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MACEIÓ-ALAGOAS
2018/2
VICTOR MATHEUS OLIVEIRA SARMENTO FARIAS
MACEIÓ-ALAGOAS
2018/2
REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC
SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO
58 p.: il.
CDU:624.012.45
Palavras Chave: Método dos Elementos Finitos. Laje nervurada unidirecional, SAP
2000.
ABSTRACT
Due to complex geometry of waffle slabs, it’s harder to determine the bending moments
and deflections that it’s structural system presents.
The present work, studied the floor slab behavior, in a linear elastic regime, by
distribuing bending moments and deflections of a one-way waffle slab.
For such, has done a comparison, using the SAP 2000 software, between the numeric
simulations of a one-way waffle slab, utilizing the finite element method, where one
model was composed only by frame elements, with the floor slab considered acting as
a “T” section for the ribs, and the other was modeled only by shell elements, to
discretize the floor slab and the ribs also.
The analisys focus was to determine the floor slab behaviour when submited to a
distributed load, on the distribution of bending moments and displacements to the ribs.
The results shown that when the floor slab is discretized as shell elements, it presents
better results.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
1.1 Considerações iniciais....................................................................................... 9
1.2 Objetivos ........................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivos gerais ............................................................................................... 11
1.2.1 Objetivos específicos ...................................................................................... 11
1.3 Descrição dos capítulos ................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 12
2.1 Lajes .................................................................................................................. 12
2.2 Conceitos iniciais de lajes nervuradas........................................................... 14
2.3 Lajes nervuradas com nervuras pré-fabricadas ............................................ 15
2.3.1 Prescrições da norma NBR 14859: 2014 a respeito da capa e distâncias entre
nervuras .................................................................................................................... 17
2.3.2 Características, vantagens e desvantagens das lajes pré-fabricadas .............. 18
2.4 Lajes nervuradas moldadas no local (in loco) ................................................ 20
2.4.1 Prescrições da norma NBR 6118: 2014 ........................................................... 22
2.5 Considerações iniciais sobre os processos de cálculo ................................ 24
2.5.1 Teoria das placas delgadas.............................................................................. 24
2.5.2 Processo de grelha .......................................................................................... 27
2.5.3 Método dos elementos finitos ........................................................................... 31
2.5.4 Teoria das cascas ............................................................................................ 33
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 34
3.1 Considerações iniciais...................................................................................... 34
3.2 Ferramenta de cálculo e análise numérica ..................................................... 34
3.2.1 Descrição do software SAP2000 ...................................................................... 34
3.2.2 Elemento de barra ............................................................................................ 34
3.2.3 Elemento de casca ........................................................................................... 36
3.3 Validação do modelo proposto ........................................................................ 39
3.3.1 Validação dos exemplos de viga “T” biapoiadas .............................................. 40
3.3.1.1 Modelagem e resultados do exemplo de barra ............................................. 41
3.3.1.2 Modelagem e resultados do exemplo de casca ............................................ 42
3.3.2 Validação dos exemplos de laje nervurada unidirecional ................................. 45
3.3.2.1 Modelagem e resultados do exemplo de laje nervurada discretizada por
elementos de barra ................................................................................................... 46
3.3.2.2 Modelagem e resultados do exemplo de laje nervurada discretizada por
elementos de casca .................................................................................................. 48
3.4 Estudo da influência da mesa ............................................................................. 51
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 53
4.1 Flechas ............................................................................................................... 53
4.2 Momentos fletores ............................................................................................ 53
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 56
9
1 INTRODUÇÃO
1.2 Objetivos
O objetivo deste trabalho é fornecer uma análise da influência que a mesa terá
no comportamento estrutural de uma laje nervurada unidirecional, visando contribuir
para o aprimoramento do cálculo estrutural.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Lajes
As lajes podem ser consideradas como elementos planares, pois duas de suas
dimensões (largura e comprimento) são muito superiores à sua outra dimensão
(espessura). Têm diversas funções, sendo uma delas a função arquitetônica de servir
como pavimento para a estrutura, além de isolação térmica e acústica, bem como sua
principal função, que é a estrutural. A Figura 1 mostra um exemplo de laje atuando
como pavimento.
Lajes são elementos estruturais que podem ser utilizados em diversos tipos de
construções, tais como edifícios do tipo residencial, comercial ou industrial, como
também em obras de pontes, de contenção de terra, de pavimentos rodoviários, entre
outras.
As lajes, em relação ao seu comportamento global na estrutura, trabalham de
duas maneiras. Quando recebem ações verticais, perpendiculares à superfície média,
e as transmitem para apoios (vigas ou pilares) comportam-se como placas. Quando
atuam como diafragmas rígidos, distribuindo carregamentos horizontais entre as
estruturas de contraventamento, comportam-se como chapas. Conclui-se, portanto,
que as lajes têm dupla função estrutural, suportando cargas verticais e paralelas a seu
plano de superfície.
13
Silva e Souto (2003) apud Donin (2007) definem que outra importante função
das lajes é que quando construídas ligadas monoliticamente com as vigas, atuam
como mesa de compressão da seção “T”, contribuindo com o processo de
enrijecimento.
Segundo a NBR 6118:2014, define-se placa como elementos de superfície
plana que estão submetidos principalmente a ações normais a seu plano, e chapa
como elementos de superfície plana que estão submetidos principalmente a ações em
seu próprio plano. A Figura 2 mostra o comportamento das lajes.
Tenório (2011) comenta que existem diversos métodos construtivos para lajes,
porém os mais utilizados nas construções de edifícios de concreto armado são os
métodos de lajes maciça e de lajes nervuradas. O método de lajes nervuradas
apresenta ainda variações construtivas, dependendo de fatores como custos
operacionais e dimensão dos vãos.
Sussekind (1984), Resinor (1988), Souza; Cunha (1998), Araújo (2003); Dutra
(2005) apud Donin (2007) classificam as lajes de concreto armado de acordo com seu
sistema construtivo e sua forma e quanto ao tipo de apoio e de armação:
• Forma
a) Poligonais (quadrada, retangular, etc.);
b) Elípticas (circulares e anelares).
• Sistema construtivo
14
c) Treliçadas (VT)
• Capa – placa superior da laje, formada por concreto estrutural (com resistência
característica à compressão mínima, a classe C20), sua espessura é medida
da face superior do material de enchimento. É considerada como parte
resistente quando possui espessura acima de 3,0 cm. É necessário adicionar
uma armadura de distribuição de no mínimo 3 barras por metro, de seções de
no mínimo 0,9 cm²/m para aços CA-25, e 0,6 cm²/m para aços CA-50 e CA-60.
2.3.1 Prescrições da norma NBR 14859: 2002 a respeito da altura da capa e distâncias
entre nervuras
A norma NBR 14859: 2002 define os intereixos mínimos a serem adotados para
diferentes tipos de vigotas e as alturas mínimas de capas de concreto.
18
Espessura mínima
3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5
da capa resistente
Fonte: NBR 14859: 2002
• Vantagens
a) Facilidade de execução
São lajes de fácil manuseio e podem ser executadas com segurança por
operários minimamente capacitados.
19
b) Versatilidade
Possuem uma grande variedade de aplicações, seja em obras complexas,
como pontes e viadutos, ou em obras mais simples, como pavimentos de
prédios residenciais, comerciais ou industriais.
c) Redução de escoramentos
Há redução no número de escoras devido ao fato das nervuras possuírem
uma rigidez que, dependendo de sua altura, consegue vencer vãos de 1 a 2m,
além desse sistema possuir um peso próprio menor que o de lajes maciças e
nervuradas moldadas no local.
• Desvantagens
Um estudo feito por Tenório et al. (2009) demonstrou que para λ ≥ 1.4 (maior
lado da laje/ menor lado da laje) as lajes nervuradas unidirecionais (LNU) apresentam
um rendimento econômico melhor que as lajes nervuradas bidirecionais (LNB), sendo
λ o número que corresponde à divisão do maior vão pelo menor vão da laje.
As LNU, conforme mostra a Figura 10, apresentam sistema composto de
nervuras principais e secundárias. As principais são dispostas na direção do menor
vão, e as secundárias na direção do maior vão. As distâncias entre eixos de nervuras
são diferentes entre as duas direções, sendo maiores para as nervuras secundárias e
menores para as nervuras principais. As LNB, mostradas na Figura 11, apresentam
sistema composto de nervuras paralelas às bordas de contorno e ortogonais entre si,
com a mesma distância entre eixos nas duas direções. O recomendável é serem
utilizadas quando a relação entre o maior e o menor vão não for superior a 2
(TENÓRIO, 2011).
𝒅𝟐 𝒘 𝑴(𝒙)
= (2.1)
𝒅𝒙𝟐 𝑬∗𝑰
pode ser expressa em função de uma carga p(x), carga distribuída por unidade de
comprimento, aplicada pela Equação (2.2)
𝒅𝟒 𝒘 𝒑(𝒙)
= (2.2)
𝒅𝒙𝟒 𝑬∗𝑰
𝒅𝟐 𝑴𝒙 𝒅𝟐 𝑴𝒙𝒚 𝒅𝟐 𝑴𝒚
+∗ + = 𝒒(𝒙, 𝒚) (2.3)
𝒅𝒙𝟐 𝒅𝒙𝒅𝒚 𝒅𝒚𝟐
𝒅𝟐 𝒘 𝒅𝟐 𝒘
𝑴𝒙 = −𝑫 ( +𝒗∗ ) (2.4)
𝒅𝒙𝟐 𝒅𝒚𝟐
𝒅𝟐 𝒘 𝒅𝟐 𝒘
𝑴𝒚 = −𝑫 ( +𝒗∗ ) (2.5)
𝒅𝒚𝟐 𝒅𝒙𝟐
𝒅𝟐 𝒘
𝑴𝒙𝒚 = −𝑫(𝟏 − 𝒗) ∗ (2.6)
𝒅𝒙𝒅𝒚
𝑬∗𝑯𝟑
𝑫= (2.7)
[𝟏𝟐∗(𝟏−𝒗𝟐 )]
onde
“D” é a rigidez à flexão da placa,
“E” é o módulo de deformação longitudinal do material,
“H” é a espessura da placa e
“v” é o coeficiente de Poisson.
As expressões que relacionam as forças cortantes com as curvaturas da placa
são:
𝒅𝟑 𝒘 𝒅𝟑 𝒘
𝑸𝒙 = −𝑫 ∗ ( +𝒗∗ ) (2.8)
𝒅𝒙𝟑 𝒅𝒙𝒅𝒚𝟐
𝒅𝟑 𝒘 𝒅𝟑 𝒘
𝑸𝒚 = −𝑫 ∗ ( +𝒗∗ ) (2.9)
𝒅𝒚𝟑 𝒅𝒙𝟐 𝒅𝒚
𝒅𝟒 𝒘 𝒅𝟒 𝒘 𝒅𝟒 𝒒(𝒙,𝒚)
+𝟐∗ 𝟐 + = (2.10)
𝒅𝒙𝟒 𝒅𝒙𝟐 𝒅𝒚 𝒅𝒚𝟒 𝑫
27
𝒉 𝟐
(𝒚𝒄𝒈 − ) (2.11)
𝟐
𝑨 = (𝒃𝒇 ∗ 𝒉𝒇 ) + (𝒉 − 𝒉𝒇 ) ∗ 𝒃𝒘 (2.13)
𝒃∗𝒉𝟑
𝑰𝒇 = (2.14)
𝟏𝟐
𝒉∗𝒃𝟑
𝑰𝒕 = (2.15)
𝟑
𝑨=𝒃∗𝒉 (2.16)
𝒉∗𝒃𝟑
𝑰𝒕 = segundo Carvalho (1994) (2.17)
𝟑𝟎
𝒉∗𝒃𝟑
𝑰𝒕 = segundo Sussekind (1985) (2.18)
𝟏𝟓
𝒇𝒄𝒌 𝟏/𝟑
𝑬𝒄𝒊 = 𝟐𝟏, 𝟓 ∗ 𝟏𝟎𝟑 ∗ 𝜶𝑬 ∗ ( + 𝟏. 𝟐𝟓) para fck de 55-90 MPa (2.20)
𝟏𝟎
onde:
30
𝒇𝒄𝒌
Onde 𝜶𝒊 = 𝟎. 𝟖 + 𝟎. 𝟐 ∗ ( ) ≤ 𝟏. 𝟎 (2.22)
𝟖𝟎
𝒗 = 𝟎. 𝟐 (2.23)
𝑬𝒄𝒔
𝑮𝒄 = (2.24)
𝟐.𝟒
De acordo com Rezende (1990), o método dos elementos finitos pode ser
definido como uma técnica geral de discretização de problemas contínuos, definidos
por expressões determinadas matematicamente. O processo de discretização do
problema é concebido da seguinte maneira: o meio contínuo é dividido em um número
finito de partes (elementos), cujo comportamento se especifica em função de um
número finito de parâmetros.
Este modelo pode ser empregado para qualquer geometria de placa, desde
que seja aplicado um número suficiente de elementos. Portanto é caracterizado como
uma das melhores técnicas para análise de estrutura de pavimento de edifício,
simulando-a de forma mais realista (SILVA, 2012).
Como comenta Tenório (2011), o princípio básico do MEF é dividir o corpo em
elementos finitos, usualmente chamados de elementos, conectados por nós, e obter
uma solução aproximada. O MEF fornece uma lógica sistemática com a qual pode-
se determinar a solução por meio de um programa de computador. Para problemas
lineares, a solução é determinada pela resolução de um sistema de equações
lineares, onde, no caso da análise de comportamento estrutural, o número de
incógnitas, que representa os nodais, é igual ao número nodal.
O método dos elementos finitos segue os seguintes cincos passos:
1. Pré-processamento: subdivisão do domínio do problema em elementos finitos;
2. Formulação dos elementos: desenvolvimento de equações para os elementos;
3. Montagem: obtenção do sistema global de equações para os elementos;
4. Resolução das equações;
5. Pós-processamento: definição de valores de interesse, assim como tensões e
deformações, e a obtenção da visualização das respostas.
32
Após os cinco passos é possível obter a seguinte Equação (2.25), que rege o
problema linear:
F = K ∗d (2.25)
onde
F é a matriz das forças externas,
K é a matriz de rigidez global e
d é a matriz de deslocamento nodal.
De acordo com Baker et al. (1968), para a teoria das cascas lineares, a teoria
de pequenos deslocamentos de cascas finas é considerada, e as relações que
governam o comportamento desse tipo de material são baseadas nas equações da
teoria matemática da elasticidade linear. Apesar da consideração das equações
elásticas completas incapacitar a solução prática de cascas, devido ao fato de levar a
grandes equações, por sorte a análise precisa de cascas finas pode ser obtida através
da simplificação das equações elásticas, resumindo o problema das cascas à análise
das deformações da superfície média da casca.
Como afirma Tenório (2011), cascas apresentam todas as características de
placas, com adição de uma curvatura, e o comportamento da casca carregada é
principalmente definido pela sua curvatura. A curvatura de uma casca pode ser
definida como:
𝟏
𝑲= (2.26)
𝑹
34
3 METODOLOGIA
cada elemento possui seu próprio sistema de coordenadas locais para definição de
propriedades da seção e de carregamentos e para análise de resultados de saída.
Cada elemento pode ser carregado pela gravidade, em qualquer direção,
múltiplas cargas concentradas, múltiplas cargas distribuídas, cargas de tensão e
deformação, além de cargas devido à ação da temperatura.
Os eixos locais possuem relação com os eixos globais, como mostra a Figura
15.
.
Figura 17- Relação dos eixos locais e globais do elemento de casca
Fonte: (Schwetz., 2011)
Cada elemento pode ser carregado por cargas uniformes em qualquer direção
e também pela gravidade. Com este tipo de elemento podem ser modelados sistemas
de piso, de parede, decks de ponte, além de domos tridimensionais e modelos
detalhados de vigas, colunas e diversos elementos estruturais.
O programa fornece dois tipos de elementos de casca, os homogêneos
(Homogeneous), que apenas permitem análises lineares, e os de camada (Layered),
que permitem análises não-lineares. Como o foco do estudo será o elemento de casca
homogêneo (Homogeneous), será ignorado o comportamento não-linear das
estruturas.
Os elementos de casca homogêneos podem ser de placas finas – nos quais é
utilizada a formulação de Kirchhoff, que não leva em consideração as deformações
cortantes – ou de placas espessas, onde é utilizada a formulação de Minslin/Reissner,
que inclui a deformação cortante.
Possui seis graus de liberdade, sendo três de translação (U1, U2, U3) e três de
rotação (R1, R2, R3). Possui seu próprio sistema de coordenadas locais, para que
sejam definidas as propriedades dos materiais, os carregamentos e para interpretação
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dos dados de saída. Tais coordenadas locais mantém relação com as coordenadas
globais.
Cada elemento de casca pode ter dois dos seguintes tipos de geometria,
conforme mostra a Figura 18.
• Triangular, definida por 3 nós.
• Quadricular, definida por 4 nós.
Sendo:
• ht = altura total
• hf = altura da mesa
• h = altura da alma
• bf = largura da mesa
• bw = largura da alma
fletores e na flecha, para as nervuras situadas no meio do vão, e pode ser verificado
na Tabela 2.
Tabela 2- Resultados do modelo de viga “T” feito por elementos de casca, com
a variação do número de elementos
Resultados
Todas as vigas de seção “T” foram modeladas de acordo com o item 3.3.1.1.
Mediante utilização da geometria proposta no item anterior, o modelo se apresentaria
conforme a Figura 29.
Resultados
4 RESULTADOS
4.1 Flechas
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, José Milton de. CURSO DE CONCRETO ARMADO. V.4, 3.ed. Rio
Grande: Dunas, 2010.