Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FOZ DO IGUAÇU - PR
2019
IGOR OLIVEIRA DE ALMEIDA
FOZ DO IGUAÇU - PR
2019
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha mãe Marli, meu pai Ivo, meus irmãos Pedro e Iago, pelo suporte, pela
compressão nas horas difíceis e pelo apoio incondicional com que sempre pude contar.
Ao Prof. Robson, por todo conhecimento ministrado em sala de aula e pela assistência
prestada durante o desenvolvimento deste trabalho.
Por fim gradeço aos meus amigos Arthur, Leonardo, Marcelo, Igor, Fernanda, Lucas e
Youssef que convivi diariamente ao longo destes anos e pude compartilhar desafios e
conquistas para concluir a graduação.
RESUMO
ALMEIDA, I. O. Análise da Função de Proteção de Distância em Linhas de Transmissão
com Compensação Série. 2019. 56 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso
de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Foz do
Iguaçu, 2019.
Abstract: Due to the growth of electricity systems, transmission lines represent an essential
part of interconnected systems, as it is responsible for transporting electricity from generating
units to consumer centers. Therefore, it is of most importance that the maximum transmission
capacity of each transmission line can be maximized. The insertion of capacitor banks in
transmission lines can bring benefits, such as increased power transmission capacity and
increased system stability. However, it can impose challenges to the protection system.
Therefore, this paper presents the performance analysis of the distance protection function in
séries compensated 500 kV transmission lines. The system was simulated in the Alternative
Transients Program through ATPDraw interface. Moreover, protection schemes of séries
capacitors have been modeled, which consist of the combination of Metal Oxide Varistor and
a Spark GAP self-induced spark arrester, together with a damping RL circuit. In the simulations,
several operating and fault scenarios were considered, and the results obtained indicate the
influence of the séries compensation on the distance protection performance.
Keywords: Capacitive Séries Compensation, Distance Protection, Spark GAP.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Diagrama de ligação do TC. .................................................................... 16
Figura 2.2 – Circuito Equivalente do TC. .................................................................... 17
Figura 2.3 – Curva de Magnetização do Núcleo do TC................................................ 18
Figura 2.4 – Ligação do Transformador de Potencial................................................... 19
Figura 2.5 – Divisor Capacitivo de Potencial. .............................................................. 20
Figura 2.6 – Alcance das Zonas de Proteção de Distância. .......................................... 21
Figura 2.7 – Característica de atuações diferentes para o relé distância. ....................... 22
Figura 2.8 – Característica de transferência de potência na linha. ................................ 23
Figura 2.9 – Diagrama de transferência de potência pelo ângulo δ............................... 24
Figura 2.10 – Esquema de proteção capacitores em série. ............................................ 25
Figura 2.11 – Lógica computacional do sistema de proteção MOV. ............................ 26
Figura 3.1 – Sistema de Testes. ................................................................................... 27
Figura 3.2 – TC utilizado nas simulações. ................................................................... 28
Figura 3.3 – Curva de saturação do TC utilizado na simulação. ................................... 29
Figura 3.4 – Lógica computacional do sistema de proteção do MOV........................... 33
Figura 4.1 – Sistema simulado. ................................................................................... 35
Figura 4.2 – Trajetória das impedâncias, Faltas 1Ø a 50%, sem Compensação Série. .. 36
Figura 4.3 – Sistema simulado. ................................................................................... 37
Figura 4.4 – Correntes de Falta da Fase A, sem e com Compensação Série de 40 % no
Início da LT. ........................................................................................................................ 38
Figura 4.5 – Sistema simulado. ................................................................................... 38
Figura 4.6 – Trajetória Impedância, falta 3Ø a 100%, com Compensação Série. .......... 39
Figura 4.7 – Comparação Loop sem e com presença do Banco de Capacitores. ........... 39
Figura 4.8 – Sistema simulado. ................................................................................... 40
Figura 4.9 – Atuação do GAP. .................................................................................... 40
Figura 4.10 – Trajetória das impedâncias, Faltas 3Ø a 100%, com Compensação Série.
............................................................................................................................................ 41
Figura 4.11 – Sistema simulado. ................................................................................. 42
Figura 4.12 – Influência do Ângulo de Inserção da Falta na função de Distância. ........ 42
Figura 4.13 – Sistema simulado. ................................................................................. 43
Figura 4.14 – Influência das proteções do Banco na Função de Distância. ................... 43
Figura 4.15 – Sistema simulado. ................................................................................. 44
Figura 4.16 – Sistema simulado. ................................................................................. 45
Figura 4.17 – Trajetória das Correntes, Falta 3Ø, com Compensação Série. ................ 46
Figura 4.18 – Trajetória da Energia e Corrente, Falta 3Ø, com Compensação Série. .... 47
Figura 4.19 – Tensão Capacitor, Falta 3Ø, com Compensação Série. .......................... 47
Figura 4.20 – Sistema simulado. ................................................................................. 48
Figura 4.21 – Trajetória das Correntes e Tensões, Faltas 3Ø, com Compensação Série.
............................................................................................................................................ 49
Figura 4.22 – Trajetória das impedâncias, Faltas 3Ø a 100%, com Compensação Série.
............................................................................................................................................ 49
Figura 4.23 – Sistema simulado. ................................................................................. 50
Figura 4.24 – Corrente do TC modelado. .................................................................... 50
Figura 4.25 – Corrente do TC Saturado com Falta em 20 % da LT. ............................. 51
Figura 4.26 – Corrente do TC Saturado com Falta em 50 % da LT. ............................. 51
Figura 4.27 – Corrente do TC Saturado com Falta em 80 % da LT. ............................. 52
Figura 4.28 – Sistema simulado. ................................................................................. 52
Figura 4.29 – Corrente de saída do TC e loop da fase A. ............................................. 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Loops de Faltas. ...................................................................................... 22
Tabela 3.1 – Características da linha de transmissão.................................................... 27
Tabela 3.2 – Parâmetros do TC utilizado. .................................................................... 28
Tabela 3.3 – Parâmetros do bloco UI2RX utilizado. .................................................... 29
Tabela 3.4 – Resumo Ajustes Função de Distância. ..................................................... 31
Tabela 3.5 – Curva característica do MOV. ................................................................. 32
Tabela 3.6 – Configuração do GAP para grau de compensação de 40 %...................... 34
Tabela 4.1 – Valor das impedâncias pós-falta. ............................................................. 37
Tabela 4.2 – Valor das impedâncias pós-falta. ............................................................. 44
Tabela 4.3 – Valor das impedâncias pós-falta. ............................................................. 45
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
𝐸1 Tensão da barra 1
𝐸2 Tensão da barra 2
1.1 Justificativa
Devido ao crescimento do Sistema Interligado Nacional (SIN), da constante demanda
dos grandes centros consumidores e a dificuldade e custo elevado para implementação de novas
LTs, a inserção de banco de capacitores em LTs já existentes é uma boa alternativa (ROJAS,
2016). A instalação de banco de capacitores aumenta a capacidade de transmissão de potência,
reduz perdas e queda de tensão na LT (ORTEGA, 2017).
Apesar de suas vantagens, LTs com compensação série possuem dificuldades quanto a
implantação de seu sistema de proteção, como a própria proteção do capacitor série devido as
sobretensões em situações de falta (CONCEIÇÃO, 2015). Além disso, o sistema de proteção
das LTs, como a função de distância, pode atuar de forma incorreta a depender dos ajustes
utilizados, e o sistema de proteção do banco de capacitores pode influenciar na atuação da
proteção da LT.
13
14
2.1 Proteções na LT
O sistema elétrico é constituído basicamente de geração, transmissão, distribuição e
cargas consumidoras, todos esses elementos estão sujeitos a perturbações como o curto-circuito
que podem causar perda total ou parcial do sistema elétrico de potência, em que faltas na LT
são mais prováveis devido a sua característica de grandes dimensões e por estarem expostas ao
tempo e às descargas atmosféricas (KINDERMANN, 2014).
O sistema de proteção das LTs deve atuar o mais rápido possível quando for percebida
uma perturbação e identificar o defeito, localizá-lo e enviar um sinal de alarme aos operadores
do SEP para que possa ser feita a manutenção no local de falta. As proteções na LT devem
possuir seletividade na abertura dos disjuntores, ativando apenas os disjuntores necessários para
aquela perturbação (KINDERMANN, 2014).
15
16
A bobina primária está ligada em série com a carga, sua corrente varia conforme a
solicitação da carga, já a bobina secundária está ligada em série com os equipamentos de
proteção e medição para que a corrente elétrica que passe por todos os equipamentos seja a
mesma (KINDERMANN, 2014).
𝑁𝑝 𝐼𝑝 − 𝑁𝑠 𝐼𝑠 = 0 (2.1)
𝑁𝑝 𝐼𝑝 = 𝑁𝑠 𝐼𝑠 (2.2)
𝑁𝑠
𝐼𝑝 = 𝑁𝑝 𝐼𝑠 (2.3)
𝐼𝑝
𝐼𝑠 = (2.5)
𝑅𝑇𝐶
Na ocorrência de faltas, sendo esta corrente maior que os níveis esperados, está corrente
podem conter parcela substancial de componente contínua, juntamente com a presença do fluxo
remanescente no núcleo do TC. Esses fatores podem levar a saturação do núcleo magnético do
TC e produzir significante distorção na forma de onda secundária de corrente do dispositivo
(ROSELLI, 2007).
𝐼𝑝
𝐼𝑠 = − 𝐼𝑒 (2.6)
𝑅𝑇𝐶
18
𝐼𝑝
Para que essa expressão seja válida a corrente primária referida ao secundário deve
𝑅𝑇𝐶
ser igual a corrente secundária 𝐼𝑠 ,o TC deve operar com corrente de excitação 𝐼𝑒 reduzida.
Assim 𝐼𝑒 é a corrente responsável pelo erro causado pelo TC, erro de relação ângulo fase.
Na Figura 2.3, observa-se que o TC opera entre certos limites, que abrange a faixa de
região linear delimitada pelo “Knee Point”, ou joelho. Fora desta faixa há a região não linear,
em que ocorre saturação no TC (ROSELLI, 2007). Há três casos de operação do TC que são de
interesse prático em relação a proteção (KINDERMANN, 2012).
a) Operação normal
Na operação normal, dentro de sua precisão, 𝐼𝑒 = 0. Assim a expressão (2.6) se torna:
𝐼𝑝
𝐼𝑠 = (2.7)
𝑅𝑇𝐶
b) Operação no joelho da curva de magnetização
Na Figura 2.4, a alta tensão se refere à tensão nominal da LT, local de conexão do
enrolamento primário do TP. Na tensão do secundário do TP ocorre uma normatização em
115 V linha a linha (POLONI, 2016). A relação de transformação do TP (RTP) é calculada
conforme a Equação (2.8).
𝑁𝑠 𝑉𝑝
𝑅𝑇𝑃 = = (2.8)
𝑁𝑝 𝑉𝑠
20
Para LTs com tensão maior que 69 kV é utilizado um Divisor Capacitivo de Potencial
(DCP), que é formado por capacitores utilizados como divisor de tensão, para que o TP seja
submetido a tensões menores que a tensão da LT em seu primário. Também fazem o
acoplamento entre a transmissão e recepção de informações do sistema elétrico como dados,
voz e sinal de teleproteção (POLONI, 2016). Na Figura 2.5 está representado o diagrama do
DCP.
mais 20 % da LT adjacente e atua como retaguarda da 1ª zona. A atuação dessa zona ocorre de
forma temporizada. A zona 3ª cobre totalmente a LT protegida e a linha adjacente, sendo que
sua atuação é temporizada, servindo de retaguarda para as zonas anteriores (GONÇALVES,
2007; ONS, 2011). A Figura 2.6 ilustra as zonas de proteção.
O fator 𝑘𝑜 pode ser calculado pela seguinte expressão (ZOCHOLL, 1995), sendo que 𝑍0
é a impedância de sequência zero e 𝑍1 é a impedância de sequência positiva.
23
𝑍0 − 𝑍1
𝐾𝑜 = (2.9)
3𝑍1
𝐸1 𝐸2
𝑃12 = 𝑠𝑖𝑛(𝛿12 ) (2.10)
𝑥12
Em que:
𝐸1 𝐸2
𝑃12 = 𝑠𝑖𝑛(𝛿12 ) (2.11)
𝑥12 − 𝑥𝐶
Inversão de corrente
A inversão de corrente ocorre quando o valor da reatância capacitiva é maior que a soma
da reatância da fonte e reatância indutiva da linha de transmissão. Na ocorrência de falta nesta
condição a corrente inverte seu sentindo, dificultando a atuação da função distância.
Ressonância Subsíncrona
O MOV tem a função de proteger os capacitores de possíveis defeitos que podem ocorrer
na LT como sobretensao e sobrecorrente. Os capacitores instalados na LT são dimensionados
para um nível de proteção de 2 a 3 vezes o valor da tensão nominal do sistema, conforme há
uma elevação da tensão nos terminais do capacitor, o MOV passa a conduzir devido à sua baixa
resistência, mantendo a tensão nos terminais do banco de capacitores constante. Existe uma
limitação para a proteção do MOV, determinado pela capacidade de absorção de energia, que
resulta no aumento de temperatura do dispositivo (OLIVEIRA, 2007).
Os disjuntores de desvio são instalados em paralelo com GAP e acionados pelo mesmo,
desviando as correntes de curtos-circuitos que iriam passar pelos capacitores permanentemente.
Tais equipamentos suportam longos períodos de tempo a passagem da corrente de curto-
circuito, mas seu desvio é temporário e necessitam de uma nova inserção humana e automática
(OLIVEIRA, 2007; DINIZ, 2016).
27
O sistema pode ser observado na Figura 3.1, em L corresponde a barra local e R a barra
remota.
Fonte: Autor.
Figura 3.1 – Sistema de Testes.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 3.3 – Curva de saturação do TC utilizado na simulação.
Para este trabalho os TPs não foram modelados e são sugeridos como proposta futura.
Para o cálculo da resistência e reatância utiliza-se o bloco UI2RX (ATPDRAW, 2019), e seus
parâmetros de configuração são apresentados na Tabela 3.3.
Um parâmetro que deve ser ressaltado é o 𝑆𝑐𝑎𝑙𝑒𝑉, que é obtido pela relação entre tensão
no secundário e primário do bloco de medição.
115
𝑆𝑐𝑎𝑙𝑒𝑉 = = 0,00023 (3.1)
500000
2,947
𝑟 = 𝑡𝑔−1 = 86,01° (3.2)
0,2053
500000
𝑅𝑇𝑃 = = 4348 (3.4)
115
E o RTC é:
1200
𝑅𝑇𝐶 = = 240 (3.5)
5
𝑅𝑇𝐶 240
𝑍𝐿𝑆𝑒𝑐 = 𝑍𝐿 = (3,72 + 𝑗53,4) = 0,2053 + 𝑗2,947 𝛺 (3.6)
𝑅𝑇𝑃 4348
Os critérios de ajuste foram baseados em ONS (2011). Para as zonas de subalcance nos
dois casos foi considerado apenas a impedância positiva da LT. Entretanto, vale ressaltar que,
como observado na Tabela 2.1, o fator 𝑘𝑜 deve ser levado em consideração para o ajuste.
Tal ajuste foi selecionado como ponto de partida para uma análise inicial, pois de acordo
com ONS (2011), o sobrealcance desta unidade deve ser avaliado. Este item, juntamente com
o aprimoramento do ajuste, é recomendado como proposta futura.
31
Para as zonas de sobrealcance, nos dois casos foi considerado a proteção de 100 % da
LT, com um fator de segurança de 30 %, então:
Para as zonas 3, nos dois casos foi considerado a proteção de 100 % da LT adjacente,
então:
𝑉𝑁 = 𝑉𝑈𝑁 = 𝐼𝑁 𝑋𝑐 (3.13)
sendo que 𝑘 exprime a relação entre a força dielétrica do capacitor em regime transitório e em
regime permanente. O valor de 𝑘 é de 2,5 considerando que o dispositivo usado seja de papel
combinado a filme, em bifenilo policlorado (CONCEIÇÃO, 2015)
Com os dados de entrada parametrizados por 𝑉𝑈𝐿𝐼𝑀 é possível calcular a curva padrão,
definida pela função:
𝑞
𝑉
𝐼 = 𝑝( ) (3.15)
𝑉𝑟𝑒𝑓
Fonte: Autor.
Figura 3.4 – Lógica computacional do sistema de proteção do MOV.
são representados pelas constantes 𝐸𝑀Á𝑋 e 𝐼𝑀Á𝑋 . Para que ocorra atuação do GAP os limites
de energia e corrente devem ser superados assim o GAP é acionado e fechado. O elemento
utilizado para implementação do GAP foi o TACS SWITCH tipo 13 que está no ATP, o qual
34
opera como uma chave de controle externo, cujo sinal de atuação é dado pela saída do sistema
desenvolvido em MODELS, apresentado na Figura 3.4 (CONCEIÇÃO, 2015):
Fonte: Autor.
Figura 4.1 – Sistema simulado.
Fonte: Autor.
Figura 4.2 – Trajetória das impedâncias, Faltas 1Ø a 50%, sem Compensação Série.
Fonte: Autor.
Figura 4.3 – Sistema simulado.
Na Tabela 4.1 são mostrados os valores de impedância pós falta medidos pelo sistema
de proteção. Nota-se que aumentando o valor da localização da falta houve diminuição da
ocorrência de inversão de corrente devido ao aumento da impedância vista pelo sistema de
proteção.
Nota-se na Figura 4.4 que não houve a ocorrência da inversão de corrente, para uma
falta em 80 % da LT, já para uma falta em 20 % da LT ocorreu inversão de corrente, que pode
levar a atuação incorreta da função de distância, pois faz com que perca sua direcionalidade.
38
Fonte: Autor.
Figura 4.5 – Sistema simulado.
Fonte: Autor
Figura 4.6 – Trajetória Impedância, falta 3Ø a 100%, com Compensação Série.
Fonte: Autor.
Figura 4.7 – Comparação Loop sem e com presença do Banco de Capacitores.
Para este caso foi simulado um curto-circuito trifásico à 100 % da barra local, usando o
capacitor com seu sistema de proteção, conforme é apresentado na Figura 4.8.
Fonte: Autor.
Figura 4.8 – Sistema simulado.
Fonte: Autor.
Figura 4.9 – Atuação do GAP.
41
Fonte: Autor.
Figura 4.10 – Trajetória das impedâncias, Faltas 3Ø a 100%, com Compensação Série.
Fonte: Autor.
Figura 4.11 – Sistema simulado.
Observa- se na Figura 4.12 que variando o ângulo de inserção da falta, ocorreu alteração
dos pontos iniciais de impedância vista pelo sistema de proteção. No entanto, os pontos finais
não tiveram alteração no plano RX.
Fonte: Autor.
Figura 4.12 – Influência do Ângulo de Inserção da Falta na função de Distância.
43
Para este caso foi simulado uma falta trifásica em 150 % da barra local, com a variação
das proteções do banco de capacitores na LT. Primeiro foi simulado a LT com capacitor MOV
e GAP, depois capacitor e MOV e por fim somente com o capacitor para verificar o
sobrealcance na proteção de distância. Na Figura 4.13 é mostrado o sistema simulado.
Fonte: Autor.
Figura 4.13 – Sistema simulado.
Observa- se na Figura 4.14 que para os três casos a função de proteção de distância atua
na terceira zona, como deveria, pois, a falta foi aplicada à 150 % da LT. Percebe-se que não
houve uma alteração do transitório devido a não mudança de característica do sistema.
Fonte: Autor.
Figura 4.14 – Influência das proteções do Banco na Função de Distância.
44
Na Tabela 4.2 são mostrados os valores de impedância pós falta medidos pelo sistema
de proteção. Nota-se que houve alteração no ponto de regime permanente no plano RX, pois
quando o GAP atua ele retira o capacitor da LT.
Para este caso foi simulado um curto-circuito trifásico variando a localização da falta,
usando apenas o capacitor, sem seu sistema de proteção, e também retirando o capacitor da LT,
conforme é apresentado na – Sistema simulado.Figura 4.15.
Fonte: Autor.
Figura 4.15 – Sistema simulado.
Na Tabela 4.3 é apresentado o tempo de atuação (ta), e os valores das impedâncias pós-
falta. Percebe-se que como o ajuste da proteção está para uma LT compensada, para as
simulações com capacitor houve subalcance para alguns casos, já com a retirada do capacitor
ocorreu subalcance para todos os casos simulados.
45
Para este caso simulado uma falta trifásica em 100 % da barra local, analisando as
correntes das proteções do capacitor, conforme é mostrado na Figura 4.16.
Fonte: Autor.
Figura 4.16 – Sistema simulado.
Observa-se na Figura 4.17 que antes da ocorrência da falta em 0,2 s, só havia passagem
de corrente pela LT do sistema e pelo capacitor e que ambas eram iguais, durante a ocorrência
da falta percebe-se que houve um pico de corrente e o MOV começou a conduzir em
aproximadamente 0,2035 s. Entretanto como está em paralelo com o capacitor a corrente na LT
continuou a mesma e a corrente que fluía pelo capacitor começou a fluir pelo MOV até a
ocorrência de disparo do GAP em aproximadamente 0,2124 s que retirou o capacitor da LT e
começou a conduzir toda a corrente do sistema.
46
Fonte: Autor.
Figura 4.17 – Trajetória das Correntes, Falta 3Ø, com Compensação Série.
Para a ocorrência de disparo do GAP há duas condições que podem ser atendidas, a
energia calculada no MOV deve superar o valor de 8,76 MJ ou a corrente que passa pelo MOV
deve superar o valor de 7302,26 A. Na Figura 4.18 percebe-se que o limite de energia foi
superado em aproximadamente 0,2123 s e o limite de corrente foi superado em 0,2123 s.
47
Fonte: Autor.
Figura 4.19 – Tensão Capacitor, Falta 3Ø, com Compensação Série.
Para este caso, foi simulado um curto-circuito trifásico em 100 % da barra local, para
diferentes ângulos de incidência de falta, verificando qual sua influência na atuação na proteção
de distância, conforme é apresentado na Figura 4.20.
48
Fonte: Autor.
Figura 4.20 – Sistema simulado.
Observa-se na Figura 4.22 que para os três casos a função de distância atua em segunda
zona, como deveria, pois, a falta foi aplicada à 100 % da LT. Percebe-se que houve alteração
na trajetória devido a mudança do ângulo de inclinação da falta o que altera a corrente de curto-
circuito medida pela proteção.
Fonte: Autor.
Figura 4.22 – Trajetória das impedâncias, Faltas 3Ø a 100%, com Compensação Série.
Fonte: Autor.
Figura 4.23 – Sistema simulado.
A Figura 4.24, mostra a corrente de saída do TC para uma falta franca trifásica em 20 %
da LT, no TC modelado no trabalho, é possível notar que não houve saturação, ou seja o TC
está operando de forma correta. Entretanto, para o mesmo local da falta, caso haja saturação
oriunda de um carregamento excessivo no burden do TC, é verificado uma distorção na corrente
de saída como ilustra a Figura 4.25.
Fonte: Autor
Figura 4.24 – Corrente do TC modelado.
51
Fonte: Autor
Figura 4.25 – Corrente do TC Saturado com Falta em 20 % da LT.
Fonte: Autor
Figura 4.26 – Corrente do TC Saturado com Falta em 50 % da LT.
52
Fonte: Autor.
Figura 4.27 – Corrente do TC Saturado com Falta em 80 % da LT.
Fonte: Autor.
Figura 4.28 – Sistema simulado.
a distorção na corrente de saída e alteração dos pontos finais no plano RX, o que leva a proteção
não ser sensibilizada de forma correta.
Capítulo 5 – Conclusões
O presente trabalho teve como objetivo analisar o desempenho da proteção de distância
em uma LT com e sem compensação série de reativos. O GAP deve atuar de forma correta para
curtos-circuitos internos, para evitar que ocorra passagem de corrente pelo banco de
capacitores, devido a efeitos externos a LT. Para isso foram realizadas várias simulações no
ATP utilizando a interface ATPDraw para analisar o desempenho da função distância e atuação
do GAP através de loop fase-terra.
Nas primeiras simulações foram consideradas uma LT sem compensação série, na qual
a proteção de distância apresentou algumas falhas, principalmente para resistências de faltas
altas, isso é devido a utilização da curva MHO, a qual é muito sensível às resistências de falta.
Na sequência das simulações foi considera uma LT com compensação série no terminal
local ou remoto da linha 2 com e sem a presença da proteção do capacitor. A função de distância
foi diferente por causa do efeito da inversão de corrente e saturação do TC, reduzindo assim a
sua taxa de atuações corretas.
Constatou-se que o MOV e GAP atuaram corretamente para suas simulações e variando
a Rf, houve uma redução do alcance da proteção e não atuação do GAP, isso é devido a
característica MHO polarizada que opera corretamente até um certo valor de Rf.
A partir do estudo realizado neste trabalho, é possível afirmar que a compensação série
se mostrou eficiente para elevar a capacidade de transferência de potência no sistema. A
proteção de distância para este tipo de LT é complexa, devido a característica do MHO
polarizado e a utilização da proteção por MOV e GAP se mostrou vantajosa e eficiente para os
bancos de capacitores. Para que ocorra uma operação com elevada confiabilidade parâmetros
como ajuste, local de instalação dos bancos de capacitores na LT, grau de compensação e
proteção do banco de capacitores devem adequadamente planejados.
Referências Bibliográficas
Alternarive Transients Program. Disponivel em: <http://www.emtp.org/>. Acesso em: 7
novembro 2019.
ATPDraw: the graphical preprocessor to ATP Eletromagnetc Transients Program. Disponivel
em: <http://www.atpdraw.net/index.php>. Acesso em: 7 novembro 2019.
BORGES, S. R. L. Efeito de Operação de Varistores de Óxido de Zinco sobre o
Desempenho da Proteção de Distância de Linhas Compensadas. 2007. 150 f. Dissertação
de Mestrado, Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Universidade Federal do Rio de janeiro –
UFRJ, Rio de Janeiro, 2007.
CONCEIÇÃO, J. B. R. Análise de Transitórios em Linhas de Transmissão com
Compensação Série. 2015. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de
Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília – UnB, Brasília, 2015.
DINIZ, O. P. Análise no Plano Alfa da Proteção Diferencial de Linhas de Transmissão com
Compensação Série. 2016. 93 f. Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica Universidade de Brasília – UnB, Brasília, 2016.
ELETRO-Magnetic Transients Program (EMTP) Rude Book. [S.1]. 2002.
GONÇALVES, D. N. Desempenho do Relé de Distância em Linhas de Transmissão
Compensadas com TCSC. 2007. 150 f. Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica Universidade Federal do Rio de janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro, 2007.
KINDERMANN, G Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 3rd. ed. [S.1]: [s.n], v.1,
2012.
KINDERMANN, G Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2nd. ed. [S.1]: [s.n], v.2,
2014.
MOURA, D. S., MOREIRA, F. A., SILVA, K. M. Avaliação do Impacto da Compensação
Série na Proteção de Distância de Linhas de Transmissão Usando Estimação de Fasores.
IV Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos - SBSE, Goiânia, 2012.
OLIVEIRA, A. L. P. Avaliação do Comportamento da Proteção de Distância em Linhas
de Transmissão com Compensação Série Fixa Através da Simulação Digital em Tempo
Real. 2007. 130 f. Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, Itajubá, 2007.
ONS RE 109/2011 – Filosofias das Proteções das LTs de Alta e Extra Alta Tensão da Rede
de Operação do ONS, 2011.
ORTEGA, J. A. Análise da Proteção Diferencial e de Distância em uma Linha de
Transmissão Compensada por Capacitores em Série. 2017. 77 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação) – Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná
– UNIOESTE, Foz do Iguaçu, 2017.
PAZ, M. C. R. Contribuição para Proteção de Distância em Linhas Compensadas com
Dispositivos UPFC. 2015. 85 f. Tese de Doutorado, Departamento de Engenharia Elétrica,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, 2015.
POLONI, P. Detecção de Fechamento Acidental de Paralelo entre Sistemas Elétricos fora
de Sincronismo Utilizando Medição Fasorial. 2016. 85 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação) – Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE, Foz do Iguaçu, 2016.
57