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Ijuí
2016
MÁRCIO ADRIANO PRANTE
Ijuí
2016
MÁRCIO ADRIANO PRANTE
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
A Deus, por direcionar os meus passos durante a caminhada e não me deixar desistir;
A minha esposa e filho, pela paciência e compreensão que tiveram nos momentos em
que priorizei os estudos;
A minha mãe, cujo brilho nos olhos diante de minhas pequenas conquistas iluminaram
meu caminho para ir cada vez mais longe;
Ao engenheiro e amigo Augusto Vincensi, por auxiliar com a tradução do abstract e por
dedicar tempo a leitura do trabalho, apontando sugestões que contribuíram para o
aperfeiçoamento do mesmo.
Aldo Novak
RESUMO
The agribusiness has a significant part in the Brazilian GDP and the lack of grain storage
capacity indicates that the massive investments will be needed to supply the demand for even
higher yelds. Among the diverse equipments that compound the infrastructure of the storage
units are the towers destinated to the support of bucket elevators. As the weight of these
structures has an importante role in the composition of its cost the study of solutions that will
lead to the lighter structures are indispensable. This work presents a comparison of weight
resulting from the design of a metal tower with a square section, with 4m wide and 28m heigh,
evaluated on two hypotheses: a constitution of laminated steel profiles and another one of cold-
formed steel profiles, considering only the axial stress of traction and compression. To evaluate
this study it was used the software Strap (2016) in order to determine the stress in the elements,
which were used to design the profiles using a Excel sheet, elaborated according to the
NBR8800:2008 and NBR14762:2010 standards. The wind loads originated from the tower
were determined using the software AutoVentos Torre and the wind loads originated from the
bucket elevator were obtained using an Excel sheet, being considered for both cases the
recommendations of NBR 6123:1988, with exception of the drag coefficient of the elevator
trunk which was determined trough the EUROCODE 1 (2004). The final weights were analised,
showing that the cheaper solution was a combination of rolled steel profiles and cold-formed
steel profiles.
Keywords: Steel structure. Cold-formed steel profile. Laminated steel profile. Weight.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA .................................................................................... 15
1.3 DELIMITAÇÃO ........................................................................................................ 15
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS .............................................................................. 16
2.1 HISTÓRICO DO AÇO .............................................................................................. 16
2.1.1 Propriedades do aço ................................................................................................. 17
2.1.2 Perfis de aço .............................................................................................................. 17
2.1.3 Campo de aplicação.................................................................................................. 18
2.2 ESTRUTURAS AUTOPORTANTES EM AÇO....................................................... 19
2.2.1 Torres autoportantes ................................................................................................ 19
2.2.2 Torres para travamento de elevador agrícola ....................................................... 20
2.3 SISTEMAS ESTRUTURAIS DAS TORRES PARA TRAVAMENTO .................. 20
2.4 AÇÕES NAS ESTRUTURAS ................................................................................... 21
2.4.1 Ações permanentes ................................................................................................... 22
2.4.2 Ações variáveis .......................................................................................................... 22
2.4.3 Ações excepcionais .................................................................................................... 23
2.4.4 Ação devidas ao vento (NBR 6123) ......................................................................... 23
2.5 COMBINAÇÕES DAS AÇÕES E CARREGAMENTO DAS ESTRUTURAS ...... 28
2.6 SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS ........................................................................ 30
2.7 ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................ 31
2.8 DIMENSIONAMENTO DE PERFIS LAMINADOS (NBR 8800) .......................... 32
2.8.1 Elementos tracionados ............................................................................................. 32
2.8.2 Elementos comprimidos ........................................................................................... 33
2.9 DIMENSIONAMENTO DE PERFIS CONFORMADOS A FRIO (NBR 14762) ... 35
2.9.1 Elementos tracionados ............................................................................................. 35
2.9.2 Elementos comprimidos ........................................................................................... 37
3 METODOLOGIA E RESULTADOS..................................................................... 39
3.1 MODELO ADOTADO .............................................................................................. 39
3.1.1 Escolha do elevador a ser travado .......................................................................... 40
3.1.2 Determinação da seção transversal da torre: hipótese de layout......................... 40
3.1.3 Determinação da altura da torre ............................................................................ 43
3.2 PERFIS E MATERIAIS ............................................................................................. 44
3.3 VINCULAÇÕES ........................................................................................................ 44
3.4 CARREGAMENTOS ................................................................................................ 44
3.4.1 Forças devidas ao vento (NBR 6123) ...................................................................... 44
3.4.1.1 Vento no elevador – análise estática .......................................................................... 45
3.4.1.2 Vento na torre – análise dinâmica simplificada ........................................................ 50
3.4.2 Forças devido ao peso próprio da estrutura .......................................................... 52
3.4.3 Forças oriundas da plataforma de manutenção .................................................... 52
3.5 COMBINAÇÕES E COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO .................................... 53
3.6 ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................ 54
3.6.1 Análise 1 .................................................................................................................... 54
3.6.2 Análise 2 .................................................................................................................... 54
3.7 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................ 55
3.7.1 Perfis laminados (NBR 8800) .................................................................................. 55
3.7.2 PERFIS CONFORMADOS A FRIO (NBR 14762)............................................... 56
3.8 VERIFICAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES (ELS) ...................................................... 57
4 ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................... 59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE ESTUDOS ............................ 66
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 70
ANEXO A – AÇOS ESPECIFICADOS POR NORMAS BRASILEIRAS PARA USO
ESTRUTURAL ....................................................................................................................... 75
ANEXO B – AÇOS DE USO FREQUENTE ESPECIFICADOS PELA ASTM PARA USO
ESTRUTURAL ....................................................................................................................... 76
13
1 INTRODUÇÃO
Uma solução alternativa é o uso de torres de travamento, solução que tem se tornado
cada vez mais popular1 (SWEET, [2007?]). Elas trazem como vantagem a possibilidade de
acumular outras funções, pois quando dimensionadas para tal, permitem que sejam agregadas
a elas escadas de acesso, patamares de manutenção, apoio de passarelas, etc. (SWEET, [2007?];
LEMAR, [2015?]; BROCK, [2016?]).
Ao optar pela solução em torre metálica o projetista precisa escolher entre os diversos
tipos de perfis de aço disponibilizados pelo mercado, os quais se diferenciam pela forma com
que são obtidos, pela geometria de sua seção e por sua composição química (PFEIL; PFEIL,
2014). A escolha do perfil a ser empregado depende de vários fatores, como: custo,
1
Embora a fonte referenciada seja americana, a vivência profissional do presente autor mostra que o uso
de torres tem se popularizado também no Brasil, contudo, não encontrou-se referências bibliográficas que
apresentem o cenário local.
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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Nesse sentido, a presente pesquisa pretende responder a seguinte questão: qual tipo de
perfil resulta em uma torre mais econômica considerando o peso do material necessário? Para
responde-la será comparado o peso resultante do dimensionamento de uma torre para
travamento de um elevador considerando duas soluções, sendo uma utilizando perfis laminados
e outra perfis conformados a frio.
1.1 JUSTIFICATIVA
a) Contemporaneidade do tema: cada vez mais o aço tem se apresentado como uma
opção de matéria prima principal em soluções de projeto na construção civil;
b) Afinidade com o tema: uma vez que o autor atua como projetista de estruturas
metálicas há cerca de 8 anos e deseja atuar como calculista;
c) Pouca literatura sobre o tema específico: a maioria das obras literárias tratam de
edifícios, galpões, torres de telecomunicações e torres de transmissão, contudo,
não encontrou-se nenhum estudo com o enfoque proposto.
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Márcio A. Prante (marcio.prante@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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A pesquisa tem como objetivo geral apresentar um parâmetro de peso que auxilie a
tomada de decisão do projetista pelo tipo de perfil que resulte em uma estrutura mais leve e,
possivelmente, mais econômica.
1.3 DELIMITAÇÃO
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Evidências indicam que as primeiras utilizações do ferro ocorreram por volta de 6000
a.C., em civilizações como as do Egito, Babilônia e Índia, limitando-se seu uso a adornos e fins
militares (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008). É provável que sua descoberta tenha ocorrido por
acaso, ao observar-se que algumas pedras (minério de ferro) utilizadas para proteger a fogueira,
após aquecidas, transformavam-se em bolinhas brilhantes (IABr, [201-?]).
Ao descobrir-se a forma de extrair o ferro de seu minério foi possível ampliar seu
emprego, levando a exploração regular de jazidas por volta de 1500 a.C., provavelmente no
oriente médio (IABr, [201-?]). Os avanços dos processos industriais, em meados do século XIX,
possibilitaram o uso do ferro em escala industrial, sendo que em 1779 construiu-se a primeira
obra importante deste material, a ponte em arco sobre o Rio Severn em Coalbrookdale, na
Inglaterra (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008).
Embora inúmeras obras tenham sido fabricadas em ferro (fundido ou forjado), seu uso
passou a ser questionado devido ao grande número de acidentes nelas registrados, tornando
patente a necessidade de estudos mais aprofundados para obtenção de um material com
melhores características (PFEIL; PFEIL, 2009).
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Os perfis estruturais diferenciam-se tanto pela geometria quanto pela forma com que
são produzidos. Quanto a geometria, os perfis podem ser agrupados em três grandes grupos:
a) Barras: são produtos nos quais as dimensões da seção transversal são pequenas
em relação ao comprimento (Figura 1a);
b) Chapas: são produtos nos quais a dimensão referente a espessura é muito menor
que a largura e o comprimento (Figura 1b);
c) Perfis: são produtos de grande eficiência estrutural produzidos com diversas
seções, que podem assumir funções específicas, como no caso dos trilhos, ou ser
empregados em variadas soluções estruturais, de acordo com as propriedades
requeridas. É comum utilizar, para designação dos perfis, uma letra ou símbolo
que elucide a forma de sua seção (L, U, I, H, ∅, etc.) (Figura 1c).
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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O aço pode estar presente como material principal ou como parte da obra (IABr,
[2010?]). Por questões culturais e pela falta de tradição entre os usuários e os agentes
econômicos, o uso do aço como solução principal ainda é evitado pelos construtores em obras
de pequeno porte (D’AVILA, 2003), no entanto conforme dados de pesquisa realizada pela
CBCA e ABCEM (2015), as estruturas de grande porte, as construções industriais e obras
especiais foram responsáveis pelo consumo de 76% da produção total de aço do país.
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Estruturas autoportantes são aquelas que, uma vez montadas, possuem a capacidade de
resistir aos esforços (verticais e laterais) e, ao mesmo tempo, manterem-se estáveis sem a
necessidade de interagir com estruturas auxiliares como diafragmas ou cabos de estaiamento,
por exemplo (AISC, 2006). Este tipo de estrutura é proeminente tanto na arquitetura clássica
quanto na contemporânea devido suas vantajosas propriedades estruturais e uso eficiente de
material (DEUSS et al, 2014).
Elas podem ser constituídas de diversos materiais, como: madeira, concreto, alumínio,
etc., contudo, para a presente pesquisa, interessa as estruturas autoportantes construídas em aço.
Existem vários exemplos destas estruturas na construção civil, como: escadas, mezaninos,
coberturas, estruturas de edifícios e, entre outros, as torres metálicas.
A escolha pelo sistema treliçado é o mais usual pois permite, em um espaço limitado,
obter uma estrutura alta, esbelta, leve e versátil (AGUILERA, 2007; VELOZO, 2010). Quando
desenvolvido considerando a padronização dimensional de seus elementos e o uso de perfis
com disponibilidade comercial, esse sistema estrutural possibilita o desenvolvimento de
projetos com reduzido tempo de fabricação (MOTTA, 2015).
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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apresenta as considerações para determinação das ações do vento nas edificações e, entre outros
fatores, considera a altura da edificação para estabelecer os resultados.
Quando comparadas a torres estaiadas, que necessitam de estais para garantir sua
estabilidade, as torres autoportantes demandam uma área de instalação menor (PROBST,
2013). Além disso, as torres estaiadas apresentam limitações topográficas, necessitando de
terrenos com topografia regular para sua instalação, restrição não apresentada pelas torres
autoportantes (LABEGALIN et al., 2005; SINGH, 2009). Em contrapartida, as torres
autoportantes resultam em um custo final de implantação maior (BMTE, 2015; MELO, et al.,
2015).
Torres para travamento de elevadores agrícolas são um caso particular das torres
autoportantes. Sua função principal é estabilizar lateralmente o elevador, garantindo a
verticalidade do mesmo, contudo, podem ser projetadas de modo a assumirem outras funções,
como apoio do acionamento, sustentação de escadas e/ou passarelas, etc.
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SÁLES et al., 2015). Os elementos estruturais podem ser divididos em dois grupos (PFEIL;
PFEIL, 2009):
Estes elementos são caracterizados como barras, e são arranjados de modo a formar uma
estrutura linear tridimensional, onde os elementos são conectados por ligações rígidas ou
flexíveis. O ponto de conexão entre os elementos é denominado nó.
“Ação em uma estrutura pode ser entendida como tudo aquilo que provoca tensões e
deformações nos elementos estruturais” (PRAVIA, et al., 2013). A estrutura deve ser
dimensionada de modo a ter resistência para suportar as ações e suas combinações, mantendo
as deformações correspondentes dentro dos limites especificados por norma e ainda manter as
vibrações dentro de níveis compatíveis (BELLEI, et al., 2008 p. 50).
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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São as ações impostas pelo peso próprio da estrutura e peso próprio de quaisquer
elementos da construção permanentemente suportados pela estrutura, tais como pisos, paredes,
forros, divisórias, tapamentos, cobertura, escadas, revestimentos e acabamentos. Além do peso
de instalações e equipamentos permanentes, como tubulações, dutos, cabos, etc., ou de
quaisquer outras ações de caráter permanente ao longo da vida da estrutura (BELLEI, et al.,
2008 p. 50).
Ou seja, são aquelas ações que ocorrem com valores praticamente constantes e cuja
variação no tempo de atuação é desprezível em relação ao tempo médio de vida da estrutura
(SÁLES, et al., 2015). A NBR 8681 (ABNT, 2003) sub divide essas ações em duas categorias:
As ações variáveis são aquelas que apresentam variações significativas de seus valores
durante a vida da construção (SÁLES, et al., 2015). São todas aquelas que podem atuar sobre a
estrutura da edificação em função do seu uso (ABNT NBR 6120, 1980), sendo oriundas das
cargas acidentais e seus efeitos, tais como forças de frenagem, de impacto e centrífugas, efeitos
do vento e das variações de temperatura, atrito nos aparelhos de apoio e das pressões
hidrostáticas e hidrodinâmicas em geral (ABNT NBR 8681, 2003).
“Ações excepcionais são as que têm duração extremamente curta e muito baixa
probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos
projetos de determinadas estruturas” (ABNT NBR 8681, 2003, p. 2). É o caso de estruturas
como pontes, barragens, usinas nucleares, plataformas de exploração de petróleo ou qualquer
outra estrutura cujo colapso pode ter consequências catastróficas (PRAVIA, et al., 2013).
O vento age sobre a estrutura de modo a produzir uma ação variável, cuja intensidade
depende das características topográficas, da velocidade básica local e das características da
estrutura (altura, área da face, etc.). No caso de torres treliçadas utilizadas exclusivamente para
o travamento de elevador agrícola, o vento apresenta-se como a principal ação a ser considerada
no projeto, isso devido ao baixo peso próprio da estrutura e a baixa probabilidade de terremotos
e outras ações excepcionais no Brasil.
A norma brasileira que estabelece a metodologia de cálculo para determinação das ações
devidas ao vento é a NBR 6123 (ABNT, 1988). Segundo ela, de forma geral, é possível obter
uma componente qualquer da força global através da Equação (1). Machado (2003) destaca que
essa equação é recomendada pelos principais códigos e normas técnicas do mundo.
= . . (1)
Nela, a pressão dinâmica (q) exercida pelo vento sobre as estruturas, obtida da Equação
(2), considerando as características físicas, topográficas e meteorológicas locais, é multiplicada
pela área frontal de referência (A), que depende da estrutura em análise e, por fim, multiplicada
pelo coeficiente de força e/ou arrasto da estrutura (Cf). Este último depende de fatores
associados a forma e dimensões da edificação, do regime de vento, dentre outros fatores, sendo
que, uma das maneiras de determina-lo é através do ábaco da Figura 2.
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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= 0,613. = / ² (2)
= . . . = / (3)
O fator S2, obtido pela Equação (4), considera o efeito combinado da rugosidade do
terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da
edificação ou parte da edificação em consideração. A norma brasileira classifica a rugosidade
do terreno em 5 categorias: categoria I, superfícies lisas de grandes dimensões; categoria II,
terrenos abertos com poucos obstáculos isolados; categoria III, terrenos planos ou ondulados
com obstáculos baixos e esparsos; categoria IV, terrenos cobertos por obstáculos numerosos e
pouco espaçados; e categoria V, terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e
pouco espaçados.
O fator S2 também considera o intervalo de duração da rajada para que o vento envolva
convenientemente toda a estrutura, pois quanto maior o intervalo de tempo considerado, tanto
maior será a distância abrangida pela rajada. Nesse sentido, a norma brasileira estabelece 3
classes: classe A, edificações com dimensões inferiores a 20m e unidades de vedação (rajada
de 3s); classe B, edificações com dimensões compreendidas entre 20m e 50m (rajada de 5s); e
classe C, edificações com dimensões maiores que 50m (rajada de 10s).
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
26
"
= . . ! = /
10
(4)
# = . $. # (5)
Onde Ae refere-se a área frontal efetiva de uma das faces da torre reticulada, definida
pela área da projeção ortogonal das barras contidas nesta face sobre um plano paralelo a esta.
E Ca é o coeficiente de arrasto, que no caso de torres reticuladas constituídas por barras
prismáticas de faces planas, com cantos vivos ou levemente arredondados, para vento incidindo
perpendicularmente a uma das faces, pode ser obtido através do gráfico da Figura 5, onde Φ é
o índice de área exposta, sendo o quociente da área frontal efetiva (Ae) dividida pela área frontal
da superfície limitada pelo contorno do reticulado.
As componentes da força de arrasto (Fa) nas faces da torre são obtidas multiplicando-as
pelos valores dados na Figura 6, onde o fator de proteção (η) deve ser obtido na Figura 7.
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Figura 7 - Fator de proteção η, para dois ou mais reticulas planos paralelos igualmente afastados
Dificilmente uma estrutura estará sujeita a uma única ação, via de regra elas atuam
simultaneamente, em períodos determinados ou por toda a vida útil da edificação, sendo assim,
o carregamento da estrutura deve ser definido combinando as ações que tem probabilidade não
desprezível de atuarem simultaneamente durante um período de tempo preestabelecido
(PRAVIA, et al., 2013; SÁLES, et al., 2015). Ao longo da vida útil a edificação fica sujeita a
diferentes tipos de carregamento, os quais são classificados pela NBR 8681 (ABNT, 2003) em
quatro tipos:
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seu valor representativo e as demais ações variáveis devem ser consideradas com
valores correspondentes a uma probabilidade não desprezível de atuação
simultânea com a ação variável especial;
f) Ações variáveis nas combinações últimas excepcionais: nas combinações
últimas excepcionais, quando existirem, a ação excepcional deve ser
considerada com seu valor representativo e as demais ações variáveis devem ser
consideradas com valores correspondentes a uma grande probabilidade de
atuação simultânea com a ação variável excepcional.
3 1
2
Esta norma é aplicável a estruturas e peças estruturais constituídas com quaisquer materiais usualmente
empregados na construção civil, inclusive aço.
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O método dos estados limites é conhecido na literatura norte-americana pela sigla LRFD
– Load and Resistance Factor Design, que significa projeto com fatores aplicados às cargas e
às resistências (PFEIL; PFEIL, 2009). Os fatores ou coeficientes de ponderação são aplicados
aos valores característicos para determinar o valor de cálculo a ser considerado no
dimensionamento da estrutura.
Segundo Martha (2011), a análise estrutural é uma fase do projeto estrutural, onde
idealiza-se o comportamento da estrutura com o objetivo geral de determinar os esforços
internos e externos e as tensões correspondentes, bem como os deslocamentos e deformações
da estrutura em análise, ou seja, determinar os efeitos das ações na estrutura. Tais efeitos devem
ser verificados segundo os estados-limites últimos e de serviço (ABNT NBR 8800, 2008;
ABNT NBR 14762, 2010).
Nesta fase, a estrutura real é idealizada através do modelo analítico, também chamado
de modelo estrutural ou modelo matemático, utilizado para representar matematicamente a
estrutura e seu provável comportamento, utilizando para tal teorias e hipóteses (sobre a
geometria, apoios, vinculações, solicitações, etc.) baseadas em leis físicas (equilíbrio entre
forças e tensões, por exemplo) e leis constitutivas (relativas aos materiais que compõem a
estrutura) (MARTHA, 2011).
O modelo deve ser idealizado de modo a representar o mais fielmente possível a resposta
da estrutura e dos materiais estruturais, considerando as deformações causadas pelas
solicitações e, quando necessário, a interação solo-estrutura e o comportamento das ligações
devem ser contemplados (ABNT NBR 8800, 2008; ABNT NBR 14762, 2010).
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Onde: Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo e Nt,Rd é a força axial de tração
resistente de cálculo.
) . 89
=
4,7&
(#
(8)
$ . 8: 1 . 4 . 8:
= =
4,7&
(# (#
(9)
onde:
An é a área líquida da barra (caso não existam furos ou recortes tomar An = Ag);
Além da condição apresentada na Equação (7), as barras solicitadas a tração devem ser
verificadas quanto ao índice de esbeltez, devendo atender a seguinte condição:
;
≤ 300
<
(10)
Onde:
Onde: Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo e Nc,Rd é a força axial
de compressão resistente de cálculo.
A força axial de compressão resistente de cálculo, Nc,Rd, de uma barra, associada aos
estados-limites últimos de instabilidade por flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem
local, deve ser determinada pela equação (12):
>. ?. ) . 89
=
=,7&
(#
(12)
onde:
0,877
) C@<@ D > 1,5: >=
D
(14)
?. ) . 89
D =M
(15)
$
N. ;
≤ 200
<
(16)
Onde:
__________________________________________________________________________________________
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Onde: Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo e Nt,Rd é a força axial de tração
resistente de cálculo.
. 89
= ; QR ( = 1,10
4,7&
(
(18)
. 8:
= ; QR ( = 1,35
1
4,7&
(
(19)
4. 1 . 8:
= ; QR ( = 1,65
4,7&
(
(20)
onde:
An0 é a área líquida da seção transversal da barra fora da região da ligação (por exemplo,
decorrente de furos ou recortes que não estejam associados à ligação da barra);
An é a área líquida da seção transversal da barra na região da ligação, sendo que, no caso
de ligações soldadas deve-se considerar An = A (salvo para ligações com solda de topo, onde
An equivale à área bruta das partes conectadas);
Além da condição apresentada na Equação (17), as barras solicitadas a tração devem ser
verificadas quanto ao índice de esbeltez, devendo atender a seguinte condição:
;
≤ 300
<
(21)
Onde:
__________________________________________________________________________________________
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Onde: Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo e Nc,Rd é a força axial
de compressão resistente de cálculo, tomada como o menor valor calculado pelas Equações (23)
e (27).
>. $ . 89
= ; QR ( = 1,20
=,7&
(
(23)
onde:
0,877
) C@<@ D > 1,5: >=
D
(25)
. 89
,U
D =S T
(26)
$
Ne é a força axial de flambagem global elástica, obtida conforme itens 9.7.2.1, 9.7.2.2
ou 9.7.2.3 da NBR 14762 (ABNT, 2010), a qual depende das características da seção da barra
(assimétrica, monossimétrica, simétrica, etc.).
Aef é a área efetiva da seção transversal da barra, calculada com base no método da
largura efetiva (MLE) ou, no método da seção efetiva (MSE).
Para as barras com seção transversal aberta sujeitas à flambagem distorcional, a força
axial de compressão resistente de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por:
>&*V4 . . 89
= ; QR ( = 1,20
=,7&
(
(27)
___________________________________________________________________________
Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
38
0,25 1
>&*V4 = S1 − , T. ; C@<@ D&*V4 > 0,561
D&*V4 D&*V4
, (29)
. 89
,U
D&*V4 = S T
(30)
&*V4
Ndist é a força axial de flambagem distorcional elástica, a qual deve ser calculada com
base na análise de estabilidade elástica. Observa-se aqui que, embora a NBR 14762 (ABNT,
2010) exija o cálculo da força crítica decorrente dos fenômenos de flambagem, ela não fornece
qualquer procedimento para determiná-los (PIERIN; SILVA; ROVERE, 2013).
N. ;
≤ 200
<
(31)
Onde:
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3 METODOLOGIA E RESULTADOS
O modelo adotado para torre (Figura 9) caracteriza-se como uma estrutura treliçada
tridimensional, com seção transversal quadrada, medindo 4 metros de lado e 28 metros de
altura, constituído exclusivamente por perfis L, de seção simples (não composta), denominados
cantoneiras. Tais dimensões foram determinadas em função do modelo de elevador a ser
travado, das dimensões do poço, das dimensões do acionamento do elevador e, de critérios
relativos a padronização de peças, com vista na redução de custos com detalhamento, produção
e montagem.
Conforme apresentado na Figura 10, o modelo EA-3 representa 55,8% (121 unidades)
do volume de vendas, tendo sido, portanto, o modelo considerado para o escopo do projeto.
Este modelo é disponibilizado em três diferentes versões, com capacidades de 120t/h, 150t/h e
200t/h, considerando produtos com peso específico de 0,75t/m³, como a soja, por exemplo.
observa-se ser recorrente o uso de elevadores (E1, E2 e E3) posicionados dentro de poços e,
portanto, esta condição foi assumida para o projeto em análise.
Tal definição é importante pois influência nas dimensões da base da torre, já que a
mesma é posicionada no entorno do poço, que tem suas dimensões determinadas considerando,
além dos aspectos técnicos e de projeto, as condições de acessibilidade exigidas por norma.
Considerando que o poço sirva para atender um único elevador, modelo EA-3, dotado de duas
bicas de entrada, temos que suas dimensões mínimas em planta são: 2,5 metros de largura por
3,2 metros de comprimento, conforme apresentado na Figura 12.
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42
Considerando tais questões, optou-se por uma seção transversal quadrada, com 4 metros
de lado, a qual garante uma distância entre o ponto de apoio da torre com as paredes do poço,
região considerada para execução da fundação e, ao mesmo tempo, garante condições de acesso
no entorno do acionamento, conforme evidenciado na Figura 13. Além disso, o uso da seção
quadrada permite reduzir o tempo de projeto, detalhamento, fabricação e montagem, graças a
padronização das peças nas faces da torre.
A altura da torre foi determinada com base em dados estatísticos, fornecidos pela Kepler
Weber, relativos a uma amostra de 89 estruturas, produzidas no período de 02/01/2012 à
13/06/2016. Os resultados obtidos demonstraram que:
Considerando estes dados optou-se pela altura de 28 metros, a qual, além de ser
representativa da amostra, permite executar o travamento horizontal do elevador no
alinhamento do flange das calhas a cada 4 metros de altura (duas calhas). Logo, a modulação
dos contraventos nas faces da torre será de 4 em 4 metros (Figura 14), resultando em uma
inclinação de 45º da diagonal, estruturalmente desejável.
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
44
3.3 VINCULAÇÕES
3.4 CARREGAMENTOS
Como a torre está sendo considerada aberta, ou seja, sem fechamentos laterais, o vento
incidira tanto sobre a face desta quanto sobre a face do elevador. Sendo assim, torna-se
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Como a calha do elevador possui áreas distintas em cada uma de suas faces, a ação do
vento foi determinada nas direções V0º e V90º, conforme indicado na Figura 15. Nesse sentido,
faz-se necessário determinar um coeficiente de arrasto Ca para cada uma destas direções, uma
vez que a relação de lados é igualmente distinta.
= , . / . /H (32)
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A força devida ao vento no elevador será transferida para torre por meio de cantoneiras
denominadas bracing, conforme mostrado na Figura 18, posicionadas a cada nível de travessa
da torre, ou seja, a cada 4 metros de altura.
Portanto, podemos determinar a altura z, utilizada na Equação (4) para o cálculo de S2,
considerando a área de contribuição do elevador para cada nível de travamento. Sendo assim,
dividiu-se o elevador em 7 módulos, com o primeiro compreendido entre z= 0m e z= 6m e, os
6 seguintes entre z= 6m e z= 30m, conforme representado na Figura 19, onde também é possível
observar os resultados obtidos para a pressão dinâmica (q), calculada conforme a Equação (2).
=
#
$.
(33)
Para o caso de vento na direção V0°, como a calha apresenta dois canos paralelos, fez-
se necessário considerar os efeitos de proteção do cano a barlavento sobre o cano a sotavento.
Para tanto, utilizou-se do ábaco da Figura 7, obtendo-se uma fator de proteção X= 0,2, o qual
foi multiplicado pela componente de força obtida para o cano a barlavento, resultando nos
valores Fa,s, apresentados na Figura 22.
Para proceder o carregamento no Strap, optou-se por aplicar a força de arrasto (Fa) na
forma de uma carga linear (Figura 21), determinada pela Equação (34), onde b refere-se a
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# = . . (34)
z V₀ Vk q d b l Fa,x Fa,s
S₂ d/b Cf,0 ψr l/b λ ϕ ψλ Cf η
[m] [m/s] [m/s] [kN/m²] [m] [m] [m] [kN/m] [kN/m]
6 0,94 45,0 40,0 0,98 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,81 0,2 0,16
10 0,98 45,0 41,9 1,08 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,89 0,2 0,18
14 1,01 45,0 43,2 1,14 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,94 0,2 0,19
18 1,03 45,0 44,2 1,20 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 0,99 0,2 0,20
22 1,05 45,0 45,0 1,24 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 1,02 0,2 0,20
26 1,07 45,0 45,7 1,28 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 1,05 0,2 0,21
30 1,08 45,0 46,2 1,60 0,31 0,38 0,8 2,36 1,0 30,0 78,9 75,1 1,0 0,92 2,17 1,31 0,2 0,26
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50
VENTO V90
z V₀ Vk q d b l Fa,y
S₂ d/b Cf,0 ψr l/b λ ϕ ψλ Cf
[m] [m/s] [m/s] [kN/m² [m] [m] [m] [kN/m]
6 0,94 45,0 40,0 0,98 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,57
10 0,98 45,0 41,9 1,08 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,63
14 1,01 45,0 43,2 1,14 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,67
18 1,03 45,0 44,2 1,20 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,70
22 1,05 45,0 45,0 1,24 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,73
26 1,07 45,0 45,7 1,28 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 0,75
30 1,08 45,0 46,2 1,84 0,38 0,31 1,2 2,02 1,0 30,0 96,8 85,3 1,0 0,94 1,89 1,08
Para realizar a análise dinâmica são necessários dados adicionais aos apresentados no
capítulo 3.4.1, os quais são apresentados pelo próprio software (Figura 24), considerando o
preconizado pela norma. Além disto, para poder determinar a força devida ao vento atuante em
cada nó da estrutura, o software necessita que sejam informados a área efetiva (Ae), o índice de
área exposta (ϕ) e o tipo de barra, que para o caso em análise são barras prismáticas de cantos
vivos ou levemente arredondados.
Uma vez que os perfis ainda não foram dimensionados, para proceder o cálculo da área
efetiva, estimou-se as dimensões dos perfis considerando o índice de esbeltez limite da
compressão (K.L/r ≤ 200). Contudo, considerando que as colunas estarão sujeitas aos maiores
carregamentos, optou-se em considerá-las uma bitola de aba maior, resultando no apresentado
na Figura 25, onde também é apresentado o valor médio das abas para fins de determinação da
área efetiva.
Laminado Conformado
Elemento L [cm] n Ltotal [cm] i c Perfil Aba média (*) Perfil Aba média (*)
Coluna 400 2 800 0,34 L 127,0 X 12,70 L 150 X 4,75
Travessa 400 1 400 0,17 L 101,6 X 6,35 98,10 L 125 X 4,75 111,90
Diagonal 280 4 1120 0,48 L 76,2 X 4,75 L 80 X 3,00
Total - - 2320 1,00 - - - -
(*) Considerando o índice de contribuição (ic) relativo ao comprimento de perfil da seção de contribuição.
Considerando a área efetiva calculada pela Equação (35), calculou-se o índice de área
exposta, determinado como ϕ= 0,15.
Para proceder o carregamento do modelo estrutural no Strap, optou-se por aplicar a força
de arrasto aos nós da estrutura. Os valores, válidos tanto para vento V0° quanto para vento V90°,
uma vez que as quatro faces da torre apresentam as mesmas características geométricas, estão
apresentados na Figura 26.
Para que o peso próprio da estrutura fosse considerado no Strap, fez-se necessário
atribuir propriedades as barras do unifilar, o que foi feito considerando uma estimativa realizada
com base no índice de esbeltez limite da compressão, conforme critérios já apresentados no
capítulo 3.4.1.2, na determinação da área efetiva. Sendo assim apresenta-se na Figura 27 perfis
considerados:
Cabe salientar que, para estimar o peso próprio das chapas de ligação (gusset), foi
admitido um coeficiente de majoração do peso próprio de 1,1.
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Para estimar o peso dos pisos, travessas e proteções, considerou-se uma carga de
0,4kN/m², determinando a carga aplicada resultante (F) conforme demonstrado a seguir:
Nas combinações 1 à 5 admitiu-se o peso próprio com efeito desfavorável (γg= 1,25) e
nas combinações 6 e 7 admitiu-o com efeito favorável (γg= 1,00). Para as ações do vento tomou-
se γq= 1,40, com fator de combinação ψ= 0,6 quando esta foi considerada como ação variável
secundária e, para as ações oriundas da sobrecarga de utilização tomou-se γq= 1,50, com fator
de combinação ψ= 0,5 (por considerar os acionamentos sustentados pelo próprio elevador).
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54
Para obter os esforços nos elementos, utilizando o Strap, realizou-se duas análises linear.
Tendo sido a primeira considerando os carregamentos descritos ao longo do capítulo 3.4, onde
predeterminou-se a seção dos perfis considerando o índice de esbeltez limite e, uma segunda
análise, na qual considerou-se a seção dos perfis pré dimensionados com o auxílio do Strap para
os esforços obtidos na primeira análise.
3.6.1 Análise 1
3.6.2 Análise 2
Com base nestes perfis recalculou-se os esforços oriundos do vento na torre, levando
em conta a nova área efetiva (2,78m²) e índice de área exposta (n=0,17). Os valores corrigidos
do carregamento nos nós da torre, obtidos com o AutoVentos Torre, são apresentados na Figura
31.
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3.7 DIMENSIONAMENTO
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56
o
h /c)^*3 = 0,45M
89
(36)
89 o
?V = 1,340 − 0,76. . M , C@<@ p q < ≤ 0,91M
c o c ^*3 c 89
(37)
0,53. o o
?V = , C@<@ > 0,91M
c 89
(38)
89 ∗ c !
Elemento L (cm) Perfil Nt,Sd [kN] Nt,Rd [kN] %U,t L/r Nc,Sd [kN] Nc,Rd [kN] %U,c KL/r kg/m
Coluna 400 L 152,4 X 15,88 280,214 1146,500 24,4% 134,7 ≤ 300 = ok 340,376 375,741 90,6% 134,7 ≤ 200 = ok 36,00
Travessa 400 L 101,6 X 6,35 54,378 312,750 17,4% 200,0 ≤ 300 = ok 45,898 54,383 84,4% 200,0 ≤ 200 = ok 9,81
Diagonal 280 L 88,9 X 6,35 56,548 272,500 20,8% 159,1 ≤ 300 = ok 65,829 68,461 96,2% 159,1 ≤ 200 = ok 8,56
Bracing 230 L 63,5 X 4,76 5,863 145,000 4,0% 185,5 ≤ 300 = ok 4,034 29,403 13,7% 185,5 ≤ 200 = ok 4,57
a) Área líquida fora da região da ligação (An0) igual à área bruta da seção
transversal (A), por supor a não existência de furos ou recortes ao longo dos
elementos;
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Elemento L (cm) Perfil Nt,Sd [kN] Nt,Rd [kN] %U,t KL/r Nc,Sd [kN] Nc,Rd [kN] %U,c KL/r kg/m
Coluna 400 L 170 X 12,5 280,214 701,945 39,9% 125,5 ≤ 300 = ok 340,376 362,732 93,8% 125,5 ≤ 200 = ok 31,08
Travessa 400 L 110 X 6,35 54,378 235,902 23,1% 188,1 ≤ 300 = ok 45,898 54,232 84,6% 188,1 ≤ 200 = ok 10,45
Diagonal 280 L 100 X 6,35 56,548 213,388 26,5% 145,7 ≤ 300 = ok 65,829 81,768 80,5% 145,7 ≤ 200 = ok 9,45
Bracing 230 L 60 X 2,00 5,863 41,380 14,2% 193,7 ≤ 300 = ok 4,034 8,916 45,2% 193,7 ≤ 200 = ok 1,83
A verificação das deformações foi realizada utilizando o auxílio do Strap. Para tanto,
ajustou-se o modelo estrutural do carregamento (capítulo 3.6.2) considerando os perfis
dimensionados (capítulo 3.7), procedendo-se então a análise para cada caso, cujos resultados,
para o topo da torre, apresentam-se na Figura 35.
3
Não utilizou-se a equação (27) por desconhecer métodos de determinação da força axial de flambagem
distorcional elástica, não apresentados pelas NBR’s.
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Laminado Conformado
V0°
33,29mm 36,34mm
Comb. 6
V90°
35,83mm 39,13mm
Comb. 7
Considerando que tanto a NBR 8800 (ABNT, 2008) quanto a NBR 14762 (ABNT,
2010) limitam o deslocamento horizontal no topo dos pilares em relação à base em H/400, onde
H é a altura total da coluna, medida do topo à base, temos que o deslocamento máximo (v^*3 )
admitido para estrutura é dado por:
w 28000
v^*3 = = = 70
400 400
Como os deslocamentos máximos calculados (Figura 35) são menores que o admitido
pelas normas (v^*3 ), temos que a estrutura atende a verificação quanto aos deslocamentos.
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4 ANÁLISE DE RESULTADOS
O maior peso por metro linear da coluna laminada pode ser explicado por ela apresentar
uma inércia da seção transversal (I) 9,7% menor que a coluna conformada. Como a inércia é
diretamente proporcional a força axial de flambagem elástica (Ne), temos que reduções de
inércia provocam redução da força axial de flambagem e, por consequência, conduz a maiores
valores do índice de esbeltez reduzido (λ0), resultando, por sua vez, em um menor valor do fator
de redução (χ), reduzindo assim a força axial resistente de cálculo da compressão (Nc.Rd),
exigindo um perfil mais pesado para atender à solicitação.
que a espessura adotada para chapa dobrada, resultando em um perfil 2,74kg/m (149,7%) mais
pesado.
r = rz L
DESIGNAÇÃO KL/r Verificação
[cm] [cm]
Cantoneira laminada 101,6 X 6,35 2,00 200,0 KL/r ≤ 200; Ok!!
400,0
Cantoneira conformada 101,6 X 6,35 1,95 204,7 KL/r > 200; Não ok!!
Nc,Rd
DESIGNAÇÃO
[kN]
Cantoneira laminada 88,9 X 6,35 68,46
Cantoneira conformada 88,9 X 6,35 56,11
Observa-se que até aqui as análises vêm sendo apresentadas com referência ao índice
de esbeltez, esforços solicitantes e resistências relativos a compressão. Isso porque para todos
os elementos, nos diferentes tipos de perfil, a compressão foi a solicitação crítica, não tendo as
solicitações de tração influenciado na escolha dos perfis, conforme evidenciado na Figura 41,
onde é possível observar que o percentual de utilização dos perfis na tração (%U,t) não supera
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
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24,4% para o laminado e 39,9% para o conformado a frio, enquanto que na compressão (%U,c),
os percentuais chegam à 96,2% para o laminado e 93,8% para o conformado a frio.
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Com relação a área efetiva da face do módulo da torre, considerada para determinação
dos esforços oriundos da ação do vento, observa-se na Figura 44 que, em relação a área utilizada
na análise 2 do capítulo 3.6.2, a área final do perfil laminado dimensionado é 5,4% menor,
enquanto a do perfil conformado é 5,4% maior. Já a opção que combina os perfis mais leves,
entre laminados e conformados, apresenta uma área final 0,4% maior que a considerada para
determinar os esforços nos nós da torre para análise 2 do capítulo 3.6.2, sendo a situação que
melhor representa o dimensionamento, nesse sentido.
Diferença
Situação Ae [m²] ф
[m²] [%]
Do dimensionamento 2,78 0,00 0% 0,174
Final para laminado 2,63 -0,15 -5,4% 0,164
Final para conformado 2,93 0,15 5,4% 0,183
Final para combinação 2,77 -0,01 -0,4% 0,173
4
Observa-se que não foi feita uma reanálise por não dispor de uma licença do Strap. As análises 1
(capítulo 3.6.1) e 2 (capítulo 3.6.2) foram realizadas com uso de hardware e software da empresa Kepler Weber,
sendo que, pela inconveniência, acabou não sendo feita uma análise considerando os perfis finais do
dimensionamento.
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o estudo foi realizado dimensionando ambos os perfis para a mesma carga, obtida conforme
descrito ao longo do capítulo 3.6.
Realizando um comparativo das forças aplicadas aos nós da torre, considerando a área
efetiva final do dimensionamento (Figura 45), observa-se que as forças atuantes a sotavento
(nós A e B) são, aproximadamente, 9,9% maiores no conformado em relação ao laminado,
sendo que a barlavento (nós C e D) essa diferença gira em torno de 6,7%.
Figura 45 - Comparativo das forças nos nós da torre em função da área efetiva final
Embora tais diferenças influenciem na determinação dos esforços, as mesmas não foram
consideradas no presente estudo pelo mesmo motivo já apresentado na análise das áreas, a
saber, a dificuldade relativa a licença do Strap.
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Para exemplificar, tomemos o valor de 7,50 reais por quilograma para avaliar o impacto
da redução de peso no custo final. Na Figura 48 observamos que a diferença de custo entre a
torre combinando os perfis mais leves para cada elemento com a torre laminada é de R$5.456,22
(9,9%) mais barata e, em relação a torre conformada, é R$2630,88 (4,8%) mais barata.
Se formos considerar ainda que o peso influencia no custo do frete, temos motivos para
afirmar que a estrutura combinando perfis laminados e conformados deva ser considerada uma
solução atraente frente as outras duas opções analisadas.
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Outra sugestão de estudo seria avaliar o desempenho dos elementos utilizando barras
compostas, formadas por dois ou mais perfis trabalhando em conjunto, arranjando-os de
diferentes formas, buscando determinar qual a melhor solução para cada aplicação. E ainda,
variando-se as dimensões da torre e os carregamentos, verificar como essas seções se
comportam.
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Essa ideia é reforçada quando avalia-se a área da seção transversal dos perfis
dimensionados no capítulo 3.7.2, apresentadas na Figura 49. Pois conforme destacado por Silva,
E. e Silva, V. (2008), peças que não apresentam redução das larguras efetivas (peças esbeltas)
costumam ter a tensão crítica determinada pela flambagem global, a qual é calculada por meio
da equação (23), utilizada no presente estudo.
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CONCLUSÃO
Dentro do cenário analisado, que desprezou as variações de área efetiva e peso próprio,
dimensionando os perfis laminados e conformados sujeitos aos mesmos carregamentos,
conclui-se que a torre em perfis laminados é a mais pesada, porém apresenta menores
deslocamentos, enquanto a torre em perfis conformados é mais leve, porém apresenta maiores
deslocamentos. Visando a otimização do peso próprio, a torre que combinou perfis laminados
e conformados foi a que resultou mais leve dentre as alternativas avaliadas.
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Estruturas Autoportantes Para Travamento de Elevadores Agrícola
70
REFERÊNCIAS
______. NBR 6123: forças devidas ao vento em edificações - procedimento. Rio de Janeiro,
1998. 66 p.
______. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas - procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 15
p.
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Nota: os valores apresentados para resistência ao escoamento e resistência à ruptura são valores nominais mínimos
de alguns aços estruturais, de uso frequente, relacionados pela ASTM, conforme as especificações da própria
ASTM. Nesta Tabela, os dados que constam nas colunas “Produtos” e “Grupo de perfil ou faixa de espessura
disponível” são meramente indicativos (para informações mais precisas, deve ser consultada a ASTM A6).
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