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CÂMPUS GOIÂNIA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DA ÁREA III
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Goiânia, GO
2021
Gabriel Camilo Vieira
Goiânia, GO
2021
V658m Vieira, Gabriel Camilo.
Manifestações patológicas nas pinturas: estudo de caso no Instituto Federal de Goiás – Campus
Goiânia / Gabriel Camilo Vieira. – Goiânia: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de Goiás, 2021.
77 f. : il.
CDD 690
Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Alisson de Sousa Belthodo Santos CRB1/ 2.266
Biblioteca Professor Jorge Félix de Souza,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS
_____________________________________________________________
Assinatura do Autor e/ou Detentor dos Direitos Autorais
Gabriel Camilo Vieira
Goiânia, GO
2021
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado força e sabedoria para a realização de todos os meus
objetivos.
Aos meus pais pelo amor incondicional, apoio e incentivo proporcionados ao
longo da minha vida.
A minha namorada por estar comigo durante todos os momentos difíceis da
graduação.
Ao Professor Me. Glydson Ribeiro Antonelli pelas orientações que foram
fundamentais no desenvolvimento deste trabalho.
A todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste
trabalho.
RESUMO
O Instituto Federal de Goiás – Campus Goiânia (IFG – Campus Goiânia) é uma edificação que faz
parte da história da cidade de Goiânia, possuindo mais de 75 anos. Dessa maneira, devido à
temporalidade desta construção, é comum observar vários pontos em que sua pintura se encontra
comprometida. A pintura na construção civil tem um papel fundamental, que além de apenas garantir
o embelezamento da construção, permite também a proteção do substrato. Assim sendo, foram
realizadas pesquisas bibliográficas a respeito das tintas e das principais patologias que podem afetar o
revestimento, objetivando uma melhor compreensão da atual situação em que se encontra o IFG –
Campus Goiânia. Portanto, este trabalho baseou-se no método proposto por Lichtenstein (1986) com a
finalidade de buscar informações importantes sobre cada patologia identificada, realizar um
diagnóstico e propor medidas de intervenção. Ao desenvolver o presente estudo, foi possível perceber
que grande parte dos problemas encontrados nas pinturas foram causados pela ação da água e pela
falta de preparação adequada da superfície.
The Federal Institute of Goiás - Campus Goiânia (IFG - Campus Goiânia) is a teaching building that is
part of the history of the city of Goiânia, having more than 75 years, so, due to the temporality of this
construction, it is common to observe several points in that your painting is compromised. Painting in
civil construction has a fundamental role, which goes beyond just guaranteeing the beautification of
the construction, also guaranteeing the protection of the substrate. In this way, bibliographic
researches were carried out regarding the paints and the main pathologies that can affect the coating,
to better understand the current situation in which the IFG - Campus Goiânia finds itself. Therefore,
this work was based on the method proposed by Lichtenstein (1986) to seek important information
about each identified pathology, make a diagnosis and propose intervention measures. When
developing the present study, it was possible to notice that most of the problems found in the paintings
were caused by the action of water and the lack of adequate surface preparation.
UV Radiação Ultravioleta
°C Graus Celsius
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 14
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 16
2.1 BREVE HISTÓRICO DA PINTURA .................................................................... 16
2.2 TINTAS ................................................................................................................. 18
2.2.1 Composição das tintas .......................................................................................... 18
2.2.2 Características das tintas ..................................................................................... 21
2.2.3 Principais tipos de tintas ...................................................................................... 22
2.2.3.1 Tinta látex acrílica ................................................................................................. 22
2.2.3.2 Tinta texturizada acrílica ....................................................................................... 23
2.2.3.3 Tinta látex vinílica.................................................................................................. 24
2.2.3.4 Esmalte sintético alquídico ..................................................................................... 24
2.2.3.5 Tinta a óleo ............................................................................................................ 25
2.2.3.6 Tinta à base de silicone .......................................................................................... 25
2.2.3.7 Cal hidratada para pintura .................................................................................... 26
2.2.3.8 Verniz sintético alquídico ....................................................................................... 26
2.3 TECNOLOGIAS DE APLICAÇÃO DAS TINTAS ............................................... 27
2.3.1 Propriedades das superfícies ................................................................................ 27
2.3.2 Preparação de superfícies a serem pintadas ........................................................ 28
2.3.3 Condições ambientais para aplicação das tintas ................................................. 30
2.3.4 Execução da pintura ............................................................................................. 30
2.4 PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL E SUAS GENERALIDADES ............. 32
2.4.1 Vida útil ................................................................................................................ 32
2.4.2 Durabilidade ......................................................................................................... 32
2.4.3 Desempenho .......................................................................................................... 33
2.4.4 Manutenção .......................................................................................................... 33
2.4.5 Inspeção ................................................................................................................ 33
2.4.6 Origens das manifestações patológicas ................................................................ 34
2.4.7 Causas das manifestações patológicas ................................................................. 35
2.4.8 Principais manifestações patológicas nas pinturas.............................................. 36
2.4.8.1 Bolhas .................................................................................................................... 36
2.4.8.2 Descascamento ou destacamento ............................................................................ 36
2.4.8.3 Fissuras ................................................................................................................. 37
2.4.8.4 Eflorescência.......................................................................................................... 38
2.4.8.5 Enrugamento .......................................................................................................... 39
2.4.8.6 Saponificação......................................................................................................... 39
2.4.8.7 Descoloração ou desbotamento .............................................................................. 40
2.4.8.8 Mofo, bolor ou fungos ............................................................................................ 41
2.4.8.9 Manchas amareladas ............................................................................................. 41
2.4.8.10 Desagregação da pintura ....................................................................................... 42
2.5 MÉTODO DE LICHTENSTEIN ............................................................................ 43
2.5.1 Levantamento de subsídios .................................................................................. 43
2.5.2 Diagnóstico ........................................................................................................... 43
2.5.3 Definição de conduta ............................................................................................ 43
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 46
3.1 OBJETO DE ESTUDO .......................................................................................... 46
3.2 PROCEDIMENTO REALIZADO .......................................................................... 47
4 RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS ........................................................... 50
4.1 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NA PINTURA IDENTIFICADAS NO
CAMPUS ............................................................................................................................ 50
4.1.1 Fissuras ................................................................................................................. 50
4.1.2 Descascamento da pintura ................................................................................... 55
4.1.3 Bolhas na pintura ................................................................................................. 61
4.1.4 Mofo, bolor ou fungos .......................................................................................... 65
4.1.5 Desagregação da pintura ...................................................................................... 69
4.1.6 Enrugamento da pintura ...................................................................................... 72
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 75
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
baseavam-se em técnicas simples no preparo das cores com o auxílio dos próprios dedos,
manuseando materiais tais como óxidos de ferro naturais, ocre vermelho, cal, carvão e terra
verde para extrair o pigmento.
Com o surgimento de novas civilizações e dos avanços nas áreas de conhecimento
técnico, a pintura desenvolveu-se trazendo consigo novas concepções e métodos de trabalho,
tornando seus resultados bastante significativos no desenrolar de sua história.
Os egípcios faziam o uso da pintura para efeitos estéticos e decorativos, sendo
pioneiros no desenvolvimento de pigmentos sintéticos, resultado do conjunto de materiais
como óxido de cálcio, alumina, sílica, resíduos de soda e óxidos de cobre. Para o
processamento de todos esses pigmentos os egípcios usavam como ligantes componentes
como a goma arábica, clara e gema de ovos, gelatina e cera de abelha. Além disso, também
contribuíram para o surgimento de um pigmento orgânico formado pela mistura de uma planta
da própria região e gesso natural (FAZENDA, 2009).
Gonzaga (2011) ressalta que no Período Clássico os gregos e os romanos
utilizavam-se de materiais similares aos dos egípcios na confecção de pigmentos e ligantes,
porém acabaram por desenvolver, através de seus conhecimentos, outros tipos de pigmentos
acrescentando novos materiais como o chumbo branco, zarcão, óxido amarelo de chumbo,
verdete e ossos escuros. Nesta época, também era comum a utilização de pigmentos orgânicos
a base de plantas, argila e mel e a aplicação de piche nos navios com o propósito de vedar
(FAZENDA, 2009).
Segundo Polito (2006) as civilizações que surgiram no Oriente também trouxeram
novidades acerca da pintura, porém assim como os outros povos já citados, o foco ainda era
voltado aos efeitos estéticos e decorativos, secundarizando os aspectos relativos à proteção.
Os japoneses e chineses desenvolveram suas cores utilizando-se da azurita, carbonato básico
de cobre, malaquita, zarcão, azul ultramarino, entre outros pigmentos adquiridos através de
plantas da própria região (GONZAGA, 2011 apud ABRAFATI, 2005).
As pinturas passaram a apresentar uma excelente durabilidade a partir das técnicas
desenvolvidas pelos índios americanos, que extraiam o pigmento preto, oriundo do carvão
vegetal, para aplicarem em suas canoas. Para a pintura corporal utilizavam-se de uma outra
qualidade de carvão. A cor branca era obtida por meio da diatomita, elemento encontrado no
fundo de lagos ou em ossos de animais silvestres. Os ligantes utilizados por esses povos eram
provenientes de ovos de salmão e óleos de peixes (FAZENDA, 2009).
Segundo Fazenda (2009), muitas informações a respeito de tintas e vernizes foram
encontradas em manuscritos confeccionados durante a Europa Medieval, onde os autores
18
sugeriam a utilização de óleos para vernizes, uso de cera e cola como ligante para
revestimentos, e a preparação de um verniz óleo-resinoso. Posteriormente, vários artistas
renascentistas começaram a fabricar suas próprias tintas e a registrarem a forma de preparação
das mesmas em manuscritos.
Foi durante a Revolução Industrial que a pintura registrou seu maior
desenvolvimento. Nessa fase, surgiram as primeiras descrições técnicas da indústria de tintas
e vernizes, sendo o copal e âmbar as resinas mais utilizadas. As primeiras indústrias nesse
ramo foram fundadas na Inglaterra, França, Alemanha e Áustria (FAZENDA, 2009).
De acordo com Polito (2006), o Século XX tornou-se o marco no
desenvolvimento da indústria das tintas, com o surgimento de novos conhecimentos e
tecnologias que contribuíram significativamente para melhor eficiência dos produtos a serem
fabricados. Essas tecnologias garantiram uma tinta com melhor durabilidade e com diversos
tipos de pigmentos. Aos aspectos decorativos foram agregados à pintura os de proteção e
conservação.
2.2 TINTAS
1
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Pigmento>. Acesso em 08 de setembro de 2020.
21
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑖𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑃𝑉𝐶 = × 100 (01)
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑖𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜
A tinta látex vinílica, também conhecida como tinta PVA (acetato de polivinila), é
formulada à base de água e de dispersão de polímeros vinilícos e contém pigmentos como o
dióxido de titânio, cargas e aditivos. Recomenda-se a aplicação dessa tinta sobre superfícies
internas e externas de alvenarias à base de cimento, cal, concreto, bloco de concreto, gesso,
cimento amianto e cerâmica não vitrificada (UEMOTO, 2002).
Seu acabamento pode ter um aspecto fosco aveludado ou semibrilho e suas
principais características são:
Produto isento de solventes orgânicos, apresentando baixa toxicidade;
Fácil aplicação e secagem rápida;
Menor durabilidade, apresentando uma menor resistência de aderência e menor
resistência à umidade quando comparadas às tintas acrílicas;
Apresentam películas porosas e permeáveis;
Possui uma vida útil de aproximadamente 3 anos em ambientes de baixa
agressividade.
Anghinetti (2012) complementa que a tinta PVA possui um ótimo acabamento e
desempenho em repinturas, bem como um grande rendimento.
Possui vida útil superior a 5 anos para acabamento brilhoso ou acetinado, e inferior a
5 anos para acabamento fosco em ambientes de baixa agressividade.
porosidade, antes da aplicação da tinta, deve-se promover sua lavagem com água e
detergente neutro, aguardando sua devida secagem;
Em casos nos quais as superfícies das alvenarias não se encontrem em bom
estado, apresentando manifestações patológicas, recomenda-se para correção do substrato os
seguintes procedimentos:
Superfícies que apresentem imperfeições: deverão ser totalmente lixadas e, em
seguida, limpas com a remoção de todo o pó acumulado. Por fim, deve ser
processada a correção com massa niveladora;
Superfícies que apresentem mofo: a limpeza deve ser efetuada com a utilização de
água e água sanitária, aguardando-se, no mínimo, seis horas após sua limpeza. Por
fim enxaguar e esperar sua secagem;
Superfícies que apresentem brilho: devem ser lixadas e, em seguida, com auxílio de
um pano umedecido, efetuada a limpeza com a remoção de todo o pó acumulado.
Deve-se aguardar a sua completa secagem;
Superfícies que apresentem sinais de gordura ou graxa: inicialmente, deve-se efetuar
a limpeza utilizando-se água e detergente neutro. Após a sua realização, deve-se
enxaguar e esperar secar;
Superfícies que apresentem problemas de umidade: primeiramente deve-se
identificar a origem do problema e, posteriormente, tratar de maneira adequada.
Recomenda-se a ajuda de um profissional da área.
Para a preparação de superfícies de madeira, a norma NBR 13.245 (ABNT, 2011)
recomenda que a superfície esteja totalmente limpa e seca para que se inicie o processo. Em
seguida, deve-se lixar toda a madeira com o objetivo de retirar todas as farpas. Com auxílio de
um pano umedecido com solvente deve ser efetuada a limpeza, com a remoção de todo o pó.
Por fim, deve ser feito um tratamento químico adequado, caso a madeira esteja velha. Em
superfícies que apresentem algum acabamento deve-se lixar ou aplicar removedor de pintura,
limpando-se a superfície com um pano umedecido com solvente.
Para o tratamento adequado de superfícies metálicas, sem acabamento, a Norma
NBR 13.245 recomenda que toda a superfície seja lixada. Em caso de oxidação, deve-se lixar
a ponto de removê-la e, em seguida, efetuar a limpeza removendo-se todo o pó com auxílio de
um pano umedecido com solvente. Em situações nas quais a superfície seja composta por um
metal ferroso, deve-se aplicar um fundo anticorrosivo.
As superfícies metálicas com acabamento deverão ser lixadas, até que todo o
30
sólida no recipiente original. Em seguida, misturá-las, com auxílio de uma espátula, com
movimentos de baixo para cima. Por fim, retornar a composição líquida para o recipiente
original e continuar agitando até ficarem totalmente homogeneizadas, conforme a Figura 05
(UEMOTO,2002).
Figura 05 – Homogeneização da tinta
superfícies mais rugosas recomenda-se que o rolo deva ser passado em várias
direções, fazendo com que, dessa forma, a tinta penetre através das irregularidades.
A partir da análise da norma NBR 15575-1 (ABNT, 2013) deve-se entender que
‘Vida útil’ é o prazo no qual uma construção e/ou os seus sistemas são projetados atendendo as
suas funcionalidades, levando-se em consideração a periodicidade e as manutenções efetuadas
de forma correta e de acordo com as especificações contidas no Manual de Uso, Operação e
Manutenção. Destaca-se que o prazo de garantia legal e certificada não é o mesmo que vida
útil.
Diante do exposto, deve-se considerar que todos os cuidados voltados à
construção de uma edificação devem ser observados, criteriosa e detalhadamente, para que a
vida útil e o desempenho da construção não sejam prejudicados, sendo mais eficiente e menos
onerosa a intervenção quando localizadas anomalias em sua fase inicial. (TUTIKIAN;
PACHECO, 2013).
Tal fato está diretamente ligado à manutenção preventiva periódica que é
fornecida na edificação e, consequentemente, prorrogando a vida útil da estrutura. Segundo a
ABNT NBR 5674:2012 a manutenção periódica torna-se essencial para a funcionalidade da
edificação em termos de conservação ou recuperação, contribuindo para que sejam
preservadas a estrutura física e a segurança dos usuários.
2.4.2 Durabilidade
2.4.3 Desempenho
2.4.4 Manutenção
2.4.5 Inspeção
RIPPER, 2009).
Execução
28%
Para Lichtenstein (1986), são inúmeras as causas que podem afetar, de forma
negativa, os elementos de uma edificação. Em geral são provocadas não só por um agente
agressivo, mas também pela ação de um conjunto de agentes aos quais o edifício não é capaz
de se adaptar e, como consequência, poderá ocorrer a perda de seu desempenho.
O autor ainda explicita que as causas devido ao ataque de agentes físicos,
biológicos e químicos são responsáveis por provocarem alterações nos materiais de uma
construção, sendo classificadas como causas eficientes. Por outro lado, as causas classificadas
como predisponentes são referentes à falta de conservação e manutenção, bem como pela
idade do edifício.
Como causas químicas, entendem-se as patologias ocasionadas devido às ações da
água no substrato, gases e chuvas ácidas; como causas biológicas aquelas ocasionadas devido
às ações de fungos, bactérias, insetos e vegetação. As causas mecânicas, por sua vez, são as
ocasionadas por choques e impactos, assim como por acidentes imprevisíveis tais como
explosões, abalos sísmicos e inundações. Por fim, as causas físicas, cujas patologias estão
relacionadas à elevação de temperatura, ventos e exposição a raios solares, provocando
desgastes superficiais e fissuras no revestimento (SOUZA; RIPPER, 2009).
36
2.4.8.1 Bolhas
2.4.8.3 Fissuras
As fissuras na pintura (Figura 09) são patologias que, se não solucionadas, podem
levar ao desenvolvimento de outras anomalias, uma vez que permitem a penetração de água e
de outros agentes agressivos no interior do revestimento, ocasionando bolhas,
descascamentos, manchas e diminuindo a sua durabilidade. Essas fissuras podem ser causadas
devido ao excesso de cimento no traço da argamassa, movimentações, retração da argamassa,
secagem rápida da argamassa e, até mesmo, por excesso de desempenamento. (CUNHA,
2011).
Segundo Neto (2007), as fissuras podem se manifestar em formatos geométricos,
mapeados, horizontais, verticais ou inclinadas. O autor ainda complementa que as fissuras na
38
pintura se devem à execução de uma camada de reboco muito grossa ou quando a argamassa
não teve tempo o suficiente na hidratação da cal.
Figura 09 – Fissuras no revestimento de pintura
2.4.8.4 Eflorescência
2.4.8.5 Enrugamento
2.4.8.6 Saponificação
2
Disponível em: < https://guideengenharia.com.br/problemas-de-pintura-na-construcao-civil/>. Acesso em 23 de
setembro de 2020.
40
3
Disponível em: < http://www.ebenezerpinturas.com.br/duvidas/04---defeito-de-manchas-escurecidas-
provenientes-do-mofo.html>. Acesso em 24 de setembro de 2020.
42
Segundo Neto (2007), conforme citado por TINTAS SUVINIL (2005) e TINTAS
EUCATEX (2005), tal manifestação patológica é ocasionada devido à aplicação da tinta em
substratos fracos, ou que não tiveram sua cura realizada de forma adequada. Como
consequência, haverá o destacamento da pintura (Figura 16) que se esfarela da superfície em
que foi executada, juntamente com partes do reboco. O autor recomenda a aplicação da
pintura 30 dias após a execução do substrato, tempo o suficiente para a cura do reboco.
Figura 16 – Desagregação da pintura
4
Disponível em: <http://www.argalit.com.br/dicas-e-macetes/13/como-tratar-o-amarelamento-em-paredes-e-
teto/>. Acesso em 24 de setembro de 2020.
43
A partir dessas observações e registros, ainda nesta fase, deve ser feita a
anamnese, que consiste na busca de informações sobre a história da edificação, através da
análise de documentos, tais como projetos e relatórios.
2.5.2 Diagnóstico
3 METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi adotado o método proposto por Lichtenstein
(1986), dessa maneira, o trabalho foi dividido em três etapas: levantamento de subsídios,
diagnóstico e definição de conduta.
A primeira etapa do trabalho consistiu no levantamento de subsídios e busca de
informações a respeito do edifício. Para sua realização, primeiramente, foram efetuadas
visitas técnicas ao IFG – Campus Goiânia nos meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021,
sendo a inspeção visual o elemento fundamental para a identificação das patologias na pintura
existentes na área de estudo. Por meio da inspeção visual foram realizados registros
fotográficos dessas patologias. Ainda nesta etapa, recorreu-se a Gerência de Apoio
Administrativo e Manutenção (GAAM) do IFG – Campus Goiânia com o propósito de buscar
informações a respeito da história da edificação, além de projetos complementares como
auxílio ao desenvolvimento deste trabalho.
48
Durante as visitas técnicas foram utilizadas fichas de vistoria (Figura 20), como
instrumento auxiliar de registro, objetivando a organização; a identificação das áreas
vistoriadas e a coleta de informações consideradas relevantes para a consecução do presente
estudo.
Figura 20 – Ficha de vistoria
Ficha de vistoria
Data:
Nome da edificação:
Numeração do bloco em estudo:
Manifestação patológica identificada:
Numeração da fotografia:
Causas prováveis da manifestação patológica identificada:
Observações:
4.1.1 Fissuras
38 a 42).
Figura 38 – Bolhas na pintura no bloco 300 (pavimento inferior)
Foi observado no bloco 200 sinais de enrugamento (Figura 54), cuja causa
provável, pode ter sido ocasionada devido à aplicação da tinta em um substrato que, naquele
momento, apresentava uma temperatura elevada. Outras possibilidades que poderiam
justificar tais ocorrências seriam a aplicação excessiva de tinta na superfície, ou aplicação da
segunda demão de tinta com a primeira ainda úmida, resultando em uma camada bastante
espessa, podendo ter sua origem ainda na fase de execução.
Figura 54 – Enrugamento da pintura no bloco 200 (pavimento inferior)
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARASEK, H. Patologia das argamassas de revestimento. In: Isaia, G.C. (Org.). Materiais
de Construção e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo: IBRACON,
2007, v. 1, p. 1-11.
FAZENDA, J. M. R. Tintas: ciência e tecnologia. 4. ed. São Paulo: Blucher; 2009. 1124p.
GOIÁS. Decreto nº 4.943, de 31 de agosto de 1998. Dispõe sobre o tombamento dos bens
móveis e imóveis que especifica. Gabinete Civil da Governadoria. Superintendência de
Legislação. Disponível em: <legisla.casacivil.go.gov.br> decreto-4943. Acesso em: 08 de set.
2020.
ISO 4618:2006, Paints and varnishes –Terms and definitions. ISO, first edition, October
2006.
NETO, Jerônimo; FULVIO, Lauria; MONTEIRO, Rosa Maria; MUNIZ, Maria Virgínia;
ROSSI, Sonia; SAKAI, Laerte. A Pintura na manutenção de edifícios. XII COBREAP,
2003.
UEMOTO, Kai Loh. Projeto, execução e inspeção de pinturas. São Paulo: O Nome da Rosa
Editora,1ª ed, 2002.