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Projecto de Estrutura de um Edifício

para Armazém e Estacionamento

Miguel Ramos Benfica de Melo

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientador: Prof. Doutor António José da Silva Costa

Júri

Presidente: Prof. Luís Manuel Coelho Guerreiro

Orientador: Prof. Doutor António José da Silva Costa

Vogal: Prof. João Carlos de Oliveira Fernandes de Almeida

Março de 2015
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos os que contribuiram de forma directa ou indirecta à realização deste
projecto.

Em particular, gostava de agradecer ao meu orientador, Professor António Costa, por toda a
disponibilidade, orientação e desempenho, assim como pelo conhecimento transmitido ao longo do
curso.

Também gostava de agradecer ao corpo docente do Instituto Superior Técnico, particularmente ao


grupo de Engenharia Civil, pela excelência de ensino oferecida e pela dedicação e esforço que
demonstraram, que tanto contribuiram para consolidar os conhecimentos que hoje tenho.

Agradeço também à D. Cristina Ventura, cuja força e boa vontade sempre me espantaram.

Presto ainda um grande agradecimento aos meus amigos e colegas de curso, com quem passei
intensos anos e com quem partilhei momentos inesquecíveis.

Agradeço aos meus avós, tios e primos pelo apoio e motivação constante, e por me terem
proporcionado tantos bons momentos na minha vida.

Um sincero e forte agradecimento aos meus pais, que tudo fizeram para que me tornasse na pessoa
que hoje sou. Agradeço por todo o trabalho que tiveram ao longo destes anos todos e pela dedicação
constante que demonstraram. Admiro a vossa força e paciência que me permitiu crescer a todos os
níveis. Agradeço por me terem proporcionado tantos bons momentos que nunca mais irei esquecer.
São e sempre serão uma inspiração para mim.

Finalmente quero agradecer à Rita, minha namorada, por toda a motivação, força e carinho que me
deu ao longo destes anos e por todos os bons momentos que passámos e que ainda iremos viver.

A todos deixo aqui o meu sincero agradecimento.

“... Cheguei ao topo das escadas ...”


PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM EDIFÍCIO

PARA ARMAZÉM E ESTACIONAMENTO

Resumo
O trabalho desenvolvido tem como objectivo apresentar o projecto da estrutura de um edifício
destinado a armazém e estacionamento de veículos ligeiros, dando mais ênfase à determinação da
solução de laje.

Foram estudadas quatro soluções de laje: fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis, vigada,
fungiforme maciça de espessura constante e fungiforme maciça com espessamentos sobre os
pilares.

Para cada solução de laje efectuaram-se análises paramétricas de forma a analisar os custos dos
materiais envolvidos assim como o custo das cofragens. Foi efectuada a escolha da solução de laje
que combinasse tanto um custo reduzido como um ritmo de execução de obra elevado, tendo-se
optado pela solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares.

Seguiu-se então a análise da restante estrutura para as acções regulamentares tendo-se


desenvolvido um modelo tridimensional global da estrutura com o objectivo de analisar o seu
comportamento e efectuar o dimensionamento dos seus elementos constituintes.

Importa referir que se trata de um edifício com uma grande área em planta sendo portanto
condicionado pelos efeitos das acções indirectas como a acção das variações uniformes de
temperatura e efeitos de retracção do betão, nos elementos verticais da estrutura. A acção sísmica
também foi um aspecto condicionante para o dimensionamento da estrutura pois esta é caracterizada
por uma elevada massa e rigidez, e portanto com um período de vibração baixo, colocando a
aceleração espectral no patamar das acelerações constantes.

Para garantir um comportamento adequado em serviço e na rotura, dimensionaram-se e


pormenorizaram-se elementos estruturais tipo de forma a que fossem cumpridas as especificações
definidas nos Eurocódigos.

Palavras-chave: laje aligeirada, laje vigada, laje fungiforme maciça, laje fungiforme com
espessamento, punçoamento, elemento sísmico primário e secundário.

i
ii
STRUCTURAL DESIGN OF A BUILDING

DESTINATED TO BE A WAREHOUSE AND A PARKING LOT

Abstract
The purpose of this thesis is to present the structural design of a concrete building destinated to be a
warehouse and a parking lot, giving more emphasis in the determination of the slab solution.

Four types of slabs where analysed in this document: light weighted waffle slab with recoverable
molds, beam-supported slab, flat slab and flat slab with drop panel.

For each type os slab, a parametric analysis has been made to determine the costs of used materials
and corresponding costs of the formwork system. The choice of the type of slab to use in the design
has been influenced by the overall cost of the slab solution (including formwork system) and by the
speed of erection, having been chosen the flat slab with drop panel.

A tridimensional model has been created to analyse the rest of the structure to the actions defined in
the regulations and to design its structural elements.

Because of its huge area, the shrinkage effect of concrete and the uniform temperature component
has a big influence in stresses of vertical elements of the structure. Also, the seismic action has its
importance due to its considerable mass and a high rigidity, wich gives a low vibration period to the
structure and affects it with the constant spectral acceleration branch of the response spectrum.

To ensure proper behaviour in service and snapping, some structural type elements were designed
and detailed so the specifications defined in Eurocodes regulations could be fulfilled.

Key-words: light weighted waffle slab, beam-supported slab, flat slab, mushroom slab or flat slab with
drop panel, punching shear, primary and secondary seismic member.

iii
iv
Índice

1 Introdução ....................................................................................................................................... 1

1.1 Considerações Gerais ............................................................................................................. 1

1.2 Estrutura do Trabalho .............................................................................................................. 3

2 Materiais e Acções ......................................................................................................................... 5

2.1 Materiais Estruturais ................................................................................................................ 5

2.1.1 Aço ....................................................................................................................................... 5

2.1.2 Betão ................................................................................................................................... 5

2.2 Acções ................................................................................................................................... 10

2.2.1 Acções permanentes ......................................................................................................... 10

2.2.2 Acções variáveis ................................................................................................................ 11

2.3 Combinações de acções ....................................................................................................... 23

2.3.1 Estado Limite Último (ELU) ............................................................................................... 23

2.3.2 Estado Limite de Serviço (ELS)......................................................................................... 24

2.4 Capacidade resistente do solo .............................................................................................. 25

3 Análise das soluções de lajes .................................................................................................... 27

3.1 Laje fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis ........................................................... 28

3.1.1 Descrição da solução – laje aligeirada .............................................................................. 28

3.1.2 Concepção estrutural – laje aligeirada .............................................................................. 30

3.1.3 Determinação de custos – laje aligeirada ......................................................................... 31

3.1.4 Escolha da solução de laje fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis ................... 42

3.2 Laje vigada ............................................................................................................................ 43

3.2.1 Modelo de cálculo – laje vigada ........................................................................................ 44

3.2.2 Determinação de custos – laje vigada .............................................................................. 45

3.2.3 Escolha da solução de laje vigada .................................................................................... 51

3.3 Laje fungiforme maciça de espessura constante .................................................................. 51

3.3.1 Modelo de cálculo – laje fungiforme de espessura constante .......................................... 51

3.3.2 Determinação de custos – laje fungiforme de espessura constante ................................. 53

3.3.1 Escolha da solução de laje fungiforme maciça de espessura constante .......................... 59

v
3.4 Laje fungiforme maciça com espessamentos sobre os pilares ............................................. 60

3.4.1 Modelo de cálculo – laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares ..................... 60

3.4.2 Determinação de custos – laje laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares ..... 61

3.4.3 Escolha da solução de laje laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares .......... 68

3.5 Escolha da solução de laje para a estrutura ......................................................................... 69

4 Pré-dimensionamento e concepção estrutural ......................................................................... 73

4.1 Juntas estruturais .................................................................................................................. 74

4.2 Pré-dimensionamento dos elementos estruturais ................................................................. 76

4.2.1 Laje .................................................................................................................................... 76

4.2.2 Pilares ................................................................................................................................ 77

4.2.3 Vigas junto das aberturas .................................................................................................. 78

4.2.4 Paredes e vigas de bordadura .......................................................................................... 79

4.2.5 Muro de contenção ............................................................................................................ 81

4.2.6 Fundações ......................................................................................................................... 83

4.3 Solução estrutural .................................................................................................................. 85

5 Modelação da Estrutura .............................................................................................................. 87

5.1 Elementos estruturais ............................................................................................................ 87

5.1.1 Pilares e vigas ................................................................................................................... 87

5.1.2 Paredes ............................................................................................................................. 87

5.1.3 Lajes e muro de contenção ............................................................................................... 88

5.1.4 Fundações ......................................................................................................................... 88

5.2 Acções ................................................................................................................................... 88

5.2.1 Massas e cargas na estrutura ........................................................................................... 88

5.2.2 Acção sísmica.................................................................................................................... 88

5.2.3 Retracção e variação de temperatura uniforme ................................................................ 89

5.3 Rigidez efectiva a considerar na análise estrutural ............................................................... 90

6 Análise sísmica ............................................................................................................................ 93

6.1 Frequências próprias e modos de vibração .......................................................................... 94

6.2 Coeficiente de comportamento.............................................................................................. 96

6.3 Elementos estruturais primários e secundários .................................................................. 100

vi
6.4 Efeitos da excentricidade acidental ..................................................................................... 103

6.5 Efeitos de segunda ordem ................................................................................................... 105

7 Dimensionamento da Estrutura ................................................................................................ 107

7.1 Estado Limite Último (ELU) ................................................................................................. 107

7.1.1 Paredes ........................................................................................................................... 107

7.1.2 Vigas ................................................................................................................................ 115

7.1.3 Zona de ligaçao entre blocos – piso +2........................................................................... 120

7.1.4 Pilares .............................................................................................................................. 121

7.1.5 Laje .................................................................................................................................. 129

7.1.6 Muro de contenção .......................................................................................................... 143

7.1.7 Fundações ....................................................................................................................... 143

7.2 Estado Limite de Serviço (ELS)........................................................................................... 146

7.2.1 Controlo da fendilhação ................................................................................................... 146

7.2.2 Controlo da deformação nas lajes ................................................................................... 153

7.2.3 Controlo dos deslocamentos – sismo de serviço ............................................................ 157

7.2.4 Controlo dos deslocamentos – condição de junta sísmica ............................................. 158

8 Considerações finais ................................................................................................................. 159

Referências bibliográficas ................................................................................................................ 165

9 Anexos ............................................................................................................................................. I

10 Peças Desenhadas ..................................................................................................................... I

vii
viii
Índice de Figuras
Figura 1.1: Esquema dos pisos da estrutura........................................................................................... 2

Figura 2.1: Humidade relativa em Lisboa (2013) .................................................................................... 9

Figura 2.2: Representação esquemática do Espectro de Cálculo ........................................................ 14

Figura 2.3: Representação esquemática de um pilar ........................................................................... 19

Figura 2.4: envolvente dos momentos flectores resistentes nos apoios em situação de incêndio ...... 21

Figura 3.1: Laje aligeirada com moldes recuperáveis (planta) ............................................................. 29

Figura 3.2: Laje aligeirada com moldes recuperáveis (corte) ............................................................... 29

Figura 3.3: Campo de deslocamentos numa laje de Kirchhoff ............................................................. 30

Figura 3.4: Representação esquemática das armaduras superiores da laje aligeirada ....................... 32

Figura 3.5: Zonas das nervuras onde são necessárias armaduras de corte – Estacionamento e
Cobertura ............................................................................................................................................... 36

Figura 3.6: Zonas das nervuras onde são necessárias armaduras de corte – Armazém .................... 36

Figura 3.7: Mecanismo de resistência ao punçoamento ....................................................................... 38

Figura 3.8: Perímetro de controlo .................................................................................................... 38

Figura 3.9: Tipos de armaduras de punçoamento ................................................................................ 40

Figura 3.10:Distribuição das armaduras de punçoamento junto do pilar .............................................. 40

Figura 3.11: Armadura de fundo sobre o pilar....................................................................................... 41

Figura 3.12: Encaminhamento das cargas – método das bandas ........................................................ 44

Figura 3.13: Modelo simplificado das zonas de reforço de armaduras adoptadas na análise
paramétrica ............................................................................................................................................ 46

Figura 3.14: Dimensões do pórtico equivalente em cada direcção ...................................................... 52

Figura 3.15: Divisão dos painéis em Faixa Central e Lateral ................................................................ 52

Figura 3.16: Modelo simplificado das zonas de reforço de armaduras adoptadas na análise
paramétrica ............................................................................................................................................ 54

Figura 3.17: Disposições construtivas das armaduras de punçoamento ............................................. 58

Figura 3.18: Modelo de cálculo – viga equivalente – painel de laje central .......................................... 61

Figura 3.19: Dimensões do espessamento sobre o pilar ...................................................................... 61

Figura 3.20: Modelo simplificado das zonas de reforço de armaduras adoptadas na análise
paramétrica ............................................................................................................................................ 63

ix
2
Figura 3.21: Custos totais das soluções de laje, por m de área de construção, com e sem o custo das
respectivas cofragem ............................................................................................................................ 70

Figura 4.1: Representação esquemática de estrutura sem juntas estruturais ...................................... 75

Figura 4.2: Representação esquemática de estrutura com juntas estruturais parciais ........................ 75

Figura 4.3: Localização das juntas estruturais ...................................................................................... 76

Figura 4.4: Representação esquemática da localização das paredes ................................................. 80

Figura 4.5: Representação esquemática das paredes PA1 e PA2 ....................................................... 80

Figura 4.6: Modelo de cálculo para o muro de contenção .................................................................... 82

Figura 4.7: Representação esquemática de uma sapata ..................................................................... 83

Figura 4.8: Estrutura em estudo ............................................................................................................ 86

Figura 5.1: Secção de uma parede ....................................................................................................... 87

Figura 5.2: Diagrama de momento-curvatura, ........................................................................... 91

Figura 6.1: 1º Modo de vibração – visto em perspectiva 3D ................................................................. 95

Figura 6.2: 1º Modo de vibração – visto em planta 3D ......................................................................... 95

Figura 6.3: 3º Modo de vibração – visto em perspectiva 3D ................................................................. 96

Figura 6.4: 2º Modo de vibração – visto em planta 3D ......................................................................... 96

Figura 6.5: 3º Modo de vibração – visto em perspectiva 3D ................................................................. 96

Figura 6.6: 3º Modo de vibração – visto em planta 3D ......................................................................... 96

Figura 6.7: Conceito de coeficiente de comportamento em força......................................................... 97

Figura 6.8: Indicação dos pontos na estrutura onde foram calculados os deslocamentos laterais .... 102

Figura 6.9: Representação esquemática dos binários de forças, e , que simulam ........... 105

Figura 7.1: Diagramas de momento flector (esquerda) e esforço transverso (direita) na parede ...... 107

Figura 7.2: Distribuição de armaduras longitudinais na parede .......................................................... 109

Figura 7.3: Modelo de cálculo do momento resistente da parede ...................................................... 109

Figura 7.4: Elemento de extremidade confinado e extensões na curvatura última ............................ 111

Figura 7.5: Disposição das armaduras de confinamento na parede .................................................. 112

Figura 7.6: Envolvente de cálculo dos momentos flectores (esquerda) e dos esforços transversos
(direita)................................................................................................................................................. 115

Figura 7.7: Curvas de interacção M-N ................................................................................................ 118

Figura 7.8: Modelo de escoras e tirantes na zona de ligaçãpo entre blocos ...................................... 120

Figura 7.9: Diagramas de momento flector (esquerda) e esforço transverso (direita) nos pilares ..... 121

x
Figura 7.10: Diagrama de interacção tridimensional (N Rd, MRd,y, MRd,z) .............................................. 122

Figura 7.11: Secção transversal dos pilares P1 (dimensionamento em fase elástica) ...................... 127

Figura 7.12: Secção transversal dos pilares P2 .................................................................................. 127

Figura 7.13: Secção transversal dos pilares P5 .................................................................................. 127

Figura 7.14: Secção transversal dos pilares P3 .................................................................................. 128

Figura 7.15: Secção transversal dos pilares P3B ............................................................................... 128

Figura 7.16: Secção transversal dos pilares P2B (dimensionamento em ductilidade) ....................... 128

Figura 7.17: Secção transversal dos pilares P4 .................................................................................. 128

Figura 7.18: Secção transversal dos pilares P6 .................................................................................. 129

Figura 7.19: Secção transversal dos pilares P1 (dimensionamento em ductilidade) ......................... 129

Figura 7.20: Exemplo de aplicação da redistribuição de esforços ...................................................... 130

Figura 7.21: Dispensas de armaduras efectuadas ............................................................................. 131

Figura 7.22: Exemplo ilustrativo das distribuições de momentos negativos na laje fungiforme com
espessamentos ................................................................................................................................... 132

Figura 7.23: Exemplo ilustrativo das distribuições de momentos positivos na laje fungiforme com
espessamentos ................................................................................................................................... 132

Figura 7.24: Modelo estrutural onde parte da laje foi simulada com vigas equivalentes ................... 135

Figura 7.25: Distribuição de tensões tangenciais devidas a um momento não equilibrado na ligação
entre uma laje e um pilar interior ......................................................................................................... 136

Figura 7.26: Distribuição de tensões associadas à transmissão de parte do momento flector da laje
por tensões de corte (cálculo plástico) ................................................................................................ 140

Figura 7.27: Modelo de cálculo das sapatas com carga centrada ...................................................... 145

Figura 7.28: Modelo de cálculo das sapatas do muro de contenção .................................................. 145

Figura 7.29: Modelo de cálculo das sapatas das paredes .................................................................. 145

Figura 7.30: Extensões na secção fendilhada .................................................................................... 147

Figura 7.31: Deformação imposta externa (variação de temperatura) ............................................... 152

Figura 7.32: Deformação imposta interna (retracção do betão) ......................................................... 152

Figura 7.33: Alinhamentos para cálculo de flecha num painel interior ............................................... 154

Figura 7.34: Alinhamentos para cálculo de flecha num painel de extremidade .................................. 154

Figura 9.1: Momentos flectores m 11 – painel int – Cobertura – ELU - Fundamental ............................... I

Figura 9.2: Momentos flectores m 11 – painel int – Armazém – ELU - Fundamental ................................ I

xi
Figura 9.3: Momentos flectores m 11 – painel int – Estacionamento – ELU - Fundamental ..................... I

Figura 9.4: Momentos flectores m11 – painel ext – Cobertura – ELU - Fundamental ............................. II

Figura 9.5: Momentos flectores m 11 – painel ext – Armazém – ELU - Fundamental .............................. II

Figura 9.6: Momentos flectores m 11 – painel ext – Estacionamento – ELU - Fundamental ................... II

Figura 9.7: Momentos flectores m 11 – painel int – Cobertura – ELS - CQP........................................... III

Figura 9.8: Momentos flectores m 11 – painel int – Armazém – ELS - CQP ........................................... III

Figura 9.9: Momentos flectores m 11 – painel int – Estacionamento – ELS - CQP ................................. III

Figura 9.10: Momentos flectores m 11 – painel ext – Cobertura – ELS - CQP........................................ IV

Figura 9.11: Momentos flectores m 11 – painel ext – Armazém – ELS - CQP ........................................ IV

Figura 9.12: Momentos flectores m 11 – painel ext – Estacionamento – ELS - CQP .............................. IV

xii
Índice de Quadros
Quadro 2.1: Propriedades do aço ........................................................................................................... 5

Quadro 2.2: Propriedades do betão ........................................................................................................ 5

Quadro 2.3: Recobrimentos em função das classes de exposição ........................................................ 6

Quadro 2.4: coeficiente em função da espessura equivalente .................................................... 9

Quadro 2.5: Valor nominal de retracção livre por secagem do betão .......................................... 9

Quadro 2.6: Restantes Cargas Permanentes ....................................................................................... 11

Quadro 2.7: Sobrecargas e coeficientes de combinação , e ............................................... 11

Quadro 2.8: Temperaturas mínimas, máximas e inicial ........................................................................ 11

Quadro 2.9: Temperaturas do ambiente interior ................................................................................... 12

Quadro 2.10: Temperaturas do ambiente exterior – acima do solo ...................................................... 12

Quadro 2.11: Temperaturas do ambiente exterior – enterrado (>1m) .................................................. 12

Quadro 2.12: Temperatura média, , e variação de temperatura uniforme, ................................ 12

Quadro 2.13: Coeficientes de combinação , e .................................................................... 13

Quadro 2.14: Tabela resumo dos valores definidores do espectro de resposta .................................. 16

Quadro 2.15: Classificação da resistência ao fogo de elementos estruturais ...................................... 17

Quadro 2.16: Resistência ao fogo mínima de elementos estruturais de edifícios ................................ 17

Quadro 2.17: Dimensões e distâncias ao eixo mínimas para pilares de secção rectangular .............. 19

Quadro 2.18: Dimensões e distâncias ao eixo mínimas de paredes resistentes de betão .................. 20

Quadro 2.19: Dimensões e distâncias mínimas ao eixo de vigas contínuas de betão armado ........... 20

Quadro 2.20: Espessuras e distâncias mínimas ao eixo de lajes vigadas ........................................... 21

Quadro 2.21: Espessuras e distâncias mínimas ao eixo de lajes fungiformes maciças ...................... 22

Quadro 2.22: Espessuras e distâncias mínimas ao eixo de lajes fungiformes aligeiradas .................. 22

Quadro 3.1: Custo dos materiais das lajes ........................................................................................... 28

Quadro 3.2: Propriedades geométricas das lajes aligeiradas com moldes recuperáveis .................... 29

Quadro 3.3: Esforços máximos na laje fungiforme aligeirada............................................................... 31

Quadro 3.4: Armaduras laje aligeirada – Estacionamento .................................................................... 33

Quadro 3.5: Armaduras laje aligeirada – Armazém .............................................................................. 33

Quadro 3.6: Armaduras laje aligeirada – Cobertura ............................................................................. 34

Quadro 3.7: Armaduras de esforço transverso da laje aligeirada – Estacionamento ........................... 36

xiii
Quadro 3.8: Armaduras de esforço transverso da laje aligeirada – Armazém ..................................... 36

Quadro 3.9: Armaduras de esforço transverso da laje aligeirada – Cobertura..................................... 37

Quadro 3.10: Custos das armaduras de esforço transverso das bandas e nervuras da laje aligeirada
............................................................................................................................................................... 37

Quadro 3.11: Armadura de punçoamento, , da laje aligeirada ....................................................... 40

Quadro 3.12: Armadura longitudinal inferior sobre o pilar, , da laje aligeirada ......................... 41
2
Quadro 3.13: Custos de betão por m de laje aligeirada para cada hipótese de molde....................... 42

Quadro 3.14: Quadro resumo dos custos dos materiais da laje fungiforme aligeirada ........................ 43

Quadro 3.15: solução final da laje aligeirada e respectivos custos finais ............................................. 43

Quadro 3.16: Armaduras da laje vigada e respectivos custos – Estacionamento ................................ 46

Quadro 3.17: Armaduras da laje vigada e respectivos custos – Armazém .......................................... 47

Quadro 3.18: Armaduras da laje vigada e respectivos custos – Cobertura .......................................... 47

Quadro 3.19: Geometria, armaduras e custos das vigas – Estacionamento ........................................ 49

Quadro 3.20: Geometria, armaduras e custos das vigas – Armazém .................................................. 49

Quadro 3.21: Geometria, armaduras e custos das vigas – Cobertura ................................................. 49

Quadro 3.22: Armaduras de esforço transverso das vigas e respectivos custos – laje vigada ............ 50
2
Quadro 3.23: Custo de cofragens por m – solução de laje vigada ...................................................... 51
2
Quadro 3.24: Custos em €/m da solução de laje vigada ..................................................................... 51

Quadro 3.25: Coeficientes de repartição dos momentos flectores pela Faixa Central e Lateral .......... 53

Quadro 3.26: Armaduras – Estacionamento ......................................................................................... 54

Quadro 3.27: Armaduras – Armazém ................................................................................................... 55

Quadro 3.28: Armaduras – Cobertura ................................................................................................... 55


2
Quadro 3.29: custo por m da armadura de flexão ............................................................................... 56

Quadro 3.30: Armaduras de punçoamento para a laje fungiforme maciça de espessura constante ... 58

Quadro 3.31: Quadro resumo dos custos dos materiais da laje fungiforme maciça de espessura
constante ............................................................................................................................................... 60

Quadro 3.32: Armaduras longitudinais de flexão – Estacionamento .................................................... 63

Quadro 3.33: Armaduras longitudinais de flexão – Armazém ............................................................... 64

Quadro 3.34: Armaduras longitudinais de flexão – Cobertura .............................................................. 65

Quadro 3.35: Custo das armaduras longitudinais de flexão ................................................................. 66

Quadro 3.36: Custo do betão – laje fungiforme com espessamentos .................................................. 66

xiv
Quadro 3.37: Dimensões da laje fungiforme com espessamentos ...................................................... 67

Quadro 3.38: Custo das armaduras de punçoamento .......................................................................... 67

Quadro 3.39: Custo das cofragens ....................................................................................................... 68

Quadro 3.40: Solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares e respectivos custos 68
2
Quadro 3.41: Custo de cada solução de laje por m de laje ................................................................. 69

Quadro 3.42: Áreas destinadas a cada tipo de utilização de piso ........................................................ 69

Quadro 4.1: Dimensões prévias da solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares
resultante da análise paramétrica ......................................................................................................... 76

Quadro 4.2: Dimensões finais da solução de laje para a estrutura ...................................................... 77

Quadro 4.3: Pré-dimensionamento das sapatas ................................................................................... 84

Quadro 5.1: Parâmetros de defenição da variação de temperatura uniforme equivalente à retracção,


...................................................................................................................................................... 89

Quadro 6.1: Frequências próprias e factores de participação .............................................................. 94

Quadro 6.2: % da força de corte nos elementos verticais, ao nível do piso 0 ...................................... 99

Quadro 6.3: % da força de corte nos elementos verticais, ao nível do piso 0, e relação entre a rigidez
lateral dos elementos secundários e primários, .............................................................. 101

Quadro 6.4: Deslocamentos e da estrutura ......................................................................... 102

Quadro 6.5: Excentricidades acidentais por piso e por direcção principal (x e y) .............................. 103

Quadro 6.6: Parâmetros necessários ao cálculo dos momentos torsores acidentais, ............... 104

Quadro 6.7: Binários de forças, e , e respectivos braços, e , que simulam ............ 105

Quadro 6.8: Coeficiente θ dos efeitos de segunda ordem .................................................................. 106

Quadro 7.1: Esforços máximos sentidos nas paredes ........................................................................ 107

Quadro 7.2: Valores do parâmetro da equação simplificada de verificação de segurança em flexão


desviada composta.............................................................................................................................. 123

Quadro 7.3: Armaduras longitudinais dos pilares ............................................................................... 124

Quadro 7.4: Armaduras de corte nos pilares – zona crítica ................................................................ 126

Quadro 7.5: Armaduras de corte nos pilares – fora da zona crítica ................................................... 126

Quadro 7.6: Parâmetros da armadura de confinamento na base dos pilares .................................... 129

Quadro 7.7: Esforços de dimensionamento para a combinação fundamental de acções .................. 133

Quadro 7.8: Parâmetros , , , e de cada piso ................................................... 136

xv
Quadro 7.9: Esforços da parcela e a parcela da combinação sísmica de acções –
dimensionamento em ductilidade ........................................................................................................ 137

Quadro 7.10: Esforços sísmicos de dimensionamento – dimensionamento em ductilidade .............. 137

Quadro 7.11: Esforços da parcela e da parcela , da combinação sísmica de acções –


dimensionamento em fase elástica ..................................................................................................... 138

Quadro 7.12: Esforços sísmicos de dimensionamento – dimensionamento em fase elástica ........... 138

Quadro 7.13: Esforços de dimensionamento da laje fungiforme – dimensionamento em ductilidade 139

Quadro 7.14: Esforços de dimensionamento da laje fungiforme – dimensionamento em fase elástica


............................................................................................................................................................. 139

Quadro 7.15: Secção de armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em


ductilidade............................................................................................................................................ 139

Quadro 7.16: Secção de armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em fase


elástica................................................................................................................................................. 139

Quadro 7.17: Armadura na face inferior dos espessamentos sobre os pilares – dimensionamento em
ductilidade............................................................................................................................................ 140

Quadro 7.18: Armadura na face inferior dos espessamentos sobre os pilares – dimensionamento em
fase elástica ......................................................................................................................................... 140

Quadro 7.19: Esforços de corte de dimensionamento na solução de laje fungiforme ....................... 141

Quadro 7.20: Verificação ao punçoamento – dimensionamento em ductilidade ................................ 142

Quadro 7.21: Verificação ao punçoamento – dimensionamento em fase elástica ............................. 142

Quadro 7.22: Armaduras na face inferior do espessamento sobre o pilar ......................................... 143

Quadro 7.23: Armaduras nos lintéis de fundação ............................................................................... 144

Quadro 7.24: Dimensões finais das sapatas ....................................................................................... 144

Quadro 7.25: Armaduras das sapatas ................................................................................................ 146

Quadro 7.26: Aberturas de fendas nos pilares, paredes e vigas ........................................................ 149

Quadro 7.27: Esforços nas faixas centrais das lajes para a Combinação Quase-Permanente ......... 149

Quadro 7.28: Armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em ductilidade ....... 150

Quadro 7.29: Armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em fase elástica .... 150

Quadro 7.30: Cálculo da abertura de fendas horizontais .................................................................... 151

Quadro 7.31: Coeficientes de redução de esforço axial de fendilhação para uma deformação imposta
axial ..................................................................................................................................................... 152

Quadro 7.32: Coeficientes globais – cálculo de flechas ..................................................................... 154

xvi
Quadro 7.33: Coeficientes ponderados em cada alinhamento – cálculo de flechas .......................... 156

Quadro 7.34: Flechas elásticas ........................................................................................................... 156

Quadro 7.35: Flechas a curto e a longo prazo a meio da laje ............................................................ 157

Quadro 7.36: Deslocamentos devidos à acção sísmica de serviço .................................................... 158

xvii
xviii
Lista de abreviações

Letras Maiúsculas Latinas:

módulo de elasticidade do aço;

módulo de elasticidade aos 28 dias de idade do betão;

área da secção transversal do elemento de betão;

temperatura máxima do ar à sombra;

temperatura mínima do ar à sombra;

temperatura inicial do elemento;

representa o valor de temperatura média de um elemento estrutural resultante das


temperaturas climáticas, no Inverno ou no Verão, e das temperaturas operacionais;

temperatura do ambiente interior;

temperatura do ambiente exterior;

( ) espectro de cálculo de acelerações;

período de vibração de um sistema linear com um grau de liberdade;

limite inferior do período no patamar de aceleração espectral constante;

limite superior do período no patamar de aceleração espectral constante;

valor que define no espectro o início do ramo de deslocamento constante;

coeficiente de solo;

valor de cálculo dos efeitos das acções para a situação de incêndio, incluindo os efeitos das
dilatações e das deformações térmicas;

valor de cálculo da resistência em situação de incêndio;

valor de cálculo da força ou do momento correspondentes ao cálculo à temperatura normal,


para a combinação fundamental de acções;

valor característico da acção variável de base da combinação;

valor característico de uma acção permanente;

momento actuante de primeira ordem na situação de incêndio;

esforço normal actuante de primeira ordem na situação de incêndio;

área de armadura;

área de betão;

xix
valor de cálculo do esforço normal em situação de incêndio;

valor de cálculo da resistência do pilar à temperatura normal;

área da secção de armaduras superiores necessárias no apoio à temperatura normal;

efeitos das acções na situação de verificação para os Estados Limites Últimos;

valores de cálculo resistentes;

valor de resistência característica do material;

valor de cálculo da acção sísmica;

esforços devidos à aplicação da acção sísmica segundo o eixo horizontal x escolhido para a
estrutura;

esforços devidos à aplicação da mesma acção sísmica segundo o eixo horizontal ortogonal y
escolhido para a estrutura;

valor de cálculo correspondente ao valor limite do critério de utilização;

valor de cálculo dos efeitos das acções especificadas no critério de utilização, determinado
com base na combinação em causa;

momento resistente;

armadura mínima;

esforço transverso actuante;

⁄ armadura de corte;

armadura de punçoamento;

vão da laje;

armadura longitudinal;

esforço normal actuante;

coeficiente de impulso em repouso;

altura das sapatas;

maior dimensão em planta das sapatas;

menor dimensão em planta das sapatas;

esforço normal actuante para a combinação rara de acções;

módulo de elasticidade ajustado;

módulo de elasticidade do aço;

rigidez efectiva secante correspondente ao início da cedência das armaduras;

xx
momento de cedência no diagrama bilinear ;

inércia da secção não fendilhada;

força que se desenvolveria se a estrutura apresentasse um comportamento elástico linear;

força máxima desenvolvida durante um sismo;

dimensão do piso na direcção perpendicular à direcção da acção sísmica;

momento de torção acidental;

força sísmica equivalente, no piso , para a acção sísmica na direcção ;

força de corte basal total, no piso 0, para a acção sísmica na direcção ;

massa do piso ;

massa do piso ;

carga vertical total devida a todos os pisos acima do piso considerado, incluindo este, na
situação de projecto sísmico;

força de corte sísmica total no piso considerado;

limite superior do período no patamar de aceleração espectral constante;

período fundamental da estrutura;

armadura de alma;

valor de esforço transverso máximo resistente;

armadura longitudinal mínima em pilares;

momento polar de inércia segundo z do piso;

área em planta do piso ;

momento de inércia segundo x, do piso , em relação ao seu centro de massa;

momento de inércia segundo y, do piso , em relação ao seu centro de massa;

distância máxima entre fendas;

módulo de elasticidade equivalente do betão para ter em conta, de forma indirecta, o efeito da
fluência;

área da secção efectiva de betão traccionado que envolve as armaduras com uma altura
;

momento actuante em relação à armadura traccionada;

armadura comprimida.

xxi
Letras Minúsculas Latinas:

tensão resistente de cedência do aço;

tensão resistente característica do aço;

tensão resistente característica do betão à compressão;

tensão resistente de cálculo do betão à compressão;

tensão resistente média à tracção do betão;

recobrimento nominal das armaduras;

recobrimento mínimo das armaduras;

idade do betão na data considerada em dias;

idade do betão em dias, no início da retracção por secagem (ou expansão) que normalmente
corresponde ao fim da cura;

espessura equivalente da secção transversal;

perímetro da parte da secção transversal exposta à secagem;

coeficiente definidor da extensão de retracção por secagem;

valor de cálculo da aceleração à superfície para um terreno do tipo A;

valor de referência da aceleração máxima à superfície de um terreno do tipo A;

coeficiente de comportamento;

largura mínima dos pilares;

distância do eixo das armaduras longitudinais à superfície do elemento;

comprimentos efectivo do pilar em situação de incêndio;

excentricidade de primeira ordem em situação de incêndio;

comprimento real do pilar, eixo a eixo;

largura mínima dos elementos na situação de incêndio;

comprimento do vão da viga;

distância da secção considerada ao eixo do apoio;

valor mínimo de espessura da laje;

vão da laje na direcção y;

vão da laje na direcção x;

largura mínima das nervuras;

distância ao eixo das armaduras nas nervuras;

xxii
distância ao eixo das armaduras n banzo;

altura do molde;

espessura da lâmina de betão;

altura total da laje fungiforme aligeirada;

largura das nervuras;

largura das bandas maciças da laje fungiforme aligeirada;

braço de forças;

altura útil;

tensão resistente de cedência do aço das armaduras de corte;

espaçamento transversal entre os ramos de estribos;

perímetro da secção do pilar;

primeiro perímetro de controlo;

tensão de punçoamento solicitante;

valor de cálculo da resistência máxima ao punçoamento, ao longo da secção considerada;

largura do pilar;

resistência ao punçoamento de lajes com armadura de punçoamento;

tensão de cálculo efectiva da armadura de punçoamento;

comprimento de amarração;

tensão de aderência entre os varões e o betão;

valor de dimensionamento da resistência à tracção do betão;

perímetro de controlo para o qual não é necessária armadura de punçoamento;

valor básico do coeficiente de comportamento, em função do tipo de sistema estrutural e da


regularidade em altura;

coeficiente que reflecte o modo de rotura predominante nos sistemas estruturais de paredes;

altura da parede ;

comprimento da secção da parede ;

deslocamentos obtidos no modelo da estrutura primária (isto é, considerando nula a


resistência lateral dos pilares secundários);

deslocamentos obtidos no modelo global para o espectro de resposta de projecto (com


);

xxiii
excentricidade acidental da massa do piso em relação à sua localização nominal, aplicada
na mesma direcção em todos os pisos;

excentricidade acidental da massa do piso em relação à sua localização nominal, aplicada


na mesma direcção em todos os pisos, para a acção sísmica na direcção ;

deslocamento lateral médio no piso , na direcção da acção sísmica;

deslocamento lateral médio no piso , na direcção da acção sísmica;

valor de cálculo do deslocamento relativo entre pisos, avaliado como a diferença entre os
deslocamentos laterais médios;

deslocamentos laterais médios;

altura entre pisos;

maior dimensão em planta da secção da parede;

espessura da alma da parede;

altura crítica;

altura total da parede;

altura livre do piso;

número de pisos da estrutura;

comprimento mínimo destes elementos;

valor básico do coeficiente de comportamento, função do tipo de sistema estrutural e da


regularidade em altura;

largura bruta da secção transversal;

largura do núcleo confinado da alma, em relação ao eixo das cintas;

posição do eixo neutro correspondente à curvatura última após o destacamento do betão


situado fora do núcleo confinado dos elementos de extremidade;

diâmetro mínimo dos varões longitudinais;

número total de varões longitudinais abraçados lateralmente por cintas ou por ganchos;

distância entre varões consecutivos abraçados;

altura do núcleo confinado, medido ao eixo das cintas;

tensão resistente dos estribos;

comprimento livre do pilar (face a face);

espaçamento máximo entre cintas;

espessura média da laje do piso ;

xxiv
recobrimento das armaduras;

coeficiente que tem em conta as propriedades de aderência das armaduras aderentes;

coeficiente que tem em conta a distribuição das extensões;

coeficiente função da duração do carregamento;

flecha a longo prazo;

flecha instantânea;

flecha elástica para uma secção homogénea de betão;

coeficiente que entra em consideração com o efeito das armaduras, fendilhação e fluência;

coeficiente que tem em conta as armaduras de tracção na laje e o efeito da fendilhação;

coeficiente que entra em consideração com a influência das armaduras de compressão.

Letras Gregas:

extensão de cedência do aço;

extensão última característica do aço;

peso volúmico do aço;

coeficiente de poisson do betão;

coeficiente de transmissão térmica do betão;

extensão de cedência do betão à compressão;

extensão última do betão à compressão;

extensão última do betão confinado à compressão;

margem de cálculo do recobrimento das armaduras para as tolerâncias de execução;

coeficiente de fluência do betão;

deformação do betão por fluência;

tensão de compressão;

extensão de compressão;

extensão total de retracção;

extensão de retracção por secagem;

extensão de retracção autogénea;

coeficiente definidor da extensão de retracção por secagem;

valor nominal da retracção livre por secagem;

xxv
coeficiente definidor da extensão de retracção autogénea;

coeficiente de combinação para a combinação fundamental de acções;

coeficiente de combinação para a combinação frequente de acções;

coeficiente de combinação para a combinação quase permanente de acções;

variação de temperatura uniforme;

coeficiente de amortecimento;

coeficiente de importância;

coeficiente correspondente ao limite inferior do espectro de cálculo horizontal;

factor de redução para o valor de cálculo do nível de carregamento em situação de incêndio;

coeficiente parcial relativo a uma acção permanente;

coeficiente parcial relativo à acção variável 1;

coeficiente de combinação para os valores frequentes ou quase-permanentes representados,


respectivamente, por ou ;

grau de utilização em situação de incêndio;

factor de redução para o valor de cálculo do nível de carregamento na situação de incêndio;

coeficiente parcial de segurança do material;

factor de redução da acção das cargas variáveis na situação de acção sísmica;

coeficiente de combinação para a acção variável i;

tensão máxima admissível do solo;

ângulo de atrito interno do solo;

peso volúmico do solo;

capacidade resistente do solo para a verificação ao Estado Limite Último;

rotações segundo o eixo x na faceta y;

rotações segundo o eixo y na faceta x;

momento reduzido;

taxa de armadura;

ângulo de de inclinação das compressões;

esforço transverso resistente para elementos de barra (sem esforço normal actuante);

coeficiente dado por ⁄ ;

xxvi
coeficiente parcial de segurança do material – betão;

taxa de armadura;

área da armadura de tracção;

menor largura da secção transversal na área traccionada;

parâmetro para ter em conta a excentricidade da reacção de apoio em relação ao perímetro


de controlo;

taxa de armadura na direcção ;

diâmetro dos varões;

inclinação da armadura de punçoamento em relação ao plano horizontal;

taxa mecânica de armadura;

tensão nos varões;

coeficiente que depende da qualidade da aderência e da posição do varão durante a


betonagem;

coeficiente que depende do diâmetro do varão;

esforço normal reduzido;

tensão no betão;

capacidade resistente do solo para a verificação ao Estado Limite Último;

valor da variação de temperatura uniforme equivalente;

coeficiente de envelhecimento;

curvatura da secção na extremidade do elemento onde ocorre a cedência;

factor correctivo que reflecte o efeito da rigidez da parte não fendilhada do pilar;

extensão de cedência das armaduras;

deslocamento máximo induzido pelo sismo;

factor de ductilidade em deslocamento;

capacidade de deformação disponível;

esbelteza predominante das paredes do sistema estrutural;

valor pelo qual a acção sísmica horizontal de cálculo é multiplicada para ser atingida pela
primeira vez a resistência à flexão em qualquer elemento da estrutura, mantendo-se
constantes todas as outras acções de cálculo;

xxvii
o valor pelo qual a acção sísmica horizontal de cálculo é multiplicada para se formar rótulas
plásticas num número de secções suficientes para provocar a instabilidade global da
estrutura, mantendo-se constantes todas as outras acções de cálculo;

coeficiente de sensibilidade ao deslocamento relativo entre pisos;

esforço axial reduzido na parede;

taxa de armadura de alma mínima;

valor do factor de ductilidade em curvatura;

taxa mecânica volumétrica de armadura de confinamento necessária;

coeficiente de eficácia do confinamento;

taxa mecânica das armaduras verticais de alma;

extensão última do betão confinado;

taxa volumétrica da armadura de confinamento;

taxa volumétrica da armadura de confinamento segundo x;

taxa volumétrica da armadura de confinamento segundo y;

coeficiente que tem em conta o estado de tensão no banzo comprimido;

coeficiente de redução da resistência do betão fendilhado por esforço transverso;

percentagem mecânica de armadura;

taxa de armadura na zona traccionada;

taxa máxima de armadura na zona traccionada;

taxa mínima de armadura na zona traccionada;

percentagem mínima de armadura de esforço transverso;

representa o coeficiente que tem em conta a possível sobrerresistência por endurecimento do


aço e o confinamento do betão da zona de compressão da secção;

peso específico do betão;

limite para a largura de fendas calculada;

largura de fendas calculada;

diâmetro equivalente;

coeficiente de fluência;

percentagem de armadura relativa à área da secção efectiva de betão;

xxviii
maior extensão de tracção nas fibras extremas da secção considerada, calculadas para a
secção fendilhada;

menor extensão de tracção nas fibras extremas da secção considerada, calculadas para a
secção fendilhada;

extensão de compressão no betão;

extensão média da armadura para a combinação de acções considerada, incluindo o efeito


das deformações impostas e considerando a contribuição do betão traccionado;

extensão média no betão entre fendas;

tensão na armadura de tracção admitindo a secção fendilhada;

coeficiente que tem em conta a perda de rigidez aquando da formação das fendas devido à
acção da variação de temperatura uniforme;

coeficiente que tem em conta a perda de rigidez aquando da formação das fendas devido à
retracção do betão;

deformação que ocorre depois da construção;

coeficiente de redução que tem em conta o mais baixo período de retorno da acção sísmica
associada ao requisito de limitação de danos.

xxix
xxx
1 Introdução

1.1 Considerações Gerais

A presente dissertação de Mestrado foca-se no desenvolvimento de um projecto de estrutura de um


edifício situado em Lisboa, destinado a parque de estacionamento e armazém. O principal objectivo
do trabalho consiste em conceber uma solução estrutural de forma a verificar a segurança às acções
regulamentares.

Pretende-se nesta dissertação percorrer as várias fases do projecto de estruturas de um edifício,


desde a fase inicial de concepção estrutural e pré-dimensionamento à fase final de dimensionamento,
focando principalmente a análise de soluções para lajes do edifício.

Num projecto de estruturas a concepção é um passo fundamental para o qual é necessário conhecer
e entender as características do comportamento dos materiais e da estrutura sob as acções (directas
ou indirectas) que as solicitam. As verificações de segurança à rotura, que garantem uma
probabilidade de colapso praticamente nula, nem sempre garantem um bom comportamento em
serviço. As estruturas de betão permitem implementar diferentes metedologias de dimensionamento
muito devido à sua capacidade de redistribuição de esforços. No entanto, esta redistribuição pode
conduzir, no comportamento último, a roturas locais da estrutura por falta de ductilidade ou a
comportamento deficiente em serviço.

Este trabalho tem por base muitos conceitos teóricos adquiridos ao longo do curso de Engenharia
Civil do Instituto Superior Técnico, e permite assim compreender a aplicabilidade dessa plataforma de
conhecimentos à actividade prática do projecto de estruturas.

Foi criado um modelo tridimensional da estrutura no programa de cálculo automático de elementos


finitos SAP2000 [1], com a finalidade de analisar estática e dinamicamente o comportamento do
edifício.

O edifício em causa é composto por quatro pisos, dois abaixo do nível do solo (piso -2 e -1), o rés-do-
chão (piso 0), o primeiro andar (piso +1) e a cobertura (piso +2). As distâncias entre pisos são de 3,50
m entre o piso -2 e -1, de 3,40 m entre o piso -1 e 0, de 4,80 m entre o piso 0 e +1 e finalmente de
4,20 m entre o piso +1 e +2.

Os dois pisos inferiores destinam-se a estacionamento de veículos ligeiros. Os pisos 0 e +1 destinam-


se a armazém. Quanto à cobertura, considerou-se não acessível.

O acesso vertical entre o piso -2 e o piso -1 é feito por rampas e escadas e entre o piso -1 e o piso 0
é realizado por escadas. Os restantes acessos verticais pressupõem-se serem feitos através dos
edifícios adjacentes ao caso de estudo.

1
2
A área de implantação total dos módulos estudados é de aproximadamente 15500 m . O edifício tem
na sua extensão máxima (direcção x) um comprimento aproximado de 180 m por 120 m na direcção
perpendicular (direcção y). Ao nível do piso +1 existe um recuo do edifício, sendo a área em planta do
piso +1 e +2 reduzida para cerca de 62% da área dos pisos inferiores.

O edifício em estudo está ligado aos restantes módulos a Norte e a Este. Nos pisos -2 e -1 existe
uma parede de contenção periférica, com duas aberturas a Norte e Noroeste para passagem das
rampas de veículos entre módulos do complexo de edifícios.
2
O edifício tem uma malha relativamente regular de pilares de 8,10 por 8,10 m .

Apresenta-se na Figura 1.1, um esquema dos pisos da estrutura.

Na análise da estrutura ao longo deste trabalho foram considerados os eixos principais x e y que
correspondem, respectivamente, ao eixo segundo a maior dimenção do edifício (eixo x - eixo
horizontal na figura abaixo) e eixo na menor dimensão do edifício (eixo y - eixo vertical na figura
abaixo).

Figura 1.1: Esquema dos pisos da estrutura

2
1.2 Estrutura do Trabalho

No sentido de analisar os objectivos propostos, o presente trabalho encontra-se dividido em 8


capítulos.

O presente capítulo apresenta uma breve introdução ao que se pretende desenvolver no trabalho e
uma descrição da arquitectura do edifício.

No Capítulo 2, são descritas as propriedades dos materiais estruturais utilizados, assim como as
condições geotécnicas. Também são enumeradas as acções e combinações de acções consideradas
para a verificação da segurança e para critérios de utilização da estrutura.

No Capítulo 3, é feita uma análise de diferentes soluções de laje, para determinar qual a mais
competitiva para a estrutura.

No Capítulo 4 é feito o pré-dimensionamento dos elementos estruturais e é descrita a concepção


estrutural, isto é, os passos necessários à determinação da estrutura do edifício, tendo em conta a
acção sísmica e as acções indirectas.

No capítulo 5 é descrita a modelação da estrutura e das suas acções.

No capítulo 7 são feitas as verificações de segurança ao Estado Limite Último e ao Estado Limite de
Serviço.

Finalmente no capítulo 8 são tecidas as considerações finais e são propostas vias para trabalhos
futuros.

3
4
2 Materiais e Acções

O edifício em questão destina-se a estacionamento de veículos ligeiros e armazém. Como tal,


adoptou-se um tempo de vida útil de projecto de 50 anos, como é indicado no Quadro 2.1 da EN 1990
[2] e uma classe estrutural S4 segundo a EN 1992-1-1_NA–4.4.1.2(5) [3].

2.1 Materiais Estruturais

Pretende-se neste subcapítulo definir as propriedades dos materiais estruturais utilizados. Também
são definidos os recobrimentos adoptados para os vários elementos de betão armado e ainda
relativamente ao betão, são determinadas as propriedades de fluência e retracção de acordo com a
regulamentação adoptada.

2.1.1 Aço
Relativamente ao aço, foi adoptado um aço da classe A500 NR SD cujas propriedades se
apresentam no Quadro 2.1. Dado que os elementos estruturais podem ser sujeitos a esforços que
originem a plastificação das armaduras nas zonas críticas, especificou-se a utilização de aço da
classe C.

Quadro 2.1: Propriedades do aço

Propriedades
(MPa) 435
(GPa) 200
(‰) 2,175
(‰) ≥ 7,5
3
(kN/m ) 78,5

2.1.2 Betão
Quanto ao betão, foi adoptada uma classe de resistência C25/30 cujas propriedades se apresentam
no Quadro 2.2. Escolheram-se agregados calcários para a composição do betão. Esta escolha
permite, segundo a EN 1992-1-2 [12], reduzir em 10% as dimensões mínimas dos elementos
estruturais, apresentadas nos valores tabelados do método alternativo de cálculo para a verificação
de segurança à acção do fogo.

Quadro 2.2: Propriedades do betão

Propriedades
(Mpa) 25,0
(Mpa) 16,7
(Mpa) 2,6
(Gpa) 31,0

5
Propriedades
0,2
-1 -5
(°C ) 10
(‰) 2,1
(‰) 3,5
(‰) 3,5

2.1.2.a Durabilidade e recobrimento das armaduras

A EN 1992-1-1–4.2 [3] especifica no Quadro 4.1 as classes de exposição a considerar no


dimensionamento das estruturas, em função das condições ambientais, de acordo com a EN 206-1.
Para o caso de estudo, foram consideradas as classes de exposição XC4 (Ambiente alternadamente
húmido e seco - Superfícies de betão sujeitas a contacto com água) para corrosão induzida por
carbonatação. Optou-se por considerar esta classes de exposição para todos os elementos da
estrutura.

São especificados no mesmo regulamento os recobrimentos das armaduras a adoptar. Entenda-se


por recobrimento como a mínima distância entre a superfície da armadura (incluindo ganchos, cintas,
estribos e armaduras de pele) e a superfície de betão. O recobrimento nominal, , a adoptar na
concepção da estrutura é definido como um recobrimento mínimo, , mais uma margem de cálculo
para as tolerâncias de execução, (ver expressão 2.1).

2.1

O Quadro NA.II do Anexo Nacional da EN 1992-1-1 [3] refere os valores a adoptar no cálculo
correspondentes aos recobrimentos nominais em função da classe de exposição e do tempo de vida
útil de projecto para a classe estrutural S4. Importa referir que na EN 1992-1-1–NA–4.4.1.2(5) [3] é
dito que a classe estrutural a adoptar para um tempo de vida útil de projecto de 50 anos é S4.

No Quadro 2.3 resumem-se os valores de recobrimento a adoptar para a classe de exposição XC4,
correspondente a corrosão induzida por carbonatação num ambiente alternadamente húmido e seco.
No limite esta classe poderia ser apenas considerada para a laje do piso -2, adoptando uma classe
menos condicionante nos restantes elementos. No entanto, de forma conservativa, considerou-se a
classe de exposição XC4 para todos os elementos estruturais.

Quadro 2.3: Recobrimentos em função das classes de exposição

Recobrimentos XC4
(mm) 30
(mm) 10
(mm) 40

Segundo [4], em lajes, por se tratarem de elementos laminares, podem adoptar-se recobrimentos
inferiores em 5 mm aos valores especificados acima. Adoptaram-se então recobrimentos nominais de
35 mm nas lajes e de 40 mm nos restantes elementos estruturais.

6
2.1.2.b Fluência

Como descrito na EN 1992-1-1 [3], a fluência e a retracção do betão dependem da humidade


ambiente, das dimensões do elemento e da composição do betão. A fluência também depende da
idade do betão no primeiro carregamento assim como da duração e da intensidade da carga.

A fluência pode ser definida como sendo o aumento da deformação no tempo, sob a acção de um
estado de tensão com carácter de permanência (resultado, essencialmente, da variação de volume
da pasta de cimento que envolve os agregados) [5].

O coeficiente de fluência, , do betão pretende traduzir o incremento de deformação que este


material sofre, quando solicitado por tensões de longa duração. Para idades de carregamento usuais,
a partir dos 14 a 28 dias após betonagem, este coeficiente toma valores tal que, ( ) .
Simplificadamente foi adoptado um valor de 2,5 para o coeficiente de fluência.

A deformação do betão por fluência, ( ), na idade , para uma tensão de compressão


constante, , aplicada na idade do betão , é obtida pelas expressões 2.2 e 2.3.

( )
( ) 2.2
( )

( ) ( ) ( ) 2.3

2.1.2.c Retracção

A retracção do betão consiste na variação do volume de material ao longo do tempo e a uma


temperatura constante. A retracção deve-se a vários fenómenos descritos de seguida.

Retracção Plástica – ou retracção capilar, deve-se à evaporação da água da superfície livre


do betão e ocorre antes do betão adquirir a presa, ou seja antes que as propriedades
mecânicas se encontrem desenvolvidas.

Retracção Química – ou retração volumétrica, é provocada pelas reacções químicas de


hidratação do cimento, que reduzem o volume específico da pasta de cimento.

Retracção Térmica – provocada pelo gradiente térmico entre o interior do elemento de betão
e o meio exterior. O betão aquece devido às reacções exotérmicas de hidratação do cimento.
Este fenómeno vai perdendo velocidade à medida que o betão vai fazendo presa, terminando
quando todo o calor de hidratação é liberto pelo betão, no fim da cura.

Retracção Hídrica – provocada pela perda de água em excesso na pasta de cimento


utilizada no seu fabrico. Esta parcela da retração é a mais importante e usualmente é dividida
em duas partes: Retracção Autogénea e Retracção de Secagem.

Retracção Autogénea – deve-se à perda de água que se encontra nos poros


capilares do cimento. Ocorre sem trocas de humidade com o exterior. Cerca de 80%
deste fenómeno ocorre até aos 28 dias do betão e aumenta com a diminuição da
relação água/cimento.

7
Retracção por Secagem – deve-se à formação de um gradiente hídrico entre o
interior do elemento de betão e o ar ambiente, que leva a água a migrar para as
superfícies livres (expostas à secagem). Aumenta com o aumento da relação
água/cimento. Representa a parcela mais significativa da retracção global e dura
vários anos até que ocorra o equilíbrio entre a humidade no interior do betão e a
humidade do ambiente exterior.

A EN 1992-1–3.1.4(6) [3] considera apenas a parcela hídrica da retracção para o cálculo da extensão
de retracção. Esta simplificação deve-se ao facto da retracção hídrica ser a parcela mais significativa
da retracção global e por as restantes parcelas se darem muito rapidamente, sendo os seus efeitos
globais na estrutura reduzidos. Tem-se assim a extensão total de retracção, , representada pela
equação 2.4.

2.4

Onde,

extensão total de retracção;

extensão de retracção por secagem;

extensão de retracção autogénea.

O valor final da extensão de retracção por secagem, , é dada pela expressão 2.5.

( ) ( ) 2.5

( ) é dado pela equação 2.6.

( )
( )
2.6
( ) √

Onde,

idade do betão na data considerada em dias, considerando neste caso ;

idade do betão (dias), no início da retracção por secagem (ou expansão) que normalmente
corresponde ao fim da cura;

espessura equivalente (mm) da secção transversal, , em que é a área da


secção transversal do elemento de betão e é o perímetro da parte da secção transversal
exposta à secagem;

é um coeficiente que depende da espessura equivalente, , de acordo com o Quadro 2.4.

8
Quadro 2.4: coeficiente em função da espessura equivalente

(mm)
100 1,00
200 0,85
300 0,75
≥ 500 0,70

é o valor nominal da retracção livre por secagem para o betão com cimentos CEM da Classe N,
que depende da humidade relativa do ar. Apresentam-se no Quadro 2.5, os valores de .

Quadro 2.5: Valor nominal de retracção livre por secagem do betão

Humidade relativa (%)


(MPa) 20 40 60 80 90 100
20/25 0,62 0,58 0,49 0,30 0,17 0,00
40/50 0,48 0,46 0,38 0,24 0,13 0,00
60/75 0,38 0,36 0,30 0,19 0,10 0,00
80/95 0,30 0,28 0,24 0,15 0,08 0,00
90/105 0,27 0,25 0,21 0,13 0,07 0,00

A humidade relativa, em Lisboa, para o ano de 2013, lida na estação climatérica da Torre Sul do
Instituto Superior Técnico, está representada na Figura 2.1. Adoptou-se um valor aproximado de 70%
para a humidade relativa média anual para a cidade de Lisboa.

Figura 2.1: Humidade relativa em Lisboa (2013)

Para este valor de humidade relativa média anual e a uma classe de betão C25/30, corresponde um
valor de .

O valor final da extensão de retracção autogénea, , é dada pela expressão 2.7.

9
( ) ( ) ( ) 2.7

Em que ( ) é dada pela expressão 2.8 e ( ) é dado pela expressão 2.9.

( ) ( ) ( ) 2.8

( ) ( ) ( ) 2.9

Desta forma, o valor de extensão de retração autogénea toma o valor de ( ) .

2.2 Acções

Descrevem-se de seguida as várias acções consideradas neste documento. Importa no entanto fazer
a diferenciação entre acções directas e indirectas.

As acções directas são geralmente cargas verticais ou horizontais (acção do vento), que solicitam a
estrutura através de forças, sendo assim necessários, para garantir o seu equilíbrio, esforços na
estrutura. O valor global destes esforços depende apenas das acções aplicadas, mas as
deformações por estas provocadas já dependem do tipo de material, (através da relação tensão-
extensão – módulo de elasticidade), da sua geometria (inércia) e do seu estado (fendilhação do betão
armado). Para este tipo de acções é necessário que haja capacidade resistente da estrutura para não
se dar o colapso.

As acções indirectas são as deformações impostas como por exemplo assentamentos diferenciais,
retracção do betão ou variações de temperatura. Estas acções geram reacções exteriores auto-
equilibradas no caso de estruturas hiperstáticas, sendo que o valor dessas reacções depende
directamente da geometria da estrutura solicitada (rigidez), dos materiais (relações extensão-tensão)
ou ainda do seu estado (fendilhação do betão armado). Neste caso é essencialmente a ductilidade da
estrutura que condiciona a segurança e não tanto a capacidade resistente das secções como o é
para as acções directas.

A acção sísmica, sendo uma acção indirecta, em conceito é uma deformação imposta à estrutura,
sendo então necessária ductilidade na estrutura para garantir a segurança. No entanto trata-se de
uma deformação imposta na base de carácter dinâmico, estando assim associada uma aceleração,
que por sua vez provoca o aparecimento de forças de massa ( ). Forças estas que têm de
ser equilibradas, exigindo-se assim, também, capacidade resistente à estrutura.

2.2.1 Acções permanentes

2.2.1.a Acções directas

As acções directas das cargas permanentes resultam de dois conjuntos de acções. O primeiro é
composto exclusivamente pelo peso próprio da estrutura. O segundo conjunto de acções é designado
por restante carga permanente e corresponde à carga dos materiais não estruturais, nomeadamente
alvenarias e revestimentos.

10
Como se trata de uma estrutura de betão armado, o peso próprio utilizado para o betão de acordo
3
com o disposto na EN 1991-1-1 [6] foi de 25,0 kN/m . Relativamente às restantes cargas
permanentes encontra-se no Quadro 2.6 os valores adoptados para cada piso da estrutura.

Quadro 2.6: Restantes Cargas Permanentes


2
Elemento Valor (kN/m )
Laje estacionamento 2,00
Laje de armazém 2,00
Laje de cobertura 2,50

2.2.1.b Acções indirectas

A deformação imposta pela retracção do betão armado já foi referida anteriormente, pelo que aqui
não se repete a descrição desta acção. A quantificação das acções indirectas é realizada no capítulo
da modelação por ainda ser omisso as dimensões dos elementos.

2.2.2 Acções variáveis

2.2.2.a Sobrecargas

As sobrecargas de utilização do edifício resumem-se no Quadro 2.7 bem como os coeficientes de


combinação , e , os quais foram definidos através do Quadro A1.1 da EN 1990 [2].

Quadro 2.7: Sobrecargas e coeficientes de combinação , e


2
Tipo de sobrecarga Valor (kN/m )
Estacionamento 4,00 0,7 0,7 0,6
Armazém 10,00 1,0 0,9 0,8
Cobertura 0,44 0,0 0,0 0,0

2.2.2.b Variação de temperatura uniforme (sazonal) (ΔTu)

A determinação da variação de temperatura uniforme foi realizada de acordo com a EN 1991-1-5 [7] e
respectivo Anexo Nacional.

A estrutura em estudo situa-se em Lisboa que corresponde à zona B segundo o Anexo Nacional, para
zonamento térmico, tanto para as condições de Inverno como de Verão. Daí se retiraram os valores
de temperatura máxima do ar à sombra, , temperatura mínima do ar à sombra, , e
temperatura inicial do elemento, , apresentados no Quadro 2.8. corresponde ao valor de
temperatura ao longo do período de construção, que quando omisso, o regulamento remete para o
valor indicado na tabela.

Quadro 2.8: Temperaturas mínimas, máximas e inicial

(°C) (°C) (°C)


40 0 15

11
De acordo com a EN 1991-1-5 [7], o valor da variação de temperatura uniforme, , a usar no
cálculo é indicado pela equação 2.10.

2.10

Onde representa o valor de temperatura média de um elemento estrutural resultante das


temperaturas climáticas, no Inverno ou no Verão, e das temperaturas operacionais.

corresponde à média das temperaturas do ambiente interior, , e exterior, , para o Verão e


para o Inverno. A EN 1991-1-5 [7] e respectivo Anexo Nacional indicam os valores a adoptar para
e para as duas estações. Apresentam-se no Quadro 2.9 os valores adoptados de , no Quadro
2.10 os valores adoptados para para zonas acima do solo e no Quadro 2.11 os valores
adoptados para para zonas enterradas (superior a 1m) como é o caso dos pisos de
estacionamento e do muro de contenção. Para a determinação da temperatura exterior de elementos
acima do solo, considerou-se a superfície como sendo de cor escura, obtendo-se assim um factor
significativo de 0,9, como estabelecido no Quadro 5.2 da EN 1991-1-5 [7].

Quadro 2.9: Temperaturas do ambiente interior

Estação (°C)
Verão
Inverno
Quadro 2.10: Temperaturas do ambiente exterior – acima do solo

Estação (°C)
Verão ( )
Inverno
Quadro 2.11: Temperaturas do ambiente exterior – enterrado (>1m)

Estação (°C)
Verão
Inverno

Os valores de , , , e são especificados no Anexo Nacional.

Resume-se no Quadro 2.12 os valores de e de utilizados no cálculo da estrutura.

Quadro 2.12: Temperatura média, , e variação de temperatura uniforme,

Verão Inverno
Elemento
(°C) (°C) (°C) (°C)
Laje de estacionamento 20 5 13 -2
Laje de armazém 32,75 17,75 9 -6
Laje de cobertura 32,75 17,75 9 -6
Muro de contenção 20 5 13 -2

12
Para a acção da variação de temperatura uniforme foram usados os coeficientes de combinação ,
e , apresentados no Quadro 2.13, os quais foram definidos através do Quadro A1.1 da EN 1990
[2].

Quadro 2.13: Coeficientes de combinação , e


Acção
0,6 0,5 0,0

2.2.2.c Acção sísmica

Segundo a EN 1998-1 [8], as estruturas devem ser projectadas de forma a garantirem a protecção de
vidas humanas (requisito de não ocorrência de colapso), a limitação de danos e a manterem
operacionais as estruturas importantes para a protecção civil.

Para assegurar o cumprimento dos requisitos, encontram-se definidos no regulamento dois níveis de
verificação sísmica correntemente designados por “Acção Sísmica de Serviço” e “Acção Sísmica de
Projecto”. A diferença entre estas acções assenta na probabilidade de ocorrência das mesmas,
estando este parâmetro definido em Anexo Nacional do mesmo regulamento.

A Acção Sísmica de Serviço consiste numa acção com probabilidade de ocorrência elevada, ou seja,
com probabilidade de excedência de 10% em 10 anos, isto é, com um período de retorno de 95 anos.
Para esta acção deve garantir-se que a estrutura permaneça funcional após o evento sísmico, ou
seja, a estrutura deve ser projectada de forma a garantir que no caso da ocorrência de um sismo de
moderada intensidade, os danos sejam reduzidos e os custos de reparação sejam baixos quando
comparados ao custo da estrutura. Simplificadamente pode obter-se a Acção Sísmica de Serviço
através da redução do espectro de resposta elástico, ou seja, pela aplicação de um coeficiente de
redução da acção, ν, que toma, segundo a EN 1998-1-1 – NA-4.4.3.2(2) [8], o valor de 0,4 para a
acção sísmica do Tipo 1 e 0,55 para a acção sísmica do Tipo 2.

Para respeitar o requisito de não ocorrência de colapso, a estrutura deve ser projectada de forma a
resistir à acção sísmica de cálculo, sem colapso local ou global, mantendo assim a sua integridade
estrutural e uma capacidade resistente residual depois do sismo. Aceita-se que os danos estruturais
possam ser significativos ao ponto da recuperação da estrutura não ser economicamente viável após
ocorrência do sismo, desde que o requisito da não ocorrência de colapso seja cumprido. Em Portugal
adoptou-se uma probabilidade de excedência de 10% em 50 anos para a Acção Sísmica de Projecto,
o que corresponde a um período de retorno de 475 anos.

Na EN 1998-1 [8] são definidos dois tipos de acção sismica denominados por Acção Sísmica do Tipo
1 e Acção Sísmica do Tipo 2. A Acção Sísmica do Tipo 1 encontra-se associada a sismos interplacas
por ter origem na zona de contacto entre placas tectónicas. Esta fonte de sismicidade gera
geralmente sismos de elevada magnitude e duração, e com predominância de baixas frequências e
grande distância focal.

13
A Acção Sísmica do Tipo 2 por sua vez, está associada a sismos intraplacas. Este tipo de
sismicidade é caracterizado por sismos de magnitude moderada, menor duração, predominância de
frequências elevadas e pequena distância focal [9].

O tratamento da acção sísmica neste documento foi feito através de uma análise modal por espectro
de resposta, usando um modelo elástico-linear para a simulação da estrutura e o espectro de cálculo
dado na EN 1998-1–3.2.2.5 [8], sendo este tipo de análise o método de referência para a
determinação dos efeitos sísmicos segundo a EN 1998-1–4.3.3.1(2) [8].

O espectro de cálculo para estruturas com coeficiente de amortecimento , valor de referência


para estruturas de betão armado, encontra-se representado esquematicamente na Figura 2.2 e
definido segundo a EN 1998-1–3.2.2.5 [8] através das expressões das expressões 2.11, 2.12, 2.13 e
2.14. Os espectros de resposta representam o valor de pico de um determinado parâmetro de
resposta de um sistema de um grau de liberdade (aceleração absoluta, velocidade relativa
deslocamento relativo), a acelerogramas, em função do período de vibração fundamental, , e com
um determinado amortecimento, [10]. Desta forma é possível determinar o valor máximo da
resposta de uma estrutura com um determinado período fundamental e amortecimento, cujo
comportamento possa ser representado por um sistema com um grau de liberdade, a um sismo
representado por um acelerograma [10].

Figura 2.2: Representação esquemática do Espectro de Cálculo

( ) [ ( )] 2.11

( ) 2.12

[ ]
( ){ 2.13

[ ]
( ){ 2.14

14
Onde,
-2
( ) espectro de cálculo de acelerações (ms );

período de vibração de um sistema linear com um grau de liberdade (s);


-2
valor de cálculo da aceleração à superfície para um terreno do tipo A (ms ) ( );

coeficiente de importância (EN 1998-1–NA–4.2.5(5)P [8]);


-2
valor de referência da aceleração máxima à superfície de um terreno do tipo A (ms ) (EN
1998-1–NA–Anexo NA.I [8]);

limite inferior do período no patamar de aceleração espectral constante (s) (EN 1998-1–NA–
3.2.2.2(2)P [8]);

limite superior do período no patamar de aceleração espectral constante (s) (EN 1998-1–NA–
3.2.2.2(2)P [8]);

valor que define no espectro o início do ramo de deslocamento constante (s) (EN 1998-1–
NA–3.2.2.2(2)P [8]);

coeficiente de solo (EN 1998-1–NA–3.2.2.2(2)P [8]);

coeficiente de comportamento;

coeficiente correspondente ao limite inferior do espectro de cálculo horizontal (sendo o valor


recomendado de 0,2).

Segundo a EN 1998-1-1–4.2.5 [8], os edifícios são classificados em quatro classes de importância em


função das consequências do colapso em termos de vidas humanas, da sua importância para a
segurança pública e para a protecção civil imediatamente após o sismo e das consequências sociais
e económicas do colapso. As classes de importância são caracterizadas por diferentes coeficientes
de importância, , estando o coeficiente de importância unitário associado a um sismo com período
de retorno de referência de 475 anos.

O edifício em estudo é da classe de importância II, que corresponde a edifícios correntes não
pertencentes às outras categorias. Para essa classe de importância corresponde um coeficiente de
importância, , unitário tanto para a Acção Sísmica Tipo 1 como para a Acção Sísmica Tipo 2.

Os parâmetros , , e dependem unicamente da localização da estrutura e do tipo de solo em


que se encontra.

Segundo a EN 1998-1–NA–3.2.2.2(2)P [8], o parâmetro deve ser determinado através das


expressões 2.15, 2.16 e 2.17.

⁄ 2.15

⁄ ⁄ ( ) 2.16

⁄ 2.17

15
O Anexo NA.I do Anexo Nacional da EN 1998-1 [8] faz o zonamento sísmico de Portugal Continental,
Arquipélago dos Açores e da Madeira, por Concelho, para os dois tipos de Acção Sísmica. A
estrutura em estudo, situando-se em Lisboa, encontra-se nas zonas 1.3 e 2.3, para a Acção Sísmica
Tipo 1 e 2 respectivamente. Segundo o Quadro 3.1 da EN 1998-1 [8], o caso de estudo situa-se num
terreno do Tipo B.

Sintetizam-se no Quadro 2.14 os parâmetros relevantes para a definição do espectro de resposta de


dimensionamento, determinados através do cruzamento da informação contida nos parágrafos
anteriores e os valores tabelados do Anexo Nacional, para a Acção Sísmica (AS) do Tipo 1 e do Tipo
2.

Quadro 2.14: Tabela resumo dos valores definidores do espectro de resposta


Parâmetros AS Tipo 1.3 AS Tipo 2.3
1,35 1,35
(s) 0,1 0,1
(s) 0,6 0,25
(s) 2,0 2,0
-2
(ms ) 1,5 1,7
-2
(ms ) 1,5 1,7
1,292 1,268

Para a quantificação do espectro de cálculo resta apenas definir o valor do coeficiente de


comportamento, .

Uma vez que o coeficiente de comportamento depende não só da classe de ductilidade da estrutura
mas também do sistema estrutural do edifício, que ainda não foram definidos, este ainda não pode
ser quantificado.

2.2.2.d Acção do fogo

A acção do fogo toma uma grande importância neste tipo de estruturas, principalmente devido à
possível carga térmica presente aquando de um incêndio.

A APNC (Autoridade Nacional de Protecção Civil) redigiu uma Compilação Legislativa: Segurança
Contra Incêndio em Edifícios [11] que, no Artigo 8º do Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio
em Edifícios [11], divide os edifícios consoante a sua utilização-tipo. Tem-se, por consulta do
documento, uma utilização-tipo II para a zona de estacionamento e do tipo XII para a zona de
armazém.

O Quadro II do Anexo III do Artigo 12º do mesmo documento, define qual a Categoria de Risco da
utilização-tipo II, referente a estacionamentos, em função da altura, área bruta ocupada, da exposição
ao ar livre e do número de pisos ocupados abaixo do plano de referência. Para o caso de estudo, a
zona de estacionamento é da 3ª Categoria de Risco.

O Quadro X do Anexo III, do mesmo artigo, define qual a Categoria de Risco da utilização-tipo XII,
referente a armazéns, em função da carga de incêndio e do número de pisos ocupados abaixo do

16
plano de referência. Entenda-se por carga de incêndio como a quantidade de calor susceptível de ser
libertada pela combustão completa da totalidade de elementos contidos num espaço, incluindo o
revestimento das paredes, divisórias, pavimentos e tectos. Para o caso de estudo, desconhece-se a
carga de incêndio, adoptando-se assim o caso mais desfavorável, posicionando a zona de armazém
na 4ª Categoria de Risco.

Os elementos estruturais podem ser classificados quanto à sua função e exigência. Resume-se no
Quadro 2.15 a classificação da resistência ao fogo.

Quadro 2.15: Classificação da resistência ao fogo de elementos estruturais


Função do Exigências
elemento Estabilidade Estanquidade Isolamento térmico
Suporte R - -
E -
Compartimentação -
EI
Suporte e RE -
Compartimentação REI

O critério R indica que a resistência estrutural se mantenha durante o tempo especificado de


resistência ao fogo. O Critério I exige que o elemento estrutural forme um isolamento térmico
aquando de um incêndio. Finalmente, o Critério E indica que o elemento mantém a sua integridade
durante o tempo especificado e não deixa passar fumo.

Pretende-se neste projecto que as lajes cumpram as exigências de estabilidade, estanquidade e


isolamento térmico e os pilares e paredes a exigência de estabilidade.

Conhecendo a Categoria de Risco e a utilização-tipo, é possível, através do Quadro IX do Artigo 15º,


do Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios [11], determinar quais as
resistências ao fogo padrão mínimas de elementos estruturais. No Quadro 2.16, apresenta-se a
resistência ao fogo mínima a utilizar para os elementos estruturais (em minutos).

Quadro 2.16: Resistência ao fogo mínima de elementos estruturais de edifícios

Utilização- Categorias de Risco Função do elemento


Tipo 3ª 4ª estrutural
R 120 R 180 Apenas suporte
II e XII
REI 120 REI 180 Suporte e Compartimentação

Neste trabalho não foi feito nenhuma análise pormenorizada para a acção do fogo. Procurou-se usar
os valores tabelados que a EN 1992-1-2 [12] dispõe, como método alternativo de cálculo para a
verificação de segurança à acção do fogo. A EN 1992-1-2–4.1(1)P [12] permite usar disposições
construtivas baseadas em soluções consagradas pela experiência (valores tabelados) para satisfazer
a verificação de segurança, estipulada na EN 1992-1-2–2.4.1(2)P [12]. A verificação de segurança
para a duração especificada de exposição ao fogo, , é dada pela expressão 2.18.

17
2.18

Onde,

valor de cálculo dos efeitos das acções para a situação de incêndio, determinado de acordo
com a EN 1991-1-2 [12], incluindo os efeitos das dilatações e das deformações térmicas;

valor de cálculo da resistência em situação de incêndio.

Os valores tabelados indicados na secção 5 da EN 1992-1-2 [12], baseiam-se na curva de incêndio


padrão. Segundo a EN 1992-1-2–2.4.1(3) [12] para verificar os requisitos de resistência ao fogo
padrão é suficiente uma análise por elemento.

Os valores tabelados referem-se à utilização no betão de agregados siliciosos. Segundo a EN 1992-


1-2–5.1(2) [12] para agregados calcários, as dimensões mínimas podem ser reduzidas de 10%.

Os efeitos das acções podem ser obtidos a partir de uma análise estrutural à temperatura normal,
como indicado na EN 1992-1-2–2.4.2 [12], através das equações 2.19 e 2.20.

2.19

2.20

Onde,

factor de redução para o valor de cálculo do nível de carregamento em situação de incêndio


(estando os valores tabelados baseados num nível de carregamento de referência de
);

valor de cálculo da força ou do momento correspondentes ao cálculo à temperatura normal,


para a combinação fundamental de acções;

valor característico da acção variável de base da combinação;

valor característico de uma acção permanente;

coeficiente parcial relativo a uma acção permanente;

coeficiente parcial relativo à acção variável 1;

coeficiente de combinação para os valores frequentes ou quase-permanentes representados,


respectivamente, por ou .

Descrevem-se de seguida os valores tabelados e domínio de validade destes, para os diversos


elementos estruturais.

Pilares:

Relativamente aos valores tabelados para pilares, a validade dos valores mínimos da largura mínima
dos pilares, , e da distância do eixo das armaduras longitudinais à superfície do elemento, ,é
limitada a pilares com comprimentos efectivos em situação de incêndio, , com

18
excentricidades de primeira ordem em situação de incêndio, ⁄ e
com .

O mesmo ponto refere que para estruturas de edifícios contraventadas em que a exposição ao fogo
padrão necessária é superior a 30min, o comprimento efectivo, , poderá ser considerado igual a
para pisos intermédios e a para o piso superior, em que é o comprimento
real do pilar (eixo a eixo). Poder-se-á considerar também que a excentricidade de primeira ordem em
situação de incêndio é igual à do cálculo à temperatura normal.

Para o uso dos valores tabelados, foi introduzido um grau de utilização em situação de incêndio, .
Este coeficiente toma em conta as combinações de acções, a resistência à compressão e à flexão do
pilar, incluindo efeitos de segunda ordem, através da equação 2.21.

⁄ 2.21

Onde,

valor de cálculo do esforço normal em situação de incêndio;

valor de cálculo da resistência do pilar à temperatura normal.

Como simplificação conservativa, poderá utilizar-se o factor de redução em vez de para o valor
de cálculo do nível de carregamento, dado que admite que o pilar está totalmente carregado no
cálculo à temperatura normal.

As dimensões e distâncias ao eixo mínimas para pilares de secção rectangular (ver Figura
2.3) apresentam-se no Quadro 2.17, em função da resistência ao fogo padrão e factor de redução
.

Figura 2.3: Representação esquemática de um pilar

Quadro 2.17: Dimensões e distâncias ao eixo mínimas para pilares de secção rectangular

Dimensões mínimas (mm) ⁄


Resistência ao
(Pilar exposto em mais de um lado)
fogo padrão

) )
R 120 250/40 350/45** 350/57**
) )) ))
R 180 350/45**
350/35 350/63**
450/40** 450/70**
450/51**
**) Mínimo 8 varões

19
Paredes resistentes maciças:

Poderá admitir-se, segundo a EN 1992-1-2–5.4.2 [12], que a resistência ao fogo de paredes de betão
armado é adequada se forem aplicados os valores mínimos de espessura da parede, , e distância
da superfície do elemento ao eixo dos varões longitudinais, , indicados no Quadro 2.18.

Quadro 2.18: Dimensões e distâncias ao eixo mínimas de paredes resistentes de betão

Dimensões mínimas (mm) ⁄


Resistência ao
(Parede exposta dos dois lados)
fogo padrão

REI 120 160/25 220/35


REI 180 200/45 270/55

Vigas:

De acordo com a EN 1992-1-2–5.6.1 [12], a resistência ao fogo de vigas de betão armado é


adequada se forem aplicados os valores mínimos de largura de viga, , e distância do eixo das
armaduras à face inferior e aos lados, indicados no Quadro 2.19.

Quadro 2.19: Dimensões e distâncias mínimas ao eixo de vigas contínuas de betão armado
Resistência ao Dimensões mínimas (mm)
fogo padrão Combinações ⁄
R 120 200/45 300/35 450/35 500/30
R 180 240/60 400/50 550/50 600/40

A espessura da alma é designada segundo as classes WA, WB e WC, sendo que o Anexo Nacional
indica que deve ser usada a classe WA em Portugal.

Os quadros aplicam-se a vigas que podem estar expostas ao fogo em três lados, isto é, o lado
superior está isolado por lajes ou outros elementos que conservam a sua função isoladora durante
todo o período de resistência ao fogo. Caso as vigas estejam expostas ao fogo por todos os lados,
aplicam-se os mesmos valores, no entanto a altura da viga não deverá ser inferior a e a área da
secção transversal da viga não deverá ser inferior a .

Os valores tabelados limitam o valor da redistribuição de momentos flectores para o cálculo à


temperatura normal a 15%.

Sendo o comprimento do vão, é indicado que a área da secção das armaduras superiores em
cada apoio intermédio numa distância de , medida a partir do eixo do apoio, não deverá ser
inferior ao valor expresso na equação 2.22 (ver Figura 2.4).

( ) ( ) ( ) 2.22

20
Onde,

distância da secção considerada ao eixo do apoio, com ;

( ) área da secção de armaduras superiores necessárias no apoio à temperatura normal;

( ) área mínima da secção de armaduras superiores necessárias na secção à distância


do eixo do apoio considerado, não inferior à área da secção de armaduras superiores
necessárias à temperatura normal.

Legenda:

1 – Diagrama de momentos flectores devidos às acções em situação de incêndio no instante ;

2 – Linha envolvente dos momentos flectores actuantes que serão equilibrados pelas armaduras de tracção;

3 – Diagrama de momentos flectores em situação de incêndio;

4 – Linha envolvente dos momentos flectores resistentes de acordo com a expressão anterior.

Figura 2.4: envolvente dos momentos flectores resistentes nos apoios em situação de incêndio

Lajes vigadas:

A EN 1992-1-2–5.7.2 [12] indica que a resistência ao fogo das lajes de betão armado é adequada se
forem aplicados os valores mínimos de espessura da laje, , e distância ao eixo das armaduras da
camada inferior, , indicados no Quadro 2.20.

Quadro 2.20: Espessuras e distâncias mínimas ao eixo de lajes vigadas


Resistência ao (mm)
(mm)
fogo padrão ⁄ ⁄
REI 120 120 20 25
REI 180 150 30 40

21
Onde e são os vãos de uma laje armada nas duas direcções (perpendiculares), em que éo
maior vão.

No entanto a regulamentação limita, para o uso destes valores tabelados, a redistribuição a 15%.

Também é referido que as regras indicadas para as vigas sobre a armadura necessária, também
deve ser aplicada para as lajes vigadas, devendo ser a armadura superior mínima nos apoios
.

Lajes fungiformes maciças:

Segundo a EN 1992-1-2–5.7.4 [12], o uso de valores tabelados para lajes fungiformes maciças
implicam que a redistribuição de momentos para o cálculo à temperatura normal não exceda os 15%.
É igualmente dito que pelo menos 20% da armadura superior total, em cada direcção, sobre os
apoios intermédios, deve ser prolongada ao longo de todo o vão, e colocada na faixa sobre os pilares.

Os valores mínimos de espessura de laje, , e de distâncias ao eixo das armaduras da camada


inferior, , encontram-se resumidos no Quadro 2.21.

Quadro 2.21: Espessuras e distâncias mínimas ao eixo de lajes fungiformes maciças


Resistência ao Dimensões mínimas (mm)
fogo padrão
REI 120 200 35
REI 180 200 45

Lajes fungiformes aligeiradas:

Para a avaliação da resistência ao fogo de lajes nervuradas de betão armado, é adequada, segundo
a EN 1992-1-2–5.7.5 [12], se forem aplicados os valores indicados no Quadro 2.22. Os valores
referem-se às combinações possíveis da largura das nervuras, , e respectiva distância ao eixo
das armaduras, , e da espessura do banzo da laje, , e respectiva distância ao eixo das armaduras
no banzo, . Em lajes nervuradas contínuas, é requerido que a armadura superior seja colocada na
metade superior do banzo.

Quadro 2.22: Espessuras e distâncias mínimas ao eixo de lajes fungiformes aligeiradas


Resistência ao Dimensões mínimas (mm)
fogo padrão ⁄ ⁄
REI 120 160/45 190/40 ≥300/30 120/20
REI 180 310/60 600/50 - 150/30

22
2.3 Combinações de acções

Para verificar a segurança da estrutura, a EN 1990 [2] define princípios para o dimensionamento em
relação aos estados limites. São classificados como estados limites últimos os que se referem à
segurança das pessoas e/ou segurança da estrutura, e como estados limites de serviço os que dizem
respeito ao funcionamento da estrutura ou dos seus elementos estruturais em condições normais de
utilização, ao conforto das pessoas e ao aspecto da construção.

O dimensionamento em relação aos estados limites deve basear-se na utilização de modelos


estruturais e de acções adequados aos estados limites a utilizar. Deve verificar-se que nenhum
estado limite é excedido quando se utilizam nesses modelos os valores de cálculo relativos a acções,
propriedades dos materiais e grandezas geométricas.

2.3.1 Estado Limite Último (ELU)


Os Estados Limites Últimos estão relacionados com a rotura ou deformação excessiva da estrutura
ou dos elementos estruturais, que determine a paralisação ou ruína da estrutura.

Deve verificar-se, para o Estado Limite Último, que os efeitos das acções, , são iguais ou inferiores
aos correspondentes valores de cálculo resistentes, (ver equação 2.23), onde ⁄ , sendo
o valor de resistência característica do material e o coeficiente parcial de segurança do material
em questão (EN 1990–6.3.5(3) [2]).

2.23

No Estado Limite Último, foram consideradas duas combinações de acções para a verificação de
segurança, a combinação fundamental (equação 2.24) e a combinação sísmica (equação 2.25).

Combinação Fundamental – ELU (EN 1990–6.4.3.2(3) [2]):

∑ ∑
2.24

Combinação Sísmica – ELU (EN 1990–6.4.3.4(2) [2]):

∑ ∑
2.25

Onde,

coeficiente parcial relativo às acções permanentes ( );

coeficiente parcial relativo às acções variáveis ( );

valor característico de uma acção permanente;

valor característico de uma acção variável;

valor característico de uma acção variável base;

23
valor de cálculo da acção sísmica;

coeficiente de combinação para as acções variáveis;

coeficiente de combinação quase-permanente para as acções variáveis.

Segundo a EN 1998-1–3.2.4 [8], os efeitos de inércia da acção sísmica de cálculo devem ser
avaliados tendo em conta a presença das massas associadas a todas as forças gravíticas,
respeitando a expressão 2.26.

∑ ∑
2.26

Onde,

coeficiente de combinação para a acção variável i.

Os coeficientes de combinação , têm em conta a possibilidade de as cargas não estarem


presentes em toda a estrutura durante o sismo. Estes coeficientes também poderão cobrir o efeito de
uma participação reduzida das massas no movimento da estrutura, devida à ligação não rígida entre
elas. Estes coeficientes devem ser determinados a partir da expressão 2.27.

2.27

Os valores de dependem do tipo de acção variável, que segundo a EN 1998-1–4.2.4(2)P [8], para o
caso de estudo é unitário para todas as acções variáveis.

Relativamente à combinação dos efeitos das componentes direccionais da acção sísmica, a EN


1998-1–4.3.3.5 [8] propõe diferentes metodologias de cálculo de esforços. Refere-se que deve
considerar-se que as componentes horizontais da acção sísmica actuam simultaneamente. Neste
trabalho, os esforços devidos à combinação das componentes horizontais da acção sísmica foram
calculados utilizando duas combinações apresentadas nas expressões 2.28 e 2.29.

2.28

2.29

Onde,

representa os esforços devidos à aplicação da acção sísmica segundo o eixo horizontal x


escolhido para a estrutura;

representa os esforços devidos à aplicação da mesma acção sísmica segundo o eixo


horizontal ortogonal y escolhido para a estrutura.

2.3.2 Estado Limite de Serviço (ELS)


Os Estados Limites de Serviço estão relacionados com o controlo de critérios de utilização da
estrutura, devendo verificar-se que o valor de cálculo dos efeitos das acções especificadas no critério

24
de utilização, determinado com base na combinação em causa, , é igual ou inferior ao valor de
cálculo correspondente ao valor limite do critério de utilização, , como indicado na expressão 2.30
(EN 1990–6.5.1(1)P [2]).

2.30

No Estado Limite de Serviço, foi considerada uma combinação de acções para a verificação da
regulamentação, correspondente à combinação quase-permanente de acções (equação 2.31).

Combinação Quase-permanente – ELS (EN 1990–6.5.3.(2) [2]):

∑ ∑
2.31

2.4 Capacidade resistente do solo

Com base nos dados disponibilizados, o solo de fundação é composto por uma areia compacta em
2
que se admitiu uma tensão máxima admissível, , de 300kN/m , um ângulo de atrito interno, ,
3
de 30° e um peso volúmico, , de 20kN/m .

As condições geotécnicas permitem a execução de fundações directas por sapatas, ligadas entre si
por lintéis de fundação.

Admitiu-se uma capacidade resistente do solo, para a verificação ao Estado Limite Último de
⁄ .

25
26
3 Análise das soluções de lajes

Pretende-se neste capítulo analisar diferentes soluções de lajes e determinar qual a solução a
adoptar para o edifício em estudo. Foram estudadas quatro soluções de lajes diferentes: laje
fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis, laje vigada, laje fungiforme maciça de espessura
constante e laje fungiforme maciça com espessamentos na zona dos pilares.
2
Como o edifício tem uma área de construção de cerca de 48500m , a escolha do tipo de solução para
a laje tem um grande impacto no custo total da estrutura. Desta forma um dos principais critérios de
selecção da solução de laje foi o custo associado a cada uma. Importa referir que os custos
apresentados neste capítulo baseiam-se apenas no custo dos materiais e não no custo da montagem
e construção da laje. Foram igualmente tidas em conta as características do comportamento de cada
solução à acção do fogo para a escolha da solução de laje, assim como o tempo de construção da
mesma e a sua interferência com as especialidades.

Notar que nesta análise da solução de laje não foi tida em conta a alternância de sobrecarga, sendo
este ponto retomado após se ter escolhido a solução de laje a adoptar.

Como a malha de pilares é muito regular, as análises das várias soluções referem-se todas a um
2
painel de laje interior de 8,10x8,10m .

De seguida apresentam-se as análises efectuadas para cada solução assim como os custos
associados a estas.

Neste capítulo pretende-se fazer o pré-dimensionamento da solução das lajes. Assim as análises
efectuadas apenas se referem às cargas verticais, para a combinação fundamental de acções.
Depois de se escolher a solução de laje para estas acções, é então usada essa solução para a
restante análise da estrutura, modificando-se as armaduras e dimensões se assim se verificar
necessário.

Para cada solução de laje foi desenvolvido uma folha de cálculo que percorresse várias dimensões
possíveis para a laje. Para cada uma foi determinada uma combinação de armaduras que verificasse
a segurança, e que fosse a distribuição de armaduras com menor custo de uma lista de diferentes
possibilidades de combinações de armaduras. Para cada hipótese foram então calculados os custos
associados aos materiais (aço e betão) sendo selecionada a hipótese com menor custo total.
Finalmente foi-lhe adicionada o custo da cofragem (com base nos dados retirados do gerador de
2
preços [13]) para se obter o custo final para cada solução de laje por m .

Limitaram-se as escolhas das geometrias das lajes de forma a que estivessem excluidas soluções
que levassem a deslocamentos superiores a ⁄ , sendo o valor do vão na diagonal
( √ ). Estes deslocamentos foram retirados directamente dos modelos de
cálculo para a solução de laje fungiforme com moldes recuperáveis. Para as restantes soluções,
foram utilizadas tabelas de cálculo de deformações em lajes do Grupo de Betão Armado e Pré-
esforçado do IST.

27
Os custos das cofragens adoptados foram retirados de um Gerador de Preços da Construção da
CYPE Ingenieros, S.A. São fornecidos neste gerador, preços de referência, no qual se tem em conta
variadas condicionantes como o tipo de edificação, a superfície construída, a superfície de piso, o
número de pisos acima e abaixo da rasante, etc.

Relativamente ao custo dos materiais, apresentam-se no Quadro 3.1 os custos adoptados nesta
análise.

Quadro 3.1: Custo dos materiais das lajes


Material Unidade Custo
3
Betão €/m 100
Armadura (ϕ8) €/ton 850
Armadura (ϕ10) €/ton 820
Armadura (ϕ12) €/ton 800
Armadura (ϕ16) €/ton 795
Armadura (ϕ20) €/ton 795
Armadura (ϕ25) €/ton 805

Relativamente ao custo das armaduras, foi considerado um desperdício de 7% da quantidade total.


Foi tido em conta o acréscimo de custo das armaduras devido ao desperdício para o cálculo do custo
das armaduras nas diferentes soluções de laje.

Em anexo apresentam-se pormenorizadamente os custos das cofragens para cada solução de laje,
retirados de [13].

Nesta análise foram adoptadas larguras de pilares (quadrados) de 0,65 m para o piso de
estacionamento e 0,50 m para os restantes. Estes valores devem-se ao pré-dimensionamento da
solução estrutural que será explicado nos capítulos seguintes.
2 2
Todos os custos apresentados foram ponderados para resultarem em custo por m de laje (€/m ).

3.1 Laje fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis

3.1.1 Descrição da solução – laje aligeirada


Para conferir maior rigidez e resistência ao sistema de laje adoptou-se, para esta análise, uma
solução de laje aligeirada com moldes recuperáveis, com zonas maciças sobre os pilares e bandas
maciçadas entre pilares como ilustrado em planta na Figura 3.1 e em corte na Figura 3.2.

28
Figura 3.1: Laje aligeirada com moldes recuperáveis (planta)

Figura 3.2: Laje aligeirada com moldes recuperáveis (corte)

Optou-se pela solução com moldes quadrados de 800 mm de lado e com diferentes alturas (200, 300
e 400 mm). Considerou-se uma espessura de lâmina de 90 mm para todos os moldes. As
características geométricas das lajes aligeiradas analisadas apresentam-se no Quadro 3.2.

Quadro 3.2: Propriedades geométricas das lajes aligeiradas com moldes recuperáveis

Vol. vazio
Molde 3
(m /molde) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
M200 0,0765 200 90 290 165 1065
M300 0,107 300 90 390 190 1090
M400 0,135 400 90 490 210 1110

Embora para a laje do piso de estacionamento e cobertura não sejam usuais as lajes de maiores
espessuras, foram no entanto analisadas todas as hipóteses para se poder fazer uma análise
comparativa de custos entre cada solução.

Foram criados, no programa de cálculo SAP2000 [1], 3 modelos de lajes aligeiradas (M200, M300 e
M400), com as características acima indicadas, para cada um dos 3 casos de carregamento
(estacionamento, armazém e cobertura), perfazendo um total de 9 modelos.

29
3.1.2 Concepção estrutural – laje aligeirada
2
Foram construídos modelos de laje fungiforme aligeirada de um painel interior de 8,10 por 8,10 m .
Nos quatro cantos do painel introduziram-se apoios para simularem os pilares. Nesses pontos,
impediram-se todos os deslocamentos. Para ter em conta as condições de fronteira, nos nós da
fronteira segundo x, impediram-se os deslocamentos segundo y e as rotações . Para os nós da
fronteira segundo y, impediram-se os deslocamentos segundo x e as rotações (ver Figura 3.3).

Figura 3.3: Campo de deslocamentos numa laje de Kirchhoff

As bandas e nervuras foram modeladas com elementos de barra (frame).

Tendo em conta que se está apenas a modelar um painel, então só metade das bandas é que
contribuem para a resistência do painel. Assim, as bandas apresentam uma secção rectangular com
uma largura de ⁄ e uma altura . Para simular a zona maciça sobre os pilares, usou-se um
elemento de barra (frame), a ligar o apoio ao início da banda, com a mesma altura que a banda e
uma largura de 1,25 m (equivalente a ⁄ mais a largura de um molde).

As nervuras apresentam uma secção em “T”, cuja largura do banzo é de 800 mm, a sua espessura é
de 90 mm, a alma tem uma largura de e a altura total da nervura corresponde a .

Para ter em conta a fendilhação em Estado Limite Último (Combinação fundamental), aplicou-se
simplificadamente em factores multiplicativos de 0,5 à rigidez de flexão no plano de flexão
perpendicular ao da laje. Nos elementos de barra, desprezou-se também a rigidez de flexão no plano
da laje e a rigidez de torção.

A restante carga permanente e a sobrecarga na laje foi simulada através de cargas de faca
distribuídas sobre as nervuras e o peso próprio foi considerado através das característcas do
material. Para não contabilizar duas vezes o peso próprio da lâmina de betão, foi aplicada uma carga
de faca sobre as nervuras, de baixo para cima, correspondente a 50% do peso próprio do banzo de
cada nervura.

30
3.1.3 Determinação de custos – laje aligeirada

3.1.3.a Custo das armaduras longitudinais de flexão,

Sendo os vãos e as condições de fronteira iguais nas duas direcções, então os esforços e
correspondentes armaduras também são idênticas nas duas direcções, pelo que a análise é feita
apenas numa das direcções.

Apresentam-se no Quadro 3.3 os momentos flectores máximos obtidos para a combinação


fundamental de acções e para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e
cobertura).

Quadro 3.3: Esforços máximos na laje fungiforme aligeirada

Est. Arm. Cob.


- + - + - +
Zona Molde M M M M M M
(kNm) (kNm) (kNm) (kNm) (kNm) (kNm)
M200 45,08 0,28 26,12 0,03 70,15 0,44 40,44 0,05 32,29 0,20 18,81 0,02
Nervura M300 43,51 0,12 22,66 0,01 66,30 0,18 34,32 0,02 31,89 0,09 16,72 0,01
M400 43,64 0,06 24,36 0,01 63,69 0,09 35,27 0,01 33,42 0,05 18,80 0,01
M200 55,06 0,11 60,17 0,12 84,51 0,16 92,22 0,18 40,03 0,08 43,82 0,09
Banda M300 36,82 0,03 97,29 0,09 55,21 0,05 145,08 0,14 27,45 0,03 72,921 0,07
M400 76,00 0,04 85,06 0,05 108,33 0,06 121,07 0,07 59,50 0,03 66,69 0,04
M200 197,01 0,16 - - 299,36 0,25 - - 144,80 0,12 - -
Zona
M300 190,18 0,08 - - 281,47 0,12 - - 143,63 0,06 - -
maciça
M400 256,76 0,06 - - 361,99 0,09 - - 203,08 0,05 - -

As armaduras de flexão de todos os elementos foram calculadas usando de forma simplificada da


equação 3.1, em que corresponde ao braço de forças.

3.1

Segundo [5], para momentos de ordem de grandeza pequena a média ( ), verifica-se que,
para secções rectangulares, é razoável admitir, de forma simplificada, .

Pela observação das tabelas de flexão simples [14], para uma relação ⁄ , aço A500, para
um valor de ⁄ e para um valor de da ordem de 0,25, tem-se ⁄ ,
e, por conseguinte, .

Assim, o cálculo da armadura foi feito através da expressão 3.2.

3.2

Tendo em conta os princípios acima enunciados, limitou-se a escolha de soluções que cumprissem o
critério de , sendo posteriormente necessário garantir um .

31
Como descrito na EN 1992-1-1–9.2.1.1 [3], a armadura mínima à flexão é dada através da equação
3.3.

3.3

Onde,

largura média da zona traccionada;

altura útil da secção;

tensão de tracção resistente média do betão;

tensão resistente característica do aço.


2
Foram criadas duas listas de distribuições de armaduras longitudinais (distribuídas – cm /m – e
2
simples – cm – consoante a necessidade), ordenadas por custo de material.

Para cada hipótese, foi calculada a armadura longitudinal necessária para a combinação fundamental
de acções, verificando-se que era superior ao valor de armadura mínima, . De seguida, foi
atribuída uma combinação de armaduras de acordo com as listas de armaduras acima mencionadas.

Relativamente à pormenorização de armaduras, nas nervuras procurou-se colocar dois varões na


face inferior e nas bandas uma armadura distribuída também na face inferior, para resistir aos
momentos positivos. Na face superior da laje aligeirada, na lâmina de betão, a armadura distribuída
foi colocada a meia altura desta, servindo tanto para resistir aos esforços da lâmina (momentos
positivos e negativos) como para resistir aos momentos negativos das nervuras e das bandas. Optou-
se por usar uma armadura superior distribuída em toda a laje, , com reforços nas zonas das
bandas, , com varões de 4 m, e uma malha sobre os pilares, , com varões de 5 m, para
absorver os maiores esforços nessas zonas, como indicado esquematicamente na Figura 3.4. Quanto
à armadura inferior, nas bandas a armadura é designada por , e nas nervuras por .

Figura 3.4: Representação esquemática das armaduras superiores da laje aligeirada

32
A partir dos esforços acima indicados em todos os elementos, e tendo em conta os métodos de
cálculo das armaduras, apresentam-se no Quadro 3.4, Quadro 3.5 e Quadro 3.6, as armaduras
longitudinais adoptadas para cada hipótese de molde, para a zona de estacionamento, armazém e
cobertura, respectivamente. Para determinar os custos das armaduras longitudinais, foram usados os
custos dos materiais apresentados no início do capítulo (ver Quadro 3.1). Apresentam-se nos
mesmos quadros, os custos das armaduras longitudinais para cada hipótese de molde e para cada
tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura). Importa referir que os valores em
falta referem-se a hipóteses cujo critério de não tenha sido respeitado, não sendo assim
considerada.

Quadro 3.4: Armaduras laje aligeirada – Estacionamento


Armaduras M200 M300 M400
- ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 1,68 1,68
2
(cm /m) - 2,41 1,49
- ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 2,62 1,68
2
(cm /m) - 24,54 25,18
- ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 27,65 27,65
2
(cm /m) - 13,40 8,90
- ⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 13,40 9,01
2
(cm ) - 1,70 1,41
-
2
(cm ) - 2,26 1,57
2
CUSTO (€/m ) - 22,21 18,14
(%) - 0,86 0,62
Quadro 3.5: Armaduras laje aligeirada – Armazém
Armaduras M200 M300 M400
- ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 1,68 1,68
2
(cm /m) - 4,54 2,94
- ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 5,24 3,35
2
(cm /m) - 37,12 36,18
- ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 41,89 41,89
2
(cm /m) - 20,00 12,66
- ⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) - 20,94 12,78
2
(cm ) - 2,58 2,05
-
2
(cm ) - 4,02 2,26
2
CUSTO (€/m ) - 36,73 26,31

33
Armaduras M200 M300 M400
(%) - 1,34 0,92
Quadro 3.6: Armaduras laje aligeirada – Cobertura
Armaduras M200 M300 M400
⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) 1,68 1,68 1,68
2
(cm /m) 2,62 1,31 0,75
⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) 2,62 1,68 1,68
2
(cm /m) 27,26 18,12 19,56
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) 27,65 18,64 20,94
2
(cm /m) 8,76 10,05 6,98
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
2
(cm /m) 9,01 10,16 7,12
2
(cm ) 2,00 1,26 1,39

2
(cm ) 2,26 1,57 1,57
2
CUSTO (€/m ) 22,11 15,86 16,35
(%) 1,04 0,62 0,52

3.1.3.b Custo das armaduras de corte, ⁄ – nervuras e bandas

Foi usado um modelo discreto, constituído pelas resultantes dos campos de tensões (tracções e
compressões), numa largura de influência de , assim equivalente a uma treliça, para
interpretar o esquema de transmissão das cargas ao longo da viga para os apoios. Neste modelo,
proposto na EN 1992-1-1 [3], as armaduras transversais e longitudinais funcionam como tirantes e o
betão comprimido entre fendas inclinadas como escora ou biela, com resultante igual ao campo de
compressões que representa. Neste modelo, também as acções aplicadas nos nós correspondem à
resultante das cargas distribuídas na zona de influência respectiva [5].

O modelo proposto pela EN 1992-1-1 [3], permite ao projectista a escolha do ângulo de inclinação
das compressões, mas limitado a , isto é, . Segundo [5], esta liberdade
baseia-se no método estático da Teoria da Plasticidade, segundo o qual, se se adoptar uma solução
equilibrada em que a resistência não seja excedida em nenhum elemento, então a capacidade
resistente da peça é superior ou igual à considerada. A limitação imposta tem a ver com a maior ou
menor capacidade de adaptação da distribuição de tensões às resistências disponíveis. Segundo a
mesma referência, é sugerido o uso de grandes inclinações para níveis elevados de esforço
transverso. Neste sub-capítulo adoptou-se um valor de .

Segundo a EN 1992-1-1–6.2.2(1) [3], o valor de cálculo do esforço transverso resistente para


elementos de barra (sem esforço normal actuante), , é obtido pela expressão 3.4.


[ ( ) ] 3.4

34
Onde,

coeficiente dado por ⁄ , com segundo a EN 1992-1-1–2.4.2.4 [3];

coeficiente dado por √ ⁄ com em mm;

altura útil da secção;

taxa de armadura dada por ⁄( ) ;

área da armadura de tracção;

menor largura da secção transversal na área traccionada;

⁄ ⁄
valor dado por .

Para elementos onde o esforço transverso actuante, , seja inferior a , não é necessária
armadura armadura de corte (estribos).

De forma conservativa, foi considerado o valor de esforço transverso máximo para a verificação de
segurança ao corte, desprezando-se a parcela que é directamente encaminhada para o apoio.

Segundo a EN 1992-1-1–6.2.3 [3], em elementos de barra, a armadura de corte é dada pela equação
3.5.

3.5

A EN 1992-1-1–6.2.1(4) [3] refere que, quando, com base na verificação do esforço transverso, não
for necessária armadura de esforço transverso, deverá prever-se uma armadura mínima de esforço
transverso de acordo com a equação 3.6 (EN 1992-1-1–9.2.2 [3]). No entanto, esta armadura mínima
poderá ser omitida em elementos como lajes (maciças, nervuradas ou vazadas).


( ) 3.6

Para evitar a rotura por esgotamento da resistência das compressões do campo comprimido de
tensões nos elementos de barra, deve verificar-se o nível de tensões no betão. Segundo [5], se existir
tracção na direcção transversal às compressões, situação que ocorre nas almas das vigas com
fendilhação inclinada, verifica-se uma redução da capacidade resistente à compressão. Estes efeitos
são considerados na EN 1992-1-1 [3] através da expressão 3.7, onde , ⁄ - .

3.7
[ ]

Excluíram-se à partida todas as hipóteses cujo critério de tensão máxima no betão não fosse
cumprido.

35
A EN 1992-1-1–9.2.2(8) [3] limita o espaçamento transversal entre os ramos de estribos, , como
indicado na equação 3.8.

3.8

Assim, para as bandas, cuja largura ultrapassa , adoptaram-se quatro ramos (dois estribos).

Apresentam-se no Quadro 3.7, Quadro 3.8 e Quadro 3.9, as armaduras de corte adoptadas, caso
fossem necessárias, em cada elemento, para cada hipótese de molde e para cada tipo de utilização
de piso (estacionamento, armazém e cobertura, respectivamente). Os valores em falta referem-se ou
a soluções cujo critério de não tenha sido respeitado ou a soluções onde , não
sendo então necessária armadura de corte.

Verifica-se que, nas nervuras onde , só são necessárias armaduras de corte nas zonas
junto ao maciço, como indicado na Figura 3.5 para o piso de estacionamento e para a cobertura, e na
Figura 3.6 para o piso destinado a armazém, não se adoptando mais armadura no restante
comprimento dos elementos.

Simplificadamente, não foi feita dispensa de armaduras transversais nas bandas.

Figura 3.5: Zonas das nervuras onde são Figura 3.6: Zonas das nervuras onde são
necessárias armaduras de corte – Estacionamento necessárias armaduras de corte – Armazém
e Cobertura

Quadro 3.7: Armaduras de esforço transverso da laje aligeirada – Estacionamento


Est.

Zona Molde ⁄ ⁄
(kN) 2
⁄ 2
(kN) (cm /m) (cm /m)
M200 30,17 - - - -
Nervura M300 30,35 20,32 1,32 ⁄ 3,36
M400 31,25 23,33 1,05 ⁄ 3,36
M200 79,57 - - - -
Banda M300 88,51 109,44 - - -
M400 107,55 125,21 - - -
Quadro 3.8: Armaduras de esforço transverso da laje aligeirada – Armazém
Arm.

Zona Molde ⁄ ⁄
(kN) 2
⁄ 2
(kN) (cm /m) (cm /m)

36
Arm.

Zona Molde ⁄ ⁄
(kN) 2
⁄ 2
(kN) (cm /m) (cm /m)
M200 47,30 - - -
Nervura M300 46,66 23,46 2,02 ⁄ 3,36
M400 47,02 25,94 1,58 ⁄ 3,36
M200 120,76 - - - -
Banda M300 130,52 124,95 11,32 ⁄ 13,40
M400 151,38 142,62 10,14 ⁄ 13,40
Quadro 3.9: Armaduras de esforço transverso da laje aligeirada – Cobertura
Cob.

Zona Molde ⁄ ⁄
(kN) 2
⁄ 2
(kN) (cm /m) (cm /m)
M200 21,43 14,98 1,32 ⁄ 3,36
Nervura M300 22,04 18,62 0,96 ⁄ 3,36
M400 23,20 23,33 - - -
M200 58,57 91,52 - - -
Banda M300 67,09 97,06 - - -
M400 85,20 114,33 - - -

Para determinar os custos das armaduras de esforço transverso, foram usados os custos dos
materiais apresentados no início do capítulo (ver Quadro 3.1). Apresentam-se no Quadro 3.10, os
2
custos associados às armaduras de esforço transverso das nervuras e bandas por m de laje
aligeirada, para cada hipótese e para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e
cobertura).

Quadro 3.10: Custos das armaduras de esforço transverso das bandas e nervuras da laje aligeirada
Estacionamento Armazém Cobertura
Molde
Custo ⁄ (€/m2) Custo ⁄ (€/m2) Custo ⁄ (€/m2)
M200 - - 0,29
M300 0,38 3,14 0,38
M400 0,46 3,64 -

3.1.3.c Custo das armaduras de punçoamento, – zona amaciçada

O punçoamento diz respeito a um tipo de rotura de lajes sujeitas a forças distribuídas em pequenas
áreas. Este mecanismo de colapso está associado a uma rotura frágil, localizado junto ao pilar,
essencialmente condicionada pela resistência à tracção e à compressão do betão. Caso ocorra a
rotura junto a um pilar por punçoamento, pode-se gerar um colapso progressivo da estrutura devido
ao incremento da carga nos pilares vizinhos.

Os mecanismos de resistência ao punçoamento são as forças de compressão radial (1), o atrito entre
os inertes na fenda (2) e o efeito de ferrolho (3), como indicado na Figura 3.7.

37
Figura 3.7: Mecanismo de resistência ao punçoamento
A EN 1992-1-1–6.4 [3] indica que a resistência ao punçoamento deve ser verificada na face do pilar
(perímetro ) e no primeiro perímetro de controlo, . Este último corresponde à linha fechada que
envolve a área carregada a uma distância não inferior a do pilar, sendo a altura útil da laje,
como ilustrado na Figura 3.8.

Figura 3.8: Perímetro de controlo

A tensão de punçoamento solicitante deve ser obtida através da equação 3.9.

3.9

Em que,

altura útil média da laje, que poderá ser considerada igual a ( )⁄ , em que e
correspondem às alturas úteis da secção de controlo nas direcções y e z;

perímetro do perímetro de controlo considerado;


2
esforço transverso actuante na área de influência do pilar (8,10 x 8,10 m ), para a
combinação fundamental de acções;

parâmetro para ter em conta a excentricidade da reacção de apoio em relação ao perímetro


de controlo.

No caso de estruturas em que a estabilidade lateral não depende do funcionamento de pórticos


formados por lajes e pilares, em que os vãos dos tramos adjacentes não diferem mais de 25%, a EN
1992-1-1 [3] permite que se utilizem valores aproximados de . Nesta análise foi usado um valor
aproximado de , correspondente a um pilar interior.

38
No perímetro do pilar, , ou no perímetro da área carregada, , a tensão de punçoamento actuante,
, não deverá exceder o valor máximo da tensão resistente ao punçoamento, , como
indicado na expressão 3.10.

3.10

O valor de cálculo da resistência máxima ao punçoamento, ao longo da secção considerada, ,


é dado pela equação 3.11.

[ ] 3.11

Segundo a EN 1992-1-1–6.4.4 [3], a resistência ao punçoamento de lajes sem armadura de


punçoamento, , é obtida pela equação 3.12.


[ ( ) ] ( ) 3.12

Onde,

taxa de armadura dada por √ ;

taxa de armadura na direcção dada por ⁄( ( )), sendo a largura do


pilar. Considerou-se para esta análise larguras de pilares de 0,65 m para a zona de
estacionamento e de 0,50 m para os restantes pisos (armazém e cobertura);

coeficiente dado por ;

No caso da tensão de punçoamento actuante no perímetro de controlo considerado, , não exceder


o valor de cálculo da resistência ao punçoamento de uma laje sem armadura de punçoamento, ,
não é necessária armadura de punçoamento. Caso contrário, para a secção de controlo considerada,
deverá adoptar-se uma armadura de punçoamento, .

Segundo a EN 1992-1-1–6.4.5 [3], a resistência ao punçoamento de lajes com armadura de


punçoamento, , é obtida pela equação 3.13.

( )
3.13
( )

Onde,

área total de armadura de punçoamento necessária;

representa a tensão de cálculo efectiva da armadura de punçoamento, dada por


( ) , onde representa o valor de cálculo da resistência da
armadura de punçoamento;

inclinação da armadura de punçoamento em relação ao plano horizontal.

39
A armadura de punçoamento pode ser constituída por varões inclinados ou por estribos (ver Figura
3.9), sendo esta última a solução mais utilizada e a que foi usada neste subcapítulo.

Figura 3.9: Tipos de armaduras de punçoamento


Esta armadura deve ser distribuída conforme se ilustra na Figura 3.10.

Figura 3.10:Distribuição das armaduras de punçoamento junto do pilar

De notar que a tensão de cálculo efectiva da armadura de punçoamento, , é inferior ou igual ao


valor de cálculo da resistência da armadura de punçoamento, , por se verificar na prática que na
rotura da laje por punçoamento, nem todos os estribos plastificam.

Apresentam-se no Quadro 3.11, as armaduras de punçoamento adoptadas, caso se verifique serem


necessárias, para cada hipótese de molde e para cada tipo de utilização de piso (estacionamento,
armazém e cobertura, respectivamente). Os valores em falta correspondem a soluções que não
respeitem a condição ou onde não são necessárias armaduras de punçoamento.

Quadro 3.11: Armadura de punçoamento, , da laje aligeirada

/face Custo
Piso Molde k 2
(m) (m) (%) (kN) (kPa) (kPa) (kPa) 2
(cm ) de pilar
2
(cm ) (€/m )
M200 - - - - - - - - - - - -
Est. M300 6,87 2,60 0,32 1,77 1176,02 579,00 1529,89 424,80 18,16 24,13 0,17
M400 8,13 2,60 0,20 1,67 1324,68 425,86 1331,63 342,68 16,78 24,13 0,20
M200 - - - - - - - - - - - -
Arm. M300 6,27 2,00 0,50 1,77 1766,51 952,94 2987,48 492,94 37,11 40,21 0,29
M400 7,53 2,00 0,31 1,67 1915,17 664,75 2502,78 396,58 33,81 40,21 0,33
Cob. M200 5,02 2,00 0,63 1,91 732,69 699,36 1755,40 574,52 10,43 16,08 0,10

40
/face Custo
Piso Molde k 2
(m) (m) (%) (kN) (kPa) (kPa) (kPa) (cm )
2
de pilar
2
(cm ) (€/m )
M300 6,27 2,00 0,23 1,77 874,87 471,95 1479,56 380,52 11,87 16,08 0,11
M400 7,53 2,00 0,16 1,67 1023,53 355,26 1337,57 318,12 10,74 16,08 0,13

Segundo [4], é conveniente adoptar uma armadura longitudinal inferior sobre o pilar, , por forma
a gerar um mecanismo secundário de resistência, e evitar assim uma rotura em cadeia, caso se
verifique uma rotura por punçoamento num dos pilares (ver Figura 3.11).

Figura 3.11: Armadura de fundo sobre o pilar

A armadura longitudinal inferior sobre o pilar, , foi calculada para suportar uma carga
correspondente a , isto é, o esforço transverso actuante na área de influência do pilar (8,10 x 8,10
2
m ), para a combinação fundamental de acções. Esta armadura deve ser distribuída sobre o pilar, nas
duas direcções. Apresentam-se no Quadro 3.12 as armaduras de fundo adoptadas para cada
hipótese de molde e para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura),
tendo-se adoptado varões com um comprimento de 4 m. Considerou-se simplificadamente que as
armaduras teriam o comprimento da zona amaciçada (2,5 m).

Quadro 3.12: Armadura longitudinal inferior sobre o pilar, , da laje aligeirada

Custo
Piso Molde 2
2
(cm )
2
(cm ) (€/m )
M200 - - - -
Est. M300 27,03 32,17 0,84
M400 30,45 32,17 0,84
M200 - - - -
Arm. M300 40,61 48,25 1,25
M400 44,03 48,25 1,25
M200 16,84 18,10 0,47
Cob. M300 20,11 22,62 0,59
M400 23,53 24,13 0,63

3.1.3.d Custo do betão


2
Foi igualmente calculado o custo de betão por m de laje, multiplicando o volume de betão de cada
3
painel pelo custo de betão por m (ver Quadro 3.1 no início do capítulo).

41
2
Apresenta-se no Quadro 3.13, o custo de betão por m de laje aligeirada, para cada hipótese de
molde.
2
Quadro 3.13: Custos de betão por m de laje aligeirada para cada hipótese de molde
Betão
Molde 2
€/m
M200 20,02
M300 26,44
M400 33,16

3.1.3.e Custo da cofragem

Segundo [13], o custo do sistema de cofragem contínuo para laje fungiforme aligeirada de betão
armado, com molde recuperável, entre 4 e 5 m de altura livre de piso, composta de prumos, travessas
2
metálicas e superfície cofrante de madeira tratada reforçada com varões e perfis é de 18,00 €/m .

O custo do molde recuperável de PVC, de 76x80x40 cm, para 25 usos, é de 3,04 €/Unid. Considerou-
se que o custo unitário dos moldes usados neste trabalho (80x80xh cm com h a variar entre 20, 30 e
40 cm) tinham o mesmo custo unitário que o molde de 76x80x40 cm.

Admitindo que no máximo seria betonada, de uma só vez, o equivalente a metade da área de um dos
2
pisos superiores (com aproximadamente 8800 m ), e tendo em conta que são necessários 77 moldes
por painel de laje, são então necessários aproximadamente 5200 moldes.
2
Para obter o custo dos moldes por m , multiplicou-se o preço unitário dos moldes pelo número de
2
moldes necessários, dividindo o total pela área em questão (8800 m ). Desta forma, obteve-se um
2 2
custo de moldes por m de 3,57 €/ m .
2
Somando o custo da parcela do sistema de cofragem por m com a parcela do custo dos moldes por
2 2
m , obtém-se um custo da cofragem de 21,57 €/m .

3.1.4 Escolha da solução de laje fungiforme aligeirada com moldes


recuperáveis
Calculados os custos de cada parcela (armadura de flexão e de corte, betão e cofragens), para cada
hipótese de molde, determinou-se o custo final, somando todas as parcelas. Foram também
determinados os deslocamentos a meio da laje, em cada solução de laje, para cada tipo de utilização
de piso, para a combinação quase-permanente de acções, através do programa de cálculo
automático. Desta forma, puderam-se excluir as hipóteses cujo deslocamento fosse superior a
⁄ , sendo o valor do vão na diagonal ( √ ).

A solução final deste tipo de laje corresponde então à hipótese com menor custo de material e com
deslocamentos inferiores ao máximo acima referido. Resumem-se no Quadro 3.14 os custos totais de
cada hipótese e para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura). Os

42
valores em falta correspondem a hipóteses que não verificam os parâmetros mínimos e máximos
anteriormente enunciados.

Quadro 3.14: Quadro resumo dos custos dos materiais da laje fungiforme aligeirada
2
Custos em €/m

Piso Molde Total s/ Total c/


(mm) ⁄ Betão Cofragem
cofragem cofragem
M200 10,70 - - - - - - - -
Est. M300 6,60 22,21 0,38 0,17 0,84 26,44 22,81 50,04 72,85
M400 2,90 18,14 0,46 0,20 0,84 33,16 22,81 52,80 75,61
M200 16,90 - - - - - - - -
Arm. M300 9,80 36,73 3,14 0,29 1,25 26,44 22,81 67,85 90,66
M400 4,20 26,31 3,64 0,33 1,25 33,16 22,81 64,69 87,50
M200 8,50 22,11 0,29 0,10 0,47 20,02 22,81 42,99 65,80
Cob. M300 5,50 15,86 0,38 0,11 0,59 26,44 22,81 43,38 66,19
M400 2,60 16,35 - 0,13 0,63 33,16 22,81 50,27 73,08

Todas as soluções apresentam deslocamentos inferiores ao máximo de ⁄ , não sendo este um


critério eliminatório. É então o custo total final o critério condicionante. Apresentam-se no Quadro 3.15
as hipóteses utilizadas para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura),
2
com os respectivos custos por m .

Quadro 3.15: solução final da laje aligeirada e respectivos custos finais


2
Custos em €/m
Piso Molde
TOTAL s/ Cofragem TOTAL c/ Cofragem
Estacionamento M300 50,04 72,85
Armazém M400 64,69 87,50
Cobertura M200 42,99 65,80

Para lajes aligeiradas, segundo [4], os valores usuais de espessura de laje podem ser determinados
pela expressão 3.14.

3.14

Analisando os valores obtidos pela análise paramétrica, as espessuras de laje obtidas para cada tipo
de utilização de piso não se encontram todas dentro dos valores usuais (estacionamento – ⁄ ,
armazém – ⁄ e cobertura – ⁄ ).

3.2 Laje vigada

Todos os pressupostos apresentados para a laje fungiforme aligeirada são também aplicados à laje
vigada.

43
3.2.1 Modelo de cálculo – laje vigada
Para a análise da solução de laje vigada, foi usada uma análise plástica (Teoria da Plasticidade). Foi
adoptado o Método das bandas que consiste em admitir que a carga é suportada em bandas
ortogonais, nas direcções e .

É de notar que se deve aproximar o quanto possível a distribuição de esforços adoptada no


dimensionamento dos esforços em serviço para não surgirem problemas no comportamento em
serviço da laje, embora a segurança em relação ao Estado Limite Último esteja sempre assegurada.
Por forma a simular aproximadamente o comportamento elástico da laje, e por se terem vãos iguais
nas duas direcções, adoptou-se um coeficiente de repartição de cargas em cada uma das direcções
de (ver Figura 3.12). Desta forma, o caminho de cargas adoptado faz com que 50% da carga
aplicada na laje seja distribuída em cada direção para as vigas, sendo de seguida distribuída para os
apoios (pilares) na direcção perpendicular por estas últimas. Se se considerar o comportamento geral
da estrutura da laje, tem-se 100% da carga equilibrada em cada direção.

Figura 3.12: Encaminhamento das cargas – método das bandas

Importa referir que o modelo implica que a distribuição de esforços adoptada seja aplicável em toda a
laje, assim, para um dado valor de momento na direcção y, para uma dada posição y, verificar-se-á
ser igual ao longo de qualquer valor de x. Neste caso, a redistribuição de esforços refere-se à
transferência de esforços entre as direcções x e y e à redistribuição de esforços de torção para
esforços de flexão.

44
Foi admitido que as vigas da solução da laje vigada não teriam rigidez à torção, funcionando assim
apenas à flexão no seu plano.

Sendo os vãos iguais nas duas direcções, apenas foi analisada uma das direcções.

3.2.2 Determinação de custos – laje vigada


Para a determinação dos custos da solução de laje vigada, foi feita uma análise paramétrica, fazendo
variar a espessura da laje e largura e altura das vigas. Como simplificação foi primeiro feita a
determinação da espessura de laje com menor custo, sem ter ainda em consideração o custo das
vigas. Determinada a espessura de laje, foi então determinada a altura e largura de viga com menor
custo que satisfizesse as condições de segurança.

Para lajes vigadas, com vigas nas duas direcções, os valores usuais de espessura de laje podem ser
determinados a partir da relação ⁄( ). Este critério de pré-dimensionamento permite obter
à partida uma solução com bom desempenho em serviço sem comprometer a segurança, para casos
correntes de carga em edifícios. Nesta análise paramétrica foram analisadas espessuras a variarem
entre os 0,20 m ( ⁄ ) e os 0,30 m ( ⁄ ), com incrementos de 1 cm entre cada espessura.

Relativamente às vigas, as larguras analisadas variam entre os 0,25 m e 0,50 m, com incrementos de
0,05 m entre cada largura. Os valores usuais das alturas das vigas podem ser determinadas a partir
da relação ⁄( ). Para cada uma das larguras analisadas, foram estudadas diferentes
alturas, que variam entre os 0,40 m ( ⁄ ) e os 0,80 m ( ⁄ ), com 0,05 m de diferença
entre cada altura. Optou-se por não usar alturas superiores a 0,80 m por razões de carácter
arquitectónico. Importa referir que a altura mínima de viga estudada de 0,40 m corresponde a um
valor demasiado esbelto em soluções de betão armado correntes, para esta ordem de grandeza de
vãos, tendo-se no entanto analisado por razões comparativas.

Desta forma puderam-se analisar 11 espessuras de laje e 6x9=54 combinações diferentes de largura
e altura de viga.

3.2.2.a Custo da armadura longitudinal de flexão da laje, , e custo do


betão da laje

Tal como para a laje aligeirada, foi limitada a escolha de hipóteses a dimensões de elementos cujo
momento flector reduzido, , fosse inferior a 0,25, para a a combinação fundamental de acções.
Desta forma pôde-se considerar, de forma simplificada, o braço entre as forças de compressão e de
tracção na secção para o estado limite último , sendo a altura livre da secção.

As armaduras da laje e das vigas foram determinadas de forma análoga à forma usada para a
solução de laje fungiforme aligeirada, usando os mesmos critérios de verificação de segurança.

Através do modelo de cálculo apresentado acima, foram determinadas as armaduras longitudinais da


laje. Optou-se por usar uma malha geral de armadura distribuída na face superior e inferior da laje.
Na zona de momentos negativos, considerou-se, simplificadamente, um reforço de armaduras com
varões de 4 m ( ⁄ ), sendo a distância entre pilares, e na zona de momentos positivos

45
um reforço com varões de 5 m ( ⁄ ), como indicado esquematicamente na Figura
3.13.

Figura 3.13: Modelo simplificado das zonas de reforço de armaduras adoptadas na análise paramétrica

Apresentam-se no Quadro 3.16, Quadro 3.17 e Quadro 3.18, para cada utilização de piso
(estacionamento, armazém e cobertura, respectivamente), as distribuições de armaduras adoptadas
para a laje para as diferentes espessuras analisadas e os respectivos custos associados aos
materiais utilizados. Importa referir que foram igualmente postas de parte as hipóteses cujo valor de
tensão actuante, , ao longo do bordo da laje, fosse superior ao valor de tensão resistente ao corte
sem armadura de corte, .

Foi também efectuado o cálculo simplificado dos deslocamentos elásticos a meio da laje, afectados
de um factor multiplicativo de 5 para ter em conta o efeito da fendilhação, segundo as tabelas de
cálculo dadas em [15]. Não foram igualmente consideradas as soluções cujo deslocamento, afectado

do factor multiplicativo, fosse superior a ⁄ , sendo o valor do vão na diagonal ( √


).

Quadro 3.16: Armaduras da laje vigada e respectivos custos – Estacionamento

Esp. Custo Custo Custo


secções
laje Zona 2 2 2
betão total
(cm /m) condicionantes (cm /m) (cm /m) 2 2 2
(m) (€/m ) (€/m ) (€/m )
Apoio 7,38 ⁄ ⁄ 9,01 ⁄ 3,77
0,20 13,33 20,00 33,33
Vão 3,69 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 7,07 ⁄ ⁄ 9,01 ⁄ 3,77 0,00 0
0,21 13,33 21,00 34,33
Vão 3,53 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 6,79 ⁄ ⁄ 9,01 ⁄ 3,77 0,00 0
0,22 13,33 22,00 35,33
Vão 3,39 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 6,54 ⁄ ⁄ 9,01 ⁄ 3,77 0,00 0
0,23 13,33 23,00 36,33
Vão 3,27 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 6,32 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,24 12,44 24,00 36,44
Vão 3,16 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 6,12 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,25 12,00 25,00 37,00
Vão 3,06 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Apoio 5,94 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,26 12,00 26,00 38,00
Vão 2,97 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Apoio 5,78 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,27 12,00 27,00 39,00
Vão 2,96 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
0,28 Apoio 5,63 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 28,00 0
12,00 40,00

46
Esp. Custo Custo Custo
secções
laje Zona 2 2 2
betão total
(cm /m) condicionantes (cm /m) (cm /m) 2 2 2
(m) (€/m ) (€/m ) (€/m )
Vão 3,10 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62 0,00 0
Apoio 5,49 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
0,29 12,44 29,00 41,44
Vão 3,23 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 5,36 - - - -
0,30 - - -
Vão 3,37 - - - -
Quadro 3.17: Armaduras da laje vigada e respectivos custos – Armazém

Esp. Custo Custo Custo


secções
laje Zona 2 2 2
betão total
(cm /m) condicionantes (cm /m) (cm /m) 2 2 2
(m) (€/m ) (€/m ) (€/m )
Apoio 11,60 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ 6,70
0,20 20,55 20,00 40,55
Vão 5,80 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
Apoio 11,02 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ 6,70
0,21 20,55 21,00 41,55
Vão 5,51 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
Apoio 10,51 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ 6,70
0,22 20,55 22,00 42,55
Vão 5,25 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
Apoio 10,05 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77
0,23 16,44 23,00 39,44
Vão 5,02 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
Apoio 9,64 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77
0,24 16,44 24,00 40,44
Vão 4,82 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
Apoio 9,28 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
0,25 17,22 25,00 42,22
Vão 4,64 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
Apoio 8,95 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
0,26 15,90 26,00 41,90
Vão 4,47 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62
Apoio 8,64 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
0,27 15,90 27,00 42,90
Vão 4,32 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62
Apoio 8,37 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
0,28 15,90 28,00 43,90
Vão 4,19 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62
Apoio 8,12 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
0,29 15,90 29,00 44,90
Vão 4,06 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62
Apoio 7,89 - - - -
0,30 - - -
Vão 3,94 - - - -
Quadro 3.18: Armaduras da laje vigada e respectivos custos – Cobertura

Esp. Custo Custo Custo


secções
laje Zona 2 2 2
betão total
(cm /m) condicionantes (cm /m) (cm /m) 2 2 2
(m) (€/m ) (€/m ) (€/m )
Apoio 5,23 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
0,20 10,94 20,00 30,94
Vão 2,62 ⁄ 3,35 ⁄ 1,68
Apoio 5,05 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,21 10,94 21,00 31,94
Vão 2,52 ⁄ 3,35 ⁄ 1,68
Apoio 4,89 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,22 10,94 22,00 32,94
Vão 2,44 ⁄ 3,35 ⁄ 1,68
0,00 0

47
Esp. Custo Custo Custo
secções
laje Zona 2 2 2
betão total
(cm /m) condicionantes (cm /m) (cm /m) 2 2 2
(m) (€/m ) (€/m ) (€/m )
Apoio 4,75 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62
0,23 10,94 23,00 33,94
Vão 2,42 ⁄ 3,35 ⁄ 1,68
Apoio 4,62 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ 2,62 0,00 0
0,24 10,94 24,00 34,94
Vão 2,56 ⁄ 3,35 ⁄ 1,68
Apoio 4,51 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62 0,00 0
0,25 10,16 25,00 35,16
Vão 2,69 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Apoio 4,41 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62 0,00 0
0,26 10,16 26,00 36,16
Vão 2,83 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Apoio 4,31 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62 0,00 0
0,27 10,16 27,00 37,16
Vão 2,96 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Apoio 4,23 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62 0,00 0
0,28 10,16 28,00 38,16
Vão 3,10 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Apoio 4,15 ⁄ ⁄ 5,97 ⁄ 2,62 0,00 0
0,29 10,60 29,00 39,60
Vão 3,23 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Apoio 4,08 - - - -
0,30 - - -
Vão 3,37 - - - -

A espessura de laje a adoptar corresponde então à espessura cujo custo total das armaduras
longitudinais e de betão é menor. Obtém-se assim a espessura de 0,20 m para o piso de
estacionamento, 0,23 m para o piso de armazém e 0,20 m para a cobertura.

3.2.2.b Custo da armadura longitudinal de flexão, , e custo do betão das


vigas

Determinada a espessura da laje, procedeu-se ao cálculo das dimensões da viga com menor custo
de materiais. Usando o modelo de cálculo anteriormente apresentado, determinaram-se as
armaduras longitudinais para cada combinação de largura e altura de viga. Para cada largura de viga
foram analisadas 9 alturas diferentes. Evitando apresentar todas as 54 combinações possíveis de
largura e altura de vigas e respectivas armaduras longitudinais, apenas se apresentarão as
combinações de altura e largura de menor custo, retiradas de cada análise realizada para cada
largura de viga. Desta forma apenas 6 combinações diferentes serão apresentadas para cada tipo de
utilização de piso. A determinação do custo destas combinações de altura e largura de vigas teve em
conta o custo das armaduras longitudinais e do betão.

Apresentam-se no Quadro 3.19, Quadro 3.20 e Quadro 3.21, as combinações obtidas de largura e
altura de vigas, para o piso de estacionamento, armazém e cobertura, respectivamente, assim como
as armaduras longitudinais e custo total das armaduras e betão. Os valores em falta referem-se a
hipóteses que não respeitem os valores mínimos e máximos anteriormente enunciados.

48
Quadro 3.19: Geometria, armaduras e custos das vigas – Estacionamento

Largura Altura Área Custo


Zona 2 2
(m) (m) (cm ) (€/m )
Apoio 15,21
0,25 0,70 5,92
Vão 7,60
Apoio 16,59
0,30 0,65 6,40
Vão 8,29
Apoio 18,11
0,35 0,60 6,84
Vão 9,17
Apoio 19,98
0,40 0,55 7,19
Vão 10,05
Apoio 20,12
0,45 0,55 7,68
Vão 10,12
Apoio 22,49
0,50 0,50 7,93
Vão 11,25
Quadro 3.20: Geometria, armaduras e custos das vigas – Armazém

Largura Altura Área Custo


Zona 2 2
(m) (m) (cm ) (€/m )
Apoio - -
0,25 - -
Vão - -
Apoio 21,00
0,30 0,80 8,13
Vão 10,56
Apoio 22,87
0,35 0,75 8,73
Vão 11,44
Apoio 24,63
0,40 0,70 9,20
Vão 12,32
Apoio 26,52
0,45 0,65 9,61
Vão 13,45
Apoio 29,41
0,50 0,60 10,01
Vão 14,58
Quadro 3.21: Geometria, armaduras e custos das vigas – Cobertura

Largura Altura Área Custo


Zona 2 2
(m) (m) (cm ) (€/m )
Apoio 12,95
0,25 0,60 4,89
Vão 6,53
Apoio 14,33
0,30 0,55 5,26
Vão 7,16
Apoio 15,96
0,35 0,50 5,58
Vão 8,11
Apoio 16,21
0,40 0,50 6,01
Vão 8,23
Apoio 18,16
0,45 0,45 6,21
Vão 9,24
Apoio 18,60
0,50 0,45 6,60
Vão 9,30

49
Da análise dos quadros acima apresentados, conclui-se que a combinação de largura e altura de viga
com menor custo é de 0,25 m por 0,70 m para o piso de estacionamento, 0,30 m por 0,80 m para o
piso de armazém e 0,25 m por 0,60 m para a cobertura.

3.2.2.c Custo da armadura de corte, ⁄ – Vigas

Determinada a combinação de largura e altura de viga de menor custo, para o modelo de cálculo
anteriormente apresentado, procedeu-se ao cálculo das armaduras de corte. Adoptou-se
conservativamente um ângulo de para a inclinação das bielas comprimidas no modelo de
treliça, para o cálculo das armaduras de corte.

Neste subcapítulo, teve-se em consideração o valor de esforço transverso a uma distância de


para o cálculo das armaduras de corte. Foi igualmente feita a dispensa de armaduras de corte,
adoptando a armadura mínima num comprimento de viga onde ( ) , sendo ( ) o
esforço transverso actuante à distância e o valor de esforço transverso resistente para a
armadura mínima adoptada.

Apresentam-se no Quadro 3.22, as armaduras de esforço transverso adoptadas para as vigas e


respectivos custos, para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura).

Quadro 3.22: Armaduras de esforço transverso das vigas e respectivos custos – laje vigada

b h Área (2R) Área (2R) Custo


Zona ⁄ 2
⁄ 2 2
(m) (m) (cm /m) (cm /m) (€/m )

Est. 0,25 0,70 ⁄ 6,70 ⁄ 3,35 0,85


Arm. 0,30 0,80 ( ⁄ ⁄ ) 10,26 ⁄ 3,35 1,50
Cob. 0,25 0,60 ⁄ 6,70 ⁄ 3,35 0,71

3.2.2.d Custo das cofragens

Segundo [13], o sistema de cofragem contínuo para laje maciça de betão armado, entre 4 e 5 m de
altura livre de piso, composta de prumos, travessas metálicas e superfície cofrante de madeira
2
tratada reforçada com varões e perfis, é de 16,35 €/m .

De acordo com a mesma referência, o custo do sistema de cofragem recuperável, para a execução
de vigas de betão para revestir, composto de escoras metálicas telescópicas, travessas metálicas e
superfície cofrante de madeira tratada reforçada com varões e perfis, entre 4 e 5 m de altura livre de
2
piso, é de 24,40 €/m . Adoptou-se este custo para todas as faces da viga.
2
Apresentam-se no Quadro 3.23, os custos de cofragem, por m de laje, para cada tipo de utilização
de piso (estacionamento, armazém e cobertura).

50
2
Quadro 3.23: Custo de cofragens por m – solução de laje vigada
2
Zona Custo (€/m )
Estacionamento 22,89
Armazém 23,84
Cobertura 21,68

3.2.3 Escolha da solução de laje vigada


Calculados os custos de cada parcela (armadura de flexão e de corte, betão e cofragens), para as
várias espessuras de laje analisadas e para cada combinação de largura e altura de viga,
determinou-se o custo final, somando todas as parcelas. A solução final deste tipo de laje
corresponde então à hipótese com menor custo de material. Apresentam-se no Quadro 3.24 as
hipóteses utilizadas para cada tipo de utilização de piso (estacionamento – Est., armazém – Arm. e
2
cobertura – Cob.), com os respectivos custos por m .
2
Quadro 3.24: Custos em €/m da solução de laje vigada
2
Laje Custo (€/m )
Zona (%) Custo s/ Custo c/
(m) (m) (m)
cofragem cofragem
Est. 0,20 0,25 0,70 0,65 34,18 57,07
Arm. 0,23 0,30 0,80 0,80 40,94 64,78
Cob. 0,20 0,25 0,60 0,58 31,65 53,33

Analisando os valores obtidos pela análise paramétrica, as espessuras de laje obtidas para cada tipo
de utilização de piso encontram-se dentro da gama de valores recomendados para um vão de 8,10 m
(estacionamento – ⁄ , armazém – ⁄ e cobertura – ⁄ ).

Analisando os valores obtidos pela análise paramétrica, as alturas de vigas obtidas para cada tipo de
utilização de piso também se encontram dentro da gama de valores recomendados para um vão de
8,10 m (estacionamento – ⁄ , armazém – ⁄ e cobertura – ⁄ ).

3.3 Laje fungiforme maciça de espessura constante

Todos os pressupostos apresentados para a laje fungiforme aligeirada e laje vigada são também
aplicados à laje fungiforme maciça de espessura constante.

3.3.1 Modelo de cálculo – laje fungiforme de espessura constante


Para a análise da solução de laje fungiforme maciça de espessura constante, foi usado o método de
análise por pórticos equivalentes. Nesta análise, a estrutura é dividida longitudinal e transversalmente
em pórticos constituídos por pilares e por troços de lajes compreendidos entre linhas médias de
painéis adjacentes, como ilustrado na Figura 3.14.

51
Figura 3.14: Dimensões do pórtico equivalente em cada direcção

A EN 1992-1-1–AnexoI [3] refere que para cargas verticais, a rigidez poderá basear-se na largura
total dos painéis. As cargas actuantes em cada pórtico devem ser consideradas na análise em cada
direcção, correspondendo à largura das suas travessas, não sendo feita qualquer repartição de
cargas entre pórticos ortogonais, isto é, toda a carga deve ser equilibrada em cada direcção
separadamente. Como os vãos são iguais nas duas direcções, tal como na solução de laje fungiforme
aligeirada, apenas foi feita a análise numa das direcções. Importa referir também que os pilares foram
considerados como apoios simples.

No método do pórtico equivalente, ou viga equivalente, os painéis são divididos em duas faixas: a
faixa sobre os pilares (Faixa Central – FC) e as faixas laterais (Faixa Lateral – FL), como indicado na
Figura 3.15.

Figura 3.15: Divisão dos painéis em Faixa Central e Lateral

Foi analisado um painel central de laje, pelo que os esforços totais da viga equivalente, numa
direcção, correspondem aos esforços de uma barra biencastrada. Os momentos flectores totais
obtidos na análise são distribuídos por toda a largura da laje, na faixa central e lateral de acordo com
o Quadro 3.25 (entre parênteses encontram-se os valores propostos pela EN 1992-1-1–AnexoI [3]).
Esta repartição tem em consideração, de forma simplificada, a distribuição real dos esforços.

52
Quadro 3.25: Coeficientes de repartição dos momentos flectores pela Faixa Central e Lateral
Momentos Flectores Faixa Central Faixas Laterais
Momentos Positivos 55% (50 – 70 %) 45% (50 – 30 %)
Momentos Negativos 75% (60 – 80 %) 25% (40 – 20 %)

3.3.2 Determinação de custos – laje fungiforme de espessura


constante
Foi criada uma folha de cálculo que percorresse várias espessuras de laje, determinando para cada
caso as armaduras necessárias e respectivos custos.

Para lajes fungiformes maciças, segundo [4], os valores usuais de espessura de laje em edifícios
podem ser determinados através da expressão ⁄( ). A espessura mínima analisada foi de
0,20 m ( ⁄ ). Foram feitas análises para espessuras com incrementos de 1 cm até ao máximo
de 0,35 m ( ⁄ ), perfazendo um total de 16 hipóteses. Embora os limites de espessuras
analisados não se enquadrem exactamente na gama de valores recomendados, foram na mesma
tomados esses limites para se poderem comparar resultados.

De forma a limitar mais a escolha da solução de laje, limitaram-se igualmente as espessuras que
levassem a um deslocamento a meio da laje, inferior ou igual a ⁄ , sendo o vão na diagonal

( √ ), para a combinação quase permanente de acções. O valor do


deslocamento a meio da laje foi calculado multiplicando o deslocamento elástico dado nas tabelas de
cálculo de [15] por um factor multiplicativo de 5, para ter em conta o efeito da fendilhação. Foi feita
esta limitação para o piso destinado a estacionamento e para a cobertura por terem os valores de
carga usuais em edifícios, verificando-se que para o caso do piso destinado a armazém, esta
verificação do controlo de deslocamento não é respeitada.

3.3.2.a Custo das armaduras longitudinais de flexão,

Foi usada a combinação fundamental de acções para a determinação de esforços. Calcularam-se os


momentos flectores actuantes em cada faixa, e determinaram-se os momentos flectores reduzidos, .

Para ter em conta o controlo indirecto do nível de esforços na laje, nomeadamente no que se refere
ao punçoamento e à flexão, limitaram-se as escolhas às hipóteses cujos momentos flectores
reduzidos estivessem dentro da gama de valores de para momentos positivos e
para momentos negativos [4]. Calculou-se de forma aproximada a taxa mecânica de armadura, ,
através da expressão 3.15.

( ) 3.15

A armadura longitudinal, , é então dada pela equação 3.16.

3.16

53
Tal como para a solução de laje fungiforme aligeirada, foi verificada a armadura mínima (expressão
3.3) e atribuída uma combinação de armaduras, de uma lista de armaduras ordenadas por custo de
material, já referida anteriormente.

Optou-se por usar uma malha geral de armadura distribuída, , na face superior e inferior da laje.
Na zona de momentos negativos, considerou-se, simplificadamente, um reforço de armaduras com
comprimentos de varões de 4 m ( ⁄ ), sendo a distância entre pilares, e na zona de
momentos positivos um reforço de armaduras com comprimentos de varões de 5 m ( ⁄
), como indicado esquematicamente na Figura 3.16.

Figura 3.16: Modelo simplificado das zonas de reforço de armaduras adoptadas na análise paramétrica

A EN 1992-1-1–9.3.1.2 [3] indica que, para lajes simplesmente apoiadas, pelo menos metade da
armadura necessária a meio vão, na face inferior, deve ser prolongada até à zona dos apoios. Foi
também adoptada esta medida para o caso de estudo. Esta armadura corresponde então à armadura
distribuída da face inferior. Usaram-se também distribuições de armaduras diferentes nas faixas
centrais, , e laterais, , tanto para os momentos negativos como positivos.

Apresentam-se no Quadro 3.26, Quadro 3.27 e Quadro 3.28, as armaduras para as várias
espessuras de laje para o piso de estacionamento, armazém e cobertura, respectivamente.

Importa referir que os valores em falta correspondem a soluções que não espeitam os valores limites
do momento flector reduzido, , para momentos positivos e negativos, anteriormente mencionados e
limitação de deslocamentos a meio da laje, quando aplicável.

Quadro 3.26: Armaduras – Estacionamento

Esp.
Zona 2 2 2
Laje (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
0,20 - - - - - -
0,21 ⁄ 32,72 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,22 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,23 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,24 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
Arm. 0,25 ⁄ ⁄ 23,88 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
Sup. 0,26 ⁄ ⁄ 23,88 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
0,27 ⁄ ⁄ 23,88 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
0,28 ⁄ ⁄ 23,88 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
0,29 ⁄ ⁄ 23,88 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
0,30 a
- - - - - -
0,35

54
Esp.
Zona 2 2 2
Laje (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
0,20 - - - - - -
0,21 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
0,22 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
0,23 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
0,24 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70
Arm. 0,25 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70
Inf. 0,26 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70
0,27 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70
0,28 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70
0,29 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70 ⁄ ⁄ 7,70
0,30 a
- - - - - -
0,35
Quadro 3.27: Armaduras – Armazém

Esp.
Zona 2 2 2
Laje (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
0,20 a
- - - - - -
0,27
0,28 ⁄ ⁄ ⁄ 33,54 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36
0,29 ⁄ ⁄ ⁄ 33,54 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36
Arm. 0,30 ⁄ ⁄ ⁄ 33,54 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36
Sup. 0,31 ⁄ ⁄ ⁄ 33,54 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36
0,32 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,33 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,34 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,35 ⁄ ⁄ 26,83 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
0,20 a
- - - - - -
0,27
0,28 ⁄ 13,40 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70
0,29 ⁄ 13,40 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70
Arm. 0,30 ⁄ 13,40 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70
Inf. 0,31 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
0,32 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
0,33 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
0,34 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
0,35 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 10,89
Quadro 3.28: Armaduras – Cobertura

Esp.
Zona 2 2 2
Laje (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
0,20 ⁄ ⁄ 23,88 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
0,21 ⁄ ⁄ ⁄ 20,94 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47
0,22 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
0,23 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
Arm.
0,24 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
Sup.
0,25 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
0,26 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
0,27 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
0,28 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47

55
Esp.
Zona 2 2 2
Laje (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
0,29 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,30 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,31 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,32 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,33 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,34 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,35 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
0,20 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
0,21 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
0,22 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
0,23 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
0,24 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
0,25 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
0,26 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Arm. 0,27 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
Inf. 0,28 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,29 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,30 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,31 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,32 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,33 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,34 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62
0,35 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ ⁄ 5,13 ⁄ 2,62

Para determinar os custos das armaduras longitudinais, foram usados os custos dos materiais
apresentados no início do capítulo (ver Quadro 3.1). Apresentam-se no Quadro 3.29, os custos de
2
armadura longitudinal, por m de laje, para cada espessura de laje e para cada tipo de utilização de
piso (estacionamento, armazém e cobertura). Mais uma vez, os dados em falta referem-se a
hipóteses cujo critério de para os momentos negativos e de para os momentos
positivos, não tenha sido respeitado, não sendo assim considerada. Também não se apresentam as
hipóteses que não respeitem a limitação de deslocamentos a meio da laje, quando aplicável.
2
Quadro 3.29: custo por m da armadura de flexão

Est. Arm. Cob.


Espessura
Laje (m) Custo2 (%)
Custo
2 (%)
Custo
2 (%)
(€/m ) (€/m ) (€/m )
0,20 - - - - 28,60 1,21
0,21 43,52 1,69 - - 27,60 1,09
0,22 41,41 1,48 - - 23,98 0,80
0,23 41,41 1,41 - - 23,98 0,76
0,24 36,88 1,22 - - 23,98 0,73
0,25 31,90 1,13 - - 22,87 0,70
0,26 31,90 1,09 - - 22,48 0,63
0,27 31,90 1,05 - - 22,48 0,61
0,28 31,90 1,01 46,77 1,32 22,48 0,59

56
Est. Arm. Cob.
Espessura
Laje (m) Custo Custo Custo
2 (%) 2 (%) 2 (%)
(€/m ) (€/m ) (€/m )
0,29 31,90 0,97 46,77 1,27 18,95 0,52
0,30 - - 46,77 1,23 18,95 0,50
0,31 - - 44,01 1,19 18,95 0,48
0,32 - - 41,41 1,02 18,95 0,47
0,33 - - 41,41 0,98 18,95 0,45
0,34 - - 41,41 0,96 18,95 0,44
0,35 - - 41,41 0,93 18,95 0,43

3.3.2.b Custo das armaduras de punçoamento,

Tal como para a solução de laje aligeirada, foi efectuada a verificação ao punçoamento.
Contrariamente à laje fungiforme aligeirada, onde foram usados estribos como armadura de
punçoamento, optou-se por varões inclinados no caso da laje fungiforme maciça de espessura
constante.

O comprimento de amarração, , foi calculado através da expressão 3.17.

3.17

Onde,

diâmetro do varão (usou-se para as armaduras de punçoamento e inferiores – ver


abaixo);

tensão nos varões, considerado como para as armaduras inferiores e para as armaduras
de punçoamento igual a ( );

tensão de aderência, dado por , onde representa o valor de


dimensionamento da resistência à tracção, é um coeficiente que depende do diâmetro do
varão ( para ) e é um coeficiente que depende da qualidade da
aderência e da posição do varão durante a betonagem ( para boas condições de
aderência. Os varões dizem-se em boas condições de aderência se formarem co a horizontal
um ângulo entre 45º e 90º, se estiverem integrados em elementos com espessura (na
direcção de betonagem) inferior ou igual a 25 cm e se, quando essa espessura exceder os 25
cm, os varões se situarem na metade inferior do elemento ou a mais de 30 cm da sua face
superior).

De acordo com a EN 1992-1-1–9.4.3 [3], para varões inclinados, com a disposição indicada na Figura
3.17, pode considerar-se que é suficiente um único perímetro de controlo exterior que necessita de
armaduras de punçoamento, . Segundo a EN 1992-1-1–6.4.5(4) [3], o perímetro exterior da
armadura de punçoamento, , deve ser colocado a uma distância não superior a , para ,

57
no interior do perímetro de controlo para o qual não é necessária armadura de punçoamento, ,
dado pela equação 3.18.

3.18

Figura 3.17: Disposições construtivas das armaduras de punçoamento

Apresentam-se no Quadro 3.30 as armaduras de punçoamento adoptadas para as diferentes


ocupações de piso (estacionamento, armazém e cobertura) e diferentes espessuras de laje. Note-se
que os valores em falta dizem respeito a hipóteses cuja tensão de punçoamento actuante, ,
excede o valor máximo da tensão resistente ao punçoamento, , quer no perímetro do pilar, ,
quer no perímetro da área carregada, .

Quadro 3.30: Armaduras de punçoamento para a laje fungiforme maciça de espessura constante

Espessura Custo
Piso 2
Laje (m) (m) (kPa) (kPa) 2
(cm )
2
(cm ) (m) (€/m )
0,20 - - - - - - - -
0,21 4,64 1609,14 753,79 54,83 64,34 2,90 0,97
0,22 4,77 1506,87 683,32 56,77 64,34 3,10 1,04
0,23 4,89 1416,24 662,83 57,15 64,34 3,00 1,00
0,24 5,02 1335,41 643,85 57,53 64,34 3,00 1,00
Est. 0,25 5,14 1262,90 600,43 59,04 64,34 3,10 1,04
0,26 5,27 1197,51 577,72 59,78 64,34 3,10 1,04
0,27 5,40 1138,26 556,84 60,53 64,34 3,10 1,04
0,28 5,52 1084,35 537,57 61,27 64,34 3,10 1,04
0,29 5,65 1035,10 519,73 62,00 64,34 3,10 1,04
0,30 a 0,35 - - - - - - - -
0,20 a 0,27 - - - - - - - -
0,28 4,92 1809,98 617,51 104,73 117,81 4,20 2,60
0,29 5,05 1712,94 596,57 105,39 117,81 4,20 2,60
0,30 5,17 1624,64 577,14 106,04 117,81 4,20 2,60
Arm. 0,31 5,30 1543,99 559,06 106,69 117,81 4,20 2,60
0,32 5,42 1470,10 503,36 109,77 117,81 4,60 2,85
0,33 5,55 1402,20 488,72 110,48 117,81 4,60 2,85
0,34 5,68 1339,61 474,99 111,19 117,81 4,60 2,85
0,35 5,80 1281,78 462,09 111,89 117,81 4,60 2,85
0,20 4,52 1725,40 786,02 54,33 48,25 2,30 0,58
Cob. 0,21 4,64 1609,14 753,79 54,83 48,25 2,30 0,58
0,22 4,77 1506,87 683,32 56,77 48,25 2,50 0,63

58
Espessura Custo
Piso 2
Laje (m) (m) (kPa) (kPa) 2
(cm )
2
(cm ) (m) (€/m )
0,23 4,89 1416,24 662,83 57,15 48,25 2,50 0,63
0,24 5,02 1335,41 643,85 57,53 48,25 2,50 0,63
0,25 5,14 1262,90 600,43 59,04 48,25 2,50 0,63
0,26 5,27 1197,51 577,72 59,78 48,25 2,50 0,63
0,27 5,40 1138,26 556,84 60,53 48,25 2,50 0,63
0,28 5,52 1084,35 537,57 61,27 48,25 2,50 0,63
0,29 5,65 1035,10 519,73 62,00 48,25 2,70 0,68
0,30 5,77 989,93 503,15 62,74 48,25 2,60 0,65
0,31 5,90 948,38 466,88 64,84 48,25 2,60 0,65
0,32 6,02 910,03 442,74 66,33 48,25 2,60 0,65
0,33 6,15 874,54 437,28 66,59 48,25 2,50 0,63
0,34 6,28 841,60 432,13 66,83 48,25 2,50 0,63
0,35 6,40 810,95 427,24 67,04 48,25 2,50 0,63

Esta armadura de punçoamento, serve igualmente como armadura de suspensão, por forma a gerar
um mecanismo secundário de resistência, e evitar uma rotura em cadeia, caso se verifique uma
rotura por punçoamento num dos pilares.

3.3.2.c Custo do betão


2
O custo do betão por m de laje foi calculado multiplicando a espessura da laje pelo custo do betão
3
por m (ver Quadro 3.1 no início do capítulo).

3.3.2.d Custo das cofragens

Segundo [13], o sistema de cofragem contínuo para laje maciça de betão armado, entre 4 e 5 m de
altura livre de piso, composta de prumos, travessas metálicas e superfície cofrante de madeira
2
tratada e reforçada com varões e perfis, é de 16,35 €/m . Foi usado este valor para esta análise de
laje fungiforme maciça de espessura constante.

3.3.1 Escolha da solução de laje fungiforme maciça de espessura


constante
Calculados os custos de cada parcela (armadura de flexão e de punçoamento, betão e cofragens),
para cada hipótese de molde, determinou-se o custo final, somando todas as parcelas. A solução final
deste tipo de laje corresponde então à hipótese com menor custo de material. Resumem-se no
Quadro 3.31, a espessura de laje à qual está associado um menor custo total para cada tipo de
utilização de piso (estacionamento – Est., armazém – Arm. e cobertura – Cob.).

59
Quadro 3.31: Quadro resumo dos custos dos materiais da laje fungiforme maciça de espessura constante
2
Custos em €/m
Espessura
Piso Total s/ Total c/
Laje (m) Betão Cofragem
(%) cofragem cofragem
Est. 0,25 31,90 1,04 1,13 25,00 16,35 57,94 74,29
Arm.
Arm. 0,32 41,41 2,85 1,02 32,00 16,35 76,27 92,62
Cob. 0,22 23,98 0,63 0,80 22,00 16,35 46,61 62,96
Cob.

Analisando os valores obtidos pela análise paramétrica, as espessuras de laje obtidas para cada tipo
de utilização de piso não se encontram todas dentro da gama de valores recomendados para um vão
de 8,10 m, correspondente a ⁄( ) (estacionamento – ⁄ , armazém – ⁄ e
cobertura – ⁄ ).

3.4 Laje fungiforme maciça com espessamentos sobre os


pilares

Todos os pressupostos apresentados para a laje fungiforme aligeirada, laje vigada e laje fungiforme
de espessura constante são também aplicados à laje fungiforme maciça com espessamentos sobre
os pilares.

3.4.1 Modelo de cálculo – laje fungiforme com espessamentos


sobre os pilares
Para a análise da solução de laje fungiforme maciça com espessamentos sobre os pilares, foi usado
o método de análise por pórticos equivalentes. Tendo sido descrito anteriormente, este método não
será exposto novamente nesta secção.

Segundo a EN 1992-1-1–AnexoI-I.1.2(3) [3], quando existem capitéis de largura ⁄ , onde


representa a distância entre pilares, poderá considerar-se para largura das faixas sobre os pilares
(Faixa Central – FC), a largura dos capitéis. Simplificadamente, foram consideradas faixas centrais
com a largura dos capitéis, embora nem todas as larguras analisadas respeitassem este limite.

Simplificadamente, não foi considerado o aumento de rigidez provocado pelos espessamentos sobre
os pilares, levando assim a análise a um modelo de uma barra bi-encastrada de rigidez constante. No
cálculo das cargas actuantes para a combinação fundamental, foi considerado o peso-próprio do
espassamento.

Apresenta-se na Figura 3.18 o modelo de cálculo da viga equivalente, onde corresponde à distância
entre pilares, simboliza a largura do espessamento, representa a carga para a laje de espessura
e representa a carga para o peso próprio do espessamento.

60
Figura 3.18: Modelo de cálculo – viga equivalente – painel de laje central

Os momentos flectores totais obtidos na análise foram distribuídos por toda a largura da laje, usando
os mesmos coeficientes de repartição que na laje fungiforme de espessura constante.

3.4.2 Determinação de custos – laje laje fungiforme com


espessamentos sobre os pilares
Foi feita uma análise paramétrica, fazendo-se variar a espessura da laje, , a espessura dos
espessamentos sobre os pilares, , e a sua largura dos espessamentos, , igual nas duas
direcções, como indicado na Figura 3.19, para determinar qual a combinação destes parâmetros com
menor custo de materiais.

Figura 3.19: Dimensões do espessamento sobre o pilar

A espessura mínima de laje analisada foi de 0,19 m. Foram feitas análises para espessuras com
incrementos de 1 cm até ao máximo de 0,28 m. Relativamente à espessura dos espessamentos
sobre os pilares, foram analisadas espessuras de 0,30 m, 0,35 m e 0,40 m. Quanto à largura destes
últimos, fez-se variar entre os 2,0 m e os 3,6 m, com 10 cm entre cada largura. Desta forma, foram

61
analisadas um total de combinações de , e , para cada um dos tipos de
utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura).

Para cada combinação foi calculado o custo das armaduras de flexão e do betão. Determinada a
solução com menor custo de material (armadura de flexão e betão), foram então calculadas as
armaduras de punçoamento e as armaduras inferiores sobre os pilares (armaduras de suspensão).
No final foi-lhe somado o custo das cofragens para obter o custo final da solução para cada utilização
de piso.

Foi criada uma folha de cálculo que percorresse todas as combinações de e para cada valor de
. Assim, para não apresentar as 510 combinações possíveis, apresentam-se, nos pontos seguintes,
apenas as combinações com menor custo de material (armaduras longitudinais e betão), para cada
largura de espessamento analisada, .

De forma a limitar mais a escolha da solução de laje, limitaram-se igualmente as combinações de ,


e , que levassem a um deslocamento a meio da laje, inferior ou igual a ⁄ , sendo o vão na

diagonal ( √ ), para a combinação quase permanente de acções. O valor do


deslocamento a meio da laje foi calculado multiplicando o deslocamento elástico dado nas tabelas de
cálculo de [15] por um factor multiplicativo de 5, para ter em conta o efeito da fendilhação.

3.4.2.a Custo das armaduras longitudinais de flexão,

Para o cálculo das armaduras longitudinais de flexão foi igualmente utilizada a simplificação de
, limitando-se assim as combinações cujo momento flector reduzido, positivo e negativo,
fosse inferior a 0,25.

Foi também limitada a escolha de combinações cuja taxa de armadura longitudinal, , dada pela
equação 3.19, não excedesse o valor máximo de 4%, como indicado na EN 1992-1-1–9.2.1.1 [3].

3.19

Para evitar usar armadura de corte na espessura mínima da laje, , não se consideraram as
combinações de , e que levassem a um esforço de corte actuante, no perímetro de controlo a
do espessamento, , superior ao esforço de corte resistente sem armadura de corte, .

Também, não se consideraram combinações de , e cujo esforço de corte actuante no


perímetro do espessamento e no perímetro do pilar fosse superior ao esforço de corte resistente
máximo, .

Tal como foi feito para a solução de laje fungiforme maciça de espessura constante, foi considerada
uma armadura longitudinal distribuída nas duas faces, com reforços nas zona de maiores momentos,
positivos e negativos, como indicado na Figura 3.20.

62
Figura 3.20: Modelo simplificado das zonas de reforço de armaduras adoptadas na análise paramétrica

Usando os mesmos procedimentos de cálculo das soluções anteriores, apresentam-se no Quadro


3.32, Quadro 3.33 e Quadro 3.34, as armaduras longitudinais superiores e inferiores, para o piso de
estacionamento, armazém e cobertura, respectivamente. Novamente, tanto para as armaduras
superiores como inferiores, foram consideradas diferentes distribuições de armaduras para as
diferentes faixas da laje (faixa central – FC e faixa lateral – FL). Os valores em falta correspondem a
soluções cujo critério de momento flector reduzido máximo, , não tenha sido respeitado ou
para os quais, o valor da taxa de armadura longitudinal seja superior a 4%.

Quadro 3.32: Armaduras longitudinais de flexão – Estacionamento

Zona 2 2 2
(m) (m) (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
2,00 0,21 0,40 ⁄ 20,94 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,10 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 18,64 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,20 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 18,64 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,30 0,20 0,40 ⁄ ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,40 0,19 0,40 ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,50 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,60 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
Arm. 2,70 0,20 0,40 ⁄ ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,80 0,19 0,40 ⁄ 13,82 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
Sup.
2,90 0,19 0,40 ⁄⁄ 13,40 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
3,00 0,19 0,40 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
3,10 0,21 0,40 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
3,20 0,21 0,40 ⁄ 12,78 ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
3,30 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
3,40 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
3,50 0,21 0,35 ⁄ ⁄ ⁄ 13,82 ⁄⁄ 6,70 ⁄ 6,70
3,60 0,21 0,35 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,00 0,21 0,40 ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,10 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,20 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,30 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
Arm. 2,40 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
Inf. 2,50 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
2,60 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
2,70 0,18 0,40 ⁄ ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
2,80 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
2,90 0,18 0,35 ⁄ 12,78 ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
⁄ ⁄
63
Zona 2 2 2
(m) (m) (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
3,00 0,18 0,35 ⁄ 12,78 ⁄ 6,39 ⁄ 3,77
3,10 0,21 0,40 ⁄ ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,20 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,30 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,40 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,50 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ 3,77
3,60 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ 3,77
Quadro 3.33: Armaduras longitudinais de flexão – Armazém

Zona 2 2 2
(m) (m) (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
2,00 0,19 0,35 ⁄ ⁄ 46,13 ⁄ 16,36 ⁄ 16,36
2,10 0,19 0,35 ⁄ ⁄ 34,35 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,20 0,19 0,35 ⁄ ⁄ 34,35 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,30 0,27 0,40 ⁄ ⁄ 34,35 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,40 0,24 0,35 ⁄ ⁄ 34,35 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,50 0,25 0,40 ⁄ ⁄ 28,48 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,60 0,23 0,35 ⁄ ⁄ 28,48 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
Arm. 2,70 0,24 0,40 ⁄ ⁄ 24,71 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,80 0,24 0,40 ⁄ ⁄ 24,71 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
Sup.
2,90 0,23 0,40 ⁄ ⁄ 24,71 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
3,00 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 20,94 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,10 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 20,94 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,20 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 20,94 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,30 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 20,94 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,40 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 18,64 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
3,50 0,21 0,35 ⁄ ⁄ 20,94 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,60 0,23 0,40 ⁄ ⁄ 18,64 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
2,00 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 28,48 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,10 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 28,48 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,20 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 28,48 ⁄ 10,47 ⁄ 10,47
2,30 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,40 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 18,64 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,50 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,60 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 18,64 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
Arm. 2,70 0,18 0,40 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,80 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
Inf.
2,90 0,18 0,35 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
3,00 0,18 0,35 ⁄ ⁄ 17,17 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,10 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
3,20 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
3,30 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 16,02 ⁄ ⁄ 9,32 ⁄ 6,70
3,40 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,50 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 14,24 ⁄ ⁄ 10,47 ⁄ 6,70
3,60 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 3,77

64
Quadro 3.34: Armaduras longitudinais de flexão – Cobertura

Zona 2 2 2
(m) (m) (m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
2,00 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 13,82 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,10 0,19 0,40 ⁄ 13,40 ⁄ 6,70 ⁄ 6,70
2,20 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,30 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,40 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,50 0,19 0,40 ⁄ 11,31 ⁄ 5,65 ⁄ 5,65
2,60 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
Arm. 2,70 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
2,80 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
Sup.
2,90 0,19 0,35 ⁄ 11,31 ⁄ 5,65 ⁄ 5,65
3,00 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,10 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,20 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,30 0,19 0,35 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,40 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
3,50 0,20 0,30 ⁄ 11,31 ⁄ 5,65 ⁄ 5,65
3,60 0,19 0,35 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ ⁄ 5,45 ⁄ 3,77
2,00 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,10 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 12,78 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,20 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,30 0,20 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,40 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,50 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,60 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 10,89 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
Arm. 2,70 0,18 0,40 ⁄ ⁄ 9,22 ⁄ 3,77 ⁄ 3,77
2,80 0,19 0,40 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
Inf.
2,90 0,18 0,35 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,00 0,18 0,35 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,10 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,20 0,21 0,40 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,30 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 8,59 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,40 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 6,91 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,50 0,22 0,40 ⁄ ⁄ 6,91 ⁄ ⁄ 4,29 ⁄ 2,62
3,60 0,22 0,40 ⁄ 7,54 ⁄ 7,54 ⁄ 3,77

No Quadro 3.35, apresentam-se os custos totais das armaduras longitudinais de flexão, para cada
utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura), calculados a partir do quadro de custo de
materiais apresentado no início do capítulo (Quadro 3.1).

65
Quadro 3.35: Custo das armaduras longitudinais de flexão
Estacionamento Armazém Cobertura

Custo Custo Custo


(m) 2 2 2
(m) (m) (%) (€/m ) (m) (m) (%) (€/m ) (m) (m) (%) (€/m )

2,00 0,21 0,40 0,75 24,50 0,21 0,40 1,49 - 0,21 0,40 0,60 17,68
2,10 0,20 0,40 0,79 24,14 0,20 0,40 1,28 - 0,20 0,40 0,64 17,70
2,20 0,20 0,40 0,80 24,32 0,20 0,40 1,29 - 0,20 0,40 0,47 14,95
2,30 0,20 0,40 0,80 24,01 0,20 0,40 1,01 32,57 0,20 0,40 0,48 15,05
2,40 0,19 0,40 0,85 23,77 0,19 0,40 1,09 33,66 0,19 0,40 0,51 15,18
2,50 0,21 0,40 0,72 21,18 0,21 0,40 0,97 31,56 0,21 0,40 0,55 16,11
2,60 0,21 0,40 0,72 21,30 0,21 0,40 1,00 32,63 0,21 0,40 0,47 16,00
2,70 0,18 0,40 0,85 21,36 0,18 0,40 1,15 30,85 0,18 0,40 0,52 15,41
2,80 0,19 0,40 0,81 20,49 0,19 0,40 1,07 30,77 0,19 0,40 0,50 15,25
2,90 0,18 0,35 0,85 20,35 0,18 0,35 1,23 32,80 0,18 0,35 0,64 15,69
3,00 0,18 0,35 0,86 20,37 0,18 0,35 1,09 32,37 0,18 0,35 0,54 14,39
3,10 0,21 0,40 0,68 19,29 0,21 0,40 0,89 31,47 0,21 0,40 0,46 14,34
3,20 0,21 0,40 0,54 18,97 0,21 0,40 0,89 31,51 0,21 0,40 0,46 14,29
3,30 0,22 0,40 0,52 19,10 0,22 0,40 0,85 31,64 0,22 0,40 0,45 15,66
3,40 0,22 0,40 0,49 18,39 0,22 0,40 0,85 29,81 0,22 0,40 0,42 13,65
3,50 0,22 0,40 0,72 21,61 0,22 0,40 0,85 32,36 0,22 0,40 0,50 15,89
3,60 0,22 0,40 0,72 21,36 0,22 0,40 0,89 29,43 0,22 0,40 0,51 16,27

3.4.2.b Custo do betão

O custo do betão foi determinado, para cada combinação de , e , multiplicando o volume de


3
betão pelo seu custo em €/m . Apresenta-se no Quadro 3.36, o custo de betão para cada uma das
combinações de , e apresentadas no Quadro 3.35.

Quadro 3.36: Custo do betão – laje fungiforme com espessamentos


Estacionamento Armazém Cobertura

Custo Custo Custo


(m) 2 2 2
(m) (m) (€/m ) (m) (m) (€/m ) (m) (m) (€/m )

2,00 0,21 0,40 22,16 0,21 0,40 - 0,21 0,40 20,28


2,10 0,20 0,40 21,34 0,20 0,40 - 0,20 0,40 20,41
2,20 0,20 0,40 21,48 0,20 0,40 - 0,20 0,40 21,48
2,30 0,20 0,40 21,61 0,20 0,40 28,05 0,20 0,40 21,61
2,40 0,19 0,40 20,84 0,19 0,40 24,97 0,19 0,40 22,67
2,50 0,21 0,40 22,81 0,21 0,40 26,43 0,21 0,40 21,00
2,60 0,21 0,40 22,96 0,21 0,40 24,24 0,21 0,40 21,16
2,70 0,18 0,40 22,22 0,18 0,40 25,78 0,18 0,40 21,33
2,80 0,19 0,40 21,51 0,19 0,40 25,91 0,19 0,40 22,39
2,90 0,18 0,35 21,69 0,18 0,35 25,18 0,18 0,35 21,05
3,00 0,18 0,35 21,88 0,18 0,35 23,61 0,18 0,35 21,88
3,10 0,21 0,40 23,78 0,21 0,40 24,64 0,21 0,40 22,08
3,20 0,21 0,40 23,97 0,21 0,40 23,97 0,21 0,40 22,28

66
Estacionamento Armazém Cobertura

Custo Custo Custo


(m) 2 2 2
(m) (m) (€/m ) (m) (m) (€/m ) (m) (m) (€/m )

3,30 0,22 0,40 24,99 0,22 0,40 24,15 0,22 0,40 21,66
3,40 0,22 0,40 25,17 0,22 0,40 25,17 0,22 0,40 24,35
3,50 0,22 0,40 23,61 0,22 0,40 23,61 0,22 0,40 21,87
3,60 0,22 0,40 23,77 0,22 0,40 26,36 0,22 0,40 22,16

Determinados os custos de betão e das armaduras de flexão, podem então ser determinadas as
combinações de , e com menor custo de material (armaduras de flexão e betão),
apresentando-se no Quadro 3.37 essas combinações.

Quadro 3.37: Dimensões da laje fungiforme com espessamentos

Piso (m) (m) (m)

Estacionamento 2,80 0,19 0,40


Armazém 3,40 0,22 0,40
Cobertura 3,00 0,19 0,40

3.4.2.c Custo das armaduras de punçoamento,

O cálculo das armaduras de punçoamento e de suspensão sobre os pilares foi efectuado de forma
análoga à da solução de laje fungiforme de espessura constante, não se procedendo novamente à
descrição do método de cálculo nesta secção. Tendo em conta as combinações de , e
anteriormente apresentadas, indicam-se no Quadro 3.38, as armaduras de punçoamento, , e as
armaduras inferiores sobre os pilares, , para cada utilização de piso (estacionamento, armazém
e cobertura).

Quadro 3.38: Custo das armaduras de punçoamento

/ face Área Custo Área Custo


Piso 2 2 2 2
(m) (m) (m) de pilar (cm ) (€/m ) (cm ) (€/m )

Est. 2,80 0,19 0,40 8,04 0,05 38,20 1,07


Arm. 3,40 0,22 0,40 16,08 0,11 40,22 4,22
Cob. 3,00 0,19 0,40 8,04 0,05 18,10 1,04

3.4.2.d Custo das cofragens

Segundo [13], o sistema de cofragem contínuo para laje maciça de betão armado, entre 4 e 5 m de
altura livre de piso, composta de prumos, travessas metálicas e superfície cofrante de madeira
2
tratada e reforçada com varões e perfis, é de 16,35 €/m . Considerando toda a superfície de cofragem
da solução de laje fungiforme maciça com espessamentos, incluindo também as superfícies verticais
dos espessamentos, o custo final de cofragens apresenta-se no Quadro 3.39.

67
Quadro 3.39: Custo das cofragens

Custo
Piso 2
(m) (m) (m) (€/m )

Est. 2,80 0,19 0,40 16,94


Arm. 3,40 0,22 0,40 16,96
Cob. 3,00 0,19 0,40 16,98

3.4.3 Escolha da solução de laje laje fungiforme com


espessamentos sobre os pilares
A solução de laje fungiforme maciça com espessamentos sobre os pilares corresponde à combinação
de , e , com menor custo de materiais (aço e betão). Assim, a combinação a adoptar para este
tipo de solução de laje, para um painel interior, é apresentada no Quadro 3.40 para cada tipo de
utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura).

Quadro 3.40: Solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares e respectivos custos

Custo s/ cofragem Custo c/ cofragem


Piso 2 2
(m) (m) (m) (€/m ) (€/m )
Est. 2,80 0,19 0,40 42,00 58,94
Arm. 3,40 0,22 0,40 54,98 71,94
Cob. 3,00 0,19 0,40 36,27 53,25

Importa referir que caso se analisassem maiores espessuras dos espessamentos, chegando por
exemplo a um máximo de , então opter-se-iam em espessuras “óptima”, isto é, com menor
custo de material, de 0,45 m, 0,65 m e 0,50 m, para as utilizações de piso de estacionamento,
armazém e cobertura respectivamente, assim como diferentes valores de e ,. No entanto, por
razões de implementação optou-se por limitar a espessura a um valor de 0,40 m.

Para lajes fungiformes maciças com espessamentos sobre os pilares, segundo [4], os valores usuais
de espessura de laje podem ser determinados pela expressão 3.20.

3.20

As espessuras médias das lajes são assim de 0,22 m para o piso de estacionamento, 0,29 m para o
piso de armazém e de 0,21 m para a cobertura.

Analisando os valores obtidos pela análise paramétrica, as espessuras médias de laje obtidas para
cada tipo de utilização de piso encontram-se dentro da gama dos valores usuais, excepto para o caso
do piso destinado a armazém devido ao facto de estar submetido a cargas elevadas (estacionamento
– ⁄ , armazém – ⁄ e cobertura – ⁄ ).

68
3.5 Escolha da solução de laje para a estrutura

Pretende-se nesta secção escolher o tipo de solução de laje entre laje fungiforme aligeirada com
moldes recuperáveis, laje vigada, laje fungiforme maciça de espessura constante e laje fungiforme
maciça com espessamentos sobre os pilares. Como já foi referido, a escolha da solução da laje da
estrutura teve como principal critério de escolha o seu custo em termos de materiais usados.

Resumem-se no Quadro 3.41, os custos de cada solução de laje, com e sem o custo da cofragem,
para cada tipo de utilização de piso (estacionamento, armazém e cobertura).
2
Quadro 3.41: Custo de cada solução de laje por m de laje

Fungiforme Fungiforme de Fungiforme com


Vigada
aligeirada espessura constante espessamentos
Piso
s/ custo c/ custo s/ custo c/ custo s/ custo c/ custo s/ custo c/ custo
cofragem cofragem cofragem cofragem cofragem cofragem cofragem cofragem
Est. 50,04 72,85 34,18 57,07 57,94 74,29 42,00 58,94
Arm. 64,69 87,50 40,94 64,78 76,27 92,62 54,98 71,94
Cob. 42,99 65,80 31,65 53,33 46,61 62,96 36,27 53,25

Tendo em conta a distribuição de áreas destinadas a cada utilização de piso do Quadro 3.42,
2
apresentam-se, na Figura 3.21, os custos totais de cada solução de laje, por m de área de
construção, com e sem o custo das respectivas cofragens.

Quadro 3.42: Áreas destinadas a cada tipo de utilização de piso


2
Piso Área (m )
Estacionamento 15435
Armazém 24292
Cobertura 8857
∑ 48584

69
Custo (€/m2)
100,00

90,00
81,39
78,89
80,00

70,00 65,04 64,40


60,24
60,00 56,08

50,00 47,45 s/ custo de


cofragens
40,00 37,10
c/ custo de
30,00 cofragens

20,00

10,00

0,00
Fungiforme Vigada Fungiforme de Fungiforme com
aligeirada espessura constante espessamentos

2
Figura 3.21: Custos totais das soluções de laje, por m de área de construção, com e sem o custo das
respectivas cofragem

A solução mais económica, com e sem custos de cofragens é a solução de laje vigada. No entanto é
uma solução com um maior tempo de execução que as restantes e surgem igualmente problemas
com interferências com as instalações do edifício. Assim, para manter um ritmo de execução de obra
mais elevado e uma maior facilidade de compatibilização com as instalações, foi adoptada a solução
de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares, sendo esta a solução com menor custo
depois da solução de laje vigada.

No entanto, segundo [16], onde foi feita uma análise competitiva de soluções em laje vigada e
fungiforme com espessamentos sobre os pilares, para vãos de 7,00 e 8,00 m, e onde também foi tida
em conta a mão de obra, conclui-se que a laje vigada precisa de menor quantidade de armadura mas
leva a trabalhos mais onerosos de cofragem, fazendo com que a solução de laje vigada, para um
painel central, seja mais dispendiosa que a solução fungiforme. É também dito que para um painel de
bordo, a solução de laje vigada é, em geral, menos onerosa, mas que, para uma obra de grande
escala, a maioria dos painéis são centrais pelo que, em termos de custos, a tipologia vigada será, em
princípio, mais cara que a solução fungiforme.

Conclui-se assim, que estas conclusões dependem em muito dos preços praticados pelo mercado e
também dos preços de materiais adoptados em cada análise. Assim, para uma oscilação do preço de
cofragem, podem existir diferenças nos custos finais de cada solução.

Importa referir no entanto que uma solução de laje vigada apresenta, em geral um melhor
comportamento sísmico por se poder tirar partido do sistema de pórticos pilar-viga, enquanto que as
soluções de laje fungiforme não apresentam em geral essa vantagem.

70
Analisando agora as restantes soluções de laje, em [17], foi feita uma comparação de custos entre
lajes fungiformes com e sem espessamentos sobre os pilares. O intuito deste trabalho era determinar,
para uma estrutura de quatro pisos, com pilares e paredes resistentes, qual a solução mais
2
competitiva de laje, em painéis de 6,00 por 6,00 m , para resistir a uma acção sísmica. Foram
analisados diversas espessuras de lajes e de espessamentos sobre os pilares, assim como a sua
influência para a resistência ao punçoamento. A conclusão retirada desta análise foi que uma solução
de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares apresentava maiores vantagens, tanto em
termos de custo de solução como em termos de salvaguarda de resistência ao punçoamento, devido
à maior espessura sobre os pilares.

Para além do custo das soluções, é igualmente necessário considerar a acção do fogo. Para as
dimensões analisadas, a solução de laje aligeirada com moldes recuperáveis não apresenta
dimensões mínimas de espessura de lâmina de betão para um bom comportamento ao fogo,
segundo os valores tabelados que a EN 1992-1-2 [12] dispõe, como método alternativo de cálculo
para a verificação de segurança à acção do fogo. Já as outras soluções de laje enquadram-se dentro
dos valores tabelados.

Tendo em conta todos os pontos acima referidos, e pela análise do gráfico acima apresentado, a
solução mais competitiva é então a solução de laje fungiforme maciça com espessamentos sobre os
pilares, sendo esta a solução de laje adoptada neste trabalho.

Importa referir que a análise efectuada para a determinação da solução de laje, não teve em conta a
abertura de fendas, nem a deformação a longo prazo das lajes. Também não foram analisadas
alternâncias de sobrecarga nem os esforços sentidos na laje devido à acção sísmica e às acções
indirectas. Todos estes pontos serão analisados nos capítulos seguintes deste trabalho.

De notar também que a determinação das armaduras para as soluções de laje, teve como base umas
listas de combinações de armaduras, ordenadas por custo de material, onde se podia ter feito um
maior refinamento na escolha de armaduras a usar nas combinações de varões. Desta forma, poder-
se-ia ter evitado o aparecimento de combinações de armaduras distribuídas não usuais, como por
exemplo ⁄ ⁄ . Partiu-se do princípio que esta análise estava ainda na fase de pré-
dimensionamento, pelo que ainda seriam necessárias alterações nas armaduras para ter em conta as
acções e os efeitos acima mencionados.

Desta forma, não é garantida, de forma absoluta, a maior competitividade da solução de laje
fungiforme com espessamentos sobre os pilares, pois esta depende também do seu comportamento
geral na estrutura. No entanto, foi esta a solução de laje adoptada neste trabalho.

71
72
4 Pré-dimensionamento e concepção estrutural

A EN 1998-1–4.2.1 [8] indica alguns dos princípios básicos de concepção sísmica para que um
sistema estrutural possa satisfazer, com custos aceitáveis, o requisito de não ocorrência de colapso e
o requisito de limitação de danos na estrutura. Os princípios orientadores que regem esta concepção
são descritos de seguida.

Simplicidade estrutural – caracteriza-se pela existência de trajectórias claras e directas de


transmissão das forças sísmicas na estrutura. Assim, a modelação, a análise, o
dimensionamento, a pormenorização construtiva e a construção de estruturas simples estão
sujeitos a uma incerteza muito menor, e portanto a uma previsão muito mais fiável do
comportamento sísmico das estruturas.

Uniformidade, simetria e redundância da estrutura – a uniformidade em planta da


estrutura é caracterizada por uma distribuição regular dos elementos estruturais, isto é, das
distribuições de massa e de rigidez dos elementos estruturais, a qual permite transmissões
curtas e directas das forças de inércia. Desta forma, eliminam-se excentricidades importantes
entre a massa e a rigidez. Pode-se atingir este objectivo através de formas convexas e
compactas dos pisos, pois estas apresentam menor deformabilidade no plano horizontal.

Importa igualmente ter em consideração a uniformidade em altura do edifício para evitar que
se formem zonas sensíveis onde concentrações de tensões ou exigências de ductilidade
muito elevadas podem provocar um colapso prematuro da estrutura. Este princípio pode ser
assegurado pela continuidade da estrutura em altura e por variações em planta graduais ou
inexistentes.

Pode-se então concluir que se o edifício tiver uma configuração simétrica ou quase-simétrica
na estrutura, com uma distribuição regular em planta dos elementos estruturais, então o
princípio de uniformidade é cumprido. Quando a estrutura é simétrica, os modos
fundamentais de vibração tendem a apresentar o comportamento de translação pura.

A distribuição regular de elementos estruturais contribui para a redundância, isto é, permite


uma redistribuição mais favorável dos esforços e uma dissipação de energia distribuída em
todo o conjunto da estrutura.

Resistência e rigidez nas duas direcções – a acção sísmica actua nas duas direcções
horizontais pelo que é necessáro dotar a estrutura de capacidade de resistência a acções
horizontais em qualquer direcção. Para satisfazer este princípio, os elementos estruturais
podem ser dispostos numa malha estrutural ortogonal, garantindo características de
resistência e rigidez semelhantes nas duas direcções principais. O controlo da rigidez
horizontal da estrutura permite evitar deslocamentos excessivos que possam provocar danos
excessivos ou instabilidades devidas aos efeitos de segunda ordem.

73
Resistência e rigidez à torção – uma disposição dos elementos principais de
contraventamento na periferia do edifício permite limitar os movimentos devidos à torção, que
tendem a solicitar de forma não uniforme os diferentes elementos estruturais.

Acção de diafragma ao nível dos pisos – os pavimentos actuam geralmente como


diafragmas horizontais que recebem e transmitem as forças de inércia aos sistemas
estruturais verticais e garantem a solidariedade desses sistemas na resistência à acção
sísmica horizontal.

Fundação adequada – o projecto e a construção das fundações e a sua ligação à


superstrutura devem assegurar uma excitação sísmica uniforme de todo o edifício. Este
princípio pode ser assegurado por exemplo através da ligação de sapatas consecutivas por
lintéis de fundação, nas duas direcções. Esta recomendação é particularmente importante em
edifício sem caves, pois nos edifícios com caves, os esforços máximos de flexão e de corte
tendem a ocorrer ao nível do rés-do-chão.

É também salientado em [18], que se devem dispensar tanto quanto possível , as juntas sísmicas, e
procurar compacidade, hiperstaticidade e/ou robustez do conjunto estrutural, mesmo se gerando
algumas assimetrias de volumes ou zonas com pátios interiores vazios. É igualmente salientado que,
se deve procurar, através de uma criteriosa disposição de elementos verticais eficientes, uma
resposta tridimensional regular da estrutura tal que, em cada um dos dois modos de vibração nas
direcções principais, a massa mobilizada na outra direcção seja inferior a 5 a 10% da principal.

4.1 Juntas estruturais

Uma das principais condicionantes deste edifício é a sua grande área em planta e, tratando-se duma
estrutura em betão armado, os efeitos da retracção e variação de temperatura uniforme têm grande
importância nos esforços sentidos nos elementos verticais.

É reconhecido que as juntas estruturais são inconvenientes para a manutenção dos edifícios. Estes
sistemas trazem geralmente problemas ao nível de infiltrações de água, e têm implicações na
qualidade funcional no interior do edifício, nos pisos e nos elementos verticais. Também do ponto de
vista dos da resistência ao fogo, as juntas são uma menos valia. Tentou-se portanto minimizar ao
máximo o uso destes sistemas, sem afectar a segurança às acções regulamentares.

Devido aos efeitos das deformações impostas, os elementos verticais do piso inferior, mais afastados
do centro de rigidez, são os mais críticos por sofrerem maiores deformações, como ilustrado na
Figura 4.1 [23].

74
Figura 4.1: Representação esquemática de estrutura sem juntas estruturais

Neste sentido, procurou-se colocar juntas de dilatação parciais nos pisos inferiores, para reduzir a
deformação dos pilares inferiores, e da mesma forma os esforços, não obrigando assim a usar uma
junta em toda a altura do edifício (ver Figura 4.2) [18].

Figura 4.2: Representação esquemática de estrutura com juntas estruturais parciais

Aplicando este princípio à estrutura em estudo, adoptou-se uma junta parcial nos pisos (-1), (0) e
(+1), deixando o último piso sem junta estrutural, como indicado esquematicamente na Figura 4.3.

Importa ainda referir que, aquando de um sismo, aparecem esforços de corte elevados no elemento
de ligação entre os dois blocos do edifício, na zona da junta de dilatação, que neste caso seria a laje
da cobertura. Para evitar a transmissão de esforços de corte elevados para laje, foram amaciçados os
topos dos elementos verticais, na zona da junta estrutural, no piso +2, de forma a absorverem os
esforços de corte nessa zona.

75
Figura 4.3: Localização das juntas estruturais

4.2 Pré-dimensionamento dos elementos estruturais

4.2.1 Laje
Apresenta-se novamente no Quadro 4.1 a solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os
pilares, para cada utilização de piso (Estacionamento, Armazém e Cobertura), obtida da análise
paramétrica efectuada no capítulo anterior.

Quadro 4.1: Dimensões prévias da solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares
resultante da análise paramétrica

Piso
(m) (m) (m)

Est. 2,80 0,19 0,40


Arm. 3,40 0,22 0,40
Cob. 3,00 0,19 0,40

76
De notar que no piso da cobertura (piso +2), as cargas são inferiores aos restantes pisos. No entanto,
esta apresenta dimensões superiores ao piso de estacionamento com um menor custo final de
solução de laje. Isto deve-se ao facto de na análise paramétrica terem resultado distribuições de
armaduras de menor custo que para o piso de estacionamento, finalizando num custo total inferior ao
da laje de estacionamento, embora o custo de betão fosse superior.

Tendo em conta que as armaduras obtidas na análise paramétrica não se vão manter no restante
trabalho, devido ao facto de se considerarem todas as acções nas lajes e por ser igualmente
considerado o comportamento das lajes na estrutura como um todo, não se considerou viável
continuar com estas dimensões de laje para a cobertura. Optou-se então por alterar as dimensões da
laje de cobertura para as mesmas que a laje destinada a estacionamento.

Apresentam-se então, no Quadro 4.2, as dimensões de lajes adoptadas na continuação deste


trabalho.

Quadro 4.2: Dimensões finais da solução de laje para a estrutura

Piso
(m) (m) (m) (m)

Est. 2,80 0,19 0,40 0,215


Arm. 3,40 0,22 0,40 0,252
Cob. 2,80 0,19 0,40 0,215

4.2.2 Pilares
No pré-dimensionamento dos pilares foram analisados os esforços axiais que descarregam em cada
pilar através do estudo das respectivas áreas de influência.

A área dos pilares, , foi determinada com base na equação 4.1.

4.1

Onde,

esforço normal actuante;

esforço normal reduzido.

Para pilares com menores exigências de ductilidade, esforço normal reduzido, , para a combinação
fundamental pode tomar valores até . Para a mesma combinação de acções mas para pilares
com maiores exigências de ductilidade, pode tomar valores até .

Foram consideradas seis secções de pilares diferentes: pilares interiores de secção quadrada, do
piso 0 ao piso +2 (P1), os pilares interiores, também de secção quadrada, do piso 0 ao piso -2 (P2)
(parte destes pilares são continuação dos pilares P1), os pilares na periferia dos pisos superiores, de
secção rectangular, constante em toda a altura do edifício, fora da zona da junta estrutural (P3), os
pilares de periferia, mas que se encontram na zona da junta de dilatação (P4), os pilares de secção

77
quadrada, na zona das aberturas do piso -1 e 0 (P5) e finalmente os pilares de secção rectangular
nos cantos dos pisos superiores (P6) (ver em anexo as plantas de pormenorização).

4.2.2.a Pilares P1

Relativamente à área de influência destes pilares, foi considerado um pilar central, com uma área de
influência de . Tem-se assim para a combinação fundamental,
( ) . Atendendo à equação 4.1, para , o valor de tem de ser
superior a 0,44 m. Adoptou-se um valor de para os pilares P1 ( , ).

4.2.2.b Pilares P2

Para a mesma área de influência, considerando a secção na base do pilar P1, de lado , para a
combinação fundamental, toma o valor de ( ) .
Atendendo à equação 4.1, para , o valor de tem de ser superior a 0,34 m. Tomou-se um
valor de ( , ).

4.2.2.c Pilares P3 e P4

Para uma secção rectangular de lado , com , e com uma área de influência de
nos pisos inferiores (piso -1 e 0) e de ( ⁄ )
nos pisos superiores (piso +1 e +2), toma o valor de (
) . Para um valor de , o valor de tem de ser superior a 0,63 m. Tomou-se, para a
secção dos pilares P3 e P4, as dimensões de 1,60 m por 0,65 m ( , ).

4.2.2.d Pilares P5

Para uma secção quadrada de lado , e com uma área de influência tomada conservativamente

como . ⁄ / , toma então o valor de

( ) . Atendendo à equação 4.1, para , o valor de tem de ser superior a 0,33 m.


Tomou-se um valor de ( , ).

4.2.2.e Pilares P6

Para uma secção rectangular de lado , com , e com uma área de influência de
nos pisos inferiores (piso -1 e 0) e de ( ⁄ ) ( ⁄ )
nos pisos superiores (piso +1 e +2), toma o valor de (
) . Para um valor de , o valor de tem de ser superior a 0,56 m. Tomou-se, para a
secção dos pilares P6, as dimensões de 1,00 m por 0,65 m ( , ).

4.2.3 Vigas junto das aberturas


Na zona do piso 0 e do piso -1 foram adoptadas vigas na periferia das aberturas nas lajes (aberturas
para rampas e escadas de acesso vertical). O pré-dimensionamento destas vigas foi feito com base
na condição de que a altura da viga, , tivesse um valor próximo de ⁄ , tendo-se adoptado

78
uma altura de 0,80 m ( ⁄ ). Relativamente à largura das vigas, adoptou-se um valor de 0,40
m, igual a metade da altura.

Para analisar a viabilidade das dimesões da secção da viga, procedeu-se a uma verificação
simplificada da limitação de esforços nas vigas através da limitação do valor do momento flector
reduzido, ⁄( ), a um valor máximo de 0,25.

Este valor foi calculado em função da área de influência de uma viga, com um vão de ,
simplesmente apoiada, com um andamento de carga rectangular. A determinaçao do momento flector
actuante, , pode ser simplificadamente dado por ⁄ , onde representa o valor de
carga distribuída actuante, para a combinação fundamental de acções, no piso de estacionamento, e
dado por ⁄ ( ) ⁄ .

Para estas condições, o valor de momento flector reduzido toma o valor de


⁄( ) . Como o valor de momento flector reduzido é inferior a
0,25, o nível de esforços na viga não é muito elevado, considerando-se portanto que as dimensões
da secção são aceitáveis.

4.2.4 Paredes e vigas de bordadura


Tratando-se de um edifício destinado a estacionamento e armazém, o valor das cargas aplicadas e
correspondentes massas, são muito elevados. Os pisos enterrados têm uma parede de contenção
em toda a periferia que confere uma grande rigidez a forças horizontais. Assim sendo, a massa
oscilante aquando de um sismo, restringe-se praticamente à massa acima do Piso 0. Como o edifício
tem uma altura reduzida, trata-se de uma estrutura muito rígida. Consequentemente a frequência
própria é elevada e o período de vibração baixo, colocando a aceleração espectral no patamar das
acelerações constantes. Estando o edifício situado em Lisboa, o sismo torna-se então uma acção
muito condicionante.

A EN 1998-1 [8] indica que o sistema estrutural de lajes fungiformes tem um comportamento sísmico
ainda não totalmente esclarecido, e considera que as lajes fungiformes não têm grande capacidade
de dissipação histerética de energia, pois os esforços por corte (punçoamento) excêntricos são muito
elevados levando a roturas frágeis. É recomendado que estas lajes não sejam utilizadas como parte
do sistema de elementos sísmicos primários e que sejam associados a outros elementos (paredes ou
pórticos) para absorção das forças sísmicas.

Por esta razão, usaram-se a laje fungiforme e seus pilares interiores apenas como sistema estrutural
secundário, isto é, os pilares só têm de resistir às cargas verticais e aos efeitos P-Δ, sem que a soma
da sua rigidez lateral exceda 15% da rigidez lateral total dos elementos sísmicos primários. Desta
forma, a força de corte basal é praticamente resistida a 100% por paredes a introduzir na estrutura.

Optou-se pelo uso de paredes que ligassem dois pilares consecutivos, com uma espessura de 0,45
m, de secção constante em toda a altura do edifício, permitindo assim formar uma secção em “I” com
2
dois pilares fictícios nas extremidades de 0,65 por 0,65 m , conferindo maior eficiência ao sistema. A

79
espessura das paredes foi condicionada pelo nível de esforços actuantes (esforço transverso) e não
pelos requisitos mínimos de dimensões dadas pela EN 1998-1 [8].

Sendo as paredes elementos de grande rigidez no seu plano, e tendo a estrutura uma grande área
em planta, logo sujeita a grandes deformações nos elementos mais afastados do centro de rigidez
devido às acções indirectas, torna-se importante a escolha do local onde se pretende colocar as
paredes para se não se restringirem em demasia as deformações impostas (retracção e variação de
temperatura uniforme).

A solução adoptada passou pela colocação de paredes com o seu eixo de menor inércia
perpendicular à direcção das deformações impostas. Como se trata de uma grande área tanto na
direcção x como y, e se necessitam de paredes nas duas direcções, este princípio deve ser aplicado
para as duas direcções. Para tal, as paredes com a maior dimensão segundo x foram colocadas,
aproximadamente, a meia altura y do edifício para que a sua maior inércia não interferisse muito com
as deformações impostas segundo y. Procedeu-se de modo análogo para as paredes com a maior
dimensão segundo y, como ilustrado esquematicamente na Figura 4.4 para o piso +1.

Figura 4.4: Representação esquemática da localização das paredes


De notar que foram adoptadas duas secções de paredes diferentes, uma para as paredes interiores
com a alma centrada com os banzos (PA1) e outra para as paredes exteriores e na zona da junta
estrutural, que têm uma das faces da alma alinhadas com as faces exteriores dos elementos de
extremidade (PA2), como indicado esquematicamente na Figura 4.5.

Figura 4.5: Representação esquemática das paredes PA1 e PA2

Foram criados vários modelos para analisar a estrutura, verificando-se que uma estrutura apenas
composta por pilares, paredes resistentes e laje fungiformes não era suficiente para resistir à acção

80
sísmica. Optou-se então pelo uso de uma viga de bordadura na periferia dos pisos superiores,
criando um pórtico na periferia e aumentando assim a resistência da estrutura às acções horizontais.
Também na zona da junta, de cada lado desta, se adoptou uma viga de iguais dimensões.

O pré-dimensionamento das vigas de bordadura foi feito com base na condição de que a altura
destas tivesse um valor próximo de ⁄ , tendo-se adoptado uma altura de 1,00 m ( ⁄ ). Tendo em
conta a largura dos pilares de periferia de 0,65 m, sobre os quais descarregam as vigas de
bordadura, optou-se por uma largura de viga com a mesma dimensão.

Verifique-se que a dimensão dos pilares de canto e das vigas de bordadura, permitem respeitar o
requisito apresentado na EN 1998-1–5.4.1.2.1(1) [8], que indica que o valor máximo da
excentricidade do eixo da viga em relação ao eixo do pilar, com o qual forma um nó, deve ser limitada
a uma distância máxima de ⁄ , em que é a maior dimensão da secção transversal do pilar
perpendicular ao eixo longitudinal da viga. Este requisito permite uma transmissão eficaz dos
momentos cíclicos de uma viga sísmica primária para o pilar.

Com estes valores da secção das vigas de bordadura, procedeu-se à verificação simplificada do nível
de esforços, para a combinação fundamental de acções, através da limitação do valor de momento
flector reduzido a um máximo de 0,25.

Este valor foi calculado em função da área de influência de uma viga, com um vão de ,
encastrada-apoiada, com um andamento de carga rectangular. A determinaçao da carga distribuída
actuante, , foi determinada para o piso de armazém, através de ⁄ (
) ⁄ . O momento flector actuante, , pode ser
simplificadamente dado por ⁄ .

Para estas condições, o valor de momento flector reduzido toma o valor de


⁄( ) . Como o valor de momento flector reduzido é inferior a
0,25, o nível de esforços na viga não é muito elevado para a combinação fundamental de acções,
considerando-se portanto que as dimensões da secção são aceitáveis.

4.2.5 Muro de contenção


O pré dimensionamento da espessura do muro de contenção foi efectuado de forma a não ser
necessária armadura de corte.

O modelo de cálculo utilizado ilustra-se na Figura 4.6, para um valor de sobrecarga, , considerando
igual a , um ângulo de atrito interno e um peso volúmico de solo
. Para determinar o valor de cálculo do ângulo de atrito interno, , utilizou-se a equação
4.2 e para o cálculo do coeficiente de impulso em repouso, , usou-se a equação 4.3.

( ) 4.2

4.3

81
Figura 4.6: Modelo de cálculo para o muro de contenção

Adoptaram-se duas espessuras de muro de contenção, uma das fundações até ao piso -1 de
, e outra, menos espessa, do piso -1 ao piso 0, .

Para o cálculo da resistência ao esforço transverso é necessário conhecer a distribuição de


armaduras no muro de contenção. Assim, a área da armadura longitudinal vertical de tracção na
espessura , , foi determinada através da expressão 4.4, e na espessura , , através da
expressão 4.5.

4.4
⁄ ( )

4.5

⁄ ( )

A resistência ao esforço transverso sem ser necessária armadura de corte, é dada através da
expressão 4.6.


[ ( ) ] ( ) 4.6

Onde,

coeficiente dado por ⁄ , com segundo a EN 1992-1-1–2.4.2.4 [3];

altura útil da secção, ( e );

coeficiente dado por √ ⁄ com em mm, ( e );

taxa de armadura dada por ⁄( ) ,( e );

coeficiente dado por ;

tensão dada por ⁄ ;

esforço normal na secção devido às acções aplicadas ou ao pré-esforço (em N). para
compressão. Em , a influência das deformações impostas poderá ser ignorada;

82
área da secção transversal de betão, ;

menor largura da secção transversal na área traccionada, ;

⁄ ⁄
valor dado por ;

Obteve-se assim e
, respectivamente para a espessura e , verificando-se assim o critério de pré-
dimensionamento das espessuras do muro de contenção.

4.2.6 Fundações
Adoptou-se para a fundação o sistema de sapatas ligadas entre si por lintéis de fundação. Estas
vigas permitem absorver os momentos introduzidos nas fundações, podendo-se assim fazer o
dimensionamento das sapatas apenas para cargas verticais. Considerou-se que a distância entre o
topo da sapata e o piso -2 seria de 1,0 m. Considerou-se também que a face inferior do lintel estaria
ao mesmo nível que a superfície superior das sapatas.

Apresenta-se na Figura 4.7, uma representação esquemática de uma sapata.

Figura 4.7: Representação esquemática de uma sapata

Como critério de rigidez da sapata, adoptou-se a medida apresentada na expressão 4.7.

4.7

Procurou-se também que a distância entre a face do pilar e a extremidade da sapata, , fosse
aproximadamente igual nas duas direções.

Para determinar as dimensões em planta das sapatas, procurou-se verificar a expressão 4.8.

4.8

Onde,

esforço normal actuante para a combinação rara de acções (desprezando o peso próprio das
sapatas);

tensão máxima admissível no solo de fundação, ;

83
esforço normal actuante para a combinação fundamental de acções (desprezando o peso
próprio das sapatas);

tensão resistente no solo de fundação, ;

dimensões em planta da sapata.

Foram considerados seis tipos de sapatas: as sapatas das paredes (S1), as sapatas dos pilares
interiores do piso -2 ao piso +2 (pilares P1 e P2) (S2), as sapatas dos pilares interiores do piso -2 ao
piso 0 (pilares P2) (S3), as sapatas dos pilares de periferia dos pisos superiores (pilares P3) (S4), as
sapatas dos pilares na zona da junta estrutural do piso -2 à cobertura (S5), as sapatas dos pilares na
zona da junta estrutural do piso -2 ao piso 0 (S6), a sapata corrida do muro de contenção onde não
apoiam os pilares de extremidade sobre o muro (S7-1), a sapata corrida do muro de contenção onde
apoiam os pilares de extremidade sobre o muro (S7-2), e as sapatas dos pilares junto às aberturas,
do piso -2 ao piso -1 (pilares P5) (S8).

De notar que as sapatas S5, situadas na zona da junta de dilatação, recebem dois pilares, pois na
junta estrutural todos os elementos verticais são duplicados. Também, na zona da junta de dilatação
as sapatas das paredes S1, recebem também dois pilares. Adoptaram-se sapatas iguais às sapatas
S4 para os pilares de canto.

Os esforços normais actuantes, , foram determinados por áreas de influência, para a combinação
fundamental de acções tal como foi feito para o pré-dimensionamento dos pilares.

4.2.6.a Lintéis de fundação

Foram adoptados dois lintéis com as mesmas secções de 0,80 m por 0,40 m. Os lintéis L1 adjacentes
às paredes e os lintéis L2 correspondentes aos restantes lintéis.

4.2.6.b Sapatas

Apresentam-se no Quadro 4.3, as dimensões das sapatas adoptadas.

Quadro 4.3: Pré-dimensionamento das sapatas

Eltº vertical (kN


Sapata
correspondente (m) (m) (m) e kN/m) (kPa)

S1 Paredes 12,00 4,00 1,00 12960 270,00


S2 P2 (+P1) 4,00 4,00 1,00 5630 351,88
S3 P2 2,80 2,80 0,80 3380 431,12
S4 P3 e P6 4,00 3,00 0,80 4150 345,83
S5 P4 até cobertura 4,30 4,30 0,80 8300 448,89
S6 P4 até piso 0 3,00 2,70 0,80 2320 286,42
S7-1 Muro - 2,10 1,00 510 242,86
S7-2 Muro (+P3) - 2,10 1,00 650 309,52
S8 P5 1,30 1,30 0,50 706 417,75

84
4.3 Solução estrutural

Pretendeu-se conceber uma solução estrutural que, atendendo à arquitectura, garantisse a


segurança quando solicitada pelas acções consideradas no dimensionamento. Procurou-se
igualmente escolher uma solução economicamente competitiva.

A estrutura é caracterizada por uma grande área em planta com uma malha regular de pilares
distanciados de 8,10 m. Os pilares interiores apresentam uma diminuição de secção a partir do Piso
0, passando de uma secção de 0,65 m por 0,65 m (pilares P2) para 0,50 m por 0,50 m (pilares P1).
Entre o piso -2 e o piso -1, junto às aberturas, adoptaram-se pilares de menor secção com dimensões
de 0,30 m po 0,30 m (pilares P5). Na periferia dos pisos superiores (pilares P3) e na zona da junta
(pilares P4), os pilares têm uma secção de 0,65 m por 1,60 m, e mantêm a secção em toda a altura
do edifício. Ao nível dos mesmos pisos, nos cantos, adoptaram-se pilares de secção rectangular de
1,00 m por 0,65 m, também de secção constante em toda a altura do edifício. Na periferia dos pisos
superiores, existe uma viga de bordadura com secção de 1,00 m por 0,65 m. Igualmente ao nível do
Piso 0 e do Piso -1, na zona da junta estrutural, existe uma viga com as mesmas dimensões.

As distâncias entre pisos são de 3,50 m entre o piso -2 e -1, de 3,40 m entre o piso -1 e 0, de 4,80 m
entre o piso 0 e +1 e finalmente de 4,20 m entre o piso +1 e +2.

Foi colocada uma junta estrutural parcial na estrutura ao nível do piso -1, piso 0 e piso +1, com uma
abertura de 5 cm.

Relativamente às lajes, foram estudadas diferentes soluções possíveis, tendo sido adoptada uma
solução de laje fungiforme maciça com espessamentos nas zonas dos pilares. Os espessamentos
têm como objectivo aumentar a capacidade de resistência da laje ao esforço de corte elevado que se
verifica nesses pontos (punçoamento) bem como conferir maior rigidez ao sistema estrutural e maior
resistência da laje na zona de momentos negativos. Na zona de estacionamento e de cobertura, a
laje tem uma espessura de 0,19 m e de 0,40 m na zona do espessamento, cuja dimensão em planta
é de 2,80 m por 2,80 m. Na zona de armazém, devido ao maior valor de carga, a espessura da laje é
de 0,22 m com espessamentos de 3,40 por 3,40 m em planta e 0,40 m de espessura. Para controlar
as deformações nos painéis de extremidade, adoptaram-se bandas com as dimensões dos
espessamentos sobre os pilares, a ligarem estes últimos à extremidade da laje.

Por se tratar de uma laje fungiforme, este tipo de solução é muito sensível aos efeitos de
punçoamento, e tem uma capacidade de resistência a cargas horizontais reduzida face a uma
solução de laje vigada por exemplo. Foram então introduzidas paredes para resistirem às acções
horizontais e para conferirem maior rigidez e resistência ao sistema. As paredes têm 8,75 m por
0,45m e ligam dois pilares consecutivos, permitindo formar assim uma secção em “I” com dois pilares
fictícios nas extremidades de 0,65 m por 0,65 m, conferindo maior eficiência ao sistema. Importa
referir que as paredes foram colocadas de forma a terem o seu eixo de maior inércia perpendicular à
periferia do edifício acima do nível do solo, i.e. com a maior dimensão paralela à periferia deste e na
zona central das fachadas. Desta forma não são introduzidas grandes restrições às deformações

85
impostas (retracção e variação de temperatura uniforme), conferindo no entanto rigidez e resistência
à estrutura para cargas horizontais.

Relativamente ao muro de contenção periférica, foram adoptadas duas espessuras, uma espessura
de 0,35 m desde as fundações até ao piso -1 e uma espessura de 0,25 m desde o piso -1 ao piso 0.

Ao nível das fundações os pilares descarregam em sapatas isoladas ligadas entre si por linteis de
fundação de 0,80 m por 0,40 m. As sapatas das paredes (S1) apresentam uma largura de 4,00 m por
12,00 m de comprimento e 1,00 m de altura. As sapatas dos pilares P2 que são continuados pelos
pilares P1 (S2), apresentam uma secção de 4,00 m por 4,00 m e 0,80 m de altura. As sapatas dos
pilares P2 sem continuação dos pilares P1 (S3), apresentam uma secção de 2,80 m por 2,80 m e
0,80 m de altura. As sapatas dos pilares P3 e P6 (S4), apresentam uma secção de 4,00 m por 3,00 m
e 0,80 m de altura. As sapatas dos pilares P4 e P6 na junta de dilatação (S5), apresentam uma
secção de 4,00 m por 4,00 m e 0,80 m de altura. As sapatas dos pilares P2 e P4 na junta de dilatação
(S6), apresentam uma secção de 2,70 m por 3,00 m e 0,80 m de altura. As sapatas corrida do muro
de contenção (S7), apresenta uma largura de 2,10 m por 1,00 m de altura. Finalmente, as sapatas
dos pilares P5 (S8), apresentam uma secção de 1,00 m por 1,00 m e 0,50 m de altura.

O pavimento do piso térreo do Piso -2 apresenta uma espessura de 0,20 m.

Apresenta-se na Figura 4.8 a estrutura em estudo.

Figura 4.8: Estrutura em estudo

86
5 Modelação da Estrutura

A modelação do edifício foi feita no programa de cálculo automático SAP 2000 [1] de forma a poder
efectuar-se uma análise tridimensional e obter-se os esforços de dimensionamento e as deformações
em cada um dos elementos.

No presente capítulo é apresentada a forma como os diferentes elementos estruturais e acções foram
simulados, de forma a montar o modelo tridimensional da estrutura mais próximo da realidade
possível.

É importante salientar que apenas se apresenta o modelo final da estrutura. Este sofreu várias
alterações desde a fase de pré-dimensionamento, sobretudo ao nível de secções de pilares, paredes
e vigas e mesmo a sua localização. O modelo passou assim por um processo de refinamento até se
chegar ao produto final.

5.1 Elementos estruturais

5.1.1 Pilares e vigas


Os pilares e vigas foram simulados como elementos de barra. Correspondem a elementos finitos de
dois nós, um em cada extremidade, tendo cada um deles 6 graus de liberdade, 3 de translação e 3 de
rotação.

5.1.2 Paredes
As paredes foram simuladas através de elementos de barra com as características geométricas
semelhantes à sua configuração. Apresenta-se na Figura 5.1, a geometria em planta de uma parede.

Figura 5.1: Secção de uma parede

Ao representar as paredes por elementos de barra, foi necessário introduzir, ao nível de cada piso,
elementos rígidos à flexão de forma a compatibilizar os deslocamentos com os elementos de casca
(laje) e de barra (vigas) adjacentes. Para simular estes elementos rígidos, foram igualmente usados
elementos de barra. Simulou-se uma rigidez de torção nula nestes elementos e uma elevada rigidez
de flexão nas duas direcções principais, alterando nas propriedades da secção o coeficiente de
torção e do momento de inércia em torno dos eixos principais (x e y) para factores próximo de zero
(0,000001) e praticamente infinito (9999999) respectivamente. O peso e a massa foram igualmente

87
reduzidos a próximo de zero da mesma forma, para não serem contabilizados. Cada elemento de
barra rígido liga o nó de extremidade do elemento vertical que simula a parede aos restantes nós dos
elementos adjacentes para compatibilizar assim os deslocamentos e permitir uma correcta
transmissão de esforços à parede.

5.1.3 Lajes e muro de contenção


As lajes e muro de contenção foram simulados através de elementos finitos de casca de 3 e 4 nós,
tendo em cada nó, à semelhança dos nós dos elementos de barra, 6 graus de liberdade. No modelo
foram adoptados elementos finitos de casca do tipo laje fina. A laje fina baseia-se na teoria de
Kirchhoff onde, ao contrário da teoria de laje espessa, não permite a consideração do efeito da
deformabilidade por esforço transverso. Os elementos de casca foram modelados preferencialmente
com elementos quadrados.

5.1.4 Fundações
Nas fundações adotou-se um sistema de sapatas isoladas ligadas entre si por lintéis de fundação.
Pretendeu-se que as sapatas funcionassem apenas para resistir às cargas verticais e os lintéis de
fundação para resistirem aos esforços de flexão. Para simular estas fundações, foram considerados
apoios simples nas extremidades inferiores dos pilares e paredes. Para absorver os esforços de
flexão, ligaram-se os esses nós de extremidade por elementos de barra, para simularem os lintéis de
fundação.

Para simular a elevada rigidez da sapata das paredes, foram usados elementos de barra rígidos, à
torção e à flexão, para ligar o nó de extremidade inferior da parede aos nós da malha adjacentes.

5.2 Acções

5.2.1 Massas e cargas na estrutura


O peso próprio dos elementos foi considerado através da massa dos seus materiais constituintes.

Relativamente às cargas referentes às restantes cargas permanentes e sobrecargas, nos


pavimentos, foram simuladas estas acções através de cargas uniformemente distribuídas nos
elementos de casca dos pisos. Teve-se o cuidado de considerar também estas cargas para a massa
oscilante durante a acção sísmica através da definição de massas no programa de cálculo
automático, de acordo a EN 1998-1–3.2.4 [8], como referenciado anteriormente.

Por simplificação não foi simulada a acção das cargas de terras sobre o muro de contenção
periférica.

5.2.2 Acção sísmica


A acção sismica foi simulada no programa de cálculo automático introduzindo os parâmetros do
espectro de resposta. Relativamente à combinação dos efeitos das componentes direccionais da

88
acção sísmica, considerou-se que as componentes horizontais da acção sísmica actuavam
simultaneamente. Assim foram criadas duas acções sísmicas com direcções principais de acção
segundo x e y, cada uma com 100% do efeito segundo a sua direcção principal e 30% na direcção
perpendicular.

Na definição da acção sísmica houve que ter em conta que as respostas máximas para cada modo
de vibração em cada uma das direcções não acontecem em simultâneo, tendo-se para tal procedido
à sua combinação. Relativamente à combinação direccional, utilizou-se a combinação RQSQ (Raiz
Quadrada da Soma dos Quadrados), correspondendo no fundo à combinação geométrica dos
esforços nas duas direcções principais. Em relação à combinação modal, optou-se pela CQC
(Combinação Quadrática Completa), sendo a mais apropriada para uma análise tridimensional com
frequências de vibração próximas, permitindo assim correlacionar os esforços obtidos para os
diferentes modos de vibração.

5.2.3 Retracção e variação de temperatura uniforme


Sendo a retracção do betão uma variação do volume de material (diminuição de volume) ao longo do
tempo e a uma temperatura constante, foi possível simular o seu efeito através da aplicação de uma
variação de temperatura uniforme equivalente, de valor negativo. Foi considerado o efeito de
retracção apenas nos elementos de casca da estrutura (lajes e muro de contenção).

Conhecidas as dimensões dos elementos estruturais, calcularam-se as extensões totais de retracção,


, através das fórmulas anteriormente apresentadas. Relativamente às lajes, foram usadas as
espessuras médias destas.

Determinou-se o valor da variação de temperatura uniforme equivalente, , através da equação


-5
5.1, onde representa o coeficiente de dilatação térmica linear do betão e considerado igual a 10
-1
°C .

5.1

Apresenta-se no Quadro 5.1, os valores dos parâmetros necessários ao cálculo das extensões de
retracção total (espessura , , e ), os valores de retração por secagem, , autogénea, ,e
total, , e respectivos valores de variação de temperatura uniforme equivalente, , para cada
elemento de casca da estrutura (laje do estacionamento – Est., laje do armazém – Arm., laje da
cobertura – Cob. e muro de contenção periférica – Muro).

Quadro 5.1: Parâmetros de defenição da variação de temperatura uniforme equivalente à retracção,

Elemento (m) (m) (‰) (‰) (‰) (°C)


Est. 0,215 0,215 1,0 0,835 0,330 0,032 0,362 36,2
Arm. 0,252 0,252 1,0 0,798 0,315 0,032 0,347 34,7
Cob. 0,215 0,215 1,0 0,835 0,330 0,032 0,362 36,2
Muro (-2)-(-1) 0,350 0,350 1,0 0,738 0,292 0,032 0,324 32,4
Muro (-1)-(0) 0,250 0,250 1,0 0,800 0,316 0,032 0,348 34,8

89
Importa referir que na combinação de acções, foram apenas usados valores negativos da acção da
variação de temperatura uniforme ( ), ou seja, o valor de na época de inverno. Desta forma
pôde-se tomar a situação mais condicionante da soma de efeitos de e .

Para ter em conta os efeitos das deformações impostas lentas (retracção e variações térmicas
uniformes) na estrutura, tendo em conta apenas a fluência (sem considerar a perda de rigidez por
fendilhação), pode ser utilizado um módulo de elasticidade ajustado, , para para cada uma
dessas acções, como indicado na equação 5.2.

5.2

Para a retracção adoptou-se , , obtendo-se assim , onde é um


coeficiente de envelhecimento.

Para a variação de temperatura utiliza-se .

Assim, para simular o efeito da retracção e variação de temperatura uniforme, seriam necessários
diferentes valores de módulo de elasticidade do betão. Como tal não é possível, para ter em conta o
efeito dessas acções, aplicaram-se factores multiplicativos para as acções de 0,3333 e de 0,5,
respectivamente.

5.3 Rigidez efectiva a considerar na análise estrutural

A rigidez da estrutura tem uma importância significativa na resposta da estrutura pois, para além de
influenciar a deformação dos elementos estruturais e os deslocamentos da estrutura, ao afectar as
frequências de vibração, influencia o próprio valor da acção, e por consequência o valor dos esforços
actuantes.

Quando é utilizada uma análise elástica linear, a rigidez a considerar, deve ser a rigidez secante
correspondente ao início da cedência das armaduras. Esta rigidez efectiva, , pode ser ilustrada a
partir de um diagrama bilinear momento-curvatura , relativo à secção na zona das rótulas
plásticas que se formam nas extremidades dos elementos, como ilustrado na Figura 5.2, sendo
dado pela equação 5.3 [10].

5.3

Onde,

momento de cedência no diagrama bilinear ;

curvatura da secção na extremidade do elemento onde ocorre a cedência.

90
Figura 5.2: Diagrama de momento-curvatura,

Para ter em conta o efeito da fendilhação do betão, a EN 1998-1 [8] permite que, no
dimensionamento dos edifícios baseado em análises lineares, a rigidez possa ser considerada igual a
50% da rigidez em estado não fendilhado, caso não seja realizada uma análise mais precisa.

Trata-se de uma estimativa de rigidez que, em geral, é superior à rigidez real dos elementos. Como a
metodologia nesta norma é baseada em forças, a consideração de uma rigidez superior à real,
conduz a resultados do lado da segurança, pois a uma rigidez mais elevada corresponde uma maior
aceleração espectral, embora, neste caso, os efeitos P-Δ sejam subavaliados, pois às estruturas mais
rígidas estão associados menores deslocamentos [10].

Para simular o efeito da fendilhação em todos os elementos da estrutura (paredes, pilares, vigas e
lajes), modificaram-se nas propriedades das secções dos elementos, os coeficientes de momento de
inércia em torno dos eixos principais (x e y) e as rigidezes de corte nas duas direcções, aplicando
factores de 0,5.

Verificando-se fendilhação nos elementos estruturais, em Estado Limite de Serviço (ELS), foi também
aplicado este princípio para a verificação da abertura de fendas.

Verificou-se que os pilares P1, pertencentes aos elementos sísmicos secundários da estrutura, eram
sensíveis à acção sísmica. Procurou-se então adoptar uma análise mais precisa da rigidez no seu
dimensionamento. Optimizando a rigidez nestes elementos secundários, o valor calculado era inferior
a 50% e permitiu assim reduzir os esforços nestes elementos. Adoptou-se o método 2 da metodologia
prescrita na EN 1998-2–2.3.6.1 [19] e respectivo Anexo C, dada pela equação 5.4, em que a rigidez
efectiva, , é calculada a partir do momento resistente, , e da curvatura de cedência, , da
secção onde se forma a rótula plástica.

5.4

Em que é um factor correctivo que reflecte o efeito da rigidez da parte não fendilhada do
pilar. Para estimar a curvatura de cedência, , em secções rectangulares, pode-se usar o valor

91
calculado a partir da equação 5.5, onde representa a extensão de cedência das armaduras e a
altura útil da secção.

5.5

Para simular o efeito desta rigidez efectiva nos pilares P1, modificaram-se nas propriedades das
secções destes elementos, os coeficientes de momento de inércia em torno dos eixos principais (x e
y), aplicando factores de ⁄ , onde corresponde à inércia da secção não fendilhada.
Conservativamente, foi usado o maior valor de calculado para todos os pilares, para afectar
todos os pilares P1 com o mesmo valor de rigidez efectiva, nas duas direcções de flexão.

Para a verificação de segurança para o Estado Limite Último, nos elementos verticais primários,
modificaram-se nas propriedades das secções dos elementos, os coeficientes de momento de inércia
em torno dos eixos de menor inércia, com factores próximos de zero (0,000001), para que estes
elementos apenas funcionassem no seu plano de maior inércia, tirando assim partido da
redistribuição de esforços da estrutura.

Relativamente à rigidez de torção dos elementos verticais, foi também considerado um valor nulo,
modificando-se nas propriedades das secções dos elementos, os coeficientes de rigidez de torção,
com factores próximos de zero (0,000001).

Para o dimensionamento dos elementos sísmicos primários, para a combinação sísmica de acções,
foi usado um modelo onde a rigidez lateral dos pilares P1 (elementos sísmicos secundários) foi
anulada, introduzindo-se rótulas nas extremidades desses elementos. Para o dimensionamento dos
mesmos elementos, para a combinação fundamental de acções, já foi considerada a rigidez lateral
dos elementos sísmicos secundários (pilares P1, P2 e P5).

92
6 Análise sísmica

A prática corrente de dimensionamento das estruturas para a acção sísmica consiste em conferir às
mesmas a capacidade resistente suficiente para fazer face aos esforços da análise sísmica, obtidos
do modelo global, divididos pelo coeficiente de comportamento considerado conveniente [20]. Na
prática corrente de dimensionamento de peças flectidas de betão armado, o efeito da acção é
definido por grandezas estáticas (momento flector e esforço axial) e não por grandezas cinemáticas
(deformações). No caso de o efeito da acção se definir em termos de grandezas cinemáticas, se a
exigência de ductilidade em curvatura não exceder a ductilidade disponível, a quantidade de
armadura de flexão necessária para fazer face ao deslocamento imposto é arbitrária, podendo até ser
nula, independentemente da curvatura imposta (devendo, no entanto, ser superior à armadura
mínima regulamentar, ou a necessária para resistir às outras acções). O recurso a uma análise
elástica linear da estrutura, associa um momento flector não nulo a uma curvatura imposta,
conduzindo ao dimensionamento da secção transversal para momentos flectores aplicados não
existentes [20]. Este último aspecto é principalmente relevante para o dimensionamento de elementos
sísmicos secundários.

Para aplicar o método baseado em deslocamentos, é necessário determinar a deformação induzida


nos elementos da estrutura pela acção sísmica. Este cálculo é efectuado a partir dos espectros de
resposta elásticos. Aplicando a regra da igualdade de deslocamentos, é possível, para o efeito,
realizar uma análise elástica linear na condição de que as deformações plásticas não se concentrem
em zonas restritas das estruturas, mas estejam distribuídas uniformemente ao longo da estrutura [20].

Na metodologia com base nos deslocamentos, a ductilidade da estrutura está associada à ductilidade
individual dos elementos que a compõem, exigindo assim um esforço de cálculo acrescido.

Já na metodologia de dimensionamento com base em forças, os esforços na estrutura são obtidos a


partir do espectro de resposta elástico afectado de um coeficiente de comportamento, obtendo-se
assim o espectro de resposta de projecto. Este coeficiente permite ter em conta os efeitos não
lineares dos materiais e o seu valor é definido na EN 1998-1 [8]. Os aspectos como a ductilidade e
capacidade de dissipação de energia são tidos em conta, na regulamentação, de forma indirecta
através de um conjunto de requisitos prescritivos.

Esta metodologia faz com que o dimensionamento estrutural se baseia essencialmente em esforços
pelo que foi esta a abordagem utilizada neste trabalho. Esta abordagem permite manter a
metodologia de verificação de segurança que consiste em comparar os esforços actuantes,
resultantes das diversas acções aplicadas, com os esforços resistentes da estrutura.

Todavia esta metodologia obriga a definir um coeficiente global para a estrutura como um todo.
Assim, todos os elementos estruturais que a compõem são dimensionados para um mesmo
coeficiente de comportamento, apresentando assim as mesmas exigências de ductilidade. É
essencial evitar concentrações de deformações em zonas localizadas da estrutura, que possam

93
conduzir a modos de rotura locais, pois a ductilidade assumida é idêntica e o método não contempla
a verificação da capacidade de deformação disponível desses elementos [20]. A aplicação desta
metodologia obriga igualmente a evitar modos de rotura frágeis nos elementos da estrutura através
da aplicação do dimensionamento por capacidade real.

Neste capítulo pretende-se determinar o valor do coeficiente de comportamento que se considerou


conveniente, assim como determinar os efeitos de excentricidade acidental e analisar a necessidade
de consideração dos efeitos de segunda ordem.

6.1 Frequências próprias e modos de vibração

Da análise dinâmica da estrutura, obtêm-se os modos de vibração da estrutura, correspondentes às


diferentes configurações das deformadas de vibração e as frequências próprias associadas. Estes
foram determinados por intermédio do programa de cálculo automático SAP 2000 [1], que elabora as
matrizes de rigidez e de massa necessárias a esta análise.

Apresentam-se assim no Quadro 6.1, as frequências próprias e os factores de participação de massa,


obtidos para cada direcção espacial.

Quadro 6.1: Frequências próprias e factores de participação

Factores de participação de massa


Período Frequência
Modo Translação x Translação y Rotação z
(s) (Hz)
Ux ∑Ux Uy ∑Uy Rz ∑Rz
1 0,539 1,855 0,478 0,478 0,051 0,051 0,013 0,013
2 0,481 2,080 0,041 0,518 0,528 0,579 0,508 0,521
3 0,376 2,657 0,006 0,524 0,003 0,582 0,044 0,565
4 0,347 2,879 0,000 0,524 0,000 0,582 0,000 0,565
5 0,346 2,887 0,000 0,524 0,000 0,582 0,000 0,565
6 0,344 2,910 0,000 0,524 0,000 0,582 0,001 0,566
7 0,343 2,917 0,001 0,525 0,000 0,582 0,000 0,566
8 0,341 2,936 0,000 0,525 0,000 0,582 0,001 0,567
9 0,339 2,951 0,000 0,525 0,000 0,582 0,000 0,567
10 0,335 2,985 0,000 0,525 0,000 0,582 0,000 0,567
11 0,326 3,064 0,000 0,525 0,000 0,583 0,000 0,567
12 0,319 3,131 0,000 0,525 0,000 0,583 0,000 0,567

Nesta análise foram considerados os 12 primeiros modos de vibração onde se tem uma mobilização
de massa de 53% segundo x, de 58% segundo y e de 57% segundo uma rotação em torno de z.
Procura-se que cerca de 90% da massa da estrutura seja mobilizada para este tipo de análise, mas
no caso presente, têm-se dois pisos enterrados. Como o muro de contenção oferece uma grande
rigidez à estrutura a esse nível, praticamente apenas os pisos acima do piso 0 é que podem participar
nos modos de vibração.

94
Para garantir que aproximadamente 90% da massa que pode efectivamente participar nos modos de
vibração seja mobilizada, então podem-se comparar as massas da estrutura. A massa total, ao nível
do piso -2, é de aproximadamente 731553 ton. A massa da estrutura acima do piso 0 é de
aproximadamente 183744 ton. Tem-se assim cerca de 22,56% da massa da estrutura acima do piso
0. Tem-se então uma maior participação de massa que a massa da estrutura acima do piso 0, tendo-
se assim parte da massa abaixo do psio 0 que também participa nos modos de vibração. Tendo-se
obtido mais de 50% em cada direcção espacial, a consideração de 12 modos de vibração revela-se
suficiente para uma avaliação da resposta dinâmica da estrutura, pois se tem uma considerável
participação de massa da estrutura que pode livremente participar na massa oscilante (massa acima
do piso 0).

No que diz respeito às deformadas dos modos de vibração, estas agrupam-se em grupos de 3, onde
cada grupo, por ordem do menor modo de vibração ao maior, tem direcções principais de vibração de
translação segundo x, translação segundo y e rotação segundo z.

No primeiro modo de vibração a configuração deformada da estrutura apresenta uma translação


predominante segunto x (Ux=0,478) e pouca translação segundo y (Uy=0,051) e rotação segundo z
(Rz=0,013) como representado na Figura 6.1 e Figura 6.2.

No segundo modo de vibração, existe uma translação predominante segundo y (Uy=0,528) e nota-se
uma maior rotação segundo z que no primeiro modo (Rz=0,508) (vere Figura 6.3 e Figura 6.4).

No terceiro modo de vibração, apesar do factor de participação de massa em torno de z ser baixo
(Rz=0,044), a configuração deformada da estrutura apresenta uma clara rotação segundo z, pois a
participação de massa nas direcções principais horizontais é muito baixa (Ux=0,006 e Ux=0,003),
como representado na Figura 6.5 e Figura 6.6.

Pela observação das configurações deformadas dos 3 primeiros modos de vibração, pode-se concluir
que a estrutura não é torsionalmente flexível e portanto assume-se que é uma estrutura regular.

Figura 6.1: 1º Modo de vibração – visto em Figura 6.2: 1º Modo de vibração – visto em planta
perspectiva 3D 3D

95
Figura 6.3: 3º Modo de vibração – visto em Figura 6.4: 2º Modo de vibração – visto em planta
perspectiva 3D 3D

Figura 6.5: 3º Modo de vibração – visto em Figura 6.6: 3º Modo de vibração – visto em planta
perspectiva 3D 3D

6.2 Coeficiente de comportamento

A resposta de uma estrutura à acção sísmica é, essencialmente, inelástica, dado o comportamento


não linear dos elementos de betão armado. O dimensionamento das estruturas tira partido deste
comportamento por exploração da ductilidade dos seus elementos. No dimensionamento das
estruturas assume-se que o deslocamento máximo do pilar em regime linear e em regime não linear é
igual (igualdade de deslocamentos de Newmark) pois este comportamento é válido numa gama
alargada de frequências características das estruturas de betão [10].

No dimensionamento com base em forças, a estrutura é dimensionada para uma força máxima,
associada ao deslocamento máximo induzido pelo sismo, , igual à força que se desenvolveria
se esta apresentasse um comportamento elástico linear, reduzida de um factor , chamado
coeficiente de comportamento, dado pela expressão 6.1 (ver Figura 6.7).

6.1

O método de dimensionamento com base em forças assume que o coeficiente de comportamento é


igual ao factor de ductilidade em deslocamento, , dado pela equação 6.2.

96
6.2

A quantificação da força parte do pressuposto de que se conhece o nível de ductilidade da


estrutura, o qual é traduzido no factor . Para o efeito, é estabelecido, no dimensionamento dos
elementos estruturais, um conjunto de requisitos prescritivos, cujo objectivo é dotar a estrutura de
ductilidade suficiente para que a sua capacidade de deformação disponível, , seja superior à
deformação máxima imposta pelos sismos, . Ou, de forma idêntica, que o factor de ductilidade
em deslocamento disponível, ⁄ , seja superior ao factor de ductilidade exigido, ⁄ . Esta
metodologia de análise, apesar de se basear em forças, tem como objectivo assegurar que a
estrutura apresenta ductilidade e capacidade de dissipação de energia suficientes para fazer face à
acção sísmica [10].

Figura 6.7: Conceito de coeficiente de comportamento em força


Importa notar que na EN 1998-1 [8], o coeficiente de comportamento é introduzido na acção e não
nos esforços actuantes nos elementos estruturais, obrigando assim à definição de um coeficiente de
comportamento global, para cada direcção principal, para a estrutura no seu todo. Isto significa que
todos os elementos estruturais são dimensionados para o mesmo coeficiente de comportamento e
apresentam as mesmas exigências de ductilidade [10].

É importante evitar que ocorram concentrações de deformações em zonas localizadas das estruturas,
que possam conduzir a modos de rotura locais, pois a ductilidade assumida para todos os elementos
é idêntica e o método não contempla a verificação da capacidade de deformação disponível desses
elementos [10].

Também é importante evitar que ocorram roturas frágeis nos seus elementos, como por exemplo
roturas por esforço transverso. Este requisito obriga ao dimensionamento por capacidade real dos
elementos estruturais, isto é, os elementos ou mecanismos de resistência que apresentem
comportamento frágil, devem ser dimensionados para permanecer em fase elástica durante a
ocorrência de um sismo. Assim é assegurado que são os mecanismos de cedência dúcteis (cedência
em flexão) que controlam o comportamento da estrutura [10].

A EN 1998-1 [8] indica o procedimento de cálculo do coeficiente de comportamento. Este valor


depende essencialmente do sistema estrutural e da classe de ductilidade da estrutura. Neste projecto

97
a estrutura foi dimensionada de acordo com a Classe de Ductilidade Média (DCM), sendo a classe de
ductilidade função da capacidade de dissipação histerética.

Segundo a EN 1998-1–5.2.2.2 [8], o valor superior do coeficiente de comportamento, , para ter em


conta a capacidade de dissipação de energia, deve ser determinado para cada direcção de cálculo
segundo a equação 6.3.

6.3

Onde,

valor básico do coeficiente de comportamento, em função do tipo de sistema estrutural e da


regularidade em altura;

coeficiente que reflecte o modo de rotura predominante nos sistemas estruturais de paredes.

Analisando a estrutura em estudo, observa-se que a massa oscilante encontra-se praticamente


restringida à massa acima do piso 0, estando a restante massa enterrada. Desta forma, segundo a
EN 1998-1–4.2.3.3 [8], a estrutura pode ser classificada como regular em altura por não apresentar
recuos e por não apresentar variações bruscas de rigidez lateral nos seus elementos verticais, desde
a base (piso 0) até ao topo (cobertura).

Os edifícios de betão podem ser classificados consoante o seu comportamento sob acções sísmicas
horizontais num dos tipos de estrutura abaixo indicados.

a) Sistema porticado – resistência do sistema porticado à força de corte na base do edifício é


superior a 65% da resistência total à força de corte de todo o sistema estrutural;
b) Sistema misto equivalente a pórtico – resistência do sistema porticado à força de corte na
base do edifício é superior a 50% (mas inferior a 65%) da resistência total à força de corte de
todo o sistema estrutural;
c) Sistema de paredes – resistência do sistema de paredes à força de corte na base do edifício
é superior a 65% da resistência total à força de corte de todo o sistema estrutural;
d) Sistema misto equivalente a parede – resistência do sistema de paredes à força de corte na
base do edifício é superior a 50% (mas inferior a 65%) da resistência total à força de corte de
todo o sistema estrutural;
e) Sistema de pêndulo invertido – sistema no qual 50% ou mais da massa se localiza no terço
superior da altura da estrutura, ou no qual a principal dissipação de energia tem lugar na base
de um único elemento do edifício;
f) Sistema torsionalmente flexível – sistema misto ou sistema de paredes que não tem uma
rigidez à torção mínima.

Apresentam-se no Quadro 6.2, as percentagens de esforços de corte absorvidos pelos elementos


verticais, ao nível do piso 0, quando sujeitos às combinações de acções sísmicas segundo x (
) e segundo y ( ).

98
Quadro 6.2: % da força de corte nos elementos verticais, ao nível do piso 0

Elementos
Direcção x Direcção y Direcção x Direcção y
Pilares 38,80% 24,85% 37,84% 23,39%
Paredes 61,20% 75,15% 62,16% 76,61%

No presente caso de estudo está-se perante uma estrutura do tipo parede na direcção y pois mais de
65% da resistência à força de corte de todo o sistema estrutural é resistido pelo sistema de paredes,
e do tipo misto equivalente a parede na direcção x, pois se tem uma percentagem inferior a 65% mas
superior a 50% da resistência à força de corte de todo o sistema estrutural que é resistido pelo
sistema de paredes.

Usando o espectro de resposta elástico, foi calculada uma força de corte basal de
para a combinação sísmica e de para a combinação sísmica
. Atendendo a que o coeficiente sísmico, , representa o quociente entre a força
de corte basal e o peso da estrutura, obtêm-se valores de e , para as
combinações sísmicas de acções e , respectivamente.

Para sistemas estruturais do tipo parede, o Quadro 5.1 da EN 1998-1 [8] atribui um valor de
(DCM) e para o sistema misto um valor de ⁄ , e indica a expressão de cálculo do
coeficiente , através da expressão 6.4.

( )
6.4

Onde,

esbelteza predominante das paredes do sistema estrutural, dada pela equação 6.5.


∑ 6.5

Onde,

altura da parede , considerada como a altura desde o piso 0 ao piso +2 (


), isto é, a altura da parede acima da rótula plástica;

comprimento da secção da parede , .

O parâmetro indica o valor pelo qual a acção sísmica horizontal de cálculo é multiplicada para ser
atingida pela primeira vez a resistência à flexão em qualquer elemento da estrutura, mantendo-se
constantes todas as outras acções de cálculo. Por sua vez, o parâmetro indica o valor pelo qual a
acção sísmica horizontal de cálculo é multiplicada para se formar rótulas plásticas num número de
secções suficientes para provocar a instabilidade global da estrutura, mantendo-se constantes todas
as outras acções de cálculo. Para sistemas mistos equivalentes a paredes, com paredes não
acopoladas, a EN 1998-1 [8] indica um valor de ⁄ .

99
Resulta assim um valor de , e de e ,
sendo estes os valores máximos regulamentares. De forma a simplificar a análise, foi adoptado
apenas um valor de coeficiente de comportamento de , igual para as duas direcções principais
(x e y).

Conhecendo o período fundamental da estrutura ( ) e o valor do coeficiente de


comportamento ( ), a aceleração de projecto, ( ), toma os valor de ( ) para a
Acção Sísmica do Tipo 1 e de ( ) para a Acção Sísmica do Tipo 2. Dado que o valor da
aceleração de projecto para a Acção Sísmica do Tipo 1 é superior à do Tipo 2, ter-se-á em conta
apenas a Acção Sísmica do Tipo 1 para a análise sísmica da estrutura.

6.3 Elementos estruturais primários e secundários

Nas estruturas ocorrem por vezes situações onde parte dos elementos estruturais apresentam uma
reduzida aptidão para resistir à acção sísmica, e casos em que não é viável cumprir as disposições
regulamentares relativas à ductilidade e capacidade de dissipação de energia [10].

Assim, a EN 1998-1 [8] permite que alguns dos elementos estruturais sejam considerados como
estrutura secundária, não tendo portanto que resistir à acção sísmica. Os elementos que asseguram
a resistência à acção sísmica são designados por elementos sísmicos primários, e a análise sísmica
é efectuada considerando apenas a contribuição destes elementos para a resistência e rigidez lateral
da estrutura.

No entanto, é necessário garantir que a contribuição para a rigidez lateral da estrutura de todos os
elementos sísmicos secundários não exceda 15% da rigidez de todos os elementos sísmicos
primários.

Esta condição está associada à limitação da redução do nível da acção sísmica por efeito da
diminuição da rigidez da estrutura, pois é desprezada a contribuição da rigidez lateral dos elementos
sísmicos secundários, que consequentemente leva a uma menor aceleração espectral [10].

O sistema estrutural de lajes fungiformes não têm grande capacidade de dissipação histerética de
energia, pois os esforços por corte (punçoamento) excêntricos são muito elevados levando a roturas
frágeis. Assim, o sistema de laje fungiforme não foi utilizado como parte do sistema de elementos
sísmicos primários. Consideraram-se também como parte da estrutura secundária os pilares
interiores da estrutura, isto é, os pilares P1 (pilares interiores do piso 0 ao piso +2), os pilares P2
(pilares interiores, do piso 0 ao piso -2, sendo parte destes a continuação dos pilares P1) e os pilares
P5 (na zona das aberturas, entre o piso -2 e -1). Os restantes elementos verticais estão associados à
estrutura sísmica primária.

Para averiguação da condição de limitação da rigidez lateral dos elementos sísmicos secundários,
apresentam-se no Quadro 6.3, as percentagens de esforços de corte absorvidos pelos elementos
verticais, ao nível do piso 0, quando sujeitos às combinações de acções sísmicas, para o espectro de

100
resposta de cálculo (com ), segundo x ( ) e segundo y ( ),
sendo a relação entre a rigidez lateral dos elementos sísmicos secundários e a rigidez lateral
total dos elementos sísmicos primários, dado em percentagem.

Quadro 6.3: % da força de corte nos elementos verticais, ao nível do piso 0, e relação entre a rigidez
lateral dos elementos secundários e primários,

Elementos
Direcção x Direcção y Direcção x Direcção y
Pilares secundários 2,93 2,43 2,86 2,41
Pilares primários 33,46 20,93 32,33 19,4
Paredes 61,2 75,15 62,16 76,61
3,01 2,5 2,9 2,5

Conclui-se, pela análise do quadro acima, que a escolha dos elementos secundários respeita a
condição indicada nos regulamentos.

Para a estrutura sísmica primária (pilares de periferia dos pisos superiores, viga de bordo e paredes
resistentes) foi adoptado um dimensionamento em ductilidade, tendo-se usado o valor calculado do
coeficiente de comportamento, . Os esforços nos elementos sísmicos primários foram
determinados num modelo estrutural em que a rigidez lateral dos pilares das lajes fungiformes é
anulada.

Embora os elementos secundários não contribuam para a resistência da estrutura à acção sísmica,
devem assegurar a resistência às acções gravíticas quando sujeitos aos deslocamentos induzidos
pelo sismo. Isto significa que têm de ser dimensionados para os esforços que lhes são induzidos
pelos deslocamentos atrás referidos [10].

Esta condição requer que sejam considerados dois modelos estruturais na análise. Um modelo sem a
contribuição dos elementos secundários para a rigidez lateral da estrutura, para o cálculo dos
esforços nos elementos primários e dos deslocamentos da estrutura. Outro, com a consideração da
rigidez lateral dos elementos secundários, para o cálculo dos esforços nestes elementos. Estes
esforços são posteriormente corrigidos pela relação entre os deslocamentos obtidos nos dois
modelos [10]. Para tal, os esforços sísmicos sentidos nestes elementos, foram multiplicados pelo
coeficiente ⁄ correspondente à relação entre os deslocamentos obtidos no modelo da
estrutura primária (isto é, considerando nula a resistência lateral dos pilares secundários) e
obtidos no modelo global para o espectro de resposta de projecto (com ).

O dimensionamento dos elementos sísmicos secundários pode ser efectuado em fase elástica ou em
ductilidade. No primeiro caso, os elementos sísmicos secundários são dimensionados para esforços
relativos ao espectro de resposta de projecto, com um coeficiente de comportamento mínimo dado
nos regulamentos de , associado à sobrerresistência dos elementos, afectados da relação
⁄ . No segundo caso, os elementos são dimensionados para os esforços do espectro de
resposta de projecto, adoptando as regras de pormenorização dos elementos dúcteis, de modo a
cumprirem as mesmas exigências de ductilidade relativas aos elementos primários [10].

101
Se a capacidade da laje for suficiente para forçar as rótulas plásticas nos pilares, estes podem ser
dimensionados em ductilidade. Caso contrário, será necessário avaliar o comportamento da laje
relativamente à flexão e ao punçoamento. Se o esforço condicionante for o punçoamento, então será
necessário dimensionar a laje em resistência, isto é, em regime elástico, dado o comportamento frágil
deste mecanismo [10].

Neste trabalho, será exemplificado o dimensionamento dos elementos sísmicos secundários (pilares
P1 e lajes), em resistência (comportamento em regime elástico, com coeficiente de comportamento
de e com esforços sísmicos afectados de ⁄ ) e em ductilidade (com coeficiente de
comportamento de ), analisando-se de seguida as implicações destas duas metodologias em
termos de quantidades de armaduras nestes elementos.

Para o cálculo dos deslocamentos laterais médios da estrutura, , foram considerados três pontos na
estrutura, indicados na Figura 6.8, um ao nível do piso +2 e dois ao nível do piso +1. Foi necessário
considerar dois pontos ao nível do piso +1 devido à junta estrutural que divide o piso em dois blocos,
e que têm, portanto, deslocamentos laterais diferentes. Os deslocamentos foram determinados
para a situação de projecto sísmico (∑ ∑ ) e também com o efeito da
excentricidade acidental (explicado de seguida).

Figura 6.8: Indicação dos pontos na estrutura onde foram calculados os deslocamentos laterais

Apresentam-se no Quadro 6.4, os deslocamentos laterais médios calculados, e , relativos ao


modelo da estrutura primária (isto é, considerando nula a resistência lateral dos pilares secundários)
e ao modelo global para o espectro de resposta de projecto (com ), respectivamente, em cada
piso e bloco e para a combinação sísmica de acções.

Quadro 6.4: Deslocamentos e da estrutura

Piso/Bloco (m) (m) (m) (m)


Piso +2 0,058 0,044 0,057 0,043
Piso +1 – Bloco DIR. 0,041 0,029 0,041 0,029
Piso +1 – Bloco ESQ. 0,037 0,029 0,036 0,029

102
Para o cálculo do valor da relação ⁄ que se usou na análise, foram calculados os valores de
⁄ em cada piso/bloco e para cada direcção dos deslocamentos, tendo-se de seguida feito a
média entre pisos e retirado apenas o valor mais condicionante. Desta forma, obteve-se um valor de
⁄ .

6.4 Efeitos da excentricidade acidental

Para ter em conta a incerteza na localização das massas e na variação espacial do movimento
sísmico, o centro de massa calculado em cada piso deve ser deslocado, em cada direcção, em
relação à sua posição nominal de uma excentricidade acidental, , dado pela expressão 6.6.

6.6

Onde,

excentricidade acidental da massa do piso em relação à sua localização nominal, aplicada


na mesma direcção em todos os pisos;

dimensão do piso na direcção perpendicular à direcção da acção sísmica.

Como o muro de contenção periférica traz uma grande rigidez à estrutura para forças horizontais,
assumiu-se simplificadamente que a massa oscilante se encontrava acima do piso 0. Assim, foram
apenas consideradas as dimensões do piso +1 e do piso +2. Visto existir uma junta de dilatação no
piso +1, foram usados diferentes valores de em cada bloco do piso. Apresentam-se no Quadro 6.5,
os valores de e respectivos valores das excentricidades acidentais, para cada direcção principal.

Quadro 6.5: Excentricidades acidentais por piso e por direcção principal (x e y)


Piso / bloco (m) (m) (m) (m)
piso +2 121,50 89,10 6,08 4,46
piso +1 – bloco Direita 89,10 89,10 4,46 4,46
piso +1 – bloco Esquerda 32,40 40,50 1,62 2,03

Simplificadamente, o efeito das excentricidades acidentais foi modelado através da aplicação de um


momento de torção acidental, , dado pela equação 6.7, equivalente ao máximo valor de momento
em cada direcção de principal da acção sísmica .

6.7

Onde,

excentricidade acidental da massa do piso em relação à sua localização nominal, aplicada


na mesma direcção em todos os pisos, para a acção sísmica na direcção ;

força sísmica equivalente, no piso , para a acção sísmica na direcção , dado pela equação
6.8.

103
∑ ( ) 6.8

Onde,

força de corte basal total, no piso 0, para a acção sísmica na direcção ;

massa do piso ;

deslocamento lateral médio no piso , na direcção da acção sísmica;

massa do piso ;

deslocamento lateral médio no piso , na direcção da acção sísmica.

A direcção da acção sísmica corresponde à direcção x para a combinação sísmica


e y para a combinação sísmica .

As máximas forças de corte basal, sentidas ao nível do piso 0, quando a estrutura é sujeita às
combinações de acções sísmicas segundo x ( ) e segundo y ( ), são
de e , respectivamente.

No Quadro 6.6, apresentam-se os parâmetros necessários ao cálculo do momento torsor acidental


em cada piso/bloco, através das expressões anteriormente apresentadas.

Quadro 6.6: Parâmetros necessários ao cálculo dos momentos torsores acidentais,

Piso/Bloco Direcção (mm) (ton) (kN) (kNm) (kNm)

x 54,8 38397,25 171059,75


piso +2 6184,54 250364,15
y 40,3 41212,21 250364,15
piso +1 x 39,3 44991,41 200436,71
10107,08 203154,61
bloco DIR. y 27,3 45601,48 203154,61
piso +1 x 35,0 9763,58 19771,26
2457,72 19771,26
bloco ESQ y 27,1 11005,01 17828,12

Os momentos torsores acidentais, , nos dois blocos do piso +1 e no piso +2, foram simulados
através um ou dois pares de binários de forças, e , com braços e , respectivamente, como
indicado na equação 6.9 e representado esquematicamente na Figura 6.9. Estas forças foram
aplicadas nas paredes exteriores em cada piso/bloco.

6.9

De notar que esta simplificação não teve em consideração a posição exacta do centro de rigidez em
cada piso. Assumiu-se ser a meia distância das dimensões em planta de cada piso.

No Quadro 6.7, apresentam-se os valores dos binários de forças, e , e correspondentes braços,


e , que simulam os momentos torsores acidentais, , e consequentemente os efeitos da
excentricidade acidental.

104
Quadro 6.7: Binários de forças, e , e respectivos braços, e , que simulam

Piso/Bloco (kNm) (kN) (m) (kN) (m)


piso +2 250364,15 1545,46 81,00 1024,82 122,15
piso +1 – bloco DIR 203154,61 1254,04 81,00 1140,04 89,10
piso +1 – bloco ESQ 19771,26 - - 610,22 32,40

Figura 6.9: Representação esquemática dos binários de forças, e , que simulam

6.5 Efeitos de segunda ordem

Segundo a EN 1998-1–4.4.2.2(2) [8], não é necessário considerar os efeitos de segunda ordem


(efeitos P-Δ) se a condição apresentada na equação 6.10 for satisfeita em todos os pisos.

6.10

Onde,

coeficiente de sensibilidade ao deslocamento relativo entre pisos;

carga vertical total devida a todos os pisos acima do piso considerado, incluindo este, na
situação de projecto sísmico;

valor de cálculo do deslocamento relativo entre pisos, avaliado como a diferença entre os
deslocamentos laterais médios, , dado por , no topo e na base do piso

105
considerado, sendo o coeficiente de comportamento em deslocamento, que se admite ser
igual a e o valor do deslocamento determinado por uma análise linear baseada no
espectro de resposta de cálculo;

força de corte sísmica total no piso considerado;

altura entre pisos.

Se , os efeitos de segunda ordem poderão ser avaliados de modo aproximado


multiplicando os esforços sísmicos por um factor igual a ⁄( ). O valor do coeficiente não deve
ser superior a 0,3.

Para o cálculo do coeficiente foi então necessário determinar as suas várias componentes. O valor
da carga vertical total devida a todos os pisos acima do piso considerado, incluindo este, na situação
de projecto sísmico, , foi calculado ao nível da base dos pilares a cada nível.

A determinação das forças de corte total, , foram feitas ao nível do piso 0 e do piso +1, tendo em
conta a acção sísmica e a acção da excentricidade acidental da massa de cada piso.

Para o cálculo do deslocamento relativo entre o piso 0 e o piso +1, considerou-se, conservativamente,
nulo o deslocamento ao nível do piso 0 e usou-se o máximo entre os deslocamentos dos dois blocos
do piso +1. Já para o deslocamento relativo entre o piso +1 e o piso +2, usou-se o mínimo entre os
deslocamentos dos dois blocos do piso +1.

Apresentam-se no Quadro 6.8 os valores dos coeficientes calculados ao nível de cada piso e para
cada direcção.

Quadro 6.8: Coeficiente θ dos efeitos de segunda ordem

Elementos (kN) (m) Acção Direcção (mm) (kN)

piso +1 – x 39,25 43950,90 0,01


81873,81 4,20
piso +2 y 29,87 48395,34 0,01
piso 0 – x 40,60 98553,24 0,02
256072,98 4,80
piso +1 y 28,90 104343,15 0,01

Como os valores do coeficiente são todos inferiores a 0,1, os efeitos de segunda ordem foram
então desprezados.

106
7 Dimensionamento da Estrutura

Pretende-se neste capítulo proceder à verificação dos estados limites últimos e de serviço da
estrutura. Como já foi referido, o dimensionamento dos elementos sísmicos secundários, será
efectuado em resistência (comportamento em regime elástico, com coeficiente de comportamento de
) e em ductilidade, analisando-se de seguida as implicações destes dois procedimentos.

7.1 Estado Limite Último (ELU)

7.1.1 Paredes
Na Figura 7.1 apresenta-se o andamento qualitativo dos esforços de flexão e esforço transverso na
parede, induzidos pela acção sísmica, verificando-se um comportamento típico de uma consola acima
do piso 0. Abaixo deste, parte dos esforços sísmicos são absorvidos pelo muro de contenção.

Figura 7.1: Diagramas de momento flector (esquerda) e esforço transverso (direita) na parede

No Quadro 7.1 apresentam-se os eforços máximos sentidos nas paredes, obtidos da análise sísmica,
para a combinação sísmica, para os quais vão ser dimensionadas todas as paredes.

Quadro 7.1: Esforços máximos sentidos nas paredes


Pisos NEd,max (kN) NEd,min (kN) VEd,max (kN) MEd,max (kNm)
piso 0 – piso +2 4678,65 854,75 9808,71 58821,81
piso -2 – piso 0 9206,10 4617,50 9621,25 60919,24

No caso de estudo, foram desprezadas as zonas salientes dos banzos no cálculo das armaduras de
confinamento, considerando uma secção rectangular com espessura igual à espessura da alma da
secção. As zonas salientes foram apenas usadas para acomodar as armaduras longitudinais nessas
zonas.

107
O esforço axial reduzido na parede, , é dado pela equação 7.1.

7.1

Onde,

maior dimensão em planta da secção da parede, ;

espessura da alma da parede, ;

O valor de esforço axial reduzido na parede, , é inferior ao limite regulamentar de 0,40 dado na
EN1998-1–5.4.3.4.1(2) [8].

Segundo a EN1998-1–5.4.3.4.2(1) [8], a zona de encastramento da parede deve ser considerada


como zona crítica, com uma altura acima da secção de encastramento calculada através da
expressão 7.2. Considerou-se como altura crítica, a altura de acima do piso 0, por se considerar
que a massa oscilante se encontra acima desse piso.

( ⁄ ) ( ( )) 7.2

Onde,

altura total da parede acima do piso 0, ;

altura livre do piso, ;

número de pisos da estrutura, .

7.1.1.a Dimensionamento à flexão

A armadura longitudinal deve ser concentrada junto às extremidades da secção da parede, nos
elementos de extremidade. O comprimento mínimo destes elementos, , é dado segundo a EN1998-
1–5.4.3.4.2(6) [8] pela expressão 7.3, onde representa o comprimento do elemento de extremidade
a partir da face exterior da parede.

( ) 7.3

A este comprimento está associada uma área do elemento de extremidade de


.

A armadura mínima na alma da parede, ⁄ , é dada pela expressão 7.4, onde


representa a taxa de armadura de alma mínima.

⁄ ⁄
⁄ ⁄ ( ⁄ ⁄ ) 7.4

A distribuição de armaduras adoptada é apresentada na Figura 7.2. Optou-se por concentrar


no banzo da parede e na alma usar apenas a armadura de alma acima indicada ( ⁄ ).

108
Resulta assim uma armadura no elemento de extremidade de . A taxa de armadura no
elemento de extremidade é de ⁄ ⁄ , valor superior à taxa mínima
igual a , segundo a EN 1998-1–5.4.3.4.2(8) [8], e inferior à taxa máxima igual a ,
segundo a EN 1998-1–5.4.3.2.2(1) [8].

Figura 7.2: Distribuição de armaduras longitudinais na parede

De acordo com a EN1998-1 [8], a armadura vertical de alma deve ser considerada no cálculo da
resistência à flexão das secções da parede. Assim, atentendo ao modelo da Figura 7.3, o valor da
posição da linha neutra, , pode ser calculado, de forma simplificada, através do equilíbrio de forças
na secção como indicado na expressão 7.5. Conhecendo o valor de , o momento resistente pode ser
calculado através da expressão 7.6.

Figura 7.3: Modelo de cálculo do momento resistente da parede


Onde,

posição da linha neutra;

comprimento dado por ;

força resistida pelas armaduras no banzo da secção da parede, à tracção e à compressão;

força resistida pelas armaduras de ⁄ , pertencentes ao elemento de extremidade com


, na alma da secção da parede, à tracção e à compressão;

109
força resistida pelas armaduras de alma ( ⁄ ), até a uma distância da face exterior da
secção parede, à tracção e à compressão;

força resistida pelas armaduras de ⁄ no comprimento , dado por ⁄ (


) ;

força resistida pelo betão, correspondente à zona de betão no banzo da secção da parede,
dado por ;

força resistida pelo betão, na zona da alma, até a uma distância de da face exterior da
secção da parede, dado por ( ) ;

esforço normal actuante.

∑ 7.5

( ⁄ ⁄ )
( ⁄ ( )⁄ ) 7.6

A EN 1998-1–5.4.3.4.2(2) [8] indica que nas zonas críticas das paredes, deverá utilizar-se um valor
do factor de ductilidade em curvatura, , que seja pelo menos igual ao apresentado na equação 7.7.

( ) ⁄ 7.7

Onde,

valor básico do coeficiente de comportamento, função do tipo de sistema estrutural e da


regularidade em altura, (DCM);

limite superior do período no patamar de aceleração espectral constante (s) (EN 1998-1–NA–
3.2.2.2(2)P [8]), ;

período fundamental da estrutura, .

O valor de ductilidade em curvatura, , pode ser obtido por meio de armaduras de confinamento nos
elementos de extremidade. Segundo a EN 1998-1–5.4.3.4.2(4) [8] a taxa mecânica volumétrica de
armadura de confinamento necessária, , nos elementos de extremidade, deve satisfazer a
expressão 7.8.

( )

( ) 7.8

Onde,

coeficiente de eficácia do confinamento;

110
taxa mecânica das armaduras verticais de alma, dado por ⁄
⁄ ;

largura bruta da secção transversal, considerado igual à espessura da alma,


;

largura do núcleo confinado da alma, em relação ao eixo das cintas, .

A armadura de confinamento deve ser colocada ao longo do comprimento mínimo dos elementos de
extremidade, , coerentemente com a disposição adoptada para a armadura longitudinal nas
extremidades da parede.

O confinamento deve ser prolongado horizontalmente até ao ponto onde o betão não confinado possa
destacar-se devido a grandes extensões de compressão, isto é, até . O novo
comprimento do elemento de extremidade, desde a face exterior da secção até ao ponto onde
, é representado por , como ilustrado esquematicamente na Figura 7.4.3

Figura 7.4: Elemento de extremidade confinado e extensões na curvatura última

A posição do eixo neutro correspondente à curvatura última após o destacamento do betão situado
fora do núcleo confinado dos elementos de extremidade, , pode ser determinado através da
expressão 7.9, considerando que a força mobilizada na zona comprimida da secção, com largura
igual a , sujeita a uma tensão uniforme , equilibra o esforço axial da parede, adicionado da força
de tracção mobilizada pela armadura de alma [10].

( ) ( ) 7.9

( )

111
Considerou-se simplificadamente .

O novo comprimento do elemento de extremidade, , pode ser determinado através da expressão


7.10.

( ) ( ) 7.10

Onde, segundo a EN 1998-1–5.4.3.4.2(6) [8], representa a extensão última do betão confinado,


dado por .

Segundo a EN 1998-1–5.4.3.2.2(11) [8], o espaçamento entre cintas, , deve satisfazer a expressão


7.11, onde representa o diâmetro mínimo dos varões longitudinais ( ).

* ⁄ + 7.11

Apresenta-se na Figura 7.5 a disposição final de armaduras adoptada na parede.

Figura 7.5: Disposição das armaduras de confinamento na parede

A taxa mecânica volumétrica de armadura de confinamento, , pode ser calculada a partir da


equação 7.12 à 7.15.

⁄ ⁄ 7.12

( ) 7.13

( ) ⁄( ) ( ( ))⁄( )
7.14

( )⁄( ) ( ( ))⁄( )
7.15

Onde,

taxa volumétrica da armadura de confinamento;

112
taxa volumétrica da armadura de confinamento segundo x;

taxa volumétrica da armadura de confinamento segundo y;

área de um varão de ;

área do núcleo confinado do elemento de extremidade de comprimento ,


.

Importa agora calcular o coeficiente de eficácia do confinamento, . Segundo a EN 1998-1–


5.4.3.2.2(8) [8], para secções rectangulares, o coeficiente é expresso através das equações 7.16,
7.17 e 7.18.

7.16

∑ ⁄( )

7.17
( ) ⁄( )

( ⁄( )) ( ⁄( ))
7.18
( ⁄( )) ( ⁄( ))

Onde,

número total de varões longitudinais abraçados lateralmente por cintas ou por ganchos;

distância entre varões consecutivos abraçados;

altura do núcleo confinado, medido ao eixo das cintas, .

Obtém-se assim um valor de superior ao mínimo necessário de 0,065. Aplicando o


novo valor de na expressão ( ) ⁄ , obtém-
se um valor de ductilidade em curvatura de superior aos 5,45 exigidos na regulamentação.

7.1.1.a Dimensionamento ao esforço transverso

A EN1998-1–5.4.2.4(7) [8] indica que o dimensionamento ao esforço transverso na zona crítica da


parede, deve ser efectuado para um valor , considerando um factor de majoração de para
o valor do esforço actuante , obtido da análise estrutural, como indicado na equação 7.19, para
se considerar a possibilidade de um aumento dos esforços transversos após a plastificação na base
de uma parede sísmica primária.

7.19

Todavia, a parede apresenta uma elevada sobrerresistência à flexão, associada ao esforço normal
máximo, que vai reflectir-se no esforço transverso actuante quando for mobilizada a capacidade
resistente à flexão. Desta forma, é necessário verificar o valor de esforço transverso actuante ,
que tem em conta a sobrerresistência à flexão, dado através da equação 7.20.

113
( ⁄ ) ( ⁄ )
7.20

Onde é um coeficiente que tem em conta a possível sobrerresistência por endurecimento do aço
e o confinamento do betão da zona de compressão da secção, e que toma o valor de , valor
idêntico ao tomado para o dimensionamento de pilares de estruturas da classe DCM (EN 1998-1–
5.4.2.3(2) [8]).

Segundo a EN 1998-1–5.8.1(5) [8], em estruturas com caves do tipo caixão, que incluam uma laje de
betão actuando como diafragma rígido ao nível da cobertura da cave (piso 0), onde exista uma grelha
de vigas de fundação ao nível da fundação e onde as paredes tenham sido projectadas com base em
considerações de cálculo por capacidade real, a regulamentação indica que os pilares e as vigas, nos
pisos enterrados, se mantenham elásticos na situação de projecto sísmico. Nestes casos, as paredes
de contraventamento têm de ser projectados admitindo a formação da rótula plástica ao nível da laje
de cobertura da cave (piso 0). Para este efeito, nas paredes que continuam com a mesma secção
transversal acima da cobertura da cave, como é o caso, deve considerar-se que a zona crítica se
prolonga para baixo do nível da cobertura da cave numa altura . Além disso, toda a altura livre
dessas paredes na cave, deve ser calculada ao esforço transverso, , admitindo que a parede
desenvolve a sua sobrerresistência em flexão, , sendo para a classe DCM, ao nível
da cobertura da cave e um momento nulo ao nível da fundação.

O nível de esforço transverso, , é então dado pela equação 7.21, onde representa a altura da
cave ( ).

( )⁄ ( )⁄ 7.21

Verifica-se que o valor é o mais condicionante pelo que é este o valor usado para as
verificações de segurança ( ( ) ).

Na zona crítica na base da parede irá formar-se a rótula plástica, pelo que no dimensionamento ao
esforço transverso considera-se prudente tomar um ângulo para a inclinação do campo de
compressões [10].

A EN1998-1–5.4.3.4.1 [8] indica que a resistência ao esforço transverso deve ser calculada de acordo
com a EN1992-1-1–6.2.3(3) [3], como indicado na equação 7.22. É necessário verificar que o valor de
esforço transverso não é superior ao valor de esforço transverso máximo resistente, , dado
pela equação 7.23, segundo a EN1992-1-1–6.2.3(3) [3].

⁄( )

⁄( ) ⁄ 7.22

⁄ ( ⁄ )
⁄( )
⁄( ) 7.23

114
Onde,

tensão resistente dos estribos, considerado igual a ;

coeficiente que tem em conta o estado de tensão no banzo comprimido, para


estruturas não pré-esforçadas;

braço, tomado como ;

coeficiente de redução da resistência do betão fendilhado por esforço transverso, dado pela
expressão 7.24.

[ ] [ ] 7.24

7.1.1.b Envolventes de cálculo dos esforços nas paredes

O dimensionamento da parede à flexão fora da zona crítica ( ), é realizado para a


envolvente de esforços definida na Figura 7.6, sendo a translação dada pela expressão 7.25.

⁄ ⁄ 7.25

Figura 7.6: Envolvente de cálculo dos momentos flectores (esquerda) e dos esforços transversos (direita)
No entanto, simplificadamente, não foram alteradas as armaduras fora da zona crítica, mantendo-se a
distribuição de armaduras em toda a altura da parede.

Relativamente à parede mais a Este, que se encontra sobre o muro de contenção periférica, foram
prolongadas as suas armaduras até ao piso -1 para garantir uma transferência adequada dos
esforços para o muro de contenção periférica.

7.1.2 Vigas
A verificação de segurança das vigas ao Estado Limite Último, requer a verificação para a
combinação fundamental e sísmica de acções.

115
Foram consideradas duas secções de vigas, as vigas junto das aberturas do piso -1 e 0,
consideradas como elementos sísmicos secundários (vigas V2), e as vigas de bordadura dos pisos
superiores (vigas V1), consideradas como elementos sísmicos primários (ver peças desenhadas). As
vigas na zona da junta estrutural foram agrupadas com as vigas de bordadura (vigas V1).

7.1.2.a Vigas junto das aberturas – Vigas V2

Apresentam-se de seguida, os eforços máximos para a combinação sísmica e fundamental de


acções, sentidos nas vigas junto das aberturas das escadas e rampas, dos pisos -1 e 0 (ver
desenhos).

O momento flector reduzido foi calculado através da equação 7.26.

7.26

Para o dimensionamento das vigas junto das aberturas poder-se-ia ter tirado partido da largura
efectiva oferecida pela laje, nas zonas de momentos positivos, permitindo trabalhar-se com secções
em “T”. No entanto, conservativamente, foi considerada uma secção rectangular para o
dimensionamento das armaduras.

As armaduras longitudinais superiores e inferiores, foram simplificadamente dimensionadas através


das equações 7.27 e da 7.28, respectivamente.

( ) 7.27

( ) 7.28

Relativamente às armaduras de esforço transverso, foram determinadas através da expressão 7.29,


considerando apenas os esforços transversos máximos e desprezando a parcela de esforço
transverso que é transmitida directamente para o apoio.

⁄( ) ⁄( )

⁄ ⁄ ( ⁄ ) 7.29

7.1.2.b Vigas de bordadura – Vigas V1

Para o dimensionamento das vigas de bordadura, isto é, as vigas na periferia dos pisos superiores e
na zona da junta estrutural, foi verificada a segurança para a combinação fundamental e sísmica de
acções. Pela análise destes elementos, verificou-se que os esforços da combinação sísmica na zona

116
dos apoios, eram superiores aos esforços da combinação fundamental de acções (momentos e
esforços transversos).

No entanto, a acção sísmica provoca momentos máximos na zona dos apoios, e momentos
praticamente nulos na zona do vão. Assim, foram usados os esforços sísmicos para dimensionar as
secções dos apoios e a combinação fundamental de acções, para dimensionar a secção do vão das
vigas.

O momento flector máximo sentido na secção de vão, para a combinação fundamental de acções, foi
de .

Importa referir que a acção sísmica provoca também esforços normais nestes elementos, obrigando
assim a verificação de segurança em flexão composta. Para a verificação de segurança, para a
combinação sísmica de acções, foi construída uma folha de cálculo, que percorresse todos os
esforços fornecidos pelo programa de cálculo automático SAP 2000 [1], e verificasse a segurança dos
elementos sujeitos à flexão composta, para uma dada quantidade de armadura.

O processo de cálculo começou pela determinação, em cada elemento, do esforço normal reduzido,
, dado pela equação 7.30.

7.30

Onde,

esforço normal actuante (combinação sísmica de acções);

largura da secção da viga;

altura da secção da viga;

tensão resistente de cálculo do betão, à compressão.

Para uma dada uma quantidade de armadura, foi calculada a percentagem mecânica de armadura,
, através da equação 7.31, onde representa a área de armadura total na secção da viga.

7.31

Para o esforço normal reduzido calculado, , e tendo em conta o valor da percentagem mecânica de
armadura, , determinou-se o valor do momento flector reduzido, , através das curvas de
interacção M-N dadas em [14] e ilustradas na Figura 7.7. Seguiu-se então a determinação do
momento flector resistente, , através da expressão 7.32.

7.32

117
ν
Interacção N-M - w=0.12
Interacção N-M - w=0.07
Interacção N-M - w=0.14
1,25 Interacção N-M - w=0.16
Interacção N-M - w=0.18
Interacção N-M - w=0.20
Interacção N-M - w=0.23
Interacção N-M - w=0.26
Interacção N-M - w=0.28
0,75
Interacção N-M - w=0.30
Interacção N-M - w=0.32
Interacção N-M - w=0.34
Interacção N-M - w=0.36
Interacção N-M - w=0.38
Interacção N-M - w=0.40
0,25
Interacção N-M - w=0.42
Interacção N-M - w=0.44
Interacção N-M - w=0.46
μ
0 0,1 0,2 0,3 0,4 Interacção N-M - w=0.48
Interacção N-M - w=0.50
Interacção N-M - w=0.52
-0,25
Interacção N-M - w=0.54
Interacção N-M - w=0.56
Interacção N-M - w=0.58
Interacção N-M - w=0.60
Interacção N-M - w=0.62
-0,75 Interacção N-M - w=0.64

Figura 7.7: Curvas de interacção M-N

A segurança à flexão composta é então verificada se .

A combinação de armaduras adoptada na face superior da secção da viga de bordadura, que verifica
a segurança na zona dos apoios é de ( ⁄( ) ). O valor máximo
de momento resistente, para esta combinação de armaduras, é de (
).

Já para a face inferior da secção na zona dos apoios, é necessário descontar o momento negativo da
parcela . Assim, para um momento actuante positivo, nos apoios, de
, a armadura inferior nos apoios foi simplificadamente
determinada através da expressão ⁄( ) ( ).

O cálculo das armaduras no vão, para a face inferior, foi efectuado através da expressão 7.33.

118
( )
7.33

Simplificadamente, adoptou-se a mesma armadura na face superior da secção de vão da viga.

A EN 1998-1–5.4.3.1.2 [8], indica as disposições construtivas para a ductilidade local das vigas
sísmicas primárias. Devem-se considerar zonas críticas na viga, a partir da face exterior do pilar, com
uma extensão de . Para satisfazer o requisito de ductilidade local nas zonas críticas
de vigas sísmicas primárias, o valor do factor de ductilidade em curvatura, , deve ser, pelo menos,
igual ao valor mínimo de ( ) ⁄ . Considera-se satisfeito este requisito se
na zona comprimida for colocada uma armadura longitudinal de secção não inferior a metade da
secção da armadura da zona traccionada ( ⁄ ) e se a taxa de armadura na zona traccionada,
, não exceder um valor máximo, , dado pela expressão 7.34, onde representa a taxa de
armadura da zona comprimida.

7.34

É também exigido que, ao longo de todo o comprimento de uma viga sísmica primária, a taxa de
armadura da zona traccionada, , não seja inferior ao valor mínimo de , dado pela expressão
7.35.

( ) ( ) 7.35

O valor de esforço transverso, , usado para a determinação das armaduras de corte, corresponde
ao máximo entre o valor de esforço transverso relativo à combinação sísmica, ,eo
valor de esforço transverso correspondente ao momento máximo que se pode desenvolver nas
extremidades da viga, , dado pela expressão 7.36. representa o coeficiente que tem em
conta a possível sobrerresistência por endurecimento do aço, que no caso das vigas de DCM, pode
ser considerado igual a 1,0 e representa o comprimento livre das vigas, .
O valor de permite garantir que a rotura se dê por flexão, evitando assim uma rotura frágil por
corte.

⁄ ⁄
7.36

A EN 1998-1–5.4.3.1.2(6) [8] indica que nas zonas críticas de vigas sísmicas primárias devem ser
colocadas armaduras de confinamento, ⁄ , com diâmetro, , não inferior a 6 mm e cujo
espaçamento, , das armaduras de confinamento não deve ser superior a ( ⁄
) , onde representa o diâmetro das armaduras longitudinais.

119
A verificação de segurança ao esforço transverso foi efectuada através da expressão 7.37. De novo,
foi considerado apenas o valor de esforço transverso máximo, desprezando a parcela de esforço
transverso que é transmitida directamente para o apoio.

⁄( ) ⁄( )
7.37
⁄ ⁄ ( ⁄ )
( )

7.1.3 Zona de ligaçao entre blocos – piso +2


Na zona de ligação entre blocos, no alinhamento da junta estrutural, ao nível do piso +2, isto é, na
zona de ligação dos pilares aos espessamentos da laje, verificaram-se esforços de corte elevados,
sendo necessário verificar a segurança nessa zona. Os esforços máximos verificados para a
combinação sísmica e fundamental de acções, foram de e .

Apresenta-se na Figura 7.8 o modelo adoptado para a verificação de segurança dessa zona, tendo-se
adoptado um maciçamento na extremidade dos pilares com 60 cm de altura.

Figura 7.8: Modelo de escoras e tirantes na zona de ligaçãpo entre blocos

A capacidade resistente do betão à compressão é dada pela expressão 7.38, com ,


, e .

[ ]
7.38

A armadura horizontal mínima, , é dada pela expressão 7.39, e a armadura vertical mínima dos
pilares, , é dada pela expressão 7.40. Para equilibrar o sistema, é necessário garantir uma
armadura mínima de tracção, , dada pela expressão 7.41.

( ) 7.39

( ) 7.40

120
( ) 7.41

Na face inferior do maciçamento adoptou-se uma armadura de ⁄( )


( ) em 1,5 m ( ), para ter em conta os momentos sísmicos nas duas
direcções.

7.1.4 Pilares
Na Figura 7.9 apresentam-se o andamento qualitativo dos esforços de flexão e esforço transverso
nos pilares, respectivamente, induzidos pela acção sísmica, verificando-se uma diminuição dos
esforços abaixo do piso 0 devido ao efeito do muro de contenção periférica e restantes elementos
verticais nesse piso.

Figura 7.9: Diagramas de momento flector (esquerda) e esforço transverso (direita) nos pilares

A verificação de segurança dos pilares ao Estado Limite Último, requer a verificação para a
combinação fundamental e sísmica de acções.

Foi construída uma folha de cálculo para efectuar a verificação de segurança aos Estados Limites
Últimos (e de Serviço) de todos os pilares da estrutura. Assim, através dos esforços fornecidos pelo
programa de cálculo automático SAP2000 [1], foi possível verificar todos os elementos e não apenas
os mais condicionantes.

Como já foi referido anteriormente, para a combinação sísmica de acções, pretende-se dimensionar
os pilares P1 em fase elástica e em ductilidade para se analisarem as implicações do uso destas
duas metodologias. Importa referir que para o dimensionamento em fase elástica, os elementos
sísmicos secundários foram dimensionados para esforços relativos ao espectro de resposta de
projecto, com um coeficiente de comportamento mínimo dado nos regulamentos de ,
associado à sobrerresistência dos elementos, e afectados da relação ⁄ .

121
7.1.4.a Cálculo das armaduras longitudinais,

Segundo a EN 1992-1–9.5.2 [3], a área total de armadura longitudinal em pilares não deverá ser
inferior a , dado pela equação 7.42, e superior a dado pela equação 7.43.

7.42

7.43

Refira-se que em zonas de maior sismicidade, a EN 1998-1–5.4.3.2.2(1) [8], impõe um mínimo de


percentagem de armadura de ⁄ para os elementos primários.

Para a verificação de segurança dos pilares ao Estado Limite Último, foi construída uma folha de
cálculo, que percorresse todos os esforços fornecidos pelo programa de cálculo automático SAP
2000 [1], de todos os pilares da estrutura, e verificasse a segurança dos elementos sujeitos à flexão
desviada composta, de acordo com o diagrama de interacção tridimensional (N Rd, MRd,y, MRd,z)
representado esquematicamente na Figura 7.10, e para uma dada quantidade de armadura.

Figura 7.10: Diagrama de interacção tridimensional (NRd, MRd,y, MRd,z)

O processo de cálculo começou pela determinação, em cada elemento, do esforço normal reduzido,
, dado pela equação 7.44.

7.44

Onde,

esforço normal actuante (combinação fundamental ou sísmica de acções);

largura da secção do pilar;

altura da secção do pilar.

Foi introduzida uma distribuição de armaduras na secção para ser calculada a percentagem
mecânica de armadura, , dada pela equação 7.45, e o momento flector reduzido resistente, ,
em cada direcção de flexão principal (x e y), através das curvas de interacção M-N dadas em [14] e

122
ilustradas no subcapítulo anterior. O valor do momento flector resistente, , em cada direcção
principal (x e y), foi determinado através da equação 7.46.

7.45

7.46

Onde representa a área de armadura total na secção do pilar.

Simplificadamente foi feita a verificação de segurança em flexão desviada, utilizando apenas o


cálculo em flexão composta, em cada uma das direcções de flexão, através da equação 7.47.

( ) ( ) 7.47

Onde é um coeficiente que, para secções transversais rectangulares, toma os valores apresentados
no Quadro 7.2.

Quadro 7.2: Valores do parâmetro da equação simplificada de verificação de segurança em flexão


desviada composta
⁄ ≤ 0,1 0,7 1,0
1,0 1,5 2,0

Em que corresponde à capacidade resistente da secção submetida unicamente ao esforço axial


de compressão e é dado pela equação 7.48.

7.48

Exemplifica-se para o pilar P2, na intersecção dos alinhamentos V15 e H9 (ver desenhos), ao nível do
piso -2, os processos de cálculo acima apresentados para o caso da acção sísmica (espectro de
cálculo com q=1,5), sendo análogo o raciocínio para os restantes pilares. Os esforços máximos
sentidos neste elemento são de , e .
Estes esforços resultam num esforço normal reduzido de . Consultando as curvas de
interacção M-N dadas em [14], para uma percentagem mecânica de armadura ( ), os
momentos flectores resistentes em cada direcção e o esforço normal resistente são de
e , respectivamente. O parâmetro toma então o valor de
1,20 e a equação simplificada de verificação de segurança à flexão desviada composta com
compressão toma a seguinte forma.

( ) ( ) ( ) ( )

Verifica-se assim a segurança dos pilares P2, ao nível do piso -2, para a combinação sísmica de
acções e para uma armadura de .

123
Adoptando este raciocínio para todos os pilares da estrutura, apresentam-se no Quadro 7.3, as
armaduras longitudinais que verificam a combinação fundamental e sísmica de acções nestes
elementos. Para o caso dos pilares sísmicos secundários P1 (pilares interiores entre o piso 0 e o piso
+2), foi feita a distinção entre o dimensionamento em fase elástica e em ductilidade (ver em anexo as
plantas de pormenorização). Relativamente aos pilares sísmicos secundários P5 (pilares junto das
aberturas entre o piso -2 e o piso -1), optou-se por não se proceder à análise em ductilidade por não
terem grande influência na estrutura. Quanto aos pilares sísmicos secundários P2 (pilares interiores
entre o piso -2 e o piso 0), também não se procedeu à análise em ductilidade por ser a combinação
fundamental de acções a mais condicionante nestes pilares.

Foram adicionadas mais duas secções de pilares, P2B e P3B, por razões de pormenorização de
armaduras, permitindo assim não condicionar todos os pilares P2 e P3 à custa dos pilares P2B e
P3B. Os pilares P2B têm uma secção igual à dos pilares P2 e situam-se na zona da junta estrutural,
na intersecção dos alinhamentos H13B, V10 e V11. Os pilares P3B têm a mesma secção que os
pilares P3, e situam-se na intersecção dos alinhamentos H11, V7, V8 e V9.

Quadro 7.3: Armaduras longitudinais dos pilares

2 2
Pilares Secção (m ) Dimensionamento Área (cm )
(%)
Fase elástica 58,90 2,36
P1 0,50 x 0,50
Ductilidade 37,70 1,51
P2 0,65 x 0,65 Fase elástica 98,17 2,32
P2B 0,65 x 0,65 Ductilidade 123,31 2,92
P3 1,60 x 0,65 Ductilidade 177,11 1,70
P3B 1,60 x 0,65 Ductilidade 233,66 2,25
P4 1,60 x 0,65 Ductilidade 208,52 2,01
P5 0,30 x 0,30 Fase elástica 24,13 2,68
P6 1,00 x 0,65 Ductilidade 124,08 1,91

Verifica-se uma grande variação na quantidade de armadura nos pilares P1 quando é feita a análise
em fase elástica e em ductilidade, e consequentemente nos custos associados.

7.1.4.b Cálculo das armaduras de corte

A armadura mínima transversal é dada pela expressão 7.49, onde corresponde à percentagem
mínima de armadura de esforço transverso (cintas) e corresponde ao espaçamento entre cintas.

√ ⁄ √
7.49

Segundo a EN 1998-1–5.4.2.3(1) [8], nos pilares sísmicos primários, os valores de cálculo dos
esforços transversos devem ser determinados de acordo com a regra de cálculo pela capacidade
real, considerando o equilíbrio do pilar sob acção dos momentos de extremidade, associados à
formação de rótulas plásticas para os sentidos positivos e negativos da acção sísmica.

124
O valor de esforço transverso, , usado para a determinação das cintas, corresponde ao máximo
entre o valor de esforço transverso relativo à combinação sísmica/fundamental, , e o valor de
esforço transverso correspondente ao momento máximo que se pode desenvolver nas extremidades
da viga, , dado pela expressão 7.50. Este último valor permite garantir que a rotura se dá por
flexão, evitando assim uma rotura frágil por corte (dimensionamento por capacidade real).

⁄ 7.50

Onde,

representa o coeficiente que tem em conta a possível sobrerresistência por endurecimento do


aço e o confinamento do betão da zona de compressão da secção, que no caso dos pilares,
pode ser considerado igual a 1,1;

momento resistente do pilar;

comprimento livre do pilar (face a face), adoptando-se para os


pisos superiores e para os pisos enterrados.

O cálculo das cintas dos pilares é efectuado através da expressão 7.51. A inclinação do campo de
compressões, , deve ficar no intervalo . Foi tomado o valor de na zona crítica
dos pilares sísmicos primários. Para os pilares sísmicos secundários e fora da zona crítica dos pilares
sísmicos primários, tomou-se .

⁄( ) 7.51

O espaçamento máximo entre cintas, , para os pilares sísmicos secundários (pilares P1, P2 e P5) e
fora das zonas críticas dos pilares sísmicos primários (pilares P3, P4 e P6), é dado pela EN 1992-1-
1–9.5.3(3) [3], através da expressão 7.52, onde representa o diâmetro mínimo dos varões
longitudinais.

( ) 7.52

Relativamente aos pilares sísmicos primários (pilares P3, P4 e P6), é necessário considerar uma
zona crítica, a partir das duas secções de extremidade dos pilares, com uma extensão
( ⁄ ), onde representa a maior dimensão da secção transversal do pilar.

O espaçamento entre cintas, , nas zonas críticas dos pilares sísmicos primários, , é dado pela EN
1998-1–5.4.3.2.2(11) [8] através da expressão 7.53, onde representa a dimensão mínima do
núcleo de betão (em relação ao eixo das cintas). Este requisito permite garantir um mínimo de
ductilidade e impedir a encurvadura local dos varões longitudinais. Importa também que a distância
máxima entre varões longitudinais consecutivos abraçados por cintas ou por ganchos não seja
superior a 200 mm. A EN 1992-1-1–9.5.3(6) [3] indica que em zonas comprimidas, nenhum varão
deve ficar localizado a mais de 150mm de um varão travado.

( ⁄ ) 7.53

125
Para além do cálculo das armaduras de corte, é necessário também verificar se o nível de esforço
transverso actuante não excede o máximo, segundo a EN 1992-1-1–6.2.3(3) [3], dado pela equação
7.54.

⁄( ) 7.54

Apresentam-se no Quadro 7.4 e Quadro 7.5, as cintas que verificam a combinação fundamental e
sísmica de acções, na zona crítica e fora desta, respectivamente, respeitando o valor mínimo de
armadura de cintas e o espaçamento máximo entre cintas.

Quadro 7.4: Armaduras de corte nos pilares – zona crítica


Zona crítica
Secção
Pilar 2
Dim. ⁄ Área
(m ) (kN) (kN) (kN) ⁄ 2
2
(cm /m) (m) (cm /m)
Fase el. 254,41 - 852,20 7,22 0,40 ⁄ 10,06
P1 0,50x0,50
Duct. 88,63 165,85 852,20 9,41 0,13 ⁄ 10,06
P2 0,65x0,65 Fase el. 254,14 - 1503,53 5,98 0,40 ⁄ 6,70
P2B 0,65x0,65 Duct. 236,80 559,37 1503,53 23,81 0,40 ⁄ 31,40
P3 1,60x0,65 Duct. 1798,16 1906,76 4009,40 31,42 0,16 ⁄ 31,40
P3B 1,60x0,65 Duct. 1798,16 1906,76 4009,40 31,42 0,16 ⁄ 31,40
P4 1,60x0,65 Duct. 1055,38 1423,68 4009,40 23,46 0,16 ⁄ 31,40
P5 0,30x0,30 Fase el. 32,75 - 267,83 2,76 0,30 ⁄ 3,35
P6 1,00x0,65 Duct. 634,46 971,97 2426,74 26,13 0,16 ⁄ 31,40
Quadro 7.5: Armaduras de corte nos pilares – fora da zona crítica
Fora da zona crítica
Secção
Pilar 2
Dim. ⁄ ⁄
(m ) (kN) (kN) ⁄ 2
2
(cm /m) (m) (cm /m)
Fase 254,41 - 3,61 0,40 ⁄ 5,03
P1 0,50x0,50
Duct.
el. 88,63 165,85 4,70 0,40 ⁄ 5,03
P2 0,65x0,65 Fase 254,14 - 2,99 0,40 ⁄ 3,35
P2B 0,65x0,65 Duct.
el. 236,80 559,37 11,91 0,40 ⁄ 15,70
P3 1,60x0,65 Duct. 1798,16 1906,76 15,71 0,40 ⁄ 15,70
P3B 1,60x0,65 Duct. 1798,16 1906,76 15,71 0,40 ⁄ 15,70
P4 1,60x0,65 Duct. 1055,38 1423,68 11,73 0,40 ⁄ 15,70
P5 0,30x0,30 Fase 32,75 - 2,76 0,30 ⁄ 3,35
P6 1,00x0,65 Duct.
el. 634,46 971,97 13,07 0,40 ⁄ 15,70

Nas Figura 7.11, Figura 7.12 e Figura 7.13, apresentam-se as secções transversais dos pilares
sísmicos secundários P1, P2 e P5, respectivamente.

126
Figura 7.11: Secção transversal dos pilares P1
(dimensionamento em fase elástica)
Figura 7.12: Secção transversal dos pilares P2

Figura 7.13: Secção transversal dos pilares P5

Como foram introduzidas na estrutura paredes com rigidez e resistência adequadas, que foram
dimensionadas para permanecerem em fase elástica acima da base, a rótula plástica irá formar-se na
base da parede e a restante parte funciona de forma equivalente a uma barra rígida. Estas paredes
vão uniformizar os deslocamentos entre pisos e, pelo facto de se manterem em fase elástica em
altura, evitam a formação dos pisos flexíveis, e forçam as rótulas plásticas a espalharem-se
uniformemente pela estrutura. Neste caso, não é necessário garantir que as rótulas plásticas se
formem nas vigas [10].

Segundo a EN 1998-1–5.4.3.2.2(6) [8], na zona crítica na base de pilares sísmicos primários, o valor
do factor de ductilidade em curvatura, , deve ser, pelo menos, igual ao valor mínimo de
( ) ⁄ . Se para o valor especificado de , for atingida em qualquer ponto da secção
transversal uma extensão no betão superior a , a perda de resistência devida ao
destacamento do betão deve ser compensada através de um confinamento adequado do núcleo de
betão. Segundo a EN 1998-1–5.4.3.2.2(8) [8], consideram-se satisfeitos os requisitos anteriores se for
respeitada a expressão 7.55.

7.55

Aplicando um cálculo análogo ao efectuado para as paredes, apresentam-se no Quadro 7.6, os


parâmetros da 7.55, de acordo com a distribuição de armaduras da Figura 7.14, Figura 7.17, Figura
7.18 e Figura 7.19, respectivamente dos pilares sísmicos primários P3, P4 e P6 e pilar sísmico
secundário P1, dimensionado em ductilidade.

127
Figura 7.14: Secção transversal dos pilares P3 Figura 7.15: Secção transversal dos pilares P3B

Figura 7.16: Secção transversal dos pilares P2B


(dimensionamento em ductilidade)

Figura 7.17: Secção transversal dos pilares P4

128
Figura 7.19: Secção transversal dos pilares P1
(dimensionamento em ductilidade)

Figura 7.18: Secção transversal dos pilares P6

Quadro 7.6: Parâmetros da armadura de confinamento na base dos pilares


Pilar (m) (m) (m)
P1 0,54 0,50 0,410 0,410 0,799 0,771 0,616 0,370 6,133
P2B 0,11 0,65 0,554 0,554 0,789 0,828 0,653 0,295 27,123
P3 0,21 0,65 0,550 1,500 0,879 0,879 0,772 0,229 13,115
P3B 0,21 0,65 0,550 1,500 0,879 0,879 0,772 0,229 13,115
P4 0,22 0,65 0,550 1,500 0,879 0,879 0,772 0,229 12,519
P6 0,26 0,65 0,550 0,900 0,825 0,859 0,709 0,207 9,095

Verifica-se que para todos os pilares, obtêm-se valores de factores de ductilidade em curvatura, ,
superiores ao valor mínimo de ( ) ⁄ , tendo-se assim armaduras de
confinamento suficientes para se considerem satisfeitas os requisitos mínimos nas zonas críticas dos
pilares.

7.1.5 Laje
Pretende-se neste subcapítulo descrever os processos de verificação de segurança das lajes da
estrutura ao Estado Limite Último, para a combinação fundamental e sísmica de acções.

Relativamente à combinação sísmica de acções, foi feito um dimensionamento das lajes (elementos
sísmicos secundários) em fase elástica e em ductilidade, para se poder comparar a influência destas
análises nas quantidades de armadura necessárias. Para ambas as situações foram usados os
mesmos modelos, variando apenas o valor do coeficiente de comportamento ( para o
dimensionamento em fase elástica e para o dimensionamento em ductilidade).

7.1.5.a Combinação Fundamental de Acções

Para o Estado Limite Último, a alternância de sobrecargas deve ser sempre considerada, pois implica
um aumento dos máximos esforços nas zonas do vão e apoio e, consequentemente, nas quantidades

129
máximas de armaduras. Esta consideração leva a um sobredimensionamento das armaduras por não
se tirar partido da capacidade de redistribuição de esforços para cada combinação de acções.

Em estruturas hiperstáticas, havendo ductilidade, os momentos actuantes correspondem aos


momentos resistentes das armaduras existentes. Desta forma é possivel admitir uma redistribuição
de esforços em relação aos esforços elásticos. A consideração de comportamento elástico na
estrutura para cada combinação de acções é uma hipótese bastante conservativa.

Na Figura 7.20, estão indicadas duas hipóteses de carga, HC1 e HC2. Na HC1 não foi considerada
alternância de sobrecarga e na segunda foi. Verifica-se, que pela aplicação de uma redistribuição de
esforços na HC2, é possível obter uma envolvente de esforços com esforços máximos semelhantes à
HC1. A consideração da alternância de sobrecargas afecta então a envolvente de esforços (nas
zonas intermédias das vigas), mas não os valores máximos no apoio e no vão, para além do
necessário para garantir o equilíbrio para cada combinação, pois estes dependem da redistribuição
de esforços que se efectuar [10].

Figura 7.20: Exemplo de aplicação da redistribuição de esforços

Pode-se assim concluir que, para casos de carga correntes em edifícios, isto é, quando o nível das
sobrecargas é pouco importante face ao das cargas permanentes, a aplicação de redistribuições de
esforços evita em muitas situações práticas de projecto, em que se modela com base no
comportamento elástico, ter de se considerar alternância de sobrecargas.

No entanto, a EN 1992-1-1 [3] limita o valor da redistribuição de esforços, pelo que não é permitido
efectuar grandes redistribuições. Assim, para o caso de estudo, considerou-se aceitável não efectuar
alternância de sobrecargas no piso destinado a estacionamento e na cobertura, pois o nível das
sobrecargas é pouco importante face ao das cargas permanentes. Já o mesmo não pode ser feito
para os pisos destinados a armazém, pelo que, para estes pisos foi considerada a alternância de
sobrecarga, tanto para o Estado Limite Último como para o Estado Limite de serviço. As disposições

130
de sobrecarga adoptadas para considerar a alternância de sobrecarga nos pisos de armazém, foi a
disposição uniformemente distribuída e a distribuição em quincôncio (em xadrez).

Refira-se ainda que a distribuição de esforços para a verificação da segurança aos Estados Limites
de Serviço, deve ser a distribuição elástica.

Importa referir que no trabalho não foi calculada a dispensa de armaduras, tendo-se apenas adoptado
valores convencionais (como indicado na Figura 7.21), embora estes princípios de alternância de
sobrecarga e redistribuição de esforços afectem a dispensa de armaduras.

Figura 7.21: Dispensas de armaduras efectuadas

A determinação dos esforços nas lajes, em Estado Limite Último, para a combinação fundamental de
acções, foi efectuada através de uma análise por elementos finitos, num modelo simplificado de laje,
onde foram modeladas lajes de 10 painéis por 11, com uma viga de bordadura a toda a volta e com
maior refinamento da malha num painel central e num painel de extremidade. Foram criados 4
modelos diferentes, um para o piso destinado a estacionamento, dois para o piso destinado a
armazém (um com e outro sem alternância de sobrecarga) e um último para a cobertura. Nestes
modelos, os pilares foram simulados por apoios simples e foram introduzidas todas as acções
anteriormente apresentadas. Nas zonas mais discretizadas das lajes, de onde foram retirados os
esforços, usou-se uma malha com elementos com máximas dimensões de 1,40 m por 0,70 m.

O programa de cálculo automático, devolve o valor dos esforços em cada nó de cada elemento.
Assim, estando cada nó em contacto com 4 elementos, existem, para cada um, 4 valores diferentes
de esforços. Foi então necessário efectuar as médias dos valores para se obter os esforços num
alinhamento. Como as lajes fungiformes estudadas têm um espessamento sobre os pilares, o
aumento pontual da espessura da laje leva a uma maior rigidez nessa zona e consequentemente a
maiores esforços. Assim, nos nós da fronteira entre o espessamento da laje e a restante laje, foram
apenas feitas as médias dos eforços nos elementos de casca com as mesmas espessuras (média de
dois valores correspondentes à laje e média de dois valores correspondentes ao espessamento).
Desta forma é possível ter em conta esta transição que provoca um aumento brusco nos esforços
sentidos.

Tal como foi feito no capítulo de análise da solução de laje fungiforme aligeirada com moldes
recuperáveis, visto surgirem momentos torsores, para se obter uma solução de pormenorização com
armaduras nas direcções x e y, simplificadamente, dimensionaram-se as armaduras de flexão para
momentos de flexão somados ao módulo de momentos torsores.

131
O cálculo dos momentos distribuídos na laje, em cada faixa (faixa central e laterais), foi efectuado
fazendo o integral das áreas do diagrama em cada faixa, dividido pela largura de cada uma. Na
Figura 7.22, e na Figura 7.23, apresentam-se exemplos ilustrativos de diagramas de momentos para
momentos negativos e positivos respectivamente (exemplo da laje do piso destinado a armazém, sem
considerar a alternância de sobrecargas, num painel interior).

Nas figuras, representa a distribuição elástica de esforços, tendo em conta a componente de


momentos torsores, representa a distribuição de esforços sem a parcela de momentos torsores,
e finalmente representa o valor de momento distribuído, constante na largura de cada faixa,
adoptado para as verificações de segurança.

m- (kNm/m)
800
700
600
500 m'11
400 m11
300 mEd
200
100
0 L (m)
0 1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 7.22: Exemplo ilustrativo das distribuições de momentos negativos na laje fungiforme com
espessamentos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 L (m)
0
10
20 m'11
30 m11
40 mEd
50
60
m+ (kNm/m)

Figura 7.23: Exemplo ilustrativo das distribuições de momentos positivos na laje fungiforme com
espessamentos

Existe uma variação significativa de momentos na zona do espessamento. Segundo [16], embora
exista uma relação directa entre momentos e tensões, acontece que a variação de tensões nas
armaduras nessa zona é muito menos significativa, devido à interacção das armaduras adjacentes.
Este fenómeno é semelhante ao fenómeno da largura efectiva numa laje vigada. Sendo esta
atenuação válida em serviço, na segurança à rotura admite-se uma distribuição de resistência

132
constante nas faixas, onde o integral dos momentos constantes é igual ao integral da distribuição
elástica de esforços.

Para validar o modelo usado, pode ser comparado o valor do momento total , onde
e representam os valores de momentos totais sentidos no vão e no apoio. Tem-se assim, no
exemplo da Figura 7.22 e Figura 7.23, um espessamento de 0,40m com uma largura de ,
com um momento distribuído negativo na faixa central de e nas faixas laterais
de . Na zona do vão, tem-se na faixa central um momento distribuído de
e nas faixas laterais de . Resulta assim em valores de
e de ( ) e ( )
. Para ⁄ obtém-se um valor de ⁄ . Dividindo
agora pelo vão , obtém-se o valor de carga distribuída, por unidade de área, na laje,
⁄ ⁄ . Este valor de pode agora ser comparado com o valor teórico dado por

⁄ . Tendo-se obtido valores da mesma ordem de grandeza, consideraram-se válidos os


modelos usados.

Apresentam-se no Quadro 7.7, os esforços máximos obtidos, para cada piso, para a combinação
fundamental de acções, para um painel de bordo e um painel de extremidade.

Quadro 7.7: Esforços de dimensionamento para a combinação fundamental de acções


Alt. Painel Interior (kNm/m e kN) Painel Exterior (kNm/m e kN)
Piso
de sc
Est. Sem 279,73 20,37 26,41 22,84 698,08 312,46 20,63 208,88 24,82 780,20
Sem 385,01 31,77 45,92 39,17 1738,36 451,06 36,65 249,68 46,37 1946,88
Arm.
Com 297,70 26,96 38,52 40,88 - 337,02 26,63 196,21 41,83 -
Cob. Sem 191,08 13,66 20,43 17,22 761,69 234,38 15,73 152,40 18,30 849,96

Verifique-se que em certos casos, para momentos positivos, o valor na faixa lateral pode exceder o
valor da faixa central devido ao facto destes momentos considerarem o módulo do momento torsor
que é praticamente nulo a meio da laje.

7.1.5.b Combinação Sísmica de Acções

A determinação dos esforços nas lajes, em Estado Limite Último, para a combinação sísmica, não foi
determinada exactamente da mesma forma que para a combinação fundamental. A combinação
sísmica de acções, dada pela expressão 7.56, corresponde à soma de uma parcela do valor de
cálculo da acção sísmica, , e de outra parcela devido às cargas permanentes e variáveis,
∑ ∑ , que neste caso de estudo é equivalente à combinação quase-permanente
de acções. Procedeu-se à determinação dos esforços da parcela ∑ ∑ , para a
combinação quase-permanente de acções, nos mesmos modelos de lajes que se usaram para a
combinação fundamental de acções, de forma análoga à forma anteriormente apresentada, restando
assim apenas somar a parcela de .

133
∑ ∑
7.56

A parcela em falta, é composta pela acção sísmica propriamente dita e pelo efeito da excentricidade
acidental. Para determinar estes esforços, foi criado um modelo simplificado, onde a laje foi modelada
por vigas equivalentes (elementos de barra), com alturas iguais às espessuras da laje (espessamento
e laje), e com larguras correspondentes a 40% do vão das lajes (3,24 m).

A determinação do valor desta largura foi efectuada através da comparação entre deslocamentos
horizontais dum pórtico com a laje modelada com elementos de casca e outro com vigas
equivalentes. Fez-se variar a largura das vigas equivalentes até chegar a valores semelhantes de
deslocamentos laterais nos dois pórticos, quando submetidos a uma força horizontal. Desta forma,
pôde-se concluir que as rigidezes laterais eram semelhantes, entre o modelo total com elementos de
casca e o modelo com vigas equivalentes.

Repare-se ainda que o valor da largura das vigas equivalentes que foi adoptado na análise,
corresponde ao valor recomendado pela EN 1992-1-1–AnexoI.1.2(1) [3]. É dito na regulamentação
que deve ser utilizada uma largura de 40% do vão da laje, para traduzir a maior flexibilidade das
ligações entre os pilares e as lajes das estruturas de lajes fungiformes quando comparada com a das
ligações pilares-vigas. No entanto a carga total no painel deve ser considerada na análise em cada
direcção.

Apresenta-se na Figura 7.24, uma representação do modelo estrutural onde parte da laje foi simulada
com vigas equivalentes.

134
Figura 7.24: Modelo estrutural onde parte da laje foi simulada com vigas equivalentes

O efeito de diafragma que a laje conferia à estrutura não era mais verificado neste novo modelo.
Limitaram-se então os graus de liberdade dinâmicos no plano, de cada piso, às translações segundo
x e y, e à rotação segundo z (corpo rígido).

Importa referir que as vigas equivalentes foram modeladas com um factor multiplicativo da massa
próximo de zero. Para simular a massa das lajes, concentrou-se a massa de cada piso no seu centro
de massa, e atribuiu-se, ao mesmo ponto, o momento polar de inércia segundo z do piso, ,
relativamente ao centro de massa deste, dado pela equação 7.57.

( ) ( ) 7.57

Onde,

massa do piso ;

peso específico do betão, dado por ⁄ ⁄ ⁄ ;

espessura média da laje do piso ;

área em planta do piso ;

e momentos de inércia segundo x e y, do piso , em relação ao seu centro de massa.

Apresentam-se no Quadro 7.8, os parâmetros , , , e de cada piso.

135
Quadro 7.8: Parâmetros , , , e de cada piso
3 3 6
(10 (10 2
(10
Piso/Bloco 4 4
(m ) (ton) 3
m) m) ton/m )

Piso Est. – Bloco ESQ 176,36 114,79 1312,20 1304,65 143,11


Piso Est. – Bloco DIR 4570,52 5004,73 7545,15 7501,77 27061,46
Piso Arm. – Bloco ESQ 176,36 114,79 1312,20 2176,41 364,99
Piso Arm. – Bloco DIR 4570,52 5004,73 7545,15 12514,39 69020,36
Piso Cobertura 4866,47 9389,57 8885,70 7158,95 31511,31

Os momentos sentidos nas vigas equivalentes foram de seguida divididos pela largura de influência
sobre os pilares, , para se obter um valor de momento distribuído. A largura de influência
correspondente à distância de duas vezes a altura útil da laje, , na zona do espessamento, para
cada lado do pilar, perfazendo um total de , onde é a largura do pilar. A largura
corresponde à largura definida na EN 1992-1-1–6.4.3(3) [3] para uma distribuição de tensões
tangenciais devidas a um momento não equilibrado na ligação entre uma laje e um pilar interior, como
indicado na Figura 7.25. Tem-se assim uma largura de para o piso de estacionamento e
de para os restantes pisos.

Figura 7.25: Distribuição de tensões tangenciais devidas a um momento não equilibrado na ligação entre
uma laje e um pilar interior

7.1.5.c Combinação Sísmica de Acções – Dimensionamento em ductilidade

O dimensionamento do sistema de laje fungiforme em ductilidade requer a formação de rótulas


plásticas nos pilares, traduzindo-se na transmissão à laje, na zona de ligação aos pilares, de um
momento total de , onde e representam os momentos
resistentes dos pilares na zona de ligação dos mesmos. Admitindo que a massa oscilante se encontra
acima do piso 0, então as rótulas plásticas nos pilares formam-se apenas acima do piso 0.

Para o caso da laje de cobertura, tendo em conta que o momento resistente máximo dos pilares P1,
quando dimensionados em ductilidade, é de , tem-se um momento total
transmitido à laje de igual valor pois só se tem um pilar a ligar à laje ( ). No caso
da laje do piso destinado a armazém, têm-se dois pilares P1 em cada zona de ligação pilar-laje.
Nessas zonas, o momento total transmitido à laje é de .

136
Aquando da pormenorização das armaduras das lajes, é necessário garantir que se tem um momento
resistente superior a estes valores de para que seja garantida a formação de rótulas plásticas
nos pilares. Caso contrário, a rótula plástica teria de se formar na laje, que é um sistema com
ductilidade reduzida, e portanto haveria o risco de haver rotura frágil nessas zonas.

Relativamente aos esforços sobre os apoios, é necessário relembrar que para a acção sísmica, os
esforços afectam apenas uma largura de laje igual a , e portanto afectam apenas
o valor de momento distribuído da faixa central da laje.

Apresentam-se no Quadro 7.9, os valores dos esforços obtidos na laje, com dimensionamento em
ductilidade, incluindo os efeitos da torção acidental, para cada parcela da combinação sísmica de
acções (a parcela e a parcela ). Os esforços da parcela foram retirados do modelo
global onde as lajes foram simuladas através de vigas equivalentes, e os esforços da parcela
foram retirados do modelo de laje anteriormente apresentado.

Quadro 7.9: Esforços da parcela e a parcela da combinação sísmica de acções –


dimensionamento em ductilidade

painel painel painel painel


Piso (m)
(kNm) (kNm/m) (kN) interior exterior interior exterior
(kNm/m) (kNm/m) (kN) (kN)
Est. 323,63 1,998 161,98 111,22 170,42 192,28 499,77 557,10
Arm. 498,61 1,848 269,81 94,33 237,64 280,02 1068,98 1196,09
Cob. 612,81 1,848 331,61 148,23 131,97 162,57 516,83 576,29

No Quadro 7.10 apresentam-se os esforços sísmicos de dimensionamento, para as faixas centrais da


laje, sobre os apoios, com dimensionamento em ductilidade.

Quadro 7.10: Esforços sísmicos de dimensionamento – dimensionamento em ductilidade

painel painel painel painel


Piso
interior exterior interior exterior
(kNm/m) (kNm/m) (kN) (kN)
Est. 332,40 354,26 611,00 668,32
Arm. 507,45 549,83 1163,30 1290,42
Cob. 463,58 494,18 665,06 724,52

7.1.5.d Combinação Sísmica de Acções – Dimensionamento em fase


elástica

Tratando agora do dimensionamento da laje fungiforme em fase elástica, importa referir que os
elementos sísmicos secundários foram dimensionados para esforços relativos ao espectro de

137
resposta de projecto, com um coeficiente de comportamento mínimo dado na EN 1998-1 [8] de
, associado à sobrerresistência dos elementos, e afectados da relação ⁄ .

De forma análoga ao dimensionamento em ductilidade, apresentam-se no Quadro 7.11, os valores


dos esforços obtidos na laje, com dimensionamento em fase elástica, incluindo os efeitos da torção
acidental, para cada parcela da combinação sísmica de acções (a parcela e a parcela
). Os esforços da parcela foram retirados do modelo global onde as lajes foram simuladas
através de vigas equivalentes, e os esforçosdo da parcela foram retirados do modelo de
laje anteriormente apresentado.

Quadro 7.11: Esforços da parcela e da parcela , da combinação sísmica de acções –


dimensionamento em fase elástica

painel painel painel painel


Piso (m)
(kNm) (kNm/m) (kN) interior exterior interior exterior
(kNm/m) (kNm/m) (kN) (kN)
Est. 437,89 1,998 219,16 150,51 170,42 192,28 499,77 557,10
Arm. 675,31 1,848 365,43 127,73 237,64 280,02 1068,98 1196,09
Cob. 829,03 1,848 448,61 200,55 131,97 162,57 516,83 576,29

No Quadro 7.12 apresentam-se os esforços sísmicos de dimensionamento, para as faixas centrais da


laje, sobre os apoios, com dimensionamento em fase elástica.

Quadro 7.12: Esforços sísmicos de dimensionamento – dimensionamento em fase elástica

painel painel painel painel


Piso
interior exterior interior exterior
(kNm/m) (kNm/m) (kN) (kN)
Est. 389,58 411,44 650,28 707,61
Arm. 603,07 645,45 1196,71 1323,83
Cob. 580,58 611,18 717,39 776,85

7.1.5.e Dimensionamento à flexão

As lajes são então dimensionadas para o máximo valor entre a combinação sísmica e fundamental de
acções, na zona dos apoios, e apenas para a combinação fundamental de acções, na zona dos vãos,
pois a acção sísmica provoca esforços máximos nos apoios, e valores praticamente nulos na zona do
vão.

Apresentam-se, no Quadro 7.13 e Quadro 7.14, para o dimensionamento em ductilidade e em fase


elástica, respectivamente, os esforços de dimensionamento da laje, em cada faixa, para um painel
interior e de extremidade, tendo em conta os valores máximos da combinação fundamental e sísmica
de acções e considerando também as alternâncias de sobrecarga.

138
Relativamente aos valores dos momentos, verifica-se que a combinação sísmica apresenta maiores
valores nas faixas centrais sobre os apoios. Nas restantes faixas, a combinação fundamental é mais
condicionante (em Anexo apresentam-se os diagramas de esforços para esta combinação de
acções). Pode-se igualmente constatar que estes valores são superiores aos momentos totais
transmitidos à laje para a formação das rótulas plásticas nos pilares (
⁄ ⁄ ⁄ e
⁄ ⁄ ⁄ ).

Quadro 7.13: Esforços de dimensionamento da laje fungiforme – dimensionamento em ductilidade


Painel Interior (kNm/m) Painel Exterior (kNm/m)
Piso

Est. 332,40 20,37 26,41 22,84 354,26 20,63 208,88 24,82


Arm. 507,45 31,77 45,92 39,17 549,83 36,65 249,68 46,37
Cob. 463,58 26,96 38,52 40,88 494,18 26,63 196,21 41,83
Quadro 7.14: Esforços de dimensionamento da laje fungiforme – dimensionamento em fase elástica
Painel Interior (kNm/m) Painel Exterior (kNm/m)
Piso

Est. 389,58 20,37 26,41 22,84 411,44 20,63 208,88 24,82


Arm. 603,07 31,77 45,92 39,17 645,45 36,65 249,68 46,37
Cob. 580,58 26,96 38,52 40,88 611,18 26,63 196,21 41,83

Para estes esforços, apresentam-se, no Quadro 7.15 e Quadro 7.16, para o dimensionamento em
ductilidade e em fase elástica, respectivamente, as secções de armaduras adoptadas para as lajes da
estrutura, que verificam o Estado Limite Último. O valor das secções das armaduras, , foi
simplificadamente optido através de ⁄( ), com , onde representa a altura
útil da secção de laje.

Quadro 7.15: Secção de armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em ductilidade


2 2
Painel Interior (cm /m) Painel Exterior (cm /m)
Piso

Est. 25,19 4,10 5,31 4,59 26,85 4,15 42,01 4,99


Arm. 38,46 5,17 7,47 6,37 41,67 5,96 40,62 7,54
Cob. 35,14 5,42 7,75 8,22 37,46 5,36 39,46 8,41
Quadro 7.16: Secção de armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em fase elástica
2 2
Painel Interior (cm /m) Painel Exterior (cm /m)
Piso

Est. 29,53 4,10 5,31 4,59 31,18 4,15 42,01 4,99


Arm. 45,71 5,17 7,47 6,37 48,92 5,96 40,62 7,54
Cob. 44,00 5,42 7,75 8,22 46,32 5,36 39,46 8,41

As distribuições de armaduras serão descritas no subcapítulo da verificação ao estado limite de


serviço das lajes, pois são condicionadas pela abertura de fendas.

139
Verifica-se um grande aumento da secção de armaduras necessária na zona dos apoios, na faixa
central, quando é feita a análise em fase elástica, quando comparado aos valores do
dimensionamento em ductilidade.

Importa referir que é igualmente necessário adoptar armadura na face inferior dos espessamentos de
forma a resistir aos momentos positivos nos apoios devido à acção sísmica. Esta armadura foi
determinada através da expressão 7.58, apresentando-se no Quadro 7.17 e Quadro 7.18, os valores
adoptados em cada piso, para o dimensionamento em ductilidade e fase elástica respectivamente. De
forma simplificada foram adoptados apenas os valores mínimos de entre os painéis
interiores e exteriores.

⁄ ⁄( ) 7.58

Quadro 7.17: Armadura na face inferior dos espessamentos sobre os pilares – dimensionamento em
ductilidade
⁄ ⁄
Piso ⁄ 2
2
(kNm/m) (kNm/m) (kNm/m) (cm /m) (cm /m)
Est. 161,98 -170,42 -8,44 - ⁄ 5,65
Arm. 269,81 -237,64 32,17 2,44 ⁄ 5,65
Cob. 331,61 -131,97 199,64 15,13 ⁄ 15,71
Quadro 7.18: Armadura na face inferior dos espessamentos sobre os pilares – dimensionamento em fase
elástica
⁄ ⁄
Piso ⁄ 2
2
(kNm/m) (kNm/m) (kNm/m) (cm /m) (cm /m)
Est. 219,16 -170,42 48,74 3,69 ⁄ 5,65
Arm. 365,43 -237,64 127,79 9,69 ⁄ 11,31
Cob. 448,61 -131,97 316,64 24,00 ⁄ 24,54

7.1.5.f Dimensionamento ao corte

Para a combinação fundamental de acções tem-se uma excentricidade da carga praticamente nula,
isto é, a transmissão de momentos da laje para o pilar é praticamente nula. Já para a acção sísmica,
existe uma transmissão de momentos flectores da laje para o pilar por tensões de corte que,
adoptando um modelo plástico, provocam uma distribuição de tensões semelhante à apresentada
esquematicamente na Figura 7.26.

Figura 7.26: Distribuição de tensões associadas à transmissão de parte do momento flector da laje por
tensões de corte (cálculo plástico)

140
O efeito da excentricidade da carga é traduzido pelo parâmetro , que, segundo a EN 1992-1-1–
6.4.3(6) [3], no caso de estruturas em que a estabilidade lateral não depende do funcionamento de
pórticos formados por lajes e pilares, e em que os vãos dos tramos adjacentes não diferem mais de
25%, podem adoptar-se valores aproximados de 1,5 para pilares de canto, 1,4 para pilares de bordo
e 1,15 para pilres interiores. Atendendo ao facto de se ter uma viga de bordadura na periferia dos
pisos superiores, apenas se tem de ter em conta o valor do parâmetro associado a pilares interiores
( ).

A combinação fundamental apresenta valores de esforço transverso superiores aos da combinação


sísmica. Considerando a hipótese de existência de excentricidade da carga para a combinação
fundamental devido por exemplo à alternância de sobrecargas, adoptou-se um valor de para
o cálculo das tensões de corte actuantes e foi efectuada a verificação ao Estado Limite Último de
punçoamento para os valores da combinação fundamental de acções. Apresentam-se no

Quadro 7.19, os esforços de corte actuantes adoptados. Através das equações 7.59, 7.60, 7.61 e
7.62, segue-se a verificação da segurança ao punçoamento, de acordo com a EN 1992-1-1 [3].

7.59

[ ] [ ]
7.60


[ ( ) ] ( ) 7.61

( )
7.62
( )

Quadro 7.19: Esforços de corte de dimensionamento na solução de laje fungiforme


Painel interior Painel exterior
Piso
(m) (m) (m) (kN) (kPa) (kPa) (kN) (kPa) (kPa)
Est. 0,34 2,60 6,83 698,08 916,22 348,78 780,20 1024,00 389,81
Arm. 0,34 2,00 6,23 1738,36 2966,04 952,18 1946,88 3321,83 1066,40
Cob. 0,34 2,00 6,23 761,69 1299,62 417,21 849,96 1450,23 465,56

O perímetro de controlo para o qual não é necessária armadura de punçoamento, , é calculado a


partir da equação 7.63. Na mesma equação é apresentada a distância entre a face do pilar de
secção quadrada de lado ao perímetro .

( )⁄( ) 7.63

Note-se que o valor de é função da armadura longitudinal de flexão adoptada para a laje. Assim,
este valor varia consoante o dimensionamento destas armaduras tenha sido efectuado em fase

141
elástica ou em ductilidade. Apresentam-se no Quadro 7.20 e Quadro 7.21, os dados de verificação
ao punçoamento, para os valores de esforço transverso anteriormente apresentados, para o caso do
dimensionamento das armaduras de flexão da laje em fase elástica e em ductilidade,
respectivamente.

Para esta análise adoptaram-se as distribuições de armaduras da laje apresentadas no subcapítulo


da verificação ao Estado Limite de Serviço do controlo da fendilhação, para o cálculo da percentagem
de armadura .

Quadro 7.20: Verificação ao punçoamento – dimensionamento em ductilidade


Painel interior Painel exterior
Piso
(%) 2
(%) 2
(kPa) (cm ) (m) (m) (kPa) (cm ) (m) (m)
Est. 0,76 566,89 - - - 0,92 604,16 - - -
Arm. 1,23 665,57 28,45 8,91 1,10 1,23 665,57 35,63 9,98 1,27
Cob. 1,23 665,57 - - - 1,23 665,57 - - -
Quadro 7.21: Verificação ao punçoamento – dimensionamento em fase elástica
Painel interior Painel exterior
Piso
(%) 2
(%) 2
(kPa) (cm ) (m) (m) (kPa) (cm ) (m) (m)
Est. 0,92 604,16 - - - 0,93 606,35 - - -
Arm. 1,44 701,48 26,76 8,46 1,03 1,46 704,71 33,78 9,43 1,18
Cob. 1,44 701,48 - - - 1,46 704,71 - - -

2
Adoptaram-se 6 estribos de por cada face do pilar (37,70 cm ), para os pisos destinados a
armazém, verificando-se assim a segurança ao punçoamento da estrutura. Nos restantes pisos, como
medida de segurança adicional, embora não seja necessária, adoptaram-se 6 estribos de por
2
cada face do pilar (16,08 cm ).

Na face inferior do espessamento, sobre os pilares, foi adoptada uma armadura para suportar uma
carga correspondente ao esforço transverso máximo actuante, , para a combinação sísmica e
fundamental de acções. Desta forma, gera-se um mecanismo secundário de resistência, e evita-se
assim uma rotura em cadeia, caso se verifique uma rotura por punçoamento num dos pilares. Esta
armadura foi calculada através da equação 7.64.

7.64

Apresentam-se no Quadro 7.22 as armaduras adoptadas, tendo-se apenas usado os valores


correspondentes ao dimensionamento em ductilidade. As armaduras apresentadas são as
necessárias a acrescentar às já existentes na face inferior do espessamento para resistir aos
momentos positivos devido à acção sísmica. Assim, em casos em que a armadura existente é
suficiente para formar um mecanismo secundário de resistência, não são adoptadas mais armaduras
nessa zona.

142
Quadro 7.22: Armaduras na face inferior do espessamento sobre o pilar
Painel interior Painel exterior
Piso 2 2 2 2
(cm ) Armaduras Área (cm ) (cm ) Armaduras Área (cm )
Est. - - - - - -
Arm. 26,39 37,70 31,19 37,70
Cob. - - - - - -

7.1.6 Muro de contenção


O dimensionamento da armadura longitudinal vertical do muro de contenção, , foi já calculada em
fase de pré-dimensionamento, não se procedendo portanto a alterações neste subcapítulo (
⁄ ( )).

Relativamente às armaduras longitudinais horizontais, , serão apresentadas no subcapítulo da


verificação ao Estado Limite de Serviço do muro de contenção, para o controlo da fendilhação vertical
do muro devido à acção da retracção do betão e efeitos da variação de temperatura uniforme.

7.1.7 Fundações
Pretende-se neste subcapítulo descrever os processos de verificação de segurança dos diversos
elementos de fundação da estrutura para o Estado Limite Último, para a combinação fundamental e
sísmica de acções.

Tendo em conta que foram usados lintéis de fundação, as sapatas foram dimensionadas apenas para
um esforço normal enquanto que os lintéis foram dimensionados para absorverem os momentos
transmitidos às sapatas.

7.1.7.a Linteis de fundação

Foram considerados dois tipos de lintéis ambos com as mesmas dimensões de secção transversal.
Um correspondente aos lintéis adjacentes às paredes nos nós de extremidade destas (3 lintéis por
cada nó) (L1), e outro corresponde aos restantes lintéis (L2). Foi feita esta distinção devido ao facto
de existirem maiores esforços nos lintéis adjacentes às paredes quando comparados com os
restantes lintéis.

Apresentam-se no Quadro 7.23, as armaduras dos lintéis, atendendo às tabelas de cálculo de [14] e
considerando que as armaduras superiores e inferiores são iguais ( ), pois a acção sísmica
actua nos dois sentidos.

As armaduras de corte foram calculadas a partir da expressão 7.65, considerando um ângulo


para a inclinação do campo de compressões.

⁄( ) 7.65

143
Quadro 7.23: Armaduras nos lintéis de fundação


Lintel 2
⁄ 2
(m) (m) (m) (kNm) (cm ) (kN) (cm /m)

L1 0,80 0,40 0,74 914,88 0,28 34,36 348,51 ⁄ 5,24


L2 0,80 0,40 0,74 348,51 0,11 14,73 483,71 ⁄ 5,24

A percentagem de armadura dos lintéis de fundação é de e , valores estes


superiores ao mínimo de , dado pela EN 1998-1–5.8.2(5) [8].

7.1.7.b Sapatas

No Quadro 7.24, apresentam-se as as dimensões das sapatas e o valor de esforço normal actuante,
, que corresponde ao máximo obtido entre a combinação fundamental e sísmica de acções.
Também é indicado o valor de tensão real no solo, , para se poder comparar com o valor da
tensão resistente do solo de fundação, . Importa referir que as
dimensões das sapatas do pré-dimensionamento foram alteradas de forma a melhor se enquadrarem
com os esforços actuantes.

Quadro 7.24: Dimensões finais das sapatas

Eltº vertical
Sapata (kN)
correspondente (m) (m) (m) (kPa)

S1 Paredes 11,00 3,00 1,00 14406,38 436,56


S2 P2 (+P1) 4,00 4,00 1,00 6959,45 434,97
S3 P2 2,80 2,80 0,80 3452,14 440,32
S4 P3, P3B e P6 4,00 3,00 0,80 5246,49 437,21
S5 P4 até cob. e P6 4,00 4,00 0,80 6850,16 428,14
S6 P2B e P4 até piso 0 3,00 2,70 0,80 3452,14 426,19
S7-1 Muro - 1,50 1,00 670,88 447,25
S7-2 Muro (+P3 e P6) - 1,50 1,00 633,72 422,48
S8 P5 1,00 1,00 0,50 415,53 415,53

Para o cálculo das armaduras das sapatas, foram usados modelos de escoras e tirantes como
representado esquematicamente na Figura 7.27, Figura 7.28 e Figura 7.29.

144
Figura 7.28: Modelo de cálculo das sapatas
Figura 7.27: Modelo de cálculo das sapatas com carga do muro de contenção
centrada

Figura 7.29: Modelo de cálculo das sapatas das paredes

A determinação das armaduras distribuídas na face inferior das sapatas com carga centrada (Figura
7.27), ⁄ , foi efectuada através da expressão 7.66, onde representa a dimensão da sapata na
direcção logitudinal das armaduras e representa a dimensão da sapata na direcção perpendicular a
. Relativamente às sapatas das paredes (Figura 7.29), foi usada a expressão 7.67, onde
representa o centro de gravidade de metade da área da secção transversal da parede ( ).
Quanto às sapatas do muro de contenção periférica (Figura 7.28), foi usada a expressão 7.68,
atendendo a que representa a largura da sapata.

145
( ⁄ ⁄ )
7.66

( ⁄ ( ⁄ ))
7.67

( ⁄ ) 7.68

No Quadro 7.25, apresentam-se as armaduras adoptadas nas sapatas da estrutura, tendo em conta
que a dimensão corresponde sempre à maior dimensão da sapata, corresponde à direcção
perpendicular e representa a altura da sapata. A altura útil, , é dada através de ( ).

Quadro 7.25: Armaduras das sapatas

⁄ ⁄ ⁄ ⁄
Sapata ⁄ 2
⁄ 2
2 2
(cm /m) (cm /m) (cm /m) (cm /m)
S1 27,29 ⁄ 31,42 9,83 ⁄ 10,05
S2 18,61 ⁄ 20,11 18,61 ⁄ 20,11
S3 8,46 ⁄ 10,05 8,46 ⁄ 10,05
S4 13,40 ⁄ 15,71 9,84 ⁄ 10,05
S5 13,12 ⁄ 15,71 14,76 ⁄ 15,71
S6 6,94 ⁄ 7,54 5,14 ⁄ 7,54
S7-1 11,95 ⁄ 13,40 - ⁄ 7,54
S7-2 11,29 ⁄ 13,40 - ⁄ 7,54
S8 0,93 ⁄ 5,65 0,93 ⁄ 5,65

Na face inferior da sapata do muro de contenção periférica, na direcção horizontal e longitudinal do


muro, adoptaram-se ⁄ ( ⁄ ).

7.2 Estado Limite de Serviço (ELS)

7.2.1 Controlo da fendilhação


A fendilhação deve ser limitada de modo a que não prejudique o funcionamento correcto ou a
durabilidade da estrutura, nem torne o seu aspecto inaceitável. A EN 1992-1-1–Quadro 7.1N [3]
define um limite para a largura de fendas calculada, , tendo em conta a função e a natureza
da estrutura e os custos associados às medidas necessárias à limitação de fendilhação. Segundo a
EN 1992-1-1–7.3.1(5) [3], para o caso de estudo, toma o valor de 0,3 mm.

O cálculo da largura de fendas em cada elemento da esrutura, , foi efectuado através das
expressões 7.69, 7.70 e 7.71, dadas pela EN 1992-1-1–7.3.4 [3].

( ) 7.69

⁄ 7.70

146
( ) ( ) 7.71

Onde,

distância máxima entre fendas;

recobrimento das armaduras;

diâmetro equivalente, ∑( )⁄∑( ), onde representa o número de varões com


diâmetro ;

e coeficientes iguais a 3,4 e 0,425, respectivamente;

coeficiente que tem em conta as propriedades de aderência das armaduras aderentes,


(varões de alta aderência);

módulo de elasticidade equivalente do betão para ter em conta, de forma indirecta, o efeito da
fluência, ⁄( ) ⁄( ) , em que representa o coeficiente de
fluência, . A diminuição do módulo de elasticidade aumenta a zona comprimida e,
consequentemente, também aumenta um pouco a tensão no aço por diminuição do braço de
forças;

percentagem de armadura relativa à área da secção efectiva de betão, ⁄ ,


onde representa a área da secção efectiva de betão traccionado que envolve as
armaduras com uma altura ( ( ) ( )⁄ ⁄ );

coeficiente que tem em conta a distribuição das extensões, para flexão, para
tracção simples e ( )⁄( ) no caso de tracção excêntrica, em que é a maior e
é a menor extensão de tracção nas fibras extremas da secção considerada, calculadas
para a secção fendilhada, como ilustrado na Figura 7.30. Na figura, representa a extensão
de compressão no betão e é dada por ⁄ ;

Figura 7.30: Extensões na secção fendilhada

extensão média da armadura para a combinação de acções considerada (combinação quase


permanente), incluindo o efeito das deformações impostas e considerando a contribuição do
betão traccionado. Considera-se apenas a extensão de tracção que ocorre para além do
estado de extensão nula do betão no mesmo nível;

147
extensão média no betão entre fendas;

tensão na armadura de tracção admitindo a secção fendilhada;

coeficiente função da duração do carregamento, (acções de longa duração);

módulo de elasticidade do aço, .

Para determinar a tensão nas armaduras, , a tensão de compressão no betão, , e a posição da


linha neutra, , foram usadas as tabelas dadas em [14] do cálculo de tensões em estado fendilhado
de secções rectangulares, através das expressões 7.72, 7.73 e 7.74.

7.72

7.73

( ) 7.74

Onde,

relação ⁄ ;

e coeficientes tabelados que são função dos parâmetros ⁄ e , onde ⁄ e


⁄( );

momento actuante em relação à armadura traccionada , ( ⁄ ).

7.2.1.a Pilares, vigas e paredes

Para controlar a fendilhação nos pilares, vigas e paredes da estrutura, foi construída uma folha de
cálculo que efectuasse os passos acima descritos, para determinar a aberturas de fendas, , em
função da armadura adoptada em cada elemento e dos esforços actuantes para a combinação
quase-permanente de acções.

Tendo-se procedido a esta verificação de controlo de fendilhação ao mesmo tempo que se fazia a
escolha de armaduras para a verificação de segurança ao Estado Limite Último, garantiu-se assim
que a abertura máxima de fendas, , para a combinação quase-permanente de acções, é inferior,
ou no máximo igual, a 0,3 mm.

Apresentam-se no Quadro 7.26 os valores máximos das aberturas de fendas verificadas nos pilares,
paredes e vigas, tendo estes sido determinados para a combinação quase permanente de acções. De
notar que foram usados factores de 0,5 nas rigidezes à flexão e corte de todos os elementos
estruturais, de modo a ter em conta o efeito da fendilhação nos esforços sentidos. No entanto verifica-
se que nesta situação de rigidez reduzida, certos elementos deixam de apresentar fendilhação, sendo
no entanto importante referir que para factores unitários todos os elementos apresentam fendilhação
(excepto os pilares P3 nos pisos inferiores).

148
Quadro 7.26: Aberturas de fendas nos pilares, paredes e vigas

pisos pisos
Eltº superiores inferiores
(mm) (mm)
P1 0,0 -
P2 - 0,2
P2B - 0,2
P3 0,0 0,0
P3B 0,1 0,0
P4 0,1 0,3
P5 - 0,2
P6 0,1 0,1
PA1 0,0 0,0
PA2 0,0 0,2
V1 0,3 0,3
V2 - 0,3

7.2.1.b Lajes

Aplicando as expressões acima apresentadas para o cálculo da aberturas de fendas, foi criada uma
folha de cálculo onde são calculadas as aberturas de fendas em função das distribuições de
armaduras adoptadas, verificando-se ao mesmo tempo a segurança ao Estado Limite Último
garantido uma secção de armaduras superior aos valores mínimos apresentados anteriormente.

Apresentam-se no Quadro 7.27 os esforços sentidos nas faixas centrais das lajes, em painéis
interiores e exteriores, para a Combinação Quase-Permanente de acções (em Anexo apresentam-se
os diagramas de esforços das mesmas).

Quadro 7.27: Esforços nas faixas centrais das lajes para a Combinação Quase-Permanente
Painel Interior Painel Exterior
Piso
(kNm/m) (kNm/m) (kNm/m) (kNm/m)
Est. 170,42 16,00 192,28 131,63
Arm. 237,64 28,22 280,02 157,14
Cob. 131,97 14,02 162,57 106,63

Indicam-se no Quadro 7.28 e Quadro 7.29, as distribuições de armaduras que garantem uma
abertura máxima de fendas de e ao mesmo tempo que verificam a segurança ao Estado
Limite Último.

Por simplificação, apenas foi efectuado o controlo da abertura de fendas nas faixas centrais da laje
por serem as zonas mais esforçadas.

149
Quadro 7.28: Armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em ductilidade

Piso Painel
(%) (mm) (%) (mm)

Est. ⁄ 0,72 0,3 ⁄ ⁄ 0,30 0,2


Arm. Int. ⁄ 1,08 0,2 ⁄ ⁄ 0,40 0,3


Cob. ⁄ 1,08 0,1 ⁄ ⁄ 0,47 0,1

⁄ ⁄
Est. ⁄ 0,98 0,2 ⁄ 0,52 0,3
⁄ ⁄
⁄ ⁄
Arm. Ext. ⁄ 1,08 0,3 ⁄ 0,76 0,3
⁄ ⁄
⁄ ⁄
Cob. ⁄ 1,08 0,1 ⁄ 0,63 0,3
⁄ ⁄

Quadro 7.29: Armaduras longitudinais necessárias na laje – dimensionamento em fase elástica

Piso Painel
(%) (mm) (%) (mm)

Est. ⁄ 0,98 0,2 ⁄ ⁄ 0,30 0,2

⁄ ⁄ ⁄
Arm. Int. ⁄ 1,38 0,2 0,35 0,3
⁄ ⁄ ⁄
⁄ ⁄ ⁄
Cob. ⁄ 1,54 0,1 0,40 0,1
⁄ ⁄ ⁄

Est. ⁄ 0,98 0,2 ⁄ ⁄ 0,71 0,3

⁄ ⁄
Arm. Ext. ⁄ 1,38 0,2 ⁄ 0,76 0,3
⁄ ⁄
⁄ ⁄
Cob. ⁄ 1,54 0,1 ⁄ 0,63 0,3
⁄ ⁄

Nas zonas de momentos negativos, a escolha da distribuição de armaduras foi principalmente


condicionada pelo valor mínimo de secção de armaduras necessário para verificar a segurança à
rotura e não tanto pelo controlo da abertura de fendas, tendo-se verificado este aspecto com mais
relevância nas lajes dimensionadas em fase elástica.

Já nas zonas de momentos positivos, verificou-se o contrário, isto é, foi necessário aumentar a
quantidade de armadura, face à mínima necessária para verificar a segurança à rotura, para limitar a
fendilhação a 0,3 mm.

150
Tanto nos pilares sísmicos secundários como agora nas lajes se verificou que o dimensionamento em
ductilidade leva a menores quantidades de armaduras que o dimensionamento em fase elástica, e
portanto a um menor custo da solução estrutural. Por esta razão optou-se por se considerar apenas
os elementos secundários dimensionados em ductilidade para a estrutura em estudo.

7.2.1.c Muro de contenção

É necessário ter em conta tanto a fendilhação vertical como horizontal no muro de contenção.

Relativamente à fendilhação horizontal apresentam-se no Quadro 7.30 os valores necessários à


determinação da abertura de fendas horizontais em ambas as espessuras do muro de contenção.

Quadro 7.30: Cálculo da abertura de fendas horizontais

Dados Espessura Espessura


(m) 0,35 0,25
(m) 0,31 0,21
⁄ ⁄
2
(cm /m) 10,05 10,05
(kNm/m) 59,6 45,2

23,71 23,71
0,010 0,023
4,53 2,27
2,95 1,85
(MPa) 66,61 55,16
(m) 0,12 0,09
(m) 0,077 0,053
0,013 0,019
(mm) 345,23 279,16
( ) 0,00019 0,00016
(mm) 0,07 0,04

Quanto à fendilhação vertical, devido à retracção do betão e efeitos de variação de temperatura


uniforme, a EN 1992-1-1–7.3.2(2) [3], indica o valor de armadura mínima a adoptar, sendo para o
caso da armadura longitudinal horizontal de ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
⁄ ( ⁄ ⁄ ) ⁄ .

A resposta estrutural a deformações impostas axiais isoladas pode ser representada


esquematicamente através da Figura 7.31 e Figura 7.32, respectivamente para deformações
impostas externas (variação de temperatura) e deformações impostas internas (retracção do betão).
No caso das deformações impostas internas, o esforço axial de fendilhação tem tendência a diminuir
devido às tensões autoequilibradas geradas no betão, que fragilizam o betão ao longo do tempo e
reduzem a sua rigidez. No caso das deformações impostas externas, a primeira fenda aparece na
zona do elemento com menor resistência à tracção, verificando-se uma perda de rigidez e diminuição
do esforço axial. As fendas seguintes vão aparecendo nas zonas com menores resistências à tracção
(mas sempre superiores à zona da fenda anterior), verificando-se um aumento gradual do esforço

151
axial de fendilhação. Nesta última situação é no entanto necessário garantir que a capacidade das
armaduras seja suficiente para garantir a formação das várias fendas, pois caso contrário, a
armadura plastifica, não havendo mais fendilhação, e concentra-se toda a deformação imposta na
fenda onde as armaduras plastificaram, podendo-se atingir valores inaceitáveis.

Figura 7.31: Deformação imposta externa (variação Figura 7.32: Deformação imposta interna (retracção
de temperatura) do betão)

O controlo da abertura de fendas verticais no muro de contenção depende do valor das tensões nas
armaduras. A EN 1992-1-1 [3] propõe o uso de , como critério de não cedência. Para esta
situação, ( ) .

A consideração de um valor de tensão nas armaduras de é uma situação muito


condicionante para o controlo de abertura de fendas. Em [21], são propostos diferentes valores de
esforços axiais para a determinação das tensões nas armaduras, adaptadas às situações de
deformação imposta exterior (variação de temperatura uniforme) e interior (retração) respectivamente,
dadas pelas expressões 7.75 e 7.76, com .

7.75

7.76

Os coeficientes e têm em conta a perda de rigidez aquando da formação das fendas e são
função da percentagem de armadura e do nível de extensão imposta. Os valores propostos para
estes coeficientes são apresentados no Quadro 7.31.

Quadro 7.31: Coeficientes de redução de esforço axial de fendilhação para uma deformação imposta axial

Def. Imposta externa ( ) Def. Imposta interna ( )


(%)
0,20‰ 0,30‰ 0,50‰ 0,20‰ 0,30‰ 0,50‰
0,50 0,40 0,55 0,65 0,40 0,45 0,50
0,80 0,50 0,60 0,70 0,40 0,40 0,45
1,00 0,55 0,60 0,80 0,35 0,35 0,40

Para uma percentagem de armadura de ( ⁄ em cada face do muro), e


para as extensões impostas e , são propostos valores de

152
e . Adoptando um valor de , obtém-se uma tensão nas armaduras de
( )⁄ , e uma abertura de fendas de .

Aplicando assim esta metodologia, a abertura de fendas verticais no muro de contenção periférica
está limitada a um máximo de 0,3 mm, para uma armadura longitudinal horizontal composta de
⁄ ⁄ ( ⁄ ⁄ ).

7.2.1.d Laje do piso térreo – piso -2

A EN 1998-1–5.8.2(4) [8] indica que as lajes de fundação, para a ligação horizontal de sapatas
separadas, deve ter uma espessura pelo menos igual a , e uma percentagem de
armadura pelo menos igual a .

Adoptou-se assim uma espessura de e uma malha de armadura de


⁄ ( ⁄ ), na face inferior e superior da laje, à qual corresponde uma percentagem
de armadura de .

Para este elemento têm-se extensões impostas de e . Adoptando


igualmente um valor de como foi feito para o muro de contenção, obtém-se assim um valor de
tensão no aço de ( )⁄ ( ) ⁄( ) e uma abertura de
fendas de (caso se tivesse adoptado para valor da tensão nas armaduras
, obter-se-ia uma abertura de fendas de ).

7.2.2 Controlo da deformação nas lajes


Foi efectuado o controlo da deformação nas lajes num painel interior e num painel de extremidade, ao
nível de cada piso, tendo em conta a alternância de sobrecarga nos pisos destinados a armazém.

Usou-se o método dos coeficientes globais para determinar as flechas a longo prazo, , e as flechas
instantâneas, , como indicado nas equações 7.77 e na 7.78, através dos gráficos fornecidos em
[14].

( ) 7.77

( ) 7.78

Onde,

flecha elástica para uma secção homogénea de betão;

coeficiente que entra em consideração com o efeito das armaduras, fendilhação e fluência,
em função do coeficiente de fluência, , da relação ⁄ , da relação ⁄ , e da relação
, em que ⁄ , representa o momento para a combinação quase-
permanente de acções, ⁄ ⁄ e ⁄( ). representa a
armadura traccionada;

153
coeficiente que tem em conta as armaduras de tracção na laje e o efeito da fendilhação, em
função de e ⁄ ;

coeficiente que entra em consideração com a influência das armaduras de compressão, em


função de ⁄ e , em que ⁄( ). representa a armadura comprimida.

Visto estar-se a calcular flechas em lajes, é necessário proceder ao cálculo das flechas em diferentes
alinhamentos para se obter a flecha final a meio da laje. Apresentam-se esquematicamente, na
Figura 7.33 e Figura 7.34, os alinhamentos considerados para um painel interior e exterior,
respectivamente. Relativamente ao painel de extremidade, importa referir que foi desprezada a
deformação da viga de bordadura.

Figura 7.33: Alinhamentos para cálculo de flecha num painel interior

Figura 7.34: Alinhamentos para cálculo de flecha num painel de extremidade

Atendendo às armaduras das lajes dimensionadas em ductilidade, apresentam-se no Quadro 7.32, os


diferentes coeficientes necessários ao cálculo da flecha a curto e a longo prazo, a meio da laje. Os
expoentes com símbolo “+” ou “–“ indicam não só se se trata de um momento positivo ou negativo,
como também indicam o alinhamento que está a ser tratado, sendo “+” para um alinhamento com
curvatura positiva e “–“ para um alinhamento com curvatura negativa.

Quadro 7.32: Coeficientes globais – cálculo de flechas


- + - + - + - + - +
Piso Dados A B B C D E E F F G
(kNm/m) 170,42 16 12,35 13,83 192,28 131,63 12,66 16 12,66 15,58
(m) 0,4 0,19 0,19 0,19 0,4 0,4 0,4 0,19 0,19 0,19
Est. (m) 0,34 0,13 0,13 0,13 0,34 0,34 0,34 0,13 0,13 0,13
(kNm/m) 69,33 15,64 15,64 15,64 69,33 69,33 69,33 15,64 15,64 15,64
⁄ 0,41 0,98 1,27 1,13 0,36 0,53 5,48 0,98 1,24 1,00

154
- + - + - + - + - +
Piso Dados A B B C D E E F F G
2
(cm /m) 25,76 5,65 10,05 5,65 31,42 20,11 15,71 5,65 15,71 10,05
(%) 0,76 0,43 0,77 0,43 0,92 0,59 0,46 0,43 1,21 0,77
2
(cm /m) 5,65 10,05 5,65 10,05 5,65 15,71 10,05 10,05 10,05 15,71
(%) 0,17 0,77 0,43 0,77 0,17 0,46 0,30 0,77 0,77 1,21
0,051 0,029 0,052 0,029 0,063 0,040 0,031 0,029 0,082 0,052
2,25 2,50 1,00 1,00 1,90 2,50 1,00 2,50 1,00 1,00
3,50 4,00 2,50 2,75 3,00 3,75 2,75 4,00 2,25 3,75
⁄ 0,22 1,78 0,56 1,78 0,18 0,78 0,64 1,78 0,64 1,56
0,96 0,55 0,90 0,55 0,95 0,88 0,93 0,55 0,83 0,83
(kNm/m) 237,64 28,22 19,58 24,97 280,02 157,14 22,74 28,22 22,74 29,1
(m) 0,4 0,22 0,22 0,22 0,4 0,4 0,4 0,22 0,22 0,22
(m) 0,34 0,16 0,16 0,16 0,34 0,34 0,34 0,16 0,16 0,16
(kNm/m) 69,33 20,97 20,97 20,97 69,33 69,33 69,33 20,97 20,97 20,97
⁄ 0,29 0,74 1,07 0,84 0,25 0,44 3,05 0,74 0,92 0,72
2
(cm /m) 41,89 7,62 10,47 7,62 41,89 25,76 10,47 7,62 10,47 10,05
(%) 1,23 0,48 0,65 0,48 1,23 0,76 0,31 0,48 0,65 0,63
Arm. 2
(cm /m) 5,65 10,47 7,62 10,47 5,65 10,47 10,05 10,47 10,05 10,47
(%) 0,17 0,65 0,48 0,65 0,17 0,31 0,30 0,65 0,63 0,65
0,083 0,032 0,044 0,032 0,083 0,051 0,021 0,032 0,044 0,043
1,50 2,75 1,00 2,60 1,75 2,25 1,00 2,75 2,00 2,25
2,75 4,25 2,75 4,15 2,75 3,50 3,00 4,25 3,75 3,75
⁄ 0,13 1,37 0,73 1,37 0,13 0,41 0,96 1,37 0,96 1,04
0,97 0,88 0,88 0,88 0,97 0,93 0,56 0,88 0,85 0,85
(kNm/m) 131,97 14,02 9,37 11,81 162,57 106,63 10,85 14,02 10,85 12,78
(m) 0,4 0,19 0,19 0,19 0,4 0,4 0,4 0,19 0,19 0,19
(m) 0,34 0,13 0,13 0,13 0,34 0,34 0,34 0,13 0,13 0,13
(kNm/m) 69,33 15,64 15,64 15,64 69,33 69,33 69,33 15,64 15,64 15,64
⁄ 0,53 1,12 1,67 1,32 0,43 0,65 6,39 1,12 1,44 1,22
2
(cm /m) 41,89 7,62 10,47 7,62 41,89 15,7 10,47 7,62 10,47 10,05
(%) 1,23 0,59 0,81 0,59 1,23 0,46 0,31 0,59 0,81 0,77
Cob. 2
(cm /m) 15,71 10,47 7,62 10,47 15,71 10,47 10,05 10,47 10,05 10,47
(%) 0,46 0,81 0,59 0,81 0,46 0,31 0,30 0,81 0,77 0,81
0,083 0,040 0,055 0,040 0,083 0,031 0,021 0,040 0,055 0,052
1,50 1,00 1,00 1,00 1,50 3,00 1,00 1,00 1,00 1,00
2,75 2,60 2,50 2,60 2,75 4,30 3,00 2,60 2,50 2,50
⁄ 0,38 1,37 0,73 1,37 0,38 0,67 0,96 1,37 0,96 1,04
0,88 0,85 0,86 0,85 0,88 0,92 0,57 0,85 0,83 0,83

Foi necessário fazer a ponderação entre os vários coeficientes da equação das flechas, calculados
em cada secção determinante (no vão e sobre os apoios), de forma a ter em conta as diferentes
propriedades em cada secção e usar coeficientes globais únicos em cada alinhamento. Para tal, nos
alinhamentos ABA, BCB, DFD e EGE foi usada a expressão 7.79, e nos alinhamentos DEI e FGH foi
usada a expressão 7.80, para ponderar os diferentes valores no vão e nos apoios. Apresentam-se no
Quadro 7.33, os coeficientes ponderados em cada alinhamento.

155
7.79

7.80

Quadro 7.33: Coeficientes ponderados em cada alinhamento – cálculo de flechas


Alinhamentos
Piso Coef. - + - - + - - + - + - - + - - +
A -B -A B -C -B D -E - I E - G -E D -F - D F -G - H
(m) 0,25 0,14 0,40 0,25 0,25 0,19
(m) 0,20 0,10 0,34 0,20 0,20 0,13
Est. 1,75 0,75 2,30 0,75 1,58 1,00
2,75 1,94 3,50 2,31 2,50 3,25
0,62 0,59 0,90 0,67 0,61 0,83
(m) 0,26 0,17 0,40 0,26 0,26 0,22
(m) 0,21 0,12 0,34 0,21 0,21 0,16
Arm. 1,44 1,15 2,08 1,06 1,56 2,17
2,44 2,41 3,25 2,44 2,44 3,75
0,71 0,66 0,94 0,49 0,71 0,85
(m) 0,25 0,14 0,40 0,25 0,25 0,19
(m) 0,20 0,10 0,34 0,20 0,20 0,13
Cob. 1,00 0,75 2,50 0,75 1,00 1,00
2,03 1,90 3,78 2,13 2,03 2,50
0,65 0,64 0,91 0,49 0,65 0,83

No Quadro 7.34 apresentam-se as flechas elásticas, .

Quadro 7.34: Flechas elásticas

(mm)
Pontos
Est. Arm. Cob.
B 2,2 2,8 1,7
C 3,6 4,6 2,8
E 5,0 5,7 3,9
F 2,2 2,9 1,9
G 6,0 7,0 4,8

O cálculo das flechas finais foi efectuado através da expressão 7.81 para um painel interior e
expressões 7.82, 7.83 e 7.84, para um painel de extremidade, onde ( ⁄ ) para o caso da
flecha e ( ⁄ ) para o caso da flecha . Para o painel exterior, foi necessário efectuar
médias de deslocamentos e de factores pois o ponto G tem a participação de dois alinhamentos.

( ) 7.81

( ) ( )
( ) 7.82

156

( ) 7.83


( ) 7.84

O controlo da deformação tem como objectivos garantir uma boa aparência e um bom funcionamento
da construção e evitar danos em elementos não estruturais como paredes divisórias, por exemplo.

Para um pavimento, a EN 1992-1-1–7.4.1 [3] limita a deformação máxima, a longo prazo, , em


relação aos apoios, a ⁄ para deslocamentos calculados para a combinação quase-permanente
de acções. Para controlar os danos em elementos não estruturais, a deformação que ocorre depois
da construção, , não deve exceder o limite de ⁄ .

Estando-se a calcular a deformação a meio da laje, foi usado como vão , o vão na diagonal, dado
por √ , resultando em ⁄ e ⁄ .

Apresentam-se no Quadro 7.35, as flechas instantâneas, , e as flechas a longo prazo, .

Quadro 7.35: Flechas a curto e a longo prazo a meio da laje


Painel Interior Painel exterior
Piso
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
Est. 10,16 11,61 (L/987) 1,45 (L/7887) 17,34 30,56 (L/375) 13,22 (L/867)
Arm. 12,41 15,84 (L/723) 3,42 (L/3345) 24,28 33,88 (L/338) 9,60 (L/1193)
Cob. 5,59 8,15 (L/1405) 2,57 (L/4464) 13,96 21,69 (L/528) 7,73 (L/1481)

Verifica-se que os valores dos deslocamentos encontram-se dentro dos limites admissíveis,
verificando-se assim o Estado Limite de Serviço para o controlo da deformação das lajes.

7.2.3 Controlo dos deslocamentos – sismo de serviço


A verificação ao estado limite de danos é realizada através do controlo do deslocamento relativo entre
pisos para a acção sísmica de serviço. Foi considerado que o edifício tinha elementos não estruturais
constituídos por materiais frágeis fixos à estrutura. Nestas condições, a EN 1998-1–4.4.3.2(1) [8]
impõe o limite apresentado na expressão 7.85.

7.85

Onde,

valor de cálculo do deslocamento entre pisos;

altura entre pisos, entre o psio 0 e o piso +1 e entre o piso +1 e o piso +2;

coeficiente de redução que tem em conta o mais baixo período de retorno da acção sísmica
associada ao requisito de limitação de danos, sismo de serviço, para a acçãp sísmica
Tipo 1.

157
Apresentam-se no Quadro 7.36 os deslocamentos relativos obtidos ao nível do piso +1 e do piso +2 e
a verificação acima referida em cada direcção principal.

Quadro 7.36: Deslocamentos devidos à acção sísmica de serviço

Piso Direcção
(mm) (mm) (mm)
y 40,60 16,24 24,00
Piso (0)-(+1)
X 28,90 11,56 24,00
Y 39,25 15,70 21,00
Piso (+1)-(+2)
X 29,87 11,95 21,00

É então verificado o estado limite de danos para a acção sísmica de serviço.

7.2.4 Controlo dos deslocamentos – condição de junta sísmica


Importa igualmente verificar os deslocamentos na zona da junta estrutural. A EN 1998-1–4.4.2.7(2) [8]
indica que a distância livre entre unidades estruturalmente independentes , pertencentes à mesma
propriedade, não deve ser inferior à raiz quadrada da soma dos quadrados dos deslocamentos
horizontais máximos ao nível correspondente dos dois edifícios ou unidades. Embora os dois blocos
do edifício não sejam totalmente independentes devido à ligação entre eles ao nível do piso +2, foi
considerada esta condição. Também é dito na regulamentação que se os níveis dos pisos do edifício
ou da unidade independente em estudo forem os mesmos dos do edifício ou unidade adjacente,
como é o caso, a distância mínima acima referida pode ser reduzida por um factor igual a 0,7.

Os deslocamentos máximos ao nível do piso +1, na zona da junta estrutural, em cada bloco do
edifício, para o modelo onde foi desprezada a contribuição dos elementos sísmicos secundários,
foram de 50,85 mm e 46,76 mm, respectivamente para o bloco da direita e da esquerda. Estes
deslocamentos correspondem à raiz quadrada da soma dos quadrados dos deslocamentos máximos
em cada direcção principal. Procendendo agora à raiz quadrada da soma dos quadrados dos
deslocamentos horizontais máximos ao nível correspondente dos dois edifícios ou unidades, obtém-
se um valor de 69,08 mm. Afectando este valor pelo coeficiente de 0,70, obtém-se uma distância livre
mínima na zona da junta estrutural de 48,36 mm.

Tendo-se adoptado uma junta com 50 mm, é verificada a condição de junta sísmica apresentada na
regulamentação.

158
8 Considerações finais

O trabalho desenvolvido teve como objectivo apresentar o projecto da estrutura de um edifício, dando
mais ênfase à determinação da solução “óptima” de laje. A escolha da solução estrutural deve-se
adaptar às condições existentes e procurar da melhor forma preencher os requisitos da
regulamentação.

Foram estudadas soluções de laje aligeirada, laje vigada e laje fungiforme sem e com
espessamentos. Para cada uma das soluções de laje foram calculados os custos associados aos
materiais e à cofragem.

No caso da solução de laje aligeirada com moldes recuperáveis, foram adoptados moldes com
quadrados de 800 mm de lado e com alturas de 200 mm, 300 mm e 400 mm. ). Considerou-se uma
espessura de lâmina de 90 mm para todos os moldes. Foi construído um modelo de laje no programa
de cálculo SAP2000 [1], para cada altura de molde e para cada tipo de utilização de piso
(estacionamento, armazém e cobertura), perfazendo um total de 9 modelos. Para cada um foram
retirados os esforços actuantes e de seguida calculadas as quantidades de armaduras necessárias.
Seguiu-se o cálculo dos custos dos materiais, acrescido do custo das cofragens.

Para a laje vigada, foi usado o Método das bandas para a determinação de esforços na laje. Para o
cálculo dos custos da solução de laje vigada, foi construída uma folha de cálculo de forma a efectuar
uma análise paramétrica, fazendo variar a espessura da laje e largura e altura das vigas, e calculando
as armaduras necessárias para cada combinação destas dimensões.

Como simplificação foi primeiro feita a determinação da espessura de laje com menor custo, sem ter
ainda em consideração o custo das vigas. Determinada a espessura de laje, foi então determinada a
altura e largura de viga com menor custo que satisfizesse as condições de segurança. Nesta análise
paramétrica foram analisadas espessuras a variarem entre os 0,20 m ( ⁄ ) e os 0,30 m
( ⁄ ), com incrementos de 1 cm entre cada espessura. Relativamente às vigas, as larguras
analisadas variam entre os 0,25 m e 0,50 m, com incrementos de 0,05 m entre cada largura. Para
cada uma das larguras analisadas, foram estudadas diferentes alturas, que variam entre os 0,40 m
( ⁄ ) e os 0,80 m ( ⁄ ), com 0,05 m de diferença entre cada altura.

Optou-se por não usar alturas superiores a 0,80 m por razões de carácter arquitectónico. Importa
referir que a altura mínima de viga estudada de 0,40 m corresponde a um valor demasiado esbelto
em soluções de betão armado correntes, para esta ordem de grandeza de vãos, tendo-se no entanto
analisado por razões comparativas. Desta forma puderam-se analisar 11 espessuras de laje e 54
combinações diferentes de largura e altura de viga.

Relativamente às soluções de laje fungiforme de espessura constante e com espessamentos sobre


os pilares, foi usado o método das vigas equivalentes para determinar os esforços na laje. Foi
igualmente construída uma folha de cálculo, de modo a fazer uma análise paramétrica, onde se
fizeram variar as espessuras da laje, e dimensões em planta e espessuras dos espessamentos, no
caso da laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares. Para a solução de laje fungiforme de

159
espessura constante, a espessura mínima analisada foi de 0,20 m ( ⁄ ). Foram feitas análises
para espessuras com incrementos de 1 cm até ao máximo de 0,35 m ( ⁄ ), perfazendo um total
de 16 hipóteses, para cada um dos tipos de utilização de piso (estacionamento, armazém e
cobertura). Embora os limites de espessuras analisados não se enquadrem exactamente na gama de
valores recomendados, foram na mesma tomados estes valores para se poderem comparar
resultados.

De forma a limitar mais a escolha da solução de laje de espessura constante, limitaram-se igualmente
as espessuras que levassem a um deslocamento a meio da laje, inferior ou igual a ⁄ , sendo o

vão na diagonal ( √ ), para a combinação quase permanente de acções. O


valor do deslocamento a meio da laje foi calculado multiplicando o deslocamento elástico dado nas
tabelas de cálculo de [15] por um factor multiplicativo de 5, para ter em conta o efeito da fendilhação.
Foi feita esta limitação para o piso destinado a estacionamento e para a cobertura por terem os
valores de carga usuais em edifícios, verificando-se que para o caso do piso destinado a armazém,
esta verificação do controlo de deslocamento não é respeitada.

Para a solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares, a espessura mínima de laje,
, analisada foi de 0,19 m. Foram feitas análises para espessuras com incrementos de 1 cm até ao
máximo de 0,28 m. Relativamente à espessura dos espessamentos sobre os pilares, , foram
analisadas espessuras de 0,30 m, 0,35 m e 0,40 m. Quanto à largura destes últimos, , fez-se variar
entre os 2,0 m e os 3,6 m, com 10 cm entre cada largura. Desta forma, foram analisadas um total de
510 combinações de , e , para cada um dos tipos de utilização de piso (estacionamento,
armazém e cobertura).

De forma a limitar mais a escolha da solução de laje fungiforme com espessamentos sobre os pilares,
limitaram-se igualmente as combinações de , e , que levassem a um deslocamento a meio da

laje, inferior ou igual a ⁄ , sendo o vão na diagonal ( √ ), para a


combinação quase permanente de acções. O valor do deslocamento a meio da laje foi calculado
multiplicando o deslocamento elástico dado nas tabelas de cálculo de [15] por um factor multiplicativo
de 5, para ter em conta o efeito da fendilhação.

Os custos adoptados foram retirados de um Gerador de Preços da Construção da CYPE Ingenieros,


S.A. São fornecidos neste gerador, preços de referência, no qual se tem em conta variadas
condicionantes como o tipo de edificação, a superfície construída, a superfície de piso, o número de
pisos acima e abaixo da rasante, etc.

Verificou-se que, apenas com base nos custos dos materiais e das cofragens, a solução mais
2 2
económica, sem e com custo de cofragens, é a solução de laje vigada (37,10€/m e 60,24€/m ,
respectivamente). No entanto é uma solução com um maior tempo de execução que as restantes e
traz maiores entraves à passagem das especialidades. Assim, para manter um ritmo de execução de
obra mais elevado e reduzir conflitos com as especialidades, foi adoptada a solução de laje
fungiforme com espessamentos sobre os pilares, sendo esta a solução com menor custo depois da
2 2
solução de laje vigada, sem e com custo de cofragens (47,45€/m e 64,40€/m , respectivamente).

160
Importa referir no entanto que uma solução de laje vigada apresenta, em geral um melhor
comportamento sísmico por se poder tirar partido do sistema de pórticos pilar-viga, enquanto que as
soluções de laje fungiforme não apresentam em geral essa vantagem.

Relativamente às restantes soluções de laje, o custo sem e com custo de cofragens, da solução de
2 2
laje fungiforme aligeirada é de 56,08€/m e 78,89€/m e da solução de laje fungiforme de espessura
2 2
constante é de 65,04€/m e 81,39€/m .

Para além do custo das soluções, foi igualmente necessário considerar a acção do fogo. Para as
dimensões analisadas, a solução de laje aligeirada com moldes recuperáveis não apresenta
dimensões mínimas de espessura de lâmina de betão para um bom comportamento ao fogo,
segundo os valores tabelados que a EN 1992-1-2 [12] dispõe, como método alternativo de cálculo
para a verificação de segurança à acção do fogo. Já as outras soluções de laje enquadram-se dentro
dos valores tabelados.

Importa referir que a análise efectuada para a determinação da solução de laje, não teve em conta a
abertura de fendas, nem a alternâncias de sobrecarga e os esforços sentidos na laje devido às
acções indirectas. Na fase de pré-dimensionamento da solução de laje, também não se teve em
consideração o efeito dos espessamentos nos esforços da laje com espessamentos sobre os pilares,
verificando-se posteriormente que estes tinham uma grande relevância nos esforços actuantes, pois,
por serem mais rígidos que a restante laje, sofrem esforços mais elevados.

O modelo utilizado para a determinação da solução de laje também não teve em consideração o
efeito da acção sísmica, que se revelou importante nos esforços transmitidos à laje. A acção sísmica
é fortemente dependente da geometria da laje pois afecta por exemplo as forças de inércia e a rigidez
da estrutura. Assim, as armaduras inicialmente determinadas aquando da fase de pré-
dimensionamento, verificaram-se insuficientes.

A escolha da solução óptima é então difícil, senão impossível, pois existem sempre diferentes
soluções possíveis e cada uma com as suas vantagens e desvantagens. Tendo sido feita a escolha
da solução da laje com base no custo dos materiais, e tendo-se alterado posteriormente a quantidade
de armadura devido aos esforços sísmicos, conclui-se que a tentativa de escolha de uma solução
“óptima” fica sem efeito. A escolha da “solução óptima” exigiria ter em conta muitas condicionantes
que, por serem dependentes umas das outras, não são conhecidas na totalidade à partida. Mas,
valores como as relações ⁄ ou as limitações do esforço normal reduzido a um dado valor, entre
outros, são fruto de muitos anos de experiência em engenharia e que permitem obter uma solução
estrutural com um bom desempenho geral em termos de verificação da segurança à rotura como em
serviço. Estes são os primeiros passos que levam à escolha de uma solução estrutural, tendo-se
adoptado algum deste conhecimento na concepção da estrutura do trabalho.

O tipo de análise efectuada também é relevante, tendo um peso económico importante. No presente
trabalho, foi efectuada a escolha da solução de laje através de métodos lineares. Num artigo da
Revista Ingenium [22], é descrito um trabalho onde foi efectuada a análise de diferentes tipos de laje,
através de métodos lineares e não lineares, sendo depois comparados os resultados obtidos.

161
Verificou-se nesse trabalho que o uso de análises não lineares para o cálculo de armaduras, é
economicamente mais vantajoso, visto estas diminuírem fruto da redistribuição de esforços. Foram
também comparados e verificados os estados limites últimos para cargas verticais, e ainda os
estados limites de utilização, incluindo a abertura de fendas e deformação em estado fendilhado com
fluência para as análises não lineares. Nesse documento foi, numa primeira fase, feito o
dimensionamento das lajes usando os esforços lineares, reduzindo-se de seguida as armaduras
superiores para ser feita a análise em regime não linear. Com as análises não lineares, os autores
concluíram que, para o caso das lajes vigadas e laje fungiforme com um núcleo, a análise não linear
permite poupar consideravelmente a quantidade de armadura superior, verificando tanto o Estado
Limite Último como o Estado Limite de Serviço. Já para o terceiro caso estudado, relativo a lajes
fungiformes simples, apenas se conseguiu verificar o Estado Limite Último, sendo a abertura de
fendas muito elevada.

Em futuros trabalhos, propõe-se o uso de uma análise não linear para dimensionar a estrutura da
presente dissertação, comparando então com a análise linear efectuada neste trabalho. Desta forma,
poder-se-ia explorar a redistribuição de esforços e a ductilidade da estrutura. No entanto, uma análise
não linear exige um esforço computacional maior que uma análise de primeira ordem. Também é
necessário que o uso de software de análise não linear seja feito por engenheiros e investigadores
que tenham experiência numérica na área da mecânica computacional.

Na presente dissertação, a estrutura foi dividida em elementos sísmicos primários e secundários.


Para o dimensionamento dos elementos sísmicos primários, foi desprezada a contribuição dos
elementos sísmicos secundários, e foi efectuado um dimensionamento em ductilidade, que acarreta
uma série de condicionantes em termos de armaduras de confinamento. Relativamente aos
elementos sísmicos secundários, foi feito o dimensionamento em fase elástica e em ductilidade.
Verificou-se uma diminuição das quantidades de armaduras com o dimensionamento em ductilidade,
levando assim a um menor custo da solução estrutural.

O edifício estudado tem uma grande dimensão em planta, tendo-se verificado ser benéfico untroduzir
juntas estruturais, pois, tratando-se duma estrutura em betão armado, os efeitos da retracção e
variação de temperatura uniforme têm grande importância nos esforços sentidos nos elementos
verticais. No entanto é reconhecido que as juntas estruturais são inconvenientes para a manutenção
dos edifícios. Estes sistemas trazem geralmente problemas ao nível de infiltrações de água, e têm
implicações na qualidade funcional no interior do edifício, nos pisos e nos elementos verticais.
Também do ponto de vista da resistência ao fogo, as juntas são uma menos valia. Estas têm de
garantir as mesmas propriedades do meio onde são inseridas, tanto a nível de estanquidade (E) e
isolamento (I) como de resistência (R). Tentou-se portanto minimizar ao máximo o uso destes
sistemas, sem afectar a segurança às acções regulamentares. Para tal, foram adoptadas juntas de
dilatação parciais nos pisos inferiores, para reduzir a deformação dos pilares inferiores, e da mesma
forma os esforços, não obrigando assim a usar uma junta em toda a altura do edifício. Foi então
adoptada uma junta parcial nos pisos (-1), (0) e (+1), deixando o último piso sem junta estrutural.

162
Importa ainda referir que, aquando de um sismo, aparecem esforços de corte elevados na zona de
ligação entre os dois blocos do edifício, na zona da junta de dilatação, que neste caso seria a laje da
cobertura. Para evitar a transmissão de esforços de corte elevados para laje, foram amaciçados os
topos dos elementos verticais, na zona da junta estrutural, no piso +2, de forma a absorverem os
esforços de corte nessa zona.

No entanto, ao usar uma junta estrutural até ao penúltimo piso fez com que os esforços nos
elementos verticais do último piso aumentassem. Rreduziram-se os esforços nos elementos verticais
inferiores penalizando os elementos verticais superiores, na zona da junta estrutural ao nível do piso
+2. Assim, igualmente para futuros trabalhos se propõe o estudo mais aprofundado da escolha do
local onde deve ser colocada a junta estrutural, se total ou parcial, ou mesmo o estudo de uma
solução sem juntas estruturais.

Também devido aos efeitos de retração do betão e variação uniforme de temperatura, foi necessário
posicionar as paredes resistentes com o seu eixo de menor inércia perpendicular à direcção das
deformações impostas, de forma a não restringirem em demasia as deformações impostas.

Importa igualmente referir que a acção da retracção nos muros de contenção poderia ter sido refinada
na medida em que na altura onde são construídas as lajes dos pisos enterrados, a retracção na
contenção periférica é já praticamente nula, tendo-se considerados os valores totais no modelo.
Assim propõem-se para trabalhos futuros o cálculo do efeito desta acção em função do tempo de
construção dos elementos estruturais.

Para além das deformações impostas, a acção sísmica teve também um papel condicionante no
dimensionamento da estrutura. Devido à sua elevada massa e pequena altura, a estrutura é muito
rígida e tem a sua frequência própria no patamar das acelerações de projecto máximas. Esta foi, por
exemplo, a acção que condicionou a espessura das paredes, para que fosse garantida a sua
resistência ao esforço transverso máximo actuante.

Ao longo deste trabalho foi posta à prova a plataforma de conhecimentos adquirida ao longo do
curso, permitindo um aprofundamento maior da matéria e aproximar a experiência com o trabalho de
projectista.

163
164
Referências bibliográficas

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weight, imposed loads for buildings. Brussels : CEN, 2002.

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Brussels : CEN, 2003.

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10. Appleton, Júlio. Estruturas de Betão. Lisboa : Edições Orion, 2013. 972-8620-21-9 e 972-8620-
22-6.

11. (APNC), Autoridade Nacional de Protecção Civil. Compilação Legislativa: Segurança Contra
Incêndio em Edifícios. s.l. : APNC, 2009. Vol. 1ª Edição.

12. CEN. EN 1992-1-2. Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1.2: General rules -
Structural fire design. Brussels : CEN, 2003.

13. CYPE Ingenieros, S.A. Gerador de Preços para Construção Civil. [Online] CYPE Ingenieros, S.A.
http://www.geradordeprecos.info/.

14. Gomes, Augusto e Vinagre, João. Tabelas de Cálculo - Volume III. Lisboa : IST, 1997.

15. Gomes, Augusto e Martins, Carlos. Tabelas de cálculo - Betão II. Lisboa : IST, 1993. Vol. IV.

16. Brandão, Nuno Bandarrinha. Análise Competitiva de Soluções em Laje Fungiforme e Vigada -
Deformabilidade e Custo. Lisboa : s.n., 2013.

17. Tilva, Vikunj K., Vyas, B. A. e Thaker, Parth. Cost Comparison Between Flat Slabs With Drop
and Without Drop In Four Storey Lateral Load Resisting Building. India : s.n., 2011.

18. Câmara, José e Figueiredo, Carlos. Concepção de Edifícios com Grande Área de Implantação
(Encontro Nacional BETÃO ESTRUTURAL - BE2012). Porto : s.n., 2012.

165
19. CEN. EN 1998-2. Eurocode 8 - Design of structures for earthquake resistance - Part 2: Bridges.
Brussels : CEN, 2005.

20. de Brito, António José Brazão. Dimensionamento de estruturas subterrâneas de betão armado
sujeitas a acções sísmicas. Lisboa : IST, 2011.

21. Vieira, Óscar Ferreira. A consideração de deformações impostas no projecto de tanques.


Lisboa : s.n., 2011.

22. Análise estática de lajes em estado fissurado, para um dimensionamento económico de


armaduras. Arruda, P.F.T., Arruda, M.R.T. e Leitão, J.F. Lisboa : Ingenium Edições, 2013, Vols. II
Série - Número 138. 0870-5968.

23. Elementos de estudo da Disciplina de Estruturas de Edifícios. Grupo de Betão – IST.

166
9 Anexos

Custos de cofragens para as soluções de laje:

Esforços nas lajes para a Combinação Fundamental de acções (ELU):

Figura 9.1: Momentos flectores m11 – painel int – Figura 9.2: Momentos flectores m11 – painel int –
Cobertura – ELU - Fundamental Armazém – ELU - Fundamental

Figura 9.3: Momentos flectores m11 – painel int – Estacionamento – ELU - Fundamental

I
Figura 9.4: Momentos flectores m11 – painel ext – Figura 9.5: Momentos flectores m11 – painel ext –
Cobertura – ELU - Fundamental Armazém – ELU - Fundamental

Figura 9.6: Momentos flectores m11 – painel ext – Estacionamento – ELU - Fundamental

II
Esforços nas lajes para a Combinação Quase-permanente de acções (ELS):

Figura 9.7: Momentos flectores m11 – painel int – Figura 9.8: Momentos flectores m11 – painel int –
Cobertura – ELS - CQP Armazém – ELS - CQP

Figura 9.9: Momentos flectores m11 – painel int – Estacionamento – ELS - CQP

III
Figura 9.10: Momentos flectores m11 – painel ext – Figura 9.11: Momentos flectores m11 – painel ext –
Cobertura – ELS - CQP Armazém – ELS - CQP

Figura 9.12: Momentos flectores m11 – painel ext – Estacionamento – ELS - CQP

IV
10Peças Desenhadas

Índice de peças desenhadas de Estabilidade

EST-01 – Desenho de Dimensionamento: Planta de fundações / Piso -2

EST-02 – Desenho de Dimensionamento: Planta do Piso -1

EST-03 – Desenho de Dimensionamento: Planta do Piso 0

EST-04 – Desenho de Dimensionamento: Planta do Piso +1

EST-05 – Desenho de Dimensionamento: Planta do Piso +2

EST-06 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Piso -1

EST-07 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Piso 0

EST-08 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Piso +1

EST-09 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Piso +2

EST-10 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Pormenores e Cortes - I

EST-11 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Pormenores e Cortes - II

EST-12 – Desenho de Pormenorização de Armaduras: Pormenores e Cortes - III


V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

MC
H1
S7

8,1
L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2

L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 P5 L2
H2
P6 P3 P3 P3 P3 PA1 P3 P3 P3 P3 S8 P6
S4 S4 S4 S4 S1 S4 S4 S4 S4

8,1
L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2

L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 P5 L2
H3
P3 P2 P2 P2 P2 PA1 P2 P2 P2 P2 S8 P3
S1
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

8,1
MC S7 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 MC

L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 P5 L2
H4
P3 P2 P2 P2 P2 PA1 P2 P2 P2 P2 S8 P3
S1
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

8,1
L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2

L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 P5 L2
H5
P3 P2 P2 P2 P2 PA1 P2 P2 P2 P2 S8 P3
S1
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

8,1
V10 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2
1,88V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9
8,
56

DA3 MC MC L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2
9

H6
0
6,

P6 P3 P3 P3 P6 P4 P2 P2 P2 P2 PA1 P2 P2 P2 P2 P3
S7
S1
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

L2

8,1
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L2 L1 L1 S7
4

DA2
3
8,

L2 P4
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1
DA1 H7
S7 L2 P2 P2 P2 P2 P3 P2 P2 P2 P2 P2
18

S3 S3 S3 S3 P.T.e = 0,20 m
4,

S4 S2 S2 S2 S2 S2
33

C.L. 31,000
1,
0,

P2
3

L2 L2

8,1
3

L2 L2 L2 L2 L2 L2 PA2 PA1 L2 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 L2 PA1 PA1 PA2
5

L2 S3
3,

L2
L2

L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1
H8
61

L2 P2 P2 P2 P2 P2 P3 P2 P2 P2 P4 P2 P2
8,

S3 S3 S3 S3
73m

S1 S1 S1 S1 S1 S1 S1 S1 S1
S3 S4 S2 S2 S2 S2 S2
P2
2,49

8,1
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2
R=1

L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1 L1
L2 S3 L2

L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L1 P4 L1 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2
H9
MC P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 PA1 P2 P2 P2 P2 P3
8,16
S3 S3 S3 S3 S1
DB1 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 Simbologia:
16,1
L.M. e = 0,19 m

8,1
L2 L2 L2 L2 PA2 L2 L2 L2 PA2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m
C.L. 46,900 Cota de Limpo
L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L1 P4 L1 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2
DB2 H10
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3 Materiais:
PA1
S3 S3 S3 S3 S1 S1 S1
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

MC

8,1
S7 L2 L2 L2 L2 L1 L2 L2 L2 L1 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.
0,3
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)
1,07

Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35


L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 P4 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H11 Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
P2 P2 P2 P2 P6 P3 P3 P3 P6 P2 P2 P2 P2 PA1 P2 P2 P2 P2 P3 Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
S3 S3 S3 S3 S4 S4 S4 S4 S1 C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
S5 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 Muro de
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

8,1
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 S7

L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 PA2 L1 L2 L2 L2 L2 Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com


H12 continuidade
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P4 P6 P3 P3 P3 P3 P2 P2 P2 P2 P3
S3 S3 S3 S3 S3 S3 S3 S3 S4 S4 S4 S4 S1
S5 S2 S2 S2 S2

8,1
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L1 L1 L2 L2 L2 L2 Pilares/Paredes que terminam neste piso
MC
4,53
1,41

P4 P4
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
H13
P2 P2 L2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P6 P3 P3 P3 P3 P6 Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30
S3 S3 S3 S3 S3 S3 S3 S3 L2 S3 S3 L2 S3 S3 L2 S3

3,9
S6 L2 L2 S4 S4 S4 S4 S4
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00
m

1,4
L2 P5 P5 P5
R=34,400

L2 L2

8,1
H13A L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 P5 P5 L2 L2 L2 L2 L2 L2
S8 S8 P2 P2 S8 S8 S8 P2
m

H13B S3
98

L2 L2 L2

0,33
,3

L2

2,8
18

S6
R=

L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 P2 L2 P2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
H14
P2
H14A L2

1,42
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2
L2 L2
H14B L2 S3 S3 S3 S3 S3 S3 P2 S7 L2 S3 S3 S3 S3 S3 S3
L2 MC
MC 5,95
L2 L2

8,1
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
23

1,9
L2
,5

S7
26,47 P5

3,36
S8
MC L2 L2 L2 L2
S7 L2 L2
52,7863m

S1 - 12,00 x 4,00 (h=1,00) S5 - 4,00 x 4,00 (h=0,80)


H15
81,9513m

40,22 P2 P2 P2 P2 P2
R=88,0757m
m

S2 - 4,00 x 4,00 (h=1,00) S6 - 3,00 x 2,70 (h=0,80)


R=58,6641

L2 S3 S3 S3 S3
3,7 12, P5

5,85
3,8862m 7 8 S8 S3 - 2,80 x 2,80 (h=0,80) S7 - 2,10 (h=1,00)
L2 L2 L2 L2
12,07
S4 - 4,00 x 3,00 (h=0,80) S8 - 1,00 x 1,00 x (h=0,50)
P5 S7

73,6330m
H16 Nota

26m
12 MC
,76

3,3
24,2051m

0,02

9
2,2
R=8
H16A
3,7 0,7
0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

Mestrado Integrado em Engenharia Civil Desenho de Dimensionamento:


PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM PLANTA DE

Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-01
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

4,1

H1

V2 V2

8,1
H2 P5
P6 P3 P3 P3 P3 PA1 P3 P3 P3 P3 P6

8,1
V2 V2

P3 V2
H3 P5
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
PA1

V2

8,1
V2 V2

H4 P3 P5
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
PA1

8,1
V2 V2 V2

2,8
H5 P3 P5
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
Junta PA1
Estrutural
V2
2,8 V2 V2

8,1
V10 V2 V2
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9
V2

DA3
H6
P4 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
P6 P3 P3 P3 P6 PA1

8,1
V1 V1
34

DA2
8,

DA1 H7 P4
P2 P2 P2 P2 P3 P2 P2 P2 P2 P2
18
4,

L.M. e = 0,19 m
P2 L.M. e = 0,19 m V1 V1 C.L. 34,500

8,1
PA2 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA2
C.L. 34,500

V2 P2
H8 P4
P2 P2 P2 P2 P3 P2 P2 P2 P2
P2 ESP. e = 0,40 m ESP. e = 0,40 m

P2

8,1
V1 V1

V2

H9 P4
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
PA1

DB1
V1 V1

8,1
8,

PA2 PA2
56

DB2 H10 P4
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
PA1

V1 V1

8,1
H11 P4
P2 P2 P2 P2 P6 P3 P3 P3 P6 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3
PA1

V1 V1 Simbologia:

8,1
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m
PA2
H12 P4 C.L. 46,900 Cota de Limpo
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3 P3 P3 P3 P2 P2 P2 P2 P3
P6
Materiais:

8,1
V1 V1

Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.


resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)
H13 P4 P4 Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P6 P3 P3 P3 P3 P6 Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

3,9
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
V1 V1

1,4
P5 V2 P5 P5 V2 P5 V2 P5 C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
V2

8,1
H13A V2 V2 Muro de
V2 C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
P2
H13B V2 P2 P2
V2

0,33
2,8
V2
H14
H14A V2 Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com

1,42
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 V2 P2 V2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2
V2 continuidade
H14B
P2 V2

8,1
V2
Pilares/Paredes que terminam neste piso

P2
H15 V2 V2
P2 P2 P2 P2 Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
V2
Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

5,85
V2 Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00

H16

3,3
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

Mestrado Integrado em Engenharia Civil Desenho de Dimensionamento:


PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM PLANTA DO
PISO -1
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-02
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

H1
V1

8,1
H2
P6 P3 P3 P3 P3 PA1 P3 P3 P3 P3 P6

8,1
P3
H3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
H4 P3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
3,4
H5 P3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
Junta PA1
Estrutural
3,4

8,1
V10
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
H6
P4 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
P6 P3 P3 P3 P6 PA1

8,1
V1 V1
34

DA2
8,

DA1 H7 P4
P2 P2 P2 P2 P3 P1 P1 P1 P1 P1
81
4,

L.M. e = 0,22 m
P2 L.M. e = 0,22 m V1 V1 C.L. 37,900

8,1
PA2 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA2
C.L. 37,900

P1
H8 P4
P2 P2 P2 P2 P3 P1 P1 P1 P1
P2 ESP. e = 0,40 m ESP. e = 0,40 m

P2

8,1
V1 V1

H9 P4
P2 P2 P2 P2 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

DB1
V1 V1

8,1
8,

PA2 PA2
56

DB2 H10 P4
P2 P2 P2 P2 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

V1 V1

8,1
H11 P4
P2 P2 P2 P2 P6 P3 P3 P3 P6 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

V1 V1 Simbologia:

8,1
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m
PA2
H12 P4 C.L. 46,900 Cota de Limpo
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P3 P3 P3 P3 P1 P1 P1 P1 P3
P6
Materiais:

8,1
V1 V1

Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.


resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)
H13 P4 P4 Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P6 P3 P3 P3 P3 P6 Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

3,9
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
V1 V1 25 40

1,4
C25/30 XC4 S3 Cl 0,4

8,1
H13A V2 V2 Muro de
V2 C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
P2
H13B P2 P2

0,33
2,8
V1 V1
H14
H14A P2 V2 P2 Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com

1,42
P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2 P2
continuidade
H14B
P2

8,1
Pilares/Paredes que terminam neste piso
P5
P2
H15 V2 V2
P2 P2 P2 P2 Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
V2
P5 Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

5,85
V2 Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00
P5
H16

3,3
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

Mestrado Integrado em Engenharia Civil Desenho de Dimensionamento:


PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM PLANTA DO
PISO 0
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-03
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

H1

8,1
H2
P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 PA1V1 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6

8,1
V1 V1

P3
H3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
V1 V1

H4 P3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
V1 V1

3,4
H5 P3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
Junta PA1
Estrutural
3,4

8,1
V10 V1 V1
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
H6
P4 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6 PA1

8,1
V1 V1 V1 V1
DA2

DA1 H7 P4
P3 P1 P1 P1 P1 P1

L.M. e = 0,22 m
L.M. e = 0,22 m V1 V1 C.L. 42,700 V1

8,1
V1 PA2 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA2
C.L. 42,700

P1
H8 P4
P3 P1 P1 P1 P1
ESP. e = 0,40 m ESP. e = 0,40 m

8,1
V1 V1 V1 V1

H9 P4
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

DB1
V1 V1 V1
V1

8,1
PA2 PA2

DB2 H10 P4
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

V1 V1

8,1
V1 V1

P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6
H11 P4
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
V1 V1

P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 PA2 V1
H12 Simbologia:
P1 P1 P1 P1 P3
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m

8,1
V1 V1
C.L. 46,900 Cota de Limpo

Materiais:
P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6
H13

3,9
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.

1,4
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)

8,1
H13A
Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
H13B Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

0,33
2,8
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14
H14A Muro de

1,42
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14B

8,1
Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com
continuidade

H15

Pilares/Paredes que terminam neste piso

5,85
Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
H16
Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

3,3
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

Mestrado Integrado em Engenharia Civil Desenho de Dimensionamento:


PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM PLANTA DO
PISO +1
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-04
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

H1

8,1
H2
P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 PA1V1 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6

8,1
V1 V1

P3
H3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
V1 V1

H4 P3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
V1 V1

2,8
H5 P3
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

2,8

8,1
V10 V1 V1
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
H6
P4 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6 PA1

8,1
V1 V1
DA2

DA1 H7 P4
P3 P1 P1 P1 P1 P1

3,5 L.M. e = 0,19 m


C.L. 46,900 V1

8,1
V1 PA2 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA1 PA2

P1
H8 P4
P3 P1 P1 P1 P1
ESP. e = 0,40 m

8,1
V1 V1

P4
H9
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

DB1
V1
V1

8,1
PA2 PA2

DB2 H10
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
P4 PA1

8,1
V1 V1

P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6
H11 P4
P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P1 P3
PA1

8,1
V1 V1

P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 PA2
H12 Simbologia:
P1 P1 P1 P1 P3
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m

8,1
V1 V1
C.L. 46,900 Cota de Limpo

Materiais:
P6 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P3 V1 P6
H13

3,9
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.

1,4
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)

8,1
H13A
Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
H13B Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

0,33
2,8
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14
H14A Muro de

1,42
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14B

8,1
Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com
continuidade

H15

Pilares/Paredes que terminam neste piso

5,85
Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
H16
Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

3,3
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

Mestrado Integrado em Engenharia Civil Desenho de Dimensionamento:


PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM PLANTA DO
PISO +2
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-05
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

4,1

H1

(12,0)
Armadura tipo na

8,1
face inferior da laje

(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H2

(4,0)

8,1
(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H3

(4,0)
(12,0)

8,1
(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H4

Armadura tipo na face inferior


(4,0) dos espessamentos interiores

8,1
(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H5

(4,0)
Armadura tipo na face inferior

8,1
V10
dos espessamentos exteriores
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H6

(4,0)

8,1
34

DA2
8,

(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
DA1 H7
18
4,

(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)


(4,0)

8,1
(12,0) (12,0) (12,0) (12,0) (12,0) (12,0) (12,0) (12,0)

(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H8
(4,0)

(12,0)

8,1
(12,0)

(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H9

(4,0) (4,0)
DB1

8,1
8,
56

(12,0) (12,0)

(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
DB2 H10

(4,0)

8,1
PORMENOR A PORMENOR D

(4,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H11

(4,0)
Simbologia:

8,1
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
(4,0) P.T. e = 0,20 m
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H12 C.L. 46,900 Cota de Limpo

Materiais:
(4,0)

8,1
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H13 Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

3,9
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

1,4
(4,0) C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

8,1
H13A Muro de
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H13B

0,33
2,8
(12,0)
(4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0) (4,0)
H14
H14A Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com

1,42
continuidade
H14B
(4,0)

8,1
Pilares/Paredes que terminam neste piso

(4,0) (4,0) (4,0) (4,0)


H15
Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60

Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

5,85
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00

H16

3,3
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

NOTA:
OS PORMENORES E CORTES ENCONTRAM-SE
APRESENTADOS NO DESENHO EST-13

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Armaduras:
PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PISO -1
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-06
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

H1

8,1
Armadura tipo na
face inferior da laje

H2

8,1
H3

8,1
H4

Armadura tipo na face inferior


dos espessamentos interiores

8,1
H5

Armadura tipo na face inferior

8,1
V10
dos espessamentos exteriores
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
H6

8,1
34

DA2
8,

DA1 H7
18
4,

8,1
H8

8,1
H9

DB1

8,1
8,
56

PORMENOR B

DB2 H10

8,1
H11

Simbologia:

8,1
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m
H12 C.L. 46,900 Cota de Limpo

Materiais:

8,1
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)
H13 Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

3,9
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
25 40

1,4
C25/30 XC4 S3 Cl 0,4

8,1
H13A Muro de
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H13B

0,33
2,8
H14
H14A Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com

1,42
continuidade
H14B

(4,0)

8,1
Pilares/Paredes que terminam neste piso

H15
Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60

Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

5,85
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00

H16

3,3
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

NOTA:
OS PORMENORES E CORTES ENCONTRAM-SE
APRESENTADOS NO DESENHO EST-13

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Armaduras:
PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PISO 0
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-07
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

H1

8,1
H2

Armadura tipo na

8,1
face inferior da laje

H3

8,1
H4

Armadura tipo na face inferior


dos espessamentos interiores

8,1
H5

Armadura tipo na face inferior

8,1
V10
dos espessamentos exteriores
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
H6

8,1
DA2

DA1 H7

8,1
H8

8,1
H9

DB1

8,1
PORMENOR B

DB2 H10

8,1
PORMENOR E

H11

8,1
H12 Simbologia:
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m

8,1
C.L. 46,900 Cota de Limpo

Materiais:

H13

3,9
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.

1,4
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)

8,1
H13A
Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
H13B Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

0,33
2,8
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14
H14A Muro de

1,42
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14B

8,1
Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com
continuidade

H15

Pilares/Paredes que terminam neste piso

5,85
Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
H16
Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

3,3
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Armaduras:
PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PISO +1
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-08
V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 V18 V19 V20 V21 V21A V22

V20A

H1

8,1
H2

Armadura tipo na

8,1
face inferior da laje

H3

8,1
H4

Armadura tipo na face inferior


dos espessamentos interiores

8,1
H5

Armadura tipo na face inferior

8,1
V10
dos espessamentos exteriores
V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9

DA3
H6

8,1
DA2

DA1 H7

8,1
H8

8,1
2

1 1
H9

DB1
2

8,1
PORMENOR C

DB2 H10

Armadura tipo na face inferior

8,1
dos espessamentos na zona PORMENOR F
da junta estrutural

H11

8,1
H12 Simbologia:
L.M. e = 0,19 m
ESP. e = 0,40 m Espessamento / espessura do espessamento
P.T. e = 0,20 m

8,1
C.L. 46,900 Cota de Limpo

Materiais:

H13

3,9
Elto Cl. de Cl. de Cl. de D Cl. de teor Recob.

1,4
resist. exp. abaix. (mm) de cloretos nom. (mm)

8,1
H13A
Lajes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 35
H13B Vigas C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
Pilares C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40

0,33
2,8
Paredes C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14
H14A Muro de

1,42
C25/30 XC4 S3 25 Cl 0,4 40
H14B

8,1
Pilares/Paredes que nascem neste piso ou com
continuidade

H15

Pilares/Paredes que terminam neste piso

5,85
Pilares P1 - 0,50 x 0,50 Pilares P4 - 0,65 x 1,60
H16
Pilares P2 - 0,65 x 0,65 Pilares P5 - 0,30 x 0,30

3,3
Pilares P3 - 0,65 x 1,60 Pilares P6 - 0,65 x 1,00
H16A

0,7
0,32
5,5 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1 8,1

NOTA:
OS PORMENORES E CORTES ENCONTRAM-SE
APRESENTADOS NO DESENHO EST-13

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Armaduras:
PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PISO +2
Elaborado por :
Escala : 1/400
2013-2014 EST-09
SAPATA TIPO
Corte Transversal Piso -2
(Esc. 1/40) (Esc. 1/40)
CORTE TRANSVERSAL VISTA EM PLANTA

25
estribos 12//0,15
12//0,10

10

0,80
Lintel de

25

0,20
0,40
0,20

Lintel de
Enrocamento
Pavimento
0,80

Terreno bem compactado


Corte Transversal
(Esc. 1/40)

25
estribos

B
12//0,10

10
A sup,B A sup,A

0,80
Alat
H

25
Ainf,A A inf,B
0,40
Sapata
Sapata
A (xB)
A
Corte Longitudinal
Parede
(Esc. 1/40)

Pilar

QUADRO DE SAPATAS

Armaduras Inferiores Armaduras Superiores Arm. Lateral


Sapata
A (m) B (m) H (m) A inf,A A inf,B Asup,A A sup,B A lat
S1 12.00 4.00 1.00
S2 4.00 4.00 1.00 Sapata do pilar Sapata da parede

S3 2.80 2.80 0.80


S4 4.00 3.00 0.80
S5 4.00 4.00 0.80
S6 3.00 2.70 0.80
S7 2.10 - 1.00 Corte Longitudinal
(Esc. 1/40) Pilar
S8 1.00 1.00 0.50
Pilar
NOTAS:

Sapata do pilar Sapata do pilar

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Armaduras:
PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PORMENORES E
Elaborado por :
CORTES - I
Escala : 1/40
2013-2014 EST-10
QUADRO DE PILARES
(Esc. 1/40)

Elto
P1 P2 P2B P3 P3B P4 P5 P6 PA1 PA2
Piso

1
0,65 0,65

Piso +2 5 20 5 20
3 20 3 20
-
cintas 3 20 cintas 3 20

0,65

0,65
Piso +1
8//0,10 8//0,10
cintas 5 20 5 20
8//0,10 cintas & cintas & 1
20
20

ganchos ganchos
0,50

1,70

1,70
10//0,15 10//0,15

25

25
25

25
8//0,10 8//0,10
cintas cintas

1,05

1,05
6
cintas & cintas &
ganchos 16//0,10 ganchos 16//0,10
0,50

16
8//0,10 + 8//0,10 8//0,10 + 8//0,10

1,00
20

20

20
Piso +1

1,60

1,60

1,60
- cintas cintas
Piso 0 8//0,10 8//0,10

25
0,65

1,70
1,70
25
cintas cintas

25
25
cintas 8//0,10 8//0,10

6
10//0,10
0,65 20 0,65 cintas cintas
0,65
Piso 0 16//0,10 16//0,10
-
Piso -1
20 cintas cintas e ganchos cintas cintas e ganchos cintas cintas e ganchos
cintas 10//0,10 8//0,10 10//0,10 8//0,10 10//0,10 8//0,10 cintas &
cintas 10//0,10 ganchos
cintas
8//0,15 25 8//0,10
8//0,30

6
0,65

0,65

0,30
25 20
25
0,30
20
0,65 0,65
Piso -1
-
Piso -2
0,45 0,45

Notas:

Corte Longitudinal Corte Transversal - Apoio


(Esc. 1/40) (Esc. 1/40) (Esc. 1/40)
2,00 2,00

1,00 1,00

1,00

0,65 0,65

Corte Longitudinal Corte Transversal - Apoio


(Esc. 1/40) (Esc. 1/40) (Esc. 1/40)

2,00 2,00

0,80 0,80

0,40 0,40

0,80

1,60 1,60
Mestrado Integrado em Engenharia Civil
Armaduras:
PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PORMENORES E
Elaborado por :
CORTES - II
Escala : 1/40
2013-2014 EST-11
Vista em planta - Piso de Estacionamento (Piso -1) Vista em planta - Piso de Cobertura (Piso +2)
(Esc. 1/40) (Esc. 1/40) (Esc. 1/40)

3 est.
3 est. 3 est.
8//0,14
3 est. 10//0,14 8//0,14
3 est. 3 est.
8//0,14
//0,14 8//0,14

0,20 0,20 0,20 0,20


0,20 0,20
3 est. 3 est. 3 est. 3 est. 3 est. 3 est.
8//0,14 8//0,14 10//0,14 //0,14 8//0,14 8//0,14

3 est. 3 est. 3 est. 3 est. 3 est. 3 est.


8//0,14 8//0,14 10//0,14 10//0,14 8//0,14 8//0,14
0,20 0,20 0,20 0,20 0,20
0,20

3 est. 3 est.
3 est. 8//0,14
3 est. 10//0,14 3 est.
3 est. 8//0,14
10//0,14 8//0,14
8//0,14

Corte transversal - Piso de Estacionamento (Piso -1) Corte transversal - Piso de Cobertura (Piso +2)
(Esc. 1/40) (Esc. 1/40) (Esc. 1/40)

3,40
2,80
2,80

0,20 0,20 0,20


Armadura Geral: Armadura Geral: Armadura Geral: Armadura Geral: Armadura Geral: Armadura Geral:
# 16//0,20 # 20//0,20 (4.0) # 16//0,20 # 20//0,30 # 25//0,15 (4.0) # 20//0,30 # 20//0,30 # 25//0,15 (4.0) # 20//0,30

0,19
0,22
0,19

0,40

0,40
0,40
# 12//0,20 # 12//0,20 # 16//0,20 # 16//0,20 # 16//0,20 # 16//0,20

8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14


# 12//0,20 # 20//0,20 # 20//0,20

Corte longitudinal - Piso de Estacionamento (Piso -1) Corte longitudinal - Piso de Cobertura (Piso +2)
(Esc. 1/40) (Esc. 1/40) (Esc. 1/40)
Muro de
Viga de Viga de
bordadura bordadura

16//0,20 16//0,20 Armadura Geral: Armadura Geral:


0,20 # 20//0,30 0,20 # 20//0,30
20//0,20 Armadura Geral: Armadura Geral:
0,20 # 20//0,20 (4.0) (12.0) # 20//0,30 # 25//0,15 (4.0) # 20//0,30 # 25//0,15 (4.0)

8//0,15 8//0,15 8//0,15

# 12//0,20
# 16//0,20
# 16//0,20
8//0,14 8//0,14 12//0,20+ 8//0,14 8//0,14 8//0,14 8//0,14
12//0,20 20//0,20 # 20//0,20 20//0,20 16//0,20+ 12//0,20

CORTE 1 - PORMENOR TIPO DE PROLONGAMENTO DAS CINTAS DOS ELEMENTOS CORTE 1 - PORMENOR TIPO DE ARMADURAS NA ZONA DA JUNTA CORTE 2 - PORMENOR TIPO DE ARMADURAS NA ZONA DA JUNTA
ESTRUTURAL ESTRUTURAL
Corte Transversal - Piso de Cobertura (Piso +2) Corte Transversal - Piso de Cobertura (Piso +2) Corte Transversal - Piso de Cobertura (Piso +2)
(Esc. 1/40) (Esc. 1/40) (Esc. 1/40)
3,50
3,50
2

0,40 0,19 0,40 0,19 0,40 0,19 NOTA:


0,90 0,90 0,90 OS PORMENORES E CORTES CORRESPONDEM AOS
INDICADOS NOS DESENHOS EST-06 a EST-09

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Armaduras:
Parede PA2 Pilar P4 Parede PA2 Pilar P4 Parede PA2 PROJECTO DE ESTRUTURA DE UM
PORMENORES E
0,65 0,65 2 0,05 (junta estrutural) 1,60 Elaborado por :
CORTES - III
0,05 (junta estrutural) Escala : 1/40
0,65 0,65
2013-2014 EST-12

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