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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUÍ


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MAURICIO LIVINALI

MODELAGEM COMPUTACIONAL PARA A AVALIAÇÃO DO


COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE PÓRTICOS ESPACIAIS COM
ACOPLAMENTO DE LAJES UTILIZANDO O MÉTODO DE
ELEMENTOS FINITOS

Santa Rosa
2018
MAURICIO LIVINALI

MODELAGEM COMPUTACIONAL PARA A AVALIAÇÃO DO


COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE PÓRTICOS ESPACIAIS COM
ACOPLAMENTO DE LAJES UTILIZANDO O MÉTODO DE
ELEMENTOS FINITOS

Pesquisa apresentada à disciplina de


Trabalho de Conclusão de Curso de
graduação em Engenharia Civil da
Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,
como requisito para obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron

Santa Rosa
2018
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL – UNIJUÍ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MAURICIO LIVINALI

Pesquisa apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de graduação


em Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul – UNIJUÍ, defendido e aprovado em 18 de Dezembro de 2018, pela seguinte
banca de avaliação:

__________________________________

__________________________________

__________________________________

Santa Rosa, 18 de Dezembro de 2018.


RESUMO

LIVINALI, MAURICIO. Modelagem computacional para avaliação do


comportamento estrutural de pórticos espaciais com acoplamento de lajes
utilizando o método de elementos finitos. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso
de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul – UNIJUI, Santa Rosa, 2018.

No corrente trabalho, é proposto um sistema computacional a partir de uma


modelagem numérica no software MATLAB, fundamentada no Método dos Elementos
Finitos (MEF). O software fornece como respostas os deslocamentos, os esforços e
reações de apoio nos nós considerados. Com isso, sendo facilitadas as
implementações de hipóteses de cálculo e a possibilidade de várias simulações que
compreender-se-ão necessárias para a validação do método, buscando caracterizar
o comportamento de um pórtico espacial havendo a incidência de elementos de placa
junto a rigidez do sistema, avaliando-o a partir de seus deslocamentos e esforços
encontrados através da modelagem numérica. São apresentados os modelos
numéricos desenvolvidos para a modelagem do software, que foi responsável pela
obtenção dos resultados das estruturas analisadas, relatando suas peculiaridades.
Objetivando calibrar e validar os resultados do programa desenvolvido, foram
realizados ensaios com exemplos de estruturas já consagradas na literatura
pesquisada, a fim de monitorar, calibrar e comparar se os esforços e deslocamentos
obtidos com o software desenvolvido apresentam-se satisfatórios. De posse do
software calibrado, iniciou-se os procedimentos de análise de diferentes estruturas, a
fim de averiguar a eficiência do método utilizado e sua importância perante a análise
de estabilidade global da estrutura. Devido à alta complexidade numérica e
computacional que o modelo necessita, foram realizadas diversas condições e
hipóteses para diferentes modelos estruturais para posterior avaliação de suas
respostas. A avaliação dos resultados da modelagem mostrou-se satisfatória,
apresentando resultados expressivos para a contribuição das lajes na rigidez global
da estrutura, sendo analisadas em diferentes contribuições como 0%, 15%, 40% e
100% e em distintas espessuras como 10, 12, 15, 20 e 30cm.

Palavras-chave: Elementos Finitos, Pórticos Espaciais, Acoplamento de Lajes.


ABSTRACT

LIVINALI, MAURICIO. Computational modeling to evaluate the structural


behavior of spatial components with coupling of slabs using the finite element
method. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, Santa Rosa, 2018.

In the current work, a computational system is proposed based on a numerical


modeling in the MATLAB software, based on the Finite Element Method (FEM). The
software provides as responses to the user the displacements, efforts and support
reactions in the nodes considered. With that, implementations of calculation
hypotheses and the possibility of several simulations that will be understood as
necessary for the validation of the method are facilitated. Looking characterize the
behavior of a spatial frames with the incidence of plate elements along with the rigidity
of the system, evaluating it from their displacement and efforts found through numerical
modelling. Are presented the numerical models developed for the modeling of the
software, which was responsible for obtaining of the results of the structures analyzed,
reporting their peculiarities. Aiming calibrate and validate the results of the developed
program, were made trials with examples of structures already established in the
researched literature, in order to monitor, calibrate and compare whether the efforts
and displacements obtained with the software developed are satisfactory. Possession
of the calibrated software, the procedures for analyzing different structures in order to
ascertain the efficiency of the method used and its importance to the analysis of the
overall stability of the structure. Due to the high numerical and computational
complexity that the model requires, several conditions and hypotheses were performed
for different structural models for further evaluation of their responses. The evaluation
of the results of the modeling proved to be satisfactory, presenting expressive results
for the contribution of slabs in the overall rigidity of the structure, being analyzed in
different contributions as 0%, 15%, 40% and 100% and in different thicknesses such
as 10, 12, 15, 20 and 30cm.

Palavras-chave: Finite Element Method, Space Frames, Slabs coupling.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Discretização da malha de nós pelo MEF. ..................................... 14


Figura 2 - Graus de liberdade elemento finito de pórtico espacial. ................. 20
Figura 3 - Momento de Engastamento Perfeito. ............................................. 21
Figura 4 - Elemento isoparamétrico de 4 nós. ................................................ 22
Figura 5 - Elemento de placa da Teoria de Kirchhoff...................................... 23
Figura 6 - Deformação do plano médio da placa de Reissner-Mindlin. .......... 25
Figura 7 - Placa à flexão pela Teoria de Reissner-Mindlin. ............................ 26
Figura 8 - Distribuição de tensões na placa.................................................... 30
Figura 9 - Convenção de sentidos positivos dos esforços internos. ............... 30
Figura 10 - Viga 13: Momentos Fletores atuantes. ......................................... 32
Figura 11 - Refinamentos da malha de elementos finitos. .............................. 34
Figura 12 - Formulação do deslocamento axial do elemento. ........................ 38
Figura 13 - Sistema de numeração para o elemento de pórtico espacial. ...... 42
Figura 14 – Rotação de membro de pórtico espacial em torno do eixo Xm. .. 42
Figura 15 - Matriz de Incidência global. .......................................................... 44
Figura 16 - Acoplagem pórtico-placa. ............................................................. 45
Figura 17 - Fluxograma de trabalho da modelagem. ...................................... 48
Figura 18 - Resultados dos deslocamentos na variável a. ............................. 51
Figura 19 - Gráfico de saída de dados (Geometria). ...................................... 51
Figura 20 - Gráfico de saída de dados (Deslocamentos). .............................. 52
Figura 21 - Malha de nós da Placa. ................................................................ 53
Figura 23 - Gráfico de Deslocamentos Engastada. ........................................ 54
Figura 22 - Gráfico de Deslocamentos Apoiada. ............................................ 54
Figura 24 - Pórtico espacial com laje acoplada. ............................................. 55
Figura 25 - Exemplo de modelagem no SAP2000. ......................................... 55
Figura 26 - Carregamento Distribuído. ........................................................... 57
Figura 27 - Carregamento Concentrado. ........................................................ 57
Figura 28 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Concentrado ................. 57
Figura 29 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Concentrado. ................ 58
Figura 30 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Distribuído. ................... 59
Figura 31 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Distribuído. ................... 59
Figura 32 - Gráfico de correlação dos resultados. .......................................... 61
Figura 33 - Pórtico Espacial Assimétrico acoplado de Laje. ........................... 62
Figura 34 - Resultado da leitura do Pórtico espacial assimétrico. .................. 63
Figura 35 - Modelo estrutural deslocado. ....................................................... 63
Figura 36 – Carregamento unitário no Modelo 3. ........................................... 64
Figura 37 - Carregamento aplicado do Pórtico Assimétrico. ........................... 65
Figura 38 - Gráfico de deslocamentos em AA'. .............................................. 66
Figura 39 - Gráfico de deslocamentos em BB'. .............................................. 66
Figura 40 - Gráfico de deslocamentos em CC'. .............................................. 67
Figura 41 - Gráfico de deslocamentos em DD'. .............................................. 67
Figura 43 - Pórtico assimétrico avaliado no SAP2000. ................................... 68
Figura 42 - Carregamento sobre lajes 30cm. ................................................. 68
Figura 44 – Gráfico de deslocamentos laje 30cm em AA'. ............................. 69
Figura 45 - Gráfico de correlação dos resultados. .......................................... 70
Figura 46 - Pórtico acoplado........................................................................... 71
Figura 47 - Deslocamentos verticais - Laje de 10cm. ..................................... 72
Figura 48 - Deslocamentos AA' - Laje de 10cm.............................................. 73
Figura 49 - Deslocamentos BB' - Laje de 10cm.............................................. 74
Figura 50 - Deslocamentos CC' - Laje de 10cm. ............................................ 74
Figura 51 - Deslocamentos DD' - Laje de 10cm. ............................................ 74
Figura 52 - Variação dos diagramas de Momento. ......................................... 75
Figura 53 - Deslocamentos AA' - Laje de 12cm.............................................. 77
Figura 54 - Deslocamentos BB' - Laje de 12cm.............................................. 77
Figura 55 - Deslocamentos CC' - Laje de 12cm. ............................................ 77
Figura 56 - Deslocamentos DD' - Laje de 12cm. ............................................ 78
Figura 57 - Deslocamentos AA' - Laje de 15cm.............................................. 79
Figura 58 - Deslocamentos BB' - Laje de 15cm.............................................. 80
Figura 59 - Deslocamentos CC' - Laje de 15cm. ............................................ 80
Figura 60 - Deslocamentos DD' - Laje de 15cm. ............................................ 80
Figura 61 - Deslocamentos Verticais - Laje de 20cm. .................................... 81
Figura 62 - Deslocamentos AA' - Laje de 20cm.............................................. 82
Figura 63 - Deslocamentos BB' - Laje de 20cm.............................................. 83
Figura 64 - Deslocamentos CC' - Laje de 20cm. ............................................ 83
Figura 65 - Deslocamentos DD' - Laje de 20cm. ............................................ 83
Figura 66 - Deslocamentos AA' - Laje de 30cm.............................................. 85
Figura 67 - Deslocamentos BB' - Laje de 30cm.............................................. 85
Figura 68 - Deslocamentos CC' - Laje de 30cm. ............................................ 85
Figura 69 - Deslocamentos DD' - Laje de 30cm. ............................................ 86
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Deslocamentos Máximos da Placa. .............................................. 54


Tabela 2 - Resultados do modelo 2. ............................................................... 56
Tabela 3 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Concentrado. ................. 57
Tabela 4 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Concentrado. ................. 58
Tabela 5 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Distribuído. .................... 58
Tabela 6 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Distribuído. .................... 59
Tabela 7 - Deslocamentos Carregamento Concentrado................................. 60
Tabela 8 - Deslocamentos Carregamento Distribuído. ................................... 61
Tabela 9 - Deslocamentos do Pórtico Espacial Assimétrico. .......................... 64
Tabela 10 - Deslocamentos em AA' e BB'. ..................................................... 65
Tabela 11 - Deslocamentos em CC'. .............................................................. 66
Tabela 12 - Deslocamentos em DD'. .............................................................. 67
Tabela 13 - Deslocamentos Laje 30cm em AA'. ............................................. 69
Tabela 14 - Deslocamentos Verticais - Laje de 10cm..................................... 73
Tabela 15 - Deslocamentos Verticais - Laje de 12cm..................................... 76
Tabela 16 - Deslocamentos Verticais - Laje de 15cm..................................... 79
Tabela 17 - Deslocamentos Verticais - Laje de 20cm..................................... 82
Tabela 18 - Deslocamentos Verticais - Laje de 30cm..................................... 84
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES

1.ABREVIATURAS
ADG Analogia das Grelhas
MEF Método dos Elementos Finitos
PMEP Princípio da Mínima Energia Potencial

2.MATRIZES E VETORES
𝑎𝑒 Matriz dos graus de liberdade
𝐵𝑏 Matriz de deformação por flexão
𝐵𝑠 Matriz de deformação por cisalhamento
𝐷𝑁𝑐 Matriz das derivadas cartesianas
𝐷𝑁𝑥 Matriz das derivadas paramétricas
𝐷𝑏 Matriz de elasticidade de flexão
𝐷𝑠 Matriz de elasticidade de cisalhamento
ξeη Coordenadas paramétricas referentes a x e y
𝜀𝑏 Matriz de deformação por flexão
𝜀𝑠 Matriz de deformação por cisalhamento
𝜀̂ Deformações isoparamétricas
∑ Vetor das tensões resultantes
𝐹𝑖 Vetor de forças nodais
𝐹𝐺𝑒 Vetor de forças nodais do elemento compatibilizado
𝐹 𝐹𝑃 Vetor de carga elemento acoplado
𝐾𝑏 Matriz de rigidez de flexão
Kk Vetor das hipóteses de Kirchhoff
𝐾𝐺𝑒 Matriz de rigidez do elemento compatibilizado
𝐾𝐺 Matriz de rigidez global
𝐾 𝐹𝑃 matriz de rigidez elemento acoplado
𝐾𝑇 Matriz de rigidez local de elemento de placa
𝑘̂𝑦,𝑧 Curvaturas isoparamétricas
J Matriz Jacobiana
𝑁𝑖 Função de interpolação isoparamétrica
𝜎𝑏 Matriz de tensões normais
𝜎𝑠 Matriz de tensões cisalhantes
𝑅𝑒 Matriz de rotação do elemento
𝑅𝑖 Submatriz dos cossenos diretores
𝑈 𝐹𝑃 Vetor de deslocamentos elemento acoplado
Π(d) Energia Potencial Total
U(d) Energia de deformação da estrutura
Wp(d) Trabalho potencial das forças externas

3.SIMBOLOS
𝛼 Coeficiente de distorção transversal
Βx, Βy Deformações angulares
C0, 1 Aproximação de continuidade
εx, εy, εz Deformações longitudinais
E Modulo de Young
G Modulo de elasticidade transversal
𝛾𝑥𝑦 , 𝛾𝑥𝑧 Deformações transversais
𝐿𝑒 Comprimento do elemento
𝑀𝑥 𝑦 𝑧 , Momentos fletor
𝜎𝑥 𝑦 𝑧 Tensão normal
θx, θy, θz Rotações em relação aos eixos x,y,z
𝜑̂ Rotações isoparamétricas
u Deslocamentos nodais
𝑢̂ Deslocamentos nodais isoparamétricos
𝜗 Coeficiente de Poisson
𝑣̂, 𝑤
̂ Deflexões isoparamétricas
w Deslocamentos verticais
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 13
1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA E MOTIVAÇÃO....................... 13
1.1.1 Objetivos gerais e específicos ...................................................... 15
1.2 DELIMITAÇÃO ................................................................................. 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 17
2.1 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE CÁLCULO ............................. 17
2.1.1 Método de Rayleigh-Ritz ............................................................... 17
2.1.2 Método de Galerkin ........................................................................ 18
2.1.3 Método dos Elementos Finitos (MEF) .......................................... 19
2.1.4 Elementos Isoparamétricos .......................................................... 21
2.1.5 Placas à flexão ............................................................................... 22
2.1.6 Princípio da Mínima Energia Potencial (PMEP) ........................... 27
2.1.7 Formulação de Placas pela Teoria de Reissner-Mindlin ............ 29
2.2 PESQUISAS NO CAMPO DO MEF E INFLUÊNCIA DE LAJES ..... 32
3 MÉTODO DE IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA .............................. 36
3.1 MEF APLICADO À PLACA DE REISSNER-MINDLIN ..................... 36
3.1.1 Aplicação para Elementos Isoparamétricos ................................ 37
3.1.2 Integração Numérica...................................................................... 37
3.2 FORMULAÇÃO DO MEF PARA PÓRTICOS ESPACIAIS............... 38
3.2.1 Matriz de Rotação .......................................................................... 41
3.2.2 Matriz de Rigidez Global ................................................................ 43
3.3 ACOPLAGEM PÓRTICO ESPACIAL - PLACA ................................ 44
3.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO ....................................................... 46
4 MODELAGEM COMPUTACIONAL................................................. 47
4.1 FLUXOGRAMA ................................................................................ 47
4.2 ENTRADA DE DADOS .................................................................... 47
4.3 MANIPULAÇÃO DOS DADOS ........................................................ 49
4.3.1 Acoplagem Pórtico-Placa .............................................................. 50
4.4 SAÍDA DE DADOS........................................................................... 50
4.5 CALIBRAÇÃO .................................................................................. 52
4.5.1 Modelo 1 – Placa com variação de espessura ............................ 53
4.5.2 Modelo 2 – Pórtico Espacial acoplado de Laje ............................ 55
4.5.3 Modelo 3 – Pórtico Espacial assimétrico acoplado de Laje ....... 62
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................... 71
5.1 PÓRTICO ASSIMÉTRICO ............................................................... 71
5.1.1 Laje com espessura de 10cm ....................................................... 72
5.1.2 Laje com espessura de 12cm ....................................................... 76
5.1.3 Laje com espessura de 15cm ....................................................... 78
5.1.4 Laje com espessura de 20cm ....................................................... 81
5.1.5 Laje com espessura de 30cm ....................................................... 84
6 CONCLUSÕES ................................................................................ 87
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 88
13

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA E MOTIVAÇÃO

No desenvolvimento de um projeto estrutural, muitos fatores devem ser levados


em consideração pelo engenheiro de forma a prever o comportamento de uma
estrutura frente as diversas ações que lhes são impostas. A obtenção e o
conhecimento desses fatores são os atuais desafios da engenharia estrutural para o
conhecimento do real comportamento e da capacidade resistente de um elemento
estrutural (OLIVEIRA, 2009). Cabe ao profissional fazer valer de seu conhecimento
técnico para a escolha da ferramenta ideal para cada situação, pois será de pouca
valia um minucioso detalhamento do projeto estrutural se os esforços considerados
não forem os corretos, afetando direta e significativamente o custo da estrutura, uma
vez que é pela magnitude dos esforços que os elementos estruturais são
dimensionados (FISH; BELYTSCHKO, 2009).
Ao projetar, a análise estrutural consiste na verificação do comportamento da
estrutura em relação as ações que nela estão agindo, através da determinação dos
esforços e deslocamentos nos elementos. Os métodos convencionais determinam os
esforços apenas nos principais elementos estruturais, e caso satisfeitas as condições
pré-estabelecidas, avalia-se os deslocamentos para garantir uma estrutura resistente
que não apresente deslocamentos excessivos (LEET; UANG; GILBERT, 2010).
Embora entenda-se que a maior parte de uma carga aplicada em um ponto específico
de uma estrutura tridimensional é transmitida por intermédio de elementos principais
diretamente para a fundação, todos os elementos adjacentes da estrutura também
são solicitados, gerando seus próprios deslocamentos e esforços.
Para uma análise aprofundada, onde pretende-se obter dados dos inúmeros
pontos em uma estrutura complexa, torna-se necessário a utilização de métodos que
manipulem todo esse volume de informações a serem gerados (KASSIMALI, 2015). A
busca por um método numérico que gere e manipule resultados cada vez mais
compatíveis com o comportamento real de um edifício possibilitou o desenvolvimento
e aperfeiçoamento de métodos numéricos e computacionais cada vez mais eficientes
(LIMA, 2017).
Um deles é o Método dos Elementos Finitos (MEF), que consiste em
transformar o elemento estrutural sólido em uma associação de elementos finitos
14

(Figura 1), ligados entre si através de pontos nodais, onde se supõem que são
concentradas todas as forças de ligação entre os elementos (ASSAN, 1999).
Caracterizando as solicitações e deformações nos nós, torna-se possível escrever as
equações de compatibilidade e equilíbrio entre todos os elementos por meio da
compatibilização de suas posições espaciais, sendo facilmente analisados através de
sistemas de equações matriciais (MOREIRA, 1977). A partir da solução dos inúmeros
elementos, torna-se possível a obtenção das solicitações e deformações em qualquer
posição da malha de nós da estrutura (MARTHA, 2007).

Figura 1 - Discretização da malha de nós pelo MEF.

Fonte: Adaptado de Martha, 2007, p.9.

As formulações existentes para cálculo de um edifício de múltiplos pavimentos


geralmente são simplificadas, onde as lajes são tratadas separadamente das vigas e
pilares, necessitando a compatibilização de esforços entre os diferentes modelos de
cálculo, levando a resultados menos precisos (BUZAR, 1996).
Sabe-se que as lajes contribuem com sua rigidez transversal à flexão na rigidez
global da estrutura devido ao seu comportamento de placa, participando na interação
dos esforços e deslocamentos como os demais elementos estruturais (MARTINS,
2001). Para Sousa Jr. (2001) a não consideração da rigidez das lajes na avaliação da
rigidez global da estrutura pode levar a erros consideráveis na análise dos
deslocamentos da estrutura.
Diante disso, a fim de buscar um comportamento mais realista dos modelos
numéricos desenvolvidos nesse trabalho, adota-se um modelo para a solução da
estrutura, onde vigas e pilares são modelados usando elementos de pórtico espacial
e as lajes são elaboradas de acordo com a Teoria de Reissner-Mindlin. A acoplagem
dos elementos é realizada através da montagem da matriz de rigidez global
15

obedecendo uma convenção de sinais pré-estabelecida. Tal forma torna-se


substancial para aferir a confiabilidade de projetos estruturais, principalmente os que
implicam projeto e execução de edifícios altos, possibilitando viabilizá-los perante as
condições de estado limite último e estado limite de serviço (SORIANO 2009).
Para isso é proposto um sistema computacional a partir de uma modelagem
numérica no software MATLAB, fundamentada no Método dos Elementos Finitos
(MEF). O sistema trata toda análise estrutural como um único pórtico tridimensional,
compatibilizando todos os elementos estruturais como pilares, vigas e lajes em um
único modelo, retirando a necessidade de transferência de cargas entre as
solicitações presentes na laje com os modelos de pavimentos e o modelo global. Com
suporte do sistema torna-se possível o aprofundamento na avaliação da contribuição
das lajes na rigidez global da estrutura.

1.1.1 Objetivos gerais e específicos

O tema da pesquisa baseia-se na implementação numérica computacional da


formulação dos elementos finitos acoplados para análise estrutural de pórticos
espaciais havendo a incidência de elementos de lajes junto a rigidez do sistema.
O principal objetivo trata-se do desenvolvimento de uma implementação e
modelagem computacional no software MATLAB capaz de analisar os esforços e
deslocamentos de uma estrutura formada por um pórtico espacial utilizando o Método
dos Elementos Finitos (MEF), com o acoplamento de placas modeladas
numericamente através da Teoria de Reissner-Mindlin. Os objetivos específicos são
demonstrados a seguir:

• Exposição da formulação matricial utilizada para o desenvolvimento do


software de análise de estruturas;
• Desenvolvimento do método computacional para elementos de pórticos
espaciais;
• Desenvolvimento do método computacional para elementos de lajes;
• Acoplagem do método de lajes ao método de pórticos;
• Calibração da modelagem computacional com resultados obtidos em
pesquisas já realizadas;
• Análise os resultados com diferentes modelos propostos.
16

1.2 DELIMITAÇÃO

Este trabalho delimita-se em avaliar a influência da rigidez das lajes definidas


pela Teoria de Reissner-Mindlin, no comportamento estrutural de pórticos espaciais
através de uma modelagem computacional realizada a partir de um estudo e aplicação
do método dos elementos finitos. As avaliações foram realizadas entre modelos com
e sem a influência do acoplamento das lajes, comparados com modelos já
conceituados na bibliografia consultada. O tema tem como limitação a análise linear
das estruturas, considerando apenas carregamentos estáticos em sua concepção.
17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para o procedimento da pesquisa, buscou-se uma revisão bibliográfica sobre


autores que tratam de assuntos pertinentes a este trabalho como fundamentos da
análise de estruturas, método dos elementos finitos, matrizes de rigidezes,
modelagem numérica e computacional, pórticos espaciais e acoplamento de lajes em
análise de pórticos espaciais. Para o método dos elementos finitos, será realizado
uma breve explicação de seu conceito e fundamentação a fim de conceituar o leitor a
respeito do presente estudo.

2.1 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE CÁLCULO

Uma análise de estruturas baseia-se em três equações básicas, nomeadas


como equações de compatibilidade, de equilíbrio e constitutivas, ou também
chamadas de relação tensão-deformação (TIMOSHENKO; GOODIER, 1980). A
complexidade que o modelo matemático deve possuir para representar o
comportamento de diversos problemas da engenharia levou ao desenvolvimento de
métodos aproximados para a solução de tais equações (ASSAN, 2003). Dentre eles,
os métodos de Rayleigh-Ritz e de Galerkin são os mais conhecidos e deles origina-se
o método dos elementos finitos, e por essa razão, serão descritos a seguir.

2.1.1 Método de Rayleigh-Ritz

O método de Rayleigh-Ritz gerou uma grande evolução no método de análise


dos deslocamentos, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento do MEF. Até
então, muitos problemas de estabilidade estrutural não podiam ser resolvidos apenas
por métodos analíticos (VAZ, 2011). Tais métodos buscavam uma função y(x) que
referenciasse uma solução exata para as equações governantes do sistema. O
método de Rayleigh-Ritz contorna o problema de forma diferente, substituindo a
função y(x) por uma função aproximadora v(x) para o campo de deslocamentos do
domínio, formada por uma combinação linear de diferentes funções que aplicam as
condições de contorno (ASSAN, 1999).
Um exemplo da busca por uma função aproximadora que resulte na solução
exata do elemento é ilustrada por Vaz (2011), em seu livro, para o caso de uma viga
em balanço com inércia variável. Em sua primeira tentativa, o autor utiliza um
polinômio de segundo grau como função aproximadora, resultando em uma solução
18

ruim, tanto em termos de deslocamentos quanto em termos de momentos. Em


seguida, na segunda tentativa de aproximação, o autor adota um polinômio de terceiro
grau, resultando em uma melhora significativa em termos de deslocamentos, porém
ainda ruim em termos de momentos.
E por fim, sua terceira tentativa baseia-se em duas funções cúbicas, uma para
o trecho A e outra para o trecho B. Essas duas funções permitem reduzir o número de
parâmetros incógnitos pois conseguem representar a descontinuidade que existe no
elemento, obtendo assim a solução exata do problema, tanto para os deslocamentos
quanto para os momentos (MARTHA, 2007).
Tal discretização realizada com o uso de duas ou mais funções no domínio é a
base fundamental para o desenvolvimento do MEF, que, basicamente, substitui as
incógnitas das funções aproximadoras pelos graus de liberdade dos elementos
(ASSAN, 2003).

2.1.2 Método de Galerkin

Embora diferente, o método de Galerkin é uma generalização do Método de


Rayleigh-Ritz, que pode até produzir os mesmos resultados em alguns casos. Para
resolver um sistema de equações diferenciais, substitui-se no método uma ou mais
funções aproximadoras que se adaptam as condições de contorno (ASSAN, 1999).
Como as funções aproximadoras utilizadas não são uma solução exata do
sistema de equações, no método proposto por Galerkin tem-se a necessidade da
utilização de funções ponderadas para os resíduos gerados por essa incerteza. O
produto entre as funções ponderadas e as funções residuais é zero, supostamente
determinando uma condição de ortogonalidade para o resíduo, resultando em
soluções pontuais para os deslocamentos em pontos pré-determinados por uma
função de forma u(x) que satisfaça certas condições de contorno do elemento
(REZENDE, 2005).
Portanto, o método de Galerkin traz soluções pontuais apenas para o contorno
do elemento estudado, enquanto o método de Rayleigh-Ritz demonstra resultados
para todo o domínio. A união entre ambas aplicações resulta no Método dos
Elementos Finitos.
19

2.1.3 Método dos Elementos Finitos (MEF)

O MEF é um desenvolvimento da análise matricial de estruturas reticuladas


(MARTHA, 2010), que são estruturas constituídas pela associação de elementos de
barra em que, a dimensão do eixo longitudinal do elemento é consideravelmente maior
em relação às suas demais dimensões (SORIANO, 2003). O conjunto de elementos
determinado reticulados pode ser um segmento de reta, um plano ou uma estrutura
tridimensional, cuja característica é um número finito de incógnitas (GERE;WEAVER,
2010).
Nos métodos de Rayleigh-Ritz e Galerkin, a tarefa é obter as funções de
aproximação que satisfaçam as condições de contorno para a solução de tais
incógnitas, entretanto, saber se elas se aproximam da função exata nem sempre é
uma tarefa fácil (ASSAN, 1999).
No método de Rayleigh-Ritz arbitra-se uma solução aproximada para o campo
de deslocamentos em função de parâmetros globais do conjunto de elementos,
enquanto com MEF surge uma nova possibilidade para resolver tais problemas,
superando as dificuldades inerentes de Rayleigh-Ritz utilizando soluções
aproximadas arbitradas para cada subdomínio, em função dos deslocamentos de
cada um dos pontos nodais da malha de elementos (SORIANO, 2003).
A partir dessa definição, torna-se possível através da utilização de diferentes
funções aproximadoras a solução de várias incógnitas que antes eram
desconhecidas.
Portanto, a principal diferença encontra-se nas incógnitas de cada método,
enquanto Rayleigh-Ritz traz os coeficientes de solução da função de aproximação
como incógnitas, no MEF, eles são os deslocamentos nodais. Para obter-se
resultados mais precisos para o comportamento, Rayleigh-Ritz necessita polinômios
de cada vez mais alto grau, enquanto para o MEF basta refinar a malha de nós do
elemento (VAZ, 2011).
Com a solução do comportamento aproximado para cada um dos subdomínios
em forma de equações algébricas, e devido a interação das forças nodais entre os
elementos adjacentes, monta-se o sistema global de equações da malha de
elementos da mesma maneira que na análise matricial de modelos reticulados, onde
torna-se possível descrever o comportamento de toda a estrutura através de um
sistema matricial de equações (KIM; SANKAR, 2011).
20

Definindo as matrizes de rigidez e vetores de forças nodais do elemento nos


sistemas local e global, encontra-se os deslocamentos nodais também definidos no
sistema local e global e, uma vez obtidos os deslocamentos, todas as forças atuantes
sobre a estrutura podem ser determinadas (VAZ, 2011). Tal resolução proporciona a
análise de cada elemento isoladamente para a determinação das soluções em
esforços e deslocamentos do problema estrutural.

2.1.3.1 Elemento Finito

Com a formulação do sistema matricial de equações definido, torna-se possível


operá-lo através de vetores e matrizes fazendo o uso da álgebra matricial,
introduzindo novos conceitos na análise de estruturas (VAZ, 2011). Tais conceitos
baseiam-se na determinação do sistema local e do sistema global de coordenadas
que referenciam a posição do elemento finito.
O sistema local de coordenadas é determinado com os nós inicial (i) e final (j)
do elemento finito que, quando submetido as condições de equilíbrio, é possível
discretizar em seus pontos nodais as incógnitas a determinar, que são chamados de
graus de liberdade (MARTHA, 2007).
Os graus de liberdade do elemento serão os parâmetros necessários para a
determinação de sua posição no espaço. Em um elemento de barra tridimensional
idêntica ao que utiliza-se na modelagem do pórtico espacial, expõe-se 6 graus de
liberdade em cada nó, relacionados com o esforços axiais (u), o esforços deflexão (v
e w), e rotações (ϕ), adotando-se 12 graus de liberdade por elemento (Figura 2).
Figura 2 - Graus de liberdade elemento finito de pórtico espacial.

Fonte: Adaptado de Vaz, (2011, p.38.)

Tal forma de apresentação do modelo é baseado no Método dos


Deslocamentos, que se caracteriza por usar a equação de equilíbrio como equação
21

fundamental, de onde são obtidas as incógnitas primárias do problema e a partir das


quais, todas as outras respostas serão obtidas (SORIANO;LIMA, 2006).
Em conjunto ao sistema de nós também realiza-se a distribuição dos
carregamentos atuantes sobre elemento. A distribuição é baseada nas teorias de
Momento de Engastamento Perfeito e Sobreposição dos Efeitos, onde escreve-se
equações que relacionam como as ações atuantes do carregamento são distribuídos
nos pontos nodais, um exemplo é ilustrado na Figura 3.

Figura 3 - Momento de Engastamento Perfeito.

Fonte: Autoria Própria.

Com o sistema local do elemento definido pelas coordenadas i e j, a montagem


do sistema global torna-se simples. Ao ser definido uma posição para as coordenadas
x e y de origem do sistema global, a posição espacial do elemento finito analisado é
discretizado através da Teoria dos Cossenos Diretores, onde o ângulo α que o
elemento forma com a origem global definida é obtido e utilizado para o mapeamento
de todos os elementos adjacentes a ele, formando assim o elemento estrutural
completo (COOK; MALKUS; PLESHA, 1989).

2.1.4 Elementos Isoparamétricos

Um elemento finito é dito isoparamétrico quando as mesmas funções de


interpolação são usadas para determinar tanto seus deslocamentos como sua
geometria (VAZ, 2011). Para um elemento quadrilateral como o representado na
Figura 4, que será adotado no presente trabalho para discretizar elementos de placa
com 4 nós e 3 graus de liberdade em cada nó, onde x e y são coordenadas nodais e
u e v são deslocamentos nodais relativos aos eixos x e y, polinômios descrevem
coordenadas paramétricas ξ e η em função das coordenadas nodais, permitindo
mapear um ponto P(x,y) no plano cartesiano em sua posição P(ξ, η) no plano
paramétrico.
22

Figura 4 - Elemento isoparamétrico de 4 nós.

Fonte: Vaz, 2011, p.89.

As coordenadas x(ξ,η) e y(ξ,η), são escritas em função das coordenadas


nodais, nomeadas no sentido anti-horário para a determinação correta da convenção
de sinais dos esforços, da seguinte forma:

𝑥(ξ, η) = ∑4𝑖=1 𝑁𝑖 (ξ, η)𝑥𝑖


{ (1)
𝑦(ξ, η) = ∑4𝑖=1 𝑁𝑖 (ξ, η)𝑦𝑖

Diante do conceito exposto, torna-se possível a utilização de elementos de


diferentes geometrias e posições espaciais na formulação do MEF, devido à
possibilidade do mapeamento de suas coordenadas em relação a um eixo global,
mantendo assim a continuação nodal entre elementos adjacentes e suas
características geométricas.

2.1.5 Placas à flexão

Placas à flexão são elementos bidimensionais que possuem uma dimensão,


geralmente a espessura t medida na direção do eixo z, muito menor do que
comparado às demais dimensões, como por exemplo lajes e radiers (RIBEIRO, 2004).
A principal característica desse tipo de elemento é a direção das cargas que atuam
sobre ele, enquanto em estruturas de estado plano as cargas atuam no mesmo plano
da estrutura, em placas à flexão as cargas atuam perpendicularmente ao seu plano
médio, na direção do eixo z (VAZ, 2011).
Existem duas teorias que descrevem o comportamento de lajes, as Teorias de
Kirchhoff-Love e de Reissner-Mindlin. O critério para o método a ser utilizado baseia-
23

se nas dimensões do elemento. Segundo Vaz (2011), utiliza-se o parâmetro 𝑟 = 𝐿/𝑡,


sendo L o menor vão da placa e t sua espessura. Nos casos de 𝑟 ≥ 20, considera-se
a placa como delgada, adotando a Teoria de Kirchhoff para a análise, caso contrário
a placa é considerado espessa e logo, a análise deve basear-se na Teoria de Mindlin.
O critério para a classificação de vigas segue o mesmo parâmetro.
No presenta estudo, será adotado a Teoria de Reissner-Mindlin para o
desenvolvimento da modelagem, pois ela torna-se mais adequada para a
representação de elementos como lajes, porém, entende-se necessário definir suas
diferenças com a Teoria de Kirchhoff, e por isso, ambas teorias são descritas a seguir.

2.1.5.1 Teoria de Kirchhoff

A teoria de Kirchhoff é um modelo matemático desenvolvido a partir da teoria


de Euler-Bernoulli, utilizado para a determinação de tensões e deformações em placas
sujeitas à flexão. As hipóteses cinemáticas da teoria de Kirchhoff são:

▪ Qualquer ponto P(x,y) localizado no plano médio da placa (Figura 5.a)


apresenta apenas deslocamento vertical no eixo z.
▪ A deformação longitudinal vertical é nula em qualquer ponto da placa,
𝜀𝑧 = 0.
▪ Uma linha normal à superfície do plano médio mantem-se normal à
superfície média após a deformação causada pelo carregamento.

Figura 5 - Elemento de placa da Teoria de Kirchhoff.

(a) (b)

Fonte: Adaptado de Vaz, 2011, p.178.

Em específico nessa última hipótese, quando imposta ao longo dos lados dos
elementos, torna-se possível desprezar e anular as deformações relativas ao esforço
24

cortante no elemento (MARTINS, 2001). Com base nisso, as expressões que


descrevem os campos de deslocamento das placas à flexão são:
𝛿𝑤(𝑥,𝑦)
𝑢(x, y, z) = −z 𝛿𝑥
{ 𝛿𝑤(𝑥,𝑦) (2)
𝑣(x, y, z) = −z 𝛿𝑦

As deformações para um elemento finito de um plano de cota z paralelo ao


plano médio da placa podem ser obtidas sucintamente como:

𝜀 = −𝑧 ∙ 𝐾𝑘 (3)

Onde ε é o vetor de deformações em um ponto da placa e Kk é o vetor que


contém as hipóteses de Kirchhoff relativas a um ponto do plano médio da placa que
está na mesma reta vertical que o ponto onde foi calculado ε (VAZ, 2011). Com a
anulação das tensões cisalhantes pela Teoria de Kirchhoff, os esforços cortantes
também deveriam se anular, o que não ocorre (CHANDRUPATLA; BELEGUNDU,
2015).
Esse fato é uma inconsistência da teoria de Kirchhoff, que foi solucionada por
Mindlin em sua formulação rigorosa, que leva em consideração as deformações por
cisalhamento (OÑATE, 2008). Diante disso, justifica-se a escolha pela Teoria de
Reissner-Mindlin para a discretização das lajes, visto que a teoria leva em
consideração tais esforços oferecendo resultados mais precisos para o modelo.

2.1.5.2 Teoria de Reissner-Mindlin

A Teoria de Reissner-Mindlin para placas à flexão corresponde à Teoria de


Timoshenko para vigas, cuja principal hipótese é que a seção transversal se mantém
plana, mas não necessariamente perpendicular à tangente da linha elástica na
configuração deformada (VAZ, 2011). As hipóteses cinemáticas da Teoria de
Reissner-Mindlin são:

▪ Qualquer ponto P(x,y) localizado no plano médio da placa apresenta


apenas deslocamento vertical w(x,y).
▪ A deformação longitudinal vertical é nula em qualquer ponto da placa,
𝜀𝑧 = 0.
25

▪ Uma linha reta e normal à superfície do plano médio antes do


carregamento não necessariamente mantem-se normal à superfície
média após a deformação causada pelo carregamento.

É nesta última hipótese que as Teorias de Mindlin e de Kirchhoff diferem, onde


o plano médio da placa indeformada de Mindlin não necessariamente coincide com o
plano médio deformado da placa, resultando assim em uma deformação βx,
relacionada com as rotações da reta vertical, conforme exemplificado na Figura 6.

Figura 6 - Deformação do plano médio da placa de Reissner-Mindlin.

Fonte: Autoria própria.

Ao contrário de Kirchhoff, Mindlin não vincula as rotações da reta vertical que


passa pelo ponto P(x,y) às derivadas do deslocamento vertical w(x,y). Assim, as
rotações são definidas e os deslocamentos são dados por:

𝑢(x, y, z) = z𝜃𝑦
{ (4)
𝑣(x, y, z) = −z𝜃𝑥

Como as rotações 𝜃𝑥 e 𝜃𝑦 são independentes dos deslocamentos verticais


w(x,y), torna-se necessário a utilização de três campos de deslocamento para
descrever o comportamento cinemático da placa à flexão (VAZ, 2011). Assim o vetor
de deslocamentos fica:
𝑇
𝑢 = [𝑤, 𝜃𝑥 , 𝜃𝑦 ] (5)

E as rotações são definidas como segue:

𝜕𝑤 𝜕𝑤
𝜃𝑥 = + 𝛽𝑥 𝜃𝑦 = + 𝛽𝑦 (6)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
26

Como o elemento é isoparamétrico, o campo de deslocamentos pode ser


descrito em coordenadas paramétricas como:

𝑤(ξ, η) = ∑𝑛𝑛 𝑛ó𝑠


𝑛ó𝑠 𝑁𝑖 (ξ, η) 𝑤𝑖
𝑛 𝑛ó𝑠
{𝜃𝑥 (ξ, η) = ∑𝑛 𝑛ó𝑠 𝑁𝑖 (ξ, η) 𝜃𝑥 (7)
𝜃𝑦 (ξ, η) = ∑𝑛𝑛 𝑛ó𝑠
𝑛ó𝑠 𝑁𝑖 (ξ, η) 𝜃𝑦

Onde as funções de interpolação 𝑁𝑖 (ξ, η) são as mesmas do elemento


isoparamétrico apresentado na equação (1). O elemento é descrito na Figura 7.

Figura 7 - Placa à flexão pela Teoria de Reissner-Mindlin.

Fonte: Vaz, (2011, p.183.)

A partir da definição de Reissner-Mindlin com elementos isoparamétricos,


torna-se possível a análise de elementos de diferentes geometrias devido ao seu
vínculo nodal estabelecer tanto os deslocamentos como também a posição espacial
referente ao um eixo global de coordenadas (CHANDRUPATLA;BELEGUNDU, 2015).
Entretanto, as funções de interpolações nodais 𝑁𝑖 são funções paramétricas das
variáveis ξ e η em relação as variáveis cartesianas x e y, que não podem ser obtidas
diretamente (ZIENKIEWICZ;TAYLOR, 2000), necessitando a utilização de uma matriz
jacobiana para defini-las:

𝑁𝑖 (ξ, η)𝑥 𝑁𝑖 (ξ, η)ξ


{ = 𝐽 ∙ ( ξ, η)−1 { (8)
𝑁𝑖 (ξ, η)𝑦 𝑁𝑖 (ξ, η)η

Podendo ser reescrita como:

𝐷𝑁𝑐(ξ, η) = J(ξ, η)−1 𝐷𝑁𝑥(ξ, η) (9)

Onde 𝐷𝑁𝑐(ξ, η) contém as derivadas cartesianas e 𝐷𝑁𝑥(ξ, η) contém as


derivadas paramétricas das funções de interpolação. Portanto, de acordo com a
Teoria de Kirchhoff, as rotações são obtidas por diferenciação do deslocamento
27

transversal da placa, tornando muito difícil encontrar um conjunto de funções de


interpolação que garantam a sua continuidade (VAZ, 2011).
Segundo Oñate (2008), o problema é evitado ao adota-se a Teoria de Reissner-
Mindlin, onde as restrições são reduzidas, permitindo a utilização de funções de forma
que eliminam os efeitos da não-continuidade.
Essa é a diferença determinante para o prosseguimento do estudo, adotando-
a por se tratar de um método mais abrangente de elementos passíveis de serem
analisados. Com os deslocamentos estabelecidos, obtém-se o campo de
deformações:
𝜕𝜃𝑥 𝜕𝜃𝑦
𝜀𝑥 = −𝑧 ; 𝜀𝑦 = −𝑧 ; 𝜀𝑧 = 0 (10)
𝜕𝑥 𝜕𝑦

𝜕𝜃 𝜕𝜃𝑦
𝛾𝑥𝑦 = −𝑧 ( 𝜕 𝑥 + ) ; 𝛾𝑥𝑧 = −𝛽𝑥 ; 𝛾𝑦𝑧 = −𝛽𝑦 (11)
𝑦 𝜕𝑥

Sendo possível uma representação mais compacta adotando a forma vetorial,


e já considerando a tridimensionalidade do elemento:
𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦)
𝜀𝑥 (𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝜕𝑥
𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)
𝜀𝑏 = { 𝜀𝑦 (𝑥, 𝑦, 𝑧) } = −𝑧 ∙ 𝜕𝑦
(12)
𝛾𝑥𝑦 (𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦) 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)
{( 𝜕𝑦
+ 𝜕𝑥
)}

𝜕𝑤(𝑥,𝑦)
𝛾𝑥𝑧 (𝑥, 𝑦, 𝑧) −𝜃𝑥𝑧 (𝑥, 𝑦) + 𝜕𝑥
𝜀𝑠 = { }={ 𝜕𝑤(𝑥,𝑦)} (13)
𝛾𝑦𝑧 (𝑥, 𝑦, 𝑧) −𝜃 (𝑥, 𝑦) +
𝑦𝑧 𝜕𝑦

Onde o vetor 𝜀𝑏 agrupa as deformações por flexão e o vetor 𝜀𝑠 as deformações


do cisalhamento (ZIENKIEWICZ;TAYLOR, 2000). Nesse momento nota-se o
aparecimento das deformações transversais 𝛾𝑥𝑦 , 𝛾𝑥𝑧 e 𝛾𝑦𝑧 referentes à consideração
do esforço cortante, conforme mencionado anteriormente. A consideração dos
esforços cortantes no cálculo estrutural de placas é conhecido como a minimização
da energia potencial total, definido como Princípio da Mínima Energia Potencial
(PMEP), que é descrito a seguir.

2.1.6 Princípio da Mínima Energia Potencial (PMEP)

Uma estrutura modelada por elementos finitos é uma estrutura, em geral, mais
rígida que a estrutura real porque as funções aproximadoras usadas para representar
28

os campos de deslocamentos, na maioria das vezes, não conseguem reproduzir o


campo real de deslocamentos (CHANDRUPATLA;BELEGUNDU, 2015). Para garantir
que as soluções convirjam para a solução “exata” no MEF, alguns critérios devem ser
satisfeitos na sua escolha, e entre eles está a imposição de restrições à livre
deformação da estrutura de modo que ela possa minimizar sua energia potencial total.
Conforme Vaz (2011), uma análise de estrutura com o MEF pode ser feita a partir do
Princípio da Mínima Energia Potencial Total (PMEP).
O PMEP é um princípio variacional que utiliza um funcional como expressão
integral, que possui implicitamente as equações diferenciais e condições de contorno
para o problema (CHANDRUPATLA;BELEGUNDU, 2015). Busca-se equações de
deslocamentos que satisfaçam a compatibilidade interna e externa em um sistema em
equilíbrio, e tais as equações são conhecidas como o mínimo para o funcional.
O método de Rayleigh-Ritz trabalha com base no PMEP, que é definida como:

A energia de deformação da estrutura corresponde fisicamente à energia


armazenada na estrutura quando ela se deforma, caso não haja perda de
energia, ou seja, para um sistema conservativo [..]. Pelo princípio da
conservação de energia em sistemas conservadores, todo trabalho externo
realizado é armazenado na estrutura em termos de energia de deformação.
Assim, o incremento de trabalho externo é igual ao incremento de energia de
deformação [..] (VAZ, 2011, p.51).

Em outras palavras, quando uma estrutura estável é submetida às ações de


forças externas, internamente é realizado um trabalho de deformação, fazendo com
que a estrutura entre em um estado de equilíbrio deformado. Esse campo de
deslocamentos gerado é compatível com os apoios e ligações existentes. Se a
estrutura possui um comportamento linear, então todos os deslocamentos sofridos por
qualquer ponto da estrutura serão proporcionais as forças externas atuantes (VAZ,
2011).
Em termos matemáticos, a energia potencial total Π(d) é definida para sistemas
conservativos como:

Π(𝑑) = 𝑈(𝑑) + 𝑊𝑝 (𝑑) (14)

Onde U(d) é a energia de deformação da estrutura e Wp(d) é o trabalho


potencial das forças externas. Aplicando-se a teoria, a solução exata do problema será
um mínimo absoluto do funcional de energia, que qualquer outra aproximação por
deslocamentos não atingirá a sua exatidão, pois torna-se necessário introduzir novos
graus de liberdade para a aproximação do valor mínimo de Π (BHATTI, 2006).
29

2.1.7 Formulação de Placas pela Teoria de Reissner-Mindlin

As equações constitutivas da relação tensão-deformação dependem


fundamentalmente do material analisado. Ao considera-se que o material possui
comportamento elástico-linear, simplifica-se consideravelmente as relações tensão-
deformação adotando-se o material como isotrópico, solucionando assim o problema
de elasticidade (ZIENKIEWICZ;TAYLOR, 2000).
Com tal consideração, aplica-se a Lei de Hooke generalizada para materiais
isotrópicos (TIMOSHENKO;GOODIER, 1980), estabelecendo a relação tensão-
deformação para o estado plano da seguinte forma:

𝜀𝑥 1⁄𝐸 −𝜗⁄𝐸 0 𝜎𝑥
𝜀
[ ] = [−𝜗⁄𝐸
𝑦 1⁄𝐸 0 ] ∙ [ 𝜎𝑦 ] (15)
𝛾𝑥𝑦 0 0 1⁄𝐺 𝜏𝑥𝑦

𝛾𝑥𝑧 1⁄𝐺 0 𝜏𝑥𝑧


[𝛾 ] = [ ] ∙ [𝜏 ] (16)
𝑦𝑧 0 1⁄𝐺 𝑦𝑧

Onde E é o módulo de Young referente ao Módulo de elasticidade longitudinal


do Material, 𝜗 é o coeficiente de Poisson, e G o módulo de elasticidade transversal
que é dado por:
𝐸
𝐺 = 2(1+𝜗) (17)

Operando as expressões descritas acima, torna-se possível expressar as


tensões normais e cisalhantes no plano da placa de forma linear ao longo de sua
espessura como 𝜎𝑏 , conforme segue:

−𝐸 𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦) 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)


∙𝑧∙( +𝜗∙ )
𝜎𝑥 1−𝜗² 𝜕𝑥 𝜕𝑦
−𝐸 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦) 𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦)
𝜎
𝜎𝑏 = [ 𝑦 ] = ∙𝑧∙( +𝜗∙ ) (18)
1−𝜗² 𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝜏𝑥𝑦 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)
𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦)
[ −𝐺 ∙ 𝑧 ∙ ( 𝜕𝑦
+ 𝜕𝑥
) ]

A mesma operação é realizada para as tensões cisalhantes fora do plano da


placa 𝜎𝑠 , conforme segue:
𝜕𝑤(𝑥,𝑦)
𝜏𝑥𝑧 −𝜃𝑥𝑧 (𝑥, 𝑦) +
𝜕𝑥
𝜎𝑠 = [𝜏 ] = 𝐺 ∙ [ 𝜕𝑤(𝑥,𝑦)] (19)
𝑦𝑧 −𝜃𝑦𝑧 (𝑥, 𝑦) + 𝜕𝑦
30

A distribuição das tensões na placa é ilustrada na Figura 8.

Figura 8 - Distribuição de tensões na placa.

Fonte: Adaptado de Buzar, (1996, p.15.)

A partir dessa definição, torna-se possível expor os esforços solicitantes nos


elementos através da integração das tensões ao longo da espessura da placa
(OLIVEIRA, 2009). A convenção de sinais dos esforços internos segue a definição
realizada na Figura 9.

Figura 9 - Convenção de sentidos positivos dos esforços internos.

Fonte: Oliveira, (2009, p.59.)

Integrando as tensões normais e cisalhantes encontra-se os momentos fletores


e de torção conforme as equações:
𝑡/2 −𝐸∙𝑡³ 𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦) 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)
𝑀𝑥 = ∫−𝑡/2 𝜎𝑥 ∙ 𝑧𝑑𝑧 = 12(1−𝜗2 ) ∙ ( +𝜗∙ ) (20)
𝜕𝑥 𝜕𝑦

𝑡/2 −𝐸∙𝑡³ 𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦) 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)


𝑀𝑦 = ∫−𝑡/2 𝜎𝑦 ∙ 𝑧𝑑𝑧 = 12(1−𝜗2) ∙ ( +𝜗∙ ) (21)
𝜕𝑥 𝜕𝑦

𝑡/2 −𝐸∙𝑡³∙(1−𝜗) 𝜕𝜃𝑥𝑧 (𝑥,𝑦) 𝜕𝜃𝑦𝑧 (𝑥,𝑦)


𝑀𝑥𝑦 = ∫−𝑡/2 𝜏𝑥𝑦 ∙ 𝑧𝑑𝑧 = ∙( +𝜗∙ ) (22)
24(1−𝜗2 ) 𝜕𝑦 𝜕𝑥

Diante disso, torna-se possível escrever os esforços de Flexão e Torção


através de uma matriz de elasticidade 𝐷𝑏 , da seguinte forma:

1 𝜗 0
−𝐸∙𝑡³ 𝜗 1 0 ]
𝐷𝑏 = 12(1−𝜗2 ) ∙ [ (23)
(1−𝜗)
0 0 2
31

𝑀𝑥
𝑀 = [ 𝑀𝑦 ] = −[𝐷𝑏 ] ∙ [𝐾𝑏 ] (24)
𝑀𝑥𝑦
Os esforços cisalhantes assim como os momentos são encontrados através de
integrações das tensões, e escritos com auxílio de uma matriz de elasticidade 𝐷𝑠 :
𝑡/2 𝜕𝑤(𝑥,𝑦)
𝑄𝑥 = ∫−𝑡/2 𝜏𝑥𝑧 𝑑𝑧 = 𝐺 ∙ 𝑡 ∙ (−𝜃𝑥𝑧 (𝑥, 𝑦) + ) (25)
𝜕𝑥

𝑡/2 𝜕𝑤(𝑥,𝑦)
𝑄𝑦 = ∫−𝑡/2 𝜏𝑦𝑧 𝑑𝑧 = 𝐺 ∙ 𝑡 ∙ (−𝜃𝑦𝑧 (𝑥, 𝑦) + ) (26)
𝜕𝑦

𝐸∙𝑡 1 0 1 0
𝐷𝑠 = 2∙(1+𝜗) ∙ [ ]=𝐺∙𝑡∙[ ] (27)
0 1 0 1

𝑄𝑥
𝑄 = [𝑄 ] = [𝐷𝑠 ] ∙ [𝜀𝑠 ] (28)
𝑦

De acordo com a Teoria de Reissner-Mindlin a distribuição das tensões


cisalhantes são uniformes devido a simplificação utilizada pela linearidade do
elemento. Segundo Zienkiewicz e Taylor (2000) isso não corresponde à realidade,
pois a distribuição assume uma forma parabólica no elemento. Com isso os autores
recomendam a utilização do coeficiente de distorção transversal 𝛼, obtido com base
na equivalência de energia de deformação de uma seção retangular. Sendo assim a
matriz de elasticidade 𝐷𝑠 corrigida tem a forma:

1 0
𝐷𝑠 = 𝛼 ∙ 𝐺 ∙ 𝑡 ∙ [ ] (29)
0 1

Através do equilíbrio de um elemento infinitesimal de placa, aplica-se as


equações de equilíbrio conforme segue:
𝜕𝑄𝑥 𝜕𝑄𝑦 𝜕𝑀𝑥𝑦 𝜕𝑀𝑦 𝜕𝑀𝑥 𝜕𝑀𝑥𝑦
+ + 𝑞 = 0; + − 𝑄𝑦 = 0; + − 𝑄𝑥 = 0 (30)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Substituindo as equações 20 a 22, 25 e 26 na equação 30 resulta:

𝜕2 𝜃𝑥𝑧 1−𝜗 𝜕2 𝜃𝑥𝑧 1+𝜗 𝜕2 𝜃𝑦𝑧 𝜕𝑤


−𝐷 ∙ ( + ∙ + ∙ ) − 𝛼 ∙ 𝐺 ∙ ( 𝜕𝑥 − 𝜃𝑥𝑧 ) = 0 (31)
𝜕𝑥 2 2 𝜕𝑦 2 2 𝜕𝑥𝜕𝑦

𝜕2 𝜃𝑦𝑧 1−𝜗 𝜕2 𝜃𝑦𝑧 1+𝜗 𝜕2 𝜃𝑦𝑧 𝜕𝑤


−𝐷 ∙ ( + ∙ + ∙ ) − 𝛼 ∙ 𝐺 ∙ ( 𝜕𝑦 − 𝜃𝑦𝑧 ) = 0 (32)
𝜕𝑦 2 2 𝜕𝑥 2 2 𝜕𝑥𝜕𝑦

𝜕²𝑤 𝜕²𝑤 𝜕𝜃𝑥𝑧 𝜕𝜃𝑦𝑧


𝛼 ∙ 𝐺 ∙ (𝜕𝑥 2 + 𝜕𝑦 2 − − )−𝑞 =0 (33)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
32

Entretanto, as soluções analíticas para placas de Reissner-Mindlin são pouco


conhecidas devido a sua complexidade (BUZAR, 1996). Para resolver tais
dificuldades, buscou-se a evolução de métodos que contemplassem a teoria de uma
forma menos onerosa, e por isso, segundo Zienkiewicz & Taylor (2000), o estudo das
placas foi uma das primeiras aplicações do método dos elementos finitos antes
mesmo de 1960.

2.2 PESQUISAS NO CAMPO DO MEF E INFLUÊNCIA DE LAJES

Inúmeros foram os trabalhos desenvolvidos na área de métodos de análise de


estruturas e, em cada um deles, busca-se cada vez mais o aperfeiçoamento através
da eficiência, precisão, técnicas de cálculos e hipóteses, tentando-se atingir uma
análise cada vez mais realista. A seguir, descreve-se diversos trabalhos que entornam
sobre o tema abordado no presente trabalho, suas técnicas e resultados obtidos, que
servirão de apoio para o decorrer da pesquisa.
Chagas (2012) demonstra em seu trabalho a comparação entre diversos
modelos de análise estrutural propostos para simular a estrutura real de um edifício
de 5 pavimentos. São utilizados modelos bidimensionais como: vigas contínuas,
pórticos planos, grelha de vigas e grelha de lajes, bem como modelos tridimensionais:
pórtico espacial sem laje, pórtico espacial com grelha e pórtico espacial com
acoplamento de lajes com MEF. O objetivo específico do trabalho é analisar os
resultados obtidos referentes aos momentos fletores atuantes em diversas vigas do
edifício e pôr fim, a indicação das particularidades de cada modelo.
Abaixo a Figura 10 demonstra os resultados obtidos para uma das 14 vigas
analisadas no trabalho.
Figura 10 - Viga 13: Momentos Fletores atuantes.

Fonte: Chagas, (2012, p.62.)


33

São claras as divergências de resultados entre os modelos, onde pode-se


destacar o pico de momento negativo do 2º apoio da viga, que pelo método de vigas
contínuas resulta em valores 178% maiores que o método tridimensional de Pórtico
espacial com o MEF. É possível notar que o modelo de Laje por elementos finitos
apresenta valores muito próximos ao método de pórtico espacial com MEF por se
basearem no mesmo modelo numérico para o seu desenvolvimento, diferenciando-se
apenas na continuidade dos esforços entre os elementos, já que no caso de Pórtico
espacial com MEF, todos os elementos da estrutura são tratados como elementos
finitos e no caso de Laje com MEF apenas a laje, desfazendo a continuidade de
esforços entre todos os elementos.
O mesmo autor conclui inclusive que com a facilidade e rapidez de análise na
utilização de métodos bidimensionais, tais modelos não são recomendados para
casos em que vigas se apoiam em vigas, pois não preveem deslocamentos conjuntos
de dois ou mais elementos, acarretando na distorção dos resultados, o que ocasiona
em uma nova modelagem do elemento. Já para métodos baseados no MEF,
demonstrou-se que mesmo quanto mais complexo for o modelo, a facilidade existente
na manipulação dos dados de entrada e correções do modelo em caso de erros
prevalece, tornando-se ferramentas mais eficientes ao usuário. O MEF resulta em
esforços inferiores aos demais métodos, fornecendo informações mais realistas ao
profissional que busca projetar uma estrutura otimizada, ao invés do emprego de
modelos bidimensionais que acarretam em um projeto estrutural superdimensionado.
Com o trabalho de Neves (2010), pode-se comparar os resultados de uma laje
em concreto armado de um pavimento, obtidos através de uma análise de um modelo
utilizando a Analogia da Grelha (ADG) e outro desenvolvido com o MEF. Sua
avaliação é basicamente resumida e organizada em 3 etapas, uma delas é a avaliação
da influência global dos modelos na rigidez lateral da estrutura, a seguinte avaliação
é a comparação entre os deslocamentos obtidos pelos diferentes modelos e, por fim,
são analisados os esforços resultantes obtidos. Todas as avaliações foram calibradas
e comparadas com a utilização de um modelo padrão, desenvolvido no software
SAP2000.
Para a análise da rigidez lateral do edifício, ambos os métodos se mostram bem
próximos aos resultados obtidos pelo modelo padrão, podendo-se considerar o
método da grelha resultando ligeiramente superior aos demais. Os resultados obtidos
na análise dos deslocamentos demonstram que com a utilização do MEF os valores
34

são bastante aproximados ao modelo padrão de calibragem, entretanto são cerca de


25% a 35% menores que os resultados obtidos através da ADG, variando conforme
as dimensões e posições das lajes. O mesmo acontece na avaliação dos resultados
dos esforços resultantes, o MEF resulta em esforços 28% inferiores aos valores do
método ADG, mantendo-se uma grande proximidade ao modelo padrão utilizado.
Diante disso, o autor conclui que a utilização do método da ADG preza-se
principalmente pela segurança da estrutura e não pelo quesito econômico, em razão
de diversos parâmetros utilizados para o dimensionamento de elementos resultarem
em valores superiores ao real. Já na utilização do MEF, os resultados obtidos são
aproximações se não realistas, mas fiéis a atual situação da estrutura. Sendo assim,
a utilização do MEF torna-se uma ferramenta essencial para o profissional que
pretende potencializar o dimensionamento de estruturas de edifícios.
Hennrichs (2003) analisou em sua pesquisa diferentes formas de modelagem
de lajes planas através da Teoria das Placas, MEF e ADG. Nos diferentes métodos
avaliou-se a influência da variação do refinamento nos espaçamentos da malha de
pontos nos elementos, comparando os resultados obtidos para a reação nos pilares,
momentos fletores e deslocamentos do elemento. Exemplos dos refinamentos da
malha de pontos da laje propostos pelo autor são vistos na Figura 11.
Figura 11 - Refinamentos da malha de elementos finitos.

(a) Malha 250x250cm (b) Malha 100x100cm (c) Malha 50x50CM

Fonte: Hennrichs, (2003, p.117).

Em relação ao refinamento da malha, o autor cita que os resultados tendem a


se tornar constantes a partir de malhas 50x50cm, evidenciando a indicação do uso de
malhas de tal valor ou mais refinadas. Porém, entende-se também que malhas
exageradamente refinadas não retornam ao usuário uma melhoria significativa dos
resultados do que malhas de 50x50cm, apenas tornam o sistema de cálculo oneroso,
demandando mais tempo e capacidade de processamento do computador.
35

Em relação aos resultados obtidos, o método de ADG novamente traz valores


mais conservadores em relação à segurança que os demais métodos, entendendo-se
assim que o MEF seja o método que aproxima-se da real situação do elemento
analisado.
Outro trabalho baseado no MEF foi realizado por Oliveira (2009), que avaliou a
rigidez de pórticos em concreto armado através de pórticos tridimensionais com a
interação conjunta de pilares, vigas e lajes em um único modelo (pórtico espacial com
placas acopladas). O autor desenvolveu 4 softwares em linguagem FORTRAN, que
analisam diversos fatores de estabilidade estrutural. Todos os programas foram
calibrados com modelos desenvolvidos no software SAP2000 por diversos outros
autores, e todos as comparações satisfazem os resultados. Destaca-se
principalmente a eficiência da utilização da acoplagem pórtico-placa, que permite uma
análise de todo o conjunto de uma única vez e mais realista, evitando-se possíveis
incoerências quando o modelo tridimensional é substituído por vários pórticos planos
para o complemento da análise.
Na mesma linha de pesquisa, Martins (2001) apresenta um estudo sobre a
análise de estruturas tridimensionais de edifícios de múltiplos andares considerando
a interação da rigidez transversal à flexão das lajes na determinação dos esforços e
deslocamentos. O autor salienta ocorrer a diminuição dos deslocamentos horizontais
da estrutura devido ao acoplamento e ao gradativo aumento da espessura da laje em
seu modelo, mostrando a influência e a necessidade da consideração da rigidez à
flexão das lajes na análise global da estrutura.
E por fim, Goulart (2008) salienta em seu estudo a importância da contribuição
da rigidez à flexão das lajes para a estabilidade global de edifícios, que quando
consideradas, contribuem para uma redução significativa dos deslocamentos
horizontais da estrutura. O autor analisou 3 distintos modelos de edifícios e em todos
eles a contribuição positiva para a estabilidade foi verificada como verdadeira.
Portanto, conclui-se que além de conferir maior rigidez à estrutura, o modelo mostrou-
se mais realístico.
36

3 MÉTODO DE IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA

3.1 MEF APLICADO À PLACA DE REISSNER-MINDLIN

Para a formulação da placa através do MEF, é feita uma abordagem através


do PMEP, visto anteriormente, onde serão aplicados conceitos do cálculo Variacional
que indicarão a equação que governa o sistema. Conforme descrito na equação 14, a
energia total do sistema (Π) é dada pela soma das parcelas de energia de deformação
(U) e da parcela de energia potencial gerada pelas forças externas (W). A energia
gerada pelas forças externas é dada por:

𝑊 =𝐹∙𝑢 (34)

Onde (F) é o vetor de forças concentradas aplicadas no elemento e (u) o vetor


de deslocamentos. Porém, como visto anteriormente, existe a possibilidade de estar
agindo forças distribuídas pelo elemento, seja ele unitário, de área ou de volume. As
equações para os carregamentos são:

𝑊 = ∫ 𝑞 ∙ 𝑢(𝑥)𝑑𝑥; 𝑊 = ∬ 𝑞 ∙ 𝑢(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴; 𝑊 = ∭ 𝑞 ∙ 𝑢(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 (35)

Considerando a linearidade do material em relação a sua tensão-deformação,


e considerando apenas as deformações não nulas, a parcela de energia de
deformação pode ser escrita através da seguinte notação matricial:

1
𝑈= ∙ ∫ (𝜎 ∙ 𝜀 + 𝜎𝑠 ∙ 𝜀𝑠 )𝑑𝑉 (36)
2 𝑉 𝑏 𝑏

Usando as equações constitutivas (23, 24, 27 e 28) e integrando-as ao longo


da espessura da placa, a energia de deformação é obtém a seguinte forma:

1
𝑈= ∙ ∫ 𝐾𝑏 𝑇 ∙ 𝐷𝑏 ∙ 𝐾𝑏 + 𝜀𝑠 𝑇 ∙ 𝐷𝑠 ∙ 𝜀𝑠 𝑑𝐴 (37)
2 𝐴

Portanto, a energia potencial total pode ser expressa na forma de um funcional


como:
1
𝛱 = 2 ∙ ∫𝐴 𝐾𝑏 𝑇 ∙ 𝐷𝑏 ∙ 𝐾𝑏 + 𝜀𝑠 𝑇 ∙ 𝐷𝑠 ∙ 𝜀𝑠 𝑑𝐴 − ∫𝐴 𝑞 ∙ 𝑤(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 − ∑ 𝐹𝑖 𝑤𝑖 (38)

Onde 𝑞 é o vetor de forças nodais aplicadas ao nó i e 𝐹𝑖 o vetor de forças


equivalentes no nó i, devido às cargas distribuídas no elemento. Com o funcional 38
37

torna-se possível desenvolver todo o procedimento para a geração da matriz de


rigidez e o vetor de forças nodais.

3.1.1 Aplicação para Elementos Isoparamétricos

A formulação do MEF prossegue seguindo a descrição feita sobre elementos


isoparamétricos anteriormente. Utiliza-se o elemento bilinear de 4 nós para a
descrição dos elementos de área, sendo adotado em cada um dos nós 3 graus de
liberdade, denominados 𝑤, 𝜃𝑥𝑧 e 𝜃𝑦𝑧 , já vistos na Figura 4 e Figura 7.
Para o campo de deslocamentos 𝑢𝑖 de cada nó, torna-se necessário a sua
representação através de três variáveis independentes. Essa representação tem o
auxílio de funções de funções de forma 𝑁𝑖 , que interpolam os valores nodais das
variáveis (OLIVEIRA, 2009). A equação geral possuirá a seguinte forma:

𝑤 𝑁𝑖 0 0 𝑤𝑖
𝑛
𝜃
𝑢𝑖 = [ 𝑥𝑧 ] = ∑ [ 0 𝑁𝑖 0 ] ∙ [𝜃𝑥𝑧 𝑖 ] (39)
𝜃𝑦𝑧 𝑖=1 0 0 𝑁𝑖 𝜃𝑦𝑧 𝑖

Onde n corresponde ao número de nós do elemento. As deformações internas


também podem ser reescritas usando as funções de forma:

𝜀𝑏 = ∑𝑛𝑖=1𝐵𝑏 ∙ 𝑢𝑖 ; 𝜀𝑠 = ∑𝑛𝑖=1𝐵𝑠 ∙ 𝑢𝑖 (40)

𝜕𝑁𝑖
0 0 𝜕𝑁𝑖
𝜕𝑥
𝜕𝑁𝑖 −𝑁𝑖 0
𝜕𝑥
Onde: 𝐵𝑏 = 0 0 𝜕𝑦
; 𝐵𝑠 = [𝜕𝑁𝑖 ] (41)
𝜕𝑁𝑖 𝜕𝑁𝑖
0 −𝑁𝑖
𝜕𝑦
[0 𝜕𝑦 𝜕𝑥 ]

Onde 𝐵𝑏 e 𝐵𝑠 são as matrizes de deformações generalizadas de flexão e


cisalhamento associadas a um nó i.

3.1.2 Integração Numérica

Substituindo as equações das deformações encontradas para elementos


isoparamétricos, e minimizando o funcional da parcela relativa à energia de
deformação (7.38), obtém-se as matrizes de rigidez de flexão 𝐾𝑏 e de cisalhamento
𝐾𝑠 necessárias para a aplicação do modelo de estudo.

𝐾𝑏 = ∫ 𝐵𝑏 𝑇 ∙ 𝐷𝑏 ∙ 𝐵𝑏 𝑑𝐴 ; 𝐾𝑠 = ∫ 𝐵𝑏 𝑇 ∙ 𝐷𝑏 ∙ 𝐵𝑏 𝑑𝐴 (42)
𝐴 𝐴
38

𝐾𝑇 = 𝐾𝑏 + 𝐾𝑠 (43)

A definição de 𝐾𝑇 na Equação 43 refere-se a matriz de rigidez local de um


elemento finito pertencente a placa. Portanto, torna-se necessário a determinação da
matriz de rigidez de todos os elementos finitos da placa para analisá-la.

3.2 FORMULAÇÃO DO MEF PARA PÓRTICOS ESPACIAIS

Pórticos espaciais são estruturas reticuladas que apresentam em cada uma de


suas extremidades nodais 6 graus de liberdade, sendo 3 deles de translação e 3 de
rotação (GERE;WEAVER, 1981), conforme já ilustrado na Figura 2. Os 6 graus de
liberdade são identificados a partir dos nós inicial (i) e final (j) do elemento, que é
disposto no espaço de maneira arbitrária, necessitando ser compatibilizado a um eixo
coordenado global para sua análise.
Assim como para placas, as hipóteses para pórtico espacial são que o material
é isotrópico e sua variação é linear. O pórtico espacial é então discretizado em vários
elementos de barra, e cada uma delas fornece um conjunto de equações que
posteriormente formarão a equação geral para a solução do problema (SORIANO,
2009). Os deslocamentos axiais e as rotações para o elemento e, são definidos a partir
de coordenadas isoparamétricas, encontradas a partir de derivadas de primeira
ordem, fazendo com que o problema seja resolvido a partir de uma aproximação de
continuidade do tipo C0, conforme segue:

𝑢̂(𝑥) = 𝑁 𝑙 1(𝑥) 𝑢𝑖 + 𝑁 𝑙 2(𝑥) 𝑢𝑗 ; 𝜑̂(𝑥) = 𝑁 𝑙 1(𝑥) 𝜑𝑥𝑖 + 𝑁 𝑙 2(𝑥) 𝜑𝑥𝑗 (44)

𝑥 − 𝑥𝑖𝑒
𝑁1𝑙 = 1 − 𝜉 ; 𝑁2𝑙 = 𝜉 𝑒 𝜉 = (45)
𝐿𝑒
Onde 𝐿𝑒 representa o comprimento do elemento, 𝑥𝑖𝑒 a posição do nó inicial e 𝑥
o local onde irá ocorrer a análise, conforme Figura 12.

Figura 12 - Formulação do deslocamento axial do elemento.

Fonte: Autoria própria.


39

As deflexões do elemento também são escritas a partir de coordenadas


isoparamétricas, utilizando aproximações chamadas de C¹:

𝑣̂(𝑥) = 𝑁 𝑐 1(𝑥) 𝑣𝑖 + 𝑁 𝑐 2(𝑥) 𝜑𝑧𝑖 + 𝑁 𝑐 3(𝑥) 𝑣𝑗 + 𝑁 𝑐 4(𝑥) 𝜑𝑧𝑗 (46)

̂ (𝑥) = 𝑁 𝑐 1(𝑥) 𝑤𝑖 + 𝑁 𝑐 2(𝑥) 𝜑𝑦𝑖 + 𝑁 𝑐 3(𝑥) 𝑤𝑗 + 𝑁 𝑐 4(𝑥) 𝜑𝑦𝑗


𝑤 (47)

Onde: 𝑁1𝑐 = 1 − 3𝜉 2 + 2𝜉 3 ; 𝑁2𝑐 = 𝐿𝑒 (𝜉 − 2𝜉 2 + 𝜉 3 ); (48)

𝑁3𝑐 = 3𝜉 2 − 2𝜉 3 ; 𝑁4𝑐 = 𝐿𝑒 (−𝜉 2 + 𝜉 3 ) (49)

Podendo ser reescritas na forma matricial conforme abaixo:

𝑢̂(𝑥)
𝑣̂(𝑥)
𝑢̂(𝑥) = { } = 𝑁 𝑒 (𝑥)𝑎𝑒 (50)
𝑤
̂(𝑥)
𝜑̂(𝑥)
Onde 𝑁 𝑒 corresponde as coordenadas isoparamétricas e 𝑎𝑒 é a matriz dos
graus de liberdade do elemento. Sendo definidas como:

𝑁1𝑙 0 0 0 0 0 𝑁2𝑙 0 0 0 0 0
0 𝑁1𝑐 0 0 0 𝑁2𝑐 0 𝑁3𝑐 0 0 0 𝑁4𝑐
𝑁𝑒 = (51)
0 0 𝑁1𝑐 0 −𝑁2𝑐 0 0 0 𝑁3𝑐 0 −𝑁4𝑐 0
[0 0 0 𝑁1𝑙 0 0 0 0 0 𝑁2𝑙 0 0]

𝑎1𝑒
𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒 𝑒
𝑎𝑒 = { ⋮ } = [𝑢𝑖 𝑣𝑖 𝑤𝑖 𝜑𝑥𝑖 𝜑𝑦𝑖 𝜑𝑧𝑖 𝑢𝑗 𝑣𝑗 𝑤𝑗 𝜑𝑥𝑗 𝜑𝑦𝑗 𝜑𝑧𝑗 ] (52)
𝑎2𝑒

Assim como os esforços, as deformações e curvaturas do elemento também


são descritos:

𝜕𝑢̂ (53)
𝜀̂(𝑥) = (𝑥) = 𝑁 𝑙 1,𝑥 (𝑥)𝑢𝑖 + 𝑁 𝑙 2,𝑥 (𝑥)𝑢𝑗
𝜕𝑥

𝜕𝜑̂
𝜃̂(𝑥) = (𝑥) = 𝑁 𝑙 1,𝑥 (𝑥)𝜑𝑥𝑖 + 𝑁 𝑙 2,𝑥 (𝑥)𝜑𝑥𝑗 (54)
𝜕𝑥

𝜕²𝑤
̂
𝑘̂𝑦(𝑥) = (𝑥) = −𝑁 𝑐 1,𝑥𝑥 𝑤𝑖 + 𝑁 𝑐 2,𝑥𝑥 𝜑𝑦𝑖 − 𝑁 𝑐 3,𝑥𝑥 𝑤𝑗 + 𝑁 𝑐 4,𝑥𝑥 𝜑𝑦𝑗 (55)
𝜕𝑥²

𝜕²𝑣̂
𝑘̂𝑧(𝑥) = (𝑥) = −𝑁 𝑐 1,𝑥𝑥 𝑣𝑖 + 𝑁 𝑐 2,𝑥𝑥 𝜑𝑧𝑖 − 𝑁 𝑐 3,𝑥𝑥 𝑣𝑗 + 𝑁 𝑐 4,𝑥𝑥 𝜑𝑧𝑗 (56)
𝜕𝑥²
Sendo reescritas na forma matricial conforme abaixo:
40

𝜀̂(𝑥)
𝜃̂(𝑥)
𝐸̂ (𝑥) = = 𝐵 𝑒 (𝑥)𝑎𝑒 (57)
𝑘̂𝑦(𝑥)
{ 𝑘̂𝑧(𝑥) }

Onde a matriz das coordenadas isoparamétricas 𝐵 𝑒 é dada por:


𝑙 𝑙
𝑁1,𝑥 0 0 0 0 0 𝑁2,𝑥 0 0 0 0 0
𝑙 𝑙
0 0 0 𝑁1,𝑥 0 0 0 0 0 𝑁2,𝑥 0 0
𝐵𝑒 = 𝑐 𝑐 𝑐 𝑐 (58)
0 0 −𝑁1,𝑥𝑥 0 𝑁2,𝑥𝑥 0 0 0 −𝑁3,𝑥𝑥 0 𝑁4,𝑥𝑥 0
𝑐 𝑐 𝑐 𝑐
[ 0 −𝑁1,𝑥𝑥 0 0 0 −𝑁2,𝑥𝑥 0 −𝑁3,𝑥𝑥 0 0 0 −𝑁4,𝑥𝑥 ]

Assim como a formulação realizada para placas, a solução do problema passa


pelo conceito de PMEP conforme a Equação 14 já conceituada anteriormente. A
minimização do funcional é realizada a partir da definição do trabalho potencial interno
do elemento, resultando nos esforços internos da seguinte forma:

𝑈(𝑑) = 𝜕𝑊𝑖𝑛𝑡 = − ∫𝐿𝑒 (𝑁𝛿𝜀𝑥 + 𝑀𝑥 𝛿𝜃 + 𝑀𝑦 𝛿𝑘𝑦 + 𝑀𝑧 𝛿𝑘𝑧 )𝑑𝑥 = − ∫𝐿𝑒 𝛿𝐸 𝑇 ∑ 𝑑𝑥 (59)

Onde 𝛿𝐸 𝑇 é o vetor das deformações e ∑ o vetor das tensões resultantes no


elemento. A relação entre as tensões e deformações do elemento por ser escrita
como:
𝑁(𝑥)
𝑀𝑥 (𝑥)
∑(𝑥) = = 𝐷(𝐸 − 𝐸0 ) (60)
𝑀𝑦 (𝑥)
{ 𝑀𝑧 (𝑥)}

Onde 𝐷 é a matriz de elasticidade, considerando o material isotrópico e


aplicando a Lei de Hooke temos:
𝐸𝐴 0 0 0
0 𝐺𝐼𝑥 0 0
𝐷=[ 0 0 𝐸𝐼𝑦 0 ]
0 0 0 𝐸𝐼𝑧

A aplicação da energia potencial externa segue a mesma formulação conforme


já descrita anteriormente na formulação de placas. A matriz de rigidez local do
elemento de pórtico espacial é descrita conforme segue:

𝐾 𝑒 = ∫ 𝐵 𝑒𝑇 𝐷𝐵 𝑒 𝑑𝑥 (61)
𝐿𝑒
41

O número de linhas e colunas da matriz de rigidez do elemento é igual ao seu


número de incógnitas. Assim, para o elemento de pórtico espacial que possui 6 graus
de liberdade em cada nó, a sua matriz de rigidez terá a forma de 12 linhas e 12 colunas
(12x12). Cada coluna na matriz representa as ações causadas por um dos
deslocamentos de cada grau de liberdade, nomeados de cima para baixo e da
esquerda para a direita (GERE; WEAVER, 1981). Na forma matricial tem-se:
(𝐸𝐴)𝑒 (𝐸𝐴)𝑒
0 0 0 0 0 − 0 0 0 0 0
𝐿𝑒 𝐿𝑒
12(𝐸𝐼)𝑒𝑧 6(𝐸𝐼)𝑒𝑧 12(𝐸𝐼)𝑒𝑧 6(𝐸𝐼)𝑒𝑧
0 0 0 0 0 − 0 0 0
𝐿𝑒3 𝐿𝑒2 𝐿𝑒3 𝐿𝑒2
12(𝐸𝐼)𝑒𝑦 6(𝐸𝐼)𝑒𝑦 12(𝐸𝐼)𝑒𝑦 6(𝐸𝐼)𝑒𝑦
0 0 0 − 0 0 0 − 0 − 0
𝐿𝑒3 𝐿𝑒2 𝐿𝑒3 𝐿𝑒2
(𝐺𝐼)𝑒𝑥 (𝐺𝐼)𝑒𝑥
0 0 0 0 0 0 0 0 − 𝑒 0 0
𝐿𝑒 𝐿
6(𝐸𝐼)𝑒𝑦 4(𝐸𝐼)𝑒𝑦 6(𝐸𝐼)𝑒𝑦 2(𝐸𝐼)𝑒𝑦
0 0 − 𝑒2 0 0 0 0 0 0
𝐿 𝐿𝑒 𝐿𝑒2 𝐿𝑒
6(𝐸𝐼)𝑒𝑧 4(𝐸𝐼)𝑒𝑧 6(𝐸𝐼)𝑒𝑧 2(𝐸𝐼)𝑒𝑧
0 0 0 0 0 − 𝑒2 0 0 0
𝐾𝑒 = 𝐿𝑒2 𝐿𝑒 𝐿 𝐿𝑒
(𝐸𝐴)𝑒 (𝐸𝐴)𝑒
− 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
𝐿𝑒 𝐿𝑒
12(𝐸𝐼)𝑒𝑧 6(𝐸𝐼)𝑒𝑧 12(𝐸𝐼)𝑒𝑧 6(𝐸𝐼)𝑒𝑧
0 − 0 0 0 − 𝑒2 0 0 0 0 −
𝐿𝑒3 𝐿 𝐿𝑒3 𝐿𝑒2
12(𝐸𝐼)𝑒𝑦 6(𝐸𝐼)𝑒𝑦 12(𝐸𝐼)𝑒𝑦 6(𝐸𝐼)𝑒𝑦
0 0 − 0 0 0 0 0 0
𝐿𝑒3 𝐿𝑒2 𝐿𝑒3 𝐿𝑒2
(𝐺𝐼)𝑒𝑥 (𝐺𝐼)𝑒𝑥
0 0 0 − 𝑒 0 0 0 0 0 0 0
𝐿 𝐿𝑒
6(𝐸𝐼)𝑒𝑦 2(𝐸𝐼)𝑒𝑦 6(𝐸𝐼)𝑒𝑦 4(𝐸𝐼)𝑒𝑦
0 0 − 𝑒2 0 0 0 0 0 0
𝐿 𝐿𝑒 𝐿𝑒2 𝐿𝑒
6(𝐸𝐼)𝑒𝑧 2(𝐸𝐼)𝑒𝑧 6(𝐸𝐼)𝑒𝑧 4(𝐸𝐼)𝑒𝑧
[ 0 0 0 0 0 − 𝑒2 0 0 0
𝐿𝑒2 𝐿𝑒 𝐿 𝐿𝑒 ]

3.2.1 Matriz de Rotação

A utilização de estruturas espaciais requer o uso de um conjunto de eixos de


referência orientados de alguma forma para a estrutura na sua totalidade. Em geral
os eixos dos elementos são oblíquos em relação aos eixos globais da estrutura,
necessitando a transformação da rigidez do elemento local para a rigidez global da
estrutura (GERE;WEAVER, 1981).
Para isso desenvolve-se a Matriz de Rigidez Global, que relaciona o sistema
local do elemento a um sistema global de eixos coordenados. Para estabelecer essa
relação as coordenadas locais e globais devem estar no mesmo sistema de eixos.
Essa orientação é realizada através da utilização de uma matriz de rotação R.
A matriz de rotação transforma os 12 graus de liberdade do elemento no
sistema local xm, ym e zm (Figura 13.a) para sua posição compatibilizada no sistema
global de coordenadas x, y e z (Figura 13.b).
42

Figura 13 - Sistema de numeração para o elemento de pórtico espacial.

Fonte: Adaptado de Gere & Weaver, (1981,p.270).

A orientação de cada membro é realizada através do plano xm – ym em um ponto


de referência arbitrária p, onde calcula-se o ângulo α, que corresponde ao giro da
seção transversal em torno do eixo xm (Figura 14).

Figura 14 – Rotação de membro de pórtico espacial em torno do eixo Xm.

Fonte: Adaptado de Gere & Weaver, (1981, p.272).

A matriz de rotação é definida pelo autor Gere e Weaver (1981) como:

𝑅𝑖 0 0 0
0 𝑅𝑖 0 0
𝑅𝑒 = [ ] (62)
0 0 𝑅𝑖 0
0 0 0 𝑅𝑖

Onde cada submatriz 𝑅𝑖 é expressa em função dos Cossenos Diretores do


elemento. Com isso, a matriz de rigidez do elemento rotacionada é obtida através da
equação abaixo:
43

𝐾𝐺𝑒 = 𝑅 𝑒 𝐾 𝑒 𝑅 𝑒𝑇 (63)

Onde 𝑅 𝑒 é a matriz de rotação do elemento e 𝐾 𝑒 a matriz de rigidez local do


elemento antes da rotação, resultando em 𝐾𝐺𝑒 , que representa a matriz de rigidez do
elemento em relação aos eixos globais da estrutura.
Assim como a matriz de rigidez, o vetor de carregamentos também deve ser
orientado às coordenadas globais. A compatibilização é realizada da seguinte
maneira:

𝐹𝐺𝑒 = 𝑅 𝑒 𝐹 𝑒 (64)

Onde 𝐹 𝑒 é o vetor dos carregamentos atuantes ao longo do elemento, que ao


serem rotacionados resultam em 𝐹𝐺𝑒 .

3.2.2 Matriz de Rigidez Global

Obter a matriz de rigidez local do elemento e compatibiliza-lo às coordenadas


globais é o início da montagem da matriz de rigidez global. Assim como na análise de
estruturas reticuladas, no MEF a matriz de rigidez global é obtida através da
combinação das matrizes de rigidez de todos os elementos que constituem a estrutura
(SORIANO, 2009).
A associação da numeração local dos nós do elemento com a numeração
global dos nós da estrutura é feita através da utilização da matriz de incidência. A
matriz indica como o elemento se conecta, e onde será posicionado na matriz de
rigidez global (VAZ, 2011).
Arbitrariamente define-se qual será o nó 1, e uma vez definido, as posições dos
demais nós devem ser determinadas no sentido anti-horário na malha de elementos
para os valores serem obtidos positivos, caso contrário, todos os resultados a partir
desse ponto serão negativos, sujeitos a adequação de sinais para o prosseguimento
do estudo (OÑATE, 2008).
Portanto, segundo Vaz (2011), um nó com uma numeração local 2 poderá ser
chamado de nó global 15, variando conforme sua posição espacial e sequencial. Tal
regra torna possível relacionar os 12 graus de liberdade do elemento local com 12
graus de liberdade global, recebendo a contribuição dos 12 nós do elemento adjacente
a ele devido a continuidade e ligação entre os elementos (ASSAN, 1999).
44

Um exemplo da montagem da matriz de incidência é visto na Figura 15.

Figura 15 - Matriz de Incidência global.

Fonte: Adaptado de Assan, (1999, p.73).

Percebe-se que o tamanho da matriz de rigidez global a ser avaliada varia de


acordo com a quantidade 𝑛 de elementos finitos, mudando para cada tipo de estrutura,
assumindo a dimensão de 𝑛𝑥𝑛. Analogicamente os vetores globais de deslocamentos
e cargas nodais também seguem essa distribuição.

3.3 ACOPLAGEM PÓRTICO ESPACIAL - PLACA

Com ambas formulações definidas, segue-se para o procedimento de


acoplagem da placa ao pórtico espacial. A acoplagem trata-se da compatibilização
dos graus de liberdade que dão continuidade entre os elementos do pórtico espacial
com os elementos de placa.
45

Na Figura 16 é exemplificado a situação de um nó i.


Figura 16 - Acoplagem pórtico-placa.

Fonte: Adaptado de Oliveira, (2009, p.72).

Para o nó i do pórtico espacial citado acima, a matriz de rigidez para os seus


deslocamentos tem a forma:
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 𝐾15 𝐾16
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 𝐾25 𝐾26
𝐹
𝐾𝐹 𝐹
𝐾32 𝐹
𝐾33 𝐹
𝐾34 𝐾35 𝐹
𝐾36
𝐾 (𝑖) 𝑝ó𝑟𝑡𝑖𝑐𝑜 = 31
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 (65)
𝐾41 𝐾42 𝐾43 𝐾44 𝐾45 𝐾46
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
𝐾51 𝐾52 𝐾53 𝐾54 𝐾55 𝐾56
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
[𝐾61 𝐾62 𝐾63 𝐾64 𝐾65 𝐾66 ]

E para os deslocamentos da placa a matriz de rigidez fica:


𝑃 𝑃 𝑃
𝐾11 𝐾12 𝐾13
𝐾 (𝑖) 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 = [𝐾21
𝑃 𝑃
𝐾22 𝑃
𝐾23 ] (66)
𝑃 𝑃 𝑃
𝐾31 𝐾32 𝐾33

Compatibilizando os graus de liberdade na posição acoplada do pórtico


espacial à placa, 6 graus de liberdade posicionam-se no mesmo local, sendo
referentes aos mesmos esforços e possuem a mesma convenção de sinais, tornando-
se possível o acoplamento dos elementos, resultando em uma matriz de rigidez
acoplada do nó i :
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 𝐾15 𝐾16
𝐹 𝐹 𝑃 𝐹 𝐹 𝑃 𝐹 𝐹 𝑃
𝐾21 (𝐾22 + 𝐾11 ) 𝐾23 (𝐾24 + 𝐾13) 𝐾25 (𝐾26 + 𝐾12 )
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
(𝑖)
𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34 𝐾35 𝐾36
𝐾 𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑑𝑜 = 𝐹 𝐹 𝑃 𝐹 𝐹 𝑃 𝐹 𝐹 (67)
𝐾41 (𝐾42 + 𝐾21) 𝐾43 (𝐾44 + 𝐾22) 𝐾45 𝐾46
𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹 𝐹
𝐾51 𝐾52 𝐾53 𝐾54 𝐾55 𝐾56
𝐹 𝐹 𝑃 𝐹 𝐹 𝑃 𝐹 𝐹 𝑃
[𝐾61 (𝐾62 + 𝐾31) 𝐾63 (𝐾64 + 𝐾32 ) 𝐾65 (𝐾66 + 𝐾33 )]
46

Assim como os deslocamentos, a cargas atuantes também são acopladas,


obtendo-se finalmente:
𝐾 𝐹𝑃 𝑈 𝐹𝑃 = 𝐹 𝐹𝑃 (68)

Onde 𝐾 𝐹𝑃 é a matriz de rigidez acoplado, 𝑈 𝐹𝑃 o vetor deslocamentos e 𝐹 𝐹𝑃 o


vetor de carga.

3.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO

Segundo Soriano (2005), a solução da matriz de rigidez global encontrada


anteriormente na acoplagem do pórtico à placa é indeterminada, devido a sua
singularidade. A Matriz 𝐾 é singular pois não considera-se as ligações da estrutura
com o meio exterior, o que torna seu determinante igual a zero, resultando em infinitas
soluções para a equação. Para isso, as equações precisam ser reformuladas em uma
forma integral chamada de formulação fraca. Uma formulação é denominada fraca
quando aplica-se alguns valores conhecidos à formulação inicial (formulação forte)
(ASSAN, 1999). E esses valores são conhecidos como as condições de contorno, e
sua introdução retira a singularidade da matriz de rigidez, diminuindo o número de
incógnitas presentes do problema.
A primeira condição de contorno possível de ser utilizada é dada em função
das restrições do elemento devido ao tipo de suas vinculações. Essas condições são
chamadas de essenciais. As condições referentes às reações no elemento devido aos
carregamentos nele aplicados são chamadas de naturais. Portanto, de acordo com o
tipo de vinculação nas extremidades dos elementos, alguns valores de
deslocamentos, rotações e esforços podem ser conhecidos previamente. Serão
descritas algumas das condições de contorno utilizadas no persente trabalho, as
demais serão exemplificadas em seus exemplos numéricos.
Para o caso de uma borda engastada, três condições essenciais podem ser
aplicadas à formulação devido à restrição da vinculação: Os deslocamentos verticais
serão nulos (w=0) e suas rotações também serão iguais a zero ( 𝜃𝑥𝑧 = 𝜃𝑦𝑧 = 0).
Quando a vinculação é adotada como simplesmente apoiada, pode-se utilizar duas
condições de contorno essenciais, onde os deslocamentos verticais são nulos (w=0)
e a rotação do eixo apoiado também é nula (𝜃𝑥𝑧 = 0), e uma condição natural, cujo
momento fletor não possuirá valor (𝑀𝑦 = 0). E por fim, quando o apoio é livre e sem
restrições, três condições de contorno naturais são aplicadas (𝑀𝑦 = 𝑀𝑦𝑧 = 𝑄𝑦 = 0).
47

4 MODELAGEM COMPUTACIONAL

Com o objetivo de realizar a compatibilização dos diferentes elementos que


compõem a estrutura, os métodos descritos no capítulo anterior foram aplicados a fim
de sanar as peculiaridades da análise de pórticos espaciais, para a verificação da
influência que o acoplamento de lajes resulta em sua rigidez estrutural, objetivando a
demonstração, comparação e avaliação dos resultados obtidos.
Para a aplicação do método, foi desenvolvido uma modelagem computacional
com o auxílio do software MATLAB, que possui como princípio de processamento a
análise numérica equacional, principalmente no que tange a manipulação matricial de
dados, possuindo um ambiente que facilita a resolução do grande volume de dados e
dos problemas numéricos matriciais complexos que a modelagem de elementos finitos
exige que sejam manipulados (CHAPMAN, 2017). Além da programação matemática,
o software dispõe de um ambiente gráfico chamado GUI (Graphical User Interface),
para geração e plotagem gráfica, facilitando a visualização dos fenômenos de
deslocamentos dos modelos analisados. Tal quesito justifica a escolha da ferramenta.
A modelagem final do software seguiu a metodologia de cálculo descrita
anteriormente, com as devidas transformações necessárias para a linguagem utilizada
pelo software MATLAB.

4.1 FLUXOGRAMA

Durante a modelagem do software, foram desenvolvidas técnicas de


paralelização e simplificação voltados para a obtenção de um melhor desempenho em
termos de processamento. Dessa forma, as etapas e estruturações utilizadas são
resumidamente demonstradas conforme o fluxograma da Figura 17.

4.2 ENTRADA DE DADOS

A entrada de dados foi parametrizada com o auxílio do software Excel,


buscando evitar erros no lançamento dos dados iniciais, dando maior confiabilidade e
rapidez ao processo. Inicialmente criou-se um arquivo nomeado InputOnjModeln.xlsx,
onde será realizado o pré-processamento do modelo.
Na primeira aba do arquivo, intitulada Obj.Material, o usuário deverá cadastrar
o banco de dados de materiais que deseja utilizar. Cabe ressaltar nesse ponto que
após cadastrado o banco de dados, o mesmo poderá ser salvo, facilitando o processo
48

de modelagem em futuras utilizações, já que torna-se necessário sua configuração


apenas no primeiro acesso.
Figura 17 - Fluxograma de trabalho da modelagem.

Fonte: Autoria Própria.

As características necessárias para o cadastro de material são os Módulos de


elasticidade longitudinal e transversal, coeficiente de Poisson e peso por unidade
linear. Realizado o cadastro, prossegue-se para aba seguinte.
Na aba Obj.Section realiza-se o cadastro das seções transversais dos
elementos que compõem a estrutura. Assim como na aba anterior, o cadastro das
seções pode ser realizada apenas no primeiro acesso ao programa, gravando as
informações para futuras utilizações.
49

O cadastro de seções é ilimitado, ampliando a abrangência de diferentes


elementos a serem utilizados. As características necessárias do elemento a ser
cadastrado são as dimensões, área e suas Inércias em relação aos 3 eixos globais x,
y e z.
Seguindo com o cadastro, passa-se para a aba Obj.Joint, onde deve ser
cadastrado todos os nós da estrutura. Esse procedimento torna-se substancial para o
prosseguimento de análise, pois será a partir dessas informações que o software fara
a montagem da estrutura global, definição da malha de elementos finitos e locação
das forças nodais para a montagem das matrizes de rigidez local e global.
Juntamente com o cadastro dos nós, é realizado o posicionamento das forças
nodais equivalentes que atuam no ponto e suas restrições aos deslocamentos.
Aqui torna-se importante o procedimento anteriormente exposto sobre as
condições de contorno, onde define-se quais nós terão deslocabilidade e quais nós
serão considerados imóveis.
O software prosseguirá com o cálculo dos deslocamentos incógnitos nessa
etapa, fazendo com que o usuário apenas necessite informar quais nós estão sujeitos
ao travamento da estrutura zerando sua deslocabilidade. Um aspecto importante
nessa etapa de modelação, e que é comum a todos os elementos finitos, é a
orientação relativa dos mesmos. Estes devem ser todos lançados no mesmo plano
como devem também ter a mesma orientação dos eixos locais (GILAT, 2012).
Com os pontos nodais cadastrados, a aba Obj.Frame identifica a posição global
de cada um dos elementos de barra como vigas e pilares, identificando o nó inicial e
final em que o elemento está posicionado, definindo para cada um deles o material e
a geometria a partir do cadastro já realizado anteriormente.
As lajes também seguem o mesmo procedimento, sendo cadastradas na aba
Obj.Area. Com isso, todo o pré-processamento necessário está pronto, permitindo
inicia-se a aplicação.

4.3 MANIPULAÇÃO DOS DADOS

Com o arquivo de entrada pronto, o software realiza um pré-processamento


dos dados, criando rotinas de cálculo que definem variáveis e parâmetros de
armazenamento para a organização das áreas de memória a serem ocupadas por
cada uma das categorias em forma de matrizes (CHAPRA, 2013).
50

Como se está utilizando o Método dos Elementos Finitos para a discretização


do pavimento, o tempo de processamento será proporcional ao volume de
informações a serem tratadas, justificando o cuidado em facilitar ao máximo o
processamento, evitando o acúmulo de dados desnecessários no processo.
Após o pré-processamento, o software gera e posiciona os graus de liberdade
em cada um dos pontos nodais, criando um vetor de forças para os elementos. Nesse
ponto em que o sistema entende os graus de liberdade a serem solucionados, fazendo
a leitura do arquivo inicial e identificando os graus em que não ocorrem
deslocamentos.
Com todas as variáveis disponíveis, parte-se para a inicialização do software,
onde inicia-se a montagem da matriz de rigidez local de cada elemento reticulado
tanto de barra como de área, a partir dos dados de entrada de tipo de material,
geometria e posição global.

4.3.1 Acoplagem Pórtico-Placa

Com as matrizes de rigidez globais dos elementos montadas, a acoplagem


entre as modelagens se faz de modo a analisar a estrutura como um único elemento,
de modo a acoplar as solicitações decorrentes da laje em suas posições de encontro
com as vigas e pilares no seu contorno.
A acoplagem é realizada através da soma das matrizes de rigidez dos
diferentes elementos, onde suas posições espaciais se tornam compatíveis. Nesses
pontos, certos graus de liberdade da laje e das vigas se coincidem, podendo-se assim
realizar a compatibilização entre ambos, somando-se suas solicitações e deformações
decorrentes do carregamento aplicado.
A acoplagem é realizada através da soma dos vetores deslocamentos e forças
nodais, montando assim, a matriz de rigidez acoplada da estrutura analisada, assim
como descrito no item 3.3 da pesquisa.

4.4 SAÍDA DE DADOS

A saída dos dados analisados se dá de forma numérica a partir da impressão


dos dados da variável a (Figura 18), que contém a numeração dos graus de liberdade
referenciado como numeração das linhas, seus respetivos deslocamentos, esforços e
reações de apoio quando existentes.
51

Figura 18 - Resultados dos deslocamentos na variável a.

Fonte: Autoria Própria.

Complementada com plotagem de dois gráficos na tela do usuário. O primeiro


gráfico (Figura 19) mostra a estrutura após ser lançada, com a numeração dos nós e

Figura 19 - Gráfico de saída de dados (Geometria).

Fonte: Autoria Própria.


52

elementos para a conferência se a leitura do software foi correta em relação ao arquivo


de entrada.
O segundo gráfico (Figura 20) demonstra os deslocamentos ocorridos na
estrutura, sendo possível em cada ponto da estrutura, com apenas 1 clique,
apresentar na tela para o usuário as coordenadas selecionadas e os respectivos
deslocamentos no local.
Figura 20 - Gráfico de saída de dados (Deslocamentos).

Fonte: Autoria Própria.


4.5 CALIBRAÇÃO

Para o prosseguimento de obtenção de resultados, torna-se necessário a


verificação quanto a validade da modelagem desenvolvida, e para tal, adotou-se como
base os modelos genéricos desenvolvidos por Buzar (1996), cujos parâmetros
utilizados se assemelham aos adotados. As principais respostas dos modelos foram
julgadas e comparadas com o software SAP2000 para aferir a precisão dos
resultados. O SAP2000 é um programa de análise estrutural no qual determinadas
funcionalidades contribuem para a verificação que deseja-se analisar. O programa
possui em sua codificação o método dos elementos finitos para diferentes elementos
isoparamétricos de barras e placas, além da discretização de lajes pela Teoria de
Reissner-Mindlin, assim como a modelagem desenvolvida.,
53

4.5.1 Modelo 1 – Placa com variação de espessura

O primeiro modelo utilizado para calibração é uma placa de lados iguais com 3
metros comprimento (Figura 21). A malha de elementos finitos adotada de 50cm x
50cm por Buzar (1996) foi reproduzida igualmente. O material adotado possui módulo
de elasticidade 𝐸 = 27,17 ∙ 106 𝑘𝑁/𝑚² e coeficiente de Poisson 𝜗 = 0,3.

Figura 21 - Malha de nós da Placa.

Fonte: Adaptado de Buzar, 1996, f. 86.

Apresentada a estrutura, inicia-se sua modelagem com os mesmos parâmetros


desenvolvidos pelo autor para assegurar a comparação entre os dados.
Primeiramente determina-se as características do material e sua geometria no arquivo
de entrada de dados, assim como a determinação da posição espacial dos nós que
determinarão as dimensões das barras e placas analisadas. Juntamente com o
lançamento da posição dos nós é realizado o lançamento dos esforços e
deslocamentos inicialmente empregados na estrutura.
O carregamento aplicado é distribuído sobre a área da placa de 9,81kN/m². As
analises são realizadas variando a espessura da placa: 50, 100 e 300. Para a
espessura de 10mm utilizou o carregamento de 8N/m² e para 600mm 80852kN/m²,
com mudança das condições de contorno, variando entre simplesmente apoiada e
engastada. O objetivo desse modelo é demonstrar que a modelagem das lajes
apresenta-se correta.
Os resultados são visualizados na Tabela 1, Figura 23 e Figura 22.
54

Tabela 1 – Deslocamentos Máximos da Placa.


Contorno Apoiado Contorno Engastado

Espessura BUZAR (1996) SAP2000 Modelagem BUZAR (1996) SAP2000 Modelagem


(mm)
Deslocamento máximo (mm)
10mm -0,99953 -0,79439 -0,79306 -0,03015 -0,0046 -0,00350
50mm -10,35431 -7,82387 -7,4976 -0,26863 -0,11633 -0,02530
100mm -1,30038 -0,99 -0,9459 -0,040018 -0,0412 -0,04270
300mm -0,05113 -0,04125 -0,0385 -0,019185 -0,00941 -0,00420
600mm -60,02564 -56,79159 -56,2662 -17,956103 -18 -17,4083

Fonte: Autoria própria.

Figura 23 - Gráfico de Deslocamentos Apoiada.


Placa com Contorno Apoiado
Buzar SAP2000 Modelagem
-70

-60,0
Deslocamento máximo (mm)

-60 -56,8 -56,3

-50

-40

-30

-20

-10,4
-10 -7,8 -7,5

-1,0 -0,8 -0,8 -1,3 -1,0 -0,9 -0,1 0,0 0,0


0
10mm 50mm 100mm 300mm 600mm

Espessura da placa (mm)


Fonte: Autoria própria.

Figura 22 - Gráfico de Deslocamentos Engastada.


Placa com Contorno Engastado
Buzar SAP2000 Modelagem -18,0
-18,0 -17,4
-18
Deslocamento máximo (mm)

-16

-14

-12

-10

-8

-6

-4

-2
0,0 0,0 0,0 -0,3 -0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
0
10mm 50mm 100mm 300mm 600mm
Espessura da placa (mm)
Fonte: Autoria própria.
55

Percebe-se que todos os valores convergem para uma tendência,


demonstrando que o software apresenta-se satisfatório para a aplicação em lajes.

4.5.2 Modelo 2 – Pórtico Espacial acoplado de Laje

Neste modelo, Buzar (1996) utilizou um pórtico simples formado por uma laje
de lados iguais com comprimento de 3 metros, apoiada em vigas e pilares com seções
transversais de 30x30cm (Figura 24).

Figura 24 - Pórtico espacial com laje acoplada.

Fonte: Adaptado de Buzar, (1996, p. 96).

Inicialmente modela-se a estrutura sem a presença da laje para a validação da


modelagem para pórtico espacial. A malha de elementos finitos adotada para o
modelo mede 50x50cm e os material aplicados seguem os mesmos utilizados no
Modelo 1. Como desconsiderou-se a laje nesse caso, inseriu-se carregamentos
unitários em direção de x positivo, e em direção de z negativo, nos 4 nós superiores
que fazem o contorno da estrutura (Figura 25).
Figura 25 - Exemplo de modelagem no SAP2000.

Fonte: Autoria Própria.


56

Os resultados obtidos foram comparados com a mesma modelagem


desenvolvida no SAP2000 e são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 - Resultados do modelo 2.

Modelo 2 - Pórtico Espacial


Posição SAP2000 Modelagem Variação (%) SAP2000 Modelagem Variação (%)
(mm) Deslocamento Eixo X (mm) Deslocamento Eixo Z (mm)
A 0,16895 0,1689 0,0296% -0,0001704 -0,00016904 0,7981%
A' 0,16895 0,1689 0,0296% -0,00212 -0,0021194 0,0283%
B 0,16895 0,1689 0,0296% -0,0001704 -0,00016904 0,7981%
B' 0,16895 0,1689 0,0296% -0,00212 -0,0021194 0,0283%
Fonte: Autoria Própria.

Verifica-se que a variância entre os resultados mostra-se com valores


insignificantes perante os dados necessários para o perfeito dimensionamento de uma
estrutura, entendendo-se assim como satisfatória a modelagem apresentada para
pórticos espaciais.
Para o prosseguimento, no presente modelo, aproveita-se para a
demonstração dos motivos que levaram o autor à escolha pela Teoria de Reissner-
Mindlin para a discretização das placas no presente trabalho. No modelo proposto 2,
além da obtenção dos valores de Buzar (1996) e do SAP2000, também são extraídos
os resultados do software SAP90, uma versão anterior ao SAP2000, que possui como
base a discretização de placas pela Teoria de Kirchhoff (LIMA, 2017). A verificação
busca comparar ambas as teorias citadas no presente estudo e responder se a
escolha pela Teoria de Reissner-Mindlin foi a adequada para a modelagem.
Para tal, é inserido uma laje ao modelo. A espessura da laje adotada possui 10
cm, sofrendo a aplicação de um carregamento distribuído 𝑞 = 4,9 𝑘𝑁/𝑚2 (Figura
276), e em outro momento uma carga concentrada situada no nó central da placa
equivalendo a 𝑃 = 9,81 𝑘𝑁 (Figura 27), a fim de ser verificado se existe variação
conforme o tipo de carregamento a ser aplicado.
A malha de elementos finitos adotada é de 50x50cm conforme o autor utilizou
para que exista a possibilidade de comparação e o material aplicado segue os
mesmos utilizados na modelagem de calibração do Modelo 1.
57

Figura 276 - Carregamento Distribuído. Figura 27 - Carregamento Concentrado.

Fonte: Autoria Própria. Fonte: Autoria Própria.

Os resultados são analisados nas diferentes situações de carregamento, ao


longo dos eixos AA’, situado no centro da laje, e BB’, situado ao longo da viga. Os
resultados para o eixo AA’ com o carregamento concentrado são visualizados na
Tabela 3 e Figura 28.
Tabela 3 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Concentrado.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 28 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Concentrado


0,00000
SAP90 Buzar SAP2000
-0,05000
Deslocamento (mm)

-0,10000

-0,15000

-0,20000

-0,25000

-0,30000

-0,35000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Comprimento da placa na direção AA' (mm)
Fonte: Autoria Própria.
58

Os resultados do eixo BB’ seguem abaixo em Tabela 4 e Figura 29.

Tabela 4 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Concentrado.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 29 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Concentrado.


0,0000

-0,0100 SAP90 Buzar SAP2000


Deslocamento (mm)

-0,0200

-0,0300

-0,0400

-0,0500

-0,0600
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Comprimento da placa na direção BB' (mm)
Fonte: Autoria Própria.

Para o carregamento distribuído, os resultados do eixo AA’ em Tabela 5 e


Figura 30 .
Tabela 5 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Distribuído.

Fonte: Autoria Própria.


59

Figura 30 - Deslocamentos em AA' - Carregamento Distribuído.


0,0000

-0,1000 SAP90 Buzar SAP2000

Deslocamento (mm)
-0,2000

-0,3000

-0,4000

-0,5000

-0,6000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Comprimento da placa na direção AA' (mm)
Fonte: Autoria Própria.

Os resultados para o eixo BB’ seguem Tabela 6 e Figura 31.


Tabela 6 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Distribuído.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 31 - Deslocamentos em BB' - Carregamento Distribuído.


0

-0,02
Buzar SAP2000 SAP90
-0,04
Deslocamento (mm)

-0,06

-0,08

-0,1

-0,12

-0,14

-0,16

-0,18
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Comprimento da placa na direção BB' (mm)

Fonte: Autoria Própria.


60

Neste momento percebe-se uma pequena variação entre os resultados, tanto


para o carregamento concentrado quando para o distribuído, mostrando-se a
modelagem desenvolvida no SAP90 com a Teoria de Kirchhoff sendo levemente mais
conservadora, com resultados menores, em torno de 2%, comparados às modelagens
de Buzar (1996) e SAP2000. Justifica-se a pequena diferença pois, segundo Vaz
(2011), a teoria de Reissner-Mindlin apresenta-se com resultados mais expressivos
conforme o aumento da espessura do elemento analisado e, por isso, no modelo
seguinte será realizado a mesma verificação acrescentando a variação de espessura
das lajes.
Então, procede-se para o objetivo de aferir a precisão da acoplagem entre o
pórtico espacial e a placa. Inseriu-se as informações da estrutura na modelagem
desenvolvida do mesmo modelo até então analisado, e realiza-se a comparação dos
resultados com o SAP2000. A leitura dos dados foi executada nas mesmas posições
anteriores, e os resultados para o carregamento concentrado são demonstrados
abaixo na Tabela 7 e do carregamento distribuído na Tabela 8.
Tabela 7 - Deslocamentos Carregamento Concentrado.

Fonte: Autoria Própria.

Os resultados obtidos, quando comparados, apresentam pequenas


divergências. As diferenças máximas obtidas foram de 2,56%, quando a estrutura
estava sofrendo ações do carregamento distribuído sobre as lajes. A média das
61

variações obtidas apresentou-se 0,29% para deslocamentos maiores quando


utilizamos a modelagem desenvolvida para a análise da estrutura.
Tabela 8 - Deslocamentos Carregamento Distribuído.

Fonte: Autoria Própria.


De modo a aferir a confiabilidade, demonstra-se abaixo o gráfico de correlação
entre as variáveis de deslocamentos obtidos entre o SAP2000 e a modelagem na
Figura 32.

Figura 32 - Gráfico de correlação dos resultados.

Correlação SAP2000 x Modelagem


0
y = 0,9919x - 0,0005
R² = 0,9999
Deslocamentos SAP2000 (mm)

-0,1

-0,2

-0,3

-0,4

-0,5

-0,6
-0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0
Deslocamentos Modelagem (mm)

Fonte: Autoria Própria.


62

Percebe-se que existe uma correlação muito forte entre as distintas


programações. A correlação existente possui o valor de R²=0,999, sendo considerado
valores excelentes quanto mais próximos a 1 esse valor, portanto, a correlação entre
as modelagens pode ser considerada como ótima, habilitando assim o
prosseguimento da pesquisa.

4.5.3 Modelo 3 – Pórtico Espacial assimétrico acoplado de Laje

No segundo modelo de pórtico espacial desenvolvido por Buzar (1996), o autor


utiliza um pórtico assimétrico com a presença de uma laje em balanço para a
calibração final do método conforme Figura 33.

Figura 33 - Pórtico Espacial Assimétrico acoplado de Laje.

Fonte: Adaptado de Buzar, (1996, p. 100).

Assim como no Modelo 2, iniciou-se pela modelagem apenas do pórtico


espacial sem a presença de laje. As vigas possuem seção transversal de 15x40cm e
os pilares 30x30cm, os materiais aplicados continuam os mesmos utilizados no
modelo 1 e 2 de calibração. A malha de elementos finitos adotada é 50x50cm. Com
as informações referentes as posições globais e locais dos elementos lançadas no
arquivo de entrada, prossegue-se para a conferência da correta leitura pelo software.
As informações são plotadas na tela e ilustradas nas figuras 34 e 35 .
63

Figura 34 - Resultado da leitura do Pórtico espacial assimétrico.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 35 - Modelo estrutural deslocado.

Fonte: Autoria Própria.

Para esse ensaio, aplicam-se cargas unitárias na direção de x positivo e de z


negativo, em todos os nós de ligação entre pilares e vigas, conforme Figura 36.
64

Figura 36 – Carregamento unitário no Modelo 3.

Fonte: Autoria Própria.

A medição dos resultados para comparação dá-se conforme a numeração dos


nós conforme definido na Figura 34. São apresentados abaixo na Tabela 9.
Tabela 9 - Deslocamentos do Pórtico Espacial Assimétrico.

Fonte: Autoria Própria.

Assim como no modelo anterior, verifica-se pequenas divergências entre os


resultados obtidos, em média 0,24% maiores. Tais divergências podem ser
desconsideradas devido sua insignificância perante o assunto abordado no presente
estudo, concluindo-se assim como calibrado o sistema de pórticos espaciais
desenvolvido.
Nesse caso, da mesma forma que o modelo 2, apresenta-se uma comparação
entre resultados obtidos pelas Teorias de Kirchhoff e Reissner-Mindlin para as lajes.
Inclui nesse ponto a presença de lajes definidas pelo contorno das vigas, de espessura
de 10 cm, com a definição de materiais idênticas as utilizadas para o pórtico espacial.
65

Aplicando um carregamento distribuído sobre a área das lajes de 𝑞 = 4,9 𝑘𝑁/𝑚2,


conforme demonstrado na Figura 37.

Figura 37 - Carregamento aplicado do Pórtico Assimétrico.

Fonte: Autoria Própria.


Os resultados foram coletados ao longo dos eixos AA’, BB’, CC’ e DD’,
conforme identificados anteriormente na Figura 33. As comparações foram realizadas
entre os softwares SAP90, SAP2000 e o estudo de Buzar (1996), e seguem nas
tabelas 10, 11 e 12, e nas figuras 38, 39, 40 e 41.
Tabela 10 - Deslocamentos em AA' e BB'.

Fonte: Autoria Própria.


66

Figura 38 - Gráfico de deslocamentos em AA'.


0
SAP90 BUZAR SAP2000

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5
0 2 4 6 8 10
Comprimento da placa na Direção AA' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 39 - Gráfico de deslocamentos em BB'.

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

SAP90 BUZAR SAP2000


-2
0 2 4 6 8 10
Comprimento da placa na Direção BB' (m)

Fonte: Autoria Própria.

Tabela 11 - Deslocamentos em CC'.

Fonte: Autoria Própria.


67

Figura 40 - Gráfico de deslocamentos em CC'.


0

-0,5
SAP90 BUZAR SAP2000

Deslocamento (mm)
-1

-1,5

-2

-2,5

-3
5 6 7 8 9 10
Comprimento da placa na Direção CC' (m)

Fonte: Autoria Própria.

Tabela 12 - Deslocamentos em DD'.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 41 - Gráfico de deslocamentos em DD'.


0
SAP90 BUZAR SAP2000
-1

-2
Deslocamento (mm)

-3

-4

-5

-6

-7

-8
-2 -1 0 1 2 3 4
Comprimento da placa na Direção DD' (m)
Fonte: Autoria Própria.
68

Percebe-se que os todos os valores são bem próximos entre si, com a
modelagem desenvolvida no SAP2000 referente a Teoria de Reissner-Mindlin
apresentando deslocamentos máximos levemente maiores que os modelos do SAP90
e Buzar (1996) baseados na Teoria de Kirchhoff. Entende-se que os valores ainda não
são significativos por motivo da espessura da laje ainda ser esbelta fazendo que os
esforços de cisalhamento da Teoria de Reissner-Mindlin não façam o efeito desejado.
Diante do exposto, parte-se para a verificação da acoplagem de uma laje de
30cm de espessura e um o carregamento distribuído para 𝑞 = 9,81 𝑘𝑁/𝑚2, a fim de
demonstrar valores mais acentuados para os deslocamentos, facilitando a análise dos
resultados. O modelo de carregamento é demonstrado na Figura 43.

Figura 43 - Carregamento sobre lajes 30cm.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 42 - Pórtico assimétrico avaliado no SAP2000.

Fonte: Autoria Própria.


69

A análise dos resultados de deslocamentos é realizada ao longo do eixo AA’.


Todos os valores obtidos são demonstrados na Tabela 13 e na Figura 44.
Tabela 13 - Deslocamentos Laje 30cm em AA'.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 44 – Gráfico de deslocamentos laje 30cm em AA'.


-0,2

SAP90 BUZAR SAP2000


-0,35
Deslocamento (mm)

-0,5

-0,65

-0,8

-0,95
0 2 4 6 8 10
Comprimento da placa na Direção AA' (m)
Fonte: Autoria Própria.
70

Percebe-se que com o aumento da espessura da placa os valores obtidos pelo


SAP90 são mais conservadores quando comparados à modelagem desenvolvida por
Buzar (1996) e pela avaliação realizada no SAP2000. Tais valores menores são
devidos à não consideração dos esforços de cisalhamento da Teoria de Kirchhoff cujo
SAP90 baseia-se.
Assim comprova-se que o motivo pelo qual optou-se pela Teoria de Reissner-
Mindlin é válido, tornando a modelagem com valores considerados mais realistas no
quesito análise estrutural, com a possibilidade de um maior número de elementos
passíveis de análise no decorrer do estudo, por englobar tanto placas esbeltas quanto
espessas.
Assim como no modelo anterior, para efeito de calibragem, foi realizada a
comparação entre os resultados obtidos no SAP2000 e da modelagem adotando-se a
acoplagem das lajes nesse momento. A correlação entre os resultados obtidos é
demonstrada abaixo na Figura 45.
Figura 45 - Gráfico de correlação dos resultados.

Correlação SAP2000 x Modelagem


0,5

y = 1,0282x + 0,0509
Deslocamentos SAP2000 (mm)

0
R² = 0,9982

-0,5

-1

-1,5

-2

-2,5
-2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0
Deslocamentos Modelagem (mm)
Fonte: Autoria Própria.

Novamente as modelagens apresentam-se fortemente correlacionadas na


apresentação dos resultados, indicando assim que mesmo havendo pequenas
divergências, os resultados convergem a valores expressivamente próximos,
validando assim como calibrado a modelagem desenvolvida.
71

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De posse do software calibrado, apresenta-se neste capítulo os resultados


obtidos na aplicação da modelagem. O objetivo da aplicação é avaliar a influência das
lajes ao serem acopladas ao sistema de pórtico espacial na rigidez global da estrutura.
Para tal, analisou-se os deslocamentos verticais em diferentes pontos, oriundos
apenas do carregamento aplicado às lajes, sem a consideração de peso próprio dos
elementos, com variação da influência da contribuição da rigidez das lajes e suas
espessuras.
As características geométricas bem como a tipologia estrutural dos modelos
analisados serão detalhados a seguir.

5.1 PÓRTICO ASSIMÉTRICO

O primeiro modelo analisado é idêntico ao Modelo 3 adotado para a calibração.


As dimensões e os eixos adotados para o prosseguimento de estudo são
demonstrados na Figura 46.
Figura 46 - Pórtico acoplado.

C’
C
3,0 m

A’
D’ B’

A
D
3,0 m

Fonte: Autoria Própria.

O material adotado possui módulo de elasticidade 𝐸 = 29,17 ∙ 106 𝑘𝑁/𝑚² e


coeficiente de Poisson 𝜗 = 0,3. Os pilares possuem seção transversal de 30x30cm e
as vigas de 15x40cm, com sua face maior posicionada perpendicular ao plano
longitudinal da laje que sustentará. Nota-se que como não será considerado o peso
próprio dos elementos, as demais características do concreto adotado, como
resistência e peso específico, não influenciam no resultado aqui demonstrado.
72

O carregamento aplicado é o mesmo para todas as hipóteses, é distribuído ao


longo de todas as lajes no valor de 𝑞 = 10𝑘𝑁/𝑚² no sentido da gravidade.
São avaliadas lajes com diferentes influências sobre o pórtico estrutural. Essa
variação se dá nos valores de rigidez adotados no Módulo de Young, variando entre
0%, 15%, 40% até 100% da consideração do módulo de elasticidade do material
apenas da laje, que resulta na influência da rigidez do elemento e sua contribuição
aos demais elementos da estrutura, fazendo com 100% do valor de 𝐸 demonstre que
a laje esteja completamente acoplada ao pórtico e 0%, sem influência alguma.
A disposição do carregamento no caso da laje com 0% de rigidez é
transformada de uniforme na laje para distribuída nas vigas que fazem o seu contorno,
de modo a reproduzir os esforços oriundos das lajes, nas vigas. Tal artifício de
transporte de esforços é a uma das formas utilizadas por engenheiros de cálculos
estruturais, onde calcula-se os esforços oriundos das lajes, e tais são descarregados
sobre as vigas de um pórtico espacial para a continuação do processo de
dimensionamento.
Para completar a avaliação, modificam-se as espessuras das lajes, de modo a
diagnosticar a sua influência nos resultados. A seguir são demonstrados os valores
obtidos.

5.1.1 Laje com espessura de 10cm

Inicialmente verifica-se os deslocamentos verticais ao longo do eixo z em lajes


com espessura de 10cm. As deformações ocorridas após a aplicação dos
carregamentos aos pórticos são demonstrada a seguir na Figura 47.
Figura 47 - Deslocamentos verticais - Laje de 10cm.

0% 15% 40% 100%

Fonte: Autoria Própria.


73

Os resultados são apresentados abaixo na Tabela 14, Figuras 48, 49, 50 e 51.

Tabela 14 - Deslocamentos Verticais - Laje de 10cm.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 48 - Deslocamentos AA' - Laje de 10cm.


0% 15% 40% 100%
0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção AA' (m)
Fonte: Autoria Própria.
74

Figura 49 - Deslocamentos BB' - Laje de 10cm.


0% 15% 40% 100%
0
-0,5
Deslocamento (mm)

-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
-4
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção BB' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 50 - Deslocamentos CC' - Laje de 10cm.


0% 15% 40% 100%
0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5

-3
5 6 7 8 9 10
Comprimento da Placa na Direção CC' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 51 - Deslocamentos DD' - Laje de 10cm.


0% 15% 40% 100%
0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Comprimento da Placa na Direção DD' (m)
Fonte: Autoria Própria.
75

Percebe-se visualmente que já existem divergências entre os resultados com


e sem a consideração da rigidez da laje. Em alguns pontos, em exemplo no eixo AA’,
posição 7,5 metros, a variação do deslocamento é significativa, apresentando valor
10,5% menor de deslocamento da hipótese de 100% da influência da laje a 0%. Nos
demais pontos as variações são inferiores, resultando em uma média total de 3,341%
menor os deslocamentos de 100% a 0%.
Outra avaliação realizada foi quanto a variação dos esforços de momento fletor
ao longo de umas das vigas do pórtico ao modificarmos a influência das lajes. Os
valores obtidos são mostrados na Figura 52.

Figura 52 - Variação dos diagramas de Momento.

-34,15
0%
-19,2

22,49

15% -34,66
-16,32

-2,37

2,38

22,48
-31,28

100%
-14,56

-2,01

2,28

20,37

Fonte: Autoria Própria.

Nota-se que existe a variação do diagrama de esforços dos elementos,


mostrando assim que existe sim contribuição das lajes na rigidez global da estrutura,
uma vez que são pelos esforços que a estrutura será dimensionada.
76

5.1.2 Laje com espessura de 12cm

Para efeito de verificação da existência de variação do comportamento


estrutural ao modificar-se a geometria da laje, muda-se sua espessura para 12 cm. As
demais configurações geométricas do pórtico espacial, carregamentos e
características físicas dos materiais empregados permanecem idênticas às inicias que
foram aplicadas ao modelo de laje com espessura de 10cm.
Os resultados dos deslocamentos verticais obtidos estão na Tabela 15.
Tabela 15 - Deslocamentos Verticais - Laje de 12cm.

Fonte: Autoria Própria.


Percebe-se que no modelo desenvolvido sem a influência da laje os valores
para os deslocamentos permanecem os mesmos ocorridos no modelo inicial. Isso se
dá devido ao fato da não consideração do peso próprio dos elementos na ocasião em
estudo, uma vez que sobram apenas os carregamentos iniciais aplicados à estrutura.
Os resultados são comparados na forma gráfica nas figuras 53, 54, 55 e 56.
77

Figura 53 - Deslocamentos AA' - Laje de 12cm.

0% 15% 40% 100%


0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção AA' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 54 - Deslocamentos BB' - Laje de 12cm.


0% 15% 40% 100%
0
-0,5
Deslocamento (mm)

-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
-4
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção BB' (m)

Fonte: Autoria Própria.

Figura 55 - Deslocamentos CC' - Laje de 12cm.


0% 15% 40% 100%
0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5

-3
5 6 7 8 9 10
Comprimento da Placa na Direção CC' (m)

Fonte: Autoria Própria.


78

Figura 56 - Deslocamentos DD' - Laje de 12cm.

0% 15% 40% 100%


Deslocamento (mm) 0

-0,5

-1

-1,5

-2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Comprimento da Placa na Direção DD' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Novamente é percebido que existem divergências entre os resultados com e


sem a consideração da rigidez da laje. No mesmo ponto citado no modelo anterior, no
eixo AA’, posição 7,5 metros, a variação do deslocamento agora apresentada é
18,35% menor da hipótese de 100% da influência da laje ao compararmos com 0%.
Entretanto, não é o ponto crítico, percebe-se que, sobre o eixo BB’, na posição 2,5
metros, a diferença total possui valores 20,47% menores para a consideração da total
influência da laje no sistema. Em diversos outros pontos ocorrem diferenças, sejam
elas maiores ou menores, apresentando uma média o valor de 7,700% de
deslocamentos menores, quando existe o total acoplamento da rigidez da laje
comparada a sua total desconsideração.
Já para a acoplagem de 15% das lajes no sistema, a média de resultados
apresentou deslocamentos 2,571% maiores que a sua não consideração. Com a
aplicação de 40% da rigidez, os deslocamentos são, em média, modificados para
1,201% menores que a desacoplagem. Nota-se que existe uma possível quantificação
de acoplamento que possivelmente equipararia o sistema acoplado do não acoplado
para cada espessura de laje a ser considerada.

5.1.3 Laje com espessura de 15cm

Continua-se a verificação de variação do comportamento estrutural, muda-se


sua espessura para 15 cm. As demais configurações geométricas do pórtico espacial,
carregamentos e características físicas dos materiais empregados permanecem
idênticas às inicias. Os resultados são apresentados na Tabela 16.
79

Tabela 16 - Deslocamentos Verticais - Laje de 15cm.

Fonte: Autoria Própria.

A comparação entre os resultados segue as figuras 57, 58, 59 e 60.

Figura 57 - Deslocamentos AA' - Laje de 15cm.

0% 15% 40% 100%


0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção AA' (m)
Fonte: Autoria Própria.
80

Figura 58 - Deslocamentos BB' - Laje de 15cm.


0% 15% 40% 100%
0
-0,5
Deslocamento (mm)
-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
-4
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção BB' (m)

Fonte: Autoria Própria.

Figura 59 - Deslocamentos CC' - Laje de 15cm.


0% 15% 40% 100%
0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5

-3
5 6 7 8 9 10
Comprimento da Placa na Direção CC' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 60 - Deslocamentos DD' - Laje de 15cm.


0% 15% 40% 100%
0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Comprimento da Placa na Direção DD' (m)
Fonte: Autoria Própria.
81

Sobre o eixo AA’, posição 7,5 metros, a variação passa para 29,375% menor
da hipótese de 100% da influência da laje ao compararmos com 0%. Assim como
anteriormente, em diversos pontos ocorrem diferenças. Entretanto, com o aumento da
espessura, os valores são mais significativos. A média de variação resulta no valor de
14,352% menores, quando existe o total acoplamento da rigidez da laje comparada a
sua total desconsideração.
Já para a acoplagem de 40% das lajes no sistema, a média de resultados
apresentou deslocamentos 5,689% menores que a sua não consideração, ao
contrário do modelo com a laje de 12cm, em que os deslocamentos eram maiores.
Com a aplicação de 15% da rigidez, os deslocamentos são, em média, idênticos a
desacoplagem, com uma variação 0,084% maior de deslocamentos.

5.1.4 Laje com espessura de 20cm

Com a alteração da espessura da laje neste modelo para 20cm, entra-se na


área dos elementos espessos, que segundo Vaz (2011), será onde surgirão as
principais divergências entre as Teorias de Kirchhoff e Reissner-Mindlin usadas para
a discretização das lajes.
Com a aplicação da nova espessura, os deslocamentos oriundos do
carregamento são demonstrados na Figura 61.

Figura 61 - Deslocamentos Verticais - Laje de 20cm.

0% 15% 40% 100%

Fonte: Autoria Própria.

É visível a contribuição das lajes, sendo notado que quanto maior a


porcentagem de acoplagem, mais rígido o sistema se posiciona.
82

Os deslocamentos são apresentados na Tabela 17, e suas comparações


realizadas nas figuras 62, 63, 64 e 65.
Tabela 17 - Deslocamentos Verticais - Laje de 20cm.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 62 - Deslocamentos AA' - Laje de 20cm.


0% 15% 40% 100%
0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção AA' (m)

Fonte: Autoria Própria.


83

Figura 63 - Deslocamentos BB' - Laje de 20cm.


0% 15% 40% 100%
0
Deslocamento (mm) -0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
-4
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção BB' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 64 - Deslocamentos CC' - Laje de 20cm.


0% 15% 40% 100%
0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5
5 6 7 8 9 10
Comprimento da Placa na Direção CC' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 65 - Deslocamentos DD' - Laje de 20cm.


0% 15% 40% 100%
0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Comprimento da Placa na Direção DD' (m)
Fonte: Autoria Própria.
84

Os resultados evidenciam as previsões realizadas. Com o aumento da


espessura, a variação dos resultados é mais significativa. Com 15% de acoplagem,
os deslocamentos médios são 4,901% menores. Já com 40%, a média passa para
13,655%. Nota-se que esses valores já apresentam-se superiores aos máximos
encontrados na laje de 10cm, evidenciando assim a influência da espessura no
resultado final. Os resultados ficam mais expressivos quando a laje encontra-se 100%
acoplada, resultando em uma média de 24,111% de deslocamentos menores que
quando não acoplada.

5.1.5 Laje com espessura de 30cm

Altera-se a espessura da laje novamente, agora para 30m. Os resultados


seguem abaixo na Tabela 18.

Tabela 18 - Deslocamentos Verticais - Laje de 30cm.

Fonte: Autoria Própria.


Para melhor visualização, seguem as figuras 66, 67, 68 e 69.
85

Figura 66 - Deslocamentos AA' - Laje de 30cm.


0% 15% 40% 100%
0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção AA' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Figura 67 - Deslocamentos BB' - Laje de 30cm.


0% 15% 40% 100%
0
-0,5
Deslocamento (mm)

-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
-4
0 2 4 6 8 10
Comprimento da Placa na Direção BB' (m)
Fonte: Autoria Própria.
Figura 68 - Deslocamentos CC' - Laje de 30cm.
0% 15% 40% 100%
0

-0,5
Deslocamento (mm)

-1

-1,5

-2

-2,5
5 6 7 8 9 10
Comprimento da Placa na Direção CC' (m)
Fonte: Autoria Própria.
86

Figura 69 - Deslocamentos DD' - Laje de 30cm.


0% 15% 40% 100%
0

Deslocamento (mm)
-0,5

-1

-1,5

-2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Comprimento da Placa na Direção DD' (m)
Fonte: Autoria Própria.

Nesse ponto, as variações são evidentes, atingindo os maiores valores de


divergência entre os modelos. Para 15% de acoplagem, 15,806% de deslocamentos
verticais menores em relação ao pórtico desacoplado. Ao passarmos para 40% da
influência da laje, a média de deslocamentos menores passa para 27,03%.
E por fim, com a consideração total da acoplagem, resultados médios de
36,48% menores, apresentando em alguns pontos da avaliação resultados 70,58%
menores, como no ponto sobre o eixo BB’, posição 7,5 metros.
Assim, verifica-se como correta a avaliação de que com o aumento progressivo
da espessura das lajes, maior sua influência na rigidez do sistema. Sendo nas lajes
consideradas espessas, as maiores divergências de resultados, resultantes da teoria
utilizada para a discretização das lajes no presente estudo.
87

6 CONCLUSÕES

Como principal contribuição do presente trabalho, há de se destacar a


eficiência do modelo acoplado de pórtico-placa, que apresentou resultados
intermediários aos obtidos em análises desenvolvidas por modelos separados. Tal
possibilidade apresenta resultados mais realistas para a estrutura, permitindo uma
análise de todo o conjunto, evitando-se a perda ou divergência de informações quando
os elementos são modelados separados, tornando assim o dimensionamento mais
técnico e racional.
Com a criação da modelagem, tornou-se possível o aprofundamento dos
parâmetros estratégicos de cálculo utilizados por um software de análise estrutural. A
partir de sua conclusão, a avaliação da influência do acoplamento de lajes com
distintas espessuras e diferentes fatores de contribuição foi efetuada com sucesso,
demonstrando valores expressivos de sua influência na rigidez global da estrutura.
Nesse ponto, a opção pela utilização do método de Reissner-Mindlin para a
discretização de placas também mostrou-se eficaz, tornando a estrutura mais
coerente com os esforços atuantes, por considerar os esforços de cisalhamento na
modelagem de placas, esforços que são desconsiderados pela Teoria de Kirchhoff.
Tal consideração foi possível de ser demonstrada conforme efetuava-se o aumento
gradativo da espessura do elemento.
Diante do exposto, há de se sugerir continuações para a linha de pesquisa
desenvolvida, tais como implementação da consideração de “offset” entre os vínculos
dos elementos, consideração que atualmente é desconsiderada, adotando-se como
perfeita a ligação entre os elementos. A inclusão de uma investigação a respeito de
núcleos rígidos e sua influência na rigidez estrutural da mesma forma que foi
desenvolvida para lajes, e por fim, melhorias nos parâmetros de entrada de dados e
geração da malha dos elementos finitos para parametrização e otimização na
utilização da modelagem.
88

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