA 17 – Típica configuração de montagem do RR3.......................................44
FIGURA 18 – Sinal de dados de transmissão do MC145026..................................45
FIGURA 19 – Gráfico de transmissão do MC145026...............................................45
FIGURA 20 – Pinagem do MC145026.....................................................................46
FIGURA 21 – Pino que habilita MC145026..............................................................48
FIGURA 22 – Pulso do pino TE do MC145026........................................................49
FIGURA 23 – Pulso do pino out do MC145026........................................................49
FIGURA 24 – Gráfico de períodos do circuito oscilador do MC145026...................49
FIGURA 25 – Diagrama de blocos do MC145026....................................................50
FIGURA 26 – Sinal de dados de recepção do MC145027.......................................51
FIGURA 27 – Pinagem do MC145027.....................................................................52
FIGURA 28 – Pulso do pino out do MC145027........................................................52
FIGURA 29 – Pulso do pino 9 do MC145027...........................................................53
FIGURA 30 – Circuito de RC do MC145027............................................................53
FIGURA 31 – Circuito de montagem sugerida para o MC145027...........................54
9

FIGURA 32 – Retificador de onda completa............................................................55


FIGURA 33 – Gráfico de tensão desejada...............................................................56
FIGURA 34 – Gráfico de tensão filtrada...................................................................56
FIGURA 35 – Sistema do circuito elétrico................................................................57
FIGURA 36 – Pinagem do decodificardor................................................................60
FIGURA 37 – Pinagem do TTL 74374.....................................................................60
FIGURA 38 – Diagrama do TTL 74374....................................................................61
FIGURA 39 – Esquema problemático......................................................................62
FIGURA 40 – Esquema aperfeiçoado......................................................................63
10

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Bandas de freqüência..........................................................................33


TABELA 2 – Características do RT4........................................................................39
TABELA 3 – Características do RR3........................................................................42
TABELA 4 – Exemplo de codificação.......................................................................47
TABELA 5 – Opção de escolha dos componentes para criar a oscilação desejada
no MC145026............................................................................................................48
TABELA 6 – Opção de escolha dos componentes para criar a oscilação desejada
no MC145027............................................................................................................53
TABELA 7 – Configuração dos pinos nos andares correspondentes.......................58
TABELA 8 – Funções do CI 74374...........................................................................61
11

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................12
2. ELEVADORES DE OBRA..................................................................................13
2.1. A História do Elevador.................................................................................13
2.2. Recomendação Técnica de Procedimentos...............................................13
2.2.1. Norma Regulamentadora - NR-18.......................................................13
2.2.1.1. 18.14. Movimentação e transporte de materiais e pessoas............13
2.2.1.2. 18.14.21 Torres de Elevadores........................................................13
2.2.1.3. 18.14.22 Elevadores de Transporte de Materiais............................13
2.2.1.4. 18.14.23 Elevadores de Passageiros..............................................13
2.2.1.5. 18.14.24 Gruas.................................................................................13
2.3. Sistema Atual Utilizado...............................................................................13
3. COMUNICAÇÃO WIRELESS.............................................................................13
3.1. O que é Wireless.........................................................................................13
3.2. Transmissão Wireless.................................................................................13
3.3. Modulação...................................................................................................13
3.3.1. O que é Modulação..............................................................................13
3.3.2. Modulação AM.....................................................................................13
3.3.3. Modulação ASK...................................................................................13
3.3.4. Noções de uso do espectro RF nos dias atuais..................................13
3.3.4.1. Bandas de Frequências...................................................................13
4. ESTRUTURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO.............................13
4.1. Estrutura do Sistema...................................................................................13
4.2. Desenvolvimento do Sistema......................................................................13
4.3. Circuito Elétrico do Transmissor.................................................................13
4.4. Layout do Transmissor................................................................................13
4.5. Circuito Elétrico do Receptor.......................................................................13
4.6. Layout do Receptor.....................................................................................13
4.7. Detalhamento do dispositivo RT4...............................................................13
4.8. Aplicação Sugerida.....................................................................................13
4.9. Detalhamento do dispositivo RR3...............................................................13
4.10. Típica Aplicação do módulo RR3............................................................13
4.11. Circuito Integrado MC145026..................................................................13
4.12. Pinagem do MC145026...........................................................................13
4.12.1. Descrição dos pinos.........................................................................13
4.13. Diagrama de Blocos do MC145026.........................................................13
4.14. Circuito Integrado MC145027..................................................................13
4.15. Pinagem do MC145027...........................................................................13
4.15.1. Descrição dos pinos:........................................................................13
4.16. Configuração de montagem sugerida.....................................................13
4.17. Funcionamento do circuito.......................................................................13
4.17.1. Transmissor......................................................................................13
4.17.1.1. Cálculo da antena.............................................................................13
4.17.2. Receptor...........................................................................................13
4.17.2.1. Diagrama Lógico do 74LS374..........................................................13
4.17.2.2. Tabela de funções............................................................................13
4.18. Elaboração do projeto..............................................................................13
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................13
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................13
12

1. INTRODUÇÃO

A partir das necessidades envolvidas para o aperfeiçoamento da


comunicação de elevadores de obras, abordadas pelo dono de uma empresa
especializada na montagem e manutenção de elevadores de obras, desenvolvemos
um sistema sem fio e com notificação de chamada dos andares, auxiliando e
facilitando o trânsito e a segurança do deslocamento da cabine do elevador pelos
andares.
Os elevadores de obras atuais possuem somente um sistema sonoro, que
não ajuda o operador da cabine saber a localização do andar chamado. O sistema
que está sendo proposto, além de sistema sonoro, possui também, um sistema
visual e prático, indicando a localização exata para a qual o operador deve se
deslocar com a cabine e sendo transmitido por um sistema sem fio, onde se exclui
a necessidade e o perigo de tantos fios adjacentes em uma obra de grande porte e
risco.
O sistema se constitui de uma botoeira (push bottom) que fica localizada em
cada andar. Quando acionada, emite um sinal via wireless que aciona uma
campainha na cabine e, consequentemente, um sinal trinário que é responsável
pelo mostrador do display do andar selecionado. Essa comunicação faz com que a
quantidade de cabos de comando do elevador que ficam presos na sua estrutura
seja menor, que por inúmeras vezes sofrem escoriações, podendo ocasionar o
interrompimento do circuito ou até mesmo o choque elétrico, o que prejudica a obra,
paralisando o trabalho ou ocasionando o ferimento ou a morte de funcionários.
O dono da empresa de montagem de elevadores que nos auxiliou na
execução do nosso trabalho de conclusão de curso, nos informou que não há no
mercado nenhum sistema similar a este que estamos desenvolvendo, por isso a
necessidade para seu estudo e desenvolvimento.
13

2. ELEVADORES DE OBRA

2.1. A História do Elevador

Em 1500 a.C, os egípcios já utilizavam rudimentares elevadores para elevar


as águas do rio Nilo, através de tração animal e humana. A partir desta data, com a
Revolução Industrial, essas formas de tração foram sendo substituídas pela energia
do vapor e logo após pela eletricidade, pois eram usados apenas para o transporte
de cargas.
Em 1853, o empresário americano Elis Graves Otis inventou o primeiro
elevador de passageiros. Os primeiros elevadores eram muito lentos, para um
passageiro alcançar o oitavo andar de um prédio, levava em média 2 minutos.
Atualmente alguns elevadores são capazes de atingir a velocidade de 550 m/min, o
que significa dizer que são mais de 45 vezes mais rápidos do que os antigos
elevadores.
Os elevadores brasileiros começaram a ser fabricados em 1918. O cabineiro
girava uma manivela, que fazia com que o elevador subisse ou descesse. As portas
eram abertas e fechadas manualmente.
Com a construção de edifícios mais altos, o transporte movido à manivela foi
substituído por sistemas elétricos mais complexos que dispensavam o serviço dos
cabineiros. Hoje em dia, os elevadores contam com modernos sistemas, que
permitem grande conforto e segurança aos usuários.
14

Figura 1 – Sistema de roldanas utilizado no Antigo Egito (Carvalho Clayton, 2007).

2.2. Recomendação Técnica de Procedimentos

A reformulação da Norma Regulamentadora nº 18 - NR 18 - Condições e


Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, se deu por meio da
Portaria nº 4 de 04/07/95 e publicada no DOU de 07 de julho de 1995, resultante de
acordos, negociações e consenso de um Grupo Tripartite e Partidário, contando
com a participação efetiva dos Técnicos da FUNDACENTRO, DRT e SSST/MTE,
representação patronal e dos trabalhadores, na elaboração da proposta de um texto
base que também contou com a contribuição e sugestões de entidades, empresas
e profissionais que atuam no setor.
Em cumprimento ao item 18.35 da NR 18, a FUNDACENTRO – Fundação
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho apresenta a toda
comunidade do trabalho a Recomendação Técnica de Procedimentos – RTP sobre
Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas - Elevadores de Obras,
visando subsidiar as empresas, profissionais, governo e trabalhadores no
cumprimento da norma.
15

A referida Recomendação Técnica tem por objetivo fornecer embasamento


técnico e procedimentos sobre a Movimentação e Transporte de Materiais e
Pessoas - Elevadores de Obras, utilizados na Indústria da Construção. O texto base
e desenhos foram elaborados pelo Grupo Técnico de Trabalho, e consolidada pelos
demais técnicos do programa Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho
da Indústria da Construção da FUNDACENTRO.
Convém ressaltar que esta recomendação recebeu várias contribuições dos
Comitês Permanentes Regionais - CPRs implantados no país e aprovada pelo
Comitê Permanente Nacional - CPN, de acordo com o que prevê o item 18.34.2.6
da Norma Regulamentadora nº 18.

2.21. Norma Regulamentadora - NR-18

2.21.1. 18.14. Movimentação e transporte de materiais e pessoas.

18.14.1 Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas devem


ser dimensionados por profissional legalmente habilitado. (118.256-0 / I4)
18.14.1.1 A montagem e desmontagem devem ser realizadas por trabalhador
qualificado. (118.257-9 / I4)
18.14.1.2 A manutenção deve ser executada por trabalhador qualificado, sob
supervisão de profissional legalmente habilitado. (118.258-7 / I4)
18.14.2 Todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e
pessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual terá sua função
anotada em Carteira de Trabalho. (118.259-5 / I4)
18.14.3 No transporte vertical e horizontal de concreto, argamassas ou outros
materiais, é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de
movimentação da carga, sendo a mesma isolada e sinalizada. (118.260-9 / I3)
18.14.4 Quando o local de lançamento de concreto não for visível pelo operador do
equipamento de transporte ou bomba de concreto, deve ser utilizado um sistema de
sinalização, sonoro ou visual, e, quando isso não for possível deve haver
comunicação por telefone ou rádio para determinar o início e o fim do transporte.
(118.261-7 / I4)
16

18.14.5 No transporte e descarga dos perfis, vigas e elementos estruturais, devem


ser adotadas medidas preventivas quanto à sinalização e isolamento da área.
(118.262-5 / I2)
18.14.6 Os acessos da obra devem estar desimpedidos, possibilitando a
movimentação dos equipamentos de guindar e transportar. (118.263-3 / I2)
18.14.7 Antes do início dos serviços, os equipamentos de guindar e transportar
devem ser vistoriados por trabalhador qualificado, com relação à capacidade de
carga, altura de elevação e estado geral do equipamento. (118.264-1 / I4)
18.14.8 Estruturas ou perfis de grande superfície somente devem ser içados com
total precaução contra rajadas de vento. (118.265-0 / I4)
18.14.9 Todas as manobras de movimentação devem ser executadas por
trabalhador qualificado e por meio de código de sinais convencionados. (118.266-
8 / I4)
18.14.10 Devem ser tomadas precauções especiais quando da movimentação de
máquinas e equipamentos próximos a redes elétricas. (118.267-6 / I4)
18.14.11 O levantamento manual ou semimecanizado de cargas deve ser
executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível
com a sua capacidade de força, conforme a NR-17 - Ergonomia. (118.268-4 / I2)
18.14.12 Os guinchos de coluna ou similar (tipo "Velox") devem ser providos de
dispositivo próprios para sua fixação. (118.269-2 / I4)
18.14.13 O tambor do guincho de coluna deve estar nivelado para garantir o
enrolamento adequado do cabo. (118.270-6 / I3)
18.14.14 A distância entre a roldana livre e o tambor do guincho do elevador deve
estar compreendida entre 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) e 3,00m
(três metros), de eixo a eixo. (118.271-4 / I3)
18.14.15 O cabo de aço situado entre o tambor de rolamento e a roldana livre deve
ser isolado por barreira segura, de forma que se evitem a circulação e o contato
acidental de trabalhadores com o mesmo. (118.272-2 / I3)
18.14.16 O guincho do elevador deve ser dotado de chave de partida e bloqueio
que impeça o seu acionamento por pessoa não autorizada. (118.273-0 / I3)
18.14.17 Em qualquer posição da cabina do elevador, o cabo de tração deve
dispor, no mínimo, de 6 (seis) voltas enroladas no tambor. (118.634-5 / I4)
18.14.18 Os elevadores de caçamba devem ser utilizados apenas para o transporte
de material a granel. (118.275-7 / I4)
17

18.14.19 É proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar não


projetado para este fim. (118.276-5 / I4)
18.14.20 Os equipamentos de transportes de materiais devem possuir dispositivos
que impeçam a descarga acidental do material transportado. (118.277-3 / I4)

2.21.2. 18.14.21 Torres de Elevadores

18.14.21.1 As torres de elevadores devem ser dimensionadas em função das


cargas a que estarão sujeitas. (118.278-1 / I4)
18.14.21.1.1 Na utilização de torres de madeira devem ser atendidas as seguintes
exigências adicionais:
a) permanência, na obra, do projeto e da Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) de projeto e execução da torre (118.279-0 / I2);
b) a madeira deve ser de boa qualidade e tratada. (118.280-3 / I4)
18.14.21.2 As torres devem ser montadas e desmontadas por trabalhadores
qualificados. (118.281-1 / I4)
18.14.21.3 As torres devem estar afastadas das redes elétricas ou estas isoladas
conforme normas específicas da concessionária local. (118.282-0 / I4)
18.14.21.4 As torres devem ser montadas o mais próximo possível da edificação.
(118.283-8 / I3)
18.14.21.5 A base onde se instala a torre e o guincho deve ser única de concreto,
nivelada e rígida. (118.284-6 / I4)
18.14.21.6 Os elementos estruturais (laterais e contraventos) componentes da torre
devem estar em perfeito estado, sem deformações que possam comprometer sua
estabilidade. (118.285-4 / I4)
18.14 21.7 As torres para elevadores de caçamba devem ser dotadas de
dispositivos que mantenham a caçamba em equilíbrio. (118.286-2 / I2)
18.14.21.8 Os parafusos de pressão dos painéis devem ser apertados e os
contraventos contrapinados. (118.287-0 / I3)
18.14.21.9 O estaiamento ou fixação das torres à estrutura da edificação, deve ser
a cada laje ou pavimento. (118.635-3 / I4)
18.14.21.10 A distância entre a viga superior da cabina e o topo da torre, após a
última parada, deve ser de 4,00m (quatro metros). (118.636-1 / I4)
18

18.14.21.11 As torres devem ter os montantes posteriores estaiados a cada 6,00m


(seis metros) por meio de cabo de aço; quando a estrutura for tubular ou rígida, a
fixação por meio de cabo de aço é dispensável. (118.637-0 / I4)
18.14.21.12 O trecho da torre acima da última laje deve ser mantido estaiado pelos
montantes posteriores, para evitar o tombamento da torre no sentido contrário à
edificação. (118.291-9 / I4)
18.14.21.13 As torres montadas externamente às construções devem ser estaiadas
através dos montantes posteriores. (118.297-7 / I4)
18.14.21.14 A torre e o guincho do elevador devem ser aterrados eletricamente.
(118.293-5/ I4)
18.14.21.15 Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada
uma barreira que tenha, no mínimo, 1,80m (um metro e oitenta centímetros) de
altura, impedindo que pessoas exponham alguma parte de seu corpo no interior da
mesma. (118.639-6 / I4)
18.14.21.16 A torre do elevador deve ser dotada de proteção e sinalização, de
forma a proibir a circulação de trabalhadores através da mesma. (118.295-1 / I4)
18.14.21.17 As torres de elevadores de materiais devem ter suas faces revestidas
com tela de arame galvanizado ou material de resistência e durabilidade
equivalentes. (118.656-6 /I4)
18.14.21.17.1 Nos elevadores de materiais, onde a cabina for fechada por painéis
fixos de, no mínimo 2 (dois) metros de altura, e dotada de um único acesso, o
entelamento da torre é dispensável. (118.657-4 / I4)
18.14.21.18 As torres do elevador de material e do elevador de passageiros devem
ser equipadas com dispositivo de segurança que impeça a abertura da barreira
(cancela), quando o elevador não estiver no nível do pavimento. (118.297-8 / I4)
18.14.21.19 As rampas de acesso à torre de elevador devem:
a) ser providas de sistema de guarda-corpo e rodapé, conforme subitem 18.13.5
(118.298-6/ I4);
b) ter pisos de material resistente, sem apresentar aberturas (118.299-4 / I4);
c) ser fixadas à estrutura do prédio e da torre (118.300-1 / I4);
d) não ter inclinação descendente no sentido da torre. (118.301-0 / I4)
18.14.21.20 Deve haver altura livre de, no mínimo, 2,00m (dois metros) sobre a
rampa. (118.302-8 / I2)
19

2.21.3. 18.14.22 Elevadores de Transporte de Materiais

18.14.22.1 É proibido o transporte de pessoas nos elevadores de materiais.


(118.303-6/I4)
18.14.22.2 Deve ser fixada uma placa no interior do elevador de material, contendo
a indicação de carga máxima e a proibição de transporte de pessoas. (118.304-4 /
I1)
18.14.22.3 O posto de trabalho do guincheiro deve ser isolado, dispor de proteção
segura contra queda de materiais, e os assentos utilizados devem atender ao
disposto na NR-17-Ergonomia. (118.305-2 / I4)
18.14.22.4 Os elevadores de materiais devem dispor de:
a) sistema de frenagem automática que atue com efetividade em qualquer situação
tendente a ocasionar a queda livre da cabina (118.640-0 / I4) );
b) Sistema de segurança eletromecânica no limite superior, instalado a 2,00m (dois
metros) abaixo da viga superior da torre (118.307-9 / I4);
c) sistema de trava de segurança para mantê-lo parado em altura, além do freio do
motor (118.641-8 / I4);
d) Interruptor de corrente para que só se movimente com portas ou painéis
fechados. (118.630-2 / I4)
18.14.22.5 Quando houver irregularidades no elevador de materiais quanto ao
funcionamento e manutenção do mesmo, estas serão anotadas pelo operador em
livro próprio e comunicadas, por escrito, ao responsável da obra. (118.309-5 / I1)
18.14.22.6 O elevador deve contar com dispositivo de tração na subida e descida,
de modo a impedir a descida da cabina em queda livre (banguela). (118.642-6 / I4)
18.14.22.7 Os elevadores de materiais devem ser dotados de botão, em cada
pavimento, para acionar lâmpada ou campainha junto ao guincheiro, a fim de
garantir comunicação única. (118.311-7 / I2)
18.14.22.8 Os elevadores de materiais devem ser providos, nas laterais, de painéis
fixos de contenção com altura em torno de 1,00m (um metro) e, nas demais faces,
de portas ou painéis removíveis. (118.312-5 / I2)
18.14.22.9 Os elevadores de materiais devem ser dotados de cobertura fixa,
basculável ou removível. (118.313-3 / I2)
20

2.21.4. 18.14.23 Elevadores de Passageiros

18.14.23.1 Nos edifícios em construção com 12 (doze) ou mais pavimentos, ou


altura equivalente é obrigatória a instalação de, pelo menos, um elevador de
passageiros, devendo o seu percurso alcançar toda a extensão vertical da obra.
(118.314-1 / I3)
18.14.23.1.1 O elevador de passageiros deve ser instalado, ainda, a partir da
execução da 7ª laje dos edifícios em construção com 08 (oito) ou mais pavimentos,
ou altura equivalente, cujo canteiro possua, pelo menos, 30 (trinta) trabalhadores.
(118.315-0 / I3)
18.14.23.2 Fica proibido o transporte simultâneo de carga e passageiros no
elevador de passageiros. (118.643-4 / I4)
18.14.23.2.1 Quando ocorrer o transporte de carga, o comando do elevador deve
ser externo. (118.644-2 / I4)
18.14.23.2.2 Em caso de utilização de elevador de passageiros para transporte de
cargas ou materiais, não simultâneo, deverá haver sinalização por meio de cartazes
em seu interior, onde conste de forma visível, os seguintes dizeres, ou outros que
traduzam a mesma mensagem: "É PERMITIDO O USO DESTE ELEVADOR PARA
TRANSPORTE DE MATERIAL, DESDE QUE NÃO REALIZADO SIMULTÂNEO
COM O TRANSPORTE DE PESSOAS". (118.645-0 / I2)
18.14.23.2.3 Quando o elevador de passageiros for utilizado para o transporte de
cargas e materiais, não simultaneamente, e for o único da obra, será instalado a
partir do pavimento térreo. (118.646-9 / I4)
18.14.23.2.4 O transporte de passageiros terá prioridade sobre o de carga ou de
materiais. (118.647-7 / I2)
18.14.23.3 O elevador de passageiros deve dispor de:
a) interruptor nos fins de curso superior e inferior, conjugado com freio automático
eletromecânico (118.648-5 / I4);
b) sistema de frenagem automática que atue com efetividade em qualquer situação
tendente a ocasionar a queda livre de cabina (118.649-3 / I4);
c) sistema de segurança eletromecânico situado a 2,00m (dois metros) abaixo da
viga superior da torre, ou outro sistema que impeça o choque da cabina com esta
viga (118.650-7 / I4);
21

d) interruptor de corrente, para que se movimente apenas com as portas fechadas


(118.320-6 / I4);
e) cabina metálica com porta (118.651-5 / I4);
f) freio manual situado na cabina, interligado ao interruptor de corrente que quando
acionado desligue o motor. (118.652-3 / I4)
18.14.23.4 O elevador de passageiros deve ter um livro de inspeção, no qual o
operador anotará, diariamente, as condições de funcionamento e de manutenção
do mesmo. Este livro deve ser visto e assinado, semanalmente, pelo responsável
pela obra. (118.322-2 / I2)
18.14.23.5 A cabina do elevador automático de passageiros deve ter iluminação e
ventilação natural ou artificial durante o uso e indicação do número máximo de
passageiros e peso máximo equivalente (kg). (118.653-1 / I4)

2.21.5. 18.14.24 Gruas

18.14.24.1 A ponta da lança e o cabo de aço de levantamento da carga devem


ficar, no mínimo, a 3m (três metros) de qualquer obstáculo e ter afastamento da
rede elétrica que atenda à orientação da concessionária local.
18.14.24.1.1 Para distanciamentos inferiores a 3m (três metros), a interferência
deverá ser objeto de análise técnica, por profissional habilitado, dentro do plano de
cargas.
18.14.24.1.2 A área de cobertura da grua, bem como interferências com áreas além
do limite da obra, deverá estar prevista no plano de cargas respectivo.
18.14.24.2 É proibida a utilização de gruas para o transporte de pessoas.
18.14.24.3 O posicionamento da primeira ancoragem, bem como o intervalo entre
ancoragens posteriores, deve seguir as especificações do fabricante, fornecedor ou
empresa responsável pela montagem do equipamento, mantendo disponível no
local as especificações atinentes aos esforços atuantes na estrutura da ancoragem
e do edifício.
18.14.24.4 Antes da entrega ou liberação para início de trabalho com utilização de
grua, deve ser elaborado um Termo de Entrega Técnica, prevendo a verificação
operacional e de segurança, bem como o teste de carga, respeitando-se os
parâmetros indicados pelo fabricante.
22

18.14.24.5 A operação da grua deve se desenvolver de conformidade com as


recomendações do fabricante.
18.14.24.5.1 Toda grua deve ser operada através de cabine acoplada à parte
giratória do equipamento exceto em caso de gruas automontantes ou de projetos
específicos ou de operação assistida.
18.14.24.6 É proibido qualquer trabalho sob intempéries ou outras condições
desfavoráveis que exponham os trabalhadores a risco.
18.14.24.6.1 A grua deve dispor de dispositivo automático com alarme sonoro que
indique a ocorrência de ventos superiores a 42 Km/h.
18.14.24.6.2 Deve ser interrompida a operação com a grua quando da ocorrência
de ventos com velocidade superior a 42km/h.
18.14.24.6.3 Somente poderá ocorrer trabalho sob condições de ventos com
velocidade acima de 42 km/h mediante operação assistida.
18.14.24.6.4 Sob nenhuma condição é permitida a operação com gruas quando da
ocorrência de ventos com velocidade superior a 72 Km/h.
18.14.24.7 A estrutura da grua deve estar devidamente aterrada de acordo com a
NBR 5410 e procedimentos da NBR 5419 e a respectiva execução de acordo com o
item 18.21.1 desta NR.
18.14.24.8 Para operações de telescopagem, montagem e desmontagem de gruas
ascensionais, o sistema hidráulico deverá ser operado fora da torre.
18.14.24.8.1 As gruas ascensionais só poderão ser utilizadas quando suas escadas
de sustentação dispuserem de sistema de fixação ou quadro-guia que garantam
seu paralelismo.
18.14.24.8.2 Não é permitida a presença de pessoas no interior da torre de grua
durante o acionamento do sistema hidráulico.
18.14.24.9 É proibida a utilização da grua para arrastar peças, içar cargas
inclinadas ou em diagonal ou potencialmente ancoradas como desforma de
elementos pré-moldados.
18.14.24.9.1 Nesse caso, o içamento por grua só deve ser iniciado quando as
partes estiverem totalmente desprendidas de qualquer ponto da estrutura ou do
solo.
18.14.24.10 É proibida a utilização de travas de segurança para bloqueio de
movimentação da lança quando a grua não estiver em funcionamento.
23

18.14.24.10.1 Para casos especiais deverá ser apresentado projeto específico


dentro das recomendações do fabricante com respectiva ART – Anotação de
Responsabilidade Técnica.
18.14.24.11 A grua deve, obrigatoriamente, dispor dos seguintes itens de
segurança:
a) Limitador de momento máximo;
b) Limitador de carga máxima para bloqueio do dispositivo de elevação;
c) Limitador de fim de curso para o carro da lança nas duas extremidades;
d) Limitador de altura que permita frenagem segura para o moitão;
e) Alarme sonoro para ser acionado pelo operador em situações de risco e alerta,
bem como de acionamento automático, quando o limitador de carga ou momento
estiver atuando;
f) Placas indicativas de carga admissível ao longo da lança, conforme especificado
pelo fabricante;
g) Luz de obstáculo (lâmpada piloto);
h) Trava de segurança no gancho do moitão;
i) Cabos-guia para fixação do cabo de segurança para acesso à torre, lança e
contra-lança;
j) Limitador de giro, quando a grua não dispuser de coletor elétrico;
k) Anemômetro;
l) Dispositivo instalado nas polias que impeça o escape acidental do cabo de aço;
m) Proteção contra a incidência de raios solares para a cabine do operador
conforme disposto no item 18.22.4 desta NR;
n) Limitador de curso para o movimento de translação de gruas instaladas sobre
trilhos;
o) Guarda-corpo, corrimão e rodapé nas transposições de superfície;
p) Escadas fixas conforme disposto no item 18.12.5.10 desta NR;
q) Limitadores de curso para o movimento da lança – item obrigatório para gruas de
lança móvel ou retrátil.
18.14.24.11.1 Para movimentação vertical na torre da grua é obrigatório o uso de
dispositivo trava-quedas.
18.14.24.12 As áreas de carga ou descarga devem ser isoladas somente sendo
permitido o acesso às mesmas ao pessoal envolvido na operação.
24

18.14.24.13 Toda empresa fornecedora, locadora ou de manutenção de gruas deve


ser registrada no CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia, para prestar tais serviços técnicos.
18.14.24.13.1 A implantação, instalação, manutenção e retirada de gruas deve ser
supervisionada por engenheiro legalmente habilitado com vínculo à respectiva
empresa e, para tais serviços, deve ser emitida ART - Anotação de
Responsabilidade Técnica.
18.14.24.14 Todo dispositivo auxiliar de içamento (caixas, garfos, dispositivos
mecânicos e outros), independentemente da forma de contratação ou de
fornecimento, deve atender aos seguintes requisitos:
a) Dispor de maneira clara, quanto aos dados do fabricante e do responsável,
quando aplicável;
b) Ser inspecionado pelo sinaleiro ou amarrador de cargas, antes de entrar em uso;
c) Dispor de projeto elaborado por profissional legalmente, mediante emissão de
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica – com especificação do dispositivo e
descrição das características mecânicas básicas do equipamento.
18.14.24.15 Toda grua que não dispuser de identificação do fabricante, não possuir
fabricante ou importador estabelecido ou, ainda, que já tenha mais de 20 (vinte)
anos da data de sua fabricação, deverá possuir laudo estrutural e operacional
quanto à integridade estrutural e eletromecânica, bem como, atender às exigências
descritas nesta norma, inclusive com emissão de ART - Anotação de
Responsabilidade Técnica – por engenheiro legalmente habilitado.
18.14.24.15.1 Este laudo deverá ser revalidado no máximo a cada 2 (dois) anos.
18.14.24.16 Não é permitida a colocação de placas de publicidade na estrutura da
grua, salvo quando especificado pelo fabricante do equipamento.
18.14.24.17 A implantação e a operacionalização de equipamentos de guindar
devem estar previstas em um documento denominado “Plano de Cargas” que
deverá conter, no mínimo, as informações constantes do Anexo III desta NR -
“PLANO DE CARGAS PARA GRUAS”.
25

2.3. Sistema Atual Utilizado

O Sistema atual consta com uma botoeira (push bottom) e um sistema de


campainha que fica situado em cada pavimento. Esse sistema funciona através de
um acionamento local em uma botoeira onde, efetuado o acionamento desta, se
dispara um sinal sonoro, para comunicar o condutor da cabine o local que a cabine
é necessária.
O sistema atual não é eficaz, pois há um dispositivo sonoro localizado em
cada pavimento, portanto, o condutor não sabe ao certo qual andar a cabine está
sendo solicitada.

Figura 2 – Sistema de cremalheira utilizado atualmente (Obra Dom Lara, 2007).


26

Figura 3 – Sistema de acionamento atual (Obra Dom Lara, 2007).


27

3. COMUNICAÇÃO WIRELESS

3.1. O que é Wireless

O nome Wireless vem do Inglês (wire = fio, less = sem), sendo comumente
utilizado no meio da informática e/ou eletrônica para designar as tecnologias que
permitem comunicação sem conexão física direta entre os equipamentos.
É um sistema de transmissão de dados flexível que pode ser usado como
alternativa para as redes cabeadas, a primeira idéia de redes wireless foi
desenvolvido na Universidade do Hawaii, onde se tinha uma rede interligada
através de um sistema telefônico que não supria as necessidades da rede, como as
ilhas do arquipélago ficavam relativamente distantes pesquisadores e cientistas
resolveram desenvolver um sistema de transmissão que não se necessita de cabos
para interligá-lo, surgindo então as redes Wireless.
O princípio de funcionamento das Wireless se baseia na transmissão de
dados através da camada atmosférica utilizando a propagação das ondas
eletromagnéticas com caminho entre o transmissor e o receptor.

3.2. Transmissão Wireless

Transmissões de rádio freqüência são aqueles cujo canal de transmissão é o


ar. As ondas de rádio viajam como as ondas do mar, o sinal pode ser refletido em
paredes, enviando múltiplos e algumas vezes versões distorcidas do mesmo sinal
para o usuário, causando interferência ou recepções pobres ou distorcidas. Rádios
transmissores são sujeitos à interferência devido a: relâmpagos e reflexões em
prédios ou outras superfícies, transmissões ou freqüências adjacentes. O resultado
é uma freqüência pobre ou uma transmissão de dados truncada gerando a
necessidade de repetir informação para estar-se certo que ela foi recebida.
Transmissões de rádio podem se sobrepor, possibilitando que duas conversações
sejam ouvidas ao mesmo tempo. E, ao contrário do que podem pensar alguns,
esses canais são finitos. Logo, é preciso regulamentar seu uso ou seria o caos
fazer uso de equipamentos transmissores de RF. Uma conseqüência desta
28

regulamentação é que algumas freqüências RF são de uso restrito, tal como


acontece com as freqüências usadas por algumas polícias e pelas Forças Armadas.
Os transmissores de áudio via rádio freqüência, mais comuns, podem ser
divididos, quanto a banda de transmissão, em basicamente três grupos:

• Os que transmitem em VLF (do inglês, Very Low Frequency, que quer dizer
freqüência ultrabaixa);
• Os que transmitem em VHF (do inglês Very High Frequency, que quer dizer
freqüência muito alta);
• Os que transmitem em UHF (do inglês Ultra High Frequency, que quer dizer
freqüência ultra-alta).

As transmissões em VLF são as mais indicadas para quem tem preocupação


em despistar o serviço de contra inteligência do ambiente alvo, pois poucas equipes
contam com equipamentos para escaneamento destas freqüências. Todavia, o
alcance destes sinais geralmente não ultrapassa o limite de 50m, em função das
características das ondas de VLF que são mais longas que as de VHF e as de
UHF. Isto sem falar na dificuldade deste sinal em transpor algumas barreiras
físicas.
Dentre os transmissores com maior alcance (VHF e UHF) os que transmitem
em UHF costumam ser mais baratos que os que transmitem em UHF. Contudo os
sinais de VHF têm a desvantagem de terem um sinal menos seguro, pois podem ter
seu sinal interceptado por rádios em comuns. Além do que, sinais de VHF têm um
alcance limitado quando comparados com os sinais UHF, pois têm mais dificuldade
em transpor barreiras físicas como paredes, tetos e pisos. Embora o alcance dos
sinais UHF possa ser bem maior em comparação aos sinais de VLF.
Já os sinais transmitidos em UHF, cujas ondas são menores, têm maior
facilidade em transpor barreiras físicas, o que na prática pode soar como um
alcance maior do sinal. Outra vantagem do sinal UHF é a segurança do sinal, pois é
preciso se ter um equipamento especial para interceptar estes sinais,
diferentemente do sinal VHF que pode ser interceptado por um rádio AM/FM
comum.
29

3.3. Modulação

3.31. O que é Modulação

Modulação é o processo pelo qual alguma característica (amplitude,


freqüência ou fase) de uma portadora (sinal senoidal de freqüência fc hertz) é
variada de acordo com uma onda modulante (sinal de informação, de banda
básica). O resultado do processo de modulação é um sinal passa-faixa que é
denominada onda modulada, e que transporta a informação contida na onda
modulante. Do ponto de vista espectral, a modulação realiza uma translação da
informação da banda básica para uma faixa do espectro em torno da freqüência da
portadora, fc. O propósito da modulação é adequar o sinal de informação (de banda
básica) às características de um canal passa-faixa ou possibilitar a multiplexação
por divisão de freqüência de vários sinais de informação.

3.32. Modulação AM

Modulação em Amplitude ou simplesmente AM (Amplitude Modulada), é a


forma de modulação em que a amplitude de um sinal senoidal, chamado portadora,
varia em função do sinal de interesse, que é o sinal modulador. A freqüência e a
fase da portadora são mantidas constantes. Matematicamente, é uma aplicação
direta da propriedade de deslocamentos em freqüências da transformada de
Fourier, assim como da propriedade da convolução.
No caso de transmissão de sinais, o modelo adotado pelo Bureau of Naval
Personnel Training Publications Division, e seguido pelo ocidente para definir o AM,
diz que a “Amplitude Modulada é a variação da intensidade de saída de RF (Rádio
Freqüência) do transmissor a uma velocidade de áudio”. A tensão de saída do
radiotransmissor tem uma variação que oscila para cima e para baixo de seu valor
nominal de acordo com a freqüência de áudio.
30

Considere as seguintes definições:

 Onda portadora senoidal

Ac  Amplitude de pico da portadora (volt ou ampére)


Fc  Freqüência da portadora (hertz)
m(t)  Sinal modulante (de banda básica)
ka  Sensibilidade do modulador AM

Uma onda modulada em amplitude (AM) pode ser descrita como uma função
do tempo da seguinte forma:

Notar que a amplitude de s(t) é variada em torno do valor Ac, linearmente


com o sinal modulante m(t).

Segue que a transformada de Fourier do sinal AM s(t) é dada por:

onde, M(f) é a transformada de Fourier (ou espectro) de m(t) . A figura 4 e 5


mostram, em forma estilizada, o espectro S(f) do sinal AM.
31

Figura 4 – Espectro do sinal modulante (de banda básica) M(f) e espectro S(f) do sinal AM
correspondente (Sánchez, M. Corbelle, 1994).

Figura 5 – Modulação AM no domínio do tempo (Sánchez, M. Corbelle, 1994).


32

3.33. Modulação ASK

Uma vez que a modulação AM trabalha com sinais contínuos no tempo a


modulação ASK (Amplitude Shift-Keying), por sua vez, é uma técnica de modulação
mais simples entre as utilizadas para modular sinais discretos (digitais). Consiste na
alteração da amplitude da onda portadora em função do sinal digital a ser
transmitido. A modulação em amplitude como já foi vista no tópico acima, translada
o espectro de freqüência baixa do sinal binário, para uma freqüência alta como é a
da onda portadora.
A amplitude da portadora é comutada entre dois valores, usualmente ligado e
desligado (na modulação em amplitude multinível podem ser utilizados mais
valores). A onda resultante consiste então em pulsos de rádio freqüência (RF), que
representam o sinal binário “1” e espaços representando o dígito binário “0”
(supressão da portadora).
Esta técnica é equivalente à modulação AM para sinais contínuos com um
sinal modulante na forma de um pulso retangular. O preço desta simplicidade, tanto
para a modulação AM quanto para a modulação ASK é o desperdício de largura de
banda, desperdício de potência e baixa imunidade com relação a ruídos.

Figura 6 – Modulação ASK (Sánchez, M. Corbelle, 1994).


33

3.34. Noções de uso do espectro RF nos dias atuais

3.34.1. Bandas de Frequências

Tabela 1 – Bandas de freqüência (Gomes Tadeu, Alcides. Telecomunicações: Transmissão e


Recepção. ed. 19. São Paulo: Érica).
Frequências mais altas em uso atualmente, pesquisas
20 GHz
c/ satélites;
6 à 14 GHz Maiores frequências em uso constante, satélites;
Freqüências usadas por equipamentos especiais e
2 á 6 GHz
satélites;
1 à 2 GHz Telefonia celular banda C, equipamentos especiais;
Telefonia celular, transmissões de canais de 1V
800 MHz a 1 GHz
comercial;
450 a 520 MHz UHF standard e UHF estendido;
420 a 450 MHz Rádio amador;
406 a 420 MHz Serviço governamental;
174 a 406 MHz Freqüências reservadas Conversões;
148 a 174 MHz VHF banda alta;
144 a 148 MHz Rádio amador 2m 1000 Hz (Hertz) = 1 MHz (Megahertz);
136 a 144 MHz Serviço governamental 1000 MHz = 1 GHz (Gigahertz);
118 a 136 MHz Aeronáutica;
87 a 108 MHz Rádios FM comerciais;
50 a 54 MHz Rádio amador 6m;

29,7 a 50 MHz VHF banda baixa


29 a 29,7 MHz Rádio amador 10m;

26 a 28,955 MHz Faixa do cidadão CB (AM);


15 MHz aprox. VLF;
10 Hz aprox. Fala humana.

Quanto ao alcance do sinal de RF, em se tratando de sinais VHF e UHF,


este é proporcional à potência do equipamento transmissor, ente outros fatores
(como a qualidade e o tipo da antena, por exemplo). Como medida referencial,
podemos admitir que um transmissor de áudio com 1 watt de potência, transmite o
34

sinal à um alcance aproximado de uma milha (= 1,6km). Logo, se o transmissor em


questão possui 14 W de potência, ele deverá ter um alcance aproximado de 800m.
Devemos levar em consideração, entretanto, que o alcance da transmissão
citado nos manuais dos fabricantes bem como os alcances resultados da
comparação com a potência da transmissão, refere-se sempre ao uso dos
equipamentos em condições ideais de transmissão. Isto é, com o tempo seco e
sem que o sinal tenha de atravessar barreiras físicas, entre outras variáveis de
menor importância.
Para definirmos o equipamento ideal para determinada missão, deveremos
levar em conta dois fatores importantes: o alcance e a segurança do sinal. Já
sabemos que o sinal de UHF possui uma facilidade maior de transpor barreiras
físicas em relação ao sinal de VHF que, por sua vez, possui essa capacidade mais
desenvolvida que os sinais de VLF.
Para entendermos sobre a segurança do sinal, devemos entender que os
sinais RF transmitidos em VHF, dependendo do tipo de modulação (AM ou FM),
podem ser muito vulneráveis. A maioria (para não dizer todos) dos micro
transmissores do mercado que transmitem em VHF, o fazem com sinal modulado
por freqüência (FM). Logo, quando usamos um transmissor RF que transmite em
VHF/FM, podemos estar sendo muito relapsos em relação à segurança do sinal
transmitido. Isto acontece, porque existem vários equipamentos no mercado que
recebem/interceptam mensagem em VHF/FM. Uns exemplos de equipamento que
pode interceptar estes tipos de sinais são rádios comuns AM/FM.
Até agora só falamos sobre sinais de áudio. Em relação aos sinais para
transmissão de vídeo imagens (uso conjunto com micro câmeras), a transmissão
deve acontecer depois da faixa de 1,3 GHZ. Pois os sinais transmitidos até esta
freqüência, podem ser interceptados por alguns aparelhos domésticos de televisão.
Ainda vale a pena citar que pelas freqüências de rádio viajam não só sinais de
áudio ou vídeo imagens, mas também dados. Os equipamentos de GPS são
exemplos de dispositivos que se utilizam o espectro RF para transmitir dados.
35

4. ESTRUTURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

4.1. Estrutura do Sistema

O projeto foi desenvolvimento inicialmente em base de pesquisa na internet,


onde tivemos que descobrir qual circuito integrado se enquadraria no nosso sistema
para mandar sinais digitais, e uma das perguntas feitas pelos integrantes do grupo
foi como iríamos codificar, transmitir, receber e decodificar esses sinais.
O protótipo foi feito em uma Matriz de Contatos (Protoboard) que, na opinião
do grupo, é uma ferramenta indispensável para o projeto eletrônico em geral. O
protoboard (ou Matriz de Contatos) é uma ferramenta útil para podermos realizar
montagens provisórias e testes de circuitos eletrônicos, tendo uma grande
vantagem, que é a desnecessidade de solda dos componentes. Uma desvantagem
em montar em protoboard, é um significante mau contato que ocorre nas placas,
pois os componentes não ficam soldados, e também, após algum tempo de uso, a
fixação dos componetes se compromete.
Também existem programas que fazem testes de circuitos eletrônicos, ou
seja, simulações. Mas no nosso projeto, nos deparamos com um problema para
usar o programa que faz essa simulação. Usamos 3 componentes que não se
encontram nas bibliotecas do simulador eletronic workbench (Multisim 9),
desenvolvido pela empresa National Instruments, considerado um bom simulador.
Outro fator importante na opinião do grupo, é que no simulador você apenas
simula o circuito, mas não vê realmente se ele funciona de verdade, ainda mais se
tratando de um transmissor e um receptor, que sempre têm suas partes críticas.

4.2. Desenvolvimento do Sistema

O integrante do grupo Vinicius, tem uma oficina montada na garagem de sua


casa, onde todo o projeto prático foi elaborado e desenvolvido. Mexendo em
algumas sucatas eletrônicas encontradas em sua oficina, ele achou um controle
remoto de um alarme de carro, viu o código do circuito integrado desse controle e
pesquisou na internet.
36

Através dessa pesquisa, descobrimos que aquele circuito integrado era um


codificador, eliminando assim, o nosso primeiro problema.
O segundo problema era desenvolver um circuito capaz de enviar os sinais
digitais. Pesquisando na Internet e conversando com amigos relacionados à área,
descobrimos que existe no mercado um transmissor pronto para nosso sistema,
que é o RT4.
O terceiro problema foi eliminado automaticamente após a descoberta do
transmissor, que para ele, também há no mercado um receptor pronto.
E, finalmente, o quarto problema foi resolvido assim que achamos o
datasheet do circuito integrado do codificador.
Resolvido todos esses problemas, não tivemos dificuldades em montar no
protoboard o transmissor.
A parte mais crítica do projeto foi, sem dúvida nenhuma, o receptor, no qual
tivemos que pensar um pouco mais. Tínhamos que montar um circuito que
visualizasse e também armazenasse um dado dos bits enviados pelo transmissor.

4.3. Circuito Elétrico do Transmissor

Figura 7 – Circuito elétrico do transmissor (Antonio, Vinicius, 2007).


37

4.4. Layout do Transmissor

Figura 8 – Layout do transmissor (Antonio, Vinicius, 2007).

4.5. Circuito Elétrico do Receptor

Figura 9 – Circuito elétrico do receptor (Antonio, Vinicius, 2007).


38

4.6. Layout do Receptor

Figura 10 – Layout do receptor (Antonio, Vinicius, 2007).

4.7. Detalhamento do dispositivo RT4

O módulo Transmissor RT4, da empresa Italiana Telecontrolli, utiliza um


ressonador SAW (Surface Acoustic Waves ou Ondas Acústicas de Superfície) que
melhora a estabilidade do circuito usando somente um transistor.
Também muito usado no mercado devido às mesmas qualidades do RR3.
Suas freqüências de operação operam na faixa de (315, 418, 433.92 MHz)
Na figura 11, mostraremos o circuito interno desse módulo.
39

Figura 11 – Circuito do RT4 (www.sabereletronica.com.br, 2007).

O RT4 tem uma larga vantagem em relação ao RR3 no range de tensão de


trabalho. No RR3, trabalhamos com um range pequeno de 4,5 a 5,5 VDC, já no
RT4 esse range é de 2 a 14 VDC, e seu consumo é de 4mA.

Na tabela abaixo apresentamos as características técnicas do RT4:

Tabela 2 – Características do RT4 (Datasheet do RT4, 2007).

Caracteristicas Min Typ Max Unit


Vcc Supply Voltage 2 14 VDC
Is Supply Current (Vcc=5V IN=1KHz Square Wawe) 4 Ma
Fw Working Frequency 303,8 433,92 Mhz
Po RF Output Power into 50W (Vi=5V, Vcc=12V) 7 10 dBm
Harmonic Spurious Emission -30 dBc
Vih Input High Voltage 2 Vcc V
Max Data Rate 4 Khz
Top Operating Temperature Range -25 +80 ºC
40

Na figura 12, mostraremos as dimensões e pinagens do RT4.

Figura 12 – Foto e dimensões do RT4 (www.sagitron.net, 2007).

Pinos:
1 - VCC
2 - GND
3 - IN - Entrada da Moludação
4 - EA - Antena Externa

4.8. Aplicação Sugerida

Figura 13 – Sugestão de montagem para o RT4 (www.sabereletronica.com.br, 2007).


41

4.9. Detalhamento do dispositivo RR3

O módulo receptor RR3, do Fabricante Telecontrolli, é um receptor super


regenerativo (previne oscilações, fazendo com que o circuito opere com a máxima
amplificação), com indutor ajustado a laser, pois sua função é obter uma grande
precisão na indutância do receptor. Esse dispositivo é muito usado no mercado,
devido a sua estabilidade de funcionamento em ambientes hostis, como em lugares
com alta vibração mecânica ou com grande variação de temperatura, sendo um
módulo bastante robusto.
Na figura 14, mostraremos seu diagrama de blocos.

Figura 14 – Diagrama de blocos do RR3 (www.sabereletronica.com.br, 2007).

O RR3 trabalha com tensões de (4,5 - 5,5) VDC, e seu consumo é de 2,5mA.
Na tabela 3, apresentamos as características técnicas desse módulo.
42

Tabela 3 – Características do RR3 (Datasheet do RR3, 2007).


Características Min Typ Max Unit
Vrf RF Supply Voltage 4.5 5,0 5.5 VDC
Vaf AF Supply Voltage 4.5 5,0 5.5 VDC
Is Supply corrent 2.5 3 mA
Fw Working Frequency 200 450 Mhz
Tuning Tolerance ±0.2 ±0.5 Mhz
Bw -3db Bandwidth ±2 ±3 Mhz
Max Data Rate 2 Khz
RF Sensitivity (100% AM) -100 -105 dBm
Level of Emitted Spectrum -65 -60 dBm
Vol Low-Level Output Voltage 0.6 V
Voh High-Level Output Voltage 3.6 V
Top Operating Temperature -25 +80 ºC
Range

Dimensões e pinagem do modulo RR3 demonstrados na figura 15.

Figura 15 – Pinagem do CI RR3 (www.sabereletronica.com.br , 2007).


43

Pinos:
1 - RF + Vcc
2 - RF GND
3 - IN
4 - NC - Não conectado
5 - NC - Não conectado
6 - NC - Não conectado
7 - RF - GND
8 - NC - Não conectado
9 - NC - Não conectado
10 - AF- + Vcc
11 - AF - GND
12 - AF- + Vcc
13 - Ponto de teste
14 - Out (saída)
15 - AF- + Vcc

Figura 16 – Foto do componente RR3 (www.sagitron.net, 2007).


44

4.10. Típica Aplicação do módulo RR3

Figura 17 – Típica configuração de montagem do RR3 (www.sagitron.net, 2007).

4.11. Circuito Integrado MC145026

O circuito integrado MC145026, consiste de um codificador em série que


transmite dados trinários, conforme definido pelo estado dos pinos de entrada A1 -
A5 e A6/D6 - A9/D9. Estes pinos podem estar em qualquer um dos três estados
(baixo, alto, ou aberto), permitindo 19.683 possíveis combinações. A seqüência de
transmissão é iniciada por um baixo nível no pino de entrada TE.
Ao ligar-se, o MC145026 pode transmitir continuamente enquanto TE
permanece baixo (também, o dispositivo pode transmitir seqüências de dois dígitos
por pulsos TE baixo). No entanto, nenhuma aplicação no MC145026 deve ser
concebida de modo a invocar o primeiro envio de dados transmitido imediatamente
depois de iniciado porque os dados podem ser inválidos.
Entre as duas palavras de dados, nenhum sinal é enviado para três períodos
de dados. Na figura 18, mostraremos como é feito esse processo.
45

Figura 18 – Sinal de dados de transmissão do MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).

Cada bit trinário transmitido é codificado em pulsos, veja na figura 19 como é


realizado esse processo.

Figura 19 – Gráfico de transmissão do MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).


46

A lógica 0 (baixo) é codificado como dois pulsos curtos consecutivos, uma


lógica 1 (alto) como dois longos pulsos consecutivos, e um aberto (alta impedância)
como um pulso longo seguido por um pulso curto o estado de entrada é
determinada usando-se um dispositivo de entrada fraco para tentar forçar cada
saída alta para baixa. Se apenas houver resultados de estado alto, dos dois testes,
a entrada é designada a VDD. Se apenas um estado baixo é obtido, a entrada é
designada a VSS.
Se há ambas, uma alta e uma baixa, podem ser forçadas a uma entrada e é
assumida e decodificada como tal, sendo os níveis ‘‘alto e “baixo” de 70% e 30% da
tensão de alimentação. O dispositivo de saída fraca cai para 110 mA a 5 V de nível
de abastecimento, 500 mA a 10 V, e um 1 mA a 15V.
A entrada TE tem um dispositivo interno pull up onde, uma simples troca
pode ser utilizada para forçar a entrada baixa. Embora a TE seja alta e a
transmissão da segunda palavra esteja expirada, o codificador é totalmente
desativado, o oscilador é inibido, e o dreno atual é reduzido ao quiescente atual.
Quando a TE cai para o estado baixo, o oscilador é iniciado e, também, a
seqüência de transmissão.

4.12. Pinagem do MC145026

Figura 20 – Pinagem do MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).


47

4.121. Descrição dos pinos

A1 – A5, A6/D6 – A9/D9: Os pinos A1-A9 são pinos de endereços, usados


para a codificação. Esses endereços podem ser feitos em níveis lógicos 0,1 e
aberto, obtendo uma possibilidade de 19.683 no modo trinário e 512 no modo
binário. Reparamos que do pino 6 até o pino 10 podemos endereçar e também
enviar dados. No nosso caso, usamos como endereçamento do A1 até A5,
possibilitando 243 endereços (modo trinário) e 32 (modo binário). Os pinos D6, D7,
D8 e D9 foram usados para entrada a de dados, onde são configurados em binário
os respectivos andares que estarão os Transmissores. Na tabela 4, citamos um
exemplo de como foi feita essa codificação.

Tabela 4 – Exemplo de codificação (Antonio, Vinicius, 2007).


D9 D8 D7 D6 Numero do andar onde se encontra o
transmissor
1 0 0 1 9

Pinos 12,13 e 14 (RS, CTC, RTC): Esses pinos fazem parte do oscilador do
MC145026. Através desses pinos, podemos ajustar a freqüência do oscilador
interno do MC145026 que queremos trabalhar. O cálculo para dimensionar o valor
Ôhmico que devemos usar nos pinos RS e RTC e o valor do capacitor no pino CTC,
é expressa por meio da fórmula:

Freqüência do Oscilador

Para 1 kHz ≤ f ≤ 400 kHz onde:


48

Além dessa fórmula, no datasheet do componente existe uma tabela onde


temos a freqüência de oscilação do circuito integrado, e os valores respectivos dos
resistores e capacitores que podem ser usados, dependendo da freqüência de
oscilação que trabalhamos. Na tabela 5, mostraremos essa tabela.

Tabela 5 – Opção de escolha dos componentes para criar a oscilação desejada no MC145026
(Datasheet do MC145026, 2007).

Escolhemos trabalhar na freqüência de oscilação de 1,71 kHz. Essa


freqüência foi escolhida, por não exceder o limite da banda passante do módulo
RR3, que é de 2 kHz.
Como podemos ver na tabela, escolhendo a freqüência que queremos
trabalhar, sabemos quais os valores dos resistores e capacitores que devemos
empregar no circuito integrado.
Verificando o valor do CTC’, que é de 5100 pF ou 5,1 nF, que é um valor de
capacitância que não se encontra com facilidade no mercado, usamos o valor mais
próximo do recomendado que é o de 5600 pF.
Os capacitores que foram usados no circuito de oscilador, são de poliéster,
e os resistores são de porcelana de 1/8 watts.
TE - Habilita Transmissão (pino 14): Esse pino é ativo no nível lógico 0, é
através dele que habilitamos o MC145026 a enviar os dados inseridos. Na figura
21, mostraremos o seu acionamento comparando com um nível de tensão de
alimentação do Mc145026.
49

Figura 21 – Pino que habilita MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).


Informações quando habilitado o TE.

Figura 22 – Pulso do pino TE do MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).

Data Out “saída de dados” (pino 15): Através desse pino os dados
codificados do MC145026 são emitidos. Na figura 23, mostraremos como os dados
são visualizados, através de um osciloscópio.

Figura 23 – Pulso do pino Out do MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).

Vcc e gnd alimentação (Vcc pino 16 e Gnd pino 8): São usados para
alimentação do Circuito Integrado. O MC145026 trabalha com tensões entre 0,5 a
18 VDC, consumindo uma corrente de aproximadamente 10 mA.
Na figura 24, mostraremos seu gráfico de períodos do circuito oscilador,
entrada de dados e saída de dados.
50

Figura 24 – Gráfico de períodos do circuito oscilador do MC145026 (Datasheet do MC145026,


2007).

4.13. Diagrama de Blocos do MC145026

Figura 25 – Diagrama de blocos do MC145026 (Datasheet do MC145026, 2007).

4.14. Circuito Integrado MC145027

O MC145027 é um decodificador que possui 5 entradas de endereçamento,


sendo os pinos 1, 2, 3, 4 e 5, e possui 4 saídas de dados, correspondentes aos
pinos 12, 13, 14 e 15. Esse decodificador nos possibilita 243 endereçamentos
possíveis se configurarmos como trinário (0, 1 e aberto), 32 endereçamentos
possíveis se configurarmos no modo binário (0,1), e temos 16 bits na saída de
dados.
O decodificador recebe os dados serialmente e é examinado se eles são
válidos. Os dados transmitidos são constituídos de duas palavras idênticas e
examinado bit por bit durante sua recepção. Os primeiros 5 dígitos trinários, são
designados a serem o endereço, se o endereço recebido corresponde ao endereço
51

local, os próximos 4 bits são armazenados, mas não são transferidos para a saída
de dados. Assim que a segunda palavra codificada é recebida, o endereço então
deve se igualar. Se uma combinação ocorre, os novos bits são comparados com os
bits armazenados, se os dois nibbles de dados (4 bits cada) combinam, o dado é
transferido ao dado de saída pelo pino 11 (VT) e permanece até que um novo dado
o substitua. Ao mesmo tempo, o pino de saída VT é induzido a permanecer ligado e
permanece até que um outro dado seja recebido por períodos de 4 bits. Na figura
26, mostramos como é recebido o sinal modulado.

Figura 26 – Sinal de dados de recepção do MC145027(Datasheet do MC145026, 2007).

Embora as informações dos endereços possam ser decodificadas em


trinário, os dados são codificados em binário (0,1), sendo os dados trinários (aberto
ou não conectado) decodificados com a lógica 1.

4.15. Pinagem do MC145027


52

Figura 27 – Pinagem do MC145027 (Datasheet do MC145027, 2007).


4.151. Descrição dos pinos:

A1 – A5, A1 – A9 - Entrada de Endereços (pinos 1-5): Onde são inseridas as


entradas de endereçamento do C.I. São nessas entradas que são feitos a
codificação que desejamos, podendo ser feito em trinário ou binário. Se usarmos a
trinária, podemos ter 243 endereços possíveis, se usarmos a configuração binária
teremos 32 endereços possíveis, como foi comentado anteriormente.
D6 – D9 - Saída de Dados (pinos 15, 14, 13, 12): Através desses pinos é por
onde saem os dados que programamos no endereçamento do encoder nos pinos
6,7,9 e 10 (A6/D6, A7/D7, A8/D8 e A9/D9, nesse caso somente dados binários são
reconhecidos (0,1).
Din - Entrada de Dados (Pino 9): Através desse pino, o MC145027 recebe os
dados endereçados do encoder. Esse sinal chega serialmente. Nas figuras 28 e 29,
representamos a forma de onda que sai do pino 15 do encoder MC 145026, que é
aplicado na entrada (pino9) do MC145027.

Figura 28 – Pulso do pino out do MC145027 (Datasheet do MC145027, 2007).

Figura 29 – Pulso do pino 9 do MC145027 (Datasheet do MC145027, 2007).

R1, C1 - Resistor 1, Capacitor 1 (Pinos 6, 7): Nesses pinos temos a


configuração de um circuito Rc, onde o capacitor controla a largura de onda do
pulso que foi recebido. A constante de tempo deve ser ajustada para 1,72 que é o
período do encoder onde temos:
53

Esse circuito RC tem a função de fazer a tensão de Vdd cair até 1/3,
que chamamos ponto de DOS, como é mostrado na figura 30.

Figura 30 – Circuito de RC do MC145027(Datasheet do MC145027, 2007).

Como vimos no MC145026, no MC145027 também adotaremos a tabela de


freqüência de oscilação do datasheet, para dimensionarmos os valores dos
resistores e capacitores dos circuitos Rc, como mostramos na tabela 6.

Tabela 6 – Opção de escolha dos componentes para criar a oscilação desejada no MC145027

(Datasheet do MC145027, 2007).

R2/C2 - Resistor 2/Capacitor 2 (Pino 10): Nesses pinos, temos outro circuito RC.
Quando a tensão de RC cai, os dados são transmitidos.
A queda de tensão do RC é continuamente redefinida a VDD, enquanto os
dados estão sendo transmitidos. Somente entre dados e após o fim da transmissão
(EOT - End Of Transmission) faz R2/C2 cair significativamente de VDD. R2/C2
pode ser usado para identificar a borda de queda dos fins do envio dos dados
(EOW - End Of Word) internos e quando R2/C2 cai para 2/3 de VDD.  A borda de
queda EOT interna ocorre quando R2/C2 diminui para 1/3 de VDD. Quando a forma
de onda está sendo observada, a queda de RC deve ficar entre 2/3 a 1/3 dos níveis
de VDD, mas não  perto de qualquer nível antes que comece a transmissão de
dados de Din ( pino9 – entrada). A verificação do momento acima descrito deverá
54

garantir uma boa transmissão entre o transmissor MC145026 e o receptor


MC145027.
VT - Saída de transmisão (Pino 11): Através desse pino se confirma o
recebimento dos dados vindo do decoder. Ele fica ativo se o encoder estiver
enviando dados,se o envio dos dados cessa, a VT cai a 0. Geralmente, usamos
essa saída para acionarmos um dispositivo como por exemplo um led, um transistor
que acione um relé, etc.
VSS - Tensão negativa “GND” (Pino 8): Esse pino corresponde ao pino de
tensão negativa (GND).
VDD - Tensão positiva (pino16): Corresponde a tensão positiva do circuito
integrado.

4.16. Configuração de montagem sugerida

Figura 31 – Circuito de montagem sugerido para o MC145027 (Datasheet do MC145027, 2007).


55

4.17. Funcionamento do circuito

4.171. Transmissor

No circuito do transmissor, temos um transformado de 6 + 6 Volts, 500 mA,


com center tap, ou seja, no seu primário, temos aplicado 220 ou 110 Volts, saindo
no secundário 6 Volts VAC. A fonte foi elaborada como um retificador de onda
completa, utilizando os dois semi ciclos do transformador, tendo um melhor
aproveitamento, como é mostrado na figura 32.

Figura 32 – Retificador de onda completa (www.eletronica24h.com.br, 2007).

A função dos diodos é retificar a tensão alternada que sai do secundário do


transformador, transformando-a em tensão contínua. No semiciclo positivo, D1
conduz e D2 está aberto, no semiciclo negativo, D2 conduz e D1 fica fechado. Em
seguida, colocamos um capacitor eletrolítico de 1000µF x 16 Volts. Esse capacitor
tem a função de amortecer a queda dos semiciclos, que praticamente caem a 0
Volts.
Na figura 33, mostraremos primeiramente como ficariam seus valores
máximos e mínimos sem a presença do capacitor.
56

Figura 33 – Gráfico de tensão desejada (www.labiem.cpgei.cefetpr.br, 2007).

Começando com a tensão em zero e o capacitor descarregado, a fonte é


ligada. Enquanto a tensão começa a crescer, alguma corrente fluirá para carregar o
capacitor enquanto a restante passa através do resistor. Algum tempo antes de o
capacitor estar completamente carregado, a tensão da fonte começa a diminuir: tão
logo a tensão da fonte estiver abaixo da tensão do capacitor, o capacitor começará
a descarregar e a corrente fluirá do capacitor, mantendo a tensão sobre o resistor.
Se o valor da capacitância for escolhido corretamente, o capacitor não pode ser
totalmente descarregado durante o tempo disponível, e o capacitor será carregado
novamente quando a tensão da fonte exceder a tensão do capacitor.
O resultado de um filtro simples deste tipo não produzirá a tensão contínua
permanente desejada (uma linha reta perfeita no gráfico), mas produzirá uma forma
de onda semelhante, mas bem mais próxima de uma tensão CC permanente.
Nesta aplicação, o capacitor age como um armazenador de energia da onda
de entrada e libera esta energia para a saída, conforme necessário. Podemos
também dizer que o capacitor se opõe à variação da tensão de entrada.
Na figura 34, representaremos o gráfico com a presença de um capacitor
eletrolítico em paralelo com o center tap do transformador e com os diodos.

Figura 34 – Gráfico de tensão filtrada (www.labiem.cpgei.cefetpr.br, 2007).


57

Como precisamos ter uma tensão estabilizada e fixa para alimentar o


circuito, utilizamos um regulador de tensão, adotando para o nosso projeto o LM
7805. O pino 1 do regulador de tensão, recebe uma tensão de 6 Volts, e a sua
saída, que alimenta o circuito inteiro, é de 5 Volts.
Na figura 35, mostramos o circuito elétrico do transmissor.

Figura 35 – Sistema do circuito elétrico (Antonio, Vinicius, 2007).

A fonte alimenta o MC145026 e o RT4, o consumo total do receptor é de 25


mA.
Nos pinos 1, 2, 3, 4 e 5 são feitos os endereçamentos. Se usarmos no modo
trinário (0 - 1 ou aberto), podemos obter uma combinação de 19.683 endereços, no
modo binário (0 - 1) 512 endereços possíveis. No nosso projeto, usamos esses
endereços no modo binário.
Nos pinos 6, 7, 10 e 11 são configurados os andares correspondentes dos
transmissores, por exemplo: No 4º andar, faremos a seguinte combinação:
58

Tabela 7 – Configuração dos pinos nos andares correspondentes (Antonio, Vinicius, 2007).
Andares D9 D8 D7 D6
4º 0 1 0 0

Quando o J5 (push bottom) é ativo em nível baixo, TE é acionado e faz com


que esses bits sejam enviados para o pino 15 (Dout), que por sua vez, envia o sinal
da saída 15 para o pino 3 do módulo RT4.

4.171.1. Cálculo da antena

O Comprimento da antena é fundamental para que seu alcance seja bom


entre o transmissor e o receptor. Para o módulo que trabalha na freqüência, o qual
adotamos o de 433,92 MHz, pode ser usado um fio de 26 AWG, com um
comprimento da antena de 17,5cm. Abaixo representaremos a base do cálculo para
obtermos esse valor:

λ = Comprimento de onda
C = Velocidade da luz no vácuo 300.000.000m/s
F = Freqüência da onda
25 = Corresponde a ¼ da onda

Os dados são enviados via radio freqüência pelo pino 4 onde é conectada uma antena,
já calculada.
4.172. Receptor
59

O circuito retificador é semelhante ao do transmissor, a única diferença é que


há um regulador de tensão para 12 Volts, o LM7812, que alimenta o circuito de
acionamento da sirene composto por um transistor BC 548 NPN, dois diodos
1n4148 e um relé de 12 Volts, para acionar a sirene quando o receptor receber os
dados do transmissor. O valor do transformador também é diferente, sendo um de
12 + 12 Volts e 1 Ampére, devido ao consumo maior.
O receptor possui um módulo RR3, que recebe os dados enviados pelo
modulo RT4 do transmissor. Quando esses dados são recebidos, eles saem do
pino 14 do módulo RR3, e são enviados para o pino 9 do MC145027. Assim que
esses dados são recebidos com sucesso, o VT é ativado, acionando um Led que
mostra que o sinal chegou perfeitamente e também aciona um transistor que, por
sua vez, aciona um relé. Esse relé, quando ativo, aciona uma sirene indicando que
foi solicitado um andar.
Quando o MC145027 recebe um determinado sinal correspondente a um
andar, como por exemplo o 9º andar, que em binário corresponde a 1001, ele envia
os dados que recebeu para um decodificador de display, que mostra no display o
andar requisitado e também para um Flip-Flop tipo D, nesse caso foi usado o TTL
74LS374, cuja função é de um registrador de deslocamento, usado como uma
memória. Quando ele recebe o próximo dado, o dado que ele recebeu
anteriormente é registrado e enviado para um outro decodificador de display,
fazendo com que fique armazenado o antepenúltimo andar requisitado. Exemplo:
digamos que o operário A acionou o 3º andar, a sirene será acionada e aparecerá
no display o número 3, em seguida, o operário B aciona o 4º andar. No display que
antes aparecia o número 3, aparecerá o número 4. O número anterior (3) será
deslocado para um outro display, mostrando o antepenúltimo andar requisitado (4).
Para o decodificador do display, usamos o TTL 74LS274, que possui 4
entradas binárias, e 7 saídas para displays de anodo comum, na figura 36 é
mostrada sua pinagem.
60

Figura 36 – Pinagem do decodificador (Datasheet 74LS247, 2007).

O TTL 74LS374, possui 8 Flip-Flop tipo D com portas tri state. O pino 1
deixamos sempre em nível baixo, pois no nível baixo ele habilita os 8 Flip-Flops
internos. Os pinos 3, 4, 7 e 8 são as entradas de dados do primeiro bloco do Flip-
Flop, serão nelas inseridos os dados vindos do MC145027. Quando o RR3 recebe
as informações vindas do RT4, ele emite um sinal modulado através do pino 14
para o MC145027, que recebe esse sinal modulado através do pino 9. Esse sinal
modulado serve como um Clock, e é inserido no pino 11 do 74LS374 ativando a
transferência de bits do Flip-Flop, ou seja, os dados que estavam nos 4 primeiros
blocos do flip-flop, irão para os 4 blocos do segundo flip-flop e assim
sucessivamente.
Na figura 37 mostraremos a pinagem do TTL 74LS374.

Figura 37 – Pinagem do TTL 74374 (Datasheet 74LS374, 2007).


61

4.172.1. Diagrama Lógico do 74LS374

Figura 38 – Diagrama do TTL 74374 (Datasheet 74LS374, 2007).

4.172.2. Tabela de funções

Tabela 8 – Funções do CI 74374 (Datasheet 74LS374, 2007).


62

4.18. Elaboração do projeto

O projeto foi desenvolvido através de uma idéia surgida de uma


problemática, onde não existia um sistema confiável para transmissão de um sinal
sonoro para o colaborador (Operador da cabine).
A proposta apresentada é transmitir um sinal sonoro e visual de um
determinado ponto para outro, sendo o segundo ponto um ponto móvel, sem
interrupção, interferência e ruído para garantir total confiabilidade do sinal envidado.

Aonde será
que estão me
Sistema Problemático
chamando?

Sistema Sonoro
independente, um do outro,
acionamento local.
Necessita a instalação de
cabos para comunicação.

Zé, eu estou aqui


embaixo poxa, está
ouvindo?

Figura 39 - Esquema problemático (Carvalho, Clayton, 2007).

A figura 39 relata as condições encontradas nas atuais construções civis em


todo território nacional, mesmo com toda a evolução na parte mecânica e estrutural
do elevador, o sistema elétrico de chamadas encontrado não evolui no mesmo
rítmo do que a mecânica. O sistema de chamada visualizado por nossa equipe
técnica, consta apenas com botoeiras (push bottom) e campainhas localizadas em
63

cada pavimento, sendo que o cabineiro não utiliza nenhum recurso para saber a
localização do andar chamado.

Agora é fácil saber, só


olhar no display e
Sistema Aperfeiçoado
pronto lá vou eu.

Sinal Sonoro e Visual,


indicando com exatidão a
localização do colaborador.

Transmissão (wireless),
acionamento sem fio,
comunicação com a cabine.

Ótimo sistema, assim


acaba rápido meu
trabalho.

Figura 40 - Esquema Aperfeiçoado (Carvalho, Clayton, 2007).

Na figura 40, o projeto desenvolvido por nossa equipe, consiste em um


sistema de transmissão wireless, onde existe uma comunicação entre o transmissor
e o receptor. O transmissor é encontrado em cada pavimento junto com uma
botoeira (push bottom) que envia um sinal codificado exclusivo de cada andar para
a cabine, onde está localizado o receptor que emitirá um som de uma campainha e
fará a decodificação desse sinal, mostrando em um display em qual andar foi
pressionado a botoeira (push bottom) e, também, o andar anteriormente requisitado
armazenado em um registrador.
64

5. CONCLUSÃO

A partir de uma necessidade levantada por uma empresa montadora de


elevadores de obras, chegamos a esta solução prática e muito viável, tanto
econômica como eletronicamente. Os problemas encontrados hoje na comunicação
entre operários nos elevadores de obra, foram resolvidos com pequenas peças e
uma engenharia eficiente, antes nunca devidamente examinados com a atenção
especial que prestamos.
Através da modulação em ASK, podemos desenvolver a solução para os
cabos em excesso, desnecessários e perigosos em uma obra, problema, então,
solucionado através da comunicação wireless (sem fio), prática e segura, com
poucas desvantagens, tais como ruído de transmissão e baixa potência de sinal.
Ruído de transmissão: o sistema utilizou a modulação em amplitude e esta,
por sua vez, está sujeita a um nível de ruído elevado. No pré-projeto em protoboard
foi constatado este ruído constantemente, embora na placa impressa tenha sido
menor. Embora o ruído fosse presente não afetou prejudicialmente a recepção dos
dados devido ao uso de um conversor serial/paralelo que segura através de um
latch a palavra enviada, ocorrendo no pior caso um delay na transmissão;
Baixa potência de sinal: o transmissor RT4 possui um intervalo de
alimentação que varia de 2 a 14 Volts sendo, este último, a potência máxima de
alimentação. No circuito projetado foi utilizada uma alimentação de 5 Volts, pois os
circuitos contêm CI’s TTL que trabalham com essa ddp. Dessa forma, o módulo
RT4 foi também alimentado com 5 Volts, diminuindo assim a potência de
transmissão do sinal.
Essa modulação consiste na integração do MC 145026, codificador em série
de dados trinários, junto com o módulo transmissor RT4, localizados nas botoeiras
(Push Bottoms). E, no elevador, o decodificador MC 145027 recebe o sinal
juntamente com o módulo RR3, enviando os dados para um registrador de
deslocamento, implementado com Flip Flop tipo D, que por sua vez, são mostrados
em um display. No display, é mostrado o andar solicitado atual e, do lado, o andar
solicitado anteriormente, registrado e armazenado pelo Flip Flop. Com isso,
podemos visualizar as facilidades proporcionadas por esse projeto recém
65

desenvolvido. E, vemos também, que o projeto em si se torna viável para a


aplicação de pequeno porte garantindo um bom desempenho em controle de
dispositivos nesse quesito. Porém, o protótipo ainda precisa de melhorias na
precisão em sistemas de longo alcance, uma vez que o mesmo sofre
continuamente com o ruído e grande parte da potência é perdida (característica da
modulação em amplitude), como já citado anteriormente.
Para a melhoria deste sistema, seria necessária a substituição dos TTL´s do
transmissor, que trabalham com, no máximo, 5 Volts, por CMOS, podendo haver o
aumento de tensão em até 18 Volts, havendo o aumento da potência de
transmissão e, portanto, da precisão. Atualmente, há no mercado, módulos de
mesma função, mas com freqüência de operação de 900 MHz, chegando a um
alcance aproximado de 400m. Mas, para sua utilização, seria necessária a troca de
outros elementos no circuito e a inserção de fontes para o aumento da tensão
interna necessária, acarretando custos elevados e desnecessários, correndo o risco
de haver instabilidade no circuito, e por conseqüência, curto-circuito.
Para seu funcionamento ideal, a rede elétrica precisa estar em perfeitas
condições e estável, o sistema precisa estar abrigado e protegido das intempéries,
mas já sabido pelos engenheiros e técnicos, a prática não se iguala à perfeição da
teoria.
Assim, depois de toda nossa pesquisa e desenvolvimento, chegamos à
solução apresentada neste trabalho, pesquisando e nos informando também sobre
a patente do mesmo.
66

6. REFERÊNCIAS

IDOETA, Ivan V.; CAPUANO, Francisco G. Elementos de Eletrônica Digital. 20ª


ed. São Paulo: Érica, 1984.

SÁNCHEZ, M. Corbelle. Transmissão Digital e Fibras Ópticas. São Paulo:


Makron Books, 1994.

GOMES Tadeu, Alcides. Telecomunicações: Transmissão e Recepção. 19ª ed. São


Paulo: Érica

ACP Componentes Eletrônicos Ltda. Disponível em:


<http://www.acpcomponentes.com.br>
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