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OPERAÇÕES

UNITÁRIAS II

AULA 2:
- ESTIMAR COEFICIENTES CONVECTIVOS
INTERNO E EXTERNO. COEFICIENTE
GLOBAL DE TROCA DE CALOR.
- ESTIMAR PROPRIEDADES
TERMOFÍSICAS DE ALIMENTOS.

Profa. Dra. Milena Martelli Tosi

http://www.crcnetbase.com/isbn/978-1-56676-929-7
CONDUÇÃO (AULA ANTERIOR)

p/ Regime permanente e sem os termos de geração ou acúmulo de energia

k .2. .L 4.k .
k.A q .T1  T2  q .T1  T2 
q .T  r2 
 ln 
1 1
  
L  r1   r1 r2 
k .2. .L 4.k .
q .T2  T1  q .T2  T1 
 r2  1 1
 ln    
Com T1 > T2  r1   r1 r2 
RESISTÊNCIA TÉRMICA (R)
R  Definida pela eq. :
Razão entre um potencial motriz
(T) e a correspondente taxa de
transferência q 
 Assim, para condução em uma
placa plana :

q x 
k.A
.T T L
R 
L q x k . A

Inversamente proporcional à k: METAL: ↑ k e ↓ R


ALIMENTO: ↓ k e ↑ R
CONDUÇÃO X RESISTÊNCIA TÉRMICA

Parede plana
L
 R
k.A
resistência térmica
p / condução

q
T total , onde
n
 1
Rt   Ri  Ra   
1

1   1
  Re   
1 
R 
Rt i 1  Rb Rc Rd   f Rg 
CONVECÇÃO
 Lei de Newton do resfriamento
Fenômeno de superfície entre um sólido e um fluido

qs  h.As .T

qs: taxa de calor na superfície (W)


h: coeficiente de troca térmica por h
Meio kcal/h.m2.oC
convecção ou coeficiente
Ar, convecção natural 5-25
convectivo (W.m-2.K-1) Vapor, convecção forçada 25-250
As: Área superficial do contato Óleo, convecção forçada 50-1500
sólido/líquido Água, convecção forçada 250-10000
T = Ts – T∞ potencial térmico Água convecção em ebulição 2500-50000
quando o sólido está mais quente Vapor, em condensação 5000-100000

que o líquido
ou T = T∞ - Ts , caso contrário.
CONVECÇÃO
 Lei de Newton do resfriamento
Fenômeno de superfície entre um sólido e um fluido

qs  h.As .T


MECANISMOS ENVOLVIDOS NA
CONVECÇÃO
 Transferência de calor pelo transporte molecular;

 Transferência de calor pelo transporte turbulento;

 Transferência de momento pelo transporte molecular;

 Transferência de momento pelo transporte turbulento.


CONVECÇÃO

Dependência de h:

 Posição na superfície do sólido;


 Propriedades do fluido;

 Velocidade de escoamento;

 Direção do escoamento em relação à


superfície
 Geometria da superfície;

 Rugosidade, dentre outros...


CAMADA LIMITE
• Camada limite hidrodinâmica ou de velocidade
Região onde os gradientes de velocidade
são grandes: se forma com o escoamento
de um fluido sobre uma superfície

Região próxima à placa onde 0 < u < u∞


CAMADA LIMITE

 Camada limite térmica Região próxima à placa onde T∞ < T < Ts

Ts > T∞
AUMENTO DA TROCA DE CALOR ENTRE
FLUIDOS
E como calcular h??
Energia elétrica fornecida
MÉTODO EMPÍRICO para fluido a T∞
ESCOAMENTO EXTERNO - dissipada na forma de
calor (mede-se Ts - estado
estacionário)
qs  h.As .T

Válido para qualquer:


u, T, Ts, L, fluido

É possível estudar como as características do fluido


interferem em h  equações empíricas são propostas
EQUAÇÕES EMPÍRICAS FORMULADAS COM
GRUPOS ADIMENSIONAIS
Nu: número de Nusselt
Re: número de Reynolds
h.L
.v.L Nu   f ( x*, Re, Pr)
Re  kf
 transf . de calor transporte molecular e tubulento
Forças de inércia transf . de calor transporte molecular
Forças viscosas
Gr: número de Grashof
Pr: número de Prandtl
b .g.T .d 3 . 2 Forças empuxo
c p . Gr 
Pr  2 Forças visc
kf
d: dimensão característica (L ou D);
difusividade de momento g: aceleração da gravidade
difusividade térmica : densidade
Cp: calor específico
Determinadas na k: condutividade térmica
Tmédia = (T∞ + Ts )/2 : viscosidade
b: coeficiente de expansão térmica volumétrica
PREDIÇÃO DE COEFICIENTES CONVECTIVOS
h  f d ,  ,  , c p , k , v, g , T 

 Região de baixa velocidade  a condução é mais importante


 Região de alta velocidade  a mistura entre o fluido mais quente e o
mais frio contribui substancialmente para a transferência de calor

Natural
  horizontal
  
Nu  f Gr , Pr 
parede plana
  vertical
natural horizontal
 
convecção  paredecilíndrica
   interna
 vertical Forçada
  externa
Nu  f Re, Pr 

 forçada etc
ESCOAMENTO NO INTERIOR DE TUBOS
d = Dh (Diâmetro hidráulico) e v é a velocidade média na seção transversal do tubo

4. As Área e Perímetro molhado da


Dh 
Pw seção transversal de escoamento

Para seção circular


4. .ri
2
Dh   2ri  Di
2 .ri

Condições:
(i) Regime Laminar Desenvolvido
(ii)Regime Laminar não-desenvolvido
(iii) Regime Turbulento desenvolvido
ESCOAMENTO NO INTERIOR DE TUBOS
i. Regime Laminar Desenvolvido
Camadas limite de velocidade e T aumentam até o centro do
tubo, quando o escoamento passa a ser “desenvolvido”

Re  2100 Nu constante e depende apenas


da seção do tubo e da condição
e de temperatura na parede do

 
L
D  0,05
tubo (Temperatura uniforme ou
fluxo de calor uniforme) 
Dados teóricos obtidos pela
Re . Pr resolução de equações de
escoamento laminar e de troca
térmica
ESCOAMENTO NO INTERIOR DE TUBOS
i. Regime Laminar Desenvolvido
Camadas limite de velocidade e T aumentam até o centro do
tubo, quando o escoamento passa a ser “desenvolvido”
ESCOAMENTO NO INTERIOR DE TUBOS CIRCULARES
ii. Regime Laminar Não-Desenvolvido
Espessura da camada-limite varia com a posição no tubo  h
também varia com a posição

Re  2100 Se 0,6 ≤ Pr ≤ 5 e 0,0044 ≤ /p ≤ 9,75


1
e  Re . Pr  3
  
0 ,14

  Nu  1,86.  . 
L  L   
D  0,05  D   p
Re . Pr (Sieder e Tate, 1936)

Razão entre viscosidade do líquido () e


sua viscosidade avaliada na temperatura
da parede do tubo (p).
ESCOAMENTO NO INTERIOR DE TUBOS CIRCULARES
iii. Regime Turbulento Desenvolvido
Essa consideração pode ser feita após 10x o diâmetro da
entrada do tubo, ou seja, L/D ≥10

Re  104 Se 0,7 ≤ Pr ≤ 700


0 ,14
  
Nu  0,027.Re  .Pr  . 
4 1
e
 
 
5 3

L  10  p
D (Sieder e Tate, 1936)
CONVECÇÃO FORÇADA SOBRE SÓLIDOS:
CONVECÇÃO NATURAL SOBRE SÓLIDOS

Nu  a.(Gr. Pr)
b
EXEMPLO 1:
Maças a 25oC são resfriadas pela passagem de ar frio a 0oC
com uma velocidade de 3,0 m.s-1. O diâmetro médio de uma
maça é de 7 cm. Considerando o instante inicial, quando a
temperatura da superfície das maças é de 25oC, determine:

a) O coeficiente de convecção médio do ar sobre a


superfície de uma maça;

b) A taxa e o fluxo de calor sobre uma maçã.


OBS: Para se estimar viscosidade do ar na
pressão atmosférica, pode-se usar a equação
a seguir (com  em Pa.s = kg.m-1.s-1)

3
1,458.106.(T ) 2

T  110,4
E o que é o
Coeficiente Global de
Troca Térmica - U??

q
 U .T
A
MECANISMOS COMBINADOS:
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO

Troca térmica entre dois fluidos


através de uma parede?
Fenômeno muito comum na
Indústria de Alimentos
MECANISMOS COMBINADOS: COEFICIENTE
GLOBAL DE TROCA TÉRMICA

Possibilidade de combinar as Leis de


Fourier e de resfriamento de Newton em
uma ÚNICA EQUAÇÃO GERAL

T Vantagem: Combinar Rt em série


q 
Rt
q: taxa de transferência de calor (W) proporcional a força motriz
de troca térmica T (K)e inversamente proporcional a uma
resistência térmica total Rt (K/W)

k .2. .L 4.k .
k.A q .T2  T1  q   .T2  T1  qs  h.As .T
q .T  r2 
 ln 
1 1
  
L  r1   r1 r2 
RESISTÊNCIA TÉRMICA PARA DIFERENTES GEOMETRIAS
Líquido quente escoando dentro de um tubo e perdendo calor para o
ambiente externo

A energia é continuamente transferida do líquido


para o ar, atravessando 4 resistências térmicas:
- Filme do líquido (Rt,L)
- Parede metálica do tubo (Rt,M)
- Camada de Isolante Térmico (Rt,I)
- Filme de ar (Rt,ar)
Condução em CC

T
q  k . Aln
r

Convecção em CC:

qs  h.As .T

T (T , L  T1 ) (T1  T2 ) (T2  T3 ) (T3  T ,G )


q     
Rt 1 r r 1
h. AS L k. Aln M k . Aln Iso h. AS Ar
Condução em CC

T
q  k . Aln
r

T T
Convecção em CC:

q  U . A.T   q  h.A .T s s


Rt 1
A.U
T (T , L  T ,G )
q  
Rt 1  r  r  1
h. AS L
k . Aln M
k . Aln Iso
h. AS Ar

Se for possível escolher uma área comum de TC


MECANISMOS COMBINADOS: COEFICIENTE
GLOBAL DE TROCA TÉRMICA

1
 1  r  r  1
U .A h. AS L k . Aln M
k . Aln Iso
h. AS Ar

DESAFIO.... Resistência térmica total: RL+RM+Riso+RAr


Considerando a Área de Transferência de Calor de referência a área
interna do tubo: 2R1L
ln 2  ln 3 
R R
1

1
  R1 
  R2 

1
U .2. .L.R1 hL .2. .L.R1 2 .L.k M 2 .L.k Iso hAr .2. .L.R3

R1. ln 2  R1. ln 3 


R R
1

R1
  R1 
  R2  R1 1
 .
U hL .R1 kM k Iso R3 hAr
EXEMPLO 2:
Nitrogênio líquido (densidade = 804 kg.m-3) é estocado, à
temperatura de saturação de -196oC, em um tanque esférico,
não pressurizado, com raio interno igual a 30 cm. A
espessura da parede metálica é relativamente pequena,
comparada com o raio interno. Para reduzir a perda do
produto por evaporação, coloca-se externamente ao tanque
uma camada de poliuretano expandido (isolamento térmico)
de espessura igual a 14cm. A temperatura do ar ambiente é
em torno de 23oC. O coeficiente de troca térmica por
convecção entre o ar e a superfície externa do isolante
térmico é de 20 W.m-2.K-1. O calor latente de vaporização do
nitrogênio é de 199 kJ.kg-1. Calcule o volume de nitrogênio
evaporado por dia.
RADIAÇÃO TÉRMICA
 Emissão de ondas eletromagnéticas
 Diferença de temperatura entre 2 corpos

Tviz
q’’rad q’’conv
Ts
RADIAÇÃO TÉRMICA
Fluxo de transferência de calor

q RAD qCONV
  (TS4  TVIZ 4
)  hr (TS  TVIZ )
A A
W   W  4
 
 m 2    m 2 .K 4  K
W   W 
 m 2    m 2 .K K 

Tviz
q rad q conv
: emissividade
Ts : Constante de
Stefan-Boltzmann
MECANISMOS COMBINADOS
CONDUÇÃO, CONVECÇÃO E RADIAÇÃO

qcond  qconv  qrad


EXEMPLO 3 (MECANISMOS COMBINADOS)
Um reator em uma indústria trabalha a 600 oC em um
local onde a temperatura ambiente é 27 oC e o coeficiente
de película externo é 40 Kcal/h.m². oC. O reator foi
construído de aço inox (  = 0,06 ) com 2 m de diâmetro e 3
m de altura. Tendo em vista o alto fluxo de calor, deseja-se
aplicar uma camada de isolante (k= 0,05 kcal/h m2 oC e  =
0,65 ) para reduzir a transferência de calor a 10 % da
atual. Desconsiderando as resistências térmicas que não
podem ser calculadas, pede-se :

a) A taxa de calor antes da aplicação do isolamento; T1  600 oC T2  27 oC

b) A parcela transferida por convecção após o isolamento e a   0,06inox h  40 Kcal h.m . C


2 o

espessura do isolante a ser usada nas novas condições L  3m   2mr  1m


sabendo-se que a temperatura externa do isolamento deve
ser 62 oC.
 = 4,88 x 10-8 kcal/h.m².k4
PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS
DOS ALIMENTOS
 DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE CONVECTIVO (h)

h  f D,  ,  , c p , k ,  , V , g , T 

PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS DOS


ALIMENTOS
ONDE ENCONTRAR?

 Apostila de operações unitárias


 Equações correlação empírica

 Tabela nutricional (composição centesimal)

 Bibliografia em livros e periódicos

 Pesquisa em universidades e em laboratórios


k.A
q .T
L

CONDUTIVIDA
DE TÉRMICA (k)

Em alimentos k < 1 w/m.k

Resistência térmica
CALOR ESPECÍFICO CP
 Quantidade de calor requerido
para aumentar a temperatura
de uma unidade de massa por
1ºC ou K.
DENSIDADE (ρ=m/V)
 Para sucos é função do índice de refração: °Brix
 Composição do produto (equações)

 Determinação por picnometria

Densidade do leito (conjunto total)


 Alimentos particulados Densidade do sólido
 Ex: grãos, pós, etc.. Densidade das partículas
DIFUSIVIDADE TÉRMICA
 A difusividade térmica (m2.s-1) de um material é a razão da sua
capacidade de conduzir calor pela sua capacidade de armazená-lo.
Proporcional à velocidade com que o material responde a variações de
temperatura.
k

 .C p
EQUAÇÕES PARA PREDIÇÃO
CHOI E OKOS (1986)

Condutividade Em que: X im
X 
V
.
i
i

Densidade

Calor específico

Difusividade térmica ou
EXEMPLO 4
 Determinar a densidade, condutividade térmica, calor
específico e difusividade térmica para um caldo
fermentativo sob aquecimento.
Ts = 45 °C Composição centesimal:
T∞ = 5 °C (Fração mássica)

Água: 77%
Carboidratos: 19%
Proteínas: 3%
Gordura: 0,2%
Cinzas: 0,8%
EXEMPLO 4
PROBLEMA - RESULTADOS
TRABALHO: PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS
ENTREGA: PRÓXIMA AULA
 Tabela nutricional TACO
 http://www.unicamp.br/nepa/taco/

 Trabalho extraclasse: até 2 pessoas


 Escolher 3 alimentos com teor de umidade diferentes

 Estimar as propriedades termofísicas


 Temperaturas: -50 a 150 °C, a cada 5 °C

 Utilizar EXCEL (considerar ponto congelamento: -5 °C)

 (gráficos: propriedade x temperatura)

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