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Energia Solar Fotovoltaica

Guia Prático

Actualizador por: Engo. Domingos Fonseca


Revisado por: Engº. José Taveira
FEVEREIRO 2021
Índice

Capítulo I: Introdução

Capítulo II: Composição física e fabricação dos dispositivos fotovoltaicos

Capitulo III: Conceitos elétricos

Capítulo IV: curvas características das células fotovoltaicas

Capítulo V: Configuração de sistemas

Capítulo VI: Dimensionamento de sistemas de geração fotovoltaicos e de


bancos de baterias

Capítulo VII: Ligações e dimensionamento de condutores e cabos

Capítulo VIII: Instalação e manutenção

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I - Introdução
Um sistema de produção fotovoltaica é uma fonte de energia que, através da utilização de
células fotovoltaicas, converte diretamente a energia luminosa em electricidade.

Vantagens fundamentais:

Não consome combustível;


Não produz poluição nem contaminação ambiental; é silenciosa;
Tem uma vida útil superior a 20 anos;
É resistente a condições climáticas extremas (granizo, vento, temperatura e
umidade);
Não tem peças móveis e, portanto, exige pouca manutenção (só a limpeza do
painel);
Permite aumentar a potência instalada por meio da incorporação de módulos
adicionais;

Principais aplicações:

Geralmente é utilizado em zonas afastadas da rede de distribuição elétrica, podendo


trabalhar de forma independente ou combinada com sistemas de produção eléctrica
convencional. Suas principais aplicações são:

Eletrificação rural: luz, TV, rádio, comunicações, bombeamento de água,


Electrificação de cercas, Iluminação exterior, Sinalização, Protecção.

Componentes do sistema:

1) Tensão em Corrente contínua 12V:

Painéis ou módulos de células fotovoltaicas, Suportes para os Painéis, Inversor,


Controlador de carga de baterias ou Banco de baterias

2) Tensão em Corrente alternada 110/220V:

Além dos elementos anteriores, entre as baterias e o consumidor será necessário instalar
um inversor de corrente com potência adequada. O inversor converte a corrente
contínua (DC) das baterias em corrente alternada (AC). A maioria dos eletrodomésticos
utilizam a corrente alternada.

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Fig.1

II - Composição física e fabricação dos dispositivos fotovoltaicos


Efeito fotovoltaico

Os módulos são compostos de células solares de silício. Elas são semicondutoras de


electricidade porque o silício é um material com características intermédias entre um
condutor e um isolante.

O silício apresenta-se normalmente como areia. Através de métodos adequados obtém-se


o silício em forma pura. O cristal de silício puro não possui eléctrons livres e, portanto, é
um mau condutor eléctrico. Para alterar isto acrescentam-se percentagens de outros
elementos. Este processo denomina-se dopagem. Mediante a dopagem do silício com o
fósforo obtém-se um material com eléctrons livres ou material com portadores de carga
negativa (silício tipo N). Realizando o mesmo processo, mas acrescentando boro ao invés
de fósforo, obtém-se um material com características inversas, ou seja, difícil de eléctrons
ou material com cargas positivas livres (silício tipo P).

Cada célula solar compõe-se de uma camada fina de material tipo N e outra com maior
espessura de material tipo P.

Separadamente, ambas as capas são electricamente neutras. Mas ao serem unidas,


exatamente na união P-N, gera-se um campo eléctrico devido aos eléctrons do silício tipo
N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P.

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Fig. 2

Ao incidir a luz sobre a célula fotovoltaica, as fotos que a integram chocam-se com os
eléctrões da estrutura do silício dando-lhes energia e transformando-os em condutores.
Devido ao campo elétrico gerado na união P-N, os eléctrões são orientados e fluem da
camada "P" para a camada "N".

Por meio de um condutor externo, conecta-se a camada negativa à positiva. Gera-se


assim um fluxo de eléctrões (corrente eléctrica) na conexão. Enquanto a luz continuar a
incidir na célula, o fluxo de eléctrões se manterá. A intensidade da corrente gerada
variará proporcionalmente conforme a intensidade da luz incidente.

Cada módulo fotovoltaico é formado por uma determinada quantidade de células


conectadas em série. Como se viu anteriormente, ao unir-se a camada negativa de
uma célula com a positiva da seguinte, os eléctrões fluem através dos condutores de
uma célula para a outra. Este fluxo repete-se até chegar à última célula do módulo, da
qual fluem para o acumulador ou a bateria.

Cada eléctrão que abandona o módulo é substituído por outro que regressa do
acumulador ou da bateria. O cabo da interconexão entre módulo e bateria contém o
fluxo, de modo que quando um eléctrão abandona a última célula do módulo e
encaminha-se para a bateria outro eléctrão entra na primeira célula a partir da bateria.

É por isso que se considera inesgotável um dispositivo fotovoltaico. Produz energia


eléctrica em resposta à energia luminosa que entra no mesmo.

Deve-se esclarecer, entretanto, que uma célula fotovoltaica não pode armazenar
energia eléctrica.

Tipos de células:

Existem basicamente três tipos de células, conforme o método de fabricação:

Silício monocristalino: Estas células obtêm-se a partir de barras cilíndricas de silício


monocristalino produzidas em fornos especiais. As células são obtidas por corte das
barras em forma de pastilhas finas (0,4-0,5 mm de espessura). A sua eficiência na
conversão de luz solar em electricidade é superior a 24%.

Silício policristalino: Estas células são produzidas a partir de blocos de silício obtidos
por fusão de silício puro em moldes especiais. Uma vez nos moldes, o silício arrefece
lentamente e solidifica-se. Neste processo, os átomos não se organizam num único
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cristal. Forma-se uma estrutura policristalina com superfícies de separação entre os
cristais. Sua eficiência na conversão de luz solar em eletricidade é de 19%.

Filme Fino ou Silício amorfo: Estas células são obtidas por meio da desposição de
camadas muito finas de silício ou outros materiais semicondutores sobre superfícies de
vidro ou metal. Sua eficiência na conversão de luz solar em eletricidade é de 15%.

Fabricação dos módulos fotovoltaicos

O módulo fotovoltaico é composto por células individuais conectadas em série. Este


tipo de conexão permite adicionar tensões. A tensão nominal do módulo será igual ao
produto do número de células que o compõem pela tensão de cada célula (aprox. 0,5
Volt). Geralmente produzem-se módulos formados por 30, 32, 33 e 36 células em série,
conforme a aplicação requerida.

Procura-se dar ao módulo rigidez na sua estrutura, isolamento elétrico e resistência aos
factores climatéricos. Por isso, as células conectadas em série são encapsuladas num
plástico elástico que faz também o papel de isolante elétrico, um vidro temperado com
baixo conteúdo de ferro, na face voltada para o sol, e uma lamina plástica multicamada
(Poliéster) na face posterior. Em alguns casos o vidro é substituído por uma lâmina de
material plástico transparente.

O módulo tem uma moldura composta de alumínio ou poliuretano e caixas de conexões


às quais chegam os terminais positivo e negativo da série de células. Nos bornes das
caixas conectam-se os cabos que ligam o módulo ao sistema.

Etapas do processo de fabricação do módulo


Ensaio elétrico e classificação das células
Montagem do conjunto. Colocação das células soldadas entre camadas de
plástico incapsulante e lâminas de vidro e plástico
Laminação do módulo. O conjunto é processado numa máquina semi-automática
a alto vácuo que, por um processo de aquecimento e pressão mecânica, conforma
o laminado.
Curagem. O laminado processa-se num forno com temperatura controlada no qual
completa-se a polimerização do plástico incapsulante e alcança-se a adesão
perfeita dos diferentes componentes. O conjunto, depois da curagem, constitui uma
única peça.
Emolduração. Coloca-se primeiramente um selante elástico em todo o perímetro
do laminado e a seguir os perfis de alumínio que formam a moldura. Usam-se
máquinas pneumáticas para conseguir a pressão adequada. As molduras de
poliuretano são colocadas por meio de máquinas de injeção.

Colocação de terminais, bornes, díodos e caixas de conexões


 Ensaio final

Ensaio dos módulos


Seguem abaixo os principais testes:
 Características eléctricas operacionais
 Isolamento eléctrico (a 3000 Volts de C.C.)
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 Aspectos físicos, defeitos de acabamento, etc
 Resistência ao impacto
 Resistência à tração das conexões
 Resistência à nevoeiro, salina e à umidade ambiente
 Comportamento a temperaturas elevadas por períodos prolongados (100 graus
Celsius durante 20 dias)
 Estabilidade às mudanças térmicas (de -40º C a +90º C) em ciclos sucessivos

Princípios funcionais de uma célula solar


A seguir será ilustrado o princípio funcional de uma célula solar de cristal de silício. Os
átomos de silício estável. Cada átomo de silício detém quatro electrões de coesão
(electrões de valência) na sua camada periférica. Para atingir uma configuração estável
de electrões, dois electrões de átomos vizinhos formam um par de ligações de
electrões. Através do estabelecimento desta ligação com quatro átomos de silício
vizinhos, obtém-se a configuração do gás inerte estável de seis electrões.
Com a influência da luz ou do calor, a coesão dos electrões pode ser quebrada. O
electrão pode então mover-se livremente, deixando uma lacuna atrás de si. Este
processo é designado por auto-condução. Fig. 3

Estrutura cristalina do silício e processo de auto-condução

Estrutura e função de uma célula solar de silício cristalino


A célula solar de silício cristalino, é composta por duas camadas de silício
contaminadas com diferentes impurezas. A camada orientada para o Sol está
contaminada negativamente com fósforo, e a camada inferior está contaminada
positivamente com boro. É produzido um campo eléctrico na junção das duas
camadas, que conduz à separação das cargas (electrões) libertadas pela luz solar.

No intuito de gerar electricidade a partir da célula solar, são impressos contactos


metálicos nas suas partes frontal e posterior. Em geral, e neste contexto, é utilizada a
impressão em tela. É possível conseguir uma camada de contacto em toda a extensão
da célula, com a aplicação de uma folha de alumínio ou de prata na parte posterior. No
entanto, a parte frontal deverá ser tão translúcida quanto possível. Aqui os contactos
são essencialmente aplicados na forma de uma grelha fina ou numa estrutura em
árvore. A reflexão da luz pode ser reduzida, com o depósito por vapor de uma camada
mais fina (camada anti-reflexão) na parte frontal da célula solar, feita de nitreto de
silício ou de dióxido de titânio.

Fig. 4
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Estrutura e função de uma célula cristalina solar
1 separação da carga
2 recombinação
3 energia do fotão não utilizada (por exemplo na transmissão)
4 reflexão e sombreamento através dos contactos frontais

III - Conceitos elétricos


Tensão e corrente
A electricidade é o fluxo de partículas carregadas (eléctrões) que circulam através de
materiais condutores (como cabos ou barras de cobre). Estas partículas adquirem
energia numa fonte (gerador, módulo fotovoltaico, bateria de acumuladores, etc) e
transferem esta energia a uma carga (lâmpada, motor, equipamento de comunicações,
etc.) e a seguir retornam à fonte para repetir o ciclo. Se imaginarmos um circuito básico
como uma bateria de acumuladores conectada a uma lâmpada teremos na figura 5:

A bateria de acumuladores é uma fonte de electricidade, ou uma força electromotriz


(FEM). A magnitude desta FEM é o que chamamos tensão e mede-se em Volts.
Estes conceitos podem ser melhor compreendidos se fizermos analogia a um sistema
de bombeamento de água. Assim, substituindo o fluxo de eléctrões por água, a fonte
de tensão por uma bomba de água e o cabo por uma tubulação. Teremos então:

Ligação em série
Se os elementos de um circuito se conectarem em série, isso quer dizer que todo o
fluxo (de eléctrões ou de água) deve passar por cada um dos seus elementos.
Exemplo: No caso do bombeamento de água, se quisermos elevá-la a uma altura de 20
m para logo a seguir fazê-la passar por uma pequena turbina deveríamos conectar a
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bomba e a turbina em série, como mostra a fig. 6. Todo o volume que passa pela
bomba também passará pela turbina e pelas tubulações.

Portanto, o fluxo é constante em qualquer ponto do circuito. Se quisermos elevar o


mesmo volume ao dobro da altura (40 m) deveríamos conectar duas das bombas
mencionadas em série. Isto equivale a dizer que numa ligação em série as pressões
somam-se.

Recordando a analogia eléctrica, o equivalente de pressão é tensão. Portanto se


dispormos de dois módulos fotovoltaicos em que cada um entregue 12 Volts, 2
Amperes e se pretendermos implementar um sistema de 24 Volts e 2 Amperes deve-se
montar um circuito conforme a fig. 7.

Conclusão: Quando se ligam módulos em série, a tensão resultante é a soma das


tensões de cada um deles e a corrente resultante coincide com a menor das correntes
entregues pelos módulos.

Ligação em paralelo
Se a necessidade fosse de elevar a 20 m de altura o dobro do volume mencionado
anteriormente deveriam conectar-se duas bombas, conforme mostra a fig. 8. Esta é
uma ligação em paralelo.

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Cada bomba elevará um volume semelhante, passando pela turbina a soma de ambos.
Não há qualquer diferença de pressão entre a água bombeada pela primeira e pela
segunda bomba e, portanto, toda a água cairá da mesma altura contribuindo com igual
Pressão. No caso elétrico, se necessitarmos fornecer à carga 12 volts, 4 Amperes, o
circuito será o da fig.9.

Conclusão: Quando se ligam módulos em paralelo, a corrente resultante é a soma das


correntes de cada um deles e a tensão resultante coincide com a que é entregue por
cada módulo.

Potência É o produto da tensão pela intensidade de corrente: P=V x I Em que:


P é a potência, medida em Watts
V é a tensão aplicada, medida em Volts
I é a corrente que circula, medida em Amperes
Analisando-se os casos vistos na ligação em série e na ligação em paralelo
verificaremos que ambos operam com valores de potência idênticos:
24 V x 2 A = 48 W (ex. série); 12 V x 4 A = 48 W (ex. paralelo)
Uma mesma potência eléctrica poderá estar na forma de alta tensão e baixa corrente
ou baixa tensão e alta corrente. Cada aplicação determinará a melhor escolha.

Perdas de potência
Ao circular água por uma tubulação produzem-se perdas de carga por fricção e
turbulência. Ou seja, a tubulação oferece uma certa resistência à passagem do fluxo de
água. Da mesma forma, os condutores eléctricos oferecem uma certa resistência à
passagem da corrente de eléctrões e isto traduz-se numa perda de potência, o que
deve ser levado em conta ao conceber um sistema. Estas perdas de potência
transformam-se em calor.

A resistência de um condutor eléctrico é uma propriedade que depende das


características intrínsecas do material do condutor e de sua geometria. Dizendo o
mesmo por outras palavras, a resistência de um condutor varia em relação direta com a
sua resistividade e o seu comprimento e em relação inversa com a sua secção.

Assim, R = 𝑝 x ( l / s)
Em que:
R = resistência, em Ohms (Ω);
𝑝 = resistência específica ou resistividade, em Ω. mm2/metro, exemplo do Cobre:
𝑝 =0,017 Ω. mm2 /m
s = secção do condutor, em mm2
l = comprimento, em m
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Nos sistemas fotovoltaicos que trabalham com tensões baixas interessa saber que
queda de tensão ocorrerá quando a corrente requerida percorrer um condutor de
comprimento e secção determinada. No capítulo 7 serão informados alguns valores de
secções de condutor adequados para determinadas correntes e distâncias.

Quantidade de energia
Se tivermos que manter acesa durante 2 horas uma lâmpada de 60 Watts, a energia
consumida será igual a:
E1 = 60 Watts x 2 h = 120 Watt hora
Se, além disso, se quiser alimentar com a mesma fonte um televisor que consome 50
Watts e que funcione durante 3 horas, o consumo de energia do televisor será:
E2 = 50 Watts x 3 h = 150 Watt hora
Se E1 e E2 forem os únicos consumos de energia do dia, a demanda de energia diária
será: Etot = 270 Watts hora por dia
É importante a familiarização do conceito de demanda diária de energia uma vez que,
como se verá mais adiante, será utilizado no dimensionamento dos sistemas
fotovoltaicos.

Curva de corrente x tensão (curva I -V)


A representação típica da característica de saída de um dispositivo fotovoltaico (célula,
módulo, sistema) denomina-se curva corrente tensão.

A corrente de saída mantém-se é praticamente constante dentro da amplitude de


tensão de funcionamento e, portanto, o dispositivo pode ser considerado uma fonte de
corrente constante neste âmbito.

A corrente e a tensão em que opera o dispositivo fotovoltaico são determinadas pela


radiação solar incidente, pela temperatura ambiente, e pelas características da carga
conectadas ao mesmo. Fig. 10

Os valores desta curva são:


Corrente de curto-circuito (Icc): é máxima corrente que pode entregar um dispositivo
sob condições determinadas de radiação e temperatura correspondendo a tensão nula
e consequentemente a potência nula.

Tensão de circuito aberto (Vca): é máxima tensão que pode entregar um dispositivo
sob condições determinadas de radiação e temperatura correspondendo à circulação
de corrente nula e consequentemente à potência nula.

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Potência Pico (Pmp): É o valor máximo de potência que pode entregar o dispositivo.
Corresponde ao ponto da curva no qual o produto V x I é máximo.

Corrente a máxima potência (Imp): corrente que entrega o dispositivo a potência


máxima sob condições determinadas de radiação e temperatura. É utilizada como
corrente nominal do mesmo.

Tensão a máxima potência (Vmp): tensão que entrega o dispositivo a potência


máxima sob condições determinadas de radiação e temperatura. É utilizada como
tensão nominal do mesmo.

Efeito de fatores ambientais sobre a característica de saída do dispositivo

1. Efeito da intensidade de radiação solar


O resultado de uma mudança na intensidade de radiação é uma variação na corrente
de saída para qualquer valor de tensão. A corrente varia com a radiação de forma
diretamente proporcional. A tensão mantém-se praticamente constante.

Efeito da Temperatura
O principal efeito provocado pelo aumento da temperatura do módulo é uma redução
da tensão de forma directamente proporcional. Existe um efeito secundário dado por
um pequeno incremento da corrente para valores baixos de tensão. Tudo isto está
indicado na Fig. 11.

É por isso que para locais com temperaturas ambientes muito elevados são adequados
módulos que possuam maior quantidade de células em série a fim de que as mesmas
tenham suficiente tensão de saída para carregar as baterias. Fig. 12

Combinações de células e curvas resultantes


A tensão no ponto de máxima potência de saída para uma célula é de
aproximadamente 0,5 Volts em pleno sol. A corrente que entrega uma célula é
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proporcional à superfície da mesma e à intensidade da luz. É por isso que para
conseguir módulos com correntes de saída menores utilizam-se em sua fabricação
terços, quartos, meios e células.

Um módulo fotovoltaico é um conjunto de células conectadas em série (somam-se suas


tensões) que formam uma unidade com suficiente tensão para poder carregar uma
bateria de 12 volts de tensão nominal (Esta bateria necessita entre 14 e 15 Volts para
poder carregar-se plenamente). Para conseguir esta tensão necessitam-se entre 30 e
36 células de silício Monocristalino / Policristalino conectadas em série.

Interação do dispositivo fotovoltaico com a carga


A curva I-V corrigida para as condições ambientais é só uma parte da informação
necessária para saber qual será a característica de saída de um módulo. Outra
informação imprescindível é a característica de operação da carga a conectar. É a
carga que determina o ponto de funcionamento na curva I-V

Potência máxima de saída durante o dia


A característica I-V do módulo varia com as condições ambientais (radiação,
temperatura). Isto quer dizer que haverá uma família de curvas I-V que nos mostrará as
características de saída do módulo durante o dia numa época do ano. Fig. 13

A curva de potência máxima de um módulo em função da hora do dia tem a forma


indicada neste diagrama de carga:

A quantidade de energia que o módulo é capaz de entregar durante o dia é


representada pela área compreendida sob a curva da Fig.13 e mede-se em
Watts.hora/dia. Observa-se que não é possível falar de um valor constante de energia
entregue pelo módulo em Watts hora uma vez que varia conforme a hora do dia. Será
necessário então trabalhar com os valores da quantidade de energia diária entregue.
(Wh/dia).
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Interação com uma carga resistiva
No exemplo mais simples, se conectarmos os bornes de um módulo aos de uma
lâmpada incandescente (que se comporta como uma resistência eléctrica) o ponto de
operação do módulo será o da intersecção da sua curva característica com uma reta
que representa graficamente a expressão I= V / R , sendo R a resistência da carga a
conectar.

É incorreto pensar que um módulo solar com uma tensão máxima de saída de 20 volts
elevará uma bateria de 12 volts para 20 volts e a danificará. É a bateria que determina
o ponto de funcionamento do módulo. A bateria varia sua amplitude de tensão entre 12
e 14 volts. Dado que a saída do módulo fotovoltaico é influenciada pelas variações de
radiação e de temperatura ao longo do dia, isto se traduzirá numa corrente variável
entrando na bateria.

Sistema módulo-bateria de acumuladores


Pode-se utilizar um módulo fotovoltaico para repor simplesmente a auto-descarga de
uma bateria que se utilize para o arranque de um motor, por exemplo. Para isso podem
utilizar se os módulos de silício Monocristalino / Policristalino. Outra importante
aplicação em que o sistema fotovoltaico se liga de forma direta à bateria é em sistemas
de eletrificação rural de baixa potência. Nesses casos utilizam-se um ou dois módulos
de silício Monocristalino / Policristalino de 30 células, cada um ligado em paralelo para
alcançar a potência desejada.

Sistema fotovoltaico, bateria e controlador


É a configuração utilizada com módulos de 33 ou 36 células na qual se liga o gerador
fotovoltaico a uma bateria através de um controlador para que esta não se
sobrecarregue. As baterias de acumuladores alimentam cargas em corrente contínua.

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Bateria, inversor
Quando se necessitar energia em corrente alternada poderá ser incluído um inversor. A
potência gerada no sistema fotovoltaico poderá ser transformada integralmente em
corrente alternada ou poderão alimentar-se simultaneamente cargas de corrente
contínua (DC) e de corrente alternada (AC).

Controladores de carga de baterias


Existem diversos tipos de controladores de carga. A concepção mais simples é aquela
que envolve uma só etapa de controlo. O controlador monitora constantemente a
tensão da bateria de acumuladores. Quando a referida tensão alcança um valor para o
qual se considera que a bateria se encontra carregada (aproximadamente 14.1 Volts
para uma bateria de chumbo ácido de 12 Volts nominais) o controlador interrompe
o processo de carga. Isto pode ser conseguido abrindo o circuito entre os módulos
fotovoltaicos e a bateria (controlo tipo série) ou curto-circuitando os módulos
fotovoltaicos (controlo tipo shunt). Quando o consumo faz com que a bateria comece a
descarregar-se e, portanto, a baixar sua tensão, o controlador reconecta o gerador à
bateria e recomeça o ciclo. No caso de controladores de carga cuja etapa de controle
opera em dois passos, a tensão de carga pode ser algo superior a 14,1 Volts. Para
dimensionar um controlador deve-se especificar o seu nível de tensão (que coincidirá
com o valor de tensão do sistema) e a corrente máxima que deverá manejar.

Para ilustrar com um exemplo simples, suponha que se tenha de alimentar uma
habitação rural com consumo em 12 Vcc e para isso se utilizem dois módulos
fotovoltaicos. A corrente máxima destes módulos é Imp = 2,75 A e a corrente de curto-
circuito Icc. = 3 A.

Quando os módulos estão em paralelo a corrente total máxima que deverá controlar o
controlador será:
I total = 2 x 3 A = 6 A

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Considera-se a corrente de curto-circuito para contemplar a pior situação. O
controlador a escolher, portanto, deverá estar concebido para trabalhar a uma tensão
de 15 Volts (tensão de trabalho dos módulos) e gerenciar uma corrente de 6 A.

Tipos de Controladores

LZP:
Em PTS Off-Grid (autônomo). Liga e desliga a luminária assim que escureça ou
amanheça. Também protege a bateria de se descarregar demasiadamente e volta a
liberar o consumo após a recarga. É totalmente automático.

CCS:
Com as mesmas características que o LZP, o CCS adiciona recursos de MPPT e
comunicação por conexão a computador.

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PTH:
Uma das opções que o PTS é o sistema Grid-Tie (híbrido). Adicional a segurança, os
modelos PTH permitem utilizar uma segunda fonte de alimentação ao sistema, como
back-up. Desta forma, além do solar, pode-se ter uma turbina eólica ou a própria rede
elétrica como fonte de energia. A decisão de onde tomar a energia e quando, é tomada
e comandada pelo programa do controlador e de forma automática e imperceptível.

INTERPRETAÇÃO DOS LED DE SUPERVISÃO DO CONTROLADOR LZP

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Baterias de acumuladores
A função prioritária das baterias num sistema de geração fotovoltaico é acumular a
energia que se produz durante as horas de luminosidade a fim de poder ser utilizada à
noite ou durante períodos prolongados de mau tempo. Outra importante função das
baterias é promover uma intensidade de corrente superior àquela que o dispositivo
fotovoltaico pode entregar. É o caso de um motor, que no momento do arranque pode
exigir uma corrente de 4 a 6 vezes maior que a sua corrente nominal durante uns
poucos segundos.

Tipos de Baterias de Acumuladores

1. Baterias de chumbo-ácido de eletrólito líquido


As baterias de chumbo-ácido aplicam-se amplamente nos sistemas de geração
fotovoltaicos. Dentro da categoria chumbo-ácido, as de chumbo-antimônio, chumbo
selênio e chumbo-cálcio são as mais comuns.

A unidade de construção básica de uma bateria é a célula de 2 Volts. Dentro da célula,


a tensão real da bateria depende do seu estado de carga, se está a carregar, a
descarregar ou em circuito aberto. Em geral, a tensão de uma célula varia entre 1,75
Volts e 2,5 Volts, sendo a média cerca de 2 Volts, tensão que se costuma chamar
nominal da célula. Quando as células de 2 Volts se ligam em série (POSITIVO A
NEGATIVO) as tensões das células somam-se, obtendo-se desta maneira baterias de
4, 6, 12 Volts, etc.

Se as baterias estiverem ligadas em paralelo (POSITIVO A POSITIVO E NEGATIVO A


NEGATIVO) as tensões não se alteram, porém, suas capacidades de corrente serão
somadas. Só se devem ligar em paralelas baterias de igual tensão e capacidade.
Pode-se fazer uma classificação das baterias com base na sua capacidade de
armazenagem de energia (medida em Ah à tensão nominal) e no seu ciclo de vida
(número de vezes em que a bateria pode ser descarregada e carregada em
profundidade antes que se esgote sua vida útil).

A capacidade de armazenagem de energia de uma bateria depende da velocidade de


descarga. A capacidade nominal que a caracteriza corresponde a um tempo de
descarga de 20 horas. Quanto maior for o tempo de descarga, maior será a quantidade
de energia que a bateria fornece. Um tempo de descarga típico em sistemas
fotovoltaicos é 100 hs. Por exemplo, uma bateria que possua uma capacidade de 80
Ah em 10 hs (capacidade nominal) terá 100 Ah de capacidade em 100 hs.

Dentro das baterias de chumbo-ácido, as denominadas estacionárias de baixo


conteúdo de antimônio são uma boa opção em sistemas fotovoltaicos. Elas possuem
uns 2500 ciclos de vida quando a profundidade de descarga é de 20 % (ou seja, que a
bateria estará com 80 % da sua carga) e uns 1200 ciclos quando a profundidade de
descarga é de 50 % (bateria com 50 % de sua carga).

As baterias estacionárias possuem, além disso, uma baixa auto-descarga (3% mensal
aproximadamente contra uns 20% de uma bateria de chumbo-ácido convencional) e
uma manutenção reduzida. dentro destas características enquadram-se também as
baterias de chumbo-cálcio e chumbo-selênio, que possuem uma baixa resistência
interna, valores desprezíveis de gaseificação e uma baixa auto-descarga.
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2. Baterias seladas

 Gelificadas
Estas baterias incorporam um eletrólito do tipo gel com consistência que pode variar
desde um estado muito denso ao de consistência similar a uma geléia. Não derramam,
podem ser montadas em quase todas as posições e não admitem descargas
profundas.
 Eletrólito absorvido
O eletrólito encontra-se absorvido numa fibra de vidro microporoso ou num entrançado
de fibra polimérica. Tal como as anteriores não derramam, podem ser montadas em
qualquer posição e admitem descargas moderadas.
Tanto estas baterias como as Gelificadas não exigem manutenção com reposição de
água e não desenvolvem gases, evitando o risco de explosão, mas ambas requerem
descargas pouco profundas durante sua vida útil.

 Níquel-Cádmio (NiCd) ou Níquel Metal Hidreto (NiMH)


Suas principais características são:
 O eletrólito é alcalino
 Admitem descargas profundas de até 90% da capacidade nominal
 Baixo coeficiente de auto-descarga
 Alto rendimento sob variações extremas de temperatura
 A tensão nominal por elemento é de 1,2 Volts
 Alto rendimento de absorção de carga (superior a 80%)
 Custo muito elevado em comparação com as baterias ácidas

Dimensionamento de sistemas de geração fotovoltaicos


e de bancos de baterias
Dados necessários para dimensionar um sistema

Tensão nominal do sistema.


Refere-se à tensão típica em que operam as cargas a conectar. Deve-se, além disso,
distinguir se a referida tensão é alternada ou contínua.

Potência exigida pela carga


A potência que cada carga exige é um dado essencial. Os equipamentos de
comunicações requerem potências elevadas quando funcionam em transmissão e isto,
muitas vezes, ocorre só durante alguns minutos por dia. Durante o resto do tempo
requerem uma pequena potência de manutenção (stand by). Esta diferenciação deve
ser levada em conta no dimensionamento do sistema.

Horas de utilização das cargas – Perfil de Carga


Juntamente com a potência requerida pela carga deverão especificar-se as horas
diárias de utilização da referida potência. Multiplicando potência por horas de utilização
serão obtidos os Watts hora requeridos pela carga ao fim de um dia.

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Localização geográfica do sistema (Latitude, Longitude e a altura relação ao nível
do mar do sítio da instalação)
Estes dados são necessários para determinar o ângulo de inclinação adequado para o
módulo fotovoltaico e o nível de radiação (médio mensal) do lugar.

Autonomia prevista
Isto refere-se ao número de dias em que se prevê que diminuirá ou não haverá
geração e que deverão ser tidos em conta no dimensionamento das baterias de
acumuladores.

Para sistemas rurais domésticos tomam-se de 3 a 5 dias e para sistemas de


comunicações remotos de 7 a 10 dias de autonomia. Mostra-se a seguir uma planilha
de cálculo para determinar os Watts/hora diários (Wh/dia) de todas as cargas de
corrente contínua e alternada que se pretendam alimentar.

Cargas em Corrente Contínua

Subtotal 1 140.5

Cargas em corrente alternada

Subtotal 2 138.0

1) Identificar cada carga de corrente contínua, seu consumo em Watts e a quantidade


de horas por dia que deve operar. No exemplo consideraram-se lâmpadas de baixo
consumo de 7 e 9 W que, com os seus reatores, consomem respectivamente 8,5 e 10
W. Considerou-se também um equipamento de rádio onde se identificou seu consumo
em transmissão e recepção e também em stand-by.

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2) Multiplicar a coluna (A) pela (B) pela (C) para obter os Watts hora / dia de consumo
de cada aparelho (coluna [A x B x C]).

3) Somar os Watts hora/dia de cada aparelho para obter os Watts hora/dia totais das
cargas em corrente contínua (Subtotal 1).

4) Proceder de igual forma com as cargas em corrente alternada com o acréscimo de


10% de energia adicional para ter em conta o rendimento do inversor (Subtotal 2). Para
poder escolher o inversor adequado, deve-se ter claro quais são os níveis de tensão do
sistema tanto em termos de corrente alternada como de contínua. Por exemplo, se
numa habitação rural for instalado um gerador solar em 12 Vcc. e se deseja alimentar
um televisor a cores que funciona em 110 Vca e que consume 60W, o inversor será de
12 Vcc a 110 Vca e gerenciará no mínimo 60 W.

Se existirem outras cargas de corrente alternada deve-se somar todas aquelas que se
desejarem alimentar de forma simultânea. O resultado da referida soma, mais uma
margem de segurança de aproximadamente 10%, determinará a potência do inversor.

5) Obter o valor total de energia = Subtotal 1 + Subtotal 2.

6) Toma-se o valor obtido no ítem anterior e divide-se pela tensão nominal do sistema.
Sendo a tensão 12Vcc então o consumo total será:

Segue abaixo uma tabela para auxílio no cálculo do consumo em Ah de diversos tipos
de equipamentos utilizados em sistemas fotovoltaicos em vários regimes de operação:

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Cálculo do número de módulos necessários
Devem-se conhecer os níveis de radiação solar típicos das regiões. Como já se viu, a
capacidade de produção dos módulos varia com a radiação. A tabela indica qual é a
radiação média em kWh/m2.dia para cada um dos meses do ano. Por uma questão de
facilidade iremos tomar a média anual referida na última coluna.

Para realizar um cálculo aproximado da quantidade de módulos necessários para uma


instalação pode-se proceder da seguinte forma:

1) Calcular o Consumo Total da instalação em Ah.

2) Determinar em que local se realizará a instalação.

3) Com base nos valores da tabela de radiação identificar qual das cidades mais se
aproxima do local de sua instalação. Identificar qual é a radiação média anual desta
localidade em kWh/m2.dia (última coluna da tabela).

4) Multiplicar o valor encontrado pela corrente nominal do módulo solar escolhido. Para
isto recorrer à tabela do fabricante do módulo solar.

5) Supondo que a localidade da instalação seja em Icoli-Bengo e o módulo solar


escolhido seja o modelo com corrente nominal de 4.4A, teremos:

6) O número de módulos solares para este sistema será:

7) Arredonda-se o valor encontrado para um múltiplo inteiro. Portanto um módulo de


4.4 A de corrente nominal é suficiente para esta instalação

Cálculo do banco de baterias de acumuladores


A capacidade do banco de baterias é obtida com a fórmula:

Onde:
1,66: fator de correção de bateria de acumuladores que leva em conta a profundidade
de descarga admitida, o envelhecimento e um fator de temperatura.
Dtot: Consumo total de energia da instalação em Ah/dia.
Aut: dias de autonomia conforme visto no item Autonomia prevista.

No exemplo adotado será:

Escolhe-se o modelo de bateria com valor normalizado imediatamente superior ao que


resulte deste cálculo. Caso a capacidade encontrada seja superior ao maior modelo
comercial disponível então o banco de baterias deverá ser montado com elementos
múltiplos ligados em paralelo. Recomenda-se nestes casos que o no de baterias
conectadas em paralelo não exceda 6 elementos.

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1. EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Pretende-se instalar um sistema fotovoltaico na zona da Quiminha, quando neste bairro
foram encontradas (5) cinco residência sem energia eléctrica A primeira casa tem
207,4 Wh/dia, e a outras quatro casas tem cada 87 KWh/dia quando, a radiação solar
desta zona é de 5,49 W/m2, tendo em conta que modulo fotovoltaico tem de corrente
nominal 2,3A a tensão do sistema é de 18Vcc sendo disponível 40 Ah para os
acumuladores.

a) Qual é o número de paines instalados, quando o sistema fotovoltaico contem 24


no número módulo?
b) Nº de baterias

VII - Ligações e dimensionamento de condutores e cabos


Ligações
Para assegurar uma operação apropriada das cargas deve-se efetuar a seleção
adequada dos condutores e cabos de ligação, tanto daqueles que ligam o gerador solar
às baterias como aqueles que interligam com as cargas. No caso de uma habitação
rural, os esquemas de ligação básicos serão os seguintes:

Instalação em 12 Vcc com um módulo fotovoltaico de 36 células e controlador de


12 Vcc

Para alimentação de equipamentos de comunicações podem ser necessárias tensões


superiores a 12 Vcc. As tensões de trabalho típicas são 24, 36 e 48 Vcc. Nestes casos
é importante observar atentamente os procedimentos para dimensionamento uma vez
que os módulos solares são geralmente padronizados para operação em 12Vcc. Segue
abaixo um roteiro simplicado para dimensionamento em tensões diferentes de 12Vcc:
1) Calcula-se o consumo total dos equipamentos em Wh/dia

2) Toma-se o valor do item anterior e divide-se pela tensão nominal do sistema.


Exemplo: Consumo = 200Wh/dia e tensão = 24Vcc, portanto 200 / 24 = 8.33 Ah/dia

3) Cálculo no de módulos solares: com o valor obtido identificar na Tabela de Módulos


Solares do Fabricante o valor de corrente nominal. Com base na insolação da
localidade calcular a geração diária do painel solar. Lembrar que este valor de geração
estará referido a uma tensão nominal de 12Vcc. Portanto para outros níveis de tensão
basta considerar múltiplos dos módulos. Para 24Vcc = 2 módulos em série, para 36Vcc
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= 3 módulos em série, para 48Vcc = 4 módulos em série e assim sucessivamente.
Portanto para a localidade de Teresina, onde um módulo de 4.4 gerava 24.15 Ah/dia
em 12Vcc, serão necessários dois módulos iguais (ligados em série) para os mesmos
24.15 Ah/dia de geração caso se tenha uma instalação em 24Vcc.

4) Cálculo no de baterias: usa-se a mesma fórmula Cap.= 1,66 x Dtot x Aut. Ao final
procede-se da mesma forma do ítem anterior. Para 24Vcc = 2 baterias em série, para
36Vcc = 3 baterias em série, para 48Vcc = 4 baterias em série e assim
sucessivamente.

5) Cálculo controlador de carga: deve-se calcular a corrente total de curto-circuito dos


painéis em paralelo dos módulos ligados em série. O módulo empregado no exemplo
de Teresina tem uma corrente de curto-circuito de 4.7 A. Portanto o controlador para
Fig. 23 este sistema deve ter uma capacidade mínima de 5 A e ser capaz de trabalhar
em 12Vcc.
Instalação em 24 Vcc com quatro módulos fotovoltaicos de 24 Vcc

Instalação em 36 Vcc com seis módulos fotovoltaicos de 36 Vcc

Instalação em 48 Vcc com oito módulos fotovoltaicos de 48 Vcc

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Cabos do gerador
Para a instalação eléctrica de um sistema fotovoltaico, apenas devem ser usados
cabos que cumpram os requisitos para esta aplicação. Antes de mais é necessário
distinguir entre os cabos de módulo ou de fileira, cabo principal DC e cabo do ramal
AC. Designam-se por “cabos de módulo” ou “cabos de fileira”, os condutores que
estabelecem a ligação eléctrica entre os módulos individuais de um gerador solar e a
caixa de junção do gerador.

Estes cabos são geralmente aplicados no exterior. Com o objectivo de garantir


protecção contra a ocorrência de falhas de terra, bem como de curto-circuitos, os
condutores positivos e negativos não podem ser colocados lado a lado no mesmo
cabo. A experiência tem demonstrado que os cabos monocondutores com isolamento
duplo são a melhor solução, oferecendo uma elevada segurança.

Contudo, a versão standard deste tipo de cabo apenas permite temperaturas máximas
de 60 ºC. Os fabricantes de telhas fotovoltaicas têm medido temperaturas que vão até
70 ºC no telhado. Por este motivo são usados os “cabos solares” nas aplicações
exteriores.

As características principais destes cabos são a resistência aos ultra-violetas e ao


clima, sendo apropriados para um largo espectro de temperaturas (entre -55 ºC e 125
ºC). Nas instalações integradas nos telhados poderá ser utilizada a versão standard.

A caixa de junção do módulo permite que sejam fixados cabos com uma secção
transversal de 1,5 mm2 até 6,0 mm2.

A tabela a seguir apresenta uma lista de alguns tipos de cabos de fileira de vários
fabricantes e as respectivas características.
Propriedades dos cabos solares

Os cabos são fornecidos frequentemente nas cores vermelha, azul e preta, por forma a
permitir uma maior compreensão do desenho da instalação.
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Sistemas de ligação
A ligação dos cabos de fileira e outras ligações eléctricas DC, devem ser levadas a
cabo com extremo cuidado. A fraca qualidade dos contactos eléctricos podem levar ao
aparecimento de arcos e, consequentemente, ao aumento do risco de incêndio.
Normalmente são usados quatro sistemas de ligação.

1) Ligadores de aperto por parafuso


Para se ligar cabos flexíveis de fios entrançados aos ligadores de parafuso, são usadas
terminações metálicas com mangas de protecção.

2) Terminais de orelha
A ligação dos terminais de poste é efectuada com terminal com orelha, que estão
presas entre a porca e o parafuso.

3) Ligadores de acoplamento por mola


Nas caixas de junção que usam ligadores de mola, os cabos podem ser presos em
segurança
sem serem necessárias terminações metálicas.

4) Fichas de engate
Por forma a simplificar a instalação, é cada vez mais comum a oferta de módulos
fotovoltaicos e cabos com fichas isoladas. O sistema de ligação ilustrado na figura
abaixo, permite inserir e retirar as fichas dos cabos usando as ferramentas de um
electricista.

Cabo de módulo com fichas de engate Detalhe da ficha


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Dimensionamento de condutores e cabos
Para as conexões entre o módulo solar e o controlador e entre este e o banco de
baterias recomenda-se o uso de cabos tipo PP, do tipo apresentado abaixo. Estes
cabos são flexíveis e devem ser preferencialmente instalados dentro de eletrodutos de
PVC para devida proteção mecânica. O seu nível de isolamento é de 500 V. Ver fig. 27
a seguir.

Para o interior da habitação ou edifício recomenda-se o uso de cabo de cobre flexível


com isolamento de PVC anti-chama, também conhecido como cabinho. Este cabo,
inadequado para instalações ao ar livre, deve ser montado preferencialmente dentro de
eletroduto de PVC com 16, 20 ou 25 mm de diâmetro. O seu nível de isolamento é de
1000 V. A fig. 28 abaixo mostra um corte do mesmo.

A fim de assegurar o funcionamento adequado das cargas (lâmpadas, televisão,


equipamentos de transmissão, etc) não deverá haver mais de 5% de queda de tensão
tanto entre os módulos e as baterias como entre as baterias e os centros de cargas.

O processo de seleção do cabo fica mais simplificado se utilizarmos a tabela abaixo,


que indica a secção de cabo adequada a utilizar para uma queda de tensão de 5% em
sistemas de 12 Vcc.

Na coluna à esquerda escolhe-se a corrente pretendida. Nessa mesma linha procura-


se a distância que o referido cabo percorrerá e lê-se na parte superior da respectiva
coluna a secção de cabo correspondente. Se a instalação for de 24, 36 ou 48 Vcc
procede-se da mesma forma, mas nesse caso deve-se dividir a secção obtida por 2, 3
ou 4, respectivamente.

Se o valor que resultar desta divisão não coincidir com um valor normalizado de secção
deve-se adotar a secção imediatamente superior.

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Distância máxima, em metros, para uma queda de tensão de 5% em sistemas de
12 Volts

VIII - Instalação e manutenção


Localização e orientação dos módulos
Para a boa instalação é importante selecionar a melhor localização possível para os
módulos fotovoltaicos. A localização deve reunir duas condições:
1) Estar o mais próximo possível das baterias (a fim de minimizar a secção do cabo)

2) Ter condições ótimas para a recepção da radiação solar. Os módulos deverão estar
suficientemente afastados de qualquer objeto que projete sombra sobre eles no
período de melhor radiação (habitualmente das 9 às 17 horas) no dia mais curto do
ano.

3) A fig. 29 ajuda a calcular a distância mínima (em metros) a que um objecto poderá
estar dos módulos a fim de que não projecte sombra sobre os mesmos durante o
Inverno, três horas antes e três horas depois do meio dia solar.

Com base na latitude do lugar da instalação obtém-se da fig. 29 o Fator de


espaçamento. Assim, a distância mínima a que poderá estar localizado o objeto será,
como indicado na
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fig. 29:
Onde:
Fe = Fator de espaçamento obtido da Fig. 29
Ho = Altura do objeto
Hm = Altura em relação ao nível do solo em que se encontram instalados.

Os módulos os módulos deverão ser orientados de modo a que a sua parte frontal olhe
para o Norte geográfico (ou Sul, quando no hemisfério Norte). Para orientar o módulo
solar faça uso de uma bússola. Notar que a bússola indica o Norte Magnético, que é
diferente do Norte Geográfico pela ação da declinação magnética. Para efeito de
instalação pode-se adotar o Norte Geográfico sem muito erro.

Para conseguir um melhor aproveitamento da radiação solar incidente, os módulos


deverão estar inclinados em relação ao plano horizontal num ângulo que variará
conforme a latitude da instalação. Recomenda a adoção dos seguintes ângulos de
inclinação:

Exemplo: como Salvador está na latitude 13º, o ângulo de inclinação do painel poderá
ser de 18º. Pequenas variações de ângulo não afetam significativamente o rendimento
da instalação. No hemisfério Sul as placas ficarão voltadas para o Norte geográfico. No
hemisfério Norte as placas ficarão voltadas para o Sul geográfico.

Localização dos demais equipamentos


O controlador de carga das baterias deverá ser instalado o mais próximo possível do
banco de baterias pois os controladores mais modernos possuem dispositivos de
compensação de temperatura automáticos que ajustam o nível de carga dos módulos
solares conforme a temperatura do banco de baterias.

As baterias deverão ser instaladas num compartimento separado do resto da habitação


e com ventilação adequada.
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Nas instalações rurais é aconselhável ter um quadro de distribuição com uma entrada
para o banco de baterias e uma ou duas saídas (com as respectivas protecções) em
que se repartirão os consumos das habitações. No referido quadro também poderá
haver um sistema indicador do estado de carga das baterias. Para isso é conveniente
colocar o quadro num lugar da habitação de acesso fácil a fim de manter o controle
adequado.

Manutenção dos módulos fotovoltaicos


Umas das grandes vantagens dos sistemas de produção fotovoltaicos é que não
necessitam manutenção alguma.

A parte frontal dos módulos é constituída por um vidro temperado com 3 a 3,5 mm de
espessura, o que os torna resistentes até ao granizo. Além disso, admitem qualquer
tipo de variação climática. Eles são auto-limpantes devido à própria inclinação que o
módulo deve ter, de modo que a sujeira pode escorrer assim que ocorrer chuva. De
qualquer forma, nos lugares onde seja possível, será conveniente limpar a parte frontal
dos módulos com água misturada com detergente.

Deve-se verificar periodicamente se o ângulo de inclinação obedece ao especificado,


isto por que é comum que as estruturas de fixação sofram pequenos desvios pela ação
dos ventos e até mesmo desgaste mecânico.

Deve-se confirmar que não haja projeção de sombras de objetos próximos em nenhum
setor dos módulos entre as 9 e as 17 horas, pelo menos. A simples sombra de uma
vara um mesmo uma sombra parcial de árvore afeta drasticamente o rendimento do
painel solar.

Deve-se verificar periodicamente se as ligações elétricas estão bem ajustadas e sem


sinais de oxidação. Sugere-se o reaperto dos terminais do controlador pelo menos
anualmente.

Manutenção das baterias


Desde que possível recomenda-se sempre o uso de baterias do tipo sem manutenção
e que, portanto, não permitem reposição de água. Estas baterias possuem uma vida
útil que pode atingir até 4-5 anos.

Regularmente deve-se observar os terminais e remover a oxidação que se forma sobre


os mesmos.

Sistemas autónomos
Os sistemas autónomos constituíram o primeiro campo de operação económica da
tecnologia fotovoltaica. A aplicação deste tipo de sistemas autónomos, observa-se
onde o fornecimento de energia através da rede pública de distribuição de energia
eléctrica, não se verifica por razões técnicas e/ou económicas. Nestes casos, os
sistemas fotovoltaicos autónomos podem constituir alternativas com uma vertente
económica de elevado interesse.

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1. Gerador fotovoltaico
2. (um ou vários módulos fotovoltaicos, maioritariamente dispostos em paralelo)
3. Regulador de carga
4. Acumulador
5. Consumidor

Princípio de um sistema fotovoltaico autónomo

Sistemas ligados à rede

Um sistema fotovoltaico com ligação à rede é composto, normalmente, pelos seguintes


componentes:
1. Gerador fotovoltaico (vários módulos fotovoltaicos dispostos em série e em paralelo,
com estruturas de suporte e de montagem)
2. Caixa de junção (equipada com dispositivos de protecção e interruptor de corte
principal DC)
3. Cabos AC-DC
4. Inversor
5. Mecanismo de protecção e aparelho de medida

Um dos aspectos mais importantes dos sistemas fotovoltaicos ligados à rede, tem sido
a sua interligação à rede pública eléctrica.

Os componentes individuais serão descritos pormenorizadamente. A figura a seguir


mostra a estrutura principal de um sistema fotovoltaico com ligação à rede.

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Estrutura Principal de um sistema fotovoltaico com ligação à rede e instalado ao
solo

Inversores comutados pela rede


Um inversor comutado pela rede é constituído, basicamente, por uma ponte comutada
de tirístores. A tradicional utilização de inversores tirístorizados nas tecnologias de
automação (tecnologia de regulação e controlo, controladores de motores…), levou a
aplicação de tirístores nos primeiros inversores solares.

Estes dispositivos ainda são utilizados actualmente, particularmente nos grandes


sistemas fotovoltaicos. Para os inversores monofásicos de potências reduzidas (<5
kW), existem apenas alguns fabricantes que ainda constroem inversores que se
baseiam nesta tecnologia.

Princípio dos inversores comutados pela rede

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Tipologia e características das baterias de ácido de chumbo
As baterias de ácido de chumbo podem ser divididas em diferentes tipos, de acordo
com a tecnologia da placa e o tipo de electrólito que utilizam. Nas instalações solares
são normalmente utilizadas baterias húmidas de electrólito fluido (conhecidas por
baterias solares), baterias de gel, baterias estacionárias de placa tubular e baterias de
bloco.

Baterias Húmidas
A bateria mais comum nas instalações fotovoltaicas é a simples bateria de ácido de
chumbo composta pelas placas e pelo fluido electrólito. Devido ao seu extenso uso
como bateria de arranque nos automóveis, é fabricada em largas quantidades. Ambos
os eléctrodos, positivo e negativo, constituem as placas da bateria. Dado que a matéria
activa pode ser simplesmente espalhada na estrutura da grelha, as placas podem ser
produzidas a um baixo custo.

Baterias de gel (Baterias VRLA)


A bateria de gel de chumbo constitui uma versão melhorada da normal bateria de ácido
de chumbo. Neste caso, o ácido sulfúrico é imobilizado pelo recurso a aditivos,
passando a ter a consistência de um gel. As suas principais vantagens são:

1. Não tem problemas de estratificação e é caracterizada por uma reduzida sulfatação


do ácido;

2. Possui um maior ciclo de vida útil;

3. Não liberta gases, pelo que permite o seu uso mesmo para fracas condições de
ventilação;

4. O invólucro é completamente selado, isento de derrames, o que permite a instalação


da bateria em qualquer posição e localização (barcos, caravanas de campismo, etc);

5. Não requer cuidados de manutenção, uma vez que não existe a necessidade de
repor o nível do electrólito durante o seu tempo de vida

Vista de uma bateria VRLA

Montagem do Banco de Baterias


As baterias não devem ser montadas diretamente sobre o piso de concreto, para evitar
o aumento da auto-descarga, causado pela umidade do piso. Deve-se garantir o

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isolamento com o solo, instalando-as em uma bancada de madeira ou material que
seja não-condutivo e resistente ao ácido.

É importante verificar se as baterias estão totalmente carregadas e se o nível do


eletrólito está nos valores recomendados pelo fabricante. O técnico deve verificar
também os valores da tensão de todas as células e anotá-los em uma planilha para
comparação posterior. Os procedimentos para verificar o estado de carga da bateria.
As baterias e ferramentas devem ser manuseadas com extremo cuidado. Grande
perigo ocorrerá se os fios forem conectados inadequadamente ou se as ferramentas
forem derrubadas sobre os terminais da bateria. Todas as conexões devem ser
verificadas várias vezes, antes que a conexão final seja executada.

É recomendável que a bateria esteja instalada em um local cuja temperatura varie


entre 20 e 25C0. Se a temperatura diminuir muito, a capacidade da bateria também
reduzirá; por outro lado, com o aumento da temperatura, a bateria envelhecerá mais
rapidamente.

As baterias devem estar localizadas o mais próximo possível do arranjo fotovoltaico


para evitar perdas de tensão e possibilitar o uso de fios mais curtos.

A montagem de um banco de baterias com associação em série e paralelo de baterias


deve ser efetuada com uma fiação cruzada, conforme o exemplo da Figura abaixo de
forma a equalizar os níveis de tensão e corrente a que são submetidas as diferentes
baterias. Os fios devem ter comprimentos iguais.

Distribuição da radiação solar


A intensidade da radiação solar fora da atmosfera, depende da distância entre o Sol e a
Terra. Durante o decorrer do ano, pode variar entre 1,47 x 108 km e 1,52 x 108 km.
Devido a este facto, a irradiância E0 varia entre 1.325 W/m2 e 1.412 W/m2. O valor
médio é designado por constante solar, EO = 1.367 W/m².

No entanto, apenas uma parte da quantidade total da radiação solar atinge a superfície
terrestre. A atmosfera reduz a radiação solar através da reflexão, absorção (ozono,
vapor de água, oxigénio, dióxido de carbono) e dispersão (partículas de pó, poluição).
O nível de irradiância na Terra atinge um total aproximado de 1.000 W/m2 ao meio-dia,
em boas condições climatéricas, independentemente da localização.

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Ao adicionar a quantidade total da radiação solar que incide na superfície terrestre
durante o período de um ano, obtém-se a irradiação global anual, medida em kWh/m2.
Esta parâmetro varia de um modo significativo com as regiões.

Radiação directa e difusa


A luz solar que atinge a superfície terrestre, é composta por uma fracção directa e por
uma fracção difusa. A radiação directa vem segundo a direcção do Sol, produzindo
sombras bem definidas em qualquer objecto. Por outro lado, a radiação difusa carece
de direcção específica.

Luz solar no seu percurso através da atmosfera

Definição do ângulo
O conhecimento exacto da localização do Sol, é necessário para determinar os dados
de radiação e a energia produzida pelas instalações solares. A localização do Sol pode
ser definida em qualquer local, pela sua altura. No campo da energia solar, o Sul é
referido geralmente como ᵩ = 0°.

O símbolo negativo é atribuído aos ângulos orientados a Leste (Leste: ᵩ = - 90°) e o


símbolo positivo aos ângulos orientados a Oeste (Oeste: ᵩ = 90°).

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Trajectoria do Sol para determinados dias das estações e instalação de painéis
solares

A luz solar toma o percurso mais curto através da atmosfera, quando a posição do Sol
é perpendicular à superfície da Terra. Se o ângulo de incidência solar é mais baixo, o
percurso através da atmosfera é mais longo. Nesta segunda posição, leva a uma maior
absorção e difusão da radiação solar, o que implica uma menor irradiância. A Massa
indica um múltiplo do percurso da radiação solar na atmosfera para um local preciso,
num determinado momento. A relação entre a posição do Sol e a Massa de Ar.

PREPARAÇÃO PARA A INSTALAÇÃO


1) Instalações e trabalhos em altura requerem preparo e treinamento. Para não se
envolver em riscos desnecessários, procure empresas habilitadas e com profissionais
treinados para o serviço.

2) Este serviço requer certificações obrigatórias, como NR-10, NR-35, além de


conhecimentos de instalação em sistemas fotovoltaicos e circuitos elétricos.

3) utilize os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), conforme a tarefa. Calçados


especiais, capacetes, cintos de segurança e cordas de ancoragem são indispensáveis.

4) Instalações, quando efetuadas sob o Sol, representam calor excessivo. Sugerimos


que o instalador esteja protegido e seja feito em horários alternados para reduzir os
riscos de insolação.

5) Verifique se todo o equipamento e peças necessárias estão “à mão”. Utilize


ferramentas secas e com isolação. Todo o material deve estar em boas condições de
uso.

6) Painéis solares geram eletricidade se expostos à luz. Antes da instalação,


recomendamos cobri-los com plástico preto ou papelão, evitando a geração elétrica e
possíveis faíscas. Mantenha-os assim, enquanto estiver instalando ou quando for uma
manutenção.

CUIDADO: não instale o sistema perto de materiais ou gases inflamáveis.

7) Nunca deixe qualquer produto ou peça solta ou de forma insegura, sobretudo


quando estiver trabalhando em altura.

8) Retire o kit de sua embalagem.

9) Não retire as etiquetas com informações ou avisos do produto.

10) As partes e peças são de encaixe ou parafusadas e podem ser colocadas ou


removidas facilmente, tanto para transporte como para a manutenção.

11) Os parafusos devem ser bem fixados, evitando vibrações que provoquem
acidentes.

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Partes que compõem o sistema

Onde instalar?

 Estude o local antes de decidir a colocação do poste solar.


 Estes devem ficar totalmente expostos à luz do Sol, durante todo o período. Se
houver sombra a autonomia (tempo de funcionamento), ficará comprometida.
 A altura de montagem-(AM), determina o modelo da luminária, pelas características
de cobertura vertical e transversal. A distância entre postes determinará a
uniformidade da iluminação no solo.

Toda instalação de painel solar no hemisfério Sul deve estar voltado para o Norte
geográfico, melhorando a geração durante o período de insolação.
O ângulo de inclinação em relação ao horizonte deverá ser calculado pela latitude do
local, conforme a expressão abaixo:

Inclinação = Latitude - (Latitude/3)

O painel deve estar voltado para o Norte geográfico

Isso lhe dará a melhor posição para aproveitamento da incidência da luz tanto no verão
quanto no inverno. O ângulo não é rigoroso e a precisão pode ser ajustada por
aproximação. Recomenda-se que a inclinação não seja inferior a 5º (cinco graus) para
não acumular poeira e resíduos no vidro do painel.

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Inclinação do painel deve ser calculada conf. o local

Para determinar o Norte geográfico, aponte com a mão direita onde nasce o Sol
(Leste). Aponte com a outra mão para onde o Sol se põe (oeste). O Norte será a
direção à sua frente.

O Norte geográfico é diferente do magnético. Veja como achá-lo.

Exercício de aplicação 1

Projectar um circuito eléctrico de ligação (instalação) do sistema de energia solar


fotovoltaica multifilar, com os seguintes componentes:
a) Quatro (4) Painéis fotovoltaico ligados em paralelo.
b) Seis (6) Baterias ligadas em paralelo.
c) Inversor.
d) Controlador MPPT.
e) Carga eléctrica contínua.
f) Carga eléctrica alternada.
g) Transformar o esquema eléctrico multifilar em esquema unifilar.

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Exercício de aplicação 2

Dado o circuito eléctrico acima projectado, representas (desenhar) o esquema de


ligação (instalação) do sistema de energia solar fotovoltaica multifilar, para unifilar.
Descreva todos os acessórios (componentes) que fazem parte do esquema eléctrico.

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EXERCÍCIOS PRÁTICOS FOTOVOLTAICO

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Exercício prático de montagem 1

Exercício prático de montagem 2

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Exercício prático de montagem 3

PASSOS PARA O DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

1- Levantamento as potências da residência, somar as potências de cada aparelho


que pretende ligar;
2- Calcular a corente na residencia;
3- Determinar o tempo de funcionamento de cada aparelho;
4- Multiplicar a potencia de cada aparelho pelo seu tempo de funcionamento;
5- Somar a potencia total instalada na residencia;
6- Somar a potencia total de consumo por dia de todos os aparelhos;
7- Determinar a potencia do inversor, multiplicando a potencia instalada na
residencia por 10% do mesmo valor;
8- Controlador: dividir a potencia instalada na residencia pela tensão do sistema
(painel, bateria e inversor);
9- Banco de Bateria: dividir o consumo médio por dia pela porcentagem de
descarga da bateria;
10- Secção dos condutores: multiplicar a resistividade do condutor pelo comprimento
e pela corrente dos painéis, este valor dividi-se pela queda de tensão admisível.

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DADOS FÓRMULAS E RESOLUÇÃO

PINST = 20496W
√ √
P U.I PINVERSOR = (PInst) + 10% PINVERSOR = (20496w) + 10%
P=√ = 20496 +10% (2049,6)
= 22545,6W

PPFV = 1000W POTENCIA TOTAL PREVISTA NO SISTEMA


US INV = 48Vcc PT PREVISTA
Irradiação = 504W/m2

PINVERSOR = ? POTENCIA NECESSÁRIA


PT PREVISTA pfv = ? PNECESSÁRIA = PT PREVISTA +17% = 40667W + 6 913 = 47580W
PNECESSÁRIA = ?

PCONTROLADOR = ? NÚMERO DE PAINEIL FOTOVOLTAICO


IINVERSOR = ?
Nº PFV =

CORRENTE DO CIRCUITO

POTENCIA INSTALADA
PINST = US . INV . IC PINST = 48V x 427A = 20496W

POTÊNCIA DO CONTROLADOR
PCONTROLADOR = PNECESSÁRIA + 10% = 47 580W + 10% (4 758)
= 40667W + 4758V = 52 338W
OU
PCONTROLADOR = US INV x IC + 10% PCONTROLADOR = 48V x 427A+10% = 22545,6W

BATERIA

DADOS FÓRMULAS E RESOLUÇÃO

UBAT = 24Vcc PBAT = UBAT x IBAT 24V x 250A = 6 000W/h


IBAT = 250Ah NºBAT = = = 16,8 17 batrias
US INV = 48Vcc
PCONS = 101 040W/dia
CAPBAT = ?

CAPACIDADE DA BATERIA

CAPBAT = 1,66 x Dtod x Aut = 1,66 x 101 040W/dia x 5dias = 838, 632Ah/dia

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1º DIMENSIONAMENTO DOS PARÂMETROS NA RESIDÊNCIA

A Tabela apresenta o consumo médio diário dos aparelhos na residência.

Aparelhos Quantidad Potência Potência Tempo De Consumo Localizaçã Irradiação


e Em Cada Instalada Utilização Wh/Dia o Da Solar Do
De Aparelho (W) (H) Q*P*T Instalação Local De
Aparelhos (W) 1º * 2º 3º * 4º Instalação
1º 2º 3º 4º 5º
Televisor 2 60 120 5h 600 RANGEL 300W/m2
Lâmpada led 6 11 66 4h 264
Geleira 1 90 90 24h 2160
Micro-ondas 1 120 120 10min (0,16h) 1200
DVD 1 80 80 3h 240
Computador 1 65 65 3h 195
Ventilador 2 65 130 4h 520
Liquidificador 1 100 100 5min 500
TOTAL 771 43h:15m 7779
dispositivos baterias
Tabela de consumo médio diário da residência

 Cálculo Da Potência Na Residência


Dados
P1 = Tr = 771Wh
P2 =
Pn =
PTr =?

Onde:
P1 = Potência 1
P2 = Potência 2
Pn = Potência de vários equipamentos
PTr = Potência total na residência

 Cálculo Da Corrente Na Residência


Dados
Pinstalada = 771Wh
Ur = 220v
Ir =?

Onde:
Pinstalada – Potência na residência = 771w
Ur – Tensão na residência = 220v
Ir – Corrente na residência =?

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2º CÁLCULO DA CORRENTE E POTÊNCIA DO INVERSOR DE TENSÃO

Dados
Tolerância de segurança do inversor = 10% de 771Wh ⇾ 0,1*771wh = 77,1wh
= 24v
= 771Wh
=?
Pinversor = ?

= = 848,1w 24v = 35,33A

Pinversor = Pinstalada + 10% Pinversor = 771wh + 77,1w = 848,1w


(potência ideal para o inversor)

Onde:
– Corrente na entrada do inversor
Pinversor – Potência do inversor de tensão
– Potência dos painéis
– Tensão da bateria.

Como a potencia da residência é de 771wh, o inversor terá que ter 10% deste valor,
então será 848,1w, caso não haja no mercado inversor com esta capacidade, podemos
optar em um mais próximo dele. Exemplo: 848,1w ~ 900w ou 1000w.

Obs: Se Ub = 12v então I=64,25A, danificará o inversor!


Se Ub = 24v então I=32,12A, está bom para o inversor!
Se Ub = 48v então I=16A, muito bom para o inversor!
Nota: Quanto mais baixo for a corrente na entrada do inversor ou controlador de carga,
melhor será para vida útil dos mesmos.

3º DIMENSIONAMENTO DO CONTROLADOR DE CARGA


O controlador de carga é definido pela corrente e tensão do módulo fotovoltaico e pela
tensão das baterias. A capacidade do controlador de carga, deve ser superior a
corrente dos painéis.

Exemplo
Para uma potência de 771 Watt/hora.
Divide-se este valor pela tensão das baterias, obtendo-se a corrente que será
necessária para escolher o controlador de carga.

Exemplo para um sistema que funciona em 12V

Dados Icontrolador = Pinversor / Ubateria Icontrolador = 848,1W / 24V = 35,33A


Pinversor = 848,1W
Ubateria 24V
Icontrolador =?
Onde
Ubateria – Tensão da bateria
Pinversor – Potencia inversor
Icontrolador – Corrente do controlados de carga
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Caso a corrente total supere a capacidade de um controlador, divide-se a instalação
em duas ou mais linhas (barramentos), executando o mesmo principio de
balanceamento de carga de uma instalação eléctrica convencional.

OBS: a tensão de saída do controlador, deve ser igual a tensão do banco de bateria,
isto para não queimar o controlador de carga. EXEMPLO: controlador 12v ou 24 =
bateria 12v ou 24v.

4º DIMENSIONAMENTO DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS


Como já foi dito usaremos os dados de irradiação solar do mês de junho, por este
ser um mês critico, pois, apresentar menor radiação, assim, garantimos um
dimensionamento adequado. Segundo os dados apresentados na tabela acima, a
irradiação solar referida no mês junho foi de 300Wh/m2? dia, portanto a potência
mínima do sistema sem levar em consideração as perdas, que deve ser suficiente para
suprir o consumo diário será dada por:

1ª Formula para Dimensionamento Dos Painéis

Dados
Pinstalada = 771wh
Irrad = 300w/m2
Pmófv = 350wp
Ppfv = ?
Nmófv = ?
Pnecessária = ?

Onde
Pinstalada – Potência Instalada na residência
Irrad – irradiação solar (quantidade de sol por m2)
Pmófv – Potência nominal do módulo fotovoltaico
Ppfv – Potência do painel fotovoltaico
Nmófv – Número de módulo fotovoltaico
% das perdas – valor das perdas nos equipamentos instalados
Pnecessária - Potencia necessária no painel fotovoltaico

Aproximando o total de perdas nos cabeamentos em 6%, perdas na conversão de


energia na bateria em 10% e perdas por desajuste de 5%, tem-se que a potência
mínima necessária nos painéis será:

Como a potência de residência é de 771wh, sabendo que a potencia do painel deve ser
superior, então, 959,31WP é potência total instalada no painel, que já supera a
potência instalada na residência. E será igual a dois módulos de cada 350wp.
E dividindo 959,31Wp pela potência do módulo encontrado no mercado, teremos a
quantidade de módulos para o painel.
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EXEMPLO:

2ª Formula para Dimensionamento Dos Painéis

Dados
Pinstalada = 771wh
Pmófv = 350wp
Ppfv = ?
Npaineis = ?
Pnecessária = ?

Onde
Pinstalada – Potência Instalada na residência
Pmófv – Potência nominal do módulo fotovoltaico
Ppfv - Potência do painel fotovoltaico
Npaineis – número de painéis fotovoltaicos
% das perdas – valor das perdas nos equipamentos instalados
Pnecessária - Potencia necessária no painel

Aproximando o total de perdas nos cabeamentos em 6%, perdas na conversão de


energia na bateria em 10% e perdas por desajuste de 5%, tem-se que a potência
mínima necessária nos painéis será:

Como a potência de residência é de 771wh, sabendo que a potencia do painel deve ser
superior, então, 959,31WP é potência total instalada no painel, que já supera a
potência instalada na residência. E será igual a dois módulos de cada 350wp.
E dividindo 959,31Wp pela potência do módulo encontrado no mercado, teremos a
quantidade de módulos para o painel.
EXEMPLO:

3º Formula para Dimensionamento Dos Painéis

Dados
Pinstalada = 771wh
T sol = 6h
Ppfv = ?

Onde
Pinstalada – Potência Instalada na residência
T sol – tempo que o sol dura por dia (6h)
Ppfv – Potência do painel fotovoltaico
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Npainel – Potência do painel fotovoltaico
% das perdas – valor das perdas nos equipamentos instalados
Pnecessária - Potencia necessária nos painéis

Aproximando o total de perdas nos cabeamentos em 6%, perdas na conversão de


energia na bateria em 10% e perdas por desajuste de 5%, tem-se que a potência
mínima necessária nos painéis será:

Como a potência de residência é de 771wh, sabendo que a potencia do painel deve ser
superior, então, 5595,9WP é potência total instalada no painel, que é 5,8 vezes
superior a potência necessária para a residência. E será igual a 16 módulos de cada
350wp. E dividindo 5595,9Wp pela potência do módulo encontrado no mercado,
teremos a quantidade de módulos para o painel.
EXEMPLO:

Utilizando o tempo de sol diário (6 horas), a potência instalada no painel é 5,8 vezes
superior a potência necessária para a residência, tornaria o projecto muito caro em
relação os dois primeiros exercícios.

 Cálculo da tensão total instalada no painel

Dados
Upainel = 17V ⇾ 𝑝
Nºmófv = 3
UTinst =?

Onde:
UTinst– Tensão total instalada
– Número de painéis fotovoltaica
– Tensão do painel fotovoltaico

 Cálculo da corrente total instalada no painel

Dados
Nºpaineis = 3 ⇾
Ipainel = 8A
It =?

Onde:
– Corrente total do módulo fotovoltaica
– Número de painéis fotovoltaico
– Corrente do painel fotovoltaico

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5º DIMENSIONAMENTO DAS BATERIAS
Para o dimensionamento serão consideradas baterias de ciclo profundo com 90% de
descarga diária, assim a energia nominal mínima das baterias é dada por:

Ebateria = Cméd dia / %descargabateria Ebateria = 7779Wh / 0,9 = 8643,3Wh

Dados
Pinstalada = 7779Wh
%descargabateria = 90% (0,9%)
Ebateria =?

Onde
Ebateria – Energia na bateria
Cméd dia – Consumo médio dia
0,9 %descargabateria – percentagem de descarga da bateria

Considerando que serão utilizadas baterias com tensão nominal de 24V, tem-se que
sua capacidade será dada por:

Dado ITb.bateria = Ebateria / Ubateria ITbbateria = 8643,3Wh / 24V=360,1A


Ebateria = 8643,3Wh NºBateria = ITb.bateria / Inb(1) NºBateria = 360,1Ah / 120A = 3 baterias
Ubateria 24V
ITbateria =?

Onde
Ebateria – Energia na bateria
Ubateria – Tensão da bateria
ITbbateria – Corrente total do banco de bateria
NºBateria – Número de bateria
Inb – Corrente nominal da bateria

Aproximando a descarga diária (90%) do banco de bateria, será necessária 3 bateria


do tipo C20 ligadas em serie com 120Ah de capacidade cada, ou melhor, a bateria
Estacionária Freedom, modelo DF4001 com capacidade de 120Ah, vai atender bem a
necessidade.

 Cálculo da corrente de serviço das baterias

Dados
Tolerância de descarga = 90% ⇾0,9
Ibat = 360A
Is =?

Onde:
– Corrente de serviço
– Corrente das baterias
- Percentagem de descarga das baterias

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 Cálculo da corrente de proteção das baterias

Dados
IBbat = 360A
Is = 324A
Iprtb =?

Onde:
– Corrente de proteção das baterias
IBbat– Corrente do banco de bateria
– Corrente de serviço das baterias

 Cálculo da tensão de flutuação das baterias

Dados
Ubat = 13,56v
Nºbat = 3
Uf =?
Onde
– Tensão de flutuação
– Tensão da bateria
– Número de bataria

 Cálculo do tempo de vida útil das baterias

Para se calcular o tempo de vida útil das baterias, multiplica-se a percentagem de


descarga pelo ciclo de descarga e o resultado divide-se pela corrente de consumo;
como se pode demonstrar:

Dados
Tolerância de descarga = 90% ⇾0,9
Cdescc = 500 cíclos
Ir h = 3,5A
Ubat = 24v
Ir dia = 324,1A
Tvbat =?

Onde:
– Tempo de vida das baterias
– Ciclo de descarga da bateria
– Corrente da residência por hora
Ir dia – corrente da residência por dia

OBS: assim sendo tem-se como tempo estimado 2,35 horas para recarregar as
baterias se e somente se estiverem descarregadas a 90%.
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 Cálculo da autonomia das baterias
Dados
Tolerância de descarga = 90% ⇾0,9
Ibat = 360Ah
Ir = 3,5A
AUT =?
Onde:
– Autonomia das baterias
– Corrente da bateria
– Corrente da residência
0,9 - Percentagem de descarga das baterias
Obs: quanto menor for o consumo, maior será a autonomia das baterias.

6º DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES
Para assegurar uma operação apropriada das cargas deve-se efetuar a seleção
adequada dos condutores e cabos de ligação, tanto daqueles que ligam o gerador solar
às baterias como aqueles que interligam com as cargas.

A primeira exigência é que os cabos que saem dos módulos fotovoltaicos tenham
proteção ultravioleta e que suportem a temperatura de operação. Além disso, o seu
nível de tensão de isolação deve ser condizente com a máxima tensão do sistema.
Recomenda-se que o cabeamento dos módulos fotovoltaicos tenha uma capacidade de
condução de corrente 25% superior a corrente de curto-circuito dos módulos. Portanto,
a corrente que o cabo.

 Cálculo dos condutores dos painéis solares


Dados
P = 0,017Ω*mm2/m 𝑆 𝑆 𝑆 𝑚𝑚²
L = 10m
Ipv = 13,2v
=1
S =?

Onde:
– Secção transversal do condutor
– Resistividade do condutor
L - Comprimento do condutor
– Corrente do painel fotovoltaica
– Queda de tensão
Como a secção do condutor não pode ser inferior nem igual ao resultado obtido,
utilizar-se-á condutores com secção de 4mm2.

Obs: Em corrente contínua, a queda de tensão em linha é geralmente desprezível em


distâncias inferiores á 100 metros. Porque, na maioria dos casos, os painéis situam-se
próximo dos equipamentos.

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 Cálculo dos cabos para as baterias, inversor e controladora de carga
Dados
P = 0,017 Ω*mm2/m 𝑆 𝑆 ⇾ 1,5
L = 10m
L = 5m
Ipv = 13,2v
=1
S =?
Onde:
– Secção transversal do condutor
– Resistividade do condutor
L - Comprimento do condutor
– Corrente do painel fotovoltaica
– Queda de tensão
Como a secção do condutor não pode ser inferior e nem igual ao resultado obtido,
utilizar-se-á condutores com secção de 4 .

CALCULO DE PROTEÇÃO DO PAINEL


DISJUNTOR E FUSÍVEL

Um painel solar fotovoltaico tem os seguintes dados:

DADOS
PPfv = 350W
Upfv = 30V
IPfv = 11,6A
ID = ?
IF = ?

Calcule as correntes do disjuntor e do fusivel para protejer os dispositivos do Sistema


fotovoltaico

Disjuntor Fusível

IC = PPfv /Upfv IC = PPfv /UPfv


IC = 350w/30v IC = 350w/30v
IC = 11,6A IC = 11,6A
ID = IC * 1,25 IF = IC * 1,15
ID = 11,6A * 1,25 IF = 11,6A * 1,15
ID = 14,5A IF = 13,34A

INF≤ 1,25 * IS IF = 8 A IF = 4 A
INF≤ 1,25 *35,35 A INF = 7 A INF = 3 A
INF≤ 44,18 A IN = 6 A IN = 2 A

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ANÉXO
Resumo do cabeamento para cada seção do sistema.
Referência Entre módulos e Entre controlador de Entre banco
controlador de carga e banco de de baterias e
carga baterias carga
Secção do cabo 4 mm², UV 4 mm², EPR 2,5 mm², EPR
Corrente de 13,98 A 32,13 A 2,59 A
máxima de
operação
Corrente máxima 36,54 A 42,00 A 31,00 A
suportada
Disjuntor 20 A, 30 Vcc 40 A, 30 Vcc 16 A, 30 Vcc

Tabela de Espessura De Condutores Para Sistema Solar

SECÇÃO 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95


MM2 ⇾
CORRENTE DISTÂNCIA EM METROS
(A) ↓ ↓

1 32 51 81 130 205 325 517 652 822 1308 1650

2 16 26 40 64 102 163 259 326 411 654 825


4 8 13 20 33 51 81 129 163 205 327 412
6 5 8 14 22 34 54 86 109 137 218 275
8 4 6 10 16 26 41 65 82 103 164 206
10 3 5 8 13 20 33 52 65 82 131 165
15 2 3 5 8 14 22 34 43 55 87 110
20 - 2 4 6 10 16 26 33 41 65 83
25 - - 3 5 8 13 21 26 33 52 66
30 - - 2 4 7 11 17 22 27 44 55
35 - - - 3 6 9 15 19 23 37 47
40 - - - - 5 8 13 16 20 33 41
45 - - - - 4 7 11 14 18 29 37
50 - - - - 3 6 10 13 17 26 33
Esta tabela demonstra que com base a corrente do nosso sistema, qual será a secção
e distância do condutor para ligar.

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Tabela de Resistividade e Condutividade Elétrica

Perdas de eficiência em painéis fotovoltaicos


Dessa maneira, podemos ter uma visão geral das perdas do sistema para um
dimensionamento mais próximo do real e projectar a quantidade de painéis para a
produção mais próxima possível da esperada.

Tabela de perdas de eficiência em painéis fotovoltaicos

Tecnologia do controlador de carga com base o número células do módulo fotovoltaico


e tensão do banco de bateria que pretende carregar.

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Tabela de tecnologia do controlador e módulo fotovoltaico

Tensão dos painéis em função das células fotovoltaicas

Tabela de tensão dos painéis em função das células fotovoltaica

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