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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS–IFG

CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA


DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE NUMÉRICA COMPARATIVA ENTRE O


MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS E O
MÉTODO DAS GRELHAS NA ANÁLISE
ESTRUTURAL DO ELEMENTO LAJE – ESTUDO
DE CASO

GUILHERME COELHO FAVA


LUAN RIBEIRO NEVES

APARECIDA DE GOIÂNIA
2018
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS–IFG
CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

GUILHERME COELHO FAVA


LUAN RIBEIRO NEVES

ANÁLISE NUMÉRICA COMPARATIVA ENTRE O


MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS E O
MÉTODO DAS GRELHAS NA ANÁLISE
ESTRUTURAL DO ELEMENTO LAJE – ESTUDO
DE CASO

Trabalho de conclusão de curso de


graduação apresentado ao Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás – Campus
Aparecida de Goiânia como requisito
parcial para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil e
desenvolvido na linha de pesquisa de
Estruturas, sob orientação do Prof.: MSc.
Murilo Meiron Pádua Soares.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

F272 Fava, Guilherme Coelho


Análise numérica comparativa entre o método dos elementos finitos e
o método das grelhas na análise estrutural do elemento laje – estudo de
caso / Guilherme Coelho Fava, Luan Ribeiro Neves. – Aparecida de
Goiânia, 2018.
59 f. : il.

Orientador: MSc. Murilo Meiron Pádua Soares.


Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Instituto Federal de
Educação Ciência e Tecnologia de Goiás: Campus Aparecida de Goiânia,
Bacharelado em Engenharia Civil, 2018.

1. Concreto armado. 2. Análise estrutural. 3. Análise


computacional. 4. Modelagem. I. Neves, Luan Ribeiro. II. Título

CDD 691.3

Catalogação na publicação:
Thalita Franco dos Santos Dutra – CRB 1/2186
RESUMO

FAVA, GUILHERME COELHO; E NEVES, LUAN RIBEIRO. Análise Numérica


Comparativa entre o Método dos Elementos Finitos e o Método das Grelhas na
Análise Estrutural do Elemento Laje – Estudo de Caso. 2018. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia
Civil, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Campus Aparecida
de Goiânia, 2018.

O avanço tecnológico acarretou o desenvolvimento de programas computacionais


capazes de representar o comportamento real da estrutura. Cada software apresenta
singularidades decorrente dos diferentes métodos matemáticos empregados em sua
matriz de cálculo, de modo que apresentem resultados distintos quanto as tensões,
deformações e deslocamentos da estrutura. Este trabalho desenrolou-se em processar as
lajes do pavimento tipo, oriundos de uma habitação coletiva composta por quinze (15)
pavimentos, através de duas (02) análises numéricas distintas, método dos elementos
finitos e método da grelha mediante a utilização de dois (02) softwares cujas matrizes
numéricas de cálculo corresponde aos métodos citados - SAP2000 V14® e Eberick
V8® respectivamente.

Por meio da análise computacional extraiu-se os momentos positivos e negativos


máximos, flechas ou deslocamentos máximos, tempo de processamento e número de
nós gerados para posteriormente efetuar a comparação percentual, gráfica e qualitativo
entre os métodos, bem como comparação orçamentária proveniente do
dimensionamento realizado em cada método.

Os resultados advindos da extração e análise dos resultados, demostram que a método


da grelha concebe resultados a favor da segurança. No entanto, as lajes cujos formatos
são regulares com carregamentos e vão livres reduzidos são dimensionadas de modo
satisfatório quando comparada ao dimensionamento via MEF e que associada ao baixo
custo computacional retrata uma boa alternativa na engenharia de estruturas.

Palavras-chaves: Concreto armado, Análise estrutural, Análise computacional e


Modelagem.
ABSTRACT

FAVA, GUILHERME COELHO; E NEVES, LUAN RIBEIRO. Comparative


Numerical Analysis between the Finite Element Method and the Grillage
Method in the Structural Analysis of the Slab Element - Case Study. 2018.
Graduate thesis (Graduation in Civil Engineering) - Civil Engineering Department,
Federal Institute of Education, Science and Technology of Goiás, Aparecida de
Goiânia Campus, 2018.

The technological advance led to the development of computational programs


capable of representing the real behavior of the structure. Each software presents
singularities that derives from different mathematical methods employed in its
calculation matrix. Therefore, they present different results regarding stress, strain
and displacements of the structure. This dissertation was carried out to process the
floor slabs from a collective dwelling composed by fifteen (15) floors, through two
(02) different numerical analyzes, finite element method (FEM) and grillage method,
using two (02) softwares, which calculation numeric matrices correspond to the
mentioned methods - SAP2000 V14® and Eberick V8®, respectively.

Through a computational analysis, the maximum positive and negative bending


moments, strains or maximum displacements, processing time and number of
generated nodes were extracted to later make the percentage comparison, graphical
and qualitative between the methodes, as well as the budget comparison of each
method.

The results obtained from the extraction and analysis of the results show that the
Grillage Method provides conservative results. However, slabs which has regular
shape with reduced free loads and spans are satisfactorily dimensioned when
compared to the structural dimensioning via FEM, and when associated to the low
computational cost, it represents a good alternative to the Structural Engineering.

Keywords: Reinforced concrete, Structural analysis, Computational analysis and


Modeling.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Quatro níveis de abstração referentes a uma estrutura na análise estrutural. 18


Figura 2 – Lajes e Grelha equivalente. Fonte: Luis Filipe (2010). ................................. 19
Figura 3 – Demonstrativo das barras e nós em uma laje. Fonte: Hennrichs (2003). ...... 20
Figura 4 – Graus de liberdade de um elemento de grelha. Fonte: Luis Filipe (2010). ... 21
Figura 5 – Barra representando uma faixa de laje. Fonte: Hennrichs (2003). ................ 21
Figura 6 – Esforços cortantes em um elemento infinitesimal de placa. Fonte: Coelho
(2000). ............................................................................................................................ 22
Figura 7– Momentos fletores e torsores em um elemento infinitesimal de placa. ......... 22
Figura 8 – Discretização por elementos finitos. Fonte: Martha (2007). ......................... 24
Figura 9 - Elementos e nós. Fonte: Gesualdo (2010). .................................................... 24
Figura 10 – Deslocamentos segundo eixo x e y. Fonte: Campilho (2012). .................... 26
Figura 11 – Fluxograma de aplicação do MEF. Fonte: Acervo pessoal........................ 34
Figura 12 – Fluxograma de funcionamento do software baseado no MEF. Fonte: Acervo
pessoal. ........................................................................................................................... 35
Figura 13 – Quadro de acompanhamento da obra. Fonte: Acervo pessoal. ................... 37
Figura 14 – Início da Superestrutura do 11º Pavimento Tipo. Fonte: Acervo pessoal. .. 37
Figura 15 – Vista Noroeste 3D da arquitetura do edifício no software Revit®
Arquitetônico, a esquerda, e da estrutura do edifício no software Eberick V8 ®, a
direitra. Fonte: Acervo pessoal. ...................................................................................... 38
Figura 16 – Planta baixa do pavimento tipo no software Revit® Arquitetônico. Fonte:
Acervo pessoal. ............................................................................................................... 39
Figura 17 – Lajes do pavimento tipo no software Eberick V8®. Fonte: Acervo pessoal.
........................................................................................................................................ 39
Figura 18 – Fluxograma representante da metodologia. Fonte: Acervo pessoal............ 43
Figura 19 – Gráfico representativo das deformações. Fonte: Acervo pessoal ............... 48
Figura 20 - Gráfico representativo dos momentos fletores positivos máximos na direção
X. Fonte: Acervo pessoal ............................................................................................... 50
Figura 21 - Gráfico representativo dos momentos fletores positivos máximos na direção
Y. Fonte: Acervo pessoal ............................................................................................... 50
Figura 22 - Gráfico representativo dos momentos fletores negativos máximos na direção
X. Fonte: Acervo pessoal ............................................................................................... 51
Figura 23 - Gráfico representativo dos momentos fletores negativos máximos na direção
Y. Fonte: Acervo pessoal ............................................................................................... 52
Figura 24 - Gráfico comparativo entre as massas de aço de cada metodologia. Fonte:
Acervo pessoal ................................................................................................................ 55
Figura 25 - Gráfico comparativo entre o custo de armadura por pavimento de cada
metodologia. Fonte: Acervo pessoal .............................................................................. 55
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Resumo das principais características do edifício. Fonte: Acervo pessoal. . 36


Quadro 2 – Levantamento de cargas acidentais e permanentes conforme projeto de
arquitetura, segundo a Norma Regulamentadora NBR 6120:1980. Fonte: Acervo
pessoal. ........................................................................................................................... 40
Quadro 3 – Propriedades dos materiais empregados na análise estrutural. Fonte: Acervo
pessoal. ........................................................................................................................... 42
Quadro 4 - Tipologia, coeficiente e fatores de combinação dos carregamentos
empregados na análise estrutural. Fonte: Acervo pessoal. ............................................. 42
Quadro 5 - Combinação de ações no ELU. Fonte: Acervo pessoal. .............................. 43
Quadro 6 - Deformações máximas das lajes do pavimento tipo. Fonte: Acervo pessoal.
........................................................................................................................................ 48
Quadro 7 - Momentos fletores positivos máximos das lajes do pavimento tipo. Fonte:
Acervo pessoal. ............................................................................................................... 49
Quadro 8 – Momentos fletores negativos máximos das lajes do pavimento tipo. Fonte:
Acervo pessoal. ............................................................................................................... 51
Quadro 9 - Massa de aço das lajes do pavimento tipo – Método da Grelha. Fonte:
Acervo pessoal. ............................................................................................................... 54
Quadro 10 - Massa de aço das lajes do pavimento tipo – Método dos Elementos Finitos.
Fonte: Acervo pessoal. ................................................................................................... 54
Quadro 11 - Análise qualitativa dos métodos. Fonte: Acervo pessoal. .......................... 56
Quadro 12 - Vantagens e Desvantagens dos métodos. Fonte: Acervo pessoal. ............. 57

4
LISTA DE INCÓGNITAS

Ieq Inércia equivalente;

B Base da peça;

H Altura da peça;

v Coeficiente de Poisson da peça;

Jeq Rigidez a torção da peça;

Qx e Qy Cortante nas direções x e y respectivamente;

ϕ,ϕ1 e ϕ2 Valores das variáveis de campos nos nós;

N1, N2 e N3 Funções de interpolação;

U Deslocamento na direção x;

V Deslocamento na direção y;

∫fdV Integral da função sobre um domínio complexo de volume V;

∑ ∫ Somatório das integrais dos subdomínios complexos de volume Vi.

V Volume complexo do domínio da função;

Vi Volume complexo do subdomínio da função

ae Vetor de variações nodais;

fe Vetor de forças nodais;

P(x) Função de interpolação;

α Constantes da interpolação;

C Função da matriz;

C-1 Inverso da função matriz;


Δ Área do triângulo da subdivisão da peça;

det Determinante da matriz;

Ω Espaço numérico que está contido no campo real;

V Espaço das funções;

v Função matemática;

n Valor unitário normal à ∂Ω;

(w, n) Produto escalar dos vetores w e n;

∂h/∂x Derivação relativa de h em relação a;

(∂² h) / (∂x²) Derivação relativa de segunda ordem de h em relação a x;

fck Resistência característica;

Yc Coeficiente de minoração;

fcd Resistência de cálculo do concreto;

Ecs Módulo de elasticidade secante do concreto;

Eci Módulo de elasticidade inicial do concreto;

fctm Resistência média do concreto;

fctk, inf Resistência característica inferior do concreto;

fctk, sup Resistência característica superior do concreto;

fctd Resistência de cálculo do concreto;

fy Resistência característica de escoamento do aço;

Yaço Coeficiente de minoração do aço;

fst Limite de resistência do aço;


Ø Diâmetro da barra adotada;

Cob Cobrimento nominal;

Md Momento fletor de cálculo;

bw Largura da base de cálculo;

fyd Resistência de cálculo à tração do aço;

As Área de aço.
SUMÁRIO

Capítulo 1 ................................................................................................................ 15
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15
Capítulo 2 ................................................................................................................ 17
2. OBJETIVO DA PESQUISA ........................................................................ 17
2.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................... 17
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 17
Capítulo 3 ................................................................................................................ 18
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 18
3.1. MÉTODO DAS GRELHAS ........................................................................ 19
3.2. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ................................................... 23
3.2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 23
3.2.2. FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS ...................................................... 25
3.2.3. PROBLEMA BIDIMENSIONAL ............................................................ 26
3.2.4. FORMULAÇÃO FRACA ........................................................................ 30
3.2.5. FLUXOGRAMA DE APLICAÇÃO DO MEF ........................................ 33
3.2.6. FLUXOGRAMA DE FUNCIONAMENTO DO SOFTWARE DE
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS .............................................................. 35
Capítulo 4 ................................................................................................................ 36
4. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA ................................................................ 36
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................... 36
4.2. DESCRIÇÃO ARQUITETÔNICA DA ESTRUTURA .............................. 38
4.3. DESCRIÇÃO DAS CARGAS NA ESTRUTURA ...................................... 40
4.4. DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS ............................................................... 41
4.5. DESCRIÇÃO DAS COMBINAÇÕES ........................................................ 42
Capítulo 5 ................................................................................................................ 43
5. METODOLOGIA ........................................................................................ 43
5.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 44
5.2. ANÁLISE DA ARQUITETURA................................................................. 44
5.3. DESCRIÇÃO DAS CARGAS, MATERIAIS E AÇÕES ............................ 44
5.4. LANÇAMENTO DA ESTRUTURA – MODELO GRELHA X MODELO
MEF
........................................................................................................................45
5.5. EXTRAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................... 45
Capítulo 6 ................................................................................................................ 45
6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................... 45
6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................... 45
6.2. ANÁLISE DAS DEFORMAÇÕES ............................................................. 46
6.3. ANÁLISE DOS ESFORÇOS ...................................................................... 49
6.4. ANÁLISE DE CUSTO ................................................................................ 52
6.5. ANÁLISE QUALITATIVA ........................................................................ 56
Capítulo 7 ................................................................................................................ 57
7. CONCLUSÃO ............................................................................................. 57
Capítulo 8 ................................................................................................................ 58
8. SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS .............................................. 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 59
Capítulo 1
1. INTRODUÇÃO

A análise numérica utilizando o método das grelhas e o método dos elementos


finitos (MEF) se faz presentes no dia a dia dos projetistas estruturais no campo da
engenharia civil. Ao comparar os dois métodos, pode-se explanar as melhores situações
em que cada método pode ser utilizado, ou seja, destacar suas respectivas vantagens e
desvantagens. A presente pesquisa retrata situações de análise de uma temática pouco
debatida na vida acadêmica da graduação e, portanto, é uma grande oportunidade de
aprimoramento prático e intelectual.

A tendência é que cada vez mais engenheiros recém-formados passem a utilizar


programas computacionais com recursos e matrizes numéricas cada vez mais
avançadas, mesmo não estando plenamente competentes para uma avaliação correta dos
resultados fornecidos por diferentes modelagens de uma mesma estrutura.

Dependendo do software, os métodos de cálculo diferem-se e não há consenso


de qual a melhor maneira de se modelar a estrutura. Poucos têm a oportunidade de
trabalhar com profissionais experientes e, uma quantidade menor ainda, faz uma
avaliação dos diferentes modelos visando concluir qual deles representa com maior
fidelidade o comportamento estrutural.

Daí tem-se a importância de estudos sobre os diversos métodos estruturais


possíveis de serem utilizados, avaliando-se criteriosamente os resultados encontrados,
de modo a fornecer subsídios para os projetos de estruturas.

O dimensionamento estrutural no cenário nacional brasileiro vem sendo


debatido em relação aos resultados de análise estrutural distintos em função de modelos
numéricos e softwares. Diante dessa situação problema realizou-se um estudo
comparativo entre os métodos matemáticos de dimensionamento do elemento estrutural
laje e análise dos resultados.

A partir da situação explicitada anteriormente, surge alguns questionamentos


que podem sanar ou amenizar a disparidade exposta: Entre o método das grelhas e o
método dos elementos finitos, qual é o mais efetivo quanto ao dimensionamento real do

15
elemento estrutural laje e, por consequência, custo da armadura utilizada nesse
elemento?

16
Com intuito de obter resultados técnicos e qualitativos para discursar sobre a
dúvida, desenvolveu-se no decorrer desta pesquisa o dimensionamento e análise
estrutural dos elementos lajes de um edifício através de dois métodos de cálculos
estruturais: métodos dos elementos finitos e métodos das grelhas.

Avaliou-se os momentos fletores máximos, tanto positivo quanto negativo,


flechas máximas das lajes, tempo de processamento, número de nós e dimensionamento
para o elemento estrutural laje. Para os dois softwares utilizados no dimensionamento
proposto por cada método efetuou-se comparação de custo a fim de identificar e
mensurar o impacto financeiro do método de análise estrutural nas obras.

Capítulo 2
2. OBJETIVO DA PESQUISA
2.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral consiste na comparação de dois métodos matemáticos de


análise estrutural. Os carregamentos, materiais, combinações e demais parâmetros
utilizados foram pautados na Norma Regulamentadora NBR 6118:2014 – Projeto de
estruturas de concreto armado, a fim de extrair os parâmetros comparativos aplicados no
dimensionamento de lajes em concreto armado.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Com o intuito de estabelecer a comparação, os seguintes parâmetros foram


elegidos:

 Identificar e comparar os momentos positivos e negativos máximos das lajes em


cada método;
 Obter as flechas máximas das lajes e estabelecer o percentual correspondente a
cada método;
 Realizar a elaboração de gráficos comparativos dos resultados de cada método;
 Dimensionar as lajes do pavimento tipo e determinar o custo financeiro para
execução a partir dos esforços e flechas obtidas;

17
 Elencar as vantagens e desvantagens de cada método fundamentado nos
parâmetros estudados;
 Mensurar e fazer a analogia entre o tempo de processamento da estrutura;
 Expor o número de nós gerado em cada método.

Capítulo 3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Conforme Martha (2007), a análise estrutural de uma construção e/ou de seus


elementos corresponde à fase em que idealiza o comportamento da estrutura. A
idealização é realizada em diversos aspectos, tais como: tensões, deformações e
deslocamentos na estrutura.

Normalmente, a análise estrutural tem como principal objetivo a determinação


dos esforços internos e externos, deslocamentos verticais e horizontais e a deformação
do conjunto estrutural que está sendo dimensionado.

A análise estrutural moderna, segundo Martha (2007), trabalha com quatro


instâncias, sendo que o primeiro nível corresponde à estrutura física, o segundo nível
corresponde ao modelo estrutural, ou seja, a estrutura real acrescida da idealização de
seu comportamento, o terceiro nível corresponde ao modelo discreto inserido de
diversos parâmetros ao modelo estrutural e o quarto nível representa o modelo
computacional, isto é, o modelo discreto será convertido em modelo computacional
através de sua implantação no software, conforme Figura 1:

Figura 1 – Quatro níveis de abstração referentes a uma estrutura na análise estrutural.


Fonte: Martha (2007).

18
Atualmente o avanço tecnológico permite a confecção de estruturas mais
similares às estruturas reais, permitindo assim que o projeto não seja extremamente
conservador, evitando o superdimensionamento.

De acordo com a evolução tecnológica e computacional foram desenvolvidos


programas computacionais capazes de representar o comportamento real da estrutura.
Os programas computacionais apresentam singularidades quanto aos diferentes métodos
matemáticos empregados em sua matriz de cálculo, de modo a apresentar resultados
distintos para análise das tensões, deformações e deslocamentos da estrutura.

3.1. MÉTODO DAS GRELHAS

O método das grelhas consiste em substituir a laje por uma série de vigas que se
cruzam perpendicularmente formando uma grelha (Figura 2). Em seguida têm-se os
esforços e deslocamentos das vigas que representam a laje a ser analisada.

Figura 2 – Lajes e Grelha equivalente. Fonte: Luis Filipe (2010).

Segundo Stramandinoli (2003, p. 26), a técnica foi inicialmente idealizada por


Marcus em 1932, que não dispunha, na época, de computadores e, portanto, era preciso
se valer de processos aproximados para dimensionar as lajes. Em 1959, com a
constatação de que a análise de grelhas e pórticos planos pelo método dos
deslocamentos era bastante parecida, Lightfoot e Sawko (1959) adaptaram um
algoritmo computacional para cálculo de pórtico plano usando método das grelhas.

Conforme Hambly (1976), um painel de laje é estruturalmente contínuo nas duas


dimensões do plano da laje, de modo que as cargas aplicadas são equilibradas por uma

19
distribuição bidimensional de esforços cortantes, momentos fletores e momentos de
torção. Como a solução rigorosa das equações diferenciais raramente é possível, um
procedimento aproximado pode ser usado, a analogia de grelha, na qual o painel de lajes
é representado para fins de análise por uma grelha bidimensional de vigas. Os avanços
significativos feitos nos programas de analogia de grelha nos últimos anos tornam esse
procedimento mais versátil, rápido, e simples de compreender do que os demais.

Para a análise da grelha formada, é fundamental que sejam determinados os


números de nós e barras. Não existe uma regra clara para o espaçamento entre as barras,
normalmente, quanto menor o espaçamento, maior a probabilidade de o comportamento
estrutural estar próximo o bastante da realidade. Os espaçamentos entre as barras são
retratados na Figura 3.

Figura 3 – Demonstrativo das barras e nós em uma laje. Fonte: Hennrichs (2003).

O processo de analogia de grelha vem sendo muito empregado em programas


computacionais de análise de estruturas de concreto armado com grande aceitação no
meio profissional. Este processo fornece ao projetista subsídio para a escolha do
esquema estrutural mais adequado, permitindo a análise de um mesmo pavimento sob
diferentes situações, possibilitando adaptações em um mesmo conjunto de dados.

Os elementos de grelhas possuem 3 (três) graus de liberdade, uma translação


(direção do eixo z) e duas rotações (em torno dos eixos x e y); que por sua vez, na
aplicação de ações verticais, originam, respectivamente, os seguintes esforços internos:
esforço transversal, momento fletor e momento torsor (Figura 4).

20
Figura 4 – Graus de liberdade de um elemento de grelha. Fonte: Luis Filipe (2010).

Segundo Hennrichs (2003), as propriedades das barras influenciam diretamente


nos resultados. Cada barra da grelha irá representar uma certa faixa da placa,
apresentando a espessura da laje e a largura, a qual dependerá da malha da grelha.
Portanto, as barras devem apresentar propriedades que representem geometricamente e
fisicamente a placa em estudo. A Figura 5 mostra uma barra de grelha, que representa
uma faixa da placa, com espessura h e largura b.

Figura 5 – Barra representando uma faixa de laje. Fonte: Hennrichs (2003).


Depois de definidos os elementos de grelha para simular o comportamento da
laje, é necessário atribuir certa rigidez à flexão (EI) e certa rigidez à torção (GJ).

Para modelar o comportamento à flexão de uma faixa de laje com largura b é


necessário o cálculo do valor na inércia equivalente Ieq (Equação 1) e do valor da rigidez
à torção Jeq (Equação 2).

21
onde: b corresponde à largura da faixa considerada;

h corresponde à espessura da laje;

v corresponde ao coeficiente de Poisson.

O equilíbrio das forças para o elemento infinitesimal de placa pode ser visto nas
Figuras 6 e 7:

Figura 6 – Esforços cortantes em um elemento infinitesimal de placa. Fonte: Coelho (2000).

Figura 7– Momentos fletores e torsores em um elemento infinitesimal de placa.


Fonte: Coelho (2000).

22
3.2. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

3.2.1. INTRODUÇÃO

Segundo Pavanello (1997), os primeiros princípios que embasariam o MEF


foram utilizados em 1906 quando um grupo de pesquisadores recomendou um
mecanismo de modelagem do contínuo por um modelo de barras elásticas, de modo que
os deslocamentos nos nós representariam uma aproximação para o deslocamento
contínuo.

O MEF foi adotado em 1943 por um matemático chamado Courant que


solucionou uma equação polinomial relacionada ao problema de torção, seguindo
metodologias consideradas no MEF.

O MEF sofreu um grande avanço relacionado à utilização pelos profissionais e


desenvolvimento do modelo matemático com o surgimento dos primeiros computadores
em 1944, uma vez que as ferramentas de cálculo dos computadores viabilizaram a
implantação de modelos mais refinados, especialmente na engenharia mecânica.

Em seguida, no ano de 1950, a indústria aeronáutica iniciou o uso do MEF para


avaliar o comportamento e os esforços nas asas de aviões Boeing.

No ano de 1975 começaram a surgir os primeiros softwares de análise estrutural


que utilizariam o MEF, são eles: SAP2000 V14®, ANSYS®, NASTRAN® etc.

No cenário atual, os softwares vêm apresentando grande desenvolvimento na


modelagem estrutural e na capacidade de análise minuciosa da edificação modelada.

O MEF baseia-se na divisão da estrutura em um número finito de subdomínios


de forma simples e dimensões variadas, portanto quanto maior o número de nós e
subdomínios, maior a tendência em obter resultados mais precisos, uma vez que será
realizada a análise dos esforços em cada nó para em seguida gerar o diagrama dos
esforços da peça e/ou estrutura (LA ROVERE, 2001).

Para a estrutura contínua, a análise minuciosa provém da subdivisão do domínio


da estrutura, chamados de elementos finitos, que normalmente é subdividida em

23
triângulos ou quadrados para elementos planos ou sólidos (SORIANO, 2003). Essa
subdivisão denomina-se malha de elementos finitos, conforme Figura 8 (MARTHA,
2007).

Figura 8 – Discretização por elementos finitos. Fonte: Martha (2007).

Segundo Gesualdo (2010), também é possível a divisão em elementos


triangulares (três nós), ou quadrangulares (quatro nós), ou ainda com nós adicionais
caso a análise seja mais complexa, por exemplo: análises não lineares (Figura 9).

Figura 9 - Elementos e nós. Fonte: Gesualdo (2010).

Conforme Campilho (2012), o nó é um ponto do domínio em que as variáveis


alvo do estudo serão calculadas pelo MEF. A Equação 3 mostra que o cálculo realizado
para as variáveis nos nós será utilizado para aproximar as variáveis nos pontos não
nodais através de funções de interpolação.

onde: corresponde aos valores das variáveis de campos nos nós;

N1, N2 e N3 corresponde às funções de interpolação.

24
No caso de elemento bidimensionais, as variáveis de campo são os
deslocamentos segundo as direções ortogonais u1 e v1 (i=1, 2 ,3 ..., número de nós), por
exemplo: um triângulo terá 6 (seis) liberdades, uma vez que tem 3 (três) nós e 2 (dois)
graus de liberdade por nó.

Vale ressaltar que o usuário não deve apenas se atentar para o fato de quanto
maior o número de nós mais preciso será o resultado, uma vez que o custo
computacional será relevante em termos de processamento da malha, devido ao
acréscimo no número de nós. No entanto, a fim de manter o alto grau de
representatividade da estrutura e reduzir o custo computacional, recomenda-se manter o
número inicial de elementos triangulares, porém com maior número de nós
intermediários.

3.2.2. FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS

Conforme Azevedo (2003), a fórmula matemática do MEF requer uma integral,


uma vez que analisa vários subdomínios em função de determinada variável, por
exemplo: momento fletor. Sendo assim, tem-se uma malha (domínio) com várias
subdivisões (subdomínios) e com isso é possível substituir o integral sobre um domínio
complexo (de volume V) por um somatório de integrais estendidas sobre os
subdomínios de geometria simples, triangular ou quadrada (de volume Vi).

A formulação variacional da equação pode ser definida através do Princípio dos


Trabalhos Virtuais e da Energia Potencial Mínima em análises estruturais.

A Equação 4 retrata a explanação anterior.

∫ ∑ ∫

onde: ∫ corresponde à integral da função sob um domínio complexo de


volume V. ∑ ∫ corresponde ao somatório das integrais dos subdomínios
complexos de volume Vi.

Na Equação 4 fica pressuposto que o domínio complexo é o somatório dos


subdomínios. Portanto se as integrais estendidas aos subdomínios forem viáveis de

25
serem calculadas, pode-se apenas calcular o somatório de Vi para obter a integral
estendida a todo o domínio. A Equação 5 mostra o somatório de Vi para obter a integral
estendida a todo o domínio.

Onde: V corresponde ao volume complexo do domínio da função;

Vi corresponde ao volume complexo do subdomínio da função

3.2.3. PROBLEMA BIDIMENSIONAL

O elemento estrutural com espessura constante e que apresente duas dimensões


maior que a terceira pode ser considerado um elemento bidimensional - os elementos
estruturais laje são elementos bidimensionais. Geralmente a estrutura bidimensional é
descriminada em subdomínios com formas triangulares ou quadrangulares.

Conforme citado anteriormente, os nós apresentam dois graus de liberdade de


deslocamento: deslocamento segundo x,u e o deslocamento segundo y,v.

O elemento bidimensional ao ser fracionado em infinitos subdomínios gera um


quadro de coordenadas x,y para cada nó, além de cada nó apresentar deslocamentos
segundo duas direções ortogonais u1 e v1 (CAMPILHO, 2012), conforme Figura 10.

Figura 10 – Deslocamentos segundo eixo x e y. Fonte: Campilho (2012).

26
A partir dos deslocamentos nas direções ortogonais, surgem os vetores de
variáveis nodais e forças nodais. A Equação 6 mostra os vetores de variáveis nodais e
forças nodais.

ae = {u1 v1 u2 v2 u3 v3} fe = {

onde: ae corresponde ao vetor de variáveis nodais;

u e v corresponde aos deslocamentos em x e y, respectivamente;

fe é corresponde ao vetor de forças nodais;

corresponde as forças nas direções x e y.

Em seguida, obtém o campo de deslocamentos em função de N e ae. (Equação 7)

{ }=| | ou { }= Nac

{ }
(7)

onde: u e v corresponde aos deslocamentos em x e y, respectivamente;

N1, N2 e N3 corresponde às forças aplicadas nas direções x, y e z.

As funções de interpolação para elementos de duas dimensões, como em


elementos triangulares, seguem a formulação matemática, Equação 8:

onde: P(x) corresponde a função de interpolação;

α corresponde à constante da função;

x e y corresponde às coordenadas.

O número de variáveis nodais disponíveis para calcular os coeficientes é igual ao


número de coeficientes do polinômio, ou seja, igual a 3 (três deslocamentos). A
Equação 9 mostra o polinômio e seus coeficientes.
27
Onde: P(x) corresponde à função ou polinômio;

α corresponde à constante da função;

x e y corresponde às coordenadas.

O deslocamento u e v são definidos pela expressão geral, conforme Equação 10:

onde: u corresponde ao vetor deslocamento em x

α corresponde à constante da função;

x e y corresponde às coordenadas.

Sendo assim, os vetores deslocamentos nos nós segue as Equações 11, 12 e 13:

u1 = α 1 + α 2x1 + α 3y1 (11)

u2 = α 1 + α 2x2 + α 3y2 (12)

u3 = α 1 + α 2x3 + α 3y3 (13)

onde: u corresponde ao vetor deslocamento em x

α corresponde à constante da função;

x e y corresponde às coordenadas.

Em seguida, a Equação 14 retrata ae em função da matriz C e do vetor α dos


coeficientes de u.

{ }=| |{ } ou = Cα (14)

onde: ae corresponde ao vetor de variáveis nodais;

u corresponde ao vetor deslocamento em x

28
α corresponde à constante da função;

x e y corresponde às as coordenadas.

A partir do intermédio das funções obtém-se as funções de interpolação


conforme Equação 15 e 16:

N = pT C-1 (15)

onde: pT = {1 x y}

C-1 é igual a:

| | (16)

A Equação 17 mostra a área do triângulo (Δ):

Δ = det (17)

onde: Δ corresponde à área do triângulo;

det corresponde ao determinante da matriz;

x e y corresponde às as coordenadas.

Como tal, segue Equação 18 e 19:

| | (18)

onde: N corresponde ao vetor de força em função da posição;

Δ corresponde à área do triângulo;

x e y corresponde às coordenadas;

a1, b1 e c1 corresponde às funções (x,y).

29
[ ] [ + x+ + x+ + x+ ] (19)

onde: N corresponde ao vetor de força em função da posição;

Δ corresponde à área do triângulo;

x e y corresponde às coordenadas;

a1, b1 e c1 corresponde às funções (x,y).

3.2.4. FORMULAÇÃO FRACA

Sejam Ω ⊂ R2 e f uma função real contínua por partes e limitada, em Ω. A


análise bidimensional pautada no problema de Dirichlet será escrita conforme a
Equação 20:

(20)

onde: corresponde à função aberta e limitada;

f corresponde à função real contínua por partes e limitada;

Em seguida, retrata o problema acima na sua forma fraca de modo a facilitar o


entendimento da forma forte, uma vez que a solução para forma fraca também será
solução para a forma forte, além da forma fraca e forte serem equivalentes.

Define-se o espaço de funções V = {v: R2 → R; v é uma função contínua em Ω,

e são contínuas por partes em Ω, e v = 0 sobre ∂Ω}. Adiante, multiplica-se a

equação de Poisson retratada acima por uma função qualquer v e integra-se sobre Ω,
Equação 21:

→ ∫ =∫ (21)

onde: v corresponde à função contínua;

corresponde à função aberta e limitada;

30
f corresponde à função real contínua por partes e limitada;

Reescreve-se a equação acima de forma reduzida utilizando a fórmula de Green,


que se baseia no Teorema do Divergente.

Teorema do Divergente – seja Ω ⊂ Rn compacto e com fronteiras suaves por


partes. Se w é um campo de vetores definido em Ω, Equação 22:

∫ =∫ (22)

onde: w corresponde ao campo de vetores definidos;

n corresponde ao vetor unitário normal à ∂Ω;

(w , n) corresponde ao produto escalar dos vetores w e n.

O caso n=2 é reconhecido como Teorema de Green. A obtenção da Fórmula de

Green é resultado da aplicação do Teorema para os campos de vetores a(x,y) = (g. , 0)

e b(x,y) = (0 , g. ), sendo as funções g,h: R2→ R. Considerando o vetor normal

unitário sendo n = (n1 , n2), retratamos a conforme a Equação 23:

∫ =∫ (23)

onde: g e h corresponde às funções R2→ R;

corresponde à derivada de segunda ordem da função h em relação a x;

corresponde à derivada de primeira ordem da função h em relação a x;

n1 corresponde ao vetor normal unitário.

Retratamos b conforme a Equação 24:

∫ =∫ (24)

onde: g e h corresponde às funções R2→ R;

31
corresponde à derivada de segunda ordem da função h em relação a y;

corresponde à derivada de primeira ordem da função h em relação a y;

n2 corresponde ao vetor normal unitário.

Após somar a partes comuns nas equações acima e em seguida reagrupar, temos
a Fórmula de Green, retratada na Equação 25 e 26:

∫ =∫ (25)

onde: g e h corresponde às funções R2→ R;

corresponde à derivada de segunda ordem da função h em relação a x;

corresponde à derivada de primeira ordem da função h em relação a x;

n1 corresponde ao vetor normal unitário.

corresponde à derivada de primeira ordem da função h em relação a y;

n2 corresponde ao vetor normal unitário.

∫ =∫ (26)

onde: g e h corresponde às funções R2→ R;

grad g corresponde ao gradiente da equação g;

grad h corresponde ao gradiente da equação h;

n corresponde ao vetor normal unitário.

Se a função g(x , y) acima satisfaz a condição de Dirichlet homogênea, a integral


sobre ∂Ω é nula e a Fórmula de Green resultará na Equação 27:

∫ =∫ (27)

32
onde: g e h corresponde às funções R2→ R;

grad g corresponde ao gradiente da equação g;

grad h corresponde ao gradiente da equação h.

Quando comparada a Equação 21 com a Equação 27, notamos que a composição


matemática da esquerda é correspondente se adotar g = v e h = u. Portanto a primeira
equação corresponde à Equação 28:

∫ =∫ (28)

onde: v e f corresponde às funções R2→ R;

grad v corresponde ao gradiente da equação v;

grad u corresponde ao gradiente da equação u.

A Equação 28 acrescida da condição de Dirichlet homogênea será a formulação


fraca do problema bidimensional.

Em seguida, os subdomínios se apresentam como superfície e para calcular os


esforços sobre toda a superfície, gera-se a integral de superfície que será convertida em
integral de linha e dessa forma a obtenção dos resultados e tensões.

3.2.5. FLUXOGRAMA DE APLICAÇÃO DO MEF

A aplicação do MEF segue os princípios expostos no fluxograma da Figura 11.

Divisão do Formulação Teorema de Teorema de


elemento Forte Divergente Green

Resultado das Integral de


Formulação
tensões e superfície
Fraca
deslocamentos Integral de linha

33
Figura 11 – Fluxograma de aplicação do MEF. Fonte: Acervo pessoal.

34
3.2.6. FLUXOGRAMA DE FUNCIONAMENTO DO
SOFTWARE DE MÉTODO DOS ELEMENTOS
FINITOS

O software de análise estrutural, SAP2000 V14®, é pautado na análise numérica


do MEF e apresenta funcionamento computacional conforme fluxograma da Figura 12.

Figura 12 – Fluxograma de funcionamento do software baseado no MEF. Fonte: Acervo pessoal.

35
Capítulo 4
4. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O edifício modelado nesta pesquisa, localizado no estado de Goiás, é constituído


por pavimento térreo, treze pavimentos tipos e um pavimento cobertura, totalizando 15
pavimentos. O edifício analisado apresenta as configurações conforme Quadro 1.

Destinação da edificação Residencial multifamiliar


Tipo da estrutura Concreto armado
Número de pavimentos Quinze (15)
Área construída (m2) 23.379,60 m2
Altura total (m) 47,00 m
Pé-direito do pavimento tipo (m) 2,88 m

Quadro 1 - Resumo das principais características do edifício. Fonte: Acervo pessoal.

A modelagem arquitetônica foi concebida no software Revit® Arquitetônico,


enquanto a modelagem estrutural realizou-se primeiramente no software Eberick V8®
para em seguida no software SAP2000 V14®.

O software Revit® foi desenvolvido pela empresa Autodesk com o intuito de ser
utilizado para Building Information Modeling (BIM) com ferramentas inteligentes que
permitem projetar, planejar e construir edifícios; o módulo adotado foi o arquitetônico
capaz de projetar plantas arquitetônicas e vistas tridimensionais da edificação.

O software Eberick V8® foi desenvolvido pela empresa AltoQi com o intuito de
ser empregado para projeto estrutural em concreto armado moldado in-loco através da
análise estrutural pelo Método das Grelhas com um sistema gráfico de entrada que
permite visualizar a estrutura em vistas tridimensionais.

O software SAP2000 V14® foi desenvolvido pela empresa CSI (Computer and
Structures, inc.) com o intuito de ser manuseado para análise dos esforços dos mais
variados tipos de elementos estruturais e mecânicos, sua análise computacional é
baseada no MEF.

36
Para a descrição da estrutura, a sua forma deve ser acompanhada dos respectivos
desenhos de arquitetura, das cargas, dos materiais e das peças estruturais e não
estruturais.

O atual estágio da obra pode ser retratado através do quadro de


acompanhamento - Figura 13 - e ilustrado na Figura 14.

Projeto 100%

Fundação 100%

Estrutura 85%

Alvenaria 0%

Revestimento 0%

Instalações 0%

Acabamento, piso, paredes e bancadas esquadrias 0%

Pintura 0%

Complementos e limpeza final 0%

Figura 13 – Quadro de acompanhamento da obra. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 14 – Início da Superestrutura do 11º Pavimento Tipo. Fonte: Acervo pessoal.

37
4.2. DESCRIÇÃO ARQUITETÔNICA DA ESTRUTURA

A modelagem tridimensional da arquitetura, modelada no Revit® Arquitetônico,


vinculada à modelagem tridimensional da estrutura portante, modelada no Eberick
V8®, conforme Figura 15, facilita a visualização da estrutura a partir da arquitetura.
Seguindo a mesma configuração comparativa, arquitetura vinculada à estrutura, tem-se
a Figura 16 e 17 que expõem a planta baixa juntamente com a divisão das lajes alvo de
estudo.

Figura 15 – Vista Noroeste 3D da arquitetura do edifício no software Revit® Arquitetônico, a esquerda, e


da estrutura do edifício no software Eberick V8 ®, a direitra. Fonte: Acervo pessoal.

38
Figura 16 – Planta baixa do pavimento tipo no software Revit® Arquitetônico. Fonte: Acervo pessoal.

Figura 17 – Lajes do pavimento tipo no software Eberick V8®. Fonte: Acervo pessoal.

39
4.3. DESCRIÇÃO DAS CARGAS NA ESTRUTURA

As cargas podem ser classificadas como acidentais e permanentes. Segundo a


Norma Regulamentadora NBR8681:2003 – Ações e segurança nas estruturas -
Procedimentos, as cargas permanentes são cargas que não variam conforme o tempo,
compostas pelo peso próprio da estrutura e pelo peso de todos os elementos construtivos
fixos e instalações permanentes. Por sua vez, as cargas variáveis assumem valores com
variações significativas ao longo da vida útil da estrutura por se tratar da carga que é
exercida em função do uso (pessoas, móveis, materiais diversos, veículos, etc.). Vale
destacar que as cargas horizontais oriundas de ventos na direção x e y não foram
computadas para efeito de cálculo.

No Quadro 2 estão apresentadas as cargas acidentais e cargas permanentes,


respectivamente, baseadas nas especificações da Norma Regulamentadora
NBR6120:1980

Tipo de Tipo de Carga


Ambiente
edificação Carga (KN/m²)

Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5


Carga
Acidental Despensa, área de serviço e lavanderia 2
Corredor com acesso ao público 3
Edifício
Tipo de Carga
residencial Material
Carga (KN/m²)
Argamassa 0,63
Carga
Argamassa em gesso 0,25
Permanente
Porcelanato 0,15

Quadro 2 – Levantamento de cargas acidentais e permanentes conforme projeto de arquitetura, segundo a


Norma Regulamentadora NBR 6120:1980. Fonte: Acervo pessoal.

No cálculo da carga de alvenaria foram consideradas as paredes com espessura


de 15 cm, densidade aparente da alvenaria pronta de 13 KN/m3 e pé-direito do
pavimento tipo de 2,88 metros conforme corte da planta arquitetônica. Todas as
aberturas na alvenaria, por exemplo: portas e janelas, foram consideradas de modo a
descontar no carregamento.

40
4.4. DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS

O edifício é composto por elementos de concreto armado, sendo o concreto


empregado nas lajes, vigas e pilares, classe C35 ou 35 MPa e as armaduras de aço
CA50 nas barras longitudinais e CA60 nas barras transversais. Diante dessa
configuração, segue no Quadro 3, as propriedades do concreto empregado e das barras
de aço, respectivamente.

PROPRIEDADES DO CONCRETO CLASSE C35 OU 35MPa


Resistência a compressão
Resistência a característica (fck) 34,32 MPa
Coeficiente de minoração (Yc) 1,4
Resistência de Cálculo (fcd) 24,52 MPa
Característica do concreto
Peso específico 2500,00 Kg/m³
Abatimento 0,05 m
Tipo de agregado Granito
Módulo de Elasticidade (Obtido a partir do fck)
Módulo de Elasticidade Secante (Ecs) 27616,16 MPa
Módulo de Elasticidade Inicial (Eci) 32489,60 MPa
Resistência a tração (Obtido a partir do fck)
Resistência média (fctm) 3,15 MPa
Resistência característica inferior (fctk, inf) 2,20 MPa
Resistência característica superior (fctk, sup) 4,09 MPa
Resistência de Cálculo (fctd) 1,57 MPa
PROPRIEDADES DO AÇO CLASSE CA-50 OU 500 MPa
Resistência característica de escoamento (fy) 500,00 MPa
Coeficiente de minoração (Yaço) 1,15
Resistência de Cálculo (fyd) 434,78 MPa
Limite de Resistência (fst) 478,26 MPa
PROPRIEDADES DO AÇO CLASSE CA-60 OU 600 MPa
Resistência característica de escoamento (fy) 600,00 MPa
Coeficiente de minoração (Yaço) 1,15

41
Resistência de Cálculo (fyd) 521,74 MPa
Limite de Resistência (fst) 573,97 MPa
Quadro 3 – Propriedades dos materiais empregados na análise estrutural. Fonte: Acervo pessoal.

4.5. DESCRIÇÃO DAS COMBINAÇÕES

Na análise e dimensionamento de estruturas em concreto armado deve-se


considerar toda a envoltória dos esforços na estrutura com o propósito de conformar o
desempenho estrutural e os carregamentos durante a fase de dimensionamento.

A Norma Regulamentadora NBR 6118:2014 através do item 11.8 requer que as


combinações dos esforços devem contemplar a situação mais desfavorável na estrutura
para o estado limite último (ELU) e o estado limite de serviço (ELS).

O estudo considera todas as ações atuantes no elemento estrutural laje de acordo


com a Norma Regulamentadora NBR 6118:2014, como: ação permanente (peso próprio
e carga adicional) e ação acidental bem como os coeficientes de ponderação e fatores de
combinação, conforme Quadro 4, de modo que no final obtenha-se as combinações de
cargas representadas no Quadro 5.

Coeficiente de Fatores de
Tipo Ação Indicação Ponderação Combinação
Favorável Desfavorável Ψ0 Ψ1 Ψ2
Permanente Peso próprio PP 1 1,31) 1 1 1
Permanente Adicional PERM 1 1,4 1 1 1
Acidental Acidental SC 0 1,4 0,7 0,6 0,4
1)
Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das
estruturas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3.

Quadro 4 - Tipologia, coeficiente e fatores de combinação dos carregamentos empregados na análise


estrutural. Fonte: Acervo pessoal.

42
Combinação Ações constituintes
Combinação 1 1,3PP + 1,4PERM
Combinação 2 1,3PP + 1,4PERM + 0,98SC
Combinação 3 1,3PP + 1,4PERM + 1,4SC

Quadro 5 - Combinação de ações no ELU. Fonte: Acervo pessoal.

Vale evidenciar que a metodologia deste trabalho acadêmico desconsidera a


variação de temperatura.

As combinações e ações serão inseridas nos softwares de dimensionamento e


análise estrutural de maneira que após o processamento da estrutura o software irá
adotar a combinação mais desfavorável para a estrutura a partir da listagem presente no
Quadro 5. Em seguida, o software apresentará os resultados de flecha máxima e
momento fletor máximo com base na combinação mais desfavorável.

Capítulo 5
5. METODOLOGIA

O presente trabalho é uma pesquisa exploratória, isto é, tem como finalidade


proporcionar maior familiaridade com as análises matemáticas e sua relação com a
análise estrutural. Diante disso, a metodologia do trabalho está retratada no fluxograma
presente na Figura 18:

Descrição das
Revisão Análise da
cargas, materiais e
bibliográfica arquitetura
combinações

Lançamento da Extração e
estrutura - Modelo
grelha x Modelo análise dos
MEF resultados

Figura 18 – Fluxograma representante da metodologia. Fonte: Acervo pessoal.

43
5.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Como procedimento técnico para abordagem do assunto, foi elaborada uma


ampla revisão bibliográfica acerca do método das grelhas e MEF, para a posterior
análise e aprofundamento de ambos métodos.
A estrutura de pesquisa é pautada por dados vinculados primeiramente ao
método das grelhas, sendo necessário apontar seu contexto histórico e
conjuntura matemática, posteriormente, o MEF foi analisado de forma similar ao
método das grelhas.
Diante disso será possível correlacionar os dois métodos através da
singularidade entre os modelos matemáticos, tais como: pontos de vantagem,
desvantagens e grau de precisão.

5.2. ANÁLISE DA ARQUITETURA

Foi realizada uma análise da arquitetura a fim de identificar os melhores locais


para lançamento dos elementos estruturais, os ambientes e os revestimentos adotados,
com o intuito de especificar as cargas de utilização de acordo com o ambiente e as
cargas permanentes dos revestimentos, Quadro 1 – Peso específico dos materiais de
construção e Quadro 2 – Valores mínimos das cargas verticais, respectivamente,
presentes na Norma Regulamentadora NBR 6120:1980.

5.3. DESCRIÇÃO DAS CARGAS, MATERIAIS E AÇÕES

A descrição das cargas representa quais são os tipos e quais são as cargas de
acordo com cada ambiente, enquanto que a descrição dos materiais representa as
propriedades físicas e resistivas do concreto e aço empregados na análise.

Por fim, a descrição das combinações retrata quais são as combinações adotadas
como base de comparação, bem como os respectivos coeficientes de ponderação. Todos
esses parâmetros são adotados para facilitar a inserção padronizada em ambos
softwares.

44
5.4. LANÇAMENTO DA ESTRUTURA – MODELO
GRELHA X MODELO MEF

Inicialmente, o lançamento da estrutura foi realizado no software Eberick V8®,


cuja análise matemática é o método das grelhas, devido à facilidade de manuseio,
simulação das condições de contorno e de apoio de forma mais ágil. Em seguida,
lançou-se a estrutura no software SAP2000 V14®, cuja análise matemática é o MEF,
seguindo os mesmos parâmetros de contorno, cargas, materiais e combinações.

5.5. EXTRAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com interesse de comparar os métodos numéricos via resultados


computacionais, tais parâmetros foram extraídos de ambos os softwares.

 Momentos positivos e negativos máximos das lajes em cada método;


 Flechas máximas das lajes estabelecendo o percentual correspondente a cada
método;
 Tempo de processamento da estrutura;
 Número de nós gerados.

A partir desses parâmetros realizou-se uma comparação percentual, gráfica e


qualitativa entre os modelos, além da comparação orçamentária variável de acordo com
o dimensionamento proposto por cada método.

Capítulo 6
6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Por definição, “As lajes convencionais são placas de espessura uniforme,


apoiadas ao longo do seu contorno. Os apoios podem ser constituídos por vigas ou por
alvenarias, sendo este tipo de laje predominante nos edifícios residenciais onde os vãos
são relativamente pequenos.” (ARAÚJO, 2003ª, p.2.); contemplando armaduras
longitudinais e ocasionalmente armaduras transversais. As principais vantagens deste

45
método construtivo consistem na execução simples e rápida associada a baixa
deformação e esforços relativamente pequenos, além disso, caso o vão seja pequeno o
concreto aplicado na laje maciça contribui minimamente na resistência à flexão.

A condição de contorno empregada durante o lançamento entre o elemento laje e


qualquer elemento viga é do tipo simplesmente apoiada, ou seja, quando a borda da laje
é continuamente suportada por vigas ou paredes de alvenaria, além do mais, apresenta
ligação do 2º gênero, não permitindo movimentação no eixo horizontal e vertical.

As vigas ao conectarem com qualquer viga ou pilar apresentam conexão do tipo


engastada. Sendo assim, apresentam transferência de momentos e esforços, o que reflete
no aumento da taxa de aço.

6.2. ANÁLISE DAS DEFORMAÇÕES

Para garantir um bom comportamento das estruturas em situações correntes de


utilização, deve ser verificada a segurança ao Estado Limite de Serviço (ELS). Uma das
condições de segurança consiste na determinação das deformações e sua comparação
com o valor admissível. Assim, para a análise das deformações, considerou-se o ELS,
que é o estado a partir do qual a estrutura passa a ter desempenho inadequado às
finalidades da construção ou apresenta riscos de ruína.

A edificação deve reunir condições adequadas de segurança, funcionalidade e


durabilidade, de modo a atender todas as necessidades para as quais foi projetada ao
longo de sua vida. Além disto, as exigências relativas à capacidade resistente e ao
desempenho em serviço deixam de ser satisfeitas, quando são ultrapassados os
respectivos estados limites.

Logo, quando uma estrutura deixa de atender a qualquer um desses três itens,
diz-se que ela atingiu um Estado Limite de Serviço.

As flechas máximas ou deslocamentos-limites, em concordância com a NBR


6118:2014 (item 13.3), “são valores práticos utilizados para verificação em serviço do
estado limite de deformações excessivas da estrutura.” Os deslocamentos limites são
classificados em quatro grupos básicos, relacionados a seguir:

46
“a) Aceitabilidade sensorial: o limite é caracterizado por
vibrações indesejáveis ou efeito visual desagradável. A
limitação da flecha para prevenir essas vibrações, em situações
especiais de utilização, deve ser realizada como estabelecido na
Seção 23;

b) Efeitos específicos: os deslocamentos podem impedir a


utilização adequada da construção;

c) Efeitos em elementos não estruturais: deslocamentos


estruturais podem ocasionar o mau funcionamento de elementos
que, apesar de não fazerem parte da estrutura, estão a ela
ligados;

d) Efeitos em elementos estruturais: os deslocamentos podem


afetar o comportamento do elemento estrutural, provocando
afastamento em relação às hipóteses de cálculo adotadas. Se os
deslocamentos forem relevantes para o elemento considerado,
seus efeitos sobre as tensões ou sobre a estabilidade da estrutura
devem ser considerados, incorporando-as ao modelo estrutural
adotado.” (ABNT NBR6118, 2014, p.94)

O parâmetro aceitabilidade sensorial foi adotado para comparar as flechas


obtidas em cada método de modo que considere aceitável ou não conforme a
NBR6118:2014, ou seja, a base de comparação foi deslocamento limite equivalente a
⁄ , onde corresponde a maior dimensão da laje.

Nas combinações inseridas em ambos softwares nota-se que foram desprezadas


as ações quase permanentes, ações variáveis de longa duração que podem atuar em pelo
menos metade da vida útil da estrutura. Portanto, as flechas extraídas não contemplam
ações quase permanentes, a fluência do concreto, bem como a fissuração da peça, ou
seja, as flechas são do tipo imediatas.

O resultado referente ao deslocamento está contido no Quadro 6.

Método da Método dos Elementos NBR 6118:2014 Diferença


Laje
Grelha (cm) Finitos (cm) (L/250) (cm) (%)
L1 -0,45 -0,40 -2,37 -12,50

47
L2 -0,98 -0,76 -2,96 -28,95
L3 -0,42 -0,40 -2,37 -5,00
L4 -0,50 -0,41 -2,46 -21,95
L5 -0,36 -0,35 -3,70 -4,17
L6 -0,47 -0,41 -2,46 -14,63
L7 -0,52 -0,41 -2,46 -26,83
L8 -0,50 -0,40 -2,46 -25,00
L9 -0,42 -0,41 -2,32 -3,09
L10 -0,42 -0,40 -2,37 -5,00
L11 -0,95 -0,76 -2,96 -25,00
L12 -0,44 -0,40 -2,37 -10,00
Quadro 6 - Deformações máximas das lajes do pavimento tipo. Fonte: Acervo pessoal.

Os resultados numéricos foram convertidos na ilustração gráfica contida na


Figura 19.

Figura 19 – Gráfico representativo das deformações. Fonte: Acervo pessoal


Os resultados das deformações ilustram que o Eberick V8® possui um modelo
adaptado para concreto armado, em virtude da redistribuição dos esforços e
consideração da fissuração do concreto na flecha. Portanto a flecha proposta pelo
método da grelha foi superior ao proposto pelo método dos elementos finitos em prol da
não consideração da fissuração do concreto por parte do SAP2000 V14®.

Observa-se que quando as lajes analisadas apresentam dimensões menores,


menor será a diferença entre os resultados de ambos métodos, caso as dimensões das
lajes aumentem, a diferença entre os resultados irá aumentar e se tornar mais

48
representativo, ou seja, o fator dimensão da estrutura está diretamente associado à
disparidade de resultados.

6.3. ANÁLISE DOS ESFORÇOS

As armaduras nas lajes são dimensionadas preponderantemente mediante ao


momento fletor positivo nas direções x e y e ao momento fletor negativo oriundo da
interação laje e elemento de apoio adjacente – vigas ou lajes. Portanto, através do
Quadro 7 pode-se analisar o momento fletor positivo máximo de cada metodologia que
advém dos resultados das análises estruturais de cada método.

Método dos
Método da Grelha Diferença (%)
Elementos Finitos
Laje
Direção X Direção Y Direção X Direção Y
Direção X Direção Y
(kgf.m/m) (kgf.m/m) (kgf.m/m) (kgf.m/m)
L1 1211 1177 1060 1034 14,25 13,83
L2 1321 2047 938 1420 40,83 44,15
L3 1173 1995 1111 1882 5,60 6,00
L4 1273 1022 961 739 32,47 38,30
L5 880 925 831 789 5,90 17,62
L6 1227 1030 1032 830 18,90 24,10
L7 1805 1052 1208 738 49,42 42,55
L8 1673 1063 1241 770 34,81 38,05
L9 924 630 765 630 20,78 0,00
L10 1163 1978 1103 1865 5,44 6,06
L11 1266 2057 936 1496 35,26 37,50
L12 1197 1167 1076 1047 11,25 11,46
Quadro 7 - Momentos fletores positivos máximos das lajes do pavimento tipo. Fonte: Acervo pessoal.

Os resultados numéricos contidos no Quadro 7 foram convertidos na ilustração


gráfica contida nas Figuras 20 e 21.

49
Figura 20 - Gráfico representativo dos momentos fletores positivos máximos na direção X. Fonte:
Acervo pessoal

Figura 21 - Gráfico representativo dos momentos fletores positivos máximos na direção Y. Fonte:
Acervo pessoal
Os momentos fletores negativos máximos obtidos da análise estrutural de cada
software está contido no Quadro 8.

Método da Grelha Método dos Elementos Finitos


Laje Direção X Direção Y Direção X Direção Y
(kgf.m/m) (kgf.m/m) (kgf.m/m) (kgf.m/m)
L1 2356 2793 2059 2432
L2 1164 783 733 421

50
L3 2914 595 2710 546
L4 5268 1506 3795 1182
L5 1022 318 950 300
L6 5031 1466 4116 1242
L7 2507 2681 1676 2010
L8 2550 3087 1840 2261
L9 411 298 394 290
L10 2844 557 2659 523
L11 1000 903 651 550
L12 2337 2732 2098 2452

Quadro 8 – Momentos fletores negativos máximos das lajes do pavimento tipo. Fonte: Acervo
pessoal.

Os resultados numéricos contidos no Quadro 8 foram convertidos na ilustração


gráfica contida nas Figuras 22 e 23.

Figura 22 - Gráfico representativo dos momentos fletores negativos máximos na direção X. Fonte:
Acervo pessoal

51
Figura 23 - Gráfico representativo dos momentos fletores negativos máximos na direção Y. Fonte:
Acervo pessoal
A análise dos esforços representa os momentos positivos e negativos extraídos
de cada método. Durante a extração e análise dos resultados percebe-se que os
momentos fletores negativos que apresentaram valores elevados correspondem aos
momentos volventes – pico de esforços oriundos da geometria irregular, ou seja,
esforços excessivos situados nos limites dos elementos estruturais. Devido ao
mapeamento nodal realizado pelo MEF, o excesso de esforço devido ao momento foi
reduzido, enquanto que o elemento grelha realiza ponderações a favor da segurança,
com isso majora o esforço.

6.4. ANÁLISE DE CUSTO

A análise de custo foi pautada no cálculo da taxa de aço das armaduras positivas
e negativas de cada laje, optou-se por não incluir o custo de concretagem, uma vez que
o impacto não seria tão visível quanto o custo das armaduras.

O processo para calcular a taxa de armadura considerou os seguintes parâmetros:


bitola das ferragens (ø) – 10 mm, área da seção transversal de cada barra – 0,80 cm²,
relação peso e metro linear – 0,617 kg/m e relação custo por peso – 3,892 R$/ kg.

O roteiro de cálculo está contido nas equações 29, 30, 31, 32 e 33.

52
Sendo:

Onde: Ø corresponde ao diâmetro da barra adotada;

Cob corresponde ao cobrimento nominal;

Md corresponde ao momento fletor de cálculo;

bw corresponde à largura da base de cálculo;

fcd corresponde à resistência à compressão do concreto reduzido da minoração


normativa;

fyd corresponde à resistência à tração do aço reduzido da minoração normativa;

As corresponde à área de aço.

As formulações retratam o impacto diretamente proporcional dos momentos


fletores sobre as taxas de armadura. No Quadro 9 estão contidas as taxas de aço
referente ao método da grelha e no Quadro 10 faz referência ao método dos elementos
finitos.

Método da Grelha
Armadura positiva Armadura negativa
Laje Total
(Kg) (Kg) Custo
(Kg)
Dir X Dir Y Dir X Dir Y
L1 148,324 144,034 46,661 56,021 395,040 R$ 1.537,45
L2 253,262 400,184 22,326 14,870 690,642 R$ 2.687,91
L3 143,517 249,463 58,655 11,248 462,883 R$ 1.801,49
L4 164,580 131,293 114,838 29,141 439,852 R$ 1.711,86

53
L5 138,117 145,330 19,530 5,972 308,949 R$ 1.202,40
L6 158,478 132,328 108,679 28,339 427,824 R$ 1.665,05
L7 236,655 135,270 49,870 53,598 475,394 R$ 1.850,18
L8 218,568 136,687 50,786 62,464 468,504 R$ 1.823,37
L9 34,114 23,093 7,739 5,592 70,538 R$ 274,52
L10 142,277 247,189 57,123 10,519 457,108 R$ 1.779,01
L11 242,370 402,201 19,100 17,204 680,876 R$ 2.649,90
L12 146,515 142,742 46,256 54,700 390,213 R$ 1.518,67
Quadro 9 - Massa de aço das lajes do pavimento tipo – Método da Grelha. Fonte: Acervo pessoal.

Método dos Elementos Finitos


Armadura positiva Armadura negativa
Laje Total
(Kg) (Kg) Custo (R$)
(Kg)
Dir X Dir Y Dir X Dir Y
L1 129,829 126,535 40,779 48,780 345,923 R$ 1.346,30
L2 179,833 277,607 14,059 7,995 479,495 R$ 1.866,14
L3 135,932 235,333 54,549 10,322 436,135 R$ 1.697,39
L4 124,243 94,937 82,728 22,872 324,779 R$ 1.264,01
L5 130,426 123,963 18,154 5,634 278,177 R$ 1.082,64
L6 133,292 106,634 88,913 24,009 352,848 R$ 1.373,25
L7 158,382 94,895 33,340 40,184 326,800 R$ 1.271,87
L8 162,130 99,011 36,646 45,750 343,536 R$ 1.337,01
L9 28,244 23,093 7,419 5,441 64,197 R$ 249,85
L10 134,937 233,067 53,407 9,877 431,288 R$ 1.678,53
L11 179,193 292,510 12,434 10,479 494,616 R$ 1.924,99
L12 131,704 128,064 41,526 49,094 350,388 R$ 1.363,67
Quadro 10 - Massa de aço das lajes do pavimento tipo – Método dos Elementos Finitos. Fonte: Acervo
pessoal.
Os resultados numéricos contidos nos Quadros 9 e 10 foram convertidos na
ilustração gráfica contida nas Figuras 24 e 25.

54
Figura 24 - Gráfico comparativo entre as massas de aço de cada metodologia. Fonte: Acervo pessoal

Figura 25 - Gráfico comparativo entre o custo de armadura por pavimento de cada metodologia. Fonte:
Acervo pessoal
Os custos presentes nos quadros foram somados e obtivemos o custo por
pavimento, sendo R$ 16.455,63 o custo resultante do cálculo por MEF contra R$
20.501,80 o custo resultante do cálculo por método da grelha, ou seja, uma diferença de
R$ 4.046,17 por pavimento.

De acordo com a metodologia exposta, a análise foi realizada sobre o pavimento


tipo, como a edificação possui treze (13) pavimentos tipos, o ganho monetário seria de

55
R$ 52.600,21 (diferença monetária por pavimento(R$4.046,17) x número de
pavimentos tipos (13)).

6.5. ANÁLISE QUALITATIVA

A análise qualitativa visa expor parâmetros relevantes e considerados não


técnicos que impactam diretamente na performance e desenvolvimento do projeto, além
de destacar as vantagens e desvantagens mais significantes de cada método. No Quadro
11 estão contidas as análises qualitativas e no Quadro 12 as vantagens e desvantagens.

Método das Método dos Elementos


Grelhas Finitos
Tempo de processamento
00:06:09 00:13:10
total
Número de nós 2012 nós 3498 nós
Quadro 11 - Análise qualitativa dos métodos. Fonte: Acervo pessoal.
Método das Grelhas Método dos Elementos Finitos
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens
A malha refinada
minimiza esforços
residuais ou
esforços não Número de nós
condizentes com o superior ao
Não exige O cálculo dos real proposto pelo
hardware esforços e flechas comportamento da método das
avançado para é realizado nas estrutura, por grelhas, o que
processamento barras exemplo: exige
momento volvente processamento
mais condizente mais avançado
com o
comportamento
real
Resultados Os vetores de O cálculo dos Tempo elevado de

56
satisfatórios em carga são nas esforços e flechas processamento
estruturas barras são realizados nos devido a malha
regulares nodais mais refinada
Dificuldade na
Dimensionamento
Os vetores de modelagem e input
a favor da -
carga são nodais dos parâmetros no
segurança
software
Quadro 12 - Vantagens e Desvantagens dos métodos. Fonte: Acervo pessoal.

Capítulo 7
7. CONCLUSÃO

No cenário atual, a maioria dos engenheiros civis utilizam softwares que


contemplam o método das grelhas, pois existem alguns fatores que o tornam mais
favorável no mercado, por exemplo: facilidade de manuseio do software e custo para
aquisição. Vale ressaltar que o engenheiro deverá conhecer suas particularidades, bem
como aceitar que as soluções oriundas de outros métodos e softwares podem ser mais
eficazes.

Antes de entrar nas conclusões referentes aos deslocamentos e esforços devemos


ressaltar que estes nunca poderiam ser iguais, uma vez que os métodos são diferentes.
Cada subcapítulo deste trabalho de conclusão de curso apresenta os resultados
discriminados, no entanto de uma forma mais global pode-se tirar as seguintes
conclusões:

Referente ao deslocamento conclui-se que o modelo de elementos finitos


apresentou deslocamentos inferiores, uma vez que a flecha proposta pelo método da
grelha foi superior ao proposto pelo método dos elementos finitos em prol da não
consideração da fissuração do concreto por parte do SAP2000 V14®. Vale ponderar
que o resultado do método das grelhas se aproxima ao MEF, nas seguintes situações:
lajes com formatos regulares, carregamentos e vão livre menores.

Diante do exposto anteriormente, evidencia-se que para uma comparação


minuciosa e comprobatória seria necessário ponderar o nível de refinação da malha

57
aceitável nos resultados obtidos, ou seja, o nível de refinamento deverá ser padronizado
e considerar a fissuração do concreto no dimensionamento pelo MEF.

Os resultados presentes nos subcapítulos refletiram na análise de custo, portanto


obteve-se redução de custos, referentes à quantidade de armaduras nas lajes. Essa
redução no custo se torna mais expressiva para a edificação, visto que o elemento
estrutural com maior taxa de aço é o elemento laje.

As vantagens e desvantagens previamente listadas foram confirmadas através


dos resultados obtidos de modo que expôs qualitativamente todas as variáveis
relevantes.

De acordo com a revisão bibliográfica analisada, os resultados obtidos estão


dentro do que era esperado, visto que os valores dos deslocamentos e esforços
(momentos) obtidos pelo modelo de elementos de grelha são sempre superiores aos
obtidos pelo MEF e que seguiu as proporções contidas em outros trabalhos acadêmicos.

Logo, o dimensionamento de estrutura regulares com carregamentos e vãos


livres reduzidos podem ser dimensionados de modo satisfatório através do modelo de
grelha, e que devido ao baixo custo computacional, pode-se considerar uma alternativa
na engenharia de estruturas.

Capítulo 8
8. SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS

O trabalho de conclusão de curso objetivou a análise nos elementos laje, a fim de


verificar e mensurar o impacto global dos métodos, aconselha-se realizar o
dimensionamento de todos os elementos estruturais – laje, viga, pilar e fundação. Além
dos parâmetros expostos, deverão ser inseridos nas análises: p-delta, análise de segunda
ordem, análise modal e matriz de rigidez.

Caso algum elemento estrutural não possua os métodos citados como critério de
dimensionamento, deve-se adotar o mesmo método de modo que o resultado se faça em
virtude dos esforços repassados pela estrutura e calculados por cada método, então
teremos um dimensionamento com interferência representativa de cada metodologia.

58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Projeto de Estruturas de Concreto Armado - Procedimento, 2014.

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Cargas para Cálculo de Estruturas de Edificações - Procedimento, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 8681:2003 –


Ações e segurança nas estruturas - Procedimento, 2003.

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Engenharia da Univerdade de Porto, 2003.

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Dissertação (Mestrado). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFU, 2010.

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HENNRICHS, C.A. Estudos Sobre Modelagem de Lajes Planas de Concreto


Armado: Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Florianópolis: Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), 2003.

LA ROVERE, H. L. Utilização do Método dos Elementos Finitos em Projetos de


Estruturas: Apostila do Curso de Especialização em Projeto de Estruturas.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2001.

LIGHTFOOT, E.; SAWKO. F. Structural frame analysis by eletronic computer:


grid frameworks resolved by generalized slope deflection. [S.L.: s.n.], 1959.

59
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Janeiro: PUC - Rio, 2007. 312 p.

PAVANELLO, R. Introdução ao Método dos Elementos Finitos: Notas de Aula.


Campinas: UNICAMP, 1997.

SANTOS, Luís Filipe Costa Dos. Comparação de Modelos de Grelha e de Elementos


Finitos de Laje na Modelação de Estruturas de Edifícios de Betão Armado:
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). [S.L.: s.n.], 2010.

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Estruturas. São Paulo: Edusp, 2003. 578 p.

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Analogia de Grelha: Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Florianópolis:
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Curso de concreto armado. 2. ed. Rio Grande: Dunas, 2003b. v.4.

60
APÊNDICE A

Constante Definição Ilustração

Pressão exercida por uma força sobre


Compressão um corpo, cujo efeito reduz o volume
de um material por meio de pressão.

Pressão exercida por uma força sobre


Tração um corpo, de modo à tensionar o
material.

Quando a força aplicada fornece uma


rotação no sentido anti-horário em
relação ao ponto de referência. Sendo
Momento positivo
assim, a parte inferior da laje apresenta-
se tracionada e a parte superior
comprimida.

Quando a força aplicada fornece uma


rotação no sentido horário em relação
ao ponto de referência. Sendo assim, a
Momento negativo
parte inferior da laje apresenta-se
comprimida e a parte superior
tracionada.

Deslocamento vertical resultado da


deformação do material sobre
Flecha
influência de peso próprio e demais
ações.

Estudo das propriedades dinâmicas de


um material sobre excitações por
Análise modal
vibrações, ou seja, a dinâmica estrutural
e o espectro de frequência da estrutura.

Fonte: Acervo pessoal.

61

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