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GUIA DE ENGENHARIA PARA

CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS

• Histórico
• Propriedades
• Concepção e
• Utilizações com Sucesso de Concreto Reforçado
com Fibras (CRF) para a construção em concreto.
GUIA DE ENGENHARIA PARA
CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS

• Histórico

• Propriedades

• Concepção e

• Utilizações com Sucesso de Concreto Reforçado

com Fibras (CRF) para a construção em concreto.

Direitos Reservados
Capítulo 1
Introdução às Fibras e Reforços em Fibras 8
1.1 Histórico e Desenvolvimento 9
1.2 Tipos de Fibras 10
1.3 Informação Básica sobre Reforço em Fibras 11
1.4 Fenômeno de Fissuração 13
1.5 CRF Benefícios Durante a Construção 14
1.6 CRF Benefícios em Serviço 15
1.7 Benefícios Econômicos e Ambientais 16

Capítulo 2
CRF Propriedades e Métodos de Dimensionamento 18
2.1 CRF Características 19
2.2 CRF Métodos de Ensaio 20
2.3 Considerações de Projeto para Dimensionamento para CRF 23
2.4 Conceito de Dimensionamento para Concreto com Reforço Convencional 25
2.5 Conceito de Dimensionamento para Concreto com Reforço Convencional (2 barras) 26
2.6 Conceito de Dimensionamento para CRF 27
2.7 Conceito de Dimensionamento para Concreto com Reforço Híbrido (Vergalhões+Fibras) 28
2.8 Dimensionamento para Controle de fissuras de Retração/Temperatura 31
2.9 Cálculo de Momento e Projeto para uma Seção Suspensa 33
2.10 Cálculo de Momento e Projeto para uma Seção Apoiada 34
2.11 Ferramentas de Projeto - Euclid Chemical 37
2.12 Normas, Guias e Recomendações de Projeto 39

Capítulo 3
Aplicações e Exemplos 40
3.1 Pisos de Concreto (Baseado na ACI 360) 41
3.2 Steel Decks (Baseada no SDI) 43
3.3 Pré-Moldados 44
3.4 Parede Residencial em Concreto 46
3.5 Concreto Projetado 47
3.6 Concreto Decorativo 49
3.7 Outros Tópicos: Juntas de Controle e Transferência de Carga 50
3.8 Outros Tópicos: Pisos em CRF de baixa retração 51

Capítulo 4
CRF Recomendação Prática 54
4.1 Adicionar e Misturar Fibras (Para Concreteiras) 55
4.2 Aplicação e Acabamento-CRF (Executores) 56
4.3 Especificação de CRF (Para Engenheiros/Arquitetos) 57

Terminologias 59
Referências 60
A Empresa Euclid Chemical

A Empresa Euclid Chemical é uma fabricante de produtos em fibra sintética para a indústria de
construção em concreto com uma Planta de última geração e equipamentos para testes de última
geração. A Euclid Chemical conta com engenheiros e outros especialistas em concreto para dar
suporte técnico nos projetos e aos profissionais de concreto com a seleção apropriada, aplicação
e utilização de concreto reforçado com fibras em geral. Há mais de um século, a Euclid Chemical
tem servido o Mercado da Construção como fornecedor mundial de produtos de alta qualidade e de
serviços de suporte técnico para a indústria da construção em concreto e alvenaria.

A Euclid Chemical desenvolve e produz produtos para concreto, fibras para concreto, compostos
para cura e selantes, argamassa estrutural, adesivos epóxi, endurecedores de piso e revestimento,
selante de juntas, acabamentos industriais e arquitetônicos, concretos decorativos, vernizes, e uma
ampla seleção de materiais de recuperação. Comercializada sob as marcas Euco, Eucon, Tufstrand,
Fiberstrand, Dural, Vandex, Increte e Speed Crete, uma completa linha de produtos tanto para no-
vas construções como para reparos de concreto está disponível através de nossos fornecedores de
materiais de construção locais e internacionais. Junto com os nossos produtos de alta qualidade, a
Euclid Chemical fornece uma ampla variedade de serviços de suporte técnico incluindo pesquisa e
desenvolvimento, seminários e programas de treinamento, consultoria de projetos e instalação para
empreiteiros, arquitetos, engenheiros e proprietários.

Hoje, a Euclid Chemical é um grupo composto de unidades centrais nos Estados Unidos (QG), Canadá,
México, Colômbia, Chile e Brasil, assim como inúmeras empresas associadas e parcerias na América
Latina, Ásia e Oriente Médio. Operando dentro do grupo RPM Performance Coatings, a Euclid Chemical
é de propriedade total da RPM International, Inc., uma empresa de capital aberto localizada em Medi-
na, Ohio. A Euclid Chemical tem orgulho de fornecer produtos e serviços da mais alta qualidade para
a comunidade global da construção.

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A Empresa Euclid Chemical

Nossa Paixão

• Busca intransigente do crescimento dos negócios e dos funcionários.

Nossa Identidade

• Nós somos os fornecedores líderes de produtos químicos para concreto e materiais de construção
para a indústria de construção em todo o mundo.

Nossa Crença

• A confiança é conquistada. Nós seremos profissionais, éticos e confiáveis.

• O sucesso dos nossos clientes é o nosso sucesso. Nós mediremos o nosso desempenho através
do desempenho dos nossos clientes.

• Fazer negócio conosco deve ser fácil. Nós iremos incansavelmente buscar processos com ex-
celência e simplicidade.

• Buscamos arduamente ser o melhor empregador. Forneceremos um local de trabalho seguro,


e criaremos uma cultura para atrair, desenvolver e reter os melhores talentos, recompensar
alto desempenho e inspirar lealdade.

• Nós escolhemos enriquecer as comunidades nas quais operamos. Nos envolveremos através de
investimentos, serviços e ações responsáveis.

• Nós devemos gerar resultados consistentemente superiores.

Nós forneceremos um crescimento sustentável e um retorno atraente para os investidores.

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Aviso Legal

Este documento é de propriedade exclusiva da “Euclid Chemical” (“Euclid”). O conteúdo deste docu-
mento foi coletado de diretrizes publicadas e/ou escritos por engenheiros e especialistas da área de
fibras para concreto reforçado.

O propósito deste manual é fornecer recomendações e conhecimentos de engenharia para projetos


e prática do concreto reforçado com Fibras, com ênfase nas macrofibras sintéticas. Este guia tem a
intenção de alcançar engenheiros e arquitetos que estão familiarizados com concreto que contém
reforço convencional em aço, mas que precisam de mais assistência no projeto e especificações de
concreto reforçado com fibras.

A Euclid nega qualquer responsabilidade que possa ser gerada pela utilização da informação incluída
neste documento, desde que não tenha assumido o controle do mesmo. O usuário aceita e concorda
que qualquer uso deve ser feito de acordo com os termos e condições declarados acima.

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Biografia do Autor

Amir Bonakdar é um Engenheiro Formado e Gerente de Engenharia da Euclid


Chemical Company em Cleveland, Ohio, EUA. Ele concluiu seu Mestrado em
engenharia estrutural em 2006 na Universidade de Teerã, e seu Doutorado em
2010 da Universidade Estadual do Arizona (ASU). Sua pesquisa acadêmica inclu-
iu durabilidade do concreto, integridade estrutural, testes mecânicos e concreto
reforçado com fibras. Ele é membro da Associação Americana de Engenheiros
Civis (ASCE), do Instituto Americano do Concreto (ACI), e da Sociedade Americana
para Testes e Materiais (ASTM). Ele é um membro ativo e votante do ACI 544 (fi-
Amir Bonakdar, Ph.D., P.E.
bras para concreto) e tem desenvolvido cursos on-line de concreto reforçado com
fibras para o ACI. O Dr. Bonakdar está envolvido no desenvolvimento de vários
projetos usando a tecnologia de fibras para concreto.

Michael Mahoney é um Engenheiro Formado e o Diretor de Marketing para Aditi-


vos e Fibras na Euclid Chemical Company em Cleveland, Ohio, EUA. Em 1997,
ele obteve seu Mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Técnica da Nova
Escócia (Halifax), Nova Escócia, Canadá, onde ele ajudou a desenvolver e patentear
uma fibra sintética inovadora para o reforço de concreto. Ele também se envolveu
em projetos anteriores em concreto como monitoramento de estruturas de pontes
usando métodos de testes não destrutivos e desenvolveu caracterização de ma-
teriais e testes de misturas de concreto e concreto projetado. Mahoney é membro
Mike Mahoney, P.Eng. do Instituto Americano do Concreto (ACI), da Associação Nacional de Concreto
Pré-Moldado e da Sociedade Americana para Testes e Materiais e foi recente-
mente o presidente da ACI subcomitê 544A para Produção e Aplicação de Fibras para Concreto. Mahoney
é também ex-presidente da Associação de Concreto Reforçado com Fibras e foi coautor de vários artigos no
assunto de CRF, concreto projetado, selos de sustentabilidade para Fibras e sistemas inovadores para pontes.

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Capítulo 1
Introdução às Fibras e Reforço em Fibras

1.1 Histórico e Desenvolvimento

1.2 Tipos de Fibras

1.3 Informação Básica sobre Reforço em Fibra

1.4 Fenômeno de Fissuração

1.5 CRF Benefícios Durante a Construção

1.6 CRF Benefícios em Serviço

1.7 Benefícios Econômicos e Ambientais

8
Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

1.1 Histórico e Desenvolvimento

Desde os tempos antigos, fibras têm sido usadas para reforçar materiais frágeis, tais como tijolos de barro que
foram reforçados com palha (FIGURA 1-a). Esta forma de reforço fibroso ainda é utilizado em algumas partes
do mundo. Os primeiros estudos na utilização de fibras em concreto datam da década de 1950 com fibras de
aço e vidro enquanto que fibras sintéticas foram usadas primeiramente na década de 1960. O controle de fis-
suras e a capacidade destas fibras de fornecer resistência após uma fissura é a principal característica desse
material (FIGURA 1-b). Para poder estabelecer recomendações e diretrizes de utilização para a indústria, o
Comitê 544 da ACI foi formado em 1965. Desde então, avanços consideráveis foram feitos na tecnologia de
fibras para melhorar as características de mistura e acabamento, assim como proporcionar aperfeiçoamento
mecânico para as propriedades do concreto.
Figura 1
a) Palhas foram usadas em tijolos de barro

para o controle de rachaduras;

b) Macrofibras sintéticas são usadas hoje

em dia em concreto para o controle

de fissuras, assim como para fornecer

uma maior capacidade estrutural à flexão.

1a 1b

À medida que a tecnologia melhora e as aplicações se expandem, as instituições técnicas da América do Norte
e de outras partes do mundo estão desenvolvendo diretrizes e normas para a utilização de fibras em uma
grande variedade de aplicações. Macrofibras Sintéticas são a mais avançada tecnologia e começaram a ser
comercializadas no final da década de 1990. Enquanto as Fibras de Aço são usadas em uma ampla gama de
aplicações estruturais, as Macrofibras Sintéticas se tornaram rapidamente a escolha mais viável para certos
projetos. O Concreto Reforçado com Fibras (CRF) usa uma tecnologia que está rapidamente se envolvendo na
indústria da construção por seus benefícios econômicos e ambientais. As aplicações do CRF incluem pisos e
pavimentos de concreto, steel decks, concreto pré-moldado e concreto projetado para reparos e de novas construções.
A FIGURA 2 mostra um exemplo de placas de concreto onde as Macrofibras Sintéticas foram usadas para
repor telas de aço como a única forma de reforço.

Figura 2
Centro Global para a Saúde e Inovação e

Centro de Convenções em Cleveland, OH,

EUA. As macrofibras sintéticas foram usa-

das para substituir vergalhões de aço, para

reforçar os pisos de concreto.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

A Euclid Chemical Company é uma grande produtora de fibras sintéticas e fornece serviços de engenharia,
projetos, revisão de especificações e ensaios para apoio na indústria da construção.

1.2 Tipos de Fibras

Fibras para reforço em concreto são feitas com diferentes materiais e são produzidas em vários tamanhos e
formatos geométricos. A ACI-544 e a ASTM C1116 categorizam as fibras baseadas na composição: fibras de
aço, vidro, sintética e natural. Fibras de aço e sintéticas são as mais usadas na indústria da construção. Quan-
do o tamanho e funcionalidade das fibras são considerados, elas podem ser classificadas entre “microfibras”
e “macrofibras” (FIGURA 3). As microfibras são normalmente usadas para o controle de fissuras por retração
plástica e tipicamente não adicionam qualquer capacidade estrutural à seção do concreto. Estas fibras são
relativamente finas com um diâmetro que varia de 0,0008–0,002 pol. (0,02–0,05 mm) e um comprimento de
variação típica de ¼–1 pol. (6–25 mm). Macrofibras (aço ou sintéticas) são usadas para o controle de fissuras
por retração/temperatura bem como proporcionar resistência pós-fissuração e resistência à flexão e tensão
ao concreto, substituindo as telas de aço e vergalhões para certas aplicações. Estas fibras são relativamente
ásperas com diâmetro que varia de 0,02–0,03 pol. (0,5–0,7 mm) e comprimento típico de ¾–2 pol. (19–50 mm).
A decisão sobre o tipo, tamanho, geometria e taxa de dosagem das fibras depende da aplicação e do tipo de
carga e condições de exposição. A Euclid Chemical Company produz uma grande variedade de fibras que inclui
a linha “Fiberstrand” de Microfibras, a linha “Tuf­-Strand” de macrofibras, e fibras de aço; todas em conformidade
com a ASTM C1116 (TABELA 1). A Euclid Chemical fornece ferramentas de engenharia e oportunidades de
testes para otimizar os projetos com fibras para aplicações específicas.

Figura 3
Fibras sintéticas (macro e micro) produzidas

pela Euclid Chemical.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

Tabela1
Produtos de fibras produzidos/fornecidos

pela Euclid Chemical e suas aplicações

e taxas de dosagem.

Fibras com comprimentos customizados podem ser feitas para projetos especiais.
Para descobrir as dosagens indicadas de macrofibras, entre em contato com a Euclid Chemical.
Fatores de Conversão: 1 pol. = 25 mm; 1 lb/m3 = 0,6 kg/m3

1.3 Informação Básica sobre Reforço em Fibras

O concreto reforçado com fibras contém materiais fibrosos em adição aos agregados-padrões de mistura para
concreto. Desde que o concreto seja forte em compressão, mas relativamente fraco em tensão, ele necessi-
tará de um mecanismo de reforço para aumentar a tensão/flexibilidade do estresse causado pelas cargas ou
estresse térmico e de retração causados pelas cargas em excesso ou estresse causado pós-fissura. As fibras
podem fornecer uma capacidade ao concreto de tensão/flexibilidade pós-fissura similar aos vergalhões ou telas
de aço. O reforço em aço é tipicamente contínuo e posicionado especificamente no concreto para otimizar o
desempenho. As fibras são descontínuas e distribuídas aleatoriamente e de forma homogênea no concreto.
Os vergalhões de aço fornecem um reforço bidimensional e necessitam de trabalho manual para a colocação e
posicionamento.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

As macrofibras fornecem reforço tridimensional e são introduzidas no concreto na concreteira ou nos


caminhões betoneiras, em geral, podem ser caracterizadas em vários níveis baseados na aplicação e na
taxa de reforço (ρ = As/Ac) no qual As é a área de aço e Ac é a área de concreto para um metro linear de
uma seção transversal. A taxa exata de dosagem para macrofibras é calculada baseando-se no desem-
penho do concreto reforçado com fibras como um material composto em comparação com os vergalhões
de aço ou tela. Isto pode ser feito conduzindo ensaios em corpos de prova prismáticos. Vários níveis de
reforço poderiam definir uma seção de concreto como:

a) Reforço para retração plástica e controle de fissura (ρ < 0,05%) [microfibras ou dosagem mínima
de macrofibras]

b) Reforço para retração / controle de fissura por variação de temperatura (0,05% < ρ < 0,1%) [baixa dosagem de
macrofibras]

c) Reforço para controle de fissura, baixo nível de momento (0,1% < ρ < 0,35%) [dosagem média de macrofibras]

d) Reforço para controle de fissura, médio nível de momento (0,35% < ρ < 0,7%) [dosagem alta de macrofibras]

e) Reforço para controle de fissura, alto nível de momento (ρ > 0,7%) [somente vergalhões ou um híbrido de
vergalhões e macrofibras]

Devemos notar que fibras em taxas moderadas de dosagem não aumentam normalmente a resistência à flexão do
concreto (na fissuração) nem como os vergalhões de aço ou telas. A resistência à flexão (nível de resistência na qual o
concreto fissura) é principalmente uma função do traço e cura do concreto. O papel principal do reforço está no estágio
posterior à fissura, fornecendo capacidade de suportar cargas excessivas e momentos atuantes. Em taxas elevadas
de dosagem, contudo, as fibras podem fornecer endurecimento de tensão e aumentar a resistência à flexão final. Este
comportamento é explicado em mais detalhes no Capítulo 2. A comparação da resposta à flexão no concreto reforçado
com fibras vs. reforço em aço é baseada em testes que possibilitam capturar os resultados pós-fissura. (FIGURA 4).

Figura 4
Resultados de Teste (carga com

flexão vs. deflexão) para telas de aço (WWF)

comparado com Macrofibras

TUF-STRAND SF e Microfibras PSI Fiberstrand.

Note que o desempenho depende do

tamanho das telas e da taxa

de dosagem das fibras.

Existem milhares de projetos de sucesso nos quais o reforço em aço foi substituído por macrofibras de (aço ou sin-
tética). Sistemas estruturais são normalmente estaticamente indeterminados; ex.: o sistema tem mais que o número
mínimo necessário de apoios para estabilidade. Na maioria dos casos, estes sistemas estão de fato apoiados con-
tinuamente, por exemplo, pelo solo.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

Onde macrofibras sintéticas podem substituir o reforço de aço:

• Placas de concreto (pisos residenciais, estacionamentos, pisos industriais)

• Pavimentos (ruas, calçadas, entradas de automóveis)

• Capeamentos (capeamento de pontes e viadutos, capeamento de estacionamentos)

• Steel Decks

• Concreto projetado (túneis, encostas, piscinas, reparos)

• Algumas paredes (baixas fundações)

• Algumas unidades de pré-moldados (tanques sépticos, decorativo)

Onde a macrofibra sintética não substitui o reforço de aço:

• Placas suspensas

• Colunas estruturais

• Vigas estruturais

• Paredes estruturais

Devemos adicionar que a utilização de reforços híbridos (vergalhões + macrofibras) pode ser uma alternativa para as
aplicações mencionadas acima. O reforço em aço pode ser reduzido (ex.: maior espaçamento entre as barras) se as
macrofibras podem compensar pelo reforço reduzido e por fornecer uma capacidade de flexão similar. Já foi mostrado
que as macrofibras podem aumentar a capacidade de cisalhamento do concreto. Em elevadas taxas de dosagem, as
macrofibras podem substituir o reforço de cisalhamento. Na verdade, a ACI-318 permite o uso de macrofibras de aço
como uma alternativa para o cisalhamento reforçado se certos critérios forem satisfeitos. Se as fibras forem usadas
além do reforço existente, a ductilidade é aumentada no material composto.

1.4 Fenômeno de Fissuração

A razão mais comum de fissuras no concreto novo é retração plástica. Fissuras ocorrem quando a umidade na
superfície evapora mais rápido do que a água infiltrada pode sair, causando o encolhimento maior da superfí-
cie do que do concreto interior. Isto cria uma restrição na superfície com o desenvolvimento do estresse que
excede a baixa resistência à tração do concreto plástico, resultando em fissuras na superfície. Estas fissuras
podem ser reduzidas ou eliminadas com o ajuste de traço apropriado e boas práticas de cura. Fissuras de
retração podem ser formadas mais significativamente nos cantos como resultado de concentração de estresse
(FIGURA 5). Devido ao concreto não poder retrair nos cantos, o estresse causa fissuras do ponto de propa-
gação até o canto. Um objeto arredondado no meio da placa (ex.: tampa de bueiro, ralo ou outra incrustação
circular) cria o mesmo problema. O concreto não pode retrair menos do que o objeto que está sendo colocado
à sua volta e isto causa a fissura.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

Figura 5
Fissuras podem ocorrer no concreto quando

o estresse da tensão exceder a resistência

do concreto. Cantos vivos criam uma con-

centração de estresse que pode levar

às fissuras.

Se o estresse da tensão gerado durante o processo de secagem exceder a resistência à tração do concreto, fissuras
serão criadas para liberar a energia excessiva. O concreto também irá criar fissuras no estado elástico (concreto endu-
recido). Mudanças dimensionais devido ao gradiente de temperatura, retração devido à secagem, assim como o ciclo
de congelamento e derretimento, movimento do piso, assentamento do solo, cargas excessivas de impacto podem
resultar na formação de fissuras no concreto endurecido. A resistência à tração do concreto é tipicamente de 10–15%
da resistência de compressão. Por exemplo, um concreto com resistência à compressão de 28-dias de 4.000 psi (28
MPa), terá uma resistência à tração aproximada de 400 psi (2,8 MPa) aos 28 dias. Estes valores são muito mais baixos
para concreto plástico. Microfibras podem fornecer resistência à tração necessária dentro da matriz quando o concreto
ainda for plástico, prevenindo ou reduzindo a ocorrência das fissuras de retração plástica. As macrofibras sintéticas,
na dosagem mínima de 3,0 lb/yd3 (1,8 kg/m3) podem também ser usadas para controlar estas fissuras e fornecer
tenacidade e durabilidade adicional para o concreto endurecido.

1.5 CRF Benefícios Durante a Construção

Reforços convencionais com aço ou vergalhões requerem uma entrega no local, armazenagem e mão de obra
para a instalação. Tanto para pisos de concreto quanto para steel decks, concreto projetado ou pré-moldados
de concreto, o reforço em aço deve ser posicionado apropriadamente na seção utilizando-se espaçadores. O
posicionamento impróprio do aço, especialmente com as telas, resulta em fissuras indesejadas no concreto
apesar do uso do reforço (FIGURA 6). Substituir a tela de aço ou os vergalhões pelas macrofibras (aço ou
sintéticas) elimina o tempo e custo associado com a compra, fabricação, entrega e instalação do reforço. O
Concreto reforçado com fibras é trazido à obra já previamente misturada no caminhão betoneira desde a usina
de concreto.(FIGURA 7). A eliminação da etapa de instalação da tela de aço ou vergalhões pode reduzir o risco
de queda para o operário envolvido, aumentando as medidas de segurança no local de trabalho.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

Figura 6
Dificuldades na instalação da tela de aço no

piso e a instalação imprópria que podem re-

sultar em fissuras apesar do uso do reforço.

Figura 7
Concreto reforçado com fibras pode

facilmente substituir as telas de aço

ou os vergalhões de aço e estes serem

eliminados.

1.6 CRF Benefícios em Serviço

O reforço convencional com vergalhões e/ou telas de aço fornece reforço em duas dimensões em locais es-
pecíficos no concreto. As fibras fornecem um reforço em 3 dimensões por toda a seção do concreto. Distribuí-
das homogeneamente e orientadas aleatoriamente as fibras controlam as fissuras no concreto em todas as
direções, resultando em fissuras menores e mais finas, melhorando a durabilidade em longo prazo do concreto
(FIGURA 8). Fissuras mais estreitas limitam a penetração de substâncias químicas que causam danos ao con-
creto. Danos causados pelo ingresso de clorídricos, ataques de sulfatos e reações alcalinas começam com a
difusão de substâncias químicas solúveis na água para dentro do concreto. A reação destes componentes com
produtos de hidratação, agregados e/ou reforço em aço, resulta em problemas, se manifestando em fissuras. O
reforço com fibras pode também reduzir o lascamento (spalling) no concreto causadas pelo excesso de carga
ou de forças de impacto. Para aplicações em nivelamento, do tipo de pisos de concreto, placas elevadas e pavi-
mentações, cargas de tráfego e veículos criam uma fadiga. Usando fibras no concreto aumenta-se a resistência
à fadiga no concreto, resultando em um serviço mais duradouro com custos de manutenção reduzidos.

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Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

Figura 8
Tela de aço e vergalhões fornecem controle

em 2 dimensões, enquanto que as macrofi-

bras fornecem reforço em

3 dimensões no concreto, o que resulta

em fissuras mais estreitas.

Figura 9
A Euclid Chemical pode fornecer tabelas

para a estimativa de economia de custos

no uso de concreto reforçado com fibras

para uma variedade de aplicações.

1.7 Benefícios Econômicos e Ambientais

Além dos benefícios técnicos, a substituição das telas de aço ou vergalhões por macrofibras pode trazer econo-
mia no tempo de aplicação e nos custos. Ao eliminar a necessidade de instalação dos suportes e reforços,
o tempo de aplicação do concreto é reduzido por potenciais economias nos gastos iniciais associados com
material, transporte, armazenagem e instalação do aço. O uso apropriado do CRF melhora o ciclo de vida de
estruturas de concreto com economias em futuros reparos. O aumento da ductilidade do CRF melhora a vida
útil e a incrementa a resistência ao impacto melhora a vida útil e impacta a resistência. A Euclid Chemical pode
fornecer tabelas para o cálculo e comparação de custos relacionados ao uso das de reforço em fibras expres-
sadas em $/ft2 ($/m2) ou $/yd3 ($/m3) do concreto (FIGURA 9).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 16
Capítulo 1 | Introdução às Fibras e Fibras Reforçadas

Figura 10
Comparação da emissão de (CO2eq) em kg,

para a construção de um piso

em reforço convencional vs. piso

reforçado com a Macrofibra Sintética

TUF-STRAND SF

A Euclid Chemical recentemente completou um projeto de pesquisa investigando iniciativas de sustentabilidade


para o uso de concreto reforçado com fibras contra os reforços convencionais em pisos de concreto. Este
estudo foi feito em colaboração com a Universidade de Akron (Ohio), no qual as emissões de Gases de Efeito
Estufa (GHG ou CO2eq) foram estimadas para um grande projeto que comparou o uso de reforço em aço e a
Macrofibra Sintética TUF-STRAND SF. A análise realizada utilizou a abordagem “armação ao local” no qual to-
dos os materiais usados no projeto foram manufaturados e transportados para o local do projeto; quando o pré-
dio ficou pronto, a análise foi concluída. Os resultados mostraram uma redução de mais de 50% nas emissões
de CO2eq quando comparadas com a porção de reforço do projeto em consideração com o produto de aço
fornecido usando-se materiais reciclados e disponibilidade destes no local (FIGURA 10). Quando combinada
com outras atividades e materiais de construção, tal como a colocação do concreto no local, a redução total em
emissões de CO22eq variou de 3–4%, o que seria considerável quando se aplica esta análise em uma escala
mais ampla de múltiplos prédios e grandes projetos.

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Capítulo 2
CRF Propriedades e Métodos de Dimensionamento

2.1 CRF Características

2.2 CRF Métodos de Ensaio

2.3 Considerações de Projeto para Dimensionamento para CRF

2.4 Conceito de Dimensionamento para Concreto com Reforço Convencional

2.5 Conceito de Dimensionamento para Concreto em reforço convencional (2 barras)

2.6 Conceito de Dimensionamento para CRF

2.7 Conceito de Dimensionamento para Concreto com Reforço Híbrido (Vergalhões+Fibras)

2.8 Dimensionamento para Controle de Fissuras por Retração/Temperatura

2.9 Cálculo de Momento e Projeto para uma Seção Suspensa

2.10 Cálculo de Momento e Projeto para uma Seção Apoiada

2.11 Ferramentas de Projeto - Euclid Chemical

2.12 Normas, Guias e Recomendações de Projeto

18
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.1 CRF Características

Em dosagens baixas a moderadas, o efeito das fibras na resistência à compressão e flexão do concreto (ao
fissurar) é desprezível. Entretando, a adição das Macrofibras ao concreto pode aumentar significantemente a
resistência à fissuração e tenacidade à flexão do concreto (após a fissuração). As fissuras podem acontecer no
concreto sob condições de excesso de carga ou sob condições como retração. Em um ensaio em corpo de prova
prismático, nenhuma grande mudança é observada até o ponto de fissura do concreto. A resistência à tração
(módulo de ruptura) e módulo de elasticidade são dados em função do traço do concreto e respectiva cura. Após
a fissura no concreto, os vergalhões de reforço em aço mantêm a fissura e transferem a carga através de ação de
ancoragem e vínculo. Os reforços de fibras também funcionam de forma similar, mas em escala diferente, como
centenas de minibarras. Quando o concreto é tensionado (ou flexionado), estas fibras esticam devido à força de
tensão e suportam o estresse. Quando o concreto fissura, estas fibras não necessariamente rompem; elas fazem
uma ponte de tração (ou flexão) e começam a carregar mais estresse pela ação de vínculo. Os estágios que en-
volvem a falha do CRF são mostrados na FIGURA 11: 1) fissuras formadas na matriz do cimento, 2) descolagem
e deslize entre fibras e matriz, 3) fibras aglomerando-se para preencher as fissuras, 4) deslize de fricção e pullout
da fibra e, 5) rompimento da fibra sob tensão. O nível de carga (ou nível de estresse) carregado pelas fibras na
fissura em uma seção de concreto é referida como carga residual (ou estresse residual). A área gráfica sob a
deflexão da carga é a energia absorvida pelo sistema de CRF e refere-se à tenacidade.

Figura 11
Diagramas do mecanismo no qual a fibra

funciona como reforço no concreto.

Um concreto reforçado com fibras sujeito a ensaio de flexão não despedaça de repente no pico da carga (ex.:
quando o concreto fissura), desde que consiga suportar a carga residual. O atrito de pullout dissipa a energia;
como resultado, a carga externa é necessária para gerar a energia que é absorvida no processo. A capacidade
de absorção de energia (também chamada de ductilidade ou tenacidade) é de alta significância quando a es-
trutura está sob ciclo sísmico, impacto, fadiga e carga explosiva. Portanto, desempenhar um teste de flexão
apropriado para obter uma resposta pós-fissuração é essencial para o CRF.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 19
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

As características do concreto reforçado com fibras na região de pós-fissura depende da taxa de dosagem da
fibra aplicada (conteúdo de fibra) que pode ser expressa em peso por volume de concreto (lb/yd3 ou kg/m3) ou
como percentual de volume (%). Em taxas de dosagem baixas a médias de fibras, a resposta pós-fissuração é
em “strain softening”. Durante o ensaio de flexão, as fibras irão efetivamente se juntar em uma fissura principal
com a redução gradual da capacidade de suportar carga após a fissura. Por outro lado, quando as fibras são
usadas em taxas de dosagem maiores, a resposta pós-fissura é em “strain hardening”. Durante o ensaio de
flexão, o conteúdo da fibra é autossuficiente para redistribuir todo o estresse de várias fissuras pequenas com
o aumento gradual da capacidade de carga. (FIGURA 12).

Figura 12
Diagrama de baixa dosagem de fibras
Strain Hardening
(uma fissura principal) e alta dosagem de

fibras (fissuras múltiplas).


Tensão

Strain Softening

Deflexão

2.2 CRF Métodos de Ensaio

Como as fibras afetam principalmente a resposta pós-fissuração do concreto, desempenhar um teste apropri-
ado para obter uma resposta completa é essencial para o CRF. A melhor forma de caracterizar o reforço em
fibra, seria realizar um ensaio de tração direta. Contudo, é extremamente difícil de realizar um apropriado teste
de tração direta no concreto. Como uma alternativa aceitável, ensaios de flexão podem ser conduzidos e os re-
sultados sendo utilizados para recalcular as propriedades de tração. Estes testes são introduzidos rapidamente
neste capítulo. Em todos os ensaios, são obtidos gráficos tensão por deflexão e são medidos os parâmetros
‘’resistência residual’’ e ‘’tenacidade à flexão’’. É necessário um equipamento servohidráulico para realizar es-
ses ensaios sob controle closed-loop para assim obter resultados apropriados.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 20
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

ASTM C1609 – 12: Método de ensaio de performance do Concreto Reforçado com


Fibras à flexão (utilizando prisma com 3 pontos de carregamento)

Este teste era conhecido como ASTM C1018 com 2 décadas de história. O principal parâmetro obtido por
este ensaio é chamado de Fator de Resistência Residual Equivalente (Re,3 ou RT,150), que é o parâmetro
frequentemente usado em projetos. Este ensaio é tipicamente realizado em corpos-de-prova prismáticos (150
x 150 x 500 mm) de CRF num vão de apoios (450 mm). (FIGURA 13). O prisma é ensaiado continuamente no
sistema closed-loop (circuito fechado) até alcançar o ponto de deflexão médio de 1/150 (3mm). O parâmetro
RT,150 é o fator obtido através da relação entre a resistência à tração (percentual) encontrado da tenacidade
(sob o gráfico) da curva tensão x deformação. De forma alternativa, a resistência residual pós-fissuração (fe,3)
pode ser associada ao Re,3 no dimensionamento. Um valor mínimo de Re,3 ou fe,3 pode ser determinado na
especificação quando macrofibras são substituídas por vergalhões/telas de aço. Note que fe,3 = Re,3 × fr no
qual fr é resistência à tração na flexão do concreto.

Figura 13
P Ensaio de corpo-de-prova prismático e
Max
resultados pelo método da ASTM C1609.
Deflexão (mm)

0.75 (L/600) 3.0 (L/150)

ASTM C1399 – 10: Método de ensaio para se obter a Resistência Residual Média
do Concreto Reforçado com Fibras

Este teste foi desenvolvido recentemente para possibilitar ensaios do CRF com equipamentos menos sofistica-
dos e de baixo custo. O parâmetro obtido neste ensaio é chamado Resistência Residual Média (ARS). Os resul-
tados deste ensaio são geralmente menos consistentes do que os obtidos pelo C1609. Este ensaio é realizado
em prismas de CRF de 4” × 4” × 14” (100 × 100 × 350 mm) e vão de apoios de 300 mm. (FIGURA 14). Uma placa
de aço é inicialmente colocada sob o prisma para prevenir rompimentos súbitos e inicia-se o posicionamento
da carga até a fissura acontecer (pico de carga), o prisma é então retirado e a placa de aço removida. Então
é realizado o ensaio no sistema open-loop (sistema aberto) com controle de deslocamento até atingir o ponto
médio de deflexão de 1,25 mm.

Figura 14
P Ensaio de corpo-de-prova prismático e
Max
resultados pelo método da ASTM C1399

0.5 0.75 1 1.25

Deflexão (mm)

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 21
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

O parâmetro ARS (psi ou MPa). É encontrado pela média de tensão à flexão de 4 pontos (0,5, 0,75, 1,0, 1,25 mm
de deflexão) na curva de tensão x deformação pós-fissuração. Um valor mínimo de ARS pode ser determinado
em uma especificação quando as macrofibras são substituídas por vergalhões/telas de aço. O valor do ARS pela
C1399 é normalmente mais alto que o fe,3 obtido pelo C1609.

ASTM C1550 – 12: Método de Ensaio para Tenacidade à flexão do Concreto Reforçado com
FIbras (usando Painel Circular com Carga Central)

Este teste é um dos mais recentes Métodos de Ensaio e é mais aplicado em projetos de concreto projetado e às
vezes em pisos de concreto. O parâmetro obtido deste teste é a energia absorvida determinada durante o car-
regamento de um painel circular (RDP). Este teste é realizado em um painel de CRF com um diâmetro de 900
mm e espessura de 75 mm colocado em 3 apoios (FIGURA 15). O painel é ensaiado sob sistema open-loop
até atingir a deflexão média de 40 mm. A energia absorvida é encontrada na tenacidade (área sob o gráfico) da
curva de tensão por deformação. Este valor de energia (ex.: 400 joules) pode ser determinado na especificação
quando as macrofibras são substituídas por vergalhões/telas de aço.

Figura 15
P Ensaio de painel circular e resultados para o
Max
método de teste ASTM C1550.

40
Deflexão (mm)

RILEM TC 162 – 02 (EN 14651): Ensaio e métodos de dimensionamento do Concreto


Reforçado com Fibras de Aço
Este é um método de ensaio europeu com parâmetros que são amplamente uitilizados em projetos em muitos
países. Este teste é realizado em prismas de CRF de 6” × 6” × 22” (150 × 150 × 550 mm) em vão de 500 mm com
um pequeno entalhe no intervalo médio (FIGURA 16). O entalhe é usado como iniciador de fissura e deflexão e a
abertura da fissura do deslocamento (CMOD) é medida pelo intervalo médio durante o teste. O prisma é testado
sob sistema closed-loop até alcançar a abertura da fissura de 3,5 mm. O parâmetro fR,i é a resistência residual
(psi ou MPa) encontrado da tenacidade (área sob o gráfico) da curva tensão por CMOD até o valor i, por exemplo
fR,1 quando CMOD é 0,5 mm ou fR,3 quando CMOD é 2,5 mm. Os valores mínimos de fR,1 e fR,3 podem ser
determinados pela especificação quando as macrofibras são substituídas por vergalhões/telas de aço. O primeiro
parâmetro se refere à condição do estado limite último (SLS) e o segundo parâmetro lida com a condição de limite
extremo (ULS), a abertura de fissura admissível é o fator determinante para os dois estados limites.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 22
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Figura 16
F Método de ensaio e resultados
Max pela norma EN 14651.

0.5 1.5 2.5 3.5


Abertura do Deslocamento da Fissura (mm)

2.3 Considerações de Projeto para Dimensionamento para CRF

A seguir estão algumas anotações importantes a serem consideradas antes do início dos
cálculos:

• Ambas as fibras de aço e macrofibras sintéticas podem ser usadas como materiais de reforço para uma seção de
concreto que tem apoio contínuo, tal como placas apoiadas sobre o solo, laje sobre steel decks e concreto projetado.
As Macrofibras Sintéticas geralmente são mais escolhidas ao invés das Fibras de Aço devido à facilidade no manuseio
e mistura no concreto, assim como a eliminação de possíveis corrosões de fibras expostas na superfície do concreto.

• Atualmente, o único tipo de reforço em Fibra para aplicações em seções suspensas são as Fi-
bras de Aço em altas dosagens, que possam fornecer uma resistência residual que exceda a resistên-
cia à tração do concreto. Sistemas híbridos de reforço (ex.: barras de aço + macrofibras) podem tam-
bém ser uma opção viável se forem satisfeitas as necessidades de cálculo e considerações econômicas.

• Se for desejado um dimensionamento completo (desde o princípio), todas as cargas e suas combinações de-
vem ser consideradas para os cálculos de momento. O fator momento é então usado para calcular a resistência
residual à flexão necessária. Também é necessário obter as condições de apoio (ex.: módulo de subleito). A
taxa de dosagem de fibras é então determinada para fornecer a resistência necessária. Devem ser aplicados os
fatores de segurança apropriados para contabilizar incertezas com os materiais e execução.

• Se o projeto for baseado na conversão de reforço em aço por Fibras, o momento de flexão (ou resistência à
tração) fornecido pelo vergalhão de aço ou tela de aço deve ser calculado. O tamanho da barra, seu espaça-
mento e profundidade devem ser conhecidos. O mesmo momento resistente deve ser obtido pelo reforço em
Fibras na taxa de dosagem apropriada. As macrofibras (aço e sintéticas) também provaram melhorar a capaci-
dade ao cisalhamento em seções de concreto.

• Uma vez que as necessidades do projeto forem calculadas em termos de resistência residual ou parâmetro
similar, a taxa de dosagem das fibras pode ser encontrada pelos métodos de ensaio mencionados anteriormente.
Como exemplo, aqui estão presentes resultados da TUF-STRAND SF em ensaios com diferentes dosagens. As
figuras 17 e 18 mostram respectivamente, o ensaio de acordo com a norma ASTM C1609 (prismáticos em CRF),
e o ensaio da C1550 (painéis circulares em CRF). A TABELA 2 e TABELA 3 mostram o resumo dos valores en-
saiados. Devemos notar que estes resultados podem mudar de acordo com o traço do concreto e sua resistência
à tração na flexão.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 23
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Figura 17
Resultados dos Ensaios de acordo

com a ASTM C1609.

Figura 18
Resultados de ensaios de acordo

com ASTM C1550.

Tabela 2
Dosagem fe3 Re3
Parâmetros Típicos de Teste
lb/yd3 (kg/m3) psi (MPa) %
para ASTM C1609.
3.0 (1.8) 128 (0.9) 22±3

5.0 (3.0) 203 (1.4) 0±2

7.5 (4.5) 288 (2.0) 44±4

Dosagem Energia (J) na Deflexão (mm) Tabela 3


Parâmetros Típicos de Teste
lb/yd3 (kg/m3) 5 10 20 30 40
para ASTM C1550.
3.0 (1.8) 43 67 109 144 171

5.0 (3.0) 48 83 138 178 208

7.5 (4.5) 58 107 190 254 302

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 24
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.4 Conceito de Dimensionamento para Concreto Reforçado


Convencional
O momento à flexão nominal de uma seção de concreto (RC), Mn–RC é calculado de acordo com as seguintes
equações da força de equilíbrio do corte transversal (FIGURA 19). Note que todas as tensões de compressão
são resistidas pelo concreto e todas as forças de tensão são resistidas pelo aço. A capacidade à tração do
concreto é desprezível e não é levada em consideração nestes cálculos.

Figura 19 Diagrama de tensões em uma viga de concreto armado.

Mn–RC = As ∙ fy ∙ (d – a )
2
onde: a = As ∙ fy
0.85 ß ∙ f’c ∙ b

h: Altura da seção

b: Largura da seção (amplitude)

d: Profundidade do reforço

a: Profundidade da zona de compressão

f’c: Resistência à compressão especificada do concreto

fy: Resistência especificada do aço

As: Área de aço na seção transversal

T & C: Força equivalente de tensão concentrada e compressão

Note que uma vez que a resistência à tração na flexão do concreto é atingida, ele irá fissurar e toda a capaci-
dade de Momento será fornecida pelo reforço em aço. Quando o projeto é baseado em LRFD, a capacidade
de Momento reduzido da seção do RC, φ ∙ Mn–RC, chamado de Momento de Cálculo, deve ser maior que o
Momento atuante, Mu, aplicado na seção. O fator de redução φ depende do tipo de membro e deve ser deter-
minado baseado na ACI-318 ou outra norma de construção, normalmente entre 0,7 e 0,9.

φ ∙ Mn–RC ≥ Mu

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 25
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.5 Conceito de Dimensionamento para Concreto em reforço


convencional (2 barras)
O reforço na parte superior na viga estrutural é tipicamente localizada na zona de compressão; consequen-
temente é chamada de aço de compressão. Este tipo de reforço pode ser usado para resistir ao Momento
negativo e fissuras em vigas e lajes. Em aplicações de pisos de concreto, contudo, a relação do reforço é baixa
e ambas as faixas estão na zona de tensão. O Momento nominal para o reforço da seção do concreto (RC),
Mn–RC é calculada de acordo com as seguintes equações equilíbrio de forças na seção transversal (FIGURA
20). Pode-se esperar dois casos: 1) Ambas as camadas cedem, ex.: f’s = fy o qual é uma suposição mais con-
servadora e 2) Somente a camada inferior cede e a superior alcança o estresse de tensão que é menor que
o limite de elasticidade, ex.: f’s < fy, podemos supor um número tal como f’s = 0,5fy. Devemos notar que em
muitos casos, o tamanho e espaçamento são os mesmos e que neste caso: As = A’s.

0.5 1.5 2.5 3.5


Abertura do Deslocamento da Fissura (mm)

Figura 20
Diagrama de tensões em uma viga de concreto armado (inferior e superior).

a a
Mn–RC = As ∙ fy ∙ (d – 2 ) + A’s ∙ f’s ∙ (d’ – 2 )

onde: a = As ∙ fy + A’s ∙ f’s


0.85 ß ∙ f’c ∙ b

d: Profundidade do Reforço, camada inferior.

d’: Profundidade do Reforço, camada superior.

As: Área de Aço, camada inferior.

A’s: Área de Aço, camada superior.

fy: Limite de elasticidade do Aço.

f’s: Resistência à tração do Aço, camada superior (f’s < fy)

Novamente, quando o limite de resistência à tração na flexão é alcançado no concreto, irá fis-
surar e toda a capacidade de Momento será fornecida pelo Reforço em Aço. Quando o proje-
to for baseado em LRFD, a capacidade de Momento reduzido da seção de RC, φ ∙ Mn–RC, chama-
do de Momento do Cálculo, e deve ser maior que o momento atuante, Mu, aplicado à seção.

φ ∙ Mn–RC ≥ Mu

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 26
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.6 Conceito de Dimensionamento para CRF

O Momento fletor nominal para uma seção de Concreto Reforçado com Fibras (CRF), Mn–CRF é calculado de acor-
do com as equações a seguir da seção transversal do equilíbrio das forças (FIGURA 21). Note que toda a tensão
de compressão é resistida pelo concreto e todas as forças de tensão são carregadas pelo concreto reforçado com
fibras. A tração na flexão do concreto reforçado com fibras, ft–CRF, é de fato levada em consideração nestes cálcu-
los e é igual a 0,37 vezes a resistência residual à flexão do concreto reforçado com fibras, fe3, o qual é encontrado
no teste ASTM C-1609.

Figura 21
Diagrama de tensões em uma viga de concreto reforçado com macrofibras.

f 0.37f
t–CRF = e3 → ft–CRF = 0.37Re3 ∙ fr
{ fe3 = Re3 ∙ fr
Mn–CRF = (ft) ∙ (0.9h) ∙ (0.5h) ∙ b = (0.37Re3 ∙ fr) ∙ (0.9h) ∙ (0.5h) ∙ b = 0.166Re3 ∙ fr ∙ h2 ∙ b
2 f 2
≈ Re3 ∙ fr b ∙ h , or = ( e3) b ∙ h
6 6

ft–CRF: CRF Resistência à Tração

fr: CRF Resistência de Flexão (resistência de fissuras ou módulo de ruptura)

fe3: Resistência Residual à Flexão equivalente

Re3: CRF Proporção de Resistência Residual Equivalente

Como no caso anterior, uma vez que a resistência de tração à flexão é alcançada pelo concreto, o mesmo irá
fissurar e toda a capacidade de Momento será fornecida pelo reforço de fibras. Quando o cálculo for baseado
em LRFD, a capacidade de Momento reduzido da seção de RC, φ’ ∙ Mn–CRF, chamado de Momento de Cál-
culo, deve ser maior que o valor de Momento Atuante, Mu, aplicado à seção. A redução do fator φ’ depende do
tipo de material e aplicação, tipicamente entre 0,7 e 0,9.

φ’ ∙ Mn–CRF ≥ Mu

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 27
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.7 Conceito de Dimensionamento para Concreto com Reforço


Híbrido (Vergalhões+Fibras)

O reforço híbrido poderia ser uma opção viável onde a taxa de dosagem para fibras é muito alta e impraticável.
O Momento fletor nominal para uma seção de reforço híbrido (CRF*), Mn–CRF* é calculado de acordo com
as seguintes equações da seção transversal do equilíbrio de forças (FIGURA 22). Note: todas as tensões de
compressão estão sendo resistidas pelo concreto, enquanto as tensões de tração são suportadas pelas barras
de aço e o concreto reforçado com fibras. Como foi explicado anteriormente, a resistência à tensão do concreto
reforçado com fibras, ft–CRF, é de fato levada em consideração nestes cálculos e é igual a 0,37 vezes a re-
sistência residual à flexão do concreto reforçado com fibras, fe3.

Figura 22
Diagrama de tensões em uma viga de concreto em reforço híbrido.

ft–CRF = 0.37fe3 → ft–CRF = 0.37Re3 ∙ fr


{ fe3 = Re3 ∙ fr
M b ∙ h2
n–CRF* = Re3 ∙ fr + As ∙ fy ∙ (d – 0.03h)
6

ou= (fe3) b ∙ h2
+ As ∙ fy ∙ (d – 0.03h)
6

fr: CRF Resistência de Flexão (resistência de fissuras ou módulo de ruptura)

fe3: Resistência Residual à Flexão equivalente

Re3: CRF Proporção de Resistência Residual Equivalente

Como no caso anterior, uma vez que a resistência à tração na flexão é alcançada pelo concreto, o mesmo irá
fissurar e toda a capacidade de Momento será fornecida pelo reforço de fibras. Quando o projeto for baseado
em LRFD, a capacidade de Momento reduzido da seção de RC, φ’ ∙ Mn–CRF, chamado de Momento de Cál-
culo, deve ser maior que o valor do Momento Atuante, Mu, aplicado à seção. A redução do fator φ’ depende do
tipo de material e aplicação, tipicamente entre 0,7 e 0,9.

φ* ∙ Mn–CRF* ≥ Mu

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 28
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

EXEMPLO: Usando CRF para substituir barras de aço

Suponha uma seção de concreto de 4” de espessura, f’c = 5.000 psi, fr = 750 psi, originalmente projetada com
barra #3@12” localizada no meio da seção. Os cálculos a seguir mostram o Momento fornecido pelo aço e a
taxa de dosagem de fibra para fornecer a mesma capacidade de Momento. Note que: As = 0,11 in2/ft, d = 2”,
e fy = 60 ksi.

As ∙ fy 0.11 × 60
a= = = 0.15”
0.85 ß ∙ f’c ∙ b 0.85 × 0.85 × 5 × 12

( ) ( )
∙ Mn–RC = ∙ As ∙ fy ∙ d – a = 0.9 × 0.11 × 60,000 × 2 – 0.15 = 11,428 lb ∙ in
2 2

Este é o Momento resistente fornecido pelos vergalhões de aço nesta seção. O mesmo Momento deve ser
fornecido pelo concreto reforçado com fibras (ex.: φ ∙ Mn–RC = φ’ ∙ Mn–CRF). Para tal cálculo, pode-se usar
o fe3 ou Re3. Note que usamos um fator de segurança conservador de 0,8 para φ’ que considera incertezas e
potenciais inconsistências no CRF.

φ’ ∙ M = φ’ ∙ (f ) b ∙ h2 = φ’ ∙ (R ∙ f ) b ∙ h2 = 11,428 lb ∙ in
n–CRF
e3 6 e3 r 6

Resolvendo fe3: 11,494 = φ’ ∙ fe3 × 12 × 42 → f = 11,428 × 6
e3 = 446 psi [3.1 MPa]
6 0.8 × 12 × 42
446
Resolvendo Re3: Re3 = = 0.60 or 60%
750

Os dados do Ensaio ASTM C1609 devem ser verificados para determinar a taxa de dosagem de fibras que irá
fornecer a mesma capacidade de Momento pós-fissuração que os vergalhões originais de aço.

Se o reforço original de aço for mais leve, digamos uma tela de aço W2.9 × W2.9 – 6” × 6” e for colocado no
1/3 superior da espessura, As torna-se 0,058 in2/ft e d = 1,3”. Para esta seção, φ ∙ Mn–RC torna-se 3.946 lb ∙
in e seguindo o mesmo procedimento, os valores necessários para fe3 e Re3 serão 154 psi [1,1 MPa] e 20%,
respectivamente.

EXEMPLO: Usando CRF para substituir as barras de aço (reforço duplo)

Suponha uma seção de concreto de 10” de espessura, f’c = 4.000 psi, fr = 600 psi, originalmente projetada com
2 camadas de barras #4@12” localizadas a 2,5” do topo e 2,5” da base. Os cálculos seguintes mostram o Mo-
mento fornecido pelo aço e pela taxa de dosagem das fibras para fornecer a mesma capacidade de Momento.
Note que: As = A’s = 0,196 in2/ft, d = 7,5”, d’ = 2,5”, fy = 60 ksi e suponha f’s = 0,5fy = 30 ksi.

∙ Mn–RC = ∙ As ∙ fy ∙ (d – a2 ) + ∙ A’s ∙ f’s ∙ (d’ – a2 ) =


( 0.51 ) ( 0.51 )
= 0.9 × 0.196 × 60 × 7.5 – 2 + 0.9 × 0.196 × 30 × 2.5 – 2 = 88,572 lb ∙ in

onde: a = As ∙ fy + A’s ∙ f’s 0.196 × 60 + 0.196 × 0.5 × 60


= = 0.51”
0.85 ß ∙ f’c ∙ b 0.85 × 0.85 × 4 × 12

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 29
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Este é o Momento fornecido pelos vergalhões de aço nesta seção. O mesmo Momento deve ser fornecido
pelas Fibras (ex.: φ ∙ Mn–RC = φ’ ∙ Mn–CRF). Para tal cálculo, pode ser utilizado tanto fe,3 quanto Re,3. Note
que usamos um fator de segurança conservador de 0,8 para φ’ que considera potenciais incertezas e incon-
sistências no CRF.

b ∙ h2 b ∙ h2
φ ∙ Mn–CRF = φ’ ∙ (fe3) = φ’ ∙ (Re3 ∙ fr) = 88,572 lb ∙ in
6 6

2
Resolvendo fe3: 88,572 = φ’ ∙ fe3 × 12 × 10 → fe3 = 88,572 × 6 = 554 psi [3.8 MPa]
6 0.8 × 12 × 102

Os dados do Ensaio ASTM C1609 devem ser verificados para determinar a taxa de dosagem para fibras que
irá fornecer a mesma capacidade de Momento pós-fissuração que os vergalhões de aço originais.

EXEMPLO: Usando sistema híbrido (aço+CRF)

No exemplo anterior, mantenha a camada inferior na seção e substitua a camada superior com CRF. Note que:
h = 10”, As = 0,196 in2/ft, d = 7,5”, fy = 60 ksi.

O Momento fornecido pelas 2 camadas de aço deve ser fornecido pelos Momentos combinados fornecidos pela
camada de aço e pela seção de CRF (ex.: φ ∙ Mn–RC = φ’ ∙ Mn–CRF*). Para tal cálculo, ou fe3 ou Re3 podem
ser usados. Note que usamos um fator de segurança conservador de 0,9 para φ e 0,8 para φ’ que considera po-
tenciais incertezas e inconsistências no Rc e no CRF.

b ∙ h2
φ* ∙ Mn–CRF* = φ’ ∙ (fe3) + φ ∙ As ∙ fy ∙ (d – 0.03h) = φ ∙ Mn–RC = 88,572 lb ∙ in
6

→ 0.8 × fe3 × 12 × 102 + 0.9 × 0.196 × 60,000 × (7.5 – 0.03 × 10) = 88,572 lb ∙ in
6

fe3 = 1 6
× [88,572 – 0.9 × 0.196 × 60,000 × (7.5 – 0.03 × 10)] × = 77 psi [0.5 MPa]
0.8 12 × 10

Os dados do Ensaio ASTM C1609 devem ser verificados para determinar a taxa de dosagem para fibras que
irá fornecer a mesma capacidade de Momento pós-fissuração que os vergalhões de aço originais.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 30
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.8 Dimensionamento para Controle de Fissuras por


Retração/Temperatura

A equação de suporte do subleito é usada tradicionalmente para determinar a quantidade de aço distribuído
necessário para o Controle de fissuras por retração/temperatura nos pisos/pavimentos de concreto para cal-
cular a taxa de dosagem das fibras para fornecer o mesmo nível de resistência residual pós-fissuração que o
reforço em aço. Para a retração, a tensão de tração do aço (fst) deve ser calculada; os fatores de conversão
são usados para converter esta tensão em flexão. Se o cálculo já estiver sido realizado e o reforço de aço for
conhecido, a área de aço (As) pode ser usada diretamente para calcular a tensão de tração no aço. Caso con-
trário, As pode ser encontrado pela seguinte equação baseada nas propriedades do piso e subleito:

As = Ff ∙ L ∙ W
2fws

fst = ∙A ∙F
s s y
b∙h

As: Área do Aço (conhecido ou calculado)

Ff: Coeficiente de atrito do subleito (tipicamente 1,5–2,0)

L: Comprimento das placas entre as juntas

W: Peso próprio na Seção do piso

fws: Tensão admissível no reforço em aço (tipicamente 0,67–0,75 Fy)

fst: Esforço de retração no Aço (em tensão)

Fy: Resistência ao escoamento do Aço

φs: Fator de segurança

b: Largura da unidade de cada placa

h: Altura da Seção do piso

Para as tensões de temperatura, a tensão de flexão pode ser calculada baseada na espessura e gradiente de
temperatura, assim como nas propriedades do concreto. O gradiente de temperatura pode ser considerado por
volta de 1,5–2,5 °F para cada polegada do piso de concreto.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 31
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

σT = C∙E∙α∙ T
2
σT: Tensão devido ao gradiente de temperatura (na flexão)
C: Coeficiente (0,8 para a base granular e 0,65 para a base estabilizada)
E: Módulo de elasticidade do concreto
α: Coeficiente de expansão térmica
T: Gradiente de temperatura (parte superior e inferior)

EXEMPLO: Uso do CRF para substituir barra/tela de aço para o Controle de


Fissuras por Retração/Temperatura
Suponha que uma seção de concreto de 8”, f’c = 4.000 psi, fr = 550 psi, foi originalmente projetada com tela de
aço W2 × W2 – 6” × 6”. Os cálculos a seguir mostram o reforço proporcionado pelo aço e a dosagem de fibras
para proporcionar a mesma performance. Note que: As = 0,04 in2/ft and fy = 60 ksi. Suponha uma Temperatura
Diferencial de 10 °F (entre as partes superior e inferior da placa) e a sub-base granular.

s ∙ As ∙ Fy 0.9 × 0.04 × 60,000


f = = = 23 psi (tensão) ÷ 0,37 62 psi (flexão) [0,43 MPa]
st
b∙h 12 × 8

σT = C ∙ E ∙ α ∙ T 0.8× (4 × 106) × (5.5 × 10–6) × 10


= = 88 psi [0,60 MPa]
2 2

O estresse maior entre os 2, neste caso 88 psi, é a resistência residual à flexão pós-fissuração fornecida pela
tela de aço. A mesma resistência residual deve ser fornecida pelas fibras.

f =f
e3 st

Resolvendo fe3: fe3 = 88 psi [0.60 MPa]


Resolvendo Re3: Re3 = 88 ∙ 550 = 16%

Os dados do Ensaio ASTM C1609 devem ser verificados para determinar a taxa de dosagem para fibras que
irá fornecer a mesma capacidade de Momento pós-fissuração que os vergalhões de aço originais.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 32
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.9 Cálculo de Momento e Projeto para uma Seção Suspensa


Se for desejado um projeto completo para uma seção de concreto, as cargas devem ser fornecidas para o
cálculo de Momento de flexão para a seção. O procedimento para o cálculo de Momento depende do tipo de
distribuição das cargas assim como do tipo e localização dos apoios. Para um elemento biapoiado ou para ex-
cluir a dependência de um suporte contínuo, podemos calcular o Momento Máximo Aplicado. Como exemplo,
uma viga em simples apoio é mostrada na figura abaixo com um ponto de carga na área central (FIGURA 23).

Figura 23
Diagrama de uma viga biapoiada sob

carga concentrada.

Mu =
Pu ∙ S
4

Mu: Momento Fletor Atuante

Pu: Carga atuante

S: Distância entre os apoios

Outras configurações de carga (um ou mais pontos de carga em vários locais, cargas uniformes e combinações de
diferentes cargas) podem também ser consideradas e o Momento Fletor pode ser calculado para estas situações. O
cálculo do Momento Resistente de uma seção de CRF deve ser maior que o Momento Atuante:

φ’ ∙ Mn–CRF ≥ Mu

Este método pode ser usado para determinar a capacidade de Momento do Concreto Reforçado com Fibras em
uma seção independentemente de apoio contínuo do piso ou leito rochoso. Notamos que Projetos Autoestáveis
estatisticamente determinam Membros Suspensos com Fibras como a única forma de reforço não recomenda-
da. Contudo, é possível usar fibras de aço em taxas de dosagem mais altas para obter uma resistência residual
pós-fissuração que seja superior à resistência à fissuração do concreto. Sistemas híbridos (vergalhões+fibras)
podem ser usados para macrofibras sintéticas.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 33
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

2.10 Cálculo de Momento e Projeto para uma Seção Apoiada


Para aplicações com apoios contínuos como pisos de concreto, concretos projetados em leito rochoso, etc., o
cálculo de Momento Fletor na Seção do concreto é desenvolvido de modo diferente à natureza e da distribuição
das tensões abaixo da placa. No caso de pisos de concreto (SOG) que são a maior aplicação para as fibras, a
informação necessária para o dimensionamento inclui o tamanho da placa, a resistência do concreto, módulo
do subleito, local e tipo de cargas e espaçamento entre juntas. Tradicionalmente, as equações de westergaard
são usadas para determinar a espessura das placas para uma dada carga. Este método supõe a não fissuração
para um carregamento último ou tensões de retração/temperatura nas placas em serviço. Outra forma mais
realista é usar a Teoria das Charneiras Plásticas que supõe que fissuras poderiam ocorrer e devem ser contro-
ladas. Este método pode ser usado para SOG ou Placas Suspensas. Baseado nesta abordagem, o Capítulo
11 da ACI 360, fornece algumas equações para o cálculo de Momento para pisos de concreto. Estas equações
são apresentadas para vários locais de carga (ex.: centro das placas, perto das bordas, perto dos cantos das
placas). O TR-34, um Guia para Projetos Britânicos para pisos/pavimentos de concreto também usou esta abor-
dagem para pisos industriais. A eficiência das macrofibras no controle de fissuras fazem deste método o mais
apropriado para o dimensionamento de pisos de CRF. Para uma seção de pisos de concreto mostrada abaixo,
queremos calcular o Momento Fletor com uma carga localizada no centro da placa (FIGURA 24).

Figura 24
Diagrama de placa com

carga localizada.

Obs.:
Mu = Pu E ∙ h3 Não está claro no documento original word recebido o ano
6 × [1 + 2La] L =√12(1 – ν2) ∙ K passado, onde estaria a raiz quadrada solicitada.
Apenas por isso não foi colocada nas fórmulas ao lado.
4
Se puder fazer a gentileza de indicar, agradeceria.

Mu: Momento Fletor Atuante; Pu: Carga Atuante

a: Raio do Círculo com área igual à da carga localizada

L: Raio de Rigidez Relativa

E: Módulo de Elasticidade do Concreto

h: Altura da Seção do Piso

ν: Coeficiente de Poisson do Concreto (tipicamente 0,15–0,2)

K: Módulo do Subleito ou k do sistema (lb/in3)

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 34
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Outras configurações de carga (1 ou + pontos de carga em vários locais, cargas uniformes e combinações de
cargas diferentes) podem ser consideradas e o Momento Fletor pode ser calculado para estas situações. A
capacidade de Momento de Cálculo da Seção do CRF deve ser maior que o Momento Atuante aplicado:

φ’ ∙ Mn–CRF ≥ Mu

EXEMPLO: Utilizando o CRF para um Dimensionamento Completo (Seção Supensa)

Projeto de um degrau de concreto pré-moldado, feito com CRF com suas dimensões, cargas e propriedades
mostradas na FIGURA 25.

Figura 25
Diagrama de uma viga de simples

apoio Pu com carga localizada.

S: Vão livre entre os apoios = 2’ = 48”

b: Largura da Seção = 10”

h: Altura da Seção = 3”

Pu: Máximo de carga localizada atuante = 400 lb

f’c: Resistência à compressão do concreto = 4.000 psi

O Momento fletor máximo contabilizado e a tensão de flexão correspondente estão a seguir. A resistência à
tração na flexão do concreto (módulo de ruptura) também é calculada.

Mu = Pu ∙ S = 400 × 48 = 4,800 lb ∙ in (momento fletor último)


4 4
σu = Mu ∙ c = 4,800 × 1.5 = 3 20 psi [2.2 MPa] (tensão na flexão último)
I 22.5

fr = 7.5 √fc = 7.5 √4000 ≈ 475 psi [3.2 MPa] (resistência à tração / módulo de ruptura para concreto)

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 35
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Isto significa que sob o Momento fletor máximo, a tensão de flexão desta seção pré-moldada 320 psi é menor
que a resistência à tração na flexão do concreto 475 psi e teoricamente o concreto não irá fissurar. Contudo,
se o concreto fissurar por razões de durabilidade ou sobrecarga, precisaremos de reforço para controlar as
fissuras e prevenir falha súbita. O reforço mínimo necessário de acordo com a ACI 318 para membros flexivos
é baseado no mesmo princípio. O reforço deve fornecer a mesma capacidade de Momento que a seção não
fissurada.

φ’ ∙ Mn–CRF ≥ Mu → 0.8 × Mn–CRF ≥ 4,800

4,800 × 6
Resolvendo fe3: fe3 = 0.8 × 10 × 32 = 400 psi [2.7 MPa]

Os dados do Ensaio ASTM C1609 devem ser verificados para determinar a taxa de dosagem para fibras que
irá fornecer a mesma capacidade de Momento pós-fissuração que os vergalhões de aço originais.

EXEMPLO: Utilizando o CRF para um Dimensionamento Completo (Apoio contínuo)

Dimensionamento de um piso de concreto, feito com CRF com dimensões, cargas e propriedades mostradas
na FIGURA 26.

Figura 26
Diagrama de uma placa com

carga localizada.

Pu: Carga Localizada Atuante (prateleira) = 10.000 lb

a: Raio do Círculo para Carga = 2”

E: Módulo de Elasticidade do Concreto = 4 × 106 psi

h: Altura da Seção do Piso = 4”

ν: Coeficiente de Poisson do Concreto = 0,15

K: Módulo de subleito ou K do sistema = 100 pci

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 36
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

E ∙ h3 4 × 106 × 43 = 10.8”
4 4


Pu 10,000

[ 2 a
Mu =6 × 1 + L ] 2
[
= 6 × 1 + 10.8
×2
]
= 1,216 lb ∙ in
φ’ ∙ Mn–CRF ≥ Mu → 0.8 × Mn–CRF ≥ 1,216

1.351 × 6
Resolvendo fe3: fe3 =
0,8 × 12 × 42 = 52 psi [0,35 MPa]

Isto significa que sob o Momento fletor máximo, a tensão na placa será de 52 psi que é muito menor que a
resistência do concreto que é por volta de 475 psi. Teoricamente, esta seção de concreto não irá falhar sob
as cargas assumidas e desde que permaneça continuamente apoiada sobre o solo, nenhuma falha súbita irá
ocorrer. O reforço pode ser usado somente para o controle de fissuras causadas pela retração, temperatura,
e fissuras relacionadas à durabilidade. Aqui, a dosagem mínima de 3,0 lb/yd3 de Tuf-Strand SF pode ser
recomendada. Note que para um projeto real, outras condições de cargas críticas devem ser consideradas (ex.:
carga de borda, carga de canto, carga uniforme, etc.).

2.11 Ferramentas de Projeto - Euclid Chemical

A Euclid Chemical tem desenvolvido ferramentas de projeto nos formatos de planilhas, pacotes de software e
aplicativos para smartphones para calcular a taxa de dosagem de suas macrofibras sintéticas para corresponder
ao reforço de aço típico no concreto baseado em seu desempenho. A informação necessária para tal cálculo inclui
a resistência à compressão do concreto e/ou resistência à tração na flexão, espessura da seção do piso de con-
creto e detalhes do reforço de aço (tamanho da tela ou barra e espaçamento e profundidade do reforço na seção
do concreto). Foram desenvolvidos aplicativos para smartphones baseados nas mesmas equações para calcular
rapidamente a dosagem de fibras necessária para substituir um reforço em aço. Este aplicativo gratuito chamado
“FiberCalc” está disponível para iPhone, Android e tablets e será aprimorado nas próximas atualizações. Abaixo,
são apresentadas resumidamente essas ferramentas de cálculo. As unidades desejadas (SI ou Imperial) e o
reforço de aço (que será substituído por fibras) podem ser selecionados no menu suspenso. A taxa de dosagem
cientificamente desenvolvida é calculada e apresentada ao usuário (FIGURA 27).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 37
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Figura 27
A Euclid Chemical desenvolveu

planilhas e aplicativos para

smartphones para cálculo rápido de

dosagem para macrofibras quando a

quantidade de reforço em aço é conhecida.

A Euclid Chemical desenvolveu um pacote de software para projetos completos para pisos de concreto com
macrofibras sintéticas baseado no ACI 360 e TR 34. A informação necessária para tal cálculo inclui resistência
à compressão e/ou tração do concreto, espessura da seção do piso de concreto, tipo de solo e módulo, e car-
gas aplicadas. Este software permite considerar uma variedade de cargas aplicáveis nos pisos de concreto, tais
como cargas uniformes, cargas lineares, empilhadeiras carregadas, veículos e caminhões de carga e cargas
de porta-palets. Um manual separado foi publicado para explicar em detalhes os cálculos e instruções passo a
passo para a utilização do software para projetos. Exemplos destas ferramentas de projetos são apresentados
brevemente na próxima página (FIGURA 28).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 38
Capítulo 2 | CRF Propriedades e Métodos de Projeto

Figura 28
A Euclid Chemical desenvolveu um

software de projetos para cálculos

detalhados de dosagem de macrofibras

baseado nas propriedades do solo (base),

propriedades do concreto e nas

cargas aplicadas.

2.12 Normas, Guias e Recomendações de Projeto


A ACI-318 é a norma de construção para concreto industrial e atualmente não inclui metodologias de cálculo com
fibras. Este documento, contudo, permite “soluções alternativas” nos processos de cálculos com a aprovação do
engenheiro. A base do projeto para Momento de Fletor ou para Controle de Fissura utilizada na ACI 318 pode
ser estendida para concreto reforçado com fibra. Existem outros documentos da ACI que recomendam o uso de
macrofibras para uma variedade de aplicações e mais documentos estão sendo desenvolvidos no momento.
ACI-544 (Concreto Reforçado com Fibras) tem várias publicações como especificações, dosagem e produção
de CRF, assim como relatórios em Métodos de Ensaio, aspectos de durabilidade e algumas filosofias de projeto.
ACI 360 (lajes apoiadas sobre o solo) especificamente reconhece as macrofibras (aço e sintéticas) como reforço
para pisos de concreto. Este guia discute algumas metodologias existentes para projetos com CRF. ACI 506
(concreto projetado) também permite o uso de macrofibras (aço ou sintéticas) para substituir o reforço de aço
nas aplicações subterrâneas de concreto projetado. SDI/ANSI C1.0 é um documento publicado pela “Steel Deck
Institute” que permite a utilização de macrofibras (aço e sintéticas) em placas de concreto em steel decks para o
controle de fissura em alternativa ao reforço em aço.

• ACI 544-3R (2008): Guia para especificações, Dosagem e Produção de Concreto Reforçado por Fibras

• ACI 360R (2010): Guia para Projeto de Lajes apoiadas sobre o Solo

• ACI 506-5R (2009): Guia para especificações de Concreto Projetado Subterrâneo

• TR 34 (2014): Pisos Industriais de Concreto

• SDI/ANSI C1.0: Projeto de CRF Placas de Steel Decks

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 39
Capítulo 3
Aplicações e Exemplos

3.1 Pisos de Concreto (Baseado no ACI 360)

3.2 Steel Decks (Baseada no SDI)

3.3 Pré-Moldados

3.4 Parede Residencial em Concreto

3.5 Concreto Projetado

3.6 Concreto Decorativo

3.7 Outros Tópicos: Juntas para Controle e Transferência de Carga

3.8 Outros Tópicos: Pisos em CRF de baixa retração

40
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

3.1 Pisos de Concreto (Baseado no ACI 360)


PISOS DE CONCRETO SEM REFORÇO: Estas placas são projetadas baseadas na espessura necessária
e não incluem o controle de reforço com largura da abertura da fissura ou levam em consideração as cargas
aplicadas. Elas são projetadas para permanecer sem fissuras devido às cargas aplicadas em sua superfície.
Para o desempenho desses pisos de concreto sem reforço, é crucial controlar os efeitos da retração plástica
e hidráulica. Os dois objetivos principais do dimensionamento de pisos de concreto sem reforço são evitar a
formação de fissuras aleatórias (fora das juntas) e manter uma estabilidade adequada das juntas. Isto posto,
a aplicação da atual tecnologia permite somente a redução nas fissuras e empenamento devido à retração
restrita, mas não sua eliminação. A ACI-302.1R sugere que fissuras de até 3% do tamanho da placa em piso
comum são uma expectativa realista. Microfibras sintéticas podem ser adicionadas a estas placas não reforça-
das para a redução de fissuras por retração plástica e para aprimorar algumas propriedades tais como fadiga e
durabilidade. Estas fibras são normalmente usadas na taxa de dosagem de 0,5–1,5 lb/yd3 (0,3–0,9 kg/m3) no
concreto. Pisos somente com microfibras sintéticas ainda são considerados não reforçados. A diminuição das
fissuras e o aprimoramento da durabilidade fornecida por estas fibras irão diminuir os custos associados com
a manutenção deste piso.

PISOS REFORÇADOS: A espessura para pisos reforçados é calculada de forma similar às placas sem reforço.
O reforço pode ser usado nos pisos para melhorar o desempenho das placas sob certas condições. Estas
incluem: limitar a abertura de fissuras por retração; maior espaçamento entre as juntas do que as placas não
reforçadas, e fornecer uma capacidade de Momento e estabilidade nas seções fissuradas. O uso do reforço
não previne fissuras, mas na verdade aumenta a frequência de fissuras enquanto reduz o tamanho e largura
das mesmas. O tamanho e largura das fissuras são controlados através da redistribuição de tensões. Um re-
forço corretamente proporcionado e posicionado irá limitar a largura das fissuras de tal forma que não irá afetar
o desempenho do piso em serviço. Esses reforços em pisos podem ser em barras ou telas de aço, macrofibras
(aço ou sintética). Barras e telas de aço devem ser firmes o suficiente para serem eficientemente localizadas no
1/3 superior da placa (mas não mais do que 2” da superfície) para o controle apropriado de fissuras. Reforços
(vergalhões, telas ou macrofibras) também causam impacto na resistência residual pós-fissura nas placas.
As macrofibras são usadas em taxas de dosagem necessárias para fornecer uma resistência residual pós-fis-
suração equivalente à resistência oferecida por vergalhões ou pela tela que está sendo substituída. Esta taxa
de dosagem tipicamente varia de 3,0–12 lb/yd3 (1,8–7,2 kg/m3) para macrofibras sintéticas em pisos de con-
creto. Dependendo da quantidade do reforço necessário, vários níveis de resistência residual pós-fissuração
podem ser usados para calcular a taxa de dosagem de fibra. Por exemplo, tela de aço de W1.4 × W1.4 – 6” ×
6” em placa de 6” fornece uma razão de reforço de 0,04% que serve para o Controle de Fissuras por Retração/
Temperatura. Neste caso, a razão da resistência residual, Re,3 é de cerca de 6%. A mínima taxa de dosagem
para macrofibras sintéticas de 3,0 lb/yd3 (1,8 kg/m3) pode fornecer o mesmo (na verdade melhor) controle de
fissura. Contudo, se o reforço projetado for 4 barras @12” o.c., então a razão do reforço é de 0,27%. A razão
da resistência residual, Re,3 é de cerca de 38%. Neste caso a taxa de dosagem para as Fibras TUF-STRAND
SF seria de cerca de 6,0 lb/yd3 (3,6 kg/m3). A ASTM C1399, C1550 e C1609 fornecem medidas quantitativas
que são úteis na avaliação do desempenho do CRF no estado endurecido. Os resultados destes métodos de
ensaio podem ser usados para otimizar as proporções do CRF.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 41
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

A adição das macrofibras sintéticas nos pisos de concreto também fornece os benefícios da durabilidade apri-
morada para desempenho em longo prazo, e um aumento da resistência contra fadiga, impacto e abrasão. O
concreto com fibras sintéticas não necessita de cobrimento para o reforço, portanto a espessura pode poten-
cialmente ser reduzida baseada nos cálculos do projeto (FIGURA 29).

Figura 29
Redução em potencial da espessura das

placas quando as macrofibras são usadas

em taxas de dosagem mais altas.

Alguns exemplos de projetos realizados com as macrofibras sintéticas TUF-STRAND SF para aplicações em
pisos de concreto são mostrados nas FIGURAS 30–32.

Figura 30
Centro de distribuição da FedEx (piso do

armazém e área de carregamento), Bell,

CA. Mais de 200.000 SQFT de placas de

concreto reforçado com

5 lb/yd3 (3,0 kg/m3) TUF-STRAND SF.

Figura 31
Yankee Stadium, Bronx, NY. Placas de

concreto e placas elevadas foram reforça-

das com 4 lb/yd3 (2,4 kg/m3) TUF-STRAND

SF (400.000 SQFT).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 42
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 32
Revestimento de canal, em Bakersfield, CA.

O concreto de 6” foi reforçado com 9 lb/yd3

(5,4 kg/m3) TUF-STRAND SF para substituir

barras #5 @ 12” (construção rápida).

3.2 Steel Decks (Baseada no SDI)


Na utilização do reforço em aço utilizado em steel decks, é necessário um cobrimento mínimo de armadura de 2’’;.
Este reforço é tipicamente considerado para o Controle de Fissuras por Retração/Temperatura (As < 0,075%) e
pode ser substituído por macrofibras (aço ou sintéticas). De acordo com SDI, fibras de aço são permitidas em uma
taxa mínima de dosagem de 25 lb/yd3 (15 kg/m3) e macrofibras sintéticas em uma taxa mínima de dosagem de
4 lb/yd3 (2,4 kg/m3). Em muitos projetos, é necessária uma aprovação da UL para uma resistência contra incêndio
de 2-horas para um steel deck. A fibra TUF-STRAND SF foi testada com cargas para a resistência contra incêndio
e foi certificada com aprovação da UL para um mínimo de 4 lb/yd3 para as séries de projeto de plataforma D900.

Devemos notar que o steel deck não funciona como reforço em aço nas áreas de compressão em áreas
de Momento negativo. Se uma placa contínua for desejada, o reforço negativo deve ser projetado usando
reforço convencional baseado no ACI-318 ou outras normas de construção. Resultados completos de testes
foram publicados mostrando que a resistência do Aço projetado para Retração/Temperatura não contribui
para o desempenho estrutural dos diafragmas de cisalhamento (a menos que estejam conectados aos pinos
de cisalhamento). Estes estudos mostram também que as macrofibras podem fornecer desempenho similar
(ou até melhor) para a resistência de Retração/Temperatura do Aço. Outro importante benefício de usar
CRF ao invés de tela de aço para steel decks é a melhoria na segurança do trabalho e redução de risco aos
trabalhadores da construção.

Alguns exemplos de projetos com as Macrofibras Sintéticas TUF-STRAND SF para Steel Decks e suas apli-
cações são mostrados nas FIGURAS 33 - 34.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 43
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 33
Mercedes-Benz – Scottsdale, AZ.

TUF-STRAND SF a 5 lb/yd3 (3,0 kg/m3).

Figura 34
Prudential Tower – Newark, NJ

UF-STRAND SF a 4 lb/yd3 (2,4 kg/m3).

3.3 Pré-Moldados
Usar fibras em unidades de pré-moldados é uma escolha popular para muitos construtores devido aos benefícios
técnicos e econômicos. Uma variedade de unidades de pré-moldados pode ser feita com concreto reforçado
com fibras. Incluindo: segmentos estruturais (paredes de som, painéis, revestimento de túnel), unidades usa-
das na gestão de água/esgoto (tubulações, tanques sépticos, tanques de resíduo nuclear, retenção de alaga-
mentos), contêineres (jazigos, abrigos de tempestade, caixas utilitárias, salas de armazenamento, garagem),
e unidades decorativas (mobiliário urbano, móveis de casa, painéis de parede). Os requisitos para capaci-
dade estrutural e a resistência a incêndio devem ser considerados na hora de escolher as fibras para as apli-
cações em que podem ser usadas. Em alguns casos com reforço pesado, pode não ser possível substitu-
ir completamente o reforço de aço, porém, pode haver potencial para reduzir a quantidade de aço utilizando
sistemas híbridos (barras de aço + fibras).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 44
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 35
Reforços típicos de vergalhões para

unidades de pré-moldados (segmentos

de túneis e painéis).

Reforços em unidades de concreto pré-moldado podem ser caracterizados em 2 tipos: não-estrutural (somente
para Controle de Fissuras por Retração/Temperatura) e estrutural (baseado na Capacidade de Momento Fletor).
Microfibras sintéticas ou baixas dosagens de macrofibras sintéticas podem ser usadas para substituir o reforço
de aço no Controle de Retração/Temperatura. Para reforços mais pesados e aplicações estruturais, macrofibras
podem ser usadas em dosagens maiores para substituir vergalhões de aço. Muitas unidades de pré-moldados
têm seções relativamente finas e/ou reforço em aço pesado (FIGURA 35). Portanto, colocando vergalhões de
aço/tela e despejando um concreto de boa qualidade pode ser complicado e levar tempo. Reforçar o concre-
to com fibras permite um processo de produção mais automatizado, aumentando o controle de qualidade e
melhorando as características finais do produto. Além disso, ao calcular a capacidade equivalente de flexão, a
espessura das unidades mais pesadas pode ser diminuída quando fibras são usadas em dosagens elevadas.
Outro potencial para a redução de espessura é a eliminação do cobrimento de concreto que é necessário para
prevenir corrosão do reforço em aço.

Podem ser utilizados superplastificantes para a produção do concreto autoadensável, eliminando a neces-
sidade de vibração e adensamento. Estes aditivos fazem com que a instalação seja mais fácil e também
fornece uma alta resistência imediata ao concreto, permitindo uma desmoldagem precoce e produção mais
rápida. Usando macrofibras sintéticas com um traço de concreto apropriado (incluindo aditivos redutores de
água) pode-se assegurar uma fácil moldagem e um acabamento de qualidade para as unidades de pré-mol-
dados feitos com CRF. Alguns exemplos de macrofibras em unidades de pré-moldados são mostrados na
FIGURA 36.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 45
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 36
Unidades típicas de pré-moldado de

concreto com macrofibras em substituição

aos vergalhões de aço .

3.4 Parede Residencial em Concreto


Reforço em paredes de fundação residencial pode ser mais complicado do que nas aplicações anteriores e
depende de muitos parâmetros, tais como altura da parede, espessura, altura de aterro e pressão do solo.
Se a parede foi projetada sem reforço, microfibras ou baixa dosagem de macrofibras podem ser adicionadas
para melhorar a qualidade do concreto contra fissuras por retração plástica e durabilidade de longo prazo
na exposição à infiltração de água e substâncias químicas. Macrofibras podem ser usadas para substituir al-
guns reforços de aço nestas paredes de fundação (FIGURA 37). Notamos que as barras de passadores que
conectam à fundação (ou rodapés) nas paredes devem permanecer como meio de transferência de carga
e mecanismo anticolapso. Da mesma forma, as barras de aço ao redor das aberturas devem permanecer
nas paredes. O CRF também pode ser usado em formas de concretagem com isolamento (ICF) em paredes
para eliminar ou reduzir os vergalhões de aço no núcleo do concreto (FIGURA 38). A TABELA fornecida pelo
Código Internacional de Construção (IBC) pode ser usada para encontrar a quantidade necessária de reforço
em aço e a taxa de dosagem necessária de fibras, que pode então ser calculada para fornecer a mesma
capacidade de flexão contra a carga aplicada e os Momentos.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 46
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 37
Paredes residenciais podem ser reforçadas

com macrofibras ao invés de vergalhões.

Figura 38
Paredes residenciais reforçadas

com macrofibras, Colégio Católico Seton,

Chandler, AZ. TUF-STRAND SF a 6 lb/yd3

(3,6 kg/m3) para substituir os vergalhões

de aço horizontais).

A Euclid Chemical pode fornecer ferramentas de engenharia e documentações para os cálculos das taxas
de dosagem de fibras para substituir vergalhões de aço em paredes residenciais baseadas nos códigos de
construção. Planilhas podem ser fornecidas para a estimativa de economia correspondente ao uso de CRF
nestas aplicações. Outras vantagens do uso do concreto reforçado com fibras em paredes são a melhoria da
integridade/resiliência na exposição aos impactos inesperados e condições de explosão e terremoto, assim
como melhor durabilidade de desempenho na exposição a interações ambientais de longo prazo (intempéries,
corrosão, ataque de sulfato, etc.).

3.5 Concreto Projetado


O concreto projetado é um dos processos mais desejados disponíveis para a utilização de trabalhos subter-
râneos, novas construções e projetos de reparos. A construção com concreto projetado reforçado com fibras
pode normalmente ser completada em menos tempo e ser mais econômica que outras técnicas convencionais
de construção pelo tempo reduzido associado à instalação, inspeção e construção de distintas formas do que
o aço. Por esta razão, um crescente número de novos projetos de construção seleciona este método pelos
custos reduzidos, aumento na segurança do trabalho, e rapidez na construção quando o reforço em aço é
eliminado. A habilidade de construir em formatos retos, curvados e formatos irregulares, enquanto fornece uma
estrutura de concreto resiliente e durável, faz com que o concreto projetado seja o material de escolha para um
número crescente de projetos arquitetônicos e de paisagismo.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 47
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Escavações no solo e rochas podem ser estabilizadas eficientemente com concreto projetado reforçado com
fibras. O concreto projetado é ideal para apoio de solo em túneis e minas. Com desenvolvimento extemporâneo
na resistência à compressão, flexão e tenacidade, o concreto projetado reforçado com fibras fornece apoio
mais rápido ao solo após escavação ou detonação. Isso pode fornecer flexibilidade para permitir estabilidade
no solo e a habilidade de adaptar-se ao perfil irregular natural do solo sem terraplanagem. O concreto projetado
reforçado com fibras pode ser usado como revestimento final ou permanente para estruturas subterrâneas.
Usar o concreto projetado reforçado com fibras para eliminar a maioria do reforço de aço para piscinas é o mais
recente desenvolvimento na indústria. Este material é especialmente apropriado para piscinas e rampas de
skate com suas muitas curvas, por ser bombeado contra o solo escavado, eliminando o custo da instalação de
formas e estruturas de aço. A flexibilidade que a instalação do concreto projetado reforçado com fibras propor-
ciona a cada dono de piscina dá a possibilidade de ter uma piscina em formato único e exclusivo (FIGURA 39).

O concreto projetado reforçado com fibras é uma técnica ideal quando se contempla o reparo ou restauração.
Nas paredes de retenção de canais e piscinas, estruturas hidráulicas, as oportunidades são incontáveis. Em
muitos casos, quando as fibras são usadas no reparo com concreto projetado, a necessidade de corte e co-
locação do reforço em aço para as áreas de reparo é eliminada e o serviço pode ser feito mais rápido e com
menos custo (FIGURA 40).

Figura 39
O concreto projetado reforçado com fibras

usado para a construção de uma nova

piscina, Jacksonville, FL TUF-STRAND SF a

6 lb/yd3 (3,6 kg/m3).

Figura 40
O concreto projetado reforçado com fibras

usado para o reparo de canal pluvial,

Phoenix, AZ (5 lb/yd3 TSSF).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 48
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

3.6 Concreto Decorativo


O concreto com fibras pode ser usado para uma variedade de aplicações decorativas que envolvem o uso de
coloração integral, estampagem, acabamentos com verniz e polimento (FIGURAS 41–42). Alguns cuidados
devem ser tomados quando a superfície desejada do concreto com macrofibras for polida; polimento profundo
deve ser usado com um mínimo de ¼ pol. (6 mm) de remoção da superfície superior.

Figura 41
Placas de concreto colorido/estampado,

Cleveland State University, Cleveland, OH.

TUF-STRAND SF at 4 lb/yd3 (2,4 kg/m3).

Figura 42
Concreto polido com agregados de vidro,

Escola Fundamental Fireside, Phoenix, AZ

(3 pcy TSSF – 90.000 SQFT).

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 49
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

3.7 Outros Tópicos: Juntas Para Controle e Transferência de Carga


Juntas de Controle (também chamadas de juntas serradas ou juntas de retração) são simplesmente estrias
colocadas no concreto fresco, ou serradas nas placas logo após o concreto atingir sua pega inicial. O controle
de juntas cria um ponto fraco na placa; então, quando o concreto se retrai, ele irá fissurar na junta ao invés de ale-
atoriamente fissurar através do piso (chamada de junta ativada). Para uma junta de controle ser eficiente, o corte
deve ser feito em tempo apropriado, o mais cedo possível, serrando a uma profundidade de 1” para placas de até
9” de espessura. A profundidade mínima para cortes em juntas serradas convencionais, deve ter pelo menos 1⁄4
da espessura da placa. Para altas dosagens de macrofibras (mais que 7 lb/yd3), um mínimo de 1⁄3 da espessura
da placa deve ser cortado para a junta ser eficiente. Haste de Backer e um apropriado selante elastomérico de
junta podem ser usados para selar as juntas serradas para propósitos estéticos e contra umidade e detritos. Os
selantes de juntas semirrígidos podem ser usados para preencher a totalidade das juntas e proteger as bordas
das juntas contra o tráfego de empilhadeiras com pneus maciços.

A ACI-302 recomenda o uso de espaçamento para juntas de retração de 24–36 vezes a espessura do piso para
placas não reforçadas. A PCA recomenda um espaçamento para juntas que não exceda 15 pés (quando a trans-
ferência de carga depender apenas de intertravamento dos agregados). Usar o Concreto Reforçado com Macro-
fibras combinado com um traço que tenha baixa retração, pode permitir um aumento do espaçamento das juntas.
O detalhamento e espaçamento de juntas de construção ou retração para o Concreto Reforçado com microfibras
sintéticas, deve ser o mesmo especificado para um concreto sem reforço. Em taxas de dosagem médias para
as Macrofibras Sintéticas – ex.: 5,0 lb/yd3 (3 kg/m3) e maiores, aumentam a resistência residual pós-fissuração
do concreto. O comportamento deste material permite usar um espaçamento de junta maior, desde que os outros
atributos dessa aplicação sejam apropriadamente seguidos.
Diferentes mecanismos de transferência de carga nas juntas serradas podem ser vistos no diagrama da FIGURA 43.
A transferência de carga em juntas serradas em placas sem reforço é tipicamente feita através do intertravamento dos
agregados e pode ser otimizada com o uso de barras de transferência. As macrofibras conectam as fissuras nas juntas
serradas e melhoram o intertravamento dos agregados para transferir as cargas de um lado da placa até o outro. Para
pisos reforçados com macrofibras, a transferência de carga nas juntas serradas é feita através da combinação do inter-
travamento dos agregados e ponte de transferência de tensões que a Fibra proporciona (FIGURA 44).
Em alguns casos, é possível eliminar as barras de transferência em juntas serradas, utilizando altas dosagens de
macrofibras (ex.: > 6 ou 7 lb/yd3 para macrofibras sintéticas).

Figura 43
Diagrama dos métodos de reforço para a

transferência de carga nas juntas serradas.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 50
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 44
Diagrama da transferência de tensões
Fissura se travamento na junta com e sem macrofibras.
(sem transferência de carga)

Intertravamento dos agregados


Intertravamento dos agregados reforçado
(transferência de tensões limitada)
com fibras (transferência de

carga aumentada)

3.8 Outros Tópicos: Pisos em CRF de baixa retração


Os reforços (tela ou barra de aço, fibras) não reduzem o nível de retração do concreto, mas apenas controlam as
fissuras quando acontecem. O concreto convencional, tem um coeficiente de retração que varia de 0,05%–0,06%
após 28 dias. As recomendações para espaçamento de juntas da ACI-302 e PCA são baseadas nestes valores de
retração. Como exemplo, estes valores limitariam o espaçamento das juntas serradas até 15 pés (4,5–6 m) para
uma placa de 6 pol. (150 mm) de espessura. Um concreto de baixa retração pode ser feito usando menos cimento,
menos água, mais agregado graúdo e técnicas de cura (secagem) apropriadas. Aditivos Redutores de Retração
(SRAs) ou Aditivos Compensadores de Retração (SCAs) podem também ser usados para produzir misturas de
concreto com valores de retração que variam de 0,02%–0,04%. Estes valores menores de retração, podem permitir
um maior espaçamento de juntas, que variam de 25–30 pés ou mais (7,5–9 m) para placas de concreto de 6” (150
mm) de espessura. Os SRAs aplicam uma redução de hidrostática/tensão superficial na água, diminuindo assim a
quantidade de tensão por retração exibida nas paredes dos poros capilares quando a água sai do sistema. Os SCAs
criam uma expansão inicial no concreto para compensar a retração que ocorre. Valores de retração menores que
0,02% após 28 dias permitem um espaçamento de juntas serradas de mais de 40 pés (12 m). É possível se obter
valores zero ou perto de zero por cento de retração (concreto com retração compensada) utilizando aditivos com-
pensadores de retração (SCAs). Algum tipo de reforço (barras de aço ou macrofibras equivalentes) é requisitado em
concreto com compensação de retração para fornecer restrição contra a expansão induzida (ver ACI 223 - concreto
com retração compensada). Uma razão mínima de reforço para concreto bruto de 0,15% deve ser usada em cada
direção em que a compensação de retração for desejada. Quando usar o concreto com retração compensada, as
placas podem ser aplicadas em áreas maiores que 10.000 ft2 (930 m2) com espaçamento de juntas de 100 ft (30
m) com fissuramento mínimo. Deve-se consultar a ACI 223 - Concreto com retração compensada, para se obter
às razões de aspecto permissíveis e juntas nos cantos vivos. Pisos de concreto com fibras TUF-STRAND SF e
aditivos redutor ou compensador de retração permitem a construção com grandes concretagens com o mínimo de
juntas e barras de transferências. Pesquisas feitas pela Euclid Chemical mostram que a combinação de SRA, SCA,
e macrofibras podem resultar em misturas com zero retração que podem ser usadas em pisos e lajes sem juntas e
sem fissuras. O comportamento na retração do concreto com diferentes sistemas é mostrado na FIGURA 45. Como
exemplo, quando a mistura de baixa retração é usada com macrofibras, as juntas serradas podem ser eliminadas e
aplicações diárias tão grandes quanto seus espaçamentos podem ser feitas como mostra a FIGURA 46.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 51
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 45
Diagrama da mudança do

comprimento com o tempo para o

concreto à base de cimento Portland em

comparação com SRA, SCA,

e combinação de SRA/SCA/fibra.

Figura 46
Comparação de 2 sistemas de pisos:

Esquerda: 50’ × 50’ baia com 4 cortes de

200’ comprimento total com retração normal.

Direita: 50’ × 50’ baia sem cortes com pouco

baixa retração.

Não há equação específica para o cálculo de espaçamento de juntas baseado em parâmetros tais como Va-
lores de Retração ou Tipos de Reforço. Contudo, diretrizes gerais apresentadas na ACI-360 podem ser usadas
como ponto inicial para este cálculo (FIGURA 47). Em geral, o espaçamento da junta é inversamente relacio-
nado ao Valor da Retração e o gráfico da próxima página mostra a relação obtida da literatura existente. Este
gráfico pode ser usado para a aproximação do espaçamento das juntas como uma ferramenta de comparação
(FIGURA 48). Por exemplo, se o espaçamento original para uma placa de 6” com retração de 0,06% é de 18
pés, ao utilizar traços de concreto para baixa retração e obter um encolhimento de 0,02%, o espaçamento da
junta pode potencialmente se estender a 40 pés. Contudo, outros fatores podem existir neste processo e a
experiência real em campo é necessária para uma determinação definitiva do espaçamento das juntas. A Eu-
clid Chemical investigou o uso de macrofibras sintéticas comparadas a materiais de concreto atualizados (tais
como resistência à tração na flexão e granulometria dos agregados) e técnicas de aplicação para desenvolver
padrões de juntas otimizadas baseados nos valores de retração do concreto. Estas misturas de concreto nor-
malmente necessitam de evolução adicional durante a fase de construção e podem incluir testes de materiais
com disponibilidade local e frequentemente necessitam do uso de aditivos químicos como SRA e SCA.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 52
Capítulo 3 | Aplicações e Exemplos

Figura 47
Espaçamento de junta recomendado

em placas de concreto em função

da espessura do concreto (ACI 360).

Figura 48
Diagrama do espaçamento recomendado

em placas de concreto em função da

retração do concreto.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 53
Capítulo 4
CRF - Recomendação Prática

4.1 Adicionar e Misturar Fibras (Para Concreteiras)

4.2 Aplicação e Acabamento - CRF (Executores)

4.3 Especificação de CRF (Para Engenheiros / Arquitetos)

54
Capítulo 34 | CRF - Recomendação Prática

4.1 Adicionar e Misturar Fibras (Para Concreteiras)


A adição de fibras ao concreto pode ou não requerer equipamento especial dependendo do tipo e taxas de dosagem
das fibras. Aparelhos tais como esteiras, calhas, distribuidores de peso, sopradores e tubos pneumáticos po-
dem ser usados para adicionar fibras à mistura no local do serviço ou na Concreteira. Fibras Sintéticas (Micro e
Macro) são relativamente leves (peso específico de 0,9) e são tipicamente vendidas em pacotes de 0,45–2,3 kg
(FIGURA 49). Estes pacotes podem ser adicionados à mistura principal ou na betoneira usando trabalho manual
ou dispensador. Fibras de aço, contudo, são relativamente pesadas (peso específico de 7,8) e são tipicamente
vendidas em pacotes de 23 kg. Portanto, a adição manual destas fibras não é fácil e o uso de sistemas de es-
teiras ou outras formas de dispensadores pode ser necessário. Para um desempenho melhor, as fibras devem
ser dispersas uniformemente na mistura. Uma velocidade de 10–12 rpm é geralmente usada para misturar as
fibras com o concreto no caminhão. Um mínimo de 40 rotações (4 a 5 minutos) é sempre recomendado para a
mistura e dispersão apropriada das fibras na betoneira. No caso da mistura ser feita na Concreteira, a mistura
é feita da mesma forma que o concreto simples (sem fibras).

Figura 49
a) Macrofibras sintéticas vêm em pacotes

leves e podem ser facilmente adicionadas

à betoneira.

b) Um bom misturador pode acomodar

fibras com pouco ou nenhum ajuste.

Pode ser necessário o uso de aditivos

plastificantes para fornecer a

trabalhabilidade desejada para CRF.

49 a 49 b

Todos os tipos de fibras (fibras de aço e micro/macrofibras sintéticas) têm o potencial de se “embolar” no
concreto. Este fenômeno é normalmente causado pela adição de fibras na mistura do concreto que estiver
muito seco ou nas misturas que não têm partículas finas suficientes (cimento, areia, materiais suplementares,
etc.) para cobrir as fibras. Nestes casos, a falta de pasta suficiente pode reduzir o abatimento do concreto a
zero. Numa mistura em tambor vazio, as fibras soltas podem aglomerar e fibras muito longas podem também
causar problemas. Um traço experimental é sempre recomendado para assegurar que a mistura irá suportar
o tipo/dosagem de fibra e que a sequência de misturas não cause nenhum problema. Se necessário, o uso de
aditivos plastificantes pode ser aplicado para manter a funcionalidade desejada para a concretagem. Macrofibras
com dosagens acima de 3–4 lb/yd3 (1,8–2,4 kg/m3) necessitarão de algum tipo de aditivo plastificante para
equilibrar a perda do abatimento (slump). O CRF parece mais coeso (espesso) que o concreto sem reforço,
contudo, isso não significa que não irá se consolidar também. Por isso o ensaio de abatimento não é o melhor
indicador da trabalhabilidade do CRF fresco. No entanto, a regra básica é que para cada 2–3 lb/yd3 (1,4–1,8 kg/
m3) de Macrofibras TUF-STRAND SF, cerca de 1 pol. de abatimento é perdida. Vibração mecânica pode ajudar
na quebra das redes 3-D no concreto fresco para fornecer a consolidação apropriada.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 55
Capítulo 34 | CRF - Recomendação Prática

Na maioria dos casos, uma boa mistura pode acomodar fibras com pouco ou nenhum ajuste (FIGURA 50).
Frequentemente no campo, devido ao CRF parecer mais coeso que o concreto simples, usuários podem querer
adicionar água para fazer a mistura “fluir melhor”. Isso pode piorar a situação, pois água demais irá, na ver-
dade, fazer a mistura segregar e bloquear a mangueira da bomba, além de diminuir a resistência do concreto.
Quando descarregar uma mistura de CRF dentro do sistema bombeador do caminhão, aumente a altura entre a
calha e a betoneira 12” a 18” (300–450 mm) acima da grade (se uma peneira estiver presente) da bomba para
permitir que as fibras “colidam” com a grade e assim passem por ela. Uma grade vibratória poderá melhorar a
habilidade do CRF de passar por ela.

4.2 Aplicação e Acabamento - CRF (Executores)


O uso de reforço de fibras normalmente não requer uma técnica de acabamento especial, pois este material
funciona com a mesma aplicação e acabamento convencional. Todos os métodos convencionais de aplicação
de concreto podem ser usados para o CRF. Enquanto a consolidação pode ser feita por vibradores mecâni-
cos, contudo é preciso ter cuidado com bolsões vazios de fibras que sobrariam ao retirar-se rapidamente o
vibrador do concreto fresco. Se o CRF for usado na forma de Concreto Autoadensável (SCC), a necessidade
de vibração pode ser eliminada. Todos os métodos convencionais para o acabamento no concreto podem ser
usados para CRF, incluindo acabamento escovado, nivelamento a laser, etc. (FIGURA 50).

Figura 50
Concreto reforçado com fibras pode ser

aplicado com ferramentas similares às usa-

das em concreto não reforçado.

Cuidados adicionais devem ser tomados

para a obtenção de uma superfície com

acabamento apropriado.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 56
Capítulo 34 | CRF - Recomendação Prática

Devido à natureza autofibrilante e o comprimento do TUF-STRAND SF, a macrofibra sintética da Euclid não tem
a tendência de aflorar para a superfície durante as operações de acabamento, fazendo desta fibra uma candidata
ideal em relação as fibras de aço que são mais rígidas e podem causar problemas ao longo das juntas durante
as operações de corte com serra. Quando for necessário um acabamento escovado, assegure-se que o equipa-
mento usado para a aplicação do acabamento escovado seja mantido limpo e o ângulo da escova esteja baixo
e que seja passada na mesma direção. O acabamento escovado normalmente puxa qualquer tipo de fibra para
a superfície do concreto, mas a experiência mostra que “a prática faz a perfeição”. Se necessário, faça um teste
antes da aplicação do concreto para auxiliar o executor a obter uma superfície com a aparência desejada.
Não existe garantia absoluta que as fibras não ficarão visíveis em um piso de concreto polido quando o CRF é
usado, mas existem “dicas” que podem ser usadas para melhorar as chances de reduzir o número de fibras à
mostra. Começando com um traço de concreto com proporção correta para acomodar as fibras, é importante
assegurar que a mistura não seja “aguada” para melhorar o fluxo. O uso de aditivos que diminuem a água para
manter a resistência enquanto melhora a trabalhabilidade é sempre recomendado. O sincronismo da operação de
acabamento pode ser às vezes complicado, pois o CRF fresco parece mais coeso (sólido), e pode parecer que o
concreto está secando mais rápido devido à natureza coesa do material. Testes de despejo e acabamento podem
ajudar no preparo para um projeto de sucesso (FIGURA 51).

4.3 Especificação de CRF (para Engenheiros/Arquitetos)


Nem todas as fibras são iguais; isso significa que dois tipos de fibras diferentes, vamos chamá-los de Fibra A e
Fibra B, com o mesmo comprimento e mesma dosagem no concreto podem fornecer valores de resistência re-
sidual diferente. Portanto, é essencial pelo ponto de vista da qualidade, especificar o desempenho do concreto
reforçado com fibras e não a dosagem das fibras. Desta forma, o engenheiro/arquiteto e o proprietário do pro-
jeto podem se assegurar que o produto final tenha as propriedades desejadas para seu projeto. Os parâmetros
usados para o desempenho baseados na especificação para o CRF estão relacionados à resistência residual
do CRF. A média da resistência residual (ARS) do ensaio ASTM C1399 de resistência residual equivalente ou
razão (fe,3 ou Re,3) do ensaio ASTM C1609, e resistência residual fRi do teste RILEM/EN 14651 podem ser
usadas para a especificação do CRF. Atualmente na América do Norte, a ASTM C1609 é o ensaio-padrão mais
usado para caracterizar e especificar o concreto reforçado com fibras. Uma especificação ideal para um

Figura 51
Testes de despejo podem ajudar na solução de problemas e no preparo com sucesso de uma colocação de CRF.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 57
Capítulo 34 | CRF - Recomendação Prática

concreto reforçado com fibras pode ser descrita como: As macrofibras sintéticas (Polyolefin) devem cumprir com
a ASTM C 1116 / C 1116M, Tipo III, e ASTM D 7508. Macrofibras sintéticas devem ser projetadas para o uso em
concreto e exibir um valor de resistência residual pós-fissuração (fe,3) igual ao reforço mínimo requisitado para
dimensionamentos em aço, e conforme ensaios de acordo com ASTM C 1609. Macrofibras sintéticas devem ter
um comprimento mínimo de 1 1⁄2 pol. (38 mm), um fator de forma mínimo de 70, e fornecer uma resistência à
tração mínima de 70 KSI.

É de responsabilidade do fabricante da fibra fornecer dados de ensaios mostrando que suas fibras podem
cumprir com o desempenho requisitado. Limitações no comprimento e diâmetro das fibras podem se utilizadas
dependendo da aplicação, contudo, a maioria das macrofibras disponíveis no mercado está dentro de uma
variação razoável em termos de dimensão. Devemos notar que um valor da resistência residual não pode ser
usado para todos os projetos ou todas as porções de um projeto e reforços de aço similares. Este valor pode
variar dependendo da espessura do concreto e das cargas aplicadas. Por exemplo, um valor Re,3 de 15% pode
ser suficiente para reforçar um piso de concreto de 6” para Controle de Fissuras por Retração/Temperatura,
mas este número pode aumentar para 35% para suportar Momentos Fletores aplicados a cargas de veículos.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 58
Capítulo 34 | CRF - Recomendação Prática

Terminologias
ARS: Resistência Residual Média obtida da ASTM C1399, que representa a resistência residual pós-fissuração
num prisma fissurado, fornecida por fibras.

FATOR DE FORMA: a relação do comprimento com o diâmetro de uma única fibra. O diâmetro pode ser real
ou equivalente, como definido abaixo.

ENBOLAMENTO: a formação de grandes aglomerados de emaranhados de fibras que podem ocorrer durante
o processo de mistura.

DUCTILIDADE: a habilidade do material de absorver energia e suportar cargas acima do ponto de rendimento
que define o limite de comportamento elástico (aparecimento de fissuras); ex.: ao oposto de um material frágil
que demonstra uma perda abrupta de resistência acima da variação elástica.

RESISTÊNCIA RESIDUAL EQUIVALENTE À FLEXÃO (fe3): a média da tensão de flexão medida pela ASTM
C1609 (ou JSCE-SF4) baseada na tenacidade, até uma deflexão específica (3 mm), em excesso da deflexão
necessária para causar fissura.

COEFICIENTE da RESISTÊNCIA RESIDUAL de FLEXÃO EQUIVALENTE (Re3): a relação da resistência


residual da flexão equivalente e a resistência à tração do concreto.

TAXA DE DOSAGEM DE FIBRAS: o peso total das fibras em uma unidade de volume composto (geralmente
expressado por kg/m3 ou lb/yd3).

FIBRAS FIBRILADAS: uma configuração de fibras que tem seções de fibras divididas para formar ramifi-
cações das fibras.

RESISTÊNCIA: a máxima tensão na flexão alcançada no ensaio de prisma, também referido como módulo de
ruptura (MOR).

FIBRAS de MONOFILAMENTO: uma única fibra.

TENACIDADE: a habilidade do concreto reforçado com fibras de suportar cargas após fissuras no concreto;
ex.: a capacidade de absorção de energia.

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 59
Capítulo 34 | CRF - Recomendação Prática

Referências
ACI 360R: Guia de Projeto de placas no solo. Instituto Americano do Concreto, 2010 ACI 506-1R: Guia de Concreto
Reforçado por Fibras projetável. Instituto Americano do Concreto, 2008
ACI 544-3R: Guia para especificar, dosar, e produzir concreto reforçado por fibras. Instituto Americano do Concreto,
2008

ACI 544-5R: Relatório das propriedades físicas e durabilidade do concreto reforçado por fibras. Instituto Americano
do Concreto, 2010

TR-63: Guia de Projeto de concreto reforçado por fibras de aço. Sociedade do Concreto, 2011

TR-65: Guia de uso de concreto reforçado por Macrofibras Sintéticas. Sociedade do Concreto, 2007 TR-34: Concreto
industrial para pisos. Sociedade do Concreto, 2013

FIB código modelo: Seção 5.6: Concreto Reforçado por Fibras. Federação Internacional para Concreto Estrutural
(fib), 2010

ASTM C-1116: Especificação-Padrão para Sociedade Americana para Teste e Materiais, 2010

ASTM C-1609: Método de Teste-Padrão para Desempenho de Flexão de Concreto Reforçado por Fibras (Usando
Feixe com 3 Pontos de Carga). Sociedade Americana para Teste e Materiais, 2012

ASTM C-1399: Método de Teste-Padrão para obtenção de Resistência Residual Média para Concreto Reforçado por
Fibras. Sociedade Americana para Teste e Materiais, 2010

ASTM C-1550: Método de Teste-Padrão para Dureza da Flexão de Concreto Reforçado por Fibras. (Usando Painel
Circular para Cargas Centralizadas). Sociedade Americana para Teste e Materiais, 2012

EN 14651: Produtos de Concreto Pré-moldado — Método de Teste para Concreto com Fibras Metálicas — medindo
a resistência de flexão. Comitê Europeu para Padronização, 2003
Aplicações Estruturais de Concreto Reforçado por Fibras. SP-182 Instituto Americano do Concreto, 1999

Teoria de Linha de Pressão. K. W. Johansen, Associação do Cimento e Concreto, 1962


Projeto e Análise de Pavimentos. Y. H. Huang, Prentice-Hall Inc, 1993

Microestrutura, Propriedades, e Materiais do Concreto. K. Mehta and P. J. M. Monteiro, McGraw-Hill, 2006 Mecânicas
da Fibra e Compostos de Cimento Reforçado. B. Mobasher, CRC Press, 2012

Avaliação da Pegada de Carbono de Polipropileno para Pisos de Concreto Reforçado por Fibras. T. Cutright, M. Ma-
honey, K. Franey, A. Patnaik, The International of Constructed Environment, V. 3, 2013

Abordagem Racional para Substituição Convencional de Concreto Reforçado com Macrofibras Sintéticas em Plata-
formas Sobrepostas de Pontes. M. Mahoney e D. Forgeron, Conselho Nacional de Pontes de Concreto, St. Louis,
MO, 2008

Manual de Placas de Concreto - Programa de Software. Euclid Chemical Company, 2006

Inovadoras Fibras Sintéticas. J. F. Trottier and M. Mahoney, Concreto Internacional, Junho, 2001

Fibras Sintéticas podem substituir Telas de Arame fabricadas nas Lajes de Concreto? J. F. Trottier, M. Mahoney, D.
Forgeron, Concreto Internacional, Novembro, 2002

Propriedades Físicas e Mecânicas do Concreto Aerado Reforçado por Fibras. A. Bonakdar, F. Babbitt, B. Mobasher,
Cimento & Concreto Compostos, V. 38, 2013

Métodos de Reparo de Junta de Pavimentos de Concreto por Portland Cement. NCHRP Report Nº 281, M. I. Darter,
E.J. Barenberg W.A. Yrjanson, 1985

História de Projetos: Centro Global para Inovação da Saúde. Donley’s Report, 2013

The Euclid Chemical Company Guia de Engenharia para Concreto Reforçado com Fibras 60
GUIA DE ENGENHARIA PARA
CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS

A Euclid Chemical fornece materiais claramente superiores na área de concreto


e construção para a indústria no mundo todo. Nosso encargo para o mercado da
construção em concreto reforçado com fibras é de educar e auxiliar profissionais
em projetos com a seleção apropriada, aplicação e uso de fibras em geral e
especificamente com os produtos PSI Fibrastrand e TUF-STRAND. Com nosso
time técnico para o suporte em vendas, gestão e desenvolvimento de negócios,
nós nos empenhamos para oferecer a melhor tecnologia e suporte de engenharia,
marketing e serviços de campo e ser o líder em aplicações para concreto
reforçado com fibras, pré-moldado e concreto projetado para a indústria da
construção. Este Guia destina-se a engenheiros e arquitetos que são
familiarizados com projetos de concreto contendo reforço de aço convencional,
mas que possam precisar de um Guia adicional em projeto e especificação para
concreto reforçado com fibras (CRF).

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