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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

LÚCIO ZORZAN

DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL DE VIGAS DE


CONCRETO ARMADO PELA NBR 6118/2014

Santa Rosa
2015
LÚCIO ZORZAN

DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL DE VIGAS DE


CONCRETO ARMADO PELA NBR 6118/2014

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia


Civil apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Paulo Cesar Rodrigues

Santa Rosa
2015
LÚCIO ZORZAN

DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL DE VIGAS DE


CONCRETO ARMADO PELA NBR 6118/2014

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da
banca examinadora.

Santa Rosa, 09 de novembro de 2015

Prof. Paulo Cesar Rodrigues (UNIJUÍ)

Mestre pela UNIJUÍ - Orientador

Prof. Eder Claro Pedrozo

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Rafael Zaltron (UNIJUÍ)

Graduado pela URI

Prof. Paulo Cesar Rodrigues (UNIJUÍ)

Mestre pela UNIJUI


Dedico este trabalho aos meus pais, a minha namorada
e a todos que torceram pelo meu sucesso.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, que não mediram esforços para que eu concluísse esta etapa da minha
formação acadêmica. Obrigada por tudo o que são e representam para mim, pelo exemplo e pelo
incentivo, essenciais neste momento.

A minha namorada, por me apoiar a cada passo dessa longa caminhada, por me ajudar no
que fosse possível e estar sempre ao meu lado, motivando-me a ler, pesquisar e estudar. Por dedicar
muitos momentos de estudo comigo, fazendo de nossas vidas uma eterna busca pelo aprendizado
e conhecimento.

Aos professores que fizeram parte da minha vida estudantil, auxiliando na aprendizagem
dos conteúdos necessários para me tornar um bom profissional.

Ao meu orientador, o qual auxiliou até o término do trabalho de conclusão de curso, tanto
nos momentos de correção da pesquisa, quanto nas diversas dúvidas que ocorreram durante todo o
processo de estudo e elaboração.

Muito obrigado a todos!


Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,
lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível.

Charles Chaplin
RESUMO

ZORZAN, Lúcio. Dimensionamento da armadura transversal de vigas de concreto armado


pela NBR 6118/2014. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2015.

O contexto econômico está sempre em questão dentro da construção civil, seja na compra
de materiais, no consumo de insumos da obra, no custo da mão de obra, no dimensionamento da
estrutura ou outras especificações. Por perceber a importância de pesquisas que buscam uma
economia na quantidade de insumos e despesas em obras, procurou-se realizar um estudo que
englobasse uma forma de economia em uma das etapas de construção de uma edificação. Assim,
foi realizada uma comparação dos dois modelos de cálculos descritos pela NBR 6118/2014 para o
dimensionamento da armadura transversal de vigas de concreto armado, visando investigar o
consumo de aço em estribos em cada modelo. Para o desenvolvimento desse estudo fez-se uma
pesquisa bibliográfica dos trabalhos já publicados que tratam sobre o mesmo tema, utilizando-se
de livros, artigos, periódicos, publicações avulsas e materiais disponibilizados nos meios
eletrônicos. Também foi efetuado o cálculo de dimensionamento da armadura transversal das vigas
de um pavimento pelo Modelo de Cálculo I da NBR 6118/2014, o qual usa um ângulo de inclinação
das bielas de compressão do concreto de 45º, e pelo Modelo de Cálculo II, o qual usa um ângulo
variando de 30º a 45º. Para este estudo foram utilizados os ângulos de 30º, 35º, 40º e 45º para o
Modelo II, comparando-se as armaduras encontradas desses quatro ângulos com os resultados
obtidos pelo Modelo I, verificando qual dos modelos seria mais econômico referente ao consumo
de aço em estribos das vigas de um pavimento. A partir de gráficos que ilustram a quantidade de
aço, em quilogramas (kg), que cada modelo gastou no conjunto de vigas do pavimento escolhido,
pode-se concluir que, quando utilizado o ângulo de 30º o Modelo II é mais econômico que o
Modelo I em todas as vigas e, consequentemente, no pavimento. Já quando aplicado o ângulo de
45º para ambos os modelos, o Modelo I é mais econômico. Na comparação geral, o Modelo I se
situou, no consumo total de aço de estribos do pavimento, entre os ângulos de 35º e 40º do Modelo
II, e a mudança de consumo de aço dentro do Modelo II varia de forma crescente na medida em
que aumenta o ângulo.

Palavras-chave: Concreto Armado, Estribos, Modelos de Cálculos.


ABSTRACT

ZORZAN, Lúcio. Dimensionamento da armadura transversal de vigas de concreto armado


pela NBR 6118/2014. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2015.

The economic context is always involved in the construction, or the purchase of materials,
the consumption of the work inputs, cost of labor, in the design of the structure or other
specifications. To realize the importance of research seeking a savings in the amount of inputs and
expenses in works, we tried to carry out a study that would include a form of economy in one of
the stages of construction of a building. Thus, a comparison of two models of calculation described
by NBR 6118/2014 for dimensioning the shear reinforcement of reinforced concrete beams was
performed in order to investigate the consumption of steel stirrups in each model. For the
development of this study did a literature search of studies published that deal with the same theme,
using books, articles, periodicals, loose publications and materials available in electronic media. It
was also performed the transverse reinforcement sizing calculation of I beams of a calculation
model of ISO 6118/2014 the pavement, which uses an inclination angle of the concrete
compression connecting rods 45, and the calculation model II, the which uses an angle ranging
from 30 to 45. For this study we used the 30 angles, 35, 40 and 45 for Model II, comparing the
armor found these four angles with the results of the Model I, checking which of the models would
be more economical related to steel consumption in stirrups of beams of a floor. From graphs
depicting the amount of steel, in kilograms (kg), which each model has spent the beams set the
chosen floor, it can be concluded that when used 30º Model II is more economical than the Model
I in all beams and hence the pavement. Already applied when the angle of 45 ° for both models,
the Model I is more economical. In general comparison, Model I stood in the total consumption of
the floor brackets steel between the angles 35 and 40 of the model II and the change of consumption
of steel in the Model II varies increasingly in that the angle increases.

Keywords: Reinforced Concrete, Stirrups, Calculations Models.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Classes de agressividade ambiental (CAA) .................................................................. 22


Figura 2 - Correspondência entre a CAA e o cobrimento nominal para Dc = 10 mm .................. 22
Figura 3 - Características das nervuras transversais (CA 50) ........................................................ 24
Figura 4 - Diagrama de tensão-deformação para armadura passiva .............................................. 26
Figura 5 - Ilustração demonstrativa da analogia da viga com estribos verticais com a treliça de
Mörsch, e da distribuição das fissuras por esse modelo ................................................................ 33
Figura 6 - Posicionamento dos estribos verticais e inclinados nas vigas, e as fissuras nas bielas do
concreto ......................................................................................................................................... 35
Figura 7 - Situações de colapso de uma viga devido ao cisalhamento .......................................... 38
Figura 8 - Treliça analógica de Mörsch para o caso de estribos verticais e barras dobradas ........ 40
Figura 9 - Fluxograma das atividades............................................................................................ 52
Figura 10 – Planta de Forma.......................................................................................................... 54
Figura 11 - Vinculações dos apoios............................................................................................... 55
Figura 12 – Vão teórico ou efetivo ................................................................................................ 56
Figura 13 - Inclinação das linhas de ruptura para o cálculo das reações de apoio ........................ 57
Figura 14 - Reações de apoio da laje ............................................................................................. 58
Figura 15 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 1 = Viga 5 ...................................................... 62
Figura 16 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 2 ..................................................................... 62
Figura 17 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 3 e Viga 4 ....................................................... 63
Figura 18 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 5 ..................................................................... 64
Figura 19 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 6 e Viga 9 ....................................................... 64
Figura 20 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 7 e Viga 8 ....................................................... 65
Figura 21 - Vigas Modelo I ........................................................................................................... 67
Figura 22 – Asw máximo – Modelo II: Viga 1 ............................................................................. 68
Figura 23 – Asw máximo – Modelo II: Viga 2 ............................................................................. 68
Figura 24 – Asw máximo – Modelo II: Viga 3 e 4........................................................................ 69
Figura 25 – Asw máximo – Modelo II: Viga 5 ............................................................................. 69
Figura 26 – Asw máximo – Modelo II: Viga 6 e 9........................................................................ 70
Figura 27 – Asw máximo – Modelo II: Viga 7 e 8........................................................................ 70
Figura 28 – Comparação do Asw entre os dois modelos de cálculo ............................................. 71
Figura 29 - Exemplo de detalhamento dos estribos da viga .......................................................... 73
Figura 30 – Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos ...................................................... 74
Figura 31 - Exemplo de detalhamento da seção transversal da viga ............................................. 74
Figura 32 – Consumo de aço entre os ângulos do modelo II ........................................................ 77
Figura 33 – Consumo de aço entre os ângulos do modelo de cálculo II ....................................... 78
Figura 34 – Comparação Final entre os Modelos de Cálculos I e II ............................................. 79
Figura 35 – Consumo total de aço do pavimento por Modelo de Cálculo .................................... 80
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Propriedades mecânicas do aço .................................................................................... 25


Tabela 2 - Tensões atuantes na seção transversal .......................................................................... 37
Tabela 3 – Valores da taxa de armadura m ................................................................................... 42
Tabela 4: Coeficientes de ponderação de ações  s e  c . .............................................................. 44
Tabela 5 - Reações das lajes do projeto ......................................................................................... 58
Tabela 6 - Pré-dimensionamento Vigas ........................................................................................ 59
Tabela 7 – Soma dos esforços das lajes nas vigas ......................................................................... 59
Tabela 8 - Peso próprio das viga ................................................................................................... 60
Tabela 9 - Carga das paredes sobre vigas ...................................................................................... 61
Tabela 10 - Esforços totais nas vigas............................................................................................. 61
Tabela 11 - Armadura transversal - Modelo de Cálculo I ............................................................. 66
Tabela 12 - Tabela de Ferro para Estribos ..................................................................................... 72
Tabela 13 – Cracterísticas geométricas nominais dos fios e barras .............................................. 75
Tabela 14 - Massa nominal das barras de aço ............................................................................... 76
Tabela 15- Consumo de aço (Kg) no Modelo de Cálculo I ........................................................... 76
Tabela 16- Consumo de aço (Kg) no Modelo de Cálculo II ......................................................... 76
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Cálculo de verificação da resistência do força cortante.............................................41


Equação 2 – Cálculo de verificação da resistência do força cortante (tração das diagonais).........41
Equação 3 – Taxa geométrica.........................................................................................................41
Equação 4 – Cálculo da armadura mínima para estribos verticais.................................................42
Equação 5 – Cálculo da armadura mínima para estribos verticais.................................................42
Equação 6 – Cálculo verificação das tensões de compressão das bielas........................................43
Equação 7 – Força cortante de cálculo...........................................................................................43
Equação 8 – Esforço cortante de cálculo........................................................................................43
Equação 9 – Força cortante absorvida............................................................................................44
Equação 10 – Valor de cálculo da resistência a tração do concreto...............................................44
Equação 11 – Tensão na diagonal tracionada para a treliça clássica..............................................44
Equação 12 – Dedução da Equação 11...........................................................................................44
Equação 13 – Dedução da Equação 12...........................................................................................45
Equação 14 – Resistência de cálculo de escoamento do aço..........................................................45
Equação 15 – Cálculo da armadura transversal (cm²/m) para estribos verticais............................45
Equação 16 – Fórmula de igualdade para dedução........................................................................45
Equação 17 – Forço cortante da armadura mínima........................................................................46
Equação 18 – Cálculo verificação das tensões de compressão das bielas......................................46
Equação 19 – Força cortante de cálculo Modelo II........................................................................47
Equação 20 – Esforço cortante de cálculo Modelo II.....................................................................47
Equação 21 – Força cortante absorvida Modelo II (Vco) ..............................................................47
Equação 22 – Valor de cálculo da resistência a tração do concreto...............................................47
Equação 23 – Força cortante absorvida - quando V𝑠𝑑 ≥ V𝑐𝑜 ...........................................................48
Equação 24 – Parcela da força cortante a ser resistida pela armadura transversal.........................48
Equação 25 – Tensão na diagonal tracionada para a treliça pelo Modelo II..................................48
Equação 26 – Dedução da Equação 25...........................................................................................48
Equação 27 – Armadura transversal por unidade de comprimento................................................48
Equação 28 – Força cortante da armadura mínima........................................................................49
Equação 29 – Armadura mínima pelo Modelo II...........................................................................49
LISTA DE SIGLAS

ABC Associação Brasileira de Concreto

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 15

1.1 PROBLEMA...................................................................................................................... 16

1.1.1 Questões de Pesquisa ....................................................................................................... 17

1.1.2 Objetivos de Pesquisa ...................................................................................................... 17

1.1.3 Delimitação ....................................................................................................................... 18

1.2 DESCRIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ........................................ 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 20

2.1 HISTÓRIA DO CONCRETO ........................................................................................... 20

2.1.1 Concreto Simples ............................................................................................................. 21

2.1.2 Aço………………………………………………………………………………………..23

2.1.3 Concreto Armado ............................................................................................................ 26

2.1.4 Aderência do Aço x Concreto ......................................................................................... 28

2.2 ARMADURA TRANSVERSAL DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO ................... 29

2.2.1 Cálculo estrutural ............................................................................................................ 29

2.2.2 Elementos Estruturais ..................................................................................................... 31

2.2.3 Treliça de Mörsch ............................................................................................................ 32

2.2.4 Características dos Estribos............................................................................................ 36

2.3 MODELOS DE CÁLCULO .............................................................................................. 40

2.3.1 Armadura Mínima ........................................................................................................... 41

2.3.2 Modelos de Cálculo I ....................................................................................................... 42

2.3.3 Modelos de Cálculo II ...................................................................................................... 46

2.3.4 Diâmetro e Espaçamento Mínimo e Máximo dos Estribos .......................................... 49

3 MÉTODO DE PESQUISA.............................................................................................. 51

3.1 CLASSIFICAÇÃO E ESTRATÉGIA DA PESQUISA .................................................... 51


3.2 DELINEAMENTO ............................................................................................................ 51

4 RESULTADOS .............................................................................................................. 514

4.1 CÁLCULO ........................................................................................................................ 54

4.1.1 Cálculo das Lajes ............................................................................................................. 55

4.1.2 Cálculo das Vigas ............................................................................................................. 58

4.1.3 Cálculo da Armadura Transversal ................................................................................ 66

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 82

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 84

APÊNDICE .................................................................................................................................. 86
15

1 INTRODUÇÃO

É cada vez mais evidente o crescimento acelerado da construção civil em todo país. Para
manter essa atividade em alta, no entanto, deve-se prezar pela economia nos mais diversos setores
em que se atue, seja no consumo de materiais, no custo de mão de obra, na diminuição do
desperdício ou no aperfeiçoamento de técnicas de cálculo, a fim de se conseguir manter um preço
baixo para os compradores e um custo menor para as construtoras (SILVA, 2012). Nesse intuito,
cada vez mais se observam pesquisas no campo da construção civil, com vistas à diminuição do
preço final do produto.

Tendo em vista os fatores econômicos buscou-se, por meio desta pesquisa, realizar uma
comparação do consumo de um dos materiais mais caros do concreto armado, o aço. Para isto,
considerou-se o dimensionamento das vigas de um pavimento numa edificação usual desse sistema
construtivo, a partir de diferentes modelos de cálculo.

Segundo Santos (2008), o concreto armado é, com certeza, o sistema da construção civil
mais utilizado no Brasil, sendo que, a maioria das edificações construídas nas áreas urbanas
brasileiras na última década, é baseada nesse sistema, tanto as construções formais e legalizadas,
quanto as informais. Considerando-se essa informação, o autor destaca que nenhum outro material
de construção é tão consumido no país quanto o cimento, o qual é ingrediente principal para formar
o concreto armado e os tipos de vedação que o acompanham.

Levando-se em consideração os fatores que englobam o concreto armado e


dimensionamento de vigas com esse sistema construtivo, cada vez mais é essencial o conhecimento
das teorias e conceitos da engenharia para buscar o aperfeiçoamento e a economia nos projetos
estruturais, tanto no manuseio de softwares, quanto no gerenciamento de obras (RAMOS et al,
2009). Por isso, percebendo a importância do custo do aço em uma obra de concreto armado, um
estudo mais aprofundado dos dois modelos de cálculo, propostos pela NBR 6118/2014 para
dimensionamento de armadura transversal de vigas, pode alavancar em resultados satisfatórios no
que se refere ao consumo de aço em uma edificação de concreto armado, possibilitando uma
diferença considerável no custo final da obra.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Os dois modelos estabelecidos pela NBR 6118/2014 para o dimensionamento da armadura


transversal de vigas de concreto armado, foram utilizados na realização deste trabalho. De acordo
com Carvalho e Filho (2014), o Modelo de Cálculo I é mais simplificado, fixando o ângulo das
bielas de concreto comprimido em 45º em relação ao eixo longitudinal da peça, enquanto que o
Modelo de Cálculo II permite a variação desse ângulo no intervalo de 30º à 45º.

1.1 PROBLEMA

De acordo com Pilotto e Valle (2011), a economia brasileira atravessou, na primeira década
do século XXI, um excelente momento na construção civil com o crescimento dos
empreendimentos e investimentos. Dessa forma, os autores salientam que, para buscar um maior
rendimento nas obras, a utilização de métodos construtivos mais baratos e cálculos estruturais que
encaminham para um consumo menor dos materiais são essenciais para a obtenção de um lucro
satisfatório nas obras.

Com o avanço tecnológico, segundo Ramos et al (2009), o desenvolvimento de softwares


na área da construção civil tem deixado os profissionais cada vez mais acomodados no que se refere
ao estudo da profissão. No entanto, devido à maior precisão dos cálculos que essas tecnologias
fornecem, elas trazem maior economia com relação ao custo nas construções. Os autores salientam
que os programas de cálculo para estruturas de concreto armado minimizam as falhas e imprecisões
de projetos para aqueles engenheiros que dominam os conceitos.

Essa importante ferramenta deve ser comandada por profissionais que tenham sua
aprendizagem apurada sobre os elementos processados pelo sistema, uma vez que programas de
computador só obedecem a conhecimentos e conceitos adquiridos na formação (RAMOS et al,
2009). Sabendo da insuficiente carga horária dos cursos superiores para passar todos os conteúdos,
os autores destacam a fundamental importância de um estudo mais detalhado do cisalhamento de
vigas de concreto armado, para a formação de engenheiros.

Ramos et al (2009) destaca o quanto é importante o profissional ter conhecimento do


material que será utilizado no desenvolvimento do seu trabalho, como é o caso do concreto armado,
pois o engenheiro civil é o responsável técnico pela sua composição e utilização e tem o dever de
entender o seu comportamento quando exposto a esforços de qualquer natureza. Além disso, os

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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015
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autores relatam que é essencial que o profissional saiba economizar ao máximo, visando diminuir
o custo da obra, tanto nas etapas construtivas como nos projetos.

A partir disso, Pilotto e Valle (2011) destacam que, em uma obra de concreto armado, o
consumo de aço representa 22% do custo do material utilizado referente às etapas da fundação, da
alvenaria, da supraestrutura e dos revestimentos. Assim sendo, os autores reconhecem que é de
suma importância o racionamento desse material, seja através do menor desperdício na construção
ou na economia através de cálculos estruturais que visam um menor consumo, porém sem
prejudicar a viabilidade e a vida útil da edificação.

1.1.1 Questões de Pesquisa

 Questão Principal

Qual dos modelos de cálculo de dimensionamento dos estribos de vigas, propostos pela
NBR 6118/2014, é mais econômico em relação ao consumo de aço?

 Questões Secundárias

De acordo com a NBR 6118/2014, qual a diferença entre os Modelos de Cálculo I e II,
prescritos na nova norma, para o dimensionamento da armadura de cisalhamento de vigas de
concreto armado?

Qual a variação de área de aço da armadura transversal entre as vigas de um pavimento,


para cada modelo de cálculo da NBR 6118/2014?

De quanto será a diferença de custo (R$) no consumo de aço para um conjunto de vigas,
entre os dois modelos de cálculo?

1.1.2 Objetivos de Pesquisa

 Objetivo Principal

Fazer um comparativo entre os dois modelos de cálculo de estribos propostos pela NBR
6118/2014, através do dimensionamento da armadura transversal de vigas de uma edificação,
verificando qual é o mais econômico no que se refere ao consumo de aço.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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 Objetivos Específicos

Analisar e descrever os modelos de cálculo da NBR 6118/2014 utilizados no


dimensionamento do cisalhamento de vigas, relatando onde está a diferença entre os dois modelos;

Dimensionar a armadura transversal das vigas de um determinado pavimento pelo Modelo


I (45°) e Modelo II (30º,35º,40º,45°), verificando a variação de área de aço para cada um dos
modelos, bem como entre os ângulos do Modelo II;

Quantificar os resultados calculados e fazer comparativos do consumo de aço e do custo


desse material entre os dois modelos de cálculo de estribos, para um conjunto de vigas de um
pavimento.

1.1.3 Delimitação

O trabalho foi realizado a partir de um projeto simétrico de uma edificação de médio porte,
tendo 9 vigas para os referentes cálculos de estribos. Para o dimensionamento da armadura de
cisalhamento foram utilizados apenas os dois modelos de cálculo propostos pela NBR 6118/2014,
com as devidas modificações ocorridas na nova versão da mesma, sem emprego de nenhum
softwares de cálculo específico.

1.2 DESCRIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

O conteúdo do trabalho está em cinco capítulos, divididos da seguinte forma:

O primeiro capítulo apresenta a introdução da pesquisa, composta pelo contexto, a


justificativa, o problema, os objetivos e a delimitação. A elaboração e organização destes itens
fazem com que o trabalho seja sistematizado e compreenda todos os passos necessários para sua
realização. Além do mais, permite que o leitor entenda a trajetória de pesquisa transcorrida.

No segundo capítulo, inicia-se a revisão bibliográfica dos assuntos inerentes à pesquisa,


englobando inicialmente a história do concreto armado e, consequentemente, esclarecendo as
questões básicas sobre esse sistema construtivo, promovendo o seu conhecimento e facilitando o
entendimento no decorrer do trabalho.

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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015
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Além disso, como subitem da revisão bibliográfica, no capítulo 2 consta um estudo sobre o
cálculo de estruturas, bem como a distribuição dos esforços e dos elementos que formam uma
edificação. De forma mais objetiva relatam-se conceitos referentes à Treliça de Mörsch, a qual é
objeto de estudo do trabalho para desenvolver o dimensionamento de estribos de vigas. Ainda
dentro desse capítulo, faz-se o relato e explicam-se os dois modelos de cálculos utilizados para o
dimensionamento da armadura de cisalhamento das vigas e apresenta-se o formulário empregado
para os cálculos necessários.

No capítulo 3 consta o desenvolvimento do estudo com a aplicação das fórmulas e a


exposição das tabelas e gráficos obtidos através dos cálculos de dimensionamento dos estribos do
pavimento, demonstrando a análise dos resultados. Fez-se necessário escolher uma planta de forma
de um pavimento simétrico sendo que, a partir disto, foi possível realizar os seguintes cálculos:
cálculo das lajes, esforços cortantes das vigas e cálculo da armadura transversal das vigas. Para
melhor entendimento, os referidos cálculos foram divididos em subitens dentro deste capítulo.

O capítulo 4 aborda a metodologia de pesquisa utilizada no desenvolvimento do trabalho,


composto pela caracterização e pelo fluxograma do estudo realizado. A classificação da pesquisa
faz referência ao tipo de pesquisa que o trabalho engloba, sendo, neste caso, composto por pesquisa
bibliográfica, exploratória e quantitativa. O delineamento aborda os passos seguidos para a
realização da pesquisa, desde a pesquisa bibliográfica dos assuntos pertinentes ao estudo, os
cálculos necessários e a obtenção dos resultados finais. O detalhamento dos passos seguidos pode
ser visualizado de forma acessível e compreensiva através do fluxograma acrescentado.

E, para finalizar, o capítulo 5 apresenta as considerações finais da pesquisa com as devidas


conclusões obtidas através do desenvolvimento do estudo, bem como possíveis propostas que
possam dar sequência ao trabalho.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesse capítulo será descrito o desenvolvimento do estudo bibliográfico, contemplando


como subcapítulos a história e a conceituação do concreto armado, da armadura transversal de
vigas e dos modelos de cálculo, além das fórmulas utilizadas para o desenvolvimento dos cálculos.

2.1 HISTÓRIA DO CONCRETO

De acordo com Botelho e Marchetti (2011), antigamente se utilizava como material de


construção a larga pedra, tanto para moradias e templos, como para fortificações e, também, para
vencer vãos de rios. Dessa forma, os autores relatam que a pedra era ótimo elemento de construção,
vez que era durável e resistia bem aos esforços de compressão solicitados. No entanto, quando
usada como viga para vencer vãos de médio porte, a força de tração que surgia na parte inferior
fazia com que ela se rompesse.

Na primeira década do século XX, de acordo com Santos (2008), iniciou-se a inserção do
concreto armado como sistema construtivo no Brasil, produto patenteado e aplicado primeiramente
em tarefas especiais, como pontes e viadutos. O autor ainda expõe que, em função do crescimento
econômico, da industrialização e da urbanização de 1930, elevou-se o uso desse material nas
edificações, tornando-se hegemônico em todo o país em meados do século XX e destacando-se na
maior parte das construções e pesquisas no ramo da construção civil.

Já, segundo Andrade (2006), pouco se conhece sobre o verdadeiro início do concreto
armado no Brasil, tendo como mais antigo relato data de 1904, quando foi aplicado em casas de
habitações em Copacabana. O autor relata também que a primeira regularização do concreto
armado foi em 1929, englobando todos os tipos de construções, tendo como resultado a criação da
Associação Brasileira de Concreto (ABC), que tinha como função padronizar todas as construções
de concreto armado do Brasil.

Em 1936 foi fundada, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Cimento Portland


(ABCP), objetivando acabar com as diversidades e unificar todos os regulamentos brasileiros da
época. Já, em 1940, foi fundada a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), principal
órgão responsável pela normalização técnica do país, oferecendo a estrutura demandada para o
desenvolvimento tecnológico na área (ANDRADE, 2006).
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Nos anos de 1940, o concreto já se firmava e se estabilizava no Brasil, tendo seu uso
normalizado pela ABNT, regulado pelas atribuições profissionais do Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA) e fazendo parte dos currículos das escolas de engenharia
(SANTOS, 2008).

2.1.1 Concreto Simples

De acordo com Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), o concreto simples é a mistura
dos agregados naturais ou britados (agregado fino e graúdo) com o cimento e a água. Conforme os
autores, quando endurecido, sua resistência depende do tipo e da quantidade dos materiais
utilizados na composição como, por exemplo, o consumo de cimento e de água da mistura e o
emprego ou não de aditivos. Nessa mistura de concreto simples, segundo Carvalho e Filho (2014),
o material mais caro é o cimento e, por esse motivo, os autores ressaltam que são utilizados
agregados de maiores dimensões para reduzir os custos sem prejudicar a qualidade do conjunto.

O concreto é uma pedra artificial, formada pela ligação de cimento, pedra, areia e água que,
inicialmente quando usado pelo homem, tinha a limitação de não resistir a esforços de tração como,
por exemplo, na parte inferior de vigas que venciam vãos (BOTELHO; MARCHETTI, 2011).
Seguindo esse pensamento, os autores destacam que como o concreto resiste dez vezes mais à
compressão do que à tração, surgiu a ideia de usar uma mistura de material que resista tanto a
compressão quanto à tração.

Assim, de acordo com Botelho e Marchetti (2011), surge a invenção da viga de concreto
armado, ou seja, na parte tracionada do concreto insere-se o aço para resistir a esse esforço,
enquanto na parte comprimida da viga mantém-se apenas o concreto. Para Carvalho e Filho (2014),
o concreto possui boa resistência à compressão, no entanto, agindo sozinho, suporta apenas 1/10
do esforço de compressão para resistir à tração, apesar de esse tipo de solicitação estar presente em
todas as estruturas usuais.

Conforme Araújo (2014), o concreto possui, além da função de absorver os esforços de


compressão solicitados pela estrutura, também a atribuição de proteger a armadura contra a
corrosão. Assim, mesmo com a inevitável abertura de fissuras no concreto, as barras de aço não
ficam prejudicadas, desde que as aberturas sejam limitadas e se garanta o cobrimento mínimo de
concreto para a classe de agressividade estabelecida nas Figuras 1 e 2.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Figura 1 - Classes de agressividade ambiental (CAA)

Classe de Risco de
Classificação geral do tipo de ambiente
agressividade Agressividade deterioração da
para efeito de projeto
ambiental estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa

II Moderada Urbanaª , º Pequeno

Marinha ª
III Forte Grande
Industrial ª,º
IV Muito Forte Elevado
Respingos de Maré
ª Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) para
ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revesido com argamassa e pintura).
º Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões
de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da estrutura protegidas
de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.
C Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústriasde
celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

Fonte: Adaptada da NBR 6118 (ABNT, 2014)

Figura 2 - Correspondência entre a CAA e o cobrimento nominal para Dc = 10 mm

Classe de agressividade ambiental


Componente ou I II III IV
Tipo de estrutura
elemento
Cobrimento nominal (mm)

20 25 35 45
Viga/Pilar 25 30 40 50
Concreto armado
Elementos estruturais
30 30 40 50
em contato com o solo d
Concreto Laje 25 30 40 50
protendido a Viga/Pilar 30 35 45 55
a Cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas. O cobrimento da
armadura passiva deve respeitar os cobrimentos para concreto armado.
b Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso,
com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e
acabamento, como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros,
deve ser respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.

c Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de


tratamento de água e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em
ambientes química e intensamente agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe
d No trecho dos pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a
armadura deve ter cobrimento nominal ≥ 45 mm.
Fonte: Adaptada da NBR 6118 (ABNT, 2014)
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Carvalho e Filho (2014) salientam que o concreto e o aço têm dilatação térmica muito
próxima, o que significa que, em condições normais, além do concreto proteger o aço contra a
oxidação das barras, por envolvê-las, também as preserva contra as altas temperaturas. Para Araújo
(2014), por ter esse coeficiente de dilatação térmica praticamente igual, as tensões internas entre o
aço e o concreto serão pequenas quando submetidas a variações de temperaturas. Além disso,
Araújo (2014) destaca que é aconselhável utilizar um maior cobrimento de concreto para diminuir
a variação de temperatura na armadura, nos casos em que a estrutura esteja sujeita a elevadas
temperaturas, como na hipótese de incêndios.

Por possuir pouca resistência à tração, o concreto constantemente fissura na zona tracionada
da estrutura, passando os esforços para a armadura que impede o rompimento brusco do elemento
estrutural, o qual ocorreria se fosse uma viga de concreto simples, por exemplo (ARAÚJO, 2014).

2.1.2 Aço

De acordo com Ferraz (2005), o atraso do uso do ferro no Brasil, e consequentemente do


aço, ocorreu principalmente devido às altas temperaturas necessárias para sua fabricação, o que
encarecia a produção e dificultava a comercialização do produto. Segundo o autor, o aço é uma
liga metálica composta principalmente por ferro, carbono e elementos residuais resultantes de sua
fabricação, sendo que o carbono varia de 0,008% até 2,11%.

As barras e os fios utilizados nas armaduras de concreto armado na construção civil,


conforme Carvalho e Filho (2014), possuem um teor de carbono que varia de 0,08 a 0,5%, sendo
considerado como material chamado de aço, que possui um teor inferior a 2,04%, enquanto o ferro
possui um teor que varia de 2,04 à 6,7%.

Em conformidade com a NBR 7480 - Aço destinado a armaduras de estruturas de concreto


armado (ABNT, 2007), as barras de aço podem ser classificadas pelo valor característico da
resistência de escoamento nas categorias de CA-25 e CA-50, e os fios de aço em CA-60. A norma
também destaca que o aço destinado à armadura de concreto armado deve apresentar
homogeneidade geométrica e características como:
- CA-50: são obrigatoriamente dotados de nervuras transversais oblíquas, com ângulo que
varia de 45º a 75º, e espaçamento médio de 50 a 80% do diâmetro nominal. As nervuras tem a
função de impedir o giro da barra dentro do concreto;
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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- CA-60: os fios podem ser lisos, entalhados ou nervurados, atendendo ao coeficiente de


conformação superficial mínimo e com diâmetro nominal inferior a 10 mm;
- CA-25: é obrigatoriamente dotado de superfície lisa e coeficiente de conformação
superficial padrão.

Na Figura 3, é possível observar as nervuras transversais presentes na categoria de aço CA-


50, bem como sua inclinação e espaçamento.

Figura 3 - Características das nervuras transversais (CA 50)

Fonte: NBR 7480 (ABNT, 2007)

Conforme Ferraz (2005), o aço pode ser classificado de acordo com a tensão de escoamento
mínima especificada em:
 Aço Carbono: aproximadamente 195 a 260 Mpa;
 Aço de alta resistência e baixa liga (ARBL): 290 a 345 MPa;
 Aço liga tratado termicamente: 630 a 700 Mpa.

Ferraz (2005) ainda apresenta algumas características do aço que são importantes para sua
utilização na construção civil, entre elas estão:
 Elasticidade: capacidade do elemento de retornar à forma original após a remoção do
esforço;
 Plasticidade: é o inverso da elasticidade, ou seja, o material não volta à forma original,
obtendo uma deformação permanente;
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 Ductilidade: capacidade do material de se deformar quando sofre a ação de cargas antes de


se romper, indicando um aviso antecipado da ruptura da estrutura;
 Resiliência: a capacidade de restituir a energia mecânica absorvida;
 Fluência: ajuste plástico que pode ocorrer em pontos onde o material sofre tensão de cargas
constantes e ocorre deformação elástica.

Nas estruturas que englobam esforço de tração, a melhor situação para a plena eficiência da
armadura seria o posicionamento da mesma na direção da tensão principal da tração, absorvendo
diretamente o esforço (SILVA, 2012). O autor também cita as seguintes propriedades mecânicas
desse material: alta resistência à tração, resistência à compressão e resistência à flexão.

Já, para Carvalho e Filho (2014), as características mecânicas mais relevantes do aço são:
- Resistência característica de escoamento à tração (𝑓𝑦𝑘 ): é a máxima tensão que a barra ou
o fio são capazes de suportar, sem sofrer deformações permanentes;
- Limite de resistência (𝑓𝑠𝑡𝑘 ): é a força com que o material se rompe, ou seja, o esforço
máximo suportado pela barra de aço, sendo obtido pela força de ruptura e área da seção transversal
inicial da barra;
- Alongamento na ruptura: é o aumento da barra de aço até a ruptura, sendo medido após a
retirada da carga.

A Tabela 1 a seguir destaca as principais propriedades do aço, contemplando a tensão de


escoamento de cálculo do aço (𝑓𝑦𝑘 ), a resistência característica do aço à tração (𝑓𝑦𝑑 ), a deformação
específica de cálculo (ԑ𝑦𝑑 ) e a flexão em vigas de concreto armado (ԑ = x/d). Já a Figura 4 demostra
um diagrama de tensão-deformação para a armadura passiva, utilizado para o cálculo do estado
limite último pela NBR 6118 (ABNT, 2014).

Tabela 1 - Propriedades mecânicas do aço

Aço fyk (Mpa) fyd (Mpa) ԑyd (Mpa) ԑ = x/d


CA 25 250 217 0,104 0,7709
CA 50 500 435 0,207 0,6283
CA 60 600 522 0,248 0,59
Fonte: Carvalho e Filho (2014)

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Figura 4 - Diagrama de tensão-deformação para armadura passiva

Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014)

Segundo a NBR 7480 (ABNT, 2007) o aço utilizado em armaduras de concreto armado não
deve possuir defeitos prejudiciais à estrutura como esfoliação, corrosão, manchas de óleo, redução
de seção e fissuras transversais. No entanto, de acordo com a mesma norma, uma oxidação é
aceitável quando não ocorre comprometimento de sua geometria e quando, após a remoção da
camada superficial, não se observam evidências de corrosão.

2.1.3 Concreto Armado

De acordo com Andrade (2006), o concreto armado é o segundo recurso mais consumido
no mundo, perdendo apenas para a água. Em razão da fartura dos materiais constituintes desse
elemento na natureza, ao seu custo-benefício e à facilidade de execução referente à aplicação e mão
de obra, tornou-se um material de aceitação em todo o território brasileiro e está presente em
qualquer lugar por onde se passe (ANDRADE, 2006).

O sistema construtivo de concreto armado é considerado o mais apropriado para o contexto


e para a condição brasileira, devido à segurança, ao preço relativamente baixo e à mão de obra sem
muita qualificação (SANTOS, 2008). No entanto, Santos (2008) acentua que, por mais vantagens
que esse material ofereça, há que se considerar que a indústria da construção civil é a maior
geradora de resíduos de toda a sociedade, sendo que, dessa forma, o concreto apresenta os seguintes
aspectos negativos:
- falta de flexibilidade espacial, degradação ambiental (poluição), inibição e atraso das
outras técnicas construtivas;
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- desequilíbrio na distribuição do conhecimento técnico;


- desqualificação dos trabalhadores da construção;
- consumo de matérias-primas naturais com impactos negativos nos locais de extração, nos
percursos de transporte e nos canteiros de obra.

Para Araújo (2014), o concreto armado é o material composto de concreto e barras de aço,
adequadamente distribuídas em seu interior. Botelho e Marchetti (2011) citam como exemplos
dessas estruturas as lajes, vigas, pilares, bancos de jardim, tubos, vasos, pontes e fundações.

Silva (2012) destaca as características e a composição de ambos os materiais que compõem


o concreto armado, salientando que o concreto é responsável pela resistência à compressão da
estrutura, enquanto o aço resiste, de forma equivalente, à tração e à compressão. Vale ressaltar que
para Araújo (2014), o aço é cerca de 110% mais resistente que o concreto referente ao esforço de
tração.

De acordo com Carvalho e Filho (2014), as estruturas de concreto armado apresentam duas
características básicas: a primeira é que o concreto e a armadura sempre trabalham em conjunto
devido à aderência, sem a qual essa combinação não se comportaria como material estrutural; e a
segunda trata-se da possibilidade de ocorrerem regiões com fissuras no concreto, mesmo com a
utilização de aço nas peças. Segundo Andrade (2006), essa aderência é proporcionada pelas
propriedades do cimento e pelos efeitos de natureza mecânicos.

Em vigas submetidas à flexão, podem ocorrer pequenas fissuras (trincas) na parte inferior
da peça devido à pouca deformabilidade do concreto, decorrente da baixa resistência desse material
ao esforço de tração ocasionados pelo momento fletor (CARVALHO; FILHO, 2014). Assim, os
autores destacam que, para a viga resistir a esses esforços é necessário combinar o concreto com o
aço, o qual apresenta elevada resistência à tração e uma melhor deformação, sendo colocado
longitudinalmente na parte tracionada da estrutura.

De acordo com Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), as vantagens e desvantagens do


concreto armado sobre os materiais construtivos e seu uso estrutural podem ser citadas como:
 Vantagens:
- boa resistência na maioria das solicitações;
- facilidade de execução, com técnicas dominadas em todo país;
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- não requer manutenção quando bem executado e quando seguidas as normas;


- resistência ao fogo, aos agentes atmosféricos, ao desgaste mecânico, a choques e a
vibrações;
- permite facilmente a construção de estruturas hiperestáticas (com reservas de segurança);
- facilidade de execução em diversas formas, por possuir uma boa trabalhabilidade;
- ocorre a aderência entre o concreto endurecido e o lançado posteriormente, facilitando a
transferência de esforços.

 Desvantagens:
- por ser bom condutor de calor e som, apresenta menor proteção térmica e sonora, tendo
que ser associado com outros materiais para evitar esses problemas;
- elevado peso da construção, pois resulta em elementos de maiores dimensões que o aço,
aumentando seu custo;
- utilização de sistemas de fôrmas e de escoras até a cura do concreto que retarda o processo
de conclusão da obra;
- dificuldade de execução de reformas, adaptações e demolições.

2.1.4 Aderência do Aço x Concreto

De acordo com Correia (2012), o comportamento estrutural do concreto armado nasce da


união entre o concreto e a armadura e é estabelecido através da aderência entre esses materiais, que
atuam como instrumentos de transferência de tensões, garantindo a compatibilidade de
deformações entre o aço e o concreto. A aderência entre esses elementos depende, segundo o autor,
das características do aço e das propriedades do concreto, fazendo com que o conhecimento dos
materiais envolvidos na produção do concreto armado seja essencial para identificar o potencial de
aderência na sua composição.

Conforme Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), não haveria concreto armado se não
houvesse a aderência entre o aço e o concreto, pois o funcionamento associado dos materiais faz
com que a deformação das barras de aço seja, na prática, a mesma do concreto que as envolve.

Santos (2006), Correia (2012) e Araújo (2014), separam a aderência da seguinte forma:

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a) Adesão: está relacionada a ligações físico-químicas entre a armadura e o concreto, sendo


uma resistência que se opõe à separação desses dois elementos. A aderência por adesão deixa de
existir quando ocorre movimento entre os materiais.
b) Atrito: surge do deslocamento de um material sobre o outro, dependendo do coeficiente de
atrito entre o aço e o concreto, ou seja, está relacionado com a rugosidade superficial da barra e da
pressão que o concreto exerce sobre ela.
c) Mecânica: depende exclusivamente da superfície das barras (lisa ou nervurada), de forma
que quando a armadura é tracionada, tendendo ao deslizamento, ocorre a tensão de compressão do
concreto perpendicular à saliência.

As tensões e esforços de tração da estrutura são absorvidos pelas armaduras devido à


aderência existente entre o aço e o concreto (CORREIA, 2012). Segundo o autor, em um primeiro
estágio de tração, as solicitações são baixas, não proporcionando fissuras e resistindo aos esforços
requeridos; enquanto que, em um estágio mais avançado de tração, o concreto fissura se não houver
a aderência com a armadura da estrutura.

Já, de acordo com Santos (2006), os desempenhos das estruturas de concreto armado são
influenciados pela ligação entre a armadura de aço e o concreto que a envolve, executando um
importante papel no comportamento da fissuração, na resistência à tração, na ancoragem de barras
e na deformação dos elementos.

2.2 ARMADURA TRANSVERSAL DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO

Nesse tópico, aborda-se uma pesquisa bibliográfica dos conceitos sobre o cálculo estrutural,
os elementos de uma estrutura de concreto armado, a treliça de Mörsch e as características da
armadura transversal das vigas. Além disso, explicam-se os dois modelos de cálculo utilizados para
o dimensionamento da armadura de cisalhamento das vigas e apresenta-se o formulário empregado
para os cálculos necessários.

2.2.1 Cálculo estrutural

“O cálculo, ou dimensionamento, de uma estrutura deve garantir que ela suporte, de forma
segura, estável e sem deformações excessivas, todas as solicitações a que estará submetida durante
sua execução e utilização” (CARVALHO; FILHO, 2014, p. 46). Considerando essa informação,

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os autores relatam que o dimensionamento equivale em uma forma de impedir a ruína de parte de
uma estrutura. Essa ruína, para Carvalho e Filho (2014), pode ser tanto o perigo de ruptura de toda
a estrutura, quanto a ocorrência de fissuras inaceitáveis e deformações exageradas que não
permitam que a edificação esteja em condições plenas de utilização.

De acordo com a NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto (ABNT, 2014), o objetivo
do cálculo estrutural é determinar os efeitos ocasionados pelas ações em uma estrutura, verificando
os estados limites últimos e de serviços. Já, para Carvalho e Filho (2014), a finalidade desses
cálculos é garantir que a estrutura preserve certas características que permitam a utilização da
edificação com segurança, por toda sua vida útil.

Entretanto, Carvalho e Filho (2014) alertam que não se pode ter segurança total no processo
de concepção, execução e utilização das edificações, devido a fatores diversos que estão ligados às
seguintes incertezas:
- a resistência dos materiais utilizados não reproduz fielmente as situações reais, pois é
influenciada pela execução da obra e pelos ensaios laboratoriais realizados;
- as características geométricas da obra podem ser influenciadas pela falta de precisão na
distribuição dos elementos estruturais, nas seções transversais, e no posicionamento da armadura;
- as alterações nas ações permanentes e variáveis;
- os valores utilizados no dimensionamento podem ser diferentes dos reais.

Para Araújo (2014), o cálculo estrutural deve ocorrer em busca da limitação de deformações
das peças e das aberturas das fissuras nas superfícies dos elementos. Segundo o autor, o
dimensionamento deve fornecer uma estrutura satisfatoriamente rígida para que as cargas de
serviços que irão atuar sobre ela não afetem a aparência da edificação, o conforto do usuário e a
durabilidade da estrutura.

Já para Carvalho e Filho (2014), o dimensionamento de uma estrutura consiste em um dos


dois procedimentos a seguir: comprovar que um elemento estrutural previamente dimensionado é
eficiente no suporte das solicitações mais desfavoráveis que possam ser empregados para aquela
situação; ou dimensionar uma peça ainda não definida, para resistir aos esforços extremos que
poderão ser aplicados na estrutura.

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2.2.2 Elementos Estruturais

Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), os elementos podem ser classificados quanto a sua
forma geométrica em: lineares ou de superfície. Essa norma expressa que elementos lineares são
aqueles que o comprimento longitudinal é pelo menos três vezes maior que a dimensão da seção
transversal do elemento, que pode também ser chamado de barra como, por exemplo, vigas e pilares
das estruturas.

De acordo com Carvalho e Filho (2014), elementos estruturais são peças que formam parte
de uma estrutura, que possuem uma dimensão predominante sobre as demais, tendo como exemplo
desses elementos as vigas, as lajes e os pilares. Para os autores, o modo como são dispostos esses
elementos pode-se chamar de sistema estrutural.

Conforme Santos (2006), o sistema estrutural de uma construção deve apresentar cálculo
dos esforços solicitantes aceitos pela norma, considerando os elementos da estrutura
separadamente, projetados de forma que resista às ações verticais e horizontais solicitadas.
Seguindo o contexto, o autor relata que as ações horizontais são formadas basicamente pelo vento,
enquanto as ações verticais são constituídas dos seguintes componentes:
- peso próprio dos elementos que compõe a estrutura;
- peso próprio de revestimentos e de paredes divisórias;
- ações variáveis de utilização, dependendo da finalidade da edificação;
- ações específicas como, por exemplo, a massa de máquinas e equipamentos.

Araújo (2014) salienta que as ações horizontais são igualmente absorvidas pela estrutura e
transmitidas das paredes externas da edificação, onde atua o vento, até a fundação, sendo que, são
os elementos verticais de grande rigidez que resistem a esses esforços, tais como os pórticos e
paredes estruturais.

Segundo Santos (2006), as ações verticais se iniciam nas lajes, as quais suportam seus pesos
próprios, as ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo o peso de paredes que se
apoiam diretamente sobre elas. A sequência do caminho dos esforços, destacada pelo autor, são as
vigas, as quais recebem os esforços da laje através das reações de apoio, suportando também seus
pesos próprios, pesos das paredes sobre elas, e as ações de outros elementos que nela se apoiam,

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como exemplo, as reações de outras vigas que descarregam seus esforços em forma de carga
concentrada.

Ainda de acordo com Santos (2006), as vigas transmitem todos os esforços através das
reações para os elementos verticais (pilares e paredes estruturais), os quais, juntamente com seus
pesos próprios, transferem as ações para as fundações que finalmente vão descarregar no solo todos
os esforços da estrutura.

Para Carvalho e Filho (2014), a sequência de cálculo utilizada para uma estrutura é de forma
inversa a sua construção, começando de sua superestrutura (laje, viga e pilar), para sua
infraestrutura (fundação), da seguinte forma: a laje de concreto suporta seu peso próprio, os
revestimentos e as cargas acidentais, tais como água da chuva, pessoas e móveis; as vigas suportam
seu peso próprio, as cargas de paredes e os esforços descarregados das lajes que se apoiam sobre
elas, transmitindo tudo para as colunas verticais; essas colunas são os pilares que, somados com
seus pesos próprios, descarregam nas fundações, que podem ser de blocos ou estacas.

2.2.3 Treliça de Mörsch

De acordo com Santos (2006), a treliça de Mörsch foi inventada no início do século XX,
sendo, desde então, utilizada como base para o dimensionamento de vigas de concreto. O autor
aponta que seu aspecto geral é mantido desde sua concepção e está distante de ser superado, sendo
um mecanismo associado ao de treliças.

O modelo de Mörsch, segundo Carvalho e Filho (2014), teve reconhecimento mundial e,


mesmo após terem ocorrido diversas mudanças referentes aos materiais utilizados, como as
resistências e propriedades do concreto e do aço, seus princípios são usados até a atualidade como
base de cálculo ao cisalhamento. Os autores ainda destacam que a grande vantagem desse modelo
é acarretar em resultados satisfatórios referentes à quantidade de armadura transversal no estado
de limite último.

Para Araújo (2014), o dimensionamento ao esforço cortante de estruturas de concreto


armado é realizado conforme o modelo de treliça de Mörsch, no qual, acredita-se que, após a
fissura, a resistência ao cisalhamento é balanceada pela combinação de bielas de compressão de
concreto e diagonais tracionadas seguindo as trajetórias das tensões principais.

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Conforme Santos (2006), o modelo da treliça clássica faz uma analogia entre a viga de
concreto armado fissurada e uma treliça de banzos paralelos. Segundo o autor, alguns dos
incrementos a esse modelo estão os modelos de bielas e tirantes, apresentando regiões da viga real
representadas como elementos da treliça.

O modelo de Mörsch faz uma assimilação entre uma viga e uma treliça, de banzos paralelos
e isostáticos, onde como elemento resistente da viga se tem as armaduras longitudinais e
transversais somadas com o concreto comprimido, com as intersecções entre esses elementos
formando os nós da treliça, conforme a Figura 5 (CARVALHO; FILHO, 2014). Ainda para os
autores, um importante conceito para se entender a teoria é o das bielas de compressão, mostrando
a união do aço e do concreto para transferir as cargas e a participação do concreto comprimido na
resistência ao cisalhamento de peças fletidas.

Figura 5 - Ilustração demonstrativa da analogia da viga com estribos verticais com a treliça de Mörsch, e da
distribuição das fissuras por esse modelo

Fonte: Carvalho e Filho (2014)

Araújo (2014) menciona duas treliças de Mörsch: a original é chamada de treliça clássica
de Mörsch, que admitiu que as bielas de compressão estivessem inclinadas a 45º em relação ao
eixo da viga, fornecendo uma armadura de cisalhamento superior à necessária; a segunda surgiu
por esse superdimensionamento, a chamada treliça generalizada de Mörsch, possuindo pequenas

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alterações no modelo original, tais como a consideração de diferentes inclinações para as bielas de
compressão.

Por volta de 1900, W. Ritter e E. Mörsch propuseram, para determinação da armadura de


cisalhamento necessária ao equilíbrio de uma viga de concreto armado, uma teoria em que
o mecanismo resistente da viga no estágio II (fissurado) pudesse ser associado ao de uma
treliça em que as armaduras e o concreto equilibrassem conjuntamente o esforço cortante
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 279).

Conforme Carvalho e Filho (2014), os cálculos pela treliça de Mörsch resultam em uma
armadura excessiva, devido à tensão real que influencia na armadura ser menor que a verificada
pelo modelo. Segundo os autores, essa diferença ocorre correspondentemente aos seguintes
motivos:

- A treliça é hiperestática (os nós não podem ser considerados como articulações
perfeitas);
- Nas regiões mais solicitadas pela força cortante, a inclinação das fissuras e, portanto, das
bielas, é menor que os 45º admitidos por Mörsch;
- Parte do esforço cortante é absorvido na zona de concreto comprimido (devido à flexão);
- Os banzos não são paralelos (o banzo superior – comprimido – é inclinado);
- As bielas de concreto estão parcialmente engastadas na ligação com o banzo
comprimido, e, assim, são submetidas à flexocompressão, aliviando os montantes ou
diagonais tracionados;
- As bielas são mais rígidas que os montantes ou diagonais tracionados, e absorvem uma
parcela maior do esforço cortante do que aquela determinada pela treliça clássica;
- A quantidade (taxa) de armadura longitudinal influi no esforço da armadura transversal
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 291).

Através desses fatores, o esforço na armadura transversal se torna menor que o utilizado na
teoria clássica de Mörsch (CARVALHO; FILHO, 2014). Assim, segundo Carvalho e Filho (2014),
para deixar o modelo mais exato, foi adotado um modelo simplificado que mantém os princípios
do modelo de treliça, mas considera resultados de ensaios realizados para adequar ao
dimensionamento da armadura, originando na treliça generalizada de Mörsch.

De acordo com Duarte et al (2013), o emprego de ângulos dos estribos entre 45 a 90º,
ocasiona uma força cortante mais resistente na verificação da integridade das bielas comprimidas
do que se usar o ângulo de 90º. Os autores destacam que a utilização de estribos a 90º é, além de
usual na prática, a favor da segurança, sendo o pior cenário possível para a verificação do esforço
cortante, chegando à metade da força resistente do ângulo de 45º.

Segundo Araújo (2014), para não ocorrer a ruptura do concreto por esmagamento, as
tensões atuantes de compressão sobre as bielas inclinadas devem ser limitadas, enquanto as
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diagonais tracionadas devem ser compostas por estribos dimensionados de acordo com o esforço
de tração de cálculo. Além disso, o autor relata que o espaçamento entre os estribos deve ser
limitado a um valor máximo, para que possa fazer a função de costurar as fissuras inclinadas
ocorridas na viga.

Pode-se observar também que a compressão no concreto é menor quando utilizados os


estribos inclinados a 45º, no entanto pela facilidade na montagem das armaduras das vigas
empregam-se, na maioria das vezes, estribos verticais (ARAÚJO, 2014). A Figura 6 exemplifica o
posicionamento dos estribos verticais e inclinados em vigas de concreto armado, bem como a
localização das fissuras nas bielas do concreto:

Figura 6 - Posicionamento dos estribos verticais e inclinados nas vigas, e as fissuras nas bielas do concreto

Fonte: Araújo (2014)

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) os dois modelos propostos pela norma
apresentam a resistência da peça assegurada pela verificação da compressão diagonal do concreto

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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e pelo cálculo da armadura transversal, de forma que cada modelo apresenta cálculos distintos. A
norma diferencia os dois modelos da seguinte forma:

a) Modelo de Cálculo I: é o modelo mais simplificado. Apresenta a parcela de esforço cortante


absorvida por mecanismos complementares ao de treliça constante, e adota as diagonais de
compressão inclinadas de ϴ = 45º em relação ao eixo longitudinal da peça.

b) Modelo de Cálculo II: apresenta a parcela de esforço cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça, inferior em relação ao modelo I, e adota as diagonais de compressão
com inclinação que pode variar no intervalo entre 30º≤ϴ≤45º em relação ao eixo longitudinal da
peça.

Da mesma forma, para Carvalho e Filho (2014) e Duarte et al (2013), o Modelo de Cálculo
I estabelece que as bielas de compressão do concreto tenham seu ângulo de inclinação de 45º,
enquanto o Modelo de Cálculo II permite uma variação de 30º a 45º para esse ângulo. Segundo os
autores, a norma permite a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal da viga em
ângulos, que podem variar de 45º a 90º, no entanto, a utilização de ângulos diferentes de 90º (ou
seja, estribos verticais), praticamente não é adotada em obras correntes, devido à dificuldade de
execução das armaduras e o controle desses ângulos na montagem dos estribos.

2.2.4 Características dos Estribos

As vigas dos pavimentos se distribuem da seguinte forma: ligando-se em pilares formando


pórticos; dividindo um painel de laje com grandes vãos; e suportando uma parede divisória,
evitando que ela se apoie diretamente sobre a laje (SANTOS, 2006).

De acordo com Carvalho e Filho (2014), grande parte das vigas usuais é submetida a algum
carregamento vertical, composto ou não por força normal, trabalhando em flexão simples ou
composta não pura. Os autores destacam que a flexão não pura tem como característica o momento
fletor atuante na peça variável e, consequentemente, seu esforço cortante diferente de zero
ocasiona, na seção transversal, tensões tangenciais que equilibram o esforço cortante, além das
tensões normais atuantes, conforme a Tabela 2.

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Tabela 2 - Tensões atuantes na seção transversal

Flexão Momento Fletor M Cortante V = dM/dx Tensões atuantes na seção

Puro Constante V=0 α (normal)


Não Puro Variável V≠0 α (normal) e Ʈ (tangencial)
Fonte: Carvalho e Filho (2014)

Carvalho e Filho (2014) salientam que na flexão não pura atuam as tensões tangenciais e
tensões normais de flexão, desenvolvendo um estado de dupla tensão, composta por esforços
principais de tração e compressão, sendo na maioria das vezes inclinados em relação ao eixo da
viga.

Para calcular vigas de concreto armado de estruturas, o dimensionamento é relativo à teoria


da flexão, a qual é composta por esforços que tem como resultados os momentos fletores e esforços
cortantes sobre esses elementos (SANTOS, 2006). Seguindo a ideia do autor, no projeto usual de
vigas de concreto armado se utiliza:
- os esforços solicitantes de momento fletor e força cortante;
- critérios de verificação dos resultados obtidos dos ensaios de compressão do concreto e
tração das barras de aço.

Para Carvalho e Filho (2014), as tensões de compressão da alma da viga são suportadas
pelo concreto comprimido que se mantêm inteiras entre as fissuras, enquanto que a armadura
transversal resiste às tensões de tração da peça. Os autores relatam dois principais estágios do
concreto ao esforço de tração da viga:
 Estágio I: quando as cargas atuantes são de pequena intensidade, cujos esforços de tração
da peça sejam menores que as tensões resistentes do concreto;
 Estágio II: quando as cargas atuantes aumentam, e os esforços de tração da peça passam a
serem maiores que as tensões resistentes do concreto, fazendo com que ele se fissure. As
tensões de tração são transmitidas à armadura, para evitar a ruptura da viga.

Carvalho e Filho (2014) ainda salientam que, as peças que sofrem os esforços de flexão
devem ser dimensionadas, de forma que se atingirem a ruína, seja pela ação do momento fletor,
levem a elevadas deformações antes da ruptura por cisalhamento. Os autores destacam que o bom

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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funcionamento dessas peças pode ser consolidado através da verificação das condições de
utilização e de ruptura, em todas as seções transversais.

As situações de colapsos de vigas de concreto armado causadas pelo esforço cortante, ainda
segundo Carvalho e Filho (2014), podem ser demonstradas na Figura 7, sendo que no caso a, a
ruptura é gerada pelo escoamento da armadura transversal. Na situação b, segundo os autores,
ocorre o esmagamento do concreto da alma da viga, enquanto no caso c, o colapso é acarretado
pela falha na ancoragem junto ao apoio, proporcionando o escorregamento da armadura
longitudinal.

Figura 7 - Situações de colapso de uma viga devido ao cisalhamento

Fonte: Carvalho e Filho (2014)

Segundo Correia (2014), os estribos proporcionam um papel de confinamento nas estruturas


de concreto armado, elevando a capacidade de ancoragem que depende da presença de estribos e
da resistência do concreto, aumentando substancialmente com o maior número de armadura
transversal. O autor também destaca a utilização da armadura de cisalhamento com a finalidade de
combater as tensões transversais de tração, ocasionadas pela ancoragem e de impedir a ruptura por
fendilhamento, por causar uma compressão transversal favorável a essa amarração.

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), o estribo, combinado ou não com barras
dobradas ou telas soldadas, é a armadura destinada a suportar os esforços de tração causados por
forças cortantes. Essa norma caracteriza os estribos utilizados para força cortante como sendo
fechados por um ramo horizontal que envolva as barras da armadura longitudinal de tração, e
ancoradas na extremidade oposta. “A armadura transversal proporciona segurança frente aos

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distintos tipos de ruptura e, ao mesmo tempo, mantém a fissuração dentro de limites admissíveis”
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 272).

Segundo Carvalho e Filho (2014), o ângulo de inclinação da armadura de cisalhamento em


relação à viga da estrutura deve estar entre 45º e 90º. Para os autores, o espaçamento mínimo entre
os estribos deve possibilitar a passagem do vibrador utilizado para adensar o concreto dentro do
elemento estrutural.

Referente ao diâmetro da barra que forma a armadura transversal, a NBR 6118 (ABNT,
2014) limita a bitola entre 5 mm ≤ Φ ≤ 𝑏𝑤 /10, onde 𝑏𝑤 é a largura da alma da viga sendo que,
quando a barra for lisa, o limite para o diâmetro é de 12 mm. A mesma norma ainda destaca que
os estribos constituídos por telas soldadas podem ter diâmetro mínimo de 4,2 mm, sendo tomadas
as precauções necessárias ao combate a corrosão dessa armadura.

Segundo Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), a armadura transversal em vigas pode
ser formada por estribos fechados inclinados ou verticais, combinadas ou não com barras dobradas
ou barras soldadas. Araújo (2014) destaca que os estribos inclinados reduzem a compressão das
bielas, ou seja, fazem com que o elemento resista mais aos esforços, no entanto é menos utilizado
por causar dificuldades na montagem relacionadas ao rigoroso cuidado de evitar a inversão do
sentido de inclinação das barras.

Para Carvalho e Filho (2014), ao utilizar barras dobradas ou soldadas, elas não poderão
suportar mais de 60% do esforço total a ser resistido pela armadura de cisalhamento. De acordo
com a NBR 6118 (ABNT, 2014), as barras dobradas não podem suportar mais que 60% do esforço
cortante de cálculo, ou seja, deve haver estribos que resistam os 40% restantes. Além disso, a norma
relata que, para o dimensionamento das barras dobradas, deve-se considerar apenas 70% do valor
de cálculo da tensão de escoamento do aço.

Já, para Araújo (2014), as barras dobradas apresentam aspectos negativos como: a exigência
de maior mão de obra; a concentração de tensões; e a possibilidade de fendilhamento do concreto.
Diante dessas observações o autor relata que, nas construções atuais, a armadura de cisalhamento
das vigas de concreto é formada, na sua maioria, por estribos verticais sem a utilização de outra
combinação.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Para Carvalho e Filho (2014), os estribos verticais são elementos que servem de montantes
de tração da treliça análoga, independentes da armadura longitudinal de tração e de compressão
das vigas, fazendo apenas a função de envolvê-las para melhor fixação. Já as barras dobradas, de
acordo com os autores, possuem inclinação de 45º em relação ao eixo da viga, em pontos, a partir
dos quais, deixam de ser requeridas para resistir aos esforços de tração originários do momento
fletor. A distribuição dos estribos verticais e das barras dobradas podem ser identificadas na
Figura 8.

Figura 8 - Treliça analógica de Mörsch para o caso de estribos verticais e barras dobradas

Fonte: Carvalho e Filho (2014)

2.3 MODELOS DE CÁLCULO

Serão apresentados a seguir o cálculo da armadura transversal e a verificação das tensões


nas bielas comprimidas, de acordo com Carvalho e Filho (2014), NBR 6118 (ABNT, 2014) e
Rodrigues (2013).

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), esses cálculos se aplicam a elementos lineares
armados ou protendidos sujeitos a esforços cortantes, podendo ser combinados com outros tipos de
esforços solicitantes. As condições de cálculo, por esta norma fixada para esses tipos de elementos,
prescrevem dois modelos de cálculo baseados no modelo de treliças, utilizando uma parte do 𝑉𝑐
força cortante.
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Seguindo a NBR 6118 (ABNT, 2014), item 17.4.2, a resistência da peça calculada, em uma
determinada seção transversal pode ser considerada satisfatória quando verificadas as duas
situações, para estado limite último, conforme as Equações 1 e 2:

Equação 1 – Cálculo de verificação da resistência do força cortante (compressão das diagonais)

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

Equação 2 – Cálculo de verificação da resistência do força cortante (tração das diagonais)

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Em que:
- 𝑉𝑠𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo, na seção;
- 𝑉𝑅𝑑2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas
de concreto, de acordo com os Modelos de Cálculo I e II;
- 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 − força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
diagonal, onde 𝑉𝑐 é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao da
treliça e 𝑉𝑠𝑤 a parcela resistida pela armadura transversal, de acordo com os Modelos de Cálculo I
e II.

2.3.1 Armadura Mínima

A NBR 6118 (ABNT, 2014), item 17.4.1.1, relata que todos os elementos submetidos a
força cortante, salvo algumas exceções, são obrigados a possuir uma armadura transversal mínima
composta por estribos, estabelecendo a Equação 3 para a taxa geométrica.

Equação 3 – Taxa geométrica

𝐴𝑠𝑤 𝛼 𝑓𝑐𝑡 𝑚
𝜌𝑠𝑤 = ≥02 ∙
𝑏𝑤 ∙ 𝑠 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝑓𝑦𝑘

Sendo:
- 𝐴𝑠𝑤 é a área da seção transversal total de cada estribo;
- s é o espaçamento dos estribos;
- α é o ângulo de inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento
estrutural;
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- 𝑏𝑤 é a largura média da alma;


- 𝑓𝑦𝑘 é a resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal;

- 𝑓𝑐𝑡 𝑚 é a resistência média a tração do concreto.

Logo, para estribos verticais (α = 90º), utilizando o espaçamento s igual a 100 cm, e
realizando os isolamentos necessários, de acordo com Rodrigues (2013), a armadura mínima pode
ser calculada pela Equação 4.

Equação 4 – Cálculo da armadura mínima para estribos verticais

𝑓𝑐𝑡 𝑚
𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 = 20 ∙ ∙ 𝑏𝑤 = 𝜌𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 ∙ 𝑏𝑤
𝑓𝑦𝑘

Em que 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 é a área da seção transversal de todos os ramos verticais dos estribos
(cm²/m), ρ𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 é taxa mínima de armadura transversal dependendo da resistência do concreto e

do tipo de aço, expressa pela Tabela 3, 𝑏𝑤 em centímetros, 𝑓𝑦𝑘 em KN/cm² e 𝑓𝑐𝑡 𝑚 sendo expressa
pela Equação 5 (RODRIGUES, 2013).

Equação 5 – Cálculo da armadura mínima para estribos verticais

3
𝑓𝑐𝑡 𝑚 = 0 3 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2 , sendo fck em MPA.

Tabela 3 – Valores da taxa de armadura m

Concreto
Aço
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
CA-25 0,1768 0,2052 0,2317 0,2568 0,2807 0,3036 0,3257
CA-50 0,0884 0,1026 0,1159 0,1284 0,1404 0,158 0,1629
CA-60 0,0737 0,0855 0,0965 0,107 0,117 0,1265 0,1357
Fonte: Rodrigues (2013)

2.3.2 Modelos de Cálculo I

Segundo Carvalho e Filho (2014), o Modelo de Cálculo I para armadura transversal de


vigas de concreto possui as diagonais de compressão inclinadas a 45º em relação ao eixo
longitudinal da viga, admitindo 𝑉𝑐 com parcela constante.

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Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) item 17.4.2.2, a verificação das tensões de compressão
das bielas, que é a compressão diagonal do concreto, ocorre através dos cálculos da Equação 6.

Equação 6 – Cálculo verificação das tensões de compressão das bielas

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 = 0 27 ∙ 𝑎𝑣2 ∙ f𝑐𝑑 ∙ bw ∙

Sendo:
- 𝑉𝑅𝑑2 é a máxima força cortante resistente, correspondente à ruína das diagonais
comprimidas do concreto;
- 𝑎𝑣2 = 1 − 𝑓𝑐𝑘 /250 , em que o 𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do
concreto, dado em megapascal (Mpa);
- f𝑐𝑑 é a resistência de cálculo à compressão do concreto;
- 𝑏𝑤 é a menor largura (cm) da seção, compreendida ao longo da altura útil d;
- d é a altura útil (cm) da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de
gravidade da armadura de tração;

Desta forma, de acordo com Rodrigues (2013), se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 , não ocorre esmagamento
nas bielas de compressão (diagonais comprimidas), de modo que a força cortante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 )
é expressa em KN e calculada pela Equação 7, sendo 𝛾𝑓 o coeficiente de majoração (1,4) e Vd a
força cortante característica.

Equação 7 – Força cortante de cálculo

𝑉𝑠𝑑 = 𝛾𝑓 ∙ 𝑉𝑑

A NBR 6118 (ABNT, 2014), utiliza para o cálculo da armadura transversal a Equação 8,
sendo 𝑉𝑅𝑑3 a máxima força cortante resistente de cálculo, relativa à ruptura da armadura
transversal (diagonal tracionada) e 𝑉𝑠𝑤 a parcela da força cortante a ser absorvida pela armadura.

Equação 8 – Esforço cortante de cálculo

𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

A parcela da força cortante a ser resistida por armadura transversal é a diferença entre a
força cortante solicitante de cálculo e a parcela de força cortante absorvida por
mecanismos complementares aos da treliça, ou seja, a parcela resistida pelo concreto
íntegro entre as fissuras. O valor de Vc é obtido para diversas situações de solicitações;
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no caso de flexão simples e flexotração com a linha neutra cortando a seção, vale:
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 294)

Equação 9 – Força cortante absorvida

𝑉𝑐 = 0 6 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑑 ∙ bw ∙

Em que 𝑓𝑐𝑡𝑑 é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto, dado pela Equação 10,
sendo γc o coeficiente de ponderação da resistência do concreto, expresso na Tabela 4.

Equação 10 – Valor de cálculo da resistência a tração do concreto

𝑓𝑐𝑘 𝑖𝑛𝑓 07 ∙03 3 3


𝑓𝑐𝑡𝑑 = = ∙ √𝑓𝑐𝑘 2 = 0 15 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2
γc 14

Tabela 4: Coeficientes de ponderação de ações s e c .

Carregamentos Concreto (γ c ) Concreto (γ s )


Normais 1,4 1,15
Especiais ou de construção 1,2 1,15
Excepcionais 1,2 1
Fonte: Araújo (2014)

Quando se obtém o valor de 𝑉𝑐 , calcula-se então o 𝑉𝑠𝑤 , que é a parcela de esforço cortante
a ser resistida pela armadura transversal em certa seção do elemento, expressa inicialmente pela
Equação 11 (RODRIGUES, 2013).

Equação 11 – Tensão na diagonal tracionada para a treliça clássica

𝑉 𝑠
σ𝑠𝑤 = ∙
𝑧 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ co 𝛼) 𝐴𝑠𝑤 𝛼

“Substituindo 𝑧 = 0 9 ∙ 𝑑 , 𝑉 = 𝑉𝑠𝑤 , fazendo σ w igual à máxima tensão admitida na


armadura (𝑓𝑦𝑑 ) e isolando 𝐴𝑠𝑤 𝛼 /s” na Equação 12 e 13 (RODRIGUES, 2013, p. 158).

Equação 12 – Dedução da Equação 11

𝑉𝑠𝑤 𝑠
𝑓𝑦𝑑 = ∙
0 9 ∙ 𝑑 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ co 𝛼) 𝐴𝑠𝑤 𝛼

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Equação 13 – Dedução da Equação 12

𝐴𝑠𝑤 𝛼 𝑉𝑠𝑤 𝑠
= ∙
𝑠 0 9 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ co 𝛼) 𝐴𝑠𝑤 𝛼

Referente à tensão 𝑓𝑦𝑑 , o item 17.4.2.2 da NBR 6118 (ABNT, 2014) limita essa tensão,
para armadura transversal constituída por estribos, em valores que não se tomem superiores a 435
MPA, ou seja, 43,5 KN/cm².

A partir disso, de acordo com Rodrigues (2013), para a armadura constituída por estribos,
referente ao aço CA-50 ou CA-60, tem-se:

Equação 14 – Resistência de cálculo de escoamento do aço

𝑓𝑦𝑘 𝑓𝑦𝑘
𝑓𝑦𝑑 = = ≤ 43 5 𝐾𝑁/𝑐𝑚²
γ 1 15

A armadura transversal por unidade de comprimento de uma viga de concreto armado pode
ser calculada através da Equação 15, para uma inclinação dos estribos de 90º, ou seja, estribos
verticais (RODRIGUES, 2013).

Equação 15 – Cálculo da armadura transversal (cm²/m) para estribos verticais

𝐴𝑠𝑤 90º 𝑉𝑠𝑤


=
𝑠 0 9 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑

Ainda segundo Rodrigues (2013), a força cortante correspondente à armadura mínima


(𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 ), a qual pode ser obtida com deduções de fórmulas a partir da Equação 16.

Equação 16 – Fórmula de igualdade para dedução

𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 𝐴𝑠𝑤 𝛼


=
𝑠 𝑠

Seguindo as resoluções do autor, a Equação 17 é obtida para a determinação da armadura


mínima, que é necessária ser utilizada para a viga.

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Equação 17 – Força cortante da armadura mínima

3
𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 0 0137 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2

O 𝑓𝑐𝑘 é expresso em Mpa e o 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 em KN. Desta forma, para Rodrigues (2013), o valor

obtido na Equação 17 deve ser comparado com a força solicitante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 ), para obter a
seguinte verificação:
- Se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal mínima (𝐴𝑠𝑤 min );

- Se 𝑉𝑠𝑑 ≥ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal 𝐴𝑠𝑤 𝛼 para 𝑉𝑠𝑑 .

2.3.3 Modelos de Cálculo II

Segundo Carvalho e Filho (2014), o Modelo de Cálculo II para armadura transversal de


vigas de concreto possui as diagonais de compressão inclinadas de 30º à 45º em relação ao eixo
longitudinal da viga, podendo ser atribuído livremente seu valor dentro desse intervalo. Além disso,
os autores ressaltam que por essa característica considera-se que a parcela 𝑉𝑐 sofra redução pelo
aumento do 𝑉𝑠𝑑 .

A verificação das tensões de compressão das bielas, que é a compressão diagonal do


concreto, ocorre, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) item 17.4.2.3, através da Equação 18:

Equação 18 – Cálculo verificação das tensões de compressão das bielas


2
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 = 0 54 ∙ 𝑎𝑣2 ∙ F𝑐𝑑 ∙ bw ∙ ∙ ϴ ∙ (co ϴ ∙ co ϴ)

Sendo:

- 𝑉𝑅𝑑2 é a máxima força cortante resistente, correspondente à ruína das diagonais


comprimidas do concreto;
- 𝑎𝑣2 = 1 − 𝑓𝑐𝑘 /250 , em que o 𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do
concreto, dado em megapascal (Mpa);
- f𝑐𝑑 é a resistência de cálculo à compressão do concreto;
- bw é a menor largura (cm) da seção, compreendida ao longo da altura útil d;
- d é a altura útil (cm) da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de
gravidade da armadura de tração;
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Seguindo o mesmo procedimento do Modelo I, Rodrigues (2013) relata a necessidade de


verificar se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 , não ocorrendo assim esmagamento nas bielas de compressão (diagonais
comprimidas), de modo que a força cortante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 ) é expressa em KN e calculada pela
Equação 19, sendo γf o coeficiente de majoração (1,4) e 𝑉𝑑 a força cortante característica.

Equação 19 – Força cortante de cálculo Modelo II

𝑉𝑠𝑑 = 𝛾𝑓 ∙ 𝑉𝑑

Da mesma forma que o Modelo I, a NBR 6118 (ABNT, 2014) utiliza para o cálculo da
armadura transversal a Equação 20, sendo 𝑉𝑅𝑑3 a máxima força cortante resistente de cálculo,
relativa à ruptura da armadura transversal (diagonal tracionada) e 𝑉𝑠𝑤 a parcela da força cortante a
ser absorvida pela armadura.

Equação 20 – Esforço cortante de cálculo Modelo II

𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Carvalho e Filho (2014) descrevem que, em casos de flexão simples e na flexotração com
a linha neutra cortando a seção será utilizado 𝑉𝑐 = 𝑉𝑐1 . Já em elementos estruturais tracionados
quando a linha neutra se situa fora da seção, 𝑉𝑐 = 0. Desta forma, os autores descrevem a Equação
21 para V𝑐𝑜 .

Equação 21 – Força cortante absorvida Modelo II (Vco)

𝑉𝑐𝑜 = 0 6 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑑 ∙ bw ∙

Em que 𝑓𝑐𝑡𝑑 é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto, dado pela mesma
expressão do Modelo I:

Equação 22 – Valor de cálculo da resistência a tração do concreto

𝑓𝑐𝑘 𝑖𝑛𝑓 07 ∙03 3 3


𝑓𝑐𝑡𝑑 = = ∙ √𝑓𝑐𝑘 2 = 0 15 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2
γc 14

De acordo com Rodrigues (2013), no caso de 𝑉𝑠𝑑 ser maior que 𝑉𝑐𝑜 , 𝑉𝑐1 , pode ser calculado
pela Equação 23 a seguir:

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Equação 23 – Força cortante absorvida - quando V𝑠𝑑 ≥ V𝑐𝑜


𝑉𝑅𝑑2 − 𝑉𝑠𝑑
V𝑐1 = V𝑐𝑜 ∙
𝑉𝑅𝑑2 − 𝑉𝑐𝑜

O mesmo autor ainda destaca que, quando se obtém o valor de V𝑐1 em vigas de flexão
simples, pode-se calcular utilizando a igualdade V𝑐 = V𝑐1 . O valor de V𝑠𝑤 , que é a parcela de força
cortante a ser resistida pela armadura, é calculado pela Equação 24.

Equação 24 – Parcela da força cortante a ser resistida pela armadura transversal

V𝑠𝑤 = V𝑠𝑑 − V𝑐1

Rodrigues (2013) também relata que a tensão na diagonal tracionada, utilizando o ângulo
de inclinação das diagonais comprimidas pode ser calculada pela Equação 25. De acordo com o
autor, limitando σ𝑠𝑤 à máxima tensão admitida na armadura (𝑓𝑦𝑑 ), e substituindo 𝑧 = 0 9 ∙ 𝑑, e

𝑉 = V𝑠𝑤 se obtém a Equação 26, na qual se isola o 𝐴𝑠𝑤 𝛼 /𝑠 para se chegar na equação do cálculo
da armadura transversal.

Equação 25 – Tensão na diagonal tracionada para a treliça pelo Modelo II

𝑉 𝑠
σ𝑠𝑤 = ∙
𝑧 ∙ (𝑐𝑜𝑡 𝜃 ∙ co 𝛼) ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝐴𝑠𝑤 𝛼

Equação 26 – Dedução da Equação 25

𝑉𝑠𝑤 𝑠
𝑓𝑦𝑑 = ∙
0 9 ∙ 𝑑 ∙ (𝑐𝑜𝑡 𝛳 ∙ co 𝛼) ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝐴𝑠𝑤 𝛼

De acordo com Rodrigues (2013), a armadura transversal por unidade de comprimento de


uma viga de concreto armado pode ser calculada pela Equação 27, para uma inclinação dos estribos
de 90º, ou seja, estribos verticais e ângulo de variação das bielas de compressão de 𝛼.

Equação 27 – Armadura transversal por unidade de comprimento

𝐴𝑠𝑤 90º 𝑉𝑠𝑤


=
𝑠 0 9 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑 ∙ (co 𝜃 ∙ co 𝛼) ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼

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Sendo:
- s = os espaçamentos dos estribos;
- 𝐴𝑠𝑤 𝛼 = área de todos os ramos verticais dos estribos;
- 𝛼 = inclinação dos estribos;
- 𝛳 = ângulo de inclinação das bielas de compressão (30º ≤ ϴ ≤ 45º);
- 𝑓𝑦𝑑 = tensão máxima da armadura transversal (estribos);

- 𝑓𝑦𝑑 ≤ 43,5 KN/cm² para qualquer tipo de aço.

Para Rodrigues (2013), a força cortante correspondente à armadura mínima (𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 ), pode
ser obtida com deduções de fórmulas a partir da igualdade da Equação 28.

Equação 28 – Força cortante da armadura mínima

𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛

Seguindo as resoluções do autor, a Equação 29 é obtida para a determinação da armadura


mínima que é necessária ser utilizada para a viga.

Equação 29 – Armadura mínima pelo Modelo II

3
𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 𝑉𝑐1 + 0 00047 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ∙ co θ

Sendo o 𝐹𝑐𝑘 expresso em Mpa e o 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 em KN. Então, para Rodrigues (2013), o valor

obtido na Equação 29 deve ser comparado com a força solicitante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 ), para obter a
seguinte verificação:

- Se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal mínima (𝐴𝑠𝑤 min );

- Se 𝑉𝑠𝑑 ≥ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal 𝐴𝑠𝑤 𝛼 para 𝑉𝑠𝑑 .

2.3.4 Diâmetro e Espaçamento Mínimo e Máximo dos Estribos

De acordo com NBR 6118 (ABNT, 2014), o diâmetro dos estribos que formam a armadura
transversal das vigas deve ser maior ou igual a 5 mm e inferior a 1/10 da largura da alma deste
elemento. Já referente ao espaçamento mínimo, medido segundo o eixo longitudinal do elemento

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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estrutural, a norma destaca que deve ter afastamento suficiente para permitir o uso do vibrador no
adensamento do concreto, enquanto o espaçamento máximo deve ser verificado de acordo com os
seguintes critério:

- se 𝑉𝑑 ≤ 0,67 𝑉𝑅𝑑2 , então 𝑆𝑚á𝑥 = 0,6 d ≤ 30 cm;

- se𝑉𝑑 > 0,67 𝑉𝑅𝑑2 , então 𝑆𝑚á𝑥 = 0,3 d ≤ 20 cm.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Nesse capítulo aborda-se a metodologia de pesquisa utilizada no desenvolvimento do


trabalho, desde a revisão bibliográfica até os modos quantitativos para obtenção de resultados. Está
composto pela caracterização, classificação, delineamento e fluxograma da pesquisa.

3.1 CLASSIFICAÇÃO E ESTRATÉGIA DA PESQUISA

Para atender aos objetivos propostos e entrar em contato com o material disponibilizado
sobre o assunto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica através do estudo da literatura em livros,
revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, monografias, dissertações e teses, de um
dos principais sistemas construtivos brasileiros, o concreto armado.

De acordo com Gil (2007), esse modelo é chamado de pesquisa exploratória,


caracterizando-se por proporcionar e criar maior conhecimento e intimidade com o problema,
tornando-o mais explícito ou construindo hipóteses.

Além disso, o trabalho apresenta uma pesquisa quantitativa, baseada em cálculos da


armadura transversal de vigas de concreto através dos dois modelos prescritos pela NBR
6118/2014. Essa pesquisa proporcionou levantamentos numéricos, que foram comparados através
de recursos estatísticos para análise dos dados e obtenção dos resultados sólidos referentes ao
consumo de aço pelos dois métodos realizados.

3.2 DELINEAMENTO

O delineamento do estudo foi realizado de acordo com a Figura 9, contemplando


primeiramente uma revisão bibliográfica do concreto armado e da armadura transversal de vigas,
seguida de um estudo detalhado da NBR 6118/2014, norma utilizada para o desenvolvimento da
pesquisa. Posteriormente, iniciou-se a pesquisa prática através da escolha de um projeto e a
realização dos referidos cálculos para distribuição de cargas e dimensionamento da armadura
transversal das vigas, pelos dois modelos de cálculos prescritos na nova norma.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Figura 9 - Fluxograma das atividades

Fonte: Autoria Própria

Inicialmente fez-se a pesquisa bibliográfica do sistema construtivo do concreto armado e


da armadura transversal de vigas compostas por esse material. Na sequência, buscou-se uma planta
baixa de uma edificação de médio porte, com projeto de um edifício simétrico que contivesse 9
vigas bi apoiadas ou contínuas, para os referentes cálculos de estribos, de forma que se pudessem
utilizar elementos estruturais simples, com vigas retangulares de cargas uniformemente
distribuídas ao longo dos seus eixos.

Por conseguinte, foi realizado um estudo e o detalhamento dos dois modelos de cálculo para
dimensionamento da armadura transversal de vigas de concreto armado, prescritos pela NBR
6118/2014, com as devidas modificações ocorridas na nova versão. A partir disso, foram seguidas
as etapas descritas na norma para os referentes cálculos necessários no dimensionamento dessa
armadura, com todas as especificações requeridas para o desenvolvimento da pesquisa quantitativa.

A partir daí, foram calculadas todas as lajes do projeto escolhido para obter as distribuições
das cargas que as vigas recebem através das reações resultantes, adotando os critérios da nova
norma para os pesos específicos, revestimentos e cargas acidentais atuantes na laje. Com as reações
das lajes calculadas, foi efetuada a inserção das cargas nas vigas, com o auxílio do programa gráfico
Ftool, que fornece os diagramas dos esforços cortantes de cada elemento, facilitando o
desenvolvimento do cálculo da armadura.
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Após essas etapas, iniciou-se o dimensionamento da armadura de cisalhamento das vigas


do projeto, realizando os cálculos em cada viga para o Modelo I, no qual a NBR 6118/2014 admite
diagonais de compressão inclinadas em um ângulo de 45º em relação ao elemento estrutural, e para
o Modelo II, em que a norma admite diagonais de compressão inclinadas em ângulos que variam
de 30º a 45º.

Para obter resultados satisfatórios se efetuou, para o Modelo II, o desenvolvimento de


cálculos com ângulos de 30º, 35º, 40º e 45º para cada viga do projeto. Dessa forma, após todos os
processos concluídos, foi realizado um estudo comparativo entre os resultados da área de aço da
armadura transversal, calculados pelos dois modelos de cálculo de estribos, com a finalidade de
verificar qual dos métodos é o mais econômico no que se refere ao consumo de aço.

Então, por meio de recursos gráficos do programa Excel, foram feitas comparações entre
as áreas de aço dimensionadas para os estribos do conjunto de vigas de um pavimento da edificação,
utilizando os quatro resultados obtidos para o Modelo II referentes a cada ângulo calculado, e o
resultado obtido para o Modelo I. Assim sendo, pelas análises dos gráficos gerados, pode-se
realizar uma reflexão sobre os resultados, verificando qual dos modelos de cálculo da NBR
6118/2014 para dimensionamento de estribos foi o mais econômico no que se refere ao consumo
de aço para o pavimento estudado, bem como a diferença da área de aço entre os ângulos do Modelo
II, e entre ambos os modelos.

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4 RESULTADOS

Para a realização deste estudo foram utilizadas as equações citadas nas seções 2.3.2 e 2.3.3
do capítulo anterior, as quais foram retiradas ou deduzidas da NBR 6118 (ABNT, 2014).

4.1 CÁLCULO

Inicialmente foi escolhida a planta de fôrma de um pavimento simétrico de 164 m² com um


total de 9 vigas para se realizar o cálculo de dimensionamento da armadura transversal, conforme
a Figura 10.

Figura 10 – Planta de Forma

Fonte: Autoria Própria

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4.1.1 Cálculo das Lajes

Para Rodrigues (2013), uma laje pode ter (Figura 11):


- Lado Livre: caracterizado pela inexistência de apoio, não apresentando vinculação
naquela borda;
- Lado simplesmente apoiada (apoio simples): caracterizado por não ocorrer a continuidade
da laje com outras lajes vizinhas. Alguns fatores que podem levar a laje a ser apoiada são: a
diferença significativa entre a espessura de duas lajes adjacentes, a diferença de nível entre elas ou
a falta de continuidade em todo seu lado comum;
- Lado engastado: caracterizado por lajes contínuas no mesmo nível.

Figura 11 - Vinculações dos apoios

Fonte: Adaptado de Rodrigues (2013)

A partir dessa planta, foram calculadas as nove lajes do projeto, utilizando as seguintes
especificações referente as características estruturais e materiais das lajes em questão:
- Laje maciça de 12 cm de espessura devido aos grandes vãos entre vigas, sendo que o limite
mínimo para lajes de pisos não em balanço, de acordo cm a NBR 6118 (ABNT, 2014) é de 8 cm;
- Por serem consideradas de mesma espessura e mesma cota, as lajes são todas contínuas,
com vinculação de borda engastada ou apoiada.
- Todas lajes são consideradas armadas em duas direções, sendo ly/lx ≤ 2. Assim sendo,
apresentam os esforços solicitantes considerados nas duas direções principais, tendo assim duas
armaduras principais para resistir aos momentos fletores desse elemento (RODRIGUES, 2013).
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No projeto, mediram-se os vão teóricos ou efetivos (distância entre os eixos das vigas) para essa
definição, sendo o ly o maior vão teórico e lx o menor vão de cada laje.

Figura 12 – Vão teórico ou efetivo

Fonte: Autoria Própria

Para o cálculo das cargas atuantes (p) foram considerados os seguintes valores, a partir da
NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações (ABNT, 1980):

Para carga permanente (g):


- Peso Próprio da laje:

Equação 30 – Peso próprio da laje

𝑃𝑃𝐿𝑎𝑗𝑒 = ℎ ∙ γc

Onde, h é altura da laje em metros e γc é o peso específico do concreto armado (25 KN/m³).
Dessa forma obtêm-se os seguintes valores:

𝑃𝑃𝐿𝑎𝑗𝑒 = 0 12 ∙ 25 = 3 𝐾𝑁/𝑚²

- Revestimento Superior: foi adotado um revestimento cerâmico com carga de 0,9 KN/m²;
- Revestimento Inferior: foi adotado um revestimento de argamassa com carga de 0,4
KN/m²;

A soma das cargas permanentes consideradas para as lajes foi de g = 3 + 0,9 + 0,4 = 4,3
KN/m². Para carga acidental (q) da laje foi utilizado um valor de 3 KN/m², o qual de acordo com a
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NBR 6120 (ABNT, 1980) pode se referir à carga de locais como cinemas com plateia de assentos
fixos, clubes com sala de refeições, assembleia com assentos fixos, cozinhas não residenciais ou
até mesmo restaurantes. Dessa forma, as cargas atuantes na laje são a soma da carga permanente
com a carga acidental, resultando em 7,3 KN/m² segundo a Equação 31.

Equação 31 – Cargas atuantes na laje

𝑝 = 𝑔 + 𝑞 = 4 3 + 3 = 7 3 𝐾𝑁/𝑚²

Para o cálculo das reações de apoio das lajes, as quais serão necessárias para encontrar a
carga total que descarrega em cada viga do pavimento, foi utilizada a teoria das charneiras plásticas,
que de acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) item 14.7.6.1, é utilizada para lajes maciças
retangulares com carga uniformemente distribuída, mencionando que as reações em cada apoio são
determinadas pelas cargas nos triângulos ou trapézios definidos por (Figura 13):
- ângulos de 45º entre dois apoios de mesmo tipo;
- ângulos de 60º a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado
simplesmente apoiado;
- 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.

Figura 13 - Inclinação das linhas de ruptura para o cálculo das reações de apoio

Fonte: Adaptado de Araújo (2014)

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Para cada laje foi realizado o procedimento citado acima, resultando em reações de apoio
Rxa (reação no eixo x, em lajes apoiadas), Rya (reação no eixo y, em lajes apoiadas), Rxe (reação
no eixo x, em lajes engastadas), Rya (reação no eixo y, em lajes engastadas), conforme a Figura
14. Os resultados do método das charneiras plásticas estão representados na Tabela 5, referentes a
cada tipo de apoio das lajes do projeto, dados em KN/m.

Figura 14 - Reações de apoio da laje

Fonte: Autoria Própria

Tabela 5 - Reações das lajes do projeto

REAÇÕES LAJES - KN/m


Laje Rxa Rxe Rya Rye
L1 6,68 11,57 7,79 13,5
L2 5,27 9,13 0 11,53
L3 6,68 11,57 7,79 13,5
L4 6,01 10,41 6,61 11,45
L5 5,64 9,78 0 12,04
L6 6,01 10,41 6,61 11,45
Fonte: Autoria Própria

4.1.2 Cálculo das Vigas

Primeiramente foi realizado um pré-dimensionamento das vigas presentes na planta de


forma, utilizando 1/10 do maior vão para se atribuir uma altura de cálculo, como mostra a Tabela
6. No entanto, não foram adotadas essas dimensões por resultarem em armaduras transversais de
pouca expressão, as quais não trariam resultados satisfatórios para a pesquisa em questão. Logo,

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optou-se por empregar a altura das vigas menores que o pré-dimensionamento indicou, o que
resultou em armaduras transversais mais densas.

Tabela 6 - Pré-dimensionamento Vigas

Pré-Dimensionamento – Vigas
Maior Altura de Altura adotada
VIGA Base (cm)
vão (cm) cálculo (cm) (cm)
Viga 1 536 54 14 45
Viga 2 536 54 12 45
Viga 3 500 50 12 35
Viga 4 500 50 12 35
Viga 5 536 54 14 45
Viga 6 600 60 14 45
Viga 7 550 55 16 45
Viga 8 550 55 16 45
Viga 9 600 60 12 45
Fonte: Autoria Própria

Para as cargas que as vigas terão que aguentar ao serem solicitadas, foram consideradas as
reações das lajes descarregadas em cada viga, o peso próprio desses elementos estruturais e o peso
das paredes sobre cada viga.

Para o descarregamento das reações da laje foi somado o esforço em cada viga, separando-
-as em trechos conforme mudam as cargas em sua extensão, para melhor distribuir o carregamento.
A Tabela 7 apresenta os valores em KN/m dos esforços em cada trecho das 9 vigas do projeto.

Tabela 7 – Soma dos esforços das lajes nas vigas

Esforços Totais das Lajes


Esforço KN/m
VIGA
Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3
Viga 1 6,68 5,27 6,68
Viga 2 18,91 - -
Viga 3 21,98 - -
Viga 4 21,98 - -
Viga 5 6,01 5,64 6,01
Viga 6 6,61 7,79 -
Viga 7 23,49 25,54 25,03
Viga 8 23,49 25,54 25,03
Viga 9 6,61 7,79 -
Fonte: Autoria Própria

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O peso próprio das vigas foi calculado multiplicando a dimensão desse elemento, ou seja,
a largura e a altura da viga, pelo peso específico aparente do concreto armado, o qual, segundo a
NBR 6120 (ABNT, 1980), é 25 KN/m³. Fazendo as transformações de unidade necessárias para os
esforços serem em KN/m, os valores referentes ao peso próprio de cada viga do projeto estão
representados na Tabela 8.

Tabela 8 - Peso próprio das viga

Peso Próprio Vigas - Peso especifico = 25 KN/m


Altura Peso Próprio Peso Próprio
VIGA Base (cm)
adotada (cm) (kgf/m) KN/m
Viga 1 14 45 157,50 1,58
Viga 2 12 45 135,00 1,35
Viga 3 12 35 105,00 1,05
Viga 4 12 35 105,00 1,05
Viga 5 14 45 157,50 1,58
Viga 6 14 45 157,50 1,58
Viga 7 16 45 180,00 1,80
Viga 8 16 45 180,00 1,80
Viga 9 14 45 157,50 1,58
Fonte: Autoria Própria

Já, a carga que as paredes distribuídas sobre as vigas demandam é calculada e demonstrada
pela Tabela 9. Para efeitos desse cálculo foi adotada a altura entre os níveis de piso de 4 metros em
que se desconta a altura de cada viga para obter a altura da parede. A altura obtida foi multiplicada
pela espessura da parede, sendo também adotada, para efeito de cálculo, a mesma espessura da viga
em que a parede se apoia, resultando na área da seção em m².

Foram desconsiderados os esforços do acabamento e foi adotado um peso específico


aparente, que de acordo com a NBR 6120 (ABNT, 1980) para tijolos furados é de 13 KN/m³. Esse
valor, multiplicado pela área da seção, resultou na carga que a parede descarrega sobre a viga que
está apoiada em KN/m.

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Tabela 9 - Carga das paredes sobre vigas

Cálculo das Parede sobre Vigas - Peso especifico = 13 KN/m


Altura Níveis Altura Área
Espessura
VIGA viga Piso Parede Seçao KN/m
(m)
(m) (m) (m) (m²)
V1 0,45 4 3,55 0,14 0,497 6,46
V2 0,45 4 3,55 0,12 0,426 5,54
V3 0,35 4 3,65 0,12 0,438 5,69
V4 0,35 4 3,65 0,12 0,438 5,69
V5 0,45 4 3,55 0,14 0,497 6,46
V6 0,45 4 3,55 0,14 0,497 6,46
V7 0,45 4 3,55 0,16 0,568 7,38
V8 0,45 4 3,55 0,16 0,568 7,38
V9 0,45 4 3,55 0,14 0,497 6,46
Fonte: Autoria Própria

Para obter os esforços totais descarregados nas vigas do projeto, representados na Tabela
10, foram somadas as cargas que as lajes descarregaram, o peso próprio da viga e a carga das
paredes sobre o elemento, para cada trecho de viga.

Tabela 10 - Esforços totais nas vigas

Esforços Totais nas Vigas


Esforço KN/m
VIGA
Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3
Viga 1 14,72 13,31 14,72
Viga 2 25,80 - -
Viga 3 28,72 - -
Viga 4 28,72 - -
Viga 5 14,05 13,68 14,05
Viga 6 14,65 15,83 -
Viga 7 30,38 32,43 31,92
Viga 8 30,38 32,43 31,92
Viga 9 14,65 15,83 -
Fonte: Autoria Própria

Esses valores foram indispensáveis para se obter os diagramas de esforços cortantes


necessários para calcular a armadura transversal das vigas, que é o objetivo deste trabalho. Com os
esforços calculados, foram lançadas no programa Ftool as cargas em KN/m para cada viga,
obtendo-se assim o modelo estrutural do elemento, as reações de apoio, os diagramas de momento

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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fletor e os esforços cortantes. As Figuras 15, 16, 17, 18, 19 e 20 demonstram as medidas e
diagramas de cada viga do projeto.

Figura 15 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 1 = Viga 5

Fonte: Autoria Própria

Figura 16 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 2

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Fonte: Autoria Própria

Figura 17 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 3 e Viga 4

Fonte: Autoria Própria


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Figura 18 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 5

Fonte: Autoria Própria

Figura 19 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 6 e Viga 9

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Fonte: Autoria Própria

Figura 20 - Modelo Estrutural e Diagramas: Viga 7 e Viga 8

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Fonte: Autoria Própria

4.1.3 Cálculo da Armadura Transversal

De acordo com as equações presentes na seção 2.3 do segundo capítulo, foram calculados
os estribos das 9 vigas do projeto pelos dois modelos de cálculo presentes na NBR 6118/2014. Para
o Modelo de Cálculo I foi calculada e lançada na Tabela 11 a área da armadura, em cm²/m, para
cada trecho das vigas. Para facilitar a demonstração em tabelas, foi utilizada a divisão das vigas
contínuas em trechos, que representam a extensão de viga entre dois apoios.

Para cada trecho se obtém um valor para 𝐴𝑠𝑤 𝐴 , 𝐴𝑠𝑤 𝐵 e 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 , sendo:

- 𝐴𝑠𝑤 𝐴 : a área da seção transversal dos estribos de esforço cortante, iniciando no apoio A
da viga;
- 𝐴𝑠𝑤 𝐵 : a área da seção transversal dos estribos de esforço cortante, iniciando no apoio B
da viga;
- 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 : a área mínima da seção transversal dos estribos de esforço cortante, localizada
do centro do vão da viga;

Tabela 11 - Armadura transversal - Modelo de Cálculo I

Modelo de Cálculo I
Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3
Viga Asw,A Asw,B Asw,min Asw,A Asw,B Asw,min Asw,A Asw,B Asw,min
Viga 1 1,24 1,54 1,03 1,24 1,24 1,03 1,54 1,24 1,03
Viga 2 4,07 4,07 0,88 - - - - - -
Viga 3 = 4 5,10 5,10 0,88 - - - - - -
Viga 5 1,24 1,38 1,03 1,24 1,24 1,03 1,38 1,24 1,03
Viga 6 = 9 1,24 7,27 1,03 2,16 1,24 1,03 - - -
Viga 7 = 8 2,32 8,9 1,11 4,51 1,33 1,11 - - -
Fonte: Autoria Própria

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A partir da análise da Tabela 11, pode-se observar que as vigas 1 e 5 apresentam uma
armadura transversal menos densa do que as demais, utilizando-se, na maioria de seus trechos, a
armadura mínima. As vigas 2, 3 e 4 são vigas bi apoiadas, apresentando apenas um trecho e
possuindo uma armadura um pouco mais densa. No entanto, possuem armadura mínima menor que
as demais por terem suas larguras de 12 cm. Já as vigas 6, 7, 8 e 9, apresentam armadura bem mais
densa devido aos vãos entre os apoios serem maiores.

A Figura 21 serve para comparar a área de armadura entre as vigas do Modelo I,


representando o Asw máximo para cada viga, em cm²/m.

Figura 21 - Vigas Modelo I

8,9

7,27
Asw (cm²/m)

5,10
4,07

1,54 1,38

VIGA 1 VIGA 2 VIGA 3 E 4 VIGA 5 VIGA 6 E 9 VIGA 7 E 8


Vigas

Asw (cm²/m)

Fonte: Autoria Própria

Para o Modelo de Cálculo II foi calculada e lançada a área de armadura, em cm²/m, para
cada trecho das vigas. Para facilitar a exibição em tabelas e gráficos, foi utilizada apenas a maior
área de aço da armadura transversal encontrada em cada viga para sua demonstração. Por apresentar
um ângulo de inclinação das bielas, que pode variar de 30º à 45º como já foi explicado
anteriormente, calculou-se a armadura transversal por 4 ângulos diferentes para cada uma das 9
vigas (30º, 35º, 40º e 45º). A partir do desenvolvimento desses cálculos, obtiveram-se os resultados
representados na Figura 22 até a 27.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
68

Figura 22 – Asw máximo – Modelo II: Viga 1

Modelo II - Viga 1
2 1,89
1,8
1,60
1,6
1,35
1,4 1,24
Asw (cm²/m)

1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas

Fonte: Autoria Própria

Figura 23 – Asw máximo – Modelo II: Viga 2

Modelo II - Viga 2
6
5,00
5
4,21
4 3,56
Asw (cm²/m)

3,00
3

0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas

Fonte: Autoria Própria

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Figura 24 – Asw máximo – Modelo II: Viga 3 e 4

Modelo II - Viga 3 e 4
7 6,27
6 5,28
5 4,46
Asw (cm²/m)

3,75
4

0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas

Fonte: Autoria Própria

Figura 25 – Asw máximo – Modelo II: Viga 5

Modelo II - Viga 5
1,8 1,70
1,6
1,4 1,24 1,24 1,24
1,2
Asw (cm²/m)

1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas

Fonte: Autoria Própria

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
70

Figura 26 – Asw máximo – Modelo II: Viga 6 e 9

Modelo II - Viga 6 e 9
Trecho 1 Trecho 2

10 8,94
8
7,53
6,35
Asw (cm²/m)

6 5,35

4
2,24 2,65
1,59 1,89
2

0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas

Fonte: Autoria Própria

Figura 27 – Asw máximo – Modelo II: Viga 7 e 8

Modelo II - Viga 7 e 8
Trecho 1 Trecho 2

12 10,95
10 9,22
7,78
Asw (cm²/m)

8 6,55
5,55
6 4,67
3,94
4 3,32

0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas

Fonte: Autoria Própria

Nesses gráficos pode-se observar que a área da armadura transversal do esforço cortante
vai aumentando em todas as vigas, na medida em que se aumenta o ângulo de inclinação das bielas.
Ou seja, o ângulo de 30º apresenta uma armadura menos densa que o de 35º, e assim
sucessivamente. A viga 5 foi a única que não apresentou esse aumento por possuir cargas de

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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015
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pequenas expressões, fazendo com que se utilize a força cortante da armadura mínima
(𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 ) e, por isso, resultando em uma área de aço menor, sem o aumento esperado.

As áreas de aço dos estribos das 9 vigas do projeto são comparadas na Figura 28, entre os
dois modelos de cálculo. Perante essa comparação, se pode observar que o Modelo II consome
menos armadura que o Modelo I, quando calculado pelos ângulos de 30º e 35º. Já quando calculado
pelos ângulos de 40º e 45º, o Modelo II consome mais armadura que o Modelo I. Isso pode ser
constatado em todas as vigas avaliadas.

Figura 28 – Comparação do Asw entre os dois modelos de cálculo

Modelo I x Modelo II
Viga 1 Viga 2 Viga 3 e 4 Viga 5
Viga 6 e 9 - Trecho 1 Viga 6 e 9 - Trecho 2 Viga 7 e 8 - Trecho 1 Viga 7 e 8 - Trecho 2

10,95
Área de armadura transversal por metro de viga

9,22
8,94 8,9

7,78 7,53 7,27


6,55 6,35 6,27
5,35 5,55
5,28 5,10
5,00
4,46 4,67 4,51
4,21 4,07
3,75 3,94
3,32 3,56
3,00
2,65
2,24 2,16
1,89 1,89 1,70
1,59 1,35 1,60 1,54 1,38
1,24 1,24 1,24 1,24

MOD. II - 30° MOD. II - 35° MOD. II - 40° MOD. II - 45° MODELO I


Modelo de Cálculo

Fonte: Autoria Própria

Para se obter o consumo de aço de cada uma das vigas que foram calculadas para essa
proposta foi necessário, primeiramente, realizar o cálculo da armadura transversal para se encontrar
a área de aço dos estribos em cada viga. Depois de encontrada essa área escolheu-se, pela Tabela
12, a quantidade e a bitola das barras de CA-60, que poderia ser utilizada levando-se em conta as

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
72

limitações dos diâmetros dos estribos e dos espaçamentos mínimos e máximos desses elementos,
de acordo com as especificações que foram destacadas na seção 2.3.4 do segundo capítulo.

Tabela 12 - Tabela de Ferro para Estribos

Valores de Asw em cm²/m para Estribos de 2 Ramos

Espaçamento Bitola em milímetro (mm)


"s" em cm
5,0 6,0 6,3 7,0 8,0 10,0 12,5
7,0 5,71 8,08 9,00 11,00 14,30 22,90 35,70
8,0 5,00 7,07 7,88 9,62 12,50 20,00 31,20
9,0 4,44 6,28 7,00 8,55 11,10 17,80 27,80
10,0 4,00 5,65 6,30 7,70 10,00 16,00 25,00
11,0 3,64 5,14 5,73 7,00 9,09 14,50 22,70
12,0 3,33 4,71 5,25 6,41 8,33 13,30 20,80
13,0 3,08 4,35 4,85 5,92 7,69 12,30 19,20
14,0 2,86 4,04 4,50 5,50 7,14 11,40 17,90
15,0 2,67 3,77 4,20 5,13 6,67 10,70 16,70
16,0 2,50 3,53 3,94 4,81 6,25 10,00 15,60
17,0 2,35 3,33 3,71 4,53 5,88 9,41 14,70
18,0 2,22 3,14 3,50 4,28 5,56 8,89 13,90
19,0 2,11 2,98 3,32 4,05 5,26 8,42 13,20
20,0 2,00 2,83 3,15 3,85 5,00 8,00 12,50
21,0 1,90 2,69 3,00 3,66 4,76 7,62 11,90
22,0 1,82 2,57 2,86 3,50 4,55 7,27 11,40
23,0 1,74 2,46 2,74 3,35 4,35 6,96 10,90
24,0 1,67 2,36 2,62 3,21 4,17 6,67 10,40
25,0 1,60 2,26 2,52 3,08 4,00 6,40 10,00
26,0 1,54 2,17 2,42 2,96 3,85 6,15 9,62
27,0 1,48 2,09 2,33 2,85 3,70 5,93 9,26
28,0 1,43 2,02 2,25 2,75 3,57 5,71 8,93
29,0 1,38 1,95 2,17 2,65 3,45 5,52 8,62
30,0 1,33 1,88 2,10 2,56 3,33 5,33 8,33
Fonte: Rodrigues (2013)

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Escolhida a bitola dos estribos e seu espaçamento, foram montados novamente os


diagramas de esforços cortantes para cada caso de viga, utilizando-se o valor da força cortante
solicitante de cálculo (Eq ção 7 − V = γf ∙ V ). Com isso, foi possível verificar até onde os
valores de 𝐴𝑠𝑤 𝐴 , 𝐴𝑠𝑤 𝐵 e 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 se aplicam nas vigas. Para melhor uniformizar a distribuição
dos estribos, nos casos em que os 𝐴𝑠𝑤 𝐴 ou 𝐴𝑠𝑤 𝐵 possuíam uma distância muito pequena do eixo
do apoio, adotou-se 70 cm como distância mínima aceitável.

As especificações de distância com que a armadura se distribui pela viga possibilitaram


esboçar o detalhamento de cada uma das vigas calculadas. Para isso, levou-se em conta a largura
do apoio em que o elemento está descarregando, podendo estar apoiado em outra viga ou em
pilares. Para efeito de cálculo todos os pilares dos projetos contém a dimensão de 20x20 cm para
facilitar o detalhamento, conforme a Figura 29.

Figura 29 - Exemplo de detalhamento dos estribos da viga

Fonte: Autoria Própria

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), a classe de agressividade ambiental I apresenta
o cobrimento nominal para vigas de concreto armado de 25 mm. Desta forma, para detalhar a seção
da viga, foi utilizada essa classe de agressividade para obter a dimensão dos estribos.

Os ganchos dos estribos, de acordo com o item 9.4.6.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014), podem
ser semicirculares ou retos. A norma destaca que o ângulo reto possui a ponta reta e deve ter o
comprimento ≥ 10 ∙ Ø, não inferior a 7 cm e diâmetros internos da curvatura com, no mínimo, os
valores destacados na Figura 30.

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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Figura 30 – Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos

Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014)

De acordo com o exemplo de detalhamento da Figura 31, pode-se observar que o primeiro
número é a quantia total de barras de cada bitola, enquanto o comprimento total dos estribos é
calculado somando o comprimento dos quatro lados do estribo com os dois ganchos. Por possuir
bitola maior que 7 cm, os estribos de Ø 8 mm apresentam o C = 40 + 40 + 7 + 7 + 10 ∙ 0 8 ∙ 2 =
110 cm, enquanto os estribos Ø 5 mm apresentam o C = 40 + 40 + 7 + 7 + 10 ∙ 0 7 ∙ 2 = 108 cm.

Figura 31 - Exemplo de detalhamento da seção transversal da viga

Fonte: Autoria Própria

Com o detalhamento finalizado, multiplicou-se o número de barras, o comprimento da barra


e a sua massa nominal (Kg/m) para obter o consumo de aço em cada viga, conforme a Equação 32.
A Tabela 13 mostra a classificação da massa nominal dada pela NBR 7480 (ABNT, 1996) para
fios e barras de aço. Já a Tabela 14 demonstra as 5 bitolas de aço utilizadas para os estribos das
vigas calculadas, com suas respectivas massas nominais em Kg/m.

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Equação 32 – Consumo de aço

Co mo Aço = Nº B ∙ 𝐿𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎 ∙ M Nom

Tabela 13 – Cracterísticas geométricas nominais dos fios e barras

Diâmetro Massa por unidade de


Valores Nominais
nominal (mm) comprimento (kg/m)
Áreas da seção Perímetro
Fios Barras Massa Nominal
(mm²) (mm)
2,4 - 0,036 4,5 7,5
3,4 - 0,071 9,1 10,7
3,8 - 0,089 11,2 11,9
4,2 - 0,109 13,9 13,2
4,6 - 0,13 16,6 14,5
5,0 5,0 0,154 19,6 17,5
5,5 - 0,187 23,8 17,3
6,0 - 0,222 28,3 18,8
- 6,3 0,245 31,2 19,8
6,4 - 0,253 32,2 20,1
7,0 - 0,302 38,5 22
8,0 8,0 0,395 50,3 25,1
9,5 - 0,558 70,9 29,8
10,0 10,0 0,617 78,5 31,4
- 12,5 0,963 122,7 39,3
- 16,0 1,578 201,1 50,3
- 20,0 2,466 314,2 62,8
- 22,0 2,984 380,1 69,1
- 25,0 3,853 490,9 78,5
- 32,0 6,313 804,2 100,5
- 40,0 9,865 1256,6 125,7
Fonte: Adaptado da NBR 7480 (1996)

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Tabela 14 - Massa nominal das barras de aço

Barra Massa Nominal


Ø5 0,154
Ø6 0,222
Ø7 0,302
Ø8 0,395
Ø10 0,617
Fonte: Adaptado da NBR 7480 (1996)

Utilizando-se da Equação 32 e da massa nominal das barras da Tabela 14 para calcular o


consumo de aço em cada viga, pelos diferentes modelos e ângulos necessários para se alcançar
resultados satisfatórios, chegou-se aos valores expostos na Tabela 15 e 16, em quilograma,
referentes ao Modelo I e ao Modelo II (30º, 35º, 40º e 45º).

Tabela 15- Consumo de aço (Kg) no Modelo de Cálculo I

Consumo de Aço Viga 1 Viga 2 Viga 3 = 4 Viga 5 Viga 6 = 9 Viga 7 = 8


Modelo I 10,69 7,21 6,84 10,69 14,95 22,67
Fonte: Autoria Própria

Tabela 16- Consumo de aço (Kg) no Modelo de Cálculo II

Consumo de Aço Viga 1 Viga 2 Viga 3 = 4 Viga 5 Viga 6 = 9 Viga 7 = 8


Modelo II - 30º 10,69 5,50 7,24 10,69 12,42 18,97
Modelo II - 35º 10,69 6,23 7,70 10,69 14,82 22,66
Modelo II - 40º 10,69 7,37 8,16 10,69 16,67 26,91
Modelo II - 45º 11,04 9,01 9,76 11,38 19,67 33,57
Fonte: Autoria Própria

Analisando a Figura 32, que é uma representação gráfica dos quatro ângulos do Modelo de
Cálculo II, observa-se que o consumo de aço é menor, na medida em que se diminui o ângulo de
inclinação das bielas de compressão do concreto. Nesse esboço, fica em destaque o crescente
aumento de aço em cada viga, com o aumento do ângulo das bielas.

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Figura 32 – Consumo de aço entre os ângulos do modelo II

CONSUMO DE AÇO - MODELO II


40

35
33,57

30

26,91
Consumo (cm²/m)

25 Viga 1
22,66
Viga 2
20 19,67
18,97 Viga 3 = 4
16,67
15 Viga 5
14,82
12,42 11,38 Viga 6 = 9
10 10,69 10,69 10,69 11,04
9,76 Viga 7 = 8
8,16
7,24 7,70 7,37 9,01
5,50 6,23
5

0
Modelo II - 30º Modelo II - 35º Modelo II - 40º Modelo II - 45º
Ângulos da Bielas de Compressão

Fonte: Autoria Própria

Apenas nas vigas 1 e 5 o aumento de área de armadura e, consequentemente, de consumo


de aço, não é crescente com o aumento do ângulo de 30º à 45º. Isso ocorre porque essas vigas são
pouco solicitadas, tendo apenas as cargas de uma laje apoiada. No entanto, o restante das armaduras
transversais aumentam seu consumo com o ângulo, de forma que não foi encontrado nenhum caso
de variação inversa, ou seja, que o consumo baixe com o aumento do ângulo.

Já, a Figura 33 demonstra em colunas a variação do consumo de aço por ângulo de


inclinação das bielas, também somente pelo Modelo II.

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Figura 33 – Consumo de aço entre os ângulos do modelo de cálculo II

CONSUMO DE AÇO - MODELO II


Modelo 2 - 30º Modelo 2 - 35º Modelo 2 - 40º Modelo 2 - 45º

33,57
26,91
CONAUMO DE AÇO - (KG)

22,66
19,67

18,97
16,67
14,82
12,42
11,38
11,04
10,69
10,69
10,69

10,69
10,69
10,69
9,76
9,01

8,16
7,70
7,37

7,24
6,23
5,50

VIGA 1 VIGA 2 VIGA 3 = 4 VIGA 5 VIGA 6 = 9 VIGA 7 = 8


VIGAS

Fonte: Autoria Própria

Como o objetivo principal desse trabalho era, além de se comparar a variação de consumo
de aço entre os ângulos de 30º, 35º, 40º e 45º do Modelo de Cálculo II, fazer a comparação entre
os Modelos de Cálculo I e II, de acordo com a NBR 6118/2014, foi representado na Figura 34, um
gráfico composto pelo Modelo I e esses quatro ângulos do Modelo II.

Diante desse gráfico de barras, o qual apresenta em um dos seus eixos as vigas do projeto,
e no outro o consumo de aço por Kg, verifica-se a variação desse consumo em relação a cada
modelo. Como já foi destacada anteriormente, a quantidade de aço por viga vai aumentando
juntamente com o ângulo de inclinação pelo Modelo II, no entanto por possuir apenas um ângulo,
o Modelo I possui somente um consumo de aço para os estribos por viga.

Para melhor notar o Modelo I, ele foi empregado no gráfico em barra de cor amarela, entre
o ângulo de 35º e 40º do Modelo II. À vista disso, observou-se que o consumo de aço do Modelo I
se apresenta mais econômico que o ângulo de 40º e menos que 35º do Modelo II.

Com exceção dos estribos das vigas 1 e 5, que foram dimensionadas pela armadura mínima,
os único casos em que o Modelo I não se encontrou entre esses dois ângulos citados anteriormente
foi nos estribos das viga 3 e 4. Isso ocorreu devido ao seu espaçamento máximo que ficou limitado
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em 11 cm para os ângulos de 30º e 35º do Modelo II, enquanto que, no Modelo I ficou em 22 cm,
ocasionando em um número menor de estribos e, consequentemente, em um menor consumo. No
entanto, a área de aço da armadura transversal do Modelo I ficou contida entre esses dois ângulos,
não havendo descontinuidade no consumo de aço final.

Figura 34 – Comparação Final entre os Modelos de Cálculos I e II

Consumo de aço
33,57
26,91
VIGA 7 = 8 22,67
22,66
18,97
19,67
16,67
VIGA 6 = 9 14,95
14,82
12,42
11,38
10,69
VIGA 5 10,69
10,69
10,69
9,76
8,16
VIGA 3 = 4 6,84
7,70
7,24
Vigas

9,01
7,37
VIGA 2 7,21
6,23
5,50
11,04
10,69
VIGA 1 10,69
10,69
10,69

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00


CONSUMO DE AÇO - (KG)

Modelo II - 45º Modelo II - 40º Modelo I Modelo II - 35º Modelo II - 30º

Fonte: Autoria Própria


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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
80

Na decorrência do cálculo de todas as armaduras transversais das vigas pelos Modelos de


Cálculo I e II propostas por esse trabalho, somou-se o consumo de aço aplicado aos estribos para
o total do pavimento, nos seguintes casos:
- Modelo de Cálculo I, com um consumo de aço de 118,17 Kg para todo o pavimento;
- Modelo de Cálculo II, utilizando um ângulo de inclinação das bielas de 30º, com um
consumo de aço de 104,15 Kg para todo o pavimento;
- Modelo de Cálculo II, utilizando um ângulo de inclinação das bielas de 35º, com um
consumo de aço de 117,97 Kg para todo o pavimento;
- Modelo de Cálculo II, utilizando um ângulo de inclinação das bielas de 40º, com um
consumo de aço de 132,23 Kg para todo o pavimento;
- Modelo de Cálculo II, utilizando um ângulo de inclinação das bielas de 45º, com um
consumo de aço de 157,44 Kg para todo o pavimento.

Esse consumo foi expresso na Figura 35, podendo se deduzir que o modelo mais econômico
para dimensionar a armadura transversal de vigas de concreto armado é o Modelo II, com um
ângulo de inclinação das bielas de compressão do concreto de 30º.

Figura 35 – Consumo total de aço do pavimento por Modelo de Cálculo

Consumo Total de Aço no Pavimento


180
157,44
160

140 132,23
118,17 117,97
120
CONSUMO (KG)

104,15
100

80

60

40

20

0
Modelo I Modelo II - 30º Modelo II - 35º Modelo II - 40º Modelo II - 45º
MODELO DE CÁLCULO

Fonte: Autoria Própria

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81

Nesse gráfico pode-se observar que o consumo de aço no Modelo II vai aumentando na
medida em que se eleva o ângulo de inclinação das bielas. Ou seja, o ângulo de 30º é mais
econômico que o ângulo de 35º, e assim sucessivamente, verificando que o ângulo de 45º é o menos
econômico dentro desse modelo.

Ainda analisando o gráfico de consumo total de aço no pavimento, verifica-se que o


consumo resultante dos cálculos originados pelo Modelo I, o qual utiliza um ângulo de inclinação
das bielas de 45º, não resultaram no mesmo consumo gerado pelos cálculos realizados pelo Modelo
II com o mesmo ângulo de inclinação.

Além disso, de acordo com os resultados encontrados nesse trabalho, constatou-se que o
consumo de aço dos estribos no Modelo I situa-se entre o consumo encontrado nos ângulos de
inclinação de 35º e 40º do Modelo II.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos cálculos e resultados vistos nesse trabalho, pode se destacar que o Modelo I é
mais simples, comparado com o Modelo II. Existem duas diferenças principais entre esses modelos,
a primeira está no ângulo das bielas comprimidas, sendo fixada em 45º no Modelo I e podendo
variar de 30º à 45º no Modelo II. A segunda diferença está no cálculo da parcela de esforço cortante
absorvida pelo concreto, podendo sofrer redução no Modelo II se 𝑉𝑠𝑑 > 𝑉𝑐 e não dependendo do
valor de 𝑉𝑠𝑑 para o Modelo I.

Além disso, outra diferença observada entre os modelos está na força resistente relativa à
ruína das bielas comprimidas (𝑉𝑅𝑑2 ) para estribos verticais, sendo desconsiderada sua variação
para o Modelo I, enquanto que, para o Modelo II, seu valor cresce na medida em que se aumenta o
ângulo das bielas.

O Modelo I é, na verdade, uma simplificação do Modelo II, quando utilizados estribos


verticais e ângulo das bielas de compressão de 45º. No entanto, mesmo quando empregado para o
Modelo II o ângulo de 45º, as áreas de armaduras originadas pelos dimensionamentos não são
iguais para os dois modelos, ou seja, não resultam em mesma consumação de aço, havendo uma
diferença de 24,94% entre os dois casos, no pavimento calculado na pesquisa. No Modelo II,
quanto menor for o ângulo das bielas de compressão, menor é a área de aço da armadura transversal
(𝐴𝑠𝑤 ), o que significa que o consumo de aço é inversamente proporcional ao ângulo das bielas.

A partir dessa análise, pode se deduzir que, dentro do Modelo II, a forma mais econômica
para dimensionar os estribos de vigas é utilizar um ângulo de inclinação de 30º, enquanto que o
menos viável economicamente é a utilização de um ângulo de 45º, gerando uma diferença de mais
de 33,8% no consumo de aço, quando comparados esses casos no pavimento dimensionado no
trabalho.

Já, na comparação entre os dois modelos de cálculo, deduziu-se que, quando utilizado um
ângulo de 30º, o Modelo II é o mais econômico para dimensionar a armadura transversal de vigas
de concreto armado, referente ao consumo de aço. Na comparação verificada nos cálculos do
pavimento estudado obteve-se um consumo de 104,15 kg de aço para o ângulo de 30º empregado

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no Modelo II, enquanto que, no Modelo I se obteve 118,17 Kg, uma diferença significativa de
11,86% entre os dois consumos.

De acordo com o consumo de aço obtido para os ângulos de 30º,35º, 40º e 45º do Modelo
II e o ângulo de 45º do Modelo I, constatou-se que o consumo em Kg do Modelo I situa-se entre
os ângulos de 35º e 40º do Modelo II, bem próximo ao ângulo de 35º, com uma diferença mínima
entre os dois valores.

Para obter resultados mais precisos e como sugestão para continuar a pesquisa em questão,
podem-se destacar os seguintes itens:

- Utilizar os ângulos de inclinação das bielas de compressão do concreto para o Modelo II


variando em 2,5º no intervalo de 30º à 45º, ou seja, realizar o dimensionamento para os ângulos de
30º, 32,5º, 35º, 37,5º, 40º, 42,5º e 45º;

- Realizar o cálculo de dimensionamento da armadura transversal das vigas de todos os


pavimentos de uma edificação de grande porte, verificando a economia no custo de aço na obra,
entre os dois modelos de cálculo;

- Comparar o dimensionamento da armadura transversal das vigas de uma edificação


calculada pelos dois modelos de cálculo da NBR 6118/2014 com o dimensionamento resultante
das mesmas vigas por um programa de cálculo estrutura, como por exemplo o Eberick;

- Para esse trabalho foi utilizado trechos de vinculação apoiados, pode-se calcular utilizando
também trechos com vinculação de engastamento;

- Adotar trechos rígidos para o dimensionamento;

- Trabalhar com 4 envoltórios de esforços para calcular os estribos das vigas.

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