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APARECIDA DE GOIÂNIA
2018
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS
CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
APARECIDA DE GOIÂNIA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CDD 627.5
Catalogação na publicação:
Thalita Franco dos Santos Dutra – CRB 1/2186
RESUMO
Controlar erosões tem se tornado um grande desafio para centros urbanos em todo o mundo.
Em Aparecida de Goiânia não é diferente, pois possui diversos córregos no meio urbano.
Próximos a eles, há a necessidade de proteger o solo contra processos erosivos. Existem
diversos fatores que desencadeiam o processo erosivo e, perante esses fatores, a Engenharia
Civil possui soluções técnicas para construções de obras que buscam mitigar esse problema.
Dessa forma, a pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de caso de um processo
erosivo situado em Aparecida de Goiânia, nas proximidades do Córrego do Açude e sugerir
duas soluções técnicas para o caso. Uma das soluções propõe a remoção das casas próximas à
erosão e a outra proposta considera manter as casas e fazer a recuperação da área degradada.
As propostas são comparadas tecnicamente, levando em consideração os principais
quantitativos de material e serviços de cada uma. Os resultados da pesquisa englobam o
desenvolvimento de projeto de contenção em gabião e colchão Reno, considerando as duas
soluções por meio de cortes transversais ao córrego em relação aos lotes das residências, corte
longitudinal ao leito do córrego e comparação técnica das propostas. Além disso, a pesquisa
realiza análises de estabilidade de talude e de contenção. Os fatores de segurança obtidos
nessas análises foram satisfatórios. Em casos de obtenção de altos fatores de segurança,
sugere-se a possibilidade de realizar um redimensionamento para se obter uma estrutura mais
econômica, sem comprometer a segurança da estrutura.
Controlling erosion has become a big challenge for urban centers around the world. In
Aparecida de Goiânia it is no different because it has several streams in the urban area. Thus,
there is a need to protect soil near the streams to prevent erosive processes. Several factors
can trigger the erosive process and Civil Engineering has technical solutions to solve these
problems. This research presents a case study of an erosive process located in Aparecida de
Goiânia, near the Córrego do Açude and suggests two technical solutions for the case. The
first solution proposes removing the houses close to the erosion and the other proposal
considers keeping the houses in order to make the recovery of the degraded area. The
proposals are compared technically considering the main quantitative material and services of
each one. The research’s results include the development of a containment project in gabion
and Reno, mattress considering two solutions by transversal cuts to the creek in relation to the
lots of the residences, longitudinal cut to the oil of the creek and the technical version of the
proposals. In addition, a survey performs slope stability and containment analyzes. The safety
factors obtained in these analyzes have been satisfactory. In cases of obtaining high- security
factors, it is suggested a possibility of resizing to obtain a more economical structure without
compromising a security of the structure.
Tabela 1: Parâmetros do solo. Setor Sítios Santa Luzia. Aparecida de Goiânia - GO. ............ 43
Tabela 2: Principais serviços referentes à Solução 1. ............................................................... 48
Tabela 3: Principais serviços referentes à Solução 2. ............................................................... 50
Tabela 4: Fator de segurança, referente ao Corte 10 em cada solução. .................................... 53
Tabela 5: Resultados do fator de segurança obtidos da análise de estabilidade em relação à
translação e rotação................................................................................................................... 54
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8
1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 9
1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 10
2. OBJETIVO......................................................................................................................... 11
2.1. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 11
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................... 11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 12
3.1. ASPECTOS GERAIS ..................................................................................................... 12
3.2. PROCESSOS EROSIVOS.............................................................................................. 12
3.2.1. Processos Erosivos de Origem Hídrica ........................................................................ 13
3.2.2. Fatores que influenciam o processo erosivo ................................................................ 14
3.2.2.1. Ocupação................................................................................................................... 15
3.2.2.2. Cobertura vegetal ...................................................................................................... 15
3.2.2.3. Chuva ........................................................................................................................ 16
3.2.2.4. Escoamento superficial ............................................................................................. 17
3.2.2.5. Características do solo .............................................................................................. 18
3.3. LEGISLAÇÃO................................................................................................................ 19
3.4. CADASTRO ................................................................................................................... 20
3.5. CONTROLE DE EROSÕES URBANAS ...................................................................... 22
3.5.1. Formas de controle....................................................................................................... 22
3.5.2. Ações e obras usuais .................................................................................................... 23
3.5.2.1. Detenção de Águas à Montante ................................................................................ 23
3.5.2.2. Obras de microdrenagem e pavimentação ................................................................ 24
3.5.2.3. Obras de macrodrenagem.......................................................................................... 24
3.5.2.4. Drenos ....................................................................................................................... 25
3.5.2.5. Dissipadores de Energia............................................................................................ 25
3.5.2.6. Estabilizadores de Talvegue...................................................................................... 25
3.5.2.7. Estabilização de Taludes ........................................................................................... 25
3.5.2.8. Reaterro de erosões ................................................................................................... 26
3.5.3. Utilização de geossintéticos no controle de erosão ...................................................... 26
3.5.4. Ensaios utilizados nos controles de erosão .................................................................. 27
3.5.4.1. Ensaio de desagregação ............................................................................................ 27
3.5.4.2. Ensaio de Crumb Test ............................................................................................... 27
3.5.4.3. Ensaio de Inderbitzen................................................................................................ 28
3.5.4.4. Ensaio de Furo de Agulha ......................................................................................... 28
3.6. CONTRIBUIÇÃO DA MECÂNICA DOS SOLOS NA AVALIAÇÃO DE
PROCESSOS DEFLAGRADORES DE EROSÃO ................................................................. 28
3.7. HISTÓRICO DE EROSÃO EM APARECIDA DE GOIÂNIA..................................... 29
3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A REVISÃO DE LITERATURA ..................... 32
4. METODOLOGIA .............................................................................................................. 33
4.1. RECONHECIMENTO DO LOCAL .............................................................................. 34
4.1.1. Localização .................................................................................................................. 34
4.1.2. Problemática................................................................................................................. 36
4.1.3. Levantamento topográfico ........................................................................................... 37
4.1.4. Tipo de solo.................................................................................................................. 38
4.2. IDENTIFICAÇÃO DAS PROVÁVEIS CAUSAS DO PROCESSO EROSIVO .......... 38
4.3. SOLUÇÕES PRATICÁVEIS ......................................................................................... 39
4.4. PROGRAMAS COMPUTACIONAIS UTILIZADOS .................................................. 39
4.5. ANÁLISES TÉCNICAS................................................................................................. 39
4.5.1. Estabilidade de Talude ................................................................................................. 40
4.5.2. Estabilidade de Contenção ........................................................................................... 40
4.5.3. Estabilidade de Erosão ................................................................................................. 40
5. RESULTADOS.................................................................................................................. 42
5.1. TIPO DE SOLO .............................................................................................................. 42
5.2. IDENTIFICAÇÃO DAS PROVÁVEIS CAUSAS DO PROCESSO EROSIVO .......... 43
5.3. PROPOSTAS .................................................................................................................. 44
5.3.1. Solução 1 e suas particularidades................................................................................. 48
5.3.2. Solução 2 e suas particularidades................................................................................. 49
5.3.3. Demais possibilidades.................................................................................................. 51
5.4. OUTRAS ANÁLISES .................................................................................................... 51
5.4.1. Estabilidade de Talude ................................................................................................. 51
5.4.2. Estabilidade de Contenção ........................................................................................... 53
5.4.3. Estabilidade de Erosão ................................................................................................. 55
5.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS RESULTADOS........................................... 55
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 56
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 58
APÊNDICES – PROJETOS ..................................................................................................... 62
ANEXO A – SONDAGEM DE RECONHECIMENTO ......................................................... 70
ANEXO B – LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO (MACEDO, 2017)..................... 72
ANEXO C – PROJETO DE LOTEAMENTO DO SETOR SÍTIOS SANTA LUZIA –
APARECIDA DE GOIÂNIA ................................................................................................... 74
1. INTRODUÇÃO
O enfrentamento do problema erosão tem sido cada vez mais necessário em centros urbanos
brasileiros. A sociedade tem diversos reveses relacionados às erosões, não apenas em meio
urbano, como rural e natural. No campo, quando estragos não são perceptíveis, o processo
erosivo pode comprometer a fertilidade do solo. Na mata, ela pode impulsionar a
desertificação e o assoreamento dos rios e lagos. Nas cidades, além de colocar em risco as
vidas de pessoas, expondo moradias e bens particulares à ruína, sujeita também a destruição
de patrimônio público, como pavimentação, pontes e barragens (GONZÁLEZ et al., 2006). É
preciso ponderar que erosões ocorrem num processo natural de estabilização do solo, porém,
dentro da cidade, representam um desequilíbrio antrópico de alteração do meio nativo para o
urbano, além de expor deficiências de planejamento (FÁCIO, 1991). Esse desequilíbrio,
aliado à exploração de recursos naturais, leva a degradações no meio ambiente que aceleram
erosões e alteram o ciclo hidrológico, afetando a população em termos econômicos, sociais e
ambientais (ROTTA, 2012).
A cidade de Aparecida de Goiânia, no estado Goiás, como tantas outras cidades no Brasil,
cresceu de forma desordenada e sem um planejamento urbano adequado (MELO, 2002), o
que pode ter influenciado na manifestação de problemas relacionados à infraestrutura, como
erosão.
8
geológico-geotécnico da região. A partir disso, é possível definir medidas preventivas e
corretivas, levando em consideração o custo e a viabilidade da solução (SALES et al., 2006).
1.1. JUSTIFICATIVA
A relevância deste trabalho passa por aspectos importantes como o aprofundamento das
técnicas e métodos de recuperação e controle de erosões disponíveis na Engenharia Civil, até
aspectos urgentes, como a preservação da vida das pessoas, do meio ambiente, a
sustentabilidade financeira do local (uso do solo para fins agrícolas, urbano residencial,
9
comercial e industrial), perdas de patrimônio público e privado, conservação da água e
alterações no ciclo hidrológico.
Erosão urbana compõe temas comumente debatidos pelas comissões ambientais, agentes
públicos, urbanistas, engenheiros, geólogos, e pela comunidade em geral. Ainda assim, dados
acessíveis que comprovem ou não a eficiência, sustentabilidade e a viabilidade técnico-
econômica de uma solução frente a outras não são tão conhecidos e discutidos. Outrossim,
este trabalho busca esclarecer e disponibilizar informações suficientemente necessárias a
quaisquer interessados pelo assunto.
10
2. OBJETIVO
11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Antes de apresentar definições sobre a erosão propriamente dita, vale destacar dois termos
muito utilizados ao se tratar de processos erosivos: erosividade e erodibilidade. A definição e
diferenciação desses dois termos é fundamental para compreensão de qualquer literatura sobre
o tema. A erosividade é característica dos agentes erosivos em possuir capacidade de erodir o
solo. A erodibilidade é a característica do solo como potencial de ser erodido. Dessa maneira,
a erosividade está relacionada ao fator ativo, como, por exemplo, capacidade da chuva em
causar erosão hídrica, enquanto a erodibilidade se relaciona com o fator passivo, como a
vulnerabilidade ou suscetibilidade de um solo a erosão (JACINTHO et al., 2006).
Erosão hídrica, que é a mais frequente em Aparecida de Goiânia, possui diferentes tipos, que
Silva (2016) classifica da seguinte maneira: erosão pluvial, como o próprio nome diz, é aquela
decorrente das chuvas; erosão laminar é aquela em que a água não infiltra, escoa por igual na
superfície; erosão linear forma canais ou sulcos, que evoluem para ravinas, e estas para
voçorocas - a ravina passa a ser chamada de voçoroca quando atinge o lençol freático,
definindo o estágio mais avançado; erosão interna ou piping caracteriza-se pela percolação da
água que remove partículas, deixando vários túbulos que sujeitam a s uperfície a ceder. A
erosão interna, segundo Fendrich et al. (1997), pode estar relacionada à diferença de
permeabilidade entre camadas, que gera uma superfície potencial de ruptura, e leva às
chamadas subsidências quando uma camada cede.
Entre estes processos de erosão hídrica, destaca-se a erosão pluvial, que depende de agentes
externos, como erosividade da chuva, capacidade de infiltração, de escoamento superficial,
comprimento e inclinação da encosta; e de agentes internos: desagregabilidade, gradiente
crítico e erodibilidade. O progresso da erosão depende de fatores tais como características
geológicas e geomorfológicas do local, presença de trincas de origem tectônica e evolução
físico-química e mineralógica do solo (LIMA, 2003; CAMAPUM DE CARVALHO et al.,
2002; CAMAPUM DE CARVALHO, 2005).
13
pela lixiviação e carreamento de elementos químicos e partículas de solo (CAMAPUM DE
CARVALHO et al., 2006).
Segundo Guidicini e Nieble (1984), a erosão intensa, denominada voçoroca, é resultado das
profundas modificações da condição de equilíbrio natural induzidas pela ação do homem em
algumas regiões. Originam-se pelo arraste de partículas ao longo das linhas de drenagem
superficial, inicialmente, entalhando as ravinas. Num processo de piping, o lençol freático
eclode nas paredes laterais, diminuindo a resistência destas. Silva (2016) ressalta uma
consequência que pode ser muito prejudicial: o solo que se movime nta na erosão se deposita
nas vertentes, causando problemas com armazenamento de água.
A erosão dos solos pode ter várias origens e geralmente está relacionada a um conjunto de
elementos causais associados. Assim, compreender o mecanismo de desencadeamento e de
evolução dos processos erosivos exige o conhecimento de muitas variáveis e uma visão
sistêmica do fenômeno. Segundo Jacintho et al. (2006), os dois elementos centrais
responsáveis pelo desencadeamento do processo erosivo é o elemento ativo - erosividade da
água - e o elemento passivo - erodibilidade do solo - complementados por outros fatores
moduladores que facilitam o processo. Esses fatores fazem parte do equilíbrio do sistema,
como o clima e o regime de precipitação, o grau e o tipo de intervenção no meio ambiente, o
tipo de cobertura do solo, a taxa de impermeabilização, o tipo de solo, a geomorfologia, a
geologia, a posição do lençol freático e a qualidade da água. Assim, com o uso do solo e
alteração de um ou mais fatores, surge, como consequência, o desequilíbrio dos demais
fatores.
14
3.2.2.1. Ocupação
A urbanização pode ser relacionada com o surgimento de novos processos erosivos, tendo em
vista que a criação de cidades remove a vegetação natural, substituindo-a por construções e
pavimentações de superfície impermeabilizada. Isso provoca uma intervenção na forma de
escoamento superficial e altera o balanço hídrico do solo do local. Dessa maneira, o meio que
se encontrava em equilíbrio dinâmico de fluxo de água passa por um redirecionamento desse
fluxo, o que propicia o desencadeamento de erosões nas proximidades. Qua lquer interferência
no meio natural deve garantir a nova estabilidade do balanço hídrico.
15
aspecto mecânico com a estruturação do solo para cada tipo de raiz, e, no aspecto hidráulico, a
raiz desvia e reduz a intensidade de infiltração efetiva e aumenta a poropressão.
3.2.2.3. Chuva
O mecanismo de erosão do solo como consequência da precipitação pode ser dividido nas
seguintes fases, conforme Camapum de Carvalho et al. (2006):
16
· Desprendimento devido ao fluxo superficial – aumenta inicialmente, passando a
diminuir em seguida, com a redução da capacidade de transporte de sedimento;
Segundo Camapum de Carvalho et al. (2006), o escoamento superficial não se inicia com a
precipitação, pois depende da capacidade de infiltração do solo. Até atingir o grau de
saturação do solo, parte da água da chuva vai infiltrar e parte vai escoar. Isso pode variar
conforme a flora, fauna, nível de intemperismo, porosidade, grau de saturação do solo, entre
outros.
O fluxo de água atua de forma ativa no início do proce sso erosivo urbano, pois causa o
desprendimento das partículas de solo. Camapum de Carvalho et al. (2006) ressaltam que as
partículas de argila presentes no solo, quando não são carreadas pelo fluxo superficial, podem
atuar selando a superfície do terreno e dificultando a infiltração. Isso tem como consequênc ia
o aumento do escoamento superficial, fazendo com que influencie indiretamente no processo
erosivo. Além disso, pode contribuir com o aumento da rugosidade superficial, causando uma
maior turbulência do fluxo no contato solo-água, facilitando o arrancamento de partículas e
formação de filetes de água.
Escoamento pode causar degradação do solo devido relação de água na composição química
do solo, alterando sua composição e estruturação. Camapum de Carvalho et al. (2006)
afirmam que o fluxo de água interfere diretamente na deterioração e na perda de resistência do
solo, podendo contribuir para o mecanismo de instabilização dos taludes das ravinas e
voçorocas ao longo do tempo.
17
3.2.2.5. Características do solo
A erosão urbana também está relacionada com o solo da região. Cada tipo de solo possui um
potencial de erodibilidade e desagregação, além de suscetibilidade à degradação devido ao
intemperismo. O potencial de erodibilidade refere-se à probabilidade de ocorrência de erosão
no local. Segundo Bandeira (2010), a caracterização geológico-geotécnica do solo e a
erodibilidade se relacionam da seguinte forma: quanto menor a coesão do solo, maior a sua
erodibilidade. Dessa maneira, como ressalta Trilho (1999), os solos arenosos e os siltosos são
mais suscetíveis a processos erosivos.
Jacintho et al. (2006) observaram para os solos argilosos as seguintes características quanto a
suscetibilidade a erosões:
Mesmo que essas sejam definições gerais, naturalmente, muitos elementos estão em função de
outros e podem influenciar o comportamento do solo de maneira particular a cada caso.
18
3.3. LEGISLAÇÃO
Existem muitos dispositivos legais que tratam de erosão no Brasil, mas, à luz da legislação
ambiental, que abrange o fenômeno, não existe uma lei específica para tratar dele. Embora o
termo esteja claro em alguns trechos da legislação vigente, nem sempre é expresso com todas
as! letras.! Há! vezes! em! que! está! subentendido! em! expressões! genéricas! como! “degradação!
ambiental”! e! “dano! ao! meio! ambiente”,! ou! também! quando! se! refere! às! suas! decorrências!
diretas como assoreamento, desertificação, contaminação e voçoroca (CAMAPUM DE
CARVALHO & MELO, 2006).
Devido ao grande volume mapeado de problemas oriundos da erosão, é nítido que o Estado é
incapaz de atender à legislação ambiental com pulso firme. E se começasse a tentar, não seria
fácil em curto prazo, pois é necessária uma intensa campanha educativa desde o berço para
conscientizar as futuras gerações (CAMAPUM DE CARVALHO & MELO, 2006).
Nesse sentido, a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental
e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, é talvez a que mais se preste a isso, pois
o seu artigo 2º confere à educação ambiental um caráter nacional, e obriga que ela faça parte
conjuntamente de todos os níveis e modalidades do processo educativo, mesmo que e m
caráter não formal (BRASIL, 1999). Antes disso, em 1991, a Lei 8.171 já determinava que o
Poder Público deve prover os programas de educação ambiental destinados a todos (BRASIL,
1991).
Além de remover a vegetação nativa da zona rural que ameniza a erodibilidade, a crescente
mecanização da agricultura reduz cada dia mais a necessidade de mão de obra, levando a um
êxodo que incha desordenadamente as cidades e dificulta a sustentabilidade ambiental destas
e do entorno. Entre os principais problemas causados pelo aumento populacional desordenado
das áreas urbanas, os processos erosivos podem engolir habitações e obras de infraestrutura. E
é para evitar isso que são exigidos estudos preliminares e planejamento da ocupação do solo.
Tomando-se por base as consequências ambientais das erosões no meio urbano e no campo, a
Legislação Ambiental é essencial para a preservação sustentável do meio ambiente. A
Constituição Federal vigente no Brasil estabelece que a utilização adequada dos recursos
naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente é condição para cumprimento da
função social do imóvel rural (CAMAPUM DE CARVALHO & MELO, 2006).
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A legislação ambiental tem dois objetivos claros: evitar o dano e exigir a recuperação da área
degradada. O primeiro é a melhor prática de preservação ambiental, pois é mais barata e gera
menos impacto. Por isso se valoriza tanto o relatório de impacto ambiental que a Constituição
sabiamente previu em 1988. Em seu artigo 23, a Constituição discorre sobre a competência
comum da União, Estados e Municípios de proteger o meio ambiente e combater a poluição
em qualquer de suas formas. O artigo 24, estabelece que cabe à União e aos Estados legislar
concorrentemente, dentre outros, sobre a conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição, e sobre as
responsabilidades que recaem por dano ao meio ambiente e/ou paisagístico. Em suma, a
Constituição Federal confere a todo cidadão o direito ao meio ambiente como algo coletivo,
incorrendo sobre o Poder Público a garantia desse direito (BRASIL, 1988).
Nosso país tem uma Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) criada oficialmente por lei
para garantir a sustentabilidade ambiental sem desvincular a nação de um desenvolvimento
socioeconômico soberano, atendendo princípios como a recuperação de áreas degradadas e a
proteção de áreas ameaçadas de degradação. Sem deixar de lado os demais aspectos
relacionados à sustentabilidade ambiental, como fauna, flora, cultura e história, a PNMA
evidencia a preocupação dos legisladores com prevenção e controle de processos erosivos,
pois! o! solo! e! os! cursos! d’água! são! recursos! ambientais! indispensáveis! ao! equilíbrio!
sustentável do meio ambiente (BRASIL, 1981; CAMAPUM DE CARVALHO & MELO,
2006).
3.4. CADASTRO
Primeiramente, é importante entender o que é o cadastro de erosões. O propósito inicial do
cadastro, nos primórdios, era a taxação por meio do controle oficial dos bens imóveis
pertencentes a um determinado território (FERREIRA, 1993). Com o tempo, passou a conter
mais informações e com mais qualidade, como a introdução do registro geográfico das
parcelas que complementa os registros descritivos. Quando os mapas temáticos são
20
relacionados entre si, tornam- se ferramentas ideais para qualquer tipo de planejamento.
(LOCH, 1990).
Dados referentes à forma como um território é utilizado compõem o estudo das estratégias
que devam ser adotadas. Mas a sistematização deles deve compor um cadastro técnico capaz
de mapear a maior parte das características ocupacionais do espaço físico, avaliar a terra pelas
atividades humanas, reconhecendo o desenvolvimento industrial, as facilidades ou
dificuldades para a expansão da construção e a avaliação dos sistemas de transportes, visando
ao desenvolvimento econômico do homem (SOUZA et al., 2006).
Vale ressaltar como é feito o cadastro de erosões urbanas. O ponto onde a erosão se formou e
seu entorno é o primeiro a ser observado para caracterização dos locais mais afetados pelos
processos erosivos. A área de montante é determinada pela posição dessa erosão e do divisor
de águas. A área de jusante pode apresentar dados importantes quanto ao transporte e à
deposição dos sedimentos gerados pela erosão que constitui o registro do processo erosivo
(SOUZA et al., 2006).
Antes de se elaborar um relatório de diagnóstico, realiza-se uma reunião com a equipe técnica
do município. Os trabalhos de cadastramento têm início com esta reunião. Para a alimentação
do cadastro, utiliza-se, além das plantas fornecidas pela prefeitura, mapas topográficos,
fotografias aéreas, imagens de satélites, mapas temáticos (solos, geologia, geomorfologia, uso
do solo, dentre outros) disponíveis, GPS, trena, bússola, clinômetro, máquina fotográfica e
material normalmente usado para descrever perfis de solo (SOUZA et al., 2006).
Souza et al. (2006) elencam os principais dados que se busca para realizar o cadastramento de
erosões urbanas:
A partir dos principais dados citados anteriormente, são coletadas essas informações e deve
ser feita uma visita preliminar de reconhecimento às áreas urbanas afetadas. Então, o
planejamento das atividades de cadastramento decorrentes é feito com os mesmos.
Sabe-se que a erosão é um processo natural que tende a progredir continuamente após seu
início. O aumento da erosão depende da combinação dos condicionantes locais, naturais e
antrópicos. O controle desse processo é feito a partir de qualquer ação com o intuito de
prevenir, encerrar ou recuperar um processo erosivo de uma região. Isso pode ser feito, por
exemplo, com a construção de obras de Engenharia Civil, em busca de uma intervenção por
meio de solução técnica que interrompa o fator causador da problemática.
22
vegetação reduz o potencial de erodibilidade de uma área devido à proteção contra o efeito do
impacto das gotas de chuva e escoamento laminar superficial. O controle de águas pluviais
evita o surgimento de erosões à jusante da área em função do controle de energia de fluxo
concentrado de água superficial, reduzindo o potencial de erosividade da água da chuva
(SALES et al., 2006).
As medidas corretivas são ações que visam corrigir danos causados por uma erosão já
instalada ou interromper a evolução de uma erosão. Estas podem ser divididas em medidas de
estabilização e medidas de recuperação.
Para controlar uma erosão, é necessária a realização de um estudo básico das partes
envolvidas no processo com o intuito de identificar sua causa. Dessa maneira, o diagnóstico
de causas é fundamental para a escolha do método de solução ideal para a situação analisada.
Segundo Sales et al. (2006), a obra de engenharia voltada para o controle de erosão não tem
eficiência garantida se a causa do processo não for atacada.
O estudo da região pode ser feito tanto para a prevenção quanto para a correção de processos
erosivos. Em uma situação preventiva, o estudo busca avaliar agentes erosivos em potencial e
as características básicas do meio. Em uma situação de correção, o estudo é feito para
diagnosticar as causas da erosão.
A seguir, serão apresentadas algumas ações e obras frequentemente adotadas como forma de
controle de erosão, como: detenção de águas à montante, obras na microdrenagem e
pavimentação, obras de macrodrenagem, drenos, dissipadores de energia, estabilizadores de
talvegue, estabilizadores de talude, e reaterro de erosões.
O clima tropical e a distribuição das chuvas no Brasil contribuem para o surgimento de erosão
hídrica. Medidas voltadas para a detenção de águas à montante, como evitar a concentração
de água da chuva e evitar o fluxo diretamente no solo contribuem para a proteção do solo
contra processos erosivos. Dessa maneira, algo que pode ser feito é preservar a vegetação
nativa, o que contribui para uma infiltração natural de parte da água da chuva à montante,
diminuição do escoamento superficial para jusante e proteção do solo de maneira geral.
23
No entanto, a grande impermeabilização gerada por áreas urbanas não é compensada pela
preservação das áreas verdes. Assim, outra medida que contribui consideravelmente para a
prevenção de erosões é a criação de sistemas de infiltração. Segundo Sales et al. (2006), as
soluções mais empregadas para conduzir água até o lençol freático são estacas de infiltração,
poços de infiltração, valas ou trincheiras de infiltração, planos de infiltração e bacias de
infiltração. Como foi dito anteriormente, a infiltração de água no solo mantém o balanço
hídrico da área. Vale ressaltar que o nível do gradiente hidráulico deve ser controlado para
que não ultrapasse o valor do gradiente crítico, podendo resultar em erosão interna. A
infiltração deve ser feita a proporções mais naturais possíveis.
24
3.5.2.4. Drenos
Uma das ações mais importantes em obras de recuperação de erosões é a execução de drenos,
pois serão responsáveis por controlar os afloramentos do lençol freático. Normalmente, são
feitos com brita ou seixos rolados, e, em casos de volumes maiores de fluxo, são colocadas
tubulações dentro da brita. Os drenos devem possuir filtros de transição feitos com areias
graduadas ou geotêxteis, para evitar o transporte de sólido e garantir a funcionalidade do
dreno, estendendo sua vida útil (SALES et al., 2006).
O aprofundamento de ravinas e voçorocas cria desníveis cada vez maiores, surgindo taludes
instáveis em torno do local da erosão. Assim, o deslizamento de taludes representa parte do
25
processo de erosão. Os métodos de estabilização de taludes mais frequentes são :
retaludamento; plantio de vegetação; proteção mecânica da face do talude; obras de
contenção, como gabiões e muros de gravidade; estaqueamento; solo-cimento; bolsacreto; e
geossintéticos (SALES et al., 2006).
Por ser uma solução de alto custo, deve ser analisada a real necessidade de aterrar a área, pois,
em alguns casos, bastam medidas para estancar a evolução do processo erosivo. O reaterro
deve ser feito após todos os outros elementos do processo de recuperação, como drenagem,
disciplinamento de água à montante, sistema de drenagem interno e estruturas de lançamento,
para que o material do aterro não corra o risco de ser erodido novamente. Existe a opção de
realizar aterros utilizando solo, entulho ou lixo domiciliar. O solo é a alternativa mais viável
ao se tratar de controle de qualidade. No entanto, exige um grande volume de solo, tornando
essa opção cada vez mais difícil. O entulho resolveria dois problemas ambientais: um
referente à erosão e outro ao descarte de entulho. A composição desse entulho deve ser
avaliada para garantir características técnicas favoráveis à obra. Quando se trata de lixo
domiciliar, a prática é desaconselhável, por causar contaminação do lençol freático e não
oferecer resistência satisfatória. Além de criar terrenos com características geotécnicas
indesejáveis, contribui para o surgimento de sérios problemas de contaminação dos
mananciais superficiais e subterrâneos, além de atra ir diversos vetores de transmissão de
doenças (SALES et al., 2006).
Vale ressaltar que as obras de engenharia voltadas para reparo de erosão necessitam de
monitoramento para acompanhar o desempenho da solução, principalmente em período
chuvoso. Compreender o processo erosivo de uma região é fundamental para prevenção de
outros locais com potencial de surgimento de erosões.
O ensaio de desagregação, também conhecido como Slaking Test é utilizado para verificar a
estabilidade de uma amostra de solo indeformada quando imersa em uma bandeja com água
destilada. Segundo Jacintho et al. (2006), este ensaio permite prever o comportamento do solo
quando inundado por água e determinar a capacidade da água de desagregar o solo. Pode ser
feito com a inundação total ou parcial da amostra, sendo que a última permite analisar os
efeitos da capilaridade. Essas duas maneiras de realizar o ensaio representam fases dos
processos erosivos, sendo o início da chuva que aumenta a umidade do solo, até o momento
de saturação do solo em que ocorre o escoamento.
O ensaio de Crumb Test ou ensaio de dispersão rápida avalia a reação de uma amostra de solo
em relação à dispersão quando inundada em água. Segundo Jacintho et al. (2006), este ensaio
consiste na colocação de uma porção de solo (cerca de dois gramas) em um béquer contendo
de 100 a 150 ml de água destilada. Tal porção deve permanecer no béquer durante 1 hora,
verificando-se, decorrido este tempo, a capacidade de desprendimento de partículas ao redor
27
da amostra imersa. É um ensaio muito semelhante ao ensaio de desagregação, diferenciando-
se por ser mais simples e utilizar amostras menores, daí o termo dispersão rápida.
O ensaio Furo de Agulha, também chamado de Pinhole Test, busca analisar e simular o efeito
piping na amostra de solo. Segundo Jacintho et al. (2006), o ensaio consiste em se fazer
percolar água, sob uma carga hidráulica pré-definida, por meio de um furo de 1 mm de
diâmetro feito no centro de um corpo de prova cilíndrico. O ensaio avalia a dispersibilidade
dos solos argilosos - são considerados solos dispersivos as argilas muito erodíveis.
28
como o de Desagregação - que verifica a estabilidade do solo, prevendo seu comportamento
inundado e analisa como a água o desagregaria -, o Crumb Test - que avalia a reação do solo
em relação à dispersão quando inundado -, o de Inderbitzen - que mensura a perda de solo
exposto ao escoamento superficial em um determinado tempo - e o Ensaio de Furo de Agulha
- que analisa a dispersibilidade do solo simulando o efeito piping -. Ambos servem para
avaliar o comportamento do solo em situações de vulnerabilidade que propiciam o surgimento
da erosão (JACINTHO et al., 2006).
Portanto, o progresso da Mecânica dos Solos se mostra primordial para se corrigir, estabilizar
ou até mesmo se prevenir um sinistro. Além disso, é requisito para a boa técnica na
elaboração de projetos bem dimensionados.
29
Muitos problemas de erosão se deram pela maneira como Aparecida de Goiânia se
desenvolveu. O município, que surgiu como um pequeno povoado em maio de 1922 pela
doação de terras feita por fazendeiros da região, passou por inúmeras ações governamentais
que, a partir de 1980, influenciaram intensamente seu adensamento demográfico (MELO,
2002). Isso levou à transferência de habitantes de Goiânia para Aparecida de Goiânia,
momento esse em que o município teve sua população quadruplicada, agravando as
dificuldades do poder público em fornecer infraestrutura básica e de serviços de maneira
satisfatória para a população local (AGUIAR, 2009).
Dentre os diversos problemas causados pela ocupação do solo sem o devido planejamento
urbano estão as erosões. Pois as ocupações incidem em impactos ambientais decorrentes da
concentração do escoamento superficial da chuva e até mesmo de águas servidas, o que
provoca a deposição de sedimentos que vão levar à inevitável ocorrência de enchentes.
Quando as erosões evoluem rapidamente, comprometem a infraestrutura urbana, atingindo
moradias, obstruindo ruas e danificando patrimônio público, além de freq uentemente serem
alvo de depósito irregular de lixo e entulho, o que, além dos já citados impactos, gera um fator
de risco para a população (OLIVEIRA, 2005).
A população de Aparecida de Goiânia teve seu aumento associado à desordem nas ocupações
(MELO, 2002). Sua estimativa, que em 2013 ultrapassara os quinhentos mil habitantes, em
2017 chegou a 542.090 moradores, com apenas 0,25% desses vivendo em área rural. O
crescimento demográfico do município fez a população relativa bater os 1.580,27 hab/km² em
2010, um valor muito alto se comparado aos 23,8 hab/km² do Brasil e aos 18,1 hab/km² do
estado de Goiás (IBGE, 2017).
30
de Aparecida de Goiânia é a hídrica. Além disso, muitas regiões da cidade não possuem
saneamento básico adequado, quiçá nem possuem (MELO, 2002). Segundo Fernandes (2012),
no contexto da carência relacionada à ausência de serviços de infraestrutura básica, os dados
do IBGE (2012) demonstram que em Aparecida de Goiânia 76,4% da população residente em
domicílios particulares, que possui rendimentos médios mensais per capita de até meio salário
mínimo, apresenta carência no atendimento dos serviços de saneamento básico, que
representa um dos graves problemas socioambientais a serem enfrentados pelo município.
32
4. METODOLOGIA
Solução 1 e
Revisão da Identificação suas
literatura e Reconhe- das particularidades Discussão
estudo do cimento prováveis Comparativoo Análises
es
Solução 2 e dos
referencial do local causas da técnico técnicas
suas resultados
teórico erosão
particularidades
A proposta da pesquisa foi avaliar duas possíveis soluções para estabilizar o processo erosivo,
dentre as comumente utilizadas pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia. A primeira parte do
trabalho fundamentou-se em apresentar a situação em que se encontra a erosão do objeto de
estudo e a problemática vivida pelos moradores, que há de ser solucionada pelas autoridades
públicas de Aparecida de Goiânia. Em seguida, fez-se um estudo para identificar as possíveis
causas que desencadearam o processo erosivo do local, tendo em vista que conhecer as causas
é fundamental para a escolha de um eficiente método de controle.
33
Por fim, uma análise técnica utiliza métodos de avaliação de obras de terra, e fornece valores
de fator de segurança referentes à estabilidade para as soluções apresentadas.
4.1.1. Localização
A área de estudo está localizada no Setor Sítios Santa Luzia, em Aparecida de Goiânia. A
Figura 2 apresenta o mapa de bairros e uma visão macro da localização da área de estudo, em
relação à região de Aparecida de Goiânia, com Goiânia ao norte, e Hidrolândia ao sul. Foi
identificada no mapa a localização do IFG Campus Aparecida de Goiânia como ponto de
referência.
O Setor Sítios Santa Luzia é próximo à BR-153, e a erosão está a menos de dois quilômetros
da rodovia. A erosão é situada nas coordenadas: -16.752900, -49.231682; no Endereço: Rua
5, 158, Sítios Santa Luzia, Aparecida de Goiânia – GO, Brasil. CEP: 74922-410. A Figura 3
apresenta a identificação da erosão e do Setor Sítios Santa Luzia no mapa, obtido pelo
programa Google Earth e seus pontos de referência.
34
Erosão
IFG
Figura 2: Mapa de Bairros e Regiões Administrativas de Aparecida de Goiânia e Localização da Área de Estudo.
(Fonte: Secretaria de Planejamento de Aparecida de Goiânia)
BR-153
Erosão
Figura 3: Mapa da localização da erosão no Setor Sítios Santa Luzia. (Fonte: Google Earth. Adaptada pelos
autores)
35
A seguir, a Figura 4 representa o mapa local do Setor Sítios Santa Luzia, evidenciando o
loteamento, nome das ruas da área de estudo e o Córrego do Açude. Este projeto se encontra
em escala nos Anexos.
Figura 4: Loteamento do Setor Sítios Santa Luzia. (Fonte: Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia)
4.1.2. Problemática
Devido à erosão, o local apresenta risco, que é agravado em razão da presença de residências
próximas à encosta do Córrego do Açude, expondo ao perigo a vida dos moradores.
Considerando uma média de 4 pessoas por residência, estima-se 48 pessoas vivendo nesta
condição. Em época de chuva, a erosão remove parte do solo, aproximando a crista do talude
às moradias e intensificando a situação de risco.
A estrutura existente consiste em gabião na saída do bueiro na Avenida W1, que atua como
dissipador que recolhe a água pluvial. A seguir, a Figura 5 apresenta fotografia do local.
36
Figura 5: Estrutura de gabião existente no local. Fotografia feita em novembro de 2017.
A Figura 6 apresenta o levantamento topográfico usado como base para a elaboração dos
cortes, que possibilitam a representação do nível do terreno original e da inclinação dos
taludes. As curvas de nível representam a variação de 1 m de altura de uma para a outra. Isso
significa que, em planta, quanto mais próximas se encontram as curvas de nível, maiores
serão as inclinações do terreno naquele ponto. O projeto de topografia em escala se encontra
nos anexos deste trabalho.
37
Figura 6: Levantamento Topográfico (MACEDO, 2017).
38
4.3. SOLUÇÕES PRATICÁVEIS
Tomando por base os métodos de controle de erosão abordados na revisão bibliográfica deste
trabalho, o reconhecimento do local e a necessidade de se combater seu processo erosivo, com
ciência de suas prováveis causas, são propostas na pesquisa duas soluções para o estudo de
caso. A solução 1 consiste em manter as residências existentes e a solução 2 considera realizar
a desapropriação das casas situadas na Rua 5 (Figura 6).
As propostas sugerem soluções que mitigariam o problema, diminuindo ou, até mesmo,
anulando os fatores causais da erosão, discutindo questões técnicas das necessidades do local
e estimativa dos principais materiais. Com base nos fatores técnicos definidos, as duas
soluções são comparadas, apontando possíveis vantagens, desvantagens, a viabilidade, os
fatores que determinam a escolha de uma solução frente à outra e quais os procedimentos
executivos de cada uma.
O Microsoft Excel foi utilizado para a elaboração de planilha eletrônica para a realização dos
cálculos de estabilidade da contenção. Além disso, foi utilizado para fazer os cálculos
referentes ao levantamento de quantitativo dos projetos.
39
4.5.1. Estabilidade de Talude
A metodologia utilizada para a determinação dos empuxos ativos foi a de Rankine (1857),
pela formulação da tensão horizontal do solo. São calculados os esforços verticais e
horizontais, o empuxo que o solo exerce na contenção, a resultante de translação e a resultante
do momento do ponto de rotação.
A expectativa das análises de estabilidade foi verificar a viabilidade técnica e a segurança das
soluções sugeridas. Os resultados das análises foram comparados entre as duas propostas,
assim como os dados de quantitativo, questões técnica, econômica, social e ambiental.
40
Como considerações finais da metodologia, vale ressaltar que o estudo de duas soluções e as
técnicas da Engenharia Civil e Mecânica dos Solos em análise de estabilidade buscam
maneiras de mitigar o processo erosivo do local em questão. A metodologia descreveu os
procedimentos dos quais foram obtidos os resultados da pesquisa, que serão apresentados no
próximo capítulo.
41
5. RESULTADOS
Para a definição do perfil do solo foi considerado um relatório de sondagem realizado numa
região próxima ao local do estudo de caso, no mesmo bairro, contribuindo para atribuição de
parâmetros de solo, que servirão de base para as análises de estabilidade. O relatório de
sondagem está em Anexo. A Tabela 1 apresenta os dados dos parâmetros do solo. Além disso,
foram considerados os mesmos parâmetros para o solo de uma área de empréstimo de
Aparecida de Goiânia que seria utilizado para construção do aterro onde houve perda de solo
devido à erosão.
42
Tabela 1: Parâmetros do solo. Setor Sítios Santa Luzia. Aparecida de Goiânia - GO.
Parâmetros Valores Referência
! (kN/m³) 19,0
c (kPa) 00,0 Bowles (1997)
" (º) 35,0
Sendo: ! = Peso Específico Natural do Solo; " = Ângulo de Atrito Interno; c = Coesão.
Os moradores dessas regiões, além de estarem expostos ao risco, acabam contribuindo com a
deflagração de processos erosivos e fragilização do solo. A presença de moradias torna m
necessárias algumas atividades desfavoráveis à estabilidade do solo, como desmatamento,
escavação da encosta, irrigação, vazamentos de águas servidas, e lançamento de lixo no talude
e no córrego.
A força da água que chega ao córrego altera seu curso natural, e faz com que ele corra mais
próximo à encosta. O contato do fluxo da água no pé do talude desencadeia o processo
erosivo, principalmente em época de chuvas intensas. A presença de lixo no córrego também
contribui com a modificação do curso d’água.
Tendo em vista essas possíveis causas para a deflagração do processo erosivo no local de
estudo, como solução para o problema, pode ser feita a canalização do leito para que o curso
d’água não sofra alteração pela força de escoamento do próprio fluxo da água, que consiste
em se regularizar o leito do córrego por meio do colchão Reno e em remover o lixo e resíduos
presentes no canal. Além disso, é importante que seja feita a estruturação da lateral do córrego
para proteger a base do talude contra processos erosivos e estabilizar o solo. Isso pode ser
feito com uma estrutura de contenção.
43
5.3. PROPOSTAS
A pesquisa contempla duas soluções de controle de erosão para o estudo de caso. A solução 1
consiste em manter as residências existentes e a solução 2 considera realizar a desapropriação
das casas. Sob essa condição, para as duas soluções propõe-se a execução de: muro gabião;
colchão Reno; corte e aterro do terreno; plantio de grama; e aplicação de geossintéticos.
O muro gabião, de uma forma geral, apresenta altura suficiente para conter o solo e vencer
desníveis. Sua escolha se deu por ser de execução simples, rápida e versátil; por apresentar
permeabilidade oportuna para um local cheio de nascentes; por oferecer uma monoliticidade
comprovadamente capaz de resistir a esforços de tração, empuxos gerados pelo próprio
terreno e cargas adjacentes, mesmo possuindo flexibilidade e moldabilidade suficiente para
ser instalado num solo de questionável capacidade de suporte; e por permitir a execução da
obra em etapas, possibilitando eventuais complementos, já que existe no local uma estrutura
de gabião pronta.
Muro gabião e colchão Reno são estruturas que atua m no leito do córrego, mantendo o fluxo
natural da água e estabilizando a porção de solo da lateral, impedindo o assoreamento e a
perda de capacidade do mesmo. Além da intervenção no leito do córrego, deve ser feito o
tratamento da região erodida na margem com a recomposição do solo perdido, a recuperação
do local e a prevenção do desencadeamento de eventuais processos erosivos futuros. A
recomposição do solo contempla o aterro a partir da estrutura até chegar a um nível próximo
das casas, regularizando o terreno. Dessa maneira, é necessário fazer a limpeza do local,
removendo a vegetação e o lixo existentes na encosta.
Algumas definições foram consideradas para as duas soluções. A estrutura formada por
gabião e colchão Reno possui um comprimento de aproximadamente 158 m ao longo do eixo
45
do córrego. Ela se inicia a partir do gabião existente, dando continuidade a ele, em frente ao
Lote 10.
O colchão Reno foi projetado com largura de 10 m e espessura de 0,30 m. Essas dimensões
foram definidas com base no gabião existente. A partir de fotografias e entrevistas aos
moradores, identificou-se que a galeria pluvial está corretamente dimensionada e a cota de
cheia não ultrapassa a altura da estrutura construída. Dessa maneira, decidiu-se manter o atual
dimensionamento, considerando que ele será capaz de comportar o volume de água recebido
da galeria, sem que o nível da água exceda a altura do gabião. Foi adotada a inclinação de
0,5% para o colchão Reno. Esta inclinação é consideravelmente baixa para atenuar o aumento
da velocidade da água que escoa ao longo do canal. No início do gabião projetado, final do
gabião existente, foi feito um dissipador na forma de escada hidráulica com dimensões de 1 m
de queda e 4 m de comprimento, que servirá para diminuir a energia de velocidade da água
que chega ao talvegue.
Além disso, as escadas do dissipador servem para nivelar o início do trecho da galer ia com a
inclinação média de 0,5% a fim de que a extremidade da estrutura esteja a um nível
aproximado ao do fundo do córrego a jusante, conforme o projeto de topografia. O colchão
Reno não poderia acompanhar o fundo do leito natural, pois, nota-se que ele não é
horizontalmente aplanado e possui algumas imperfeições e cavidades provenientes da
passagem da água. Isso pode ser notado no corte longitudinal da Figura 9, em que é
representado o nível do talvegue que deverá ser regularizado e nivelado com o colchão Reno.
Foi identificado por meio de visita ao local que o nível do leito do córrego está bem mais
abaixo do que o representado na topografia. Porém, no estudo foram considerados os níveis
da topografia, independentemente das incertezas do projeto.
A Figura 10 apresenta o Corte 01, corte que passa pelo Lote 01, e a Figura 11 apresenta o
Corte 10, corte que passa pelo Lote 10. Os projetos em escala de todos os cortes se encontram
em Apêndices. O Corte 01 e o Corte 10 representam as duas extremidades do lote em relação
ao novo gabião. Nota-se a distância em que as delimitações do lote se encontram do gabião
em cada uma delas. O Lote 01 é o que se encontra mais distante da nova estrutura, e essa
distância é menor a cada lote, até chegar à situação apresentada no Lote 10. A partir das duas
soluções apresentadas nas figuras, os tópicos a seguir contemplam as suas particularidades.
46
Figura 10: Corte 01. Lote 01. Unidade m.
A solução 1 prevê que as casas serão mantidas. Conforme a Figura 4, o loteamento do bairro é
feito com lotes de 12 m de largura e 25 m de comprimento. Dessa maneira, foi feita a
delimitação dos lotes em questão seguindo a padronização do setor. No corte, fez-se a
projeção da casa existente e um muro para representar o limite do terreno. Na região entre o
muro do lote e o gabião, é proposto o taludamento e proteção superficial do solo com grama e
geossintéticos.
O muro gabião desta solução apresenta 5 m de altura ao longo do lado direito e altura variável
de 10 m a 13 m pela esquerda, dependendo da relação entre o afastamento e o desnível de
cada trecho entre o leito e o limite posterior do lote em questão. Assim sendo, o Lote 10 ficará
diante de um gabião mais alto que o Lote 01.
A partir dos cortes, foi possível estimar o quantitativo dos principais materiais e serviços de
cada solução. A seguir, a Tabela 2 referente ao levantamento dos principais serviços e
quantitativos da Solução 1.
48
Já que o terreno sofrerá pouca ou nenhuma interferência, não há previsão para despesas com
indenizações. Considera-se, no entanto, utilizar grandes volumes de solo para reaterro nesta
proposta devido à elevada altura do gabião, mas pouca proteção superficial.
O impacto social desta solução é predominantemente positivo, pois não altera a condição dos
moradores, mantendo-os como lá estão, e ainda valoriza o imóvel no quesito vizinhança.
A região estudada tem algumas nascentes, e estabilizar a erosão afeta significativamente nesse
aspecto, pois a sustentabilidade ambiental da bacia hidrográfica depende dessa harmonia.
Nesta proposta, o muro gabião apresenta uma altura uniforme de 5 m em relação ao nível
superior do colchão Reno em ambas as margens. O afastamento maior do gabião em relação à
crista do último talude do retaludamento levará a quantidades menores de reaterro, porém
49
maiores de proteção superficial. Os quantitativos referentes ao colchão Reno, conforme
previsto, são semelhantes aos da Solução 1. A Tabela 3 mostra o levantamento dos principais
serviços e quantitativos da Solução 2.
Alguns serviços e quantitativos se diferenciam nessa proposta. Como é prevista a remoção das
casas, existem ainda serviços referentes à obtenção de novas residências para os moradores,
demolição das casas e retirada do entulho. Além disso, o quantitativo de cobertura vegetal se
diferencia da Solução 1, pois foi previsto o tratamento da região onde antes estavam as
residências. A execução do colchão Reno se mantém semelhante à solução 1 pois é
fundamental para a estabilização do leito do córrego e direcionamento da água.
O quantitativo de solo para aterro é maior na solução 1 por se tornar necessário um volume
considerável de aterro para garantir a estabilização e recuperação do local, mantendo as
residências. Enquanto na solução 2 pode ser feito o retalutamendo e movimentação de solo já
existente sem a necessidade de obter solo em área de empréstimo para aterro.
50
Do ponto de vista econômico, espera-se gastar menos com a o gabião da segunda solução,
pois apresenta volumes menores de estrutura do que na primeira solução. Sob uma ótica
social, esta solução apresenta a vantagem de oferecer um novo espaço de convivência ao ar
livre com ares de parque para o bairro, que já conta com ciclovia e pista de caminhada ao lado
do local. Mas existe o inconveniente de se expor a obra à repercussão negativa, haja vista que
o apelo social com a remoção de pessoas pode atrair meios de comunicação
descompromissados com a boa técnica ou com o Plano Diretor do município, já que o
ocupante desenvolve um apego emocional que o faz resistir à saída de uma conjuntura
cômoda onde vive para uma ainda desconhecida.
Recuperar áreas degradadas não é importante apenas para fauna e flora, mas também para
outros aspectos relacionados à sustentabilidade ambiental, como a memória do local. Uma
nascente é saudável quando há equilíbrio de seu solo com o córrego, e desta fonte dependem o
ecossistema local, o mais adiante e todos os corpos hídricos a jusante (CAMAPUM DE
CARVALHO & MELO, 2006).
Vale ressaltar que existem alternativas ainda mais sustentáveis para a solução do problema,
como alterações na especificação dos materiais da contenção por meio da utilização de pneus,
por exemplo, que podem ser feitas em parcerias com usinas de reciclagem. Essa alternativa é
interessante do ponto de vista ambiental e por possuir técnica consolidada.
Além disso, pode-se considerar fazer o muro de gabião apenas do lado do córrego onde fica a
Rua 5 e projetar diferentes dimensionamentos para o canal. Enfim, existem diversas variações
possíveis na proposta, o que dependeria da decisão do projetista.
51
estabilidade do talude e obter o fator de segurança. O Corte 10, apresentado na Figura 11, foi
escolhido para a análise de estabilidade no programa GeoStudio, por possuir residências mais
próximas à estrutura do gabião. A Figura 12 foi exportada do GeoStudio e apresenta a
superfície de ruptura crítica e o fator de segurança para o Corte 10 na Solução 1 para o talude
à esquerda da contenção. Nota-se que a superfície de ruptura crítica obtida foi estreita e
próxima à superfície do terreno. Isso se deve ao fato de ter considerado uma coesão igual à
zero. É provável que em uma situação prática o solo apresente um valor de coesão maior que
zero que resultaria uma superfície de ruptura mais bem definida na análise. Para a análise de
estabilidade, o aumento da coesão colabora para o aumento do fator de segurança porque o
valor da coesão do solo é favorável à estabilidade do talude.
1,495
Figura 12: Análise de estabilidade de talude da Solução 1, Corte 10, à esquerda da estrutura.
2,771
Figura 13: Análise de estabilidade de talude da Solução 2, Corte 10, à esquerda da estrutura.
52
A Tabela 4 apresenta o fator de segurança obtido na análise do GeoStudio para cada solução,
considerando o talude de ambos os lados da estrutura de gabião, conforme a referência do
corte apresentado na Figura 11.
O muro gabião foi analisado em relação às tensões ativas verticais, horizontais e estabilidade
quanto à translação e rotação. O corte 10, apresentado na Figura 11, foi escolhido para esta
análise de estabilidade, feita pelo lado esquerdo do gabião, para as duas soluções, pois
representa o lado onde se encontram as residências existentes. A seguir, a Figura 14 e a Figura
15 apresentam o diagrama de esforços horizontais atuantes na contenção da solução 1 e 2,
respectivamente.
Figura 14: Diagrama de esforços horizontais na contenção. Corte 10. Solução 1, à esquerda. Unidade kPa.
53
Figura 15: Diagrama de esforços horizontais na contenção. Corte 10. Solução 2, à esquerda. Unidade kPa.
Figura 16: Esquema de esforços resultantes contenção. Corte 10. Solução 1, à esquerda.
Tabela 5: Resultados do fator de segurança obtidos da análise de estabilidade em relação à translação e rotação .
FS EM RELAÇÃO À FS EM RELAÇÃO À
SOLUÇÃO
TRANSLAÇÃO ROTAÇÃO
Solução 1 (esquerda) 1,98 4,20
Solução 2 (esquerda) 1,89 4,13
O fator de segurança está relativamente alto, considerando que valores até 1,5 são satisfatórios
para esse tipo de análise. Isso pode indicar um possível superdimensionamento. A análise
54
contribui para verificar se a construção poderia ter um porte sem comprometer a segurança da
estrutura.
Os resultados desta pesquisa são uma demonstração prática dos elementos que devem ser
estudados em cada caso para a escolha do método de controle, apresentação de dois tipos de
soluções, discussão de suas particularidades técnicas e fatores importantes para a escolha da
solução. Apesar de o modelo proposto avaliar uma situação particular, podendo haver
soluções distintas para outros casos de erosões diferentes, é interessante abordar uma
metodologia que exija uma análise crítica, por parte dos engenheiros, de diferentes fatores
envolvidos em uma problemática, de maneira a estudar soluções e ponderar os prós e contras
da escolha de cada uma.
55
6. CONCLUSÕES
Neste capítulo serão apresentadas considerações finais do trabalho com o intuito de discorrer
sobre as principais conclusões referentes ao desenvolvimento da pesquisa e apresentar
sugestões para pesquisas futuras.
Ao se observar a funcionalidade das duas soluções, pode-se afirmar que ambas são eficientes
e viáveis técnica e economicamente. A recuperação da área exige a elaboração de projetos
que, se executados corretamente, apresentam durabilidade e estabilidade do solo do local, o
que leva também a entusiasmo dos moradores da região.
56
Por se tratar de um assunto de relativa singularidade para a região estudada, e haver a
necessidade de estudos mais aprofundados, recomenda-se a trabalhos futuros:
57
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58
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<http://www.aparecida.go.gov.br/noticias.php?id=5873>. Acesso em: 28/05/2017.
60
SEPLAN, Secretaria de Planejamento de Aparecida de Goiânia. Bairros e regiões
administrativas de Aparecida de Goiânia - GO (2015). 2015. Imagem em formato jpg.
Disponível em: <scielo.br/img/revistas/urbe/v9n1//2175-3369-urbe-2175-3369009001AO05-
gf04.jpg>. Acesso em 04/01/2018.
61
APÊNDICES – PROJETOS
62
ANEXO A – SONDAGEM DE RECONHECIMENTO
70
ENGESOL
72
SI
TI
OS
SA
NT
A
LU
Z
IA
SI
TI
OS
•• •• • • • •
SA
SI
TI
OS
SA
NT
A
LU
Z
IA
ANEXO C – PROJETO DE LOTEAMENTO DO SETOR
SÍTIOS SANTA LUZIA – APARECIDA DE GOIÂNIA
74
300
462
.00
300
25.0
15
13.0
24.1 7 12.0 .50
7 12.0 12.0
0
0
.00
14.0
14
0
300
14.0
0 0
25.0
8
Ru
1
12.0
0
12.0
0
0
0
.00
300
433 0 20.0
25.0
.80 300 9 12.0 0
12.0 7
a
0
0
.
7.0
7.0
300
00
0
25.0
19.0
10
.00
3
8
12.0
X-2
00.
25.0 12.0
.00
0
0
300
0
25.0
19.1 11
300
2 00
20.0
0
22 12.0
25.0
0
20.0
.00
300
0
25.0
0
0
9A
300
00
12.0
0 21 0
5 12.0
25.0
.00
0
25.0
.00
7.0
4 12.0
300
7.0 0 12.0 462
25.0
7
0
20 0 .50
9.2
300
12.0
.00
0
12
0 12.0
5
19
25.0
0
17.6
25.0
12.0
31.9
.00
12.0
300
12.0 0
0
0 18
25.0
1
0
1
182
0
300
49
.
.54
300
00
12.0 .00
8.7
0 17
25.0
13
Ru
.0
12.0
4
25.0
1
7.0
12.0
0
0 0
25.0
a5 16
7
0
12.0
0
135 0 15 462 17.6
1
.20 .50
12.0
6
14
0
20.0
30.0
0 7 10.0
7.0
7 7.0 0
Ru
aX
9
383 12 14.0
2.9
24.3
0
Lot
-29
362
8
20.0
e In 9
3
dus
B
.50
••
0
tria
350
••
• •• l
••
•••
.00
•••
7.07
7.73
••• 15.0
0
14.0
20.0
0
362
31.9
0
Ru 125
1
.50
350
32.3
47
6.34 13 a2 .77
-B
.00
.11 42
0
350
7.07
7
19 60 11
25.0
.45
.
10.0
21
00
370
0
0 10
.22
22 14.0
.37
.05
0
23
8 7
361
.11
10.0
14.0
13.2 0
.25
7.6
0
2 0 34.4
6.2 0
Ru
••
7.1 2 1
• ••
7
5.2
9
10
aX 100
3.1
0 .52
8
•• •
22.0
0.0
-29
36
2
36
••••
1
123
0.1
8
.76
.00
12
36
67
••••
30 63
C
12
20.0
.00
0.0
10
••
.09
4.2
.00 0
.00
30
0 9
0
5
0.0
6
5.4
.00 36
0
2
.00
12
101
36 30
21
12
4.24 5.00
.00
11
.00
.00
30
12
8.0
5
.64
.00 52
.00
9-A
0
36
0
0
18
51.5
.0
60 .00
12
.00
3 30
12
21
.00
0
12
.00
.00
30
12
4
0
50.3
0.0
.00
.00 36
0
0 0 .00
12
36 .0 18
30
12
.00
13
.00
.00
30
12
3
0
31
0.0
.00
.21
36
16
0
0.0 .00
36 30
12
.00