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LÚCIO ZORZAN
Santa Rosa
2015
LÚCIO ZORZAN
Santa Rosa
2015
LÚCIO ZORZAN
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da
banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais, que não mediram esforços para que eu concluísse esta etapa da minha
formação acadêmica. Obrigada por tudo o que são e representam para mim, pelo exemplo e pelo
incentivo, essenciais neste momento.
A minha namorada, por me apoiar a cada passo dessa longa caminhada, por me ajudar no
que fosse possível e estar sempre ao meu lado, motivando-me a ler, pesquisar e estudar. Por dedicar
muitos momentos de estudo comigo, fazendo de nossas vidas uma eterna busca pelo aprendizado
e conhecimento.
Aos professores que fizeram parte da minha vida estudantil, auxiliando na aprendizagem
dos conteúdos necessários para me tornar um bom profissional.
Ao meu orientador, o qual auxiliou até o término do trabalho de conclusão de curso, tanto
nos momentos de correção da pesquisa, quanto nas diversas dúvidas que ocorreram durante todo o
processo de estudo e elaboração.
Charles Chaplin
RESUMO
O contexto econômico está sempre em questão dentro da construção civil, seja na compra
de materiais, no consumo de insumos da obra, no custo da mão de obra, no dimensionamento da
estrutura ou outras especificações. Por perceber a importância de pesquisas que buscam uma
economia na quantidade de insumos e despesas em obras, procurou-se realizar um estudo que
englobasse uma forma de economia em uma das etapas de construção de uma edificação. Assim,
foi realizada uma comparação dos dois modelos de cálculos descritos pela NBR 6118/2014 para o
dimensionamento da armadura transversal de vigas de concreto armado, visando investigar o
consumo de aço em estribos em cada modelo. Para o desenvolvimento desse estudo fez-se uma
pesquisa bibliográfica dos trabalhos já publicados que tratam sobre o mesmo tema, utilizando-se
de livros, artigos, periódicos, publicações avulsas e materiais disponibilizados nos meios
eletrônicos. Também foi efetuado o cálculo de dimensionamento da armadura transversal das vigas
de um pavimento pelo Modelo de Cálculo I da NBR 6118/2014, o qual usa um ângulo de inclinação
das bielas de compressão do concreto de 45º, e pelo Modelo de Cálculo II, o qual usa um ângulo
variando de 30º a 45º. Para este estudo foram utilizados os ângulos de 30º, 35º, 40º e 45º para o
Modelo II, comparando-se as armaduras encontradas desses quatro ângulos com os resultados
obtidos pelo Modelo I, verificando qual dos modelos seria mais econômico referente ao consumo
de aço em estribos das vigas de um pavimento. A partir de gráficos que ilustram a quantidade de
aço, em quilogramas (kg), que cada modelo gastou no conjunto de vigas do pavimento escolhido,
pode-se concluir que, quando utilizado o ângulo de 30º o Modelo II é mais econômico que o
Modelo I em todas as vigas e, consequentemente, no pavimento. Já quando aplicado o ângulo de
45º para ambos os modelos, o Modelo I é mais econômico. Na comparação geral, o Modelo I se
situou, no consumo total de aço de estribos do pavimento, entre os ângulos de 35º e 40º do Modelo
II, e a mudança de consumo de aço dentro do Modelo II varia de forma crescente na medida em
que aumenta o ângulo.
The economic context is always involved in the construction, or the purchase of materials,
the consumption of the work inputs, cost of labor, in the design of the structure or other
specifications. To realize the importance of research seeking a savings in the amount of inputs and
expenses in works, we tried to carry out a study that would include a form of economy in one of
the stages of construction of a building. Thus, a comparison of two models of calculation described
by NBR 6118/2014 for dimensioning the shear reinforcement of reinforced concrete beams was
performed in order to investigate the consumption of steel stirrups in each model. For the
development of this study did a literature search of studies published that deal with the same theme,
using books, articles, periodicals, loose publications and materials available in electronic media. It
was also performed the transverse reinforcement sizing calculation of I beams of a calculation
model of ISO 6118/2014 the pavement, which uses an inclination angle of the concrete
compression connecting rods 45, and the calculation model II, the which uses an angle ranging
from 30 to 45. For this study we used the 30 angles, 35, 40 and 45 for Model II, comparing the
armor found these four angles with the results of the Model I, checking which of the models would
be more economical related to steel consumption in stirrups of beams of a floor. From graphs
depicting the amount of steel, in kilograms (kg), which each model has spent the beams set the
chosen floor, it can be concluded that when used 30º Model II is more economical than the Model
I in all beams and hence the pavement. Already applied when the angle of 45 ° for both models,
the Model I is more economical. In general comparison, Model I stood in the total consumption of
the floor brackets steel between the angles 35 and 40 of the model II and the change of consumption
of steel in the Model II varies increasingly in that the angle increases.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 15
1.1 PROBLEMA...................................................................................................................... 16
2.1.2 Aço………………………………………………………………………………………..23
3 MÉTODO DE PESQUISA.............................................................................................. 51
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 84
APÊNDICE .................................................................................................................................. 86
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1 INTRODUÇÃO
É cada vez mais evidente o crescimento acelerado da construção civil em todo país. Para
manter essa atividade em alta, no entanto, deve-se prezar pela economia nos mais diversos setores
em que se atue, seja no consumo de materiais, no custo de mão de obra, na diminuição do
desperdício ou no aperfeiçoamento de técnicas de cálculo, a fim de se conseguir manter um preço
baixo para os compradores e um custo menor para as construtoras (SILVA, 2012). Nesse intuito,
cada vez mais se observam pesquisas no campo da construção civil, com vistas à diminuição do
preço final do produto.
Tendo em vista os fatores econômicos buscou-se, por meio desta pesquisa, realizar uma
comparação do consumo de um dos materiais mais caros do concreto armado, o aço. Para isto,
considerou-se o dimensionamento das vigas de um pavimento numa edificação usual desse sistema
construtivo, a partir de diferentes modelos de cálculo.
Segundo Santos (2008), o concreto armado é, com certeza, o sistema da construção civil
mais utilizado no Brasil, sendo que, a maioria das edificações construídas nas áreas urbanas
brasileiras na última década, é baseada nesse sistema, tanto as construções formais e legalizadas,
quanto as informais. Considerando-se essa informação, o autor destaca que nenhum outro material
de construção é tão consumido no país quanto o cimento, o qual é ingrediente principal para formar
o concreto armado e os tipos de vedação que o acompanham.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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1.1 PROBLEMA
De acordo com Pilotto e Valle (2011), a economia brasileira atravessou, na primeira década
do século XXI, um excelente momento na construção civil com o crescimento dos
empreendimentos e investimentos. Dessa forma, os autores salientam que, para buscar um maior
rendimento nas obras, a utilização de métodos construtivos mais baratos e cálculos estruturais que
encaminham para um consumo menor dos materiais são essenciais para a obtenção de um lucro
satisfatório nas obras.
Essa importante ferramenta deve ser comandada por profissionais que tenham sua
aprendizagem apurada sobre os elementos processados pelo sistema, uma vez que programas de
computador só obedecem a conhecimentos e conceitos adquiridos na formação (RAMOS et al,
2009). Sabendo da insuficiente carga horária dos cursos superiores para passar todos os conteúdos,
os autores destacam a fundamental importância de um estudo mais detalhado do cisalhamento de
vigas de concreto armado, para a formação de engenheiros.
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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015
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autores relatam que é essencial que o profissional saiba economizar ao máximo, visando diminuir
o custo da obra, tanto nas etapas construtivas como nos projetos.
A partir disso, Pilotto e Valle (2011) destacam que, em uma obra de concreto armado, o
consumo de aço representa 22% do custo do material utilizado referente às etapas da fundação, da
alvenaria, da supraestrutura e dos revestimentos. Assim sendo, os autores reconhecem que é de
suma importância o racionamento desse material, seja através do menor desperdício na construção
ou na economia através de cálculos estruturais que visam um menor consumo, porém sem
prejudicar a viabilidade e a vida útil da edificação.
Questão Principal
Qual dos modelos de cálculo de dimensionamento dos estribos de vigas, propostos pela
NBR 6118/2014, é mais econômico em relação ao consumo de aço?
Questões Secundárias
De acordo com a NBR 6118/2014, qual a diferença entre os Modelos de Cálculo I e II,
prescritos na nova norma, para o dimensionamento da armadura de cisalhamento de vigas de
concreto armado?
De quanto será a diferença de custo (R$) no consumo de aço para um conjunto de vigas,
entre os dois modelos de cálculo?
Objetivo Principal
Fazer um comparativo entre os dois modelos de cálculo de estribos propostos pela NBR
6118/2014, através do dimensionamento da armadura transversal de vigas de uma edificação,
verificando qual é o mais econômico no que se refere ao consumo de aço.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Objetivos Específicos
1.1.3 Delimitação
O trabalho foi realizado a partir de um projeto simétrico de uma edificação de médio porte,
tendo 9 vigas para os referentes cálculos de estribos. Para o dimensionamento da armadura de
cisalhamento foram utilizados apenas os dois modelos de cálculo propostos pela NBR 6118/2014,
com as devidas modificações ocorridas na nova versão da mesma, sem emprego de nenhum
softwares de cálculo específico.
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Além disso, como subitem da revisão bibliográfica, no capítulo 2 consta um estudo sobre o
cálculo de estruturas, bem como a distribuição dos esforços e dos elementos que formam uma
edificação. De forma mais objetiva relatam-se conceitos referentes à Treliça de Mörsch, a qual é
objeto de estudo do trabalho para desenvolver o dimensionamento de estribos de vigas. Ainda
dentro desse capítulo, faz-se o relato e explicam-se os dois modelos de cálculos utilizados para o
dimensionamento da armadura de cisalhamento das vigas e apresenta-se o formulário empregado
para os cálculos necessários.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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2 REVISÃO DA LITERATURA
Na primeira década do século XX, de acordo com Santos (2008), iniciou-se a inserção do
concreto armado como sistema construtivo no Brasil, produto patenteado e aplicado primeiramente
em tarefas especiais, como pontes e viadutos. O autor ainda expõe que, em função do crescimento
econômico, da industrialização e da urbanização de 1930, elevou-se o uso desse material nas
edificações, tornando-se hegemônico em todo o país em meados do século XX e destacando-se na
maior parte das construções e pesquisas no ramo da construção civil.
Já, segundo Andrade (2006), pouco se conhece sobre o verdadeiro início do concreto
armado no Brasil, tendo como mais antigo relato data de 1904, quando foi aplicado em casas de
habitações em Copacabana. O autor relata também que a primeira regularização do concreto
armado foi em 1929, englobando todos os tipos de construções, tendo como resultado a criação da
Associação Brasileira de Concreto (ABC), que tinha como função padronizar todas as construções
de concreto armado do Brasil.
Nos anos de 1940, o concreto já se firmava e se estabilizava no Brasil, tendo seu uso
normalizado pela ABNT, regulado pelas atribuições profissionais do Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA) e fazendo parte dos currículos das escolas de engenharia
(SANTOS, 2008).
De acordo com Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), o concreto simples é a mistura
dos agregados naturais ou britados (agregado fino e graúdo) com o cimento e a água. Conforme os
autores, quando endurecido, sua resistência depende do tipo e da quantidade dos materiais
utilizados na composição como, por exemplo, o consumo de cimento e de água da mistura e o
emprego ou não de aditivos. Nessa mistura de concreto simples, segundo Carvalho e Filho (2014),
o material mais caro é o cimento e, por esse motivo, os autores ressaltam que são utilizados
agregados de maiores dimensões para reduzir os custos sem prejudicar a qualidade do conjunto.
O concreto é uma pedra artificial, formada pela ligação de cimento, pedra, areia e água que,
inicialmente quando usado pelo homem, tinha a limitação de não resistir a esforços de tração como,
por exemplo, na parte inferior de vigas que venciam vãos (BOTELHO; MARCHETTI, 2011).
Seguindo esse pensamento, os autores destacam que como o concreto resiste dez vezes mais à
compressão do que à tração, surgiu a ideia de usar uma mistura de material que resista tanto a
compressão quanto à tração.
Assim, de acordo com Botelho e Marchetti (2011), surge a invenção da viga de concreto
armado, ou seja, na parte tracionada do concreto insere-se o aço para resistir a esse esforço,
enquanto na parte comprimida da viga mantém-se apenas o concreto. Para Carvalho e Filho (2014),
o concreto possui boa resistência à compressão, no entanto, agindo sozinho, suporta apenas 1/10
do esforço de compressão para resistir à tração, apesar de esse tipo de solicitação estar presente em
todas as estruturas usuais.
Classe de Risco de
Classificação geral do tipo de ambiente
agressividade Agressividade deterioração da
para efeito de projeto
ambiental estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
Marinha ª
III Forte Grande
Industrial ª,º
IV Muito Forte Elevado
Respingos de Maré
ª Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) para
ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revesido com argamassa e pintura).
º Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões
de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da estrutura protegidas
de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.
C Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústriasde
celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
20 25 35 45
Viga/Pilar 25 30 40 50
Concreto armado
Elementos estruturais
30 30 40 50
em contato com o solo d
Concreto Laje 25 30 40 50
protendido a Viga/Pilar 30 35 45 55
a Cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas. O cobrimento da
armadura passiva deve respeitar os cobrimentos para concreto armado.
b Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso,
com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e
acabamento, como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros,
deve ser respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.
Carvalho e Filho (2014) salientam que o concreto e o aço têm dilatação térmica muito
próxima, o que significa que, em condições normais, além do concreto proteger o aço contra a
oxidação das barras, por envolvê-las, também as preserva contra as altas temperaturas. Para Araújo
(2014), por ter esse coeficiente de dilatação térmica praticamente igual, as tensões internas entre o
aço e o concreto serão pequenas quando submetidas a variações de temperaturas. Além disso,
Araújo (2014) destaca que é aconselhável utilizar um maior cobrimento de concreto para diminuir
a variação de temperatura na armadura, nos casos em que a estrutura esteja sujeita a elevadas
temperaturas, como na hipótese de incêndios.
Por possuir pouca resistência à tração, o concreto constantemente fissura na zona tracionada
da estrutura, passando os esforços para a armadura que impede o rompimento brusco do elemento
estrutural, o qual ocorreria se fosse uma viga de concreto simples, por exemplo (ARAÚJO, 2014).
2.1.2 Aço
Conforme Ferraz (2005), o aço pode ser classificado de acordo com a tensão de escoamento
mínima especificada em:
Aço Carbono: aproximadamente 195 a 260 Mpa;
Aço de alta resistência e baixa liga (ARBL): 290 a 345 MPa;
Aço liga tratado termicamente: 630 a 700 Mpa.
Ferraz (2005) ainda apresenta algumas características do aço que são importantes para sua
utilização na construção civil, entre elas estão:
Elasticidade: capacidade do elemento de retornar à forma original após a remoção do
esforço;
Plasticidade: é o inverso da elasticidade, ou seja, o material não volta à forma original,
obtendo uma deformação permanente;
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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015
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Nas estruturas que englobam esforço de tração, a melhor situação para a plena eficiência da
armadura seria o posicionamento da mesma na direção da tensão principal da tração, absorvendo
diretamente o esforço (SILVA, 2012). O autor também cita as seguintes propriedades mecânicas
desse material: alta resistência à tração, resistência à compressão e resistência à flexão.
Já, para Carvalho e Filho (2014), as características mecânicas mais relevantes do aço são:
- Resistência característica de escoamento à tração (𝑓𝑦𝑘 ): é a máxima tensão que a barra ou
o fio são capazes de suportar, sem sofrer deformações permanentes;
- Limite de resistência (𝑓𝑠𝑡𝑘 ): é a força com que o material se rompe, ou seja, o esforço
máximo suportado pela barra de aço, sendo obtido pela força de ruptura e área da seção transversal
inicial da barra;
- Alongamento na ruptura: é o aumento da barra de aço até a ruptura, sendo medido após a
retirada da carga.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Segundo a NBR 7480 (ABNT, 2007) o aço utilizado em armaduras de concreto armado não
deve possuir defeitos prejudiciais à estrutura como esfoliação, corrosão, manchas de óleo, redução
de seção e fissuras transversais. No entanto, de acordo com a mesma norma, uma oxidação é
aceitável quando não ocorre comprometimento de sua geometria e quando, após a remoção da
camada superficial, não se observam evidências de corrosão.
De acordo com Andrade (2006), o concreto armado é o segundo recurso mais consumido
no mundo, perdendo apenas para a água. Em razão da fartura dos materiais constituintes desse
elemento na natureza, ao seu custo-benefício e à facilidade de execução referente à aplicação e mão
de obra, tornou-se um material de aceitação em todo o território brasileiro e está presente em
qualquer lugar por onde se passe (ANDRADE, 2006).
Para Araújo (2014), o concreto armado é o material composto de concreto e barras de aço,
adequadamente distribuídas em seu interior. Botelho e Marchetti (2011) citam como exemplos
dessas estruturas as lajes, vigas, pilares, bancos de jardim, tubos, vasos, pontes e fundações.
De acordo com Carvalho e Filho (2014), as estruturas de concreto armado apresentam duas
características básicas: a primeira é que o concreto e a armadura sempre trabalham em conjunto
devido à aderência, sem a qual essa combinação não se comportaria como material estrutural; e a
segunda trata-se da possibilidade de ocorrerem regiões com fissuras no concreto, mesmo com a
utilização de aço nas peças. Segundo Andrade (2006), essa aderência é proporcionada pelas
propriedades do cimento e pelos efeitos de natureza mecânicos.
Em vigas submetidas à flexão, podem ocorrer pequenas fissuras (trincas) na parte inferior
da peça devido à pouca deformabilidade do concreto, decorrente da baixa resistência desse material
ao esforço de tração ocasionados pelo momento fletor (CARVALHO; FILHO, 2014). Assim, os
autores destacam que, para a viga resistir a esses esforços é necessário combinar o concreto com o
aço, o qual apresenta elevada resistência à tração e uma melhor deformação, sendo colocado
longitudinalmente na parte tracionada da estrutura.
Desvantagens:
- por ser bom condutor de calor e som, apresenta menor proteção térmica e sonora, tendo
que ser associado com outros materiais para evitar esses problemas;
- elevado peso da construção, pois resulta em elementos de maiores dimensões que o aço,
aumentando seu custo;
- utilização de sistemas de fôrmas e de escoras até a cura do concreto que retarda o processo
de conclusão da obra;
- dificuldade de execução de reformas, adaptações e demolições.
Conforme Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), não haveria concreto armado se não
houvesse a aderência entre o aço e o concreto, pois o funcionamento associado dos materiais faz
com que a deformação das barras de aço seja, na prática, a mesma do concreto que as envolve.
Santos (2006), Correia (2012) e Araújo (2014), separam a aderência da seguinte forma:
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Já, de acordo com Santos (2006), os desempenhos das estruturas de concreto armado são
influenciados pela ligação entre a armadura de aço e o concreto que a envolve, executando um
importante papel no comportamento da fissuração, na resistência à tração, na ancoragem de barras
e na deformação dos elementos.
Nesse tópico, aborda-se uma pesquisa bibliográfica dos conceitos sobre o cálculo estrutural,
os elementos de uma estrutura de concreto armado, a treliça de Mörsch e as características da
armadura transversal das vigas. Além disso, explicam-se os dois modelos de cálculo utilizados para
o dimensionamento da armadura de cisalhamento das vigas e apresenta-se o formulário empregado
para os cálculos necessários.
“O cálculo, ou dimensionamento, de uma estrutura deve garantir que ela suporte, de forma
segura, estável e sem deformações excessivas, todas as solicitações a que estará submetida durante
sua execução e utilização” (CARVALHO; FILHO, 2014, p. 46). Considerando essa informação,
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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os autores relatam que o dimensionamento equivale em uma forma de impedir a ruína de parte de
uma estrutura. Essa ruína, para Carvalho e Filho (2014), pode ser tanto o perigo de ruptura de toda
a estrutura, quanto a ocorrência de fissuras inaceitáveis e deformações exageradas que não
permitam que a edificação esteja em condições plenas de utilização.
De acordo com a NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto (ABNT, 2014), o objetivo
do cálculo estrutural é determinar os efeitos ocasionados pelas ações em uma estrutura, verificando
os estados limites últimos e de serviços. Já, para Carvalho e Filho (2014), a finalidade desses
cálculos é garantir que a estrutura preserve certas características que permitam a utilização da
edificação com segurança, por toda sua vida útil.
Entretanto, Carvalho e Filho (2014) alertam que não se pode ter segurança total no processo
de concepção, execução e utilização das edificações, devido a fatores diversos que estão ligados às
seguintes incertezas:
- a resistência dos materiais utilizados não reproduz fielmente as situações reais, pois é
influenciada pela execução da obra e pelos ensaios laboratoriais realizados;
- as características geométricas da obra podem ser influenciadas pela falta de precisão na
distribuição dos elementos estruturais, nas seções transversais, e no posicionamento da armadura;
- as alterações nas ações permanentes e variáveis;
- os valores utilizados no dimensionamento podem ser diferentes dos reais.
Para Araújo (2014), o cálculo estrutural deve ocorrer em busca da limitação de deformações
das peças e das aberturas das fissuras nas superfícies dos elementos. Segundo o autor, o
dimensionamento deve fornecer uma estrutura satisfatoriamente rígida para que as cargas de
serviços que irão atuar sobre ela não afetem a aparência da edificação, o conforto do usuário e a
durabilidade da estrutura.
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Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), os elementos podem ser classificados quanto a sua
forma geométrica em: lineares ou de superfície. Essa norma expressa que elementos lineares são
aqueles que o comprimento longitudinal é pelo menos três vezes maior que a dimensão da seção
transversal do elemento, que pode também ser chamado de barra como, por exemplo, vigas e pilares
das estruturas.
De acordo com Carvalho e Filho (2014), elementos estruturais são peças que formam parte
de uma estrutura, que possuem uma dimensão predominante sobre as demais, tendo como exemplo
desses elementos as vigas, as lajes e os pilares. Para os autores, o modo como são dispostos esses
elementos pode-se chamar de sistema estrutural.
Conforme Santos (2006), o sistema estrutural de uma construção deve apresentar cálculo
dos esforços solicitantes aceitos pela norma, considerando os elementos da estrutura
separadamente, projetados de forma que resista às ações verticais e horizontais solicitadas.
Seguindo o contexto, o autor relata que as ações horizontais são formadas basicamente pelo vento,
enquanto as ações verticais são constituídas dos seguintes componentes:
- peso próprio dos elementos que compõe a estrutura;
- peso próprio de revestimentos e de paredes divisórias;
- ações variáveis de utilização, dependendo da finalidade da edificação;
- ações específicas como, por exemplo, a massa de máquinas e equipamentos.
Araújo (2014) salienta que as ações horizontais são igualmente absorvidas pela estrutura e
transmitidas das paredes externas da edificação, onde atua o vento, até a fundação, sendo que, são
os elementos verticais de grande rigidez que resistem a esses esforços, tais como os pórticos e
paredes estruturais.
Segundo Santos (2006), as ações verticais se iniciam nas lajes, as quais suportam seus pesos
próprios, as ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo o peso de paredes que se
apoiam diretamente sobre elas. A sequência do caminho dos esforços, destacada pelo autor, são as
vigas, as quais recebem os esforços da laje através das reações de apoio, suportando também seus
pesos próprios, pesos das paredes sobre elas, e as ações de outros elementos que nela se apoiam,
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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como exemplo, as reações de outras vigas que descarregam seus esforços em forma de carga
concentrada.
Ainda de acordo com Santos (2006), as vigas transmitem todos os esforços através das
reações para os elementos verticais (pilares e paredes estruturais), os quais, juntamente com seus
pesos próprios, transferem as ações para as fundações que finalmente vão descarregar no solo todos
os esforços da estrutura.
Para Carvalho e Filho (2014), a sequência de cálculo utilizada para uma estrutura é de forma
inversa a sua construção, começando de sua superestrutura (laje, viga e pilar), para sua
infraestrutura (fundação), da seguinte forma: a laje de concreto suporta seu peso próprio, os
revestimentos e as cargas acidentais, tais como água da chuva, pessoas e móveis; as vigas suportam
seu peso próprio, as cargas de paredes e os esforços descarregados das lajes que se apoiam sobre
elas, transmitindo tudo para as colunas verticais; essas colunas são os pilares que, somados com
seus pesos próprios, descarregam nas fundações, que podem ser de blocos ou estacas.
De acordo com Santos (2006), a treliça de Mörsch foi inventada no início do século XX,
sendo, desde então, utilizada como base para o dimensionamento de vigas de concreto. O autor
aponta que seu aspecto geral é mantido desde sua concepção e está distante de ser superado, sendo
um mecanismo associado ao de treliças.
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Conforme Santos (2006), o modelo da treliça clássica faz uma analogia entre a viga de
concreto armado fissurada e uma treliça de banzos paralelos. Segundo o autor, alguns dos
incrementos a esse modelo estão os modelos de bielas e tirantes, apresentando regiões da viga real
representadas como elementos da treliça.
O modelo de Mörsch faz uma assimilação entre uma viga e uma treliça, de banzos paralelos
e isostáticos, onde como elemento resistente da viga se tem as armaduras longitudinais e
transversais somadas com o concreto comprimido, com as intersecções entre esses elementos
formando os nós da treliça, conforme a Figura 5 (CARVALHO; FILHO, 2014). Ainda para os
autores, um importante conceito para se entender a teoria é o das bielas de compressão, mostrando
a união do aço e do concreto para transferir as cargas e a participação do concreto comprimido na
resistência ao cisalhamento de peças fletidas.
Figura 5 - Ilustração demonstrativa da analogia da viga com estribos verticais com a treliça de Mörsch, e da
distribuição das fissuras por esse modelo
Araújo (2014) menciona duas treliças de Mörsch: a original é chamada de treliça clássica
de Mörsch, que admitiu que as bielas de compressão estivessem inclinadas a 45º em relação ao
eixo da viga, fornecendo uma armadura de cisalhamento superior à necessária; a segunda surgiu
por esse superdimensionamento, a chamada treliça generalizada de Mörsch, possuindo pequenas
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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alterações no modelo original, tais como a consideração de diferentes inclinações para as bielas de
compressão.
Conforme Carvalho e Filho (2014), os cálculos pela treliça de Mörsch resultam em uma
armadura excessiva, devido à tensão real que influencia na armadura ser menor que a verificada
pelo modelo. Segundo os autores, essa diferença ocorre correspondentemente aos seguintes
motivos:
- A treliça é hiperestática (os nós não podem ser considerados como articulações
perfeitas);
- Nas regiões mais solicitadas pela força cortante, a inclinação das fissuras e, portanto, das
bielas, é menor que os 45º admitidos por Mörsch;
- Parte do esforço cortante é absorvido na zona de concreto comprimido (devido à flexão);
- Os banzos não são paralelos (o banzo superior – comprimido – é inclinado);
- As bielas de concreto estão parcialmente engastadas na ligação com o banzo
comprimido, e, assim, são submetidas à flexocompressão, aliviando os montantes ou
diagonais tracionados;
- As bielas são mais rígidas que os montantes ou diagonais tracionados, e absorvem uma
parcela maior do esforço cortante do que aquela determinada pela treliça clássica;
- A quantidade (taxa) de armadura longitudinal influi no esforço da armadura transversal
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 291).
Através desses fatores, o esforço na armadura transversal se torna menor que o utilizado na
teoria clássica de Mörsch (CARVALHO; FILHO, 2014). Assim, segundo Carvalho e Filho (2014),
para deixar o modelo mais exato, foi adotado um modelo simplificado que mantém os princípios
do modelo de treliça, mas considera resultados de ensaios realizados para adequar ao
dimensionamento da armadura, originando na treliça generalizada de Mörsch.
De acordo com Duarte et al (2013), o emprego de ângulos dos estribos entre 45 a 90º,
ocasiona uma força cortante mais resistente na verificação da integridade das bielas comprimidas
do que se usar o ângulo de 90º. Os autores destacam que a utilização de estribos a 90º é, além de
usual na prática, a favor da segurança, sendo o pior cenário possível para a verificação do esforço
cortante, chegando à metade da força resistente do ângulo de 45º.
Segundo Araújo (2014), para não ocorrer a ruptura do concreto por esmagamento, as
tensões atuantes de compressão sobre as bielas inclinadas devem ser limitadas, enquanto as
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diagonais tracionadas devem ser compostas por estribos dimensionados de acordo com o esforço
de tração de cálculo. Além disso, o autor relata que o espaçamento entre os estribos deve ser
limitado a um valor máximo, para que possa fazer a função de costurar as fissuras inclinadas
ocorridas na viga.
Figura 6 - Posicionamento dos estribos verticais e inclinados nas vigas, e as fissuras nas bielas do concreto
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) os dois modelos propostos pela norma
apresentam a resistência da peça assegurada pela verificação da compressão diagonal do concreto
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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e pelo cálculo da armadura transversal, de forma que cada modelo apresenta cálculos distintos. A
norma diferencia os dois modelos da seguinte forma:
b) Modelo de Cálculo II: apresenta a parcela de esforço cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça, inferior em relação ao modelo I, e adota as diagonais de compressão
com inclinação que pode variar no intervalo entre 30º≤ϴ≤45º em relação ao eixo longitudinal da
peça.
Da mesma forma, para Carvalho e Filho (2014) e Duarte et al (2013), o Modelo de Cálculo
I estabelece que as bielas de compressão do concreto tenham seu ângulo de inclinação de 45º,
enquanto o Modelo de Cálculo II permite uma variação de 30º a 45º para esse ângulo. Segundo os
autores, a norma permite a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal da viga em
ângulos, que podem variar de 45º a 90º, no entanto, a utilização de ângulos diferentes de 90º (ou
seja, estribos verticais), praticamente não é adotada em obras correntes, devido à dificuldade de
execução das armaduras e o controle desses ângulos na montagem dos estribos.
De acordo com Carvalho e Filho (2014), grande parte das vigas usuais é submetida a algum
carregamento vertical, composto ou não por força normal, trabalhando em flexão simples ou
composta não pura. Os autores destacam que a flexão não pura tem como característica o momento
fletor atuante na peça variável e, consequentemente, seu esforço cortante diferente de zero
ocasiona, na seção transversal, tensões tangenciais que equilibram o esforço cortante, além das
tensões normais atuantes, conforme a Tabela 2.
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Carvalho e Filho (2014) salientam que na flexão não pura atuam as tensões tangenciais e
tensões normais de flexão, desenvolvendo um estado de dupla tensão, composta por esforços
principais de tração e compressão, sendo na maioria das vezes inclinados em relação ao eixo da
viga.
Para Carvalho e Filho (2014), as tensões de compressão da alma da viga são suportadas
pelo concreto comprimido que se mantêm inteiras entre as fissuras, enquanto que a armadura
transversal resiste às tensões de tração da peça. Os autores relatam dois principais estágios do
concreto ao esforço de tração da viga:
Estágio I: quando as cargas atuantes são de pequena intensidade, cujos esforços de tração
da peça sejam menores que as tensões resistentes do concreto;
Estágio II: quando as cargas atuantes aumentam, e os esforços de tração da peça passam a
serem maiores que as tensões resistentes do concreto, fazendo com que ele se fissure. As
tensões de tração são transmitidas à armadura, para evitar a ruptura da viga.
Carvalho e Filho (2014) ainda salientam que, as peças que sofrem os esforços de flexão
devem ser dimensionadas, de forma que se atingirem a ruína, seja pela ação do momento fletor,
levem a elevadas deformações antes da ruptura por cisalhamento. Os autores destacam que o bom
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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funcionamento dessas peças pode ser consolidado através da verificação das condições de
utilização e de ruptura, em todas as seções transversais.
As situações de colapsos de vigas de concreto armado causadas pelo esforço cortante, ainda
segundo Carvalho e Filho (2014), podem ser demonstradas na Figura 7, sendo que no caso a, a
ruptura é gerada pelo escoamento da armadura transversal. Na situação b, segundo os autores,
ocorre o esmagamento do concreto da alma da viga, enquanto no caso c, o colapso é acarretado
pela falha na ancoragem junto ao apoio, proporcionando o escorregamento da armadura
longitudinal.
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), o estribo, combinado ou não com barras
dobradas ou telas soldadas, é a armadura destinada a suportar os esforços de tração causados por
forças cortantes. Essa norma caracteriza os estribos utilizados para força cortante como sendo
fechados por um ramo horizontal que envolva as barras da armadura longitudinal de tração, e
ancoradas na extremidade oposta. “A armadura transversal proporciona segurança frente aos
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distintos tipos de ruptura e, ao mesmo tempo, mantém a fissuração dentro de limites admissíveis”
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 272).
Referente ao diâmetro da barra que forma a armadura transversal, a NBR 6118 (ABNT,
2014) limita a bitola entre 5 mm ≤ Φ ≤ 𝑏𝑤 /10, onde 𝑏𝑤 é a largura da alma da viga sendo que,
quando a barra for lisa, o limite para o diâmetro é de 12 mm. A mesma norma ainda destaca que
os estribos constituídos por telas soldadas podem ter diâmetro mínimo de 4,2 mm, sendo tomadas
as precauções necessárias ao combate a corrosão dessa armadura.
Segundo Araújo (2014) e Carvalho e Filho (2014), a armadura transversal em vigas pode
ser formada por estribos fechados inclinados ou verticais, combinadas ou não com barras dobradas
ou barras soldadas. Araújo (2014) destaca que os estribos inclinados reduzem a compressão das
bielas, ou seja, fazem com que o elemento resista mais aos esforços, no entanto é menos utilizado
por causar dificuldades na montagem relacionadas ao rigoroso cuidado de evitar a inversão do
sentido de inclinação das barras.
Para Carvalho e Filho (2014), ao utilizar barras dobradas ou soldadas, elas não poderão
suportar mais de 60% do esforço total a ser resistido pela armadura de cisalhamento. De acordo
com a NBR 6118 (ABNT, 2014), as barras dobradas não podem suportar mais que 60% do esforço
cortante de cálculo, ou seja, deve haver estribos que resistam os 40% restantes. Além disso, a norma
relata que, para o dimensionamento das barras dobradas, deve-se considerar apenas 70% do valor
de cálculo da tensão de escoamento do aço.
Já, para Araújo (2014), as barras dobradas apresentam aspectos negativos como: a exigência
de maior mão de obra; a concentração de tensões; e a possibilidade de fendilhamento do concreto.
Diante dessas observações o autor relata que, nas construções atuais, a armadura de cisalhamento
das vigas de concreto é formada, na sua maioria, por estribos verticais sem a utilização de outra
combinação.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Para Carvalho e Filho (2014), os estribos verticais são elementos que servem de montantes
de tração da treliça análoga, independentes da armadura longitudinal de tração e de compressão
das vigas, fazendo apenas a função de envolvê-las para melhor fixação. Já as barras dobradas, de
acordo com os autores, possuem inclinação de 45º em relação ao eixo da viga, em pontos, a partir
dos quais, deixam de ser requeridas para resistir aos esforços de tração originários do momento
fletor. A distribuição dos estribos verticais e das barras dobradas podem ser identificadas na
Figura 8.
Figura 8 - Treliça analógica de Mörsch para o caso de estribos verticais e barras dobradas
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), esses cálculos se aplicam a elementos lineares
armados ou protendidos sujeitos a esforços cortantes, podendo ser combinados com outros tipos de
esforços solicitantes. As condições de cálculo, por esta norma fixada para esses tipos de elementos,
prescrevem dois modelos de cálculo baseados no modelo de treliças, utilizando uma parte do 𝑉𝑐
força cortante.
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Seguindo a NBR 6118 (ABNT, 2014), item 17.4.2, a resistência da peça calculada, em uma
determinada seção transversal pode ser considerada satisfatória quando verificadas as duas
situações, para estado limite último, conforme as Equações 1 e 2:
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2
Em que:
- 𝑉𝑠𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo, na seção;
- 𝑉𝑅𝑑2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas
de concreto, de acordo com os Modelos de Cálculo I e II;
- 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 − força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
diagonal, onde 𝑉𝑐 é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao da
treliça e 𝑉𝑠𝑤 a parcela resistida pela armadura transversal, de acordo com os Modelos de Cálculo I
e II.
A NBR 6118 (ABNT, 2014), item 17.4.1.1, relata que todos os elementos submetidos a
força cortante, salvo algumas exceções, são obrigados a possuir uma armadura transversal mínima
composta por estribos, estabelecendo a Equação 3 para a taxa geométrica.
𝐴𝑠𝑤 𝛼 𝑓𝑐𝑡 𝑚
𝜌𝑠𝑤 = ≥02 ∙
𝑏𝑤 ∙ 𝑠 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝑓𝑦𝑘
Sendo:
- 𝐴𝑠𝑤 é a área da seção transversal total de cada estribo;
- s é o espaçamento dos estribos;
- α é o ângulo de inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento
estrutural;
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Logo, para estribos verticais (α = 90º), utilizando o espaçamento s igual a 100 cm, e
realizando os isolamentos necessários, de acordo com Rodrigues (2013), a armadura mínima pode
ser calculada pela Equação 4.
𝑓𝑐𝑡 𝑚
𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 = 20 ∙ ∙ 𝑏𝑤 = 𝜌𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 ∙ 𝑏𝑤
𝑓𝑦𝑘
Em que 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 é a área da seção transversal de todos os ramos verticais dos estribos
(cm²/m), ρ𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 é taxa mínima de armadura transversal dependendo da resistência do concreto e
do tipo de aço, expressa pela Tabela 3, 𝑏𝑤 em centímetros, 𝑓𝑦𝑘 em KN/cm² e 𝑓𝑐𝑡 𝑚 sendo expressa
pela Equação 5 (RODRIGUES, 2013).
3
𝑓𝑐𝑡 𝑚 = 0 3 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2 , sendo fck em MPA.
Concreto
Aço
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
CA-25 0,1768 0,2052 0,2317 0,2568 0,2807 0,3036 0,3257
CA-50 0,0884 0,1026 0,1159 0,1284 0,1404 0,158 0,1629
CA-60 0,0737 0,0855 0,0965 0,107 0,117 0,1265 0,1357
Fonte: Rodrigues (2013)
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Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) item 17.4.2.2, a verificação das tensões de compressão
das bielas, que é a compressão diagonal do concreto, ocorre através dos cálculos da Equação 6.
Sendo:
- 𝑉𝑅𝑑2 é a máxima força cortante resistente, correspondente à ruína das diagonais
comprimidas do concreto;
- 𝑎𝑣2 = 1 − 𝑓𝑐𝑘 /250 , em que o 𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do
concreto, dado em megapascal (Mpa);
- f𝑐𝑑 é a resistência de cálculo à compressão do concreto;
- 𝑏𝑤 é a menor largura (cm) da seção, compreendida ao longo da altura útil d;
- d é a altura útil (cm) da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de
gravidade da armadura de tração;
Desta forma, de acordo com Rodrigues (2013), se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 , não ocorre esmagamento
nas bielas de compressão (diagonais comprimidas), de modo que a força cortante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 )
é expressa em KN e calculada pela Equação 7, sendo 𝛾𝑓 o coeficiente de majoração (1,4) e Vd a
força cortante característica.
𝑉𝑠𝑑 = 𝛾𝑓 ∙ 𝑉𝑑
A NBR 6118 (ABNT, 2014), utiliza para o cálculo da armadura transversal a Equação 8,
sendo 𝑉𝑅𝑑3 a máxima força cortante resistente de cálculo, relativa à ruptura da armadura
transversal (diagonal tracionada) e 𝑉𝑠𝑤 a parcela da força cortante a ser absorvida pela armadura.
A parcela da força cortante a ser resistida por armadura transversal é a diferença entre a
força cortante solicitante de cálculo e a parcela de força cortante absorvida por
mecanismos complementares aos da treliça, ou seja, a parcela resistida pelo concreto
íntegro entre as fissuras. O valor de Vc é obtido para diversas situações de solicitações;
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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no caso de flexão simples e flexotração com a linha neutra cortando a seção, vale:
(CARVALHO; FILHO, 2014, p. 294)
𝑉𝑐 = 0 6 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑑 ∙ bw ∙
Em que 𝑓𝑐𝑡𝑑 é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto, dado pela Equação 10,
sendo γc o coeficiente de ponderação da resistência do concreto, expresso na Tabela 4.
Quando se obtém o valor de 𝑉𝑐 , calcula-se então o 𝑉𝑠𝑤 , que é a parcela de esforço cortante
a ser resistida pela armadura transversal em certa seção do elemento, expressa inicialmente pela
Equação 11 (RODRIGUES, 2013).
𝑉 𝑠
σ𝑠𝑤 = ∙
𝑧 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ co 𝛼) 𝐴𝑠𝑤 𝛼
𝑉𝑠𝑤 𝑠
𝑓𝑦𝑑 = ∙
0 9 ∙ 𝑑 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ co 𝛼) 𝐴𝑠𝑤 𝛼
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𝐴𝑠𝑤 𝛼 𝑉𝑠𝑤 𝑠
= ∙
𝑠 0 9 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑 ∙ (𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ co 𝛼) 𝐴𝑠𝑤 𝛼
Referente à tensão 𝑓𝑦𝑑 , o item 17.4.2.2 da NBR 6118 (ABNT, 2014) limita essa tensão,
para armadura transversal constituída por estribos, em valores que não se tomem superiores a 435
MPA, ou seja, 43,5 KN/cm².
A partir disso, de acordo com Rodrigues (2013), para a armadura constituída por estribos,
referente ao aço CA-50 ou CA-60, tem-se:
𝑓𝑦𝑘 𝑓𝑦𝑘
𝑓𝑦𝑑 = = ≤ 43 5 𝐾𝑁/𝑐𝑚²
γ 1 15
A armadura transversal por unidade de comprimento de uma viga de concreto armado pode
ser calculada através da Equação 15, para uma inclinação dos estribos de 90º, ou seja, estribos
verticais (RODRIGUES, 2013).
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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3
𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 0 0137 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2
O 𝑓𝑐𝑘 é expresso em Mpa e o 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 em KN. Desta forma, para Rodrigues (2013), o valor
obtido na Equação 17 deve ser comparado com a força solicitante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 ), para obter a
seguinte verificação:
- Se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal mínima (𝐴𝑠𝑤 min );
- Se 𝑉𝑠𝑑 ≥ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal 𝐴𝑠𝑤 𝛼 para 𝑉𝑠𝑑 .
Sendo:
𝑉𝑠𝑑 = 𝛾𝑓 ∙ 𝑉𝑑
Da mesma forma que o Modelo I, a NBR 6118 (ABNT, 2014) utiliza para o cálculo da
armadura transversal a Equação 20, sendo 𝑉𝑅𝑑3 a máxima força cortante resistente de cálculo,
relativa à ruptura da armadura transversal (diagonal tracionada) e 𝑉𝑠𝑤 a parcela da força cortante a
ser absorvida pela armadura.
Carvalho e Filho (2014) descrevem que, em casos de flexão simples e na flexotração com
a linha neutra cortando a seção será utilizado 𝑉𝑐 = 𝑉𝑐1 . Já em elementos estruturais tracionados
quando a linha neutra se situa fora da seção, 𝑉𝑐 = 0. Desta forma, os autores descrevem a Equação
21 para V𝑐𝑜 .
𝑉𝑐𝑜 = 0 6 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑑 ∙ bw ∙
Em que 𝑓𝑐𝑡𝑑 é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto, dado pela mesma
expressão do Modelo I:
De acordo com Rodrigues (2013), no caso de 𝑉𝑠𝑑 ser maior que 𝑉𝑐𝑜 , 𝑉𝑐1 , pode ser calculado
pela Equação 23 a seguir:
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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O mesmo autor ainda destaca que, quando se obtém o valor de V𝑐1 em vigas de flexão
simples, pode-se calcular utilizando a igualdade V𝑐 = V𝑐1 . O valor de V𝑠𝑤 , que é a parcela de força
cortante a ser resistida pela armadura, é calculado pela Equação 24.
Rodrigues (2013) também relata que a tensão na diagonal tracionada, utilizando o ângulo
de inclinação das diagonais comprimidas pode ser calculada pela Equação 25. De acordo com o
autor, limitando σ𝑠𝑤 à máxima tensão admitida na armadura (𝑓𝑦𝑑 ), e substituindo 𝑧 = 0 9 ∙ 𝑑, e
𝑉 = V𝑠𝑤 se obtém a Equação 26, na qual se isola o 𝐴𝑠𝑤 𝛼 /𝑠 para se chegar na equação do cálculo
da armadura transversal.
𝑉 𝑠
σ𝑠𝑤 = ∙
𝑧 ∙ (𝑐𝑜𝑡 𝜃 ∙ co 𝛼) ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝐴𝑠𝑤 𝛼
𝑉𝑠𝑤 𝑠
𝑓𝑦𝑑 = ∙
0 9 ∙ 𝑑 ∙ (𝑐𝑜𝑡 𝛳 ∙ co 𝛼) ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝐴𝑠𝑤 𝛼
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Sendo:
- s = os espaçamentos dos estribos;
- 𝐴𝑠𝑤 𝛼 = área de todos os ramos verticais dos estribos;
- 𝛼 = inclinação dos estribos;
- 𝛳 = ângulo de inclinação das bielas de compressão (30º ≤ ϴ ≤ 45º);
- 𝑓𝑦𝑑 = tensão máxima da armadura transversal (estribos);
Para Rodrigues (2013), a força cortante correspondente à armadura mínima (𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 ), pode
ser obtida com deduções de fórmulas a partir da igualdade da Equação 28.
3
𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 𝑉𝑐1 + 0 00047 ∙ √𝑓𝑐𝑘 2 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ∙ co θ
Sendo o 𝐹𝑐𝑘 expresso em Mpa e o 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 em KN. Então, para Rodrigues (2013), o valor
obtido na Equação 29 deve ser comparado com a força solicitante de cálculo (𝑉𝑠𝑑 ), para obter a
seguinte verificação:
- Se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal mínima (𝐴𝑠𝑤 min );
- Se 𝑉𝑠𝑑 ≥ 𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 – deve-se utilizar a armadura transversal 𝐴𝑠𝑤 𝛼 para 𝑉𝑠𝑑 .
De acordo com NBR 6118 (ABNT, 2014), o diâmetro dos estribos que formam a armadura
transversal das vigas deve ser maior ou igual a 5 mm e inferior a 1/10 da largura da alma deste
elemento. Já referente ao espaçamento mínimo, medido segundo o eixo longitudinal do elemento
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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estrutural, a norma destaca que deve ter afastamento suficiente para permitir o uso do vibrador no
adensamento do concreto, enquanto o espaçamento máximo deve ser verificado de acordo com os
seguintes critério:
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3 MÉTODO DE PESQUISA
Para atender aos objetivos propostos e entrar em contato com o material disponibilizado
sobre o assunto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica através do estudo da literatura em livros,
revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, monografias, dissertações e teses, de um
dos principais sistemas construtivos brasileiros, o concreto armado.
3.2 DELINEAMENTO
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Por conseguinte, foi realizado um estudo e o detalhamento dos dois modelos de cálculo para
dimensionamento da armadura transversal de vigas de concreto armado, prescritos pela NBR
6118/2014, com as devidas modificações ocorridas na nova versão. A partir disso, foram seguidas
as etapas descritas na norma para os referentes cálculos necessários no dimensionamento dessa
armadura, com todas as especificações requeridas para o desenvolvimento da pesquisa quantitativa.
A partir daí, foram calculadas todas as lajes do projeto escolhido para obter as distribuições
das cargas que as vigas recebem através das reações resultantes, adotando os critérios da nova
norma para os pesos específicos, revestimentos e cargas acidentais atuantes na laje. Com as reações
das lajes calculadas, foi efetuada a inserção das cargas nas vigas, com o auxílio do programa gráfico
Ftool, que fornece os diagramas dos esforços cortantes de cada elemento, facilitando o
desenvolvimento do cálculo da armadura.
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Então, por meio de recursos gráficos do programa Excel, foram feitas comparações entre
as áreas de aço dimensionadas para os estribos do conjunto de vigas de um pavimento da edificação,
utilizando os quatro resultados obtidos para o Modelo II referentes a cada ângulo calculado, e o
resultado obtido para o Modelo I. Assim sendo, pelas análises dos gráficos gerados, pode-se
realizar uma reflexão sobre os resultados, verificando qual dos modelos de cálculo da NBR
6118/2014 para dimensionamento de estribos foi o mais econômico no que se refere ao consumo
de aço para o pavimento estudado, bem como a diferença da área de aço entre os ângulos do Modelo
II, e entre ambos os modelos.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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4 RESULTADOS
Para a realização deste estudo foram utilizadas as equações citadas nas seções 2.3.2 e 2.3.3
do capítulo anterior, as quais foram retiradas ou deduzidas da NBR 6118 (ABNT, 2014).
4.1 CÁLCULO
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A partir dessa planta, foram calculadas as nove lajes do projeto, utilizando as seguintes
especificações referente as características estruturais e materiais das lajes em questão:
- Laje maciça de 12 cm de espessura devido aos grandes vãos entre vigas, sendo que o limite
mínimo para lajes de pisos não em balanço, de acordo cm a NBR 6118 (ABNT, 2014) é de 8 cm;
- Por serem consideradas de mesma espessura e mesma cota, as lajes são todas contínuas,
com vinculação de borda engastada ou apoiada.
- Todas lajes são consideradas armadas em duas direções, sendo ly/lx ≤ 2. Assim sendo,
apresentam os esforços solicitantes considerados nas duas direções principais, tendo assim duas
armaduras principais para resistir aos momentos fletores desse elemento (RODRIGUES, 2013).
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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No projeto, mediram-se os vão teóricos ou efetivos (distância entre os eixos das vigas) para essa
definição, sendo o ly o maior vão teórico e lx o menor vão de cada laje.
Para o cálculo das cargas atuantes (p) foram considerados os seguintes valores, a partir da
NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações (ABNT, 1980):
𝑃𝑃𝐿𝑎𝑗𝑒 = ℎ ∙ γc
Onde, h é altura da laje em metros e γc é o peso específico do concreto armado (25 KN/m³).
Dessa forma obtêm-se os seguintes valores:
𝑃𝑃𝐿𝑎𝑗𝑒 = 0 12 ∙ 25 = 3 𝐾𝑁/𝑚²
- Revestimento Superior: foi adotado um revestimento cerâmico com carga de 0,9 KN/m²;
- Revestimento Inferior: foi adotado um revestimento de argamassa com carga de 0,4
KN/m²;
A soma das cargas permanentes consideradas para as lajes foi de g = 3 + 0,9 + 0,4 = 4,3
KN/m². Para carga acidental (q) da laje foi utilizado um valor de 3 KN/m², o qual de acordo com a
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NBR 6120 (ABNT, 1980) pode se referir à carga de locais como cinemas com plateia de assentos
fixos, clubes com sala de refeições, assembleia com assentos fixos, cozinhas não residenciais ou
até mesmo restaurantes. Dessa forma, as cargas atuantes na laje são a soma da carga permanente
com a carga acidental, resultando em 7,3 KN/m² segundo a Equação 31.
𝑝 = 𝑔 + 𝑞 = 4 3 + 3 = 7 3 𝐾𝑁/𝑚²
Para o cálculo das reações de apoio das lajes, as quais serão necessárias para encontrar a
carga total que descarrega em cada viga do pavimento, foi utilizada a teoria das charneiras plásticas,
que de acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) item 14.7.6.1, é utilizada para lajes maciças
retangulares com carga uniformemente distribuída, mencionando que as reações em cada apoio são
determinadas pelas cargas nos triângulos ou trapézios definidos por (Figura 13):
- ângulos de 45º entre dois apoios de mesmo tipo;
- ângulos de 60º a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado
simplesmente apoiado;
- 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
Figura 13 - Inclinação das linhas de ruptura para o cálculo das reações de apoio
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Para cada laje foi realizado o procedimento citado acima, resultando em reações de apoio
Rxa (reação no eixo x, em lajes apoiadas), Rya (reação no eixo y, em lajes apoiadas), Rxe (reação
no eixo x, em lajes engastadas), Rya (reação no eixo y, em lajes engastadas), conforme a Figura
14. Os resultados do método das charneiras plásticas estão representados na Tabela 5, referentes a
cada tipo de apoio das lajes do projeto, dados em KN/m.
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optou-se por empregar a altura das vigas menores que o pré-dimensionamento indicou, o que
resultou em armaduras transversais mais densas.
Pré-Dimensionamento – Vigas
Maior Altura de Altura adotada
VIGA Base (cm)
vão (cm) cálculo (cm) (cm)
Viga 1 536 54 14 45
Viga 2 536 54 12 45
Viga 3 500 50 12 35
Viga 4 500 50 12 35
Viga 5 536 54 14 45
Viga 6 600 60 14 45
Viga 7 550 55 16 45
Viga 8 550 55 16 45
Viga 9 600 60 12 45
Fonte: Autoria Própria
Para as cargas que as vigas terão que aguentar ao serem solicitadas, foram consideradas as
reações das lajes descarregadas em cada viga, o peso próprio desses elementos estruturais e o peso
das paredes sobre cada viga.
Para o descarregamento das reações da laje foi somado o esforço em cada viga, separando-
-as em trechos conforme mudam as cargas em sua extensão, para melhor distribuir o carregamento.
A Tabela 7 apresenta os valores em KN/m dos esforços em cada trecho das 9 vigas do projeto.
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O peso próprio das vigas foi calculado multiplicando a dimensão desse elemento, ou seja,
a largura e a altura da viga, pelo peso específico aparente do concreto armado, o qual, segundo a
NBR 6120 (ABNT, 1980), é 25 KN/m³. Fazendo as transformações de unidade necessárias para os
esforços serem em KN/m, os valores referentes ao peso próprio de cada viga do projeto estão
representados na Tabela 8.
Já, a carga que as paredes distribuídas sobre as vigas demandam é calculada e demonstrada
pela Tabela 9. Para efeitos desse cálculo foi adotada a altura entre os níveis de piso de 4 metros em
que se desconta a altura de cada viga para obter a altura da parede. A altura obtida foi multiplicada
pela espessura da parede, sendo também adotada, para efeito de cálculo, a mesma espessura da viga
em que a parede se apoia, resultando na área da seção em m².
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Para obter os esforços totais descarregados nas vigas do projeto, representados na Tabela
10, foram somadas as cargas que as lajes descarregaram, o peso próprio da viga e a carga das
paredes sobre o elemento, para cada trecho de viga.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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fletor e os esforços cortantes. As Figuras 15, 16, 17, 18, 19 e 20 demonstram as medidas e
diagramas de cada viga do projeto.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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De acordo com as equações presentes na seção 2.3 do segundo capítulo, foram calculados
os estribos das 9 vigas do projeto pelos dois modelos de cálculo presentes na NBR 6118/2014. Para
o Modelo de Cálculo I foi calculada e lançada na Tabela 11 a área da armadura, em cm²/m, para
cada trecho das vigas. Para facilitar a demonstração em tabelas, foi utilizada a divisão das vigas
contínuas em trechos, que representam a extensão de viga entre dois apoios.
Para cada trecho se obtém um valor para 𝐴𝑠𝑤 𝐴 , 𝐴𝑠𝑤 𝐵 e 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 , sendo:
- 𝐴𝑠𝑤 𝐴 : a área da seção transversal dos estribos de esforço cortante, iniciando no apoio A
da viga;
- 𝐴𝑠𝑤 𝐵 : a área da seção transversal dos estribos de esforço cortante, iniciando no apoio B
da viga;
- 𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 : a área mínima da seção transversal dos estribos de esforço cortante, localizada
do centro do vão da viga;
Modelo de Cálculo I
Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3
Viga Asw,A Asw,B Asw,min Asw,A Asw,B Asw,min Asw,A Asw,B Asw,min
Viga 1 1,24 1,54 1,03 1,24 1,24 1,03 1,54 1,24 1,03
Viga 2 4,07 4,07 0,88 - - - - - -
Viga 3 = 4 5,10 5,10 0,88 - - - - - -
Viga 5 1,24 1,38 1,03 1,24 1,24 1,03 1,38 1,24 1,03
Viga 6 = 9 1,24 7,27 1,03 2,16 1,24 1,03 - - -
Viga 7 = 8 2,32 8,9 1,11 4,51 1,33 1,11 - - -
Fonte: Autoria Própria
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A partir da análise da Tabela 11, pode-se observar que as vigas 1 e 5 apresentam uma
armadura transversal menos densa do que as demais, utilizando-se, na maioria de seus trechos, a
armadura mínima. As vigas 2, 3 e 4 são vigas bi apoiadas, apresentando apenas um trecho e
possuindo uma armadura um pouco mais densa. No entanto, possuem armadura mínima menor que
as demais por terem suas larguras de 12 cm. Já as vigas 6, 7, 8 e 9, apresentam armadura bem mais
densa devido aos vãos entre os apoios serem maiores.
8,9
7,27
Asw (cm²/m)
5,10
4,07
1,54 1,38
Asw (cm²/m)
Para o Modelo de Cálculo II foi calculada e lançada a área de armadura, em cm²/m, para
cada trecho das vigas. Para facilitar a exibição em tabelas e gráficos, foi utilizada apenas a maior
área de aço da armadura transversal encontrada em cada viga para sua demonstração. Por apresentar
um ângulo de inclinação das bielas, que pode variar de 30º à 45º como já foi explicado
anteriormente, calculou-se a armadura transversal por 4 ângulos diferentes para cada uma das 9
vigas (30º, 35º, 40º e 45º). A partir do desenvolvimento desses cálculos, obtiveram-se os resultados
representados na Figura 22 até a 27.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Modelo II - Viga 1
2 1,89
1,8
1,60
1,6
1,35
1,4 1,24
Asw (cm²/m)
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas
Modelo II - Viga 2
6
5,00
5
4,21
4 3,56
Asw (cm²/m)
3,00
3
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas
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Modelo II - Viga 3 e 4
7 6,27
6 5,28
5 4,46
Asw (cm²/m)
3,75
4
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas
Modelo II - Viga 5
1,8 1,70
1,6
1,4 1,24 1,24 1,24
1,2
Asw (cm²/m)
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Modelo II - Viga 6 e 9
Trecho 1 Trecho 2
10 8,94
8
7,53
6,35
Asw (cm²/m)
6 5,35
4
2,24 2,65
1,59 1,89
2
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas
Modelo II - Viga 7 e 8
Trecho 1 Trecho 2
12 10,95
10 9,22
7,78
Asw (cm²/m)
8 6,55
5,55
6 4,67
3,94
4 3,32
0
30º 35º 40º 45º
Ângulo de Inclinação das Bielas
Nesses gráficos pode-se observar que a área da armadura transversal do esforço cortante
vai aumentando em todas as vigas, na medida em que se aumenta o ângulo de inclinação das bielas.
Ou seja, o ângulo de 30º apresenta uma armadura menos densa que o de 35º, e assim
sucessivamente. A viga 5 foi a única que não apresentou esse aumento por possuir cargas de
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pequenas expressões, fazendo com que se utilize a força cortante da armadura mínima
(𝑉𝑠𝑑 𝑚𝑖𝑛 ) e, por isso, resultando em uma área de aço menor, sem o aumento esperado.
As áreas de aço dos estribos das 9 vigas do projeto são comparadas na Figura 28, entre os
dois modelos de cálculo. Perante essa comparação, se pode observar que o Modelo II consome
menos armadura que o Modelo I, quando calculado pelos ângulos de 30º e 35º. Já quando calculado
pelos ângulos de 40º e 45º, o Modelo II consome mais armadura que o Modelo I. Isso pode ser
constatado em todas as vigas avaliadas.
Modelo I x Modelo II
Viga 1 Viga 2 Viga 3 e 4 Viga 5
Viga 6 e 9 - Trecho 1 Viga 6 e 9 - Trecho 2 Viga 7 e 8 - Trecho 1 Viga 7 e 8 - Trecho 2
10,95
Área de armadura transversal por metro de viga
9,22
8,94 8,9
Para se obter o consumo de aço de cada uma das vigas que foram calculadas para essa
proposta foi necessário, primeiramente, realizar o cálculo da armadura transversal para se encontrar
a área de aço dos estribos em cada viga. Depois de encontrada essa área escolheu-se, pela Tabela
12, a quantidade e a bitola das barras de CA-60, que poderia ser utilizada levando-se em conta as
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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limitações dos diâmetros dos estribos e dos espaçamentos mínimos e máximos desses elementos,
de acordo com as especificações que foram destacadas na seção 2.3.4 do segundo capítulo.
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De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), a classe de agressividade ambiental I apresenta
o cobrimento nominal para vigas de concreto armado de 25 mm. Desta forma, para detalhar a seção
da viga, foi utilizada essa classe de agressividade para obter a dimensão dos estribos.
Os ganchos dos estribos, de acordo com o item 9.4.6.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014), podem
ser semicirculares ou retos. A norma destaca que o ângulo reto possui a ponta reta e deve ter o
comprimento ≥ 10 ∙ Ø, não inferior a 7 cm e diâmetros internos da curvatura com, no mínimo, os
valores destacados na Figura 30.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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De acordo com o exemplo de detalhamento da Figura 31, pode-se observar que o primeiro
número é a quantia total de barras de cada bitola, enquanto o comprimento total dos estribos é
calculado somando o comprimento dos quatro lados do estribo com os dois ganchos. Por possuir
bitola maior que 7 cm, os estribos de Ø 8 mm apresentam o C = 40 + 40 + 7 + 7 + 10 ∙ 0 8 ∙ 2 =
110 cm, enquanto os estribos Ø 5 mm apresentam o C = 40 + 40 + 7 + 7 + 10 ∙ 0 7 ∙ 2 = 108 cm.
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Analisando a Figura 32, que é uma representação gráfica dos quatro ângulos do Modelo de
Cálculo II, observa-se que o consumo de aço é menor, na medida em que se diminui o ângulo de
inclinação das bielas de compressão do concreto. Nesse esboço, fica em destaque o crescente
aumento de aço em cada viga, com o aumento do ângulo das bielas.
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35
33,57
30
26,91
Consumo (cm²/m)
25 Viga 1
22,66
Viga 2
20 19,67
18,97 Viga 3 = 4
16,67
15 Viga 5
14,82
12,42 11,38 Viga 6 = 9
10 10,69 10,69 10,69 11,04
9,76 Viga 7 = 8
8,16
7,24 7,70 7,37 9,01
5,50 6,23
5
0
Modelo II - 30º Modelo II - 35º Modelo II - 40º Modelo II - 45º
Ângulos da Bielas de Compressão
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33,57
26,91
CONAUMO DE AÇO - (KG)
22,66
19,67
18,97
16,67
14,82
12,42
11,38
11,04
10,69
10,69
10,69
10,69
10,69
10,69
9,76
9,01
8,16
7,70
7,37
7,24
6,23
5,50
Como o objetivo principal desse trabalho era, além de se comparar a variação de consumo
de aço entre os ângulos de 30º, 35º, 40º e 45º do Modelo de Cálculo II, fazer a comparação entre
os Modelos de Cálculo I e II, de acordo com a NBR 6118/2014, foi representado na Figura 34, um
gráfico composto pelo Modelo I e esses quatro ângulos do Modelo II.
Diante desse gráfico de barras, o qual apresenta em um dos seus eixos as vigas do projeto,
e no outro o consumo de aço por Kg, verifica-se a variação desse consumo em relação a cada
modelo. Como já foi destacada anteriormente, a quantidade de aço por viga vai aumentando
juntamente com o ângulo de inclinação pelo Modelo II, no entanto por possuir apenas um ângulo,
o Modelo I possui somente um consumo de aço para os estribos por viga.
Para melhor notar o Modelo I, ele foi empregado no gráfico em barra de cor amarela, entre
o ângulo de 35º e 40º do Modelo II. À vista disso, observou-se que o consumo de aço do Modelo I
se apresenta mais econômico que o ângulo de 40º e menos que 35º do Modelo II.
Com exceção dos estribos das vigas 1 e 5, que foram dimensionadas pela armadura mínima,
os único casos em que o Modelo I não se encontrou entre esses dois ângulos citados anteriormente
foi nos estribos das viga 3 e 4. Isso ocorreu devido ao seu espaçamento máximo que ficou limitado
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em 11 cm para os ângulos de 30º e 35º do Modelo II, enquanto que, no Modelo I ficou em 22 cm,
ocasionando em um número menor de estribos e, consequentemente, em um menor consumo. No
entanto, a área de aço da armadura transversal do Modelo I ficou contida entre esses dois ângulos,
não havendo descontinuidade no consumo de aço final.
Consumo de aço
33,57
26,91
VIGA 7 = 8 22,67
22,66
18,97
19,67
16,67
VIGA 6 = 9 14,95
14,82
12,42
11,38
10,69
VIGA 5 10,69
10,69
10,69
9,76
8,16
VIGA 3 = 4 6,84
7,70
7,24
Vigas
9,01
7,37
VIGA 2 7,21
6,23
5,50
11,04
10,69
VIGA 1 10,69
10,69
10,69
Esse consumo foi expresso na Figura 35, podendo se deduzir que o modelo mais econômico
para dimensionar a armadura transversal de vigas de concreto armado é o Modelo II, com um
ângulo de inclinação das bielas de compressão do concreto de 30º.
140 132,23
118,17 117,97
120
CONSUMO (KG)
104,15
100
80
60
40
20
0
Modelo I Modelo II - 30º Modelo II - 35º Modelo II - 40º Modelo II - 45º
MODELO DE CÁLCULO
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Nesse gráfico pode-se observar que o consumo de aço no Modelo II vai aumentando na
medida em que se eleva o ângulo de inclinação das bielas. Ou seja, o ângulo de 30º é mais
econômico que o ângulo de 35º, e assim sucessivamente, verificando que o ângulo de 45º é o menos
econômico dentro desse modelo.
Além disso, de acordo com os resultados encontrados nesse trabalho, constatou-se que o
consumo de aço dos estribos no Modelo I situa-se entre o consumo encontrado nos ângulos de
inclinação de 35º e 40º do Modelo II.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos cálculos e resultados vistos nesse trabalho, pode se destacar que o Modelo I é
mais simples, comparado com o Modelo II. Existem duas diferenças principais entre esses modelos,
a primeira está no ângulo das bielas comprimidas, sendo fixada em 45º no Modelo I e podendo
variar de 30º à 45º no Modelo II. A segunda diferença está no cálculo da parcela de esforço cortante
absorvida pelo concreto, podendo sofrer redução no Modelo II se 𝑉𝑠𝑑 > 𝑉𝑐 e não dependendo do
valor de 𝑉𝑠𝑑 para o Modelo I.
Além disso, outra diferença observada entre os modelos está na força resistente relativa à
ruína das bielas comprimidas (𝑉𝑅𝑑2 ) para estribos verticais, sendo desconsiderada sua variação
para o Modelo I, enquanto que, para o Modelo II, seu valor cresce na medida em que se aumenta o
ângulo das bielas.
A partir dessa análise, pode se deduzir que, dentro do Modelo II, a forma mais econômica
para dimensionar os estribos de vigas é utilizar um ângulo de inclinação de 30º, enquanto que o
menos viável economicamente é a utilização de um ângulo de 45º, gerando uma diferença de mais
de 33,8% no consumo de aço, quando comparados esses casos no pavimento dimensionado no
trabalho.
Já, na comparação entre os dois modelos de cálculo, deduziu-se que, quando utilizado um
ângulo de 30º, o Modelo II é o mais econômico para dimensionar a armadura transversal de vigas
de concreto armado, referente ao consumo de aço. Na comparação verificada nos cálculos do
pavimento estudado obteve-se um consumo de 104,15 kg de aço para o ângulo de 30º empregado
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no Modelo II, enquanto que, no Modelo I se obteve 118,17 Kg, uma diferença significativa de
11,86% entre os dois consumos.
De acordo com o consumo de aço obtido para os ângulos de 30º,35º, 40º e 45º do Modelo
II e o ângulo de 45º do Modelo I, constatou-se que o consumo em Kg do Modelo I situa-se entre
os ângulos de 35º e 40º do Modelo II, bem próximo ao ângulo de 35º, com uma diferença mínima
entre os dois valores.
Para obter resultados mais precisos e como sugestão para continuar a pesquisa em questão,
podem-se destacar os seguintes itens:
- Para esse trabalho foi utilizado trechos de vinculação apoiados, pode-se calcular utilizando
também trechos com vinculação de engastamento;
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REFERÊNCIAS
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APÊNDICE
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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015
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Dimensionamento da Armadura Transversal de Vigas de Concreto Armado pela NBR 6118/2014
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Lúcio Zorzan (zorzanlucio@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2015