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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

GUILHERME RODRIGO DE SOUSA SANTIAGO

ANÁLISE DA PROPAGAÇÃO DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO NA PRESENÇA DE


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

TERESINA
2022
GUILHERME RODRIGO DE SOUSA SANTIAGO

ANÁLISE DA PROPAGAÇÃO DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO NA PRESENÇA DE


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Elétrica do
Centro de Tecnologia da Universidade Federal
do Piauí, como requisito parcial à obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Bartolomeu Fer-


reira dos Santos Júnior

TERESINA
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
Divisão de Representação da Informação

S235a Santiago, Guilherme Rodrigo de Sousa.


Análise da propaganda do afundamento de tensão na presença de
geração distribuída / Guilherme Rodrigo de Sousa Santiago. -- 2022.
85 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade


Federal do Piauí, Bacharelado em Engenharia Elétrica, Teresina,
2022.
“Orientador: Prof. Dr. Bartolomeu Ferreira dos Santos Júnior”.

1. Afundamento de Tensão. 2. Atp/AtpDraw. 3. Geração


Distribuída. 4. Qualidade de Energia Elétrica. I. Santos Júnior,
Bartolomeu Ferreira dos. II. Título.

CDD 621.3

Bibliotecária: Francisca das Chagas Dias Leite - CRB3/1004


GUILHERME RODRIGO DE SOUSA SANTIAGO

ANÁLISE DA PROPAGAÇÃO DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO NA PRESENÇA DE


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Elétrica do
Centro de Tecnologia da Universidade Federal
do Piauí, como requisito parcial à obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Elétrica.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Bartolomeu Ferreira dos Santos Júnior


(Orientador)
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Prof. Dr. Aryfrance Rocha Almeida


Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Me. Amanda Thayla Silva Monteiro


AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Bartolomeu Ferreira dos Santos Júnior pela disponibilidade do tempo
para me orientar no meu estudo.
Ao Prof. Aryfrance Rocha Almeida, pelas oportunidades dadas para conclusão do
trabalho
Agradeço encarecidamente a Amanda Thayla que aceitou a participar da banca.
Em especial minha mãe, que permitiu que eu estudasse enquanto ela trabalha para
me manter na universidade e a nossa casa. A minha família: meu irmão Rafael, minha avó Maria
José e meus tios e primos. Obrigado por todo amor e compreensão. E aos meus amigos que
sempre me deram força sem me julgar e ou me criticar pelas decisões tomadas. Ao meu melhor
amigo Allyson que está sempre ao meu lado nos momentos bons e ruins.
Obrigado a todos e todas.
“Que o amor seja eterno enquanto dure.”
(Vinicius de Moraes)
RESUMO

Com o crescimento de cargas não lineares conectadas a rede elétrica aumentou a preocupação dos
impactos no sistema elétrico, principalmente na relação da qualidade de energia elétrica entregue
ao consumidor. A Geração Distribuída surge nesse contexto como uma forma de amenizar
esses impactos, porém a mesma altera toda a configuração de funcionamento da rede. Este
trabalho viabilizou o estudo sobre o afundamento de tensão em uma rede de distribuição análoga
da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Utilizando o software Atp/AtpDraw foi possível
modelar a rede de média tensão, como: linha, transformador e carga, bem como a modelagem da
geração distribuída. Em seguida foi simulado falta monofásica na fase A, por meio de um curto-
circuito nas barras do sistema onde pode-se analisar o impacto do afundamento de tensão em
um barramento de referência, de acordo com a distância do ponto de falta, que ia sendo alterado
durante a rede. O mesmo procedimento foi realizando na presença de uma GD em dois casos
que foi conectada na barra de estudo, uma com a potência injetada no limiar da microgeração,
75 kW, e o outro caso classificado como minigeração distribuída, com uma potência de geração
de 1 MW. Em seguida foi analisada a amplitude do afundamento de tensão para as três situações,
obtendo uma área de vulnerabilidade e analisando a contribuição da geração distribuída no
valor remanescente da tensão. Notou-se que a severidade do afundamento de tensão na fase A
aumentou de acordo que o ponto de falta se aproximava da barra de referência, porém a Fase B
teve uma elevação de tensão enquanto a fase C se manteve estável durante o processo.

Palavras-chave: Afundamento de tensão. Atp/AtpDraw. Geração Distribuída. Qualidade de


Energia Elétrica
ABSTRACT

With the growth of nonlinear loads connected to the electricity grid, the concern of the impacts
on the electrical system increased, especially related to the quality of electricity delivered to
the consumed. Distributed generation is a way to mitigate these impacts, but changes the
entire configuration of operation of the network. This work provided a study on the sinking of
voltage in an analog distribution network of the Universidade Federal do Piauí - UFPI. Using
the Atp/AtpDraw software it was possible to model the medium voltage network, such as: line,
transformer and load, as well as the modeling of distributed generation. A single-phase fault
was simulated in phase A, by means of a short circuit, in the system bars where the impact
of the voltage sinking can be analyzed, according to the distance from the point of absence
that was changing during the network. The same procedure was carried out in the presence
of a GD in two cases that was connected in the study bar, one with the power injected at the
microgeneration threshold, 75 kW, and the other case classified as distributed minigeneration,
with a generation power of 1MW. The amplitude of the stress sinking for the three situations
was analyzed, obtaining an area of vulnerability and analyzing the contribution of distributed
generation in the remaining value of the tension. It was noticed that the severity of the voltage
sinking in phase A increased according to the point of absence approaching the reference bar,
but Phase B had a voltage increase while phase C remained stable during the process.

Keywords: Electric Power Quality. Distributed Generation. Impacts. ATPDraw. Severity


indexes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Matriz energética brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18


Figura 2 – Matriz elétrica brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 3 – Caracteristica da forma de onda de tensão com afundamento. . . . . . . . . 24
Figura 4 – Magnitude e duração do afundamento de tensão. . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 5 – Tipos de falta e ocorrência no sistema elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 6 – Evolução do preço da fonte solar em leilões de energia . . . . . . . . . . . . 34
Figura 7 – GD Solar FV no Brasil por classe de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 8 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 9 – Modelagem da rede distribuição da UFPI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 10 – Modelo da fonte de tensão no Atp/AtpDraw. . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 11 – Modelo de linha de distribuição no Atp/AtpDraw. . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 12 – Modelo de transformador no Atp/AtpDraw. . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 13 – Modelagem da GD no Atp/AtpDraw. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 14 – Fluxograma das etapas da pesquisa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 15 – Gráfico de tensão pré-falta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 16 – Área de vulnerabilidade do ramo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 17 – Gráfico de tensão pré-falta com GD de 75 kW . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 18 – Área de vulnerabilidade do ramo 7 Com GD de 75kW . . . . . . . . . . . . 48
Figura 19 – Representação da GD fotovoltaica de 1M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 20 – Gráfico de tensão pré-falta com GD de 1MW . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 21 – Área de vulnerabilidade do ramo 7 Com GD de 1MW . . . . . . . . . . . . 50
Figura 22 – Análise comparativa do afundamento de tensão nos 3 casos . . . . . . . . . 51
Figura 23 – Análise comparativa do afundamento de tensão na fase A . . . . . . . . . . 52
Figura 24 – Análise comparativa do afundamento de tensão na fase B . . . . . . . . . . 52
Figura 25 – Análise comparativa do afundamento de tensão na fase C . . . . . . . . . . 53
Figura 26 – Valores gerais dos indices de tensão e suas variações . . . . . . . . . . . . 54
Figura 27 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI parte 1 . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 28 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI parte 2 . . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 29 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI parte 3 . . . . . . . . . . . . . . 63
Figura 30 – Falta no ramo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Figura 31 – Falta no ramo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Figura 32 – Falta no ramo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Figura 33 – Falta no ramo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Figura 34 – Falta no ramo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 35 – Falta no ramo 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 36 – Falta no ramo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 37 – Falta no ramo 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 38 – Falta no ramo 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 39 – Falta no ramo 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 40 – Falta no ramo 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Figura 41 – Falta no final da linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Figura 42 – Falta no ramo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Figura 43 – Falta no ramo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Figura 44 – Falta no ramo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 45 – Falta no ramo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 46 – Falta no ramo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Figura 47 – Falta no ramo 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Figura 48 – Falta no ramo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Figura 49 – Falta no ramo 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Figura 50 – Falta no ramo 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Figura 51 – Falta no ramo 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Figura 52 – Falta no ramo 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 53 – Falta no ramo 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 54 – Falta no ramo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 55 – Falta no ramo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 56 – Falta no ramo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 57 – Falta no ramo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 58 – Falta no ramo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 59 – Falta no ramo 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 60 – Falta no ramo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 61 – Falta no ramo 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 62 – Falta no ramo 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 63 – Falta no ramo 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 64 – Falta no ramo 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Figura 65 – Falta no ramo 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação das VTCD pela PRODIST-ANEEL . . . . . . . . . . . . . . 23


Tabela 2 – Classificação das VTCD pela Procedimento de rede submódulo 2.8 - ONS . 23
Tabela 3 – Classificação das VTCD pela IEEE Std.1159:2009 . . . . . . . . . . . . . . 24
Tabela 4 – Comparação entre paramentros das normas para o afundmento de tensão . . 26
Tabela 5 – Ocorrência de faltas na linha de transmisão da CEMIG . . . . . . . . . . . 28
Tabela 6 – Comparação entre a REN 482 e Lei 14.300 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Tabela 7 – Resumo do cenário de geração 2022 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Tabela 8 – Parâmentro de sequência positiva e zero dos cabo da linha de distribuição . 40
Tabela 9 – Parâmentro dos transformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Tabela 10 – Estimativa de parâmetro para modelagem do transfomador . . . . . . . . . 41
Tabela 11 – Dados de carregamento dos transformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Tabela 12 – Tensões por fase sem GD do ramo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Tabela 13 – Tensões por fase com GD do 75 kW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Tabela 14 – Tensões por fase com GD 1 MW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Tabela 15 – Dados dos carregamento dos transformadores de cada ramo . . . . . . . . . 64
Tabela 16 – Dados da extensão e valores de impêdancia da linha . . . . . . . . . . . . . 65
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMT Afundamento Momentâneo de Tensão

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ATT Afundamento Temporário de Tensão

CA Corrente Alternada

CC corrente Contínua

EOL central geradora eólica

GD Geração Distribuída

FF Falta Fase-Fase (bifásica)

FFF Falta Trifásica

FFFT Falta Trifásica-Terra

FFT Falta Fase-Fase-Terra (bifásica-terra)

FT Falta Fase-Terra (monofásica)

IEC Internacional Electotechincal Commission

IEE Institute of Electrical and Electonics Engineers

PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico


Nacional

MME Ministério de Minas e Energia

PNE Plano Nacional de Energia

PCH Pequenas Centrais Hidrelétrica

QEE Qualidade de Energia Elétrica

UFV Unidade geradora solar fotovoltaica

UTE Unidade térmoelétricas

VTCD Variação de Tensão de Curta Duração


LISTA DE SÍMBOLOS

Ω Ohm

nº número

≤ menor ou igual
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.1 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Organização do estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Categoria de distúbios elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3 Varaições de Tensão de Curta Duração - VTDC . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3.1 Afundamento de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3 GERAÇÃO DISTRIBUIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2 Tipo tecnologias da GD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3 Tipos de tecnologias de geração distribuida . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.3.1 Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.3.2 Termelétrica a biomassa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3.3 Energia eólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.4 Energia solar fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4 Impactos na inserção da geração distribuida . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1 Atp/AtpDraw . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2 Características da rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.3 Modelagem do sistema de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3.1 Fonte de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3.2 Linha de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3.3 Transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.3.4 Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.3.5 Modelagem da geração distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.4 Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.1 Caso 1 - Sem presença de GD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.2 Caso 2 - Na presença da GD de 75kW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.3 Caso 3 - Na presença da GD de 1MW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4 Comparação da propagação do afundamento de tensão . . . . . . . . . . 51
6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . 55
6.1 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6.2 Trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
APÊNDICE A – REDE DE DISTRIBUIÇÃO DA UFPI . . . . . . . . . . 61
APÊNDICE B – DADOS DOS TRANSFORMADORES . . . . . . . . . 64
APÊNDICE C – Dados da linha de distribuição . . . . . . . . . . . . . . 65
APÊNDICE D – Graficos do afundamento sem GD . . . . . . . . . . . . 66
APÊNDICE E – Graficos do afundamento com GD 75 kW . . . . . . . . 72
APÊNDICE F – Graficos do afundamento com GD 1MW . . . . . . . . . 78
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
17

1 INTRODUÇÃO

Com a evolução tecnológica novos equipamentos foram surgindo no mercado com


capacidades mais vantajosas que seus anteriores entregando melhor eficiência de produção em
menos tempo, porém com sensibilidade mais acentuada.
Em busca de desenvolvimento, a humanidade avançou na qualidade de vida per-
mitindo a longevidade e o aumento da densidade populacional. Com isso, houve o aumento
da procura por recursos energéticos necessários para suprir a demanda existente provocando
impactos ambientais (FREITAS G.C.; DATHEIN, 2013).
Para DUGAN (2002) foi no final da década de 70, com o uso dos conversores
eletrônicos de potência, que surgiu a preocupação com o comportamento do sistema elétrico e
sua capacidade de acomodar tais cargas, desencadeando, assim, uma séries de estudos sobre a
Qualidade de Energia Elétrica - QEE.
Segundo SILVA (2014), nos anos 90, houve o crescimento de cargas não lineares
conectadas no sistema elétrico provenientes de aparelhos como computadores pessoais nas
residências, o que causou mudança no estilo de consumo da energia elétrica, trazendo alterações
na forma de onda das características elétricas.
A eletricidade passou a ser um recurso indispensável para o desenvolvimento sócio-
econômico de vários países, acelerando a procura de por fontes limpas e renováveis.
Para entender as fontes de energia primarias é importante diferenciar as fontes de
energia renováveis e não renováveis. São consideradas fontes renováveis aquelas na qual os
recursos naturais são capazes de se renovar, sendo consideradas inesgotáveis pois é encontrado
em ciclos naturais, como por exemplo a energia eólica, energia do mar, energia solar, energia
geotérmica entre outras (COSBEY, 2011).
São consideradas fontes não-renováveis aquelas possíveis de esgotar com uso ao
longo do tempo. Apesar de serem encontradas na natureza demoram muito anos para se formar
e com o uso desenfreando dessas fontes o ciclo de formação não é suficiente para repor o
que foi utilizado, como exemplos o petróleo natural e seus derivados, gás natural, combustível
radioativos e outros (REIS, 2003).
A Figura 1 mostra a matriz energética brasileira onde as fontes de energia não-
renováveis ainda são predominantes, cerca de 51,6%, com destaque para o petróleo e gás natural.
As fontes renováveis correspondem cerca de 48,4% com maior participação da biomassa derivada
da cana-de-açúcar, energia hidráulica, biomassa de lenha e carvão vegetal seguido de energia
18

eólica e energia solar (EPE, 2022).

Figura 1 – Matriz energética brasileira

Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN, 2021).

A matriz elétrica, que são fontes utilizadas para gerar energia elétrica, é formada por
83% de fontes renováveis, ou seja, mais renovável do que energética. Esse fato se deve pelas
usinas hidrelétricas serem responsável pela grande parte de geração da energia elétrica no país.
A Figura 2 mostra a valores participativos das fontes na matriz elétrica nacional.
Em 16 de dezembro de 2020, o Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou
o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE) que consiste em um conjunto de recomendações
diretrizes para a expansão do setor de energia no qual o Brasil poderia ter sua matriz energetica
100% renovável até em 2050.
Para tal feito seria necessário investimentos em fontes renováveis centralizando na
geração distribuída, em específico na energia solar e eólica, chegando a 50% da matriz elétrica
no final período sendo em sua maioria de geração de energia solar fotovoltaico (MME, 2020).

1.1 Justificativa

Com o crescimento das cidades demanda necessidade de ampliação das redes de


distribuição para que seja entregue energia elétrica ao consumidor. Isso torna a rede mais
19

Figura 2 – Matriz elétrica brasileira

Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN, 2021).

sucetível a faltas e outros distúrbios de tensão afetando a QEE que é entregue.


A importância de estudar o comportamento da rede nesse cenário trás possibilidades
de melhorias e adequações para que os índices de QEE, regido por norma, sejam entregues sem
comprometer a carga do consumidor, evitando prejuízos como a danificação de equipamentos.

1.2 Objetivo

O objetivo dessa pesquisa é analisar a propagação do afundamento de tensão em


uma rede de distribuição, mostrando a área de vulnerabilidade para um determinado ponto do
sistema e a contribuição da GD no processo de afundamento de tensão.

1.2.1 Objetivos específicos

• Modelar uma rede de distribuição e analisar os parâmentros observando se estão dentro da


norma;
• Avaliar a amplitude do afundamento de tensão atráves da propagação deste, possibilitando
dermarcar um área de risco e determinando o ponto de mais sensível.
• Comparar os níveis de tensão durante o afundamento de tensão com a conexão de uma
GD na rede.
20

1.3 Organização do estudo

Este trabalho é desenvolvido em 3 capítulos além da introdução.


O segundo capítulo apresenta definições e os distúrbios que afetam a qualidade de
energia elétrica, classificando-os de acordo com as normas vigentes.
O terceiro capítulo fala sobre a Geração Distribuída abordando sua definção, os tipos
e o cenário atual no setor elétrico.
O quarto capítulo expõe as etapas do estudo apresentando a rede e o modelo de
simulação para registro dos dados.
O quinto capítulo apresenta os resultados obtidos e as conclusões obtidas além das
sugestões para trabalhos futuros.
21

2 QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA

2.1 Definição

São várias as definições de qualidade de energia elétrica na literatura, mas de forma


geral, sua definição segue regras de parâmetros e características mínimas para um bom funciona-
mento dos equipamentos conectados à rede.
Um fabricante de um determinado equipamento pode usar parâmetros de QEE
em relação a funcionamento correto da carga que pode divergir dos parâmentos que órgãos
regulamentadores utilizam (DUGAN, 2002).
Em uma de suas definições ROCHA (2016) descreve que uma excelente QEE possui
uma tensão senoidal pura sem qualquer alteração na frequência e amplitude originada de uma
fonte de potência pura, entretanto, para um sistema elétrico real há constantes distúrbios por
vários motivos, desde desequilíbrio de carga nas fases até mesmo por aquecimento nos cabos
e conexões. Assim, podemos dizer que a QEE está relacionada com as variações que afetam a
forma de onda de tensão e corrente que atrapalham o funcionamento de equipamentos que estão
ligado a rede (SILVA et al., 2020).
O órgão que regulamenta o setor elétrico no Brasil, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), dispõe de resoluções normativas de Procedimento de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST, em especifico no seu módulo 8, que trata
justamente da QEE, este módulo determina procedimentos abordando a qualidade do produto,
qualidade do serviço e a qualidade do tratamento de reclamações. Define também indicadores,
fenômenos, limites e valores de referência entre outros parâmentos.

2.2 Categoria de distúbios elétricos

A alteração na forma de onda da tensão e corrente ou até mesmo nas outras caracte-
rísticas elétricas que afetam a QEE são denominadas como distúrbios(DANTON, 2010), que
consistem em dois tipos: por variações e por eventos. As variações são desvios de amplitude na
tensão e corrente do regime permanente dentre eles: distorção harmônica, variações de frequên-
cias entre outros. Os eventos são perturbações que ocorrem de em curta duração e eventualmente
classificados como: transitórios, interrupções, elevação e afundamentos de tensão (BOLLEN et
al., 2009).
22

Já na análise da qualidade do produto, que consiste nos distúrbios relacionado com


o fornecimento de energia e na perturbação na forma de onda da tensão, pela PRODIST são
definidos edificadores tanto no regime permanente como no transitório, onde se encontras as
Variações de Tensão de Curta Duração – VTCD.
Comparando com as cargas mais antigas, as atuais são mais sensíveis as variações dos
distúrbios de energia, isso se dá pelo aumento de cargas não lineares, como microprocessadores,
no qual uma falha ocasionada nesses dispositivos pode trazer resultados indesejados para todo o
processo (MOTOKI E.M.; KAGAN, 1994) .
Dos distúrbios existentes este trabalho abordará as VTCD, por ser de maior ocorrên-
cia no sistema elétrico e, em específico no afundamento de tensão, por possuir maior percepção
para os consumidores (VICTOR P. D.; ANTONIO, 2011).

2.3 Varaições de Tensão de Curta Duração - VTDC

As variações de tensão de curta duração são eventos que se caracterizam pela elevação
ou redução da amplitude de tensão por um curto período (DANTON, 2010). Para PRODIST
(2018) “são desvios significativo na amplitude do valor eficaz da tensão durante um intervalor de
tempo inferior a três minutos".
A amplitude em questão seria a relação do valor mais extremo do valor eficaz da
tensão (rms) com a tensão nominal do sistema no ponto considerado enquanto o evento durar, já a
duração da VTCD é definida como intervalo de tempo em que amplitude ultrapassa determinado
limite até o momento que ela retorna ao valor anterior desse evento (ONS, 2017)
Assim, as variações podem ser classificadas em: interrupção de tensão, afundamento
de tensão e elevação de tensão. Elas podem ser momentâneas, temporárias ou instantâneas.
Podemos diferenciar um mesmo distúrbio em momentâneo ou temporário baseado na duração
do evento já que a amplitude permanece nas mesmas classificações (SOUSA, 2019).
Os limites de amplitude e duração do evento serão mostrados nas tabelas a seguir de
acordo com as normas submódulo 2.8 do (ONS, 2017), (PRODIST, 2018) e a norma IEEE std
1159-2009. Estas variações são, normalmente, causadas por energização de grandes cargas que
necessitam de altas correntes de partida, por faltas, curto-circuito ou por falhas nas conexões dos
cabos no decorrer do sistema elétrico (DANTON, 2010)
A frequência de ocorrência também é considerado um parâmetro para ONS para a
análise da severidade da VTCD, que consiste na quantidade de vezes, por um espaço de tempo,
23

Tabela 1 – Classificação das VTCD pela PRODIST-ANEEL

Amplitude de tensão (Vrms)


Classificação Denominação Duração
em relação ao Vnom

Variação Interrupção t ≤ 3s |V| < 0,1pu


momentânea Afundamento 1 ciclo ≤ t ≤ 3s 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu
de tensão Elevação 1 ciclo ≤ t ≤ 3s |V| > 1,1pu

Variação Interrupção 3s < t ≤ 3min |V| < 0,1pu


Temporária Afundamento 3s ≤ t ≤ 3min 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu
de tensão Elevação 3s ≤ t ≤ 3min |V| > 1,1pu

Fonte: Adptado PRODIST - ANEE.

Tabela 2 – Classificação das VTCD pela Procedimento de rede submódulo 2.8 - ONS

Amplitude de tensão (Vrms)


Classificação Denominação Duração
em relação ao Vnom

Variação Interrupção t ≤ 3s |V| < 0,1pu


momentânea Afundamento 1 ciclo ≤ t ≤ 3s 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu
de tensão Elevação 1 ciclo ≤ t ≤ 3s |V| > 1,1pu

Variação Interrupção 3s < t ≤ 1min |V| < 0,1pu


Temporária Afundamento 3s ≤ t ≤ 1min 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu
de tensão Elevação 3s ≤ t ≤ 1min |V| > 1,1pu

Fonte: Adptado ProRede 2.8 - ONS.

que ocorre a combinação dos parâmentos de duração e amplitude do distúrbio.


A ocorrência desses distúrbios não se comporta de forma isolado, já que o sistema
elétrico é interligado, assim, o efeito desse distúrbio pode se propagar do ponto de atuação em
função da intensidade, topologia do sistema e da carga instalada. Dito isso, área de vulnerabili-
dade seria uma região originada pela propagação do evento que produziu alterações significativas
para mal funcionamento operacionais das cargas (DUGAN, 2002).
Para Watanabe (2010a), os afundamentos de tensão são os distúrbios mais relevantes
para se investigar o que provoca maiores prejuízos aos consumidores. Dentre as classificações
iremos abordar especificamente o afundamento de tensão e suas características.
24

Tabela 3 – Classificação das VTCD pela IEEE Std.1159:2009

Amplitude de tensão (Vrms)


Classificação Denominação Duração
em relação ao Vnom

Instantânea Afundamento 0,5 ciclo ≤ t ≤ 30ciclos 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu


Elevação 0,5 ciclo ≤ t ≤ 30ciclos |V| > 1,1pu

Interrupção 0,5ciclos < t ≤ 3s |V| < 0,1pu


Momentânea Afundamento 30 cilcos < t ≤ 3s 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu
Elevação 30 ciclos < t ≤ 3s |V| > 1,1pu

Interrupção 3sciclos < t ≤ 1min |V| < 0,1pu


Temporária Afundamento 3 s < t ≤ 1min 0,1pu ≤ |V | < 0, 9pu
Elevação 3 s < t ≤ 1min |V| > 1,1pu

Fonte: Adaptado: IEEE

2.3.1 Afundamento de tensão

O afundamento de tensão se caracteriza pela redução do valor eficaz da tensão durante


um período de tempo seguido do estabelecimento dos valores adequados para o funcionamento
das cargas (BAGGINI, 2008). A Figura 3 mostra o comportamento da onda quando a rede é
submetida a afundamento. As normas reguladoras tomam como base o valor eficaz (RMS) de
tensão e o tempo de duração do evento para caracterizar ao afundamento, como mostra a Figura
4.

Figura 3 – Caracteristica da forma de onda de tensão com afundamento.

Fonte: Elabarado pelo autor(2022).

Não se tem definição única para se conceituar esse evento, havendo algumas diver-
25

Figura 4 – Magnitude e duração do afundamento de tensão.

Fonte: (SILVA, 2014)

gências nos parâmetros para caracterizar o afundamento de tensão, principalmente em relação


a duração do evento (CABRAL, 2010). A seguir abordaremos alguns conceitos das principais
normas traçando um paralelo entre as nacionais e as internacionais.
• Para a norma (IEEE std 1159, 2009) o afundamento de tensão seria um decréscimo entre
0,1 e 0,9 pu do valor eficaz da tensão nominal no intervalo de duração de 0,5 ciclo a 1
minuto, para valores mais baixos já se considera como interrupção.
• Já o Internacional Eletrotechincal Commission - (IEC), que utiliza o termo voltage dip,
tem como parâmetro a redução do valor eficaz entre 0,01 e 0,9 pu com o tempo de duração
de 0,5 ciclo a 60 segundos.
• A ONS classifica o afundamento em dois tipos de acordo com o tempo de duração:
– Afundamento Momentâneo de Tensão (AMT) - O valor eficaz fica entre 0,1 a 0,9 pu
da tensão nominal com intervalo de duração superior ou igual a um ciclo e inferior
ou igual a três segundos.
– Afundamento Temporário de tensão (AFT) - O valor eficaz fica entre 0,1 a 0,9 pu da
tensão nominal com intervalo de duração superior a 3 (três) segundos e inferior ou
igual a 1 (um) minuto.
• E a Aneel, pelo PRODIST, define o afundamento como:
– Afundamento Momentâneo de Tensão (AMT) - O valor eficaz fica entre 0,1 a 0,9 pu
da tensão nominal com intervalo de duração superior ou igual a um ciclo e inferior
26

ou igual a três segundos.


– Afundamento Temporário de tensão (AFT) - O valor eficaz fica entre 0,1 a 0,98 pu
da tensão nominal com intervalo de duração superior a três segundos e inferior a
três minutos.
Pela Tabela 4 percebemos que a diferença entre as normas brasileiras está na classificação da
variação temporária de tensão, na qual Aneel considera o tempo de variação maior entre 3
segundos a 3 minutos.

Tabela 4 – Comparação entre paramentros das normas para o afundmento de tensão

Entidade Denominação Duração Magnitude (pu)

AMT 1 ciclo ≤ t ≤ 3s
ANEEL
ATT 3 s < t < 3 min

AMT 1 ciclo ≤ t ≤ 3s
ONS
ATT 3s ≤ t ≤ 1min
0,1 < |V| < 0,9

Instantãneo 0,5 ciclo ≤ t ≤ 30ciclos


IEEE Momentâneo 30 cilcos <t≤ 3s
Temporário 3 s < t ≤ 1min

IEC Afundamento 0,5 < t ≤ 0,01 < V < 0,9

Fonte: Adaptado (SILVA, 2014).

Como dito anteriormente, o afundamento de tensão cria uma área de vulnerabilidade


na qual sua magnitude vai estar relacionada com a distância do ponto onde ocorreu o evento e o
ponto de referência de medição ou onde a carga se encontra. Já a duração pode ser determinada
pelo tempo de atuação dos dispositivos de proteção da rede, que agem para desconectar a causa
do afundamento, como um curto-circuito, do sistema elétrico (BAGGINI, 2008).
Vários fatores causam o afundamento de tensão, dentre os principais estão a partida
de motores e a ocorrências de faltas(curto-circuito). O uso da partida indireta de grandes motores,
pelas indústrias, suaviza o impacto do rebaixamento do nível de tensão tornado menos severo
para as cargas sensíveis (CARVALHO et al., 1997).
Já as faltas no sistema elétrico são as principais causas do afundamento de tensão
considerando que a grande extensão das linhas de transmissão e distribuição ficam expostas aos
fenômenos naturais além dos problemas do próprio sistema elétrico (LEBORGNE, 2003).
27

Segundo LAMORRE et al. (1994) as maiores causas de falta no sistema elétrico se


devem pelas descargas atmosféricas. Um estudo de caso da Companhia Energética de Minas
Gerais S.A. - CEMIG em parceria com grupo de estudo da qualidade de energia elétrica, obteve
que 48,6% dos eventos de falta foram causados por descargas atmosférica seguido de queimadas
(10,8%) e animais (8,0%) (WATANABE, 2010b).
As faltas podem ser: fase-terra (FT), bifásicas a terra (FT), bifásicas (FF), trifásicas-
terra (FFFT) e trifásica (FFF). As faltas trifásicas produzem afundamento de tensão mais severos
porém são as que ocorrem em menor frequências no sistema, entretanto, as faltas FT são menos
severos mas de maiores incidências, comparação com as outras, além de causar desequilíbrio
assimétricos (KINDERMANN, 2010). A Figura 5 mostra um propação de ocorrencia de cada
falta.

Figura 5 – Tipos de falta e ocorrência no sistema elétrico

Fonte: Adaptado de (KINDERMANN, 2010).

Em um outro estudo, realizado no sistema de transmissão da CEMIG, utilizou-se Re-


gistradores Digitais de Perturbações (RDP) que registra corrente, tensão e sinais digitais quando
ocorre a redução de tensão em cerca de 90% da nominal. Durante quatro anos foram coletadas
e tratadas informações sobre as faltas em que a maioria registradas foi do tipo monofásica, ou
seja, fase-terra, seguida da FFT com mostra a Tabela 5 (OLIVEIRA T. C.; FILHO, 2015). Dessa
forma, este trabalho terá como base as faltas monofasicas no sistema de distribuição.
28

Tabela 5 – Ocorrência de faltas na linha de transmisão da CEMIG

Tipo de Falta Ocorrência

Monofásico (FT) 72,3%


Bifásico (FF) 2,0%
Bifásico- Terra (FFT) 17,2&
Trifásico (FFF) 7,7%
Trifásico - Terra (FFFT) 17,2%

Fonte: Adaptado (OLIVEIRA T. C.; FI-


LHO, 2015).
29

3 GERAÇÃO DISTRIBUIDA

3.1 Definição

Geração Distribuída (GD) é o termo usado para designar a geração de energia elétrica
que se encontra junto ou próximas dos consumidores podendo ser de diversas fontes de energia
renováveis. O artigo 14 do Decreto-Lei nº 5.163 de 2004 define a GD como:

Art. 14. Para os fins deste Decreto, considera-se geração distribuída a produção
de energia elétrica proveniente de empreendimentos de agentes concessionários,
permissionários ou autorizados, incluindo aqueles tratados pelo art. 8o da Lei
no 9.074, de 1995, conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição
do comprador, exceto aquela proveniente de empreendimento.

O conceito "empreendimento"citado anteriormente faz referência as hidrelétricas


com capacidade de geração maior de 30 kW e as termoelétricas com a eficiência menor ou igual
75% de eficiência energética, exceto aqueles que utilizam biomassa e resíduos de processo como
combustíveis.
Em 2012, foi regulamentado as condições para a inserção da GD na matriz energética
brasileira pela Resolução Normativa nº 482, permitindo o consumidor gerar sua própria energia
elétrica inclusive de enviar o excedente para a rede de distribuição da concessionaria.
A norma também classifica a GD em dois grupos em relação a sua capacidade
instalada. A microgeração distribuída é a central geradora com a potência instalada até 75 kW e
considera a minigeração distribuída a central geradora com potência acima de 75kW e menor
que 5MW de potência instalada conectadas na rede da concessionaria por meio da instalação da
unidade consumidora.
Visando atenuar os impactos com o aumento de conexões de centrais geradoras,
ANEEL disponibilizou consultas públicas com intuito de mudar as regras aplicadas a GD,
em específico para o sistema de compensação de energia elétrica dos consumidores-geradores
(DANTON, 2010).
Em 07 de janeiro de 2022 foi publicado a Lei 14.300/2022 que institui o marco legal
da GD, trazendo transparência e segurança jurídica, incentivos para adoção de sistemas GD,
visando a redução do impacto negativo da GD sobre as distribuidoras entre outros pontos. Na
Tabela 6 mostra as principais diferenças entres as normas anterior e a atual.
É provável que novos debates sobre os subsídios venham a aparecer no decorrer dos
próximos anos, considerando o crescimento nas conexões de GD considerando o aumento do
30

valor tarifa de energia e a expansão de linhas de créditos para esse setor (BORGES, 2021).

Tabela 6 – Comparação entre a REN 482 e Lei 14.300

Tema Como era com a REN 482/2012 Como fica com a Lei 14.300/2022

Para projeto protocolados até 1 anos


Direito adquirido Não tinha direito por lei após a publicação da Lei, só entra
vigor em 2045

Valoração dos Compensação 100% das Algumas componentes deixarão de


créditos componetes tarifarias ser compensadas de forma gradual

Custo de Deixará de ser cobrado


Cobrado em duplicidade
disponibilidade em duplicidade

Geração Via cooperativas, consórcios, associação


Via cooperativas e consórcios
compartilhada condiminio civi (voluntario ou edilício)

Potência Até 3 MW para solar, até 5MW para


Até 5MW para todas as fontes
máxima fontes despacháveis

Distribuição Por % e possui 60 dias para Por % ou por ordem de abatimento,


de créditos o envio dos créditos prazo caiu para 30 dias

Usinas híbridas/
Regulação menciona sobre o A lei traz previsão de regulamentação
com
tema pela ANEEL
armazenamento

O consumidor não pode ser


Permitido B optante com usina junto à
B optante B optante com usina de
carga até 112,5 kVA
minigeração

Fonte: Adaptado (GENYX, 2022).

3.2 Tipo tecnologias da GD

Como mencionado anteriormente, as principais tecnologias da GD são de fontes


renováveis sendo elas pequenas centrais hidrelétrica (PCH), unidade térmoelétricas por biomassa
(UTE), central geradora eólica (EOL), central geradora solar fotovoltaica (UFV) entre outras.
O Brasil já ultrapassou os 185 GW de capacidade de geração, sendo 83,26% cor-
respondem das fontes renovaveis como água dos rios, os ventos e a luz solar (ANEEL, 2022).
A Tabela 7 mostra um resumo da atual situação do país no quesito geração segundo (ANEEL,
2022) .
31

Tabela 7 – Resumo do cenário de geração 2022

Potência Potência % (Pot.


Tipo Quantidade
Outorgada (kW) Fiscalizada (kW) Fiscalizada)

UTE 3122 46.938.403,71 45.338.707,67 56,86%


EOL 846 22.690.753,86 22.514.193,86 28,24%
UFV 14316 6.491.148,81 6.313.813,69 7,92%
PCH 424 5.612.709,57 5.569.350,57 6,98%
Total 18708 81.733.015,95 79.736.065,79 100,0%

Fonte: Adaptado (SIGA, 2022)


Nota: Potência outorgada é a potência que a usina foi autorizada à operar.
Nota: Potência fiscalizada corrresponde àquela considerada a partir da operação
comercial realizada pela primeira unidade geradora.

O uso dessas fontes é importante para diversificação da matriz energética do país pois,
além de proporcionar desenvolvimentos técnicos, socioeconômicos e ambientais garante maior
confiabilidade e segurança no aspecto de geração, sobretudo em situações de crise energética
como do ano 2001 (LUIZ, 2012).

3.3 Tipos de tecnologias de geração distribuida

Os tipos de GD no sistema elétrico apresentam diferentes topologias de conexão e


novas tecnologias de geração em comparação aos sistemas mais tradicionais. Os sistemas de
grande porte utilizam geradores síncronos, já as centrais de pequeno e médio porte costumam
utilizar geradores assíncronos e, por estar conectado diretamente a rede, não geram energia
reativa (SILVA, 2002). Entretanto, para geração fotovoltaica e eólica são utilizados inversores de
frequência, para se conectar à rede elétrica, devido a geração de energia ser em corrente contínua
e frequência diferente da nominal de rede (NIMPITIWAN et al., 2006).

3.3.1 Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs

As PCHs são centrais que utilizam o fluxo da água para a geração de energia, as
diferindo das hidrelétricas tradicionais, localizam-se nas próximidades das unidades de consumo
não necessitando o alargamento de grandes áreas naturais visto que aproveitam o desnível dos
rios para funcionamento.
A Resolução Normativa nº 673 / 2015 (ANEEL, 2015) estabelece os requisitos para
a autorização do funcionamento das pequenas centrais hidrelétricas. São consideradas empreen-
dimentos de PCHs aquelas instalações destinadas a autoprodução ou produção independente de
32

energia elétrica com a potência superior a 3.000 kW e inferior a 30.000 kW e com uma área de
reservatório até 13 km², excluindo a calha do leito do rio.
A Lei nº 13.097, sancionada em janeiro de 2015, alterou a legislação das PCHs. O
principal ponto de modificação foi o limite de potência na qual a capacidade mínima passou de 1
MW para 3 MW, assim, para os empreendimentos com potência instalada menor que 3 MW, não
necessita de concessão, permissão ou autorização, apenas a comunicação ao órgão concedente
(ABRAGEL, 2022). Além disso, houve o aumento do limite máximo da capacidade instalada
para os empreendimentos de produção independente ou autoprodução passando de 30MW para
50MW, não considerando as caraterísticas das PCHs.
Para o presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs – ABRAPCH, existe
a necessidade de investimento para novas pequenas centrais hidrelétricas e, principalmente,
para novos reservatórios que abasteçam a população e que venha a gerar energia limpa, em
decorrência da crise hídrica ocorrida em 2020 e 2021 (ABRAPCH, 2022).

3.3.2 Termelétrica a biomassa

As termoelétricas a biomassa são usinas que utilizam a energia térmica a partir da


queima da matéria orgânica para a produção de energia elétrica. A matéria orgânica utilizada
pode ser de origem animal ou vegetal originada do aproveitamento de resíduos agrícolas tais
como casca de arroz e o bagaço de cana podendo ser utilizado também cavaco de madeira.
O processo de geração se da pela queima da biomassa que irá originar um vapor
necessários para mover as pás da turbina gerador transformando energia mecânica em energia
elétrica. É comum que as centrais termoelétricas a biomassa sejam que de pequeno porte em
comparação as termoelétricas tradicionais. Um ponto negativo é a emissão de CO2, pelas UTEs,
devido a queima do combustível. Porém, é considerado que a planta tenha consumido bastante de
CO2 no período de crescimento sendo assim, as quantidades emitida e consumida, balanceadas
(TOLMASQUIM, 2003).
A vantagem da utilização da biomassa é a cogeração de energia, que é o processo que
permite a produção simultânea de calor e de energia elétrica derivado de um único combustível.
Podendo, assim, utilizar o calor, eminente dos motores geradores, em outros processos térmicos
(ANEEL, 2006).
Para além de fatores ambientais a utilização da biomassa, portanto, proporciona
desenvolvimento de regiões economicamente desfavorecidas na criação de empregos, gerando
33

receitas e reduzindo dependência externa de energia elétrica (LUIZ, 2012).

3.3.3 Energia eólica

Denomina-se energia eólica a energia cinética contida na movimentação de massa de


ar (vento) que é convertida em energia elétrica por meio da movimentação de turbinas acopladas
em um roto. Esse equipamento é denominado como aerogerador, mas também encontrado em
cataventos (ANEEL, 2005).
Com a expansão do uso das fontes eólicas para a geração de energia em diversos
países, passaram a se formar parques eólicos que se conectam tanto no sistema de subtransmissão
como no de transmissão (BOLLEN; HASSAN, 2011).
O Conselho Global de Energia Eólica informou que em 2017 a capacidade de geração
eólica no mundo somou um total de 539 GW trazendo como estimativa para 2022 uma geração
global em torno de 840 GW. O Brasil é o oitavo maior parque eólico com 2% da produção
mundial.
O entrave do crescimento da energia eólica é o seu custo de implantação muito
elevado em relação a outras fontes de energia. Com desenvolvimento tecnológico, principalmente
na parte mecânica e na eficiência de operação das turbinas, seu custo vem sendo reduzido,
melhorando o desempenho e confiabilidade dos equipamentos nos últimos anos (LUIZ, 2012).
Outro fator a se considerar é o impacto das conexões no sistema elétrico visto que o
fluxo de potência não será mais em uma direção. Especificamente na geração eólica, não existe
um controle sobre a fonte de energia, o que leva a variações de corrente e aumento de tensão nos
nós, além de provocar alguns distúrbios como os harmônicos (FERNANDES, 2010).

3.3.4 Energia solar fotovoltaica

A geração solar fotovoltaica possui como fonte de energia a luminosidade do sol que
é convertido em energia elétrica através das células fotovoltaicas. A sua eficiência de conversão
é proporcional ao índice de radiação solar que incide sobre as células. Devido sua localização,
próximo aos trópicos, o Brasil possui grande potencial para esse tipo de geração de energia,
ou seja, a produção de energia elétrica fotovoltaica está condicionada tanto ao posicionamento
geográfico quanto a condições atmosférica (BOLLEN; HASSAN, 2011).
A radiação solar incide sobre as células provocando a excitação dos elétrons e assim
surgindo uma corrente elétrica no material semicondutor, conhecido como efeito fotovoltaico.
34

Esse material normalmente é constituído de silício, estando no seu estado puro ou dopado com
outros materiais semicondutor.
As células são associadas em série e paralelo com objetivo de tornar adequadas as
condições elétricas. Esse agrupamento é chamado de painéis fotovoltaicos. Quando os painéis
fotovoltaicos são constituídos de silício puro são chamado de monocristalino possuindo eficiência
mais altas em comparação aos outros materiais, em torno de 15% a 21%. Os painéis constituídos
de outros cristais além do silício são chamados de policristalino que possui uma eficiência um
pouco mais baixa que as monocristalino.
Outros tipos de tecnologias já existem mercado tais como painéis de filme fino, de
silício amorfo, de telureto, de cádmio e outros. Porém, são tecnologias pouco encontradas no
mercado devido o seu preço ainda não ser tão competitivo com os painéis tradicionais.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE em parceria com Associ-
ação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR divulgaram um panorama do setor
fotovoltaico no ano de 2022 no Brasil e no mundo. A Figura 7 mostra a evolução nos preços da
energia solar fotovoltaica nos leilões de energia no mercado regulado.

Figura 6 – Evolução do preço da fonte solar em leilões de energia

Fonte: (ABSOLAR, 2022)

Há uma expectativa de construção de usinas fotovoltaicas de médio porte, que podem


ser conectadas no sistema elétrico no nível de média e alta tensão. Porém são as usinas de
pequeno porte de potência, conectadas na rede de baixa tensão, que vem se destacando (LUIZ,
2012). A Figura 7 demonstra a predominância das instalações na classe de consumo residencial
35

e comercial em relação a outras classes.

Figura 7 – GD Solar FV no Brasil por classe de consumo

Fonte: ANEEL/ABSOLAR (2022)

3.4 Impactos na inserção da geração distribuida

As conexões da GD no sistema elétrico trazem vantagens e desvantagens. Um bom


exemplo é que a integração da GD melhora o nível de tensão em sistemas radiais além da
regulação de tensão em regime permanente, sendo considerado uma possível solução para o
afundamento de tensão (RAMOS et al., 2009).
Para a instalação de uma nova fonte de geração de energia no sistema de distribuição
é necessário estudo de coordenação do sistema de proteção da rede. Pois, antes a rede tinha o
fluxo de potência unidirecional sendo modificado com a GD (RAMOS et al., 2009).
36

4 METODOLOGIA

Nesse capítulo serão apresentados a metodologia e as informações necessárias para


a coleta de dados relativo ao estudo assim como o programa utilizado para a modelagem da rede
afim de se levantar os resultados necessários.
• Escolha do Atp/AtpDraw para modelagem da rede;
• Apresentação da rede que houve o estudo;
• Levantamento dos dados e informação da rede;
• Modelagem no Atp/AtpDraw;
• Aplicação de curto-circuito nas barras no cenário com e sem GD;
• Definir a área de risco;
• Comparar os valores do afundamento na presença da GD com sem GD.

4.1 Atp/AtpDraw

Para fazer a modelagem do sistema elétrico e levantar os resultados previstos foi


escolhido o Alternative Transient Program (ATP), que é um programa para simulação digital de
fenômenos transitórios eletromagnéticos que ocorrem nos sistemas elétricos (SILVA, 2014).
Essa ferramenta apresenta soluções baseadas no domínio do tempo trazendo grande
precisão referente a caracterização do fenômeno e da reprodução (MARTINEZ; MARTIN-
ARNEDO, 2004), possibilitando o cálculo das distorções da onda da tensão durante um afunda-
mento de tensão (BOLLEN; YALCINKAYA; HAZZA, 1998) .
Segundo Demerval e Pessanha (2018) os resultados obtidos pelo Atp/AtpDraw
comparado com as medidas em campo de seu estudo, não chegaram a 10% de erro, assim dando
confiabilidade ao programa para realização das simulações. Para o estudo em questão será
utilizada a versão 6.3.

4.2 Características da rede

A rede escolhida para o estudo foi a sistema de distribuição da Universidade Federal


do Piauí - UFPI, Campus Ministro Petrônio Portella. Apesar de ser uma rede interna, ela traz as
mesmas diretrizes e normatização das redes de distribuição da concessionária local.
O seu fornecimento de energia é em média tensão de rede 13,8 kV, possuindo em
torno de 65 subestações, em sua maioria áreas e uma potência instalada total de 13,33kVA. Os
37

cabos do alimentador e das derivações são de 4/0 CAA, 2/0 CAA e 1/0 CAA respectivamente.
Devido a sua extensão, apenas um trecho de uma das ramificações da rede foi
selecionado para aplicação de falta. O trecho referido se inicia do alimentador até o Setor
de Esporte, como mostra de forma geral a área destacada na Figura 29, sendo levado em
consideração a extensão da rede para análise da propagação do afundamento de tensão. No
Anexo A mostra com mais detalhes o trecho escolhido para o estudo.
Os dados da configuração e características da rede foram obtidos por meio da
Coordenadoria de Manutenção e de Infraestrutura – PREUNI, conferindo maior fidelidade com
a realidade.

Figura 8 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI

Fonte: Próprio autor.


38

4.3 Modelagem do sistema de distribuição

Como uma das causas do afundamento de tensão são pelas faltas, a forma de pro-
mover esse afundamento de tensão no sistema de distribuição análoga da UFPI foi por meio de
curto-circuito no software ATP por meio da interface gráfica ATPDraw. O diagrama unifilar
modelado no Atp/AtpDraw pode ser vista na Figura 9.
Para um melhor entendimento, o circuito será divido em ramos de acordo com cada
nó no sistema. O curto-circuito será aplicado no nó de cada ramo. A distância e os valores de
impedância de linha se encontram no Anexo A.
A barra de refência é a fonta de tensão, assim, a partir dela se conta cada ramo.A
seguir serão apresentados os componentes com suas características para o sistema.

Figura 9 – Modelagem da rede distribuição da UFPI

Fonte: Próprio autor.

4.3.1 Fonte de tensão

O barramento consiste na principal fonte de geração de energia do sistema elétrico,


tem por função fornecer referência angular e de magnitude para o sistema. Pessoa (2016). Assim,
o modelo utilizado no para fonte de tesão trifásica foi ACSource .
39

Figura 10 – Modelo da fonte de tensão no Atp/AtpDraw.

Fonte: Próprio autor.

A Figura 10 mostra o ícone e os parâmetros utilizados para a simulação do sistema,


na qual a amplitude de tensão se trata em valor eficaz (rms) entre fases.

4.3.2 Linha de distribuição

É o componente utilizado para as conexões entre a geração e os dispositivos do


sistema elétrico. Assim como é utilizado para transportar a energia elétrica também são os
caminhos para a propagação do afundamento de tensão.
As linhas apresentam modelos distintos com base nos seus comprimentos. Esse
trabalho adotou como modelo as linhas curtas, onde o comprimento máximo é de 80 km para
nível de tensão até 150kV (KINDERMANN, 2010) assim podendo desprezar as capacitâncias
shunt pois são mínimos os efeitos causados pelo campo elétrico (STEVENSON, 1974).
O componente utilizado no Atp/AtpDraw foi LINESY_3 considerando apenas as
impedâncias em série. O ramal escolhido para simulação possui apenas cabos de 4/0 CAA e 1/0
CAA. A Figura 11 mostra a imagem da representação da linha no programa.
40

Figura 11 – Modelo de linha de distribuição no Atp/AtpDraw.

Fonte: Próprio autor.

Os parâmetros utilizados para a resistência e indutância para cada tipo de cabo podem
ser consultados na Tabela 8 .

Tabela 8 – Parâmentro de sequência positiva e zero dos cabo da linha de distribuição

Tipo de condutor Bitola (AWG) R1 (Ω/km) X1 (Ω/km) R0 (Ω/km) X0 (Ω/km)

CAA 1/0 AWG 0,696 0,44 0,87 2,47


CAA 4/0 AWG 0,0,367 0,41 0,54 2,44

Fonte: Adaptado de ((CARVALHO, 2017).

4.3.3 Transformador

Para o transformador foi utilizado o componente que representasse um transformador


trifásico saturável, nomeado SATTRAFO, como mostra a Figura 12. Ele possui ligações ∆-Y, ∆ -
∆, Y- ∆ de três enrolamentos.
Alguns dados são necessários para o cálculo dos parâmentos da modelagem do
transformador no Atp/AtpDraw como: potência do transformador, tensão de linha do primário e
secundário, frequência, impedância, corrente a vazio e a curva de saturação.
41

Figura 12 – Modelo de transformador no Atp/AtpDraw.

Fonte: Próprio autor.

As tensões de linha do primário e secundário são respectivamente de 13,8 kV/380V


ligados em Y-∆, a uma frequência de 60 Hz. Os outros dados vão variar de acordo com cada
potência do transformador. A Tabela 9 e a Tabela 10 mostram os dados necessários para a
modelagem retirado e adaptado de Carvalho (2017) para este trabalho.

Tabela 9 – Parâmentro dos transformadores

Parâmentro% 45 kVA 75 kVA 112,5 kVA 150 kVA 225 kVA 300 kVA

Impedância 3,5 3,5 3,5 3,5 4,5 4,5


Resistência 0,87 0,87 0,87 0,87 1,12 1,12
Corrente a vazio 3,2 2,7 2,5 2,3 2,1 1,8

Fonte: Adaptado de (CARVALHO, 2017).

Tabela 10 – Estimativa de parâmetro para modelagem do transfomador

45 kVA 75 kVA 112,5 kVA 150 kVA 225 kVA 300 kVA

Rp 55,23 33,14 22,09 16,57 14,22 10,66


Rs 0,014 0,008 0,006 0,004 0,004 0,003
Xp 0,0 3,56 24,95 28,92 40,42 41,50
Xs 0,0 0,0009 0,0063 0,0073 0,01 0,011
Rm 1175555,6 705333,3 470222,2 352666,7 235111,1 176333,3
φm 51,8 51,8 51,8 51,8 51,8 51,8

Fonte: Adaptado de (CARVALHO, 2017).


42

4.3.4 Carga

Devido à ausência de informações sobre as cargas da universidade, alguns métodos


foram considerados para melhor representar o comportamento dessa perante realidade.
O método da demanda máxima medida, proposto por Kersting (2002), permite
alocar proporcionalmente as cargas para cada transformando conhecendo o seu valor de potência
nominais e a demanda máxima medida no alimentador principal composto por aquele sistema
elétrico.
Uma série de medições do fator potência foram feitas nas subestações abrigadas da
instituição, na qual realizou-se uma média dos valores obtidos e adotados para a subestação
correspondente. Para as subestações de carregamento desconhecido foi possível estimar o
carregamento dos transformadores através do fator alocação e do valor da demanda ativa máxima
(MENDES, 2019)
A Tabela 11 mostra os valores de carregamento de cada transformador. Mesmo
faltando alguns dados para uma análise mais real os cálculos, os métodos e as estimatimativas
utilizadas por MENDES (2019) aproximam-se da realidade.

Tabela 11 – Dados de carregamento dos transformadores

Potência nominal Carregamento Carregamento Carregamento


(kVA) estimado (kVA) estimado (kW) estimado (kVAr)
45 17,15 11,84 12,41
75 28,59 19,73 20,69
112,5 42,88 29,59 31,04
150 57,17 39,45 41,38
225 85,76 59,18 62,07
300 114,35 78,90 82,77

Fonte: Adaptado de ((MENDES, 2019).

4.3.5 Modelagem da geração distribuída

Considerando o aumento e a popularidade da energia fotovoltáica, este trabalho


dedicou-se a trabalhar com essa fonte de geração. Nesse tipo de geração utiliza-se um inversor, ou
conversor CC/CA, para converter a energia elétrica CC produzidas pelos módulos fotovoltáicos,
como dito anteriormente, em energia elétrica CA.
Os inversores podem ser classificados de acordo o formato de onda na saída. O que é
utilizado na energia fotovoltaica é inversor de saída senoidal, pois a sua onda de saída é a que mais
43

se assemelha com a onda senoidal do sistema da concessionaria de energia elétrica. O referido


inversor possui eficiência de 95% e injeta distorção harmônica menor que 3% (RODRÍGUEZ;
JANNUZZI, 2002).
Para modelar detalhadamente um inversor seriam necessárias informações que,
devido sua complexidade, fogem do escopo desse estudo optando-se, assim, em adotar uma
forma mais simplificada para o estudo de falta.
Dessa forma, a geração fotovoltáica será modelada por uma fonte de corrente al-
ternada trifásica, elemento ACSOURCE do Atp/AtpDraw. Os dados que serão inseridos para
modelagem foram o valor da amplitude de corrente e a frequência na rede.
A Figura 13 abaixo representa a configuração e símbolo usado no Atp/AtpDraw para
a modelagem do inversor e o conjunto de geração fotovoltáica. A potência escolhida da GD para
este trabalho foi um sistema de geração de 75 kW, no limiar da microgeração, e outro de 1MW
já classificado como minigeração. Pelo nível de potência todos os inversores serão trifásicos
podendo ser conectados em baixa e média tensão.

Figura 13 – Modelagem da GD no Atp/AtpDraw.

Fonte: Próprio autor.

4.4 Simulação

Como dito anteriormente, este estudo utilizou-se da falta no sistema elétrico para
gerar o afundamento de tensão por meio da simulação de curto-circuito para o cálculo da
44

amplitude do afundamento e sua propagação por meio do ATP via interface ATPDraw.
Uma das formas de analisar o impacto do afundamento de tensão na rede é verificando
como a falta em uma determinada barra “k” influencia nas outras barras que estão conectadas a
ela delimitando a área afetada pelo distúrbio simulado (CARPINELLI et al., 2008).
Para GOSWAMI A. K.; GUPTA (2008) uma outra maneira de realiza a análise
é escolher uma barra específica e verificar a área de vulnerabilidade desta diante das faltas
ocorridas nas outras barras do sistema elétrico.
A Figura 14 mostra as etapas desenvolvidas no estudo resumido no fluxograma.
Ressaltamos que esse processo serve para curto-circuito em cada fase.

Figura 14 – Fluxograma das etapas da pesquisa.

Fonte: Próprio autor.


45

5 RESULTADOS

Nos três casos mencionados abaixo, será analisado o afundamento de tensão na rede
de distribuição em média tensão da UFPI, com objetivo de diferenciar o modo de propagação em
torno da geração distribuída.
Dessa forma, é possível delimitar a área de vulnerabilidade, entre a barra de análise
e os pontos de faltas, de acordo com as diferentes intensidades do afundamento de tensão.

5.1 Caso 1 - Sem presença de GD

Em todo o escopo desse estudo a fase A será representada pela cor vermelha, a fase B
pela cor verde e a fase C pela cor azul. A Figura 15 mostra as tensões antes da falta. Observa-se
que a fase A e C estão um pouco abaixo da tensão de referência de 1 p.u., porém dentro dos
parâmentos de qualidade.

Figura 15 – Gráfico de tensão pré-falta

Fonte: próprio o autor.

No primeiro caso foi aplicado a falta na fase A da rede apresentado na Figura 9,


observando, assim, o nível de afundamento. Os valores podem ser obtidos através da interface
gráfica do Atp/AtpDraw.
Foi escolhido o ramo 7 para analisar a tensão remanescente, registrando as magnitu-
des do afundamento, em relação as faltas nos demais ramos. Nesse primeiro momento não será
considerada a presença da geração distribuída.
46

A Tabela 12 mostra os valores, em p.u., do nível de tensão por fase ao aplicarmos o


curto-circuito nos outros ramos e no final da linha de distribuição.

Tabela 12 – Tensões por fase sem GD do ramo 7

Falta Fase A Fase B Fase C

Ramo 1 0,97794 1,0253 0,98656


Ramo 2 0,8083 1,1442 0,96111
Ramo 3 0,71508 1,2497 0,95675
Ramo 4 0,68602 1,2533 0,96486
Ramo 5 0,62004 1,286 0,97824
Ramo 6 0,52543 1,3438 1,0168
Ramo 7 0,50237 1,3694 1,0269
Ramo 8 0,57229 1,2493 1,0282
Ramo 9 0,62548 1,2051 1,0287
Ramo 10 0,63881 1,1967 1,0254
Ramo 11 0,66329 1,1788 1,0268
Final linha 0,67004 1,1761 1,0235

Fonte: Próprio autor.

Percebe-se que na fase A a amplitude do afundamento varia de acordo com a posição


de falta. Ao aproximar-se do ramo de refência essa amplitude torna-se maior, chegando ao índice
que afeta a qualidade de energia.
A área de vulnerabiilidade para o ramo 7 pode ser traçada graficamente pela diminui-
ção do nível de tensão como mostra a Figura 16. Observou-se que o maior índice de afundamento
ocorreu quando a falta aconteceu no próprio ramo, como era esperado.

Figura 16 – Área de vulnerabilidade do ramo 7

Fonte: próprio autor.


47

5.2 Caso 2 - Na presença da GD de 75kW

Para a simulação da geração solar fotovoltáica foi utilizada uma fonte de corrente
com os parâmentos necessário para injetar uma potência de 75kW na rede. Essa GD foi conectada
na rede de baixa tensão, pois ainda se trata de uma microgeração distribuída, como mencionamos.
Foi analisada novamente a tensão antes dos curto-circuito e como mostra a Figura 17
houve uma pequena variação no nível de tensão na fase A e na fase C, porém, dentro do nível
aceitável pela QEE.

Figura 17 – Gráfico de tensão pré-falta com GD de 75 kW

Fonte: próprio autor.

Tabela 13 – Tensões por fase com GD do 75 kW

Falta Fase A Fase B Fase C

Ramo 1 0,97642 1,0253 0,98656


Ramo 2 0,79544 1,1503 0,97014
Ramo 3 0,724 1,2412 0,94459
Ramo 4 0,68572 1,255 0,96731
Ramo 5 0,61436 1,2895 0,98385
Ramo 6 0,53658 1,3351 1,0029
Ramo 7 0,5316 1,3506 0,98985
Ramo 8 0,58378 1,2443 1,0171
Ramo 9 0,62379 1,2058 1,0299
Ramo 10 0,64248 1,1952 1,0215
Ramo 11 0,66202 1,1795 1,027
Final linha 0,67218 1,1751 1,021

Fonte: Próprio autor.


48

A Tabela 13 mostra os valores de tensão obtidos e em seguida, por meio da Figura


18, as áreas onde o afundamento de tensão é mais severo. Visualiza-se uma pequena variação,
mas nada tão significativo em relação ao caso 1.

Figura 18 – Área de vulnerabilidade do ramo 7 Com GD de 75kW

Fonte: próprio autor.

Por estarem situadas em baixa tensão e a potência de geração ser de pequeno porte,
a GD não causou grandes impactos durante a falta no sitema.

5.3 Caso 3 - Na presença da GD de 1MW

Para se obter o valor de potência desejada foi utilizado um probe de corrente mos-
trando a injeção de potência na rede, como visualizado na Figura 19, diretamente na rede de
média tensão analisada.
49

Figura 19 – Representação da GD fotovoltaica de 1M

Fonte: próprio autor.

A minigeração distribuída de 1MW, em relação a energia fotovoltaica, tem sua


conexão ligado diretamente na rede de 13,8 kV do sistema de distribuição. A conexão dessa GD
com a rede de distribuição, normalmente, se dá por meio de um transformador elevador, porém
para simplificação deste estudo apenas a fonte de corrente foi utilizada.
Antes das faltas, as tensões registradas obtiveram um novo aumento de acordo com
a Figura 20, estabilizando entre elas em relação ao caso 1 e caso 2. Isso pode ser relacionado
devido a potência ser bem mais elevada.

Figura 20 – Gráfico de tensão pré-falta com GD de 1MW

Fonte: próprio autor.

Os valores da severidade do afundamento para essa geração são registrados no Tabela


14. O ponto que os valores registrados foram no exato momento em que o afundamento da fase
A teve a maior amplitude. Assim, as fases B e C podem ter valores baixos, porém logo após
50

terem uma elevação de tensão.

Tabela 14 – Tensões por fase com GD 1 MW

Falta Fase A Fase B Fase C

Ramo 1 0,9798 1,0272 0,98845


Ramo 2 0,80061 1,1499 0,96929
Ramo 3 0,7343 1,2483 0,95559
Ramo 4 0,70264 1,2459 0,9518
Ramo 5 0,61396 1,2954 0,99123
Ramo 6 0,53961 1,3365 1,0028
Ramo 7 0,52443 1,356 1,001
Ramo 8 0,57215 1,2522 1,0312
Ramo 9 0,63366 1,2044 1,024
Ramo 10 0,63564 1,2011 1,0313
Ramo 11 0,66856 1,1795 1,0247
Final linha 0,67257 1,1802 1,0295

Fonte: Próprio autor.

Podemos observar na Figura x que houve um pequeno aumento do valor eficaz


durante as faltas. Como os valores possuem em torno de quatro casas decimas, a variação não
chega a ser muito significativa ao ponto de os valores medidos ainda afetarem a QEE.

Figura 21 – Área de vulnerabilidade do ramo 7 Com GD de 1MW

Fonte: próprio autor.


51

5.4 Comparação da propagação do afundamento de tensão

Para avaliar qual a contribuição da geração distribuída na rede durante a falta, a


Figura x mostra todos os índices de afundamento de tensão da fase A nos três casos. Observou-se
que as curvas estão praticamente sobrepostas uma a outra.

Figura 22 – Análise comparativa do afundamento de tensão nos 3 casos

Fonte: próprio autor.

Quando a falta ocorreu no próprio ramo de análise, no ramo 7, houve uma elevação
da curva referente a conexão da geração distribuída de 75 kW e de 1MW, caso 2 e caso 3
respectivamente.
Observou-se relevância na análise das fases B e C pelas mudanças no perfil da tensão
ao logo das faltas no sistema. Para uma melhor visualização as Figuras 23 , Figura 24 e Figura
25 mostram a evolução da tensão em relação aos pontos de faltas nos casos estudados.
Percebe-se que, no momento da falta, na fase B, houve um aumento no nível de
tensão. Apenas na falta no ramo 1 que o índice de elevação se manteve dentro dos índices
aceitáveis segundo a Tabela 1, Tabela 2 e 3. Porém, do ponto de falta no ramo 2 até o fim da
linha, tanto na ausência como na presença da GD, houve um aumento de tensão que pode ser
classificado como elevação de tensão e assim afetando QEE.
52

Figura 23 – Análise comparativa do afundamento de tensão na fase A

Fonte: próprio autor.

Figura 24 – Análise comparativa do afundamento de tensão na fase B

Fonte: próprio autor.

A fase C se mantém com índices adequados entre as faltas no ramo 1 até ramo 5 e
nas variações, entre os casos 1, 2 e 3, houve uma tendência de aumento para a valor nominal
53

de 1 p.u.. Entre as faltas no ramo 6 até o ponto do final da linha houve um aumento no nível de
tensão. Na ausência da geração, houve um maior crescimento, ao passo que, na presença da GD,
esse aumento começa a partir da falta no ramo 8. Porém, não é classificado como uma elevação
de tensão, não afetando a QEE.

Figura 25 – Análise comparativa do afundamento de tensão na fase C

Fonte: próprio autor.

As faltas da fase A sofreram com o rigoroso índice de afundamento de tensão, o


que era esperado, porém, com a conexão da GD, nos dois casos, não houveram contribuições
suficientes para melhorar o índice para não afetar a QEE. A Figura 26, mostra um aspecto geral
dos valores de tensão relacionando os pontos de falta e a influência da GD.
54

Figura 26 – Valores gerais dos indices de tensão e suas variações

Fonte: próprio autor.


55

6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

6.1 Conclusão

A elaboração do presente trabalho, que analisou a propagação do afundamento de


tensão e a conexão da geração distribuída em sistemas elétricos, demonstrou a importância de
investigar tal distúrbio e seus efeitos na rede elétrica, possibilitando, assim, a verificação de
formas de amenizar seus impactos.
Para isso, é necessário o conhecimento das normas e da legislação vigente quando se
trata de qualidade de energia, pois ela que determina os comportamentos mínimos para que o
consumidor da energia elétrica utilize sua carga sem ser afetá-lo economicamente.
Com as simulações proposta foi possível obter o comportamento da tensão em
relação ao curto-circuito aplicado na rede. Dados que, para serem levantados com valores reais,
precisam dispor de ferramentas adequadas, com gastos financeiros de valores consideráveis e
com dispêndio de tempo para que se possa obter os dados em todos os pontos.
Com a conexão de uma geração distribuída na rede torna-se mais complexa a obten-
ção desses dados. Porém, na modelagem, o comportamento da GD em relação ao afundamento de
tensão pode ser obtido e analisado com objetivo de evitar o gasto de grandes recursos financeiros
para avalição desses distúrbios.
O estudo mostrou que o distúrbio do afundamento de tensão, provocado pela falta
monofásica, se propaga por toda a extensão da rede impactando, de forma mais intensa, o ponto
mais próximo da falta, ou seja, com maior índice de severidade e que vai se atenuando com a
distâncias.
Para tentar atenuar os impactos, a inserção da geração distribuída foi escolhida por
causa do aumento de suas de conexões no sistema. Porém, os resultados mostraram que houve
uma pequena contribuição para diminuir o nível da queda de tensão no momento da falta, mas
não o suficiente para manter nos parâmetros que não afete a qualidade de energia.
Vale a pena ressaltar que a geração distribuída escolhida foi a energia solar fotovol-
taica, que não possui um nível potência considerável, podendo ser um dos motivos que fizeram
com que a amplitude do afundamento não diminuísse ao ponto de impactar a QEE. Portanto,
mesmo sabendo que não há grandes contribuições dos inversores na corrente de falta, elas não
podem ser ignoradas.
Observou-se que durante o curto-circuito houve uma elevação de tensão na fase
56

B, demonstrando que os diferentes tipos de distúrbio não necessariamente aparecem sozinhos


podendo existir dois distúrbios simultâneos na mesma linha.
Portanto, os afundamentos de tensão são mais rigorosos sem a presença da GD
mesmo que ela não contribua de forma significativa.

6.2 Trabalhos futuros

As propostas apresentadas logo abaixo tem como objetivo expandir o estudo do


afundamento de tensão que possa:
• Analisar o comportamento do afundamento de tensão em relação as faltas FF - FFT - FFF -
FFFT;
• Comparar o impacto da conexão de outras formas de GD;
• Avaliação e dimensionamente de proteção da rede considerando o fluxo de potência;
• Elaborar a Matriz de Tensão Durante a situação de falta - MTDF
• Elaborar curva de sensibilidade das cargas.
57

REFERÊNCIAS

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ABSOLAR, A. B. de E. S. F. Panorama da solar fotovoltaica no Brasil e no mundo. 2022.
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POR AFUNDAMENTOS MOMENTÂNEOS DE TENSÃO. Dissertação (Mestrado) —
UFI-Universidade Federal de Itaujubá, 2010.
61

APÊNDICE A – REDE DE DISTRIBUIÇÃO DA UFPI

Figura 27 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI parte 1

Fonte: Próprio autor.


62

Figura 28 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI parte 2

Fonte: Próprio autor.


63

Figura 29 – Diagrama da rede de distribuição da UFPI parte 3

Fonte: Próprio autor.


64

APÊNDICE B – DADOS DOS TRANSFORMADORES

Tabela 15 – Dados dos carregamento dos transformadores de cada ramo

Potencia Carregamento estimado


Poste Tipo de SE
Nominal (kVA) Ativa (kW) Reativa (kVAr)

1 Entrada
4 Aérea 112,5 24,63457 24,34828
151 P derivação
155 Aérea 150 32,8461 45,79771
157 Aérea 45 9,853829 13,73931
158 P derivação
SE 02 abrigada 2x300 131,3844 57,75697
161 P derivação
SE 03 abrigada 2x300 131,3844 57,75697
166 P derivação
168 P derivação
SE 04 abrigada 2X300 +225 180,6535 15,8832
169 Aérea 150 32,8461 45,79771
170 Aérea 150 32,8461 45,79771
171 Aérea 112,5 24,63457 34,34828
175 P derivação
180 P derivação
181 Aérea 225 49,26915 68,69656
182 Aérea 225 49,26915 68,69656
186 P derivação
187 Aérea 15 3,28461 4,579771
196 Aérea 15 3,28461 4,579771
198 P derivação
199 aerea 150 32,8461 45,79771
200 P derivação
201 Aérea 300 65,69219 91,59542
204 P derivação
207 Aérea 45 9,853829 13,73931
210 P final

Fonte: próprio autor.


65

APÊNDICE C – DADOS DA LINHA DE DISTRIBUIÇÃO

Tabela 16 – Dados da extensão e valores de impêdancia da linha

Ramo De ->Para Distancia (m) R1 (Ω/km) X1(Ω/km) R0(Ω/km) X0(Ω/km)

Ramo 1 1-4 34 0,012478 0,012478 0,012478 0,012478


4 - 151 254 0,093218 0,093218 0,093218 0,093218
Ramo 2 151 - 155 243 0,089181 0,089181 0,089181 0,089181
Ramo 3 151 - 157 153 0,056151 0,056151 0,056151 0,056151
157 - 158 50 0,01835 0,01835 0,01835 0,01835
Ramo 4 158 - SE02 55 0,020185 0,020185 0,020185 0,020185
158 - 161 162 0,059454 0,059454 0,059454 0,059454
Ramo 5 161 - SE03 83 0,030461 0,030461 0,030461 0,030461
161 - 166 238 0,087346 0,087346 0,087346 0,087346
Ramo 6 166 - 168 154 0,056518 0,056518 0,056518 0,056518
Ponto 168
168 - 169 44 0,016148 0,016148 0,016148 0,016148
168 - 170 46 0,016882 0,016882 0,016882 0,016882
Ramo 7 166 - 171 68 0,024956 0,024956 0,024956 0,024956
171 - 175 209 0,076703 0,076703 0,076703 0,076703
Ramo 8 175 - 180 411 0,150837 0,150837 0,150837 0,150837
180 - 181 20 0,00734 0,00734 0,00734 0,00734
180 - 182 28 0,010276 0,010276 0,010276 0,010276
175 - 186 165 0,060555 0,060555 0,060555 0,060555
186 - 187 5 0,001835 0,001835 0,001835 0,001835
186 - 196 490 0,17983 0,17983 0,17983 0,17983
196 - 198 102 0,037434 0,037434 0,037434 0,037434
Ramo 9 198 - 199 49 0,017983 0,017983 0,017983 0,017983
198 - 200 64 0,023488 0,023488 0,023488 0,023488
Ramo 10 200 - 201 59 0,021653 0,021653 0,021653 0,021653
200 - 204 156 0,057252 0,057252 0,057252 0,057252
Ramo 11 204 - 207 136 0,049912 0,049912 0,049912 0,049912
0,056885
204 - 210 155 0,056885 0,056885 0,056885

Fonte: próprio autor.


66

APÊNDICE D – GRAFICOS DO AFUNDAMENTO SEM GD

Figura 30 – Falta no ramo 1

Fonte: próprio autor.

Figura 31 – Falta no ramo 2

Fonte: próprio autor.


67

Figura 32 – Falta no ramo 3

Fonte: próprio autor.

Figura 33 – Falta no ramo 4

Fonte: próprio autor.


68

Figura 34 – Falta no ramo 5

Fonte: próprio autor.

Figura 35 – Falta no ramo 6

Fonte: próprio autor.


69

Figura 36 – Falta no ramo 7

Fonte: próprio autor.

Figura 37 – Falta no ramo 8

Fonte: próprio autor.


70

Figura 38 – Falta no ramo 9

Fonte: próprio autor.

Figura 39 – Falta no ramo 10

Fonte: próprio autor.


71

Figura 40 – Falta no ramo 11

Fonte: próprio autor.

Figura 41 – Falta no final da linha

Fonte: próprio autor.


72

APÊNDICE E – GRAFICOS DO AFUNDAMENTO COM GD 75 KW

Figura 42 – Falta no ramo 1

Fonte: próprio autor.

Figura 43 – Falta no ramo 2

Fonte: próprio autor.


73

Figura 44 – Falta no ramo 3

Fonte: próprio autor.

Figura 45 – Falta no ramo 4

Fonte: próprio autor.


74

Figura 46 – Falta no ramo 5

Fonte: próprio autor.

Figura 47 – Falta no ramo 6

Fonte: próprio autor.


75

Figura 48 – Falta no ramo 7

Fonte: próprio autor.

Figura 49 – Falta no ramo 8

Fonte: próprio autor.


76

Figura 50 – Falta no ramo 9

Fonte: próprio autor.

Figura 51 – Falta no ramo 10

Fonte: próprio autor.


77

Figura 52 – Falta no ramo 11

Fonte: próprio autor.

Figura 53 – Falta no ramo 12

Fonte: próprio autor.


78

APÊNDICE F – GRAFICOS DO AFUNDAMENTO COM GD 1MW

Figura 54 – Falta no ramo 1

Fonte: próprio autor.

Figura 55 – Falta no ramo 2

Fonte: próprio autor.


79

Figura 56 – Falta no ramo 3

Fonte: próprio autor.

Figura 57 – Falta no ramo 4

Fonte: próprio autor.


80

Figura 58 – Falta no ramo 5

Fonte: próprio autor.

Figura 59 – Falta no ramo 6

Fonte: próprio autor.


81

Figura 60 – Falta no ramo 7

Fonte: próprio autor.

Figura 61 – Falta no ramo 8

Fonte: próprio autor.


82

Figura 62 – Falta no ramo 9

Fonte: próprio autor.

Figura 63 – Falta no ramo 10

Fonte: próprio autor.


83

Figura 64 – Falta no ramo 11

Fonte: próprio autor.

Figura 65 – Falta no ramo 12

Fonte: próprio autor.

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